1 Semaine Internationale du Corps

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1 Semaine Internationale du Corps
1er Semaine Internationale du Corps
Organisée par :
L’EA 3625 TEC « Techniques et Enjeux du corps »
LE LABORATOIRE ESTESIA UFRN NATAL BRESIL
Le GDRI 836 CNRS
« Body Ecology by Adapted Physical & Sportive Activities »
Avec la contribution de :
E. laboratory HUMAN TRACE COMPLEX SYSTEM DC UNESCO
UniHavre & IDEES/CNRS 6266
GDRI 836 CNRS
Abstract
27 Juin
Matin
Corps et portance
Emmanuel de SAINT AUBERT
Directeur de recherche CNRS, École Normale Supérieure, Archives Husserl
Résumé
À partir d’un double contexte, clinique et philosophique, nous introduirons le sens et les
enjeux d’une notion qui touche aux fondements mêmes de notre rapport au monde et à
autrui : la portance. Nous envisagerons plus particulièrement ce qui relie étroitement corps et
portance, en tentant notamment d’évaluer dans quelle mesure il n’y a pas de portance sans
corps. Une telle réflexion engage et nourrit une approche renouvelée de la corporéité, dont on
pourra repérer les proximités comme les écarts avec la conception merleau-pontienne de la
chair.
11h -13h – Communications Atelier
1. Choréosophie Karenine de Oliveira Porpino (UFRN)
1. Choreosophy : poetic dwellings of labanian work
Marcilio de Souza Vieira (UFRN)
[email protected]
The Labanian work is interconnected by three major fields, namely: the study of Efforts, of
Space, of Body and of Shape in which is called Movement Analysis System, the Labanotation which is
responsible for the graph of the movement and Choreosophy understood in interrelations with two
others Labanian areas. The experiences accumulated by Laban throughout his life, associated with the
fascination he felt for human movement and his need to understand the laws governing it, were
determining in the development of his proposal for Movement Analysis System, as well as his
experiences in graphing such human movement and the interconnection of Choreosophy in his system.
To realize an ontology in Labanian work it is found in his vast thinking about human movement three
dear concepts to your system, namely: Festive Culture, the Silent World and the Action and Recovery.
Such concepts are not systematized in his works, but are diluted in his writings. The research is to
develop the first reflections around Laban studies and their interconnections with the Choreosophy. This
is a descriptive qualitative research. Therefore we use the qualitative research and by adopting it we
remove an attitude supported in a rationalist linear logic. Using descriptive qualitative research to be
thinking of the methodological framework of this study is also to be thinking of a methodology that
points contributions to the study of Labanian references, although it is known that this methodological
approach does not point specifications about the studies of Laban, however, it can contribute to the
understanding of this phenomenon.
Keywords: Body. Choreosophy. Laban.
2. Africanidade brasileira: por uma estética da dança nas aulas de Educação Física
Maria Elizabete Sobral Paiva de Aquino (IFRN)
Karenine de Oliveira Porpino (UFRN)
[email protected]
Este trabalho tem como objetivo apresentar a estética da dança de matrizes afro movida por uma
estética do olhar cuja contemplação e arrebatamento nos dá a ver uma estética de identidade étnica
junto às experiências de dança com estudantes da Educação Básica. Ressalta a dimensão sensível do
reconhecer-se negro, como possibilidade de operar a emergência de saberes inscritos no corpo,
instaurando um tipo de racionalidade aberta, inconclusa, que permite a criação e ressignificação dos
trajetos epistemológicos, éticos e estéticos no processo de compreensão do corpo, da cultura e da
educação por esses estudantes. Essa provocação será abordada pelos aspectos culturais (história,
costumes, ritos, símbolos, mitos) presentes nas danças afro-brasileiras (Samba, Coco-de-Roda) e em
uma dança africana (Kiebé-Kiebé). Partimos da problemática com as seguintes questões: Quais os
processos pedagógicos para se construir uma estética da identidade étnica? Quais as contribuições da
estética da identidade étnica para a educação? De que forma as danças da tradição com matriz afro e
uma dança africana podem contribuir para uma estética da dança aos alunos da educação básica? Como
metodologia, o estudo propõe articular uma discussão entre os conceitos de corpo, dança, estética e
educação com os alunos através de oficinas, da degustação de textos literários, da apreciação de filmes
e vídeos, da vivência em dança, situando-os no cenário das danças. A discussão leva a possibilidade de
enfocar diversos aspectos sociais, antropológicos, históricos, porém será na leitura estética para uma
compreensão da identidade étnica que o estudo priorizará. É com a compreensão da estética
fenomenológica que o estudo irá se deter, em uma compreensão da experiência estética que se constrói
pela relação de imanência entre sujeito e objeto. Essa pesquisa será desenvolvida através da abordagem
fenomenológica de Merleau-Ponty (1971; 2006; 2007) como a possibilidade de reaprender a ver o
mundo, reconvocar por inteiro à sensibilidade e criar novas perspectivas. Até o momento, a recente
pesquisa se encontra na revisão bibliográfica.
Palavras-chave: Africanidade, dança, educação
BRAZILIAN AFRICANITY: FOR AN AESTHETICS OF DANCE
IN PHYSICAL EDUCATION CLASSES
This work aims to present the aesthetics of African matrix dance moved by an aesthetic look whose
contemplation and rapture gives us to see an ethnic identity aesthetics together to dance experiences
with students of basic education. It emphasizes the sensitive dimension of being recognized black as the
possibility of operating the emerging knowledge enrolled in the body establishing a kind of open
rationality, unfinished, allowing the creation and reframing of the epistemological, ethical and aesthetic
paths in the body's process of understanding from culture and education for these students. This
challenge will be addressed by the cultural aspects (history, customs, rites, symbols, myths) present in
the African-Brazilian dances (Samba, Coco-de-Roda) and an African dance (Kiebé-Kiebé). We start from
the problem with the following questions: What are the pedagogical processes to build an aesthetics of
ethnic identity? What are the contributions of the aesthetics of ethnic identity for education? How the
dances of tradition with African matrix and an African dance can contribute to an aesthetics of dance to
the students of basic education? As methodology, the study proposes joint discussion between the body
concepts, dance, aesthetics and education with students by mens of workshops, tasting of literary texts,
enjoyment of films and videos, the dance experience, placing them in the scenario the dances. The
discussion leads to the possibility of getting various social, anthropological and historical aspects, but
will be in the aesthetic reading for an understanding of ethnic identity that the study will give priority. It
is with the understanding of phenomenological aesthetics that the study will hold an understanding of
the aesthetic experience that is built by the immanence of relation between subject and object. This
research will be developed through the phenomenological approach of Merleau-Ponty (1971; 2006;
2007) as the ability to relearn how to see the world, reconvening in full sensitivity and create new
perspectives. Until now recent research is the literature review.
Keywords: Africanity, dance, education.
Referências
CANDAU, Vera (Org.). Reinventar a escola. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000
DOURADO, Luiz Fernandes (Org.). Plano Nacional de Educação: avaliação e perspectivas. – 2.ed. –
Goiânia: Editora UFG; Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2011.
MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da Percepção. Tradução de Carlos Alberto Ribeiro de
Moura. – 3ª ed. – São Paulo: Martins Fontes, 2006.
__________. A prosa do Mundo. Tradução Paulo Neves. São Paulo: Cosac Naify, 2007.
__________. O Visivel e o Invisivel. Tradução de José Artur Gianotti e Armando Moura d’Oliveira. São
Paulo: Editora Perspectiva, 1971.
MUNANGA, Kabengele. Identidade étnica, poder e direitos humanos. In: Revista Thot África, São Paulo,
n. 80, p. 19-30, 2004.
__________ ; GOMES, Nilma. O negro no Brasil de hoje. São Paulo: Global, 2006.
NÓBREGA, Terezinha Petrucia. Sentir a dança ou quando o corpo se põe a dançar... Natal: IFRN, 2015.
PORPINO, Karenine de Oliveira. Dança é educação: interfaces entre corporeidade e estética. – Natal,
RN: EDUFRN, 2006.
3. Ausência-imaterial visível:
memórias/lembranças
poética
de
expressão
do
corpo
a
partir
de
Géssyca Thais Martins Monteiro dos Santos
Celeste/ESMAC-Ananindeua - PA
[email protected]
Esta pesquisa em poéticas surge a partir de memórias instigadas durante o período acadêmico, com o
intuito de transpor uma memoria/lembrança, o que não é palpável (imaterial), para uma forma de
expressão artistica, poética, de visualidade (material). Uma nova forma de ver a arte fez com que novos
caminhos se abrissem durante a graduação: eixos perceptivos que repercutem a forma de ver e olhar o
mundo na área artística como também pessoal. O momento que a ausência paterna se torna elemento
essencial a partir das experiências em linguagem performática no que diz respeito ao corpo-expressão
ou corpo como obra de arte (Merleau Ponty). O tema Ausência, com o retorno às memórias, os conflitos
pessoais, o tema começou a amadurecer e a partir daí surgiu a seguinte questão: como representar a
ausência?
A procura de referências, artistas e pessoas que trabalhem em suas obras o mesmo tema, no
primeiro capítulo da pesquisa a problemática: Como expressar o sentido de ausência por meio do
corpo? Seja no sentido de falta, seja no sentido de isolamento, pelo vazio que ela remete no ser.
Merleau Ponty (2006) discursa sobre a percepção do próximo a qual é muito mais do que o ato de
desvelar, num corpo que está em minha frente. A apresentação do invisível como “outrem” constitui o
capítulo mais importante da filosofia da intersubjetividade.
A esse pensamento relacionou-se a apresentação performática, intitulada “Eu e o outro” que
pretende questionar, inquietar o público do “vazio” e a busca por preenchimentos. Assim quando
percebo o corpo como uma obra de arte para o novo, inédito e único, percebendo primeiro o eu que se
descobre e também o outro, a partir da experiência estética.
A produção/criação das performances nas obras “Refúgio do Vazio” (vídeo-performance), “Eu
e o outro” (intervenção urbana) e no registro do público “Memorabilia”. Conceituadas as duas
dimensões das atividades artísticas - estética e expressiva como essas dimensões contribuem para a
expressão e ordenação, tanto da emoção, como da imaginação ajudará na compreensão de como
descobrir formas inusitadas de perceber o mundo. Por meio da experiência estética o homem
desenvolve a capacidade sensível, a percepção, e estabelece um olhar que o incentiva a perceber a
realidade sob diversos ângulos e aspectos. Neste processo de Materialização da lembrança, o qual me
ajudou na superação dos conflitos pessoais devido à ausência, atualmente vivida, que a memória passa
a ocupar na experiência do corpo, desenvolvem-se possibilidades, integrando percepção e
inventividade, abrindo-se espaços para sua história, saberes e experiências por meio da Performance.
Palavras chaves: Memória; ausência; corpo; performance.
This research in poetics comes from instigated memories during the academic year in order to
transpose a memory / memory, which is not tangible (intangible) to a form of artistic, poetic and visually
(material) expression. A new way of seeing art has opened new paths during graduation: perceptual axis
impacts the way of looking the world in the artistic and personal viewpoint. The moment the paternal
absence becomes essential from the experiences in performative language regarding to the bodyexpression or body as a work of art (Merleau-Ponty). The Absence theme, with the return to the
memories, personal conflicts, the theme began to mature and from there arose the question: how to
represent the absence?
The searching for references, artists and people working on the same theme, in the first
chapter of the research of the problem: How to express the sense of absence through the body?
Whether it is in the sense of lack, or in the sense of isolation, the emptiness it brings into being. Merleau
Ponty (2006) talks about the perception of near which is much more than the act of revealing in a body
that is in front of me. The presentation of the invisible as the "other" is the most important chapter of
the philosophy of intersubjectivity.
To this thought, it was related to the performative presentation entitled "I and the other" that
intends to question, disturb the public "emptyness" and the search for fills. So when I see the body as a
work of art to the new, unprecedented and unique, first realizing the one I discovered and also the
other, from the aesthetic experience.
The production / creation of performances in the works "Refuge of the Void" (video
performance), "I and the other" (urban intervention) and in the public record "Memorabilia." Reputable
the two dimensions of artistic activities - aesthetic and expressive as these dimensions contribute to the
expression and ordering of both of emotion and the imagination will help on understanding how to find
unusual ways of perceiving the world. Through the aesthetic experience man develops the sensitive
ability, perception, and establishes a look that encourages you to perceive reality from various angles
and aspects. In this process of recollection of materialization, which helped me in overcoming personal
conflicts because of the absence, currently lived, the memory starts to occupy the body experience, they
develop possibilities, integrating insight and ingenuity, is opening spaces to their history, knowledge and
experiences through performance.
Key words: memory; absence; body; performance.
Referências
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Editora Martins Fontes, 1990.
MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. Trad. Carlos Alberto R. De Moura. São Paulo:
Martins Fontes, 1996.
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http://pepsic.bvsalud.org/pdf/arbp/v63n1/v63n1a09.PDF. Acessado em: 20.08.2012.
SALLES, Cecília A. Crítica Genética: fundamentos dos estudos genéticos sobre o processo de criação
artística. 3ª ed. Revista. São Paulo: EDUC, 2008.
_____________Gesto inacabado: processo de criação artística. SP: FAPESP: Annablume, 1998.
VIGOTSKI, L. S. Psicologia da arte. São Paulo: Martins Fontes. 2001.
SITES
http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?pid=S167851771994000100002&script=sci_arttext
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722008000300007
http://www.cei.unir.br/artigo21.html
4. O Corpo Ensaiado para a Rua-Palco
Francisco Moreira (Universidade de Évora)
Pedro Paulo Alves Pereira (Universidade de Évora)
Carmem Izabel Rodrigues Universidade Federal do Pará (UFPA)
[email protected]
O presente artigo discorre sobre o corpo ensaiado, preparado e criativo para a cena na Comissão de
Frente nos desfiles carnavalescos realizados pelas escolas de samba em Belém do Pará, Brasil. O corpo
do artista traz aos ensaios suas experiências pessoais que são divididas pelo grupo em laboratórios de
criação artística para a cena performática da Comissão de Frente. Este corpo é concebido e
compreendido a partir das experimentações que têm os sentidos como principal indutor cênico na
construção de um corpo único, vivo e performático. Como suporte teórico e metodológico em seu
desenvolvimento deste ensaio, temos o corpo fenomenológico a partir das noções filosóficas de
Merleau-Ponty (1945/2015) em sua Fenomenologia da Percepção, pensando o corpo como sensível ao
todo cercante, corpo somático, corpo esse como conectivos de significantes e significados, ensaiado e
apresentado na concepção da Comissão de Frente, onde as ações corpóreas dos artistas são trabalhadas
a partir de suas experiências adquiridas, do corpo desconstruído, imaginário, que nos permite viver e
sonhar o corpo constituinte da cena caminhante e performatica no carnaval brasileiro. Para os
laboratórios de criação corpórea e da cena, estão as noções de performance experimentadas por
Schechner (2013), a partir das noções de “comportamentos restaurados” pensando esse corpo como
ação, ensaiado, disposto para o jogo do “fazer” entre si e dialogando com espectadores, e as
contribuições de Glusberg (2013), em seus estudos da arte da performance, vendo este corpo como
“processos de trabalho, sua sequência, seus fatores constitutivos”, prática utilizada para a preparação
cênica da performance apresentada pela Comissão de Frente nos desfiles de carnaval brasileiros.
THE REHEARSED BODY FOR RUA-PALCO
This article discusses about rehearsed body, prepared and creative to the scene in the “Front Comitee”
in carnival parades conducted by the samba schools in Belem of Pará, Brazil. The artist's body brings to
rehearse their personal experiences that are shared by the group in artistic creation of laboratories for
the performative scene of the Front Committee. This body is designed and understood from the trials
that have their senses as the main inducer scenic in the construction of a single body, alive and
performative. As theoretical and methodological support in their development of this test, we have the
phenomenological body from the philosophical notions of Merleau-Ponty (1945/2015) in his
“Phenomenology of Perception”, thinking the body as sensitive to all surrounding, somatic body, body
such as connective of signifiers and meanings, tested and presented in the design of the Front
Committee, where the bodily actions of artists are worked from their acquired experience, the body
deconstructed imagery that allows us to live and dream the constituent body of the walker scene and
performative in the Brazilian carnival. For laboratories body creation and scene are the performance
notions experienced by Schechner (2013), from the notions of "restored behavior" thinking this body as
action, tested, ready for the game "do" to each other and dialoguing with spectators, and the
contributions of Glusberg (2013) in their study of performance art, seeing this body as "work processes,
their sequence, its constituent factors," practice used for scenic preparation of the performance
presented by the Front Committee in shows of Brazilian carnival.
Fenomenologia da Percepção e Educação Somática: vivências a partir do método
GYROKINESIS®
Rosana Lobo Rosário1
Na obra Fenomenologia da Percepção, Merleau Ponty (1945/2015) apresenta a
compreensão da percepção a partir do conceito de sensação e a relação do corpo com o
1
Bolsista CAPES; Doutoranda em Artes da Universidade de Lisboa – UL (Portugal) e Docente dos
cursos Técnicos e de Graduação em Dança da Universidade Federal do Pará - UFPA (Brasil)
movimento. Para o autor, a percepção está relacionada com o movimento corpóreo, e
não pela causalidade linear estímulo-resposta fundada pelo empirismo. Esta
compreensão da fenomenologia de Merleau Ponty impulsionou a utilização de diversas
práticas corporais nas aulas de dança, como também, estimulou a busca de novas
maneiras de se movimentar para além do deslocamento mecânico das partes do corpo
no espaço, dos conteúdos e dos métodos de ensino tradicional, entre outros aspectos que
configuram as práticas educativas do corpo. Dentro desse universo, encontram-se as
práticas somáticas, as quais propõem um processo investigativo de aprendizado através
do movimento. Assim, este trabalho tem como objetivo dissertar sobre o uso das
práticas somáticas, em especial o método GYROKINESIS ®, vivenciada nos alunos do
Curso Técnico de Dança Clássica da Universidade Federal do Pará - Brasil, a partir da
concepção fenomenológica de Merleau Ponty sobre a percepção, em diálogo com a
noção de autopoiésis produzido por Maturana e Varela (1995), a qual destaca a
interação entre organismo, o meio e a importância do movimento na ação.
2. Epistémologie Iraquitan de Oliveira Caminha (UFPB)
11h -13h – Communications Atelier
1. Fisiologia, biomecânica e arte: por uma fenomenologia do movimento humano na
Educação Física
Laís Saraiva Torres (UFRN)
Terezinha Petrucia da Nóbrega (UFRN)
[email protected]
Tratar da Educação Física como área epistemológica permite compreender que o conhecimento
sobre movimento humano não se reduz apenas à ciência, mas se configura por meio da relação entre
diferentes conhecimentos.
Refletir sobre o movimento humano como objeto da ciência na Educação Física, nos remete as
análises e explicações da Biomecânica, que observa meus movimentos, analisando-os através das leis da
física e explicando-os como sendo uma soma de vetores que mantém ou tira meu corpo da inércia ou de
outro estado de movimento.
Porém, eu, como sujeito, percebo mais do que isso: considero meus movimentos como uma
maneira de me dispor no mundo, o que torna impossível pensar o aspecto motor separado do momento
vivido, como afirma Merleau-Ponty (2011, p.196): “não é apenas a experiência do meu corpo, mais
ainda uma experiência de meu corpo no mundo”.
Diante disso, consideramos que ambos conhecimentos acerca do movimento humano se
interpenetram, expressando no homem um imbricar simultâneo entre o biológico, o cultural e a
experiência vivida.
Pautado nisso, temos como objetivo traçar uma relação entre a ciência, a fenomenologia e a
arte como perspectiva de ampliar os conhecimentos sobre o movimento humano na Educação Física,
posto que essa abordagem, em particular no pensamento de Merleau-Ponty, articula conhecimentos
científicos, filosóficos e estéticos.
Com base nesse referencial e em nosso objetivo de pesquisa, questionamos: qual a concepção
de movimento humano da biomecânica? Que leituras podemos fazer do movimento humano pelas
ciências do vivo, notadamente a biomecânica? Como é possível pensar o movimento humano por meio
da análise fotográfica do movimento?
Sendo Maurice Merleau-Ponty interlocutor principal, destacamos A Estrutura do
Comportamento (1942), a Fenomenologia da percepção (1945) e O olho e o espírito (1964) como obras
importantes para a escrita desta pesquisa. E, somando-se ao filósofo, outros autores também
subsidiarão nossos diálogos, tais como: Humberto Maturana e Francisco Varela (1997;2001), Marcel
Mauss (1936), Georges Didi-Huberman (1998; 2013).
No que se refere a biomecânica destacamos a leituras de livros e artigos científicos dessa área
para compor a construção desse trabalho, principalmente a aplicabilidade do conhecimento dessa
ciência na Educação Física.
Para pensar o movimento humano por meio das imagens, utilizaremos a cronofotografia de
Eadweard Muybridge, que captou o movimento humano em diversas situações, como por exemplo, no
esporte e na dança.
Nesse estudo utilizaremos a atitude fenomenológica de Merleau-Ponty como referência
metodológica para compreender o movimento humano. As estratégias que serão utilizadas como
recurso da reflexão são a migração conceitual (MORIN, 1995) e as fotografias.
Diante disso, apresentamos uma estrutura inicial para a dissertação que se organiza em três
momentos: 1) dissertar sobre as categorias de análise: movimento e corpo; e movimento e técnica.
Tratar do corpo e da técnica na biomecânica e fazer uma interpretação através da fenomenologia, tendo
o fisicalismo ontológico do corpo como fio de ligação entre os dois, propondo a reversibilidade do
movimento objetivo (mecânico) e movimento subjetivo. 2) dissertar sobre as categorias de análise:
movimento e percepção; e movimento e estética. Tratar da percepção e da estética na biomecânica e
fazer uma interpretação através da fenomenologia, tendo a percepção do movimento como fio de
ligação entre os dois, apontando um caminho para a reversibilidade entre o movimento mecânico
(objetivo) e o movimento subjetivo. 3) fazer uma relação da consciência corporal com o movimento do
corpo-máquina e com o movimento do corpo estesiológico, compreendendo sua reversibilidade a partir
dos principais conceitos utilizados nos dois primeiros momentos.
HUMAN MOVEMENT: A DIALOGUE BETWEEN BIOMECHANICS AND PHENOMENOLOGY OF MERLEAUPONTY
Treat the Physical Education as an epistemological area allows us to understand that knowledge
about human movement is not limited only to science, but is shaped by the relationship between
different knowledge.
Reflecting on the human movement as a science object in Physical Education, leads us to analyzes
and explanations of Biomechanics, that observes my movements, analyzing them through the laws of
physics and explaining them as a sum of vectors that maintains or take my body inertia or another
movement state.
But I, as a subject, I realize more than that: I consider my movements as a way to have me in the
world, which makes it impossible to think of the motor aspect separated of the lived moment, as stated
by Merleau-Ponty (2011, p.196) "it is not only the experience of my body, but still an experience of my
body in the world."
