agenda fpas 2014/2020 - Federação Portuguesa de Associações de

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agenda fpas 2014/2020 - Federação Portuguesa de Associações de
SUINICULTURA
REVISTA DA FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ASSOCIAÇÕES DE SUINICULTORES | Nº 103 | JAN - FEV - MAR 2014 | www.suinicultura.com | 5,00 €
AGENDA FPAS 2014/2020
Segmentação de Ciclo
Valorização Agricola dos Efluentes
Bem estar animal
Erradicação da doença de Aujeszky
REAP, SIRCA
O GRANDE ENCONTRO DA
SUINICULTURA NACIONAL EM 2014
1
SUIN-PROTECT
Caixa com 10 saquetas de 100g.
Rápida Protecção
Controlo eficaz das diarreias.
Estabilização da flora intestinal durante e depois
do tratamento de antibióticos.
Não tem Intervalo de segurança
Distribuído por:
2
Pólo Industrial Brejos dos Carreteiros
Fase 2 - Armazém D
2950 - 554 Quinta do Anjo - PORTUGAL
Tel. 212 131 087 Fax 212 132 324 [email protected]
Amigo Suinicultor
Acabou de decorrer o ato eleitoral que escolheu aqueles que irão ter a responsabilidade
de dirigir os destinos desta Federação no biénio 2014/2015, um desafio que
assumiremos em prol da procura duma maior sustentabilidade da nossa atividade.
EDITORIAL
Nos diversos Órgãos Sociais contaremos com representantes de todas as Associações
Suinícolas Nacionais que, em termos de Direção, delegaram a sua representatividade
nos grupos de produção mais relevantes, dando assim maior peso e responsabilidade
ao novo elenco.
Manteremos no essencial a mesma equipa, os mesmos princípios e a mesma
determinação que caraterizou o mandato que agora finda.
Estamos conscientes das dificuldades que nos esperam, mas cientes da nossa
capacidade de resolução dos problemas, de forma a provocar a mudança que permita
o relançamento da atividade suinícola em Portugal.
Tenho um sonho: Voltar a ter jovens a investir na atividade suinícola, a acreditar que
vale a pena fazer porcos, fazendo-os crer que há sustentabilidade no setor, sempre
no respeito pelas normas e princípios que nos são impostos, mas lutando contra
fundamentalismos, porque esta é uma atividade com tradição mas que, sem dúvida,
tem no nosso País invejáveis condições naturais.
Ajudar a preencher o espaço rural, criando riqueza e empregabilidade no interior, através
da ligação da produção de efluentes com as necessidades de nutrientes na agricultura,
combatendo a desertificação e permitindo uma correta gestão dos recursos hídricos
e dos efluentes pecuários, com ganhos relevantes para o todo o setor primário, são
alguns dos objetivos que pretendemos implementar com a Segmentação de Ciclo.
No mundo da informação digital, arrancámos muito recentemente com uma nova
imagem do portal www.suinicultura.com, com um novo visual da newsletter FPAS
e ainda, acompanhando o progresso, com a criação de uma página no facebook.
Pretendemos assim dar maior visibilidade à FPAS, aumentando e enriquecendo
a qualidade da informação e oferecendo ao setor, a possibilidade de melhorar a
comunicação entre os diversos agentes. Cabe aqui um agradecimento muito especial
às empresa que nos acompanham neste desígnio, sem as quais não seria possível
manter estes serviços, que consideramos cada vez mais imprescindíveis aos que tem,
a todo o momento, que tomar decisões.
”Tenho um sonho: Voltar a ter jovens
a investir na atividade suinícola,
a acreditar que vale a pena fazer
porcos, fazendo-os crer que há
sustentabilidade no setor, sempre
no respeito pelas normas e princípios
que nos são impostos, mas lutando
contra fundamentalismos, porque
esta é uma atividade com tradição
mas que, sem dúvida, tem no nosso
País invejáveis condições naturais.”
Quero endereçar o meu agradecimento pessoal a todos os que comigo fizeram equipa
neste mandato, realçando a dedicação, o profissionalismo e o trabalho, que de forma
voluntária, dedicaram à causa comum.
Um agradecimento também aos que na retaguarda trabalharam para os resultados
alcançados.
A união do setor em torno de objetivos comuns, que permitam a redução dos custos e
o aumento dos proveitos em estreita colaboração com o poder político, são em suma,
a orientação que perseguiremos.
Um abraço,
Vítor Menino
3
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O GRANDE ENCONTRO DA
SUINICULTURA NACIONAL EM 2014
SUMÁRIO
03 | Editorial: Vitor Menino
VI Congresso de Suinicultura / Intervenções
07 | IPPC - Emissão de gases efeito de estufa mais um condicionalismo
Miguel A. Higuera
10 | Mercado interno europeu da carne de porco
Miguel Azevedo
Raças Autoctones
17 | O interprofissional do porco ibérico - um exemplo a seguir
Alentejana
21 | Noticias ACPA
24 | Porco preto - Devolver a verdade ao consumidor
Bisara
26 | 34ª Feira do Fumeiro de Vinhais
28 | Notias ANCSUB
Concurso Pecuário de Raça Bisara
30 | Plano nacional para os recursos genéticos
32 | Alheira de Mirandela
tabafeias e volões... larotas e azedos
António Monteiro
50 | Conservação dos recursos genéticos animais
Pedro Fernandes
52 | Reuniões, Congressos e Seminários
55 | Empresas
56 | Doenças dos Edemas, passado, presente e futuro
Filipe Veiga ramalho
58 | Inovação
60 | Próximos eventos
61 | Movimento Associativo
66 | Noticias FPAS
NOTA DA REDAÇÃO: De acordo com o referido nos números 101 e
102 desta revista, vamos neste número finalizar a publicação das
intervenções proferidas no VI Congresso Nacional de Suinicultura
(pág. 7 à 16). Aos respectivos autores e aos nossos leitores apresentamos mais uma vez as nossas desculpas.
Ficha Técnica
Revista Suinicultura n.º 103
Publicação da Federação Portuguesa de Associações de
Suinicultores (FPAS)
www.suinicultura.com
NIPC 501 312 072
Director
Vitor Menino
[email protected]
Sub-Director
A. Simões Monteiro
(Médico Veterinário)
[email protected]
Editor/Redacção
FPAS – Av. António Augusto Aguiar, n.º 179, r/c esq.
1050-014 Lisboa
Tel.: 21 387 99 49; 91 756 39 01
Fax: 21 388 31 77
[email protected]
Design e paginação:
IMAGINARYFUSION
Design e Imp. Digital, Lda
Periodicidade:
Trimestral
Tiragem: 2000 exemplares
ICS/122280
Depósito Legal 48323/91
Sócio nº P-1154
Impressão:
Jorge Fernandes, Lda
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6
VI CONGRESSO NACIONAL DE SUINICULTURA
IPPC EMISSÃO DE GASES DE
EFEITO DE ESTUFA
MAIS UM CONDICONALISMO
Miguel A. Higuera*
ganadería aparte de generar empleos directos e indirectos, es
el mejor método para alimentar a la población ya que el crecimiento de ésta, está demandando mayores cantidades de proteína animal.
Los efectos adversos que la ganadería pudiera tener se pueden
y de hecho se están mitigando gracias a la intensificación, ya
que reduce la deforestación y el pastoreo mejorando la eficiencias de conversión, una correcta agricultura y silvicultura que
secuestran grandes cantidades de CO2 al año y la metanización
capaz de producir combustible.
EMISIONES.
Las emisiones pueden ir tanto al aire, a las aguas superficiales,
a las aguas profundas, al suelo y puede hacer otra clase de residuos.
INTRODUCCIÓN
La actual producción ganadera ha cambiado mucho respecto a
la que teníamos hace 40 años. Actualmente la intensificación y
la mejora de la eficiencia y eficacia predominan en las producciones de porcino, por lo que la interacción entre ganadería y
medio ambiente cada vez juega un papel más importante. Hay
que considerar que las granjas se han convertido en empresas
cuya actividad tiene repercusión sobre los recursos naturales
y sobre el medio ambiente y que el consumidor, cada vez más,
quiere conocer la problemática ligada a la producción y demanda carne producida según determinados estándares donde la
calidad ética está jugando un importante papel.
Desde muchos frentes se están realizando labores de comunicación para explicar al consumidor cuales son las condiciones de producción, pero muchas veces esta comunicación está
mal enfocada y extrañamente dirigida para producir un efecto
de rechazo en el consumidor. Es por ello por lo que es necesario tener una ganadería proactiva capaz de enfrentarse a los
innumerables retos a los que se enfrenta: sanidad, bienestar
animal, precios, costes, medio ambiente, innovación… y hacer
que el consumidor conozca todos los avances que se están llevando a cabo.
Si bien es cierto que la ganadería tiene un impacto medioambiental por los efectos sobre la degradación del terreno, el
cambio climático, la contaminación del aire, la contaminación
del agua, etc., también hay que destacar el trabajo que se está
haciendo para mitigar estos efectos negativos y valorar que la
Emisiones al aire: el origen principal es el propio metabolismo del animal y la degradación del estierco. La contaminación mayoritariamente está producida por amoniaco y otros
gases de efecto invernadero como son el metano, el óxido nitroso y el dióxido de carbono. Esta emisión está asociada principalmente al diseño de las instalaciones y a la gestión en el
almacenamiento, tratamiento y reutilización agrícola de los estiércoles.
Emisiones a las aguas superficiales: el origen principal es
la carga orgánica de los estiércoles que consumen el oxígeno al
descomponerse produciendo eutrofización. Esta contaminación
procede de los compuestos orgánicos del estiércol, del desbordamiento accidental de los sistemas de almacenamiento, de la
fertilización agrícola, etc. Los efectos que va a producir es una
descomposición anaeróbica con una nitrificación incompleta o
desnitrificación, aumentando la turbidez del agua y por lo tanto
disminuyendo la disponibilidad de luz que hace que desaparezcan
especies acuícolas y produce la mortalidad de microorganismos.
Emisiones a las aguas subterráneas: la principal causa
es la presencia de nitratos en el suelo que no son absorbidos
por las plantas y son susceptibles de lixiviación a las aguas subterráneas. La fuente principal de estos nitratos son las laboras
agrarias, tanto el abono nitrogenado con el exceso de estiércol.
Emisiones al suelo: el origen es la presencia excesiva de
minerales y de metales pesados en el estiércol sobre todo: cobre, zinc, hierro y magnesio. Las fuentes de estos metales es el
pienso (por baja capacidad de asimilación), la corrosión de los
alojamientos, los desinfectantes y los medicamentos veterinarios. Estas emisiones tienen efecto acumulativo a largo plazo y
depende mucho de la solubilidad del suelo.
7
VI CONGRESSO NACIONAL DE SUINICULTURA
Emisiones de otros residuos: En las granjas de producen
además otra clase de residuos como los cadáveres de animales,
los envases y los productos veterinarios y los aceites y lubricantes que hay que tener controlados, depositados en sus envases
correspondientes y disponer de un gestos autorizado para su
retirada y tratamiento.
REDUCCIÓN DEL IMPACTO
El objetivo de un sector profesional, como es el sector porcino
de la Unión Europea, es implementar las herramientas disponibles para mitigar el impacto medioambiental de la producción
porcina. Para ello hay que considerar que la intensificación reduce el impacto medioambiental, hay que emplear las Mejores
Técnicas Disponibles y hay que estimular la innovación para hacer frente a los retos de presente y los del futuro.
1.
Buenas practica ambientales. Es un punto importante
que se olvida demasiado rápido en las granjas por lo que sería muy provechoso establecer programas de formación para
el personal de la granja. Es importante llevar un registro del
consumo de agua, energía y de materias primas y establecer
programas de limpieza y mantenimiento. La gestión de otros
residuos (cadáveres, residuos de medicamentos…) aunque sea
obligatorio, no está demás establecer un calendario de acciones
para que el personal se responsabilice en cada área. Desafortunadamente el medioambiente no suele formar parte de las
rutina de muchos productores.
2.
Uso eficiente del agua. El agua no solo es uno de los nutrientes más importantes para el animal, sino que en las granjas además se emplea para limpiar las instalaciones. Es necesario controlar el agua consumida y revisar y llevar un correcto
mantenimiento de los sistemas de conducción para detectar y
reparar posibles péridas.
3.
Uso eficiente de la energía. Lo primero que habría que
haber hecho es realizar un estudio de la ubicación y del diseño
de los alojamientos teniendo en cuenta las características geográficas y climáticas del terrero. Un correcto aislamiento puede llegar a ahorrar mucho consumo electro tanto en calentar
la sala como a la hora de refrigerarla. La utilización de fuentes
de energía alternativas y de sistemas más eficientes como la
iluminación de bajo consumo, se han posicionado como los dos
pilares del ahorramiento energético.
4.
Alimentación. Como se ha señalado anteriormente,
muchos de los orígenes de la contaminación al aire, al suelo o
al agua, tienen su origen en la alimentación. Por ello es fundamental conocer las necesidades de nutrientes por parte de
los animales (energía y proteína) y minerales para garantizar
8
su buena salud y bienestar sin desperdiciarlos. El objetivo es
alcanzar el rendimiento óptimo para poder expresar el potencial
genético del animal y por lo tanto que todas sus necesidades
estén cubiertas y a la vez optimizar su aportación para minimizar su eliminación.
La principal herramienta al alcance del ganadero es la mejora
de la eficiencia de la alimentación ya que aumentando la eficacia de conversión del alimento, se incrementa la eficiencia de la
utilización de recursos y por lo tanto la sostenibilidad y además
si se mejora el índice de conversión energética del alimento se
estará reduciendo la tasa de excreción.
Para reducir la excreción de nitrógeno se puede variar la dieta
del animal o mejorar la eficiencia de producción. La mejora de
la dieta se realiza ajustándola al estado fisiológico del animal,
bien sea en el caso de una cerda gestante o de un cerdo en sus
diferentes fases de crecimiento. Con la mejora de la eficiencia
producción se consigue producir más cantidad de carne por animal disminuyendo así las necesidades por unidad producida.
Otras estrategias alimentarias que se han visto efectivas ha
sido la reducción de la ingesta de nitrógeno mediante el suministro de aminoácidos sintéticos, empleo de carbohidratos dietéticos, empleo de fitato y otros aditivos fitogénicos.
5. Mejoras Técnicas Disponibles
a.Alojamientos. Aplicando las MTD se puede reducir la superficie de emisión, incrementar la frecuencia de evacuación de los
fosos y naves, enfriar las superficies y también construir superficies lisas que sean fáciles de limpiar. Estas MTDs en alojamientos requieren la realización de obras y son más difíciles de
aplicar en instalaciones existentes, por ello deben ser tenidas
en cuenta cuando se van a construir nuevas granjas o cuando
que quiere modificar las existentes
b.
Almacenamiento. Se pueden reducir la emisión en
el almacenamiento de las deyecciones, para ellos es preciso
disponer de una capacidad de almacenamiento lo más amplia
posible, que el estiércol este sobre una superficie impermeable
para evitar filtraciones y disponer de una cubierta para frenar
las emisiones de gases a la atmósfera.
c.
Aplicación. La gestión agrícola del estiércol y del purín
es uno de los puntos más críticos ya que es cuando incrementa el contacto de las deyecciones con el medio ambiente (aire,
suelo y agua) y una mala gestión puede conllevar a una sobreaplicación. Para hacer una correcta gesion agrícola es necesario
disponer de los instrumentos adecuados a la labor y un conocimiento de las necesidades del terrero y de la composición del
estiércol/purín.
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MY
CY
CMY
K
VI CONGRESSO NACIONAL DE SUINICULTURA
La reducción de las emisiones de gases de efecto invernadero
es posible pero también debe ser compatible con la producción
ganadera en un marco globar de competitividad mundial. El por
ello que todas las técnicas que se implementen para mejorar
la eficiencia medioambiental tienen que tener una base económica clara: que sean realistas desde un punto de vista tanto de
costes de producción como de márgenes netos.
Está claro que hay un largo camino por recorren y que como en el
bienestar animal, la Unión Europea no va a retroceder. Para ha-
AF_raporal_anuncio_148x210mm.pdf
1
14/04/14
cerle frente hay que mejorar la formación y la preparación tanto
de los empleados de la granja como de los técnicos, estimas los
costes que va a ocasionar, minimizar el impacto teniendo en
cuenta los animales con los que se trabaja, tener en cuenta las
mejoras que se pueden conseguir via diseño de instalaciones y
promover la innovación aplicativa de nuevas tecnologías.
*Director – Anprogapor
18:26
C
M
Y
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VI CONGRESSO NACIONAL DE SUINICULTURA
MERCADO INTERNO EUROPEU
DA CARNE DE PORCO
Miguel Azevedo
teresses de 38 mil cooperativas agrícolas. Juntos, a Copa-Cogeca
representa 70 organizações dos Estados-Membros da UE. Actualmente o presidente do Copa, Sr. Gerd Sonnleitner, vem da Alemanha, enquanto que o presidente da Cogeca (productor francês)
Mr. Christian Pèes, tem como vice-presidente, a Dr. Maria Antónia
Figueiredo.
Fig. 1 – Á esquerda o presidente do Copa, Sr. Gerd Sonnleitner (Alemanha) , e á direita
o presidente da Cogeca Mr. Christian Pèes. Fonte: Copa-Cogeca 2013
Como é que a Copa-Cogeca defende os interesses da agricultura
Europeia?
Em nome do grupo de trabalho “suínos” do Copa-Cogeca (CC) gostaria de agradecer o amável convite da revista Suinicultura para
discutir os desafios que o mercado interno europeu da carne suína,
e em particular os produtores europeus, enfrenta actualmente.
Nesta minha exposição proponho explicar um pouco como nos organizamos em Bruxelas para promover os interesses dos agricultores e das cooperativas agrícolas, discutir a actualidade do mercado interno da carne de suíno, e antes de concluir proponho abordar
as perspectivas para o sector a nível europeu.
Como objectivo geral, os agricultores europeus e as suas cooperativas agrícolas visam atender às necessidades e desejos dos consumidores, fornecendo produtos agrícolas e alimentos saudáveis
e de alta qualidade a preços acessíveis. Ao mesmo tempo, cumprir
com elevados padrões europeus de protecção dos animais. Eles
têm a intenção de continuar a perseguir esses objectivos no futuro.
Com este objectivo em mente, eles precisam de políticas europeias
coerentes que permitam que as suas explorações agrícolas e empresas permaneçam economicamente viáveis, enquanto respondem eficazmente aos novos desafios como a crescente procura de
alimentos, recursos naturais limitados, os efeitos das mudanças
climáticas, o surgimento e a disseminação de novas doenças, e a
concorrência livre dos mercados dos Estados-Membros da UE e
dos países terceiros.
Copa-Cogeca (CC) é a voz unida dos agricultores e das agro-cooperativas na União Europeia (UE). Juntos, eles garantem que a agricultura da UE é sustentável, inovadora e competitiva, garantindo a
segurança alimentar para um pouco mais de 500 milhões de pessoas em toda a Europa. A Copa representa mais de 13 milhões de
agricultores e as suas famílias, enquanto Cogeca defende os in-
No Secretariado do Copa-Cogeca, 50 colaboradores (dos quais 15
seguem os assuntos de politica agrícola), liderados pelo Secretario
Geral, Sr. Pekka Pesonen (Finlândia), asseguram o bom funcionamento da organização, prestam assessoria, aconselhamento técnico e politico, lobby, serviços de tradução, e interpretação (7 línguas, EN, FR, DE, IT, ES, PL, RO) a todos as Organizações Membros.
A missão do Copa-Cogeca é muito simples, mas muito importante:
promover os interesses gerais da agricultura europeia, manter e
desenvolver linhas de comunicação com as instituições da UE, bem
como com organizações representativas a nível da UE e encontrar
soluções que sejam do interesse comum. Para atingir este objectivos a Copa-Cogeca está organizada em 45 grupos de trabalho,
dos quais metade lidam com a evolução dos mercados e das políticas agrícolas e outra metade segue assuntos horizontais como
por exemplo o bem-estar animal ou a segurança alimentar. Estes
grupos também preparam as posições do Copa-Cogeca sobre os
vários temas, tais como: matérias-primas, evolução dos mercados
agrícolas, desenvolvimento rural, biotecnologia, meio ambiente,
saúde e bem-estar animal, acordos bilaterais de comércio, análises
económicas, entre outros.
Neste âmbito gostaria realçar o trabalho desenvolvido pelo grupo de trabalho “suínos”, presidido desde 1995 pelo Eng° António
Tavares, e reeleito em Abril de 2013 para um novo mandato de 2
anos. Como vice-presidentes o grupo de trabalho elegeu sr. Miguel Higuera de Espanha e sra. Margareta Aberg da Suécia, sendo
o apoio permanente do secretariado da CC assegurado pelo Eng°
Daniel Azevedo. Este grupo é composto por um leque de cerca de
35 peritos experientes de várias nacionalidades e competências,
mas que na sua grande maioria é composto por produtores de
suínos, analistas de mercado, técnicos de produção, entre outras
competências. Estes peritos, que representam os vários membros
da CC, reúnem duas vezes por ano para fazer um ponto de situ-
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10
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VI CONGRESSO NACIONAL DE SUINICULTURA
ação sobre a produção, o mercado, o custo de produção, discutir
e preparar as posições comuns da CC sobre os desenvolvimentos
da politica suinícola, mercado interno e mercado nacional, saúde
animal, bem-estar animal, etiquetagem, acordos bilaterais, saúde
animal, proteínas animais processadas, etc., e preparar as reuniões
do grupo consultivo da Comissão Europeia,
Quando necessário, o grupo reúne-se com os vários Comissários,
Membros do Parlamento e do Conselho, ou outras organizações
representativas a nível europeu. O grupo de trabalho participa activamente no grupo de previsões (análise do mercado, previsões
semestrais) e no grupo consultivo “suínos” da Comissão Europeia.
Nestes grupos consultivos têm assento as partes interessadas de
cada sector (ONGs, cidadãos, industria, comércio, transformadores,
produtores, Comissão, etc..), e permitem uma discussão franca e
aberta entre os representantes da industria, da sociedade civil e
dos decisores políticos, sobre as questões mais importantes para
a fileira suína. As estatísticas e documentos produzidos por estas reuniões estão disponíveis na página interna que a CC disponibiliza para os seus Membros e na página da Comissão Europeia
para consulta pública por todos os cidadãos Europeus. Os representantes da Copa-Cogeca são muitas vezes os Presidentes dos
Grupos Consultivos da Comissão Europeia, sendo que actualmente,
o presidente do grupo consultivo “suínos” é o alemão Sr. Werner
SCHWARZ , membro da Copa-Cogeca.
Além disso, membros do grupo de trabalho “suínos” da CC participam nos trabalhos do grupo de peritos para desenvolver alternativas á castração dos porcos, na plataforma que está desenvolver
um guia voluntário europeu para ajudar o produtor a decidir se o
suíno está em condições de ser transportado, e tem contribuído
para o desenvolvimento de um guia para interpretar os requeri-
mentos da directiva 2008/120/CE sobre a protecção dos porcos.
Este trabalho conjunto com outras organizações Europeias, que
muitas vezes têm interesses diferentes, e por vezes até opostos, á
fileira suína, permite sensibilizar para os problemas reais dos agricultores e influenciar o resultado dessa discussão.
Resultados do inquérito sobre a estrutura da exploração agrícola 2010
Fig. 2 – Número de porcos por tamanho de exploração e região, em milhões de
cabeças. Fonte: Comissão Europeia 2013
Em 2010, a Comissão Europeia procedeu a um inquérito sobre
as modificações registadas na estrutura da exploração agrícola Europeia entre 2007 e 2010. Dos resultados publicados
gostaria de salientar, a redução do número de animais (- 1,9%),
a redução do numero de suiniculturas (21,7%), a redução do número de animais nas pequenas e médias explorações (menos
999 animais por exploração agrícola). Esta redução sugere uma
concentração da produção em grandes suiniculturas (> 1000
Gerações
à frente:
13,5 leitões
desmamados
por ninhada
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11
VI CONGRESSO NACIONAL DE SUINICULTURA
Fig. 3 – Variação do número de porcos e explorações de porcos por categoria na
União Europeia, entre 2007 e 2010. Fonte: Comissão Europeia 2013
Mercado Interno (EU) da Carne de Porco
Proponho que comecemos por analisar a contribuição de cada pais
da EU para o cálculo do preço médio a nível europeu.
Repartition of the EU 28 Pigherd and the
consequent w eighing coefficient for calculating the
EU average price for pig carcases
December survey 2012
België
4,4% Lithuania
0,5%
България
0,4% Luxembourg
0,1%
Czech
1,0% Hungary
2,0%
Danmark
8,3% Malta
0,0%
Deutschland
19,2% Nederland
8,2%
Estonia
0,3% Österreich
2,0%
Ireland
1,0% Poland
7,6%
Ellas *
0,8% Portugal
1,4%
España
17,2% Romania
3,6%
France
9,4% Slovenia
0,2%
Croatia
0,8% Slovakia
0,4%
Italia
5,9% Souomi
0,9%
Cyprus
0,3% Sverige
1,0%
Latvia
0,2% United Kingdom
2,9%
Fig. 4 - Contribuição de cada pais da EU para o cálculo do preço médio a nível europeu.
Fonte Comissão Europeia. Fonte: Comissão Europeia 2013
Mercado Interno (EU) da Carne de Porco – preço médio da carcaça
Evolution of the EU average pig carcass price
190
€/100 kg
175
160
145
130
115
Jan
Feb
Mar
Apr
5 yr Avg (08-12)
May
Jun
2010
Jul
Aug
2011
Sep
Oct
2012
Nov
Dec
2013
Fig. 5 – Variação do preço médio da carcaça de porco na UE em 2013, 2012, 2011, 2010
e média de 5 anos (2008-2012). Fonte: Comissão Europeia 2013
12
Tendo por base os dados provisórios do gráfico anterior (fig. 5) podemos constatar que nos primeiros 6 meses do ano o preço médio
da carcaça na UE manteve-se num nível elevado mas relativamente
estável. A partir de Junho, que correspondeu também ao inicio da
época de churrascos, uma época tradicionalmente propicia ao aumento do consumo de carne de porco, o preço tem subido a um bom
ritmo estando perto dos níveis históricos de 2012. Esta subida já era
esperada pelos peritos do grupo de trabalho “suínos” do CC e tinha
sido antecipada nas conclusões do grupo de previsões de mercado
do grupo consultivo “suínos”.
Pela análise do gráfico podemos também verificar que o preço médio
da carcaça na UE tem subido constantemente de ano para ano. Contudo, a média do preço entre 2008 e 2012 mantém bem presente a
memória dos anos dramáticos que os produtores de suínos enfrentaram há 3-5 anos, onde registaram constantes prejuízos. De facto,
o preço médio da carcaça melhorou nos últimos anos, mas temos
que enquadrar esta melhoria num contexto de aumento do custo de
alimentação, de aumento dos custo de produção (energia, etc), de um
fortíssimo investimento em infra-estruturas para cumprir os requerimentos do bem-estar animal e de uma diminuição de produção em
consequência destes ajustamentos.
Preço médio do leitão na UE
O preço do leitão não serve apenas como indicador do preço futuro
da carcaça de porco mas também como um indicador da variação da
produção de carne de porco. Por exemplo, se o preço do leitão está
baixo poderemos prever um aumento de produção uns meses mais
tarde que poderá levar a uma descida do preço média da carcaça de
porco uns meses mais tarde (normalmente á volta de 4 meses).
Evolution of the EU average piglet prices
50
45
€/piece
animais) que compensa a redução do número de suiniculturas
pequenas e médias, sendo este decréscimo mais acentuado
nas primeiras. Verificou-se igualmente que esta redução aconteceu um pouco por toda a Europa, mas mais acentuadamente
nos países que aderiram á UE na década anterior (EU 12). De
certa forma constata-se que há uma aproximação ao modelo
dito “ocidental” por parte dos países do leste europeu. O grupo
de trabalho “Suínos” do Copa-Cogeca pensa que este fenómeno
de concentração da produção suinícola vai-se acentuar com a
implementação dos requerimentos de bem estar animal previstos na directiva de protecção de porcos e que entrou em vigor em 1 Janeiro de 2013.
40
35
30
Jan
Feb
Mar
Apr
5 yr avg (08 - 12)
May
Jun
2010
Jul
Aug
2011
Sep
Oct
2012
Nov
Dec
2013
Fig. 6 – Variação do preço médio do leitão na UE em 2013, 2012, 2011, 2010 e média de
5 anos (2008-2012). Fonte: Comissão Europeia 2013
Historicamente, na altura da Páscoa (+-1 mês) o preço do leitão regista o nível mais alto do ano, uma vez que é uma época em que as
famílias gostam de comer o seu leitão. É também a época em que os
produtores começam a preparar a época alta de churrascos (Verão)
e de eventos desportivos, como foi o caso do europeu de futebol em
2012.
Analisando o gráfico observamos que o preço médio do leitão na UE
nos primeiros 8 meses do ano se tem mantido elevado, ao nível de
2012, não descendo tanto na altura do verão como em anos anteriores. Indirectamente, podemos ser levados a inferir que a procura de
leitões tem sido, pelo menos, tão elevada com em 2012. Tendo em
conta que 2013 é o primeiro ano da implementação da directiva de
bem estar animal, o que tem levado á redução de produção um pouco por toda a Europa, poderemos então indirectamente antecipar o
comportamento da produção no final de 2013, inicio de 2014. Uma
elevada procura numa época tradicionalmente baixa para os preços
médios do leitão, sugere que o inicio da retoma da produção pode
acontecer no inicio de 2014 e que a retoma da produção suinícola
VI CONGRESSO NACIONAL DE SUINICULTURA
seminário "A Suinicultura e o Ambiente"
europeia para os níveis próximos aos de 2011, pode acontecer até
final de 2014/inicio de 2015. O grupo de trabalho da CC vai seguir
atentamente esta evolução.
(em especial as normas referentes ao agrupamento das porcas), que
entrou em vigor no primeiro de Janeiro de 2013. Se a suinicultura em
Portugal quer evitar o pagamento de elevadas coimas, que depois
serão certamente repercutidas pelo sector, deverá rapidamente se
colocar conforme ao que é exigido por lei. Outro factor em ter em
conta é a percepção que o cidadão europeu tem do bem estar animal
e a pressão que exerce sobre os distribuidores para exigirem carne
de suínos que cumpram estes requisitos previstos na lei. A suinicultura Portuguesa só terá a ganhar no futuro se cumprir os requisitos,
e será mais competitiva se souber aproveitar esta situação para se
modernizar e transmitir uma mensagem positiva para os potenciais
futuros clientes, tanto nacionais como estrangeiros.
Gestão dos Efluentes
Pecuários em Portugal
Variação no número de abates de suínos na UE
Relação entre abates mensais de suínos e o preço semanal da
carcaça de porco 2009-2013.
Sales
Henriques*
Fig.
7 – Variação
no número de abates de suínos na EU entre 2007 e 2012 e previsão
para 2013, em 1000 toneladas. Fonte: grupo de previsões do grupo consultivo, Comissão
Europeia Abril 2013
Através da leitura do gráfico (firg.7) podemosprodução
constatar eque
o núarmazenagem,
mas também mais – fezes e urinas, mas também os
mero de abates tem decrescido desde 2011. Para 2013, os peritos
ao nível do seu transporte, eventual pro- restos alimentares, de camas e as
do grupo de trabalho “suínos” da CC pensam que o a quantidade de
e/ouNoutilização no âmbito águas de lavagens das instalações e
abates em milhares de toneladas vai continuarcessamento
a diminuir (3.3%).
valorização
agrícola ou outras. A Le- dos equipamentos, bem como outros
entanto os peritos não estão todos de acordo da
sobre
a percentagem
dessa diminuição. Alguns peritos antecipam uma
diminuição
menos
gislação
REAP
e os processos de auto- subprodutos animais e produtos deriacentuada (2.7%) devido ao desfasado grau de implementação
da
di- atividades pecuá- vados destes, que sejam utilizados
rização das diferentes
Fig. 8 – Relação entre abates mensais de suínos (1000 ton.) e o preço semanal da carrectiva de bem estar animal na UE.
caça de porco 2009-2013 (€/100 Kg). Fonte: grupo de previsões do grupo consultivo,
rias integram a necessidade do como fertilizantes orgânicos.
Comissão Europeia Abril 2013
cumprimento,
pelas explorações pecuáAssim, todas as explorações pecuáQuais as razões para esta descida do número de
abates?
Nos últimos anos, o consumo de carne de porco
na de
Europa
tem de-áreas,O nomeadamenrias,
diferentes
preço hoje em dia rias
já nãoe éque
um geram
indicadorefluentes
directo dapecuários
rentabilidade
crescido, em
contraste
com o consume
de carne
aves que
do sector.
Há uma regra
da economia
que diz que
aumenema
apresentado
no Semite ade
defesa
hígiotem
-sanitária
dos efetivos,
(quegeral
possuem
instalações
deumalojaaumentado constantemente. Prevê-se que o consumo de carne de
da produção
leva
normalmente
a
uma
descida
do
preço.
Através
nário Suinicultura e o Am- as normas de bem-estartoanimal,
a saúde mento ou estabulação dos animais,
já
porco (kg por habitante) em 2013 vá diminuir 2.5%, depois de ter desda análise do gráfico (fig.8), verificamos que neste caso (entre 2010
biente
organizado
pela
e
segurança
das
pessoas,
o
ordenamenque
a
excreta
dos
animais
em
pastoreio
cido 2,2 % em 2012.
e 2013) esta relação entre o preço e a quantidade de abates não é
e a Embaixada
da Ho- to
do2013,
território,
mas também
qualidade
é considerado
umde
efluente
pecuáEm termosFPAS
de previsões
para as exportações
para
estima-se
assimatão
linear, umanão
vez que
ao mesmo nível
abates não
corresque
haja
uma
diminuição
de
13,9%
(em
termos
de
peso
de
carcaça)
ponde
o mesmo
landa em Portugal, Oeiras, 19 de No- do ambiente que é induzido
pela
referidapreço.
rio) são obrigadas ao cumprimento de
na quantidade
enviada
o exterior.
Podemos então concluir
que existem
que entram
vembro
de 2013,
porpara
H. Sales
Henri- atividade.
um conjunto
deoutros
regrasfactores
e a promover
Por último, mas não menos importante, a implementação da direcna formação do preço, nomeadamente a transmissão do custo pela
ques,
em representação da Direção
Para
da legislação REAP, na adaptações nas suas explorações para
tiva de bem estar animal e a necessidade de adaptar
as além
suinicultucadeia alimentar, a estrutura de organização entre a produção e os
Geral
denovos
Agricultura
e Desenvolvimenvalorização
agrícola
efluentes apeassegurar
estes onormativos.
ras aos
requerimentos
tem levado á redução
de produção
de dos
matadouros,
organização
económica,
preço das matérias primas,
algumas
to
Rural. explorações, e em alguns casos ao abandono
cuáriosdaé actividade
necessário ter
Para melhor entender a GEP, é neetc...também em
porAparte
de alguns
produtores
(em particular
dos mais pequenos).
