vivência de uma estudante surda oralizada - CAp

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vivência de uma estudante surda oralizada - CAp
VIVÊNCIA DE UMA ESTUDANTE SURDA ORALIZADA
NA FACULDADE DE TECNOLOGIA DO ESTADO
DO RIO DE JANEIRO
CÁSSIA AMARAL
[email protected]
FAETEC
ELIZABETH CANEJO
[email protected]
FAETEC
HELEN LOBAK
[email protected]
FAETEC
RESUMO
O presente artigo fundamenta-se nas práticas e as políticas voltadas para a educação inclusiva. Dentre essas,
podemos destacar a Conferência Mundial sobre a Educação para Todos: satisfação das necessidades básicas de
aprendizagem, a Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994) e a Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008).O texto propõe uma reflexão crítica sobre os problemas
complexos e as situações com as quais nos deparamos nas relações professor-ouvinte, aluno-surdo e alunoouvinte, em uma prática pedagógica com concepções de educação diversas e, muitas vezes, excludentes em
turmas de ensino regular. As reflexões são motivadas pelo estudo de caso, observação em percurso, de uma
aluna surda, que apresenta língua oral como modalidade única de comunicação, em uma Faculdade de
Educação Tecnológica do Estado do Rio de Janeiro – Faculdade de Educação Tecnológica do Estado do Rio de
Janeiro – Faeterj/RJ, que vem apresentando dificuldades referentes ao curso de análise de sistema
informatizado. Neste artigo, foi utilizada a metodologia pesquisa-ação com as propostas de realização de ações
para minimizar os obstáculos enfrentados pela aluna durante o percurso da vida acadêmica. O referencial
teórico se compôs a partir dos principais teóricos: Redondo e Carvalho (2000), Pimenta (2006) e Brandão (1988)
Sendo assim, visualiza-se a necessidade, a todo o momento, de se repensar a prática educativa diante das
necessidades especificas do alunado, procurando atender a diversidade e provendo não só a inclusão social,
mas também a educacional. A proposta com análise dos resultados favorece os futuros alunos
surdosoralizados, para que não só consigam uma matrícula, mas permaneçam e concluam o curso de
graduação.
PALAVRAS-CHAVE: Surdez – Inclusão – Comunicação oral.
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A organização do texto deverá contemplar os seguintes aspectos: os objetivos,
o registro das etapas do trabalho desenvolvido e os aportes teóricos que sustentam a
reflexão sobre a expêriencia ralatada. Tamanho do texto, entre 6 e 10 laudas, incluindo
imagens em extensão “.jpg” ou “.tif”, gráficos, tabelas e notas de rodapé.
O presente artigo apresenta o relato da experiência de uma aluna surda, no contexto
da educação superior. A referida aluna ingressou na Faculdade de Educação Tecnológica do
Estado do Rio de Janeiro – Faeterj/RJ pelo sistema de cotas (BRASIL, 2012) 1. Esta unidade de
ensino superior faz parte da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), instituição
responsável pela implementação da política de Educação Profissional e Tecnológica pública e
gratuita no Estado do Rio de Janeiro, vinculada à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia.
Atualmente, esta rede atende cerca de 300 mil alunos por ano em mais de 130
unidades de ensino, que somam a oferta no Ensino Técnico de Nível Médio, na Formação
Inicial e Continuada / Qualificação Profissional e na Educação Superior.
A participante do estudo está matriculada no curso de Análise de Sistema
Informatizado, se comunica através de leitura orofacial e apresenta língua portuguesa como
modalidade única de comunicação. O interesse de desenvolver este estudo de caso surge da
demanda apresentada à Divisão de Diversidade e Inclusão Educacional – Divin2, por meio da
unidade escolar, solicitando o suporte em relação ao processo de aprendizagem da aluna. O
estudo de caso foi desenvolvido pelo Núcleo de Estudos e Assessoria Pedagógica à Inclusão
(Neapi)3, da Divin, em parceria com membros da equipe escolar.
