ano lectivo 1964/1965 a 1ª turma do ecb

Transcrição

ano lectivo 1964/1965 a 1ª turma do ecb
DESTAQUES
NAS TERRAS FUNDAS
DO VALE
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TERRA - UM PLANETA
EM PERIGO
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externatobenedita.net
O PRIMEIRO GIGANTE
SUPERSÓNICO
ANO LECTIVO 1964/1965
A 1ª TURMA DO ECB
No âmbito das comemorações dos 45 anos do
Externato Cooperativo da Benedita, o Toque de
Saída traz aos seus leitores a 1ª e única turma da
escola no ano lectivo de 1964/1965.
Estes jovens iniciaram no Externato o seu percurso académico. Depois, alguns prosseguiram os
estudos, acabando a sua formação em diversos
cursos. Outros, ingressaram na vida profissional.
Anos mais tarde, foi também o ECB que acolheu
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os seus filhos e que, muito
provavelmente, receberá os
seus netos.
Na foto podemos ver, da
esquerda para a direita, e
com ar de quem está a posar
para uma foto histórica, esses mesmos alunos: Carlos
Alberto Marques Bernardino,
Artur Ferreira Jorge, José
dos Santos Primo, João Marques Serralheiro, Luís António Mateus do Carmo Ferreira, Adérito da Silva Ferreira,
Manuel Guerra Figueiredo,
João Ivo Ribeiro Peralta, Maria Antónia da Silva Ferreira,
Maria Helena da Silva Radamanto, Piedade Catarina Jorge, Maria Natália
Marquês Serrazina, Maria Isabel da Silva Castelhano, Maria Celeste Ribeiro Filipe.
Acompanhando a turma, podemos ver o então
Director, Dr. António Gameiro da Silva, e o Sr. Padre Tiago Delgado Tomás.
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ENTREVISTA A
JULIANA MARTINS
Vencedora do Concurso
Nacional Escrita em Dia
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J. D. SALINGER,
O ESCRITOR DA
SOLIDÃO
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COISAS MINHAS E DE
MAIS ALGUÉM
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Professora Maria José Jorge
BENEDITA SEM
BARREIRAS
NO ATELIÊ DO ARQUITECTO
SOUTO MOURA
Torna-se difícil traduzir por palavras o dia
que vivi, tal a bola gigante de emoções que
se forma dentro de mim quando penso em tal
acontecimento! Mas comecemos pelo princípio (claro!).
Num chuvoso dia doze de Janeiro, daqueles em que ainda cheira a Natal, quatro membros do ECB embarcaram numa bela viagem
até à cidade do Porto, a fim de visitar o ateliê
do arquitecto Eduardo Souto Moura. Quem?
Eu, a minha amiga Beatriz (e assim ficámos
Beatriz 2) e as professoras Rita e Ângela, de
Educação Física. Porquê? Parte do prémio
do projecto Talentos ECB, cuja gala se realizou em Junho de 2009 e na qual, entre muitos vencedores artistas, decidiram atribuir-me o
primeiro lugar.
Chegámos ao Porto um pouco antes do almoço e decidimos ir até à Faculdade de Arquitectura. Uns edifícios bem catitas, digo-vos. Despidos,
COMO AVALIAR UM
SISMO
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TOQUE DE SAÍDA
Trianual - Março de 2010
Ano 5 - Número 13 - 1,00 €
Director
Alfredo Lopes
Chefe de Redacção
Soledade Santos
crus, mas onde se respirava conhecimento. Enfiámos por ali dentro, quais estudantes atarefadas,
e visitámos a biblioteca. Confesso: nada de mais,
comparada com a da nossa escola!
Beatriz Serrazina, 12ºF
(Continua na página 10)
Externato Cooperativo da Benedita
Rua do Externato Cooperativo
Apartado 197 2476-901 Benedita
[email protected]
TOQUE DE SAÍDA
ANO 4 - Nº 13
Editorial
Esta edição do Toque de Saída é perceptivelmente atravessada pela inquietação acerca
das alterações climáticas e pelo desejo, manifesto em artigos, projectos e iniciativas das
turmas, de procurar estratégias que permitam
inflectir o que, nos nossos piores receios, parece ser já um caminho sem volta – a degradação do ambiente a ponto tal que a sobrevivência de numerosas espécies, incluindo a
nossa, se encontrará comprometida. Os tíbios
resultados de iniciativas internacionais como
a Conferência Climática de Copenhaga, associados a desastres naturais como o que ocorreu recentemente na Madeira e que parecem
suceder-se a um ritmo inaudito, avolumam o
pessimismo com que encaramos o futuro.
Às incógnitas acerca do rumo que a nossa
cultura e modo de vida tomarão, à perplexidade com que encaramos os moldes em que
se vai configurando a sociedade – frequentemente apercebida como desumana e estranha
– vem-se somando a insegurança face à Natureza, cujos segredos, em séculos passados,
confiámos que um dia iríamos conhecer através da força da nossa Razão e do desenvolvimento da ciência. Hoje, o sentir colectivo é
outro, menos dado ao optimismo.
E contudo, arriscaria dizer que todos os
tempos foram tempos de mudanças desconfortáveis e de escolhas difíceis, e que só a posteriori o devir histórico pode semelhar uma estrada familiar e erma de ameaças. O que terão
sentido os nossos avós, por exemplo, cujas
vidas atravessaram uma terrível guerra mundial que alterou profundamente o mundo que
conheciam? Que viram o nascimento da televisão, a vulgarização dos automóveis, o início
das viagens espaciais, a explosão tecnológica
da última década que reconfigurou profundamente a sociedade e as relações humanas?
Talvez o nosso tempo não seja afinal, mais
que os outros tempos, uma encruzilhada civilizacional, mas é-o, pelo menos, tanto como
foram os que o precederam. E temos dolorosa
consciência de que a medida do nosso impacto
sobre o planeta não tem precedentes na história da humanidade. Sabemos, e sabem-no
os nossos alunos, que reiteradamente o afirmam nos seus artigos, que da coragem e da
clarividência com que tomarmos em mãos os
desafios que as circunstâncias dispuseram,
dependem as próximas etapas desta viagem
da nave Terra.
Que haja bons ventos e marés. Que saibamos tomá-los.
Professora Soledade Santos
Condolências
Aos professores Teresa Agostinho, Acácio
Castelhano e Deolinda Castelhano, os seus
colegas do Toque de Saída apresentam sentidas condolências pelo falecimento dos seus
familiares.
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ACONTECENDO
A Semana das Línguas decorre de 1 a
5 de Março e inclui dramatizações; jogos
pedagógicos; ateliê de leitura criativa, pela
escritora Isabel Ricardo Amaral; recriação
de personalidades das culturas francesa e
inglesa; conferência sobre o acordo ortográfico, pelo Prof. Dr. Malaca Casteleiro;
apresentação dos Cadernos III do ECB; e
um Sarau Cultural no CCGS, a encerrar o
programa.
Ao longo do 2º Período, têm lugar as
Olimpíadas de Química, as de Física e as
de Matemática, bem como o Campeonato
Nacional de Jogos Matemáticos.
Também no 2º Período, e concluída a
formação em Biotecnologia, creditada pela
Ordem dos Biólogos, com 21 docentes, 12
deles de outras escolas, decorre o curso de
formação para professores, “Valores, Sexualidade, Cidadania e Educação Cívica”,
creditado pela Associação para o Planeamento Familiar.
Ainda durante este período, decorrem
actividades conducentes à assinatura de
um protocolo entre o ECB e a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica, extensão de Caldas da Rainha.
A 16 de Março, palestra no CCGS, sobre Cister. E na última semana do período,
a Semana das Ciências, com Laboratórios
Abertos, exposições, palestras.
De 21 a 25 de Abril, a Feira do Livro.
Entre 7 e 10 de Maio, actividades de comemoração do Dia da Europa. Quanto à Semana Cultural, decorre este ano de 10 a 15
de Maio e inclui o Festteatro, a Semana da
Informática e a Semana das Artes.
Director do Jornal: Alfredo Lopes
Redacção:
Deolinda Castelhano
Luísa Couto
Soledade Santos (Chefe de redacção)
Teresa Agostinho
Marketing e vendas:
Maria José Jorge
Composição gráfica:
Nuno Rosa
Paulo Valentim
Samuel Branco
Equipa de Reportagem:
Acácio Castelhano
Ana Duarte
Ana Luísa Quitério
Clara Peralta
Estela Santana
Fátima Feliciano
Graça Silva
José Cavadas
Maria de Lurdes Goulão
Ricardo Miguel
Sérgio Teixeira
Valter Boita
Impressão: Relgráfica, Lda
SUMÁRIO
Escola viva
No ateliê do arquitecto Souto Moura
1
Medir os céus para dominar a Terra
3
A visita de estudo da minha turma
3
Há ciência na serra
3
Itinerários de Cister
4
Eco-Rap
4
Inter-escolas EMRC
5
Gabinete de Psicologia
6
Fontes de prazer e de lazer
6
Seminário Eco-Escolas
7
Projecto escola electrão
7
Frequentar uma eco-escola
7
Entrevista a Juliana Martins
13
Quadro de mérito
20
Semana das Línguas
20
Notícias Projecto Crescer
21
XVII Rally Paper ECB
24
Ciência, Tecnologia e Ambiente
Biodiversidade
7
Morcegos - conhecer e preservar
8
Momentos de ciência
8
Terra - planeta em perigo
8
Aqua furonis
9
Ovar acolhe jovens repórteres do ECB
9
Actividades seguranet 2008/2009
10
Preocupas-te?
10
O primeiro gigante supersónico
11
O aquecimento global
12
Como avaliar um sismo
12
O twitter e a educação
19
Arte e Cultura
Nas terras fundas do vale
5
Morreu Salinger, o escritor da solidão
14
Lou Andreas Salomé
14
Entre livros
15
Sugestão de leitura
15
Porque cultura é fundamental
15
Evocação de Maria Veleda no CCGS
16
Olhar Circundante
Censo conta os casais homossexuais
6
Ana Free na Benedita
16
Black Magic - José James
18
Avatar - o triunfo do 3D
18
2010 - o ano de todas as celebrações
18
Benedita sem barreiras
19
A socioesfera
19
Gravidez na adolescência
21
Abuso sexual - ingenuidade ou maldade?
21
O Lugar da Memória
Recriar o Mundo
1
17
Mente Sã em Corpo São
O tomate
22
Higiene pessoal faz a diferença
23
Notícias do xadrez
23
As receitas da Isabel
23
Passatempos
22
Tiragem: 500 exemplares
Preço avulso: 1,00 €
ESCOLA VIVA
ANO 4 - Nº 13
TOQUE DE SAÍDA
NOTÍCIA DE UMA VISITA
MEDIR OS CÉUS PARA DOMINAR A
TERRA E AQUÁRIO VASCO DA GAMA
No passado dia 12
de Janeiro, a turma
do 10ºC deslocou-se
a Lisboa a fim de visitar o Aquário Vasco
de Gama e também a
exposição “Medir os
céus para dominar a
terra”, que estava patente no Museu de Ciência da Universidade
de Lisboa, antiga Escola Politécnica.
Esta
exposição
surge no decorrer do
Ano Internacional da
Astronomia e, na visita guiada, pudemos
observar de que forma se ensinava e com
que instrumentos se
aprendia, na Escola
Politécnica de Lisboa.
Ainda no museu, estivemos num pequeno planetário onde
observámos diversas
constelações,
galáxias e estrelas que se
podem observar num
céu estrelado.
Da parte da tarde
dirigimo-nos ao Aquário Vasco da Gama
onde tivemos uma
palestra sobre a biodiversidade. Falaramnos sobre os diversos
filos, principalmente
dos animais aquáticos. À medida que
íamos visitando os
aquários a guia dava-
nos explicações detalhadas sobre os animais que estávamos a
observar.
Tivemos experiências novas, como a
oportunidade de tocar em cenouras-domar, estrelas-do-mar,
caranguejos eremita
e ouriços-do-mar; observámos a alimenta-
ção das otárias (leões
marinhos); e aprendemos, ainda, a diferenciar os peixes ósseos
dos peixes cartagíneos.
ESCOLA VIVA
nos
proporcionaram
momentos de verdadeiro conhecimento.
Constatámos que a
Serra, embora esteja
presente diariamente
no nosso horizonte,
era para alguns de
nós
desconhecida.
Através de passeios
pedestres,
observá-
mos estruturas geológicas do Maciço
Calcário Estremenho,
como dolinas, úvalas,
campos de lapiás, o
Polje de Minde. Descobrimos também aspectos característicos
da fauna e da flora da
Serra, assim como aspectos relacionados
Foi no passado dia 12 de Janeiro que
a turma D do 10º ano, que frequenta o
curso de Ciências e Tecnologias, realizou a sua visita de estudo ao Museu da
Ciência da Universidade de Lisboa e ao
Oceanário.
A visita, organizada pelas disciplinas
de Física e Química A e de Biologia e
Geologia, foi condicionada pelo mau
tempo, que provocou atrasos nas deslocações e reduziu o tempo de que dispúnhamos para conhecer o museu, mas
os alunos não deixaram de apreciar este
circuito. Quanto ao Oceanário, ficámos
um pouco desiludidos, pois desejaríamos muito mais tempo para desfrutar
daquele espaço. Aqui, o principal foco
das atenções foram as lontras – o Eusébio e a Amália.
Apesar de tudo, foi uma boa visita de
estudo, que todos gostaríamos de repetir.
Daniel Agostinho, 10º D
Daniela Gonçalves,
Filipa Domingos e
Susana Querido,
10º C
ACORDO
ORTOGRÁFICO
Há Ciência na serra
Nos dias 18 e 19 de
Fevereiro, a turma do
12º A do ECB foi de visita de estudo à Serra
D’ Aire e Candeeiros,
no âmbito das disciplinas de Geologia e
Área de Projecto. Esta
saída de dois dias foi
acompanhada
por
guias do PNSAC, que
A VISITA DE ESTUDO
DA MINHA TURMA
com a vivência das
próprias populações:
maroiços,
cerebróides, casinas.
Por fim, foi importante a visita guiada
que fizemos a um aerogerador e à respectiva central de controlo. Descobrimos que
este tipo de energia
renovável está completamente integrado
na vida da Serra D’
Aire e Candeeiros.
Agradecemos
aos
guias e especialmente
à Drª Maria de Jesus
Fernandes por nos ter
proporcionado esta visita.
Integrada na Semana das Línguas, e
decorrendo da apresentação do número
III dos Cadernos do ECB, teve lugar, no
dia 2 de Março, no CCGS, uma palestra
sobre o Acordo Ortográfico, pelo Prof.
Dr. Malaca Casteleiro, da Universidade de Lisboa, o qual colaborou também
neste número dos Cadernos.
Alunos do 12º A
3
TOQUE DE SAÍDA
ANO 4 - Nº 13
ITINERÁRIOS DE CISTER
PATRIMÓNIO CULTURAL E ENSINO
No âmbito do Projecto “Nas
Rotas de Cister”, decorreu no dia
4 de Dezembro, no Auditório do
Centro Cultural Gonçalves Sapinho, a Conferência Itinerários
de Cister, Património Cultural e
Ensino, proferida pelo Professor
Doutor Saul Gomes, doutorado
em História da Idade Média pela
Universidade de Coimbra. Membro da Sociedade Portuguesa de
Estudos Medievais e autor de diversas obras ligadas à temática
cisterciense, Saul Gomes recebeu em 1999 o Prémio Ciência da
Fundação Calouste Gulbenkian
pela obra Intimidade e Encanto.
O Mosteiro Cisterciense de Santa
Maria de Cós (Alcobaça), em coautoria com Cristina Pina e Sou-
sa.
Numa abordagem histórica,
Saúl Gomes fez-nos percorrer os
caminhos da Ordem de Cister,
desde a sua fundação, em 1098,
pelo abade beneditino Robert de
Molesnes, até à sua fixação em
Portugal entre 1143 e 1144, com
o abade Bernardo de Claraval,
através da filiação da Abadia de
S. João de Tarouca no Mosteiro
de Claraval e na Ordem de Cister,
e em particular em Alcobaça, em
1153, quando a Ordem recebe das
mãos de D. Afonso Henriques os
Coutos de Alcobaça, onde se irá
erguer a grande Abadia de Santa
Maria de Alcobaça.
Das suas palavras, retiramos
as seguintes ideias:
“Cister é um estado de espírito, um sonho, um grande milagre
que surge nos finais do século
XI”. Os monges de Cister, imbuídos de uma ideia de cultura, de
religião e de civilização que é já
uma ideia de Europa, representam a renovação da Igreja e da
espiritualidade, a renovação da
atitude do monge no Mundo, no
qual intervém para erradicar a
fome, a pobreza, a guerra.
