IP-46 Privada-31-8-Final.pmd

Transcrição

IP-46 Privada-31-8-Final.pmd
[ editorial ]
Educadores
Hoje vamos mexer em uma ferida muito
dolorida. Vamos focalizar um assunto que
tem permeado a mídia ultimamente, e tem tudo
a ver com a nossa responsabilidade
profissional.
Deixo de lado comentários sobre
vários temas, para tentar delimitar: “o papel
da Família, do Estado e da Escola”.
A palmatória é aceitável? Pode o Estado
legislar sobre isso?
Convenhamos, caros educadores:
desde quando, em um mundo globalizado,
democrático, o Estado pode interferir em um
assunto dessa envergadura? Já não basta
que os nossos legisladores, com ou sem
razão, incluam a torto e a direito nos
currículos conteúdos a seu bel prazer, sem
que as instituições educacionais, públicas
ou privadas, sejam ouvidas, sem que sejam
criadas condições técnicas e pedagógicas
para que sejam implementados tais
conteúdos?
[ índice ]
É fácil determinar por lei o ensino
obrigatório “disso e daquilo”. Porém não basta
dar prazo para a implementação. Seria
necessário que a sociedade, como um todo,
estabelecesse os limites de suas reais
necessidades.
Eu me pergunto, dia a dia, minuto a
minuto: não seria mais lógico o Estado se
limitar a um currículo básico elementar, e
deixar a sociedade, como um todo, trabalhar
sobre essa base, para atender especificamente as comunidades em que escolas
e famílias estão inseridas?
Na Gazeta do Povo (principal jornal
publicado em Curitiba) de 29 de agosto deste
ano, João Malheiro declara: “Deverá haver
sempre uma grande integração entre os pais
e professores. Ambos devem estar
motivados para alcançar uma série de
objetivos educativos e formativos para os
seus filhos/alunos”.
Gabriel Chalita, na entrevista desta
edição da Revista Impressão Pedagógica, diz:
“Um dos objetivos da educação é ensinar a
conviver. Bom seria se os pais dessem o
exemplo primeiro. Os filhos precisam de
referências. (...) O professor é a alma da
educação.”
Ora, sempre
que se fala em
educação, fala-se
em “aluno”, “família” e “educador”.
Jamais mencionase “o Estado” ou “o
político”. Falar
(como alguém já Armindo Angerer
Diretor-Geral
falou e escreveu) Grupo Educacional Expoente
que “os cidadãos
pertencem ao Estado”, é no mínimo afirmar
que o Estado veio antes do Ser Humano!
O Estado existe para servir o Ser
Humano, e não o contrário! Sempre que o
Estado interveio de forma ditatorial no
sistema, o resultado foi desastroso. E nós
queremos que desastres se repitam?
Educadores: vamos ler a Declaração
Universal dos Direitos Humanos, o artigo 205
da nossa Carta Magna e os artigos 1º e 2º
de nossa LDB. Essas interpretações, que
não deixam dúvidas, já bastariam para
esclarecer toda essa parafernália montada
pelos burocratas da educação!
Uma boa leitura para todos.
4
Entrevista: o escritor
Gabriel Chalita fala sobre
moral e ética
19
Educação
Musical: fortaleça a
relação aluno-escola
com a música
8
Tema Pedagógico:
Arte - Leitura de Mundo
é o novo tema
2011/2012
[ expediente ]
Direção-Geral: Armindo Vilson Angerer
CEEE: Sandra Poli
Jornalista Responsável: Danielle Ribas
(Mtb
3853/15/46v)
Revisão: Daniela Lemos da Cruz
Gabriela Sbeghen
Design: Augusto de Paiva Vidal Neto
eixeira
Marketing: Jomara TTeixeira
Pré-Impressão: Alexandre Straube
Fotolitos e Impressão:
Editora Gráfica Expoente: Antonio Both
Av. Maringá, 350 – Pinhais-PR
CEP: 83324-000 – TTel.:
el.: 41 3312 43 50
Fax: 41 3312 43 70
Tiragem: 20 000 exemplares.
Impressão Pedagógica é uma publicação semestral, de circulação
nacional, dirigida a diretores de escolas, coordenadores e professores,
sendo distribuída por mailing personalizado. Não nos responsabilizamos por
opiniões expressas nos artigos assinados. Todos os direitos reservados.
24
Feiras: uma vitrine de
produtos e idéias
10
Matéria de capa: o que é e
como promover uma
educação inclusiva
28
Salada cultural: dicas de
livros e filmes educativos
impressão
impressão Pedagógica
Pedagógica [ 3 ]
[ entrevista ]
O escritor Gabriel Chalita em palestra na Feira Educar, que reuniu centenas de profissionais da área educacional
Devemos
ensinar o amor
Nascido em Cachoeira Paulista,
no interior de São Paulo (SP), Gabriel
Chalita começou a lecionar aos 15
anos, em uma escola pública. “Na
sala de aula experimento a lição de
ser aprendiz e mestre ao mesmo
tempo. Professo a fé na educação como professo a fé na pessoa humana”,
[ 4 ] impressão Pedagógica
afirma. Doutor em Filosofia do Direito
e em Comunicação e Semiótica,
mestre em Direito e em Ciências
Sociais, foi secretário da Educação
do Estado de São Paulo. É também
membro da Academia Brasileira de
Educação e da Academia Paulista de
Letras, e autor de mais de cinquenta
livros, entre eles: Educação: a solução
está no afeto, Os Dez Mandamentos
da Ética, Pedagogia do Amor, e
Cartas entre Amigos. Nesta entrevista
exclusiva à Revista Impressão Pedagógica, Gabriel fala sobre temas que
preocupam os profissionais de
educação.
“Em vez de
um professor
rigoroso do ponto
de vista
comportamental,
talvez seja
melhor investir no
professor como
parceiro mais
experiente,
entusiasta de
conquistas.”
IP – Um dos principais temas de
suas palestras é a questão da
moral e da ética. Como o professor participa da formação do aluno
nesta área?
Chalita - Os mestres deste século 21
encontram gigantescas dificuldades
para educar, pois os adolescentes,
cada um a seu modo, desfilam
comportamentos próprios do processo
de crescimento. Alguns professores
criticam os alunos e cruzam os
braços. Outros preferem conhecer
suas histórias e ficam fascinados com
a genialidade, o carisma, e o afeto que
descobrem. É preciso que pais e
pedagogos descubram uma nova
forma de lidar com a questão. Ao
explorar a habilidade social do aluno,
o educador estimula sua inserção no
grupo, formando a base para seu
desenvolvimento e autoconhecimento.
Esse aluno-cidadão seria ético e,
portanto, feliz, no conceito aristotélico.
IP – Mas como trazer a moral e a
ética para o dia-a-dia da sala de
aula?
Chalita – Primeiro, o professor tem
que ter a percepção de que o processo
de convivência humana vai gerando um
hábito, uma postura do aluno. Às
vezes, o professor acha que determinado aluno é naturalmente agressivo. Não, ele não é naturalmente
agressivo. Essa agressividade vem de
alguns fatores, pode ser influência de
casa, da mídia e das relações
escolares. A ética desse aluno vai
sendo comprometida por esses
valores e vai se formando uma moral
comprometida. Ao acompanhar de
perto a violência, a criança acaba
incorporando essa violência na sua
postura de vida, e começa a achar que
é certo ser violento, que o valente é
aquele que bate no outro, que bate e
não apanha. Dentro do processo
educativo o professor tem que ter a
sensibilidade de trabalhar propostas
pedagógicas que ajudem o aluno a se
perceber e a se construir de uma forma
correta. Percebendo o que é o aluno
sendo formado por dentro e o que é a
influência externa na construção de
valores.
IP – O senhor também fala do
perigo do recorte de contextos,
que acontece muito hoje em dia
em função da internet. Uma frase
é retirada da sua situação e utilizada para embaraçar, envergonhar ou comprometer o outro.
Como formar uma geração que
conviva com a ética e saiba interpretar os contextos?
Chalita - Você tem que olhar o aluno
e perceber que o outro é importante.
O saber e o sabor são palavras de
mesma origem, ou seja, eu não
consigo desenvolver uma habilidade
cognitiva se eu não desenvolver o
emocional e o social. Essas três
habilidades caminham juntas.
IP - Convivência e cooperação são
conceitos distintos. Como ensinar
a conviver, e como ensinar a
cooperar?
