capítulo 1

Transcrição

capítulo 1
DIAGNÓSTICO DAS RESSACAS DO ESTADO DO AMAPÁ: BACIAS DO IGARAPÉ DA FORTALEZA E RIO CURIAÚ
Costa Neto, S.V. ; Tostes, L.C.L. ; Thomaz, D.O. Inventário Florístico das Ressacas das Bacias do Igarapé da Fortaleza e do
Rio Curiaú. In: Takiyama, L.R. ; Silva, A.Q. da (orgs.). Diagnóstico das Ressacas do Estado do Amapá: Bacias do Igarapé
da Fortaleza e Rio Curiaú, Macapá-AP, CPAQ/IEPA e DGEO/SEMA, 2003, p.1-22.
CAPÍTULO 1
Inventário Florístico das Ressacas das Bacias do Igarapé da
Fortaleza e do Rio Curiaú
Débora de Oliveira Thomaz
Salustiano Vilar da Costa Neto
Luciedi de Cássia Leôncio Tostes
Resumo
As áreas periodicamente inundáveis têm sido descritas como sistemas de alta produtividade,
principalmente quando associados a sistemas estuarinos e águas costeiras. Denominadas
regionalmente de “ressacas”, estes ecossistemas são típicas da zona costeira do Estado do Amapá
são protegidas pela Lei Estadual Nº 455/99. O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento
florístico da vegetação através de Avaliação Ecológica Rápida (ERA), visando o fornecer elementos
para elaboração de um plano de conservação e ocupação destas áreas úmidas. Foram efetuadas
coletadas trimestrais, nos municípios de Macapá e Santana, nas áreas de ressacas do Balneário do
Abel, Escola Agrícola do Coração, Curiaú, Curralinho, Final da linha H (km 9), Igarapé do Arco, Lagoa
dos Índios, Conjunto Residencial das Laranjeiras e Pólo Hortifrutigranjeiro, entre os meses de
novembro de 2001 e agosto de 2002. As plantas aquáticas foram classificadas em sete formas
biológicas: anfíbia, emergente, flutuante fixa, flutuante livre, submersa fixa, submersa livre e epífita. O
material encontra-se depositado no herbário HAMAB (Instituto de Pesquisas Científicas e
Tecnológicas do Estado do Amapá - IEPA). Foram identificados 45 famílias, 88 gêneros e 129
espécies. A família com maior riqueza foi a Cyperaceae, com 20 espécies, seguida da família
Poaceae com 16, Fabaceae com 10 e Rubiaceae 7. As espécies dominantes foram: Eleocharis
intesticta (Vahl) Roem. e Schult (piripiri), Thalia geniculata L. (sororoca), Sagittaria rhombifolia Cham.
(chapéu-de-couro), Montrichardia arborescens Schott. (aninga) e Mauritia flexuosa L. f. (buriti). As
formas biológicas mais freqüentes, com 78% de freqüência, foram as anfíbias e/ou emergentes,
caracterizando um ambiente marcado por uma sazonalidade bem definida.
2
CAPÍTULO 1
1.1. Introdução
As ressacas são áreas desenvolvidas em costa de baixa energia, com substrato que inclui
areia, silte, argila e turfa, abaixo do nível do mar e do rio Amazonas, resultados da flutuação
do mar e ação das correntes marinhas durante os últimos 100 anos e colmatados pelos
sedimentos aluviais do rio Amazonas.
São ecossistemas com alta produtividade, com valores médios entorno de 280g C/m2/ano
(Koppers 1994), principalmente quando associados a estuários e águas costeiras (Odum
1988).
Essas áreas no estado do Amapá, são influenciadas pelo regime hídrico das marés e pela
sazonalidade das chuvas, sendo ainda dominadas pela vegetação composta por Poaceae,
Cyperaceae, Arecaceae, com ênfase aos buritizais e as florestas de várzea ao longo dos
cursos d’água (Silva 2000). É das ressacas que a população peri-urbana, tira seu alimento
como a pesca e agricultura, ou até mesmo a caça. Além de serem corredores naturais de
vento que amenizam o desconforto térmico e influenciam no micro clima da cidade, se
constituem em bacias naturais de acumulação hídrica para onde se destinam as drenagens
pluviais, servindo no controle das inundações e comportam-se como reservatórios naturais
(Maciel, 2000).
Esses ecossistemas possuem grande beleza cênica e harmonia paisagística, e conservam a
biodiversidade com a ajuda das drenagens das águas por seus canais; possuem
propensões econômicas viáveis à atividades de ecoturismo e lazer, com a complementação
de técnicas ecologicamente corretas para a agricultura ou cultivo de hortaliças e plantas
medicinais em seu entorno (Costa, 1988).
Sendo assim, mostra–se de muita importância um estudo mais detalhado dessas áreas,
para aprofundar os conhecimentos sobre sua flora, bem como suas espécies endêmicas e
suas funções biológicas, constituindo uma fonte imprescindível de informações para ações
de manejo e conservação. O objetivo principal deste trabalho foi o de caracterizar, classificar
e descrever a vegetação das ressacas através de inventário florístico.
1.2. Metodologia
1.2.1. Área de Estudo
A área de abrangência do projeto localiza-se nas zonas urbanas e entornos das cidades de
Macapá e Santana, compreendendo as bacias do igarapé da Fortaleza e do rio Curiaú.
O acesso a estas áreas pode ser feito por via fluvial, pelos igarapés da Fortaleza e rio
Curiaú, e por via terrestre pelas rodovias AP-010 e 070 que ligam as cidades de Macapá,
Santana e a Área de Proteção Ambiental do Rio Curiaú (Figura 1.1).
1.2.2. Florística
Foram realizadas coletas trimestrais nos períodos de agosto de 2001 a setembro de 2002,
nas ressacas do Balneário do Abel, Escola Agrícola do Coração, Curiaú, Curralinho, Final da
linha H (km 9), Igarapé do Arco, Lagoa dos Índios, Conjunto Residencial das Laranjeiras e
Polo Hortifrutigranjeiro (Figura 1.2).
As coletas obedeceram a metodologia convencional, ou seja, cada amostra é composta de
um ou mais ramo(s) florido(s), acompanhado ou não de amostra de madeira e herborizada
segundo as técnicas habituais (Fidalgo & Bononi, 1984). No laboratório foi realizada a rotina
de prensagem, secagem, montagem, até a incorporação ao herbário.
