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Joinville/SC
Nr20. R$ 10
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REVISTA 21
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AO LEITOR
OS DESAFIOS DA MOBILIDADE
Um em cada dez deslocamentos diários em Join­
ville, no vaivém dos cidadãos, é feito pedalando. A
estimativa do Ippuj, órgão da prefeitura responsável
pelo planejamento urbano, data de 2011. Com o in­
cremento da rede de ciclovias – a malha chega a 140
quilômetros e há planos de quintuplicar essa cober­
tura –, entre outras medidas que buscam estimular
o uso da “zica”, espera-se que a média citada já seja
até maior – e que mais e mais joinvilenses se sintam
dispostos a andar de bicicleta por aí, uma forma eco­
lógica e economicamente correta de se locomover. É
um dos eixos do PlanMob, pacote de diretrizes para a
mobilidade finalizado em março.
O próprio Ippuj admite que há um desafio extra no
meio do caminho, exposto como “obstáculo” pelo pre­
sidente do órgão: quebrar o paradigma e comprovar a
importância da bicicleta dentro do quadro da mobili­
dade sustentável, dado que – ele mesmo reconhece –,
por décadas, a administração pública pôs o foco de seus
investimentos na estruturação de um sistema voltado
aos deslocamentos motorizados e individuais. A meta
não é pequena: em dez anos, o PlanMob almeja elevar
para 20% o número de deslocamentos de bicicleta. No
plano prático, muita coisa precisa ser feita para chegar
lá, especialmente na questão da segurança, reduzindo
drasticamente as estatísticas de acidentes de trânsito
envolvendo ciclistas. O tema é abordado em reporta­
gem que começa na página 52.
Outra reportagem de destaque, nesta edição, mos­
tra a ação de pequenos e médios empresários rumo ao
mercado internacional, no embalo do dólar em alta. É
uma alternativa para ampliar a base de operação co­
mercial em momentos de indefinição da economia
brasileira. Leia mais a partir da página 42.
Já na abertura da revista, à página 8, uma conversa
com a fundadora e presidente da rede brasileira de ho­
téis Blue Tree, que estará em agosto na Acij para uma
palestra. Boa leitura.
NESTA EDIÇÃO
8 Fundadora do Blue Tree revela modelo de gestão da rede de hotéis 16 Um programa para a proteção intelectual
20 O que vem para SC com o plano de logística do governo federal 24 BMW no time da Acij 28 Como ter sucesso
com lojas virtuais 30 Design e elegância para singrar os mares 32 Santos Dumont: duplicação (finalmente) re­
tomada 40 Preços menores para voar de Joinville 42 Dólar em alta abre caminho da exportação para pequenos
empresários 50 Leilões judiciais ganham agilidade 52 Mobilidade em duas rodas 58 Telefonia móvel é campeã no
Procon 60 Diário de Viagem: pedalando na Compostela 62 A vitrine das feiras de negócios 64 O livro da monja
que fez a Expoville meditar 70 Crescimento, mas a longo prazo
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DO SONHO
À REALIDADE
DIVULGAÇÃO
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MAX SCHWOELK
Em alusão ao novo século, pleno de
desafios, a Revista 21, publicação
bimestral da Associação Empresarial de
Joinville (Acij), aponta, ao mesmo tempo,
para o momento e para o futuro, para
o contemporâneo e para o que está por
vir. Tem por objetivo levar informação
de qualidade ao leitor sobre os grandes
temas de interesse da classe empresarial,
sempre com visão local.
Assinatura do convênio para instalação da Jucesc: reduzir a burocracia
ATENÇÃO ÀS EMPRESAS LOCAIS
A propósito da presença de lideranças regionais no jantar de posse
da diretoria da Acij, em junho, o presidente João Joaquim Martinelli
sublinhou que o Estado precisa, sim, de novos empreendimentos, da
chegada de mais empresas, mas alertou que é necessário dar atenção
às que já operam aqui. Lembrou e lamentou a perda de várias com­
panhias – algumas marcantes, como a Busscar e a Duque – e apelou
para que o setor público apoie a luta pela recuperação de várias ou­
tras que ainda enfrentam dificuldades. Tradicional por sua atuação no
fortalecimento das empresas do Norte Catarinense, a entidade tem
levantado bandeiras estratégicas – como a melhoria da mobilidade,
em Joinville, com a criação de novos acessos, a continuidade das obras
de duplicação da Avenida Santos Dumont, o início das obras na Dona
Francisca e no trevo do Distrito Industrial, entre tantas outras.
Ponto importante – e que simboliza a disponibilidade da asso­
ciação empresarial para uma atuação conjunta com o Estado – foi
a assinatura do convênio que oficializa a instalação da Junta Co­
mercial do Estado (Jucesc) na sede da associação, com a intenção
de acelerar e simplificar processos, encurtar espaços e reduzir a bu­
rocracia para a abertura de novos empreendimentos. A casa tam­
bém não economiza esforços diante das questões mais essenciais
para o desenvolvimento empresarial – e que ainda não tiveram so­
lução, caso da reforma tributária, por exemplo. Enquanto isso não
se efetiva, a Acij tem apoiado fortemente a proposta de elevação
do teto do Supersimples, buscando, em suma, alternativas locais e
regionais para melhorar o ambiente de negócios para empresas de
todos os portes.
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Número 20. Julho e agosto de 2015
Conselho editorial
Simone Gehrke (EDM Logos)
Ana Carolina Bruske (Núcleos)
Débora Palermo Mello (Acij)
Diogo Haron (Acij)
Carolina Winter (Winter Comunicação)
Jornalista responsável
Júlio Franco (reg.prof. 7352/RS)
Produção
Mercado de Comunicação
Editor
Guilherme Diefenthaeler
(reg. prof. 6207/RS)
Reportagem
Ana Ribas Diefenthaeler, Letícia Caroline,
Mayara Pabst, Marcela Güther, Karoline
Lopes
Projeto gráfico, diagramação,
ilustrações e infográficos
Fábio Abreu
Imagem da capa
Arquivo Histórico de Joinville
Fotografia
Peninha Machado, assessorias
de imprensa
Impressão
Tipotil
Tiragem
4 mil exemplares
Publicidade
Flávio Vailatti – (47) 9107-3939
Av. Aluisio Pires Condeixa, 2550
3461-3333
acij.com.br
twitter.com/acij
facebook.com/acijjoinville
REVISTA 21
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A FOTO DA CAPA
No final do século 19, este era o
ponto de encontro de comerciantes
e compradores no coração de uma
bucólica Joinville em desenvolvimen­
to. A ligação fluvial com o Planalto
Catarinense, passando pela Baía da
Babitonga, Lagoa de Saguaçu e Rio
Cachoeira, foi a principal forma de
escoamento da produção joinvilen­
se. A imagem, da década de 1920,
retrata as atividades comerciais do
antigo Mercado Público. Apesar de o
Cachoeira ter deixado de lado sua fi­
nalidade original, as transações por­
tuárias continuam imprescindíveis
para a economia regional. Os desti­
nos internacionais movimentam o
mercado e abrem um leque de opor­
tunidades para as empresas locais.
Se você tem uma imagem que retrate algum período da história de Joinville,
entre em contato com a redação pelo [email protected].
br. A foto poderá ser publicada na capa em uma das próximas edições.
A REVISTA EM FRASES
ANDRÉ KOPSCH
“Avaliamos cada problema como oportunidade
de melhoria e buscamos soluções fazendo
benchmarking no mercado e dentro da própria rede”
Chieko Aoki, presidente do grupo que leva seu nome e do qual
fazem parte as redes Blue Tree Hotéis e Noah Gastronomia
“Nossa proposta é oferecer um espaço de
desenvolvimento, formando cidadãos cultos e com
gosto pelas artes”
Rodrigo Calegari Feldhaus, diretor do
espaço Cultural Traços e Atos
“Para pequenas e médias empresas, a exportação
pode ser vantajosa se a transação for vislumbrada
como comprometimento gradual junto ao mercado
externo, realizando investimentos em inovação e
adequação de produtos ou serviços”
Jurema Tomelin, coordenadora do Programa de
Internacionalização de Empresas (Pier), da Univille
“O cenário econômico complicado traz
oportunidades para leilões porque as empresas
precisam fazer caixa e buscam rentabilizar aquilo
que ocupa espaço sem necessidade. Uma alternativa
viável de liquidez rápida”
“As empresas estão descobrindo que apenas o lucro
financeiro é insuficiente para se manterem em pé.
As que estão começando a pensar no lucro social
e ambiental estão vivas. As que não prestaram
atenção estão morrendo. É da natureza desse
desenvolvimento da consciência humana”
Tatiane Duarte, leiloeira, especializada em leilões corporativos
Monja Coen, em palestra na Expoville
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ABRE ASPAS
CHIEKO AOKI
A dama da
hotelaria brasileira
Por Marcela Güther
Em 1997, Chieko Aoki criou a Blue Tree Hotels (Aoki, em japo­
nês, significa “árvore azul”), rede voltada aos segmentos de
business, luxo e resorts. Em 18 anos de atuação, a operado­
ra hoteleira fincou raízes em diversos destinos estratégicos.
São 22 hotéis espalhados por 17 cidades do Norte ao Sul do
país, com mais de 2 mil colaboradores diretos, que renderam
faturamento de R$ 381 milhões em 2014. Em Santa Catari­
na, a Blue Tree marca presença em Joinville e Florianópolis.
Conhecida como a grande dama da hotelaria brasileira, além
de presidir o Grupo Chieko Aoki, do qual fazem parte a Blue
Tree Hotels e o Noah Gatronomia, a empresária participa de
diversas organizações, como o Conselho de Empresários da
América Latina (Ceal), ocupa cadeira na Academia Brasileira
de Marketing e é vice-presidente do Conselho de Administra­
ção do São Paulo Convention & Visitors Bureau. Também tra­
balha para o incremento das relações econômicas e culturais
entre Brasil, Japão e América Latina e participa de atividades
filantrópicas e de cunho social, para as quais contribui com
arrecadação de recursos. Chieko Aoki – que virá novamente à
Acij em agosto, para palestra comemorativa aos 20 anos de
fundação do Núcleo de Mulheres Empresárias – detalha, nes­
ta entrevista à Revista 21, sua trajetória profissional, modelo
de gestão da rede, planos de expansão e visão sobre o cenário
econômico para o segmento hoteleiro.
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FOTOS: DIVULGAÇÃO
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No início de sua trajetória como
empresária, o que a motivou a
empreender um negócio próprio e
fundar a Blue Tree?
As circunstâncias da vida me apre­
sentaram a hotelaria como carreira
e me apaixonei por esse mercado.
Comecei a trabalhar na hotelaria
em 1982, como diretora de Mar­
keting e Vendas dos hotéis Caesar
Park, dos quais também fui presi­
dente. Após a experiência no Cae­
sar Park, fui vice-chairman da Wes­
tin Hotels & Resorts, a mais antiga
e tradicional companhia hoteleira
dos Estados Unidos. Na época,
pude administrar e implantar ho­
téis na América Central, Ásia, Esta­
dos Unidos e Europa. Meu marido
tinha negócios no segmento ho­
teleiro e foi uma influência impor­
tante para que eu aprendesse e me
envolvesse com esse meio. Sempre
busquei fazer o meu melhor, inovar
e evoluir constantemente, em casa
ou no trabalho, e essa filosofia foi
transposta para as redes nas quais
trabalhei. A formação acadêmica
também cumpriu papel importan­
te. Sou formada em Direito pela
Universidade de São Paulo (USP),
fiz curso de Administração na Uni­
versidade de Sofia, em Tóquio, e em
Administração Hoteleira na Cornell
University, nos Estados Unidos.
Além disso, atuei com profissionais
incríveis, repletos de ideias. Essas
experiências foram essenciais para
formar a minha visão sobre o mer­
cado hoteleiro e as inovações nesse
campo. Em 1997, a saúde do meu
marido estava frágil, seus negócios
abalados pela crise do Japão, e o
Brasil entrava em um processo de
estabilidade econômica. Eu tinha
duas alternativas: observar o ce­
nário e ficar em casa ou colocar a
mão na massa e aproveitar o espa­
ço que havia no país para uma rede
hoteleira que oferecesse serviços
com a qualidade dos hotéis cinco
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estrelas a valores acessíveis. Senti
que era uma ótima oportunidade.
Assim, nasceu a Blue Tree Hotels,
com o objetivo de proporcionar ex­
periências encantadoras, com per­
sonalização e carinho, atentos aos
detalhes.
GESTÃO FOCADA
EM QUALIDADE
Como funciona o sistema de
franquia da rede? Quais as
características de um hotel da
marca Blue Tree?
Entramos no segmento de fran­
quias no final de 2014 e o primeiro
empreendimento nesse formato
foi o Terras Altas by Blue Tree Ho­
tels, um importante complexo lo­
calizado a 30 minutos da capital
paulista, em Itapecerica da Serra.
O modelo de franquias, que é um
complemento aos nossos tradicio­
nais negócios em administração de
hotéis, segue as práticas de merca­
do, com taxa de adesão, além de in­
vestimentos mensais flexíveis em
royalties e marketing. Analisamos
as particularidades de cada hotel
que prospectamos, como localiza­
ção, destinos, potencial em turis­
mo corporativo e de lazer, cenário
econômico, e assim verificamos se
tal empreendimento pode ser ad­
ministrado por nós ou se o ideal é
que seja franquia. É uma decisão
conjunta entre parceiro e Blue Tree.
Nosso franqueado tem acesso a
todo o know-how de gestão, pro­
cessos de qualidade, treinamentos,
marketing, comunicação e solu­
ções de vendas e reservas. Nosso
diferencial, tanto nos hotéis admi­
nistrados quanto na franquia, é o
atendimento, a busca pelo encan­
tamento do cliente, a atenção aos
detalhes. Procuramos fazer com
que o hóspede se sinta acolhido, em
casa. Nossas equipes são treinadas
constantemente para colocar sua
sensibilidade em favor dos nossos
clientes, percebendo suas pecu­
liaridades e prestando um atendi­
mento realmente humano, criando
laços. Temos diversos cases que
mostram que tais práticas são efe­
tivas para a fidelização. Certa vez,
uma hóspede grávida passou mal
e, percebendo a situação delicada,
funcionários do hotel se revezaram
em visitas constantes ao seu apar­
tamento, monitorando sua saúde e
atendendo às demandas necessá­
rias para a saúde da mãe e do bebê.
Meses depois, quando a criança
nasceu, foi batizada com o nome
de um dos colaboradores que pres­
taram o atendimento à mãe. Esse
vínculo pessoal tem grande valor.
Por isso, procuramos mostrar que
temos interesse genuíno no bem­
-estar de todos, desde colaborado­
res e parceiros até clientes.
A Blue Tree está presente em 17
cidades brasileiras, operando 22
hotéis. Como funciona a gestão da
rede? Como obter bons resultados
e um padrão de qualidade com esse
número de hotéis administrados?
Para mantermos o padrão de exce­
lência da Blue Tree em tantos ho­
téis, é preciso estabelecer e seguir
processos de gestão e atendimento
bem definidos, além de treinar os
colaboradores continuamente, vis­
to que as necessidades do público
evoluem a cada dia. Só assim é pos­
sível obter bons resultados. Nossa
gestão é estruturada sob medida
para viabilizar maior rentabilidade
e valorização dos empreendimen­
tos administrados, ao mesmo tem­
po em que zelamos pela qualidade
do atendimento. Esse trabalho tem
como alicerce a metodologia Kai­
zen (sistema de produção adotado
pela Toyota), que adaptamos às
Unidade da Blue Tree, no Centro de Joinville: rede tem 22 endereços em 17 cidades, com faturamento de R$ 384 mi
nossas necessidades e consiste em
buscar a melhoria contínua. Ava­
liamos cada problema como opor­
tunidade de melhoria e buscamos
soluções fazendo benchmarking
no mercado e dentro da própria
rede. Nossa equipe de gestão ana­
lisa continuamente o desempenho
dos hotéis em diversos itens, que
vão desde receita até economia de
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energia, gestão de pessoas e segu­
rança alimentar. Quando uma das
unidades passa por dificuldades
em algum desses quesitos, a apro­
ximamos de um hotel que esteja
com bom desempenho e tenha
perfil similar, para um intercâmbio
de conhecimento. Muitas soluções
e novas ideias surgem dessa troca.
Para mantermos o alinhamento
com as mudanças do mercado e
do comportamento de consumo
dos clientes, os processos e normas
estão em constante análise e atua­
lização, feitas com base em dados
como os comentários enviados pe­
los hóspedes, tendências de merca­
do e indicadores de gestão. Nossos
colaboradores também são orien­
tados diariamente por seus líderes,
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Chieko Aoki é fundadora e presidente do grupo, que atua nos segmentos de business, luxo e resorts
além de cumprirem treinamentos
técnicos e comportamentais, on­
line e presenciais, disponibilizados
por meio de nossa plataforma de
educação corporativa, a Academia
de Excelência.
A cultura japonesa que a sra.
carrega contribui de que forma na
gestão de seu negócio?
Na verdade, mesclei o lado oriental
com as características brasileiras.
O japonês quer sempre fazer me­
lhor do que o melhor. Tanto é que
lá existem muitos artesãos, que
estão há 500 anos fazendo a mes­
ma coisa no mesmo lugar. O foco
é sempre fazer o melhor para os
clientes, o que significa respeito e
consideração. O asiático também
tem o prazer em receber bem as
pessoas, e isso é característico da
rede Blue Tree.
A rede se profissionalizou em
administrar hotéis nos segmentos
de business, luxo e resorts. Como
avalia o ramo do turismo de
negócios? Quais são as principais
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diferenças em se trabalhar com
esse perfil comparando com o
turismo de lazer, por exemplo?
O turismo de negócios está avan­
çando no Brasil. Felizmente, a área
na qual atuamos tem ótimas pers­
pectivas de investimento, levando
em conta o crescimento da econo­
mia em cidades que estão se de­
senvolvendo. Além do segmento
de negócios, existe a possibilidade
de evolução no setor de lazer, mas
para isso são necessários o planeja­
mento e a realização integrada do
governo regional e do local, explo­
ração de cultura com planejamen­
to a médio e longo prazos, bem
como o envolvimento de meios de
transporte para facilitar a vida dos
viajantes. Isso exige coordenação
que seria interessante ser de ini­
ciativa do governo local, que tem
competência para movimentar di­
versos setores.
Existe alguma região mais
estratégica do Brasil em que a
rede mira atualmente para seus
investimentos? Quais os planos
da rede para Santa Catarina? E há
interesse em levar a Blue Tree para
fora do Brasil?
No momento, nosso foco é no Bra­
sil, que apresenta um mercado ho­
teleiro em franco desenvolvimen­
to. Temos um plano de expansão
bem estruturado e a pleno vapor.
Santa Catarina é uma região bas­
tante importante para nós, inseri­
da no Sul-Sudeste, que representa
3/4 do PIB do Brasil. Já estamos em
Florianópolis e Joinville e temos
contratos firmados para empreen­
dimentos em Itajaí e Santo Ama­
ro da Imperatriz. Temos interesse
em prospectar hotéis em cidades
como Blumenau, Chapecó, Nave­
gantes, Criciúma, Lages, Palhoça,
São José, Jaraguá do Sul, Brusque,
Penha, Tubarão, Concórdia, Xanxe­
rê, Balneário Camboriú, Caçador,
além de reforçar nossa presença
em Florianópolis. Cada uma des­
sas cidades tem uma característi­
ca especial. Algumas comportam
hotéis de porte pequeno, a partir
de 120 apartamentos. Outras, ho­
téis maiores, com boas áreas de
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eventos. Cada local é avaliado com
atenção para podermos oferecer
nosso melhor e contribuir para o
desenvolvimento do destino. Além
disso, temos frentes de trabalho
mirando em cidades com mais de
200 mil habitantes e na consolida­
ção de nossa presença em São Pau­
lo e Rio de Janeiro, expansão para o
restante do Sudeste (interior de SP
e RJ, BH e interior de Minas, Vitó­
ria-ES) e região Centro-Oeste, com
foco em Brasília, além da busca de
mais oportunidades no Sul e Nor­
deste. Em setembro do ano pas­
sado, inauguramos o Blue Tree To­
wers Bauru e no segundo semestre
deste ano vamos abrir o Blue Tree
Premium Alphaville.
Muitos economistas projetaram o
ano de 2015 como um período de
estagnação na economia brasileira.
Diante desse quadro, como está
sendo o desempenho da rede neste
período?
Fomos afetados em algumas ati­
vidades, como eventos, que dimi­
nuíram em quantidade, mas no
geral temos mantido a ocupação
em bons níveis. Mesmo na crise, as
práticas das empresas podem ser
reduzidas, mas não se eliminam
totalmente, pelo menos na grande
maioria das atividades. Importan­
te é entender as expectativas dos
clientes e mudanças em suas pre­
ferências. É fase de repensar e se
reinventar e, no nosso caso, como
havíamos previsto que a economia
poderia ser incerta, estruturamos a
empresa e definimos as estratégias
tendo em vista tal situação.
