somos o que comemos

Transcrição

somos o que comemos
Este livro é dedicado às minhas queridas meninas. Abraços, amor e beijos da Mãe. Comam vegetais!
Todos aqueles que decidam fazer uma alteração ao seu regime alimentar devem consultar
previamente o seu médico assistente, sobretudo se se tratar de mulheres grávidas, pessoas doentes,
idosos, ou jovens com menos de 16 anos. A Dr.a Gillian McKeith não dá consultas de medicina
convencional. Ela possui um doutoramento em Filosofia da Nutrição pelo American Holistic College
of Nutrition, nos Estados Unidos, instituição académica agora conhecida como Clayton College.
Fez ainda uma pós-gradução no Centre for Nutrition Education, na Grã-Bretanha.
FICHA TÉCNICA
Título original: You are What you Eat
Autora: Gillian McKeith
Copyright © Celador Productions Limited, 2004
Os direitos morais da autora estão certificados
Tradução © Editorial Presença, Lisboa, 2006
Tradução: Maria das Mercês Peixoto
Imagem da capa: Shutterstock
Capa: Catarina Sequeira Gaeiras/Editorial Presença
Pré-impressão, impressão e acabamento: Multitipo — Artes Gráficas, Lda.
1.a edição, Lisboa, Abril, 2006
2.a edição, Lisboa, Maio, 2006
3.a edição, Lisboa, Novembro, 2006
4.a edição, Lisboa, Janeiro, 2015
Depósito legal n.° 250 870/06
Reservados todos os direitos
para Portugal e países africanos lusófonos à
EDITORIAL PRESENÇA
Estrada das Palmeiras, 59
Queluz de Baixo
2730-132 BARCARENA
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO 5
CAPÍTULO 1
SOMOS O QUE COMEMOS 10
CAPÍTULO 2
CONHECERMOS O NOSSO CORPO 28
CAPÍTULO 3
A DIETA DA ABUNDÂNCIA 54
CAPÍTULO 4
5 PROBLEMAS MUITO FREQUENTES 86
CAPÍTULO 5
LIMPAR O ORGANISMO 124
CAPÍTULO 6
TER BOM ASPECTO E SENTIR-SE ATRAENTE 150
CAPÍTULO 7
PONTAPÉ DE SAÍDA PARA UM PROGRAMA
DE 7 DIAS 164
CAPÍTULO 8
20 DICAS TÃO SIMPLES E TÃO ÚTEIS 186
CAPÍTULO 9
O NÍVEL SEGUINTE 194
SOBRE A AUTORA 214
ÍNDICE REMISSIVO 215
AGRADECIMENTOS 218
INTRODUÇÃO
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A MINHA HISTÓRIA
INTRODUÇÃO
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Há pessoas que me consideram uma nutricionista impenitente e implacável,
com uma obsessão por alimentos naturais e dieta saudável. A minha própria
mãe receia passar o jantar de Consoada na minha companhia, porque teme
que eu comece a dar-lhe lições sobre os alimentos bons e maus, e a minha
filha já me tem chamado «a maluquinha da comida».
Está bem, admito. Interesso-me imenso por tudo o que metemos cá para
dentro. Mas não fui sempre assim. Há uns anos atrás eu só comia alimentos
congelados, ou refeições pré-cozinhadas, e não conseguia passar um dia sem
batatas fritas de pacote e chocolates.Tendo crescido nas terras altas da Escócia,
adorava pratos tradicionais como o empadão de puré de batata com carne
picada, o peixe frito com batatas fritas, o leite-creme e os crepes com compota.
E então apaixonei-me por um americano, uma pessoa com uma obsessão
pela saúde. Fui viver para perto da casa dele, em Filadélfia, mas recusei-me
a permitir que os seus hábitos diferentes influenciassem o meu estilo de vida
usual. Isto é, até ao dia em que fiz vinte e quatro anos, que foi quando tudo
mudou. O meu namorado surpreendeu-me com um envelope.Tudo o que dizia
no cartão que estava dentro do envelope era que nesse dia especial eu «ia fazer
uma longa viagem até um sítio especial». Nesse momento eu não fazia a menor
ideia de como essa viagem ia ser longa. Metemo-nos no carro e iniciámos o
longo percurso para um lugar não revelado. Durante o trajecto de seis horas
imaginei quartos de hotéis luxuosos com jacuzzi, talvez com vista para as
montanhas ou uma grande planície, junto de um rio ou de uma nascente termal.
Após algumas horas de estrada, avistei uma tabuleta anunciando «Bem-vindo
ao Estado de Nova Iorque». Então pus-me a imaginar que ia visitar o Empire
State Building, a Broadway, a Estátua da Liberdade, ficando instalada na
5.a Avenida ou na Madison Avenue. O meu coração batia com força, só de
pensar nisso. Esta rapariguinha escocesa ia a caminho da Big Apple nesse país
tão grande e com um homem tão grande. Uau, que belo aniversário!
Pouco antes de perfazermos sete horas de viagem, chegámos ao nosso
destino.
À nossa vista, nem a Big Apple, nem montanhas, nem certamente uma
banheira com jacuzzi.
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Entrámos numa cabana decrépita apinhada de pessoas sentadas à volta
de mesas de armar, em cadeiras igualmente dobráveis, e com pratos de
papel e garfos de plástico. O cenário parecia mais apropriado para um
lanche de criancinhas pequenas, mas havia ali adultos de todas as
idades, manifestamente de todas as posições sociais; alguns muito bem-vestidos e sofisticados, outros informais e descontraídos. Pensei se o
meu namorado estaria ligado a algum culto assustador. Quando parti da
Escócia, os meus pais tinham-me posto de sobreaviso contra esse tipo de
coisas.
