POLONIA SOCIEDADE BENEFICENTE DO RIO DE JANEIRO

Transcrição

POLONIA SOCIEDADE BENEFICENTE DO RIO DE JANEIRO
POLONIA SOCIEDADE BENEFICENTE DO RIO DE JANEIRO
Ano 2014 . Número 2 . agosto/dezembro
SUMÁRIO
Palavra do Presidente
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Editorial
4
Polonia Sociedade em Destaque
5
Polonia Eterna
6
Artigo
8
Ecos da Polônia
14
Mówimy po Polsku
15
Projeto Memória
16
Visão & Gestão
22
Entrevista
24
Radar Polônico
26
Polônia em Drops
27
Aconteceu em 2014
28
Polonia em Foco
38
Espaço do Leitor
39
História & Estórias
42
Crônicas & Poesias
43
Prezados Sócios e Amigos da Polonia Sociedade,
É com satisfação que encaminhamos a vocês o segundo número da nossa
revista
. Uma edição ampliada, como novas colunas, que
mostram uma vitalidade da nossa publicação, consequência de um
engajamento maior dos integrantes da nossa comunidade polônica e de
amigos que trouxeram sugestões e participaram com contribuições muito
positivas.
É importante registrar que esta edição foi o resultado de um esforço de um verdadeiro e
competente time liderado pela nossa Editora-Chefe, Dra. Aleksandra Sliwowska Bartsch.
Portanto, meus agradecimentos para todos os sócios e não-sócios que contribuíram com seu
trabalho.
A Polônia tem sido vista pelo universo econômico de maneira muito promissora. Seu
desempenho neste ano de 2014, apesar de crise mundial duradora, já a coloca ao lado de países
com um crescimento do PIB de 3%, muito maior do que a própria União Europeia. Como
consequência deste ciclo positivo, descendentes de poloneses tem resgatado o orgulho de suas
origens, o que tem se refletido, por exemplo, numa maior participação no curso de polonês,
promovido pela nossa Sociedade. Através de uma didática moderna e variada, com aulas visando
o desenvolvimento de competências com foco na conversação, os alunos estão desvendando as
nuances desta nação que completará 1050 anos como estado unificado em 2016.
Desejamos à todos uma boa leitura e agradeço em nome da Diretoria as manifestações de apoio,
sugestões e críticas recebidas e que deram origem a uma nova coluna chamada Espaço
do Leitor. Nossa revista terá tanto mais eco, quanto mais pudermos aprimorá-la e cada
contribuição é fundamental. E se estamos falando de trabalho voluntário, engajamento e
comprometimento são os elos fundamentais de uma corrente construída por cada um de nós!
Stefan Janczukowicz
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Prezados Leitores,
O primeiro número da
não poderia ter repercussão melhor!
Várias mensagens de apoio, sugestões e críticas construtivas resultaram numa
avaliação de que escolhemos o caminho certo em relação ao formato, à
linguagem e temática. A prova disso é que nossa revista, já em seu segundo
número, chega com novidades com as colunas Polonia em Foco, Polonia
Eterna, Espaço do Leitor, Crônicas & Poesias e Ecos da Polônia. A coluna
Polonia em Foco foi criada para divulgar as realizações profissionais de poloneses e descendentes
em suas respectivas áreas de atuação. Em Crônicas & Poesias, tem-se um espaço para diferentes
narrativas. Neste número, o Professor Tomasz Lychowski assina a estreia desta coluna, a qual
pretende nos próximos números abordar poetas poloneses e suas obras.
Ecos da Polônia traz, a partir da contribuição do correspondente Andrzej Sladowski, temas que
estão em efervescência na Polônia contemporânea. A coluna Polonia Eterna foi criada para prestar
homenagem por ocasião de falecimentos. Este número traz a nota triste sobre Tomasz Barcinski que
faleceu em abril de 2014 e cuja figura é destacada numa emocionante crônica da escritora Marina
Colassanti. Diferentemente das demais colunas, Polonia Eterna, não será fixa e espera-se que seja
pouquíssimo utilizada.
Fonte de imensa satisfação, o recebimento de inúmeras mensagens motivou a criação do Espaço do
Leitor, um fórum permanentemente aberto de críticas, sugestões e, esperamos, valiosas
contribuições. É isto que dará o fôlego necessário para a manutenção desta publicação.
Esta edição conta ainda com um artigo sobre a presença no Brasil da cientista polonesa, detentora de
dois prêmios Nobel, Maria Sklodowska Curie, fruto da pesquisa de Alessandra Kepinski. Um artigo
ricamente ilustrado com imagens deste acontecimento que ocorreu em 1926.
Outro destaque é o Projeto Memória, que nesta edição relata a história da Associação dos ExCombatentes Poloneses como uma singela homenagem à figura do Soldado Polonês, cujo dia é
celebrado em 15 de agosto. O soldado polonês é também homenageado pelo Adido Militar da
Polônia Capitão de Mar e Guerra Janusz Palka que concedeu uma extensa entrevista falando do
trabalho da recém-inaugurada adidância no Brasil e demais países, imigração e perspectivas futuras.
É fundamental registrar que esta edição foi o resultado de um trabalho de um verdadeiro e
competente time. Especial agradecimento aos colaboradores Alessandra Kepinski, Andrzej Sladowski,
Angela Vasconcelos, Carlos Alexandre Sá, Carlos Alberto do Rego Barros, Claudio Rosty, Cristiane
Greziak, Elza Calazans, Ignacy Felczak, Janusz Palka, Jaroslaw Rogowski, Julianna Pawelec, Luciane
Greziak, Marek Polak, Marilene Greziak Stofel, Marina Colassanti, Regina Coragem, Rodrigo
Lychowski, Tomasz Lychowski e Vicente Pawelec.
Aleksandra Sliwowska Bartsch
Editora-chefe
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A Polonia Sociedade Beneficente do Rio de Janeiro recebeu no início de maio a visita de uma
comitiva composta pelo Embaixador da Polônia Andrzej Braiter, pelo presidente e pelo secretário
geral do Comitê Olímpico Polonês Andrzej Krasnicki e Adam Krzesinski, respectivamente. Este
encontro resultou no envio de uma carta por parte do Comitê Olímpico na qual foi confirmado o
interesse em realizar uma parceria com a Polonia Sociedade por ocasião dos XXXI Jogos
Olímpicos no Rio de Janeiro em 2016.
Segundo o Presidente Andrzej Krasnicki, é uma tradição do Comitê Olímpico Polonês organizar o
Dia da Polônia durante os Jogos Olímpicos nas cidades sede. Uma das iniciativas consistirá em um
concerto numa sala de renome. Além disso, estão previstos exposições e encontros com a colônia
polonesa nas dependências da Polonia Sociedade. Para a viabilização deste projeto, o Comitê se
colocou à disposição para o recebimento de propostas de modernização da Polonia Sociedade que
garantam a efetividade da parceria.
Merecem destaque também as reformas do salão térreo e da cozinha. No caso do salão, este conta
agora com um novo projeto de iluminação, bem como foi reformado o telhado, tendo sido
instalado isolamento térmico e acústico.
Atendendo ao convite do Consulado da Polonia em Curitiba, Artur Trojan foi selecionado e
cursará a Escola de Líderes com o objetivo de se tornar um Animador Cultural Polônico. O curso
tem como objetivo melhorar as habilidades de liderança no âmbito da gestão de projetos culturais,
desenvolver conhecimentos sobre as possíveis formas de promoção da Polônia e da cultura
polonesa. Além disso, o curso foca maneiras de como incentivar a sociedade local e de como criar
relações entre os países na área da diplomacia cultural. Conhecer as melhores práticas da animação
sociocultural, preparar um plano para o seu projeto cultural sob a supervisão dos especialistas e
cooperar com os líderes e as organizações da Polônia e do Brasil especializadas na temática em
questão, também são competências desenvolvidas nesta capacitação.
O maior site de esportes da Polônia – Przeglad Sportowy entrevistou o Professor Marek Polak sobre a
vida nas comunidades do Rio de Janeiro. Polak, que recentemente imigrou para o Brasil para cursar
seu doutorado na UERJ em Políticas Públicas, apresentou com seu olhar único, a realidade nas
favelas cariocas, abordando temas como violência e pacificação. A entrevista pode ser conferida no
link: http://wideo.przegladsportowy.pl/wideo,fawele-w-rio-de-janeiro,wideo,479007,1,1060.html
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TOMASZ BARCINSKI
Faleceu no dia 26 de abril de 2014 Tomasz Barcinski, um dos poucos agraciados pelo
governo polonês com a Medalha Gloria Artis. Esta homenagem, recebida já no final da sua
vida, foi a coroação de uma brilhante trajetória, iniciada como executivo que quando se
aposentou, decidiu propagar no Brasil a literatura polonesa, tendo traduzido 29 títulos,
dentre eles “O Pianista” de Wladislaw Szpilman e a trilogia de Henryk Sienkiewicz “A
Ferro e Fogo”, “O Dilúvio” e “O Pequeno Cavaleiro”. Filho de ex-combatentes que
integravam o exército da resistência Armia Krajowa e tendo sido ele mesmo reconhecido
como membro da resistência polonesa na II Grande Guerra Mundial, Barcinski foi
homenageado pela grande amiga Marina Colasanti nesta crônica que foi publicada no
Jornal O Globo de 27 de abril. Que seus autores o recebam de braços abertos para o diálogo
eterno!
Crônica de Quinta: Um homem bom
Marina Manda Lembranças, quinta-feira, 01 de maio de 2014
Eu conheci um homem bom. Mais que isso, fui amiga, a melhor e mais antiga, de um homem bom.
Tinha pés enormes, um nariz considerável, e uma bondade superior a ambos.
