ano lectivo 1964/1965 a 1ª turma do ecb
Transcrição
DESTAQUES NAS TERRAS FUNDAS DO VALE Página 5 TERRA - UM PLANETA EM PERIGO Página 8 externatobenedita.net O PRIMEIRO GIGANTE SUPERSÓNICO ANO LECTIVO 1964/1965 A 1ª TURMA DO ECB No âmbito das comemorações dos 45 anos do Externato Cooperativo da Benedita, o Toque de Saída traz aos seus leitores a 1ª e única turma da escola no ano lectivo de 1964/1965. Estes jovens iniciaram no Externato o seu percurso académico. Depois, alguns prosseguiram os estudos, acabando a sua formação em diversos cursos. Outros, ingressaram na vida profissional. Anos mais tarde, foi também o ECB que acolheu Página 11 os seus filhos e que, muito provavelmente, receberá os seus netos. Na foto podemos ver, da esquerda para a direita, e com ar de quem está a posar para uma foto histórica, esses mesmos alunos: Carlos Alberto Marques Bernardino, Artur Ferreira Jorge, José dos Santos Primo, João Marques Serralheiro, Luís António Mateus do Carmo Ferreira, Adérito da Silva Ferreira, Manuel Guerra Figueiredo, João Ivo Ribeiro Peralta, Maria Antónia da Silva Ferreira, Maria Helena da Silva Radamanto, Piedade Catarina Jorge, Maria Natália Marquês Serrazina, Maria Isabel da Silva Castelhano, Maria Celeste Ribeiro Filipe. Acompanhando a turma, podemos ver o então Director, Dr. António Gameiro da Silva, e o Sr. Padre Tiago Delgado Tomás. Página 12 ENTREVISTA A JULIANA MARTINS Vencedora do Concurso Nacional Escrita em Dia Página 13 J. D. SALINGER, O ESCRITOR DA SOLIDÃO Página 14 COISAS MINHAS E DE MAIS ALGUÉM Página 17 Professora Maria José Jorge BENEDITA SEM BARREIRAS NO ATELIÊ DO ARQUITECTO SOUTO MOURA Torna-se difícil traduzir por palavras o dia que vivi, tal a bola gigante de emoções que se forma dentro de mim quando penso em tal acontecimento! Mas comecemos pelo princípio (claro!). Num chuvoso dia doze de Janeiro, daqueles em que ainda cheira a Natal, quatro membros do ECB embarcaram numa bela viagem até à cidade do Porto, a fim de visitar o ateliê do arquitecto Eduardo Souto Moura. Quem? Eu, a minha amiga Beatriz (e assim ficámos Beatriz 2) e as professoras Rita e Ângela, de Educação Física. Porquê? Parte do prémio do projecto Talentos ECB, cuja gala se realizou em Junho de 2009 e na qual, entre muitos vencedores artistas, decidiram atribuir-me o primeiro lugar. Chegámos ao Porto um pouco antes do almoço e decidimos ir até à Faculdade de Arquitectura. Uns edifícios bem catitas, digo-vos. Despidos, COMO AVALIAR UM SISMO Página 19 TOQUE DE SAÍDA Trianual - Março de 2010 Ano 5 - Número 13 - 1,00 € Director Alfredo Lopes Chefe de Redacção Soledade Santos crus, mas onde se respirava conhecimento. Enfiámos por ali dentro, quais estudantes atarefadas, e visitámos a biblioteca. Confesso: nada de mais, comparada com a da nossa escola! Beatriz Serrazina, 12ºF (Continua na página 10) Externato Cooperativo da Benedita Rua do Externato Cooperativo Apartado 197 2476-901 Benedita [email protected] TOQUE DE SAÍDA ANO 4 - Nº 13 Editorial Esta edição do Toque de Saída é perceptivelmente atravessada pela inquietação acerca das alterações climáticas e pelo desejo, manifesto em artigos, projectos e iniciativas das turmas, de procurar estratégias que permitam inflectir o que, nos nossos piores receios, parece ser já um caminho sem volta – a degradação do ambiente a ponto tal que a sobrevivência de numerosas espécies, incluindo a nossa, se encontrará comprometida. Os tíbios resultados de iniciativas internacionais como a Conferência Climática de Copenhaga, associados a desastres naturais como o que ocorreu recentemente na Madeira e que parecem suceder-se a um ritmo inaudito, avolumam o pessimismo com que encaramos o futuro. Às incógnitas acerca do rumo que a nossa cultura e modo de vida tomarão, à perplexidade com que encaramos os moldes em que se vai configurando a sociedade – frequentemente apercebida como desumana e estranha – vem-se somando a insegurança face à Natureza, cujos segredos, em séculos passados, confiámos que um dia iríamos conhecer através da força da nossa Razão e do desenvolvimento da ciência. Hoje, o sentir colectivo é outro, menos dado ao optimismo. E contudo, arriscaria dizer que todos os tempos foram tempos de mudanças desconfortáveis e de escolhas difíceis, e que só a posteriori o devir histórico pode semelhar uma estrada familiar e erma de ameaças. O que terão sentido os nossos avós, por exemplo, cujas vidas atravessaram uma terrível guerra mundial que alterou profundamente o mundo que conheciam? Que viram o nascimento da televisão, a vulgarização dos automóveis, o início das viagens espaciais, a explosão tecnológica da última década que reconfigurou profundamente a sociedade e as relações humanas? Talvez o nosso tempo não seja afinal, mais que os outros tempos, uma encruzilhada civilizacional, mas é-o, pelo menos, tanto como foram os que o precederam. E temos dolorosa consciência de que a medida do nosso impacto sobre o planeta não tem precedentes na história da humanidade. Sabemos, e sabem-no os nossos alunos, que reiteradamente o afirmam nos seus artigos, que da coragem e da clarividência com que tomarmos em mãos os desafios que as circunstâncias dispuseram, dependem as próximas etapas desta viagem da nave Terra. Que haja bons ventos e marés. Que saibamos tomá-los. Professora Soledade Santos Condolências Aos professores Teresa Agostinho, Acácio Castelhano e Deolinda Castelhano, os seus colegas do Toque de Saída apresentam sentidas condolências pelo falecimento dos seus familiares. 2 ACONTECENDO A Semana das Línguas decorre de 1 a 5 de Março e inclui dramatizações; jogos pedagógicos; ateliê de leitura criativa, pela escritora Isabel Ricardo Amaral; recriação de personalidades das culturas francesa e inglesa; conferência sobre o acordo ortográfico, pelo Prof. Dr. Malaca Casteleiro; apresentação dos Cadernos III do ECB; e um Sarau Cultural no CCGS, a encerrar o programa. Ao longo do 2º Período, têm lugar as Olimpíadas de Química, as de Física e as de Matemática, bem como o Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos. Também no 2º Período, e concluída a formação em Biotecnologia, creditada pela Ordem dos Biólogos, com 21 docentes, 12 deles de outras escolas, decorre o curso de formação para professores, “Valores, Sexualidade, Cidadania e Educação Cívica”, creditado pela Associação para o Planeamento Familiar. Ainda durante este período, decorrem actividades conducentes à assinatura de um protocolo entre o ECB e a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica, extensão de Caldas da Rainha. A 16 de Março, palestra no CCGS, sobre Cister. E na última semana do período, a Semana das Ciências, com Laboratórios Abertos, exposições, palestras. De 21 a 25 de Abril, a Feira do Livro. Entre 7 e 10 de Maio, actividades de comemoração do Dia da Europa. Quanto à Semana Cultural, decorre este ano de 10 a 15 de Maio e inclui o Festteatro, a Semana da Informática e a Semana das Artes. Director do Jornal: Alfredo Lopes Redacção: Deolinda Castelhano Luísa Couto Soledade Santos (Chefe de redacção) Teresa Agostinho Marketing e vendas: Maria José Jorge Composição gráfica: Nuno Rosa Paulo Valentim Samuel Branco Equipa de Reportagem: Acácio Castelhano Ana Duarte Ana Luísa Quitério Clara Peralta Estela Santana Fátima Feliciano Graça Silva José Cavadas Maria de Lurdes Goulão Ricardo Miguel Sérgio Teixeira Valter Boita Impressão: Relgráfica, Lda SUMÁRIO Escola viva No ateliê do arquitecto Souto Moura 1 Medir os céus para dominar a Terra 3 A visita de estudo da minha turma 3 Há ciência na serra 3 Itinerários de Cister 4 Eco-Rap 4 Inter-escolas EMRC 5 Gabinete de Psicologia 6 Fontes de prazer e de lazer 6 Seminário Eco-Escolas 7 Projecto escola electrão 7 Frequentar uma eco-escola 7 Entrevista a Juliana Martins 13 Quadro de mérito 20 Semana das Línguas 20 Notícias Projecto Crescer 21 XVII Rally Paper ECB 24 Ciência, Tecnologia e Ambiente Biodiversidade 7 Morcegos - conhecer e preservar 8 Momentos de ciência 8 Terra - planeta em perigo 8 Aqua furonis 9 Ovar acolhe jovens repórteres do ECB 9 Actividades seguranet 2008/2009 10 Preocupas-te? 10 O primeiro gigante supersónico 11 O aquecimento global 12 Como avaliar um sismo 12 O twitter e a educação 19 Arte e Cultura Nas terras fundas do vale 5 Morreu Salinger, o escritor da solidão 14 Lou Andreas Salomé 14 Entre livros 15 Sugestão de leitura 15 Porque cultura é fundamental 15 Evocação de Maria Veleda no CCGS 16 Olhar Circundante Censo conta os casais homossexuais 6 Ana Free na Benedita 16 Black Magic - José James 18 Avatar - o triunfo do 3D 18 2010 - o ano de todas as celebrações 18 Benedita sem barreiras 19 A socioesfera 19 Gravidez na adolescência 21 Abuso sexual - ingenuidade ou maldade? 21 O Lugar da Memória Recriar o Mundo 1 17 Mente Sã em Corpo São O tomate 22 Higiene pessoal faz a diferença 23 Notícias do xadrez 23 As receitas da Isabel 23 Passatempos 22 Tiragem: 500 exemplares Preço avulso: 1,00 € ESCOLA VIVA ANO 4 - Nº 13 TOQUE DE SAÍDA NOTÍCIA DE UMA VISITA MEDIR OS CÉUS PARA DOMINAR A TERRA E AQUÁRIO VASCO DA GAMA No passado dia 12 de Janeiro, a turma do 10ºC deslocou-se a Lisboa a fim de visitar o Aquário Vasco de Gama e também a exposição “Medir os céus para dominar a terra”, que estava patente no Museu de Ciência da Universidade de Lisboa, antiga Escola Politécnica. Esta exposição surge no decorrer do Ano Internacional da Astronomia e, na visita guiada, pudemos observar de que forma se ensinava e com que instrumentos se aprendia, na Escola Politécnica de Lisboa. Ainda no museu, estivemos num pequeno planetário onde observámos diversas constelações, galáxias e estrelas que se podem observar num céu estrelado. Da parte da tarde dirigimo-nos ao Aquário Vasco da Gama onde tivemos uma palestra sobre a biodiversidade. Falaramnos sobre os diversos filos, principalmente dos animais aquáticos. À medida que íamos visitando os aquários a guia dava- nos explicações detalhadas sobre os animais que estávamos a observar. Tivemos experiências novas, como a oportunidade de tocar em cenouras-domar, estrelas-do-mar, caranguejos eremita e ouriços-do-mar; observámos a alimenta- ção das otárias (leões marinhos); e aprendemos, ainda, a diferenciar os peixes ósseos dos peixes cartagíneos. ESCOLA VIVA nos proporcionaram momentos de verdadeiro conhecimento. Constatámos que a Serra, embora esteja presente diariamente no nosso horizonte, era para alguns de nós desconhecida. Através de passeios pedestres, observá- mos estruturas geológicas do Maciço Calcário Estremenho, como dolinas, úvalas, campos de lapiás, o Polje de Minde. Descobrimos também aspectos característicos da fauna e da flora da Serra, assim como aspectos relacionados Foi no passado dia 12 de Janeiro que a turma D do 10º ano, que frequenta o curso de Ciências e Tecnologias, realizou a sua visita de estudo ao Museu da Ciência da Universidade de Lisboa e ao Oceanário. A visita, organizada pelas disciplinas de Física e Química A e de Biologia e Geologia, foi condicionada pelo mau tempo, que provocou atrasos nas deslocações e reduziu o tempo de que dispúnhamos para conhecer o museu, mas os alunos não deixaram de apreciar este circuito. Quanto ao Oceanário, ficámos um pouco desiludidos, pois desejaríamos muito mais tempo para desfrutar daquele espaço. Aqui, o principal foco das atenções foram as lontras – o Eusébio e a Amália. Apesar de tudo, foi uma boa visita de estudo, que todos gostaríamos de repetir. Daniel Agostinho, 10º D Daniela Gonçalves, Filipa Domingos e Susana Querido, 10º C ACORDO ORTOGRÁFICO Há Ciência na serra Nos dias 18 e 19 de Fevereiro, a turma do 12º A do ECB foi de visita de estudo à Serra D’ Aire e Candeeiros, no âmbito das disciplinas de Geologia e Área de Projecto. Esta saída de dois dias foi acompanhada por guias do PNSAC, que A VISITA DE ESTUDO DA MINHA TURMA com a vivência das próprias populações: maroiços, cerebróides, casinas. Por fim, foi importante a visita guiada que fizemos a um aerogerador e à respectiva central de controlo. Descobrimos que este tipo de energia renovável está completamente integrado na vida da Serra D’ Aire e Candeeiros. Agradecemos aos guias e especialmente à Drª Maria de Jesus Fernandes por nos ter proporcionado esta visita. Integrada na Semana das Línguas, e decorrendo da apresentação do número III dos Cadernos do ECB, teve lugar, no dia 2 de Março, no CCGS, uma palestra sobre o Acordo Ortográfico, pelo Prof. Dr. Malaca Casteleiro, da Universidade de Lisboa, o qual colaborou também neste número dos Cadernos. Alunos do 12º A 3 TOQUE DE SAÍDA ANO 4 - Nº 13 ITINERÁRIOS DE CISTER PATRIMÓNIO CULTURAL E ENSINO No âmbito do Projecto “Nas Rotas de Cister”, decorreu no dia 4 de Dezembro, no Auditório do Centro Cultural Gonçalves Sapinho, a Conferência Itinerários de Cister, Património Cultural e Ensino, proferida pelo Professor Doutor Saul Gomes, doutorado em História da Idade Média pela Universidade de Coimbra. Membro da Sociedade Portuguesa de Estudos Medievais e autor de diversas obras ligadas à temática cisterciense, Saul Gomes recebeu em 1999 o Prémio Ciência da Fundação Calouste Gulbenkian pela obra Intimidade e Encanto. O Mosteiro Cisterciense de Santa Maria de Cós (Alcobaça), em coautoria com Cristina Pina e Sou- sa. Numa abordagem histórica, Saúl Gomes fez-nos percorrer os caminhos da Ordem de Cister, desde a sua fundação, em 1098, pelo abade beneditino Robert de Molesnes, até à sua fixação em Portugal entre 1143 e 1144, com o abade Bernardo de Claraval, através da filiação da Abadia de S. João de Tarouca no Mosteiro de Claraval e na Ordem de Cister, e em particular em Alcobaça, em 1153, quando a Ordem recebe das mãos de D. Afonso Henriques os Coutos de Alcobaça, onde se irá erguer a grande Abadia de Santa Maria de Alcobaça. Das suas palavras, retiramos as seguintes ideias: “Cister é um estado de espírito, um sonho, um grande milagre que surge nos finais do século XI”. Os monges de Cister, imbuídos de uma ideia de cultura, de religião e de civilização que é já uma ideia de Europa, representam a renovação da Igreja e da espiritualidade, a renovação da atitude do monge no Mundo, no qual intervém para erradicar a fome, a pobreza, a guerra. O Mosteiro de Alcobaça é o maior em Portugal e dos maiores de toda a Europa e, até 1834, o mais rico de Portugal. São mais de 400 Km2 de terras, com uma costa atlântica importantíssima do ponto de vista económico: porto de mar, exportação de madeiras, construção naval, comércio internacional entre o Norte da Europa e o Mediterrâneo, pesca, as aguadas, a Senhora da Nazaré, zona de devoção dos cruzados que se dirigem em peregrinação à Terra Santa e que faz parte também da estrada marítima de Santiago de Compostela até Itália. Esta importância económica justifica o esforço de ocupação e exploração deste território por parte de D. Afonso Henriques. É um presente a Bernardo de Claraval pelo apoio prestado na organização do processo de conquista da cidade de Lisboa. D. Afonso Henriques tenta ainda o apoio de Bernardo de Claraval para o seu projecto de monarquia portuguesa, um apoio diplomático junto da Santa Sé. Alcobaça está, assim, implicada no nascimento de Portugal. A vinda dos Cistercienses para Alcobaça é um prémio e é uma casa de cultura que se