Leia - Associação Brasileira de Angus

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Leia - Associação Brasileira de Angus
Impresso
Maio de 2007
Especial
1
2219/03 – DR/RS
Associação
Brasileira de Angus
CORREIOS
2
Maio de 2007
Associação Brasileira de Angus
Diretoria Executiva
Diretor Presidente
José Paulo Dornelles Cairoli
Diretor 1º Vice-Presidente
Luiz Anselmo Cassol
Diretor Vice-Presidente
Joaquim Francisco B. de Assumpção Mello
Diretor Vice-Presidente
Renato Zancanaro
Diretor Vice-Presidente
Paulo de Castro Marques
Diretor Financeiro
Fábio Luiz Gomes
Diretor Administrativo
João Francisco Bade Wolf
Diretor de Marketing
Luiz Eduardo Batalha
Diretor de Núcleos
Flávio Montenegro Alves
Diretor do Programa
Carne Angus Certificada
Vivian Diesel Potter
Conselho de Administração
Conselheiro Estratégico
Marcus Vinicius Pratini de Moraes
Membros Eleitos
Afonso Antunes da Motta
Antônio dos Santos Maciel Neto
Carlos Eduardo dos Santos Galvão Bueno
Luís Felipe Ferreira da Costa
Valdomiro Poliselli Júnior
Membros Natos (Ex-Presidentes da ABA)
Angelo Bastos Tellechea
Antonio Martins Bastos Filho
Fernando Bonotto
Hermes Pinto
João Vieira de Macedo Neto
José Roberto Pires Weber
Reynaldo Titoff Salvador
Conselho Fiscal
Membros Efetivos
Cláudia Scalzzilli
Paulo Valdez
Roberto Soares Beck
Membros Suplentes
Elizabeth Linhares Torelly
Luís Henrique Sesti
Mariana Tellechea
Conselho Técnico
Ricardo Macedo Gregory (Presidente)
[email protected]
Antônio Martins Bastos Filho
[email protected]
Cristopher Fillippon
[email protected]
Luis Felipe Moura
[email protected]
Luiz Alberto Muller
[email protected]
Susana Macedo Salvador
[email protected]
Amilton Cardoso Elias – Representante ANC
[email protected]
Coordenação
Fernando Furtado Velloso
[email protected]
Jornalistas Responsáveis
Eduardo Fehn Teixeira - MTb/RS 4655
e Horst Knak - MTB/RS 4834
Colaboradores: jorn. Nelson Moreira e jorn.
Daniela Manfron
Apoio: Assessoria de Imprensa da ABA jorn. Luciana Bueno
Diagramação: Jorge Macedo
Departamento Comercial: Daniela Manfron
51 3231.6210 // 51 8116.9784
Edição, Diagramação, Arte e Finalização
Agência Ciranda - Fone 51 3231.6210
Av. Getúlio Vargas, 908 - conj. 502
CEP 90.150-002 - Porto Alegre - RS
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Associação Brasileira de Angus
Av. Carlos Gomes, 141 / conj. 501
CEP 90.480-003 - Porto Alegre - RS
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Fone: 51 3328.9122
* Os artigos assinados são de inteira
responsabilidade de seus autores.
Fotos de capa: ABA / Divulgação
EDITORIAL
Compromisso com a qualidade
Prezados associados e criadores da
raça, um novo modelo de gestão começa a ser implementado na Associação Brasileira de Angus. Desde
março, a equipe Angus realiza treinamento de Implantação do Sistema para Gestão da Qualidade Total alinhado conforme o Prêmio
Nacional de Qualidade (PNQ). O
objetivo vem ao encontro de uma das
nossas metas: a gestão focada ao cliente. Através dos modelos de excelência que serão adotados, vamos
prezar, ainda mais, o planejamento, manutenção e melhoria da qua-
lidade, resultados que traduzem o
gerenciamento na qualidade total e reforçam o ponto de equilíbrio necessário nas organizações: a promoção de
desafios para alcançar novos objetivos
e resultados com motivação! Ainda
nesse próximo semestre estaremos concluindo outra ação voltada ao cliente
Angus: a repaginação do site da Associação Brasileira de Angus. Mais
interativo, com informações e serviços
disponibilizados de forma ágil e dinâmica, o novo site apresentará um sistema de busca de notícias por categorias (como exposições, leilões
chancelados, agenda de eventos).
Estamos todos trabalhando para seu
lançamento na Expointer 2007.
Também vamos acompanhar, nesta
edição do jornal, reportagem especial
sobre a preferência do mercado pelos
animais Angus. Nas feiras de outono
pudemos comprovar a sobrevalorização dos preços dos terneiros, novilhas
e touros Angus. Em Esteio, obtivemos
valor médio de R$ 3,83 quilo/vivo
para terneiros Angus e de R$ 4,46 Kg/
vv para as novilhas Angus e cruza
Angus. Outro destaque, ratificado pela
Associação Brasileira de Inseminação
Artificial (Asbia), foi o aumento da
participação da raça no rebanho nacional. Em 2006, foram comercializadas mais de 613 mil doses de semens
Angus (em 2005 foram 503 mil). No
entanto, mesmo com esse crescimento
significativo, a expectativa é ainda
mais otimista no curto e médio pra-
zos. Ao lançarmos a certificação da
Carne Angus no centro do país, no
início do mês, em SP – através de
parceria com o Frigorífico Marfrig
–, comprovamos o acerto das nossas
escolhas feitas no início da década.
Porém, como o mercado já informou
que deseja a Carne Angus (por todas as características que já conhecemos como sabor e maciez), resta a
nós o compromisso de trabalharmos,
juntos, para a padronização de carcaças e propagação da Angus no
país. Procure a Associação, converse com os técnicos e conheça nossos
serviços! Boa leitura,
José Paulo Dornelles Cairoli
Presidente da ABA
MOVIMENTO
ABA implanta Sistema para
Gestão da Qualidade Total
Convênio ABA &
Scot Consultoria
Foto: ABA/Divulgação
Com objetivo de buscar a melhoria contínua nos seus
serviços e a
excelência
organizacional,
em março
deste ano a
Associação
Brasileira de Equipe da ABA, durante o treinamento na sede, em Porto Alegre
Angus iniciou a implantação do Sistema para dias 28, 29 e 30 de maio. O objea Gestão da Qualidade Total.
tivo foi apresentar, desenvolver e
implantar os conceitos e métodos
treinamento é composto de usados para a Gestão da Qualidatrês etapas: Sensibilização, de, alinhados com os modelos de
Gestão pela Excelência e excelência de acordo com o PGQP
Gestão com uso de Indicadores.
– Programa Gaúcho de Qualidade
A primeira parte do sistema foi e Produtividade.
realizada dia 27 de março, na sede
A terceira etapa, Gestão com
da ABA, com a participação da uso de Indicadores - Implantação
equipe de funcionários e tem como objetivo capacitar os
prestadores de serviços. Na ocasião participantes nas principais técniforam abordados temas como: Ori- cas e fundamentos para o
gem, importância da qualidade, os Gerenciamento da Rotina, com o
Fundamentos da Qualidade; Pes- uso de Indicadores, na Gestão para
soas; Processos; O Modelo Excelência. Ao final do curso, os
PDCA; e os Fundamentos da Ex- participantes serão capazes de escelência.
pecificar e utilizar indicadores para
A segunda etapa da Gestão da acompanhamento e gestão dos reQualidade Total foi realizada nos sultados.
O
Durante o ano de 2006, os associados que receberam os informativos
pecuários semanais “Boi & Companhia”, produzidos pela Scot
Consultoria, tiveram o patrocínio da
Associação Brasileira de Angus (ABA).
A partir da edição nº 716, esta cortesia
expira e os planos para novas assinaturas terão descontos especiais para associados, técnicos da ABA e participantes do Programa Carne Angus Certificada.
Para continuar a recebê-lo, será
necessário enviar um e-mail para
[email protected]
solicitando a tabela com valores especiais.
Os informativos da Scot
Consultoria contemplam vários temas
com excelente conteúdo técnico e de
interesse direto do produtor como:
cotações, análise de mercado, artigos
técnicos, valores de insumos
agropecuários, principais novidades no
setor e demais informações.
Além do recebimento destas informações completas sobre mercado e
cotações, os assinantes dos informativos “Boi & Companhia” têm à sua disposição, gratuitamente, a melhor equipe de profissionais para esclarecimentos, consultas e informações de mercado. Por certo, esta parceria entre a ABA
e a Scot contribuiu para ampliar o acesso a mais uma fonte confiável de informação ao produtor.
Parceria Angus - BeefPoint
No início deste ano, a Associação Brasileira de Angus firmou parceria com o Portal do Agripoint, BeefPoint. A negociação prevê a divulgação da entidade através de banners digitais
nas seções Marketing da Carne e Raças e Genética, assim como
nas newsletters semanais distribuídas a mais de 50 mil nomes cadastrados.
A ação tem como objetivo expandir a raça e o Programa Carne Angus
Certificada em nível nacional.
O Beef Point atua há seis anos na difusão da cadeia produtiva da carne,
atarvés de artigos técnicos, análises de mercado, cotações e notícias.
Maio de 2007
MOVIMENTO
3
Nacional de Angus
A força da raça
na Feicorte 2007
Considerado um dos maiores eventos da cadeia produtiva da carne bovina, a 13ª
Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne (Feicorte 2007) - maior evento
indoor da pecuária de corte na América Latina - será realizada entre os dias 19 e 23
de junho, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, SP
Angus promete crescer ainda mais na maior feira indoor da América Latina
E durante a Feicorte 2007, o Núcleo Paulista de Criadores de Angus e
a Associação Brasileira de Angus
(ABA) promovem, de 15 a 24 de junho, a VII Exposição Nacional da
Raça Angus, com o Leilão Prime
Angus, programado para o dia 20, a
partir das 19 horas.
Destaque especial na programação Angus na Feicorte para o Seminário do Programa Carne Angus Certificada, no dia 22, às 14 horas, com
ênfase ao início da operação do programa da ABA com o novo parceiro,
o Frigorífico Marfrig. As informações
do Núcleo Paulista de Criadores de
Angus dão conta da inscrição de cerca de 250 animais, aprsentados por
mais de 20 criadores.
“O ponto alto desta Feicorte, além
do nível dos animais, da escolha dos
campeões e do leilão Prime Angus,
com certeza é a apresentação e início
da operação do Programa Carne
Seminário na Feicorte apresenta
vantagens do Angus no cruzamento
No dia 22 de junho, durante
a Feicorte 2007, a ABA está preparando um grande seminário
sobre o Programa Carne Angus
e o cruzamento com Angus. Na
vitrine da Pecuária Nacional, os
participantes conhecerão as vantagens do Angus no cruzamento, tendências do mercado do boi
Gordo, as vantagens oferecidas
aos produtores participantes do
Programa Carne Angus entre Carcaças Angus
outros temas. O evento é uma realização do Núcleo Angus São Paulo e Associação Brasileira de Angus, em
parceria com o Frigorífico Marfrig e Frigorífico Mercosul. Confira a programação completa nos sites www.carneangus.org.br e site
www.angus.org.br.
Angus Certificada, juntamente com
o novo parceiro, o Frigorífico Marfrig,
com abrangência para as regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil”,
enfatiza o criador Paulo de Castro
Marques, presidente do Núcleo
Paulista de Criadores de Angus.
Conforme o dirigente, os criadores esperam que o programa da ABA
não só organize, como também venha a remunerar melhor a produção
a partir da genética Angus. “Os criadores de Angus de São Paulo venderam todos os touros produzidos e a
comercialização de sêmen Angus cresce em todo o País, mostrando a forte
pressão da genética Angus no mercado”, acrescenta Paulo de Castro Marques.
Na escolha dos campeões Angus
nesta Feicorte vai atuar o jurado norte-americano Doug Satree, juntamente com o trabalho dos técnicos da
ABA Antonio Chaves Neto, Flávio
Montenegro Alves e Rednilson Góis.
Os campeões Angus serão escolhidos
nos dias 21 e 22 de junho.
A expectativa dos organizadores
da Feicorte para este ano é que haja
um incremento na movimentação de
negócios, fazendo com que o
faturamento gerado pela feira seja
ampliado em relação ao ano passado.
Nesta edição, a Feicorte contará com
cerca de quatro mil animais, representados por mais de 20 raças zebuínas,
taurinas e sintéticas, de 1 mil criadores de todo País.
Funcionando como uma grande
vitrine da bovinocultura nacional, criadores e investidores em pecuária de
alta performance podem conferir na
Feicorte a melhor genética do Brasil,
equipamentos de última geração, produtos e serviços para a produção de
carne e muita informação sobre este
setor, além de gerar negócios com a
comerciali-zação animais, insumos,
produtos e serviços.
A Feira ocupa mais de 50 mil m²
de área coberta e conta com uma es-
trutura de 10 auditórios para congressos e seminários, alojamento para
tratadores, recinto de leilões com ar
condicionado e amplo estacionamento.
Em 2006, a Feicorte encerrou sua
décima segunda edição com crescimento de 10% em relação à edição
do ano anterior (2005). Em 2005, no
setor de animais, a feira totalizou em
R$ 14 milhões. E em 2006 o
faturamento saltou para cerca de R$
15,5 milhões na comercialização de
animais. A movimentação global dos
leilões registrou crescimento de
12,24% e média geral 27,80% superior à 2005. Na edição de 2006, a feira contou com mais de 3,5 mil animais, representando 20 raças
zebuínas, taurinas e sintéticas, que foram apresentados por mais de 500
criadores e de 1.000 propriedades de
todo País.
PROGRAMAÇÃO
Entrada dos animais: 15 a 17/06 - (7h30min às 19h30min)
Pesagem dos animais: 18/06 ( data base)
Leilão Prime Angus: 20/06 (19h)
Julgamento: 21 e 22/06 (dia 22 pela manhã)
Jantar de Confraternização: 21/06 (21h)
Seminário Programa Carne Angus Certificada: 22/06
Saída dos animais: 24/06
VI Angus Rústico do Sul terá
novas oportunidades de venda
A Associação Brasileira de Angus
promoverá o VI Angus Rústico do
Sul, durante a Expointer 2007, em
Esteio, RS. O evento é ranqueado e
contará com julgamento de classificação e leilão. A ABA
está reformulando o conceito do evento, buscando novas oportunidades de comercialização e resultados positivos para o produtor. Em resumo, mais uma oportunidade na venda de gado comercial num evento considerado máximo para animais de argola - a Expointer.
Serão aceitas, somente
para venda, fêmeas registradas
- em lotes de 10 a 25 animais,
visando aproveitar o excelente momento que a raça está
passando.
As inscrições ao VI Angus
Rústico do Sul podem ser feitas diretamente na ABA, pelo
fone/fax: 51. 3228.9122, ou
por um destes e-mails: [email protected] ou
[email protected]. Acompanhe novos detalhes
deste evento pelo site www.angus.org.br.
Informações (ABA): 51 3328.9122
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Maio de 2007
CARNE
Iniciam atividades do Programa
Carne Angus em São Paulo
Fotos: Divulgação/ABA
A Associação Brasileira de Angus (ABA) acaba de
dar um passo de enorme importância para os
criadores brasileiros de Angus, para os pecuaristas
produtores de carne de qualidade das regiões
Sudeste e Centro-Oeste do Brasil e para a cadeia
da carne bovina como um todo, do produtor à
indústria e dali aos mercados consumidores
Reunindo mais de 150 participantes, entre produtores, técnicos, lideranças da pecuária nacional, empresários do setor de carnes e alimentação, autoridades e dirigentes de empresas e entidades da área, a ABA, em
parceria do Frigorífico Marfrig, lançou o Programa Carne Angus Certificada e a certificação da Carne Angus
no centro do País. O lançamento ao
mercado foi feito em concorrido evento realizado no dia 2 de junho, na
Unidade II do Frigorífico Marfrig,
situada na localidade de Promissão,
no interior de São Paulo, SP.
O evento, com ampla programação, permitiu que os criadores pudessem conhecer melhor as reais vantagens do uso da genética Angus no
cruzamento e também os benefícios
que podem ser obtidos pelos produtores integrados e participantes da
certificação proporcionada pelo programa da ABA, tais como bonificações e valores superiores pelas carcaças abatidas.
Assim, a partir de agora, a parceria ABA/Marfrig, estabelecida no final de 2006, vai possibilitar a
certificação de animais de genética
Angus, inicialmente num raio de 500
quilômetros da unidade do Marfrig
em Promissão.
“Esta parceria vai valorizar a ca-
deia produtiva da carne brasileira.
Além do crescimento da Angus no
País, através do cruzamento, haverá
valorização nas vendas tanto no mercado interno como externo”, promoveu o presidente da Associação Brasileira de Angus, José Paulo
Dornelles Cairoli, que abriu o evento juntamente com o diretor-presidente do Marfrig, Marcos Molina
dos Santos.
Um produto diferente,
de primeira linha!
Para o diretor de pecuária do
Marfrig, Angelo Friguetto, o evento
de lançamento do Programa Carne
Angus Certificada foi extremamente proveitoso para a cadeia da carne
e as expectativas, tanto do frigorífico como dos produtores sobre a novidades, são das melhores.
“Estamos iniciando a operação
de um novo produto, que vai gerar
carnes certificadas Angus, um produto diferente, realmente de primeira linha”, definiu.
“Este encontro reuniu grandes
pecuaristas, inclusive dirigentes de
outras associações de raças e possivelmente foi o mais importante evento dos últimos tempos no setor. Um
reconhecimento da importância do
O presidente do Marfrig, Marcos Molina, festejou a nova parceria
Platéia atenta acompanha a descrição do Programa Carne Angus, na unidade do Marfrig em Promissão, SP
penúltimo elo da cadeia produtiva”,
sintetizou o diretor de Marketing da
Associação Brasileira de Angus, Luiz
Eduardo Batalha. Segundo ele, a relação entre produtor e frigorífico
sempre foi tensa e o que se viu neste
evento foi justamente o contrário, ou
seja, uma total integração, que no
final da cadeia ajuda o consumidor
a conhecer o diferencial da carne
Angus.
“Nossa carne vale ouro e temos
"Agora vamos produzir
bem e mais rápido a
carne que vale ouro"
que incentivar nossa capacidade de
produzir bem e mais rápido”, definiu Batalha.
Para o diretor de marketing da
ABA, o Marfrig é um frigorífico de
primeiro mundo, desde o transporte, passando pelas instalações e até
propriamente o abate. É uma empresa que concentra seu foco na pecuária e temos toda esta estrutura à nossa
disposição.
“É a consolidação de uma trajetória e agora o Programa Carne
Angus não pára mais”, festejou Batalha, observando que o que é bom
demanda cuidados, mas o resultado
é muito superior e por isso temos que
seguir esse caminho da profissionalização, sentenciou.
Presenças de peso dão consistência ao projeto
Além dos empresários dedicados à
produção pecuária, Roberto Barcellos
fez questão de mencionar a presença de
vários proprietários de conhecidas churrascarias no evento, entre outros destacados clientes do frigorífico. Entre as
churrascarias, ele enalteceu a presença
de representantes da Parrilla Pobre
Juan, Porcão, Barbacoa e Vento
Aragano, todos com unidades localizadas no Sudeste do Brasil. E citou ainda
as empresas Alta Genetics, Axel Gen,
ABS Pecplan e Semex e ainda da Pfizer
e Nutron.
Após o roteiro de palestras, representantes de diferentes setores da cadeia
da carne foram convidados a compor
uma mesa redonda de debates e depoimentos sobre Angus. Um dos pontos
altos deste momento da programação do
evento foi protagonizado pelo ator global Tarcísio Meira.
Produtor rural há mais de 30 anos
no estado do Pará, onde toca a M&M
Pecuária, com a tônica operacional voltada ao cruzamento industrial, ele realizou um cuidadoso depoimento sobre
Entre as presenças ilustres, o ator e pecuarista Tarcísio Meira (centro)
os benefícios e crescentes ganhos ao
pecuarista resultantes do uso da genética Angus em seu rebanho de produção.
Na mesa redonda, Tarcísio Meira foi enfático sobre a importância do Programa Carne Angus Certificada quanto à
real valorização da qualidade dos animais produzidos dentro dos padrões que
estão sendo claramente indicados. Além
de Meira, outros produtores e representantes da cadeia da carne prestaram de-
poimentos a uma platéia nitidamente
interessada e questionadora, participativa.
No final das atividades do evento realizado no Frigorífico Marfrig, o assador
Arildo (que se deslocou de Campo Grande/MS), promoveu uma degustação da
carne Angus aos presentes. O assado da
M&M Pecuária, da propriedade de
Tarcísio Meira, foi servido num restaurante montado no local do evento.
