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[ editorial ] Educadores Hoje vamos mexer em uma ferida muito dolorida. Vamos focalizar um assunto que tem permeado a mídia ultimamente, e tem tudo a ver com a nossa responsabilidade profissional. Deixo de lado comentários sobre vários temas, para tentar delimitar: “o papel da Família, do Estado e da Escola”. A palmatória é aceitável? Pode o Estado legislar sobre isso? Convenhamos, caros educadores: desde quando, em um mundo globalizado, democrático, o Estado pode interferir em um assunto dessa envergadura? Já não basta que os nossos legisladores, com ou sem razão, incluam a torto e a direito nos currículos conteúdos a seu bel prazer, sem que as instituições educacionais, públicas ou privadas, sejam ouvidas, sem que sejam criadas condições técnicas e pedagógicas para que sejam implementados tais conteúdos? [ índice ] É fácil determinar por lei o ensino obrigatório “disso e daquilo”. Porém não basta dar prazo para a implementação. Seria necessário que a sociedade, como um todo, estabelecesse os limites de suas reais necessidades. Eu me pergunto, dia a dia, minuto a minuto: não seria mais lógico o Estado se limitar a um currículo básico elementar, e deixar a sociedade, como um todo, trabalhar sobre essa base, para atender especificamente as comunidades em que escolas e famílias estão inseridas? Na Gazeta do Povo (principal jornal publicado em Curitiba) de 29 de agosto deste ano, João Malheiro declara: “Deverá haver sempre uma grande integração entre os pais e professores. Ambos devem estar motivados para alcançar uma série de objetivos educativos e formativos para os seus filhos/alunos”. Gabriel Chalita, na entrevista desta edição da Revista Impressão Pedagógica, diz: “Um dos objetivos da educação é ensinar a conviver. Bom seria se os pais dessem o exemplo primeiro. Os filhos precisam de referências. (...) O professor é a alma da educação.” Ora, sempre que se fala em educação, fala-se em “aluno”, “família” e “educador”. Jamais mencionase “o Estado” ou “o político”. Falar (como alguém já Armindo Angerer Diretor-Geral falou e escreveu) Grupo Educacional Expoente que “os cidadãos pertencem ao Estado”, é no mínimo afirmar que o Estado veio antes do Ser Humano! O Estado existe para servir o Ser Humano, e não o contrário! Sempre que o Estado interveio de forma ditatorial no sistema, o resultado foi desastroso. E nós queremos que desastres se repitam? Educadores: vamos ler a Declaração Universal dos Direitos Humanos, o artigo 205 da nossa Carta Magna e os artigos 1º e 2º de nossa LDB. Essas interpretações, que não deixam dúvidas, já bastariam para esclarecer toda essa parafernália montada pelos burocratas da educação! Uma boa leitura para todos. 4 Entrevista: o escritor Gabriel Chalita fala sobre moral e ética 19 Educação Musical: fortaleça a relação aluno-escola com a música 8 Tema Pedagógico: Arte - Leitura de Mundo é o novo tema 2011/2012 [ expediente ] Direção-Geral: Armindo Vilson Angerer CEEE: Sandra Poli Jornalista Responsável: Danielle Ribas (Mtb 3853/15/46v) Revisão: Daniela Lemos da Cruz Gabriela Sbeghen Design: Augusto de Paiva Vidal Neto eixeira Marketing: Jomara TTeixeira Pré-Impressão: Alexandre Straube Fotolitos e Impressão: Editora Gráfica Expoente: Antonio Both Av. Maringá, 350 – Pinhais-PR CEP: 83324-000 – TTel.: el.: 41 3312 43 50 Fax: 41 3312 43 70 Tiragem: 20 000 exemplares. Impressão Pedagógica é uma publicação semestral, de circulação nacional, dirigida a diretores de escolas, coordenadores e professores, sendo distribuída por mailing personalizado. Não nos responsabilizamos por opiniões expressas nos artigos assinados. Todos os direitos reservados. 24 Feiras: uma vitrine de produtos e idéias 10 Matéria de capa: o que é e como promover uma educação inclusiva 28 Salada cultural: dicas de livros e filmes educativos impressão impressão Pedagógica Pedagógica [ 3 ] [ entrevista ] O escritor Gabriel Chalita em palestra na Feira Educar, que reuniu centenas de profissionais da área educacional Devemos ensinar o amor Nascido em Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo (SP), Gabriel Chalita começou a lecionar aos 15 anos, em uma escola pública. “Na sala de aula experimento a lição de ser aprendiz e mestre ao mesmo tempo. Professo a fé na educação como professo a fé na pessoa humana”, [ 4 ] impressão Pedagógica afirma. Doutor em Filosofia do Direito e em Comunicação e Semiótica, mestre em Direito e em Ciências Sociais, foi secretário da Educação do Estado de São Paulo. É também membro da Academia Brasileira de Educação e da Academia Paulista de Letras, e autor de mais de cinquenta livros, entre eles: Educação: a solução está no afeto, Os Dez Mandamentos da Ética, Pedagogia do Amor, e Cartas entre Amigos. Nesta entrevista exclusiva à Revista Impressão Pedagógica, Gabriel fala sobre temas que preocupam os profissionais de educação. “Em vez de um professor rigoroso do ponto de vista comportamental, talvez seja melhor investir no professor como parceiro mais experiente, entusiasta de conquistas.” IP – Um dos principais temas de suas palestras é a questão da moral e da ética. Como o professor participa da formação do aluno nesta área? Chalita - Os mestres deste século 21 encontram gigantescas dificuldades para educar, pois os adolescentes, cada um a seu modo, desfilam comportamentos próprios do processo de crescimento. Alguns professores criticam os alunos e cruzam os braços. Outros preferem conhecer suas histórias e ficam fascinados com a genialidade, o carisma, e o afeto que descobrem. É preciso que pais e pedagogos descubram uma nova forma de lidar com a questão. Ao explorar a habilidade social do aluno, o educador estimula sua inserção no grupo, formando a base para seu desenvolvimento e autoconhecimento. Esse aluno-cidadão seria ético e, portanto, feliz, no conceito aristotélico. IP – Mas como trazer a moral e a ética para o dia-a-dia da sala de aula? Chalita – Primeiro, o professor tem que ter a percepção de que o processo de convivência humana vai gerando um hábito, uma postura do aluno. Às vezes, o professor acha que determinado aluno é naturalmente agressivo. Não, ele não é naturalmente agressivo. Essa agressividade vem de alguns fatores, pode ser influência de casa, da mídia e das relações escolares. A ética desse aluno vai sendo comprometida por esses valores e vai se formando uma moral comprometida. Ao acompanhar de perto a violência, a criança acaba incorporando essa violência na sua postura de vida, e começa a achar que é certo ser violento, que o valente é aquele que bate no outro, que bate e não apanha. Dentro do processo educativo o professor tem que ter a sensibilidade de trabalhar propostas pedagógicas que ajudem o aluno a se perceber e a se construir de uma forma correta. Percebendo o que é o aluno sendo formado por dentro e o que é a influência externa na construção de valores. IP – O senhor também fala do perigo do recorte de contextos, que acontece muito hoje em dia em função da internet. Uma frase é retirada da sua situação e utilizada para embaraçar, envergonhar ou comprometer o outro. Como formar uma geração que conviva com a ética e saiba interpretar os contextos? Chalita - Você tem que olhar o aluno e perceber que o outro é importante. O saber e o sabor são palavras de mesma origem, ou seja, eu não consigo desenvolver uma habilidade cognitiva se eu não desenvolver o emocional e o social. Essas três habilidades caminham juntas. IP - Convivência e cooperação são conceitos distintos. Como ensinar a conviver, e como ensinar a cooperar? Chalita - Um dos tantos objetivos da educação é ensinar a conviver. E o convívio significa respeito, cooperação e ternura. Bom seria se os pais dessem o exemplo primeiro. Os filhos precisam de referências. Precisam que os políticos e as pessoas de alguma visibilidade também se preocupem em viver de maneira Chalita acredita no professor entusiasta de conquista dos alunos impressão Pedagógica [ 5 ] professor que leva o conhecimento para a sala de aula. O conhecimento está em todo lugar. Em vez de um professor rigoroso do ponto de vista comportamental, talvez seja melhor investir no professor como parceiro mais