constrói, de sustentabilidade da identidade e da ideia de Portugal. Sem Alcobaça não haveria uma cultura portuguesa. Mas Alcobaça é também um projecto europeu. No Ocidente da Europa (o “fim do Mundo” na Idade Média), Alcobaça tem uma importância central no espírito e na Europa cisterciense: a importância dos valores e dos princípios da solidariedade. Cister é uma realidade acima de tudo espiritual, que não envelhece, pois há crenças que não têm idade. Também a ideia de Portugal não envelhece, há princípios de cultura, de filosofia, de política que não têm tempo. “Alcobaça é uma construção para a eternidade, património imaterial e intangível que é eterno”. Eco-Rap destes alunos, aqui fica a letra para irem trauteando por aí: melhorar, não podes abrandar. -Se a escola queres limpar, deixa de a sujar. -Se a continuares a sujar, o mundo vais prejudicar. -Se um eco-habitante queres ser, o mundo tens de proteger. -Se um eco-estudante queres ser, a escola tens de defender. -Se um eco-aluno queres ser, regras vais ter de aprender. -Ao fumar tens de reparar que o fumo que estás a libertar nos está a prejudicar. -Se uma vida melhor queres ter, ajuda a terra a crescer. Professora Teresa Agostinho ECO-RAP Os alunos do 8º H estão de parabéns, não só pela grande preocupação que têm em relação aos problemas ambientais, como ainda pelo trabalho que têm vindo a desenvolver em prol da defesa do ambiente. No final do primeiro período, na 4 festa de Natal, quem é que não se recorda do rap em versão reduzida que alertava para os cuidados que devemos ter em relação a recursos tão preciosos como a água, a energia, o ar? Se não tiveram oportunidade de assistir à festa de Natal e não ouviram o Se a tua escola limpa queres ter, isto nos vais ajudar a fazer: - Se a tua casa é uma lixeira, não faças na tua escola a mesma asneira! -Se o mundo queres salvar, começa já a reciclar. -Se a água queres poupar, a torneira tens de fechar. -Se a electricidade queres poupar, os interruptores tens de controlar. -Para o mundo sorrir, não vais poder poluir. -Se o mundo queres salvar, não o podes estragar. -Mesmo que o mundo comece a Professora Ana Duarte Salazar ESCOLA VIVA ANO 4 - Nº 13 TOQUE DE SAÍDA NAS TERRAS FUNDAS DO VALE Fotografias de José Frade Nos dias 6 e 7 de Fevereiro, no Centro Cultural Gonçalves Sapinho, pôde assistir-se, com uma plateia lotada, a um dos mais belos espectáculos a decorrer na área da arte comunitária, em que a música e a dança imperaram, com muito ritmo e sensualidade. “Artistas e Populações nas Terras Fundas do Vale” foi o nome desta encenação dirigida por Madalena Victorino, coreógrafa que recebeu, no dia 8 de Fevereiro de 2010, da Sociedade Portuguesa de Autores, o prémio Autor 2009 para a melhor coreografia. A parte musical do espectáculo foi da responsabilidade de Carlos Bica. A “Banda do Vale”, dirigida por Bica, actuou ao vivo, conquistando de imediato o público e dando um forte contributo para o sucesso deste espectáculo que, para além da dança e da música, ainda incluiu o teatro. Em que é que consiste, então, o “Vale”? É um misto de tribalismo primordial com contemporaneidade temática; é uma grande produção coreográfica e musical, inspirada na vida da comunidade do Vale do Tejo, um espectáculo que conduz o espectador a um determinado contexto epocal, envolvendo-nos pela magia que os movimentos e a música se permitem denunciar. Além de 7 artistas profissionais (actores e bailarinos), participaram 30 “artistas” locais, voluntários e sem técnica de dança, mas que subiram ao palco juntamente com os artistas profissionais. O espectáculo, produzido pela Artemrede, é um projecto de cria- ção artística regional que parte do património dos lugares e das gentes do Vale do Tejo e tem a particularidade de ser diferente e único em cada local por onde passa, pois os 30 participantes locais não se repetem. O Toque de Saída saúda todos os artistas envolvidos no projecto e felicita a coreógrafa Madalena pelo prémio nacional atribuído. Professores Clara Peralta e Valter Boita Inter-Escolas EMRC Os alunos de Moral do secundário, do Externato Cooperativo da Benedita, tiveram a oportunidade de viajar até Peniche, no dia 21 de Janeiro, para partiESCOLA VIVA lharem as suas experiências com outros alunos. O “Encontro do Secundário de EMRC” começou logo de manhã cedo, mesmo antes de chegarmos a Peniche. Enquanto íamos pelo caminho, já cantávamos e conversávamos. Arranjámos uma canção que distinguisse o ECB de todas as outras escolas, porque para nós a nossa escola é sempre a melhor! Quando chegámos a Peniche, tivemos uma recepção muito calorosa por parte dos alunos da escola organizadora, que nos vieram receber. Com guitarras, novas músicas para aprender e muito entusiasmo, partimos em direcção ao auditório do Centro Comunitário de Peniche. No auditório, tivemos uma breve apresentação de todas as escolas, para podermos saber quem seriam os nossos companheiros naquele dia. Gritámos pela nossa escola a plenos pulmões. E antes de assistirmos a um pequeno debate com a intervenção do director da Secretaria Diocesana do Ensino Religioso, de um professor e de três alunos, em que o tema tratado foi “Moral no Secundário faz Sentido!”, tivemos ainda a oportunidade de aprender novas canções. Almoçámos num simpático parque e voltámos para a diversão, onde nos esperava um grupo de cantores que nos animaram e fizeram dançar o resto da tarde. Até mesmo os professores de Moral entraram no espírito e foram para cima do palco dançar! Para nos despedirmos de Peniche e daquele dia, demos uma caminha- da pela praia. Ouvimos o bater das ondas, conversámos sobre aquele dia cheio de experiências e voltámos para as nossas casas mais cheios de amor e partilha. Com este encontro aprendemos uma grande lição. Enquanto a Matemática forma matemáticos, a Biologia, biólogos, a Filosofia, filósofos, e a Contabilidade, gestores, EMRC forma pessoas, forma cidadãos. Foi um dia diferente, repleto de festa, divertimento e convívio. Como dizem os alunos de Moral de Peniche, Moral uma vez, Moral sempre! Maria Vicente, 11º B 5 TOQUE DE SAÍDA ANO 4 - Nº 13 Gabinete de psicologia O Gabinete de Psicologia do ECB desenvolve algumas actividades complementares que visam contribuir para o adequado desenvolvimento dos alunos no domínio académico, social e familiar, bem como no planeamento do seu projecto de vida. Estas actividades são promovidas, em particular, pelo Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família, e pelo Núcleo de Orientação Vocacional. profissionais, procurando a mais adequada a cada aluno; revelar interesses e motivações, personalidades e competências, expectativas e valores; aconselhar, fazendo convergir a oferta educativa, formativa e/ou profissional com o diagnóstico prévio, facilitando deste modo a tomada de decisão. Ana Cláudia Ribeiro Estagiária do Curso de Marketing e Comunicação O NÚCLEO DE ORIENTAÇÃO VOCACIONAL No 9º ano, os alunos estão numa fase importante e decisiva das suas vidas, é o momento de pensarem no futuro. Para isso, podem contar com o apoio dos pais, professores e colegas, e também com as sessões de orientação vocacional. Em que consistem? A orientação vocacional consiste num processo contínuo de reflexão e avaliação das aptidões, interesses e características pessoais, complementada com informação actualizada acerca do sistema nacional de educação e das opções de formação. O Núcleo de Orientação Vocacional tem como objectivos: informar acerca dos desafios do futuro, dos riscos e das apostas a fazer, das vantagens ou inconvenientes das várias saídas escolares e O GABINETE DE APOIO AO ALUNO E À FAMÍLIA Este gabinete é um projecto de mediação escolar dirigido aos alunos do 3º ciclo do ensino básico e respectivas famílias. Pretende promover o sucesso académico dos alunos e, simultaneamente, favorecer o envolvimento dos pais no percurso escolar dos filhos. O GAAF apoia as famílias no desempenho do seu papel, contribuindo para potenciar as competências parentais: por um lado, promovendo a auto-confiança dos pais no desenvolvimento da sua parentalidade, por outro, fazendo-os tomar consciência da importância das relações afectivas duradouras e do estabelecimento de regras e limites. CENSO CONTA OS CASAIS HOMOSSEXUAIS A operação de contagem da população realiza-se em Portugal desde 1864 e consiste na maior e mais antiga fonte de informação estatística harmonizada e desagregada até à unidade de base de contagem, a freguesia. Desde 1970 que a contagem da população é acompanhada pelo recenseamento da habitação. O Programa de Acção para o Censos 2011 alerta para a importância da operação, sublinhando que os censos da população e da habitação produzem “informações únicas e imprescindíveis para a definição de políticas públicas e para a tomada de decisões de investimento”. O Censos 2011, a que os cidadãos são obrigados, por lei, a responder, vai, pela primeira vez, contabilizar as relações conjugais entre pessoas do mesmo sexo, em Portugal. A operação arranca em Março de 2011 e os resultados definitivos serão divulgados no quarto trimestre de Março de 2012. Neste que será o 15º recenseamento geral da população, 6 vai pedir-se a identificação completa do representante do agregado e a dos restantes membros, e que se especifique se há cônjuges ou quem viva “em união de facto” com parceiro de sexo oposto ou do mesmo sexo. No que toca às unidades estatísticas “família clássica” e “núcleo familiar”, as uniões consensuais de casais homossexuais serão pela primeira vez equiparadas a núcleos familiares. O Censos 2011 vai para além das caracterizações pessoais e familiares – cada inquirido receberá três impressos: além dos relativos à família e ao indivíduo em si, há também um para a habitação. O processo de recolha de dados também muda, devido à possibilidade de responder pela Internet, assim como o auto-preenchimento do questionário, de forma a garantir a privacidade. Maria Ana Almeida, 8º B Na prática, o gabinete oferece três tipos de serviços: acompanhamento e aconselhamento parental, treino de competências parentais e acompanhamento aos jovens. As metodologias passam pela dinâmica de grupo, representações/jogo de papéis e debates. Os pais são convidados a observar e a descrever as suas práticas quotidianas, a analisar os actos e os seus significados e a confrontar, em grupo, diferentes pontos de vista. As estratégias de intervenção do GAAF junto dos jovens em risco e/ou com comportamentos desviantes incluem: acompanhamento psicossocial individualizado e em grupo; atelier de competências pessoais e sociais; actividades de exploração e orientação vocacional; encaminhamento para alternativas formativas. No que se refere às famílias com problemas socioeconómicos, o Gabinete disponibiliza acompanhamento e aconselhamento parental; atelier de competências parentais; acções de sensibilização e informação; apoio na melhoria das condições socioeconómicas; encaminhamento para entidades de acção social. Marlene Quitério Estagiária do Curso de Marketing e Comunicação FONTES DE LAZER E PRAZER “Fontes de lazer e prazer” é o projecto da turma E do 11º ano. Tem como principal objectivo conhecer as fontes enquanto espaço de inspiração artística e como recurso natural e histórico. Os alunos desta turma pretendem dinamizar uma actividade na Fonte Mariana, no dia 26 de Março de 2010, para a qual convidaram os alunos da professora Magda Carvalho, da Escola Básica de Frei Domingos. As outras actividades já previstas serão a apresentação da Lenda da Fonte da Senhora a uma turma da Escola Básica da Benedita, pela autora e contadora de histórias, professora Vanda Marques, do ECB. E está prevista também uma acção de sensibilização para a preservação do espaço natural envolvente da Fonte da vila de Turquel. Descalça vai para a fonte Lianor pela verdura; Vai fermosa, e não segura. Leva na cabeça o pote, O testo nas mãos de prata, Cinta de fina escarlata, Sainho de chamelote; Traz a vasquinha de cote, Mais branca que a neve pura. Vai fermosa e não segura. Descobre a touca a garganta, Cabelos de ouro entrançado Fita de cor de encarnado, Tão linda que o mundo espanta. Chove nela graça tanta, Que dá graça à fermosura. Vai fermosa e não segura. Luís de Camões Bianca Pereira, 11º E ESCOLA VIVA ANO 4 - Nº 13 TOQUE DE SAÍDA SEMINÁRIO ECO ESCOLAS A Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) organizou, entre os dias 22 e 24 de Janeiro, o Seminário Nacional EcoEscolas 2010, que decorreu na Escola Superior de Tecnologia da Saúde, em Coimbra. O ECB esteve representado. O Seminário, que constitui um dos mais importantes momentos de formação e troca de experiências entre os professores e as entidades envolvidas no Eco-Escolas, destinava-se aos professores coordenadores do Programa, aos técnicos dos municípios que, nos departamentos da educação ou do ambiente apoiam as Eco-escolas, e a todos os profissionais ligados à educação ambiental/educação para o desenvolvimento sustentável. Logo após a sessão de abertura, que contou com a presença do Sr. Secretário de Estado do Ambiente, foram entregues às escolas com melhores resultados os “Diplomas de Qualidade do Programa Eco-Escolas”. Este Galardão foi atribuído apenas às escolas que já foram visitadas por elementos destacados para o efeito pela ABAE; não foi o caso da nossa escola, que só este ano irá receber essa visita. No Seminário foram abordados, por diversos especialistas, aspectos relacionados com a educação para o desenvolvi- mento sustentável – biodiversidade, alterações climáticas e floresta – tendo sido ainda tratados outros temas igualmente interessantes, como a água, os resíduos, a energia, a mobilidade, a agricultura biológica, o ruído. Houve ainda espaços de debate - Fórum Autarquias e Fórum Eco-Escolas - bem como a apresentação de alguns projectos inovadores e de qualidade desenvolvidos por e para escolas. Os projectos de educação ambiental desenvolvidos nas escolas portuguesas segundo a metodologia do Eco-Escolas são reconhecidos no final do ano, através do galardão Eco-Escolas - Bandeira Verde, que simboliza a existência, nessa escola, de uma activa e participada educação pelo ambiente. Professora Ana Duarte Salazar PROJECTO ESCOLA ELECTRÃO A nossa Escola mais uma vez aderiu a um grande projecto, que contou com a ajuda de toda a comunidade escolar. Os nossos alunos estão mais uma vez de parabéns. Aderiram com grande entusiasmo e de mangas arregaçadas, sem medo de trabalhar. Esta iniciativa teve como objectivo tentar minimizar as consequências nefastas da poluição, pois um dos problemas associado ao fluxo dos Resíduos Eléctricos e Electrónicos (REEE) é a presença de substâncias perigosas para o ambiente e para a saúde. Como exemplos, podem referir-se o arsénio, o chumbo, o cádmio, o crómio, o mercúrio, o cloreto de polivinil e os clorofluorcarbonos. O problema é tão grave que, em 2006, saiu uma directiva comunitária proibindo que os novos equipamentos contenham algumas das substâncias referidas. O Projecto “Escola Electrão”, promovido pela Amb3E (Associação Portuguesa de Gestão de Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos), com a colaboração do Ministério da Educação, pretende sensibilizar os alunos e a comunidade escolar, através