análise quantitativa de componentes sulfurados voláteis (vsc)

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análise quantitativa de componentes sulfurados voláteis (vsc)
ANÁLISE QUANTITATIVA DE COMPONENTES SULFURADOS
VOLÁTEIS (VSC) ENVOLVIDOS NA ETIOPATOGENIA
BIOQUÍMICA DA HALITOSE ATRAVÉS DO HALÍMETRO
(HALIMETER INTERSCAN’S)
Marcelo GENESTRA(1)
Marise Ramos de SOUZA(1)
Ana Christina KOLBE(2)
Lourival Dias PEREIRA(3)
Fabiana DINIZ(4)
Fernanda FARIAS(4)
Roger SILVÉRIO(4)
Marina GAUDENZI(4)
Fabiane NASCIMENTO(4)
Cristiane Pinheiro ALMEIDA(4)
Carolina Ávila MORAES-E-SILVA(4)
Juliana CHIARELLO-NASCIMENTO(4)
(1)
Docentes de Graduação e Pós-graduação do Curso de Odontologia/UniFOA
(2)
Pesquisadora-Presidente da Associação Bahiana e Brasileira dos Odores da Boca;
(3)
Chefe do Laboratório de Ciências Fisiológicas/UniFOA;
(4)
Acadêmicos do Ciclo
Básico - Curso de Odontologia/UniFOA
ENDEREÇO E TELEFONE PARA CONTATO:
Profor Marcelo Genestra
UniFOA – Centro Universitário de Volta Redonda
Curso de Odontologia – Disciplina de Bioquímica
Campus Universitário Olézio Galotti
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Volta Redonda – RJ
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ANÁLISE QUANTITATIVA DE COMPONENTES SULFURADOS VOLÁTEIS
(VSC) ENVOLVIDOS NA ETIOPATOGENIA BIOQUÍMICA DA HALITOSE
ATRAVÉS DO HALÍMETRO (HALIMETER INTERSCAN’S)
Título em inglês
SINOPSE
A cura clínica do mau-hálito (halitose) remonta aos métodos mecânicos que
tiveram início no século XVI com os primeiros limpadores de língua, estimulando a partir
de então os pesquisadores a desenvolverem estudos envolvendo substâncias químicas,
mudanças de hábitos alimentares, modelos de escovas dentais, etc. Sendo assim, o uso
Halímetro para a medição dos Componentes Sulfurados Voláteis (VSC) formados na
cavidade oral a partir da degradação de aminoácidos pela flora bacteriana anaeróbia bucal
vem sendo cada vez mais divulgado entre a Classe Odontológica. Desta forma, foram
realizadas análises quantitativas dos VSC, antes e após o uso do limpador de língua
Kolbe, associando os dados com a oportuna correlação entre fatores
dietéticos/sialometria/hábitos alimentares/bioquímica da cavidade oral. Paralelamente,
foram determinados possíveis fatores de erro que podem interferir de maneira significativa
no resultado da análise dos VSC envolvidos na etiopatogenia da halitose.
ABSTRACT(enviado p/ revisão)
UNITERMOS
Halitose
Halimeter
Componentes Sulfurados Voláteis
Placa bacteriana lingual
UNITERMS
Halitosis
Halimeter
Volatile Sulfur Compounds Saliva
Tongue’s bacterial plaque
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INTRODUÇÃO
O termo halitose (fedor da boca ou mau hálito) é derivado do latim, onde a palavra
halitos significa “ar expirado” e o sufixo osis uma alteração patológica (HINE, 1957) (20).