Setembro
de 2012,
peritos dos
sectoresque
animais
doexCoparecente
legislação
do Regime
de consideração
as regrasEm
relativas
à processário
ter vários
consciência
numa
Este ajustamento das estruturas que tem levado á diminuição do
-Cogeca
reuniram-se
de
emergência
em
Bruxelas,
a
convite
do
Eng°
Exercício das Atividades Pecuárias teção das zonas vulneráveis a poluição ploração pecuária, existe um Balanço
número de animais em todas as categorias, vai certamente levar a
António Tavares, para delinearem um plano para travar a volatilida(REAP),
estabelecido
pelo para
Decreto
-leicontinuar
por nitratos
de origem agrícola
estabeMineralanimal.
entre Este
as “entradas”
de mineuma reestruturação
do sector
poder
a ser competitide do preço
da alimentação
grupo preparou
um plano
nº
e maisarecentemente
lecidas pela Portaria nº de
164acção
e nºpara
259 odesector
rais
contidos
nos alimentos,
animais,
vo214/2008,
e poder enfrentar
próxima décadaaltecom sucesso.
animal
com diversas
recomendações
dividas
Nestepelo
domínio
permitam-me
fazer uma
chamada
atenção
uma no em
três eixos:
divisão
custos
acrescidos dos
pela “minecadeia alirado
Decreto
-lei nº 81/2013,
bem
2010,de com
base
Decreto
-lei i)nºjustaetc.
e asdos
saídas
equivalente
vez que
no inicio
de 2013,
Portugal foicriou
notificado pela Comissão Eumentar, ii) atacar a volatilidade
dos preços
matérias ou
primas,
como
pela
Portaria
nº 631/2009
235/87.
rais” retidos
pelosdeanimais
leitee iii)
ropeia, devido ao facto de algumas suiniculturas nacionais não cummelhorar as medidas da PAC. Uma das medidas apontadas passa
regras
Gestão
dos
Efluentes
Pe- de No
de Efluente
Pecuário produzido e vendidos, os animais morprirem,para
ainda,aas
normas
previstas
na directiva
bemconceito
estar animal
pelo aumento da capacidade de armazenamento das matérias pricuários (GEP), não só ao nível da sua são incluídos não só a excreta dos ani- tos e eliminados, etc.
T
suinicultura
9
13
VI CONGRESSO NACIONAL DE SUINICULTURA
mas que pode certamente melhorar as condições de mercado.
dro do bem estar animal, directiva protecção dos suínos - AjuntaOutra medida passa pelo fortalecimento das organizações de agrimento das porcas, materiais manipuláveis, feridas nas caudas, mocultores para aumentar o seu poder de negociação entre os vários
dificações dos pisos)
actores
da cadeia alimentar,
que actualmente não se encontra equipresenças
institucionais
librado, em detrimento dos produtores europeus. De facto, a CC idena Castração de Porcos – Os vários actores da fileira a nível eutificou uma série de praticas abusivas na cadeia alimentar e apesar
ropeu assinaram um acordo voluntário para abandonar a castração
de ter tentado a via da negociação com os outros actores a actuar
cirúrgica dos porcos a partir de 1 de Janeiro de 2018 - Declaração de
no mercado, está actualmente a recomendar à Comissão que tome
Bruxelas.
– quer a jusante da cadeia, procu- petitividade e a sustentabilidade
das vos programáticos para o futuro promedidas legislativas para defender os interesses dos produtores.
rando
equilibrar
a
distribuição
do
explorações.
de desenvolvimento rural, cuja
Finalmente, tendo em atenção o efeito de substituição entre a carne
a Etiquetagem - Agrama
Comissão Europeia, até 13 Dezembro de
ao longo
da cadeia,
sentido, 2013,
os objetivos
doatravés
componente
reforçonovas
de competitivide aves valor
e a carne
de porco
e o factoincluinde actualmenteNesse
desta última
deve adoptar
de actos dede
execução,
regras para
estar a perder
a sua quota
de mercado,
deveremos
nos interrogar
se a a atingir
etiquetagem
de carnedade
fresca
os suínos,contribuir
ovinos, caprinos
do a procura
de destinos
alternaMinistério
quanto
a autosirápara
certamente
para ae
será sustentável para o sector que este nível do preço da carne de
aves e para
etiquetagem
de carne
utilizada como
tivos para o produto transforma- suficiência agroalimentar,
em avalor,
adaptação
competitiva
queingrediente
este setore
porco se mantenha por um longo período de tempo. Além disso, um
etiquetagem voluntária. O impacto destes novos requerimentos vai
do e ainda
daEuropeu
procuraainda
de mais
emapetecível
2020 passam
criar condições terá de fazer num futuro próximo.
preço elevado
torna oatravés
mercado
para por
depender do detalhe de informação exigido.
iniciativas
ao nível
do interpropara o comunitáinvestimento de projetos que
Da parte do setor será necessário
potenciais
importadores,
diminuindo
o nível de protecção
ria, sobretudo
em países que não exploram a rentabilidade
sobre
o posição
fissionalismo;
criem valor
e da
negocial
dos
ter
uma noção
concreta
do caminho
a Reintrodução das proteínas
animais
processadas.
Apesar
fiambre de carne de porco.
estaralimenprevista ainda
uma data
concreta
a Comissãoeficaz,
anunprodutores ao longo de
da não
cadeia
a seguir,
e uma
interlocução
ciou no grupo
consultivo
que tencionaepropor
aos e
Estado
tar. Para além de iniciativas
como
a construtiva
objetiva,
acimaMembros
de tudo,a
reintrodução das proteínas animais processadas para a alimentação
o papel de facilitar estes processos, PARCA, com resultados visíveis como concertada na resolução de problemas
dos suínos. Esta reintrodução que foi exigida pelo grupo de trabalho
Sendo
um sector
competitivo
e orientado
o mercado,
o
através
de ummuito
diálogo
constante
com opara
relatório
de índice
de
preçosdojáCopa-Cogeca,
citado que
afetam
fileira
todo,
sendo
“suínos”
e faz
parteado
planono
deseu
acção
da CC
para
sector
dos para
suínosaferir
a níveldas
europeu
enfrentar diversos
desafios
o setor
suasvai
dificuldae a revisão
de ao
legislação
sobre
prazos os
esforços
em curso
paratera lugar
criação
de
combater
a volatilidade
do preço
dos cereais,
deverá
depois
longo do próximos anos:
do
verão
de
2014.
des, e criando instrumentos necessá- de pagamento ou práticas restritivas do uma interprofissão para a carne de suírios de
para
promover ganhos de com- comércio, estão já definidos os objeti- no um passo importante nesse sentido.
Custos
produção:
a Volatilidade dos preços do alimento: O preço dos cereais é
Da parte da administração cabe
Perspectivas:
a
Enormes investimentos no bem-estar animal (nova lei qua-
14
26
suinicultura
estabelecido pelos mercados internacionais. Actualmente, há uma
grande procura de países como a China e a Índia, que estão neste
VI CONGRESSO NACIONAL DE SUINICULTURA
VI Congresso Nacional de Suinicultura | intervenções
momento a desenvolver as suas fileiras de produção de carne. Se
europeias de carne europeia. Tendo vindo a crescer anualmente
esta situação se mantiver, podemos ter um problema de sustentasempre acima dos 10%, estes dois mercados em conjunto já ultrabilidade para o sector do porco, uma vez que a Europa, que é imporpassaram a Rússia como o principal destino das exportações.
Efetivamente
a carne de suíno tem
Estas variações também se verifigina.
mais
escura
for a carne
tadoraQuanto
cerais, não
tem
criado muitas
oportunidades
para desenvolver a elevados
sua própria
produção
de cereais.
Nos últimos
meses o preço
uma composição
excecionalmente
a Acordovade Comércio
Livre individual,
entre a EU dependendo
e o Japão, e ado
EU e
cam a nível
mais
são
os teores
de vitamidos
alimentos
tem
baixado
ligeiramente,
contudo
devido
á
grande
os
Países
Asiáticos
(ASEAN)
–
A
UE
tem
vindo
a
negociar
vários
liosa, especialmente rica em macro- estado de acabamento (ceva ou ennas do complexo B, ferro e zinco.
procura mundial de cereais o preço deverá permanecer alto a médio
acordos bilaterais com alguns países da Ásia. A fileira da carne sunutruientes nobres de elevada digesti- gorda) de cada suíno que é abatido
No
caso
das
carnes
de
suíno
os
teprazo (fig. 9).
ína tem interesses ofensivos neste países da Ásia, e vê com bons
consumo.
ores de mioglobina variam também de bilidade (quadro 2). olhos a abertura de para
quotas
de mercado para a carne suína euroEm termos
energéticos
carnesserá
peia. Contudo convém realçar
que o tamanho
desteas
mercado
a Desequilíbrio
de poder
negociação ao longo da cadeia alimúsculo
para músculo:
osdemúsculos
muito
mais
reduzido
do
que
as
quotas
que
poderão
ser
abertas
mentar.
O
preço
da
carne
de
porco
deveria
manter-se
a
um
nível
que
de
suíno
magras
possuem
um
valor no
Quadro 2. Composição média da
da cabeça, pescoço e membro anterior
mercado europeu para o conjunto dos acordos com o Canadá, EUA
possibilite ao produtor recuperar o alto investimento efectuado para
são muito mais ricos em mioglobina carne obtida de suínos (valores/100 g calórico equivalente à carne de borree Mercosur.
cumprir com os requisitos do bem-estar animal. Contudo, se o preço
go magra e não é muito superior ao
de carne)
(mais
escuros)
que osquemúsculos
dos cereais
baixar,do
sabemos
os distribuidores
vão exigir que o
peito
de frango
(quadro
preço da carne
desça
também.
lombares
ou do
membro
posterior. E
a
EUA. Sendo um
mercado
com alto
poder3).
de compra, os EUA
perfilam-se como um destino a explorar para os produtos de chartermos absolutosP rice
o teores
de Ing
miogloof Basic
redients 20 11 - 20 13
Teor
cutaria Variação
europeias. EstesQuadro
produtos3.permitem
obtercentesimal
taxas superioParâmetro
Und.
Composição
bina nas carnes de suínos estão comMédio
res de rentabilidade para a fileira.
Soft whea t (EU)
relativa de “carnes vermelhas” e
preendidos
num intervalo que coinci450
Kcal
188
115 - 214
Energia
“carnes brancas”
dem com os teores médios de
a 8,9
Presunto
g
20,0
– 23,8 (Charcutaria) e produtos tradicionais. Os produProteina total:
350
tos tradicionais e de valor adicional, tal como o presunto, são uma
mioglobina das carnes brancas e o
g
3,20 2,70 – 3,81
azoto total
oportunidade para valorizar e aumentar a rentabilidade do sector.
mínimo
250 das carnes vermelhas (vitela).
Parâmetros/ Porco
Vaca
Borrego Frango
g
12,0
2,8 – 42,3têm de
Lípidos totais:
Estes produtos
uma rentabilidade superior
quando compa100g
(magra) (magra) (magro) (peito)
Neste contexto será de alguma forma
rados com o mesmo peso de carcaça de carne fresca e gozam de
ácidos
gordos
150
g
4,40
uma arbitrariedade
incluir as carnes
saturados
(kcal) o 124
175 europeu
124 e também
108
uma reputação muitoEnergia
boa entre
consumidor
nos mercados para onde
são
de suíno
no grupo das carnes vermeácidos gordos
Água
(g) exportados.
72,2
67,4
73,6
73,8
50
g
5,08
monoinsaturados
lhas.
Proteína (g)
21,8
21,7
19,7
24,1
a Acções de promoção para consumo de carne para o mercaácidos gordos
A mioglobia é uma proteína que se
g
1,34
Gordura
(g)
4,0
9,8
5,0
1,2 tem
polinsaturados
do interno e externo. O grupo de trabalho “promoção” da CC,
Fig. 9 – Preço dos ingredientes básicos para a alimentação porcina entre 2011 e 2013.
desnatura a temperaturas a partir dos
vindo a sensibilizar as Instituições Europeias para a necessidade
Hidratos
Fonte: grupo de previsões do grupo consultivo, Comissão Europeia
Abril 2013
g
0
de
promoção da carne em
e esperamos
uma reposta
positiva
74 ºC. No caso das carnes de suíno a
de carbono
Asgeral
proteínas
da carne
de suíno
da
no segundo
semestre
do ano. todos os
Oportunidades
de mercado
confeção
culinária
transforma a cor da
g
1.0 Comissão Europeia
Cinzas totais
possuem
na sua
composição
carne para tonalidades que se aproxig
68,3 63,5 – 72,0
Água
aminoácidos indispensáveis ao orgaCONCLUSÕES:
a doA branco,
Rússia, tem sido um bom mercado para a exportação
mam
devido à desnaturanismo humano – o que significa que
de carne de porco europeia. Contudo, nos últimos anos este país
ção
da
mioglogina.
A
composição
centesimal
das
carnes
são
de “alto
valor
a O consumo de
carne
de porco
na biológico”
EU tem vindo(quadro
a diminuir
tem investido fortemente na sua fileira, tendo como consequên(2,2% em
2012) e prevê-se
que os
vá continuar
na mesmadevem
linha em
que surgem
ma- e dos
suínos têm
acentuadas
variações
cia Portanto,
o aumentosempre
da sua produção
doméstica
a diminuição
do pre4.). Entre
ácidos aminados
(2.5%).
possível diminuição das exportações em 2013 (13,9%
ço da carcaça.
disso, nos
últimos anosque
tem
se dependentes
assistido a da2013
nifestações
queAlém
depreciam
a inclusão
são
idade
dosAanidestacar-se pelo seu teor excecional- em termos de peso de carcaça) e o decréscimo do valor das exporum abrandamento das exportações para a Rússia, devido a alguns
de
carnes vermelhas na dieta humana mais (os leitões têm mais
água
e memente sobre
elevado
a Lisina, adoLeucina,
tações,
coloca
uma questão
a rentabilidade
sector o
obstáculos sanitários colocados á carne Europeia. Segundo dados
deve
ter-se
em
consideração
que
as
nos
gordura
e
proteína),
da
raça
(as
ácido
Aspártico
e
o
ácido
Glutâmico
provisórios da DG AGRI, as exportações de carne de porco (tonelacarnes
de suíno
não para
são objetiva
fac- Janeiro
O número
animais e4).
o número de animais abatidos tem
raças
autóctones
em regra,
mais de(quadro
das de peso
produto)
a Rússia,eentre
e Junho
de 2013,têm, a
vindo a decrescer
as categorias.
Este facto
reflecte um
terão se reduzido
em cerca
8% quando comparadas
mes- alimentar
tualmente
incluíveis
nessedegrupo.
gordura),com
do oregime
(os por- em todas
Os ácidos
animados
indispensáajustamento estrutural relacionado como os novos requerimentos
mo período de 2012.
A esse propósito, aliás, o que deve cos de montanheira têm mais ácidos veis presentes nas carnes de suíno
do bem estar animal, mas também indica que este ajustamento vai
ser
é, Kong,
precisamente,
o gordos
insaturados)
da que
peça
açou- apresentam
equilíbrio
na suadoproeventualmente
dar lugar aum
uma
reestruturação
sector.
a enaltecido
China e Hong
Estes dois mercados
em conjunto
são e ter
contrário,
ou
seja,
as
virtudes
nutriAlém
disso,
dados
provisórios
mostram
que
o
preço
da carcaça em
gueira
(o
lombo
de
porco
tem
mais
proporção
que
os
torna
especialmente
actualmente os maiores importadores da carne de porco europeia,
tem se tem
mantidoaptos
num nível
com tendência
crescente,
perfazendo
em nutracêuticas
conjunto cerca de
% do total
exportações
cionais
e até
das30carteínadas
e menos
gordura; 2013
O toucinho
paraelevado
completar
e equilibrar
as
nes de suíno.
mais gordura e muito menos proteína). carências existentes na composição
Barley (EU )
Ma ïs (E U)
Soja (CA F)
H ulls (EU)
Ma nioc (CAF)
Euro / tonne
C.G.F . (CA F)
Jan
Ap ril
Juil
Oct
Jan
Ap ril
Juil
Oct
Jan
Ap r
Jul
Oct
Jan
suinicultura
35
15
VI CONGRESSO NACIONAL DE SUINICULTURA
contudo o preço altos dos alimentos tem vindo a colocar alguma
pressão sobre as margens obtidas pelos agricultores. Tudo leva a
crer que em 2013 teremos registado uma diminuição da produção
e consequentemente um aumento do preço médio final. A produção deverá começar a contrariar esta tendência e voltar e crescer
partir de 2014 e voltar a atingir níveis próximos da produção antes
de 2011, no final de 2014/2015.
a
a
Acordo de Comércio Livre entre a UE e o Canadá - Desde
2009, a UE está a negociar um acordo de comércio livre com o Canadá. A conclusão deste acordo tem sido adiada devido a divergências sobre o contingente de carne de porco (entre outros) que
a UE vai disponibilizar aos produtores canadianos para poderem
exportar para a Europa.
a Acordo de Comércio Livre entre a UE e os Estados Unidos
(TTIP) – Em Junho de 2013, o concelho de ministros de comércio
europeus acordaram as directivas de negociação para este acordo. Em Julho, os dois parceiros reuniram-se em Washington para a
primeira ronda de negociações, que será seguida em Outubro (semana 7-11) em Bruxelas, pela segunda ronda. Os EUA terão certamente um interesse ofensivo no sector porcino.
a
a
Acordo de Comércio Livre entre a EU e o Mercosur: A UE e
o Mercosur deverão tomar uma decisão sobre o retomar de negociações e as modalidades futuras dessa negociação no último trimestre de 2013. O Mercosur tem um interesse ofensivo no sector
porcino.
Um muito obrigado. Todas as posições e fichas técnicas do COPA-COGECA estão disponíveis na página oficial do COPA-COGECA em
7 línguas diferentes .
Grave crise económica. A grave crise financeira na Europa e
em especial nos países do sul, terá um efeito negativo no consumo
de carne, mas principalmente terá consequências no tipo de carne
de porco comprada (carne fresca vs carne pré-cortada/preparada).
Carne de frango – efeito de substituição (discutido anteriormente)
a
Termino, com uma chamada de atenção para todos os actores da fileira de suínos. A implementação da directiva das poedeiras teve lugar em Janeiro de 2012. Um forte aumento dos preços
dos ovos e uma reestruturação da produção, com o abandono por
parte de muitos produtores e aumento de produção dos restantes,
levou a um forte aumento da produção no final de 2012 e 2013.
Este aumento de produção teve como consequência uma descida
dos preços em 2013 para níveis muito próximo dos registados antes da implementação desta directiva. Contudo estes preços tem
que ser agora enquadrados numa altura de altos preços dos alimentos. A fileira dos suínos deve desde já se manter muito atenta
a evolução do mercado dos suínos e tomar medidas para sensibilizar todos os actores envolvidos para esta situação.
NÃO ESQUEÇA, MARQUE JÁ NA SUA AGENDA
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16
RAÇAS AUTÓCTONES
O INTERPROFISSIONAL
DO PORCO IBÉRICO
UM EXEMPLO A SEGUIR
La Asociación Interprofesional del Cerdo Ibérico (ASICI), es una
Organización Interprofesional Agroalimentaria (OIA), sin ánimo
de lucro, en la que están representadas paritariamente organizaciones de la rama de la producción (ganaderos) y de la rama
de la transformación (industriales) de cerdo ibérico.
COAG-IR, Coordinadora de Organizaciones de Agricultores y Ganaderos- Iniciativa Rural.
Se constituyó en diciembre de 1.992 con objeto de asumir la
representación y defensa de los intereses comunes de los ganaderos e industriales del sector del cerdo ibérico. Continuó la
labor emprendida por la Comisión Interprofesional del Cerdo
Ibérico (CICI) desde la campaña 88/89, fecha de homologación
por el Ministerio de Agricultura, Pesca y Alimentación (MAPA)
del primer contrato tipo de compraventa de cerdos ibéricos y
sus cruces para elaboración. Cada campaña el contrato fue resultado de acuerdos entre representantes de ganaderos e industriales, por tanto fue un instrumento para formalizar, normalizar y clarificar sus relaciones comerciales.
COOPERATIVAS AGRO-ALIMENTARIAS
El Ministerio de Agricultura, Pesca y Alimentación la reconoció,
en julio de 1999, como Organización Interprofesional Agroalimentaria para el Sector del Cerdo Ibérico.
En la Interprofesional están representados más del 90% de los
ganaderos y más del 90% de las industrias elaboradoras de productos ibéricos.
ASICI goza de personalidad jurídica propia e independiente de
la de sus miembros y de plena capacidad para obrar en cumplimiento de sus fines, establecidos en el Artículo 3 de la Ley 38/94
de las organizaciones interprofesionales agroalimentarias.
En la Interprofesional están representados más del 90% de los
ganaderos y más del 90% de las industrias elaboradoras de productos ibéricos.
Entre los fines de la organización se encuentra la mejora de la
calidad de los productos de todos los procesos que intervienen
en la cadena agroalimentaria, efectuando seguimiento desde la
fase de producción hasta su llegada al consumidor. Para ello
dispone de un laboratorio propio, en Zafra (Badajoz), dedicado a
la toma de muestras en canales de cerdos ibéricos y el análisis
de la composición de ácidos grasos mediante cromatografía de
gases con detección de ionización de llama (CG-FID). Laboratorio acreditado por ENAC nº 516/LE 1069.
Organizaciones Integrantes de ASICI
Rama productora
AECERIBER, Asociación Española de Criadores de Ganado Porcino Selecto Ibérico Puro y Tronco Ibérico.
ASACRIBER, Asociación Salmantina de Criadores de Ganado
Porcino Selecto de Tronco Ibérico.
ARAPORC, Asociación Regional Andaluza de Porcino.
ANPROGRAPOR, Asociación Nacional de Productores de Ganado
Porcino.
ASAJA, Asociación Agraria de Jóvenes Agricultores.
UPA-UCE, Unión de Pequeños Agricultores.
APRIBER, Asociación de Productores de Porcino Ibérico “Dehesas y Sierras”.
ASOCIACIÓN DE PRODUCTORES DE CERDO IBÉRICO DE EXTREMADURA
Rama transformadora
COOPERATIVAS AGRO-ALIMENTARIAS
ANICE-IBERAICE, Asociación de Industrias de la Carne de España-Grupo de Ibérico.
En abril de 2010 solicitó la primera extensión de norma para:
*
promocionar los productos ibéricos
*
obtener datos de mercado y del sector
*
apoyar la investigación, el desarrollo y la innovación en
el sector ibérico
En agosto de 2010 se publicó en BOE la Orden ARM/2139/2010,
de 16 de julio, por la que se extiende el Acuerdo de la Asociación
Interprofesional del Cerdo Ibérico, al conjunto del sector, y se fija
la aportación económica obligatoria, para realizar actividades de
promoción de los productos del cerdo ibérico, mejorar la información y conocimiento sobre las producciones y los mercados,
y realizar programas de investigación, desarrollo, innovación
tecnológica y estudios, para las campañas 2010-2011, 20112012 y 2012-2013.
En la Web de ASICI, www.iberico.com se encuentra información
acerca de las acciones realizadas en cada uno de los objetivos
anteriormente señalados. Se resumen las acciones realizadas:
Promoción de consumo Jamones Ibéricos
2010-2011: campaña en las principales cadenas de TV de ámbito estatal y autonómico
“Es de locos no consumir jamones ibéricos habiendo calidades
al alcance de todos”
17
RAÇAS AUTÓCTONES
raças autóctones | bísara
Publicações com Referência à Raça
Bísara e ao Fumeiro de Vinhais
2011-2012: campaña en las principales cadenas de TV de ámbito estatal y autonómico
“Yo soy de Ibérico”
2011-2012. Desayuno de Prensa y viaje de Prensa. Asistieron
los principales medios impresos, radio y TV de ámbito Nacional
y Autonómico.
2013-2013. Mercados Municipales. Madrid, Barcelona, Sevilla,
2012-2013: campaña en las principales cadenas de TV de ámValencia, Bilbao, San Sebastián.
bito estatal.
ste ano a raça bísara este- analisa as diferentes raças de acordo Cerdeira. Este lançamento pretende
“Jamones ibéricos de Cebo o de Bellota” “Elige tu ibérico”
ve presente em dois lança- com os aspectos relativos
à origem,
Datos del
sector à contribuir para um conhecimento mais
Campañas Informativas
sobre
los Jamones
mentos. O
primeiro
em ibéricos
área geográfica, ao padrão da raça, à detalhado dos enchidos e presuntos
2010-2011.
Sistema
Inteligencia Económica
en elsuas
SectorhistóPorAbril, na 30ª edição da Ovi- evolução do efectivo,
aos sistemas
de detradicionais
portugueses,
cino Ibérico
2011-2013. Escuelas de Hostelería: Santiago de Compostela,
beja, é uma publicação da DGAV com produção, às características produti- rias e caracterização. Começando
Bilbao, San Sebastián, Albacete, Murcia, Alicante, Valencia, Caso nome
RaçasSevilla,
Autóctones
vasMadrid,
e reprodutivas
e ao desenvolvique possível
pela respetiva gé2011-2012.
Plan para elsempre
Seguimiento
de los Mercados
tellón,
Barcelona,
Córdoba,PortugueMálaga, Mérida,
ToleO objetivo
o de compilar
toda mento, melhoramento
e perspectivas
nese e enquadramento
sociológicoCo-e,
2010-2014.
Censos de animales
Certificados y de Productos
do,sas.
Navarra,
Oviedo, foi
Cantabria,
Valladolid.
mercializados.
a informação, num livro, para divulgar futuras, de forma estruturada
por es- em seguida, detalhando as normas es2011-2013.
Centrosas
Comerciales:
Cádiz,pécie.
Málaga, Granae caracterizar
57 Raças Sevilla,
Autóctopecíficas de produção que asseguram
2010-2014. Cerdos Ibéricos sacrificados.
da, Murcia, Valencia, Madrid, San Sebastián, Vigo, Santiago de
nes
existentes
em
Portugal,
das
quais
Outro
importante
lançamento,
que
a garantia de qualidade e especificidaCompostela, A Coruña, Valladolid, Barcelona, Bilbao, Vitoria.
a
raça
bisara
faz
parte
e
que
constiocorreu
no
VII
Congresso
Mundial
do
de,Hogares
e que permitem
a atribuição
2010-2014. Consumo en
y en el Canal
HORECA. da De2011-2013. Centros El Corte Inglés, 40, de Aragón, Madrid, Cataluña,
Valenciana,
Murcia,
Extremadura,
Andalucía,
tuemComunidad
um património
genético
animal
Presunto,
foi uma edição dos CTT Cor- nominação de Origem Protegida ou InApoyo
a la Investigación
y a la innovación
el sector ibérico
La único.
Rioja, Navarra,
Euskadi,
Galicia,
Castilla
Castilla com
Este livro
constitui
uma
refe-la Mancha
reios dey Portugal,
o nome
Sabores dicação
GeográficaenProtegida
que os
y León.
rência actual das Raças Autóctones do Ar e do Fogo, da autoria de Fátima consagra, hoje em dia, como «Produtos
2010-2012. Clasificación de cerdos ibéricos según el régimen
que, sendo
oficialmente
reconheciMoura,
escritora
em gastronoArtesanais
de Qualidade».
de alimentación
a partir
de Cromatografía
de Gases (CG-FID) y
2013-2013.
Paradores
Nacionales,
48, de Aragón,
Cataluña,
Ma- e perita
das
em Portugal,
objecto
de Euskadi,
re- mia
comNavacoordenação
de José QuitéEspectrometría
de Masas de Relaciones Isotópicas (GC-C-IRMS)
drid,
Castilla
la Mancha,são
Castilla
y león,
La erioja,
rra,gisto
Galicia.
em Livro Genealógico, de acor- rio, decano da crítica gastronómica. As
Pedro Fernandes
E
do com critérios específicos. Assim
52
suinicultura
18
fotografias são da autoria de Mário
Técnico ANCSUB
presençassocial
programa
institucionais
RAÇAS AUTÓCTONES
Programa So
2012-2013. La Innovación en el Sector Porcino Ibérico. Libro
editado 2013
2012-2014. Influencia del consumo de Jamones Ibéricos, de bellota y de cebo, en la salud endotelial de individuos sanos.
En 2013 la ASICI solicitó dos nuevas extensiones de norma, la
primera continuación de la anterior, que el Ministerio de Agricultura, Alimentación y Medio Ambiente aprobó en septiembre
de 2013, la Orden AAA/1830/2013, de 24 de septiembre, por la
que se extiende el Acuerdo de la Asociación Interprofesional
del Cerdo Ibérico, al conjunto del sector y se fija la aportación
económica obligatoria, para la promoción de los productos del
cerdo ibérico, la optimización del conocimiento y la transparencia informativa del sector y el apoyo a la investigación e innovación tecnológica durante las campañas 2013-2014, 2014-2015
y 2015-2016. Y la segunda, aprobada en enero de 2014, Orden
AAA/22/2014, de 9 de enero, por la que se extiende el acuerdo
de la Asociación Interprofesional del Cerdo Ibérico, al conjunto del sector y se fija la aportación económica obligatoria, para
la mejora de la trazabilidad y la calidad de las producciones de
ibérico y coadyuvar al cumplimiento de la norma de calidad del
ibérico, durante la campaña 2013/2014.
Dia 19 de Junho, Quarta feira
Dia 2
15:00 horas
10:00
Con las aportaciones de ganaderos y de industriales del sector
del cerdo ibérico se junto
va a implantar
un sistema
Web,
denomiConcentração
ao Hotel
Mestre
Afonso
nado ÍTACA, del que serán usuarios los diferentes agentes del
Domingues
sector.
15:15 horas
10:30
Visita guiada ao Museu da Comunidade
Concelhia da Batalha (a)
Visita
17:00 horas
Visita guiada ao Mosterio da Batalha
Visita
senso
18:30 horas
12:30
Regresso aos hoteis
Almo
20:00 horas
15:30
Jantar Oficial do Congresso e Comemoração dos
32 anos da FPAS
– Quinta do Fidalgo ‑ Batalha
Visita
Aljub
11:30
La Orden AAA/22/2014, de 9 de enero, habilita a la Interprofesional para actuar en toda la cadena: explotaciones, mataderos
y puntos de venta.
(a)
Hu
Para conseguir este objetivo se desarrollarán las siguientes acciones en toda la cadena:
a) Creación, desarrollo e implantación de un sistema y una base
de datos que soporte la identificación y la información de los
animales que cumplan los requisitos de raza, edad y alimentación que establece la norma de calidad. Los operadores comunicarán a la base de datos sus reproductores, los nacimientos,
lotes de explotación que produzcan y los lotes de alimentación
que irán a sacrificio. Los técnicos de la interprofesional podrán
comprobar in situ la identificación y la información comunicada.
Ceco:
Trichuris suis
Rins:
Stephanurus dentatus
Pulmões Traqueia e Brônquios:
Metastrongylus apri
Tecido muscular:
Trichinella spiralis
Cysticercus cellulosae
b) Instalación en cada matadero que sacrifique cerdo ibérico de
una «caja negra», sistema de almacenamiento y transmisión a
la base de datos de los pesos de las canales.
c) Los técnicos de ASICI podrán verificar in situ la identificación
de los productos acogidos a la norma de calidad y su etiquetado,
constatando que se ha mejorado la información al consumidor.
PARA
O anti-helmíntico
DESPARASITAR:
de eleição
Cólon:
Oesophagostomum
dentatum
Trichuris suis
Estômago:
Hyostrongylus rubidus
Intestino delgado:
Ascaris suum
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19
56
56
17:30
Re
Co
Mediante esta extensión de norma se pretende alcanzar el objetivo de mejora de la trazabilidad y la calidad de los productos
del cerdo ibérico y coadyuvar al cumplimiento de la norma de
calidad.
Creación y gestión de un sistema y una base de datos que correlacione los pesos de las canales que cumplan con los pesos
mínimos establecidos y la identificación asignada a las piezas
acogidas a la norma de calidad. Los mataderos comunicarán a
ASICI sus previsiones de sacrificio y a la base de datos los informes de sacrificio. Los técnicos de la interprofesional podrán
examinar in situ los pesos de las canales y los informes de sacrificio comunicados.
Reco
Afons
suinicultura
(b)
seu
rec
No
form
etn
dos
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RAÇAS AUTÓCTONES | ALENTEJANA
SECRETÁRIO DE ESTADO DA AGRICULTURA
VISITA INSTALAÇÕES DA ACPA
No passado dia 19 de Março, a Associação de Criadores de Porco
Alentejano teve a honra de receber a visita do Sr. Secretário de
Estado da Agricultura José Diogo Albuquerque.
A visita foi organizada pela Minha Terra – Federação
Portuguesa de Associações de Desenvolvimento Local e pela
ESDIME – Agência para o Desenvolvimento Local do Alentejo
Sudoeste, da qual a ACPA compõe o Órgão de Gestão, com o
intuito de visitar alguns dos projetos apoiados pelo PRODER/
Abordagem LEADER. No programa de visitas incluíram-se os
projetos promovidos pela ACPA – “Centro de Interpretação do
Porco Alentejano” e “Criação do Centro Multisserviços de Apoio
ao Mundo Rural”.
FEIRA DO PORCO ALENTEJANO 2014
Entre 21 e 23 de Março, Ourique foi palco
da 8ª edição da Feira do Porco Alentejano,
uma parceria entre a Associação de
Criadores de Porco Alentejano e o
Município de Ourique. A edição deste ano
contou com cerca de 50 mil visitantes e
foi marcada pelo aumento do número de
expositores de produtos transformados
do Porco Alentejano e outros produtos
reginais e artesanato, assim como os
habituais Showcooking, concursos e
tasquinhas. O colóquio deste ano foi
e Investigação Agroalimentar Professor
Doutor Nuno Vieira e Brito. No final do
colóquio foi apresentada a aplicação
para tablets e smartphones “Ourique
Capital do Porco Alentejano” e foram
entregues os prémios da “Melhor Vara de
Montanheira – campanha 2013-2014”:
1º – Carlos José Pratas Abrantes;
2º – Artur Maldonado Passanha;
3º – Idálio Rocha da Silva Jorge.
subordinado ao tema: “O Futuro dos
Sistemas de Produção Extensivos:
PAC 2014/2020” moderado pelo Eng.º
José Brito Ramos e cujos oradores
representam
importantes
agentes
intervenientes nas negociações da nova
PAC. Entre eles o Dr. Luís Capoulas
Santos (Eurodeputado), Eng.º Luís Mira
(CAP) e o Eng.º Hugo Costa Ferreira (GPP).