de acções de divulgação e da participação num concurso inter-escolas, para o correcto encaminhamento dos REEE. O projecto destinou-se a todos os alunos do 2º ciclo e 3º ciclo do Ensino Básico e aos do Ensino Secundário. Professora Ana Duarte Salazar BIODIVERSIDADE Este é o ano da biodiversidade, a qual consiste na imensa quantidade de seres vivos existentes ESCOLA VIVA na Terra, quer seja em ambientes gélidos, quer seja em ambientes com temperaturas elevadíssimas, conforme os diferentes tipos de habitat. Pensa-se que existem cerca de 10 a 20 milhões de espécies no planeta. O Dia Internacional da Biodiversidade é a 22 de Maio. A biodiversidade tem diminuído drasticamente, sendo uma das causas o facto de as espécies se extinguirem sem possibilidade de serem recuperadas. O Homem é o principal culpado pela extinção: a A IMPORTÂNCIA DE FREQUENTAR UMA ECO-ESCOLA Sendo a minha uma eco-escola, posso dizer que, acima de tudo, é uma escola virada para o futuro, com pessoas que têm capacidade para motivar a mudança de atitudes negativas que degradam o meio ambiente. O nosso meio ambiente está a sofrer alterações, tais como o aquecimento global, por isso não podemos ficar de braços cruzados. Sabemos que a água é um bem essencial. Por isso, temos de aprender a poupá-la nas diferentes situações em que dela fazemos uso; sabemos que, poupando energia hoje, armazenamos para amanhã, o que é bom; sabemos que o ruído e os gases dos transportes são nocivos para a nossa saúde, por isso, devemos, cada vez mais, procurar os transportes públicos e, sempre que possível, andar a pé; sabemos que a agricultura biológica também tem um papel importante na nossa alimentação e para o nosso planeta, assim, devemos praticá-la. A minha escola tem espaços interiores verdes que nos permitem descansar, estudar e brincar numa zona em que se podem ouvir os pássaros a cantar, em vez do barulho, por vezes aterrorizador, dos automóveis; onde temos a possibilidade de deixar o “nosso” espaço limpo e agradável, uma vez que os ecopontos se encontram bem perto de nós. O futuro da nossa escola é construído por nós, hoje, para que os nossos irmãos mais novos ou, quem sabe, os nossos filhos, um dia, possam encontrar aqui, nesta escola, um bem-estar saudável e verde, tal como agora. Fabiana Costa,7ºF morte de espécies através da acção humana é cerca de 50 a 100 vezes mais elevada que a morte por causa natural. Nós temos causado danos em toda a natureza, não só nos animais como nas plantas, pela eliminação ou alteração dos habitats (90% de causa de morte); pela exploração comercial; pela poluição das águas, do solo e do ar; pela introdução de espécies exóticas que matam as espécies nativas… A diminuição da biodiversidade poderá vir a ter fortes impac- tos ambientais, assim como implicações no sistema económico e social, pois 40% da economia mundial depende de recursos naturais. Vamos então preservar a biodiversidade, para o nosso bem e para o bem do nosso planeta. Vá lá… são por vezes as pequenas acções que podem fazer a diferença. Inês Couto, 7º G 7 TOQUE DE SAÍDA ANO 4 - Nº 13 Morcegos CONHECER E PRESERVAR Os morcegos são animais que pertencem ao reino Animalia e ao filo Chordata. Dentro da sua classe, integram-se na infra-classe Placentalia e na ordem Quirópteros, dividindo-se em duas subordens, a Megachiroptera e a Microchiroptera. Os Megachiroptera vivem em África, na Oceânia e na Ásia e incluem os maiores morcegos do mundo, alguns dos quais chegam a ter dois metros de envergadura. Este grupo de morcegos não possui a capacidade de ecolocalização, ao contrário dos Microchiroptera. Em Portugal, existem cerca de 27 espécies de morcegos. Cinco dessas espécies não estão ameaçadas, nove encontram-se em perigo, sendo as restantes espécies pouco conhecidas. Os morcegos, que têm o corpo coberto de pêlo e uma temperatura constante, são os únicos mamíferos com a capacidade de voar. Podem assumir várias formas e a sua estatura vai desde os cinco centímetros até aos dois metros. Têm uma esperança média de vida de treze anos, mas algumas espécies podem viver mais de vinte anos. Os morcegos geralmente vivem pendurados em cavernas escuras, mas também em árvores, prédios e outros edifícios, e alguns ocupam ninhos de aves. Um metro quadrado pode albergar cerca de 2000 morcegos. Têm grande capacidade de adaptação a ambientes diversos, e só não os encontramos em lugares muito frios, como os pólos. A sua alimentação é bastante variada: há espécies que se alimentam de frutas, de folhas, de peixes, de aranhas, de escorpiões, de ratos, de néctar. Existem também os hematófagos, que se alimentam do sangue de outros animais. Os morcegos têm grande importância na cadeia alimentar, pois alguns são agentes polinizadores, e as fezes de outros constituem um óptimo adubo. São também um controle natural de insectos e ratos, ajudando a controlar pragas na agricultura. E a saliva do morcego vampiro contém uma substância anti-coagulante que poderá auxiliar os médicos no tratamento de doenças vasculares. André Marques, Andreia Carreira e Daniela Ribeiro, 10º C MOMENTOS DE CIÊNCIA No âmbito do Projecto Educativo da nossa escola (PEE), as professoras Carla Dias, Inês Madaleno, Rosa Tavares e Paula Castelhano criaram o programa “Momentos de Ciência”, de cariz didáctico e científico, com o intuito de fomentar o ensino das ciências, possibilitando o contacto com o ensino experimental a alunos com Necessidades Educativas Especiais, no Centro de Educação Especial e Recuperação Infantil de Alcobaça (CEERIA). O PEE do Externato, ao 8 definir as políticas educativas da instituição e ao apontar para “perfis de mudança”, inclui processos de negociação entre diversos protagonistas, promovendo parcerias com instituições do concelho e da Câmara Municipal de Alcobaça. Enquanto actores sociais, reconhecemos que a qualidade do ensino e a capacidade de responder às situações reais e de mobilizar os recursos locais passa pelo envolvimento das escolas na procura de caminhos que se adequem a contextos reais e que propiciem uma educação com sentido para todos os alunos. Assim, temos de nos afastar de uma concepção curricular construída “à prova das escolas e dos professores”, para nos aproximarmos de uma outra que incorpore a diversidade de situações e a flexibilização de percursos e meios de formação. Criou-se um blogue em http://momentosdecienciaecb.blogspot.com/, com a finalidade de partilhar os vários “momentos de ciência” e de procurar respostas na blogoesfera. Estes momentos especiais com os alunos já aconteceram e deixo ao leitor as palavras de Manuel Patrício, para reflectir: “O caminho do homem é …para a frente. Carregamos o passado, mas para o futuro é que vamos…A Educação só responderá aos desafios do futuro se souber conjugar o que nela é radicalmente uno com o que nela é inescapavelmente múltiplo”. Terra planeta em perigo Num século em que o Homem é o principal responsável por muitos problemas ambientais, olhemos para o que se passa à nossa volta, sempre com a esperança de que as coisas possam mudar. Actualmente, habitam no mundo cerca de 6000 milhões de pessoas. É um número bastante elevado. O planeta não tem capacidade para albergar tantos inquilinos. Outro assunto com grande importância é a poluição. O Homem do século XIX começou este processo de transformação ambiental. A máquina a vapor, o comboio e tudo o que resultou da Revolução Industrial influenciaram significativamente as gerações seguintes. Hoje em dia, a poluição está a ter efeitos verdadeiramente devastadores, sobretudo na saúde das pessoas, podendo desencadear vários problemas, como a asma e mesmo o cancro. O Homem está a autodestruir-se. Há ainda outro problema que merece uma atenção especial, o aquecimento global. Segundo estudos científicos, estima-se que o Canadá, a Rússia e a Escandinávia sofram os aquecimentos mais rápidos; que grande parte da Ásia (do Oeste da China à Arábia Saudita, que, regularmente, enfrenta temperaturas acima dos 40º) possa ter elevações de temperatura de 7º até ao ano 2100; que uma parte considerável da Europa fique com temperaturas mais baixas, devido à alteração da corrente quente do Golfo; que regiões susceptíveis a furacões e ciclones, como o Sudeste Asiático, passem a ter ventos mais fortes, chuvas mais intensas e grandes cheias difíceis de prever. Há ainda a possibilidade de que o número de catástrofes naturais aumente e que o calor excessivo e a humidade gerem tempestades tropicais mais intensas. Algumas destas tempestades podem deixar rios, como o Mississipi, mais propícios a cheias. É provável, ainda, que os desertos aumentem e que alguns rios australianos possam perder metade do seu caudal. Falta apenas falar de um outro ponto de interesse, a desflorestação. O Homem está a destruir o que ainda resta das florestas, como a Amazónia que a cada dia que passa vê a sua vegetação escassear e os seus animais extinguirem-se. É isto que o “Predador Humano” está a fazer a si mesmo, a provocar a sua própria extinção. Ana Cruz, 8º F Professora Paula Castelhano CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE ANO 4 - Nº 13 TOQUE DE SAÍDA AQUA FURONIS Uma escola. Um aquífero. Um furo artesiano altamente rentável e abandonado. Um grupo de alunos disposto a reunir todos os ingredientes necessários à requalificação de um recurso muito estimado pela população beneditense e de potencial hídrico vastíssimo… São estas as premissas que servem de mote ao projecto dos Aqua Furonis, uma equipa de alunos do Externato Cooperativo da Benedita que, de forma incrédula, observam o desperdício de um dos recursos mais preciosos do planeta Terra: no recinto da escola que frequentam, existe um furo de água abandonado e em profunda degradação, com um enorme potencial hídrico. Agora, em Área de Projecto, reúnem esforços para reabilitar esse furo artesiano. Apelando ainda à urgência de utilizar energias renováveis para obtenção de energia de uma forma mais sustentável, os Aqua Furonis pretendem criar um sistema de bombeamento da água (inteiramente engendrado por este grupo de alunos) auto-suficiente em termos energéticos, aliando o caudal das águas residuais do Externato Cooperativo da Benedita às potencialidades de uma micro-hídrica e, deste modo, fornecer energia eléctrica suficiente para colocar a água do aquífero a percorrer toda a escola, desde os balneários aos jardins e, quiçá, a banhar um aquário fluvial cujo objectivo será aproximar a comunidade escolar (ou até a população local) da fauna piscícola nativa da região de Cister, proporcionando um crescente respeito por parte do homem relativamente aos seres autóctones. As parcerias e os apoios encontram-se em negociação, parecendo, à partida, prometedores - desde a Câmara Municipal de Alcobaça à Águas do Oeste, passando pelo Instituto Superior Técnico e por uma série de laboratórios de análises químicas, não parecem faltar entidades interessadas em apoiar os ideais e os projectos de jovens cidadãos. Ainda que, por enquanto, esteja em construção, o website do projecto já se encontra online, estando disponível uma apresentação mais pormenorizada do projecto e do grupo de trabalho, em https://sites.google.com/site/ aquafuronisproject. Qualquer contacto directo poderá ser feito para o e-mail aqua.furonis0@ gmail.com . Embora jovens, tentamos demonstrar que a sustentabilidade é superior ao egoísmo humano e que, dando vida a este furo artesiano, renascerá a esperança no futuro. Ana Pereira, Cláudia Santos, Liane Canas e Paulo Batista, 12º B OVAR ACOLHE JOVENS REPÓRTERES DO ECB Nos dias 14 e 15 de Novembro de 2009, decorreu mais um Seminário Nacional Jovens Repórteres, em Ovar. Este seminário foi promovido pelos JRA, com a colaboração da Associação Bandeira Azul da Europa, Câmara Municipal de Ovar e Escola Secundária Júlio Dinis. O encontro teve como objectivo reunir alunos e professores coordenadores deste projecto, por forma a incentivar a comunicação, possibilitar a partilha de experiências e implementar a metodologia inerente ao projecto. O ECB esteve representado pelas alunas Maria Serrazina e Carolina Serrazina, do 10ºA, cuja turma está a desenvolver o projecto “Olhares Ecológicos III”, com o objectivo de estudar os ambientes urbanos; pelas alunas Nídia Ferreira e Sofia Alves, do 11º A, e pela aluna Eunice Vicente, do 11ºB, cujas turmas estão a desenvolver o projecto “Tás na Onda”, que tem como objectivo estudar CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE o litoral do concelho de Alcobaça; e pela aluna Cristiana Higino, do 12º B, que foi receber o prémio do 2º lugar obtido num concurso de fotografia, desenvolvido no passado ano lectivo. As alunas foram acompanhadas pelas professoras Pilar Peres, Paula Castelhano e Isabel Silva. No primeiro dia do seminário, assistimos a palestras relacionadas com o ambiente e reciclagem, e à entrega dos prémios dos projectos que se destacaram no ano passado. Neste mesmo dia, os alunos realizaram visitas de campo relacionadas com a dinâmica litoral de Ovar e com a biodiversidade desta zona, enquanto os professores visitaram a cidade de Ovar, com o intuito de observar o seu ambiente e património. No segundo dia, cada grupo elaborou, com a ajuda de um jornalista, uma foto-reportagem e um artigo relativo a cada zona visitada, tendo estes trabalhos sido apresentados na palestra de encerramento. Nesta palestra, foram também apresentadas diversas missões: a do Rock in Rio e a missão realizada no ano passado na Serra da Estrela, a qual contou com a presença de um aluno vindo do Chile. Além disso, assistimos também a diversas apresentações que visavam elucidar os participantes quanto à elaboração de foto-reportagens. Concluindo, a participação neste seminário permitiu que alunos e professores adquirissem conhecimentos relativos à metodologia do projecto, bem como noções básicas nas áreas de fotografia, vídeo e reportagem. Além disso, também permitiu conhecer o concelho de Ovar e estabelecer contactos com estudantes e escolas de todo o país. Mas, e mais importante, é que este seminário nos sensibilizou para a importância do ambiente e nós, Jovens Repórteres para o Ambiente, pudemos agir e sensibilizar a comunidade para a importância do ambiente e respectiva biodiversidade, e para a urgência de promover o desenvolvimento sustentável. Nídia Ferreira, 11º A 9 TOQUE DE SAÍDA ANO 4 - Nº 13 ACTIVIDADES SEGURANET – 2008/2009 A iniciativa da criação do projecto Seguranet partiu de um consórcio que envolveu várias entidades públicas e privadas, reconhecidas a nível nacional. Destacam-se, entre outras, o Ministério da Educação, a FCCN (Fundação para a Computação Científica Nacional), a UMIC (Agência para a Sociedade do Conhecimento), e a Microsoft. A principal fonte de divulgação deste projecto é o site www.seguranet.pt, que está estruturado de modo a que tanto os adultos como os jovens possam consultar um vasto leque de informação relativa à segurança na internet. Neste site existem áreas específicas para os alunos, pais, encarregados de educação e professores. Um conjunto de actividades Seguranet é também disponibilizado às escolas, e foi precisamente nessas actividades que, no ano lectivo transacto, cerca de três dezenas de alunos da nossa Escola participaram. Os