Edição nº6
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REVISTACARGILL Responsabilidade alimentar O desafio para o futuro é ampliar a produção agrícola sem agredir o meio ambiente ANO 27 - JUN. JUL. 2007 6 Uma empresa responsável 3 O mensagem I Os desafios do SAC 4 Á R entrevista Em favor do meio ambiente 6 U M responsabilidade social Portos: principal porta de entrada das commodities 8 S com a palavra Foco em tecnologia inovação A segurança alimentar e a sustentabilidade visão global resultado pesquisa Profissionais talentosos expertise Lançamento de molhos Liza para salada consumo Notícias Cargill destaques Um dia de jornalista personagens 10 12 13 14 17 19 Revista Cargill é uma publicação bimestral editada pelo Departamento de Assuntos Corporativos e dirigida aos funcionários, clientes e fornecedores da Cargill – Av. Morumbi, 8.234 – CEP 04703-002 – São Paulo – Tel.: (11) 5099-3311 – www.cargill.com.br – Direção Editorial: Afonso Champi – Coordenação Editorial e Jornalista Responsável: Lúcia Pinheiro (MTb 18.755) – Comitê Editorial: Andrea Anjos, César Infante, Débora Basso, Débora Sesti, Erick Ascenção, Felipe Rodrigues, Gonzalo Garcia, Lisandra Faria, Luciane Reis, Marcello Moreira, Neusa Duarte, Patrícia Garcia, Renata Holzer, Shirley Lobo, Sônia Matangrano, Vera Duarte, Valmir Tambelini, Vitor Ideriba e Walter Tommasi – Colaboração: Gabriela Guerra – Projeto Gráfico: Oz Design – www.ozdesign.com.br - Editoração e Direção de Arte: Arco W Comunicação & Design – www.arcow.com.br – Elaboração de Conteúdo: Thear Editora – Edição de Textos: Anna Costa e Letícia Tavares – Reportagem: Renata de Salvi e Thais Corrêa – Foto de Capa: Somos/Veer. A Revista Cargill não se responsabiliza pelas opiniões emitidas em entrevistas. A N O 2 7 - N º - 6 J U N . / J U L . 2 0 0 7 Revista Cargill é avaliada 9 Para comentários ou sugestões sobre a Revista, envie seu e-mail para [email protected] ou telefone para (11) 5099-3220. E D I S E R P O D A E, por fim, outro assunto de destaque está relacionado à avaliação positiva da Revista Cargill, que nesta edição completa um ano de sua reformulação. Em recente pesquisa, realizada com os leitores, foi verificado o grau de satisfação dos funcionários, clientes, fornecedores diante da publicação. O resultado indica que estamos no caminho certo e também reforça a consciência de que alguns pontos poderão ser aprimorados para elevar ainda mais a satisfação dos seus públicos de interesse. M Com um olhar no futuro e no desenvolvimento sustentável, mas também ciente de sua responsabilidade em lançar produtos que promovam uma alimentação saudável, a Cargill leva para o mercado os novos molhos Liza, que chegaram para complementar a saborosa linha já existente e deixar as saladas mais convidativas para os brasileiros. E O compromisso da Cargill com relação aos impactos ambientais também pode ser evidenciado por meio de projetos de redução de emissão de gás carbônico presentes em diversas fábricas no mundo e, inclusive, no Brasil. A iminente resposta da Organização das Nações Unidas (ONU) para a certificação de um projeto para obtenção de créditos de carbono no Complexo de Uberlândia, localizado no Estado de Minas Gerais (MG), é um exemplo. G Melhorar a qualidade da cadeia produtiva, aumentar a produção de grãos, bem como a alimentação de animais, sem avançar em terras que devem ser protegidas e preservadas, são os desafios do agronegócio no mundo inteiro. O ponto-chave para que consigamos suprir a demanda por alimentos e combustíveis renováveis, sem agredir o meio ambiente, está no esforço por uma gestão sustentável. A Cargill está atenta a esse cenário mundial e o respeito a esse equilíbrio é um item importante de sua prática empresarial. E o assunto principal desta edição traz a relevante discussão sobre os desafios de alimentar o mundo com produtos de qualidade, sem interferir no meio ambiente. N T E O s estudos do Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) prevêem que a demanda por alimentos dobrará até 2025. Esse dado sinaliza para o setor do agronegócio uma necessidade latente de novas alternativas para a produção agrícola com eficiência, qualidade e em larga escala. Nesse sentido, o equilíbrio é uma questão crucial, sobretudo se colocarmos sob essa perspectiva o crescente interesse pelo desenvolvimento de energia renovável, no caso dos biocombustíveis, e o impacto que o cultivo de diversas oleaginosas e o da cana-de-açúcar para atender a essa demanda poderão ter sobre esse cenário. S Boa leitura. Sergio Barroso Foto: Rogério Pallatta M E N Presidente 3 A Foto: Fernando Faria O SAC é uma área estratégica dentro das empresas e vive um período de mudanças. Tudo para atender cada vez melhor o consumidor E N T R E V I S T Do outro lado da linha pessoas querem saber como é produzido aquilo que compram e se a indústria tem compromisso com o meio ambiente. Esse último aspecto ocorre ainda com timidez, mas sem dúvida é uma tendência. Com esse novo panorama, as empresas passaram a ouvir mais o consumidor. Percebeu-se que sua contribuição é extremamente valiosa para promover melhorias nos produtos e processos. Se você pensa que o Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) é apenas um canal para recebimento de reclamações, saiba que esse cenário mudou completamente nos últimos anos. É verdade que muitos consumidores ainda procuram o SAC somente para solicitar a troca de produtos ou falar sobre defeitos encontrados. Entretanto, é crescente o número de pessoas que ligam para o Serviço para fazer elogios ou sugerir novos itens. A mudança mais significativa, porém, está na forma como as empresas estão encarando essa área. Revista Cargill - De que modo o novo perfil do consumidor, mais exigente e crítico, interfere no trabalho desenvolvido pelo SAC? Silvia - Os consumidores que utilizam esse serviço são, geralmente, heavy users, ou seja, pessoas que consomem os produtos com grande freqüência. São fiéis à marca e entendem como ninguém sobre o produto. Nada melhor do que ouvi-los. As empresas estão, cada dia mais, percebendo isso e usando as informações obtidas pelo SAC para direcionar suas estratégias de marketing de relacionamento com o objetivo de conquistar o cliente e transformar a sua reclamação em plena satisfação. Tudo isso exige melhor preparo dos profissionais que trabalham no SAC. Hoje, temos de ser as pessoas mais bem informadas da empresa. Precisamos saber tudo o que acontece, entender os processos, conhecer a área de vendas, estar por dentro das promoções e das estratégias comerciais. Quanto mais bem informado e interessado for o consumidor, mais bem preparado precisa ser o SAC. Cada contato que o consumidor faz, mesmo que seja uma crítica, está sendo visto, hoje, como uma oportunidade