A sessão de encerramento ficou a cargo
do Secretário de Estado da Alimentação
SISAB 2014
SALÓN DE GOUMETS - MADRID
Na sequência de um projecto QrenInalentejo, a ACPA esteve presente no
Salón de Gourmets em Madrid, de 10 a
13 de Março, no IFEMA – Feria de Madrid.
Neste evento a ACPA promoveu os
produtos, dos quais é Entidade Gestora,
como sejam o Presunto de Barrancos
DOP e o Presunto de santana da Serra
IGP, tendo contado com a presença
especial da empresa Barrancarnes, que
nos ajudou a divulgar o produto nobre
Presunto de Barrancos DOP, através de
uma degustação que atraiu uma grande
parte dos interessados visitantes.
Foi com enorme satisfação que a
ACPA participou na 19ª edição do
Salão Internacional do Setor Alimentar
e Bebidas, nos dias 17, 18 e 19 de
Fevereiro de 2014 no Meo Arena, onde a
ACPA esteve presente com os Produtos
Qualificados Presunto de Barrancos
DOP, Presunto de santana da Serra IGP
e Carne de Porco Alentejano DOP, dos
quais é Entidade Gestora.
A participação da ACPA esteve ao abrigo
de um projecto Qren-Inalentejo, que visa
a promoção dos produtos derivados do
Porco Alentejano.
21
presenças institucionais
4
22 suinicultura
RAÇAS AUTÓCTONES | ALENTEJANA
VI Congresso Nacional de Suinicultura | intervenções
merar. Alguns desses produtos são
ACPA INAUGURA CENTRO DE INTERPRETAÇÃO
hoje indissociáveis da matriz cultural e
da etografia dos povos de muitas regiDO PORCO ALENTEJANO
ões da margem norte do Mediterrânio e
paração e confeção culinárias alteram A tradição do consumo
significativamente a composição nuNa Península Ibéria existe uma
tricional das carnes. Os aquecimen- grande ancestralidade de hábitos de
tos, as cozeduras ou os grelhados consumo de carne de porco. Existem
conduzem á redução de alguns nu- evidências históricas de que esse
trientes,
à Feira
concentração
de outros,2014,
apreço
pelo consumo de carnes de suIncluído na
do Porco Alentejano
foi inaugurando
modificando
também
a respetiva
ínos de
remontam
às civilizações Celtas
a 22 de Março
em Ourique
pelo Sr. diSecretário
Estado da
Alimentação
e
da
Investigação
Agroalimentar
Professor
Doutor
gestibilidade e biodisponibilidade.
e Fenícias. Devem ter sido, aliás, os
Nuno
Brito
o Centro
Interpretativo
Porco Alentejano.
EmVieira
face ede
toda
esta extensa
e di- doFenícios
que estenderam o gosto pelo
O espaço situado numa zona nobre da Vila de Ourique
versificada
riqueza
de
nutrientes
preconsumo
desta carne a todas as civiliconseguido por via de um projeto PRODER / Abordagem
sentes
nasnocarnes
de da
suíno
não3.2.1.,
é pos-pretende
zaçõespromover
Mediterrânicas
da AntiguidaLEADER,
âmbito
ação
e
divulgar
a raça e os produtos
nobres do de.
Porco
Alentejano.
sível
compreender,
racionalmente,
O sal
obtido por evaporação da
Ambiciona-se
que os visitantes
as
que
se possa dispensar
este bemdo
ali-espaço
águaconheçam
do Mediterrâneo
foi seguramente
características especificas da raça, o seu ciclo produtivo com
mentar da dieta regular dos seres hu- o ingrediente complementar que meparticular destaque para a montanheira, o montado enquanto
manos.
Acresce
que,
no estas
caso destas
se conjugou
ecossistema
único
para
produçõeslhor
e degustem
os e mais contribuiu
carnes,
relação custo/benefício
é ao Presunto
para a distribuição,
produtosa derivados
qualificados como
ou Paleta o comércio e o uso
de Barrancos
Presunto
ou Paleta dedeSantana
mais
vantajosaDOP,
parao os
consumidores.
carnesda
deSerra
suíno preservadas.
IGP, o Presunto ou Paleta do Alentejo DOP e a Carne de Porco
Para se poder aceder a nutrientes de
Este hábito de consumo, incorporaAlentejano DOP.
valor
biológicofoiequivalente
aos
que dode
háum
muitos
milénios nos comportaA inauguração
sucedida pela
degustação
Presunto
existem
carnes
suíno,
sem da
re-Herdade
mentos
permitiu o desenSantananas
da Serra
IGPde
e pelos
vinhos
do alimentares,
Pinheiro.
correr a este produto, será necessário volvimento sucessivo, e cumulativo, de
despender pelo menos o triplo do cus- uma miríade de produtos derivados da
to comercial (outras carnes).
carne de porco que é impossível enu-
A
também de Portugal. Essa riqueza e
diversidade pode ser facilmente assimilada com uma visita a uma das muitas “feiras do fumeiro” tradicional que
ocorrem com frequência em Portugal:
Chouriços, presuntos, morcelas, linguiças, farinheiras, butelo, rojões, moiras,
salpicões, paios, alheiras, tripas enfarinhadas, leitão assado, enfim uma gama
indiscritível de produtos que enriquecem a cultura gastronómica portuguesa, tendo muitos destes géneros alimentícios ascendido ao estatuto de
“produto gourmet”.
Os povos das atuais economias
emergentes, nomeadamente a China e
a Rússia, têm vindo a aumentar a um
ritmo exponencial o consumo de carnes de suíno. Na China já se produz na
PREOCUPA-SE!
suinicultura
39
23
RAÇAS AUTÓCTONES | ALENTEJANA
PORCO PRETO
DEVOLVER A VERDADE AO CONSUMIDOR
Regulamentação do “Porco Preto” - Necessidade urgente de aplicação
Porco Alentejano - Produção nacional de qualidade única
O porco alentejano, vulgarmente denominado de porco preto, serve de
base a uma vasta gama de produtos de elevada singularidade, em que
a excelência da qualidade é reconhecida na carne, nos presuntos (vulgo
“Pata Negra”), e nos enchidos.
Actualmente, a maioria dos produtos existentes no mercado vendidos
com a designação “Porco Preto”, na realidade não o são. Esta designação
que ganhou vantagem comercial a partir de 2006 tem sido utilizada
sem qualquer controlo permitindo a confundibilidade e o engano do
consumidor. A crescente usurpação da denominação de venda “Porco
Preto”, obrigou a fileira a criar uma norma nacional que regulamentará
em breve, todos os produtos abrangidos por este nome.
O porco alentejano é uma raça autóctone portuguesa maioritariamente
produzida no Alentejo, e concelhos limítrofes, em terras de montado
de azinheiras e sobreiros. As características da qualidade do porco
alentejano e seus derivados advêm fundamentalmente da raça, do
modo de produção e do saber fazer da transformação. O sistema
de produção mais frequente é apoiado em maneios extensivos em
perfeito equilíbrio com a diversidade florestal, agrícola e pecuária das
explorações, que resulta, na sua maioria, em animais que engordam a
campo, em regime de montanheira, alimentando-se exclusivamente
de bolotas e erva. O crescimento destes animais é apoiado nos
A norma incide principalmente na raça e seus cruzamentos e no seu
modo de produção. Ao nível da raça, os animais que originam os produtos
com esta designação têm de ser obrigatoriamente descendentes de
porcas de Raça Alentejana registadas no Livro Genealógico e têm de
ser identificados até ao desmame. São permitidos cruzamentos com
a raça duroc desde que os machos progenitores também estejam
identificados no respectivo Livro Genealógico. Ao nível da exploração,
os animais produzidos em unidades de produção extensivas e ao ar
livre classificadas pela legislação oficial incluídas no REAP - Regime de
Exercício da Actividade Pecuária, como classe 3, e classe 2 extensiva
ou ao ar livre dão origem a produtos classificados como “Porco Preto”.
De forma a possibilitar a produção de animais em regimes intensivos,
mas respeitadores dos critérios raciais, é obrigatório a diferenciação
no mercado sob a designação comercial de “Porco Preto de Produção
Intensiva”.
A regulamentação incide em todos os produtos que em qualquer
parte do rótulo ou descritivo, presente no produto no ponto de venda,
contenha a expressão “Porco Preto”. O controlo e a acreditação dos
lotes de animais para abate serão efectuados pelos respectivos Livros
Genealógicos com emissão de certificados de raça e exploração, que
constitui prova no processo de traçabilidade desde o nascimento até ao
produto no ponto de venda. A traçabilidade nos processos industriais
de transformação será garantida pelos relatórios de auto-controlo com
definição e correspondência de lotes de transformação e produto aos
lotes de abate e de animais. A fiscalização estará a cargo da ASAE que
actuará no cumprimento da legislação a publicar. O sector produtivo
efectuará um plano independente de acompanhamento dos mercados
com objectivo de identificar e denunciar a fraude às entidades
competentes. A principal motivação do sector na concretização desta
regulamentação é a devolução da genuinidade destes produtos, de
qualidade singular, ao consumidor. Estima-se que o regulamento,
actualmente em consulta pública na União Europeia, seja publicado
em Portugal até ao final do primeiro semestre de 2014.
24
recursos naturais das explorações com pastoreio permanente e
o aproveitamento de restolhos e outros recursos produzidos nas
explorações. A suplementação alimentar necessária é efectuada com
alimentos compostos criteriosamente seleccionados.
Na raça, a maior capacidade do animal acumular gordura e infiltrála dentro e entre as massas musculares dão características
organolepticas e apresentação únicas aos produtos transformados.
A elevada rusticidade e comportamento da raça são fundamentais
para optimizar o maneio extensivo, adaptado e sincronizado com
outras espécies de exploração, cuja produção está inserida no
conceito de elevado valor natural, garantindo a sustentabilidade do
montado. A engorda efectuada no montado proporciona alimentos
que conferem à gordura do porco alentejano características únicas
para a transformação, estando na base da conceituada gama de
presuntos “pata negra”, carne e enchidos do “porco preto”. A gordura
da carne do porco alentejano engordado a bolota tem elevados níveis
de monoinsaturação, e é rica em antioxidantes naturais.
Sector Naturalmente Exportador - Agro-indústria nacional insuficiente
Actualmente existem cerca de 300 explorações produtoras do porco
alentejano localizadas no Alentejo, Ribatejo, Estremadura, Beira Baixa
e Algarve. Estão inscritas cerca de 5.000 porcas reprodutoras no LGPS
– Livro Genealógico Português de Suínos – Secção Raça Alentejana. Na
presente montanheira estima-se que em Portugal estejam a engordar
RAÇAS AUTÓCTONES | ALENTEJANA
cerca de 30.000 porcos a bolota em 120.000 hectares de montado. O
mercado destes animais está em Espanha e Portugal. As exportações
para Espanha representam cerca de 80% do mercado.
A evolução do efectivo nacional apresenta uma diminuição severa
de animais e está aos níveis dos finais da década de 80 no inicio da
organização da produção. A quebra verificada no efectivo nacional
desde o primeiro trimestre de 2007, como reflexo da crise, é cerca de
60% e reflecte a forte baixa dos preços de mercado ao produtor (30 –
40%), para níveis de rentabilidade negativa nas várias áreas de negócio,
agravados pelo elevado preço dos factores de produção. A base da
queda dos preços a partir de 2007, justifica-se pelo desequilíbrio de
mercado para o lado da oferta (agora em recuperação), e pela forte
retracção no consumo e confiança do consumidor.
A falta de regulamentação no mercado, que permitiu a fraude na
produção e comercialização dos produtos com a designação de
“Porco Preto”, resultou da substituição de matéria-prima genuína do
porco alentejano por outras carnes não controladas com objectivo
da diminuição do preço de produção e acesso aos mercados de
grande consumo. Este factor foi determinante para a degradação do
tecido industrial e pelo encerramento de várias indústrias nacionais
transformadoras do porco alentejano.
Os produtos do porco alentejano têm uma qualidade singular,
naturalmente distinguíveis pela excelência e características gustativas
únicas que os caracterizam. O potencial de crescimento do sector é
enorme e justificado pela baixa ocupação (10%), dos mais de um milhão
de hectares de montado existente em Portugal.
Para potenciar a produção do porco alentejano são necessárias
políticas, que salvaguardem a produção extensiva inserida no
montado nacional, que conservem a base da raça como património e
base da fileira, que fomentem a vitalidade e o investimento na agroindústria, e que garantam a existência de mercados esclarecidos e
regulamentados.
Pedro Manuel Bento – Secretário-geral ANCPA
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A utilização da nova papa Attivia, desde muito cedo,
é fundamental para o sucesso do desmame e
garantia das performances de crescimento.
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GMD em pós 375
desmame
(g/dia)
360
360
330
300
Vitalidade
dos leitões
+ 30 g de GMD
345
315
Consumo precoce
de alimento
Equilíbrio
da flora
329
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25
RAÇAS AUTÓCTONES | BISARA
34ª FEIRA DO FUMEIRO DE VINHAIS
A AFIRMAÇÃO DA CULTURA TRANSMONTANA
O segundo fim-de-semana de Fevereiro
está já reservado na agenda de muitos
portugueses para rumarem a Vinhais. É
nesta Vila Transmontana que acontece,
desde 1981, a Feira do Fumeiro mais
importante do país e que, de ano para
ano, tem consolidado o epíteto de Capital
do Fumeiro a que Vinhais vem sendo
associada.
É assim há já trinta e quatro anos,
sendo notória a evolução que este
evento tem experimentado com a sua
organização cada vez mais profissional.
Este profissionalismo torna-se visível
logo na sua fase prévia, em que é dada
muita importância à divulgação. Este ano
rumamos aos principais centros urbanos
do país e, com o apoio de alguns chefs
de referência, foi possível transformar
os enchidos de Vinhais de uma forma
inovadora, conferindo aos pratos um aspeto
gourmet, sem perderem as suas qualidades
e acrescentando-lhe uma beleza que ajuda
a despertar os sentidos. É o chamado
Marketing Sensorial. Sim porque os olhos
também comem. Aproveitamos para
agradecer ao Chef Cordeiro, ao Chef Marco
Gomes e ao Chef Eurico Castro, pelas suas
criações gastronómicas e por nos terem
disponibilizado os seus restaurantes
para estas ações de divulgação, onde
foi possível reunir a comunicação social
e algumas personalidades da cultura e
politica portuguesas.
Ainda na fase de preparação do evento e de
acordo com o Regulamento de Participação
na Feira do Fumeiro de Vinhais, a ANCSUB
procedeu, durante os meses de Outubro,
Novembro e Dezembro de 2013, à
identificação animal de todos os suínos
destinados ao abate e transformação.
Foi simultaneamente verificado o
cumprimento das boas práticas de maneio
alimentar e higio-sanitárias destes
animais. Durante este período foram
efectuadas 71 inscrições de produtores
de fumeiro, das quais 39 de produtores
individuais (Tipologia 3-Atividade Produtiva
Local), 27 de Cozinhas Regionais de
Fumeiro (Tipologia 3-Atividade Produtiva
Similar) e 5 Unidades Industriais (Tipologia
2). A maior parte dos produtores são do
concelho de Vinhais, apesar de ano após
ano, aumentarem as participações de
26
produtores de outros concelhos. Então,
além dos produtores do concelho de
Vinhais participaram também produtores
de Bragança, Miranda do Douro, Mirandela,
Macedo de Cavaleiros, Chaves e Valpaços. A
afluência da participação destes produtores
de fumeiro quer do concelho de Vinhais
quer dos restantes concelhos do Nordeste
Transmontano ilustra bem a importância
que este evento tem para a Região. No
que toca aos suínos, indispensáveis para
a produção de Fumeiro de Vinhais, foram
identificados 380 animais destinados ao
abate e transformação. Todos os inscritos,
de uma forma geral, cumpriram o que
estava estipulado no Regulamento de
Participação e, salvo raras excepções, todos
os suínos identificados se encontravam
em boas condições nutricionais e higiosanitárias, sendo respeitadas as regras de
bem-estar animal.
A 34ª Feira do Fumeiro de Vinhais
decorreu entre os dias 6 e 9 de Fevereiro
e, além da grave crise que o país atravessa
e das medidas governamentais que
deixam os cidadãos com os bolsos cada
vez mais vazios, o São Pedro também
não foi tolerante. Mesmo assim e apesar
destes constrangimentos, foi bastante
dinâmica em termos de vendas, o que
é demonstrativo da aceitação destes
produtos em certos nichos de mercado,
com poder de compra, que não ficam
inibidos com os seus preços elevados.
Um dos pontos altos do certame é o
Concurso do Melhor Salpicão que, este ano,
contou com a colaboração da Confraria
do Porco Bísaro e do Fumeiro de Vinhais,
coordenados por uma equipa da UTAD, que
conduziu este ilustre painel de provadores.
Foram distribuídos 10 prémios para os
salpicões melhor pontuados e a grande
vencedora deste concurso foi a Sr.ª Vera
Alves, da aldeia de Nunes, do concelho de
Vinhais. (ver classificação).
Além da venda de fumeiro, esta edição da
Feira contou também com as já habituais
exposições de artesanato e máquinas
agrícolas, feira de gado, tasquinhas,
restaurantes, espectáculos musicais e
animação permanente por todo o recinto
da feira. O “Espaço Gourmet”, destinado
a produtores de diversas especialidades
gastronómicas, tais como vinhos, azeites,
cogumelos, produtos biológicos e outros
produtos de qualidade da região, também
ocupou lugar de destaque. Em conjunto
estas actividades representam um volume
de negócios e uma fonte de receita de
extrema importância para a economia
local, que se estima na ordem dos seis
milhões de euros.
O Fumeiro é uma atividade de grande
importância económica para o concelho de
Vinhais, onde é visto como uma alavanca
fundamental para a dinamização da sua
economia. É uma dinâmica já há muito
RAÇAS AUTÓCTONES | BISARA
instalada, são já 34 anos de feira do fumeiro
e tem-se verificado uma grande evolução
do sector, que tem acompanhado todas
as exigências legais, por vezes descabidas,
mas que, com o grande apoio do município
e da Associação Nacional de Criadores de
Raça Bísara, tem-se conseguido manter
e até aumentar a produção de fumeiro.
Graças a esta dinâmica, nos últimos
tempos tem-se registado um interesse
crescente por parte dos jovens, muitos
deles com formação superior que não
encontram alternativas no mercado de
trabalho e que acabam por encontrar uma
oportunidade no negócio do fumeiro e que
certamente serão a continuidade desta
actividade.
Classificação do Concurso do Melhor Salpicão da 34ª Feira do Fumeiro de Vinhais
Classificação
Nome
Localidade
Prémio
1
Vera Maria Alves
Nunes
150,00 €
2
Maria Zulmira Sousa
Ousilhão
125,00 €
3
Isabel Maria Gonçalves
Nunes
110,00 €
4
Idalina Josefa Afonso
Cabeça de Igreja
100,00 €
5
Maria Madalena Jorge
Ousilhão
90,00 €
6
Regina de Fátima Fernandes
Romariz
80,00 €
7
Armindo Gomes
Espinhoso
70,00 €
8
Maria de Lurdes Diegues
Paçó
60,00 €
9
Rita Ulema Afonso
Nunes
50,00 €
10
Vifumeiro
Vinhais
40,00 €
27
RAÇAS AUTÓCTONES | BISARA
CONCURSO PECUÁRIO DE SUÍNOS DE RAÇA BÍSARA
Concurso Pecuário de Suínos de Raça Bísara – 2014
Classificação
Criador
Localidade
Concelho
1ª Secção (Machos de 3 a 6 meses)
1º
Carlos Martins
Algoso
Vimioso
2º
Manuel Pires
Seixas
Vinhais
3º
Natércia Cardoso
Ermida
Vinhais
2ª Secção (Machos de 6 a 9 meses)
1º
Rui Lourenço
Nuzedo de Cima
Vinhais
2º
Carlos Martins
Algoso
Vimioso
3º
Adélia Carvalho
Nunes
Vinhais
3ª Secção (Machos com mais de 9 meses)
1º
Fernando Justo
Aldeia Nova
Montalegre
2º
Inácio Peres
Sendim
Miranda do Douro
3º
Carlos Martins
Algoso
Vimioso
4ª Secção (Fêmeas de 3 a 6 meses)
1º
Carlos Martins
Algoso
Vimioso
2º
Manuel Pires
Seixas
Vinhais
3º
Inácio Fernandes
Espinhoso
Vinhais
5ª Secção (Fêmeas de 6 a 9 meses)
1º
Rui Lourenço
Nuzedo de Cima
Vinhais
2º
Duarte Guerra
Granja
Mogadouro
3º
José António Alves
Nunes
Vinhais
6ª Secção (Fêmeas com mais de 9 meses)
1º
Simplício Cubeiro
Gregos
Mogadouro
2º
Duarte Guerra
Granja
Mogadouro
3º
António Nobre
Sendim
Miranda do Douro
À semelhança de anos anteriores, devido à participação na
Feira Nacional de Agricultura, em Santarém, foi realizado um
Concurso Pecuário de Suínos da Raça Bísara, de cariz mais
regional, reservando-se o Concurso Nacional da Raça para a
Feira Nacional de Agricultura.
Integrado no programa oficial da 34ª Feira do Fumeiro de
Vinhais, participaram 15 criadores que trouxeram a concurso
48 suínos, distribuídos por seis secções, consoante a sua idade
e sexo. A maior parte dos criadores era do concelho de Vinhais
e participaram também criadores dos concelhos de Vimioso,
Miranda do Douro, Mogadouro e Montalegre.
O júri de classificação, composto pelo Dr. Simões Monteiro
(FPAS), Dr. Francisco Neto (Câmara Municipal de Resende)
e o Prof. Divanildo Monteiro (UTAD), procedeu à avaliação
dos suínos e posterior classificação. Antes do anúncio dos
vencedores foram proferidas algumas considerações, por parte
do presidente do júri, o Dr. Francisco Neto, relativamente aos
critérios usados para a classificação dos animais não deixando
de dar alguns conselhos aos criadores para a correcta escolha
dos reprodutores.
Seguiu-se um almoço, adornado com o famoso cozido
vinhaense, que deliciou todos os participantes.
PUBLICAÇÕES COM REFERÊNCIA À
RAÇA BÍSARA E AO FUMEIRO DE VINHAIS
Este ano a raça bísara esteve presente em dois lançamentos. O
primeiro em Abril, na 30ª edição da Ovibeja, é uma publicação da
DGAV com o nome Raças Autóctones Portuguesas. O objetivo foi o de
compilar toda a informação, num livro, para divulgar e caracterizar as
57 Raças Autóctones existentes em Portugal, das quais a raça bisara
faz parte e que constituem um património genético animal único.
Este livro constitui uma referência actual das Raças Autóctones que,
sendo oficialmente reconhecidas em Portugal, são objecto de registo
em Livro Genealógico, de acordo com critérios específicos. Assim
analisa as diferentes raças de acordo com os aspectos relativos à
origem, à área geográfica, ao padrão da raça, à evolução do efectivo,
aos sistemas de produção, às características produtivas e reprodutivas
e ao desenvolvimento, melhoramento e perspectivas futuras, de forma
estruturada por espécie.
Outro importante lançamento, que ocorreu no VII Congresso Mundial
do Presunto, foi uma edição dos CTT Correios de Portugal, com o nome
Sabores do Ar e do Fogo, da autoria de Fátima Moura, escritora e perita
em gastronomia e com coordenação de José Quitério, decano da crítica
gastronómica. As fotografias são da autoria de Mário Cerdeira. Este
28
lançamento pretende contribuir para um conhecimento mais detalhado
dos enchidos e presuntos tradicionais portugueses, suas histórias e
caracterização. Começando sempre que possível pela respetiva génese
e enquadramento sociológico e, em seguida, detalhando as normas
específicas de produção que asseguram a garantia de qualidade
e especificidade, e que permitem a atribuição da Denominação de
Origem Protegida ou Indicação Geográfica Protegida que os consagra,
hoje em dia, como «Produtos Artesanais de Qualidade».
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29
RAÇAS AUTÓCTONES | BISARA
FEIRA DO FUMEIRO, DOS SABORES E DO ARTESANATO
O PORCO BÍSARO PRESENTE EM TRANCOSO
este ano na exposição e comercialização diferenciada de dois tipos de
produtos. De um lado, os habituais produtos de salsicharia que esta
unidade comercializa há vários anos, e do outro, o fumeiro confeccionado com uma matéria-prima diferente: Fumeiro de Porco Bísaro.
O colóquio “Valorização da Fileira dos Enchidos e a Reintrodução da
Raça de Porco Bísaro” foi organizado em parceria pela AENEBEIRA e
a Câmara Municipal de Trancoso e contou com a participação do Dr.
António Santiago Oliveira, Presidente da Direcção da AENEBEIRA como
moderador e ainda da Eng.ª Ana Soeiro, Secretária Geral da QUALIFICA,
da Eng.ª Carla Alves, Secretária Técnica da ANCSUB, e o Professor Roberto Costa, da Escola Superior Agrária de Coimbra.
A Associação Empresarial do Nordeste da Beira organizou pela 11ª vez,
a Feira do Fumeiro, dos Sabores e do Artesanato do Nordeste da Beira,
que decorreu em Trancoso a 28 de Fevereiro, 1, 2, 8 e 9 de Março e
constitui já uma marca de qualidade na promoção dos produtos agro-alimentares do Nordeste da Beira com um grande impacto económico
e turístico, atraindo milhares de pessoas, incluindo agentes económicos.
Os produtores de salsicharia tiveram um grande destaque neste espaço, tendo uma dessas unidades, a Salsicharia Trancosense, apostado
Encerrou os trabalhos o Professor Amilcar Salvador, Presidente da Câmara Municipal de Trancoso, que transmitiu aos presentes o incentivo
e total apoio da autarquia a iniciativas de produção e transformação
de suínos desta raça! Interessa referir a expressão que esta raça possui actualmente nesta região do país, com um total de 6 explorações
recentemente implementadas na Beira Interior. Estas explorações
possuem um total de 150 Fêmeas Reprodutoras inscritas no Livro Genealógico da Raça Bísara, distribuídas como mostra a tabela abaixo.
Este número de explorações e efectivo verão o seu número aumentar
muito brevemente pois deram entrada na ANCSUB vários pedidos de
Adesão ao Livro Genealógico da Raça Bísaro de Criadores que pretendem instalar-se nesta região.
PLANO NACIONAL PARA OS RECURSOS GENÉTICOS
Reconhecendo a função e os valores essenciais dos recursos
genéticos animais para a alimentação e agricultura, em particular, a sua contribuição para o provimento alimentar das gerações presentes e futuras, mas conscientes das ameaças que
pairam sobre a alimentação mundial e a sustentabilidade das
comunidades, no âmbito da Organização das Nações Unidas
para a Agricultura e Alimentação (FAO), está em desenvolvimento o Plano Global de Ação para os Recursos Genéticos Animais. Este Plano Global de Ação está direcionado para a conservação e utilização sustentável dos recursos genéticos de
interesse agroalimentar, desenvolvido através de diversos relatórios e acordos internacionais. Existe, assim, um compromisso
mundial para alcançar esses objetivos, subscrito por diversos
países, incluindo Portugal.
A União Europeia tem vindo a definir bases de orientação de
linhas de trabalho para a manutenção dos recursos genéticos
animais, pelo que existe atualmente diversa legislação comunitária, não só para garantir o comércio e circulação dos animais
e de material genético, mas também para harmonização dos
critérios para o reconhecimento de associações de criadores,
para a inscrição de reprodutores nos Livros Genealógicos (LG),
normas para o controlo de performances e avaliação genéticas
em diferentes espécies. Decorridas quase quatro décadas sobre
o início destas atividades e da aprovação do 1º regulamento
nacional relativo às normas sobre reprodução animal, livros genealógicos e contrastes funcionais (Portaria n.º 385/77 de 25
de Junho), a Convenção para a Diversidade Biológica (1992), o
Relatório Nacional sobre o Estado dos Recursos Genéticos Animais (2004), o Plano Global de Ação para os Recursos Genéticos
30
Animais da FAO e a Declaração de Interlaken (2007), a legislação
Nacional em vigor e as recomendações da União Europeia e da
FAO, Portugal deve elaborar e implementar o seu Plano Nacional para os Recursos Genéticos Animais.
À semelhança de outros países da União Europeia, através do
Plano Nacional para os Recursos Genéticos Animais, é fundamental atualizar as normas relativas às ações de conservação,
utilização sustentável dos recursos genéticos animais e promoção dos produtos associados, procedendo à sua harmonização e orientação.
O Plano Nacional para os Recursos Genéticos Animais pretende
ter em consideração o primeiro Plano Global de Ação da FAO
para os recursos genéticos animais, as respetivas prioridades
estratégicas destinadas a combater a erosão da diversidade
genética animal e a promover a utilização sustentável dos recursos genéticos animais.
Pretende-se que este Plano se traduza num Regulamento Nacional que estabeleça normas para a sua implementação e funcionamento e que, entre outros compromissos, refira a soberania nacional sobre os respetivos recursos genéticos animais
e a uniformização dos procedimentos relacionados com a sua
caracterização, conservação e utilização sustentável.
Para a elaboração deste plano, formou-se uma Comissão, constituída por vários especialistas, de diferentes áreas, entre os
quais a Eng.ª Carla Alves, Secretária Técnica da Raça Bísara, o
que para a ANCSUB é um motivo de satisfação e orgulho, havendo assim um reforço na defesa dos interesses da raça.
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seminário "A Suinicultura e o Ambiente"
ALHEIRA DE MIRANDELA
tabafeias
e volões... larotasde
e azedos
Segmentacão
Ciclo
António Monteiro
do Problema
Engenheiro Agrónomo
à Oportunidade
sempre que possível do amarelo, mais um fio engrossado de mel
Que me deite à lembrança, - em Torre de Moncorvo, também em
- mel das arçanhas ou das torgueiras - e algumas amêndoas moíFreixo de Espada à Cinta e por aquelas bandas mais acercadas
das; neste caso assam-se e comem-se no fim da refeição.
ao Douro - entre outros enchouriçados, sempre se arramaram as
lareiras
alheiras, tabafeias e de vez em quando com um bom
VítordeMenino*
Dos farinheiros - farinheiras ou farinhatos raianos, - chouriços
vareiro de vilões. Na minha memória, algo apólida e ao certo demade pão borneiro que resistiam até à apanha da azeitona do ano
siado achegada a vivências vileiras, registo-os como enchidos fuseguinte, sempre ouvi dizer que só de Escalhão p’ra baixo é que
mados distintos e quase sempre de comer merendeiro ou de lastro
atividade
Suinícola em Portu- trumentos de gestão territorial
Ambien– Estruturando,
redimensionando
e adotinham porehábito
fazê-los,
em vez das alheiras
dos transmontaa muitas refeições
de favores.
gal apenas satisfaz a procura tal, privilegiando comonos,
destino
dos
efluentando
modernos
conceitos
de
produque, para eles, sendo caras e de estragação das boas carnes,
não aguentavam
para
dias de gordo. Parece que na aldeia
Às tabafeias de
- tabafeiras
os mais
velhos e em
falas agrícola,
carne depara
porco,
em cerca
tes algumas
a valorização
promovendo
a lá dos
ção.
freixenista de Poiares também se amandavam a fazê-los. Coisa de
rurais - recordo-as como umas chouriças de gente um pouco mais
de 65% do que consumimos. redução de adubações minerais e minimi- 3 – Contribuir para o desígnio Nacional
heranças casamenteiras! - pelo que me confidenciaram numa das
remediada. Aprontavam-se com carnes de lombo de porco, dobraEsta
temou
sido
uma
atividade
impactos negativos
efluente
autossuficiência em 2020
primeiras do
Festas
das Sopas ede
Merendas.
da
de vaca
vitela
e presunto
do mal
velho,vista
picadaszando
em cruos
e temperadas
surça
de água
com um
folharico
pela numa
opinião
pública
em ligeiramente
geral, e mal avinhada
geri- sobre
o ambiente.
Em carne, cereais e forragens, e na
Confeccionavam-se
a água da da
cozedura
dos ossosagrícola
carnudosdos
de
se retirava
alturaque
do enchimento,
nãoEm
muito
alho ea Segmentação
dalouro
peloque
poder
politico,naainda
os suiresumo
de Ciclo,com Melhoria
produtividade
do marrancho, daqueles que não iam parar à salgadeira, que era
um pouquinho de colorau queimoso. E arrumavam-se logo a seguir
nicultores não possam estar isentos, dará OPORTUNIDADE
a:
solos.
vertida em cima dos arrumos do pão fatiado - pão meado de três
aos chouriços verdes, junto aos salpicões e linguiças.
também de alguma responsabilidade.
1 – Resolução dos problemas
territoriais
4 – Maior
ocupação
do Espaço
a quatro dias;
levavam mais
umas pontas
de gordura
e umRural;
pouco de azeite estrugido com
de picadinho,
grãos de pimenta do
Por sua
vez, as
[nossas]
alheiras eram pelo
uns enchidos
de pão triO setor
tem
sido condicionado
e ambientais
5 –cebola
Melhoria
da competitividade
moídos, ou
colorau
e, por vezes,
umas pitadas de
go
levedado
pouco
fermento burocracia,
- pão de fornada
especial que
excesso
deem
zelo
e excessiva
– Retirando
asasexplorações
partedoce
de-e do queimoso
Agro-Negócio
em geral.
canela. O caldo da cozedura era mendigo de arreios e de temperos
enchedeiras retrucavam como pão de regueifa, - carnes de capoo que aliado a diversas crises económilas de regiões
eira e cortelho, às vezes abonadas de um chichado de caça miúda,
cas,um
o tem
impedidodedebanha
acompanhar
as
problemáticas,
com
bô aviamento
do reco, azeitadas
à razão, cebola
nem
sempre, alhos
bem esmagados,
raramente
salsa
necessidades
dosuficientes
consumo einterno.
Dos
para regiões
esfarrapada
e
uns
temperos
de
pimenta
branca,
sal,
colorau
doce
diversos problemas com que nos debaonde
serão
e picante; os vilões, estranhamente, pela denominação que as futemos,freixenistas
destacamos
referentes
mais-vanileiras
lheos
davam,
seriamao:
as alheiras uma
das famílias
de
– Ordenamento
do Território
e Ambiente;
lia; chicha de
melhores
posses, porque
também
lhe botavam alguma
vitela
e um tamanhico de
ensebado. Primeiro
dependu– Dimensionamento
daspresunto
explorações;
– Contribuindo
ravam-se as alheiras atoucinhadas e de seguida, caso fosse ano
– Baixo nível de autoaprovisionamento;
para uma gesde boa matança e à dona lho demandassem, os ditos vilões apre–
Método
produtivo
desajustado
das
reasustentada
sunhados e já bem afastados do estrafogueiro outão
da borralhada.
lidades
de
produção
modernas.
dos
efluentes,
Ah! E não faltavam, não podiam mesmo faltar, os reizinhos
-o
resultado
do
proveito
das
tripas
que
se
rompiam
aquando
No entanto, Portugal tem um capital
através dos
da ensua
chimentos destas chouriças - suspensos nas pontas do respectivo
de recursos invejáveis para a criação de
valorização
lareiro, à espera da prova reclamada por toda a garotada.
