capítulo 1
Transcrição
capítulo 1
DIAGNÓSTICO DAS RESSACAS DO ESTADO DO AMAPÁ: BACIAS DO IGARAPÉ DA FORTALEZA E RIO CURIAÚ Costa Neto, S.V. ; Tostes, L.C.L. ; Thomaz, D.O. Inventário Florístico das Ressacas das Bacias do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú. In: Takiyama, L.R. ; Silva, A.Q. da (orgs.). Diagnóstico das Ressacas do Estado do Amapá: Bacias do Igarapé da Fortaleza e Rio Curiaú, Macapá-AP, CPAQ/IEPA e DGEO/SEMA, 2003, p.1-22. CAPÍTULO 1 Inventário Florístico das Ressacas das Bacias do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú Débora de Oliveira Thomaz Salustiano Vilar da Costa Neto Luciedi de Cássia Leôncio Tostes Resumo As áreas periodicamente inundáveis têm sido descritas como sistemas de alta produtividade, principalmente quando associados a sistemas estuarinos e águas costeiras. Denominadas regionalmente de “ressacas”, estes ecossistemas são típicas da zona costeira do Estado do Amapá são protegidas pela Lei Estadual Nº 455/99. O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento florístico da vegetação através de Avaliação Ecológica Rápida (ERA), visando o fornecer elementos para elaboração de um plano de conservação e ocupação destas áreas úmidas. Foram efetuadas coletadas trimestrais, nos municípios de Macapá e Santana, nas áreas de ressacas do Balneário do Abel, Escola Agrícola do Coração, Curiaú, Curralinho, Final da linha H (km 9), Igarapé do Arco, Lagoa dos Índios, Conjunto Residencial das Laranjeiras e Pólo Hortifrutigranjeiro, entre os meses de novembro de 2001 e agosto de 2002. As plantas aquáticas foram classificadas em sete formas biológicas: anfíbia, emergente, flutuante fixa, flutuante livre, submersa fixa, submersa livre e epífita. O material encontra-se depositado no herbário HAMAB (Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá - IEPA). Foram identificados 45 famílias, 88 gêneros e 129 espécies. A família com maior riqueza foi a Cyperaceae, com 20 espécies, seguida da família Poaceae com 16, Fabaceae com 10 e Rubiaceae 7. As espécies dominantes foram: Eleocharis intesticta (Vahl) Roem. e Schult (piripiri), Thalia geniculata L. (sororoca), Sagittaria rhombifolia Cham. (chapéu-de-couro), Montrichardia arborescens Schott. (aninga) e Mauritia flexuosa L. f. (buriti). As formas biológicas mais freqüentes, com 78% de freqüência, foram as anfíbias e/ou emergentes, caracterizando um ambiente marcado por uma sazonalidade bem definida. 2 CAPÍTULO 1 1.1. Introdução As ressacas são áreas desenvolvidas em costa de baixa energia, com substrato que inclui areia, silte, argila e turfa, abaixo do nível do mar e do rio Amazonas, resultados da flutuação do mar e ação das correntes marinhas durante os últimos 100 anos e colmatados pelos sedimentos aluviais do rio Amazonas. São ecossistemas com alta produtividade, com valores médios entorno de 280g C/m2/ano (Koppers 1994), principalmente quando associados a estuários e águas costeiras (Odum 1988). Essas áreas no estado do Amapá, são influenciadas pelo regime hídrico das marés e pela sazonalidade das chuvas, sendo ainda dominadas pela vegetação composta por Poaceae, Cyperaceae, Arecaceae, com ênfase aos buritizais e as florestas de várzea ao longo dos cursos d’água (Silva 2000). É das ressacas que a população peri-urbana, tira seu alimento como a pesca e agricultura, ou até mesmo a caça. Além de serem corredores naturais de vento que amenizam o desconforto térmico e influenciam no micro clima da cidade, se constituem em bacias naturais de acumulação hídrica para onde se destinam as drenagens pluviais, servindo no controle das inundações e comportam-se como reservatórios naturais (Maciel, 2000). Esses ecossistemas possuem grande beleza cênica e harmonia paisagística, e conservam a biodiversidade com a ajuda das drenagens das águas por seus canais; possuem propensões econômicas viáveis à atividades de ecoturismo e lazer, com a complementação de técnicas ecologicamente corretas para a agricultura ou cultivo de hortaliças e plantas medicinais em seu entorno (Costa, 1988). Sendo assim, mostra–se de muita importância um estudo mais detalhado dessas áreas, para aprofundar os conhecimentos sobre sua flora, bem como suas espécies endêmicas e suas funções biológicas, constituindo uma fonte imprescindível de informações para ações de manejo e conservação. O objetivo principal deste trabalho foi o de caracterizar, classificar e descrever a vegetação das ressacas através de inventário florístico. 1.2. Metodologia 1.2.1. Área de Estudo A área de abrangência do projeto localiza-se nas zonas urbanas e entornos das cidades de Macapá e Santana, compreendendo as bacias do igarapé da Fortaleza e do rio Curiaú. O acesso a estas áreas pode ser feito por via fluvial, pelos igarapés da Fortaleza e rio Curiaú, e por via terrestre pelas rodovias AP-010 e 070 que ligam as cidades de Macapá, Santana e a Área de Proteção Ambiental do Rio Curiaú (Figura 1.1). 