POLONIA SOCIEDADE BENEFICENTE DO RIO DE JANEIRO

Transcrição

POLONIA SOCIEDADE BENEFICENTE DO RIO DE JANEIRO
POLONIA SOCIEDADE BENEFICENTE DO RIO DE JANEIRO
Número 5 – maio a agosto de 2015
SUMÁRIO
Palavra do Presidente
Editorial
Polonia Sociedade em Destaque
Polonia Eterna
Aconteceu 2015
Polonia Patriota
Artigo
Ecos da Polônia
Mówimy po Polsku
Polskie Spojrzenie
Projeto Memória
Visão & Gestão
Entrevista
Radar Polônico
Polônia em Drops
Polonia em Foco
Espaço do Leitor
História & Estórias
Sabores da Polônia
Crônicas & Poesias
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Prezados Sócios e Amigos,
Nossa nova edição da
traz muitas matérias interessantes com
relação à vida da nossa comunidade e, como sempre, algumas curiosidades.
Temos também uma novidade – decidimos que a partir desta edição vamos
publicar pelo menos um artigo no idioma Polonês. Os temas abordados
serão bem variados, porém sempre ligados à nossa vida, atividades e
acontecimentos. Esta novidade permitirá a todos praticar um pouco o nosso
idioma Polonês e acreditamos que agradará a muitos de nossos leitores!
Durante estes últimos meses temos trabalhado muito. Estamos sempre fazendo melhorias na
nossa Sede e no seu entorno. Concluímos a edificação do monumento em homenagem ao
Marechal Józef Pilsudski, que foi colocado em lugar de destaque dentro de nossa propriedade
para lembrar a todos nós que devemos muito a ele, por ter reconquistado a Independência da
Polônia.
Em maio, realizamos um evento cívico em comemoração às seguintes datas: Constituição de 3
de Maio, Dia do Imigrante, 70 Anos do Dia da Vitória e Dia das Mães. Como parte das
comemorações, nossos sócios apresentaram palestras sobre esses acontecimentos e foram
expostas medalhas, fotos e alguns documentos dos ex-combatentes poloneses que tomaram
parte na 2ª Guerra Mundial e, depois, emigraram para o Brasil, estabelecendo-se no Rio de
Janeiro. As Mães receberam flores e foram brindadas com poesias e canções.
Organizamos também vários eventos culturais e a tradicional festa julina, com muitas
brincadeiras, danças, jogos e brindes para crianças e adultos. Os detalhes de tudo isto vocês vão
descobrir na leitura de nossa revista.
Demos início também a uma tarefa muito importante, que trata da atualização do Estatuto da
Sociedade. O trabalho continua depois de meses de discussões internas e varias reuniões com a
participação de todos os interessados. Estamos consolidando uma minuta para circular entre
todos os sócios para informação e eventuais comentários, para que em seguida o Novo Estatuto
seja aprovado numa Assembleia Geral Extraordinária.
Caros Sócios e Amigos escrevendo esta palavras recebi hoje, 21 de Julho, às 23:25 uma notícia
que com certeza entristece a todos nós. Perdemos um Amigo, um grande homem: Aleksander
Laks. Um herói que sobreviveu horrores da segunda guerra. Pessoa simpática, alegre, cheia de
vida e disposição para participar de nossas festas e eventos, ajudar e aconselhar.
Vamos sentir sua falta por muito tempo, e será difícil se acostumar com sua ausência.
Abraço forte para todos,
Stefan Janczukowicz
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Prezados Leitores,
Novos ventos estão soprando da Polônia neste mês de agosto. Após eleições
presidenciais, o novo presidente Andrzej Duda tomará posse em agosto. Inúmeras
promessas de campanha serão postas em xeque, bem como o futuro da Polônia,
que está passando sem maiores sobressaltos pela crise mundial, pois tem
apresentado um crescimento abrangente, impulsionado por uma demanda tanto
interna quanto externa. A eleição presidencial na Polônia é o tema abordado pelo
correspondente Andrzej Sladowski que fala da surpresa dos resultados das urnas.
A surpresa também é a tônica da coluna Mówimy po Polsku ,onde o leitor encontrará as primeiras
doze razões para “nunca” visitar a Polônia. No próximo número será apresentado o restante da lista.
Patrimônio da Humanidade, as minas de sal de Wieliczka são o tema da coluna História & Estórias.
Todas, absolutamente todas as esculturas, a capela dedicada a Santa Kinga são feitos de apenas um
material: sal! Até os lustres da capela são cristais de sal! Maravilha que precisa ser conferida ao vivo e,
em caso de dúvida, com a boa e velha degustação com a ponta dos dedos!!!
neste ano em que o mundo recorda
os 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial dá
prosseguimento às homenagens aos heróis de
guerra. Na coluna Polônia Patriota é apresentada a
história da música Czerwone Maki na Monte Cassino,
cuja melodia foi composta por Alfred Schuz, que,
segundo relatos de minha mãe, executou a música em
seu piano (foto ao lado), no Rio de Janeiro, chorando
como uma criança.
Na coluna Artigo, é apresentada à participação polonesa nas comemorações da vitória da Força
Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial, em solo italiano. O projeto Memória é
dedicado a participação polonesa também no mesmo trágico acontecimento da História.
Com pesar, a coluna Polonia Eterna homenageia Aleksander Henryk Laks que sempre desejou que
seu passado não fosse o futuro de ninguém, lutando por um mundo bom, fraterno e sem preconceito.
Neste número, mais duas novas colunas passam a integrar nossa publicação: Sabores da Polônia
trará sempre uma receita de algum prato típico, sendo inaugurada com uma das muitas formas da
torta de maçã ou Szarlotka, assinada por Marek Polak, que também abordará a temática das favelas no
primeiro artigo em polonês publicado nesta revista, na coluna Polskie Spojrzenie. Desde já
solicitamos a todos aqueles que se dedicam a preservar os sabores poloneses que compartilhem
receitas com os nossos leitores!!! E bom apetite para todos!!!!
agradece a Alessandra Kepinski, Jadwiga Sliwowska, Regina Szczepura, Julianna
Zwolinski Pawelec, Claudio Skóra Rosty, Andrzej Sladowski, Marek Polak, Sérgio Niskier, Arthur
Trojan, Israel Blajberg, Rafael Perszel, pelas contribuições que viabilizaram esta edição.
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A Polonia Sociedade, representada por sua diretora Sra. Alessandra
Kepinski, participou do XXIII Encontro Olímpico Mundial das
Organizações Polônicas, entre os dias 24 a 31 de julho. O evento foi
patrocinado pelo Comitê Olímpico Polonês (PKOL), pelo Ministério das
Relações Exteriores (MSZ) e Ministério do Esporte e Turismo, com
apoio da Associação Polonesa de Vela e do Hotel Arlamow.
Cerca de 100 participantes de diversas organizações polônicas
estabelecidas em 16 países discutiram a importância do fortalecimento
destas organizações e de seus laços com a Polônia; o papel do esporte na
integração dessas instituições e promoção da Polônia, além da política de
atuação do MSZ.
Na ocasião a Sra. Kepinski fez uma apresentação sobre a Polonia
Sociedade e as Olimpíadas Rio 2016, tendo posteriormente se reunido
com diretores do PKOL para discutir o tipo de apoio que a Polonia
Sociedade poderá oferecer ao Comitê. O encontro ainda contou com
diversos palestrantes do PKOL, do MSZ como o Sr. Embaixador Jacek Junosza-Kisielewski, exembaixador da República da Polônia no Brasil e atual Diretor do Departamento de Cooperação da
Polônia com os Poloneses no Exterior..
O curso de polonês da Polônia Sociedade continua sendo um grande sucesso. Foi iniciada uma nova
turma de iniciantes. O curso conta com uma equipe de três professores que vêm adotando diferentes
métodos de ensino, avaliados positivamente pelos alunos.
Teve inicio o processo de atualização dos estatutos vigentes da Polonia Sociedade, os quais precisam ser
adequados ao novo código civil. Os sócios foram convocados e já foram realizadas reuniões para a
elaboração de uma proposta a ser votada oportunamente em uma Assembleia Geral Extraordinária.
Foi concluída a construção do monumento em homenagem a Józef Pilsudski, artífice da independência
da Polônia, cuja inauguração está programada para o dia 8 de novembro próximo.
.
Sócios e amigos da Polonia Sociedade se reuniram para torcer pela
seleção polonesa de Vôlei que disputou a Liga Mundial 2015, no
Maracanãzinho. Tanta animação, repetida em todos os jogos, chamou a
atenção da televisão polonesa que deu destaque aos alegres torcedores.
Fotografias de Arthur Trojan
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ALEKSANDER HENRYK LAKS: PONTO FINAL?
Por Aleksandra Sliwowska Bartsch
Faleceu no dia 21 de julho de 2015, aos 88 anos, Aleksander Henryk Laks, exemplo de
transformação. Transformação de dor em luta, de tristeza em esperança, de ódio em amor. Nascido
em Lódz, foi levado como foi prisioneiro para Auschwitz, onde testemunhou a morte de seus pais.
Com a evacuação do campo de concentração nazista, em 1945, antes da chegada dos soviéticos, foi
um dos 50 sobreviventes de uma Marcha da Morte, iniciada por 800 prisioneiros.
Único sobrevivente de uma família de 60 pessoas, foi encontrado por soldados
franceses, pesando menos de 30 kg. Sem família ou bens, virou garoto de rua
até ser atendido em um campo de refugiados. Lembrou que o pai havia
mencionado uma irmã que morava no Rio de Janeiro. Em um relato para uma
reportagem intitulada Famílias Judaicas no Rio, publicado no Jornal O Globo
de 18/04/2015 disse Laks: “Ouvi de um oficial que ele tinha ordens para não
autorizar a ida de judeus para o Brasil. Ele indicou que eu deveria ir para a
Igreja, me converter e voltar. Neguei. Depois de tudo que eu tinha vivido,
não ia negar o que era”.
Desembarcou no Rio de Janeiro, vindo dos Estados Unidos. Para Laks foi amor à primeira vista à
cidade e ao povo. Dizia que havia renascido na Cidade Maravilhosa.
Foi vendedor ambulante de
tecidos. Casou em 1954. Teve
dois filhos, Jerson (médico) e
Sergio (designer). A esposa, que
faleceu
em
2003,
era
secretaria. Presidiu a Sherit
HaPleitá (Associação Brasileira
dos Israelitas Sobreviventes da Perseguição Nazista) e escreveu "O
Sobrevivente – memórias de um brasileiro que escapou de Auschwitz" e
"Mengele me Condenou a Viver".
Sobreviveu e compreendeu a missão que lhe havia sido conferida:
transformar vidas através de suas palestras, principalmente voltadas para
jovens. Lutou para que a partir de seus relatos, a paz e a tolerância
prevalecessem. Agora que suas palavras silenciaram, seria um ponto final?
Claro que não! Os corações aos quais emocionou certamente serão
sementes de um mundo mais justo, mais tolerante, tendo o respeito como
a tônica das relações. Agora é a hora de Laks voltar a ser a criança feliz da
foto ao lado, nos braços de seus pais tão amados e cuja saudade foi
sempre uma ferida aberta em seu coração. A família está completa.
Fotos de Alessandra Kepinski, Aleksandra Sliwowska Bartsch e Menorah
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30/04
PALESTRA:
“IMIGRAÇÃO POLONESA NA AMÉRICA DO SUL”
Por Arthur Trojan
No último dia 30 de abril, quinta-feira, na Polônia Sociedade Beneficente do Rio de
Janeiro, ocorreu uma palestra sobre a imigração polonesa em países da América do Sul.
Trata-se da segunda palestra ministrada pela escritora e jornalista Aleksandra Pluta no Rio
de Janeiro. Sua primeira palestra tratou do polonês Zbigniew Ziembinski, o Zimba,
considerado o pai do teatro moderno brasileiro, de quem está terminando de escrever a
biografia que será lançada ainda este ano.
Aleksandra Pluta é jornalista, tradutora, intérprete e já escreveu várias obras como: Na onda
da história: imigração polonesa no Chile (2009), Raul Nalecz Malachowski: memórias de dois
continentes (2012), Andrés - uma vida em mais de três mil filmes (2014). O objetivo principal de
seu trabalho é tratar da vida de poloneses que tiveram influência na área cultura de países
como Brasil e Chile.