Inventário Florístico das Ressacas das Bacias do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú
3
Para a identificação das espécies foram utilizadas chaves taxonômicas e comparação com o
material que se encontra depositado no acervo do Herbário Amapaense (HAMAB). Após
procedidas estas etapas, o material botânico foi incorporado ao Herbário HAMAB, utilizando
a sigla designativa de acordo com o Índex Herbariorum (Holmgren, et al., 1990).
Figura 1.1. Áreas de ressaca dos Municípios de Macapá e Santana. Fonte: CPAQ/IEPA.
4
CAPÍTULO 1
Locais de Coleta
Figura 1.2. Mapa de localização dos pontos de coleta. Ressacas de Macapá e Santana.
Fonte: CPAQ/IEPA.
Inventário Florístico das Ressacas das Bacias do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú
5
A classificação das formas biológicas obedeceu a descrição de Pott & Pott (2000) (Figura
1.3).
1) Anfíbia ou semi-aquática: capaz de viver bem tanto em área alagada como fora da
água, geralmente modificando a morfologia da fase aquática para a terrestre quando
baixam as águas.
2) Emergente: enraizada no fundo, parcialmente submersa e parcialmente fora d’ água.
3) Flutuante fixa: enraizada no fundo, com caules e/ou ramos e/ou folhas flutuantes.
4) Flutuante livre: não enraizada no fundo, podendo ser levada pela correnteza, pelo vento
ou até por animais.
5) Submersa fixa: enraizada no fundo, caule e folhas submersos, geralmente saindo
somente a flor para fora d’ água.
6) Submersa livre: não enraizada no fundo, totalmente submersa, geralmente emergindo
somente as flores.
7) Epífita: que se instala sobre outras plantas aquáticas.
Figura 1.3. Formas Biológicas, segundo a classificação de Pott & Pott, 2000.
1.2.3. Similaridade Florística
Foram feitas comparações entre as espécies das ressacas de Macapá e Santana, por meio
estatístico de ordenação das populações específicas e comunidades. Para isto utilizou-se o
índice de Sφrensen (Odum 1988), obtido através da fórmula:
S = 2C / A + B
Onde: A = número de espécies da amostra A
B = número de espécies da amostra B
C = número de espécies comuns em ambas as amostras.
Para confecção das matrizes de similaridade e dendograma, foi utilizado o programa
FITOPAC, desenvolvido pelo Prof. Dr. George John Shepherd, do Instituto de Biologia da
UNICAMP-SP.
6
CAPÍTULO 1
1.3. Resultados e Discussão
Foram identificados 45 famílias, 88 gêneros e 129 espécies (Tabela 1.1). A família de maior
riqueza foi a Cyperaceae, com 9 gêneros e 20 espécies, seguida da família Poaceae, com 9
gêneros e 16 espécies; Fabaceae, com 9 gêneros e 10 espécies; Rubiaceae, com 5 gêneros
e 7 espécies; Lentibulariaceae e Onagraceae, com 1 gênero e 5 espécies (Figura 1.4). As
espécies dominantes foram: Eleocharis intesticta (Vahl) Roem. e Schult (piripiri), Thalia
geniculata L. (sororoca), Sagittaria rhombifolia Cham. (chapéu-de-couro), Montrichardia
arborescens Schott. (aninga) e Mauritia flexuosa L. f. (buriti), sendo que as duas últimas
espécies formam populações isoladas no entorno das ressacas. As aningas são formadoras
de ilhas aluviais e furos de canais que são responsáveis pela filtração das águas dos
estuários amazônicos (Figura 1.5).
As macrófitas aquáticas somam 4% epífitas, 6% flutuantes, 11% emergentes ou anfíbias,
12% submersas, 18% somente emergentes e 49% somente anfíbias, sendo que estas
últimas se localizam em ecótonos e, portanto têm adaptações tanto para o meio ambiente
aquático quanto para o terrestre (Figura 1.6).
As espécies flutuantes e submersas normalmente estão localizadas nos canais ou em suas
margens, onde a profundidade é maior e nunca secam no período de verão, e dentre estas,
podemos citar as Utricularias, Pontederias e Cabombas. As emergentes localizam-se em
áreas mais altas, em solos alagáveis ou raramente seco, assim como as anfíbias. Estas
últimas, muitas vezes são representadas por espécies de transição do cerrado (tais como
Polygala variabilis, Piriqueta cistoides, Rhynchantera serrulata e Chamaecrista diphylla), da
várzea (tais como Macrolobium multijugum, Heliconia bihai e Inga sp), e da terra firme (tais
como Ficus catappaefolia e Ouratea sp).
Tabela 1.1. Listagem das famílias e espécies das ressacas de Macapá e Santana, com suas
respectivas formas biológicas e ocorrência.
FAMÍLIAS
Acanthaceae
Alismataceae
Alismataceae
Apocynacaea
Araceae
Araceae
Arecaceae
Arecaceae
Asclepiedaceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Cabombaceae
Cabombaceae
Cabombaceae
Cabombaceae
Cesalpinaceae
Cesalpinaceae
Cesalpinaceae
Convolvulaceae
Convolvulaceae
Convolvulaceae
ESPÉCIES
Justicia sp
Echinodorus macrophyllus (Kunth) Micheli subsp.
scaber (Rataj) Haynes e Holm-Nielsen
Sagittaria rhombifolia Cham.
Rhabdadenia pohlii Muell. Arg.
Urospatha sp
Montrichardia arborescenes Schott.
Mauritia flexuosa Linneus filius
Mauritiella armata (Martius) Burret
Indet
Wulffia bacatta (L.) Kuntz
Eclipta sp
Mikania cordifolia (L. f) Willd.
Cabomba aquatica Aubl
Cabomba furcata Schult e Schult. f.
Cabomba caroliniana var flavida Oogaad
Cabomba sp
indet.
Macrolobium multijugum (DC.) Benth
Senna reticulata (Willd.) H. S. Irwin e Barneby
Ipomoea carne subsp fistulosa (Mart. ex Choisy)
Austin
Ipomoea sp
Ipomoea asarifolia (Ders.) Roem e Schult.