Por fim, o programa começou. Foi apresentada a oradora que abriu o
encontro, Elaine Nussbaum, uma senhora magra, de aspecto frágil e voz
suave, de olhar franco e com um forte sotaque de Nova Iorque, e autora de
um livrinho underground, intitulado Recovery. Ela começou a contar a sua
história, que veio a revelar-se a história mais profunda da minha vida.
Primeiro ouvi-a com descrença, depois com temor, e finalmente com
inspiração e esperança.
Haviam dito à Elaine que ela tinha apenas duas semanas de vida.
Todos os ossos do seu corpo tinham sido atingidos pelo cancro e ela
mal conseguia andar, falar, respirar, sentar-se ou manter-se de pé.
O hospital deu-lhe alta para ir morrer em casa. Já nada podiam fazer
por ela.
Junto ao seu leito de morte, uma amiga decidiu alimentá-la, à colher, com
uma dieta esotérica chamada «macrobiótica». Esta compreendia alimentos
vegetarianos naturais como o arroz integral, legumes, sementes, algas
marinhas, feijões e muitas sopas miso, à base de soja. No espaço de um mês,
Elaine começou a recuperar as forças. No espaço de dois meses, sentiu que já
não estava doente.
INTRODUÇÃO
– Vamos festejar o teu aniversário com um almoço macrobiótico
– anunciou o Mr. America, para meu grande choque.
– Com o quê? – repliquei.
– Depois verás – garantiu calmamente.
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INTRODUÇÃO
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Então voltou ao hospital para fazer exames e os médicos descobriram que
o seu cancro desaparecera completamente. Nunca tinham visto uma coisa
assim, e eu nunca tinha ouvido nada tão incrível.
Foi nessa altura que começou a minha viagem, quando compreendi como a
alimentação é importante. Na verdade, somos o que comemos. Nessa época eu
sofria de uma série de queixas normais que todos conhecemos bem quando
trabalhamos muito e descansamos pouco.Tinha dores de cabeça, cansaço,
queixas várias pelo corpo, borbulhas na cara, sofria de candidíase, uma doença
infecciosa causada por um fungo, e o meu peso estava acima do que seria ideal.
Quando parei o tempo suficiente para pensar verdadeiramente em tudo isso,
compreendi que era uma das pessoas menos saudáveis que eu conhecia.
Actualmente vejo o mesmo paralelismo com os meus próprios doentes, na
Clínica Mckeith, em Londres. Quando os pacientes vêm à primeira consulta,
de modo geral têm uma alimentação deficiente, muitos têm peso a mais, e
alguns encontram-se em situação crítica. O meu objectivo em relação aos
meus leitores, como em relação aos meus doentes, é dar-vos a conhecer o que
é melhor para a vossa alimentação, e quais os alimentos que vos ajudarão a
perder peso, manterem boa forma física e melhorarem a vossa saúde geral.
Conseguirão fazê-lo se seguirem o meu planeamento. Se fizerem com
muita frequência muito do que eu disser, não tenham dúvidas de que serão
mais saudáveis, se sentirão mais em forma, mais fortes, mais atraentes
e mais felizes. É isso que vos prometo. Já tratei literalmente milhares de
pessoas, com resultados fantásticos e sem precedentes. Há pessoas que vêm
de todas as regiões do mundo para procurar ajuda. Já observei doentes de
quase todas as nacionalidades e posições sociais, incluindo estrelas de
Hollywood, membros da realeza, líderes mundiais, futebolistas e atletas
olímpicos. E todos têm uma coisa em comum: todos eles, seja o que for que
está por trás, são o resultado daquilo que comem! E os que têm uma
alimentação péssima são em geral, o que não surpreende, mais doentes do
que aqueles que têm uma alimentação saudável.
Os meus doentes têm, muitas vezes, objectivos diferentes: os atletas, por
exemplo, podem querer conseguir um melhor desempenho; as donas de casa
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Dr.a Gillian McKeith
Maio de 2004
INTRODUÇÃO
podem precisar de mais energia, os que trabalham em escritórios podem
necessitar de fortalecer as glândulas supra-renais para conseguirem lidar
com o stresse; os homens mais idosos podem precisar de maior apoio no que
se refere à sua constituição física, e assim por diante. Mas, em todos os
casos, são os alimentos que ingerem que se transformam nos remédios para
o corpo, e se alimentarmos o corpo com as coisas erradas isso só vai fazer
acumular gorduras, baixar a capacidade energética, a sexual e até a
cerebral.
Ao pegar neste livro você deu o primeiro passo, mas muitíssimo
importante, no caminho para voltar a ter melhor forma física e mais saúde.
Pode optar pela medicação errada ou pela minha prescrição correcta.
A escolha é sua, mas se tomar a decisão certa o seu corpo vai agradecer-lhe.
E esta é uma prescrição para toda a família, por isso não se sinta isolado.
Trata-se apenas de mudar alguns hábitos e de reconhecer os danos que certos
alimentos estão a causar-lhe.
Após mais de quinze anos de prática clínica, verifiquei que as pessoas que
cuidam convenientemente do seu corpo e têm uma alimentação correcta são
em geral as mais saudáveis. Encontram-se estabilizadas no seu peso saudável
e natural, além de que têm mais energia, melhor vida sexual, enfrentam a vida
com menos stresse, usufruem de melhores funções cerebrais e são até, devido
ao seu equilíbrio, mais felizes.Também você poderá ser assim.
Em grande parte, este livro trata da descoberta e do conhecimento.
