POLONIA SOCIEDADE BENEFICENTE DO RIO DE JANEIRO
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POLONIA SOCIEDADE BENEFICENTE DO RIO DE JANEIRO Ano 2014 . Número 2 . agosto/dezembro SUMÁRIO Palavra do Presidente 3 Editorial 4 Polonia Sociedade em Destaque 5 Polonia Eterna 6 Artigo 8 Ecos da Polônia 14 Mówimy po Polsku 15 Projeto Memória 16 Visão & Gestão 22 Entrevista 24 Radar Polônico 26 Polônia em Drops 27 Aconteceu em 2014 28 Polonia em Foco 38 Espaço do Leitor 39 História & Estórias 42 Crônicas & Poesias 43 Prezados Sócios e Amigos da Polonia Sociedade, É com satisfação que encaminhamos a vocês o segundo número da nossa revista . Uma edição ampliada, como novas colunas, que mostram uma vitalidade da nossa publicação, consequência de um engajamento maior dos integrantes da nossa comunidade polônica e de amigos que trouxeram sugestões e participaram com contribuições muito positivas. É importante registrar que esta edição foi o resultado de um esforço de um verdadeiro e competente time liderado pela nossa Editora-Chefe, Dra. Aleksandra Sliwowska Bartsch. Portanto, meus agradecimentos para todos os sócios e não-sócios que contribuíram com seu trabalho. A Polônia tem sido vista pelo universo econômico de maneira muito promissora. Seu desempenho neste ano de 2014, apesar de crise mundial duradora, já a coloca ao lado de países com um crescimento do PIB de 3%, muito maior do que a própria União Europeia. Como consequência deste ciclo positivo, descendentes de poloneses tem resgatado o orgulho de suas origens, o que tem se refletido, por exemplo, numa maior participação no curso de polonês, promovido pela nossa Sociedade. Através de uma didática moderna e variada, com aulas visando o desenvolvimento de competências com foco na conversação, os alunos estão desvendando as nuances desta nação que completará 1050 anos como estado unificado em 2016. Desejamos à todos uma boa leitura e agradeço em nome da Diretoria as manifestações de apoio, sugestões e críticas recebidas e que deram origem a uma nova coluna chamada Espaço do Leitor. Nossa revista terá tanto mais eco, quanto mais pudermos aprimorá-la e cada contribuição é fundamental. E se estamos falando de trabalho voluntário, engajamento e comprometimento são os elos fundamentais de uma corrente construída por cada um de nós! Stefan Janczukowicz 3 Prezados Leitores, O primeiro número da não poderia ter repercussão melhor! Várias mensagens de apoio, sugestões e críticas construtivas resultaram numa avaliação de que escolhemos o caminho certo em relação ao formato, à linguagem e temática. A prova disso é que nossa revista, já em seu segundo número, chega com novidades com as colunas Polonia em Foco, Polonia Eterna, Espaço do Leitor, Crônicas & Poesias e Ecos da Polônia. A coluna Polonia em Foco foi criada para divulgar as realizações profissionais de poloneses e descendentes em suas respectivas áreas de atuação. Em Crônicas & Poesias, tem-se um espaço para diferentes narrativas. Neste número, o Professor Tomasz Lychowski assina a estreia desta coluna, a qual pretende nos próximos números abordar poetas poloneses e suas obras. Ecos da Polônia traz, a partir da contribuição do correspondente Andrzej Sladowski, temas que estão em efervescência na Polônia contemporânea. A coluna Polonia Eterna foi criada para prestar homenagem por ocasião de falecimentos. Este número traz a nota triste sobre Tomasz Barcinski que faleceu em abril de 2014 e cuja figura é destacada numa emocionante crônica da escritora Marina Colassanti. Diferentemente das demais colunas, Polonia Eterna, não será fixa e espera-se que seja pouquíssimo utilizada. Fonte de imensa satisfação, o recebimento de inúmeras mensagens motivou a criação do Espaço do Leitor, um fórum permanentemente aberto de críticas, sugestões e, esperamos, valiosas contribuições. É isto que dará o fôlego necessário para a manutenção desta publicação. Esta edição conta ainda com um artigo sobre a presença no Brasil da cientista polonesa, detentora de dois prêmios Nobel, Maria Sklodowska Curie, fruto da pesquisa de Alessandra Kepinski. Um artigo ricamente ilustrado com imagens deste acontecimento que ocorreu em 1926. Outro destaque é o Projeto Memória, que nesta edição relata a história da Associação dos ExCombatentes Poloneses como uma singela homenagem à figura do Soldado Polonês, cujo dia é celebrado em 15 de agosto. O soldado polonês é também homenageado pelo Adido Militar da Polônia Capitão de Mar e Guerra Janusz Palka que concedeu uma extensa entrevista falando do trabalho da recém-inaugurada adidância no Brasil e demais países, imigração e perspectivas futuras. É fundamental registrar que esta edição foi o resultado de um trabalho de um verdadeiro e competente time. Especial agradecimento aos colaboradores Alessandra Kepinski, Andrzej Sladowski, Angela Vasconcelos, Carlos Alexandre Sá, Carlos Alberto do Rego Barros, Claudio Rosty, Cristiane Greziak, Elza Calazans, Ignacy Felczak, Janusz Palka, Jaroslaw Rogowski, Julianna Pawelec, Luciane Greziak, Marek Polak, Marilene Greziak Stofel, Marina Colassanti, Regina Coragem, Rodrigo Lychowski, Tomasz Lychowski e Vicente Pawelec. Aleksandra Sliwowska Bartsch Editora-chefe 4 A Polonia Sociedade Beneficente do Rio de Janeiro recebeu no início de maio a visita de uma comitiva composta pelo Embaixador da Polônia Andrzej Braiter, pelo presidente e pelo secretário geral do Comitê Olímpico Polonês Andrzej Krasnicki e Adam Krzesinski, respectivamente. Este encontro resultou no envio de uma carta por parte do Comitê Olímpico na qual foi confirmado o interesse em realizar uma parceria com a Polonia Sociedade por ocasião dos XXXI Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro em 2016. Segundo o Presidente Andrzej Krasnicki, é uma tradição do Comitê Olímpico Polonês organizar o Dia da Polônia durante os Jogos Olímpicos nas cidades sede. Uma das iniciativas consistirá em um concerto numa sala de renome. Além disso, estão previstos exposições e encontros com a colônia polonesa nas dependências da Polonia Sociedade. Para a viabilização deste projeto, o Comitê se colocou à disposição para o recebimento de propostas de modernização da Polonia Sociedade que garantam a efetividade da parceria. Merecem destaque também as reformas do salão térreo e da cozinha. No caso do salão, este conta agora com um novo projeto de iluminação, bem como foi reformado o telhado, tendo sido instalado isolamento térmico e acústico. Atendendo ao convite do Consulado da Polonia em Curitiba, Artur Trojan foi selecionado e cursará a Escola de Líderes com o objetivo de se tornar um Animador Cultural Polônico. O curso tem como objetivo melhorar as habilidades de liderança no âmbito da gestão de projetos culturais, desenvolver conhecimentos sobre as possíveis formas de promoção da Polônia e da cultura polonesa. Além disso, o curso foca maneiras de como incentivar a sociedade local e de como criar relações entre os países na área da diplomacia cultural. Conhecer as melhores práticas da animação sociocultural, preparar um plano para o seu projeto cultural sob a supervisão dos especialistas e cooperar com os líderes e as organizações da Polônia e do Brasil especializadas na temática em questão, também são competências desenvolvidas nesta capacitação. O maior site de esportes da Polônia – Przeglad Sportowy entrevistou o Professor Marek Polak sobre a vida nas comunidades do Rio de Janeiro. Polak, que recentemente imigrou para o Brasil para cursar seu doutorado na UERJ em Políticas Públicas, apresentou com seu olhar único, a realidade nas favelas cariocas, abordando temas como violência e pacificação. A entrevista pode ser conferida no link: http://wideo.przegladsportowy.pl/wideo,fawele-w-rio-de-janeiro,wideo,479007,1,1060.html 5 TOMASZ BARCINSKI Faleceu no dia 26 de abril de 2014 Tomasz Barcinski, um dos poucos agraciados pelo governo polonês com a Medalha Gloria Artis. Esta homenagem, recebida já no final da sua vida, foi a coroação de uma brilhante trajetória, iniciada como executivo que quando se aposentou, decidiu propagar no Brasil a literatura polonesa, tendo traduzido 29 títulos, dentre eles “O Pianista” de Wladislaw Szpilman e a trilogia de Henryk Sienkiewicz “A Ferro e Fogo”, “O Dilúvio” e “O Pequeno Cavaleiro”. Filho de ex-combatentes que integravam o exército da resistência Armia Krajowa e tendo sido ele mesmo reconhecido como membro da resistência polonesa na II Grande Guerra Mundial, Barcinski foi homenageado pela grande amiga Marina Colasanti nesta crônica que foi publicada no Jornal O Globo de 27 de abril. Que seus autores o recebam de braços abertos para o diálogo eterno! Crônica de Quinta: Um homem bom Marina Manda Lembranças, quinta-feira, 01 de maio de 2014 Eu conheci um homem bom. Mais que isso, fui amiga, a melhor e mais antiga, de um homem bom. Tinha pés enormes, um nariz considerável, e uma bondade superior a ambos. Tão rara é a bondade - e eu poderia dizer que mais