Durante a palestra foram abordados os fatores históricos que levaram milhares de
poloneses a deixar seu país, as circunstâncias e as perspectivas que tinham ao chegarem em
lugares com cultura, hábitos e clima tão diferentes. Abordou o trabalho de muitos
poloneses, como o do publicitário Andrzej Bukowinski, do poeta Tomasz Lychowski e da
artista plástica Alicja Glass – os dois últimos presentes na plateia. A palestra ficou lotada e
foi muito interativa. Após a exposição de todo o conteúdo, a palestrante, Aleksandra, abriu
para debater questões sobre migrações que ocorrem nos dias atuais, fez perguntas para os
espectadores e sorteou três livros seus (duas biografias do Andrzej Bukowinski em
polonês e uma em português). Ficou visível a total empatia do público, não apenas pelo
bom conteúdo, didatismo, mas, certamente, pelo carisma da Sra. Pluta. Após a palestra,
todos os presentes puderam desfrutar de um delicioso coquetel.
Fotografias de Arthur Trojan
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10/05
POLONIA SOCIEDADE CELEBRA A
CONSTITUIÇÃO DE 3 DE MAIO
A Polônia Sociedade Beneficente do Rio de Janeiro reuniu seus sócios e amigos para uma
emocionante solenidade por ocasião da data nacional polonesa de 3 de Maio, na qual se
celebra a promulgação da primeira constituição da Europa e segunda no mundo. O evento
coordenado pela Sra. Alessandra Kepinski e pelo Cel. Claudio Rosty teve a abertura feita pela
presidente em exercício, Sra. Helena Gimbitzki e foi iniciado com uma abordagem histórica
feita pela Prof. Dra. Aleksandra Sliwowska Bartsch sobre o contexto histórico, político e
social que resultou na promulgação da Constituição Polonesa, seus desdobramentos e
significado para o povo polonês e para o mundo contemporâneo.
Na sequencia, a Sra. Alessandra Kepinski prestou uma homenagem ao soldado polonês, por
ocasião da comemoração do Dia da Vitória, que marcou o aniversário de 70 anos do término
da Segunda Guerra Mundial, no dia 08 de maio de 1945.
Em uma apresentação repleta de profundidade e
emoção, a Sra. Kepinski falou do heroísmo
polonês, o qual também foi homenageado com
uma exposição, da qual a Sra. Kepinski foi a
organizadora e curadora e que contou com
condecorações e objetos pessoais, além de
memórias de ex-combatentes poloneses radicados
no Rio de Janeiro. A Exposição contou com a
valiosa colaboração do Sr. Ignacy Felczak, que preparou um álbum de fotos sobre as
atividades da Associação dos Ex-Combatentes Poloneses no Rio de Janeiro, bem como cedeu
diversos documentos próprios.
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Além destes, foram expostas medalhas, fotografias e antigos documentos relativos à atuação durante a
Segunda Guerra Mundial de: Janusz Pawelkiewicz e Wladyslaw e Janina Dzieciolowski, gentilmente
cedidos pela Sra. Anna Maria Dzieciolowski Robalinho; de Eugeniusz Syrkis e Aleksander Warzynski,
emprestados por suas esposas, Sra. Liliana Syrkis e Sra. Helena Warzynska; de Tadeusz e Gertruda
Lychowski, enviados pelo seu filho Tomasz Lychowski: de Jerzy Kepinski, Roscislaw Kepinski e Maria
Hrynakowska, pertencentes ao acervo da família e, ainda, de Antoni Gabriel, com texto escrito por sua
filha Sra. Maria Wojnowska e publicado anteriormente na
Na sequencia, o Cel. Claudio Skóra Rosty fez uma apresentação detalhada sobre
os locais visitados pela comitiva brasileira, da qual fez parte, e que percorreu na
Itália, todos os locais importantes onde os soldados brasileiros lutaram e
venceram na Segunda Guerra Mundial. Em sua apresentação o Cel. Rosty
explicou a importância de cada ponto visitado, os acontecimentos que lá se
sucederam, bem como mostrou fotografias das solenidades que ocorreram em
memória do soldado brasileiro e dos Aliados.
A noite também contou com uma homenagem especial às Mães. Jovens
com trajes folclóricos típicos poloneses distribuíram flores, bem como
o tenor Paulo Barcellos cantou músicas de Chopin em polonês e
recitou poesias de diferentes autores brasileiros como um presente para
as mães da Polonia Sociedade. Ao final da parte solene, o Sr. Vicente
Pawelec homenageou a equipe que tomou parte na solenidade,
agradecendo em nome do Presidente Stefan Janczukowicz pelo
trabalho realizado, sendo a parte oficial seguida de um coquetel.
Fotografias de Aleksandra Sliwowska Bartsch
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27/05
VETERANO POLONÊS IGNACY FELCZAK
RECEBE DIPLOMA 70 ANOS DA FEB
Por Israel Blajberg
Em formatura realizada em 27 maio 2015 no CML, Palácio Duque de Caxias, Veteranos e
dirigentes de associações receberam diplomas de agradecimento pela colaboração prestada
às comemorações alusivas aos setenta anos da participação da FEB na II Guerra Mundial.
Os diplomas, assinados pelo Comandante do Exército, Gen VILLAS BOAS foram
entregues pelos Generais FERNANDO, Comandante Militar do Leste, e JUNGHTON,
Vice-Chefe do DECEX.
O Presidente da Associação dos Ex-Combatentes Poloneses – TC Eng R1 Ignacy
Felczak, que compareceu com sua Sra. Da. Alina, foi um dos 12 contemplados.
Fotografias de Israel Blajberg
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PÁROCO DA IGREJA POLONESA HOMENAGEADO
21/06
O Pároco da Paróquia Pessoal dos Poloneses dedicada à Nossa Senhora de Czestochowa, Pe.
Jan Flig foi homenageado pelos paroquianos por ocasião do seu aniversário onomástico,
celebrado no dia 24 de junho, dia de São João.
Tradição na Polônia, a celebração do dia no Santo que dá o nome a pessoa é bastante popular
e antiga, sendo em algumas regiões mais importante que o próprio aniversário. Para
homenagear o Pe. Flig, foi escolhido o Prof. Tomasz Lychowski que transmitiu os votos da
comunidade, aos quais se seguiram cantos de parabéns em português e polonês e uma
saborosa confraternização.
Fotografias de Aleksandra Sliwowska Bartsch
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ARRAIAL BRANCO-VERMELHO
04/07
Mais de noventa pessoas transformaram a Polonia Sociedade num grande arraial, repleto
de alegria, com comidas típicas, brincadeiras e jogos.
A Festa Julina da Polonia Sociedade, foi idealizada e coordenada pela Sra. Lucyna Brocki
Cozzolino, pelos senhores Claudio Skóra Rosty e Roberto Piesiecki. Muito elogiada por
todos, tanto pela decoração quanto pela atmosfera, seu sucesso se deveu muito ao
engajamento da Sra. Vanessa Brocki, que animou adultos e crianças com brincadeiras
como pescaria, boca do palhaço e dança das cadeiras, bem como ao Sr. Geraldo Candido
da Silva que organizou o fornecimento de parte dos quitutes disponíveis, apoiando
operacionalmente o evento como um todo.
Especial agradecimento à Sra. Regina Szczepura. Sua
dedicação incansável, amor à Sociedade Polonia e
engajamento na organização da festa como um todo,
contribuíram profundamente para o sucesso da
confraternização.
Fotografias de Regina Szczepura, Julianna Zwoliski Pawelec e Aleksandra Sliwowska Bartsch
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10/07
PALESTRA
“CINEMA POLONÊS CONTEMPORÂNO”
Foi realizada na Polônia Sociedade Beneficente do Rio de Janeiro o evento Cinema
Polonês Contemporâneo, idealizado por Artur Trojan. A palestra tratou da promissora
geração de diretores poloneses premiados em festivais audiovisuais mundo a fora. A
Polônia tem uma tradicional escola de cinema, como grandes cineastas como Andrzej
Wajda, Krzystof Kieślowski e Roman Polanski.
O maior destaque ficou com
cineasta Pawel Pawlikowski que
dirigiu o filme IDA, vencedor
do Oscar de melhor filme
estrangeiro. Pawlikowski tentou
colocar
em
debate
um
problema que cresce na Europa,
e em sua própria Polônia, que é o antissemitismo. No entanto, a abordagem que fez dos
fatos históricos gerou uma reação muito grande de boa parte da sociedade polonesa.
Apesar disso, a crítica polonesa, assim como no mundo todo, reverenciou de forma
unânime a qualidade cinematográfica do filme.
O evento teve como palestrante Ewa Żukrowska, polonesa de Torun, formada em história
da arte que trabalha na área de produções audiovisuais há mais de 10 anos e por 5 anos
trabalhou na indústria cinematográfica da Polônia e Estados Unidos. Mora no Brasil há
três meses, onde vem desenvolvendo produções cinematográficas, tendo como principal
objetivo a promoção da cinematografia polonesa no Brasil. Apesar de estar aprendendo
português há apenas três meses, conseguiu apresentar toda a palestra em português – o
que deixou uma plateia de 35 pessoas muito surpresa –, de forma muito interativa com
trailers e fotos, mostrando o trabalho de cada diretor. Após a apresentação, os membros da
diretoria, sr. Vicente Pawelec e sr. Claudio Rosty, presentearam a palestrante e convidaram
a todos para um coquetel oferecido pela Sociedade.
Em 2016 acontecerá no Brasil uma séria
de eventos que busca promover o
intercâmbio cultural entre Polônia e
Brasil intitulado: “Ano da Polônia no
Brasil”. Sendo assim, a Polônia
Sociedade Beneficente tem buscado
parcerias como a de Ewa para ajudar
na criação de uma agenda cultural que
promova a cultura polonesa no Rio de Janeiro. Uma das ideias é desenvolver um festival de
filmes poloneses no Rio de Janeiro no ano que vem. A palestra foi apenas uma mostra do
que vem por aí.
Fotografias de Arthur Trojan
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HOMENAGEM A ALEKSANDER HENRYK LAKS
02/08
Por Arthur Trojan
A Polonia Sociedade Beneficente prestou uma homenagem a Aleksander Henryk Laks.
Judeu, nascido na cidade de Łódź – Polônia – que com a invasão alemã, em 1 de setembro
de 1939, teve o mesmo destino de milhares de judeus que, assim como ele, haviam nascido
em um momento difícil para ser judeu.
A cerimônia foi aberta com a palavra do presidente, Sr. Stefan Janczukowicz, que ressaltou
a importância histórica para humanidade de sobreviventes como o Sr. Laks. Após, o
diretor financeiro, Vicente Pawelec, leu uma carta que o poeta e escritor Tomasz
Lychowski escreveu para Laks e foi publicada no último livro deste.
Na carta, o professor Lychowski procura ressaltar as similitudes que sua história tem com
a de Laks, visto que também foi perseguido e preso durante a ocupação alemã na Polônia.
Ressalta, também, o heroísmo de muitos poloneses que arriscaram a própria vida tentando
salvar judeus da perseguição nazista, ilustrando com a história da heroína Irena Sendler,
justa entra as nações.
Em seguida, os presentes assistiram ao vídeo feito com o sr. Laks, em que ele volta à
Polônia, depois de tudo que passou, visitando locais como o bairro onde morou e a escola
que estudou na cidade de Lodz. Mas, certamente, o momento mais emocionante foi a vista
ao complexo de Auschwtiz-Birkenau, onde mostra o exato local que viu seu pai morrer.
Algumas pessoas que conviveram com Laks, como seu amigo Sergio Niskier, puderam
testemunhar seu carinhoso trato pessoal para com os outros e sua constante preocupação
em cumprir um pedido feito por seu pai à beira da morte: viver para divulgar o que foi o
Nazismo. Niskier também falou da importância de muitos poloneses no combate ao
Nazismo e seu orgulho em ser cidadão polonês.
Aleksander, certamente, nunca
será esquecido; não por ser um
sobrevivente do nazismo, mas
pela imensurável capacidade
de superação, depois de ter
passado pelos momentos que
passou quando ainda era um
menino com 13 anos.