No início do século XVI, começaram a surgir relatos de educadores e pesquisadores
que se dispuseram a criar diferentes metodologias na educação de surdos.No cenário
educacional atual, vivenciamos o modelo inclusivo, a escola deve ser pensada para atender a
diversidade. Educar no paradigma inclusivo é um processo contínuo que se concretiza por
1
A Lei nº 12.711/2012, sancionada em agosto deste ano, garante a reserva de 50% das matrículas por
curso e turno nas 59 universidades federais e 38 institutos federais de educação, ciência e tecnologia a
alunos oriundos integralmente do ensino médio público, em cursos regulares ou da educação de jovens
e adultos. Os demais 50% das vagas permanecem para ampla concorrência.
2Localizada dentro do organograma da rede Faetec na Administração Setorial. Tem como missão
articular políticas e práticas que objetivem a equidade nas oportunidades educacionais para todos.
3 O NEAPI constitui-se um setor que trata essencialmente das questões relativas à inclusão escolar,
oferecendo suporte pedagógico necessário ao processo de ensino e aprendizagem dos alunos com
deficiência, TEA, altas habilidades/superdotação, além dos distúrbios, transtornos ou dificuldades de
aprendizagem.
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meio da elaboração de recursos educacionais que atendam às diferentes especificidades dos
estudantes. Para tal, é necessário identificar tais necessidades e considerar as habilidades e
dificuldades de cada um.
A proposta de Educação Inclusiva vem apoiada pela Declaração da Salamanca
(BRASIL,1994), que defende a inclusão de todos os alunos, independente de sua origem social,
étnica e deficiência. Sendo assim, a expressão inclusão difundiu-se rapidamente pelo mundo
como referência para a elaboração de políticas públicas de educação. Desta forma busca-se e
se propõe conhecer a apropriação das potencialidades do sujeito surdo, voltados para a
análise dos discursos acerca da surdez no contexto escolar inclusivista.
Conforme a proposta citada foram realizados estudos e reuniões com a coordenação
pedagógica da faculdade, para coleta de informações, e disponibilizaram mais alguns fatos
retirados da anamnese sobre a aluna, como: que nasceu de uma gravidez de gêmeos tendo
sua irmã recebido o diagnostico de encefalopatia crônica da infância. Este diagnóstico levou a
família a tratar a aluna com as mesmas limitações que sua irmã. Posteriormente percebeu-se
que ela não apresentava dificuldades cognitivas, mas sim uma perda auditiva significativa, o
que dificultava a sua comunicação e o seu aprendizado. Esse diagnóstico de encefalopatia
crônica da infância da irmã que foi também atribuído erroneamente a ela acabou atrasando o
seu desenvolvimento. A aluna possui bom potencial residual auditivo e faz uso de aparelho de
amplificação sonora (AASI), porém, segundo relato e por não ter acompanhamento
fonoaudiólogo, percebe ruídos não significativos cujos sons a aluna não consegue identificar.
Sendo assim, este estudo de caso se estrutura na legislação e procura estar de acordo com a
política inclusiva referente ao surdo, assim como de qualquer outro aluno com necessidades
especiais, que deve ser matriculado, preferencialmente, na rede regular de ensino. A
perspectiva é que a escola deverá realizar todas as adaptações necessárias, desde o pessoal
(docentes e discentes) até a estrutura física. Contudo, ainda constatamos ser um grande
desafio a inclusão de alunos surdos nas escolas regulares.
Assim, percebemos a necessidade de uma reflexão crítica sobre os complexos
problemas e situações com as quais nos deparamos nas relações professor ouvinte, aluno
surdo e aluno ouvinte, em uma prática pedagógica com concepções de educação diversas e,
muitas das vezes, excludentes em turmas de ensino regular.
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OBJETIVO
Desenvolver estratégias para facilitar a interação do aluno surdo e professor, no
contexto da educação superior.
De forma geral, o objetivo desta pesquisa será investigar o processo de ensino aprendizagem
de uma aluna surda usuária de português oral e escrito na Faculdade Técnica do Rio de Janeiro
e construir propostas que contemplem seu desenvolvimento escolar.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar as dificuldades da aluna no processo de ensino/aprendizagem, bem como
suas carências linguísticas para cada disciplina;
Desenvolver recursos que aperfeiçoem a comunicação entre a aluna e seus professores e a
compreensão dos conteúdos programáticos.
