o brasil das boas cervejas - Mec Bier Microcervejarias

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o brasil das boas cervejas - Mec Bier Microcervejarias
REVISTA MAXIM – EDIÇÃO 27
O BRASIL DAS BOAS CERVEJAS
Em um teste cego inédito, Maxim descobre quais são as melhores cervejas do
Brasil em 12 estilos. Deus proteja seu fígado
POR LÍGIA PRESTES / FOTOS DIEGO ROUSSEAUX
Eu e você já vimos dezenas de comerciais de
cerveja, em que há testes cegos entre os
consumidores para tentar provar que esta ou
aquela loira é a melhor de todas. Geralmente os
resultados são surpreendentes e bem diferentes
daqueles que o consenso popular está
acostumado. Com esta dúvida na cabeça, Maxim
se enfiou em um projeto: tentar descobrir quais
as melhores cervejas do Brasil. Indo de carona
com a popularização (mas não tanto assim) das
cervejarias artesanais, nós tentamos reunir o
máximo de cervejarias brasileiras num só evento.
Os resultados - muitas vezes surpreendente como
os dos comerciais de TV - você confere nas
próximas páginas. E se algum deles não te
agradou, reveja seus conceitos e vá ao bar mais
próximo tirar a prova.
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"Durante quase um mês, o meu telefone não parou de tocar. Pelo menos duas vezes
por dia, Silvana, nossa recepcionista, me ligava para dizer: 'Lígia, chegaram cervejas'. E lá ia eu
buscar as caixas que chegavam de todos os cantos do Brasil. Minas Gerais, Santa Catarina, Ribeirão
Preto, Itu, Rio Grande do Sul... Nosso prêmio era apenas para ser uma matéria sobre cervejas
brasileiras. Porém, a coisa foi tomando uma forma tão volumosa que partimos para algo mais
consistente. Liguei para o máximo de cervejarias que consegui e pedi para que cada uma delas nos
enviassem duas garrafas de cada rótulo que gostariam que participassem da nossa degustação. E a
notícia foi se espalhando (como esse pessoal de cerveja é fofoqueiro!!). Um contou pro outro, que
contou pro outro e dentro de alguns dias, eu já estava recebendo ligações de cervejarias que nunca
tinha ouvido falar pedindo para participar do nosso prêmio. Nem sei como - de fato não me lembro
como o encontrei - entrei em contato com Henrique Oliveira, um apaixonado por cerveja que gere a
ACervA Mineira, uma associação que reúne os produtores mineiros. E foi ele que me deu uma baita
ajuda. E nosso evento vingou: dia 22 de fevereiro, dezenas de beberrões largaram seus afazeres para
estar às 16 horas no bar Melograno, uma verdadeira meca da cerveja.
Durante quase 5 horas ininterruptas, nossos experts (no quadro abaixo) viraram os
copos, experimentando 70 cervejas, todas elas armazenadas da mesma forma, servidas na mesma
temperatura e no mesmo tipo de copo. Tudo completamente às cegas! O público não ficou a seco:
chope Schornstein (Pilsen Natural, Pale Ale e Imperial Stout) foi servido para o povo que também
podia degustar um e outro queijinho oferecido pela Tirolez. A pontuação aconteceu da seguinte
forma: foi de zero a 50 pontos, dispostos da seguinte forma: Aroma (0-12), Aparência (0-3), Sabor (020), Boca (0-5) e Impressão Geral (0-10). O que os jurados acharam? "As microcervejarais não estão
tomando os mesmos cuidados de antigamente na hora de colocar uma cerveja nas prateleiras". Nossa
recomendação: guarde os resultados deste ano para comparar com os do ano que vem, no 2º Prêmio
Maxim de Cerveja Brasileira."
ANDRÉ CLEMENTE
Besteira dizer que é um fanático por cerveja. Só dar uma olhadinha no tipo de
camiseta que o cara aparece no evento e também pelo formato redondinho de sua barriga, que ele jura
por Deus que não é de chope. Bom, André é um dos curiosos de cerveja que escrevem para a revista
Prazeres da Mesa. Ah! Por acaso, ele também é diretor de arte da mesma revista. E confessamos: as
notas mais baixas foram dadas por este vilão! Brincadeira. Não, ele é do mal mesmo. Mas é um bom
cervejólogo.