Constitui uma condição anormal do hálito na qual este se altera de forma desagradável
tanto para o paciente como para as pessoas com as quais ele se relaciona, podendo
ocasionar assim severa restrição social (GREIN et al., 1979(16);1982(17); BOGDASARIAN,
1986)(8). Alguns indivíduos geralmente falam olhando para baixo ou com as mãos
encobrindo a boca, preocupados com o mau hálito que pode estar presente. Outros mascam
chicletes, chupam balas ou utilizam desodorantes bucais freqüentemente porque temem que
o hálito possa ser desagradável, desejando assim mascarar o odor (TARZIA, 1996)(52). As
conseqüências determinam, com o tempo, o desenvolvimento de verdadeiras neuroses,
interferência no desempenho de atividades diárias, diminuição do prazer em contatos
sociais e redução da auto-confiança em relação as outras pessoas (HINE, 1957). Até mesmo
a harmonia familar pode ser quebrada pela sensação de repugnância que gera, mesmo nas
pessoas mais tolerantes, apesar das melhores intenções de amigos e parentes que não se
encorajam a revelar a condição de odor fétido de uma pessoa tão íntima (TARZIA,
1996)(20).
A presença de halitose geralmente indica alguma condição anormal que deve ser
localizada e corrigida. Os principais fatores produtores de odor bucal incluem a destruição
de tecidos, como no caso de doença periodontal ou cárie dental, devido à produção de
substratos que podem produzir odor; estagnação de restos alimentares ou células epiteliais
que pode aumentar a partir da redução do fluxo salivar (o material acumulado constitui-se
substrato a ser metabolizado por bactérias bucais); e a própria saliva, que origina mau odor
principalmente durante a respiração bucal, conversação prolongada e fome (TARZIA,
1996)(52).
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ETIOPATOGENIA BIOQUÍMICA DA HALITOSE:
Os relatos das pesquisas sobre a etiologia do mau-hálito concordam que a maioria
dos casos se originam da degradação de aminoácidos sulfurados por bactérias anaeróbias,
resultando na emissão de sulfeto de hidrogênio (H 2S), metilmercaptano (CH3SH) e dimetil
sulfeto (CH3SCH3) coletivamente denominados Componentes Sulfurados Voláteis (VSC)
[(PRETI, et al. (1992)(37), ROSENBERG & MACCULLOCH (1992)(43); YAEGAKI &
SANADA (1992)(56)].
TONZETICH (1977)(55) demonstrou que a saliva incubada produz odor pútrido, e
que o sulfeto de hidrogênio, o metil-mercaptano e o dimetil-sulfeto são os principais
compostos. Quando a saliva é filtrada, o sobrenadante incubado sozinho produz
pouquíssimos VSC. A saliva filtrada contém células epiteliais mortas, bactérias vivas e
mortas, leucócitos, outros elementos sangüíneos e restos alimentares ricos em proteínas e
aminoácidos. TONZETICH (1977)(55) observou ainda que estes compostos voláteis
produzidos pela saliva incubada estavam relacionados com a ação de bactérias anaeróbias
sobre aminoácidos sulfurados derivados da degradação de proteínas presentes no filtrado
salivar. A saliva incubada de pacientes portadores de doenças periodontais apresenta um
desenvolvimento intenso de VSC. Estes VSC produzidos a partir de substratos com elevada
concentração de cisteína estão relacionados com o aumento da produção de sulfeto de
hidrogênio, enquanto que os VSC com elevada concentração de metil-mercaptano são
derivados de substratos com elevados teores de metionina (CHEN et al., 1976 (12)).
A mensuração direta dos gases voláteis orais utilizando a cromatografia gasosa e a
espectroscopia de massa confirmaram in vitro que o mecanismo de produção de VSC na
saliva incubada era similar ao que ocorre na cavidade oral em humanos. KOSTELC et al.