experiente, entusiasta de conquistas. A didática também pode ser envolvente. No lugar de longas fórmulas para decorar, problemas que envolvam áreas distintas do conhecimento e fontes diversas como livros, internet, colegas. No lugar do mecânico, o lúdico. No lugar do teórico, o prático contido numa música de Chico Buarque de Holanda, num poema de Drummond, em textos de jornais e revistas, em filmes. O aluno, estimulado, se transformará em um pesquisador ávido. São maiores as chances de que venha a ler Machado de Assis por sentir-se seduzido pelo prazer da leitura do que por ter sido obrigado. correta e que, na escola, professores e alunos possam interagir de modo a construir relações éticas, que gerem um clima de confraternização e cooperação. IP – Nas suas palavras, “a convivência pesa, mas ninguém nasce pesado”. Como tirar esse peso da profissão de educador, tão pouco valorizada no país e que enfrenta tantas dificuldades? Chalita - O professor é a alma da educação. Valorizá-lo, com formação continuada e iniciativas para o incentivo à leitura, valorização salarial e reconhecimento afetivo, é caminho simples, testado e infalível para começar a romper barreiras. Mas, também precisamos valorizar a [ 6 ] impressão Pedagógica simplicidade do cotidiano, optar pelo amor em vez do ódio. Devemos ensinar o amor, precisamos formar uma geração que pense de forma ética sem descartar as pessoas. Hoje é muito comum as pessoas verem umas às outras, mas não se enxergarem como seres humanos. A base da ética é a compaixão, é o ato de se colocar no lugar da outra pessoa. IP – O senhor também destaca o papel do educador como um instigador do conhecimento, no lugar de facilitador. Qual a diferença entre os dois? Chalita - O conceito do facilitador é aquele que traz o conhecimento para que o aluno se aproprie daquela informação. Hoje em dia, não é o “O professor é a alma da educação. Valorizá-lo, com formação continuada e iniciativas para o incentivo à leitura, valorização salarial e reconhecimento afetivo, é caminho simples, testado e infalível para começar a romper barreiras.” Anuncio [ tema 2011/2012 ] Arte – Leitura de Mundo “Não se alfabetiza fazendo apenas as crianças juntarem as letras. Há uma alfabetização cultural sem a qual a letra pouco significa. A leitura social, cultural e estética do meio ambiente vai dar sentido ao mundo verbal.” Ana Mae Barbosa - arte-educadora A busca pela inovação, o exercício da criatividade, a interpretação de pessoas e contextos. Algumas das características atualmente consideradas fundamentais para o desenvolvimento pessoal e profissional podem ser estimuladas por meio da arte. O novo tema pedagógico 2011/2012 Arte - Leitura de Mundo tem a proposta de reforçar uma educação humana, que, além de despertar no aluno as noções de sensibilidade e estética, o incentiva a expressar-se e a compreender a expressão do outro. “Precisamos reaprender a valorizar as diversas formas de o ser humano interpretar a realidade à sua volta. Uma das ferramentas para essa aprendizagem é a leitura da arte. O individualismo, incentivado pelo nosso modo de vida e pela tecnologia, também nos faz perder a sensibilidade de perceber como o outro lê o mundo e o interpreta, seja pela postura, pelo olhar, pela maneira como ele se expressa além [ 8 ] impressão Pedagógica das palavras”, afirma Sandra Poli, Gerente do Centro de Excelência em Educação Expoente - CEEE. Arte e conhecimento Libertadora, revolucionária, engajada, debochada. A arte assume funções e formatos diversos ao longo da história da humanidade, por isso transita tão facilmente por todas as disciplinas. Na Biologia, pode-se tratar das representações do corpo humano nas pinturas. Os instrumentos musicais fornecem exemplos sobre a propagação do som, no estudo da Física. Na História, o quadro Guernica, de Picasso, é uma lição silenciosa e inesquecível sobre os horrores da Guerra Civil espanhola. As obras de Michelangelo, então, são exemplos do brilhantismo no uso das proporções matemáticas. E esses são apenas alguns poucos exemplos de como a Arte está intimamente relacionada ao conhecimento humano. O tema Arte - Leitura de Mundo estará presente nas capas e nos conteúdos do material didático, nas agendas escolares, no Portal Escola Interativa, e nos materiais de apoio aos professores. “Pela amplitude do tema, ele aparecerá novamente dividido em 12 eixos que facilitam a compreensão de alunos e professores”, explica Sandra. O ensino de Artes é obrigatório desde 1996, mas em julho desde ano foi sancionada a Lei 12.287, que obriga a disciplina em todos os níveis da Educação Básica. Segundo a lei, ela deve promover o desenvolvimento cultural dos alunos. No material didático do Expoente, o conteúdo de Arte está presente em todas as séries da Educação Básica. “Nossa proposta com o tema é ir além. É proporcionar o olhar da arte em todas as disciplinas, por meio de um material abrangente. A arte será o fio condutor do desenvolvimento de nossos alunos”, finaliza Sandra. Os 12 eixos do tema 1. ARTE: Reflexo da história • Obra de arte - “filha do seu tempo” • O nascimento da arte (pinturas rupestres) • O mundo antigo (arte cristã e medieval) 2. ARTE: Um salto no tempo e nos estilos artísticos • Renascimento • Barroco e Neoclassicismo • Romantismo 3. ARTE: O homem reinventando sua história • Impressionismo • Vanguardas do século XX • Arte contemporânea 7. TEATRO: O corpo em expressão • História do teatro • Gêneros dramáticos (tragédia e comédia) • Teatro brasileiro 8. FOTOGRAFIA: Início dos tempos modernos • Nascimento da fotografia • O olhar do fotógrafo • Fotografia em PB, colorida e digital 9. CINEMA: Arte em movimento • O nascimento do cinema • Estados Unidos e o cinema como indústria • Europa e o cinema como arte 10. ARTE DIGITAL: Um encontro entre arte e tecnologia 4. MÚSICA: Emoção e sentimento • Os cinco elementos que definem o som • Instrumentos musicais • Música brasileira • Pintura e desenho digital • Ilustração • Desenho animado 11. ARTE BRASILEIRA: Uma viagem de 5. DANÇA: O corpo em ação • Danças primitivas e religiosas • Dança moderna e dança contemporânea • Danças brasileiras 6. LITERATURA: A arte escrita • Poesia • Prosa • Literatura brasileira exploração do passado • Arte rupestre e indígena • Arte colonial e arte barroca • Arte no império de Dom Pedro II 12. ARTE BRASILEIRA: Nosso jeito de fazer arte • A Semana de Arte Moderna • Arte concreta • Tendências da arte atual impressão Pedagógica [ 9 ] [ matéria de capa ] [ 10 ] impressão Pedagógica Inclusão Escolar Respeitar as diferenças e combater as desigualdades são atitudes essenciais para promover uma educação inclusiva As aulas da professora Simone Kleina aconteciam com a porta da sala aberta. Do lado de fora, ficava o menino G.M., de 6 anos. A cena inusitada se repetiu durante dias, até que o aluno decidiu, pela primeira vez, entrar em uma sala de aula. G.M. apresenta autismo. Ser obrigado a ficar em um local estranho e repleto de desconhecidos seria um suplício para ele, e certamente provocaria uma reação agressiva. Por mais contraditório que pareça, respeitar a vontade dele de permanecer do lado de fora da sala de aula foi a maneira encontrada para iniciar seu processo de escolarização. Uma situação real, que aconteceu no Colégio Expoente Água Verde, em Curitiba (PR), ilustra o conceito de educação inclusiva. Uma escola inclusiva é aquela que garante qualidade de ensino para todos os alunos, reconhecendo e respeitando os talentos e limitações de cada um deles, mas sem diferenciá-los por cor, sexo, religião ou características físicas. Incluir não significa ignorar as diferenças. Neste caso, G.M. seria obrigado a entrar na sala de aula no primeiro dia, assim como os outros alunos. Incluir é legitimar as diferenças, mas não as desigualdades. Diferenças existem em todas as salas de aula. O ritmo e o nível de aprendizagem variam de aluno para aluno, independente de características físicas. No entanto, por serem mais facilmente rotulados, os alunos com deficiência são normalmente associados à inclusão escolar, como se representassem homogeneamente o único grupo “diferente” que precisa ser incluído. Nesta reportagem, apresentaremos histórias de alunos