Chalita - Um dos tantos objetivos da
educação é ensinar a conviver. E o
convívio significa respeito, cooperação
e ternura. Bom seria se os pais
dessem o exemplo primeiro. Os filhos
precisam de referências. Precisam
que os políticos e as pessoas de
alguma visibilidade também se
preocupem em viver de maneira
Chalita acredita no professor entusiasta de conquista dos alunos
impressão Pedagógica [ 5 ]
professor que leva o conhecimento
para a sala de aula. O conhecimento
está em todo lugar. Em vez de um
professor rigoroso do ponto de vista
comportamental, talvez seja melhor
investir no professor como parceiro
mais experiente, entusiasta de
conquistas. A didática também pode
ser envolvente. No lugar de longas
fórmulas para decorar, problemas que
envolvam áreas distintas do
conhecimento e fontes diversas como
livros, internet, colegas. No lugar do
mecânico, o lúdico. No lugar do
teórico, o prático contido numa música
de Chico Buarque de Holanda, num
poema de Drummond, em textos de
jornais e revistas, em filmes. O aluno,
estimulado, se transformará em um
pesquisador ávido. São maiores as
chances de que venha a ler Machado
de Assis por sentir-se seduzido pelo
prazer da leitura do que por ter sido
obrigado.
correta e que, na escola, professores
e alunos possam interagir de modo a
construir relações éticas, que gerem
um clima de confraternização e
cooperação.
IP – Nas suas palavras, “a
convivência pesa, mas ninguém
nasce pesado”. Como tirar esse
peso da profissão de educador,
tão pouco valorizada no país e que
enfrenta tantas dificuldades?
Chalita - O professor é a alma da
educação. Valorizá-lo, com formação
continuada e iniciativas para o
incentivo à leitura, valorização salarial
e reconhecimento afetivo, é caminho
simples, testado e infalível para
começar a romper barreiras. Mas,
também precisamos valorizar a
[ 6 ] impressão Pedagógica
simplicidade do cotidiano, optar pelo
amor em vez do ódio. Devemos
ensinar o amor, precisamos formar
uma geração que pense de forma ética
sem descartar as pessoas. Hoje é
muito comum as pessoas verem umas
às outras, mas não se enxergarem
como seres humanos. A base da ética
é a compaixão, é o ato de se colocar
no lugar da outra pessoa.
IP – O senhor também destaca o
papel do educador como um
instigador do conhecimento, no
lugar de facilitador. Qual a diferença entre os dois?
Chalita - O conceito do facilitador é
aquele que traz o conhecimento para
que o aluno se aproprie daquela
informação. Hoje em dia, não é o
“O professor é
a alma da
educação.
Valorizá-lo, com
formação
continuada e
iniciativas para
o incentivo à
leitura,
valorização
salarial e
reconhecimento
afetivo, é caminho
simples, testado
e infalível para
começar a romper
barreiras.”
Anuncio
[ tema 2011/2012 ]
Arte –
Leitura de
Mundo
“Não se alfabetiza fazendo apenas as crianças juntarem as letras. Há uma alfabetização
cultural sem a qual a letra pouco significa. A leitura social, cultural e estética do meio ambiente
vai dar sentido ao mundo verbal.”
Ana Mae Barbosa - arte-educadora
A busca pela inovação, o
exercício da criatividade, a
interpretação de pessoas e
contextos. Algumas das
características atualmente
consideradas fundamentais para o
desenvolvimento pessoal e
profissional podem ser estimuladas
por meio da arte. O novo tema
pedagógico 2011/2012 Arte - Leitura
de Mundo tem a proposta de reforçar
uma educação humana, que, além
de despertar no aluno as noções de
sensibilidade e estética, o incentiva
a expressar-se e a compreender a
expressão do outro.
“Precisamos reaprender a
valorizar as diversas formas de o ser
humano interpretar a realidade à sua
volta. Uma das ferramentas para
essa aprendizagem é a leitura da
arte. O individualismo, incentivado
pelo nosso modo de vida e pela
tecnologia, também nos faz perder a
sensibilidade de perceber como o
outro lê o mundo e o interpreta, seja
pela postura, pelo olhar, pela
maneira como ele se expressa além
[ 8 ] impressão Pedagógica
das palavras”, afirma Sandra Poli,
Gerente do Centro de Excelência
em Educação Expoente - CEEE.
Arte e conhecimento
Libertadora, revolucionária,
engajada, debochada. A arte
assume funções e formatos
diversos ao longo da história da
humanidade, por isso transita tão
facilmente por todas as disciplinas.
Na Biologia, pode-se tratar das
representações do corpo humano
nas pinturas. Os
instrumentos musicais fornecem
exemplos sobre a propagação do
som, no estudo da Física. Na
História, o quadro Guernica, de
Picasso, é uma lição silenciosa e
inesquecível sobre os horrores da
Guerra Civil espanhola. As obras de
Michelangelo, então, são exemplos
do brilhantismo no uso das
proporções matemáticas. E esses
são apenas alguns poucos
exemplos de como a Arte está
intimamente relacionada ao
conhecimento humano.
O tema Arte - Leitura de Mundo
estará presente nas capas e nos
conteúdos do material didático, nas
agendas escolares, no Portal Escola
Interativa, e nos materiais de apoio
aos professores. “Pela amplitude do
tema, ele aparecerá novamente
dividido em 12 eixos que facilitam a
compreensão de alunos e
professores”, explica Sandra.
O ensino de Artes é obrigatório
desde 1996, mas em julho desde
ano foi sancionada a Lei 12.287,
que obriga a disciplina em
todos os níveis da Educação
Básica. Segundo a lei, ela deve
promover o desenvolvimento cultural
dos alunos. No material didático do
Expoente, o conteúdo de Arte está
presente em todas as séries da
Educação Básica.
“Nossa proposta com o
tema é ir além. É
proporcionar o olhar da arte
em todas as disciplinas, por
meio de um material
abrangente. A arte será o fio
condutor do desenvolvimento
de nossos alunos”, finaliza
Sandra.
Os 12 eixos do tema
1. ARTE: Reflexo da história
• Obra de arte - “filha do seu tempo”
• O nascimento da arte (pinturas rupestres)
• O mundo antigo (arte cristã e medieval)
2. ARTE: Um salto no tempo e nos estilos artísticos
• Renascimento
• Barroco e Neoclassicismo
• Romantismo
3. ARTE: O homem reinventando sua história
• Impressionismo
• Vanguardas do século XX
• Arte contemporânea
7. TEATRO: O corpo em expressão
• História do teatro
• Gêneros dramáticos (tragédia e comédia)
• Teatro brasileiro
8. FOTOGRAFIA: Início dos tempos modernos
• Nascimento da fotografia
• O olhar do fotógrafo
• Fotografia em PB, colorida e digital
9. CINEMA: Arte em movimento
• O nascimento do cinema
• Estados Unidos e o cinema como indústria
• Europa e o cinema como arte
10. ARTE DIGITAL: Um encontro entre arte e
tecnologia
4. MÚSICA: Emoção e sentimento
• Os cinco elementos que definem o som
• Instrumentos musicais
• Música brasileira
• Pintura e desenho digital
• Ilustração
• Desenho animado
11. ARTE BRASILEIRA: Uma viagem de
5. DANÇA: O corpo em ação
• Danças primitivas e religiosas
• Dança moderna e dança contemporânea
• Danças brasileiras
6. LITERATURA: A arte escrita
• Poesia
• Prosa
• Literatura brasileira
exploração do passado
• Arte rupestre e indígena
• Arte colonial e arte barroca
• Arte no império de Dom Pedro II
12. ARTE BRASILEIRA: Nosso jeito de fazer arte
• A Semana de Arte Moderna
• Arte concreta
• Tendências da arte atual
impressão Pedagógica [ 9 ]
[ matéria de capa ]
[ 10 ] impressão Pedagógica
Inclusão
Escolar
Respeitar as diferenças e combater as desigualdades são atitudes
essenciais para promover uma educação inclusiva
As aulas da professora Simone
Kleina aconteciam com a porta da
sala aberta. Do lado de fora, ficava o
menino G.M., de 6 anos. A cena
inusitada se repetiu durante dias,
até que o aluno decidiu, pela
primeira vez, entrar em uma sala de
aula. G.M. apresenta autismo. Ser
obrigado a ficar em um local
estranho e repleto de
desconhecidos seria um suplício
para ele, e certamente provocaria
uma reação agressiva. Por mais
contraditório que pareça, respeitar a
vontade dele de permanecer do lado
de fora da sala de aula foi a maneira
encontrada para iniciar seu
processo de escolarização. Uma
situação real, que aconteceu no
Colégio Expoente Água Verde, em
Curitiba (PR), ilustra o conceito de
educação inclusiva.
Uma escola inclusiva é aquela
que garante qualidade de ensino
para todos os alunos, reconhecendo
e respeitando os talentos e
limitações de cada um deles, mas
sem diferenciá-los por cor, sexo,
religião ou características físicas.
Incluir não significa ignorar as
diferenças. Neste caso, G.M. seria
obrigado a entrar na sala de aula no
primeiro dia, assim como os outros
alunos. Incluir é legitimar as
diferenças, mas não as
desigualdades.
Diferenças existem em todas
as salas de aula. O ritmo e o nível
de aprendizagem variam de aluno
para aluno, independente de
características físicas. No entanto,
por serem mais facilmente
rotulados, os alunos com deficiência
são normalmente associados à
inclusão escolar, como se
representassem homogeneamente o
único grupo “diferente” que precisa
ser incluído. Nesta reportagem,
apresentaremos histórias de alunos
com deficiência por serem situações
emblemáticas, que costumam
transformar a escola e despertá-la
para o verdadeiro conceito de
inclusão – a inclusão para todos.