Maio de 2007
CARNE
Os ganhos de cruzar com Angus
Fotos: Divulgação/ABA
O coordenador do Programa
Carne Angus e gerente de operações da ABA, veterinário Fernando
Velloso, falou aos participantes
abordando a importância e os ganhos que pode auferir o produtor
com a prática do cruzamento a
partir da genética Angus. Velloso
informou sobre o histórico do Programa Carne Angus, desde seu início, em 2003, no Rio Grande do
Sul e destacou a nova parceria com
o Marfrig para a produção de carne certificada.
O técnico ressaltou a importância
da raça Aberdeen Angus e os diferenciais agregados à carne decorrentes das
características de precocidade de deposição de gordura e de marmorização, a
sua maciez e sabor, que são inerentes à
genética Angus.
Juntamente com o técnico do Programa da ABA, veterinário Fábio
Medeiros, Velloso apresentou as tabelas de bonificação e premiação que já
entraram em vigor de imediato no
Marfrig. “Um dos diferenciais é a valorização de fêmeas de qualidade, que
receberão preço de boi no Programa
Carne Angus Certificada”, assinalou.
Gado cruza Angus recebido nas instalações exemplares do Marfrig
O Programa Carne Angus terá
certificação com preços superiores –
com valorização sobre a tabela Esalq –
, e pagamento semelhante ao valor dos
machos para algumas categorias de fêmeas.
Genética Angus terá
tabela diferenciada
no Marfrig
A forma de atuação do Frigorífico
Marfrig, voltada à integração com os
fornecedores e ao mesmo tempo também com o foco na clientela, com as
atenções voltadas ao mercado como um
todo, foi o ponto central da palestra do
gerente de projetos especiais do frigorífico Marfrig, Roberto Barcellos, durante o evento.
Ele chamou a atenção de todos os
presentes ao para a importância da carne Angus e especialmente para a
positividade da disseminação desta eficiente genética através do cruzamento
nas regiões de interesse do Marfrig. O
gerente do Marfrig igualmente apresentou simulações que evidenciam as
vantagens financeiras da participação no
Programa Carne Angus Certificada
junto ao parceiro Marfrig.
5
Programação incluiu
visita ao frigorífico
Um café da manhã para todos os presentes ao evento marcou o início da programação do dia no Frigorífico Marfrig,
em Promissão. Em seguida foi realizada
uma visita guiada à unidade Promissão II,
uma das mais modernas plantas industriais da América Latina.
O grupo Marfrig, para que se tenha
idéia, possui plantas industriais também
nos vizinhos países Uruguai e Argentina.
Trata-se de uma indústria que tem sua
produção orientada para a qualidade e em
diversas linhas de produtos diferenciados,
voltados a clientes especiais e altamente
exigentes.
Os produtores tiveram a oportunidade de visitar todas as dependências da indústria e também os currais de abate, os
quais estavam repletos
de animais
Angus, de diferentes categorias, com o
intuito de demonstrar aos produtores os
diferentes tipos de animais que chegam
ao frigorífico, evidenciar o padrão animal
que deve ser selecionado para o programa
e destacar a idade e grau de acabamento
exigidos.
Também foi apresentada, durante a
visitação, as modernas carretas que são
utilizadas na unidade para o transporte de
animais. As carretas são construídas de
forma a minimizar o estresse dos animais
transportados para abate, assim como a
produção de contusões que danificam as
carcaças.
Almoço de confraternização encerrou o evento
6
CARNE
Maio de 2007
Promovido pela Associação Brasileira de Angus (ABA) e frigoríficos Marfrig
e Mercosul, no dia 11 de abril, integrando a programação da Expolondrina, o Seminário Programa Carne Angus Certificada no Paraná chamou a atenção dos
produtores pela possibilidade de valorização da produção, com garantia de remuneração por qualidade.
O tema do evento foi a diferenciação de
preço por qualidade e garantia de mercado aos
animais de cruzamento industrial com a raça
Angus, numa integração com a indústria
frigorífica e associação de raça.
No seminário, o pecuarista Mário Wolf
Filho, de Nova Canaã do Norte, MT, que há
sete anos adota a Angus como a raça preferida
no cruzamento industrial com o Nelore, vibrou
com a oportunidade de receber bonificação por
um produto diferenciado. “Estamos aguardando essa expansão da certificação da carne Angus,
inclusive ao Mato Grosso, pois essa parceria
com a indústria vem preencher uma lacuna que
enfrentamos”, afirmou. Wolf destacou o motivo que considera essencial ocorrer uma valorização da carne dos animais Angus e cruza
Fotos: ABA / Divulgação
Programa Carne Angus
apresentado no Paraná
Evento integrouprogramação da Expolondrina 2007
Angus: “Estamos produzindo carne de qualidade e o que o mercado quer”.
O gerente de projetos especiais do Frigorífico Marfrig, Roberto Barcellos, reitera a importância do pecuarista priorizar informações
de marmoreio no material genético Angus utilizado. “Explicamos aos produtores os padrões
desejados pela indústria como características de
Produção animal sobre
pastagem nativa em Livramento
Com o enfoque Produção Animal com
Base na Pastagem Nativa, o Núcleo de
Criadores de Angus de Santana do Livramento promoveu uma rodada de palestras técnicas, dia 19 de maio, no parque
do Sindicato Rural do município.
ealizado em parceria com o núcleo de criadores de Brangus e com apoio de parceiros como Juntos Para Competir
(Sebrae/RS, Senar e Farsul), o evento reuniu cerca de 230 pessoas, retratando a importância da
integração do pasto nativo e pecuária na melhor
produção da carne. “O nosso campo nativo é
muito rico as discussões entre especialistas e produtores, contribuirão para troca de experiências
e desenvolvimento da cadeia produtiva da carne”, explicou a presidente do Núcleo de Criadores de Angus de Livramento, Elisabeth
Linhares Torelly.
A criadora também destacou que pecuaristas
têm condições de produzir carne de qualidade,
entretanto o diferencial é a prioridade dada à
padronização e aos cuidados de pasto e manejo.
“Nós todos podemos produzir com qualidade
utilizando o nosso campo nativo. Mas, até chegar na carne de qualidade, que vem com a padronização de carcaça possibilitada pela Angus,
é preciso também estar atento ao custo de pro-
R
Evento foi promovido pelo núcleo de Livramento
dução e ao manejo no campo”, salientou.
O tema Produção de Carne de Qualidade
foi apresentado pelo coordenador do Programa
Carne Angus Certificada da Associação Brasileira de Angus (ABA), Fernando Velloso. O médico veterináro falou sobre as vantagens possibilitadas ao criador participante do programa de
carnes da ABA e também sobre a preferência,
cada vez maior, da indústria frigorífica pelo padrão racial.
A potencialidade do Bioma Pampa e Princípios de Manejo foi o foco da apresentação do
engenheiro agrônomo e professor da UFRGS,
Carlos Nabinger. Já a Sustentabilidade Econômica e Produtiva de Sistemas de Produção Animal na Bioma Pampa foi tratada pelo médico
veterinário Danilo Sant´Anna.
marmoreio, que são cada vez mais valorizadas,
e que é um quesito que faz o diferencial da raça
Angus”, anunciou.
Já o gerente de extensão rural e compra de
gado do Frigorífico Mercosul, Mário Macedo,
reiterou a importância de uma boa conformação para o rendimento de desossa dos animais
e de um adequado grau de acabamento nas car-
Degustações de
carne Angus na
Expoutono
e Fenegócios
No mês de abril, dois importantes
eventos apresentaram as qualidades da carne Angus aos consumidores. Em uma atividade realizada em parceria com a Federação da Agricultura do RS (Farsul) e com
o Núcleo Centro-Litorâneo de Criadores
de Angus a Carne Angus Certificada foi
atração no almoço servido na abertura da
I Feira de Terneiros e Ventres Angus, realizada durante a Expoutono 2007. Destaque também, na mesma Exposição para o
sempre impecável Restaurante da ABA no
parque de Exposições Assis Brasil de Esteio, que serviu durante toda a feira cortes
selecionados da carne Angus.
Em Alegrete, com apoio do Núcleo
Alegretense de criadores de Angus, mais
uma vez a Carne Angus foi destaque na
Fenegócios, em almoço realizado na ocasião em que o Presidente da ABA e também presidente da FEDERASUL, José
Paulo Dorneles Cairoli falou aos empresários da região em nome desta segunda entidade.
caças. “Eles devem observar para características como Área de Olho de Lombo, marmoreio
e conformação, especialmente buscando a qualidade e volume peso/carcaça e não só o
percentual de rendimento”, indicou.
O coordenador do Programa Carne Angus
Certificada, Fernando Velloso, acredita que a
resposta do público, estimado em 70 pessoas,
consolida uma demanda antiga dos produtores. “Tivemos uma resposta muito positiva ao
apresentar a integração com fortes indústrias
frigoríficas detalhando o Programa Carne
Angus Certificada e as possibilidades de ganhos que são oferecidas com a certificação.”
O gerente comercial da Semeia Genética,
Éverson Nunes, destacou a receptividade dos
pecuaristas na busca por informações sobre
certificação e cruzamento com a Angus. “O
público demonstrou muito interesse, o Programa Carne Angus deve deslanchar em direção
ao centro do País”, comentou.
O gerente taurinos de corte da Lagoa da
Serra, Alexandre Zadra, estima um incremento superior a 30% na venda de sêmen Angus
no Brasil este ano, sobre 2006, com a difusão
do cruzamento com a raça. “A Angus é a raça
que mais cresce. A tendência é o crescimento
do Programa Carne Angus Certificada para o
centro-norte do país”, considerou.
ABA no Encorte
As oportunidades para produção de carne de
qualidade superior, agregando renda à pecuária gaúcha pela diferenciação proporcionada pela
Certificação da Carne Angus foi a abordagem apresentada pelo técnico do Programa Carne Angus Certificada, veterinário Fábio Medeiros, na abertura do
16º Encorte, em Santa Maria (RS). Medeiros
enfatizou as características e benefícios da certificação
da carne Angus, realizada desde 2003, com suas
bonificações corrigidas, e a valorização garantida pelos
consumidores. Outro destaque do evento, organizado pelo professor Saul Fontoura da Silva, foi o painel ‘Debate sobre as perspectivas da pecuária gaúcha. Para onde vamos?’. Conforme o professor, o
debate dos rumos da pecuária do RS foi considerado um dos pontos fortes do encontro. “Nós temos
carne de qualidade e manejo diferenciado a pasto,
precisamos nos concentrar em bem-estar animal e
manejo sanitário.” Entre os participantes do painel
estiveram Gustavo Móglia, pelo Frigorífico
Mercosul; Fabiano Vaz, pelo Frigorífico Silva; o chefe
da Divisão de Fiscalização e Defesa Sanitária Animal da Secretaria de Agricultura, Fernando Groff; e
o vice-coordenador da Bovinocultura de Corte da
Farsul e diretor administrativo da Associação Brasileira de Angus, João Francisco Bade Wolf. Entre os
assuntos debatidos destaque para o tema ‘Bem-estar
animal e qualidade de carne bovina’, apresentado pelo
médico veterinário Jair de Araújo Marques, do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), e, ‘Uma visão técnica sobre a febre aftosa’ sob a visão do professor do Departamento de Patologia Veterinária da
UFSM, Cláudio Barros.
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CONSELHO TÉCNICO
Maio de 2007
Corpo Técnico padroniza critérios de seleção da raça
Treinamento e integração foram realizados no interior gaúcho, em abril, durante encontro anual
De 18 a 20 de abril, a Associação
Brasileira de Angus (ABA), reuniu seus
técnicos de São Paulo, Paraná e Rio
Grande do Sul na Reunião Anual do
Corpo Técnico. O objetivo foi atualizar e treinar os profissionais, com trabalhos teóricos e práticos, numa ação
que proporcionou a padronização de
critérios de seleção da Angus no País,
além da integração da equipe, com uma
rotina de trabalhos que incluiu a
visitação a rebanhos da Fronteira Oeste gaúcha.
O presidente do Conselho Técnico, Ricardo Gregory, coordenou a reunião, auxiliado pelo assessor técnico da
ABA, Dimas Rocha. A programação do
primeiro dia teve apresentação de relatório de atividades da ABA e Conselho Técnico, além de palestras que tra-
historiando os resultados colhidos, com
as suas vinculações, em medições que
vem sendo realizadas na Umbu desde
2002, onde inclusive há aplicação também, de forma diferenciada, nas gerações ao desmame.
Posteriormente, o professor médico veterinário Walter Ney Ribeiro discorreu sobre a metodologia que aplica
na revisão e avaliação dos reprodutores
machos Umbu, trabalhos que começam com uma primeira apreciação aos
15 meses.
Técnicos da ABA participaram das atividades em vários estabelecimentos
Pecplan, Marcelo Selistre tratou dos os
critérios de seleção de touros para a
central de inseminação artificial.
Finalizando esta etapa, a consulto-
Parte prática incluiu presença de técnicos do GenSys
taram de temas pontuais como o manejo da vaca com cria e crescimento
do bovino, realizada pelo médico veterinário, professor do Departamento
de Zootecnia da Faculdade de Agronomia da UFRGS, Júlio Barcellos.
A parte teórica do encontro seguiu
com a apresentação dos novos relatórios de avaliação genética no âmbito
do Programa de Melhoramento Genético (Promebo), apontados por Mário
Luis Piccoli, da GenSys.
O sócio-gerente da Semeia Genética, Léo Fraga Warszawsky abordou a
produção de carne com qualidade e o
técnico de Corte Europeu da ABS
gestando, exemplares em regime de
cabanha e o conjunto de vacas doadoras do programa de transferência de
embriões da Cabanha Umbu. “ Foi
uma enorme satisfação poder apresentar para um grupo tão diferenciado o
trabalho realizado e os resultados obtidos”, comemorou Fernando Tellechea.
Em Alegrete, a equipe percorreu a
Fazenda Cerro do Dinheiro, de Afonso Antunes da Motta. A responsável
técnica, Adriana Verissimo abriu o debate sobre cruzamento com Angus e
ra Sandra Farias Moraes ministrou a
palestra “Cultivando Pessoas”, com
enfoque à importância do trabalho em
equipe e ética profissional.
“Este encontro foi muito positivo,
visto que permitiu a atualização de conhecimentos e padronização de critérios de seleção para os técnicos” , avaliou Gregory.
A parte prática do encontro iniciou
na Estância Santa Helena, em
Uruguaiana, propriedade de Eduardo
Macedo Linhares. A equipe, recebida
pela responsável pela seleção dos
plantéis da GAP Genética, Ângela
Linhares da Silva, e pelo diretor comer-
cial da GAP, João Paulo da Silva, foi
orientada na realização da avaliação
fenotípica, sob orientação de Ricardo
Gregory, Susana Salvador e Luis
Alberto Müller.
Foram selecionados animais de diferentes tipos para aproximar o mais
possível da realidade vivenciada pelos
técnicos nos seus trabalhos a campo.
Segundo Ângela, “foram selecionados
animais polêmicos, com diversos
fenótipos e, com isso, os técnicos tiveram a oportunidade de avaliar tipos
diferentes e debater a questão em grupo”, frisou.
Ricardo Gregory reiterou a importância do trabalho desenvolvido na
Santa Helena. “Foi o momento a ser
destacado no evento, pois os técnicos
puderam revisar e simular os critérios
de seleção para fêmeas e machos
Angus”.
O grupo também visitou rebanhos
Angus da região. Na Cabanha Umbu,
de Angelo Bastos Tellechea, em
Uruguaiana, os técnicos assistiram a
apresentação do Engenheiro Agrônomo Fernando Tellechea, sobre o sistema aplicado pela Cabanha Umbu na
criação de seus reprodutores fêmeas e
machos, Angus e Brangus.
Na seqüência, foi feita abordagem
sobre as avaliações de AOL (Área de
Olho de Lombo), realizada pelo professor zootecnista Jaime Tarouco,
Fernando Tellechea mostra trabalho realizado na Cabanha Umbu
Após essa parte com transmissão de
informações e procedimentos, os visitantes acompanhados pelo médico veterinário Mário Luiz Riveiro fizeram
uma visita à estância onde foi mostrada as gerações de touros para venda em
2007, bem como rodeios a campo de
vacas e novilhas Angus que estão
produção de novilhos para o Programa Carne Angus Certificada.
Para o próximo ano, o presidente
do Conselho Técnico da Angus adiantou que a intenção é levar o encontro
para São Paulo ou Paraná, a pedido dos
técnicos e criadores da região
Equipe do Conselho Técnico na Gap Genética
Corpo Técnico da Associação Brasileira de Angus - faça contato
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CONSELHO TÉCNICO
Maio de 2007
CDP – Controle de Desenvolvimento Ponderal
A necessidade do CDP, como
prova zootécnica e como obrigatoriedade para algumas exposições,
justifica o expressivo número de animais inscritos no programa de controle, cujas finalidades são:
O “CDP” tem por finalidade:
a) Efetuar e registrar as pesagens
dos bovinos das raças de corte e mistas para as quais a “ANC” mantém
convênio com o Ministério da Agricultura e do Abastecimento para a
manutenção de seus Registros Genealógicos, ou por delegação de entidade mantenedora dos registros de outras raças, bem como analisar os dados colhidos, fornecendo aos criadores ou proprietários, subsidios para
efeito de melhoramento de seus rebanhos;
b) Identificar nos rebanhos inscritos, os indivíduos, linhagens e famílias de maior velocidade de ganho de
peso, a fim de orientar os trabalhos
de seleção; e,
c) Evidenciar o comportamento
médio das raças de corte e mistas mencionadas, quanto ao desenvolvimento ponderal até aos 18 (dezoito) meses de idade.
Como participar?
Os criadores que tiverem interesse em controlar seus animais pelo
“CDP” deverão encaminhar o pedido de controle por inscrito à “ANC”,
em formulário específico.
Poderão ser controlados pelo
“CDP” animais de ambos os sexos,
registrados no Herd Book Brasileiro.
Os pedidos de controle deverão
ser encaminhados, no máximo, até
dois (2) meses após o nascimento dos
produtos.
Todo produto nascido entre uma
pesagem realizada pelo Técnico
credenciado e outra, deverá ser apresentado para o controle inicial.
O animal controlado pelo serviço
será tatuado na orelha direita com o
símbolo “CDP” na primeira pesagem
realizada pelo Técnico credenciado.
As pesagens serão efetuadas, quatro (4) vezes ao ano. Destas, duas realizadas (2) pelo criador e duas (2)
pelo técnico. Técnicos que executarão as pesagens serão credenciados
pela Direção do “CDP”. Pesagens de
janeiro e julho são de responsabilidade do técnico.
A pesagem ao nascer ficará a cargo dos criadores, devendo estes estarem aparelhados para este fim.
Considerando a expansão de exposições com exigência de CDP, este
como prova zootécnica vem suprir
estas informações. Números avaliados
entre 2000 e 2006 mostram que a
Raça Aberdeen Angus possui o maior número de animais controlados. O
CDP consiste em quatro pesagens até
os 18 meses e o controle é realizado
pela ANC Herd Book Collares. - Veja
Gráfico e Tabela1.
A base do CDP é o controle de peso na fazenda
Fonte: ANC Herd Book Collares
Dados avaliados de 2000 a 2006
Consideradas somente as raças
avaliadas pela ANC
Últimas Deliberações do Conselho Técnico
Prezados Criadores da Raça
Aberdeen Angus
Como resultado das últimas deliberações do Conselho Técnico, vimos
por meio desta, informar:
Circular Técnica – 01/2007
Alterações referentes ao Regulamento de Exposições e Regulamento
do Ranking Oficial, vigentes a partir
de 2007:
1) Regulamento de Exposições
Rankeadas da Raça Angus
Exigências Reprodutivas
Art. 10 º As fêmeas de argola com
idade igual ou superior a 20 meses deverão apresentar atestado de prenhez
ou cópia do Relatório de Coleta e Congelamento de Embriões - ANC nos últimos 120 dias;
Parágrafo Primeiro – fêmeas de
argola com idade igual ou superior a
24 meses necessitarão apresentar pre-
nhez confirmada ou cria ao pé (independente de estarem em Programas de
TE);
Parágrafo Segundo – após a confirmação do 1º parto serão aceitos atestados de coleta e embriões viáveis nos últimos 120 dias;
Alteração para 2007
Parágrafo terceiro – As vacas com
cria ao pé após 180 dias pós-parto devem estar prenhes ou em programas de
T.E.. Terneiros ao pé da vaca com mais
de noventa (90) dias devem obrigatoriamente apresentar registro provisório.
2) Ranking Oficial dos Criadores
e Expositores da Raça Angus
Alteração para 2007
Item 8 - Cada produto contará ponto apenas duas vezes no ano. Se o animal participar de várias exposições serão consideradas as duas que lhe conferirem a melhor pontuação. No caso de
parcerias, os pontos poderão ser da parceria, divididos entre os proprietários ou
absorvidos por uma das partes conforme comunicado prévio a ABA. As parcerias devem ser oficializadas no momento da inscrição.
