transfuso falciforme_denise brunetta - Hemoce
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transfuso falciforme_denise brunetta - Hemoce
ESTA PALESTRA NÃO PODERÁ SER REPRODUZIDA SEM A REFERÊNCIA DO AUTOR. Denise Menezes Brunetta Hematologista e Hemoterapeuta Coordenadora Médica do Laboratório de Imunohematologia do HEMOCE Denise Menezes Brunetta Hematologista e Hemoterapeuta Coordenadora Médica do Laboratório de Imunohematologia do HEMOCE INTRODUÇÃO Doença hereditária autossômica recessiva Mutação de ponto no gene β globina HbS cromossomo 11 gene β desoxigenação Alterações no eritrócito Alteração da conformação da hemácia falciforme. Maior exposição de moléculas de adesão de reticulócitos e hemácias. Desidratação celular, tornando a hemácia mais rígida e densa. Favorece a adesão ao endotélio, leucócitos e plaquetas VASO-OCLUSÃO Figura adaptada de Jackson & Calkin, Nature Medicine, 2007 A diversidade de fenótipos Gladwin MT, Vichinsky E. Pulmonary complications of sickle cell disease. N Engl J Med 2008;359:2254–2265. Transfusão em Doença Falciforme Objetivos da transfusão: - Aumentar transporte oxigênio (anemia sintomática) - Supressão da produção endógena de HbS (redução hemólise) - Redução rápida da % HbS circulante (30-50%) Transfusão em Doença Falciforme Diminuição da morbi-mortalidade Histórico transfusional: 90% dos adultos com DF Poucos trials clínicos randomizados Indicações baseadas em opinião de especialistas Chou ST. Transfusion therapy for sickle cell disease: a balancing act.Hematology Am Soc Hematol Educ Program. 2013;2013:439-46. TRANSFUSÃO NAS SITUAÇÕES AGUDAS AVC isquêmico 10% de pacientes com DF antes dos 20 anos Acometimento das grandes artérias cerebrais Chou ST. Transfusion therapy for sickle cell disease: a balancing act.Hematology Am Soc Hematol Educ Program. 2013;2013:439-46. AVC isquêmico AVC isquêmico No AVCi agudo: • Transfusão de troca nas primeiras 6-12 hs para redução HbS < 30% (nível III). • Após o evento agudo, manter esquema transfusão crônica para manter HbS 30-50% (nível III-PED). Síndrome Torácica Aguda Febre, dispneia, hipoxemia, dor torácica e infiltrado pulmonar novo. Transfusão habitualmente indicada. Tx simples se Hb <9g/dL; de troca: casos mais graves. Recorrente: Tx crônica em casos refratários à HU sem indicação TMO. Chou ST. Transfusion therapy for sickle cell disease: a balancing act.Hematology Am Soc Hematol Educ Program. 2013;2013:439-46. Transfusão nas complicações agudas Sequestro esplênico Aumento importante do volume do baço Sinais e sintomas de anemia aguda: Hipovolemia e queda abrupta da hemoglobina Crise aplástica Anemia associada a outras citopenias Infecção por Vírus B19 Transfusão e pré-operatório 1995: Trial randomizado: transfusão simples tem mesma eficácia de transfusão de troca em prevenir complicações 2013: TAPS (Transfusion Alternatives Preoperatively in SCD) trial – complicações: • 13 de 33 (39%) sem transfusão • 5 de 34 (15%) transfundidos Vichinsky EP et al. N Engl J Med 333(4):206–213, 1995. Howard J et al. Lancet 381(9870):930–938. 2013 TRANSFUSÃO NAS COMPLICAÇÕES CRÔNICAS Transfusão crônica: indicações Formais: • • • • • Prevenção secundária AVC Prevenção primária AVC Hipertensão pulmonar ICC IRC refratária ao uso Epo Profilaxia secundária de AVC Em adultos com AVCi ou AVCh, a transfusão crônica não está bem definida. Recorrência do AVC: • ∼ 60% nos pacientes sem transfusão • ∼ 20% nos pacientes transfundidos com HbS<30% Chou ST. Transfusion therapy for sickle cell disease: a balancing act. Hematology Am Soc Hematol Educ Program. 2013;2013:439-46. AVCi: prevenção primária Estudo multicêntrico STOP I: • 1998 • Randomizado • Prevenção de AVC com transfusão Doppler transcraniano STOP Término precoce Redução de 92% da incidência de AVC no braço transfundido Recomendações: • US Doppler de 2 a 16 anos • Transfusão com Doppler alterado Adams RJ et al. Stroke prevention trial in sickle cell anemia. Control Clin Trials. 1998 Feb;19(1):110-29. STOP 2 Transfusão com Doppler alterado 30 meses Término precoce pela elevada frequência de AVC no grupo que suspendeu a transfusão. Adams RJ et al. Discontinuing prophylactic transfusions used to prevent stroke in sickle cell disease.N Engl J Med. 2005 Dec 29;353(26):2769-78. SWiTCH Trial Estudo multicêntrico Comparação de transfusão e quelação com HU e flebotomias Permitia um aumento do risco de AVC, mas requeria uma superioridade em remover ferro. Sem diferença nos depósitos de ferro hepáticos Ware RE, Helms RW; SWiTCH Investigators.Stroke With Transfusions Changing to Hydroxyurea (SWiTCH). Blood. 2012 Apr 26;119(17):3925-32. Hipertensão Pulmonar Frequente em adultos com doença falciforme (3060% pacientes). Maior causa morbi-mortalidade em adultos. Hipertensão Pulmonar Hipertensão Pulmonar Diagnóstico: - ECO com PSAP estimada velocidade jato regurgitante tricúspide (>250 cm/s) - Cateterismo e medida PSAP (padrão ouro – invasivo) Tratamento: - Transfusão crônica : manter produção endógena supressa - Hidroxiuréia - Outros Hemocomponente ideal Concentrado de hemácias: 1. 