(1984)(25) e GREIN et al., (1977(17);1982(18)) demonstraram que pacientes que sofrem de
doença periodontal produzem mais VSC que pacientes com saúde periodontal. Entretanto,
tem sido demonstrado que a doença periodontal não é um pré-requisito para a produção de
elevados níveis de VSC, e consequentemente mal-odor bucal. PERSSON et al., (1990)(35) e
YAEGAKI & SANADA (1992)(56) identificaram que a língua e outros tecidos moles da
cavidade oral constituem os principais locais de localização que favorecem ao
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desenvolvimento bacteriano e à produção de odores bucais. Desta forma, substâncias que
podem eventualmente participar na etiologia da halitose, por possuírem alto potencial de
excitação olfativa, são o indol, o escatol, a putrescina, a cadaverina e o hidrocarboneto
metano. O odor desagradável parece depender da presença de grupos SH, sendo favorecido
pela transferência de H+ (redução que converte grupos S-S), e inibido se tal transferência
for evitada, isto é, se a oxidação for favorecida. Entretanto, as substâncias produzidas pela
ação bacteriana putrefativa sobre compostos protéicos próprios do organismo humano (por
processos de redução, desaminação, etc.) podem também originar halitose, o que indica
fortemente que a etiologia da halitose está relacionada com a atividade microbiana
proteolítica, provocando putrefação da matéria orgânica (ARANHA, 1996(3); RICHTER,
1996(12); QUIRYNEN et al., 1999(39)). No processo de fermentação pútrida (putrefação)
ARANHA (1996)(3) ressaltou também que as proteinases de origem bacteriana, como
colagenases e gelatinases, atuam sobre proteínas salivares, transformando-as em
aminoácidos. Estes são degradados, posteriormente, por desaminação (oxidativa, redutora
ou hidrolítica), descarboxilação e reações combinadas sucessivas
(desaminações/
descarboxilações/oxidações/reduções).
As proteinases atuam também sobre as proteínas teciduais da mucosa bucal
especialmente do periodonto de proteção, principalmente nos casos em que a mucosa bucal
ou gengival apresenta-se irritada e ulcerada por diversas causas odontológicas ou gerais. Na
degeneração crônica do periodonto (periodontose ou doença periodontal), as proteinases
digerem inicialmente as proteínas do periodonto de proteção e depois seguem destruindo o
periodonto de inserção, digerindo as fibras do ligamento alvéolo-dentário, reabsorvendo as
cristas ósseas e o osso alveolar, e destruindo finalmente todo o sistema de sustenção do
dente. Como há uma verdadeira invasão do periodonto pelos microrganismos do meio
bucal neste local, ocorrem vários tipos de transformações bioquímicas resultando em pus
como material necrótico e na inevitável halitose devido aos produtos de decomposição, de
odor desagradável, e que são tóxicos, além de constituírem focos de infecção que podem
comprometer seriamente o estado geral de saúde do organismo (KAZOR et al., 1999 (23);
REINGEWIRTZ et al., 1999(40)). Neste aspecto, existem ainda relatos sobre proteínas de
choque térmico (stress), que atuam como antígenos imunodominantes de muitos dos
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microrganismos colonizadores da cavidade oral (LOPATIN et al., 1999) (26).
A halitose pode também ter origem sistêmica, devido a odorivetores provenientes
da circulação sangüínea, através da eliminação pulmonar ou salivar. Em certas condições
metabólicas, o hálito pode conter excesso de amônia, compostos nitrogenados, cetonas,
cetoácidos, ácidos graxos e outros derivados do metabolismo de lipídeos e proteínas,
também capazes de provocar halitose. (CHEN et al., 1976 (12); TARZIA, 1996(52)).
Vale ressaltar ainda que alguns autores fazem referências à “halitose imaginária”,
que deve ser considerada, bem como aspectos sociais do mal-odor bucal descritos na
literatura psiquiátrica (uso de neurolépticos e antidepressivos tricíclicos) por mais de 100
anos (PRYSE-PHILLIPS, 1974(38); STINNETT, 1987(48); DAVIDSON & MUKHERJEE,
1982(13); KOSTELC, et al., 1984(25); BEARY & COBB, 1981(5); MALASI et al., 1990(31)) .
DIAGNÓSTICO DA HALITOSE/USO DO HALIMETER
Antes da primeira visita de avaliação com a utilização do halímetro (Halimeter ®
Interscan’s), os pacientes devem instruídos a se absterem de determinados alimentos
(cebola, alho, apimentados,...) por 18 horas, refrescantes bucais por 6 horas, fumo por 12
horas, cosméticos com odor por 24 horas e antibióticos por 3 semanas. Reclamações e
comentários de amigos e membros da família geralmente fornecem um indicador confiável.
