desempenho reprodutivo de um rebanho ovino da raça texel

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desempenho reprodutivo de um rebanho ovino da raça texel
INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE-CAMPUS CONCÓRDIA
DESEMPENHO REPRODUTIVO DE UM REBANHO OVINO DA
RAÇA TEXEL NA REGIÃO DO ALTO URUGUAI CATARINENSE
RODRIGO KRAMER RODRIGUES- Aluno do curso de M. Veterinária do IFC- Concórdia
[email protected]
CLÁUDIO E. N. SEMMELMANN- Professor Orientador
[email protected]
ROSELI JACOBI- Técnica e Coordenadora do Setor ZOO II
[email protected]
FELIPE GERALDO PAPPEN- Professor Co-Orientador
[email protected]
LUCIO PEREIRA RAUBER- Professor IFC- Concórdia
[email protected]
MARCOS HENRIQUE BARRETA- Professor IFC- Concórdia
[email protected]
DIOGENES DEZEN- Professor IFC- Concórdia
[email protected]
PEDRO DE SOUZA QUEVEDO- Professor IFC- Concórdia
[email protected]
FRANCIELLI CORDEIRO ZIMERMANN- Professor IFC- Concórdia
[email protected]
AMANDA DÁVILA DE CARVALHO- Professor IFC- Concórdia
[email protected]
PAULO HENTZ- Professor IFC- Concórdia
[email protected]
LUIS CARLOS ARRUDA- Médico Veterinário Responsável pelos sistemas de Produção ZOO II e III
[email protected]
RODRIGO ANTÔNIO PIVATTO- Médico Veterinário Responsável pelos sistemas de Produção ZOO II e III
[email protected]
DESEMPENHO REPRODUTIVO DE UM REBANHO OVINO DA RAÇA TEXEL NA
REGIÃO DO ALTO URUGUAI CATARINENSE
Rodrigo Kramer Rodrigues1; Roseli Jacobi², Felipe Geraldo Pappen3, Lucio Pereira
Rauber3, Marcos Henrique Barreta3, Diogenes Dezen3, Pedro de Souza Quevedo3,
Francielli Cordeiro Zimermann3, Amanda Dávila de Carvalho3, Paulo Hentz3, Cláudio
Eduard Neves Semmelmann3, Luis Carlos Arruda4, Rodrigo Antônio Pivatto4.
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo analisar o desempenho reprodutivo de matrizes ovinas da raça
Texel na região do Alto Uruguai Catarinense nos períodos reprodutivos dos anos 2010 e 2011.
As características avaliadas e calculadas foram peso vivo, idade média, escore de condição
corporal, taxa de prenhez, natalidade, partos gemelares, prolificidade e duração média da
estação de acasalamento. As ovelhas foram acasaladas no período do outono dos respectivos
anos com uma duração média de 58 e 60 dias. Após a estação de monta, as ovelhas foram
submetidas a procedimento de ultrassonografia para diagnóstico de gestação, sendo que no
ano de 2010 a taxa de prenhez foi de 93,84% e no ano de 2011 foi de 86,11%. As taxas de
natalidade e prolificidade dos cordeiros foram superiores (103,22 versus 101,53%; 132,25
versus 110,76%) no ano de 2011 comparadas ao ano base de 2010.
Palavras- chave: ovelhas, reprodução, gestação, condição corporal, natalidade, prolificidade.
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Acadêmico do Curso de Medicina Veterinária do IFC- Campus Concórdia.
[email protected]
Técnica Agrícola e Coordenadora do Setor ZOO II Campus Concórdia
[email protected]
Professores do IFC Campus Concórdia
[email protected] (Orientador)
[email protected] (Co-Orientador)
Médicos Veterinários responsáveis pelos sistemas de produção ZOO II e III
[email protected]
[email protected]
1 INTRODUÇÃO
O desempenho reprodutivo de um rebanho ovino está entre os principais
componentes responsáveis pelo sucesso da produção. A fertilidade das ovelhas é o
aspecto crucial no desempenho econômico da produção ovina, sobretudo com o
aumento do rebanho tipo carne ocorrido nas últimas décadas. Na medida em que se
obtém maior número de animais nascidos, maior será o número de animais para o
processo de seleção, para a comercialização e consequentemente maior será a
rentabilidade da criação. O objetivo deste trabalho foi o de estabelecer parâmetros base
referentes à taxa de prenhez, de natalidade, de prolificidade a fim de avaliar o
desempenho reprodutivo do rebanho ovino Texel do setor ZOO II, do IFC Campus
Concórdia.