de melhoria ou mudança do produto, serviço e até mesmo processo. Silvia Regina Pereira, formada em Engenharia de Alimentos pela Unicamp e Direito pela PUC-Campinas, pós-graduada em Marketing pela ESPM e mestranda na Unicamp na área de Qualidade, é presidente do Comitê de SAC da Associação Brasileira de Anunciantes, entidade sem fins lucrativos que reúne as 300 maiores empresas anunciantes brasileiras, responsáveis por um volume entre 60 e 70% dos investimentos feitos em propaganda no país, e fala sobre os novos desafios e conquistas dessa área que é o elo entre consumidor, produto e empresa. Revista Cargill - Quais as principais mudanças ocorridas no SAC nos últimos 15 anos? Silvia Regina Pereira - Muitas mudanças estão ligadas à criação do Código de Defesa do Consumidor, que em 2007 completa 16 anos. Os princípios nesse documento mudaram a forma como as pessoas encaram o consumo. O brasileiro ficou mais exigente, passou a conhecer melhor seus direitos e, nos últimos anos, mostrou sua voz. O consumidor começou a dizer o que pensa e exigir qualidade dos produtos. Com a nova onda de saudabilidade e responsabilidade socioambiental, as Revista Cargill - O SAC passou de depósito de reclamações para área estratégica? Silvia - Estamos nesse processo de mudança. Algumas empresas já despertaram para a importância do SAC, e nesses lugares representantes das áreas participam de 4 diminuir a distância entre as áreas e promover uma integração mais efetiva. Seremos cada vez mais vistos como uma área que oferece vantagem competitiva para as empresas e teremos pessoas do SAC participando de projetos de desenvolvimento de novos produtos. Outra tendência está nos canais utilizados para o relacionamento com o consumidor e cliente. Com os avanços tecnológicos, passaremos a mandar mensagens de resposta ou promoções pelo celular, além de e-mail. Tudo para conquistar de vez o consumidor. reuniões estratégicas da companhia. As áreas, especialmente de Marketing, Produção e Comercial, buscam a opinião dos consumidores por meio do SAC. Recebem os relatórios e os utilizam como base na hora de tomar decisões. É crescente o número de empresas que estão trabalhando o SAC de uma forma bem mais estratégica do que operacional. A tendência é que esse número aumente cada dia mais. Revista Cargill - Quando se fala em SAC, o primeiro segmento de mercado que vem à mente é o relacionamento entre empresa e consumidor final, o chamado B2C. Entretanto, muitas empresas usam essa ferramenta para estreitar o relacionamento com outras companhias, o conhecido B2B. Há diferença entre a atuação do SAC, de acordo com o segmento que atende? Silvia - Apesar das diferenças de atuação, tanto as empresas que estão no contato direto com o consumidor quanto as que fazem parte do B2B, ambas precisam prestar o melhor serviço. Talvez essa questão seja uma variável ainda mais importante nas empresas em que o SAC atua diretamente no B2B, em especial as que trabalham com commodities, pois o serviço é uma das grandes diferenciações da concorrência. Nesse sentido, o SAC tem um papel fundamental porque trabalha como uma espécie de célula de atendimento. Passa a ser o departamento que mais conhece as especificidades e necessidades de cada cliente e pode apoiar outras áreas na hora de tomarem decisões estratégicas, a partir das informações trazidas pelo cliente. O que estamos percebendo nos últimos anos é que o SAC vem ganhando cada vez mais espaço dentro das empresas que trabalham no B2B. O fato de ser uma área que ouve o cliente e atua como ponte entre ele e a organização faz do SAC um departamento de grande contribuição para a tomada de decisões mais acertadas e eficazes. O SAC é visto, hoje, por muitas empresas como uma área estratégica. A tendência é levar informações preciosas de consumidores que conhecem como ninguém a marca e o produto que adquirem Revista Cargill - O SAC no Brasil apresenta algumas particularidades no atendimento personalizado ao consumidor quando comparado ao Serviço realizado em outros países? Silvia - A distância entre os níveis de atendimento brasileiro e mundial vem diminuindo drasticamente. Tanto é verdade que hoje o Brasil serve de referência para muitas empresas alocadas em outras partes do mundo. Essa melhora na qualidade do Serviço se deve tanto pelas exigências dos consumidores e clientes como pelo esforço do SAC em equilibrar características próprias do país com os padrões internacionais. Atualmente, muitos SACs recebem visitas de profissionais de outros países para compartilhar experiências. Nessas visitas observa-se que o atendimento cordial, próximo e acolhedor do brasileiro, somado às atividades sistematizadas, que seguem as rigorosas leis internacionais, chama a atenção dos profissionais de outros países. Essa mistura equilibrada faz do SAC no Brasil referência para muitas multinacionais e uma área que possui uma imagem cada vez mais positiva em outros países. O alto nível dos profissionais que estão liderando essa área dentro das empresas é um dos fatores que contribuirão para que o SAC ganhe cada vez mais espaço nas organizações. Revista Cargill - Quais os desafios do SAC para os próximos anos? Silvia - Hoje o SAC é muito mais integrado com as áreas do que antes. Estamos cada vez mais próximos dos departamentos de Marketing, Desenvolvimento de Produtos e Comercial. Entretanto, ainda precisamos melhorar o relacionamento interno. Muitos profissionais continuam enxergando o SAC como um depósito de reclamações ou de geração de relatórios. Algumas iniciativas interessantes para desmistificar essa questão estão sendo tomadas por várias empresas. Funcionários de outros departamentos passam algumas horas no SAC ouvindo os consumidores e acompanhando o trabalho das atendentes. Isso contribui muito para 5 L A I C O S E D A D I L I B A S N O P Empresas e governos se unem para tentar reduzir os impactos da emissão de gás carbônico O s temas relacionados às mudanças climáticas estão em evidência. A interferência humana no processo de aquecimento global já foi comprovada cientificamente. E as discussões tomam proporções cada vez maiores, pois efeitos como o aumento do nível do oceano, inundação de áreas costeiras, secas, tempestades e furacões aparecem com mais freqüência e intensidade na mídia e suscitam debates em várias camadas da sociedade. Área de reflorestamento do Complexo de Uberlândia (MG) Um exemplo disso é a Convenção do Clima, reunião anual das Organizações das Nações Unidas (ONU). Desde 1992 os países-membros discutem as questões mais importantes sobre mudanças climáticas. Para pôr em prática os assuntos abordados pela Convenção foi criado o Protocolo de Kyoto, tratado internacional que estipula reduções obrigatórias de emissão de gases causadores do efeito