25 de abril ontem e hoje
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DESTAQUES UMA VISITA DE SONHO Alunos do Ensino Recorrente Página 5 VISITA DE ESTUDO AO FUTUROSCOPE Poitiers - França externatobenedita.net Página 5 25 DE ABRIL ONTEM E HOJE ESCOLA E DEMOCRACIA A ADOLESCÊNCIA, O APETITE E A FALTA DELE Página 7 ARTISTAS DA NOSSA TERRA Sofia Guerra Página 10 ENTREVISTA A SANDRA FONSECA Rádio Benedita FM Página 11 O velho abutre é sábio e alisa as suas penas A podridão lhe agrada e seus discursos Têm o dom de tornar as almas mais pequenas. Sophia de Mello Breyner Andresen Talvez a maioria dos estudantes, hoje em dia, e, quem sabe, os jovens “deputados” aqui presentes, não consigam identificar facilmente o «velho abutre» a que Sophia se refere e talvez não consigam conceber um discurso capaz de tornar a alma mais pequena. Mas os poetas encontram sempre maneira de expressar o que sentem e de iludir censuras. Se hoje vivemos num país onde existe liberdade de expressão, nem sempre foi assim. Para nós isso ocorreu num passado remoto, mas historicamente foi ontem e, para muitos adultos aqui presentes, essa realidade ainda está próxima. Salvo algumas excepções, entre os jovens e adolescentes não há tema mais aborrecido que a política. É, pois, preciso fazer-lhes ver que o 25 de Abril não se resume a um belo dia sem aulas, mas que é muito mais do que isso. É o Dia da Liberdade, não por uma qualquer arbitrariedade de calendário, mas porque comemora o aniversário da libertação do povo português de um regime autoritário e repressivo. Quão diferentes seriam as nossas vidas, se tal não tivesse acontecido! Os jovens de hoje nasceram em plena democracia: não conhecem e não concebem outro regime. Mas a verdade é que, não há muito tempo, os adolescentes (como nós!) integravam com carácter de obrigatoriedade a Mocidade Portuguesa, organização que visava formar os jovens nos ideais do Estado Novo. Os livros, revistas e jornais eram censurados, para que não fossem difundidas ideias subversivas. Muitos jovens foram presos, torturados e até mortos, por crime de oposição ao regime ou simplesmente por terem ideias diferentes. (Continua na página 18) JOVENS ESCRITORES DO ECB Prémios concurso de escrita Página 13 A SEMANA DAS CIÊNCIAS Páginas 15 e 16 CYBERBULLYING Prevenir Página 17 Discurso escrito por Marta Santos do 11ºA, e proferido por Helder Correia, do 12ºE, na Assemblea Municipal de Alcobaça, TOQUE DE SAÍDA nas comemorações do 25 de Abril. Trianual - Maio de 2008 Ano 3 - Número 8 - 1,00 € Director Alfredo Lopes GAMBUZINOS NA CULTURGEST O ECB, através do seu Grupo de Teatro Os Gambuzinos, candidatou-se ao Projecto PANOS, palcos novos palavras novas, um projecto da Culturgest. Todos os anos há peças novas escritas de propósito para serem representadas por grupos escolares ou de teatro juvenil. Nes- ta terceira edição dos PANOS, os Gambuzinos apresentaram a peça Fim de Linha, de Letizia Russo. O espectáculo foi seleccionado para estar presente na final, realizada nos dias 16 e 18 de Maio, no edifício da Culturgest, em Lisboa. Chefe de Redacção Soledade Santos Externato Cooperativo da Benedita Rua do Externato Cooperativo Apartado 197 2476-901 Benedita [email protected] TOQUE DE SAÍDA ANO 3 - Nº 8 EDITORIAL Com este oitavo número, o Toque de Saída cumpre três anos de existência, ao longo dos quais, mantendo-se fiel ao projecto sob cujos desígnios nasceu, se foi adaptando para responder aos desafios da sua permanência no tempo. Algumas rubricas que integraram os primeiros números desapareceram ou alteraram-se, enquanto outras surgiram. Muitas destas mudanças decorreram da diversidade das matérias que nos é proposta para publicação, bem como do aumento do número de colaboradores do jornal, sobretudo alunos, facto pelo qual nos congratulamos. Duas mudanças de natureza diferente ocorreram que tem sentido referir aqui: desde o seu início, o Toque de Saída mantém uma versão digital na página web do Externato. Com o número anterior, alterámos o modo como essa versão digital é disponibilizada aos nossos leitores: as três edições anuais do jornal são agora integralmente publicadas online no ano lectivo seguinte àquele em que foram produzidas. Também se deu início a um sistema de assinaturas e, neste momento, o Toque de Saída conta com cerca de duzentos assinantes. TOP 10 1º- Felizmente Há Luar Luís de Sttau Monteiro 2º - As Pupilas do Senhor Reitor Júlio Dinis 3º - A Ponte Sobre a Vida Mário Braga 4º Veronika Decide Morrer Paulo Coelho 5º - Uma Promessa Para Toda a Vida Nicholas Sparks 6º - Porque é Que os Homens Mentem e as Mulheres Choram Alan Pease e Barbara Pease 7º - Tudo o Que Ele Sempre Quis Anita Shreve 8º - A Conspiração Dan Brown SUMÁRIO Escola viva Gambuzinos na Culturgest 1 Top 10 2 Os Gambuzinos em duas peças 3 VI Feira do Livro 3 Uma visita de sonho 5 Visita ao Futuroscope 5 Dia do Francês no ECB 6 Jovens cientistas do ECB 6 Promoção e educação para a saúde 7 V Festtestro 8 Educar é acreditar na vida 8 Gestão da qualidade no ECB 12 Olhar Circundante 25 de Abril ontem e hoje 1 A adolescência, o apetite e a falta dele 10 Festival Nacional do Secundário 10 Tripeiros por quatro dias 10 9º - As Intermitências da Morte José Saramago Entrevista a Sandra Fonseca 11 Parlamento dos jovens 11 10º - Contos Exemplares Sophia de Mello Breyner Andresen O prémio é nosso 11 Arte e Cultura Os livros mais requisitados na Biblioteca do ECB nos meses de Março a Maio de 2008 Admirável Mundo Novo 3 Serralves e Rauschenberg 4 60 Anos Hot Club de Portugal No século XVII, o filósofo e matemático francês Blaise Pascal escrevia: «Quando se consegue estar sentado numa cadeira, em silêncio, sozinho num quarto, teve-se uma grande educação». São poucos os que hoje têm a disciplina do silêncio e da quietude. Os tempos são outros, dizemos. De facto. Na escola a tempo inteiro, como na sociedade da rapidez e da flexibilidade, o ruído e a agitação imperam. Somos constantemente flagelados por informação redundante, por um excesso de estímulos sonoros e visuais, pelos omnipresentes ecrãs de televisão. Na escola e fora dela, preencheram-se todos os espaços sociais e invadiu-se grosseiramente o espaço privado com a palavra vazia, com o burburinho inconsequente, com a manipulação violenta de objectos, com os gestos sacudidos e estrepitosos, com o uso intrusivo do telemóvel. O ruído esconde-nos de nóspróprios, impede-nos de pensar e camufla a vacuidade da vida que tem o consumo como meta. Por isso temos medo do silêncio e o despedaçamos vertiginosamente. Mas tal modo de estar tem um preço — adultos e crianças apresentam hoje mais dificuldades de concentração. Por isso, e se quiserem ser lugar de aprendizagem e de educação para a civilidade, as escolas terão de contrariar a tendência dominante, alimentada por empresas de telecomunicações e campanhas de publicidade e de propaganda, e encontrar uma forma de amortecer o ruído e de criar os hábitos da serenidade que propiciam a concentração, o pensamento e a aprendizagem. Professora Soledade Santos 2 7 Artistas da nossa terra QUADRO DE MÉRITO Feita a análise das classificações e do comportamento dos alunos durante o 2.º Período, passaram a figurar no Quadro de Mérito da nossa escola onze alunos do 7º Ano, treze do 8º, nove do 9º, dezoito do 10º, vinte e um do 11º, quarenta e oito do 12º e três do Ensino Nocturno. Por ser uma lista bastante longa, não a publicamos, mas pode ser consultada no website do ECB, em http://www. externatobenedita.net/, e no expositor do átrio de entrada do Externato. Parabéns a todos os alunos que têm trabalhado para alcançar esta meta que a todos nós enche de orgulho! Director do Jornal: Alfredo Lopes Redacção: Deolinda Castelhano Luísa Couto Soledade Santos (Chefe de redacção) Teresa Agostinho Marketing e vendas: Maria José Jorge Composição gráfica: Nuno Rosa Paulo Valentim Samuel Branco Equipa de Reportagem: Acácio Castelhano Clara Peralta Fátima Feliciano Graça Silva José Cavadas Laura Boavida Maria de Lurdes Goulão Miguel Fonseca Sérgio Teixeira Valter Boita Vera Silva Impressão: Relgráfica, Lda Tiragem: 500 exemplares Preço avulso: 1,00 € 4 Philadelphia 14 Módulo Padrão 20 Museu Nacional de Arqueologia 20 Ciência, Tecnologia e Ambiente Duas palestras 12 Biodiversidade, medicina e plantas 15 Unidos pela terra 15 Ciência divertida 15 Arthur C. Clarke 15 Viajar pelo mundo sem sair do lugar 16 Geografia interactiva 16 Poluição atmosférica e Big Bang 16 Água potável 16 Cyberbullying 17 O primeiro computador em Portugal 17 E-Portefólios 17 O oitavo da reciclagem 19 Microsoft e a Adobe 19 4 O Lugar da Memória Recriar o Mundo Jovens escritores do ECB 13 A escola é fixe 20 Mente Sã em Corpo São Noite estapafúrdia VI 9 Notícias da Educação Física 9 XI Torneio de Xadrez - Rotary Clube Algas - Vegetal de eleição 9 18 Passatempos e Curiosidades Enigmas Quiche Lorraine 19 6 ESCOLA VIVA ANO 3 - Nº 8 TOQUE DE SAÍDA ADMIRÁVEL MUNDO NOVO de Aldous Huxley Muitas questões têm sido levantadas acerca deste livro, inclusive a de que poderá ser presságio de um futuro próximo. Quem sabe? Neste livro, publicado em 1932 com o título original Brave New World, é descrita uma hipotética sociedade futura de tipo totalitário – o Estado Mundial – segundo os «ensinamentos» de Henry Ford, o criador do Modelo T e um dos primeiros industriais a utilizar a produção em série nas suas fábricas. No romance, a produção em série é aplicada aos seres humanos, que são produzidos em laboratório, conforme as necessidades da sociedade. É por isso que «mãe» e «pai» são considerados termos obscenos. Os seres humanos estão organizados em castas: alfas, betas, gamas, deltas e epsilões. Os alfas são os mais inteligentes e desempenham cargos de topo; os epsilões são os menos inteligentes e o trabalho que têm de realizar é o mais simples. Por vezes, para obter operários para uma fábrica inteira, utiliza-se um único óvulo para criar vários seres humanos, todos iguais – os grupos Bokanovsky. Conforme a casta a que pertencem, os embriões são condicionados biologicamente, e as crianças psicologicamente. O livro inicia-se com a visita de alguns estudantes ao Centro de Condicionamento de Londres, e é descrita a forma como as crianças Delta são condicionadas para não gostarem de livros nem de flores. Existe também condicionamento durante o sono – hipnopedia. O condicionamento tem como objectivo principal levar as pessoas a gostarem do que são obrigadas a fazer. Os cidadãos deste «mundo novo» tomam uma droga, a soma, que lhes permite fugir da realidade sempre que o desejem. Assim, as pessoas nunca sentem angústia. O lema é: «Com um centicubo, curados dez sentimentos». Bernard Marx é a única personagem «civilizada» que sente alguma coisa parecida com o amor e que se interroga sobre a civilização em que vive, porque é diferente dos outros seres da sua casta (apesar de ser um Alfa-Mais, Bernard é baixo e feio). Por outro lado, sente-se atraído por uma mulher, Lenina, de forma diferente da dos outros homens que apenas desejam ter relações sexuais com ela, enquanto Bernard preferiria ter passeios e janta- ARTE E CULTURA res na sua companhia. Consegue, por fim, levá-la de férias a uma reserva de selvagens (um local onde vivem pessoas nos moldes do passado). Aí, conhecem John, filho de uma mulher da civilização que também tinha ido de férias à reserva e que lá se havia perdido. Tinha engravidado sem querer e vira-se obrigada a ter a criança, bem como a viver na reserva, algo que nunca lhe agradara e a que nunca se conseguira adaptar. Bernard leva John para a civilização e apresenta-o quase como uma aberração ou um animal de circo: todos o querem conhecer, e é à custa disso que Bernard granjeia finalmente a fama que sempre quis e consegue todas as mulheres que deseja. Contudo, a civilização não agrada a John. E Linda, sua mãe, que também havia voltado, morre. A morte era tida como algo vulgar: de facto, as pessoas morriam em hospitais para moribundos, vendo televisão e ouvindo rádio, em divisões inundadas de perfume. As crianças eram levadas a esses hospitais para serem condicionadas em relação à morte, a fim de que achassem que era uma coisa normal. Mas quando John vê Linda a morrer, fica desnorteado. Bernard e um amigo são chamados e acaba por haver uma cena de pancadaria, apenas acalmada pela polícia. Bernard e o amigo são enviados para uma ilha, e o Selvagem, como era chamado, escolhe o exílio. Contudo, não consegue ver-se livre das multidões que perturbam a sua vida austera. O desfecho comprova aquilo que John sempre pensara acerca da civilização: após ter sido incomodado mais uma vez pelas multidões e pelos jornalistas, acaba por se ver enredado numa orgia. Ao acordar, pela manhã, recorda-se de tudo e percebe que não consegue viver assim. «Comi a civilização», terá dito em certa altura a Bernard. Suicida-se, e assim termina a história. Muitas questões têm sido levantadas acerca deste livro, inclusive a de que poderá ser presságio de um futuro próximo. Quem sabe? Marta Santos, 11ºA www.improvisacoesemdomenor.blogspot.com/ VI FEIRA DO LIVRO De 8 a 11 de Maio decorreu a VI Feira do Livro do ECB, inaugurada pelo Presidente da Câmara, Dr. Gonçalves Sapinho. Contámos ainda com a presença da representante do Sector Cultural da Embaixada da República de Angola, Dr.