Therefore, we consider that both knowledge about human movement intertwine, expressing on the
man a simultaneous lap between the biologic, the cultural and the lived experience.
Guided by this, we aim to draw a relationship between science, phenomenology and art as a
prospect of expanding knowledge of human movement in physical education, since this approach,
particularly in Merleau-Ponty, articulates scientific, philosophical and aesthetic knowledge.
Based on this reference and our research goal, we ask: what is the concept of human movement of
biomechanics? What readings we can do of the human movement by the sciences of living, especially
the biomechanics? How can we think the human movement through the photographic analysis of the
movement?
Being Maurice Merleau-Ponty the main interlocutor, we highlight The Behavior Structure (1942),
the Phenomenology of Perception (1945) and The Eye and The Spirit (1964) as important works for the
writing of this research. And adding to the philosopher, other authors also will subsidize our dialogues,
such as Humberto Maturana and Francisco Varela (1997;2001) , Marcel Mauss (1936), Georges DidiHuberman (1998,2013).
Regarding the biomechanics we highlight the readings of books and scientific articles in this area to
compose the construction of this work, particularly the applicability of the knowledge of this science in
Physical Education.
To think human movement through the images, we will use the chronophotography of Eadweard
Muybridge, which captured the human movement in various situations, such as in sports and dance.
In this study we will use the phenomenological attitude of Merleau-Ponty as a methodological
reference for understanding human movement. The strategies that will be used as a resource of
reflection are the conceptual migration (MORIN, 1995) and the photographs.
Therefore, we present an initial framework for the dissertation that is organized in three stages: 1)
Lecture on the analysis categories: movement and body; and movement and technique. Treating the
body and technique in biomechanics and make an interpretation by phenomenology, having the body
ontological physicalism as a link between both of them, suggesting the reversibility of the objective
movement (mechanical) and subjective movement. 2) Lecture on the analysis categories: movement
and perception; and movement and aesthetics. Dealing with perception and aesthetics in biomechanics
and make an interpretation by phenomenology, having the perception of movement as a link between
both of them, pointing a path for the reversibility of the mechanical movement (objective) and
subjective movement. 3) Make a relationship of body awareness with the body-machine movement and
the movement of the esthesiologic body, understanding the reversibility from the main concepts used in
the first two times.
Referências
DIDI-HUBERMAN, G. O que vemos, o que nos olha. Tradução: Paulo Neves. São Paulo: Editora 34, 2010.
______. A imagem sobrevivente: história da arte e tempo dos fantasmas segundo Aby Warburg.
Tradução: Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.
MATURANA, H; VARELA, F. De máquinas e seres vivos: autopoiesis – a organização do vivo. Tradução:
Juan Acanã Llorens. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
______. A árvore do conhecimento: as bases biológicas do entendimento humano. Tradução: Jonas
Pereira dos Santos. Campinas: Palas Athena, 2011.
MAUSS, M. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac Naify, 2012
MERLEAU-PONTY, M. La Nature: notes cours ao Collège de France. Tradução livre: Terezinha Petrucia da
Nóbrega. Établi par Dominique Segland. Paris: Seuil, 1995.
______. Conversas – 1948. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
______. A Estrutura do comportamento. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
______. Fenomenologia da Percepção. Tradução: Carlos Alberto Ribeiro de Moura. São Paulo: Martins
Fontes, 2011.
______. O olho e o espírito. Tradução: Paulo Neves e Maria Ermantina Galvão Gomes Pereira. São
Paulo: Cosac Naify, 2013.
MORIN, E. Os meus demônios. Tradução: Fernando Martinho. Lisboa: Europa-América, 1995.
MUYBRIDGE, E. The human figure motion. London: Chapman & Hall, LD, 1907.
NÓBREGA, T.P. Corporeidade e Educação Física: do corpo-objeto ao corpo-sujeito. Natal: EDUFRN,
2000.
______. Uma fenomenologia do corpo. São Paulo: Livraria da física, 2010.
2. O corpo queer como experiência estesiológica: contribuições estéticas para a
Educação
Paula Nunes Chaves (UFRN)
Terezinha Petrucia da Nóbrega (UFRN)
[email protected]
Falar sobre a experiência do corpo e da sexualidade nos processos educativos na
contemporaneidade é uma tarefa que envolve o desafio de considerar novas paisagens existenciais,
sensíveis e estéticas para tais interfaces. E é a partir delas que elencamos para reflexão a questão do
corpo queer como experiência estesiológica para a educação, a partir das pistas deixadas por esse corpo
no cinema queer. Temos como hipótese que as performances corporais queer engendram a estesia dos
sentidos, a inventividade e a criação, e essa estesia configura-se como educativa e inauguradora de
novos horizontes estéticos.
Diante deste cenário, objetivamos refletir sobre as contribuições estéticas para a educação a
partir da experiência estesiológica dos corpos queer visibilizados no cinema queer. A partir desse
objetivo geral, outros se desenham: apreciar comparativamente a estética do cinema queer francês e
brasileiro; revelar os desdobramentos de uma estética do cinema queer para a educação; esboçar
reflexões sobre a estética do cinema queer como portador de nuances para pensar experiência do corpo
queer e da estesia.
O estudo tem como moldura metodológica a atitude fenomenológica de Merleau-Ponty.
Recorreremos ao cinema queer enquanto portador de pistas para acessar a pluralidade de sensações,
expressões, afetividades, desejos e sexualidades que fazem parte da experiência corpórea queer e de
sua estesia. O material empírico consiste no cinema queer e o corpus de análise é composto pelos
seguintes filmes: Dzi Croquettes (2009), Madame Satã (2002), Tatuagem (2013), Tomboy (2011), Une
nouvelle amie (2014) e Les Garçons et Guillaume, à table! (2013).
Palavras-Chave: Corpo queer. Estética. Estesia. Educação.
LE CORPS QUEER COMME UNE EXPÉRIENCE ESTHÉSIOLOGIQUE:
CONTRIBUTIONS ESTHÉTIQUES POUR L'ÉDUCATION
Parler de l'expérience du corps et de la sexualité dans les processus éducatifs dans la société
contemporaine est une tâche qui implique le défi de considérer nouveaux paysages existentielles,
sensibles et esthétiques à ces interfaces. C’est a partir de ces perspectives que nous avons listé pour la
réflexion la question du corps queer comme expérience esthésiologique pour l'éducation et nous
utiliserons les indices et des pistes laissés par ce corps dans le cinéma queer. Nous avons comme
hypothèse que les performances corporelles queer indiquent l’esthésie de sens, l'inventivité, la création
et l’expression du corps. Et que cette expérience esthésiologique du corps queer se configure comme
nécessairement éducative et inaugure nouveaux horizons esthétiques.
Dans cette direction, cette recherche a pour objectif réfléchir sur les contributions esthétiques
par l'éducation basé sur l'expérience esthésiologique des corps queer visualisées dans le cinéma queer.
De cet objectif général, d'autres se dessinent: comparer l'esthétique du cinema queer français et
brésilien; révéler les déroulements d'une esthétique du cinéma queer pour l'éducation; esquisser
réflexions sur l'esthétique du cinéma queer comme porteur d’aspects pour penser l'expérience du corps
queer et de la esthésie.
L'étude a comme méthodologie l'attitude phénoménologique de Merleau-Ponty et nous
utiliserons la réduction comme une ressource méthodologique. Nous allons utiliser le cinéma queer
comme porteur de pistes pour accéder à la pluralité de sensations, expressions, affections, désirs et des
sexualités qui font partie de l'expérience corporelle queer et de sa esthésie. Notre matériel empirique
est le cinema queer et le corpus d'analyse est composé de films français et brésiliens, à savoir: Dzi
Croquettes (2009), Madame Satã (2002), Tatouage (2013), Tomboy (2011), Une nouvelle amie (2014) et
Les Garçons et Guillaume, à table! (2013).
Mots-clès: Corps queer. Esthétique. Esthésie. Éducation.
3. A vida enquanto fenômeno: aproximações antropológicas entre Blumenberg e
Foucault
Maria Veralúcia Pessoa Porto (UERN)
Iraquitan de Oliveira Caminha (UFPB)
Michel Dupuis (Université Catholique de Louvain)
[email protected]
Em uma época que busca dominar as forças do átomo e alcançar o espaço profundo causa perplexidade
que algumas coisas ainda permaneçam ignoradas como, por exemplo, a vida e o homem. Claro que
definições foram tentadas, a despeito de suas várias dificuldades. Quanto ao homem, pensado como ser
racional ou ser cognoscente, as dificuldades são mais marcantes do que as soluções presentes no
conceito. A consciência como autoconsciência não dá conta de autofundar-se e, além disso, concepções
essencialistas tendem a ver o corpo como arcabouço de uma dominação, de uma domesticação, de
formas de controle. Pensado dessa forma o homem, na verdade, estaria morto. Entretanto, pensar o
homem de uma forma adequada persiste enquanto desafio e necessidade. Nesse sentido as
contribuições de Blumenberg e Foucault à questão permanecem importantes. Blumenberg parte de
uma matriz fenomenológica, aquela que possibilita pensar o corpo enquanto subjetivo e objetivo,
projeto que nasce em Husserl visto que a consciência é sempre consciência de algo. Blumenberg nos
possibilita pensar o homem enquanto carne e consciência da realidade segundo categorias presentes na
Description de l'homme como a de carne própria e o corpo estrangeiro. Isso implica em dar "voz" ao
corpo, às suas paixões e pulsões, algo que se encontra presente em Foucault quando este considera o
processo de subjetivação. Nesses dois autores esse retorno ao homem se dá a partir de pontos comuns,
de aproximações: da vida enquanto riscos e como cuidado, a saber, a partir de elementos que nos
possibilitam ricas abordagens antropológicas sobre no fenômeno da vida.
LA VIE COMME PHÉNOMÈNE: DES APPROCHES ANTHROPOLOGIQUES
ENTRE BLUMENBERG ET FOUCAULT
Dans un moment qui cherche maîtriser les forces de l'atome et atteindre l'éspace profond nous étions
perplexes qui restent des choses inconnus comme, par exemple, la vie et l'homme. Certes que il y avait
des définitions malgré des difficultés. Dans les théories qui pensent sur l'homme en tant que être
rationnel ou sujet qui connaît les problèmes du concept restent plus grandes que les solutions à la fois
que l'auto-conscience ne peut pas se fonder tout seule et les conceptions essentialistes visent l'homme
comme lieu de domination, de domestication et de contrôle. Sur ce point de vue l'homme est déjà mort.
Cependant, penser sur l'homme d'une façon appropriée presiste comme un défi et un besoin. À ce sujet
les contributions de Blumenberg et Foucault restent importantes. Blumenberg nous donne des éléments
de l'école phénoménologique qui nous invite à penser le corps en tant que subjectif et objetctif selon le
projet qui naît avec Husserl et à la fois qui la conscience est conscience de une chose, Blumenberg nous
donne la possibilité, dans son livre Description de l'homme, de penser sur la conscience comme corps
étranger et chair propre. Cela implique en donner "voix" au corps, à ses passions et pulsions, une chose
déjà présent chez Foucault lors l'examen qu'il a fait du processus de subjectivation chez l'Hermenéutique
du sujet. Chez ces deux penseurs nous trouvons un retour à l'homme a partir des points communs, des
approches, à savoir, la vie comme risque et comme soin, ça veut dire, a partir des éléments qui nous
donne des possibilités anthropologiques infinies sur le phénomène de la vie.
4. A pesca com a cabrita, um corpo fenomenológico
Walter Chile R. Lima (Universidade do Minho)
Maria Manuel Baptista (Universidade de Aveiro)
Wladilene Sousa Lima (UFPA)
[email protected]
Na obra Fenomenologia da Percepção (1945/2015), Merleau Ponty reflete sobre a percepção
compreendida por meio das sensações experienciadas pelo indivíduo em movimento e no mundo em
que está inserido, pois a forma como este percebe o mundo e seus fenômenos estão diretamente
relacionados à cultura e à sociedade pertencente, ou seja, a percepção é apreendida no dinamismo do
sujeito em um tempo, espaço e contexto o qual pertence. Assim, a percepção sofre influências culturais
e sociais, onde cada gesto revela percepções repletas de sentidos. Esta compreensão fenomenológica
tem influenciado vários estudos sobre a percepção e a valorização de experiências cotidianas dos
sujeitos envolvidos. Além disso, complementa-se a estes estudos, o corpo relacionado à ideia de
consciência, a qual é dimensionada pelo corpo, através da percepção, compreendida como motricidade.
Dessa forma, este artigo tem como objetivo dissertar sobre o corpo na pesca e as influências culturais e
sociais desse corpo a partir da visão fenomenológica de Merleau-Ponty de percepção e sensações. O
estudo concentrará na pesca que utiliza o instrumento denominado cabrita, rotineiramente realizada na
ria de Aveiro em Portugal na captura de bivalves. Considerada como uma prática pesqueira de
subsistência e artesanal, a pesca com a cabrita consiste em uma atividade performativa, orgânica e
intencional, que requer um corpo performático do pescador e/ou da pescadora, conectados a arte de
pesca, que produz movimentos ritmados em seu corpo. Estes movimentos geram sentidos perceptivos,
uma vez que a percepção Merleau-Pontyana situa-se na dimensão corpórea e o sentimento como
substrato. Dessa forma apresenta-se a pesca com a cabrita enquanto corpo fenomenológico, histórico,
cultural e social.
Palavras-chave: Corpo fenomenológico, Cabrita, Performatividade.
FISHING WITH A CABRITA, A PHENOMENOLOGICAL BODY
In Phenomenology of Perception work (1945/2015), Merleau Ponty reflects on the perception
understood through the sensations experienced by moving individual and the world in which it is
inserted, because the way he perceives the world and its phenomena are directly related to culture and
society belonging, that is, the perception is apprehended in the subject of dynamism in time, space and
context which it belongs. Thus, the perception suffers cultural and social influences where every gesture
reveals perceptions full of senses. This phenomenological understanding has influenced several studies
on perception and appreciation of everyday experiences of those involved. Moreover, it complements
these studies, the body related to the idea of consciousness, which is scaled by the body, through
perception, understood as motor. Thus, this article aims to elaborate on the body in the fishing and the
cultural and social influences that body from the phenomenological view of Merleau-Ponty perception
and sensations. The study will concentrate on fishing using the instrument called cabrita routinely held
in Ria de Aveiro in Portugal in catching bivalves. Regarded as a fishing practice subsistence and craft,
fishing with cabrita consists of a performative, organic and intentional activity that requires a
performatic body of the fisherman and / or fisherwoman, attached to fishing gear, which produces
rhythmic movements in your body. These movements generate perceptual sense, since MerleauPontyana perception is located in body size and the feeling as substrate. Thus presents fishing with the
cabrita as a body phenomenological, historical, cultural and social.
Key words: Phenomenological body; Cabrita; Performativity.
Vilma BOURATROFF
Enseignante DEFISIO-UFPE
Doctorante à l’Université Paris 8
Laboratoire EXPERICE
Email : [email protected]
Titre : L’expérience du corps vécu/vivant dans la formation des kinésithérapeutes
Résumé :
Cette communication porte sur les expériences cliniques des étudiants kinésithérapeutes
en situation de stage à partir des analyses de leurs productions discursives. Nous
souhaitons mettre en discussion la méthodologie de l'étude du corps dans le cadre d’une
approche foucaldienne du corps anatomo-centrée et de la clinique médicale (Foucault,
1963).
C’est par l’écriture du dossier clinique de psycho-sociologie, en troisième année, que les
étudiants sont invités à développer une réflexion subjective autour de la relation
thérapeute-patient. Quels liens entre le corps-objet de savoir et le corps-sujet vivant ?
A partir de ce corpus, nous identifierons trois niveaux d’analyse du corps (Andrieu,
2010) :
-le corps décrit qui est le corps énoncé en troisième personne, c’est-à-dire la
description du corps posée en tant qu’objet de savoir autrement dit le savoir
anatomique et biomécanique transmis (l'histoire de la maladie, les antécédents
médicaux, le projet de rééducation…)
-le corps vécu qui inscrit la présence d’une subjectivité en deuxième personne du
patient à partir de l’explicitation du corps ressenti (l’histoire du vécu de sa maladie,
ses attentes…)
-le corps vivant qui est le corps à la première personne, le corps des émotions qui
construit l’intersubjectivité par et dans la pratique du toucher dans la relation
thérapeutique entre le corps-patient et le corps- étudiant.
Notre étude s’inscrit dans une démarche de recherche à propos des processus de
subjectivation (Foucault, 1980, 2001) des savoirs du corps mis en œuvre par les
étudiants dans le cadre de la formation de masso-kinésithérapie.
Mots-clés : corps, formation, clinique, subjectivation
Bibliographie :
Foucault, M. (1963) La naissance de la clinique, Paris, Quadrige/PUF.
Andrieu, B. (2010) La philosophie du corps, Paris, J. Vrin.
Foucault, M. (1980) L’origine de l’herméneutique de soi, Paris, J. Vrin.
Foucault, M. (2001) L’herméneutique du sujet, Paris, Seuil/Gallimard.
28 juin
O corpo como carne do mundo e a arte como criação
Iraquitan Caminha
Nosso objetivo é analisar as descrições de quatro artistas (Vânia Rezende, Ronaldo
Monte, Flávio Tavares e Marcelo Soares) que descrevem suas produções artísticas. Essa
análise será feita a partir dos conceitos de Corpo e Carne em Merleau-Ponty e o sentido
originário da arte em Heidegger. Com base nessa análise, discutiremos sobre o corpo
como carne do mundo e a arte como criação.
Palavras chaves: Corpo, Carne, Arte, Merleau-Ponty, Heiddeger.
Le corps comme chair du monde et de l'art comme création
Iraquitan Caminha
Notre objectif est d'analyser les descriptions de quatre artistes (Vânia Rezende, Ronaldo
Monte, Flávio Tavares et Marcelo Soares) qui décrivent leurs productions artistiques.
Cette analyse sera faite à partir des concepts de corps et de chair chez Merleau-Ponty et
le sens original de l'art chez Heidegger. Sur la base de cette analyse, nous allons discuter
sur le corps comme chair du monde et de l'art comme création.
Mots-clés: Corps, Chair, Art, Merleau-Ponty, Heidegger
Emersiologie : une entrée par les conduites motrices
Nicolas Burel
Techniques et Enjeux du Corps, EA 3625, Université Paris Descartes
Sabine Cornus
Faculté des Sciences du Sport, Université de Strasbourg
Bernard Andrieu
Techniques et Enjeux du Corps, EA 3625, Université Paris Descartes
Résumé
Développée par et avec B. Andrieu, l’émersiologie s’affirme à l’heure actuelle comme un
modèle de pensée fécond pour appréhender la complexité de l’émergence des
comportements humains et de leur conscientisation. Fondée sur une ontologie de la
discontinuité, structurée autour de trois niveaux corporels, elle ouvre un espace de dialogue
transdisciplinaire entre différents courants scientifiques structurés isolément les uns des
autres, bien que considérant tous le même objet « corps » sous un angle spécifique.
Dans cette communication, nous développons une entrée dans ce modèle par le biais de
l’étude des conduites motrices des enseignants d’Education Physique et Sportive en situation
professionnelle. Ces enseignants ont été suivis dans le cadre d’une recherche doctorale
portant sur la question de leur épanouissement et épuisement professionnels. Nous
proposons ainsi de considérer leurs comportements volontaires, automatisés et spontanés
comme des traces « imsertives » liées d’une part à l’effet du contexte d’enseignement sur
l’agent, et d’autre part aux stratégies régulatrices qui en résultent.
16h45 au 19h00
Communications Atelier
3. Emérsiologie Karenine de Oliveira Porpino (UFRN)
5. DOS SENTIDOS E DA CONSCIÊNCIA ENQUANTO RELAÇÃO ENTRE O
VIVIDO E O VIVO EM ROUSSEAU
Telmir de Souza Soares (UERN)
[email protected]
Explicar a emergência do humano em meio aos outros seres ainda profundamente imersos na
natureza se dá como um desafio complexo e difícil de ser realizado. Entretanto, pode-se tentar, com
muito mais chances de sucesso, entender o que anima tal emergência. Certamente, em meio aos
demais seres da natureza o homem é, entre todos, o que é menos provido de "ferramentas" cabendo ao
mesmo, tendo em vista assegurar sua existência, elaborar meios para ultrapassar essa sua deficiência
originária. A consciência de si vai ser o motor que, de forma dupla, apreende essa necessidade e
suplementa essa carência. Qualquer divisão entre esses dois momentos compreende uma tentativa
didática de dar conta de algo que, aparentemente, se dá de forma simultânea. Essa consciência de si se
dá pela compreensão primeira de ser um corpo em meio a necessidades e vicissitudes. A emergência do
humano se dá no corpo, nos sentidos, primeiro sentimos e depois pensamos, segundo a fórmula
rousseauniana para expressar no Segundo discurso, a ordem dos fenômenos que tratam da consciência.
Essa fórmula de Rousseau se configurou como uma "figura" baseada num "mito", o do estado de
natureza. Desmerecido e desconhecido quanto ao seu real significado o mito tem sido desprezado
enquanto forma de conhecimento e, ademais, de nos dar acesso a um conhecimento sobre o homem.
Nosso objetivo nesse trabalho consiste em apontar em Rousseau não somente a validade de sua
abordagem teórica mas da sua efetividade em mostrar a relação entre o vivo no homem e o vivido
através da relação entre sensação e consciência, ou seja, que essa emergência das sensações em nós
são o sinal do vivido que se expressa no vivo em seu existir. Da passagem do corpo para a consciência
encontramos em Rousseau não os rastros de um passado que jamais existiu, mas um presente que nos
convida a compreender o homem em sua integralidade.
LES SENS ET LA CONSCIENCE EN TANT QUE RAPPORT
ENTRE LE VÉCU ET LE VIVANT CHEZ ROUSSEAU
Expliquer l'émergence de l'homme parmi les autres êtres vivants encore immergés dans la nature est un
défi complexe et dificile à surmonter. Cependent, on peut essayer, avec plus de chance de succès, de
comprendre celui qui anime ce genre d'émergence de l'homme. Certainement, parmi des êtres de la
nature, l'homme est le moins doué des "outils" pour assurer sa vie et survivre. Ainsi, en fonction de ce
problème, l'homme a developpé des moyens a fin de vaincre cette carence originaire. La conscience de
soi va se dévenir le moteur que, de une double façon, perçoit ce besoin et surmonte cette carence. La
division entre ces deux moments est purement didactique car ils sont, probablement, simultanés. Cette
conscience de soi est donnée par la compréhension première d'être un corps au milieu des besoins et
problèmes. L'émergence de l'homme est donnée dans le corps, prémierement nous sentons et après
nous pensons, selon la fórmule rousseauiste dans le Discours sur l'inégalité a fin d'expresser le
phénomène de la conscience. Cette formule de Rousseau a été configuré comme une "figure", un
"mythe", celui de l'état de nature. Imméritée et inconnu dans son réel significat le mythe a été méprisée
en tant que forme de connaissance et, au-delá, comme un genre de connaissance sur l'homme. Notre
but avec cette recherche est de pointer chez Rousseau non seulement la validité de son approche
théorique mais aussi l'effectivité de sa théorie pour montrer le rapport dans la vie de l'homme entre le
vivant et le vécu chez la sensation et la conscience, ça veut dire que l'émergence des sensations, chez
nous, sont le signal du vécu que apparaît dans l'existence du vif. Dans le passage du corps vers la
conscience nous ne trouverons pas, chez Rousseau, des vestiges d'un passé qui n'a jamais existé, mais,
au contraire, un présent qui nos invite à comprendre l'homme dans sa integralité.