estufa. Unidos, assinaram o documento e estão sujeitos a penalidades no caso do não-cumprimento da meta. Créditos de carbono Para facilitar o cumprimento das metas, o Protocolo possibilita algumas medidas de flexibilização para os países desenvolvidos. Uma delas é chamada de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). A idéia é permitir que empresas de países em desenvolvimento que voluntariamente reduzam suas emissões possam negociar essa diferença com os países desenvolvidos, por meio de créditos de carbono. Assinado em 1997, o Protocolo só começou a vigorar em 16 de fevereiro de 2005, depois que o número de países adeptos totalizou 55% das emissões globais de gás carbônico. O acordo estabelece que os países desenvolvidos reduzam suas emissões em 5% entre 2008 e 2012, em comparação com os níveis registrados em 1990. Os países em desenvolvimento deverão contribuir para eliminar o problema do efeito estufa a partir de 2012. Quando uma empresa diminue suas emissões ou realiza projetos que seqüestram o carbono da atmosfera, como o reflorestamento, ela obtém os chamados créditos de carbono, valor medido em toneladas de gás carbônico, que expressa a redução das emissões. Esses créditos podem ser comprados por empresas e países que precisam diminuir suas emissões, mas não conseguem atingir a meta estabelecida pelo Protocolo de Kyoto. Ao comprar os créditos, cada empresa ajuda seu país a R E S Meio ambiente: é preciso cuidar O Protocolo de Kyoto é o primeiro passo significativo dado pelo mundo para tentar amenizar os efeitos provocados pelo aquecimento global. Mais de 160 países, entre os quais todos os desenvolvidos que atualmente estão enquadrados na exigência da redução de emissões, com exceção da Austrália e dos Estados 6 atingir o objetivo, pois a aquisição é computada como se a redução tivesse sido feita por ele próprio. Em abril de 2007 a Cargill tornou-se membro da Chicago Climate Exchange (CCX), a primeira bolsa mundial e a única nos Estados Unidos de intercâmbio de créditos de carbono voluntário. Com isso, comprometeu-se a reduzir as emissões de gases de efeito estufa nos Estados Unidos em 1% ao ano. Caso contrário, terá de comprar créditos de carbono para cumprir sua meta. “A Cargill só tem a ganhar com essa política. Grande parte do que fazemos está ligada ao campo. Proteger o meio ambiente faz parte do nosso negócio”, afirma David Patchen, diretor geral da Emerging Business Accelerator (EBA). O Brasil conta com um banco de projetos de MDL eletrônico, lançado pela Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ), em parceria com a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). O banco é uma importante vitrine na seleção dos projetos brasileiros a serem apresentados ao mercado. Hoje o Brasil está entre os três primeiros colocados no ranking de países em desenvolvimento que mais geram créditos de carbono, com cerca de 90 projetos ligados ao Protocolo de Kyoto. Em aprovação Iniciativas Cargill Óleo combustível por biomassa. Essa substituição de fonte de energia existe no Complexo de Uberlândia (MG) desde 1985, quando a fábrica foi construída. Em 2004 foi instalada mais uma caldeira de biomassa para substituir as três de óleo combustível que ainda existiam. Hoje a Cargill possui duas caldeiras de biomassa em operação. Foi desse investimento que nasceu o projeto para obtenção de créditos de carbono, validado no Brasil no fim de março e enviado para certificação da ONU. Esse processo deve levar cerca de três meses. Antes mesmo de o Protocolo de Kyoto entrar em vigor em fevereiro de 2005, a Cargill tinha objetivos internos de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa. Em maio de 2004 a empresa criou uma nova Unidade de Negócio, a Emerging Business Accelerator (EBA), que investe em novas oportunidades com potencial de tornarem-se atividades da Cargill. Em agosto de 2005 surgiu uma área dentro do EBA denominada Cargill Emission Reduction Services (CERS), responsável por desenvolver e promover projetos de redução de emissão de gases e de utilização de energia renovável no mundo todo. O objetivo principal do projeto é reduzir a emissão de gases de efeito estufa e a poluição do ar. O vapor produzido nas unidades era proveniente de três caldeiras movidas a óleo combustível, derivado de petróleo. Em agosto de 2004 a Cargill passou a utilizar uma caldeira movida a biomassa, combustível vegetal proveniente de resíduos florestais e da agricultura. Entre os projetos que a Cargill desenvolve estão a captação de metano de dejetos animais e industriais, além da substituição de combustíveis fósseis por renováveis. “Nossa equipe identifica a oportunidade, propõe uma solução para reduzir a emissão de gases, implementa o projeto e é responsável pela operação e manutenção”, conta Sylvio Petto, gerente financeiro da CERS. Hoje a Cargill tem projetos nos Estados Unidos, México, Leste Europeu, África, Sudeste Asiático, China e Brasil. São 12 projetos contratados, 20 em fase final de avaliação e mais de 100 em fase de prospecção em diversos países. A empresa utiliza madeira comprada de serrarias, bem como resíduos de árvores, galhos, abundantes na região e até então inutilizados. O projeto de Uberlândia beneficia tanto o meio ambiente quanto a própria Cargill, já que o petróleo polui mais, custa o dobro da biomassa e não é renovável. “Ganhamos também em autonomia. Nesse mundo de incertezas em relação ao petróleo, ficamos independentes à medida que produzimos nosso próprio combustível”, explica Paulo Moraes, gerente da Unidade Industrial de Processamento de Soja de Uberlândia. Fotos: Arquivo Cargill Madeira utilizada em caldeira de biomassa Para garantir esse abastecimento, a Cargill também iniciou um programa de reflorestamento em 2004. Eucaliptos foram plantados em 27 fazendas de Minas Gerais, em uma área estimada de sete mil hectares. Em 2010 a Cargill de Uberlândia já poderá contar com sua própria madeira e dar continuidade ao reflorestamento. De acordo com Paulo Moraes, outro número positivo é que até 2014 cerca de 1,4 milhão de toneladas de gás carbônico deixem de ser emitidas pela empresa no Brasil. 