ª Aldina de Macedo, e do representante do Sector Comercial, Dr. Paulo Costa. Para além das 44 editoras, estiveram patentes várias exposições, e o INSE lançou os Cadernos do ECB, de autores vários, com coordenação de Inês Silva. Jorge Pereira de Sampaio e Luís Peres Pereira lançaram o seu livro, 100 Anos de Louça de Alcobaça, apresentado pelo Presidente da Câmara. Tivemos o prazer de contar com a maioria dos empresários do concelho ligados à indústria da Louça. Durante a Feira, foi constante a presença de autores para sessões de autógrafos. Assim, tivemos entre nós Amélia Pinto Pais, que apresentou o seu último livro, Fernando, Menino da Sua Mãe; Paulo Tavares que, numa tertúlia cheia de entusiasmo, falou sobre o seu livro de poemas, Pêndulo; Vanda Marques que contou às crianças a história da sua última obra, O Milagre de Isabel e Dinis; a jovem autora Catarina Norte que apresentou o seu livro, O Mundo Sem Solidão; Susana Gaspar de Almeida e António Silva e Sousa, ambos autores de livros editados pelo INSE; e também João Norte e Ana Zanatti. As noites foram preenchidas com uma programação diversificada que abarcou teatro, Danças Barrocas, Conversa com Carlos Paredes e Zeca Afonso, Os Três Tenores Portugueses, acompanhados pela West European Orchestra, e o Coral e Orquestra Típica de Rio Maior. O ECB e o INSE estão de parabéns, assim como toda a organização, Professores, Alunos e Funcionários, não esquecendo os Encarregados de Educação que, pela primeira vez, participaram nesta actividade da nossa Escola Professora Maria José Jorge OS GAMBUZINOS DUAS PEÇAS ESPECTACULARES Petra Von Kant chora amargamente lágrimas de desolação, de solidão, de sentimentos que nos inundam ao longo da nossa vida. Sendo uma mulher fria e segura de si própria e da sua carreira, jamais esperaria que o seu primeiro, brutal e verdadeiro amor fosse por outra mulher, e por uma que a levasse ao total desespero. Esta é, resumidamente, a história de As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant. “Fim de Linha,” título algo incomum para uma peça incomum, onde crianças lutam pelo poder e mostram intenções e desejos que se pensaria serem próprios apenas dos adultos. Mata-se. Morre-se. Facilmente se percebe que nesta peça predomina um humor negro de uma inocência não tão inocente quanto se pensava. As relações humanas são levadas ao limite nas duas peças, e em ambas assistimos à procura, no meio do desespero, de alguma felicidade. Estas são mais duas espectaculares realizações do grupo de teatro da nossa escola, Os Gambuzinos. De novo, e a duplicar, se mostra o grande talento deste grupo, não só ao nível das excelentes interpretações dos actores, mas também da encenação, cenários e adereços. Para estes artistas só há algo a fazer: aplaudir! Alexandre Coelho, 11ºB 3 TOQUE DE SAÍDA ANO 3 - Nº 8 BENEDITA – FINAIS DA 2ª GUERRA MUNDIAL OS LACTÁRIOS Embora Portugal não tivesse participado na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), as difíceis condições de vida dos portugueses, nos anos que se seguiram, eram idênticas às dos povos europeus que participaram na guerra. A situação em Portugal tornou-se de tal modo penosa, que o Estado Novo resolveu disponibilizar verbas para a assistência infantil. Assim, através das Juntas de Província, foram criados diversos centros de protecção à infância, nomeadamente os “lactários”, locais onde se fornecia, gratuitamente, leite às crianças pobres. A Benedita era nesse tempo uma zona rural muito pobre, que vivia essencialmente de uma agricultura pouco desenvolvida e que sofria, como o resto do país, o ra- SERRALVES E RAUSCHENBERG No dia 22 de Fevereiro de 2008, as turmas D e E do 12º ano passaram a tarde na Fundação/Museu de Serralves, apreciando as obras de Robert Rauschenberg. A Fundação de Serralves é uma instituição cultural de âmbito europeu ao serviço da comunidade nacional. Os seus objectivos prendemse com a sensibilização do público para a arte contemporânea e para o ambiente, através do Museu de Arte Contemporânea como centro pluridisciplinar, do Parque como património natural vocacionado para a educação e animação ambientais, e do Auditório como centro de reflexão e debate sobre a sociedade contemporânea. A visita guiada à Fundação/Museu de Serralves iniciou-se com a exposição de Robert Rauschenberg. O primeiro impacto foi altamente negativo, à primeira vista as obras pareciam pouco interessantes, tendo alguns alunos utilizado literalmente a expressão “lixo” para definir o que 4 viam. No entanto, este impacto inicial foi ultrapassado, após as explicações dos guias. Assim, descobrimos que a obra de Rauschenberg é uma contínua celebração da materialidade do mundo e da acção transformadora do artista. E, à medida que decorria a viagem pelas diferentes obras, agrupadas em 5 temas – Cartões, Venezianos, Antigos Egípcios e Pirâmides, Geadas e Veleiros – os alunos não só despertavam para a genialidade do artista, como também compreendiam a importância das viagens (o título da exposição é “Em Viagem 70-76”) e a denúncia da sociedade consumista nos trabalhos de Rauschenberg. Para além disso, o artista pretendia com as suas obras chamar a atenção para problemas do mundo, atrocidades locais e, nalguns casos raros, celebrar feitos da Humanidade, facto que entusiasmou ainda mais os alunos. Após a visita à exposição de Rauschenberg, iniciou-se a descoberta do Parque de Serralves. Aí o entusiasmo foi crescente, desde o início até ao fim. O design paisagístico e a grande variedade de espécies encontradas no Parque provocaram grande admiração pelos jardins. Ainda para mais, a beleza exterior da Fundação era estupenda; desde alamedas com enorme magnificência, até ao espaço íntimo do lago, tudo estava pensado ao pormenor de modo a encontrar uma perfeita harmonia. E assim terminou a visita a Serralves, e tal foi o impacto positivo da mesma, que os alunos se dirigiram à loja de recordações da Fundação, onde compraram diversos artigos. cionamento dos bens essenciais. Na fotografia, gentilmente cedida pela Sr.ª D.ª Mariazinha de Almeida, que se encontra na varanda de sua casa, podemos ver algumas mães que, nos inícios dos anos 50, regularmente se dirigiam a este lactário, com os filhos ao colo, para receber o leite que as ajudaria a alimentar as suas crianças até ao mês seguinte. Muitos beneditenses, certamente, ainda hoje recordarão esses tempos difíceis de má memória. Professora Maria José Jorge 60 ANOS HOT CLUB DE PORTUGAL Não podia deixar passar este nº 8 do “Toque de Saída” sem fazer uma referência muito especial aos 60 anos de Hot Clube de Portugal. Sabiam que o Hot Clube é o mais antigo clube de jazz de Portugal e que desenvolve a sua actividade ininterruptamente desde 1948? Foi a 19 de Março desse ano que Luís Vilas-Boas assinou a ficha de sócio nº1 do Hot Clube de Portugal o qual, desde o início dos anos 80, tem também a funcionar uma escola de música onde fez a sua aprendizagem a maioria dos jovens músicos portugueses de Jazz. O clube, localizado no nº 39 da Praça da Alegria, em Lisboa, é obrigatório para quem gosta de Jazz, tendo sempre programação de qualidade. Pela pequena cave da Praça da Alegria, ou pela sua Escola de Música, passaram e continuam a passar nomes importantes do Jazz. Com programação de concertos quase diária, o Hot Clube é reconhecido tanto em Portugal como no estrangeiro e, apesar de algumas dificuldades que ciclicamente tem atravessado, continua a apostar na sua função de divulgação cultural na cidade de Lisboa. Professor José Cavadas Marina Rosário, 12ºE ARTE E CULTURA ANO 3 - Nº 8 TOQUE DE SAÍDA UMA VISITA DE SONHO Pela primeira vez na história do ECB, um grupo de alunos do Ensino Recorrente efectuou uma visita de estudo fora do país, a Huelva, Espanha, onde visitou a mina, o museu e o bairro inglês de Rio Tinto. A viagem iniciou-se por volta das 5.30h, com a concentração dos alunos junto ao Externato, de onde partimos em direcção a Espanha. Chegámos ao museu mineiro cerca das 10.20 e aí fomos recebidos pelo guia, o Sr. Júlio. Chegados à mina de Peña de Hierro, a 10 km da povoação de Rio Tinto, o guia levou-nos a visitar a mina a céu aberto que fora explorada primeiramente pelos romanos, há 2000 anos, e depois pelos ingleses. Esta é uma das mais belas paisagens naturais de toda a zona mineira de Rio Tinto. Deste lugar pode desfrutar-se de uma inigualável vista, entrar numa galeria da mina e saber onde a Cab e a NASA realizam as suas investigações para o projecto “Marte”. Ao visitar a perfuração mineira, pudemos ver a cor da água, roxa escura. Esta cor deve-se ao facto de o solo ter muito minério e este, em contacto com a água, oxidar, deixando-a roxa escura. Daí o nome Rio Tinto. Ficámos a apreciar a paisagem até cerca das 12.30, sendo depois levados pelo guia até ao ferro-carril turístico que parte de um antigo apeadeiro situado nas imediações do núcleo urbano de Rio Tinto em direcção a Nerva e realiza vários trajectos, um de 10 km e outro de 23 km. Estes correm paralelos ao rio por uma linha-férrea construída em finais do séc. XIX, por uma companhia inglesa, “Rio Tinto Company Limited”, com o intuito de transportar o mineral e de o exportar para a Inglaterra. Este atractivo turístico é constituído por vagonas antigas, proporcionando aos turistas grandes surpresas, como a observação da bela cor roxa escura do Rio Tinto serpenteando entre cerrados bosques de pinheiros a cercar as primeiras estações construídas na zona. Por volta das 16h, dirigimo-nos de novo ao museu, tendo sido recebidos por um outro guia, de nome Raul, que nos conduziu na visita ao museu situado num antigo hospital inglês. Aqui se pode admirar uma vasta colecção de peças arqueológicas que permitem datar o início das actividades mineiras da Idade do Cobre. Entre as numerosas peças destacam-se as locomotoras dos princípios do séc. XX, sobretudo o popular vagão ”Del Maharajá”, autêntica obra de arte em madeira e couro trabalhados, construída em Birmingham para uma viagem à Índia da Rainha Vitoria. De seguida, fomos visitar o bairro inglês em Huelva, antigo bairro de finais do séc. XIX, construído para acolher os numerosos técnicos e directores ingleses chegados a Rio Tinto para dirigirem as minas. Este bairro, onde não era permitida a entrada de pessoas que não fossem inglesas, surpreende os visitantes pela arquitectura de estilo vitoriano. Possui um presbitério, um clube social e um cemitério onde as lápides estão em inglês. Visitámos a casa nº 21 da Bela Vista que é uma secção etnográfica do museu mineiro de Rio Tinto, casa de estilo vitoriano totalmente restaurada e equipada, onde é possível fazer uma viagem no tempo ao observar quadros com memórias de África e da Índia. Aqui acabámos a visita a Espanha e seguimos em direcção a Faro onde dormimos na pousada da juventude. No sábado de manhã, aproveitámos ainda para uma breve visita à ilha de Faro e em seguida partimos rumo à Benedita. Foi um passeio bem planeado e bem organizado que agradou a todos os alunos, e durante o qual pudemos perceber como era duro o trabalho da mina, pois os trabalhadores, prisioneiros vindos do Norte de África – cerca de 450, trabalhando em turnos e alimentados a pão e água – tinham uma duração de vida de dois meses a um ano, conforme o trabalho que executavam. Existe ainda na zona uma planta de cor rosada chamada Eriça, que foi trazida propositadamente para ali, pois alimenta-se de enxofre e a sua função era a absorção do mesmo, de modo a prevenir a intoxicação dos trabalhadores. Desta mina foram retirados cerca de 450 milhões de toneladas de minério. Fátima Santos e Samuel Pereira, 11º Ano do Ensino Recorrente por Módulos ALUNOS DO ECB EM FRANÇA VISITA DE ESTUDO AO FUTUROSCOPE Na sequência do interesse manifestado pelos alunos do 9º ano durante o ano lectivo anterior, e no âmbito de conteúdos programáticos da disciplina, as professoras de Francês propuseram-se organizar uma visita de estudo ao Futuroscope, em Poitiers. E assim fizeram. No dia 18 de Março, pelas 22h, cinquenta e oito alunos dos 9º e 11º anos, acompanhados por cinco professoras, partiam de autocarro para terras gaulesas. O grupo chegou ansiosamente a Poitiers no dia seguinte, após “infindáveis” horas de viagem. Seguiu-se o jantar e a acomodação no ESCOLA VIVA hotel. Para os alunos que nunca haviam estado no estrangeiro tudo isto era novo: o país, a necessidade de se expressarem noutra língua, a comida, etc. Todos manifestavam grande curiosidade pelo que se iria passar nos dois dias seguintes, os da permanência no parque do Futuroscope. Primeiro dia no Futuroscope: fomos acompanhados por um guia português, para felicidade dos alunos. O guia permaneceu connosco durante todo o dia, seleccionando os pavilhões e as actividades de maior interesse e dando-nos indicações acerca da programação do dia seguinte. Após um merecido jantar, e numa noite bastante fria, o grupo assistiu ao espectáculo nocturno “La Forêt des Rêves”, uma mistura mágica de som, luz e cor num palco de água. Imperdível! No dia seguinte fomos brindados com chuva durante a manhã, mas nem por isso houve desânimo. Repetimos algumas experiências, vivenciámos outras e, como não podia deixar de ser, seguiram-se as tão esperadas compras – os souvenirs para os familiares dos alunos que contribuíram para lhes proporcionar esta viagem. Retemperadas as energias, foi a nostalgia do regresso, a constatação de que a aventura terminara; agora só as muitas recordações guardadas nos sacos, na retina e na memória das máquinas fotográficas. O regresso, no dia 21 à noite, foi “o repouso do guerreiro”, o sono há muito adiado pela expectativa, e agora possível. Foi uma experiência de muita coragem por parte das professoras que se propuseram acompanhar este grupo, permitindo a muitos alunos realizar um sonho que parecia impossível. O sentido de responsabilidade e o espírito de cooperação que os alunos manifestaram durante a viagem deixa uma porta aberta para que no ECB se continue a sonhar… As Professoras de Francês 5 TOQUE DE SAÍDA ANO 3 - Nº 8 DIA DO FRANCÊS NO EXTERNATO O CCGS DE AZUL, BRANCO E VERMELHO Como já vem sendo costume, as professoras de Francês do Externato organizaram