Sindilub em Ação Espaço Técnico
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Espaço Técnico IBP Inova Comunicação com Mercado de Lubrificantes Sindilub em Ação Sindilub Abre Delegacia Sindical em Minas Espaço Técnico IBP INOVA COMUNICAÇÃO COM MERCADO DE LUBRIFICANTES A Comissão de Lubrificantes e Lubrificação do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás) acaba de lançar sua página na internet. Locada dentro do Portal do próprio IBP, a página pretende servir de fonte de informações para todo o mercado, inclusive para pequenas empresas que nem sempre dispõem de condições de acesso a novas tecnologias. Além das informações técnicas, o novo site terá como novidade a veiculação de notícias sobre o mercado nacional e internacional, graças a uma parceria que permitirá à Comissão, veicular as matérias publicadas na revista Lubes & Greases. Embora tenha um cunho totalmente técnico, a Comissão começa a assumir uma postura mais aberta aos números do mercado, explica o coordenador, Pedro Nelson Belmiro. Para tanto, realiza reuniões e Fóruns, nos quais procura reunir o maior número possível de integrantes da cadeia de lubrificantes. “Esta integração permite que tenhamos uma visão mais ampla do mercado”, comenta. De acordo com Belmiro o mercado de lubrificantes não cresce de forma elevada, pelo contrário, ficou estável por muito tempo, em torno de 900 mil m³ ano. Nos últimos três ou quatro anos vem experimentando um crescimento ainda pequeno, mas diretamente relacionado ao crescimento do país, em função da atividade industrial e já passa de 1200 mil m³, quando consideramos a participação das pequenas distribuidoras. nico para a Agência. “Estamos trabalhando junto com a ANP na revisão da Portaria 126 que fala sobre o registro de novas empresas distribuidoras de lubrificantes, pois hoje está tudo muito amplo”. Como a Comissão é permanente, a diversidade se tornou fundamental. “Temos fabricantes de óleo, consultores especializados, grandes e pequenas empresas distribuidoras e a participação dos consumidores. Nosso objetivo é abrir essa Comissão para que tenhamos opiniões cada vez mais enriquecedoras e diversas”. Além das portarias a Comissão estuda com a ANP questões de ordem técnica como o problema da borra no lubrificante, a utilização ou não de extratos aromáticos na fabricação de graxas, dentre outros assuntos. Buscando valorizar esta diversidade, a Comissão convidou para participar das reuniões o Sindilub, que esteve representado pelo assessor da diretoria, Ruy Ricci. “O Sindilub por agregar pequenas empresas com atuação direta no mercado varejista, traz uma visão complementar à das grandes empresas. São informações que relatam as dificuldades do pequeno distribuidor no dia-a-dia”, comenta Belmiro. Outro ponto importante do trabalho da Comissão é a relação mantida com a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Por contar com um grupo de formação técnica elevada, do qual participam os principais especialistas de grandes empresas e centros de pesquisa, a comissão dá suporte téc- No final do ano a Comissão estará promovendo o III Fórum Nacional de Lubrificantes, oportunidade em que novamente vários setores da cadeia estarão reunidos, desde fabricantes, distribuidores, ANP, até Ibama, rerrefino e revenda. “Provavelmente teremos uma posição da Petrobras sobre o planejamento de up grade dos óleos básicos. Quem sabe vamos ter grupo 2 ou 3 no Brasil no futuro?” Além do Fórum, a Comissão organiza ainda cursos técnicos sobre lubrificantes e lubrificação. Totalmente focados na área técnica, os cursos contam com palestras de consultores de grandes empresas e independentes, que trazem um pouco de suas experiências para os presentes. O próximo curso deverá acontecer no segundo semestre, ainda sem data e local definido. Para acessar o site da Comissão basta entrar e, www.ibp.org.br – comissão de lubrificantes e lubrificação. Ana Azevedo Jornalista Órgão de Divulgação do Sindicato Interestadual do Comércio de Lubrificantes - SINDILUB Presidente: Laercio dos Santos Kalauskas Vice-Presidente: Lucio Seccato Filho Diretor Secretário: Carlos Abud Ristum Diretor Tesoureiro: Jaime Teixeira Cordeiro Diretor Social: Antonio da Silva Dourado Assessor da Diretoria: Ruy Ricci Av. Imperatriz Leopoldina, 1905 - Cj. 17 - V. Leopoldina - São Paulo - SP - 05305-007 - Fone/Fax: (11) 3644-3440/3645-2640 Coordenadora: Ana Leme - Site: www.sindilub.org.br - E-mail: [email protected] Editoração e Fotolito: Ipress - Fone: (11) 3644-5596 - www.ipressnet.com.br Toda matéria é de inteira responsabilidade de seu autor. Sua publicação visa despertar o debate sobre o assunto a que se refere. 2 CUIDADOS AO MISTURAR ÓLEOS No posto de serviço, na hora de completar o óleo, surgem as dúvidas: é possível misturar óleos lubrificantes minerais com sintéticos? A substituição de mineral por sintético aumenta o período de troca de óleo? A princípio, é possível misturarse óleos lubrificantes minerais de diferentes fabricantes, pois os produtos existentes no mercado são compatíveis entre si. Mas a mistura só poderá envolver produtos de mesmo nível de desempenho API e de mesma faixa de viscosidade SAE. Segundo o engenheiro químico Flávio Gusmão, não se deve misturar óleos lubrificantes minerais com sintéticos de marcas diferentes, pois a mistura pode comprometer o desempenho dos aditivos e acabar gerando depósitos indesejáveis, como, por exemplo, a borra no motor. Tampouco esta mistura é economicamente vantajosa, já que o óleo sintético é mais caro que o mineral e a mistura dos dois equivale, praticamente, ao óleo mineral. Também não se recomenda a mistura de óleos lubrificantes sintéticos e semi-sintéticos (base sintética) de fabricantes diferentes. Eles podem ter sido fabricados a partir de óleos básicos de distintas composições químicas, podendo reagir e gerar depósitos que se acumulam no filtro, dificultando a passagem do óleo e causando falhas na lubrificação. É importante trocar o filtro de óleo junto com a primeira carga de sintético e trocar esta carga no período normal de troca do veículo, em função da sua utilização. Porém, na substituição de um óleo mineral por sintético, recomenda-se a troca do filtro a cada troca do óleo. Composição: O óleo lubrificante é composto por uma mistura de óleos básicos (minerais ou sintéticos) e aditivos. A diferença está na maior proteção ao motor oferecida pelos óleos sintéticos, quimicamente mais puros, e, por isso, com propriedades superiores. Sindilub em Ação SINDILUB ABRE DELEGACIA SINDICAL EM MINAS Acaba de ser inaugurada em Minas Gerais, uma Delegacia Sindical do Sindilub. A medida foi possível após decisão do presidente Laercio Kalauskas, em conjunto com a diretoria do Sindicato, tendo como base os estatutos da Entidade. Com a instalação da Delegacia Sindical, será possível discutir mais amplamente os problemas da região, de significativa importância para o mercado de lubrificantes. Assumirá como delegado o associado Vinicius Antunes Costa, da Lubrificantes Brasil. Para ele, a Delegacia vem de encontro à vontade dos distribuidores de Minas, que sentem a necessidade de uma maior regulação do mercado. Ele diz que a atuação da Delegacia permitirá entender melhor os movimentos do mercado, de forma a auxiliar as empresas do ponto de vista jurídico, comercial, dentre outros. “Os associados poderão se beneficiar da troca de experiências mercadológicas e de gestão avançada dos negócios, ou seja, serão os mesmos benefícios oferecidos em São Paulo, com a vantagem de termos um interlocutor regional”. Esta opinião também é compartilhada pelo presidente do Minaspetro e vice presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda Soares. Para ele, é interessante a descentralização do poder, como forma de facilitar o acompanhamento do que acontece junto ao mercado. Na análise de Costa, o mercado mineiro precisa de ações emergentes, pois é grande a concorrência com produtos chamados de segunda linha, nos quais apenas o preço aparece como fator de diferenciação. “Muitos fabricantes, que se intitulam