Edição nº18

Transcrição

Edição nº18
REVISTACARGILL
Nova fábrica em Mato Grosso
Inaugurada em maio, a unidade de
processamento de soja da Cargill ampliará
os negócios no País e no exterior
ANO 29 - JUL. AGO. SET. 2009
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Inovação com sustentabilidade
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mensagem
Os desafios do Brasil na área de tributos
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Os pactos e as mudanças na sociedade
visão global
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entrevista
Nova fábrica de processamento de soja
Ingeo®: plástico renovável
inovação
Inovação com foco no cliente
expertise
Segurança alimentar: da semente ao produto final
food safety
Notícias Cargill
destaques
Uma história de crescimento profissional
personagens
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Revista Cargill é uma publicação trimestral editada pelo Departamento de Assuntos Corporativos e dirigida aos funcionários, clientes e fornecedores da
Cargill – Av. Morumbi, 8.234 – CEP 04703-002 – São Paulo – Tel.: (11) 5099-3311 – www.cargill.com.br – Direção Editorial: Afonso Champi – Coordenação
Editorial e Jornalista Responsável: Lúcia Pinheiro (MTb 18.755) – Comitê Editorial: Alessandra Cher, Ana Caiasso, César Neres, Débora Sesti, Denise
Cantarelli, Emerson Sanders, Gerson Beraldo, José Cardoso, Luciane Reis, Marcello Moreira, Mauricio Chiavolotti, Neusa Duarte, Regiane Peres, Renata
Holzer, Shirley Lobo, Sônia Matangrano, Vagner Rodrigues, Valmir Tambelini, Vitor Ideriba e Yanah Abreu – Colaboração: Kátia Sala e Ana Caiasso
– Projeto Gráfico: Oz Design – www.ozdesign.com.br - Editoração e Direção de Arte: Arco W Comunicação & Design – www.arcow.com.br – Elaboração
de Conteúdo: Quintal 22 – Edição de Textos: Anna Costa e Letícia Tavares – Reportagem: Carla Jimenez, Fabiana Garbelotto, Paula Meireles e Renata
Nogueira – Foto Capa: Arquivo Cargill. A Revista Cargill não se responsabiliza pelas opiniões emitidas em entrevistas.
• A Revista Cargill adota o novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa.
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especial
Para comentários ou sugestões sobre a Revista, envie seu e-mail para [email protected] ou telefone para (11) 5099-3220.
Foto: Sergio Zacchi
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Marcelo Martins
Presidente
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Boa leitura!
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Esta edição reflete o jeito de ser e de fazer negócios da
Cargill. Uma empresa que, além de buscar a inovação, mantém
firmes seus investimentos no Brasil e, acima de tudo, cumpre a
sua missão de responsabilidade social e ambiental.
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Além disso, acreditamos e investimos nos países em que
atuamos. Em maio inauguramos a primeira unidade industrial da
Cargill no Mato Grosso, sendo a sétima fábrica do Complexo Soja
no Brasil. Com o investimento de R$ 210 milhões, pretendemos
ampliar os negócios nas regiões Centro-Oeste e Nordeste do País.
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Compromisso com o cliente também é ponto fundamental
para o sucesso dos negócios, especialmente no setor alimentício.
Em nossa empresa uma das questões que merecem atenção total é a segurança dos alimentos, do termo original em inglês Food
Safety. Seguimos muito esse conceito, que prima pela qualidade
e pela garantia de alimentos saudáveis e com valor nutricional, e
contamos com processos rígidos de qualidade em segurança em
todas as nossas unidades que trabalham com alimentos.
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Nesse caminho, buscamos produtos que agridam menos a
natureza, como é o caso do Ingeo®, um biopolímero proveniente
do açúcar e utilizado na fabricação de produtos de plástico, como
embalagens, garrafas, pratos e fraldas. Esse produto é feito a partir
de fontes renováveis e tem rápida capacidade de decomposição.
Oferece, com isso, mais sustentabilidade à indústria de plástico.
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m dos grandes desafios das empresas é desenvolver
produtos inovadores que encantem seus consumidores e que agreguem qualidade, segurança e, claro,
respeito ao meio ambiente. A Cargill segue firme
nesse propósito. Não deixamos de evoluir e temos sempre à
nossa frente o compromisso com o desenvolvimento social
e a responsabilidade ambiental. Por conta disso, apoiamos
iniciativas governamentais e de instituições que traduzem
essas ideias. Também participamos de pactos sociais que garantem a integridade do ser humano.
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País demonstra importantes avanços, como a implantação
do Simples, mas ainda há muito o que fazer especialmente
no que diz respeito à alta carga tributária e aos serviços
oferecidos à população
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Foto: Divulgação
Tributos:
um tema sempre urgente
sua renda (tamanho aproximado da carga tributária
total média), sem ter a contrapartida de serviços de alta
qualidade que ele mereceria, especialmente nas áreas de
segurança, saúde e educação.