1.2.2. Florística Foram realizadas coletas trimestrais nos períodos de agosto de 2001 a setembro de 2002, nas ressacas do Balneário do Abel, Escola Agrícola do Coração, Curiaú, Curralinho, Final da linha H (km 9), Igarapé do Arco, Lagoa dos Índios, Conjunto Residencial das Laranjeiras e Polo Hortifrutigranjeiro (Figura 1.2). As coletas obedeceram a metodologia convencional, ou seja, cada amostra é composta de um ou mais ramo(s) florido(s), acompanhado ou não de amostra de madeira e herborizada segundo as técnicas habituais (Fidalgo & Bononi, 1984). No laboratório foi realizada a rotina de prensagem, secagem, montagem, até a incorporação ao herbário. Inventário Florístico das Ressacas das Bacias do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú 3 Para a identificação das espécies foram utilizadas chaves taxonômicas e comparação com o material que se encontra depositado no acervo do Herbário Amapaense (HAMAB). Após procedidas estas etapas, o material botânico foi incorporado ao Herbário HAMAB, utilizando a sigla designativa de acordo com o Índex Herbariorum (Holmgren, et al., 1990). Figura 1.1. Áreas de ressaca dos Municípios de Macapá e Santana. Fonte: CPAQ/IEPA. 4 CAPÍTULO 1 Locais de Coleta Figura 1.2. Mapa de localização dos pontos de coleta. Ressacas de Macapá e Santana. Fonte: CPAQ/IEPA. Inventário Florístico das Ressacas das Bacias do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú 5 A classificação das formas biológicas obedeceu a descrição de Pott & Pott (2000) (Figura 1.3). 1) Anfíbia ou semi-aquática: capaz de viver bem tanto em área alagada como fora da água, geralmente modificando a morfologia da fase aquática para a terrestre quando baixam as águas. 2) Emergente: enraizada no fundo, parcialmente submersa e parcialmente fora d’ água. 3) Flutuante fixa: enraizada no fundo, com caules e/ou ramos e/ou folhas flutuantes. 4) Flutuante livre: não enraizada no fundo, podendo ser levada pela correnteza, pelo vento ou até por animais. 5) Submersa fixa: enraizada no fundo, caule e folhas submersos, geralmente saindo somente a flor para fora d’ água. 6) Submersa livre: não enraizada no fundo, totalmente submersa, geralmente emergindo somente as flores. 7) Epífita: que se instala sobre outras plantas aquáticas. Figura 1.3. Formas Biológicas, segundo a classificação de Pott & Pott, 2000. 1.2.3. Similaridade Florística Foram feitas comparações entre as espécies das ressacas de Macapá e Santana, por meio estatístico de ordenação das populações específicas e comunidades. Para isto utilizou-se o índice de Sφrensen (Odum 1988), obtido através da fórmula: S = 2C / A + B Onde: A = número de espécies da amostra A B = número de espécies da amostra B C = número de espécies comuns em ambas as amostras. Para confecção das matrizes de similaridade e dendograma, foi utilizado o programa FITOPAC, desenvolvido pelo Prof. Dr. George John Shepherd, do Instituto de Biologia da UNICAMP-SP. 6 CAPÍTULO 1 1.3. Resultados e Discussão Foram identificados 45 famílias, 88 gêneros e 129 espécies (Tabela 1.1). A família de maior riqueza foi a Cyperaceae, com 9 gêneros e 20 espécies, seguida da família Poaceae, com 9 gêneros e 16 espécies; Fabaceae, com 9 gêneros e 10 espécies; Rubiaceae, com 5 gêneros e 7 espécies; Lentibulariaceae e Onagraceae, com 1 gênero e 5 espécies (Figura 1.4). As espécies dominantes foram: Eleocharis intesticta (Vahl) Roem. e Schult (piripiri), Thalia geniculata L. (sororoca), Sagittaria rhombifolia Cham. (chapéu-de-couro), Montrichardia arborescens Schott. (aninga) e Mauritia flexuosa L. f. (buriti), sendo que as duas últimas espécies formam populações isoladas no entorno das ressacas. As aningas são formadoras de ilhas aluviais e furos de canais que são responsáveis pela filtração das águas dos estuários amazônicos (Figura 1.5). As macrófitas aquáticas somam 4% epífitas, 6% flutuantes, 11% emergentes ou anfíbias, 12% submersas, 18% somente emergentes e 49% somente anfíbias, sendo que estas últimas se localizam em ecótonos e, portanto têm adaptações tanto para o meio ambiente aquático quanto para o terrestre (Figura 1.6). As espécies flutuantes e submersas normalmente estão localizadas nos canais ou em suas margens, onde a profundidade é maior e nunca secam no período de verão, e dentre estas, podemos citar as Utricularias, Pontederias e Cabombas. As emergentes localizam-se em áreas mais altas, em solos alagáveis ou raramente seco, assim como as anfíbias. Estas últimas, muitas vezes são representadas por espécies de transição do cerrado (tais como Polygala variabilis, Piriqueta cistoides, Rhynchantera serrulata e Chamaecrista diphylla), da várzea (tais como Macrolobium multijugum, Heliconia bihai e Inga sp), e da terra firme (tais como Ficus catappaefolia e Ouratea sp). Tabela 1.1. Listagem das famílias e espécies das ressacas de Macapá e Santana, com suas respectivas formas biológicas e ocorrência. FAMÍLIAS Acanthaceae Alismataceae Alismataceae Apocynacaea Araceae Araceae Arecaceae Arecaceae Asclepiedaceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Cabombaceae