Quais os principais desafios para
uma operadora de hotéis hoje no
Brasil? Como a sra. compara o
cenário do país com o do exterior?
Acredito que a questão da mão
de obra é um grande desafio para
uma rede hoteleira. Hotelaria é ser­
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ACIJ
viço e, para oferecer atendimento
excelente com solidez e continui­
dade, é preciso investir na forma­
ção de hotéis com cultura forte
nesse quesito. Quem faz isso são
os profissionais. Temos gente na­
turalmente encantadora, alegre,
cordial, pronta para ser polida e se
tornar bons profissionais. No caso
da Blue Tree, nossos colaborado­
res que se relacionam diretamente
com os hóspedes já são fluentes
em um ou mais idiomas, entre eles
o inglês, o espanhol e o japonês.
Mas, muito mais que a fluência,
nossa preocupação e nossos esfor­
ços estão voltados ao treinamen­
to sobre as diferenças culturais e
os hábitos dos povos. Prezamos a
qualidade dos serviços como nos­
sa missão e, diante da perspectiva
de receber hóspedes de diferentes
nacionalidades, ao mesmo tempo e
em grande número, criamos metas
desafiadoras para a melhoria e ino­
vação de nossos serviços.
Em 2016, o Brasil volta a ser
destaque internacional com a
realização das Olimpíadas. Como
o setor hoteleiro pode se preparar
para bem receber turistas e atletas?
Assim como na Copa do Mundo, os
Jogos Olímpicos são uma oportu­
nidade de ouro para mostrarmos
o que temos de melhor e apresen­
tarmos a riqueza da cultura brasi­
leira, superando a expectativa em
qualidade e em diversidade. Nesse
contexto é que a qualificação da
mão de obra, como mencionei, con­
tribuirá para fidelizarmos os turistas
que visitarem o país em 2016. Vejo
muitos benefícios com esse evento,
entre eles, a profissionalização da
hotelaria em todas as suas verten­
tes, maior visibilidade internacional
e ganhos em infraestrutura para o
país. O brasileiro tem diferenciais
únicos no mundo, como hospitali­
dade, cordialidade e alegria.
MULHERES NA
GESTÃO: É PRECISO
MUITO MAIS
Como a sra. vê o mercado no
ramo para atuação de mulheres
em cargos de gestão? Quais seus
conselhos para mulheres que
desejam atuar e crescer no ramo
empresarial?
Apesar da expectativa de que, com o
tempo, as mulheres ganhem espaço
no mundo corporativo, um estudo
da Fundação Getulio Vargas (FGV)
com 72 mil companhias aponta no
sentido contrário: a participação de­
las em conselhos de direção caiu de
9,5% em 2002 para 7,5% em 2012.
De cada 100 cadeiras no alto escalão
de empresas brasileiras listadas na
Bolsa, apenas oito são ocupadas por
mulheres. Já tivemos muitos avan­
ços, mas é preciso mais, afinal, as
mulheres respondem somente por
5% dos cargos de direção nas gran­
des empresas latino-americanas,
segundo relatório apresentado em
2013 pela multinacional britânico­
-holandesa Unilever. O quadro mu­
dará, e homens e mulheres serão re­
conhecidos por suas competências,
e não pelo gênero, porque o próprio
mercado vai mudar rapidamente
em busca de mulheres executivas
que realmente contribuam de forma
diferente dos homens, complemen­
tar, aumentando os resultados das
empresas. Sobre os conselhos para
as mulheres que desejam crescer no
ramo empresarial, não há fórmula de
sucesso mais eficiente do que traba­
lhar arduamente. Além disso, é preci­
so ter inquietação, proatividade, ser
generosa, ter desejo de inovar, de fo­
car com paixão sem medir desafios
e estar atento para se situar à frente
do mercado também são caracterís­
ticas que distinguem os profissionais
mais qualificados.
15
ACIJ
REVISTA 21
15
O QUE A ASSOCIAÇÃO FAZ E PENSA
PROPRIEDADE INTELECTUAL
Como assegurar
os seus direitos?
Quer saber mais sobre o
Printe? Entre em contato
com a equipe responsável,
escrevendo para o e-mail
[email protected] ou
pelo telefone 3461-3370
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ACIJ
Apostar na inovação é princípio da competividade – mais ainda nestes tempos
de retração da economia brasileira. Em diferentes segmentos, as organizações
buscam se distinguir lançando produtos, serviços e marcas. Porém, com a con­
corrência cada vez mais acirrada, como evitar que uma determinada criação
seja utilizada indevidamente por adversários? Para isso, é possível buscar o di­
reito a uma patente, registrar uma marca e fazer o registro do desenho indus­
trial de um determinado objeto. Desde 1970, o Instituto Nacional da Proprieda­
de Industrial (Inpi) é a instituição responsável por esse tipo de protocolo. Entre
os serviços do Inpi, estão registros de marcas, desenhos industriais, indicações
geográficas, programas de computador e topografias de circuitos, concessões
de patentes e averbações de contratos de franquia e das distintas modalidades
de transferência de tecnologia.
Com o objetivo de facilitar as atividades de seus associados, a Acij aderiu ao
Programa de Proteção Intelectual (Printe), ferramenta para simplificar o aces­
so à proteção do capital intelectual das empresas. “É um importante fator de
competitividade no atual mundo corporativo, diferenciando produtos e serviços
e determinando a permanência ou não das empresas no mercado”, aponta Mi­
chella Pacheco, analista comercial. À frente do programa, uma equipe técnica
capacitada para realizar desde a redação técnica da invenção até procedimentos
judiciais para exercer a exclusividade obtida. São 20 profissionais distribuídos
em várias regiões de Santa Catarina. Disponível a partir de agora para todos os
associados da Acij, o Printe está há 10 anos no mercado e oferece desconto de
10% aos interessados.
COMUNIDADE
Conheça os pleitos
dos grupos de Gestão
Compartilhada
BANCO DE IMAGENS
ENTENDA MELHOR
Marca
Para ter exclusividade sobre o nome de um serviço ou pro­
duto, ou um logotipo que o identifique, você precisa re­
gistrar a marca – todo sinal, visualmente perceptível, que
identifica e distingue suas atividades. A marca registrada
garante ao proprietário o direito de uso exclusivo no ter­
ritório nacional em seu ramo. É preciso verificar se o que
você pretende solicitar não foi protegido antes por tercei­
ros. Assim que o registro é conferido, o proprietário tem
uso exclusivo por dez anos, prorrogáveis.
Patente
É um título de propriedade temporária sobre uma inven­
ção. O detentor tem o direito de impedir terceiros de pro­
duzir, usar, colocar à venda, vender ou importar o objeto
de sua patente. Em contrapartida, o inventor se obriga a
revelar detalhadamente o conteúdo técnico da matéria
protegida pela patente. Alguns itens não podem ser pa­
tenteados. Exemplos: técnicas cirúrgicas ou terapêuticas,
planos de assistência médica e de seguros, plantas de ar­
quitetura, obras de arte, músicas, livros e filmes.
Desenho industrial
Se você criar um novo formato de relógio, brinquedo,
veículo, mobiliário ou uma estampa têxtil, por exemplo,
pode proteger os aspectos ornamentais do objeto. São re­
gistráveis formas que possam ser aplicadas a produtos,
proporcionando visual novo e original.
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ACIJ
Periodicamente, empresários das regiões Sul, Nor­
te, Leste e da região do bairro Vila Nova se encon­
tram para partilhar boas práticas de gestão. Desde
2003, os grupos de Gestão Compartilhada abrigam
sócios e não-sócios da Acij, buscando auxílio de
especialistas em temas de interesse comum. “Esse
compartilhamento fortalece os integrantes, que se
organizam e buscam elencar prioridades. A Acij aju­
da no sentido de dar forma aos pleitos”, explica Jai­
me Grasso, vice-presidente da associação e coorde­
nador da Gestão Compartilhada. Os participantes
se reúnem em uma empresa âncora, liderados por
um empreendedor da região e acompanhados por
um representante da entidade. Apesar de pontos
em comum, cada núcleo defende bandeiras espe­
cíficas de interesse.
Gestão Compartilhada Norte
l Mobilidade urbana
l Duplicação da Avenida Santos Dumont, Dona Francisca e acesso ao distrito industrial (Hans Dieter Schmidt e Edgard Nelson Meister)
l Melhor mobilidade no eixo industrial Norte
Gestão Compartilhada Sul
l Construções das marginais próximas à BR
l Melhoria no acesso aos bairros, sem passar pela
rodovia
Gestão Compartilhada Leste
l Adaptação da rede de esgoto. Hoje, atende indústrias
com a estrutura apenas para residências
l Adequação da Lei de Ordenamento Territorial (LOT).
Embora tenha um grande número de empresas, é considerada região rural, o que provoca dificuldades na
obtenção de licenças
l Finalização da implantação da UFSC
l Implantação do Parque de Inovação Tecnológica (PIT)
Gestão Compartilhada Vila Nova
l Mais segurança para residências e comércio
l Instalação de 200 câmeras de vigilância em Joinville
l Desenvolvimento do turismo rural
REVISTA 21
17
FOTOS: MAX SCHWOELK
MOMENTO PARA CELEBRAR
Na noite de 29 de junho, lideranças políticas e empresariais se reuniram na Sociedade Harmonia-Lyra para a posse da Acij.
João Martinelli, reeleito presidente, apontou em seu discurso a importância da chegada de novas empresas ao Estado, com
um alerta: “Não podemos esquecer as empresas que já estão aí. Ainda dá tempo de recuperar muitas delas”. A mobilidade
urbana, pleito defendido pela casa, também teve espaço nas palavras do presidente, que reiterou propostas como a de
um novo acesso à cidade e melhorias por meio de obras como a duplicação da Avenida Santos Dumont, Dona Francisca
e do acesso ao Distrito Industrial. Tomaram posse novos membros dos conselhos superior, deliberativo e fiscal, além de
presidentes de núcleos e coordenadores do Gestão Compartilhada,
Núcleos em
destaque
Presidentes de núcleos recebem troféus pela atuação
18
ACIJ
Além da posse da nova diretoria da
Acij, na mesma noite foi entregue
o Prêmio Núcleo de Referência, que
tem como objetivo reconhecer o
trabalho dos grupos da casa que
mais se destacaram ao longo da
gestão. Germano Buch, presidente
do Núcleo de Imobiliárias, levou o
troféu Ouro, acompanhado pelo
consultor Cristiano dos Santos. A
prata foi concedida aos representantes do Núcleo de Empresas Contábeis, Douglas Steffen e Ederson
Compiani. Quem recebeu o bronze
foi o Núcleo de Gestão Empresarial,
representado por Cícero Gabriel
Ferreira Filho e Daniel de Oliveira.
TEDX
Palco para boas ideias
Prefeito Udo Döhler confere o anuário,
entregue pelo presidente João Martinelli
LIDERANÇAS
Representatividade
registrada em anuário
Durante o jantar de posse da diretoria, no dia 29 de junho, a Acij lançou o anuário de dirigentes, com o tema
“Representatividade que gera resultado”. A publicação, com 100 páginas, homenageia 38 integrantes da
diretoria e do conselho superior. Nos perfis apresentados, cada um deles apontou as principais ações da
casa e a importância do associativismo para os empresários joinvilenses.
No texto introdutório, o presidente João Martinelli
reforçou o compromisso “com a cidade, suas empresas, suas pessoas” e assegurou que, apesar dos desafios em um ano de incertezas econômicas, a Acij continuará trabalhando pelo fortalecimento das bandeiras
já defendidas e na luta por reformas estruturais que
possam contribuir com o desenvolvimento da região,
mantendo a postura de cobrança diante do poder público, quando necessário.
Diogo Haron, diretor executivo da Acij, reiterou
em seu texto o papel da instituição. “Não por acaso, o
quadro de associados da Acij retrata, com exatidão, o
perfil econômico de Joinville e região – a Acij nasceu
com a marca do trabalho conjunto, do pioneirismo, do
fazer diferente, mais e melhor”, afirmou Haron.
19
ACIJ
Reconhecer Joinville como um ambiente inovador e mostrar como ações locais podem resultar
em impactos globais. Esse é o alvo do TEDx Udesc
Join­ville, organizado por estudantes da universidade. Conhecido mundialmente, o evento terá sua
versão local no dia 29 de agosto, no teatro CNEC.
Vinícius Bassani de Camargo, integrante do Núcleo de Jovens Empresários da Acij e coordenador
de marketing do TEDx, destaca a importância da
ação: “Participar da organização de algo deste porte é uma experiência gratificante, uma vez que o
objetivo é a exposição de ideias que merecem ser
compartilhadas”.
Durante todo o dia, os palestrantes apresentarão projetos com o tema “Caminhos Convergentes”. Um dos nomes já confirmados é Marcos Piangers, apresentador do programa “Pretinho Básico”,
da Rádio Atlântida. Piangers é formado em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC) e também apresentou o “Patrola”, na RBS
TV. Segundo os coordenadores, o TEDx se propõe a
inspirar os envolvidos com o projeto. “Essa é uma
oportunidade de discutir temas multidisciplinares, relacionados à arte e à cultura”, afirma Antônio Felipe Gomes Teixeira. “Queremos que as pessoas vejam que podem mudar a comunidade em
que estão inseridas, não importa o caminho que
sigam”, completa Maria Eugênia Serratti.
DIVULGAÇÃO
Ideias que merecem ser espalhadas
O TED foi criado em 1984 e tem como lema “Ideias
que merecem ser espalhadas”. Entre os palestrantes
que já se apresentaram nas conferências globais estão
Michelle Obama, Bill Gates, Bill Clinton, J.J. Abrams,
Bono Vox e Edward Snowden. Inserido no mesmo
contexto está o TEDx, um programa de eventos
locais, organizado de forma independente e sem fins
lucrativos. Para mais informações sobre TEDx Udesc
Joinville, acesse www.tedxudescjoinville.com.
REVISTA 21
19
VISÃO ACIJ
MARIO CEZAR DE AGUIAR
Plano de logística: é preciso otimismo
O
A participação
privada em obras
públicas exige
um ambiente
institucional seguro
no curto, médio
e longo prazo. O
investidor demanda
bons projetos e
cronogramas bem
concebidos, áreas
em que o Brasil
deixa a desejar"
Plano de Investimento em Logística recentemente anunciado pelo go­
verno federal é audacioso, tanto em valores quanto pela dimensão das
obras previstas. Devemos ficar atentos, acompanhar e fiscalizar sua
implantação. E, principalmente, ser otimistas de que as obras se concretizem.
A boa notícia é que o governo está assumindo publicamente o que todos já
sabíamos: encontra dificuldades para cumprir a extensa agenda brasileira, so­
bretudo a catarinense, nas áreas de infraestrutura de transportes. No caso de
Santa Catarina, dados da Fiesc, relativos à execução do orçamento da União,
indicam que recebemos em média, nos últimos dez anos, apenas 50% do que
foi previsto, e grande parte disso (72%) foi direcionada para a mais emblemáti­
ca das nossas obras – a duplicação da BR-101/SC, no trecho Sul.
Para Santa Catarina, estão previstos investimentos de R$ 16,6 bilhões
em obras complexas como as BRs 470, 280, 101, aeroporto de Florianópolis,
berços e estruturas portuárias, entre outras, que são demandas antigas de
nosso Estado e com andamento abaixo do esperado. A duplicação da 101
(sul), por exemplo, iniciou-se em 2005 e não temos previsão do término.
Ainda sobre a 101, de acordo com estudos da Fiesc, em conjunto com a Uni­
versidade do Sul (Unisul), com o atraso na duplicação da rodovia deixaram
de ser geradas, na região, riquezas equivalentes a R$ 32,7 bilhões, o que cor­
responde a 4,6 vezes o PIB registrado de 2005 a 2009 na mesma região (até
dezembro de 2012).
Três outros aspectos exigirão muito otimismo. Primeiro, a participação pri­
vada em obras públicas, que em todo o mundo exige um ambiente jurídico
e institucional seguro no curto, médio e, principalmente, no longo prazo. Se­
gundo, e não menos importante, o investidor, para tomar a decisão acertada,
demanda bons projetos e cronogramas físicos e financeiros bem concebidos.
Sabemos que o Brasil deixa a desejar nessas áreas. Sem contar a ineficiência
tão conhecida nos processos de licenciamentos ambientais. O terceiro aspecto
é que a transferência de obras para a iniciativa privada exige equilíbrio entre os
interesses do investidor (que não é instituição de caridade) e dos usuários – a
parte mais importante. Para esse equilíbrio, e tarifas que priorizem os usuá­
rios, é preciso dispor de agências reguladoras independentes e realmente apa­
relhadas para defender os interesses da sociedade.
Temos que ser otimistas, apesar de tudo. Sabemos que o transporte re­
presenta quase 50% dos custos logísticos da indústria catarinense. Essas
obras certamente contribuirão para a melhoria da eficiência logística cata­
rinense e do Brasil.
Mario Cezar de Aguiar
Vice-presidente da
Federação das Indústrias de
Santa Catarina (Fiesc)
20 ACIJ
EDUARDO MISSIAS DE OLIVEIRA
O hospital da comunidade
I
naugurado em 4 de junho de 1906, o Hospital Municipal São José come­
çou suas atividades precariamente, já que suas instalações ainda não
estavam prontas. Havia três dependências: enfermaria para homens,
mulheres e crianças e dois quartos particulares. A partir de 1915, com o
crescimento do município, aumentava o número de pessoas que necessi­
tavam de assistência médica. Os anos que se seguiram foram dedicados
à expansão. Em 1963, começou a construção do novo prédio, com cinco
pavimentos, inaugurado em 1969. O novo hospital veio dar condições de
ampliação dos serviços. Em 1º de junho de 1971, o São José passou a ser
uma entidade autárquica, com personalidade jurídica própria e autonomia
financeira e administrativa. Na década seguinte, em 9 de março de 1982,
foi entregue aos joinvilenses o prédio onde hoje funcionam ambulatório,
centro cirúrgico ambulatorial, unidade AVC e UTI neurológica.
A área de influência do São José atinge hoje uma população de mais
de 1 milhão de habitantes, compreendendo todo o Norte catarinense e ci­
dades vizinhas. É referência em urgência e emergência, tratamento inten­
sivo, neurocirurgia, oncologia, ortopedia e traumatologia, dispõe de pron­
to-socorro equipado para qualquer tipo de emergência. No dia 4 de junho,
o São José completou 109 anos. É uma das maiores unidades públicas de
saúde do Estado, apesar de municipal. Ao passar do primeiro centenário, o
hospital enfrenta alguns dilemas, no entanto, o esforço tem sido constan­
te para prestar uma medicina cada vez mais humana e tecnológica.
Joinville vem dando demonstrações evidentes de valorização do São
José, que está cada vez mais avançado e procura prestar um atendimen­
to de excelência ao cidadão. Na ação promovida pela Acij, a campanha
“Eu abraço o São José”, foi constatado esse pensamento coletivo em fa­
vor de um hospital cada vez mais atualizado. O cenário é favorável e está
diretamente relacionado ao atendimento ao paciente e ao seu processo
de recuperação, além de se refletir na satisfação e impactar positiva­
mente na imagem do hospital.
Ao hospital, compete planejar, organizar, dirigir e coordenar a execu­
ção das atividades de prestação de serviços médico-assistenciais, em sis­
tema ambulatorial, hospitalar ou de emergência. Investir na qualificação
do capital humano é uma solução para esse desafio. Afinal, são 109 anos
de boas histórias e de sucesso conquistado que farão com que o Hospi­
tal São José, chamado carinhosamente de Zequinha, seja uma referência
cada vez mais positiva para Joinville e seus cidadãos.
Ao passar dos
100 anos, uma
das maiores
unidades de
saúde pública do
Estado enfrenta
alguns dilemas,
mas mantém
o esforço de
prestar uma
medicina cada
vez mais humana
e tecnológica"
Eduardo Missias
de Oliveira
Médico, cirurgião plástico,
integrante do Núcleo de
Saúde da Acij
21
ACIJ
REVISTA 21
21
CURSOS & EVENTOS
11 e 12 de agosto
Curso Gestão de Desempenho
Acij, Joinville
(47) 3461-3344/[email protected]
11 de agosto
Palestra “Soap Apresentações: Como Vender
Ideias e Conquistar Audiências”
Acij, Joinville
(47) 3461-3344 /[email protected]
5 a 23 de agosto
Festival Gastronômico de Joinville
(47) 3461-2515
www.gastronomiajoinville.com.br
1o a 4 de setembro
Intermach 2015
Expoville, Joinville
(47) 3451-3000
www.intermach.com.br
22
ACIJ
NA ACIJ
As perspectivas da economia
O economista Paulo Rabello, do Movimento Brasil Eficiente (MBE), par­
ticipa da reunião semanal da Acij no dia 17 de agosto. Rabello vem falar
sobre o atual cenário da economia nacional. Além disso, discorre sobre
as propostas do MBE, que tem o empresário Carlos Rodolfo Schneider
entre as lideranças nacionais, e o livro “O Mito do Governo Grátis”, de
autoria do economista. Doutor em economia pela Universidade de Chi­
cago, nos Estados Unidos, Rabello de Castro é presidente do Instituto
Atlântico, diretor-presidente da SR Rating e fundador da RC Consultores,
empresa de previsão econômica e análises de mercado.