7 M O C Iniciativa privada O s portos são a maior porta de entrada e saída de mercadorias, inclusive das commodities. Apenas em Santos (SP), maior complexo portuário da América Latina, foram movimentadas 76,3 milhões de toneladas em 2006, o que significa uma participação de cerca de 27% na balança comercial. Mesmo com os altos números que cercam essa movimentação, a falta de investimento por décadas seguidas acabou debilitando as atividades portuárias. Desde 1993 os complexos portuários pertencem à União – responsável pela manutenção da infra-estrutura, como vias de acesso – e sua movimentação é delegada à iniciativa privada. Segundo Wilen Manteli, presidente da Associação Brasileira de Terminais Privados, a tecnologia é muito importante para modernizar os processos de carga e descarga, pois o comércio internacional requer cada vez mais velocidade nas operações. “Se houver investimento privado, garantiremos qualidade e preços em nível mundial”, afirma Manteli. De fato, os portos evoluíram desde a entrada da iniciativa privada. Para o superintendente da Antaq, os terminais arrendados receberam mais investimentos. “As técnicas gerenciais estão mais modernas, o escoamento dos produtos ganhou velocidade. Nos últimos sete anos, os portos tiveram cerca de 20% a mais de investimento.” O atraso nas dragagens, ou seja, na desobstrução, é uma das conseqüências da escassez de recursos. Se os prazos para os embarques fossem cumpridos corretamente, todos seriam beneficiados: o meio ambiente, que não seria prejudicado com as embarcações atracadas por dias no mar; as empresas, que ganhariam agilidade e eficiência, e os clientes, que receberiam os produtos no tempo previsto. As negociações em torno das melhores práticas em busca de desenvolvimento e crescimento dos portos brasileiros já estão sendo feitas. Em maio deste ano houve uma reunião entre a Secretaria de Portos e a ABTP. Na ocasião foram levantados os pontos que precisam ser trabalhados entre as duas entidades, além das solicitações dos empresários. Este é outro aspecto em que tanto a Antaq quanto a ABTP concordam: é preciso unir forças entre o poder público e a iniciativa privada para que os portos brasileiros tenham condições de sustentar o crescimento econômico do Brasil. A falta de investimento também atinge as antigas, estreitas e gastas vias de acesso, que, com o desenvolvimento das cidades, quase sempre se localizam em áreas urbanizadas. Os motoristas levam horas, às vezes dias, na fila de espera para entregar o produto ou retirá-lo. A nova Secretaria Especial de Portos, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e a Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP) – sociedade civil que reúne empresas detentoras e administradoras de terminais portuários – concordam que os portos 8 Foto: Delfim Martins/Pulsar Imagens A A V R merecem mais atenção. “Com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o governo pretende investir mais nessa área. São necessárias muitas intervenções. Precisamos ter melhoria na infra-estrutura e mudar o perfil gerencial dos portos”, diz Celso Damião Gonçalves Quintanilha, superintendente de Portos da Antaq. Poder público e iniciativa privada realizam melhorias nos portos brasileiros A P A L Em busca dos novos rumos A linhada à sua estratégia de crescimento, a Cargill está investindo recursos em iniciativas que fortalecem dois dos atributos mais importantes em uma empresa líder: a inovação e a tecnologia. Uma nova estrutura agrupará todas as áreas de Tecnologia de Alimentos das Unidades de Negócios que atendem esse mercado, sob uma mesma identidade e com os mesmos objetivos. Ã Ç A idéia é ter mais sinergia e conectividade entre os profissionais das áreas de Assistência Técnica, Desenvolvimento de Produtos e Processos e de Aplicação, que trabalham em cada Negócio da Cargill. “Essas equipes, que estão na Argentina, no Brasil, na Venezuela e em outros países da América Latina, já contam com o suporte das áreas de Pesquisa, localizadas nos centros tecnológicos de Minneapolis (Estados Unidos) e Vilvoorde (Bélgica). O A estratégia da Cargill na formação dessa nova estrutura tem três focos: melhor entendimento das necessidades dos clientes, construção de uma cultura de investimento em tecnologia que promova retorno em negócios e adoção de práticas e processos que fortaleçam a inovação. “Essas ações criam um valor diferenciado para os clientes e possibilitam aumento da competitividade, garantindo o crescimento e a sustentabilidade dos negócios”, garante Marcos Guirardello, gerente de Assistência Técnica e Aplicação para a América Latina. A Na prática O V A nova organização de Tecnologia conta com o total apoio dos líderes de cada Unidade de Negócio de Ingredientes da América Latina. “Queremos trabalhar alinhados com a área comercial, utilizando todos os recursos Foto: Roberto Ribeiro/Arquivo Cargill I N Conectividade e integração: sinônimos de bons negócios Nova estrutura alavanca sinergia entre as áreas de tecnologia de alimentos da Cargill. O modelo traz agilidade na busca por inovações e soluções Agora passarão a trabalhar ainda mais integradas e com uma visão mais clara de negócios”, conta Carmen Arruda, líder regional de Tecnologia para a América Latina. Centro de Aplicação de Mairinque (SP) disponíveis globalmente, para melhor servir os clientes e os negócios da Cargill”, explica Marcos. Dentro dos planos da Tecnologia, também está a criação de uma estrutura física. “Estamos trabalhando para ter um mesmo local para abrigar nossos recursos humanos e materiais. O objetivo é ter um Centro de Aplicação em uma área de fácil acesso, próxima dos clientes, da liderança e da área comercial”, conta Carmen. Os laboratórios de desenvolvimento e aplicação existentes atuarão junto a essa unidade central, que será referência na América Latina e estará interligada aos centros tecnológicos da Cargill no mundo. Essa mudança teve início em 2005, quando Chris Mallet, vice-presidente corporativo de Pesquisa e Desenvolvimento, chegou à Cargill para implantar uma estratégia de tecnologia alinhada aos objetivos do negócio. Para melhor utilização dos seus recursos humanos, e para facilitar a conectividade e a sinergia, os profissionais que trabalham nas áreas de Assistência a Clientes, Desenvolvimento de Produtos, Aplicação e Pesquisa passaram a fazer parte de uma mesma família funcional, agora denominada “Família de Tecnologia”. 