Cabombaceae Cabombaceae Cabombaceae Cesalpinaceae Cesalpinaceae Cesalpinaceae Convolvulaceae Convolvulaceae Convolvulaceae ESPÉCIES Justicia sp Echinodorus macrophyllus (Kunth) Micheli subsp. scaber (Rataj) Haynes e Holm-Nielsen Sagittaria rhombifolia Cham. Rhabdadenia pohlii Muell. Arg. Urospatha sp Montrichardia arborescenes Schott. Mauritia flexuosa Linneus filius Mauritiella armata (Martius) Burret Indet Wulffia bacatta (L.) Kuntz Eclipta sp Mikania cordifolia (L. f) Willd. Cabomba aquatica Aubl Cabomba furcata Schult e Schult. f. Cabomba caroliniana var flavida Oogaad Cabomba sp indet. Macrolobium multijugum (DC.) Benth Senna reticulata (Willd.) H. S. Irwin e Barneby Ipomoea carne subsp fistulosa (Mart. ex Choisy) Austin Ipomoea sp Ipomoea asarifolia (Ders.) Roem e Schult. FORMAS BIOLÓGICAS Anfíbia Emergente Emergente Emergente Emergente Emergente Anfíbia Anfíbia Anfíbia Anfíbia Anfíbia Anfíbia Submersa fixa Submersa fixa Submersa fixa Submersa fixa Emergente Emergente Anfíbia Emergente Anfíbia Anfíbia LOCAIS DE OCORRÊNCIA* 7 1,3,6 2,4,6,7 1 5,9 1,2,3,4,5,6,7,8,9 1,2,3,4,5,6,7,8,9 1,2,3,4,5,6,7,8,9 4,7 2 8 8 3,4,7 3,7 3,7 2 3 3 1 2,8 3,7 1,6,7 Inventário Florístico das Ressacas das Bacias do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú FAMÍLIAS ESPÉCIES Costaceae Curcubitaceae Cyperaceae Cyperaceae Cyperaceae Costus sp Mormodica sp Cyperus comosus (Kunth) Poir Cyperus cubensis Poett et R. Cyperus haspan L. Cyperaceae Cyperus ligularis L. Cyperaceae Cyperus luzulae (L.) Rottb. ex Retz Cyperaceae Cyperaceae Cyperaceae Cyperus sp Dichromena sp Eleocharis interstincta (Vahl) Roem. E Schult. Cyperaceae Eleocharis minima Kunth Cyperaceae Eleocharis sp 1 Cyperaceae Eleocharis sp 2 Cyperaceae Cyperaceae Cyperaceae Cyperaceae Cyperaceae Cyperaceae Cyperaceae Cyperaceae Eriocaulaceae Euphorbiaceae Eleocharis sp 3 Fimbristylis annua (All.) Roem. e Schult. Fuirena umbellata Rottb Indet Oxycaryum cubense (Popp. E Kunth) Lye Rhynchospora halochenoides (L. C. Rich.) Herter Rhynchospora velutina (Kunth.) Boeck. Scleria microcarpa Nees. Scleria sp Syngonanthus caulescens (Poir) Ruhl Croton trinitatis Millsp. Euphorbiaceae Phyllanthus sp Euphorbiaceae Sebastiana sp Euphorbiaceae Indet Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Heliconiaceae Heliconiaceae Aeschinomene sensitiva Sw. Centrosema brasilianum (L.) Benth Chamaecrista diphylla (L.) Greene Clitoria glycinoides D.C. Clitoria sp. Dioclea guianensis Benth Eriosema simplicifolium (Kunth) Walp. Indigonera sp Vigna sp Zornia latifolia Sm. Heliconia bihai L. Heliconia psittacorum L. f. Hydrophylaceae Hydrolea spinosa L. Lamiaceae Hyptis atrorubens Poit Lauraceae Lemnaceae Lentibulareaceae Lentibulariaceae Lentibulariaceae Lentibulariaceae Cassytha filiformis L. Lemna sp Utricularia foliosa L. Utricularia breviscapa Wright Utricularia myriocysta St.Hill & Girard Utricularia gibba L. Cyperaceae FORMAS BIOLÓGICAS Anfíbia Epífita Anfíbia Anfíbia Anfíbia Emergente ou anfíbia Emergente ou anfíbia Anfíbia Anfíbia Emergente Submersa fixa ou emergente Anfíbia Submersa fixa ou emergente Submersa fixa Anfíbia Emergente Anfíbia Emergente Emergente Anfíbia Emergente Emergente Anfíbia Anfíbia Emergente ou anfíbia Emergente ou anfíbia Emergente ou anfíbia Anfíbia Anfíbia Anfíbia Anfíbia Anfíbia Anfíbia Anfíbia Anfíbia Anfíbia Anfíbia Anfíbia Anfíbia Emergente ou anfíbio Emergente ou anfíbio Epífita Flutuante livre Submersa livre Submersa livre Submersa livre Submersa livre 7 LOCAIS DE OCORRÊNCIA* 1 1,7 8 4,7 4,6,7 8 1,4,7 3,6 3,4 1,2,3,4,5,6,7,8,9 1,4,7,8 1,7 3,4 4,7 1,4,6,7 1 3,4 1,6 6 3 4 3,7 2,4,7 4,7 7 6 8 4 1 6,7 2,6 4,7 1,6,7 1 4 7 1,7 2,7,8 8 6 4,6 4 8 2,3,4,7 2,3 3,4,5,7 4,7 8 CAPÍTULO 1 FAMÍLIAS ESPÉCIES Lentibulariaceae Loranthaceae Malvaceae Maranthaceae Mayacaceae Mayacaceae Melastomataceae Menyanthaceae Mimosaceae Utricularia sp Psittacanthus sp Hibiscus diversifolium Jacq. Thalia geniculata L. Mayaca fluviatis Aubl. Mayaca longipes Mart. ex Seub. Rhynchantera serrulata (Rich.) DC. Nymphoides indica (L.) Kuntze Mimosa paludosa Benth Mimosaceae Inga sp Mimosaceae Moraceae Nymphaeaceae Nymphaeaceae Ochnaceae Mimosa pudica L. Ficus catappaefolia Kunth et Barch Nymphaea gardneriana Planch Nymphaea rudgeana G. Mey. Ouratea sp Onagraceae Ludwigia affinis (DC.) H. Hara Onagraceae Ludwigia sp 1 Onagraceae Onagraceae Onagraceae Orchidaceae Orchidaceae Poaceae Poaceae Ludwigia sp 2 Ludwigia sp 3 Ludwigia sp 4 Catasetum sp Habenaria sp Andropogon bicornis L. Coix lagrima-jobi L. Poaceae Leersia hexandra Sw. Poaceae Poaceae Poaceae Poaceae Poaceae Poaceae Poaceae Poaceae Oryza glumaepatula Steud. Panicum laxum Sw. Panicum mertensii Roth Panicum sp 1 Panicum sp 2 Panicum sp 3 Panicum sp 4 Paspalum sp 1 Poaceae Paspalum sp 2 Poaceae Poaceae Poaceae Poaceae Polygalaceae Paspalum virgatum L. Indet 1 Indet 2 Hymenachne amplexicaulis (Rudge) Nees Polygala variabilis H. B. K. Polygonaceae Polygonum acre Lam. Polygonaceae Pontederiaceae