Como-ser-uma-PME-de-referencia

Transcrição

Como-ser-uma-PME-de-referencia
COMO SER UMA PME DE
REFERÊNCIA
Um Estudo do Desempenho do Sector das PME na UE entre 2008 e 2013
A MAZARS É UMA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL, INTEGRADA E INDEPENDENTE, ESPECIALIZADA EM
AUDITORIA, CONSULTORIA, CONTABILIDADE, FISCALIDADE E SERVIÇOS JURÍDICOS. DESDE 1 DE SETEMBRO DE
2013, O GRUPO ESTÁ PRESENTE EM 72 PAÍSES E CONTA COM A EXPERIÊNCIA DE 13 800 PROFISSIONAIS NO
APOIO ÀS EMPRESAS – GRANDES GRUPOS INTERNACIONAIS, PME, INVESTIDORES PRIVADOS – E ENTIDADES
PÚBLICAS, EM TODAS AS FASES DO SEU DESENVOLVIMENTO.
UM ESTUDO DO DESEMPENHO DO SECTOR DAS PME NA UE
ÍNDICE
NOTA INTRODUTÓRIA3
1. SUMÁRIO EXECUTIVO
4
1.1 Factos importantes – Um mercado saturado e competitivo
1.2 Aprender com os melhores – Seis factores para que se destaque com êxito
2. ENQUADRAMENTO
4
5
6
2.1 Número e dimensão das empresas
2.2 Países incluídos no estudo
2.3 Metodologia 7
7
7
3. FACTOS IMPORTANTES
UM MERCADO SATURADO E COMPETITIVO
8
3.1 A PME europeia é uma em cerca de 21 milhões 3.2 Contributo das PME para o emprego e o valor acrescentado bruto (VAB) 3.3 Sectores económicos 3.4 Qualidade da concorrência 3.5 Uma Europa a três velocidades 3.6 A competitividade nacional é fulcral
4. A PRENDER COM AS MELHORES PME
COMO SE DESTACAR NA MULTIDÃO
9
11
12
14
16
19
20
4.1 Manter o foco no mercado
4.2 Criar valor acrescentado 4.3 Criar resiliência e actuar com disciplina financeira 4.4 Dimensionar correctamente a organização 4.5 Alargar o horizonte internacional e presença geográfica 4.6 Gerir hoje para liderar amanhã 21
23
24
28
29
32
5. IDENTIFICAR PRIORIDADES
E PLANO DE ACÇÃO PARA SE TORNAR UMA PME DE REFERÊNCIA
34
6. COMO A MAZARS PODE AJUDAR AS PME
36
7. FALE CONNOSCO
38
8. BIBLIOGRAFIA
40
COMO SER UMA PME DE REFERÊNCIA
1
Lista das tabelas e números
LISTA DAS TABELAS E IMAGENS
TABELAS
Página
Tabela 1: Número de empresas por dimensão
9
Tabela 2: Percentagem do contributo das PME
11
Tabela 3: Contributo das PME em valores absolutos
12
Tabela 4: Distribuição sectorial do segmento PME – Número de empresas
13
Tabela 5: Distribuição sectorial do segmento PME – Número de colaboradores
13
Tabela 6: Distribuição sectorial do segmento PME – Valor Acrescentado
13
Tabela 7: Percentagem do contributo das PME nos sectores nacionais
14
Tabela 8: Tendência no número de empresas
15
Tabela 9: Tendência no número de colaboradores
15
Tabela 10: Tendência no Valor Acrescentado Bruto
16
Tabela 11: P ercentagem de indústria transformadora de tecnologia
alta e média-alta e serviços de conhecimento intensivo
23
Tabela 12: Barreiras à internacionalização sob o ponto de vista das PME
31
IMAGENS
Página
Imagem 1: PME por dimensão
10
Imagem 2: PME por dimensão por país
10
Imagem 3: Contributo das PME por sector
12
Imagem 4: Taxa cumulativa de crescimento do PIB real (2008 - 2013) e
previsões (2014-2015)
17
Imagem 5: Tendências na procura interna
19
Imagem 6: Dívida pendente
25
Imagem 7: Crédito mal parado
26
2
UM ESTUDO DO DESEMPENHO DO SECTOR DAS PME NA UE
Phil Verity
Co-CEO Mazars Global
Telefone: +44 (0) 20 7063 4880
Email: [email protected]
Joe Carr
Líder Global PME
Serviços de Advisory Mazars
Telefone: +353 (0)1 449 4400
Email: [email protected]
NOTA INTRODUTÓRIA
N
ão restam dúvidas que as PME são as principais impulsionadoras da economia
europeia. Em toda a Europa, mais de 20 milhões de PME têm contribuído de forma
significativa para a criação de riqueza, emprego, produção, inovação e novas tecnologias.
O sector das PME sofreu nos últimos anos uma das piores crises económicas de que há
memória. Algumas PME emergiram desta recessão mais resistentes e fortalecidas do que
antes. Outras, porém, foram forçadas a reduzir ou cessar actividade na sequência da recessão.
O presente estudo pretende oferecer uma análise e visão aprofundadas, ensinamentos e
orientações às PME, onde quer que exerçam actividade no mundo. O estudo realça as
semelhanças e as diferenças do desempenho das PME na Alemanha, Suécia, Holanda,
Portugal, Espanha, França, Irlanda e Reino Unido. Explora a forma de alcançar níveis
superiores de desempenho para competir no mercado e conseguir destacar-se com eficiência.
O Grupo de Trabalho PME da Mazars esteve profundamente envolvido no sector
internacional das PME durante muitos anos. Durante esse período dedicou-se a compreender
verdadeiramente os desafios enfrentados pelas PME e a desenvolver ferramentas e mecanismos
que as ajudassem a obter o melhor desempenho possível. A nossa experiência ajudou muitas
PME em todo o mundo a lidar com uma miríade de desafios para se tornarem PME de
referência. Gostaríamos muito de o ajudar também. Recorremos ao Mazars Quick Score,
uma ferramenta de avaliação online que ajuda as PME a compreender o seu desempenho
com base em quatro catalisadores fundamentais do sucesso empresarial. Para completar a
avaliação online e verificar se o seu negócio é uma PME de referência, vá a www.mazars.ie.
Agradecemos a todos os que contribuíram para este estudo, nomeadamente às PME
nossas clientes que nos forneceram informação valiosa e funcionaram como uma fonte
de informação importante. Na elaboração do presente estudo, apoiámo-nos sobretudo na
investigação exaustiva a nível nacional e da UE. Apresentamos na Secção 8 a lista completa
das nossas referências.
Esperamos que considere o estudo útil e informativo.
Phil Verity & Joe Carr
COMO SER UMA PME DE REFERÊNCIA
3
1. Sumário Executivo
1. SUMÁRIO EXECUTIVO
1.1 FACTOS IMPORTANTES – UM MERCADO SATURADO E COMPETITIVO
60%
Mais de 20
milhões de PME
92%
de empresas têm
Sector privado
menos de 10 valor acrescentado
1% do total da
população empresarial
colaboradores
§§ Difícil ganhar visibilidade
Para as PME torna-se difícil ganhar visibilidade e destacar-se. A PME europeia é uma em
cerca de 21 milhões.
14%
11%
46%
29%
Os quatro principais sectores
Serviços
Comércio
Indústria
Construção
§§ A barreira dos dez colaboradores
São poucas as PME que crescem para além do estado micro. Em toda a UE-27 cerca de
92% das empresas têm menos de 10 colaboradores. Este é o panorama geral em todos
os países. No entanto, por uma série de razões, nomeadamente o perfil de dimensão
das empresas, o mercado alemão é único, apresentando uma percentagem de grandes
empresas significativamente superior à média europeia.
§§ O Top das empresas: 1% assegura uma posição de liderança
Na UE-27, 1% de toda a população empresarial não-financeira (incluindo tanto as PME como
as grandes empresas) gera 60% do valor acrescentado total do sector privado.
§§ Os quatro sectores principais
Os sectores nos quais as PME exercem actividade dividem-se em quatro grandes grupos:
serviços, indústria, comércio e construção.
§§ Uma Europa a três velocidades após a crise
Desde a recessão, as PME operam na realidade numa Europa a três velocidades com as
PME alemãs e suecas a beneficiarem de ambientes económicos muito mais favoráveis.
A força das economias nacionais e a qualidade da procura nacional foi sem dúvida uma
influência-chave no desempenho das PME nos últimos anos.
Velocidade de recuperação da economia das PME a nível nacional
Lento
Uma UE a 3 velocidades
Irlanda, Espanha, Portugal
Médio
França, Holanda, UK
Rápido
Suécia, Alemanha
§§ A competitividade nacional é fundamental
Uma posição competitiva a nível global pode ser alcançada independentemente do modelo
socio-económico adoptado pelo país. Por exemplo, as políticas públicas e fiscais da Alemanha,
dos Estados Unidos e da Suécia são muito diferentes e ainda assim estes países ocupam
o 4º, 5º e 6º lugar do ranking global de competitividade.
4
UM ESTUDO DO DESEMPENHO DO SECTOR DAS PME NA UE
1. Sumário Executivo
1.2 APRENDER COM OS MELHORES – SEIS FACTORES PARA QUE SE DESTAQUE
COM ÊXITO
Este estudo identificou seis factores que ajudam as PME a atingir com êxito um nível de desempenho
superior e a destacarem-se da multidão.
§§ Manter o foco no mercado
Não devemos considerar a forma como nos posicionamos no mercado como algo fixo, mas
sim em constante mudança.
É essencial ter acesso a um fluxo constante e actualizado de informação sobre o mercado,
e investir tempo e atenção na identificação de mensagens e sinais importantes subjacentes
ao mesmo, de modo a que se possam tomar decisões adequadas e agir atempadamente.
§§ Criar valor acrescentado
O modelo tradicional de negócio associado ao retalho, serviço, comércio ou outra actividade,
com pouco valor acrescentado em termos de diferença de marca, tecnologia e knowhow já não é suficiente para as empresas de hoje em dia. Para que as PMEs possam ser
competitivas e ter sucesso, devem envolver outras variáveis e adicionar mais valor para
os seus clientes. A tecnologia tornou-se num facilitador chave deste processo.
§§ Criar resiliência e actuar com disciplina financeira
A criação de áreas de segurança, resultantes da poupança inerente aos maiores níveis
de rendibilidade, associada a uma atitude prudente em relação ao endividamento são as
principais características das PMEs que se destacam.
§§ Dimensionar correctamente a organização
Ter a dimensão certa e a massa crítica adequada para os desafios competitivos é absolutamente
crucial para o desempenho da organização. Em alguns casos, as empresas não conseguem
manter a sua posição no mercado se não forem significativamente maiores. Por esse motivo,
as PMEs devem manter abertura quanto a eventuais fusões, alianças e negócios conjuntos
de modo a fortalecer a sua posição no mercado.
§§ Alargar o horizonte internacional e a presença geográfica
Embora a exportação não esteja ao alcance de todas as PME, o ónus do crescimento e
da recuperação na maioria das economias nacionais recai actualmente sob um número
limitado de PME. As empresas que não expandem os seus negócios além dos mercados
locais ou regionais ficam dependentes exclusivamente da procura interna.
§§ Gerir hoje para liderar amanhã
Segundo a nossa experiência, a qualidade da gestão da empresa é o factor mais determinante
no sucesso ou fracasso do negócio. Independentemente do país, sector ou dimensão, todos
os negócios devem centrar-se, tanto a curto como a médio prazo, em quatro factores
fundamentais de referência:
• Posição no mercado, oferta ao cliente e venda;
8 países
incluídos no estudo
• Operações e serviço ao cliente;
• Finanças, rendimento do negócio e gestão de risco;
• Liderar e gerir pessoas e equipas.
COMO SER UMA PME DE REFERÊNCIA
5
2. ENQUADRAMENTO
6
UM ESTUDO DO DESEMPENHO DO SECTOR DAS PME NA UE
Background
2. Enquadramento
2.1 NÚMERO E DIMENSÃO DAS EMPRESAS
O segmento das Pequenas e Médias Empresas (PME) da economia não-financeira na Europa
engloba mais de 20 milhões de empresas. As PME podem ser classificadas como micro,
pequenas e médias até um máximo de 250 colaboradores. Os principais factores que
determinam se uma empresa é micro, pequena ou média são o número de colaboradores
e o volume de negócios ou total de balanço.
Colaboradores
E
Volume de negócios
OU
Total do balanço
Micro < 10
< € 2 m
<€2m
Pequena < 50
< € 10 m
< € 10 m
Média < 250
< € 50 m
< € 43 m
Embora este estudo se centre sobretudo no segmento das PME, também são referidas as grandes
empresas. As grandes empresas são as do sector privado ou as não-PME, nomeadamente as que
empregam mais de 250 colaboradores.