rara entre os homens, se não soubesse da estrutura social que se esforça para fabricar mulheres “boazinhas”, enquanto se orgulha de seus homens aguerridos - que nem sempre a reconhecemos pelo que é. Do meu amigo Tomasz Barcinski ouvi muitas vezes dizer que era um cândido, um naif, um eterno jovem, mas agora digo alto e claro, era um bom. Se penso nele, volto ao começo, quase à inauguração dos anos 50, a um Leblon ainda sem grandes prédios e sem cinemas, de pouca gente e de comércio modesto, um Leblon adolescente como nós que acabávamos de nos conhecer. Ele morava na praça Antero de Quental, eu na esquina da praia com Bartolomeu Mitre. Ele, com sua família, recém chegava da Polônia, eu, com a minha, da Itália. Havíamos atravessado a Segunda Guerra, o pai dele como resistente, o meu como fascista. Tínhamos modos diferentes dos outros adolescentes, e uma história mais funda no olhar. Com a amizade, fomos desgastando os respectivos sotaques. Digo que era um bom, e conto um episódio familiar, passível de entrega agora que todos os participantes já morreram. O pai de Tomasz era um gentleman europeu, charmeur de outra estirpe, elegante sempre, mas pouco eficaz nas lutas do cotidiano. Passam os anos. Viuvez, desemprego. Tomasz, bem sucedido, arruma discretamente um emprego para o pai. Logo, porém, fica sabendo que este não consegue cobrir a cota – creio que de vendas- necessária para a manutenção no posto. Tomasz procura os empregadores, se oferece para pagar ele próprio o que falta às cotas do pai, mas exige que isso nunca lhe seja revelado. “Morreria de vergonha se soubesse”- me disse ao relatar o caso. E até a morte o pai acreditou estar indo bem no emprego. 6 Era um eterno jovem, meu amigo? Talvez, e que prazeroso pode ser isso. Mais adiante naquela mesma década de 50, quando já éramos jovens e do Leblon havíamos migrado para o Arpoador, todos nós tivemos Lambreta, como um distintivo ou um clube. Aos poucos, fomos abandonando as duas rodas, preferimos carro. Tomasz também teve carro mas, até ser abatido na semana passada por um câncer no cérebro, circulou feliz por Ipanema de motoneta. Em plena carreira, alto executivo de uma empresa, demitiu-se para cuidar da mulher quando esta ficou doente. E cuidou dela com dedicação absoluta. Depois, viúvo e desempregado, quis inventar para si uma nova vida. Me telefonava no princípio, buscando seu caminho, mas depois que o achou não precisou mais dos meus conselhos, e passamos a nos falar para comentar os resultados da sua escolha. Havia-se tornado tradutor. Trouxe para o português as obras mais importantes da literatura polonesa. Era um duplo patriota, que agitava com igual entusiasmo bandeiras do Brasil e da Polônia. Mas a Polônia o reconheceu, e poucas semanas antes dele morrer lhe conferiu a mais importante condecoração cultural do país. Nunca o ouvi falar mal de ninguém. Frente a relatos escabrosos da vida alheia escancarava seus pequenos olhos azuis, surpreso, como se o que ouvia fosse impossível. Desse homem bom e alto, desse primeiro amigo insubstituível, escolho para me despedir o sorriso cúmplice e guloso com que, de volta de uma viagem à Polônia, me confessou ter trazido na mala cinco quilos de chocolate, o chocolate sem igual da sua terra. 7 RECORDANDO UMA VISITA HISTÓRICA Alessandra Kepinski(*) Na década de 1920, o Brasil foi o destino de algumas importantes figuras do mundo científico. Após a passagem dos físicos Albert Einstein e Paul Langevin e dos matemáticos Jaques Hadamard e Émile Borel, em 1926 foi a vez de recebermos a cientista Maria Sklodowska Curie, nascida na Polônia e mundialmente reconhecida por suas pesquisas realizadas na França com materiais radioativos. Seus estudos e descobertas culminaram com a conquista de dois Prêmios Nobel – de Física, em 1903 e de Química, em 1911. Primeira mulher a receber este prêmio e única a recebê-lo por duas vezes, a cientista viajou por muitos países e também esteve no Brasil, onde visitou o Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. 24 de Agosto de 1926 – nessa data histórica, há 88 anos, na cidade do Rio de Janeiro, a Academia Brasileira de Ciências reuniu-se em sessão solene para receber Maria Sklodowska Curie. Presidiu a mesa o ilustre médico Juliano Moreira que, abrindo a sessão, disse que “a Academia se sentia jubilosa por prestar homenagem a Mme. Curie, eminente cientista que todos admiram tão profundamente, frisou a importância excepcional dos seus trabalhos científicos e teceu considerações sobre o alcance da sua obra”. Extraímos esse texto da Ata da sessão solene, cujo Secretário foi o jovem cientista Álvaro Alberto que, em seguida, “leu a proposta de Mme. Marie Sklodowska Curie para Membro Correspondente da Academia Brasileira de Ciências, proposta esta aprovada por aclamação, e fez notar que a Academia não dispõe de mais alto galardão”. Mme. Curie agradeceu as homenagens de que estava sendo alvo e, em seguida, “fez uma comunicação inédita a respeito de pesquisas suas sobre as constantes radioativas, ...”. Trecho inicial da Ata da Sessão Solene da Academia Brasileira de Ciências 8 A homenagem recebida por Maria Sklodowska Curie na Academia de Ciências fez parte de um extenso programa de visitas e significativos eventos que, no entanto, poucos conhecem! A grande cientista, nascida em 7 de novembro de 1867 em Varsóvia, enfrentou grandes dificuldades, inclusive financeiras, para poder prosseguir os seus estudos após o término do curso secundário, uma vez que naquela época, na Polônia, não era permitido às mulheres freqüentar uma universidade. Perseguindo esse objetivo, após lecionar por alguns anos no interior da Polônia, conseguiu juntar os recursos necessários para viajar para a França e estudar na Sorbonne, onde se graduou em 1893, em primeiro lugar em Física e, em segundo lugar, em Matemática. Ao final dos seus estudos, Maria Sklodowska tornou-se assistente do professor e pesquisador Pierre Curie, com quem se casou e partilhou o seu primeiro Prêmio Nobel, recebido por Pierre e Marie Curie e Henri Becquerel em 1903, pela descoberta dos elementos radioativos Polônio e Rádio. Com duas filhas, Irene e Eva, ela buscava conciliar as atividades de esposa, mãe e cientista, porém em 1906 perde o seu marido num trágico acidente, quando as meninas eram ainda bem pequenas. Entretanto, mais uma vez enfrentando as adversidades com grande coragem, torna-se a primeira mulher a assumir uma cátedra na Sorbonne, onde leciona Física e dá prosseguimento às suas pesquisas, conquistando, dessa vez sozinha, o seu segundo Prêmio Nobel, em 1911. Durante a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), mais uma vez à frente do seu tempo, essa incrível cientista desenvolveu uma unidade portátil de Raios-X e treinou, ela própria junto com a sua filha Irene, os médicos que iriam utilizar estes aparelhos na frente de batalha para a realização de radiografias, o que facilitou em muito o trabalho de atendimento aos soldados feridos naquela guerra. Passados alguns anos, já na condição de cientista de grande renome, Maria Sklodowska Curie, acompanhada por sua filha Irene, desembarcou no Rio de Janeiro em 15 de julho de 1926, para passar 45 dias no Brasil a convite do Instituto Franco-Brasileiro de Alta Cultura (hoje extinto), que organizou uma série de conferências sobre a radioatividade na Escola Politécnica da Universidade do Rio de Janeiro, atual Escola de Engenharia da UFRJ. 9 Além de cumprir os compromissos oficiais, Maria e Irene visitaram pontos turísticos da cidade, como o Pão de Açúcar e a Ilha de Paquetá e nadaram na Baía da Guanabara, realizando o desejo de Mme. Curie, de conhecer as riquezas naturais do País, conforme relata sua filha Eva, na biografia que escreveu sobre sua mãe. Em São Paulo, Maria Sklodowska Curie apresentou uma palestra na Faculdade de Medicina explicando “a existência de emanações radioativas no meio ambiente” e previu que “esses fenômenos reservam ao mundo surpresas inconcebíveis”. A cientista visitou também o Instituto Butantã e a Estação Biológica do Alto da Serra. Maria Sklodowska Curie visita o Pão de Açúcar Em seguida, mãe e filha rumaram para as Thermas de Lindoya, hoje município de Águas de Lindóia, a convite o médico italiano Francisco Tozzi, que buscava compreender o poder de cura daquelas águas termais. Mme. Curie analisou as águas de algumas das fontes da região, constatando as suas propriedades radioativas. Posteriormente, comprovou-se que Águas de Lindóia possui a água mineral de maior radioatividade do planeta. Partindo de São Paulo em 17 de agosto, Maria Sklodowska Curie e sua filha Irene viajam para Belo Horizonte, onde visitaram o Instituto do Radium, primeiro hospital das Américas dedicado ao tratamento do câncer. Este Instituto, inaugurado em 1922, tinha como principais objetivos, estudar o radium (rádio, elemento descoberto por Maria e Pierre Curie) e os Raios-X e dispunha de um serviço conhecido como “Curieterapia”, técnica