Deve ser realizada a análise da cavidade oral, nasal e pulmonar, independentemente.
Recomenda-se que as concentrações comparativas de VSC nas vias oral, nasal e pulmonar
sejam determinadas através de um monitor de sulfeto modificado, sendo que o instrumento
é igualmente sensível ao H2S e CH3SH numa razão de 0 a 500 ppb (partes por bilhão)
(RICHTER, 1996(42)).
É necessário que o paciente seja submetido ao exame dental completo, incluindo
coroas e próteses, doenças periodontais não controladas e outras afecções dentais que
contribuam para a geração de mau-odor bucal. Infecções dentais localizadas são sempre
fontes de reclamações de odores devido à auto-percepção de sabor desagradável por parte
dos pacientes. A forma mais fácil de controle do mau-hálito após o tratamento contra a
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halitose se faz pelo implemento do tratamento tradicional para infecções dentais e doenças
periodontais. Consequentemente, é apropriado que o Cirurgião-Dentista esteja consciente
de sua responsabilidade no diagnóstico e controle da mau-hálito, e quando a etiologia
envolve desordens sistêmicas ou não bucais, os Cirugiões-Dentistas devem estar preparados
para indicar o tratamento apropriado.
De posse das informações disponíveis na literatura, nosso estudo objetivou avaliar
quantitativamente a emissão de componentes sulfurados voláteis da cavidade oral
correlacionando os dados obtidos com a higiene, a sialometria, fatores dietéticos e hábitos
individuais.
MATERIAIS E MÉTODOS
a) Materiais:
Ficha individual adaptada de análise da dieta e halitose; Halímetro (Halimeter ®
Interscan’s); canudos descartáveis; limpadores de língua Kolbe para uso individual
(Kolbe); gazes estéreis; luvas descartáveis; seringas descartáveis de 10 ml; copos
descartáveis de 50 ml; garrotes de borracha (2 cm); fio dental.
b) Metodologia utilizada:
Foram realizadas 40 entrevistas diretas individuais com adultos cuja média de idade
foi de 20 anos, sendo que 96% eram estudantes do Curso de Odontologia do UniFOA
(Volta Redonda). Do total avaliado, 54% eram do sexo masculino e 46% do sexo feminino.
As fichas continham questões escritas que abordavam o consumo diário de alimentos (leite
e derivados, carnes, frutas/legumes/verduras, pão e cereais, uso de condimentos), consumo
de açúcar, ingestão diária de água, uso de medicamentos, escovação, uso do fio dental,
tabagismo e reclamações de amigos/parentes sobre o mau-hálito.
A medição dos VSC foi realizada antes e após a limpeza do dorso superior lingual
com dispositivo de poliestireno atóxico (Kolbe®), levando-se em consideração o limite
fisiológico estabelecido de 90 p.p.b. (partes por bilhão). Paralelamente, foi realizada a
sialometria dos voluntários para o confronto de dados relacionados com a
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ausência/presença de halitose.
As análises e entrevistas foram realizadas entre o período de 09-12:00 horas, pela
equipe de professores da disciplina de Bioquímica, colaboradores e alunos previamente
treinados, sob a coordenação da Dra. Ana Christina Kolbe (ASBOB). Para a análise
estatística dos resultados obtidos foi utilizado o teste t-Student, tendo como parâmetro de
significância p< 0,05.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A halitose é de origem multi-fatorial, e afeta entre 50 e 65% da população (ADA,
(1)
1999 ; BOLLEN et al., 1999(9); KLEINBERG & CODIPULLY, 1999(24)). Várias são as
condições predisponentes à instalação deste distúrbio, e na ocorrência de um desequilíbrio a
halitose pode acometer o indívíduo durante e após a infância (AMIR et al., 1999 (2)).