uma jornada em que a língua e cultura francesas são o tema. Esta iniciativa destina-se a festejar com todos os alunos desta disciplina mais um ano de trabalho, pretendendo-se que seleccionem aspectos da língua, cultura e civilização francesas, os interpretem e apresentem à escola através de um desfile. Os concorrentes, individuais ou em grupo, são avaliados por um júri e os três melhores classificados recebem um prémio. Esta actividade, que envolveu cerca de 150 alunos, decorreu na cave do CCGS, na manhã do dia 18 de Abril. Os premiados deste ano foram os alunos do 7º E com Tour de France; os do 7º C, que interpretaram Ratatouille; e o 7º A, que apresentou os gulosos Les Crêpes, classificados respectivamente em primeiro, segundo e terceiro lugar. Aos alunos do Ensino Secundário foi solicitada a elaboração de um texto para o Concurso Literário, tendo sido seleccionada a melhor produ- ção de cada nível de ensino. Os vencedores deste concurso foram os alunos: Miguel Lopes do 10º C, Juliana Belo do 10º A e Diogo Feliciano do 11º C, que receberam um prémio oferecido pela Porto Editora. E, como não podia deixar de ser, a gastronomia francesa também esteve presente com a já habitual confecção e venda de crêpes e de outras especialidades, a cargo da turma do 9º H e da sua professora de Francês. Todos os alunos receberam um certificado de participação e uma pequena lembrança. Aproveitou-se o momento para projectar um vídeo sobre a visita de estudo ao Futuroscope, e o Sr. Director do ECB entregou diplomas aos alunos participantes, os quais demonstraram um comportamento exemplar na referida actividade. As professoras de Francês JOVENS CIENTISTAS DO ECB NA MOSTRA DE CIÊNCIA EM LISBOA Dois projectos de alunos do Externato foram seleccionados para o 16º Concurso “Jovens Cientistas e Investigadores” e estão patentes na Mostra de Ciência que decorre entre 22 a 24 de Maio no Museu da Electricidade, em Lisboa. Segundo informações da professora Paula Castelhano, o trabalho “O que p’rá aqui vai de sex(o)… ualidade!” foi realizado pelos quinze alunos de Biologia do 12º B, mas, para efeitos de concurso, foram eleitos três representantes que tiveram um papel crucial na produção final do trabalho: a Ana Maximiano, a Joana Cavadas e o Luís Crisóstomo. Quanto ao 10º A, concorreu com o projecto “À procura do Invisível… na Cantina!”, da responsabilidade da Laura Gonçalves, da Mariana Rodrigues e da Mónica Fialho. A estes alunos e aos seus professores apresentamos felicitações e desejamos sucesso na próxima fase desta competição. O Concurso “Jovens Cientistas e Investigadores” é organizado pela Fundação da Juventude e o 6 júri presidido pela Ciência Viva Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica. De âmbito nacional, o Concurso pretende “promover os ideais da cooperação e do intercâmbio entre jovens cientistas e investigadores, e estimular o aparecimento de jovens talentos nas áreas da Ciência, da Tecnologia, da Investigação e da Inovação”, como pode ler-se na página da Fundação: http://www. fjuventude.pt/jcientistas2008/ QUICHE LORRAINE A quiche lorraine é uma receita tradicional da Lorena, região do nordeste da França, e foi um dos muitos pratos confeccionados no Externato, no Dia do Francês. É uma tarte salgada, normalmente servida como prato principal, mas, entre nós, o seu uso é comum como entrada ou em “cockails”. Ingredientes: 1 massa folhada de compra 200 g de bacon cortado 1 cebola média 4 ovos 1 pacote de natas Pimenta q.b. Noz-moscada q.b. Preparação: Retire a massa do frio cerca de 5 minutos antes de começar a fazer a quiche. De seguida ligue o forno a cerca de 180º. Estenda a massa numa tarteira e espalhe os pedacinhos de bacon por cima. Numa frigideira leve a alourar num bocadinho de azeite a cebola cortada em rodelas. Bata, numa tigela, os ovos com as natas e tempere com um pouco de noz moscada e pimenta. Deite a cebola refogada por cima do bacon e, por último, verta os ovos com as natas. Leve ao forno cerca de 25 minutos. Professora Isabel Neto INQUÉRITO DE SATISFAÇÃO A ALUNOS Foram recolhidas 989 respostas ao Inquérito de Satisfação de Alunos, perfazendo 75% dos alunos matriculados. Gostaríamos de partilhar alguns resultados provisórios, pois o tratamento não está concluído. Apraz-nos registar que nos itens “Tenho confiança na escola” e “Recomendo esta escola aos meus amigos” a classificação média apurada foi, respectivamente, de 3,9 e 4,2, isto é, Bom ou Muito Adequado. As percepções menos positivas obtêm uma classificação média de 3 (Adequado) e dizem respeito à segurança, ao funcionamento da Associação de Estudantes e ao funcionamento de alguns serviços de apoio (Reprografia, Papelaria, Cantina). As percepções mais positivas, com classificação média de 4 (Muito Adequado) dizem respeito ao horário, atendimento e qualidade de serviços de apoio (Bar, Sala de Alunos, Biblioteca). Nota-se a percepção de que a higiene e conservação das instalações é um esforço de todos, em que os alunos se sentem comprometidos, ainda que haja margem para melhorar. Agradece-se a colaboração de alunos e directores de turma neste esforço de recolha de opiniões, indispensável à melhoria da qualidade do serviço prestado pela escola. Ana Luísa Quitério, Equipa Melhoria 1 ESCOLA VIVA ANO 3 - Nº 8 TOQUE DE SAÍDA A ADOLESCÊNCIA, O APETITE E A FALTA DELE Uma grande preocupação que actualmente paira sobre as mentes dos pais prende-se com a possibilidade de os filhos virem a sofrer de anorexia nervosa, doença grave de que tanto se ouve falar. Assim que notam uma perda de peso, é compreensível que fiquem assustados; no entanto, entrar em pânico e obrigar, por todos os meios possíveis, a/o jovem a ingerir alimentos não é solução e vai decerto complicar a relação entre os pais e o adolescente. Em caso de dúvida, há que levá-lo a uma consulta de aconselhamento e avaliação nutricional, antes de entrar em pânico. Isto porque existem várias situações ao longo do crescimento que podem provocar perca de peso, voluntária ou involuntária, e ser confundidas com anorexia. Quando nos deparamos com um adolescente que está a perder peso, é necessário termos em conta que uma das características que define a adolescência é uma outra forma de olhar para o corpo, diferente daquela que se utilizava na infância. Os adolescentes centram-se no seu corpo – um corpo que muda quase de dia para dia e, como tal, origina inseguranças e desconforto, um sentimento de não se sentir bem naquela pele! Daí ser frequente tantos adolescentes iniciarem dietas nesta fase da sua vida: querem ser bonitos, ter o corpo definido, sentirem-se confortáveis dentro das roupas que gostam de vestir e, acima de tudo, atraírem o olhar do outro. Isto é um comportamento positivo e necessário à aceitação de si próprio e à integração no grupo de pares. Por outro lado, é usual que, em situações de angústia, stress ou perda, os jovens – tal como os adultos – percam o apetite e, por consequência, percam peso! Portanto, nem todos os casos de perca de peso na adolescência significam uma anorexia nervosa! É importante que os pais e os técnicos tenham a serenidade necessária para uma correcta avaliação de cada situação e para intervirem de modo adequado. Nestas situações é fundamental que os pais estejam atentos ao crescimento dos filhos e que percebam as suas tristezas. Deixálos expressar o que sentem é importantíssimo para o sentimento de segurança e confiança na família. Desta forma, poderão aperceberse mais facilmente se a perda de peso resulta do desejo de se tornarem mais agradáveis ao olhar – ao seu e ao dos outros – ou se o filho ou filha passaram recentemente por uma importante perda, como por exemplo uma zanga com um grande amigo, namorado, a morte de alguém próximo, etc. Em muitas situações, o simples facto de o adolescente poder contar aos pais o que se passa e ouvir a sua opinião e conselhos é, por si só, o tratamento para o problema. Margarida Ferreira, Psicóloga do ECB PROMOÇÃO E EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE A Educação para a Saúde tem-se revelado uma estratégia imprescindível na prevenção da doença e do mal-estar, actuando sobre os factores de risco. Neste sentido, a Educação Sexual, enquanto contributo para a formação pessoal e social dos indivíduos e para a promoção da saúde sexual e reprodutiva, vem ganhando protagonismo crescente nos sectores da Educação e da Saúde. De acordo com a nova legislação relativa à Educação para a Saúde, esta deve integrar os projectos educativos das escolas, numa clara aliança entre Educação e Saúde. De facto, a escola tem um papel privilegiado no processo educativo, possibilitando às gerações mais jovens a apropriação de saberes, valores e competências para a vida. Neste sentido, o Externato Cooperativo da Benedita tem assumido a sua função educativa de olhos postos no progresso e na evolução da sociedade, incluindo a formação da identidade global dos seus alunos, promovida pelo Projecto Crescer para a Vida. Partindo da noção clara de que ESCOLA VIVA a dimensão humana é eminentemente relacional e íntima, e de que a sexualidade tem uma vertente emocional e é um elemento essencial na formação da identidade, da auto-estima e do bemestar físico e emocional dos indivíduos, a escola criou, este ano, um espaço de promoção e educação para a saúde, denominado Espaço de Atendimento a Jovens na Escola (Espaço AJE). Trata-se de um espaço de apoio, aconselhamento, informação e formação destinado a todos os alunos da escola e centrado em temas relacionados com a Educação Sexual, Educação para a Sexualidade e Promoção da Saúde. Mantém o blogue: www.blogdoespacoaje. blogspot.com O Espaço AJE dinamizou actividades como a Semana da Saúde (7 a 22 de Abril), em que se realizaram sessões sobre Estilos de Vida Saudáveis, para as turmas do 7º ano, numa metodologia activa e centrada no lúdico, aliando conhecimento e aprendizagem. Ao longo do ano lectivo, foram também comemoradas datas especiais: o Dia Mundial de Luta Contra a Sida – “Não te deixes APANHAR pela SIDA” – assumindo os alunos um papel activo de educadores dos seus pares; o Dia do Não Fumador – “Mais Vida sem Tabaco”; o Dia dos Namorados – “Emoções Alternativas… Descobre os sabores” – tendo-se procurado sensibilizar os alunos para a importância dos afectos. Algumas turmas puderam ainda contar com workshops: “Como (sobre)viver em equipa”, no âmbito do projecto “Viver a Escola”; “Salta Barreiras”, no Dia Internacional da Tolerância; e “Espanta Fumos”, em comemoração do Dia do Não Fumador. O Espaço AJE promoveu também a realização de sessões sobre sexualidade – “Sexualidade & Contracepção” e “Será isto um bicho de 7 cabeças?” – e implementou o Projecto “Sexualidade Saudável. Tu alinhas?”, destinado a uma turma do 9º ano, projecto esse que envolveu os pais e encarregados de educação, abrindo-se assim o “Espaço p’ra Pais”. De modo a envolver os alunos nas actividades, foi criado um grupo de voluntários na escola, denominado “Agarra-te à Vida”, grupo que participa na elaboração de materiais e na dinamização de algumas actividades. Este grupo participou no Atelier “Educa-te a par(es)” que abordou a importância da Educação pelos Pares, no sentido de aprender para ensinar. Estas e outras actividades decorreram no âmbito do Estágio Curricular do Mestrado em Ciências da Educação na área de Educação Social – Crianças, Jovens e Famílias – da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, da estagiária Cristiana Pereira de Carvalho. Segundo Machado Caetano, a “Educação Sexual é um conceito global que inclui a identidade sexual, o corpo, as expressões da sexualidade, os afectos, a reprodução e a promoção da saúde sexual e reprodutiva”. Parafraseando este autor, a verdadeira Educação Sexual é a Educação da Capacidade de Amar. Cristiana Carvalho Educóloga-Estagiária 7 TOQUE DE SAÍDA ANO 3 - Nº 8 BENEDITA – UM GRANDE PALCO V FESTTEATRO O auditório do Centro Cultural Gonçalves Sapinho foi, mais uma vez, palco do Festival de Teatro Escolar – Festteatro, que decorreu entre os dias 18 e 20 de Abril. Este evento conta com a presença de escolas de várias regiões do país e com o grupo de teatro da casa, Os Gambuzinos, que já nos habituou a grandes peças e exibiu o seu mais recente trabalho, Fim de linha. A manhã de sexta-feira foi reservada aos alunos do Externato e, ao início da tarde, o CEERIA de Alcobaça levou à cena a sua peça. Foram, no total, oito peças de teatro que proporcionaram à plateia bons momentos, com destaque para a peça Apanhados na rede, pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa que, perante uma plateia quase repleta e completamente rendida, arrebatou o riso e o aplauso dos presentes. É de assinalar a crescente qualidade das peças apresentadas e a igualmente crescente adesão do público, com especial destaque para os jovens que não perdem a oportunidade de assistir a mais um momento de cultura e boa disposição. É igualmente de assinalar o entusiasmo das escolas que nos acompanham desde o primeiro festival e que se habituaram a marcar nas suas agendas uma passagem pela Benedita. O grupo organizador do Festteatro Apanhados na rede, pelo IST EDUCAR É ACREDITAR NA VIDA! À EQUIPA DO SORRISO AMIGO HOMENAGEM CARINHOSA Educar é acreditar na VIDA! Esta asserção pertence ao quotidiano de todo o adulto – pai, professor ou educador. Compete a esse adulto, com sapiência e sensibilidade, actuar de modo equilibrado e indolor sobre a criança ou jovem com dificuldades em aprender, crescer, viver. A intervenção ou reeducação de um jovem com Dificuldades Específicas de Aprendizagem é um processo de muita responsabilidade, pois há que ensinar a superar os obstáculos. Neste sentido, considero a determinação tão importante quanto