JULIANA CREM
Por trás desses óculos de professora de pré-primário, se esconde uma mulher que é
uma beer sommelier porreta. Juliana ficou com a parte mais difícil do trabalho: desgutar e comentar
as cervejas que não tinham concorrência entre si. Ela levou para casa mais de 20 cervejas e comentou:
"Meu Deus! Eu moro com a minha avó. Ela vai achar que agora eu sou uma bêbada!" Durante muito
tempo, Ju foi editora da revista Guia da Cerveja. Vovó, Juliana não é uma alcoolátra!
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HENRIQUE BORGES
Com pinta de galã da novela da Globo, Henrique ainda não deixou que a cevada
arredondasse seu corpo. Ele é beer sommelier e um dos sócios-proprietários da Casa da Cerveja, uma
importadora da referida bebida. Henrique foi nosso último convidado e não pensou duas vezes:
aceitou passar uma tarde inteira de calor tomando cervejas com os amigos e falando sobre a dita cuja.
Pois é, tem gente com um trabalho bem melhor que o seu, meu caro leitor. Hora de repensar sua vida,
não?
RODOLFO ALVES
Quando me indicaram este camarada para participar como jurado-degustador, me
disseram: "Este cara é o mais engraçado do mundo". Depois do evento, concluí: óbvio! Provar
cervejas é a coisa mais legal que uma pessoa pode fazer! Bom, Rodolfo é dono da rede de quiosques
Mr. Beer, aquelas lojinhas que ficam no meio dos shoppings e vendem cerveja igual capinha para
celular. Porém, foi bom convidá-lo: ele já ofereceu o Mr. Beer para fazer nosso próximo evento.
EDU PASSARELLI
Se você estiver pensando em fazer algum evento de cerveja, convide o Edu que, se
ele estiver à toa na vida, ele vai. É um dos grandes nomes no mundo da cerveja brasileira atualmente.
Edu abraçou nossa ideia logo de cara e ainda fez um elogio: "Esse tipo de evento é ótimo para
movimentar o mundo cervejeiro aqui no Brasil." Nós concordamos. Enfim, foi no bar do Edu, o
Melograno, que rolou todo o evento. Se você está na dúvida qual cerveja tomar, converse com ele e
aceite sua sugestão.
JOÃO KREPEL
Este foi o camarada que fez a real alegria das pessoas que estavam assistindo ao
evento. João é o proprietário da marca de chopes Schornstein e, claro, um bom entendededor de
cervejas. Simpático e com fala baixa e mansa, João não perdeu a chance de virar o caneco. Momento
propaganda: todo mundo que estava por lá, tomou pelo menos duas vezes o chope Pilsen Natural.
Agora o momento fofoca: João, a gente viu! Você saiu do evento pra lá de Bagdá, mas a gente
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entende.
WEISS
CERVEJA CUJO MALTE É FEITO A PARTIR DO TRIGO, COM ESPUMA CREMOSA. É
REFRESCANTE E NÃO AMARGA
O fundador da Baden Baden, Marcelo Moss não poderia
imaginar que sua cerveja de Campos do Jordão faria tanto sucesso.
Hoje a Baden foi comprada pela Schincariol que manteve o gosto
inebriante da cerveja criada por Marcelo. "Uma grande cervejaria não
vai colocar lotes ruins no mercado, tudo é muito bem avaliado", diz
Edu Passarelli. A maioria dos degustadores pontuaram que o toque de
banana - típico deste tipo de cerveja - estava bem pronunciado.
Alguns dizem que podia ser um pouco menos.
OPA BIER WEIZEN
A cervejaria de Joinville está ganhando
espaço em todo o Brasil. Teve sua pontuação
em 33,4, ficando em 3º lugar. Todos os
jurados foram unânimes no aroma: o cravo
está presente. Outros comentários: espuma
cremosa e corpo leve.
BACKER TRIGO
Minas é muito bem representada com
as cervejas Backer, provindas da Serra do
Curral. Para os jurados ela é um pouco mais doce que as demais e é um
pouco leve para o estilo. Porém, a presença do aroma de mel faz a diferença.
BAMBERG WEIZEN
Os representantes de Votorantim da boa cerveja não perdem
tempo. Olhe o site deles e veja quanta variedade de estilos. Esta tem
um aroma de canela e cravo e, segundo os jurados, poderia ter um
pouco mais de carbonatação.