Pontederiaceae Pontederiaceae Pontederiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Polygonum acuminatum H. B. K. Eichhornia azurea (Sw.) Kunth Eichhornia diversifolia (Vahl) Urb. Pontederia sp Indet Borreria sp Borreria verticillata (L.) G. Mey Diodia sp 1 Diodia sp 2 FORMAS BIOLÓGICAS Submersa livre Epífita Emergente Emergente Submersa fixa Submersa fixa Anfíbia Flutuante fixa Anfíbia Emergente ou anfíbio Anfíbia Emergente Flutuante fixa Flutuante fixa Emergente Emergente ou anfíbio Emergente ou anfíbio Anfíbia Anfíbia Anfíbia Epífita Epífita Anfíbia Anfíbia Emergente ou anfíbia Emergente Emergente Emergente Anfíbia Anfíbia Anfíbia Anfíbia Anfíbia Emergente ou anfíbia Anfíbia Anfíbia Anfíbia Emergente Anfíbia Emergente ou anfíbia Emergente Flutuante fixa Flutuante fixa Flutuante fixa Flutuante fixa Anfíbia Anfíbia Anfíbia Anfíbia LOCAIS DE OCORRÊNCIA* 7 7 2,3,4,7,8 1,2,3,4,5,6,7,8,9 3 5,7 3,4,7 3,4,7 4 7 2,8 3 4 4,7 4,7 6,8 8 6 3,7 3,4,7 7 3 4,8 8 7 2,4,8 3,6,7,8 1 3,5,7,8 7 4 4 3 4 8 4,7 4 3 4 7 3,4 7 3,7 7 3 4 7,8 7 3 Inventário Florístico das Ressacas das Bacias do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú FAMÍLIAS FORMAS BIOLÓGICAS Anfíbia Emergente ou anfíbia Anfíbia Flutuante livre Anfíbia Submersa fixa ou emergente Anfíbia Emergente Anfíbia Emergente Emergente ou anfíbia ESPÉCIES Rubiaceae Psychotria poeppigiana Müll. Arq. Rubiaceae Spermacoce exilis (L. O. Wiliams) C. D. Adams Rubiaceae Salviniaceae Scrophulariaceae Perama sp. Salvinia auriculata Aubl. Buchnera palustris Spreng Scrophulariaceae Bacopa solemani Benth Sterculiaceae Sterculiaceae Turneraceae Vitaceae Byttneria scabra L. Melochia arenosa Benth Piriqueta cistoides (L.) Griseb Cissus erosa Rich Xyridaceae Xyris caroliniana Walter 9 LOCAIS DE OCORRÊNCIA* 2,4 1 6 6 4 5,6 4 4,7 7 1,6 4 *Locais de Ocorrência: 1- Balneário do Abel; 2- Escola Agrícola do Coração; 3- Curiaú; 4-Curralinho; 5- Final da linha H (Km 9); 6- Igarapé do Arco; 7- Lagoa dos Índios; 8- Laranjeiras (Santana) e 9- Polo Hortifrutigranjeiro. 22 Famílias 10 Famílias 4 Famílias Famílias 3 Famílias Lentibulariaceae Onagraceae Rubiaceae Fabaceae Poaceae Cyperaceae 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 Nº de Espécies Figura 1.4. Famílias amostradas de acordo com o número de espécies. Ressacas de Macapá e Santana. O clima, as marés, os sedimentos do rio Amazonas e os depósitos de matéria orgânica são fatores que influenciam nas respostas morfológicas, anatômicas e fisiológicas, e que dificultam a compreensão sobre as estratégias adaptativas realizadas por essas espécies. Uma das principais funções destas modificações adaptativas parece estar relacionada com estresse decorrente da saturação hídrica do solo, que tem caráter seletivo, limitando as trocas gasosas do solo com a atmosfera e consumindo rapidamente o oxigênio presente na água, através da decomposição da matéria orgânica pelos microorganismos. Segundo Lobo e Joly (1995), isto afeta a distribuição espacial das espécies, resultando em diferenças na composição florística. 10 CAPÍTULO 1 Figura 1.5. Associação de buriti e aninga, formando ilhas aluviais e furos de canais. Ressacas de Macapá e Santana. Fonte: CPAQ/IEPA. 18% 49% 11% 4% 4% 8% 2% 4% Anfíbia Emergente Emergente ou anfíbia Epífita Flutuante fixa Flutuante livre Submersa fixa Submersa livre Figura 1.6. Percentual das formas biológicas das espécies amostradas nas ressacas de Macapá e Santana. As macrófitas aquáticas apresentam uma grande variação nas suas formas e tamanhos Isso ocorre devido à plasticidade dos seus tecidos, que permitem que se adaptem aos diferentes níveis d’ água (Packham & Willis, 1997; Keddy, 2000). Certas plantas aquáticas, como as Utricularias, formam pequenas estruturas pilosas, que têm função de flutuadores, em disposição de estrela com três, quatro, cinco ou até seis ramificações, que sustentam a inflorescência e promovem as trocas gasosas (Figura 1.7). Esses aerênquimas das plantas flutuantes formam um microambiente muito mais rico em oxigênio. Outros gêneros como a Eichhornia, Echinodorus apresentam aerênquimas no pecíolo; outras espécies, como as Montrichardia arborescens, nos caules aéreos e subterrâneos facilitando as trocas gasosas Inventário Florístico das Ressacas das Bacias do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú 11 com o meio. Essas características evidentes das plantas aquáticas apresentam concordância com Sculthorpe (1985), Esau (1985), Fahn (1990). Figura 1.7. Estruturas pilosas presente nas Utricularias. Fonte: CPAQ/IEPA. Dimorfismo é a ocorrência de dois tipos morfológicos, distintos, geneticamente determinados numa única população, sendo resultado das características apresentadas também pelas macrófitas aquáticas. Algumas espécies tais como: Cabomba aquática, Eichhornia azurea (Figura 1.8) apresentam dimorfismo foliar, como estratégias desenvolvidas para facilitar a colonização de ambientes lênticos ou lóticos, e na produção de nutrientes, quando o solo apresenta pouco oxigênio e baixa ciclagem de nutrientes. Figura 1.8. Dimorfismo foliar em Cabomba e Eichornia. Fonte: CPAQ/IEPA. As plantas aquáticas apresentam uma vantagem adicional sobre as terrestres quanto à reprodução, pois muitas espécies são r-estrategistas, sendo capazes de produzir um grande número de propágulos e sementes, e apresentar altas taxas de produtividade primária à curto prazo, além da reprodução vegetativa (Packham e Willis, 1997; Esteves, 1998). 