a capacidade intelectual. Vejamos as características mais comuns de um disléxico: dificuldade em processar informação oral (identificar, articular, distinguir e usar sons da língua); na leitura e na escrita, tem por hábito trocar letras (perceber vs preceber), omitir letras (bolsa vs bosa), dificuldade em converter letras em sons/palavras (lixu, eisterior, xaveiro) e em apreender e usar palavras novas. Psicologicamente, o disléxico regista atrasos do desenvolvimento perceptivo-visual, da coordenação dinâmica e do esquema corporal. Estas disfunções ou perturbações fazem dele um aluno naturalmente mais lento. Na origem do problema, factores neurológicos e cognitivos. Neurologicamente, os disléxicos típicos têm problemas de lateralidade. Cognitivamente, apresentam défices perceptivos, de memória e de processamento da linguagem. As características principais do disléxico são a capacidade intelectual normal, as dificuldades específicas na leitura e escrita e a ausência de deficiência. Quanto às habilidades básicas, revela intuição elevada, predominância da imagem em detrimento da palavra, imaginação, visão prática aliada 8 à curiosidade natural e consciência do meio envolvente. A sua dinâmica pessoal evidencia atenção instável devido ao esforço intelectual que tem de despender para superar as dificuldades; desinteresse pelo estudo devido à marginalização familiar e escolar; e inadaptação provocada pelo desajuste emocional (insegurança, teimosia…). Na sua dinâmica escolar, o disléxico manifesta ansiedade, angústia e insucesso(s) frequente(s). Assim, o perfil de aprendizagem do disléxico exige à escola medidas que não passem pelo facilitismo, mas pela compreensão e implementação de ensino diferenciado, motivação e uma avaliação justa. O professor, com o apoio da família, deve transformar a informação em conhecimento e em experiência, pois só se aprende a fazer, fazendo. A intervenção tem de ser frequente, criativa, sistemática, gradual e planificada de forma a ensinar o indivíduo a pensar, a ser crítico e a promover a auto-estima que será a alavanca para construir confiança e acreditar na vida. É com base nestas crenças e com o apoio do corpo docente que o Gabinete Dificuldades Específicas de Aprendizagem – Leitura/ Escrita do ECB trabalha. Centra a sua actuação na minimização das dificuldades destes alunos e, uma a duas vezes por semana, cada disléxico realiza exercícios que lhe permitem desenvolver as áreas instrumentais (psicomotricidade, linguagem, leitura, escrita, percepções). A máxima do Gabinete DEA-LE é: A dislexia é um distúrbio que sem apoio se agudiza e que com auxílio adequado se minimiza. Trabalhar em prol do Outro é aliciante e gratificante. De facto, quando observo os elementos que fazem parte da Associação Sorriso Amigo, surgem-me algumas palavras que acredito caracterizarem esta Equipa. São elas: profissionalismo, dedicação, partilha, dinamismo, paciência, tolerância, solidariedade, espírito de grupo, entreajuda e confiança num futuro mais justo. Trabalhando em grupo ou até mesmo individualmente, cada elemento apresenta grande responsabilidade no trabalho que desenvolve. Na Equipa partilham-se experiências, sendo o dever de sigilo escrupulosamente cumprido. Respeita-se o Outro enquanto ser humano único e insubstituível, que deve ser amado enquanto tal, não se fazendo discriminações de raça, sexo, idade ou nacionalidade. Admiro cada elemento da Equipa pela sua persistência e pelo seu bom-senso. É um trabalho inesgotável, que dá muitas vezes a sensação de “nada” ter sido feito. Mas sem a sua ajuda e perseverança, a tristeza e o sofrimento e a miséria de todos aqueles que são apoiados seriam muito maiores, sobretudo os de muitos dos nossos alunos que a Equipa tem ajudado de forma empenhada. Penso que são um exemplo a seguir em outras escolas. Envolvem os alunos e toda a restante comunidade em actividades que devem ser de todos e não só de alguns. Valores como a solidariedade, a tolerância, a partilha e o respeito pelo Outro são transmitidos e, sobretudo, sentidos... Bem-hajam! Professora Paula Cristina Ferreira, Coordenadora do Gabinete DEA-LE Professora Ana Paula Barosa, Coordenadora do Projecto Sorriso Amigo ESCOLA VIVA ANO 3 - Nº 8 TOQUE DE SAÍDA VI NOITE ESTAPAFÚRDIA No passado dia 15 de Março, realizou-se no pavilhão gimnodesportivo do Externato Cooperativo da Benedita um espectáculo intitulado “Noite Estapafúrdia VI”. Como o nome indica, foi a 6ª edição deste sarau organizado pelo grupo de Educação Física, com o objectivo de divulgar a toda a comunidade as actividades desenvolvidas pelo Clube Estapafúrdio. Houve apresentações de várias modalidades, como Ginástica de Solo e Aparelhos, Acrobática, Trampolins, Aeróbica, Danças de Salão e Rappel. Além disso, foram entregues os Prémios Estapafúrdios (Óscares da esco- la), atribuídos a várias categorias, como o aluno mais popular, o super-professor, o superfuncionário (votados somente pelos alunos da escola), entre outros, atribuídos pelo Grupo de Educação Física. Nesta “Noite Estapafúrdia VI”, houve novidades, como a renovação do logótipo, criado pela aluna Flávia Grilo e a actuação da Orquestra Estapafúrdia, composta por alunos, ex-alunos e Encarregados de Educação da escola, tendo como maestrina a aluna Neuza Rebelo. Outra grande novidade e surpresa foi a apresentação do espectáculo pelo aluno Paulo Batista, que utilizou o seu humor para caracterizar alguns apresentadores portugueses, bem como personagens do nosso quotidiano, e que está de parabéns pelo seu desempenho. Compareceram cerca de 1800 pessoas e participaram 170 alunos que trabalharam vários meses para que tudo corresse na perfeição – ensaios duros e muito tempo dispendido, para que fosse um espectáculo em grande, e assim foi. Penso que o esforço de todos aqueles que contribuíram para esta noite (alunos, professores e funcionários) foi recompensado com o sucesso que ela obteve, e para todos com certeza passou depressa demais, depois de tanto trabalho, mas o espectáculo é assim: pequenos momentos gratificantes compensam muitos momentos de trabalho. Foi, sem dúvida, uma noite diferente, fortalecendo a ligação da escola com toda a comunidade. NOTÍCIAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA Benedita em Movimento Realizou-se no dia 4 de Maio mais uma edição da “Benedita em Movimento”, uma iniciativa da Junta de Freguesia da Benedita no âmbito das comemorações da elevação a vila. Esta iniciativa teve a colaboração do Externato Cooperativo da Benedita, com o intuito de promover o convívio através do Desporto e despertar a população para as questões da saúde e do bem-estar. Pelo terceiro ano consecutivo, os alunos do 12º ano do Curso Tecnológico de Desporto (12º I) foram responsáveis pela organização deste evento com o apoio das professoras de Organização e Desenvolvimento Desportivo (Dr.ª Ângela Gens) e de Práticas Desportivas Recreativas (Dr.ª Rita Pedrosa) Durante o dia houve inúmeras actividades que se realizaram na principal avenida da Benedita, que esteve fechada ao MENTE SÃ EM CORPO SÃO trânsito, possibilitando assim à população usufruir daquele espaço para as mais variadas actividades: rappel, slide, paintball, spinning, rastreios preventivos (colesterol, tensão arterial, índice de massa corporal), actividades aquáticas, equitação, entre outras. Estas actividades decorreram entre as 09:00h e as 17:00h, regis- tivo da Benedita. A competição decorreu num clima de desportivismo e entusiasmo, tanto por parte dos alunos participantes como também pelos que assistiram e apoiaram de forma entusiástica. No dia 14 de Maio realizouse a fase regional e, no dia 7 de Junho, irá realizar-se a fase nacional da competição. Semana Cultural tando-se enorme adesão em clima de amizade e de grande desportivismo. Parabéns à Junta da Freguesia da Benedita e aos alunos do 12º ano do curso Tecnológico de Desporto do Externato Cooperativo da Benedita. O grupo de Educação Física organiza um passeio de bicicleta inserido nas actividades da semana cultural. Esta actividade já se realizou o ano transacto, tendo-se registado uma boa participação por parte dos alunos. O grupo de Educação Física considera a iniciativa proveitosa pois os alunos podem desfrutar da natureza e de actividades que durante o ano lectivo não é possível realizar. Bruna Cruz, 11º F XI TORNEIO XADREZ ROTARY CLUBE DA BENEDITA Realizou-se no dia 25 de Abril de 2008 o XI Torneio Rotary Clube da Benedita, com a presença de 37 jogadores representando 13 clubes. Carlos Carneiro, da Academia Xadrez Mem Martins, foi o vencedor. No final do torneio, houve um beberete para os jogadores, acompanhantes e rotários. Um excelente convívio! Da Academia Xadrez da Benedita, destacaram-se, por escalões: Sub 08, Pedro Jacinto, em 3º lugar; Sub 10, Francisco Cavadas, em 2º, e António Lopes, em 3º; Sub 14, Rui Lopes, em 2º, e Bernardo Vinagre, em 3º; Sub 16, Mariana Silva, em 1º, Anatoliy Ladyka, em 2º, e Tiago Ezequiel, em 3º; Sub 18: Licínio Cruz, em 1º lugar. Os melhores jogadores de Academia Xadrez da Benedita foram Mariana Silva, com 5 pontos, José Cavadas, com 4 pontos e Rui Lopes, com 3 pontos. Professor José Cavadas O grupo de Educação Física Compal Air 3X3 A competição de Basquetebol Compal Air continua a ter grande adesão por parte dos alunos da nossa escola. No dia 9 de Abril realizou-se a fase de escolas no Externato Coopera- 9 TOQUE DE SAÍDA ANO 3 - Nº 8 ARTISTAS DA NOSSA TERRA Sofia Ferreira Guerra nasceu na Quinta de Vale de Ventos, propriedade dos condes de Rio Maior e, adolescente, veio viver para o lugar da Pedra Redonda, onde ainda reside. Muito precocemente, mostra sinais de talento para a pintura e assim se foi descobrindo uma artista nata. Ainda na Quinta de Vale de Ventos, começa a pintar espontaneamente nas paredes e inicia-se no desenho a carvão. A criação estética é entendida pela pintora como uma graça que Deus lhe deu e que ela soube, à medida das condições de que foi dispondo, aproveitar da melhor maneira, pois fez sempre o que realmente lhe dava prazer. As suas primeiras lições foram de desenho a carvão e depois rapidamente passou a outras técnicas, nomeadamente pintura a óleo. O Professor Luciano dos Santos, então docente na Escola Superior de Belas Artes, ensinoulhe, em Alcobaça, muito do que sabe, técnica e academicamente. À medida que ia produzindo, ia vendendo, pois havia, e continua a haver, muitos interessados. Foi divulgando os seus trabalhos em exposições, dentro e fora da região. A maior exposição das suas obras teve lugar no salão do Hóquei Clube de Turquel. Aprendeu também a arte da música, porque, como afirma: «Quem sabe pintar, sabe tocar»; e ainda: «Os verdadeiros pintores são todos músicos». No seu entender, a Bíblia é uma fonte de inspiração inesgotável, pelo que os seus primeiros trabalhos representavam episódios de inspiração sacra, tendo sido vendidos para Inglaterra. A propósito da inspiração na Bíblia, Sofia Guerra considera que os pintores têm de «pintar a verdade». As naturezas mortas são outra temática permanente na sua obra. O seu trabalho mais conhecido talvez seja um quadro pintado a óleo intitulado “A Última Ceia de Cristo”, que tem percorrido o país de lésa-lés. Sofia Guerra, detentora de um portentoso dom natural, confessou à redacção do Toque de Saída que «a pintura é uma doença e um mistério», e que merece ser cultivada na tranquilidade e quietude que o isolamento do campo proporciona. Professores Clara Peralta e Valter Boita “TRIPEIROS” POR QUATRO DIAS 5ª EDIÇÃO EM GOUVEIA FESTIVAL NACIONAL DO SECUNDÁRIO Espírito de amizade, partilha, convivência e, sobretudo, muita diversão! Foi a base da 5ª Edição do Festival Nacional do Secundário em Gouveia, durante o qual estudantes de todo o país puderam conviver durante cinco dias, no parque da Senhora dos Verdes, dotado de óptimas condições. Um grupo de alunos da nossa escola participou nessa que foi a maior concentração de jovens do Ensino Secundário no país. Com o apoio de uma equipa excepcional, disposta a dar qualquer tipo de auxílio e, sobretudo, garantindo que aqueles seriam cinco dias inesquecíveis, pudemos participar em inúmeras actividades desportivas durante o dia e, à noite, a festa continuava: fomos presenteados com a presença do dj Diego Miranda e do grupo Tara Perdida. Um mês depois… irrompem as saudades, até das intermináveis filas sentimos falta. Foi uma experiência excepcional e, visto que o festival acontecerá nos próximos anos, aconselhamos vivamente que participem! Carla Serralheiro, 11º D No passado dia 3 de Abril, deslocámo-nos à cidade do Porto, juntamente com os professores Deolinda Castelhano, Margarida Vinagre e Alexandre Lourenço, para participar no 9º Fórum do Ensino Particular e Cooperativo - Dinâmica Privada, Serviço Público de Qualidade que decorreu entre os dias 4 e 6 desse mês. Este fórum tem por objectivo promover o intercâmbio pedagógico e mostrar o empenho e o contributo do Ensino Particular e Cooperativo no esforço nacional para a melhoria do Sistema Educativo Português. A nossa participação no fórum permitiu-nos tomar conhecimento dos projectos desenvolvidos noutras instituições de ensino, do mesmo modo que nos deu o privilégio de divulgar a nossa escola. Durante esses quatro dias, também pudemos conhecer um pouco melhor a cidade do Porto, aproveitando o tempo livre para visitar as Caves do Vinho do Porto Ferreira e a Igreja da Ordem de São Francisco. Para além de tudo isto, tivemos ainda a oportunidade de presenciar a festa dos adeptos portistas que, no dia 5 de Abril, foram campeões nacionais de futebol. Foi uma experiência nova, mais uma a juntar às outras que já referimos! David Susano. Laura Gonçalves e Mónica Fialho, 10ºA, João Pestana, 10ºD 