O cidadão brasileiro precisa trabalhar quatro
meses e 27 dias do ano para pagar o total de tributos
– entre impostos, taxas e contribuições – exigidos pelos
Governos Federal, Estadual e Municipal. Esse dado é
apontado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento
Tributário (IBPT). Na década de 70, segundo o Instituto,
o brasileiro pagava metade desse montante. Outros
cidadãos de países do chamado primeiro mundo pagam
até um pouco mais. Entretanto, têm acesso a serviços,
em alguns casos, de qualidade superior.
Revista Cargill - Qual é a classe social mais
prejudicada com as tributações?
Raul Velloso - Como no Brasil predominam os
impostos indiretos, que são exatamente os que mais
afetam a classe menos favorecida, são os mais pobres
que pagam a maior parte da conta.
Com o objetivo de aumentar a competitividade,
países desenvolvidos e outros emergentes têm reduzido
a carga tributária para empresas nos últimos anos.
Infelizmente, o Brasil ainda não está nesse rol. “Evoluímos
um pouco com a implantação do Simples, por exemplo”,
ressalta o economista Raul Velloso, especialista em contas
públicas e ex-secretário de Assuntos Econômicos do
Ministério do Planejamento nos anos 90. “Mas, mesmo
assim, estamos mais para ‘apagadores de incêndio’ quando
o assunto é tributação”, avalia.
Revista Cargill - Quais são os países que melhor
resolveram a questão da carga de tributos alta?
Raul Velloso - Em geral, são aqueles que cobram
muitos impostos e, em contrapartida, prestam bons
serviços à população nas áreas de educação, segurança
e saúde. A maior parte dos países desenvolvidos está
nessa lista.
Revista Cargill - As empresas, de um modo
geral, estão se organizando adequadamente para
trabalhar pela redução de tributos e aumentar a
competitividade?
Raul Velloso - As representações empresariais
batem, há vários anos, na tecla errada. Brigam por reforma
tributária e fingem que não percebem que o Governo
não tem interesse. As empresas querem baixar custo
e o Governo quer aumentar a arrecadação. É preciso
inverter essa briga. É preciso lutar para reduzir o gasto
público. Daí o Governo será solidário, trabalhará como
um aliado. Hoje o Governo vê o setor privado como
inimigo nesse assunto. O ideal seria trocar a ordem da
Para Velloso, o primeiro passo rumo à diminuição
da carga tributária está na luta pela redução dos
gastos públicos. De acordo com ele, somente depois
de resolver essa questão será possível trabalhar na
carga tributária. Confira, a seguir, a entrevista com
o economista que aborda alguns aspectos do sistema
tributário brasileiro.
Revista Cargill - Quanto o cidadão brasileiro
está perdendo hoje com a carga tributária no Brasil?
Raul Velloso - Em média, está perdendo 40% da
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luta. Nesse sentido, o primeiro passo é criar uma agenda
para a redução de gastos do Governo. O poder público
não quer se arriscar um milímetro reduzindo a incidência
tributária. Se tiver de reduzir o gasto, aí ele arruma um
espaço para se arriscar.
Isso ajuda a combater a sonegação e, pelo que tenho
observado, me parece que está funcionando bem.
Revista Cargill - A crise motivou o Governo a
reduzir impostos em alguns setores. Como o senhor
avalia essas medidas?
Raul Velloso - Por definição, essas reduções são
temporárias, pois, por mais que a solvência pública – que
significa a capacidade do Governo de pagar suas dívidas
– tenha melhorado, não dá para brincar nessa área. Mas
é, sem dúvida, uma das armas do Governo. O melhor,
contudo, seria afrouxar a política monetária.
Revista Cargill - Países emergentes, como Índia
e China, começaram a trabalhar para eliminar cargas
tributárias altas. O mundo está perto de eliminá-las do
mesmo modo que eliminou a inflação nos anos 90?
Raul Velloso - Há uma certa resistência à mudança.
Aos poucos, crescerá a consciência nos países de que,
ao reduzir a carga, aumenta-se a arrecadação. Os que
conseguirem enxergar isso como oportunidade sairão
na frente e colherão os frutos de um sistema tributário
organizado e que faça sentido.
“É preciso lutar
para reduzir o
gasto público. Daí
o Governo será
solidário, trabalhará
como um aliado. Hoje
o Governo vê o setor
privado como inimigo
nesse assunto.”
Revista Cargill - Nesse contexto, o Brasil está mais
para a promessa do bloco denominado BRIC (Brasil,
Rússia, Índia e China) ou para apagador de incêndio?
Raul Velloso - Eu sou muito cético e, nesse
momento, vejo o País mais como apagador de incêndio,
infelizmente.
Revista Cargill - Seja como for, a reforma
tributária está na pauta do Congresso e o Governo
diz que quer aprová-la este ano. Como o senhor vê
essa proposta?
Raul Velloso - No meu ponto de vista, é só uma
maneira de desviar a atenção. Com a proximidade do
fim desse mandato não há clima para discussão sobre
esse tema. Não vejo qualquer chance dessa reforma
realmente ser aprovada. É um assunto que ficará para o
próximo Governo, certamente.
Revista Cargill - O Brasil tem avançado de alguma forma nos últimos anos? O Simples, por exemplo,
foi uma boa iniciativa?