EMPATHIE DE LA DOULEUR ET FORMES D’ÉMERSION
Francisco Mujica (Université Catholique de Louvain)
[email protected]
Une des particularités de l´expérience de la douleur est son irréfutabilité : la douleur est un
vécu impossible à nier. Parmi les formes d´affection immanentes, la douleur est, peut-être, la plus claire
de toutes. Mais, est-ce qu´on peut soutenir la même proposition concernant la douleur d´autrui ? La
question n´est pas la possibilité d’apercevoir la douleur d´autrui. Malgré tout la douleur d´autrui est un
factum : l´expérience de ressentir la douleur d´un ami ou de nos parents est universelle. La recherche
1
neurologique nous donne des évidences scientifiques de cet enjeu . En plus, on peut dire qu´on «
souffre », non pas seulement face à l´évènement de la douleur d´autrui – être témoin d´un accident de
la route –, mais aussi face à la douleur des personnes dont on n´a jamais fait la connaissance, mais pour
qui on ressent de la pitié, de la tristesse, de l´angoisse en ce qui concerne les difficultés dont ils
2
pâtissent .
Même si l´empathie de la douleur n´est pas un processus exclusivement cognitif –elle
présuppose une disposition vers l´autre- on réalise, par ailleurs, que la rencontre avec la douleur
d´autrui n´est pas un événement qui demeure dans l´ordre de la « nature humaine » : des phénomènes
3
4
comme la torture ou le sadisme seraient impossibles si l´empathie face à la douleur était un processus
naturel ou une sorte de condition anthropologique.
Le défi pour accéder à la douleur d´autrui consiste alors à montrer, le sens, les préconditions,
les processus qui y sont impliqués et les mécanismes associés à la rencontre des vécus douloureux
d´autrui. Le concept d’émersion sera tout à fait fondamental pour cette tâche car on saisit la douleur
d’autrui seulement grâce aux différentes formes de mouvement interne que notre chair et notre corps
adoptent.
1 Merchand, S. (2009). Le phénomène de la douleur. Comprendre pour soigner. Paris: Elsevier Masson.
2 Boltanski, L. (1993). La souffrance à distance. Paris: Métailié.
3 Danzinger, N. (2014) « Empathie et douleur » Conférence donnée lors des 20e Journées La Douleur de
l'Enfant,
Quelles réponses? Dans : https://www.youtube.com/watch?v=VhfCXjnR5Tg (Visionnée Octobre 2015).
4 Sartre, J.P. (2010). L´être et le néant. Essai d´ontologie phénoménologique. Paris : Gallimard.
ENTRE O CORPO VIVO E O CORPO VIVIDO DO SUJEITO JOGADOR: UMA ONTOGÊNESE ESTÉTICA E
ESTESIOLÓGICA NOS JOGOS ELETRÔNICOS E ESPORTIVOS
Bruno Medeiros Roldão de Araújo (UFCG)
Clara Maria Silvestre Monteiro de Freitas (UPE)
[email protected]
Entendendo que o corpo conhece a si mesmo por meio da expressão do corpo vivo no corpo vivido e
com base na Emersiologia de Andrieu (2015), na qual a constituição estética e estesiológica se constitui
justamente no vácuo entre os corpos vivo e vivido, esta pesquisa objetivou conhecer os processos pelos
quais as tecnologias maquínicas e informacionais, constituídas na forma de jogos eletrônicos esportivos,
atuam na constituição da cultura corporal de movimento. Método: Pesquisa qualitativa descritiva de
campo, em que foram realizadas entrevistas semi-estruturados com 50 atores sociais, na faixa etária da
juventude proposta pela Organização das Nações Unidas - ONU (2004), entre 15 e 24 anos de idade, da
rede pública de Ensino Médio e Superior da Universidade de Pernambuco - UPE, Recife-PE, Brasil. As
informações foram tratadas por meio da Análise de Conteúdo de Bardin (2008) e utilização dos
softwares Analysis of Qualitative Data - AQUAD 6 e GoDiagram. Resultados: Os dados possibilitaram a
criação de quadros categóricos analíticos, que apresentaram como principais categorias sintéticas
relacionadas ao entendimento de si por meio dos jogos eletrônicos esportivos, a “aprendizagem
corporal/esportiva por imitação” e a "interação corporal virtual". Os discursos refletiram um processo
de criação do movimento humano, por meio da reprodução de vivências virtuais, em forma de
motricidade humana, agente e criadora da cultura, conforme Sérgio (2000). Diante do anacronismo de
transmissão nervosa de 450 ms até a consciência no corpo vivido, tem-se o corpo vivo sempre
reconhecido em atraso pela consciência do corpo vivido, neste sentido o corpo vivido seria o virtual e o
corpo vivo a atualização deste na expressão de sua cultura corporal. No processo de virtualização
corporal, há uma busca constante de atualização, visto que o corpo continua sendo o centro do
processo perceptivo, no qual artes imersivas fazem despontar a essência do "iceberg" corporal.
Palavras-chave: Corpo Humano. Jogos de Vídeo. Emersiologia. Esporte. Virtualização
BETWEEN THE LIVING BODY AND LIVED BODY OF THE PLAYER SUBJECT: A ONTOGENESIS AESTHETICS
AND AESTHESIOLOGIC ON SPORTS GAMES
Understand that the body know himself by means of the expression of living body in the lived body and
based on Emersiologia of Andrieu (2015), in which aesthetics and estesiológica constitution is precisely
constituted in the gap between the living bodies and lived, this research objectified understand the
processes by which the machinic and information technologies, incorporated as sports video games,
operate in the constitution of the culture of body movement. Method: descriptive qualitative research,
in which were carried out semi-structured interviews with 50 students, aged youth proposed by the
United Nations - UN (2004), between 15 and 24 years old, from public high school and higher education
at the University of Pernambuco - UPE, Recife/PE, Brazil. The informations was treated by means of the
Bardin Content Analysis (2008) and using the softwares Analysis of Qualitative Data - AQUAD 6 and
GoDiagram. Results: The data enabled the creation of analytical Categorical frames that had as main
synthetic categories related to understanding of himself through sports video games, the
"bodily/sporting learning by imitation" and "virtual bodily interaction". The speeches reflected a process
of creation of human movement, through reproduction of virtual experiences in the form of human
movement, agent and creator of culture, according Sérgio (2000). Faced with the anachronism of nerve
transmission 450 ms to consciousness in the lived body, has the living body always delayed by the body
consciousness lived, that sense the lived body would be the virtual and the living body to update this
expression of your body culture. In the body virtualization process, there is a constant search for
updating, since the body remains the center of the perceptual process, in which immersive arts do
emerge the essence of bodily iceberg.
Keywords: Human Body. Videogames. Emersiology. Sport. virtualization
GINÁSTICA RÍTMICA E EDUCAÇÃO: ESTESIA, DOR E SOFRIMENTO
Loreta Melo Bezerra Cavalcanti (IFRN)
Karenine de Oliveira Porpino (UFRN)
[email protected]
Afirmamos a tese de que dor e sofrimento são geridas nos processos educativos, porque se
tratam de experiências inerentes à existência humana, situando-se como possibilidades de um corpo
estesiológico. Acreditamos que esse gerenciamento das sensações é o cerne de algumas práticas
corporais, aqui explicitadas através da Ginástica Rítmica, porque esta possui um investimento minucioso
na constituição da beleza, num processo em que a administração das experiências de dor e de
sofrimento perpassam e transcendem a sua prática. Temos como objetivos: Descortinar experiências de
dor e sofrimento na Ginástica Rítmica a partir da descrição e interpretação da dimensão do vivido;
Refletir sobre as relações entre as experiências de dor, sofrimento, beleza e a Educação. Como
interlocutor principal da nossa tese, utilizaremos Merleau-ponty (Fenomenologia da Percepção, A
Natureza, O olho e o Espírito, O visível e o Invisível, Psicologia e Pedagogia da Criança), que embasa
nossa compreensão de corpo (do fenomenológico ao estesiológico), estesia, carne, sobretudo pelo
método e a atitude fenomenológica que significam nosso objeto. A descrição de minhas experiências na
Ginástica Rítmica serão abordadas sob olhares distintos: primeiro através da retomada do vivido, de
forma autobiográfica, segundo através da apreciação da narrativas da obra Escola de campeãs, e, em
terceiro lugar, através da apreciação das falas das experiências de quatro (04) ex-ginastas integrantes da
seleção brasileira de Ginástica Rítmica.
RHYTHMIC GYMNASTICS AND EDUCATION: ESTHESIA, PAIN AND SUFFERING
We affirm the thesis that pain and suffering are managed in educational processes because
these are experiences inherent to human existence, being presented as possibilities of an esthesiological
body. We believe that the management of body sensations is the core of some body practices, here
explained through Rhythmic Gymnastics, because this has a thorough investment in the creation of
beauty, a process in which the administration of pain and suffering experiences pervade and transcend
its practice. We have the following objectives: uncover experiences of pain and suffering in Rhythmic
Gymnastics from the description and interpretation of the dimensions of the lived experiences; Reflect
on the relationship between the experiences of pain, suffering, beauty and education. As main
interlocutor of our thesis, we will use Merleau-Ponty (Phenomenology of Perception, The Nature, The
Eye and the Spirit, The Visible and the Invisible, Psychology and Child Education), which underpins our
understanding of the body (from the phenomenological to the esthesiological), esthesia, flesh,
especially by the method and the phenomenological attitude that mean our subject. The description of
my experiences in Rhythmic Gymnastics will be addressed under different views: first through the
resumption of these experiences in an autobiographical form, secondly by examining the narratives of
the work Champions of School, and, thirdly, by studying the experiences from the speech of four (04)
former gymnasts members of the Brazilian team of Rhythmic Gymnastics.
A EXPERIÊNCIA DA LEITURA ESTESIOLÓGICA: UMA CARTOGRAFIA DE LETRAMENTOS COMO MAPA DO
VISÍVEL
Adeilza Gomes (UFRN)
Karenine Porpino (UFRN)
[email protected]
Este trabalho objetiva discutir a leitura da visualidade como experiência estesiológica,
considerando que no mapa do visível emerge experiências de Letramentos. Baseada nas noções de
reversibilidade da carne referendada nas obras O visível e o invisível (2009), O olho e o espírito (2013) de
Merleau-Ponty e de corpo estesiológico em Nóbrega (2010; 2015), a tese articula diálogos entre a
Fenomenologia (MERLEAU-PONTY, 2006a; 2006b), a Cultura Visual (HERNANDEZ, 2007; 2010) e os
Multiletramentos do The New London Group (1994). Partimos do entendimento do corpo como campo
de experiência, de sensações e de afecções, em que o olhar habita. Nesse sentido, a experiência de ver
já é uma leitura, ao mesmo tempo em que a modalidade do visível configura-se, também, em
experiências de Letramentos em Visualidade. De abordagem fenomenológica, os filmes “Como estrelas
na terra, toda criança é especial”, “O Sorriso de Monalisa” e os registros visuais e escritos oriundos da
Formação Docente Continuada com professores de Artes das escolas municipais de Natal/RN são
materiais de interpretação na pesquisa. Apreende-se desse estudo que a intercorporeidade, a liberdade
e a expressão apresentam-se como aspectos do aparecimento da leitura visual/estesiológica mediada
pela dialética do jogo visual (DIDI-HUBERMAN, 2010), constituindo-se numa experiência viva da
linguagem: uma cartografia de Letramentos, cujo engajamento com a cultura visual envolve o corpo
estesiológico movendo-o para a construção de sentidos, a reinvenção de si e o criar imbricado no mapa
do visível.
Palavras-chave: Leitura estesiológica. Letramentos em Visualidade. Corpo.
L’EXPÉRIENCE DE LA LECTURE ESTHÉSIOLOGIQUE : UNE CARTOGRAPHIE
DE LITTÉRATIES EN TANT QUE PLAN DU VISIBLE
Ce travail a pour objectif de discuter la lecture de la visualité en tant qu’expérience esthésiologique, en
tenant compte que le plan du visible émerge des expériences de Littératies. Basée sur les notions de
réversibilité de la chair confirmée dans les œuvres Le visible et l’invisible (2009), L’Œil et l’esprit (2013)
de Merleau-Ponty et de corps esthésiologique chez Nóbrega (2010 ; 2015), la thèse articule des
dialogues entre la Phénoménologie (MERLEAU-PONTY, 2006a ; 2006b), la Culture Visuelle (HERNANDEZ,
2007 ; 2010) et les Multilittératies du The New London Group (1994). On part de la compréhension du
corps en tant que domaine d’expérience, de sensations et d’affections, où le regard habite. De ce fait,
l’expérience de voir, c’est déjà une lecture, en même temps que la modalité du visible se configure aussi
dans des expériences de Littératies en Visualité. D’approche phénoménologique, les films "Taare
zameen par", "Le sourire de Mona Lisa" et les données visuelles et écrites provenant de la Formation
Continuée d’Enseignants d’Arts des écoles de la ville de Natal/RN sont les matériels d’interprétation
dans la recherche. On constate à partir de cette étude que l’intercorporéité, la liberté
visuelle/esthésiologique intercédée par la dialectique du jeu visuel (DIDI-HUBERMAN, 2010), en se
constituant dans une expérience vivante du langage : une cartographie de Littératies, dont
l’engagement avec la culture visuelle implique le corps esthésiologique le poussant à la construction de
sens, la réinvention de soi-même et le créer impliqué dans le plan du visible.
Mots-clés : Lecture esthésiologique. Littératies en Visualité. Corps
4. Esthésiologie Petrucia Da Nóbrega- Université Féderal de Rio Grande do Norte. Chercheur
de CNPq Brésil/ École Normale Supérieur
O SERTÃO QUE EMERGE NA OBRA MUSICAL DE ELOMAR FIGUEIRA DE MELO
Gilmar Leite Ferreira (UFPB)
[email protected]
O presente resumo aborda o sertão que emerge na música de Elomar Figueira Mello.
Fundamentado na filosofia de Merleau-Ponty, esse trabalho interpreta o fenômeno musical como a
expressão mundo vivido, manifestado pela relação do compositor-poeta-cantador-músico Elomar, com
o sertão. Este compositor brasileiro, de Vitória da Conquista, sertão da Bahia, é um homem
profundamente entrelaçado com o mundo que vive, revelando em sua música trovadoresca, sinfônica e
operística, os dizeres e fazeres do povo do sertão. O cantador poeta quase sempre viveu no sertão, só
saindo uma vez para morar em Salvador, onde cursou arquitetura, na Universidade Federal da Bahia. Em
sua música, emerge um sertão profundo, quase imemorial; se não fosse o trabalho de garimpeiro de
palavras, de estórias, de expressões, tornando-se um arqueólogo e um cronista de um sertão dos seus
antepassados, que a cada vez mais vem se esvaindo pela invasão do mundo da comunicação midiática e
dos costumes urbanos. Além da expressão do humano sertanejo, na obra do cantador-poeta, emerge a
experiência sensível, pela sua relação com a natureza da caatinga sertaneja; bioma único no mundo. Nas
cantigas, sejam trovadorescas, ou nos cantos operísticos e sinfônicos, vamos encontrar mandacarus,
xiquexiques, umbuzeiros, juazeiros, e uma infinita quantidade de plantas da caatinga. Além da
vegetação e do povo da aldeia sertaneja, Elomar expressa no seu canto erudito, os bodes e ovelhas,
como personagens ontológicos de um sertão onde os outros animais se assemelham com os humanos,
pela relação de inerência que existem entre ambos. O vaqueiro, como um ser metafísico do sertão
elomariano, se expressa e transforma-se, numa terra e num trabalho de desafios constantes que, devido
a sua adversidade, provoca mudanças no homem, pelas exigências de uma vida, onde os excessos e as
faltas fazem parte do cotidiano. Personagem principal nas suas composições, o poeta mostra o vaqueiro
como um sujeito que está mais próximo dos outros animais, principalmente do cavalo, seu grande
companheiro nas cavalgadas e pegas de alguma vaca ou novilho que fugiu para dentro caatinga fechada.
Na música do poeta-cantador, o sertão antropológico, cultural, biológico, histórico, social, religioso,
artístico e estético, funda um lugar extremamente paradoxal, unificado na poesia e na música de um
compositor que dá um tratamento sofisticado, delicado, ético e profundo ao mundo-sertão.
Palavras-Chave: Elomar, Sertão, Música, Mundo Vivido.
LE SERTÃO QUI EMERGE DANS L’OEUVRE MUSICALE DE ELOMAR FIGUEIRA MELLO
2
Le présent résumé aborde le Sertão qui émerge dans la musique d’Elomar Figueira Mello. Basé sur la
philosophie de Merleau-Ponty, ce travail interprète le phénomène musical comme l’expression du
monde vécu qui se manifeste par la relation du compositeur-poète-chanteur-musicien Elomar avec le
sertão. Ce compositeur brésilien, né à Vitória da Conquista dans l’Etat de Bahia, est un homme
profondément entrelacés avec le monde où il vit, révélant dans ses chants troubadours, symphoniques
et lyriques, les mots et les actions des gens du Sertão. Le chanteur-poète a presque toujours vécu dans
le Sertão, le quittant une seule fois pour vivre à Salvador, où il a étudié l'architecture à l'Université
Fédérale de Bahia. Dans sa musique, émerge un Sertão profond, presque immémorial; si ce n’était pas le
travail de ‘mineur’ de mots, d’histoires, d’expressions, en devenant un archéologue et un chroniqueur
d'un Sertão de ses ancêtres, qui est en train de disparaître à cause de l'invasion du monde de la
2
Zone géograhpique du Nord-Est du Brésil au clima semi-aride. Son sens originel signifie l’« arrièrepays », le « fin fond », une zone éloigné des centres urbains, la campagne. (source : wikipedia.org)
communication médiatique et des coutumes urbaines. Au délà de l’expression de l’homme sertanejo,
dans l'œuvre du chanteur-poète émerge l'expérience sensorielle, par sa relation à la nature de la
3
caatinga sertaneja; biome unique dans le monde. Dans ses chants, que se soient troubadours, ou que
4
se soient lyriques et symphoniques, on trouve des mandacarus, xiquexiques, umbuzeiros, juazeiros et
une quantité infinie de plantes de la caatinga. En plus de la végétation et les gens du village du Sertão,
Elomar exprime dans ses chansons érudites, les chèvres et les moutons, comme des personnages
ontologiques d'un Sertão où d'autres animaux sont semblables aux humains par la relation inhérente qui
existe entre eux. Le cow-boy, en tant qu’être métaphysique du Sertão elomarian, s’exprime et se
transforme, dans une terre et dans un travail de défis constants en raison de ses adversités, provoque
des changements dans l'homme, par les exigences d'une vie où les excès et les pénuries font partie de la
vie quotidienne. Personnage principal dans ses compositions, le poète montre le cow-boy comme un
sujet qui est plus proche à d'autres animaux, en particulier le cheval, son compagnon dans les
chevauchés et dans les recherches des vaches ou veaux qui s’égarent dans l’épaisse broussaille. Dans la
musique du poète-chanteur, le Sertão anthropologique, culturel, biologique, historique, social, religieux,
artistique et esthétique, crée un endroit extrêmement paradoxal, unifié dans la poésie et dans la
musique d'un compositeur qui donne un traitement sophistiqué, délicat, éthique et profond au mondeSertão.
Mots-Clés: Elomar, Sertão, Musique, Monde Vécu.
CORPS ET LIBERTÉ CHEZ MERLEAU-PONTY
Rafael Basso (PSL - ENS / ED 540)
[email protected]
Cette communication voudrait analyser la liberté chez Merleau-Ponty dans l’ontologie du sensible à
partir du texte inédit La Nature ou le monde du silence, dans laquelle la liberté est toujours une relation
charnelle avec autrui. Dans une note de travail de 1960, Merleau-Ponty écrit qu’ « autrui n’est plus
tellement une liberté vue du dehors comme destinée et fatalité, un sujet rival d’un sujet, mais il est pris
dans [un] circuit qui le relie au monde » (Le visible et l’invisible, p. 322). En ce sens, nous allons analyser
la liberté au cœur même de ce circuit que Merleau-Ponty appelle « intermonde », c’est-à-dire « notre
monde commun ». Il ne faut pas oublier que celui-ci est d’abord une intercorporéité irréductible à toute
structure, subjectivité ou société. Chez Merleau-Ponty, la chair est le signe d’une coexistence radicale, si
bien que notre relation avec autrui se fait comme un nœud dans un tissu qui relie moi, autrui et le
monde. Il faut essayer de penser la vie libre dans ce tissu, dans l’intercorporéité de notre chair, de façon
à ce que la coexistence ne soit pas un obstacle à liberté, mais l’horizon de sa réalisation, puisque,
comme le souligne la Phénoménologie de la perception, « ma liberté, le pouvoir fondamental que j’ai
d’être le sujet de toutes mes expériences, n’est pas distincte de mon insertion dans le monde » (p. 413).
Pour bien comprendre la liberté incarnée de Merleau-Ponty, nous la situerons tout d’abord dans le
contexte du scénario sartrien d’une liberté existentielle absolue. Nous examinerons ensuite la
conception merleau-pontienne de la liberté dans ses principaux travaux, en ayant notamment en vue la
critique formulée par La Nature ou le monde du silence : « une philosophie de la liberté est donc
curieusement incapable d’exprimer l’action, justement parce qu’elle s’installe dans la subjectivité ».
Enfin, nous discuterons l’essai sur Le doute de Cézanne.
3
« Un type de végétation très simple et sèche, comprenant de petites arbres qui perdent leur feuilles au
cours de la longue saison de sèche »(Souce : brezilya.com.br)
4
Plantes typiques de la caatinga.
Mots-clés: Merleau-Ponty - Liberté - Ontologie - Chair - Coexistence
Bibliographie
Maurice Merleau-Ponty
Le visible et l’invisible, suivi de notes de travail, Paris, Gallimard, 1964.
Préface de Signes, Paris, Gallimard, 1960, pp. 7-47.
« Le doute de Cézanne », in Sens et non-sens, Paris, Gallimard, 1996, pp. 13-33.
« La liberté », in Phénoménologie de la perception, Paris, Gallimard, 1945, pp. 496 sq.
« L’homme et l’adversité » (conférence du 10 septembre 1951 aux Rencontres internationales de
e
Genève), in La connaissance de l’homme au XX siècle, Neuchâtel, La Baconnière, 1952, pp. 51-75 ; repris
dans Signes, op. cit., pp. 284-308.