Tão rara é a bondade - e eu poderia dizer que mais rara entre os homens, se não soubesse da
estrutura social que se esforça para fabricar mulheres “boazinhas”, enquanto se orgulha de seus
homens aguerridos - que nem sempre a reconhecemos pelo que é. Do meu amigo Tomasz Barcinski
ouvi muitas vezes dizer que era um cândido, um naif, um eterno jovem, mas agora digo alto e claro,
era um bom.
Se penso nele, volto ao começo, quase à inauguração dos anos 50, a um Leblon ainda sem grandes
prédios e sem cinemas, de pouca gente e de comércio modesto, um Leblon adolescente como nós
que acabávamos de nos conhecer. Ele morava na praça Antero de Quental, eu na esquina da praia
com Bartolomeu Mitre. Ele, com sua família, recém chegava da Polônia, eu, com a minha, da Itália.
Havíamos atravessado a Segunda Guerra, o pai dele como resistente, o meu como fascista.
Tínhamos modos diferentes dos outros adolescentes, e uma história mais funda no olhar. Com a
amizade, fomos desgastando os respectivos sotaques.
Digo que era um bom, e conto um episódio familiar, passível de entrega agora que todos os
participantes já morreram. O pai de Tomasz era um gentleman europeu, charmeur de outra estirpe,
elegante sempre, mas pouco eficaz nas lutas do cotidiano. Passam os anos. Viuvez, desemprego.
Tomasz, bem sucedido, arruma discretamente um emprego para o pai. Logo, porém, fica sabendo
que este não consegue cobrir a cota – creio que de vendas- necessária para a manutenção no posto.
Tomasz procura os empregadores, se oferece para pagar ele próprio o que falta às cotas do pai, mas
exige que isso nunca lhe seja revelado. “Morreria de vergonha se soubesse”- me disse ao relatar o
caso. E até a morte o pai acreditou estar indo bem no emprego.
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Era um eterno jovem, meu amigo? Talvez, e que prazeroso pode ser isso. Mais adiante naquela
mesma década de 50, quando já éramos jovens e do Leblon havíamos migrado para o Arpoador,
todos nós tivemos Lambreta, como um distintivo ou um clube. Aos poucos, fomos abandonando as
duas rodas, preferimos carro. Tomasz também teve carro mas, até ser abatido na semana passada
por um câncer no cérebro, circulou feliz por Ipanema de motoneta.
Em plena carreira, alto executivo de uma empresa, demitiu-se para cuidar da mulher quando esta
ficou doente. E cuidou dela com dedicação absoluta. Depois, viúvo e desempregado, quis inventar
para si uma nova vida. Me telefonava no princípio, buscando seu caminho, mas depois que o achou
não precisou mais dos meus conselhos, e passamos a nos falar para comentar os resultados da sua
escolha. Havia-se tornado tradutor.
Trouxe para o português as obras mais importantes da literatura polonesa. Era um duplo patriota,
que agitava com igual entusiasmo bandeiras do Brasil e da Polônia. Mas a Polônia o reconheceu, e
poucas semanas antes dele morrer lhe conferiu a mais importante condecoração cultural do país.
Nunca o ouvi falar mal de ninguém. Frente a relatos escabrosos da vida alheia escancarava seus
pequenos olhos azuis, surpreso, como se o que ouvia fosse impossível.
Desse homem bom e alto, desse primeiro amigo insubstituível, escolho para me despedir o sorriso
cúmplice e guloso com que, de volta de uma viagem à Polônia, me confessou ter trazido na mala
cinco quilos de chocolate, o chocolate sem igual da sua terra.
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RECORDANDO UMA VISITA HISTÓRICA
Alessandra Kepinski(*)
Na década de 1920, o Brasil foi o destino de algumas importantes figuras do
mundo científico. Após a passagem dos físicos Albert Einstein e Paul Langevin
e dos matemáticos Jaques Hadamard e Émile Borel, em 1926 foi a vez de
recebermos a cientista Maria Sklodowska Curie, nascida na Polônia e
mundialmente reconhecida por suas pesquisas realizadas na França com
materiais radioativos.
Seus estudos e descobertas culminaram com a conquista de dois Prêmios
Nobel – de Física, em 1903 e de Química, em 1911. Primeira mulher a receber
este prêmio e única a recebê-lo por duas vezes, a cientista viajou por muitos países e também esteve no
Brasil, onde visitou o Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.
24 de Agosto de 1926 – nessa data histórica, há 88 anos, na cidade do Rio de Janeiro, a Academia
Brasileira de Ciências reuniu-se em sessão solene para receber Maria Sklodowska Curie. Presidiu a mesa o
ilustre médico Juliano Moreira que, abrindo a sessão, disse que “a Academia se sentia jubilosa por prestar
homenagem a Mme. Curie, eminente cientista que todos admiram tão profundamente, frisou a
importância excepcional dos seus trabalhos científicos e teceu considerações sobre o alcance da sua
obra”.
Extraímos esse texto da Ata da sessão solene, cujo Secretário foi o jovem cientista Álvaro Alberto que,
em seguida, “leu a proposta de Mme. Marie Sklodowska Curie para Membro Correspondente da
Academia Brasileira de Ciências, proposta esta aprovada por aclamação, e fez notar que a Academia não
dispõe de mais alto galardão”. Mme. Curie agradeceu as homenagens de que estava sendo alvo e, em
seguida, “fez uma comunicação inédita a respeito de pesquisas suas sobre as constantes radioativas, ...”.
Trecho inicial da Ata da Sessão Solene da Academia Brasileira de Ciências
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A homenagem recebida por Maria Sklodowska Curie na Academia de Ciências fez parte de um extenso
programa de visitas e significativos eventos que, no entanto, poucos conhecem!
A grande cientista, nascida em 7 de novembro de 1867 em Varsóvia, enfrentou grandes dificuldades,
inclusive financeiras, para poder prosseguir os seus estudos após o término do curso secundário, uma vez
que naquela época, na Polônia, não era permitido às mulheres freqüentar uma universidade. Perseguindo
esse objetivo, após lecionar por alguns anos no interior da Polônia, conseguiu juntar os recursos
necessários para viajar para a França e estudar na Sorbonne, onde se graduou em 1893, em primeiro lugar
em Física e, em segundo lugar, em Matemática.
Ao final dos seus estudos, Maria Sklodowska tornou-se assistente do professor e pesquisador Pierre
Curie, com quem se casou e partilhou o seu primeiro Prêmio Nobel, recebido por Pierre e Marie Curie e
Henri Becquerel em 1903, pela descoberta dos elementos radioativos Polônio e Rádio. Com duas filhas,
Irene e Eva, ela buscava conciliar as atividades de esposa, mãe e cientista, porém em 1906 perde o seu
marido num trágico acidente, quando as meninas eram ainda bem pequenas. Entretanto, mais uma vez
enfrentando as adversidades com grande coragem, torna-se a primeira mulher a assumir uma cátedra na
Sorbonne, onde leciona Física e dá prosseguimento às suas pesquisas, conquistando, dessa vez sozinha, o
seu segundo Prêmio Nobel, em 1911.
Durante a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), mais uma vez à frente do seu tempo, essa incrível
cientista desenvolveu uma unidade portátil de Raios-X e treinou, ela própria junto com a sua filha Irene,
os médicos que iriam utilizar estes aparelhos na frente de batalha para a realização de radiografias, o que
facilitou em muito o trabalho de atendimento aos soldados feridos naquela guerra.
Passados alguns anos, já na condição de cientista de grande renome, Maria Sklodowska Curie,
acompanhada por sua filha Irene, desembarcou no Rio de Janeiro em 15 de julho de 1926, para passar 45
dias no Brasil a convite do Instituto Franco-Brasileiro de Alta Cultura (hoje extinto), que organizou uma
série de conferências sobre a radioatividade na Escola Politécnica da Universidade do Rio de Janeiro,
atual Escola de Engenharia da UFRJ.
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Além de cumprir os compromissos oficiais, Maria
e Irene visitaram pontos turísticos da cidade,
como o Pão de Açúcar e a Ilha de Paquetá e
nadaram na Baía da Guanabara, realizando o
desejo de Mme. Curie, de conhecer as riquezas
naturais do País, conforme relata sua filha Eva, na
biografia que escreveu sobre sua mãe.
Em São Paulo, Maria Sklodowska Curie
apresentou uma palestra na Faculdade de
Medicina explicando “a existência de emanações
radioativas no meio ambiente” e previu que “esses
fenômenos reservam ao mundo surpresas inconcebíveis”. A
cientista visitou também o Instituto Butantã e a
Estação Biológica do Alto da Serra.
Maria Sklodowska Curie visita o Pão de Açúcar
Em seguida, mãe e filha rumaram para as Thermas de
Lindoya, hoje município de Águas de Lindóia, a
convite o médico italiano Francisco Tozzi, que
buscava compreender o poder de cura daquelas águas
termais. Mme. Curie analisou as águas de algumas das
fontes da região, constatando as suas propriedades
radioativas. Posteriormente, comprovou-se que Águas
de Lindóia possui a água mineral de maior
radioatividade do planeta.
Partindo de São Paulo em 17 de agosto, Maria
Sklodowska Curie e sua filha Irene viajam para Belo
Horizonte, onde visitaram o Instituto do Radium,
primeiro hospital das Américas dedicado ao
tratamento do câncer. Este Instituto, inaugurado em
1922, tinha como principais objetivos, estudar o
radium (rádio, elemento descoberto por Maria e Pierre
Curie) e os Raios-X e dispunha de um serviço
conhecido como “Curieterapia”, técnica desenvolvida
pela cientista para a irradiação de tumores através de
agulhas de platina carregadas de radium.