FORMAS
BIOLÓGICAS
Anfíbia
Emergente
Emergente
Emergente
Emergente
Emergente
Anfíbia
Anfíbia
Anfíbia
Anfíbia
Anfíbia
Anfíbia
Submersa fixa
Submersa fixa
Submersa fixa
Submersa fixa
Emergente
Emergente
Anfíbia
Emergente
Anfíbia
Anfíbia
LOCAIS DE
OCORRÊNCIA*
7
1,3,6
2,4,6,7
1
5,9
1,2,3,4,5,6,7,8,9
1,2,3,4,5,6,7,8,9
1,2,3,4,5,6,7,8,9
4,7
2
8
8
3,4,7
3,7
3,7
2
3
3
1
2,8
3,7
1,6,7
Inventário Florístico das Ressacas das Bacias do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú
FAMÍLIAS
ESPÉCIES
Costaceae
Curcubitaceae
Cyperaceae
Cyperaceae
Cyperaceae
Costus sp
Mormodica sp
Cyperus comosus (Kunth) Poir
Cyperus cubensis Poett et R.
Cyperus haspan L.
Cyperaceae
Cyperus ligularis L.
Cyperaceae
Cyperus luzulae (L.) Rottb. ex Retz
Cyperaceae
Cyperaceae
Cyperaceae
Cyperus sp
Dichromena sp
Eleocharis interstincta (Vahl) Roem. E Schult.
Cyperaceae
Eleocharis minima Kunth
Cyperaceae
Eleocharis sp 1
Cyperaceae
Eleocharis sp 2
Cyperaceae
Cyperaceae
Cyperaceae
Cyperaceae
Cyperaceae
Cyperaceae
Cyperaceae
Cyperaceae
Eriocaulaceae
Euphorbiaceae
Eleocharis sp 3
Fimbristylis annua (All.) Roem. e Schult.
Fuirena umbellata Rottb
Indet
Oxycaryum cubense (Popp. E Kunth) Lye
Rhynchospora halochenoides (L. C. Rich.)
Herter
Rhynchospora velutina (Kunth.) Boeck.
Scleria microcarpa Nees.
Scleria sp
Syngonanthus caulescens (Poir) Ruhl
Croton trinitatis Millsp.
Euphorbiaceae
Phyllanthus sp
Euphorbiaceae
Sebastiana sp
Euphorbiaceae
Indet
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Fabaceae
Heliconiaceae
Heliconiaceae
Aeschinomene sensitiva Sw.
Centrosema brasilianum (L.) Benth
Chamaecrista diphylla (L.) Greene
Clitoria glycinoides D.C.
Clitoria sp.
Dioclea guianensis Benth
Eriosema simplicifolium (Kunth) Walp.
Indigonera sp
Vigna sp
Zornia latifolia Sm.
Heliconia bihai L.
Heliconia psittacorum L. f.
Hydrophylaceae
Hydrolea spinosa L.
Lamiaceae
Hyptis atrorubens Poit
Lauraceae
Lemnaceae
Lentibulareaceae
Lentibulariaceae
Lentibulariaceae
Lentibulariaceae
Cassytha filiformis L.
Lemna sp
Utricularia foliosa L.
Utricularia breviscapa Wright
Utricularia myriocysta St.Hill & Girard
Utricularia gibba L.
Cyperaceae
FORMAS
BIOLÓGICAS
Anfíbia
Epífita
Anfíbia
Anfíbia
Anfíbia
Emergente ou
anfíbia
Emergente ou
anfíbia
Anfíbia
Anfíbia
Emergente
Submersa fixa ou
emergente
Anfíbia
Submersa fixa ou
emergente
Submersa fixa
Anfíbia
Emergente
Anfíbia
Emergente
Emergente
Anfíbia
Emergente
Emergente
Anfíbia
Anfíbia
Emergente ou
anfíbia
Emergente ou
anfíbia
Emergente ou
anfíbia
Anfíbia
Anfíbia
Anfíbia
Anfíbia
Anfíbia
Anfíbia
Anfíbia
Anfíbia
Anfíbia
Anfíbia
Anfíbia
Anfíbia
Emergente ou
anfíbio
Emergente ou
anfíbio
Epífita
Flutuante livre
Submersa livre
Submersa livre
Submersa livre
Submersa livre
7
LOCAIS DE
OCORRÊNCIA*
1
1,7
8
4,7
4,6,7
8
1,4,7
3,6
3,4
1,2,3,4,5,6,7,8,9
1,4,7,8
1,7
3,4
4,7
1,4,6,7
1
3,4
1,6
6
3
4
3,7
2,4,7
4,7
7
6
8
4
1
6,7
2,6
4,7
1,6,7
1
4
7
1,7
2,7,8
8
6
4,6
4
8
2,3,4,7
2,3
3,4,5,7
4,7
8
CAPÍTULO 1
FAMÍLIAS
ESPÉCIES
Lentibulariaceae
Loranthaceae
Malvaceae
Maranthaceae
Mayacaceae
Mayacaceae
Melastomataceae
Menyanthaceae
Mimosaceae
Utricularia sp
Psittacanthus sp
Hibiscus diversifolium Jacq.
Thalia geniculata L.
Mayaca fluviatis Aubl.
Mayaca longipes Mart. ex Seub.
Rhynchantera serrulata (Rich.) DC.
Nymphoides indica (L.) Kuntze
Mimosa paludosa Benth
Mimosaceae
Inga sp
Mimosaceae
Moraceae
Nymphaeaceae
Nymphaeaceae
Ochnaceae
Mimosa pudica L.
Ficus catappaefolia Kunth et Barch
Nymphaea gardneriana Planch
Nymphaea rudgeana G. Mey.
Ouratea sp
Onagraceae
Ludwigia affinis (DC.) H. Hara
Onagraceae
Ludwigia sp 1
Onagraceae
Onagraceae
Onagraceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Poaceae
Poaceae
Ludwigia sp 2
Ludwigia sp 3
Ludwigia sp 4
Catasetum sp
Habenaria sp
Andropogon bicornis L.
Coix lagrima-jobi L.
Poaceae
Leersia hexandra Sw.
Poaceae
Poaceae
Poaceae
Poaceae
Poaceae
Poaceae
Poaceae
Poaceae
Oryza glumaepatula Steud.
Panicum laxum Sw.
Panicum mertensii Roth
Panicum sp 1
Panicum sp 2
Panicum sp 3
Panicum sp 4
Paspalum sp 1
Poaceae
Paspalum sp 2
Poaceae
Poaceae
Poaceae
Poaceae
Polygalaceae
Paspalum virgatum L.