com deficiência por serem situações emblemáticas, que costumam transformar a escola e despertá-la para o verdadeiro conceito de inclusão – a inclusão para todos. Acompanhamento profissional Após conhecer a proposta pedagógica de mais de vinte escolas em Curitiba, a psicóloga Mara Aguila, que atende G.M., optou pelo Colégio Expoente por dois motivos: a receptividade e a abertura para parceria. “Quando eu dizia que se tratava de uma criança com autismo, muitas escolas já descartavam a possibilidade de matrícula, por telefone mesmo. No Expoente, senti que as portas estavam abertas. Além disso, a coordenadora foi muito sincera ao admitir que não tinha a experiência necessária, mas que estava disposta a trabalhar em parceria comigo e com a família”, afirma Mara. Por indicação da psicóloga, G.M. começou a frequentar as aulas em horários gradativos, pois ninguém sabia ao certo qual seria sua reação na escola. “A tutora da família permaneceu ao lado dele durante quinze dias. Estávamos todos atentos ao processo de adaptação”, afirma Flávia Rubick, coordenadora de ensino do Colégio Expoente. O apoio da família e dos profissionais que acompanham a criança é fundamental para garantir o sucesso do processo, que flui com mais naturalidade quando a escola recebe informações sobre qual a melhor maneira de tratar aquele aluno, o que funciona e o que não funciona. “A escola precisa impressão Pedagógica [ 11 ] estar aberta e disponível para aceitar esta ajuda. Não é possível trabalhar inclusão achando que a escola é autossuficiente”, diz Flávia. Neste curto período de convivência escolar, G.M. apresenta sinais claros de desenvolvimento. O primeiro deles é a interação. “Ele já percebe melhor a presença do outro, criou vínculos com a professora e outros adultos da escola, reconhece e respeita autoridades, além do desenvolvimento da linguagem”, cita. Hoje ele assiste às aulas ao lado dos colegas e entende que não pode sair da sala quando quer. Por outro lado, a professora percebe e respeita quando ele chegou ao seu limite e precisa de isolamento. Segundo a psicóloga Mara Aguila, a presença de alunos com deficiência intelectual ainda provoca bastante preconceito nas escolas. Para [ 12 ] impressão Pedagógica promover a inclusão da melhor forma, ela dá três dicas simples: “A primeira é entender como a criança funciona, não somente sentá-la em uma carteira e pronto. A segunda é garantir que ela se sinta bem na escola e goste de estar com os colegas. Por fim, a escola precisa buscar o conhecimento necessário para atendê-la, seja em capacitações ou em parceria com a família e com outros profissionais”. A reação dos pais de alunos também costuma ser uma questão preocupante. “A questão da rejeição por parte dos familiares de outros alunos ocorre muitas vezes em solidariedade à angústia do professor. Portanto, se o professor estiver bem resolvido com essa questão, todos os outros conseguirão assimilar melhor o processo de inclusão”, reforça a psicóloga Heloisa Helena Ferrari Chagas. Ela afirma que o processo de inclusão de pessoas com deficiências requer muita discussão, “principalmente porque envolve a relação entre pessoas de diferentes formações e preceitos morais, famílias de alunos com ou sem deficiência completamente resistentes a essa orientação, alunos com deficiência receosos de ficarem desamparados e de serem rejeitados, e disponibilidade da própria escola em investir na acessibilidade para todos”. Informação e conscientização Na Escola Paroquial Nossa Senhora Aparecida, de Maracaju (MS), a chegada de um aluno com deficiência visual iniciou a transformação rumo à educação inclusiva. “Foi uma situação nova, que provocou impacto em um primeiro momento. Não sabíamos como seria o cotidiano deste aluno”, conta Dorli H. Menchik, diretora pedagógica. A família indicou profissionais que poderiam auxiliar os professores, e a escola promoveu palestras e cursos de informação e esclarecimento. “Houve um trabalho de conscientização, de forma que todos, por meio de pequenas adaptações, pudessem oferecer a ele o melhor aprendizado. A escola se adaptou à realidade do aluno”, afirma Dorli. Uma destas adaptações é a utilização do material didático na versão em braile, fornecido pelo Sistema de Ensino Expoente. “Hoje percebemos que a presença dele não altera em nada o andamento das aulas”, completa. O aluno, de 16 anos, vive a mesma rotina dos colegas do 2o ano do Ensino Médio. No intervalo, canta e toca violão. E não escapa das aulas de Educação Física, também adaptadas para ele. “A família está feliz. Ele está feliz. A nossa maior preocupação é vê-lo bem e aprendendo. Hoje ele é um dos melhores alunos da sala”, revela Dorli. “A primeira dica para uma educação inclusiva é receber de braços abertos todos os alunos. Mas a escola também precisa buscar informações para proporcionar ao aluno o melhor ambiente de aprendizagem possível”, finaliza. Apoio familiar O Colégio Maria Imaculada, de Goianésia (GO), atualmente atende alunos com diferentes tipos de deficiências intelectuais e físicas. Por ser conveniada à rede estadual, a instituição conta com a ajuda de profissionais especializados do governo. Um deles é a professora de recursos Cristina Bernardes da Silva, que atende os alunos no contraturno. “Não se trata de reforço escolar, mas de um trabalho de estimulação para ampliar o conhecimento e atender a especificidade de cada um, como exemplo, a leitura em braile e o aprendizado de Libras”, explica Cristina. A professora de apoio, Hilda de Rezende Quintanilha, acompanha os alunos dentro da sala de aula. “Minha função é intermediar a aula e trazê-la para o nível intelectual deles. Eu adapto e facilito o aprendizado destes alunos”, explica Hilda, que é pedagoga e psicopedagoga clínica, e atua na área de educação inclusiva há onze anos. Ela esclarece que não cabe à escola decidir “quanto” cada aluno vai aprender, mas proporcionar o ambiente de aprendizagem: “Já atendi alunos com laudos médicos afirmando que jamais conseguiriam A pr e n d e n d o c o m as d i fe r e n ç a s A professora de Ed ucação Infantil, Colégio Expoente Simone Kleina M , apresenta um re achado, do lato pessoal sobre teve ao receber um a experiência que aluno autista em sala de aula. Seu dúvidas se transf s medos e suas ormaram ao partic ipar do processo de de G.M., de 6 an inclusão escolar os. Como trabalhar tão de perto com as diferenças? N simples, mas no o discurso é dia a dia... será qu e tenho capacidade todas as dificuld para lidar com ades que estão po r vir? Por onde co as primeiras de meçar? Essas fora tantas pergunta m s que me vinham recebi G.M. em m à cabeça quando inha sala. Comec ei preparando a tu lo, e foi assim rma para recebêmesmo, muitas leituras, convers combinados. Ele as , explicações e foi acolhido por todos com muito comunicando-s carinho, mesmo e pouco, demon strando agressiv enorme de não es id ad e e um desejo tar junto a nós. En trar na sala de au Fomos conquist la ? Nem pensar! ando a sua conf iança aos pouqui prioridade era qu nhos. Nossa e ele aprendesse a brincar, a intera e, também, que co gi r co m os colegas mpreendesse as re gras sociais e a ro escola. Ao longo do ti na da sala e da primeiro semestre, as crianças tornar professores do no am-se pequenos vo colega. Aceit ar as diferenças amigo tornou-se e co laborar com o uma ação consta nte na rotina. A fala muitas pala tualmente, G.M vras e na maior . ia das vezes é en interage com os co te ndido por todos, legas e participa de algumas aulas es pe lo n om e os am peciais. Identifica ig os de qu em el e m ai s go st a, at solicitações, beija en de al gu m as , abraça e o mais importante, dem feliz junto a nós! onstra estar mui to Ele me ofereceu a condição de ac reditar na inclus que é possível tran ão, acreditar sgredir as difere nças para aprend er com elas! desenvolver determinadas atividades e que, ao serem devidamente estimulados na escola, contrariaram todos os diagnósticos”. Hilda reforça que a presença da família é fundamental para o desenvolvimento do aluno, mas que alguns pais chegam desconfiados à escola, porque, muitas vezes, sofreram experiências anteriores traumáticas. “Eles nem sempre acreditam na possibilidade