Fotografias de Arthur Trojan
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CZERWONE MAKI NA MONTE CASSINO
Czerwone Maki na Monte Cassino ou As papoulas vermelhas de Monte Cassino teve a letra escrita por Feliks
Konarski e a melodia composta por Alfred Schutz na noite de 17 para 18 de maio de 1944. É uma
das músicas mais patrióticas polonesas. Ambos autores eram oficiais e fizeram parte do exército
que tomou o convento em Monte Cassino em 18 de maio. A música fala que as papoulas
vermelhas de Monte Cassino são mais vermelhas pois foram regadas com o sangue do soldado
polonês. Disse Feliks Konarski: “quando cantamos pela primeira vez aos pés do Monte As Papoulas
Vermelhas naquele 18 de maio, todos choramos. Os soldados choraram conosco. As papoulas
vermelhas que desabrocharam naquela noite tornaram-se o único símbolo do heroísmo e do
sacrifício, bem como a homenagem dos sobreviventes para todos aqueles que deram suas vidas
pelo amor à liberdade.”
Czy widzisz te gruzy na szczycie?
Tam wróg twój się ukrył jak szczur.
Musicie, musicie, musicie
Za kark wziąć i strącić go z chmur.
I poszli szaleni zażarci,
I poszli zabijać i mścić,
I poszli jak zawsze uparci,
Jak zawsze za honor się bić.
Czerwone maki na Monte Cassino
Zamiast rosy piły polską krew.
Po tych makach szedł żołnierz i ginął,
Lecz od śmierci silniejszy był gniew.
Przejdą lata i wieki przeminą.
Pozostaną ślady dawnych dni
I tylko maki na Monte Cassino
Czerwieńsze będą, bo z polskiej wzrosną krwi.
Runęli przez ogień ,straceńcy,
niejeden z nich dostał i padł,
jak ci z Somosierry szaleńcy,
Jak ci spod Racławic sprzed lat.
Runęli impetem szalonym,
I doszli . I udał się szturm.
I sztandar swój biało czerwony
Zatknęli na gruzach wśród chmur,
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PRESENÇA POLONESA NAS COMEMORAÇÕES DOS
70 ANOS DA VITÓRIA DA FORÇA EXPEDICIONÁRIA
BRASILEIRA (FEB) NA CAMPANHA DA ITÁLIA
DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Por Cláudio Skora Rosty – Cel Inf R1 - CEPHiMEx
Transcorridos 70 anos desde o término do maior e mais sangrento conflito da História da
Humanidade, a Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército (DPHCEx), por intermédio
do Centro de Estudos e Pesquisas de História Militar do Exército (CEPHiMEx), realizou, na Itália, no
período de 20 a 27 de abril de 2015, palco da atuação da Força Expedicionária Brasileira (FEB), o IV
Seminário Nacional da Participação do Brasil na 2ª Guerra Mundial (IV SENAB - 2ª GM), com a
presença do Sr. Cel R1 Cláudio Skora ROSTY descendentes de poloneses, marcando e destacando a
presença dos poloneses naquele grande conflito.
O evento tinha como escopo as vitórias da FEB na 2ª Guerra
Mundial, focalizando, o relacionamento dos militares brasileiros com
os habitantes locais, em especial os das regiões da Toscana e EmiliaRomagna.
Comitiva brasileira
Os objetivos do evento foram plenamente atingidos, por reunir sete
ex-combatentes com seus familiares, colecionadores de viaturas
antigas com uniformes históricos da guerra, professores,
pesquisadores, estudantes e o público em geral, civil e militar,
brasileiros e italianos, para vivenciarem a participação das tropas
brasileiras nos combates do Vale do Rio Serchio, nas
Montanhas dos Apeninos (Monte Castelo, Castelnuovo,
Montese, Zocca, Vignola) e do Vale do Rio Pó, entre
outros. As diversas exposições foram enriquecidas com
visitas aos campos de batalha, monumentos votivos e locais
de interesse dos episódios históricos estudados, tudo
acontecendo em paralelo com cerimônias cívico-militares,
que tiveram lugar nas localidades das principais batalhas.
Cel Rosty 70 anos da FEB Itália
Os trabalhos realizados seguiram a programação organizada pelo CEPHiMEx com a cooperação da
Adidância do Exército na Itália, recebendo amplo apoio das autoridades locais de diversas comunas
(prefeituras) daquele País, que constaram de:
• visitas a museus, memoriais, locais e sítios históricos, com apresentações temáticas em cada local,
descerramento de placas, colocação de corbelhas de flores, homenagens, orações, troca de brindes
e lembranças e, em alguns casos, inaugurações de monumentos.
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No dia 21 Abr 15 – (2ª feira)
• cerimônia na Embaixada do Brasil, quando se comemorou o Dia
do Exército e se efetuou a abertura do SENAB, com a entrega
pelo Gen Bergo ao Embaixador do Brasil na Itália Exmo Sr
Ricardo Neiva Tavares de um quadro em óleo sobre tela do
Capelão Militar Frei Orlando. Constou também, da abertura de
exposição de material da FEB, pertencente ao colecionador de
Quadro Frei Orlando
armaria – Giovanni Sulla;
• exibição do filme “Estrada 47”, do diretor Vicente Ferraz, em sessão especial de lançamento na
Câmara dos Deputados da Itália;
• visita da comitiva da DPHCEx ao Estado-Maior do Exército Italiano e ao museu militar em
Roma (Museo dei Granatieri);
No dia 22 Abr 15 – (3ª feira)
• No Monumento Votivo Militar Brasileiro, em Pistóia, ocorreu uma solenidade com o
hasteamento da bandeira e canto do Hino Nacional dos dois países; com a entrega a medalha da
“Vitória dos Combatentes Poloneses na 2ª Guerra Mundial” pelo Cel Rosty representante da
Associação dos Ex-combatentes Poloneses no Brasil ao Adido Militar do Exército na Itália ao
Coronel Mario Felizardo Medina e ao Tenente Coronel Vittório Lino Biondi da Brigada
Paraquedista “Folgore” de Pisa em reconhecimento aos serviços prestados em prol da
preservação da memória e divulgação da participação das tropas Polonesas na libertação da Itália.
Entrega da medalha do Marechal Mascarenhas de Moraes pelo Gen Bergo ao Embaixador do
Brasil na Itália Ricardo Neiva Tavares e aos dois militares já citados. Junto ao fogo simbólico do
Soldado Desconhecido, o Cel Rosty fez a leitura do texto: “Sargento Miguel Pereira –
administrador do Cemitério Militar Brasileiro e do Monumento Votivo Militar Brasileiro (CampoSanto dos pracinhas da FEB na Itália)”, citando os descendentes de poloneses que, como
integrantes da FEB tomaram em solo italiano e foram naquele cemitério enterrados (Sd Adão
Wójcik, Sd Bruno Estrifica, Sd Estanislau Wójcik, Cb João Protzek, Sd João Rechocoski, Sd José
Wsoek, Sd Marcelino Jazinski, 2º Sgt Pedro Krinski, Sd Sérgio Grevinski, e Sd Wenceslau
Spancerski). Durante a inauguração do Espaço Cultural Miguel Pereira (escritório do
administrador), o Cel Rosty entregou a mãe do Sr. Mario Pereira (esposa do Sgt Miguel Pereira –
Sra Giuliana Pereira) uma gravura em bico de pena produzida pelo pesquisador associado Marcelo
Etiene, representado o militar em seu casamento e no final da vida;
Monumento Votivo
Militar Brasileiro em
Pistóia
Entrega da Medalha
da
Vitória
dos
Combatentes Poloneses
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• No Monumento Brasileiro em Staffoli (Margineta – há uma capelinha de Nossa Senhora de Lurdes
construída pelos “Pracinhas” durante a guerra) ocorreu uma solenidade cívica-militar com entrega
da Medalha da Ordem do Mérito Militar pelo Gen Villas Bôas – Comandante do Exército ao
italiano administrador Giuliano Capelli;
No dia 23 Abr 15 – (4ª feira)
• No Monumento de Castelnuovo di Vergato ocorreu uma solenidade com a presença da “Coluna da
Vitória”. O Sindaco da cidade de Vergato, Sr. Massimo Gnudi e o Cel Rosty fizeram a leitura de um
texto alusivo ao evento. O tema do Cel Rosty foi: “Castelnuovo: última fase do Plano Encore”. A
comitiva seguiu para Precária, onde foi prestada homenagem aos três heróis referenciados pelos
alemães, junto ao monumento do artista plástico Marco Mazzetti. O historiador italiano Giovanni
Sulla fez uso da palavra, descreveu o fato histórico e explicou como foram encontradas as três
cruzes;
• A Inauguração do Monumento aos 17 de Abetaia foi celebrada pelo comandante do Exército e
pela sindaca da cidade de Gaggio Montano – Maria Elisabetta Tanari, contando com a presença de
sete veteranos da FEB (José Marino, João Batista Moreira, Timoteo Dias de Souza, Antônio de
Pádua Inhan, Anselmo Alves, Alberto Arnoli e Modesto Mariano de Brito) e da comitiva brasileira.
Momento em que o veterano João Batista Moreira contou como faleceu Frei Orlando e os 17 de
Abetaia;
• No Monumento de Frei Orlando, em Bombiana, ocorreu uma cerimônia com a presença da
sobrinha (Dona Cândida) e das sobrinhas netas do capelão militar. O Cel Rosty fez a leitura do
texto: “Frei Orlando: o mártir de Bombiana e Patrono do Serviço de Assistência Religiosa do
Exército” e entregou às descendentes uma gravura em bico de pena produzida pelo pesquisador
associado Marcelo Etiene, representado o Frei com o uniforme militar de capitão capelão;
• Ocorreu na cerimônia cívica ao Monumento Liberazione em Monte Castelo a aposição de uma
coroa de flores e foram proferidas palavras sobre os combates ali ocorridos pelo Giovanni Sulla.
Com a apresentação feita em carta topográfica pelo Cel Rosty ao comandante do Exército e a sua
comitiva referentes aos cinco esquemas de manobras para a tomada de Monte Castelo;
No dia 24 Abr 15 – (5ª feira)
• Houve a inauguração de placa comemorativa da enfermaria do 1º Batalhão de Saúde na cidade de
Iola, momento em que seria lido pelo Cel Ramiro um texto sobre as enfermeiras brasileiras na 2ª
Guerra Mundial. Nessa cidade, foi montada uma grande exposição de material de guerra, com
venda de livros. A comitiva visitou o Museu Militar de Iola, que além de conter o acervo material
da 2ª Guerra Mundial, também possui o registro da história medieval daquele país.
• Em Montese foi inaugurado o monumento em homenagem ao Aspirante Francisco Mega próximo
do local de sua morte. Ato realizado pelo sindaco da cidade Sr. Luciano Massa e pelo comandante
do Exército – Gen Ex Villas Bôas. A cerimônia contou com a benção e colocação de flores.