Caravana do crédito
No dia 21 de setembro, a Acij, em parceria com a Boa Vista SCPC,
realiza a primeira “Caravana do crédito”, em Joinville. A iniciativa bus­
ca contribuir para o desenvolvimento e a eficiência das empresas na
gestão do risco de crédito. A participação do público é gratuita, mas é
necessária inscrição prévia. O número de vagas é limitado.
ACIJ NA MÍDIA
DIVULGAÇÃO
Notícias do Dia, 18/05
“Em encontro com empresários na Acij
(Associação Empresarial de Joinville) na
noite desta segunda (18), o presidente da
Celesc, Cleverson Siewert, deu uma notícia
boa e outra ruim – mas já esperada – sobre
o setor de energia elétrica. A primeira é que
está praticamente descartada a possibilidade
de racionamento no país neste ano, e a
segunda se refere ao aumento de tarifa da
distribuidora, previsto para agosto.”
Psicóloga Simone Klöber atua na área de Gestão de Pessoas
NOTICENTER, 15/06
Blog do Loetz, A Notícia, 26/05
“Há R$ 5 bilhões em investimentos de
diferentes setores de negócios à espera
de licenciamento ambiental por parte da
Fatma. A informação é do secretário de
Desenvolvimento Econômico do governo
do Estado, Carlos Chiodini, que participou
da reunião do conselho deliberativo da
Associação Empresarial de Joinville (Acij)
ontem à noite. Parte desses investimentos
é voltada a empreendimentos de energia.
Chiodini destacou que o órgão deverá ser
modernizado com a criação do Instituto do
Meio Ambiente e com a implantação de um
plano de cargos e salários novo.”
“A Associação Empresarial de Joinville (Acij), em parceria com a Huma­
nus, promoveu na última quinta-feira (11) a palestra ‘Como reter talen­
tos através da sucessão’, com a psicóloga Simone Klober. O evento teve
como objetivo sensibilizar para a importância da gestão da sucessão
como o verdadeiro planejamento estratégico de recursos humanos, à
medida que garante que a empresa continue inovadora, competitiva,
forte e na plenitude do seu potencial. Simone é graduada em psicologia,
mestre em gestão estratégica e especialista em recursos humanos, atua
há mais de 15 anos em Gestão de Pessoas no desenvolvimento de exe­
cutivos e desenvolvimento organizacional.”
Noticenter, 2/06/2015
“A Capacitação Empresarial da Associação
Empresarial de Joinville (Acij) promoveu
na quarta-feira (28), a palestra ‘eSocial –
Aspectos e Processos’, para 35 participantes.
O evento buscou informar sobre o programa,
um projeto do governo federal que vai unificar
o envio de informações pelo empregador em
relação aos seus empregados. Entre os temas
abordados, foram apresentados tópicos
como o conceito e o objetivo do eSocial e seus
eventos, os tipos de informações e os novos
prazos de entregas.”
Estela Benetti, Diário Catarinense, 18/05
“Foi com humor o recado do presidente da Acij, João Martinelli, ao mi­
nistro Joaquim Levy, para não arrochar demais as empresas. Ele citou
algumas das mais conhecidas empresas de SC presentes, entre elas a
Colcci, que tem Gisele Bündchen como garota-propaganda: ‘Ministro, a
Gisele não pôde vir, mas o nosso recado para o senhor é o mesmo que
ela costuma passar na hora dos desfiles: pode apertar o corpete, mas
deixe espaço para a gente respirar’, brincou.”
Notícias do Dia, 09/06
“O presidente da Associação Empresarial
de Joinville (Acij), João Joaquim Martinelli,
e os diretores do exercício 2015/2016
permanecem nos cargos após eleições da
entidade que aconteceram na noite desta
segunda. Os conselhos superior e deliberativo
foram recompostos em 50% dos membros e o
conselho fiscal foi renovado em sua totalidade.”
Retenção de talentos
23 ACIJ
REVISTA 21 23
POR QUE ACIJ
BOAS-VINDAS
BMW GROUP ingressa na Acij
A lista de associados da Acij recebeu mais um nome
ilustre: o BMW Group. O diploma de associado foi entregue durante a reunião plenária de 6 de julho. Com 30
fábricas em 14 países, a empresa bateu no ano passado
a marca histórica de 2 milhões de carros produzidos. Segundo Gerard Degen, presidente da BMW de Araquari,
a expectativa para a unidade de Santa Catarina é de
chegar a 100 mil veículos por ano, no auge do projeto.
De acordo com Degen, a planta está respeitando o cronograma proposto: “Em setembro, as áreas de pintura e
funilaria entrarão em funcionamento. Até o momento,
já foram montados 8.500 automóveis dos modelos Série
1, Série 3 e X1. Com a conclusão do projeto, também serão
fabricados os modelos X3 e Mini Countryman”.
Vladimir Mello, gerente de comunicação do grupo, apresentou um breve histórico da organização, que
completará 100 anos em 2016. O primeiro produto da
marca foi um motor de aviação, depois vieram as motocicletas e somente em 1929 os carros começaram a ser
desenvolvidos. Hoje, no Brasil, são 700 funcionários.
MAX SCHWOELK
Degen (2o à esq.) recebe a placa do vice-presidente Marcelo Hack e do presidente em exercício Moacir Thomazi (esq.)
MAIS PARCEIROS
MAIO E JUNHO/2015
BRAVO'S GRILL
47 30275675
CACAU SHOW BIG BEIRA RIO
47 32070806
ALL.X SOLUÇÕES ESTRATÉGICAS
47 30254637
CARBONO ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE
47 32273081
AMPCO METAL BRASIL
47 33050020
CARDOZO & FRANCA
47 30231850
ANDREA KAISER NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS
47 99724742
CHO - CLÍNICA DE HEMATOLOGIA E ONCOLOGIA
47 34331849
ATEHNA EMPREENDIMENTOS
47 30287518
CI CONSULTING
47 99119174
ATUS ENGENHARIA
47 41016151
CLIC COMUNICAÇÃO
47 30289181
AUTO CENTER POTTMAIER
47 34364887
COLOR X TINTAS
47 30257976
AUTO ELÉTRICA CARLINHOS
47 38010489
CONARME
47 34160319
B3 GESTÃO E TECNOLOGIA
47 38048700
CRH INDÚSTRIA E EMPREENDIMENTOS
47 34415190
BANCO DAYCOVAL S/A
47 34229399
CRW CONSULTORIA E TREINAM. EMPRESARIAL
47 34220099
BANRISUL
47 40099115
DAMILIS MAKE UP
47 96193974
BERGUS AFIN SEGUROS
41 30237487
DELPHOS IMOBILIÁRIA
47 38010309
DELTAE DIGITAL
47 30431400
BMW DO BRASIL LTDA-
24 ACIJ
DIVULGAÇÃO
DOCE ENCANTO
47 30336007
DOMO SOLUÇÕES EM TI
47 30264322
FILTROVILLE AMBIENTAL
47 34339091
FUSION COMUNICAÇÃO VISUAL
47 34667252
G3 ACADEMIA DE PADEL
47 30276333
GRUPO SAAS
47 32270244
INOVEE INFORMÁTICA
47 38043132
INTAKT LEAN MANUFACTURING
48 91077417
ITAMEDI CLÍNICA
47 30266255
J7S IMPRESSÃO E CORTE INDUSTRIAL
47 34384035
JB MÓVEIS USADOS
47 88553142
KIAN ILUMINAÇÃO
47 34337117
KURSANCEW MATTIA NETO & NART ADVOCACIA
47 34324508
LIRA BRASIL
47 30284111
LUMINO ILUMINAÇÃO
47 30261212
MASTER MIND
47 34730533
MCA ENGENHARIA
47 30273976
MECÂNICA ANDRADE
47 34353039
MERCADINHO SILVA
47 34339793
MERCADO LIMA
47 34392588
MERCADO OS GURI
47 34274043
MERCADO SAO LUIZ
47 34651880
METHOD INFORMÁTICA
47 34328021
MONAR AMBIENTES SOB MEDIDA
47 30174747
MROSA SERVIÇOS
47 92712504
NELSON WILLIANS & ADVOGADOS ASSOCIADOS
48 32092009
NEVADA TRICOT
47 34722184
NR SAFETY
51 30473115
O MELHOR DE JOINVILLE
41 33278849
OLIV MARKETING
47 99428985
ORSEGUPS MONITORAMENTO ELETRÔNICO LTDA
47 34416700
PIROSOL
11 40281846
PRODUTORA OCOTEA
47 30266699
QUARK ENGENHARIA
47 34394100
REDE HALITO
47 30283001
REFORMAS REALEZA
47 34343096
RESTAURANTE COLINA
47 34363825
SANTA CATARINA WORKS
47 30275040
SILVEIRA ADVOCACIA
47 30295060
SIMPLIX SISTEMAS
47 30254220
SMC PNEUMÁTICOS DO BRASIL
47 32782623
SOLUÇÕES DISTRIBUIDORA
47 34667025
STARK CONSULTORIA EM RH
47 32271539
TARGET IDIOMAS
47 30252450
TECVIDROS JOINVILLE
47 34675930
TRANSMAGNA TRANSPORTES LTDA
47 34319369
UNIDADE PELA FE
47 91791866
WOLF QUÍMICA
47 30630506
Associe-se. Entre em contato pelo 3461-3370
e conheça as vantagens de ser um associado
25 ACIJ
“Estar associado à Acij é participar
ativamente da vida na sociedade de
Joinville e região. Uma oportunidade
de desenvolver o network de negócios,
inclusive atendendo a própria entidade
nas campanhas ‘Eu abraço o São José’
e ‘Vote certo, vote em Joinville’, entre
outros trabalhos. Mas é no dia a dia com o
trabalho dos núcleos que percebemos que
a Acij é uma casa acolhedora que promove
os empreendedores que visualizam ótimas
oportunidades de crescimento"
Marco Antonio Alho de Freitas, diretor da Linkers,
agência de propaganda e marketing
BOA VISTA
Indispensável para as
decisões de negócio
A Boa Vista Serviços administra a mais completa
e tradicional base de dados do país para crédito,
o SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). A
ferramenta permite que as empresas tomem deci­
sões mais seguras em todas as etapas do ciclo de
negócios.
Para facilitar o acesso, as soluções estão disponíveis
em todos os meios eletrônicos. Com o SCPC, você pode
aumentar a assertividade na concessão de crédito e
minimizar os riscos por meio de soluções personalizadas e
informações precisas. Mais informações: (47) 3461-3370 /
[email protected]
REVISTA 21 25
FEITO EM JOINVILLE
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Equipe da Teken: estratégias de marca para maior vantagem competitiva
PUBLICIDADE
Uma agência que marca
Teken significa “símbolo” ou “sinal”, em africâner. “Reflete a ideia de deixar
a nossa marca em nossos clientes. Tínhamos a proposta de encontrar um
nome que sugerisse uma conexão mais próxima com a nossa cultura”, ex­
plica Clauber Rosa, um dos sócios da agência de propaganda e marketing.
A empresa, que completa quatro anos em setembro, começou com
os sócios Clauber e Gabriel Nunes, enquanto os dois ainda trabalhavam
como free-lancers. “Tivemos experiências em diferentes meios de comu­
nicação e percebemos que poderíamos juntar competências para con­
seguir nos envolver a longo prazo
com os clientes, acompanhando
os processos de trabalho para de­
senvolver estratégias de marca que
proporcionem maior vantagem
competitiva”, relata Clauber.
Com seis colaboradores e um
consultor externo, a Teken obje­
tiva se tornar uma extensão de
marketing para pequenas e médias
empresas. Entre os trabalhos rea­
lizados pela agência, destacam-se
marketing digital (sites, redes so­
ciais), campanhas institucionais,
comerciais e internas, materiais
impressos, apresentações e rede­
senho de marcas.
Há dois anos, a Teken faz par­
te do quadro de associados à Acij,
filiada ao Núcleo de Agências de
Propaganda. “Nos associamos jus­
tamente pela aproximação comer­
cial com outras empresas de Join­
ville. O associativismo abre portas,
podemos trocar experiências e
utilizar essa porta de divulgação
de serviços”, afirma o sócio.
www.teken.com.br
Av. Santos Dumont, 381, Sala 4 , Santo
Antônio, Joinville
(47) 3207-1935, [email protected]
Tecnologia e responsabilidade social
Fundada no ano 2000, a PeopleOne é referência na área de serviços, soluções e
produtos de TI. Uma das estratégias comerciais utilizadas é a presença nas en­
tidades empresariais. “Participamos ativamente do Núcleo de Jovens Empre­
sários”, diz Marcio dos Santos, gerente nacional. Uma das principais bandeiras
da empresa é a responsabilidade social. Existem ações voltadas à preservação
da ética e dos valores corporativos, satisfação e bem-estar dos funcionários,
integração com a comunidade e preservação do meio ambiente. Um dos
produtos é o Befective, programa ligado à gestão e à eficiência nas áreas fi­
nanceiras, que promete verificar o desempenho real de cada negócio. Entre
as funcionalidades do Befective, destaca-se a “Multiempresa”, que permite ao
responsável administrar suas empresas a partir da mesma plataforma.
www.itpeopleone.com/pt
Rua Fortaleza, Saguaçu, Joinville. (47) 3026-3236, [email protected]
26 ACIJ
PeopleOne é referência em
produtos e serviços de TI
Suntrader International Business
Habilitada para efetuar processos de
importação e exportação em diversos
segmentos, a Suntrader direciona o
seu foco à distribuição de materiais de
acabamento para a construção civil.
Rua Padre Antonio Vieira, 694
Saguaçu
(47) 3227-4404
[email protected]
Espaço Traços e Atos oferece atividades complementares
Arte e cultura para a criançada
Um espaço para oferecer arte, cul­
tura e movimento para as crian­
ças. Era o sonho dos idealizadores
do Espaço Cultural Traços e Atos.
Aberta em 2014, a escola oferece
atividades para os turnos opostos
ao escolar. “As ações contribuem
com a formação artística, física e
intelectual dos alunos, de forma
diferente daquelas trabalhadas nos
colégios tradicionais. Mais que um
negócio, nossa proposta é oferecer
um espaço de desenvolvimento,
formando cidadãos cultos e com
gosto pelas artes”, conta o diretor
Rodrigo Calegari Feldhaus.
O número de aulas varia de
acordo com a necessidade ou in­
teresse dos pais, que podem ma­
tricular os filhos de um a cinco dias
por semana: “Temos aulas de artes,
pintura, escultura, desenho, artesa­
nato, teatro, dança criativa, ballet,
hip hop, música, culinária divertida,
jardinagem, marcenaria, karatê, gi­
nástica, fitness kids, inglês, literatu­
ra, jogos e brincadeiras. As crianças
em idade escolar participam do
Clube da Tarefa, com supervisão de
uma pedagoga”.
27
ACIJ
A partir de agosto, o espaço
lança dois projetos inovadores: o
contraturno noturno e o coaching
escolar. O primeiro vai funcionar
entre 18h e 22h e tem como obje­
tivo auxiliar os pais que trabalham,
nesse período, em shoppings, far­
mácias, hospitais, que estejam
na faculdade ou em algum outro
compromisso. A segunda ação se
propõe a ajudar crianças que apre­
sentem dificuldades específicas
de aprendizado.
Segundo o diretor, o objetivo da
escola é fazer a diferença na vida
dos alunos, influenciando na for­
mação de pessoas. “Entendemos
ser vital que a empresa cumpra um
papel social. E o associativismo é
uma excelente maneira de contri­
buir para o crescimento de Joinville.
Por isso, entidades como a Acij têm
grande importância na representa­
ção dos interesses da classe empre­
sarial e da própria cidade”, sublinha.
www.tracoseatos.com.br
Rua Presidente Affonso Penna, 925
Bucarein, Joinville. (47) 3227-9040
[email protected]
Semente da Terra Confeitaria
Desde 1995, atende as necessidades
da Região Leste de Joinville, no ramo
de confeitaria, padaria e salgados de
qualidade. Busca a evolução constante
das práticas de fabricação com a
introdução de novas tecnologias
sempre que necessário, o que garante a
qualidade dos produtos.
Rua Jorge Augusto Emilio Muller, 110
Iririú, Joinville
(47) 3437-4004
[email protected]
2Rios Lingerie
Inovação, exclusividade e sofisticação
são os conceitos da marca, uma das
maiores empresas do segmento,
presente em mais de 20 países. Segundo
a empresa, o parque fabril de 2.800
metros quadrados e o maquinário de
última geração aliados à paixão de
todas as colaboradoras pelo universo
da moda tornam possível o objetivo
de atingir as expectativas da mulher
moderna, oferecendo o melhor que uma
lingerie pode proporcionar.
Rua Alberto Felippi, 875
Vila Nova
(47) 3439-0032/[email protected]
Centro Empresarial Carlos Roberto
Hansen (CRH)
Reúne empresas de diversos segmentos
nos seus 73 mil metros quadrados
construídos e área total de 170 mil
metros quadrados.
Rua Xavantes, 54, Atiradores
(47) 3441-5190
[email protected]
REVISTA 21 27
5 TOQUES
1
Facilidade. Lojas virtuais devem
disponibilizar diversas opções
de pagamento. Boleto bancário
e cartão de crédito são os meios
tradicionalmente utilizados pelos lojis­
tas. Quanto mais opções de pagamen­
to, melhor para os clientes.
2
Estrutura. O correto funcio­
namento das lojas virtuais de­
pende primordialmente de um
bom provedor de serviços de
hospedagem. Hoje, o custo desse ser­
viço é acessível no Brasil, graças à con­
corrência. Fora do ambiente virtual é de
praxe dizer que nada é 100% seguro,
tanto que, normalmente, empreende­
dores trabalham com uma margem
de perdas considerada aceitável. Na
internet, esse princípio também é váli­
do, mas é importante se precaver para
minimizar os riscos.
3
FÁBIO ABREU
LOJAS VIRTUAIS
Como encarar a
concorrência digital
A internet mudou a forma como nos comunicamos e nos com­
portamos, dentro e fora do ambiente digital. Essa transformação
afetou diretamente os empresários que, antes, buscavam atrair
a atenção de seus clientes nas portas das lojas, e hoje concorrem
com empresas de todo o mundo, na distância de um clique. Sem
as barreiras físicas, as lojas virtuais aumentaram as opções dos
consumidores e criaram novos desafios para a vida dos empreen­
dedores. Para auxiliá-los, o Serviço de Apoio as Micro e Pequenas
Empresas (Sebrae) criou a cartilha “Internet para pequenos negó­
cios – táticas para construir uma presença de sucesso na inter­
net”, disponível no site do órgão. A Revista 21 selecionou de lá
cinco dicas para quem quer se sair bem nesse universo.
28 ACIJ
Sem barreiras físicas. Para os
pequenos negócios, a loja vir­
tual pode alavancar vendas. En­
quanto uma loja física depende
de localização, ambiente, infraestrutu­
ra e divulgação, a virtual é uma opor­
tunidade de oferecer produtos para
milhões de internautas. Além disso, as
pessoas podem comprar artigos sem
que você tenha de contratar um ven­
dedor e um caixa. Não rouba a cena da
loja física, mas é excelente alternativa
para complementar o seu negócio –
desde que bem planejada.
4
5
24 horas. Uma loja virtual nun­
ca fecha. Funciona sete dias por
semana, e o cliente sempre terá
acesso para comprar.
Vitrine. Se você acha que o clien­
te não usa a internet, pense me­
lhor: 94% dos internautas pesqui­
sam sobre produtos e serviços
antes de comprar. Se a sua empresa ou
produto não estiver presente online, há
uma boa chance do seu cliente (ou po­
tencial cliente) comprar do concorrente.
29 ACIJ
REVISTA 21 29
OBJETOS DE DESEJO
ELEGÂNCIA E CONFORTO
O novo design da 540 Sundancer traz um conceito moderno e
qualidade garantida pela marca Sea Ray. Os destaques são o
leme central, que aumenta a visibilidade do piloto, e o assento
no cockpit, que pode ser convertido em um amplo solário. Ainda,
no interior, um sofá em L que pode ser transformado em cama,
elemento que amplia a funcionalidade e o espaço do barco sem
abrir mão da elegância e do conforto.
www.searaybrasil.com.br
Comprimento total: 54'9" / 16,70 m
Boca: 15'3" / 4,65 m
Draft (Zeus): 50" / 127 cm. (Inboards): 54" / 137 cm
Peso (Zeus Drives): 50,000 lbs / 22,679 kg
Capacidade de combustível: 600 gal / 2,271 L
Capacidade de água: 150 gal / 568 L
Tanque de armazenamento: 68 gal / 257 L
Ângulo “V” na popa: 21°
FOTOS: DIVULGAÇÃO
APOSTANDO NA SOFISTICAÇÃO
A mesa de pôquer luxuosa da Real Poker traz uma nova experiência
para os jogadores e apreciadores, oferecendo design e praticidade.