10 OLHAR CIRCUNDANTE ANO 3 - Nº 8 TOQUE DE SAÍDA RÁDIO BENEDITA FM – Uma rádio cada vez mais local “A NOSSA RÁDIO NÃO PASSA SÓ MÚSICA E É PRECISO OUVI-LA PARA A CONHECER.” Sandra Narciso Fonseca, uma das vozes mais conhecidas da Rádio Benedita FM, filha de Afonso Fonseca, nasceu em Alcobaça a 16 de Abril de 1983 e vive na Benedita. Frequentou um estágio profissional de 2 anos em Jornalismo, nas instalações da Rádio onde trabalha. Tem uma voz marcante que se ouve diariamente na frequência 88.1 FM. Conte-nos um pouco da história da Rádio. Em 1985 começou a funcionar com o nome de Rádio Clube da Benedita. O meu pai esteve ligado à Rádio desde o seu início. Começámos no escritório de uma casa particular, e as condições não eram muitas… Tivemos de ultrapassar sérias dificuldades. Passou a ser Rádio Voz da Benedita em 1986 e, dez anos mais tarde, mudou para o nome actual. Começou como cooperativa e depois passou a ser uma sociedade por quotas. A 1 de Janeiro de 2000, tivemos a primeira emissão contínua e nunca mais parámos, foi o momento oportuno, uma vez que tínhamos já as condições necessárias para o fazer. Actualmente somos doze sócios, sendo os gerentes o Sr. Pedro Mateus Guerra e eu própria. Temos cerca de dez cooperantes que também dão um contributo muito importante. Como é que descobriu o gosto pela rádio? Tudo começou por brincadeira quando tinha catorze anos e tive de substituir um cooperante. Como gostei da experiência, convidaram-me para colaborar durante as tardes livres da escola. Após a conclusão dos estudos, fiz um estágio profissional em jornalismo nas instalações da Rádio Benedita FM. Há já 11 anos que contribuo na rádio e, honestamente, não me vejo a fazer mais nada. A vossa área de cobertura é muito extensa? Somos ouvidos em toda a região Centro-Oeste e grande parte do Ribatejo. As rádios locais não têm verbas para fazer estudos sobre o número exacto de ouvintes assíduos, mas sabemos que, globalmente, as rádios locais são mais ouvidas que as nacionais. Temos, em média, cerca de 20.000 ligações mensais a nível mundial. Estou a falar de ligações online. Sobrevivemos com muito poucos apoios, um deles por parte do Governo, que incentivou as emissões online, as quais nos permitem divulgar a nossa Rádio. Lamentamos que mais nenhum apoio nos tenha chegado por parte do Governo ou de outras entidades estatais. Às vezes sentimo-nos um pouco marginalizados. Temos muitas participações dos Estados Unidos da América. Há, só por curiosidade, um café num estado de Massachussets que ouve diariamente a nossa Rádio. Ligam-nos assiduamente, participando sobretudo nas músicas pedidas e nos concursos. Apresentam sugestões, falam connosco, mostram o quanto somos importantes além-fonteiras. Refiro-me em especial à América do Norte, Brasil, Suíça e Luxemburgo. É muito gratificante, de facto. E as emissões online serão seguramente o futuro. Quais são os vossos projectos a curto prazo? Há um evento que estamos a preparar ainda para este ano e que consiste numa grande gala, talvez para o Verão. Não posso dar muitas informações porque ainda estamos numa fase muito inicial. Serão distribuídos troféus a várias entidades da terra, que destacaremos. Não há objectivos lucrativos, apenas unir a comunidade da Benedita à nossa Rádio. Esse é, efectivamente, o nosso grande objectivo. É uma forma de promoção através de um evento cultural. Queremos, no futuro, ser mais participativos. Sentimos necessidade de nos divulgarmos mais junto das pessoas e dizer-lhes que a nossa Rádio não passa só música e que é preciso ouvila para a conhecer. Na verdade, queremos tornar-nos numa rádio menos nacional e cada vez mais local. Outro projecto é aumentar o nível de abrangência e expandirmo-nos para Norte. Estamos a pensar adquirir um novo retransmissor, mas isso tem custos elevados e ainda não sabemos exactamente quando acontecerá. Como vivemos única e exclusivamente da publicidade, temos de gerir bem as despesas. Às vezes sentimos limitações nem sempre fáceis de resolver. Quais são os programas mais ouvidos? Tem alguma noção? Depende da hora, mas temos uma boa participação de pessoas a solicitar músicas para dedicarem, ou só pelo prazer de as ouvir. As entrevistas, os passatempos, bem como os noticiários, são talvez os mais ouvidos. Sentimos bastante procura, mas, como já referi, temos de investir mais junto da população. Gostaria de aproveitar o momento para pedir aos jovens que ouçam a ALUNAS DO ECB NA FASE DISTRITAL DO PARLAMENTO DOS JOVENS No âmbito da actividade “Parlamento dos Jovens”, participaram na sessão distrital em Leiria, no dia 26 de Fevereiro deste ano, quatro alunas eleitas na assembleia de escola. A experiência foi fantástica. Participaram treze escolas secundárias do distrito e debateramse questões subordinadas ao tema União Europeia: participação, desafios e oportunidades. As alunas Susana Coito, Ana Silva, Vanessa Fialho e Carolina Luís foram “deputadas” por um dia. No período da manhã decorreram OLHAR CIRCUNDANTE as apresentações formais das medidas propostas por cada escola. De tarde, depois de um almoço num restaurante típico, foi o momento de debater os projectos apresentados por cada escola. No fim do dia, as nossas “deputadas” regressaram com um honroso quinto lugar e vontade de repetir a experiência. Mais uma vez, o ECB está de parabéns pela sua prestação em actividades fora da escola. nossa Rádio. Há já algum tempo que sentimos a preocupação de mudar a imagem da rádio. Por isso, temos um programa semanal dedicado à juventude, que se chama “Total Heavy Rock”, aos sábados, do meio-dia às 14h. Nas madrugadas de sexta para sábado, temos uma hora de música house muito apreciada pela camada mais jovem. Consultem o nosso sítio www.beneditafm.pt e vejam quem somos e o que fazemos. E, sempre que possível, sintonizem os vossos rádios na frequência 88.1 FM. O Toque de Saída agradece a simpatia com que foi recebido pela Sandra, desejando à Rádio Benedita FM muito sucesso e que continue a prestar um serviço de qualidade a toda a gente, especialmente à comunidade beneditense. Entrevista por Clara Peralta e Valter Boita O PRÉMIO É NOSSO! Decorreu no dia 3 de Maio, em Alfeizerão, o Festival Vicarial da Canção Cristã. Estiveram em concurso 10 músicas, algumas da autoria de alunos do ECB. A nossa escola esteve muito bem representada. O grupo vencedor, com todo o mérito, é constituído por elementos dos Jovens Sem Fronteiras, com uma bela canção, “Filantropia Original”. Vanessa Fialho, 10º D Susana Coito, 10º D 11 TOQUE DE SAÍDA ANO 3 - Nº 8 A GESTÃO DA QUALIDADE NO ECB DUAS PALESTRAS MALÁRIA E DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO ....pretendemos, acima de tudo, “criar a paixão e o compromisso” com a qualidade numa perspectiva de melhoria contínua... No início do ano lectivo de 2006/2007, deu-se início ao processo de auto-avaliação, baseada na CAF (Common Assessment Framework), um modelo de auto-avaliação desenvolvido no âmbito da União Europeia que tem por base o modelo da EFQM. Para além de permitir o desenvolvimento de uma cultura de gestão estratégica e de serviço orientado para o cliente (aluno), permite também o desenvolvimento de práticas de benchmarking, proporcionando assim a tão importante comparação entre instituições. A auto-avaliação tem carácter obrigatório, definido na Lei nº 31/2002 de 20 de Dezembro, designada por “Lei do Sistema de Avaliação da Educação e do Ensino Não Superior”. A lei não estabelece normas relativamente aos procedimentos de avaliação, mas formula a exigência de que estes se devem submeter “a padrões de qualidade devidamente certificados” (artº7). Apesar de não ser um organismo público, o ECB tem todo o interesse em aplicar mecanismos de auto-avaliação idênticos aos utilizados pelas restantes escolas que apresentam a mesma oferta formativa (ensino público entre os 7º e 12º anos). A autoavaliação é ainda um excelente instrumento de “marketing” da escola, pois a divulgação dos resultados junto da comunidade contribui para o seu reconhecimento público. Em 2007/2008, após a aplicação de questionários a todos aqueles que intervêm na Escola (pessoal docente e não docente, alunos e encarregados de educação) e respectivo apuramento de resultados, da competência exclusiva dos consultores externos que asseguraram e acompanharam todo o processo, iniciou-se o processo de implementação das acções de melhoria. Complementarmente, foi decidida a candidatura à Certificação da Qualidade “Commited to Excellence” da EFQM, concretizada em Outubro de 2007. Nesta candidatura apresentou-se a estratégia sustentada em termos de melhoria contínua da qualidade e assumiu-se o compromisso da implementação das acções de melhoria definidas em consequência do processo de autoavaliação. Com esta candidatura, para além da obtenção da certificação, queremos transmitir a 12 toda a comunidade em que nos inserimos mais um sinal do nosso empenho e investimento constantes no sentido de tudo fazermos para que os nossos alunos disponham de cada vez melhores condições para a sua formação integral, de modo a que sejam capazes de se integrar como cidadãos de corpo inteiro numa sociedade cada vez mais exigente. Foram assim definidas 10 acções de melhoria que têm vindo a ser desenvolvidas conforme o calendário estabelecido e cuja conclusão está prevista para o final do mês de Maio de 2008. No final deste percurso, espera-se atingir a certificação que funcionará como reconhecimento público do trabalho realizado. A implementação do projecto da auto-avaliação/certificação da qualidade no ECB consistiu também numa oportunidade de maior aproximação dos colaboradores à Direcção e vice-versa, levando a uma partilha das diferentes percepções e conhecimentos. Independentemente da obtenção do reconhecimento público, através da certificação da qualidade, consideramos que já foram alcançados os objectivos definidos no início do projecto, nomeadamente aqueles que se referem à identificação dos pontos fortes e fracos da Escola. Foram, sem dúvida, momentos de reflexão e de análise crítico-construtiva que nos permitem afirmar que hoje estamos melhor preparados para enfrentar os desafios e o clima de mudança acelerada em que vivemos. A construção de uma Escola de Excelência é a meta para a qual continuaremos a trabalhar. Aos nossos colaboradores (pessoal docente e não docente) e alunos pretendemos, acima de tudo, “criar a paixão e o compromisso” com a qualidade numa perspectiva de melhoria contínua e na convicção de que estamos a contribuir para que se sintam cada vez mais realizados numa comunidade em que os valores da cidadania são vividos e partilhados por todos de uma forma responsável, construtiva e virada para o futuro. Na sequência do estágio “Ciência Viva nas Férias”, realizado por uma das alunas do 12º C no Instituto de Higiene e Medicina Tropical, em Lisboa, e no âmbito da “Semana das Ciências”, realizouse no dia 11 de Março, na nossa escola, uma palestra acerca da Malária, doença que afecta milhares de pessoas, nomeadamente crianças, nos países de clima tropical. Esta palestra foi proferida pela Dra. Dinora Lopes, do IHMT, e incidiu principalmente sobre o ciclo do parasita e o controlo da doença, temas relacionados com o programa da disciplina de Biologia e Geologia. A Dra. Dinora Lopes disponibilizou-se ainda para futuras acções de intercâmbio, de modo a divulgar a actividade do Instituto e oferecer aos alunos da nossa escola a oportunidade de contactarem com o trabalho de investigação científica. Também integrada na “Semana das Ciências”, decorreu no dia 13 de Março uma outra palestra sobre “Desenvolvimento Embrionário” a que assistiram não só os alunos do curso de Ciências e Tecnologias, como também os alunos de Ciências Sociais e Humanas, por ser um tema de interesse geral, abrindo assim a “Semana das Ciências” a um público mais vasto. Recorrendo a materiais fora do vulgar – como tampas de caixas tupperware – o Dr. João Paulo Malta desenvolveu o tema, evitando a terminologia técnica, pelo que foi facilmente compreendido por todos os que assistiram. Para além da estratégia inovadora, a facilidade de comunicação do Dr. João Malta foi determinante para o interesse e dinâmica desta palestra. Marta Pimenta e Inês Pereira, 12º C Professor Domingos Martinho Coordenador do Projecto CAF ESCOLA VIVA ANO 3 - Nº 8 TOQUE DE SAÍDA JOVENS ESCRITORES DO ECB Os textos que aqui publicamos foram premiados no Concurso de Escrita organizado no Dia do Português: aos alunos do Ensino Secundário que quiseram participar nesta actividade, foi proposto que escrevessem sobre um tema dado, respeitando limites de palavras e tipologias textuais. É com satisfação que divulgamos os quatro textos premiados: O DOM DA PALAVRA - 1º PRÉMIO São 8 horas. Na calmia característica da minha terra, os primeiros carros vagueantes começam a quebrar o terno silêncio da madrugada. Entre cereais e copos de leite, entre armários e cabides, entre saltos e correrias, vou-me preparando para mais um intenso dia de trabalho. Apesar de não parecer, sou um dos mais prestigiados advogados do país. Apesar de não o demonstrar, sinto que da minha voz dependem milhares de inocentes e sinto-me vivo apesar de raramente dar provas disso. Saio de casa. Do meu jardim já se podem avistar os primeiros raios de sol por entre as árvores da montanha ainda com as suas pequenas folhas cobertas de orvalho. O céu está limpo, as borboletas são visíveis por todos aqueles que olham em seu redor. Apesar de já me encontrar atrasado, dou por mim parado poucos passos à frente da minha modesta porta a pensar o quão maravilhosa é a vida de um campestre! Penso em todos aqueles que nunca poderão desfrutar de tal imagem, sinto pena… Apesar de nunca ter dito