Naquele momento, seria lido pelo Cel Caminha um trabalho sobre a morte do Aspirante Francisco
Mega;
• Em seguida, realizou-se a entrega de um Prêmio Literário em homenagem à FEB protagonizado
pelo sindaco de Montese com as escolas do ensino fundamental;
18
• Em Porreta Terme onde foi o Posto de Comando Avançado da FEB ocorreu a inauguração de
uma placa comemorativa;
• No Museu de Montese ocorreu o evento do IV SENAB propriamente dito, com palestras
específicas sobre a participação do Brasil naquele conflito, ministradas pela Aeronáutica (Ten Brig
Ar Gerson Nogueira Machado de Oliveira) e pelo Exército (Gen Bda Marcio Tadeu Bettega
Bergo), com projeções de filmetes (“A História da FEB contada por seus heróis”, produzido pelo
Cel Rosty, fruto de sessenta e duas entrevistas realizadas no Brasil e na Itália com veteranos e
italianos que conviveram com a FEB); do documentário “O Caminho dos Heróis”, produzido
por João Barone, além de exposição de material e dez banners (expositores contando o roteiro da
FEB nos dois idiomas – português de italiano). O Cel Rosty, na parte mais alta da torre de
Montese, realizou um giro de horizonte e explicou como se deu o ataque e a conquista aquela
cidade;
No dia 25 Abr 15 – (6ª feira)
• Em Riva di Biscia houve a cerimônia em homenagem ao Sgt Max Wolf Filho com a participação
de sua Filha Dona Hilda Della Nina, sua sobrinha Bianca e os netos Matheus de Oliveira Della
Nina e Thalles Della Nina Koester. O Cel Rosty fez a leitura de um texto alusivo com o tema: Sgt
Max Wolff Filho: Rei das Patrulhas e convidou o comandante do Exército para fazer a entrega a
D. Hilda uma gravura em bico de pena produzida pelo pesquisador associado Marcelo Etiene,
representado o Rei das Patrulhas, com o capacete aço-fibra, que o caracterizava como
comandante das patrulhas;
• Na cidade de Montese, no Largo Brasile, houve uma cerimônia cívica comemorativa ao dia da
libertação (25 de abril), precedida de um desfile cívico pela cidade, envolvendo as escolas,
entidades civis e com a participação da comitiva brasileira, dos alpinistas e ex-combatentes
italianos. Foi realizada uma missa, entrega de medalhas, homenagens aos “Pracinhas” da FEB e a
colocação de placa alusiva e flores no monumento da libertação de Montese. A solenidade
terminou com um grande lanche, oferecido a todos os presentes, na frente dos hotéis daquela
cidade.
Monumento ao Sgt Max Wolff
Partigianos
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No dia 26 Abr 15 – (Sábado)
• Em Parma, na Praça da Libertação, ocorreu uma cerimônia cívica na Comune com a presença do
Sindaco Frederico Pizzarotti e o encontro das Colunas da “Vitória Brasileira” e a da “Libertação
Italiana”. Seguiu-se uma exposição de material e de viaturas antigas da 2ª Guerra Mundial;
• Em Collecchio, na Praça da República, foi realizado a encenação da rendição da 148º Divisão de
Infantaria Alemã com figurantes das colunas da Vitória e da Libertação. O Gen Bergo realizou
uma locução em italiano enaltecendo o evento e agradecendo as homenagens prestadas à FEB e
ao povo brasileiro;
• Na Praça da Liberdade junto da Comuna de Fornovo di Taro foi colocada uma placa
comemorativa pela Sindaca Sra Emanuela Grenti e pelo Cel Mario Felizardo Medina, adido do
Exército na Itália. A noite, no cinema teatro Lux foi realizado por estudantes de música, um
concerto-coro seguido de mensagens, homenageando os heróis da FEB e a comitiva brasileira.
Cel Rosty em Parma
Cel Rosty na assinatura da Rendição Alemã
No dia 27 Abr 15 – (Domingo)
• Em Pontescodona, no local exato onde foi assinada a rendição da 148º Divisão de Infantaria
Alemã, foi realizada a benção e a inauguração de uma placa alusiva aos 70 anos da vitória da FEB
na Itália. Devido o mau tempo, o Cel Rosty deixou de ler o texto: “A Rendição Alemã em
Fornovo di Taro”.
• Em Neviano di Rossi, próximo a Respício, junto da igreja de onde o Padre Alessandro Cavalli saiu
para como emissário levar em viva voz, a intimação de rendição incondicional à 148º DI alemã,
foi realizada a solenidade comemorativa com inauguração de placa comemorativa, seguida da
locução sobre o evento do Sr. Mário Pereira e Giovanni Sulla.
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O público presente às solenidades era constituído basicamente de:
• autoridades brasileiras, militares (Comandante do Exército, Chefe do Estado-Maior do Exército,
delegação da DPHCEx, Adidos) e civis (Embaixador do Brasil e integrantes do corpo
diplomático);
• comitivas de participantes das comemorações e do SENAB (civis e militares brasileiros, que se
deslocaram em grupos coordenados por operadoras turísticas, associações brasileiras e italianas de
preservacionistas de viaturas militares antigas, profissionais da área de História, docentes e
discentes, demais interessados no tema);
• autoridades locais italianas, das diversas cidades;
Nas encenações históricas e visitas aos monumentos ocorreu uma grande participação da população
local, momento em que foram distribuídos aos participantes a programação geral, livreto resumo do
conteúdo dos 10 banners e a Revista Exército Brasileiro – Ed Especial 70 Anos da FEB, tudo em
português e italiano.
Com este evento, o Exército Brasileiro, por intermédio da Diretoria do Patrimônio Histórico e
Cultural do Exército (DPHCEx) e por meio do Centro de Estudos e Pesquisas de História Militar do
Exército (CEPHiMEx), divulgou, no Brasil e na Itália os feitos heróicos de nossos “Pracinhas”.
A FEB seguiu para a Campanha da Itália em quatro escalões foram 25.334 soldados que colocaram
em risco o que lhe era mais precioso, a sua vida, em defesa da liberdade e da democracia.
Assim, há 70 anos na Itália, “a cobra fumou”!
Rio de Janeiro, 23 de junho de 2015.
21
POLÔNIA DECIDE SEU FUTURO
Por Andrzej Sladowski (*)
Meus Amigos, o nosso verão de 2015 foi quente... Não, não se trata da
temperatura, nem do tempo... Na verdade, o assunto eram as eleições
presidenciais. Pois bem, o presidente Bronislaw Komorowski está acabando
seu mandato e, no dia 8 de agosto, deverá transmitir o cargo para o novo
presidente da Polônia. Os movimentos dos partidos começaram cedo, desde
fevereiro passado os partidos, principalmente o PO (Platforma
Obywatelska) que junto com o PSL (Polskie Stronnictwo Ludowe)
governa o país há 8 anos, e o PIS (Prawo i Sprawiedliwosc), da
oposição, tiveram várias reuniões, assembleias, movimentos, para no
dia 10 de maio alcançar o melhor resultado nas eleições. Concorreram,
no total, 11 candidatos, mas na verdade contaram só dois. O candidato
principal, Bronislaw Komorowski, é um politico maduro e experiente,
honesto, membro do Solidariedade, aprisionado durante o estado de
sitio de 1983, que com sua determinação, calma e sentido de justiça,
procurava sempre conciliar e governar o pais da melhor maneira
possível.
Bronislaw Komorowski
Como chefe das forcas armadas, Komorowski sempre visou aparelhar o Exército, a Marinha e a
Aeronáutica, objetivando garantir a segurança do país nestes tempos difíceis, com agressão russa
perto de nossas fronteiras. O segundo candidato, Andrzej Duda, jovem deputado, representante do
partido de oposição na assembleia da UE em Bruxelas. Os dois candidatos começaram a visitar
cidades, povoados, aldeias, empenhando-se nos encontros com os eleitores. O presidente
Komorowski, contava sempre com o apoio e admiração do povo polonês. Mas qual não foi a
surpresa, quando, no dia 10 de maio, após a apuração dos votos, constatou-se de que o candidato
da oposição, Andrzej Duda, conseguiu mais votos, com uma pequena diferença e foi preciso o
segundo turno, no dia 24 de maio passado, que confirmou a vitória de Duda. O resultado foi
48,5% para o presidente Komorowski e 52,5% dos votos para o adversário.
Com uma campanha bem dirigida, abrangendo quase todo o país, enérgica e dirigida à população
principalmente jovem, o candidato da oposição conseguiu uma vitória surpreendente e, a partir do
dia 8 de agosto governará o país por um período de 4 anos.
Na verdade, os jovens poloneses há algum tempo procuravam mudar o estilo de governar o país,
protestando contra diversos planos do governo. Sob comando de um jovem músico Pawel Kukiz
conseguiram nestas eleições reunir forcas e o movimento deste grupo alcançou 20% da preferência
dos eleitores, representando uma considerável força. Provavelmente, este grupo pesou na balança
durante o segundo turno das eleições presidenciais no dia 24 de maio.
(*) Jornalista e correspondente internacional da
na Polônia
22
O candidato vencedor prometeu mundos e fundos durante a sua campanha, mas conforme os
especialistas, muitas promessas são impossíveis de serem realizadas. Além do mais, teremos em
outubro eleições parlamentares. Se vencer o PO, teremos o governo do PO e o presidente do PIS,
uma situação meio complicada. Tanto a oposição, quanto a situação já começaram as campanhas
para conseguir os votos da população. Veremos futuramente os resultados. O que importa é a
segurança e satisfação dos poloneses. Estamos constantemente crescendo economicamente,
aumentando o PIB em 3% (único pais da UE a conseguir tal crescimento). Vários setores da
economia do pais apresentam ótimos resultados. Nos campos, os agricultores contam com a ajuda
dos fundos da UE. Novas casas estão sendo construídas em grande numero, novos apartamentos
nas cidades, com facilidades de crédito para jovens casais. No setor cultural, muitos acontecimentos
marcantes: festivais de música erudita e popular, bibliotecas cheias de leitores. Vivemos na verdade
um período de crescimento constante...
Andrzej Duda
Pais do novo Presidente com sua neta,
filha de Andrzej i Agata Duda.
Meus Amigos, desejo a todos tudo de bom: uma boa vida, bom clima, bom vizinho, bom amigo,
boas perspectivas para o futuro, boa saúde e muito amor. Vamos em frente, pois o sol brilha para
todos.
Ate a próxima...se Deus quiser....
23
“24 RAZÕES PARA NUNCA VISITAR A POLÔNIA” (Parte I)
Colaboração de Rafael Perszel (*)
apresenta agora a visão da Polônia de Jéssica Chiareli. De uma forma bem
humorada a autora lista e ilustra 24 razões para que nunca se queira conhecer este país que
fica no coração da Europa. Nesta edição serão apresentadas as 12 primeiras. Vale a pena
conferir este relato simpático e muito bem ilustrado:
1. O país não é nada bonito (Varsóvia)
3. É um país que deve ser evitado a todo custo
5. Não existem paisagens naturais interessantes
2. Até os parques nacionais são feios
4. Não há particularmente nada de excitante
por lá (Caverna do Urso, em Kletno)
6. O verão é totalmente irrelevante
(*) Rafael Perszel é advogado, especialista em Direito Internacional, com foco na área de
imigração/emigração, atuando no Brasil e na União Europeia.
24
7. Não há nenhum animal notável
8. A primavera não tem nada a oferecer
9. A natureza não é fascinante
10. O outono é sombrio e deprimente
11. O inverno é a estação mais feia de todas
12. O país não tem história
25
O FAVELI NIECO INACZEJ
Marek Polak (*)
A partir desta edição o Prof. Marek Polak inaugura esta coluna, em polonês,
com visões de um polonês, que decidiu abraçar o Brasil, abordando diferentes
temas da realidade brasileira. Neste artigo de abertura o Prof. Polak fala da
vida nas comunidades cariocas, sua realidade, trazendo uma visão muito
esclarecedora para todos que se interessam por esta temática.
Kiedy pierwszy raz przyjechałem do Brazylii, w faveli znalazłem się zupełnie przypadkowo. Niemniej
jednak towarzyszyła mi ona w trakcie całej podróży i z każdym razem coraz bardziej fascynowała. Już
sam nocny widok faveli Rio de Janeiro ma w sobie coś romantycznego. Potężne fale światła spływające z
dostojnych wzgórz stolicy imperuim brazylijskiego rozbrzmiewają dziesiątkami dźwięków w
charakterystycznej kakofonii wielkiej metropolii.
Przekroczenie granicy faveli, nawet dla osoby nie zdającej
sobie sprawy z relacji społecznych wewnatrz Rio de Janeiro
jest odczówalne. Niekiedy granica ta jest niezwykle płynna,
innym zaś razem, jak chociazby w favelach południowych
dzielnic bardzo wyraźnie wytyczona.
Za ta granicą, krajobraz zmienia się nagle. Zarówno
zabudowa, jak i układ urbanistyczny w niczym nie
przypominają tego z regularnych dzielnic. Wielkie
apartamentowce zastępują budowane w każdym wolnym
miejscu niezgrabne budynki z czerwonej cegły, najczęściej
Fawela Vidigal
nieotynkowane. Ulice zamieniają się w alejki, później w ścieżki przebiegające pomiędzy kilkupiętrowymi
ścianami niczym w labiryncie Błędnych Skał w polskich Sudetach. Znajdujemy się w innej przestrzeni.