desafios estavam relacionados com a segurança na Internet e foram colocados aos alunos de uma forma interactiva e divertida, mostrando-lhes que é imperativo adoptar comportamentos seguros e de responsabilidade quando se utiliza a Internet. Os alunos tomaram consciência, por exemplo, de que ao realizarem um procedimento tão básico como copy dum sítio da Internet, e paste num trabalho, estão a violar os direitos de autoria, pelo que o melhor é citarem sempre as fontes numa nota bibliográfica; o mesmo sucede com PREOCUPAS-TE? Por acaso já reparaste nas catástrofes naturais que se sucedem, dia após dia, no nosso planeta? Já pensaste por acaso que estes tsunamis, terramotos, chuvas torrenciais, furacões, cheias possam estar a acontecer devido às alterações causadas pela variação do clima à escala global ou regional, ao longo do tempo? Estas alterações podem ser causadas por processos internos ao planeta Terra, ou por forças externas (como, por exemplo, variações na actividade solar), ou, mais recentemente, em resultado da actividade humana. Portanto, a mudança climática pode ser tanto uma consequência de processos naturais, como decorrente da acção humana. O problema é global. No entanto, cada um de nós pode fazer a diferença. Mesmo as mais pequenas alterações na nossa rotina diária podem ajudar, por exemplo, a reduzir as emissões de gases de efeito de estufa, sem afectar a nossa qualidade de vida. Na realidade, podem até representar uma poupança de dinheiro. Carolina Ramalho Rogério, 7ºF 10 os vídeos retirados do Youtube ou outros sites equiparados. E que conselhos devem ser dados a alguém que passa muito tempo na Internet? Conversar e conviver mais tempo com os amigos é com certeza um deles. Será que a utilização excessiva do telemóvel, dos jogos de vídeo e do computador pode trazer consequências negativas? Decerto que sim, pelo que é de extrema importância o uso racional dessas tecnologias, já que a sua utilização desmedida pode provocar dependência, depressão, irritabilidade ou insucesso escolar. O uso e abuso no envio de SMS pode levar a que essas mensagens cheguem a terceiros, inclusive pessoas sem escrúpulos, pedófilos, capazes de fazerem mal. A utilização das redes sociais, do correio electrónico e do MSN deve ser acompanhada de cuidados especiais, especialmente no que toca às informações que disponibilizamos online, pois o perigo de trocar informações ou disponibilizar dados pessoais a desconhecidos pode ter consequências muito graves. Estes e outros temas são muito importantes para quem quer estar seguro ao utilizar as novas tecnologias. Participaram nas actividades sete equipas da nossa Escola, cada uma composta por quatro elementos. Em cada um dos desafios, as equipas foram amealhando pontos e, no final, os dois primeiros lugares foram ocupados pelas equipas: “CyberNet” e “Net Explorers”, com 369 e 338 pontos, respectivamente. A entrega das lembranças aos alunos participantes decorreu no passado dia 11 de Janeiro. À Escola foi atribuído um troféu por terem as equipas do ECB atingido uma pontuação superior a 1000 pontos. O objectivo proposto para este ano consiste num maior envolvimento e participação de equipas. Professor Alexandre Lourenço NO ATELIê DO ARQUITECTO SOUTO MOURA (Continuação da página 1) O almoço foi degustado no Capa Negra, famoso restaurante da zona, fiquei a saber. Depois de uma grande batalha na procura de estacionamento (o grande mal do nosso país!), lá entrámos e encontrámo-nos com uma amiga que nos fez companhia. Mais tarde, chegou o grande momento! Procurámos o número 53 de uma rua estreita e íngreme, e lá estava ele, apenas identificado por uma tímida plaquinha. Dirigimo-nos à porta cinzenta, tal qual a de um quartelgeneral, e (para nosso espanto!), demos com o «ninho» dos arquitectos portugueses: Távora, Siza e Souto de Moura, todos ali, à distância de um clique na campainha. Começámos bem! Se o começo foi bom, a continuação foi muito melhor! Entrámos no ateliê e fo- mos conduzidas ao gabinete do senhor arquitecto. Imaginem, nós ali, junto de todos os desenhos do mestre, todos os esboços, todas as fotos. Os meus olhos comiam tudo o que podiam! Finalmente, depois de um breve compasso de espera (em que descobri que Ele usa lápis Caran d’Ache), a arquitecta Ana Fortuna veio ter connosco e começou por explicar as fases de um projecto, desde os croquis até ao plano de execução. Toda a visita ao ateliê, onde trabalham trinta arquitectos, consistiu em ver exactamente as várias partes da projecção de uma obra, tanto a computador como à mão, através das trabalhosas maquetas (que, está claro, põem os estagiários a fazer!). A minha cabeça entrou em modo «esponja», tentando absorver toda a informação. Fomos tam- bém acompanhadas pelo prestável arquitecto Jorge Domingues que, aliás, foi quem tornou esta visita possível. As duas horas que passámos ali voaram num instante, entre projectos, maquetes, croquis, cadernos de esboços e computadores! Para terminar o dia, e tendo a professora Ângela como guia, passeámos pela rua Miguel Bombarda, onde entrámos em algumas galerias de arte. E rapidamente voltámos ao carro, para a viagem de regresso à Benedita. Para ser sincera, nem sei o que esperava. Mas foi bastante melhor do que tudo o que poderia estar à espera. Só me apetecia ficar ali já a trabalhar, no meio de todas as folhas e ecrãs. Mágico, mágico! Beatriz Serrazina Vencedora dos Talentos ECB 2009 CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE ANO 4 - Nº 13 TOQUE DE SAÍDA O PRIMEIRO GIGANTE SUPERSÓNICO No final da década de 60, materializou-se o sonho do gabinete de projectos aeroespaciais russo Tupolev: elevar aos céus, pela primeira vez na história da aviação, o Tu-144, o primeiro protótipo de transporte aéreo supersónico a voar. Vivia-se um ambiente de tensões internacionais entre as nações ocidentais e o bloco soviético, o que originava a necessidade constante de afirmações de superioridade tecnológica em todos os campos. A barreira do som tinha sido quebrada apenas 23 anos antes, pelo projecto norte-americano X-1. Por esta altura, meados da década de 60, já existiam, tanto no ocidente como na URSS, várias aeronaves militares que ultrapassavam a barreira do som. Mas projectar e pôr em funcionamento um avião de transporte civil de velocidade supersónica era uma questão diferente. O desafio envolvia, mais do que a velocidade ou a capacidade de manobra, a rentabilidade e a eficiência económica. A ideia existia desde os anos 50 – o gabinete norte-americano de aviação Douglas tinha apresentado o projecto de um transporte aéreo civil que atingisse Mach 3, o que signifi- ca que ultrapassaria três vezes a barreira do som. Na altura não parecia uma ideia tão absurda. Viviase uma época de grande prosperidade, o número de passageiros aéreos aumentava a passos largos, e os combustíveis fósseis nunca tinham estado tão acessíveis. Do outro lado do oce- – Transporte Aéreo Supersónico) que seria maior, mais rápido e com maior número de passageiros. Contudo, devido ao aumento dos preços do combustível e à dificuldade em chegar a um projecto definitivo, o congresso americano decidiu cancelar o projecto, em 1971, decisão que mais tarde se compro- ano, os gabinetes BAC – British Aerospace Corporation (britânico) e Aerospatiale (francês) – assinam um acordo em 1962 para a criação do famoso Concorde. Inevitavelmente, por razões de prestígio, os EUA começam o projecto SST (SuperSonic Travel vou ser correcta. Contudo, a competição entre os gabinetes franco-britânicos e russo continuou. O gabinete Tupolev obteve a primeira vitória, com o primeiro voo do projecto supersónico a 31 de Dezembro de 1968. Três meses depois, era a vez CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE da parceria BAC/Aerospace. O projecto Tu-144 parecia estar destinado a vencer, todavia, em 1973, dá-se um desastre terrível – durante o espectáculo aéreo de Paris, o protótipo despenha-se na pequena aldeia de Goussainville, ferindo dezenas de pessoas e vitimando oito. O gabinete Tupolev ainda viria a vencer uma segunda batalha, ao ser o primeiro a acelerar o protótipo acima de Mach 2. Porém, e embora a Aeroflot (companhia aérea russa) tenha conseguido implementar voos comerciais a partir de 1977, o projecto Concorde venceu a corrida para a comercialização, ao iniciar o transporte regular de passageiros em 1976. O gigante russo de 120 toneladas realizou, no total, 100 voos comerciais, contra as várias dezenas de centenas realizados pelo Concorde. Interessa analisar as razões por detrás da pequena quantidade de voos pelo “colega” russo do Concorde. Para o leitor e para o estudante curioso pelas questões de engenharia subjacentes, é importante explicar correctamente o problema. Do ponto de vista metalúrgico, este projecto estava condenado à partida. O gabinete, pressionado pelo tempo, cometeu o erro catastrófico de construir elementos fundamentais da estrutura, tais como as secções das asas e os suportes dos motores, em blocos maciços de metal. Ora, seja na estrutura metálica de um barco, avião, ou automóvel, com a utilização e desgaste, começam a aparecer fissuras, a chamada fadiga. Imaginem por um momento que queriam romper um lençol de cama. Como os lençóis são uma peça única, pode-se começar a romper numa ponta e acabar na outra sem muito esforço. E, se forem dois a puxar, um de cada lado, conseguem de um só puxão. Agora imaginem que tinham de romper um lençol com a mesma área, mas constituído por pequeninos quadrados de 1 x 1 cm fortemente cozidos com linha grossa. Poderão conseguir rasgar 1 quadrado de cada vez, mas terão muito mais dificuldade em romper o lençol todo. Foi o que aconteceu com as asas do Tu-144, que começaram a mostrar sinais de fadiga muito mais cedo do que o previsto, tendo o avião de ser retirado do serviço, pois não era viável substituir peças de tão grande porte. A aproximação correcta a este problema é prever quando poderão aparecer as fissuras e trocar então a peça que sofre de fadiga. Inclusive, em alguns casos, a troca nem é necessária, se a peça em causa não comprometer os esforços e momentos de carga da estrutura. Em suma, este projecto foi um caso clássico em que a pressa se revelou inimiga da perfeição. Na nossa era, o transporte comercial supersónico é um luxo, além de caro, errado do ponto de vista ecológico. Em cada viagem, o Concorde gastava 1 tonelada de combustível. A nossa sociedade precisa de amadurecer, e, com ela, os nossos objectivos e desejos. O que anteriormente nos parecia fantástico, fosse um carro desportivo ou uma viagem num avião supersónico, é hoje um capricho infantil que por pouco nos custa o futuro. O que ontem era um vaidoso condutor de um jipe de alta cilindrada pela cidade fora, representa hoje, aos nossos olhos mais sensatos, uma falha em ultrapassar a idade dos brinquedos. Miguel Madruga, aluno do Mestrado Integrado em Engenharia Aeroespacial do IST, ex-aluno ECB 11 TOQUE DE SAÍDA ANO 4 - Nº 13 O AQUECIMENTO GLOBAL O aumento da temperatura global da Terra é uma realidade, e a sua principal evidência as medições efectuadas por estações meteorológicas de todo o mundo, desde 1860. O aumento médio da temperatura é de 0,6 ± 0,2 °C durante o século XX. Outras evidências advêm da observação da variação da cobertura da neve das montanhas, do degelo das calotes polares e dos glaciares, do aumento do nível médio da água dos mares e de ocorrências extremas de mau tempo, sendo provável que os continentes tenham aquecido mais do que os oceanos. Quanto às causas do aquecimento global, embora se adiantem hipóteses como a das variações da actividade solar, ou se defenda que o planeta Terra estará numa fase natural de transição de uma era glacial para uma era interglacial, a maioria da comunidade científica aponta a actividade humana como a principal causa do aquecimento, através da emissão de gases com efeito de estufa (GEE), como o dióxido de carbono, o metano e o óxido de azoto. Estes gases provocam o aumento da temperatura da atmosfera e daqui resulta também o aquecimento da superfície, pelo facto de parte da energia reflectida pela superfície da Terra, sob a forma de radiação infravermelha, ficar retida na atmosfera. As actividades que mais contribuem para este efeito de estufa são a queima de combustíveis fósseis, os processos industriais, a desflorestação e a agricultura. Assim sendo, os países mais poluidores são, naturalmente, os mais industrializados e desenvolvidos. A comunidade internacional tem tentado estabelecer compromissos para a redução dos GEE, como o Protocolo de Quioto, de 1997 – que, curiosamente, não foi assinado pelos dois países mais poluidores do mundo, a China e os EUA – e a recente Conferência de Copenhaga, com os magros resultados que todos conhecemos. Com o aquecimento global ao ritmo que está a ocorrer, prevê-se um aumento da temperatura média global de 1,1 a 6,5 °C até ao final do século, com a consequente perda de biodiversidade, mais dias quentes e menos dias frios, expansão das áreas de seca, aumento da intensidade dos ciclones, aceleração do degelo das calotes glaciares e do aumento do nível médio da água dos oceanos, podendo ocorrer uma catástrofe global, tanto a nível ambiental como humano, se nada for feito para inverter a situação. Mas, mesmo com uma redução drástica das emissões de gases com efeito de estufa, o aquecimento continuaria a ocorrer, apenas a um ritmo mais lento, e talvez se conseguisse mesmo regressar aos níveis da era pré-industrial. Para que as futuras gerações não estejam perante factos consumados e irreversíveis, a comunidade mundial e principalmente os países mais poluidores devem tomar medidas que diminuam o ritmo do aquecimento global, quer desenvolvendo e utilizando energias alternativas limpas, quer sensibilizando as populações para a redução da poluição, quer, e sobretudo, não colocando os interesses económicos de curto prazo acima da viabilização do futuro. Professor Francisco Franco COMO AVALIAR UM SISMO Os sismos ou tremores de terra são movimentos vibratórios bruscos da crusta terrestre que ocorrem com uma frequência muito elevada. Porém, a maioria destes fenómenos são imperceptíveis ao ser humano e passariam quase despercebidos se não fossem detectados por instrumentos de grande sensibilidade – os sismógrafos. Quando, através da comunicação social, se difunde para todo o mundo a notícia de um sismo relativamente violento, este é caracterizado, na maior parte dos casos, pela sua magnitude e pela intensidade que atingiu num de12 terminado local. A magnitude de um sismo é um parâmetro de avaliação que está relacionado com a energia libertada no foco ou hipocentro – local no interior da terra onde o sismo tem a sua origem. A maior parte desta energia é dissipada sob a forma de calor, sendo a restante propagada em forma de ondas sísmicas. A determinação da magnitude é feita com base na interpretação dos registos efectuados pelos sismógrafos – sismogramas – e é avaliada na escala de Richter. Por outro lado, a intensidade é um parâmetro que tem em conta os efeitos do sismo produzidos em pessoas, objectos e estruturas feitas pelo Homem. Ora, para determinar a intensidade após a ocorrência de um sismo, são feitos inquéritos e entrevistas às