de genéricos, tem oferecido produtos sem o pacote adequado de aditivos para sua categoria, além de problemas de embalagens e quantidades. Além disto, a 4 Shell, Esso/Móbil e Repsol, possuem distribuidores exclusivos, demonstrando uma tendência no nosso setor”. Paulo Miranda lembra que o mercado de Minas além de ser muito ativo é um dos que concentra o maior número de rodovias e municípios, e conseqüentemente os maiores atacadistas. Embora ainda sem projetos definidos para as próximas ações, a expectativa da Delegacia é bastante positiva entre os associados, que estão satisfeitos com o papel do Sindilub, principalmente diante das ações que o Sindicato tem mantido em questões preocupantes como as ambientais, evasão fiscal e qualidade dos produtos. “O Sindilub tem desenvolvido um trabalho muito interessante junto a ANP e ao Conama e tem sido um canal de informações mercadológicas via a Sindilub Press. No entanto, as Delegacias poderão ajudá-lo a desenvolver ainda mais o trabalho junto à comunidade revendedora de lubrificantes das demais unidades da federação”. Costa lembra o bom trabalho feito pela ANP na regulação do mercado de combustíveis, e acredita que o mesmo possa ser feito junto ao segmento de lubrificantes. “A Fecombustíveis tem inúmeros e sérios problemas a resolver para a revenda, o apoio ao Sindilub é fundamental para que o trabalho seja bem desenvolvido em nível nacional”. No que diz respeito à região de Minas Gerais, o apoio está garantido. Segundo Paulo Miranda, o Minaspetro está de portas abertas para colaborar com a Delegacia Sindical, quer seja através da disponibilização de espaço para a organização de eventos, quer com o apoio institucional. Ana Azevedo Jornalista Capa ANP AMPLIA MONITORAMENTO DOS LUBRIFICANTES A Agência Nacional do Petróleo (ANP) decidiu estender o Programa de Monitoramento de qualidade, que atualmente acompanha os combustíveis para veículos (álcool, gasolina e diesel), para os óleos lubrificantes. De acordo com a superintendente de qualidade de produtos da ANP, Maria Antonieta Andrade, ainda no primeiro semestre deste ano deve começar o processo de avaliação dos óleos lubrificantes. A implantação de um Programa de Monitoramento é reivindicação antiga do Sindilub, explica o assessor da diretoria, Ruy Ricci. “Em novembro de 2003 encaminhamos ofício solicitando a fiscalização e o controle da qualidade dos lubrificantes vendidos no país”. Confira a seguir a entrevista feita pela Sindilub Press com a superintendente Maria Antonieta Andrade. Sindilub - Quando terá início o programa de monitoramento dos óleos lubrificantes? Mª Antonieta - O projeto piloto de monitoramento dos óleos lubrificantes realizado em 2005 possibilitou à ANP, a partir de janeiro de 2006, realizar ações de fiscalização. De forma semelhante a que é feita no caso do monitoramento dos combustíveis, ao detectar não conformidades, o CPT aciona a Superintendência de Fiscalização do Abastecimento – SFI para as ações necessárias. Sindilub - O que levou a agência a tomar a decisão de incluir os lubrificantes no programa? Mª Antonieta - A ANP é responsável pelo controle da qualidade dos derivados de petróleo, incluindo os lubrificantes, que são oferecidos ao consumidor final, garantindo-lhes o direito de adquirir produtos em perfeitas condições de uso e de acordo com a especificação nacional vigente. Sindilub - Quais os aspectos que serão analisados? Mª Antonieta - Serão realizadas análises físico-quími- Imagens da capa cedidas pela Valvoline. 