Hipersuper.pt O ABC da Concorrência, por José Antonio Rosseau
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Hipersuper.pt O ABC da Concorrência, por José Antonio Rosseau
País: Portugal Hipersuper.pt Period.: Diária Âmbito: Online ID: 41819855 16052012 Pag.: 1 de 3 Assine o Jornal | Newsletter | Contactos Retalho Produ#$o Bebidas Vinhos Conselho dos Not)veis Opini$o Novos Produtos White Papers O ABC da Concorr!ncia, por Jos"# Antonio Rosseau pesquisar 15 de Maio de 2012 +s 16:55:48 por Jos !& Ant,nio Rousseau 7" Gene da Distribui#$o: CONCORR%NCIA (1& parte) Concorr'ncia ()um conceito maldito. Malamado por uns, por outros idolatrado. Aceite no plano dos princ!pios, frequentemente contestado na sua aplica#$o pr*tica. Tantas vezes pronunciado em v$o ou sem raz$o quando se qualifica de desleal. Por for#a de interpreta#-es subjectivas, quantas vezes n$o !&objecto de equ"vocos e de considera#-es erradas. Na verdade, concorr(ncia tanto pode ser vista como uma luta entre produtores de bens ou prestadores de servi#os com o objectivo de conquistarem a maior quota de mercado poss"vel, como uma situa#$o de mercado em que os diferentes produtores e/ou vendedores de um bem ou servi#o, interagem com os respectivos compradores e consumidores, com o objectivo de alcan#arem maiores vendas, lucros ou quotas de mercado, utilizando para tal diferentes pol"ticas de pre#os, de qualidade de produtos ou de servi#os, num livre jogo da oferta e da procura e sem interven#$o do Estado. No mercado da Distribui#$o se considerarmos a concorr(ncia na sua vertente de oferta, poderemos defini-la como o conjunto de pontos de venda que comercializam os mesmos produtos ou prestam os mesmos servi#os numa determinada zona de influ(ncia. E, nesta acep#$o, podemos distinguir entre concorr(ncia directa ou intratipo, ou seja, aquela que !&exercida por pontos de venda que actuam no mesmo segmento ou obedecem ao mesmo conceito de loja (supermercado versus hipermercado ou supermercado versus supermercado) e indirecta ou intertipo, isto !, aquela que !&exercida em segmentos diversos ou de acordo com conceitos diferentes, mas que se cruzam parcialmente no sortido (lojas de departamento versus hipermercado). Horizontal ou vertical A concorr(ncia pode ainda ser horizontal ou vertical, consoante ocorra entre agentes econ,micos do mesmo tipo (retalhista versus retalhista ou industrial versus industrial) ou agentes econ,micos situados em n"veis distintos do circuito de distribui#$o (retalhista versus industrial) como acontece nas MDF versus MDD. Depois de d!cadas em que n$o existiu verdadeira concorr(ncia em Portugal, com a entrada do pa"s na UE, tudo mudou para todos. N$o possuindo um cultura de concorr(ncia, n$o a praticando e, como tal n $o sabendo bem como fazer, os operadores econ,micos portugueses demoraram a aceitar a nova realidade e alguns ainda hoje a n$o aceitam. E, se no .mbito da concorr(ncia horizontal esta j)&n$o se estranha, (excluindo a percep#$o dos pequenos retalhistas para os quais tudo !&concorr(ncia desleal), o verdadeiro foco concorrencial situa-se hoje na concorr(ncia vertical existente entre distribuidores e produtores. Mas, estas pr)ticas que se observam entre fornecedores e distribuidores no .mbito das suas rela#-es comerciais, decorrentes de um poder de compra acrescido por for#a de um certo grau de concentra#$o, s,&ser$o enquadr)veis nos objectivos da legisla#$o de concorr(ncia, caso estas tenham por objecto ou como efeito restringir de forma sens"vel a concorr(ncia. E tal, at!&ao momento, nunca aconteceu e muito menos se conseguiu demonstrar. Pelo contr)rio, estudos de an)lises econom!tricas revelaram que a centraliza#$o de compras e a integra#$o vertical de alguns grupos retalhistas permitem obter pre#os mais baixos na compra dos produtos, sendo os ganhos da"&decorrentes, repercutidos nos consumidores, verificando-se assim uma efectiva transfer(ncia dos resultados positivos do poder de compra da distribui#$o para os consumidores. Acesso +)prateleira Todavia, por for#a da sua expans$o, as empresas de distribui#$o t(m-se revelado, na terminologia da AdC, como verdadeiros 'porteiros*&de acesso ao mercado e aos consumidores das MDF. N$o obstante a import.ncia que revestem os grupos de distribui#$o para o escoamento das MDF, em termos econ ,micos a quest$o da eventual qualifica#$o destas redes de distribui#$o, enquanto infra-estrutura essencial para a ind/stria de aprovisionamento, apenas se coloca nos mercados onde existe concorr(ncia entre empresas de distribui#$o e os seus fornecedores, ou seja, nos mercados onde existem MDD em concorr(ncia com os MDF no acesso Not!cias relacionadas 'A concorr (ncia !