Raul Velloso - Sim, todos os movimentos realizados em prol de uma simplificação são benéficos e,
com isso, a arrecadação aumenta. Temos vários avanços
desde o Plano Real. Ninguém se anestesiou e há pressão
da sociedade por mudanças. Esse é um aspecto positivo
que podemos observar aqui no Brasil.
Revista Cargill - De que forma o cidadão comum
pode atuar para alterar o quadro atual dos impostos
que incidem em sua renda?
Raul Velloso - Infelizmente há muito pouco
espaço para uma pessoa qualquer, isoladamente, lograr
resultados favoráveis na luta pró-redução da carga
tributária. As representações empresariais, por exemplo,
quase não conseguem por em prática um caminho
produtivo nessa direção. De qualquer forma, cada um
deve usar todos os meios ao seu alcance para pressionar
representantes no Congresso e nas demais maneiras de
organização da sociedade com o objetivo de exigir do
Governo a redução dos gastos públicos em primeiro
lugar. Depois dessa conquista, aí sim, vem a questão da
batalha pela redução da carga tributária. ●
Revista Cargill - Como o senhor vê iniciativas de
premiar os consumidores que informam o CPF na hora
da compra?
Raul Velloso - Vejo de uma maneira bem positiva.
São iniciativas muito boas, que também são fruto de
todo esse desejo de mudança existente em nosso País.
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Por uma
sociedade melhor
A opinião pública é uma ferramenta eficaz na
promoção de mudanças nos governos e nas empresas
e no combate aos abusos e à falta de responsabilidade
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s relacionamentos, sejam eles pessoais,
profissionais, comerciais, políticos ou
até mesmo entre países, não fogem
de uma regra comum: os acordos. São esses acertos que
pontuam, limitam e esclarecem o papel de cada um na
relação. É desse desejo pela justiça e por mudanças no
status quo que surgem pactos sociais importantes para
o amadurecimento de uma
comunidade.
O Brasil tem diversas iniciativas celebradas mundo afora. Foi da cabeça de alguns brasileiros, como Chico
Whitaker, que nasceu a ideia do Fórum Social Mundial,
um contraponto ao Fórum Econômico de Davos, que
busca debater questões globais básicas, como a fome e
a educação. Não faltam exemplos nos quais a sociedade civil brasileira tenha se posicionado de maneira firme e clara para impulsionar
mudanças de atuação e de
comportamento por parte dos órgãos públicos ou
empresas. Se comparada a
outros povos, porém, ainda
há muito espaço para evoluir na busca de leis e pactos
para a construção de uma
sociedade mais justa.
No Brasil, desde que
a democracia foi instaurada em 1985, uma série de
iniciativas de cunho social
– muitas vezes conduzidas
por um único indivíduo
ou pequeno grupo de pessoas – evoluiu para a formação de instituições que
estimulam o debate sobre
os direitos do cidadão e
defendem suas aspirações.
Muitas vezes, essas instituições criam mecanismos de monitoramento
para acompanhar como se
desenvolvem as articulações em torno de um tema ou propósito. Foi assim
com o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec),
em 1987; o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e
Econômicas (Ibase), em 1981, que tem como um de
seus fundadores o sociólogo Herbert de Souza, o
Betinho; e a Fundação Abrinq, em 1990. Nesse contexto, surgiram dezenas de outras instituições que terminaram por criar, inclusive, o chamado terceiro setor.
Transformações nas
empresas
Segundo o professor
Eduardo Gomes, da Universidade Federal Fluminense,
a pressão pública é capaz
de transformar o comportamento de empresas e de
governos para a criação de pactos e ações de responsabilidade social e ambiental.
Aliás, foi no anseio solidário de um cidadão
comum que teve origem o conceito de responsabilidade social das empresas. Na década de 60, o então
ativista norte-americano Ralph Nader, indignado com
a falta de compromisso ético das montadoras de car6
Em sintonia
com a
sociedade
Em busca de diferenciais para se relacionar com
seus consumidores, as companhias têm-se utilizado do
seu papel econômico para quebrar o ciclo de mazelas
ancestrais no Brasil, como escravidão, prostituição infantil e danos ao meio ambiente.
Respeito às questões sociais e
ambientais faz parte dos valores da Cargill
desde a sua fundação, seja por meio de apoio ou filiação a associações, como o Compromisso Empresarial
para Reciclagem (Cempre) e a Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente, ou articulando-se e engajando-se em iniciativas que refletem
seus quatro importantes fundamentos na área de
responsabilidade social: conduta de negócios, padrões
ambientais, práticas para pessoas e envolvimento comunitário. A empresa vem trabalhando por questões
essenciais, como a erradicação do trabalho escravo.
A Cargill é signatária desse pacto desde 2006 e isso
está reproduzido em cláusulas contratuais com todos os seus fornecedores. O Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) divulga periodicamente uma lista
negra de empresas que contrataram mão-de-obra escrava. Esses nomes ficam então proibidos de vender
produtos ou serviços para a Cargill.
Na prática, estão fechando o cerco aos fornecedores que não se alinham com a ética que preserva a
integridade humana e os recursos naturais. Aliadas a
entidades de terceiro setor e instituições governamentais, empresas engrossam a lista de signatários de pactos
nacionais pela erradicação do trabalho escravo no País,
por exemplo.