« La Nature ou le monde du silence », in Maurice Merleau-Ponty, dir. E. de Saint Aubert, Paris, Hermann,
2008.
Jean-Paul Sartre
L’Être et le Néant, Paris, Gallimard, 1943 ; « Tel », 1980.
L’existentialisme est un humanisme, Paris, Nagel, 1946.
Emmanuel de Saint Aubert
Vers une ontologie indirecte. Sources et enjeux critiques de l’appel à l’ontologie chez Merleau-Ponty,
Paris, Vrin, 2006.
Du lien des êtres aux éléments de l'être, Paris, Vrin, 2004, section A,
chapitre 3
A EXPERIÊNCIA RITUALÍSTICA DA CENA: O TEATRO COMO EDUCAÇÃO SENSÍVEL
NO ENSINO FORMAL
Thulho Cezar (UFRN)
Karenine Porpino (UFRN)
[email protected]
Esta pesquisa assenta-se no campo da Educação e procura abordar uma prática educativa
centrada na experiência estesiológica da construção ritualística da cena teatral como experiência de si
nas atividades formativas do componente curricular Arte–Teatro.
Centramos nossos estudos na relação estabelecida entre os conhecimentos obtidos em nossas
experiências artísticas com o grupo Arkhétypos de Teatro e as práticas educativas vivenciadas em
conjunto com os alunos da disciplina Arte–Teatro (turmas de 2º ano dos cursos integrados de
informática do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, Campus
Ceará Mirim) no ano letivo de 2015.
A motivação para realização deste estudo surgiu da necessidade de se repensar as práticas
educativas em Teatro na Escola formal, que historicamente tem relegado os corpos à condição de corpo
máquina – deslocado das suas experiências no mundo e centrado num conhecimento produzido a priori.
Adotaremos como aporte teórico-metodológico a Fenomenologia pensada por Merleau-Ponty.
Como instrumento metodológico adotaremos os diários de registro realizados pelos participantes, que
receberão, sempre que necessário, o suporte de imagens fotográficas captadas ao longo dos processos.
Busca-se, de forma geral, compreender como os processos vividos nas turmas supracitadas
configuram-se como proposta possível na busca da implementação de uma experiência de Educação
Sensível no componente curricular Arte–Teatro.
A pesquisa encontra-se em andamento, mas a observação empírica, os depoimentos em sala de
aula e os escritos dos alunos apontam para a confirmação da tese de que a experiência estesiológica
vivida na construção ritualística da cena teatral é capaz de, através do Encontro consigo, com os outros
(colegas de cena) e com o Outro (expectadores), promover uma experiência de Educação Sensível na
escola formal. Desse modo esperamos contribuir para a transformação da Escola num local de
descobertas das possibilidades do corpo através da experiência de ser no mundo.
THE RITUALISTIC EXPERIENCE OF SCENE: THE THEATRE
AS SENSIBLE EDUCATION IN FORMAL TEACHING
This research is located on the field of Education and aims to discuss an educational practice
centred in the esthesiologic experience of ritualistic construction of theatrical scene as an experience of
one’s own self in formative activities of the curricular component Arts–Theatre.
Our studies are centred in the relation between concepts taken from our artistic experiences
with the theatre group Arkhétypos and the educative practices with students during Arts–Theatre
classes in 2015 (students from the 2nd grade of Secondary Education in a Vocational school called
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – IFRN, Campus Ceará
Mirim).
The motivation of this study came from the necessity of rethinking the educational practices in
Theatre in Formal School, which historically has denied the bodies to the condition of body-machine –
dislocated from your experiences in the world and centred in a kind of knowledge produced a priori.
We will use Phenomenology, as it is thought by Merleau-Ponty, as our theoretical and
metodological support. As our methodologic instrument, we will use the journals produced by the
participants and, when necessary, we will also use some pictures taken during the process experienced
with them.
In general, we will try to comprehend how the process lived with those students can become a
possible proposal to an implementation of a Sensible Education experience in the curricular component
Art–Theatre.
This research is still in progress, however, the empiric observation, the speeches made by the
students during the classes and their journals point to the thesis’ verification: the esthesiologic
experience lived in the ritualistic construction of theatrical scene is able to foment an experience of
Sensible Education in the Formal School through the Encounter with one’s own self, with the others
(partners of scene) and with the Other (audience). This way, we hope to contribute with the
transformation of the School into a place of discoveries of the body’s possibilities through the
experience of being in the world.
TAEKWONDO: UMA EXPERIÊNCIA DO CORPO COMO FENÔMENO EDUCATIVO
Luiz Arthur Nunes da Silva (UFRN)
Terezinha Petrucia da Nóbrega (UFRN)
[email protected]
Traçar novas reflexões a partir do discurso sobre o corpo em interface com a educação é
pertinente em diferentes aspectos, problematizando-o em diferentes esferas e em diferentes propostas,
sentidos e espaços. E é destacando um desses espaços que trazemos como plano de fundo a prática
corporal do Taekwondo para pensarmos a experiência do corpo como fenômeno educativo.
A fim de direcionaremos nossas reflexões pelos conceitos de experiência, partiremos da atitude
fenomenológica do filósofo Merleau-Ponty. Dessa forma, traremos esse diálogo com enfoque no
conceito da experiência vivida, e atrelado a isso, dialogaremos com categorias como: esquema corporal,
motricidade, percepção, estesiologia e intercorporeidade. Nesse sentido, orientaremos o estudo sobre o
Taekwondo a partir da historicidade, tradição, oralidade, do papel da aprendizagem e da educação,
partindo da experiência do Mestre e da relação com seus Discípulos.
A pesquisa terá como corpus de análise entrevistas filmadas, e buscará sistematizar a
perspectiva fenomenológica a partir da expressão de movimentos e, em uma segunda etapa, da
autoconfrontação, considerando a experiência vivida dos entrevistados. Dessa forma, buscaremos
articular observações do corpo estesiológico e suas sensações na perspectiva do esquema corporal e da
consciência do corpo, para desvendarmos como se da essa significação da experiência do corpo como
fenômeno educativo no Taekwondo.
Para isso, traçaremos como objetivos: compreender a experiência do corpo como fenômeno
educativo a partir da leitura de Merleau-Ponty e do Taekwondo; relacionar a noção de experiência do
corpo no Taekwondo com a educação; e produzir um mini-documentário a partir do corpus de análise.
Dessa forma, dialogaremos com os estudos da fenomenologia de Merleau-Ponty e as compreensões
educacionais que se pauta nos ensinamentos do Taekwondo.
Palavras-Chave: Taekwondo. Merleau-Ponty. Educação. Experiência.
TAEKWONDO: UNE EXPÉRIENCE DU CORPS COMME PHÉNOMÈNE EDUCATIF
Tracer des nouvelles réflexions a partir du discours sur l'interface du corps avec l'éducation
est pertinent dans différents aspects, en plus de discuter dans différents domaines et differents
propositions, directions et espaces. Nous détachons un de ces espaces et nous apportons la pratique du
corps s’appelle de Taekwondo pour penser à l'expérience du corps comme un phénomène éducatif.
Afin de donner une orientation à notre réflexions par les concepts d'expérience, nous partons
d' l'attitude phénoménologique du philosophe Merleau-Ponty. Ainsi, nous allons apporter ce dialogue
centré sur le concept de l'expérience vécue, et lié à cela, le dialogue avec des catégories comme: l'image
corporelle, la motricité, la perception, l’esthésiologie et l’intercorporéité. En ce sens, nous allons guider
l'étude sur le Taekwondo par l'historicité, la tradition, l’oralité, du rôle de l'apprentissage et de
l'éducation, se fondant sur l'expérience du Maître et de la relation avec ses Disciples.
La recherche aura comme corpus d'analyse les entretiens filmés, et elle cherchera
systématiser la perspective phénoménologique par l'expression des mouvements et, dans une seconde
étape, par l'auto-confrontation, et la considération de l'expérience vécu des personnes interviewé.
Ainsi, nous allons chercher à articuler les observations du corps esthésiologique et ses sensations en vue
de l'image corporelle et la conscience du corps, à démêler comme se passe la signification de
l'expérience du corps comme un phénomène éducatif dans le Taekwondo.
Pour cela, nous attirons les objectifs suivants: comprendre l'expérience du corps comme un
phénomène éducatif par la lecture de Merleau-Ponty et du Taekwondo; faire une relation entre la
notion d'expérience du corps dans le Taekwondo avec l'éducation; et produire un mini-documentaire a
partir du corpus d'analyse. Ainsi, nous ferons un dialogue avec les études de la phénoménologie de
Merleau-Ponty et la compréhension d'éducation qui est guidé dans les enseignements du Taekwondo.
Mots-clés: Taekwondo. Merleau-Ponty. Education. Expérience.
28 juin
Conférence
Michel Dupuis
L'orgasme d'autrui : remarques phénoménologiques
La phénoménologie classique a développé un modèle spécifique de l'empathie
(Einfühlung), un type de présentification portant sur le vécu d'autrui - par exemple sa
tristesse ou sa joie (Husserl, Stein). Qu'en est-il de l'orgasme de cet autrui? En tant qu'il
est un vécu (d'autrui) s'inscrivant dans sa chair et manifesté à un tiers (un témoin qui
est, selon les situations, co-impliqué, co-ému et peut-être co-acteur), la
phénoménologie husserlienne de l'empathie permet-elle de rendre compte de
l'orgasme d'autrui et dans quelles limites? Et à l'inverse, en quoi cette situation
complexe d'un vécu co-perçu amène-t-elle à revoir le concept d'empathie dans le sens
d'une herméneutique situationnelle
11h -13h – Communications Atelier
Epistémo 2 Avelino Aldo de Lima Neto- Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
O CORPO SABE DO QUE É CAPAZ, O PORTADOR DELE, NEM SEMPRE!
Bene Martins (UFPA)
María Virginia Abasto (UFPA)
[email protected]
A proposta do I Congresso Internacional de Emersiologia visa demonstrar que “sentir seu corpo vivo é
uma experiência estesiológica que desperta em nós imagens, sensações, emoções, mas também
neurônios-espelhos, empatia, imaginação e gestos involuntários, até mesmo inconscientes”. Pois bem,
para além de conceituações teóricas consultadas, optamos por ouvir uma pessoa, cujo trabalho é com a
preparação do corpo, mas especificamente, desenvolvê-lo para as habilidades e atuação circense. A
artista Virginia Abasto, argentina, residente em Belém do Pará, é mestre em artes, treinadora física,
artista e professora de circo.
Para fazer jus à referência principal do filósofo Merleau-Ponty sobre a percepção do corpo, da relação do
corpo com o mundo, a ecologização do corpo, e até uma filosofia do corpo, recorremos à artista Virgínia,
segundo ela, “corpo é comigo mesma”, assim, a partir de depoimentos e criações textuais da circense,
demonstraremos como, na prática, esse corpo emerge a partir dos “sensíveis vivos na consciência do
corpo vivido”. Perguntas abertas foram elaboradas para que ela discorra sobre as provocações, estas
baseadas nos conceitos de Merleau-Ponty, permitirão aferir quão próximo ou distante o seu trabalho
corporal está das ideias merlopontyanas.
Palavras-chave: corpo, percepção corporal, relação corpo-mundo.
THE BODY KNOWS WHAT IT IS CAPABLE, HIS CARRIER, NOT ALWAYS!
The proposal of the First International Congress of Emersiologia aims to demonstrate that "feel yours
living body is an estesiological experience that awakes in us images, sensations, emotions, but also
mirrors-neurons, empathy, imagination and involuntary gestures, even unconscious." Well, in addition to
the consulted theoretical conceptualizations, we decide on to listen a person whose job is to train the
body, but specifically develop it for the circus skills and performance. The artist Virginia Abasto,
Argentina, resident in Belém of Pará, is master of arts, physical trainer, artist and circus teacher.
To live up to the main reference of Merleau-Ponty philosopher about the perception of the body, the
relation of the body with the world, the greening of the body, and even a philosophy of the body, we
turn to the artist Virginia, she said, "body is with myself", thus, from interviews and textual creations of
the circus artist, we will demonstrate how, in practice, this body emerges from the "living sensitives in
the consciousness of the lived body". Open questions were prepared with the purpose she argues on
provocations, these based on the Merleau-Ponty´s concepts, will assess how close or far her body
training is from the merlopontyanas ideas.
Keywords: body, body awareness, relation body-world.
Título: Bosquejo sobre los Estudios Sociales sobre Cuerpos y Emociones en Latinoamérica
BOSQUEJO SOBRE LOS ESTUDIOS SOCIALES SOBRE CUERPOS Y EMOCIONES
EN LATINOAMÉRICA
Adrián Scribano (Universidad de Buenos Aires)
María Noel Miguez (Universidad de la República/Uruguai)
[email protected]
En América Latina en los últimos 20 años los estudios sociales sobre cuerpos y emociones se han
multiplicado y proliferado aceleradamente. Desde el año 2002 hemos construido en Argentina y
Latinoamérica un conjunto de espacios de intercambio cuyo punto en común lo constituye el aludido
campo de indagación. Desde 2007 logramos institucionalizar el Grupo de Trabajo sobre Cuerpos y
Emociones en la Asociación Latinoamericana de Sociología, creamos la Red Latinoamericana de Estudios
Sociales sobre las Emociones y los Cuerpos y en el 2009 fundamos la Revista Latinoamericana de
Estudios sobre Cuerpos, Emociones y Sociedad es en dicho contexto que escribimos el presente trabajo.
La estrategia argumentativa que se ha seleccionado es la siguiente: 1) se esquematiza la impronta del
trabajo a través de los cuerpos como mediación en los procesos de indagación social; 2) se sintetizan los
soportes teóricos más usados; 3) se bosqueja una modalidad de clasificación de los estudios empíricos
que se han efectuado en la región y se presentan de modo esquemático algunos de los grupos que
forman parte de nuestra red en tanto aporte concreto a los aludidos estudios.
Se finaliza argumentado a favor de la necesidad de visualizar cada vez con mayor urgencia los desafíos
que plantean el desarrollo de intercambios globales en los estudios sobre los cuerpos/emociones.
Palabras clave: Cuerpos, Emociones, Producción de conocimiento.
Au cours des 20 dernières années, en Amérique Latine, les études sociales sur les corps et émotions se
sont multipliées à grand rythme tout en construisant un ensemble d’espaces d’échange, soit:
institutionnalisation du Groupe de Travail sur les Corps et Emotions dans l’Association Latino-américaine
de Sociologie (2007), la création du Réseau Latino-américain d’Etudes sur les Emotions et les Corps,
fondation de la Revue Latino-américaine d’Etudes sur les Corps, les Emotions et la Société (2009).
La logique d’exposition du présent article est la suivante: 1) schéma du travail des corps comme
médiation dans les processus d’enquête sociale: 2) synthèse des supports théoriques les plus utilisés: 3)
ébauche des études empiriques de plus grande importante effectuées dans la région: et, 4) résumé de
quelques expériences d’institutionnalisation.
Dans le contexte présenté, on fait référence à la nécessité de générer des échanges globaux dans les
études sur les corps/émotions.
Mots clé: Corps, Emotions, Production de connaissance.
IMAGEM CORPORAL E RELIGIÃO: A PERCEPÇÃO NO DISCURSO DE IDOSAS DA CIDADE DE JOÃO
PESSOA
Giulyanne Maria Silva Souto (UFPB)
Iraquitan de Oliveira Caminha (UFPB)
[email protected]
A imagem corporal no processo de envelhecimento sofre mudanças em decorrência de aspectos
subjetivos, fisiológicos e influenciados pelo contexto sociocultural. Neste último encontram-se
diferentes fatores influenciadores da percepção que o idoso tem do seu corpo, dentre os quais destacase neste estudo a religião. Diante disso, traçou-se o objetivo de analisar a presença de aspectos
religiosos em discursos de idosas sobre a concepção de corpo e satisfação com a imagem corporal. Esta
pesquisa caracteriza-se como qualitativa de natureza fenomenológica, orientada pela perspectiva da
escuta interpretativa do sentido dado ao corpo pelas idosas na cidade de João Pessoa, mais
especificamente do Centro de Atenção Integral à Saúde do Idoso (CAISI). As participantes do estudo
realizam regularmente as atividades grupais relacionadas à escola de posturas, aulas de Educação Física
e de Yoga, compreendendo 10 sujeitos, divididos conforme a quantidade de indivíduos em cada grupo.
O instrumento consistiu numa entrevista semi-estruturada elaborada para esta pesquisa acerca do tema
percepção corporal do idoso previamente submetida a um estudo de adaptação. As entrevistas foram
aplicadas individualmente às idosas selecionadas por meio de participação voluntária e concordância e
assinatura do TCLE. Os dados foram analisados por meio da técnica de análise do conteúdo das
entrevistas. Os resultados apontaram a presença da religião nos discursos das idosas relacionados à
concepção de corpo, como um fator influente na forma como o corpo é apresentado socialmente em
diferentes contextos e situações e na satisfação com a imagem corporal. Diante disso, considera-se que
a religião atua como fator relevante para a expressão e percepção corporal de mulheres após os 60 anos
de idade.
IMAGE DU CORPS ET RELIGION: LA PERCEPTION DANS LE DISCOURS DE PERSONNE AGEES DE LAVILLE
DE JOÃO PESSOA
L'image du corps dans le processus de vieillissement subit des changements dus à subjective,
physiologique et influencé par le contexte socioculturel. Dans ce dernier, sont différents facteurs qui
influent sur la perception que les personnes âgées ont le corps, parmi lesquels se distingue dans cette
étude religion. Ainsi, il a élaboré en vue d'analyser la présence d'aspects religieux dans les vieux discours
sur la conception de la satisfaction du corps et de l'image corporelle. Cette recherche se caractérise par
la nature phénoménologique qualitative, guidée par la perspective de l'écoute d'interprétation sur le
sens donné à l'organisme par les personnes âgées dans la ville de João Pessoa, en particulier le Centre
de soins complets pour les personnes âgées (Caisi). Les participants à l'étude procèdent régulièrement à
des activités de groupe liées aux postures scolaires, des cours d'éducation physique et Yoga,
comprenant 10 sujets, répartis en fonction du nombre d'individus dans chaque groupe. L'instrument se
composait d'un entretien semi-structuré développé pour cette recherche sur la perception sujet du
corps des personnes âgées précédemment présenté une étude de l'adaptation. Les entrevues ont été
appliquées individuellement à plus âgés sélectionnés par la participation volontaire et de l'accord et en
signant le formulaire de consentement. Les données ont été analysées à l'aide technique d'analyse du
contenu des entrevues. Les résultats ont montré la présence de la religion dans les vieux discours liés à
la conception du corps, comme un facteur d'influence dans la façon dont le corps est présenté dans
différents contextes et situations sociales et la satisfaction de l'image corporelle. Par conséquent, il est
considéré que la religion agit comme un facteur pertinent pour la prise de conscience de l'expression et
du corps chez les femmes après l'âge de 60 ans.
A EXPERIÊNCIA DE SER PROFESSORA TECELÃ DESVELADA NO PORTFÓLIO
COMO EXPRESSÃO DO CORPO
Maria José Cavalcante de Lima (UFRN)
Maria da Penha Alves Casado (UFRN)
[email protected]
O presente trabalho tem por objetivo discutir sobre o portfólio como expressão do corpo
compreendendo os sentidos de ser professora tecelã. Baseamos nosso estudo nas noções de corpo e de
linguagem oriundas dos escritos de Merleau-Ponty (1945) e de Nóbrega (2015) e na concepção de
Portfólio, em Halté (1998). Trata-se de um recorte de Tese, na qual também estabelecemos relações
com Bakhtin e seu círculo (1992), Villas Boas (2005) e Travaglia (2003). Particularmente, neste estudo,
abordamos a linguagem como a expressão de ser no mundo, considerando que nos sentidos da palavra
não há separação entre pensamentos e processos corporais. Na análise, interpretamos cinco portfólios,
cujas narrativas foram realizadas por professoras do 6º ao 9º ano, do Ensino Fundamental, em Língua
Portuguesa, participantes do Programa Gestão da Aprendizagem Escolar – GESTAR II, oferecido pelo
Ministério da Educação – MEC/Brasil. Apreende-se desse estudo que o portfólio desvela o ser de
professora tecelã como expressão do corpo e na experiência das professoras, a passagem do ser
professora fiandeira ao ser professora tecelã emerge dos sentidos atribuídos às concepções de
linguagem e à forma como elaboram didaticamente os conhecimentos em sala de aula.
Palavras-chave: Portfólio. Corpo. Professora Tecelã.
L’EXPÉRIENCE D’ÊTRE ENSEIGNANTE TISSERANDE DÉVOILÉE DANS LE
PORTFOLIO EN TANT QU’EXPRESSION DU CORPS
Cette recherche a pour but de discuter le portfolio en tant qu’expression du corps en comprenant les
sens d’être enseignante tisserande. L’étude est basée sur les notions de corps et de langage provenant
de Merleau-Ponty (1945) et de Nóbrega (2015) et sur la conception de Portfolio chez Halté (1998). Il
s’agit donc d’un extrait de thèse, dans laquelle on a aussi constitué des rapports avec Bakhtine et son
cercle (1992), Villas Boas (2005) et Travaglia (2003). On aborde particulièrement dans cette étude le
langage en tant qu’expression d’être au monde, en considérant que, sur les sens du mot, il n’y a pas de
séparation entre pensées et processus corporels. Dans l’analyse, on interprète cinq portfolios dont les
e
e
narrations ont été réalisées par des enseignantes de la 6 et de la 9 année de l’Ensino Fundamental, en
Langue Portugaise, ces participantes étant du Programme gestion de l’apprentissage scolaire – GESTAR
II, offert par le Ministère de l’éducation – MEC/Brésil. On constate dans cette étude que le portfolio
dévoile l’être d’enseignante tisserande en tant qu’expression du corps et dans l’expérience des
enseignantes, le passage de l’être enseignante fileuse à l’être enseignante tisserande émerge des sens
attribués aux conceptions de langage et à la façon dont on élabore didactiquement les connaissances en
salle de classe.
Mots-clés : Porfolio. Corps. Enseignante Tisserande.
&&&Esthesiologie 2 Karenine de Oliveira Porpino (UFRN)
A EXPERIÊNCIA DO ANDAR EM ROUSSEAU, MAUSS E HILLMAN
Sandra B. Costa (UFPB)
Pierre N. Gomes-da-Silva (UFPB)
[email protected]
Ontologicamente, o andar é o gesto mais humano, na nossa espécie. Desde os tempos mais
remotos, as posturas básicas do ser humano como deitar, sentar, ficar em pé e correr permanecem
iguais. Mas, o caminhar mudou radicalmente; não só andamos menos que nossos ancestrais, mas quase
eliminamos a necessidade de caminhar. Hoje, ficamos mais sentados do que em pé. Neste trabalho
apresento como a experiência do andar bípede aparece em três ensaios: Os devaneios do caminhante
solitário de Jean-Jacques Rousseau; Técnicas do Corpo de Marcel Mauss e Caminhar de James Hillmam.