O modelo da foto à esq., disponível no site da marca, tem entrada
especial para o dealer, permitindo uma melhor aproximação para
o controle das cartas e mesas. As texturas da coluna da mesa e
a pista para fichas são em mogno. Couríssimo em bege, tecido
personalizado e borda baixa. Pode-se optar pelo embaralhador
automático de cartas, de modo a dar mais velocidade e
credibilidade ao jogo. Não acompanha porta-copos.
É possível escolher a
coluna da mesa em
formato U ou em V
30 ACIJ
O mínimo de seis lugares (1,80 x 0,90m x 0,75m) sai por R$ 2.990.
A partir de oito lugares, é possível inserir pista para fichas.
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A caneta tinteiro Louis
Cartier Transatlantique
é feita de madeira
Kotibé entalhada, com
acabamento em paládio,
cabochão de citrino
LUXO NA ESCRITA
Lacadas, revestidas de couro, nacaradas, em ouro ou pedra
preciosa, as canetas Cartier são a assinatura de um gosto único
por belos acessórios. Corpo e tampa com proporções perfeitas
compõem os instrumentos de escrita mais preciosos. A edição
é limitada, com 1.847 peças numeradas.
Dimensões: 142,7 mm de comprimento x 15,4 mm de largura.
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ALTA PERFORMANCE
Recém-lançado, o modelo BMW X6M é o primeiro
Sport Activity Coupé do mundo com a linha BMW M,
de carros esportivos e com motorização diferenciada.
De alta performance, tem a mais potente unidade
de motor para um veículo com tração nas quatro
rodas. O motor V8 4.4 litros gera 575hp de potência
e velocidade máxima controlada eletronicamente de
280km/h. Disponível em sete cores.
NOVA GERAÇÃO
Líder no mercado vip de automóveis, a Audi lança a
nova geração do Cupê Esportivo Audi TT. A versão
top tem faróis full LED, rodas aro 19" montadas
em pneus 245/35, sistema de som com GPS e
sistema Audi Drive Select de seleção dos modos de
condução, além dos itens de série, como quadro de
instrumentos digital, pedais de alumínio e volante
em couro.
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R$ 209.990 a R$ 229.990
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40 HORAS DE BATERIA
A Tag Heuer, fabricante suíça de relógios de luxo, tem um projeto
de smart-watch que será lançado em novembro. A marca vai cuidar
do design e fabricação do relógio, enquanto a Intel fornece o chip
e o Google empresta sua plataforma Android War e ajuda no
desenvolvimento do software. A promessa é de que o gadget terá
bateria com duração de até 40 horas. A ideia da empresa é fazer
frente ao Apple Watch e trazer muitas de suas funcionalidades, como
geolocalização, distância caminhada no dia e altitude.
US$ 1.400 (cerca de R$ 4.215)
www.tagheuer.com/br
Dicas para os “Objetos de desejo” da próxima edição? Escreva para [email protected]
31
ACIJ
REVISTA 21
31
BRIEFING
Duplicação da Santos Dumont (esq.): prazo para outubro de 2016; SC-108 teve ordem de serviço assinada em julho
INFRAESTRUTURA (1)
Obra estratégica é
finalmente retomada
Após meses de interrupção, as obras
de duplicação da Avenida Santos
Dumont foram retomadas e já têm
novo prazo de entrega: outubro
de 2016. Em junho, um cronogra­
ma com estimativas de custos foi
montado em reunião do governo do
Estado com a Infrasul, empreiteira
responsável pelo projeto. A obra foi
paralisada no ano passado por di­
versos motivos, entre eles, impasse
nas desapropriações e cobrança da
empreiteira por reajuste no contra­
to. Sem recursos para bancar todas
as desapropriações, o projeto foi re­
visto e levou um corte de 2,1 quilô­
metros, no trecho Sul, entre a João
Colin e a Tenente Antônio João. Eli­
32
ACIJ
minando-se a duplicação do trecho
que vai da João Colin à rotatória das
universidades, o custo estimado das
desapropriações vai cair de R$ 57 mi­
lhões para R$ 22 milhões.
O Banco Nacional de Desenvol­
vimento Econômico e Social (BN­
DES), financiador da obra, aprovou
a alteração no projeto e o Estado
reiniciou os serviços no trecho pró­
ximo ao aeroporto, onde os traba­
lhos foram retomados em junho.
Dentro do prazo, também espera-se
a entrega do elevado da Rua Tuiuti.
O atraso, na visão de Marcelo Hack,
vice-presidente da Acij, representa
uma grande perda para a mobilida­
de de Joinville. “A avenida é, por con­
ta do aeroporto, uma das principais
portas de entrada da cidade. Mas o
maior problema se concentra nos
bairros do entorno. Jardim Sofia,
Jardim Paraíso e Aventureiro, juntos,
somam mais de 60 mil habitantes. E
essa região tem apenas duas gran­
des vias de escoamento, uma delas
é a Santos Dumont”, avalia Hack.
Segundo ele, outro problema cau­
sado pelas alterações do sistema
viário no período de obras é o fato
de que todo o movimento no sen­
tido Norte-Sul pela Santos Dumont
deve obrigatoriamente passar pela
Edgard Meister ou pela Rótula do
Tecelão, dois gargalos do trânsito do
Distrito Industrial Norte.
A Rua Dona Francisca também
ganhou projeto executivo de du­
plicação, no trecho que abrange a
área industrial Norte de Joinville até
a BR-101. A empreiteira Sotepa en­
tregou, em março, o projeto à Secre­
FOTOS: PENINHA MACHADO
AS OBRAS
VIAS ONDE DEVEM OCORRER AS DUPLICAÇÕES
DISTRITO INDUSTRIAL NORTE
JARDIM PARAÍSO
Estrada da Ilha
Br-101
Aeroporto
Rua Tuiutí
Rua Dona
Francisca
Rua Hans
D. Schmidt
JARDIM SOFIA
Rua Edgar
Meister
Av. Santos Dumont
AVENTUREIRO
Univille
Rua Ten. Antonio João
Rótula do
Tecelão
Rua João Colin
CENTRO
taria de Infraestrutura do governo
estadual. De acordo com a Secre­
taria de Desenvolvimento Regional,
o projeto seguiu para análise da
prefeitura e, depois, será devolvido
ao Estado para eventuais ajustes.
Só então é que o trabalho começa.
Para Hack, a duplicação é impres­
cindível. “Em seus pouco mais de
seis quilômetros duplicáveis, estão
indústrias como Embraco, Whirl­
pool e Schulz, além do condomínio
Perini Business Park, que reúne 150
empresas. A região concentra 40%
da riqueza da cidade mais populosa
de Santa Catarina, ou seja, 4% do
PIB do Estado”, calcula o vice-presi­
dente da Acij.
Outro projeto de duplicação que
beneficiará o Distrito Industrial é o
que prevê a duplicação da rodovia
SC-108, um trecho de 5,5 quilôme­
tros que compreende o eixo das vias
Hans Dieter Schmidt e Edgar Nelson
33 ACIJ
Meister. É um dos principais acessos
ao Distrito Industrial Norte, ligando
a BR-101 à Avenida Santos Dumont
e ao aeroporto. O resultado da lici­
tação foi publicado no Diário Oficial
de Santa Catarina em 3 de julho e a
ordem de serviço foi assinada no dia
20. A empresa PB&M Consultoria e
Meio Ambiente Ltda venceu, com
a proposta no valor de R$ 247.984.
O projeto vai contemplar a análise
de pavimento, drenagem, melho­
ria dos acessos, interseções e tra­
vessias urbanas, faixas adicionais,
sinalização vertical e horizontal.
Em março, o governador Raimundo
Colombo recebeu da Acij o pedido
para duplicação da rodovia, ficando
o Estado com a responsabilidade
de contratar o projeto e os empre­
sários, de executarem a obra com
abatimento da carga tributária no
Imposto Sobre Circulação de Mer­
cadorias (ICMS).
2KM
Entre os desafios que o governo
tem que enfrentar na questão de
infraestrutura, Marcelo Hack ressalta o alto custo de desapropriações, que pode dificultar a viabilidade de algumas obras, além da
numerosa frota de veículos. “Na
última década, nenhuma obra
expressiva de infraestrutura foi
realizada em nossa cidade e, ao
mesmo tempo, a quantidade de
veículos cresceu exponencialmente. Com mais de 500 mil habitantes, não temos sequer um viaduto
no perímetro urbano, exceto os da
BR-101. Equilibrar essa equação
demandará excelência e investimento pesado na área de projetos,
com propostas de qualidade que
possibilitem a captação dos recursos necessários para Joinville ter
a infraestrutura adequada à sua
relevância econômica”, pontua.
REVISTA 21 33
INFRAESTRUTURA (2)
Sob novo comando, Águas de
Joinville eleva meta de saneamento
Investir no tratamento de esgoto, ampliando a rede coletora e cons­
truindo estações, é a meta do novo presidente da Companhia Águas de
Joinville, Jalmei Duarte. Ao deixar a Secretaria de Desenvolvimento Eco­
nômico, o economista assume a companhia com a responsabilidade de,
em três anos, aumentar a cobertura de tratamento de esgoto, avançando
dos atuais 32% para 50%. No início de julho, a imprensa divulgou que a
companhia vai assinar termo de cooperação com a Sanepar, responsável
pelo abastecimento de água e saneamento no Paraná, para aprimorar o
serviço em algumas áreas, como na parte comercial, buscando reduzir as
perdas de água.
Moacir Thomazi, vice-presidente da Acij e conselheiro da Águas de
Join­ville, avalia que, no ano passado, muitos investimentos ficaram tra­
vados por demandas judiciais, licenças ambientais, documentações, entre
outros motivos. Isso teria afetado os resultados. “Neste ano, iniciamos
com um ritmo bem melhor. Não faltam recursos, mas, às vezes, a buro­
cracia complica. Acredito que 2015 será tão bom que conseguiremos ul­
trapassar as metas anteriores”, antevê.
Jalmei Duarte explica que, entre 2013 e 2015, Joinville saltou de 17% para 32%, em
um projeto que demandou recursos de R$ 60 milhões. “O investimento precisa ser
feito com respeito ao dinheiro público. Tudo deve ser transparente e profissional.
Evoluir no tratamento de esgoto traz qualidade de vida e saúde”, ressalta o presidente da Águas de Joinville. Outra obra que deve sair do papel na gestão do novo
presidente é uma terceira Estação de Tratamento de Água, que será construída na
Zona Sul do Rio Piraí.
Um dos principais projetos é a
expansão da rede esgoto na Região
Sul de Joinville, com obras como a
nova Estação de Tratamento de Es­
goto (ETE) do Jarivatuba, que acabou
tendo licitação e contrato suspensos
pelo Tribunal de Contas da União
(TCU) em meados de julho. Resol­
vido o impasse jurídico, a estação
virá para triplicar a capacidade de
tratamento. Serão investidos apro­
ximadamente R$ 58 milhões. Mais
R$ 82 milhões estão sendo alocados
na rede de coleta, que integrará dez
bairros. Guanabara, Fátima, Itaum,
Petrópolis, João Costa, Santa Ca­
tarina, Jarivatuba, Parque Guarani,
Boehmerwald e Itinga terão 20 mil
casas atendidas pelo saneamento
básico. “Além de levar saúde para as
pessoas, haverá valorização dos imó­
veis da região”, afirma Jalmei Duarte.
Mesmo com a expansão previs­
ta, que deve levar a cobertura de
saneamento a 50% da cidade até
2018, Joinville ainda está atrasada
em relação ao saneamento básico.
Londrina (PR), que tem o mesmo
porte, alcançou 90% da população
atendida. A média nacional aponta
para uma cobertura de 62%.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Jalmei Duarte assume a companhia com a proposta de levar o tratamento de esgoto a 50% da população até 2018
34 ACIJ
GUILHERME DIEFENTHAELER
MÚSICA AO SOL
Há sete anos, um projeto inspirador leva a música para crianças da rede municipal de ensino de São Francisco
do Sul. É o trabalho do Instituto Porta do Sol, que tem patrocínio do Terminal Portuário Santa Catarina (Tesc). Em
julho, mais uma turma se formou em instrumentos de cordas, com uma apresentação caprichada no Teatro X de
Novembro. À frente do projeto, uma equipe de professores coordenada pelo casal Aldo e Cilene Gums.
SERVIÇO
Economista online, ao seu dispor
Entender o contexto econômico
atual e aplicá-lo no dia a dia não é
tarefa fácil. São siglas, valores, taxas
que podem embaralhar quem não
está acostumado com o tema. Pen­
sando nisso, a Ordem dos Economis­
tas de Santa Catarina (Oesc), passou
a oferecer consultorias gratuitas pela
internet. O serviço está disponível no
site da instituição: www.oesc.org.br.
Segundo André Schneider, pre­
sidente da Seccional Norte da Oesc,
qualquer pessoa pode utilizar a ferra­
menta. “Atenderemos empresas por
35 ACIJ
meio de seus representantes, sejam
empresários ou funcionários. Entre­
tanto, nossa intenção é orientar a
sociedade. Se necessário um traba­
lho mais profundo e específico, será
indicada uma consultoria econômica
para atender a demanda”, ressalta.
O “Consulte um economista”
surgiu motivado pelo frágil momen­
to da economia: “A Oesc já vinha
recebendo questionamentos de
forma constante. A intenção desse
canal é facilitar e formalizar o aten­
dimento direto à sociedade”. De
acordo com Schneider, apenas diri­
gentes da Oesc responderão as con­
sultas. Ao total, são 39 economistas
engajados na ação.
Para fazer uma pergunta, basta
acessar o site da entidade, clicar no
banner da campanha e preencher o
formulário que será enviado para um
dos profissionais, conforme a temática levantada. Assim que elaborada,
a resposta será encaminhada para
a sede estadual da Oesc, responsável
por devolver ao e-mail cadastrado.
REVISTA 21 35
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Proposta da hotelaria hospitalar é proporcionar um ambiente acolhedor, seguro e confortável para o paciente
ATENDIMENTO
Hospitais investem no conceito de
hotelaria, para aprimorar serviços
Transmitir ao paciente a sensação de
conforto e comodidade – como se
estivesse em casa – é o desafio das
instituições de saúde que adotam
o conceito de hotelaria. A atividade
é recente nos hospitais brasileiros,
difundida no país há aproximada­
mente 15 anos, mas remete a uma
proposta intrínseca ao conceito de
hospital, palavra que vem do latim
“hospes” e significa hóspede, local
no qual inicialmente eram recebidas
as visitas. Apenas por volta do século
16, o sentido foi alterado e esse nome
passou a designar o lugar onde eram
tratadas pessoas doentes. A noção
inicial de “receber hóspedes” se man­
teve em palavras correlatas, como
“hospitalidade” e “hospitaleiro”, e,
em pleno século 21, os hospitais es­
tão resgatando o sentido mais antigo
do termo que os designa.
36 ACIJ
O conceito tem mostrado que a
eficiência passa por um olhar sensível
às demandas do paciente. Proces­
sos e serviços são modificados, para
oferecer assistência com segurança,
conforto e qualidade, fidelizando os
clientes. A hotelaria hospitalar é re­
conhecida como diferencial por pro­
porcionar um ambiente acolhedor,
seguro e confortável em um momen­
to de fragilidade. A estrutura básica é
constituída pela governança (lavan­
deria, rouparia, camareiras, higiene,
limpeza e gerenciamento de resíduos
sólidos), nutrição e dietética. Muitos
hospitais já contam com lanchonete
e restaurante. Também fazem par­
te desse planejamento noções de
paisagismo, jardinagem, segurança
pessoal e patrimonial, recepção, ma­
nutenção, estacionamento, loja de
conveniência, floricultura, áreas de
lazer e infraestrutura de apoio como
xerox, internet e motoboy.
A migração para a hotelaria hos­
pitalar é gradual. Um dos primeiros
passos é revisar os fluxos da estru­
tura física, de processos e interfaces.
Em 2001, a administração do Hospi­
tal São José, de Joinville, passou por
um processo semelhante e criou o
Serviço de Nutrição e Hotelaria Hos­
pitalar. Em 2013, os setores foram
separados em Serviço de Nutrição
e Serviço de Higienização e Hotela­
ria, sendo o último responsável pela
limpeza da instituição, entrega dos
enxovais aos setores e adoção de
uma tecnologia aliada ao conceito
de hotelaria. Já no Hospital Dona
Helena, a interação direta com o
cliente é feita por meio do serviço
de concierge, implantado em 2009.
A iniciativa facilita a comunicação
entre o paciente e os profissionais,
agilizando solicitações e tornando a
estadia o mais tranquila possível. O
conceito foi agregado a toda a insti­
tuição e conta com o envolvimento
de diferentes setores.
Roupas de cama
são catalogadas
Para monitorar o enxoval utilizado, o
Hospital São José utiliza a tecnologia
RFID, que permite o controle eficien­
te das peças. Roupas de cama, roupas
cirúr­
gicas, uniformes e cobertores
são catalogados por meio de um chip
colocado dentro de uma etiqueta
costurada às peças. Dessa forma, é
possível monitorar a logística de dis­
tribuição, recolhimento, envio para
a lavanderia e entrega do material
limpo, evitando casos de perdas ou
extravios. Também é feito o controle
do tempo de uso de cada item. É mais
uma ferramenta de aprimoramento
de autonomia nas decisões que en­
volvem higienização e hotelaria.
37
ACIJ
Chip em uma etiqueta ajuda a monitorar a logística de distribuição
REVISTA 21 37
LOCALIZAÇÃO
DAS CÂMERAS
2KM
SEGURANÇA PÚBLICA
As câmeras estão chegando
Auxiliar em investigações, inibir cri­
mes e ajudar no acompanhamento
do trânsito. São algumas das apli­
cações das câmeras de segurança,
que já fazem parte da paisagem
natural das cidades, na área públi­
ca ou privada. De acordo com esta­
tísticas da Secretaria de Segurança
Pública de Santa Catarina (SSP/SC),
o recurso permite a redução de
até 70% nos arrombamentos pra­
ticados fora do horário comercial.
Pelo menos desde 2014, quando
o governador Raimundo Colombo
assinou convênio na Acij, Joinville
aguarda a instalação de até 200
equipamentos, em regiões variadas
do município. Pelo que se noticiou
no final de julho, agora a questão
vai deslanchar.
O monitoramento é o ponto mais preocupante, para o empresário Moacir Thomazi,
vice-presidente da Acij. Ele lembra que, além da demora na instalação, é preciso
considerar a necessidade de contratar pessoal especializado para fazer a cobertura
dos equipamentos. “Não há dúvida de que a presença das câmeras inibe e também
é útil no pós-crime. A Acij vem lutando muito por esse projeto, mas precisamos
pensar nas formas de monitoramento, afinal, será necessário ter equipes 24 horas
para acompanhar as imagens”, ressalta.
38 ACIJ
Segundo o coronel Vânio Luiz
Dalmarco, coordenador do sistema
de videomonitoramento urbano
da SSP/SC, todos os equipamentos
estão disponíveis – câmeras, pos­
tes e caixas de proteção – e a ins­
talação dos postes de sustentação
e das caixas protetoras já foi con­
cluída. Nesta primeira etapa, serão
acionadas 100 câmeras, em pontos
pré-definidos pela Polícia Militar de
Joinville. “Agora, estamos construin­
do a rede de fibra óptica para a utili­
zação do sistema. A meta é iniciar a
instalação de parte dessas câmeras
em 60 dias e concluir a implantação
dos equipamentos até o final deste
ano”, anunciou o coronel em junho.
A instalação das Centrais de
Videomonitoramento Urbano faz
parte do programa Pacto por Santa
Catarina, do governo do Estado, em
parceria com as prefeituras. Atual­
mente, 65 cidades dispõem do sis­
tema, com exatas 1.683 câmeras
em funcionamento. A promessa
da coordenação é alcançar outros
96 municípios em 2015, o que cor­
responderá a mais 891 câmeras em
funcionamento. De acordo com o
capitão Daniel Henrique Rodrigues,
da coordenadoria de videomoni­
toramento, nas regiões em que
os equipamentos são instalados
se cria um “bolsão de segurança”,
diminuindo consideravelmente a
ocorrência de crimes. Além disso, o
sistema ajuda como meio de prova
em acidentes de trânsito.
Em Joinville, serão 50 câme­
ras na Zona Norte e 50 no Sul. Até
2016, as outras 100 devem ser dis­
tribuídas em diversas áreas da ci­
dade. Depois da instalação da fibra
óptica e da rede elétrica, o projeto
parte para a construção e revitali­
zação das bases de monitoramen­
to. Todas as câmeras têm tecno­
logia full HD e o investimento no
município está calculado em mais
de R$ 1,5 milhão.
DIVULGAÇÃO
log assumirá um papel importante
na cadeia de suprimentos dessas
empresas, gerando maior arrecada­
ção para o município, pois todos os
tributos envolvidos no desembaraço
da exportação ou da importação
ficarão na cidade”, explica o dire­
tor-executivo da empresa, Djalma
Vilela.