Para os estudiosos do assunto, todos ganham com
o apoio de empresas a causas dessa natureza. “São movimentos de sintonia com a sociedade”, avalia Eduardo
Gomes. Wagner Pralon, professor de gestão de políticas
públicas da Universidade de São Paulo (USP), concorda.
“É um modo de pressionar as empresas que atuam no
terceiro setor”, pontua.
A companhia também faz parte do pacto Na Mão Certa,
contra a exploração sexual infantil, desde 2007. A empresa apoia o trabalho da ONG Childhood Brasil, braço
da World Childhood Foundation, liderada pela rainha
Silvia, da Suécia, que combate a exploração sexual de
jovens por meio de um movimento de sensibilização dos
caminhoneiros, “assediados” pela oferta desse grupo. Na
região de Santarém (PA), a Cargill, por meio do trabalho desenvolvido pela ONG The Nature Conservancy
(TNC), incentiva a produção de soja sustentável promovendo o respeito à área de preservação permanente, à
reserva legal e às áreas índigenas. A empresa participa,
desde 2006, da Moratória da Soja, cujo objetivo é evitar
a comercialização de soja proveniente de áreas desflorestadas no bioma Amazônia. Além disso, investe na
construção de um processo de governança para aquela
região. A companhia também integra a Mesa Redonda
da Soja Responsável, criada em 2005, que se constitui
um relevante fórum internacional com participação
de representantes de produtores, indústria e organizações da sociedade civil. O propósito dessa iniciativa é
estabelecer critérios para a produção da soja de forma
economicamente viável, ambientalmente correta e
socialmente justa em qualquer região do mundo.
Foco no meio ambiente
Hoje a grande preocupação é o meio ambiente e
a busca por sustentabilidade. Empresas que não cuidam
dos recursos naturais perdem valor no mercado diante dos consumidores e de outras empresas. As companhias de capital aberto com ações na Bolsa de Valores
e que investem em ações sustentáveis ganharam, inclusive, índices próprios, como é o caso do Índice de
Sustentabilidade Ambiental (ISE), da Bovespa.
Um dos instrumentos adotados pelas empresas para assumir compromissos de responsabilidade social são os pactos sociais, explica Caio Magri,
assessor de políticas públicas do Instituto Ethos de
Empresas e Responsabilidade Social. Foi por meio dos
pactos que o Brasil logrou inibir o trabalho infantil na
década de 90, e a discriminação racial e por gênero
no começo dos anos 2000, exemplifica Magri. “Agora
os focos das corporações, impulsionados por ações
populares, são o meio ambiente e o trabalho escravo”, completa. Uma força extra para trabalhar pelo
desenvolvimento do País. ●
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Fotos: Arquivo Arco W/PhotoXpert - RF
ros da época, decidiu escrever o livro Unsafe at any
speed (Insegurança em qualquer velocidade). Nele,
Nader denunciava a indústria automobilística por
poupar custos com itens de segurança, colocando a
vida da população em risco.
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Entra em atividade um dos maiores investimentos da Cargill
no Brasil: a nova unidade de processamento de soja que
atenderá os mercados interno e externo
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Cargill inaugura fábrica
em Mato Grosso
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oi dada a partida. No dia 27 de maio, ocorreu a inauguração da primeira unidade industrial da Cargill no Mato Grosso, sendo
a sétima fábrica do Complexo Soja no País.
Com investimento de R$ 210 milhões – segundo maior
da empresa no Brasil nos últimos 10 anos –, a Cargill pretende ampliar os negócios na região Centro-Oeste, além
de entrar em um novo segmento de mercado naquela
região: o farelo de soja, utilizado principalmente na composição de ração animal.
permitindo à Cargill alcançar maior competitividade no
mercado brasileiro de farelo.”
“Com esta nova fábrica, a Cargill ajuda o País, que
ocupa hoje a liderança no fornecimento mundial de soja,
a dar um passo na agregação de valor para a cadeia desse
grão e a se notabilizar como um importante produtor
de matéria-prima para o mercado de proteína animal”,
explica José Luiz Glaser, diretor do Complexo Soja da
Cargill no Brasil.
A moagem de 3 mil toneladas de soja por dia gera
aproximadamente 2.340 toneladas de farelo, sendo 60%
destinado ao mercado externo e 40% ao doméstico. Já a
fabricação de Liza irá abastecer principalmente as regiões
Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil, mercados em
que o produto tinha pouca presença. “A expectativa é
de que haja produção de um milhão de caixas de óleo
Liza por mês, o que corresponde a 460 frascos de 900
ml por minuto”, afirma Altamir Olivo, gerente-geral de
Originação dos Estados de Mato Grosso e Rondônia.
Localizada no município de Primavera do Leste
– um dos principais pólos produtores de soja –, a planta
está instalada em uma área total de 60 hectares, sendo
25 mil m² de área construída e 44 mil m² de área aberta.
A unidade é dividida em dois complexos: um de esmagamento para produção de farelo de soja e o outro para
refino e envase de óleo Liza.