9 L A B O L G O Até 2025 a demanda por alimentos dobrará. Atendê-la com qualidade, segurança e respeito aos recursos naturais é um desafio a ser enfrentado Produzir com qualidade V I S Ã Alimentando o futuro Em abril, executivos do mundo todo estiveram no Brasil para discutir a sustentabilidade voltada especificamente para a área de alimentos. Eles reuniram-se no Global Feed & Food II Congress Brazil 2007 (veja quadro). Na ocasião, diversas empresas, instituições e organizações tiveram a oportunidade de trocar melhores práticas e falar sobre os obstáculos que o mundo enfrentará para alcançar o crescimento sustentável. Um desses obstáculos se refere à projeção de demanda por alimentos até 2025. A população mundial cresce e, para suprir suas necessidades, será preciso dobrar a produção de alimentos, segundo estudos da FAO - Fundo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. Esse dado, quando comparado à irremediável produção de biocombustíveis, eleva o tema do patamar de importante para urgente. Áreas produtivas já estão sendo disputadas por plantações de insumos para alimentos e por biocombustível, por exemplo. Nunca foi tão necessário produzir com qualidade, segurança e evitar desperdício como é hoje. A bandeira da sustentabilidade vem sendo levantada há alguns anos por empresas com compromisso ético, governos, ONGs e instituições. Hoje, tornou-se mais do que um lema ou uma estratégia de marketing. É um item básico de sobrevivência empresarial e social. Para dobrar a produção de alimentos, sem avançar em terras que devem ser protegidas e preservadas, será preciso alcançar equilíbrio no consumo especialmente de carne, aumentar a produção de grãos e de animais de abate e, sobretudo, melhorar a qualidade da cadeia produtiva. A indústria de nutrição animal, por exemplo, é a chave para apoiar o crescimento da produção de alimentos com sustentabilidade. Tanto assim que, no final de 2005, a Bovespa criou o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial), que seleciona as companhias por meio de uma avaliação dos aspectos ambientais, sociais, econômico-financeiros, de governança corporativa, entre outros. O resultado é a melhor negociação com investidores sérios e comprometidos com esses temas. Além disso, o consumidor está cada vez mais interessado na origem e no processo de fabricação do produto que compra. Essa indústria tem nas mãos a possibilidade de desenvolver alternativas para os criadores de animais. Um bom exemplo disso é a Certificação Purina de Desempenho (CPD), que atesta os produtos da empresa no que diz respeito a segurança, rastreabilidade e 10 A Cargill foi uma das patrocinadoras do segundo congresso realizado no Brasil com o objetivo de discutir a questão da sustentabilidade e segurança alimentar. Com investimento de cerca de R$ 100 mil por parte da Purina, a empresa recebeu, em seus dois estandes, executivos do mundo todo e teve a oportunidade de mostrar o seu compromisso com o crescimento sustentável, a segurança e a qualidade do produto que entrega. A Mosaic, empresa formada pela união da Cargill Crop Nutrition e a IMC Global, em 2004, também marcou presença nesse evento internacional. controle de qualidade. “Nós somos o que comemos e reconhecer a importância da nutrição animal enquanto provedora de proteína para a alimentação humana é essencial para nosso negócio e nossa visão de futuro”, explica Vilson Simon, gerente geral da Cargill Nutrição Animal – Purina no Brasil. Fotos: Arquivo Arco W/Photoxpert Participação diferenciada Conceito Feed for Food Além de abastecer a população com alimentos na quantidade correta, é preciso garantir qualidade. A Cargill sabe de sua responsabilidade nesse cenário e vem trabalhando o conceito Feed for Food, ração para alimentos de animais. Isso significa fazer uma ração de alta qualidade, rica em nutrientes, para os animais que alimentam o ser humano. A carne ou o leite que chega à mesa do consumidor teve sua origem nos produtos desenvolvidos pela Cargill. “Nossa empresa quer se posicionar como a mais preocupada com segurança alimentar e sustentabilidade, por isso já oferecemos produtos com esse conceito, mesmo sem os clientes terem pedido. Somos pioneiros nessa área”, afirma Gonzalo Rodriguez, gerente de Marketing da Cargill Nutrição Animal – Purina no Brasil. Para David Cieslak, vice-presidente da Cargill Nutrição Animal, que esteve no congresso, o evento “é uma oportunidade de apoiar, também, a área de sustentabilidade e segurança alimentar, além de verificar as expectativas e novidades das outras empresas e profissionais participantes”. Na Cargill Nutrição Animal, sustentabilidade e segurança alimentar envolve várias pessoas. “Desde os fornecedores, os fazendeiros que compram nossos produtos para nutrir seus animais e os consumidores. Temos um compromisso com nossas crenças e as levamos em consideração na hora de fazer negócios com clientes ou fornecedores e desenvolver nossos produtos”, completa Vilson Simon. “O consumidor está cada vez mais interessado no que compra e quer ter confiança de que o produto adquirido é fabricado com qualidade e segurança desde sua origem”, afirma Brian Knudson, gerente internacional da linha de Suínos da Cargill Animal Nutrition, um dos palestrantes do Global Feed & Food Congress. Estande da Purina no Global Feed & Food II Congress Brazil 2007. Brian Knudson, da Cargill Nutrição Animal, foi um dos palestrantes do evento 11 Fotos: Divulgação Um dos assuntos em destaque foi a conquista da certificação HACCP (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle) em todos os processos de produção das cinco fábricas da Purina. A Cargill ainda contou com a participação de um profissional da Cargill Nutrição Animal, Brian Knudson, que realizou a palestra sobre Programas de Segurança Internacional Públicos e Privados e contou a experiência da empresa com o conceito Feed for Food. “O Brasil é um país muito importante na área de nutrição. Esse evento só tem a contribuir, pois proporciona um melhor entendimento do mercado, disseminação de idéias e opiniões. É um evento de extrema importância para o nosso negócio”, diz. R E S U L T A D O P E S Q U I S A Leitores avaliam a revista A 85% dos funcionários e 94% do público externo enfatizaram que a ética e a responsabilidade social são evidenciadas na publicação. 73% dos funcionários e 86% entre clientes e fornecedores garantiram que a revista contribui para o entendimento correto dos negócios e das atividades da Cargill no Brasil. 97% dos funcionários apreciam a apresentação visual da publicação e 100% dos fornecedores e clientes aprovaram o layout da revista. nova Revista Cargill completará em agosto um ano de sua implantação. Para avaliar a receptividade ao novo projeto, foi realizada uma pesquisa – implementada por uma consultoria externa – dirigida aos funcionários, clientes e fornecedores. O resultado, de forma geral, é positivo e valoriza algumas características fundamentais da publicação, bem como reforça a consciência de que alguns pontos poderão ser aprimorados para elevar ainda mais a satisfação dos leitores. O motivo da reformulação Os públicos de interesse da Revista (funcionários, clientes, fornecedores, poderes constituídos, entidades de classe e mídia) receberam uma pesquisa encartada na edição fevereiro/março. Especialmente em seis unidades da Cargill, abrangendo grupos de funcionários de diferentes níveis hierárquicos, o questionário foi aplicado diretamente pela consultoria. O resultado servirá para dar seqüência à segunda etapa da pesquisa visando focar os pontos de melhoria e aprimoramentos da publicação. Os objetivos estratégicos da empresa acenaram para a necessidade de uma mudança nos veículos de comunicação existentes na