A
suínos, destacando-se que temos áreas
agrícola;
Quanto
aos chabianos,
azedos edoágua
sangradoiro
sangreiros, por
disponíveis,
clima propício
sufi- ou
– Reduzindo
os
aqui,
e
falo
apenas
da
minha
Terra,
eram
coisa
muito
rara.
ciente. Por outro lado estamos a produzir
riscos de ero-
e a apresentar resultados técnicos ao ní-
são dos solos;
bacia de produção mundial, condições
emissões
Só se faziam de amiúdo e de bem saber dos termos de Lagoaça
vel cima.
do que de melhor se faz em qualquer – Reduzindo as
p´ra
de
Estes
enchidos
aprontados
deser
gorduras
e carnes Co2
de reco
ensanque nos
deveriam
permitir
excedenpara
a atguentadas, raramente de sangue esguichado, a que se mistura um
tários
ou
pelo
menos
autossuficientes.
mosfera;
fatiado de pão trigueiro, [Diferentes dos chavianos de sangria da
SEGMENTAÇÃO
DEcarnes
CICLO
– Minimizando
os
regiãoAde
Basto, em que as
do cochino marinam
em vinho
verdeapresenta
e as outras
carnes -que
galinha
e coelho
cozem em
soluções,
permitem
re- - apenas
impactos
amágua
temperada
de sal, Ambientais
dos quais osemais
apregoados
julgo serem
solver
os problemas
de Orbientais,
desigos de Cerva-Ribeira de Pena.], até são uns chouriços bem saibosos.
denamento do Território, deslocalizando
nadamente a
explorações
para regiões
defensáveis,
contaminação
Oas
processo
de confecção
é à maneira
do das alheiras
e vilões, mas
de
fumagem um pouco
mais alongada, e ainda
costumeiros
estruturando-as
e redimensionando-as
de são de
águas. no
Praino Mirandés para capricharem os caldos rancheiros da época
forma a aumentar a sua competitividade 2 – A u m e n t a r
das matanças ou comporem os cozidos locais. Também podem ser
económica,
diminuindo
o grau
chabianos
doces
quando se
aditade
umdeficiêncibo de açúcar àcompetitivimassa base,
cia externa do País, garantindo postos de
dade da atitrabalho, compatibilizando-a com os insvidade
32
suinicultura
27
27
RAÇAS AUTÓCTONES | BISARA
VI Congresso Nacional de Suinicultura | intervenções
suinicultura
41
33
RAÇAS AUTÓCTONES | BISARA
muito simples: apenas sal grosso, umas folhicas de louro e salsa
atada em ramo. Agora, pelos vistos, já lhe costumam acrescentar
um pouco de carne-carne porcina à mistura com umas meadas de
gordura derretida. Tabafeias, vilões e azedos… não me parece que
fosse das suas usanças.
Mais tarde, ao longo das minhas repetidas passagens pelas Terras Frias e Vales Submontanos do Alto Trás-os-Montes, incluindo
pelas mais promissoras feiras de fumeiro [Feira de S. Bráz - Feira
do Fumeiro de S. João de Corveira - a primogénita das feiras, Feira do Fumeiro de Vinhais - a matriarca delas, Feira do Fumeiro e
do Presunto de Barroso e Feira Gastronómica do Porco de Boticas
- as bem sucedidas afilhadas…], comecei a ouvir falar, proviscar,
atulhar-me tantas vezes de… azedos - chouriços azedos - principalmente quando estes vinham chancelados pelo saber familiar
lampacense… larotas ou laronas a quem, ironicamente, os vinhaenses caçoam de chouriças farinheiras feitas das escorralhas do
alguidar… farinhotas ou farinhatos melados do floreio das urgueiras que os barrosões ajeitam como ninguém… chouriços de abóbora - cabaçeiros ou botelheiros - [chouriços de enchimento em tripa
grossa, abóbora-cabaça em vez de pão e de carnes mais gordas
que magras - entremeada, aparas da pá, presunto, muitas vezes
o boche e outras gorduras relegadas] e chouriços de verão [se a
massa dos cabaceiros fosse engrossada de fatias de pão e algum
sangue de porco], que davam a sua graça nas festas veraniças
dos termos da mornegra… ceboleiros [azedos ceboleiros, chouriços galegos ou morcelos] quando a massa daqueles farinhatos era
argentada com um fartote de cebola em picado graúdo e o saber
tinha paleio raiano… de um rodopio de sangueiras - as sanguinheiras feitas com o sangue de sobra dos sarrabulhos e dos rojões dos
compadres, mexido e remexido em vinho tinto e a verter no pão
esfarelado, - além das inimagináveis amostras de chouriçadas doces e adocicadas.
Evasivas e razoabilidades
Como pressuposto, social e histórico, já (re) escrito por tantos cronistas sábios e outros menos sábios, atente-se que «comer carne
de porco era uma mostra inequívoca de cristandade, o contrário, a
abstinência da mesma, considerava-se prova irrefutável de heresia
judaica ou maometana». Tal como são raríssimos os textos promocionais à volta da alheira [farinheira ou qualquer outro enchido
similar], tenha ela sido parida em Mirandela ou Vinhais, e por aí
fora, que não se iniciem desta forma: «foi inventada pelos judeus
como artimanha para escaparem às malhas da Inquisição…»; ou
seja: «como a sua religião os impedia de comer carne de porco,
eram facilmente identificáveis pelos seus perseguidores pelo facto
de não fazerem nem fumarem os habituais enchidos de porco».
Efectivamente, durante umas boas largas dúzias de anos, o Tribunal da Inquisição prendeu, encarcerou, enxovalhou, torturou e liquidou numerosos cristãos-novos pelo simples facto-azarento de
terem sido denunciados com acusações tão peregrinas como a de
que «nunca se lhes via deitar nem toucinho nem banha de porco
na panela». Nem a massa de enchimento dos [nossos] chouriços
de pão podia gozar desse ingénuo privilégio! Dizia-se, então, que
nada mais fácil do que substituir a carne do abjecto larego por outras carnes permitidas, porque mais puras, - vitela, caçapo, peru,
pato, galinha, galinhola… e pela declinada charrela, - envolvidas
numa massa de pão ázimo [centeio ou de mistura com o barbela]
que lhes conferia consistência e facilidade no enchimento.
A banha do marrancho, essa tal esconjurada gordura animalesca
dos presumidos bárbaros e hereges, era trocada pelo venerável e
cristianizado azeite. «Como lhe punham muito azeite, a Inquisição
34
julgava que era a gordura do porco» - assim escreveram alguns
divinos iluminados das trapalhadas estóricas da nossa simplória
alimentação.
Os temperos seriam o colorau, doce e/ou picante, provavelmente para lhe conferirem um colorido enganador [a cor vermelha do
sacrifício e do amor, do sangue e da paixão - digo eu], a pimenta
branca dos disfarces gastromedicinais [demasiado quente para a
disciplina alimentar judaica - parece-me], o sal - condimento obrigatório na cultura judaico-cristã e em tantas outras, a odorífica
salsa - símbolo do matizado das gulas medievais, o louro greco-romano sabe-se lá bem porquê, a cebola dos bolbos e porretas
da alimentação campesina e o indispensável alho que, por fim, terá
doado o nome ao lendário e invejado enchido. E foram acrescentando que a «receita acabaria por se popularizar entre os cristãos,
mas estes juntavam-lhe a omnipresente carne de porco».
Este e outros mitos são culturalmente interessantes, surpreendentes, incluive potenciais reanimadores das economias locais. A
História, mesmo assim, é-lhes grata.
Fora os actos macabros inquisicionais, acrescento, até é uma estória bem engatinhada, extravagante e algo quixotesca; porém, creio
eu que em qualquer mente livre de atrancos, deixa muita baraçada solta e rabos de fora em fartura. Por exemplo: alega-se que
a vigilância dos apostolados da fé aos conversos cristãos-novos
consistia, essencialmente, em saber se os ditos cujos «trabalhavam ao sábado» e «comiam peixes sem escamas ou carne de porco». Ora, espiolhar trabalho sabatino, em terras imoderadamente
cristãs, inclusive no comércio de artefactos ou mesmo no negócio
usurário, era demasiado fácil; nesse dia de repouso, meditação e
celebração familiar, todos os judeus se abastavam das melhores
comidas e vestiam as melhores roupas - engalanavam e recheavam o corpo. Comer pescados das águas do mar tão longínquo,
sem nadadeiras e escamas [polvo, arraia, congro, cação, lagostas
e outros crustáceos, espadarte que até possui uma bela nadadeira dorsal e um escamado que vai desaparecendo com a idade…],
com excepção da lampreia e das enguias dos rios mais cercanos
[diga-se que a enguia possui escamas diminutas ou embebidas na
pele], não podiam abocar lá grande coisa porque muito dificilmente
cá chegavam. Tornaram-se, isso sim, como todos os portugueses
de raízes nativas, grandes apreciadores do nosso peixe das tréguas
abstinentes - o bacalhau - e das barricadas de sardinhas que na
época já aportavam a qualquer canto do país.
E o inevitável porquinho a quem o compravam? Ou será que o criavam nas cortelheiras da casa! E no dia de mata-reca quem eram
os matões, matachins e sangradores dos ajustes, os fachuqueiros
de serviço e as lavadeiras de tripas apalavradas? Certamente não
seria lá muito complicado averiguar qualquer uma destas comprometedoras situações, assim o julgo. E a outra bicharada, tipicamente cinegética, que tantos escribas diziam arrear aquele bendito
chouriçame? Lebrachos, caçapos, coelhos, codornizes, parpalhós,
narcejas, galinholas, patos bravos…, às vezes proibidos e tantas
vezes tolerados, quem se botava à caça deles?
Peru! Nas alheiras ou nas tabafeias! Como? Se este galiforme
aparentado do faisão, bicho palaciano e de colégio jesuíta desde
a sua chegada à Europa no séc. XVI, só se populariza em manjares
festeiros no decorrer do século XX! Colorau e pimentão, doces ou
picantes! Todos sabemos que estes temperos, actualmente bem
enraizados nas nossas cozinhas, só a partir do séc. XVIII/XIX é que
se vulgarizam na condimentação alimentar regional e pela mão da
vizinhança castelhana. Valham-nos ao menos o supersticioso e
profético formato adoptado [a ferradura], o hábito judaico das ou-
RAÇAS AUTÓCTONES | BISARA
tras condimentações apimentadas, o eternizado sal dos salários
romanos, o mítico alho celta e a mediterrânica salsa.
E o iluminado azeite que a brutinha da Inquisição confundia com
a reles gordura da soberana ceba? Este improvável distúrbio sensorial ter-lhe-à sido acometido pelo desatino ao gosto do azeite
ou pela insensibilidade aos aromas exalados dos seus refogados?
Claro que não! Por causa do uso e abuso deste óleo em tantos
cozinhados, em tantos convívios festivos, são vários os testemunhos inquisitoriais que nos falam do odor típico das casas marranas, principalmente nos pratos típicos do Shabbath. Nem a força
odorífica da queima de sardinhas sarnentas e a pendura mágica
de tranças d’alhos roxos às soleiras das portas conseguiam iludir o
tal fraco apuro dos narizes delatores. Já agora, nos séculos da dita
astúcia sefardito-transmontana, aonde é que os pretensos achadores destas admiráveis chouriças de pão iam desencantar aquele
sacro oleum? Mesmo que o azeite fosse de compra a um almocreve mais aventureiro, a um atrevido empreendedor, desviado da
iluminação templária e/ou de má qualidade - grosso, velho e rançoso! Pelos vistos, como faltava, até para as luminárias caseiras, e
as oliveiras demoravam a ganhar tradição nas contas agronómicas
regionais, achegavam-lhe gordura de pita velha, pato ou ganso, de
criação ou de abate furtivo. Ora, estimados meditantes e companheiros de conversa, experimentem estes ilusivos chouriços e sentirão os azedumes de tão abstruso desconsolo. Comerote e comida
saibinha, quanto muito! Mas, gostos e alegrias gastronómicas não
se discutem! Será que não?
E os presuntos, pás, jambelos, peitugas, ranhões… que também
deveriam sentir a cura das salgadeiras e a secagem dos baixos e
das adegas, ou o rubro dos salpicões, palaios e linguiças, a enfeitarem os estendais dos lareiros, não eram inquiridos? Seriam as
tripas, obviamente que não as porcinas, enchouriçadas de outras
carnes vermelhas? De vaca, carneiro e cabra velha! Talvez! [Os judeus, pelo que se sabe, já confeccionavam enchidos em tripa de
vaca muito antes do séc. XV.] Em Trallosmontes, nos séculos XV/
XVI, estima-se que o consumo de carne de vaca e vitela mamona
era bem superior ao da maior parte da população do Reino… E os
mauricellus? - O primogénito dos enchidos que nenhuma casa rural da época arredava dos seus hábitos!
Bem! A ser verdade, e sem querer apelar às prescrições talmúdicas nem à ausência destes produtos noutros centros judaicos
espalhados pelo País [Lisboa ou Porto, Santarém ou Tomar…que,
em finais do século XV, representavam cerca de 20% da população
portuguesa.], este romanceado alheireiro - tabafeiro ou farinheiro
- é seguramente o maior atestado de incompetência que alguém
pode passar à fervorosa vigilância da propagação da fé de tão tenebrosa instituição. Até a posso ter em conta - a essa tal destreza
dos torquemadas e respectivos discípulos, - mas não serei ingrato,
historicamente, nem mesmo com a brutidão das suas mentes.
Permitam-me ainda, para adobar mais um nadinha esta prometida
conversa [Conferência “Alheira de Mirandela – estórias e contributos históricos” com o «Núcleo de Estudantes de Guia Intérprete»
da Escola Superior de Comunicação, Administração e Turismo/
Instituto Politécnico de Bragança, a 17 de Novembro de 2011, em
Mirandela.], evocar-vos um recente e oportuno estudo do Instituto
de Patologia e Imunologia da Universidade do Porto [coordenado
pelo Professor António Amorim] que, entre outras conclusões, nos
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RAÇAS AUTÓCTONES | BISARA
revela a existência da elevada diversidade genética da comunidade
judaica da Região de Bragança, confirmando uma opinião há muito
veiculada por alguns historiadores: «uma significativa interacção
com as populações circundantes».
As toucinheiras mirandelenses
O médico Alfredo Rasteiro, professor na Faculdade de Medicina
de Coimbra e autor de várias obras sobre a História da Medicina,
num extremoso artigo [«A receita do “Manjar de fígados” do Doutor
Amato Lusitano (1511-1568)»] publicado in Medicina na Beira Interior – da pré-história ao séc. XX, [cadernos de cultura, nº 11, 1997,
Castelo Branco], referiu que a socióloga Mª Antonieta Garcia [Garcia, M.A (1993). Os Judeus de Belmonte. Lisboa: Universidade Nova.]
constatou que os judeus de Belmonte consideram o consumo de
carne de porco «um hábito alimentar fortemente enraizado na Beira e alguns acabam por usá-la na alimentação». «Outros sempre a
recusaram. Todos, porém, conhecem as “alheiras”, o enchido criado
pelos cristãos-novos. Confeccionado sem carne de porco, seco ao
fumeiro». Continuando a citar: «esta questão das alheiras merece
atenção por três motivos, primeiro, porque inicialmente além do
pão de trigo, dos alhos e da água de cozer as carnes, podiam levar galinha, perdiz, vitela e ainda (?) os “animais proibidos” coelho
e lebre. Depois, eram metidas em tripa, que poderia ser de porco.
Finalmente porque, em Mirandela, evoluíram para “toucinheiras”».
Equívocos agro-alimentares ou presunções históricas?
Alguns comentários, possíveis, que justificam esta breve e necessária referência.
Falaram-me em tempos, julgo que no ano de 1978/80, na aldeia
de Felgueiras - Torre de Moncorvo [também na Açoreira, Maçores,
Urros e Ligares, posteriormente], desta nomeada para este provável enchido toucinheiro feito quase só de pão fareleiro com uma
fartura de gordura aquentada da barriga do reco e uns cibitos da
cozedura de umas galinhas velhas, mais ou menos desta forma:
«Toucinheiras! É coisa de pobres. Pior do que isso só o que lá p´rós
lados de Mogadouro chamam de chabianos. E bem pior são os farinheiros dos serranos. Tabafeias! Isso, sim, é que é chouriço rico
e de boa ricalhada.» Diga-se que desta aldeia ferrenha, acachada
das elevações da Serra do Reboredo, e pelo que sempre ouvi às
gentes aburguesadas da vila, os tchoqueiros eram os mais marranos e calhangeiros das redondezas, quer pela disciplina familiar
e espírito comercial que todos lhe invejavam, quer pela fisionomia
aparentada (!).
Uns anos mais tarde, já no assento da Feira do Fumeiro de Vinhais
e a coincidir com o período da dinamização à protecção dos produtos tradicionais transmontanos, no reboliço de uma disputa bem
acesa acerca da qualificação comunitária da «Alheira de Mirandela-ETG versus Alheira de Mirandela-IGP», voltei a escutar, agora
das gentes de Rebordelo - terra de acentuada presença judaica, esta alegação toucinheira para a génese do saber-fazer e da actual
denominação de «alheira» - a “toucinheira de alho”.
Além destas notas memoriadas, que aqui relembro, conhecer os
hábitos alimentares dos judeus de Belmonte que segundo Samuel
Schwarz [In Os cristãos novos em Portugal no século XX. Lisboa:
EPL Lda, 1925] já se constituíam como comunidade judaica organizada, pelo menos desde o séc. XIII, também poderia ser um razoável
auxiliar à compreensão desta nobre causa transmontano-mirandelense. [Naturalmente, nestas coisas de pesquisas bibliográficas,
não deixei de indagar outros escritos de exímios estudiosos que
tão bem têm historiado as vivências do povo judaico por terras portuguesas e, particularmente, transmontanas - dos amigos António
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Júlio Andrade e António Pimenta de Castro aos reputados estudiosos do judaísmo em Portugal, Inácio Steinhart e Mª José Ferro Tavares, - quase sempre no aconchego das vozes melódicas de Mor
Karbasi ou de Mara Aranda/Sigi Hausen daquele afoitado musical
sefardista-marroquino-galaico-castelhano-ladino… «Deus et Diabolus» do Al Andaluz Project.] Todavia, do que consegui ler, catar e
conversar, acerca daquela saga criptojudaica, independentemente
da sua indiscutível valia histórico-científica, em nada me ajudou a
esclarecer seja o que for desta embrulhada alheireira. Neste contexto, apenas nos proporciona mais alguns contributos para o reinado promocional da confusão instalada.
Mesmo perante aqueles e outros doutos saberes, que aqui omito,
tantas vezes incoerentes com os próprios preceitos religiosos ou
com a simplicidade das economias rurais, é minha convicção que a
ligação dos enchidos de pão e outras carnes que não as porcinas, à
tal artimanha dos cristãos-novos ou de condutas religiosas afins,
é uma poética, fádica, lendária, romântica, imaginativa, ideia tão
popularizada. Não existem [não conheço] factos históricos minimamente convincentes, nem lógicas razoavelmente concludentes,
sendo, por isso, muito-muitíssimo ténues as probabilidades de se
lhes poder atribuir a sua paternidade.
O ciclo de produção de fumeiros caseiros, porcinos ou não, em toda
a ruralidade portuguesa, esteve sempre directamente ligado aos
animais que se criavam para consumo próprio.
Na tentativa de (re) colocar novamente este tema à discussão, e
tentar propor o trajecto mais adequado ao saber-fazer deste enchido envolto em tão enredado mistério, começo por sugerir as
seguintes questões: Afinal, o que são tabafeias, tobafadas, vilões,
larotas e azedos…? No fim da época medieval/início da era moderna, até à dicionarização do termo, que chamadouro terá tido o
enchouriçado mais próximo da actual alheira? Como e quando surgiu a designação «Alheira de Mirandela»? E alheira daqui e dacolá?
As respostas não vão ser fáceis, nem suficientemente conclusivas,
admito-o. Apenas, e tão só, pretendo arremessar mais algumas
achas para um debate algo desprendido, liberto de preconceitos e
bairrismos despropositados, necessariamente ponderado e metódico, obrigatoriamente real, que urge fazer e não tem sido feito.
Tabafeias e vilões
«(…) Ainda me lembro dos salpicões, chouriças, alheiras, tabafeiras,
sanguinhas (…) chamiços pretos…» [Pe Rebelo, Joaquim Manuel
(1995). A Terra Transmontana e Alto Duriense. Notas Etnográficas. Edição da Câmara Municipal e Associação Cultural de Torre de
Moncorvo]
Começando, então, pelas velhas e históricas tabafeias… No jornal
lisboeta «O Repórter» de 26 de Janeiro de 1897 [Veja-se, também,
a publicação O Senhor Sete, pp 83-86, Editora Veja, Lisboa, 1993,
que me irá acompanhar nesta conversa.], já o comboio chegara a
Mirandela e ainda muito faltava para se abeirar das Terras Frias
Transmontanas e do Planalto Mirandês, o ilustre mogadourense
José Francisco Tindade Coelho faz-nos esta descrição bem elucidativa: «A tabafeia é um picado de lombo em cru, e tripa grossa de
vacca ou de vitela; e depois, tambem é a massa escaldada com pingo a ferver, e por cima bota-se-lhe vinho. Nada mais simples: tudo
o que é bom é simples!». Conclui o mestre do conto rústico português: «O meu derriço é a tabafeia, que até no nome gosto della!»
A Menina Esterinha [Ester Cândida Calejo Pires, cujos avós foram
contemporâneos de Trindade Coelho e tia do ilustre médico mirandelense António José Araújo Pires], assim conhecida pela popu-
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RAÇAS AUTÓCTONES | BISARA
lação de Mogadouro e com os seus oitenta e tal anos, referência
respeitável destes e outros saberes regionais, ainda hoje as confecciona daquela maneira. À surça tradicional das carnes, pelo que
me foi dado à prova em casa dos seus e meus amigos Laura Lopes
e Domingos Amaro, apenas lhe acrescenta os inevitáveis temperos: «tantico de alho e uma boa deita de colorau picante».
Há bem pouco tempo, resultado das muitas visitas adegueiras e
agradáveis conversas que fui tendo por toda a região transmontano-duriense no sentido da cata de informações para os destinos gastronómicos dos produtos olivícolas, escrevi [In O Azeite
e as Azeitonas – Receitas da Rota do Azeite de Trás-os-Montes.
Mirandela: João Azevedo Editor, 2007] que as tabafeias também
eram designadas por atabafeias, tabafeiras e vilões ou, sarcasticamente, por alheiras dos ricos para contrapor aos azedos - alheiras
dos pobres ou chouriços de pão - que, desde há alguns anos atrás,
começaram a fazer parte dos fumados do Vale do Douro Superior.
Mas em Mogadouro-vila, Torre de Moncorvo, Vila Nova de Foz Côa
e aldeias serranas de S. João da Pesqueira, a tabafeia é o tal «picado de lombo, em cru, e tripa grossa de porco ou de vitela, escaldado
com banha a ferver e temperado de vinho tinto». E adiantei este
receituário de algumas famílias camponesas de Salselas e Vale da
Porca, como o mais vulgarizado em todo o concelho de Macedo de
Cavaleiros e aldeias mais próximas, porque é a este tipo de enchido
que por ali resolveram proclamar de tabafeia ou tabafeira.
«(…) Cozem-se as carnes – 2 kg de mão de vaca, um peru ou uma
galinha, um naco de presunto velho, 5 kg de carne da perna e do
soventre do porco – e uma cebola, em água abundante temperada
de pouco sal. Assim que a cebola cozer, retira-se. Faz-se o mesmo
com o presunto. Depois de bem cozidas, desossam-se cuidadosamente e cortam-se em bocadinhos pequenos. Prova-se a calda,
rectifica-se de sal e tempera-se de azeite. Sem deixar arrefecer,
deita-se esta calda sobre as fatias de pão de trigo [8 kg de pão de
primeira, levedado com pouco fermento e de miolo bastante compacto] e, quando estiver bem mole, juntam-se as carnes desfiadas,
um pouco de banha derretida (1,5 litros), azeite, colorau doce e picante a gosto, piripiri queimoso e alguns alhos esmagados. Mistura-se tudo muito bem e enchem-se, de preferência em tripa de
porco. Apertam-se e vão ao fumo, no máximo quatro a cinco dias.»
Maria de Lourdes Modesto [in Cozinha Tradicional Portuguesa.
Editorial Verbo, 1ª ed., 1982], incontornável referência da recolecção e divulgação das tradições da cozinha portuguesa, também se
reporta a estes chouriços de pão como sendo «Alheiras (Tabafeias)
à Moda de Macedo de Cavaleiros». Na minha opinião, e que me
compreenda tão diva investigadora, visto que agora a conversa é
de um proposto arrumo às memórias rurais transmontano-durienses, direi que este enchido poderá ser o tal vilão - chouriço vilão
- ou, se quiserem, uma sorte mais abonada da alheira.
A propósito deste derriço trindadeano, o que nos dizem os dicionários de hoje?
Os autores do principal registo da língua portuguesa - Dicionário
de Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências
de Lisboa [Editorial Verbo, 2001] - esquecem, omitem, inexplicavelmente, a existência do termo tabafeia; a Nova Enciclopédia Larousse [Círculo de Leitores, 1997] afirma que tabafeira, tabafeia e
alheira é tudo a mesma coisa; a Grande Enciclopédia da Cozinha de
Maria de Lourdes Modesto [Editorial Verbo, 1960], naturalmente,
regista-a como «o nome que se dá em Trás-os-Montes a um chouriço recheado de pão de trigo, gorduras e carnes, tudo cozido»; o
simplificado Dicionário de Gastronomia de Mª Antónia Goes [Colares Editora, 2005] também entende que é uma denominação para
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as alheiras em Macedo de Cavaleiros; o Dicionário do Falar de Trás-os-Montes e Alto Douro de Vitor Fernando Barros [Edição: Âncora
Editora e Edições Colibri, 2006] diz-nos, por sua vez, que tabafeia
tem o mesmo significado que bocha em Ligares (Freixo de Espada
à Cinta) e vilão em Vinhais [Em Torre de Moncorvo, ainda há muito
boa gente que liga a nomeada de tabafeias de boche às bochas ou
bocheiras.]; outros dicionários mais apressados apresentam o olvidado e mal-tratado termo como se fosse de origem obscura, um
regionalismo culinário ou um provincianismo transmontano, mas,
tratando-se sempre de «uma espécie de alheira feita de carne de
porco, miúdos de galinha, farinha de trigo, etc.» ou de um «chouriço,
recheado de carne e intestinos de várias qualidades, próprio para
se comer logo depois de feito»; a presumida Carta Gastronómica do
Norte de Portugal [União das Empresas de Hotelaria, da Restauração e de Turismo (20 de Junho de 2007)] conclui, muito precipitadamente, que estes enchidos são «alheiras à moda de Macedo de
Cavaleiros», juntando o respectivo modo de preparação… Outros
exemplos poder-se-iam ainda citar para corroborar sinonímias e
descrições tão confusas ou tão pouco explícitas.
Porque será que nenhum dos actuais lexicógrafos [excepção aos
trabalhos preparatórios do primeiro Dicionário de Mirandês-Português de Amadeu Ferreira e José Pedro Ferreira que, no vocábulo
“massa”, já nos remete para uma «pasta resultante da trituração
de vários alimentos: la ~ de las tabafeias»], mesmo os autores de
dicionários dedicados aos falares regionais, levou em boa conta os
escritos de Trindade Coelho, as enigmáticas “tobafadas” de Paulo
Plantier (Ed.) [In O cosinheiro dos cosinheiros. Lisboa, 1870] e as
celebradas tabafeias que Fernando Castelo-Branco assinala na
Col. «Arte Popular Portuguesa (Cap. Culinária e Doçaria)», de 1942,
as recordações gastronómicas do Padre Joaquim Rebelo, os saberes herdados da Ti Isaura-freixenista, Menina Esterinha-mogadourense ou Maria Camões-bragançana, da Dona Cândida-lagoaçeira
ou da Ti Beatriz Vilela-moncorvense?
Escutando novamente quem tão bem escreveu sobre a história e
as estórias da ruralidade transmontana: «em Bragança, capital do
meu districto, chamam-se tabafeias aos vilões; e n’outras terras,
aos vilões, chamam-lhes alheiras, porque tambem levam um bocado d’alho.». Carlos Bento da Maia, seu contemporâneo, ao falar-nos das «tabafeias à moda de Bragança» no Tratado Completo de
Cozinha e Copa (1903/1904), leva-me a pensar e ajuizar da mesma
forma.
Nos citados escritos de Trindade Coelho, o vilão é: «um chouriço feito de muitas misturas: carne cosida de toda a qualidade, de açougue, caça, presunto, etc.» «Essa carne é muito desfiada, depois de
bem cosida em grandes panellas de ferro; e na agua em que foi
cosida essa carne, é amolecida uma grande porção de sopa triga,
que depois de amassada e junta com a carne, é escaldada com pingo a ferver, e então ensacada... – São complicados, os vilões, como
os seus homónimos d’aoutra espécie; mas sem contestação muito
mais saborosos do que elles...». Porém, o nosso imortal mogadourense ainda acrescenta mais algumas informações bem convenientes a esta conversa: «Chouriços de sangue, alheiras, chamados
tambem morcellas d’alho, - são uns chouriços feitos de sopas de
pão trigo, amolecidas n’un caldo de gorduras temperado com alho.
Essa massa é envolvida depois com o sangue liquido do porco, que
para não coalhar é muito batido em um alguidar pela mulher que
apara o sangue. – É o primeiro chouriço que se faz do porco, e serve
para coser». Fica a ideia que chouriço (a) que levasse alho de tempero poderia ser alheiro (a).
Independentemente das opiniões antagónicas em redor da sua
obra literária, do ambiente provinciano em que nasceu e viveu
RAÇAS AUTÓCTONES | BISARA
notícias FPAS
as alheiras no capítulo dos alimentos de origem animal e como
durante a infância [«seis anos miseráveis, de uma obediência esenchidos de base porcina. Na sua perspectiva, a alheira também
túpida e passiva, sempre a toque de sineta»], sabemos que este
era conhecida como tabafeira, embora tenha escrito que esta «É,
idealista republicano, pedagogo, pouco mais tempo passou por terem Bragança, uma espécie de chouriço feito de dobrada, galinha,
ras mogadourenses do que aqueles «seis anos miseráveis». Fez
pimenta, etc…». Confuso! E pouco mais acrescentou. Mas… Em
os estudos secundários no Porto, cursou Direito em Coimbra e por
1870, um bom par de anos antes do artigo de Trindade Coelho no
lá exerceu advocacia. Foi magistrado no Sabugal, Portalegre, Ovar,
referido jornal lisboeta, já Paulo Plantier - autor referenciado para
Lisboa e Sintra, sempre bem longe da sua terra natal. Morreu ealizou-se em Eindhoven, nos todos os que praticam
tipo
de as opiniões
dividiram-se,
comeos
paías este
estórias
gastronómicas
da época
- naquela célebre
estrangeisuicidou-se - ainda jovem, aos 47 anos (1861-1908), mas com as
passados dias
a 5 [«Mas
de Noo fazem
recorrendo
a aneste-de mais
ses de
que
exportadores
a pedirem
rada compilação
milsão
receitas
[Ob. cit.], citava
a presença
causas transmontanas
na 3
alma.
entãomaneio
o que são
os meus
regiãoade
um enchido
que denominou
de “tobafada”.
Tratou-se,
contos?! Não
sei. Talvez
saudades;
e tenho sia
a certeza
de que eseestãona
vembro,
a reunião
de Outono
ou analgesia
contra
evenUE-Non
UE e os países
importadores,
tropelia
fonéticaapara
misteriosa
qualivivesse na do
minha
terra (…)
não Producers
os teria feito…»].
Informal
Meat
tual proibição até 2018.talvez, de uma ligeiracomo
Portugal,
pediresta
menção
do país
ficação, à semelhança do que aconteceu com a variedade de azeiAssociation (IMPA) tendo nela participaA Bélgica apresentou um projecto de nascimento, engorda e abate.
tona Cobrançosa [Quebrançosa ou Quadrançosa]. Ou seria uma
Não sendo um conhecedor da sua obra, entendo, contudo, que José
do
representantes
de
todos
os
países
que
para
mercado
de da típica
O grupo
visitou Swine Innovation
variante
receituária
tabafeia?