de desenvolvimento cognitivo do filho. E nós precisamos do apoio e da presença deles para indicarem detalhes que ajudam a descobrir quais técnicas funcionam melhor para aquele aluno”, explica. A reação dos colegas de classe também deve ser encarada de maneira natural. “É claro que ainda existem situações de preconceito, mas elas são mínimas e tendem a diminuir com o tempo de convivência. No início, pode haver uma estranheza e um olhar de curiosidade, mas eles logo se transformam em amizade ou impressão Pedagógica [ 13 ] Preparando a inclusão “Não se deve começar o processo de inclusão colocando o aluno dentro da escola sem que haja um plano global elaborado pelos responsáveis da instituição de ensino”, afirma a psicóloga Heloisa Helena Ferrari Chagas. Algumas recomendações são: • preparar a acessibilidade do espaço; • prover a escola de recursos de acessibilidade para a deficiência visual e auditiva; • treinar o professor da sala de recursos sobre tecnologia assistiva, e especializá-lo no atendimento aos alunos com deficiência, de forma que ele possa oferecer apoio psicológico e orientação, auxiliando o professor de sala de aula nos momentos de impasse; • treinar os professores, orientando-os sobre como lidar com seus medos e impotências frente às dificuldades de autonomia das pessoas com deficiência; • oferecer cursos ou referências bibliográfica para melhorar o conhecimento dos professores nesta área. solidariedade. No entanto, precisamos entender que nem todos os alunos com deficiências vão ser amados pelos colegas, e nem todos vão ser odiados. A relação é a mesma que se estabelece na sociedade. Temos mais afinidades com uma ou outra pessoa, independente de características físicas”, afirma. A psicopedagoga defende que a escola precisa ser um espaço democrático de convivência social com as diferenças: “São diferentes visões de mundo, prioridades e valores que se mostram entre os alunos. No caso de alunos com deficiências, algumas diferenças são mais evidentes. Para os outros alunos, nem tanto. Mas sabemos que elas existem. Quanto maior a diversidade, maior a riqueza de experiência e a possibilidade de crescimento dos alunos”. [ 14 ] impressão Pedagógica Hilda conheceu o envolvimento do Expoente com educação inclusiva quando acompanhou a história da ex-aluna Danieli Halonte, atriz com deficiência visual, que participou da novela Caras & Bocas em 2009. “Eu me senti feliz em saber que ela estudou no Expoente em Curitiba, e que utilizou o material didático em braile. Acredito que o papel de um sistema de ensino é trazer a discussão de temas como inclusão para dentro das escolas”, finaliza. O Colégio Maria Imaculada também acompanha os passos de uma aluna com deficiência visual que promete brilhar na vida artística. Ela tem 12 anos, faz aulas de teatro, canta, compõe, é bailarina e coreógrafa. A menina estuda balé desde os cinco anos, e atualmente lidera um grupo de dança formado por mais cinco colegas. Mas não deixa os estudos de lado. Foi campeã regional do concurso de redação Goiás na ponta do lápis, e nas horas vagas ainda joga futebol. Quem sabe, em breve, pode estar na novela das oito... Curso de Libras Segundo o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil existem quase seis milhões de pessoas com deficiência auditiva, sendo mais de um milhão de crianças e adolescentes matriculados na Educação Básica. A preparação para a inclusão destes alunos deve começar principalmente pelos profissionais da área. Por isso, a Faculdade Expoente oferece o curso de extensão Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, direcionado aos educadores das Unidades Expoente e de outras instituições de ensino privadas e públicas, acadêmicos de Cursos de Pedagogia e Psicologia; e membros da comunidade. O curso terá início em outubro, e as aulas acontecerão aos sábados, num total de 45 horas. Mais informações no telefone (41) 3312-4150 ou no site www.faculdadeexpoente.edu.br. [ conveniadas ] Explore um Universo de Conhecimento Ferramenta de marketing indispensável à captação e manutenção de alunos, a campanha de matrículas fortalece a imagem das escolas conveniadas Um universo onde o aprendizado, a imaginação e a troca de informações e experiências convivem lado a lado. Este é o conceito criativo da Campanha de Matrículas Expoente 2011. Com o slogan “Explore um Universo de Conhecimento”, as peças de divulgação mostram alunos ao redor de elementos lúdicos, que representam o conteúdo das diversas disciplinas. O balão, formado por letras, significa a possibilidade de ir além na maneira de pensar e na vida. O objetivo da campanha de matrículas é servir de apoio às escolas conveniadas nas ações de marketing direcionadas à manutenção e à captação de alunos. As peças de divulgação padronizam a comunicação, fortalecem a imagem da escola e valorizam a relação dos pais e alunos com a instituição, pois transmitem o senso de organização e de comprometimento. Na Campanha de Matrículas 2011 será disponibilizado um conjunto de peças publicitárias que inclui: anúncio de revista ou jornal, banner, cartaz, comercial de rádio, e-mail marketing, faixa, fôlder, marcador de página, móbile de teto, protetor de tela e web banner. Para ter acesso às peças publicitárias entre com sua senha no Portal Escola Interativa (www.escolainterativa.com.br), no link Marketing. impressão Pedagógica [ 15 ] [ conveniadas ] Colégio Christus desenvolve o projeto Meu Brasil Brasileiro O ano de 2010 será verde e amarelo do início ao fim para os alunos da Educação Infantil do Colégio Christus, de Fortaleza (CE). Com o projeto “Meu Brasil Brasileiro”, os alunos desenvolvem atividades que envolvem as famílias, as professoras e as coordenadoras da escola, para conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro. No início do projeto, o colégio organizou um baile de carnaval, quando alunos e familiares se divertiram fantasiados nas cores da bandeira brasileira, ao som de marchinhas tradicionais. Em maio, as mães foram homenageadas na festa “Mamãe brasileira em primeiro lugar”. Em junho, a Copa do Mundo, na África do Sul, ofereceu a oportunidade de trabalhar notícias sobre a seleção de futebol e o respeito entre os jogadores e as torcidas de todas as nações. Para finalizar o primeiro semestre, os alunos participaram de um animado “arrasta-pé junino”, com ritmos e danças das regiões brasileiras, além da “XI Mostra de Atividades e Projetos”, com a exposição das atividades realizadas pelos alunos. No segundo semestre, o Dia da Independência do Brasil e as eleições farão parte do projeto. O tema também está sendo desenvolvido por meio de atividades pedagógicas de linguagem, matemática, natureza e sociedade, artes, música e inglês. Aprovação recorde no Colégio Alicerce Além da dificuldade em relação ao conteúdo, os alunos que participam de processos de seleção têm sempre uma preocupação a mais – a concorrência. Mas os estudantes do Colégio Alicerce, de Goiana (PE), superaram até mesmo o fato de apenas 20% das vagas da Escola Técnica Aderico Alves de Vasconcelos serem destinadas às escolas particulares. Mais de 50% dos alunos foram aprovados na concorrida seleção para os cursos técnicos de hospedagem e rede de computadores, uma conquista que reafirma a qualidade do ensino da instituição. [ 16 ] impressão Pedagógica Medalhas na Olimpíada Paranaense de Química Parabéns aos alunos do Colégio Suzana Wesley pela classificação na etapa regional da Olimpíada Paranaense de Química do Cefet: Jakeline S.Garcia - Medalha de Prata Lucas R. de Paula - Medalha de Bronze. [ conveniadas ] Feira de Ciência do Colégio Impacto Oferecer uma educação inovadora e de qualidade em um ambiente acolhedor, que possibilite o desenvolvimento pleno de cidadãos conscientes e felizes. A Feira de Ciências do Colégio Impacto, de Ilhéus (BA), representou na prática a missão da instituição. O evento, que aconteceu em maio, teve a apresentação de experiências científicas utilizando materiais recicláveis. Além dos estudantes do Ensino Fundamental do colégio, também participaram da feira os alunos da Universidade Estadual de Santa Cruz (BA). Foi um momento descontraído de aprendizagem, que colaborou com a preparação dos