uma palavra, os meus pensamentos falam por mim e no agora inquieto silêncio de uma cidade a despertar, grito bem alto a todo o mundo que estou feliz. Dirijo-me ao meu carro. Circulo pelo trânsito com uma calma não habitual; hoje é um dia importante. Chego ao tribunal. A senhora Maria já não contém as lágrimas desde que viu o senhor Martins. As gravações do crime não lhe saem da cabeça, a forma como a sua filha foi agarrada, despida e violada nunca mais deixaria de estar presente nos pensamentos desta mãe desolada. A polícia era muita, a tensão era enorme e sobre mim caía a obrigação de ajudar a fazer justiça. Passo as barreiras policiais. Como é ritual dirijo-me a todos os juízes para me apresentar como admirador das suas profissões. Chego à sala onde todos eles se encontram RECRIAR O MUNDO «Só sei que nada sei» Caminho em busca da resposta Que tanto me tem afrontado, No entanto o que me conforta É nunca a ter encontrado… Na estrada da inteligência Caminho como um soldado, Mas com toda a negligência Me sinto cada vez mais transtornado. reunidos, a luz que imana dos focos do candeeiro cega-me momentaneamente. Em pleno universo profundo Tudo me desperta mais a atenção do que Divago como um vagabundo, a real causa da minha vinda. As garrafas Pois neste vazio infinito de água vazias sobre a mesa, as flores Não se sente mais que o meu simples murchas no canto mais distante, o olhar grito. desconfiado de todos os presentes, o sol já bem alto no céu descoberto daquele Grito de desespero dia primaveril… Tudo me pareceu ser Por nada saber mais importante do que os juízes; aperPor nada gostar cebi-me então de que tinha aprendido a Por nada compreender. valorizar a visão. Tentei falar. Quando pela primeira vez naNeste planeta interactivo quele dia senti necessidade de dizer algo, Não há tempo a perder não fui capaz. Permaneci ali, imóvel! Um Pois todo o tempo do mundo silêncio profundo invadira todo o meu ser, Não chega para tudo apreender. tornara-me fraco e vulnerável a todos os outros. Apesar de não o querer Corri. Saí daquele sítio tentando verbaA intrínseca resposta encontrei lizar todas as sensações vividas, tentando E surpreendentemente me apercebi dizer a todos o quão feliz eu me encontrava, Que só sei que nada sei. mas não! Não fui capaz de dizer uma única frase. Todas aquelas sensações vividas anNuno Filipe Pena, 11º B (3º prémio) teriormente resumiram-se apenas a momentos felizes. Qual a importância de sermos felizes se não o podemos demonstrar? De que me serve ter consciência do que me rodeia se estou incapacitado de comunicar? Apercebi-me. Perdi o dom da paVazio. lavra! Aquele dom que me deu a miUm vazio que ocupa toda a minha mente. nha profissão, que ajudou a minha Não sou a mais ou a menos, não estou doente, família a crescer, havia desapareciNão fui demais porque era gente. do. Sou eu, mas sou diferente. Desliguei-me do mundo. Voltei Um vazio. para casa e refugiei-me de tudo no Agradável. conforto da minha cama. Como canto procriador de pensamentos emergenAdormeci. Caí num sono profuntes. do e quando voltei a acordar abri a Sou escravo de mim, por mim mesmo controlado, boca, enchi todo o peito de ar e solSou o vermelho do céu por mim mesmo adorado, tei um grito que me libertou de tal Sou o meu próprio santo não santificado. forma que não conseguiria explicar, Amo-me, mas serei amado? mesmo se o quisesse. Notei: Tudo o que tinha vivido Um vazio. não havia passado de um sonho, um O vazio que enche toda a minha mente. profundo e longo sonho! Assim que Contento-me porque sou eu, voltei a tocar com os meus pés no Porque me cobre o véu que comigo nasceu. frio chão do quarto, apercebi-me do E assim fico contente. verdadeiro dom que andava a desperdiçar, o dom da palavra! No meu céu quase poisei. “Para seres grande, sê inteiro” Telmo Coito, 12ºC Pois orbitava no mais alto espaço das vezes que tentei. Alexandre Coelho, 11º B (Prémio Qualidade Literária) 13 TOQUE DE SAÍDA ANO 3 - Nº 8 O DOM DA PALAVRA - 2º PRÉMIO Todos os dias espero por aquele momento. A altura em que deixo de ser eu para passar a ser o reflexo daquilo que realmente sou. A altura em que nos unimos, eu e tu, para eternizarmos histórias, memórias, momentos. Embora saiba que és muito importante, tanto ou mais que o sol que ilumina os seres, nunca me questionei sobre quem te inventou. Sei que existes e isso faz-me viver apenas. Admiro, cada vez mais, as pessoas que têm o dom de te usar; umas que o desenvolvem a cada dia, outras com as quais surgiste, inata. Admiro também as pessoas que não podem usar-te pelos sons ou fonemas, mas que te idolatram em pensamento. Admiro ainda aqueles que por te “amarem” tanto, te usam como meio de comunicar com os outros que não te ouvem. Admiro-os a todos porque, no fundo, todos te sentem. Diz o povo, tantas vezes sábio, que uma palavra vale mais que multiplicares-te por mil. Será verdade? Não poderá o ser humano, num momento irreflectido, ter-se enganado? Claro que sim, quando bem utilizada, sentida, fazendo parte de um corpo, tantas vezes amorfo, consegues transmitir muito mais do que transmitem os gestos ou até as imagens. Quando questionada quanto ao teu significado… não sei responder. Vejo apenas um conjunto de letras que, juntas, transformam o Mundo em algo tantas vezes poético, quase sempre mais unido. Unido? Sim, alguém disse um dia que tens a fantástica capacidade de mover montanhas, de destruir barreiras. De facto, basta usar-te em frases curtas para que a empatia se solte ou até para que uma nova amizade cresça. Sei que te usam também para argumentar a favor ou contra determinado assunto. Mas será o ser humano tão egoísta ao ponto de te usar apenas para o interesse pessoal? Talvez não, porque sei também que existem outras pessoas que te usam para reconfortar alguém, para parabenizar, para desculpar, ou até mesmo para agradecer. É por tudo isto que também sei que o teu valor é constantemente reconhecido. Quantas vezes tu não acompanhas aquela gotinha que teima em cair pelo canto do olho ou aquele sorriso que cobre toda a cara. Tu és insubstituível! No entanto, tu também és aquela que faz despoletar em mim medos e anseios pela dúvida quanto à tua utilização. Apesar disto, todos os dias espero por aquele momento. A altura em que deixo de ser eu para passar a ser o reflexo daquilo que realmente sou. A altura em que eu e tu, palavra, nos unimos para eternizar histórias, memórias, momentos. Filipa Isabel Serrazina, 10º C PHILADELPHIA À primeira vista, parece apenas mais um filme, datado de 1993, mas, na verdade, tratase de um grito à realidade, de uma denúncia dos preconceitos e das mentiras em que vivemos e das desculpas que utilizamos para discriminar alguém. Philadelphia conta a história de Andrew, um jovem e promissor advogado que é despedido da firma em que trabalha, a pretexto de não ter competência para o lugar. Mas Andrew sabe que o seu despedimento se deve ao facto de ter contraído SIDA e, determinado a defender a sua dignidade e a sua reputação profissional, contrata Joe Miller, um advogado especializado em casos de ofensas pessoais. É sem dúvida um filme de eleição, com um enredo bem construído, boa qualidade de imagem, boa interpretação e, apesar de ter sido realizado há já alguns anos, permanece actual, pois a sua mensagem adequa-se aos nossos dias e à nossa realidade. São vários os problemas actuais que surgem representados no filme, nomeadamente a discriminação face à homossexualidade e aos portadores do vírus da SIDA, mostrando como a sociedade os encara e reage perante eles. Discutindo se Andrew foi despedido devido à sua incompetência profissional ou por discriminação pela sua homossexualidade e devido ao facto de ser seropositivo, o filme apresenta uma excelente argumentação, chegando-se à conclusão de que Andrew Beckett fora, efectivamente, despedido por preconceito. Sabemos que este preconceito subsiste e que as suas vítimas se sentem inferiorizadas e marginalizadas. Assim, o filme confronta-nos com os nossos preconceitos e com a forma injusta como tratamos algumas pessoas para quem a vida não foi tão generosa, fazendo-nos repensar os nossos valores e o modo como encaramos certas situações. Um 14 Tom Hanks e Denzel Washington numa cena do filme Philadephia exemplo disto é representado no filme pelo advogado de Andrew Beckett, Joe Miller, que foi forçado a encarar os seus medos e preconceitos durante o caso, apercebendo-se de que Andrew é uma pessoa normal, não menos digna que ele próprio, e que como tal deve ser valorizada. A amizade entre os dois vai crescendo à medida que a sua causa triunfa, e a coragem de ambos ultrapassa o preconceito e a corrupção dos seus poderosos adversários. Andrew era na realidade um homem com bom coração, uma grande fibra moral e com uma força de viver invejável. É a personagem mais comovente e de maior destaque no filme, pois a sua coragem e determinação são fonte de inspiração para todos nós. A morte de Andrew Beckett, logo após a sua vitória no processo, deixa o espectador a reflectir mais profundamente sobre o caso, provocando-lhe um grande impacto emocio- nal e tornando assim mais eficiente a sensibilização efectuada pelo filme. Podemos dizer que Philadelphia representa um apelo à nossa consciência e aos nossos valores como ser social e humano que somos, membros de uma sociedade em que a injustiça e discriminação se revelam problemas cada vez mais preocupantes. São 120 minutos cheios de coragem e determinação, um excelente filme, com protagonistas fantásticos – Tom Hanks e Denzel Washington – e uma banda sonora excelente, da responsabilidade de Bruce Springsteen, numa das direcções de referência de Jonathan Demme. A ver ou rever na próxima oportunidade. Joana Martins, João Santos, João Constantino, Lúcia Maçãs, 11º C ARTE E CULTURA ANO 3 - Nº 8 TOQUE DE SAÍDA BIODIVERSIDADE, MEDICINA E PLANTAS No dia 10 de Março, os alunos do 12º B organizaram duas palestras integradas na Semana das Ciências, uma sobre Biodiversidade e outra sobre a Medicina e as Plantas. Ambas as palestras foram proferidas pelo Doutor Jorge Paiva, licenciado em Ciências Biológicas e doutorado em Biologia, que já publicou mais de cinco centenas de trabalhos e proferiu mais de um milhar de comunicações e conferências. O orador contemplou os presentes com duas palestras muito dinâmicas e agradáveis. Na palestra sobre Biodiversidade, compareceram principalmente os alunos e professores convidados. O Doutor Jorge Paiva abordou a diversidade da natureza viva, desde a variedade genética dentro das populações e espécies, à diversidade relativa entre organismos de diferentes ecossistemas. O Doutor Paiva apresentou ainda imagens das suas viagens pelos diferentes continentes, demonstrando que a Biodiversidade deve ser preservada pelo Homem, uma vez que é realmente importante para a sobrevivência de todos. A outra palestra, sobre a Medicina e as Plantas, foi aberta à comunidade local. O orador alertounos para a infinidade de plantas com valores medicinais proporcionadas pela mãe-natureza. Explicou-nos que as plantas que exercem sobre o Homem uma acção farmacológica são denominadas plantas medicinais. Estas plantas ajudam-nos a ultrapassar alguns problemas de saúde mas, se forem consumidas em quantidades excessivas, como têm propriedades tóxicas, podem levar-nos à morte. Ficámos ainda a saber que as plantas aromáticas são assim denominadas porque armazenam UNIDOS PELA TERRA No dia 22 de Abril de 2008, os alunos do 12º B do Externato, em conjunto com os alunos do 2º Ano da Escola do 1º Ciclo da Benedita, realizaram uma saída de campo, organizada pela Câmara Municipal de Alcobaça, à Praia Paredes de Vitória para comemorar o Dia Mundial da Terra. Com o objectivo de conhecer a biodiver- sidade regional, as ameaças à fauna e flora locais e de promover a conservação da natureza e da biodiversidade, os alunos e professores participaram numa actividade que consistia na remoção dos Chorões – Carpobrotus edulis sp – espécie invasora oriunda de África do Sul, que põe em causa a sobrevivência de espécies autóctones. Esta actividade foi precedida por uma aula de campo sobre as espécies exóticas. Por fim, realizou-se um lanche em que tomaram parte os alunos, os professores e as biólogas da CMA. Estas actividades são extremamente importantes, uma vez que promovem a interacção entre os seres humanos e a natureza. Cláudia Santos, Mara Barbosa, Rafaela Santos, Mariana Pereira, Carolina Luís, 12ºB Laboratório Aberto CIÊNCIA DIVERTIDA No dia 11 de Março, o 10º A realizou uma actividade intitulada “Laboratório Aberto”, integrada na “Semana das Ciências”, e coordenada pelas professoras Paula Castelhano, de Biologia e Geologia, e Margarida Alves, de Física e Química. O projecto consistiu na apresentação de experiências divertidas e de fácil compreensão, com bases científicas verdadeiras, a alunos do Ensino Básico das escolas da Benedita – Jardim-de-infância, 1º Ciclo e EB 2 Frei An- tónio Brandão – e teve como objectivos a motivação para a aprendizagem das Ciências e a promoção da educação cívica para a cidadania. Por parte dos alunos do 10ºA e das professoras que coordenaram esta actividade, a opinião é consensual: foi um dia muito cansativo, mas compensador. Os alunos que participaram no “Laboratório Aberto” mostraram-se interessados, principalmente os mais novos, o que também motivou a turma responsável. Na opinião destes nossos CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE colegas mais novos, “foi bué fixe!!!” e “bué interessante”, comentários que a todos deixaram felizes, professores e alunos do 10ºA. Mariana Rodrigues, 10º A óleos essenciais em células secretoras. O Doutor Paiva alertounos também para os efeitos que as plantas podem ter sobre