COLORADO APPIA
A cerveja preferida da mulherada vem de Ribeirão Preto com a
Colorado Appia. O grande problema que os degustadores
encontraram foi a falta de persistência na espuma, além de ser muito
pouco ácida. Faltou frutado.
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AUSTRIA WEISS
Outra cervejaria que representa o estado de Minas Gerais (BH). A cervejaria
Krug Bier bota nos bares a Áustria. Nunca ouviu falar? Deixe o preconceito de lado,
afinal esta beleza levou o segundo lugar, com 35,2 pontos. Sabor persistente, boa
formação, banana e cravo foram alguns comentários interessantes dos nossos experts.
Quer beber o máximo de cervejas possível e aprender sobre elas? Vá ao Melograno, na rua
Aspicuelta, 436 - Vila Madalena - SP
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PILSEN
TIPO LAGER, AMARGA, DE COLORAÇÃO DOURADA E BASTANTE TRANSPARENTE.
AQUI, ALÉM DAS ARTESANAIS, ESTÃO AS PREMIUNS.
Fato que você até deve ter ouvido, mas não guardou: a Bavaria
Premium é uma das cervejas mais tradicionais do Brasil, desde 1877.
Segundo informações da Heineken, todos os ingredientes são
extremamente selecionados. A maioria de nossos jurados concordaram
que a cerveja tem um bom amargor, o que é típico para este estilo. A
aparência é bem cristalina e muito bem lupulada. Estas características
fizeram a Bavaria levar o prêmio.
SLAVA PILSEN
O segundo lugar ficou com esta beleza de
cerveja que se você não tomou, não sabe o que, está
perdendo. É uma não filtrada, que levou 33,8
pontos. Tem o malte bem marcante e um leve
amargor no final. Os jurados acham é que falta um
pouco de espuma, que é preciso deixar a espuma
mais persistente.
EISENBAHN PILSEN
Para nossos degustadores, a pilsen da
microcervejaria de Blumenau não é uma boa
representante. Falto muito sabor, com um aroma não
muito bom e com amargor pouco consistente. Porém
é bastante suave e tem uma aparência límpida, além
de levemente seca. Vale experimentar outras cervejarias da marca.
THEREZÓPOLIS GOLD
A cervejaria de Therezópolis só tem esta representante na sua linha de
produtos. Ganhou bastante espaço nas mesas dos bares do eixo Rio/São Paulo. Por
trás de sua cor bem dourada, está uma cerveja bem lupulada, mas com uma acidez
ainda por acertar. Na boca tem uma adstringência marcante.
BACKER PILSEN
A cerveja da Serra do Curral tem um aroma bem marcante de cereais,
segundo os experts. Tem baixa acidez e baixo amargor, o que não é típico deste
estilo de cerveja. Uns degustadores não curtiram muito o malte, mas outros
gostaram bastante da formação da espuma e da persistência dela no copo. Bem
cremosa.
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CERPA EXPORTE
E são não apenas o sul e sudeste do Brasil que fazem uma boa cerveja.
Não sabemos por que raios, o pessoal do Pará também entrou nessa. O
resultado? Cerpa. Esta versão mais premium tem cereais leves bastante
agradáveis. O maior elogio foi na questão da espuma: persistente e duradoura.
O amargor é equilibrado.
OPA BIER PILSEN
Nossos amigos de Joinville também têm sua representante do estilo mais
consumido do mundo. Tem o malte bem pronunciado, com um aroma
complexo e uma carbonatação muito boa. O que os degustadores apontaram
foi que a espuma se dissipa muito rápido e faltou um pouco mais daquele
amargor típico das cervejas do estilo.
HEINEKEN
Apesar de você achar que Heineken é uma cerveja simples, ela é
considerada uma premium. Porém, não agradou muito os degustadores que a
uma só voz disseram que o aroma presente era de enxofre. A consistência era
baixa e a espuma não ficou tão persistente como o esperado. E faltou malte.
WAY PILSEN
A cervejaria de Pinhais, uma cidade colada a Curitiba, surpreendeu a
todos. Praticamente uma recém-nascida. Em questão do aroma, os
comentários foram: cereais fermentados predominantes, frutados e lúpulo
leve. O que faltou? Um pouco mais de amargor e pouca formação de espuma.
Porém, como é nova, pode acertar isso.