O Mosteiro de Alcobaça é o
maior em Portugal e dos maiores
de toda a Europa e, até 1834, o
mais rico de Portugal. São mais
de 400 Km2 de terras, com uma
costa atlântica importantíssima
do ponto de vista económico: porto de mar, exportação de madeiras, construção naval, comércio
internacional entre o Norte da
Europa e o Mediterrâneo, pesca,
as aguadas, a Senhora da Nazaré, zona de devoção dos cruzados
que se dirigem em peregrinação à
Terra Santa e que faz parte também da estrada marítima de Santiago de Compostela até Itália.
Esta importância económica
justifica o esforço de ocupação
e exploração deste território por
parte de D. Afonso Henriques. É
um presente a Bernardo de Claraval pelo apoio prestado na organização do processo de conquista
da cidade de Lisboa. D. Afonso
Henriques tenta ainda o apoio de
Bernardo de Claraval para o seu
projecto de monarquia portuguesa, um apoio diplomático junto da
Santa Sé. Alcobaça está, assim,
implicada no nascimento de Portugal.
A vinda dos Cistercienses para
Alcobaça é um prémio e é uma
casa de cultura que se constrói,
de sustentabilidade da identidade
e da ideia de Portugal. Sem Alcobaça não haveria uma cultura portuguesa.
Mas Alcobaça é também um
projecto europeu. No Ocidente da
Europa (o “fim do Mundo” na Idade Média), Alcobaça tem uma importância central no espírito e na
Europa cisterciense: a importância dos valores e dos princípios
da solidariedade.
Cister é uma realidade acima
de tudo espiritual, que não envelhece, pois há crenças que não
têm idade. Também a ideia de
Portugal não envelhece, há princípios de cultura, de filosofia, de
política que não têm tempo.
“Alcobaça é uma construção
para a eternidade, património
imaterial e intangível que é eterno”.
Eco-Rap destes alunos, aqui fica
a letra para irem trauteando por
aí:
melhorar, não podes abrandar.
-Se a escola queres limpar, deixa de a sujar.
-Se a continuares a sujar, o
mundo vais prejudicar.
-Se um eco-habitante queres
ser, o mundo tens de proteger.
-Se um eco-estudante queres
ser, a escola tens de defender.
-Se um eco-aluno queres ser,
regras vais ter de aprender.
-Ao fumar tens de reparar que
o fumo que estás a libertar nos
está a prejudicar.
-Se uma vida melhor queres ter,
ajuda a terra a crescer.
Professora Teresa Agostinho
ECO-RAP
Os alunos do 8º H estão de parabéns, não só pela grande preocupação que têm em relação aos
problemas ambientais, como ainda pelo trabalho que têm vindo a
desenvolver em prol da defesa do
ambiente.
No final do primeiro período, na
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festa de Natal, quem é que não se
recorda do rap em versão reduzida que alertava para os cuidados que devemos ter em relação
a recursos tão preciosos como a
água, a energia, o ar? Se não tiveram oportunidade de assistir à
festa de Natal e não ouviram o
Se a tua escola limpa queres
ter, isto nos vais ajudar a fazer:
- Se a tua casa é uma lixeira,
não faças na tua escola a mesma asneira!
-Se o mundo queres salvar, começa já a reciclar.
-Se a água queres poupar, a torneira tens de fechar.
-Se a electricidade queres poupar, os interruptores tens de
controlar.
-Para o mundo sorrir, não vais
poder poluir.
-Se o mundo queres salvar, não
o podes estragar.
-Mesmo que o mundo comece a
Professora Ana Duarte Salazar
ESCOLA VIVA
ANO 4 - Nº 13
TOQUE DE SAÍDA
NAS TERRAS FUNDAS DO VALE
Fotografias de José Frade
Nos dias 6 e 7 de Fevereiro,
no Centro Cultural Gonçalves Sapinho, pôde assistir-se, com uma
plateia lotada, a um dos mais belos espectáculos a decorrer na
área da arte comunitária, em que
a música e a dança imperaram,
com muito ritmo e sensualidade.
“Artistas e Populações nas Terras Fundas do Vale” foi o nome
desta encenação dirigida por Madalena Victorino, coreógrafa que
recebeu, no dia 8 de Fevereiro de
2010, da Sociedade Portuguesa
de Autores, o prémio Autor 2009
para a melhor coreografia. A parte musical do espectáculo foi da
responsabilidade de Carlos Bica.
A “Banda do Vale”, dirigida por
Bica, actuou ao vivo, conquistando de imediato o público e dando
um forte contributo para o sucesso deste espectáculo que, para
além da dança e da música, ainda
incluiu o teatro.
Em que é que consiste, então,
o “Vale”? É um misto de tribalismo primordial com contemporaneidade temática; é uma grande
produção coreográfica e musical,
inspirada na vida da comunidade
do Vale do Tejo, um espectáculo
que conduz o espectador a um
determinado contexto epocal, envolvendo-nos pela magia que os
movimentos e a música se permitem denunciar. Além de 7 artistas
profissionais (actores e bailarinos), participaram 30 “artistas” locais, voluntários e sem técnica de
dança, mas que subiram ao palco
juntamente com os artistas profissionais.
O espectáculo, produzido pela
Artemrede, é um projecto de cria-
ção artística regional que parte
do património dos lugares e das
gentes do Vale do Tejo  e tem a
particularidade de ser diferente e
único em cada local por onde passa, pois os 30 participantes locais
não se repetem.
O Toque de Saída saúda todos
os artistas envolvidos no projecto
e felicita a coreógrafa Madalena
pelo prémio nacional atribuído.
Professores Clara Peralta e
Valter Boita
Inter-Escolas EMRC
Os alunos de Moral do
secundário, do Externato
Cooperativo da Benedita,
tiveram a oportunidade de
viajar até Peniche, no dia
21 de Janeiro, para partiESCOLA VIVA
lharem as suas experiências com outros alunos.
O “Encontro do Secundário de EMRC” começou
logo de manhã cedo, mesmo antes de chegarmos a
Peniche. Enquanto íamos
pelo caminho, já cantávamos e conversávamos.
Arranjámos uma canção
que distinguisse o ECB de
todas as outras escolas,
porque para nós a nossa
escola é sempre a melhor!
Quando chegámos a
Peniche, tivemos uma recepção muito calorosa por
parte dos alunos da escola
organizadora, que nos vieram receber. Com guitarras, novas músicas para
aprender e muito entusiasmo, partimos em direcção
ao auditório do Centro Comunitário de Peniche.
No auditório, tivemos
uma breve apresentação
de todas as escolas, para
podermos saber quem
seriam os nossos companheiros naquele dia. Gritámos pela nossa escola
a plenos pulmões. E antes
de assistirmos a um pequeno debate com a intervenção do director da
Secretaria Diocesana do
Ensino Religioso, de um
professor e de três alunos,
em que o tema tratado foi
“Moral no Secundário faz
Sentido!”, tivemos ainda a
oportunidade de aprender
novas canções.
Almoçámos num simpático parque e voltámos
para a diversão, onde nos
esperava um grupo de
cantores que nos animaram e fizeram dançar o
resto da tarde. Até mesmo os professores de Moral entraram no espírito e
foram para cima do palco
dançar!
Para nos despedirmos
de Peniche e daquele
dia, demos uma caminha-
da pela praia. Ouvimos o
bater das ondas, conversámos sobre aquele dia
cheio de experiências e
voltámos para as nossas
casas mais cheios de amor
e partilha.
Com
este
encontro
aprendemos uma grande
lição. Enquanto a Matemática forma matemáticos, a
Biologia, biólogos, a Filosofia, filósofos, e a Contabilidade, gestores, EMRC
forma pessoas, forma cidadãos.
Foi um dia diferente, repleto de festa, divertimento e convívio. Como dizem
os alunos de Moral de Peniche, Moral uma vez, Moral sempre!
Maria Vicente, 11º B
5
TOQUE DE SAÍDA
ANO 4 - Nº 13
Gabinete de psicologia
O Gabinete de Psicologia do ECB desenvolve algumas actividades complementares
que visam contribuir para o adequado desenvolvimento dos alunos no domínio académico,
social e familiar, bem como no planeamento
do seu projecto de vida. Estas actividades são
promovidas, em particular, pelo Gabinete de
Apoio ao Aluno e à Família, e pelo Núcleo de
Orientação Vocacional.
profissionais, procurando a mais adequada a
cada aluno; revelar interesses e motivações,
personalidades e competências, expectativas e valores; aconselhar, fazendo convergir
a oferta educativa, formativa e/ou profissional
com o diagnóstico prévio, facilitando deste
modo a tomada de decisão.
Ana Cláudia Ribeiro
Estagiária do Curso de Marketing e Comunicação
O NÚCLEO DE ORIENTAÇÃO VOCACIONAL
No 9º ano, os alunos estão numa fase importante e decisiva das suas vidas, é o momento de pensarem no futuro. Para isso, podem contar com o apoio dos pais, professores
e colegas, e também com as sessões de orientação vocacional. Em que consistem?
A orientação vocacional consiste num processo contínuo de reflexão e avaliação das
aptidões, interesses e características pessoais, complementada com informação actualizada acerca do sistema nacional de educação e das opções de formação. O Núcleo de
Orientação Vocacional tem como objectivos:
informar acerca dos desafios do futuro, dos
riscos e das apostas a fazer, das vantagens ou
inconvenientes das várias saídas escolares e
O GABINETE DE APOIO AO ALUNO E À FAMÍLIA
Este gabinete é um projecto de mediação
escolar dirigido aos alunos do 3º ciclo do ensino básico e respectivas famílias. Pretende
promover o sucesso académico dos alunos e,
simultaneamente, favorecer o envolvimento
dos pais no percurso escolar dos filhos.
O GAAF apoia as famílias no desempenho
do seu papel, contribuindo para potenciar as
competências parentais: por um lado, promovendo a auto-confiança dos pais no desenvolvimento da sua parentalidade, por outro,
fazendo-os tomar consciência da importância
das relações afectivas duradouras e do estabelecimento de regras e limites.
CENSO CONTA OS CASAIS
HOMOSSEXUAIS
A operação de contagem
da população realiza-se em
Portugal desde 1864 e consiste na maior e mais antiga fonte
de informação estatística harmonizada e desagregada até
à unidade de base de contagem, a freguesia. Desde 1970
que a contagem da população
é acompanhada pelo recenseamento da habitação.
O Programa de Acção para
o Censos 2011 alerta para
a importância da operação,
sublinhando que os censos
da população e da habitação
produzem “informações únicas e imprescindíveis para a
definição de políticas públicas
e para a tomada de decisões
de investimento”. O Censos
2011, a que os cidadãos são
obrigados, por lei, a responder, vai, pela primeira vez,
contabilizar as relações conjugais entre pessoas do mesmo
sexo, em Portugal. A operação
arranca em Março de 2011 e
os resultados definitivos serão
divulgados no quarto trimestre
de Março de 2012.
Neste que será o 15º recenseamento geral da população,
6
vai pedir-se a identificação
completa do representante do
agregado e a dos restantes
membros, e que se especifique se há cônjuges ou quem
viva “em união de facto” com
parceiro de sexo oposto ou do
mesmo sexo. No que toca às
unidades estatísticas “família
clássica” e “núcleo familiar”,
as uniões consensuais de casais homossexuais serão pela
primeira vez equiparadas a
núcleos familiares.
O Censos 2011 vai para
além das caracterizações pessoais e familiares – cada inquirido receberá três impressos:
além dos relativos à família e
ao indivíduo em si, há também
um para a habitação.
O processo de recolha de
dados também muda, devido
à possibilidade de responder
pela Internet, assim como o
auto-preenchimento do questionário, de forma a garantir a
privacidade.
Maria Ana Almeida, 8º B
Na prática, o gabinete oferece três tipos de
serviços: acompanhamento e aconselhamento
parental, treino de competências parentais e
acompanhamento aos jovens. As metodologias passam pela dinâmica de grupo, representações/jogo de papéis e debates. Os pais
são convidados a observar e a descrever as
suas práticas quotidianas, a analisar os actos
e os seus significados e a confrontar, em grupo, diferentes pontos de vista.
As estratégias de intervenção do GAAF
junto dos jovens em risco e/ou com comportamentos desviantes incluem: acompanhamento psicossocial individualizado e em grupo;
atelier de competências pessoais e sociais;
actividades de exploração e orientação vocacional; encaminhamento para alternativas
formativas. No que se refere às famílias com
problemas socioeconómicos, o Gabinete disponibiliza acompanhamento e aconselhamento parental; atelier de competências parentais;
acções de sensibilização e informação; apoio
na melhoria das condições socioeconómicas;
encaminhamento para entidades de acção social.
Marlene Quitério
Estagiária do Curso de Marketing e Comunicação
FONTES
DE LAZER
E PRAZER
“Fontes de lazer e prazer” é o
projecto da turma E do 11º ano.
Tem como principal objectivo conhecer as fontes enquanto espaço
de inspiração artística e como recurso natural e histórico.
Os alunos desta turma pretendem dinamizar uma actividade na
Fonte Mariana, no dia 26 de Março de 2010, para a qual convidaram os alunos da professora Magda Carvalho, da Escola Básica de
Frei Domingos.
As outras actividades já previstas serão a apresentação da
Lenda da Fonte da Senhora a
uma turma da Escola Básica da
Benedita, pela autora e contadora de histórias, professora Vanda
Marques, do ECB. E está prevista
também uma acção de sensibilização para a preservação do espaço natural envolvente da Fonte
da vila de Turquel.
Descalça vai para a fonte
Lianor pela verdura;
Vai fermosa, e não segura.
Leva na cabeça o pote,
O testo nas mãos de prata,
Cinta de fina escarlata,
Sainho de chamelote;
Traz a vasquinha de cote,
Mais branca que a neve pura.
Vai fermosa e não segura.
Descobre a touca a garganta,
Cabelos de ouro entrançado
Fita de cor de encarnado,
Tão linda que o mundo espanta.
Chove nela graça tanta,
Que dá graça à fermosura.
Vai fermosa e não segura.
Luís de Camões
Bianca Pereira, 11º E
ESCOLA VIVA
ANO 4 - Nº 13
TOQUE DE SAÍDA
SEMINÁRIO ECO ESCOLAS
A Associação Bandeira Azul
da Europa (ABAE) organizou,
entre os dias 22 e 24 de Janeiro, o Seminário Nacional EcoEscolas 2010, que decorreu na
Escola Superior de Tecnologia
da Saúde, em Coimbra. O ECB
esteve representado.
O Seminário, que constitui
um dos mais importantes momentos de formação e troca de
experiências entre os professores e as entidades envolvidas
no Eco-Escolas, destinava-se
aos professores coordenadores
do Programa, aos técnicos dos
municípios que, nos departamentos da educação ou do ambiente apoiam as Eco-escolas, e
a todos os profissionais ligados
à educação ambiental/educação
para o desenvolvimento sustentável.
Logo após a sessão de abertura, que contou com a presença
do Sr. Secretário de Estado do
Ambiente, foram entregues às
escolas com melhores resultados os “Diplomas de Qualidade
do Programa Eco-Escolas”. Este
Galardão foi atribuído apenas
às escolas que já foram visitadas por elementos destacados
para o efeito pela ABAE; não foi
o caso da nossa escola, que só
este ano irá receber essa visita.
No Seminário foram abordados, por diversos especialistas,
aspectos relacionados com a
educação para o desenvolvi-
mento sustentável – biodiversidade, alterações climáticas e
floresta – tendo sido ainda tratados outros temas igualmente interessantes, como a água, os resíduos, a energia, a mobilidade,
a agricultura biológica, o ruído.
Houve ainda espaços de debate - Fórum Autarquias e Fórum
Eco-Escolas - bem como a apresentação de alguns projectos
inovadores e de qualidade desenvolvidos por e para escolas.
Os projectos de educação
ambiental desenvolvidos nas
escolas portuguesas segundo a
metodologia do Eco-Escolas são
reconhecidos no final do ano,
através do galardão Eco-Escolas - Bandeira Verde, que simboliza a existência, nessa escola,
de uma activa e participada educação pelo ambiente.
Professora Ana Duarte Salazar
PROJECTO ESCOLA ELECTRÃO
A nossa Escola mais uma vez aderiu a um grande projecto, que contou com a ajuda de toda a
comunidade escolar. Os nossos alunos estão mais
uma vez de parabéns. Aderiram com
grande
entusiasmo
e de mangas arregaçadas, sem medo de
trabalhar.