as pessoas – abortivos, diuréticos ou alucinogénios – sendo necessária cautela quando tomamos infusões de plantas. As duas palestras agradaram aos presentes e foi sugerida a realização de novas palestras pelo Doutor Jorge Paiva, pois o público sentiu a importância de ter mais conhecimentos sobre o mundo que nos rodeia e que, em grande parte, ainda nos é desconhecido. Ana Luís, Élia do Carmo, Elsa Belo, Regina Santos 12º B ARTHUR C. CLARKE ASTRÓNOMO E ESCRITOR Nascido em Somerset, Inglaterra, em 1917, tornou-se conhecido pela colaboração no argumento do filme de Stanley Kubrick, 2001 – Odisseia no Espaço, e pela realização da série televisiva O Mundo Misterioso de Arthur C. Clarke. Foi o primeiro cientista a sugerir satélites de comunicações em órbitas geostacionárias e a defender que a exploração espacial poderá originar um novo Renascimento. A sua obra de ficção e de autor de cinema e televisão fica marcada pela divulgação científica (devido ao rigor que a caracteriza) e pela facilidade de comunicação que lhe permitiu chegar aos mais diversos públicos. Outro aspecto relevante da sua obra é a defesa dos valores humanos. Faleceu no Sri Lanka, onde residia, no dia 18 de Março, sem ter visto satisfeitos os três desejos que formulara em Dezembro do ano passado, aquando do seu nonagésimo aniversário: que o mundo adoptasse fontes de energia limpas; que a paz fosse estabelecida no Sri Lanka e que fossem apresentadas evidências da existência de seres extraterrestres. A mensagem de despedida de Sir Arthur C. Clarke pode ser consultada em http:// br.youtube.com/watch?v=3qLdeEjdbWE. Emocionante! Professor Sérgio Teixeira 15 TOQUE DE SAÍDA ANO 3 - Nº 8 A GEOGRAFIA NA SEMANA DAS CIÊNCIAS VIAJAR PELO MUNDO SEM SAIR DO LUGAR Durante a Semana das Ciências, que mais uma vez assinalámos no Externato, a Geografia deu o seu contributo na dinamização de diversas actividades. Recorrendo às Tecnologias da Informação e Comunicação, os professores de Geografia envolveram os alunos em diversos jogos didácticos, de acordo com os conteúdos programáticos do 3º Ciclo. Aprender brincando pode bem ser a expressão que resume o impacto que os jogos tiveram. De facto, os jogos são uma das actividades de que os alunos mais gostam porque mobilizam uma linguagem que lhes é acessível, levando-os para um meio onde se “sentem em casa”. Esta Geografia Interactiva, como decidimos chamar-lhe, procura mostrar novas formas de aprender e de ensinar e é um dos caminhos que também devemos percorrer na sala de aula. Outra das actividades foi a exploração do Google Earth, programa informático que permite, através de imagens de satélite, ver as terras onde habitam os alunos, as suas casas e a sua escola, ter os olhos “do tamanho do mundo”. É interessante registar o interesse com que os alunos procuram os GEOGRAFIA INTERACTIVA No passado dia 13 de Março, decorreu na nossa escola uma actividade, integrada na Semana das Ciências, intitulada Geografia Interactiva. Os alunos que nela participaram, sobretudo os alunos do 3.º Ciclo, puderam lidar com a Geo- grafia de uma forma diferente e apelativa. Utilizando o computador, “viajámos” pelas capitais da Europa, conhecemos e descobrimos as características dos países do Mundo. Apenas com um clic, os nossos conhecimentos geográficos foram postos à prova. Além disso, também nos foi dada oportunidade de ver diferentes perspectivas do nosso planeta através de apresentações de PowerPoint e da utilização do Google Earth. Podemos afirmar que esta EM FOCO NA SEMANA DAS CIÊNCIAS espaços com os quais se identiO repto está lançado e lá nos ficam. encontraremos todos novamente, Mas também cantaram, tam- dia 5 de Junho, na Marcha do Ambém viram e debateram documen- biente. tários e filmes sob temáticas abordadas em aula. Foi também para Professor Ricardo Miguel os alunos que simbolizámos as zonas climáticas nos degraus de acesso ao piso superior do ECB, e também para eles criámos os materiais, porque gostamos de UM BEM ESSENCIAL À VIDA! mostrar que a Geografia pode e deve ser No dia 14 de Abril, no âmbito da Seensinada e aprendida mana das Ciências, uma representante com prazer. da empresa Águas do Oeste proferiu uma palestra para alguns alunos da nossa escola, incidindo, entre outros aspectos, sobre o funcionamento da empresa e sobre a utilização da água de uma iniciativa foi positiva, pois forma sustentável. A empresa Águas do permitiu enriquecer a cultura Oeste é uma concessionária do Sistema geográfica de todos os partiMunicipal de abastecimento de água e cipantes. Sendo assim, é nossaneamento da região Oeste, que sersa opinião que se continuem a ve os municípios de Alcobaça, Alenquer, realizar actividades deste tipo, Arruda dos Vinhos, Azambuja e Cadaval, pois é do agrado dos alunos, entre outros. independentemente do ano Um dos aspectos tratados durante a que frequentem. É também palestra foi o ciclo urbano da água. Deuma forma de os professores pois de ser captada na Natureza, a água poderem complementar os copassa pela ETA, Estação de Tratamento nhecimentos que nos transmide Águas e, após ter sido tratada, está tem nas aulas. pronta para se beber ou utilizar noutros fins, sejam eles domésticos, industriais Catarina Gomes e Cristina Tomás, 9ºH ou agrícolas. Depois de utilizada, e antes de ser devolvida à Natureza, a água passa pela ETAR, Estação de Tratamento de Águas Residuais, de forma a ser sujeita a um processo de tratamento adequado. Também nos foi explicado que, com pequenos gestos, se pode contribuir para um mundo melhor. Por exemplo, fechando a torneira enquanto escovamos os dentes e reduzindo o tempo de banho, são de gases poluentes para podem ser poupadas quantidades consia atmosfera, como Londres, deráveis de água. São pequenos gestos México ou Los Angeles. Por do quotidiano que podem mudar o munúltimo, assistimos a um debado! te sobre a Teoria do Big Bang, Outro aspecto referido na palestra foi que contrapunha a posição a distribuição da água no planeta. Mais científica, defendida pelo de 50% da água da Terra é salina; da cientista Stephen Hawking, à restante, muita é utilizada na indústria e posição religiosa, advogada na agricultura. O que resta de água doce por Deus. é a que utilizamos para uso doméstico, Em 90 minutos, os alunos mas infelizmente alguma dela já está poaprenderam, rindo, o que os luída. professores lhes tentam lecEm suma, esta palestra, não só nos cionar em várias aulas. No fez perceber o importante papel da emfim, saímos com a certeza de presa Águas do Oeste, como nos alertou que o objectivo da actividade para o problema da escassez de água e as expectativas do público potável no nosso planeta. tinham sido alcançados. ÁGUA POTÁVEL POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA E TEORIA DO BIG BANG No dia 12 de Março, os alunos do 10º B assistiram, no anfiteatro 19, a uma apresentação de trabalhos elaborados pela turma do 11º B, e integrados na Semana das Ciências. Os temas eram bem actuais. Acerca da “Poluição Atmosférica”, fomos elucidados sobre os agentes causadores, as consequências a curto, médio e longo-prazo, a intervenção do homem e as medidas preventivas. Explicaram-nos tam- 16 bém, sinteticamente, a Teoria do Big Bang, aclarando as nossas ideias acerca da formação do Universo e da Terra. Assistimos assim a três representações teatrais. A primeira, muito original, explicou de maneira simples, com fantoches, o problema da poluição atmosférica numa cidade industrializada, abordando temas como o smog. O segundo trabalho era também sobre este assunto, porém num contexto mais moderno, sob a forma de jornal televisivo, apresentando as principais cidades afectadas e responsáveis pela emis- Arlete Sineiro e Flávio Santos , 10º B Beatriz Inácio, 8ºG CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE ANO 3 - Nº 8 TOQUE DE SAÍDA CYBERBULLYING Actualmente, as crianças e jovens passam grande parte do seu tempo em contacto com as novas tecnologias, recorrem ao telemóvel para comunicar com os amigos, usam a Internet para enviar mensagens, colocam fotos, músicas e vídeos nos mais variados sítios da Rede. Muitos destes jovens consideram como amigos pessoas que nunca conheceram para além da realidade virtual, e fenómenos da vida real, como é o caso do bullying, instauraram-se também em redes de comunicação. O bullying é um comportamento violento, de intimidação e maustratos, em que vítimas e agresso- res são jovens. O bullying na Internet, conhecido por cyberbullying, ocorre quando os jovens usam a Internet, os telemóveis ou outros dispositivos de comunicação para enviar mensagens de texto, de imagem, vídeo ou som, com o intuito de magoar, embaraçar ou denegrir outro jovem. Estima-se que em Portugal este problema já afecte uma percentagem considerável de adolescentes. A vítima de cyberbullying deve participar o facto à operadora de telecomunicações ou fornecedor de serviços de Internet, e alertar o responsável pelo site onde a agressão foi publicada. Em úl- História de Bits SABE QUANDO SURGIU O PRIMEIRO COMPUTADOR EM PORTUGAL? Sendo da área e pesquisando na web, encontrei uma data que, no mínimo, me surpreendeu. Sabendo que o primeiro computador do mundo foi o ENIAC, que surgiu no ano de 1946, não imaginava que os computadores em Portugal existissem há tanto tempo. Neste país, estas modernidades não aparecem de repente, e ainda para mais na altura do Estado Novo. Os informáticos só existem oficialmente em Portugal a partir de 1974, apesar de um dos primeiros, senão o primeiro, computador electrónico e digital ter sido instalado em 1958 no LNEC. Dava pelo nome de IBM 604 e foi lançado em Maio de 1955 pela Industrial Business Machines, mais conhecida por IBM. Funcionava a transístores e tinha 1350 válvulas electrónicas. Outra máquina importante foi o NCR Elliott 803 e outras fontes referem que este foi de facto o primeiro computador electrónico em Portugal – o IBM 604 era mais do tipo calculadora. Em 1961, o Banco Pinto de Magalhães, no Porto, instala um computador Elliot 803 para executar a segunda posição das contas correntes e o controlo das responsabilidades por letras de todos os seus balcões À pergunta, e antes da pesquisa, teria respondido, com alguma convicção: 30 anos. Professor Paulo Valentim CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE tima instância, deve contactar as autoridades policiais. Não sendo aprazível, é também fundamental armazenar as mensagens de cyberbullying, uma vez que estas poderão servir como prova, em casos de maior gravidade. Mas, como na maioria das situações na nossa vida, a prevenção é o melhor remédio. Para evitar os efeitos nocivos do cyberbullying, é indispensável haver comunicação entre os jovens e os pais e professores. Entender as alterações nos seus comportamentos evita o isolamento e possibilita-lhes a ajuda necessária. Em casa, os pais devem ter em consideração a importância de os computadores com acesso à Internet estarem colocados num espaço comum da habitação, o que lhes permitirá observar o comportamento dos filhos e estar atentos a situações abusivas. Devem também adoptar-se alguns cuidados que previnem o cyberbullying, por exemplo: os programas de mensagens instantâneas (MSN – Messenger, YCQ, etc.) permitem o bloqueio de contactos indesejáveis; certos sítios, como o hi5, myspace e bebo permitem que os jovens mantenham os seus perfis privados e, desta forma, apenas os seus amigos os visualizem; as operadoras de telemóveis também disponibilizam serviços de bloqueio na recepção de certas mensagens e imagens. Uma importante forma de combater este fenómeno nefasto será contribuirmos todos para uma boa educação, não só no dia-a-dia, mas também online, sendo este o método mais seguro contra o cyberbullying. Professor Alexandre Lourenço E-PORTEFÓLIOS O portefólio electrónico, introduzido no passado ano lectivo através da disciplina de Área de Projecto do 8º Ano, será no futuro alargado aos restantes anos do Ensino Básico e, mais tarde, ao Ensino Secundário. Que vem a ser então um portefólio? Segundo C. Silvério, consiste num conjunto de trabalhos que o aluno recolheu, seleccionou, organizou e sobre os quais reflectiu, com o apoio dos professores, procurando demonstrar os conhecimentos que adquiriu e as competências que desenvolveu, evidenciando deste modo a sua evolução ao longo do tempo. Um portefólio pode conter trabalhos de pesquisa, avaliações sumativas, auto-avaliações, fichas de leitura, relatórios, comentários de colegas, de professores e de encarregados de educação. O portefólio privilegia o processo de aprendizagem, espelhando o percurso do aluno, permitindo identificar as suas dificuldades e os seus pontos fortes, bem como os seus interesses pessoais, ajudando assim os professores na definição de estratégias diferenciadas. As tecnologias disponibilizadas pela internet (e-portefólio) adicionaram vantagens à construção de portefólios: maior capacidade de relacionação e de organização dos conteúdos; utilização de novos suportes de informação (vídeo, áudio, imagem, animação); maior facilidade na colaboração dos intervenientes, bem como na publicação dos materiais e no seu acesso. Neste âmbito, o Centro de Competências em TIC da Escola Superior Educação de Santarém desenvolveu um módulo, a integrar no Moodle, para a gestão dos eportefólios dos alunos do Ensino Básico (RePe - Repositório de e-Portefólios Educativos). A escolha do Moodle resulta do facto de quase todas as escolas utilizarem esta plataforma, o que permite a exportação e a importação dos portefólios. O centro dividiu o módulo em 7 itens: I – Identificação institucional do aluno; II – A minha página pessoal – identificação informal do aluno; III – Este ano gostaria de… – reflexão do aluno acerca de si-mesmo