Matéria publicada em 14/08/1926 no
Jornal O Estado de São Paulo,
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Visita de Maria Curie ao Instituto do Radium
Quadro com as assinaturas de Maria
Sklodowska Curie e Irene Curie no livro de
visitas do antigo Instituto do Radium de Belo
Horizonte (imagem cedida pelo Centro de
Memória da Medicina de Minas Gerais,
UFMG).
No dia seguinte, na Faculdade de Medicina, Mme. Curie fez uma conferência sobre a radioatividade e as
suas aplicações médicas. Na platéia, estudantes que depois se tornariam personalidades famosas no País
– Juscelino Kubistchek, Pedro Nava e João Guimarães Rosa. No seu retorno ao Rio de Janeiro, Maria
Sklodowska Curie foi homenageada pela Academia Brasileira de Ciências e, em 28 de agosto de 1926, ela
e sua filha partiram de volta para a França, encerrando essa histórica visita ao Brasil.
Maria Sklodowska Curie foi uma incrível pioneira – uma mulher decidida a realizar os seus sonhos e a
lutar pelos seus ideais, a não se deixar abater pelos enormes obstáculos que encontrou em seu caminho,
tornando-se uma das maiores, se não a maior cientista que conhecemos, um exemplo de dedicação e de
perseverança a ser seguido por todas as mulheres. Uma de suas frases mais célebres é:
“Nada na vida deve ser temido – deve somente ser compreendido”
Em comemoração ao centenário do Prêmio Nobel de Química conquistado por Maria Curie em 1911, a
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura estabeleceu o ano de
2011 como o Ano Internacional da Química. Como parte dessa comemoração, o Governo da República
da Polônia, país natal da cientista, organizou uma mostra sobre a sua vida e obra, traduzida para os
idiomas locais e exibida em diversos países, inclusive no Brasil, onde foi patrocinada pela Embaixada da
República da Polônia e pelo Consulado Geral da Polônia em São Paulo.
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Coincidindo com a data do aniversário da cientista polonesa, em 7 de novembro de 2011, graças ao
esforço da Professora Dra. Aleksandra Sliwowska Bartsch e com o apoio do Cônsul-Geral Jacek Such, a
exposição “Vida e Obra de Maria Sklodowska Curie” foi inaugurada na unidade Niterói da Universidade
Cândido Mendes. Em seguida, em 19 de novembro, a mostra foi apresentada na sede da Sociedade
Beneficente Polônia do Rio de Janeiro, de onde seguiu para o balneário de Águas de Lindóia e foi
inaugurada em 29 de novembro, ocasião em que o Cônsul-Geral Jacek Such descerrou uma placa
comemorativa da visita realizada por Maria Curie àquela cidade em 1926.
Exposição no hall da Hospedagem 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
A existência desse material despertou o interesse da empresa Eletrobrás Eletronuclear, operadora da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis, cujo patrono, Álvaro Alberto foi, como
vimos no início desse artigo, o secretário da sessão solene da Academia Brasileira de Ciências que
homenageou Maria Sklodowska Curie – quem sabe, foi a palestra dela que despertou o interesse desse
jovem cientista para o estudo das radiações e da energia nuclear, da qual foi pioneiro no Brasil!
Os painéis dessa mostra, gentilmente cedidos pelo Consulado-Geral da República da Polônia em São
Paulo, foram complementados com três outros, produzidos pela Eletronuclear com as informações
pesquisadas pela Enga. Alessandra Kepinski sobre a visita da cientista ao Brasil.
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A exposição sobre a “Vida e Obra de Maria Sklodowska Curie” foi inaugurada na cidade de Angra dos
Reis, no Espaço Cultural “Casa Laranjeira”, em 6 de março de 2012, abrindo as comemorações da
Semana da Mulher, com uma repercussão muito positiva na mídia local.
Da cidade de Angra, a mostra foi levada para a própria Central Nuclear e, de lá, seguiu para centros
culturais em Lídice, Paraty e Barra Mansa, no estado do Rio de Janeiro, e Cunha, no estado de São Paulo,
totalizando ao longo desse período cerca de 6.500 visitantes, boa parte dos quais constituída por alunos
das escolas da região, num trabalho de disseminação do conhecimento sobre a radioatividade,
desenvolvido pela área de comunicação social da Eletrobras Eletronuclear.
Finalizando o ciclo e, novamente graças ao empenho da Prof. Dra. Aleksandra Sliwowska Bartsch, a
exibição da mostra sobre Maria Sklodowska Curie foi encerrada em março de 2013 na exposição
“Radioatividade: das Descobertas de Marie Curie à Medicina Nuclear”, realizada no Museu Naval no Rio
de Janeiro, organizada pelo Departamento de Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha do
Brasil.
Exposição “Radioatividade: das Descobertas de Marie Curie à Medicina Nuclear”
- Museu Naval do Rio de Janeiro -
(*) A
autora deste artigo, Engª. Alessandra Kepinski, M.Sc., ocupa atualmente o cargo de Gerente de Licenciamento
Nuclear e Ambiental da Eletrobras Eletronuclear.
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2014: O ANO DAS CELEBRAÇÕES
Andrzej Sladowski, que residiu por mais de quarenta anos no Brasil e
atualmente vive na Polônia, é o mais novo correspondente da
. Jornalista e revisor editorial, Sladowski traz para os
leitores uma visão da Polônia contemporânea, abordando neste
número dois importantes acontecimentos celebrados recentemente.
Prezados Amigos,
Dois acontecimentos dominaram as atenções dos poloneses. Primeiro, os 25 anos da conquista
da liberdade. Precisamente no dia 04 de Junho de 1989 aconteceram as primeiras eleições livres
com esmagadora vitória do Solidariedade, sob a liderança de Lech Walesa, o que definitivamente
liberou o país do regime comunista, permitindo a constituição do governo democrático. Foi
também celebrado o aniversário de dez anos do ingresso da Polônia na União Europeia, assinado
pelo então presidente Aleksander Kwasniewski e pelo primeiro-ministro na época Leszek Miller.
As comemorações dos 25 anos da Liberdade começaram no dia 04 de junho. Dois dias depois, a
Polônia recebeu a visita muito esperada do Presidente do Estados Unidos da América Barack
Obama. Neste mesmo dia, na Praça do Castelo, Obama falou da importância dos acontecimentos
ocorridos há 25 anos na Polônia, que começaram um movimento pela liberdade em outros países
do bloco comunista, mudanças pacificas, sem derramamento de sangue. Prometeu também, num
discurso emocionante, o apoio total à Polônia. Apoio militar e econômico...sendo aplaudido de
pé....
Como membro da União Europeia, a Polônia caminha a passos largos para melhorar o crescimento
econômico alcançando este ano um aumento de 3,1% do PIB. A Polônia é o único pais da União
Europeia que apesar de vários problemas de crises experimentados por outros países-membros,
apresentou um real crescimento em quase todos os setores econômicos.....como um navio, que
navegou por mares agitados por fortes tempestades, e chegou seguro ao seu destino....Por isso, a
voz do Primeiro Ministro Donald Tusk, é ouvida com atenção e respeito no fórum da União
Europeia, no âmbito internacional, e os últimos acontecimentos na Ucrânia demonstraram isso
claramente.....
Quando escrevo estas palavras, o Mundial, esta aí, o povo brasileiro vibra com a seleção, esperando
a conquista novamente, da Copa do Mundo.... aqui os nossos amigos brasileiros têm total apoio da
torcida polonesa.... Olhando pela janela, eu vejo a floresta verde, verdíssima, e o sol brilhando,
dourado e quente. São as cores verde e amarela, da nossa bandeira brasileira.....Vejo também as
flores, as rosas brancas e vermelhas, são as cores da nossa bandeira polonesa......Somos, pois,
unidos por uma amizade, os dois povos, há muitos e muitos anos.... Vamos, então, para a frente, na
direção do sol. Nossos dois povos, o brasileiro e o polonês, com muita fé no peito, pois o futuro
nos pertence....
Um abraço forte para todos, e até a próxima.....
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ESTUDANDO POLONÊS
por Marek Polak (1)
Para muitos, o idioma polonês é um universo impenetrável, mas
com uma visão direta, o professor Marek Polak dá uma série de
dicas para aqueles que decidem aprender esta língua do país que
sediará a próxima Jornada Mundial da Juventude em 2016.
Tire da cabeça que a língua polonesa é difícil. Muitas pessoas falam que polonês é muito
complicado. Não se deixe influenciar por esse pensamento. Boa abordagem é já metade do sucesso.
Erre! Cada mãe polonesa fala a seu filho que precisa cair. Quem não cai não aprende a caminhar.
Com a língua polonesa é a mesma situação. Você tem que errar para aprender o certo. Quem não
tenta, não erra; quem não erra, não aprende.
Polonês tem muitos fonemas que você não conhece.
Que não lhe assustem. Brinque com eles como crianças
brincam com brinquedos. Tente ouvir pequenas
sutilezas dentro deles e ria com isto. Este jeito é o
melhor caminho para aprendê-los.
Na stole, pod stołem, obok stołu – Sim, polonês declina.
Mas isto não é um problema. Não desanime por causa
disto. Aprenda de forma natural, mais intuitiva. Você
vai ver que não tem nenhuma necessidade de focar na
declinação.
Cultura polonesa é muito rica. Poesia, prosa, drama, música, filme polonês são cheios de língua de
uma beleza indescritível. Vale a pena aprender polonês para deixar-se levar pelo ritmo da natureza,
história e cultura com a qual ressoa o idioma polonês.
(1) Marek
Polak é doutorando pela UERJ em Formação Humana em Políticas Públicas e professor do curso de polonês da
Polonia Sociedade
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O SOLDADO POLONÊS NO RIO DE JANEIRO
Para Rousseau a Polônia poderia ser classificada como a província especial de Marte, o Deus da Guerra.