alunos para a vida como seres críticos e atuantes na sociedade. “Sou Colégio Brasil” agita o Santa Bárbara mais O Colégio Santa Bárbara, de São Paulo (SP), aproveitou o período de Copa do Mundo para promover a feira cultural “Sou mais Brasil”. Os alunos pesquisaram e apresentaram para os pais e familiares um pouco da história de cada estado brasileiro, seus hábitos, usos e costumes, culinária, danças, festejos, artes e lendas. Na barraca de comidas típicas do nordeste, havia até buchada de bode. Outro destaque da feira foi a Robótica Educacional voltada à sustentabilidade e à preservação do meio ambiente. Os alunos construíram um robô feito de componentes eletrônicos fora de uso. O evento marcou também a comemoração dos 35 anos de fundação da instituição. Projeto Vida Saudável Durante cinco meses, os alunos do Jardim Escola Estimoarte, de São Paulo (SP), participaram do projeto Vida Saudável. O objetivo era desenvolver nas crianças noções como: identificação de materiais recicláveis, conscientização do aproveitamento do lixo, respeito ao meio ambiente, hábitos alimentares saudáveis, higiene corporal e com os alimentos, respeito à natureza e admiração por obras de arte. Durante o período do projeto, a professora Luciana Ribeiro Tiago registrou em fotos os momentos saudáveis vivenciados pelos alunos do maternal na escola. Depois transformou tudo em um grande álbum, intitulado Vida Saudável é... “Nós trabalhamos pensando na criança como um ser integral, oferecendo a ela condições para que se construa como sujeito que se emociona, pensa, busca e é produtivo. Aqui possibilitamos um ambiente agradável, respeitador e cooperativo, que levará as crianças a serem indivíduos criativos, amorosos, conscientes, críticos e pensantes”, afirma a professora. impressão Pedagógica [ 17 ] [ conveniadas ] Destaques do Enem Escolas conveniadas comemoram os resultados da avaliação do MEC Para a equipe pedagógica do Colégio Quasar, em Rio Verde (GO), o temido Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) contribui para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos. A instituição conquistou o 1o lugar de redação no município e a 13a colocação no estado de Goiás. Os excelentes resultados impulsionam a escola no planejamento de ações coerentes e dinâmicas que visam à melhoria contínua no processo de ensinoaprendizagem. Em busca da melhor preparação dos alunos, o Colégio Quasar oferece aulas de xadrez, [ 18 ] impressão Pedagógica que ajudam no desenvolvimento do raciocínio e estratégia; aulas de atualidades, que promovem o debate de temas do dia a dia e auxiliam na produção de textos; laboratórios de Física, Química e Biologia, para que o aluno tenha aplicabilidade da teoria; e oficinas de literatura, que permitem maior contato com obras e escolas literárias. A instituição também incentiva seus estudantes a participarem de diversos concursos e olimpíadas, entre eles: Olimpíada Brasileira de Astronomia, Olimpíada Brasileira de Física, Olimpíada Brasileira de Foguetes, Desafio Nacional Acadêmico, Concurso de Redação na ponta do Lápis, entre outros. O resultado são medalhas de ouro, prata ou bronze na maioria das participações. Em Pernambuco, o Centro de Excelência Municipal Dom José da Mota e Albuquerque, de Afogados da Ingazeira, também garantiu seu lugar entre as melhores unidades de ensino de seu estado na classificação das notas do Enem. A escola ficou em sexto lugar, e foi destaque nos resultados do Saepe – Sistema de Avaliação de Pernambuco e do Ideb – Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira. [ música ] Educação musical melhora o vínculo aluno-escola A música volta em todos os níveis de ensino, e pode ser utilizada para fortalecer o vínculo do aluno com a instituição educacional Ela cria ídolos, determina tendências e influencia o comportamento de milhões de pessoas. A importância da música na vida de crianças e jovens vai além. Ela desenvolve a coordenação motora, a expressão corporal e o raciocínio. No entanto, boa parte das Professora Elis durante apresentação musical no Encontro Temático 2010, em São Paulo escolas perde a oportunidade de usá-la para criar vínculos com os alunos e entre eles. A Lei 11.769, que torna obrigatório o ensino musical na Educação Básica a partir de 2011, pode representar uma grande transformação na relação música-alunoescola. “O ensino musical é subutilizado, pois ele pode potencializar a relação de pertencimento entre o estudante e a instituição”, declara Carlos Alberto de Paula, professor e mestre em Educação e um dos autores do Material Didático Expoente, que há anos inclui a música na disciplina de Arte, ao lado do teatro, da dança e das artes plásticas. A lei não especifica conteúdos nem as séries nas quais deve ser aplicado o ensino musical. No entanto, o MEC recomenda que os alunos aprendam cantos, ritmos, e sons de instrumentos regionais e folclóricos que representem a diversidade cultural do Brasil, além de noções básicas de música, cantos cívicos nacionais e sons de instrumentos de orquestra. Na Educação Infantil, o Material Didático do Expoente objetiva integrar a criança e a música por meio de brincadeiras e jogos, conferindo “personalidade” aos objetos sonoros ou instrumentos musicais. Segue-se o princípio de que a música é uma linguagem que se traduz em formas sonoras, para expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos. Nos primeiros anos da Educação Fundamental, segundo Carlos, o material prioriza os elementos básicos do som e da impressão Pedagógica [ 19 ] música. O aluno aprende noções de ritmo, melodia, intensidade, timbre e duração. Além disso, são propostas atividades de canto que incluem cantigas folclóricas, cânones, percepção musical e atividades rítmicas associadas ao movimento corporal e à dança. A partir do 5o ano do Ensino Fundamental até o Ensino Médio, são apresentadas as especificidades das estruturas musicais, seus elementos de composição e, principalmente, como elas se transformam ao longo da história da humanidade. A ênfase é no caráter social e histórico da música. “Em todos os níveis, o segredo para potencializar o ensino é relacionar o material didático ao cotidiano dos alunos. Usá-lo como base para sua educação musical. Mas é preciso ter cuidado para não ficar estagnado nesse cotidiano”, explica Carlos. prática social, e que há inúmeros profissionais sem formação acadêmica musical reconhecidos nacionalmente. Nesse caso, independente da experiência musical, é preciso possuir formação pedagógica. A linguagem e forma como o ensino musical é apresentado no Material do Expoente, dentro da disciplina de arte, permitem que o professor de qualquer uma das quatro áreas (música, teatro, dança e artes plásticas) possa aplicá-lo. No entanto, a escolha por uma equipe multidisciplinar, ou não, fica a critério das instituições. “O material está integrado, mas não diluído. A abordagem das quatro áreas é inter-relacionada, mas sem perder a especificidade de conteúdo de cada uma delas”, afirma Carlos. O Colégio Ideal, de Santa Bárbara D´Oeste (SP), oferece Formação específica ensino musical há mais de 10 anos A Lei 11.769 não determina a obrigatoriedade da graduação em Música para ministrar as aulas. O artigo que previa a formação específica em sala de aula, como parte da matriz curricular, ou em atividades extracurriculares em todos os níveis de ensino. A profissional responsável pelas aulas de música é envolvida com o tema desde os 9 anos. Aos 12 entrou para uma banda. Além de cantar, toca violão, guitarra, la o c s úsica na E P) contrabaixo e Aula de m ndo (S A e prende flauta. Elis Brincando Lahr é musicista de foi vetado pelo formação, mas ao estudar presidente por considerar que pedagogia encontrou sua vocação – ensinar música para crianças. no Brasil a música é uma [ 20 ] impressão Pedagógica Na opinião de Elis, mesmo sem a exigência da lei, é preciso ter conhecimentos mínimos para ministrar a disciplina: “Eu acho fundamental que o profissional tenha alguma formação musical. Não precisa ser músico, mas também não basta colocar um CD para os alunos ouvirem.” Elis busca unir seu conhecimento acadêmico à criatividade em sala de aula. “Nós usamos materiais