Segundo Max Slivnik, gerente comercial do
Complexo Soja, a empresa é uma das principais compradoras e armazenadoras de soja da região.
No entanto, ainda não possuía sua própria planta industrial de farelo na localidade. “A amplitude desse investimento, na verdade, abrange todo o País,
Para Marcelo Martins, presidente da Cargill no
Brasil, o investimento em Primavera do Leste alavancará a competitividade da empresa no mercado de soja
e de seus derivados. “Os grãos serão processados mais
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próximos dos agricultores do Estado do Mato Grosso,
estreitando nossas relações com eles. E isso também nos
tornará mais competitivos para venda de óleo e farelo
de soja em mercados onde até agora não tínhamos a liderança”, afirma Martins.
Sinergia ampliada
Mais que investimentos e geração de emprego – são aproximadamente 200 empregos diretos e
centenas de postos de trabalho indiretos –, a Cargill
está promovendo várias sinergias. A primeira delas
é com o próprio produtor, que já era fornecedor da
empresa. “Estamos mais próximos do agricultor local,
queremos que ele conheça a nossa empresa por dentro, além de ter contato com a equipe da Originação”,
explica Olivo.
Fotos: Arquivo Cargill
Outro passo importante foi o incremento das
relações empresariais. Com a ida da Cargill para o
município de Primavera do Leste, outras companhias
de segmentos de mercado complementares também
resolveram abrir negócios na região. A Big Frango é um
desses exemplos. Considerada uma das mais importantes avicultoras brasileiras, a empresa está se instalando
ao lado da Cargill e comprará farelo de soja para ração
das aves. “Somos fornecedores e parceiros, pois compartilhamos um pátio comum, bem como energia elétrica”, diz Max Slivnik. As duas maiores produtoras de
ovos do Brasil – Yabuta e Granja Mantiqueira – também foram para Primavera do Leste, construíram suas
unidades próximas à Cargill e já iniciaram negociações
e parcerias.
A unidade gerará boa parte da energia consumida,
por meio do sistema de cogeração, com caldeira de
alta pressão que produz vapor e alimenta o sistema
de geradores. A caldeira funciona a partir da queima
de biomassa (madeira, capim e combustível). Com
isso, será gerada 60% da energia utilizada na planta,
diminuindo o consumo da rede pública.
“Temos ainda o sistema para controle de emissões de efluentes, e reaproveitaremos a água tratada
para irrigação do jardim e lavagem de áreas comuns”,
explica Almerano Rocha, gerente industrial responsável pela implantação da fábrica. Essa conscientização faz parte do esforço mundial da empresa para a
redução do consumo de água, que compõe uma de
suas metas globais de EHS (Envirnoment Health and
Safety) até 2010.
Tecnologia com respeito ambiental
A nova unidade conta com tecnologia de ponta,
que propicia maior eficiência no processamento dos
grãos, na extração e no refino de óleo. Mais do que
trazer equipamentos modernos, a empresa investiu
também na sustentabilidade do processo produtivo.
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A Cargill aproveita a inauguração da nova unidade
para lançar a campanha de comunicação “Liza chegou pra
te conquistar” (veja anúncio nesta edição). O objetivo é divulgar e aproximar a marca dos consumidores do Mato
Grosso e de Goiás, de forma a ampliar a participação do
mercado nessas regiões, além do Sul e Nordeste do País.
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Liza te conquista
Com a campanha, prevista para ocorrer entre os meses
de junho e setembro, será trabalhado o conceito de alta
qualidade com preço acessível. O plano de comunicação
contará com patrocínios de eventos e de programas
regionais em TV. Com essas ações de marketing e a
presença da empresa no Mato Grosso, a Cargill estima
ampliar o volume de vendas de Liza em 20%. ●
A Granja Mantiqueira, que a exemplo da Cargill investe na cidade de Primavera do
Leste, por meio de sua segunda unidade, foi homenageada com a entrega simbólica da
nota fiscal no 1. Na foto, Sérgio Beleli, gerente comercial da Cargill Uberlândia, entre
Carlos Cunha (esquerda) e Leandro Pinto, sócios proprietários da Granja Mantiqueira
Um jovem e promissor município
A agricultura é sua maior fonte de arrecadação, e a
soja seu principal produto de destaque no cerrado brasileiro. Além do aumento da arrecadação de impostos
com o novo parque industrial e da ampliação da empregabilidade, a região teve seu comércio incrementado
com a construção de novos hotéis e postos de gasolina,
entre outros estabelecimentos. Primavera do Leste também começa a se beneficiar com projetos de responsabilidade social trazidos pelas novas empresas.
Com cerca de 5 mil quilômetros quadrados de área,
o jovem município de Primavera do Leste está localizado
a 240 quilômetros de Cuiabá, capital do Mato Grosso. A
cidade foi emancipada em 1986 e hoje é considerada
a quinta economia do Estado, com uma população de
cerca de 45 mil habitantes residentes, segundo estatística do IBGE de 2007.