Obstinação quase insana, esperança e um romantismo forjaram o povo numa mistura que lhe permitiu
criar um escudo e resistir a tantos ataques em vários aspectos. O Brasil, ao final da Segunda Grande
Guerra foi o destino de vários soldados que sonharam e lutaram por uma Polônia livre e soberana e que
decidiram fundar a Associação dos Ex-Combatentes Poloneses.
A data de 2 de agosto de 1964 foi de extrema
importância para os poloneses no Rio de
Janeiro. Depois de uma Missa Solene
celebrada pelo Cardeal Dom Jaime de Barros
Camara, os ex-combatentes poloneses, adidos
militares das nações aliadas depositaram pela
primeira vez uma coroa de flores brancovermelha no Monumento aos Pracinhas,
tradição que vem sendo mantida até os dias
atuais. Na ocasião foram realizadas
homenagens por ocasião do aniversário de 50
anos da “I Kadrowa”, 44 anos do Milagre de
Vístula e 25 anos do início da Segunda
Guerra Mundial.
Combatentes poloneses em encontro com
Marechal Castelo Branco - 1964.
(da esq. para dir) Juliusz Targowski,
Aleksander Vamos, Karol Barcinski, Janusz
Pawelkiewicz (Presidente da SPK), Karol
Nowina-Szczerbinski e Roscislaw Kepinski.
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A Organização dos Ex-Combatentes Poloneses foi criada em 1946 com o objetivo de apoiar os
soldados poloneses, bem como de ajudar numa eventual reorganização do exército polonês na época
da guerra fria. Até o ano de 1964 por diversas vezes foi negado o registro da Sociedade dos ExCombatentes Poloneses (SPK). Questões políticas justificavam tal recusa, pois enquanto o governo
brasileiro reconhecia o governo popular da Polônia, a Associação dos Ex-combatentes reconhecia
apenas o governo polonês no exílio em Londres. Somente no dia 26 de novembro de 1964 os estatutos
foram publicados no Diário Oficial n. 223. Seu primeiro presidente foi Janusz Pawelkiewicz. Em 19 de
junho de 1965 seu estandarte foi abençoado pelo Padre Zygmund Swajkiewicz, pelo Capelão Militar
Padre João Batista Cavalcanti e este ato solene contou com a presença do Marechal Mascarenhas de
Moraes (grande protetor dos ex-combatentes poloneses), de combatentes Aliados e de integrantes da
colônia polonesa. Merece uma menção especial a preocupação do SPK para que o exército brasileiro e a sociedade em
geral conhecesse a contribuição do soldado polonês na queda do hitlerismo. Com esta finalidade foi preparado pelos
membros da SPK um livro em língua portuguesa, mostrando a colaboração do soldado polonês na vitória dos Aliados na
II Guerra Mundial. O título do livro “Pela vossa liberdade e a nossa”, foi editado pela Biblioteca do Ministério da
Guerra do Brasil. Esse volume, ilustrado com muitas fotografias e com discurso proferido durante a solenidade no Clube
Militar do Rio no dia 15 de agosto de 1969 em homenagem ao Dia do Soldado Polonês, foi enviado a todas as unidades
militares e todas as bibliotecas do exércitos no Brasil inteiro (MALCZEWSKI, 1998, p. 76)
Homenagem ao Soldado Polonês
Emb. Jacek Kisielewski, Min. Rel Ext. Jan Borkowski, Min.
Combatentes Janusz Krupski, Presidente do SPK Ignacy Felczak
(2009).
Fotos: Monumento aos Pracinhas
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A atuação da SPK foi sempre bastante contundente. Inúmeros protestos foram encaminhados pela
SPK em relação à extradição de criminosos de guerra, valorização dos soldados poloneses, pedido de
esclarecimentos para veículos de comunicação em função de visões que desvalorizavam a atuação do
soldado polonês. A Rede Globo em resposta garantiu que seriam feitas mudanças no filme
“Holocaust”. A SPK também protestou por ocasião do estado de sítio na Polônia que contou com
uma missa na Igreja Polonesa e uma aposição de flores no Monumento aos Pracinhas em 1982.
Esta relação de amizade e respeito mútuo entre a SPK e o Monumento aos Pracinhas vem de longa
data. Desde o registro oficial em 1964 até os dias atuais, todos os anos, é homenageado o Soldado
Polonês em solenidade no Monumento. Além da Missa Solene na Igreja Polonesa, os ex-combatentes
poloneses depositam uma coroa de flores nas cores branca e vermelha em memória dos soldados
poloneses bem como também pelos soldados brasileiros que tombaram em prol da liberdade mundial.
Uma solenidade repleta de simbolismos da qual sempre participaram altos representantes das Forças
Armadas Brasileiras, dos Aliados e atualmente os representantes diplomáticos poloneses. Cabe ressaltar
que até 1989 nunca as representações diplomáticas polonesas eram convidadas para esta solenidade.
Somente a partir de 1990, com a retomada da soberania, passou a ser registrada a presença de
Embaixadores Poloneses. Um dos momentos mais marcantes foi quando, em 1991, participou desta
solenidade o Ministro das relações Exteriores da Polônia Krzysztof Skubiszewski.
Foto: Monumento aos Pracinhas
O Monumento aos Pracinhas é um local
ainda mais especial para a colônia
polonesa no Rio de Janeiro, pois além de
sempre ter recebido os poloneses e seus
descendentes com a máxima deferência,
tem entre os soldados sepultados em seu
Mausoléu, dez pracinhas descendentes de
poloneses, oriundos dos estados de
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do
Sul (Sd. Adão Wójcik, Sd. Bruno Estrifica,
Sd. Estanislau Wójcik, Cb. João Protzek,
Sd. João Rechocoski, Sd. José Wsoek,
Sd. Marcelino Jazinski, 2º Sgt Pedro Krinski,
Sd. Sérgio Grevinski, Sd. Wenceslau Spancerski,) que tombaram nos campos de batalha da Itália em
defesa da Pátria e que foi idealizado pelo Marechal Mascarenhas de Moraes que disse “Eu os levei
para o sacrifício; cabia-me trazê-los de volta para receber as honras e as glórias de todos os
brasileiros...”. Cabe ressaltar que no decreto que concedeu a estes soldados sua última condecoração
está escrito: “ Por uma ação de feito excepcional na campanha da Itália”.
Atualmente, a SPK é presidida pelo Capitão de Fragata da Marinha de Guerra Polonesa e
engenheiro Ignacy Felczak, que integrou a organização clandestina “Szare Szeregi” pertencente à
resistência “Amia Krajowa”, exercendo, após juramento militar, a função de mensageiro de ligação
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entre as unidades, avisando pessoas para que fugissem antes de serem capturadas pela Gestapo.
Também participou de duas ofensivas junto ao Batalhão de Infantaria da Floresta no Levante de
Varsóvia e no Brasil, entre muitas funções, foi diretor técnico da Netumar e dirige a IFA Engenharia
Marítima Internacional. Dentre os mais de vinte títulos, diplomas e condecorações, o Senhor Ignacy
Felczak possui o título de Cidadão do Rio de Janeiro. Foi agraciado com a Medalha Pedro Ernesto,
Ordem do Mérito Naval - Grau de Oficial, Medalha de Mérito Tamandaré, Medalha do Pacificador,
Medalha de Mérito “Santos Dumont”, Cruz de Cavaleiro da Polônia Restituta, Cruz de Mérito de
Ouro do Governo Polonês, Cruz do Levante de Varsóvia, entre muitas outras.
Fotos: Monumento aos Pracinhas
Missa em homenagem ao Soldado Polonês na Igreja Polonesa
A presença dos combatentes poloneses no
Monumento aos Pracinhas também está
marcada por uma placa comemorativa que foi
oferecida pela SPK em agradecimento aos
tantos anos de amizade entre Brasil e Polônia
Foto: Monumento aos Pracinhas
19
A amizade de longa data entre o Monumento aos Pracinhas e Polônia teve outros momentos muito
importantes como as Missas Solenes, celebradas pelo Papa João Paulo II em 1980 e 1997.
Fotos: Monumento aos Pracinhas
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Além disso, no Monumento foi realizado em 1981 um protesto pelo estado de sítio decretado na
Polônia e, em 2007, após a solenidade em homenagem ao Soldado Polonês o conjunto folclórico
Walbrzych brindou aos presentes com uma apresentação das danças folclóricas polonesas mais
conhecidas como Polonez e Krakowiak.
agradece profundamente ao Diretor do Monumento aos Mortos da Segunda Guerra
Mundial, Tenente-Coronel Carlos Alberto do Rego Barros, pela disponibilização de acesso aos
documentos que registraram os 60 anos de amizade e homenagens aos heróis poloneses e brasileiros.
Através deste apoio foi possível conhecer um pouco mais da estória dos 10 pracinhas descendentes
de poloneses que se encontram sepultados no Mausoléu, bem como registrar diferentes marcas da
presença dos combatentes poloneses no Monumento aos Pracinhas.
Fonte consultada: MALCZEWSKI, Z. A presença dos poloneses e da Comunidade Polônica no Rio de Janeiro, 1998
21
MARKETING DE EXPERIÊNCIA NA TERRA DE COPÉRNICO
“As pessoas esquecerão o que você disse. Esquecerão o que você fez.
Mas, nunca esquecerão o que você as fez sentir” (Maya Angelou)
Quando em 2013, a Gillette para promover o seu
barbeador, o Gillette Mach 3 resolveu inovar na
comunicação, foi no marketing de experiência
que a empresa foi buscar inspiração. Para
mostrar a preferência das mulheres por homens
sem barba, a empresa utilizou em um elevador
pelos artificiais em torno da cabine. E na porta a
foto de uma pele lisinha, de um homem
barbeado, com os dizeres: "Prefere assim? 98%
das mulheres também." Ação criativa e barata em
relação ao investimento que a marca emprega em
vários veículos de comunicação.
