Novocentro Paletónacabeça

Transcrição

Novocentro Paletónacabeça
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SÁBADO, 1 DE OUTUBRO DE 2011
www.ovale.com.br
ideias &
O VALE
DIRETOR RESPONSÁVEL FERNANDO SALERNO
EDITOR-CHEFE HÉLCIO COSTA
EDITORA-EXECUTIVA SHEILA FARIA
CHEFE DE REPORTAGEM MARCOS MEIRELLES
CIRCULAÇÃO
Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira, Litoral Norte de São Paulo
e no Sul de Minas Gerais
ENDEREÇO
Av. Samuel Wainer, 3735 - Jardim Augusta
São José dos Campos - SP - CEP 12216-710
TEL. (12) 3909-3909 - Fax (12) 3909-3910
EDITORIAL
SinaldeAlerta
AVANÇODA INFLAÇÃOINDICAQUE
ABONANÇAECONÔMICA ACABOU
O avanço da inflação e a redução das
projeções de crescimento do PIB para este
ano mostram que a economia brasileira
vive um momento delicado e que o governo federal tem atuado de maneira muito
tímida para melhorar nossos fundamentos
econômicos e preparar o país para uma
nova crise mundial.
Em agosto, as contas do governo federal
registraram o pior desempenho dos últimos oito anos, com uma redução de R$ 17
bilhões nas receitas líquidas e o aumento
da dívida pública em relação ao PIB. Na
prática, isso significa que o governo continua gastando mal e não consegue livrar-se
das amarras impostas pela ciranda financeira movida pelos títulos públicos.
Em relação à pressão inflacionária, a equipe econômica adota uma postura quase
fatalista, como se nada pudesse ser feito
para conter a escalada dos preços que
novamente projeta o Brasil como um dos
países campeões de inflação no mundo.
Fora dos índices oficiais, a taxa anual
beira os dois dígitos e demonstra que a
estratégia do governo não pode se resumir
a medidas pontuais, como a redução do
percentual de etanol adicionado à gasolina para reduzir manter o equilíbrio dos
preços dos combustíveis.
O problema de fundo é estrutural: o governo federal desperdiçou preciosos anos de
bonança econômica mundial sem melhorar a infraestrutura do país e sem estimular mecanismos de poupança interna. A
aquisição de divisas em moeda estrangeira
ajuda a proteger o país de ataques especulativos, mas não amplia a capacidade de
investimento do país.
Ironicamente, enquanto o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tateia no escuro
diante das oscilações do câmbio e da redução drástica do nível de atividade econômica da indústria, a presidente Dilma Rousseff (PT) surfa na onda de popularidade
alimentada pelas faxinas nos ministérios
herdados de seu antecessor. Resta saber
até quando o Palácio do Planalto vai sustentar esta blindagem.
Roberto Gonçalves
Cientista político
Paletónacabeça
A
de uma Câmara indigna como
a nossa, ouvimos sempre que
os culpados são os eleitores
das periferias despolitizadas,
incapazes de distinguir os
bons dos maus, os corruptos
dos honestos. Concordamos,
mas ressaltamos que o imobilismo da classe média e das
entidades e instituições mais
representativas da sociedade
joseense é que propiciou o surgimento de vereadores como
os nossos, agravado pela implantação do parlamentarismo fisiológico no período emanuelino, eliminando a função
fiscalizadora da Câmara e dividindo as periferias em capitanias hereditárias. O pior é que
o vereador, mesmo sendo inculto (caso da maioria em São
José), tem a esperteza de saber que os ignorantes que o
elegem não tem a mínima noção do que ele é capaz de
aprontar, constituindo um
eleitorado impotente para bani-los na próxima eleição.
Mas, assim como no Velho
Oeste, quando os malfeitores
Câmara de São José dos Campos é
notícia nacional.
Escândalos de
compras com preços absurdos, atuação parlamentar medíocre, títulos de cidadania a
granel, denominação ridícula
de logradouros públicos, busca incessante de dinheiro.
Uma legislatura marcada por
vereadores completamente
desqualificados para o exercício da vida pública.