Acompanhamento
profissional
Após conhecer a proposta
pedagógica de mais de vinte
escolas em Curitiba, a psicóloga
Mara Aguila, que atende G.M., optou
pelo Colégio Expoente por dois
motivos: a receptividade e a abertura
para parceria. “Quando eu dizia que
se tratava de uma criança com
autismo, muitas escolas já
descartavam a possibilidade de
matrícula, por telefone mesmo. No
Expoente, senti que as portas
estavam abertas. Além disso, a
coordenadora foi muito sincera ao
admitir que não tinha a experiência
necessária, mas que estava
disposta a trabalhar em parceria
comigo e com a família”, afirma
Mara.
Por indicação da psicóloga,
G.M. começou a frequentar as aulas
em horários gradativos, pois
ninguém sabia ao certo qual seria
sua reação na escola. “A tutora da
família permaneceu ao lado dele
durante quinze dias. Estávamos
todos atentos ao processo de
adaptação”, afirma Flávia Rubick,
coordenadora de ensino do Colégio
Expoente.
O apoio da família e dos
profissionais que acompanham a
criança é fundamental para garantir
o sucesso do processo, que flui
com mais naturalidade quando a
escola recebe informações sobre
qual a melhor maneira de tratar
aquele aluno, o que funciona e o que
não funciona. “A escola precisa
impressão Pedagógica [ 11 ]
estar aberta e disponível para aceitar
esta ajuda. Não é possível trabalhar
inclusão achando que a escola é
autossuficiente”, diz Flávia.
Neste curto período de
convivência escolar, G.M. apresenta
sinais claros de desenvolvimento. O
primeiro deles é a interação. “Ele já
percebe melhor a presença do outro,
criou vínculos com a professora e
outros adultos da escola, reconhece
e respeita autoridades, além do
desenvolvimento da linguagem”, cita.
Hoje ele assiste às aulas ao
lado dos colegas e entende que não
pode sair da sala quando quer. Por
outro lado, a professora percebe e
respeita quando ele chegou ao seu
limite e precisa de isolamento.
Segundo a psicóloga Mara Aguila, a
presença de alunos com deficiência
intelectual ainda provoca bastante
preconceito nas escolas. Para
[ 12 ] impressão Pedagógica
promover a inclusão da melhor
forma, ela dá três dicas simples: “A
primeira é entender como a criança
funciona, não somente sentá-la em
uma carteira e pronto. A segunda é
garantir que ela se sinta bem na
escola e goste de estar com os
colegas. Por fim, a escola precisa
buscar o conhecimento necessário
para atendê-la, seja em
capacitações ou em parceria com a
família e com outros profissionais”.
A reação dos pais de alunos
também costuma ser uma questão
preocupante. “A questão da rejeição
por parte dos familiares de outros
alunos ocorre muitas vezes em
solidariedade à angústia do
professor. Portanto, se o professor
estiver bem resolvido com essa
questão, todos os outros
conseguirão assimilar melhor o
processo de inclusão”, reforça a
psicóloga Heloisa Helena Ferrari
Chagas. Ela afirma que o processo
de inclusão de pessoas com
deficiências requer
muita discussão,
“principalmente
porque envolve a
relação entre
pessoas de
diferentes
formações e
preceitos morais,
famílias de alunos com ou
sem deficiência completamente
resistentes a essa orientação,
alunos com deficiência receosos de
ficarem desamparados e de serem
rejeitados, e disponibilidade da
própria escola em investir na
acessibilidade para todos”.
Informação e
conscientização
Na Escola Paroquial Nossa
Senhora Aparecida, de Maracaju
(MS), a chegada de um aluno com
deficiência visual iniciou a
transformação rumo à educação
inclusiva. “Foi uma situação nova,
que provocou impacto em um
primeiro momento. Não sabíamos
como seria o cotidiano deste aluno”,
conta Dorli H. Menchik, diretora
pedagógica. A família indicou
profissionais que poderiam auxiliar
os professores, e a escola promoveu
palestras e cursos de informação e
esclarecimento. “Houve um trabalho
de conscientização, de forma que
todos, por meio de pequenas
adaptações, pudessem oferecer a
ele o melhor aprendizado. A escola
se adaptou à realidade do aluno”,
afirma Dorli. Uma destas
adaptações é a utilização do
material didático na versão em
braile, fornecido pelo Sistema de
Ensino Expoente. “Hoje percebemos
que a presença dele não altera em
nada o andamento das aulas”,
completa.
O aluno, de 16 anos, vive a
mesma rotina dos colegas do 2o ano
do Ensino Médio. No intervalo, canta
e toca violão. E não escapa das
aulas de Educação Física, também
adaptadas para ele. “A família está
feliz. Ele está feliz. A nossa maior
preocupação é vê-lo bem e
aprendendo. Hoje ele é um dos
melhores alunos da sala”, revela
Dorli. “A primeira dica para uma
educação inclusiva é receber de
braços abertos todos os alunos.
Mas a escola também precisa
buscar informações para
proporcionar ao aluno o melhor
ambiente de aprendizagem
possível”, finaliza.
Apoio familiar
O Colégio Maria Imaculada, de
Goianésia (GO), atualmente atende
alunos com diferentes tipos de
deficiências intelectuais e físicas.
Por ser conveniada à rede estadual,
a instituição conta com a ajuda de
profissionais especializados do
governo. Um deles é a professora de
recursos Cristina Bernardes da
Silva, que atende os alunos no
contraturno. “Não se trata de reforço
escolar, mas de um trabalho de
estimulação para ampliar o
conhecimento e atender a
especificidade de cada um, como
exemplo, a leitura em braile e o
aprendizado de Libras”, explica
Cristina.
A professora de apoio, Hilda de
Rezende Quintanilha, acompanha
os alunos dentro da sala de aula.
“Minha função é intermediar a aula e
trazê-la para o nível intelectual
deles. Eu adapto e facilito o
aprendizado destes alunos”, explica
Hilda, que é pedagoga e
psicopedagoga clínica, e atua na área
de educação inclusiva há onze anos.
Ela esclarece que não cabe à
escola decidir “quanto” cada aluno
vai aprender, mas proporcionar o
ambiente de aprendizagem: “Já
atendi alunos com laudos médicos
afirmando que jamais conseguiriam
A pr e n d e n d o c o m
as d i fe r e n ç a s
A professora de Ed
ucação Infantil,
Colégio Expoente
Simone Kleina M
, apresenta um re
achado, do
lato pessoal sobre
teve ao receber um
a experiência que
aluno autista em
sala de aula. Seu
dúvidas se transf
s medos e suas
ormaram ao partic
ipar do processo de
de G.M., de 6 an
inclusão escolar
os.
Como trabalhar
tão de perto com
as diferenças? N
simples, mas no
o discurso é
dia a dia... será qu
e
tenho capacidade
todas as dificuld
para lidar com
ades que estão po
r vir? Por onde co
as primeiras de
meçar? Essas fora
tantas pergunta
m
s
que me vinham
recebi G.M. em m
à cabeça quando
inha sala. Comec
ei preparando a tu
lo, e foi assim
rma para recebêmesmo, muitas
leituras, convers
combinados. Ele
as
, explicações e
foi acolhido por
todos com muito
comunicando-s
carinho, mesmo
e pouco, demon
strando agressiv
enorme de não es
id
ad
e e um desejo
tar junto a nós. En
trar na sala de au
Fomos conquist
la
?
Nem pensar!
ando a sua conf
iança aos pouqui
prioridade era qu
nhos. Nossa
e ele aprendesse a
brincar, a intera
e, também, que co
gi
r
co
m os colegas
mpreendesse as re
gras sociais e a ro
escola. Ao longo do
ti
na
da sala e da
primeiro semestre,
as crianças tornar
professores do no
am-se pequenos
vo colega. Aceit
ar as diferenças
amigo tornou-se
e
co
laborar com o
uma ação consta
nte na rotina. A
fala muitas pala
tualmente, G.M
vras e na maior
.
ia das vezes é en
interage com os co
te
ndido por todos,
legas e participa de
algumas aulas es
pe lo n om e os am
peciais. Identifica
ig os de qu em el
e m ai s go st a, at
solicitações, beija
en de al gu m as
, abraça e o mais
importante, dem
feliz junto a nós!
onstra estar mui
to
Ele me ofereceu
a condição de ac
reditar na inclus
que é possível tran
ão, acreditar
sgredir as difere
nças para aprend
er com elas!
desenvolver determinadas atividades
e que, ao serem devidamente
estimulados na escola, contrariaram
todos os diagnósticos”.