Uma empresa além de ser vista, deve ser sentida. Isso significa focar muito mais que apenas no produto
ou no serviço. Significa utilizar sons, aromas, cores que dialoguem com os clientes, que provoquem boas
experiências e que se constituem no chamado marketing de experiência. Olfato, audição, paladar, tato e
visão. Tudo deve proporcionar sentimentos que resultem em vivências inesquecíveis. Quem por
exemplo, ao entrar em uma loja não apurou os ouvidos para ouvir aquela trilha sonora escolhida
especificamente para aquele estabelecimento?
O marketing de experiência é uma nova forma de comunicação com os clientes. A escolha das melhores
ações não é tarefa fácil. Isto porque as pessoas possuem percepções que as diferenciam umas das outras.
A comunicação não verbal pode ser muito bem recebida por um grupo de clientes e ser veementemente
rejeitada por outros. Acertar a estratégia significa muitas vezes tornar o cliente engajado e defensor da
marca.
Captar a atenção dos clientes é uma tarefa cada
vez mais almejada pelas empresas polonesas, e o
marketing de experiência tem emergido como
uma estratégia nova, mas com grandes
possibilidades. No final de 2013, a empresa
Mergeto
realizou
uma
pesquisa
com
437 profissionais de empresas comerciais a fim de
verificar a percepção dos executivos sobre a criação de momentos únicos para os consumidores. Para
44%, criar momentos únicos para os consumidores é o principal objetivo para o qual todas as estratégias
estão voltadas.
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Além disso, 64% dos entrevistados consideram que a experiência do cliente é estimulada a cada interação
com a marca e para 56,2% a recomendação de outros clientes é uma poderosa ferramenta para futuras
vendas, demonstrando o poder do marketing boca-a-boca. O crescimento deste segmento de mercado é
confirmado por estudos internacionais. A agência Jack Morton Worldwide (o líder mundial na indústria
do marketing de experiência), conduziu uma análise, que mostra que cada vez mais os comerciantes
estão decididos a usar este canal para o mercado de comunicação. Cerca de 75% dos entrevistados
admitiu que pretende aumentar os gastos com esta abordagem e quase a metade desse grupo declara que
os investimentos nesta área vão aumentar 5 a 10 por cento.
O marketing de experiência é novo na Polônia e exige uma abordagem inovadora. Isto se justifica pelo
fato de que 53% das pessoas que entram em contato com a marca através de experiências no mercado,
optam por comprar o produto. É um segmento que cresce 20% ao ano. E o seu valor, de acordo com
especialistas, pode ser estimado em até 1,1 bilhão de zł. Os clientes querem individualização da
comunicação - uma experiência única, uma resposta a esta necessidade. Muito frequentemente esta
resposta vem com o auxílio da internet.
Outro ponto importante é que para 64% das empresas polonesas cada contato com o cliente se constitui
numa valiosa possibilidade de aplicação do marketing de experiência. Do ponto de vista dos
consumidores, se constitui na melhor maneira de verificar se a marca cumpre de fato aquilo que
promete. Quase nove em dez poloneses procuram opinião on-line sobre produtos e serviços que
pretendem comprar. Para promover a cerveja Zubr (Bisão), dois bisões saiam da floresta para beberem
em paz e no site da empresa, diferentes propagandas convidam a ver o mundo com os olhos de um
bisão, fazendo uma divertida associação entre a cerveja e os animais.
A empresa Momentum numa pesquisa com 6500 clientes de 9 mercados mapeou que 53% dos clientes
que foram tocador por estratégias de marketing de experiência compraram os produtos. Deste total,
72% falou destas marcas para terceiros, resultando num poderoso marketing boca-a-boca.
Aleksandra Sliwowska Bartsch, D.Sc.
Professora e coordenadora em
cursos de graduação e pós-graduação.
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Credenciada no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e Peru, a Adidância de
Defesa da Polônia vem trabalhando intensamente para o estreitamento dos
laços entre a Polônia e estas nações no âmbito militar. Polonia Carioca
entrevistou o Adido Militar Capitão de Mar e Guerra Janusz Palka que
falou dos grandes avanços no âmbito das parcerias internacionais.
PC: Quais foram os principais fatores que motivaram a Polônia a criar a Adidância de Defesa no Brasil?
Janusz Palka: A Adidância de Defesa do Brasil atua na Polônia há doze anos. Ao longo deste período
foram empreendidos vários esforços para viabilizar parcerias entre as forças armadas e a indústria bélica.
A visita do Ministro de Defesa da Polônia ao Brasil em 2009 e do Ministro de Defesa Brasileiro à
Polônia resultaram na assinatura de um acordo de cooperação militar e implantação da Adidância de
Defesa da Polônia no Brasil.
PC: A Adidância de Defesa da Polônia está credenciada também em outros países da América do Sul. Já
se passaram alguns anos desde o início de funcionamento desta representação diplomática. Que balanço
o senhor faz deste período?
Janusz Palka: Foi um período de trabalho intenso. Nossa adidância foi credenciada na Argentina,
Chile, Colômbia e Peru. Ao longo destes anos aceleramos e intensificamos parcerias em vários níveis.
Teve início, entre outros, no Brasil, um programa de intercâmbio acadêmico no qual oficiais das Forças
Armadas estudam na Academia de Defesa Nacional em Varsóvia, bem como em outros centros de
estudos militares poloneses como no Centro de Qualificação para Missões de Paz em Kielce, o que tem
despertado interesse de outras nações. Por sua vez, nosso oficial foi treinado em uma Escola Militar
semelhante no Rio de Janeiro. Paraquedistas poloneses participaram de execícios conjuntos com a 25 ª
Brigada de Pára-quedistas do Rio de Janeiro sob o nome "Boomerang II", em Manaus. O Comandante
das Forças Especiais Polonesas visitou a sede das Forças Armadas do Brasil, visita que foi retribuída
pelo Comandante das Forças Especiais do Brasil à Polônia. Esta cooperação está se aprofundando e este
ano estão previstos mais exercícios conjuntos. Além disso, os atletas militares poloneses tem participado
periodicamente de várias competições organizadas pelas Forças Armadas do Brasil. Estamos estreitando
cada vez mais as relações na área da indústria de defesa. Os representantes de nossas forças armadas e
de empresas do setor participaram da LAAD em 2011 e 2013. A Polônia visitou várias vezes navioescola brasileiro "Cisne Branco". No âmbito da política - a cooperação militar entre os dois países
também está se tornando mais intensa. No ano passado, o Ministro da Defesa Celso Amorim,
participou reunião do Grupo de Visegrad, e num futuro próximo, está sendo esperada a visita do
Ministro da Defesa da Polônia ao Brasil o que certamente se refletirá em formas adicionais de
cooperação entre os dois países. Considerando os outros países onde a Adiância atua, a cooperação
militar não está se desenvolvendo tão bem como gostaríamos. No entanto, devem-se notar alguns
avanços neste campo. Assinamos acordos de cooperação militar com as Forças Armadas do Peru e do
Chile. Há conversas neste sentido com a Colômbia e Argentina.
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PC: Referindo-se ao Brasil, quais foram as realizações mais importantes para a Polônia e o Brasil no
contexto da implantação da Adiância de Defesa?
Janusz Palka: Alguns pontos foram aboradados anteriormente. O mais importante é que os dirigentes
brasileiros e poloneses reconhecem hoje o potencial desta relação bilateral, que pode trazer muitos
benefícios. A abertura da Adiância de Defesa permitiu um novo olhar, um elo entre Brasília e Varsóvia.
Nossa principal tarefa é introduzir este tipo de cooperação, vencendo obstáculos para a sua efetiva
implementação e continuidade, o que exatamente já está acontecendo no caso do Brasil e da Polônia.
PC: Em 08 de agosto de 1964, pela primeira vez os veteranos poloneses depositaram uma coroa de
flores no Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Rio de Janeiro e a partir desse dia a
tradição se mantém. O senhor que representa um país que passou por tantas guerras poderia dirigir
algumas palavras para a colônia polonesa no Rio de Janeiro que teve a sorte de se desenvolver em paz?
Janusz Palka: As palavras são de extrema importância, mas receio de que elas não sejam capazes
expressar o sentimento que advém depois de alguns anos de colaboração com a comunidade polonesa
do Rio de Janeiro e com a Associação dos Ex-Combatentes Poloneses. Um sentimento profundo de
patriotismo. São sentimentos dessas pessoas, que refletem-se muitas vezes numa saudade da Polônia
combinada com o conhecimento histórico, que permitem à comunidade polonesa lembrar que a
liberdade não é dada para sempre, que ela é conquistada e assim como reconheceu o grande polonês
João Paulo II, a liberdade é mais fácil de ser conquistada do que mantida. Ela precisa ser cuidada para
que sejam evitadas no futuro as calamidades de uma guerra e de outros tumultos. Na minha opinião, a
colônia polonesa do Rio de Janeiro não precisa de conselhos. Ela precisa, e é capaz de cuidar do que já
tem: suas próprias tradições. Quando me encontro com a comunidade polonesa no Rio de Janeiro, eu
sempre sinto como se estivesse na Polônia, sem nem mesmo entrar num avião, estando em outro
continente. Vamos continuar a marcar presença nas celebrações polonesas organizadas no Rio de
Janeiro pela comunidade polonesa local e apoiar sempre que possível. Falo aqui em nome dos oficiais
que trabalham no Adidâcia de Defesa, bem como de todos os funcionários da nossa embaixada que tem
no Embaixador Andrzej Brajter como comandante.