Trindade Coelho escreveu não como um literato constituição
tradicionalista,de um
constituem
o
IMPA
–
Holanda,
Bélgica,
futuros
para
a
carne
de
porco,
com
Centre
(VIC),
da
Universidade de Wagenem como um académico historiador, mas ao sabor de ideários reO
Abade
de
Baçal,
que
chegou
a
designar
a alheirao como
«osochoupublicanos
e
de
um
saudosismo
rural
que
as
agruras
da
vida
lhe
Dinamarca, Suécia, Alemanha, Áustria, vista a diminuir a volatilidade dos pre- ningen, onde foi explicado
estudo
riço judeu» [Outros autores seus contemporâneos apelidaram-na
negaram. Daí, na minha opinião e pela dedicação demonstrada à
França, Reino Unido, Espanha e Portugal, ços. O assunto não mereceu grande bre bem-estar animal, tendo suscitado
de «chouriço marrano», creio que na onda humanista da Obra de
região de origem, as informações veiculadas
nos seus escritos seos
este
representado
pelos
Pe- entusiasmo
por parte Resgate
dos presentes
curiosidade
experiência
com às
do Capitão especial
Artur de Barros
Basto],a também
se refere
jam último
ainda mais
relevantes
paraEng.
o esclarecimento
deste imbróglio
dro
Lagoa eE António
Tavares.
mas mesmo
assim,
decidido,
por as
porcas
soltas ànas
maternidades.
e tabafeias,
sempre
associadas
matança
e a enchidos
alheireiro.
deixo esta
interrogação: quem primeiro
do que ele
re- foialheiras
várias carnes.
brochura
sobre
Trás-os-Montes,
para aaExgistou
de forma
tão os
expressiva
a arte e o prazer
por estes
Foram
tratados
temas “situação
proposta
da enchiBélgica, de
organizar
uma NaEste
tipo de
solução
poderá conduzir
posição
Ibero-Americana
de
Sevilha,
em
1929,
escreveu
dos?!
do mercado” e o “bem-estar animal”, reunião para discutir o assunto.
um significativo aumento de área eque
deem
Bragança «se notabilizam como pitéus regionais deliciosos, de
tendo
em relação a este último sido conNo que diz respeitofama
ao acordo
com investimento (mais 900€/porca do que
geral em todo o País tabafeias, fabricadas desde Outubro a
Continuando a citar outros versados especialistas da memória
firmado
que
todos
os
países
presentes
o
Canadá
e
posteriormente
com
oscomo
noosistema
tradicional). Leite de VasconceFevereiro…». Tal
filólogo beira-duriense
popular transmontano-duriense, resumidamente e em gesto de
los, até parece
que o nosso
era lá muito
dado às históenquadramento
conversa
… O maiordas
registador
po-manifestada
pensam
cumprirà com
a normativa
EUA edeosaberes
Japão, foi
grande
FoiAbade
aindanão
visitada
a indústria
de
rias da alimentação, transformação
apenas aos bonsde
comeres
e aHenry
uma relaxante
pulares em
portugueses,
Joséao
Leite
Vasconcelos
- amigo de Trindacarnes
Van
porcas
grupo, até
fimdedo
ano. preocupação.
charutada (!). Registo, no entanto, a descoberta recente, no acervo
de Coelho -, na bibliotecária Etnografia Portuguesa (vol.VI) coloca
Reunião do IMPA em Eindhoven
R
No que diz respeito à castração,
Na discussão sobre a etiquetagem,
de Bilt.
suinicultura
63
39
RAÇAS AUTÓCTONES | BISARA
documental do Museu que o homenageia, de um saco publicitário
em papel para as «Tabafeias de Bragança» [Documento não datado, provavelmente do fim da primeira metade do séc. XX, marca
Trinca-Fortes, fabrico Maria Camões], com esta curiosa inscrição:
«Tabafeias, não alheiras; não haja, pois, confusões…»
mas que so se chama assi nal Praino. Yê feita de carne cuzida nun
pote (an riba dal llume) de cuchino y de pita mesclada cun pan, salsa y allo. Al nome mesmo de tabafeia mos diç cum yê qu’esse fumeiro yê feito, ende sta l’eitimologie: tabafia (Arab.)> tabafeia (Mir.)
La palabra tabafia seguenefica an Arabe “sta cuzido an mi” …»
O amigo sendinense Amadeu Ferreira, numa magnífica crónica
que tive a oportunidade de ler e reler - [«La tabafeia i l fumeiro
de baca», 2005] -, a esta unanimidade de descrições achega-lhe
os seguintes comentários: «(…) Porqui podemos ber la cunfusion
de nomes que yá naquel tiempo habie, cunsante cada tierra. Para
Trindade Coelho, tanto ls «vilões» cumo las «alheiras» puoden lhebar chicha de cochino misturada cun outras chichas. Ora sabemos
que, quaijeque siempre, las alheiras son feitas cun chichas subretodo de animales de criaçon (pitas, perús i parros) i de caça (coneilho, lhiebre, perdiç). Quier dezir que tamien las alheiras poderan
haber sido un fumeiro sin chicha de cochino, al menos pa ls judius.
L nome benirie-le de lhebáren muito alho. Se assi fura, anton teneriemos de dezir que tamien l’alheira serie un fumeiro que nun
lhebaba chicha de cochino an casa de judius, solo demudando an
relaçon a la tabafeia na classe de chicha que lhebába: de baca la
tabafeia, de criaçon i caça l’alheira. Talbeç dende tenga benido la
cunfusion de nomes an alguns sítios, pus dambas classes de fumeiro nun lhebában cochino.» E, em jeito de remate, conclui: «Mie
mai inda hoije diç que las tabafeias siempre fúrun un quemido de
ricos. Ls probes nun las fazien, que quedában mi caras pula chicha
que lhebában. I rialmente essa chicha era solo quemido de probe
nas fiestas, quando stában malos ou para ua tie quando parisse.
Seia cumo fur, fui ua riqueza que mos quedou, cun grande balor
cultural i eiquenómico. Reduzir todo a la chamada alheira, ye ampobrecer essa ardança. Cuido que serie buono se fúramos capazes
de rucecitar todo l fumeiro de baca i de outras chichas sin ser de
cochino, anque mantenendo este, criando ua berdadeira fileira de
fumeiro que fura ouferecido nas sues defrentes bariadades.» Adito: plenamente de acordo.
Pessoalmente, como tenho a buona suorte de ter alguns amigos
conhecedores da língua árabe - árabe magrebino - que já me valeram no caso dos cuscos de Vinhais e que perfilam desta consensual opinião, direi, então, que a palavra tabafeia é de origem árabe,
proveniente do termo tabiche (do verbo tabacha) que significa cozinhado ou guisado. Tabiche terá evoluido para “tabafia”, “tabefe”
e “atabefe”, agora com o significado de encobrimento, urdidura…
[O termo tabefe aparece registado no dicionário de Rafael Bluteau, como usado no Alentejo, para designar a «água que fica depois
de coalhado o leite queijeiro» e o «leite engrossado ao lume com
açúcar». Actualmente, para os algarvios, “tabefe” é um doce feito
de claras batidas com açúcar e polvilhadas com canela.] Por sua
vez, tabafeira é uma transmontanice [A terminação -eia é árabe.
Como tínhamos o sufixo -eira, muitas vezes estas duas terminações acabavam por se fundir e confundir; daí aparecer -eira por
-eia] e, antigamente, uma alentejanice, para uma espécie de chouriço de massas. É bem possível, numa altura da nossa história em
que a construção da língua portuguesa também se fazia à base
do empréstimo de muitas palavras árabes, que estes enchidos de
carnes cozidas [abafadas, atabafadas, dissimuladas, ocultadas]
fossem popularmente apelidados de “atabafeias”. Ainda hoje, quer
no Planalto Mirandês quer no Vale do Douro Superior, se ouve dizer
em muitos falares populares que as carnes depois da surça são
atabafadas na tripa.
Virgílio Nogueiro Gomes, bragançano e estudioso atento destas
coisas de comeres, numa das várias crónicas integrantes do seu
livro Transmontanices - Causas de Comer [Edições do Gosto, 2010],
anota o seguinte: «(…) Do estudo que o meu amigo José Rodrigues
Monteiro fez da correspondência de Raul Teixeira para Abel Salazar encontramos detalhes curiosos de dois homens que unidos
pela cultura se prestavam a detalhes ditos comuns, ou porque eles
talvez também já assumissem as artes culinárias integradas na
Cultura. Com o devido respeito pelo trabalho publicado em 1985 na
Separata do Boletim Amigos de Bragança, em carta de 26.10.34 escrevia Raul Teixeira a Abel Salazar que transcrevo: Por este correio
segue, dirigida à Senhora sua Irmã, uma encomenda com tabafeias,
que é como se chamam as alheiras a que ahi dão foros de especialidade bragançana. Essas alheiras teem tanto de Bragança como
eu de santo. A especialidade d’aqui – convém acentuar, para que a
História o registe – é a tabafeia.» … Caro amigo e confrade: registo este teu precioso suprimento, não esquecendo aquela marcha
heróica contra o estapafúrdio de alguns mercantilistas de ocasião
quando tentaram - e ainda vão tentando - ajavardar este legado
histórico [alheireiro] das nossas gentes.
Para não atravancar mais este cibo de conversa com outros abonos, históricos, romanceados, açougueiros, a maioria das vezes
meros repositórios receituários e em nada contributivos ao debate,
fico-me por aqui.
Quanto à origem etimológica da palavra tabafeia, Amadeu Ferreira,
na dita crónica, deixa-nos esta convincente opinião: «(…) Ua palabra d’ourige Arabe, mas qu’anté hoije nun se sabie bien d’adonde
eilla venie yê “tabafeia”, que fai parte dal fumeiro trasmontano,
40
Voltando à citada crónica de Amadeu Ferreira. […] La berdade ye
que, hai por ende uns dous meses, li uns bersos ne l «Cancioneiro Geral de Garcia de Resende» (1516), dun poeta chamado Nuno
Pereira, an repuosta a outros que habien feito bersos a caçuar
del «por ua carta que escreveo ao princepe e pôs-lhe no sobre-escrito: Per’Alteza do Princepe Nosso Senhor». Ne ls sous bersos,
Nuno Pereira faç caçuada culs quemidos de Mestre Rodrigo que,
para el, debien de ser mui squesitos i stranhos: “atabafea”, “graãos
torrados” i “pees de vitela”, todo misturado cun “bandouva” (dízen
ls antendidos que quier dezir, an pertués, «entranhas, vísceras,
bandulho de reses»). (…) Ora eiqui stá: ne l seclo XV, la tabafeia
ou atabafea era bien coincida. Mas parece que era coincida solo
por ciertas pessonas, cumo esse tal Doutor Mestre Rodrigo, yá que
esse quemido sirbe para fazer caçuada pul sabor fuorte que tenie.
Todo parece andicar que essas pessonas éran ls judius, pus esse
tal Doutor Mestre Rodrigo era judiu, cumo tamien ye cumprobado
pulas spressones ousadas ne l poema, que solo ls judius ousában
ne l seclo XV (…) Portanto, l poeta que faç ls bersos coincie la «atafabea» cumo quemido de judius. Ora nun parece que essas bersos fúran feitos por alguien de Trás ls Montes ou que la pessona a
quien son deregidos fura destes lhados. La berdade ye que ls comentadores destes bersos nun sáben l que ye la «atabafea»: “Não
será antes termo judaico, cujo sentido ignoramos, visto que o Mestre Rodrigo, a quem são destinados os versos (do Canc. Garcia de
Res.) era judeu?”, pregunta Aida Fernandes Dias [Cancioneiro Geral
de Garcia de Resende. Dicionério (comum, onomástico e toponímico), Vol. VI, p. 95, Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda,
1998]. Ficam: a apropositada suspeita de Aida Dias ou a apropriação ladina do termo [Na Espanha medieval, o magarefe (“matarife”)
era muitas vezes designado por «tabah» - actualmente, cozinheiro
em hebraico; nas línguas semíticas, a raiz «tbh» tem significados
como “degolar” e “cozinhar animais degolados” e, em Portugal,
nesta época de construção linguística, o som «h» era substituído
pela letra «f» – ou seja: “tabaheia” por “tabafeia” (?)], a certeza do
RAÇAS AUTÓCTONES | BISARA
conhecimento entre os judeus lisboetas do produto atabafea e a
dúvida da sua confecção.
Assim sendo, na língua portuguesa, tendo em conta estas informações e na falta de outras também credíveis, o vocábulo atabafea
surge pela primeira vez no séc. XV [reinados de D. João II/D. Manuel
I] para designar um produto alimentar (cozinhado?) consumido pelos judeus ou pela população mais carenciada da época. E, para
esta confusa embrulhada, não são de descurar as qualificações
atribuídas por Rafael Bluteau (1712-1728) ao termo tabefe, agora
apropriado pelos castigos familiares.
Perante mais estas sábias hesitações, além das omissões dos primeiros lexicógrafos e das disputas actuais, é natural que se coloque
outra incerteza: O termo «tabafeia» - termo certamente árabe magrebino - terá sido trazido para Portugal pelos judeus quando no
final do século XV foram expulsos de Espanha pelos Reis Católicos
(?), já que se sabe que remonta a essa época a entrada em Portugal
de algumas comedorias desde logo popularizadas. [São exemplo
disso: os nossos domingueiros e festivos “cozidos à portuguesa”,
antigamente denominados de “olha podrida”, com origem muito
provável na “adafina” judaica, um dos principais alimentos do Shabbath.] Não terá, antes, a ver com a presença portuguesa no Norte
de África, a partir de 1415, após a tomada da apetecida Ceuta?
Quanto a dicionários reconhecidos, ainda de possível consulta, estou crente que a palavra “tabafeia” com o significado mais próximo do actual só aparece mencionada pela primeira vez na oitava
edição do Dicionário de Língua Portuguesa de António de Moraes
Silva [1890], como sendo um termo transmontano e referindo-se
a uma «variedade de chouriço de carne, em que entram miúdos de
porco e galinha, devendo comer-se pouco depois de feito» - mais
ou menos quatrocentos anos após o poeta Nuno Pereira se referir
à atabafea como [eventual] comer judaico e vinte anos depois de
Paulo Plantier relatar a “receita” das tobafadas. Todavia, a 10ª edição deste dicionário [na realidade a última edição, e numa versão
muito modificada, publicada entre 1949 e 1959, em 12 volumes] já
lhe faz a sinonímia com o termo «alheira», o que não surpreende,
dada a dinâmica comercial conseguida por terras nordestinas. No
entanto, não deixa de ser estranho que este lexicólogo brasileiro
do séc. XVIII/XIX, jurista de formação coimbrã e de ascendência reconhecidamente sefardita, ignorasse um vocábulo utilizado pelos
seus antepassados. Nem o receio à vingativa delação e aos maquiavélicos tribunais inquisidores, que nesta altura andavam bastante moribundos ou mesmo arredados de qualquer influência social, são convincentes para esta compreensível omissão. [António
de Moraes Silva foi efectivamente perseguido, com dois processos
instaurados pelo Santo Ofício, e chegou mesmo a refugiar-se em
Inglaterra, não pela prática do judaísmo mas pela sua conduta dita
anti-social e por defender os ideais do deísmo.] Talvez esta lacuna,
natural ou propositada, tenha a ver com o cunho depreciativo e dúbio do termo ou, então, pelo “desconhecimento” do seu precedente
nesta obra linguista - Raphael Bluteau, francês nascido em Londres, clérigo teatino, pregador de renome, padre «estrangeirado»
em Portugal nos séculos XVII/XVIII…
Larotas e laronas
– Para aqui não fazem umas que lhe chamam “Laronas” – atalhou
a vizinha que ali ajudava nas funções.
41
RAÇAS AUTÓCTONES | BISARA
– É lá para Rebordelo, quem mo inculcou foi a minha comadre que
tem lá um irmão casado.
– E como são?
– Diz que são como alheiras mas não levam alho.
– “Cada terra com o seu uso, cada roca com o seu fuso.” E p’rós
lados de Bragança, pelos modos, às alheiras também lhe chamam
“tabafeias”. (…)
[In Arnaldo Cadavez, «Matança: sabores, saberes e dizeres». Comunicação apresentada ao I Congresso de Gastronomia, organizado pela Confraria dos Enófilos e Gastrónomos de Trás-os-Montes
e Alto Douro, Bragança, NERBA, 14/11/1998.]
Quanto à larota ou larona, - enchido que enquadro na tipologia
dos «azedos das Terras Frias Transmontanas» e um dos prováveis precursores da reconhecida «Alheira de Mirandela», - típica
de algumas aldeias das Serras da Coroa, Montesinho e Nogueira
e de outros locais das margens dos rios Rabaçal e Mente, a sua
denominação popularizada praticamente desapareceu do nosso
vocabulário e dos falares rurais. Infelizmente!
É muito semelhante às populares “alheiras mirandelenses”, mas
sem a condimentação do alho, quer na apresentação em formato
ferradura, quer na massa de enchimento que é a massa dos «azedos de tripa larga» - mais carne do que pão, ensacada em tripa
fina. Porém, em algumas aldeias de Vinhais e outros locais bragançanos a caminho da vertente leste da Serra da Nogueira, a larota é
(era) simplesmente um “reisinho” ou uma “alheirica” - alheira mais
pequenota - feita dos rezulhos da massa retirados do fundo do
alguidar. E em muitos locais do Nordeste Transmontano, o termo
larota significa tão-só: fome, lazeira, larica [que grande larota; a larota era pouca], confusão [vai cá uma larota], brincadeira [estavam
todos na larota], leviana [a rapariga deu em larota], beleza [botava
um ar de larota], etc., o que poderá explicar a nome burlesco dado
a este enchido.
Tal como as alheiras, vilões e tabafeias, quando a sua função é servir de empurrão ou de lastro ao que se segue, consomem-se depois
de assadas em brasa suave ou fritas na gordura que vão largando.
A larota azeda ou larona é assim: “um enchido fumado, no típico
formato de ferradura, cilíndrico, e de cores que variam entre o amarelo e o acastanhado. As carnes para a sua confecção - magra, da
cabeça, entremeada e barriga de porco - são cortadas em pequenos pedaços, cozidas em água e sal e desfiadas ainda quentes. A
massa do recheio é feita de fatias finas de pão trigo com a côdea,
amolecida com a calda da cozedura das carnes, a que se junta as
carnes desfiadas, o primeiro azeite do ano e um pouco de colorau
picante. Após o enchimento em tripa de porco ou vaca, vão para a
fumagem, em lume brando, durante mais ou menos uma semana.”
Actualmente, embora muito pouco conhecidas, inclusive na região
que as “baptizou”, são mais referenciadas por «Alheiras de Bragança ou à moda (dos) de Bragança».
O mistério deste donairoso enchido de terras marrano-transmontanas, para mim, é a ausência do alho! Vai ficando a ideia de que
usar alho e salsa nestes enchidos não era lá muito correntio por
Terras de Montesinho-Nogueira…
O alho e a alheira
Quando se formou a palavra “alheira” (alho+sufixo eira) será que
ela queria exprimir apenas a ideia de um ofício? Porque não o local
onde se guardavam os alhos? Ou o nome da planta que os produzia?
Alheira - falando das plantas erveiras [Aliária ou erva-alheira
- Alliaria petiolata (M. Bieb.) Cavara&Grande; cebolo silvestre Allium victorialis L.; alho-bravo, cebolinha galega ou alho de cabeça
redonda - A. sphoerocephalon L.ssp. sphoerocephalon; alho rosado
- A. roseum L.; alho-das-vinhas - A. vineale L.; …] - é uma palavra
de origem latina, procedente do termo allium que significa bolbo.
Será? Certamente!
Não sou minimamente conhecedor das artes etimológicas, por vezes muito labirínticas, inclusive pouco curioso, porém, mesmo depois de alguns amistosos, sensatos e sapientes esclarecimentos,
ainda me resta a suspeita da imaginável origem latina por via céltica. Consta que os nossos antepassados celtibéricos denominavam
o mitológico alho pelo monossílabo “all”, que expressava um produto ardente e exaltador da força.
A propósito do alho - o prelado da comunidade condimentar, - arrisco algumas notas avulsas que poderão ajudar-vos a compreender o seu enraizamento nos nossos hábitos alimentares. E cito
Alain Ducasse [do sensualizado e colorido Dictionnaire amoureux
de la cuisine, 2003]: “É uma honra, e um prazer, render homenagem
ao patriarca de todos os condimentos! Desde sempre o alho triunfou em todo o Mediterrâneo…”
Historicamente afirma-se - são vários os historiadores que o prescrevem - que este bolbo escamiforme de odores alicínicos e antimicrobiano, em conjunto com o dos rábanos e das cebolas, foi um
dos principais alimentos dos “trabalhadores” da Grande Pirâmide
de Quéops. Por causa das suas continuadas carências, em tão ousada construção, terá proporcionado a “primeira greve” da História
da Humanidade, aí pelo séc. XXVI a.C. Parece que nesta época faraónica seria tal a importância da cultura das «ervas alheiras» - ervas de valores bactericidas, vitamínicas, calóricas… - que o preço de
um escravo se estabelecia em quilogramas de alhos. Mais ou menos 7 kg de alhos era quanto poderia valer um escravo bem arreado
fisicamente. Sabe-se também - presume-se - que o povo hebraico
só começou a consumi-los aquando da sua longa e escravizada estadia no Egipto, e não mais os largou. Diz-se - especula-se ainda
- que apenas lhe acrescentou o uso no combate à melancolia.
Como cultura agronómica, em Portugal e por toda a Península Ibérica, aceita-se que foi introduzida e dinamizada pelos “meus colegas” agrónomos romanos. Hábito e conhecimento que estes também terão adquirido junto dos colonizados egípcios, consagrando-a
ao seu deus das guerras sangrentas. Todavia, o alho acabaria por
ser sempre um produto agrícola de conotação popular [Nunca figura nas receitas gastronómicas atribuídas ao palaciano Apicius,
embora, nos escritos de Plínio e Galeno, conste para tratamento de
um bom par de doenças – da aflitiva asma à mais simples dor de
dentes] e de uso preferencialmente medicinal e fortificante.
Na denominada Alta Idade Média, o agora pecaminoso vegetal dos
escritos bíblicos, continuava a assumir-se como um mero produto
de uso alabregado; no séc. XI/XIII já fazia parte do mosaico cultural de qualquer horta familiar; e no séc. XIV/XV, a coincidir com
a proibição de Afonso XI - rei de Castela - de frequentar a Corte
a quem comesse bolbos aliáros, dizia-se que um «latino vendia a
alma por carne salgada de porco, preparada com molho de alho»
[O Tacuinum sanitatis - livro medieval sobre o bem-estar do séc.
XIV - ilustra bem, e com alguns detalhes, o negócio dos vendedores de alhos.]. Neste período feudalista, além dos predicados que
lhe atribuíam para a contenção da pandemia de peste bubónica,
o heróico alho mantinha o condão de ser um dos temperos mais
vulgarizado, desde a simplicidade da aïgo boulido provençal à energética sopa aillé.
42
Public
RAÇAS AUTÓCTONES | BISARA
Os vilãos do séc. XV, vileiros ou não, tal como os camponeses, também o admiravam à mistura com pão em caldas aferventadas ou
nas mais simples esfregadelas [Será por esta razão a nomeada
dada àquela variante da alheira?]; na condimentação das comidas
anti-peçonhentas, até ao séc. XVIII, a chamada “teriaga dos camponeses” continuava a ser à base de cebolas, alhos e alhos-porros
[Em Freixo de Espada à Cinta, a “pomada de banha da cobra” - a
medieval teriaga acrescentada de carne de cobra fervida durante
umas boas horas, misturada com gordura de porco, - ainda da minha lembrança - era, regularmente, utilizada no tratamento de dores reumáticas.]; e os caldos consubstanciados com as águas das
cozeduras das carnes do séc. XVII/XIX, migas, açordas e “alhadas”,
não dispensavam os seus dentes esmagados nos refogados de
apuro.
termos não são, por excelência, o habitat preferido destas erveiras.
Outro facto a ter em conta: nas Inquirições de 1220, sob a ordem
de D. Afonso II, esta mesma localidade apresentava-se como “De
Sancta Marina de Leira”. O seu nome não terá tido origem no culto
a Santa Maria de Lara (Burgos/Castela)?
O alho, além do uso fitoterapeuta reconhecido e de protecção contra feitiços e espíritos malignos - dos egípcios de antigamente aos
escandinavos de hoje - é, inquestionavelmente, o principal condimento das cozinhas camponesas até ao início do séc. XX e de todo
o tipo de arte culinária, até aos nossos dias. Para todas as culturas
- grega, indiana, hebraica, russa ou chinesa, alentejana, galega ou
transmontana - o alho era (é) um elemento quase tão importante
quanto o sal.
O já referido Diccionario da Lingua Portugueza de Moraes Silva, de
1789, também se destaca entre os dicionários precursores da língua portuguesa; em 1813 houve um enriquecimento e a publicação
de uma 2ª edição, que é considerada a definitiva. Todavia, só a sua
7ª edição (1878) é que noticia a palavra «alhèira», remetendo-a
para a planta aliária [«planta, espécie de escórdio; lança talos delgados e folhas semelhantes às das violas, tem o cheiro de alho»]
e não para uma «espécie de chouriço temperado com alhos que
se fabrica em Trás-os-Montes ou noutro local qualquer». Quererá
isto dizer que até esta data -2ª metade do séc.XIX - não existia
a nomeada de «alheira» para este tipo de enchido, tal como hoje
o conhecemos? Simplesmente atabafeia? Ou era sujeito a outras
designações? [Lembrete: a palavra “tabafeia” só começou a ser dicionarizada na 8ª edição deste grande dicionário, doze anos depois, como termo transmontano, referindo-se a uma «variedade
Agora uma mera curiosidade… Em 1258 aparece registada uma
denominação muito próxima de “alheira” – Parrochia de Santa Marina de Aleyra, actual freguesia do concelho de Barcelos; em 1527,
era referida como “Alheyra” e em 1758, como “Alheira”. Para alguns
historiadores, este topónimo terá derivado do termo latino “alliaria”
– “terra de alhos”? Talvez, mas muito misterioso! As terras destes
Relativamente à arte dicionarista… A obra Vocabulário Portuguez
e Latino de Raphael Bluteau, publicada entre 1712 e 1728, é tida
como a primeira tentativa editorial bem-sucedida de um dicionário para a Língua Portuguesa. As outras obras pioneiras, por informação de colegas suficientemente habilitados para esta temática,
consideram-se documentos perdidos. Fazendo fé nestes generosos sapientes: nenhuma destas obras anotou o vocábulo «alheira»
ou outro semelhante.
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mínimo: 5 min para o efeito bactericida; 15 min
para o efeito fungicida e 30 min para o efeito
virucida.
Desinfetante PT3 e PT4: desinfeção dos locais
de armazenamento dos produtos alimentares,
material e veículos de transporte; desinfeção
de instalações; material da exploração e de
transporte de animais domésticos. Tempo
de contacto mínimo: 5 min para o efeito
bactericida; 15 min para o efeito fungicida e 30
min para o efeito virucida.
Espuma detergente para a limpeza das
superfícies, nas explorações agrícolas:
grícolas:
ótimo poder de humedecimento;
to; forte
te poder
produção de espuma; excelente
cia
desengordurante; fácil aderência
às paredes verticais.
Detergente multiusos de elevada
da
ação. Para a limpeza de superfícies
fíciies
es
e equipamentos, em explorações
õe
es
ee
agrícolas, salas de desmanche
onall
centros de incubação. Excecional
poder desengordurante; ótima
capacidade de enxaguamento.
Desinfetantes Homologados
«Utilize os biocidas com cuidado. Leia sempre o rótulo e a informação relativa ao produto antes de o utilizar».
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43
24/03/2014 16:43:07
RAÇAS AUTÓCTONES | BISARA
de chouriço de carne, em que entram miúdos de porco e galinha,
devendo comer-se pouco depois de feito».] E a farinha e o pão ázimo ou de fermento moderado - seriam elementos integrantes
ou não? Porém, a sua 10ª edição [revista, corrigida, muito aumentada e actualizada por Augusto Moreno, Cardoso Júnior e José Pedro Machado, em1949-1958, Confluência, Lisboa] já faz a sinonímia
dos dois termos – alheira e tabafeia. Terá sido por influência do
filólogo transmontano Augusto Moreno? [Augusto César Moreno,
tio-avô da amiga Isabel Moreno Escudeiro - conhecedora e praticante eximia das artes alheireiras, - era natural de Lagoaça (18701955); leccionou em Mogadouro, Miranda do Douro e Bragança, e
colaborou com Trindade Coelho.]
Mais ou menos em simultâneo a esta edição, Artur Bívar, nascido
no Alentejo, no seu Dicionário Geral e Analógico da Língua Portuguesa [pubicado postumamente (1948-52-1958)], além do significado de “chouriça transmontana”, acrescentou-lhe o de “chouriço
de massas alentejano”. Terá sido, por sua vez, influenciado pelas
suas vivências jornalísticas e lamecenses? É possível, aceitável e
compreensível. No entanto, acrescento novamente, o termo alheira-enchido já estava bem representado na literatura gastronómica
da época – desde Trindade Coelho (1897), do gastrónomo-general
Carlos “Bandeira de Melo” Bento da Maia (1904) ao fundador da Sociedade Portuguesa de Gastronomia António Oliveira Bello-Olleboma (1928), de Manuel Ferreira (1933) e Adolfo Coelho (1938-1939)
ao lisboeta bibliografo Albino Forjaz de Sampaio (1940) …
Tendo em boa conta o trabalho daqueles ilustres lexicógrafos, e escritores gastrónomos, a palavra “alheira” dizia respeito a um produto alimentar fabricado em Trás-os-Montes e, eventualmente, no
Alentejo, designando realidades algo diferentes: «chouriça transmontana temperada com alhos» e «chouriça (alentejana) de massas». Quanto ao termo tabafeia, retratam-no como um «chouriço
recheado de pão de trigo, gordura e carnes, cozidas, de várias qualidades, próprio para se comer logo depois de feito». E a partir desta
altura aparece sempre dicionarizado como sinónimo de alheira. Em
resumo: desvirtuou-se a originalidade do produto e instalou-se a
confusão lexical; ou ajustou-se o palavreado às realidades mercantis da época? É o mais certo!
O porco e a charcutaria
«Pobre é aquele que nem um porquinho mata…» - diz-se em Vinhais.
Falar em terras transmontano-durienses de tabafeias e vilões, larotas e azedos, bulhos e botelos, chabianos e farinheiros, morcelas
e folianos, toucinheiras e alheiras…, é falar de porco cevado - antigamente de porcos bísaros - charcutaria e fumeiro.
Até meados do séc. XX, época coincidente com o início de um forte e cruel êxodo rural e a introdução de sistemas de exploração
associados a raças de maior rendimento, ao surto devastador de
peste suína africana dos anos 60 e à política de fomento ao consumo de gorduras vegetais concorrentes ao óleo da azeitona, entre
outros factores menos relevantes para esta conversa, em Trás-os-Montes e Alto Douro existia apenas uma grande população de
porcos - a raça bísara [os “gallegos”, por serem oriundos de terras da vizinha Galiza, com pelagem branca ou branca malhada, os
“molarinhos”- animais malhados com poucas cerdas, pele fina e
macia, e os “cerdões”, pretos ou pretos malhados, com cerdas finas
e abundantes] - originária do tronco porcino céltico.
Praticavam-se, a par dos tradicionais acortelhamentos à beira ou
de baixio à casa - os chafurdeiros “porcos de chiqueiro”, os sistemas de «rebanhada» - em “vezeira”, “vigia”, e de “pastoreio de
44
percurso”, em que os atléticos animais palmilhavam grandes extensões de terras, essencialmente pousios, restrolhas, poulas e
matos, aproveitando qualquer tipo de erveiras, ferrãs de amanho
ou espontâneas, a lande das carrasqueiras e outros frutos caídos,
como a castanha na época da ceva e alguma bolota nas zonas mais
acercadas ao rio Douro. Comiam de tudo, quer nas cortelhas dos
quinchousos quer nas tradicionais avezadas, desde o rezulho dos
caldos caseiros às raízes e tubérculos que iam afocinhando ao longo dos vários percursos.
Enquanto nos porcos ibéricos [porco de montanheira, roliço, pernicurto, focinho pontudo e pêlo escuro, farrusco…], de habitat esteado em matagais tipicamente mediterrâneos, as suas carnes - gordas, atoucinhadas e magras - eram direccionadas para produtos
curados e de longa duração; nos nossos porcos celtas [porco esgalgado, pernalto, orelhas pendentes, focinho comprido, corpo varudo,
carnes bem menos atoucinhadas…], a produção foi quase sempre
orientada para a comercialização de carnes frescas e produtos de
salsicharia fumada. São vários os autores - do erudito investigador
ao simples contador de estórias - que nos referenciam a consumada importância que este dito animal “impuro” atingiu como suporte
da alimentação tradicional transmontana, quer como fornecedor
de carnes para consumo em fresco e de pronto, mortificadas ou
salgadas, quer como fornecedor de matéria-prima para a elaboração de uma panóplia de enchidos que mediante certos processos
de conservação garantiam o seu consumo ao longo de uma boa
parte do ano. Ou seja: todo o transmontano - do Larouco a Barca
d’Alva, de Montesinho à foz do Corgo - criava porcos bísaros [além
de cabras serranas ou bravias, badanos ou galegos, galinhas e coelhos] que constituíam a principal fonte proteica e energética da
sua alimentação. E as famílias mais afilhadas, abastadas e dadas
a muita jeira, matavam, pelo menos, dois a três cevados por época
de colheita. O porco foi, naturalmente, um atributo de aforro, dote
casamenteiro, produto comercializável e de gájara, sinal de riqueza
e de provisão alimentar.
Recuando no tempo… Homero, um dos maiores escritores da Antiguidade, [in Odisseia do séc. IX a. C.] terá escrito aquela que se conhece como a primeira referência a um enchido - a morcela [Tripa
- parece que de cabra velha - cheia de sangue e gorduras para levar
ao fogo]. No entanto, os antigos egípcios, bem antes das odisseias
daquele poeta épico da Grécia Antiga, já aproveitavam o sangue da
degola dos bois sacrificados para fabricarem, também, uma espécie de enchouriçado. E no tempo dos expansionistas romanos - os
grandes dinamizadores da agricultura mercantilista e fervorosos
consumidores de carnes porcinas, - a profissionalização da actividade agro-pecuária estava bem estabelecida e hierarquizada.
Em vários textos acerca da história do aprovisionamento alimentar
e das faustas refeições [Petronio, conselheiro do claudiano Nero
Germanicus, aí pelo ano 60 d.C, no sarcástico Satyricon, ao encenar
e ridicularizar o banquete de Trimalchion, descreve-nos umas suculentas linguiças que fumegavam numa churrasqueira de prata…
Enchido popular à época, que Constantino I, o Grande, no século III,
depois de convertido ao Cristianismo, haveria de proibir às mesas
do império.], reportados aos séculos imperialistas da romanização,
consta que o presunto de porco seria um dos produtos alimentares
mais apreciado pelas hierarquias dadas à gulantrice. E o melhor
presunto, segundo elas, era o da Hispânia, por ser proveniente de
animais alimentados à base de bolota ou de castanha. Referem
ainda que o consumo dos pordentros também constituía uma
prática vulgarizada nos seus hábitos alimentares. E, pelos vistos,
confeccionavam uma salsicha do tamanho do cego do animal, uma
outra salsicha mais delicada e seca com o intestino delgado, botulus, mortadelas [murtadela, porque temperadas com murta (?)], e
seminário "A Suinicultura e o Ambiente"
RAÇAS AUTÓCTONES | BISARA
sas suinicolas são transportados.
€15 e €19 por tonelada. Os agriculto- (substituto de fertlilizante) e produtos
Nesta época atribulada e socialmente complexa, o porco, dada a faas tais morcelas de sangue achouriçadas que vendedores ambuInicialmente
havia alguma
resnas
dão
cada vez
mais cilidade
valor ao
fertilizantes
exportáveis
a naturalmenpartir da
deestruconservação
das suas carnes,
assumia-se
lantes
comercializavam
assadasoposição
em tendas ou
tabernas
pelas
por
parte
dos
agricultores
em
utilizar
me
e
continuam
a
receber
o
estrume
fracção
sólida.