Se eu conseguir educá-lo e fazer com que coma os alimentos adequados,
terá todas as hipóteses de ficar em boa forma física e de se sentir bem e com
saúde. Quero que tire partido dos muitos anos que passei a investigar e a
tratar com sucesso milhares de pessoas.
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CAPÍTULO 1
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OS ALIMENTOS QUE INGERIMOS SÃO COMO UM COMBUSTÍVEL.
DÃO AO NOSSO CORPO A ENERGIA DE QUE ELE NECESSITA PARA
FUNCIONAR BEM. SE NÃO NOS CERTIFICARMOS DE QUE
O COMBUSTÍVEL QUE METEMOS NO CORPO TEM A QUALIDADE
E A QUANTIDADE ADEQUADAS, NÃO NOS SENTIREMOS TÃO
SAUDÁVEIS QUANTO PODERÍAMOS.
O NOSSO CORPO POSSUI PERTO DE 100 TRILIÕES DE CÉLULAS,
CADA UMA DELAS EXIGINDO CONSTANTEMENTE UM
FORNECIMENTO DE NUTRIENTES DIÁRIOS PARA PODER
FUNCIONAR NA PERFEIÇÃO. OS ALIMENTOS AFECTAM TODAS
ESSAS CÉLULAS, E POR EXTENSÃO TODOS OS ASPECTOS
DA NOSSA ESSÊNCIA: O TEMPERAMENTO, OS NÍVEIS DE ENERGIA,
A VONTADE DE COMER, A CAPACIDADE DE RACIOCÍNIO, O IMPULSO
SEXUAL, OS HÁBITOS DE SONO E A SAÚDE EM GERAL. EM RESUMO,
A ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL É A CHAVE PARA O BEM-ESTAR.
SOMOS O QUE COMEMOS
A EVIDÊNCIA
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O primeiro passo para mudar a sua vida e a
sua saúde foi pegar neste livro. Mas como
poderei convencê-lo a dar todos os passos
seguintes, tão importantes, e romper com
os maus hábitos alimentares?
A relação entre comida e saúde é
significativa. A alimentação tem um
papel vital na promoção da saúde e do
bem-estar. O primeiro passo essencial é
fazer a ligação entre a opção por
alimentos bons e uma boa saúde, e a
opção por alimentos maus e uma saúde
má.
Compreendi isto quando olhei para as
ementas diárias dos participantes no
espectáculo televisivo You Are What You
Eat. Todos eles não só tinham peso a mais
quando do início da série, como tinham
também outras queixas de saúde, muitas
das quais causadas pelas suas más
escolhas alimentares. Esses alimentos
eram o agente catalítico da maior parte
dos padecimentos e das queixas. Quando
preparei uma tabela dos alimentos nocivos
que eles tinham comido durante uma
semana e expliquei como esses alimentos
afectavam o corpo, a relação entre
alimentação e saúde tornou-se de súbito
chocantemente evidente.
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DEZ FACTOS IMPORTANTES RELATIVOS À ALIMENTAÇÃO
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Uma dieta com alto teor de gordura (principalmente gordura saturada) e de sal está associada
a um risco aumentado de doenças coronárias.
Calcula-se que, em média, um terço dos cancros
podia ser evitado modificando a alimentação.
Uma alimentação rica em fibras e cereais
integrais e pobre em gordura tem potencial
para evitar um grande número de cancros,
incluindo o do cólon, do estômago e da mama.
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8
Muitos especialistas em fertilidade acreditam que
uma dieta errada,com grande quantidade de
gordura,açúcar e alimentos processados e pobre
em nutrientes essenciais para a fertilidade,pode
levar à infertilidade e aumentar o risco de aborto.
Uma alimentação rica em gordura, açúcar e sal
origina um aumento de peso e facilmente
conduz à obesidade.Ter excesso de peso não só
aumenta o risco de doenças cardíacas,
diabetes, cancro e infertilidade, como também
está associado à fadiga, à baixa auto-estima e
a um deficiente rendimento mental e físico.
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Uma dieta incorrecta aumenta o risco de
depressão e alterações de humor.Também está
associada à SPM (síndrome pré-menstrual), a
um desejo incontrolado de comer e à ansiedade.
Uma dieta rica em aditivos, conservantes e
açúcar refinado pode causar dificuldades de
concentração, hiperactividade e agressividade.
Isto porque os alimentos com alto teor de
açúcar carecem de crómio, que é eliminado no
processo de refinação. O crómio é necessário
para controlar os níveis de açúcar no sangue; o
descontrolo destes níveis pode desencadear
aqueles problemas comportamentais.
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Uma dieta pobre em cálcio, um nutriente
essencial (necessário para manter os ossos
fortes) aumenta o risco de os ossos
enfraquecerem ou se tornarem quebradiços
– uma condição conhecida por osteoporose.
Uma dieta pobre em nutrientes origina uma
grande sobrecarga no fígado. O fígado é
essencial para uma boa digestão e absorção das
vitaminas e dos sais minerais, indispensáveis
à vida. Para termos uma boa saúde é necessário
que o nosso fígado se encontre em óptimas
condições. Este órgão não consegue fazer
frente a grandes quantidades de gordura
saturada e álcool, que podem levar a problemas
do fígado e dos rins, como a insuficiência renal
e a cirrose (uma situação muito grave em que
as células do fígado morrem).
Uma dieta demasiado rica em açúcar pode dar
origem a níveis muito elevados de glicose (uma
forma de açúcar que é transportada na
corrente sanguínea) em circulação no
organismo. Um nível elevado de glicose no
sangue indica o desenvolvimento de problemas
como a diabetes mellitus. Os seus sintomas são
sede, necessidade frequente de urinar devido ao
excesso de glicose, problemas de visão, fadiga e
infecções recorrentes.