PC: Considerando os próximos cinco anos, quais são as perspectivas para a Adiância de Defesa
polonesa no Brasil?
Janusz Palka: A Adidância de Defesa continuará operando de forma semelhante. Além disso, os
avanços na área de cooperação militar se refletirão numa participação maior da nossa indústria de defesa
no mercado brasileiro. Percebemos que esta tarefa é extremamente difícil devido à enorme
concorrência. Mas vamos busca alcançar o sucesso. Esperamos que neste ano, pela primeira vez na
história teremos a participação de um grupo de industriais brasileiros na Feira de Defesa em Kielce para
identificarem oportunidades de atuação no nosso mercado. Esperamos que esta visita resulte na
assinatura de mais um acordo de cooperação num futuro próximo. Estamos avançando nas conversas
para intensificar o intercâmbio para que oficiais brasileiros possam estudar em nossas escolas técnicas
que têm muito a oferecer em termos de, por exemplo, informática. Além disso, a Adidância de Defesa
trabalha estreitamente com todas as embaixadas polonesas na região, o que em breve deverá trazer os
resultados esperados no que tange a cooperação entre a Polônia e estas nações.
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CURITIBA
Foi inaugurado em 17/05 o Barsóvia, que fica à Rua Ébano Pereira, 502. O bar conta com um
cardápio inspirado na culinária polonesa, como o piegori flambado com vodka, além de petiscos
variados e uma carta de vodkas servidas no melhor estilo polonês: gelado!
BRASÍLIA E RIO DE JANEIRO
A Polônia esteve presente no Festival de Cinema Europeu. O filme "A Quadra dos sem teto" de
2008 dirigido por Kasia Adamik foi exibido no CCBB do Rio de Janeiro e de Brasília.
BRASÍLIA, CURITIBA E ERECHIM
O Pianista polonês Raphael Lustchevsky, solista do Concerto Europeu da Semana da Europa que
teve lugar em Brasília (13 de maio) e em Curitba (18 de maio), apresentou-se também em Erechim,
RS.
PORTO ALEGRE
Por meio de decreto assinado pelo arcebispo, Dom Jaime Spengler, será criada a Paróquia São
João Paulo II, no Lami, extremo sul da capital gaúcha.
BRASÍLIA
O chef polonês, Wojciech Amaro, premiado com uma estrela no Guia Michelin, que preparou o
cardápio da festa da data nacional da Polônia. Amaro criou um jantar inspirado no Brasil e com
ingredientes típicos da culinária polonesa. Como resultado, bife tártaro com melancia e sementes de
nigella
PORTO ALEGRE
Foram reiniciadas as Missas bilíngues na Igreja Matka Boska Czestochowska em 14/06. As
celebrações são organizadas por Irena Szyszka, Witold Królikowski e Carlos Karasek e contam com
a participação especial do Coral. A Igreja fica à Av. Pres. Roosevel 920/930 em São Geraldo.
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CASA JODLOWA
Não bastasse ter as duas faces envidraçadas em todo o comprimento, o escritório PCKO construiu
uma torre de cinco andares, quase oculta pelas frondosas árvores, para oferecer aos moradores uma
vista panorâmica das montanhas da Cracóvia. A Casa Jodlowa é uma das dez mais devassáveis do
mundo, com 140 m2 de área construída.
MAÇÃS EM ALTA
Segundo o Ministro da Agricultura da Polônia Marek Sawicki, a
Polônia superou a China na exportação de maçãs e se tornou o
maior fornecedor mundial da fruta. No período 2012/13 a
exportação atingiu 1,2 milhões de toneladas que foram vendidas
por 438 milhões de euros
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13/04
HOMENAGEM DA FEDEDRAÇÃO ISRAELITA AO SOLDADO
DESCONHECIDO BRASILEIRO E AOS HERÓIS DO
GUETO DE VARSÓVIA
A Federação Israelita do Rio de Janeiro - FIERJ promoveu no Monumento aos Pracinhas,
no Parque do Flamengo a Homenagem ao Soldado Desconhecido Brasileiro. A solenidade
foi presidida pelo General Francisco Carlos Modesto -Comandante Militar do Leste,
estando presente o General Marcio Roland Heise - Diretor do Patrimônio Histórico e
Cultural do Exercito, General Walter Nilton Pina Stoffel - Comandante da ECEME,
Tenente Coronel Carlos Alberto do Rego Barros - Diretor do Monumento Nacional aos
Mortos da 2ª. Guerra Mundial. Foram acesas as seis velas do candelabro, em memória dos
heróis e mártires, por sobreviventes e Veteranos da FEB, e por representantes de
diferentes credos e associações como a Polonia Sociedade e Associação dos ExCombatentes Poloneses. Ao final, o General Modesto, Comandante Militar do Leste, fez
uso da palavra destacando o valor da igualdade e da fraternidade, tendo homenageando as
milhões de vidas perdidas no Holocausto.
28
PÁSCOA NA IGREJA POLONESA
20/04
Os poloneses e seus descendentes católicos celebraram a Páscoa na Igreja Polonesa com uma
Missa e depois uma confraternização. A Santa Missa foi celebrada pelos Padres Jan Sobieraj e
Alojzy Laimann. Esta celebração para os poloneses é repleta de simbolismos que remetem à
vida, ao renascimento, sendo um dia de grande confraternização para a colônia polonesa.
Após a Santa Missa, os presentes se reuniram em torno de uma mesa farta elaborada
dentro do espírito da união e da fraternidade, mantendo uma tradição que remonta ao final
da 2ª Guerra Mundial e que foi instituída na Polonia Sociedade Beneficente do Rio de
Janeiro.
Desde aquela época para que nenhum polonês celebrasse esta data sozinho, foi instituído
que cada pessoa contribuiria com um prato dentro do espírito de união e desta maneira
com a mesa sempre repleta, famílias e pessoas solitárias não estariam mais sozinhas,
sentindo-se verdadeiramente acolhidas e com apoio para recomeçarem suas trajetórias e
solo carioca.
29
CANONIZAÇÃO DE JOÃO PAULO II
27/04
Os poloneses e seus descendentes celebraram a canonização de João Paulo II com uma
Missa Solene na Paroquia Pessoal de Nossa Senhora de Montes Claros.
A Santa Missa foi celebrada pelos Padres Jan Sobieraj, Alojzy Laimann e Artur Wazny e
também foi dedicada ao novo santo São João XXIII. Os fieis viveram um momento de
profunda emoção quando puderam se aproximar e beijar as reliquias de São João Paulo II,
presenteadas por seu secretário pessoal e agora Cardeal de Cracóvia Stanislaw Dziwisz por
ocasição da Jornada Mundial da Juventude em 2013.
Foi um momento também muito especial para os Professores Aleksandra Sliwowska
Bartsch e Rodrigo Lychowski os quais até hoje se sentem profundamente honrados por
terem sido escolhidos, em 1991, pelo então Pároco da Igreja Polonesa e atual Reitor da
Missão Polonesa no Brasil, Padre Zdzislaw Malczewski para representarem a colonia
polonesa do Rio de Janeiro na Jornada Mundial da Juventude em Czestochowa, que foi
presidida pelo então Papa João Paulo II.
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04/05
PÁSCOA, 3 DE MAIO E DIA DAS MÃES
CELEBRADOS NA POLONIA SOCIEDADE
Sob uma atmosfera de confraternização, reuniram-se cerca de 110 pessoas entre sócios,
amigos, alunos do curso de polonês e familiares para juntos celebrarem várias datas
importantes para os poloneses e seus descendentes.
Foram celebrados a Páscoa, a Data da Constituição de 3 de Maio e o Dia das Mães. O evento
teve início com a palavra do Presidente Stefan Janczukowicz que destacou a importância
deste dia pelas datas comemoradas como também pela reinauguração do salão após recente
reforma, e pelo lançamento da revista eletrônica, Polônia Carioca, em substituição ao antigo
boletim, destacando a iniciativa da Professora Aleksandra Sliwowska Bartsch que criou uma
publicação moderna, em formato eletrônico. Em seguida, foi convidado o Pároco da Igreja
Polonesa, Padre Jan Sobieraj para que abençoasse a mesa para o almoço preparado pela Sra.
Genowewa Szczepura e com contribuição de pratos típicos de Marianna Brocki e Josefa
Greziak..
Na segunda parte do evento o Presidente Janczukowicz felicitou as mães presentes pelo Dia
das Mães, tendo em seguida convidado os sócios Tomasz Lychowski, Rodrigo Lychowski e
Maria Wojnowska a prestarem homenagem às mães com textos preparados pelo Sr. Tomasz
Lychowski com passagens de histórias verídicas de relatos de mães e mulheres durante a
guerra, tendo ao final os três participantes se revezado na leitura de um lindo poema para as
mães.
31
Após a leitura, houve um outro momento que emocionou a todos os presentes. O Sr. Aleksander
Laks, sócio da Polônia Sociedade, pediu a palavra e contou um pouco de sua infância com sua mãe e
madrasta, demonstrando todo o seu amor e saudade pela mãe biológica que morreu em Aushwitz e
por sua mãe adotiva a quem devia sua criação e seu caráter. Posteriormente o Sr. Vicente Pawelec
também ressaltou a importância das mães para a colônia polonesa no Rio de Janeiro. Logo após, os
jovens Anne Caterine Nunes Graça, Isabella Feijó, Julia Greziak Stofel, Caio Costa e Davi Dias, com
trajes típicos poloneses distribuíram presentes para as mães.
Seguindo a programação, foi exibido um curta metragem sobre a Polônia, com a cronologia dos
eventos que levaram à Constituição de 3 de Maio. Logo após, foi apresentada uma pequena aula de
história sobre esses fatos, suas curiosidades e as consequências da promulgação da Constituição
polonesa, com texto de autoria de Luciane Greziak e Arthur Trojan.