Contrariamente
ao que
te como o principal animal domesticado para suprir as necessidaestradas que davam acesso a Roma.
des
alimentares
das
populações
rurais
e
dos
numerosos
exércitos
estrume animal. Quando as vantagens na terra a um preço muito baixo.
sucede com a distribuição, a transforcristãos
empenhados
na
Reconquista
e
Cruzadas
a
Terras
Santas.
No
Mundo
Clássico
dizia-se
que
«a
cabra
aleitava,
o
boi
assavaforam conhecidas, o uso de estrume
Também pela forma eficiente de mação de estrume exige investimentos
E aceita-se, mesmo sem acervos conclusivos, que os principais en-se e o porco era cozido». Lá mais para o fim da Idade Média, o
animal
muitíssimo.
issode abate
distribuição
estrume,
a confeccionados
transfor- relativamente
e tem
ris-de
chidos
seriam as taiselevados
mortadelas
[umamais
mistura
porco aumentou
deixou de ser
um simplesPor
animal
fácil mas do
“carne
a utilização
de– estrume
artificial
baixouambulante
maçãoedo
estrume
Pa- moídas
cos operacionais.
Estima
-se que ade
carnes enos
gorduras
num almofariz, bem
condimentada
sobre patas”
uma espécie
de despensa
o símbolo
da de suínos
ervas,
sementes
ensacada
formatode
de suínos
salsicha],
abundância
dos povos
mais evoluídos.
Contudo,
as carnes
imenso
nos Países
Baixos.
Nos últimos
íses
Baixossalgadas
ainda quase
não
existe.e especiarias,
transformação
de em
estrume
morcelas
de
sangue
e
gorduras,
chouriças
de
carnes
gordas
e lindo
porco,
temperadas
ou
não
com
molhos
enriquecidos
de
alho
e
30 anos em produções de vegetais Para se limitar a poluição do ambien- para o suinicultor seja por enquanto
guiças luganegas tipo salame… O formato em ferradura ainda não
ervas alheiras, continuavam raríssimas nas ementas dos tratados
cada
vez maiores,
o usoXVI.
deNa
azoto
deste edos
para
se desenvolver
exploração
maise cara
eraauma
prática corrente
o usodo
doque
pãoonoescoamento
enchimento,através
mesmo o
culinários,
até ao século
mente
alimentar
gastrónomos
ceu
o uso de fosfatos
de de gado,
a partir
de borneiro
Janeirooudede papada,
da distribuição
de parece
estrume.
também não
constar das tradida 53%
época,e submetida
às modasaepartir
aos nobiliárquicos
apetites,
aque-de 1 pão
ções deste
período tão necessitado
provimentos alimentares.
les comeres
porcinos
nãomesmo
iam além
de meras
viandas
plebeias
e
estrume
artificial
baixou
70%.
2014
passa
a ser obrigatório
oferecer
Pelo teor de
relativamente
baixo de
No
entanto,
era
usual
a
utilização
de
outras
carnes
carnes
gorpara
o
«estômago
grosseiro»
dos
menos
ricos.
Os preços do escoamento de es- uma parte dos resíduos de estrume a substâncias orgânicas em terrase de
duras de aves, caprinos, carneiros e bovinos - na confecção destes
trume
para
a empresa- suinicola
estão que
uma
empresa
transformadora
es- enchidos
cultivo (e.o.
por clima
quente)
a produenchidos. de
Tinhamos
preparados
a partir
de sangue,
carA arte
da charcutaria
família alimentar
incluiu
os [nossos]
sujeitos
à
oferta/procura
no
mercado
trume.
A
transformação
de
estrume
tividade
do
solo
nas
zonas
agrícolas
ea
nes ensanguentadas e gordas, embutidos em tripa, servindo qualenchidos fumados - sendo muito popular durante o império romaquer animalfinais
que disponibilizasse
necessidades.
Por fim, no
no, uma
aprendizagem
que serígida
julga teresido
os “Édu- de produtos
livre.
Devido
à legislação
à adquirida
obriga com
à produção
produção deestas
vegetais
podem melhorar
decorrer
dos séculos com
XV/XVI,
a charcutaria
toda
os” [povo
de origem
celta queem
habitou
a actualespeciais
Borgonha e
- França],
grande
oferta
de estrume
relação
à exportação
de fosfato.
uma
fertlizaçãopopulariza-se
sustentávelpor
com
a Europa cristianizada.
só no séc. XII/XIII, com a dinâmica da Reconquista Cristã, chegou de
com
as possibilidades
de escoamento,
Um primeira passo importante na estrume animal. Simultaneamente
assento
definitivo à Península
Ibérica.
os suinicultores pagam o escoamento transformação de estrume
deperíodo
suínosquinhentista,
é também
o uso de fertilizantes
artifiNeste
e renascentista,
a época que centraliza
toda
esta
prometida
discussão,
os
meios
mais
vulgarizados
A
importância
de
Borgonha
como
centro
de
propagação
do
crisdo estrume. Isto também tornou pos- a sua separação numa fracção clarifi- ciais e os custos disso podem baixarde
conservação
dos alimentos
seriam:Aaprova
salga disso
[método
tianismo,
da civilização
ocidental
da valorização
sível
que tenha
sido criada
umae infracada agronómica
(muita águadas
e azoto)
e numa fracmuitíssimo.
foidescendente
dada nos
do pré-histórico enterramento de peças de caça miúda na areia
terras, principalmente a partir das dinâmicas reformistas das Aba-estrutura
eficiente
para
escoamen- ção
sólida (muitas
25 anos nos
Paísesdo
Baixos.
marinha, orgânipara que o últimos
sal as envolvesse],
utilização
calor e das
dias de Cluny
e Cister,
estáo suficientemente
reconhecida.
[S. Joãosubstâncias
tode
doTarouca,
estrume.
Estrume
de suínos
tem foicas
e fosfato).
Estas fracções
sãoexposição
em
fachucadas,
aos ventos frios e aos gelos inverneiros, a
margem
esquerda
do rio Douro,
o primeiro
mosteiro
prática
da defumação,
os vários
tipos deda
fermentação,
condimenda Ordem
Cister em Portugal,
remontando
a sua fundação
ao
valor
comode fertlizante.
Nos Países
seguida
transformadas
em água
limpa,
*Presidente
Secção de aDistribuitação com especiarias e outros produtos de tempero, assim como
ano
de
1144.]
Baixos o estrume de suínos vale entre um concentrado de azoto e potássio
ção de Estrumes CUMELA Nederland
suinicultura
15
45
RAÇAS AUTÓCTONES | BISARA
o uso de gorduras, açúcar, mel…. Os condimentos - alho, pimenta
e outros - importantes e cada vez mais imprescindíveis, serviam
essencialmente para esconder o indol e o escatol da putrefação
e dissimular os maus cheiros e sabores que os alimentos iam adquirindo ao longo do tempo. A indústria do frio estava longe de dar
os primeiros passos e o transporte das mercadorias fazia-se ao
ritmo das “bestas de carga”, com bastante dificuldade e muito demorados. No caso dos produtos derivados do bendito porco, esse
bicho chafurdeiro que dizem ter aparecido na Terra há mais de 40
milhões de anos, os meios de preservação quedavam-se pela utilização da salga, calor e fumagem.
Alheira de Mirandela
Como conclusão a esta conversa… Transcrevo uma receita familiar
fradizelense que, aí por meados de 1993, [falo por mim, também
pelo presidente da Associação Comercial e Industrial de Mirandela
(ACIM) da época - Manuel Luis Rodrigues da Silva e Nuno Santa
Alegria - professor na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD)], muito nos ajudou a enquadrar este mítico enchido no
protótipo da actual «Alheira de Mirandela-IG» (ETG-Especialidade
Tradicional Garantida, em 1993/1994), mais tarde, durante a vigência do projecto PAMAF/IED 1012 (1996-1999) [“Aproveitamento do
trigo barbela e seu aproveitamento industrial”, coordenado pelo
professor Henrique Guedes-Pinto (UTAD), com a participação das
mirandelenses Padaria Seramota e Alheiras Gracinda e de um grupo de consumidores transmontanos inquiridos], nos proporcionou
a recriação das tais toucinheiras mirandelenses e das primogénitas
alheiras comerciais e, já em 2011, [agora com a batuta de Mª Aurora Ribeiro - coordenadora da Associação para o Desenvolvimento
da Terra Quente e apoio da Confraria dos Enófilos e Gastrónomos
de Trás-os-Montes e Alto Douro] como uma das “7 Maravilhas da
Gastronomia Portuguesa”.
«(…) Para quatro dúzias de alheiras são necessários três quilos e
meio de pão trigo, ou tantinho menos de pão de mistura, três quilos
de toucinho, uma galinha velha, um coelho de criação ou do monte,
carne de vitela, carne da cabeça do porco para dar sabor à calda,
bastantes alhos e azeite do que ainda houver do ano anterior, colorau doce, piripiri ou colorau queimoso, um ramo de salsa, sal grosso
e uma meada de tripas bem lavadas.
Numa panela, antigamente de ferro e suficientemente grande,
fervem-se as carnes todas e rectificam-se os temperos de sal e
azeite, a meio e ao fim da cozedura. Depois de cozidas, cortam-se
as carnes de porco muito miudinhas e as restantes são desfeitas
46
e desfiadas. Para um alguidar miga-se o pão em fatias finas, sobre
o qual se despeja a calda que sobrou da panela, e deixa-se “abrir”.
Tudo isto deve ser feito junto à lareira para que as «sopas» não arrefeçam. A seguir, misturam-se os alhos bem moídos e estrugidos
em azeite, a salsa picada, colorau a gosto e o piripiri; amassa-se o
melhor possível, até o pão estar bem batido. Depois, acrescentam-se as carnes desfiadas e ensaca-se a massa obtida em tripa seca
de vitela ou de porco. A fumagem é feita junto à lareira ou à borralhada, com lume brando de lenha de oliveira, carvalho ou negrilho,
durante três a seis dias - sempre inferior a oito dias.»
Anoto, ainda, mais duas receitas familiares provenientes de duas
localidades [Angueira-Vimioso e Maçores-Torre de Moncorvo] de
reconhecidas influências judaicas.
«(…) Modo de fazer entre sessenta a setenta alheiras… Depois de
muito bem lavadas, as carnes vão a cozer separadamente em duas
panelas com bastante água [a galinha grande e gorda e cerca de
trezentos a quatrocentos gramas de presunto numa panela e as
outras carnes de salga de dois dias - ossos da suã, queixada, couracha, um bom pedaço de barriga entremeada e um pouco de carne
gorda - noutra panela], até ficarem bem cozidas [Atenção: a carne
tem de se soltar do osso sem esforço]. Nas panelas, juntamente
com as carnes, acrescenta-se o sal, dois dentes grandes de alho,
dois molhinhos de salsa e um galho de louro (±10 folhas). Durante
a cozedura vão-se espumando as panelas. [Atenção: ir provando
as caldas para não ficarem salgadas.] Quando a carne arrefecer,
desfiar em pedacinhos muito pequenos.
Enquanto a carne arrefece, ou no dia anterior, cortar as fatias do
pão [dois pães grandes, com pouco fermento, e já com dois ou três
dias de feitos] de modo a ficar em fatias tão finas que lembrem
folhas de papel (daí o pão ter de estar bastante duro para se poder
cortar). Colocar num alguidar onde se irão juntar os restantes ingredientes. Entretanto: triturar duas cabeças e meia de alhos com
a ajuda de um pouco do caldo, utilizando um almofariz. Reservar.
A seguir, deitar os caldos quentes da cozedura das carnes alternadamente sobre as fatias de pão e provar de modo a perceber qual
o caldo que deve prevalecer. Abafar com um pano durante alguns
minutos, até o pão estar bem embebido na calda (quinze a trinta
minutos). Não se deve mexer antes do quarto de hora, para evitar
que fique como açorda. Repetir até obter-se a consistência desejada. Acrescentar o alho anteriormente esmagado ao pão embebido e mexer bem com uma colher de pau. Juntar o colorau [quatro
ou cinco colheres de sopa bem cheias de colorau (pode usar-se
RAÇAS AUTÓCTONES | BISARA
VI Congresso Nacional de Suinicultura | intervenções
da massa e um litro de banha da carne gorda do porco a ferver sobre este para chiar e a massa ficar
meia colher de colorau picanvermelhinha.
te)], parte da carne desfiada e
mexer com uma colher de pau
La por
infección
porparte
Parvovirus
cobra
las instalaciones de bienestar animal,
en ocasiones
puede allevar
confusión desfiada.
Após
estar pronta
mistura-se-lhe
carneaanteriormente
grande;
último, vai
da
banha
[alguma
banha doproductivo
baio,
especial
significado
cuan- con la infección por virus PRRS. La posiblemente debido a un efecto amEnchem-se
as alheiras em de
tripas
vaca clínico
que haviam
lavadas comde
água,
sabão, laranja
e viram-se
ou
sal] bemla etapa
dodoseredenho,
producesemdurante
de presentación
patologías
asociadas
a
unde
brote
de lasido plificador
para encher com galha de zinco. Depois disso são atadas nas pontas com fio de algodão, mergulhadas
quente em função da necesgestación
disminuyendo
de
manera
enfermedad
conlleva
graves
perdidas
fallos
inmunitarios,
como
puede
ser
el
em água quente para lavar e põem-se a secar no tendal do fumeiro sobre a lareira da cozinha.
sidade. Mexe-se tudo muito
importante
eficiencia
productiva de económicas y da lugar a un desequili- incremento de problemas entéricos
bem
até ficar la
uma
massa hoÀ presente brio
receita
de alheiras,
antigos judeus
deduziam
carne de porco.» [Fernandes,
mogênea
e até La
a colher
ficar de momias
los animales.
presencia
sanitario
en laosexplotación,
favoreen somente
lechonesa lactantes.
Ilda.
Torre de
Moncorvo
– Municipio Tradicional.
Municipal de Torre
Moncorvo,
direita
no alguidar.
estratificadas
en Aquecer
funcióna de la
edad
ciendo
las coinfecciones
con otrosEdição
pa- da Câmara
El comportamiento
de ladeenferme2001, pp 151-152]
restante gordura e a restante
gestacional es un signo característico tógenos tanto víricos como bacterianos. dad no es especialmente distinto en
carne que serão adicionadas
de la infección
Parvovirus, Não
perohaverá
la muito
La ainfluenza
una de
pato- – Terra
función
sistema
dizer sobrees,
a história
de las
Mirandela
(s) dedel
Ledra,
Laedra -de
quealojamiento,
importe para
quando
após o por
enchimento
este
o seumas
enquadramento
na região mais
esquecida
de Portugal. No
entanto,
das
tripas oen
alguidar
a
infección
etapasestiver
mas tardías
detema,
la apenas
logías con
impacto productivo
en remota
ahora ebien
la diseminación
vírica
si
meio
e a massa
começar
a figestación
provoca
el nacicar fria.
miento de lechones poco
viables.
No fim, as alheiras são piLapassam-se
inmunidadporpasiva,
cadas,
água e
só
depois
é
que
vão
ao
fumeien algunos casos, persisro,
que
deve
ter
temperatura
te en las cerdas nulíparas
moderada mas constante.
hasta mas
de siete
meses,
Esperar
quatro
a cinco
dias
produciéndose
una inpara
comer.» Do caderno
de
receitas
da família
Dona
terferencia
con lasdevacuEmerência
naciones yPorto
dandoFernandes
lugar a
Moreno (1929-2013) [Angueira
cerdas susceptibles a la
– Vimioso].
infección.
«(…) El
Deixamos
aqui registado
virus parvo
es ca-a
receita
da confecção
paz de
persistir de
enalheilas
ras que nos foi cedida por uma
instalaciones infectadas
descendente de cristãos-nohasta
cuatro transmitida
meses. En
vos
de Maçores,
de
los alojamientos
grupo
mães
para filhas aoen
longo
dos
séculos,
no presente
acrescida
se constata
un incremende outros carnes:
to de la carga vírica que
da lugar
a caldeira
infecciones
re-e
Põe-se
uma
ao lume
currentes
en lasgalinha,
cerdas.carmete-se
lá perdiz,
ne deLavaca,
ossos do porco,
sorealización
de seventre
(tirado
da
barriga),
salrologías pareadas, en las
picão e um bocado de presunto
cerdas,
nos do
sirve
deda
matança
anopara
anterior,
terminar
el
grado
de
expoum ramo de salsa, três cebolas,
loureiro,
umalos
colher
de pimensición de
animales
al
to
doceparvo.
e outra de picante.
virus
La inmunidad de rebaño
Depois das carnes estarem coen
caso detudo
parvovirus
zidaseldesfia-se
para um
alguidar
de barrodándose
apropriado.la
es irregular
circunstancia que rebaños
Miga-se o pão trigo num alcon infección endémica
guidar grande também de barpueden
existir algunos
aniro
e amolece-se
com a água
males
ser
onde
foisusceptibles
cozida a carne,desendo
posteriormente
mexida com
infectados.
uma colher de pau. A seguir
La influenza es una pamistura-se uma cabeça de
tología
infravalorada,
que
alhos desfeita
e um raminho
no
debemos
de
olvidar
de salsa migada miudinha e
envolve-se
na massa.
dentro de tudo
los programas
Depois
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duas ou três
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suinicultura 47 45
Danisco Animal Nutrition
RAÇAS AUTÓCTONES | BISARA
a centralidade regional desta povoação ribeirinha era inquestionável. Todas as rotas comerciais vinham dar a Mirandela. Vejamos: a
partir de 1536, data provável da conclusão da ponte velha sobre o
rio Tua [TuelaxRabaçal], o tráfico da parte central e Nordeste Transmontano com destino ao centro e sul do país, que utilizava as rotas
do Vale do Douro e da estrada das Beiras, concentrava-se nesta
travessia mirandelense do dito rio.
Alguns anos antes da abertura do troço ferroviário que ligava o
litoral Norte, através da Foz do Tua, ao Nordeste Transmontano-Mirandela [Chegada do comboio a Trás-os-Montes e Alto Douro:
Peso da Régua – 1879; Pinhão – 1880; Tua – 1883; Pocinho, Barca d’Alva e Mirandela – 1887; Bragança – 1906; Vila Real – 1910;
Chaves – 1921; Mogadouro – 1930; Duas Igrejas – 1938…], a 29 de
Setembro de 1870, era inaugurado o principal eixo rodoviário Vila
Real - Bragança e em 1874, a ligação de Chaves - Torre de Moncorvo, reforçando a sua reconhecida centralidade comercial para
a grande maioria dos produtos do Alto Trás-os-Montes. Por essa
altura, data em que se associa o termo «alheira» a esta tipologia
de enchido, as actividades agro-industriais, armazenistas e comerciais mirandelenses, dinamizavam-se significativamente com a
comunidade de origem judaica, essencialmente a proveniente dos
núcleos mais activos da região, a reinstalar-se, em definitivo, na
vila e arredores.
Além da histórica centralidade rodoviária, as hortas, orretas e faceiras mirandelenses das margens da ribeira de Carvalhais, a par dos
barrais da Vilariça e dos hortejos da veiga flaviense, constituíam-se
como os melhores pedaços de terra propícios à actividade agrícola
da região - da olivicultura azeiteira à produção horto-frutícola. Não
admira, por isso, que após a conclusão da ponte velha do Tua, o
apetite à fixação populacional fosse redobrado e consequente.
Entre tantos exemplos possíveis, no decorrer do séc. XVII, instalou-se nas proximidades da vila - aldeia de Carvalhais – o clã familiar
do afamado médico Francisco da Fonseca Henriques, conhecido na
corte de D. João V por «Dr. Mirandella», vindo de Bragança e de
origens bem judaicas. Este ilustre mirandelense foi um devoto defensor do uso do azeite na alimentação, excepto na fritura dos ovos
(?), apreciava perdizes com cogumelos, trutas de escabeche, alfaces
cruas (legado tipicamente judaico), melões da Vilariça… Não ignorava umas boas couves tronchudas com toucinho e via com alguma graça uns paios e chouriços “preparados com carne de porco e
pimento vermelho”. [Pimento vermelho, não colorau ou pimentão.]
Sobre a carne de porco, ele que ainda sofreu com as arrelias dos
delactores inquisitoriais, diz-nos [in «Ancora medicinal para conservar a vida com saúde», 1721] que «é a que melhor se dá com
a nossa natureza pela analogia e semelhança, que tem com ela,
como em muitos lugares disse Gale¬no; o que afirmou também
Avicena... Digere-se com dificuldade, mas nutre melhor, que todas as outras carnes, assim como as excede no gosto, e no sabor,
com que lhe dá graça, quando com ela se cozem, ou se lardeiam.
Ela é toda a alma dos manjares de carne, sem a qual nenhum se
faz agradável, nem delicio¬so». Mas o leitão, esse, «para o gosto,
e regalo dos homens já se vê, que é um dos principais alimentos,
que Deus criou; e que só ofenderá pelo excesso, com que se comer,
no que ordinariamente se peca; porque é tal o seu sabor, que não
se pode conter nos limites da moderação os que o comem...». Escreveu acerca destas e de outras iguarias, aconselhou-as, sugeriu
quantidades e modos de confeccionar; elegeu as suas preferências
alimentares, desancou noutros produtos popularizados à época,
mas parece que não conhecia tabafeias nem alheiras - pelo menos
com estes chamadouros!
48
Naturalmente, com a presença de um local de expedição mais
fluido e de comerciantes tão activos como os recém-instalados, o
comércio de alheiras, ou de qualquer outro produto regional, ficou
assim mais tratável e facilitado. E tudo ficou ainda mais propício
à globalização nacional deste produto tão acessível a bolsas mais
fragilizadas quando, em 1980/81, com a junção de três pequenas
fabriquetas artesanais, é constituída a primeira grande unidade de
caracter industrial - agora com a dinâmica empresarial dos apelidados “retornados de África”.
Assim, mesmo que as dúvidas continuem a persistir, pelo menos para os mais ferrolhos da sensatez histórica, e apenas discorrer esta conversa pelos registos memoriados e escritos documentais aqui referidos, estou crente que a tradição dos enchidos
à base de pão, - seja ele ralão, borneiro, folheiro ou afarelado, de
cerealancho, trigo, centeio, aveia, ou de mistura, sempre com pouco
fermento, - independentemente das nomeadas, créditos, adjectivos, titulaturas, renomes, que adquiriram ao longo dos anos e de
terra em terra, faz parte da memória rural transmontana, associada à inquestionável criação de animais para auto-consumo e às
técnicas da subsistência. Acredito, no entanto, que a contribuição
do povo de origem judaica, tal como foi o elogio às carnes de porco
pelo ilustre «Dr. Mirandella», quer no domínio tecnológico quer no
formato adoptado - a ferradura - tenha sido algo relevante para a
divulgação e perpetuação destes enchidos. E o vocábulo «alheira»,
tendo em conta a documentação escrita disponibilizada e a lógica
das vivências rurais, só terá ficado ligado definitivamente a esta
tecnologia fabriqueira de enchidos - da dita “toucinheira mirandelense”, de poucas carnes, envolvida numa massa de pão levemente
ou nada afermentado e condimentada com bastante alho para iludir os previsíveis sabores do ranço da gordura do porco - e a todos
os similares, na 2ª metade do séc. XIX, em Trás-os-Montes, mais
propriamente na Terra Quente Transmontana que utilizava a centralidade de Mirandela para a expedição das suas produções para
o litoral e centro do país. Nas outras zonas transmontanas - Terras Frias e Planalto Mirandês -, as denominações ancestrais, mais
vulgarizadas e mais próximas deste saber-fazer, até ao prestígio
comercial alcançado pela «Alheira de Mirandela», seriam: tabafeia,
mesmo que não reflectisse a tradição histórica, larota, larona, azedo, farinhota, toucinheira, chouriça de pão, morcela de pão, morcela
d’alho, chabiano, vilão…
Por último: à semelhança do que acontece com o «Vinho do Porto»,
é justa e meritória a denominação «Alheira de Mirandela» [“ETG-Especialidade Tradicional Garantida” ou “IGP-Indicação Geográfica
Protegida”, tanto dá, uma das “7 Maravilhas da Gastronomia Portuguesa”…] para designar este tipo de enchido bem transmontano
- onde a horta e o monte, o pasto e o campo cultivado, a despensa
e o cortelho, a lareira e o prazer da mesa, estão sempre presentes e
em festim permanente - com que os artesãos e industriais mirandelenses fazem questão de brindar todos os portugueses…
A história dos alimentos
sempre marchou ao lado da estória das religiões...
notícias
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FPAS
Encontro técnico internacional
dos núcleos de seleção da linha A
da TOPIGS
Nos passados dias 2, 3 e 4 de Dezembro a TOPIGS Internacional organizou um encontro com os vários técnicos responsáveis pelo programa de núcleo de seleção da linha A de Portugal,
Espanha e França. O encontro realizou-se na exploração da
Herdade da Fonte Branca – ASLA - e incluiu também uma visita ao Centro de Inseminação AIM CIALA.
Os objetivos da reunião passavam por definir e uniformizar os
critérios para a seleção dos varrascos de núcleo da linha A em
todos os países envolvidos e definir os objetivos para os próximos anos para o programa genético da linha A da TOPIGS. Para
além disso fez-se um ponto de situação do trabalho realizado
no presente ano nos diferentes núcleos dos três países.
Este encontro foi também uma ótima oportunidade para troca
de ideias entre todos os envolvidos e realçou a importância das
explorações Portuguesas no trabalho de melhoramento genético da TOPIGS Internacional.
suinicultura
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49
RAÇAS AUTÓCTONES | BISARA
CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS
GENÉTICOS ANIMAIS
Estratégias de Conservação dos RGAn e a sua Importância para o Futuro da Humanidade
Pedro Fernandes: Técnico ANCSUB
Existe um número limitado de espécies de mamíferos e aves
que são criados pelos homens e usados na agricultura e na
produção de alimentos para humanos. Estes animais são o
resultado da domesticação que começou há cerca de 12000
anos atrás. Ao longo do tempo as espécies domesticadas foram agrupando-se em distintos subgrupos ou raças, através de
variados processos.
Com as migrações das populações, o comércio, as conquistas e
os descobrimentos, estas populações espalharam-se por todo
o mundo e originaram pequenas amostras das populações
originais. Há medida que estes grupos de animais foram encontrando novas condições ecológicas, originaram diferentes
populações locais devido à deriva genética e à seleção natural.
Além disso também foram sujeitos à seleção para algumas características desejadas pelos criadores. Assim surgiram as diferentes raças das diferentes espécies de animais domésticos
que atualmente existem em todo o mundo.
A grande variedade de Recursos Genéticos Animais que existe
na Europa, principalmente no sul, representa uma riqueza de
biodiversidade que é necessário preservar. As raças de animais
domésticos deste território, nas quais se inclui o porco bísaro,
são exploradas em sistemas extensivos de reduzido investimento e com pouca intensidade produtiva, que se foram desenvolvendo ao longo dos anos, contribuindo assim para o chamado desenvolvimento sustentável, através da qualidade dos
produtos que lhe estão associados, manutenção da biodiversidade, viabilidade económica, respeito pelos condicionalismos
ambientais e aceitabilidade pelos consumidores, não só pela
sua qualidade mas também pelos aspectos éticos e de bem-estar animal associados a estas produções.
Sendo assim a conservação dos RGAn prende-se com questões
de natureza biológica, cultural, ambiental, económica e social. É
necessário garantir a adaptação do material genético aos condicionalismos ambientais, a manutenção da diversidade como
elemento indispensável para fazer face às incertezas do futuro, a manutenção das características particulares das raças
autóctones, que são indispensáveis nos sistemas da agricultura sustentável, uma vez que aproveitam recursos em áreas
marginais e estão bem adaptadas a condições adversas, além
da sua interdependência com a cultura local sendo a base dos
produtos tradicionais de qualidade. O desaparecimento destas
raças significaria também o desaparecimento destas tradições
e consecutivamente o abandono das terras de cultura, pelo que
representam um instrumento muito importante para a fixação
das populações nos territórios, contribuindo para o aumento do
seu rendimento e para a sua qualidade de vida
Atualmente, na Europa, aproximadamente metade das raças de
animais domésticos existentes no início do sec.XX encontram-se já extintas. Das cerca de 1000 raças das espécies bovina,
equídea, ovina, caprina e suína atualmente existentes, mais de
30% encontram-se em risco de extinsão. Em Portugal metade
destas raças encontram-se em risco de extinção (menos de
50
1000 fêmeas) e duas estão já praticamente extintas, como são
os casos dos bovinos algarvios e dos ovinos churros do campo.
As razões subjacentes à perda destas raças são várias. A implementação de cruzamentos desordenados com vista ao aumento da produtividade, a intensificação tecnológica e produtiva, o
êxodo rural, problemas sanitários, a falta de apoios adequados
entre outros, contribuíram para essa degradação da diversidade
inter-racial. Além disso, devido aos pequenos tamanhos destas
populações, sendo estas exploradas em explorações muito isoladas, tornando muito difícil os acasalamentos dirigidos, entre
outras razões, levam a que haja um aumento da consanguinidade, que resulta numa perda da variabilidade intra-racial, ou
seja da variabilidade genética dentro da própria raça.
Tendo em consideração o declínio dos efectivos de raças autóctones que tem sido observado ao longo dos anos, diversas medidas foram tomadas visando a conservação dos RGAn locais.
Entre estas, merece destaque o “Programa Global para a Gestão
dos Recursos Genéticos Animais” liderado pela FAO, que teve
como ponto de partida os relatórios sobre o estado dos RGAn
por país e que obriga os estados a apresentarem planos nacionais para a conservação e melhoramento dos seus RGAn e para
o desenvolvimento e implementação de estratégias regionais.
Em Portugal este plano encontra-se em fase de conclusão e a
ANCSUB orgulha-se da sua contribuição através da participação da Secretária Técnica da raça na comissão responsável pela
elaboração deste plano. Além disso foram várias as medidas de
apoio às raças autóctones através da União Europeia e da PAC,
que tiveram um impacto considerável na manutenção destas
raças, travando o seu declínio, entre as quais se destacam o
subsídio atribuído dentro das medidas agro-ambientais.
As estratégias de conservação dos RGAn visam simultaneamente a manutenção da diversidade genética inter-racial e
intra-racial. Podendo ser usadas de forma combinada são normalmente classificadas como:
- Conservação ex situ: Bancos de germoplasma (sémen, oócitos,
embriões, DNA, etc.)
- Conservação in situ
- Conservação passiva
- Manutenção da raça tal como existe
- Minimização da consanguinidade
- Conservação activa
- Compatibilização conservação/selecção
- Aumento da competitividade, visando a sustentabilidade da
raça
Os vários métodos de conservação, que podem ser usados em
complementaridade, têm custos associados muito diferentes.
RAÇAS AUTÓCTONES | BISARA
Em muitos países a prioridade tem quase sempre sido dada à
conservação ex situ. Este método pressupõe a reserva de sémen de pelo menos 25 machos e/ou 200 a 300 embriões de
pelo menos 50 fêmeas, em bancos de germoplasma, funcionando como um “seguro”, ao permitir recuperar a raça futuramente,
no caso de tal se tornar necessário. No caso da conservação
in situ, recomenda-se que o tamanho efectivo de uma população seja mantido com pelo menos 50 animais por geração.
O tamanho efectivo de uma população é uma expressão que
significa, para uma população com uma estrutura não ideal,
o número de indivíduos que daria origem a uma dada taxa de
consanguinidade se a sua estrutura fosse a de uma população
ideal. Com um tamanho efetivo de 50 indivíduos temos uma
taxa de consanguinidade de 1% por geração, o que pode ser conseguido com cerca de 15 machos e 200 fêmeas utilizados por
geração. Além disso a consanguinidade pode ser minimizada
promovendo uma uniformização do tamanho das famílias, forçando o acasalamento entre indivíduos com o mínimo grau de
parentesco, fazendo a rotação de machos entre famílias, etc.
Para não aumentar a consanguinidade a seleção em programas
de conservação deverá ser aleatória, para que não haja perdas
adicionais de variabilidade genética.
No entanto, se o objectivo for tornar a raça auto-sustentável,
faz também sentido equacionar a sua selecção, no sentido de
a tornar mais competitiva. Sendo assim é necessário compatibilizar a selecção praticada com o objetivo de garantir a sobrevivência da raça, e as possíveis respostas indesejáveis, assim
como a erosão genética que inevitavelmente é o resultado da
selecção numa população fechada.
Os programas de melhoramento genético sustentável, dirigidos
ao melhoramento da eficiência global ao longo da vida (incluindo caracteres produtivos e não produtivos), podem ter um papel
muito importante, ao aumentar a competitividade destas raças
relativamente a outros genótipos. Além disso, a valorização dos
produtos poderá contribuir para a sobrevivência destas raças,
assim como dos sistemas e populações a que estão ligadas. Os
programas de conservação que venham a ser aplicados deverão ter em conta não só o risco de extinção a que estas raças
estão sujeitas, mas também a necessidade de conservar a variabilidade genética intra-racial, havendo assim necessidade de
utilizar esquemas de selecção e acasalamento que minimizem
o inevitável aumento da consanguinidade nestas populações.
Fontes:
- FAO.2007: Plano de Acção Mundial para os Recursos Genéticos Animais e Declaração de Interlaken.
- Gama, L.T. 2002. Melhoramento Genético Animal. Escolar Editora, Lisboa.
- Gama, L.T. 2006. Programas de Selecção e Conservação dos
Recursos Genéticos Animais: A Experiência da Europa Mediterrânica. Anais de Simpósios da 43ª Reunião Anual da SBZ. João
Pessoa: 633-648.
- Martins, A.M.F., Silvestre, A.M., Petim M.F., Colaço J.A. 2008.
Desafios na Conservação Genética da Raça Bísara.
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REUNIÕES, CONGRESSOS E SEMINÁRIOS
MATANÇA DO PORCO
FESTA DA PARTILHA E SOLIDARIEDADE NA
SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE VIMIEIRO
Realizou-se no dia 1 de Fevereiro mais uma festa de solidariedade e partilha. Utentes e convidados, familiares e amigos,
foram-se aproximando da fogueira de paus de azinho e, cumprindo a tradição lá veio o matabicho tradicional, com café da
chocolateira, bolo de mel, enchidos e pão de mistura, sempre
acompanhados por conversa interessante e recordações inolvidáveis.
Chegado o porco, alentejano e criado no montado, fez-se a festa
e aconteceu a matança com a dignidade que o ato merece, para
o Homem e o Animal.
De seguida no Salão Nobre desta Santa Casa foi dado início à
habitual sessão técnica que, dirigida pelo Sr. Jerónimo Lóios,
Presidente da Assembleia Municipal, contou também com a
presença do Secretário de Estado da Segurança e Solidariedade
Social, Dr. Agostinho Branquinho.
Interessantes intervenções foram as de Pedro Líbano Monteiro
(Seguradora Lusitânia), de Francisco Sabino (Confraria Gastronómica do Alentejo) e de Vítor Menino, Presidente da Direção
FPAS.