Uma dieta pobre pode comprometer o sistema
imunológico e dar origem a uma maior
susceptibilidade a constipações, gripe e outros
problemas de saúde. Precisamos de ingerir
uma quantidade estável e equilibrada de
vitaminas e sais minerais para que o nosso
sistema imunitário funcione adequadamente
e nos proteja de infecções e doenças.
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12 ALIMENTOS QUE AS PESSOAS
COMEM REGULARMENTE
Esta lista de 12 alimentos comuns que muitas pessoas comem com
regularidade pode à partida não parecer demasiado alarmante, mas olhe
para a análise nutricional indicada em baixo. Converti as estatísticas em
colheres de chá de açúcar e em nacos de toucinho gordo para facilitar essa
análise. Ainda sente muita fome?
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10.
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Peixe frito com batatas fritas
Piza
Esparguete à bolonhesa
Hambúrguer no prato
Frango frito
Espetada de carne
Pequeno-almoço à inglesa
Frango tikka masala (takeaway indiano)
Carne de porco agridoce com arroz frito (takeaway chinês)
Empadão de puré de batata com carne picada
Batatas fritas (doses servidas em certas cadeias de restaurantes)
Torradas
> Peixe frito com batatas fritas
> calorias: 1078 > proteínas: 43 g
> hidratos de carbono: 86 g >gordura: 65 g > fibras: 56 g
> equivalente a 17 colheres de chá de açúcar e 1/2 naco de
toucinho
> Piza (piza pan média, massa alta)
> calorias: 1746 > proteínas: 80 g
> hidratos de carbono: 159 g > gordura: 88 g > fibras: 8 g
> 31 colheres de chá de açúcar e 1/3 de um naco de toucinho
> Esparguete à Bolonhesa (dose de 300g)
> calorias: 237
> hidratos de carbono: 32 g > gordura: 5.7 g > fibras: 3 g
> 6 colheres de chá de açúcar
> Hambúrguer no prato (hambúrguer grande,
batatas fritas e cola)
> calorias: 1300 > proteínas: 34 g
> hidratos de carbono: 189 g > gordura: 44 g > fibras: 13 g
> 38 colheres de chá de açúcar e mais de 1/5 de um naco de
toucinho
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> Frango frito (3 pedaços e batatas fritas)
> calorias: 933 > proteínas: 62 g
> hidratos de carbono: 72 g > gordura: 45 g > fibras: 6 g
> 14 colheres de chá de açúcar e quase 1/5 de um naco de
toucinho
> Espetada (grande, em espeto de ferro, com salada
e pão pitta)
> calorias: 704 > proteínas: 61 g
> hidratos de carbono: 78 g > gordura: 19 g > fibras: 5 g
> 15 colheres de chá de açúcar e perto de 1/10 de um naco de
toucinho
> Pequeno-almoço à inglesa (2 fatias de toucinho,
1 salsicha, 1 ovo, 1 tomate, 1 dose de feijão, 1 fatia
de pão frito)
> calorias: 831 > proteínas: 46 g
> hidratos de carbono: 52 g > gordura: 50 g > fibras: 10 g
> 10 colheres de chá de açúcar e 1/5 de um naco de toucinho
> Frango tikka masala (takeaway)
> calorias: 709 > proteínas: 71 g
> hidratos de carbono: 72 g > gordura: 15 g > fibras: 1 g
> 14 colheres de chá de açúcar e 1/20 de um naco de
toucinho
> Takeaway chinês (porco agridoce com
arroz frito)
> calorias: 520 > proteínas: 16 g
> hidratos de carbono: 72 g > gordura: 15 g > fibras: 1 g
> 14 colheres de chá de açúcar e 1/20 de um naco de
toucinho
> Empadão de puré de batata com carne picada (300g)
> calorias: 336 > proteínas: 18 g
> hidratos de carbono: 28 g > gordura: 18 g > fibras: 2 g
> 5 colheres de chá de açúcar e 1/20 de um naco
de toucinho
> Batatas fritas
> calorias: 655 > proteínas: 8 g
> hidratos de carbono: 74 g > gordura: 38 g > fibras: 5 g
> 14 colheres de chá de açúcar e mais de 1/6 de um naco de
toucinho
> Torradas (2 fatias grossas de pão branco com
manteiga)
> calorias: 348 > proteínas: 6g
> hidratos de carbono: 35g > gordura: 21g > fibras: 1g
> 7 colheres de chá de açúcar e quase 1/20 de um naco de
toucinho
Agora vem a parte mais assustadora: estes são alimentos que muitas pessoas comem regularmente, como
parte da sua dieta habitual. E que tal se você começasse o dia com um grande pequeno-almoço,
comesse um hambúrguer ao almoço e à noite saísse para ir comer uma piza? (Não se esqueça de que
nem sequer estou a ter em conta as refeições ligeiras ou as bebidas, apenas três refeições principais.)
O seu total de calorias seria:
A quantidade diária normal de calorias é, em média, 2550 (17 850 g) para os homens e 1940
(13 580 g) para as mulheres. O resultado indicado em cima é quase o dobro da quantidade
recomendada para as mulheres e mais de uma vez e meia para os homens.
Equivale a comer 20 algodões-doces por dia e meio naco de toucinho. Se juntar a isso o que petisca
entre as refeições, mais as bebidas, o álcool e uma actividade física insuficiente, você transforma-se
numa bomba-relógio potencial no que respeita a doenças cardíacas, diabetes, trombose, tensão arterial
elevada e problemas do aparelho digestivo. Escolha o seu veneno – ou, espero, não o faça!