Hilda reforça que a presença
da família é fundamental para o
desenvolvimento do aluno, mas que
alguns pais chegam desconfiados à
escola, porque, muitas vezes,
sofreram experiências anteriores
traumáticas. “Eles nem sempre
acreditam na possibilidade de
desenvolvimento cognitivo do filho. E
nós precisamos do apoio e da
presença deles para indicarem
detalhes que ajudam a descobrir
quais técnicas funcionam melhor
para aquele aluno”, explica.
A reação dos colegas de
classe também deve ser encarada
de maneira natural. “É claro que
ainda existem situações de
preconceito, mas elas são mínimas
e tendem a diminuir com o tempo de
convivência. No início, pode haver
uma estranheza e um olhar de
curiosidade, mas eles logo se
transformam em amizade ou
impressão Pedagógica [ 13 ]
Preparando a inclusão
“Não se deve começar o processo de inclusão colocando
o aluno dentro da escola sem que haja um plano global
elaborado pelos responsáveis da instituição de ensino”,
afirma a psicóloga Heloisa Helena Ferrari Chagas. Algumas
recomendações são:
• preparar a acessibilidade do espaço;
• prover a escola de recursos de acessibilidade para a
deficiência visual e auditiva;
• treinar o professor da sala de recursos sobre tecnologia
assistiva, e especializá-lo no atendimento aos alunos com
deficiência, de forma que ele possa oferecer apoio psicológico
e orientação, auxiliando o professor de sala de aula nos
momentos de impasse;
• treinar os professores, orientando-os sobre como lidar
com seus medos e impotências frente às dificuldades de
autonomia das pessoas com deficiência;
• oferecer cursos ou referências bibliográfica para
melhorar o conhecimento dos professores nesta área.
solidariedade. No entanto,
precisamos entender que nem todos
os alunos com deficiências vão ser
amados pelos colegas, e nem todos
vão ser odiados. A relação é a
mesma que se estabelece na
sociedade. Temos mais afinidades
com uma ou outra pessoa,
independente de características
físicas”, afirma.
A psicopedagoga defende que
a escola precisa ser um espaço
democrático de convivência social
com as diferenças: “São diferentes
visões de mundo, prioridades e
valores que se mostram entre os
alunos. No caso de alunos com
deficiências, algumas diferenças
são mais evidentes. Para os outros
alunos, nem tanto. Mas sabemos
que elas existem. Quanto maior a
diversidade, maior a riqueza de
experiência e a possibilidade de
crescimento dos alunos”.
[ 14 ] impressão Pedagógica
Hilda conheceu o envolvimento
do Expoente com educação
inclusiva quando acompanhou a
história da ex-aluna Danieli Halonte,
atriz com deficiência visual, que
participou da novela Caras & Bocas
em 2009. “Eu me senti feliz em
saber que ela estudou no Expoente
em Curitiba, e que utilizou o material
didático em braile. Acredito que o
papel de um sistema de ensino é
trazer a discussão de temas como
inclusão para dentro das escolas”,
finaliza.
O Colégio Maria Imaculada
também acompanha os passos de
uma aluna com deficiência visual
que promete brilhar na vida artística.
Ela tem 12 anos, faz aulas de
teatro, canta, compõe, é bailarina e
coreógrafa. A menina estuda balé
desde os cinco anos, e atualmente
lidera um grupo de dança formado
por mais cinco colegas. Mas não
deixa os estudos de lado. Foi
campeã regional do concurso de
redação Goiás na ponta do lápis, e
nas horas vagas ainda joga futebol.
Quem sabe, em breve, pode estar
na novela das oito...
Curso de Libras
Segundo o último Censo do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil existem quase seis
milhões de pessoas com deficiência auditiva, sendo mais de
um milhão de crianças e adolescentes matriculados na
Educação Básica. A preparação para a inclusão destes
alunos deve começar principalmente pelos profissionais da
área. Por isso, a Faculdade Expoente oferece o curso de
extensão Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, direcionado
aos educadores das Unidades Expoente e de outras
instituições de ensino privadas e públicas, acadêmicos de
Cursos de Pedagogia e Psicologia; e membros da
comunidade. O curso terá início em outubro, e as aulas
acontecerão aos sábados, num total de 45 horas. Mais
informações no telefone (41) 3312-4150 ou no site
www.faculdadeexpoente.edu.br.
[ conveniadas ]
Explore um
Universo de
Conhecimento
Ferramenta de marketing indispensável à captação e manutenção de alunos, a
campanha de matrículas fortalece a imagem das escolas conveniadas
Um universo onde o aprendizado, a imaginação e
a troca de informações e experiências convivem lado a
lado. Este é o conceito criativo da Campanha de
Matrículas Expoente 2011. Com o slogan “Explore um
Universo de Conhecimento”, as peças de divulgação
mostram alunos ao redor de elementos lúdicos, que
representam o conteúdo das diversas disciplinas. O
balão, formado por letras, significa a possibilidade de ir
além na maneira de pensar e na vida.
O objetivo da campanha de matrículas é servir de
apoio às escolas conveniadas nas ações de marketing
direcionadas à manutenção e à captação de alunos. As
peças de divulgação padronizam a comunicação,
fortalecem a imagem da
escola e valorizam a
relação dos pais e alunos com a instituição, pois
transmitem o senso de organização e de
comprometimento.
Na Campanha de Matrículas 2011 será
disponibilizado um conjunto de peças publicitárias que
inclui: anúncio de revista ou jornal, banner, cartaz,
comercial de rádio, e-mail marketing, faixa, fôlder,
marcador de página, móbile de teto, protetor de tela e
web banner. Para ter acesso às peças publicitárias
entre com sua senha no Portal Escola Interativa
(www.escolainterativa.com.br), no link Marketing.
impressão Pedagógica [ 15 ]
[ conveniadas ]
Colégio Christus desenvolve
o projeto Meu Brasil Brasileiro
O ano de 2010 será verde e amarelo do início ao fim para os alunos da
Educação Infantil do Colégio Christus, de Fortaleza (CE). Com o projeto “Meu
Brasil Brasileiro”, os alunos desenvolvem atividades que envolvem as famílias,
as professoras e as coordenadoras da escola, para conhecer e valorizar a
pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro.
No início do projeto, o colégio organizou um baile de carnaval, quando
alunos e familiares se divertiram fantasiados nas cores da bandeira
brasileira, ao som de marchinhas tradicionais. Em
maio, as mães foram homenageadas na festa
“Mamãe brasileira em primeiro lugar”. Em junho, a Copa do
Mundo, na África do Sul, ofereceu a oportunidade de trabalhar notícias sobre a seleção
de futebol e o respeito entre os jogadores e as torcidas de todas as nações.
Para finalizar o primeiro semestre, os alunos participaram de um animado “arrasta-pé
junino”, com ritmos e danças das regiões brasileiras, além da “XI Mostra de Atividades e
Projetos”, com a exposição das atividades realizadas pelos alunos.
No segundo semestre, o Dia da Independência do Brasil e as eleições farão parte
do projeto. O tema também está sendo desenvolvido por meio de atividades
pedagógicas de linguagem, matemática, natureza e sociedade, artes, música e inglês.
Aprovação
recorde no
Colégio Alicerce
Além da dificuldade em relação ao conteúdo, os alunos
que participam de processos de seleção têm sempre uma
preocupação a mais – a concorrência. Mas os estudantes do
Colégio Alicerce, de Goiana (PE), superaram até mesmo o fato
de apenas 20% das vagas da Escola Técnica Aderico Alves de
Vasconcelos serem destinadas às escolas particulares. Mais
de 50% dos alunos foram aprovados na concorrida seleção para
os cursos técnicos de hospedagem e rede de computadores,
uma conquista que reafirma a qualidade do ensino da instituição.
[ 16 ] impressão Pedagógica
Medalhas na
Olimpíada
Paranaense
de Química
Parabéns aos alunos do Colégio Suzana
Wesley pela classificação na etapa regional da
Olimpíada Paranaense de Química do Cefet:
Jakeline S.Garcia - Medalha de Prata
Lucas R. de Paula - Medalha de Bronze.
[ conveniadas ]
Feira de Ciência do
Colégio Impacto
Oferecer uma educação inovadora e de qualidade em um ambiente
acolhedor, que possibilite o desenvolvimento pleno de cidadãos conscientes
e felizes. A Feira de Ciências do Colégio Impacto, de Ilhéus (BA),
representou na prática a missão da instituição. O evento, que aconteceu em
maio, teve a apresentação de experiências científicas utilizando materiais
recicláveis. Além dos estudantes do Ensino Fundamental do colégio, também participaram da feira os
alunos da Universidade Estadual de Santa Cruz (BA). Foi um momento descontraído de aprendizagem, que
colaborou com a preparação dos alunos para a vida como seres críticos e atuantes na sociedade.
“Sou
Colégio
Brasil” agita o
Santa Bárbara
mais
O Colégio Santa Bárbara, de São Paulo (SP), aproveitou o período de Copa do
Mundo para promover a feira cultural “Sou mais Brasil”. Os alunos pesquisaram e
apresentaram para os pais e familiares um pouco da história de cada estado brasileiro,
seus hábitos, usos e costumes, culinária, danças, festejos, artes e lendas. Na barraca
de comidas típicas do nordeste, havia até buchada de bode. Outro destaque da feira foi
a Robótica Educacional voltada à sustentabilidade e à preservação do meio ambiente.