12 CAPÍTULO 1 Nos ambientes de maior competição, onde a sucessão encontra-se em fase mais avançada, as espécies de Montrichardia e as Cyperaceae são encontradas como pequenas populações ou em indivíduos isolados, e a floração é menos freqüente, com conseqüente predomínio da reprodução vegetativa. A vegetação das ressacas do estado do Amapá apresenta características essenciais para o desenvolvimento da dinâmica desse ecossistema, pois fornece a base para cadeia alimentar deste ambientes aquáticos, proporcionando abrigos, refúgios e alimentos para larvas, alevinos e adultos de crustáceos, insetos, peixes, anfíbios, aves e pequenos mamíferos, além de forragem para roedores e ruminantes. Servem também, como bioindicadores da qualidade da água, apresentando grande interesse econômico para o artesanato, a ornamentação, a medicina popular e a apicultura (Pio Corrêa, 1931; Silva et al., 1977; Rodrigues, 1989; Pott & Pott, 2000; Miranda et al., 2001). (Ver Anexo 1.1) De acordo com o dendograma apresentado na Figura 1.9 pode-se observar maior similaridade entre as ressacas de Curralinho e Lagoa do Índios, a nível de 80% e estas duas com a do Curiaú, em torno de 60%. Esse valor é menor em relação a ressaca do Curiaú, provavelmente em virtude dos impactos causados pela bubalinocultura na área. A baixa similaridade das ressacas acima citadas com a do Coração, Residencial Laranjeiras, Balneário do Abel e Igarapé do Arco, a nível de 30%, deve-se aos impactos causados a estas últimas, como os aterros, lixos, estradas, bubalinocultura, dentre outros. Figura 1.9. Dendograma de similaridade florística entre as Ressacas Coração (Cora), Conjunto Residencial das Larenjeiras (Laran), Final da linha “ H” (Lin H), Balneário do Abel (Abel), Igarapé do Arco (Arco), Curralinho (Curra), Lagoa do Índios (Lagoa) e Curiaú (Curi). Ressacas de Macapá e Santana. Inventário Florístico das Ressacas das Bacias do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú 13 1.4. Considerações Finais A ressaca é um ecossistema energeticamente aberto, dominado por uma vegetação herbácea, com uma alta riqueza específica, onde constatamos a presença de espécies exclusivas do período chuvoso e do período seco, além das que ocorrem em ambos os períodos. Permitindo concluir que esta sazonalidade vegetal está relacionada com a maior ou menor disponibilidade de água do lençol freático, decorrente das precipitações pluviométricas, e das marés. Esses ambientes apresentam uma interface com os ecossistemas adjacentes - florestas de várzea, terra firme e o cerrado - através de espécies que coabitam os dois sistemas. Podemos também observar uma descaracterização das ressacas, proveniente dos impactos antrópicos decorrentes da bubalinocultura, dos aterros, dos lixos e de outras atividades realizadas pelo homem. Referências COSTA, C.S.B. Plantas de Marismas e Terras Alagáveis. In: Os ecossistemas costeiro e marinho do extremo sul do Brasil. Rio Grande do Sul: Ecoscientia, 1988. p.25-29. ESAU, K. Anatomia das plantas com sementes. São Paulo: Edgard Blucher, 1990. 293p. ESTEVES, F.A. Considerations on the ecology of wetlands, with emphasis on brazilian floodplain ecosystems. In: Scarano F.R. & Franco, A C. (Eds.). Ecophysiological Strategies of Xerophytic and Amphibious Plants in the Neotropics. p.111-135. 1998. (Serie Oecologia Brasiliensis, 4) FAHN, A. Plant anatomy. Oxford: Pergamon Press, 1990. 588p. FERRAZ, G.C. ; BACON, P.R. Managing the wetlands of Maranhão. In: Impacto ambiental: a experiência da CVRD. Rio de Janeiro, 1986. p.129-158. FIDALGO, O. ; BONONI, V.L.R. Técnicas de coleta, preservação e herborização de material botânico. São Paulo: Instituto de Botânica. 1989. 62p. (Série Documentos). HOLMGREN, P.K. et al. Index herbariorum. 8.ed. New York : The Herbarium of the World, 1990. 452p. KOPPERS, B. Aquatic primary production in coastal lagoons. In: KJERFVE, B. (Ed.) Coastal lagoon processes. Elsevier Oceanography, 1994. p.243-286. (Series, n. 06). KEDDY, P.A. Wetland ecology principles and conservation. 5.ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2000. 614p. LOBO, P.C. ; JOLY, C.A. Mecanismo de tolerância à inundação de plantas de Talauma ovata St. Hill (Magnoliaceae), uma espécie típica de mata de brejo. Revista Brasileira de Botânica. n.18, p.177-183. 1995. MACIEL, N.C. Ressaca: ecossistema úmido costeiro do Estado do Amapá. Diagnóstico preliminar. Propostas de recuperação, preservação e uso sustentado. Macapá: SEMA, 2001. 