Esta iniciativa teve
como objectivo tentar minimizar as consequências
nefastas da poluição, pois um dos problemas associado ao fluxo dos Resíduos Eléctricos e Electrónicos (REEE) é a presença de substâncias perigosas para o ambiente e para a saúde. Como
exemplos, podem referir-se o arsénio, o chumbo,
o cádmio, o crómio, o mercúrio, o cloreto de polivinil e os clorofluorcarbonos. O problema é tão grave que, em 2006, saiu uma directiva comunitária
proibindo que os novos equipamentos contenham
algumas das substâncias referidas.
O Projecto “Escola Electrão”, promovido pela
Amb3E (Associação
Portuguesa de Gestão de Resíduos de
Equipamentos Eléctricos e Electrónicos),
com a colaboração do
Ministério da Educação, pretende sensibilizar os alunos e a comunidade escolar, através de acções de divulgação e
da participação num concurso inter-escolas, para
o correcto encaminhamento dos REEE. O projecto
destinou-se a todos os alunos do 2º ciclo e 3º ciclo
do Ensino Básico e aos do Ensino Secundário.
Professora Ana Duarte Salazar
BIODIVERSIDADE
Este é o ano da biodiversidade,
a qual consiste na imensa quantidade de seres vivos existentes
ESCOLA VIVA
na Terra, quer seja em ambientes
gélidos, quer seja em ambientes
com temperaturas elevadíssimas,
conforme os diferentes tipos de
habitat. Pensa-se que existem
cerca de 10 a 20 milhões de espécies no planeta. O Dia Internacional da Biodiversidade é a 22 de
Maio.
A biodiversidade tem diminuído drasticamente, sendo uma das
causas o facto de as espécies se
extinguirem sem possibilidade de
serem recuperadas. O Homem é o
principal culpado pela extinção: a
A IMPORTÂNCIA
DE FREQUENTAR
UMA ECO-ESCOLA
Sendo a minha uma eco-escola, posso dizer que, acima de tudo,
é uma escola virada para o futuro, com pessoas que têm capacidade para motivar a mudança de
atitudes negativas que degradam
o meio ambiente. O nosso meio
ambiente está a sofrer alterações,
tais como o aquecimento global,
por isso não podemos ficar de braços cruzados.
Sabemos que a água é um
bem essencial. Por isso, temos de
aprender a poupá-la nas diferentes situações em que dela fazemos uso; sabemos que, poupando
energia hoje, armazenamos para
amanhã, o que é bom; sabemos
que o ruído e os gases dos transportes são nocivos para a nossa
saúde, por isso, devemos, cada
vez mais, procurar os transportes
públicos e, sempre que possível,
andar a pé; sabemos que a agricultura biológica também tem um
papel importante na nossa alimentação e para o nosso planeta, assim, devemos praticá-la.
A minha escola tem espaços
interiores verdes que nos permitem descansar, estudar e brincar
numa zona em que se podem ouvir os pássaros a cantar, em vez
do barulho, por vezes aterrorizador, dos automóveis; onde temos
a possibilidade de deixar o “nosso” espaço limpo e agradável, uma
vez que os ecopontos se encontram bem perto de nós.
O futuro da nossa escola é
construído por nós, hoje, para que
os nossos irmãos mais novos ou,
quem sabe, os nossos filhos, um
dia, possam encontrar aqui, nesta
escola, um bem-estar saudável e
verde, tal como agora.
Fabiana Costa,7ºF
morte de espécies através da acção humana é cerca de 50 a 100
vezes mais elevada que a morte
por causa natural.
Nós temos causado danos em
toda a natureza, não só nos animais como nas plantas, pela eliminação ou alteração dos habitats
(90% de causa de morte); pela exploração comercial; pela poluição
das águas, do solo e do ar; pela
introdução de espécies exóticas
que matam as espécies nativas…
A diminuição da biodiversidade poderá vir a ter fortes impac-
tos ambientais, assim como implicações no sistema económico
e social, pois 40% da economia
mundial depende de recursos naturais.
Vamos então preservar a biodiversidade, para o nosso bem e
para o bem do nosso planeta. Vá
lá… são por vezes as pequenas
acções que podem fazer a diferença.
Inês Couto, 7º G
7
TOQUE DE SAÍDA
ANO 4 - Nº 13
Morcegos
CONHECER E PRESERVAR
Os morcegos são animais que pertencem
ao reino Animalia e ao filo Chordata. Dentro
da sua classe, integram-se na infra-classe
Placentalia e na ordem Quirópteros, dividindo-se em duas subordens, a Megachiroptera e a Microchiroptera. Os Megachiroptera
vivem em África, na Oceânia e na Ásia e
incluem os maiores morcegos do mundo, alguns dos quais chegam a ter dois metros de
envergadura. Este grupo de morcegos não
possui a capacidade de ecolocalização, ao
contrário dos Microchiroptera.
Em Portugal, existem cerca de 27 espécies de morcegos. Cinco dessas espécies
não estão ameaçadas, nove encontram-se
em perigo, sendo as restantes espécies
pouco conhecidas.
Os morcegos, que têm o corpo coberto
de pêlo e uma temperatura constante, são
os únicos mamíferos com a capacidade de
voar. Podem assumir várias formas e a sua
estatura vai desde os cinco centímetros até
aos dois metros. Têm uma esperança média
de vida de treze anos, mas algumas espécies podem viver mais de vinte anos.
Os morcegos geralmente vivem pendurados em cavernas escuras, mas também em
árvores, prédios e outros edifícios, e alguns
ocupam ninhos de aves. Um metro quadrado pode albergar cerca de 2000 morcegos.
Têm grande capacidade de adaptação a
ambientes diversos, e só não os encontramos em lugares muito frios, como os pólos.
A sua alimentação é bastante variada: há
espécies que se alimentam de frutas, de folhas, de peixes, de aranhas, de escorpiões,
de ratos, de néctar. Existem também os hematófagos, que se alimentam do sangue de
outros animais.
Os morcegos têm grande importância na
cadeia alimentar, pois alguns são agentes
polinizadores, e as fezes de outros constituem um óptimo adubo. São também um
controle natural de insectos e ratos, ajudando a controlar pragas na agricultura. E
a saliva do morcego vampiro contém uma
substância anti-coagulante que poderá auxiliar os médicos no tratamento de doenças
vasculares.
André Marques, Andreia Carreira e Daniela Ribeiro, 10º C
MOMENTOS DE CIÊNCIA
No âmbito do Projecto
Educativo da nossa escola
(PEE), as professoras Carla
Dias, Inês Madaleno, Rosa
Tavares e Paula Castelhano criaram o programa “Momentos de Ciência”, de cariz
didáctico e científico, com o
intuito de fomentar o ensino
das ciências, possibilitando o contacto com o ensino
experimental a alunos com
Necessidades
Educativas
Especiais, no Centro de
Educação Especial e Recuperação Infantil de Alcobaça
(CEERIA).
O PEE do Externato, ao
8
definir as políticas educativas
da
instituição
e ao apontar
para “perfis de
mudança”,
inclui processos
de negociação
entre diversos
protagonistas,
promovendo
parcerias com
instituições do concelho e
da Câmara Municipal de Alcobaça. Enquanto actores
sociais, reconhecemos que
a qualidade do ensino e a
capacidade de responder às
situações reais e de mobilizar os recursos locais passa
pelo envolvimento das escolas na procura de caminhos
que se adequem a contextos
reais e que propiciem uma
educação com sentido para
todos os alunos. Assim, temos de nos afastar de uma
concepção curricular construída “à prova das escolas
e dos professores”, para nos
aproximarmos de uma outra
que incorpore a diversidade
de situações e a flexibilização de percursos e meios de
formação.
Criou-se um blogue em
http://momentosdecienciaecb.blogspot.com/, com a
finalidade de partilhar os vários “momentos de ciência”
e de procurar respostas na
blogoesfera. Estes momentos especiais com os alunos
já aconteceram e deixo ao
leitor as palavras de Manuel
Patrício, para reflectir:
“O caminho do homem é
…para a frente. Carregamos
o passado, mas para o futuro
é que vamos…A Educação
só responderá aos desafios
do futuro se souber conjugar
o que nela é radicalmente
uno com o que nela é inescapavelmente múltiplo”.
Terra
planeta em
perigo
Num século em
que o Homem é o
principal responsável por muitos problemas ambientais,
olhemos para o que
se passa à nossa
volta, sempre com
a esperança de que
as coisas possam mudar.
Actualmente, habitam no mundo cerca de
6000 milhões de pessoas. É um número bastante elevado. O planeta não tem capacidade
para albergar tantos inquilinos. Outro assunto
com grande importância é a poluição. O Homem do século XIX começou este processo
de transformação ambiental. A máquina a
vapor, o comboio e tudo o que resultou da
Revolução Industrial influenciaram significativamente as gerações seguintes. Hoje em
dia, a poluição está a ter efeitos verdadeiramente devastadores, sobretudo na saúde das
pessoas, podendo desencadear vários problemas, como a asma e mesmo o cancro. O
Homem está a autodestruir-se.
Há ainda outro problema que merece uma
atenção especial, o aquecimento global. Segundo estudos científicos, estima-se que o
Canadá, a Rússia e a Escandinávia sofram
os aquecimentos mais rápidos; que grande
parte da Ásia (do Oeste da China à Arábia
Saudita, que, regularmente, enfrenta temperaturas acima dos 40º) possa ter elevações
de temperatura de 7º até ao ano 2100; que
uma parte considerável da Europa fique com
temperaturas mais baixas, devido à alteração
da corrente quente do Golfo; que regiões susceptíveis a furacões e ciclones, como o Sudeste Asiático, passem a ter ventos mais fortes, chuvas mais intensas e grandes cheias
difíceis de prever. Há ainda a possibilidade
de que o número de catástrofes naturais aumente e que o calor excessivo e a humidade
gerem tempestades tropicais mais intensas.
Algumas destas tempestades podem deixar rios, como o Mississipi, mais propícios
a cheias. É provável, ainda, que os desertos aumentem e que alguns rios australianos
possam perder metade do seu caudal.
Falta apenas falar de um outro ponto de
interesse, a desflorestação. O Homem está a
destruir o que ainda resta das florestas, como
a Amazónia que a cada dia que passa vê a
sua vegetação escassear e os seus animais
extinguirem-se.
É isto que o “Predador Humano” está a
fazer a si mesmo, a provocar a sua própria
extinção.
Ana Cruz, 8º F
Professora Paula Castelhano
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE
ANO 4 - Nº 13
TOQUE DE SAÍDA
AQUA FURONIS
Uma escola. Um aquífero. Um furo artesiano altamente rentável e abandonado. Um
grupo de alunos disposto a reunir todos os ingredientes necessários à requalificação de um
recurso muito estimado pela população beneditense e de potencial hídrico vastíssimo…
São estas as premissas que servem de
mote ao projecto dos Aqua Furonis, uma equipa de alunos do Externato Cooperativo da
Benedita que, de forma incrédula, observam
o desperdício de um dos recursos mais preciosos do planeta Terra: no recinto da escola
que frequentam, existe um furo de água abandonado e em profunda degradação, com um
enorme potencial hídrico. Agora, em Área de
Projecto, reúnem esforços para reabilitar esse
furo artesiano.
Apelando ainda à urgência de utilizar energias renováveis para obtenção de energia de
uma forma mais sustentável, os Aqua Furonis
pretendem criar um sistema de bombeamento da água (inteiramente engendrado por este
grupo de alunos) auto-suficiente em termos
energéticos, aliando o caudal das águas residuais do Externato Cooperativo da Benedita às potencialidades de uma micro-hídrica e,
deste modo, fornecer energia eléctrica suficiente para colocar a água do aquífero a percorrer toda a escola, desde os balneários aos
jardins e, quiçá, a banhar um aquário fluvial
cujo objectivo será aproximar a comunidade
escolar (ou até a população local) da fauna
piscícola nativa da região de Cister, proporcionando um crescente respeito por parte do
homem relativamente aos seres autóctones.
As parcerias e os apoios encontram-se em
negociação, parecendo, à partida, prometedores - desde a Câmara Municipal de Alcobaça
à Águas do Oeste, passando pelo Instituto Superior Técnico e por uma série de laboratórios
de análises químicas, não parecem faltar entidades interessadas em apoiar os ideais e os
projectos de jovens cidadãos.
Ainda que, por enquanto, esteja em construção, o website do projecto já se encontra
online, estando disponível uma apresentação
mais pormenorizada do projecto e do grupo
de trabalho, em https://sites.google.com/site/
aquafuronisproject. Qualquer contacto directo
poderá ser feito para o e-mail aqua.furonis0@
gmail.com .
Embora jovens, tentamos demonstrar que
a sustentabilidade é superior ao egoísmo humano e que, dando vida a este furo artesiano,
renascerá a esperança no futuro.
Ana Pereira, Cláudia Santos, Liane Canas e
Paulo Batista, 12º B
OVAR ACOLHE JOVENS REPÓRTERES DO ECB
Nos dias 14 e 15 de Novembro
de 2009, decorreu mais um Seminário Nacional Jovens Repórteres, em Ovar. Este seminário foi
promovido pelos JRA, com a colaboração da Associação Bandeira
Azul da Europa, Câmara Municipal de Ovar e Escola Secundária
Júlio Dinis.
O encontro teve como objectivo reunir alunos e professores
coordenadores deste projecto,
por forma a incentivar a comunicação, possibilitar a partilha de
experiências e implementar a metodologia inerente ao projecto. O
ECB esteve representado pelas
alunas Maria Serrazina e Carolina Serrazina, do 10ºA, cuja turma está a desenvolver o projecto
“Olhares Ecológicos III”, com o
objectivo de estudar os ambientes urbanos; pelas alunas Nídia
Ferreira e Sofia Alves, do 11º A,
e pela aluna Eunice Vicente, do
11ºB, cujas turmas estão a desenvolver o projecto “Tás na Onda”,
que tem como objectivo estudar
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE
o litoral do concelho de Alcobaça;
e pela aluna Cristiana Higino, do
12º B, que foi receber o prémio do
2º lugar obtido num concurso de
fotografia, desenvolvido no passado ano lectivo. As alunas foram
acompanhadas pelas professoras
Pilar Peres, Paula Castelhano e
Isabel Silva.
No primeiro dia do seminário,
assistimos a palestras relacionadas com o ambiente e reciclagem,
e à entrega dos prémios dos projectos que se destacaram no ano
passado. Neste mesmo dia, os
alunos realizaram visitas de campo relacionadas com a dinâmica
litoral de Ovar e com a biodiversidade desta zona, enquanto os
professores visitaram a cidade de
Ovar, com o intuito de observar o
seu ambiente e património.
No segundo dia, cada grupo elaborou, com a ajuda de um
jornalista, uma foto-reportagem
e um artigo relativo a cada zona
visitada, tendo estes trabalhos
sido apresentados na palestra de
encerramento. Nesta palestra, foram também apresentadas diversas missões: a do Rock in Rio e a
missão realizada no ano passado
na Serra da Estrela, a qual contou com a presença de um aluno
vindo do Chile. Além disso, assistimos também a diversas apresentações que visavam elucidar
os participantes quanto à elaboração de foto-reportagens.
Concluindo, a participação neste seminário permitiu que alunos
e professores adquirissem conhecimentos relativos à metodologia
do projecto, bem como noções
básicas nas áreas de fotografia,
vídeo e reportagem. Além disso,
também permitiu conhecer o concelho de Ovar e estabelecer contactos com estudantes e escolas
de todo o país. Mas, e mais importante, é que este seminário nos
sensibilizou para a importância
do ambiente e nós, Jovens Repórteres para o Ambiente, pudemos
agir e sensibilizar a comunidade
para a importância do ambiente e
respectiva biodiversidade, e para
a urgência de promover o desenvolvimento sustentável.
Nídia Ferreira, 11º A
9
TOQUE DE SAÍDA
ANO 4 - Nº 13
ACTIVIDADES SEGURANET – 2008/2009
A iniciativa da criação do projecto Seguranet partiu de um consórcio que envolveu várias entidades
públicas e privadas, reconhecidas
a nível nacional. Destacam-se,
entre outras, o Ministério da Educação, a FCCN (Fundação para a
Computação Científica Nacional),
a UMIC (Agência para a Sociedade do Conhecimento), e a Microsoft.
A principal fonte de divulgação
deste projecto é o site www.seguranet.pt, que está estruturado de
modo a que tanto os adultos como
os jovens possam consultar um
vasto leque de informação relativa à segurança na internet. Neste site existem áreas específicas
para os alunos, pais, encarregados de educação e professores.
Um conjunto de actividades Seguranet é também disponibilizado às
escolas, e foi precisamente nessas actividades que, no ano lectivo
transacto, cerca de três dezenas
de alunos da nossa Escola participaram. Os desafios estavam
relacionados com a segurança na
Internet e foram colocados aos
alunos de uma forma interactiva
e divertida, mostrando-lhes que é
imperativo adoptar comportamentos seguros e de responsabilidade
quando se utiliza a Internet.