Os alunos construíram um robô feito de componentes eletrônicos fora de uso. O
evento marcou também a comemoração dos 35 anos de fundação da instituição.
Projeto
Vida
Saudável
Durante cinco meses, os alunos do Jardim Escola Estimoarte, de São Paulo (SP), participaram do projeto
Vida Saudável. O objetivo era desenvolver nas crianças noções como: identificação de materiais recicláveis,
conscientização do aproveitamento do lixo, respeito ao meio ambiente, hábitos alimentares saudáveis, higiene
corporal e com os alimentos, respeito à natureza e admiração por obras de arte. Durante o período do projeto, a
professora Luciana Ribeiro Tiago registrou em fotos os momentos saudáveis vivenciados pelos alunos do maternal
na escola. Depois transformou tudo em um grande álbum, intitulado Vida Saudável é... “Nós trabalhamos pensando
na criança como um ser integral, oferecendo a ela condições para que se construa como sujeito que se emociona,
pensa, busca e é produtivo. Aqui possibilitamos um ambiente agradável, respeitador e cooperativo, que levará as
crianças a serem indivíduos criativos, amorosos, conscientes, críticos e pensantes”, afirma a professora.
impressão Pedagógica [ 17 ]
[ conveniadas ]
Destaques
do
Enem
Escolas conveniadas comemoram os resultados da avaliação do MEC
Para a equipe pedagógica do
Colégio Quasar, em Rio Verde (GO),
o temido Exame Nacional do Ensino
Médio (Enem) contribui para o
crescimento e o desenvolvimento
dos alunos. A instituição conquistou
o 1o lugar de redação no município e
a 13a colocação no estado de
Goiás. Os excelentes resultados
impulsionam a escola no
planejamento de ações coerentes e
dinâmicas que visam à melhoria
contínua no processo de ensinoaprendizagem.
Em busca da melhor
preparação dos alunos, o Colégio
Quasar oferece aulas de xadrez,
[ 18 ] impressão Pedagógica
que ajudam no desenvolvimento do
raciocínio e estratégia; aulas de
atualidades, que promovem o debate
de temas do dia a dia e auxiliam na
produção de textos; laboratórios de
Física, Química e Biologia, para que
o aluno tenha aplicabilidade da
teoria; e oficinas de literatura, que
permitem maior contato com obras
e escolas literárias.
A instituição também incentiva
seus estudantes a participarem de
diversos concursos e olimpíadas,
entre eles: Olimpíada Brasileira de
Astronomia, Olimpíada Brasileira de
Física, Olimpíada Brasileira de
Foguetes, Desafio Nacional
Acadêmico, Concurso de Redação
na ponta do Lápis, entre outros. O
resultado são medalhas de ouro,
prata ou bronze na maioria das
participações.
Em Pernambuco, o Centro de
Excelência Municipal Dom José da
Mota e Albuquerque, de Afogados da
Ingazeira, também garantiu seu
lugar entre as melhores unidades de
ensino de seu estado na classificação das notas do Enem. A escola
ficou em sexto lugar, e foi destaque
nos resultados do Saepe – Sistema
de Avaliação de Pernambuco e do
Ideb – Índice de Desenvolvimento da
Educação Brasileira.
[ música ]
Educação
musical melhora o
vínculo aluno-escola
A música volta em todos os níveis de ensino, e pode ser utilizada para
fortalecer o vínculo do aluno com a instituição educacional
Ela cria ídolos, determina
tendências e influencia o
comportamento de milhões de
pessoas. A importância da música
na vida de crianças e jovens vai
além. Ela desenvolve a coordenação
motora, a expressão corporal e o
raciocínio. No entanto, boa
parte das
Professora Elis durante
apresentação musical no
Encontro Temático 2010,
em São Paulo
escolas perde a oportunidade de
usá-la para criar vínculos com os
alunos e entre eles. A Lei 11.769,
que torna obrigatório o ensino
musical na Educação Básica a
partir de 2011, pode representar uma
grande transformação na relação
música-alunoescola.
“O ensino
musical é subutilizado,
pois ele pode
potencializar a relação
de pertencimento entre
o estudante e a
instituição”, declara
Carlos Alberto de
Paula, professor e
mestre em Educação
e um dos autores do
Material Didático
Expoente, que há
anos inclui a música
na disciplina de Arte,
ao lado do teatro, da
dança e das artes
plásticas.
A lei não especifica conteúdos
nem as séries nas quais deve ser
aplicado o ensino musical. No
entanto, o MEC recomenda que os
alunos aprendam cantos, ritmos, e
sons de instrumentos regionais e
folclóricos que representem a
diversidade cultural do Brasil, além
de noções básicas de música,
cantos cívicos nacionais e sons de
instrumentos de orquestra.
Na Educação Infantil, o
Material Didático do Expoente
objetiva integrar a criança e a
música por meio de brincadeiras e
jogos, conferindo “personalidade”
aos objetos sonoros ou
instrumentos musicais. Segue-se o
princípio de que a música é uma
linguagem que se traduz em formas
sonoras, para expressar e
comunicar sensações, sentimentos
e pensamentos.
Nos primeiros anos da
Educação Fundamental, segundo
Carlos, o material prioriza os
elementos básicos do som e da
impressão Pedagógica [ 19 ]
música. O aluno aprende noções de
ritmo, melodia, intensidade, timbre e
duração. Além disso, são propostas
atividades de canto que incluem
cantigas folclóricas, cânones,
percepção musical e atividades
rítmicas associadas ao movimento
corporal e à dança.
A partir do 5o ano do Ensino
Fundamental até o Ensino Médio,
são apresentadas as
especificidades das estruturas
musicais, seus elementos de
composição e, principalmente,
como elas se transformam ao longo
da história da humanidade. A ênfase
é no caráter social e histórico da
música. “Em todos os níveis, o
segredo para potencializar o ensino
é relacionar o material didático ao
cotidiano dos alunos. Usá-lo como
base para sua educação musical.
Mas é preciso ter cuidado para não
ficar estagnado nesse cotidiano”,
explica Carlos.
prática social, e que há inúmeros
profissionais sem formação
acadêmica musical reconhecidos
nacionalmente. Nesse caso,
independente da experiência
musical, é preciso possuir formação
pedagógica.
A linguagem e forma como o
ensino musical é apresentado no
Material do Expoente, dentro da
disciplina de arte, permitem que o
professor de qualquer uma das
quatro áreas (música, teatro, dança
e artes plásticas) possa aplicá-lo.
No entanto, a escolha por uma
equipe multidisciplinar, ou não, fica
a critério das instituições. “O
material está integrado, mas não
diluído. A abordagem das quatro
áreas é inter-relacionada, mas
sem perder a especificidade de
conteúdo de cada uma delas”,
afirma Carlos.
O Colégio Ideal, de Santa
Bárbara D´Oeste (SP), oferece
Formação específica
ensino musical há mais de 10 anos
A Lei 11.769 não determina a
obrigatoriedade da graduação em
Música para ministrar as aulas. O
artigo que previa a formação
específica
em sala de aula, como parte da
matriz curricular, ou em atividades
extracurriculares em todos os níveis
de ensino. A
profissional
responsável pelas
aulas de música é
envolvida com o
tema desde os 9
anos. Aos 12
entrou para uma
banda. Além de
cantar, toca
violão, guitarra,
la
o
c
s
úsica na E P) contrabaixo e
Aula de m
ndo (S
A
e prende
flauta. Elis
Brincando
Lahr é musicista de
foi vetado pelo
formação, mas ao estudar
presidente por considerar que pedagogia encontrou sua vocação –
ensinar música para crianças.
no Brasil a música é uma
[ 20 ] impressão Pedagógica
Na opinião de Elis, mesmo
sem a exigência da lei, é preciso ter
conhecimentos mínimos para
ministrar a disciplina: “Eu acho
fundamental que o profissional tenha
alguma formação musical. Não
precisa ser músico, mas também
não basta colocar um CD para os
alunos ouvirem.”
Elis busca unir seu
conhecimento acadêmico à
criatividade em sala de aula. “Nós
usamos materiais recicláveis, como
garrafas PET e caixas de sapato
para fabricar chocalhos,
instrumentos de sopro e violões.
Além disso, aproveitamos os
eventos do calendário para
desenvolver atividades durante todo
o ano. Carnaval, Dia das Mães,
Dia dos Pais, Natal e até o tema
do ano entram na lista. Também
fazemos questão de ensinar os
hinos cívicos, que andam tão
esquecidos”, conta ela.
No Colégio Ideal, os alunos da
Educação Infantil têm aulas de 25
minutos por semana e participam de
uma “banda rítmica”. No
Fundamental, são 40 minutos
semanais, que incluem a leitura de
partitura e lições de flauta. Parece
pouco, mas é o suficiente para
provocar grandes transformações
nas crianças e no clima da escola.