recicláveis, como garrafas PET e caixas de sapato para fabricar chocalhos, instrumentos de sopro e violões. Além disso, aproveitamos os eventos do calendário para desenvolver atividades durante todo o ano. Carnaval, Dia das Mães, Dia dos Pais, Natal e até o tema do ano entram na lista. Também fazemos questão de ensinar os hinos cívicos, que andam tão esquecidos”, conta ela. No Colégio Ideal, os alunos da Educação Infantil têm aulas de 25 minutos por semana e participam de uma “banda rítmica”. No Fundamental, são 40 minutos semanais, que incluem a leitura de partitura e lições de flauta. Parece pouco, mas é o suficiente para provocar grandes transformações nas crianças e no clima da escola. Segundo Maibi Leni de Castro, coordenadora pedagógica da instituição, entre outros benefícios, o ensino musical proporciona maior socialização em todo o ambiente escolar: “Os alunos trazem seus violões e, no intervalo, tocam e cantam em grupo. Nós percebemos, na prática, que a música desenvolve a sensibilidade, a criatividade, a comunicação, a memorização e a coordenação motora. Para alguns, até a aprendizagem de idiomas melhorou em função do interesse por canções estrangeiras”. Maibi acredita que a música deveria ser mais utilizada também por outras disciplinas. “Quando o professor canta ou inventa uma música sobre o tema apresentado em sala de aula, o aluno memoriza muito mais facilmente.” A família, a música e a escola Mais um exemplo dos benefícios do ensino musical é a Escola Brincando e Aprendendo, de Pirituba (SP). Os alunos também participam de aulas de música uma vez por semana, ou de atividades extracurriculares. Para as crianças crianças. Ela contribui para o desenvolvimento psicomotor, socioafetivo, cognitivo e linguístico, além de ser facilitadora do processo de aprendizagem”, afirma Andréa Pirassoli, coordenadora pedagógica. Segundo ela, a musicalização na Educação Infantil está relacionada a uma motivação diferente do ensinar, em que é possível favorecer a autoestima, a socialização e o desenvolvimento do gosto e do senso musical das crianças dessa fase. Momento s na escola hantala - música e massa gem O recado é simples. O ensino musical na Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio não tem o objetivo de formar músicos, mas de despertar o interesse musical e contribuir para formação integral do aluno. de até 3 anos, a aula acontece em uma roda tocada e cantada. Os alunos de 4 a 5 anos, além da roda de música, participam da “bandinha”, com aulas de instrumentos musicais de fanfarra e feitos de sucata. Mas o grande diferencial da Escola Brincando e Aprendendo é a maneira como a instituição utiliza a música em momentos de interação entre pais e alunos, fortalecendo os laços da família com a escola. Este ano, os projetos Receita de Felicidade e A Importância da Música promoveram inúmeras atividades relacionadas à música em família. No Dia das Mães, além de uma apresentação teatral cantada, a escola teve o momento shantala, uma técnica na qual a mãe massageia todo o corpo do filho ao som de músicas suaves. “A música possui um papel importante na educação das Coleção História da Música Os materiais paradidáticos “Coleção História da Música” volumes I e II, e “Desvendando a Orquestra – Formando Plateias do Futuro” são ferramentas complementares produzidas pelo Grupo Expoente para auxiliar as instituições voltadas à excelência no ensino musical. Formada por dois volumes, a Coleção História da Música apresenta a história da música clássica ocidental até o século XXI, sua relação com outras artes, a evolução da orquestra, o ritual universal do concerto e todos os instrumentos que compõem uma orquestra. Repleto de atividades, curiosidades e dicas, a coleção é acompanhada por um CD com pequenos trechos didáticos musicais. Com uma linguagem leve, direcionada às crianças, o livro “Desvendando a Orquestra – Formando Plateias do Futuro” também é acompanhado de um CD, com jogos, sons e palavras cruzadas, junto com uma minibatuta. Destaque para a participação de três personagens no livro: Chiquinha (homenagem à Chiquinha Gonzaga), Villinha (homenagem a Villa-Lobos) e Mozart (homenagem ao gênio da música). Os livros são comercializados diretamente com os educadores e com as escolas públicas e privadas. impressão Pedagógica [ 21 ] [ artigo ] Novas tecnologias, métodos antigos Maurício Gebran* Todos os dias, os avanços tecnológicos se apresentam na forma de novos recursos e ferramentas mais completas e poderosas, a fim de que as tarefas do dia a dia sejam cada vez mais ágeis. Essas *Consultor comercial do Grupo Expoente, professor tecnologias da Faculdade Expoente, mestre em Engenharia de permeiam as Produção, com ênfase em Mídia e Conhecimento pela UFSC, e bacharel em Ciências da Computação atividades pela PUC-PR. cotidianas e alteram a cultura social, os relacionamentos, e também a maneira de aprender e ensinar. Porém as escolas não devem se sentir influenciadas, principalmente pelos meios de comunicação, a ponto de adquirir esses artefatos apenas para serem consideradas modernas. Os recursos tecnológicos disponíveis não podem servir somente para animar uma educação cansada. Eles devem dar um sentido a mais no processo de ensino– aprendizagem. De nada adianta, por exemplo, uma escola possuir um parque computacional invejável, se os professores não estiverem capacitados a transformar a tecnologia em instrumento educacional. Segundo o filósofo e educador Marshall Mcluhan, “As novas tecnologias são sempre utilizadas para fazer [ 22 ] impressão Pedagógica um trabalho velho, isto é, até que alguma força direcionadora faça com que elas sejam utilizadas de novas maneiras”. Para não cometermos os mesmos erros do passado, precisamos de bom senso no uso de novas tecnologias na educação. Do contrário, o recurso servirá apenas para acomodar o professor e tornar suas aulas cansativas, exatamente como aconteceu com o surgimento do videocassete e do retroprojetor, por exemplo. Um artigo de Claudio de Moura Castro, publicado na revista Veja de 11/08/2010, alerta para o péssimo uso do PowerPoint em sala de aula. Intitulado PowerPoint com carteirinha, o texto apresenta exemplos de situações em que “o slide arruina a aula, arrancando-a do professor e deixando desgovernada a atenção da plateia”. Por isso surge a reação de muitos alunos: Lá vem um PowerPoint chatíssimo! Ao final, o autor sugere ironicamente a exigência de uma carteira de habilitação para usar o PowerPoint, “para evitar que barbeiragens ponham a perder o potecial educativo de um recurso tão extraordinário.” Por isso, cuidado! Atualmente muitas escolas adquirem a lousa eletrônica por seu status de modernidade, mas a utilizam de forma tradicional. Esquecem que o importante é a potencilidade de interação e simulação, e que a lousa precisa de conteúdos pertinentes a este uso e não apenas de fotos bonitas e encantadoras. Busquemos atividades que permitam explorar ao máximo esta tecnologia. Assim estaremos melhorando o processo de ensino– aprendizagem com um recurso realmente criativo e inovador. Para que a tecnologia faça parte da vida das pessoas, necessitamos, de fato, de uma mudança cultural. No livro “Geração Digital” Tapscott afirma que as crianças realmente têm mais facilidade com novas tecnologias do que seus pais. Logo é verdadeira aquela impressão de que nossos filhos assimilam as novidades mais rapidamente do que nós. Os adultos precisam adaptar-se a um processo de aprendizado diferente e bem mais difícil, enquanto as crianças já nascem com a tecnologia assimiliada ao dia a dia. Para elas, a nova ferramenta é apenas mais uma parte de seu ambiente, e usá-la é tão natural quanto respirar. Para as crianças, tudo funciona da maneira como funciona. O aprendizado é uma descoberta, não uma acomodação a estruturas existentes. É inegável que o ritmo acelerado das inovações tecnológicas, assimiliadas tão facilmente pelos alunos, exige uma educação igualmente capaz de estimular o “Precisamos de bom senso no uso de novas tecnologias na educação” interesse deles pela aprendizagem, por novos conhecimentos e técnicas. Interesse que precisará ser mantido ao longo da vida profissional, que certamente estará cada