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Governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, ressalta a importância da nova fábrica para a agroindustrialização do Estado, em discurso no evento de inauguração que contou
com a presença da diretoria da Cargill e de várias autoridades locais
Em destaque
“A crise financeira mundial não impediu a Cargill de
manter seu cronograma de projetos e estabelecer sua
primeira unidade industrial no Mato Grosso. A história
da empresa se confunde com a implantação da soja no
Estado. Com a nova unidade, queremos colaborar para
o desenvolvimento da região Centro-Oeste e estabelecer um pólo industrial em Primavera do Leste.”
José Luiz Glaser, diretor do Complexo Soja da
Cargill no Brasil
No evento de inauguração, em 27 de maio, a nova
fábrica recebeu cerca de 500 convidados, entre fornecedores, clientes, autoridades e membros da comunidade
de Primavera do Leste. Na solenidade, o governador
do Mato Grosso, Blairo Maggi, e o líder da Unidade de
Negócio Complexo Soja da Cargill, José Luiz Glaser, enalteceram a importância do investimento para o Estado e
de sua contribuição para o desenvolvimento da região.
“Houve um envolvimento muito grande e intenso de
trabalho. Hoje estamos constatando que o sonho agora
é realidade. O desenvolvimento sustentável é um desafio a todos os administradores, mas as parcerias entre a
iniciativa privada e os Governos Federal e Estadual têm
resultado em bons frutos. Esse é um deles. Primavera
está no rumo certo, e mais uma vez agradeço à Cargill
por acreditar e investir no futuro deste município.”
Getúlio Gonçalves Viana, prefeito de Primavera
do Leste
Também entre os presentes estiveram o prefeito de
Primavera do Leste, Getúlio Gonçalves Viana, além de
secretários de Estado e prefeitos de diversas cidades da
região. Veja abaixo trechos dos discursos proferidos na
ocasião.
“Apesar das adversidades impostas por um mundo
globalizado, a Cargill, com a inauguração dessa unidade,
reitera o compromisso com o Brasil. A manutenção do
nosso programa de investimentos, aqui em Primavera do
Leste, no prazo previsto é uma evidência concreta disso.”
Luiz Pretti, diretor Financeiro da Cargill para
América Latina
Fotos: Arquivo Cargill
“A instalação desta primeira unidade da Cargill no
Mato Grosso permitirá que produtos processados aqui
cheguem às mesas dos consumidores de todo o Brasil
– e isso faz toda a diferença. A inauguração da fábrica é um importante passo para a agroindustrialização
do Estado, condição importante para que não sejamos
apenas exportadores de grãos.”
Blairo Maggi, governador do Mato Grosso
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Plástico
renovável
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m dos grandes desafios das companhias
em todo o mundo é desenvolver produtos que atendam às necessidades atuais do
consumidor sem agredir o meio ambiente
e comprometer a existência das gerações futuras.
A Cargill compartilha desse desafio e traz para o
mercado brasileiro um produto inovador, que permitirá
à indústria de plástico desenvolver-se de maneira mais
sustentável. Trata-se do bioplástico Ingeo®, que tem
como matéria-prima açúcares e substitui o plástico feito
à base de petróleo.
Foto-montagem: Arquivo Arco W
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Cargill traz para o Brasil
produto desenvolvido a partir
de matéria-prima orgânica
com rápida capacidade
de decomposição.
Mais sustentabilidade
para a indústria do plástico
A novidade estará presente na vida das pessoas de
diversas maneiras. Entre suas aplicações, estão produtos
de plástico, como talheres, copos e também embalagens
para cosméticos, alimentos e bebidas. Além disso, pode
ser usado na fabricação de travesseiros, roupas, escovas
de dente e fraldas descartáveis.
Amigo da natureza
O desenvolvimento do novo produto foi motivado especialmente pela busca de uma alternativa à utilização do petróleo. “Cada vez que utilizamos petróleo,
estamos tirando uma quantidade de carbono de dentro
da terra para colocar no ar”, explica Paulo Hoffmann,
gerente comercial da área industrial da Unidade de
Negócio Amidos & Adoçantes.
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“As vantagens do Ingeo® são inúmeras. Além
de ter origem a partir de uma fonte vegetal e renovável, apresenta elevada capacidade de decomposição. Enquanto um plástico comum leva anos para se
decompor, esse bioplástico leva cerca de 4 a 5 meses,
desde que esteja em condições de compostagem industrial: umidade de 80% com temperatura constante
maior que 60ºC”, afirma Hoffmann.
Para dar suporte aos clientes na aplicação desse novo produto, a Unidade de Negócio Amidos &
Adoçantes trabalha com uma equipe especializada.
“Cuidamos da comercialização e distribuição do produto e oferecemos assistência técnica necessária para
os fabricantes no Brasil e na América Latina”, conta
Marcelo de Andrade, líder da Unidade de Negócio
Amidos & Adoçantes.
Na fabricação do Ingeo® há redução tanto de emissão de CO2, como de consumo de petróleo. Comparado
com a produção de PET, por exemplo, o bioplástico gera
77% menos gases causadores de efeito estufa e exige 56%
menos combustível fóssil.
O novo produto chega ao Brasil com aprovação
da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
para aplicação em embalagens destinadas a diversas indústrias, como a alimentícia e a farmacêutica.
