Combinaç˜ao Linear

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Combinaç˜ao Linear
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
Campus de Aquidauana – Matemática/Licenciatura
Disciplina: V.G.A. II; Prof.: Fernando Batista
Acadêmic@:
11 de maio de 2013
Combinação Linear
Sejam os vetores v1 , v2 , . . . , vn do espaço vetorial V e os escalares a1 , a2 , . . . , an . Qualquer
vetor v ∈ V da forma:
v = a1 v1 + a2 v2 + . . . + an vn
é uma combinação linear dos vetores v1 , v2 , . . . , vn .
Exemplo
No espaço vetorial P2 dos polinômios de grau menor que dois, o polinômio
v = 7x2 + 11x − 26
é uma combinação linear dos polinômios:
v1 = 5x2 − 3x + 2 e v2 = −2x2 + 5x − 8
De fato:
v = 3v1 + 4v2
isto é:
7x2 + 11x − 26 = 3(5x2 − 3x + 2) + 4(−2x2 + 5x − 8)
1
Subespaços Gerados
Seja V um espaço vetorial. Consideremos um subconjunto A = {v1 , v2 , . . . , vn } ⊂ V ,
A 6= φ. O conjunto S de todos os vetores de V que são combinações lineares dos vetores
de A é um subespaço vetorial de V . De fato, se:
u = a1 v1 + a2 v2 + . . . + an vn
e
v = b1 v1 + b2 v2 + . . . + bn vn
São dois vetores quaisquer de S, pode-se escrever:
u + v = (a1 + b1 )v1 + (a2 + b2 )v2 + . . . + (an + bn )vn
αu = (αa1 )v1 + (αa2 )v2 + . . . + (αan )vn
Tendo em vista que u + v ∈ S e que αu ∈ S, por serem combinações lineares de
v1 , v2 , . . . , vn , conclui-se que S é um subespaço vetorial de V . Simbolicamente, o subespaço
S é:
S = {v ∈ V /v = a1 v1 + . . . + an vn , a1 , . . . , an ∈ R}
Observações
1) O subespaço S diz-se gerado pelos vetores v1 , v2 , . . . , vn , ou gerado pelo conjunto A,
e representa-se por:
S = [v1 , v2 , . . . , vn ] ou S = G(A)
Os vetores v1 , v2 , . . . , vn são chamados geradores do subespaço S, enquanto A é o
conjunto gerador de S.
2) Para o caso particular de A = ∅, define-se: [∅] = {0}
3) A ⊂ G(A), ou seja, {v1 , . . . , vn } ⊂ [v1 , . . . , vn ]
4) Todo conjunto A ⊂ V gera um subespaço vetorial de V , podendo ocorrer G(A) = V .
Nesse caso, A é um conjunto gerador de V .
2
Dependência e Independência Linear
Sejam V um espaço vetorial e
A = {v1 , . . . , vn } ⊂ V
Consideremos a equação
a1 v1 + . . . + an vn = 0
(1)
Sabemos que essa equação admite pelo menos uma solução:
a1 = 0, a2 = 0, . . . , an = 0
chamada solução trivial.
O conjunto A diz-se linearmente independente (LI), ou os vetores v1, . . . , vn são LI,
caso a equação (1) admita apenas a solução trivial.
Se existirem soluções ai 6= 0, diz-se que o conjunto A é linearmente dependente (LD),
ou que os vetores v1 , . . . , vn são LD.
Exemplo A
No espaço vetorial V = R3 , os vetores v1 = (2, −1, 3), v2 = (−1, 0, −2) e v3 = (2, −3, 1)
formam um conjunto linearmente dependente, pois
3v1 + 4v2 − v3 = 0
ou seja;
3(2, −1, 3) + 4(−1, 0, −2) − (2, −3, 1) = (0, 0, 0)
Exemplo B
No espaço vetorial V = R2 , os vetores v1 = (2, 3) e v2 = (0, 1) formam um conjunto
linearmente dependente, pois há apenas a solução trivial1 .
a1 v1 + a2 v2 = 0 ⇒ a1 = a2 = 0
1
veja a definição de solução trivial nesta página
3
Base e Dimensão
Um conjunto B = {v1 , . . . , vn } ⊂ V é uma base do espaço vetorial V se:
I) B é LI;
II) B gera V.
Exemplo A
B = {(1, 1), (−1, 0)} é base de R2 .
De fato:
I) B é LI, pois a(1, 1) + b(−1, 0) = (0, 0) implica:
(
a−b=0
a=0
e daı́:
a=b=0
II) B gera R2 , pois para todo (x, y) ∈ R2 , tem-se:
(x, y) = y(1, 1) + (y − x)(−1, 0)
Realmente, a igualdade
(x, y) = a(1, 1) + b(−1, 0)
implica:
(
a−b=x
a=y
donde:
a=y e b=y−x
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