253p. MIRANDA, I.P. de A. et al. Frutos de palmeiras da Amazônia. Manaus: MCT / INPA. 2001. 120p. ODUM, E.P. Ecologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988. 434p. PACKHAM, J.R. ; WILLIS, A.J. Ecology of dunes, salt marsh and shingle. London: Chapman & Hall, 1997. 334p. Pio Corrêa, M. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura/ IBDF, 1931. Vol. I, II, III, IV. 14 CAPÍTULO 1 POTT, V.J. ; POTT, A. Plantas aquáticas do pantanal. Brasília: EMBRAPA. 2000. 404p. RASTETTER, E. B. A Spatially Explicit Model of Vegetation-Habitat Interactions on Barrier Islands. In: TURNER, M.G. ; GARDNER, R.H. (Eds.). Quantitative Methods in Landscape Ecology. Ecologycal Studies, Springer-Verlag. 1990. p.353-378. v. 82. RICHARD, P.W. The tropical rain forest. Cambridge University, 1981. 450p. RODRIGUES, R. M. A flora da amazônia. Belém: CEJUP, 1989. 462p. ROTH, P .G. ; SCOTT, D. A. A Avifauna da Baixada Maranhense. In: Impacto ambiental: a experiência da CVRD. Rio de Janeiro, 1986. p.117-127. SCULTHORPE, C. D. The biology of aquatic vascular plants. Germany: Scientific Books, 1985. 610p. SILVA, A. de Q. Aspectos da Ocupação das Áreas Urbanas de Macapá e Santana. In: WORKSHOP ECOLAB, 5., 2000, Macapá. Resumos... Macapá, 2000. p.49-52. SILVA, M. F. da et al. Nomes vulgares de plantas amazônicas. Belém: INPA. 1977. 222p. Inventário Florístico das Ressacas das Bacias do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú 15 Anexo 1.1. Descrição das principais espécies ocorrentes nas ressacas dos municípios de Macapá e Santana, Amapá. Aeschynomene sensitiva Sw. (Fabaceae) - Subarbusto anfíbio ou emergente. Perene. Forrageira. Curralinho. *LCLT 321 Borreria verticillata (L.) G.F.W. Meyer (Rubiaceae) - Planta herbácea anfíbia, perene. Apícola. Forrageira. Lagoa dos Índios e Laranjeiras. *SVCN 727 Cassytha filiformis L. (Lauraceae) - Liana parasita. Uso medicinal. Curralinho. *SVCN 642 Catasetum sp (Orchidaceae) - Planta epífita, principalmente de Arecaceaes. Ornamental. Lagoa dos Índios. *SVCN 667 Cyperus sp (Cyperaceae) - Erva anfíbia, perene. Forrageira. Alimento de pequenas aves. Uso medicinal, como diurético. Curiaú e Igarapé do Arco. *SVCN 713 Echynodorus macrophyllus (Kunth) Micheli subsp. scaber (Rataj) Haynes e Holm Nielsen (Alismataceae) - Erva emergente, perene. Espécie preferida como medicinal, pela folha grande. Considerado diurético, depurativo (ácido úrico) e levemente laxante, contra artrite, reumatismo, sífilis, problemas de pele e de fígado, como adstringente, para gargarejo e lavar úlceras. Contém essência e tanino. Ornamental. Balneário do Abel, Curiaú e Igarapé do Arco. *SVCN 735 Eichhornia azurea (Sw.) Kunth (Pontederiaceae) - Erva aquática flutuante fixa, perene, rizomatosa. As plantas jovens são submersas, com folhas juvenis lineares. Apícola. É habitat de peixes e crustáceos. Alimento de roedores, como capivara, e de porco. Forrageira. Os brotos tenros e a flor são comestíveis. Os pecíolos secos são utilizados para a confecção de tapetes no artesanato; serve também para cordas, cortinas, cadeiras e traçados. A folha é adstringente e depurativa. Serve para adubo verde. Ornamental. Curralinho. *LCLT 311 Eleocharis interstincta (Vahl) Roem e Schult (Cyperaceae) - Erva aquática emergente, rizomatosa, perene. Forrageira. A semente serve de alimento para aves aquáticas. O gênero servem para atrair a fauna. Balneário do Abel, Coração, Curiaú, Curralinho, Linha H, Igarapé do Arco, Lagoa dos Índios, Laranjeiras e Polo Hortifrutigranjeiro. *LCLT 258 Eleocharis minima Kunth (Cyperaceae) - Erva aquática submersa filamentosa, tornando-se emergente e anfíbia terrestre a medida que baixam as águas. Forrageira, principalmente de capivara e cavalo, além de organismos aquáticos. Submersa, é um habitat de larvas de turvira. Ornamental. Balneário do Abel, Curralinho, Lagoa dos Índios e Laranjeiras. *SVCN 733 Fuirena umbellata Rottb.( Cyperaceae) - Erva rizomatosa, estolonífera, perene. Forrageira principalmente para capivara. A semente serve de alimento para aves. Importante ambiente de ninho de jacaré e abrigo de fauna de lagoas. Uso medicinal. Balneário do Abel. *LCLT 268 16 CAPÍTULO 1 Hibiscus diversifolium Jacq. (Malvaceae) - Arbusto emergente, perene. Ornamental. A folha serve de alimento para peixes, e a semente é comida por aves e peixes. Apícola. Fixadora de margem de rio. Coração, Curiaú, Curralinho, Lagoa dos Índios e Laranjeiras. *LCLT 295 Hydrolea spinosa L.