"O homem que só bebe água tem algum segredo que pretende ocultar dos seus
semelhantes."
(Charles Baudelaire)
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KRAEMERFASS PILSEN
Há quem diga que esta cervejaria é uma das promessas deste ano. A
cervejaria que fica em Delfim Moreira, em Minas Gerais, tem um aroma forte de
cereais e lúpulo. Alguns jurados apontaram também um cheiro de mel, o que a
difere das outras. Mas todos concordam: tem uma amargor bem equilibrado.
BAMBERG PILSEN
A microcervejaria de Votorantim levou o terceiro lugar na categoria Pilsen,
com 33,6 pontos. Todos os jurados concordam que o aroma predominante é de
cereais, tem uma espuma generosa e uma aparência límpida. Porém, ficaram num
impasse sobre o amargor: uns acharam equilibrado. Outros acharam que faltou um
pouco mais.
COLORADO CAUIM
A boa cervejaria de Ribeirão Preto tem a Cauim como sua pilsen. Tem o
malte e o lúpulo leves. O que todos os experts concordam é que para a Colorado
ficar boa e falta um pouco de amargor. Para os especialistas ela devia ser mais
forte e ter um pouco mais de corpo. A carbonatação é bem equilibrada.
ÁUSTRIA PILSEN
Eles acertaram na fabricação da sua Weiss, porém não estão muito afinados
na sua pilsen.Alguns jurados chegaram a apontar um aroma de ovo, não típico, e
alguns não conseguiram nem sentir o cheiro do lúpulo. Porém, curtiram a espuma
e a persistência dela. Faltou aquele amargor que toda pilsen deve ter. Alguns a
acharam leve.
BURGMAN LAGER
Uma das mais novas cervejarias de São Paulo, a Burgman tem sua fábrica
em Sorocaba. Os proprietários já vêm de uma familia de cervejeiros - e lógico,
não poderia dar em outra coisa. Nossos beberrões curtiram a espuma densa, mas
acham que a cerveja está leve demais para a categoria. O amargor está bem
equilibrado.
WÄLS PILSEN
Alguma coisa deu errado! Nossos jurados não puderam avaliar esta cerveja, pois alegaram que
ela estava fora do estilo, que não parecia uma pilsen tradicional. Porém, eles foram unânimes em dizer
que é uma cerveja excelente, com uma amargor de dar inveja. É bem frutada, caramelada, adocicada e
complexa.
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RED ALE
DE COR AVERMELHADA, TEM ALTO TEOR
DE MALTE CARAMELIZADO.
A Baden Baden Red Ale tem uma legião de fãs. E fãs que amam
esta cerveja. Pelo nosso teste cego, parece que os experts também
curtem esta cerveja. Alcoólica, frutada, adocicada e lupulada foram as
características mais marcantes. O amargor também levou um bom
destaque: equilibrado e bem presente. Corra e compre a sua.
EIK BIER RED
Timidamente, em um outro bar em
São Paulo, você consegue encontrar esta
cerveja, feita na cidade de Taboão da Serra.
Quem tomou, curtiu e repetiu. Nossos
degustadores também curtiram e votaram
nesta como o segundo lugar com 30,5
pontos. Tem um bom amargor, espuma persistente, mas falta um pouco de
corpo.
WAY RED ALE
O terceiro lugar da categoria do nosso ranking ficou com a cervejaria
de Curitiba. É levemente adocicada com um toquinho de canela, com uma
espuma persistente e abundante. O que faltou para esta cerveja ser legal:
um pouco mais de amargor e um corpo mais imponente. E por fim: abram
alas para a Way Beer.
BURGMAN FLANDERS RED
Foi por muito pouco que a cerveja de Sorocaba não tomou o lugar da Way, neste estilo. Porém, o
que faltou para esta cerveja ser perfeita foi a leveza em vários quesitos, como sabor, corpo, espuma e
aroma. Os degustadores-jurados apontaram um marcante frutado. Ponto positivo para a Burgman.
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COMERCIAIS
GERALMENTE SÃO PILSENS FABRICADAS EM LARGA ESCALA.
RESUMINDO: AS QUE VOCÊ TOMA NA PRAIA.
PETRA AURUM
A cervejaria tem diversos rótulos (alguns você confere em outras
categorias). Não é a das mais pedidas entre os botequeiros, porém isso
está fadado a mudanças. Isso porque eles levaram o caneco do prêmio
Maxim. É leve e refrescante. Tem um belo dourado - raro numa pilsen.