Uma cidade que já teve parlamentares de postura exemplar, alguns ainda vivos, como
Fernando Delgado, Luiz Paulo
Costa, Doutor Coimbra, entre
outros, hoje vive o apogeu da
degradação moral, com o significado da palavra ética abolido da Câmara. A sociedade
indignada, mas ainda imobilista, vive a vergonha e a perplexidade de morar em um lugar
onde não se sente representada por seu Legislativo.
Quando conversamos com
as pessoas politizadas da cidade, revoltadas pela existência
passavam o filme inteiro aterrorizando o povoado e depois
eram banidos pelas pessoas
de bem, através do mocinho
com seu elegante cavalo branco, também em São José dos
Campos novos ventos balançam a cidade, com notícias
altamente positivas em favor
do bem e contra o mal. Enquanto a Polícia Federal não
chega, provocando a famosa
cena do “paletó na cabeça”,
quando homens públicos são
pilhados após a descoberta de
seus delitos, o Ministério Público, orgulho maior de nossas instituições, saiu à frente,
através da promotora Ana
Cristina Ioratti Chami, recomendando à Justiça a anulação do aumento de 55,13% nos
salários dos vereadores. O Judiciário não acatou, mas a sociedade continuará sua luta
por outros caminhos.
É o momento de uma grande campanha para que o eleitor não vote em candidatos do
mesmo partido dos atuais vereadores, impedindo que seus
partidos alcancem o quociente para elegê-los. Na imensa
esperança de banimento que
se avizinha no horizonte, é preciso que todas forças vivas da
sociedade se organizem, repetindo o exemplo dos jovens
que foram às ruas gritar contra o criminoso aumento salarial dos vereadores.
E nada de a Câmara devolver o dinheiro do concurso
anulado. Quem tem de ressarcir os candidatos é a empresa
ou a mesa diretora da época,
com dinheiro do próprio bolso daqueles que negociaram a
contratação da referida.
Finalmente, o grande risco
do “paletó na cabeça” está no
caso da areia. Para aqueles
que estão enxergando com
olho gordo a hipótese de aprovar o projeto que libera a exploração de cavas no município, cuidado, muito cuidado !
O “paletó na cabeça” pode ser
colocado não para proteger os
olhos de um vendaval de
areia, mas para cobrir a vergonha de ter feito outra coisa.
mos no topo da administração
pública em nosso município
Eduardo Cury, um joseense.
Mesmo reconhecendo e aplaudindo o trabalho de cada prefeito que por aqui passou, o
investimento na recuperação
da região central, o chamado
“centro velho”, tem um valor
diferenciado por ser iniciativa
de um filho da terra.
Assim, a criação de centros
de comércio popular, a reforma do terminal rodoviário central, a reurbanização e readequação de espaços nas praças
centrais, a reforma e pintura
do Mercado Municipal, a reativação do Cine Teatro Benedito Alves da Silva e a reforma e
nova destinação do Centro
Comercial Pedro Rachid (que
será referência de prestação
de serviços da prefeitura à população) serão uma revolução estrutural, inclusive ramificada até a região norte, no
bairro de Santana.
O coração da cidade voltará a pulsar como em outrora.
São realizações como essa
que consolidarão São José,
cada vez mais, como o orgulho da gente!
[email protected]
Fax (12)3909-3910
Cristiano Ferreira
Vereador do PV em São José dos Campos
Novocentro
F
alar em São José
dos Campos é falar
em referência de
polo industrial, em
arrojo arquitetônico, histórico, administrativo e tecnologia aeroespacial. É falar em
desenvolvimento.
Como toda cidade que se
agiganta, São José viu sua população aumentar na mesma
proporção, arregimentando
pessoas de todos os pontos do
país e de fora dele, atraídos
pelas oportunidades de crescimento pessoal e profissional e
aqui, na nossa terra, rebatiza-
A FRASE
dos de “joseenses de coração”. Digo “nossa terra” com
orgulho, porque nasci aqui. E
vi povoar seus arredores, fazendo com que seu coração, o
centro, pulsasse apenas em
períodos específicos --nos horários de pico, o coração bate
forte e, de repente, para. Mas
isso agora vai mudar.