( Hydrophillaceae) - Erva ou subarbusto aquático, emergente ou anfíbio, perene. Apícola. Forrageira. Ornamental. Igarapé do Arco. *SVCN 772 Hyptis atrorubens Poit. (Lamiaceae) - Erva anfíbia ou emergente. Apícola. Forrageira. Fixadora de sedimentos. Aromática e repelente de insetos. Curralinho e Igarapé do Arco. *SVCN 655 Ipomoea carnea subsp fistulosa (Mart. ex Choisy) Austin (Convolvulaceae) - Arbusto aquático emergente e tipicamente anfíbio, perene. Apícola. Tóxica para bovino, alcalóide alucinógeno que dá sintoma de embriaguez. Considerada medicinal, purgativa e contra problemas de pele; em forma de banho é usado como relaxante muscular e contra reumatismo. Ornamental. Coração e Laranjeiras. *LCLT 340 Ludwigia afinnis(DC.) H. Hara (Onagraceae) - Arbusto emergente ou anfíbio, perene. Apícola. Forrageira. Aves comem a semente, o que é um mecanismo de disseminação. Servindo de material para a confecção de ninho. Ornamental, poderia ser empregada na reposição da mata ciliar, como estágio pioneiro. Igarapé do Arco e Laranjeiras. *SVCN 774 Mauritia flexuosa Linneus filius (Arecaceae) - Palmeira monopodial, parte deste caule fica imerso na água por longos períodos. Seu fruto tem polpa de utilização culinária; suas folhas são utilizadas para cobertura de casas, bem como confecções de cordas. Ornamental. Balneário do Abel, Coração, Curiaú, Curralinho, Linha H, Igarapé do Arco, Lagoa dos Índios, Laranjeiras e Polo Hortifrutigranjeiro. Mauritiella armata (Martius) Burret(Arecaceae) - Palmeira multicaule. Encontra-se, geralmente associado com buriti. Sua polpa tem utilização culinária. Ornamental para paisagismo. Balneário do Abel, Coração, Curiaú, Curralinho, Linha H, Igarapé do Arco, Lagoa dos Índios, Laranjeiras e Polo Hortifrutigranjeiro. Mayaca fluviatis Aubl. (Mayacaceae) - Erva aquatica submersa ou terrestre, podendo ser flutuante, perene. Há populações com flor branca, o que é considerado normal na espécie Ornamental. Curiaú. *SVCN 738 Montrichardia arborescens (L.) Schott (Araceae) - Anfíbia, ereta, que pode chegar a 2 m de altura. Tem valor medicinal, como expectorante e cicatrizante. Servem de alimento e refúgio de peixes, répteis e mamíferos. Ornamental. Balneário do Abel, Coração, Curiaú, Curralinho, Linha H, Igarapé do Arco, Lagoa dos Índios, Laranjeiras e Polo Hortifrutigranjeiro. Nymphaea rudgeana G. Mey (Nymphaeaceae) - Erva aquática flutuante fixa, perene. Forrageira. A flor e a semente de alimento para peixes. Abrigo de fauna aquática, ondepequenos animais aquáticos desovam na folha. Ornamental. Medicinal, folha é cicatrizante de feridas e úlceras; o suco da raiz é usado em banho, cataplasma e emplasto para hemorróidas, gonorréia e ferimentos. Contêm alcalóides com efeito anticoangulante. O rizoma contem tanino, glicosema, resina, metarabina, amido, legumina e celulose. A flor contem óleo essencial para a perfumaria. Curralinho e Lagoa dos Índios. *LCLT 316 Panicum laxum Sw.( Poaceae) - Erva emergente. Forrageira. A semente é comida por aves. Potencial ornamental. Curiaú, Igarapé do Arco, Lagoa dos Índios e Laranjeiras. *SVCN 716 Inventário Florístico das Ressacas das Bacias do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú 17 Phyllanthus sp (Euphorbiaceae) - Erva aquática emergente, ereta. Forrageira. Consumida junto com gramíneas por insetos e crustáceos. Lagoa dos Índios. *SVCN 666 Polygonum acre H.B.K. (Polygonaceae) - Erva anfíbia ou emergente. Apícola. Tóxica para peixes. Ornamental. Uso medicinal. Lagoa dos Índios. *SVCN 669 Rhynchospara velutina (Kunth) Bockeler (Cyperaceae) - Erva anfíbia, perene. Forrageira eventual. A semente serve de alimento para algumas aves. Curiaú. *SVCN 768 Sagittaria rhombifolia Cham.( Alismataceae) - Erva aquática emergente, rizomatosa, perene. Apícola, forrageira de capivara, cavalo, gado. Os frutos são comidos por aves aquáticas e peixes. Ornamental. A raiz tem muito tanino, serve para tingir tecido. Folha medicinal, para hérnia de umbigo (emplasto, pó, banho e cataplasma), inflamação de testículos (banho), e picada de cobra (pasta de folha fresca). Nos EUA, são usadas em atividades contra tumores. Coração, Curralinho, Igarapé do Arco e Lagoa dos Índios. *LCLT 345 Salvinia auriculata Aubl. (Salviniaceae) - Erva aquática flutuante livre, anual ou perene. Útil para purificação e oxigenação da água, mas sua decomposição diminui o oxigênio. Usada para desova e abrigo de larvas de peixes, alevinos e ninho de bolhas de peixes, além de servir de habitat para organismos aquáticos, inclusive de camuflagem. Forrageira de capivara, insetos, caramujos, aves e peixes. Serve para biofertilizante e cobertura morta em horta e pomar. Ornamental. Igarapé do Arco. Scleria microcarpa Nees (Cyperaceae) - Erva emergente, folhas de bordos cortantes. Forrageira. Alimento para animais pequenos. Semente é comida por aves. Curralinho. *SVCN 757 Thalia geniculata L. (Marantaceae) - Erva aquática emergente, ou anfíbia, perene, rizomatosa. Forrageira de capivara, cavalo, insetos e, eventualmente, de bovino e peixe. Rizoma considerado cicatrizante de feridas externas. Apícola. O caule e o pecíolo tem fibras que servem para artesanato. Balneário do Abel, Coração, Curiaú, Curralinho, Linha H, Igarapé do Arco, Lagoa dos Índios, Laranjeiras e Polo Hortifrutigranjeiro. *LCLT 338 Utricularia breviscapa Wrigth (Lentibulariaceae) - Erva submersa livre. Reconhece-se através da estruturas pilosa, flutuadoras, em disposição de estrela, que sustentam a inflorescência, e pelas ramificações divididas em tres. Ornamental. Coração e Curiaú. *LCLT 