Indet 1
Indet 2
Hymenachne amplexicaulis (Rudge) Nees
Polygala variabilis H. B. K.
Polygonaceae
Polygonum acre Lam.
Polygonaceae
Pontederiaceae
Pontederiaceae
Pontederiaceae
Pontederiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Polygonum acuminatum H. B. K.
Eichhornia azurea (Sw.) Kunth
Eichhornia diversifolia (Vahl) Urb.
Pontederia sp
Indet
Borreria sp
Borreria verticillata (L.) G. Mey
Diodia sp 1
Diodia sp 2
FORMAS
BIOLÓGICAS
Submersa livre
Epífita
Emergente
Emergente
Submersa fixa
Submersa fixa
Anfíbia
Flutuante fixa
Anfíbia
Emergente ou
anfíbio
Anfíbia
Emergente
Flutuante fixa
Flutuante fixa
Emergente
Emergente ou
anfíbio
Emergente ou
anfíbio
Anfíbia
Anfíbia
Anfíbia
Epífita
Epífita
Anfíbia
Anfíbia
Emergente ou
anfíbia
Emergente
Emergente
Emergente
Anfíbia
Anfíbia
Anfíbia
Anfíbia
Anfíbia
Emergente ou
anfíbia
Anfíbia
Anfíbia
Anfíbia
Emergente
Anfíbia
Emergente ou
anfíbia
Emergente
Flutuante fixa
Flutuante fixa
Flutuante fixa
Flutuante fixa
Anfíbia
Anfíbia
Anfíbia
Anfíbia
LOCAIS DE
OCORRÊNCIA*
7
7
2,3,4,7,8
1,2,3,4,5,6,7,8,9
3
5,7
3,4,7
3,4,7
4
7
2,8
3
4
4,7
4,7
6,8
8
6
3,7
3,4,7
7
3
4,8
8
7
2,4,8
3,6,7,8
1
3,5,7,8
7
4
4
3
4
8
4,7
4
3
4
7
3,4
7
3,7
7
3
4
7,8
7
3
Inventário Florístico das Ressacas das Bacias do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú
FAMÍLIAS
FORMAS
BIOLÓGICAS
Anfíbia
Emergente ou
anfíbia
Anfíbia
Flutuante livre
Anfíbia
Submersa fixa ou
emergente
Anfíbia
Emergente
Anfíbia
Emergente
Emergente ou
anfíbia
ESPÉCIES
Rubiaceae
Psychotria poeppigiana Müll. Arq.
Rubiaceae
Spermacoce exilis (L. O. Wiliams) C. D. Adams
Rubiaceae
Salviniaceae
Scrophulariaceae
Perama sp.
Salvinia auriculata Aubl.
Buchnera palustris Spreng
Scrophulariaceae
Bacopa solemani Benth
Sterculiaceae
Sterculiaceae
Turneraceae
Vitaceae
Byttneria scabra L.
Melochia arenosa Benth
Piriqueta cistoides (L.) Griseb
Cissus erosa Rich
Xyridaceae
Xyris caroliniana Walter
9
LOCAIS DE
OCORRÊNCIA*
2,4
1
6
6
4
5,6
4
4,7
7
1,6
4
*Locais de Ocorrência: 1- Balneário do Abel; 2- Escola Agrícola do Coração; 3- Curiaú; 4-Curralinho; 5- Final da linha H (Km 9);
6- Igarapé do Arco; 7- Lagoa dos Índios; 8- Laranjeiras (Santana) e 9- Polo Hortifrutigranjeiro.
22 Famílias
10 Famílias
4 Famílias
Famílias
3 Famílias
Lentibulariaceae
Onagraceae
Rubiaceae
Fabaceae
Poaceae
Cyperaceae
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Nº de Espécies
Figura 1.4. Famílias amostradas de acordo com o número de espécies. Ressacas de
Macapá e Santana.
O clima, as marés, os sedimentos do rio Amazonas e os depósitos de matéria orgânica são
fatores que influenciam nas respostas morfológicas, anatômicas e fisiológicas, e que
dificultam a compreensão sobre as estratégias adaptativas realizadas por essas espécies.
Uma das principais funções destas modificações adaptativas parece estar relacionada com
estresse decorrente da saturação hídrica do solo, que tem caráter seletivo, limitando as
trocas gasosas do solo com a atmosfera e consumindo rapidamente o oxigênio presente na
água, através da decomposição da matéria orgânica pelos microorganismos. Segundo Lobo
e Joly (1995), isto afeta a distribuição espacial das espécies, resultando em diferenças na
composição florística.
10
CAPÍTULO 1
Figura 1.5. Associação de buriti e aninga, formando ilhas aluviais e furos de canais.
Ressacas de Macapá e Santana. Fonte: CPAQ/IEPA.
18%
49%
11%
4%
4%
8%
2%
4%
Anfíbia
Emergente
Emergente ou anfíbia
Epífita
Flutuante fixa
Flutuante livre
Submersa fixa
Submersa livre
Figura 1.6. Percentual das formas biológicas das espécies amostradas nas ressacas de
Macapá e Santana.
As macrófitas aquáticas apresentam uma grande variação nas suas formas e tamanhos Isso
ocorre devido à plasticidade dos seus tecidos, que permitem que se adaptem aos diferentes
níveis d’ água (Packham & Willis, 1997; Keddy, 2000). Certas plantas aquáticas, como as
Utricularias, formam pequenas estruturas pilosas, que têm função de flutuadores, em
disposição de estrela com três, quatro, cinco ou até seis ramificações, que sustentam a
inflorescência e promovem as trocas gasosas (Figura 1.7). Esses aerênquimas das plantas
flutuantes formam um microambiente muito mais rico em oxigênio. Outros gêneros como a
Eichhornia, Echinodorus apresentam aerênquimas no pecíolo; outras espécies, como as
Montrichardia arborescens, nos caules aéreos e subterrâneos facilitando as trocas gasosas
Inventário Florístico das Ressacas das Bacias do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú
11
com o meio. Essas características evidentes das plantas aquáticas apresentam
concordância com Sculthorpe (1985), Esau (1985), Fahn (1990).
Figura 1.7. Estruturas pilosas presente nas Utricularias. Fonte: CPAQ/IEPA.