Wraz z obrazem fizycznym, zmieniają się też ludzie. Są zupełnie inni. Mieszkają tu potomkowie
niewolników uwolnionych przez Lei Auria, wielu imigrantów z Nordeste, których ze swych małych
ojczyzn wygnał głód wywołany suszami. Robotnicy wielkich fabryk, dziedzictwa epoki industrialnej, którą
zapoczątkował w Brazylii Getulio Vargas w czasach Nowej Republiki. Wszyscy oni nieśli ze sobą swoją
kulturę, zwyczaje, kuchnię, muzykę, charkaterystyczny dialekt, czy sposób rozumienia świata. Nigdy tych
elementów nie utracili.
(*) Marek Polak konczy Doktorat nt. spotkania faweli i swiata dzielnic regularnych, roli jakos
pelni w spolecznstwie Carioca stygmat i stereotyp i gdzie jest on kreowany. Próba uchwycenia
Rio de Janeiro jako projektu estetycznej utopii i rola faweli w tym projekcie.
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Mieszkańcy favel budują swe życie, w tym osobliwym miejscu na swój sposób, przy użyciu dostępnych
środków. Starają się stać częścią wielkiej metropolii, która nie patrzy na nich zbyt przychylnym okiem.
Swą codzienność realizują na obszarze swych dzilnic, których większość Cariocas nigdy nie poznała i
przez wiele dzięsiątków lat jeszcze nie pozna. Tam tworzą swe rodziny, tam wychowują swe dzieci, tam
przeżywają swe sukcesy i porażki.
Miasto regularnych dzielnic zna ich słabo. Raczej się ich boi. A gdy się nie boi, nie chce ich zauważać.
Wszak sprzątaczka, czy kasjerka to tylko tło życia tętniącej stolicy. Te grupy, choć często są sąsiadami w
sensie geograficznym nigdy się nie integrują.
Fawela Rocinha rano i wieczorem
Myliłby się jednak, kto uważałby, że życie faveli jest smutne, że marzeniem wszystkich mieszkańców jest
ucieczka z tego miejsca. Rio de Janeiro przekonuje się o tym corocznie w trakciej wielkiej projekcji swej
fatazji i marzeń, w trakcie defilady szkół samby znajdujących się niemal wyłącznie w favelach.
Favela Rio de Janeiro owiana jest złą sławą. Przeczytamy o tym w każdym wydaniu dowolnego dziennika
w mieście. Usłyszymy w wydaniach telewizyjnych wiadomości. Na szczęście do faveli trafiłem zanim
nauczyłem się języka portugalskiego. Zanim mogłem przestraszyć się jeszcze obrazu anarchii, chaosu,
wszechobecnej dyktatury bezwzględnych bandytów, poznałem favelę od innej strony.
Jednak spotkanie się z obrazem faveli serwowanym coddzienie przez media dla klasy średniej początkowo
zaszokowało mnie, a następnie zaintrygowało. Tak narodził się projekt doktoratu, który realizuję od
dwóch lat na Uniwersytecie Stanowym RJ.
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ATUAÇÃO DOS SOLDADOS POLONESES
DURANTE A 2ª GUERRA MUNDIAL
Por Alessandra Kepinski (*)
Introdução
No dia 8 de maio de 2015 foi comemorado o aniversário de 70 anos do Dia da Vitória, data que marcou
o término da 2ª Guerra Mundial em 1945. Um pouco antes, em 2 de maio, comemora-se o Dia Mundial
do Imigrante Polonês (Światowy Dzień Polonii i Polaków za Granicą), data instituída pelo Senado
Polonês através do Decreto nº 331, de 20/03/2002, em reconhecimento ao “trabalho e à dedicação dos
poloneses no exterior na luta ao longo dos séculos para a reconquista da liberdade da sua Pátria e pela manutenção dos seus
costumes e tradições fora de suas fronteiras”.
A 2ª Guerra Mundial iniciou-se com a invasão da Polônia em 1º de setembro de 1939 pelo
exército nazista de Hitler e, de uma forma ou de outra, os soldados poloneses tiveram um
papel preponderante ao longo de todo o conflito. Infelizmente, entretanto, ao término da
guerra, a Polônia perdeu a sua liberdade e foi dominada pelo regime comunista da União
Soviética, até conseguir reconquistar a sua independência em 1989.
A matéria a seguir não contempla de modo algum todos os detalhes da atuação dos soldados poloneses
durante a II Guerra Mundial – é apenas um resumo das suas principais ações e reflete a palestra
apresentada na POLONIA Sociedade Beneficente em 10 de maio, em homenagem aos veteranos
poloneses que lutaram na 2ª Guerra Mundial e que não puderam ou não quiseram retornar à sua Pátria
por temer o regime comunista, optando por emigrar para o Brasil e iniciando uma nova vida na cidade do
Rio de Janeiro.
Antecedentes da 2ª Guerra Mundial
O Tratado de Versalhes, assinado em 11 de novembro de 1918, ao
término da 1ª Guerra Mundial, devolveu à Polônia a independência
perdida havia 123 anos, em consequência da partição do país entre
Rússia, Prússia e Áustria, e estabeleceu as suas novas fronteiras,
assegurando à Polônia o acesso ao Mar Báltico por meio do porto
de Gdynia.
Fronteiras da Polônia
estabelecidas em 1918.
Entretanto, os alemães nunca ficaram satisfeitos com essa solução,
pois a Prússia Oriental ficou isolada do restante da Alemanha. A
partir de 1933, inicia-se o expansionismo nazista, que apregoa a
supremacia da raça ariana, perseguindo judeus, ciganos e eslavos e
buscando conquistar o chamado “espaço vital” (Lebensraum). Com
esse objetivo, Hitler cria uma forte estrutura militar e dá um
moderno aparelhamento às forças armadas germânicas.
(*) Engenheira aposentada da Eletrobas e, atualmente, Diretora da Polonia Sociedade.
28
Em março de 1938 ocorre a anexação da Áustria à Alemanha e, um ano depois, Hitler invade a
Tchecoslováquia. Percebendo o perigo, a Rússia, comandada por Stalin, assina em 23 de agosto de 1939
um pacto de não-agressão mútua com a Alemanha. Conhecido como Pacto Molotov – Von Ribbentrop,
havia nele uma cláusula secreta, só divulgada após o fim do comunismo na União Soviética, a qual previa
que em caso de guerra, a Polônia seria dividida entre a Rússia e a Alemanha.
Início da 2ª Guerra Mundial: Invasão da Polônia
Em 1º de setembro de 1939, uma semana após a
assinatura do Pacto Molotov – Von Ribbentrop, o
exército alemão invade a Polônia, que solicita o
imediato apoio dos seus aliados – França e GrãBretanha, que declararam guerra à Alemanha, porém
não iniciam a ação militar.
Campanha de Setembro
Assim ficou conhecida a resposta do exército polonês à
invasão alemã, luta essa que durou basicamente 17 dias,
até à invasão do território polonês pelas tropas
soviéticas.
As forças polonesas eram pior armadas e em menor número do que as alemãs e a sua estratégia se
mostrou ineficaz face aos ataques-relâmpago (blitzkrieg) realizados pelos invasores. Nessa etapa, merece
destaque o heróico papel desempenhado pela cavalaria polonesa nas diversas batalhas em que tomou
parte.
O governo polonês ficou aguardando o socorro dos aliados, mas essa ajuda não se materializou. Em 17
de setembro, com as tropas polonesas já enfraquecidas pela luta no lado oeste, o exército soviético
invadiu a fronteira leste da Polônia. O governo polonês, consciente da impossibilidade de opor uma
efetiva resistência aos invasores soviéticos naquele momento, deslocou-se para a Romênia e determinou a
evacuação do exército para os países vizinhos neutros (Romênia, Hungria e Lituânia).
Houve ainda algumas escaramuças no lado oeste até que, em 28 de setembro de 1939, Varsóvia foi
ocupada pelo exército alemão.
Governo Polonês no Exílio
Após a saída da Polônia, foi formado um “Governo Polonês no Exílio” sob o comando do Presidente
Rakiewicz e do General Sikorski, com sede em Angers, na França, com o objetivo de agrupar as forças
armadas que haviam deixado o país, totalizando cerca de 80 mil militares, e combater os alemães com o
apoio dos aliados.
29
Em 10 de maio de 1940 os alemães atacaram a Holanda, a Bélgica e a França e os soldados poloneses
combateram sob comando francês na defesa daquele país. Após a capitulação da França em junho de
1940, o Governo Polonês no Exílio, em conjunto com as tropas remanescentes, transferiu-se para a GrãBretanha, estabelecendo a sua sede em Londres. Em 11 de junho de 1940 foi assinado um acordo com o
governo britânico para formar um Exército Polonês e uma Força Aérea Polonesa na Grã-Bretanha.
Atuação das Forças Armadas Polonesas
Em 1941, uma parte destes soldados poloneses participou na defesa da fortaleza de Tobruk, porto da
Líbia na África do Norte, que só se rendeu ao exército alemão do General Rommel em 1942, após um
cerco de 240 dias.
A Marinha Polonesa combateu os alemães ao lado dos aliados em Narwik
(Noruega, 1940) e ao longo da Batalha do Atlântico, destacando-se, dentre outras,
nas operações contra o navio de guerra Bismarck. O objetivo de Hitler era
bloquear com sua frota de submarinos as rotas comerciais dos aliados, visando a
rendição do Reino Unido e a inviabilidade da intervenção norte-americana.
Durante a guerra, a Marinha polonesa chegou a dispor de um total de 27 navios,
boa parte dos quais foi cedida pelos ingleses, que não dispunham de tripulação
própria suficiente. Essa frota, que se consistiu de 2 cruzadores, 9 destroiers, 5
submarinos e 11 torpedeiros, com um total de mais de 4 mil homens, afundou 12
embarcações inimigas, incluindo 5 submarinos, danificou outras 24 e abateu 20
aviões.
A Força Aérea Polonesa lutou desde o início da guerra, contra a invasão da
Polônia em 1939 e, apesar de dispor de caças mais antiquados e em menor
número do que a Luftwaffe, conseguiu infringir consideráveis danos aos alemães.
Após a derrota da Polônia, muitos pilotos poloneses fugiram para a França
através da Romênia e da Hungria e lutaram na Batalha da França. Após a
invasão da França em junho de 1940, foram transferidos para a Inglaterra.
A partir de agosto de 1940, quatro esquadrões poloneses – Bombardeiros: 300
e 301, e Caças: 302 e 303, tomaram parte constante na Batalha da GrãBretanha.
Os pilotos poloneses, reconhecidos por seu alto nível de treinamento e
experiência, contribuíram significativamente para o esforço da RAF – Real Força
Aérea Britânica, participando da Batalha da Grã-Bretanha (1940), de ações na
Tunísia (1943) e das incursões de bombardeio sobre a Alemanha (1940-45).
Durante a Batalha da Grã-Bretanha, 126 aviões alemães foram derrubados pelo Esquadrão de Caça
polonês “303 – Kosciuszko”, considerado o mais eficaz das forças aliadas, por ter sido o que conseguiu
derrubar o maior número de aviões inimigos.
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Avião “Hurricane” da RAF, do Esquadrão “303”
Pilotos poloneses do Esquadrão de Caça “303”
Enquanto os militares que conseguiram sair do país lutavam ao lado dos aliados, pode-se dizer que os
oficiais e soldados do Exército Polonês que permaneceram na Polônia tiveram basicamente três
destinos diferentes.
No caso específico da maioria dos oficiais e sub-oficiais, estes foram feitos prisioneiros e executados nas
regiões fronteiriças com a Rússia (Lwów, Wilejka, Berezwecz, Lida, Minsk, Dubno, etc). Dentre estes, o
massacre mais conhecido é o da Floresta de Katyn, ocorrido entre março e abril de 1940 e só
descoberto bem mais tarde. Em abril de 1943, ali foram encontrados os corpos de mais de 4.000 oficiais
poloneses executados pelo Exército Soviético.
Por outro lado, muitos dos soldados e voluntários civis que tentaram atravessar alguma fronteira para se
juntar ao exército polonês no exílio foram capturados pelos soviéticos, condenados sem que tivessem
cometido qualquer crime e levados como prisioneiros para os campos de trabalhos forçados na URSS,
principalmente na Sibéria (GULAG).