Segundo Maibi Leni de Castro,
coordenadora pedagógica da
instituição, entre outros benefícios,
o ensino musical proporciona maior
socialização em todo o ambiente
escolar: “Os alunos trazem seus
violões e, no intervalo, tocam e
cantam em grupo. Nós percebemos,
na prática, que a música desenvolve
a sensibilidade, a criatividade, a
comunicação, a memorização e a
coordenação motora. Para alguns,
até a aprendizagem de idiomas
melhorou em função do interesse
por canções estrangeiras”. Maibi
acredita que a música deveria ser
mais utilizada também por outras
disciplinas. “Quando o professor
canta ou inventa uma música sobre
o tema apresentado em sala de
aula, o aluno memoriza muito mais
facilmente.”
A família, a música
e a escola
Mais um exemplo dos
benefícios do ensino musical é a
Escola Brincando e Aprendendo, de
Pirituba (SP). Os alunos também
participam de aulas de música uma
vez por semana, ou de atividades
extracurriculares. Para as crianças
crianças. Ela
contribui para o
desenvolvimento
psicomotor, socioafetivo,
cognitivo e linguístico,
além de ser facilitadora
do processo de
aprendizagem”, afirma
Andréa Pirassoli,
coordenadora
pedagógica.
Segundo ela, a
musicalização na
Educação Infantil está relacionada a
uma motivação diferente do ensinar,
em que é possível favorecer a
autoestima, a socialização e o
desenvolvimento do gosto e do
senso musical das crianças
dessa fase.
Momento
s
na escola hantala
- música
e massa
gem
O recado é simples. O
ensino musical na Educação Infantil,
Ensino Fundamental e Médio não
tem o objetivo de formar músicos,
mas de despertar o interesse
musical e contribuir para formação
integral do aluno.
de até 3 anos, a aula acontece em
uma roda tocada e cantada. Os
alunos de 4 a 5 anos, além da roda
de música, participam da
“bandinha”, com aulas de
instrumentos musicais de fanfarra e
feitos de sucata.
Mas o grande diferencial da
Escola Brincando e Aprendendo
é a maneira como a instituição
utiliza a música em momentos
de interação entre pais e alunos,
fortalecendo os laços da família
com a escola. Este ano, os
projetos Receita de Felicidade
e A Importância da Música
promoveram inúmeras atividades
relacionadas à música em família.
No Dia das Mães, além de uma
apresentação teatral cantada, a
escola teve o momento shantala,
uma técnica na qual a mãe
massageia todo o corpo do
filho ao som de músicas suaves.
“A música possui um papel
importante na educação das
Coleção História da Música
Os materiais paradidáticos “Coleção História da Música” volumes
I e II, e “Desvendando a Orquestra – Formando Plateias do Futuro” são
ferramentas complementares produzidas pelo Grupo Expoente para
auxiliar as instituições voltadas à excelência no ensino musical.
Formada por dois volumes, a Coleção História da Música
apresenta a história da música clássica ocidental até o século XXI, sua
relação com outras artes, a evolução da orquestra, o ritual universal do
concerto e todos os instrumentos que compõem uma orquestra.
Repleto de atividades, curiosidades e dicas, a coleção é acompanhada
por um CD com pequenos trechos didáticos musicais.
Com uma linguagem leve, direcionada às crianças, o livro
“Desvendando a Orquestra – Formando Plateias do Futuro” também é
acompanhado de um CD, com jogos, sons e palavras
cruzadas, junto com uma
minibatuta. Destaque para a
participação de três
personagens no livro:
Chiquinha (homenagem à
Chiquinha Gonzaga), Villinha
(homenagem a Villa-Lobos) e
Mozart (homenagem ao gênio da
música). Os livros são
comercializados diretamente
com os educadores e com as
escolas públicas e privadas.
impressão Pedagógica [ 21 ]
[ artigo ]
Novas
tecnologias,
métodos antigos
Maurício Gebran*
Todos os
dias, os avanços
tecnológicos se
apresentam na
forma de novos
recursos e
ferramentas mais
completas e
poderosas, a fim
de que as tarefas
do dia a dia
sejam cada vez
mais ágeis.
Essas
*Consultor comercial do Grupo Expoente, professor
tecnologias
da Faculdade Expoente, mestre em Engenharia de
permeiam as
Produção, com ênfase em Mídia e Conhecimento
pela UFSC, e bacharel em Ciências da Computação
atividades
pela PUC-PR.
cotidianas e alteram
a cultura social, os relacionamentos, e também a
maneira de aprender e ensinar. Porém as escolas não
devem se sentir influenciadas, principalmente pelos
meios de comunicação, a ponto de adquirir esses
artefatos apenas para serem consideradas modernas.
Os recursos tecnológicos disponíveis não podem servir
somente para animar uma educação cansada. Eles
devem dar um sentido a mais no processo de ensino–
aprendizagem. De nada adianta, por exemplo, uma
escola possuir um parque computacional invejável, se
os professores não estiverem capacitados a transformar
a tecnologia em instrumento educacional.
Segundo o filósofo e educador Marshall Mcluhan,
“As novas tecnologias são sempre utilizadas para fazer
[ 22 ] impressão Pedagógica
um trabalho velho, isto é, até que alguma força
direcionadora faça com que elas sejam utilizadas de
novas maneiras”. Para não cometermos os mesmos
erros do passado, precisamos de bom senso no uso de
novas tecnologias na educação. Do contrário, o recurso
servirá apenas para acomodar o professor e tornar suas
aulas cansativas, exatamente como aconteceu com o
surgimento do videocassete e do retroprojetor, por
exemplo.
Um artigo de Claudio de Moura Castro, publicado
na revista Veja de 11/08/2010, alerta para o péssimo
uso do PowerPoint em sala de aula. Intitulado
PowerPoint com carteirinha, o texto apresenta
exemplos de situações em que “o slide arruina a aula,
arrancando-a do professor e deixando desgovernada a
atenção da plateia”. Por isso surge a reação de muitos
alunos: Lá vem um PowerPoint chatíssimo! Ao final, o
autor sugere ironicamente a exigência de uma carteira
de habilitação para usar o PowerPoint, “para evitar que
barbeiragens ponham a perder o potecial educativo de
um recurso tão extraordinário.”
Por isso, cuidado! Atualmente muitas escolas
adquirem a lousa eletrônica por seu status de
modernidade, mas a utilizam de forma tradicional.
Esquecem que o importante é a potencilidade de
interação e simulação, e que a lousa precisa de
conteúdos pertinentes a este uso e não apenas de fotos
bonitas e encantadoras. Busquemos atividades que
permitam explorar ao máximo esta tecnologia. Assim
estaremos melhorando o processo de ensino–
aprendizagem com um recurso realmente criativo e
inovador.
Para que a tecnologia faça parte da vida
das pessoas, necessitamos, de fato, de uma
mudança cultural. No livro “Geração Digital”
Tapscott afirma que as crianças realmente
têm mais facilidade com novas tecnologias
do que seus pais. Logo é verdadeira aquela
impressão de que nossos filhos assimilam
as novidades mais rapidamente do que nós.
Os adultos precisam adaptar-se a um
processo de aprendizado diferente e bem
mais difícil, enquanto as crianças já
nascem com a tecnologia assimiliada ao
dia a dia. Para elas, a nova ferramenta é
apenas mais uma parte de seu ambiente,
e usá-la é tão natural quanto respirar. Para as crianças,
tudo funciona da maneira como funciona. O aprendizado
é uma descoberta, não uma acomodação a estruturas
existentes.
É inegável que o ritmo acelerado das inovações
tecnológicas, assimiliadas tão facilmente pelos alunos,
exige uma educação igualmente capaz de estimular o
“Precisamos de bom
senso no uso de novas
tecnologias na educação”
interesse deles pela aprendizagem, por novos
conhecimentos e técnicas. Interesse que precisará ser
mantido ao longo da vida profissional, que certamente
estará cada vez mais sujeita ao impacto de novas
tecnologias. Por isso, há a necessidade de repensar e
de revolucionar a escola sobre bases totalmente novas.
Pensar de que maneira é possível apropriar-se
socialmente das novas tecnologias, incorporando as
constantes mudanças.
Essa nova escola deve trabalhar com uma
multiplicidade de visões de mundo. Ela tem que
exercitar a imaginação no lugar da razão. Devemos
formar um ser humano criativo, que produza novas
ideias, e não um ser humano passivo, mecanizado, que
só absorva a informação sem gerar conhecimento. As
instituições educacionais precisam atualizar o modelo
de ensino–aprendizagem a fim de atender às demandas
dos estudantes. Mas o simples uso das ferramentas
tecnológicas de nada adiantará. Os recursos
tecnológicos podem sim
potencializar a educação, mas somente se a
escola estiver envolvida em um processo de
atualização da metodologia de ensino.