I t e m 9 - No caso de
comercialização de um animal, este contará pontos novamente em nome do
outro expositor. Para a pontuação de
criador, o mesmo animal somente pontuará duas vezes no ano. Os novos proprietários/expositores devem regularizar junto a ABA, mediante documentação, a propriedade ou parceria do
animal. A data limite para comprovação junto à ABA é 30/10. Caso contrário esse expositor não participará do
ranking.
Circular Técnica – 02/2007
Como resultado das últimas deliberações do Conselho Técnico, vimos por
meio desta, informar normas referentes
a coleta de amostras para exames de
DNA e controle de paternidade. O
Conselho Técnico busca iniciar a formação de um banco de DNA.
Para fins de controle de paternidade, a partir de 1° de janeiro de 2007, o
Conselho Técnico regulamenta as seguintes normas:
§ Em todas as exposições Rankeadas
ABA de Argola, será sorteado um animal por expositor para realizar teste de
paternidade;
§ Somente animais nascidos a partir de 1° de janeiro de 2007 serão controlados, nas exposições;
§ A Comissão de Admissão terá a
responsabilidade de realizar o sorteio, a
coleta de amostra e o encaminhamento
do material para teste;
§ A ABA custeará os valores referentes à coleta de amostras, envio e tes-
te de paternidade, nas exposições;
§ No caso, da não confirmação da
paternidade, o animal e seu criatório
serão submetidos ao Regulamento de
Serviço de Registro Genealógico de Bovinos - ANC.
Todas estas alterações estão sendo
feitas por contribuições de criadores,
discussões da diretoria, auxílio dos
Técnicos da ABA e com o objetivo
maior de qualificar cada vez mais nossos rebanhos.
O associado que tiver interesse nos
regulamentos 2007 na sua íntegra favor
solicitar
via
e-mail
[email protected] ou pelo telefone 51 3328 9122.
Não hesite em contatar-nos no
caso de dúvidas e sugestões.
Atenciosamente
Ricardo Macedo Gregory
Presidente do Conselho Técnico
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RANKING 2007
Parcial do Ranking Angus 2007
Computados os resultados dos
seis primeiros eventos integrantes do
Ranking Angus 2007 (Emapa/Avaré,
SP – Expolondrina, PR – Exposição
de Uruguaiana, RS – Expoutono, RS
– Itapetininga, SP – Santa Maria,
RS), a Reconquista Agropecuária, de
José Paulo Dornelles Cairoli (Alegrete, RS), lidera o ranking de argola
nos quesitos de Criador e Expositor.
A
segunda colocada no ranking
dos criadores é a Cabanha
Rincon Del Sarandy, segui-
da da Agropecuária Fumaça, de Elio
Sacco. Na categoria expositor, a segunda colocada é Casa Branca
Agropastoril, de Paulo de Castro
Marques, seguida da Agropecuária
Fumaça, de Elio Sacco.
No ranking de rústicos, consideradas a Exposição de Outono
de Uruguaiana e o Outono Angus
Show (Expoutono), realizada em
Esteio, RS, a liderança como criador e expositor é de Joaquim
Francisco Bordagorry de
Assumpção Mello, Fazenda Santa
Eulália (Pelotas, RS). Como criador, Eduardo Macedo Linhares,
da GAP Genética, é segundo, ficando em terceiro a criadora Carla
Sandra Staiger Schneider,
Cabanha Santa Bárbara. Na categoria expositor, o segundo colocado é Carla Sandra Staiger
Schneider e, em terceiro, Eduardo Macedo Linhares.
Veja nas tabelas abaixo, os 10
primeiros colocados no ranking
de argola e os oito classificados no
ranking de rústicos.
Julgamentos do Outono Angus Show, um dos eventos integrantes do ranking
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INFORME PUBLICITÁRIO
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A Melhor Defesa é
ACATAK® é um inibidor de crescimento dos carrapatos que age impedindo que as
formas jovens dos carrapatos atinjam a fase
adulta. Seu efeito longa ação faz com que as
larvas infestantes presentes nas pastagens, ao
subirem nos bovinos, sofram o efeito do produto, o que resulta na limpeza dos pastos e
do animal, com a redução da infestação parasitária. Isso se torna ainda mais importante se considerarmos que 9 5 % da
infestação encontra-se na pastagem e somente 5 % está sobre o animal.
FACILIDADE DE APLICAÇÃO
E EFEITO LONGA AÇÃO
A aplicação pour on de ACATAK® é
muito fácil e seu efeito sistêmico protege o
rebanho por mais tempo que os
carrapaticidas convencionais, pois permanece depositado na gordura corporal, de onde
é gradativamente liberado, mantendo um
nível plasmático adequado para a proteção
dos animais.
AÇÃO CONTRA
CARRAPATOS RESISTENTES
ACATAK® atua perfeitamente em todas as cepas de carrapatos resistentes às moléculas convencionais (piretróide, amitraz,
organofosforado, fipronil ou mesmo
avermectina). Age por via sistêmica mesclado às proteínas do sangue, portanto, age no
carrapato quando ele pica, não havendo região protegida contra o seu efeito.
MANTÉM A IMUNIDADE
CONTRA A T.P.B.
Outro benefício fundamental com o uso
de ACATAK® é que como as larvas e ninfas
morrem durante a fase de parasitismo, mantém a imunidade contra a Tristeza Parasitária Bovina, pois inoculam a Babesia spp o
que estimula o organismo a produzir
ACATAK® !
anticorpos. Isto evita a necessidade de
“carrapatear” os animais, tática utilizada
indevidamente por alguns, pois além de criar
uma imunidade pouco confiável, ainda gera
prejuízos a partir do parasitismo dos animais.
DESEMPENHO PRODUTIVO
SUPERIOR
Livre de carrapatos e do estresse causado por sucessivos tratamentos carrapaticidas
em curto intervalo de tempo, os animais tratados com ACATAK® alcançam seu melhor desempenho produtivo, traduzido em
maior ganho de peso, melhor conversão alimentar, menor idade ao abate, maior taxa
de prenhez, maior taxa de concepção, redução de abortos, etc...
Procure as revendas agropecuárias parceiras e entre também nessa era de controle
eficaz do carrapato. A Melhor Defesa é
ACATAK®.
Touros Semeia/Select Sires
batem recorde de Preços
Mais uma vez a Genética Semeia/Select
Sires comprova a rentabilidade que proporciona ao criador da Raça Angus
Angus, seja pela
evolução genética dos seus produtos, pela
grande quantidade de prêmios em exposições
e feiras ou pelos valores obtidos em leilões
ou remates.
Destacamos 7 A N 2 2 2 - G A R
PREDESTINED
PREDESTINED, touro extremamente valorizado para machos (US$ 51.000,00 –
Wehrmann Angus / Donell Cattle Co. Bull
Sale – Texas), para fêmeas (US$ 50.000,00
– Sunny Valley Farm Sale) e para embriões
(US$ 71.000,00 – Prospect Hill Farms Sale).
Outro destaque foi dado para 7AN237
- GAR PRIME DESIGN com fêmea vendida por US$ 100.000,00 no Three Trees
Ranch Sale.
Também uma filha do touro 7AN194
– RITO 6I6 of 4B20 6807 prenhe por
7AN248 - GAR INTEGRITY foi vendida por US$ 175.000,00 no Express Ranch
Sale, tendo ainda 6 I 6 uma filha
comercializada por US$ 180.000,00 no
Sandpoint Cattle Co. Female Sale.
Os valores destacados reforçam a Semeia/
Select Sires como a genética que cada vez mais se
comprova no campo, no gancho e nas pistas.
ABS confirma sua liderança como a principal
fornecedora de genética Angus nos Estados Unidos.
De acordo com números divulgados pela
Associação Americana de Angus (AAA) 2006,
a ABS é a central quem tem na sua lista de
preço os touros que mais registram filhos na
AAA. Nos Estados Unidos, o criador adquire o sêmen e posteriormente paga pelo direito de registrar os filhos de um determinador
reprodutor. Há portanto um investimento
em genética em duas etapas diferentes. A AAA
divulga anualmente o ranking dos principais
touros de registro já que isso reflete como
um bom termômetro sobre a qualidade de
oferta dos touros nas centrais. O gráfico ao
lado ilustra muito bem a posição de liderança da ABS Global e o aumento
significativo da participação da empresa neste mercado nos últimos anos.
Identificando pontualmente quais
são estes reprodutores, a tabela mostra
a liderança incontestável nos últimos 13
anos, nos quais a ABS Global é a casa
do touro com maior número de filhos
registrados na AAA. EXT foi um dos
maiores touros da história da raça Angus,
deixou inúmeros produtos no Brasil e em
outros países da América do Sul. Até hoje, a
equipe ABS Pecplan recebe consultas sobre
a disponibilidade de sêmen deste reprodutor.
Aos poucos, a qualidade de EXT vai cedendo espaço para outro grande reprodutor da
raça que é New Design 878, disponível no
Brasil desde 2001. Trata-se de um verdadeiro fenômeno que vem batendo todos os recordes do seu antecessor e certamente deixará sua marca na história da raça além de inúmeras progênies no rebanho brasileiro.
New Design 878 é hoje reconhecido
como uma das melhores opções para produzir fêmeas em um rebanho de Angus, conforme os dados do “Pathfinder Sires 2006”,
programa criado pela AAA em 1978, cujo
objetivo é identificar matrizes superiores.
Esta trajetória de liderança da ABS Global diante dos seus concorrentes deverá crescer cada vez mais já que hoje o mercado americano utiliza em grande escala a genética de
IN FOCUS. Este reprodutor reúne características de facilidade de parto, mérito de carcaça e alta performance. A ABS Pecplan
disponibilizou esta genética em 2006 e hoje
In Focus é touro mais cotado para liderar o
ranking de registros em 2007.
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ARTIGO TÉCNICO
Manejo sanitário do rebanho no inverno
Por Octaviano Alves Pereira Neto
O inverno é marcado por alterações no clima que afetam a dinâmica da população de parasitos internos e externos. Estas flutuações térmicas variam a cada ano, o que influi na produção e qualidade da forragem, mas traz vantagens tais como a redução da infestação de
parasitos no ambiente. As formas não parasitárias (ovos e larvas infestantes no ambiente) sofrem a ação do frio (Sul) ou da estiagem (Sudeste e Centro-oeste), sucumbindo antes de alcançar o hospedeiro.
ão óbvios os benefícios do controle das
parasitoses, os quais permitem melhores desempenhos produtivos ao rebanho. A queda na qualidade nutricional do campo nativo, durante o inverno, provoca redução no consumo de forragem, gera
estresse e a quebra da imunidade, causando perdas de
peso e altas taxas de mortalidade do rebanho.
Nas restevas de culturas de verão (soja, arroz,
milho,...) geralmente são implantadas pastagens
cultivadas para uso no período de inverno. As al-
S
tas cargas (lotações) usadas podem se traduzir na
maior possibilidade de contaminação ambiental
e entre animais, portanto um rígido plano sanitário é fundamental para permitir a colheita dos resultados desejados com o uso desta pastagem.
O tratamento dos animais que entram nestas
áreas melhoradas (que estão limpas após o cultivo) elimina os parasitas e impede sua infestação
por ovos e larvas. Os produtos longa ação
(endectocidas e inibidores do crescimento de
ácaros) permitem espaçar os manejos do rebanho,
Preparando o ambiente
para a chegada da primavera
Em tese, presume-se que apenas 5% dos parasitas
de uma fazenda estão no rebanho. Os 95% restantes
estão no ambiente, como ovos e larvas infestantes.
Grande parte da infestação primaveril é decorrente
das infestações de outono, nas quais os parasitos e seus
ovos conseguem atravessar o período de inverno, promovendo novos surtos parasitários quando as condições tornam-se mais favoráveis. Assim, é elementar o
uso de programas de controle que ajam tanto no ani-
Ao usar produtos eficazes no tratamento dos animais
durante o inverno, eliminamos a fonte de novas infestações;
quando as condições climáticas forem novamente favoráveis
ao parasito, sua população terá sido bastante reduzida
evitando a freqüente vinda dos lotes às mangueiras para tratamentos. O mercado veterinário tem
oferecido aos fazendeiros produtos que visam
atender ao conceito de que “lugar de bovino é no
pasto” ganhando peso, livres da competição dos
parasitos.
Associada ao carrapato está a Tristeza Parasitária Bovina (TPB), que causa sérios prejuízos aos
bovinos de origem européia. No outono-inverno
são comuns casos de TPB devido à alta infestação
de carrapatos, a qual tem seu pico nos meses de
abril-maio. Há também surtos de primavera,
quando a infestação cresce e houve quebra da imunidade durante o inverno.
mal como no ambiente, interferindo na infestação da
pastagem.
Com a chegada da primavera ou da “Estação das
Águas” há elevação da temperatura e na umidade, o
que favorece o desenvolvimento dos endo e
ectoparasitas. Controlando os parasitas internos e externos no animal, quebramos seu ciclo biológico, pois
não haverá novas gerações de ovos.
Durante o inverno (seja pelo frio ou pela seca)
ocorre a morte da boa parte dos parasitas do meio. Ao
usar produtos eficazes no tratamento dos animais, eliminamos a fonte de novas infestações e quando as
condições climáticas forem novamente favoráveis ao
parasito, sua população terá sido bastante reduzida, o
que impactará na produtividade de todo o sistema.
A redução na carga parasitária, que é obtida com
programas de controle estratégico de outono, favorece o desempenho dos animais na primavera quando
melhoram as condições nutricionais, expressando
melhor seu potencial produtivo, com taxas
reprodutivas superiores, redução na idade ao
acasalamento e ao abate.
O uso de inibidores do crescimento dos ácaros a
base de fluazuron (Acatak®, Novartis Saúde Animal
Ltda) é a uma alternativa para reduzir a população de
carrapatos no período de inverno. Age impedindo que
as larvas de carrapato que sobem no bovino e as ninfas
atinjam a fase adulta, reduzindo a infestação da pastagem, com a vantagem da manutenção da imunidade
contra Tristeza Parasitária.
Tomando estas medidas sanitárias e provendo seus
bovinos de boas condições nutricionais, é possível atravessar o período de inverno com seus animais saudáveis e produtivos. Utilize o clima de inverno como
um “parceiro”, agindo de forma conjunta e eficaz no
sentido de reduzir os níveis de infestação do ambiente, através da eliminação as formas adultas, que
parasitam os bovinos, cortando o ciclo de formação
das novas gerações.
Méd. Vet., Mestre em Zootecnia
Gerente Técnico - Bovinos
Todos os direitos reservados. É proibida a
reprodução total ou parcial do conteúdo
desta publicação sem a autorização da
Novartis Saúde Animal
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OPINIÃO
Cruzamento Industrial: a retomada no mercado de genética taurina
Por Vasco Beheregaray Neto
Não há dúvidas de que o ano de 2006 foi
marcante para o mercado brasileiro de
inseminação artificial. Os números divulgados recentemente pela ASBIA demonstram que o total
de doses comercializadas no Brasil recuou 4,17%.
A maior queda refere-se aos bovinos de corte, 8,5%, ao passo que a genética de leite experimentou o pequeno aumento de 2,2%.
o segmento específico de genética bovina
de corte, a maior queda foi observada nas
raças zebuínas, na ordem de 15%. Já o
mercado de genética taurina obteve um crescimento na ordem de 13% conforme ilustra o gráfico
ao lado. Esta situação é animadora pois, após cinco anos consecutivos de queda no volume de doses comercializadas no Brasil, o ano de 2006 marca, definitivamente, a retomada na demanda de
genética taurina para utilização em programas de
cruzamento industrial.
O perfil desta nova onda de crescimento passa necessariamente por genética da raça Angus.
Ao considerarmos o mercado brasileiro de
inseminação artificial por grupos genéticos, as raças de origem britânica correspondem por cerca
de 70% de todo o volume de doses das raças
taurinas comercializadas. Especificamente o grupo genético Angus, formado por Angus, Red
Angus, Brangus e Red Brangus, é responsável por
cerca de 60% do mercado de cruzamento cujo volume é superior a 1 milhão de doses.
N
A tendência da inseminação
artificial (IA) no Brasil segue o
padrão observado em outros
países mais avançados em pecuária de corte. Há cada vez mais
uma concentração em grupos
genéticos de origem britânica e
uma diminuição do número de
raças ofertadas ao mercado. Esta
situação já é observada no Brasil nos últimos sete anos, entretanto o mercado brasileiro é
grande, diversificado e nunca estará imune aos modismos e boas
estratégias de marketing.
Neste novo cenário de crescimento, a avaliação genética assume um papel
importante. Uma grande parte do aumento desta
demanda é determinada pelo Brasil Central e,
neste mercado, o usuário de inseminação artificial prioriza e busca touros efetivamente provados
e melhoradores.
A utilização de heterose com objetivos bem
claros e definidos sempre fará parte do sistema de
produção e, para que estes benefícios sejam permanentes e duradouros, a seleção de reprodutores
com genética aditiva (DEP’s) é o que permite atingir ganhos de produtividade no médio e longo
prazo. Desta maneira, o acesso a este mercado será
determinado por touros provados com o respaldo
de uma boa e consistente avaliação genética e não
somente pelo somatório de campeonatos em pistas. A avaliação na pista e exposições tem sua importância, porém atende cada vez mais um mercado menor no segmento das raças taurinas.
No tocante as DEP’s o perfil do usuário de
inseminação artificial, segue com ênfase em características de crescimento na fase pré e pós-desmama. Entretanto, esta busca de genética de crescimento está associada a uma composição de crescimento mais equilibrada com conformação e precocidade, evitando-se cada vez mais os excessos
de cada raça. DEP’s com informações ligadas ao
desempenho reprodutivo também são consideradas, assim como a facilidade de parto é muitas
vezes um critério decisivo em rebanhos no sul do
país.
Em tempos atuais, é crescente o número de
usuários de IA cujo critério de seleção envolve não
apenas características de desempenho, mas também DEP’s relacionadas à qualidade de carcaça
como marmoreio, área de olho de lombo, maciez
da carne e facilidade para deposição de gordura
(precocidade de acabamento). Esta é uma tendência quer deve aumentar nos próximos anos, já que
estamos diante de uma fase de consolidação e ex-
pansão das alianças comerciais onde o programa
Carne Angus é um ótimo exemplo.
Observa-se algo muito positivo nesta nova fase
de expansão dos programas de cruzamentos no
Brasil. Os fundamentos que sustentam este novo
aumento na demanda de genética taurina são
muito mais sólidos e consistentes daqueles observados no passado. Percebe-se agora uma fase mais
madura de crescimento, com produtores mais
conscientes de que tipo de genética estão buscando, qual o propósito de utilizar cruzamentos e,
sobretudo, de que forma é o manejo correto de
uma genética mais produtiva.
A questão mercadológica de dificuldade de
colocação do produto de cruzamento já é superada. As limitações técnicas em determinadas regiões o país são conhecidas. A pressão por aumento de eficiência e produtividade cresce na mesma
proporção em que há um aumento na oferta de
novas alternativas de investimento para o uso da
terra. Há menos espaço para errar e mais informação para decisões acertadas dentro de um programa de cruzamento.
A qualidade e quantidade da informação genética esta disponível na maior parte das centrais
de inseminação e a capacidade de discernimento
de cada produtor será determinante no sucesso
de seu negócio. Por fim, parece que temos um
melhor entendimento da clássica interação
genótipo x ambiente que a partir de agora estará
inevitavelmente associada com o mercado.
Eng. Agr., MSc.
ABS Pecplan
Gerente de Produto Europeu Corte
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OPINIÃO
Atenção para a Verminose Bovina
Equipe técnica da Bayer S/A
Em todos os tipos de exploração de gado
existem diversos fatores que afetam a produtividade e, por fim, a rentabilidade do negócio. Sem dúvida, os fatores relacionados com
o parasitismo interno e externo são os que
mais influenciam no rendimento dos animais.
esta oportunidade vamos nos concentrar nos parasitas internos, mais conhecidos como verminoses.
As verminoses constituem fatores limitantes
ao potencial de produção animal em todo o
mundo.
As infecções clínicas e subclínicas levam a
perda de peso, diminuição da conversão alimentar e de performance reprodutiva. Todas estas
alterações, ou a gravidade delas dependem de
fatores relacionados ao parasita (verme), ao animal e ao ambiente.
Com relação ao parasita, os prejuízos ocasionados aos bovinos dependem da espécie do
verme, do local onde eles se instalam e da quantidade de formas infectantes adquiridas.
