I/NI - Apcer
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Corporate Governance IX FÓRUM APCER 15 de Março de 2006 1. Princípios de Bom Corporate Governance Os temas centrais do Corporate Governance (Governo Societário) nas instituições são: a SEPARAÇÃO DE PODERES e o sistema interno de CONTROLO e EQUILÍBRIOS entre esses poderes No Millennium bcp pedimos uma “Certificação de Qualidade” à empresa Heidrick & Struggles com o objectivo de atingirmos as melhores praticas internacionais. 1 1. Princípios de Bom Corporate Governance (cont.) São quatro os critérios fundamentais que a estrutura de separação de poderes e o sistema de controlo e equilíbrios numa empresa devem cumprir: i. Equidade: assegurar a protecção dos direitos de todos os accionistas, com especial atenção para os mais fracos - os minoritários e os estrangeiros - e sem esquecer as restantes partes interessadas; ii. Transparência: fornecer atempadamente aos accionistas e demais partes interessadas informação adequada e clara (e comparável) sobre o desempenho da empresa, principalmente nas suas dimensões estratégica e financeira e no que se refere ao cumprimento dos princípios de corporate governance; iii. Consonância/alinhamento de interesses: as normas, os procedimentos e os incentivos na empresa assegurarem o alinhamento do desempenho dos decisores (quer dos que exercem funções de gestão quer dos que exercem funções de supervisão) com os interesses das partes interessadas, com relevo e prioritariamente dos accionistas; iv. Responsabilização (Accountability): assegurar a devida responsabilização dos decisores. 2 1. Princípios de Bom Corporate Governance (cont.) Após 2002, estamos a viver um novo paradigma nos “modelos” de Corporate Governance, o qual representa um avanço significativo relativamente aos “modelos” anteriores. “Modelos” anteriores • Exclusivamente orientados para os accionistas • Concentração das funções executivas e de supervisão, frequentemente na mesma pessoa: “CEO + Chairman” • Modelo de poder “unitário” (tudo centrado num único órgão - o CA) • Menor transparência, “não independência” dos elementos com funções de supervisão e deficiente protecção dos pequenos accionistas e restantes partes interessadas (credores, clientes, fornecedores, Estado, …) Fonte: HEIDRICK & STRUGGLES Novos “Modelos” • Orientados para todas as partes interessadas • Clara separação das funções executivas e de supervisão: Chairman # CEO Órgão de supervisão # Órgão executivo • Maior transparência e participação de “independentes” na função supervisão • Crescente ênfase na implementação de modelos de corporate governance e de gestão atentos às exigências do “Crescimento Sustentado” (Sustentabilidade) 3 1. Princípios de Bom Corporate Governance (cont.) Pretendíamos um modelo organizativo que: • Estivesse de acordo com as formulações introduzidas pela revisão do Código das Sociedades Comerciais; • Tomasse em consideração: As recomendações da CMVM; As recomendações da EU; Os critérios nucleares de bom Corporate Governance de outras fontes internacionais: • English Combined Code • NYSE’s Listed Company Manual (Section 303A) 4 1. Princípios de Bom Corporate Governance (cont.) A Europa tem-se posicionado como a referência mundial em Corporate Governance. Em termos médios, o índice de qualidade subiu de 45% em 1999 para 84% em 2004. No que se refere apenas ao sector financeiro, os mercados europeus considerados uma prática de referência internacional (com índices de qualidade superiores a 90%) em termos médios, são os seguintes: 100% Holanda 98% Suíça 94% Reino Unido 93% Portugal 77% Só nos três primeiros mercados existem instituições financeiras que atingem um índice de qualidade nos seus modelos de governo societário igual a 100% (best-practice) Fonte: HEIDRICK & STRUGGLES Corporate Governance Survey, 2005 5 2. Modelos Alternativos de Governo Societário O novo Código das Sociedades Comerciais prevê 3 alternativas de Modelos Societários: • 2 Modelos Monistas (One-tier) Versão “Anglo-americana” Versão “Latina” • 1 Modelo Dualista (Double-tier) 6 2. Modelos Alternativos de Governo Societário (cont.) Modelo Monista “Anglo-americano” Um único órgão de administração, com funções de Supervisão e de Gestão, onde tem assento o CEO (por vezes também o CFO) mas não os outros executivos. NI Chairman (= CEO?) I / FE Não obrigatório Obrigatório NI – I – E – FE – Membro não executivo e não independente (Accionista “vinculado”, Representante de partes envolvidas, e.g. Colaboradores) Membro não executivo e independente Outro executivo Former Executive ... NI Conselho de Administração I ... I CEO ... Comité de Direcção CEO CFO Outros “E” 7 2. Modelos Alternativos de Governo Societário (cont.) Modelo Monista “Anglo-americano” (cont.) (1) • É o modelo que prevalece nos EUA e no Reino Unido. • Há uma diferença importante: no Reino Unido as funções de Chairman e de CEO são sempre exercidas por pessoas diferentes;(1) • A maioria dos membros são não executivos e independentes, constituindo entre si (pelo menos alguns deles) a “Comissão de Auditoria” do Conselho de Administração; • Os poderes executivos são delegados no CEO, normalmente suportado por um Comité de Direcção. Combined code: “Chairman and CEO – There are two key tasks at the top of every public company – the running of the board and the executive responsibility for the running of the company’s business. There should be a clear division of responsibilities at the head of the company which will ensure a balance of power and authority, such that no one individual has unfettered powers of decision.” 8 2. Modelos Alternativos de Governo Societário (cont.) Modelo Monista “Latino” Um único órgão de administração, com funções de Supervisão e de Gestão, onde têm assento todos os executivos. Comissão Executiva Não obrigatório Obrigatório NI – I – E – FE – Chairman (com delegação de poderes executivos) NI I / FE Membro não executivo e não independente (Accionista “vinculado”, Representante de partes envolvidas, e.g. Colaboradores) Membro não executivo e independente Outro executivo Former Executive ... NI ... E E CEO Conselho de Administração I ... I E CFO 9 2. Modelos Alternativos de Governo Societário (cont.) Modelo Monista “Latino” (cont.) • Este é o modelo que prevalece em mercados como Portugal, Itália e Bélgica; • Nenhum deste países nem nenhuma empresa com este modelo é referência internacional de bom corporate governance; • A maioria dos seus membros deve ser não executivo e independente. 10 2. Modelos Alternativos de Governo Societário (cont.) Modelo dualista Há uma clara separação das funções executivas e de supervisão (não executivas) entre dois órgãos de administração distintos. Não obrigatório Obrigatório NI – I – E – FE – Membro não executivo e não independente (Accionista “vinculado”, Representante de partes envolvidas, e.g. Colaboradores) Membro não executivo e independente Outro executivo Former Executive Chairman ... NI I Conselho Geral e de Supervisão I / FE I ... E CEO ... NI I ... ... CEO I ... E Conselho de Administração Executivo E E ... ... E 11 2. Modelos Alternativos de Governo Societário (cont.) Modelo Dualista (cont.) • É o modelo maioritariamente utilizado na Holanda e, obrigatoriamente, nas empresas do sector financeiro suíças (sendo estas duas das três grandes referências internacionais, juntamente com o modelo monista do Reino Unido). • O Conselho Geral e de Supervisão é constituído, pelo menos na sua maioria, por não executivos independentes. • O Conselho de Administração Executivo é totalmente composto por executivos. 12 3. Análise Comparativa de Modelos de Governo Societário (cont.) Independentemente do modelo adoptado, as empresas cotadas em bolsa apresentam especiais exigências no cumprimento dos 4 critérios de bom corporate governance referidos, que justificam a criação de comissões especializadas delegadas do órgão que exercer as funções de supervisão, nas questões de: Auditoria Risco Nomeações Remunerações Ética Sustentabilidade Governo Societário. 