Especial agradecimento deve ser endereçado à Senhora Marilene Greziak Stofel pela deocração e
produção do evento, bem como a Srta. Luciane Greziak que mobilizou sócios e amigos para o
trabalho comunitário que tornou possível a realização deste evento.
32
DIA DAS MÃES COMEMORADO NA IGREJA POLONESA
11/05
Os paroquianos da Paróquia Pessoal dos Poloneses homenagearam as Mães da colônia
polonesa com uma missa bastante festiva. Foram lembradas as mães já falecidas, bem
como as mães atuantes na comunidade polonesa.
Os poloneses sempre reconheceram a figura da Mãe em sua história. Seja no fevor com
que rezam para Nossa Senhora, seja no papel que as mães desempenham na sociedade
polonesa. Há um provérbio que diz: niedaleko pada jabłko od jabłoni, ou seja, a maçã nunca cai
longe da macieira.
No caso da História da Polônia, a Mãe de Deus é o título do primeiro hino na Polônia,
chamado Bogurodzica, composta no século XIII e foi cantada na Batalha de Grunwald em
1410:
Bogurodzica,
dziewica,
Bogiem
sławiena Maryja,
Twego syna, Gospodzina, matko
zwolena Maryja,
Zyszczy nam, spuści nam.
Kyrieleison.
Mãe de Deus, Virgem, por Deus
glorificada Maria,
Do teu filho, nosso Senhor, mãe
escolhida, Maria!
Conquista-nos, envia -nos.
Kyrie Eleison.
Twego dziela krzciciela, Bożyce,
Usłysz głosy, napełń myśli człowiecze.
Słysz modlitwę, jąż nosimy,
A dać raczy, jegoż prosimy,
A na świecie zbożny pobyt,
Po żywocie rajski przebyt.
Kyrieleison.
Filho de Deus, a bem do seu Batismo,
Ouve nossa voz, cumpre as intenções do homem.
Escutai a oração para que nós oferecemos,
E dai-nos aquilo que nós pedimos:
Na terra existência misericordiosa.
Depois da vida, residência celestial.
Kyrie Eleison.
Pode-se encontrar a exaltação à Mãe-Pátria em outro hino polonês da
Idade Média, chamado Gaude Mater Polonia, ou seja, Alegre-se, Mãe
Polônia.
São João Paulo II no Decálogo do Imigrante, também mencionou a
figura da Mãe: “Pamietaj, ze jestes dzieckiem narodu, którego Matka
i Królowa jest Bogurodzica Maryja "dana jako pomoc ku obronie". Powtarzaj
czesto modlitwe serc polskich: "Jestem przy Tobie, pamietam, czuwam“ ou seja,
Lembre-se de que você é filho da nação, onde a Mãe e Rainha é Maria. Repita
frequentemente a oração presente nos corações poloneses: “Estou junto a Ti, lembro,
vigio”.
33
UMA AULA BEM DIFERENTE!
14/05
por Marilene Greziak Stofel
Por iniciativa do Professor Marek Polak, que leciona para a turma de iniciantes do curso de
polonês, foi realizada na Polonia Sociedade uma aula prático-teórica bem diferente ... e
muito saborosa também... na opinião de todos os presentes!!!! O conteúdo ensinado foi
relacionado a cozinha (kuchnia), onde o Professor Polak pode apresentar aos seus alunos a
receita de um dos pratos poloneses que sua família sempre faz na primavera, a “ZUPA
KALAFIOROWA” (sopa de couve-flor). Em conteúdo teórico, o Professor Polak colocou
no quadro todos os ingredientes usados na zupa, bem como alguns dos diversos utensílios
usados na cozinha, e ao apresentar os verbos kroic (cortar), siekac (picar), obrac (descascar),
myc (lavar), smazyc (fritar), gotowac (cozinhar), determinava em curtas frases, a tarefa em que
cada aluno tinha que realizar .
Nesse clima bem descontraído, a sala de aula se tornou em uma equipe de cozinheiros e os
vários conteúdos abordados referentes ao dia a dia puderam enriquecer mais ainda o
vocabulário dos alunos presentes.
34
CONVERSANDO COM PAULO LEMINSKI
25/05
No dia 25 de maio aconteceu na Polonia Sociedade Beneficente do Rio de Janeiro o
evento "Conversando com Paulo Leminski" coordenado pelos professores Laura Miranda
e Tomasz Lychowski.
Na ocasião a Professora Aleksandra Sliwowska Bartsch abriu a noite com relatos sobre a
trajetória do poeta curitibano, filho de pai polonês e mãe brasileira que segundo Caetano
Veloso pode ser considerado o poeta símbolo da geração 1970-80, o mais apaixonado e o
escritor mais intenso de sua geração, segundo o amigo tropicalista, que solitário na
Curitiba de contistas buscou por seu próprio caminho.
À exposição da Professora Aleksandra, seguiu-se a palestra do Dr. Antonio Gutman,
patologista do INCA e vice-presidente da Associação dos Médicos Escritores que abordou
a construção da trajetória poética de Leminski. Autor de três livros de poesia (Dr. Formol,
Caminhos e Encontros) Antonio Gutman encerrou sua apresentação declamando poesias
que escreveu inspiradas por Leminski.
35
Coube ao Professor Tomaz Lychowski resgatar e salientar os elementos poloneses na obra de
Leminski, abordando as diferentes nuances polônicas em suas obras, como a homenagem que o poeta
fez a Arciszewski. Especial destaque deve ser dado a intervenção do Coronel Claudio Rosty que
pontuou questões importantes sobre o Krzysztof Arciszewski que foi utilizado como personagem na
obra-prima de Leminski, o livro Catatau de 1976.
Ao final do evento a Professora Laura Miranda declamou versos de Leminski e à convite do Presidente
Stefan Janczukowicz todos se confraternizaram em torno de uma mesa farta e saborosa elaboradas
pela Sra. Genowewa Szczepura. O evento "Conversando com..." é uma idealização do Professor
Tomasz Lychowski e se encontra em sua terceira edição, já tendo homenageado Wislawa Szymborska e
Julian Tuwim.
36
COPA JUNINA NA POLONIA SOCIEDADE
12/06
por Cristiane Greziak
Na estreia do Brasil na Copa, reuniram-se 40 sócios, familiares e amigos num encontro
intitulado de Copa Junina, que foi idealizada com o intuito de resgatar uma tradição
esquecida, na qual sócios e amigos se reuniam na Polonia Sociedade Beneficente do Rio de
Janeiro em outras copas. Devido ao fato dos jogos da copa iniciarem no dia 12/junho,
surgiu a ideia de colocar a temática junina.
Cada participante contribuiu com um prato de doce ou salgado e com bebidas. Um
delicioso churrasquinho com drumete de frango, salsichão, linguiça, carne, farofa, molho a
campanha e saladas deu a tônica da confraternização. Além do churrasquinho, caldo
verde, canjica, cuzcuz, cachorro quente, bolos de chocolate e de cenoura, pé de moloque,
paçoca entre outros aperitivos foram o combustível de uma torcida bastante animada.
37
BREVE ESTUDO SOBRE ESTABILIDADE NO
DIREITO DO TRABALHO BRASILEIRO
No dia 29 de abril, o Professor Rodrigo Lychowski lançou no
salão nobre da Faculdade de Direito da UERJ, a obra "Breve
estudo sobre Estabilidade no Direito do Trabalho Brasileiro",
editado pela Editora Letra Capital. O livro foi dedicado aos
trabalhadores brasileiros e poloneses que foram demitidos sem
justa na época em que vigoram em seus países regimes ditatoriais.
CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE FREI ORLANDO
No dia 23 de março juntamente com a Marcha
Comemorativa dos 70 anos de embarque da FEB, ocorreu o
encerramento das comemorações do Centenário de
Nascimento de Frei Orlando no Monumento aos Mortos da
Segunda Guerra Mundial, com a presença do Chefe do
Departamento de Educação e Cultura do Exército, General
de Exército Ueliton José Montezano Vaz. O Cel Cláudio
Skóra Rosty, da Seção de Pesquisa Histórica do CEPHiMEx,
foi o coordenador das pesquisas documentais e iconográficas
sobre a vida e obra de Frei Orlando, patrono do Exército
38
Este é um espaço dedicado à você Caríssimo Leitor. Aproveite para enviar suas críticas,
sugestões, elogios. Que seja este um espaço de troca de ideias, democrático e inspirador de
novas iniciativas. Através do e-mail: [email protected] nós da
abrimos
mais um canal de comunicação e interatividade.
Meus sinceros parabéns para Vocês e toda a Sociedade
Andrzej Braiter
Embaixador
Caro Presidente Stefan Janczukowicz,
Foi com grande prazer que acessei e li o jornal eletrônico de voces. Assim conheci um pouco sobre a atuação da
Polonia Sociedade Beneficente do Rio de Janeiro.
Sou descendente de poloneses, nascida no Rio Grande do Sul. Fico sempre contente com noticias de que no Brasil a
presença polonesa consegue se manifestar de forma organizada e cultural.
Santo Angelo e a cidade em vivi, obtive formação e uma longa vida profissional na área do Magisterio. Tambem me
dediquei muito a cultura do município. Presidi por duas gestões a ACEPOL – Associacao Cultural da Etnia
Polonesa, de Santo Angelo, no Rio Grande do Sul. Isso foi no período de 1996 ate 2000. Na época da minha
presidencia construímos a sede de nossa organização no Parque de Exposicoes de Santo Angelo. Construimos uma
bela casa e o fizemos com recursos próprios, angariados de eventos e colaborações locais. Foi uma luta! Ate hoje nossa
casa polonesa funciona com eventos durante os festejos do município como a FENAMILHO e promove eventos
específicos. E um lugar de congregamento dos descentes de poloneses.