A estes, de acordo com uma “política de relocação” estabelecida por Stalin para minar a oposição ao
regime soviético, juntaram-se milhares de civis das regiões fronteiriças compreendendo a Bielorússia e a
Ucrânia, que foram arbitrariamente deportados para localidades na Sibéria ou na Ásia Central.
Não obstante a dura vida nos campos de trabalho, enfrentando o frio, a fome, as doenças e toda sorte
de dificuldades em condições de trabalho desumanas, os prisioneiros poloneses mantidos nos campos
da Sibéria jamais esqueceram a sua fé e a sua identidade nacional e cultural. Estes verdadeiros heróis
sobreviventes viriam a formar mais tarde o Exército do General Anders, sobre o qual falaremos mais
adiante.
Finalmente, os que conseguiram não ser capturados e permaneceram na Polônia, principalmente no
lado oeste ocupado pelos alemães, formaram a Resistência Polonesa, conhecida como Armia Krajowa
(Exército Nacional), cujas fileiras foram engrossadas por centenas de civis, homens, mulheres e até
crianças, que lutaram incessantemente pela liberdade da sua pátria.
A Armia Krajowa (AK) combateu a ocupação alemã através de centenas de
ações de sabotagem durante todo o período da guerra e coletou relevantes
informações de inteligência sobre a movimentação das tropas nazistas,
repassando-as para o Governo Polonês no Exílio, para apoio aos exércitos aliados.
31
Em 21 de junho de 1941, a Alemanha quebrou o pacto de não-agressão e invadiu a Rússia. Para melhor
se defender, Stalin aliou-se então à França e à Inglaterra e, em 14 de julho de 1941 fez um acordo com o
Governo Polonês no Exílio, pelo qual os prisioneiros poloneses que se encontravam nos campos de
trabalhos forçados na União Soviética foram anistiados e libertados. Após o ataque da Alemanha à
União Soviética, a AK intensificou as suas ações e passou a apoiar o esforço de guerra da URSS,
sabotando o avanço das tropas alemãs (1941/1943).
Como parte da ocupação da cidade, os nazistas confinaram a população judia no Gueto de Varsóvia, de
onde seguidas deportações removeram mais de 300 mil judeus para os campos de concentração e
extermínio. Embora reduzidos a cerca de 60 mil pessoas, os remanescentes no gueto organizaram uma
resistência, formada pela Organização da Luta Judaica – ZOB (Zydowska Organizacja Bojowa) e a União
Militar Judaica – ZZW (Żydowski Związek Wojskowy).
O Levante do Gueto de Varsóvia iniciou-se em 19 de abril de 1943 e o apoio recebido de fora do
gueto foi limitado, porém unidades do Exército Nacional (AK) e da Guarda Popular (GL – Gwardia
Ludowa) atacaram esporadicamente as unidades alemãs de sentinela perto das muralhas do gueto e uma
unidade da AK chegou a lutar dentro do gueto juntamente com a ŻZW. A AK tentou por duas vezes
explodir a muralha do gueto, mas sem sucesso. Na batalha final, 3 mil soldados nazistas confrontaram
cerca de 1,5 mil moradores do gueto. Em 16 de maio deu-se o fim do Levante do Gueto, com a
destruição final da sua sinagoga.
Mais tarde, no mesmo local, os alemães criaram um campo de concentração e durante o Levante de
Varsóvia (1944), a unidade "Zoska" da AK conseguiu salvar 380 judeus deste campo, dos quais a
maioria juntou-se então à Armia Krajowa (AK).
A partir de 1943, as ações de combate direto da AK contra os alemães tiveram um significativo
crescimento e quando a máquina de guerra nazista começou a se esfacelar frente às vitórias do Exército
Vermelho na frente oriental, no dia 2 de janeiro de 1944 a AK desencadeou em todo o território
polonês, a “Operação Tempestade”.
Essa operação foi longamente planejada e executada com o objetivo de colaborar com o Exército
Soviético para libertar as cidades polonesas dominadas pelos alemães e restabelecer o governo polonês.
Entretanto, essa cooperação terminou em seguida à liberação de Vilno, capital da Lituânia. Em 14 de
julho de 1944, os oficiais poloneses foram desarmados, aprisionados e executados e as unidades da AK
que tentaram resistir foram esmagadas pelas forças soviéticas.
O Levante de Varsóvia foi desencadeado pela Armia Krajowa em 1º de agosto de 1944 seguindo as
ordens do Governo Polonês no Exílio, como forma de reconquistar a independência da Polônia e
demonstrar a existência de um governo polonês atuante, tentando dessa forma impedir a dominação
soviética, porém foi sufocado pelos alemães sem conseguir alcançar o sucesso desejado.
.
32
Frentes de Batalha do Exército Polonês
O objetivo da libertação dos prisioneiros poloneses após a invasão da Rússia pelos alemães foi a
formação de um Exército Polonês na URSS. Grande parte dos prisioneiros poloneses dirigiu-se para o
sul da Rússia até chegar ao Uzbequistão, onde estava localizado o QG do General Anders. Ali se
formou, entre meados de 1941 e 1942, o futuro II Corpo Polonês, também conhecido como Exército
do General Anders, com cerca de 75 mil homens que saíram da União Soviética, foram agregados ao
Exército inglês e combateram com grande heroísmo ao lado das forças aliadas no ocidente.
Movimentação das unidades do Exército Polonês após a anistia concedida por Stalin
As forças polonesas remanescentes na URSS foram reorganizadas formando o I Corpo Polonês, sob
comando soviético (Exército Popular – Ludowe Wojsko Polskie), posteriormente subdividido em 1944, em
1º e 2º Exército Polonês.
O 1º Exército Polonês foi integrado à Frente Bielorussa e entrou no território polonês em 1944,
porém, sob ordens soviéticas, não apoiou o Levante de Varsóvia enquanto este era sufocado pelos
alemães. Estas tropas participaram das batalhas de libertação dos territórios no norte da Polônia e, entre
abril e maio de 1945, o 1º Exército participou da tomada de Berlim pelas tropas soviéticas, que
marcou o término da 2ª Guerra Mundial.
O 2º Exército Polonês combateu na Frente Ucraniana e tomou parte na ofensiva de Praga. Estima-se
em cerca de 32 mil soldados poloneses o total de perdas no Exército Popular.
Formação e Atuação do II Corpo Polonês
O exército formado pelo General Anders com os prisioneiros libertados por
Stalin a partir de meados de 1941 – militares e voluntários civis que a eles se
juntaram, não recebeu entretanto qualquer apoio da União Soviética para treinar,
equipar e manter estes homens. Por meio de um acordo firmado com os aliados, o
Governo Polonês no Exílio decidiu então transferir este contingente, agora já
totalizando cerca de 100 mil pessoas, incluindo soldados, seus familiares e demais
civis, para fora da União Soviética.
33
Entre março e agosto de 1942, essas pessoas fizeram a
travessia do Mar Cáspio e foram levadas para o Irã, onde o
“Exército de Anders” se uniu ao 8º Exército Britânico,
formando o II Corpo Polonês.
Após o desembarque e um período de quarentena, as tropas
eram transferidas para o sul, no Golfo Pérsico, onde eram
embarcadas e navegavam, contornando a Península Árabe,
até chegar ao Porto de Suez, na Península do Sinai – na
época, a Palestina era administrada pelos ingleses e o
Estado de Israel ainda não existia.
Na Palestina, as tropas passavam por um período de
reabilitação física e treinamento militar. Nos fins de semana,
podiam visitar as cidades próximas – Jerusalém, Belém, TelAviv e até Cairo, no Egito.
Ainda em 1942, pilotos e demais voluntários para a Força Aérea foram direcionados para a Inglaterra,
sendo transportados por navio ao redor das costas do continente africano.
Em 1943 houve uma retirada das tropas para o Iraque devido ao avanço do exército alemão do General
Von Rommel, conhecido como a “Raposa do Deserto”. Estas tropas retornaram depois à Palestina
através do deserto e, em seguida, se deslocaram para o Egito, chegando a Port Said, de onde
embarcariam para a Itália (dezembro-1943 a março-1944).
Um grande número de mulheres serviu nas Forças Armadas Polonesas no Ocidente. Durante a
permanência das tropas polonesas na Palestina, foi criado o Corpo Auxiliar Feminino (Pomocnicza
Sluzba Kobiet – PSK), formado por voluntárias, ex-prisioneiras e outras mulheres deportadas da
Polônia para a União Soviética no início da guerra.
Por sua vez, pioneiras da aviação polonesa receberam treinamento em bases na Inglaterra e na Escócia e
fizeram parte do Serviço Auxiliar Feminino da Força Aérea (Air Transport Auxiliary – ATA), atuando
no transporte de soldados e suprimentos entre bases militares na Grã-Bretanha, porém nunca tomaram
parte em combates.
Pahlevi, Irã – 28/10/1942
Quassasin, Egito – 1944
34
A 317ª Companhia Auxiliar de Transporte, formada com estas valorosas mulheres em 1943 na Palestina,
foi transferida para a Itália juntamente com o restante das tropas do II Corpo Polonês e foi essencial no
apoio logístico e no transporte dos feridos durante as batalhas.
A Campanha da Itália
Entre dezembro de 1943 e abril de 1944 foi realizado o transporte dos contingentes do II Corpo
Polonês rumo à Itália. A primeira batalha na qual tomaram parte e onde o heroísmo dos soldados
poloneses logo tornou-se legendário, foi a tomada da abadia de Monte Cassino. A batalha pela
conquista desse convento, transformado em fortaleza pelos alemães, e que impedia a passagem das
tropas em direção a Roma, desenrolava-se desde janeiro sem que os aliados conseguissem vencer a
defesa alemã.
Em abril de 1944, o Gen. Wladyslaw Anders, comandante do II Corpo Polonês, recebeu a proposta de
executar uma nova ofensiva contra Monte Cassino e, como ele mesmo afirmou depois, considerando a
importância de uma vitória para os poloneses, “em dez minutos havia decidido aceitar, ...”.
O acesso à linha de frente era muito difícil, apenas um estradinha íngreme e muito estreita morro acima
que, nos preparativos para o dia “D”, foi alargada pelos sapadores e passou a ser chamada de “Estrada
dos Sapadores Poloneses”, em homenagem aos muitos soldados que morreram durante o seu
alargamento, pois havia sido minada pelos alemães.
Com o início da ofensiva, o 4º Regimento Blindado
Polonês de tanques, cognominado de “Os Escorpiões”
entrou em ação. Após sangrenta batalha que durou uma
semana inteira, de 11 a 18 de maio, com grandes perdas
de homens e tanques, os soldados poloneses finalmente
conseguiram desalojar os alemães e tomaram as ruínas do
mosteiro, onde fincaram a bandeira polonesa nesse
mesmo dia 18 de maio.
Em seguida, os soldados poloneses auxiliaram as tropas
aliadas em outras batalhas e capturaram o estratégico
porto de Ancona, base militar da marinha alemã nas
costas do Mar Adriático, em 18 de julho de 1944.
Bandeira Polonesa sobre Monte Cassino
Entre setembro e novembro do mesmo ano tomaram parte na liberação de diversas cidades italianas ao
longo do percurso rumo ao norte, chegando até Faenza e Florença. A última batalha da qual o II Corpo
Polonês tomou parte foi a conquista de Bolonha, que durou quase duas semanas, de 9 a 21 de abril de
1945.
Os soldados poloneses que lutaram na II Guerra Mundial constituíram o quarto maior contingente das
tropas aliadas. Cerca de 4.500 homens do II Corpo Polonês perderam a vida nos campos de batalha
durante a luta pela libertação da Itália.
35
Cemitério Polonês de Monte Cassino
“Przechodniu, powiedz Polsce, żeśmy polegli wierni w jej służbie”.
“Passante, diga à Polônia que tombamos fiéis ao seu serviço”.
“Za naszą i waszą wolność my żołnierze polscy oddaliśmy Bogu ducha, ciało
ziemi włoskiej, a serca Polsce”.
“Pela nossa e pela vossa liberdade, nós soldados poloneses entregamos a alma a Deus,
o corpo à terra italiana e o coração à Polônia”.