2 METODOLOGIA (materiais e métodos)
O rebanho ovino, predominantemente da raça Texel, originário do setor de
Zootecnia II do IFC- Campus Concórdia, foi avaliado e caracterizado quanto ao
desempenho produtivo, zootécnico e reprodutivo no período de acasalamento e
nascimentos nos anos de 2010 e 2011. Foram acasaladas 65 ovelhas no ano de 2010 e
36 ovelhas no outono de 2011. O sistema de acasalamento utilizado em ambos os anos
foi o de monta controlada, no qual o carneiro da raça Texel (Puro de Origem) era
marcado no peito com uma mistura de tinta xadrez e graxa sendo colocado junto às
ovelhas durante a noite, e durante o dia era separado das matrizes em baia-piquete
próprio. O período de acasalamento no ano de 2010 ocorreu de 22 de Abril até 20 de
Junho, e no ano de 2011 de 02 de Março até 01 de Maio. As ovelhas foram pesadas, e
estimou-se o escore de condição corporal na escala de 1-5 conforme Pereira Neto
(2004), ao início do acasalamento. Após 45 dias do término da estação de
acasalamento foi realizado o diagnóstico de gestação por ultrassonografia. Foram
calculadas as médias gerais dos parâmetros produtivos, reprodutivos e sanitários a fim
de caracterizar o desempenho base ou referência deste rebanho ovino da raça Texel no
Oeste Catarinense.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As características com maior valor e peso econômico são as características
ligadas ao desempenho reprodutivo quando comparadas as de desempenho, como
ganho de peso e qualidade do produto per si. Neste sentido os pesquisadores Coimbra
Filho (1997) e EMBRAPA (2003) citam que os componentes básicos da fertilidade das
fêmeas são a raça, idade, época de cobertura, nutrição e sanidade. Os índices de
produtividade do rebanho ovino IFC-Campus Concórdia estão citados na tabela abaixo.
Tabela 1- Média dos parâmetros gerais do desempenho reprodutivo de um rebanho ovino
da raça Texel no Oeste Catarinense nos anos de 2010 e 2011.
Parâmetros e Índices de Produtividade
Ano Base
Ano Base
2010
2011
Número de Fêmeas (n)
65
36
Idade Média das Matrizes (dentição)
6,06
6,29
Peso vivo (Kg)
53,96
57,08
Escore Condição Corporal (1-5)
3,4
3,5
Taxa de Prenhez (%)
93,84
86,11
Taxa de Natalidade (%)
101,63
103,22
Taxa de Partos Múltiplos (%)
18,03
34,48
Taxa de Prolificidade (%)
110,76
138,7
Data do Início do Acasalamento (dd/mm)
22/04
02/03
Duração da Estação de Monta (dias)
58
60
Fonte: Cadernos de controles zootécnicos IFC-C ZOO II (Ovinos)
Conforme os dados da tabela 1, a taxa de natalidade do rebanho ovino, em
ambos os anos de 2010 e 2011 ficou acima do que Silva Sobrinho (2006), considera
como um bom resultado, que é de 80-90% de natalidade. Pereira Neto (2004), sugere
que para que se obtenha ótima produtividade é necessário que as ovelhas estejam com
escore de condição corporal 3,0 a 3,5 durante o período de acasalamento, condições
estas em que se encontravam as matrizes ovinas deste rebanho nos anos de 2010 e
2011.
Embora a taxa de prenhez do ano de 2010 tenha sido superior a do ano de
2011, o porcentual de cordeiros nascidos neste ano foi superior a 2010. Observou-se
também um aumento de 16,45% na taxa de partos múltiplos (gemelares e triplos)
devido a um melhor manejo nutricional antes do acasalamento resultando em uma
maior frequência de taxas de ovulações múltiplas (efeito flushing). Outro índice de
produtividade superior no ano de 2011 foi a taxa de prolificidade, ou seja, no ano de
2011 nasceram 21,49% a mais de cordeiros do que no ano de 2010, frutos do efeito
flushing.
A elevação da taxa de partos gemelares e prolificidade gera uma maior
demanda de atenção no manejo alimentar, no diagnóstico de gestação, perdas e
mortalidade perinatal, cuidados especiais com cordeiros com baixo peso ao nascer
(<2,0Kg) e cuidados com partos potencialmente distócicos em relação a uma demanda
de mão de obra especializada e capacitada. O incremento nos índices de produtividade
causados por estas boas práticas de manejo vem sendo chamado de “efeito Booroola”
por alguns pesquisadores como MORAES (comunicação pessoal; SOUZA, MORAES e
BENAVIDES, 2010). A melhoria dos índices reprodutivos passa por uma maior atenção
e demanda de trabalho- no período periparto nos ovinos e os resultados podem ser
avaliados quando comparamos os anos de 2010 e 2011 neste rebanho estudado.
4 CONCLUSÃO
O desempenho reprodutivo das matrizes ovinas manteve-se, em ambos os
anos de 2010 e 2011, acima dos valores de referência, sendo considerada boa
eficiência reprodutiva para um rebanho com predomínio da raça Texel.
REFERÊNCIAS
COIMBRA FILHO, A. Técnicas de criação de ovinos. 2ªed. Guaíba: Agropecuária,
1997. 102p.
PEREIRA NETO, O. A. Práticas em ovinocultura: ferramentas para o sucesso. Porto
Alegre: SENAR-RS, 2004. 146p.
SILVA SOBRINHO, A.G. Criação de ovinos. 3ªedição. Jaboticabal: Funep, 2006. 302p.
SISTEMAS de criação de ovinos nos ambientes ecológicos do Sul do Rio Grande do
Sul. Bagé, RS, Embrapa Pecuária Sul, 2003. 192p.
SOUZA, C.J.H; FERRUGEM MORAES. J.C.; BENAVIDES, M.V. Recomendações para
o melhor uso da genética Booroola. EMABRAPA: Bagé, RS. Boletim de divulgação.
16p. 2010.

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