desenvolvida pela cientista para a irradiação de tumores através de agulhas de platina carregadas de radium. Matéria publicada em 14/08/1926 no Jornal O Estado de São Paulo, 10 Visita de Maria Curie ao Instituto do Radium Quadro com as assinaturas de Maria Sklodowska Curie e Irene Curie no livro de visitas do antigo Instituto do Radium de Belo Horizonte (imagem cedida pelo Centro de Memória da Medicina de Minas Gerais, UFMG). No dia seguinte, na Faculdade de Medicina, Mme. Curie fez uma conferência sobre a radioatividade e as suas aplicações médicas. Na platéia, estudantes que depois se tornariam personalidades famosas no País – Juscelino Kubistchek, Pedro Nava e João Guimarães Rosa. No seu retorno ao Rio de Janeiro, Maria Sklodowska Curie foi homenageada pela Academia Brasileira de Ciências e, em 28 de agosto de 1926, ela e sua filha partiram de volta para a França, encerrando essa histórica visita ao Brasil. Maria Sklodowska Curie foi uma incrível pioneira – uma mulher decidida a realizar os seus sonhos e a lutar pelos seus ideais, a não se deixar abater pelos enormes obstáculos que encontrou em seu caminho, tornando-se uma das maiores, se não a maior cientista que conhecemos, um exemplo de dedicação e de perseverança a ser seguido por todas as mulheres. Uma de suas frases mais célebres é: “Nada na vida deve ser temido – deve somente ser compreendido” Em comemoração ao centenário do Prêmio Nobel de Química conquistado por Maria Curie em 1911, a UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura estabeleceu o ano de 2011 como o Ano Internacional da Química. Como parte dessa comemoração, o Governo da República da Polônia, país natal da cientista, organizou uma mostra sobre a sua vida e obra, traduzida para os idiomas locais e exibida em diversos países, inclusive no Brasil, onde foi patrocinada pela Embaixada da República da Polônia e pelo Consulado Geral da Polônia em São Paulo. 11 Coincidindo com a data do aniversário da cientista polonesa, em 7 de novembro de 2011, graças ao esforço da Professora Dra. Aleksandra Sliwowska Bartsch e com o apoio do Cônsul-Geral Jacek Such, a exposição “Vida e Obra de Maria Sklodowska Curie” foi inaugurada na unidade Niterói da Universidade Cândido Mendes. Em seguida, em 19 de novembro, a mostra foi apresentada na sede da Sociedade Beneficente Polônia do Rio de Janeiro, de onde seguiu para o balneário de Águas de Lindóia e foi inaugurada em 29 de novembro, ocasião em que o Cônsul-Geral Jacek Such descerrou uma placa comemorativa da visita realizada por Maria Curie àquela cidade em 1926. Exposição no hall da Hospedagem 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto A existência desse material despertou o interesse da empresa Eletrobrás Eletronuclear, operadora da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis, cujo patrono, Álvaro Alberto foi, como vimos no início desse artigo, o secretário da sessão solene da Academia Brasileira de Ciências que homenageou Maria Sklodowska Curie – quem sabe, foi a palestra dela que despertou o interesse desse jovem cientista para o estudo das radiações e da energia nuclear, da qual foi pioneiro no Brasil! Os painéis dessa mostra, gentilmente cedidos pelo Consulado-Geral da República da Polônia em São Paulo, foram complementados com três outros, produzidos pela Eletronuclear com as informações pesquisadas pela Enga. Alessandra Kepinski sobre a visita da cientista ao Brasil. 12 A exposição sobre a “Vida e Obra de Maria Sklodowska Curie” foi inaugurada na cidade de Angra dos Reis, no Espaço Cultural “Casa Laranjeira”, em 6 de março de 2012, abrindo as comemorações da Semana da Mulher, com uma repercussão muito positiva na mídia local. Da cidade de Angra, a mostra foi levada para a própria Central Nuclear e, de lá, seguiu para centros culturais em Lídice, Paraty e Barra Mansa, no estado do Rio de Janeiro, e Cunha, no estado de São Paulo, totalizando ao longo desse período cerca de 6.500 visitantes, boa parte dos quais constituída por alunos das escolas da região, num trabalho de disseminação do conhecimento sobre a radioatividade, desenvolvido pela área de comunicação social da Eletrobras Eletronuclear. Finalizando o ciclo e, novamente graças ao empenho da Prof. Dra. Aleksandra Sliwowska Bartsch, a exibição da mostra sobre Maria Sklodowska Curie foi encerrada em março de 2013 na exposição “Radioatividade: das Descobertas de Marie Curie à Medicina Nuclear”, realizada no Museu Naval no Rio de Janeiro, organizada pelo Departamento de Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha do Brasil. Exposição “Radioatividade: das Descobertas de Marie Curie à Medicina Nuclear” - Museu Naval do Rio de Janeiro - (*) A autora deste artigo, Engª. Alessandra Kepinski, M.Sc., ocupa atualmente o cargo de Gerente de Licenciamento Nuclear e Ambiental da Eletrobras Eletronuclear. 13 2014: O ANO DAS CELEBRAÇÕES Andrzej Sladowski, que residiu por mais de quarenta anos no Brasil e atualmente vive na Polônia, é o mais novo correspondente da . Jornalista e revisor editorial, Sladowski traz para os leitores uma visão da Polônia contemporânea, abordando neste número dois importantes acontecimentos celebrados recentemente. Prezados Amigos, Dois acontecimentos dominaram as atenções dos poloneses. Primeiro, os 25 anos da conquista da liberdade. Precisamente no dia 04 de Junho de 1989 aconteceram as primeiras eleições livres com esmagadora vitória do Solidariedade, sob a liderança de Lech Walesa, o que definitivamente liberou o país do regime comunista, permitindo a constituição do governo democrático. Foi também celebrado o aniversário de dez anos do ingresso da Polônia na União Europeia, assinado pelo então presidente Aleksander Kwasniewski e pelo primeiro-ministro na época Leszek Miller. As comemorações dos 25 anos da Liberdade começaram no dia 04 de junho. Dois dias depois, a Polônia recebeu a visita muito esperada do Presidente do Estados Unidos da América Barack Obama. Neste mesmo dia, na Praça do Castelo, Obama falou da importância dos acontecimentos ocorridos há 25 anos na Polônia, que começaram um movimento pela liberdade em outros países do bloco comunista, mudanças pacificas, sem derramamento de sangue. Prometeu também, num discurso emocionante, o apoio total à Polônia. Apoio militar e econômico...sendo aplaudido de pé.... Como membro da União Europeia, a Polônia caminha a passos largos para melhorar o crescimento econômico alcançando este ano um aumento de 3,1% do PIB. A Polônia é o único pais da União Europeia que apesar de vários problemas de crises experimentados por outros países-membros, apresentou um real crescimento em quase todos os setores econômicos.....como um navio, que navegou por mares agitados por fortes tempestades, e chegou seguro ao seu destino....Por isso, a voz do Primeiro Ministro Donald Tusk, é ouvida com atenção e respeito no fórum da União Europeia, no âmbito internacional, e os últimos acontecimentos na Ucrânia demonstraram isso claramente..... Quando escrevo estas palavras, o Mundial, esta aí, o povo brasileiro vibra com a seleção, esperando a conquista novamente, da Copa do Mundo.... aqui os nossos amigos brasileiros têm total apoio da torcida polonesa.... Olhando pela janela, eu vejo a floresta verde, verdíssima, e o sol brilhando, dourado e quente. São as cores verde e amarela, da nossa bandeira brasileira.....Vejo também as flores, as rosas brancas e vermelhas, são as cores da nossa bandeira polonesa......Somos, pois, unidos por uma amizade, os dois povos, há muitos e muitos anos.... Vamos, então, para a frente, na direção do sol. Nossos dois povos, o brasileiro e o polonês, com muita fé no peito, pois o futuro nos pertence.... Um abraço forte para todos, e até a próxima..... 