populações atingidas, para recolher depoimentos sobre as observações que fizeram du- rante o sismo. Por outro lado, também se procede ao levantamento das principais alterações ao nível da paisagem (fendas, deformações do solo, comportamento das fontes e dos cursos de água), bem como ao nível das construções humanas (edifícios destruídos ou danificados, pontes, estradas e outras obras humanas atingidas). Todos estes dados destinamse a estimar a intensidade sísmica em cada local onde o sismo foi sentido, por comparação com os termos de uma escala de intensidades. Uma das escalas mais correntemente utilizada é a escala internacional (MMI), que resultou de uma modificação, feita em 1956, duma escala proposta por Mercalli-Sieberg em 1902. Esta escala é qualitativa, isto é, avalia a intensidade sísmica em função do grau de percepção das vibrações pela população que sentiu o sismo, e do seu grau de destruição. A escala contempla doze graus, sendo graduada desde o grau I (sismo apenas detectado pelos sismógrafos) até ao grau XII (alterações na paisagem com enormes fracturas no solo). Uma vez que se baseia em inquéritos e entrevistas para a recolha de dados será, naturalmente, uma escala bastante imprecisa. Um dos factores de grande influência nas consequências dos sismos relaciona-se directamente com a população, ou seja, com cada um de nós. O desconhecimento das medidas de prevenção, assim como a falta de informação sobre o que fazer em termos de atitudes e comportamentos em caso de emergência podem agravar as consequências destes fenómenos naturais. Assim, a protecção das populações que vivem em zonas de elevado risco deve passar, essencialmente, pela actuação das autoridades a diferentes níveis, nomeadamente na avaliação do risco sísmico, regras de construção e divulgação das regras de conduta que cada cidadão deverá seguir. Professor Sérgio Teixeira CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE ANO 4 - Nº 13 TOQUE DE SAÍDA ENTREVISTA A JULIANA MARTINS VENCEDORA DO ESCRITA EM DIA CONCURSO NACIONAL «até posso pensar em escrever mais vezes. Afinal, não escrevo tão mal como pensava» Quem é a Juliana Martins? Aluna do 12º B, no Externato Cooperativo da Benedita, foi a vencedora do concurso nacional Imaginação e Criatividade Escrita em Dia, promovido pela Coca-Cola Portugal e pelo Instituto Português da Juventude. Dirigido aos jovens do ensino secundário de todo o país, este concurso visava promover o gosto pela escrita criativa. A Juliana apresentou a concurso o texto “Incógnita”, que publicamos na página 16 deste jornal. Quando concorreste a este prémio, quais eram as tuas expectativas? Nenhumas, pois eu nunca escrevo, nem é algo que me cative, fiz o texto só porque a professora pediu, caso contrário não teria feito. E como era a nível nacional e na minha turma havia pessoas que escreviam melhor que eu e se empenharam muito mais, nunca pensei chegar à final, quanto mais ganhar! O que significa teres sido uma das vencedoras deste prémio? Foi interessante e algo que me deixou bastante feliz. Interessante porque quando saíram os finalistas, nem fui ver. Só fiquei a saber ao entrar na Internet, mais tarde, e então ganhei outro entusiasmo e pus a minha família e amigos a votarem. Fiquei muito feliz ao saber que era a vencedora, nem queria acreditar, no início. Que lugar ocupa agora a escrita na tua vida? Agora, um lugar superior ao que ocupava antes de vencer o concurso, até posso pensar em escrever mais vezes. Afinal, não escrevo tão mal como pensava, e de vez em quando tenho boas ideias, ou estou inspirada. A escolha do título pode adquirir um duplo sentido. Por que razão o escolheste? Gosto de Matemática, daí que a inclua nos textos que escrevo, e, neste caso, é este título porque, além de gostar de Matemática, o texto também trata de um tema que de certo modo é uma incógnita. ESCOLA VIVA Qual é a mensagem principal de “Incógnita”? Aproveitar a vida ao máximo. Quem são os teus escritores preferidos (estrangeiros e portugueses)? Arthur Conan Doyle, Shakespeare, José Rodrigues dos Santos e Gabriel Garcia Marquez. E o teu livro preferido? Dizer só um é complicado, mas gosto de Hamlet, de Sherlock Holmes e de A Fórmula de Deus. teu principal critério? Na tua opinião, quais são as principais diferenças entre a escrita criativa e a escrita padronizada? Consideras que um homem escreve de modo diferente de uma mulher? Porquê? Há mais liberdade na escrita criativa, na minha opinião. É usual ouvir-se dizer que quem escreve tem sempre uma base de inspiração. Qual ou quem é a tua? A minha forma de viver a vida. Desafio-te a completar com apenas uma palavra, cada inicial do título premiado. • • • • • • • • • Inesperado Nobilitar Criatividade Orgulho Grande Natureza Imprevisível Trabalho Arriscar Quais pensas terem sido os critérios que culminaram na escolha do que escreveste? Conteúdo, criatividade e mensagem. Se fosses membro do júri, qual teria sido o Mensagem. Isso é muito relativo, mas, na minha opinião, acho que as mulheres têm um lado mais sensível e cuidado e transmitem isso na escrita, apesar de também existirem homens que o fazem, dai que pense que não existe uma diferença muito significativa entre a escrita de um homem e a de uma mulher. Gostarias de editar? É uma hipótese, mas a longo prazo. Se o fizesses, quem convidarias para escrever o prefácio? Manuel Cruz, por ser português e eu o admirar bastante. Que mensagem gostarias de deixar a todos aqueles que também escrevem, mas que, por alguma razão, não o tornam público? Que não tenham medo de demonstrar o que escrevem, porque não têm nada a perder com isso, só têm a ganhar, e é quando menos esperam. Entrevista pela professora Estela Santana 13 TOQUE DE SAÍDA ANO 4 - Nº 13 Morreu J. D. Salinger, O Escritor Da Solidão Foi desta forma que a maior parte dos meios de comunicação deu, no dia 27 de Janeiro, a notícia da morte do escritor norte-americano que, desde 1961, se tornou um eremita, vivendo em total isolamento, recluso em sua casa, em New Hampshire. Jerome David Salinger nasceu a 1 de Janeiro de 1919, em Nova Iorque. Começou a escrever ainda na escola secundária, mas publicou apenas quatro obras: Uma Agulha no Palheiro (1951) que, numa edição posterior em Portugal aparece sob o nome À Espera no Centeio; Nove Contos (1953); Franny e Zooey (1961); Carpinteiros, Levantai Alto o Pau de Fileira e Seymour - Uma Introdução (1963). Até 1965, continuou a escrever contos para jornais, mas desde essa data que não edita nada. Uma Agulha no Palheiro, a obra que lhe trouxe a fama, tem como (anti-)herói o jovem Holden Caufield, expulso de um colégio caro e que, de forma singular, expressa o seu desprezo pelo mundo dos adultos enquanto vagueia por Nova Iorque. Sendo Caufield inspirador de culto para muitos jovens escritores e até músicos, este livro, que era lido como um ”ritual de passagem”, depressa se converteu em best-seller, escolhido como obra de leitura obrigatória em muitas escolas (inclusive chegou a sê-lo em Portugal). Havia ainda de se tornar famoso por ser o livro que, em 1980, Mark Chapman, o assassino de John Lennon, transportava consigo, para, alegadamente, o ex-Beatle lho autografar. Salinger notabilizou-se por esta sua primei- ra obra, mas também por ter recusado a fama. O New York Times chamou-lhe “O Garbo das Letras”, “famoso por não querer ser famoso”. Por sua imposição, todas as edições das suas obras têm uma capa sóbria e discreta, sem imagens, sem fotografias, ou qualquer composição editorial. Nelas apenas encontramos o título e o nome do autor (sempre abreviado em J. D. Salinger). Quem lê as suas obras, onde perpassa uma generosidade e amabilidade para com os seres humanos (é com muita ternura que descreve a vida familiar e as relações entre os irmãos Glass de Franny e Zooey ou Carpinteiros, Levantai Alto o Pau de Fileira e Seymour - Uma Introdução), dificilmente consegue perceber como Salinger se auto-excluiu da Humanidade. “Lamento ter contado isto a tanta gente. O que eu sei é que tenho como que saudades de toda a gente de quem falei. […] Nunca contem nada a ninguém. Se contarem, acabam por ter saudades de toda a gente.” (in Uma Agulha no Palheiro) Agora cabaram as mistificações em torno de J. D. Salinger. Fica apenas a saudade. Profesora Teresa Agostinho LOU ANDREAS SALOMÉ “A VIDA HUMANA, TODA A VIDA HUMANA, É POESIA” Contemporânea de Nietzsche, Wagner, Freud e Rilke, esta mulher alemã, nascida em São Petesburgo, em 1861, havia de rivalizar em génio com todos estes homens e de suplantá-los na paixão com que viveu uma intensa e fascinante existência que terminou aos 76 anos, em Göttingen, na Alemanha. Bela e sedutora, contrariou o preconceito amplamente difundido de que beleza e inteligência são incompatíveis. Autora de vários romances, poesia e peças de teatro, escreveu 20 livros e mais de 100 artigos e ensaios. Nietzsche descreveu-a como a pessoa mais brilhante que conheceu. O seu espírito crítico e a sede de aprender fizeram da sua vida uma busca apaixonada e tempestuosa, uma prática de paixão. Lou Salomé, livre pensadora, foi alguém que viveu a paixão com paixão, sem limites nem concessões, que preferia as errâncias às certezas, que ousou 14 ser diferente numa época em que muito pouco era permitido às mulheres. Ao longo da sua vida cruzou-se com muitos vultos da cultura europeia e com alguns manteve relacionamento de ordem intelectual e/ou amoroso. De Nietzsche, a quem admirava como filósofo, até Rilke, com quem se envolveu emocionalmente, muitos foram os que consideraram Lou Salomé uma mulher genial. Em 1911, conheceu Freud, com quem colaborou, dado o seu fascínio pela psicanálise e pelo seu criador, tendo escrito vários artigos publicados em jornais e revistas da especialidade e criado uma clínica psicanalítica na Alemanha. Com a chegada ao poder do partido nazi, a psicanálise, considerada uma ciência judaica, tornou-se num alvo a abater. Doente, Lou Salomé permaneceu na Alemanha, onde morreu em 1937. Um mês depois da sua morte, a Gestapo confiscou toda a sua obra e documentos pessoais. Alguns anos mais tarde, Ernest Pfeiffer, um amigo da última fase da sua vida, publicou a título póstumo quatro livros e a sua autobiografia. Dela afirmou a escritora Anaïs Nin (19031977): “A sua liberdade consistiu em dar expressão às suas necessidades inconscientes profundas. Viu a independência como a única maneira de realizar o movimento. E, para ela, o movimento era o crescimento e a evolução constantes.” Este poema que escreveu poderia ser o seu epitáfio: Ousa, ousa, ousa tudo! Não tenhas necessidade de nada! Não tentes adequar a tua vida a modelos, nem queiras ser um modelo para ninguém. Acredita: a vida dar-te-á poucos presentes. Se queres uma vida, aprende a roubá-la! Ousa, ousa tudo! Sê na vida o que és, aconteça o que acontecer. Não defendas nenhum princípio, mas algo bem mais maravilhoso: algo que está em nós e que queima como o fogo da vida! Professora Deolinda Castelhano ARTE E CULTURA ANO 4 - Nº 13 TOQUE DE SAÍDA ENTRE LIVROS Esperando que as preferências de leitura que temos vindo a apresentar tenham estimulado a curiosidade por alguns livros e autores, continuamos a nossa tarefa de mostrar que na nossa escola há muitas pessoas que lêem, e os hábitos de leitura que revelam são, por vezes, uma enorme surpresa. Falámos com o professor Domingos Janeirinho, de Educação Física, que nos reafirmou a sua paixão pela leitura e nos revelou quais os livros e autores que mais aprecia. • • • • • aqui reproduzimos: «Aos 10 anos todos nos dizem que somos espertos, mas que nos faltam ideias próprias. Aos 20 anos dizem que somos muito espertos, mas que não venhamos com ideias. Aos 30 pensamos que mais ninguém tem ideias. Aos 40 achamos que as ideias dos outros são todas nossas. Aos 50 pensamos com suficiente sabedoria para já não ter ideias. Aos 60 ainda temos ideias, mas esquecemos o que estávamos a pensar. Aos 70 só pensar já nos faz dormir. Aos 80 só pensamos quando dormimos.» Conversámos também com a Maria do Carmo Guerra, aluna do 12º ano do curso Científico-humanístico de Línguas e Humanidades, da nossa escola, que aceitou responder às nossas perguntas sobre as suas preferências de leitura. • • • vinte e um anos, pois apesar dos seus esforços Indignação nos estudos, para conseguir sempre boas noPhilip Roth Publicações D. Qui- tas e assim livrar-se da guerra da Coreia, não consegue esconder as suas convicções recuxote ARTE E CULTURA Livro que anda a ler: Memorial do Convento, de José Saramago Um livro que aconselha: A Noite, de José Saramago Por último, Pureza Nicolau, funcionária do Pavilhão Polidesportivo do Externato Cooperativo da Benedita, também respondeu pronta e amavelmente às nossas perguntas sobre a leitura. • • • • Livro que mais gostou de ler: Sinto Muito, de Nuno Lobo Antunes Livro que mais lhe custou a ler: um livro de António Lobo Antunes, de cujo nome já não se lembra. Escritor que mais aprecia: Nuno Lobo Antunes e Daniel Sampaio Livro que anda a ler: Saúde Interna – A chave para a juventude e vitalidade, de Ron Gellatley Um livro que aconselha: Porque Sim, de Daniel Sampaio Ana Lúcia Ribeiro e Margarida Serralheiro, 10º F Livro que mais gostou de ler: Os Maias, de Eça de Queirós Livro que mais lhe custou a ler: Resposta a Matilde, de Fernando Namora Escritor que mais aprecia: José Saramago Sugestão de Leitura Philip Roth é, desde há algum tempo, um nome incontornável das letras norte-americanas, pela sua crítica mordaz, o seu humor muitas vezes amargo e acima de tudo pela hábil demonstração de que a literatura e a vida, o indivíduo e o colectivo, o plano pessoal e o plano histórico estão intrinsecamente relacionados. Após Um Homem Comum e O Fantasma Sai de Cena, nos quais se debruça cruamente sobre o tema da velhice e a decrepitude física e espiritual, surge Indignação, que nos apresenta como narrador-personagem o jovem de dezoito anos Marcus Messner, nascido e criado em Newark, filho de um talhante Kosher, que decide estudar numa universidade do Ohio, a quinhentos quilómetros de casa, para se libertar do proteccionismo do pai. A acção passa-se em 1951 e, como ficamos a saber no início do livro, Marcus não irá chegar aos • • Livros que mais gostou de ler: O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway; Pantaleão e as Visitadoras, de Mario Vargas Llosa; Um Estranho numa Terra Estranha, de Robert A. Heinlein; Capitães da Areia, de Jorge Amado Livro que mais lhe custou a ler: Memorial do Convento, de José Saramago Livro que anda a ler: O General no seu Labirinto, de Gabriel Garcia Marquez Escritor que mais aprecia: Jorge Amado Um livro que aconselha: Novos Contos da Montanha, de Miguel Torga O professor Janeirinho partilhou connosco uma citação retirada do livro de Mia Couto, Venenos de Deus, Remédios do Diabo, que • PORQUE CULTURA É FUNDAMENTAL sando-se a obedecer a convenções inúteis e hipócritas, por isso é expulso da tradicionalista universidade de Winsburg. Roth coloca a personagem a narrar a sua vida, sob o efeito da morfina, quando a vida que lhe resta está em fase terminal, numa espécie de memórias póstumas, para nos mostrar que as acções individuais não bastam para definir a nossa conduta, o julgamento e a acção dos outros são igualmente decisivos