Cargill. Frente ao desafio de posicionar-se como uma empresa de soluções, e não apenas de commodities, e de estar alinhada aos desafios de sua Visão, a área de Assuntos Corporativos coordenou, em 2006, o trabalho de criação de um novo conceito. Foi com o propósito de contribuir para a formação da imagem da Cargill e o correto entendimento de seus negócios, posicionamento e atributos que surgiu a nova Revista. Voltada para funcionários, clientes, fornecedores, poderes constituídos, entidades de classe e mídia, a publicação ganhou um novo projeto gráfico e editorial, definido a partir de consultas às diversas áreas da Cargill. Pouco mais de 92% dos leitores internos e 90% dos externos acreditam que os textos expressam ética e respeito ao ser humano. O público não só respondeu às perguntas formuladas como também teve liberdade de sugerir mudanças e ações. Para atender ao desafio de ser distribuída para públicos diferentes, a Revista conta com a possibilidade de inclusão de encartes de acordo com a demanda, e sua circulação pode ser restrita a um público em particular ou para todos os leitores da Revista. O levantamento das notícias é feito por um Comitê Editorial composto de representantes das Unidades de Negócio e Áreas Funcionais. É responsabilidade da Área de Assuntos Corporativos e do Comitê desenvolver o planejamento anual de pautas, o que assegura a distribuição equilibrada dos temas. Este projeto incluiu ainda a reformulação gráfica dos Informativos Locais editados por algumas fábricas da Cargill. Opinião do leitor Entre as diversas questões avaliadas, destacam-se: 80% dos funcionários e 84% dos fornecedores e clientes afirmaram que a revista enfatiza aspectos sobre tecnologia e inovação como um dos valores diferenciados da empresa. 12 S E Uma questão de talento T E E alento. Antes muito utilizada no mundo do futebol, essa expressão ganhou força nas universidades, que hoje afirmam ser verdadeiras fábricas de talentos, e principalmente no contexto empresarial. Empresas de sucesso como a Cargill precisam de pessoas talentosas, fator-chave para alcançar resultados e manter uma posição de destaque no seu mercado de atuação. São elas as grandes contribuintes para que as organizações alcancem seus planos de crescimento. P Marco Macia* X Ilustração: Imagezoo/Imagescom R T I Profissionais talentosos são o segredo do sucesso das organizações. Descubra o porquê se admira um homem pela cor de seus olhos e, sim, pelo que ele faz com seu talento”. Na vida profissional não é diferente. É preciso saber usar o talento buscando um aprimoramento contínuo. Um indivíduo talentoso percebe o que realmente deve ser feito e tem senso de responsabilidade, não se contenta com a estagnação e busca a evolução permanente, seja profissional ou pessoal. São essas pessoas com talento que darão o suporte para a empresa atingir a sua Intenção Estratégica que diz: Até 2015, a Cargill será a empresa preferida, reconhecida por ter pessoas de grande qualidade e com imaginação, comprometidas com a excelência nas soluções entregues aos parceiros que servimos nos setores agrícola, alimentício e de gerenciamento de risco. Estamos em plena era do talento, na qual as empresas reconhecem que a principal vantagem competitiva que uma organização pode ter vem do processo de gerenciamento de talentos, selecionando, desenvolvendo competências e retendo e engajando os profissionais com as habilidades e atitudes desejadas. Apesar de tanto se falar sobre o tema, afinal, o que é ser um talento? No dicionário, encontramos várias definições: talento é uma aptidão natural ou habilidade adquirida; inteligência excepcional; agudeza de espírito, disposição natural ou qualidade superior. Como podemos perceber, profissionais talentosos são pessoas comuns que sabem utilizar muito bem suas habilidades técnicas, humanas, conceituais e de aprendizagem em busca de resultados e realizações. É por isso que a Cargill investe no desenvolvimento de seus talentos e oferece ferramentas eficientes para a construção de uma carreira de êxito. O nosso PMP – Gerenciamento de Performance é uma delas. Alinhado ao Modelo de Liderança Cargill, que contém um mapa de competências para orientar a construção da carreira de cada funcionário, o Gerenciamento da Performance oferece suporte para que cada profissional possa traçar suas metas e planos junto ao seu gestor. Todas essas iniciativas têm o objetivo de desenvolver e reter talentos, uma das fórmulas de sucesso da Cargill. Todos esses recursos constituem, juntos, o arsenal de habilidades de um profissional. Em outras palavras, o seu próprio talento. Nesse sentido, vale a pena recordar o que disse, certa vez, um famoso ator norte-americano a um jornalista: “Ter talento é como ter olhos azuis. Não *Marco Macia é diretor de Recursos Humanos da Cargill. 13 Foto: Photodisc/Arquivo Cargill Mais sabor à mesa 14 C O N S U M O Com o lançamento de novos sabores na linha de molhos para salada Liza e um novo processo de produção, ampliar a participação no mercado e conquistar os consumidores é questão de pouco tempo S eja pela busca por alimentos saudáveis ou mesmo por puro prazer, as saladas fazem parte do cardápio do brasileiro, não importa a época do ano. Para dar mais sabor a esses alimentos, nada melhor que um bom tempero. Pensando nas preferências do consumidor, consultado por meio de pesquisas, a Cargill incluiu, em abril de 2007, dois novos molhos para salada em sua linha: Liza Limão e Liza Caseiro Light, que se uniram aos tradicionais molhos Caseiro, Rosê e Queijos. As novidades integram um projeto da Unidade de Negócio Cargill Foods Brasil, voltado ao desenvolvimento de novos sabores de molhos para salada. Segundo o gerente de produto, Renato Freire, os novos sabores completam o portfólio de molhos para salada de Liza. Produzidos com óleo de soja Liza, os molhos incluem ingredientes naturais, menos conservantes e calorias e mais sabor. “O resultado de tantos avanços é um produto ainda mais saudável”, afirma Márcio Araki, gerente de produção das fábricas de São José do Rio Pardo e Cosmópolis, que pertencem à Unidade de Negócio Flavor Systems. O mercado de molhos para salada apresenta crescimento de 15% ao ano. Em 2006, foram comercializadas 2.412 toneladas de produtos nesse segmento. “Nosso objetivo é aumentar as vendas em 20%, em relação ao ano passado”, explica Renato Freire. Fotos: Arquivo Cargill Conectividade na produção Atento ao gosto do consumidor e à receptividade desse mercado, o projeto foi além das inovações de 15 O M Para isso, foram adquiridos equipamentos especiais de envase e rotulagem adequados aos novos produtos, além da contratação de dez funcionários. Segundo Alexandre Guerreiro, gerente-geral da Unidade de Negócio Flavor Systems, o projeto garantirá