13 3. Análise Comparativa de Modelos de Governo Societário A qualidade de um modelo de Governo Societário numa organização mede-se pelos estímulos que dá ao cumprimento dos 4 critérios de bom corporate governance quando certas decisões têm de ser tomadas 11 decisões especialmente relevantes no governo 4 critérios de bom corporate governance Equidade Transparência Consonância / Alinhamento Interno das organizações • Exercício de Funções Executivas • Exercício de Funções de Supervisão • Comunicação e Informação • Estratégia de Negócio • Controlo Financeiro e de Gestão • Controlo do Risco • Ética e Boa Conduta • Conflito de Interesses Responsabilização • Nomeação dos Membros da Administração • Avaliação e Compensação • Sustentabilidade e Responsabilidade Social 14 3. Análise Comparativa de Modelos de Governo Societário (cont.) Qual o grau de estímulo ao cumprimento dos 4 critérios de bom corporate governance (EQUIDADE, TRANSPARÊNCIA, CONSONÂNCIA/ALINHAMENTO e RESPONSABILIZAÇÃO)? Aná lise compa rativa pe ra nte de cisõe s e spe cia lme nte re le va nte s M ode lo M onista "Inglê s" M ode lo M onista "La tino" M ode lo Dualista 1 Exe rcício de Funçõe s Exe cutiva s 3 2 4 2 Exe rcício de Funçõe s de Supe rvis ã o 4 3 4 3 Comunicaçã o e Informa çã o 3 4 3 4 Es traté gia de N e gócio 4 3 4 5 Controlo Finance iro e de Ge s tã o 4 3 4 6 Controlo do Ris co 4 3 4 7 Ética e Boa Conduta 4 3 4 8 Conflito de Inte re s s e s 4 3 4 9 Nome açã o dos Me mbros da Adminis traçã o 4 3 4 10 Ava liaçã o e Compe ns a çã o 4 3 4 11 Sus te nta bilida de e Re s pons a bilida de Socia l 4 3 4 42 33 43 T otal 15 3. Análise Comparativa de Modelos de Governo Societário (cont.) Para além das 11 questões analisadas, que são comuns a todas as empresas, há questões específicas a cada empresa, que são por vezes ainda mais importantes. No caso concreto do Millenniumbcp, é fundamental dar uma especial atenção à cultura e experiência de gestão do banco: Análise comparativa perante decisões especialmente relevantes Modelo Monista "Inglês" Modelo Monista "Latino" Modelo Dualista Grau de compatibilidade com a cultura e experiência de gestão do banco 16 4. Modelo Organizativo de liderança no Banco Comercial Português Modelo Organizativo ... I/NI ... I/NI Conselho Superior Chairman CEO ... Os membros do Conselho Geral e de Supervisão têm assento no Conselho Superior Chairman Presidente I/NI Fiscal Único (ROC) Órgão de Supervisão I/NI I/NI I I – E – FE – Membro não executivo e não independente (Accionista “vinculado”, Representante de partes envolvidas, e.g. Colaboradores) Membro não executivo e independente Outro executivo Former Executive CEO I I Órgão de Gestão E NI – I/NI Conselho Geral e de Supervisão I / FE I/NI B ... CEO ... E Conselho de Administração Executivo E ... E 17 4. Modelo Organizativo de liderança no Banco Comercial Português (cont) Modelo Organizativo (cont.) Critérios Equidade Transparência Consonância / Alinhamento Interno Responsabilização Indicador de Qualidade Novo Modelo BCP BestPractice Estrutura e Compromisso 35,5% 35,5% Composição 32,3% 32,3% Transparência 32,2% 32,2% 100%* vs. 100%* * É considerada uma prática de referência a partir de 90% Fonte: H&S Corporate Governance Survey, 2005 18 4. Modelo Organizativo de liderança no Banco Comercial Português (cont) Modelo de Governo Societário Assembleia Órgão Máximo de Governo Órgão de Relacionamento com Accionistas Geral Conselho Superior (Combined Code Sect. D) Órgãos de Administração e Supervisão e as suas Comissões Especializadas Conselho de Administração Conselho de Supervisão e Auditoria • Comissão Especializada de Auditoria e Risco • Comissão Especializada de Selecção • Comissão Especializada de Sustentabilidade e Governo Societário Conselho de Remunerações e Previdência (*) (*) N enquadramento legal português é um órgão que emana da Assembleia Geral, não podendo ser uma Comissão Especializada delegada do órgão de supervisão. 19
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