343 Utricularia foliosa L. (Lentibulariaceae) - Erva submersa livre ou submersa-flutuante ou flutuante com estolhos robustos; morfologia muito variável; folhas jovens gelatinosas, envolta por muco protetor; eixo floral fora d’água. Serve de alimento para peixes e aves aquáticas. Abrigos de peixes e invertebrados aquáticos. Ornamental. Coração, Curiaú, Curralinho e Lagoa dos Índios. *LCLT 344 Utricularia myriocysta St-Hill D. Girard (Lentibulariaceae) - Erva submersa livre, provavelmente perene; planta levemente rosada, pilosa; pedúnculo floral levemente engrossado até a metade. Ornamental. Curiaú, Curralinho, Linha H e Lagoa dos Índios. *LCLT 309 Xyris Caroliniana Walt (Xyridaceae) - Erva emergente ou anfíbia, bulbosa, perene, ereta. Forrageira muito comida por capivara e cavalo. A raiz e a folha são usadas para doenças de pele. Ornamental .Curralinho. *SVCN 646 18 CAPÍTULO 1 Zornia latifolia Sm.(Fabaceae) - Erva anfíbia ou emergente. Forrageira. Balneário do Abel e Lagoa dos Índios. *LCLT 332 * Correspondente ao coletor e número de coleta, respectivamente. SVCN – Salustiano Vilar da Costa Neto. LCLT – Luciedi de Cássia Leôncio Tostes. Inventário Florístico das Ressacas das Bacias do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú 19 Anexo 1.2. Época de floração e/ou frutificação das espécies ocorrentes nos município de Macapá e Santana, Amapá. ESPÉCIES Aeschynomene sensitiva Sw. Andropogon bicornis L. Bacopa solemani Benth Borreria sp Borreria verticillata (L.) G.F.W. Meyer Buchnera palustris Spreng Byttneria scabra L. Cabomba aquatica Aubl Cabomba caroliniana var flavida Oogaad Cabomba furcata Schult e Slchult. F. Cabomba sp Cassytha filiformis L. Catasetum sp Centrosema brasilianum (L.) Benth Chamaecrista diphylla (L.) Greene Cissus erosa Rich. Clitoria glycinoides D.C. Clitoria sp Coix lagrima Jobi L. Costus sp Cyperus comosus (Kunth) Poir Cyperus cubensis Poett et R. Cyperus haspan L. Cyperus ligularis L. Cyperus luzulae (L.) Rottb. ex Retz Cyperus sp Dichromena sp Dioclea guianensis Benth Diodia kuntzei K. Schum. Diodia sp 1 Diodia sp 2 Eclipta sp Eichhornia azurea (Sw.) Kunth Eichhornia diversifolia (Vahl) Urb. Eleocharis interstincta (Val) Roem e Schult Eleocharis minima Kunth Eleocharis mutata (L) Roem e Schult Eleocharis sp 1 Eleocharis sp 2 Eleocharis sp 3 Eriosema simplicifolium (Kunth) Walp. Ficus catappaefolia Kunth et Barch Fimbristylis annua (All.) Roem. e Schult. Fuirena umbellata Rottb. Habenaria sp Heliconia bihai L. Heliconia psittacorum L. f. Hibiscus diversifolium Jacq. Hidrolea spinosa L. Janeiro Abril Junho X Agosto Novembro X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 20 CAPÍTULO 1 ESPÉCIES Hymenachne amplexicaulis (Rudge) Nees Hyptis atrorubens Poit. Indigonera sp Inga sp Ipomoea asarifolia (Ders.) Roem e Schult. Ipomoea carnea subsp firtulosa (Mart. ex Choisy) Austin Ipomoea sp Justicia sp Lemna sp Ludwigia affins (DC.) H. Hara Ludwigia nervosa (Poir.) Hara Ludwigia sp 1 Ludwigia sp 2 Ludwigia sp 3 Ludwigia sp 4 Macrolobium multijugum (DC.) Benth Mauritia flexuosa Linneus filius Mauritiella armata (Martius) Burret Mayaca fluviatis Aubl. Mayaca longipes Mart. ex Seub Melochia arenosa Benth Mikania cordifolia Willd. Mimosa paludosa Benth Mimosa pudica L. Montrichardia arborescenes Schott. Mormodica sp Nymphaea amazonum Mart. e Zucc. Nymphaea gardineriana Planch Nymphaea rudgeana G. Mey Nymphaea sp Nymphoides indica (L.) Kuntze Oryza glumaepatula Steud. Ouratea sp Oxycaryum cubense (Popp. E Kunth) Lye Panicum laxum Sw. Panicum mertensii Roth Panicum polycomum Trin. Panicum sp 1 Panicum sp 2 Panicum sp 3 Panicum sp 4 Paspalum sp 1 Paspalum sp 2 Paspalum virgatum L. Perama sp. Phyllanthus sp Piriqueta cistoides (L.) Griseb Polygala variabilis H. B. K. Polygonium acre H.B.K. Polygonum acuminatum H. B. K. Pontederia parviflora Alexander Psittacanthus sp Janeiro Abril Junho Agosto Novembro X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Inventário Florístico das Ressacas das Bacias do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú ESPÉCIES Psychotria poeppigiana Müll. Arq. Rhabdadenia pohlii Muell. Arg. Rhynchanthera serrulata (Rich.) DC. Rhynchospara velutina (Kunth) Bockeler Rhynchospora halochenoides (L.C.Rich.) Herter Sagittaria rhombifolia Cham. Salvinia auriculata Aubl. Scleria microcarpa Ness Scleria sp Sebastiana sp Senna reticulata (Willd.) H. S. Irwin e Barneby Spermacoce exilis (L.O. Wiliams) C.D Adams Syngonanthus caulescens (Poir) Ruhl Thalia geniculata L. Urospatha sp Utricularia breviscapa Wright Utricularia foliosa L. Utricularia gibba L. Utricularia hydrocarpa Vahl Utricularia myriocysta St-Hill D. Girard Utricularia sp Vigna sp Wulffia bacatta (L.) Kuntze Xyris caroliniana Walter Zornia latifolia Sm. Florescem e frutificam o ano todo. Florescem e frutificam no período chuvoso. Florescem e frutificam no período seco. Janeiro Abril Junho Agosto Novembro X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 21 X 22 CAPÍTULO 1