Os fatores que determinam a gravidade dos
danos relacionados aos bovinos incluem: idade,
manejo e estado nutricional:
a) Idade: Os animais mais jovens são mais
susceptíveis à verminose;
N
b) Manejo: Bovinos criados intensivamente, de um modo geral são mais infectados que os
animais criados extensivamente;
c) Estado nutricional: animais com dietas
com baixos valores protéicos apresentam sinais
clínicos mais severos.
Importância do Controle dos Parasitas
Os bovinos podes ser acometidos por diversas espécies de vermes: Haemonchus sp,
Trichostrongylus sp, Ostertagia sp, Cooperia sp,
Bunostomun sp, Oesophagostomun sp, etc.
A prevalência de cada parasita varia em função de vários aspectos ligados às condições
ambientais, por exemplo, o clima da região, à
idade dos animais e freqüência de administração de anti-helmínticos.
As manifestações clínicas do parasitismo po-
dem ser agudas ou crônicas. Os sintomas mais
comuns são: diarréias, anemia, papeira, perda de
peso e podendo, principalmente em animais jovens, levar à morte. Embora os casos clínicos
sejam relativamente freqüentes, é importante salientar que os maiores prejuízos pelos vermes
estão relacionados à baixa produtividade dos rebanhos.
Os detalhes de um programa para o seu controle dependem das condições de cada propriedade, que são variáveis de um local para o outro.
Deve-se, evitar a superlotação de animais,
assim como o pastoreio prolongado em uma
determinada área, o que propicia o aumento de
oferta de formas larvares infectantes aos animais.
O controle deve ser realizado pelo uso de
anti-helmínticos (vermífugos) associados às prá-
ticas de manejo, objetivando a redução do número de larvas nas pastagens.
Os anti-helmínticos (vermífugos) são compostos químicos capazes de promover a morte e
ou remoção dos parasitas. Os anti-helmínticos
são classificados de acordo com o espectro de
ação, podendo ser de largo ou curto espectro.
Atualmente tem sido muito utilizados os
produtos à base de Ivermectina que além de tratar uma grande quantidade de espécies de parasitas internos dos bovinos, combate também
parasitas externos como os bernes e auxilia no
controle dos carrapatos.
Resumindo, poderíamos concluir que para
realizarmos um bom programa de controle de
vermes não devemos esquecer:
- Todo animal, antes de ser introduzido em
uma área descontaminada (limpa de vermes)
deverá ser dosificado com um anti-helmíntico
(vermífugo) de largo espectro;
- Manter um bom estado nutricional do rebanho;
- Consultar sempre um médico veterinário,
pois ele pode com base em informações
epidemiológicas e exames de fezes periódicos dos
animais do rebanho prescrever overmífugo mais
indicado para aquela propriedade naquele momento.
* Área Saúde Animal
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REPORTAGEM DE CAPA
Maio de 2007
25
Se o leilão é ágil,
tem Angus na pista!
Quando tem agilidade no remate, tem genética Angus sendo ofertada na pista. Esta máxima, que repete e
incrementa as realidades verificadas nas feiras realizadas no ano passado, está de volta e ainda com bem mais força,
marcando também a temporada de vendas de animais de produção nos leilões deste ano.
Por Eduardo Fehn Teixeira
Foto: J.M. Alvarenga / Gregório Nunes / Egon Gimenez / Divulgação
Disputa nas pistas gaúchas foi muito intensa nas feiras de terneiros de outono
Todas as evidências levam à leitura que indica claramente o crescimento do rebanho e da preferência
pela genética Angus não só no Sul
do Brasil, mas numa movimentação
que contagia criadores e agroempresários de vários outros pontos do
País. E estas evidências estão sendo
constatadas não só nas pistas de leilões, onde Angus significa alegria,
agilidade e bons preços, mas também
junto a produtores que mantém programas específicos à geração de carne de qualidade e, obviamente, nas
indústrias, que pela qualidade e padronização das carcaças, pagam cada
vez mais por produtos de genética
Angus. E todas essas tendências são
confirmadas pelos números e percentuais revelados pela comercialização
de sêmen no Brasil.
om valores mais elevados, os
produtos Angus e suas cruzas,
mesmo com sobrepreço, reúnem a preferência dos compradores
nas feiras, que se dispõem a pagar entre 10% a 20% a mais por produtos
Angus, que entretanto oferecem maior qualidade, padronização e a comprovada eficiência de uma raça de tra-
C
dição internacional na área de produção pecuária e de carne de características superiores.
A cada ano, os produtores de
Angus aperfeiçoam a organização de
ações a partir dos núcleos de criadores, em suas regiões de atuação, e sempre contando com o importante diferencial representado pelo franco
apoio e efetiva participação da Associação Brasileira de Angus (ABA).
Angus.
O pecuarista percebe a organização e os ganhos a mais que pode ter a
partir do uso da genética Angus. Integrado nesta verdadeira maré negra ou
maré vermelha representada por toda
a movimentação em torno da raça
Aberdeen Angus, o criador se sente
incluído e quer participar de tudo,
agregando conhecimento pessoal e
mais valor a seu trabalho, trocando informações com seus colegas, ouvindo
palestras técnicas focadas na área de
genética e produção e, na cadeia da
carne, obtendo mais segurança de colocação de seus animais e maior receita a partir da melhor cotação dos produtos que entrega no frigorífico.
Liderança evidente
nas principais feiras
de terneiros do RS
Assim como vem se confirmando, "a lo largo", nos mais diversos
pontos do Rio Grande do Sul, a liderança da genética Angus já ficou nítida durante a 1ª Feira de Terneiros e
Ventres Angus, no dia 1º de maio,
no 3º Outono Angus Show, durante
a Fenasul, no parque Assis Brasil, em
Esteio, RS. A feira negociou R$
454,23 mil com a comercialização de
377 exemplares Angus e cruzas
Indústria começa a
sinalizar que tipo de
produto quer receber
A isso, soma-se a positiva interferência da indústria no mercado, que
cada vez mais se faz presente junto ao
produtor para mostrar caminhos e
sinalizar claramente sobre o tipo de
produto que quer receber e pelo qual
remunera acima das cotações habituais do mercado. E são estes aspectos,
juntamente com o sucesso do Programa Carne Angus Certificada, implantado pela ABA e que já rompe as fronteiras gaúchas sendo instalado também em São Paulo, que estão sendo
citados por pecuaristas e leiloeiros
para justificar o que já é evidente: a
preferência do mercado pela genética
Terneiras Angus negociadas na Fenasul, em Esteio, RS, foram cotadas em R$ 672,03
Angus. Em média os terneiros foram
valorizados em R$ 3,83 o quilo vivo,
com as novilhas Angus e cruzas Angus
sendo valorizadas pela elevada média de R$ 4,46 o quilo vivo.
A feira foi um dos pontos altos da
programação do 3º Outono Angus
Show, desenvolvida pela Associação
Brasileira de Angus (ABA) juntamente com o Núcleo Centro Litorâneo de
Angus, e integrante da 5ª Feira do
Terneiro, Terneira e Vaquilhona da
Fenasul, promoção Farsul, Gadolando e Santa Úrsula Remates. “Nosso
grupo trabalhou muito para o sucesso
deste evento e os criadores apoiaram
participando com animais realmente
de qualidade”, sentenciou a presidente do Núcleo Centro Litorâneo de
Angus, a criadora Carla Sandra Staiger
Schneider.
Outros valores de primeira linha
foram pagos por ventres Angus com
prenhez confirmada, vendidos por R$
2,4 mil e vacas Angus obtiveram preço médio de R$ 2,277 mil, com
vaquilhonas a R$ 866,66 e as terneiras
por R$ 672,03.
26
REPORTAGEM DE CAPA
Maio de 2007
Unidos, produtores investem
em qualidade e ganham mais
Fotos: ABA/Divulgação
genético dos animais e
o produtor passou a
perceber a elevação da
qualidade e principalmente que a genética
Angus tem melhores
cotações nos frigoríficos. Isto tudo além das
conhecidas características positivas proporcionadas pela Angus”, revela Sesti, proprietário
da Cabanha Seival del
Toro, em Cachoeira do
Sul.
Feira de Cachoeira do Sul (RS) apresentou excelente valorização dos terneiros e terneiras Angus
Ele estima para a região centro do Estado
O presidente do Núcleo Centro a qualidade dos rebanhos cresceram do RS um rebanho de até 450 mil caAngus, sediado em Cachoeira do Sul, muito em toda a região de beças de gado e afirma que atualmenRS, Luiz Henrique Castagnino Sesti, abrangência do núcleo. “Nosso gru- te, de 40% a 50% desses animais são
observa que principalmente nos últi- po de criadores passou a trabalhar em Angus ou cruzas Angus. A cada ano,
mos quatro anos, o interesse por ani- sintonia com a Associação Brasileira mais e mais produtores passam a crimais Angus e suas cruzas, assim como de Angus, investiu no melhoramento ar e cruzar com genética Angus.
O criador quer participar
Foto: Horst Knak/Agência Ciranda
Preferência pela genética Angus é percebida no mercado
Homero Tarragô Filho, diretor
de uma das empresas que mais
comercializa gado de produção em
leilões no Sul do Brasil, a leiloeira
Agenda Remates, com sede em Alegrete, RS, sinaliza que houve um
real crescimento no mercado da
procura pelas chamadas raças britânicas. E ele não tem dúvidas de que
a preferência maior é pela genética
Angus, que segundo observa, não é
sua opinião, mas uma constatação
do que acontece no mercado.
“O produtor percebe toda a movimentação em torno do Angus, as
qualidades da raça e de seus cruzamentos, os regramentos que elevam
a qualidade e o padrão dos animais
nas feiras, os eventos que são promovidos em torno da raça e a estreita ligação da raça, através do Programa Carne Angus Certificada,
com a indústria. E ele sente segurança, quer participar de todo esse
movimento, quer trabalhar com
Angus, quer faturar mais e também
vivenciar todo esse processo
evolutivo que está sendo proporcionado pela soma de todos esses fatores”, sintetiza o experiente
agroempresário.
Para Tarragô Filho, é por todo
esse quadro de coisas que o Angus
experimenta hoje uma valorização
média de 10% a 15% mais que os
animais de outras genéticas. E para
ele, o grande salto nos preços da
pecuária não estão ocorrendo agora. Eles aconteceram de 2005 para
2006. “Um terneiro que em 2005
era cotado em R$ 300,00, em 2006
chegou aos R$ 500,00. E isto aconteceu após três anos de seca, com
largo abate de fêmeas, numa recu-
peração continuada que fica também marcante este ano”, recorda.
A sobrevalorização da genética
Angus foi marcante na 25ª Feira do
Terneiro e da Terneira de Alegrete,
na Fronteira-Oeste gaúcha. Os lotes de outras genéticas fixaram valores médios de R$ 2,90 o quilo vivo
nos machos e de R$ 2,70 o quilo
vivo para as fêmeas. Mas a raça
Aberdeen Angus conquistou preços
médios de 5% a mais nos terneiros
e de 11% acima para as terneiras.
Para o presidente do Núcleo de
Criadores de Aberdeen Angus de
Alegrete, Quirino de Araújo Carvalho Neto, a participação dos lotes
Angus e cruza Angus foi diferenciada e maior do que em 2006. “Tivemos lotes padronizados e evolução
na qualidade dos exemplares”, assinalou.
O Núcleo de Alegrete também
promoveu a raça na Fenegócios
2007, realizada dias antes da Feira
do Terneiro e da Terneira. Durante palestra sobre a Agenda Estratégica 2020 foram oferecidos cortes
de Entrecot da Carne Angus para
cerca de 120 pessoas, entre elas o
presidente da Federasul, o presidente da Associação Brasileira de Angus
(ABA), José Paulo Dornelles
Cairoli.
Na 2ª Feira de Terneiros do Núcleo Centro Angus, durante a 29ª
Feira de Terneiros, Terneiras e
Vaquilhonas de Cachoeira do Sul, os
valores médios pagos por vaquilhonas
e terneiros Angus e cruzas Angus ficaram respectivamente 3,9% e 2,5%
superiores na comparação com a
comercialização obtida com a venda
dos demais animais ofertados.
Enquanto as vaquilhonas Angus
e cruza Angus foram valorizadas por
R$ 2,47 o quilo vivo, as vaquilhonas
apresentadas na feira saíram pelo preço médio de R$ 2,38 o quilo vivo. Já
os terneiros Angus e cruza Angus foram negociados à média de R$ 3,11
pelo quilo vivo, quando os demais
terneiros ofertados saíram vendidos à
média de R$ 3,04 o quilo vivo. Outro dado destacado: dos 700 animais
apresentados na feira, 240 eram
Angus ou cruza Angus.
A 2ª Feira de Terneiros teve participação ativa do Núcleo Centro
Angus e do técnico da ABA, em Cachoeira do Sul, Joel Scroferneker.
Como jurado, atuou o gerente de
operações da ABA, técnico Fernando
Velloso e a organização da feira contou ainda com o apoio do assessor
técnico da ABA, Dimas Rocha.
A demanda por touros – diz o
presidente do Núcleo Centro Angus
- igualmente vem crescendo muitíssimo, de ano para ano. No remate
do núcleo, durante a Feapec, em
2005, foram negociados cerca de 25
touros Angus. Em 2006 o número de
touros ofertados saltou para 40 e faltaram reprodutores para o atendimento da demanda. Por isto, para este
ano, a oferta será na média de 60 touros. “Angus é uma febre que não passa na pecuária da região”, argumenta
o dirigente.
Eficiência da genética
gera melhores ganhos
de carcaças lineares e
em escala, contendo
carne com as características desejadas pelos
mercados e os consumidores querem uma
carne de qualidade
hoje, na semana que
vem e sempre, sem alCriadores passaram a trocar informações sobre seu trabalho tos e baixos e essa
identificação já é rea“A marcante preferência do mer- lidade nos frigoríficos e já começa a
cado por Angus e cruzas Angus está acontecer nas gôndulas dos supermerrelacionada à qualidade desta genéti- cados”, exemplifica a criadora.
Outro aspecto mencionado por
ca, que proporciona melhores ganhos
aos produtores”, sintetiza a criadora Elizabeth Torelly, que segundo ela é
Elizabeth Linhares Torelly, à frente responsável pelo sucesso Angus no
da AML Agropecuária, em Sant´Ana mercado e pelo avanço desta genética
do Livramento e Manoel Viana, RS. em detrimento de outras está na orPresidente do Núcleo de Angus de ganização dos criadores e produtores.
Sant´Ana do Livramento, ela argu- “A Associação Brasileira de Angus, os
menta que utilizada em cruzamentos, núcleos filiados e os criadores, em suas
a genética Angus visivelmente melho- regiões, passaram a se encontrar, prora o tipo dos animais e conduz o re- gramar atividades que somam para
banho rumo à maior padronização, todos em informação e a trocar expeassim como já no primeiro choque riências em produção de gado de corresulta em melhor qualidade da car- te. Isto criou um clima totalmente
ne que é produzida pelos animais. “É favorável a todos e está contagiando
uma carcaça correta e bem acabada e produtores de todos os tamanhos,
carne com sabor e maciez, graças ao grandes médios e pequenos, que se
somam aos grupos, que por sua vez
marmoreio”, descreve.
Segundo Elizabeth, este é justa- crescem e produzem cada vez melhor
mente o foco dos frigoríficos, que e afinados com a indústria e com o
também é a demanda dos consumi- mercado”, avalia a dirigente do Núdores de carne. “A indústria precisa cleo Angus de Sant`Ana.
REPORTAGEM DE CAPA
Maio de 2007
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Sanidade, rastreabilidade
e padronização do gado
Fotos: ABA/Divulgação
ambém presidente da Comissão de Bovinocultura de Corte
da Federação da Agricultura do
RS – Federação da Agricultura do RS
(Farsul), ele chama a atenção para três
aspectos que considera fundamentais
e que em sua opinião explicam em
muito o crescimento experimentado
pela Angus na produção pecuária.
Questão sanitária: a Angus sempre defendeu e exigiu o cumprimento de regras relativas à sanidade dos
animais integrantes de feiras
especializadas.
Rastreabilidade: o mercado quer
saber sobre a origem e a qualidade dos
alimentos que consome. Essas exigências vem principalmente dos países
que melhor remuneram pela carne
bovina, que são a Comunidade Econômica Européia, os Estados Unidos,
Japão e Coréia. E para os e Estados
T
Outro que atribui o sucesso Angus à toda a movimentação proporcionada pela raça – o regramento e incremento da qualidade das feiras,
a promoção de eventos técnicos focados no trabalho de campo e o Programa Carne Angus Certificada é o agrônomo Carlos Roberto Simm,
criador de Angus, proprietário da Fazenda Clarice, em Campestre da
Serra, RS, na região dos Campos de Cima da Serra.
Unidos, Japão e Coréia o Brasil ainda não vende sua carne. O Brasil tem
volume de mercadoria (especialmente de carcaças zebuínas) e preço competitivo. O que está faltando é a qualidade do produto, que a genética
Angus está proporcionando e remunerando acima do mercado.
Padrão do gado: o alinhamento
do padrão do rebanho é o caminho
para elevar a qualidade da carcaça e
da carne produzida. “Hoje, o novilho e a novilha produzidos no RS tem
o melhor preço do mercado no País,
com o quilo vivo cotado à média de
R$ 2,10 a R$ 2,20 e Angus com cotações ainda melhores.
Assim – argumenta Carlos Simm,
se a raça reúne essas três qualidades –
sanidade, rastreabilidade e padrão de
qualidade dos animais – então está
pronta para ser absorvida pelos me-
lhores mercados compradores de carne. E com isso, todos ganham, toda a
cadeia da carne, do produtor à indústria e, por certo, também o consumidor.
“Alguns frigoríficos já se deram
conta desses diferenciais apresentados,
por exemplo, pela genética Angus, e
alteraram o foco do negócio, que não
é mais trabalhar com matéria-prima
barata e sim com produtos de
comprovada qualidade”, aponta.
Para ele, a qualidade dos gados
que vem sendo apresentados nas feiras melhorou muito. “A britanização
dos animais é evidente e é o que o
mercado está buscando e principalmente na raça Aberdeen Angus os trabalhos de cruzamentos estão sendo
muito melhor conduzidos, com muito mais critério, para não descaracterizar o padrão racial”, coloca Simm.
O que dizem outros “martijeros”
As evidências são tão intensas,
que mesmo a tradicional cautela
dos comerciantes, de não assumirem posição sobre esta ou aquela
raça, é quebrada quando se fala em
Angus. A insenção é superada pelos fatos.
“Sempre que entra animal com
sangue Angus na pista, ele consegue um preço maior em relação aos
outros, em geral entre 10% a 15%
mais. A procura tem sido boa porque o mercado está aquecido para
esta raça”, diz o responsável pela
leiloeira Clínica Veterinária, de
Lavras do Sul, RS, Luis Alberto de
Souza Lafayete. Seguindo ele, atualmente sua região de atuação vem
mudando a predominância do
gado que é criado, saindo do
zebuíno para as européias e principalmente as britânicas. E o Angus
se destaca, sem dúvida, nesta preferência do mercado.
Para o leiloeiro Eduardo Knorr,
da Knorr Remates, de Pelotas, RS,
os preços praticados nas pistas têm
sido em média 10% maiores para
os animais Angus, principalmente
terneiros. “O mercado está bastante receptivo e comprador para san-
Animais com sangue Angus sempre aquecem as pistas de remates, dizem os leiloeiros
gues Angus”, revela.
Também de Pelotas, Marcelo
Neves, do Casarão Remates, observa que o fato dos frigoríficos estarem oferecendo um plus pelos animais Angus, está influenciando e
conduzindo os criadores para prestarem mais atenção a esta genética.
“Principalmente os produtores que
estão integrados ao Programa Carne
Angus ou aquelas indústrias que procuram um produto de melhor qualidade para o seus mercados, têm
pago entre 10% a 15% acima das co-
tações habituais e isto serve para
qualquer categoria de animal”, avalia Neves.
De Bagé, RS, o leiloeiro Aloísio
Tavares, da AT Remates, já sai dizendo que Angus está se sobressaindo em termos de preço. Ele também
cita o sucesso do Programa Carne
Angus como um dos importantes
fatores responsáveis por estas tendências no mercado. “Em todos os
aspectos a genética Angus se destaca. E principalmente na hora do
abate, quando os animais “pegam”
bons preços por carcaça”, diz.
Para ele, seguindo essa tendência que vem influenciando todo o
mercado, também crescem os cruzados com Angus, na busca desta valorização.
Cada vez mais as pessoas estão
descobrindo que Angus é um gado
que tem mais facilidade de trato, é
manso, calmo e estas características,
somadas à eficiência em produção de
carne, são algumas das razões que explicam o atual interesse do mercado
por animais Angus”, comenta
Adalberto Gonçalves, o “Bebeto”,
da Santa Úrsula Remates, de
Glorinha, RS e região.
