Easton Promise pt - Macau Grand Prix

Transcrição

Easton Promise pt - Macau Grand Prix
UMA PROMESSA CHAMADA
EASTON
CHRIS CARTER, JORNALISTA E COMENTADOR INTERNACIONAL, FALA SOBRE O SIGNIFICADO DA CONQUISTA
DO CIRCUITO DA GUIA COM O BICAMPEÃO DO GRANDE PRÉMIO DE MOTOS DE MACAU, STUART EASTON.
S
tuart Easton é, efectivamente, isso mesmo. Se for suficientemente afortunado, a
conquista do terceiro título consecutivo
do Grande Prémio de Motos de Macau será o
ponto alto da sua carreira.
“Lembro-me de me sentir muito feliz por estar ali no pódio com Rutter e
McGuinness, ambos uns bons anos mais velhos, e sentir que tinha chegado
a par com os rapazes mais crescidos, ambos especialistas de Macau, e que
talvez um dia eu também pudesse ser o vencedor”, diz Easton.
O corredor de 27 anos, natural de Hawick,
na Escócia, sabe bem porque classifica este
encontro de final da época como um dos mais
duros do mundo.
Campeão britânico de Supersport em 2002,
Easton correu e venceu na ultra competitiva
série britânica de Superbike, no campeonato
do mundo de Supersport e Superbike e em
circuitos puros de estrada como os da Ilha de
Man TT e North West 200.
A sua primeira visita a Macau aconteceu em
2002. Com apenas 19 anos e ao comando da
Ducati 750 da Paul Bird Motorsport chegou
ao primeiro lugar do pódio na classe dos
600cc, à frente do vencedor do ano anterior, o
australiano Cameron Donald.
Na estreia ao volante de uma Superbike, Easton
voltou no ano seguinte para terminar na quinta
posição com a Ducati/Paul Bird, depois de se
qualificar também como o quinto mais rápido.
Em 2004, regressou ao Circuito da Guia,
desta vez com uma Ducati 999, da parceria
da máquina italiana com Paul Bird, e John
McGuinness como companheiro de equipa,
o vencedor da corrida em 2001 e segundo
classificado nos dois anos seguintes.
Com apenas 19 anos, Easton correu em Macau pela primeira vez em 2002 (CGPM)
Michael Rutter ganhou a corrida, com
McGuinness a ocupar, mais uma vez, o segundo
lugar do pódio e Easton o terceiro, depois de se
ter qualificado com o segundo melhor tempo:
“Lembro-me de me sentir muito feliz por estar
ali no pódio com Rutter e McGuinness, ambos
uns bons anos mais velhos, e sentir que tinha
chegado a par com os rapazes mais crescidos,
ambos especialistas de Macau, e que talvez
um dia eu também pudesse ser o vencedor”,
diz Easton.
Em 2008, Easton bate o seis vezes campeão, Michael
Rutter, por 2,7 segundos e conquista a primeira
vitória em Macau (CGPM)
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57˚ GRANDE PRÉMIO DE MACAU
Em 2005, a sua nova equipa, a esquadra John
Hackett Ducati, marcou sessões de testes mais
ou menos na mesma data do Grande Prémio
de Macau que, infelizmente, acabaram por não
acontecer, e Stuart falhou a corrida no Circuito
Guia. Em 2006, no retorno a Macau, com uma
Honda, qualificou-se em sexto, mas mais rápido
que em 2004. Na corrida, terminou em quarto,
atrás de Steve Plater, Rutter e o jovem de
Yorkshire, Ian Hutchinson.
Um pé em gesso durante todo o Inverno, após
um acidente numa corrida, fez com que Easton
falhasse mais uma vez a Clássica do Extremo
Oriente, em 2007.
Mas, no ano seguinte, chegou a Macau
equipado com uma Honda Doosan de Shaun
Muir e imediatamente se mostrou à vontade
com a máquina. Conor Cummins foi o elemento
surpresa ao conquistar a pole na grelha e bater
o recorde de qualificação. Easton não foi além
do sexto lugar na qualificação com mais 1,3
segundos do que o manês mais jovem e uma
volta dois segundos mais rápido do que alguma
vez tinha conseguido no Circuito Guia.
Easton acabou por ganhar a corrida pela
primeira vez, batendo Rutter em cima da linha
de chegada por 2,7 segundos, com McGuinness
atrasado mais de 28 segundos sobre o vencedor.