Colaboradores
Grandes
> 250
E
Volume de negócios
> € 50 m
OU
Total do balanço
€ 43 m
2.2 PAÍSES INCLUÍDOS NO ESTUDO
Os países seleccionados são: Alemanha (DE), Suécia (SE), Holanda (NL), Portugal (PT), Espanha
(ES), França (FR), Irlanda (IE) e Reino-Unido (UK). Estes países foram seleccionados por
terem economias nacionais e um correspondente desempenho das PME suficientemente
diversificados para uma comparação útil, sendo ao mesmo tempo amplamente representativos
da economia europeia.
Estes oito países, doravante UE-8, representam pouco mais de metade da população total
de PME da UE-27, pouco menos de 60% do emprego total, 70% do valor acrescentado total
gerado na UE-27. Por outras palavras, a UE-8 conta com 10, 9 milhões de PME que empregam
51, 6 milhões de pessoas e geram € 2,4 biliões de valor acrescentado.
2.3 METODOLOGIA
A metodologia adoptada para o presente estudo incluiu a consolidação de dados e informação
proveniente de inúmeros relatórios e bases de dados nacionais e da UE. Este trabalho
foi complementado com entrevistas a especialistas da Mazars nos diferentes países
seleccionados para análise.
A lista completa de referências utilizadas no presente estudo é apresentada na Secção 8.
COMO SER UMA PME DE REFERÊNCIA
7
3. FACTOS IMPORTANTES – UM
MERCADO SATURADO E COMPETITIVO
8
UM ESTUDO DO DESEMPENHO DO SECTOR DAS PME NA UE
3. Key
facts – A crowded
and competitive
3. Factos
Importantes
– Um mercado
saturado e marketplace
competitivo
3.1 A PME EUROPEIA É UMA EM CERCA DE 21 MILHÕES
Em 2013 a economia de mercado não-financeira representava um total de aproximadamente 21 milhões
de empresas que podem ser divididas em duas categorias:
PME ou empresas com
Grandes empresas ou empresas com
< 250 pessoas
> 250 pessoas
(aproximadamente 20,6 milhões no total)
(aproximadamente 44 mil no total)
SEGMENTO PME
O segmento das PME representa 99, 8% da população total de empresas na Europa. Este
segmento emprega 87 milhões de trabalhadores e gera 3.4 triliões de euros de valor
acrescentado para a economia. Assim, o segmento das PME emprega dois terços dos
trabalhadores e gera aproximadamente 58% do valor acrescentado bruto total1 na economia
de mercado não-financeira.
Fonte: Eurostat (2013) Base de dados de estatísticas estruturais das empresas.
Esta população total de empresas, incluindo PME (20,6 milhões) e grandes empresas (cerca de 44
mil), está detalhada por país conforme a Tabela 1.
Tabela 1: Número de empresas por dimensão
DE
ES
FR
IE
NL
PT
SE
UK
EU-8
EU-27
Micro 1 809 659
2 106 499
2 368 958
125 474
627 609
757 093
638 361
1 453 811
9 887 464
19 025 518
Pequenas
334 803
121 119
128 306
14 577
45 007
36 026
29 112
141 442
850 392
1 362 643
Médias
57 252
15 502
20 462
2 566
8 431
5 361
4 928
25 135
139 636
225 952
Total PME
2 201 715
2 243 120
2 517 725
142 618
681 047
798 480
672 401 1 620 388 10 877 493
20 614 113
Grandes
11 023
2 736
4 526
458
1 523
763
Total 2 212 738
2 245 856
2 522 251
143 075
682 570
799 243
1 035
5 870
27 933
44 021
673 436 1 626 258 10 905 426
20 658 134
Fonte: Eurostat (2013) Base de dados de estatísticas estruturais das empresas
SEGMENTO MICRO PME
O segmento das Micro PME, as que empregam menos de 10 pessoas, é o mais dominante na
UE-27. São poucas as empresas que ultrapassam a fase de micro. Na UE-27, aproximadamente
92% das empresas tem menos de 10 colaboradores. Este panorama é comum a todos os
países. No entanto, por várias razões que não apenas o seu perfil dimensão, o mercado
alemão é o único com uma percentagem de micro-empresas significativamente mais baixa
do que os seus parceiros europeus.
1 O valor acrescentado bruto é o rendimento de uma entidade ou país menos as despesas directas associadas à produção, sem dedução da depreciação ou custos fixos.
COMO SER UMA PME DE REFERÊNCIA
9
Key facts
– A crowded
andmercado
competitive
marketplace
3. Factos
Importantes
– Um
saturado
e competitivo
Figure 1: SME Enterprises Split by Size
1.1%
Imagem 1: PME por dimensão
0.2%
6.6%
92.1%
Micro
Pequenas
Médias
Grandes
Este padrão da predominância de micro PME entre as PME
é comum na UE-27 e nos oito países seleccionados para
análise. No entanto, o modelo alemão de “Mittelstand” das
PME sobressai com mais do dobro de PME (17, 8%) quando
comparado com a média da UE-27 (7, 7%) ou por outro
lado, uma percentagem muito inferior de micro empresas,
aproximadamente 10% inferior à média dos restantes 7
países analisados. Embora a Alemanha seja claramente
uma excepção, os segmentos de PME da Irlanda e Reino
Unido apresentam também uma percentagem ligeiramente
inferior de micro PME.
Fonte: Eurostat (2013) Base de dados de estatísticas estruturais das empresas
Imagem 2: PME por dimensão por país
Imagem 2: PME por dimensão por país
Portugal
Espanha
Suécia
França
Holanda
UE 8
Reino Unido
Irlanda
Alemanha
75%
80%
Micro
85%
90%
Pequenas
Médias
95%
100%
Grandes
Fonte: Eurostat (2013) Base de dados de estatísticas estruturais das empresas
10
UM ESTUDO DO DESEMPENHO DO SECTOR DAS PME NA UE
Key Facts
– A Crowded
Competitive
Place
3.3.Factos
Importantes
– Um and
mercado
saturado Market
e competitivo
3.2 CONTRIBUTO DAS PME PARA O EMPREGO E VALOR ACRESCENTADO BRUTO (VAB)
O contributo das PME para a taxa de emprego total varia entre 52% no Reino Unido e 79%
em Portugal. O segmento das PME tem uma importância significativamente maior em
termos de emprego em Espanha (75%), em Portugal (79%) e na Irlanda (70%). Enquanto o
sector das PME também contribui de forma mais significativa para o valor acrescentado
bruto tanto em Espanha (65%) como em Portugal (69%), o contributo das PME para o valor
acrescentado bruto é muito inferior na Irlanda, com apenas 50%.
Irlanda
Emprego PME
Valor Acrescentado Bruto
Espanha
70%
50%
Portugal
75%
65%
79%
69%
A grande dependência do segmento das PME em Espanha e Portugal em matéria de emprego
poderá ser preocupante pelas seguintes razões:
• A tendência negativa contínua na procura nacional nos dois países.
• A tendência negativa contínua do emprego no segmento das PME (que
provavelmente continuará a ter impacto na procura nacional).
• A tendência negativa ou para a estagnação do valor acrescentado bruto no
segmento das PME.
• Portugal e Espanha estão abaixo da UE-27 no que diz respeito à participação em
actividades de valor acrescentado.
• Portugal e Espanha encontram-se também abaixo da média da UE-27 nos três
indicadores de valor acrescentado nomeadamente a participação na produção de
alta tecnologia, alta e média-alta tecnologia e serviços de conhecimento intensivo.
O segmento das PME parece menos importante para o valor acrescentado bruto nas
economias com uma percentagem mais alta de grandes empresas. O contributo das PME
para o valor acrescentado varia entre os 50-54% na Irlanda, Reino Unido e Alemanha e os
60-70% na Holanda, Espanha e Portugal. O contributo mais baixo para o valor acrescentado
bruto por parte das PME irlandesas deve-se a uma produtividade mais baixa, uma vez
que muitas PME irlandesas são pequenas empresas não exportadoras, dependentes da
economia nacional, muito enfraquecida desde 2008. O facto de o Estado irlandês ter-se
concentrado na atracção de investimento directo estrangeiro resultou num contributo maior
das grandes empresas para o valor bruto global.
Tabela 2: Percentagem do contributo das PME
DE
ES
FR
IE
NL
PT
SE
UK
EU-8
EU-27
Empresas
99.5%
99.9%
99.8%
99.7%
99.8%
99.9%
99.8%
99.6%
99.7%
99.8%
Emprego
62.3%
74.8%
63.6%
69.9%
66.5%
79.2%
64.9%
52.3%
63.1%
66.6%
VAB
54.2%
64.8%
58.2%
50.3%
63.8%
68.6%
57.7%
49.8%
56.2%
57.8%
Fonte: Eurostat (2013) Base de dados de estatísticas estruturais das empresas
COMO SER UMA PME DE REFERÊNCIA
11
Key facts
– A crowded
andmercado
competitive
marketplace
3. Factos
Importantes
– Um
saturado
e competitivo
Tabela 3: Contributo das PME em valores absolutos
DE
ES
FR
IE
NL
PT
SE
UK
EU-8
EU-27
Empresas (milhões)
2.20
2.24
2.52
0.14
0.68
0.80
0.67
1.62
10.88
20.61
Emprego (milhões)
16.43
8.00
9.33
0.76
3.56
2.36
1.97
9.30
51.70
87.09
VAB (mil milhões)
765
285
505
39
191
49
108
460
2,402
3,430
Fonte: Eurostat (2013) Base de dados de estatísticas estruturais das empresas.
A Tabela 3 apresenta a população e o contributo para o emprego e valor acrescentado bruto
em termos absolutos. A população varia entre 140 000 empresas na Irlanda e mais de 2
milhões na Alemanha, Espanha e França.
Grandes Empresas – Contributo para o Valor Acrescentado Bruto
Aproximadamente 1% do total de empresas gera 60% do valor acrescentado total. Apenas
44 mil grandes empresas (0,2% de toda a população empresarial) geram aproximadamente
42% do valor acrescentado total do sector privado. Enquanto a população global de grandes
empresas é muito baixa em todos os países, esta pequena percentagem representa um
contributo significativo para o valor acrescentado. Quando considerada também as PME
médias, a população total de 270 mil empresas (ou pouco mais de 1% de toda a população
empresarial) gera 60% do valor acrescentado total.
A Alemanha, o Reino Unido e a Irlanda apresentam uma percentagem de grandes empresas
mais alta do que os seus parceiros europeus. O seu contributo para o valor acrescentado
é particularmente forte, com esta pequena percentagem de organizações a gerarem
praticamente metade do valor acrescentado total. Na Alemanha 45,8% do valor acrescentado
bruto é gerado por grandes empresas (0, 5% da população total). No Reino Unido pouco
mais de metade (50,2%) do valor acrescentado total é gerado pelas grandes empresas (0,
36% de todas as empresas) enquanto que na Irlanda aproximadamente metade do valor
acrescentado bruto (49,7%) é gerado por grandes empresas (0,32% do total de empresas).
Este contributo significativo das grandes empresas para o valor acrescentado bruto também
se verifica no caso dos países com uma percentagem inferior de grandes empresas.
3.3 SECTORES ECONÓMICOS
Um número significativo de PME (45, 9%) na UE-27 pertence ao sector dos serviços. Estas
PME orientadas para os serviços empregam 39,1% de todos os trabalhadores e contribuem
para 41,5% do valor acrescentado bruto total no segmento das PME. Os gráficos da Imagem
3 representam a distribuição por sectores na UE-27 em termos de população, emprego e
valor acrescentado bruto. Destacam por exemplo o facto de, apesar de se tratar de uma
percentagem significativamente inferior de empresas envolvidas no sector, estas contribuem
notoriamente mais em termos relativos para o emprego e para o valor acrescentado bruto.
Imagem 3: Contributo das PME por sector
Figure 3: SME Contribution by Broad Sector
Serviços
Construção
Indústria
Comércio
Valor Acrescentado Bruto
Emprego
População de empresas
11%
46%
28%
22%
26%
46%
39%
24%
22%
11%
42%
11%
15%
13%
12%
Fonte: Eurostat (2013) Base de dados de estatísticas estruturais das empresas.
12
UM ESTUDO DO DESEMPENHO DO SECTOR DAS PME NA UE
3. Key
facts – A crowded
and competitive
3. Factos
Importantes
– Um mercado
saturado e marketplace
competitivo
Enquanto os sectores dos serviços e comércio parecem contribuir menos para o valor
acrescentado bruto, relativamente ao peso da sua percentagem activa no sector, a construção
contribui de forma mais consistente com 12-15% em todos os indicadores – números activos
no sector, colaboradores e valor acrescentado bruto.