Sou natural do município de Guarani das Missoes onde a maioria da população tem descendencia polonesa. Por esta
razão, tambem me dediquei a promoção da cultura daquele município. Participai do nascimento de eventos como a
POLFEST, ajudei na introducao do ensino da língua polonesa nas escolas e também na caracterização arquitetônica
do município.
Atualmente, divido minha vida com estadas na Polonia e no Brasil. Trabalho na UMCS-Universidade Marie
Curie-Sklodowska, de Lublin. Junto com colegas de nosso dinâmico departamento, ensino português e literatura.
Temos muitos contatos com o Brasil, com universidades brasileiras como a UNIJUI, UnB, UPF entre outras. Jovens
brasileiros circulam em nossa universidade assim como jovens poloneses tem tido oportunidade de estadas no Brasil
através dos intercâmbios que proporcionamos.
Minha historia de vida me faz olhar com entusiasmo, carinho e alegria a atuação dos poloneses
e descentes no Brasil em prol da continuidade dos vínculos entre os dois países.
Assim, desejo-lhes bom trabalho, sucesso na gestão e muita alegria nos encontros.
Com meu abraco,
Natalia Ines Klidzio
Uniwersytet Marii Curie-Skłodowskiej w Lublinie
39
Prezado Presidente Stefan Janczukowicz,
Bom dia!
Meu nome é Stefan Luty Danin Kossobudzki e sou mais um filho descendentes de Poloneses.
Minha família veio para o Brasil em duas etapas, antes da Guerra e depois da Guerra de 1939. Meu bisavo
foi o Dr. Simão Kossobudzki, médico, que residiu em curitiba, construindo lá uma parte de sua hstória e
história da nossa família.
Minha avó​ era Teresa Alessandra Ligeza-Stamirowska e quando se casou meu avó, se tornou Teresa
Kossobudzka. Meus laços com a Polonia são muitos fortes e estou escrevendo para parabeniza-los pela iniciativa
do boletim. Coloco me , desde já, a disposição para qualquer contribuição a esta nobre iniciativa. Grato.
Stefan Luty Danin Kossobudzki
Querida Aleksandra ,
Quanta alegria em receber a Revista Eletrônica , como amigo , me sinto honrado e ao mesmo tempo feliz em ver
no Projeto Memória matéria com o "Velho Zimba" , um dos meus grandes Mestres, e me recordo da época em
que trabalhamos juntos na novela O Rebú , e depois nos Casos Especiais , onde éramos sòmente 3 pessoas na
equipe , ligados diretamente a este inesquecível Diretor e Ator , que deu uma grande virada na história do teatro
brasileiro.
Mais feliz ainda com um artigo que fala do Papa João Paulo II , que sempre é citado em meus discursos.
Quero aqui parabenizar você e toda equipe , que através deste veículo , soube disponibilizar informações , não
sòmente aos sócios , mas também aos simpatizantes e admiradores da Sociedade Polonesa.
Parabéns a todos, bjs.
José Dias.
Cenógrafo, Ex-Vice-Reitor e Professor da Unirio
Senhor Presidente!
Drogi Stefanie,
Fantastyczne! Wielkie gratulacje!
Tomasz Lychowski
Parabéns ao Sr. Presidente e à nossa querida Aleksandra pela
beleza, pela qualidade e por informações tão interessantes . A revista
virtual está ótima, fácil de ser lida, atraente e com abordagens
jornalísticas e precisas. Agradeço a agradável leitura. Abraços,
Laura Miranda.
40
Prezados(as) Senhores(as)
Queridos amigos
Agradeço imensamente a revista eletrônica POLONIA CARIOCA! Ainda não li totalmente os textos mas
passando rapidamente, achei lindas as imagens, a disposição dos temas, textos e o símbolo gráfico... Tudo
impecável. Agradeço as fotos inseridas e a memória! Que bom ter a memória desta Sociedade constantemente
registrada e acessivelmente divulgada. ( Há algum tempo solicitamos estes registros e até ensaiamos inicia-los, ir
contando a História desta Sociedade, de cada pessoa, tão ricas as vivências de cada um, de cada antepassado,
mas cadê o tempo e editorial? Nada fácil esta Missão! Só mesmo o talento e dedicação da Prof. Drª Aleksandra
para levar adiante, aprimorar o que ela tão bem já iniciara há tempos...)
Parabenizo Drª Aleksandra e toda a Diretoria por mais esta maravilhosa iniciativa!
Sinceros agradecimentos
Maria Malgorzata Wojnowski – Engenheira Química
Parabéns pela belíssima revista
Estou envaidecido pelo seu trabalho!
Gostaria de saber qual foi a mágica que você fez para tornar realidade este sonho...
Dá prazer ler e ver a nossa revista - Polonia Carioca....
Parabéns....
Quero mais.....
Cláudio Skora Rosty
Parabéns pela ideia e pela execução !
Cordialmente,
Jerzy Lepecki
Linda iniciativa ! Os bons momentos não devem ser deixados esquecidos ! Parabéns a idealizadora que de certa
forma, foi incrivel !
Parabéns !
Marilene, Adilson e Julia Greziak
41
O NASCIMENTO DA POLÔNIA
Em 2016, a Polônia celebrará 1050 anos como estado unificado. Em 966 d.C, o Príncipe
Mieszko I, quarto da Dinastia Piast, aceitou o batismo, adotando o Cristianismo que teve como
consequência a latinização da cultura polonesa.
Mieszko I foi sucedido por seu filho, o Príncipe Boleslaw I, que reinou de 992 a 1025. Seu
reinado focou na expansão territorial e no fortalecimento da administração interna. Alguns
meses antes de sua morte, foi coroado como Rei Boleslaw I Chrobry, primeiro da Polônia e da
dinastia Piast. Outra ação importante do Rei Boleslaw foi desvincular a Igreja na Polônia do
domínio inicial germânico, estabelecendo relações definitivas com Roma.
Lech, Czech i Rus
Autor: Walery Eljasz-Radzikowski
A origem da Polônia, foi também registrada na lenda de três irmãos: Lech, Czech e Rus que
penetraram na floresta inexplorada a fim de acharem um local onde pudessem estabelecer um
povoado. De repente, eles avistaram uma colina com um velho carvalho e uma águia no topo.
Lech disse: esta águia branca eu adotarei como símbolo do meu povo e ao redor deste carvalho
eu construirei a minha fortaleza e devido ao ninho da águia [polonês: gniazdo] eu a chamarei de
Gniezdno [atualmente: Gniezno]. Os outros irmãos continuaram a caminhada pela mata a fim de
encontrarem um local para seus povos. Czech seguiu na direção sul (para encontrar os Países
Checos) e Rus foi para o leste (para criar a Rússia e a Ucrânia). A lenda ainda diz que a bela visão
da águia de asas abertas, tendo ao fundo um céu vermelho pelo por do sol, maravilhou Lech o
qual adotou este símbolo em seu brasão.
42
HOMENAGEM À SÃO JOÃO PAULO II
por Tomasz Lychowski
Quando morreu o Papa João XXIII, eu morava em Brasília. Recebemos a
notícia no meio de uma missa, naquela época não havia ainda a
comunicação instantânea da internet. Recordo ter chorado copiosamente.
Ao relembrar essa emoção trinta anos depois, escrevi o poema PAI
E FILHO, imaginando o que sentiria um menino ao saber da notícia.
Um menino anônimo, em alguma parte desse vasto mundo, que amava o Papa. Este, já no
céu, ficou-lhe muito próximo, porque as barreiras do universo físico não mais existiam: idade,
posição social, língua. A alegria do encontro com aquele que ele considerava um Pai poderia
finalmente acontecer.
PAI E FILHO
O menino ajoelhado em prece
não sabia que o amigo tinha se ido
no calor dos cânticos, tenta romper barreiras:
idade, posição social, língua
A não ser pela fé – o único laço –
eles estavam a milhas de distância um do outro
Pai e filho,
mas não do mesmo sangue
Os sinos começam a dobrar –
Por quem?
Não estão de luto pelo Papa João XXIII
há uma alegria no ar
que chega aos recantos de cada coração
Finalmente eles estão juntos
o garoto desconhecido
a vagar em algum lugar do universo
e João, o bom pai de uma humanidade
ainda com esperanças
E isso faz os anjos
se regozijarem no céu
Tomasz Lychowski , 23 de junho, 1963 / 1993
43
EXPEDIENTE
Presidente: Stefan Janczukowicz
Vice-presidentes: Marianna Brocki e Elvira Helena Gimbitzki
Tesoureiros: Vicente Pawelec e Lucyna Brocki Cozzolino
Secretárias: Cristiane Greziak e Alessandra Kepinski
Conselheiras: Alina Felczak, Aleksandra Sliwowska Bartsch,
Laura Miranda Helena
Warzynski
Conselho Consultivo: Danuta Haczynska Nóbrega, Jadwiga Matic, Jerzy Lepecki, Tomasz
Lychowski e Wladyslaw Dzieciolowski
Conselho Fiscal: Adilson Stofel dos Santos, Carlos Alexandre Warzysnki Bana, Expedito
Máximo Bezerra, Helio Valdemar Kovaleski e Roberto Piesiecki
Suplentes: Beata Felczak, Josefa Greziak, Krystyna Hillekes, Liliana Syrkis.
Editora: Aleksandra Sliwowska Bartsch
Distribuição eletrônica
Contato: (21) 2558-1391 / 2557-1318 – e-mail: [email protected]
A Revista Eletrônica Polonia Carioca é uma publicação quadrimestral da Polonia Sociedade
Beneficente do Rio de Janeiro

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