14 ESTUDANDO POLONÊS por Marek Polak (1) Para muitos, o idioma polonês é um universo impenetrável, mas com uma visão direta, o professor Marek Polak dá uma série de dicas para aqueles que decidem aprender esta língua do país que sediará a próxima Jornada Mundial da Juventude em 2016. Tire da cabeça que a língua polonesa é difícil. Muitas pessoas falam que polonês é muito complicado. Não se deixe influenciar por esse pensamento. Boa abordagem é já metade do sucesso. Erre! Cada mãe polonesa fala a seu filho que precisa cair. Quem não cai não aprende a caminhar. Com a língua polonesa é a mesma situação. Você tem que errar para aprender o certo. Quem não tenta, não erra; quem não erra, não aprende. Polonês tem muitos fonemas que você não conhece. Que não lhe assustem. Brinque com eles como crianças brincam com brinquedos. Tente ouvir pequenas sutilezas dentro deles e ria com isto. Este jeito é o melhor caminho para aprendê-los. Na stole, pod stołem, obok stołu – Sim, polonês declina. Mas isto não é um problema. Não desanime por causa disto. Aprenda de forma natural, mais intuitiva. Você vai ver que não tem nenhuma necessidade de focar na declinação. Cultura polonesa é muito rica. Poesia, prosa, drama, música, filme polonês são cheios de língua de uma beleza indescritível. Vale a pena aprender polonês para deixar-se levar pelo ritmo da natureza, história e cultura com a qual ressoa o idioma polonês. (1) Marek Polak é doutorando pela UERJ em Formação Humana em Políticas Públicas e professor do curso de polonês da Polonia Sociedade 15 O SOLDADO POLONÊS NO RIO DE JANEIRO Para Rousseau a Polônia poderia ser classificada como a província especial de Marte, o Deus da Guerra. Obstinação quase insana, esperança e um romantismo forjaram o povo numa mistura que lhe permitiu criar um escudo e resistir a tantos ataques em vários aspectos. O Brasil, ao final da Segunda Grande Guerra foi o destino de vários soldados que sonharam e lutaram por uma Polônia livre e soberana e que decidiram fundar a Associação dos Ex-Combatentes Poloneses. A data de 2 de agosto de 1964 foi de extrema importância para os poloneses no Rio de Janeiro. Depois de uma Missa Solene celebrada pelo Cardeal Dom Jaime de Barros Camara, os ex-combatentes poloneses, adidos militares das nações aliadas depositaram pela primeira vez uma coroa de flores brancovermelha no Monumento aos Pracinhas, tradição que vem sendo mantida até os dias atuais. Na ocasião foram realizadas homenagens por ocasião do aniversário de 50 anos da “I Kadrowa”, 44 anos do Milagre de Vístula e 25 anos do início da Segunda Guerra Mundial. Combatentes poloneses em encontro com Marechal Castelo Branco - 1964. (da esq. para dir) Juliusz Targowski, Aleksander Vamos, Karol Barcinski, Janusz Pawelkiewicz (Presidente da SPK), Karol Nowina-Szczerbinski e Roscislaw Kepinski. 16 A Organização dos Ex-Combatentes Poloneses foi criada em 1946 com o objetivo de apoiar os soldados poloneses, bem como de ajudar numa eventual reorganização do exército polonês na época da guerra fria. Até o ano de 1964 por diversas vezes foi negado o registro da Sociedade dos ExCombatentes Poloneses (SPK). Questões políticas justificavam tal recusa, pois enquanto o governo brasileiro reconhecia o governo popular da Polônia, a Associação dos Ex-combatentes reconhecia apenas o governo polonês no exílio em Londres. Somente no dia 26 de novembro de 1964 os estatutos foram publicados no Diário Oficial n. 223. Seu primeiro presidente foi Janusz Pawelkiewicz. Em 19 de junho de 1965 seu estandarte foi abençoado pelo Padre Zygmund Swajkiewicz, pelo Capelão Militar Padre João Batista Cavalcanti e este ato solene contou com a presença do Marechal Mascarenhas de Moraes (grande protetor dos ex-combatentes poloneses), de combatentes Aliados e de integrantes da colônia polonesa. Merece uma menção especial a preocupação do SPK para que o exército brasileiro e a sociedade em geral conhecesse a contribuição do soldado polonês na queda do hitlerismo. Com esta finalidade foi preparado pelos membros da SPK um livro em língua portuguesa, mostrando a colaboração do soldado polonês na vitória dos Aliados na II Guerra Mundial. O título do livro “Pela vossa liberdade e a nossa”, foi editado pela Biblioteca do Ministério da Guerra do Brasil. Esse volume, ilustrado com muitas fotografias e com discurso proferido durante a solenidade no Clube Militar do Rio no dia 15 de agosto de 1969 em homenagem ao Dia do Soldado Polonês, foi enviado a todas as unidades militares e todas as bibliotecas do exércitos no Brasil inteiro (MALCZEWSKI, 1998, p. 76) Homenagem ao Soldado Polonês Emb. Jacek Kisielewski, Min. Rel Ext. Jan Borkowski, Min. Combatentes Janusz Krupski, Presidente do SPK Ignacy Felczak (2009). Fotos: Monumento aos Pracinhas 17 A atuação da SPK foi sempre bastante contundente. Inúmeros protestos foram encaminhados pela SPK em relação à extradição de criminosos de guerra, valorização dos soldados poloneses, pedido de esclarecimentos para veículos de comunicação em função de visões que desvalorizavam a atuação do soldado polonês. A Rede Globo em resposta garantiu que seriam feitas mudanças no filme “Holocaust”. A SPK também protestou por ocasião do estado de sítio na Polônia que contou com uma missa na Igreja Polonesa e uma aposição de flores no Monumento aos Pracinhas em 1982. Esta relação de amizade e respeito mútuo entre a SPK e o Monumento aos Pracinhas vem de longa data. Desde o registro oficial em 1964 até os dias atuais, todos os anos, é homenageado o Soldado Polonês em solenidade no Monumento. Além da Missa Solene na Igreja Polonesa, os ex-combatentes poloneses depositam uma coroa de flores nas cores branca e vermelha em memória dos soldados poloneses bem como também pelos soldados brasileiros que tombaram em prol da liberdade mundial. Uma solenidade repleta de simbolismos da qual sempre participaram altos representantes das Forças Armadas Brasileiras, dos Aliados e atualmente os representantes diplomáticos poloneses. Cabe ressaltar que até 1989 nunca as representações diplomáticas polonesas eram convidadas para esta solenidade. Somente a partir de 1990, com a retomada da soberania, passou a ser registrada a presença de Embaixadores Poloneses. Um dos momentos mais marcantes foi quando, em 1991, participou desta solenidade o Ministro das relações Exteriores da Polônia Krzysztof Skubiszewski. Foto: Monumento aos Pracinhas O Monumento aos Pracinhas é um local ainda mais especial para a colônia polonesa no Rio de Janeiro, pois além de sempre ter recebido os poloneses e seus descendentes com a máxima deferência, tem entre os soldados sepultados em seu Mausoléu, dez pracinhas descendentes de poloneses, oriundos dos estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Sd. Adão Wójcik, Sd. Bruno Estrifica, Sd. Estanislau Wójcik, Cb. João Protzek, Sd. João Rechocoski, Sd. José Wsoek, Sd. Marcelino Jazinski, 2º Sgt Pedro Krinski, Sd. Sérgio Grevinski, Sd. Wenceslau Spancerski,) que tombaram nos campos de batalha da Itália em defesa da Pátria e que foi idealizado pelo Marechal Mascarenhas de Moraes que disse “Eu os levei para o sacrifício; cabia-me trazê-los de volta para receber as honras e as glórias de todos os brasileiros...”. Cabe ressaltar que no decreto que concedeu a estes soldados sua última condecoração está escrito: “ Por uma ação de feito excepcional na campanha da Itália”. Atualmente, a SPK é presidida pelo Capitão de Fragata da Marinha de Guerra Polonesa e engenheiro Ignacy Felczak, que integrou a organização clandestina “Szare Szeregi” pertencente à resistência “Amia Krajowa”, exercendo, após juramento militar, a função de mensageiro de ligação 18 entre as unidades, avisando pessoas para que fugissem antes de serem capturadas pela Gestapo. Também participou de duas ofensivas junto ao Batalhão de Infantaria da Floresta no Levante de Varsóvia e no Brasil, entre muitas funções, foi diretor técnico da Netumar e dirige a IFA Engenharia Marítima Internacional. Dentre os mais de vinte títulos, diplomas e condecorações, o Senhor Ignacy Felczak possui o título de Cidadão do Rio de Janeiro. Foi agraciado com a Medalha Pedro Ernesto, Ordem do Mérito Naval - Grau de Oficial, Medalha de Mérito Tamandaré, Medalha do Pacificador, Medalha de Mérito “Santos Dumont”, Cruz de Cavaleiro da Polônia Restituta, Cruz de Mérito de Ouro do Governo Polonês, Cruz do Levante de Varsóvia, entre muitas outras. Fotos: Monumento aos Pracinhas Missa em homenagem ao Soldado Polonês na Igreja Polonesa A presença dos combatentes poloneses no Monumento aos Pracinhas também está marcada por uma placa comemorativa que foi oferecida pela SPK em agradecimento aos tantos anos de amizade entre Brasil e Polônia Foto: Monumento aos Pracinhas 19 A amizade de longa data entre o Monumento aos Pracinhas e Polônia teve outros momentos muito importantes como as Missas Solenes, celebradas pelo Papa João Paulo II em 1980 e 1997. Fotos: Monumento aos Pracinhas 20 Além disso, no Monumento foi realizado em 1981 um protesto pelo estado de sítio decretado na Polônia e, em 2007, após a solenidade em homenagem ao Soldado Polonês o conjunto folclórico Walbrzych brindou aos presentes com uma apresentação das danças folclóricas polonesas mais conhecidas como Polonez e Krakowiak. agradece profundamente ao Diretor do Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, Tenente-Coronel Carlos Alberto do Rego Barros, pela disponibilização de acesso aos documentos que registraram os 60 anos de amizade e homenagens aos heróis poloneses e brasileiros. Através deste apoio foi possível conhecer um pouco mais da estória dos 10 pracinhas descendentes de poloneses que se encontram sepultados no Mausoléu, bem como registrar diferentes marcas da presença dos combatentes poloneses no Monumento aos Pracinhas. Fonte consultada: MALCZEWSKI, Z. A presença dos poloneses e da Comunidade Polônica no Rio de Janeiro, 1998 21 MARKETING DE EXPERIÊNCIA NA TERRA DE COPÉRNICO “As pessoas esquecerão o que você disse. Esquecerão o que você fez. Mas, nunca esquecerão o que você as fez sentir” (Maya Angelou) Quando em 2013, a Gillette para promover o seu barbeador, o Gillette Mach 3 resolveu inovar na comunicação, foi no marketing de experiência que a empresa foi buscar inspiração. Para mostrar a preferência das mulheres por homens sem barba, a empresa utilizou em um elevador pelos artificiais em torno da cabine. E na porta a foto de uma pele lisinha, de um homem barbeado, com os dizeres: "Prefere assim? 