SOMOS O QUE COMEMOS
> calorias: 3877 > proteínas: 160 g > hidratos de carbono: 400 g > gordura: 182 g > fibras: 31 g
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SOMOS O QUE COMEMOS
POR QUE MOTIVO
AS DIETAS NÃO RESULTAM
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Vamos direitos ao assunto. As dietas convencionais e as tradicionais dietas
rigorosas mas transitórias geralmente não resultam, ponto final. As dietas que se
baseiam na contagem das calorias, as chamadas «dietas por pontos» ou até
mesmo as dietas à base de alimentos ricos em proteínas e isentas de hidratos de
carbono, na minha opinião todas elas falham e, pior do que isso, a maior parte
delas são enfadonhas, desenxabidas e muito perigosas para o organismo. Sem
dúvida podem ajudá-lo a perder peso no espaço de algumas semanas ou meses.
Contudo, a longo prazo você já não conseguirá continuar com essas dietas
transitórias porque no fim de contas vai voltar a aumentar de peso e não está a
favorecer em nada o seu corpo.
As dietas transitórias o que fazem é restringi-lo a si, e geralmente vão privá-lo
de algo importante de que o seu corpo precisa. Por exemplo a mania das dietas
com base numa quantidade extremamente rica em proteínas e pobre em hidratos
de carbono está errada do ponto de vista científico e nutricionista.Todos os seres
humanos precisam de ter hidratos de carbono complexos para poderem
funcionar, pensar, para terem energia, bom desempenho sexual e uma atitude
positiva. Os hidratos de carbono complexos incluem cereais importantes como o
arroz integral, milho-miúdo, quinoa, centeio, cevada e trigo mourisco. Os meus
doentes que deixaram de comer hidratos de carbono complexos e passaram a
consumir essencialmente alimentos muito ricos em proteínas começaram a sofrer
graves problemas de prisão de ventre, alterações de humor, ataques de raiva,
vertigens, dores de cabeça, cólicas e depressão – até os que eram habitualmente
bem-humorados. E, a longo prazo, tiveram de voltar ao meu programa
nutricionista para conseguirem bons resultados.
Além disso, a maior parte das dietas transitórias restringem a ingestão de
ácidos gordos essenciais. Mais uma vez, este é um princípio errado que também o
prejudicará a si! De facto, os ácidos gordos essenciais ajudam o organismo a
dissolver as gorduras. Por isso, cortar os alimentos ricos nesses ácidos é como
cortar os agentes que queimam as gorduras. Chamo ao meu programa A Dieta da
Abundância, o que significa que ela não corta os alimentos. Não deixe de comer
abacates e castanhas-do-maranhão, amêndoas, sementes de sésamo, pevides de
abóbora e avelãs, e a lista é muito longa.
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Para mim, «fazer dieta» não significa morrer de fome, mas
sim um novo estilo de vida com uma abundância de
alimentos saudáveis. Somos o Que Comemos dá melhores
resultados do que qualquer outro programa já
experimentado, porque o meu plano baseia-se em estudos
científicos de todo o mundo, na investigação clínica e na
bioquímica laboratorial. Escolha os alimentos de entre uma
variedade fantástica e aventure-se no lifestyle da
Dr.ª Gillian McKeith.
O meu objectivo é que você
faça alterações simples que
começarão a fazer efeito
quase de imediato e para o
resto da vida.
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ALIMENTOS BONS
Estes alimentos irão:
> Aumentar a sua capacidade intelectual
> Melhorar a sua disposição
> Reduzir o stresse
> Aumentar a sua vitalidade
> Dar-lhe um coração mais saudável
Quando se trata de doenças cardíacas, o essencial é ter uma alimentação
saudável. Esta terá como efeito o seguinte:
> Fornecer ao sangue substâncias químicas capazes de desobstruir as artérias,
reduzir o colesterol, criar solventes dos coágulos sanguíneos e enviar hormonas
que relaxam as paredes das artérias, reduzindo a tensão arterial
> Contribuir para as defesas contra o cancro, através da libertação de agentes
capazes de fazer diminuir ou desaparecer o desenvolvimento de células anormais
> Ajudar a combater os efeitos do envelhecimento e retardar a deterioração
natural do organismo
> Ajudar a evitar constipações comuns e gripe e estimular o organismo para a
produção de mais anticorpos contra as infecções
> Prevenir dores de cabeça e crises de asma
> Criar substâncias que consigam aniquilar a dor e os edemas da artrite
> Atacar bactérias e vírus
> Favorecer a fertilidade e o desempenho sexual
SOMOS O QUE COMEMOS
> Dar um brilho saudável à pele, ao cabelo e às unhas
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Existem inúmeros outros benefícios e seria impossível nomear todos eles. Mas
a minha mensagem é esta, que anuncio com todas as letras: Uma alimentação
saudável pode conferir-lhe um óptimo aspecto e fazer com que se sinta em
forma.
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Basicamente, se a sua alimentação não for saudável
você não poderá sentir-se bem e não perderá peso.