Dimorfismo é a ocorrência de dois tipos morfológicos, distintos, geneticamente determinados
numa única população, sendo resultado das características apresentadas também pelas
macrófitas aquáticas. Algumas espécies tais como: Cabomba aquática, Eichhornia azurea
(Figura 1.8) apresentam dimorfismo foliar, como estratégias desenvolvidas para facilitar a
colonização de ambientes lênticos ou lóticos, e na produção de nutrientes, quando o solo
apresenta pouco oxigênio e baixa ciclagem de nutrientes.
Figura 1.8. Dimorfismo foliar em Cabomba e Eichornia. Fonte: CPAQ/IEPA.
As plantas aquáticas apresentam uma vantagem adicional sobre as terrestres quanto à
reprodução, pois muitas espécies são r-estrategistas, sendo capazes de produzir um grande
número de propágulos e sementes, e apresentar altas taxas de produtividade primária à
curto prazo, além da reprodução vegetativa (Packham e Willis, 1997; Esteves, 1998).
12
CAPÍTULO 1
Nos ambientes de maior competição, onde a sucessão encontra-se em fase mais avançada,
as espécies de Montrichardia e as Cyperaceae são encontradas como pequenas
populações ou em indivíduos isolados, e a floração é menos freqüente, com conseqüente
predomínio da reprodução vegetativa.
A vegetação das ressacas do estado do Amapá apresenta características essenciais para o
desenvolvimento da dinâmica desse ecossistema, pois fornece a base para cadeia alimentar
deste ambientes aquáticos, proporcionando abrigos, refúgios e alimentos para larvas,
alevinos e adultos de crustáceos, insetos, peixes, anfíbios, aves e pequenos mamíferos,
além de forragem para roedores e ruminantes. Servem também, como bioindicadores da
qualidade da água, apresentando grande interesse econômico para o artesanato, a
ornamentação, a medicina popular e a apicultura (Pio Corrêa, 1931; Silva et al., 1977;
Rodrigues, 1989; Pott & Pott, 2000; Miranda et al., 2001). (Ver Anexo 1.1)
De acordo com o dendograma apresentado na Figura 1.9 pode-se observar maior
similaridade entre as ressacas de Curralinho e Lagoa do Índios, a nível de 80% e estas duas
com a do Curiaú, em torno de 60%. Esse valor é menor em relação a ressaca do Curiaú,
provavelmente em virtude dos impactos causados pela bubalinocultura na área.
A baixa similaridade das ressacas acima citadas com a do Coração, Residencial Laranjeiras,
Balneário do Abel e Igarapé do Arco, a nível de 30%, deve-se aos impactos causados a
estas últimas, como os aterros, lixos, estradas, bubalinocultura, dentre outros.
Figura 1.9. Dendograma de similaridade florística entre as Ressacas Coração (Cora),
Conjunto Residencial das Larenjeiras (Laran), Final da linha “ H” (Lin H), Balneário do Abel
(Abel), Igarapé do Arco (Arco), Curralinho (Curra), Lagoa do Índios (Lagoa) e Curiaú (Curi).
Ressacas de Macapá e Santana.
Inventário Florístico das Ressacas das Bacias do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú
13
1.4. Considerações Finais
A ressaca é um ecossistema energeticamente aberto, dominado por uma vegetação
herbácea, com uma alta riqueza específica, onde constatamos a presença de espécies
exclusivas do período chuvoso e do período seco, além das que ocorrem em ambos os
períodos. Permitindo concluir que esta sazonalidade vegetal está relacionada com a maior
ou menor disponibilidade de água do lençol freático, decorrente das precipitações
pluviométricas, e das marés.
Esses ambientes apresentam uma interface com os ecossistemas adjacentes - florestas de
várzea, terra firme e o cerrado - através de espécies que coabitam os dois sistemas.
Podemos também observar uma descaracterização das ressacas, proveniente dos impactos
antrópicos decorrentes da bubalinocultura, dos aterros, dos lixos e de outras atividades
realizadas pelo homem.
Referências
COSTA, C.S.B. Plantas de Marismas e Terras Alagáveis. In: Os ecossistemas costeiro e
marinho do extremo sul do Brasil. Rio Grande do Sul: Ecoscientia, 1988. p.25-29.
ESAU, K. Anatomia das plantas com sementes. São Paulo: Edgard Blucher, 1990. 293p.
ESTEVES, F.A. Considerations on the ecology of wetlands, with emphasis on brazilian
floodplain ecosystems. In: Scarano F.R. & Franco, A C. (Eds.). Ecophysiological
Strategies of Xerophytic and Amphibious Plants in the Neotropics. p.111-135. 1998.
(Serie Oecologia Brasiliensis, 4)
FAHN, A. Plant anatomy. Oxford: Pergamon Press, 1990. 588p.
FERRAZ, G.C. ; BACON, P.R. Managing the wetlands of Maranhão. In: Impacto ambiental:
a experiência da CVRD. Rio de Janeiro, 1986. p.129-158.
FIDALGO, O. ; BONONI, V.L.R. Técnicas de coleta, preservação e herborização de
material botânico. São Paulo: Instituto de Botânica. 1989. 62p. (Série Documentos).
HOLMGREN, P.K. et al. Index herbariorum. 8.ed. New York : The Herbarium of the World,
1990. 452p.
KOPPERS, B. Aquatic primary production in coastal lagoons. In: KJERFVE, B. (Ed.) Coastal
lagoon processes. Elsevier Oceanography, 1994. p.243-286. (Series, n. 06).
KEDDY, P.A. Wetland ecology principles and conservation. 5.ed. Cambridge: Cambridge
University Press, 2000. 614p.
LOBO, P.C. ; JOLY, C.A. Mecanismo de tolerância à inundação de plantas de Talauma
ovata St. Hill (Magnoliaceae), uma espécie típica de mata de brejo. Revista Brasileira de
Botânica. n.18, p.177-183. 1995.
MACIEL, N.C. Ressaca: ecossistema úmido costeiro do Estado do Amapá. Diagnóstico
preliminar. Propostas de recuperação, preservação e uso sustentado. Macapá: SEMA, 2001.
253p.
MIRANDA, I.P. de A. et al. Frutos de palmeiras da Amazônia. Manaus: MCT / INPA.
2001. 120p.
