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ESTA PALESTRA NÃO PODERÁ SER REPRODUZIDA SEM A REFERÊNCIA DO AUTOR USO RACIONAL DE HEMOCOMPONENTES ANDRÉA ALCÂNTARA VIEIRA HEMATOLOGISTA HEMOCE 2015 Terapia seletiva Usar somente o componente sanguíneo que o paciente necessita Uso racional de Hemocomponentes e Hemoderivados: •Riscos secundários à transfusão: reações imediatas e tardias •Riscos residuais: Doações no período prévio à soroconversão (Janela sorológica,Soroconversão tardia), Doadores com infecção crônica (Imunosilenciosos), Erros dos ensaios laboratoriais •Custos • Doação voluntária Para restaurar uma função exercida pelo sangue ou por seus componentes. Quais as funções exercidas pelo sangue? •Função volêmica •Função de transporte de oxigênio •Função hemostática •Função de defesa Slide Prof Dimas Para restaurar uma função exercida pelo sangue ou por seus componentes. Quais as funções exercidas pelo sangue? •Função volêmica •Função de transporte de oxigênio •Função hemostática •Função de defesa Slide Prof Dimas Buffy-coat Figura modificada de Hemoterapia Fundamentos e Prática – Bordin, Langhi Jr e Covas PROCESSAMENTO CH 250 - 350 ml Hemácias, plasma, e leucócitos Validade: 21, 28,35 ou 42 dias CP 40 - 70 ml Plaquetas, plasma e leucócitos Validade: 3 ou 5 dias ST PFC CRIO >180 ml Plasma com todos os fatores de coagulação e fibrinólise Validade: 1 ou 2 anos 20 - 30 ml Fator de von Willebrand e Fibrinogênio Validade: 1 ou 2 anos Riscos não infecciosos 100 a 1000 vezes maiores que os riscos infecciosos da transfusão. AABB Bulletin 01-4, 14 Jun 2001 Aubuchon J. Riscos transfusionais Bhuiyan Ann Intern Med, published online, March 30, 2012 Qualquer efeito indesejável que ocorre durante ou após a transfusão sanguínea e a ela relacionado. As RT ocorrem em cerca de 3% dos pacientes transfundidos. NÃOIMUNOLÓGICAS IMUNOLÓGICAS Hemolítica Hipotensiva Febril não Sobrecarga de hemolítica Inflamatória Urticariforme Anafilática TRALI volume Contaminação bacteriana Hemólise físicoquímica Hipotermia Complicações metabólicas IMUNOLÓGICAS NÃOIMUNOLÓGICAS Hemolítica tardia Sobrecarga de Refratariedade à ferro Transmissão de doenças infecciosas transfusão de plaquetas Doença do enxerto contra o hospedeiro pós-transfusional (DECH-PT) Púrpura póstransfusional Imunomodulação “Risco que ainda resta” Razões Doações no período prévio à soroconversão Janela sorológica Soroconversão tardia Doadores com infecção crônica Imuno-silenciosos Erros dos ensaios laboratoriais Como minimizar o risco da transfusão? Segurança transfusional SANGUE SEGURO TRANSFUSÃO SEGURA Segurança transfusional Resultado de um processo e não apenas de um produto. Recrutamento Testes pré-transfusionais Liberação Seleção Indicação Administração Coleta e produção Sorologia Acompanhamento Produto: Sangue seguro Processo completo: Segurança transfusional Modificado de AABB Bulletin, 2001 Indicações para Transfusão de Hemocomponentes Transfusão é um dos procedimentos médicos mais realizados Transmissão de doenças infecciosas Reações hemolíticas, reações alérgicas Reações febris nãohemolíticas TRALI, contaminação bacteriana DECH-PT, aloimunização anti-HLA Imunomodulação Reverter ou prevenir hipóxia tissular 1. Concentrado de hemácias 2. Concentrado de plaquetas 3. Plasma fresco congelado 4. Crioprecipitado TRANSFUSÃO DE CONCENTRADO DE HEMÁCIAS Concentrado de Hemácias Obtida de uma unidade de sangue total após fracionamento ou por aférese Volume: 270 +/- 50 mL Hematócrito: 50-80% Temperatura de armazenamento: 4 ± 2ºC Validade: 35 dias CPDA e 42 dias se em solução aditiva Dose: 3mL/Kg: Hb 1g/dL ou Htc 3% - variável Obtenção de hemácias À esquerda: concentrado de hemácias. Acima: Plasma rico em plaquetas Laboratório de Fracionamento Hemocentro de Ribeirão Preto TRANSFUSÃO