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ALIMENTOS MAUS
>
>
>
>
>
>
SOMOS O QUE COMEMOS
>
>
>
>
>
>
>
Estes alimentos irão:
Acelerar o processo de envelhecimento
Originar aumento de peso
Causar problemas digestivos, incluindo ventre inchado, gases e cólicas
Fazer com que se sinta sonolento e apático
Prejudicar a sua capacidade de concentração
Ter um efeito adverso na fertilidade e na libido
Desencadear processos que atacam silenciosamente as articulações e
obstruem as artérias, aumentando o risco de doença cardíaca e de artrite
Tornar as artérias mais estreitas e rijas – o que propicia a formação de
coágulos sanguíneos
Favorecer a actividade tóxica no organismo, o que anos mais tarde pode dar
lugar ao desenvolvimento do cancro
Enfraquecer a imunidade
Desencadear dores de cabeça e crises de asma
Aumentar as dores e os edemas das artrites
Conferir um aspecto pouco saudável à sua pele, ao cabelo e às unhas
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ALIMENTOS BONS CONTRA
ALIMENTOS MAUS
ALIMENTOS BONS
ALIMENTOS CRUS
Estes são os alimentos que não foram
cozinhados, cozidos, estufados, preparados no
microondas, assados ou cozidos em vapor. Como
resultado, ainda se encontram no seu estado
original e contêm as suas enzimas naturais. As
enzimas são a força vital dos alimentos e ajudam
o processo digestivo. Frutos crus, vegetais crus,
grãos e sementes em gérmen, todos contêm
enzimas alimentares. Precisamos de uma
quantidade substancial de enzimas alimentares
para nutrir o nosso corpo, ter energia e equilibrar
o metabolismo.
A falha mais evidente nas dietas dos
participantes no programa You Are What You
Eat era o facto de as suas refeições apresentarem
uma ausência total de enzimas alimentares.
A maior parte dos participantes nunca ingeria
alimentos crus.
SOMOS O QUE COMEMOS
HIDRATOS DE CARBONO BENÉFICOS
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Estes são os hidratos de carbono que não contêm
açúcar refinado: por exemplo a fruta, o pão
integral, os cereais, o arroz e os legumes.
Estes hidratos de carbono saudáveis (chamados
hidratos de carbono complexos) contêm açúcares
naturais que o organismo consegue metabolizar
de forma fácil e lenta, favorecendo as funções
cerebrais, os estados de humor e a energia útil.
Não se encontram desprovidos dos seus
nutrientes.
ALIMENTOS ORGÂNICOS
Alimentos orgânicos são os que não contêm
químicos. São cultivados em solos que já não são
tratados com fertilizantes químicos e pesticidas.
Lembre-se de que se ingerir alimentos que foram
pulverizados com químicos ou que provenham de
solos tratados com tais produtos, esses químicos,
que são tóxicos, vão entrar nas células do seu
organismo e na sua corrente sanguínea. Quem
sabe que danos poderão causar? Há inúmeros
estudos que mostram que a assimilação desses
químicos não é benéfica para a nossa saúde.
PROTEÍNAS BOAS
As proteínas vegetais são facilmente assimiladas
pelo organismo. A quinoa é um exemplo de uma
proteína vegetal de muito fácil digestão.
Assemelha-se a um cereal e com ela é possível
preparar uma papa de aveia muito saborosa. Os
cereais em gérmen são uma forma de proteína
mais económica e mais saudável do que a carne.
A combinação de feijão e de sementes também
forma uma proteína completa, fácil de digerir e
benéfica para o metabolismo.
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GORDURAS BOAS
ALIMENTOS NÃO PROCESSADOS
As gorduras têm uma reputação péssima. Nesta
era de alimentos com baixo teor de gordura e
dietas sem gordura, a cruzada contra as gorduras
tem raiado a loucura. Os mais extremistas
condenam até o consumo de alimentos
oleaginosos nutritivos, como é o caso das nozes,
avelãs, amêndoas, pevides e abacates, mas
ninguém poderá deitar as culpas das doenças
cardíacas aos abacates!
Em geral recomendo aos meus doentes
alimentos gordos como estes atrás referidos. Eles
contêm gorduras saudáveis, necessárias para
ajudar a perder peso, baixar o colesterol,
aumentar a imunidade e favorecer os órgãos
reprodutores, a pele, o cabelo e o tecido ósseo,
lubrificando eficazmente o nosso organismo.
Estas são as gorduras boas, com uma
importância fundamental e necessárias à própria
vida. E estas gorduras ajudam a metabolizar a
própria gordura. São tão importantes que se
chamam ácidos gordos essenciais.
O nosso corpo não consegue produzir ácidos
gordos essenciais, por isso temos de os obter
através dos alimentos que ingerimos. Acho que
eles deviam chamar-se Ácidos Adelgaçantes
Essenciais. É assim que os designo na minha
prática clínica e os meus doentes parecem gostar
deste conceito adelgaçante. Linhaça, sementes de
girassol, pevides de abóbora, algas marinhas,
peixe e abacates são bons exemplos destas
gorduras adelgaçantes essenciais.
Estes são os alimentos que não contêm químicos
ou outros aditivos. Encontram-se no seu estado
original, tal como a natureza os produziu. Não
foram modificados. Há refeições embaladas cujos
ingredientes ainda se encontram no seu estado
original. Comece por ler os rótulos das
embalagens (v. p. 176) e familiarize-se com o que
constitui os alimentos que consome.
A cruzada contras as gorduras tem raiado
a loucura.
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ALIMENTOS MAUS
LEGUMES DEMASIADO COZINHADOS
A maior parte dos meus doentes, quando vêm
pela primeira vez à consulta, costumam cozinhar
demasiado os legumes. Eu afirmo que eles
simplesmente não sabem prepará-los. Há muitas
pessoas que deixam os legumes ferver imenso
tempo, e nesse processo eles perdem todos os seus
nutrientes vitais.
Para tirar o melhor partido dos legumes, o
ideal é comê-los crus ou então cozê-los
ligeiramente em vapor, na maior parte dos casos
durante 2 a 3 minutos no máximo.