Na UE-27, embora 11% das empresas pertençam ao sector da indústria, representam o
dobro da contribuição para o emprego (22%) e para o valor acrescentado bruto (24%). Isto
deve-se provavelmente à predominância de grandes PME no sector da indústria. Assim,
uma percentagem maior de empresas envolvidas nos sectores industriais, sobretudo na
produção, deverá teoricamente apresentar um contributo maior em termos de emprego e
valor acrescentado para a economia nacional.
Uma análise mais aprofundada do perfil sectorial mostra variações importantes em termos
de distribuição sectorial quando se faz uma análise país por país. Espanha e, em menor
escala, Portugal, têm uma percentagem significativamente mais alta de empresas no sector
do comércio do que os outros países da UE-8.
Tabela 4: Distribuição sectorial do segmento PME – Número de empresas
DE
ES
FR
IE
NL
PT
SE
UK
EU-27
Indústria
9.8%
8.3%
10.1%
3.1%
7.3%
9.3%
9.1%
7.7%
10.8%
Comércio
26.8%
32.3%
24.1%
26.0%
26.5%
29.9%
19.6%
21.4%
28.5%
Serviços
52.1%
48.9%
45.0%
53.0%
48.8%
49.2%
57.0%
55.6%
45.9%
Construção
11.2%
10.4%
20.8%
17.9%
17.4%
11.6%
14.2%
15.3%
14.8%
Fonte: Eurostat (2013) Base de dados de estatísticas estruturais das empresas
Tabela 5: Distribuição sectorial do segmento PME – Número de colaboradores
DE
ES
FR
IE
NL
PT
SE
UK
EU-27
Indústria
22.2%
17.0%
20.5%
12.4%
14.4%
24.9%
20.1%
16.4%
22.3%
Comércio
25.9%
28.7%
24.0%
32.1%
28.5%
27.0%
23.1%
21.9%
25.9%
Serviços
41.8%
42.1%
40.1%
49.5%
45.6%
33.4%
42.7%
50.5%
39.1%
Construção
10.1%
12.2%
15.4%
6.0%
11.5%
14.7%
14.1%
11.2%
12.7%
Fonte: Eurostat (2013) Base de dados de estatísticas estruturais das empresas
Tabela 6: Distribuição sectorial do segmento PME – Valor Acrescentado Bruto
DE
ES
FR
IE
NL
PT
SE
UK
EU-27
Indústria
25.5%
23.5%
19.4%
22.2%
19.8%
27.5%
22.0%
18.7%
24.3%
Comércio
23.3%
23.9%
21.8%
28.5%
26.3%
25.5%
20.2%
18.5%
22.5%
Serviços
42.7%
39.2%
44.9%
44.2%
42.2%
34.4%
46.3%
49.8%
41.5%
Construção
8.4%
13.5%
13.9%
5.1%
11.7%
12.6%
11.6%
12.9%
11.7%
Fonte: Eurostat (2013) Base de dados de estatísticas estruturais das empresas
O contributo dos sectores para o valor acrescentado bruto reflecte a importância de cada
um nas respectivas economias.
§§ Em termos percentuais, a indústria contribui mais para o valor acrescentado bruto em
Portugal e na Alemanha do que na média da UE. O contributo das empresas irlandesas
COMO SER UMA PME DE REFERÊNCIA
13
Key facts
– A crowded
andmercado
competitive
marketplace
3. Factos
Importantes
– Um
saturado
e competitivo
para o valor acrescentado bruto encontra-se por outro lado próximo da média apesar da
pequena percentagem de empresas activas na indústria.
§§ O comércio tem uma importância mais significativa na Irlanda do que noutros países
europeus, com mais 6% do que o contributo médio da UE para o valor acrescentado bruto.
§§ O sector dos serviços é particularmente importante tanto para o Reino Unido como para
a Suécia em termos de contributo para o valor acrescentado bruto. O valor acrescentado
bruto para o Reino Unido é aproximadamente 8% superior à média da UE-27 e o valor
acrescentado bruto da Suécia é aproximadamente 5% superior.
§§ Construção – a comparação dos contributos relativos do sector da construção também
revela algumas disparidades entre países que podem requerer uma análise mais
aprofundada. Enquanto que a nível global da UE-27 o contributo para a população,
emprego e valor acrescentado se situa nos 12-15% em todos os indicadores, a nível dos
países existem diferenças assinaláveis. Só em Espanha e Portugal o sector da construção
contribui mais em termos de emprego e valor acrescentado bruto do que em termos de
população (número de empresas), o que poderá apontar para problemas de produtividade
noutros países. Na Irlanda, embora a construção represente aproximadamente 18%
da população total de empresas, contribui apenas para 6% do emprego e 5% do valor
acrescentado bruto e fica muito abaixo da maioria dos restantes países e da média da
UE-27, aproximadamente 10-11%.
Uma análise mais pormenorizada dos sectores mostra que uma percentagem significativa
das PME em todos os países está presente em três sectores que dependem fortemente da
procura nacional. A percentagem de PME representadas na construção, vendas grossistas ou
a retalho e serviços de hotelaria e restauração e cerca de 50%, tanto em termos de população,
como de emprego na EU-27, o que constitui uma preocupação, sobretudo nos países em
que a procura nacional tem sido e provavelmente continuará a ser reduzida no curto ou
médio prazo. A Suécia parece ser de certa forma, um caso à parte, com uma participação
das PME suecas nestes sectores aproximadamente 10% inferior à dos parceiros europeus.
Tabela 7: Percentagem do contributo das PME nos sectores nacionais
IE
FR
DE
SE
NL
UK
PT
ES
EU-27
Número
54%
55%
49%
38%
50%
45%
51%
55%
50%
Emprego
56%
49%
47%
44%
49%
45%
52%
53%
48%
Valor Acrescentado
Bruto
41%
41%
35%
35%
41%
35%
44%
44%
38%
Fonte: Eurostat (2013) Base de dados de estatísticas estruturais das empresas
3.4 QUALIDADE DA CONCORRÊNCIA
O desempenho das PME diverge significativamente de país para país. Embora todos os países
e PME tenham sido afectados pela crise financeira mundial e a consequente recessão, as
PME nos diferentes países sentiram os seus efeitos em graus muito diferentes. As PME
de certos países foram mais afectadas, com resultados mais graves e duradouros. Uma
análise dos dados de desempenho realça o forte desempenho relativo das PME suecas e
alemãs quando comparado com as suas congéneres europeias. É evidente que, embora
comecem agora a surgir melhorias a nível nacional em termos de PIB, os segmentos de
PME em cada país têm ainda um longo caminho a percorrer para alcançar a situação em
que se encontravam antes da crise.
14
UM ESTUDO DO DESEMPENHO DO SECTOR DAS PME NA UE
3. Key
facts – A crowded
and competitive
3. Factos
Importantes
– Um mercado
saturado e marketplace
competitivo
Média
Fraca
Desempenho das PME
Irlanda, Espanha, Portugal, UK
Forte
França, Holanda
Suécia, Alemanha
Não obstante a melhoria do PIB prevista a partir de 2014 em todos os países com uma
retoma da economia global, embora a diferentes níveis, este indicador geral encobre de
certa forma o impacto no segmento das PME, sobretudo em países como a Irlanda onde uma
percentagem significativa de valor acrescentado bruto é gerada pelas empresas maiores.
A Alemanha e a Suécia são os dois únicos países que recuperaram totalmente, excedendo
mesmo os níveis de 2008, em termos de população, número de colaboradores e valor
acrescentado. A Espanha e a Irlanda foram os mais afectados em termos de diminuição
de empresas, número de colaboradores e valor acrescentado bruto. A Tabela 8 mostra
as tendências do número de PME entre 2008 e 2013. A Tabela 9 mostra o número de
trabalhadores de PME e a Tabela 10 representa o valor acrescentado bruto nas PME no
período entre 2008 e 2013, sendo 2008 o ano de referência para análise.
Tabela 8: Tendência no número de empresas (Índice: 2008=100)
2008
2009
2010
2011
2012
2013
França
100
94
108
113
107
108
Alemanha
100
108
110
114
115
118
Irlanda
100
101
91
84
84
86
Holanda
100
107
135
114
114
118
Portugal
100
95
110
108
104
103
Espanha
100
96
94
92
85
85
Suécia
100
102
106
108
109
116
Reino Unido
100
96
95
95
97
94
Fonte: Eurostat (2013) Base de dados de estatísticas estruturais das empresas
A Irlanda, Espanha e Reino Unido ainda não voltaram ao nível de 2008 em termos de
número de empresas. Por outro lado, a Alemanha, a Suécia e a Holanda excederam
significativamente os níveis alcançados em 2008. O crescimento na Holanda não apresentou
a mesma regularidade registada na Alemanha e na Suécia. A Holanda alcançou um pico
importante pós-crise em 2010 antes de voltar a cair significativamente em 2011. Desde
2013 está novamente em recuperação. Embora cinco dos oito países tenham recuperado
os níveis de 2008 em termos de número de empresas, tal não se reflectiu em níveis iguais
de emprego ou valor acrescentado bruto na maior parte dos países.
Tabela 9: Tendência no número de colaboradores (Índice: 2008=100)
2008
2009
2010
2011
2012
2013
França
100
112
116
110
110
113
Alemanha
100
109
112
116
117
117
Irlanda
100
88
83
83
83
84
Holanda
100
97
98
98
97
98
Portugal
100
95
99
96
92
90
Espanha
100
91
88
84
79
78
Suécia
100
94
98
102
99
103
Reino Unido
100
104
99
98
99
98
Fonte: Eurostat (2013) Base de dados de estatísticas estruturais das empresas
COMO SER UMA PME DE REFERÊNCIA
15
Key facts
– A crowded
andmercado
competitive
marketplace
3. Factos
Importantes
– Um
saturado
e competitivo
Só a Alemanha, Suécia e França recuperaram ou excederam os níveis de 2008 em termos do
número de colaboradores nas PME. A Irlanda e Espanha foram particularmente afectadas,
com quedas superiores a 15% relativamente aos níveis de 2008. Portugal também tem
vindo a sofrer uma queda nos últimos anos, que embora mais tardia, também é acentuada.
Tabela 10: Tendências do Valor Acrescentado Bruto (Índice: 2008=100)
2008
2009
2010
2011
2012
2013
França
100
92
98
97
97
98
Alemanha
100
102
103
112
112
115
Irlanda
100
88
77
77
77
78
Holanda
100
102
97
100
100
101
Portugal
100
95
100
97
94
93
Espanha
100
85
82
80
76
76
Suécia
100
87
102
98
99
105
Reino Unido
100
83
89
95
91
89
Fonte: Eurostat (2013) Base de dados de estatísticas estruturais das empresas
A Alemanha, a Suécia e a Holanda são os únicos países em que o valor acrescentado bruto
já excedeu os níveis de 2008. Apenas na Alemanha e na Suécia o valor acrescentado bruto
coincide com aumentos superiores a 2008, tanto do número de empresas como no emprego.
A mais recente sondagem BCE SAFE (Agosto a Outubro de 2013) também reflecte este
padrão divergente do desempenho das PME nos diferentes países. A Comissão Europeia
(CE) e o Banco Central Europeu (BCE) lançaram uma sondagem sobre o acesso das PME ao
financiamento na União Europeia (SAFE), que agora é realizada em 37 países.
Os resultados da sondagem BCE SAFE realçam ainda mais a posição relativa forte das
PME alemãs e suecas, registando crescimentos líquidos percentuais mais elevados em
termos de volume de negócios (+26% nos dois países) e de margens de lucro (Alemanha
+6%, Suécia +11%).
3.5 UMA EUROPA A TRÊS VELOCIDADES
A força das economias nacionais e a qualidade da procura interna foi obviamente determinante
no desempenho das PME. Alguns países tinham economias fortes e sustentáveis e
amortecedores sólidos quando entraram na crise, enquanto outros estavam muito expostos
em termos relativos. A força da economia nacional e a capacidade de os governos nacionais
aplicarem contramedidas foram particularmente importantes para as PME, que em geral
são mais dependentes da procura interna nacional.
Em alguns países como a Irlanda, Portugal e Espanha, a capacidade de os governos intervirem
e permitirem aos estabilizadores automáticos entrarem em acção e preservarem a procura
nacional, foi gravemente prejudicada por finanças públicas fracas, por níveis crescentes
de dívida pública resultantes da transferência de níveis excessivos de dívida privada para o
balanço do Estado e pelas consequentes medidas de austeridade. O resultado foi a entrada
de muitas PME na crise e a prosseguirem com a sua actividade de forma eficaz durante a
crise partindo de uma situação muito debilitada. Os países com uma grande percentagem
16
UM ESTUDO DO DESEMPENHO DO SECTOR DAS PME NA UE
3. Key
facts – A crowded
and competitive
3. Factos
Importantes
– Um mercado
saturado e marketplace
competitivo
de empresas não exportadoras, em especial no segmento das PME, foram particularmente
afectados pela descida acentuada na procura interna posterior à crise e pelo carácter
duradouro desta queda.