O Clia de Joinville é o primeiro porto
seco do país dentro de um condomínio industrial. A unidade licenciada para movimentar e armazenar
cargas apresenta vantagens como
unitização e desunitização de contêineres, serviços de embalagens e
reembalagens, entreposto aduaneiro
e transportes. Joinville foi escolhida
estrategicamente, a fim de integrar
de vez as atividades portuárias na região, uma vez que conta com órgãos
de aprovação e dispõe de estrutura
física para isso.
Multilog está instalada no Perini: primeiro porto seco em um condomínio
EMPRESA
Na trajetória dos investimentos
Enquanto muitas empresas retraem
investimentos, alarmadas pela crise,
tem aquelas que remam contra a
maré para impulsionar negócios. É
o perfil adotado pela Multilog, que
atua no setor de serviços em logís­
tica e registrou crescimento de 30%
no ano passado. A partir da media­
ção de resultados, de um modelo de
gestão por competências e estraté­
gias de longo prazo bem definidas, a
empresa alia performance e produti­
vidade em uma gestão competitiva.
Em 2014, a Multilog também atingiu
39 ACIJ
84,7% do Índice de Satisfação dos
Clientes, entrou para o grupo de Me­
lhores Empresas para se Trabalhar
em Santa Catarina, da Great Place to
Work, e, no início deste ano, passou
a operar o primeiro Centro Logístico
e Industrial Aduaneiro (Clia) de Join­
ville.
“Joinville é a principal economia
do Estado e percebemos grandes
investimentos de empresas já ins­
taladas e de novas que prospectam
na cidade. Como na região há forte
presença de indústrias, o Clia Multi­
Presente há dois anos no Perini
Business Park, a Multilog atua há
30 anos no setor de serviços adua­
neiros. Com sede em Itajaí e uma
terceira unidade em Araquari, a em­
presa conta com extenso portfólio
de soluções logísticas para naciona­
lização, captação externa, gerencia­
mento de estoque, centro de distri­
buição e transporte de mercadorias.
Apostar na diversificação dos
negócios, atendendo clientes de
setores como o automotivo e náu­
tico, metal mecânico, saúde, papel,
celulose e químico, é uma das estra­
tégias. O planejamento estratégico
da Multilog prevê, até 2020, o cres­
cimento em 250%, em comparação
com o faturamento de 2014. “O
atual cenário de instabilidade deve
ser revertido a partir do segundo
semestre do próximo ano, por isso,
apostamos alto no avanço da em­
presa”, relata o diretor-executivo.
REVISTA 21 39
EM NÚMEROS
Passagens aéreas: a distância diminui
A diferença entre o preço médio das passagens aéreas de Joinville e Curitiba para Congonhas caiu 150% entre o
início de novembro de 2014 e o começo de julho de 2015. É o que mostra levantamento preparado pela Secre­
taria de Desenvolvimento Econômico da prefeitura de Joinville. Além disso, o preço médio em Joinville diminuiu
21% no período, contra uma alta de 73,7% em Curitiba. Valores em reais.
Diferença entre o valor das passagens,
nas mesmas datas pesquisadas*
Evolução do preço das passagens aéreas, em 31 dias
entre 6 de novembro de 2014 e 6 de julho de 2015*
JOINVILLE
CURITIBA
2.000
2.000
1.606,47
1.516,67
1.326,47
1.500
1.500
Maior diferença,
em 12/3/2015
1.094,67
889,87
1.000
511,80
1.000
Em 6/11/2014
500
436,60
500
Menor diferença,
em 6/7/2015
2015
2015
0
0
* PARA PASSAGENS COMPRADAS COM UM DIA DE ANTECEDÊNCIA
Os valores, por companhia aérea
Os valores acima foram extraídos das médias dos preços das três companhias com voos partindo de Joinville. Gol
e TAM têm passagens em queda e que se aproximam dos valores de Curitiba. Na Azul, que aplica valores mais
baixos, a diferença dos preços praticados entre a capital paranaense e Joinville cresceu.
GOL
TAM
2015
1.707,80
AZUL
2015
2015
2.183,80
1.289,80
1.283,80
1.395,80
927,80
990,00
989,80
568,80
689,80
589,80
376,80
Os preços das passagens em 6 de julho, compradas com antecedência de 1, 3, 7, 10, 15 e 30 dias
JOINVILLE
CURITIBA
EMBARCAR EM JOINVILLE FOI A MELHOR OPÇÃO
GOL
AZUL
TAM
1.289,80
1.293,80
989,80
990,00
1.395,80
689,80
257,80
198,80
249,80
177,60
1
40 ACIJ
3
7
10
15
30
1
3
7
10
15
30
231,80
191,80
1
3
7
10
15
30
Oferta e demanda
DIVULGAÇÃO
2015, até maio, ensaia aumento na oferta de voos, mas
ainda está longe do pico de 2012. Média de passageiros/
mês em 2015 é de quase 20 mil. E média de passageiro
por voo foi de 83 em maio/2015, contra 59 em jan/2012.
Voos regulares, embarque e desembarque
639
509
Instalação do ILS
2012
2013
2014
Passageiros
2015
42.310
37.982
Pista do Aeroporto Lauro Carneiro de Loyola
Raio-x do aeroporto
2012
2013
2014
2015
Média de passageiros por aeronave
83,1
59,4
2012
2013
Os números, até maio
Voos regulares
20123.001
20132.145
20142.391
20152.327
Passageiros
2012185.899
2013139.273
2014197.890
2015204.090
41
ACIJ
2014
2015
O terminal tem 4 mil metros quadrados
e capacidade para atender até 600 mil
passageiros por ano.
Tem 15 posições de check-in e um sistema
automatizado para informação dos voos
com telas de LCD, além de oferecer terraço
panorâmico.
O aeroporto é adequado ao conceito de
aeroshopping, com 22 lojas (restaurante,
cafeteria, lanchonete, bombonière, artesanato,
revistaria, locadoras de veículos, agências de
turismo, caixas eletrônicos, entre outros).
A instalação do ILS (Sistema de Aproximação
por Instrumentos) – Categoria 1, em 26
de junho de 2014, reduziu o número de
cancelamentos de voos devido ao mau
tempo.
Fontes. Para os preços das passagens: Secretaria de
Desenvolvimento Econômico da prefeitura de Joinville. Dias
pesquisados: 6, 11, 17 e 24 de novembro e 1o, 8 e 15 de dezembro
de 2014; 12, 21 e 26 de janeiro; 2, 9 e 24 de fevereiro; 2, 12, 16, 23
e 30 de março; 6, 20 e 27 de abril; 4, 11, 18 e 25 de maio; 1o, 8, 15,
22 e 29 de junho; e 6 de julho de 2015/ Para os números de voos
e passageiros do Aeroporto de Joinville: Infraero
REVISTA 21 41
CONJUNTURA
Made in SC
Com o dólar no alto, pequenos
negócios apostam nas exportações
para ganhar mercado e competitividade
Por Mayara Pabst
No mundo inteiro, as bases econômicas estremecem por
causa dele. O dólar vem alarmando empresários, com sua
trajetória ascendente, em alta acumulada de 20% sobre o
real, só no primeiro trimestre deste ano – é a maior valoriza­
ção da moeda americana em um primeiro trimestre desde
1999. De lá para cá, a cotação oscilou, mas continuou na casa
dos R$ 3, promovendo acirrados debates sobre o que vem
pela frente. Além do impasse em torno do ajuste fiscal, a su­
bida da moeda americana se reflete fortemente na desacele­
ração da economia. Indústrias passam a ter dificuldades para
importar insumos e pagam mais caro para saldar dívidas no
exterior. No bolso do consumidor, o encarecimento de produ­
tos, somando-se aos índices de inflação, é uma clara evidência
do impacto da moeda estrangeira.
De outra parte, há quem aproveite o cenário para lucrar
e expandir os negócios, apostando na exportação. Para a in­
dústria nacional, o avanço dessas transações pode ajudar o
Brasil e equilibrar a balança comercial – e o governo federal
está atento a esse panorama.
Exportações em Santa Catarina
aquecem a balança comercial e
contribuem para o incremento
da competitividade de
empresas regionais
42 ACIJ
DIVULGAÇÃO
43 ACIJ
REVISTA 21 43
FOTOS: PENINHA MACHADO
No final de junho, foram anuncia­
das as medidas do Plano Nacional
de Exportações, que visa incentivar
e ampliar as exportações brasileiras.
O planejamento se estrutura sobre
cinco pilares: acesso a mercados,
promoção comercial, facilitação do
comércio, financiamento e garantia
às exportações e aperfeiçoamento
de mecanismos e regime tributários.
A presidente Dilma Rousseff afir­
mou que o plano é “parte estratégi­
ca” da agenda para que a economia
brasileira volte a crescer. E o ministro
do Desenvolvimento, Indústria e Co­
mércio Exterior, Armando Monteiro,
lembrou que o Brasil é a sétima eco­
nomia do mundo e apenas o 25º país
em termos de exportações de bens,
sugerindo que há um longo cami­
nho a percorrer. Segundo o ministro,
o governo quer incentivar a maior
participação das micro, pequenas e
médias empresas no comércio inter­
nacional, com fomento ao desenvol­
vimento regional. Nesse segmento,
Joinville está alguns passos adiante.
De acordo com dados da balança
comercial da Secretaria de Comércio
Exterior, nos cinco primeiros meses
de 2015, Joinville exportou menos
que no ano anterior, devido à redu­
ção dos investimentos de grandes
empresas no exterior. A alta do dó­
lar, por outro lado, tem incentivado
pequenos empreendedores a olhar
para o mercado internacional como
alternativa à baixa performance da
economia brasileira.
São muitos os exemplos positi­
vos. A Durmetal, que atua no forne­
cimento de componentes usinados,
estreou em 2015 como exporta­
dora. Segundo Jairo Simas Júnior,
diretor comercial, a alta do dólar e
a diminuição da participação em
transações nacionais foram deter­
minantes para esses novos investi­
mentos. “O panorama atual come­
ça a transformar a oportunidade da
exportação em necessidade para se
44 ACIJ
Simas Júnior, da Durmetal: com menor participação no mercado
nacional, empresa apostou nas exportações para se manter competitiva
manter competitivo”, explica. A Durmetal manda produtos para o México,
com previsão de expansão de para os próximos anos. De acordo com Simas,
as principais características que o empreendedor precisa ter para experi­
mentar o mercado internacional são competitividade, qualidade e compro­
metimento, assim como o conhecimento do terreno a ser explorado.
Para tanto, alguns órgãos e instituições fornecem auxílio relevante.
Em Joinville, pequenos negócios que estão começando a lidar com expor­
tações podem contar com consultoria exclusiva, e muitas vezes vital, para
o êxito do ingresso em outros países. O Programa de Internacionalização
de Empresas (Pier), por exemplo, implantado na Univille, integra univer­
sidade/empresa/academia, auxiliando empreendedores interessados em
ultrapassar as fronteiras do país.
A professora Jurema Tomelin, coordenadora do Pier, lembra que o empreendedor
precisa ter em mente que o retorno de investimento pode ocorrer apenas em médio
ou longo prazo, já que tanto a empresa quanto o mercado precisam de tempo para
se adaptar. “Para pequenas e médias empresas, a exportação pode ser vantajosa
se a transação for vislumbrada como um comprometimento gradual junto ao
mercado externo, realizando investimentos em inovação e adequação de produtos
ou serviços. Somente as empresas que conseguem investir em inovação e qualidade
enxergam esse como um caminho viável”, explica a professora.
Em 2014, os principais produtos exportados por Santa Catarina foram
frangos congelados, soja triturada e
carnes de suínos congeladas. O Estado também é referência na exportação de motores e geradores elétricos, compressores para refrigeração,
eletrodomésticos e equipamentos
odontológicos. Em maio de 2015,
as transações catarinenses totalizaram US$ 758 mil, correspondendo
a 4,52% das exportações brasileiras
no período. Nos últimos anos, os
municípios catarinenses que mais
exportaram foram Itajaí, Joinville e
São Francisco do Sul, e os principais
destinos dos produtos catarinenses
são Estados Unidos, China, Japão,
Holanda e Reino Unido.
A empresa A. & H. Meyer, sob a direção de Marc Heitmann, chegou
a Joinville já de olho no mercado sul-americano de exportações
Base para novos mercados
Segundo dados do Ministério da Indústria e Comércio, o total de expor­
tadoras atuantes no Brasil subiu de 18.809, em 2013, para 19.234, no ano
passado. Santa Catarina tem um total de 1.586 exportadoras e Joinville
é o município catarinense que apresenta o maior número de operadoras
nesse segmento. Para continuar avançando, o empresariado precisa es­
tar disposto a se aventurar em um território muitas vezes desconhecido.
Conhecer bem a dinâmica do mercado, os potenciais concorrentes,
a sazonalidade, construir uma rede de relacionamentos e, só aí, partir
para uma presença mais robusta no exterior. Essa foi a trajetória da A. &
H. Meyer, que se instalou em Joinville na metade de 2014, já de olho na
América do Sul. A empresa, com matriz na Alemanha, fornece compo­
nentes elétricos para a indústria de móveis e resolveu instalar uma filial
no município por sua localização e infraestrutura, além da familiarida­
de do gestor Marc Heitmann com a cidade. Nascido na Alemanha, Heit­
mann chegou ao Brasil pela primeira vez aos 23 anos. “Desde o início
do projeto, planejávamos ficar mais perto do continente sul-americano.
Aqui, somos capazes de atender nossos clientes no mundo inteiro com o
mesmo padrão de qualidade da matriz”, explica.
Para Heitmann, a conquista de um cliente requer investimentos e,
se a empresa começa a mirar no mercado internacional apenas no mo­
45 ACIJ
mento da crise, já sai atrasada,
porque precisa tempo para criar
vínculos com o consumidor. “O re­
lacionamento com qualquer clien­
te é construído na base da con­
fiança. E a manutenção deve ser
constante. Essa é a única forma de
garantir bons negócios para todos
os envolvidos em longo prazo”,
sustenta. Questões logísticas e
financeiras devem ser negociadas
antes da primeira venda. O mais
importante, para a A. & H. Meyer,
é a qualidade e o perfil do produto
destinado ao exterior, adaptado às
necessidades de cada país.
Criar a menor multinacional
do mundo era o sonho de Horst
Meyer, filho do fundador da A. &
H. Meyer e dirigente da empresa
na Alemanha. “‘Menor’ porque
nossas operações são pequenas”,
esclarece Marc Heitmann. Após
quase 60 anos de fundação, a ma­
triz, localizada na Alemanha, tem
apenas cerca de 100 funcionários.
REVISTA 21 45
DIVULGAÇÃO
São 60 pessoas na filial asiática, na
Malásia, que tem 15 anos de ope­
rações. No Brasil, seis profissionais
atuam no ramo de produção de
acessórios e conectores para pro­
jetos elétricos sob medida.
A empresa se propõe a tornar
ambientes de trabalho mais mo­
dernos e práticos – é possível fa­
zer vários tipos de módulos para
instalar nas mesas, com conexão
de tomadas normais, triplas e até
entrada USB. Os projetos podem
ser implantados em escritórios,
salas de reunião e auditórios, per­
mitindo que o usuário facilmente
plugue seu celular ou notebook.
A necessidade de expansão
para a América Latina surgiu à
medida que aumentava o interes­
se dos clientes em atuar nessa re­
gião. “Demos esse passo também
com o intuito de antecipar um
movimento que julgamos que vai
ocorrer, e assim fornecer nossos
produtos para um mercado que
ainda está carente em soluções
para o ambiente corporativo”, res­
salta o diretor. Primeiro, cogitou­
-se abrir a filial no Uruguai. “Con­
tratado para ser o responsável
pelo projeto, já conhecia Joinville
da minha primeira estadia no Bra­
sil e fiz um forte marketing em fa­
vor da ‘nossa’ cidade. Aqui conheci
minha esposa e aqui nasceu meu
primeiro filho”, detalha.
Para convencer a diretoria de
que esta era a cidade certa, a lo­
calização ajudou bastante. “Es­
tamos próximos a aeroportos,
portos, e ao lado da BR-101. Com
a infraestrutura em nossa volta,
alcançamos os clientes em poucas
horas de viagem.” A empresa ven­
de réguas de energia elétrica para
redes europeias e, recentemente,
fechou contrato com as lojas da
Apple. No Brasil, atende a clientes
como o Aeroporto de Viracopos,
em Campinas, e a indústria de ali­
46 ACIJ
Proximidade com aeroportos e terminais portuários, como
o de Itapoá, influenciaram a escolha de Joinville para
instalação de uma filial da empresa A. & H. Meyer no Brasil
mentos Friboi. De acordo com Hellmann, as expectativas são positivas:
“Tivemos a primeira exportação para o Chile e estamos empenhados
em ampliar os negócios com países vizinhos de forma significativa. Va­
mos aumentar as vendas para a indústria e ajustar o quadro de funcio­
nários na produção para atender a demanda”
Na visão de Carla Regina Pinheiro, presidente do Núcleo de Negócios Internacionais
da Acij, o cenário econômico atual brasileiro é favorável para as exportações, mas
essa não deve ser uma estratégia apenas para aproveitar o contexto de alta do
câmbio ou de baixa nas vendas internas. “Pequenas e médias empresas estão aproveitando o momento para se inserir no cenário internacional, mas é preciso cautela”,
alerta Carla. “O mercado é exigente e pode, sim, ser um grande aliado, se levado a
sério para a continuidade dos negócios. Planejamento e organização são as melhores
alternativas para quem quer começar a exportar.”
EVOLUÇÃO DA BALANÇA COMERCIAL
EXPORTAÇÕES
IMPORTAÇÕES
ANUAL, EM US$ BILHÕES
Joinville
Santa Catarina
2,08
Brasil
16,0
229,1
225,1
1,27
8,9
0,55
60,4
3,1
0,16
0,9
2002
47,2
2002
2014
2014
2002
2014
MENSAL, EM US$ MILHÕES
Joinville
Santa Catarina
Brasil
210,0
20.093,0
1.434,8
16.769,0
954,7
129,0
97,5
14.008,0
99,6
758,2
555,6
2014
16.026,0
2015
2014
2015
2014
2015
FONTE: WWW.DESENVOLVIMENTO.GOV.BR
Imersão no exterior
O Plano Nacional de Exportações
aponta os principais mercados que
deverão concentrar os investimen­
tos do país e, entre eles, destacam-se
os Estados Unidos. O país apresen­
ta potencial gigantesco, economia
em franca recuperação e, aberto a
parcerias econômicas, é alvo de um
projeto catarinense que visa aproxi­
mar pequenos empreendedores da
rota internacional. Concebido pelo
Sebrae, o ExportaSC é um programa
de internacionalização de negócios
que vai além da simples destinação
de produtos. A iniciativa contempla
o acompanhamento, capacitação e
47 ACIJ
treinamento de micro e pequenos
empresários até a autossuficiência
nos Estados Unidos.
De acordo com Douglas Luís Três,
gestor do programa, a empresa passa
a contar com identidade jurídica em
solo americano, o que garante robus­
tez ao processo, facilita incentivos
fiscais e desperta confiança. Os em­
presários já participaram de missões
técnicas, nos Estados Unidos, e de
um curso sobre comportamento do
consumidor. A capacitação continua
ao longo de todo o projeto, por meio
de visitas técnicas, outras ações pre­
senciais e encontros via web.
Até o final do ano, as 50 catari­
nenses selecionadas para o projeto
terão desenvolvido seu potencial e
alcançado patamares de qualida­
de internacional. Esse é o objetivo
de Emílio da Silva Neto, sócio da
Arco-Íris Alimentos e inscrito no
programa. Fundada em 1985, a em­
presa havia iniciado exportações de
forma pontual em 2004 e 2005. Na
época, o dólar favorável incentivou
as primeiras transações econômi­
cas, mas, com o cenário interno es­
tabilizado, congelou os investimen­
tos internacionais. Agora, voltou a
olhar lá para fora.
REVISTA 21 47
FOTOS: MAX SCHWOELK
O mercado de exportações exige
elevado nível de qualidade, aprimoramento empresarial, flexibilidade e capacidade de adaptação.
Segundo Emílio Neto, foram esses
os principais fatores que levaram
a Arco-Íris Alimentos a buscar o
patamar internacional. “O reconhecimento como exportadora
é uma meta, porque serve como
referencial de qualidade. O acesso
ao abrangente cenário global nos
leva a investir no exterior, com planejamento prévio e conhecimento”,
explica o empresário.
O conhecimento agregado à fa­
bricante de biscoitos, pães-de-mel
e melado foi alcançado a partir na
análise de um relatório de inteligên­
cia fornecido pelo ExportaSC. A par­
tir das capacitações e da consultoria,
Neto percebeu que o mercado nor­
te-americano está preparado para
vender qualquer produto – desde
que o fabricante tenha as ferramen­
tas necessárias. “A concorrência é im­
placável e é preciso cumprir o que se
promete. O cenário internacional de­
manda a competência das empresas
e não há desculpas para erros em um
país tão competitivo quanto os Esta­
dos Unidos”, explica.