SOMOS O QUE COMEMOS
HIDRATOS DE CARBONO NOCIVOS
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Os hidratos de carbono simples são os que contêm
açúcares refinados, que não nos fazem bem. Aqui
se incluem o chocolate, os bolos, bolachas, doces
e tudo o que é feito com açúcar ou farinha
refinados ou arroz branco processado. Durante o
processo de refinação perdem-se quase todos os
sais minerais e vitaminas, e estes alimentos
actuam apenas como açúcar quando penetram no
organismo. Passam imediatamente para a
corrente sanguínea, dando origem a problemas de
glicose no sangue e a um desejo intenso de comer
coisas doces. Quem consome muitos alimentos
deste tipo apresenta forte tendência para
alterações de humor. Pode ficar deprimido,
irritado ou irritável. Se não quer ser gordo e
doente, não coma hidratos de carbono nocivos. Os
resíduos dos hidratos de carbono em excesso
ficam armazenados no organismo sob a forma de
gordura. E após anos de consumo deste tipo de
hidratos de carbono, pode surgir a diabetes.
Não vale a pena arriscar.
ALIMENTOS NÃO-ORGÂNICOS
Os alimentos não-orgânicos, como os frutos e
legumes não-orgânicos, são os que foram
pulverizados com químicos ou produzidos em
solos tratados com fertilizantes químicos e
pesticidas. Os resíduos destes químicos entram no
nosso organismo quando os consumimos.
Prejudicam as nossas células e órgãos e o
aparelho digestivo. Estes químicos
transformam-se em toxinas no nosso corpo,
poluindo-nos e envenenando-nos.
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PROTEÍNAS MÁS
ALIMENTOS REFINADOS
Dependendo de ter ou não um bom aparelho
digestivo, há proteínas que podem não fazer bem.
A maior parte dos participantes no programa
You Are What You Eat apresentava problemas
digestivos, com dificuldade em digerir as carnes
vermelhas.
Um excesso de alimentos à base de carne
vermelha, gorda e rica em proteínas, pode
intoxicar o organismo e provocar um aumento da
eliminação do cálcio, sobrecarregar os rins e o
fígado, dificultar a digestão e destruir as
bactérias benéficas. Pode também levar à
formação de pedras nos rins e a uma sobrecarga
do fígado, a problemas intestinais, obstipação,
artrite, osteoporose e doenças cardíacas.
Até o leite de vaca é de difícil digestão para
muitas pessoas. Pode desencadear reacções
alérgicas como sinusite, asma, dores de ouvidos,
congestão nasal, corrimento nasal, rash cutâneo,
eczema, fadiga, apatia e irritabilidade. O leite de
vaca gordo contém demasiadas gorduras
saturadas, baixo teor de vitaminas e o seu
conteúdo mineral não está de acordo com a
bioquímica humana; como resultado, muitos dos
seus nutrientes não conseguem ser absorvidos
pelos humanos. Por isso, as vacas são
normalmente submetidas a centenas de injecções
de diferentes drogas, a tratamentos com
hormonas e pesticidas, cujos resíduos são
conduzidos ao leite. Se você beber leite de vaca,
ferva-o primeiro para tornar mais fácil a sua
digestão.
Em alternativa, experimente o leite de cabra
ou de ovelha, cujas moléculas são mais pequenas
e fáceis de digerir. Existem no mercado muitos
outros leites alternativos, de fácil digestão: leites
de arroz, de soja e de outros grãos.
Hoje em dia, a dieta contém muitos alimentos
refinados.Todos os participantes no programa
You Are What You Eat tinham dietas com
grande quantidade de alimentos refinados. Estes
encontram-se desprovidos do seu conteúdo
nutritivo natural de origem, bem como de fibras.
O que chega ao consumidor é uma versão mais
apetecível mas menos natural do que o alimento
original. A farinha branca refinada e o açúcar
branco refinado são os dois exemplos mais
comuns deste tipo de alimentos. E ambos estes
ingredientes são utilizados numa grande
quantidade de outros «alimentos». Produtos
cozinhados no forno, chocolates, comida rápida e
refeições pré-cozinhadas, só para nomear alguns,
são os géneros de alimentos cheios de aditivos e
conservantes, que lhes permitem um maior prazo
de validade. Na verdade, estes alimentos deviam
ser chamados «não-alimentos». São muito
prejudiciais à saúde, visto que o nosso corpo não
está preparado para receber estas comidas
falsas, industriais e desprovidas de nutrientes.
No meu programa televisivo conheci uma
participante que apenas consumia alimentos
refinados, processados e cheios de conservantes.
Yvonne, que tinha excesso de peso, encontrava-se
deprimida, exausta e com prisão de ventre,
sobrevivia essencialmente à base de batatas fritas
de pacote e refeições preparadas no microondas.
Ela nunca, mas nunca ingeria alimentos
autênticos. Para chamar Yvonne à razão sugeri-lhe, para a provocar, que se ela morresse no dia
seguinte o seu corpo levaria muitos anos a
decompor-se, visto que estava tão cheio de todos
aqueles conservantes. Isto foi um certo choque,
mas não há dúvida de que ela entendeu a
mensagem!
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SOMOS O QUE COMEMOS
...após anos de consumo de maus hidratos de carbono,
pode surgir a diabetes.Não vale a pena arriscar.
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GORDURAS NOCIVAS
ALIMENTOS PROCESSADOS
As gorduras animais saturadas são pesadas e
tornam-se quase como pedras dentro do
organismo, endurecendo as artérias e deixando-nos em situação de risco de ataque cardíaco ou
de trombose. A carne vermelha, a carne de porco,
os lacticínios, a manteiga e o queijo são exemplos
de alimentos gordos saturados. O nosso corpo não
está preparado para receber estes tipos de
gorduras. As dietas contendo grande quantidade
de gorduras nocivas elevam a tensão arterial
e os níveis de colesterol, podem interferir com os
níveis de açúcar no sangue e provocar um
funcionamento deficiente do fígado, que por sua
vez pode levar à depressão ou a um aumento de
peso. O organismo não consegue assimilar
eficazmente as gorduras más, pelo que muitas
delas se transformam em massas tóxicas que
ficam armazenadas no corpo, tornando as
pessoas ainda mais gordas.