Após fazer parte das tropas de ocupação na Itália, os soldados poloneses, muitos dos quais tinham sido
alcançados por seus familiares e outros refugiados, totalizando um contingente de cerca de 100 mil
pessoas, foram transferido para a Inglaterra, onde foram paulatinamente desmobilizados entre 1946 e
1948. Alguns poucos retornaram à Polônia ou conseguiram permanecer na Inglaterra, porém a maioria
se viu obrigada a emigrar com suas famílias para países como Austrália, Canadá, Estados Unidos,
Argentina e Brasil.
36
EMPREENDEDORISMO NA POLÔNIA
Aleksandra Sliwowska Bartsch (*)
Um em cada cinco poloneses adultos entre 18 e 64 anos planeja abrir um negócio nos próximos 3 anos.
Esta disposição para empreender coloca a Polônia em 5º lugar no ranking do empreendedorismo
dentre os países da União Europeia (UE). Os dados são da pesquisa promovida pelo Global
Entrepreneurship Monitor de 2014. Grande parte deste resultado positivo deve-se ao fato de que as
mulheres têm sido cada vez mais as responsáveis pela abertura de novos negócios. A taxa de
empreendedorismo só não é maior, pois 56% dos poloneses declaram o receio de falhas como a grande
barreira para a abertura de novos negócios.
As principais justificativas para novos empreendimentos são a ideia de uma maior satisfação no
trabalho e aumento da qualidade de vida quando comparada com aquela experimentada pela mão-deobra alocada nas empresas.
Os poloneses valorizam muito seu próprio conhecimento para a gestão de suas firmas. Cerca de 52%
consideram que estão bem preparados para gerirem seus empreendimentos, enquanto que na UE 42%
tem este tipo de percepção.
Para 67% dos poloneses, ser dono do seu próprio negócio é visto como uma boa trajetória para a
construção de uma carreira sólida. Na Polônia, a maioria dos empreendimentos se encontra na fase
inicial, com até 3,5 anos de criação e também a maioria dos que empreendem o fazem por
oportunidade e não por necessidade. O empreendedorismo por oportunidade é um sinal importante
para uma nação que pretende optar pelo caminho da
inovação, tendo a competitividade como sua grande
indutora. Diferentes estudos apontam para uma
mudança de visão por parte das empresas polonesas, a
de que a inovação não acontece apenas no âmbito da
alta tecnologia. Ela se dá em diferentes dimensões tais
como no âmbito das marcas, das soluções, dos clientes,
da presença, da rede, dos processos e da geração de
valor, demonstrando que o caminho para a inovação
não é linear. Demanda planejamento com base nas
estratégias definidas com foco de longo prazo. Envolve
questões
como
aprendizagem
organizacional,
reinvenção contínua da geração de valor e do negócio
para atender uma sociedade em permanente
transformação.
(*)Doutora em Gestão da Inovação Tecnológica, professora universitária, pesquisadora na área de
Inovação e Sustentabilidade e coordenadora de cursos de graduação.
37
entrevistou a jornalista Aleksandra Pluta, polonesa,
radicada no Brasil, e que vem desenvolvendo pesquisas sobre a imigração
polonesa, bem como sobre poloneses que obtiveram destaque em terras
brasileiras em diferentes áreas como Ziembinski, o “pai polonês do teatro
brasileiro” e Bukowinski premiado diretor de comerciais que já dirigiu
mais de 3 mil comerciais de televisão, sendo 1.100 com o amigo e parceiro
Washington Olivetto
PC: A senhora poderia falar um pouco da sua trajetória na Polônia e no Brasil?
Aleksandra Pluta: Nasci em Łódź, uma cidade que, a pesar de não se encontrar no principal roteiro
turístico da Polônia, considero encantadora e mágica, com a sua cor meio cinza e caráter post-industrial,
com fábricas abandonadas e palácios de grandes fabricantes construídos ainda na “época de ouro”.
Łódź antes da guerra era um verdadeiro caldeirão de culturas, línguas e religiões diferentes: polonesa,
judaica, russa e alemã. Pode ser que desde este ponto de vista esta cidade tenha algumas semelhanças
com o Brasil cuja mistura foi a primeira coisa que me encantou desde quando cheguei aqui. Vivi em
Łódź até 19 anos. Depois fui estudar na Itália onde me formei em Jornalismo pela Università La
Sapienza. Morei cinco anos na Itália e foi um período de uma grande aprendizagem não só em termos
de estudos acadêmicos, mas, sobretudo, pela convivência com arte, cultura e arquitetura italiana que,
sem dúvida, não tem comparação. Até agora estou apaixonada pela literatura e pelo cinema deste país.
Antes de me radicar no Brasil passei também dois anos em Santiago do Chile. Esta foi a minha porta de
entrada para o continente latino americano que me absorveu a tal ponto que não consigo mais imaginar
a minha vida longe daqui. Acho que o mais valioso, o mais bonito que o Brasil tem, é o povo, muito
receptivo, muito caloroso, com o coração na mão – como se diz na Polônia “z sercem na dłoni”. Moro
no Brasil desde alguns anos e a pesar de vários problemas que o país enfrenta, acho que é um lugar
muito vibrante, com uma energia muito boa, que inspira criatividade.
PC: Sua pesquisa gira em torno de poloneses e sua influência no Brasil. O que estas personalidades
ensinaram para o Brasileiros?
Aleksandra Pluta : Exatamente, minha pesquisa gira em torno de poloneses no Brasil. Não sei como
responder a pergunta o que eles ensinaram para os brasileiros. Diria mais que na questão da imigração
polonesa no Brasil e de imigração em geral, se trata de uma troca recíproca, tanto poloneses devem aos
brasileiros, que lhes receberam na maioria dos casos, com braços abertos, quanto brasileiros devem aos
poloneses. Em minha opinião é uma troca natural no processo de migrações. O imigrante traz a própria
bagagem de experiências e cultura acumulada ao longo de tempo e se ele tiver a oportunidade de
encontrar um ambiente aberto, receptivo, onde ele possa se desenvolver e mostrar a sua bagagem, ai
uma sinergia boa tem chance de se manifestar. Uma sinergia de duas culturas diferentes que se
encontram e produzem um novo resultado, resultado desta troca. Assim aconteceu pelo menos em dois
casos que pesquisei nos últimos anos no Brasil. Basta citar a figura de Andrés Bukowiński e a de
Zbigniew Ziembiński. Ambos personagens ilustres na cultura brasileira. Bukowiński é um dos mais
importantes e sem dúvida o mais produtivo entre os diretores de cinema publicitário no Brasil.
38
Dirigiu mais de 3000 filmes publicitários. É um número incrível. Ele foi um autodidata que soube se
adaptar no Brasil e soube aproveitar o seu talento criando os comerciais que hoje em dia constituem
parte da cultura popular brasileira. Todo brasileiro conhece a famosa campanha publicitária de Bombril
com Carlinhos Moreno que durou mais de 30 anos. Não todo o mundo sabe que atrás desta campanha
temos o nosso compatriota, Bukowiński.
PC: Ziembinski é conhecido como o Pai Polonês do teatro brasileiro. Com base nas suas pesquisas esta
afirmação é verdadeira ou pode ser considerada como exagerada?
Aleksandra Pluta: Faz alguns meses estou pesquisando a vida e a obra de Ziembiński que deu a sua
contribuição para a história do teatro brasileiro. Ele teve uma carreira muito promissora ainda na
Polônia antes da guerra, trabalhou como ator e diretor ao lado dos mais importantes homens do teatro
polonês. Basta citar Aleksander Zelwerowicz ou Arnold Szyfman, diretores do maior destaque e um
talento fora do comum. Se a guerra não tivesse expulsado Ziembiński do país, com certeza ele teria
continuado a carreira no teatro polonês. Li recentemente num jornal brasileiro dos anos sessenta que
Ziembiński foi o melhor presente que a guerra deu ao teatro brasileiro. Uma brincadeira meio cruel, mas
verdadeira, se pensarmos bem. Ziembiński foi realmente um presente, chegou com uma bagagem de
conhecimento teatral que surpreendeu a muitos no Brasil. Na Europa Ziembiński absorveu todas as
tendências da reforma teatral e tentou aplicá-las no teatro brasileiro. Por isso a estreia do “Vestido de
Noiva” de Nelson Rodrigues com direção de Ziembiński é considerada até agora o marco zero na
história do teatro brasileiro. É um bom motivo de orgulho para a comunidade polonesa no Brasil e para
os poloneses em geral. Em minha opinião os poloneses estão com muita sede de “heróis”. Nos
envaidece falar que Chopin ou Maria Curie-Skłodowska eram poloneses. Envaidece-nos porque ainda
este número de poloneses que se destacou fora do país não é tão grande. Então na busca dos nossos
“heróis nacionais” estamos muito felizes quando podemos conhecer pessoas de tamanho sucesso como
Bukowiński ou Ziembiński.
PC: Com base em seus estudos, que mensagem a senhora gostaria de deixar para os poloneses e seus
descendentes?
Aleksandra Pluta: A mensagem que eu gostaria de deixar para os poloneses e seus descendentes é a
seguinte: nunca me senti tão polonesa quando ouvindo as histórias dos nossos compatriotas imigrantes
que muitas vezes em circunstâncias trágicas e dignas de um roteiro cinematográfico, tiveram que
enfrentar a história. Foi exatamente a histó ria do nosso país que obrigou a maioria deles a buscar um
destino melhor, ou as vezes a buscar mesmo a sobrevivência. Conversando com os imigrantes poloneses
no Brasil meu sentimento patriótico sobe às nuvens, cresce o meu orgulho de ser polonesa. A ironia de
tudo isto é que fora do país encontro mais pessoas loucamente apaixonadas pela Polônia, tratando cada
minúsculo detalhe polonês como se fosse uma relíquia. Na Polônia não vi uma coisa dessas.
39
Foi lançada a loja virtual que comercializa
artesanato produzido no Brasil com
inspiração no folclore polonês. No site
www.wawelarte.com.br
os
interessados
podem adquirir os mais variados produtos
fabricados por artesãos brasileiros.
RIO DE JANEIRO
Enviado por Marek Polak.
Durante os últimos meses conseguimos aproximar
duas instituições cientificas do Brasil e da Polônia.
Durante o encontro realizado na Sociedade
Beneficente Polônia no Rio de Janeiro, onde foram
convidados os reitores das Universidades polonesas foi iniciado um processo de aproximação entre o
Centro de Estudos Latino-americanos da Universidade de Varsóvia e o Programa de Pós-graduação em
Políticas Publicas e Formação Humana da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Já aconteceram os
primeiros eventos (palestras) realizados dentro do convênio. No futuro espera-se a ampliação da
colaboração por outras instituições de ambos países. Já apresentaram interesse em participar neste
diálogo o Departamento de Economia, o Departamento de Geografia e Estudos Regionais, o Centro de
Migrações e a cátedra da UNESCO de Desenvolvimento Sustentável e Duradouro (todas instituições da
Universidade de Varsóvia), a cátedra da UNESCO da UERJ e o Conselho Latino-americano de Ciências
Sociais (instituição que integra vários programas de toda a América Latina), cuja secretaria geral
encontra-se na UERJ.
SÃO PAULO
CURITIBA
40
ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS
NA POLÔNIA
O jurista conservador Andrzej Duda, de 43 anos, foi eleito
presidente de Polônia, derrotando o atual presidente de
centro-direita, Bronislaw Komorowski. O resultado marca
a primeira grande vitória eleitoral em quase uma década do
partido de oposição Lei e Justiça.
FLOCLORE INSPIRA ALTA-COSTURA
A coleção Dior primavera-verão 2015 apresentada nos
desfiles em Paris trouxe elementos do folclore polonês. A
foto ao lado mostra nitidamente esta inspiração ao
comparar os modelos apresentados pela grife com os
trajes folclóricos da região de Lublin.
A CAMINHO DE CRACÓVIA
Faltam ainda 14 meses para a Jornada Mundial da Juventude que
ocorrerá em Cracóvia e a comissão organizadora já prevê a
presença de 6000 jornalistas do mundo inteiro cobrindo o maior
evento católico do planeta. Todo este contingente acompanhará os
passos de pelo menos 2,5 milhões de jovens peregrinos que se
encontrarão no Campus Misericordiae.