Conforme o leiloeiro, na média o gado Angus está sendo
comercializado por valores 10%
acima das cotações de outras genéticas. “Os ventres, então, são
muitíssimo procurados pela habilidade materna e mesmo os meio
sangues conseguem melhores preços”, aponta Bebeto, observando
que em sua região, os terneiros podem chegar a R$ 2,70 o quilo vivo.
“Principalmente os terneiros
Angus são cotados entre 15% a 20%
mais que os outros. É uma raça mais
dócil no manejo, precoce no apronte e por isso está sendo mais valorizada”, justifica João Valter Medeiros,
da Morungava Remates, de
Gravataí, RS. Para ele, principalmente depois da consolidação do
programa de carne de qualidade que
a Associação Brasileira de Angus implantou, a valorização cresceu ainda
mais. “Para quem produz carne, a
preferência tem sido pelo Angus,
porque o mercado e as indústrias
estão valorizando esses animais”, sinaliza o leiloeiro.
28
REPORTAGEM DE CAPA
Maio de 2007
Relatório da Associação Brasileira de Inseminação Artificial
(Asbia) registra a comercialização
de 613,406 mil doses de sêmen
Angus em 2006, o que representa incremento de 109,783 mil
doses de sêmen sobre as 503,624
mil negociadas no mercado nacional em 2005.
este ritmo, as vendas de doses de sêmen Angus no Brasil mostraram um crescimento médio de 21,8% em 2006, ao passo que no mesmo período o mercado de Corte nacional experimentou
retração de 8,56%. O aumento da
participação da genética Angus no
rebanho nacional é superior à totalidade das vendas de sêmen da segunda raça taurina no País, a Simenthal,
que em 2006 comercializou 99,865
mil doses.
Para o gerente taurinos de corte
da Lagoa da Serra, Alexandre Zadra,
o crescimento da Angus está atrelado à expansão do Programa Carne
Angus Certificada e ao trabalho
institucional realizado pela Associação Brasileira de Angus. “A Angus é
a raça que mais cresce hoje no Brasil
e isso é reflexo da expansão da carne
Foto: ABA/Divulgação
Venda de sêmen revela a opção por Angus
N
A valorização dos cruzamentos com Angus impulsionaram as vendas de sêmen
Angus ao centro norte do Brasil, somada à responsabilidade técnica da
Associação Brasileira de Angus, que
sempre incentivou a venda de sêmen
comprovado”, assinala Zadra.
Na mesma linha de opinião, o
gerente de marketing da Semeia Genética, João Almir Bondan, examina que o crescimento da Angus é um
indicativo de que a produção de car-
ne de qualidade está aumentando e
o pecuarista está buscando agregar
valor a seu produto, estando apto a
atender mercados mais exigentes.
Já o gerente de produtos da linha corte europeu da ABS Pecplan,
Vasco Beheregaray Neto, ressalta que
a tendência é de aquecimento maior
nas vendas de sêmen Angus no Brasil. “Existe aumento de demanda por
cruzamento no centro do país, recuperação do preço da arroba no Brasil Central e RS e a busca de maior
eficiência no sistema de produção, o
que favorece a utilização de cruzamentos”, raciocina. Beheregaray
Neto lembra que o mercado de
taurinos cresceu tão somente 13%
em 2006, contra a larga expansão
obtida pela raça Aberdeen Angus.
Para a Associação Brasileira de
Angus (ABA) o resultado do relatório da Asbia comprova a busca da
padronização, pelo produtor, e de
uma resposta eficiente e garantida
proporcionada pela carne Angus.
Conforme o gerente de operações da
ABA, Fernando Velloso, o resultado
da Asbia ratifica que a Angus é a raça
européia que mais vende sêmen no
Brasil e que também é a mais utilizada em programas de cruzamentos.
“Paguei caro,
mas comprei
qualidade”
O histórico agropecuarista
Armando Garcia de Garcia, um
dos maiores compradores na
feira de terneiros Angus durante a Fenasul, diz que pagou caro
pelos mais de 450 animais que
arrematou, junto com o filho,
Francisco, no remate, que considerou “um pregão qualificado”. “Paguei caro, acima de R$
3,00 o quilo vivo, em média,
mas eram animais de elevado
padrão e de visível qualidade.
Por isto são mais caros, porque
respondem acima da média em
produção”, sintetizou. Proprietário da Cabanha Cerro Coroado, em Cachoeira do Sul, RS
e de outras propriedades
dedicadas à pecuária de corte no
RS, Garcia de Garcia trabalha
com a média de sete mil bovinos e este ano está investindo
na criação, por isto a aquisição
de mais de 350 fêmeas na feira.
E a vaca saiu do brejo...
Nestes tempos bicudos, onde o nosso agro-pecuarista precisa, mais do que nunca, lançar mão dos mais
variados artifícios para se manter na atividade, uma afirmativa se impõe: - A vaca saiu do brejo!
Por Airton Xamuset Duarte Nunes*
e Amilton Cardoso Elias**
É sabido de todos que a economia do Brasil
já passou pelos mais diversos Planos Governamentais. Amarguramos os Planos Cruzado,
Bresser, Collor, Real, só para citar alguns daqueles que, anunciados como a salvação da lavoura, o que fizeram mesmo foi contribuir para
a quebradeira geral que cada um deles impôs, à
sua maneira e na medida exata de quão nefastos
foram para o setor primário. Ora, é claro que
houve exceções, pois sempre há a exceção que
comprova e justifica a regra. Alguns dos nossos
homens do campo que tiveram fôlego e souberam aproveitar as oportunidades que se lhes ofereceram, sedimentaram suas economias, mesmo
naqueles tempos difíceis. O Governo atual acena com o Plano de Aceleração do Crescimento,
o já tão badalado PAC. Ao nosso produtor rural
só resta esperar e rezar para que este não seja tão
frustrante e empobrecedor quanto o foram os já
citados e malfadados Planos anteriores.
Nos dias de hoje o Rio Grande do Sul atravessa um fenômeno que, se não raro, pelo menos não se repete com tanta freqüência: o valor
do gado está em alta. Quando analisamos esta
situação, percebemos logo que alguns fatores foram determinantes para que isso ocorresse: o au-
mento das exportações de carne bovina, juntamente com a abertura de mais frigoríficos e abatedouros,
fizeram com que houvesse um natural aumento de
abate do gado e maior procura de reposição pelo
gado magro; o baixo preço do terneiro desmamado, atrelado ao abate indiscriminado e quase insano
das matrizes, levou a uma conseqüente diminuição
do número de nascimentos (crias); os três últimos
anos foram marcados por consecutivas secas, o que,
naturalmente, levou também à diminuição das concepções; muitos campos foram vendidos ou cedidos em parceria para florestamento – o que está
em moda no Estado. Muitos desses campos, no
entanto, eram basicamente, campos de cria. Não
nos cabe criticar nem condenar aqueles que assim
procederam. Até entendemos que essas medidas se
tenham justificado plenamente, pois o já
descapitalizado pecuarista, vislumbrou na venda ou
na parceria da terra, um negócio melhor do que a
pecuária. Além disso, deve ter-lhe parecido mais
rentável. É lógico que esse procedimento também
contribuiu para a diminuição da oferta de terneiros.
Por sua vez, a exportação de animais jovens, em
pé, nos dois últimos anos, contribuiu significativamente para a despovoação dos campos, com reflexos negativos notoriamente reconhecidos, pois com
ela diminuiu em muito a reposição e a oferta para
o mercado consumidor interno.
E o rol dos fatores continua: por longo tempo
os baixos preços dos produtos agrícolas, como o
arroz, milho, soja, trigo, feijão etc., aliados aos
exorbitantes custos dos insumos, induziu o agricultor a reduzir a área agrícola, relegando a agricultura a um injusto segundo plano e o levando a
migrar para a pecuária. Nem seria preciso mencionar que os baixos rendimentos de capital são outro
fator determinante nesse processo, pois eles fazem
com que o investidor procure por um ativo que
esteja mais em alta, em detrimento de projetos talvez menos ambiciosos. Aqui entra, é claro, o investimento em pecuária e juntamente com ele o preço
do boi, da vaca e do terneiro são alavancados.
Neste excepcional início de ano, com o retorno das chuvas abundantes que ocorreram nos meses de janeiro e fevereiro, houve uma recuperação
maior e mais acelerada dos campos nativos, além
de possibilitar uma ótima utilização das pastagens
cultivadas de verão. Com isso o gado está muito
bem de estado, enchendo de satisfação o olho do
dono e engordando sua conta bancária.
Podemos afirmar que a situação atual é formidável, pois se considerarmos que o valor histórico
médio do quilo do boi gordo é de US$ 0,70 (setenta centavos de dólar americano), que os preços
praticados hoje estão ao redor de R$ 2,10 a R$
2,20 e que o dólar está cotado a R$ 2,03 ou R$
2,04, a conclusão a que se chega é óbvia: a vaca
saiu do brejo, pois o preço atingido pelo gado gaú-
cho, no momento atual, só é superado por Santa Catarina, uma vez que este Estado tem status
de Livre de Aftosa sem Vacinação.
Repetimos: a vaca saiu do brejo, pois gordo
ou magro, o gado está valendo bem e essa situação poderá não perdurar por muito tempo. Senão, vejamos: ela é a resultante de uma série de
fatores como os aqui elencados, que ocorrem
num período de tempo sobre o qual não se tem
controle nem previsão. A última valorização similar aconteceu há mais de uma década, por
ocasião do Plano Real, cujo início remonta a 1º.
de junho de 1994, quando Itamar Franco era o
Presidente da República. Naquela ocasião o valor do quilo do gado, tanto gordo como magro,
atingiu valores que superaram a casa do dólar.
Sendo o quilo vivo do gado gaúcho balizado
pelos históricos setenta centavos de dólar, se conclui que, quando o preço está abaixo desse patamar é hora de comprar e quando a situação se
configura como a atual é hora de vender!
* Médico Veterinário, Leiloeiro Rural e
Produtor Rural
** Engenheiro Agrônomo e Superintendente
da ANC - HB Collares
REPORTAGEM DE CAPA
Cotação do boi sinaliza ápice em 2008
Fotos: ABA/Divulgação
podendo superar os 30 dólares
A pecuária gaúcha é um dos
nos próximos meses, prospecta
bons exemplos de que o Rio
o secretário gaúcho. “O bom
Grande do Sul não vive apenas
momento é fruto dos constande situações adversas. O secretes investimentos dos produtotário da Agricultura do Estado,
res em genética, o que elevou a
João Carlos Machado, para
qualidade da nossa carne”,
quem o RS está um ciclo à frenconstata João Carlos Machado.
te do Brasil na atividade pecuáE na opinião do analista Fabiria, afirma que esta qualidade do
Média do boi poderá superar os 30 dólares/arroba
ano Tito Rosa, da Scot
gado tem reflexo direto na cotação recorde do boi gordo. Depois preço do boi gordo do Brasil, lem- Consultoria, o bom momento para os
de quatro anos muito difíceis, com brou ele. Em algumas regiões, como produtores deve continuar. “O preço
preços até 15% menores do que os em Erechim, a arroba está em 32,70 da arroba ainda não chegou ao pico.
praticados no centro do País, conquis- dólares, 18% mais que em São Pau- O deverá chegar ao auge no ano que
tamos, há um ano e meio, o maior lo. A média nacional é de 24 dólares, vem”, estima o técnico.
Angus é resposta mais rápida na produção
O leiloeiro Henrique Lamego, que atua tradicionalmente na região de Quaraí, RS, não tem dúvidas sobre o domínio do Angus atualmente no mercado. “Os criadores querem e valorizam a genética Angus porque é sinônimo de resposta mais rápida na produção, a fêmea é muito precoce,
cria bem o terneiro e é longeva, produzindo crias anos a fio”,
caracteriza.
Ele sinaliza que Angus vale de 15% a 20% mais. “E nos
remates, dá velocidade na pista, porque quando se abre a
porteira e o gado entra, os lances correm”, descreve, mostrando que a demanda é enorme.
Maio de 2007
29
O mercado valoriza o padrão do gado
O produtor Sérgio Nunes está
cada vez mais satisfeito com a genética Angus. Prorietário da Cabanha
Dom Manoel em Gravataí, RS e da
Fazenda Tabaí em Nova Santa Rita,
RS, ele foi um dos maiores vendedores de terneiros e de vaquilhonas
na feira organizada pela Associação
Brasileira Angus durante a Fenasul,
no parque Assis Brasil em Esteio.
Vendeu exatos 214 animais e ficou
mais que satisfeito. As fêmeas foram
cotadas a R$ 3,74 o quilo vivo e os
terneiros se venderam à média de R$
3,23 o quilo vivo, considerando que
no manejo e transporte até a feira o
gado perdeu cerca de 5% do peso
final.
“Foi a primeira vez que vendi
numa feira e meus animais valeram
cerca de 20% mais que os valores
praticados no mercado, comprovando que há demanda por genética Angus e também que ela é
mais valorizada”, afirmou.
Ele conta que a partir de 2001
optou por criar e cruzar com
Angus pelas qualidades e características da raça. Comprou vacas
com cria e touros PO Angus e se
encaminha, além de produtor que
faz o ciclo completo e participa do
Programa Carne Angus Certificada, para se tornar selecionador,
com produtos PO competindo nas
pistas. Experiente conhecedor do
mercado de gado, ele já esperava
que os compradores valorizassem
seus produtos na feira do Outono
Angus Show, mas ficou bastante
satisfeito com os ganhos a mais sob
o martelo.
30
ARTIGO TÉCNICO
Maio de 2007
Momento favorável para qualificar a produção
A produtividade do sistema de cria está intimamente associada com o genótipo utilizado dentro do sistema e
com o tipo de manejo adotado, uma vez que o peso ao desmame depende principalmente da raça e/ou
cruzamentos utilizados bem como da alimentação disponível.
Por Luciana Fagundes Christofari & Júlio Otávio Jardim Barcellos
É através da genética que o produtor poderá mais eficientemente
modificar o seu produto final, seja
ele o terneiro ou novilho. Contudo,
cabe ressaltar que só a genética não
basta para que o produto melhore,
pois deve ser adequado ao ambiente
que este animal será produzido.
Produto melhorado. Surge a necessidade acompanhar as tendências e exigências do mercado consumidor. Que é quem paga pelo produto, ou seja, tem o poder de escolha entre um produto e outro (quando a oferta é alta).
E isto, acontece com todos produtos que são ofertados aos nossos
olhos e sob nosso poder de escolha,
independente do fator que nos leve
a adquiri-los.
Na pecuária de cria, muito recentemente esta se buscando observar o mercado consumidor e
direcionar a produção neste sentido. Acompanhando os principais
pontos de venda de terneiros no estado, se observa uma maior introdução de raças britânicas e uma
grande redução de animais cruzados
com raças continentais. Conforme
o gráfico 1 é possível verificar a porcentagem de animais de raças britânicas ou cruzados com este grupo
genético. Em três anos de avaliação
notadamente o número de animais
ofertados com a introdução de raças britânicas é considerável, chegando a quase metade da oferta nas
principais feiras de terneiros do Rio
Grande do Sul. No ano de 2006,
onde se observa uma redução neste
adquirir animais
provenientes deste grupo genético, já que a oferta deste tipo animal ainda não é
suficiente para
abastecer esta demanda.
Adequar-se as
preferências de
mercado em pecuária de cria
pode não ser sinônimo de maior
remuneração em
anos de preço
ruim, como 2004 e 2005, mas pode
traduzir-se em vender ou não o produto terneiro, ou seja, liquidez, con-
tal de animais ofertados, 49% forma de raças britânicas e cruzas britânicas, incluindo os sintéticos
(Brangus e Braford), destes aproximadamente 15% não foram
comercializados, sendo que os lotes
de animais sintéticos e britânicos
puros foram quase todos
comercializados, ao contrário dos
outros grupos genéticos como mostra o gráfico acima.
Quanto ao preço, comparando
três grupos genéticos (gráfico 3), observa-se a maior remuneração aos
grupos de raças britânicas (BB) e
sintéticas (SI). Contudo, sempre
lembrando que o preço, no caso do
terneiro, sofre influência de inúmeros fatores, entre os quais o preço
do boi gordo.
Em 2005, até meados de 2006,
percentual, também se verifica um forme mostra o gráfico 2.
Durante os dois anos de pior o preço do boi era extremamente
incremento nos lotes de raças britânicas puras, passando para quase o preço para a pecuária de cria do to- baixo, fazendo com que o
dobro dos lotes avaliados nos anos
anteriores (2004 e 2005) nas mesmas feiras.
Este aumento no número de
animais oriundos de raças britânicas e suas cruzas é fruto da maior
remuneração que estes grupos genéticos recebem. O mercado de
terneiros reflete a comercialização
de novilhos, onde atualmente temse a alternativa de vender através de
programas como o Carne Angus,
que bonificam os produtores que
entregam animais para abate com
grau de sangue Angus. Isto estimula aos compradores de terneiros a
invernador preferisse animais de
maior peso, que necessitariam de
menos tempo para chegar ao peso
de abate, aumentando o giro de capital da empresa para minimizar os
prejuízos do baixo preço do produto boi. Isto refletiu-se na maior preferência e conseqüente remuneração
aos animais cruzados com raças continentais.
Entretanto, o momento é outro.
As raças britânicas, entre elas o
Angus, estão extremamente valorizadas, chegando a obter um preço
entre 10 a 15% superior. Isto
direciona o mercado. Refletindo na
aquisição de sêmen e touros, além
das categorias de reposição.
Cabe ao produtor qualificar a
sua produção, obtendo diferenciais
que irão auxiliar em momentos não
favoráveis. Através de investimentos em genética, sanidade, manejo
e mão-de-obra. Analisando custos e
benefícios da introdução destas
tecnologias através de ferramentas
de gestão.
Núcleo de Estudos em Sistemas de
Produção de Bovinos de Corte e
Cadeias Produtivas Departamento de
Zootecnia e CEPAN - UFRGS
www.ufrgs.br/zootencia/nespro.htm
[email protected]
MOVIMENTO
Maio de 2007
31
Na Fenasul, sucesso na venda
de terneiros e ventres Angus
A 1ª Feira de Terneiros e Ventres Angus movimentou R$ 454,23 mil com a comercialização de 377 animais Angus e cruza Angus na Fenasul,
em Esteio, RS. Realizada dia 1º de maio, o evento fez parte da programação do 3º Angus Show e foi realizada pela Associação Brasileira de
Angus, numa ação integrante a 5ª Feira do Terneiro, Terneira e Vaquilhona, promoção da Farsul, Gadolando e Santa Úrsula Remates.
Foto: J.M. Alvarenga / Gregório Nunes / Egon Gimenez / Divulgação
Na batida do martelo, as boas vendas da Fenasul
s terneiros Angus alcançaram
preço médio de R$ 3,83 kg/
vivo, e as novilhas Angus e
cruza Angus obtiveram média de R$
4,46 kg/vv.
Segundo o leiloeiro Alexandre
Crespo (que bateu o martelo ao preço médio de R$ 3,17 kg/vv para os
O
terneiros em geral), a primeira edição
da mostra da Angus começou consolidada. “O resultado é muito positivo, só veio a somar”, garantiu.
O gerente de operações da ABA,
Fernando Velloso, chamou atenção
para a liquidez em pista, bons preços
e participação de associados e novos
compradores. “Tivemos grande
liquidez e preços que mostraram a
sobrevalorização do mercado. Ventres
Angus, com prenhez confirmada, foram vendidos por R$ 2,4 mil”, destacou. Já as vacas Angus obtiveram preço médio de R$ 2,277 mil, as
vaquilhonas alcançaram R$ 866,66 e
as terneiras R$ 672,03.
Entre os compradores, destaque
para Francisco Garcia de Garcia, do
grupo Cerro Coroado, Cachoeira do
Sul, RS, que adquiriu 360 terneiras
na tarde do dia 1º de maio. “Trabalhamos com cruzamento industrial e
damos preferência ao Aberdeen e Red
Angus”, comentou. Há dez anos o
pecuarista prioriza a genética Angus
para o gado de cria devido à qualidade da carne, parte da compra vai para
a Fazenda Roncador, em Barra do
Ribeiro, RS, e o restante para a Fazenda Espinilho, em Tupanciretã, RS.