ODUM, E.P. Ecologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988. 434p.
PACKHAM, J.R. ; WILLIS, A.J. Ecology of dunes, salt marsh and shingle. London:
Chapman & Hall, 1997. 334p.
Pio Corrêa, M. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de
Janeiro: Ministério da Agricultura/ IBDF, 1931. Vol. I, II, III, IV.
14
CAPÍTULO 1
POTT, V.J. ; POTT, A. Plantas aquáticas do pantanal. Brasília: EMBRAPA. 2000. 404p.
RASTETTER, E. B. A Spatially Explicit Model of Vegetation-Habitat Interactions on Barrier
Islands. In: TURNER, M.G. ; GARDNER, R.H. (Eds.). Quantitative Methods in Landscape
Ecology. Ecologycal Studies, Springer-Verlag. 1990. p.353-378. v. 82.
RICHARD, P.W. The tropical rain forest. Cambridge University, 1981. 450p.
RODRIGUES, R. M. A flora da amazônia. Belém: CEJUP, 1989. 462p.
ROTH, P .G. ; SCOTT, D. A. A Avifauna da Baixada Maranhense. In: Impacto ambiental: a
experiência da CVRD. Rio de Janeiro, 1986. p.117-127.
SCULTHORPE, C. D. The biology of aquatic vascular plants. Germany: Scientific Books,
1985. 610p.
SILVA, A. de Q. Aspectos da Ocupação das Áreas Urbanas de Macapá e Santana. In:
WORKSHOP ECOLAB, 5., 2000, Macapá. Resumos... Macapá, 2000. p.49-52.
SILVA, M. F. da et al. Nomes vulgares de plantas amazônicas. Belém: INPA. 1977. 222p.
Inventário Florístico das Ressacas das Bacias do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú
15
Anexo 1.1. Descrição das principais espécies ocorrentes nas ressacas dos municípios
de Macapá e Santana, Amapá.
Aeschynomene sensitiva Sw. (Fabaceae) - Subarbusto anfíbio ou emergente. Perene.
Forrageira. Curralinho.
*LCLT 321
Borreria verticillata (L.) G.F.W. Meyer (Rubiaceae) - Planta herbácea anfíbia, perene.
Apícola. Forrageira. Lagoa dos Índios e Laranjeiras.
*SVCN 727
Cassytha filiformis L. (Lauraceae) - Liana parasita. Uso medicinal. Curralinho.
*SVCN 642
Catasetum sp (Orchidaceae) - Planta epífita, principalmente de Arecaceaes. Ornamental.
Lagoa dos Índios.
*SVCN 667
Cyperus sp (Cyperaceae) - Erva anfíbia, perene. Forrageira. Alimento de pequenas aves.
Uso medicinal, como diurético. Curiaú e Igarapé do Arco.
*SVCN 713
Echynodorus macrophyllus (Kunth) Micheli subsp. scaber (Rataj) Haynes e Holm Nielsen
(Alismataceae) - Erva emergente, perene. Espécie preferida como medicinal, pela folha
grande. Considerado diurético, depurativo (ácido úrico) e levemente laxante, contra artrite,
reumatismo, sífilis, problemas de pele e de fígado, como adstringente, para gargarejo e lavar
úlceras. Contém essência e tanino. Ornamental. Balneário do Abel, Curiaú e Igarapé do
Arco.
*SVCN 735
Eichhornia azurea (Sw.) Kunth (Pontederiaceae) - Erva aquática flutuante fixa, perene,
rizomatosa. As plantas jovens são submersas, com folhas juvenis lineares. Apícola. É
habitat de peixes e crustáceos. Alimento de roedores, como capivara, e de porco.
Forrageira. Os brotos tenros e a flor são comestíveis. Os pecíolos secos são utilizados para
a confecção de tapetes no artesanato; serve também para cordas, cortinas, cadeiras e
traçados. A folha é adstringente e depurativa. Serve para adubo verde. Ornamental.
Curralinho.
*LCLT 311
Eleocharis interstincta (Vahl) Roem e Schult (Cyperaceae) - Erva aquática emergente,
rizomatosa, perene. Forrageira. A semente serve de alimento para aves aquáticas. O
gênero servem para atrair a fauna. Balneário do Abel, Coração, Curiaú, Curralinho, Linha H,
Igarapé do Arco, Lagoa dos Índios, Laranjeiras e Polo Hortifrutigranjeiro.
*LCLT 258
Eleocharis minima Kunth (Cyperaceae) - Erva aquática submersa filamentosa, tornando-se
emergente e anfíbia terrestre a medida que baixam as águas. Forrageira, principalmente de
capivara e cavalo, além de organismos aquáticos. Submersa, é um habitat de larvas de
turvira. Ornamental. Balneário do Abel, Curralinho, Lagoa dos Índios e Laranjeiras.
*SVCN 733
Fuirena umbellata Rottb.( Cyperaceae) - Erva rizomatosa, estolonífera, perene. Forrageira
principalmente para capivara. A semente serve de alimento para aves. Importante ambiente
de ninho de jacaré e abrigo de fauna de lagoas. Uso medicinal. Balneário do Abel.
*LCLT 268
16
CAPÍTULO 1
Hibiscus diversifolium Jacq. (Malvaceae) - Arbusto emergente, perene. Ornamental. A folha
serve de alimento para peixes, e a semente é comida por aves e peixes. Apícola. Fixadora
de margem de rio. Coração, Curiaú, Curralinho, Lagoa dos Índios e Laranjeiras.
*LCLT 295
Hydrolea spinosa L.( Hydrophillaceae) - Erva ou subarbusto aquático, emergente ou anfíbio,
perene. Apícola. Forrageira. Ornamental. Igarapé do Arco.
*SVCN 772
Hyptis atrorubens Poit. (Lamiaceae) - Erva anfíbia ou emergente. Apícola. Forrageira.
Fixadora de sedimentos. Aromática e repelente de insetos. Curralinho e Igarapé do Arco.
*SVCN 655
Ipomoea carnea subsp fistulosa (Mart. ex Choisy) Austin (Convolvulaceae) - Arbusto
aquático emergente e tipicamente anfíbio, perene. Apícola. Tóxica para bovino, alcalóide
alucinógeno que dá sintoma de embriaguez. Considerada medicinal, purgativa e contra
problemas de pele; em forma de banho é usado como relaxante muscular e contra
reumatismo. Ornamental. Coração e Laranjeiras.