Custo e benefício
Com três milímetros de tamanho, esse biopolímero passa pelo processo normal de fabricação
– como os plásticos comuns – para ganhar formas variadas. Por ser um produto desenvolvido a partir da
fermentação do ácido lático, o Ingeo® tem como matéria-prima açúcares que podem ser originados de diversas fontes renováveis.
Em termos de preço, os benefícios dependem
da situação do petróleo. “Quando o valor do petróleo
está lá em cima, o custo do Ingeo® é bem interessante
para o cliente. Assim como na Europa e nos Estados
Unidos, os fabricantes no Brasil e na América Latina
terão de pesar as vantagens ecológicas do produto
com o custo de produção em momentos em que o
preço do petróleo estiver em patamares inferiores”,
explica Andrade.
Aprovado no Brasil
“Fabricado desde 2002 em Blair, nos Estados
Unidos, o Ingeo® é comercializado em larga escala no
Canadá, Estados Unidos e Europa, regiões em que a
pressão do consumidor por produtos sustentáveis é
bem maior do que no Brasil”, afirma Hoffmann. A Cargill
comercializará o Ingeo® com exclusividade no Brasil e em
países da América Latina, como Argentina e Chile.
Com a introdução desse bioplástico nos
mercados brasileiro e latino-americano, a Unidade
de Amidos & Adoçantes promove uma ampliação
em sua linha de produtos. Atualmente, 40% de seu
portfólio é destinado a aplicações industriais, além do
mercado alimentício. ●
13
Chris Mallett*
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Inovação é
um bom negócio
N
A inovação focada no
cliente ajuda a aumentar
as receitas da empresa
e a expandir os
negócios, tornando a
Cargill o parceiro de
escolha de nossos
clientes
o início deste ano, Greg Page, presidente mundial da Cargill, falou à Equipe de
Liderança a respeito da implantação de nosso Sistema de Inovação frente à crise econômica mundial. Na ocasião, Greg Page alertou: “Nestes
tempos econômicos sem precedentes em que vivemos,
é muito importante administrarmos os custos de forma
mais inteligente. Não podemos arriscar perder o relacionamento construído com nossos clientes, nem nos
desviar do nosso foco na inovação. Para alcançarmos o
objetivo de implementar
o Sistema de Inovação da
Cargill até 2012, temos de
agir aqui e agora”.
Sem dúvida, a inovação
focada no cliente nos fortalece
financeiramente e eleva nossa
reputação, além de propiciar um
maior envolvimento de nossos funcionários.
A mensagem de Greg Page endossa a meta da Equipe de Liderança
da Cargill de implementar o Sistema de
Inovação até 2012. Para tanto, levando em consideração as pressões sobre os nossos recursos, a liderança concordou que as Unidades de Negócios tenham
flexibilidade para que possam atingir nosso objetivo.
Grande parte de nossos negócios já fez investimentos
significativos em inovação focada no cliente, e a adoção do Sistema de Inovação faz com que seus esforços
sejam mais eficientes (custos menores) e mais eficazes
(maior sucesso com os clientes).
Não é à toa que a inovação continua sendo
um tema estratégico para a Cargill. Quando focada
no cliente, ela ajuda a aumentar as receitas da empresa e a expandir os negócios, tornando-nos o
parceiro de escolha de nossos clientes.
14
Um verdadeiro
sistema
Para trabalhar a inovação de
modo organizado, a Cargill criou
o chamado Sistema
de Inovação, que adota
uma abordagem estruturada
com uma linguagem comum e um grupo de
ferramentas para aprimorar o desempenho
em conexão e capturar o valor do pensamento criativo. O Sistema é fundamentado no foco no cliente e irá nos auxiliar a
atingir um novo patamar de inovação.
O Sistema de Inovação da
Cargill parte de nossas estratégias e
metas; busca harmonizar nossas
capacidades e as necessidades
dos clientes; captura e examina
a percepção do cliente; incentiva a
imaginação dos funcionários; é concebido para gerar ideias e criar o portfólio de clientes;
utiliza metodologia padrão de projetos; mede o sucesso e
promove um cultura sustentável de suporte à inovação.
Nesse processo, a Cargill trabalha ao lado dos clientes para garantir que as soluções entregues estejam de
acordo com aquilo de que eles realmente precisam. Por
isso, dentro do Sistema de Inovação, as atividades incluem
a identificação de clientes potenciais e suas necessidades, a
compreensão dos fatores que motivam comportamentos,
além do conhecimento da concorrência e das regras do
mercado. Acreditamos que o desenvolvimento da compreensão mais profunda das necessidades de nossos clientes é uma grande oportunidade de inovar e gerar valor.
Por fim, a cultura de
uma organização é o componente principal para o
sucesso de ações de inovação como as da Cargill.
Precisamos criar um ambiente de apoio que propicie e reconheça ações de
inovação bem-sucedidas.