Os alunos tomaram consciência, por exemplo, de que ao
realizarem um procedimento tão
básico como copy dum sítio da
Internet, e paste num trabalho,
estão a violar os direitos de autoria, pelo que o melhor é citarem
sempre as fontes numa nota bibliográfica; o mesmo sucede com
PREOCUPAS-TE?
Por acaso já reparaste nas catástrofes naturais que
se sucedem, dia após dia, no nosso planeta? Já pensaste por acaso que estes tsunamis, terramotos, chuvas torrenciais, furacões, cheias possam estar a acontecer devido às alterações causadas pela variação do
clima à escala global ou regional, ao longo do tempo?
Estas alterações podem ser causadas por processos internos ao planeta Terra, ou por forças externas
(como, por exemplo, variações na actividade solar), ou,
mais recentemente, em resultado da actividade humana. Portanto, a mudança climática pode ser tanto uma
consequência de processos naturais, como decorrente
da acção humana.
O problema é global. No entanto, cada um de nós
pode fazer a diferença. Mesmo as mais pequenas alterações na nossa rotina diária podem ajudar, por exemplo, a reduzir as emissões de gases de efeito de estufa,
sem afectar a nossa qualidade de vida. Na realidade,
podem até representar uma poupança de dinheiro.
Carolina Ramalho Rogério, 7ºF
10
os vídeos retirados do Youtube ou
outros sites equiparados. E que
conselhos devem ser dados a alguém que passa muito tempo na
Internet? Conversar e conviver
mais tempo com os amigos é com
certeza um deles. Será que a utilização excessiva do telemóvel,
dos jogos de vídeo e do computador pode trazer consequências
negativas? Decerto que sim, pelo
que é de extrema importância o
uso racional dessas tecnologias,
já que a sua utilização desmedida pode provocar dependência,
depressão, irritabilidade ou insucesso escolar. O uso e abuso no
envio de SMS pode levar a que
essas mensagens cheguem a terceiros, inclusive pessoas sem escrúpulos, pedófilos, capazes de
fazerem mal. A utilização das redes sociais, do correio electrónico
e do MSN deve ser acompanhada
de cuidados especiais, especialmente no que toca às informações
que disponibilizamos online, pois
o perigo de trocar informações
ou disponibilizar dados pessoais
a desconhecidos pode ter consequências muito graves.
Estes e outros temas são muito
importantes para quem quer estar
seguro ao utilizar as novas tecnologias.
Participaram nas actividades
sete equipas da nossa Escola,
cada uma composta por quatro
elementos. Em cada um dos desafios, as equipas foram amealhando pontos e, no final, os dois
primeiros lugares foram ocupados
pelas equipas: “CyberNet” e “Net
Explorers”, com 369 e 338 pontos, respectivamente. A entrega
das lembranças aos alunos participantes decorreu no passado dia
11 de Janeiro. À Escola foi atribuído um troféu por terem as equipas
do ECB atingido uma pontuação
superior a 1000 pontos.
O objectivo proposto para este
ano consiste num maior envolvimento e participação de equipas.
Professor Alexandre Lourenço
NO ATELIê DO ARQUITECTO
SOUTO MOURA
(Continuação da página 1)
O almoço foi degustado no Capa Negra, famoso restaurante da zona,
fiquei a saber. Depois
de uma grande batalha
na procura de estacionamento (o grande mal do
nosso país!), lá entrámos
e encontrámo-nos com
uma amiga que nos fez
companhia.
Mais tarde, chegou o
grande momento! Procurámos o número 53 de
uma rua estreita e íngreme, e lá estava ele, apenas identificado por uma
tímida plaquinha. Dirigimo-nos à porta cinzenta,
tal qual a de um quartelgeneral, e (para nosso
espanto!), demos com
o «ninho» dos arquitectos portugueses: Távora,
Siza e Souto de Moura,
todos ali, à distância de
um clique na campainha.
Começámos bem! Se o
começo foi bom, a continuação foi muito melhor!
Entrámos no ateliê e fo-
mos conduzidas ao gabinete do senhor arquitecto. Imaginem, nós ali,
junto de todos os desenhos do mestre, todos os
esboços, todas as fotos.
Os meus olhos comiam
tudo o que podiam! Finalmente, depois de um breve compasso de espera
(em que descobri que Ele
usa lápis Caran d’Ache),
a arquitecta Ana Fortuna veio ter connosco e
começou por explicar as
fases de um projecto,
desde os croquis até ao
plano de execução.
Toda a visita ao ateliê, onde trabalham trinta arquitectos, consistiu
em ver exactamente as
várias partes da projecção de uma obra, tanto
a computador como à
mão, através das trabalhosas maquetas (que,
está claro, põem os estagiários a fazer!). A minha cabeça entrou em
modo «esponja», tentando absorver toda a
informação. Fomos tam-
bém acompanhadas pelo
prestável arquitecto Jorge Domingues que, aliás, foi quem tornou esta
visita possível. As duas
horas que passámos ali
voaram num instante, entre projectos, maquetes,
croquis, cadernos de esboços e computadores!
Para terminar o dia, e
tendo a professora Ângela como guia, passeámos
pela rua Miguel Bombarda, onde entrámos em algumas galerias de arte. E
rapidamente voltámos ao
carro, para a viagem de
regresso à Benedita.
Para ser sincera, nem
sei o que esperava. Mas
foi bastante melhor do
que tudo o que poderia
estar à espera. Só me
apetecia ficar ali já a trabalhar, no meio de todas
as folhas e ecrãs. Mágico, mágico!
Beatriz Serrazina
Vencedora dos Talentos ECB
2009
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE
ANO 4 - Nº 13
TOQUE DE SAÍDA
O PRIMEIRO GIGANTE SUPERSÓNICO
No final da década de
60, materializou-se o sonho do gabinete de projectos aeroespaciais russo
Tupolev: elevar aos céus,
pela primeira vez na história da aviação, o Tu-144,
o primeiro protótipo de
transporte aéreo supersónico a voar.
Vivia-se um ambiente
de tensões internacionais
entre as nações ocidentais
e o bloco soviético, o que
originava a necessidade
constante de afirmações
de superioridade tecnológica em todos os campos.
A barreira do som tinha
sido quebrada apenas 23
anos antes, pelo projecto
norte-americano X-1. Por
esta altura, meados da
década de 60, já existiam,
tanto no ocidente como na
URSS, várias aeronaves
militares que ultrapassavam a barreira do som.
Mas projectar e pôr em
funcionamento um avião
de transporte civil de velocidade supersónica era
uma questão diferente. O
desafio envolvia, mais do
que a velocidade ou a capacidade de manobra, a
rentabilidade e a eficiência
económica.
A ideia existia desde os
anos 50 – o gabinete norte-americano de aviação
Douglas tinha apresentado
o projecto de um transporte aéreo civil que atingisse Mach 3, o que signifi-
ca que ultrapassaria três
vezes a barreira do som.
Na altura não parecia uma
ideia tão absurda. Viviase uma época de grande
prosperidade, o número
de passageiros aéreos aumentava a passos largos,
e os combustíveis fósseis
nunca tinham estado tão
acessíveis.
Do outro lado do oce-
– Transporte Aéreo Supersónico) que seria maior,
mais rápido e com maior
número de passageiros.
Contudo, devido ao aumento dos preços do combustível e à dificuldade em
chegar a um projecto definitivo, o congresso americano decidiu cancelar o
projecto, em 1971, decisão
que mais tarde se compro-
ano, os gabinetes BAC
– British Aerospace Corporation (britânico) e Aerospatiale (francês) – assinam um acordo em 1962
para a criação do famoso
Concorde. Inevitavelmente, por razões de prestígio,
os EUA começam o projecto SST (SuperSonic Travel
vou ser correcta. Contudo,
a competição entre os gabinetes franco-britânicos e
russo continuou.
O gabinete Tupolev
obteve a primeira vitória,
com o primeiro voo do projecto supersónico a 31 de
Dezembro de 1968. Três
meses depois, era a vez
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE
da parceria BAC/Aerospace. O projecto Tu-144
parecia estar destinado a
vencer, todavia, em 1973,
dá-se um desastre terrível
– durante o espectáculo
aéreo de Paris, o protótipo
despenha-se na pequena
aldeia de Goussainville,
ferindo dezenas de pessoas e vitimando oito. O
gabinete Tupolev ainda viria a vencer uma segunda
batalha, ao ser o primeiro
a acelerar o protótipo acima de Mach 2. Porém, e
embora a Aeroflot (companhia aérea russa) tenha
conseguido implementar
voos comerciais a partir
de 1977, o projecto Concorde venceu a corrida
para a comercialização, ao
iniciar o transporte regular
de passageiros em 1976.
O gigante russo de 120 toneladas realizou, no total,
100 voos comerciais, contra as várias dezenas de
centenas realizados pelo
Concorde.
Interessa analisar as
razões por detrás da pequena quantidade de voos
pelo “colega” russo do Concorde. Para o leitor e para
o estudante curioso pelas
questões de engenharia
subjacentes, é importante explicar correctamente o problema. Do ponto
de vista metalúrgico, este
projecto estava condenado à partida. O gabinete,
pressionado pelo tempo,
cometeu o erro catastrófico de construir elementos
fundamentais da estrutura,
tais como as secções das
asas e os suportes dos
motores, em blocos maciços de metal. Ora, seja
na estrutura metálica de
um barco, avião, ou automóvel, com a utilização e
desgaste, começam a aparecer fissuras, a chamada
fadiga. Imaginem por um
momento que queriam
romper um lençol de cama.
Como os lençóis são uma
peça única, pode-se começar a romper numa ponta e acabar na outra sem
muito esforço. E, se forem
dois a puxar, um de cada
lado, conseguem de um
só puxão. Agora imaginem
que tinham de romper um
lençol com a mesma área,
mas constituído por pequeninos quadrados de 1
x 1 cm fortemente cozidos
com linha grossa. Poderão
conseguir rasgar 1 quadrado de cada vez, mas terão
muito mais dificuldade em
romper o lençol todo.
Foi o que aconteceu
com as asas do Tu-144,
que começaram a mostrar sinais de fadiga muito
mais cedo do que o previsto, tendo o avião de ser
retirado do serviço, pois
não era viável substituir
peças de tão grande porte. A aproximação correcta
a este problema é prever
quando poderão aparecer
as fissuras e trocar então
a peça que sofre de fadiga. Inclusive, em alguns
casos, a troca nem é necessária, se a peça em
causa não comprometer
os esforços e momentos
de carga da estrutura. Em
suma, este projecto foi um
caso clássico em que a
pressa se revelou inimiga
da perfeição.
Na nossa era, o transporte comercial supersónico é um luxo, além de
caro, errado do ponto de
vista ecológico. Em cada
viagem, o Concorde gastava 1 tonelada de combustível. A nossa sociedade precisa de amadurecer,
e, com ela, os nossos objectivos e desejos. O que
anteriormente nos parecia
fantástico, fosse um carro
desportivo ou uma viagem
num avião supersónico, é
hoje um capricho infantil
que por pouco nos custa
o futuro. O que ontem era
um vaidoso condutor de
um jipe de alta cilindrada
pela cidade fora, representa hoje, aos nossos
olhos mais sensatos, uma
falha em ultrapassar a idade dos brinquedos.
Miguel Madruga,
aluno do Mestrado Integrado em
Engenharia Aeroespacial do IST,
ex-aluno ECB
11
TOQUE DE SAÍDA
ANO 4 - Nº 13
O AQUECIMENTO GLOBAL
O aumento da temperatura global da Terra
é uma realidade, e a sua principal evidência
as medições efectuadas por estações meteorológicas de todo o mundo, desde 1860. O
aumento médio da temperatura é de 0,6 ± 0,2
°C durante o século XX. Outras evidências advêm da observação da variação da cobertura
da neve das montanhas, do degelo das calotes polares e dos glaciares, do aumento do nível médio da água dos mares e de ocorrências
extremas de mau tempo, sendo provável que
os continentes tenham aquecido mais do que
os oceanos.
Quanto às causas do aquecimento global,
embora se adiantem hipóteses como a das variações da actividade solar, ou se defenda que
o planeta Terra estará numa fase natural de
transição de uma era glacial para uma era interglacial, a maioria da comunidade científica
aponta a actividade humana como a principal
causa do aquecimento, através da emissão de
gases com efeito de estufa (GEE), como o dióxido de carbono, o metano e o óxido de azoto.
Estes gases provocam o aumento da temperatura da atmosfera e daqui resulta também o
aquecimento da superfície, pelo facto de parte
da energia reflectida pela superfície da Terra,
sob a forma de radiação infravermelha, ficar
retida na atmosfera. As actividades que mais
contribuem para este efeito de estufa são a
queima de combustíveis fósseis, os processos
industriais, a desflorestação e a agricultura.
Assim sendo, os países mais poluidores são,
naturalmente, os mais industrializados e desenvolvidos.
A comunidade internacional tem tentado
estabelecer compromissos para a redução
dos GEE, como o Protocolo de Quioto, de
1997 – que, curiosamente, não foi assinado
pelos dois países mais poluidores do mundo,
a China e os EUA – e a recente Conferência
de Copenhaga, com os magros resultados que
todos conhecemos.
Com o aquecimento global ao ritmo que está
a ocorrer, prevê-se um aumento da temperatura média global de 1,1 a 6,5 °C até ao final do
século, com a consequente perda de biodiversidade, mais dias quentes e menos dias frios,
expansão das áreas de seca, aumento da intensidade dos ciclones, aceleração do degelo
das calotes glaciares e do aumento do nível
médio da água dos oceanos, podendo ocorrer
uma catástrofe global, tanto a nível ambiental
como humano, se nada for feito para inverter a situação. Mas, mesmo com uma redução
drástica das emissões de gases com efeito de
estufa, o aquecimento continuaria a ocorrer,
apenas a um ritmo mais lento, e talvez se conseguisse mesmo regressar aos níveis da era
pré-industrial.
Para que as futuras gerações não estejam
perante factos consumados e irreversíveis, a
comunidade mundial e principalmente os países mais poluidores devem tomar medidas que
diminuam o ritmo do aquecimento global, quer
desenvolvendo e utilizando energias alternativas limpas, quer sensibilizando as populações
para a redução da poluição, quer, e sobretudo,
não colocando os interesses económicos de
curto prazo acima da viabilização do futuro.
Professor Francisco Franco
COMO AVALIAR UM SISMO
Os sismos ou tremores de terra
são movimentos vibratórios bruscos da crusta terrestre que ocorrem com uma frequência muito
elevada. Porém, a maioria destes
fenómenos são imperceptíveis
ao ser humano e passariam quase despercebidos se não fossem
detectados por instrumentos de
grande sensibilidade – os sismógrafos.
Quando, através da comunicação social, se difunde para todo
o mundo a notícia de um sismo
relativamente violento, este é caracterizado, na maior parte dos
casos, pela sua magnitude e pela
intensidade que atingiu num de12
terminado local. A
magnitude de um
sismo é um parâmetro de avaliação
que está relacionado com a energia
libertada no foco ou
hipocentro – local
no interior da terra
onde o sismo tem a
sua origem. A maior
parte desta energia
é dissipada sob a forma de calor,
sendo a restante propagada em
forma de ondas sísmicas. A determinação da magnitude é feita com
base na interpretação dos registos efectuados pelos sismógrafos
– sismogramas – e é avaliada na
escala de Richter. Por outro lado,
a intensidade é um parâmetro que
tem em conta os efeitos do sismo
produzidos em pessoas, objectos
e estruturas feitas pelo Homem.
Ora, para determinar a intensidade após a ocorrência de um
sismo, são feitos inquéritos e entrevistas às populações atingidas,
para recolher depoimentos sobre
as observações que fizeram du-
rante o sismo. Por outro lado, também se procede ao levantamento
das principais alterações ao nível
da paisagem (fendas, deformações do solo, comportamento das
fontes e dos cursos de água), bem
como ao nível das construções
humanas (edifícios destruídos ou
danificados, pontes, estradas e
outras obras humanas atingidas).
Todos estes dados destinamse a estimar a intensidade sísmica em cada local onde o sismo foi
sentido, por comparação com os
termos de uma escala de intensidades. Uma das escalas mais
correntemente utilizada é a escala internacional (MMI), que resultou de uma modificação, feita em
1956, duma escala proposta por
Mercalli-Sieberg em 1902. Esta
escala é qualitativa, isto é, avalia
a intensidade sísmica em função
do grau de percepção das vibrações pela população que sentiu
o sismo, e do seu grau de destruição. A escala contempla doze
graus, sendo graduada desde o
grau I (sismo apenas detectado
pelos sismógrafos) até ao grau
XII (alterações na paisagem com
enormes fracturas no solo). Uma
vez que se baseia em inquéritos e
entrevistas para a recolha de dados será, naturalmente, uma escala bastante imprecisa.