Médio
Lento
Uma Europa a três
velocidades
Irlanda, Espanha, Portugal
Rápido
França, Holanda, UK
Suécia, Alemanha
Uma análise das tendências do PIB entre países desde 2008, com previsões até 2014 e
2015, revela um aspecto do impacto da economia financeira ao nível da economia nacional.
Imagem 4: Taxa cumulativa de crescimento do PIB real (2008 - 2013)
e previsões (2014-2015) (Índice 2008=100)
Figure 4: Cumulative Real GDP growth rate (2008 - 2013) and projections (2014-2015) (Index 2008=100)
115
110
105
100
95
90
2008
US
Suécia
2009
2010
Alemanha
Reino Unido
2011
2012
França
Zona Euro
2013
2014
Irlanda
Holanda
2015
Espanha
Portugal
Fonte: OCDE 2009
COMO SER UMA PME DE REFERÊNCIA
17
Key facts
– A crowded
andmercado
competitive
marketplace
3. Factos
Importantes
– Um
saturado
e competitivo
A maior parte dos países assistiu a uma queda em forma de V em 2008 e 2009, com
recuperação a partir de 2010, embora o alcance da recuperação varie muito. Esta queda
em V, seguida de recuperação, não aconteceu na Irlanda nem em Espanha, onde o impacto
da crise foi mais demorado e duradouro.
Portugal assistiu a uma recuperação em V, mas o impacto da crise foi de certa forma
adiado com uma segunda queda importante no crescimento do PIB desde finais de 2009/
início de 2010. A Holanda também sofreu um impacto tardio após a recuperação inicial.
Quando a Holanda se encontrava em trajectória de recuperação logo após a queda em V, o
desempenho piorou novamente em 2011 e ainda não recuperou os níveis anteriores à crise.
Após uma queda imediatamente posterior à crise, a Suécia, a Alemanha e França (assim
como os Estados Unidos) começaram a recuperar a partir de 2010, embora a recuperação
em França se tenha mantido em níveis baixos durante um período mais longo. A crise teve
um impacto mais prolongado no Reino Unido, que agora recuperou e ultrapassou os níveis de
2008, com fortes previsões de crescimento para 2014 e 2015. A Irlanda, Espanha e Portugal
mantiveram-se abaixo dos níveis de 2008 em 2013. Embora o impacto tenha sido severo e
prolongado na Irlanda, Espanha e Portugal, a Irlanda demonstrou em anos recentes algum
progresso, reduzido mas regular, ao contrário da tendência negativa contínua de Espanha
e Portugal. O resultado é mais positivo para a Irlanda, com algumas previsões apontando
para os níveis de 2008 a partir de 2016. Portugal e Espanha, no entanto, parecem ter de se
esforçar mais e durante mais tempo para alcançar os níveis de 2008.
Embora o desempenho do PIB na maior parte dos países tenha resultado numa tendência
de retoma mais recente, que se prevê vir a melhorar com a retoma do ambiente económico
global, em muitos casos isto foi potenciado pelo crescimento orientado para a exportação. No
entanto, muitas PME estão activas em sectores que não estão orientados para a exportação.
Mesmo no caso de exportarem, muitas só mantêm uma actividade reduzida e, desta forma,
estão total ou parcialmente dependentes da procura nacional que, como mostra a Imagem
5, continua reduzida ou muito abaixo dos níveis anteriores à crise.
A procura interna é sobretudo importante para o segmento das PME devido que grande
percentagem de PME locais não exportadoras em alguns países. Enquanto em alguns
países a qualidade da procura interna só foi afectada de forma marginal durante um
curto período imediatamente após a crise, tendo estabilizado a níveis semelhantes aos do
pré-crise (Holanda e Reino Unido) ou recuperado para um nível melhor (França, Suécia e
Alemanha), a situação na Irlanda, Espanha e Portugal resultou numa descida acentuada
da procura interna, que se manteve e continua muito abaixo dos níveis de 2008. Espanha,
Portugal e a Irlanda continuam 15% abaixo dos níveis de procura de 2008, no final de 2013,
com a Irlanda e Espanha a passarem por uma queda precoce e duradoura da procura e
Portugal mais tarde a partir de 2010.
Outros países não foram afectados com a mesma gravidade. Na Suécia e na França, em
especial, os estabilizadores automáticos desempenharam o seu papel, anulando o impacto
na procura interna. Em França, no entanto, algumas destas iniciativas parecem agora
afectar a competitividade e abrandar a recuperação.
18
UM ESTUDO DO DESEMPENHO DO SECTOR DAS PME NA UE
3. Key
facts – A crowded
and competitive
3. Factos
Importantes
– Um mercado
saturado e marketplace
competitivo
Figure 5: Trends in Domestic Demand Imagem
(index: 2008=100)
5: Tendências na procura interna (Índice: 2008=100)
110
Valor do Índice
105
100
95
90
85
80
75
2008
2009
Suécia
2010
2011
França
Reino Unido
Alemanha
2012
Holanda
Portugal
Espanha
Irlanda
2013
Fonte: Contas Nacionais Anuais Eurostat (2013)
3.6 A COMPETITIVIDADE NACIONAL É FULCRAL
As classificações de competitividade mundial são um indicador importante do desempenho
nacional das PME. A competitividade a nível nacional é o principal factor na garantia de um
crescimento sustentado. Assim, o desempenho relativo de cada país numa gama de indicadores
constitui um contexto importante para todas as análises baseadas na comparação entre
países. O Relatório de Competitividade Global avalia a posição de competitividade nacional
de 148 economias e constitui a análise mais abrangente deste tipo. Abaixo, um resumo da
evolução da competitividade da UE-8 desde 2011/12, com a Alemanha e a Suécia a liderar.
PT
ES
IE
FR
UK
NL
SE
DE
2011/2012
45
36
29
18
10
7
3
6
2012/2013
49
36
27
21
8
5
4
6
2013/2014
51
35
28
23
10
8
6
4
Evolução
Fonte: Forum Económico Mundial (2013) Relatório de Competitividade Global 2013-2014
COMO SER UMA PME DE REFERÊNCIA
19
4. APRENDER COM AS MELHORES PME
COMO SE DESTACAR NA MULTIDÃO
20
UM ESTUDO DO DESEMPENHO DO SECTOR DAS PME NA UE
Learning
from
the best SMEs
4.4.Aprender
com
as melhores
PME
APRENDER COM AS MELHORES PME – COMO SE DESTACAR NA MULTIDÃO
O êxito de um negócio assenta na premissa de que algumas coisas correm bem e outras não correm mal. Não é
de todo uma ciência oculta. A maioria das questões empresariais pode ser controlada até certo ponto, apesar de
algumas implicarem os factores sorte e sentido de oportunidade. Porém, com um melhor posicionamento, gestão e
um balanço robusto, a sorte torna-se consideravelmente menos importante.
Em alguns países, as PME sofreram um duplo golpe – por um lado, depararam-se com uma
economia nacional vulnerável e uma procura interna paupérrima e, por outro, foram atingidas
por balanços frágeis e estruturas de financiamento insustentáveis quando mergulharam
na crise. No início de 2014, perante um panorama global mais positivo, começaram a surgir
melhorias a nível nacional em matéria de PIB. No entanto, os segmentos de PME em alguns
países ainda têm um longo caminho pela frente até regressarem à posição pré-crise. Apesar
de algum deste sucesso se dever bastante à economia nacional e à qualidade da procura
interna – que se encontram fora do controlo de cada PME – uma série de outros aspectos
exigirão atenção reforçada ao nível de cada PME e da política nacional.
Este estudo identificou seis factores-chave de êxito para ajudar as PME a alcançarem um desempenho superior e a destacarem-se na multidão
✔
✔
✔
✔
✔
✔
Manter o foco no mercado
Criar valor acrescentado
Criar resiliência e actuar com disciplina financeira
Dimensionar correctamente a organização
Alargar o horizonte internacional e a presença geográfica
Gerir hoje para liderar amanhã
4.1 MANTER O FOCO NO MERCADO
É cada vez mais importante que as PME sejam muito claras quanto à posição que pretendem
assumir no sector onde decidem operar e que tenham bem presentes as dinâmicas e
mudanças nesse sector. As recentes experiências de muitas PME envolvidas em sectores
como a construção e o retalho constituem, sem dúvida, um exemplo flagrante em matéria
de posicionamento, compreensão e previsão de tendências de mercado e gestão de risco.
As melhores PME a nível internacional têm demonstrado que esse foco é fundamental.
Hermann Simon, autor de "Campeões Ocultos: Aufbruch nach Globalia”, descreve este foco
preciso como um dos ingredientes fundamentais dos “Campeões Ocultos” alemães, líderes
de mercado de média dimensão nos seus respectivos mercados mundiais. Estas empresas
definem os seus mercados de forma restrita, conhecem os seus mercados e a sua dinâmica a
fundo e aprofundam a cadeia de valor. São pragmáticas no que diz respeito ao equilíbrio entre
o foco e a profundidade na sua escala. E, apesar de contratarem externamente, adoptam uma
abordagem contra a contratação externa no que diz respeito às suas competências chave, com
vista a garantir um controlo de qualidade total e para se concentrarem em ser as melhores
a nível internacional. Apesar de nem todas as PME ambicionarem desempenhar um papel
internacional ou mesmo liderar, até agentes locais ou regionais precisam de compreender
como acrescentam valor e se diferenciam nos mercados. Um retalhista local, por exemplo,
pode distinguir-se vendendo produtos frescos locais ou, citando um comentador, “Não
continue a fazer hambúrgueres quando a McDonald’s chega à cidade. Venda outra coisa”2.
2 Sun, L Impact of Globalisation on Small Business http://www.businessdictionary.com/article/583/impact-of-globalization-on-small-businesses/
COMO SER UMA PME DE REFERÊNCIA
21
4. Aprender com as melhores PME
Lições
Para algumas empresas haverá decisões difíceis em matéria
de sector e posição de mercado, sobretudo para aquelas
que não abordaram de forma estratégica e a longo prazo os
mercados e a posição de mercado. Na UE-27, metade das
PME, em termos de número e emprego, está presente em
três sectores que dependem fortemente da procura interna
– construção, comércio grossista e retalho, restauração
e alojamento. Dada a proporção significativa de PME
com actividade nestes sectores tradicionais, e sobretudo
naqueles países onde a procura interna se mantém baixa
ou estagnada, muitas PME exercem a sua actividade num
espaço muito competitivo onde o crescimento orgânico
será complicado e terão de ser tomadas decisões difíceis,
como por exemplo:
Reposicionamento da oferta do
produto ou serviço
As PME poderão procurar reposicionar o seu produto ou
serviço a outros clientes-alvo, por exemplo, gama alta
versus gama baixa.
Consolidação com Outras Entidades
As organizações poderão beneficiar de economias de
escala e da aquisição de poder através da consolidação
com outras a nível regional ou nacional. De modo geral,
as organizações maiores têm mais sucesso em termos
financeiros. Por conseguinte, a consolidação com vista à
dimensão e crescimento poderá ser em si um meio para
a estratégia a longo prazo que visa apoiar um acesso
melhorado ao crédito.
22
UM ESTUDO DO DESEMPENHO DO SECTOR DAS PME NA UE
Alinhamento com iniciativas e
estratégias nacionais e regionais
Há benefícios que poderão ser impulsionados através
da participação em pólos sectoriais ou da indústria. Por
exemplo, operadores de alojamento e restauração precisam
de garantir que estão alinhados com iniciativas e estratégias
de turismo para reforçar o número de visitantes, a duração
das estadias e os níveis de despesa.
Pequena não significa
necessariamente simples
92% das PME na UE-27 são micro PME. As atenções
poderiam ser concentradas em garantir que as melhores
práticas em matéria de modelos de negócio, eficiência
operacional, práticas de gestão e tecnologia se integram no
ADN deste importante grupo de PME.
A agilidade recompensa
Apesar de muitas vezes as PME se encontrarem em
desvantagem em termos de escala e estrutura em
comparação com empresas maiores que normalmente
têm acesso a capital, equipas maiores de especialistas,
economias de escala e maior capacidade para assumirem
riscos em portfolios maiores e mais diversificados, existem
também vantagens para as PME em matéria de agilidade.