Existem casos de halitose fundamentados em razões fisiológicas (p.e., halitose da manhã)
ou por razões patológicas (sinusite, tonsilite, Diabetes mellitus, disfunção gástrica,
trimetilaminuremia, etc.) (LORBER, 1975(27)); desta forma, todas as possíveis causas
devem ser investigadas para que seja tomado o direcionamento quanto ao tratamento
adequado. Entretanto as pesquisas atuais têm demonstrado que mais de 90% dos casos de
halitose se originam da placa bacteriana lingual (saburra lingual), que se acumula no dorso
da língua, principalmente na região do terço posterior (LU, 1982 (28); REINGEWIRTZ et al.,
1999(40)), onde os produtos do metabolismo bacteriano proteolítico anaeróbio –
principalmente de Porphyromonas gingivalis, Prevotella intermedia, Treponema denticola,
Bacterioides forsythus e Fusobacterium - resultam na eliminação de componentes voláteis
de odor desagradável (ATTIA & MARSHAW, 1982(4); PERSSON et al., 1989(35);
BOLLEN et al., 1999(9); THAKUR & STANHOPE, 1999(53)).
Atualmente exite grande interesse por parte de alguns Cirurgiões-Dentistas no
diagnóstico da halitose através do Halimeter ®, um halímetro destinado à medição dos
VSC, sendo útil também para a orientação de pacientes quanto à gravidade da halitose e
possibilidade individual de melhoria/cura (MacDOWELL & KASSENBAUM, 1993(29);
SEVREN, 1997(45)). O diagnóstico pelo halímetro também é útil no caso de pacientes
“halitofóbicos”, que não possuem odor desagradável exalado da cavidade oral (DIOS et
8
al., 2000(14); YAEGAKI & COIL, 1999(57)). Entretanto, o uso isolado do Halimeter® para o
diagnóstico da halitose crônica não é recomendado devido ao caráter incostante dos níveis
de VSC em qualquer indivíduo, devendo ser acompanhado por outros procedimentos
adicionais (p.e culturas bacterianas, métodos organolépticos, análises colorimétricas de
indol e escatol, etc.) (KLEINBERG & COPIDILLY, 1999 (24); QUIRYNEN et al., 1999(39)),
ponto este até mesmo recomendado pelo próprio idealizador do aparelho e presidente da
Interscan, Dr. Manny Shaw (EUA).
Em nossa pesquisa, os dados dispostos na Figura I permitem a avaliação coletiva
da mensuração de VSC antes e após a limpeza do dorso superior da língua dos voluntários
com o dispositivo Kolbe® (limpador de língua anatômico). De forma geral, houve redução
significativa ( p= 0,0022) dos valores de gases sulfurados emitidos pela cavidade oral com
um índice de melhoria situando-se numa média de 63,98%. Estes dados corroboram o
estudo realizado por MARIANO et al. (1998) (32), que observaram, através de análise
comparativa entre a eficiência da escova dental e limpador Kolbe®, uma positividade
estatisticamente significativa de remoção de detritos na superfície lingual a favor do
limpador de língua (média de 1,2710g comparada à média de 0,6174g da escova dental).
Notamos ainda que a diminuição de VSC varia de indivíduo para indivíduo, visto que
mesmo aqueles voluntários que apresentaram pouca saburra lingual obtiveram melhoria
acentuada na remoção de compostos sulfídricos depositados na superfície lingual.
Os questionários aplicados aos 40 voluntários da pesquisa mostram fatos que
merecem serem salientados (Tabela 1). A alimentação consumida por 44% dos
entrevistados foi considerada pastosa (leite, cremes, queijos, manteiga, sorvetes, etc.), e
portanto, mais aderente às estruturas bucais, principalmente às papilas linguais devido ao
formato anatômico destas estruturas (SOBOTTA, 1993 (47); REINGEWIRTZ et al., 1999(40);
THAKUR & STANHOPE, 1999(53)). Outro dado interessante a ser notado reside na
freqüência da ingestão de frutas e legumes, onde observamos que a maioria dos voluntários
(68%) consumem este grupo de alimentos
numa quantidade abaixo do padrão
recomendado (STORINO, 1988(50)). Cabe aqui ressaltar que algumas frutas e legumes
podem atuar na remoção de detritos acumulados na cavidade oral quando aliadas ao poder
enxaguatório da saliva, além de serem ricas em vitaminas e sais minerais (MENAKER et
9
al., 1984(34)). Desde a década de 70 existem estudos evidenciando que a mastigação de
maças e outros alimentos fibrosos (pêras, cenouras) pode remover eficientemente mais
restos alimentares da cavidade oral, muito embora não tenha efeito significativo sobre a
redução da placa bacteriana aderida à superfície dentária (BIRKELAND & JORKJEND,
1974(7)). Os dados dispostos na Figura IId, relativos ao consumo de água entre as refeições
sugerem índices satisfatórios de ingestão diária de água, fator este que deve ser sempre
considerado em questionários de anamnese para o diagnóstico halitose (YAEGAKI &
COIL, 1999(57)).