Tecnologia X Educação
“Se o professor voltar a aprender, voltar a estudar,
voltar a se valorizar, ele passa a cuidar bem do
aluno, e o aluno cresce de maneira impressionante.
Não sou contra a tecnologia, os computadores, as
antenas parabólicas, mas digo sempre: a peça
principal da tecnologia é o professor.” Pedro Demo,
professor, PhD em Sociologia pela Universidade de
Saarbrücken, Alemanha, e pós-doutor pela
University of California at Los Angeles (UCLA).
“Para passar a informação, há muitos meios.
Estão aí a internet, o computador, a televisão,
publicações. Mas para criar senso crítico, ajudar o
aluno a refletir, a se perguntar, o professor é
imprescindível.” Menga Ludke, pós doutora em
Sociologia da Educação pela Universidade de
Londres e pós doutora em Educação pela
Universidade da Califórnia (EUA)
“A tecnologia só é tecnologia para quem nasceu
antes dela ter sido inventada.” Alan Kay, pioneiro
da computação pessoal, colaborou com a criação e
difusão do laptop.
impressão Pedagógica [ 23 ]
[ eventos ]
Vitrine
produtos e
de
Idéias
Eventos são oportunidades de atualização e troca de experiências
sobre os principais temas da área educacional
Gestão, marketing, sustentabilidade, inovações
tecnológicas em sala de aula...
Os eventos educacionais apresentam diversas
opções (palestras, oficinas, mesas redondas), com
temas interessantes para docentes, coordenadores e
gestores de escolas particulares e públicas.
Em 2010, depois de patrocinar em maio a 17ª Feira
e Congresso Internacional de Educação – Educar –, o
Grupo Expoente também marcará presença no 14º
Congresso e Feira Saber, que acontece de 16 a 18 de
setembro, em São Paulo (SP). Com o tema “Cuidar do
[ 24 ] impressão Pedagógica
presente para garantir o futuro – O Saber agindo por um
Mundo Sustentável”, esse evento reunirá mais de cem
especialistas, entre brasileiros e estrangeiros.
Além dos materiais paradidáticos, incluindo o
lançamento da coleção História da Música, o estande
do Expoente no Saber destacará a robótica
educacional, apresentada de maneira dinâmica e
interativa.
Nesta edição, a Revista Impressão Pedagógica
destaca algumas palestras da Educar, sob o ponto de
vista dos profissionais do Grupo Expoente.
A minha escola precisa
crescer. E aí? As
necessidades do marketing de
relacionamento.
Como sua escola está
posicionada em relação à
concorrência? Análise precisa
dos pontos fortes e do que
deve ser melhorado.
Palestrante - Christian Rocha Coelho, formado em
Comunicação pela Universidade Mackenzie e pósgraduado em Propaganda e Marketing pela ESPM.
fazem muito e
contam pouco. As instituições devem
se
comunicar com pais e alunos, permanentemente,
por meio de banners, e-mails, cartazes, faixas,
informativos, jornais murais, entre outros.
Tempo Voa. Ex-diretor de marketing de O Boticário,
Proteção à Natureza.
“Entre os principais conceitos que a
comunicação deve reforçar na relação entre a
pertencimento,
concentrar os esforços em projetos e na
comunicação durante o primeiro semestre, para
dedicar a segunda metade do ano principalmente
às rematrículas. Segundo Christian, o
a percepção da
qualidade do ensino, e as noções de carinho,
afeto, atenção e reconhecimento.
O primeiro público de uma escola são seus
professores e funcionários .
percentual médio de
rematrículas em escolas privadas
São eles que atendem diretamente o cliente, e
brasileiras é de 70%, com 10% de concluintes e
20% de perdas.
vão propiciar um bom relacionamento com as
famílias e os alunos.
No geral, apenas 5% dos colaboradores
pesquisas
a estratégia da
empresa. Por isso, é importante reforçar a
entendem
de avaliação. Elas devem ser feitas
sempre no primeiro semestre, jamais no segundo,
pois podem impactar negativamente as
comunicação interna. Os colaboradores precisam
compreender que quem não atende diretamente o
rematrículas, passando a ideia de que há algo
errado, que precisa ser melhorado. Um retorno de
respostas de 30% já é ótimo.
cliente, deve ajudar os que atendem.
Marketing não significa investir somente em
promoção e propaganda. Um bom
Em relação à divulgação, a escola deve
de
abrangência e apenas 20% para outras
regiões da cidade. A escola também deve manter
em mente que o seu diferencial maior é o trabalho
pedagógico, e não o espaço físico.”
Marco Aurélio Kalinke – Diretor da Unidade Expoente Boa
Vista
idealizador das campanhas O Tempo Passa, o
família e a escola, estão o senso de
O palestrante reforçou que se devem
concentrar 80% dos recursos à sua área
Ex-diretor de comunicação do Banco Bamerindus,
onde criou o conceito da Fundação Boticário de
“As escolas
O mesmo vale para as
Palestrante - Eloi Zanetti, consultor de marketing.
marketing de
relacionamento é
mais importante do
que grandes ações de veiculação.
Mas o que é relacionamento neste
contexto?
É estar junto,
sem
necessariamente estar presente. Um bom
relacionamento exige parceria e cumplicidade, e
precisa ser vantajoso para todas as partes.”
Danielle Ribas – Assessora de Comunicação do Grupo
Expoente
impressão Pedagógica [ 25 ]
A Produção Simbólica e a
Desconstrução do Erro no
Aprendizado
Palestrante – Mario Sérgio Vasconcelos, Psicólogo
formado pela Unesp. Mestre e Doutor em Psicologia
Escolar e do Desenvolvimento Humano/USP. PósDoutorado em Processos Cognitivos pela
Universidade de Barcelona.
“A escola deve transformar informação em
Podemos Formar na Inovação?
Limites e Horizontes na
Escola
Palestrante – Marc Giget (França) – graduado em
conhecimento, considerando que as
Ciências Sociais e Doutor em Economia
representações mentais se constroem nas
Internacional pela Universidade de Paris I,
interações do indivíduo com
o mundo. Por isso, imitações, jogos e
Sorbonne, França. Fundador do Instituto Europeu
brincadeiras colaboram no aprendizado,
desenvolvendo o raciocínio e o imaginário.
No contexto escolar, aprender é
construir ideias,
que incluem
símbolos e signos ligados aos conteúdos das
disciplinas. Porém, tais conteúdos só ganham
sentido se correspondem às
de vida dos alunos.
experiências
Contextualizados à cultura do aluno, os
novos conteúdos ganham valor e conduzem à
reflexão e ao pensamento crítico. A perda do
significado na aprendizagem é uma das causas
da evasão escolar.
Sobre a desconstrução do erro, o palestrante
citou Freinet: “Do ponto de vista da intervenção,
um erro corrigido pode
ser mais
fecundo que um êxito imediato, porque a
comparação da hipótese falsa e suas
consequências proporciona novos
conhecimentos.”
Ao finalizar, Vasconcelos sublinhou o perigo
de um aluno passar sua vida na escola, sem que
esta promova as relações entre razão e afeição,
cognição e emoção, que são todas
de um mesmo saco.”
farinhas
de Estratégias Criativas e de Inovação.
“O processo educacional precisa incluir
uma cultura da inovação , pois os
conhecimentos são múltiplos e estão em
permanente evolução. Devemos inserir o novo na
realidade – integrar o melhor do conhecimento a
produtos criativos. Inovar é transformar sonhos
em realidade.
Mas para inovar temos que vencer a
nostalgia. Inovação não é mera questão de
processo, mas de cultura, que está em valores
compartilhados e em permanente movimento. O
conhecimento não pode ser desmaterializado,
mas sim difundido pela educação.
Segundo Giget, no quesito inovação, a
imaginação é mais importante do que o
conhecimento. Ele também ressaltou a
importância dos estudos de filosofia nas
escolas, pois ela deve funcionar para abrir
as mentes para a inovação. A dinâmica
de projetos é uma das expressões dessa
concepção.
Em sua globalidade, a elaboração de
projetos permite que os alunos analisem
problemas, situações e acontecimentos, em
contexto, utilizando e associando
conhecimentos curriculares com experiências e
práticas socioculturais.”
Sandra Poli – Gerente do Centro de Excelência em
Elisabete Piscke Monteiro - Coordenadora de
Educação Expoente
Desenvolvimento do Material Didático
[ 26 ] impressão Pedagógica
impressão Pedagógica [ 27 ]
[ salada cultural ]
A
literatura
O Pequeno Nicolas
Sucesso de venda e crítica desde os
anos 50 na França, a coleção Le Peti
t
Nicolas possui mais de 20 títulos no
mercado. Os livros mostram as aventur
as do
menino Nicolas e a convivência com
a família e os amigos de escola. Na
adaptação para o cinema, lançada rece
ntemente, Nicolas vive
uma vida tranquila e se sente amado
pelos pais, até o dia em
que escuta sem querer uma convers
a e conclui que sua mãe
está grávida. A partir de então, o men
ino entra em pânico e
chega a imaginar até que vai ser aba
ndonado na floresta
depois do nascimento do irmãozinho.