O aroma é um pouco adocicado. Sabor: frutado com um leve toque de
canela. O que fez a diferença: o amargor exato.
KAISER
Pode rasgar a revista agora.
Mas o segundo lugar foi ocupado
pela Kaiser! Sim, aquela cerveja
que todo mundo diz que não
gosta. Pois é, teste cego é assim.
Tem lúpulo bem presente,
aparência de um dourado bacana
e uma espuma generosa. É
adocicada, porém erra no
amargor, que é um pouco tímido.
CERPA DRAFT
A versão comercial da
cervejaria do Pará levou o
terceiro lugar, com 28,2 pontos. A espuma é boa e com uma
persistência que agradou nossos experts. O suave amargor foi
o pecado cometido para que a Cerpa não ganhasse mais
pontos. Porém, todos eles concordaram que é uma cerveja
agradável.
SKOL
Não há uma só pessoa na praia que não tenha do seu lado uma Skol. Obra do
market ing ou não, a cerveja tem seu lugar ao sol. Os jurados disseram que os cereais
estão bem presentes. A espuma está no limite do aceitável, porém o amargor não
chegou lá. O resumo: é uma cerveja leve, rápida, sem nenhuma complexidade.
ANTARCTICA
A diferença entre esta e a Original, ainda está no ar. Caso você tenha alguma
sugestão, por favor, nos envie. Fato é que esta aqui é 0,4 pontos melhor que sua irmã
gêmea. O aroma apontado pelos jurados é de enxofre e de cereais fermentados. O
sabor é tímido, amargor bem pequeno, mas a cerveja é equilibrada.
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PORTER
SÃO DO TIPO ALE, FEITAS COM FERMENTAÇÃO SUPERFICIAL.
OPA BIER
Durante anos, Joinville teve sua tradição cervejeira, mas que foi
minguando. Em 2006 nasceu a Opa Bier para reviver os velhos tempos. E
mandaram bem. O café torrado está tanto no aroma quanto no sabor. A
espuma-creme é generosa e persistente. Cerveja equilibrada.
COLORADO DEMOISELLE
O pessoal de Ribeirão Preto ficou apenas 0,8 pontos atrás
da campeã. No sabor tem uns bons tons de café. Porém, no
aroma tanto o café quanto o chocolate estavam intensos demais.
Outro problema que a Demoiselle teve foi a espuma, que não se
mostrou densa nem cremosa como o esperado.
BRAHMA
Outra cerveja que é a campeã das praias do Brasil. É produzida pela Ambev e
tem aroma de cereais não maltados. Um jurado se arriscou a dizer que ela é
levemente frutada. A espuma é um pouco menos densa que as das suas concorrentes.
Tem uma baixa carbonatação e comete o mesmo pecado das outras: o amargor típico
é tímido.
ORIGINAL
Como já falamos, não sabemos a diferença entre esta e a Antarctica. O gosto
popular prefere esta. Agora vamos aos pontos apontados pelos juradosdegustadores: o
aroma é de cereais fermentados. A espuma é densa e persistente. Tem uma alta
carbonatação. Tudo isso resulta em uma cerveja equilibrada.
SERRAMALTE
Esta cerveja é uma espécie de degrau acima da Antarctica que conhecemos. Por
isso, há tanta gente que prefere esta por ter um sabor mais forte. Cerveja com amargor
adequado e bem cremosa para uma pilsen. Mas as opiniões se dividem. Há quem ache
que a cerveja não tem sabor acentuado, nada que sobressaia na boca.
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ITAIPAVA
Durante muito tempo, esta cerveja era mania nacional de uma forma incontrolável. Virou
sucesso entre os universitários por ser mais barata que as suas concorrentes. É como as outras: leve,
com pouca espuma e sem o amargor típico que uma pilsen verdadeira pede. Porém, cabe bem no gosto
popular e faz a alegria dos estudantes.
"Dê-me uma mulher que realmente ame a cerveja, e eu conquistarei o mundo"
(Kaiser Wilhelm II)
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DUNKEL
SÃO CERVEJAS ESCURAS, CARACTERIZADAS PELO SABOR INTENSO
DO MALTE.