DE CONCENTRADO DE HEMÁCIAS - PORQUE ? Redução da Hb contribui para a redução do Transporte de O2 aos tecidos e para uma evolução desfavorável A transfusão de Conc. de Hc melhoraria o transporte de O2 e consequentemente melhoraria a evolução. (?????) # OS ESTUDOS NÃO CONFIRMARAM A ASSOCIAÇÃO ENTRE ANEMIA E EVOLUÇÃO DESFAVORÁVEL... Indicação de transfusão de hemácias Indicação de transfusão de hemácias ANEMIA Redução da capacidade de transporte de oxigênio, diretamente dependente da redução do número de hemácias e [ ] Hb Hipóxia tecidual: dependente de 5 fatores 1- Intensidade da anemia 2- Grau de alteração da volemia 3- Velocidade que se estabelece 1 e 2 4- Capacidade de desenvolver mecanismos de compensação 5- Manifestação associada à doença de base Mecanismos compensatórios Aumento da frequência cardíaca Aumento do débito cardíaco Liberação de hormônio vasoativos Redistribuição do fluxo sanguíneo Aumento da extração de oxigênio Influxo do líquido do extravascular para o intra Pacientes críticos e idosos Doença cardiovascular e /ou pulmonar grave Infecção, dor, febre ou exercício OXIGENAÇÃO TECIDUAL Oferta de O2 tecidual = Hb x 1,36 x Saturação x Débito Cardíaco (mL/min) (g/dL) (%) (mL/min) Pressão de O2 no ar inspirado Concentração de Hb Curva de dissociação da Hb Ventilação Relação ventilação/fluxo sanguíneo pulmonar Troca gasosa no pulmão (alvéolo) Retorno venoso Contratilidade cardíaca TRANSFUSÃO DE CONCENTRADO DE HEMÁCIAS - AS EVIDÊNCIAS ... O débito cardíaco e as alterações compensatórias da microvasculatura. Em anemia crônica, o DC só aumenta em Hb ~ 7,0 g/dl (aumento da 2,3 DPG) Anemia X Hipovolemia (DO2 mantida até Ht de 18 a 22%) Em anemia aguda, os mecanismos compensatórios vão depender da reserva cardio-vascular do paciente. Velhos conceitos... Transfusão de Concentrado de Hemácias Regra 10-30: Proposta de forma empírica baseada na experiência pessoal de alguns autores na década de quarenta. Transfusão de 1U de CH: 1 U de CH não seria suficiente para corrigir a anemia. A transfusão de apenas 1 unidade de CH era considerada desperdício e não aparentava justificar os riscos (Micolonghi et al., 1966; Reece & Beckett, 1966; Grindon et al., 1985). TRANSFUSÃO E MORTALIDADE EM PACIENTES CRÍTICOS Oservacionais Prospectivo Estudo Autor/Ano Nº pacientes TRICC Hébert, 1999 (1994 – 1997) ABC Vincent, 2008 3.534 > mortalidade em Aumento consistente da morbidade pacientes (1999) associada à transfusão de concentrado transfundidosde CRIT Corwin, 2004 (2000 – 2001) 4.892 Mortalidade associada ao número de CH transfundidos SOAP Vincent, 2008 (2002) 3.147 > sobrevida em pacientes transfundidos Hemácias 838 (6451) Conclusões Leucorredução universal > mortalidade em pacientes mais transfundidos TRICC TRICC trial Transfusion Requirement in Critical Care – 1999 Desafiou a visão generalizada de era necessária uma Hb >10 g/dL para a recuperação de doentes em risco de morte agudamente. 838 pacientes em UTI Grupo liberal: Manter Hb 10-12 g/dL Grupo restrito: Tolerar Hb ~ 7g/dL Mortalidade no 30° dia era menor nos pacientes do grupo restritivo (18,7%) do que no grupo liberal (23,3%) NS. Pacientes do grupo restritivo apresentavam menos eventos cardíacos isquêmicos, edema agudo de pulmão, insuficiência respiratória aguda Pacientes com história de isquemia cardíaca a mortalidade: restritivo (26%) x liberal (21%) Limiar de Hb ~ 7 g/dL é tão seguro e provavelmente melhor que o limiar ~ 10g/dL TRICC Hébert et al, N Eng J Med 340;1999 FOCUS trial Transfusion Trigger Trial for Functional Outcomes in Cardiovascular Patientes Undergoing Surgical HIP Fracture Repair Pacientes com doença cardíaca ou fatores de risco para cardiopatia submetidos a correção cirúrgica de fratura do quadril. Inclui pacientes idosos. Comparação entre limite de