Frequentemente, as PME conseguem reagir mais depressa
a exigências do mercado e dos clientes, em mudança
estão mais próximas dos seus clientes, desenvolvem uma
relação pessoal mais sólida com estes e tomam decisões
mais rapidamente do que empresas maiores.
Learning
from
the best SMEs
4.4.Aprender
com
as melhores
PME
4.2 CRIAR VALOR ACRESCENTADO
Em alguns países, o modelo operacional das PME ainda é muito tradicional. Baseia-se numa
única loja, serviço, comércio ou actividade com pouco valor acrescentado através da marca,
tecnologia e know how único. Para as economias competirem e terem êxito, uma maior
percentagem de PME terá de acrescentar valor ao que faz.
O Painel de Inovação (2013) mais recente relata que o desempenho em matéria de inovação
melhorou na Europa, não obstante a crise económica a longo prazo. Porém, realça que os
fossos em matéria de desempenho relativo estão a aumentar nos Estados Membros, com as
pioneiras, as líderes em inovação, a melhorarem significativamente o seu desempenho enquanto
outras revelam um progresso mais limitado ou reduzido. A Alemanha e a Suécia mais uma
vez lideram nesta área com Espanha e Portugal a ficarem para trás em matéria de inovação.
Pólo de inovação
Posição de 8 países
Outros países na Europa
Líderes em inovação (acima da média da UE)
Alemanha, Suécia
Dinamarca, Finlândia
Seguidores de inovação (próximos da média da UE)
Holanda, Reino Unido, Irlanda, França
Luxemburgo, Áustria, Eslovénia, Chipre e Estónia
Inovadores moderados (abaixo da média da UE)
Espanha, Portugal
Itália, República Checa, Grécia, Eslováquia, Hungria, Malta e Lituânia
Inovadores modestos (bastante abaixo da média da UE)
N/D
Polónia, Letónia, Roménia e Bulgária
A Análise de Desempenho das PME (ECorys, 2012) sugere que em alguns países as PME
recuperaram para os níveis de 2008 em termos de valor bruto acrescentado e emprego
devido à sua sólida posição na indústria transformadora de alta e média tecnologia e por
possuírem serviços de conhecimento intensivo robustos.
Tabela 11: Percentagem de indústria transformadora de tecnologia
alta e média-alta e serviços de conhecimento intensivo
População PME
(Número Total)
Indústria transformadora de alta
tecnologia (% total)
Indústria transformadora
alta-média e alta tecnologia (HMHTM) (%Total)
Serviços de conhecimento
Intensivo (KIS)
Percentagem
Percentagem total
de HMHTM e KIS
Holanda
626 066
0,3
1,3
30,9
32,2
Reino Unido
1 648 933
0,4
1,5
29,1
30,6
Suécia
555 160
0,3
1,6
25,7
27,3
Irlanda
154 484
0,1
0,4
23,4
23,8
Alemanha
2 086 667
0,4
1,6
21,3
22,9
UE-27
20 703 172
0,2
1,2
20,9
22,1
Portugal
749 827
0,1
0,6
20,1
20,7
Espanha
2 470 979
0,1
0,7
18
18,7
França
23 777 297
0,2
0,7
16
16,7
Fonte: eCorys 2012
Conforme indicado na Tabela 11, França, Portugal e Espanha estão abaixo da média da UE-27
nos três indicadores – partilha da indústria transformadora de alta tecnologia, indústria
transformadora de alta e média-alta tecnologia e serviços de conhecimento intensivo. A
Alemanha, Suécia e Reino Unido são líderes na indústria transformadora de alta tecnologia
e de alta e média-alta tecnologia, com a Holanda a apresentar um desempenho próximo da
média UE-27. A Holanda lidera com a proporção mais elevada de serviços de conhecimento
intensivo, seguida do Reino Unido. Apesar de a Alemanha possuir uma forte vantagem
competitiva na indústria transformadora de alta tecnologia, a sua percentagem de serviços
de conhecimento intensivo coloca-a mais abaixo na classificação, mas ainda ligeiramente
acima da média europeia.
COMO SER UMA PME DE REFERÊNCIA
23
4. Aprender com as melhores PME
Lições
A Análise de Desempenho das PME, bem como a análise no âmbito deste relatório, sugerem claramente que a inovação
se tornou fundamental, se não mesmo o factor mais importante para o crescimento e sustentabilidade do negócio.
Por um lado, a concorrência está a aumentar através de uma maior globalização e da cada vez maior execução de
estratégias inteligentes por PME líderes. Por outro lado, a base de consumidores é muito mais exigente e esclarecida,
nos segmentos B2B e B2C. Mais PME precisam de se concentrar nestas estratégias que cada vez mais serão o parâmetro
de referência mínimo de desempenho. Isto exigirá inovação em produtos, modelos de negócio, em eficiências de custos
e rapidez e inovação através de tecnologia – colocar a tecnologia no núcleo do negócio para garantir uma vantagem
competitiva.
Aumentar e manter emprego e valor bruto acrescentado, sobretudo nos países que ainda não alcançaram os níveis précrise, exigirá que as PME se tornem mais competitivas através de inovação reforçada. Em alguns casos, sobretudo em
mercados mais pequenos, isto poderá exigir consolidações e fusões de PME existentes, reposicionamento significativo
nos mercados ou um foco e apoio de políticas reforçados para garantir que as PME de menor dimensão aproveitam
oportunidades de inovação, incluindo as medidas específicas para PME no quadro do Horizonte 2020.
4.3 CRIAR RESILIÊNCIA E ACTUAR COM DISCIPLINA FINANCEIRA
A atitude do sector privado em matéria de empréstimos bancários transfronteiriços
era consideravelmente diferente. As PME em alguns países pareciam ser naturalmente
cautelosas, algumas receptivas e neutras, enquanto outras recorreriam ao financiamento,
algo que a posteriori parece ter sido uma irresponsabilidade.
A mentalidade nacional terá sido, até certo ponto, influenciada por experiências anteriores. Na
Suécia, por exemplo, a crise nacional anterior, nos anos noventa, resultou no que foi descrito
pelos nossos peritos como uma abordagem muito cautelosa e racional na assunção da dívida.
Por conseguinte, as PME suecas já estavam melhor posicionadas quando entraram na crise.
As PME holandesas também foram consideradas cautelosas, apesar de recentemente o
acesso ao financiamento ter assumido uma importância significativa. Isto parece dever-se
a uma falta de oferta, com poucos indicadores de que as PME holandesas estivessem sobre
alavancadas quando entraram na crise. De igual modo, as PME alemãs tinham melhorado
progressivamente os seus rácios de capital próprio durante vários anos até chegar à crise.
Durante o boom, e com um grande volume de negócios e produção de lucros, algumas PME
armazenaram reservas financeiras consideráveis, o que fortaleceu as suas posições para
tempos mais difíceis. As PME com amortecedores sólidos conseguiram suportar perdas iniciais
no pico da crise financeira e estavam numa posição melhor para investir no reposicionamento
e tirar partido de novas oportunidades durante a crise quando necessário. Puderam recorrer
a resultados retidos para financiar perdas a curto prazo devido à queda nas receitas e ao
aumento do crédito mal parado e puderam ainda financiar aumentos em ciclos de pagamento
de dívida devido a pagamentos tardios de clientes. Em geral, registaram-se fortes padrões
a nível nacional, com as PME alemãs e suecas numa posição relativamente mais forte.
Solidez do balanço/
Robustez das PME
24
Fraco
Médio
Forte
Irlanda, Espanha, Portugal,
Reino Unido, França,
Holanda
Suécia, Alemanha
UM ESTUDO DO DESEMPENHO DO SECTOR DAS PME NA UE
Learning
from
the best SMEs
4.4.Aprender
com
as melhores
PME
Existem poucos dados de comparação entre países sobre os níveis de empréstimo e robustez
do balanço das PME. Apesar de dados estatísticos indicarem alguma informação comparativa
sobre necessidades e pontos fortes das PME do ponto de vista financeiro, a ausência de dados
sobre os balanços das PME participantes no inquérito limita de alguma forma a análise.
Além disso, os níveis de dívida de empresas não-financeiras são por vezes utilizados para
indicar financiamento excessivo no sector privado, mas isto não representa devidamente
os empréstimos das PME a nível nacional. Isto poderá ser distorcido pela dívida de grandes
empresas multinacionais que tem sido referida como a explicação de elevados níveis de
dívida na Suécia, bem como na Irlanda. Porém, é importante referir que, no geral, a dívida de
empresas não-financeiras em termos de percentagem do PIB foi mais baixa na Alemanha,
o que sugere que pelo menos neste caso houve risco sistémico reduzido a nível geral ou no
seio da população PME: a Suécia parece um caso isolado com níveis de dívida empresarial
semelhantes aos da Irlanda, Portugal e Espanha. Uma análise recente da OCDE indicou
no entanto que não constitui um problema tão grande como noutros países devido a uma
série de motivos. Em primeiro lugar, esta dívida pode ser atribuída ao grande número de
multinacionais com actividade na Suécia mas com uma dívida que não está directamente
associada à economia sueca. Em segundo lugar, os rácios dívida/activos e dívida/capital
próprio no sector empresarial estão abaixo da média da UE e têm-se mantido estáveis e
em diminuição ao longo dos últimos dez anos, respectivamente.
Imagem
6: Dívida Debt
pendente
Figure
6: Outstanding
0%
50%
100%
150%
200%
250%
300%
350%
Irlanda
Suécia
Portugal
Holanda
Espanha
Reino Unido
França
Alemanha
Empresarial
Famílias
Fonte: Eurostat
Num relatório da Comissão Europeia intitulado Exploring the steady-state relationship
between credit and GDP for a small open economy [Explorar a relação estável entre crédito
e PIB numa economia aberta de pequena escala] (CE, 2013), os autores referem o surgir
de um “twin club” na Europa. Referem que apesar de o crédito irlandês ter aumentado
notoriamente nos últimos dez anos, outros países europeus também verificaram aumentos
significativos. Isto constituiu o que designaram de twin club, com a Irlanda, Espanha, Portugal,
Reino Unido e Holanda a verificarem aumentos significativos do crédito, enquanto noutros
países este crescimento se manteve em níveis bastante inferiores.
COMO SER UMA PME DE REFERÊNCIA
25
Learning com
fromasthe
best SMEs
4. Aprender
melhores
PME
Para os países com elevados níveis de dívida financeira, o rácio crédito empresarial do sector
privado/PIB foi de cerca de 20% em 2010, no seguimento de um período de crescimento
sustentado do rácio, sobretudo de 2003 em diante. Apesar de outros países, incluindo
Alemanha e França, terem também registado um crescimento, este foi bastante menor –
um rácio de aproximadamente 100% em 2010.
Um indicador útil da robustez do balanço de empresas não-financeiras é o nível de crédito
mal parado. Esta imagem destaca a extensão do financiamento suplementar, e até mesmo
irresponsável, nalguns países. A crise e consequente recessão económica resultaram num
aumento significativo de crédito mal parado em alguns países. Estes dados deverão ser
analisados com alguma precaução devido a diferentes avaliações e abordagens adoptadas
por bancos em cada país. No entanto, apresentam padrões que serão consistentes com
uma análise especializada e empírica da situação. Irlanda, Portugal e Espanha demonstram
motivos de preocupação em termos de desempenho. A recuperação de balanços na banca
continuará a ser fundamental para reforçar o aumento de empréstimos e do crescimento
económico de determinados países.
Figure 7: Non-Performing Loans
Imagem 7: Crédito mal parado
Irlanda
Portugal
Espanha
Reino Unido
França
Holanda
Alemanha
Suécia
0%
5%
% de total de crédito mal parado
10%
2011
15%
20%
2012
Fonte: Banco Mundial
Contudo, apesar do debate central assentar agora na questão do acesso ao financiamento
para as PME, existe ainda uma questão mais profunda. Até à crise, a fonte de financiamento
não aparentava ser uma questão com um alto nível de disponibilidade de crédito e empréstimo
privado para particulares e empresas. Este aumento de dívida privada não foi resultado de
princípios económicos estáveis, mas sim de um aumento excessivo do crédito. O problema,
a posteriori, não assenta na disponibilidade de financiamento mas sim na sua aplicação.
Nalguns países e, em particular, na Irlanda, Espanha e Portugal, o sector empresarial aplicou
muitos recursos que, em retrospectiva, se basearam numa gestão de risco, previsão e
raciocínio inadequados.
Actuar com disciplina financeira e centrar o investimento no core business constituem
garantias de sucesso, sobretudo para o segmento das PME em países como a Alemanha e
Suécia. As PME em muitos outros países distraíram-se com investimentos suplementares
ou fora do core business, em particular em imobiliário.