Na Figura II (a,b,c) podemos observar alguns dos hábitos alimentares dos
indivíduos entrevistados, onde os resultados apontam para elevada ingestão de condimentos
(sempre/ocasionalmente), que podem atuar coletivamente na etiologia da halitose de alguns
indivíduos (TARZIA, 1996(52)). O consumo de açúcar e líquidos açucarados entre e durante
as refeições foi avaliado, não por relação direta com a disponibilidade de substratos que são
degradados em VSC, mas sim porque os dados apontam para uma variável dietética
importante na etiologia da cárie dentária, relacionada com a disponibilidade de carboidratos
refinados, sendo que a freqüência com que são fornecidos aos microrganismos da placa
merece destaque se comparada ao total consumido (STORINO, 1988 (50); IWAMI &
YAMADA, 1999(21); MARSH, 1999(33); TAKAHASHI & YAMADA, 1999(51)).
Quando utilizamos o Halimeter® para a mensuração de VSC emitidos pela cavidade
oral, um total de 9 indivíduos apresentaram leituras acima de 90 ppb, fator este que pode
ser indicativo de halitose. Analisando a sialometria destes indivíduos (Figuras IV), a
maioria (66,66%) apresenta determinação de fluxo salivar abaixo de 1,0 mL/min. Tal dado
é extremamente significativo a nível clínico devido à diminuição do efeito protetor da
saliva quanto à remoção de resíduos alimentares e neutralização de ácidos na cavidade oral
(STORINO, 1988(50); GENESTRA & SOUZA, 2000(15)). A saliva exerce grande influência
sobre a formação, maturação e metabolismo da placa bacteriana, estando relacionada com a
formação de tártaro, cárie dentária e algumas enfermidades periodontais. Algumas
glicoproteínas salivares inibem a agregação de algumas bactérias à superfície dentária e às
células epiteliais da mucosa bucal, atividade esta que parece ser semelhante à inibição
competitiva da agregação do antígeno, limitando determinadas alterações patológicas
10
(CARRANZA, 1983(11); LOPATIN et al., 1999(26)). De outra forma, o elevado peso
molecular de glicoproteínas mucinosas da saliva ajuda na aderência especifica de algumas
bactérias da placa, e a interação bactéria-glicoproteína facilita o acúmulo bacteriano sobre
determinadas estruturas bucais, mecanismo este já bem conhecido ocorrendo na superfície
dentária (THYLSTRUP & FERJERSKOV, 1988 (54); MARSH, 1999(33); KAMMA et al.,
2000(22)). Sendo assim, a concentração de mucina na saliva como responsável pelo controle
de viscosidade salivar merece ampla investigação quanto à sua participação na
etiopatogenia da halitose, bem como as causas da redução do fluxo salivar podem decidir
sobre o tratamento da halitose (YAEGAKI & COIL, 1999(57)).