Carlos Varelas, Médico Veterinário do Concelho de Arraiolos, organizador da sessão e particular amigo desta casa, interveio e
comentou as diversas intervenções.
Dos temas em debate ficam algumas notas:
Reconhecido que a agroindústria, o empreendedorismo, os
nichos de mercado são fatores que podem ser motor de desenvolvimento regional, de criação de emprego e de combate à
desertificação.
Reconhecida a importância da economia social e das Misericórdias a nível nacional.
Pelo Sr. Vítor Menino foi apresentada a proposta FPAS sobre a
“Segmentação de Ciclo”, o qual apresenta significativos benefícios ambientais e tecnológicos que muito poderão vir a beneficiar o sector, o ambiente e o País.
Agostinho Branquinho, Secretário de Estado da Segurança e
Solidariedade Social encerrou a sessão elogiando a forma como
aqui se reage positivamente à crise, deixando um voto de saúde
e bom trabalho para o futuro. Da parte de Jerónimo Loios, foi
dada a garantia de que como não se esgotou o tema sobre o
“porco” teremos de voltar no próximo ano.
Para final de festa veio então a rechina e demais iguarias, vinho
do bom e do concelho, porco no rodizio, queijos, enchidos, caldo
verde, arroz doce etc.
Para o ano lá estaremos.
52
REUNIÕES, CONGRESSOS E SEMINÁRIOS
REUNIÃO VETDIAGNOS
seminário "A Suinicultura e o Ambiente"
No passado dia 26 de Março, a Vetdiagnos proporcionou um dia diferente aos seus
clientes, realizando o seu I Workshop, subordinado ao tema, Diagnóstico Veterinário
em Suínos, que contou com a presença de cerca de 40 Médicos Veterinários do sector
da suinicultura. No período da manhã, a exposição das temáticas esteve a cargo do Dr
Ignacio Badiola, especialista da CREsA em problemas entéricos de suínos. Já durante
a tarde, a equipa da Vetdiagnos, discutiu algumas técnicas de diagnóstico, apresentou
o novo Manual de Procedimentos para recolha de amostras biológicas e novas provas
de diagnóstico. Toda a sessão foi moderada pelo Dr Sabino Serra, em representação da
Sociedade Cientifica de Suinicultura.
O dia foi de salutar discussão entre Médicos Veterinários e Técnicos de Diagnóstico Laboratorial, permitindo assim um estreitar de relações benéfico para ambas as partes.
Caso de estudo de Leiria
David Neves
E
Esta estratégia dividiu o país nos denquadramento
Leiria é uma das regiões signados núcleos de ação prioritária,
do país onde a suinicultura NAP, tendo região de leiria constituído
assume u papel de grande o NAP 8, que inrelevo, no tecido socioeconómico da tegra os conseregião. O seu desenvolvimento deu- lhos de Pombal,
-se essencialmente a partir de mea- Leiria, Marinha
Realizou-se no dia 14 de Fevereiro, nas instalações do CNEMA,
dos da década de 70 do seculo passa- Grande, Batalha
um workshop sobre inseminação artificial em suínos, organiMós.
do pela
e atingiu
o seu
auge nos
da e Porto
zado
empresa
Vetigrise,
Lda finais
em colaboração
comde
a Kubus
S.A.,
que teve
como
com região,
técniEsta
década
de 80,
ateobjectivo
meadosapresentar
da décadae debater
cos
as novas
técnicas de I.A Suína. que representa
dedo90sector
do século
passado.
O Dr. Alfaro Cardoso fez referencia à alteração do nome da emAs condições que contribuíram cerca de 15% da
presa L. Conde para Vetigrise, e à forte ligação que une estas
produção
naciopara
o aparecimento
e desenvolviduas empresas,
Vetigrise, Lda
e a Kubus S.A., desde
os primórmento
sector
nesta região,
fo- nal, caraterizadios
da I.A.deste
porcina
em Portugal
e Espanha.
Seguiu-se
umade
breve
apresentação
Kubus -se
S.A. por
pela um
Drª Souniram o facto
ser uma
zona comdaforte
fiatradição
Martin, filha
do
saudoso
Drº
Santiago
Martin
Rillo.
verso
de
pequena
no comércio de porcos e,
Os aspectos técnicos, a cargo da Drª Rocio Hernandez-Gil e do
medias
exploapós
a
década
de 70, o plano
de erraDrº José António Ruvalcaba,
incidiram
sobre e
“ Novas
Técnicas
rações,
sem
dicação
da
peste
suína
africana
que
de Avaliação de Sémen” e “ Diferentes Técnicas de Aplicaçãoterra
de
Sémen”.
condicionou a circulação de animais associada. O efeno território nacional e consequente- tivo médio das
mente o comércio de porcos e ainda explorações é de
os acontecimentos do pós 25 de Abril, pouco mais de
animais.
de 74, com o regresso dos portugue- 400
O
conselho
de
ses das ex-colónias. O país tinha necessidade de aumentar os seus níveis Leiria é o que asde auto aprovisionamento e de empre- sume maior relegabilidade. Na região, caracterizada vância no sector,
por uma agricultura de subsistência, cerca de 68% e é
com dimensão média da propriedade também o que
muito reduzida, foi estimulada a pro- dispõe de menor
área agrícola/exdução pecuária.
ploração.
Em 2007, seguindo as orientações
A região tem
políticas do governo da altura, foi definida a Estratégia Nacional para os uma forte depenEfluentes Agro-pecuários e Agro- dência social e
do
-industriais, conhecida por ENEAPAI. económica
setor, pois estima-se que dele dependam mais de 4000 postos de trabalho
(direto e indireto)
REUNIÃO VETIGRISE/KUBUS
53
suinicultura
19
REUNIÕES, CONGRESSOS E SEMINÁRIOS
ASSEMBLEIA GERAL DA CONFRAGRI ELEGE ORGÃOS SOCIAIS
Seguidamente, deu-se início à segunda Assembleia Geral com vista à eleição dos novos Corpos Sociais da CONFAGRI para o mandato
2014/2017, cuja composição aqui apresentamos:
MESA DA ASSEMBLEIA GERAL
Presidente – Arnaldo Filipe Rodrigues dos Santos (FENACAM)
Vice-Presidente – Victor Marques Damião (FENADEGAS)
Secretário – Armindo Augusto Lopes (FENAZEITES)
Teve lugar no passado dia 20 de Março, em Santarém, no Pavilhão da
CONFAGRI no CNEMA, duas assembleias-gerais da CONFAGRI reunidas para discussão do Plano de Actividades e Orçamento para 2014 e
eleição dos Órgãos Sociais para o mandato 2014-2017
DIRECÇÃO
Presidente – Manuel dos Santos Gomes (FENALAC)
Vice-Presidente – Francisco Silva (FENACAM)
Vice-Presidente – António Jorge Gonçalves (FENADEGAS)
Vogal – Aníbal Teodósio Martins (FENAZEITES)
Vogal – Francisco de Sousa Vasconcelos (FENAFLORESTA)
Vogal – José Fernando Martins Capela (FENAGRO)
Vogal – Rogério de Oliveira Martinho (FENAFRUTAS)
Tendo em conta a actual conjuntura do País, a CONFAGRI no âmbito
das suas funções estatutárias e acções operacionais previstas, elegeu
como prioridades para o exercício de 2014, entre outras, as seguintes
acções:
Suplentes
1º - Adalberto Manuel M. Correia Póvoa (FENALAC)
2º - António Joaquim Duarte Simões Dias (FENAZEITES)
3º - António Joaquim Teixeira Alves (FENAFLORESTA)
• Garantir a participação activa nos diferentes Órgãos institucionais
em que a CONFAGRI é membro, em representação da vertente socioeconómica da Agricultura portuguesa.
• Acompanhar e continuar a participar no processo de regulamentação
da aplicação a Portugal da Reforma da PAC recentemente aprovada.
• Preparar uma nova Candidatura aos novos Programas de Formação
Profissional, tanto no âmbito do FSE como do FEADER.
• Desenvolver um conjunto de acções de divulgação junto das associadas dos novos mecanismos da PAC.
• Nova Sede
• Reforçar a visibilidade do Sector Cooperativo Agrícola no País.
CONSELHO FISCAL
Presidente – César da Silva Ferreira (FENACAM)
Vogal – Simão Daniel Moreira Alves (FENALAC)
Vogal – Ilídio Carlos Santos (FENADEGAS)
Suplentes
1º - Carlos Dias Mota (FENALAC)
2º - Afonso Henriques Rosa Morgado (FENAFLORESTA)
3º - José Carlos Fernandes Miranda (FENAGRO)
VI ENCONTRO AGRUPALTO
No dia 15 de Março de 2014, realizou-se o VI Encontro AGRUPALTO,
cuja última edição havia decorrido em 2010.
Este interregno correspondeu provavelmente aos anos mais difíceis
da Suinicultura. A AGRUPALTO cresceu significativamente, sendo
hoje uma referência neste sector, e provando no seu 20º aniversário
que os princípios básicos da sua fundação não só estavam certos
como continuam atuais.
PRODUZIR E COMERCIALIZAR DE FORMA EFICIENTE E EM GRUPO.
O Objectivo do evento é o de divulgar as actividades desenvolvidas,
proporcionar formação, apresentar resultados de 2013, e homenagear aqueles que obtêm os melhores índices e por fim promover o
convívio entre todos os que diariamente tornam o projecto Agrupalto
uma realidade.
Este ano, o Evento foi realizado no CNEMA, tendo sido moderado por
Pedro Garcia de Matos, e contou com a presença de cerca de 300 convidados. No final foram homenageados aqueles que se distinguiram
na produção na Produção de Leitões e de engorda.
Os 1.os classificados foram:
•
Produção de leitões - Quinta da Boavista - Joana Monteiro
•
Engorda - Joana Carreira.
Por fim foi servido um excelente Jantar convívio que contou, entre
outras iguarias, com carne de porco Agrupalto. Magnífica, por sinal!
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EMPRESAS
ESTEVE comunica o lançamento de um novo EUTANÁSICO no
MilkPoint reforça a área de market
seminário
"A Suinicultura e o Ambiente"
mercado Português.
intelligence
O MilkPoint Brasil está a reforçar a
Trata-se do EUTHASOL® cujo principio activo é PENTOBARBITAL.
área da inteligência de mercado voltada para a produção pecuária. NesAs principais características do Euthasol estão referidas anexo:
te sentido, recrutou para sua equipa
Valter Bertini Galan, com experiência na Nestlé e na Pepsico, especialista tanto em economia de
produção como na área industrial, que desenvolverá projetos
de consultoria para empresas no Brasil e internacionais. Coordenará uma nova área de negócio - o MilkPoint Mercado, um
serviço inovador de inteligência de mercados que será lançado
em maio, tendo como público-alvo os diversos agentes da fiO compromisso da ESTEVE tem como base a retribuição da conleira de produção e industrialização. Este novo serviço estará
fiança depositada pelos médicos veterinários nos seus produtos e
disponível não só para empresas nacionais, mas também para
serviços, pelo que nos disponibilizamos, hoje e sempre, para o esempresas internacionais, especialmente a comunidade Lusóclarecimento de qualquer questão que possa surgir, através dos
fona, que pretenda investir no mercado brasileiro.
nossos podendo
Serviços Técnicos
A nova divisão
actuaráde
nasefluentes
seguintes tem
áreas: efluentes sobre o ambiente,
produção
sumidos por Portugal no âmbito do
- Análises esido
pesquisas
de
mercado
um dos maiores proble- desta forma resultar economias signi- Protocolo de Quioto. Adicionalmente,
- Análise de informações setoriais
mas
ambientais, com enor- ficativas em fertilizantes inorgânicos. contribui para a preservação dos re- Assessoria para fusões e aquisições
mes
custos
associados,
para
Complementarmente, a fertirega, cursos e otimização do ciclo de vida
- Benchmarking industrial
e em logística
Inteligência
de
mercados
os suinicultores. À luz das boas práticas a partir da fração líquida do efluente de alguns componentes, em particular
Etc.
é -possível
inverter esta situação.
proveniente do separador de sólidos, do fósforo, cujas reservas são a nível
O MilkPoint Portugal é o parceiro nacional deste projecto, esA
Portaria
n.º
631/2009,
de
9
de
atendendo ao seu elevado conteúdo mundial escassas.
tando disponível para prestar o apoio ncessário ao mercado
Junho,
estabelece as normas regula- em água, apresenta-se como uma soConforme já referido, das várias
português.
Terras & Efluentes (T&E) –
uma mais valia para todos
[cruzar a oferta com a procura]
A
mentares a que obedece a gestão dos lução interessante do ponto de vista alternativas técnicas de valorização
efluentes das atividades pecuárias. da redução do consumo de água na dos efluentes pecuários, a valorização
Entre outras indicações, estabelece que agricultura, contrio encaminhamento, o tratamento e o buindo para a prosdestino final dos efluentes pecuários, in- secução do objetivo
cluindo dentro da própria exploração, só de aumento da efi
seguintes ciência do uso da
podem ser assegurados
pelos
procedimentos: a)*&&#2013
Utilização
própria ou água neste setor.
transferência
para
terceiros
para
efeitos
Num
contexto
(#%)"# ")""#*'(&)()&"$#'
de valorização agrícola; b) Tratamento e mais alargado, nadescarga nas massas de água ou aplica- cional e global, a
ção no solo; c) Tratamento em unidade valorização agrícola
técnica de efluentes pecuários; d) Trata- de efluentes pecumento em unidade de compostagem ou ários constitui uma
de produção de biogás; e) Tratamento opção ambiental
emunidade
de tratamento
mente sustentável
térmico
ou
de produção de energia ou de materiais. para o sequestro de
#&($&#
&!)(#
. + )'*!"(
#
Pese
embora(#%)"#
a existência
de ou-#
carbono
pelo solo e
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tras opções para a gestão de efluen- redução das emis& &#
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&(#& #"
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tes pecuários,
alternativa
técnica
sões de CO2. Esta
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mais viável (em termos económicos, prática, que conduz
operacionais,
etc.)
para$).+02*2
o encaminhaintrodução
2+/3$*+(
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3) .+12
*+ )0+ 0$+a
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13
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mento
destes
efluentes
é
a
valorizade
carbono
no solo
0$((0++)+131311+0>
ção agrícola. É também esta a opção que de outra forma
+)2A*$0+B@AD<1*20(2+/3$*+(*+)+3+0>+(!"*""<
2*2+$02+0
0(0$<.011)1).+1$+<*130+0$")=()*#<
à qual o Regime de Exercício da Ati- se perderia para a
3120$3%>
vidade Pecuária (REAP) dá prioridade atmosfera,
está na
0>+10%((0+
,)7$+20$*0$+<+)/31B@*+16.0$
*$*+
)0+520$*0$+1.*#+(<+)+31300$0*+60%$+(%*$./3*+1
numa perspectiva de incorporação
no linha das orienta"0*1*$)$1<2*+*20+*$*4120$!0)
32$+)+("++)0$(*/3$.
5*1 2+/3$*+( 1.*#> +120$+0)*2< 2+0*+3?1 12+0 0+32+< )$1 20
solo de matéria orgânica e nutrientes ções internacionais
!+$*+)+$02+00'2$*""0*1*$)$1*124(2$)+*+1).*#+3<*+1
10$2,0$+1*20$12+/3$*+()0$1<.+1$+
12+0*20*$+*(0+32+>
essenciais ao desenvolvimento das em matéria de al
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A Vétoquinol, especialista em anti-infeciosos
plantas, incluindo azoto, fósforo e po- terações climáticas
$02+0*10'2$*"<2+").0+32+1<.0+200$2,0$+$+*(<2*+
dedicados à saúde animal, coloca agora
.+0$11+11+1131*20$+01!3*-1$0$1>
à sua disposição a gama melhor adaptada
tássio necessários ao desenvolvimen- e contribui para a
DIMENSÃO
à produção suína
ANTI-INFECIOSA
to vegetal, de redução das adubações concretização dos
1
55
e de minimização dos impactes dos compromissos as-
GAMA ANTIBIÓTICA
Press Release 2014
injectável suína
Antibioterapia racional: um ato de responsabilidade
suinicultura
25
N
SANIDADE
SANIDADE
DOENÇA DOS EDEMAS. PASSADO, PRESENTE E FUTURO
Filipe Veiga Ramalho*
A doença dos edemas é uma patologia bacteriana
causada por algumas estirpes de Escherichia coli,
capazes de produzir a toxina Shiga ou Verotoxina (STEC) – Os principais serotipos responsáveis
são O138, O139, O141 geralmente associados a
fatores de virulência como as fímbrias F18 (que
permitem aderir à parede intestinal). Esta patologia manifestou-se com muita incidência durante o desenvolvimento da suinicultura intensiva,
condicionando de modo importante os primeiros
programas nutricionais em leitões para, após um
período mais ou menos calmo ao nível de sintomatologia clínica, voltar a surgir nos dias de
hoje em todos os países do mundo com alguma
frequência e importantes perdas económicas.
Pretendemos neste artigo abordar de um modo
prático e simplificado, alguns aspetos relacionados com esta patologia.
Na suinicultura moderna consideramos que o
“intestino do leitão” é uma das “chaves” para o
sucesso da exploração. Cada segmento do intestino desempenha tarefas específicas e diversas.
Um intestino saudável, uma ração apropriada e
um maneio correto são essenciais para maximizar o crescimento e o rendimento do leitão. As
patologias intestinais têm um enorme impacto
sobre o crescimento do leitão e consequentemente sobre o balanço económico da exploração.
Até hoje conhecemos mais de 1.000 tipos diferentes (serotipos) da bactéria Escherichia coli
(E.coli). Uma vez que não é possível erradicar a
presença de E.coli nas explorações (é uma bactéria habitual na flora ambiental e digestiva e,
portanto, endémica) as estratégias tradicionais
são baseadas em controlar a sua multiplicação.
Colibacilose é a designação, dada a diversas patologias causadas pela infeção do trato digestivo
por uma estirpe patogénica de E.coli. A infeção
pode ocorrer ao nível entérico local (diarreias
neonatais) por estirpes enterotóxicas (ETEC)
ou sistémico causado por estirpes endotóxicas
(STEC). As estirpes que causam diarreias (ETEC)
são principalmente aquelas que são capazes de
se fixar ao epitélio do intestino e produzir toxinas. Para estas estirpes é possível proteger o
leitão vacinando a porca. As estirpes STEC (causadoras da doença dos edemas), sobre as quais
iremos desenvolver este artigo, têm capacidade
de produzir uma endotoxina conhecida como
toxina Shiga (por ser semelhante à Shigella enterolitica) ou Verotoxina. Esta toxina tem a particularidade de atravessar a barreira intestinal, e
ser transportada pela corrente sanguínea ligada
aos glóbulos vermelhos. Uma vez nos capilares,
desenvolve a sua ação tóxica alterando a permeabilidade destes, permitindo a saída de líquidos
e provocando os sintomas que dão o nome a
patologia, os edemas, que observamos de forma
mais evidente nas mucosas (pálpebras/focinho)
e sintomas nervosos (decúbito e movimentos de
pedalar) provocado pelos edemas nas meninges
56
(por vezes atribuídos erradamente a infeções por
Streptococcus Spp).
Fig. 1 - Fotografia de leitão em Portugal com edemas nas pálpebras e focinho, onde se isolou com sucesso toxina Shiga (causadora da doença dos edemas) através de pesquisa de fatores
de virulência associados a E. coli. O edema palpebral é o sinal
mais característico e fácil de detetar mesmo em quadros complexos com manifestação de outros sintomas como a diarreia.
As estratégias tradicionais para o controlo da doença dos edemas são a utilização de antibióticos
com atividade para os diferentes serotipos de E.
coli (principalmente a colistina) e o óxido de zinco.
Atualmente, estas soluções estão a ser alvo de
varias questões quer pelos consumidores quer
pelas autoridades competentes e mais cedo ou
mais tarde a sua utilização será ainda mais restringida, como já acontece atualmente noutros
países. O uso de antibióticos injetáveis em surtos agudos, pode conduzir à lise de uma grande
quantidade de bactérias com a consequente
libertação de toxinas que poderão provocar a
morte do leitão. É importante ter em conta que
o fator desencadeante da doença dos edemas
não é a presença de STEC, mas sim um “acidente intestinal”, que provoque uma proliferação
descontrolada desta, o que normalmente ocorre
após o desmame devido ao stress e às alterações
alimentares. Este facto faz com que em muitas
explorações onde existe STEC, e que tenham sofrido surtos mais ou menos graves, sejam utilizadas fórmulas nutricionais menos energéticas ou
restringidas nos níveis de proteína. Esta estratégia é muito efetiva, mas limita o crescimento,
particularmente nas novas linhas genéticas de
alto G.M.D e com maior capacidade de ingestão,
o que acarreta uma perda de eficiência produtiva
e penaliza economicamente estas explorações.
Outras explorações optam por prolongar o uso de
rações de iniciação mais uma semana para adiar
a mudança alimento, com custos económicos
elevados. Estimamos que um aumento de 2% de
mortalidade e um atraso de crescimento de 1 Kg
após o desmame poderá corresponder a um custo de 48 €/porca/ano. Recentemente surgiram
muitos aditivos com o objetivo de diminuir o pH
da ração e/ou da água para limitar a multiplicação bacteriana, que são úteis quando a pressão é
baixa, mas insuficientes quando a pressão é alta
e o fator causador de stress se perpetua. Não
existem trabalhos que quantifiquem a prevalência a nível nacional, mas onde existir a presença
de STEC a manifestação pode variar desde surtos
agudos de mortalidade que podem ser superiores a 20%, a um “gotejar” permanente de mortalidade que afeta principalmente os melhores
animais, uma vez que a capacidade de ingestão
é um fator predisponente. Entre 2005 e 2012,
apenas na Dinamarca e após uma tentativa de
erradicação fracassada, a doença dos edemas foi
diagnosticada em 396 explorações suínas. Chamamos a atenção para o facto, que na Alemanha
como na maior parte dos Países do centro e norte da Europa o período de transição dura até aos
25 Kg, altura em que os animais iniciam o período
de engorda, assim é mais frequente que a sintomatologia associada à doença dos edemas se
manifeste na fase de transição ou recria. Na Península Ibérica o sistema de produção mais frequente consiste em iniciar o período de engorda
ao redor dos 18 – 20 Kg pelo que podemos observar a manifestação da doença dos edemas tanto
na transição como no início da engorda.
Atualmente, a maioria das explorações afetadas controla de forma variável a sintomatologia
clínica através de uma dieta restritiva e do uso
de antibióticos, mas sofrem de episódios subclínicos que se traduzem por perdas produtivas,
desigualdade entre lotes e aumento do número
de animais atrasados.
Conclusão
Consideramos que uma produção suína rentável
e sustentável, significa poder produzir proteína animal a um custo eficiente aproveitando ao
máximo os recursos disponíveis, sem que isto
prejudique os consumidores ou o meio ambiente. Finalmente, deveremos ter em consideração
que as tendências futuras da produção suína incluem a seleção genética de animais com maior
capacidade de ingesta e capacidade de transformação, uma maior variabilidade de fórmulas e
matérias-primas para uma otimização de estas
ao momento produtivo do leitão, e um maior
controlo dos antibióticos com fins profiláticos e
metafiláticos, pelo que esta patologia aumentará
as possibilidades de surgimento em explorações
de maior rendimento onde esteja presente STEC.
Isto pressupõe o uso de ferramentas cada vez
mais específicas e eficientes. Para a prevenção
da doença dos edemas existe hoje uma nova
vacina monodose para leitões a partir do 4º dia
de vida que permite aos técnicos e médicos veterinários disporem de uma solução eficaz, rápida
e segura, sem comprometer os parâmetros de
crescimento e mortalidade associada. Através da
disponibilização de apoio laboratorial para a pesquisa por PCR de fatores de virulência associados a E.coli, poderemos diferenciar ETEC de STEC
existentes em cada exploração e assim contribuir
para um uso racional de substância antimicrobianas.
*Médico Veterinário
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Doença dos edemas?
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57
INOVAÇÃO
AGRUPALTO ADOTA PLANO DE INOVAÇÃOTECNOLÓGICA
NAS SUAS SUINICULTURAS
A Agrupalto é hoje uma empresa de referência no sector agropecuário e, procura posicionar-se na linha da frente tanto ao
nível da melhor oferta, como a nível de resultados, através de
uma gestão criteriosa. Para atingir esses níveis é necessária
uma constante procura de excelência através da adoção de
métodos diferenciadores e inovadores que permitam otimizar
todos os detalhes do processo.
Um dos factores essenciais ao negócio agropecuário prende-se
com o conhecimento em tempo real do estado das infra-estruturas, do ambiente e dos níveis de bem-estar dos animais. Com
base nestas necessidades, e na tentativa de superar resultados, a Agrupalto decidiu repensar e otimizar o seu modelo de
gestão, aliando as boas práticas com a adoção de tecnologias
inovadoras.
Foram consultadas várias empresas nacionais e internacionais, de software e de hardware, tendo a Agrupalto encontrado
resposta às suas necessidades junto da empresa Domatica Global Solutions, uma empresa portuguesa que criou e desenvolveu o iDomFramework™, uma plataforma inovadora que permite a monitorização e controlo em tempo real de dispositivos.
Quando integrada com o software FarmControl™, desenvolvido
pela empresa Multiweb, permite uma gestão otimizada de produtividade na indústria agro-pecuária
Definiu-se então um plano de implementação da solução tecnológica em todas as suas suiniculturas, que teve início no 2º
Semestre de 2013. Os objectivos principais consistiram em: (i)
garantir o bem-estar animal; (ii) garantir a alimentação necessária ao bom desenvolvimento; (iii) garantir a saúde dos animais; e na (iv) vigilância nos partos, e finalmente na (v) redução
de custos operacionais.; Assumindo este desafio, foram executados projetos pilotos em várias das suas explorações pecuárias.
Nas Maternidades, reduziu-se “o custo energético de
aquecimento em cerca de 50%” .
“Nas maternidades foi implementado o controlo e medição de
aquecimento e ventilação. Assim como o controlo, medição e
alarmística de temperaturas individuais do ambiente e dos ninhos.
Como resultados houve uma redução de custo energético de
aquecimento em cerca de 50%. Tendencialmente sobreaquecemos as maternidades, com a tecnologia de monitorização e controlo em tempo real, conseguimos um compromisso entre conforto dos leitões e minimização de consumo energético. Quando
falta a energia e, chegamos de manhã a uma maternidade, haverá de certeza maus resultados que daí normalmente resultam,
como leitões mortos por hipotermia ou esmagados, diarreias etc.
Agora com a tecnologia de monitorização e controlo conseguimos saber que, por exemplo numa sala com 20 maternidades,
em duas o equipamento de aquecimento está a funcionar mal ou
não funcionar, com o mesmo impacto mas só em 10% dos animais, ou mesmo, poder actuar de alguma forma preventiva ou
reactiva após receber um alerta quando falha a energia”.
P
Tendo como exemplo a instalação na pecuária de Benavente,
pretendeu-se intervir nas diversas áreas da infra-estrutura,
tais como: nas gestações, maternidades, baterias, engordas e
caseiros. O Dr. Rui Sales Luís, Médico Veterinário da Agrupalto,
descreve quais foram as intervenções e resultados obtidos com
a introdução deste plano de inovação tecnológico:
“Numa perspectiva geral, pretendia-se: a medição e alarmística
de energia sobre os consumos gerais; a medição e alarmística
de temperaturas de estufas de sémen, frigoríficos de medicamentos e necrotérios, assim como o controlo, medição e alarmística de sistemas de alimentação (ração e água)”.
Nas Gestações, prevê-se reduzir “a sazonalidade ligada
ao fotoperíodo decrescente”.
Nas gestações, foi implementado o controlo e medição de
iluminação e ventilação, controlo, medição e alarmística de
temperaturas. O principal impacto prende-se com a redução da
Sazonalidade ligada ao fotoperíodo decrescente, que aumenta
o nº de abortos e baixa a taxa de partos e aprolificidade das
gestações iniciadas entre Agosto e Novembro. Ainda é cedo
para verificar o real impacto desta medida.”
58
Nas Baterias, a mortalidade foi reduzida em 51,4%,
“baixou de 3,7% (…) para 1,8% este ano.”
IN
30
Te
ww
INOVAÇÃO
“Nas Baterias foi implementado o controlo e medição de aquecimento e ventilação, assim como o controlo, medição e alarmística de temperatura ambiente. Como resultados, houve uma redução de custo
energético, um aumento da temperatura mínima e uma diminuição
da amplitude térmica, com consequente melhoria imunitária e redução de mortalidade. Na exploração de Benavente a mortalidade em
baterias, durante o período entre outubro e fevereiro baixou de 3,7%,
referente aos 2 anos anteriores, para 1,8% neste ano. Esta redução foi
conseguida devido a uma menor amplitude térmica a que os animais
estiveram sujeitos. A grande mais valia foi a de que conseguimos isto
com menos consumo energético. Antes de aplicarmos a tecnologia
de monitorização e controlo, tínhamos amplitudes térmicas de 6ºC
no decorrer de uma recria, com temp. mínima de 19º e consumos
de energia por bateria de 30.000W. Quando instalámos esta solução
passámos a ter 3,5ºC de amplitude térmica e 21ºC de temp. mínima Com a informação que este sistema nos dá, torna-nos mais
exigentes e descobrimos as pontes térmicas por onde se perdia a
temperatura, conseguindo corrigir a situação e, com um resultado de
3ºC de amplitude térmica, 23ºC de temp. mínima e um consumo de
17.000W, o que representa uma redução de consumo de 44%.”
“Nas Engordas foi implementado o controlo e medição de ventilação. E, controlo, medição e alarmística de Temperatura Ambiente.”
Fonte de informação:
Dr. Rui Sales Luis, Médico Veterinário da Agrupalto
Miguel Carvalho, CEO da Multiweb
PURlit e, mais do que um secante de camas!
O Purlite contribui para rentabilizar a sua exploração:
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59
PRÓXIMOS EVENTOS
PROGRAMA
17:00 | Abertura – Boas Vindas
Apresentação do conceito de Segmentação de Ciclo
A visão política do conceito – PDR 2014/2020
Eng. Hugo Costa Ferreira (GPP) *
30 de Abril
Colóquio FPAS
Suinicultura vs Agricultura - Interesses Comuns
XXXI Ovibeja - Auditório NERBE
Beja, Portugal
7 de Maio
BATFARM WORKSHOP FINAL
Importância da matéria orgânica no contexto agrícola
Eng. David Catita (EDIA)
Valorização da utilização de chorume na cultura do milho
Dr. José Luís Lopes (AGRUPALTO)
Efluentes pecuários - um problema ou uma oportunidade
Eng. Carlos Cupeto (U. ÉVORA)
Discussão do tema
Leitura de Conclusões e encerramento
Lisboa, Portugal
*A confirmar
Nota: Com participação / intervenção da FPAS
30 de Maio
II feira Agrícola EPADRC
Alcobaça, Portugal
Nota: Com participação / intervenção da FPAS
10 a 12 de Setembro
Agroglobal
Valada (Santarém), Portugal
Nota: Com participação / intervenção da FPAS
15 a 18 de Setembro
Sepor
Lorca (Murcia), Espanha
BATFARM
Workshop Final
“Contributo da pecuária intensiva
no âmbito da PAC no horizonte
2014-2020”
7 de Maio de 2014
Centro de Congressos de Lisboa (Junqueira)
Organização:
Nota: Com participação / intervenção da FPAS
26 a 28 de Setembro
XXII Feira Nacional do Porco
Para mais informações: [email protected]
Montijo, Portugal
Empresas interessadas em estarem representadas
no evento por favor contactar com a Comissão
Organizadora da XXII Feira Nacional do Porco:
[email protected] ou 213 879 949
60
MOVIMENTO ASSOCIATIVO
VI Congresso
ALIS E APS CRIAM
A ALISPNacional de Suinicultura | intervenções
UM EXEMPLO NO FORTALECIMENTO DO MOVIMENTO ASSOCIATIVO
Kg. Pinso per porc
300
18,80 18,80
Eficiència alimentaria (Kg. pinso/ 1 Kg. pes viu)
Aos Alimentaria
recém eleitos
Acumulat Eficiència
e em particular à Direção da ALISP, a revista Suinicultura,
ductivos
en la fase de engorde. Por
deseja as maiores felicidades
no desempenho do importante mandato agora
20
275,43
tanto, el Bienestar Animal Tecnificarecebido.
18
do permite iniciar un nuevo concepto
de mejora basado en la eficiencia ali14
Mesa
da
Assembleia-Geral
mentaria y garantizar un buen desar200
Presidente – Agraçor, S.A - Representada
pelo Sr. Eng. Romão
Brás
rollo inmunitario,
una buena
expresi12
Secretário – Montigado, Lda - Representado pelo Sr. Vítor Lagoa
ón
genética
y
una
mejora
del
coste
150
10
Secretário – António Lopes
Gameiro, Lda - Rep. pelo Sr. António Lopes Gameiro Kg
carne.
Direcção
115
8
Presidente – SMUR, S.A - Representada
Sr. Vítor
Meninoal nacimiento, la
Realizouse
no
passado
dia
25
de
Fevereiro,
no
Montijo,
a
Assembleia
Geral
OrPor pelo
tanto,
el peso
100
5,76
6
Vice – Presidente – Intersuínos,
S.A - Representada pelo Sr. Eng.º Nuno Correia
dinária da ALIS - Associação Livre de Suinicultores, com uma presença bastante80
mejora de la capacidad de encalostraTesoureiro – Raporal, S.A - Representada pelo Sr. Eng. Pedro Lagoa
significativa de Suinicultores.
4
2,92
miento y pelo
la mejora
deValadares
la supervivenSecretário
Suigranja, S.A. - Representada
Sr. Eng. Nuno
2,55
De50 entre os pontos da Ordem de Trabalho, destacamos o que consideramos
um
2,47 –
28,2
1,85
1,56
22
Vogal – Alípio & Filhos, 2Soc. Agro-Pecuária,
Lda - Rep.
pelo Sr. permite
Sérgio Marques
cia
72
horas
de
vida,
diseñar
Momento histórico para o Movimento Associativo, para15 a Fileira
do Porco
e es9,23
5
1Portugal:
Vogal – Valorgado, Lda - Representada
pelo
Sr.
Dr.
Sérgio
Gouveia
pecialmente
para
o
Setor
Produtivo
em
a
aprovação
por
unanimidade
nuevas estrategias y planteamientos,
0
0
Vogal – Euroeste, S.A. - Representada pelo Sr. Dr. Patacho de Matos
da proposta de fusão entre a ALIS e a APS, dando lugar à ALISP - Associação
donde la
es el mejor aliado y
Suplentes: Crigado, Lda – Representada
peloeficiencia
Sr. Tiago Vicente
Livre dos Suinicultores Portugueses.
la nutrición
adquiere
unFerreira
peso decisivo
Agro - Pecuária das Espinheiras,
Lda - Rep.