A meta da Arco-Íris é atribuir 5%
do faturamento anual às exporta­
ções. Perto do objetivo, já vislum­
bra a expectativa de destinar seus
produtos para outros países. Está
fortalecendo seu posicionamento
estratégico, institucional e de mar­
keting, e, segundo Douglas Três,
essas são as bases para quem bus­
ca operar internacionalmente. “A
empresa que internacionaliza seus
negócios agrega conhecimentos
e práticas, incorpora proposta de
valor diferenciada da concorrên­
cia, aumenta a competitividade no
mercado interno e diminui a depen­
dência do cenário nacional”, explica.
48 ACIJ
Em palestra na Acij, o cônsul honorário da República do Paraguai,
Valter Ros de Souza, elucidou os benefícios experimentados pelas empresas
brasileiras que optam por operar no país vizinho
Relações entre vizinhos
Parceiro histórico de negócios, com
proximidade geográfica, facilidades
no transporte de cargas e vantagens
para a instalação de indústrias bra­
sileiras. Esse é o perfil do Paraguai
para empresários que pensam em
investir no país. Estreitar as relações
bilaterais entre Paraguai e Brasil
pode se tornar produtivo para am­
bas as nações e a integração des­
sas cadeias produtivas favorece o
empresariado brasileiro. O cônsul
honorário da República do Paraguai,
Valter Ros de Souza, explica que o
incentivo à instalação de indústrias
brasileiras em território paraguaio
contribui para o aumento da com­
petitividade do país. “Produzindo no
Paraguai, a empresa pode usufruir
de vantagens como baixa carga tri­
butária, energia elétrica mais barata
e custos menores com mão de obra.
Além disso, o Paraguai é o único país
do Mercosul que tem a dispensa de
alíquota, ou seja, está isento de ta­
rifas para exportar à comunidade
europeia. É uma oportunidade que
abre portas para o mercado global”,
explica o cônsul.
Nos últimos anos, as relações co­
merciais entre Brasil e Paraguai têm
se estreitado, aumentando as opor­
tunidades. De acordo com dados do
Ministério das Relações Exteriores,
em 2014, quase 31% das exporta­
ções do Paraguai foram destinadas
ao Brasil e 25,4% dos produtos im­
portados pelo Paraguai vieram de
solo brasileiro. Anualmente, o Brasil
vende US$ 3 bilhões ao Paraguai e
compra US$ 1,4 bilhão. Desse mon­
tante, Santa Catarina é responsável
pela exportação de US$ 300 milhões
e importa US$ 180 milhões em pro­
dutos paraguaios.
Ao passo que as transações co­
merciais entre os dois países aque­
cem o mercado, a instalação de em­
presas brasileiras em solo paraguaio
se mostra um negócio promissor.
Além das vantagens já citadas, em­
presários também se beneficiam
com a Lei de Maquila, um regime
tributário especial que permite que
empresas estrangeiras instaladas
no Paraguai possam importar in­
sumos, industrializar o produto e
exportá-lo com alíquota única de
1%. Outra vantagem é o perfil do
trabalhador paraguaio: jovens que
buscam estabilidade financeira e
familiar. Esse panorama cria um
cenário que contribui para a baixa
abstenção ao trabalho.
De acordo com dados da balança
comercial, nos cinco primeiros meses de 2015, o Paraguai foi o sexto
país que mais importou produtos
joinvilenses e, considerando a possibilidade de relações comerciais em
potencial, no mês de agosto, a Acij
promoveu a Missão Empresarial
Assunção. Destinada a empresários que buscam ver novos cenários
de investimentos, os participantes
foram recebidos pelo ministro da
Indústria e Comércio, Gustavo Leite,
e tiveram contato com empresas já
instaladas no país.
49 ACIJ
PRINCIPAIS DESTINOS
Dos 30 principais parceiros comerciais de Joinville, nove apresentaram
crescimento, entre jan/mai de 2014 e 2015. Valores em US$ milhões
58,92%
EUA: 118,2
115,2
foi a queda da China
de jan/mai 2014 para
o mesmo período de
2015. É a maior queda
entre os 10 primeiros
compradores de
produtos joinvilenses
22,27%
MEX: 87,4
80,4
foi a participação dos
EUA nas exportações
joinvilenses nos
primeiros cinco meses
de 2014. No mesmo
período de 2015, o
volume exportado
para os americanos
representou 24,93%
7,6%
foi a diminuição no
volume de compras do
Paraguai. Mas, graças ao
recuo chinês, avançou
um lugar no ranking do
período
12,93%
foi a queda no volume
de vendas joinvilenses
para o exterior
ITA: 39,8
GBR: 30,2
ARG: 27,1
31,4
29,4
28,0
530,7
462,1
CHN: 26,0
PAR: 16,9
15,7
10,7
2014
2014
2015
2015
FONTE: WWW.DESENVOLVIMENTO.GOV.BR
REVISTA 21 49
Tatiane atuou nos leilões judiciais da Busscar, Sulfabril e Cia. Lorenz
CASE
Plano de venda traz
maior agilidade aos
leilões judiciais
No ramo há 11 anos, Tatiane Duarte busca
inovar com o uso de estratégia comercial
Por Guilherme Diefenthaeler. Processos que costumam se arrastar por anos,
leilões judiciais de empresas falidas podem ganhar agilidade com a adoção
de um simples instrumento comercial. São os chamados planos de venda,
usualmente empregados em leilões corporativos, por exemplo, de bens in­
servíveis – aliás, uma modalidade cada vez mais comum para fazer caixa
com materiais que deixam de ser necessários na produção. A estratégia
dos planos de venda viabiliza a organização adequada das etapas do pro­
cesso judicial, leiloando primeiro o que pode ser depreciado, para que o
caso chegue ao melhor termo possível.
Há 11 anos no ramo, três como leiloeira oficial, a advogada Tatiane Duarte
tem trabalhado sob essa ótica em desafios de impacto, como os leilões das
massas falidas da Busscar (avaliada em R$ 489 milhões), da Sulfabril (R$ 160
milhões) e da Cia. Lorenz (R$ 63 milhões). Esta última, uma das pioneiras da
indústria alimentícia no Brasil, ela avalia que foi exemplo de sucesso para a
leiloaria, à medida que permitiu a venda de uma empresa em operação, com
50 ACIJ
DIVULGAÇÃO
700 funcionários. “Quem comprou a
Lorenz vai fazer novos projetos e re­
contratou todos os empregados. Foi
perfeito”, orgulha-se Tatiane.
Em entrevista à Revista 21, ela
revela a expectativa de atingir re­
sultado semelhante no leilão da
Tecnofibras, empresa vinculada à
Busscar com o processo interrompi­
do em março. A experiência de Ta­
tiane vai ser relatada num livro que
pretende lançar em 2016. O objeti­
vo é suprir a carência de bibliografia
dedicada ao tema do leilão no país,
abordando as operações relaciona­
das a processos de falência, além
da história e evolução da leiloaria.
“Também vou falar sobre o plano de
venda nos processos judiciais, com
a aplicação desta parte comercial”,
antecipa Tatiane, que assistiu ao
primeiro leilão aos 17 anos. Pouco
depois, ao entrar na faculdade, ou­
viu de um professor que o ramo era
“muito privativo, quase um cartório,
de pai para filho”. Em sua atividade
profissional, vem procurando des­
mentir o mestre.
PROJETO DE VENDA
Nos leilões corporativos, destinados
à venda de ativos que uma empresa
não precisa mais manter, elabora-se
um projeto de venda – diferentemen­
te do leilão judicial, que segue um
rito baseado na análise jurídica. Um
leiloeiro especializado faz a análise
antes de seguir em frente, para saber
se não faltou alguma intimação, por
exemplo. Quando comecei na área
do leilão corporativo, percebi que lá a
coisa andava mais rápida e funciona­
va, ao passo que no judicial há aquela
demora, pelas formalidades. Daí que
comecei a aplicar no leilão judicial a
modalidade do corporativo, fazendo
todo um projeto de venda. Em resu­
mo, queria contribuir para a celerida­
de quando o processo chega nessa
fase – como auxiliar o juiz, os cartó­
rios, os oficiais de justiça, o advogado.
O leiloeiro é chamado para um lo­
teamento de tudo o que a empresa
tem e que não serve mais. Isso inclui
carros, máquinas, sobras de matéria­
-prima. A empresa que não mantém
esse hábito fica surpresa quando en­
tra em contato conosco dizendo que
tem uma máquina para vender e a
equipe encontra muitas outras coi­
sas. Algumas fazem isso várias vezes
por ano. Em um caso recente, como a
indústria gerava sucata diariamente,
elaboramos e leiloamos um contra­
to: quem arrematasse, teria direito
a retirar todo mês esses saldos de
matéria-prima que têm muito valor
para determinados segmentos. Em
contrapartida, a empresa deixaria as
caçambas à disposição, o que reduz o
custo para o próprio comprador. Tam­
bém se dá um destino para o que po­
deria virar lixo ambiental.
TRANSPARÊNCIA
CASO BUSSCAR
Quando o leiloeiro atua com visão
de mercado, considerando a parte
legal e a comercial, o processo ga­
nha celeridade. Para o arrematante,
por exemplo, diminui o risco de difi­
culdades na liberação do bem, que
arrastam os processos. Há ótimas
oportunidades para se comprar em
leilões, mas é preciso que o leiloeiro
seja transparente. No caso da Tecno­
fibras, muitos proponentes tiveram
receio de comprar uma empresa em
operação, se iriam assumir os impos­
tos, encargos trabalhistas etc. – e isso
não ocorre. É a diferença de comprar
uma operação dentro de um proces­
so de falência: você compra sem pas­
sivo. Para vender a operação, é preci­
so desmistificar algumas coisas.
LIQUIDEZ RÁPIDA
O cenário econômico complicado
traz oportunidades para leilões por­
que as empresas precisam fazer cai­
xa e buscam rentabilizar aquilo que
ocupa espaço sem necessidade. Uma
alternativa viável de liquidez rápida.
51
ACIJ
Sou joinvilense, conheço a história da
Busscar, é inevitável o envolvimento
emocional no caso. No último leilão
da Tecnofibras, os funcionários foram
lá e questionaram quando iriam rece­
ber – é uma questão social, não ape­
nas comercial. O lado positivo é que
tentamos trazer resultado para um
processo que infelizmente chegou a
esse estágio. A sociedade precisa dis­
so. Em primeiro lugar, buscamos ven­
der a operação da Tecnofibras, o que
seria muito bom para a comunidade.
Outro lado que estamos planejando
é vender o próprio parque fabril, para
que possa ser reativado. Estamos
esperando o momento certo, econo­
micamente, para isso, e fazendo tudo
com cautela, mas com o máximo de
celeridade possível. Precisamos levar
em conta a legislação, para garantir
os direitos de todas as partes.
EMPRESA SAUDÁVEL
Junto com o gestor judicial Paulo Zi­
math e o professor Rainoldo Uessler,
trabalhamos em grupo porque es­
tamos dedicados a um mesmo fim,
que é vender a Tecnofibras em ope­
ração. Os próprios funcionários tor­
cem para isso, que venha um novo
dono e reative a empresa com o gás
que ela precisa. Agora, está num es­
tado delicado, em que não se pode
injetar capital porque o que ela gera,
precisa botar na massa falida. Essa
fase complica a situação. Quando
vier alguém e comprar, sabe que ela
é viável e vai andar sozinha. É uma
empresa muito saudável.
GANHA-GANHA
O comprador que adquirisse a
Busscar levaria todo o know-how
de uma empresa com parque fabril,
capacidade para produzir 40 car­
rocerias por mês, qualidade, o his­
tórico da marca etc. Para a massa
falida, nem se fala: a expectativa é
de que venha alguém aqui, compre,
recontrate pessoas para reativar a
potência que era a Busscar. Se esse
cenário não ocorrer, vamos ten­
tar vender como imóvel, por lotes.
Agora, o mais importante é arre­
cadar valores para a massa falida.
Mas vamos tentar vender a opera­
ção para reativar.
A QUEM INTERESSA?
As concorrentes da Busscar são as
primeiras a vir especular. Quem
mais nos procura são empresas que
atuam no mesmo ramo, fabricantes
de ônibus ou terceirizadas. No par­
que fabril, a Busscar tinha um mon­
te de miniempresas, da marcenaria
que fazia móveis de madeira para
os ônibus de turismo à estofaria etc.
Há empresas desses segmentos que
vêm interessadas nesses bens. Ou
as próprias concorrentes, aí para
comprar toda a operação. Se a con­
corrente nacional perceber que ela
pode ser vendida para um terceiro,
aí vem para a disputa; se não, vai
ficar só olhando de camarote para
avaliar como ficará o cenário.
REVISTA 21
51
MOBILIDADE
Duas rodas e um
milhão de possibilidades
Ações de mobilidade urbana pretendem
recuperar o lugar das bicicletas como
transporte seguro, sustentável e rápido
Por Letícia Caroline. O que Amster­
dã, na Holanda, Copenhague, na
Dinamarca, e Sevilha, na Espanha,
têm em comum? As três cidades
estão entre as 20 melhores do
mundo para se andar de bicicleta.
Em Copenhague, por exemplo, me­
tade da população se movimenta
pedalando. Adaptações no trân­
sito, conscientização e educação
são alguns dos pontos que eleva­
ram tais cidades a esse patamar. A
única brasileira citada no ranking
é o Rio de Janeiro, destacada pelo
sistema de compartilhamento
de bikes e pelas possibilidades de
52 ACIJ
expansão com as obras da Copa e
das Olimpíadas, em 2016. Em San­
ta Catarina, Joinville recebeu o tí­
tulo de “Cidade das Bicicletas” em
1950, quando havia um carro para
cada 111 pessoas e uma bicicleta
para cada quatro cidadãos. Hoje,
uma pesquisa da Univille apon­
ta que cada domicílio joinvilense
tem até três “magrelas”. Dados
do Instituto de Pesquisa e Plane­
jamento para o Desenvolvimento
Sustentável de Joinville (Ippuj), de
2011, indicam que 11,5% dos des­
locamentos diários são feitos de
bicicleta. Não dá para dizer que
Joinville perdeu o título, mas o que
é oferecido de prático aos ciclistas
do município e como esse meio de
transporte pode ser cada vez mais
utilizado, com impactos na econo­
mia e na sustentabilidade?
Quem opta por se locomover
com bicicletas em Joinville tem
disponível uma rede cicloviária de
140 quilômetros que, de acordo
com Vladimir Tavares Constante,
presidente do Ippuj, é uma das
maiores do Brasil. Já existe projeto
de expansão que prevê um total de
730 quilômetros. A meta está in­
cluída no PlanMob, conjunto de di­
retrizes lançado em março, com o
objetivo de alavancar a mobilidade
joinvilense. Entre as medidas com
finalização prevista para 2015,
estão a instituição dos planos de
“caminhabilidade”, de infraestru­
tura e equipamentos públicos, de
arborização, além do plano ciclo­
viário e das diretrizes de transporte
coletivo. “Nosso principal obstá­
culo é a mudança de paradigma
em relação ao uso da bicicleta e
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Na página ao lado, na primeira
foto, grupo Pedal na Trilha
se aventura nas paisagens
joinvilenses e, abaixo, ciclista
pratica Freeride. Nas outras
duas imagens, condições das
estradas no município. À dir.,
o grupo Transporte Ativo
sua importância dentro do quadro
da mobilidade sustentável e como
motivadora de uma sociedade sau­
dável. Essa questão é difusa na
própria administração pública, que,
por décadas, tem focado as ações
para mobilidade em um sistema
viário construído para atender aos
deslocamentos motorizados e indi­
viduais”, ressalta Vladimir.
Em 2012, durante o Festival de
Dança, foram ofertadas bicicletas
para a população e para os visitan­
tes, em parceria com o banco Itaú. A
ideia deve voltar às ruas de Joinville
em breve, mas com outra formata­
ção. De acordo com o Ippuj, antes
mesmo do lançamento do Plan­
Mob, o projeto já estava pronto, só
aguardando abertura do processo
de licitação, que deve ser anuncia­
do neste ano. O objetivo é ter 30
pontos de compartilhamento espa­
lhados pela cidade.
O PlanMob é um planejamento
que visa também ao longo prazo.
Até 2025, a meta é aumentar os
atuais 11% de deslocamentos feitos por bicicleta para 20%, quase
dobrando a proporção de uso das
duas rodas. Para 2020, almeja-se a
redução anual de 10% do número
de acidentes de trânsito envolvendo
ciclistas. Ao mesmo tempo, e para
dar suporte a isso, os edifícios públicos deverão estar adaptados com
bicicletários ou paraciclos seguros.
53 ACIJ
Faltam políticas públicas
Desde 2010, a cidade mantém um núcleo de uma ação mundial, o Bicicletada
Joinville. O movimento surgiu em 1992, em São Francisco, nos Estados Unidos,
para estimular a ocupação das ruas com veículos movidos à propulsão hu­
mana, principalmente a bicicleta. Além de pedalar toda última sexta-feira do
mês, o grupo atua ouvindo os anseios da população, cobrando o poder público
e estimulando a conscientização para o uso das bikes. Fellipe Giesel, um dos
integrantes, explica que, em Joinville, uma das principais ações foi a consulta
pública a respeito da mobilidade urbana e o uso da bike. Com os resultados,
foi elaborada uma “Carta Compromisso”, entregue aos candidatos a prefeito.
Para ele, mesmo com o documento, ainda falta espaço participativo de diá­
logo entre governo e sociedade civil, principalmente ciclistas. “Faltam políticas
públicas que confrontem interesses especulativos. Um exemplo é a ausência
de ciclofaixa na Avenida Getúlio Vargas, uma das mais movimentadas da cida­
de. É necessário reduzir a velocidade máxima permitida dentro do perímetro
urbano, além de integrar a bicicleta ao transporte coletivo, com bicicletários
nos terminais e ônibus adaptados ao transporte de bikes”, ressalta.
Para Fellipe, todos ganham com a utilização das bicicletas. Na área econô­
mica, pesquisadores da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, compro­
varam que, para cada dólar gasto com a construção de ciclovias, as cidades po­
dem economizar até US$ 24, graças à redução de custos com saúde, poluição
e tráfego de motorizados. Em Nova York, a prefeitura investe em transporte
por bicicletas e restringe o uso do automóvel. Com isso, o número de feridos
em acidentes de trânsito caiu em torno de 45%. Já o volume de vendas das
lojas de rua aumentou 49%. “Isso se explica: os automóveis estão sempre de
passagem e é difícil parar em qualquer lugar. Já as bicicletas não têm essa di­
ficuldade”, observa.
REVISTA 21 53
Entre 2013 e 2014, foram reali­
zados dois desafios intermodais em
Joinville, com o apoio do curso de
engenharia de mobilidade da UFSC.
Valter Bustos, que participou do
estudo e coordena o Museu da Bi­
cicleta (MuBi), explica que a bike foi
considerada o veículo mais eficiente
para distâncias até 10 quilômetros.
“A bicicleta representa a possibilida­
de de deslocamentos seguros em
um futuro muito próximo. A era do
automóvel com motores de com­
bustão interna já passou e a fonte de
combustível não é renovável. Gover­
nos que não atentarem para essas
questões estarão condenando suas
populações a viver no caos”, alerta.
Para Valter, o município deve
oferecer uma boa estrutura, que
permita a utilização da bicicleta com
eficiência e segurança. Pedalando
constantemente por Joinville, ele já
percebe mudanças significativas,
com a ampliação de bicicletarias,
lojas autorizadas e concessionárias,
que atuam na prestação de serviços
e venda de bicicletas.
Fernando Retzlaff organiza passeios
ciclísticos desde 2000. Com a possibilidade de unir diversão ao trabalho, ele encontrou um nicho de
mercado e montou, em 2005, a Pedal na Trilha, loja especializada nos
serviços para ciclistas. “Não vendo
bikes, vendo diversão e, de quebra,
saúde”, afirma. Nos quase dez anos
de atuação, Fernando viu o interesse e a procura por uma vida mais
saudável turbinarem seu negócio.
“Para estimular o uso da bicicleta,
é preciso algo simples: o aumento
de ciclovias. O que temos hoje são
poucas ciclofaixas, sem segurança.
Mas é algo que demora. A cidade é
sempre voltada para o automóvel, o
transporte individual, e o resultado
se colhe no horário de pico”, observa.
54 ACIJ
Charles viajou 747 dias com sua bicicleta, passando por 40 países
Pernas pra que te quero!
“Pedalar mundo afora é assim, querer estar perdido, mas sabendo que não
se está perdido.” Essa é a definição de Charles Zimmermann, professor
universitário, autor do livro recém-lançado “Travessia – 747 dias de Bicicle­
ta pelo Mundo”. Ele percorreu 40 países com sua bike e percebeu as rique­
zas de cada continente, peculiaridades das populações e, principalmente,
as condições de tráfego para um ciclista.