KRAEMERFASS
A Kraemerfass faz parte da turma de microcervejarias que veio para
provar que a cerveja brasileira é boa mesmo. Nesta dunkel, o café é bem
pronunciado tanto no sabor quanto no aroma. Mas ainda assim deixa a
cerveja sutil. Ponto positivo: uma alta cremosidade.
EISENBAHN DUNKEL
Lá em Blumenau eles fazem esta dunkel com
cinco tipos diferentes de maltes. O café está presente no
aroma e também no sabor. Além disso, o caramelo e o
toffee também estão presentes. O que faltou foi uma
carbonatação maior, um corpo mais vigoroso. No geral
é uma cerveja agradável.
FALKE BIER OURO PRETO
Três irmãos resolveram em 2004 montar sua
microcervejaria em Ribeirão das Neves, Minas Gerais.
O resultado é esta cerveja com o aroma bem defumado.
O sabor também é de café e defumado. E esta característica, segundo os
degustadores, deixou a cerveja um pouco fora do estilo.
PASTA DE DENTE DE CERVEJA
Vantagens desta pasta: para quem gosta do sabor, a espuma produzida durante a escovação
é bastante parecida com a espuma de um copo de cerveja. Outra vantagem, para quem usa
regularmente esta pasta, é sair do trabalho, beber uma cervejinha com os amigos, chegar
em casa e ninguém perceber que você está bêbado. Veja como fazer:
Meia xícara de chá de bicarbonato de sódio
1 colher de café de glicerina
3 colheres de sopa de sal
Essência em óleo sabor cerveja
Como fazer a pasta: Em primeiro lugar misture bem o bicarbonato de sódio com o sal,
adicionando a seguir a glicerina, misturando vigorosamente até ficar bem homogêneo.
Adicione o óleo aos poucos, experimentando a pasta para ver o sabor. Guarde num frasco
de vidro bem tampado, em lugar fresco e arejado, longe da exposição de luz e fora do
alcance de crianças.
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SEM CONCORRÊNCIA
CERVEJAS QUE SÃO ÚNICAS NO BRASIL. VALE
EXPERIMENTAR!
WÄLS QUADUPPEL
É a única quadruppel brasileira. E quer saber? Representa bem o estilo
e está em pé de igualdade com as internacionais. É um prazer que todo bom
bebedor de cerveja tem que se dar. É uma cerveja complexa em todos seus
aspectos e com um teor alcoólico alto: 11%. Sua espuma tem uma formação
excelente e duradoura. Sua carbonatação é boa e tem um sabor levemente
picante e agradavelmente doce. Vale a pena experimentar.
BLACK PRINCESS
Da cervejaria Petrópolis, ela é uma espécie de
malzbier. O aroma tostado, com notas carameladas e
de chocolate, se unem ao bom sabor que está entre o
amargo e o doce. A cabornatação é suave o que faz
desta cereveja cremosa e refrescante. Este conjunto
fez a Black Princess levar 42 pontos.
VIVRE POUR VIVRE
Fabricada pela Falke Bier, de Minas Gerais, é uma das poucas no Brasil no
estilo fruit beer, senão a única. E Maxim diz: vale a pena a experiência. É
evidente o aroma frutado de jaboticaba, com doce e acidez equilibrados.
Podemos dizer que é uma cerveja perfeita. Há boatos que eles não pretendem
continuar produzindo-a.
PETRA SCHWARZBIER
Guarde esta sugestão para quando chegar o inverno, pois esta cerveja é
ótima para dias frios. É bem escura e tem uma espuma com ótima formação e
estabilidade. O sabor? Amargo médio-baixo, adocicado de malte e caramelo,
predominando no paladar. É forte e com teor alcoólico alto.
MEDIEVAL BLOND ALE BACKER
Só pela garrafa bacanuda, vale a pena você ter uma destas na sua geladeira.
Mas vai além disso. Ela é adocicada sem ser licorosa, é bem saborosa e o teor
alcoólico é bem marcante. O aroma lembra frutas passas como banana e ameixa e
um pouquinho de diacetil. Se você curte uma cerveja doce, vá nesta.
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WELTENBURGER KLOSTER ABADIA
É fabricado pela cervejaria Petrópolis, a mesma da Itaipava, Petra e
Black Princess. Levou 39 pontos, por seu aroma adocicado de malte e seu
amargor suave, com leve toque tostado. O malte predomina nesta cerveja, o
que faz seu sabor ser bem marcante. Este conjunto faz esta cerveja ser fácil de
tomar.