vez mais sujeita ao impacto de novas tecnologias. Por isso, há a necessidade de repensar e de revolucionar a escola sobre bases totalmente novas. Pensar de que maneira é possível apropriar-se socialmente das novas tecnologias, incorporando as constantes mudanças. Essa nova escola deve trabalhar com uma multiplicidade de visões de mundo. Ela tem que exercitar a imaginação no lugar da razão. Devemos formar um ser humano criativo, que produza novas ideias, e não um ser humano passivo, mecanizado, que só absorva a informação sem gerar conhecimento. As instituições educacionais precisam atualizar o modelo de ensino–aprendizagem a fim de atender às demandas dos estudantes. Mas o simples uso das ferramentas tecnológicas de nada adiantará. Os recursos tecnológicos podem sim potencializar a educação, mas somente se a escola estiver envolvida em um processo de atualização da metodologia de ensino. Tecnologia X Educação “Se o professor voltar a aprender, voltar a estudar, voltar a se valorizar, ele passa a cuidar bem do aluno, e o aluno cresce de maneira impressionante. Não sou contra a tecnologia, os computadores, as antenas parabólicas, mas digo sempre: a peça principal da tecnologia é o professor.” Pedro Demo, professor, PhD em Sociologia pela Universidade de Saarbrücken, Alemanha, e pós-doutor pela University of California at Los Angeles (UCLA). “Para passar a informação, há muitos meios. Estão aí a internet, o computador, a televisão, publicações. Mas para criar senso crítico, ajudar o aluno a refletir, a se perguntar, o professor é imprescindível.” Menga Ludke, pós doutora em Sociologia da Educação pela Universidade de Londres e pós doutora em Educação pela Universidade da Califórnia (EUA) “A tecnologia só é tecnologia para quem nasceu antes dela ter sido inventada.” Alan Kay, pioneiro da computação pessoal, colaborou com a criação e difusão do laptop. impressão Pedagógica [ 23 ] [ eventos ] Vitrine produtos e de Idéias Eventos são oportunidades de atualização e troca de experiências sobre os principais temas da área educacional Gestão, marketing, sustentabilidade, inovações tecnológicas em sala de aula... Os eventos educacionais apresentam diversas opções (palestras, oficinas, mesas redondas), com temas interessantes para docentes, coordenadores e gestores de escolas particulares e públicas. Em 2010, depois de patrocinar em maio a 17ª Feira e Congresso Internacional de Educação – Educar –, o Grupo Expoente também marcará presença no 14º Congresso e Feira Saber, que acontece de 16 a 18 de setembro, em São Paulo (SP). Com o tema “Cuidar do [ 24 ] impressão Pedagógica presente para garantir o futuro – O Saber agindo por um Mundo Sustentável”, esse evento reunirá mais de cem especialistas, entre brasileiros e estrangeiros. Além dos materiais paradidáticos, incluindo o lançamento da coleção História da Música, o estande do Expoente no Saber destacará a robótica educacional, apresentada de maneira dinâmica e interativa. Nesta edição, a Revista Impressão Pedagógica destaca algumas palestras da Educar, sob o ponto de vista dos profissionais do Grupo Expoente. A minha escola precisa crescer. E aí? As necessidades do marketing de relacionamento. Como sua escola está posicionada em relação à concorrência? Análise precisa dos pontos fortes e do que deve ser melhorado. Palestrante - Christian Rocha Coelho, formado em Comunicação pela Universidade Mackenzie e pósgraduado em Propaganda e Marketing pela ESPM. fazem muito e contam pouco. As instituições devem se comunicar com pais e alunos, permanentemente, por meio de banners, e-mails, cartazes, faixas, informativos, jornais murais, entre outros. Tempo Voa. Ex-diretor de marketing de O Boticário, Proteção à Natureza. “Entre os principais conceitos que a comunicação deve reforçar na relação entre a pertencimento, concentrar os esforços em projetos e na comunicação durante o primeiro semestre, para dedicar a segunda metade do ano principalmente às rematrículas. Segundo Christian, o a percepção da qualidade do ensino, e as noções de carinho, afeto, atenção e reconhecimento. O primeiro público de uma escola são seus professores e funcionários . percentual médio de rematrículas em escolas privadas São eles que atendem diretamente o cliente, e brasileiras é de 70%, com 10% de concluintes e 20% de perdas. vão propiciar um bom relacionamento com as famílias e os alunos. No geral, apenas 5% dos colaboradores pesquisas a estratégia da empresa. Por isso, é importante reforçar a entendem de avaliação. Elas devem ser feitas sempre no primeiro semestre, jamais no segundo, pois podem impactar negativamente as comunicação interna. Os colaboradores precisam compreender que quem não atende diretamente o rematrículas, passando a ideia de que há algo errado, que precisa ser melhorado. Um retorno de respostas de 30% já é ótimo. cliente, deve ajudar os que atendem. Marketing não significa investir somente em promoção e propaganda. Um bom Em relação à divulgação, a escola deve de abrangência e apenas 20% para outras regiões da cidade. A escola também deve manter em mente que o seu diferencial maior é o trabalho pedagógico, e não o espaço físico.” Marco Aurélio Kalinke – Diretor da Unidade Expoente Boa Vista idealizador das campanhas O Tempo Passa, o família e a escola, estão o senso de O palestrante reforçou que se devem concentrar 80% dos recursos à sua área Ex-diretor de comunicação do Banco Bamerindus, onde criou o conceito da Fundação Boticário de “As escolas O mesmo vale para as Palestrante - Eloi Zanetti, consultor de marketing. marketing de relacionamento é mais importante do que grandes ações de veiculação. Mas o que é relacionamento neste contexto? É estar junto, sem necessariamente estar presente. Um bom relacionamento exige parceria e cumplicidade, e precisa ser vantajoso para todas as partes.” Danielle Ribas – Assessora de Comunicação do Grupo Expoente impressão Pedagógica [ 25 ] A Produção Simbólica e a Desconstrução do Erro no Aprendizado Palestrante – Mario Sérgio Vasconcelos, Psicólogo formado pela Unesp. Mestre e Doutor em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano/USP. PósDoutorado em Processos Cognitivos pela Universidade de Barcelona. “A escola deve transformar informação em Podemos Formar na Inovação? Limites e Horizontes na Escola Palestrante – Marc Giget (França) – graduado em conhecimento, considerando que as Ciências Sociais e Doutor em Economia representações mentais se constroem nas Internacional pela Universidade de Paris I, interações do indivíduo com o mundo. Por isso, imitações, jogos e Sorbonne, França. Fundador do Instituto Europeu brincadeiras colaboram no aprendizado, desenvolvendo o raciocínio e o imaginário. No contexto escolar, aprender é construir ideias, que incluem símbolos e signos ligados aos conteúdos das disciplinas. Porém, tais conteúdos só ganham sentido se correspondem às de vida dos alunos. experiências Contextualizados à cultura do aluno, os novos conteúdos ganham valor e conduzem à reflexão e ao pensamento crítico. A perda do significado na aprendizagem é uma das causas da evasão escolar. Sobre a desconstrução do erro, o palestrante citou Freinet: “Do ponto de vista da intervenção, um erro corrigido pode ser mais fecundo que um êxito imediato, porque a comparação da hipótese falsa e suas consequências proporciona novos conhecimentos.” Ao finalizar, Vasconcelos sublinhou o perigo de um aluno passar sua vida na escola, sem que esta promova as relações entre razão e afeição, cognição e emoção, que são todas de um mesmo saco.” farinhas de Estratégias Criativas e de Inovação. “O processo educacional precisa incluir uma cultura da inovação , pois os conhecimentos são múltiplos e estão em permanente evolução. Devemos inserir o novo na realidade – integrar o melhor do conhecimento a produtos criativos. Inovar é transformar sonhos em realidade. Mas para inovar temos que vencer a nostalgia. Inovação não é mera questão de processo, mas de cultura, que está em valores compartilhados e em permanente movimento. O conhecimento não pode ser desmaterializado, mas sim difundido pela educação. Segundo Giget, no quesito inovação, a imaginação é mais importante do que o conhecimento. Ele