Um dos factores de grande influência nas consequências dos
sismos relaciona-se directamente
com a população, ou seja, com
cada um de nós. O desconhecimento das medidas de prevenção,
assim como a falta de informação
sobre o que fazer em termos de
atitudes e comportamentos em
caso de emergência podem agravar as consequências destes fenómenos naturais.
Assim, a protecção das populações que vivem em zonas de
elevado risco deve passar, essencialmente, pela actuação das
autoridades a diferentes níveis,
nomeadamente na avaliação do
risco sísmico, regras de construção e divulgação das regras de
conduta que cada cidadão deverá
seguir.
Professor Sérgio Teixeira
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE
ANO 4 - Nº 13
TOQUE DE SAÍDA
ENTREVISTA A JULIANA MARTINS
VENCEDORA DO
ESCRITA EM DIA
CONCURSO
NACIONAL
«até posso pensar em escrever mais vezes. Afinal, não escrevo tão mal como
pensava»
Quem é a Juliana Martins? Aluna do 12º B,
no Externato Cooperativo da Benedita, foi a
vencedora do concurso nacional Imaginação
e Criatividade Escrita em Dia, promovido pela
Coca-Cola Portugal e pelo Instituto Português
da Juventude. Dirigido aos jovens do ensino
secundário de todo o país, este concurso visava promover o gosto pela escrita criativa.
A Juliana apresentou a concurso o texto “Incógnita”, que publicamos na página 16 deste
jornal.
Quando concorreste a este prémio, quais
eram as tuas expectativas?
Nenhumas, pois eu nunca escrevo, nem
é algo que me cative, fiz o texto só porque
a professora pediu, caso contrário não teria feito. E como era a nível nacional e na
minha turma havia pessoas que escreviam
melhor que eu e se empenharam muito
mais, nunca pensei chegar à final, quanto
mais ganhar!
O que significa teres sido uma das vencedoras deste prémio?
Foi interessante e algo que me deixou
bastante feliz. Interessante porque quando
saíram os finalistas, nem fui ver. Só fiquei
a saber ao entrar na Internet, mais tarde,
e então ganhei outro entusiasmo e pus a
minha família e amigos a votarem. Fiquei
muito feliz ao saber que era a vencedora,
nem queria acreditar, no início.
Que lugar ocupa agora a escrita na tua
vida?
Agora, um lugar superior ao que ocupava antes de vencer o concurso, até posso
pensar em escrever mais vezes. Afinal, não
escrevo tão mal como pensava, e de vez
em quando tenho boas ideias, ou estou
inspirada.
A escolha do título pode adquirir um duplo
sentido. Por que razão o escolheste?
Gosto de Matemática, daí que a inclua
nos textos que escrevo, e, neste caso, é
este título porque, além de gostar de Matemática, o texto também trata de um tema
que de certo modo é uma incógnita.
ESCOLA VIVA
Qual é a mensagem
principal de “Incógnita”?
Aproveitar a vida ao
máximo.
Quem são os teus escritores preferidos (estrangeiros e portugueses)?
Arthur Conan Doyle,
Shakespeare, José Rodrigues dos Santos e
Gabriel Garcia Marquez.
E o teu livro preferido?
Dizer só um é complicado, mas gosto de Hamlet, de Sherlock
Holmes e de A Fórmula de Deus.
teu principal critério?
Na tua opinião, quais são as principais diferenças entre a escrita criativa e a escrita
padronizada?
Consideras que um homem escreve de
modo diferente de uma mulher? Porquê?
Há mais liberdade na escrita criativa, na
minha opinião.
É usual ouvir-se dizer que quem escreve
tem sempre uma base de inspiração. Qual ou
quem é a tua?
A minha forma de viver a vida.
Desafio-te a completar com apenas uma
palavra, cada inicial do título premiado.
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Inesperado
Nobilitar
Criatividade
Orgulho
Grande
Natureza
Imprevisível
Trabalho
Arriscar
Quais pensas terem sido os critérios que
culminaram na escolha do que escreveste?
Conteúdo, criatividade e mensagem.
Se fosses membro do júri, qual teria sido o
Mensagem.
Isso é muito relativo, mas, na minha opinião, acho que as mulheres têm um lado
mais sensível e cuidado e transmitem isso
na escrita, apesar de também existirem homens que o fazem, dai que pense que não
existe uma diferença muito significativa
entre a escrita de um homem e a de uma
mulher.
Gostarias de editar?
É uma hipótese, mas a longo prazo.
Se o fizesses, quem convidarias para escrever o prefácio?
Manuel Cruz, por ser português e eu o
admirar bastante.
Que mensagem gostarias de deixar a todos
aqueles que também escrevem, mas que, por
alguma razão, não o tornam público?
Que não tenham medo de demonstrar o
que escrevem, porque não têm nada a perder com isso, só têm a ganhar, e é quando
menos esperam.
Entrevista pela professora Estela Santana
13
TOQUE DE SAÍDA
ANO 4 - Nº 13
Morreu J. D. Salinger, O Escritor Da Solidão
Foi desta forma que a maior parte dos meios
de comunicação deu, no dia 27 de Janeiro, a
notícia da morte do escritor norte-americano
que, desde 1961, se tornou um eremita, vivendo em total isolamento, recluso em sua casa,
em New Hampshire.
Jerome David Salinger nasceu a 1 de Janeiro de 1919, em Nova Iorque. Começou a
escrever ainda na escola secundária, mas publicou apenas quatro obras: Uma Agulha no
Palheiro (1951) que, numa edição posterior
em Portugal aparece sob o nome À Espera no
Centeio; Nove Contos (1953); Franny e Zooey
(1961); Carpinteiros, Levantai Alto o Pau de
Fileira e Seymour - Uma Introdução (1963).
Até 1965, continuou a escrever contos para
jornais, mas desde essa data que não edita
nada.
Uma Agulha no Palheiro, a obra que lhe
trouxe a fama, tem como (anti-)herói o jovem
Holden Caufield, expulso de um colégio caro
e que, de forma singular, expressa o seu desprezo pelo mundo dos adultos enquanto vagueia por Nova Iorque. Sendo Caufield inspirador de culto para muitos jovens escritores e
até músicos, este livro, que era lido como um
”ritual de passagem”, depressa se converteu
em best-seller, escolhido como obra de leitura
obrigatória em muitas escolas (inclusive chegou a sê-lo em Portugal). Havia ainda de se
tornar famoso por ser o livro que, em 1980,
Mark Chapman, o assassino de John Lennon,
transportava consigo, para, alegadamente, o
ex-Beatle lho autografar.
Salinger notabilizou-se por esta sua primei-
ra obra, mas também por ter recusado a fama.
O New York Times chamou-lhe “O Garbo das
Letras”, “famoso por não querer ser famoso”.
Por sua imposição, todas as edições das
suas obras têm uma capa sóbria e discreta,
sem imagens, sem fotografias, ou qualquer
composição editorial. Nelas apenas encontramos o título e o nome do autor (sempre abreviado em J. D. Salinger).
Quem lê as suas obras, onde perpassa
uma generosidade e amabilidade para com os
seres humanos (é com muita ternura que descreve a vida familiar e as relações entre os
irmãos Glass de Franny e Zooey ou Carpinteiros, Levantai Alto o Pau de Fileira e Seymour
- Uma Introdução), dificilmente consegue perceber como Salinger se auto-excluiu da Humanidade.
“Lamento ter contado isto a tanta gente. O
que eu sei é que tenho como que saudades de
toda a gente de quem falei. […] Nunca contem
nada a ninguém. Se contarem, acabam por ter
saudades de toda a gente.” (in Uma Agulha no
Palheiro)
Agora cabaram as mistificações em torno
de J. D. Salinger. Fica apenas a saudade.
Profesora Teresa Agostinho
LOU ANDREAS SALOMÉ
“A VIDA HUMANA, TODA A VIDA HUMANA, É POESIA”
Contemporânea de Nietzsche, Wagner,
Freud e Rilke, esta mulher alemã, nascida em
São Petesburgo, em 1861, havia de rivalizar
em génio com todos estes
homens e de suplantá-los
na paixão com que viveu
uma intensa e fascinante
existência que terminou aos
76 anos, em Göttingen, na
Alemanha.
Bela e sedutora, contrariou o preconceito amplamente difundido de que
beleza e inteligência são
incompatíveis. Autora de
vários romances, poesia e
peças de teatro, escreveu
20 livros e mais de 100 artigos e ensaios.
Nietzsche descreveu-a
como a pessoa mais brilhante que conheceu. O seu
espírito crítico e a sede de aprender fizeram
da sua vida uma busca apaixonada e tempestuosa, uma prática de paixão. Lou Salomé, livre pensadora, foi alguém que viveu a paixão
com paixão, sem limites nem concessões, que
preferia as errâncias às certezas, que ousou
14
ser diferente numa época em que muito pouco
era permitido às mulheres.
Ao longo da sua vida cruzou-se com muitos
vultos da cultura europeia e
com alguns manteve relacionamento de ordem intelectual e/ou amoroso. De Nietzsche, a quem admirava como
filósofo, até Rilke, com quem
se envolveu emocionalmente, muitos foram os que consideraram Lou Salomé uma
mulher genial. Em 1911, conheceu Freud, com quem colaborou, dado o seu fascínio
pela psicanálise e pelo seu
criador, tendo escrito vários
artigos publicados em jornais
e revistas da especialidade e
criado uma clínica psicanalítica na Alemanha.
Com a chegada ao poder
do partido nazi, a psicanálise, considerada
uma ciência judaica, tornou-se num alvo a
abater. Doente, Lou Salomé permaneceu na
Alemanha, onde morreu em 1937. Um mês depois da sua morte, a Gestapo confiscou toda a
sua obra e documentos pessoais. Alguns anos
mais tarde, Ernest Pfeiffer, um amigo da última fase da sua vida, publicou a título póstumo
quatro livros e a sua autobiografia.
Dela afirmou a escritora Anaïs Nin (19031977): “A sua liberdade consistiu em dar expressão às suas necessidades inconscientes
profundas. Viu a independência como a única
maneira de realizar o movimento. E, para ela,
o movimento era o crescimento e a evolução
constantes.”
Este poema que escreveu poderia ser o seu
epitáfio:
Ousa, ousa, ousa tudo!
Não tenhas necessidade de nada!
Não tentes adequar a tua vida a modelos,
nem queiras ser um modelo para ninguém.
Acredita: a vida dar-te-á poucos presentes.
Se queres uma vida, aprende a roubá-la!
Ousa, ousa tudo!
Sê na vida o que és, aconteça o que acontecer.
Não defendas nenhum princípio, mas algo bem mais maravilhoso:
algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!
Professora Deolinda Castelhano
ARTE E CULTURA
ANO 4 - Nº 13
TOQUE DE SAÍDA
ENTRE LIVROS
Esperando que as preferências de leitura
que temos vindo a apresentar tenham estimulado a curiosidade por alguns livros e autores,
continuamos a nossa tarefa de mostrar que na
nossa escola há muitas pessoas que lêem, e
os hábitos de leitura que revelam são, por vezes, uma enorme surpresa.
Falámos com o professor Domingos Janeirinho, de Educação Física, que nos reafirmou
a sua paixão pela leitura e nos revelou quais
os livros e autores que mais aprecia.
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aqui reproduzimos: «Aos 10 anos todos nos
dizem que somos espertos, mas que nos faltam ideias próprias. Aos 20 anos dizem que
somos muito espertos, mas que não venhamos com ideias. Aos 30 pensamos que mais
ninguém tem ideias. Aos 40 achamos que as
ideias dos outros são todas nossas. Aos 50
pensamos com suficiente sabedoria para já
não ter ideias. Aos 60 ainda temos ideias, mas
esquecemos o que estávamos a pensar. Aos
70 só pensar já nos faz dormir. Aos 80 só pensamos quando dormimos.»
Conversámos também com a Maria do
Carmo Guerra, aluna
do 12º ano do curso
Científico-humanístico
de Línguas e Humanidades, da nossa
escola, que aceitou
responder às nossas
perguntas sobre as
suas preferências de
leitura.
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vinte e um anos, pois apesar dos seus esforços
Indignação
nos estudos, para conseguir sempre boas noPhilip Roth
Publicações D. Qui- tas e assim livrar-se da guerra da Coreia, não
consegue esconder as suas convicções recuxote
ARTE E CULTURA
Livro que anda a ler: Memorial do Convento, de José Saramago
Um livro que aconselha: A Noite, de José
Saramago
Por último, Pureza Nicolau, funcionária do
Pavilhão Polidesportivo do Externato Cooperativo da Benedita, também respondeu pronta
e amavelmente às nossas perguntas sobre a
leitura.
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Livro que mais gostou de ler: Sinto Muito,
de Nuno Lobo Antunes
Livro que mais lhe custou a ler: um livro
de António Lobo Antunes, de cujo nome já
não se lembra.
Escritor que mais aprecia: Nuno Lobo Antunes e Daniel Sampaio
Livro que anda a ler: Saúde Interna – A
chave para a juventude e vitalidade, de
Ron Gellatley
Um livro que aconselha: Porque Sim, de
Daniel Sampaio
Ana Lúcia Ribeiro e Margarida Serralheiro, 10º F
Livro que mais gostou de ler: Os Maias, de
Eça de Queirós
Livro que mais lhe custou a ler: Resposta
a Matilde, de Fernando Namora
Escritor que mais aprecia: José Saramago
Sugestão de Leitura
Philip Roth é, desde há algum tempo, um
nome incontornável das
letras norte-americanas,
pela sua crítica mordaz,
o seu humor muitas vezes amargo e acima de
tudo pela hábil demonstração de que a literatura e a vida, o indivíduo e o colectivo, o plano
pessoal e o plano histórico estão intrinsecamente relacionados. Após Um Homem Comum
e O Fantasma Sai de Cena, nos quais se debruça cruamente sobre o tema da velhice e a decrepitude física e espiritual, surge Indignação,
que nos apresenta como narrador-personagem
o jovem de dezoito anos Marcus Messner, nascido e criado em Newark, filho de um talhante
Kosher, que decide estudar numa universidade do Ohio, a quinhentos quilómetros de casa,
para se libertar do proteccionismo do pai. A acção passa-se em 1951 e, como ficamos a saber
no início do livro, Marcus não irá chegar aos
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Livros que mais gostou de ler: O Velho e
o Mar, de Ernest Hemingway; Pantaleão e
as Visitadoras, de Mario Vargas Llosa; Um
Estranho numa Terra Estranha, de Robert
A. Heinlein; Capitães da Areia, de Jorge
Amado
Livro que mais lhe custou a ler: Memorial
do Convento, de José Saramago
Livro que anda a ler: O General no seu Labirinto, de Gabriel Garcia Marquez
Escritor que mais aprecia: Jorge Amado
Um livro que aconselha: Novos Contos da
Montanha, de Miguel Torga
O professor Janeirinho partilhou connosco
uma citação retirada do livro de Mia Couto,
Venenos de Deus, Remédios do Diabo, que
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PORQUE CULTURA
É FUNDAMENTAL
sando-se a obedecer a convenções inúteis e
hipócritas, por isso é expulso da tradicionalista
universidade de Winsburg.
Roth coloca a personagem a narrar a sua
vida, sob o efeito da morfina, quando a vida que
lhe resta está em fase terminal, numa espécie
de memórias póstumas, para nos mostrar que
as acções individuais não bastam para definir a
nossa conduta, o julgamento e a acção dos outros são igualmente decisivos na determinação
do nosso destino, como o percurso do jovem
Messner acaba por comprovar.
Indignação é um romance que se lê de
um fôlego mas tem uma grande densidade humana, social e política, demonstrando como as
escolhas, aparentemente banais feitas por um
jovem inconformista e explosivo em busca dos
seus próprios caminhos na vida, podem ter resultados de uma gravidade tragicamente desproporcional.
Louvre, Prado, Gulbenkian são alguns dos museus apresentados na colecção de 15 volumes que o Público lança entre 18 de Janeiro e 26 de Abril.
Se já conhece e quer relembrar, se
não conhece ou se está a pensar conhecer, prepare desde já a sua visita a
alguns dos Grandes Museus da Europa
através desta colecção comemorativa
do 20º aniversário do Jornal Público.