Um filme divertido que
presta homenagem a um dos persona
gens infantis mais
conhecidos da literatura francesa.
FILME - O Pequeno Nicolas (Le Petit
Nicolas), França 2009
Duração: 91 minutos – Direção: Laur
ent Tirard
LIVRO - Coleção Le Petit Nicolas,
França 1954
Autores: Jean-Jacques Sempé e Ren
é Goscinny
A Onda
a
Uma história polêmica e baseada em fatos reais. A experiência realizada na Califórni
aula
uma
Em
Onda.
A
livro
o
inspirou
Jones
dos anos 60 pelo professor de história Ron
um
sobre autocracia, um aluno afirma que seria impossível repetir a disseminação de
uma
criar
então
decide
r
professo
O
atuais.
regime autoritário nos dias
simulação para reproduzir em sala de aula alguns clichês do nazismo.
Com o slogan Poder, Disciplina e Superioridade, os alunos criam e se
envolvem fanaticamente no movimento intitulado A Onda. A experiência
extrapola os limites da sala de aula, toma as ruas da cidade, e se
torna cada vez mais violenta. Quando percebe que a situação está fora
de controle, o professor decide revelar aos alunos que nada daquilo é
real. Ron Jones autorizou a filmagem da história somente quarenta
anos depois do ocorrido, com a condição de que o filme se passasse
na Alemanha atual.
FILME - A Onda (Die Welle), Alemanha 2008
Duração: 107 minutos – Direção: Dennis Gansel
LIVRO - A Onda (The Wave), Estados Unidos 1981
Strasser (sob o pseudônimo de Morton Rhue)
Todd
Autor:
Glossário do Aluno
L-Z
Para falar a língua dos alunos, o professor precisa conhecer os temas e ídolos do momento
Mangá – histórias em quadrinhos feitas no estilo
japonês. Vários deles já se tornaram animações em
vídeo, para a televisão ou cinema, quando recebem o
nome de anime.
[ 28 ] impressão Pedagógica
MySpace – criado em 2003, é uma rede virtual
interativa de fotos, blogs e perfis de usuário. É bastante
popular entre bandas e músicos por hospedar arquivos
de música no formato MP3. Atualmente, é a rede social
mais utilizada nos Estados Unidos.
a
e
d
a
inv
a telona
Quincas Berro D’Água
família para cair na
de sua vida tranquila, abandona a
Um funcionário público, cansado
ndonados, Quincas
aba
ro D’Água. Para os parentes
farra e recriar-se como Quincas Ber
to no
mor
dia ele é realmente encontrado
morreu moralmente. Até que um
a
o,
a imagem de boêmio beberrã
quartinho em que vive. Para apagar
rro “respeitáveis”. Tudo vai bem, até
família organiza um velório e um ente
a
ncas decidem levá-lo para uma últim
que os amigos de bebedeira de Qui
ado
vador, o clássico de Jorge Am
farra. Filmado nas ladeiras de Sal
o
excelentes críticas. No elenco estã
estreou no cinema esse ano, com
s,
nca
o Paulo José, no papel de Qui
nomes conhecidos do público, com
es,
Vladimir Brichta e Milton Gonçalv
Marieta Severo, Mariana Ximenes,
entre outros.
sil 2010
FILME - Quincas Berro D’Água, Bra
Machado
Duração: 102 min - Direção: Sérgio
ncas Berro D’Água, Brasil 1961 LIVRO - A Morte e a Morte de Qui
Autor: Jorge Amado
Alice
no País das Maravilhas
O filme de Tim Burton não é um
a transposição exata do clássico
da literatura para as
telas, mas uma continuação livre
da história criada por Lewis Car
roll
. Alice agora tem 19
anos e está prestes a ser pedida
em casamento, em uma festa
da
nob
reza em Oxford.
Apavorada com a ideia de se cas
ar com um aristocrata mimado
e sem
graça, ela foge seguindo o fam
oso Coelho Branco, e chega nov
amente
ao País das Maravilhas. Lá, ree
ncontra o Chapeleiro Louco, o
Ratão, a
Rainha de Copas e todos os per
sonagens de sua aventura anterio
r. O
problema é que Alice não se lem
bra de ter visitado o local quando
tinha
seis anos, e acredita que tudo
não passa de um estranho son
ho. Com
cenários surrealistas, criados por
computação gráfica, o filme já
se
tornou a quinta maior bilheteria
da história do cinema, superando
a
marca de US$ 1 bilhão.
FILME - Alice no País das Marav
ilhas, EUA 2010
Duração: 108 min - Direção: Tim
Burton
LIVRO - Alice no País das Marav
ilhas, Inglaterra 1865
Autor: Lewis Carroll
Percy Jackson – personagem fictício da série de aventuras
escritas por Rick Riordan e adaptadas para o cinema. Filho
de uma mortal e de Poseidon, o semideus adolescente é
amável, e disposto a arriscar sua vida para salvar seus
amigos e até mesmo seus inimigos.
Restart – banda paulistana, criada em 2008,
que se tornou famosa após ter mais de 2
milhões de acessos no MySpace. A internet é
o principal meio de divulgação de suas
músicas.
Podcast – nome dado ao arquivo ou série de episódios
de vídeo ou áudio digital, geralmente em formato MP3,
publicado na internet. É a união em inglês de Personal
On Demand, que significa algo pessoal e sob demanda,
e broadcast, transmissão de rádio ou televisão.
Zac Efron – aos 22 anos, o ator e cantor americano já
participou de 13 filmes e 12 séries de televisão. Tornouse conhecido ao interpretar o galã do filme High School
Musical.
impressão Pedagógica [ 29 ]
rência
I Confe
nal sobre os
Internacio
s
Sete Saberes necessário
à Educação do Presente
de Professores de Línguas
Oficiais do Mercosul
IV Congresso Brasileiro
de Educação Especial
o
tes e profissionais da área de Educaçã
Direcionado a pesquisadores, estudan
para
os
ejad
plan
os,
curs
mini
e
s
mesas redonda
Especial, o congresso terá simpósios,
política
e as novas práticas estabelecidas pela
atender às diferentes expectativas sobr
ovido pela Associação Brasileira de
de inclusão escolar adotada no país. Prom
de São
l – ABPEE e pela Universidade Federal
Pesquisadores em Educação Especia
os
Carl
São
em
o,
mbr
nove
de
o de 02 a 05
Carlos – UFSCar, o evento será realizad
r.br.
fsca
e4.u
.cbe
www
podem ser feitas no site
(SP). As inscrições já estão abertas, e
[ 30 ] impressão Pedagógica
CONGRESSOS
De 19 a 22 de outubro, docentes
e pesquisadores das
línguas portuguesa e espanhola
terão a oportunidade de
compartilhar experiências entre
as instituições e
associações dos quatro países do
Mercosul. O evento,
promovido pela Universidade Est
adual do Oeste do Paraná –
Unioeste, acontece em Foz do Igu
açu (PR). Com o lema
“Línguas, sistemas escolares e inte
gração regional”, o
congresso propõe a discussão de
políticas linguísticas,
legislação, implantação das líng
uas nas escolas e formação
de professores, entre outros. Insc
rições e informações no
site www.unioeste.br/eventos/cipl
om.
FEIRAS
I Congresso Internacional
PRÊMIOS
al
A Unesco e a Universidade Estadu
de
e
idad
do Ceará, associadas à Univers
ncia
Barcelona, oferecem esta conferê
ar
Edg
de
inspirada nos ideais da obra
sà
ário
ess
Morin – Os Sete Saberes nec
que
nto,
Educação do Futuro. O eve
em
acontece de 21 a 24 de setembro,
do
ça
Fortaleza (CE), terá a presen
de
sociólogo e filósofo Edgar Morin e
da
te
Vincent Defourny, representan
antes
Unesco no Brasil. Além dos particip
a
a
vist
presentes no local, está pre
0
participação virtual de mais de 500
ncia
ferê
pessoas, em salas de telecon
no site
distribuídas pelo país. Inscrições
www.uece.br/setesaberes.
EVENTOS
[ agenda ]

Documentos relacionados

IP-45 Privada.pmd - Escola Interativa

IP-45 Privada.pmd - Escola Interativa O artigo da professora Cleusa Maria Fuckner, mestre e doutora em Educação e professora da Faculdade Expoente, nos mostra que “é na escola que podemos ter um espaço de reflexão privilegiado, que nos...

Leia mais

Educação Infantil - Escola Interativa

Educação Infantil - Escola Interativa Editora Gráfica Expoente: Antonio Both Fotolitos e Impressão: Editora Gráfica Expoente Ltda. Av. Maringá, 350 – Pinhais-PR CEP: 83324-000 – TTel.: el.: 41 3312 43 50 Fax: 41 3312 43 70 Tiragem: 20 ...

Leia mais