6 cas para verificar a conformidade com as informações prestadas pelos produtores para o registro dos produtos na ANP, bem como identificar outras não conformidades visando proteger o consumidor final contra possíveis fraudes. O monitoramento irá focar os óleos lubrificantes para motores automotivos, pois são os que atingem diretamente o consumidor final. Sindilub - Quais os critérios para escolha destes aspectos/fatores? Mª Antonieta - São características e informações constantes da Portaria ANP nº 131, de 30/04/99, relacionadas aos óleos lubrificantes para motores a gasolina, álcool etílico hidratado combustível e óleo diesel registrados na ANP, os principais graus de viscosidades e os diversos níveis de desempenho API disponíveis no mercado. Foram considerados os ensaios que permitirão identificar se o óleo lubrificante se enquadra no grau de viscosidade SAE e no nível de desempenho API declarados e se estão sendo utilizados os aditivos informados e em que proporção. Sindilub - Qual é o quadro hoje no segmento de lubrificante no que diz respeito à qualidade? Mª Antonieta - No projeto piloto de monitoramento da qualidade dos óleos lubrificantes, realizado em 2005, verificou-se que: 13,8% dos produtos analisados não possuíam registro na ANP; 57,3% apresentavam irregularidades em seus rótulos e 46,8% eram não conformes no que diz respeito à qualidade dos produtos. Sindilub - Quem será responsabilizado pelas irregularidades encontradas? Mª Antonieta - O mercado de óleos lubrificantes é diferente do mercado de combustíveis automotivos. Assim, as amostras serão coletadas em diversos pontos de revenda, não somente em postos revendedores, mas também em concessionárias, lojas de autopeças, supermercados, revendedores atacadistas, etc. Como se trata de produto embalado e lacrado, o estoque não conforme deverá ser recolhido e, a princípio, o responsável deve ser o produtor informado no rótulo, conforme Portaria ANP nº 131 acima citada. Pode haver fraudes como também o não cumprimento da regulamentação de registro, assim cada caso será avaliado e rastreado para se chegar ao responsável. A revenda deve estar ciente de que não pode revender óleos lubrificantes sem registro na ANP. Sindilub - Serão os próprios fiscais da ANP que farão a fiscalização ou serão firmadas parcerias? Com quais órgãos? Mª Antonieta - A exemplo do monitoramento da qualidade dos combustíveis automotivos foram firmados contratos com instituições universidades e centro de pesquisas - em todo país para realização das coletas dos óleos lubrificantes. As amostras coletadas serão encaminhadas para análise no Centro de Pesquisas e Análises Tecnológicas - CPT, laboratório da ANP. As não conformidades identificadas serão imediatamente comunicadas à área de fiscalização da Agência para as providências cabíveis. Ressalta-se que devido a confidencialidade dos dados dos óleos lubrificantes apresentados no registro na ANP, as análises físico-químicas das amostras serão feitas apenas pelo CPT. Sindilub - Quais as expectati- vas em termos de resultado deste Monitoramento? Sindilub - Quais os índices de não conformidade do lubrificante hoje? Mª Antonieta - Garantir ao consumidor um mercado de óleos lubrificantes que ofereça produtos com a qualidade compatível com as especificações dos registros aprovados pela ANP. Mª Antonieta – O projeto piloto do monitoramento da qualidade dos óleos lubrificantes automotivos permitiu constatar que existem muitas irregularidades relacionadas à qualidade dos óleos disponíveis no mercado, atingindo um índice de não conformidade de 46,3%. Dentre as irregularidades observadas destacam-se: quantidade de aditivos inferior à especificada, o que reflete em queda do nível de desempenho API, e grau SAE diferente do informado. Sindilub - A Senhora acha que os fabricantes tomarão mais cuidados a partir da divulgação da ação de monitoramento? Mª Antonieta - Tomando como exemplo o monitoramento da qualidade dos combustíveis automotivos que vem promovendo uma queda sistemática a cada ano no índice de não conformidades. Entendo que no caso do monitoramento da qualidade dos óleos lubrificantes, os resultados serão bem mais significativos e impactantes pois o rastreamento para chegar ao responsável pela não conformidade será automático. Sindilub - Quantas empresas estão cadastradas na ANP como produtoras e importadoras de lubrificantes? Mª Antonieta - Aproximadamente 260 empresas produtoras e importadoras. Ana Azevedo Jornalista OS PREJUÍZOS DO “BIODIESEL CASEIRO” A prova de que a criatividade do brasileiro