*LCLT 340
Ludwigia afinnis(DC.) H. Hara (Onagraceae) - Arbusto emergente ou anfíbio, perene.
Apícola. Forrageira. Aves comem a semente, o que é um mecanismo de disseminação.
Servindo de material para a confecção de ninho. Ornamental, poderia ser empregada na
reposição da mata ciliar, como estágio pioneiro. Igarapé do Arco e Laranjeiras.
*SVCN 774
Mauritia flexuosa Linneus filius (Arecaceae) - Palmeira monopodial, parte deste caule fica
imerso na água por longos períodos. Seu fruto tem polpa de utilização culinária; suas folhas
são utilizadas para cobertura de casas, bem como confecções de cordas. Ornamental.
Balneário do Abel, Coração, Curiaú, Curralinho, Linha H, Igarapé do Arco, Lagoa dos Índios,
Laranjeiras e Polo Hortifrutigranjeiro.
Mauritiella armata (Martius) Burret(Arecaceae) - Palmeira multicaule. Encontra-se,
geralmente associado com buriti. Sua polpa tem utilização culinária. Ornamental para
paisagismo. Balneário do Abel, Coração, Curiaú, Curralinho, Linha H, Igarapé do Arco,
Lagoa dos Índios, Laranjeiras e Polo Hortifrutigranjeiro.
Mayaca fluviatis Aubl. (Mayacaceae) - Erva aquatica submersa ou terrestre, podendo ser
flutuante, perene. Há populações com flor branca, o que é considerado normal na espécie
Ornamental. Curiaú.
*SVCN 738
Montrichardia arborescens (L.) Schott (Araceae) - Anfíbia, ereta, que pode chegar a 2 m de
altura. Tem valor medicinal, como expectorante e cicatrizante. Servem de alimento e refúgio
de peixes, répteis e mamíferos. Ornamental. Balneário do Abel, Coração, Curiaú, Curralinho,
Linha H, Igarapé do Arco, Lagoa dos Índios, Laranjeiras e Polo Hortifrutigranjeiro.
Nymphaea rudgeana G. Mey (Nymphaeaceae) - Erva aquática flutuante fixa, perene.
Forrageira. A flor e a semente de alimento para peixes. Abrigo de fauna aquática,
ondepequenos animais aquáticos desovam na folha. Ornamental. Medicinal, folha é
cicatrizante de feridas e úlceras; o suco da raiz é usado em banho, cataplasma e emplasto
para hemorróidas, gonorréia e ferimentos. Contêm alcalóides com efeito anticoangulante. O
rizoma contem tanino, glicosema, resina, metarabina, amido, legumina e celulose. A flor
contem óleo essencial para a perfumaria. Curralinho e Lagoa dos Índios.
*LCLT 316
Panicum laxum Sw.( Poaceae) - Erva emergente. Forrageira. A semente é comida por aves.
Potencial ornamental. Curiaú, Igarapé do Arco, Lagoa dos Índios e Laranjeiras.
*SVCN 716
Inventário Florístico das Ressacas das Bacias do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú
17
Phyllanthus sp (Euphorbiaceae) - Erva aquática emergente, ereta. Forrageira. Consumida
junto com gramíneas por insetos e crustáceos. Lagoa dos Índios.
*SVCN 666
Polygonum acre H.B.K. (Polygonaceae) - Erva anfíbia ou emergente. Apícola. Tóxica para
peixes. Ornamental. Uso medicinal. Lagoa dos Índios.
*SVCN 669
Rhynchospara velutina (Kunth) Bockeler (Cyperaceae) - Erva anfíbia, perene. Forrageira
eventual. A semente serve de alimento para algumas aves. Curiaú.
*SVCN 768
Sagittaria rhombifolia Cham.( Alismataceae) - Erva aquática emergente, rizomatosa, perene.
Apícola, forrageira de capivara, cavalo, gado. Os frutos são comidos por aves aquáticas e
peixes. Ornamental. A raiz tem muito tanino, serve para tingir tecido. Folha medicinal, para
hérnia de umbigo (emplasto, pó, banho e cataplasma), inflamação de testículos (banho), e
picada de cobra (pasta de folha fresca). Nos EUA, são usadas em atividades contra
tumores. Coração, Curralinho, Igarapé do Arco e Lagoa dos Índios.
*LCLT 345
Salvinia auriculata Aubl. (Salviniaceae) - Erva aquática flutuante livre, anual ou perene. Útil
para purificação e oxigenação da água, mas sua decomposição diminui o oxigênio. Usada
para desova e abrigo de larvas de peixes, alevinos e ninho de bolhas de peixes, além de
servir de habitat para organismos aquáticos, inclusive de camuflagem. Forrageira de
capivara, insetos, caramujos, aves e peixes. Serve para biofertilizante e cobertura morta em
horta e pomar. Ornamental. Igarapé do Arco.
Scleria microcarpa Nees (Cyperaceae) - Erva emergente, folhas de bordos cortantes.
Forrageira. Alimento para animais pequenos. Semente é comida por aves. Curralinho.
*SVCN 757
Thalia geniculata L. (Marantaceae) - Erva aquática emergente, ou anfíbia, perene,
rizomatosa. Forrageira de capivara, cavalo, insetos e, eventualmente, de bovino e peixe.
Rizoma considerado cicatrizante de feridas externas. Apícola. O caule e o pecíolo tem fibras
que servem para artesanato. Balneário do Abel, Coração, Curiaú, Curralinho, Linha H,
Igarapé do Arco, Lagoa dos Índios, Laranjeiras e Polo Hortifrutigranjeiro.
*LCLT 338
Utricularia breviscapa Wrigth (Lentibulariaceae) - Erva submersa livre. Reconhece-se
através da estruturas pilosa, flutuadoras, em disposição de estrela, que sustentam a
inflorescência, e pelas ramificações divididas em tres. Ornamental. Coração e Curiaú.
*LCLT 343
Utricularia foliosa L. (Lentibulariaceae) - Erva submersa livre ou submersa-flutuante ou
flutuante com estolhos robustos; morfologia muito variável; folhas jovens gelatinosas,
envolta por muco protetor; eixo floral fora d’água. Serve de alimento para peixes e aves
aquáticas. Abrigos de peixes e invertebrados aquáticos. Ornamental. Coração, Curiaú,
Curralinho e Lagoa dos Índios.