Depois da desistência do australiano Cameron
Donald (Suzuki 1000) à quinta volta, devido a
problemas mecânicos, Easton, o homem da
frente, alargou a vantagem para três segundos
sobre Rutter.
Quando Cummins, então em terceiro, foi
forçado a parar por falha na sua Yamaha da
Team of Paris AIM, só restava a Easton aguentar
Rutter, que ainda chegou a encurtar a diferença
para um quinto de segundo em relação ao
líder. Mas a forte pressão do escocês ao cair do
pano resultou na vitória com uma margem mais
confortável.
Easton, ao comando de uma Honda Hydrex de
Shaun Muir, qualificou-se na pole em 2009 pela
primeira vez, com um incrível recorde de volta
Primeira vitória de Easton em Macau, 2009 (CGPM)
“John McGuinness deu-me um grande conselho, ao falar da secção do
circuito a partir do topo da colina de S. Francisco: «chicana lenta, chicana
rápida, chicana lenta».
John McGuinness aconselhou bem Easton sobre o
Circuito da Guia (CGPM)
de dois minutos e 25,476 segundos, tornandose no primeiro homem a ultrapassar a barreira
dos dois minutos e 26 segundos nos treinos em
duas rodas no Circuito da Guia.
A primeira partida foi abortada pelos
juízes e depois da repetição, Easton tomou
imediatamente dianteira alargando a distância
para quase sete segundos em relação a Conor
Cummins e a Kawasaki da Paul Bird Motorsport.
Enquanto Easton lutava com um problema no
pneu da retaguarda, Conor reduziu a vantagem
até meio segundo, a duas voltas do final.
Cummins ainda chegou ao comando
na penúltima volta, mas Easton, que já
tinha batido o recorde de tempo de John
McGuiness à quinta volta, passou por dentro
no Lisboa, logo ao início da derradeira volta, e
recuperou a vantagem aproveitando o tráfico
de concorrentes mais atrasados até cortar a
bandeira de xadrez e conquistar a segunda
vitória consecutiva no evento.
Hoje, mais do que nunca, compreende-se o
apreço de Easton pelo circuito da Guia, embora
o traçado de Macau o tenha encantado desde
o primeiro dia que ali correu: “É um excelente
circuito. Foi sempre muito bom, desde a
primeira sessão de treinos na classe de 600, em
2002. Muitos sentem-se um pouco intimidados
com o local. Para mim, correr em Macau foi
sempre um prazer”, diz Easton. “Se tratarmos
a pista com respeito e evoluirmos lentamente,
pode acontecer que sejamos compensados
com um bom lugar no final da corrida. ”
Mas, como lidar com um traçado do género?
Com respeito? “Penso que isso acontece
naturalmente. Subconscientemente, sabemos
que temos barreiras e muros, que nunca
podemos ir além dos limites. Às vezes sentimos
que estamos quase a fazê-lo, mas, lá bem
no fundo, tentamos sempre estar no lado
certo e manter uma margem de segurança”,
diz Easton.
Easton regressa este ano com a mesma
máquina que o levou à vitória em 2008 e
2009. Um novo triunfo contra uma oposição
altamente qualificada não será tarefa fácil:
“Seria um verdadeiro feito ganhar a corrida
pela terceira vez consecutiva, algo que me
deixaria muito orgulhoso. E, se pensar que
foram poucos os pilotos a consegui-lo no
passado, seria o verdadeiro ponto alto da
minha carreira,” insiste Easton.
Então, como é que Stuart
aprendeu a melhor forma
de enfrentar os desafios do
circuito? “John McGuinness
deu-me um grande conselho,
ao falar da secção do circuito
a partir do topo da colina de
S. Francisco: «chicana lenta,
chicana rápida, chicana
lenta». Nesse momento,
ainda não percebia do que
ele estava a falar, porque a
referida parte do traçado em
ziguezague (esquerda, direita,
esquerda, direita) é longa.
Mas, após as primeiras voltas
no circuito, lembrei-me das
suas palavras e disse para
mim mesmo: agora tudo bate
certo”, recorda o corredor.
“Com uma moto, conhecese a pista dez vezes mais
depressa do que se tentarmos
memorizá-la com um veículo
de quatro rodas. Fiz algumas
voltas de reconhecimento
num carro. Mas, com o
tráfego normal do dia-adia da cidade leva-se horas
e horas.”
A caminho da segunda vitória em 2008 (CGPM)
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