FALKE TRIPEL MONASTERIUM
O pessoal da Falke Bier tem altas pretensões e fez esta tripel. Um bom
resumo, dado por um de nossos jurados: "Extremamente complexa, quanto
mais tempo fica no copo, mais aromas se desprendem e novos sabores são
descobertos a cada gole". Depois disso, você está esperando o que para tomar
uma?
ABADESSA EXPORT
É uma das cervejas que devem ser experimentadas. Não é filtrada e
precisa estar sempre resfriada. No geral ela é bastante refrescante (tome como
água de coco) e adocidada. É bem carbonada e deixa a boca um pouco
aquecida por causa do teor alcoólico que chega aos 9%. Já o amargor é bem
sutil.
BAMBERG HELLES
Dizem que esta é a cerveja para se tomar no café da manhã. Porém,
quero ver você convencer sua mulher. A história vem de que na Alemanha,
alguns pubs abrem logo cedo e servem este estilo de cerveja por ser mais
“leve”. Esta da Bamberg tem amargor médio, em que o malte e o lúpulo são
bem equilibrados.
"24 horas num dia, 24 garrafas numa grade. Coincidência? Não me
parece..."
(Stephen Wright)
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1 WÄLS DUBBEL
Os caras da cervejeria que está localizada em Belo Horizonte, mandaram bem na
escolha de produzir esta dubbel, a única do Brasil. A cerveja sofre duas fermentações, sendo que a
segunda ocorre na garrafa. É uma cerveja incrível, que faz você se orgulhar da indústria cervejeira
brasileira. Na boca é condimentada e um amargor final.
2 BAMBERG MUNCHEN
Nossos jurados-degustadores se surpreenderam com esta cerveja do estilo
munchen. Isso graças ao aroma floral de lúpulos nobres, a aparência avermelhada e brilhante e sua
espuma incrível. O sabor amargo do lúpulo se equilibra bem com o teor alcoólico. Sem contar a
cremosidade. Levou 45 pontos.
3 ÁUSTRIA AMBER
O estilo amber pode ser uma faca de dois gumes: ou é muito boa (as que tem cor
mais castanha) ou de péssima qualidade. Esta da Áustria está na primeira categoria. Isso porque sua
aparência castanha e brilhante, com uma ótima espuma. Porém tem muito toffee o que faz da cerveja
um pouco enjoativa, apesar de refrescante.
4 KAISER GOLD
Produzida pela Heineken, a Kaiser Gold fica entre a pilsen comum e uma premium.
Esta, que levou 32 pontos, tem um aroma equilibrado entre o malte e o lúpulo. O amargor não é o de
uma pilsen, é algo bem leve. É mais uma cerveja para o verão. Segundo nossos experts está mais para
uma american larger que para pilsen.
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5 XINGU
De um lado estão as pessoas que amam esta cerveja e do outro os que não fazem
questão. Fato é que quem gosta de verdade tem uma certa dificuldade para encontrá-la nos bares,
afinal parece que elas estão apenas nas prateleiras dos mercados. Com nota 37, ela tem um amargor
médio-alto de lúpulo e uma boa espuma.
6 ABADESSA HELLES
Só pela garrafa, já vale a pena experimentar esta maravilha. O problema é que ela é
retornável. Tem um aroma equilibrado de malte e lúpulo, que lembra um pouco milho cozido, típico
do estilo. O amargor é suave, além de ser encorpada, aveludada, refrescante e com ótima
drinquibilidade. Representa bem seu estilo e levou 48 pontos.
7 BAMBERG SCHWARZBIER
É uma cerveja que tem sua cor escura, graças à torrefação do malte. Esta da
Bamberg tem um aroma de malte, com notas carameladas e de café. Tem uma boa carbonatação e tem
uma sensação de aquecimento, por causa do teor alcoolico. É uma cerveja, no geral, amarga de sabor
marcante, como pede seu estilo.
"Mulheres bonitas fazem-nos comprar cerveja. Mulheres feias fazem-nos beber
cerveja."
(Al Bundy)
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PALE ALE
SÃO CERVEJAS QUE
EQUILIBRIO ENTRE MALTE E LÚPULO.