A inclusão dos alunos com surdez na rede de ensino regular é ainda hoje um desafio,
porém nos possibilita construir estratégias para a inclusão social. Nesse momento, buscamos
garantir o acesso à qualidade e a equidade na educação para proporcionar a permanência
desses alunos no âmbito escolar. Sob a perspectiva de SASSAKI (1997)
Essa perspectiva, porém, traz a grande questão sobre como preparar a escola e seus
profissionais para que todos os alunos encontrem respostas pedagógicas para suas
necessidades. Para tal, entendemos a prática da pesquisa como ferramenta indispensável no
desenvolvimento e na implementação de estratégias pedagógicas que contemplem as
necessidades educativas de cada aluno.
Como muitos surdos brasileiros ainda vivenciam uma realidade linguística de proficiência
restrita em português, sem que tenham tido acesso à Libras, entendemos como prioridade o
esforço em prol da inclusão dessa população. Desta forma, justifica-se um estudo que
contemple a investigação, levando-nos a construção, baseado em relatos e vivências diárias de
uma proposta curricular mais adequada e que privilegie a competência linguística de cada um.
O cumprimento do artigo 205, da Constituição brasileira (BRASIL, 1988), que define a
educação como direito de todos e dever do estado e da família, preconiza a promoção de
estratégias de ensino visando ao pleno desenvolvimento do surdo. Considera-se, para tal, que
o preparo educacional e qualificação para o trabalho e pleno exercício da cidadania são
essenciais. Nesse sentido, a construção de uma educação inclusiva nas escolas de ensino
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regular da rede pública de educação começa a partir do reconhecimento das suas diferenças e
necessidades.
De acordo com Redondo e Carvalho (2000), a pessoa com surdez é submetida a um
processo de reabilitação oralista4 baseado na fala, nos resquícios de audição e na leitura
orofacial para a comunicação e a aprendizagem. Para o contexto educacional, isso sugere
adequações curriculares, produção de materiais específicos e desenvolvimento de estratégias
de ensino, sobre os quais nos debruçaremos.
O presente artigo nos mostra que somente investigando e pesquisando é que se
consegue unir a política à prática, buscando identificar de que forma a equipe escolar pode ser
facilitadora ou não para a continuação da construção da vida acadêmica do aluno.
Durante as ações para o prosseguimento da pesquisa deste estudo de caso, foram realizadas
algumas reuniões no intuito de estabelecer metas e objetivos para atender às necessidades
específicas da aluna no decorrer do curso de análise de sistema informatizados. Durante uma
reunião com a equipe Neapi e a equipe pedagógica da escola, foi sugerido, por uns dos
membros da equipe escolar, o apoio do intérprete repetidor para que pudesse fazer o suporte
necessário, porém a equipe do Neapi relata que não será o suficiente se os professores não
realizarem as adaptações necessárias para aluna. Também foi dada ciência, durante as
reuniões, que a aluna havia sido reprovada em algumas matérias, a saber, algoritmo, matéria
essa que também outros alunos apresentaram muita dificuldade, porém a aluna surda ainda
mais devido a falta da comunicação.
Como o contato inicial foi primeiramente com os coordenadores pedagógicos, foi
observado que havia uma opinião diferenciada entre eles, pois uns acreditavam na
possibilidade de a aluna mudar de curso e outros acreditavam na capacidade de a aluna
permanecer, realizando-se as adaptações necessárias pelos professores. Os coordenadores
que acreditavam na possibilidade da mudança de curso alegavam que o curso de análise de
sistemas é muito difícil até mesmo para os alunos que não necessitam de um atendimento
educacional especializado. No entanto, há outras coordenadoras que acreditam no potencial
da aluna.
Os professores concordavam com as colocações das coordenadoras, achando que a
aluna deveria mudar de curso, pois percebiam que a aluna vinha apresentando dificuldades
nas matérias e havia sido reprovada em algumas, tendo que refazê-las. Para o trabalho com os
4
O Método oralista foi fundado pelo pesquisador Heinick, também fundador de uma metodologia que
ficou conhecida como o “Método Alemão”.
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professores, foram sugeridas capacitações, participações em fóruns e nos encontros
promovidos pela Divisão de Inclusão da Faetec com temáticas que abordem o tema surdez e
inclusão.