*LCLT 344
Utricularia myriocysta St-Hill D. Girard (Lentibulariaceae) - Erva submersa livre,
provavelmente perene; planta levemente rosada, pilosa; pedúnculo floral levemente
engrossado até a metade. Ornamental. Curiaú, Curralinho, Linha H e Lagoa dos Índios.
*LCLT 309
Xyris Caroliniana Walt (Xyridaceae) - Erva emergente ou anfíbia, bulbosa, perene, ereta.
Forrageira muito comida por capivara e cavalo. A raiz e a folha são usadas para doenças de
pele. Ornamental .Curralinho.
*SVCN 646
18
CAPÍTULO 1
Zornia latifolia Sm.(Fabaceae) - Erva anfíbia ou emergente. Forrageira. Balneário do Abel e
Lagoa dos Índios.
*LCLT 332
* Correspondente ao coletor e número de coleta, respectivamente.
SVCN – Salustiano Vilar da Costa Neto.
LCLT – Luciedi de Cássia Leôncio Tostes.
Inventário Florístico das Ressacas das Bacias do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú
19
Anexo 1.2. Época de floração e/ou frutificação das espécies ocorrentes nos município
de Macapá e Santana, Amapá.
ESPÉCIES
Aeschynomene sensitiva Sw.
Andropogon bicornis L.
Bacopa solemani Benth
Borreria sp
Borreria verticillata (L.) G.F.W. Meyer
Buchnera palustris Spreng
Byttneria scabra L.
Cabomba aquatica Aubl
Cabomba caroliniana var flavida Oogaad
Cabomba furcata Schult e Slchult. F.
Cabomba sp
Cassytha filiformis L.
Catasetum sp
Centrosema brasilianum (L.) Benth
Chamaecrista diphylla (L.) Greene
Cissus erosa Rich.
Clitoria glycinoides D.C.
Clitoria sp
Coix lagrima Jobi L.
Costus sp
Cyperus comosus (Kunth) Poir
Cyperus cubensis Poett et R.
Cyperus haspan L.
Cyperus ligularis L.
Cyperus luzulae (L.) Rottb. ex Retz
Cyperus sp
Dichromena sp
Dioclea guianensis Benth
Diodia kuntzei K. Schum.
Diodia sp 1
Diodia sp 2
Eclipta sp
Eichhornia azurea (Sw.) Kunth
Eichhornia diversifolia (Vahl) Urb.
Eleocharis interstincta (Val) Roem e Schult
Eleocharis minima Kunth
Eleocharis mutata (L) Roem e Schult
Eleocharis sp 1
Eleocharis sp 2
Eleocharis sp 3
Eriosema simplicifolium (Kunth) Walp.
Ficus catappaefolia Kunth et Barch
Fimbristylis annua (All.) Roem. e Schult.
Fuirena umbellata Rottb.
Habenaria sp
Heliconia bihai L.
Heliconia psittacorum L. f.
Hibiscus diversifolium Jacq.
Hidrolea spinosa L.
Janeiro
Abril
Junho
X
Agosto Novembro
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
20
CAPÍTULO 1
ESPÉCIES
Hymenachne amplexicaulis (Rudge) Nees
Hyptis atrorubens Poit.
Indigonera sp
Inga sp
Ipomoea asarifolia (Ders.) Roem e Schult.
Ipomoea carnea subsp firtulosa (Mart. ex Choisy)
Austin
Ipomoea sp
Justicia sp
Lemna sp
Ludwigia affins (DC.) H. Hara
Ludwigia nervosa (Poir.) Hara
Ludwigia sp 1
Ludwigia sp 2
Ludwigia sp 3
Ludwigia sp 4
Macrolobium multijugum (DC.) Benth
Mauritia flexuosa Linneus filius
Mauritiella armata (Martius) Burret
Mayaca fluviatis Aubl.
Mayaca longipes Mart. ex Seub
Melochia arenosa Benth
Mikania cordifolia Willd.
Mimosa paludosa Benth
Mimosa pudica L.
Montrichardia arborescenes Schott.
Mormodica sp
Nymphaea amazonum Mart. e Zucc.
Nymphaea gardineriana Planch
Nymphaea rudgeana G. Mey
Nymphaea sp
Nymphoides indica (L.) Kuntze
Oryza glumaepatula Steud.
Ouratea sp
Oxycaryum cubense (Popp. E Kunth) Lye
Panicum laxum Sw.
Panicum mertensii Roth
Panicum polycomum Trin.
Panicum sp 1
Panicum sp 2
Panicum sp 3
Panicum sp 4
Paspalum sp 1
Paspalum sp 2
Paspalum virgatum L.
Perama sp.
Phyllanthus sp
Piriqueta cistoides (L.) Griseb
Polygala variabilis H. B. K.
Polygonium acre H.B.K.
Polygonum acuminatum H. B. K.
Pontederia parviflora Alexander
Psittacanthus sp
Janeiro
Abril
Junho
Agosto Novembro
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Inventário Florístico das Ressacas das Bacias do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú
ESPÉCIES
Psychotria poeppigiana Müll. Arq.
Rhabdadenia pohlii Muell. Arg.
Rhynchanthera serrulata (Rich.) DC.
Rhynchospara velutina (Kunth) Bockeler
Rhynchospora halochenoides (L.C.Rich.) Herter
Sagittaria rhombifolia Cham.
Salvinia auriculata Aubl.
Scleria microcarpa Ness
Scleria sp
Sebastiana sp
Senna reticulata (Willd.) H. S. Irwin e Barneby
Spermacoce exilis (L.O. Wiliams) C.D Adams
Syngonanthus caulescens (Poir) Ruhl
Thalia geniculata L.
Urospatha sp
Utricularia breviscapa Wright
Utricularia foliosa L.
Utricularia gibba L.
Utricularia hydrocarpa Vahl
Utricularia myriocysta St-Hill D. Girard
Utricularia sp
Vigna sp
Wulffia bacatta (L.) Kuntze
Xyris caroliniana Walter
Zornia latifolia Sm.
Florescem e frutificam o ano todo.
Florescem e frutificam no período chuvoso.
Florescem e frutificam no período seco.
Janeiro
Abril
Junho
Agosto Novembro
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
21
X
22
CAPÍTULO 1