Quando comparamos os resultados encontrados na relação saburra/consumo de
alimentos pastosos (Figura V), observamos que a presença de saburra lingual pode ser
influenciada pela dieta do individuo, porém, não exclusivamente. Os dados não mostraram
diferenças estatisticamente significativas entre o grupo de indivíduos com marcada
presença de saburra lingual/alto consumo de alimentos pastosos e o grupo com baixa
quantidade de saburra lingual/baixo consumo de alimentos pastosos. Novamente a analise
do fluxo salivar destes indivíduos foi cuidadosamente avaliada, pois sabe-se que a limpeza
de superfícies bucais expostas a elevadas concentrações de restos alimentares estagnados,
microganismos, células epiteliais, leucócitos, mistura de proteínas e lipídios salivares, atua
de maneira favorável à integridade da cavidade oral. Neste mecanismo, muitos restos
alimentares são rapidamente liqüefeitos pelas enzimas bacterianas e removidos da cavidade
oral em cinco minutos após a refeição, mas alguns permanecem nos dentes e estruturas
adjacentes. Por exemplo, alimentos pegajosos, tais como figo, pães, caramelos e balas
podem aderir à superfície dentária por mais de uma hora, enquanto que alimentos grossos
como cenouras, uvas e maças são facilmente removidos. Existem estudos demonstrando
que o pão simples é removido mais rapidamente do que pão com manteiga, o pão de
centeio marrom mais rápido do que o branco, e os alimentos frios mais rapidamente do que
os quentes. O fluxo salivar, a ação mecânica da língua, das bochechas e dos lábios, a forma
e alinhamento dos dentes e os maxilares alteram a velocidade de remoção destes detritos,
que pode ser acelerado pelo aumento da mastigação e pela baixa viscosidade da saliva.
Muito embora eles contenham bactérias, os restos alimentares são diferentes dos acúmulos
11
bacterianos (placa e matéria alba), e os restos alimentares devem ser diferenciados dos
restos fibrosos inseridos interproximalmente nas zonas de impactação alimentar.
(CARRANZA et al., 1983).
Neste caso, os resultados obtidos para uma análise comparativa entre o grupo de
indivíduos com presença de saburra lingual/alto consumo de alimentos pastosos e o grupo
com pouca saburra/alto consumo de alimentos pastosos (Figura V) confirmam que a
velocidade da limpeza pela saliva é diretamente proporcional ao tipo de alimento e a fatores
individuais (tempo gasto na higienização bucal rotineira, etc. ), discutidos por MARIANO
et al. (1998)(32).
Outro ponto de destaque referente aos aspectos sociais da halitose consiste na
recomendação de pedir a um familiar ou amigo de confiança que faça uma avaliação sobre
o presença de mau hálito (RICHTER, 1996(42)). Em nosso questionário incluímos ítens
referentes aos hábitos de higiene oral , incluindo a escovação da língua, onde os resultados
(Tabela II) apontaram que um elevado índice de pesquisados
(76%) relataram que
escovam a língua, e um percentual de 56% escovam os dentes de 3 a 5 vezes ao dia. Isto
pode ser justificado pelo fato que 96% dos entrevistados abrangerem estudantes de
Odontologia e boa parte possuir experiências pessoais com tratamentos buco-dentários; mas
o ponto em questão pode estar relacionado também com o temor social ou constragimento
que alguns indivíduos possuem em relatar que seus hábitos de higiene não são tão
freqüentes/adequados quanto o desejável.
Quanto ao hábito do tabagismo, os dados apresentados na Tabela II demonstram
que 22 % dos entrevistados relataram que são fumantes freqüentes; entretanto, no caso dos
que apresentaram halitose (9), apenas 3 relataram serem tabagistas. Investigamos esta
variável devido à perspectiva de implementar estudos relacionando a influência do
tabagismo sobre o metabolismo bacteriano e a correlação com a destruição dos tecidos
periodontais, bem como sobre as características da saburra lingual de fumantes. PREBER
& BERGSTROM (1985)(36 e STOLTEMBERG et al. (1993)(49) não observaram diferenças
significativas nos caracteres microbianos (A. actinomycetemcomitans, P. gingivalis e P.