98% das mulheres também." Ação criativa e barata em relação ao investimento que a marca emprega em vários veículos de comunicação. Uma empresa além de ser vista, deve ser sentida. Isso significa focar muito mais que apenas no produto ou no serviço. Significa utilizar sons, aromas, cores que dialoguem com os clientes, que provoquem boas experiências e que se constituem no chamado marketing de experiência. Olfato, audição, paladar, tato e visão. Tudo deve proporcionar sentimentos que resultem em vivências inesquecíveis. Quem por exemplo, ao entrar em uma loja não apurou os ouvidos para ouvir aquela trilha sonora escolhida especificamente para aquele estabelecimento? O marketing de experiência é uma nova forma de comunicação com os clientes. A escolha das melhores ações não é tarefa fácil. Isto porque as pessoas possuem percepções que as diferenciam umas das outras. A comunicação não verbal pode ser muito bem recebida por um grupo de clientes e ser veementemente rejeitada por outros. Acertar a estratégia significa muitas vezes tornar o cliente engajado e defensor da marca. Captar a atenção dos clientes é uma tarefa cada vez mais almejada pelas empresas polonesas, e o marketing de experiência tem emergido como uma estratégia nova, mas com grandes possibilidades. No final de 2013, a empresa Mergeto realizou uma pesquisa com 437 profissionais de empresas comerciais a fim de verificar a percepção dos executivos sobre a criação de momentos únicos para os consumidores. Para 44%, criar momentos únicos para os consumidores é o principal objetivo para o qual todas as estratégias estão voltadas. 22 Além disso, 64% dos entrevistados consideram que a experiência do cliente é estimulada a cada interação com a marca e para 56,2% a recomendação de outros clientes é uma poderosa ferramenta para futuras vendas, demonstrando o poder do marketing boca-a-boca. O crescimento deste segmento de mercado é confirmado por estudos internacionais. A agência Jack Morton Worldwide (o líder mundial na indústria do marketing de experiência), conduziu uma análise, que mostra que cada vez mais os comerciantes estão decididos a usar este canal para o mercado de comunicação. Cerca de 75% dos entrevistados admitiu que pretende aumentar os gastos com esta abordagem e quase a metade desse grupo declara que os investimentos nesta área vão aumentar 5 a 10 por cento. O marketing de experiência é novo na Polônia e exige uma abordagem inovadora. Isto se justifica pelo fato de que 53% das pessoas que entram em contato com a marca através de experiências no mercado, optam por comprar o produto. É um segmento que cresce 20% ao ano. E o seu valor, de acordo com especialistas, pode ser estimado em até 1,1 bilhão de zł. Os clientes querem individualização da comunicação - uma experiência única, uma resposta a esta necessidade. Muito frequentemente esta resposta vem com o auxílio da internet. Outro ponto importante é que para 64% das empresas polonesas cada contato com o cliente se constitui numa valiosa possibilidade de aplicação do marketing de experiência. Do ponto de vista dos consumidores, se constitui na melhor maneira de verificar se a marca cumpre de fato aquilo que promete. Quase nove em dez poloneses procuram opinião on-line sobre produtos e serviços que pretendem comprar. Para promover a cerveja Zubr (Bisão), dois bisões saiam da floresta para beberem em paz e no site da empresa, diferentes propagandas convidam a ver o mundo com os olhos de um bisão, fazendo uma divertida associação entre a cerveja e os animais. A empresa Momentum numa pesquisa com 6500 clientes de 9 mercados mapeou que 53% dos clientes que foram tocador por estratégias de marketing de experiência compraram os produtos. Deste total, 72% falou destas marcas para terceiros, resultando num poderoso marketing boca-a-boca. Aleksandra Sliwowska Bartsch, D.Sc. Professora e coordenadora em cursos de graduação e pós-graduação. 23 Credenciada no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e Peru, a Adidância de Defesa da Polônia vem trabalhando intensamente para o estreitamento dos laços entre a Polônia e estas nações no âmbito militar. Polonia Carioca entrevistou o Adido Militar Capitão de Mar e Guerra Janusz Palka que falou dos grandes avanços no âmbito das parcerias internacionais. PC: Quais foram os principais fatores que motivaram a Polônia a criar a Adidância de Defesa no Brasil? Janusz Palka: A Adidância de Defesa do Brasil atua na Polônia há doze anos. Ao longo deste período foram empreendidos vários esforços para viabilizar parcerias entre as forças armadas e a indústria bélica. A visita do Ministro de Defesa da Polônia ao Brasil em 2009 e do Ministro de Defesa Brasileiro à Polônia resultaram na assinatura de um acordo de cooperação militar e implantação da Adidância de Defesa da Polônia no Brasil. PC: A Adidância de Defesa da Polônia está credenciada também em outros países da América do Sul. Já se passaram alguns anos desde o início de funcionamento desta representação diplomática. Que balanço o senhor faz deste período? Janusz Palka: Foi um período de trabalho intenso. Nossa adidância foi credenciada na Argentina, Chile, Colômbia e Peru. Ao longo destes anos aceleramos e intensificamos parcerias em vários níveis. Teve início, entre outros, no Brasil, um programa de intercâmbio acadêmico no qual oficiais das Forças Armadas estudam na Academia de Defesa Nacional em Varsóvia, bem como em outros centros de estudos militares poloneses como no Centro de Qualificação para Missões de Paz em Kielce, o que tem despertado interesse de outras nações. Por sua vez, nosso oficial foi treinado em uma Escola Militar semelhante no Rio de Janeiro. Paraquedistas poloneses participaram de execícios conjuntos com a 25 ª Brigada de Pára-quedistas do Rio de Janeiro sob o nome "Boomerang II", em Manaus. O Comandante das Forças Especiais Polonesas visitou a sede das Forças Armadas do Brasil, visita que foi retribuída pelo Comandante das Forças Especiais do Brasil à Polônia. Esta cooperação está se aprofundando e este ano estão previstos mais exercícios conjuntos. Além disso, os atletas militares poloneses tem participado periodicamente de várias competições organizadas pelas Forças Armadas do Brasil. Estamos estreitando cada vez mais as relações na área da indústria de defesa. Os representantes de nossas forças armadas e de empresas do setor participaram da LAAD em 2011 e 2013. A Polônia visitou várias vezes navioescola brasileiro "Cisne Branco". No âmbito da política - a cooperação militar entre os dois países também está se tornando mais intensa. No ano passado, o Ministro da Defesa Celso Amorim, participou reunião do Grupo de Visegrad, e num futuro próximo, está sendo esperada a visita do Ministro da Defesa da Polônia ao Brasil o que certamente se refletirá em formas adicionais de cooperação entre os dois países. Considerando os outros países onde a Adiância atua, a cooperação militar não está se desenvolvendo tão bem como gostaríamos. No entanto, devem-se notar alguns avanços neste campo. Assinamos acordos de cooperação militar com as Forças Armadas do Peru e do Chile. Há conversas neste sentido com a Colômbia e Argentina. 24 PC: Referindo-se ao Brasil, quais foram as realizações mais importantes para a Polônia e o Brasil no contexto da implantação da Adiância de Defesa? Janusz Palka: Alguns pontos foram aboradados anteriormente. O mais importante é que os dirigentes brasileiros e poloneses reconhecem hoje o potencial desta relação bilateral, que pode trazer muitos benefícios. A abertura da Adiância de Defesa permitiu um novo olhar, um elo entre Brasília e Varsóvia. Nossa principal tarefa é introduzir este tipo de cooperação, vencendo obstáculos para a sua efetiva implementação e continuidade, o que exatamente já está acontecendo no caso do Brasil e da Polônia. PC: Em 08 de agosto de 1964, pela primeira vez os veteranos poloneses depositaram uma coroa de flores no Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Rio de Janeiro e a partir desse dia a tradição se mantém. O senhor que representa um país que passou por tantas guerras poderia dirigir algumas palavras para a colônia polonesa no Rio de Janeiro que teve a sorte de se desenvolver em paz? Janusz Palka: As palavras são de extrema importância, mas receio de que elas não sejam capazes expressar o sentimento que advém depois de alguns anos de colaboração com a comunidade polonesa do Rio de Janeiro e com a Associação dos Ex-Combatentes Poloneses. Um sentimento profundo de patriotismo. São sentimentos dessas pessoas, que refletem-se muitas vezes numa saudade da Polônia combinada com o conhecimento