O centro da cidade, que mingua com o cair da noite, ressurgirá com as ações que a prefeitura anuncia, voltando a ser
novamente uma célula viva do
município. E considero relevante também o fato de ter-
HUMOR
por Rico
“Seria uma pena se agora
voltássemos atrás”
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
EX-PRESIDENTE DA REPÚBLICA,
SOBRE A TENTATIVA DA ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE MAGISTRADOS DE
RESTRINGIR A ATUAÇÃO DA
CORREGEDORIA DO CNJ
CARTA DO LEITOR
Av. SamuelWainer,3.735
CEP12216710- S.JosédosCampos
Supersalário
Que o aumento salarial dos
vereadores de São José é completamente legal, todo mundo já tá cansado de saber.
O problema é que ele é completamente imoral.
FABIO EGITO
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Supersalário 2
Em Paraisópolis (MG), o Legislativo não apenas manteve o
número de vagas como se prepara para aprovar uma redução de mais de 30% nos salários de todos os parlamentares. É algo que jamais presenciaremos em São José, onde a
defesa dos supersalários feita
pelos vereadores é comparável
a uma encarniçada disputa entre cães famintos.
A população deve reagir como
puder para impedir mais este
assalto aos cofres públicos.
Nossos vereadores se reelegem
graças ao curral eleitoral montado nestes últimos 16 anos.
RICARDO FARIA
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Judiciário
As declarações da ministra Eliana Calmon, corregedora do Conselho Nacional de Justiça, sobre
a existência de larápios vestidos de toga provocou o apoio de
cidadãos de bem e o repúdio de
alguns juízes.
Aliás, a palavra larápio nasceu
do exercício da magistratura.
Foi um juiz, um dos pretores
que distribuíam a justiça na Roma antiga, que deu origem a
essa palavra, muito conhecida
aqui no Brasil.
Esse juiz, Lucius Antonius Rufus
Appius, costumava vender sentenças a quem pagasse mais.
Como ele assinava L. A. R. Appius, logo a forma “larapius”
passou a designar pessoas que
agiam de modo desonesto.
O vocábulo já entrou para o português com esse sentido e parece que vai se eternizar, uma vez
que são recorrentes nos jornais
notícias de juízes fazendo o que
não devem, a exemplo do Lu-
cius, o romano. A diferença é
que, na Roma antiga só havia
um Appius, uma miséria em termos de vigarice comparado
com a terra do carnaval.
ANTONIO CARLOS R. DOS SANTOS
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Entidades
Diante de matéria veiculada na
edição de ontem, a Prefeitura
de Taubaté, esclarece os parâmetros legais que disciplinam a
realização de subvenções a entidades filantrópicas por parte da
administração.
Os termos dos convênios e subvenções formalizados pela prefeitura não contêm a previsão
para custear despesas com o
abastecimento de água, sendo
que isso nem consta do plano de
aplicação de recursos apresentados pelas entidades.
Essa condição, por ser contratual, nem pode ser apontada como de desconhecimento das entidades. Dessa forma, a prefeitura cumpre os termos desses contratos, baseados na legislação
que regula as subvenções.
Reitera ainda que uma das entidades citadas, a Casa Mulher e
Vida, sequer possui convênio
com a administração, pois o
mesmo foi rescindido em janeiro pela constatação de diversas
irregularidades na entidade.
Existe atualmente uma ação civil pública, movida pelo Ministé-
rio Público, que aponta a necessidade de alguns ajustes nos
convênios firmados entre prefeitura e entidades. Dessa forma, possíveis alterações que venham a ocorrer nesta relação
não serão motivadas por iniciativa do prefeito, mas, sim, por
ação do Ministério Público.
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO
PREFEITURA DE TAUBATÉ
Asopiniõesemitidas pelos
colunistaseleitores são de
responsabilidadedeles
próprios,enão traduzem o posicionamento
de OVALE
ASCARTAS DEVEMCONTER
IDENTIFICAÇÃO, TELEFONE E
ENDEREÇO.AS CARTAS PODERÃOSER
RESUMIDASPELA REDAÇÃO

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