Impacto do formato de apresentação
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Impacto do formato de apresentação
CX Discussões Metodológicas PPGCC/FEA/USP Impacto do formato de apresentação e percepção de temporalidade na decisão de investimento no mercado de capitais Bianca Quirantes Checon (Mestranda) Orientador: Prof. Dr. Andson Braga de Aguiar Agenda • Contextualização • Construção do problema de pesquisa • Hipóteses metodológicas • Metodologia • O experimento • Aplicação do experimento • Discussão CX Discussões Metodológicas 11.06.2013 • Problema de pesquisa e objetivo 2 Contextualização • USGAAP, IFRS e a Demonstração do Resultado Abrangente (DRA) • Demonstração única à DRE (“Demonstração de lucro ou prejuízo e outros resultados abrangentes”) • Demonstração separada à DRE (DRA) • Comitês incentivam a divulgação da DRA em demonstração única à DRE • Observação em demonstrações publicadas e busca por normatizações • • • • No Brasil (Leis nº 6.404/76 e nº 11.638/07 + CPC) – DRA e DMPL Nos EUA (Topic 220 – atualização da SFAS 130) Na Inglaterra (IFRS) Na França (Regulamentação UE – IFRS) > Demonstração divulgada é a DRA, ou seja, separada à DRE. CX Discussões Metodológicas 11.06.2013 • Antes: DRA ou DMPL • Joint project – Convergência FASB-IASB • IASB - mudança em 2007; FASB mudança em 2011: exclusão da DMPL 3 Construção do problema de pesquisa Mas, será mesmo? Busca por pesquisa na área de formato de apresentação (Maines e McDaniel, 2000) Sobre a agregação de informação para justificar a apresentação do formato • Poucos estudos sobre o tema, sendo mais abordado na psicologia • Informação agregada gera mais custos cognitivos no entendimento (Fischhoff et al., 1978) CX Discussões Metodológicas 11.06.2013 • Justificativa dos elaboradores: “foco indevido” na última linha da demonstração pelos investidores (Yen et al., 2007, p. 55; IASB, 2010, parágrafos BC50/BC52) • Desconhecimento do impacto na percepção do investidor • Manter a DRE como demonstração financeira primária 4 $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ 10.667,00 26.667,00 -4.000,00 3.367,00 $ 1.333,00 $ -9.334,00 $ 28.700,00 $ 123.850,00 Informação desagregada CX Discussões Metodológicas 11.06.2013 Receita (-) Custos das vendas = Lucro bruto + Outras receitas (-) Despesas administrativas (-) Outras despesas (-) Despesas financeiras = Lucro antes de Imposto de Renda (-) Despesa com Imposto de Renda = LUCRO LÍQUIDO DO PERÍODO Outros resultados abrangentes Diferença na conversão de operações em moeda estrangeira Investimentos em instrumentos de capital Hedges de fluxo de caixa Ganhos em reavaliação de imobilizado Ganhos (perdas) atuariais em planos de pensão de benefício definido Imposto de renda relacionado aos componentes de outros resultados abrangentes = Total de outros resultados abrangentes, líquido de impostos = RESULTADO ABRANGENTE TOTAL DO PERÍODO 20XY 390.000,00 -245.000,00 145.000,00 20.667,00 -20.000,00 -2.100,00 -8.000,00 135.567,00 -40.417,00 95.150,00 5 Demonstração do Resultado do Exercício $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ Demonstração do Resultado Abrangente Lucro líquido do período $ 95.150,00 Outros resultados abrangentes Diferença na conversão de operações em moeda estrangeira $ 10.667,00 Investimentos em instrumentos de capital $ 26.667,00 Hedges de fluxo de caixa $ -4.000,00 Ganhos em reavaliação de imobilizado $ 3.367,00 Ganhos (perdas) atuariais em planos de pensão de benefício definido $ 1.333,00 Imposto de renda relacionado aos componentes de outros resultados abrangentes $ -9.334,00 = Total de outros resultados abrangentes, líquido de impostos $ 28.700,00 = RESULTADO ABRANGENTE TOTAL DO PERÍODO $ 123.850,00 Informação agregada CX Discussões Metodológicas 11.06.2013 Receita (-) Custos das vendas = Lucro bruto + Outras receitas (-) Despesas administrativas (-) Outras despesas (-) Despesas financeiras = Lucro antes de Imposto de Renda (-) Despesa com Imposto de Renda = LUCRO LÍQUIDO DO PERÍODO 20XY 390.000,00 -245.000,00 145.000,00 20.667,00 -20.000,00 -2.100,00 -8.000,00 135.567,00 -40.417,00 95.150,00 6 Por que a temporalidade é importante? • Mas e a temporalidade de realização? Em momento futuro, os outros resultados abrangentes podem ser reconhecidos no lucro líquido de períodos posteriores (no caso dos reclassificáveis para o resultado) Como o investidor capta essa informação, a qual é um dos, senão o principal, conceito que permeia o resultado abrangente? CX Discussões Metodológicas 11.06.2013 Volatilidade, ok... 7 Construção do problema de pesquisa • No Brasil, temos a DRA divulgada separadamente à DRE via Lei (ou seja, essa discussão não chega aqui da mesma forma que no exterior) • Não há pesquisas no Brasil abordando o tema de Resultado Abrangente e seu formato de divulgação • Não há pesquisas abordando o Resultado Abrangente e sua temporalidade na realização no Resultado do Exercício de período posteriores CX Discussões Metodológicas 11.06.2013 Pensando um pouco... 