Foi andando longos percursos por Paris e arredores que Rousseau evoca suas memórias como fonte da
verdadeira felicidade, para ele, caminhar é sossegar e devolver a si mesmo tudo o que concorre para
deixar a vida bela. Mauss vislumbrou o andar em sua complexidade cultural a partir da maneira de
andar da mulher “maori” da Nova Zelândia. Este antropólogo enfatiza que há uma educação do andar, já
que cada grupo cultural anda de uma maneira particular. Em Hillmam, saímos para caminhar para dar
rítmo orgânico aos estados mentais depressivos e esse ritmo do caminhar ganha significado simbólico
ao se colocar um pé diante do outro e, há uma provável cura arquetípica ocorrendo ao caminhar, algo
que afeta profundamente o substrato mítico de nossas vidas. Sendo assim, para os três autores a
marcha não significa apenas a mudança de um lugar para outro, pois o movimento do andar bípede
oferece informação sobre a vida, os desafios e a liberdade dos sujeitos numa relação de afetibilidade
entre o ato do andar como expressão do poder de espraiamento de uma maneira sensorial e
contemplativa do viver, capaz de reinventar a própria existência.
L’EXPÉRIENCE DE LA MARCHE SELON ROUSSEAU, MAUSS ET HILLMAN
Ontologiquement, la marche est le geste le plus humain de notre espèce. Depuis les temps
anciens, les postures basiques de l'homme comme couché, assis, debout et courrir restent les mêmes.
Mais la marche a changé de façon spectaculaire; nous ne marchons pas seulement moins que nos
ancêtres, mais aussi nous avons presque éliminé le besoin de le fait. Aujourd'hui, nous sommes plus
assis que debout. Dans ce travail, nous présentons comme l'expérience de la marche bipède apparaît
dans trois textes: Les Rêveries du promeneur solitaire, de Jean-Jacques Rousseau; Les Techniques du
Corps, de Marcel Mauss et marcher, de James Hillman. Rousseau marchait des longues distances à Paris
et ses entours, ce que lui évoquait des souvenirs comme une source du vrai bonheur, pour lui, la marche
est reposer et donner à soi-même tout ce qui contribue à rendre la vie belle. Mauss a vu la marche dans
sa complexité culturelle a partir de la manière de marcher des femmes "Maori" en Nouvelle-Zélande.
Cet anthropologue souligne qu'il existe une éducation de la marche, puisque chaque groupe culturel
marche d'une manière particulière. Selon Hillman, nous avons commencé à marcher pour donner un
rythme organique aux états dépressifs mentaux et ce rythme de marche gagne sens symbolique au
moment où nous mettons un pied devant l'autre et il y a un mouvement de guérison archétypique de la
marche, ce qui affecte profondément le substrat mythique de nos vies. Ainsi, pour les trois auteurs la
marche est plus que l’action d’aller d'un endroit à l'autre, le mouvement de la marche bipède offre des
informations sur la vie, les défis et la liberté des individus dans relation d’influence entre l’action de
marcher comme une expression la puissance de diffusion d'une manière sensorielle et contemplative du
vivre, capable de réinventer sa popre existence.
O CORPO BARROCO DE ONQOTÔ: UMA LEITURA FENOMENOLÓGICA
Thays Anyelle Macêdo da Silva Ramos (UFRN)
[email protected]
O artigo em questão é um recorte da dissertação “O Corpo do Grupo Corpo: os movimentos das
obras Benguelê, Lecuona e Onqotô”. Neste recorte, convidamos à reflexão através da descrição e
interpretação de uma das obras da companhia de dança contemporânea Grupo Corpo. A obra em
questão é “Onqotô” (2005). Pretende-se lançar um olhar fenomenológico sobre esta obra e interrogá-la:
que corpo dança em Onqotô? Essa obra faz pensar o corpo e o sensível em Merleau-Ponty?
O Grupo Corpo é uma companhia de dança brasileira. Começa sua trajetória em Minas
Gerais e completa 40 anos de história.
O Grupo tem uma linguagem corporal própria, reconhecida
por estudiosos da dança, entre eles a Doutora Helena Katz da PUC-SP. São diversos Brasis que dançam
no Corpo, o passado e o futuro, o erudito e o popular, a herança estrangeira e a cor local, o urbano e o
suburbano, tudo ao mesmo tempo.
Nesta pesquisa há a aproximação dos discursos filosófico, artístico e educacional, estes
entrelaçados na descrição da obra e deste movimento de pesquisa. No primeiro discurso priorizaremos
a reflexão sobre corpo e sensível em Merleau-Ponty, dando movimento aos pensamentos
fenomenológicos deste filósofo, numa atitude estesiológica que me permite pela sensação
compreender o mundo, mesmo que parcialmente, pois essa compreensão não pode ser total, mas sim
aberta e instituinte como nos faz pensar a fenomenologia.
No segundo discurso, a busca pela arte nos dá a possibilidade de interrogarmos e pensarmos a
filosofia do espanto que se desloca do sobrevoo das coisas e se coloca no mundo. Merleau-Ponty insiste
que o artista ensina o filósofo o que é existir como um humano, pois o corpo tem o poder de ver-se
quando vê, vê-se vendo, é um vidente-visível para si mesmo. Entre as coisas táteis, o corpo é tátil, mas
dotado de poder de tocar, é tocante, tátil-tocante, tem o poder de tocar-se ao tocar, é um tocante tátil
para si mesmo. Entre as coisas móveis, o corpo é móvel, mas dotado de poder de mover, é movente,
móvel-movente, o corpo tem poder de mover-se movendo, móvel movente para si.
No terceiro discurso, pretendemos reafirmar uma
educação que começa no corpo, começa em suas nuances, em seus desvios, sua complexidade, sua
capacidade de sentir e que, por uma lógica positiva, tem-se sua reflexão limitada. Mas, tal
conhecimento encontra sua possibilidade de pensamento expandido por uma lógica sensível, mais
próxima do mundo e do humano. Posto que, aberturas no conhecimento de modo geral, e na Educação
especificamente, permitiram, no cenário epistemológico contemporâneo, pensar-se o corpo fenomenal,
sujeito e objeto inseparável, que ao mesmo tempo em que toca é tocado, que sente e é sentido,
atravessado por emoções, que permite operações e expressão.
Como percurso metodológico, recorremos à atitude fenomenológica de Maurice MerleauPonty como caminho para alcançar as intenções de pesquisa, já que em seus estudos o filósofo lança um
olhar expressivo sobre o corpo, configurando uma linguagem sensível que é expressa nos movimentos,
onde aprofunda as teses da Fenomenologia num novo arranjo para o conhecimento enquanto resultado
de nossa experiência no mundo vivido.
Mas, a propósito, diante das descrições da pesquisa, que corpo dança em Onqotô? É o corpo
barroco. Este é bárbaro, efêmero, sombrio, mutável, equívoco, belo e grandioso. Atencioso às paixões,
aos afetos, a palavra, não exclui a fealdade, o excesso, o balanceio dos opostos, o mistério, reconcilia-se
com a condição humana, volta-se à natureza, permite-se, em cada obra, dentro de um percurso
histórico de mais de trinta anos do Grupo Corpo, desatar mais alguma amarra, jogar fora mais um
pedaço das velhas roupagens, até a intenção de ficar completamente nu e vulnerável à condição
humana, à sensação, ao desejo, ao outro, como podemos perceber com maior intensidade em Onqotô
(2005). Pois, esse corpo barroco tem qualquer coisa de selvagem, de brutal, de teimoso, de irreprimível,
de poético.
Este corpo que se expressa através da dança do
Grupo Corpo não é uma arte, não é uma filosofia, ele é, sim, capaz de arte, capaz de pensamento, capaz
de criação, assim como percebemos nas obras apreciadas. Com efeito, usamos como referência Badiou
(2002) quando afirma que a dança mostra que o corpo é capaz de arte, sem, com isso, definir uma arte
singular. Esta capacidade o faz conhecimento, este poético.
Segundo Mafessoli (2005), o
conhecimento poético, como foi para o barroco, sensualiza o pensamento. Ele abre as portas para um
“querer viver estético” (Idem, 2005, p. 192), o que favorece e conforta as emoções e as vibrações
comuns, tem energia libidinal.
Nesta ideia, a narrativa fenomenológica apresentada nesta pesquisa, através da arte do Grupo
Corpo, possibilita um olhar libidinal sobre o corpo, mediante conceitos não cristalizados, mas abertos,
principalmente pela influência fenomenológica do filósofo Maurice Merleau-Ponty, com seu olhar
diferenciado sobre o corpo sensível, aonde, com o espanto de sua filosofia, aproxima-a do mundo e da
condição humana. Assim, foi possível presenciar nas descrições, dando movimento a estes
pensamentos, um corpo problematizador do controle, sujeito e objeto inseparáveis, que ao mesmo
tempo em que toca é tocado, que sente e é sentido, deseja e é desejado, atravessado por sensações,
portanto, estesiológico, que permite criação e expressão.
Assim,
essa
dança inaugural, essa dança que tem em si um pensamento como devir, como poder ativo, por um
corpo que nega o peso, sendo este filosófico, científico, religioso, artístico, ou mesmo de qualquer outra
ordem, torna-se expressão nas obras do Grupo Corpo descritas neste olhar fenomenológico.
Assim, muitos desafios se impõem nas experiências sensíveis descritas aqui,
entre elas, de aliar o inteligível e o sensível, o entendimento e as sensações numa compreensão do
corpo. Temos, assim, uma razão sensível complexa, difícil de arbitrar, mas, mais coerente com os
tumultos das ordens humanas. O que entendo, referente a isso, é que ao se arriscar neste
conhecimento sensível, neste alargamento de uma razão, não é possível esgotar as possibilidades
dessas compreensões, apenas tentar nos aproximar e acariciá-las. Um risco abraçado pela intenção de
pesquisa e deliciosamente vivido.
Segundo Tibúrcio (2009) é num corpo que é capaz de cultivar um estado de sensibilidade
vibrante, um corpo atento às coisas e aos outros, que entendemos e acreditamos que a Educação Física
deveria ouvir, deixar falar.
Em base disso, são tais aberturas e possibilidades corporais que esta pesquisa expõe, a partir
dos trabalhos artísticos aqui descritos, consistindo em desconstruir, desviar uma gama de ações
atribuídas ao corpo que tanto o disciplinou e, com isso, limitando sua ação criativa. Assim, a ajuda
primordial da arte, revelada aqui, é buscar criação e liberdade que nos permitem novas possibilidades
de conhecimento progressivo e abrangente das formas corporais.
LE CORPS BAROQUE DE ONQOTÔ: UNE LECTURE PHÉNOMÉNOLÓGIQUE
Dans l'article, on invite à la réflexion à travers de la lecture et la description d’une oeuvre
artistique de la Compagnie de Danse Grupo Corpo. La danse s’appelle “Onqotô”, crée em 2005.
L’objectif de la recherche est de lancer un regard phénoménologique sur l’oeuvre Onqotô et l'
interroger. Quel est le corps qui danse dans l’oeuvre Onqotô? Cette oeuvre d’art fait penser le corps et
le sensible dans Merleau-Ponty?
Le Grupo Corpo est une compagnie de danse brésilienne. Il a commencé sa trajectoire
professionelle em 1976 à Belo Horizonte, état du Minas Gerais. Il a une propre language corporel,
reconnu par les spécialistes de la danse, par exemple la professeur Helena Katz d’université PUC à São
Paulo. La danse de Grupo Corpo a plusieurs Brésils qui dansent donc dans ces choreographies
expriment le passé et le futur, le érudit et le populaire, la patrimoine étranger et la couleur locale, le
urbain et suburbain.
Dans la recherche a l’approche des discours philosophique, artistique et éducatif, tous
entrelacés dans la description de l’oeuvre et dans mouvement de la recherche. Le premier discours, on
va prioriser la réflexion sur le corps et le sensible dans Merleau-Ponty. Le
mouvement
phénoménologique de ce philosophe, son attitude esthesiologique permet par la sensation comprendre
le monde, mais cette comprehension ne peut pas être complète, parce qu’elle est ouverture aux
différentes possibilités, comme Merleau-Ponty affirme.
Le mouvement artistique nous donne la possibilité de mettre en question la philosophie et on
va penser une philosophie qui ne vole pas le monde, mais elle se met dans le monde. Merleau-Ponty dit
que l’artiste enseigne à la philosophie à exister comme un humain. Le corps peut voir en même temps
que il se voit, il est tactile entre les choses tactiles, em d’autres termes, le corps peut toucher em même
temps qu’il est touché. Ainsi, la experience avec l’oeuvre d’art permet de penser ce corps sensible et la
philosophie du visible.
Ainsi, on a l’intention de repenser l’éducation qui commence dans le corps, dans la complexité
de ce corps, ses deviations. Une logique positive ne peut pas atteindre la complexité de cette pensée,
donc une logique sensible dilate la réflexion et se approches du monde e du humain. Cette logique
converse avec l’ouverture de cette pensée.
Dans scenário épistémologiques contemporaine et dans l’ouverture de connaissances,
l’éducation permet penser le corps sujet et objet inséparable, en même temps qu’il touche aussi il est
touché, il sent et aussi il est sens, il est traversé par des émotions et donc il permet l’operation e
l’expression.
La méthode de recherche de cet article prend comme principe la phénoménologie de MerleauPonty qui jette un regard expressif sur le corps et sa plasticité. Ce philosophe met en place un language
sensible qui est exprimée dans les mouvements et approfondit la Phénoménologie dans un nouvel
arrangement pour la connaissance en tant que résultat de notre expérience expressive dans le monde
vécu.
On affirme, dans la description de la recherche, que le corps de Onqotô est le corps baroque. Il
est barbare, éphémére, sombre, mutable, equivoque, beau et grand qui est traversé par des passions,
les affections, il n’excluit pas la laideur et le excés. Le corps baroque est l’harmonie des contraires, le
mystère. Il se reconcilie avec la condition humaine, il se tourne vers la nature. Ce corps a quelque chose
de sauvage, brutal, têtu et poétique.
Le corps baroque n’est pas philosophie, n’est art, mais capable de pensée et capable de
creation. Cette capacité le fait connaissance poétique. Mafessoli (2005) affirme que le connaissance
poétique sensualise le pensée, comme il a eu dans l’art baroque. Il ouvre les portes pour um “vouloir
vivre esthétique” (idem, 2005, p. 192).
Ainsi, la experience sensible de la recherche avec la danse Onqotô ligue l’inteligible et le
sensible, aussi ligue le connaissance avec les sensations dans la compréhension sur le corps.
Referências
BADIOU, Alain. Pequeno manual de inestética; tradução: Marina Appenzeller. - São Paulo: Estação
Liberdade, 2002.
BOGÉA, I (org.). Oito ou nove ensaios sobre o Grupo Corpo. São Paulo. 2ª edição. Cosac Naify, 224p,
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MAFESSOLI, Michel. Elogio da razão Sensível. Petrópolis, RJ. Vozes, 3ª edição, 2005.
MERLEAU-PONTY, Maurice. Os Pensadores. São Paulo, Abril cultural, 1975.
--------------, Signos. São Paulo, Martins Fontes, 1991
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------------------. Corporeidade e Educação Física: do corpo-objeto ao corpo-sujeito. 3ª edição. Natal/RN.
Editora da UFRN. 2009
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------------------. CARVALHO, E. A. ; ALMEIDA, M. C de. Quadriálogo entre Levi-Strauss e Merleau-Ponty.
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SOARES, Carmen Lúcia., As roupas nas práticas corporais e educativas: a educação do corpo entre o
conforto, a elegância e a eficiência (1920-1940), Campinas-SP: Autores Associados , 2011.
AS BANDEIRINHAS DE TOUROS/RN: A ARTE DE EDUCAR PELA TRADIÇÃO
Cecília Brandão (UFRN)
Karenine Porpino (UFRN)
[email protected]
Este estudo tem por objetivos investigar e descrever a experiência estética e simbólica no
contexto das Bandeirinhas de Touros/RN e sua relação com a Educação, bem como identificar saberes
sensíveis envolvidos nessa manifestação. Trata-se de uma pesquisa de Mestrado em andamento,
baseada nas noções de Estesia, Reversibilidade e Temporalidade a partir da fenomenologia de MerleauPonty (1999), os conceitos de Tradição em Almeida (2010) e de Educação Sensível conforme Medeiros
(2010) e Vieira (2012), articulando diálogos, também, com Porpino (2006), Gurgel (1999), Nóbrega
(2010), Viana (2009), Chianca (2007), Zumthor (2005), Eliade (2010). Metodologicamente é uma
pesquisa qualitativa numa perspectiva fenomenológica, na qual adotamos a Redução Fenomenológica
para compreensão dos saberes estéticos e simbólicos provenientes da experiência de brincar nas
Bandeirinhas. Tradicional e exclusiva da cidade de Touros-RN/Brasil, desde 1910, as Bandeirinhas são
originalmente formadas por idosas que festejam e saem em cortejo pelas ruas, à meia noite, cantando,
dançando e louvando os santos católicos - João, Pedro e Santana - nos meses de Junho e Julho. Apesar
desta investigação encontrar-se em andamento, é notória a riqueza de saberes sensíveis que permeiam
o bailar ritmado dessas animadas senhoras que se reafirmam, em meio ao preparo do festejo ao
cortejo, em um “lugar” próprio delas, lugar de partilha de conhecimentos construídos a cada geração,
registrados no corpo e carinhosamente partilhados pela tradição oral. São saberes da tradição
imensuráveis, saberes sensíveis que educam através da voz e do gesto, compondo a história de vida
destas mulheres que expressam amor e orgulho por sua Bandeirinha e a consciência da importância de
mantê-la viva.
Palavras-chave: Bandeirinhas. Saberes da tradição. Estética. Simbolismo. Educação.
THE BANDEIRINHAS OF TOUROS/RN – THE ART OF EDUCATING THROUGH TRADITION
This study aims at investigating and describing the esthetic and symbolic experience in the context of
the Bandeirinhas of Touros/RN and its relationship with education, as well as at identifying sensitive
knowledge involved in this manifestation. The study is about a Master’s Degree research in progress,
based on the notions of Esthesia, Reversibility and Temporality from the phenomenology of MerleauPonty (1999), the concept of Tradition in Almeida (2010) and of Sensible Education according to
Medeiros (2010) and Vieira (2012), articulating dialogues, also, with Porpino (2006), Gurgel (1999),
Nóbrega (2010), Viana (2009), Chianca (2007), Zumthor (2005) and Eliade (2010). Methodologically, it is
a qualitative research in a phenomenological perspective, in which we adopt a Phenomenological
Reduction for comprehension of the esthetic and symbolic knowledge from the experience of playing
with the Bandeirinhas. Traditional and exclusive to the city of Touros/RN/Brazil, since, 1910, the
Bandeirinhas are originally formed by older women who party and walk on the streets, at midnight,
singing, dancing and worshiping catholic saints – John, Peter and Saint Anna – in the months of June and
July. In spite of the fact that the investigation is still in progress, it is clear and easy to see the richness of
the sensible knowledge that surround the rhythmic dancing of these lively ladies that reaffirm
themselves, in the midst of the preparation for the walking, in their own “place”, a place of sharing of
knowledge built by each generation, registered in their bodies and fondly shared by the oral tradition.
This knowledge about traditions is immeasurable, sensible knowledge that educate through voice and
gesture, composing the life history of these women that express love and pride for their Bandeirinha
and the awareness of the importance of keeping it live.
Key words: Bandeirinhas. Tradition knowledge. Esthetic. Symbolism. Education
CORPS PROPRE ET PHENOMENOLOGIE CLINIQUE : CONTRIBUTIONS DE
MERLEAU-PONTY ET TATOSSIAN
Lucas Bloc (UNIFOR/Université Paris VII)
Virginia Moreira (UNIFOR)
[email protected]
Au début des années 1920, le débat initial interne à la phénoménologie philosophique a débordé le
champ de la philosophie. Les travaux des psychiatres Minkowski, Binswanger, Boss, Strauss, Ey et Von
Gebsattel ont été les premiers à explorer le champ clinique. La dénomination phénoménologie clinique
a un sens large puisqu’elle s’applique à une clinique psychiatrique ou psychologique mais aussi aux
modèles de psychothérapie de nature phénoménologique. Inspirée par la phénoménologie
philosophique, elle nous permet enfin de prendre en considération la construction du discours
théorique de la psychopathologie à partir du contact clinique. Compris comme un outil pour la
compréhension du vécu psychopathologique et pour la constitution de la phénoménologie clinique, la
notion de corps propre sera explorée à partir de la contribution de Maurice Merleau-Ponty et d’Arthur
Tatossian. Selon trois axes connectés, nous présenterons tout d’abord la relation d’implication et non
d’application entre les phénoménologies philosophiques et cliniques afin de situer comment ce dialogue
peut être établi. Ensuite, nous explorerons la notion de corps propre chez Merleau-Ponty et surtout les
éléments présents dans la Phénoménologie de la perception. Pour finir, nous exposerons l’idée du corps
que je suis versus celui que j’ai dans la phénoménologie clinique d’Arthur Tatossian, inspirée par la
notion de corps propre, ce qui permettra de comprendre le vécu dépressif et d’illustrer les possibilités
qu’offre en clinique la notion de corps propre. En effet, on peut considérer qu’à travers la notion de
corps propre, la phénoménologie clinique, inspirée par et impliquée avec la phénoménologie de
Merleau-Ponty, est susceptible d’avoir une contribution importante dans le développement de
traitements et d'interventions qui comprennent de façon ambiguë le corps comme sujet et objet,
touchant et touché, le corps que je ne peux être que si je l’ai.
Journée franco-japonaise
Abstracts
Haruka OKUI (奥井遼) .............................................................................................................. 38
Pr. Nishihira TADASHI (西平直)................................................................................................ 39
Pr. Bernard ANDRIEU................................................................................................................ 40
Basile DOGANIS ........................................................................................................................ 41
Michael HILPRON ..................................................................................................................... 41
Marceau CHENEAU................................................................................................................... 43
Alexandre LEGENDRE ............................................................................................................... 43
Haruka OKUI (奥井遼)
JSPS Postdoctoral Research Fellow at Paris Descartes, Laboratoire TEC
Toward an embodied philosophy: A dialogue between French and Japanese
investigations on the Living Body
This paper demonstrates that Japanese bodily exercises and its reflections could develop
the philosophy of body. Most Japanese reflections, from bodily practices to scholarly studies,
were originally motivated from their own private interests and communities’ demands. In
order to understand the evocative concepts in Japanese tradition, therefore, we have to focus
not only on the specific terms, but also the cultural and body-technical background.
One case would introduce the better comprehension; the case of puppet performance.