A Jornada Mundial da Juventude é somente uma parte da visita do
Papa à Polônia. Os bispos poloneses esperam que o Santo Padre
visite também Poznan ou Gniezno participando das celebrações
pelo 1050º aniversário do batismo da Polônia que ocorrerão
também em 2016.
41
MENÇÃO ESPECIAL
parabeniza, desejando sucesso ao Contra-Almirante
FERNANDO RANAURO COZZOLINO pela promoção recebida
em 31 de julho de 2015, seguida de nomeação ao posto de Chefe
do Estado-Maior do Comando do Primeiro Distrito Naval (Rio de
Janeiro). O Contra-Almirante Cozzolino ingressou na Escola Naval em
1983, tendo uma carreira vitoriosa.
Dentre os muitos postos ocupados, foi Capitão dos Portos do Rio de Janeiro (2012 a 2014). É casado
com a Sra. Lucyna Veronica Brocki Cozzolino e tem uma filha: Sofia Brocki Cozzolino. Durante os seus
32 anos de carreira, foi condecorado com as seguintes medalhas, dentre outras: Medalha Mérito
Marinheiro com três âncoras, Medalha Mérito Tamandaré, Medalha Militar de Ouro (Passador de Ouro
– 30 anos), e Ordem do Mérito Naval (Grau de Grande Oficial).
CICLISTAS HOMENAGEIAM MÉDICO MORTO
Do G1 Rio, 23/05/2015
O Pe. Krzysztof Sopicki celebrou uma missa campal com a
presença de mais de 100 ciclistas para homenagear o médico Jaime
Gold, morto em uma tentativa de assalto na Lagoa. Pe. Sopicki
afirmou que a conscientização sobre a paz começa dentro de casa,
com a família.
XIV FÓRUM INTERNACIONAL DE
ADMINISTRAÇÃO
As professoras doutoras Aleksandra Sliwowska Bartsch e Silvia
Maria de Oliveira, integrantes do Núcleo de Pesquisa em
Administração do Unilasalle-RJ, apresentaram o artigo sobre “O
futuro da gestão empresarial e a geração alfa”. O evento, que
teve como tema central os “50 anos de transformação e o futuro
da Administração” contou com palestras nacionais e
internacionais.
42
Este é um espaço dedicado à você Caríssimo Leitor. Aproveite para enviar suas críticas,
sugestões, elogios. Que seja este um espaço de troca de ideias, democrático e inspirador de
novas iniciativas. Através do e-mail: [email protected] nós da
abrimos
mais um canal de comunicação e interatividade.
Mais uma vez, parabéns! Excelente revista, informativa, interessante e cuidadosamente editada.
Forte abraço,
Jerzy Lepecki
Cara Redatora,
E, novamente, GOL DE PLACA!
Muita matéria interessante, muitos eventos dos quais os amigos da Sociedade talvez não tenham tomado conhecimento
(e que ainda estão em cartaz, como a exposição de design polonês) numa linguagem simpática que encoraja a leitura!
Parabéns e continue nos dando esse prazer!
Um grande abraço
Anna B. Zalcman
Você tem no território da Polônia questões de herança e propriedade não regularizadas?
Você quer construir a árvore genealógica de sua família ou buscar seus parentes na Polônia?
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Enviado por Marek Polak
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recebeu uma mensagem da Sra. Marlena Kaczmarek, doutoranda na Universidade
de Slask, que está pesquisando sobre as mídias em funcionamento nas colônias poloneses pelos
quatro cantos do mundo, como Brasil e os EUA. A Sra. Kaczmarek está conduzindo uma enquete
anônima que visa mapear qual o significado das mídias para os poloneses e seus descendentes que
residem no Brasil. Segue o link em português:
http://www.ankietka.pl/ankieta/197728/importancia-das-midias-da-comunidade-polaca-no-brasilpara-os-poloneses-que-vivem-no-brasil.html
Abaixo, a reprodução da mensagem recebida:
Witam!
Jestem doktorantką Wydziału Nauk Społecznych Uniwersytetu Śląskiego. Moja rozprawa doktorska dotyczy
mediów polonijnych funkcjonujących w 4 państwach świata, m.in. w Brazylii oraz USA. Obecnie przeprowadzam
anonimowe ankiety dot. znaczenia mediów polonijnych dla Polaków oraz potomków Polaków mieszkających w
Brazylii. W związku z powyższym zwracam się do Państwa z prośbą – czy byłoby możliwe rozpropagowanie linku
do wspomnianej wyżej ankiety (np.: wśród pracowników, sympatyków pisma Polonia Carioca lub drogę mailową)?
Sposób ten pozwoliłby na dotarcie ankiety do szerokiego grona potencjalnych respondentów. Będę wdzięczna za każdą
pomoc. Dodam jeszcze, iż ankieta jest przygotowana zarówno w wersji polskiej, jak i portugalskiej. Poniżej
przesyłam linki.
Z poważaniem,
Marlena Kaczmarek
http://www.ankietka.pl/ankieta/197729/znaczenie-mediow-polonijnych-dlapolakowmieszkajacych-w-brazylii.html
44
BELEZAS DE SAL
Patrimônio da humanidade segundo a UNESCO
desde 1978, as minas de sal de Wieliczka em
Cracóvia tem sido exploradas sem interrupção desde
o século XIII. Alcançam uma profundidade de 327
metros e contam com trezentos quilômetros de
extensão. A mina conta com estátuas de personagens
míticos e históricos, bem como com uma capela
totalmente feita de sal, esculpida pelos mineiros e
dedicada a Santa Kinga situada a 101 metros de
profundidade. Segundo a lenda, Santa Kinga casouse com o príncipe polonês Boleslaw Wstydliwy.
Era filha do rei Béla IV, do Reino da Hungria e como dote pediu a
seu pai algo que pudesse dar aos seus súditos. Ao invés de
tesouros em ouro ou pedras preciosas recebeu, como dote, uma
mina de sal em Maramuresz, na Romênia. Já o Rei Boleslaw a
presenteou com um lindo anel de noivado, o qual foi enterrado
naquela mina. Mais tarde, ao visitar o reino da Polônia, vendo que
não havia mais sal para ser comercializado, subitamente ao visitar
a região de Wieliczka, pediu cavassem um buraco profundo. Para
espanto de todos o buraco continha sal em abundância. E
continha também o anel que Santa Kinga deixara na mina de sal
na Romênia. A partir dessa altura, a mina passou a produzir sal em
abundância até os dias atuais. Todas as imagens lustres foram
esculpidos no mais puro sal.
Santa Kinga
45
TORTA DE MAÇÃ
Por Marek Polak
Uma das receitas de bolo mais fáceis, que levei comigo da Polônia é
Szarlotka. Minha mãe ensinou-me a fazê-la e com grande prazer de vez em
quando faço na terra brasileira este clássico doce polonês. Muitos dos meus
amigos brasileiros, ouvindo sobre bolo com maçã, imediatamente o associa
com o strudel alemão. A explicação que trata-se de uma coisa diferente
chega com certa dificuldade. E o melhor jeito de explicar é através das papilas gustativas. Para
fazer Szarlotka vamos precisar de:
MASSA:
100 gramas de açúcar (qualquer tipo: branco, demerara)
200 gramas de manteiga (sem sal!!!)
300 gramas de farinha de trigo
1 ovo
PARTE PRICIPAL:
6 maçãs grandes(o tipo de acordo com gosto)
Uva passa
Canela
Casca de laranja guisada em xarope
MODO DE FAZER:
Misture os ingredientes da massa, primeiro com
um garfo e depois com as mãos. Forme uma bola.
Nos dias quentes vale a pena colocá-la em uma
folha de pvc e por uma hora deixar na geladeira,
para que a massa se torne mais dura.
Corte as maçãs em fatias (mais ou menos de meio
centímetro) tirando as partes duras internas e as
sementes. Pode-se manter a casca (opcional).
(continua na outra página)
46
Divida a massa em duas partes na proporção 3 para 1. A parte maior alise com as mãos, coloque em
um tabuleiro raso, previamente forrado com papel manteiga, com espessura de mais ou menos meio
centímetro. Coloque o tabuleiro no forno pré-aquecido a 180 graus por cerca de dez minutos (a massa
deve ficar delicadamente dourada, não assada). Depois de tirar do forno coloque sobre a massa fatias
de maçã (pode ser caoticamente, mas precisa cobrir a massa, e não precisa ser plano). Salpique um
pouco de uva passa e casca de laranja e borrife delicadamente com canela.
Para a parte menor de massa que sobrou crua adicione açúcar e junte tudo com um garfo, até chegar a
uma estrutura muito mais seca em forma de grânulos. Deste jeito fazemos o que poloneses chamam
“kruszonka”. Cubra as maçãs com a “kruszonka”. Não é necessário cobrir as frutas inteiramente. Pode
ser jogada caoticamente em lugares diferentes.
Depois, coloque o bolo no forno por mais 30 a 40 minutos.
Na Polônia, a szarlotka quente frequentemente se serve com uma bola de sorvete de baunilha.
Smacznego!
Marek Polak
P.S.1.
Junto com os alunos de curso de língua polonesa
da Sociedade Beneficente Polônia preparamos
esta szarlotka na aula dedicada a cozinha
polonesa. Depois a szarlotka foi apresentada e
degustada durante a festa julina organizada pela
Polonia Sociedade.
P.S.2
Receita para a casca de laranja guisada em xarope:
Da casca de laranja tirada da fruta tiramos com
uma faca (corte plano) todas as partes brancas.
Coloque a casca limpa em água fria por 24 horas.
A água deve ser trocada duas vezes dentro dessas
24 horas. Depois disso corte a casca em
quadradinhos pequenos, coloque em uma panela
e acrescente água (não demais, apenas para cobrir
a casca), adicionando grande quantidade de
açúcar. Guise até quando o xarope se tornar
denso (cerca de 30 minutos). Mexa
frequentemente. Esse xarope pode ser guardado
e utilizado outras vezes
47
HOMENAGEM A ALEKSANDER HENRYK LAKS
por Tomasz Lychowski
O professor, escritor, pintor e poeta Tomasz Lychowski sempre manifestou sua
admiração por Aleksander Henryk Laks. Em seu livro "Asas/ Skrzydla“, o Prof.
Lychowski publicou uma poesia de sua autoria em homenagem a Laks,
gentilmente enviada para esta coluna da
A fila
O menino na fila do pão sorri
as outras crianças também
sabiam que um dia os veríamos?
Na foto podemos identificar
a idade
o lugar
e a Estrela de Davi
Desses meninos
um guardou até hoje o seu sorriso
Com ele pede, conclama
que não haja mais crianças na fila do pão
que nunca mais haja um lugar assim
que a Estrela de Davi não esteja mais no peito
mas dentro do coração.
Tomasz Lychowski in "Asas/ Skrzydla" - Varsóvia, 2008 - MHPRL e UW
48
EXPEDIENTE
Presidente: Stefan Janczukowicz
Vice-presidentes: Elvira Helena Gimbitzki e Marianna Brocki
Tesoureiros: Vicente Pawelec e Lucyna Brocki Cozzolino
Secretárias: Alessandra Kepinski e Laura Miranda
Conselheiros: Alina Felczak, Helena Warzynski, Aleksandra Sliwowska Bartsch, Claudio
Skóra Rosty
Conselho Consultivo: Danuta Haczynska Nóbrega, Jadwiga Matic, Jerzy Lepecki, Tomasz
Lychowski e Wladyslaw Dzieciolowski
Conselho Fiscal: Maria Malgorzata Wojnowski, Carlos Alexandre Warzysnki Bana,
Expedito Máximo Bezerra, Helio Valdemar Kovaleski , Roberto Piesiecki
Suplentes: Fatima Patrícia Pontes Veloso, Francisco Klujsza, Krystyna Hillekes, Liliana
Syrkis e Jorge Pastusiak.
Editora: Aleksandra Sliwowska Bartsch
Distribuição eletrônica
Contato: (21) 2558-1391 / 2557-1318 – e-mail: [email protected]
A Revista Eletrônica Polonia Carioca é uma publicação quadrimestral da Polonia Sociedade
Beneficente do Rio de Janeiro

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