26
UM ESTUDO DO DESEMPENHO DO SECTOR DAS PME NA UE
Learning
from
the best SMEs
4.4.Aprender
com
as melhores
PME
Apesar de este impacto ter sido bastante discutido no que diz respeito à acumulação de
dívida residual pós-crise, o tempo despendido em investimentos especulativos acessórios
pré-crise e a gestão da dívida pós-crise tem sido em muitos casos uma distracção onerosa
ou mesmo crítica para o desenvolvimento e gestão do core business. Muitas PME, sobretudo
as de Espanha, Irlanda e Portugal, terão perdido anos de investimento no desenvolvimento
focado e proactivo do seu core business.
É também óbvio que em muitos países um número considerável de PME se expandiu
significativamente antes da crise para dar resposta a elevados níveis de procura interna,
estimulada pelo crescimento, disponibilidade imediata de crédito e taxas de juro baixas. Esta
é uma questão mais evidente em Espanha, Portugal e Irlanda, onde muitas PME estão agora
a regularizar dívida associada a uma base de capital sobredimensionada, no contexto de
quedas substanciais na procura interna. A gestão do fundo de maneio representa sempre
um aspecto fundamental da sustentabilidade e robustez financeira, mas, sobretudo durante
uma recessão prolongada como a actual, alguns indicadores, em particular os resultantes
de conclusões de inquéritos, sugerem que o fundo de maneio constitui uma questão mais
significativa nalguns países do que outros. Resultados da base de dados Bach indicam
que, medido como percentagem do volume de negócios, o peso dos critérios do fundo de
maneio é relativamente reduzido na Alemanha e em França e muito maior em Espanha
e Portugal. Variações significativas na utilização de financiamento a curto prazo também
sugerem disparidades em matéria de práticas de gestão do fundo de maneio. As PME
irlandesas dependem significativamente mais do descoberto bancário, linhas de crédito
ou cartões de crédito a descoberto. 60% das PME irlandesas recorreram a este método
de financiamento nos últimos seis meses, uma percentagem significativamente superior
à média UE-28 de 39%. Por outro lado, verificou-se um recurso relativamente reduzido
ao descoberto bancário pelas PME suecas, de facto, 80% nunca utilizaram esta fonte de
financiamento por não ser considerada adequada ao seu negócio.
Recorreram a descoberto bancário, linhas de crédito ou
cartões de crédito a descoberto nos últimos 6 meses
IE
NL
UK
FR
UE-28
PT
DE
ES
SE
60%
47%
45%
42%
39%
36%
36%
34%
7%
Fonte Inquérito SAFE da Comissão Europeia
As PME da Irlanda e do Reino Unido dependem consideravelmente mais de crédito comercial
do que as suas congéneres europeias. Em particular, na Suécia, França e Alemanha, os
níveis de utilização de credores comerciais foram significativamente mais baixos do que
na Irlanda e no Reino Unido.
Recorreram a crédito comercial nos últimos 6 meses
IE
UK
ES
UE-28
PT
NL
SE
FR
DE
64%
60%
42%
32%
30%
29%
21%
17%
15%
Fonte Inquérito SAFE da Comissão Europeia
Dado que o descoberto bancário e o crédito comercial constituem essencialmente fontes de
financiamento a curto prazo, este padrão de elevada dependência sugere de facto alguma
fragilidade financeira. É interessante verificar que as PME alemãs e suecas são fortes em
ambos os indicadores e se encontram bastante abaixo da média UE-28 nos dois casos.
Portugal parece estar isolado, pois é forte em ambos os indicadores (ligeiramente abaixo
da média UE-28), apesar de as PME portuguesas revelarem sinais de fragilidade financeira
em muitos dos outros indicadores. Apesar do acima exposto indicar que as PME, sobretudo
de alguns países, precisarão de um foco reforçado na melhoria da gestão do fundo de
COMO SER UMA PME DE REFERÊNCIA
27
4. Aprender com as melhores PME
maneio, alguma das questões são também sistémicas a nível nacional. Pagamentos tardios
podem causar problemas financeiros significativos para pequenos negócios e criar uma
necessidade alargada de financiamento, sobretudo no financiamento de fundo de maneio.
A média de atrasos de pagamento varia significativamente na Europa.
A seguinte tabela destaca a média de dias para pagamento nos oito países analisados.
Média de dias para pagamento
SE
DE
NL
UK
FR
IE
PT
ES
35
35
43
44
57
66
90
97
Fonte: Intrum Justitia (2012) Índice de Pagamento Europeu
Lições
Em muitos países, algumas das questões relevantes da estrutura de uma empresa, como a disciplina financeira, um
balanço robusto, um plano de financiamento sustentável e uma gestão de fundo de maneio rígida, nunca foram geridas ou
monitorizadas formalmente antes da crise. Essas lições da crise recente têm de ser assimiladas e programadas na prática
para as gerações futuras.
O acesso ao debate financeiro, importantíssimo para o segmento PME, tem ainda de se focar nas lições retiradas e
aprendidas com a crise financeira para garantir que as PME possuem fundos adequados para o seu negócio a longo prazo.
As PME deverão garantir que os seus procedimentos e políticas em matéria de fundo de maneio são rigorosos, o que
implica a existência de linhas de orientação claras sobre como aceitar ou rejeitar novos clientes, negociação de preços e
termos de crédito, com o objectivo de reduzir a possibilidade de dívidas de cobrança duvidosa excessivas e dificuldades
de fluxo de caixa.
Será ainda útil levar o negócio para territórios estrangeiros onde os padrões de acordo são melhores do que os do mercado local.
4.4 DIMENSIONAR CORRECTAMENTE A ORGANIZAÇÃO
A análise indicará sem dúvida que a dimensão da empresa é de facto relevante. Verificámos que
cerca de 1% do total das empresas (grandes empresas que empregam mais de 250 pessoas e
PME de média dimensão que empregam entre 50 a 249 pessoas) produzem aproximadamente
60% do valor acrescentado.
A Alemanha e o Reino Unido têm aproximadamente o dobro das empresas de grande dimensão
em termos de percentagem da sua população total em relação à média da UE e aproximadamente
quatro vezes mais do que Espanha ou Portugal. Apesar de a população total de grandes empresas
não-PME ser muito pequena na UE-27 e Mazars UE-8, pequenas diferenças a este nível poderão
ter influências diversas e significativas no sector das PME de um país, sobretudo com grandes
empresas a desempenharem um papel relevante na qualidade de clientes directos ou indirectos
para PME no mercado interno. Empresas maiores terão mais tendência para exportar, exportar
numa escala maior e em mais mercados geográficos.
A proporção mais elevada de PME activas no sector industrial poderá explicar até certo ponto
a dimensão maior das PME alemãs. Porém, o perfil do tecido empresarial de PME alemão foi
também definido por uma série de características que poderão ser fundamentais para um
desempenho superior. Entre estas características inclui-se a adopção de uma visão a longo prazo
do planeamento e posicionamento do negócio, elevada inovação, um forte foco em produtos
nicho associados a cadeias de abastecimento globais e um forte posicionamento nacional como
interveniente global. Porém, apesar de o tamanho poder ser resultado destes factores de êxito,
também poderá agora ser um importante factor de sucesso de influência em si: por exemplo, o
êxito na internacionalização tem estado fortemente correlacionado com o aumento de dimensão.
28
UM ESTUDO DO DESEMPENHO DO SECTOR DAS PME NA UE
4. Aprender com as melhores PME
Lições
A dimensão é de facto relevante, mas isso não significa que maior seja sempre melhor. A lição mais útil não será simplesmente
que maior é melhor, mas sim que é preciso dimensionar a sua organização correctamente. Se uma empresa se mantém
pequena, tem de assegurar que se concentra num nicho e que está profundamente enraizada em cadeias de abastecimento
e no ecossistema mais abrangente para garantir que os benefícios de massa crítica possam ser aproveitados. Isto poderá
implicar a contratação externa de actividades não nucleares e desenvolver parcerias sólidas com outras empresas como
alternativa ao crescimento interno orgânico. As PME têm de garantir que estão associadas a ecossistemas e pólos sectoriais
importantes para reforçar cadeias de valor e manterem-se a par das melhores práticas e inovações do sector.
A nível nacional, o sector das PME poderá ser tratado até certa medida como um jogo de números. Certamente que
precisaremos do máximo de PME possível para ultrapassar a fase precária e alcançar níveis de sustentabilidade. Se uma
parte significativa das PME for inovadora, desenvolvendo-se e penetrando em mercados estrangeiros, isto levará a uma
expansão no sector das PME. O perfil do sector das PME deverá estar cada vez mais no foco das atenções das políticas
nacionais, com uma análise do impacto de mudanças da estrutura pirâmide (micro, pequena e média) no desempenho
macroeconómico, incluindo a contribuição para valor bruto acrescentado e PIB. Uma comparação de alto nível de inúmeras
PME a nível nacional sugere que os diferentes perfis de população dos sectores das PME em cada país poderão exigir
mais atenção para orientar políticas e escolhas. Cada país deverá almejar produzir algumas empresas verdadeiramente
internacionais a cada década. A Alemanha, por exemplo, apresenta um óptimo registo no crescimento de empresas
de média dimensão verdadeiramente internacionais. Apresenta um número elevado de “campeões ocultos”, líderes de
mercado de média dimensão nos seus respectivos mercados mundiais e empresas verdadeiramente internacionais. A
Alemanha conta com 1 307 campeões ocultos – empresas de média dimensão que são líderes nos seus segmentos. Estes
campeões ocultos deverão representar cerca de 25% das exportações alemãs e registaram taxas de crescimento anuais à
volta dos 10% na última década. Adaptaram-se às mudanças nos mercados globais, incluindo economias estagnadas na
Europa e Estados Unidos, tornando-se verdadeiramente globais. Apesar de há uma década a receita de Campeões Ocultos
alemães ter origem na Europa e Estados Unidos, aproximadamente 75% provém agora da Europa, Europa de Leste e Ásia.
4.5 ALARGAR O HORIZONTE INTERNACIONAL E A PRESENÇA GEOGRÁFICA
Apesar de não existirem muitos dados comparativos úteis sobre o desempenho das exportações
das PME, dados revelam que, de modo geral, são muito poucas as PME que exportam e quando
exportam não o fazem de forma alargada. Existe um consenso generalizado na literatura
publicada de que de facto a ‘Mittelstand’ parece destacar-se em matéria de participação
da exportação e extensão dessa participação em termos de valor. Muitas das barreiras à
internacionalização das PME, identificadas a um nível geral e repetidas em estudos nacionais,
sugerem que estas não são apenas barreiras à exportação mas sim barreiras associadas
aos princípios do negócio – posição de mercado, inovação e abordagem estratégica à gestão.
A maioria dos comentadores e estudos nacionais sobre exportações reconhecem que mais
PME precisam de exportar.
Porém, para muitas isto irá tornar-se cada vez mais uma necessidade e não uma escolha,
sobretudo em países onde a procura interna tem sido baixa e onde se prevê que se mantenha
estagnada a curto e médio prazo. Existem poucos dados comparativos úteis sobre o desempenho
da exportação das PME nos vários países. A um nível económico geral, apesar de as exportações
enquanto percentagem de crescimento do PIB darem alguma indicação do nível de desempenho
ao longo do tempo por país, também ocultam diferenças significativas em termos do tecido
empresarial em economias pequenas abertas, como a Irlanda e o Luxemburgo, que são
consideravelmente influenciadas pela elevada proporção de grandes multinacionais.
COMO SER UMA PME DE REFERÊNCIA
29
4. Aprender com as melhores PME
Economias maiores como a do Reino Unido, Alemanha e França, apresentam percentagens
bastante inferiores de crescimento de exportações.
Em 2009, a Comissão Europeia realizou um estudo para identificar o nível de internacionalização
das PME europeias que analisou todas actividades que colocam as PME numa relação de
negócios significativa com um parceiro estrangeiro: exportações, importações, investimento
directo estrangeiro, subcontratação internacional e cooperação técnica internacional. O
inquérito envolveu 9 480 PME em 33 países europeus. O Estudo revelou que, na UE-27,
uma em quatro PME exporta ou já exportou em alguma altura nos últimos 3 anos, com
actividades internacionais sobretudo direccionadas para outros países na UE e com apenas
13% de PME da UE activas em mercados fora da UE:
O Estudo da Comissão Europeia também constatou que:
CRESCIMENTO
DO EMPREGO
PME activas internacionalmente
+ 7%
INTRODUÇÃO DE NOVOS PME activas internacionalmente
PRODUTOS OU SERVIÇOS
+ 26%
APENAS
PME NÃO-activas internacionalmente
+ 1%
PME NÃO-activas internacionalmente
+ 8%
16% das PME estão informadas sobre programas públicos de apoio à internacionalização
A maioria das PME iniciou actividades internacionais através da importação: as PME que tanto importam
como exportam começaram por importar o dobro (39%) do que exportavam (18%).