a conectividade, um aspecto muito importante da Intenção Estratégica da Cargill, que, até 2015, quer ser a empresa preferida, reconhecida por ter pessoas de grande qualidade e com imaginação comprometidas com a excelência nas soluções entregues aos parceiros nos setores agrícolas, alimentício e de gerenciamento de risco. “Teremos uma integração maior para os negócios. É mais fácil para controlar todo o processo, o que traz mais agilidade à produção”, explica o gerente-geral. Foto: Arquivo Arco W/Photoxpert Bom apetite Confira duas receitas nutritivas e saborosas que levam os novos molhos para salada Liza. SALADA DE PIMENTÃO TRICOLOR Ingredientes • 3 pimentões vermelhos grandes • 2 pimentões verdes grandes • 2 pimentões amarelos grandes • ½ xícara (chá) de Óleo de Canola Liza • 1 embalagem de Molho para Salada Liza Sabor Caseiro Light (237 ml) Preparo Pré-aqueça o forno à temperatura de 180º C. Lave os pimentões, coloque-os em uma assadeira e regue-os com o óleo de canola. Leve-a ao forno por cerca de 25 minutos para depois retirar a pele (espete-os com um garfo e puxe a pele com as pontas dos dedos). Corte-os em tirinhas, coloque em um recipiente fundo, acrescente o molho caseiro e leve à geladeira, coberto com filme plástico, por 2 horas. Sirva com torradas, rodelas de pão italiano bem fresquinho ou com salada de folhas verdes. Tempo de preparo: 25 minutos Rendimento: 10 porções 16 SALADA AO LIMONE Ingredientes • 1 pé de alface americana • 1 pé de alface crespa verde • 1 maço de rúcula • 1 unidade de radiccio • ½ embalagem de Molho para Salada Liza Sabor Limão (120 ml) • 2 pêras Preparo Lave e seque as folhas de alface, rúcula e radiccio. Coloque 4 colheres (sopa) do molho no fundo de uma saladeira e, sobre ele, acomode as folhas higienizadas. Corte a pêra em lâminas e distribua sobre as folhas. Regue com o restante do molho e sirva em seguida, como entrada. Tempo de preparo: 20 minutos Rendimento: 10 porções Foto: Arquivo Cargill C O N S U sabores e de embalagem. Também apostou em inovação na linha de produção. Após seis meses de estudos, a Cargill passou a produzir os molhos para salada em uma de suas unidades localizada em São José do Rio Pardo, no interior de São Paulo. É nessa planta que são fabricados todos os tipos de preparados da Unidade de Negócio Flavor Systems, que incluem desde frutas para iogurte até molho barbecue, passando agora pelos molhos para salada. R nificação da logística. Desde novembro de 2006, as estruturas de logística das Unidades de Negócio de Acidulantes e de Amidos e Adoçantes estão integradas. O resultado é mais conectividade e uma série de benefícios como colaboração, mais eficiência do processo e redução de custos. Fotos: Arquivo Cargill A umento da produção. Em apenas quatro meses, a fábrica da Cargill Flavor Systems, em São José do Rio Pardo (SP), ampliou sua capacidade de produção em 500 toneladas/mês nas linhas 1 e 2. Essas linhas são dedicadas à fabricação de produtos viscosos e com pedaços de frutas, como preparados de frutas, coberturas de sorvetes e recheios. Para isso, foram adquiridos novos equipamentos e os antigos passaram por atualizações. O investimento foi necessário para atender à crescente demanda por preparados especiais, entre os quais os novos molhos para salada Liza (ver matéria na página 14), que desde abril passaram a ser produzidos nessa fábrica. 17 U S oja Responsável. A Cargill participou em maio da Assembléia do Foro de Soja Responsável, que reuniu ONGs, produtores de soja e associações comerciais. No total, 115 participantes contribuíram em debates sobre questões relevantes como o Grupo de Desenvolvimento de Princípios, Critérios e Verificação. A tarefa imediata da organização será a de desenvolver critérios e indicadores aplicáveis globalmente para a produção, processamento e comercialização da soja de forma responsável, dentro de aproximadamente 18 meses. A próxima reunião do Foro será realizada em março de 2008 na Argentina. S I sou a ser referência no tratamento da doença na região Centro-Oeste, podendo beneficiar até 800 mil pessoas de 50 municípios. O projeto foi coordenado pela Fundação Cargill e contou com a parceria da prefeitura, hospital, Cargill Foundation, Cargill (por meio da Unidade de Negócio do Complexo Soja) e Mosaic Fertilizantes. A nova sala cirúrgica possibilitará a realização de procedimentos mais complexos, antes realizados em hospitais distantes. nauguração de Hospital. Após seis meses de obras, a primeira sala cirúrgica do Hospital do Câncer de Rio Verde (GO) foi inaugurada em abril. Com isso, o Hospital pas- E de Produtos Lácteos e os lançamentos na 34ª Exposição Nacional de Produtos Lácteos (Expolac). A Cargill terá estande no evento para atender os clientes das Unidades de Negócio de Cacau, Acidulantes, Texturizantes e Amidos e Adoçantes. D F atuais do setor e a apresentação dos avanços tecnológicos. Durante o Congresso, também será possível conferir as novidades da 35ª Exposição Nacional de Máquinas, Equipamentos, Embalagens e Insumos (Expomaq), os produtos que concorrerão no 34º Concurso Nacional eira de Laticínios. Entre 16 e 19 de julho acontecerá a 24ª Edição do Congresso Nacional de Laticínios em Juiz de Fora, Minas Gerais. O evento é o maior do gênero no Brasil e referência na América Latina. Os participantes poderão conferir os temas T A Q U E S elatório Anual. A Cargill divulgou em maio seu Relatório Anual e Balanço Social, que apresentam os dados de 2006 referentes ao desempenho financeiro e operacional, conquistas, planos e desafios, além das ações voltadas ao meio ambiente e de responsabilidade social. Nesse material também se encontram ações de valorização do público interno, além dos investimentos sociais destinados às comunidades. C urso de Panificação. A Unidade de Flour em Tatuí (SP) firmou parceria com uma entidade para a realização de um curso de capacitação em panificação e confeitaria, organizado pela Associação para o Desenvolvimento Educacional e Social do Adolescente de Itapeva (Adesai). A Associação mantém uma padaria que fornece pães para a merenda escolar do município e a Cargill colabora com produtos, professores para as aulas teóricas e instrutores para as aulas práticas. Cerca de 40 jovens foram beneficiados em 2006. 