intermedia) em bolsas periodontais de fumantes e não-fumantes, assim como os estudos de
HARBER et al. (1993)(19) não sugeriram diferenças significativas nos índices de placa
12
bacteriana entre estes dois grupos. Entretanto, SCHENKEIN et al. (1995) (44) demonstraram
que o tabagismo, associado às formas mais agressivas, rápidas e severas de doença
periodontal, pode ajudar a aumentar os níveis de perda óssea e de inserção ligamentar em
pacientes jovens. Este fato está em concordância com aqueles apresentados por SHEIHAM
(1971)(46), BERGSTROM & FLODERUS-MYRED (1983)(6) e HARBER et al. (1993)(19),
que relataram que a velocidade de destruição periodontal em fumantes é maior que em não
fumantes, podendo atribuir este fato à uma diminuição da capacidade de fagocitose por
leucócitos polimorfonucleares (MACFARLANE et al., 1992(30)).
Neste estudo os voluntários foram orientados a se absterem do fumo por pelo menos
12 horas (RICHTER, 1996(42)), objetivando isentar os resultados obtidos de interferentes
que alterassem a sensibilidade do Halimeter ®. Entretanto, devido à possível relação
halitose/periodontopatia que ocorre em alguns casos, o tabagismo jamais pode ser
negligenciado durante a anamnese. Dentre os inúmeros estudos neste campo, um a pesquisa
recente realizada na Escola de Odontologia da Universidade de Michigam (EUA) mostrou,
através do método BANA (hidrólise por substrato sintético benzoil-DL-argininanaftilamida)
significância
positiva
entre
o
tabagismo
e
a
colonização
por
periodontopatógenos BANA-positivos (P. gingivalis, T. denticola e Bacterioides forsythus)
(KAZOR et al., 1999(23)).
Quando da instrução aos voluntários, notamos que as informações verbais foram
interpretadas de várias formas, aspectos este que deve ressaltado tendo em vista que os
profissionais que se empenham no diagnóstico/tratamento da halitose devem estar atentos
em fornecerem requisitos por escrito aos pacientes, certificando-se que as informações
fundamentais para o êxito do exame/tratamento foram assimiladas e retidas. Além do mais,
existem evidências que a informação por si só geralmente não é suficiente para a promoção
de mudanças comportamentais favoráveis à saúde oral (REISINE & LITT, 1993 (41)).
13
CONCLUSÃO
O Cirurgião –Dentista deve instruir seus pacientes quanto aos hábitos adequados de
higiene oral, e a utilização do limpador de língua Kolbe®, acompanhada de recomendações
escritas, evoca à conscientização profissional de que um aparato específico para a limpeza
lingual fornece ao indivíduo não só razões para mudar o comportamento de saúde, mas
também meios e recursos de fazê-lo, levando-se em consideração que a auto regulação
efetiva do comportamento requer certas habilidades de auto-motivação e auto-direção.
Alguns cuidados que devem ser tomados pelo profissional, e que foram
identificados
por nosso grupo, incluem informações desencontradas a respeito de
instruções prévias, uso de gomas de mascar poucas horas antes do exame, consumo de
medicamentos, jejum desnecessário e elevada sensibilidade do halímetro em ambientes
movimentados. Proposições para a correção de tais variáveis apontam para a instrução
prévia adequada, por escrito e individual, e adoção de questionário o mais abrangente
possível para a pesquisa de fatores de risco envolvidos na etiopatogenia da halitose.
O limpador de língua Kolbe® possibilita um contato adequado com o dorso da
superfície lingual, permitindo a remoção dos resíduos depositados sobre a língua de
maneira eficiente na grande maioria dos casos, reduzindo a eliminação de componentes
sulfurados voláteis envolvidos na etiopatogenia da halitose. Este dado reforça a importância
da utilização deste dispositivo como um instrumento que contribui de maneira significativa
para a redução/cura da halitose. Destacamos adicionalmente que a avaliação das possíveis
causas de halitose, e principalmente da redução do fluxo salivar, pode influir de maneira
decisiva sobre o tratamento desta desordem; este fator tem sido discutido na literatura
psiquiátrica devido ao stress constante a que alguns indivíduos são submetidos mediante à
maratona incessante para acompanhar as transformações sociais atuais em busca de
eficiência e desempenho.
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