8 Problema de pesquisa Como a decisão de investimento é impactada pelo formato de apresentação da DRA e a percepção de temporalidade da realização do resultado abrangente? CX Discussões Metodológicas 11.06.2013 • Pelo gap da literatura levantado anteriormente, tem-se como questão a ser respondida por essa pesquisa: 9 Hipóteses metodológicas Demonstração única; info. desagregada Formato de apresentação H1 H3 Atratividade de investimento CP (até 1 ano) LP (acima de 1 ano) Temporalidade dos ORA H2 CX Discussões Metodológicas 11.06.2013 Demonstração separada; info. agregada 10 Metodologia • Martins e Theóphilo (2009, p. 56): “Os experimentos são estudos que melhor se adaptam ao propósito de identificação de relações causais entre variáveis.” • Simplificação de situação real para permitir estudo • No caso, a tomada de decisão, baseando-se apenas na informação disponível na DRE e DRA + composição de temporalidade CX Discussões Metodológicas 11.06.2013 Experimento 11 Metodologia CX Discussões Metodológicas 11.06.2013 “Libby’s Box” (Libby, Bloomfield & Nelson, 2002, p. 795): 12 Variáveis independentes Conceito A Formato de apresentação Variável dependente 1 Conceito B Decisão de investimento Temporalidade dos ORA 3 2 ORA de ganhos de instrumentos financeiros “disponíveis para venda” CP/LP Definição operacional B 4 Propensão e grau de atratividade para investir em ações de instituição financeira 5 Variáveis de controle CX Discussões Metodológicas 11.06.2013 Definição operacional A Demonstração única/Demonstração “dupla” 13 Metodologia • Sendo assim... • 2 formatos de apresentação • 2 temporalidades • Entre sujeitos: para medir diferenças entre respondentes • Público-alvo: estudantes de pós graduação, com conhecimentos em Contabilidade Societária • Pós graduações em Finanças (com a disciplina Contabilidade Societária na grade), IFRS CX Discussões Metodológicas 11.06.2013 • Desenho do experimento: 2X2 entre sujeitos 14 O experimento • Demonstrações adaptadas de uma pertencente a um grande banco brasileiro (data-base 2012) • • • • Demonstração única com realização de CP Demonstração única com realização de LP Demonstração dupla com realização de CP Demonstração dupla com realização de LP CX Discussões Metodológicas 11.06.2013 • 2 X 2: quatro tipos de experimento 15 O experimento • 1ª fase: termo de consentimento • 2ª fase: apresentação, história, demonstrações contábeis e nota explicativa, questões experimentais • 3ª fase: manipulation checks, questões de perfil • Tempo médio de resposta: 20 minutos CX Discussões Metodológicas 11.06.2013 • Administração: em três fases 16 Aplicação do experimento • Dois pré-testes elaborados • Aplicações • • • • • • 11.06: FIA * 12.06: Mackenzie 13.06: FIA 17.06: FECAP 19.06: FIPECAFI * A fechar: FIPECAFI (MBA em IFRS), ESPM (MBA em Finanças) * Alunos com atuação em bancos CX Discussões Metodológicas 11.06.2013 • Alunos PPGCC: feedback sobre clareza do texto, conteúdo das perguntas e tempo médio de resposta) • Alunos FIA, após ajuste do primeiro pré-teste (versão final) 17 CONTRIBUIÇÕES? 18 CX Discussões Metodológicas 11.06.2013 Contato: [email protected] 11 9.8674.7870 CX Discussões Metodológicas 11.06.2013 Muito obrigada! 19 • Bonner, S. E. (2008). Judgment and decision making in accounting. Upper Saddle River, NJ: Pearson Prentice Hall. • Dhaliwal, D., Subramanyam, K. R., & Trezevant, R. (1999). Is comprehensive income superior to net income as a measure of firm performance? Journal of Accounting and Economics, 26, pp. 43-67. • EPSTEIN, B.J.; NACH, R.; BRAGG, S. T. (2006). Wiley GAAP 2007 – interpretation and application of generally accepted accounting principles. John Wiley & Sons, Hoboken, New Jersey. • Hirst, D. E., & Hopkins, P. E. (1998, February). Comprehensive income disclosures and analysts' valuation judgments. Retrieved Fevereiro 22, 2013, from http://www.ssrn.com/abstract=63588 • Hirst, D. E., Hopkins, P. E., & Wahlen, J. M. (2001, June 12). Fair values, comprehensive income reporting, and bank analysts' risk and valuation judgments. Retrieved February 22, 2013, from http://www.ssrn.com/abstract=273350 • Laverty, K. J. (Julho de 1996). 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