na determinação do nosso destino, como o percurso do jovem Messner acaba por comprovar. Indignação é um romance que se lê de um fôlego mas tem uma grande densidade humana, social e política, demonstrando como as escolhas, aparentemente banais feitas por um jovem inconformista e explosivo em busca dos seus próprios caminhos na vida, podem ter resultados de uma gravidade tragicamente desproporcional. Louvre, Prado, Gulbenkian são alguns dos museus apresentados na colecção de 15 volumes que o Público lança entre 18 de Janeiro e 26 de Abril. Se já conhece e quer relembrar, se não conhece ou se está a pensar conhecer, prepare desde já a sua visita a alguns dos Grandes Museus da Europa através desta colecção comemorativa do 20º aniversário do Jornal Público. Os livros apresentam uma pequena história dos respectivos museus e uma visita através das principais salas, com destaque para as obras consideradas “imperdíveis”. Os DVD´s incluídos possibilitam-nos ainda uma visita virtual pela história dos espaços museográficos, explicações das salas e destaques para as obras-primas. Numa fascinante viajem pela história da arte, experimente visionar o DVD ao mesmo tempo que folheia o livro-guia. Professora Luísa Rocha Professora Maria de Lurdes Goulão 15 TOQUE DE SAÍDA ANO 4 - Nº 13 NO CENTENÁRIO DA REPÚBLICA EVOCAÇÃO DE MARIA VELEDA NO CCGS Em 2010, como é do conhecimento de todos, comemora-se o Centenário da República Portuguesa. Talvez menos que o desejável, mas todos aprendemos na escola as circunstâncias históricas que conduziram à queda da monarquia e à implantação do regime republicano. Uma vez por ano, no 5 de Outubro, lembramos, a propósito do feriado, o que neste dia se comemora. Da galeria de heróis republicanos, emergem nomes que vamos lembrando pelo papel de relevo que desempenharam. Todos homens, porque o registo oficial não é muito pródigo em evocar o papel das mulheres, reservado que estava o seu estatuto oficial a outras actividades, que não as da luta política. No entanto, apesar de os compêndios as relegarem para um papel residual, as mulheres portuguesas estiveram presentes e a sua acção foi determinante na implantação e consolidação da República. Algumas destacaram-se do anonimato a que estavam votadas, numa época em que não existiam quotas (eufemismo recente de mais uma manifestação do politicamente correcto) e o mundo da governação era totalmente masculino. Embora não tivessem desempenhado cargos políticos de destaque, muitas foram as mulheres que abraçaram a causa republicana e lutaram por ela: Maria Lamas, Ana de Castro Osório, Adelaide Cabete, Carolina Beatriz Ângelo, Maria Veleda, e muitas outras. Para dar a conhecer a obra de uma dessas mulheres, teve lugar no dia 19 de Janeiro, no CCGS, uma palestra subordinada ao tema “Maria Veleda, Republicana e os Afectos”, palestra proferida pela sua bisneta, Maria José Miranda, professora de Português da Escola Secundária Domingos Sequeira, de Leiria. Esta iniciativa, organizada pelo Agrupamento de Escolas da Benedita e aberta à comunidade, contou com o patrocínio do Externato Cooperativo da Benedita. Perante uma plateia maioritariamente constituída por alunos e professores, a oradora evocou a personalidade de Maria Veleda (1871-1955), professora, republicana, feminista e livre pensadora. A sua vida foi marcada por lutas e combates, não só na defesa dos ideais republicanos, mas também pela educação das crianças, na defesa da igualdade de direitos jurídicos, cívicos e políticos das mulheres e no combate à superstição, ao obscurantismo e ao fanatismo religioso, que lhe valeu perseguições e condenações antes de 1910. A vida e obra desta mulher ilustre foram também tema da exposição “Maria Veleda: Uma Professora Feminista, Republicana e Livre Pensadora”, que esteve patente no CCGS, até ao dia 29 de Janeiro. Personalidade intrépida e irreverente, Maria Veleda é, nas palavras da historiadora Natividade Monteiro, uma mulher que “dedicou a vida aos ideais de justiça, liberdade, igualdade e democracia e se empenhou na construção de uma sociedade melhor, onde todos pudessem ser felizes. Semeou ideias, iniciou processos de mudança nas práticas sociais e lançou o debate sobre os lugares, os papéis e os poderes de mulheres e homens num mundo novo.” Professora Deolinda Castelhano Ana Free na Benedita Ana Gomes Ferreira, mais conhecida por Ana Free, ascendeu para a música bem cedo. Ela toca, canta e compõe. Em menos de um ano, os seus vídeos no Youtube já contam com mais de 600 mil acessos, sendo dos que têm mais visitas e mais subscritores na categoria de música. Neste momento, reside em Londres, onde tirou o curso de Economia. Prepara-se para lançar um álbum, depois do sucesso dos primeiros singles: “In my Place” e “Keep on Walking”. No dia 23 de Janeiro, o Centro Cultural Gonçalves Sapinho recebeu Ana Free. Apenas com a guitarra e um acompanhante no órgão, ela animou a sala com um concerto de cerca de 75 minutos. A música, a luz, o espaço, o som, o público, a actuação de Ana Free e o seu à vontade fizeram deste um excelente espectáculo.Houve grande proximidade entre a artista e os seus fãs, que lhe lançaram rosas para o palco. Depois do concerto, Ana Free disponibilizou-se para dar autógrafos, tirar fotografias e trocar algumas palavras, sempre com um sorriso afável. Eunice Vicente e Joana Boita, 11º B 16 ARTE E CULTURA ANO 4 - Nº 13 TOQUE DE SAÍDA COISAS MINHAS E DE MAIS ALGUÉM Quando era criança, lembro-me de chegar da escola e, feitos os deveres, fazia parte dos hábitos das famílias deixarem-nos ir brincar um bocadinho na rua. A rua era um espaço público de brincadeira, passeio e encontro. Nas aldeias, vilas e pequenas cidades, havia praças, pequenos jardins e descampados onde as crianças gastavam energias. Esfolavam-se joelhos, subia-se às árvores, jogava-se à bola, ao “mata”, à “macaca”, às escondidas, rebolava-se, dava-se piparotes, enfim, divertíamo-nos e crescíamos em contacto uns com os outros, pois todos eram vizinhos e amigos, e aqueles momentos de libertação eram mágicos. A rua era um espaço de interacção, liberto das regras que tínhamos de seguir em casa e na escola. A rua era uma cúmplice segura de todos, ajudava-nos a ter autonomia e a cimentar amizades. Num abrir e fechar de olhos, as ruas desapareceram, dando lugar a construções mal estruturadas e a estradas onde o tráfego dos carros se aglomera cada vez mais, desaparecendo assim um espaço de convívio que não foi devidamente compensado com outros equivalentes. SENTIMENTOS Sentir o que nunca senti Descobri-o ao teu lado, Porque as coisas ao pé de ti Têm outro significado. Viver o que nunca vivi Contigo isso é fascinante, Desde que te conheci Sempre me foste importante. Sorrir como nunca sorri Ao teu lado é possível, Pois foi assim que me ri De algo imprevisível. Sofrer como nunca sofri Está no destino do amor, Chorar e gritar aqui Por ti sofro e é a dor. Amar como nunca amei No mundo não há igual, Podes crer que me apaixonei Tu para mim és especial. Danny Siopa, 12º F TOP 10 Biblioteca Foi um instante até se achar que, não só não se podia brincar na rua, como também não podíamos sair sozinhos. A rua tornou-se perigosa e ameaçadora. Não se inventou nada de equivalente, em vez disso, foram surgindo jogos, televisão, filmes, computadores, mais horas na escola e mais actividades extra-curriculares. Há transformações que são perdas enormes. Felizmente, as crianças da nossa escola ainda têm a rua e outros espaços não claustrofóbicos onde se podem dedicar a actividades lúdicas. Espero que os saibam aproveitar e valorizar, uma vez que a maioria já não cresceu com as maravilhosas sensações de cair na lama, jogar à cambalhota, sujar as mãos, lambuzar-se com amoras silvestres, apanhar musgo para o presépio, saltar à corda, jogar às estátuas, correr e saltar livre de olhares acusadores, com aquele sabor saudável que somos nós e a natureza fazendo parte do mesmo ecossistema. Será que ninguém dá por esta falta? Rosário Ferreira (Zaira), Os livros mais requisitados na Biblioteca do ECB, nos meses de Novembro de 2009 a Janeiro de 2010. 1º- A Vida Num Sopro - José Rodrigues dos Santos 2º - Os Primos - Mafalda Moutinho 3º - O Mundo em que Vivi - Ilse Losa 4º - O Guarda da Praia - Maria Teresa Maia Gonzalez 5º - O Cavaleiro da Dinamarca - Sophia de Mello Breyner 6º - Por Terras dos Antigos Coutos de Alcobaça - Maria Zulmira Furtado Marques 7º - Da Pré-História à Actualidade - Francisco Furriel 8º - Eragon - Christopher Paolini 9º - Pessoas Como Nós - Margarida Rebelo Pinto 10º - Crónica de Uma Morte Anunciada - Gabriel Garcia Márquez Funcionária Administrativa INCÓGNITA Texto premiado no concurso nacional Imaginação e Criatividade Escrita em Dia Corre. Corre na tua máxima velocidade. Agora pára. Sente o teu próprio pulso. É sinal de vida. Porque hoje está sol, mas amanhã não se sabe. O tempo é incerto. Aproveita essa sensação de pulso cheio, ela não dura para sempre. Quando o pulso acalmar salta, salta o mais alto que conseguires, tenta atingir o céu. Grita também, abre o livro que há dentro de ti a todo o mundo. Liberta-te dessa vergonha que te acanha o mais rapidamente possível. Tenta senti-lo de novo, consegues? Tens sorte tu. Outros tantos humanos como tu não o sentem. Aproveita agora que o tens, leva-o ao limite. O limite dá-te prazer. E porque não ter prazer sempre que podes? O tic tac não descansa, e a qualquer momento a bomba rebenta. Não penses que o amanhã existe quando ainda estás em hoje. Ele é uma incógnita, e esta equação é impossível de resolver. Juliana Costa, 12º B SOL E CHUVA ÀS VIAGENS alguns dias merecem um poema ou pelo menos alguma coisa que os ligue novamente à criação Freedom is not expensive. If you want to be free you just have to be born as a bird. Luís Lucas, ex-aluno do ECB http://amanhecerdaspalavras.blogspot.com/ Or to think like one. Luís Lucas, ex-aluno do ECB http://amanhecerdaspalavras.blogspot.com/ e Paulo Tavares http://atravessandooinverno.blogspot.com/ RECRIAR O MUNDO 17 TOQUE DE SAÍDA ANO 4 - Nº 13 BLACK MAGIC JOSÉ JAMES CRÍTICA DE MÚSICA A sua voz não parece deste tempo nem desta idade. José James, músico norteamericano, regressa a Portugal para apresentar Black Magic, o seu segundo álbum, e traz-nos um jazz que desliza em nós pela sua suavidade, simplicidade e beleza. Este artista aprendeu a trabalhar a escrita no hip hop, delineou a sua voz no soul e instrumentou um novo jazz, contemporâneo e eclético. De facto, junta o hip hop, o jazz, o soul vigoroso e místico, o drum n’ bass e o R‘ B, criando assim um ambiente envolvente, com a sua ousadia musical cheia de criatividade. “Beleza” é a primeira faixa do álbum, que mostra James num consistente black jazz, pela forma como canta e como transmite a sua paixão pela letra. “Conversation Love” é talvez a mais engenhosa das canções do álbum, um dueto com Jordana de Lovely, em que os instrumentos estabelecem uma harmonia com a letra. “Promisse Love” e “Detroit Love Teller” são canções que nos levam aos anos 70 e 80, lembrando o soulfull jazz de George Washington Jr. Em “Save your love for me”, recupera um tema de Nancy Wilson, refazendo a canção e dando-lhe um sentido mais actual. A prova do sucesso de José James está nos fãs que tem por todo o mundo e nas críticas ao seu trabalho. Embora ainda seja pouco conhecido no nosso país, (actuou no dia 25 de Fevereiro no Centro Cultural das Caldas da Rainha) - José James traz frescura, novidade e originalidade. Altamente recomendado. Ricardo Rodrigues, 12º H AVATAR O TRIUNFO DO 3D Avatar significa encarnação, metamorfose, e é o nome de um dos filmes de que mais se ouviu falar nos últimos tempos. Avatar introduz-nos num mundo espectacular, além da imaginação, onde um herói relutante, vindo da Terra, embarca numa aventura épica e acaba numa luta titânica para salvar o mundo extraterrestre ao qual aprendeu a chamar lar. O filme foi idealizado há quinze anos pelo oscarizado realizador de Titanic, James Cameron, quando ainda não existiam os meios para concretizar as suas ideias. Agora, após quatro anos de produção e uma série de documentários experimentais filmados com uma câmara de alta definição, criada especialmente para o realizador, finalmente o seu projecto foi concretizado. Este é um filme de acção que utiliza uma nova geração de efeitos especiais que nos proporcionam uma experiência inovadora: a imersão na acção. No entanto, a tecnologia revolucionária que foi inventada propositadamente para Avatar quase desaparece na emoção das personagens e no arrebatamento da história que é contada. Os cenários, apesar de irreais, parecem-nos bastante familiares devido ao tratamento das imagens, e constituem um mundo fantástico e brilhante do qual parece que fazemos parte, enquanto assistimos ao filme. Para muitos críticos, este é o produto cinematográfico mais extraordinário de todos os tempos, por isso, se gosta de experiências inovadoras, este é um filme que não deve perder. Como disse James Cameron, “o 3D é o futuro”. www.joshuarodriguez.blogspot.com Micael Rosário Silva, 12º ESRM 2010 - O ano de todas as celebrações O ser humano sempre gostou de comemorar, festejar, celebrar. Aproveitamos todas as ocasiões, todas as efemérides, para organizarmos festas, debates, palestras, mostras, concertos, exposições, com muitos encómios e champanhe à mistura. Quando estas comemorações vêm acompanhadas de “números redondos”, como as décadas ou os centenários, então rejubilamos e encontramos ainda mais pretextos para louvar os que, de alguma forma, admiramos. 