&a nossa marca de )gua* Associa #$o Agr"cola de S. Miguel considera 'absurda*&recomenda #$o da Concorr (ncia Inova #$o na Europa est)&a abrandar face +& crescente concorr (ncia mundial Wal-Mart com concorr(ncia russa nos EUA Concorr (ncia espanhola autoriza transfer (ncia de lojas da PC City para a Sonae Acesso +)prateleira Todavia, por for#a da sua expans$o, as empresas de distribui#$o t(m-se revelado, na terminologia da AdC, como verdadeiros 'porteiros*&de acesso ao mercado e aos consumidores das MDF. N$o obstante a import.ncia que revestem os grupos de distribui#$o para o escoamento das MDF, em termos econ ,micos a quest$o da eventual qualifica#$o destas redes de distribui#$o, enquanto infra-estrutura essencial para a ind/stria de aprovisionamento, apenas se coloca nos mercados onde existe concorr(ncia entre empresas de distribui#$o e os seus fornecedores, ID: 41819855 16052012 ou seja, nos mercados onde existem MDD em concorr(ncia com os MDF no acesso ao espa#o de prateleira das lojas. Hipersuper.pt Ora, e como conclui a AdC no seu Relat,rio de Setembro de 2010, parece pouco veros"mil que, de uma perspectiva econ,mica e jur"dica, se possa concluir que a rede de distribui#$o dos grupos retalhistas possa constituir uma infra-estrutura essencial 'stricto sensu*¶ escoamento das MDF dos fornecedores. De facto e, em particular, no caso nacional, o principal argumento contr )rio a uma tal qualifica#$o !&a inexist(ncia de ind"cios de falta de concorr(ncia entre os grupos de distribui#$o quer no aprovisionamento nos mercados onde existam MDD, quer, em geral, ao n"vel dos mercados locais de venda a retalho ao consumidor final. Por outras palavras, seria necess)rio +quela qualifica#$o de infra-estrutura essencial da rede de distribui#$o dos grupos retalhistas, demonstrar que estes grupos disp-em nos mercados em causa, em especial, ao n"vel do aprovisionamento, de uma posi#$o dominante colectiva Bem pelo contr)rio, a crescente oferta por parte dos grupos de distribui#$o de produtos com a sua marca, comercializados em exclusividade nas suas lojas e, em concorr(ncia com os produtos da ind/stria, tem consequ(ncias de natureza concorrencial, de efici(ncia econ,mica em termos do bem-estar do consumidor. Embora a comercializa#$o de produtos MDD nos principais grupos de distribui#$o seja uma realidade iniciada h)&vinte e cinco anos, a crescente sofistica#$o desses produtos, num contexto de, aumento de concentra #$o nos mercados retalhistas e consequente aumento do seu poder de compra e, de crise econ,mica e financeira que hoje atravessamos, implica que se suscitem quest-es que se situam no centro da discuss$o sobre as rela#-es comerciais entre retalhistas e fornecedores. Marcas da Distribui#$o Na sua g!nese, e sem contar com a famosa linha de produtos brancos lan#ada no inicio dos anos oitenta pelo P$o de A#/car, as MDD come#aram por ser produtos oferecidos em categorias de produtos b)sicos e funcionais onde a componente de inova#$o tecnol,gica e diferencia#$o era diminuta e o factor mim!tico era regra. O pre#o baixo e a menor qualidade eram evidentes, pelo que apenas constitu "am um segmento espec"fico relativamente reduzido do mercado. Por!m, hoje em dia, o perfil das MDD !&bastante diverso e segmentado, incluindo desde produtos de pre#o mais baixo a produtos inovadores capazes de concorrer com os MDF l"deres de mercado, e para os quais o pre#o n$o !&o /nico factor de competitividade. Para o consumidor trata-se, na maior parte dos casos, de ponderar a rela#$o pre#o-qualidade das MDD com as MDF, sendo que a qualidade !&uma caracter"stica subjectiva, cuja aprecia#$o se pode alterar ap,s a experi(ncia de consumo, mas a estrat!gia da distribui#$o na comercializa#$o de MDD tem tido basicamente como objectivos, oferecer uma alternativa aos produtos de marca de industrial e desenvolver uma rela#$o de confian#a com o consumidor que se traduza na fideliza#$o destes em termos de prefer(ncia face aos outros concorrentes. O tipo de concorr(ncia introduzida pelas MDD pode gerar dois tipos de efeitos nas vendas da categoria que resultam, para al!m dos factores relacionados com a conjuntura econ,mica, das escolhas agregadas dos consumidores. Pode estar associado a um efeito de expans$o de mercado, onde as MDD contribuem para o alargamento, ou a 'democratiza#$o*&do consumo de uma determinada categoria e/ou, pode estar associado a um efeito de transfer (ncia agregado onde o crescimento das vendas em volume destes produtos tem como contrapartida a redu#$o no volume de vendas das MDF, uma vez que o retalhista age aqui no duplo papel de concorrente e cliente dos seus fornecedores. Contudo, os pr,prios fornecedores com poder de mercado podem responder +& expans$o das MDD adoptando uma estrat!gia de diferencia#$o que explore o grau de substituibilidade entre os dois tipos de produtos, uma vez que o grau de substituibilidade entre MDD e MDF e o grau de concorr(ncia entre retalhistas, determinam o sucesso das estrat!gias de pre#o de ambos os lados do mercado. (A segunda parte do texto sobre a Concorr(ncia na Distribui#$o vai ser publicada 01&&23,xima ter#a-feira, 22 de Maio) & Jos()Ant,nio Rousseau Consultor e docente no IADE/IPAM www.rousseau.com.pt & & & Palavras Chave: concorr(ncia, Homepage, Newsletter, Opini$o Share & Pode acompanhar os coment )rios a este artigo via RSS 2.0 . Insira um coment )rio, ou crie um trackback no seu pr ,prio site. 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