Farsul: 80 anos de história no RS
Fotos: divulgação
A Federação da
Carlos
Agricultura do Estado
Sperotto destado Rio Grande do Sul
cou o orgulho
(Farsul) completou,
de participar,
no dia 24 de maio, 80
na última décaanos de fundação.
da, da diretoria
Para o atual presidenque conduziu a
te do Sistema Farsul,
entidade aos 80
Carlos Sperotto, o
anos. “Ser escomaior legado da entilhido para redade foi construído Ao centro, o presidente da Farsul, Carlos Sperotto, com
presentar o seos ex-presidentes da entidade, (a partir da esquerda) Flor
com muita seriedade e Amaral, Ary Faria Marimon, Balthazar de Bem e Canto e o tor neste motrabalho e é represen- diretor Camilo Cottens
mento aumentado pelo reconhecita nossa responmento nacional da Federação, que é a mais anti- sabilidade e nos faz ter a certeza de que nosso caga do Brasil. Sperotto ressaltou que nas oito dé- minho vem sendo trilhado conforme as necessicadas, em 37 gestões, centenas de produtores pas- dades dos produtores”, declarou.
saram pelo quadro diretivo da Farsul e represenNa coletiva concedida à Imprensa, na Casa
tantes da diretoria ocuparam o Ministério da Rural, estavam presentes os ex-presidentes Flor
Agricultura, cadeiras no Congresso Nacional, na Amaral (1979-82), Balthazar de Bem e Canto
Assembléia Legislativa, prefeituras, câmaras de ve- (1982-85), Ari Marimon (1985-91), assim como
readores e entidades diversas ligadas ao o consagrado diretor finenceiro de várias gestões
agronegócio.
da Farsul, Camilo Cottens.
“Temos orgulho de poder falar com transpaTambém no dia 24, destaque para a Inaurência com toda a sociedade, com a certeza de guração, na Casa Rural, no centro de Porto Aleestarmos sendo compreendidos e com a imagem gre, RS, de uma nova Biblioteca, que leva o nome
que o produtor rural merece. Produtores de todo do saudoso agrônomo e jornalista Paulo Annes
o RS, independente de tamanho de propriedade Gonçalves, e Sala do Acervo Histórico da Farsul.
ou de cultura produzida, participaram da consVários outros atos marcaram a passagem da
trução de nossa entidade. E foi através deles, com data no dia 24 e a programação comemorativa
apoio integral da classe, que construímos nossa prosseguiu nos dias 25 e 26, na unidade da Fefederação”, assinalou.
deração no parque Assis Brasil, em Esteio, RS.
Entre os vendedores que fizeram
sua estréia na 1ª Feira de Terneiros
e Ventres Angus, está o criador Sérgio Nunes, da Fazenda Tabaí, em
Nova Santa Rita e Fazenda Santo
Antônio, em Santo Antônio da Patrulha, RS. Pecuarista desde os anos
90, a partir de 2001 deixou de ser
invernador e passou a criar Angus no
ciclo completo, devido à dificuldade de reposição. “Optamos pela
Angus pela qualidade da carne”, citou. Sobre a comercialização, Nunes
aprovou a iniciativa. “Foram boas as
vendas com preços acima do mercado”, destacou.
Todos animais Angus e cruza
Angus foram selecionados pelo departamento técnico da ABA, que atestou
as normas exigidas pelo Programa
Carne Angus Certificada. Os trabalhos do leilão ficaram a cargo da Santa Úrsula Remates.
Melhores lotes da raça
O evento ainda premiou os melhores lotes da raça. O lote 71, pertencente
à Cabanha La Cornélia, de Tapes, RS,
foi escolhido como grande campeão
terneiros Angus. O técnico da ABA,
médico veterinário Luiz Walter Leal,
apontou como grande campeã terneiras
Angus o lote 74, de Carlos Simm, Vacaria, RS.
Já o lote 50, de João Carlos Cardoso, Glorinha, RS, foi apontado
como grande campeão terneiras cruza Angus. O lote 80, de Sérgio Nunes,
Fazenda Tabaí e Fazenda Santo Antônio, ganhou o prêmio de grande
campeão vaquilhonas Angus e cruza
Angus. Já o lote 53, de Carlos Simm,
foi escolhido como grande campeão
novilhas prenhes. Como grande campeão ventre Angus prenhes, foi escolhido o lote 48, da Cabanha dos Tapes, Arambaré, RS.
Feira de Alegrete destaca fêmeas Angus
A 25ª Feira do Terneiro e da Terneira em peonato Angus macho com o lote 20 (valorizaAlegrete (RS) registrou sobrevalorização da do em R$ 3,12 o Kg/vv), lote reservado grande
Angus na comercialização de Outono na Fron- campeão Angus com o lote 21 (R$ 3,26 Kg/
teira-Oeste gaúcha. Enquanto os lotes em ge- vv), lote grande campeão fêmeas Angus com o
ral foram arrematados pelo preço médio de R$ lote 16 e o lote reservado grande campeão fê2,90 o quilo vivo (Kg/vv) para os machos, e, meas Angus com o lote 17.
de R$ 2,70 Kg/vv para as fêmeas, a raça obteve
O Condomínio Gentil Carlesso ainda levalores médios de 5% e 11%, respectivamente, vou o título de lote grande campeão fêmeas
superiores para os terneiros e terneiras apresen- cruza Angus com o lote 15 e reservado grande
tados.
campeão fêmeas cruza Angus com o lote 14.
O destaque dos lotes Angus foi o de núme- Nos machos cruza Angus, o Condomínio obro 99, de Idalêncio Dutra (Alegrete), que obte- teve a premiação com o lote 19 e o lote reservave R$ 3,45 o Kg/vv para animais cruza Red do grande campeão cruza Angus foi para o lote
Angus. Segundo o presidente do Núcleo de 128 de Agenor Wernz (Alegrete).
Criadores de Aberdeen Angus de Alegrete,
O Núcleo de Criadores de Aberdeen Angus
Quirino de Araújo Carvalho Neto, a participa- de Alegrete ainda promoveu a raça na
ção dos lotes Angus e cruza Angus foi diferen- Fenegócios 2007, realizada dias antes da Feira
ciada e maior do que em 2006. “Além de ter- do Terneiro e da Terneira. Durante palestra
mos verificado lotes padronizados, houve evo- sobre a Agenda Estratégica 2020 foram oferelução na qualidade
cidos cortes de
apresentada”, relaEntrecot da Cartou.
ne Angus para
O jurado da
cerca de 120 pesAngus, zootecnista
soas, entre elas o
Cláudio
Rosa
presidente da
Marimon, apontou
Federasul, tampara o Condomínio
bém presidente
Gentil Carlesso
da Associação
(Alegrete) os melhoBrasileira de
res prêmios da raça.
Angus, José PauO Condomínio falo Dornelles
turou o grande cam- O jurado Cláudio Marimon atuou em Alegrete
Cairoli.
32
Maio de 2007
MOVIMENTO
Maio de 2007
33
Outono Angus Show foi sucesso em Esteio
Foto: J.M. Alvarenga / Gregório Nunes / Egon Gimenez / Divulgação
Jurado australiano John Young
Grande Campeã, da Cabanha Santa Bárbara
Reservada de Grande Campeã, apresentada pela Santa Eulália
Reservado de Grande Campeão, da Cabanha Catanduva
Grande Campeão, da Cabanha Nossa Senhora da Gruta
“Estou muito feliz pelo que vi e
os proprietários devem ficar muito
orgulhosos pela exposição”. A declaração do presidente da Associação de
Angus Australiana, John Young, traduziu o sucesso do 3º Outono Angus
Show, organizado pelo Núcleo Centro Litorâneo de Angus, com apoio
da Associação Brasileira de Angus
(ABA). O evento foi realizado de 28
de abril a 1º de maio, no Parque de
Exposições Assis Brasil, em Esteio,
RS.
os dedicamos muitíssimo para
oferecer o melhor aos criadores
e à raça. E tivemos como resposta a apresentação de quase uma centena de animais, todos de elevada qualidade e muito parelhos, o que tranqüilizou o nosso grupo, porque avaliamos
que não só alcançamos, mas superamos
os objetivos planejados para o evento
deste ano”, observou a presidente do
Núcleo Centro Litorâneo de Angus, a
tradicional criadora e proprietária da
Cabanha Santa Bárbara, Carla Sandra
Staiger Schneider
Ela enfatizou a atuação do jurado
John Young, cuja linha de trabalho na
seleção dos campeões foi considerada
bastante firme e correta pela maioria
dos criadores. “Fizemos um esforço
grande para trazer, pela primeira vez ao
Brasil e à América Latina, um jurado
N
vindo da destacada Austrália, que também fez palestra que foi aplaudida pelos
criadores e depois da feira, cumpriu com
notada alegria uma agenda de visitas a
11 estabelecimentos de criadores filiados
ao nosso núcleo”, enalteceu.
Carla Sandra não tem dúvidas de
que o sucesso do 3º Outono Angus
Show, que definitivamente consolida a
realização do evento no parque de Esteio, está relacionado com a dedicação e
o apoio de várias pessoas e entidades,
com ênfase ao grupo do núcleo e à direção e equipe da Associação Brasileira de
Angus. “Juntamente com os 14 criadores que apresentaram animais este ano,
temos a certeza de que este evento, entre outros importantes ganhos o Angus,
também vai trazer novos criadores para
a raça”, estimou a incansável criadora.
O australiano John Young, que julgou a raça Aberdeen Angus pela primeira
vez na América do Sul, escolheu a vaca
adulta Aberdeen Angus, de 36 meses,
Glamour Girl TE2634 de Santa Bárbara, tatuagem TE2634, como grande
campeã da mostra. A fêmea, pertencente à Cabanha Santa Bárbara, São
Jerônimo, RS, irá para a coleta de embriões.
Conforme a proprietária da campeã,
Carla Sandra Staiger Schneider,
“Glamour Girl debutou nas pistas no 2º
Outono Angus Show, no ano passado,
obtendo o título de reservada grande
campeã novilha maior. Na Expointer, já
parida, foi a terceira melhor fêmea”, salientou.
O animal chamou a atenção do jurado por cumprir sua função como uma
fêmea com cria ao pé”. John Young evidenciou a qualidade da apresentação de
todos os animais da mostra.
Como reservada grande campeã da
raça destaque para Santa Eulália Grand
Prix 411, tatuagem 411. O exemplar de
18 meses pertence ao expositor Joaquim
Francisco de Assumpção Mello, Estância Santa Eulália, Pelotas, RS.
Como terceira melhor fêmea Angus,
Young escolheu Magia 2728 de Santa
Bárbara, tatuagem 2728, de 17 meses,
também da Cabanha Santa Bárbara.
Nos machos, um terneiro Aberdeen
Angus de 11 meses faturou o grande
campeonato. O macho APB 046 Prometido da Gruta, tatuagem 046, pertencente à expositora Clarice Costa Caldas,
da Fazenda Nossa Senhora da Gruta,
Herval, RS.
O grande campeão encantou o jurado e foi elogiado por sua apresentação
em pista. “Ele caminha muito bem e tem
também muita carne”, valorizou.
Como reservado grande campeão da
raça a roseta foi para o touro sênior
Catanduva 772 Natalite TE89-TE03,
da parceria de Fábio e Fabiana Gomes,
Cabanha Catanduva, Cachoeira do Sul,
RS.
O terceiro melhor macho de argola
foi Turbo 3777 de Sanbará, tatuagem
3777, de nove meses, de Carla Sandra
Staiger Schneider.
No dia 30 de abril, os participantes
da exposição assistiram palestras sobre
temas como inseminação artificial e melhoramento genético, além de observarem dados sobre a raça Aberdeen Anguse
a carne Angus na Austrália.
Santa Bárbara e Santa Eulália foram destaques nos rústicos
trio reservado grande campeão machos PO foi o lote
03 (tat. 3687, 3685, 3681)
da Cabanha Santa Bárbara, São
Jerônimo, RS, de Carla Sandra
Staiger Schneider. O macho 3685
foi escolhido pelo jurado John
Young como o melhor touro rústico PO da exposição.
Nas fêmeas, a Cabanha Santa Bárbara obteve destaque tanto com o julgamento de animais PO quanto PC.
Nas fêmeas PO, o título foi para o trio
grande campeão lote 05 (tat. 2746,
2724, 2722).
O
Trio Grande
Campeão de
machos PO
A Estância Santa Eulália,
Pelotas,RS, faturou o grande
campeonato de machos PO e
PC no julgamento de classificação de animais a campo. A pro-
priedade de Joaquim Francisco de
Assumpção Mello obteve consagração com o trio grande campeão
machos PO lote 02 (tatuagens
425, 417, 412).
O trio reservado grande campeão
fêmeas PO lote 04 (tat. 2802, 2800,
2796) pertence a Stefan Staiger
Schneider, da Cabanha Santa Bárbara.
A melhor fêmea PO de tatuagem 2796
pertence a esse lote.
Nos machos PC, o trio grande
campeão foi o lote 08 (tat. 803, 793,
781) da Estância Santa Eulália. Como
reservado grande campeão machos PC
destaque para o trio de tat. B004,
M094, M089, da Agropecuária Rancho Be-grow, Carazinho, RS, de Marcos Begrow.
O melhor touro rústico PC foi o
de tatuagem 880, do lote 6 (978,
880, 878) – apontado como terceiro
melhor trio macho PC da exposição.
O expositor é Joaquim Francisco de
Assumpção Mello, Estância Santa
Eulália.
Nas fêmeas PC o trio grande campeão foi o lote F4600, F4594, F4586,
da Cabanha Santa Bárbara. Como trio
reservado grande campeão a escolha
foi o lote 10 (J4606, F4598, F4582)
de Carla Sandra Staiger Schneider,
Cabanha Santa Bárbara. A melhor
fêmea PC, tat. F4586, pertence ao lote
grande campeão.
34
Maio de 2007
REPORTAGEM
MOVIMENTO
Maio de 2007
35
Expo de Uruguaiana
reuniu 125 animais
Fotos: ABA/Divulgação
Fotos: Elder Filho/Divulgação
Umbu em vendas diretas
Passando a pontuar como nível “A” no ranking da Associação Brasileira de Angus
(ABA), a 5ª Exposição de Outono de Uruguaiana, realizada entre 23 e 27 de
abril, reuniu 125 animais de argola, no Parque de Exposições de Uruguaiana, RS
G. campeã: Reconquista 593 Grand Canyon Bartolomé
Res. G. campeã: Rincon Massita 845 del Sarandy
Grande campeão: Garupa 7444 Tony G3380
Reservado: Reconquista 886 Jaguari Grand Canyon
Formato do leilão de outono agradou aos organizadores e clientes
O leilão Vendas Diretas Umbu, realizado no dia 26 de maio, no
local Umbu, em Uruguaiana, RS, na região da Fronteira Oeste gaúcha,
pela Estância Umbu, de Angelo Bastos Tellechea e seu filho Fernando
Tellechea, atingiu um total de R$ 231.750,00.
Chancelado pela Associação Brasileira de Angus (ABA), o evento
contou com a participação de clientes tradicionais do estabelecimento e
de novos compradores de vários municípios gaúchos, tais como Cruz
Alta, Dom Pedrito e Herval do Sul.
“Foi bastante homogênea a procura
por touros e fêmeas”, descreveu Fernando
Tellechea. “Estamos bastante satisfeitos
com o formato comercial que vem sendo
realizado no outono”,
enfatizou Fernando, um
dos administradores da
propriedade.
Média Geral Fêmeas: R$ 1.586,41
Média Geral Touros: R$ 3.432,00
Angelo (esq.) em contato
com cliente no evento
Total de vendas: 117 animais
Faturamento total: R$ 231.750,00
Leilão Raça e Tradição vendeu
R$ 283 mil em Uruguaiana
Evento integrante a 5ª Exposição de Outono de Uruguaiana, o leilão Raça e Tradição vendeu R$ 283,080 mil com a comercialização de
290 animais, destes, grande parte Angus e cruza Angus.
Chancelado pela Associação Brasileira de Angus, o leilão teve como
destaque três ventres Red Angus PO vendidos por R$ 3,6 mil, cada,
pela Cabanha Azul, Quaraí, RS, de João Vieira de Macedo Neto, para a
Agropecuária Tellechea Uruguaiana, RS, de João Francisco Tellechea
Filho.
As novilhas Angus foram valorizadas ao preço médio de R$ 912,00;
as terneiras no valor médio de R$ 880,00, e os terneiros ao preço médio
de R$ 615,00.
Os trabalhos no martelo foram conduzidos pelo leiloeiro Fábio Crespo e escritório Tellechea e Bastos Leilões.
organização do evento foi do
Núcleo Angus Três Fronteiras, presidido por Mariana
Franco Tellechea, com apoio da ABA.
Segundo Mariana, a primeira
ranqueada “A” de Uruguaiana cumpriu todas etapas previstas, confirmando o sucesso da exposição. “Foi
uma exposição muito disputada, com
125 animais de argola em pista e com
julgamento de rústicos também
ranqueado, ou seja, sucesso total para
a mostra que agora tem o mesmo peso
que a Feicorte, Expolondrina e
Expointer”, salientou.
Os Campeões
A Cabanha Azul, de João Vieira
de Macedo Neto, Quaraí, RS levou
o título de grande campeão da raça
Aberdeen Angus com o touro Garu-
A
pa 7444 Tony G3380, tatuagem
7444, de dois anos incompletos. O
jurado Cristopher Filippon, criador
da raça no Paraná, se surpreendeu
com a qualidade do animal. Já o criador João Vieira de Macedo Neto comemorou a primeira premiação do
reprodutor, já que, segundo ele, “a
Exposição foi muito concorrida e
apresentou um nível muito bom de
animais”.
A roseta de reservado grande campeão foi para Reconquista 886 Jaguari
Grand Canyon, TE 886. O touro de
quase três anos foi exposto por José
Paulo Dornelles Cairoli, da Reconquista Agropecuária, Alegrete, RS.
O touro Paineiras El Greco Impacto 1311, tatuagem 1311, da
Cabanha Paineiras, Uruguaiana, RS
foi escolhido terceiro melhor macho.
Já nas fêmeas, Reconquista 593
Grand Canyon Bartolomé, TE 593,
de José Paulo Dornelles Cairoli , Reconquista Agropecuária, Alegrete, RS
e Rubens Zogbi, Estância Carapuça,
Cristal, RS, faturou o grande campeonato. Conforme Cairoli, a fêmea será
destaque em pistas como Londrina e
Esteio.
A reservada grande campeã foi
Rincon Massita 845 del Sarandy, de
08/10/2004, pertencente à Cabanha
Rincon del Sarandy, Uruguaiana, RS,
de Cláudia Silva.
Como terceira melhor fêmea a
premiação foi para Rincon Pancho
Gemada, tatuagem 418, da Estância
Olhos D´água, de Antonino Souza
Dorneles, Alegrete, RS.
Confira os resultados nos rústicos
Trio Grande Campeão Macho PO
Expositor: Agropecuária Tellechea, Cabanha Carumbé,
Uruguaiana/RS
Carumbe Red Majhor League 959, Carumbe Red Oriental
951, Carumbe Red Cherokee 943 Criador: Agropecuária
Tellechea
Trio Grande Campeão Fêmea PO
Expositor: Eduardo Macedo Linhares, Gap Genética,
Uruguaiana/RS
Gap 2870 Bartolome Pcoups, Gap 2820-2095 Black Boy,
Gap 2770-1669 Baltazar
Criador: Eduardo Macedo Linhares
Trio Grande Campeão machos PO (Cabanha Carumbé)
Trio Grande Campeão Fêmea PC
Expositor: Cabanha Rincon Del Sarandy, Uruguaiana/RS
Rincon 540 del Sarandy, Rincon 533 del Sarandy, Rincon 510 del Sarandy
Criador: Cabanha Rincon del Sarandy
36
Maio de 2007
37
Nas fêmeas, 3E, Corticeira e GB foram destaque
EXPOLONDRINA
Fotos: Devanir Parra Torrecillas
Rincon Espoleta 808 del Sarandy foi a grande
campeã da raça Aberdeen Angus na 47ª
Expolondrina, realizada de 10 a 15 de abril, no
Parque de Exposições Governador Ney Braga,
em Londrina, PR. Propriedade da 3E
Agropecuária, de Renato Ramires Júnior,
Catanduva, SP, a fêmea campeã encantou o
jurado Manoel José Dornelles D´Arriaga. O
exemplar tem genética da Cabanha Rincon del
Sarandy de Cláudia Silva, Uruguaiana, RS.
Grande Campeã, Rincon Espoleta 808 del Sarandy
“Comprei essa fêmea no leilão da
Feicorte 2005. Ela tinha apenas nove
meses de idade. Comprei porque gostei dela. Usei o meu feeling pessoal e
também informações técnicas obtidas
no mercado. E deu certo”, recordou o
selecionador Renato Ramires Júnior,
que a partir do dia 7 de junho passa a
presidir o Núcleo de Criadores de
Angus de São Paulo. Ele cria Angus há
quatro anos e avisa que veio para ficar
Maio de 2007
na raça. “Sempre que entro num negócio, faço com vigor e para vencer.
Gosto de animais e de Angus, que é
um negócio regado a muita paixão”,
definiu. A fêmea, que também foi campeã na Expo de Itapetininga, SP, agora vai brigar nas filas da Feicorte.