Os livros apresentam uma pequena
história dos respectivos museus e uma
visita através das principais salas, com
destaque para as obras consideradas
“imperdíveis”. Os DVD´s incluídos possibilitam-nos ainda uma visita virtual
pela história dos espaços museográficos, explicações das salas e destaques
para as obras-primas. Numa fascinante
viajem pela história da arte, experimente visionar o DVD ao mesmo tempo que
folheia o livro-guia.
Professora Luísa Rocha
Professora Maria de Lurdes Goulão
15
TOQUE DE SAÍDA
ANO 4 - Nº 13
NO CENTENÁRIO DA REPÚBLICA
EVOCAÇÃO DE MARIA VELEDA NO CCGS
Em 2010, como é do conhecimento de todos, comemora-se o Centenário da República
Portuguesa. Talvez menos que o desejável,
mas todos aprendemos na escola as circunstâncias históricas que conduziram à queda da
monarquia e à implantação do regime republicano. Uma vez por ano, no 5 de Outubro, lembramos, a propósito do feriado, o que neste
dia se comemora.
Da galeria de heróis republicanos, emergem nomes que vamos lembrando pelo papel de relevo que desempenharam. Todos
homens, porque o registo oficial não é muito
pródigo em evocar o papel das mulheres, reservado que estava o seu estatuto oficial a
outras actividades, que não as da luta política. No entanto, apesar de os compêndios
as relegarem para um papel residual, as mulheres portuguesas estiveram presentes e a
sua acção foi determinante na implantação e
consolidação da República. Algumas destacaram-se do anonimato a que estavam votadas,
numa época em que não existiam quotas (eufemismo recente de mais uma manifestação
do politicamente correcto) e o mundo da governação era totalmente masculino. Embora
não tivessem desempenhado cargos políticos
de destaque, muitas foram as mulheres que
abraçaram a causa republicana e lutaram por
ela: Maria Lamas, Ana de Castro Osório, Adelaide Cabete, Carolina Beatriz Ângelo, Maria
Veleda, e muitas outras.
Para dar a conhecer a obra de uma dessas mulheres, teve lugar no dia 19 de Janeiro,
no CCGS, uma palestra subordinada ao tema
“Maria Veleda, Republicana e os Afectos”, palestra proferida pela sua bisneta, Maria José
Miranda, professora de Português da Escola Secundária Domingos Sequeira, de Leiria.
Esta iniciativa, organizada pelo Agrupamento
de Escolas da Benedita e aberta à comunidade, contou com o patrocínio do Externato Cooperativo da Benedita.
Perante uma plateia maioritariamente
constituída por alunos e professores, a oradora evocou a personalidade de Maria Veleda
(1871-1955), professora, republicana, feminista e livre pensadora. A sua vida foi marcada
por lutas e combates, não só na defesa dos
ideais republicanos, mas também pela educação das crianças, na defesa da igualdade de
direitos jurídicos, cívicos e políticos das mulheres e no combate à superstição, ao obscurantismo e ao fanatismo religioso, que lhe
valeu perseguições e condenações antes de
1910.
A vida e obra desta mulher ilustre foram
também tema da exposição “Maria Veleda:
Uma Professora Feminista, Republicana e Livre Pensadora”, que esteve patente no CCGS,
até ao dia 29 de Janeiro.
Personalidade intrépida e irreverente, Maria Veleda é, nas palavras da historiadora Natividade Monteiro, uma mulher que “dedicou
a vida aos ideais de justiça, liberdade, igualdade e democracia e se empenhou na construção de uma sociedade melhor, onde todos
pudessem ser felizes. Semeou ideias, iniciou
processos de mudança nas práticas sociais e
lançou o debate sobre os lugares, os papéis e
os poderes de mulheres e homens num mundo
novo.”
Professora Deolinda Castelhano
Ana Free na Benedita
Ana Gomes Ferreira, mais conhecida por
Ana Free, ascendeu para a música bem cedo.
Ela toca, canta e compõe. Em menos de um
ano, os seus vídeos no Youtube já contam
com mais de 600 mil acessos, sendo dos que
têm mais visitas e mais subscritores na categoria de música. Neste momento, reside
em Londres, onde tirou o curso de Economia.
Prepara-se para lançar um álbum, depois do
sucesso dos primeiros singles: “In my Place”
e “Keep on Walking”.
No dia 23 de Janeiro, o Centro Cultural
Gonçalves Sapinho recebeu Ana Free. Apenas com a guitarra e um acompanhante no órgão, ela animou a sala com um concerto de
cerca de 75 minutos. A música, a luz, o espaço, o som, o público, a actuação de Ana Free
e o seu à vontade fizeram deste um excelente
espectáculo.Houve grande proximidade entre
a artista e os seus fãs, que lhe lançaram rosas
para o palco.
Depois do concerto, Ana Free disponibilizou-se para dar autógrafos, tirar fotografias e
trocar algumas palavras, sempre com um sorriso afável.
Eunice Vicente e Joana Boita, 11º B
16
ARTE E CULTURA
ANO 4 - Nº 13
TOQUE DE SAÍDA
COISAS MINHAS E
DE MAIS ALGUÉM
Quando era criança, lembro-me de
chegar da escola e, feitos os deveres, fazia parte dos hábitos das famílias deixarem-nos ir brincar um bocadinho na rua.
A rua era um espaço público de brincadeira, passeio e encontro. Nas aldeias,
vilas e pequenas cidades, havia praças,
pequenos jardins e descampados onde
as crianças gastavam energias. Esfolavam-se joelhos, subia-se às árvores,
jogava-se à bola, ao “mata”, à “macaca”,
às escondidas, rebolava-se, dava-se piparotes, enfim, divertíamo-nos e crescíamos em contacto uns com os outros, pois
todos eram vizinhos e amigos, e aqueles
momentos de libertação eram mágicos. A
rua era um espaço de interacção, liberto das regras que tínhamos de seguir em
casa e na escola. A rua era uma cúmplice
segura de todos, ajudava-nos a ter autonomia e a cimentar amizades.
Num abrir e fechar de olhos, as ruas
desapareceram, dando lugar a construções mal estruturadas e a estradas onde
o tráfego dos carros se aglomera cada
vez mais, desaparecendo assim um espaço de convívio que não foi devidamente compensado com outros equivalentes.
SENTIMENTOS
Sentir o que nunca senti
Descobri-o ao teu lado,
Porque as coisas ao pé de ti
Têm outro significado.
Viver o que nunca vivi
Contigo isso é fascinante,
Desde que te conheci
Sempre me foste importante.
Sorrir como nunca sorri
Ao teu lado é possível,
Pois foi assim que me ri
De algo imprevisível.
Sofrer como nunca sofri
Está no destino do amor,
Chorar e gritar aqui
Por ti sofro e é a dor.
Amar como nunca amei
No mundo não há igual,
Podes crer que me apaixonei
Tu para mim és especial.
Danny Siopa, 12º F
TOP 10
Biblioteca
Foi um instante até se achar que, não só
não se podia brincar na rua, como também não podíamos sair sozinhos. A rua
tornou-se perigosa e ameaçadora. Não
se inventou nada de equivalente, em vez
disso, foram surgindo jogos, televisão, filmes, computadores, mais horas na escola e mais actividades extra-curriculares.
Há transformações que são perdas
enormes. Felizmente, as crianças da nossa escola ainda têm a rua e outros espaços não claustrofóbicos onde se podem
dedicar a actividades lúdicas. Espero que
os saibam aproveitar e valorizar, uma vez
que a maioria já não cresceu com as maravilhosas sensações de cair na lama,
jogar à cambalhota, sujar as mãos, lambuzar-se com amoras silvestres, apanhar
musgo para o presépio, saltar à corda,
jogar às estátuas, correr e saltar livre de
olhares acusadores, com aquele sabor
saudável que somos nós e a natureza fazendo parte do mesmo ecossistema. Será
que ninguém dá por esta falta?
Rosário Ferreira (Zaira),
Os livros mais requisitados na Biblioteca do
ECB, nos meses de Novembro de 2009 a Janeiro de 2010.
1º- A Vida Num Sopro - José Rodrigues dos Santos
2º - Os Primos - Mafalda Moutinho
3º - O Mundo em que Vivi - Ilse Losa
4º - O Guarda da Praia - Maria Teresa Maia Gonzalez
5º - O Cavaleiro da Dinamarca - Sophia de Mello Breyner
6º - Por Terras dos Antigos Coutos de Alcobaça - Maria
Zulmira Furtado Marques
7º - Da Pré-História à Actualidade - Francisco Furriel
8º - Eragon - Christopher Paolini
9º - Pessoas Como Nós - Margarida Rebelo Pinto
10º - Crónica de Uma Morte Anunciada - Gabriel Garcia Márquez
Funcionária Administrativa
INCÓGNITA
Texto premiado no concurso nacional
Imaginação e Criatividade Escrita em Dia
Corre. Corre na tua máxima velocidade. Agora pára. Sente o teu próprio pulso. É sinal
de vida. Porque hoje está sol, mas amanhã não se sabe. O tempo é incerto. Aproveita essa
sensação de pulso cheio, ela não dura para sempre. Quando o pulso acalmar salta, salta o
mais alto que conseguires, tenta atingir o céu. Grita também, abre o livro que há dentro de
ti a todo o mundo. Liberta-te dessa vergonha que te acanha o mais rapidamente possível.
Tenta senti-lo de novo, consegues? Tens sorte tu. Outros tantos humanos como tu não o
sentem. Aproveita agora que o tens, leva-o ao limite. O limite dá-te prazer. E porque não ter
prazer sempre que podes? O tic tac não descansa, e a qualquer momento a bomba rebenta.
Não penses que o amanhã existe quando ainda estás em hoje. Ele é uma incógnita, e esta
equação é impossível de resolver.
Juliana Costa, 12º B
SOL E CHUVA
ÀS VIAGENS
alguns dias merecem um poema
ou pelo menos alguma coisa
que os ligue novamente à criação
Freedom is not expensive.
If you want to be free you just
have to be born as a bird.
Luís Lucas, ex-aluno do ECB
http://amanhecerdaspalavras.blogspot.com/
Or to think like one.
Luís Lucas, ex-aluno do ECB
http://amanhecerdaspalavras.blogspot.com/
e Paulo Tavares
http://atravessandooinverno.blogspot.com/
RECRIAR O MUNDO
17
TOQUE DE SAÍDA
ANO 4 - Nº 13
BLACK MAGIC
JOSÉ JAMES
CRÍTICA
DE MÚSICA
A sua voz não parece deste tempo nem
desta idade. José James, músico norteamericano, regressa a Portugal para apresentar Black Magic, o seu segundo álbum,
e traz-nos um jazz que desliza em nós pela
sua suavidade, simplicidade e beleza.
Este artista aprendeu a trabalhar a escrita no hip hop, delineou a sua voz no
soul e instrumentou um novo jazz, contemporâneo e eclético. De facto, junta o
hip hop, o jazz, o soul vigoroso e místico,
o drum n’ bass e o R‘ B, criando assim um
ambiente envolvente, com a sua ousadia
musical cheia de criatividade.
“Beleza” é a primeira faixa do álbum,
que mostra James num consistente black
jazz, pela forma como canta e como transmite a sua paixão pela letra. “Conversation Love” é talvez a mais engenhosa das
canções do álbum, um dueto com Jordana
de Lovely, em que os instrumentos estabelecem uma harmonia com a letra. “Promisse Love” e “Detroit Love Teller” são
canções que nos levam aos anos 70 e 80,
lembrando o soulfull jazz de George Washington Jr. Em “Save your love for me”,
recupera um tema de Nancy Wilson, refazendo a canção e dando-lhe um sentido
mais actual.
A prova do sucesso de José James está
nos fãs que tem por todo o mundo e nas
críticas ao seu trabalho. Embora ainda
seja pouco conhecido no nosso país, (actuou no dia 25 de Fevereiro no Centro Cultural das Caldas da Rainha) - José James
traz frescura, novidade e originalidade. Altamente recomendado.
Ricardo Rodrigues, 12º H
AVATAR
O TRIUNFO DO 3D
Avatar significa encarnação, metamorfose, e
é o nome de um dos filmes de que mais se ouviu falar nos últimos tempos. Avatar introduz-nos
num mundo espectacular, além da imaginação,
onde um herói relutante, vindo da Terra, embarca numa aventura épica e acaba numa luta titânica para salvar o mundo extraterrestre ao qual
aprendeu a chamar lar.
O filme foi idealizado há quinze anos pelo oscarizado realizador de Titanic, James Cameron,
quando ainda não existiam os meios para concretizar as suas ideias. Agora, após quatro anos
de produção e uma série de documentários experimentais filmados com uma câmara de alta definição, criada especialmente para o realizador,
finalmente o seu projecto foi concretizado. Este
é um filme de acção que utiliza uma nova geração de efeitos especiais que nos proporcionam
uma experiência inovadora: a imersão na acção.
No entanto, a tecnologia revolucionária que foi
inventada propositadamente para Avatar quase
desaparece na emoção das personagens e no
arrebatamento da história que é contada. Os cenários, apesar de irreais, parecem-nos bastante
familiares devido ao tratamento das imagens, e
constituem um mundo fantástico e brilhante do
qual parece que fazemos parte, enquanto assistimos ao filme.
Para muitos críticos, este é o produto cinematográfico mais extraordinário de todos os tempos, por isso, se gosta de experiências inovadoras, este é um filme que não deve perder. Como
disse James Cameron, “o 3D é o futuro”.
www.joshuarodriguez.blogspot.com
Micael Rosário Silva, 12º ESRM
2010 - O ano de todas as celebrações
O ser humano sempre gostou
de comemorar, festejar, celebrar.
Aproveitamos todas as ocasiões,
todas as efemérides, para organizarmos festas, debates, palestras, mostras, concertos, exposições, com muitos encómios
e champanhe à mistura.
Quando estas comemorações vêm acompanhadas de
“números redondos”, como as
décadas ou os centenários, então rejubilamos e encontramos
ainda mais pretextos para louvar
os que, de alguma forma, admiramos.
2010 pode ser considerado o
ano de todas as celebrações. Se
18
não, vejamos:
Ludwig von Beethoven, compositor alemão, nasceu há 240 anos,
em Bona.
Frédéric
Chopin,
pianista
e
compositor polaco, nasceu há 200
anos, em Żelazowa Wola.
Robert Alexander Schumann,
músico e pianista alemão, nasceu
há 200 anos, em Zwickau, Alemanha.
Piotr Ilich Tchaikovsky,
compositor russo, nasceu há
170 anos, na cidade de Kamsko-Votkinsk, na Rússia.
Gustav Mahler, compositor
e maestro austríaco, nasceu há
150 anos, em Kaliště, na Boémia.
Manuel Teixeira Gomes, sétimo
Presidente da República Portuguesa, diplomata e escritor, nas-
ceu há 150 anos, em Portimão.
Albert Camus, escritor e filósofo francês nascido na Argélia,
morreu há 60 anos, em Villeblevin, França.
John Lennon, músico, compositor e escritor britânico, um dos
famosos The Beatles, nasceu há
70 anos, em Liverpool, e morreu
há 30 anos, em Nova Iorque.
Por cá, desde o dia 31 de Janeiro, vamos comemorando os
100 anos da Implantação da República.
Professora Teresa Agostinho
OLHAR CIRCUNDANTE
ANO 4 - Nº 13
TOQUE DE SAÍDA
BENEDITA SEM BARREIRAS
UM PASSEIO ATRIBULADO
Há cerca de quatro meses, a professora
Helena Guerra, em conjunto com a turma do
11ºD, decidiu realizar um passeio com uma
colega nossa que tem deficiências motoras e
se desloca em cadeira de rodas. O passeio
integrava-se no trabalho de projecto da nossa turma, “Benedita sem barreiras”, e o seu
objectivo consistia em avaliar as dificuldades
que um deficiente motor, ou
mesmo visual, enfrenta na vila
da Benedita.
O passeio começou bem,
pois existem rampas no Externato, e a aluna não teve dificuldades em sair da escola, mas
logo a seguir a tarefa complicou-se, ao enfrentar uma passadeira. Com a ajuda dos colegas lá conseguiu, e o passeio
continuou. Pouco depois, outro
desafio, outra passadeira, mas,
desta vez, exageradamente
alta, pelo que, além de não a
conseguir subir, mesmo com
ajuda, causou um acidente: devido ao tempo
gasto na tentativa de transpor a passadeira, o
trânsito acumulou-se e dois carros chocaram.
E por fim, a aluna não teve outro remédio senão seguir pela estrada, correndo o perigo de
ser atropelada.
Finalmente chegámos ao nosso destino,
uma florista, onde a nossa colega também não
O TWITTER E A EDUCAÇÃO
O Twitter (http://www.twitter.com)
é uma rede social que funciona de
modo semelhante a um pequeno
blogue (o chamado microblogue),
onde os utilizadores podem enviar
ou receber mensagens com o tamanho máximo de 140 caracteres, conhecidas por tweets, sendo seguidos e seguindo outros utilizadores.