The occidental marionette is manipulated by strings from above. As a German poet and
dramatist Heinrich von Kleist says, this marionette takes advantages against human dancers in
some points, because they “would never be affected” (von Kleist, 1810). Their movements
perfectly follow the natural law of gravity, which express the excellent “symmetry, mobility,
lightness” (ibid.). On the contrary, Japanese puppet performance cannot be played apart from
human factors. Because a single puppet is manipulated by three puppeteers, who grasp its
legs, hands, and neck from behind, the puppeteers' team can never follow the pure law of
gravity, rather they should construct whole the movement out of the purity, intensively,
affectively, and consciously. This is the life in "the narrow field between a fiction and reality,"
according to the pioneer playwright Chikamatsu (Chikamatsu, 1734).
These two types of performances show us the essential difference of the bodily
experience. Kleist regarded the body as a medium of ideal beauty of natural law, but
Chikamatsu viewed a contradictory structure that an excessive consciousness produces an
unconscious beauty. Since this difference is based on the body-technical backgrounds,
comparing investigation itself is not just be an intellectual works, but is the embodied
experience. It means that the philosophical investigation itself is a situated and embodied
practice, which would evoke our existential renewal.
Pr. Nishihira TADASHI (西平直)
Professor Kyoto University
‘No-Mind’ and ‘No-Body’: Consciousness and Body from Japanese philosophical
perspective
We will discuss the mind-body relationship from the Japanese philosophical idea of “no-mind”
and “no-body”.
The first key word is ‘No-mind (mushin)’ which is a commonly understood term for Japanese,
even if it has no clear definition. The term carries with it the implication of innocence, selfforgetfulness, of convergence with a particular endeavor. French dictionary shows an example;
‘enfant qui est absorbé dans son jeu.’
‘No-mind’, however, never be identical with a state of ‘unconsciousness,’ rather it is a key
point in our discussion to distinguish the ‘no-mind’ from the ‘unconsciousness’. ‘No-mind’
suggests a kind of ‘awareness without consciousness’ which must be discriminated from a
state of ‘without consciousness.’
We will examine the example of the state of a virtuoso who ‘gets lost’ in his music. It is in this
state of ‘no-mind’ that the instrument with which the virtuoso interacts reveals its own hidden
essence, and that allows for the achievement of perfect harmony. We may understand, in this
case, when one becomes of no-mind, the body gains a dominant position over the mind. But
this “body of no-mind” by no means refers to the corporeal flesh, which is taken in opposition
to the mind. Japanese classical philosophy provided us a special idea of ‘no-body.’
‘No-body’ is the second key word. The term of ‘no-body’ suggests a new status which we will
discuss in detail as the emergence that occurs beyond the dichotomy of mind and body.
Roughly speaking, we will discuss three phases:
1) ‘mind vs. body’, that is an antagonistic relationship between mind and body in the
dichotomy.
2) ‘body without mind’, that is an unconscious automatic movement of body which is usually
understood as a corporeal flesh. However, we are still inside the framework of the dichotomy.
3) ‘no-mind and no-body’ suggests the status of prior to this bifurcation or the status beyond
the dichotomy. We will discuss this status related to the term ‘embodied I.’ In order to
examine this special ‘I’, however, we adopt the standpoint of ‘no-mind.’ When mind becomes
‘no-mind’, the body becomes ‘no-body.’
We will investigate this emergence which occurs beyond the dichotomy of mind and body.
Pr. Bernard ANDRIEU
Professeur Université Paris-Descartes, Directeur du TEC
Body Awareness and Living Body in Emersiology
In the context of the philosophy of body, with the new influence of Merleau Ponty’s archive,
and the impact of the context and the biosubjective incorporation, a new alternative was born
(Saint-Aubert 2006, Varela, 1996, Depraz, Varela, Vermesch, 2003). The motor corporeity
would find with the sense of the effort since Maine de Biran, an experience for discovered this
“property,” an intimate sense of proper body (Andrieu, 2008). The living body is not known by
the subject that the increasing of sensory information which reach the consciousness ; “The
body is not known by the subject, but included in him without becoming identified with him. It
is nothing else than what shows itself within the subject existing as drive or effort, like that
which resists this effort (Barbaras, on 2011, 139). It is good the living body which is known by
the real-life body only if the subject have make a consciousness of his mental states.
There would be in the physical experience the truth which does not lie. The body would not lie.
He would speak about him without we are conscious of it. What escapes from my body, it is his
signs which we observe from the outside but with gestures, postures and techniques which
alive of our body. The alive body is already in act (Berthoz, Andrieu eds., on 2011).
The strategy of the living body is to adapt the body lived most immediately in the action, this
strategy is not deliberate for the consciousness which has no it one. The intuitive sensibility is
subconscious, the result of the predriving ecology incorporates into the habits. This sensibility
is directed by sensory plans developes in the courses of the experience and which gives this
intuitive and spontaneous character to the gesture of action. By mutating by informative
adaptation, the alive body makes planned without our knowledge by a precarious health and
by a homeostasis in imbalance which forces us to be reorganized.
The obstacle of a knowledge of our living body is mainly the consciousness of the real-life body
which puts a false perception on sensory and emotional information. What we take for the
living body is a perception through the real-life body? How from then on distinguish what
results directly from the body living on its perception by the real-life body?
The deepening bases on the capacity of mental attention on the reflectivity of the alive
(breath, heart rhythm, internal sensations) but also on the physical consciousness like Richard
Shusterman had developed with his concept of body awareness (Shusterman, 2008) by the
practice of Feldenkrais, Pilates or Alexander body development of self. The consciousness of
body is a method top-down by the attention in self of our internal contents : the request is
voluntary by the search for this information produces from the alive body to the
representation of him in perceived consciousness through the language.
References
Andrieu B. (2016). Sentir son corps vivant. Emersiologie t1, Vrin.
Andrieu B. potstface Okui. H. (2016). Apprendre de son corps, Presses universitaires de Rouen.
Andrieu, Bernard. (2015). “From Phenomenology to Emersiology : The Birth of Living Body in
the Philosophical Research in France among 1990.” Study on Arts and Principles of
Body-Mind
Transformation,
no.
4.
212-216(Okui
H.
trans.
現象
学か
ら顕
現学
へ−−−1990年以
降フ
ラン
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Basile DOGANIS
Docteur, Chercheur associé TEC
Le corps au Japon – ce que nous apprennent les arts gestuels japonais (arts martiaux,
danse, théâtre)
Dans la culture japonaise, le corps a toujours bénéficié d’une attention particulière et d’une
véritable dignité philosophique. On le constate dans une constellation d’arts mineurs et de
pratiques du quotidien visant au bien-être (gastronomie, massages, bains), mais cette
importance du corps apparaît de façon plus significative dans les différents arts gestuels
japonais tels que les arts martiaux, la danse ou le théâtre. Ces arts gestuels mettent à
l’épreuve et approfondissent nos conceptions de l’action, de la force, de la nature ou de la
croyance, et constituent à ce titre de véritables pensées du corps.
Michael HILPRON
Phd, Collegium Sciences et Techniques - département STAPS, Université d'Orléans
Le judo à Tenri, entre corps prêté et cœur à développer : d’une technique du corps à
une technique de conscience du corps
En tant que technique du corps (Mauss, 1936), le judo est aujourd’hui une pratique et un objet
culturel qui illustre « la tension entre homogénéisation et hétérogénéisation » (Appadurai,
2008, p. 51), tant il est vrai que sa globalisation est concomitante d’une diversification locale
plurielle (Hilpron & Rosselin, 2010). Tandis qu’il est souvent considéré comme un art martial
en France, le judo relève davantage d’un budō au Japon : les dimensions éthiques,
philosophiques et spirituelles étant particulièrement mises en avant.
À Tenri, la pratique est liée au mouvement religieux Tenrikyō (Hilpron, 2012) qui considère
d’une part, que le corps est une « chose prêtée-empruntée » par Oyagamisama (Dieu) et
d’autre part, que le cœur est la propriété des êtres humains qui doivent mener « la vie de joie
». En rapprochant ces postulats des principes d’efficience (seiryoku zenyō) et de prospérité
mutuelle (jita kyōei) corrélatifs à la pensée de Kano, ce papier propose une approche originale
de l’écologie corporelle du judo en le présentant comme une technique de conscience du
corps (Chenault, Hamard, Hilpron, & Grison, 2013).
Conçue et cultivée dans cette perspective, la pratique invite à une réflexion corporelle
permettant de développer une meilleure connaissance de soi, de l’Autre et de
l’environnement par un « travail de soi sur soi, une élaboration de soi sur soi, une
transformation progressive de soi sur soi » (Foucault, 2001, p. 17). Ce point de vue tisse une
passerelle entre philosophies orientales et occidentales, où « les Japonais rejoignent les
anciens Grecs qui disaient que pour atteindre la plénitude du soi, il fallait d’abord se connaître
soi-même » (Frédéric, 1993, 59).
L’objectif est ici de contribuer à étoffer la réflexion anthropologique des philosophes du corps,
mais aussi de mettre en exergue que les dimensions d’accomplissement, de santé et
développement personnel que peuvent combiner les pratiques du sport de haut niveau et
d’éducation corporelle relatives à une véritable culture de soi (Foucault, ibid.).
Références bibliographiques
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Corps - Ethique non compétitive entre Orient et Occident. Corps, (11), 181‑ 194.
Foucault, M. (2001). L’herméneutique du sujet. Paris : Gallimard.
Frédéric, L. (1993). Dictionnaire des arts martiaux. Paris : Editions du Félin.
Hilpron, M. (2012). De « faire du judo » à « faire judo ». Approche ethnographique d’une
pratique de haut niveau par la culture matérielle (Doctorat en STAPS). Université
d’Orléans, UFR STAPS.
Hilpron, M., & Rosselin, C. (2010). Vécu corporel du judo et globalisation du sport : une
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Mauss, M. (1936). « Les techniques du corps » (p. 363‑ 386). Paris: Quadrige/PUF.
Marceau CHENEAU
PhD. Lecturer at East China Normal University, College of Physical Education, and head of the
International Training at Shanghai Qigong Research Institute. Associated Researcher of the Lab of
Cognitive and Social Anthropology and Psychology (EA7278) at Nice Sophia-Antipolis University.
Anthropology of Body Awareness Techniques and globalization of Asian and European Body
Techniques.
Cultivating the Qi
In the frame of research on the diffusion of Asian body techniques, this study focus on the selfcultivation in the practice of Qigong. Our ethnographic observations have been done during
the international training organized by a Qigong Institute in Shanghai, from September 2012 to
January 2016, within the context of the globalization of Chinese body techniques. We
postulate that the contemporary practice of qigong is founded on the cultivation of Qi
experiences, and that is the consequence of a technology of the self especially designed for
modern intercultural training. Following the diffusion of a re-invented tradition, we describe
the fabric of Qi sensations through the teaching-learning relations between five Chinese
experts and forty-four foreign expats students: the body techniques (routines, breathe
techniques, body focus), the theoretical contents from Traditional Chinese Medicine and Taoist
philosophy (Jing-Qi-Shen, Yin-Yang, Wu Xi, Meridians), and the intersubjective exchanges
between students and professors (teaching-learning relations, memorization, performative
experiences). These descriptions of group relations bring elements to clarify the articulation of
the mains forces from a macro- to a micro-level (ontological references, transnational
spirituality, cultural orientalism, national policies, and community of practice) which constitute
a technology for learner to commodify their self-embodiment into a global “Qi-Self”.
Alexandre LEGENDRE
Doctorant Université Paris Descartes, membre du TEC
Shenfa, ou l’efficace du corps vivant dans les pratiques chinoises : faut-il être chinois
pour comprendre la notion ?
Les pratiques martiales et énergétiques chinoises (wushu, taiji quan, qi gong…), en dépit de
leur immense diversité, s’accordent au moins sur un point : toutes soulignent l’importance du
shenfa (身法), concept opératoire dont symptomatiquement aucune traduction ‘directe’ ne
rend compte de manière satisfaisante.
Capacité à lier les parties de son corps, faire corps, le shenfa s’érige en maître-rouage de la
mécanique corporelle ; mais il représente encore et surtout la condition cognitive de ces
activités, qu’elles soient polarisées sur la performance martiale aussi bien que la santé :
déterminisme immédiat d’un « corps vivant » décomplexé, affranchi du joug de la conscience
comme de la volonté, il s’éploie sponte sua loin de la rigidité des modèles et l’arbitraire des
représentations.
En contexte chinois, le concept s’impose de lui-même comme l’opérationnalisation légitime et
naturelle de principes hérités du taoïsme (« 無為 », « 道法自然 »…), aujourd’hui
consubstantiels à la sinité. Mais qu’en est-il ailleurs ? Intraduisible telle quelle dans nos
langues occidentales, l’expression est-elle pour autant incompréhensible par l’occident? Et
quid du Japon ? Les deux caractères se retrouvent dans la langue japonaise, mais nulle trace de
leur association? Comment la notion se comprend-elle chez le voisin japonais ?
En somme, c’est à travers l’investigation des conditions d’intellection de cette ‘simple’ notion
que nous chercherons à poursuivre l’exploration des virtualités du corps vivant.
30 Juin
Jeudi 30 juin 2016 au matin
Présentation de l’UNITWIN COMPLEX SYSTEM UNESCO et de HUMAN TRACE COMPLEX SYSTEM
Paul Bourgine & Béatrice Galinon-Mélénec
Fin août 2013, l'UNESCO a validé la création d'un quatrième réseau UniTwin de la Commission Française
pour l'UNESCO (le précédent datait de 2002) intitulé Campus Numérique des Systèmes Complexes (Complex
Systems Digital Campus). Le projet initial - qui était porté par les universités du Havre (Pr. C. Bertelle) et de
Strasbourg (Pr. Pierre Collet) et présidé par Pr. Paul Bourgine - avait pour objet de regrouper au niveau mondial
les universités et institutions de recherche travaillant sur les systèmes complexes. La dynamique scientifique de
l’unitwin repose sur des e-laboratoires spécialisés qui mutualisent leurs données et les mettent en accès libre
(entre les membres du réseau et au delà). Les questions transverses et les objets multi-échelles sont regroupés
pour nourrir l’intelligence des systèmes complexes. En avril 2014, le e-laboratoire Human Trace CS DC (Pr. B.
Galinon-Mélénec) a été validé par le comité scientifique de l’UNITWIN CS DC. Ce qui le met en situation
d’interagir avec les100 institutions d'enseignement supérieur et de recherche qui, à la même époque, ont signé
une lettre d'engagement à participer de manière active au CNSC international. Les 2 journées « Traces du
corps » correspond à l’axe 10 du e-laboratoire Human Trace Complex System UNESCO (Pr. B.
Galinon-
Mélénec et Pr. Bernard Andrieu).
10H40 - 13H
La sensibilité des nourrissons aux traces gestuelles et prosodiques de la communication
adulte
Karine Martel, Michèle Molina, Coralie Sann.
Université de Caen-Normandie
Laboratoire PALM EA 4649-Pôle Modesco
Par quels processus un adulte et un nourrisson parviennent-ils à co-construire et
partager du sens lorsqu’ils sont impliqués dans un échange communicatif (Ghiglione, 1986) en
dépit de l’évidente asymétrie de leurs compétences à communiquer ? Nous examinerons cette
question en analysant l’ajustement de l’adulte aux compétences communicantes du nourrisson à
partir de deux traces corporelles spécifiques : le motherese et le motionese.
Le motherese, ou langage adressé à l’enfant (LAE), correspond à une modification
volontaire des caractéristiques du langage des adultes lorsqu’ils s’adressent à de jeunes enfants
(Newport, 1977). Observable dans de nombreuses cultures, il est reconnu comme assurant une
triple fonction de maintien de l’attention du nourrisson (Stern, MacKain et Spieker, 1982), de
communication d’affect qui facilite la communication sociale (Werker et McLeod, 1989) et
d’apprentissage du langage (Nelson, Hirsh-Pasek, Jusczyk et Cassidy, 1989). Le motherese
s’organise en phrases répétées au rythme lent et cyclique. Ce registre spécifique est également
marqué par une simplification phonologique, la présence de nombreuses reformulations,
l’utilisation de suffixes diminutifs et une prépondérance de mots dont la structure est du type
consonne-voyelle-consonne ou consonne-voyelle-consonne-voyelle (Ferguson, 1964). Les
adultes qui s’adressent aux nourrissons et aux enfants en bas âges produisent en effet des
énoncés plus courts et utilisent un vocabulaire souvent restreint (des termes relatifs à la
nomination des parties du corps, au fonctionnement physiologique et à l’état émotionnel, qui
concernent la plupart du temps les objets environnants, le contexte concret immédiat) dans des
structures syntaxiques simples « sujet-verbe-complément ». Enfin, le motherese se caractérise
par un ensemble de particularités prosodiques (Fernald et Simon, 1984; Stern, MacKain et
Spieker, 1982). Cette simplification du langage est également observée en cas de langage signé
(Masataka, 1996, Limousin, 2011). Dès l’âge de 4 mois, les nourrissons présentent une
préférence pour le LAE (Cooper et Aslin, 1990; Fernald, 1985; Pegg, Werker, et McLeod,
1992).
Le motionese, ou mouvement adressé à l’enfant (MAE), quant à lui, désigne le
répertoire des actions sensorimotrices que l’adulte réalise spécifiquement lorsqu’il s’adresse à
un nourrisson (Brand, Baldwin et Ashburn, 2002). Sa gestualité s’organise alors de façon à
produire et répéter une série limitée de gestes simplifiés, enthousiastes, de grandes amplitudes et
parfois ralentis. Cette simplification de la gestuelle adulte permettrait au nourrisson de focaliser
son attention sur l’action sensorimotrice de l’adulte de façon à en saisir la structure et la finalité.
Dès l’âge de 6 mois, les nourrissons présentent une préférence pour le MAE.
Le LAE et le MAE constituent des traces corporelles tangibles de l’adaptation de l’adulte au
nourrisson. La sensibilité spécifique des nourrissons à ces traces communicantes révèle leur
capacité à analyser et découper le flux vocal et gestuel de l’adulte en unités signifiantes sur
lesquelles adapter leur propre conduite. La question reste posée de l’utilisation de ces traces
dans le dépistage précoce de pathologies invasives du développement, comme premières
empreintes de la langue et des connaissances de l’autre et du monde
Traces du corps et intelligence collective : les fourmis sont-elles plus
intelligentes que les informaticiens
C. Bertelle et D. Olivier
Normandie Univ, UNIHAVRE, LITIS, 76600 Le Havre, France
Les chercheurs en informatique manquent cruellement d'imagination et alors que
d'autres sciences cherchent à comprendre et expliquer le monde qui nous entoure en élaborant
des théories et des modèles, ces derniers s'inspirent souvent du monde du vivant pour
concevoir leurs algorithmes et leurs programmes.
En informatique résoudre un problème consiste à construire un système numérique ou
symbolique qui produit la solution. Plusieurs cas sont alors possibles, mais si on considère des
problèmes plongés dans des environnements ouverts pouvant être perturbés ou incertains, les
méthodes de résolution nécessitent de s'orienter vers des systèmes robustes et résilients
offrant le plus souvent des capacités d'adaptation. Le parallèle avec les écosystèmes ou
l'évolution, par exemple et donc avec le vivant apparaît alors de façon criante et la métaphore
offre alors des pistes et permet d'envisager des méthodes de résolution bio-inspirées. Chercher
une solution consiste donc à se déplacer dans un espace éventuellement en constante
évolution. Les insectes sociaux et en particulier les fourmis sont confrontés à cette même
problématique pour des problèmes variés comme la recherche et la sélection de sources de
nourriture, la construction, l'évolution du nid et l'entretien du couvain, l'organisation du travail,
etc. Si jusque dans les années 1980, on imaginait que c'était le résultat d'une organisation
hiérarchique très centralisée, nous savons maintenant qu'elles ne s'appuient pas sur une
représentation des structures qu'elles génèrent. Il n'y a pas de mécanisme de planification qui
serait contrôlé et détenu par telle ou telle, les cent mille neurones d'une fourmi n'y suffisent pas.
Chaque fourmi n'a qu'une vision locale de son environnement et son répertoire comportemental
s'entend à une vingtaine d'items. L'intelligence collective est le résultat de l'ensemble des
interactions entre toutes les fourmis de la colonie. Les interactions peuvent être directes
d'individu à individu, ou indirectes par l'intermédiaire de l'environnement. Pierre-Paul Grassé
s'est intéressé le premier à ce dernier point et il a montré que les insectes sociaux
coordonnaient leurs activités par le biais de traces laissées dans l'environnement que ce soient
des piliers de construction ou des pistes de phéromones. Les fourmis sont stimulées par l'état
de l'environnement qui est le résultat des activités passées et qui provoque des comportements
spécifiques. P. Grassé a appelé ce mécanisme la stigmergie (stigma : piqûre, egon : travail).
Attardons-nous maintenant sur le recrutement alimentaire chez certaines espèces de fourmi
pour avancer dans le mécanisme. Considérons tout d'abord qu'une fourmi découvre par hasard
une source de nourriture, suite a cet événement elle va retourner au nid en déposant sur le sol
une trace de phéromone. Cette piste chimique va ensuite attirer d’autres fourmis de la colonie
vers la source. Celles-ci, vont renforcer la trace en retournant au nid, on parle dans ce cas de
rétroaction positive. Ainsi plus de fourmis participent à ce recrutement plus la piste va être
renforcée et devenir attractive. Ce mécanisme est régulé par l'évaporation des phéromones, la
trace est alors maintenue que si la source de nourriture est toujours attractive. Dans le cas
contraire, suite par exemple à un épuisement de la ressource, la piste n'est alors que faiblement
empruntée et elle finit par disparaître par évaporation. Là encore un mécanisme de rétroaction
agit, mais il est négatif.
Les myrmécologues ont tout d'abord « modélisé pour comprendre » avec en particulier les
travaux de J.L. Deneubourg mais rapidement les informaticiens se sont emparés des différents
travaux avec la volonté de « modéliser pour reproduire » intéressés qu'ils étaient par la capacité
des fourmis à construire et maintenir des structures dans un environnement ouvert et incertain.
Le mimétisme conduit à considérer des fourmis artificielles déposant des phéromones
numériques dans un environnement,. L'objet mathématique retenu est le plus souvent un
graphe qui est constitué de sommets et d'arêtes qui relient ces sommets entre-eux, ce graphe
évolue dans le temps suite aux modifications faites par les fourmis artificielles mais également
provoquées par des perturbations extérieures. On recherche alors une structure, c'est-à-dire un
ensemble de sommets et/ou d'arêtes correspondant à un objet clairement identifié comme un
ou plusieurs chemins, une partition de sommets … Ces structures sont révélées par une trace
numérique dans le graphe grâce aux mécanismes de rétroaction positive et négative. Tout
comme les fourmis les informaticiens sont capables de trouver un plus court chemin comme
lorsqu'elles collectent de la nourriture, mais il aura fallu attendre environ 150 millions d'années !
Plus généralement ces différents éléments soulèvent des questions sur l'histoire de
l'informatique en tant que science, pourquoi et comment nous sommes passé du carbone au
silicium en mettant nos pas dans les traces de J. Von Neumann, J. Conway ou C. Langton pour
ne citer qu'eux. Ils ont laissé des traces dans notre discipline qui sont renforcées parfois
redécouvertes et qui parfois s'évaporent. Nous nous proposons de suivre cette piste en creux
dans notre propos futur.