Sr. Eng. Joel
Souberam os dirigentes destas associações unir esforços, reduzir custos, dinaConselho Fiscal
mizar sinergias e pôr fim a décadas de competição.
para las nuevas estrategias.
Presidente - Porsicuni, Lda - Representada pelo Sr. Eng. João Correia
No seguimento desta importante decisão decorreram as Eleições dos Órgãos
técnicos y económicos en las diferen- ferentes etapas que
debemos
Vogal
– Fersui, Ldaconsi- Representada pelo Sr. Paulo Ribeiro
Sociais para o biénio 2014/2015 tendo sido sufragada a única lista apresentada
tes
áreasque
demereceu
la producción.
derar como estratégicas
y Agrícola
para ella
Vogal – Casa
Cecílio, Lda - Representada*Optimal
pelo Sr. Eng.Pork
MiguelProduction
Cecílio
(ver abaixo),
aprovação unanime dos sócios presentes.
www.oppgroup.com
El modelo de bienestar animal hacemos un reparto de kg de piensos
tecnificado permite satisfacer las ne- consumido por
cesidades del consumidor al mismo animal y fase de
tiempo que facilita la viabilidad de las producción. El
explotaciones al permitir mejorar su pienso necesaeficiencia productiva y entrar en la era rio para produde la Eficiencia, valorando de forma cir un lechón al
muy positiva, la entrada de todos los nacimiento se
modelos y herramientas posibles de convierte en el
tecnificación en la fase de producci- pienso mas esón. Esta nueva era iniciada lleva a un tratégico para
planteamiento mas ambicioso de co- conseguir
un
nocimiento hasta ahora no estudiado y buen coste en
basado en las nuevas reglas de com- el cebadero.
portamiento animal en un contexto de
En el cuaproducción, trazabilidad y garantía de dro anterior se
calidad y sanidad establecidas en la puede visuacadena de alimentación de los países lizar y valorar
y economías mas exigentes y sin ol- el impacto que
vidar que la producción debe encon- tiene la nutricitrar pequeños nichos de mejora para ón en cada fase
poder sacar rendimiento y credibilidad de producción,
ante los consumidores que descono- siendo la fase
cen de forma directa la importancia de gestación la
que tiene el sector de producción para mas indicada
garantizar la buena aplicación de las para establecer
diferentes normativas implantadas en un control que
europa y que pueden ser referentes de permita mejoaquellas sociedades emergentes que rar la homogebuscan una mayor seguridad y calidad neidad, el peso
alimentaria.
de la camada y
61
En la vida productiva de un animal poder mejorar
hasta el matadero, se diferencian di- los índices pro250
LISTA DE ORGÃOS SOCIAIS
DA ALISP - BIÉNIO 2014-2015
16
MOVIMENTO ASSOCIATIVO
ELEIÇÕES DOS CORPOS SOCIAIS
BIÉNIO 2014/2015
Ao folhearmos a edição 49 da Revista Suinicultura (Abril, Maio, Junho
de 2001) poderemos ler as palavras do então Presidente José Manuel
Custódio que, referindo-se ao lançamento do 1º portal FPAS na internet, dizia: “Estamos no Sec. XXI e ao suinicultor português só restam
duas opções: trabalhar, progredir, aprender, lutar ou, em alternativa,
desistir.”
Passaram 13 anos sobre essa data e fazendo jus às suas palavras,
aqui estamos a provar que não desistimos e como tal, é com grande
orgulho que anunciamos o lançamento da 3ª versão do www.suinicultura.com que a partir de agora também poderá ser procurado como
www.suinicultura.pt
Infelizmente sabemos que foram muitos os que desistiram, mas os
restantes, os que trabalharam, progrediram, aprenderam e acima de
tudo, lutaram aí estão prontos a enfrentar os desafios que não param
de nos surpreender.
Mas hoje é um dia de festa na FPAS.
Recordamos aqueles que ajudaram o crescimento e o fortalecimento
desta casa mas, com o olhar posto no futuro, empossamos os novos
corpos sociais para o biénio 2014/2015 cujos elementos, tanto pela
sua juventude como pelo que profissionalmente representam, são o
garante de que a FPAS vai marcar pontos nestes próximos tempos
respondendo a múltiplos desafios, entre os quais sobressai inequivocamente o PDR 2014/2020 que, na nossa ótica poderá revolucionar a
suinicultura nacional.
Para além disto, e provando a nossa vontade de estar na crista da
onda, renovámos também a partir de hoje a imagem da newsletterFPAS a qual é, desde há muito, uma companhia sempre presente no
final de cada semana transmitindo ao sector aquilo que de mais importante e atual se vai passando por esse mundo fora.
Por fim, e reconhecendo a renovação da sociedade e da própria faixa
etária que cada vez mais compõe o tecido produtivo do nosso sector,
resolvemos aderir ao fenómeno das redes sociais.
Assim, a partir de hoje estaremos no facebook em cuja página daremos diariamente informações sobre cotações, notícias de última hora
e também apontamentos de diversão, lazer, gastronomia, curiosidades, etc.
A FPAS está em movimento. Apoiem-nos.
62
Assembleia Geral
Presidente
Vice-Presidente
Vogal
José Daniel Alves (Sagran)
David Vicente (Apac)
Domingos Fernandes (Acsub)
Conselho Fiscal
Presidente
Relator
Vogal
Pedro Garcia de Matos (Aps)
Nuno Faustino (Acpa)
Luís Bulhão Martins (Ancpa)
Direcção
Presidente
Vice-Presidente
Secretário
Tesoureiro
Vogal
Suplente
Suplente
Victor Menino (Alis)
David Neves (Apac)
Nuno Correia (Aps)
Pedro Lagoa (Alis)
Gonçalo Pimpão (Alis)
Hermínio Santos (Apac)
Rui Anselmo (Aara)
MOVIMENTO ASSOCIATIVO
seminário "A Suinicultura e o Ambiente"
DOIS BONS AMIGOS QUE PARTIRAM…
outsider
DR. FRANCISCO DO CARMO REIS
DR. FREDERICO MOREIRA RATO
O “Xico” morreu! - Não acredito! Res-
O Dr. Frederico Moreira Rato foi um dos
arquitectos da actual e principal estruMais uma notícia, inesperada, daquelas
tura associativa do nosso Sector, já lá
que nunca queremos receber e aceitar
vão uns bons quarenta anos quando
como verdade, mesmo quando o mensareuniu três empresas produtoras de
O auditório do INIAV cheio, com todas Estareprodutores
é a grande diferença.
geiro é um amigo comum.
seleccionados (novidade
as
partes
interessadas,
de
uma
plateia
Este
pormenor
explica
Ainda há poucos dias, não há mais de
na altura…)
para
criar também
junto daalgo
Assoum mês que tínhamos
estado juntos,
ciação
Portuguesa
Raçaspobres
Selectas
participativa
e comprometida marcou, mais
profundo,
porquede
somos
e a
no Congresso da Anaporc em Madrid e parecera-me
tudo
Secção
mais tarde tornada autónoma atradesde logoestar
alguma
diferença;
nãode
sãoSuinicultura,
co- eles ricos.
bem com ele. Partilhámos uma “tapas” de jamon com uma “covés da constituição da A.P.C.R.P. Selectas que haveria de ser
muns em Portugal eventos deste tipo.
Ao longo do dia tornou-se evidente
pas” de tinto Ribera d’el Duero, assistimos juntos a umas quanfundamental e determinante como estrutura aglutinadora
Ao da
longo
do dia tornaram
-se evidenque a sustentabilidade
e desenvolvitas palestras e pusemos a “escrita” em dia acerca
actividade
na fundação
da Federação
Portuguesa de Suinicultura,
ao artes algumas realidades que
todos
conhe- asmento
da divergências
produção animal
em Portugal
política do nosso País.
bitrar
e conciliar
muitas
existentes
à época,
Pareceu-me bem de saúde e até brincámos
um pouco
a
entre
ALIS e a APS.
cemos.
Temoscom
um sector
bem arepresensão possíveis se a atitude dos gabinetes
nossa “reforma” pessoal, mais do que comtado
a nossa
“reforma”
Homem
de fortes
e muito pragmatismo, partilhou
e que sabe o que quer. Como
se convicções
decisores mudar.
profissional
e
deitámos
contas
à
vida…
connosco
uma
quota-parte
importante
do seu vasto percura Holanda a legislação e re- demonstrou, bons técnicos e professoFicoualém
no ardo
a suspeita,
talvez
a con- de
Afinal, a vida que entretanto o levou inesperadamente
para ouso profissional bem mais
que a sua
actividade
gulamentos
servem
para
imres não
nos faltam.
dos anos
os vicção,
que o problema reside essentras paragens insondáveis, onde supostamente
o hei-de
voltarAo longo
suinicultor
o exigia
e justificava.
plementar
e desenvolver
a diversos
a encontrar
para recordarmos
as inesquecíveis
“partidas”
ao
Recordo
com saudades
os primeiros
da sua
estudos realizados
consubstancialmente
no megatempos
edifício (difíceis)
da AdminisPrefeito João
Jorge e as habituais
“discussões”
ao perfil
Presidência
na FPAS
ao longo
de topo,
muitasnão
horas
de reuniões
suinicultura;
em Portugal
ciamquanto
um sólido
conhecimento
e saber.
tração,
não no
no Governo,
das “melhores
namoradinhas
Internato do Colégio de Benae discussões procurando o consenso entre as duas Associaservem
para proibir.
Esta é do
a grande
No fim, em Portugal tudo se complica mas antes nas infinitas chefias intermévente”.
ções (ALIS e APS) representativas da Suinicultura Tradicional
diferença. Este pormenor explica tam- quando se deseja operacionalizar, na dias. Infelizmente todos sentimos que o
Pois é… Xico! Agora resta-nos a memória do Dr. Francisco do
e Suinicultura Industrial, respectivamente…
bém
algo
mais
porque
somos Holanda
é o oposto.
a realização
profissional
dessa na
Carmo
Reis,
umprofundo,
profissional
de mão-cheia
no desempenho
da
Por isso, cabe-lhe apoder
honrae de
figurar como
o 1º Presidente
pobres
e eles ricos.
sua actividade
médico Veterinário, com especialPercebemos,
relevo na Suini-claramente
Galeria Presidencial
da Instituição
FPAS,
relembra
aqueque a gente,
que decide,
estáque
no dizer
“não”.
cultura.
Foi
mais
um
dos
“nossos”
que
partilhou
com
entusiasles
que
por
aqui
deixaram
o
melhor
do
seu
saber
e
dedicação
Estando de fora do sector, mas aten- grande diferença entre Portugal e a HoEm conclusão: i. o efluente tem vamo e saber um tempo novo na implementação e no desenvolem prol do Sector.
tos,
participámos no Seminário organiza- landa está na hora do fazer,
no afastaé possível
paradigmaoe Dr.
vimento da Suinicultura Intensiva no nosso País, culminando
Embora
afastado lor;
há ii.
muitos
anos mudar
desta oactividade,
do
pela
FPAS
e a Embaixada
da Holanda.
à realidade. Porquê?
página;deixou
iii. há de
queacompanhar
assumir a re-com
com
a sua
nomeação
para Director
Geral demento
Veterinária.
Frederico Moreira virar
Ratoanunca
Excelente
Alentejano
deiniciativa,
gema, na magnífica
forma e noorgaconteúdo, oHaverão
Dr. Francisco
do respostas
interesse
e amizade
a evolução
e a vida
da FPAS,(ordefazendo
muitas
e razões
alidade
do território
português
Carmo Reis
foi sabendo
semear
admiração
ao
lonquestão
de
estar
sempre
presente
e
participar
com
visível
nização,
adequado
programa
e amizades
elenco emas
estamos convictos que o essen- namento do território); iv. quem decide
go
do
seu
percurso
profissional,
tantas
quanto
a
sua
peculiar
e
satisfação,
quando
convidado
para
os
actos
mais
solenes
da
de oradores.
cial é a falta de concertação
das dife- tem que assumir se quer extinguir a
inesgotável simpatia e bonomia justificaram e ficará para sem“sua” FPAS.
Opre
simples
e o complexo.
rentes
partes. com
Designadamente
o de- a produção
animal
em Portugal,
ou não
na galeria dos homens de coração grande
e redondo,
Dele guardamos
imagem de
um Homem
bom, afável,
toleLá,
na
Holanda,
existem todas astive
con-o privilégio
quem pessoal e profissionalmente
de conviver
rante,
de fina
e extrema
educação
deleexige
acharemos
sencontro
entre o esector
e a tutela
nos
– opção
política eclara
-se. sempre
construir
uma bonita
amizade.
saudade
na memória
seu passado.
dições
naturais
para um
problema e de- seus diferentes níveis.aNa
Holanda
a
Odo
signatário
é professor na Univer- Até qualquer
dia, “Xico”!
Cuida-te
por éaí… e descansa em Paz!
senha
e implementa
-se uma
solução;
legislação e regulamentos servem para sidade de Évora há 30 anos e teve funLeiria 31 de Março de 2014
simples. O problema vira mais-valia. Cá, implementar e desenvolver a suinicul- ções dirigentes no Ministério do AmJ.C. Dias
Carlos Alberto Cupeto*
pondi incrédulo ao Dr. Simões Monteiro.
N
temos tudo para dar certo e complica-se.
tura; em Portugal servem para proibir.
biente (ARH do Tejo) até Maio.
suinicultura
7
63
MOVIMENTO ASSOCIATIVO
VI Congresso Nac
RELATÓRIO DE ACTIVIDADES de2013
2012, sendo que os segmentos que
Após 5 anos de profunda crise (2008/2012) assistiu-se em 2013
ao início de uma recuperação na rentabilidade da atividade que
se espera tenha continuidade nos próximos anos.
Neste 2º ano de mandato o atual elenco diretivo da FPAS, foi
consolidando o plano de trabalho definido, sendo de realçar alguns aspetos que mais adiante enunciaremos.
De especial impacto na atividade devemos sublinhar e valorizar
as negociações lideradas com as empresas de recolha e destruição de cadáveres que permitiram uma redução de custos
para menos de 1/3 dos valores aplicados por dec. Lei ao sistema SIRCA.
No âmbito associativo o ano decorreu dentro da maior normalidade sendo unicamente de registar com mágoa a decisão dos
associados da APCRPS em dissolverem esta que foi uma das
fundadoras da FPAS.
Ficam assim, a partir de agora representadas na Federação 8
associações havendo indícios de que outras duas se vão fundir
no inicio de 2014 – a ALIS e a APS.
De entre as atividades referidas no Plano de Atividades para
2013 constava a organização de uma série de sessões de esclarecimento sobre Circovirose (custo da doença x benefício da
prevenção) e intervenções sobre o REAP, o PCEDA e o Bem-estar Animal cuja realização se pautou por um manifesto êxito,
bem demonstrado pela presença de mais de 500 profissionais
nas 7 reuniões realizadas ao longo do País, no decorrer do mês
de Março.
Quanto a outros pontos de realce na atividade da FPAS em
2013 poderemos focar as seguintes:
• Organização de um Seminário sobre “A Suinicultura e o Ambiente” em colaboração com a Embaixada da Holanda.
•Presença na Reunião de Primavera do IMPA realizada em Eindhoven.
•Presença no III Congresso OIPORC, em Gramado, Brasil
•Organização da visita de um grupo de suinicultores à Feira de
Lorca
• Presença regular, através do nosso representante, Eng. António Tavares, nas reuniões que ao longo do ano foram tendo
lugar em Bruxelas.
• Continuação do trabalho desenvolvido no âmbito do protocolo
assinado com a Confagri relativo ao acesso ao Sistema Nacional
de Informação e Registo Animal (Snira) e a todas as suas valências (Suínos, bovinos, ovinos, caprinos, parcelário, etc).
Por fim, em Junho, comemorando os 32 anos da FPAS foi organizado o VI Congresso Nacional de Suinicultura, que levou à
64
de compra dos segm
mais contribuíram para esse valor fo- pescado, carne picad
ram as frutas, pão de padeiro e o baca- bacalhau é líder, contr
lhau seco. Em sentido contrário houve dos 13%.
um crescimento suportado, sobretudo,
No que concerne
Batalha mais
2 centenas dos
de suinicultores,
técnicos
repre- partilhados na
pelodesegmento
legumes (+1%)
e e futuro
sentantes dos diversos departamentos oficiais ligados ao nosdas carnes (+ 0,6%).
ção, reitero que o foco
so sector.
Relativamente à categoria de fres- empresas suas assoc
Quanto a outras
FPAS emnuará
2013, a ser, o consum
cos, oatividades
segmentodesenvolvidas
das carnespela
ocupou,
diretamente pelos seus Diretores ou dando representação ao
neste primeiro trimestre de 2013, a remos a comunicar e
Secretário-geral, temos a assinalar a presença em quase duas
terceira
posição
em destacamos
percentagem
do com o consumidor e
centenas de
ações, entre
os quais
as seguintes
volume de vendas, logo a seguir às dências, assegurando
frutas e legumes.
produtos adequados à
REUNIÕES INTERNAS E INSTITUCIONAIS
O segmento da carne chegou, no e exigências do cons
primeiro
Reuniões de Direçãotrimestre
FPAS – 24 de 2013, a 88% dos buiremos para dotar
Assembleia
Geral
da
FPAS
lares nacionais–e2significou um consu- de informação sobre
Reunião para fecho de contas FPAS 2013 – 1
mo per capita de 6kg.
consome, habilitandoReunião Contabilidade – Preparação do orçamento 2014 – 1
Verificou-se,
ainda,
que
o
cresciforma
informada.
Reunião de Direção LGPS -1
Reunião Aderentes
ao
LGPS
–
1
mento do segmento da carne foi imApostaremos na in
Reunião Direção LGPS com Isagri – 1
pulsionado pela carne de suíno, em tos de venda, adequ
Reunião para criação do novo portal www.suinicultura.pt - 1
linha
com a tendência
já Agricultura
verificada –em
cessidades do
Reunião com
Secretário
de Estado da
1
Reunião com
Sec.
Est.
Alimentação
e
Inv.
Agroalimentar
–
3
2012, mas agora com um ligeiro cres- consumidor
e
Reuniões DGAV
–
3
cimento.
contribuiremos,
Reunião com técnico da DGAV – Destruição de cadáveres - 1
Entrando
outros,
Reunião com Direção
GPPna
– 2 categoria da carne entre
de Direção
suíno em
particular,
verificou-se, para o aconseReunião com
da DGADR
–1
Reunião com
do trimestre
IFAP - 1 de 2013, que a lhamento nutrino Direção
primeiro
Reunião com Direção do INIAV (Oeiras) - 1
carne de suíno é das categorias mais cional e de bem
Reunião Grupo de Trabalho SIMREAP – DGADR – 1
baratas,
atingindo um preço
médio de – estar.
Reunião Grupo
“Desburocratização”
–2
Reunião parceria
“Terra
e
Efluentes”
–
2
3,57 euros.
Reunião Trabalho – Prep. VI Cong. Nac. Suinicultura – Batalha – 2
Comparando este valor com ouEm paralelo,
Reunião Preços Copa Cogeca (Bruxelas) – 2
tros desegmentos
(%índex
preço – 2continuaremos
Reunião Grupo
trabalho Carne
de Porco
– Bruxelas
Reunião Plataforma
Peço Português
médio suíno
vs outros– 6segmentos), a investir no
Reunião ”Peço
Português”
- Com.
Parlamentar
de Economia
verificou-se
que
o preço
da carne
de país– 1e na proReunião Interprofissional – APIC – 1
suíno esteve
50% abaixo
da carne dução nacioReunião Direções
APIC/IACA/FPAS
-3
de bovino,do45%
e 41%
abaixo
ma- nal
Reunião preparatória
VI Cong.
Nacional
dedo
Suinicultura
– 4 através da
Reunião preparatória
da
Feira
da
Feira
Nac.
do
Porco
2014
–4
risco e da carne de borrego/cabrito nossa
particiReunião com Assoc. do Porco Alentejano – Port. Porco Preto - 1
respectivamente,
39%
abaixo
do
pespação
na
PARReunião apresentação PDR 2014/2020 – INIAV (Oeiras) – 1
cado, 32% –abaixo
da -carne
picada. CA, do apoio a
Reunião GO-Efluentes
INIAV/EZN
1
Reunião Plataforma
Animal” – INIAV/EZN
Registou “Nutrição
preços superiores
em 5% e– 1 iniciativas de
Reunião Conselheira Holanda e staff– Preparação Seminário – 2
12% em relação à carne de coelho e valorização da
Reunião com Presidente do Fórum do Consumidor – 1
de Pres.
aves da
respectivamente.
produção
naReunião com
Fenacam no âmbito da Feira do Porco
–1
Apres. Plano de
FPAS
- Várias
–7
O Atividades
incremento
da 2014
compra,
em Empresas
volu- cional,
como
Apres. Plano
de
Atividades
FPAS
2014
Várias
Empresas
–
17
me, de carne de suíno neste período seja a “PlaReuniões técnicas empresariais - 3
em comparação com o mesmo pe- taforma Peço
ríodo de 2012 atingiu os 2,5%. Este Português”, da
CONGRESSOS
– SEMINÁRIOS
– SIMPOSIUMS
– FEIRAS
incremento
deve-se,
sobretudo,
ao dinamização de
fenómeno
switching,
ou Bísara
seja, reprotocolos de
Participação
no júri do de
Conc.
Morf. da Raça
– Vinhais
sultado
daFumeiro
transferência
Presença Feira
– Vinhaisdo consumo de co l a b o ra ç ã o ,
determinados segmentos para a car- como é exemne de suíno. Assim, 13% dos 2,5% de plo o Protocolo
crescimento devem-se à transferência APED-CAP e
MOVIMENTO ASSOCIATIVO
sso Nacional de Suinicultura | intervenções
a dos segmentos bacalhau,
carne picada e marisco. O
é líder, contribuído com 59%
RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2013
da participação em plataformas de direuniões, congressos e seminários
álogo entre os diferentes stakeholders
do sector.
Gostaria de salientar que no actual
concerne aos desafios de contexto de proliferação de iniciativas
ções de criadores de Raças parceria com a Faculdade
de Medicina
Assembleia Geral da Associação Portuguesa de Imprensa
Presença
e intervenção
Jornadasregulamentar,
Técnicas da AARA
Alcobaça
tilhados na minha
intervende natureza
a –APED
Autóctones.
Vários seminários
se rea- Veterinária
da Universidade
Técnica
Comemoração
do Dia da Rainha – Embaixada da Holanda
Presença
e intervenção
Jornadas Internacionais
UTAD – V. Real
o que o foco da APED
e das
continua
a acreditar
auto-regulaIV Conferência da Competitividade (FIPA) - Lisboa
Presença
eneste
intervenção
Cong. Mundial
Presunto
– Ourique
lizaram
âmbito,VIImuitas
publica-na
de Lisboa.
suas associadasPresença
é,
e contição,
ser
este- Ficou
o mecaAcompanhamento
e intervenção
no considerar
VI Congresso
da SCS
Santarém
ções
técnicas
forampor
produzidos
e proa obra física,
ficou o projeto do grupo de Suinicultores polacos a Portugal
Acompanhamento da visita do SEAIAA à Raporal
na Feira
de Garvão
–melhor
Inaug. dopermite
Pav. J. Cândido
Nobre
er, o consumidor.Presença
Continuanismo
que
promover
jetos de Investigação/experimentação mas acima de tudo ficou um grupo de
Acompanhamento da visita da DRALVT à ALIS
Presença na Fimaganadera – Zaragoza
comunicar em permanência
relações em
comerciais
equitativas
e ali- altamente
foram norealizados
parceria.
especialistas
qualificados
Comemoração
dos 100 anos do LNIV
Presença
I Seminário “Suinicultura
Biológica”
– ESA Coimbra
nsumidor e a antecipar
tennhadas
num
justo
desenvolvimento
Internacionalmente
a EZN abriu-se
à que
hoje são Professores,
Dirigentes,
Comemoração
dos 100 anos da EZN
Participação
no XXXIV Simpósio
Anual Anaporc
– Madrid
Comemoração
dos 25 anos da Eurocereal
júri
Conc.
Morf.dos
raçavários
Alentejana
(ACPA)
ssegurando um Participação
portfolio
denocom
económico
da– Ovibeja
cooperação
Universidades,
Insti-agentes
Técnicos
ecaaté Políticos
que são a proCurso
de Formação
Participação
júri
Conc.
Raça Bísara (ANCSUB)
– Santarém
adequados às necessidades
deia
deMorf.
abastecimento
alimentar.
tutos de no
Investigação,
Associações
va provada
do que foi
o Projeto
inte- em Segurança no Trabalho
“Dia Aberto” da DGAV – Tapada da Ajuda
Participação no júri Conc. Presuntos (ANCPA) - Montemor
Internacionais
como
foi referindo
o caso
doque(IACA)
grado
criar
um polo dedo
exas do consumidor.
Contri-II Jornadas
Termino
a APED
re- na EZN
Apresentação
portal Agroinfo.pt - Pegões
Participação
Alimentação
Animal
– de
Fátima
Centro
Internacional
de
Altos
Estudos
celência
em
Produção
Animal.
para dotar o consumidor
presenta
um
sector
responsável
e
com
Participação na reunião ACPA/ANCPA com Interprof.Ibérico
Participação no Coloquio Sagran na Santiagro
lebra
marque
início de
um novo
nas
cerimónias
fúnebres
do Dr.oFrancisco
do Carmo
Reis.
Presença
fórum práticas
“Inovação
alim. ao serviço
do Abriu-se
Consumidor
Agronómicos
e Mediterrânicos
(CIHE-que
quer para
Produação sobre os produtos
que
sustentáveis,
acredita ao
emexteriorPresença
Sessões
Esclarecimento
–
ALIS,
ANCPA,
AARA,
SAGRAN,
APAC,
amanhã
que
todos
desejamos
risonho
AM) de Saragoça
e a Federação
Eurotores de
quer
habilitando-o a escolher
de parcerias
win- win,
precisando
par-para o meio Académico.
ACPA e ANCSUB
peia
de
Zootecnia
(FEZ).
Apostou
sempre na Internacionaliza- e próspero.
rmada.
ceiros fortes e organizados, orientando
Lisboa, 26 de Março de 2014 A Direcção
Muitos
foram
produzidos ção
quer
através de Projetos em parremos na inovação dos
pon- trabalhos
a cadeia
de abastecimento
para
a efiJMC Ramalho Ribeiro
e publicados
neste período quer de ceria, na publicação de trabalhos, na
OUTRAS
nda, adequando-os
às PRESENÇAS
ne- ciência, inovação e para o consumidor.
Assembleia
Geral Confagri
– Cnema – quer
Santarém
Investigador Coordenador
carater técnico
quer científico
participação em Comissões e na Ors do
Apresentação da Plataforma Peço Português – Palácio de Belém
Aposentado; Ultimo Diretor da EZN.
em revistas de Divulgação quer em re- ganização de
or e
vistas de reputado mérito científico Reuniões e
emos,
isto é com “Citation Index”.
Congressos.
utros,
Por outro lado a EZN acolheu esta- Preocupouonsegiários de todas as Instituições que -se
muito
nutriaqui realizaram estágios Profissio- com o Bembem
nais, de Bacharelato, de Licenciatura, -estar
dos
alelo,
emos
r no
proacios da
articiPARoio a
de
o da
nacomo
“PlaPeço
”, da
ão de
de
ção,
xemocolo
P e
de Mestrado e de Doutoramento.
Houve contudo um ponto que gostaria
de destacar e que complementa tudo o
que até aqui já foi exposto. Refiro-me
à formação de quadros. Desde muito
cedo o Prof. Vaz Portugal teve a preocupação de preparar técnicos que, em
diferentes partes do mundo, se especializassem nas diferentes áreas da
Produção Animal quer através de Estágios ou de Programas de Mestrado
ou de Doutoramento. Houve pois a
preocupação de adaptar estruturas,
criar novas valências para I&DE, adquirir equipamento topo de gama mas
acima de tudo formar gente e criar Escola.
Este foi talvez o legado mais marcante que o Prof. Vaz Portugal nos
deixou: uma Escola de Especialistas
nos diferentes sectores da Produção
Animal que não só enriqueceram a
EZN como todas as outras Instituições
Portuguesas ligadas à Produção Animal. O exemplo máximo desta preocupação foi a criação do Mestrado Internacional de Produção Animal em
seus Funcionários e assim se criou
um Espirito
EZN feito de
Corpo e de
Alma que tem
sobrevivido
às contingências do tempo.
O Corpo
sofre mas a
Alma resiste.
É por tudo
isto que continuamos otimistas.
Fecha-se
um Ciclo mas
certamente
outro virá.
Fazemos
votos
para
que esta efeméride que
agora se ce-
suinicultura
65
31
SANIDADE
NOTICIAS FPAS
JANEIRO
07 – Reunião “Interprofissional” – Sede IACA
08 – Reunião de Direção FPAS
08 – Reunião do Direção LGPS
09 – Apresentação Plano de Atividades 2014 – Bayer, Tecadi
10 – Apresentação Plano de Atividades 2014 – Kemin
14 – Apresentação Plano de Atividades 2014 – Vetobiótica, Eurocereal, SP Veterinária
14 – Cerimónia de Tomada de Posse da nova Direção da Fenacam
16 – Seminário “Nova Lei de Bases da Política de Solos, Ordenamento do Território
e Urbanismo”
20 – Apresentação Plano de Atividades 2014 – Vale Henriques, Vetlima, Saprogal
22 – Reunião com Assessora do Ministro do Ambiente
23 – Apresentação Plano de Atividades 2014 – Hipra, Campifarma, Proegram,
Esteve Vet, Pic
27 – Apresentação Plano de Atividades 2014 – Divasa, Tna
27 – Reunião preparação novo Portal, newsletter e facebook
28 – Reunião DGAV - Comissão de Acompanhamento PCEDA
29 – Reunião de Direção FPAS
29 – Reunião Conselho Geral do LGPS
29 – Apresentação Plano de Atividades 2014 – Nutrinova, AIM Ciala
30 – Reunião Plano da Ação para redução de uso de AB – DGAV – Oeiras
31 – Acompanhamento de técnico espanhol em visita a necrotérios
FEVEREIRO
01 – Colóquio e matança do porco – Vimieiro
04 – Apresentação Plano de Atividades 2014 – Iapsa, Trouw Nutrion, Novartis,
Biocontrol, Nutritécnica
06 – Apresentação Plano de Atividades 2014 – Invivo
07 – Concurso Morfológico Raça Bísara – Vinhais
07/10 – Feira do Fumeiro – Vinhais
10 – Apresentação Plano de Atividades 2014 – Tecnipec, Elanco
11 – Apresentação Plano de Atividades 2014 – Vetalmex
13 – Reunião de Direção
13 – Reunião com Direção Iniave
14 – Workshop Kubus/ Vetigrise – CNEMA
14 – Reunião com Direção da Fenacam – Feira do Porco
17 – Reunião FESAHT – Contrato Coletivo de Trabalho
18 – Apresentação Plano de Atividades 2014 – Lab. Tomaz, APP, Inogen, Serralharia
Fiel, Golden Fibra, Sepsancho
19 – Auditoria comunitária ao trabalho LGPS
24 – Apresentação Plano de Atividades 2014 – Alltech, MSD
25 – Apresentação Plano de Atividades 2014 – Winfarm
26 – Reunião de Direção FPAS
26 – Apresentação Plano de Atividades 2014 – Soclab, Socampestre, Topigs,
Alirações
27 – Apresentação Plano de Atividades 2014 – Etsa, Domatica/Farmcontrol
MARÇO
03 – Apresentação Plano de Atividades 2014 – Valinhos
06 – Reunião Feira do Porco com C M Montijo
06 – Reunião Comissão Organizadora Feira do Porco
06 – Reunião de trabalho FPAS – Propostas de alteração do CCT Suinicultura
11 – Apresentação Plano de Atividades 2014 – Bioanalítica, Óleotorres
12 – Apresentação Plano de Atividades 2014 – Controlvet, Din, Vetdiagnos
12 – Presença na reunião técnica Vetlima
14 – Reunião preparação novo Portal, newsletter e facebook
14 – Reunião DGAV/LGPS
14 – Reunião Feira do Porco – Junta Freguesia Montijo
15 – Reunião técnica Agrupalto – Comemoração dos 20 anos
18 – Presença na AG do Fórum Consumo
19 – Reunião de Direção FPAS
19 – Reunião com Direção do INIAV
20 – Presença na Assembleia Geral da Confagri – Cnema
21 – Reunião preparação novo Portal, newsletter e facebook
21 – Reunião DGAV – Bem-estar animal
22 – Presença no Colóquio ACPA – Feira do Porco – Ourique
26 – Reunião de Direção FPAS
26 – Assembleia Geral Eleitoral FPAS
26 – Abertura ao público do novo Portal, nova Newsletter e nova página facebook
28 – Receção e acompanhamento do Diretor Geral da Associação Brasileira,
Fabiano Coser
31 – Reunião preparação novo número da Revista Suinicultura
Associações Federadas
FPAS
AARA - Associação dos Agricultores de
Alcobaça
ANCSUB - Associação Nacional de
Criadores de Suínos de Raça Bísara
ACPA - Associação Criadores de Porco
Alentejano
APAC - Associação de Agricultores
Agro-pecuários do Centro
Rua de Leiria s/n
2460-045 Alcobaça
Rua Armação de Pera, nº 7 A
7670-259 Ourique
Praceta Artur Portela, lote 19 - loja 2
2400 - Leiria
ALIS - Associação Livre de Suinicultores
APS - Associação Portuguesa de
Suinicultores
Rua Guerra Junqueiro, nº 2 - 1º
2870 Montijo
ANCPA - Associação Nacional
de Criadores de Porco Alentejano
Rua Diana de Liz - Horta do Bispo
Apartado 71 - E.C. Rossio.
7002-501 Évora
66
Edifício Casa do Povo - Largo do Toural
5320 Vinhais
Rua do Arco a São Mamede, nº 87, 2º B
1250-027 Lisboa
SAGRAN - Associação de Suinicultores
dos Concelhos de Santiago do Cacém,
Sines e Grândola
Pinhal do Concelho
7540 Santiago do Cacém
67
ZUP/67/MAR/13
OS NOVOS NÚMEROS
DO SEU SUCESSO
NO TRATAMENTO DO CRS
14 1
4
9
Unlo
MSD Animal Health
Quinta da Fonte - Edif. Vasco da Gama, Nº 19
2770-192 Paço de Arcos – PORTUGAL
Tel.: (+351)
68 214 465 700 • Fax: (+351) 214 465 724
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