2010 pode ser considerado o ano de todas as celebrações. Se 18 não, vejamos: Ludwig von Beethoven, compositor alemão, nasceu há 240 anos, em Bona. Frédéric Chopin, pianista e compositor polaco, nasceu há 200 anos, em Żelazowa Wola. Robert Alexander Schumann, músico e pianista alemão, nasceu há 200 anos, em Zwickau, Alemanha. Piotr Ilich Tchaikovsky, compositor russo, nasceu há 170 anos, na cidade de Kamsko-Votkinsk, na Rússia. Gustav Mahler, compositor e maestro austríaco, nasceu há 150 anos, em Kaliště, na Boémia. Manuel Teixeira Gomes, sétimo Presidente da República Portuguesa, diplomata e escritor, nas- ceu há 150 anos, em Portimão. Albert Camus, escritor e filósofo francês nascido na Argélia, morreu há 60 anos, em Villeblevin, França. John Lennon, músico, compositor e escritor britânico, um dos famosos The Beatles, nasceu há 70 anos, em Liverpool, e morreu há 30 anos, em Nova Iorque. Por cá, desde o dia 31 de Janeiro, vamos comemorando os 100 anos da Implantação da República. Professora Teresa Agostinho OLHAR CIRCUNDANTE ANO 4 - Nº 13 TOQUE DE SAÍDA BENEDITA SEM BARREIRAS UM PASSEIO ATRIBULADO Há cerca de quatro meses, a professora Helena Guerra, em conjunto com a turma do 11ºD, decidiu realizar um passeio com uma colega nossa que tem deficiências motoras e se desloca em cadeira de rodas. O passeio integrava-se no trabalho de projecto da nossa turma, “Benedita sem barreiras”, e o seu objectivo consistia em avaliar as dificuldades que um deficiente motor, ou mesmo visual, enfrenta na vila da Benedita. O passeio começou bem, pois existem rampas no Externato, e a aluna não teve dificuldades em sair da escola, mas logo a seguir a tarefa complicou-se, ao enfrentar uma passadeira. Com a ajuda dos colegas lá conseguiu, e o passeio continuou. Pouco depois, outro desafio, outra passadeira, mas, desta vez, exageradamente alta, pelo que, além de não a conseguir subir, mesmo com ajuda, causou um acidente: devido ao tempo gasto na tentativa de transpor a passadeira, o trânsito acumulou-se e dois carros chocaram. E por fim, a aluna não teve outro remédio senão seguir pela estrada, correndo o perigo de ser atropelada. Finalmente chegámos ao nosso destino, uma florista, onde a nossa colega também não O TWITTER E A EDUCAÇÃO O Twitter (http://www.twitter.com) é uma rede social que funciona de modo semelhante a um pequeno blogue (o chamado microblogue), onde os utilizadores podem enviar ou receber mensagens com o tamanho máximo de 140 caracteres, conhecidas por tweets, sendo seguidos e seguindo outros utilizadores. Dada a dimensão das mensagens, podem gerir-se utilizando a web, através de SMS, ou de programas existentes em alguns dispositivos portáteis. Torna-se assim possível ao utilizador submeter novas mensagens e receber as novidades dos seus contactos em qualquer lugar. O acto de utilizar o Twiter chama-se twittar. Devido às suas características, o Twitter tem potencialidades para ser utilizado na educação: permite, por exemplo, a continuidade da interacção para além da sala de aula, podendo o aluno colocar questões e esclarecer dúvidas. A dificuldade será conseguir coordenar o debate, evitando o atropelamento de mensagens. O Twitter também potencia o sentido de turma, pois, sendo uma ferramenta de interacção, aumenta a predisposição para a conversação, permitindo assim criar opiniões, analisar consensos e publicar OLHAR CIRCUNDANTE ideias em torno de temas de interesse. Promove ainda a escrita colaborativa e melhora a capacidade de síntese, tendo em conta que há uma limitação de caracteres. Pode também funcionar como um organizador de diálogos, através de hashtags (# e uma palavra-chave ou etiquetas) e permite rápidas actualizações e partilha de recursos na rede, por exemplo, partilhando opiniões sobre o que está a acontecer numa conferência. Um dos exercícios que se poderá desenvolver com os alunos será levar uma turma para uma sala com acesso à internet, para que cada aluno dê continuidade ao texto de outro, por uma ordem e sobre um tema previamente combinados. Este exercício permite avaliar a compreensão e o modo de participação de cada aluno, bem como o grau de conhecimento do tema. Professor Samuel Branco pode entrar, visto a entrada ser demasiado alta e a cadeira de rodas não caber na porta. Regressámos à escola, tomando outro caminho, para facilitar a deslocação. Porém, os problemas ainda não tinham acabado. Um enorme caixote de lixo, num lugar inesperado, impediu-lhe a passagem. A cadeira de rodas automática é grande, e o espaço era pequeno. Depois de quase partirmos o caixote do lixo, a nossa colega lá conseguiu passar e, mais uma vez, não teve outro remédio senão arriscar-se pela estrada, lado a lado com os carros. Este passeio serviu-nos para avaliar as tremendas dificuldades que um deficiente enfrenta numa pequena deslocação, não só nesta vila, mas em muitas outras povoações do nosso país, inconscientes das necessidades especiais que todos podemos vir a ter um dia. De facto, sem a nossa ajuda, a colega não teria tido qualquer hipótese de sair da escola. Celebramos um século após a República, não será o momento de pormos em prática um dos seus mais celebrados valores – a IGUALDADE? Guilherme Passarinho, delegado da turma do 11ºD A SOCIOESFERA Hoje, assistimos ao mundo das redes sociais na web como se já fizessem parte de nós, das nossas vidas, dos nossos hábitos e dos nossos comportamentos. Hoje, todos os que quiserem têm um blogue e publicam lá o que quiserem. Como se houvesse necessidade de todos termos um blogue, um facebook, um hi5, um twitter ou um myspace. Será que para socializarmos temos de falar virtualmente? Será que todo este fervor dos portugueses pelas redes sociais não revelará sedentarismo, timidez e comodismo? Ou, mais assustador, precisaremos da virtualidade para sermos sociais e sociáveis? Eu tenho um blogue. Na verdade tenho-o porque me é preciso, e não para andar a contar que vou ali ou que vou acolá. Tenho um blogue para divulgar o que faço artisticamente, seja escrever, seja pintar, seja fotografar. Tenho um objectivo, promover-me como artista. Logo, não acho necessário e oportuno andar a descrever coisas da minha vida pessoal. Também não acho oportuno publicar coisas copiadas ou cheias de falhas. Aconteceu-me receber um comentário de um blogger que elogiava o meu trabalho e que me pediu conselhos. Dá-me gosto poder ajudar os outros e saber que gostam do que faço. O objectivo do blogue está assim cumprido. Agora, quando vi a página dele, fiquei desagradado: além de o nome ser o de um dos maiores poetas portugueses, as publicações estavam sobrecarregadas de erros, e não me refiro a construções frásicas, porque nisso eu também erro. Mas aquela sensação de uma pessoa que quer escrever sem ler levou-me a pensar na utilidade das plataformas sociais. Acho que já são horas de pensarmos no que fazemos, como fazemos e no que pode acontecer. Eu, se publicasse um artigo em que referisse o que vivi pessoalmente, numa viagem, por exemplo, sentir-me ia despedaçado, pois a minha vida, ao ser publicada, estaria também aberta a quem quisesse entrar nela. Ricardo Rodrigues 12ºH www.joshuarodriguez.blogspot.com 19 TOQUE DE SAÍDA ANO 4 - Nº 13 Quadro de mérito 7º ANO 11º ANO Inês da Cruz do Couto 7ºG Carlos Ferreira Martins 7ºH Georgeta Munteanu 7ºH 8º ANO António Serrenho do Carmo 11ºA Daniela Filipa Mendes Francisco 11ºA Nídia Quitério Ferreira 11ºA Patrícia Bispo Pimenta 11ºA Ricardo Nazaré Serrazina 11ºA Maria Ana Bernardo Almeida 8ºB Rita Isabel Moreira Dinis 11ºA Alice Coelho Vicente 8º C Ana Rita Ribeiro Marques 11ºB José Luís Alexandre Mateus 8ºC Maria Santos Vicente 11ºB Carolina Gonçalves Guerra 8ºD Cristina Isabel Ferreira Tomás 11ºC Ana Paula Jorge Cruz 8º F Adriana Fialho Passarinho 11ºD Eduardo Manuel S. F. Aivado 8ºF Guilherme Fialho Passarinho 11ºD Beatriz Mateus Tiago 11ºF Diana Isabel Pereira Tomás 11ºH Rita Margarida Pereira Henriques 11ºH 9º ANO Cláudia Sofia Coito e Silva 9ºB Mónica Sofia Pereira Lourenço 9ºB João Marcos M. Crisóstomo 9ºG 12º ANO Sónia Fialho Felizardo 9ºH Catarina Rebelo Silvério 12ºA Catarina Henriques Lopes 9ºI Raquel Castelhano Dias 12ºA Ana Luísa Marques Pereira 12ºB Arlete Sofia Mendes Sineiro 12ºB Cláudia Paciência Santos 12ºB Cristiana Faustino Santos Higino 12ºB Inês Domingos Belo 12ºB Juliana Fialho Costa 12ºB Laura Catarino Gonçalves 12ºB Liane dos Santos Canas 12ºB Mariana da Silva Rodrigues 12ºB Mónica Daniela Santos Fialho 12ºB Paulo Miguel Vicente Batista 12ºB Bárbara Santos Serralheiro 12ºC Catarina Fialho Marquez 12ºC Catarina Fialho Pereira 12ºC David Marques Vicente 12ºC Fábio Sousa Cruz 12ºC Filipa Isabel M. M. Serrazina 12ºC José Carlos Barreiro Mateus 12ºC 10º ANO Carolina Perista Serrazina 10ºA Juliana Serrazina Pedro 10ºA Maria Serrazina Carvalho 10ºA Tiago Costa Mateus 10ºB André da Costa Marques 10ºC Pedro Radamanto Rodrigues 10ºC Andreia Dias Lopes 10ºE Bárbara Maximiano Martins 10ºE Paulo Manuel Jesus Tinta 10ºE Ana Sofia Valério Lopes 10ºF João Filipe Pereira Rodrigues 10ºF Margarida Costa Serralheiro 10ºF João Emanuel Pereira e Tato 10ºG Marisa Ferreira Machado 10ºG Daniela Tomás Costa 10ºI Juliana Marques Santos 12ºC Marta Carvalho Santos Baptista 12ºC Micaela do Carmo Bento 12ºC Miguel Machado Lopes 12ºC Tatiana Marques Ladeira 12ºC Mariana Guerra de Almeida 12ºD Vanessa Marques Fialho 12ºD Daniela Sofia Mendes Santos 12ºE Juliana Vieira Belo 12ºE Lea Mões da Fonseca 12ºE Maria do Carmo Ferreira Guerra 12ºE Teresa do Carmo Ferreira 12ºE Ana Rita Felizardo Francisco 12ºF Beatriz Maximino Bernardo Silva 12ºF Beatriz Perista Serrazina 12ºF Joana Almeida G. Guimarães Sá 12ºF RECORRENTE Luís Miguel Mendes Vicente 10º C.T. Márcio André Carreira Pedro 11º C. T. Programa Semana das línguas SEGUNDA-FEIRA, 1 DE MARÇO Ao longo do dia: Jogo “Who am I?“, para alunos do 3º ciclo. Durante a semana, nos corredores do ECB: “Bring them to School”, peddypaper para alunos do Secundário, sobre cultura e personalidades de países anglófonos. “Writing Contest”: concurso de escrita para alunos de Inglês e de Alemão. TERÇA-FEIRA, 2 DE MARÇO 10:10 - Atelier de Leitura Criativa, Sala Polivalente, pela escritora Isabel Ricardo Amaral. Alunos do 7ºD e do 7ºH. 20 16:00 - Apresentação do número III dos Cadernos do ECB, Sala Polivalente. Participação especial: Prof. Doutor João Malaca Casteleiro - ”O Novo Acordo Ortográfico”. Sessão aberta à comunidade. QUARTA-FEIRA, 3 DE MARÇO 10:10 – Desfile: recriação de personalidades da cultura francesa. Cave do CCGS, Alunos do 3º Ciclo e do Secundário inscritos a Francês. Confecção e venda de crepes, cave do CCGS. SEXTA-FEIRA, 5 DE MARÇO 21.00 - Sarau Cultural no Auditório do CCGS. Aberto à comunidade: - Recitais de Poesia - Dramatizações - Peças Musicais - Sessões de Música e Dança - Entrega dos Prémios dos Concursos de Escrita de Francês e de Inglês 14:30 - Sessão para alunos de Francês: “O Francês no Mundo do Trabalho”, pela Dra. Maria do Carmo Brandão, Directora da Alliance Française de Caldas da Rainha. No Auditório do CCGS, para alunos de Francês. ESCOLA VIVA ANO 4 - Nº 13 TOQUE DE SAÍDA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA – UM PROBLEMA ACTUAL? O problema da gravidez na adolescência não é de todo um problema recente. Sempre existiu, e, por mais que se divulgue e se discuta sobre o assunto, continuará a existir. Sendo a adolescência uma fase muito conturbada, na medida em que surgem transformações físicas e psicológicas muito acentuadas e, por vezes, difíceis de aceitar pela maioria dos jovens, é natural que estes se envolvam de forma intensa e impensada em relações que conduzem, por vezes, a actos irresponsáveis e até irreparáveis. A gravidez ocorrida nestas circunstâncias é, em geral, uma gravidez que não foi planeada, nem sequer desejada, e que é fruto de relacionamentos sem qualquer estabilidade. Segundo alguns estudos por nós consultados, uma gravidez indesejada na adolescência ocorre por várias razões: porque o método contraceptivo falhou ou pela má utilização do mesmo; porque não se utilizou qualquer protecção durante as relações sexuais; por falta de informação ou até pela existência do pensamento mágico de que “ só acontece aos outros”. No entanto, nem sempre uma gravidez indesejada traz só e exclusivamente consequências negativas, pois, em alguns casos, a maturidade e a responsabilidade dos jovens pais surge exactamente depois do nascimento do seu filho. Exemplo disso é a história de Ana, de 16 anos, e Ricardo, de apenas 17, que se envolveram numa relação amorosa muito intensa, tão intensa que resultou exactamente numa gravidez indesejada. Perante esta situação, os jovens decidiram assumir toda a responsabilidade e, quando falaram com os pais de ambos, informaram-nos logo que estavam, apesar de tudo, felizes e dispostos a criar o filho, esperando a ajuda imprescindível dos avós. Estes, apesar de surpreendidos e assustados, e ao contrário do que normalmente acontece, não contrariaram a decisão dos jovens e, após o nascimento de Mariana, uma linda menina, tudo fizeram para a ajudar a criar. Apesar de terem sido pais muito jovens, Ana e Ricardo continuaram a estudar aBUSO sEXUAL INGENUIDADE OU MALDADE? Por detrás de sorrisos, sonhos e ilusões, surge esta realidade. O acto sexual, físico ou psicológico, abusivo e agressivo, praticado contra uma criança, um adolescente, um homem, uma mulher é um problema a que não podemos, nem devemos, ficar indiferentes. Fruto da ingenuidade ou da maldade de certas pessoas, o abuso sexual existe e tem de ser desmistificado. São inúmeras as causas deste flagelo, e as suas consequências devastadoras para as vítimas e seus familiares. O abuso sexual é como uma ferida que, mesmo sarada, acaba sempre por deixar marcas, provocando nas vítimas sentimentos de culpa, baixa autoestima, medo, vontade de se isolar e até suicídio. A par destes sentimentos negativos, surgem também mudanças de comportamento, em que as vítimas revelam raiva, agressividade, queda do rendimento escolar, no caso dos estudantes, e tendência para um dia mais tarde fazerem o mesmo a outras pessoas. Nem sempre é praticado o mesmo tipo de abuso: pode existir contacto físico, mas, quando este não existe, sobressaem o assédio, o exibicionismo, o constrangimento ou até a pornografia. De uma forma ou de outra, a vítima sai prejudicada e, mesmo sem culpa nenhuma, sente-se mal, achando que mereceu aquilo que o abusador lhe fez. Segundo alguns estudos, a maioria dos agressores não sofre de distúrbios mentais, e, no caso de abuso OLHAR CIRCUNDANTE sexual de menores, costumam ser familiares, vizinhos ou alguém de confiança. Por isso, a vítima, indefesa, sente-se muito pior, pois foi traída por alguém em quem confiava. É complicado definir o perfil de um abusador. São, geralmente, homens adultos ou jovens aparentemente normais, mas com graves problemas de sociabilização e que carecem de valores sociais. Ao contrário do que se possa pensar, apenas 5% dos abusadores sexuais são pedófilos. Estima-se que quarenta pessoas são abusadas a cada dez minutos, em todo o mundo. Temos de estar muito atentos, pois pode acontecer com qualquer um de nós e em qualquer sítio em que estejamos. Compete a todos denunciar estes casos para tornarmos esta sociedade em que vivemos mais segura e mais estável. e, graças à ajuda dos pais, terminaram os seus cursos e iniciaramse na vida activa sem deixar de cuidar e de educar a sua filha Mariana, agora com 7 anos de idade. Apesar de bem sucedida, a história de Ana e Ricardo não é, infelizmente, representativa do que acontece na maioria dos casos, em que os jovens, perante uma falha de responsabilidade, de informação ou até de educação sexual, se vêem sozinhos e sem saber o que fazer. Assim, com finais mais felizes ou menos felizes, a verdade é que a gravidez entre os jovens adolescentes continua a ser uma realidade. Os alunos do 8º G Notícias PROJECTO CRESCER Reabriu, em Janeiro, o Gabinete de Informação e Apoio ao aluno (GIA), dinamizado por professores do Projecto Crescer, das equipas do 3º Ciclo e do Secundário. Este ano, além disso, o GIA conta também, na última 3ª feira de cada mês, a partir das 14.30, com a presença de uma enfermeira. Sessões para pais: no dia 19 de Janeiro, sobre violência em meio escolar, decorreu uma sessão dinamizada pela psicóloga do ECB, Margarida Ferreira; estiveram presentes cerca de dezasseis pais que avaliaram muito positivamente a sessão e agradeceram o empenho da escola na organização destas acções que constituem interessantes momentos de partilha entre pais. No dia 11 de Fevereiro, também às 18.30, decorreu nova sessão para pais, esta sobre Internet Segura. Sessões para os alunos: decorreram, durante os meses de Janeiro e Fevereiro, sessões informativas sobre sexualidade, dinamizadas por uma enfermeira e dirigidas a todos os alunos do 9º ano. Estão ainda previstas, também para o 3º ciclo, sessões sobre álcool, drogas e tabaco, a decorrer em datas a