histórico, que permitem à comunidade polonesa lembrar que a liberdade não é dada para sempre, que ela é conquistada e assim como reconheceu o grande polonês João Paulo II, a liberdade é mais fácil de ser conquistada do que mantida. Ela precisa ser cuidada para que sejam evitadas no futuro as calamidades de uma guerra e de outros tumultos. Na minha opinião, a colônia polonesa do Rio de Janeiro não precisa de conselhos. Ela precisa, e é capaz de cuidar do que já tem: suas próprias tradições. Quando me encontro com a comunidade polonesa no Rio de Janeiro, eu sempre sinto como se estivesse na Polônia, sem nem mesmo entrar num avião, estando em outro continente. Vamos continuar a marcar presença nas celebrações polonesas organizadas no Rio de Janeiro pela comunidade polonesa local e apoiar sempre que possível. Falo aqui em nome dos oficiais que trabalham no Adidâcia de Defesa, bem como de todos os funcionários da nossa embaixada que tem no Embaixador Andrzej Brajter como comandante. PC: Considerando os próximos cinco anos, quais são as perspectivas para a Adiância de Defesa polonesa no Brasil? Janusz Palka: A Adidância de Defesa continuará operando de forma semelhante. Além disso, os avanços na área de cooperação militar se refletirão numa participação maior da nossa indústria de defesa no mercado brasileiro. Percebemos que esta tarefa é extremamente difícil devido à enorme concorrência. Mas vamos busca alcançar o sucesso. Esperamos que neste ano, pela primeira vez na história teremos a participação de um grupo de industriais brasileiros na Feira de Defesa em Kielce para identificarem oportunidades de atuação no nosso mercado. Esperamos que esta visita resulte na assinatura de mais um acordo de cooperação num futuro próximo. Estamos avançando nas conversas para intensificar o intercâmbio para que oficiais brasileiros possam estudar em nossas escolas técnicas que têm muito a oferecer em termos de, por exemplo, informática. Além disso, a Adidância de Defesa trabalha estreitamente com todas as embaixadas polonesas na região, o que em breve deverá trazer os resultados esperados no que tange a cooperação entre a Polônia e estas nações. 25 CURITIBA Foi inaugurado em 17/05 o Barsóvia, que fica à Rua Ébano Pereira, 502. O bar conta com um cardápio inspirado na culinária polonesa, como o piegori flambado com vodka, além de petiscos variados e uma carta de vodkas servidas no melhor estilo polonês: gelado! BRASÍLIA E RIO DE JANEIRO A Polônia esteve presente no Festival de Cinema Europeu. O filme "A Quadra dos sem teto" de 2008 dirigido por Kasia Adamik foi exibido no CCBB do Rio de Janeiro e de Brasília. BRASÍLIA, CURITIBA E ERECHIM O Pianista polonês Raphael Lustchevsky, solista do Concerto Europeu da Semana da Europa que teve lugar em Brasília (13 de maio) e em Curitba (18 de maio), apresentou-se também em Erechim, RS. PORTO ALEGRE Por meio de decreto assinado pelo arcebispo, Dom Jaime Spengler, será criada a Paróquia São João Paulo II, no Lami, extremo sul da capital gaúcha. BRASÍLIA O chef polonês, Wojciech Amaro, premiado com uma estrela no Guia Michelin, que preparou o cardápio da festa da data nacional da Polônia. Amaro criou um jantar inspirado no Brasil e com ingredientes típicos da culinária polonesa. Como resultado, bife tártaro com melancia e sementes de nigella PORTO ALEGRE Foram reiniciadas as Missas bilíngues na Igreja Matka Boska Czestochowska em 14/06. As celebrações são organizadas por Irena Szyszka, Witold Królikowski e Carlos Karasek e contam com a participação especial do Coral. A Igreja fica à Av. Pres. Roosevel 920/930 em São Geraldo. 26 CASA JODLOWA Não bastasse ter as duas faces envidraçadas em todo o comprimento, o escritório PCKO construiu uma torre de cinco andares, quase oculta pelas frondosas árvores, para oferecer aos moradores uma vista panorâmica das montanhas da Cracóvia. A Casa Jodlowa é uma das dez mais devassáveis do mundo, com 140 m2 de área construída. MAÇÃS EM ALTA Segundo o Ministro da Agricultura da Polônia Marek Sawicki, a Polônia superou a China na exportação de maçãs e se tornou o maior fornecedor mundial da fruta. No período 2012/13 a exportação atingiu 1,2 milhões de toneladas que foram vendidas por 438 milhões de euros 27 13/04 HOMENAGEM DA FEDEDRAÇÃO ISRAELITA AO SOLDADO DESCONHECIDO BRASILEIRO E AOS HERÓIS DO GUETO DE VARSÓVIA A Federação Israelita do Rio de Janeiro - FIERJ promoveu no Monumento aos Pracinhas, no Parque do Flamengo a Homenagem ao Soldado Desconhecido Brasileiro. A solenidade foi presidida pelo General Francisco Carlos Modesto -Comandante Militar do Leste, estando presente o General Marcio Roland Heise - Diretor do Patrimônio Histórico e Cultural do Exercito, General Walter Nilton Pina Stoffel - Comandante da ECEME, Tenente Coronel Carlos Alberto do Rego Barros - Diretor do Monumento Nacional aos Mortos da 2ª. Guerra Mundial. Foram acesas as seis velas do candelabro, em memória dos heróis e mártires, por sobreviventes e Veteranos da FEB, e por representantes de diferentes credos e associações como a Polonia Sociedade e Associação dos ExCombatentes Poloneses. Ao final, o General Modesto, Comandante Militar do Leste, fez uso da palavra destacando o valor da igualdade e da fraternidade, tendo homenageando as milhões de vidas perdidas no Holocausto. 28 PÁSCOA NA IGREJA POLONESA 20/04 Os poloneses e seus descendentes católicos celebraram a Páscoa na Igreja Polonesa com uma Missa e depois uma confraternização. A Santa Missa foi celebrada pelos Padres Jan Sobieraj e Alojzy Laimann. Esta celebração para os poloneses é repleta de simbolismos que remetem à vida, ao renascimento, sendo um dia de grande confraternização para a colônia polonesa. Após a Santa Missa, os presentes se reuniram em torno de uma mesa farta elaborada dentro do espírito da união e da fraternidade, mantendo uma tradição que remonta ao final da 2ª Guerra Mundial e que foi instituída na Polonia Sociedade Beneficente do Rio de Janeiro. Desde aquela época para que nenhum polonês celebrasse esta data sozinho, foi instituído que cada pessoa contribuiria com um prato dentro do espírito de união e desta maneira com a mesa sempre repleta, famílias e pessoas solitárias não estariam mais sozinhas, sentindo-se verdadeiramente acolhidas e com apoio para recomeçarem suas trajetórias e solo carioca. 29 CANONIZAÇÃO DE JOÃO PAULO II 27/04 Os poloneses e seus descendentes celebraram a canonização de João Paulo II com uma Missa Solene na Paroquia Pessoal de Nossa Senhora de Montes Claros. A Santa Missa foi celebrada pelos Padres Jan Sobieraj, Alojzy Laimann e Artur Wazny e também foi dedicada ao novo santo São João XXIII. Os fieis viveram um momento de profunda emoção quando puderam se aproximar e beijar as reliquias de São João Paulo II, presenteadas por seu secretário pessoal e agora Cardeal de Cracóvia Stanislaw Dziwisz por ocasição da Jornada Mundial da Juventude em 2013. Foi um momento também muito especial para os Professores Aleksandra Sliwowska Bartsch e Rodrigo Lychowski os quais até hoje se sentem profundamente honrados por terem sido escolhidos, em 1991, pelo então Pároco da Igreja Polonesa e atual Reitor da Missão Polonesa no Brasil, Padre Zdzislaw Malczewski para representarem a colonia polonesa do Rio de Janeiro na Jornada Mundial da Juventude em Czestochowa, que foi presidida pelo então Papa João Paulo II. 30 04/05 PÁSCOA, 3 DE MAIO E DIA DAS MÃES CELEBRADOS NA POLONIA SOCIEDADE Sob uma atmosfera de confraternização, reuniram-se cerca de 110 pessoas entre sócios, amigos, alunos do curso de polonês e familiares para juntos celebrarem várias datas importantes para os poloneses e seus descendentes. Foram celebrados a Páscoa, a Data da Constituição de 3 de Maio e o Dia das Mães. O evento teve início com a palavra do Presidente Stefan Janczukowicz que destacou a importância deste dia pelas datas comemoradas como também pela reinauguração do salão após recente reforma, e pelo lançamento da revista eletrônica, Polônia Carioca, em substituição ao antigo boletim, destacando a iniciativa da Professora Aleksandra Sliwowska Bartsch que criou uma publicação moderna, em formato eletrônico. Em seguida, foi convidado o Pároco da Igreja Polonesa, Padre Jan Sobieraj para que abençoasse a mesa para o almoço preparado pela Sra. Genowewa Szczepura e com contribuição de pratos típicos de Marianna Brocki e Josefa Greziak.. Na segunda parte do evento o Presidente Janczukowicz felicitou as mães presentes pelo Dia das Mães, tendo em seguida convidado os sócios Tomasz Lychowski, Rodrigo Lychowski e Maria Wojnowska a prestarem homenagem às mães com textos preparados pelo Sr. Tomasz Lychowski com passagens de histórias verídicas de relatos de mães e mulheres durante a guerra, tendo ao final os três participantes se revezado na leitura de um lindo poema para as mães. 31 Após a leitura, houve um outro momento que emocionou a todos os presentes. O Sr. Aleksander Laks, sócio da Polônia Sociedade, pediu a palavra e contou um pouco de sua infância com sua mãe e madrasta, demonstrando todo o seu amor e saudade pela mãe biológica que morreu em Aushwitz e por sua mãe adotiva a quem devia sua criação e seu caráter. Posteriormente o Sr. Vicente Pawelec também ressaltou a importância das mães para a colônia polonesa no Rio de Janeiro. Logo após, os jovens Anne Caterine Nunes Graça, Isabella Feijó, Julia Greziak Stofel, Caio Costa e Davi Dias, com trajes típicos poloneses distribuíram presentes para as mães. Seguindo a programação, foi exibido um curta metragem sobre a Polônia, com a cronologia dos eventos que levaram à Constituição de 3 de Maio. Logo após, foi apresentada uma pequena aula de história sobre esses fatos, suas curiosidades e as consequências da promulgação da Constituição polonesa, com texto de autoria de Luciane Greziak e Arthur Trojan. Especial agradecimento deve ser endereçado à Senhora Marilene Greziak Stofel pela deocração e produção do evento, bem como a Srta. Luciane Greziak que mobilizou sócios e amigos para o trabalho comunitário que tornou possível a realização deste evento. 