A criadora Cláudia Silva, proprietária da Cabanha Rincon del
Sarandy, que produziu a premiada
fêmea, diz que a fórmula do sucesso
da orientação que vem imprimindo na
seleção de seu plantel está na dedicação e no trabalho em equipe. “A
Rincon é a minha vida e tenho o privilégio de trabalhar com meus filhos
e contar com o apoio dos amigos e de
profissionais competentes”, observa
Cláudia.
A reservada de grande campeã foi
LCC GB Eduarda Cherokee, TEI
199, da parceria da Cabanha
Reservada de Grande Campeã, LCC GB Eduarda Cherokee, TEI 199
Corticeira, de Luiz Anselmo Cassol,
São Luiz Gonzaga, RS e da GB
Agropecuária, de Carlos Eduardo dos
Santos Galvão Bueno, Porecatu, PR.
A fêmea de dois anos incompletos é
oriunda de genética da GB Agropecuária.
Como terceira melhor fêmea
Angus D´Arriaga escolheu Rincon
Atrevida 903 O animal tatuagem 903,
nascido em 12 de agosto de 2005, foi
exposto pela Agropecuária Ponderosa Ltda, Manduri, SP e tem como criador a Cabanha Rincon del Sarandy.
No dia 14 de abril, Manoel José
Dornelles D´Arriaga avaliou 92 fêmeas da raça e mostrou-se animado com
a evolução da Aberdeen Angus em pista. Ele havia julgado a raça há três anos
em Londrina e demonstrou admiração
pelo que viu. “Os animais estão muito
bem apresentados”, vibrou.
Reconquista e Fazenda MC brilharam nos machos
No dia 13 de abril jurado Manoel José
Dornelles D´Arriaga avaliou 30 machos Aberdeen
Angus expostos e escolheu Reconquista 762 Impulso Quebracho como grande campeão da
Expolondrina. Pertencente a Reconquista
Agropecuária, de José Paulo Dornelles Cairoli,
Alegrete, RS, o animal (tatuagem TE 762) é um
touro Red Angus de três anos que impressionou o
jurado.
Grande Campeão, Reconquista 762 Impulso Quebracho
Conforme D´Arriaga, o reprodutor
conquistou o grande campeonato da
raça por mostrar-se completo e apresentar profundidade, comprimento e
elegância. “É um touro importantíssimo que expressa o que se busca na
Angus”, ressaltou.
O proprietário da Reconquista,
José Paulo Dornelles Cairoli, assegurou que o touro premiado seguirá para
São Paulo para participar da VII Exposição Nacional da Raça Angus, durante a Feicorte 2007.
Já o touro reservado grande campeão foi EPV Barney 413, tatuagem
413, da Fazenda MC, de Eloy Tuffi,
Espírito Santo do Pinhal, SP. Segundo Manoel José Dornelles D´Arriaga,
o exemplar se assemelha muito com o
grande campeão. Nascido em 2004, o
reprodutor também já havia faturado
premiação em outras exposições da
raça.
Como terceiro melhor macho da
Palestra destacou qualidade e características da raça
A Associação Brasileira de Angus
realizou múltiplas atividades que visaram divulgar amplamente a raça
Aberdeen Angus durante a 47ª
Expolondrina. No dia 12 de abril, o
técnico da ABA, Antônio Francisco
Chaves Neto realizou palestra para criadores e estudantes dos cursos de
zootecnia e medicina veterinária sobre
as qualidades e as principais características da raça Aberdeen
Angus, que vem sendo
cada vez mais utilizada em
cruzamentos industriais
em todo País.
Os alunos das universidades UEL e Unopar
interagiram com o
palestrante, que os considera como os futuros
Antônio Chaves Neto, durante a palestra
divulgadores da raça. “Eles
são agentes de informação e
disseminadores das qualidades e vantagens da Angus”, definiu Chaves Neto.
Ao final da palestra, a Associação
Brasileira de Angus distribuiu artigos
promocionais aos participantes mais
atuantes, como a professora do curso
de Medicina Veterinária da Unopar,
Fabiana de Andrade Melo Sterva; o criador da raça, Pedro Arinos da Cunha
Neto, de Nova Esperança, PR e o criador Renato Gomes, de Cambé, PR.
Outra atividade foi a realização de
exames andrológicos em touros Angus,
acompanhada por alunos de medicina
veterinária da Unopar.
Reservado Grande Campeão, EPV Barny 413
exposição foi escolhido Escudo da Fumaça, TE 223, nascido em 8 de agosto
de 2004. O expositor foi a
Agropecuária Fumaça, de Elio Sacco,
Paranapanema, SP.
Após o julgamento de classificação,
os criadores foram recepcionados com
uma degustação de carne Angus – oca-
sião que reuniu associados, corpo técnico e equipe da Associação Brasileira
de Angus, que realizaram a confraternização de entrega de prêmios aos vencedores. Ainda nas instalações do
Shopping Rural, no parque da
Expolondrina, foi promovido o desfile dos grandes campeões.
Programa
Carne Angus
Shopping Rural
Promovido pela Associação Brasileira de Angus (ABA) e frigoríficos
Marfrig e Mercosul, no dia 11 de abril,
integrando a programação da
Expolondrina, o Seminário Programa
Carne Angus Certificada no Paraná
chamou a atenção dos produtores pela
possibilidade de valorização da produção, com garantia de remuneração por
qualidade.
O tema do evento foi a diferenciação de preço por qualidade e garantia de mercado aos animais de cruzamento industrial com a raça Angus,
numa integração com a indústria
frigorífica e associação de raça.
Durante todo o período do
evento, A AssociaçãoBrasileira de
Angus promoveu o 1º Shopping
Rural, em parceria com a Sociedade Rural do Paraná, considerado
uma nova oportunidade para os
criadores colocarem seus animais
à venda e realizarem contatos para
viabilizarem negócios futuros.
Conforme o médico veterinário, técnico da ABA no Paraná,
Antônio Francisco Chaves Neto,
a raça Aberdeen Angus foi bastante procurada no evento que vendeu 14 touros PO, por um preço
médio de R$ 3,5 mil.
38
Maio de 2007
MOVIMENTO
Maio de 2007
39
Denver 2007 teve 599 Angus expostos
A maior e mais importante exposição de Angus do mundo teve a presença de 599 animais Angus pretos e vermelhos na sua última edição. Foram
apresentados 500 animais Aberdeen Angus e 99 Red Angus. De acordo com a American Angus Association, a 101a National Western Stock Show, que
aconteceu em janeiro passado em Denver (Colorado, Estados Unidos), contou com 300 animais Aberdeen Angus de argola (sendo 232 fêmeas e 68 machos
pretos), além de 40 trios de touros rústicos (120 animais) e 8 Carloads de 10 touros rústicos (80 animais). Da variedade vermelha, foram expostos 99
produtos de argola este ano, sendo 72 fêmeas e 27 machos. E conforme a Red Angus Association of America, animais rústicos não foram apresentados.
Os campeões Aberdeen Angus
Fotos: Divulgação
Grande campeã: Freys Arkpride of Cherryknol, filha de CF Right Design 1802
Confira, a seguir, os grandes campeões e os seus
reservados no Aberdeen Angus.
Grande Campeão: G13 Stand
Out. Nascido em Janeiro de 2005, ele
é filho de G13 Structure e pertence à
parceria formada por Greg Smith (de
Elida, Novo México), pela G13 Angus
Ranch Inc. (de Lubbock, Texas) e pela
Cherry Knoll Farm Inc. (de West
Grove, Pensilvânia).
Reservado de Grande Campeão:
Werner Wild Fire 96. Ele é de propriedade da parceira formada pela famosa Ankony Angus Corp. Inc. (de
Clarkesville, Georgia) com a Werner
Angus (de Rapids City, Illinois). Nascido em Janeiro de 2006, este
reprodutor é filho de SAV 8180
Traveler 004.
Grande Campeã: Freys Arkpride
of Cherryknol. Katrina Frey (de
Quarryville, Pensilvânia) é a proprietária desta matriz filha de CF Right
Design 1802 nascida em Fevereiro de
2005.
Reservada de Grande Campeã:
EXAR Princess 6414. Da Brooklynn
Bell (de Delaware, Oklahoma), ela
nasceu em Janeiro de 2006 e é filha
de EXAR Lutton 1831.
O juiz do Aberdeen Angus de argola na National Western Stock Show
desse ano foi Jim Pipkin, da cidade de
Republic, no Estado do Missouri.
Já os trabalhos com os 200 touros
rústicos foram conduzidos por um trio
de jurados formado por Jeff Dameron
(do Illinois), Mark Duffell (da
Virginia) e Bill Rishel (de Nebraska).
Os grandes campeões e os seus reservados eleitos por eles foram:
Grande Campeão Carload de 10
Os campeões Red Angus
Touros: Filhos dos reprodutores
Schurrtop MC 2500 e Lau Decade.
Com menos de 11 meses de idade em
Denver 2007, eles são da Whitestone
Krebs (de Gordon, Nebraska) e apresentaram um peso médio de 1.266
Libras (574,24 Kg).
Reservado de Grande Campeão
Carload de 10 Touros: Filhos de Bon
View New Design 1407, EXAR New
Look 2971, BR Midland, EXAR
Lutton 1831 e Northern Improvement 4480 GF. Da Express Angus
Ranches (de Yukon, Oklahoma), os
touros nasceram em Setembro de
2005 e tinham um peso médio de
1.588 Libras (720,3 Kg).
Nos trios, tanto o Trio Grande
Campeão quanto o Reservado de
Grande Campeão pertencem ao mesmo criador. Eles são da seleção do
Rolling RRR Ranch LLC (de
Edmond, Oklahoma).
Trio Grande Campeão: Filhos de
EXAR New Look 2971, BR Midland
e EXAR Lutton 1831 nascidos em Janeiro de 2006, eles apresentaram peso
médio de 1.413 Libras (640,92 Kg).
Trio Reservado de Grande Campeão: Filhos de BR Midland e EXG
Osage N112 R3, eles tinham 10 meses de idade em Denver 2007 e peso
médio de 1.313 Libras (595,5 Kg).
Grande campeão: Oak Ridge Silveira Pro 166, filho de LCC Major League A502M
Os julgamentos do Red Angus de argola na 101a National
Western Stock Show foram conduzidos por John Edwards,
da Express Angus Ranches (de Yukon, Oklahoma), que foi
assessorado por Kent Andersen (de Littleton, Colorado). Os
títulos máximos foram obtidos pelos seguintes animais:
Grande Campeão: Oak Ridge
Silveira Pro 166. Do Rabb Brothers
Ranch Inc. (de Woodlake, Califórnia)
e dos Silveira Brothers (de Firebaugh,
Califórnia), o reprodutor nasceu em
Fevereiro de 2006 e é filho do touro
LCC Major League A502M.
Reservado de Grande Campeão:
PAR Ultimate Direction 1018R. De
Maio de 2005, ele é filho de Beckton
Lancer F442T e pertence a Gary
Peacock (de Covington, Texas).
Grande Campeã: SLGN Stony’s
Savannah. Da seleção da Solution
Genetics (de Cushing, Iowa), essa fê-
mea tinha apenas 10 meses em Denver
2007.
Reservada de Grande Campeã: Ms
Advance Vision of 4L R548. Filha do
touro 4L Super Vision R2292, ela
nasceu em Outubro de 2005 e pertence ao Von Forell Ranch (de
Wheatland, Wyoming).
Informações: American Angus
Association e Red Angus Association
of America;
traduções: Stefan Staiger Schneider
Grande campeã: SLGN Stony’s Savannah, com apenas 10 meses
Grande campeão: G13 Stand Out, filho de G13 Structure
CALENDÁRIO DE EXPOSIÇÕES RANQUEADAS 2007
OUTUBRO
4 a 14 - Exposição de São José do Rio Preto, SP
JUNHO
19 a 23 - FEICORTE, SP
AGOSTO
3 a 12 - Expofeira de Guarapuava, PR
6 a 14 - Expofeira de Bagé, RS
24/08 a 1/09 - EXPOINTER, RS
15 a 21 - 65ª Exposição Agropecuária de Alegrete, RS
15 a 18 - 2º Agro Indoor - Jaguariúna, SP
15 a 21 - 69ª Expofeira de Santana do Livramento, RS
13 a 16 - Exposição de Ponta Grossa, PR
18 a 21 - Exposição de Cachoeira do Sul, RS
22/09 a 1º/10 - 2ª Exposição de Primavera Núcleo Central de
Angus - Santa Maria, RS
24 - Expofeira de Dom Pedrito, RS
SETEMBRO
25 a 30 - Exposição de Primavera – Uruguaiana, RS
28/09 a 9/10 - 80ª Expofeira de Pelotas, RS
25 a 29 - 41ª Exposição Agropec. de São Francisco de Assis, RS
NOVEMBRO
12 a 19 - Expofeira de Cascavel, PR
13 a 19 - Expofeira de Rio Grande, RS
Informações (ABA): 51 3328.9122 // e-mail: [email protected]
40
Maio de 2007
LEILÕES CHANCELADOS
Foto: Devanir Parra Torrecillas
Leilão GB vende qualidade
Realizado dia 13 de abril, no Centro de
Eventos Village, em Cambé, PR, integrando o calendário de programações da Angus
na Expolondrina 2007, o 3º Leilão GB
Agropecuária, de Carlos Eduardo dos Santos
Galvão Bueno, movimentou um total de R$
454,4 mil, com a venda de 30 fêmeas Angus
PO. Conforme mapa fornecido pela Remate
Leilões, os exemplares comercializados fixaram média de preço em R$ 15.146,67.
O maior preço pago na ocasião foi para o
lote 26, GB Esmeralda M. League 205, uma
fêmea de 20 meses, arrematada pelo valor de
R$ 40 mil, por Edvaldo do Carmo Oliveira Jr.
O investidor paulista também foi o maior
comprador do evento. Oliveira Jr. gastou R$
72 mil, adquirindo animais para formação de
plantel.
Chancelado pela Associação Brasileira de
Angus, o leilão teve entre os convidados
Agropecuária Fumaça (SP),de Elio Sacco,
Cabanha Catanduva (RS), de Fábio
Gomes, Reconquista Agropecuária
(RS), de José Paulo Dornelles Cairoli,
Cabanha da Corticeira (RS), de Luiz
Anselmo
Cassol,
Chalet
Agropecuária (SP), de Luís Eduardo
Batalha, Casa Branca Agropastoril
(SP), de Paulo de Castro Marques,
Rincon del Sarandy (RS), de Cláudia Silva e da VPJ Pecuária (SP), de
Valdomiro Poliselli Jr.
Entre os parceiros, o que acumulou maior volume de vendas foi a Agropecuária
Galvão Bueno Ltda, que negociou um total de R$ 158,4 mil.
Conforme um dos organizadores do
evento e parceiro da GB, Ivan Magalhães,
foram apresentadas as melhores fêmeas
Angus oriundas de importantes criatórios
brasileiros. “O evento estava muito bonito
e as matrizes da raça Angus PO ofertadas
estavam muito bem preparadas tinham
grande qualidade genética”, comentou.
Sob os trabalhos do leiloeiro Aníbal
Ferreira, da Remate Leilões, as condições de
pagamento foram facilitadas em vinte parcelas.
Catanduva: sucesso de outono
Realizado dia 29 de abril, em Esteio, RS,
simultaneamente à Fenasul e Outono Angus
Show, o Leilão da Cabanha Catanduva arrecadou R$ 489,2 mil com a venda de 71
bovinos e seis doadoras Red Angus PO.
Propriedade de Fábio e Fabiana Gomes,
o tradicional evento comercializou 50 fêmeas
Angus pelo valor médio de R$ 6,08 mil, além
de 21 machos, pela média de R$ 5,53 mil.
As doadoras foram valorizadas pelo preço
médio de R$ 11,5 mil.
O destaque do leilão foi para o lance
dado à fêmea Catanduva 1122 Pândora
TE213-G746 que saiu por R$ 50 mil. O
investimento foi da Cabanha da Maya, Bagé,
RS, de Zuleika Borges Torrealba, que desde
2004 investe na genética Angus, especialmente da Catanduva.
Segundo o administrador da propriedade, Chico Vieira, a ventre irá para coleta de
embriões. “Vim para comprar a fêmea num
investimento que, com a coleta, deve
retornar em um ano”, frisou.
A Cabanha Catanduva encerra um ciclo de duas décadas de seleção de doadoras.
Segundo Fábio Gomes, a partir de agora o
trabalho da equipe será focado em reposição, voltando-se para a transferência de
embriões, e, consequentemente, para o aumento do número de receptoras.
O Leilão Catanduva, chancelado pela
Associação Brasileira de Angus, foi conduzido pela Trajano Silva Remates. No martelo, comando de Marcelo Silva.
Leilão Virtual VPJ e Casa Branca
O I Leilão Red Angus
Virtual, realizado dia 24 de
abril pela VPJ Pecuária, de
Valdomiro Poliselli Júnior,
e a Casa Branca
Agropastoril, de Paulo de
Castro Marques, faturaram
R$ 217.620,00. Com
transmissão pelo Canal Rural, o leilão ofertou 68 lotes, sendo 56 fêmeas, que
obtiveram média de R$
2.900,00 mil, e 12 machos,
vendidos com média de R$
4.650,00.,
O lote de destaque, com dois machos,
foi arrematado por R$ 9.720,00, pelo criador Franklin Delano Magalhães, de Jaraguá,
GO. O maior comprador do leilão foi Luiz
Hamilton Fonseca, de Londrina, PR, que investiu R$ 52.020,00.
O evento, chancelado pela Associação
Brasileira de Angus, reuniu a genética apurada dos criatórios, que são dois grandes projetos de seleção da raça Aberdeen Angus no
País, visou impulsionar o padrão da pecuária brasileira, inclusive em termos de qualidade de carne.
“Preparamos o leilão para
atender ao momento atual da pecuária,
que exige dos produtores
uma atenção especial na escolha da genética. O mercado está aquecido e a procura por touros Angus é
grande devido às qualidades que a raça apresenta em
termos de precocidade sexual, produtividade e qualidade de carne. É uma
oportunidade para agregar
qualidade e melhorar o
cruzamento industrial do
plantel. Tivemos investimentos de criadores de cinco estados brasileiros: São Paulo, Goiás, Mato
Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul”,
declarou Valdomiro Poliselli Júnior, da VPJ
Pecuária.
Paulo de Castro Marques, da Casa Branca, comenta que o resultado do remate confirma a boa procura por animais Angus. “As
pessoas estão investindo cada vez mais na
raça. A cada leilão, sentimos uma demanda
maior por Angus, que oferece carne de excelente qualidade”, finalizou o proprietário
da Casa Branca.
Reconquista confirma apostas
Todas as apostas foram confirmadas quando Reconquista 593 Grand Canyon Bartolomé,
TE 593 abriu o 4º Leilão Seleção Reconquista,
de José Paulo Dornelles Cairoli, Alegrete, RS,
realizado dia 11 de maio, em Porto Alegre, RS.
A fêmea foi valorizada em R$ 120 mil, ao ser
adquirida 50% (R$ 60 mil) pelos criadores
Carlos Eduardo dos Santos Galvão Bueno, da
GB Agropecuária, Porecatu, PR e Luiz Eduardo Batalha, da Chalet Agropecuária, SP.
O exemplar que pertence à parceria de
Cairoli e Rubens Zogbi, da Estância Carapuça, Cristal, RS foi premiado em pistas como 5ª
Exposição de Outono de Uruguaiana 2007,
Expointer 2006 e Expolondrina 2006. O ventre permanecerá na Reconquista Agropecuária
para coleta de embriões. O leilão que faturou
um total de R$ 861,9 mil com a
comercialização de 45 lotes e alcançou média, conforme a Premier
Leilões, de R$ 22,888 mil.
Outro momento marcante foi
quando a fêmea Reconquista 766
Grand Canyon com cria ao pé (lote
03) foi adquirida pela parceria de
Fábio Gomes, da Cabanha
Catanduva, Cachoeira do Sul, RS
e Zuleika Torrealba Borges,
Cabanha da Maya, Bagé, RS, pelo
valor de R$ 46 mil. Segunfo os
compradores, o ventre será destinado à coleta de embriões e a terneira fará campanha para participar da Expointer.
Cairoli observou a participação de tradicionais e novos clientes que buscaram a genética Reconquista: “Foi muito bom, superou
nossas expectativas, tivemos novos compradores e participação pelo Canal Rural”, destacou.
Como convidadas participaram a Cabanha
da Corticeira, São Luiz Gonzaga, RS, Cabanha
Paineiras, Uruguaiana, RS, Cabanha Rincon
del Sarandy, Uruguaiana, RS, Cabanha Expoente, Novo Hamburgo, RS, Estância Carapuça, Cristal, RS,
Estância
do
Espinilho, Cruz
Alta, RS e Estância Santa Eulália,
Pelotas, RS.