Dada a dimensão das mensagens,
podem gerir-se utilizando a web,
através de SMS, ou de programas
existentes em alguns dispositivos
portáteis. Torna-se assim possível
ao utilizador submeter novas mensagens e receber as novidades dos
seus contactos em qualquer lugar.
O acto de utilizar o Twiter chama-se
twittar.
Devido às suas características,
o Twitter tem potencialidades para
ser utilizado na educação: permite,
por exemplo, a continuidade da interacção para além da sala de aula,
podendo o aluno colocar questões
e esclarecer dúvidas. A dificuldade
será conseguir coordenar o debate,
evitando o atropelamento de mensagens.
O Twitter também potencia o
sentido de turma, pois, sendo uma
ferramenta de interacção, aumenta
a predisposição para a conversação, permitindo assim criar opiniões, analisar consensos e publicar
OLHAR CIRCUNDANTE
ideias em torno de temas de interesse. Promove ainda a escrita colaborativa e melhora a capacidade
de síntese, tendo em conta que há
uma limitação de caracteres. Pode
também funcionar como um organizador de diálogos, através de
hashtags (# e uma palavra-chave
ou etiquetas) e permite rápidas actualizações e partilha de recursos
na rede, por exemplo, partilhando
opiniões sobre o que está a acontecer numa conferência.
Um dos exercícios que se poderá desenvolver com os alunos será
levar uma turma para uma sala com
acesso à internet, para que cada
aluno dê continuidade ao texto de
outro, por uma ordem e sobre um
tema previamente combinados.
Este exercício permite avaliar a
compreensão e o modo de participação de cada aluno, bem como o
grau de conhecimento do tema.
Professor Samuel Branco
pode entrar, visto a entrada ser demasiado
alta e a cadeira de rodas não caber na porta.
Regressámos à escola, tomando outro caminho, para facilitar a deslocação. Porém, os
problemas ainda não tinham acabado. Um
enorme caixote de lixo, num lugar inesperado,
impediu-lhe a passagem. A cadeira de rodas
automática é grande, e o espaço era pequeno.
Depois de quase partirmos o caixote do lixo, a
nossa colega lá conseguiu passar e, mais uma
vez, não teve outro remédio senão arriscar-se
pela estrada, lado a lado com os carros.
Este passeio serviu-nos para avaliar as
tremendas dificuldades que um deficiente enfrenta numa pequena deslocação, não só nesta vila, mas em muitas outras povoações do
nosso país, inconscientes das necessidades
especiais que todos podemos vir a ter um dia.
De facto, sem a nossa ajuda, a colega não teria tido qualquer hipótese de sair da escola.
Celebramos um século após a República,
não será o momento de pormos em prática um
dos seus mais celebrados valores – a IGUALDADE?
Guilherme Passarinho, delegado da turma do 11ºD
A SOCIOESFERA
Hoje, assistimos ao mundo das redes sociais na web como
se já fizessem parte de nós, das nossas vidas, dos nossos
hábitos e dos nossos comportamentos. Hoje, todos os que quiserem têm um blogue e publicam lá o que quiserem. Como se
houvesse necessidade de todos termos um blogue, um facebook, um hi5, um twitter ou um myspace. Será que para socializarmos temos de falar virtualmente? Será que todo este fervor
dos portugueses pelas redes sociais não revelará sedentarismo, timidez e comodismo? Ou, mais assustador, precisaremos
da virtualidade para sermos sociais e sociáveis?
Eu tenho um blogue. Na verdade tenho-o porque me é preciso, e não para andar a contar que vou ali ou que vou acolá. Tenho um blogue para divulgar o que faço artisticamente,
seja escrever, seja pintar, seja fotografar. Tenho um objectivo,
promover-me como artista. Logo, não acho necessário e oportuno andar a descrever coisas da minha vida pessoal. Também não acho oportuno publicar coisas copiadas ou cheias de
falhas. Aconteceu-me receber um comentário de um blogger
que elogiava o meu trabalho e que me pediu conselhos. Dá-me
gosto poder ajudar os outros e saber que gostam do que faço.
O objectivo do blogue está assim cumprido. Agora, quando vi
a página dele, fiquei desagradado: além de o nome ser o de
um dos maiores poetas portugueses, as publicações estavam
sobrecarregadas de erros, e não me refiro a construções frásicas, porque nisso eu também erro. Mas aquela sensação de
uma pessoa que quer escrever sem ler levou-me a pensar na
utilidade das plataformas sociais.
Acho que já são horas de pensarmos no que fazemos, como
fazemos e no que pode acontecer. Eu, se publicasse um artigo
em que referisse o que vivi pessoalmente, numa viagem, por
exemplo, sentir-me ia despedaçado, pois a minha vida, ao ser
publicada, estaria também aberta a quem quisesse entrar nela.
Ricardo Rodrigues 12ºH
www.joshuarodriguez.blogspot.com
19
TOQUE DE SAÍDA
ANO 4 - Nº 13
Quadro de mérito
7º ANO
11º ANO
Inês da Cruz do Couto
7ºG
Carlos Ferreira Martins
7ºH
Georgeta Munteanu
7ºH
8º ANO
António Serrenho do Carmo
11ºA
Daniela Filipa Mendes Francisco
11ºA
Nídia Quitério Ferreira
11ºA
Patrícia Bispo Pimenta
11ºA
Ricardo Nazaré Serrazina
11ºA
Maria Ana Bernardo Almeida
8ºB
Rita Isabel Moreira Dinis
11ºA
Alice Coelho Vicente
8º C
Ana Rita Ribeiro Marques
11ºB
José Luís Alexandre Mateus
8ºC
Maria Santos Vicente
11ºB
Carolina Gonçalves Guerra
8ºD
Cristina Isabel Ferreira Tomás
11ºC
Ana Paula Jorge Cruz
8º F
Adriana Fialho Passarinho
11ºD
Eduardo Manuel S. F. Aivado
8ºF
Guilherme Fialho Passarinho
11ºD
Beatriz Mateus Tiago
11ºF
Diana Isabel Pereira Tomás
11ºH
Rita Margarida Pereira Henriques
11ºH
9º ANO
Cláudia Sofia Coito e Silva
9ºB
Mónica Sofia Pereira Lourenço
9ºB
João Marcos M. Crisóstomo
9ºG
12º ANO
Sónia Fialho Felizardo
9ºH
Catarina Rebelo Silvério
12ºA
Catarina Henriques Lopes
9ºI
Raquel Castelhano Dias
12ºA
Ana Luísa Marques Pereira
12ºB
Arlete Sofia Mendes Sineiro
12ºB
Cláudia Paciência Santos
12ºB
Cristiana Faustino Santos Higino
12ºB
Inês Domingos Belo
12ºB
Juliana Fialho Costa
12ºB
Laura Catarino Gonçalves
12ºB
Liane dos Santos Canas
12ºB
Mariana da Silva Rodrigues
12ºB
Mónica Daniela Santos Fialho
12ºB
Paulo Miguel Vicente Batista
12ºB
Bárbara Santos Serralheiro
12ºC
Catarina Fialho Marquez
12ºC
Catarina Fialho Pereira
12ºC
David Marques Vicente
12ºC
Fábio Sousa Cruz
12ºC
Filipa Isabel M. M. Serrazina
12ºC
José Carlos Barreiro Mateus
12ºC
10º ANO
Carolina Perista Serrazina
10ºA
Juliana Serrazina Pedro
10ºA
Maria Serrazina Carvalho
10ºA
Tiago Costa Mateus
10ºB
André da Costa Marques
10ºC
Pedro Radamanto Rodrigues
10ºC
Andreia Dias Lopes
10ºE
Bárbara Maximiano Martins
10ºE
Paulo Manuel Jesus Tinta
10ºE
Ana Sofia Valério Lopes
10ºF
João Filipe Pereira Rodrigues
10ºF
Margarida Costa Serralheiro
10ºF
João Emanuel Pereira e Tato
10ºG
Marisa Ferreira Machado
10ºG
Daniela Tomás Costa
10ºI
Juliana Marques Santos
12ºC
Marta Carvalho Santos Baptista
12ºC
Micaela do Carmo Bento
12ºC
Miguel Machado Lopes
12ºC
Tatiana Marques Ladeira
12ºC
Mariana Guerra de Almeida
12ºD
Vanessa Marques Fialho
12ºD
Daniela Sofia Mendes Santos
12ºE
Juliana Vieira Belo
12ºE
Lea Mões da Fonseca
12ºE
Maria do Carmo Ferreira Guerra
12ºE
Teresa do Carmo Ferreira
12ºE
Ana Rita Felizardo Francisco
12ºF
Beatriz Maximino Bernardo Silva
12ºF
Beatriz Perista Serrazina
12ºF
Joana Almeida G. Guimarães Sá
12ºF
RECORRENTE
Luís Miguel Mendes Vicente
10º C.T.
Márcio André Carreira Pedro
11º C. T.
Programa
Semana das línguas
SEGUNDA-FEIRA, 1 DE MARÇO
Ao longo do dia: Jogo “Who am I?“, para
alunos do 3º ciclo.
Durante a semana, nos corredores do ECB:
“Bring them to School”, peddypaper para alunos do Secundário, sobre cultura e personalidades de países anglófonos.
“Writing Contest”: concurso de escrita para
alunos de Inglês e de Alemão.
TERÇA-FEIRA, 2 DE MARÇO
10:10 - Atelier de Leitura Criativa, Sala Polivalente, pela escritora Isabel Ricardo Amaral.
Alunos do 7ºD e do 7ºH.
20
16:00 - Apresentação do número III dos Cadernos do ECB, Sala Polivalente. Participação
especial: Prof. Doutor João Malaca Casteleiro
- ”O Novo Acordo Ortográfico”. Sessão aberta
à comunidade.
QUARTA-FEIRA, 3 DE MARÇO
10:10 – Desfile: recriação de personalidades
da cultura francesa. Cave do CCGS, Alunos
do 3º Ciclo e do Secundário inscritos a Francês. Confecção e venda de crepes, cave do
CCGS.
SEXTA-FEIRA, 5 DE MARÇO
21.00 - Sarau Cultural no Auditório do CCGS.
Aberto à comunidade:
- Recitais de Poesia
- Dramatizações
- Peças Musicais
- Sessões de Música e Dança
- Entrega dos Prémios dos Concursos de
Escrita de Francês e de Inglês
14:30 - Sessão para alunos de Francês: “O
Francês no Mundo do Trabalho”, pela Dra.
Maria do Carmo Brandão, Directora da Alliance Française de Caldas da Rainha. No Auditório do CCGS, para alunos de Francês.
ESCOLA VIVA
ANO 4 - Nº 13
TOQUE DE SAÍDA
GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA – UM PROBLEMA ACTUAL?
O problema da gravidez na
adolescência não é de todo um
problema recente. Sempre existiu, e, por mais que se divulgue e
se discuta sobre o assunto, continuará a existir.
Sendo a adolescência uma
fase muito conturbada, na medida
em que surgem transformações
físicas e psicológicas muito acentuadas e, por vezes, difíceis de
aceitar pela maioria dos jovens,
é natural que estes se envolvam
de forma intensa e impensada em
relações que conduzem, por vezes, a actos irresponsáveis e até
irreparáveis. A gravidez ocorrida
nestas circunstâncias é, em geral,
uma gravidez que não foi planeada, nem sequer desejada, e que
é fruto de relacionamentos sem
qualquer estabilidade. Segundo
alguns estudos por nós consultados, uma gravidez indesejada na
adolescência ocorre por várias razões: porque o método contraceptivo falhou ou pela má utilização
do mesmo; porque não se utilizou
qualquer protecção durante as relações sexuais; por falta de informação ou até pela existência do
pensamento mágico de que “ só
acontece aos outros”.
No entanto, nem sempre uma
gravidez indesejada traz só e exclusivamente consequências negativas, pois, em alguns casos, a
maturidade e a responsabilidade
dos jovens pais surge exactamente depois do nascimento do seu
filho. Exemplo disso é a história
de Ana, de 16 anos, e Ricardo,
de apenas 17, que se envolveram numa relação amorosa muito
intensa, tão intensa que resultou
exactamente numa gravidez indesejada. Perante esta situação,
os jovens decidiram assumir toda
a responsabilidade e, quando falaram com os pais de ambos, informaram-nos logo que estavam,
apesar de tudo, felizes e dispostos a criar o filho, esperando a
ajuda imprescindível dos avós.
Estes, apesar de surpreendidos e
assustados, e ao contrário do que
normalmente acontece, não contrariaram a decisão dos jovens e,
após o nascimento de Mariana,
uma linda menina, tudo fizeram
para a ajudar a criar. Apesar de
terem sido pais muito jovens, Ana
e Ricardo continuaram a estudar
aBUSO sEXUAL
INGENUIDADE OU MALDADE?
Por detrás de sorrisos, sonhos e
ilusões, surge esta realidade. O acto
sexual, físico ou psicológico, abusivo e agressivo, praticado contra uma
criança, um adolescente, um homem,
uma mulher é um problema a que não
podemos, nem devemos, ficar indiferentes. Fruto da ingenuidade ou da
maldade de certas pessoas, o abuso
sexual existe e tem de ser desmistificado.
São inúmeras as causas deste flagelo, e as suas consequências devastadoras para as vítimas e seus familiares. O abuso sexual é como uma ferida
que, mesmo sarada, acaba sempre por
deixar marcas, provocando nas vítimas sentimentos de culpa, baixa autoestima, medo, vontade de se isolar e
até suicídio. A par destes sentimentos
negativos, surgem também mudanças
de comportamento, em que as vítimas
revelam raiva, agressividade, queda
do rendimento escolar, no caso dos
estudantes, e tendência para um dia
mais tarde fazerem o mesmo a outras
pessoas.
Nem sempre é praticado o mesmo
tipo de abuso: pode existir contacto
físico, mas, quando este não existe,
sobressaem o assédio, o exibicionismo, o constrangimento ou até a pornografia. De uma forma ou de outra, a
vítima sai prejudicada e, mesmo sem
culpa nenhuma, sente-se mal, achando que mereceu aquilo que o abusador lhe fez.
Segundo alguns estudos, a maioria dos agressores não sofre de distúrbios mentais, e, no caso de abuso
OLHAR CIRCUNDANTE
sexual de menores, costumam ser familiares, vizinhos ou alguém de confiança. Por isso, a vítima, indefesa,
sente-se muito pior, pois foi traída por
alguém em quem confiava.
É complicado definir o perfil de
um abusador. São, geralmente, homens adultos ou jovens aparentemente normais, mas com graves problemas de sociabilização e que carecem
de valores sociais. Ao contrário do que
se possa pensar, apenas 5% dos abusadores sexuais são pedófilos. Estima-se que quarenta pessoas são abusadas a cada dez minutos, em todo o
mundo.
Temos de estar muito atentos, pois
pode acontecer com qualquer um de
nós e em qualquer sítio em que estejamos. Compete a todos denunciar
estes casos para tornarmos esta sociedade em que vivemos mais segura
e mais estável.
e, graças à ajuda dos pais, terminaram os seus cursos e iniciaramse na vida activa sem deixar de
cuidar e de educar a sua filha Mariana, agora com 7 anos de idade.
Apesar de bem sucedida, a história de Ana e Ricardo não é, infelizmente, representativa do que
acontece na maioria dos casos,
em que os jovens, perante uma
falha de responsabilidade, de informação ou até de educação sexual, se vêem sozinhos e sem saber o que fazer.
Assim, com finais mais felizes
ou menos felizes, a verdade é que
a gravidez entre os jovens adolescentes continua a ser uma realidade.
Os alunos do 8º G
Notícias
PROJECTO CRESCER
Reabriu, em Janeiro, o Gabinete de Informação e
Apoio ao aluno (GIA), dinamizado por professores do
Projecto Crescer, das equipas do 3º Ciclo e do Secundário. Este ano, além disso, o GIA conta também, na
última 3ª feira de cada mês, a partir das 14.30, com a
presença de uma enfermeira.
Sessões para pais: no dia 19 de Janeiro, sobre violência em meio escolar, decorreu uma sessão dinamizada
pela psicóloga do ECB, Margarida Ferreira; estiveram
presentes cerca de dezasseis pais que avaliaram muito
positivamente a sessão e agradeceram o empenho da
escola na organização destas acções que constituem
interessantes momentos de partilha entre pais. No dia
11 de Fevereiro, também às 18.30, decorreu nova sessão para pais, esta sobre Internet Segura.