32 DIA DAS MÃES COMEMORADO NA IGREJA POLONESA 11/05 Os paroquianos da Paróquia Pessoal dos Poloneses homenagearam as Mães da colônia polonesa com uma missa bastante festiva. Foram lembradas as mães já falecidas, bem como as mães atuantes na comunidade polonesa. Os poloneses sempre reconheceram a figura da Mãe em sua história. Seja no fevor com que rezam para Nossa Senhora, seja no papel que as mães desempenham na sociedade polonesa. Há um provérbio que diz: niedaleko pada jabłko od jabłoni, ou seja, a maçã nunca cai longe da macieira. No caso da História da Polônia, a Mãe de Deus é o título do primeiro hino na Polônia, chamado Bogurodzica, composta no século XIII e foi cantada na Batalha de Grunwald em 1410: Bogurodzica, dziewica, Bogiem sławiena Maryja, Twego syna, Gospodzina, matko zwolena Maryja, Zyszczy nam, spuści nam. Kyrieleison. Mãe de Deus, Virgem, por Deus glorificada Maria, Do teu filho, nosso Senhor, mãe escolhida, Maria! Conquista-nos, envia -nos. Kyrie Eleison. Twego dziela krzciciela, Bożyce, Usłysz głosy, napełń myśli człowiecze. Słysz modlitwę, jąż nosimy, A dać raczy, jegoż prosimy, A na świecie zbożny pobyt, Po żywocie rajski przebyt. Kyrieleison. Filho de Deus, a bem do seu Batismo, Ouve nossa voz, cumpre as intenções do homem. Escutai a oração para que nós oferecemos, E dai-nos aquilo que nós pedimos: Na terra existência misericordiosa. Depois da vida, residência celestial. Kyrie Eleison. Pode-se encontrar a exaltação à Mãe-Pátria em outro hino polonês da Idade Média, chamado Gaude Mater Polonia, ou seja, Alegre-se, Mãe Polônia. São João Paulo II no Decálogo do Imigrante, também mencionou a figura da Mãe: “Pamietaj, ze jestes dzieckiem narodu, którego Matka i Królowa jest Bogurodzica Maryja "dana jako pomoc ku obronie". Powtarzaj czesto modlitwe serc polskich: "Jestem przy Tobie, pamietam, czuwam“ ou seja, Lembre-se de que você é filho da nação, onde a Mãe e Rainha é Maria. Repita frequentemente a oração presente nos corações poloneses: “Estou junto a Ti, lembro, vigio”. 33 UMA AULA BEM DIFERENTE! 14/05 por Marilene Greziak Stofel Por iniciativa do Professor Marek Polak, que leciona para a turma de iniciantes do curso de polonês, foi realizada na Polonia Sociedade uma aula prático-teórica bem diferente ... e muito saborosa também... na opinião de todos os presentes!!!! O conteúdo ensinado foi relacionado a cozinha (kuchnia), onde o Professor Polak pode apresentar aos seus alunos a receita de um dos pratos poloneses que sua família sempre faz na primavera, a “ZUPA KALAFIOROWA” (sopa de couve-flor). Em conteúdo teórico, o Professor Polak colocou no quadro todos os ingredientes usados na zupa, bem como alguns dos diversos utensílios usados na cozinha, e ao apresentar os verbos kroic (cortar), siekac (picar), obrac (descascar), myc (lavar), smazyc (fritar), gotowac (cozinhar), determinava em curtas frases, a tarefa em que cada aluno tinha que realizar . Nesse clima bem descontraído, a sala de aula se tornou em uma equipe de cozinheiros e os vários conteúdos abordados referentes ao dia a dia puderam enriquecer mais ainda o vocabulário dos alunos presentes. 34 CONVERSANDO COM PAULO LEMINSKI 25/05 No dia 25 de maio aconteceu na Polonia Sociedade Beneficente do Rio de Janeiro o evento "Conversando com Paulo Leminski" coordenado pelos professores Laura Miranda e Tomasz Lychowski. Na ocasião a Professora Aleksandra Sliwowska Bartsch abriu a noite com relatos sobre a trajetória do poeta curitibano, filho de pai polonês e mãe brasileira que segundo Caetano Veloso pode ser considerado o poeta símbolo da geração 1970-80, o mais apaixonado e o escritor mais intenso de sua geração, segundo o amigo tropicalista, que solitário na Curitiba de contistas buscou por seu próprio caminho. À exposição da Professora Aleksandra, seguiu-se a palestra do Dr. Antonio Gutman, patologista do INCA e vice-presidente da Associação dos Médicos Escritores que abordou a construção da trajetória poética de Leminski. Autor de três livros de poesia (Dr. Formol, Caminhos e Encontros) Antonio Gutman encerrou sua apresentação declamando poesias que escreveu inspiradas por Leminski. 35 Coube ao Professor Tomaz Lychowski resgatar e salientar os elementos poloneses na obra de Leminski, abordando as diferentes nuances polônicas em suas obras, como a homenagem que o poeta fez a Arciszewski. Especial destaque deve ser dado a intervenção do Coronel Claudio Rosty que pontuou questões importantes sobre o Krzysztof Arciszewski que foi utilizado como personagem na obra-prima de Leminski, o livro Catatau de 1976. Ao final do evento a Professora Laura Miranda declamou versos de Leminski e à convite do Presidente Stefan Janczukowicz todos se confraternizaram em torno de uma mesa farta e saborosa elaboradas pela Sra. Genowewa Szczepura. O evento "Conversando com..." é uma idealização do Professor Tomasz Lychowski e se encontra em sua terceira edição, já tendo homenageado Wislawa Szymborska e Julian Tuwim. 36 COPA JUNINA NA POLONIA SOCIEDADE 12/06 por Cristiane Greziak Na estreia do Brasil na Copa, reuniram-se 40 sócios, familiares e amigos num encontro intitulado de Copa Junina, que foi idealizada com o intuito de resgatar uma tradição esquecida, na qual sócios e amigos se reuniam na Polonia Sociedade Beneficente do Rio de Janeiro em outras copas. Devido ao fato dos jogos da copa iniciarem no dia 12/junho, surgiu a ideia de colocar a temática junina. Cada participante contribuiu com um prato de doce ou salgado e com bebidas. Um delicioso churrasquinho com drumete de frango, salsichão, linguiça, carne, farofa, molho a campanha e saladas deu a tônica da confraternização. Além do churrasquinho, caldo verde, canjica, cuzcuz, cachorro quente, bolos de chocolate e de cenoura, pé de moloque, paçoca entre outros aperitivos foram o combustível de uma torcida bastante animada. 37 BREVE ESTUDO SOBRE ESTABILIDADE NO DIREITO DO TRABALHO BRASILEIRO No dia 29 de abril, o Professor Rodrigo Lychowski lançou no salão nobre da Faculdade de Direito da UERJ, a obra "Breve estudo sobre Estabilidade no Direito do Trabalho Brasileiro", editado pela Editora Letra Capital. O livro foi dedicado aos trabalhadores brasileiros e poloneses que foram demitidos sem justa na época em que vigoram em seus países regimes ditatoriais. CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE FREI ORLANDO No dia 23 de março juntamente com a Marcha Comemorativa dos 70 anos de embarque da FEB, ocorreu o encerramento das comemorações do Centenário de Nascimento de Frei Orlando no Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, com a presença do Chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército, General de Exército Ueliton José Montezano Vaz. O Cel Cláudio Skóra Rosty, da Seção de Pesquisa Histórica do CEPHiMEx, foi o coordenador das pesquisas documentais e iconográficas sobre a vida e obra de Frei Orlando, patrono do Exército 38 Este é um espaço dedicado à você Caríssimo Leitor. Aproveite para enviar suas críticas, sugestões, elogios. Que seja este um espaço de troca de ideias, democrático e inspirador de novas iniciativas. Através do e-mail: [email protected] nós da abrimos mais um canal de comunicação e interatividade. Meus sinceros parabéns para Vocês e toda a Sociedade Andrzej Braiter Embaixador Caro Presidente Stefan Janczukowicz, Foi com grande prazer que acessei e li o jornal eletrônico de voces. Assim conheci um pouco sobre a atuação da Polonia Sociedade Beneficente do Rio de Janeiro. Sou descendente de poloneses, nascida no Rio Grande do Sul. Fico sempre contente com noticias de que no Brasil a presença polonesa consegue se manifestar de forma organizada e cultural. Santo Angelo e a cidade em vivi, obtive formação e uma longa vida profissional na área do Magisterio. Tambem me dediquei muito a cultura do município. Presidi por duas gestões