Ao fazer vários mochilões e encontrar diversos cicloturistas, surgiu
a ideia de se aventurar por meio das duas rodas. “Quando pedalei em
Pequim, dei-me conta de que podia percorrer o mundo de bicicleta. Era
muita bicicleta nas ruas, e mesmo assim rodei, rodei e não me perdi”,
conta. Para ele, viajar com a “magrela” permite sentir cheiros e aromas
de cada lugar, conhecer melhor as cidades por que passa e, consequen­
temente, as pessoas.
Nas pedaladas, observou que as populações que passam pelo “boom”
da globalização ainda estão muito focadas no automóvel. “No Brasil, por
exemplo, continuamos nessa fase. Daqui para frente, seremos mais ques­
tionadores em relação ao uso desenfreado dos carros”, analisa. Para ele,
países da Europa são os mais avançados, com ciclovias dentro das cidades
e para viagens longas, o que acaba estimulando esse tipo de turismo.
Diálogo entre
usuários e
governos
Ciclistas são bem-vindos ao Instituto Juarez Machado
Arte e pedaladas
Um amante da bicicleta e a possibilidade de estimular o uso desse veículo
em Joinville. Quem visita o Instituto Juarez Machado, além de conferir as
obras do artista plástico, pode se valer da “magrela” para não pagar entra­
da – o ingresso normal custa R$ 5 e R$ 2, a meia. Com bicicletário construí­
do na frente da sede, a ideia da equipe é promover a utilização da bicicleta
para quem circula pela cidade. “Já recebemos um grupo oficial de ciclistas
que homenagearam o Juarez. Nos fins de semana, temos as famílias que
param com suas bicicletas”, conta Melina Mosimann, responsável pelo lo­
cal. Semanalmente, cinco a dez ciclistas visitam o local.
Aos domingos, na Rua do Lazer, que ocorre na Avenida Hermann August Lepper, das 9
às 13 horas, é possível incentivar os pequenos ao uso consciente das bicicletas. O projeto
“Rodinhas nunca mais”, além de ensinar as crianças a abandonar as rodinhas de apoio
para andar de bike, estimula a divulgação das leis de trânsito, para garantir a boa convivência entre pedestres, ciclistas e automóveis. Uma minicidade é montada para que os
participantes façam um percurso, respeitando as sinalizações de trânsito, como faixa de
pedestres, ciclovias e semáforos. O projeto é iniciativa da plataforma de responsabilidade
social da Tupy, em parceria com a Federação Catarinense de Ciclismo (FCC). Não é preciso
ter bicicleta: há modelos para várias faixas etárias disponíveis aos interessados.
55 ACIJ
Única cidade brasileira a integrar o
ranking da Copenhagenize, consul­
toria de planejamento e marketing
especializada em assuntos relacio­
nados ao transporte sobre duas
rodas, o Rio de Janeiro começou a
implantar sua malha cicloviária no
final dos anos 80. Em 2003, com
o crescimento da malha e a falta
de campanhas de conscientização
e educação, um grupo se uniu e
formou a Transporte Ativo, organi­
zação representativa para diálogo
mais próximo com a prefeitura. “A
ideia é ser um elo entre o usuário e
o administrador, para preencher a
lacuna do planejamento cicloviário
da cidade, da educação e da cons­
cientização”, afirma Zé Lobo, um
dos integrantes.
Hoje, a equipe levanta dados,
cria ferramentas e dissemina in­
formações sobre o uso da bicicleta.
“Tudo é feito de forma totalmente
colaborativa, com resultados de
uso livre. O envolvimento das orga­
nizações parceiras ajuda na troca
de informações e na tentativa de
replicar as mesmas atividades, com
os mesmos conceitos por todo o
país, para uma linguagem e enten­
dimento universal”, ressalta.
Com o aumento dos problemas
de saúde, poluição e mobilidade, a
tendência é de se disseminar ainda
mais o uso de veículos alternativos,
entre eles a bicicleta, os patins e até
mesmo skates. “A principal janela
neste momento são os planos de
mobilidade urbana sustentável que
as cidades devem fazer. É uma exce­
lente hora para incluir a bicicleta no
planejamento urbano. Outra opor­
tunidade como essa levará um bom
tempo para surgir”, avisa.
REVISTA 21 55
DIVULGAÇÃO
Cerimônias tradicionais se transformaram em eventos
luxuosos: mercado que gira mais de R$ 20 bilhões no país
PERFORMANCE
Fábricas de sonhos
Empresas especializadas na organização
de festas de casamento e formaturas
conquistam espaço em Joinville
Por Karoline Lopes. Vestido, terno,
aluguel de carros, local para a festa,
buffet, decoração, bolo, som, ilumi­
nação, e por aí vai. Há muito tempo,
os casamentos deixaram de ser ape­
nas uma celebração para se tornar
verdadeiros espetáculos. Os forne­
cedores acompanham a evolução
desse nicho gigantesco, que virou
indústria pronta para satisfazer os
desejos mais excêntricos.
Segundo a Associação dos Pro­
fissionais, Serviços para Casamen­
to e Eventos Sociais (Abrafesta), em
2012, o setor movimentou cerca
56 ACIJ
de R$ 14,8 bilhões. Em 2013, foram
R$ 16 bilhões e, no ano passado,
o total chegou a nada menos que
R$ 20 bilhões. As cifras refletem
as novidades que são apresenta­
das aos casais em feiras e eventos
voltados para matrimônios. Hoje,
quem quiser festejar a união pode
transformar os rostos dos noivos
em bonecos 3D para colocar em
cima do bolo, criar uma réplica em
chocolate do vestido da noiva para
os convidados degustarem e servir
bebidas em drones. E a ostentação
começa antes mesmo da festa. En­
tre as principais tendências, desta­
ca-se o convite de casamento para
colorir. Na onda do sucesso dos
livros do segmento, vem até com
caixa de lápis de cor.
Em 2014, de acordo com o
Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), 1 milhão de
casamentos foram oficializados
no Brasil. A maior parte – cerca
de 48% – nos Estados de São Pau­
lo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e
Minas Gerais. No mesmo período,
em Joinville, registraram-se 3.560
uniões, enquanto 1.621 processos
de divórcio foram realizados.
Para quem está planejando a fes­
ta, Eliane Karam, sócia-proprietária
da Karam Eventos, faz o alerta: com
o crescimento do mercado, muitas
pessoas se aventuram sem expe­
riência. “Existem cerimonialistas que
cobram abaixo do padrão, pois é um
complemento na renda, um ganho
extra. Tive noivas em Joinville que
fecharam com outras empresas e
depois choraram porque o resultado
foi muito ruim”, revela. Há 37 anos
na área, ela começou suas atividades
com uma agência de propaganda de
São Paulo. Hoje, é especializada na
realização e assessoria de casamen­
tos e eventos empresariais.
Carlos Fritz, diretor da Movi­
mento Eventos, corrobora a fala de
Eliane: “Nosso mercado é amplo e
exigente. Realmente, sobrevivem
apenas os negócios íntegros, bem
estruturados e sérios em seus com­
promissos”. Desde 2003, a empresa
trabalha com outro tipo de sonho,
cada vez mais comum: o das for­
maturas. Fritz explica que, assim
como na organização de casamen­
tos, o importante é a realização dos
desejos dos clientes. “Com atua­
lizações constantes e dedicação
intensa, antecipamos fórmulas e
ideias com criatividade e personali­
dade para acompanhar os avanços
do mercado”, diz.
Entendendo os clientes
PENINHA MACHADO
A decisão de juntar escovas de dentes é corajosa e a celebração com uma
festa é a maneira que muitos casais encontram para dividir o momento
com familiares e amigos. Mas é preciso saber em que empresa confiar.
Eliane Karam aconselha os noivos a pesquisar e pesquisar antes de fechar
o negócio. “Você tem que sentir o que o casal quer, dentro do limite de
dinheiro disponível e sem margem de erro, pois não dá para fazer nova­
mente”, pondera.
Ela conta que o processo de organização de cada cerimônia é alinhado
com o perfil de quem contrata a Karam Eventos. Segundo a proprietária,
essa etapa é um “levantamento completo de sonhos”. Primeiro, monta-se
uma planilha para saber se o que é desejado está dentro da realidade fi­
nanceira. No segundo momento, a empresa busca alternativas para deixar
o evento mais glamuroso, utilizando menos dinheiro: “As minhas noivas
não perdem tempo visitando muitos fornecedores. Estamos realizando
uma coisa que não é mensurável. Casamento é a arte do bem receber. São
duas famílias celebrando um momento de amor”. As responsabilidades
da empresa são referentes à organização, a parte de documentação da
igreja e do cartório é encaminhada pelos noivos. “Nosso trabalho termina
só quando o casal recebe o material de fotos e filmagens”, explica.
Os custos variam bastante. De acordo com Eliane, embora já tenha
realizado festas com cifras que passaram dos R$ 2,5 milhões, existem pa­
cotes econômicos, que custam entre R$ 20 mil e R$ 25 mil, e os mais caros,
na faixa de R$ 300 mil.
PENINHA MACHADO
Carlos Fritz, diretor da
Movimento Eventos
Tão luxuosas quanto os casamentos, as formaturas atraem um grande público, seja para celebrar o fim
do ensino médio ou da graduação.
A Movimento Eventos, por exemplo,
atende, em média, 200 formandos
por mês. “São alunos de escolas e
universidades locais e de todo o
Planalto Norte de Santa Catarina”,
conta o diretor Carlos Fritz.
Costumeiramente realizados no
início ou no final do ano, os bailes
mantêm tradições como a valsa entre os formandos e seus pais e mãe
e também apresentam inovações,
como sessões de fotos em ambientes
diferenciados. “Cada aluno desembolsa normalmente R$ 1 mil, mas
esse valor pode aumentar. A partir
do momento da nossa contratação, focamos numa organização
criteriosa, pois é fundamental evitar
imprevistos e proporcionar tranquilidade aos clientes”, completa Fritz.
Gustavo e Eliane Karam, sócios-proprietários da Karam
Eventos: empresa atua no ramo há mais de 30 anos
57 ACIJ
REVISTA 21 57
FERNANDO GOMES/AGÊNCIA RBS
O Plano Nacional de Melhoria da
Prestação do Serviço Móvel Pessoal proposto pela Anatel analisa
indicadores relativos a chamadas
que completam ou caem, taxa de
conexão e quedas na rede de dados, reclamações nas centrais de
atendimento da prestadora e na
Anatel e interrupção do serviço.
Em Joinville, de janeiro de 2014 a
janeiro de 2015, foram abertas 134
reclamações das cinco empresas
de telefonia móvel (Claro, Nextel,
Oi, Telefônica Vivo, TIM). Os objetos de reclamação foram cobrança
indevida ou abusiva, rescisão ou
alteração unilateral, serviço não
concluído ou não fornecido, vício
de qualidade e, ainda, venda, oferta
ou publicidade enganosa.
Antena de operadora de telefonia móvel: melhorias e queixas
SERVIÇO
Sem sinal
Apesar dos investimentos, telefonia móvel ainda
é a campeã de reclamações dos consumidores
Mesmo com toda a modernização no sistema, falar no celular é uma in­
cógnita em inúmeros lugares. Você pode estar no meio de uma ligação
importante e, de repente, ficar sem sinal. Na Serra Dona Francisca, por
exemplo, existem as chamadas “áreas de sombra”, onde nenhuma opera­
dora oferece cobertura. Além disso, as operadoras de celular sempre figu­
ram nos rankings de reclamação do Procon, por diversos problemas. Em
Joinville, a Oi aparece em terceiro lugar na lista das mais reclamadas em
2014, seguida pela Claro (5º) e pela TIM (6º). A Agência Nacional de Tele­
58 ACIJ
comunicações percebeu a situação
caótica e, em 2012, chegou a sus­
pender a venda e a habilitação de
novas linhas de celulares das pres­
tadoras com pior desempenho no
país, exigindo que todas apresen­
tassem planos de melhoria.
Kleber Degracia, gerente do
Procon Joinville, explica que o ór­
gão recebe poucas reclamações
em relação à falta de sinal, já que
esse tipo de problema costuma ser
encaminhado diretamente à Ana­
tel. As operadoras têm o dever de
oferecer sinal de qualidade em 80%
da área urbana. O que ocorre é que
boa parte do Jardim Paraíso, por
exemplo, onde o sinal é de baixa
qualidade, está caraterizada como
rural – daí não haver obrigação de
melhorias. Já na Serra Dona Fran­
cisca, as empresas alegam que o
próprio relevo causa as dificulda­
des e a instalação de novas antenas
travaria nas licenças ambientais.
O que fazer
Ao se dirigir ao Procon, o cliente
tem três opções: abrir uma re­
clamação, fazer carta de inves­
tigação prévia (CIP) ou consulta.
A CIP antecede a reclamação. O
consumidor narra os fatos e o
Procon encaminha para a em­
presa, que pode resolver o pro­
blema antes que se abra uma
reclamação. Se isso ocorre, a em­
presa é chamada para audiência.
Das reclamações formalizadas, a
TIM, em Joinville, foi a que mais
solucionou dificuldades, respon­
dendo a 33 solicitações, seguida
da Claro (25), Telefônica (19), Oi
(oito) e Nextel (uma).
O Plano Nacional de Melho­
ria da Anatel se encerrou em ju­
lho de 2014. No período de dois
anos, as ações foram acompa­
nhadas trimestralmente, com
avaliação dos resultados por
meio da coleta de informações
pelos fiscais da agência. Os da­
dos estão sendo analisados, mas
a equipe da agência já decidiu
que a fiscalização e a coleta de
dados continuarão para publica­
ção constante dos resultados e
análise do serviço prestado.
59 ACIJ
A PALAVRA DAS OPERADORAS
Oi
Entre janeiro de 2014 e março de 2015, investiu R$ 164 milhões em Santa Ca­
tarina, priorizando redes de telecomunicações, com foco no tripé operações,
engenharia e tecnologia da informação. No ano passado, 56 novos sites 2G,
3G e 4G foram implantados no Estado e, neste ano, serão mais sete. Os sites
são os locais onde ficam as antenas que transmitem sinal do telefone celular.
Telefônica Vivo
Em Joinville, tem 36 estações rádio base (ERBs), sendo 32 com tecnologia de
quarta geração para atender os mais de 145 mil clientes. No primeiro semestre
de 2015, ativou uma nova estação, expandiu a capacidade 3G em seis ERBs e
aumentou a cobertura da rede de quarta geração. No ano passado, foram 42
expansões e novas ativações na cidade.
Claro
Já oferece coberturas 2G, 3G e 4G em Joinville, o que permite aos clientes
acessar os serviços de voz e dados da operadora. De acordo com o App Serviço
Móvel, da Anatel, nas medições realizadas no município, é a mais bem avalia­
da nos indicadores de voz e dados global. Faz investimentos constantes para
a ampliação e qualidade da rede. Em 2015, o Grupo América Móvil empregará
cerca de R$ 8 bilhões em infraestrutura no Brasil para atender a mais de 71
milhões de usuários.
TIM
Para 2015, a previsão é de continuidade das ações para melhoria de sinal,
com a inauguração de novos sites de terceira geração nos bairros América,
Saguaçu, Glória, Guanabara, Jardim Sofia, Morro do Meio e Aventureiro.
Também prevê instalar equipamentos 3G e 4G nos novos sites que se­
rão localizados no Centro, Bom Retiro, Pirabeiraba e Rio Bonito. Em Santa
Catarina, é líder de mercado com 43,8% de participação e 4 milhões de
clientes. No primeiro trimestre de 2015, investiu quase R$ 1 bilhão em in­
fraestrutura no país, priorizando as coberturas das redes 3G e 4G.
REVISTA 21 59
DIÁRIO DE VIAGEM
5
201
FOTOS: ARQUIVO PESSOAL
Fragmentos de uma viagem:
Santiago de Compostela
O Diário de Viagem mostra a jornada da jornalista Taísa Rodrigues com seu companheiro Marcos Pessoa pelo
Caminho de Santiago de Compostela. Ao todo, foram 850 quilômetros percorridos de bicicleta. “Dezesseis dias
de pedalada e muito aprendizado. Passamos por grandes cidades e por vilas onde moravam apenas dez pessoas.
Sol, chuva, ansiedade, alegria, receio, todos os climas e sentimentos misturados durante as 24 horas do dia, mas o
que prevalece durante a peregrinação é o sentimento de gratidão”, conta Taísa. Confira algumas imagens cedidas
pelo casal para a Revista 21.
Acima, paisagem em Logroño, Espanha. Em
destaque, as bicicletas, meio de locomoção
escolhido pelos viajantes. À direita, o casal
aproveita o fim de tarde em Atapuerca
60 ACIJ
Para saber mais detalhes sobre a empreitada, curta a página no facebook
(www.facebook.com.br/fragmentosviagem).
Acima, Saint Jean Pied
de Port, a primeira
cidade francesa do
Caminho Francês, que
leva a Santiago da
Compostela
Santiago de
Compostela,
Espanha
Na primeira foto,
Taísa e Marcos posam
junto ao símbolo do
peregrino, em Carrion
de Los Condes. Na
imagem do centro,
ele participa de um
jogo de futebol com as
crianças da cidade de
Hornillos del Camino.
À direita, o registro da
chegada em Santiago
de Compostela, no dia
24 de junho
61
ACIJ
REVISTA 21 61
CONTRAPONTO
A vitrine das feiras
de negócios em um
ambiente de crise
FÁBIO ABREU
RICHARD SPIRANDELLI
Ferramentas de desenvolvimento
Iniciadas na Alemanha há muitos
anos, as feiras são hoje o principal
instrumento de marketing e gerado­
res de negócios naquele país. Segun­
do pesquisas no mercado alemão,
as feiras são o mais importante ins­
trumento relacionado à comunica­
ção business-to-business. Participar
desses eventos representa um dos
principais elementos nos processos
de compra. As feiras contribuem
para a competitividade. Também se
destacam o estabelecimento de no­
vos canais de venda e na procura por
investidores para projetos.
De todos os instrumentos de
negócios, as feiras são as que apre­
sentam o maior leque de funções:
permitem a apresentação de no­
vos produtos e serviços, bem como
62 ACIJ
a construção de relações de longo
prazo com os clientes; são ambien­
tes de benchmarking, além de exce­
lentes canais para procura de novos
negócios para pequenas empresas;
geram efeito da mídia e imagem
do expositor; produzem motivação
para os funcionários; estimulam a
comunicação pessoal e promovem
envolvimento emocional.
As feiras têm, também, funções
macroeconômicas e sociais. O co­
nhecimento transmitido durante
os eventos significa informação
processada, refinada e colocada em
um contexto correto, ou seja, feiras
e congressos permitem a rápida e
direta troca de conhecimento.
Destaca-se ainda o contato en­
tre os negócios e a política: graças
à plataforma de diálogo – represen­
tantes de empresas e associações
de um lado e representantes do go­
verno de outro –, questões sobre fi­
nanças, economia e políticas sociais
são debatidas. Portanto, as feiras
são uma excelente ferramenta de
alavancagem de negócios para as
grandes, médias e pequenas em­
presas em períodos de aceleração
econômica – quando as políticas de
captação de novos clientes e inves­
timentos estão fortes – ou mesmo
em momentos de retração, quando
as políticas de retenção dos clientes
atuais e a melhoria dos processos in­
ternos ganham destaque.
Richard Spirandelli
é diretor da Messe Brasil,
formado em Ciências da
Computação pela
PUC do Paraná
ANITA PIRES
Unindo comprador e vendedor
As feiras de negócios são excelentes
ferramentas de marketing, vendas e
atualização de mercado. Segundo a
União Brasileira dos Promotores de
Feiras (Ubrafe), em 2014, o setor ge­
rou impacto econômico de R$ 16,3
bilhões e reuniu cerca de 818 milhões
de visitantes. Para os expositores,
uma oportunidade de estar na vitri­
ne, anunciando inovações, realizando
demonstração de produtos e promo­
vendo experiências com suas marcas.
Facilitam a realização de negócios no
ato e permitem conhecer melhor os
potenciais compradores e suas de­
mandas. Sem falar na visibilidade
para a mídia.
Para os visitantes, as feiras de
negócios proporcionam a busca por
novos produtos, oportunidades co­
merciais (locais ou internacionais) e
benchmarking de modo prático e in­
terativo. São meios clássicos de unir
quem compra com quem vende.
Paralelas às grandes feiras de
negócios costumam ser realizados
congressos e convenções, atraindo
público e realizando discussões téc­
nicas e científicas que promovem a
inovação, a criatividade, novos pro­
dutos e serviços, além de novas for­
mas de avaliar a gestão e as relações
de trabalho.
Mas feiras, congressos e con­
venções são muito mais. O setor de
eventos já representa 4,3% do PIB
nacional, conforme o Dimensiona­
mento Econômico da Indústria de
Eventos no Brasil (2013), realizada
pela Associação Brasileira de Empre­
LYGIA VENY CASAS
Atrair olhares para sua marca
Em tempos de desaceleração da eco­
nomia, todo empresário precisa cor­
tar custos e despesas. E as ações de
comunicação e marketing geralmen­
te são as primeiras. Mas são essas
atividades que colocam os serviços e
produtos no mercado e que auxiliam
na construção do relacionamento
com o cliente. Participar ou organizar
eventos é uma excelente estratégia,
considerada uma das principais ferra­
mentas de marketing.