Um relatório mais recente no Reino Unido, do Select Committee on Small and Medium
Sized Enterprises [Comité Especial para Pequenas e Médias Empresas] (2012) verificou
que apenas uma em cada cinco PME do Reino Unido exporta, uma média inferior à da UE,
de uma em cada quatro. O estudo sugere no entanto que o mesmo acontece em economias
maiores como a Alemanha e França e que tal se deve provavelmente ao facto de as PME em
países mais pequenos serem mais propensas a vendas locais ou regionais que atravessam
fronteiras terrestres devido ao âmbito geográfico menor.
No entanto, o número de empresas que exporta também pode ocultar diferenças significativas
no nível de exportações por PME. O estudo francês Trésor Economics 2009 também destaca
esta questão. Apesar de uma proporção significativa da população exportadora de França ser
constituída por PME independentes, a sua percentagem de exportações foi extremamente
pequena, com um número muito reduzido de grandes empresas a representar cerca de
70% das receitas de exportação. Muitas das empresas independentes revelaram uma
incursão pequena nos mercados internacionais, frequentemente limitadas pela sua pequena
dimensão e capacidade inovadora limitada, com tendência para se dirigirem a um número
limitado de países, muitas vezes vizinhos, muitas vezes não mantendo ou aumentando a
quota de mercado em novas geografias. O estudo mais uma vez diferenciou o segmento de
PME alemãs que é descrito como maior, mais inovador, com exportadores maiores e mais
regulares, com as exportações a representarem uma percentagem maior das receitas.
O sucesso da experiência alemã foi explicado por uma série de factores:
§§ O domínio da indústria nas PME alemãs, um sector altamente virado para a exportação.
§§ A presença de uma série de grandes empresas industriais entre as PME alemãs.
§§ A liderança das empresas alemãs, sobretudo PME, em matéria de inovação.
§§ O nível mais baixo de micros e consequentemente o número mais elevado de PME de maior
dimensão.
§§ Um registo sólido e em crescimento nos mercados emergentes.
§§ Uma mentalidade nacional extremamente ambiciosa e competitiva, evidenciada na
forte presença de empresas verdadeiramente internacionais – a Alemanha representa
aproximadamente metade do número total de campeões ocultos – empresas
internacionais de média dimensão que são líderes no seu domínio.
30
UM ESTUDO DO DESEMPENHO DO SECTOR DAS PME NA UE
4. Aprender com as melhores PME
Lições
Apesar de muitos estudos reiterarem os desafios e barreiras à internacionalização enfrentados pelas PME, é possível afirmar
que muitas delas não são barreiras à internacionalização per se, mas sim barreiras a um bom desempenho (Ver Tabela 12
infra, Barreiras à internacionalização sob o ponto de vista das PME). Ao apostar nos princípios do desempenho, incluindo a
compreensão e definição adequada dos seus mercados e despender tempo de gestão para desenvolver estratégias que apoiem
o acompanhamento destas questões, a internacionalização torna-se uma consequência natural e não tanto um objectivo em si.
Com a economia alemã e, em particular, com o “Mittelstand”, o segmento das PME alemão, a destacar-se como um líder de
desempenho, há sem dúvida lições a retirar para outros países e os seus segmentos PME.
Um estudo da OCDE sobre internacionalização (OCDE 2009) identificou 10 grandes barreiras à internacionalização das PME,
barreiras que parecem repetir-se em muito estudos e relatórios sobre internacionalização.
Tabela 12: Barreiras à internacionalização sob o ponto de vista das PME
Classificação –
Factor ponderado
1
2
Barreira à Internacionalização
Défice de fundo de maneio para financiar
exportações
Identificação de oportunidades de negócio
estrangeiras
Classificação –
Factor ponderado
6
Barreira à Internacionalização
Falta de tempo de gestão para lidar com a
internacionalização
7
Quantidade inadequada e/ou pessoa não qualificada
para a internacionalização
3
Informação limitada para localizar/analisar
mercados
8
Dificuldade em igualar preços da concorrência
4
Incapacidade de contactar potenciais clientes
estrangeiros
9
Ausência de incentivos/assistência do governo
nacional
5
Obter representação estrangeira fiável
10
Custos de transporte excessivos
Muitas das barreiras à internacionalização acima identificadas cruzam-se significativamente
com os seis factores de êxito delineados neste relatório. Muitas destas não são apenas barreiras
à internacionalização, mas sim desafios a um desempenho bem-sucedido. As empresas
que enfrentam estes princípios para alcançar um desempenho superior terão uma maior
probabilidade de seguirem naturalmente a via da internacionalização, como consequência de
um desempenho reforçado, e como objectivo em si. Apesar de alguns negócios não optarem
por expandir as suas fronteiras nacionais, isto deverá resultar de uma decisão pensada e
não da falta de tempo para dedicar ao negócio. As PME precisam de ser mais inovadoras se
pretendem ter êxito a competir internacionalmente. Isto exige não só inovação em termos de
produto mas também em termos de processos e modelos de negócio. Impulsionar a inovação
e a tecnologia deverá colocar mais PME em condições de ultrapassar a barreira 8 (dificuldade
em igualar os preços da concorrência) e a barreira 10 (custos de transporte excessivos). Por
exemplo, as dificuldades em igualar os preços da concorrência irão, num ambiente global,
exigir cada vez mais poupanças de custos através de eficiências de inovação ou a retirada
do preço da equação através da inovação no produto e no serviço.
Conforme já destacado neste relatório, a grande maioria das PME são micro PME, empregando
menos de 10 pessoas. Apesar de algumas destas serem pequenas empresas focadas num
nicho, ligadas a cadeias de abastecimento globais, a grande maioria são PME não exportadoras
que estão dependentes não só da procura interna na economia nacional, mas também da
procura interna a muitos mais níveis locais. As que optam por permanecer locais têm de
garantir que se destacam de alguma forma, por exemplo, através do impulsionamento de
benefícios locais, como a oferta e comércio de produtos frescos locais. As PME que estão
COMO SER UMA PME DE REFERÊNCIA
31
4. Aprender com as melhores PME
envolvidas numa simples loja ou serviço comercial, dependentes da economia local, à
partida permanecerão pequenas e estão sujeitas à procura imprevisível e à ameaça de
nova concorrência.
Apesar de muitos destes negócios permanecerem sustentáveis e bem-sucedidos, estão
sujeitos a grandes ameaças de sustentabilidade e a predisposição ao risco destes negócios
normalmente deverá manter-se baixa. Por exemplo, muitos negócios locais na Irlanda, Espanha
e Portugal investiram demais na economia interna local e correram riscos muito além dos seus
limites naturais. Na maioria dos casos não foram líderes nem inovadores nos seus segmentos,
limitando-se a oferecer modelos de negócio, serviços e produtos simples e que não eram
únicos que os expuseram demasiado à recessão nos seus mercados internos. Para esses
negócios, alargar a presença geográfica poderá passar por estratégias simples, tais como :
✔ Consolidação com outros fornecedores, a nível regional e nacional, para alcançar massa crítica e economias de escala.
arcerias estratégicas com outros fornecedores de serviços e produtos que podem impulsionar relações e
✔ Pvantagens
mútuas, por ex.: vendas cruzadas, partilha de campanhas de marketing.
de melhores práticas para alargar o alcance do cliente, trabalhando com grupos representativos
✔ Idantrodução
indústria e organizações/autoridades de desenvolvimento nacional.
Porém, mais PME, sobretudo aquelas com economias nacionais onde a procura interna está
estagnada, têm de alargar a sua presença geográfica, com vista a garantir sustentabilidade
e melhorar a competitividade. No entanto, a extensão do mandato geográfico para a maioria
dos pequenos negócios estará longe da abertura de escritórios no estrangeiro, passando
antes por uma melhor utilização da tecnologia para reforçar as vendas e marketing
internacional e associando-se a pólos da indústria, incluindo apoio estatal para o crescimento
e internacionalização.
Na maioria dos países, o fardo do crescimento e recuperação através do aumento das
exportações e internacionalização é suportado por poucas PME. É evidente que mais PME
terão de ultrapassar as barreiras à internacionalização identificadas ou poderão deparar-se
com a concorrência internacional.
QUATRO MOTORES
FUNDAMENTAIS DE
DESEMPENHO:
1
h
Posição no Mercado, oferta ao cliente
e venda
2
❷
Operações e serviço
ao cliente
3
❸
Finanças,
rendimento do negócio
e gestão de risco
4 Liderar e gerir
❹
pessoas e equipas
32
4.6 GERIR HOJE PARA LIDERAR AMANHÃ
De acordo com a nossa experiência, a ambição, o foco das atenções e o simples trabalho
árduo diário de proprietários e gestores de um negócio, serão provavelmente factores
determinantes para o fracasso ou o êxito a longo prazo. Independentemente da localização,
dimensão ou sector, todos os gestores têm de dominar quatro motores de desempenho
fundamentais para serem bem-sucedidos.
Não seria apropriado avaliar o estilo de gestão e foco das atenções de qualquer empresa
com base apenas na sua localização. A cultura de negócio específica, o historial e as normas
dos vários países incluídos neste inquérito também parecem influenciar o desempenho
geral do segmento das PME nos seus mercados nacionais respectivos.
Certamente muitos comentadores já discutiram as vantagens do modelo e estilo de gestão
alemão. Vários comentadores, incluindo os nossos peritos no sector sugeriram que a imagem
de marca do êxito das PME alemãs tem sido o facto de concentrarem as suas atenções no
core business e uma abordagem a longo prazo ao planeamento. Apesar de esta abordagem
ao planeamento ter sido explicada por alguns pela elevada proporção de negócios familiares
entre as PME alemãs – “Mittelstand” – uma investigação mais abrangente sobre culturas
nacionais (Hofstede’s Dimensions of National Culture) também destacou que a orientação a
longo prazo é uma característica única da cultura nacional alemã. Se a Geração Y (aqueles
nascidos depois de 1970) irá continuar a gerir no espírito desta tradição quando assumirem
o controlo, será uma questão muito importante a considerar e a abordar.
UM ESTUDO DO DESEMPENHO DO SECTOR DAS PME NA UE
4. Aprender com as melhores PME
Hermann Simon, autor de “Campeões Ocultos: Aufbruch nach Globalia” explica o êxito destes campeões ocultos alemães com uma série de
aspectos fundamentais de estilo de gestão e planeamento úteis e que poderão ser aplicados de forma mais alargada a um maior número de PME
Ambição forte
A definição de objectivos extremamente ambiciosos no que diz respeito a crescimento e liderança
de mercado.
Proximidade do cliente e vantagens competitivas
Uma vantagem natural de empresas de pequena e
média dimensão. São particularmente próximas dos
seus clientes, sobretudo clientes de topo com um
nível de exigência elevado e constante.
Liderança forte
Autoritária por um lado, sem discussão dos princípios e valores, mas com uma forte participação e
flexibilidade nos detalhes operacionais.
Colaboradores leais qualificados
Uma elevada percentagem de licenciados entre os
colaboradores, mas também uma baixa taxa de
rotatividade de pessoal, evidenciando um foco na
retenção de talento de topo e do seu know-how.
Qualidade do produto
A vantagem competitiva não está integrada no
produto, mas sim no aconselhamento, integração
de sistemas e facilidade de utilização, vantagens do
conhecimento especializado de pessoal de elevada
qualidade e capital intelectual que aumenta as
barreiras à entrada.
Estratégias impulsionadas pelo
valor
As estratégias são movidas pelo valor e não pelo
preço, com muitas das empresas que cobram um
premium sobre a média do mercado, o que mostra
que a qualidade ainda é um factor importante
quando o valor é diferenciado.
Ambição
forte
Foco e
profundidade
Liderança
forte
Colaboradores
leais
qualificados
Qualidade
do produto
Globalização
G
SUCCESS
ÊXITO
Inovação
Estratégias
movidas
por valores
Proximidade
do cliente
Foco da actividade e profundidade
Limitam os seus mercados, trabalham de forma
profunda a cadeia de valor, adoptam uma abordagem contra a contratação externa ao nível das
competências nucleares para garantir um controlo
de qualidade total e se concentrarem em ser os
melhores ou de nível internacional.
Globalização
Por serem um nicho – mais em profundidade do que
em extensão no mercado - precisam de se tornar
globais.
Inovação
A eficácia da inovação e actividades de I&D, que se
centram na integração da tecnologia e das necessidades do cliente, ultrapassa a de grandes empresas
por um factor de cinco. Ao mesmo tempo, os custos
com patentes são bastante mais baixos do que os
de grandes empresas, pois o número de peritos e a
dimensão das equipas é menor.