se renova e de que o jeitinho é marca nacional, é a nova modalidade de “biodiesel caseiro” que está sendo aplicada, principalmente nas regiões rurais. Um número cada vez maior de agricultores está optando por adicionar óleo de soja ao óleo diesel, em uma proporção de 50% de cada produto, e depois utilizar a mistura em caminhonetes, tratores e colheitadeiras. A decisão de investir na mistura, explicam muitos empresários, se deve ao alto preço do óleo diesel, aliado à crise financeira vivida pela categoria. O que muitos destes empresários desconhecem são os efeitos da utilização indevida do óleo vegetal em motores, explica o diretor de relações industriais da Associação de Engenheiros Automotivos – AEA, Mário Massagardi. Segundo ele, a utilização de óleo vegetal “in natura” em motores de série, projetados para uso com óleo diesel não é liberada pelos fabricantes de sistemas de injeção e motores dentre outros motivos, pela viscosidade. Enquanto o diesel de petróleo tem viscosidade de, no máximo, 5,5cSt (ou mm²/s), e o biodiesel é semelhante ao diesel, o óleo vegetal tem viscosidade de aproximadamente 40cSt. “Esta diferença gritante causa aumento da pressão de injeção, pois o óleo vegetal tem maior dificuldade de passar pelos furos do bico injetor”. Ele explica que o aumento da pressão de injeção causa desgaste prematuro dos componentes internos da bomba injetora. “É como tentar sugar água e depois óleo com uma seringa. A força para sugar óleo é muito maior”. No motor isto não chega a causar desgaste, porém, provoca aumento de emissões e acúmulo de depósitos na câmara de combustão, uma vez que as moléculas de óleo vegetal são mais pesadas e complexas que as de diesel, tornando a queima mais difícil. Assim como o sistema de injeção, o motor é testado com diesel de petróleo, logo, para a utilização de óleo vegetal seria necessário modificar tanto o motor, quanto o sistema de injeção. Vale ressaltar também, que o óleo vegetal sofre reações de oxidação, formando ácidos que corroem o sistema de injeção e gomas que entopem filtros e bicos. “No caso de bombas em linha, onde acontece a mistura do óleo diesel com o óleo lubrificante, ocorre a formação de uma espécie de graxa, eliminando a lubrificação do motor e causando seu travamento (fundição)”. Massagardi afirma que é fundamental entender a diferença entre biodiesel e o óleo vegetal in natura. “O óleo de soja transformado em biodiesel tem propriedades físicas (densidade e viscosidade) semelhantes ao do diesel de petróleo. O óleo de soja “in natura” é bem diferente”. O biodiesel é o resultado da reação de transesterificação entre óleo vegetal e álcool (etílico e metílico). A simples mistura de óleo vegetal “in natura” com óleo diesel não é biodiesel. Ana Azevedo Jornalista Notas III FÓRUM DE AGÊNCIAS REGULADORAS COMÉRCIO DE ÓLEOS DE NAVIOS Embora o Sindilub agregue apenas empresas que atuam com lubrificantes acabados a entidade foi convidada a participar de uma reunião convocada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), para discutir uma antiga denúncia do segmento de combustíveis, o mercado paralelo de comércio de óleo de navios. A reunião, que contou com representantes dos segmentos de rerrefino, TRR, empresas que fazem coleta em navios, dentre outros, é parte de um trabalho que está sendo desenvolvido pela ANP, no sentido de estudar uma eventual regulamentação desta atividade. O Sindilub participou nos dias 3 e 4 de abril, em Brasília, do III Fórum Brasileiro sobre as Agências Reguladoras, promovido pelo Instituto Brasileiro de Direito Público, em Brasília. O evento teve como objetivo discutir o marco legal das Agências Reguladoras e o desenvolvimento nacional. Estiveram presentes os mais renomados agentes políticos e especialistas em direito, administração e economia, de forma que a discussão pudesse ganhar uma avaliação interdisciplinar e o mais democrática possível. Como entidade que apóia toda ação que vise melhorar a qualidade dos produtos e garantir a preservação do Meio Ambiente, o Sindilub