Durante as aulas a aluna recebeu apoio dos demais alunos da turma que
demonstraram iniciativa para ajudá-la e se mostraram amigáveis, permitindo que se
conseguisse a manutenção de uma comunicação.
Para estudo de caso utilizamos a técnica de pesquisa-ação. Esta escolha justifica-se pela
necessidade em termos uma compreensão aprofundada da experiência singular dessa aluna
na sala de aula regular. Pimenta (2006,) institui que durante a pesquisa-ação com foco crítico e
colaborativo, os pesquisadores não se limitam somente à coleta de dados, mas é o momento
de estimular a reflexão e a orientação dos professores participantes e equipe escolar, levando
contribuição teórica e instrumental.
A pesquisa participante, de acordo com Fals Borda (in Brandão, 1988), estabelece
como princípios metodológicos a veracidade e o compromisso. Veracidade no sentido de
produzir um saber que parte do saber do seu sujeito-objeto, constituído na prática
comunitária, transparência e a honestidade, demonstrando um compromisso com o saber a
ser construído e contribuindo com os princípios específicos da ciência. Nesse sentido, não há
necessidade do disfarce como sujeito de origem da área de estudo.
Sendo assim, o planejamento da coleta de dados e o desenvolvimento da pesquisa tiveram
como instrumento de coleta a entrevista com o aluno, professores e equipe pedagógica da
escola, Neapi, se deu por meio de registros de reunião com a equipe escolar e professores da
aluna e analise de documentos escolares da aluna.
O tipo de entrevista selecionado foi a entrevista semi-estruturada, que segundo
Minayo (2004) se caracteriza por combinar perguntas fechadas, também chamadas de
perguntas estruturadas, e perguntas abertas, nas quais o entrevistado pode discorrer sobre o
tema, sem que haja indução nas respostas prefixadas pelo pesquisador.
De acordo com análise do estudo de caso, foi necessário elaborar um roteiro de entrevista
com a aluna, em conformidade com a proposta de entrevista semi-estruturada (Minayo,
2004). Para a referida equipe da Divin, roteiros de entrevistas formuladas servirão como
ferramentas produzidas para auxiliar a realização de ações de melhoria do ensino.
Na presente pesquisa, o roteiro consistirá em perguntas iniciais elaboradas previamente pelo
pesquisador, síntese das respostas do entrevistado, perguntas subsequentes, formuladas em
cima de respostas dadas pela entrevistada e considerações adicionais. No final do roteiro há
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um campo chamado “considerações adicionais”, destinado ao relato do andamento da
entrevista, das reações da entrevistada, da sua postura, gestos, hesitações, expressões faciais,
tom e volume da voz, interação visual, proximidade ou distanciamento em relação ao
entrevistador.
Para o início da entrevista, as perguntas foram direcionadas, com vistas a reconhecer e
identificar as necessidades da aluna, a partir das quais desenvolveremos as adaptações
citadas. As expectativas de inclusão foram propostas a partir das informações colhidas com o
aluno e sua equipe pedagógica da escola.
CONCLUSÕES
Levando em conta que uma metodologia está diretamente associada aos objetivos que
se pretende atingir, escolhemos a pesquisa participante, de acordo com Fals Borda (in
Brandão, 1988), estabelece como princípios metodológicos a veracidade e o compromisso.
Sendo assim, obtivemos como resultados com o estudo de caso, alguns dados iniciais, diante
da entrevista com a referida aluna, a seguir:
• Quais são as suas maiores dificuldades de aprendizado na Faetec? Por quê?
R.: Não consigo acompanhar as aulas, pois muitos professores esquecem que não
escuto mesmo com o aparelho auditivo e faço a leitura labial. E muitos falam rápido e
de costas, não consigo acompanhar a matéria.
• Você tem dificuldades em alguma matéria? Por quê?
R.: Matemática, álgebra, arquitetura de computador, redes de computadores e
algoritimo. Porque tenho muita dificuldade em matemática e não tive uma boa base
no ensino médio. Preciso de monitoria especial para me ajudar.
• Você tem dificuldades com algum professor? Por quê?
R.: Sim. Porque alguns professores respondem com agressividade e desmotivam.
Incentivam que se o aluno está com dificuldade é melhor desistir e tentar outra
profissão.
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• O que o professor já fez que ajudou o seu entendimento?