Lições
No médio longo prazo, o desempenho sustentável apenas pode ser alcançado quando a equipa de gestão dedica atenção e recursos
suficientes da empresa a todos os desafios fundamentais do momento, bem como à reflexão, planeamento, investimentos e
mudanças necessárias para levar o negócio a um futuro melhor. Trata-se de um equilíbrio muito difícil, mas crucial.
Em discussões com os nossos peritos no sector, algumas das seguintes características de estilo de gestão dos países na UE-8
foram consideradas mais propensas a um desempenho sustentável a longo prazo:
§§ Orientação a longo prazo - uma abordagem a longo prazo ao planeamento do negócio.
§§ Planeamento baseado no risco - uma abordagem a oportunidades cautelosa e baseada no risco.
§§ Foco da actividade competitivo - um forte desejo de ser o melhor e competir a um alto nível internacionalmente.
§§ Foco no core business - clareza reforçada sobre a posição de Mercado e foco na qualidade da oferta do produto.
§§ D isciplina financeira - gestão financeira fortemente integrada no planeamento de negócio e gestão de risco, uma
abordagem pensada, não especulativa, combinada com um sólido controlo dos princípios, incluindo uma gestão rigorosa
do fundo de maneio.
COMO SER UMA PME DE REFERÊNCIA
33
5. IDENTIFICAR PRIORIDADES E
PLANO DE ACÇÃO PARA SE TORNAR
UMA PME DE REFERÊNCIA
34
UM ESTUDO DO DESEMPENHO DO SECTOR DAS PME NA UE
5. Identificar prioridades e plano de acção
5. IDENTIFICAR PRIORIDADES E PLANO DE ACÇÃO PARA SE TORNAR UMA PME
DE REFERÊNCIA, MAZARS QUICK SCORE
Desenvolvemos uma ferramenta designada Mazars Quick Score, que ajuda as PME a
analisarem o seu negócio através de uma gama de diferentes factores de sucesso, incluindo:
✔
✔
✔
✔
Negócio: reputação e posição de mercado.
essoal de serviço, produto e estratégia: gestão estratégica, cultura e
P
comunicação, gestão de mudança, RH.
Finanças: desempenho operacional, gestão de risco, fluxos de caixa.
Futuro: raciocínio inovador com uma visão de futuro, liderança de futuro.
Esta ferramenta visa ajudar as PME a compreenderem em que ponto se encontra o seu
negócio em cada um destes factores de sucesso e onde precisa de estar para ser uma
“PME de Referência”.
O processo Mazars Quick Score ajuda as PME ao:
§§ A
presentar observações relevantes, independentes e fáceis de utilizar, sobre o seu
negócio.
§§ Facultar conhecimento aprofundado valioso sobre áreas particulares do negócio.
§§ Definir áreas prioritárias que poderão exigir atenção.
§§ P
roporcionar conforto à equipa de gestão ao oferecer uma confirmação independente
dos actuais pontos fortes do negócio.
Esta ferramenta, aliada ao aconselhamento do nosso Grupo de Trabalho PME, ajuda as PME
a identificarem as prioridades no seu negócio. O nosso Grupo de Trabalho pode ajudar as
PME a executarem um plano estratégico de acção para as ajudar a tornarem-se PME de
referência.
Para avaliar se o seu negócio é uma PME de referência ou para descobrir como se pode
tornar numa PME de referência, visite a nossa página na Internet (www.mazars.ie) e
complete o Mazars Quick Score.
Não hesite ainda em contactar qualquer membro do nosso Grupo de Trabalho PME,
apresentado na Secção 7 deste relatório.
COMO SER UMA PME DE REFERÊNCIA
35
6. COMO A MAZARS PODE AJUDAR
AS PME
36
UM ESTUDO DO DESEMPENHO DO SECTOR DAS PME NA UE
Mazars
can helpasSMEs
4. Como6.a How
Mazars
pode ajudar
PME
6. COMO A MAZARS PODE AJUDAR AS PME
CONTRATAÇÃO EXTERNA E
CONTABILIDADE
AUDITORIA
•Apoio financeiro e contabilidade
•Contratação externa da contabilidade
•Recuperação de contabilidade
•Consolidação e transmissão de
informação
•Gestão de fundo de maneio e crédito
•Contratação externa de gestão
financeira
•Declarações de impostos
•Secretariado
CONSULTORIA E ADVISORY
•Planeamento estratégico e empresarial
•Reforço do processo empresarial
•Modelação financeira e apoio à decisão
•Desenvolvimento organizacional e recursos
humanos
•Controlos internos, de risco e governação
•Auditoria e revisão de contas
•Auditoria de fundos de pensões
•Auditoria de subsídios
•Controlo interno
•Consolidação e transmissão de
informação financeira
•Aconselhamento técnico de
contabilidade
•Intervenções específicas
SERVIÇOS
DE VALOR
ACRESCENTADO
SERVIÇOS DE ACONSELHAMENTO
FINANCEIRO
IMPOSTOS
• IRC / IVA / IMI / IMT
• Impostos internacionais
• Clientes privados
• Imposto do trabalhador/
empregador
• Benefícios Fiscais
• Planeamento de sucessões
• Imposto I&D
• Reestruturação e Aquisições
• Preços de transferência
• Due Diligence fiscal
• Assessoria em inspecções
tributárias
•Financiamento das empresas
•Avaliações Empresariais
•Recuperação Empresarial
•Investigação Forense
•Reestruturação de dívida
•Insolvência
•Redução de custos
•Fusões e Aquisições
• Due Diligence
COMO SER UMA PME DE REFERÊNCIA
37
7. FALE CONNOSCO
Para mais informações, queira contactar a nossa representação Mazars local (www.mazars.com) ou
qualquer um dos seguintes contactos do Grupo de Trabalho PME.
CONTACTOS GRUPO DE TRABALHO PME MAZARS
38
Phil Verity
Co-CEO Mazars Global
Email:[email protected]
Tel:
+44 (0)20 7063 4880
Joe Carr
Líder Global PME
Serviços Advisory Mazars
Email:[email protected]
Tel:
+353 (0)1 449 4400
Lieven Acke
Bélgica
Email:[email protected]
Tel:
+32 (0)9 265 83 202
Madhu Menon
Botsuana
Email:[email protected]
Tel:
+267 395 7466
Serge Principe
Canadá
Email:[email protected]
Tel:
+1 514 845 9253
Pia Lillebaek
Dinamarca
Email:[email protected]
Tel:
+45 35 26 52 22
Jean-Louis Koessler
França
Email:[email protected]
Tel:
+33 3 88 15 45 50
Carsten Schlaewe
Alemanha
Email:[email protected]
Tel:
+49 211 8399 205
Ernest Akonor
Gana
Email:[email protected]
Tel: Tel: +233 (0) 302 520 943
George Tsoukalas
Grécia
Email:[email protected]
Tel:
+30 210 6993749
Joe Carr
Irlanda
Email:[email protected]
Tel:
+353 (0)1 449 4400
Owen Koimburi
Quénia
Email:[email protected]
Tel:
+254 (02) 3861 176/75/79
Alan Craig
Malta
Email:[email protected]
Tel:
+356 213 45 760
Sudhir Sesungkur
Ilha Maurícia
Email:[email protected]
Tel:
+230 208 7744
Rodolfo Perez Garrido
México
Email:[email protected]
Tel:
+52 (55) 5980 5200 UM ESTUDO DO DESEMPENHO DO SECTOR DAS PME NA UE
7. Fale connosco
Hassan Allouch
Marrocos
Email:[email protected]
Tel:
+212 5 22 423 430
Hans Viskil
Países Baixos
Email:[email protected]
Tel: +31 (0) 88 27 71 253
Jan Olaf Poulsen
Noruega
Email:[email protected]
Tel: +47 23 19 63 00
Errol Paul
Paquistão
Email:[email protected]
Tel:
+92 334 3655663
Jose Rebouta
Portugal
Email:[email protected]
Tel:
+351 22 605 10 20
Ahmed Tawfik
Qatar
Email:
Tel: Michelle Olckers
África do Sul
Email:[email protected]
Tel:
+27 21 818 5102
Juan Luque Gala
Espanha
Email:[email protected]
Tel: +34 934050855
Bo Matson
Suécia
Email:[email protected]
Tel:
+46 42 371929
Adel Mohsen
Chaabane
Tunísia
Email:[email protected]
Tel:
+216 71 964 898
Izel Coskun
Turquia
Email:[email protected]
Tel:
+90 212 296 51 00
Jim Blake
EUA
Email:[email protected]
Tel:
+1 732 205 2064
Samir Bitar
EAU
Email:[email protected]
Tel:
+971 4 357 3730
David Smithson
Reino Unido
Email:[email protected]
Tel:
+44 (0)113 387 8724
Luis Martinez
Uruguai
Email:[email protected]
Tel:
+59 829 002 290
[email protected]
+974 4444 1132
COMO SER UMA PME DE REFERÊNCIA
39
8. Bibliografia
8. BIBLIOGRAFIA
40
§§
EC 2013, Exploring the Steady-State Relationship Between Credit and GDP for a Small Open Economy –The
Case Of Ireland
§§
ECB (2013), Survey on the Access to Finance of Small and Medium-Sized Enterprises in the Euro Area April
2013 to September 2013
§§
Ecorys (2012), “EU SMEs in 2012: At the Crossroads”. Annual report on small and medium-sized enterprises in
the EU, 2011/2012, report prepared for the European Commission, Ecorys, Rotterdam, accessed at
http://ec.europa.eu/enterprise/policies/sme/facts-figures-analysis/performance-review/index_en.htm
§§
European Commission (2013), SBA Fact Sheets, accessed at http://ec.europa.eu/enterprise/policies/sme/
facts-figures-analysis/performance-review/index_en.htm
§§
European Commission SAFE Survey, August to October 2013
§§
Eurostat (2013), The Structural Business Statistics Database
§§
Eurostat, accessed at http://appsso.eurostat.ec.europa.eu/nui/show.do?dataset=nasa_f_bs&lang=en
§§
ECB (2013), “Exploring the steady-state relationship between credit and GDP for a small open economy.
The Case of Ireland” Working Paper Series No: 1531 April 2013
§§
European Commission (2010), Internationalisation of European SMEs
§§
European Commission (2013), Innovation Union Scoreboard 2013
§§
Hermann Simon (2012), Hidden Champions: Aufbruch nach Globalia
§§
Hofstede, G., National Cultural Dimensions http://geert-hofstede.com/national-culture.html in, accessed
on 31.01.2014
§§
House of Lords (2013), Roads to Success: SME Exports. Select Committee on Small and Medium-Sized
Enterprises. Report of Session 2012-13
§§
OECD (2009), Top Barriers and Drivers to SME Internationalisation. Report by the OECD Working Party on
SMEs and Entrepreneurship, OECD
§§
Intrum Justitia (2012), European Payment Index 2012
§§
Irish SMEs: Stylised Facts from the Real Economy and Credit Market, accessed at Central Bank of Ireland 2012
§§
Trésor Economics (2009), The Many Faces of the French Export Setup
§§
World Bank, accessed at http://databank.worldbank.org/data/views/reports/tableview.aspx#
§§
World Economic Forum (2013) The Global Competitiveness Report 2013 – 2014, accessed at http://www3.
weforum.org/docs/WEF_GlobalCompetitivenessReport_2013-14.pdf
UM ESTUDO DO DESEMPENHO DO SECTOR DAS PME NA UE
O conteúdo deste documento é apenas disponibilizado para fins informativos.
A Mazars rejeita qualquer responsabilidade que diga respeito a esta informação e/ou qualquer utilização que desta possa ser feita.
Propriedade da Mazars – todos os direitos reservados 2014/04
A Mazars está presente em 5 continentes.
PORTUGAL
Lisboa
Rua Tomás da Fonseca
Torres de Lisboa, Torre G, 5º Andar
1600-209 Lisboa
Tel: +351 21 721 01 80
Fax: +351 21 726 79 61
E-mail: [email protected]
Oporto
Rua do Campo Alegre Nº 830,
3º Andar, Sala 14
4150-171 Porto
Tel: +351 22 605 10 20
Fax: +351 22 607 98 70
Leiria
Estrada de Leiria, 212
Edifício Pinus Park Fr. X
2430 Marinha Grande
Tel: +351 244 574 960
Fax: +351 244 574 979
ANGOLA
Luanda
Rua Dr. Agostinho Tomé das Neves, nº 21
Bairro de Alvalade
Município da Maianga - Luanda
Mazars Layout
Study SME- 2014/03 / Photos © Istock - Thinkstock
Informação detalhada disponível em
www.mazars.pt

Documentos relacionados