esteve presente, na pessoa do seu vice-presidente, Lucio Seccato Filho, e procurou contribuir com informações relativas às peculiaridades do segmento de lubrificantes. A ANP deverá promover outros encontros para discutir o tema, e já disponibilizou um e-mail para sugestões e colaborações: [email protected]. Ana Azevedo Jornalista Fique por Dentro INDEFINIÇÃO QUANTO AO NOVO PERCENTUAL DE COLETA DO LUBRIFICANTE USADO PARA 2006 O percentual mínimo de coleta de óleo lubrificante usado ou contaminado estabelecido pela Resolução Conama nº 362 de 23 de junho de 2005, Parágrafo único do Art. 7 que hoje se encontra em 30% vem sendo objeto de grande discussão no âmbito do Ministério do Meio Ambiente. A Resolução estabelece que anualmente por ocasião da primeira reunião ordinária do Conselho Nacional do Meio Ambiente - Conama, este ano agendada para os dias 30 e 31 de maio, se apresente relatório detalhado referente ao cumprimento do percentual mínimo de coleta de óleo lubrificante usado ou contaminado e que por sua vez, o IBAMA também apresente seu relatório sobre os resultados da implementação da Resolução. Cabe ao Ministério de Meio Ambiente além da responsabilidade pela apresentação do referido relatório, fornecer subsídios para a tomada de decisão sobre a manutenção dos atuais níveis de coleta ou de propor a revisão dos mesmos, conforme objetivo de metas progressivas estabelecidas em atos normativos conjuntos com o Ministério de Minas e Energia, procurando garantir a transparência e a participação da sociedade em suas decisões, em especial no tocante ao estabelecimento dos referidos percentuais, visto que é de obrigação dos produtores e importadores, coletar ou garantir o custeio através de terceiros, da retirada do mercado de 10 todo óleo lubrificante usado ou contaminado na proporção ao volume por eles comercializados. É que a própria Resolução prevê no seu Art. 11 a manutenção de um Grupo de Monitoramento Permanente - GMP, composto por representantes do órgão regulador, dos produtores e importadores, dos coletadores, dos rerrefinadores, das entidades representativas dos órgãos ambientais estaduais e municipais, dos revendedores, no qual se inclui o Sindilub, além de ONG’s - organizações não governamentais ambientalistas. Ocorre que neste ano após a realização de alguns encontros, o referido grupo, GMP, deveria referendar as estatísticas relativas aos volumes efetivamente coletados em 2005 e principalmente concluir por consenso do Grupo informou já haver encaminhado ao Conama o Relatório final com suas conclusões, documento este que foi disponibilizado no site do Conama, como sendo uma contribuição do GMP. A atitude que foi repudiada por todos os presentes, acabou gerando uma fervorosa discussão sobre os pontos divergentes. Diante do descontentamento, explica o assessor do Sindilub, Ruy Ricci, também presente à reunião, o coordenador justificou sua decisão alegando estar premido pelo tempo e que também tomou sua decisão em manter os atuais níveis de coleta com base nas respostas parciais a uma consulta que encaminhou aos órgãos ambientais estaduais. A maioria dos representantes do GMP, entretanto não concordou que os argumentos do coordenador fossem suficientes para nortear o documento, além de estranhar o fato do mesmo se basear em respostas dos órgãos ambientais estaduais, uma vez como é de conhecimento de todos os membros do Grupo, que os referidos órgãos, na sua maioria têm revelado dificuldade no cumprimento das exigências contidas da nova Resolução, fato, Matéria veiculada na Sindilub Press Set/Out 2005, pág. 6 que foi reforçado sobre a manutenção ou sugerir a re- durante a própria reunião pelo reprevisão dos atuais níveis mínimos de sentante da Cetesb-SP, o qual revecoleta, hoje em 30%. lou desconhecimento e despreparo Contudo para surpresa de todos para opinar sobre a matéria. os presentes na reunião ocorrida dia A discussão sobre o percentual 6 de abril em Brasília, o coordenador não é nova e todos sabem que a meta do Ministério de Meio Ambiente