transfusão de 10 g/dL e o limite de 8 g/dL ou sintomas. Não houve diferença entre os dois grupos: Na mortalidade imediata, Na habilidade de andar sem assistência pelo quarto, na mortalidade no 30º dia, infecção, função ou tempo de permanência no hospital Pacientes com doença cardiovascular preexistente ou fatores de risco podem se beneficiar de estratégia transfusional restrita CRITÉRIOS DE TRANSFUSÃO Blood transfusion for upper gastrointestinal bleeding: is less more again? Crit Care. 2013 Sep 24;17(5):325. Al-Jaghbeer M, Yende S. 921 pacientes – estudo randomizado controlado “Compared with a liberal transfusion strategy, a restrictive strategy significantly improved outcomes in patients with acute UGIB.” GI Bleeding trial 921 Pacientes com história de HDA. Limiar restrito (7 g/dL) x Limiar liberal (9 g/dL) Excluiu pacientes com doença cardiovascular. Após 6 semanas, maior mortalidade no grupo liberal (9% x 5%) P= .02 Estratégia restritiva: menor risco de novo sangramento, ICC Grupo liberal: maior pressão portal -> novo sangramento Pacientes com HDA não devem ser transfundidos até Hb < 7 g/dL Primeiro trabalho que mostrou significância estatística em favor da conduta restritiva Critérios de transfusão Blood component transfusion in critically ill patients. Curr Opin Crit Care. 2013. McIntrye L et al. “As all blood components have some level of risk, the general approach to transfusion should be one of minimization”. Estratégia restritiva: 8-9 g/dL: IAM, lesão cerebral Transfusão de hemácias ANO, INSTITUIÇÃO RECOMENDAÇÃO PARA TRANSFUSÃO DE CH 1991, NIH Raramente necessária com Hb≥10g/dl Frequentemente necessária com Hb≤7g/dl 1992, ACP Associada à presença de sintomas Pacientes com Hb entre 7 e 10g/dl são geralmente assintomáticos 1996, ASA Raramente necessária com Hb≥10g/dl Quase sempre necessária com Hb≤6g/dl 1997, CEWG Objetivo de evitar inadequada oxigenação tecidual ou parada cardíaca Pacientes normalmente assintomáticos com Hb entre 7 e 8g/dl 1998, CAP Sintomas e riscos associados a Hb entre 5 e 8g/dl 2001, BCSH Desnecessária se Hb≥10g/dl Necessária se Hb≤7g/dl ( 8g/dl em idosos e cardiopatas) Definida caso a caso se Hb entre 7 e 10g/dl 2001, AAGB Normalmente não necessária se Hb≥10g/dl Forte indicação se Hb≤7g/dl Essencial se Hb≤5g/dl Hb entre 8 e 10g/dl é um nível seguro mesmo em pacientes com doença cardiovascular 2012, AABB Em adultos e crianças em TI a concentração de Hb considerada deve ser de 7 g/dL ou menor. Considerar 8g/dl no pós-operatório 2012, BCSH Em pacientes críticos a transfusão está contra-indicada com Hb>9g/dl Bhuiyan Ann Intern Med, published online, March 30, 2012 Tomada de decisão NÃO existe gatilho transfusional Considerar: Idade do paciente, Sinais e sintomas Velocidade de instalação da anemia Etiologia da anemia Condição de tolerância à hipóxia – reserva cardio-pulmonar • Doença cardíaca, DPOC, sepse, trauma Avaliação pré-operatória Sob anestesia, os mecanismos compensatórios estão alterados.A maioria das isquemias são silenciosas e pós-operatórias. Nesta fase o consumo de O2 é maior... Potencial de sangramento do procedimento Considerar alternativas à transfusão alogênica TRANSFUSÃO DE CONCENTRADO DE HEMÁCIAS A DECISÃO As evidências não suportam um limiar de Hb. Avaliação clínica; valores utilizados são referências ... A regra “10/30” carece de respaldo; não há dados que determinem a Hb ótima... Critérios de Transfusão Hb 9 a 15g/dL: Liberação de oxigênio aos tecidos é adequada Não transfundir! Hb 7 a 9g/dL: Pacientes críticos Estratégia restritiva / Estratégia liberal Pacientes cardiopatas - Hb > 9g/dL Entre Hb 5 e 7g/dL Condições experimentais Adulto em repouso: Oferta de oxigênio 342mL/min Consumo: 200 a 300mL/min Br J Haematol 2001
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