Body traces and collective intelligence: are ants more
intelligent than computer scientists?
Computer science researchers are badly lacking in imagination and whereas other sciences try
to understand and explain the world around us by developing theories and models, the former
often draw on living systems and organisms to develop algorithms and programs.
In computer science solving a problem means developing a digital or symbolical system that
gives the solution. Several possibilities can then arise but when solving problems immersed in
open environments that may be disrupted or uncertain, robust and resilient systems with a
substantial capacity for adaptation must be resorted to. Thus the similarity with ecosystems or
evolution for instance, thereby with living organisms, is glaringly obvious and the metaphor
gives food for thought and makes it possible to consider bio-inspired alternatives. Looking for a
solution then means moving within a constantly evolving space search. Social insects and ants
in particular are facing the same issue as regards such problems as searching for and selecting
food sources, building and developing nests, maintaining the brood, organising work, etc.
Though until the 1980s it was believed to be the outcome of a highly centralized hierarchical
organization, we now know that it is not based on a representation of the structures they have
generated. There is no planning mechanism held and monitored by a particular ant: the one
hundred thousand neurons of an ant would not be enough. Each ant has only a local vision of
its environment and its behaviour register comprises some twenty items. Collective intelligence
is the outcome of the entire range of interactions among all the ants in the colony. These
interactions may be direct from individual to individual or indirect via the environment. PierrePaul Grassé was interested early in the latter point and he has shown how social insects
coordinate tasks through traces left in the environment – whether supporting pillars or
pheromone trails. Ants are stimulated by the state of the environment which is the product of
past activities and brings about specific behaviours. Grassé has called this mechanism
stigmergy (from the Greek words stigma “mark, sign” and ergon “work, action”).
Let us now focus on the food recruiting process among certain species of ants to go deeper into
the mechanism. First let’s assume that an ant should come upon an unexpected food source;
subsequently it will lay down pheromones on its way back to the nest. This chemical trail will
then attract other ants from the colony towards the food source. These ants will make the trail
stronger by going back to the nest, which is called positive feedback. Thus the more ants
involved in the recruiting process, the stronger and the more attractive the trail. This mechanism
is regulated by the evaporation of the pheromones and the trail is only preserved provided the
food source still proves attractive. If it does not, for instance owing to source depletion, the trail
will then be marginally used and will eventually evaporate and disappear. Here again we
witness a feedback mechanism but it is a negative one. Myrmecologists have first “modelled to
understand” with J.L. Deneubourg’s works in particular but soon computer scientists have
appropriated the various works with the objective to “model to replicate”, as they were
fascinated by the ants’ capacity to build and preserve structures within an open and uncertain
environment. By imitation artificial ants are conceived laying digital pheromones in a given
environment. Most of the time the mathematical object adopted is a graph which is made up of
vertices and edges connecting these vertices; this graph evolves over time according to the
changes made by the artificial ants but also caused by external disturbances. A structure is then
needed, that is a set of vertices and/or edges corresponding to an object clearly identified as
one or several paths, a partition of vertices … These structures are shown by a digital trace in
the graph thanks to the positive and negative feedback mechanisms. Just as ants do when
collecting food, computer scientists can find the shortest path, but it took some 150 million
years!
More generally, these various points raise questions about the history of computing as a
science: how and why we have moved from carbon to silicon by following in the tracks of J. von
Neumann, J. Conway or C. Langton, to name but a few. They have left traces in our field that
are reinforced or at times rediscovered, and that sometimes evaporate. Such is the track we
propose to dig into in our presentation.
Des traces humaines dans le Big Data : du diagnostic à la transduction machinique
du corps
Joël Colloc, Professeur, Université du Havre
Maude Bonenfant, Professeure, Université du Québec à Montréal
RÉSUMÉ
Lors du diagnostic médical, une certaine conception du corps est postulée de la part du
médecin afin de formuler un raisonnement analogique et déductif à partir de l’ensemble
des signes et symptômes qu’il observe. Si une série de techniques et d’appareils sont
apparus au fil du temps afin d’aider la prise de décision médicale, aujourd’hui les outils
informatisés sophistiqués, comme l’imagerie médicale, deviennent indispensables au
médecin. Or, que devient la conception du corps dans ce contexte technologique
médical? Certains postulats ont-ils été transformés? Selon les transhumanistes, la
technologisation du corps est la voie pour éliminer la maladie, voire la mort. Quelle est
alors l’idée du diagnostic médical si le corps devient synthétique? Le questionnement
est alors purement spéculatif, mais qu’en est-il dans le contexte du Big Data, c’est-àdire dans le contexte de captation par des objets connectés, de stockage puis du
traitement automatisé de données en quantité massive par des logiciels informatiques ?
Alors que la popularité de la biométrie et des appareils de captation (nous pensons ici au
phénomène de quantification de soi) ne cesse de croître, la quantité de données
produites par les corps augmente également modifiant profondément notre conception
des êtres humains et de leur identité. Se présentant comme « des outils d’aide à la prise
de décision », les technologies du Big Data semblent répondre parfaitement aux
objectifs du diagnostic médical, mais dans quelle mesure ce dernier est-il transformé par
ces technologies ?
Partant du raisonnement clinique tel que la médecine contemporaine le définit, nous
proposerons une réflexion sur le sens du corps dans le contexte médical actuel et dans
celui imaginé par certains tenants du transhumanisme. Ce parallèle nous permettra de
mettre en lumière un certain nombre d’éléments de réponse à la question suivante : que
devient le diagnostic médical dans le contexte du Big Data alors que les traces laissées
par le corps, comme autant d’indices sur la santé de l’individu, sont traitées comme des
données informatiques?
ABSTRACT
Human traces in the Big Data:
from diagnosis to machinic transduction body
In the context of medical diagnosis, some conception of the body is postulated by the
doctor to formulate analog and deductive reasoning from a set of signs and symptoms
he observes. If a series of techniques and devices have emerged over time to help the
medical decision-making, today's technologies have advanced, such as medical
imaging, and become essential to the doctor. But what about the conception of the body
in this medical technological context? Have some assumptions changed? According to
transhumanists, the technologization of the body is the way to eliminate disease and
even death. What then is the idea of medical diagnosis if the body is synthetic? This
questioning is purely speculative, but what about in the context of Big Data, that is to
say in the context of capture, storage and automated processing of data in massive
quantities by computer software? As the popularity of biometrics and capture devices
(we think here about the quantified self phenomenon) is increasing, the amount of data
produced by the body also increases profoundly altering our conception of human
beings and their identity. Posing as "the decision-making support tools," Big Data
technologies seem to perfectly meet the objectives of the medical diagnosis, but how it
is it transformed by these technologies?
Based on the clinical reasoning as contemporary medicine defines it, we will propose a
reflection on the meaning of the body in the current medical context and in that
imagined by some proponents of transhumanism. This parallel allows us to highlight a
number of answers to the question: what becomes of the medical diagnosis in the
context of Big Data while the traces left by the body, as so many clues to health the
individual is treated as computer data?
Travail du corps, traces du travail : XIXe-XXIe siècle
Christian CHEVANDIER, professeur d’Histoire contemporaine à l’université du
Havre
C’est par mille signes, plus ou moins ostensibles, que le travailleur manifeste son
activité, que son travail se manifeste. Parce que tout se modifie sans cesse, le corps, le
travail, leur(s) perception(s), la présence des traces du travail, discrétion ou exhibition,
doit être historicisée afin de prévenir toute fallacieuse appréhension. C’est ce que
propose cette communication dans laquelle, sur le temps long (notamment des XIXe et
XXe siècles) et sans exclure a priori aucune activité laborieuse, seront mises en
perspective les traces du travail sur/par le corps de celui ou de celle qui l’exécute.
14H - 17H
LES LABORATOIRES ASSOCIES A HUMAN TRACE CS DC UNESCO
ANTILLES, BORDEAUX, DIJON, MARSEILLE, PAU
Physiologie du goût et corps du gastronome. Lecture des traces corporelles chez BrillatSavarin
Jean-Jacques Boutaud, Université de Bourgogne (Cimeos, EA4177)
Dans l’acception littéraire du XIXème siècle, la physiologie n’étudie pas en
propre la mécanique corporelle mais le corps social, à travers des caractères et des
figures typiques. La Physiologie du goût de Brillat-Savarin (1825) se prête volontiers à
des « Méditations de gastronomie transcendante » mais propose plus encore de
dépeindre avec style et marques d’esprit, les traits et le portrait du gastronome. BrillatSavarin se livre alors à une véritable lecture des indices et traces corporelles qui
traduisent, par degrés, l’attrait pour les aliments, les plaisirs et le commerce de table en
société. Des pieds à la tête, le corps devient en quelque sorte lisible, par force
d’attraction des aliments et pouvoir génésique du discours qui les enrobe.
Comme l’observe Barthes dans sa Lecture de Brillat-Savarin (1981) le gastronome
posté à table ne priorise pas l’analyse des sensations internes, il cherche avant tout à
saisir les effets visibles ou à peine perceptibles du plaisir gourmand, les signes discrets
ou manifestes qui apparaissent, bien souvent à son corps défendant, chez le sujet pris
ou épris de gourmandise. Nous suivrons Brillat-Savarin dans son travail d’observation,
tout particulièrement à travers les lieux et les marques d’inscription corporelle des
plaisirs de table, avec une délectation certaine pour les manifestations sensibles chez la
femme ou les dames. Le gastronome n’étudie pas moins l’effacement des traces d’excès
ou de replétion, à travers la diète ou le « traitement préventif de l’obésité », cette fois en
direction prioritaire du gastrophore, au ventre proéminent. Mais le plaisir reprend
toujours ses droits, cela suppose donc une attention particulière au registre sensuel du
goût, aux signes d’ordre génésique, véritable sixième sens dont Brillat-Savarin dévoile
et décrypte les traces les plus intimes…
Jean-Jacques Boutaud, Professeur en SIC, est Vice-Président de l’Université de
Bourgogne (CFVU) et co-responsable scientifique du Groupement d’Intérêt Public BVV
(Bourgogne Vigne et Vin). Il dirige l’équipe 3S (Cimeos EA4177) et la mention
Information-Communication, dont le parcours MASCI (masci.u-bourgogne.fr). Ses
domaines de recherche concernent les relations entre sémiotique et communication, la
valorisation du sensible en communication, l’imaginaire sensoriel et la communication
alimentaire en particulier. Dernières parutions : Cuisine du futur et alimentation de
demain, avec K. Stengel, Paris, L'Harmattan, 2016 ; Sensible et communication, Londres,
ISTE Editions, 2015 ; Sémiotique, mode d'emploi, avec K. Berthelot-Guiet, Paris, Le Bord
de l'eau, 2015.
Les traces à la fois pathologiques et réconfortantes du corps du mangeur en chimio.
Clémentine Hugol-Gential
Vingt à quarante pour cent des patients arrivent déjà dénutris à l’hôpital et, souvent, leur état nutritionnel
tend à se dégrader pendant leur séjour. Cette dégradation nutritionnelle peut être expliquée par l’anorexie
entraînée par la maladie et / ou ses traitements, par l’offre alimentaire mais aussi par un changement
radical des pratiques alimentaires lors de l’arrivée du patient dans l’institution hospitalière (les plats ne
sont pas choisis, le patient mange seul, etc.). La lutte contre la dénutrition est alors un enjeu important
dans la prise en charge du malade. L’état nutritionnel des patients est caractérisé par des indices
physiologiques et mesurables tels que l’indice de masse corporel, l’albuminie et la pré-albuminie. Cette
caractérisation nutritionnelle permet notamment au médecin de décider de prescrire ou non de la
complémentation nutritionnelle orale (CNO).
Néanmoins, dans le cas de patients atteints de cancer et en traitement, s’arrêter à ces traces
physiologiques plus ou moins ponctuelles jouant un rôle dans l’arbitrage de la prescription de CNO, ne
permet pas une prise en charge holistique du patient. L’alimentation revêt une réalité beaucoup plus
complexe qui ne se réduit pas à une réalité biologique mesurable. Comme l’a indiqué Claude Fischler dès
1990 manger c’est « incorporer non seulement de la substance nutritive mais aussi de la substance
imaginaire, un tissu d’évocations, de connotations et de significations » (Fischler, 1990 : 15). Ce tissu
imaginaire se redéfinit complètement dans le cadre de la maladie. L’alimentation devient sources
d’angoisse, d’interrogation mais est aussi pourvoyeuse de réconfort.
La conduite d’une série d’entretiens auprès de patients atteints de cancer et en traitement, nous ont permis
de souligner que les pratiques alimentaires antérieures sont souvent remises en cause par les patient euxmêmes qui cherchent à expliquer leur maladie, à trouver une cause rationnelle à leur état. Ce que le
patient a consommé devient ainsi une trace qui a impacté durablement son corps, son état de santé et qui a
favorisé l’émergence de sa maladie. Pour autant, bien que souvent remise en question, l’alimentation n’est
pas qu’un élément anxiogène pouvant expliquer que le mangeur est tombé malade, elle est également une
source d’évocations et d’expériences antérieures. Au-delà des souvenirs gustatifs, les pratiques
alimentaires laissent une trace mémorielle importante, souvent source de réconfort pour le patient qui
cherche ainsi les traces d’une vie antérieure avant la rupture causée par la maladie.
Par conséquent, prendre en charge l’alimentation ne peut se résumer à la mesure physiologique de l’état
nutritionnel. Les pratiques alimentaires ont un effet sur la corporalité, peuvent être à l’origine de maladie
mais au-delà de ces traces corporelles durables, elles sont également riches en traces mémorielles. Ces
traces sont ainsi à prendre en compte pour accompagner en profondeur et durablement le patient dans sa
prise en charge nutritionnelle en considérant le vécu ainsi que ses impacts tangibles et intangibles.
Notice biographique et bibliographie
Clémentine Hugol-Gential est enseignante-chercheure en Sciences de l'Information et de la
Communication (SIC) à l’Université de Bourgogne Franche-Comté, elle a soutenu en 2012 une thèse de
doctorat sur les interactions sociales en contexte de restauration gastronomique (thèse récompensée en
2013 par le prix du jeune chercheur de Lyon et publiée en 2015 chez l’Harmattan – Les mots et les mets
au restaurant : une analyse linguistique de l’expérience gastronomique).
Après 6 années au Centre de Recherche de l’Institut Paul Bocuse (Ecully), elle a rejoint le laboratoire
CIMEOS et son équipe 3S en septembre 2014 pour continuer ses travaux en communication alimentaire
et pour développer un axe portant sur l’alimentation-santé. Elle est aujourd’hui coordinatrice d’un projet
ANR portant sur l’alimentation à l’hôpital : ALIMS (Alimentation et Lutte contre les Inégalités en Milieu
de Santé)
HUGOL-GENTIAL, C. (2016). Le repas à l’hôpital : un défi pour demain. In Jean-Jacques BOUTAUD et
Kilien STENGEL (Eds.) Cuisine du futur et alimentation de demain. L’Harmattan, collection Questions
Alimentaires et gastronomiques : 97 – 112.
HUGOL-GENTIAL, C. (2015). Le repas à l’épreuve du cancer : une redéfinition sensorielle, sensible et
symbolique. ESSACHESS : Journal for communication studies. Dossier thématique : The alimentary
and gustative imaginary. 8 :2 (16) : 181-194.
HUGOL-GENTIAL, C. (2015). Le repas à l’hôpital et ses enjeux identitaires. Lexia. 19-20 : 169-182.
HUGOL-GENTIAL, C. (2015). L’expérience gastronomique : des dimensions linguistiques aux
dimensions sensibles. In BOUTAUD, JJ. (Ed.), Sensible et communication : du cognitif au symbolique.
Pp 109-125.
Traces et légitimation du passé : des objets aux corps
Bruno OLLIVIER, Professeur en Sciences de l’Information et de la Communication,
Université des Antilles
Anne PAJARD, Doctorante en Sciences de l’Information et de la Communication,
Université des Antilles
Mots-clés : Caraïbe, mémoire, patrimoine, corps, traces, médiations
Le concept de patrimoine fait l’objet de mutations profondes.
Il est organisé pendant longtemps autour d’objets, qui valent manifestation matérielle
du patrimoine. L’objet matériel est preuve des expériences passées des hommes et de
leur valeur collective.Il s’articule sur l’Histoire et les représentations qui en sont
données. Il permet une présence du passé dans le monde actuel et fait l’objet de
stratégies et dispositifs de patrimonialisation.
Le corps prend progressivement place dans les conceptions du patrimoine. Au niveau
symbolique, il contient une façon de concevoir le patrimoine (vivant, mouvant, en
relation). Mais le corps individuel est aussi trace et représentation d’une expérience
collective médiatrice du lieu et du passé. Qu’il s’agisse de fiction, de littérature, de réel,
le corps est le témoin du patrimoine.
La représentation du corps (représentation donnée comme représentation interprétée,
représentation iconique comme représentation mentale), avec ses marques
individuelles et collectives, son phénotype, en vient à signifier parfois l’histoire et le
patrimoine qu’il s’agit de partager.
A travers ces déplacements du concept de patrimoine, on discutera, à partir de
l’exemple de la Caraïbe, des enjeux de légitimité, des dispositifs techniques qui
favorisent ou donnent le sentiment de favoriser ce qu’il est convenu d’appeler la
diversité et de la relation de cette « diversité » au patrimoine. On repérera le rôle du
corps dans l’antagonisme possible entre le « patrimoine immatériel » et la preuve
documentaire et matérielle qui le fait reconnaître.
Se posent dès lors des questions sur la frontière entre ce qui est nommé patrimoine et
ce qui est nommé ou revendiqué comme culture. Quel est le rôle de la singularité du
corps dans la construction et la revendication d’une culture commune ? Tout corps
peut-il, aux yeux des acteurs sociaux, participer de tout patrimoine et de toute culture ?
Quels sont les récits “acceptables” pour construire un patrimoine à partir de traces
liées au corps ? Quelles sont les relations entre la mise en commun (culture) et les
expériences singulières (du corps). Quelles sont les relations entre la mise en “espace
commun” du passé au présent par des corps-traces face à des objets-preuve.
Le soi-sujet face au soi-objet-traces
Francis Jauréguiberry
Dans le film Apollo 13 réalisé par Ron Howard et retraçant des faits réels, les
membres de la mission sont soumis à un très fort stress : une explosion à bord de
l’engin spatial met directement leur vie en danger. Les senseurs dont sont bardés les
astronautes mesurent et transmettent alors au centre de contrôle des données
alarmantes en regard de la normalité attendue : leur rythme cardiaque est trop élevé,
leur respiration trop saccadée, leurs temps d’apnée trop fréquents, etc. Au moment où
la question même de la survie des astronautes se pose, l’équipe médicale chargée sur
Terre de contrôler leurs données physiologiques leur suggère de respirer plus
calmement, de se détendre afin de faire baisser leur rythme cardiaque, de prendre
quelques instants de repos… N’en pouvant plus, le commandant de la mission ouvre
sa combinaison et arrache tous les senseurs, « reprenant contrôle », comme il le dit
alors, de lui-même.
À la définition de lui comme objet, il oppose celle de lui comme sujet. De la
même façon, l’individu hypermoderne est de plus en plus confronté à son personnage
social pisté, calibré et métabolisé par les technologies en un ensemble d’indicateurs
qu’il lui est demandé de gérer au mieux en fonction d’une vision rentabiliste et
sécuritaire de lui-même. C’est à l’obligation de décisions du soi-sujet face au soi-objettraces et aux tensions que ces décisions suscitent que sera consacrée cette
communication.
Vendredi 1er juillet
10H15 – 11H15
Laboratoires du CELSA Paris-IV Sorbonne et de l’université Paris Diderot-Paris 7
Partout et nulle part. Le corps in absentia des dispositifs épiphaniques.
Pauline Chasseray-Peraldi & Yves Jeanneret
Université Paris Sorbonne CELSA – GRIPIC EA 1498
Les études de sémiologie et sémiotique visuelle ont, pour des raisons compréhensibles,
privilégié les images qui représentent le corps et le geste et soulevé les enjeux liés à la pudeur,
à l’exhibition, au voyeurisme, à l’obscénité. Or l’analyse des dispositifs médiatiques a montré
que le « corps sémiotisé » marque aussi son importance par le fait d’organiser la relation au
monde : une fonction qui devient décisive lorsque celui-ci se situe en-delà ou au-delà du cadre
empirique de l’image.
Nous souhaitons nous intéresser à la teneur corporelle des images qui ne représentent pas le
corps humain, à partir de la problématique de l’homme-trace. Nous considérerons en
particulier les dispositifs épiphaniques développés sur l’internet, replacés dans la perspective
de l’élaboration, au fil de l’histoire, de formes de la représentation du monde (notamment les
dispositifs Google Maps et Google Street View). Par ce terme, nous désignons les outils
optiques et (photo)graphiques qui prétendent révéler et amener à visibilité ce qui est invisible
dans le monde. En effet, s’il est vrai (et décisif) que l’écriture et plus généralement la pensée
de l’écran supposent de s’arracher à l’obsession de la rencontre et du geste pour donner une
réelle valeur au support, il n’y a sans doute pas de dispositif graphique qui, pour devenir un
dispositif de représentation, ne manipule le corps regardant. Lorsque celui-ci n’est pas l’objet
de l’image – et peut-être d’autant plus qu’il ne l’est pas – il en est le foyer, à la jonction de
l’effet de présence et de l’effet de sujet. Ce principe, que les théoriciens de la représentation
ont mis en évidence dans le temps long, semble particulièrement instrumentalisé par les
innovations des industries des passages sur l’internet.
Nous souhaitons, dans un premier temps, inscrire cette réflexion dans la continuité de
l’approche critique et sémiotique de la notion de trace telle qu’elle a été dessinée dans les
trois premiers volumes de L’homme-trace, notamment en nous demandant comment ces
dispositifs donnent lieu à inscription et tracé du corps. Ensuite, nous voudrions nous demander
dans quelle mesure ce processus est construit comme trace à travers les captures,
transformations, transmutations et brouillages sémiotiques dont il est l’objet.
Médiatisation de personnalités et/ou représentation d’un ethos patronal ? Etude des traces
laissées par le documentaire « La France des Grands Patrons »
Véronique Richard
Analyser les portraits d’une quinzaine de patrons du CAC 40 dressés dans le
documentaire de Laurent Jaoui intitulé « La France des grands patrons5 », distinguer leurs
figures singulières et retrouver leur congruence, rechercher les procédés narratifs, discursifs et
filmiques mettant en scène leurs caractères et leur donnant une visibilité sociale, tel est
l’objectif de ce projet de communication.