também ressaltou a importância dos estudos de filosofia nas escolas, pois ela deve funcionar para abrir as mentes para a inovação. A dinâmica de projetos é uma das expressões dessa concepção. Em sua globalidade, a elaboração de projetos permite que os alunos analisem problemas, situações e acontecimentos, em contexto, utilizando e associando conhecimentos curriculares com experiências e práticas socioculturais.” Sandra Poli – Gerente do Centro de Excelência em Elisabete Piscke Monteiro - Coordenadora de Educação Expoente Desenvolvimento do Material Didático [ 26 ] impressão Pedagógica impressão Pedagógica [ 27 ] [ salada cultural ] A literatura O Pequeno Nicolas Sucesso de venda e crítica desde os anos 50 na França, a coleção Le Peti t Nicolas possui mais de 20 títulos no mercado. Os livros mostram as aventur as do menino Nicolas e a convivência com a família e os amigos de escola. Na adaptação para o cinema, lançada rece ntemente, Nicolas vive uma vida tranquila e se sente amado pelos pais, até o dia em que escuta sem querer uma convers a e conclui que sua mãe está grávida. A partir de então, o men ino entra em pânico e chega a imaginar até que vai ser aba ndonado na floresta depois do nascimento do irmãozinho. Um filme divertido que presta homenagem a um dos persona gens infantis mais conhecidos da literatura francesa. FILME - O Pequeno Nicolas (Le Petit Nicolas), França 2009 Duração: 91 minutos – Direção: Laur ent Tirard LIVRO - Coleção Le Petit Nicolas, França 1954 Autores: Jean-Jacques Sempé e Ren é Goscinny A Onda a Uma história polêmica e baseada em fatos reais. A experiência realizada na Califórni aula uma Em Onda. A livro o inspirou Jones dos anos 60 pelo professor de história Ron um sobre autocracia, um aluno afirma que seria impossível repetir a disseminação de uma criar então decide r professo O atuais. regime autoritário nos dias simulação para reproduzir em sala de aula alguns clichês do nazismo. Com o slogan Poder, Disciplina e Superioridade, os alunos criam e se envolvem fanaticamente no movimento intitulado A Onda. A experiência extrapola os limites da sala de aula, toma as ruas da cidade, e se torna cada vez mais violenta. Quando percebe que a situação está fora de controle, o professor decide revelar aos alunos que nada daquilo é real. Ron Jones autorizou a filmagem da história somente quarenta anos depois do ocorrido, com a condição de que o filme se passasse na Alemanha atual. FILME - A Onda (Die Welle), Alemanha 2008 Duração: 107 minutos – Direção: Dennis Gansel LIVRO - A Onda (The Wave), Estados Unidos 1981 Strasser (sob o pseudônimo de Morton Rhue) Todd Autor: Glossário do Aluno L-Z Para falar a língua dos alunos, o professor precisa conhecer os temas e ídolos do momento Mangá – histórias em quadrinhos feitas no estilo japonês. Vários deles já se tornaram animações em vídeo, para a televisão ou cinema, quando recebem o nome de anime. [ 28 ] impressão Pedagógica MySpace – criado em 2003, é uma rede virtual interativa de fotos, blogs e perfis de usuário. É bastante popular entre bandas e músicos por hospedar arquivos de música no formato MP3. Atualmente, é a rede social mais utilizada nos Estados Unidos. a e d a inv a telona Quincas Berro D’Água família para cair na de sua vida tranquila, abandona a Um funcionário público, cansado ndonados, Quincas aba ro D’Água. Para os parentes farra e recriar-se como Quincas Ber to no mor dia ele é realmente encontrado morreu moralmente. Até que um a o, a imagem de boêmio beberrã quartinho em que vive. Para apagar rro “respeitáveis”. Tudo vai bem, até família organiza um velório e um ente a ncas decidem levá-lo para uma últim que os amigos de bebedeira de Qui ado vador, o clássico de Jorge Am farra. Filmado nas ladeiras de Sal o excelentes críticas. No elenco estã estreou no cinema esse ano, com s, nca o Paulo José, no papel de Qui nomes conhecidos do público, com es, Vladimir Brichta e Milton Gonçalv Marieta Severo, Mariana Ximenes, entre outros. sil 2010 FILME - Quincas Berro D’Água, Bra Machado Duração: 102 min - Direção: Sérgio ncas Berro D’Água, Brasil 1961 LIVRO - A Morte e a Morte de Qui Autor: Jorge Amado Alice no País das Maravilhas O filme de Tim Burton não é um a transposição exata do clássico da literatura para as telas, mas uma continuação livre da história criada por Lewis Car roll . Alice agora tem 19 anos e está prestes a ser pedida em casamento, em uma festa da nob reza em Oxford. Apavorada com a ideia de se cas ar com um aristocrata mimado e sem graça, ela foge seguindo o fam oso Coelho Branco, e chega nov amente ao País das Maravilhas. Lá, ree ncontra o Chapeleiro Louco, o Ratão, a Rainha de Copas e todos os per sonagens de sua aventura anterio r. O problema é que Alice não se lem bra de ter visitado o local quando tinha seis anos, e acredita que tudo não passa de um estranho son ho. Com cenários surrealistas, criados por computação gráfica, o filme já se tornou a quinta maior bilheteria da história do cinema, superando a marca de US$ 1 bilhão. FILME - Alice no País das Marav ilhas, EUA 2010 Duração: 108 min - Direção: Tim Burton LIVRO - Alice no País das Marav ilhas, Inglaterra 1865 Autor: Lewis Carroll Percy Jackson – personagem fictício da série de aventuras escritas por Rick Riordan e adaptadas para o cinema. Filho de uma mortal e de Poseidon, o semideus adolescente é amável, e disposto a arriscar sua vida para salvar seus amigos e até mesmo seus inimigos. Restart – banda paulistana, criada em 2008, que se tornou famosa após ter mais de 2 milhões de acessos no MySpace. A internet é o principal meio de divulgação de suas músicas. Podcast – nome dado ao arquivo ou série de episódios de vídeo ou áudio digital, geralmente em formato MP3, publicado na internet. É a união em inglês de Personal On Demand, que significa algo pessoal e sob demanda, e broadcast, transmissão de rádio ou televisão. Zac Efron – aos 22 anos, o ator e cantor americano já participou de 13 filmes e 12 séries de televisão. Tornouse conhecido ao interpretar o galã do filme High School Musical. impressão Pedagógica [ 29 ] rência I Confe nal sobre os Internacio s Sete Saberes necessário à Educação do Presente de Professores de Línguas Oficiais do Mercosul IV Congresso Brasileiro de Educação Especial o tes e profissionais da área de Educaçã Direcionado a pesquisadores, estudan para os ejad plan os, curs mini e s mesas redonda Especial, o congresso terá simpósios, política e as novas práticas estabelecidas pela atender às diferentes expectativas sobr ovido pela Associação Brasileira de de inclusão escolar adotada no país. Prom de São l – ABPEE e pela Universidade Federal Pesquisadores em Educação Especia os Carl São em o, mbr nove de o de 02 a 05 Carlos – UFSCar, o evento será realizad r.br. fsca e4.u .cbe www podem ser feitas no site (SP). As inscrições já estão abertas, e [ 30 ] impressão Pedagógica CONGRESSOS De 19 a 22 de outubro, docentes e pesquisadores das línguas portuguesa e espanhola terão a oportunidade de compartilhar experiências entre as instituições e associações dos quatro países do Mercosul. O evento, promovido pela Universidade Est adual do Oeste do Paraná – Unioeste, acontece em Foz do Igu açu (PR). Com o lema “Línguas, sistemas escolares e inte gração regional”, o congresso propõe a discussão de políticas linguísticas, legislação, implantação das líng uas nas escolas e formação de professores, entre outros. Insc rições e informações no site www.unioeste.br/eventos/cipl om. FEIRAS I Congresso Internacional PRÊMIOS al A Unesco e a Universidade Estadu de e idad do Ceará, associadas à Univers ncia Barcelona, oferecem esta conferê ar Edg de inspirada nos ideais da obra sà ário ess Morin – Os Sete Saberes nec que nto, Educação do Futuro. O eve em acontece de 21 a 24 de setembro, do ça Fortaleza (CE), terá a presen de sociólogo e filósofo Edgar Morin e da te Vincent Defourny, representan antes Unesco no Brasil. Além dos particip a a vist presentes no local, está pre 0 participação virtual de mais de 500 ncia ferê pessoas, em salas de telecon no site distribuídas pelo país. Inscrições www.uece.br/setesaberes. EVENTOS [ agenda ]
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