Ofício nº 113/2016-CEE/PR Curitiba, 02 de maio de 2016. Senhora
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Ofício nº 113/2016-CEE/PR Curitiba, 02 de maio de 2016. Senhora
Ofício nº 113/2016-CEE/PR Curitiba, 02 de maio de 2016. Senhora Presidente: Na última sessão plena do Conselho Estadual do Paraná, realizada no dia 15 de abril próximo passado, foi aprovada, por unanimidade, uma Moção de Repúdio às propostas de emenda constitucional que tramitam no Congresso Nacional, no sentido de desvinculação de receitas orçamentárias destinadas à área da Educação, com o propósito de tornar mais flexível a execução dos orçamentos dos poderes públicos das três esferas administrativas. Tais medidas, se implementadas, somente tenderão a reduzir os já limitados percentuais atualmente destinados à área educacional nas leis orçamentárias dos governos federal, estaduais e municipais. Anexamos a este o texto aprovado pelo CEE/PR, cuja leitura, análise e aceitação solicitamos de Vossa Excelência, sempre atento ao desenvolvimento dessa importante área social. Atenciosamente, Oscar Alves Presidente do CEE/PR Ilma. Sra. Suely Melo De Castro Menezes Presidente do Conselho Estadual de Educação Belém – PA Av. 7 de setembro n.º 5580 – CEP 80.240-001 - Curitiba/PR - e-mail: [email protected] Fone: (41)3212-1150 MOÇÃO DE REPÚDIO Senhores Senadores e Deputados Federais que representam o Estado do Paraná, O Conselho Estadual de Educação (CEE/PR), conforme decisão [unânime] de seus Conselheiros, tomada em reunião do Colegiado Pleno em 15 de abril corrente, vem a público manifestar seu posicionamento contrário a qualquer medida que possibilite a diminuição do investimento público em educação, em todas as esferas administrativas. Os Conselheiros manifestam repúdio às Propostas de Emenda à Constituição Federal que tramitam no Congresso Nacional e permitem a volta do processo de desvinculação de receitas para a área da educação. É preciso lembrar que a vinculação de receitas às áreas de Educação e Saúde representam significativo avanço social e político, eis que obrigam os poderes executivos federal, estaduais e municipais a aplicar percentuais mínimos de suas arrecadações tributárias nas áreas sociais, notadamente na Educação. A eliminação dessas vinculações, sob a justificativa de ampliar o poder discricionário dos executivos e dar maior flexibilidade às administrações, significará, sem dúvida alguma, a desobrigação em destinar recursos para uma área que ainda exige maiores investimentos, além dos pisos atualmente estipulados, isto é, sem a garantia constitucional, deixará de haver a obrigatoriedade de investimentos, que poderão ser carreados para outras áreas de prioridade duvidosa. Lembram os Conselheiros do CEE/PR que as otimistas previsões de receitas do PréSal, feitas por ocasião da aprovação do Plano Nacional de Educação, há dois anos, foram rapidamente frustradas com significativas quedas do preço internacional do petróleo, em um mercado altamente inconstante. Além disso, sabe-se que, devido ao custo da tecnologia empregada no Pré-Sal, o petróleo brasileiro sempre concorrerá com produtos extraídos com menores custos de produção, o que significa que, dentro da volatilidade do mercado do óleo bruto, não teremos receitas de royalties dentro de previsões razoavelmente garantidas. Cálculos feitos até setembro de 2015 pela consultoria legislativa da Câmara dos Deputados mostram que, de uma previsão orçamentária inicial de R$ 6 bilhões vindos de royalties para a Educação, o país havia conseguido aplicar apenas 15% desse valor no ano passado. Com o advento do Plano Nacional de Educação e dos planos estaduais e municipais, a sociedade brasileira espera dos entes federados ampliação do investimento público em educação pública, a fim de assegurar oferta e permanência, efetiva melhoria da qualidade e valorização dos profissionais que atuam na educação. Uma ação como a agora exposta inviabilizará o cumprimento dos Planos Estadual e Municipais de Educação em todo o Paraná. E se a desvinculação for permitida aos estados e municípios, não haverá como manter a oferta de educação e garantir o pagamento do piso do magistério e o cumprimento dos planos de carreira. Esta não é a primeira e certamente não será a última crise econômica a afetar o país. Talvez o agravamento da crise ocorra justamente porque todos os brasileiros ainda não conquistaram o direito à Educação. Retirar recursos deste setor de alta prioridade social para enfrentar a crise será, portanto, uma ação que agravará ainda mais a vida e a perspectiva de futuro dos brasileiros. Desta forma, rogamos aos parlamentares paranaenses a propositura de emendas que excluam a desvinculação de recursos destinados à área da educação.