18 O D N U M O M participantes receberam o manual “Da horta à mesa”, com receitas culinárias para as quatro estações do ano, de acordo com a safra das frutas, legumes e verduras. A idéia é incentivar o aproveitamento máximo dos produtos das hortas e de forma variada, de acordo com a estação do ano. O programa “de grão em grão” visa à disseminação de conceitos de agricultura familiar e segurança alimentar por meio da implantação de hortas escolares e incentivo de hortas familiares. Em 2007 os funcionários da Cargill também receberam esse presente com as deliciosas receitas. anual 2007. Pelo quarto ano consecutivo, a Fundação Cargill distribuiu para os educadores participantes do programa “de grão em grão” o material referente à parte nutricional. Na edição de 2007, as escolas L A PAS 2007. A Cargill participou em maio da APAS – Associação Paulista de Supermercados –, um dos mais importantes eventos supermercadista do país. As linhas de produtos e novidades apresentadas pela Cargill foram expostas em um estande de 200 metros quadrados. A 23ª edição do evento foi realizada no Expo Center Norte, em São Paulo, de 14 a 17 de maio. nova linha de produção de amidos especiais para o mercado de papel e celulose e papelão ondulado na sua planta de Efremov, região de Tula, Rússia. A nova linha deverá entrar em operação em meados de 2008. A planta deverá aumentar sua produção de amido seco para 90 mil toneladas métricas por ano. A primeira expansão do complexo de Efremov foi realizada em 1995. Nos últimos dois anos, uma fábrica de produção de malte e outra de amidos e adoçantes à base de trigo foram construídas no mesmo local. Atualmente, a Cargill está finalizando a implantação de uma refinaria de óleo vegetal no complexo e iniciou a construção de uma fábrica de alimentos para animais, com inauguração prevista para o fim de 2007. A operação de processamento de trigo da Cargill na fábrica de Barby, Alemanha, está sendo ampliada para a produção do bioetanol. O novo investimento em produção irá gerar até 100 mil metros cúbicos de bioetanol ao ano. A construção da nova fábrica deverá ocorrer no segundo semestre de 2007 e o início da produção de bioetanol está previsto para 2009. A nova linha de produção deverá criar aproximadamente 20 postos de trabalho, elevando o número de empregos diretos na fábrica de Barby para 160. A Cargill acaba de lançar uma linha de chocolates em tablete da marca Peter’s™, armazenados em caixas de cinco quilos e fáceis de manusear. Foram realizados testes para garantir o desempenho adequado dos produtos em diferentes aplicações de panificação e confeitaria. A Cargill também está lançando três novos chocolates da linha gourmet Peter’s: o chocolate ao leite Peter’s Malan™, o chocolate branco Peter’s Finley™ e o chocolate meio-amargo Peter’s Cambra™. Esses três produtos se somam à linha de chocolates da empresa, que inclui os chocolates meio-amargo Adair™ e Galeton™ e o chocolate em pó meio-doce Burgundy®. E S E U Q A T S E D F eicana 2007. Em março, ocorreu mais uma edição da Feicana, Feira de Negócios da Agroindústria Sucroalcooleira, em Araçatuba (SP). A Cargill participa todo ano como expositora desde a primeira edição da feira, em 2003. A Feicana 2007 bateu a marca de R$ 1 bilhão em negócios, superando as expectativas dos organizadores. O evento foi promovido pela Amcham em parceria com a UDOP (União dos Produtores de Bionergia) e o Banco Itaú. A Cargill anunciou a construção de uma P G allo na TV. O azeite Gallo esteve novamente na telinha. O filme, criado pela agência TBWA, que começou a ser exibido em outubro de 2006, foi reapresentado nas principais emissoras em rede nacional no período da Páscoa. A idéia foi aumentar a visibilidade da marca nesse período de grande consumo de azeite. Jornalista por um dia G E N S Renata Dall’Acqua S O media training faz parte do Programa de Relacionamento com a Imprensa e Gerenciamento de Crise da Cargill. Apenas quem participa desse treinamento pode falar em nome da empresa com a imprensa, e, ainda assim, com o aval da área de Assessoria de Imprensa em Assuntos Corporativos, que centraliza os contatos com os veículos de comunicação. No fim do dia, houve troca de papéis. Tornei-me jornalista por um dia e confesso que uma jornalista nada produtiva. Entrevistei uma pessoa e fui avaliada por Caco, meu editor-chefe. Foi muito difícil atuar em uma área que eu não conhecia, mas muito interessante. Pude ver como o jornalista é pressionado em relação a boas matérias, postura e prazo. Durante um dia, os profissionais participam de uma série de atividades que envolvem palestras, orientação, apresentação de técnicas, debate de cases de crises e simulação de entrevistas. Mais de 200 executivos já foram treinados nos últimos oito anos. Só tenho a elogiar a iniciativa da Cargill. Aprendi muito com o treinamento, que ocorreu de forma dinâmica e prática. Tive a oportunidade de vivenciar as situações e tirar lições delas. Percebi o quanto é importante lidar com a imprensa e o quanto cada profissional é imprescindível para construir e manter a reputação da empresa. Podemos ser abordados em qualquer lugar. Por isso, precisamos saber como nos posicionar diante de assuntos de grande repercussão. Somos todos porta-vozes da Cargill onde quer que estejamos. Em 2007, o media training ocorreu em abril no Club Transatlântico, São Paulo. Quinze executivos da Cargill, Purina e Seara participaram do treinamento. Renata Dall’Acqua, 28 anos, assistiu ao treinamento e conta o que achou da experiência. ” 19 S R E P Tudo o que aprendi foi testado durante o almoço sem que eu desconfiasse de nada. Conversei com uma pessoa sem saber que ela era jornalista. Em uma conversa informal, ela foi abordando questões da empresa e tentando tirar informações de mim. Tive sorte, pois como advogada acabo conhecendo o posicionamento da Cargill em determinados assuntos. Entretanto, não desconfiei de nada em momento algum e, se não estivesse preparada e consciente de que sou porta-voz da companhia, o resultado poderia ter sido muito ruim. O N aber relacionar-se com a imprensa, dar boas entrevistas, enfrentar situações de crise e reforçar a imagem institucional da empresa é essencial para qualquer executivo, principalmente quando se trata de uma empresa que está presente no mundo todo como a Cargill. Por isso, todo ano um grupo de porta-vozes é selecionado para participar do media training, treinamento que visa à preparação dos profissionais para um possível contato com os meios de comunicação. A “ Faço parte da Cargill há nove anos. Atuo como advogada na área de Fusões e Aquisições. Participar do media training foi uma grande experiência para mim. Em uma das atividades, fui entrevistada por Caco Barcellos. Pude comprovar que um jornalista bem preparado pode conseguir muito mais informação do que gostaríamos de passar. Por isso, o assessor de imprensa tem papel fundamental na empresa para assegurar a comunicação correta dos fatos. Caco entrevistou todos os participantes e deu um feedback de cada um, mostrando como devemos nos comportar em uma entrevista. Profissionais da Cargill são preparados para possível contato com a imprensa. Um dos participantes compartilha a sua experiência
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