e da escola; IV – O meu diário de aprendizagem – reflexão sobre as aprendizagens; V – Os meus trabalhos – gestão dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos; VI – Já consegui… – reflexão final do aluno sobre o trabalho realizado durante o ano lectivo; VII – Agenda Para mais informações, consultar o sítio: http://moodle.crie.min-edu.pt/course/view.php?id=395 Professor Samuel Branco 17 TOQUE DE SAÍDA ANO 3 - Nº 8 UM VEGETAL DE ELEIÇÃO AS ALGAS No mundo ocidental não está muito vulgarizada a utilização das algas como alimento. No entanto, muitos cientistas consideram que as algas podem ser a solução para as carências alimentares de que sofre uma grande parte da humanidade. Não nos podemos esquecer de que três quartos do nosso planeta estão cobertos de água; para além disso, algumas algas desenvolvem-se muito bem na cultura controlada. As algas são os vegetais mais autónomos que existem. Não precisam de rega, nem de adubos ou pesticidas para crescer e reproduzir-se. Constituem, pelo menos em teoria, uma reserva quase ilimitada de alimentos para os peixes e outras criaturas aquáticas, assim como para os seres humanos que se decidam a consumi-las. Vantagens Evitam o bócio quando se ingere pouco iodo com os alimentos, como acontece em certas zonas montanhosas do interior. Um punhado de algas secas acrescentadas a qualquer guisado satisfaz sobejamente as necessidades de iodo de toda a família. Constituem uma boa fonte de cálcio, magnésio e ferro. As gomas ou mucilagens das algas retêm até dez vezes o seu peso em água; assim, incham no estômago e produzem sensação de saciedade, o que as torna muito úteis nas curas de emagrecimento. Além disso, retêm sucos gástricos e actuam como um antiácido natural no estômago. São laxantes: as gomas mucilaginosas das algas tornam as fezes mais volumosas e moles, facilitando uma evacuação suave e fisiológica. Pelo seu conteúdo em iodo, as algas facilitam a produção de hormonas da glândula tiróide. Estas hormonas aceleram a combustão dos hidratos de carbono e das gorduras. Por isso recomendamse as algas em todos os progra- mas de emagrecimento. Um dos efeitos das gomas ou mucilagens das algas é o de impedir a absorção do colesterol no intestino. Portanto, o consumo habitual de algas reduz o nível de colesterol no sangue Inconvenientes O seu sabor lembra o do peixe, e não é bem aceite por algumas pessoas. Têm elevado conteúdo em sódio, pelo que os hipertensos devem comê-las com moderação. São desaconselhadas em caso de hipertiroidismo pela elevada quantidade de iodo que contêm. Professor Miguel Fonseca 25 DE ABRIL ONTEM E HOJE ESCOLA E DEMOCRACIA (Continuação da página 1) Os portugueses não se podiam organizar em partidos políticos, a actividade sindical era proibida e todas as associações cívicas de inspiração democrática eram suspeitas de conspirar contra o governo e a Pátria. Os artistas reprimiam a sua criatividade e o cidadão comum pensava duas vezes antes de emitir a sua opinião sobre o que quer que fosse. Até que ponto seríamos capazes, nós, hoje, de viver assim? O país que temos está longe de ser perfeito, mas um longo caminho já foi percorrido. Dos escombros de um Portugal colonialista, antiliberal e autoritário, consolidámos as bases de uma nação democrática e livre. Os jovens de hoje estudam História de Portugal na escola, mas isso não quer dizer que a conheçam e a amem. O adolescente de quinze anos chega enfastiado à aula e, qualquer que seja o tema proposto, responde invariavelmente: “É uma seca”. As questões políticas são assuntos entediantes que merecem desprezo ou apatia. A classe política é olhada com desconfiança e, muitas vezes, com desdém. Mas talvez não devêssemos ser tão precipitados: afinal, conhecer o passado é a melhor forma de aprender a construir o futuro. Estar atento ao que acontece no país e no mundo é a única forma de compreender os fenómenos sociais e as decisões políticas. Só assim podemos intervir e tomar posição. Neste sentido, os professores (e não só os de História) têm um papel preponderante na formação dos alunos. Mas é também necessário que desperte e se desenvolva em cada um de nós a consci- 18 ência de que somos futuros cidadãos e devemos, individualmente, investir na nossa formação. Mais de dois mil anos nos separam de Aristóteles e da democracia grega, mas continuamos a ser o animal político, aquele para quem viver em sociedade é a única forma de assumir a sua humanidade. Não nos limitamos a viver; a nossa vivência é uma convivência, isto é, vivemos com os outros numa polis que já não é só a cidade, mas a nação e também o mundo. Ora a política diz respeito à intervenção cívica no espaço humano, lugar de coabitação e de vivência colectiva. Todos nós, jovens, devemos estar conscientes disso. Num Estado democrático, a actividade política não deve ser apanágio de um grupo de iluminados, participar é um imperativo que se impõe a todos. Não nos podemos alhear da realidade e ficar à espera que outros decidam por nós. Não devemos restringir a nossa participação à mesa do café ou às tertúlias com amigos. Devemos estar atentos, informados, desenvolver um espírito crítico, debater ideias e ser capazes de apontar soluções. Em suma, é necessário que os jovens de hoje – os homens de amanhã – estejam convenientemente preparados para o exercício da cidadania. Por tudo isto, apelo aos jovens aqui presentes e a todos os que demonstram gosto pela política e pela intervenção cívica que lutem por um país melhor, mais justo e solidário. Que sejamos uma geração persistente, empenhada e capaz de mudanças. Que sejamos uma geração de ideias e trabalho, que não se demite e que luta pelo bem comum, capaz de consolidar esta jovem democracia e que honre o espírito da Revolução que hoje comemoramos. Em liberdade, e sem abutres, (mais uma vez Sophia) ou «poderemos Abril ter perdido/ O dia inicial inteiro e limpo/ Que habitou nosso tempo mais concreto». Marta Santos, 11º A http://www.improvisacoesemdomenor.blogspot.com/ OLHAR CIRCUNDANTE ANO 3 - Nº 8 TOQUE DE SAÍDA ENIGMAS 1. Os cubos Quantos cubos são necessários para formar a torre que se encontra na figura? 2. O alvo No seguinte alvo obtém-se uma certa pontuação se ao disparar uma flecha esta cai na zona B, e outra pontuação se cai na zona A. O António lançou 3 flechas ao alvo; 1 caiu na zona B, e 2 na zona A, e obteve 17 pontos. O David também lançou 3 flechas; 2 caíram na zona B, e 1 na zona A, e obteve 22 pontos. Quantos pontos são atribuídos a uma flecha que cai na zona A? 3. Calendário Um determinado ano tem 53 domingos. Será possível que nesse ano o dia 8 de Março seja a uma 6ª feira? 4. A aposta O Ricardo e a Paula estão sentados nas suas motas, parados numa estação de serviço da auto-estrada Porto-Lisboa, a descansar um pouco antes de prosseguirem viagem. Entretanto observam que os carros que circulam na auto-estrada podem ser agrupados O OITAVO DA RECICLAGEM em três categorias: •Rápidos - que circulam a velocidade constante de 120 Km/h; •Médios - que circulam a velocidade constante de 90 Km/h; •Lentos - que circulam a velocidade constante de 60 Km/h; Observam também que o tempo que decorre entre a passagem de dois carros da mesma categoria é de 10 segundos. Então o Ricardo diz à Paula que, uma vez que ela viaja sempre a 90 Km/h, o número de carros que ela ultrapassar será igual ao número de carros que a ultrapassarem. A Paula responde “Estás enganado” e propõe a seguinte aposta: “Dou-te 100 euros por cada carro que me ultrapassar antes da próxima estação de serviço e tu dás-me 100 euros por cada carro que eu ultrapassar”. A próxima estação de serviço dista 90 Km. Algum deles terá lucro com a aposta? Se sim, quanto? 5. O Concorde A bordo de um Concorde vão 201 pessoas de 5 nacionalidades diferentes. Sabe-se que em cada grupo de 6 pessoas, pelo menos 2 têm a mesma idade. Mostra que, no avião, há, pelo menos, 5 pessoas do mesmo país, da mesma idade e do mesmo sexo. Durante o mês de Abril, alguns alunos do 12º B realizaram palestras para seis turmas do 8º ano, no âmbito do programa Eco-Escolas, com o intuito de promover hábitos de separação de lixo e de tratamento de resíduos, assim como para dar informações sobre a importância desta prática. O projecto Eco-Escolas é um programa internacional que pretende sensibilizar a população e os alunos para as questões do ambiente e para tentar travar a destruição do nosso Planeta Azul. Durante as palestras houve uma boa interacção entre os intervenientes e grande curiosidade por parte dos alunos, que tentaram perceber e desenvolver competências que lhes permitam sensibilizar os pais e a comunidade: reciclar é preciso, quase tanto como respirar, e é destes pequenos gestos que a consciencialização deve ser feita. O respeito por todos e pelo mundo é cada vez mais necessário. Ana Ferreira, Bebiana Santos, Joana Cavadas e Vânia Silva, 12ºB As soluções do nº7 encontram-se na página web:: htt://www.externatobenedita.net Microsoft e Adobe SUDOKU NOVOS LANÇAMENTOS É um puzzle lógico, num quadrado de nove linhas por nove colunas, organizado em regiões de 3x3. Use algarismos de 1 a 9, de modo a que cada algarismo apareça uma única vez em cada linha, coluna, ou região de 3x3. Não é necessária qualquer operação aritmética. Aqui ficam três exemplares, de graus de dificuldade diversificados. Divirta-se! 5 1 2 7 8 9 2 7 7 4 6 7 8 6 1 2 9 9 2 1 6 4 8 3 6 7 4 5 9 8 5 1 5 8 3 6 4 1 7 8 8 4 5 9 3 7 3 7 8 6 1 9 2 4 5 9 6 2 4 5 6 9 2 PASSATEMPOS E CURIOSIDADES 7 3 2 8 Fácil 3 3 1 Médio 2 3 4 8 3 1 1 4 8 Difícil 8 1 1 3 8 2 1 8 9 5 4 5 2 6 A Microsoft anunciou no dia 14 de Março que vai lançar em 2010 o novo Sistema Operativo denominado “Windows 7”. O “Vista” tinha sido lançado a 30 de Novembro de 2006 para fabricantes de computadores, e a 30 de Janeiro de 2007 para utilizadores finais. Mas o Vista ainda deixa muito a desejar e, só passado um ano após o seu lançamento, foi disponibilizado o Service Pack 1 que permite resolver incompatibilidades com a maioria do software e hardware. Outro destaque foi o facto de a Microsoft ter sido obrigada a adiar o lançamento do SP 3 para o XP devido a um erro encontrado à última hora. Outra grande empresa mundial, a Adobe, lançou o Adobe Media Player que permite visualizar vídeos online e off-line. Este programa tem vários recursos, como um Catálogo, que descobre novos programas de TV online; o recurso Vídeos Pessoais, que permite transmitir e fazer download dos vídeos favoritos para o computador; a secção dos Favoritos, que permite fazer downloads automáticos de episódios dos nossos programas favoritos; por último, a secção de Novos Episódios permite gerir os episódios de séries televisivas. Este software ainda só está disponível em Inglês dos Estados Unidos e é gratuito. Nelson Pestana, 10ºG 19 TOQUE DE SAÍDA ANO 3 - Nº 8 MÓDULO PADRÃO Trabalhos sobre módulo padrão, realizados pelos alunos do 8º ano, turmas B, C e F, no âmbito das disciplina de Educação Visual, usando a técnica da colagem de papel de lustro colorido em papel cavalinho. Mosteiro dos Jerónimos JÁ FOI AO MUSEU NACIONAL DE ARQUEOLOGIA? Pode visitar o site deste museu em www.mnarqueologia-ipmuseus.pt Vale a pena! Em 2002, foi considerado o melhor do mundo. Recebeu o prémio “Web d´Art d´Or” num festival de audiovisual e multimédia para profissionais que trabalham em instituições culturais e museológicas. É excelente pela qualidade e riqueza da informação que nos oferece, em concreto a respeitante às visitas virtuais. Podem visitar-se exposições que estão a decorrer, algumas já passadas, e outras inteiramente virtuais. No caso da exposição virtual Mosaicos Romanos, podem encontrar-se exemplos retirados de locais arqueológicos de todo o país, com destaque para os mosaicos de Póvoa de Cós, Alcobaça; São Sebastião do Freixo, Batalha; e Martim Gil, Leiria. Todas as peças do acervo podem ser pesquisadas atendendo às características específicas de inventário. No site há ainda lugar para a “peça do mês”. Todos os meses uma peça é eleita e, sobre a mesma, encontramos uma grande variedade de informação. Com certeza que depois desta visita vai querer ver com os seus próprios olhos tudo o que o museu tem para lhe oferecer, apesar de a visita virtual ser deveras rica e completa. Aqui fica portanto a informação: o MNA fica sedeado no edifício do Mosteiro dos Jerónimos, na Praça do Império, em Lisboa, e pode ser visitado de terça a domingo, entre as 10h e as 18h. Pela Internet, pode visitá-lo em qualquer dia e a qualquer hora. COLABORARAM NESTE NÚMERO Além dos membros permanentes da equipa do jornal: a Associação de Estudantes; as turmas B, C e F do 8º Ano; os alunos Alexandre Coelho, Ana Ferreira, Ana Luís, Arlete Sineiro, Beatriz Inácio, Beatriz Silva, Bebiana Santos, Bruna Cruz, Carla Serralheiro, Carolina Luís, Catarina Gomes, Cláudia Santos, Cristina Tomás, David Susano, Élia do Carmo, Elisa Belo, Fátima Santos, Filipa Isabel Serrazina, Flávio Santos, Inês Pereira, Joana Cavadas, Joana Martins, João Constantino, João Pestana, João Santos, Laura Gonçalves, Lúcia Maçãs, Mara Barbosa, Mariana Pereira, Mariana Rodrigues, Marina Rosário, Marta Pimenta, Marta Santos, Mónica Fialho, Nelson Pestana, Nuno Filipe Pena, Rafaela Santos, Regina Santos, Samuel Pereira, Susana Coito, Telmo Coito, Vanessa Fialho e Vânia Silva; as professoras de Francês; o grupo organizador do Festteatro; os professores Alexandre Lourenço, Ana Luísa Quitério, Ana Paula Barosa, Domingos Martinho, Isabel Neto, Paula Cristina Ferreira e Ricardo Miguel. E ainda a psicóloga Margarida Ferreira e a educóloga estagiária Cristiana Carvalho. 20 Professora Lurdes Goulão A ESCOLA É FIXE Beatriz Silva, 10ºF ARTE E CULTURA
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