Il s’agit d’interroger dans une perspective socio-sémiotique les traces de ces
personnalités telles qu’elles apparaissent au travers du cadre que le dispositif éditorial du
documentaire a dessiné. Pairs d’une même « confrérie », ces figures emblématiques partagent
une même sociabilité tout en se distinguant par des traits saillants. Le montage des séquences,
enchâssées dans des conventions sociales et inscrites dans des codes visuels, compose un
tableau animé qui laisse place à leur singularité des personnes (re)présentées. S’y exprime liée
à une fonction « patronale » et une identité nationale une certaine « grammaire de la
responsabilité 6».
Les matériaux dont nous disposons, transcriptions des interviews des patrons menées
par le documentariste, notes d’une rencontre avec lui, visionnage du documentaire, des
5
Diffusé pour la première fois sur France 3 le 12/12/2014, rediffusé à plusieurs reprises et accessible
sur Youtube
6
Titre de l’ouvrage de Louis Génard, éditions du Cerf, collection Humanités, 1999
bandes annonces de la chaîne FR3 et diverses critiques en ligne7 serviront de base à l’analyse.
Elle sera guidée par une question théorique sur l’intentionnalité, le façonnage et le « dominant
interprétatif » donnant à voir des « signes-traces » ; elle sera étayée par une armature
conceptuelle empruntant principalement à Roland Barthes, Pierre Bourdieu, Erving Goffman et
Ruth Amossy.
L’hypothèse est que le dispositif adopté laisse place à l’expression d’un ethos patronal
incarné dans des figures singulières.
De la trace inconscience à l’inconscient de la trace : Psychanalyse et
épistémologie de la trace.
Paul-Laurent Assoun
Professeur à l’Université Paris-7 (Sorbonne Paris Cité USPC), UFR Etudes psychanalytiques,
psychanalyste, membre du CRPMS (Centre de Recherche Psychanalyse, Médecine et Société), membre
du Comité directeur de l’Ecole doctorale « Psychanalyse et Psychopathologie », responsable de l’axe
« Corps, pratiques sociales et anthropologie psychanalytique » du Master Recherche « Psychanalyse et
pluridisciplinarité »
Qu’est-ce que la psychanalyse peut apporter à une problématique de la
trace ? Il ne s’agit pas de « psychologiser » la trace comme telle, mais de montrer
en quoi le réel inconscient est indéchiffrable sans cette notion de Spur (trace),
« traces mnésiques » ou « traces-souvenirs » (Erinnerungsspuren). L’un des
points les plus révélateurs et -- les plus étonnants au dire du créateur de la
psychanalyse même -- est la « conservation des traces psychiques » -- à l’instar
de la ville de Rome, empilement de traces historiques rémanentes dans un espace
archéologique vivant. Ce qui se démontre notamment dans l’expérience
traumatique où la « trace originaire » subsiste de façon inébranlable et indélébile
et est susceptible de reviviscence dans certaines situations et à certaines
conditions – ce qui permet de penser l’historicisation plastique de la vie
psychique sur fond de la perdurance.
On présentera donc en un premier temps le apports d’une métapsychologie
de la trace chez Freud, pour, en un second temps -- déterminant pour l’insertion
du savoir analytique dans une épistémologie de la trace – en dégager les
résonances et les incidences sur l’ensemble du savoir de l’homme. On verra
comment la théorie analytique, fondée sur son expérience clinique de la mémoire
inconsciente, amène à réviser la conception générique de la « traçabilité ». Elle
amène à penser une dialectique systémique entre ce qui change et ce qui perdure,
7
Dont L’opinion, Le Figaro, Challenges, Médiapart, Le Monde
le devenir de la trace s’articulant à l’insertion du sujet dans la structure. Là se
dégage « l’extraordinaire plasticité des évolutions psychiques », qui fait que « l’état psychique
antérieur peut ne pas s’être exprimé pendant des années » et rester en l’état jusqu’à ce qu’ « un
jour il puisse devenir la forme d’expression des forces psychiques, et même le seule » (Freud).
Virtualité régressive, puissance rétro-activante, qui s’exerce dans certaines limites, l’essentiel
étant cette possibilité chronique de résurgence du début au cœur même du processus et surtout à
tout moment de celui-ci.
L’approfondissement – en compréhension – de la trace dans le modèle
psychanalytique – permettra donc une application – en extension – d’un
paradigme épistémologique susceptible de contribuer à la notion d’un réseau
interdisciplinaire, rendant compte du privilège à accorder à la catégorie de trace.
L’incidence majeure en est la visibilité que la problématique de la trace donne
sur le sujet, à réaborder en termes de traçabilité. C’est ainsi la portée
interdisciplinaire de l’apport analytique qui se notifie, à la condition de l’insérer
dans une dialectique rigoureuse, avec les ressources de la méta-psychologie,
théorie des processus inconscients induite de la clinique du sujet de l’inconscient.
11H30-13H
Universités Île de France
DICEN : Animation Louise MERZEAU (Paris Ouest Nanterre)
MCF HDR en sciences de l'information et de la communication, université Paris
Ouest Nanterre La Défense, http://merzeau.net
Laboratoire Dicen-IDF (Dispositifs d’information et de communication a l’ère
numérique – Paris Ile de France)
1. Claire Scopsi (Cnam, Dicen-IDF)
L’identification et le corps du migrant : comment laisser des traces de
présence physique dans un monde numérique
L’e-administration amorce actuellement une séparation entre le corps des
individus et leur identité officielle. Il s’agit d’une rupture avec les processus
traditionnels d’identification personnelle qui ont toujours fait intervenir le corps,
sa forme, ses traces. L’évolution des protocoles d’identification se produit
souvent à des moments de déséquilibres, lorsque des événements (guerres,
crises, démobilisations, épidémies) jettent de nombreuses personnes sur les
routes, il faut alors substituer à la reconnaissance physique par les proches, le
face à face, des procédés de documentation du corps. Ceux-ci-sont multiples :
Le corps du voyageur, du migrant, est marqué, décrit, mesuré, photographié,
ses composantes, ses fluides, sont analysés et comparé à des référentiels.
Mais le droit moderne, fondé sur la preuve écrite, s’accommode de moins en
moins bien du corps, variable, trompeur, manipulé. Il se réfugie dans la preuve
administrative, de plus en plus souvent numérique, qui trace non plus les
personnes physiques mais les dispositifs numériques qui leur appartiennent, et
les représentent par délégation. La relation corps/identité est complètement
rompue.
MOTS-CLÉS : IDENTITÉ, IDENTIFICATION, MIGRANT, CORPS, ADMINISTRATION
Claire Scopsi est maître de conférences au Conservatoire National des Arts et Métiers et
chercheuse au laboratoire Dicen-IDF. Ses travaux menés au sein du laboratoire Dicen-idf
portent sur les communautés migrantes connectées et les modes d’intégration des individus par
les TIC. Elle coordonne le projet SUSE (Région Ile de France) « Passerelle de Mémoires »
portant sur les processus de collectes de mémoires à l’ère numérique.
2. Olivier Ertzscheid
Le corps comme interface : d'une économie de l'attention à une économie
de l'occupation
Disparition des écrans, multiplication des capteurs passifs, internet des objets,
interfaces vocales et assistants intelligents : le web documentaire, après avoir
été remplacé par celui des profils est en train de vivre sa troisième révolution en
mettant le corps au centre d'un nouvel écosystème des données et des
processus de monétisation et de socialisation afférents. La dimension
"biologique" – des traces "médicalisables" au fantasme du transhumanisme en
passant par le développement de la génomique personnelle – devient le centre
de gravité d'une "nouvelle" économie qui vise moins à capitaliser sur notre
temps d'attention (Herbert Simon) que sur des stratégies relevant d'une
économie de l'occupation définie comme la somme du temps de captation
passive de nos données physio-biologiques, du temps de mesure passive de
nos comportements et du temps d'usage passif de dispositifs et/ou d'objets
disséminés à même notre corps et/ou dans notre environnement cinesthésique
direct, c'est à dire à portée de 3 de nos 5 sens.
MOTS-CLÉS : W EB, DONNÉES, TRACES, CORPS, CAPTEURS
Olivier Ertzscheid est maître de conférences en SIC à l’Université de Nantes (IUT de La
Roche s/Yon) et chercheur au laboratoire Dicen-IDF. Ses travaux portent sur les effets du
numérique sur l'écosystème documentaire, depuis la transformation des bibliothèques aux
nouvelles pratiques de lecture-écriture, en passant par l'évolution des logiques et des outils
d'indexation. Dans cette perspective, il porte une attention soutenue aux choix techniques et
stratégiques des grands acteurs du Web, dans la perspective d’une écologie informationnelle
globale. Il tient depuis dix ans le blog de recherche Affordance.info.
14H-15H
Les traces du corps : l’autre vision
Animation : Elisabeth DUROT BOUCE, UNIHAVRE, GRIC EA 4314
https://gric.univ-lehavre.fr
L'accueil de la trace dans la relation interpersonnelle de soin basée sur le toucher
Fabienne Martin-Juchat
Professeure des Universités
Chargée de mission Stratégie de valorisation des SHS
Université Grenoble Alpes
Direction Recherche Innovation Valorisation
Les praticiens du soin basé sur le toucher possèdent une expérience de la
relation interpersonnelle, en particulier une connaissance incarnée de ce qui émerge
dans la relation et du diagnostic approprié.
Le terme de trace dans la continuité des travaux de B. Galinon-Mélenec
permet d'appréhender la manifestation corporelle sans la catégoriser a priori comme
signe, processus et mise en forme de quelque chose, la qualification sémiotique n'est pas
à enfermer dans le paradigme de la structure linguistique.
L'objectif de cette intervention est de rendre visible, saillante, dicible, la manière dont
les praticiens accueillent la trace, la sens ou la ressens, la prend en compte, la
transforme, la traite, l'analyse.
L'approche est résolument anthropologique afin de respecter cette connaissance
incarnée, de se placer dans un cadre d'une épistémologie de l'ignorance (issue
du pragmatisme). Dans la continuité de travaux antérieurs sur la
communication corporelle, il s'agira d'approfondir la notion d'intercorporéité (MartinJuchat, 2002, Galinon-Mélénec, Martin-Juchat, 2013), de respecter cette métaphysique
du corps (Andrieu) qui confère à l'intersubjectivité un rôle subordonné au regard d'un
principe premier de l'inter-relation comme cadre préalable (tel que développé par la
phénoménologie de l'intersubjective et par la sociologie compréhensive).
D'un point de vue méthodologique dix entretiens seront réalisés auprès de praticiens
(ostéopathes, praticiens de la méthode Poyet, Body Mind Centering, Feldenkrais, taïso,
médecins traditionnels chinois, chiropraticiens) croisés à des analyses des écrits de
leurs pratiques, afin de révéler les points de ressemblance et de différenciation,
convergences, divergences voire controverses entre les savoir-faire.
Auteurs cités :
Andrieu, B., 2006, Toucher. Se soigner par lecorps, Paris, Belleslettres, coll.Médecine
et Sciences Humaines.
Galinon-Mélénec Béatrice, Martin-Juchat Fabienne (dir.), 2008, Le corps communicant
: XXIe siècle une civilisation du corps ? Paris : L'Harmattan (Le corps en question).
Galinon-Mélénec, B., Martin-Juchat, F., 2013, « Du « genre » social au « genre »
incorporé : Le « corps genré » des SIC», RFSIC n°4.
Martin, F., 2002, « La notion d’intercorporéité dans les arts martiaux orientaux », in J.
Caune, B. Dufrêne (dir.) Les Médiations du corps. Grenoble, Université StendhalGrenoble3Gresec/Université Pierre Mendès-FranceIUT2-Département InformationCommunication.
15H-16H30
Philosophie et anthropologie du corps : la vision internationale
Animation : Bernard ANDRIEU (coordonnateur GDRI CNRS)
Traces du corps et du sensible chez Merleau-Ponty et Fernando Pessoa
Da Nóbrega, Petrucia
Université Fédéral de Rio Grande do Norte, Natal, Brésil
Chercheur CNPq/École Normale Supèrieur, Paris
Résumé :
Dans une communication faite au premier Colloque International de
Phénoménologie, en Bruxelles, 1951, Merleau-Ponty envisage une réflexion sur la
phénoménologie du langage dont il se réfère à la « quasi-corporéité du signifiant », en
revenant à la langage parlée et vivant où est visible « la texture même du geste
linguistique au point qu’une hésitation, une altération de la voix, le choix d’une certaine
syntaxe suffit à la modifier, et cependant jamais contenue en lui, toute expression
m’apparaissant toujours comme une trace » (Merleau-Ponty, 1960, p. 111). Il s’agit bien
évidemment d’une trace corporelle et sensible comme on peut suivi dans la pensée de
Merleau-Ponty notamment comme par exemple dans l’essaie « le langage indirecte et
les voix du silence » dans lequel il affirme que « notre écriture se reconnait, que nous
tracions les lettres sur du papier, avec trois doigts de la main, ou à la craie, sur le
tableau, avec tout notre bras, parce qu’elle n’est pas dans notre corps un automatismes
lié à certains muscles, destiné à accomplir certains mouvements, mais une puissance
générale de la formation motrice capables des transpositions qui font le style »
(Merleau-Ponty, 1960, p. 82).
Cette liaison entre le langage et le corps sensible sera repris dans son cours au
Collège de France, quelques années plus tard, en 1953 : Recherches sur l’usage
littéraire du langage, récemment établis et publiés par Benedetta Zaccarello et
Emmanuel de Saint-Aubert (Merleau-Ponty, 2013). Les références littéraires dans
l'œuvre de Merleau-Ponty sont diverses et constantes: Marcel Proust, Paul Claudel, Paul
Valéry, Claude Simon, Antoine Exupéry. Cette présence de la littérature dans leur
pensée, ainsi que la peinture, lui a permis d'articuler des nouvelles significations à sa
philosophie et à une ontologie qu'il appelle indirecte, tout en étant traversé par le corps
et la sensibilité. Ceci est une trace chez Merleau-Ponty que nous abordons dans cette
communication a partir d’un dialogue avec la poésie de Fernando Pessoa (1888 -1935).
Tous les deux sont morts jeunes, ils ont vécu intensément: une vie poétique et une vie
philosophique. Ils sont partis très tôt mais nous ont laissé une œuvre séminale qui nous
encourage à penser, à rêver, à inventer, à écrire. En bref, nous pouvons dire que les deux
soulignent notre présence corporelle dans le monde et le contact avec une sensorialité
visuel, tactile, auditive, gustative et kinesthésique. Les deux également se référent à la
relation des sensations avec notre intelligence et avec nos émotions ce qui nous permet
de sentir et de percevoir les choses et d'autres êtres. La sensorialité est marquée par un
gradient sensible qui est aussi la composante, la matière première de ses œuvres
poétiques et philosophiques marquées par des traces du corps vivant et expressif .
Brûlures fertiles : traces mnésiques et travail ethnographique
Yves Winkin
La honte devant les amis qui se tordaient de rire devant moi, un tapis dans
chaque main ...
L'embarras lorsque j'ai ouvert la lettre de Wendy qui m'accusait en quelque sorte
de l'avoir trahie ...
La panique devant le scandale que je venais de provoquer en plein conseil de
faculté en demandant à un collègue très senior de cesser de me rappeler sans cesse tout
ce ce que je lui devais...
D'incidents de parcours, j'ai tiré des publications, des cours, des conférences. Je
voudrais revenir sur ces incidents très personnels que j'ai exploités au fil des années
comme autant de matériaux ethnographiques. En en publiant une analyse, en en tirant
une démonstration pédagogique, je les ai rendus publics. Mais je ne les ai pas
neutralisés pour autant. Les incidents ont continué à me « brûler » à chaque réitération.
Et tout se passe comme si j'avais besoin de raviver ces brulûres pour en maintenir la
force heuristique et pédagogique.
Ce texte se fondra sur une demi-douzaine de ces traces mnésiques
particulièrement vives et s'interrogera sur un processus qui pourrait paraître masochiste.
Longtemps, j'ai pensé qu'il s'agissait d'un processus de mithridatisation : plus j'en
parlerais, et plus la brûlure se cautériserait. En fait, je me suis aperçu qu'il n'en était
rien. Et j'ai dès lors inversé mon approche : j'ai continué à en parler d'abondance, en y
trouvant une étrange énergie. Est-ce là ce que d'aucuns appellent l'extimité ? Est- ce là
une forme d'autoethnographie particulièrement aiguë ? Ou est-ce là tout simplement
une démarche ethnographique classique qui assume son dévoilement ? Le texte
cherchera à répondre à ces questions et à d'autres qui ne manqueront pas de surgir en
cours de route.
Le rôle des traces dans le système immunitaire: des anticorps au corps
Véronique THOMAS-VASLIN, Sorbonne Universités, UPMC Univ Paris 06, INSERM, CNRS, ImmunologyImmunopathology-Immunotherapy (I3) UMRS959; Paris, France. http://www.immunocomplexit.net/
Les recherches contemporaines sur le vivant démontrent que l'organisation, la reproduction, la
diversité, la viabilité et la résilience des systèmes vivants sont interconnectés à différents niveaux
biologiques, sous forme de micro et macro écosystèmes. Aussi, au delà des particularités spécifiques, les
systèmes biologiques complexes partagent-ils tous une certaine historicité. Ce qui signifie que tout
organisme vivant porte en lui les signes-traces de cette histoire commune et individuelle.
Si l’on se centre sur l’Homme, il est acquis que la mise en place du système immunitaire
commence dès la vie intra-utérine, alors même que le fœtus est préservé contre les microbes par sa
mère. La cognition par le système immunitaire, des antigènes du fœtus et de ceux de la mère contribue
à la construction de l'identité moléculaire de l’individu, en particulier via les « anticorps »1. Dès la
naissance, ce système immunitaire est confronté potentiellement à tous les « antigènes »2 et à tous les
microbes de l’environnement et il se rappellera tout au long de la vie de cette rencontre… ce qui lui
permettra de s’adapter et de répondre avec plus d'efficacité à une nouvelle confrontation. Ainsi, jour
après jour, le système immunitaire est confronté à notre « microbiote »3 indispensable à notre vie, qui
compose 90% des cellules de notre organisme et 99% de l’ADN. Le système immunitaire garde une trace
de l'histoire moléculaire et en particulier infectieuse de l'organisme via la mémoire immunologique.
L'évolution physiologique d'un organisme continue au cours de la vie. Les traces de ce parcours
de vie – semé d’embuches, de perturbations liées aux contraintes de l'environnement - orientent la
trajectoire du corps, des composants moléculaires, des lymphocytes, et jusqu’aux grandes fonctions de
l’organisme. Selon les traceslaissées par le chemin parcouru, les systèmes intracorporels et le corps dans
sa globalité sont plus ou moins robustes et résilients aux perturbations et au vieillissement.
Les nouvelles technologies, comme de nouvelles entités (les produits chimiques, les allergènes,
les OGM ...) ou de nouveaux procédés (l’hygiène, la désinfection, la vaccination, la transformation des
aliments, les thérapies,les naissances par césarienne ...), ne sont pas neutres dans cette évolution. Elles
impactent l'évolution du corps en sensibilisant le système immunitaire.
Aujourd’hui, diverses techniques d’observations portant sur l'organisation multi-échelle des systèmes,
de la molécule à l’organisme, permettent de détecter chez l’Homme des combinaisons de biomarqueurs, « signes- traces du corps », qui permettent de distinguer tel ou tel comportement
pathologique. Détecter ces « signes- traces » permet de mettre en œuvre des thérapies qui améliorent
la longévité.
1Le préfixe « anti » est tiré de la préposition grecque anti, exprimant notamment l’opposition et
la protection contre
un mal. Il peut aussi être interprété à partir du latin dans le sens de « en face de ». Le terme
antibiotique par exemple
désigne une substance produite par des micro-­­organismes et qui s’oppose à d’autres micro­­organismes pathogènes.
(Source : Le dictionnaire historique de le langue française, Alain Rey dir., 2006).
Anticorps : Molécule, immunoglobuline du système immunitaire d’abord décrite par P Erhlich
(Prix Nobel en 1908)
comme un récepteur spécifique préformé à la surface d’une cellule, ayant une activité anti­­toxine. Puis par extension
désigne les immunoglobulines portées et secrétées par les lymphocytes B qui sont capables de
se complexer aux
antigènes.
2Antigène : Toute molécule reconnue par le système immunitaire et qui sélectionne des
anticorps et provoque leur
fabrication
3 Microbiote : ensemble des micro-­­organismes qui vivent dans des zones spécifiques de
l’organisme, et désignant par
exemple la flore l’intestinale, cutanée ou vaginale
Traces focalisées du vivant, visions du corps
Sylvie Leleu-Merviel
Univ Lille Nord de France, F-59000, Lille, France
UVHC, DeVisu, F-59313, Valenciennes, France
[email protected]
Résumé
Dès 1938, dans La formation de l’esprit scientifique*, Gaston Bachelard indiquait déjà :
« L’esprit scientifique nous interdit d’avoir une opinion sur des questions que nous ne comprenons pas,
sur des questions que nous ne savons pas formuler clairement. Avant tout, il faut savoir poser des
problèmes. Et quoi qu'on dise, dans la vie scientifique, les problèmes ne se posent pas d'eux-mêmes. C'est
précisément ce sens du problème qui donne la marque du véritable esprit scientifique. Pour un esprit
scientifique, toute connaissance est une réponse à une question. S’il n’y a pas eu de question, il ne peut y
avoir connaissance scientifique. Rien ne va de soi. Rien n’est donné. Tout est construit. » Les
épistémologues constructivistes du XXème siècle (Le Moigne, 1995)* ont approfondi cette voie, jusqu’à
abolir la notion de « vérité » dans les sciences et limiter leur portée à celle d’une « méditation de l’objet
par le sujet qui prend toujours la forme du projet » (Bachelard, 1934)*.
En 2015, l’auteur (Leleu-Merviel, 2015)* a montré que l’horizon de pertinence dans lequel
s’inscrit une théorie et la structure du langage représentationnel adopté déterminent et conditionnent la
manière et les possibilités de penser les phénomènes. Dès lors, les traces elles-mêmes perdent leur
prétendue objectivité, puisque leur recueil s’inscrit dans le moule d’un canon descriptionnel qui les
modèle à l’avance. Interroger les outils et les méthodes pour révéler leur manière de façonner l’idéation
est alors indispensable.
Ici, une telle approche est appliquée au vivant, depuis le recueil organisé de ses traces, toujours focalisées,
jusqu’au concept et aux diverses visions du corps qui les sous-tendent.
* Bibliographie
Gaston Bachelard, Le nouvel esprit scientifique, Paris, PUF, 1934.
Gaston Bachelard, La Formation de l'esprit scientifique, Paris, Librairie philosophique J. Vrin, 1938,
p. 16.
Jean-Louis Le Moigne, Les épistémologies constructivistes, Paris, PUF, Que sais-je ?, 1995.
Sylvie Leleu-Merviel, « De la trace d’interaction à la communication numérique », in L’Homme-Trace.
Inscriptions corporelles et techniques, Béatrice Galinon-Mélénec, Fabien liénard et Sami Zlitni (dir),
Paris, CNRS Editions, 2015, pp. 217-229.

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