DEVEM
TER
BOM
WAY BEER – AMERICAN PALE ALE
O pessoal da Way Beer entrou por último no nosso
concurso. E fizeram bonito. Esta pale ale ficou bem conceituada entre
nossos jurados. Seu aroma está entre o frutado e o floral. A espuma
também é boa: persistente e generosa. Na boca um final seco e com
amargor.
EISENBAHN PALE ALE
O pessoal de Blumenau tem sua pale ale com um leve aroma de
maçã e frutas vermelhas. O sabor é levemente oxidado, com um final
amargo bastante marcante. O grande problema é a espuma não
persistente. Mas a aparência ganhou bastante pontos de nossos jurados.
BACKER PALE ALE
Nossos degustadores encontraram alguma dificuldade para
acreditar que essa Backer é uma Pale Ale. Eles também acreditam que
a formação de espuma estava tímida e o corpo não estava como pede
uma cerveja desse estilo. Porém, é levemente adocicada.
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IPA
CERVEJA ALTAMENTE LUPULADA
CRIADA PARA SOBREVIVER A LONGAS VIAGENS.
PARA
COLORADO INDICA
Acirradíssima a disputa entre a Colorado e a Estrada
Real. E vamos às características: tem um aroma excelente, frutado e
amargo. O sabor é bem típico de uma India Pale Ale, extremamente
lupulada. Espuma generosa e persistente. Sabor marcante.
ESTRADA REAL
Esta belíssima cerveja - o rótulo conquista qualquer um - ficou apenas 0,25
ponto. Nós da Maxim a classificamos também como campeã, afinal esta é uma
cerveja de responsa. Segundo nossos experts, ela é lupulada na medida certíssima,
um gosto equilibrado e um ótimo residual. O aroma é marcante e torrado. É
também uma campeã!
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GOLDEN ALE
SÃO AS LOIRAS MAIS FORTES E ENCORPADAS.
BADEN BADEN - GOLDEN ALE
Tem aroma adocicado de canela, com um baixo
amargor. O corpo leve com média carbonatação, faz desta cerveja
refrescante, com um adocicado de malte. Isso faz a mulherada curtir a
cerveja. Mas ela não é muito fiel ao seu estilo.
EIK BIER GOLDEN
Nossos amigos de Taboão da Serra produzem esta golden que representa
bem o estilo, mas que precisa trabalhar melhor o equilibrio do álcool, que está no
aroma e no sabor. Ela é suavemente amarga, apresenta uma doçura de malte e sabor
frutal, lembrando cravo e pera. Levou 41 pontos.
20
RAUCHBIER
MALTE TORRADO DÁ AQUELE GOSTINHO DE
DEFUMADO.
BAMBERG RAUCHBIER
Não foi por acaso que a rauchbier da
marca de Votorantim levou seu prêmio aqui e também
em outros lugares. Representando muito bem o seu
estilo, ela é levemente encorpada e cremosa, com boa
carbonatação. No fundo, um pouco doce, mas seca.
EISENBAHN RAUCHBIER
Para a concorrente da Bamberg se
encaixar perfeitamente no estilo, ela deveria estar um
pouco mais defumada e menos doce. Tem algumas notas
de ésteres, não esperadas para o estilo. A carbonatação é
média e tem uma espuma com uma boa formação. O
sabor tem um amargor médio com um pouco de
caramelo.
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STOUT
CERVEJAS NEGRAS, COM FORTE
SABOR DE CHOCOLATE, CAFÉ E MALTE TORRADO.
LA BRUNETTE
Rótulo legal. Cerveja boa. E bem dentro
do estilo. A La Brunette produzida pela cervejaria de Porto
Alegre levou a melhor. No aroma bons tons tostados e de
café. Na boca ela é seca - como pede o estilo - mas se
mostrando um pouco cremosa. Excelente escolha!
BURGMAN STOUT
Os cervejeiros de Sorocaba não ficaram
muito atrás da La Brunette não. Com uma diferença de 1,75
ponto, eles ficaram em segundo lugar. A diferença entre as
duas é que esta aqui é um pouco mais adocicada que sua
concorrente. Tem uma espuma persistente, é cremosa e deixa
um gostinho de chocolate subentendido.
Para seu conhecimento ficar perfeito em cerveja, adquira sua Larousse da
Cerveja
Organizada por Ronaldo Morado.
Livro de cabeceira!
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