confirmar. Professora Helena Rodrigues Contactos úteis: SOS Criança: 217 931 617 (dias úteis) Recados da criança: 800 206 656 (chamada gratuita) APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vitima) 218 884 732 / 218 876 351 Projecto Crescer, Equipa do 3º Ciclo Os alunos do 8º A 21 TOQUE DE SAÍDA ANO 4 - Nº 13 Enigmas O TOMATE 22 Bibliografia consultada: “Cadernos Culturais Naturistas” e “Enciclopédia de Educação e Saúde” Professor Miguel Fonseca SOLUÇÕES O estranho roubo do milhão de dólares Se o ladrão, ao entrar no quarto, tivesse encontrado o empresário deitado na cama, esta não poderia estar feita e sem vestígios de luta. Enigmas matemáticos 1 saco de areia = 8 tijolos. Se o camião ainda pode transportar 18 sacos (50-32=18), então pode levar 18* 8 = 144 tijolos. As Moedas de cor 1 moeda vermelha = 0,72 € 1 moeda azul = 0,68€ 1 moeda amarela = 2€ 1 moeda verde = 0,88€ O tomate, cujo nome científico é solanum lycopersicum, é o fruto do tomateiro. Pode ter cor vermelha, amarela ou verde. Conhecem-se hoje cerca de 60 variedades, sendo as mais conhecidas: Lisa Primícia, Rainha dos Precoces, Normanda Francesa, Rei Humberto Carnosa, Califórnia Gigante, Pequena Cereja, Coração de Boi… Há quem defenda que foi introduzido na Europa pelos exploradores espanhóis, que o teriam trazido do México, no século XVl. A sua aceitação não foi fácil: por ser vermelho, consideravam-no venenoso, sendo utilizado apenas pelos alquimistas, para fazerem unguentos. O tomate só foi verdadeiramente aceite em países como a Alemanha e a Estados Unidos da América já no século XX. Nos países do sul da Europa, pelo contrário, foi bem aceite, sendo hoje um elemento insubstituível na cozinha mediterrânica. O tomate vermelho é o mais comum e tem a seguinte composição nutricional por cada 100 g de parte comestível crua: valor energético: 21kcal=90,0kj; proteínas: 0,850g; hidratos de carbono: 3,54g; fibra: 1,10; gordura total: 0,330g; gordura saturada: 0,045 g; colesterol: 0; vitamina A: 61,0 IU; vitamina B1: 0,059 mg; vitamina B2: 0,48 mg; vitamina B6: 0,080 mg; vitamina C: 19,1 MG; vitamina E: 0,380mg; vitamina B3: 0,728mg; folatos: 150mcg; cálcio: 5mg; fósforo: 24mg; magnésio: 11mg; ferro: 0,450mg; potássio: 222mg; zinco: 0,09g; sódio: 9mg. Para além destes preciosos nutrientes, o tomate possui outros constituintes igualmente benéficos para o nosso organismo, tais como fibra vegetal de tipo solúvel, que se encontra na polpa e especialmente na substância mucilaginosa que rodeia as sementes. A fibra tem uma acção redutora sobre o colesterol e um efeito laxante. O tomate contém também ácidos orgânicos que contribuem para o seu sabor peculiar. Apesar do seu sabor ácido, acontece-lhe como ao limão – produz uma alcalinização no sangue e na urina. Deve-se isto ao facto de ter mais substâncias de reacção alcalina do que de reacção ácida. Por fim, contém licopeno (ou licopina), o pigmento que lhe dá a cor vermelha. Cada vez mais, a investigação mostra a importância do licopeno no nosso organismo. Ele encontra-se no sangue humano, nos testículos, na próstata e nas glândulas supra-renais. Exerce uma intensa acção anti-oxidante, impedindo a deterioração das células pelos radicais livres, e intervém no controlo do crescimento celular. Na ausên- cia do licopeno, as células crescem mais desordenadamente. Esta associação de nutrientes faz do tomate um excelente alimento. Além disso, a sua ingestão frequente pode ser útil à nossa saúde. O tomate é especialmente indicado para afecções da próstata: comer habitualmente tomate fresco e bem maduro previne o cancro da próstata. Aumenta também as defesas imunitárias: por ser rico em vitaminas e minerais, sobretudo em licopeno e beta-caroteno, é um estimulante natural das defesas do organismo. É ainda depurativo: sendo um grande alcalinizador do sangue, neutraliza e facilita a eliminação dos resíduos metabólicos de natureza ácida. Além disto, é diurético e facilita o funcionamento dos rins: o seu consumo habitual é recomendável para “limpar” o sangue, em casos de excesso de ácido úrico e ureia. Por fim, pela sua acção antioxidante, o tomate combate a arteriosclerose, pois evita a oxidação do colesterol transportado pelas lipo-proteínas de baixa densidade (LDL), que provoca o estreitamento e endurecimento das artérias. É ainda um bom alimento para pessoas com elevada tensão arterial, prevenindo a angina de peito e o enfarte do miocárdio. O tomate pode ser consumido em salada, em puré, frito, em bolos, compotas, sumos e molhos. Não deve ser comido verde, mas bem maduro. E quem não sofrer de prisão de ventre, deve comê-lo sem casca. Cozido, ou frito com um pouco de azeite, é a melhor fonte de licopeno. Experimente fazer um molho de tomate com alho, salsa, cogumelos e um pouco de azeite, coma-o com umas torradas … uma delícia! Se estiver cansado, faça um puré ou sumo de tomate bem maduro e ficará reanimado. Quando o combinamos com outros alimentos, devemos ter em atenção as incompatibilidades alimentares. Pode combinar-se o tomate com pão e hortaliças, batatas e raízes (cenouras, nabos, cebolas, rabanetes, beterraba, etc.), azeite e amêndoas, ovo e arroz, batata-doce e pinhões, azeitonas e milho; não é aconselhável combinar o tomate com frutos, mel e queijo, limão e vinagre, açúcar e vinho, leite e chocolate, laranjas e uvas, compotas e marmeladas. O estranho roubo do mil milhão de dólares O Inspector Arruda foi chamado para investigar o roubo de 1 milhão de dólares a um rico empresário, durante uma viagem de negócios. O empresário disse que estava no hotel e que fora atacado por um mascarado que tinha levado a mala com os dólares: – Eu ainda estava deitado, quando ele entrou. Lutámos, mas ele era mais forte e acabou por levar a mala. Espero que o seguro pague tudo! O Inspector Arruda, depois de examinar detalhadamente a cena do crime e de reflectir, afirmou, seguro de si: – O senhor está a mentir. Não houve qualquer roubo. (Nota: para a solução do enigma, a imagem é importante). Enigmas matemáticos O camião Um camião pode transportar 50 sacos de areia ou 400 tijolos. Se foram colocados no veículo 32 sacos de areia, quantos tijolos pode ainda carregar? As Moedas de cor Um país mandou cunhar moedas que se distinguem pela cor. Com as informações que se seguem, vamos a ver se descobres quanto vale cada moeda de cor vermelha, azul, verde e amarela: 4 moedas verdes + 1 amarela +1 azul = 6,20 € 3 moedas azuis + 2 vermelhas = 3,48€ 2 moedas verdes + 1 moeda amarela = 3,76€ 3 moedas verdes + 1 moeda amarela + 1 moeda azul + 1 moeda vermelha = 6,04€ Enigmas coligidos pelo professor Acácio Castelhano MENTE SÃ EM CORPO SÃO ANO 4 - Nº 13 TOQUE DE SAÍDA SAÚDE E BEM-ESTAR HIGIENE PESSOAL FAZ A DIFERENÇA A higiene, em geral, inclui um conjunto de meios para manter as condições favoráveis à saúde e, em particular, a higiene pessoal reporta-se aos hábitos de limpeza e asseio com que cuidamos do nosso corpo. Assim, depois de uma boa noite de sono, tomar banho, lavar os dentes, usar desodorizante, vestir-se e calçar-se adequadamente, ter uma alimentação saudável, variada e equilibrada, e fazer exercício físico regularmente são factores que contribuem para uma vida mais saudável e duradoura, não só em termos individuais, mas também em termos sociais. Durante todo o processo evolutivo da humanidade, a mudança dos hábitos de higiene foi um dos factores mais significativos para que o Homem de hoje tenha maior longevidade. Com as mudanças de atitude, o Homem adquiriu aprendizagens relacionadas com os seus padrões nutritivos e aprendeu também a cuidar melhor da sua higiene e do seu próprio corpo. A higiene pessoal deve ser uma preocupação desde os primeiros momentos de vida. Segundo a pediatra Francisca Fernanda de Freitas, os cuidados com o recém-nascido começam no próprio útero materno. A mãe é o primeiro ambiente para o desenvolvimento saudável do filho, por isso deve ter uma alimentação equilibrada, não deve beber bebidas alcoólicas, fumar ou ingerir outras drogas, uma vez que estes hábitos prejudicarão a saúde da criança que vai nascer. Ainda segundo esta pediatra, só aos seis anos é que as crianças estão maduras para cuidar da sua própria higiene pessoal. Por isso, os pais não devem passar-lhes estas responsabilidades antes que elas estejam preparadas, mas devem dar-lhes, desde bem cedo, informações e exemplos de uma boa e cuidada higienização. Uma criança bem-educada e devidamente informada acerca das questões fundamentais da higiene tornar-se-á um adulto mais asseado e, portanto, mais saudável. Contudo, nem sempre a higiene teve tanta importância: por exemplo, há algumas gerações atrás (e não são muitas!), as pessoas limitavam-se a tomar banho uma vez por semana (ou nem isso), o que se devia também ao facto de não terem tantos meios e produtos de higiene ao seu dispor. Todavia, a falta de higiene nem sempre foi uma questão de au- NOTÍCIAS DO XADREZ dem ser consultados no blogue da Academia Xadrez Benedita: http://axbenedita.blogspot.com/ No dia 22 de Janeiro, realizou-se em Santa Catarina o 2º torneio do IX Circuito da EAE. A jovem Lúcia Quitério, de 9 anos, foi a vencedora do torneio Infantil A e B (dos 6 aos 12 anos). No torneio dos mais velhos (13 a 18 anos), Rui Lúcia Quitério, vencedora do IX Circuito da Lopes, do Externato CooEAE, torneio Infantil A e B perativo da Benedita, venceu todos os encontros, e No passado mês de Novembro, João Lindo, também do Exdecorreram, no Centro Cultural ternato, ficou em 5º lugar. Gonçalves Sapinho, os campeonatos Nacionais Jovens de ritmo As próximas provas têm lugar no semi-rápido, que congregaram cer- Centro Cultural Gonçalves Sapinho, ca de 230 jovens de todo o país, nos dias 25 Fevereiro – Encontros em representação de 36 clubes. A Nacionais de Escolas, Individual; prova, organizada pela Associação 26 a 28 Fevereiro – II Torneio FIDE de Xadrez de Leiria, pelo Externa- Externato Cooperativo Benedita; e to Cooperativo da Benedita e pela 4 Março – Encontro Nacional de EsFederação Portuguesa de Xadrez, colas, Equipas. contou com os apoios da Câmara Municipal de Alcobaça, do IDP, de Professor José Cavadas Santos Silva Lda., do restaurante Costa Brava e da Pizzaria Fialho. Os resultados do campeonato poMENTE SÃ EM CORPO SÃO sência de meios, mas também uma questão cultural, como acontece ainda hoje, por exemplo, com os naturalistas (hippies) que afirmam que banhos diários são um total desperdício de água, defendendo os banhos semanais. Cuidarmos do nosso corpo é um factor de extrema importância no nosso dia-a-dia, porque acaba por influenciar o relacionamento inter-social. Foi o que aconteceu ao David (chamemos-lhe assim), que, por falta de hábitos de higiene, começou a ter dificuldade em relacionar-se com os colegas, uma vez que estes se afastavam cada vez mais devido ao odor pouco agradável que se fazia sentir sempre que ele se aproximava. As reacções negativas por parte dos colegas causaram o seu afastamento, tornando-o numa pessoa solitária, isolada e sofrida. A história do David, não sendo uma das mais graves, é um exemplo da forma como a higiene pessoal, ou a falta dela, faz toda a diferença na vida de cada um de nós. Os Alunos do 8º B AS RECEITAS DA ISABEL MARMELADA E GELEIA DE MARMELO Descascam-se os marmelos e colocam-se os caroços, juntamente com as cascas, numa panela. Cobre-se com água e reserva-se. Entretanto, os marmelos descascados são colocados numa outra panela com pouca água e vão a cozer. Depois de cozidos, escorrem-se e trituram-se. A cada quilo de polpa de marmelo assim obtida, juntam-se 800 gramas de açúcar. Leva-se o preparado ao lume para fazer a marmelada. Quanto às cascas e caroços que reservámos, escorremse, depois de cozidos. À água assim obtida junta-se a água na qual cozeram os marmelos (depois de coada, pois ficam sempre com uns bocaditos de fruta). Por cada quilo de líquido, adicionam-se 700 gramas de açúcar e leva-se ao lume até levantar fervura; depois diminui-se e fica a ferver, em lume brando, até fazer ponto estrada. E a geleia está pronta. Professora Isabel Neto 23 TOQUE DE SAÍDA ANO 4 - Nº 13 XVII RALLY PAPER DO EXTERNATO CONCORRENTES AQUECEM MANHÃ FRIA A prova culminou com o ha- alunos do 9ºD; e por fim o Pré- bitual jantar na cave do CCGS, mio Organização, destinado a durante o qual, dinâmica e im- reconhecer o trabalho daqueles buída do espírito carnavalesco, que proporcionaram a festa aos a equipa organizadora, cons- concorrentes. tituída Equipa vencedora. A 17ª edição do Rally Paper professores e funcionários da do Externato passeou pelos ar- escola fizeram-se redores da Benedita durante a prontas para descobrir pistas, manhã do dia 12 de Fevereiro. resolver enigmas e testar a sua Com efeito, numa manhã incri- cultura geral e perícia, no meio velmente fria e vencendo troços de muita animação, desportivis- fora do asfalto, as 30 equipas mo e disfarces para todos os constituídas por alunos, pais, gostos. Prémio para a melhor máscara. A Escola é fixe à estrada, pela professora Carla No pódio, receberam a meda- Dias e pelos alunos do 12º B e lha de bronze, com 134 pontos, C, comunicou aos convivas que a equipa “Peace and Love”, das instituíra alguns novos prémios: professoras Fátima Feliciano e “Os mais atrasados”, que con- Helena Pereira, acompanhadas templou a equipa “Switchies” da por alunos do 9ºD e 11ºA. A me- professora Marques, dalha de prata foi para a equipa acompanhada por alunos do 9º “80’s Party” do Sr. Carlos San- D; o prémio para a melhor repre- tos e alunos do 12ºB, que “arre- sentação, que coube à equipa cadaram” 136 pontos. A medalha “Porque Sim”, composta pelas de ouro, bem como a tarefa de professoras Alexandra Flores e organizar a próxima edição do Maria José Ribeiro e por alunos Rally ECB foram recebidas pe- do 12ºB e I; a melhor másca- los já veteranos “DC N6: Comu- ra, para os inimitáveis “Avatar” nicado nº 026/2010”, do 12ºC, do professor Francisco Martins conduzidos pela professora Es- e alunos do 12ºD, equipa que, tela Santana, os quais somaram pelo segundo ano consecutivo, uns simpáticos 179 pontos. Marisela recebe este prémio; igualmente premiada a original “Corrida de Professora Fátima Feliciano Touros de Vila Nova Darrabona”, pelo professor Sérgio Costa e Prémio para a melhor máscara. Prémio para a melhor representação.
Documentos relacionados
25 de abril ontem e hoje
ruído e a agitação imperam. Somos constantemente flagelados por informação redundante, por um excesso de estímulos sonoros e visuais, pelos omnipresentes ecrãs de televisão. Na escola e fora dela, ...
Leia maisbenedita em movimento
O Externato Cooperativo da Benedita promoveu a 8ª Feira do Livro, entre os dias 21 e 25 de Abril, um evento que ao longo de cinco dias foi visitado por centenas de pessoas, alunos, professores e co...
Leia maisinternet segura
Março – a Semana das Ciências, incluindo actividades diversas: acções de Educação Ambiental, Laboratório Aberto de Biologia e Química, atelier de plantas medicinais, palestras e workshops sobre Nut...
Leia maisdr. sapinho!
Diretor do Jornal: Alfredo Lopes Chefe de redação: Valter Boita Coordenação: Deolinda Castelhano Fátima Feliciano Equipa de redação: Acácio Castelhano Clara Peralta Conceição Raimundo Estela Santan...
Leia mais