2. 3. 4. HbS negativo Leucorreduzido Fenotipado (ABO, Rh e Kell) Fenotipagem estendida nos aloimunizados Modalidade transfusão PRÓS CONTRA Tx simples Tx de troca Menor consumo de CH Melhor controle do Ht e da HbS Menor exposição a Menor risco de acúmulo doadores de ferro Prático e barato Maior consumo de CH Controle impreciso do Maior exposição a Ht e da HbS doadores Maior acúmulo de Complexo e caro ferro Eritrocitaférese Modalidade transfusão Transfusão simples: Tx 5-10 mL/Kg dependendo Hb pré-transfusional, não ultrapassar Ht 30%. Modalidade transfusão Transfusão de troca (manual): 1. 2. 3. 4. sangria de 10 mL/kg Infusão SF 0,9% 10 mL/kg Sangria 10 mL/kg Transfusão de 5-10 mL/kg Transfusão de troca automatizada (eritrocitaférese) 1. 2. 3. Contínuo (infusão de CH desde início) Duas etapas (infusão solução expansora e depois CH) Programa Ht pré, Ht pós desejado e HbS pós desejado COMPLICAÇÕES DA TRANSFUSÃO Aloimunização Transfusões esporádicas Esquema de transfusão crônica 18-76% aloimunizados F. Noizat-Pirenne / Transfusion Clinique et Biologique 19 (2012) 132–8. Chou, Liem and Thompson. British Journal of Haematology, 2012, 159, 394–404 Diferenças antigênicas Diferenças entre receptores e doadores Menor taxa de aloimunização em países africanos. Menor disparidade? Menos transfusões? F. Noizat-Pirenne / Transfusion Clinique et Biologique 19 (2012) 132–8. Variantes alélicas RhD – alta frequência de D parcial. Variantes RHCE. Genes RH Formação de genes híbridos Desregulação imune Estado inflamatório crônico. Deficiência de Ly Treg. Alteração da resposta de Ly Breg Bao W, Zhong H, Li X, et al. Am J Hematol 2011;86:1001-6. Bao W, Zhong H, Li X, et al. Am J Hematol 2013:1-5 Consequências da aloimunização Retardo para encontrar bolsas compatíveis. Autoanticorpos. Reações transfusionais imediatas e tardias. Síndrome de hiperemólise. F. Noizat-Pirenne. Transfusion Clinique et Biologique 19 (2012) 132–8. Autoanticorpos 6-10% dos falciformes transfundidos. • Diminuição da sobrevida das hemácias transfundidas. • AHAI. Dificuldade para identificar aloanticorpos. Provas de compatibilidade positivas. Dificuldades para fenotipagem. F. Noizat-Pirenne. Transfusion Clinique et Biologique 19 (2012) 132–8. Castellino SM et al. Br J Haematol 1999;104:189– 94. Reações transfusionais Geralmente graves Estado inflamatório – ativação de células efetoras Macrófagos hiperreativos Aumento da expressão de FcR Alterações de membrana das hemácias transfundidas – exposição de PS F. Noizat-Pirenne. Transfusion Clinique et Biologique 19 (2012) 132–8. Síndrome de hiperemólise Queda da Hb para níveis inferiores aos prétransfusionais. • Ativação macrofágica • Hemólise bystander Reticulocitopenia. • Inibição da eritropoese Geralmente acompanhada de CVO. Piora da hemólise após novas transfusões. F. Noizat-Pirenne. Transfusion Clinique et Biologique 19 (2012) 132–8. Síndrome de hiperemólise 70% por anticorpos antieritrocitários. Rh, Kidd, Duffy, Ss M, Le Aloanticorpos anti-HLA Autoanticorpos Ausência de anticorpos F. Noizat-Pirenne. Transfusion Clinique et Biologique 19 (2012) 132–8. Como evitar aloimunização Fenotipagem estendida dos pacientes • • • • • Conhecer seu paciente Permitir transfusão fenótipo-compatível Facilitar identificação de anticorpos Diferenciar entre auto e aloanticorpos Possibilitar transfusão mais seguras em situações de urgência • Programar doadores específicos para casos complexos Como evitar aloimunização Transfusão Rh e Kell compatível (2/3 dos aloanticorpos) Fenótipo estendido, se possível: • Duffy • Kidd • Ss Chou, Liem and Thompson. British Journal of Haematology, 2012, 159, 394–404 O'Suoji C, Liem RI, Mack AK et al. Pediatr Blood Cancer. 2013 Sep;60(9):1487-91 Como evitar aloimunização Transfusão proveniente de doadores com mesmas origens étnicas Programa de doador dedicado Programa "Blue-Tag" Transfusão crônica: 58% aloimunizados • 45% anticorpos Rh Transfusão esporádica: 15% aloimunizados • 12% anticorpos Rh 91 de 146 dos anticorpos Rh. 1/3 com hemólise laboratorial Genotipagem RH: 87% de variantes! Chou, Jackson, Vege et al. Blood, 2013, 122:1062-1071. Pacientes aloimunizados Respeitar os anticorpos! Evitar transfusões desnecessárias. Se sangue raro, reavaliar indicação de transfusão e discutir outras opções terapêuticas Conclusões Transfusão está relacionada a melhor prognóstico em complicações da DF Indicações de transfusões pontuais e crônicas Reações transfusionais são frequentes Aloimunização é um desafio constante no manejo da doença falciforme Obrigada! [email protected]
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