é elevar ao maior índice possível o nível da coleta, chegando-se ao ideal utópico de 100%. Desde as discussões da Revisão, explica o assessor do Sindilub, ficou claro para todos, inclusive para a Agência Nacional do Petróleo, que existe indícios de que este percentual poderia ser ampliado. Apenas os representantes do Sindicom vêm se utilizando de vários argumentos para considerar o índice atual acima do suportável. Ainda segundo Ricci as empresas associadas ao Sindicom respondem por algo em torno de 75 a 80 % do mercado e qualquer elevação no percentual de coleta certamente acarretará custos extras ao negócio. O anúncio da posição do coordenador acabou por reabrir a discussão sobre qual é o volume verdadeiro de lubrificante comercializado, uma vez que o Sindicom defende um número que representa apenas a venda das suas associadas, alegando que há falta de estatísticas oficiais, como também falta de pontos de coleta. Ricci rebate dizendo que também não há garantia nenhuma de que o número apregoado pelo Sindicom seja verdadeiro, bem como o Sindirrefino apresentou dados, inclusive disponibilizados no site da ANP, que comprovam a existência de mais de 28 pontos de coleta no país. Completa ainda informando que existe, um consenso entre o Sindilub, assim como a ANP e o Sindirrefino, de que o volume de lubrificante comercializado já supera a casa de 1.000.000 de litros ano. Ricci comenta que o único argumento utilizado pelo Sindicom, e com o qual todos concordam é o que diz respeito ao desvio do óleo para o mercado informal, que utiliza o lubrificante usado para queima em olarias e cerâmicas. Este é um problema, que inclui também a queima de resíduos de borra de óleo dos navios, atividade que vem crescendo com base na sonegação tributária, trazendo prejuízos tanto ao meio ambiente, como às empresas que vendem óleo combustível. Essa atividade hoje se respalda na falta de uma legislação que regule sua a atividade e na fiscalização complacente dos órgãos ambientais. O Sindirrefino provou através de estatísticas, que está havendo um superávit, tanto na coleta do óleo usado, quanto na produção do óleo rerrefinado. O ano de 2005 terminou com mais de 55 bilhões de litros em estoque. “Uma vez que os produtores e importadores recuperam até 30%, fica claro que com este excedente o mercado já tem condições de ampliar o limite de coleta para algo em torno de 35%”, comenta Ricci. Ainda merece destaque outra entidade que repudiou o relatório do coordenador do MMA, trata-se da Organização Não Governamental APROMAC (Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte). Em documento distribuído na reunião, os representantes da Associação afirmaram que o Relatório não representa uma manifestação daquela coletividade, mas tão somente do seu coordenador, “elaborado ou mandado elaborar, antes mesmo da última reunião, sem que as discussões sobre o tema tivessem sido encerradas, o que coloca o Relatório fora da orientação da melhor doutrina”. O documento foi imediatamente referendado pelo Sindilub. A posição do Sindirrefino é de que o aditamento foi insuficiente para esclarecer as especificidades do setor, visto que cabe ao Sindicato fornecer aos demais membros do GMP informações sobre números de depósitos regionais existentes e as licenças de operação expedidas, autorizações de transporte e movimentação de óleo usado; cidades e municípios do território nacional cobertos pela coleta, dentre outros. Apesar de todos os contratempos que levaram ao adiamento da entrega do Relatório, o assessor do Sindilub considera que a formação do Grupo teve um lado positivo, o exercício da liberdade democrática da participação dos mais variados agentes, tanto os Sindicatos que representam o interesse dos produtores/importadores, quanto os dos revendedores, coletadores e rerrefinadores, Ongs, ANP, Ministério do Meio Ambiente e órgãos do governo, que em última instância são os responsáveis pela execução das diretrizes. Ana Azevedo Jornalista 11
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