“Timbuktu” “Onde está, a clemência? Onde está o perdão? Onde
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“Timbuktu” “Onde está, a clemência? Onde está o perdão? Onde
“Timbuktu” “Onde está, a clemência? Onde está o perdão? Onde está Deus em tudo isto?” https://www.youtube.com/watch?v=UTynLG6zJm0 Timbuktu trata de um assunto que atualmente parece estar a ser tão banalizado quanto a água, o terrorismo. Fala-se de opressão, aprisionamento da liberdade de ter e fazer as coisas, de punições sem nexo. Pergunta-se incessantemente o porquê, alguma justificação para esta situação. Alguns respondem que as suas ações se fundamentam na lei de Deus. Sendo assim, porque razão as restantes pessoas que são crentes na fé muçulmana não agem também desta forma violenta? Ou melhor, porque não saímos todos das nossas casas “armados até aos dentes” a tentar pregar os nossos ideais? No filme podemos perceber um evidente desrespeito para com a cultura dos nativos. Ao invadirem Timbuktu, atiram contra monumentos e, mais tarde, entram calçados e munidos num local de culto. Um opressor não se importa realmente com a cor do nosso rosto, nem com a religião a que pertencemos ou como fomos educados, mas sim com a sua própria ganância, uma sede de poder que aparenta ser insaciàvel. São proibidos os cigarros e o álcool, assim como cantar, jogar futebol e ouvir música, as mulheres passam a ser obrigadas a combrirem-se com um véu e todos devem usar luvas e meias no mercado. As ordens são dadas sem qualquer tipo de explicação, mas se não forem cumpridas terão consequências. Apesar das condições impostas, ainda existe criatividade e liberdade de pensamento. Algumas crianças juntam-se para jogar futebol, porém com uma bola imaginária. Além disso, muitos resistem, não se subjugando às novas regras, como são os casos de uma mulher que se recusou a a cobrir as mãos para vender peixe e de um grupo que durante à noite se encontra para fazer música e cantar. Mesmo recuando perante a resistência, existem duas cenas de grande violência. Duas pessoas foram apedrejadas por tocarem e uma cantora foi chicoteada, continuando a cantar durante a punição mostrando assim a sua coragem e revolta. Nas cenas finais do filme assistimos ao abate de um casal no seu momento de despedida, percebemos que existe contudo uma espécie de salvação, mortos não seriam perturbados pela crueldade dos que desejam ser superiores. Duas crianças ficam sozinhas, ouvem-se camelos a berrar, representando a dor, o sofrimento, a injustiça da situação, a revolta, vemos mais uma vez o homem da mota (que simboliza a resistência) passar. O filme termina com a gazela, que no início estava a ser perseguida, símbolo de liberdade, a correr. Na 40ª cerimónia dos Césares, este filme ganhou um total de sete prémios entre eles o prémio máximo do cinema francês, de melhor roteiro original e de melhor direção. Na minha opinião, estas foram premiações totalmente merecidas, um filme com uma mensagem tão marcante não poderia ser indiferente. Fala-se de opressão, da negação da liberdade de ter e de fazer as coisas, de punições sem nexo. O terrorismo é única e exclusivamente um sistema de governo por meio do terror ou medidas violentas, que só continuará se nos deixarmos guiar pelo medo. Trabalho realizado por: Bruna Rodrigues; Nº4; Turma 10ºH