MOVIMENTO
41
Gira Uruguaia
Fotos: ABA / Divulgação
Santa Maria: êxito na estréia
Maio de 2007
Grande campeã: Espinilho 4020
Válida para pontuação no
Ranking Oficial de Expositores e Criadores da Associação Brasileira de
Angus, a 1ª Exposição de Outono do
Núcleo Central de Angus foi realizada de 21 a 27 de maio, no Parque de
Exposições da Universidade Federal
de Santa Maria, RS, numa organização do Núcleo Central de Angus, com
apoio da ABA e UFSM, integrando a
programação da Prosul 2007. O
evento reuniu 68 animais Angus de
argola, pertencentes a 13 criadores e
teve como jurado o criador gaúcho
Antonio Martins Bastos Filho.
fêmea Espinilho 4020, tatuagem 4020, do expositor
Roberto Soares Beck, Estância
Espinilho, de Cruz Alta, RS levou o
título de grande campeã Angus. Como
A
Grande campeão: Reconquista 886 Jaguari Grand Canyon
reservada de grande campeã foi escolhida a fêmea Catanduva 776
Natividad TE 69 – 2685, pertencente a Fábio e Fabiana Gomes, da
Cabanha Catanduva, Cachoeira do
Sul, RS. Já a terceira melhor fêmea foi
Reconquista 1085 Lagoa Gramático,
propriedade de José Paulo Dornelles
Cairoli, Reconquista Agropecuária,
Alegrete, RS.
Nos machos, o expositor José
Paulo Dornelles Cairoli ganhou o título de grande campeão com o exemplar Reconquista 886 Jaguari Grand
Canyon, tatuagem TE886. O reservado de grande campeão foi
Catanduva 772 Natalite TE89 –
TE03, de Fábio e Fabiana Gomes.
Reconquista 1083 Ladino Gramático,
também pertencente a José Paulo
Dornelles Cairoli foi escolhido como
terceiro melhor macho.
A presidente do Núcleo Central
de Angus, Cláudia de Scalzilli e Souza, valorizou a qualidade dos animais
apresentados. “Tivemos participação
do associado que consolidou o evento, especialmente ao apresentar animais diferenciados como as fêmeas que
foram tão elogiadas pelo jurado”, comentou.
O Núcleo Central de Angus também promoveu a 1ª Feira de Ventres
Angus registrados e animais puros,
apresentados pela Cabanha Santa
Mathilde, do Itaqui, RS. Conforme o
proprietário, Ruy Alves Filho, foram
comercializadas 27 fêmeas PO com
prenhez confirmada de campeões nacionais.
Itapetininga faz boa mostra
Por Luciana Bueno
A Estância Santa Eulália, de Pelotas
(RS), integrou a Gira Angus de Outono promovida pela Associação de Criadores de Angus do Uruguai. Após dois
dias de visitas técnicas a quatro propriedades de Cerro Largo e Treinta y Três
(UY), a caravana de criadores acompanhou no último dia 03 a integração lavoura-pecuária adotada para o engorde
de novilhos, vaquilhonas e vacas Angus
na propriedade de Joaquim Francisco
Bordagorry de Assumpção Mello (distante 1,4 mil Km de Montevidéu, local
de partida da Gira). O criador apresentou o manejo da estância, alicerçado na
integração máxima da agricultura e pecuária, e os resultados obtidos como a
categoria Angus jovens para abate.
Segundo Mello, os novilhos Angus
dois anos chegam ao ponto de abate com
peso de 430 quilos a 470 Kg. Ele salientou a importância do consórcio de pastagens, realizado também na Fazenda
Santo Antonio, em Tapes (RS), para a
constância de alimentos em períodos
mais secos como o enfrentado, atualmente, na Metade Sul do Rio Grande
do Sul. Conforme o presidente da Associação de Criadores de Angus do Uruguai, Luis Fernández, na Santa Eulália
os produtores puderam verificar a total
rusticidade da raça Aberdeen Angus.
“Também estamos em período de seca
no Uruguai e aqui vimos, como em outra das propriedades percorridas, exemplares Angus em perfeitas condições
mesmo em períodos de estiagem”, assegurou. Os criadores observaram ainda
lotes de machos e fêmeas PO e PC, de
um e dois anos, e terneirada Angus ao
desmame.
Mello, vice-presidente da Associação Brasileira de Angus (ABA), ainda
apresentou detalhes do Programa Carne Angus Certificada que em 2006 certificou próximo de 100 mil animais da
raça. “Começamos em 2003 com 16
produtores e 20 mil animais certificados, agora estamos com 260 produtores
e carne Angus sendo servida no varejo
em uma das mais importantes churrascarias do Rio Grande do Sul”, divulgou
o criador, um dos pioneiros do programa de carnes da ABA. Ao final do encontro, a comitiva uruguaia (acompanhada por jornalistas de nove veículos
de comunicação daquele país), além de
convidados, como o técnico da ABA Joel
Rocha Scroferneker e o criador Ronaldo
Zechinski de Oliveira, saboreou um autêntico churrasco de vaquilhona Red
Angus. Na ocasião, Fernández agradeceu a recepção e presenteou a família
Mello com a pintura El gaucho do artista uruguaio Juan Manuel Blanes.
Texto e foto, Assessoria de Imprensa ABA
Expoingá valoriza criadores
paulistas e paranaenses
Organizada pelo Núcleo de Criadores de Angus de São Paulo e
pontuando ao Ranking Oficial de
Criadores e Expositores da Associação Brasileira de Angus (ABA), a 38ª
Expoagro Itapetininga 2007 foi realizada de 20 a 29 de abril, no parque de exposições de Itapetininga,
SP.
“Novamente tivemos sucesso
com a promoção da Exposição de
Itapetininga deste ano. Os criadores compareceram com seus animais
e formaram filas concorridas, expondo animais bem apresentados e
alinhados ao padrão Angus que vem
sendo buscado na atualidade”, observou o presidente do Núcleo de
Criadores de Angus de São Paulo,
criador Paulo de Castro Marques.
O dirigente igualmente destacou
a atuação do jurado João Carlos Chaves de Andrade, que segundo ele, foi
um dos integrantes do Treinamento
para Juizes de Angus promovido pelo
Núcleo durante a Exposição de Avaré.
“Ele foi correto, perseguiu o tipo ideal de Angus e os criadores aplaudiram
suas escolhas”, sintetizou Marques.
Foram a julgamento este ano em
Itapetininga um total de 84 animais,
sendo 19 machos e 65 fêmeas, pertencentes a 14 expositores.
Grande Campeão: Escudo da Fumaça TE 223 – exp. Élio Sacco,
Agropecuária
Fumaça
–
Paranapanema, SP.
Reservado de Grande Campeão::
PWM Expansion TE – exp. Paulo
de Castro Marques, Casa Branca
Agropastoril – Fama, MG
Terceiro Melhor Macho:: PWM
Ganesh – exp. Paulo de Castro Marques, Casa Branca Agropastoril –
Fama, MG
Grande Campeã:: Rincón Espoleta 808 Del Sarandy – exp. Renato Ramirez, 3E Agropecuária –
Catanduva, SP.
Reservada de Grande Campeã::
Fabulosa da Fumaça TE 336 – exp.
Élio Sacco, Agropecuária Fumaça –
Paranapanema, SP.
Terceira Melhor Fêmea:: Ponderosa Lakina G32 – exp. Felipe
Moura, Agropecuária Ponderosa –
Manduri, SP.
Grande campeã, Jcp Ingá Hill do Iguaçu
Organizada pelo Núcleo Paranaense
de Criadores de Angus e com o apoio da
Associação Brasileira de Angus (ABA), a
Exposição de Maringá 2007 (Expoingá)
foi realizada entre os dias 14 e 19 de maio
no Parque de Exposições Francisco F. Ribeiro em Maringá, PR. O evento integra
o Ranking Oficial de Expositores da Associação Brasileira de Angus na categoria “B”.
O Jurado Rednilson Moreli Goes julgou um total de 64 animais de argola em
pista. A Grande Campeã foi Jcp Ingá Hill
do Iguaçu, do criador Júlio Cesar Pacetti
– Faz. Águas de Santa Lúcia – São Miguel
do Iguaçu/PR; a Reservada de Grande
Campeã, Fabulosa da Fumaça, de Élio
Sacco - Agropecuária Fumaça –
Paranapanema/SP; 3a |melhor Fêmea, Cia
Azul 0124 G5480 G 5672, expositor Luis
Henrique Campana Rodrigues –
Agropecuária HR – São Paulo/SP.
Nos machos, o Grande Campeão foi
Reconquista 762 Impulso Quebracho,
de José Paulo Dornelles Cairoli – Reconquista Agropecuária – Alegrete/RS;
o Reservado de Grande Campeão, Escudo da Fumaça Te223, pertence a Élio
Sacco - Agropecuária Fumaça – Paranapanema/SP; já o 3a |melhor, Don Francisco Te 045 Cabo, de Paulo Edgard de
Oliveira Valdez – Agropecuária Dom
Francisco – Lapa/PR.
42
HISTÓRIA
Maio de 2007
Testes de ganho de peso
Por José A. Collares
In memoriam
Em meados do corrente mês, a Secretaria
da Agricultura iniciou em Vacaria mais um
Teste de Ganho de Peso. Estes testes serão
feitos nas 7 Estações Experimentais do Governo do Estado no Rio Grande do Sul. É uma
nova base de seleção para as raças de corte,
conforme a nova orientação, ou seja, de carne
sem gordura com animais precoces.
odos os países criadores de gado de corte, desde alguns anos, vêm realizando
estas provas, como também o Controle de Desenvolvimento Ponderal (CDP), serviço criado pelo Herd Book Collares em 1970,
onde na Exposição do Esteio de 1971, apresentar-se-ão os primeiros animais controlados.
Não seria demais esclarecer que em 1970,
na raça Aberdeen Angus, nas primeiras categorias, todos os animais foram controlados
pela Associação Brasileira dos Criadores de
Aberdeen Angus.
Aproveitando a “prata de casa”, no Estado de São Paulo, desde alguns anos vêm se
realizando provas semelhantes, sempre visando à nova orientação em seleções no rebanho
para corte.
É natural, e creio que assim esteja acontecendo, nem todos os criadores estejam cooperando em ambos novos serviços, recentemente criados. Não é mal local. Em outros
países assim também acontece.
Notícia publicada, já há algum tempo no
Correio Rural, nos fala de uma exposição de
Devon, na Inglaterra, onde concorreram 22
touros, dos quais somente 6 apresentaram-se
com certificados de ganho de peso. Entretanto nas vendas destes reprodutores os controlados alcançaram uma média de 29 libras a
T
mais que os outros.
Se os britânicos se mostram sem maior entusiasmo para estas provas, com muito mais
razão acontecerá entre nós, latinos, que invariavelmente sempre vemos tudo por um prisma sempre apaixonado. Como as provas são
para diversas raças, os mais fervorosos adeptos de determinada raça, não desejam perder
para outra.
Não devemos esquecer que o Rio Grande
do Sul tem condições para criar qualquer raça
européia, como também zebuína, e que todas
têm suas grandes qualidades como também
seus problemas.
co tempo, nossas exposições terão novo aspecto quanto ao preparo dos animais. É velha
a crítica que os juízes britânicos fazem aos sulamericanos. Recordo de um, talvez mais positivo, que lembrava uruguaios de que os touros não eram “Christmas Turkey” (Perus de
Natal) e que deveriam sair das exposições aptos para o trabalho.
A Revista argentina “Hereford”, órgão da
Associação Argentina de Criadores de
Hereford, do mês de março do corrente ano,
publica em destaque a página 120, o seguinte
convite:
“Reuniòn de cabañeros el dia 3 de junio
Neste artigo publicado em maio de 1971, o fundador da ANC,
José Collares mostra a importância dos testes de ganho de peso
a campo como fundamentais na avaliação de reprodutores
aptos para o trabalho. Neste particular, é importante salientar
que a raça Angus foi uma das pioneiras no teste, por iniciativa
da Associação Brasileira de Aberdeen Angus, já em 1970
Apesar da importância do peso individual, outros fatores influem no desenvolvimento de certas raças. Esse é o motivo de existirem tantas raças em países pequenos, comparados mesmo, ao Rio Grande do Sul.
Devemos acompanhar os resultados, não
com o fim de saber qual a raça de maior ganho, mas sim, dentro de cada raça os espécimes que devem ser aproveitados para a
melhoria do rebanho, dentro da nova orientação zootécnica, que dizem ser, altamente
transmissível.
Pelo pouco que tenho lido sobre o assunto, de antemão posso prever, que não serão os
mais bonitos, os ganhadores, mas espero e
desejo que sejam os mais reputados.
Seguindo esta orientação, dentro de pou-
En la última reunión de Comisión Directiva
surgió lá inquietud acerca de la excesiva
preparación de los toros que se exponen en
Palermo. Entre las propuestas que se hicieron,
tomó cuerpo la de medir la grasa a todos los
reprodutores que concurran a esa exposicion
publicando los resultados u facilitándoselos al
jurado de clasificación.
Ante tal propuesta y antes de tomar um
critério definitivo, la Comisión Directiva
resolvió convocar a todos los expositores de
Palermo a una reunión que para tratar el tema,
se realizará en el local de la Asociación el dia
3 de junio a las 18 horas.
Dada la trancedental importancia del tema
para la raza e para la preparación de los
animales de exposición se encarece a todos los
cabañeros su puntual asistencia”.
Asociacion Argentina de Criadores de
Hereford
É sem dúvida uma reação às velhas orientações, e tomada por uma entidade.
Da mesma revista, também do mês de
março, o editorial tem o título:
“Control de Produção”
“Guerra a La Grasa”.
Referindo-se à prova de “Block Test”,
transcrevemos alguns tópicos:
“Carne de calidad, animales magros,
mayor masa muscular”, etc., fueron los
estribillos que en esos días oímos a
profesionales y capacitados comerciantes de
la carne y que responden a exigencias del mercado, tanto de exportación como del nuestro
consumo interno.
La Asociación Argentina Criadores de
Hereford hace casi dos años puso en
funcionamiento un moderno plan de
selección que ya es veterano en otros países.
Mediante él se seleccionan los animales de
mayor precocidad y que por ende tienden a
un mayor desarrollo de la masa muscular y
menor acumulación de grasa.
Son muy pocos los cabañeros en el país
que han adoptado este plan, (o grifo é nosso) otros similares y también pocos los que
han ingresado al de nuestra Asociación.
Vimos pelo exposto que a novas orientações, em países como a Grã-Bretanha e Argentina, são olhadas com alguma indiferença, portanto é natural que aqui também aconteça o mesmo. Entretanto, o certo é que, ambos os serviços criados pela Secretaria da Agricultura e Herd Book Collares, no momento
orientam as tendências em voga na seleção de
bovinos de corte.
(Publicado originalmente no Correio do Povo
de 07/05/1971)
Recomendações para uma pecuária mais eficiente
estão bastante atualizadas. Com base nos
dados estudados pelos autores, as seguintes práticas de manejo foram recomendadas aos criadores de gado de corte do Brasil Central Pecuário, bem como de outras
regiões tropicais:
Por Leonardo Talavera Campos
As recomendações feitas por Zancaner
& Mariante, em 1985 (no livro “Crescimento e reprodução em gado Nelore - Visão do criador e do pesquisador”), ainda
stação de monta: existe um período
do ano mais vantajoso para a parição,
devendo ser estabelecida uma estação
de monta de 90 dias, com início em 01 de
outubro, de forma que a parição venha a
ocorrer de agosto a outubro.
Seleção para o crescimento: a maior ênfase da seleção deverá ser dada à reprodu-
E
ção. A seleção para peso deve ser baseada no
peso aos 18 ou 24 meses, mantendo-se os
animais em condições ambientais semelhantes àquelas nas quais serão criadas suas progênies.
Programa de descarte: devem ser descartados os touros cujas progênies classifiquemse abaixo da média do rebanho. O mesmo
deve ser feito com vacas que apresentam idade a primeira cria e/ou intervalo entre partos acima da média.
Melhora das condições: o ambiente, principalmente nutrição, deve ser melhorado, de
forma maximizar a produção. Deve-se obter
dados sobre a exequibilidade de se atingir esta
maximização através da melhora de pastagens, da suplementação, etc...
Estudos futuros: existe a necessidade de
se obter mais dados a fim de se determinar a
relação entre peso e reprodução, e de avaliar
os efeitos dos fatores ambientais sobre o crescimento e a reprodução dos bovinos de corte nos trópicos.
Coordenador Técnico do Promebo®
Associação Nacional de Criadores - Herd
Book Collares / ANC
e-mail: [email protected]
OPINIÃO
Maio de 2007
43
Produtividade da pecuária cresce mais do que a da agricultura
A pecuária brasileira está no rumo certo. Ao mesmo
tempo em que avançou mais do que a agricultura nos
últimos anos, ganha em eficiência e contribui para a
redução dos impactos ambientais
Figura 1. Área de pastagem versus rebanho bovino no Brasil.
Fonte: Conab / IBGE / Scot Consultoria
Por Fabiano Tito Rosa
Os ganhos da agricultura, em termos de
produtividade, são notáveis. O agricultor
despertou cedo para a necessidade de
tecnificação, conservação e manejo do solo,
a fim de promover a melhoria dos resultados produtivos e econômicos. Entre 1977
e 2006, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área cultivada com grãos, cereais e oleaginosas cresceu 27%, ao passo que a produção, em toneladas, aumentou 157%. Fantástico, uma
verdadeira revolução.
A
pecuária se atentou para a aplicação de tecnologia um pouco mais
tarde. Por muitos anos o boi foi encarado como reserva de valor. Era só largar
o dinheiro lá no pasto, engordando. Mas os
tempos, a economia e as exigências do mercado mudaram. A pecuária, portanto, teve
que mudar também.
Talvez o início, em termos de incorporação de tecnologia, tenha se dado em meados
da década de 80, com a suplementação mineral. De lá para cá ela evoluiu muito, assim
como o manejo sanitário e, mais recentemente, o melhoramento genético, o manejo de
pastagens (adubação e controle de invasoras),
etc.
Nos últimos anos, o crescimento das exportações, a competição com a agricultura e
a pressão ambiental contra abertura de novas áreas de pastagem aceleraram o ritmo de
incorporação de tecnologia e, conseqüentemente, de aumento de produtividade por
parte da pecuária.
Nessa “corrida”, a agricultura ainda está
na frente. Afinal, largou primeiro. Mas nos
últimos anos, a pecuária superou a agricultura, como ilustram as figura 1 e 2.
Entre 2001 e 2006, de acordo com a
Figura 2. Produção de grãos, cereais e oleaginosas versus área cultivada no Brasil.
Fonte: Conab
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e-mail - [email protected]
Conab, a produção de grãos, cereais e oleaginosas aumentou 20,5%, ao passo que a área
cultivada cresceu 25%. É verdade que a crise que acometeu a agricultura, em função de
problemas climáticos e da retração dos preços pagos aos produtores, exerceu papel fundamental nesse “retrocesso”.
Mas a pecuária, do ponto de vista dos
pecuaristas, também não ia nada bem. Vale
lembrar que, em junho do ano passado, a cotação do boi gordo em São Paulo despencou
ao patamar mais baixo dos últimos 50 anos.
Ainda assim, de acordo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a
Conab e estimativas da Scot Consultoria, o
rebanho bovino brasileiro, entre 2001 e
2006, cresceu 15%. A produção de carne,
por sua vez, aumentou 53%, mas as áreas de
pastagem encolheram 1,5%. Isso é que é aumento de produtividade! Veja a tabela 1.
A pecuária tende mesmo a se manter em
expansão através do aumento de produtividade, ou seja, de aplicação de tecnologia. O
potencial produtivo ainda está longe de ser
alcançado.
Recentemente, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estimou
que se a taxa de desfrute do rebanho brasileiro, que hoje está um pouco acima de 20%,
chegasse a 30%, o País poderia dobrar a oferta de carne para exportação, sem necessidade de aumento de rebanho ou de área.
Outro número interessante: se a taxa de
lotação média, que hoje se situa entre 0,7 e
0,9 UA/ha, chegasse a 5 ou 6 UA/ha (e já
existe tecnologia para isso), caberia todo o
rebanho bovino do mundo dentro do Brasil, com base na área de pastagem atual.
A pecuária brasileira está no rumo certo.
Ganha em eficiência e contribui para a redução dos impactos ambientais. Esse, aliás,
é o tema do artigo “Parar de comer carne?”,
do engenheiro agrônomo Maurício Palma
Nogueira,
disponível
no
site
www.scotconsultoria.com.br.
Zootecnista - Scot Consultoria
[email protected]
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Maio de 2007