O evento aproxima as pessoas,
promove o diálogo, mexe com as
emoções, marca presença. É um rico
componente do mix de comunicação
que engaja pessoas numa ideia. É a
oportunidade de falar diretamente
com o seu público, de atrair olhares
para sua marca. Em 2014, foram rea­
63 ACIJ
lizadas 2,2 mil feiras em todo o país,
as quais geraram impacto econômi­
co de R$ 16,3 bilhões e reuniram 818
milhões de visitantes. Mesmo com a
desaceleração da economia, o setor
deve crescer 14% neste ano, segundo
a União Brasileira dos Promotores de
Feira (Ubrafe) e a Associação Brasilei­
ra de Empresas de Eventos (Abeoc).
Ao participar de uma feira, o em­
presário tem a possibilidade de abrir
mercados e fortalecer as relações
comerciais; conhece as tendências e
as novas tecnologias; pode falar di­
retamente com o seu público em um
ambiente que proporcione melhor
experiência do produto ou serviço;
aumenta seu networking e gera ne­
gócios. Pequena ou grande empresa,
ambas têm as mesmas chances e
sas de Eventos (Abeoc) em parceria
com o Sebrae.
Dos 590 mil eventos realizados
por ano no Brasil, 18% são feiras. No
Sul, o percentual sobre para 22%.
Para as organizadoras de eventos,
que faturaram R$ 72,2 bilhões em
2013, as feiras representam 58% dos
eventos realizados. As organizadoras
geram 5,48 milhões de empregos
diretos, indiretos e terceirizados. As
feiras são tão boas aliadas para ativar
a economia que há um esforço enor­
me para sediar esse tipo de evento,
reforçando a importância do marke­
ting de destinos e de estratégias as­
sertivas para captação.
Anita Pires
é vice-presidente de
Relações Institucionais
da Associação Brasileira
de Empresas de Eventos
oportunidades em uma feira.
Quanto tempo um departa­
mento comercial leva para abordar
dez pessoas? Agora, pense: que
seja um evento de pequeno porte,
as pessoas que lá estarão reunidas
são as interessadas naquele tema.
Ou seja, foram ao evento porque
buscam informação e contatos na
área. Qual o volume de negócios
que uma feira pode gerar durante
três dias? O empresário deve estar
atento às oportunidades e constan­
temente repensar o seu negócio,
principalmente na comunicação e
marketing. E o mercado de eventos
oferece um leque de possibilidades.
Lygia Veny Casas é sócia
da Multi Comunicação
Integrada, com experiência
na realização de eventos
corporativos e públicos
REVISTA 21 63
CABECEIRA
MONJA COEN
Há sabedoria
nas transformações
Monja budista que lotou a Expoville afirma, em livro,
que a transformação deve começar no plano pessoal
Na Expogestão deste ano, ela fez a plateia meditar. Com voz suave, por
alguns minutos, a Monja Coen conduziu as mais de 1.600 pessoas que lo­
tavam o salão de convenções do tradicional encontro de negócios e gestão
a um exercício respiratório que buscava confirmar a ideia de que essa prá­
tica pode, sim, ser realizada em qualquer lugar – não apenas em mosteiros
ou templos. E mais: que o ato de meditar ativa o cérebro e contribui para
tornar o indivíduo “autor e ator” da sua própria vida, em um constante pro­
cesso de transformação.
A monja que foi repórter e trabalhou no Banco do Brasil, ao longo dos
anos 1960, tornou-se a primeira mulher e a primeira pessoa de origem não­
-japonesa a assumir, já em 1995, a Federação das Seitas Budistas do país.
Nos últimos anos, tem feito palestras em megaempresas como Google,
Volkswagen e LinkedIn, falando sempre sobre como ensinar os funcionários
a controlar as emoções e a expandir as capacidades.
No ano passado, ela compilou em livro alguns desses preceitos. Em “A
Sabedoria da Transformação: Reflexões e Experiências”, propõe ao leitor
um olhar sobre si mesmo, reciclando valores e conceitos. O livro traça um
paralelo entre fatos históricos e situações cotidianas, discorre sobre perso­
nagens ilustres e cidadãos comuns, tudo com o propósito de conscientizar
sobre o quanto é importante a reflexão sobre as ações cotidianas para que
comece aí, no plano pessoal, a transformação que, em geral, desejamos ver
no mundo. “Monja Coen nos presenteia com um texto claro e objetivo, re­
cheado de amor ao próximo. É o tipo de livro que ajuda ao leitor a refletir
sobre suas atitudes, a buscar a transformação, e que não deve deixar de ser
lido até o final”, sintetiza o texto de apresentação da obra.
Nestas duas páginas, trechos da entrevista que a monja concedeu em
Joinville.
REAÇÃO NAS EMPRESAS
Eu falo de ser humano para ser
humano. Sempre me surpreende
que as corporações me chamem,
mas... Se me chamam, eu vou. E eles
aplaudem, então acho que gostam.
Se vão colocar em prática ou não, é
outra coisa, mas o pensamento que
tenho não é nenhuma novidade. É
natural na nossa espécie. Queremos
o bem coletivo. Mas é preciso obser­
var a si mesmo em profundidade
64 ACIJ
para aprender utilizar este equipa­
mento que é a mente e o corpo. Há
vários portais para isso. Que portais
vão se abrir? Algumas empresas já
abriram, já têm áreas de recreação,
dedicam momentos a aulas de me­
ditação, ioga, tai-chi...
DO DISCURSO À PRÁTICA
Como a empresa dá melhores con­
dições de trabalho para as pessoas?
Como se envolve na questão da se­
gurança no trabalho, por exemplo?
Isso é o mais importante. Não esta­
mos transmitindo meditação como
processo religioso. É como fazer a
pessoa estar bem. E vai precisar criar,
sim, um sistema em que cuidemos
todos uns dos outros, e cuidemos
com respeito a essa diversidade ma­
ravilhosa dos nossos ateísmos e reli­
giosidades. Além disso, não é impor
uma prática religiosa a alguém, mas
um olhar de compaixão, de sabedo­
ria, que compreende. Alguém que é
capaz de ver o outro, não apenas a
máquina, mas as necessidades do
ser humano, inclusive para que ele
possa produzir melhor. Se alguém
chega para trabalhar e um colega
percebe que ele não está bem, deve
chamar para tomar um café, dar
uma pausa, conversar um pouco,
para que ele não tenha um acidente
de trabalho porque está com a cabe­
ça muito cheia. Para isso é que existe
o departamento de recursos huma­
nos, para lidar com o ser humano, e
esses departamentos têm que ser
fortalecidos, para que as pessoas
possam ter a condição de ver quem
precisa ser cuidado e atendido. Não é
uma questão religiosa, que cada um
tem a sua, mas como trabalhar com
mais respeito à vida humana. Às ve­
zes, nos preocupamos tanto com o
produto que não nos preocupamos
com a pessoa que está produzindo e
como esse produto vai ser usado no
mercado para outras pessoas.
NÃO TER MEDO
Às vezes, quando se trabalha muito
com segurança, as pessoas ficam
até seguras demais. E elas têm medo
de falar com o líder, dizer que isso
não está bom. Criar essa intimidade
para que a pessoa mais simples lá
da planta possa vir falar com o líder
e dizer que isso pode melhorar. Não
ter medo de falar com escalões supe­
riores. Falar de forma amorosa aquilo
que você pensa e que vai beneficiar
ANDRÉ KOPSCH
Palestra da monja na Expogestão deste ano: “Eu falo de ser humano para ser humano”
a empresa e todos. A meditação aju­
da a pessoa a se centralizar, mas não
precisa ser meditação zen-budista,
apenas respira conscientemente e vai
falar com quem pode fazer a diferen­
ça para que isso ocorra.
JOGO DE APARÊNCIAS
Estamos nos criando como pessoas
que são conhecidas por aquilo que
temos. Vivemos em um mundo em
que as aparências contam, sim, algu­
ma coisa. Se você for trabalhar des­
cabelado, vão reparar. As aparências
têm alguma coisa a ver, e as coisas
que temos nos dão certo status so­
cial, mas não podemos ficar presos
a isso. Temos que, dentro de nós,
encontrar alguma coisa que é maior,
porque essas coisas vêm e vão, são
superficiais, de modismo.
LUCRO SOCIAL
As empresas estão descobrindo que
apenas o lucro financeiro é insufi­
ciente para se manterem em pé. As
que estão começando a pensar no
lucro social e ambiental estão vivas.
As que não prestaram atenção es­
tão morrendo. É da natureza desse
desenvolvimento da consciência hu­
mana. Os jovens, desde as séries ini­
ciais, chegam em casa e dizem papai,
65 ACIJ
mamãe, meio ambiente. Estamos fa­
zendo uma educação ambiental mui­
to forte e, se a empresa não entrar
nesta, estará fora do mercado, vai ser
condenada pelo próprio consumidor.
Os consumidores estão começando
a observar essas práticas, se a em­
presa está preocupada com o meio
ambiente, pensando no bem-estar
coletivo e da comunidade.
AUTO-CONHECIMENTO
Existem vários métodos. Acho que a
meditação é o portal principal, e foi
por isso que a escolhi. Eu era repór­
ter do Jornal da Tarde, isso acordou
em mim várias questões, por que
há tantas diferenças no mundo, por
que a coisa está tão mal parada e
no que eu posso usar a minha vida
para melhorar. E uma das coisas que
encontrei foram as práticas medita­
tivas, que pessoas que eu considera­
va inteligentes faziam. Beatles, Pink
Floyd, Einstein, todos falavam de me­
ditação. É o auto-conhecimento que
transcende o eu, não é só conhecer a
minha historinha pessoal. Tenho que
conhecer o que é a mente humana,
que é esse corpo humano também,
porque aí eu posso usá-la de forma
mais adequada. O desconhecimento
é que leva à falha. Como funciona a
mente, o que são emoções, sensa­
ções, e como vou poder responder à
realidade, e não apenas reagir.
COMPETITIVIDADE
Não tem nada de errado em passar
na frente do outro. Apenas não puxe
o tapete do outro, não queira o mal
do outro. Estimulamos uns aos ou­
tros com a competitividade. A com­
petitividade em si não é negativa.
Ela nos provoca a produzir melhor, ir
para a frente, fazer mais. Se não fi­
zermos isso, paramos no tempo. Tem
pessoas que agem de forma impró­
pria, mas aí é outra coisa, aí estamos
falando de doenças, de corrupção.
Outra coisa estimulante é trabalhar
com prazos. Que bom que tem prazo.
Sem prazo, não fazemos nada. Pra­
zos, limites, competição não são obs­
táculos. Competição é da natureza. O
errado é quando ela toma conta da
gente. Conhecer a si mesmo é saber
que o nosso saquinho de pele vem
com todas as possibilidades.
A Sabedoria da
Transformação
Monja Coen
Editora Planeta,
192 páginas
REVISTA 21 65
CLÁSSICO
Matemática é a base de todas as ciências
Publicado pela primeira vez em 1938,
o livro “O Homem que Calculava”, de
Malba Tahan, foi relançado em julho
pela editora Record, em homenagem
aos 120 anos de nascimento do au­
tor. A obra, premiada pela Academia
Brasileira de Letras, já foi traduzida
para o inglês e espanhol. Júlio César
de Mello e Souza, o Malba Tahan, es­
creveu mais de 15 livros enfocando
costumes e tradições árabes e foi um
conceituado matemático brasileiro.
Em sua obra mais famosa, ele
conta a história do jovem Beremiz,
que tinha admirável capacidade
de fazer intrincados cálculos men­
tais – e sem o auxílio de fórmulas
66 ACIJ
decoradas. Entre suas peripécias
está a divisão de 35 camelos entre
três irmãos – em um cálculo justo,
que contemplou plenamente os in­
teressados e obtendo o lucro espe­
rado com a transação. Outra boa
intervenção do calculista foi formar
todos os números inteiros de 1 a
100 utilizando sempre operações
aritméticas de quatro algarismos.
Essas façanhas consolidaram sua
fama e o consagraram diante de
reis, xeques, sábios e poetas.
Embora não seja um livro didáti­
co, a obra é sempre muito recomen­
dada nas escolas para estimular o es­
tudo da matemática de forma leve e
lúdica. A história do jovem árabe que
contava rebanhos como ninguém
também ajuda a entender que geo­
metria, aritmética e álgebra podem
não ser tão complicadas assim. “A
matemática,que ensina o homem a
ser simples e modesto, é a base de
todas as ciências e de todas as artes”,
diz o personagem Beremiz.
O Homem que Calculava
Malba Tahan
Editora Record
LANÇAMENTO
Para quem é inovador
O livro do autor Djalma Rebouças
de Oliveira procura analisar e dis­
cutir duas questões básicas para
as empresas modernas. A primeira
delas é o processo estruturado de
análise, identificação, desenvolvi­
mento, absorção e aplicação das
inovações pelas empresas, facili­
tando a consolidação das suas van­
tagens competitivas. Na segunda,
procura refletir sobre o desenvolvi­
mento e a aplicação de um modelo
administrativo direcionado para
resultados, utilizando, na plenitu­
de, os processos de inovações con­
solidados pelas empresas.
A partir de uma forte aborda­
67 ACIJ
gem prática, como sustentação
a toda a teoria básica necessária
para a evolução do raciocínio lógi­
co e maior facilidade de aplicação
nas empresas, o livro procura fazer
uma estruturada e evolutiva inter­
ligação entre seus seis capítulos,
facilitando o entendimento de seu
conteúdo e a posterior aplicação
prática.
Ao final de cada capítulo, há
questões para debate, bem como
um exercício e um caso para otimi­
zar o entendimento dos assuntos
inerentes a um modelo adminis­
trativo das empresas inovadoras e
direcionadas para resultados.
Uma obra de atualização e re­
ciclagem profissional para os exe­
cutivos e demais funcionários de
empresas que já trabalham ou pre­
tendem trabalhar com o modelo
administrativo baseado na inova­
ção e no direcionamento para re­
sultados.
A Empresa Inovadora
e Direcionada para
Resultados
Djalma de Pinho Rebouças
de Oliveira
Editora Atlas
REVISTA 21 67
3 LIVROS
O universo do comércio exterior
A seleção é da presidente do Núcleo de Negócios Internacionais da Acij, Carla Regina Pinheiro. Ela é
sócia-diretora da Unique Consultoria Aduaneira e é formada em Administração com habilitação em
Comércio Exterior pela Univille. Tem especialização em Direito Aduaneiro e Comércio Exterior.
Um pouco
de história
Para estudantes
e empresários
Negociações
internacionais
Abordagem das relações internacio­
nais desde a Idade Média, com con­
ceitos e explicações para as políticas
dos Estados nas interações com os
demais. Indicado para quem quer um
panorama das relações internacio­
nais, sendo importante leitura para
interessados em aprofundar o estu­
do da matéria – profissionais ou estu­
dantes de Comércio Exterior, Direito
Aduaneiro e Internacional e Relações
Internacionais.
Clássico. A última edição aborda a
globalização da economia e o inter­
câmbio de bens e serviços. Indicado
para todos os envolvidos no comér­
cio exterior e para estudantes de Ad­
ministração, por tratar de assuntos
como foco no condicionamento cor­
reto das empresas no mercado inter­
nacional, a importância de pessoas
preparadas para os desafios com
capacitação adequada, importação e
exportação entre Estados.
O autor traz a sua experiência das
negociações internacionais de ma­
neira descontraída, com histórias
vivenciadas em suas viagens, algu­
mas com desenrolar cômico. Para
o sucesso em negociações inter­
nacionais, é preponderante conhe­
cer as diversas culturas do mundo.
Cada Estado tem sua própria cren­
ça, características e costumes, e
essa obra oportuniza um pouco
desses conhecimentos.
Relações Internacionais –
Teoria e História
Demétrio Magnoli
Editora Saraiva
68 ACIJ
Comércio Exterior
Brasileiro
José Lopes Vazquez
Editoria Athas
Ao Redor do Mundo
Fernando Dourado Filho
Editora ABDR
DIVULGAÇÃO
DICA 21
Você já perdeu o controle hoje?
O que você faria ao descobrir que a amante do seu noivo está em sua festa
de casamento? Como reagiria se alguém defecasse no seu carro novo? Seria
capaz de envenenar a comida do responsável pelo suicídio do seu pai? Esses
são os questionamentos levantados pelo filme argentino “Relatos Selvagens”,
do diretor Damián Szifron, indicado ao Oscar 2015. Composta por seis curtasmetragens, a comédia é um estudo sobre o esgotamento psíquico humano.
Apesar dos temas diferentes, os episódios se encontram no descontrole de seus
personagens. As tragédias da ficção puxam as orelhas dos espectadores para
que estes olhem para o mundo real de forma mais crítica e tolerante.
69 ACIJ
O filme foi produzido pelo
cineasta espanhol Pedro
Almodóvar, responsável por
títulos como “Tudo Sobre
Minha Mãe”, “Fale com Ela” e
“A Pele que Habito”.
REVISTA 21 69
3 PERGUNTAS
DIVULGAÇÃO
1
Como as empresas devem reagir à crise?
No curto prazo, a resposta está em garantir a li­
quidez: não investir muito e tentar garantir que
a liquidez permita à empresa ter opções melho­
res no horizonte de um a dois anos. Isso abre a oportu­
nidade de se internacionalizar, fazer fusões e aquisições,
arbitragem e investimentos em fundos que oferecem
vantagens neste momento. Uma estratégia financei­
ra combinada com o crescimento via alavancagem de
compra de outras organizações. A médio e longo prazo,
é preciso pensar no que vem por aí. Proponho cinco lógi­
cas: internacionalização, tecnologia e inovação, jogos de
ganha-ganha ao longo da cadeia de suprimento, susten­
tabilidade para minimizar riscos e reforço à marca, que é
uma importante blindagem em momentos de crise.
2
PAULO VICENTE DOS SANTOS
Professor da Fundação Dom Cabral (FDC)
Em funções que desempenhou antes de assumir o Mi­
nistério da Fazenda, Joaquim Levy ganhou o apelido
de “mãos de tesoura”, pela ênfase na contenção dos
gastos públicos como princípio de atuação. O enge­
nheiro mecânico Paulo Vicente dos Santos, mestre em
Administração Pública e professor da Fundação Dom
Cabral (FDC), foi subsecretário de Levy no governo de
Sérgio Cabral, no Rio de Janeiro, e brinca ao relatar seu
encargo na pasta da Fazenda: “Fui uma das tesouras
do Levy”. Nessa condição, coube ao professor elaborar
um planejamento estratégico que mirasse não apenas
no curto prazo – algo que, diz, infelizmente faz parte
da cultura do setor público no Brasil. Paulo Vicente
concedeu esta entrevista antes de ministrar palestra
sobre estratégias de crescimento na Expogestão, em
Joinville.
70 ACIJ
As saídas são de longo prazo, então. O sr. tem
visto o governo federal prometendo algo
diferente, soluções de curto prazo?
O governo tem contradições que precisa resolver.
Precisa achar soluções de curto prazo para amenizar a cri­
se e buscar a popularidade para uma reeleição, mas, ao
mesmo tempo, tem desafios de curto e médio prazo. Pen­
so que está fazendo pouco, 50% da história. De um lado,
colocou o Joaquim Levy, com quem já trabalhei no passa­
do, que está cuidando da parte de receita, efetivamente.
Mas o que não vejo é, do outro lado, cortarem custos na
medida que seria necessário. Principalmente cortes inteli­
gentes, cortar em itens que dão pouco resultado. Isso dei­
xa um preço a ser pago mais para a frente, em três a qua­
tro anos. Os cortes que vêm sendo feitos são menores,
comparativamente. O que o governo deveria é enxugar o
número de ministérios, cargos em comissão, forçando o
custeio e o gasto de pessoal para ajudar no ajuste fiscal.
3
Como chegamos até aqui?
Uma série de decisões erradas no passado, princi­
palmente dos últimos dois grandes governos, do
PSDB e do PT. No final, todos são sócios da lista de
problemas atuais, que divido em sete grandes gargalos.
Sistema de impostos confuso, caro e lento. Protecionismo
exagerado. Falta de infraestrutura, de energia, de mão de
obra qualificada – um problema gravíssimo – e falta de in­
vestimento em pesquisa e desenvolvimento. Por fim, fal­
ta de segurança pública e segurança nacional. Não foi em
quatro anos da Dilma que a gente teve problemas com
isso, mas em 20 ou 30. Achar que vai eleger Cristo e que
ele vai, pelo milagre da reprodução das estradas, resolver
o problema, não é real. O Brasil precisa pensar no médio e
no longo prazo, o que não vejo o governo federal fazendo,
até pela pressão de curto prazo.
71
ACIJ
REVISTA 21
71
72
ACIJ

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