As gorduras hidrogenadas são o resultado de
um processo que endurece os óleos vegetais.
As margarinas são gorduras hidrogenadas,
portanto as batatas fritas, os chocolates, os
doces, os gelados, os bolos de pastelaria e certas
guloseimas cozidas no forno contêm todas
elas gorduras hidrogenadas. Estas gorduras
transformam-se nos ácidos gordos mais perigosos
de todos, e que são os que provocam diabetes,
doenças cardíacas e cancros. Estes ácidos gordos
também dão origem a um aumento de peso, visto
que interferem com o metabolismo e
desequilibram os ácidos gordos essenciais.
Aumentam o mau colesterol e reduzem o bom
colesterol.
O processamento altera os alimentos originais e
as proporções dos seus nutrientes. Grande parte
dos alimentos pré-cozinhados e embalados em
pacotes plásticos, bem como os preparados para
a confecção de refeições rápidas, os que se
destinam a ser cozinhados no microondas e os
que são vendidos em sacos próprios para ir ao
lume, todos eles passaram já por inúmeros
processos antes de irem parar aos
supermercados. Estes alimentos têm pouco ou
nenhum valor nutritivo.
A indústria alimentar permite mais de 3000
aditivos para utilização no processamento
dos alimentos. Mas pelo facto de muitos desses
aditivos e químicos usados no processamento
serem considerados seguros, não significa
que seja assim. Os químicos, os aditivos
alimentares, os corantes, os edulcorantes, os
aromas artificiais, os nitratos, os nitritos,
os conservantes, os ácidos, os agentes que
aceleram a maturação ou o branqueamento, os
emulsionantes que mantêm a consistência, todos
eles penetram no nosso organismo através desses
alimentos embalados de preparação fácil.
Estes processos podem causar reacções
alérgicas, dificultar o funcionamento do fígado, e
muitos deles são cancerígenos. As crianças
expostas a tais processos podem tornar-se
hiperactivas e apresentar dificuldades de
aprendizagem.
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UM INGLÊS COM UMA ALIMENTAÇÃO PÉSSIMA
Nada de carnes vermelhas
Nada de açúcar branco refinado
Nada de bolos com farinha refinada
Nada de batatas fritas, sejam ou não de pacote
Nada de álcool
Quantidades ilimitadas de frutas e vegetais
frescos e crus, sementes cruas, frutos
oleaginosos (como nozes, avelãs, amêndoas) e
algumas leguminosas sob a forma de vagens,
grãos e sementes
> Exercício físico diário e moderado
>
>
>
>
>
>
Este frequentador assíduo de pubs até começou a
preparar todos os dias os seus próprios sumos
de folhas de trigo e de cenoura, em vez de ir
tomá-los fora de casa. Resultado: Andy perdeu mais
de vinte e cinco quilos em menos de três meses e
sentia-se muito bem. Embora ainda se encontre
numa fase de perder gorduras acumuladas, é hoje
um homem novo e com óptimo aspecto.
BOA ALIMENTAÇÃO = VIDA MELHOR
Por este caso pode ver como a alimentação faz
toda a diferença no que respeita à saúde e ao
bem-estar. Ela fornece a maior parte dos
nutrientes de que precisamos para nos mantermos
saudáveis e felizes. A alimentação tem uma
influência extraordinária no nosso estado físico,
mental e emocional. Comer alimentos saudáveis e
de boa qualidade é uma das melhores maneiras de
criar uma vida melhor. Se você pensar mais
detalhadamente naquilo que come e se tomar
opções correctas, poderá tirar o melhor proveito
dos alimentos e da sua vida. Porque, na verdade,
somos o que comemos!
SOMOS O QUE COMEMOS
Andy, um informático de Essex com 26 anos,
participou no programa-piloto do You Are What
You Eat. A namorada tinha-o deixado uma
semana antes, o que fora um choque tremendo
para ele. Quando o conheci estava destroçado e
muitíssimo deprimido.
A vida do Andy consistia em devorar comida
durante o dia e beber à noite, no pub. Uma
amostra da sua dieta diária: batatas fritas de
pacote, chocolates, pão branco, hambúrgueres,
mais hambúrgueres e ainda mais hambúrgueres,
batatas fritas e inúmeras cervejas. Este homem
jovem, louro, com um metro e oitenta e oito de
altura e feições correctas, pesava 178 quilos.
Andy era clinicamente obeso e as suas más opções
alimentares estavam a arruinar-lhe a vida. Sentia-se exausto, tinha más digestões, gases e o ventre
inchado e encontrava-se completamente
deprimido. As suas fezes, moles, pegajosas e com
mucos, características de uma condição pouco
saudável, cheiravam muitíssimo mal; e ele
transpirava abundantemente, mesmo quando
estava parado.
As análises bioquímicas que lhe fiz revelaram
níveis péssimos de sais minerais e vitaminas, e o
teor de ácidos gordos essenciais apresentava um
valor tão baixo como eu nunca vira em muitos
anos de prática clínica. O que significava que ele
não conseguia digerir convenientemente as
gorduras.
Fiz-lhe um ultimato: Siga o meu programa ou
morra cedo. Faça o que lhe digo e continuarei a
trabalhar consigo. Se sair dos eixos eu desligo-me
de si. Andy fez a opção certa. Entregou-se de
alma e coração ao programa que lhe estabeleci, e
que era o seguinte:
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