R.: A professora de Metodologia sempre explicava e colocava a parte escrita referente
ao que dizia no slide. Ela também apresentava vídeos com legendas para que eu
pudesse acompanhar.
• O que poderia ajudar a sua aprendizagem? Por quê?
R.: Deveria ter um monitor que pudesse explicar as matérias além da sala de aula ou
um professor especializado que possa me auxiliar de uma forma mais didática.
• Você tem dificuldade de interação com os colegas? Por quê?
R.: Sim. Porque sou introvertida e muitos alunos ignoram a minha presença devido ao
meu problema.
• Como você pensa que poderia ser mais efetiva essa comunicação?
R.: A interação deveria ser estimulada pelos professores, incluindo os trabalhos em
grupo.
• Como o professor poderia agir para facilitar sua compreensão, comunicação em sala de
aula?
R.: Deveria ter uma aula mais didática e não ficar de costas durante a explicação,
também não falar muito rápido.
• E a que você atribui essa dificuldade?
R.: Eles esquecem (os professores) do meu problema e nem sempre me sinto a
vontade para ficar interrompendo a aula o tempo todo, a fim de tirar minhas dúvidas
ou lembrá-los que estou ali.
• Por que você percebe isso? Alguma atitude do professor lhe indicou isso?
R.: Eles costumam virar para o quadro e dar continuidade a explicação, sendo que faço
leitura labial e acabo me perdendo na explicação. Às vezes alguns professores
respondem de forma agressiva e isso me incomoda e faz com que não sinta segurança
em perguntar novamente.
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Os resultados obtidos durante a elaboração deste texto estão sendo documentados,
pois continuamos em processo de mudança e aprimoramento dos profissionais da Faculdade,
pois os professores mudam e outras matérias ainda faltam para a aluna cursar.
Pode-se avaliar que o trabalho desenvolvido até aqui procura caminhos possíveis para a
prática pedagógica, buscando um maior conhecimento e percepção das necessidades
específicas da aluna e quais seriam as adaptações necessárias para que esse conhecimento
seja adquirido.
Sendo assim as articuladoras da Divin sugeriram que a faculdade fizesse todas as
adaptações necessárias e que os professores fizessem as acessibilidades durante as aulas para
aluna. Foi sugerido um fórum para os professores e toda a comunidade escolar no intuito de
sensibilizar sobre a proposta de inclusão e os direitos da aluna assegurada pela legislação.
Como também a proposta de atendimento no laboratório de aprendizagem5 a aluna surda
oralizada, duas vezes na semana, no intuito da ampliação da língua portuguesa, com estudos
pontuais de diferentes significados e formas de uso de palavras desconhecida da aluna que
serão apresentadas nas aulas pelos professores da instituição superior. O atendimento no
laboratório de aprendizagem será realizado pelo intérprete, que também acompanhará a
aluna nas disciplinas fazendo repetição das aulas articulando de forma que a aluna possa fazer
a leitura labial sem perdas de conteúdo.
A ideia é favorecer a inclusão e fazer com que os professores e toda a equipe
educacional da instituição entendam que a aluna é integrante do curso de análise de sistema
informatizado da referida faculdade.
As propostas educacionais para a aluna foram realizadas no intuito de não limitar suas
habilidades e nem de perda de conteúdos acadêmicos, mas que fosse acessível a sua
realidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRANDÃO, C. R. (Org.). Pesquisa Participante. 7 ed. São Paulo: Brasiliense, 1988.
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05/10/1988.
Brasília: Senado Federal, 1988.
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O Atendimento Educacional Especializado na rede Faetec por meio do acesso a diferentes
tecnologias para favorecer a inclusão.
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BRASIL. Lei nº 12.711/2012.
BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva.
Portaria nº 948, de 09 de outubro de 2007. In: Inclusão: Revista da Educação Especial.
v.4, nº. 1, p.7-17. Brasília: MEC/SEESP, 2008.
PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e Docência. São Paulo:
Cortez, 2006.
REDONDO, Maria Cristina da F. e CARVALHO, Josefina Martins. Ministério da Educação.
Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva
da Educação Inclusiva. Inclusão: Revista da Educação Especial, v. 4, n 1, janeiro/junho
2008. Brasília: MEC/SEESP, 2000.
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