Sessões para os alunos: decorreram, durante os meses de Janeiro e Fevereiro, sessões informativas sobre
sexualidade, dinamizadas por uma enfermeira e dirigidas a todos os alunos do 9º ano. Estão ainda previstas,
também para o 3º ciclo, sessões sobre álcool, drogas e
tabaco, a decorrer em datas a confirmar.
Professora Helena Rodrigues
Contactos úteis:
SOS Criança: 217 931 617 (dias
úteis)
Recados da criança: 800 206 656
(chamada gratuita)
APAV (Associação Portuguesa de
Apoio à Vitima) 218 884 732 / 218 876
351
Projecto Crescer, Equipa do 3º Ciclo
Os alunos do 8º A
21
TOQUE DE SAÍDA
ANO 4 - Nº 13
Enigmas
O TOMATE
22
Bibliografia consultada:
“Cadernos Culturais Naturistas” e “Enciclopédia de
Educação e Saúde”
Professor Miguel Fonseca
SOLUÇÕES
O estranho roubo do milhão de dólares
Se o ladrão, ao entrar no quarto, tivesse encontrado o empresário
deitado na cama, esta não poderia estar feita e sem vestígios de luta.
Enigmas matemáticos
1 saco de areia = 8 tijolos.
Se o camião ainda pode transportar 18 sacos (50-32=18), então pode
levar 18* 8 = 144 tijolos.
As Moedas de cor
1 moeda vermelha = 0,72 €
1 moeda azul = 0,68€
1 moeda amarela = 2€
1 moeda verde = 0,88€
O tomate, cujo nome científico é solanum lycopersicum, é o fruto do tomateiro.
Pode ter cor vermelha, amarela ou verde.
Conhecem-se hoje cerca de 60 variedades,
sendo as mais conhecidas: Lisa Primícia,
Rainha dos Precoces, Normanda Francesa,
Rei Humberto Carnosa, Califórnia Gigante,
Pequena Cereja, Coração de Boi… Há quem
defenda que foi introduzido na Europa pelos
exploradores espanhóis, que o teriam trazido do México, no século XVl. A sua aceitação não foi fácil: por ser vermelho, consideravam-no venenoso, sendo utilizado apenas
pelos alquimistas, para fazerem unguentos.
O tomate só foi verdadeiramente aceite em
países como a Alemanha e a Estados Unidos da América já no século XX. Nos países
do sul da Europa, pelo contrário, foi bem
aceite, sendo hoje um elemento insubstituível na cozinha mediterrânica.
O tomate vermelho é o mais comum e tem
a seguinte composição nutricional por cada
100 g de parte comestível crua: valor energético: 21kcal=90,0kj; proteínas: 0,850g; hidratos de carbono: 3,54g; fibra: 1,10; gordura total: 0,330g; gordura saturada: 0,045 g;
colesterol: 0; vitamina A: 61,0 IU; vitamina
B1: 0,059 mg; vitamina B2: 0,48 mg; vitamina B6: 0,080 mg; vitamina C: 19,1 MG;
vitamina E: 0,380mg; vitamina B3: 0,728mg;
folatos: 150mcg; cálcio: 5mg; fósforo: 24mg;
magnésio: 11mg; ferro: 0,450mg; potássio:
222mg; zinco: 0,09g; sódio: 9mg.
Para além destes preciosos nutrientes, o
tomate possui outros constituintes igualmente benéficos para o nosso organismo, tais
como fibra vegetal de tipo solúvel, que se
encontra na polpa e especialmente na substância mucilaginosa que rodeia as sementes. A fibra tem uma acção redutora sobre
o colesterol e um efeito laxante. O tomate
contém também ácidos orgânicos que contribuem para o seu sabor peculiar. Apesar
do seu sabor ácido, acontece-lhe como ao
limão – produz uma alcalinização no sangue
e na urina. Deve-se isto ao facto de ter mais
substâncias de reacção alcalina do que de
reacção ácida. Por fim, contém licopeno (ou
licopina), o pigmento que lhe dá a cor vermelha. Cada vez mais, a investigação mostra a importância do licopeno no nosso organismo. Ele encontra-se no sangue humano,
nos testículos, na próstata e nas glândulas
supra-renais. Exerce uma intensa acção
anti-oxidante, impedindo a deterioração das
células pelos radicais livres, e intervém no
controlo do crescimento celular. Na ausên-
cia do licopeno, as células crescem mais desordenadamente.
Esta associação de nutrientes faz do tomate um excelente alimento. Além disso, a
sua ingestão frequente pode ser útil à nossa
saúde. O tomate é especialmente indicado
para afecções da próstata: comer habitualmente tomate fresco e bem maduro previne
o cancro da próstata. Aumenta também as
defesas imunitárias: por ser rico em vitaminas e minerais, sobretudo em licopeno e
beta-caroteno, é um estimulante natural das
defesas do organismo. É ainda depurativo:
sendo um grande alcalinizador do sangue,
neutraliza e facilita a eliminação dos resíduos metabólicos de natureza ácida. Além
disto, é diurético e facilita o funcionamento
dos rins: o seu consumo habitual é recomendável para “limpar” o sangue, em casos de
excesso de ácido úrico e ureia. Por fim, pela
sua acção antioxidante, o tomate combate
a arteriosclerose, pois evita a oxidação do
colesterol transportado pelas lipo-proteínas
de baixa densidade (LDL), que provoca o
estreitamento e endurecimento das artérias.
É ainda um bom alimento para pessoas com
elevada tensão arterial, prevenindo a angina
de peito e o enfarte do miocárdio.
O tomate pode ser consumido em salada,
em puré, frito, em bolos, compotas, sumos
e molhos. Não deve ser comido verde, mas
bem maduro. E quem não sofrer de prisão
de ventre, deve comê-lo sem casca. Cozido,
ou frito com um pouco de azeite, é a melhor
fonte de licopeno. Experimente fazer um
molho de tomate com alho, salsa, cogumelos e um pouco de azeite, coma-o com umas
torradas … uma delícia! Se estiver cansado,
faça um puré ou sumo de tomate bem maduro e ficará reanimado.
Quando o combinamos com outros alimentos, devemos ter em atenção as incompatibilidades alimentares. Pode combinar-se
o tomate com pão e hortaliças, batatas e raízes (cenouras, nabos, cebolas, rabanetes,
beterraba, etc.), azeite e amêndoas, ovo e
arroz, batata-doce e pinhões, azeitonas e
milho; não é aconselhável combinar o tomate com frutos, mel e queijo, limão e vinagre,
açúcar e vinho, leite e chocolate, laranjas e
uvas, compotas e marmeladas.
O estranho roubo do mil milhão de
dólares
O Inspector Arruda foi chamado para investigar o roubo de 1 milhão de dólares a um rico
empresário, durante uma viagem de negócios.
O empresário disse que estava no hotel e que
fora atacado por um mascarado que tinha levado a mala com os dólares:
– Eu ainda estava deitado, quando ele entrou. Lutámos, mas ele era mais forte e acabou
por levar a mala. Espero que o seguro pague
tudo!
O Inspector Arruda, depois de examinar detalhadamente a cena do crime e de reflectir,
afirmou, seguro de si:
– O senhor está a mentir. Não houve qualquer roubo.
(Nota: para a solução do enigma, a imagem
é importante).
Enigmas matemáticos
O camião
Um camião pode transportar 50 sacos de
areia ou 400 tijolos. Se foram colocados no veículo 32 sacos de areia, quantos tijolos pode
ainda carregar?
As Moedas de cor
Um país mandou cunhar moedas que se
distinguem pela cor. Com as informações que
se seguem, vamos a ver se descobres quanto
vale cada moeda de cor vermelha, azul, verde
e amarela:
4 moedas verdes + 1 amarela +1 azul = 6,20
€
3 moedas azuis + 2 vermelhas = 3,48€
2 moedas verdes + 1 moeda amarela = 3,76€
3 moedas verdes + 1 moeda amarela + 1
moeda azul + 1 moeda vermelha = 6,04€
Enigmas coligidos pelo
professor Acácio Castelhano
MENTE SÃ EM CORPO SÃO
ANO 4 - Nº 13
TOQUE DE SAÍDA
SAÚDE E BEM-ESTAR
HIGIENE PESSOAL FAZ A DIFERENÇA
A higiene, em geral, inclui um conjunto de
meios para manter as condições favoráveis à
saúde e, em particular, a higiene pessoal reporta-se aos hábitos de limpeza e asseio com
que cuidamos do nosso corpo. Assim, depois
de uma boa noite de sono, tomar banho, lavar os dentes, usar desodorizante, vestir-se
e calçar-se adequadamente, ter uma alimentação saudável, variada e equilibrada, e fazer
exercício físico regularmente são factores que
contribuem para uma vida mais saudável e
duradoura, não só em termos individuais, mas
também em termos sociais.
Durante todo o processo evolutivo da humanidade, a mudança dos hábitos de higiene
foi um dos factores mais significativos para
que o Homem de hoje tenha maior longevidade. Com as mudanças de atitude, o Homem
adquiriu aprendizagens relacionadas com os
seus padrões nutritivos e aprendeu também a
cuidar melhor da sua higiene e do seu próprio
corpo.
A higiene pessoal deve ser uma preocupação desde os primeiros momentos de vida.
Segundo a pediatra Francisca Fernanda de
Freitas, os cuidados com o recém-nascido
começam no próprio útero materno. A mãe é
o primeiro ambiente para o desenvolvimento
saudável do filho, por isso deve ter uma alimentação equilibrada, não deve beber bebidas alcoólicas, fumar ou ingerir outras drogas, uma vez que estes hábitos prejudicarão
a saúde da criança que vai nascer. Ainda segundo esta pediatra, só aos seis anos é que
as crianças estão maduras para cuidar da sua
própria higiene pessoal. Por isso, os pais não
devem passar-lhes estas responsabilidades
antes que elas estejam preparadas, mas devem dar-lhes, desde bem cedo, informações e
exemplos de uma boa e cuidada higienização.
Uma criança bem-educada e devidamente informada acerca das questões fundamentais
da higiene tornar-se-á um adulto mais asseado e, portanto, mais saudável.
Contudo, nem sempre a higiene teve tanta
importância: por exemplo, há algumas gerações atrás (e não são muitas!), as pessoas
limitavam-se a tomar banho uma vez por semana (ou nem isso), o que se devia também
ao facto de não terem tantos meios e produtos
de higiene ao seu dispor. Todavia, a falta de
higiene nem sempre foi uma questão de au-
NOTÍCIAS DO XADREZ
dem ser consultados no
blogue da Academia Xadrez Benedita: http://axbenedita.blogspot.com/
No dia 22 de Janeiro,
realizou-se em Santa Catarina o 2º torneio do IX
Circuito da EAE. A jovem
Lúcia Quitério, de 9 anos,
foi a vencedora do torneio
Infantil A e B (dos 6 aos 12
anos). No torneio dos mais
velhos (13 a 18 anos), Rui
Lúcia Quitério, vencedora do IX Circuito da
Lopes, do Externato CooEAE, torneio Infantil A e B
perativo da Benedita, venceu todos os encontros, e
No passado mês de Novembro,
João Lindo, também do Exdecorreram, no Centro Cultural ternato, ficou em 5º lugar.
Gonçalves Sapinho, os campeonatos Nacionais Jovens de ritmo
As próximas provas têm lugar no
semi-rápido, que congregaram cer- Centro Cultural Gonçalves Sapinho,
ca de 230 jovens de todo o país, nos dias 25 Fevereiro – Encontros
em representação de 36 clubes. A Nacionais de Escolas, Individual;
prova, organizada pela Associação 26 a 28 Fevereiro – II Torneio FIDE
de Xadrez de Leiria, pelo Externa- Externato Cooperativo Benedita; e
to Cooperativo da Benedita e pela 4 Março – Encontro Nacional de EsFederação Portuguesa de Xadrez, colas, Equipas.
contou com os apoios da Câmara
Municipal de Alcobaça, do IDP, de
Professor José Cavadas
Santos Silva Lda., do restaurante
Costa Brava e da Pizzaria Fialho.
Os resultados do campeonato poMENTE SÃ EM CORPO SÃO
sência de meios, mas também uma questão
cultural, como acontece ainda hoje, por exemplo, com os naturalistas (hippies) que afirmam
que banhos diários são um total desperdício
de água, defendendo os banhos semanais.
Cuidarmos do nosso corpo é um factor de
extrema importância no nosso dia-a-dia, porque acaba por influenciar o relacionamento
inter-social. Foi o que aconteceu ao David
(chamemos-lhe assim), que, por falta de hábitos de higiene, começou a ter dificuldade
em relacionar-se com os colegas, uma vez
que estes se afastavam cada vez mais devido
ao odor pouco agradável que se fazia sentir
sempre que ele se aproximava. As reacções
negativas por parte dos colegas causaram o
seu afastamento, tornando-o numa pessoa
solitária, isolada e sofrida.
A história do David, não sendo uma das
mais graves, é um exemplo da forma como a
higiene pessoal, ou a falta dela, faz toda a diferença na vida de cada um de nós.
Os Alunos do 8º B
AS RECEITAS DA ISABEL
MARMELADA E GELEIA
DE MARMELO
Descascam-se os marmelos e colocam-se os caroços,
juntamente com as cascas,
numa panela. Cobre-se com
água e reserva-se.
Entretanto, os marmelos
descascados são colocados
numa outra panela com pouca água e vão a cozer. Depois de cozidos, escorrem-se
e trituram-se. A cada quilo de
polpa de marmelo assim obtida, juntam-se 800 gramas de
açúcar. Leva-se o preparado
ao lume para fazer a marmelada.
Quanto às cascas e caroços que reservámos, escorremse, depois de cozidos. À água assim obtida junta-se a água
na qual cozeram os marmelos (depois de coada, pois ficam
sempre com uns bocaditos de fruta). Por cada quilo de líquido, adicionam-se 700 gramas de açúcar e leva-se ao lume
até levantar fervura; depois diminui-se e fica a ferver, em
lume brando, até fazer ponto estrada. E a geleia está pronta.
Professora Isabel Neto
23
TOQUE DE SAÍDA
ANO 4 - Nº 13
XVII RALLY PAPER DO EXTERNATO
CONCORRENTES AQUECEM MANHÃ FRIA
A prova culminou com o ha-
alunos do 9ºD; e por fim o Pré-
bitual jantar na cave do CCGS,
mio Organização, destinado a
durante o qual, dinâmica e im-
reconhecer o trabalho daqueles
buída do espírito carnavalesco,
que proporcionaram a festa aos
a equipa organizadora, cons-
concorrentes.
tituída
Equipa vencedora.
A 17ª edição do Rally Paper
professores e funcionários da
do Externato passeou pelos ar-
escola
fizeram-se
redores da Benedita durante a
prontas para descobrir pistas,
manhã do dia 12 de Fevereiro.
resolver enigmas e testar a sua
Com efeito, numa manhã incri-
cultura geral e perícia, no meio
velmente fria e vencendo troços
de muita animação, desportivis-
fora do asfalto, as 30 equipas
mo e disfarces para todos os
constituídas por alunos, pais,
gostos.
Prémio para a melhor máscara.
A Escola é fixe
à
estrada,
pela
professora
Carla
No pódio, receberam a meda-
Dias e pelos alunos do 12º B e
lha de bronze, com 134 pontos,
C, comunicou aos convivas que
a equipa “Peace and Love”, das
instituíra alguns novos prémios:
professoras Fátima Feliciano e
“Os mais atrasados”, que con-
Helena Pereira, acompanhadas
templou a equipa “Switchies” da
por alunos do 9ºD e 11ºA. A me-
professora
Marques,
dalha de prata foi para a equipa
acompanhada por alunos do 9º
“80’s Party” do Sr. Carlos San-
D; o prémio para a melhor repre-
tos e alunos do 12ºB, que “arre-
sentação, que coube à equipa
cadaram” 136 pontos. A medalha
“Porque Sim”, composta pelas
de ouro, bem como a tarefa de
professoras Alexandra Flores e
organizar a próxima edição do
Maria José Ribeiro e por alunos
Rally ECB foram recebidas pe-
do 12ºB e I; a melhor másca-
los já veteranos “DC N6: Comu-
ra, para os inimitáveis “Avatar”
nicado nº 026/2010”, do 12ºC,
do professor Francisco Martins
conduzidos pela professora Es-
e alunos do 12ºD, equipa que,
tela Santana, os quais somaram
pelo segundo ano consecutivo,
uns simpáticos 179 pontos.
Marisela
recebe este prémio; igualmente
premiada a original “Corrida de
Professora Fátima Feliciano
Touros de Vila Nova Darrabona”,
pelo professor Sérgio Costa e
Prémio para a melhor máscara.
Prémio para a melhor representação.

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