a ACEPOL – Associacao Cultural da Etnia Polonesa, de Santo Angelo, no Rio Grande do Sul. Isso foi no período de 1996 ate 2000. Na época da minha presidencia construímos a sede de nossa organização no Parque de Exposicoes de Santo Angelo. Construimos uma bela casa e o fizemos com recursos próprios, angariados de eventos e colaborações locais. Foi uma luta! Ate hoje nossa casa polonesa funciona com eventos durante os festejos do município como a FENAMILHO e promove eventos específicos. E um lugar de congregamento dos descentes de poloneses. Sou natural do município de Guarani das Missoes onde a maioria da população tem descendencia polonesa. Por esta razão, tambem me dediquei a promoção da cultura daquele município. Participai do nascimento de eventos como a POLFEST, ajudei na introducao do ensino da língua polonesa nas escolas e também na caracterização arquitetônica do município. Atualmente, divido minha vida com estadas na Polonia e no Brasil. Trabalho na UMCS-Universidade Marie Curie-Sklodowska, de Lublin. Junto com colegas de nosso dinâmico departamento, ensino português e literatura. Temos muitos contatos com o Brasil, com universidades brasileiras como a UNIJUI, UnB, UPF entre outras. Jovens brasileiros circulam em nossa universidade assim como jovens poloneses tem tido oportunidade de estadas no Brasil através dos intercâmbios que proporcionamos. Minha historia de vida me faz olhar com entusiasmo, carinho e alegria a atuação dos poloneses e descentes no Brasil em prol da continuidade dos vínculos entre os dois países. Assim, desejo-lhes bom trabalho, sucesso na gestão e muita alegria nos encontros. Com meu abraco, Natalia Ines Klidzio Uniwersytet Marii Curie-Skłodowskiej w Lublinie 39 Prezado Presidente Stefan Janczukowicz, Bom dia! Meu nome é Stefan Luty Danin Kossobudzki e sou mais um filho descendentes de Poloneses. Minha família veio para o Brasil em duas etapas, antes da Guerra e depois da Guerra de 1939. Meu bisavo foi o Dr. Simão Kossobudzki, médico, que residiu em curitiba, construindo lá uma parte de sua hstória e história da nossa família. Minha avó era Teresa Alessandra Ligeza-Stamirowska e quando se casou meu avó, se tornou Teresa Kossobudzka. Meus laços com a Polonia são muitos fortes e estou escrevendo para parabeniza-los pela iniciativa do boletim. Coloco me , desde já, a disposição para qualquer contribuição a esta nobre iniciativa. Grato. Stefan Luty Danin Kossobudzki Querida Aleksandra , Quanta alegria em receber a Revista Eletrônica , como amigo , me sinto honrado e ao mesmo tempo feliz em ver no Projeto Memória matéria com o "Velho Zimba" , um dos meus grandes Mestres, e me recordo da época em que trabalhamos juntos na novela O Rebú , e depois nos Casos Especiais , onde éramos sòmente 3 pessoas na equipe , ligados diretamente a este inesquecível Diretor e Ator , que deu uma grande virada na história do teatro brasileiro. Mais feliz ainda com um artigo que fala do Papa João Paulo II , que sempre é citado em meus discursos. Quero aqui parabenizar você e toda equipe , que através deste veículo , soube disponibilizar informações , não sòmente aos sócios , mas também aos simpatizantes e admiradores da Sociedade Polonesa. Parabéns a todos, bjs. José Dias. Cenógrafo, Ex-Vice-Reitor e Professor da Unirio Senhor Presidente! Drogi Stefanie, Fantastyczne! Wielkie gratulacje! Tomasz Lychowski Parabéns ao Sr. Presidente e à nossa querida Aleksandra pela beleza, pela qualidade e por informações tão interessantes . A revista virtual está ótima, fácil de ser lida, atraente e com abordagens jornalísticas e precisas. Agradeço a agradável leitura. Abraços, Laura Miranda. 40 Prezados(as) Senhores(as) Queridos amigos Agradeço imensamente a revista eletrônica POLONIA CARIOCA! Ainda não li totalmente os textos mas passando rapidamente, achei lindas as imagens, a disposição dos temas, textos e o símbolo gráfico... Tudo impecável. Agradeço as fotos inseridas e a memória! Que bom ter a memória desta Sociedade constantemente registrada e acessivelmente divulgada. ( Há algum tempo solicitamos estes registros e até ensaiamos inicia-los, ir contando a História desta Sociedade, de cada pessoa, tão ricas as vivências de cada um, de cada antepassado, mas cadê o tempo e editorial? Nada fácil esta Missão! Só mesmo o talento e dedicação da Prof. Drª Aleksandra para levar adiante, aprimorar o que ela tão bem já iniciara há tempos...) Parabenizo Drª Aleksandra e toda a Diretoria por mais esta maravilhosa iniciativa! Sinceros agradecimentos Maria Malgorzata Wojnowski – Engenheira Química Parabéns pela belíssima revista Estou envaidecido pelo seu trabalho! Gostaria de saber qual foi a mágica que você fez para tornar realidade este sonho... Dá prazer ler e ver a nossa revista - Polonia Carioca.... Parabéns.... Quero mais..... Cláudio Skora Rosty Parabéns pela ideia e pela execução ! Cordialmente, Jerzy Lepecki Linda iniciativa ! Os bons momentos não devem ser deixados esquecidos ! Parabéns a idealizadora que de certa forma, foi incrivel ! Parabéns ! Marilene, Adilson e Julia Greziak 41 O NASCIMENTO DA POLÔNIA Em 2016, a Polônia celebrará 1050 anos como estado unificado. Em 966 d.C, o Príncipe Mieszko I, quarto da Dinastia Piast, aceitou o batismo, adotando o Cristianismo que teve como consequência a latinização da cultura polonesa. Mieszko I foi sucedido por seu filho, o Príncipe Boleslaw I, que reinou de 992 a 1025. Seu reinado focou na expansão territorial e no fortalecimento da administração interna. Alguns meses antes de sua morte, foi coroado como Rei Boleslaw I Chrobry, primeiro da Polônia e da dinastia Piast. Outra ação importante do Rei Boleslaw foi desvincular a Igreja na Polônia do domínio inicial germânico, estabelecendo relações definitivas com Roma. Lech, Czech i Rus Autor: Walery Eljasz-Radzikowski A origem da Polônia, foi também registrada na lenda de três irmãos: Lech, Czech e Rus que penetraram na floresta inexplorada a fim de acharem um local onde pudessem estabelecer um povoado. De repente, eles avistaram uma colina com um velho carvalho e uma águia no topo. Lech disse: esta águia branca eu adotarei como símbolo do meu povo e ao redor deste carvalho eu construirei a minha fortaleza e devido ao ninho da águia [polonês: gniazdo] eu a chamarei de Gniezdno [atualmente: Gniezno]. Os outros irmãos continuaram a caminhada pela mata a fim de encontrarem um local para seus povos. Czech seguiu na direção sul (para encontrar os Países Checos) e Rus foi para o leste (para criar a Rússia e a Ucrânia). A lenda ainda diz que a bela visão da águia de asas abertas, tendo ao fundo um céu vermelho pelo por do sol, maravilhou Lech o qual adotou este símbolo em seu brasão. 42 HOMENAGEM À SÃO JOÃO PAULO II por Tomasz Lychowski Quando morreu o Papa João XXIII, eu morava em Brasília. Recebemos a notícia no meio de uma missa, naquela época não havia ainda a comunicação instantânea da internet. Recordo ter chorado copiosamente. Ao relembrar essa emoção trinta anos depois, escrevi o poema PAI E FILHO, imaginando o que sentiria um menino ao saber da notícia. Um menino anônimo, em alguma parte desse vasto mundo, que amava o Papa. Este, já no céu, ficou-lhe muito próximo, porque as barreiras do universo físico não mais existiam: idade, posição social, língua. A alegria do encontro com aquele que ele considerava um Pai poderia finalmente acontecer. PAI E FILHO O menino ajoelhado em prece não sabia que o amigo tinha se ido no calor dos cânticos, tenta romper barreiras: idade, posição social, língua A não ser pela fé – o único laço – eles estavam a milhas de distância um do outro Pai e filho, mas não do mesmo sangue Os sinos começam a dobrar – Por quem? Não estão de luto pelo Papa João XXIII há uma alegria no ar que chega aos recantos de cada coração Finalmente eles estão juntos o garoto desconhecido a vagar em algum lugar do universo e João, o bom pai de uma humanidade ainda com esperanças E isso faz os anjos se regozijarem no céu Tomasz Lychowski , 23 de junho, 1963 / 1993 43 EXPEDIENTE Presidente: Stefan Janczukowicz Vice-presidentes: Marianna Brocki e Elvira Helena Gimbitzki Tesoureiros: Vicente Pawelec e Lucyna Brocki Cozzolino Secretárias: Cristiane Greziak e Alessandra Kepinski Conselheiras: Alina Felczak, Aleksandra Sliwowska Bartsch, Laura Miranda Helena Warzynski Conselho Consultivo: Danuta Haczynska Nóbrega, Jadwiga Matic, Jerzy Lepecki, Tomasz Lychowski e Wladyslaw Dzieciolowski Conselho Fiscal: Adilson Stofel dos Santos, Carlos Alexandre Warzysnki Bana, Expedito Máximo Bezerra, Helio Valdemar Kovaleski e Roberto Piesiecki Suplentes: Beata Felczak, Josefa Greziak, Krystyna Hillekes, Liliana Syrkis. Editora: Aleksandra Sliwowska Bartsch Distribuição eletrônica Contato: (21) 2558-1391 / 2557-1318 – e-mail: [email protected] A Revista Eletrônica Polonia Carioca é uma publicação quadrimestral da Polonia Sociedade Beneficente do Rio de Janeiro
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