Precisamos ser mais tolerantes com os riscos, cooperar e
escutar mais uns aos outros
e nos abrir a novas ideias e
perspectivas. Esperamos
que cada funcionário da
Cargill esteja disposto
a enviar ideias, defendêlas – e também as de seus
colegas – e ajudar nossos clientes a crescer. ●
Além disso, o Sistema de Inovação contempla uma
abordagem disciplinada com o intuito de alavancar a
* Chris Mallett é Vice-presidente Corporativo de
Pesquisa e Desenvolvimento da Cargill
15
Ilustrações: Marcelo Cipis
comercialização
de projetos de
inovação focados
no cliente. Desta
forma, as ideias se
tornam realidade e
se alinham ao nosso
processo de Gestão
de Projetos e Portfólios
(PPM), que cria um canal
robusto de ideias qualificadas e
de implementação bem-sucedida
de projetos. A gestão de portfólios
é uma forma de assegurar que estamos implementando os projetos
corretamente. Já a gestão de projetos garante a implementação dos
projetos certos.
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Foto: Steve Niedorf
Segurança
dos alimentos
Para garantir uma alimentação saudável e também segura, o
cuidado é essencial em toda a cadeia: desde o plantio dos
grãos que irão compor a ração animal à distribuição dos produtos
E
dos Alimentos e Assuntos Regulatórios, localizado em
Mineápolis (EUA), formado por 14 especialistas em ciência dos alimentos, que dão suporte para as 24 Unidades de
Negócios da Plataforma de Ingredientes Alimentícios, o que
corresponde a 220 instalações de produção no mundo.
m 1969, quando Neil Armstrong fez a primeira viagem do homem à Lua, a preocupação
em mantê-lo bem alimentado e sem nenhum
tipo de problema digestivo durante a viagem
mudaria para sempre a visão a respeito da segurança dos alimentos. Desde então, a indústria alimentícia passou a dar
mais atenção às contaminações físicas, químicas e biológicas
às quais os alimentos estão sujeitos durante o seu processo de produção. “O conceito de segurança dos alimentos,
do inglês food safety, é hoje universal e visa garantir que os
alimentos não causarão danos à população e proporcionarão valor nutricional quando consumidos”, afirma Maya
Piñeiro, coordenadora de Qualidade e Segurança Alimentar
da Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação (FAO) da América Latina e Caribe.
Entre as iniciativas coordenadas por esse grupo com
o objetivo de garantir o alinhamento de todo o processo,
estão os treinamentos ministrados para toda a liderança,
gerência de operações, supervisores e pessoas que vão
fiscalizar a eficácia do programa de segurança dos alimentos
nas operações da Cargill. “Trabalhamos com regras rígidas e
os funcionários são treinados por especialistas da área, pois
devem seguir à risca todos os procedimentos estabelecidos”,
diz Jan Welberg, responsável pela segurança dos alimentos
da plataforma FIS – Ingredientes Alimentícios e Sistemas.
No Brasil, o conceito de segurança dos alimentos
chegou no início da década de 90, quando as grandes
indústrias iniciaram a implementação do Sistema de
Gestão de Segurança dos Alimentos, baseada na Análise
de Perigos e Pontos Críticos de Controle (ou HACCP,
conforme sigla em inglês).
O Grupo Corporativo desenvolve e estabelece, ainda, um check list de requisitos a serem analisados em cada
planta operacional dentro da Cargill. Anualmente são realizadas auditorias para que esses profissionais verifiquem se
a planta está trabalhando de acordo com essas exigências.
“É comum detectar alguns pontos de melhoria e, quando a
auditoria acaba, são relacionados aspectos a serem aprimorados ou corrigidos, bem como os planos de ação e prazos”,
diz Ulisses Dias, gerente de Food Safety das Unidades de
Negócios Foods e Complexo Soja no Brasil.
Esse sistema é implantado junto ao Programa de
Boas Práticas de Fabricação, conhecido como programa de
pré-requisitos, que trata da higiene dos funcionários, da limpeza e manutenção dos equipamentos, e do controle do ar
e da água, por exemplo. “Essas práticas devem ser exercidas
em toda a cadeia: em agricultura, processamento, armazenagem, transporte e comercialização”, diz Amanda Poldi,
nutricionista e diretora técnica da Associação Brasileira das
Indústrias da Alimentação (ABIA).
A importância desse tema no Brasil incentivou a criação de um Comitê de Assuntos Regulatórios e Segurança
dos Alimentos. Formado em 2007 pelas áreas técnicas das
Unidades de Negócios e pelos departamentos Jurídico e
Assuntos Corporativos, o Comitê é um orgão consultivo que
trabalha para alinhar pessoas e processos internos e mitigar
riscos. As reuniões acontecem bimestralmente e abordam
questões estratégicas de legislação e temas relacionados a
autorizações e registros, embalagens e rotulagem de alimentos, além de analisar as tendências no setor e o alinhamento
com as diretrizes globais da Cargill. ●
Segurança dos alimentos na Cargill
A busca pela liderança global em alimentos traz à
Cargill uma série de responsabilidades, especialmente quando o assunto é a segurança dos produtos. Tanto é assim
que a empresa possui um Grupo Corporativo de Segurança
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B
enefício para todos. A Fundação Cargill, em ação conjunta
com a unidade de Três Lagoas
(MS), promoveu uma iniciativa que une
economia e conscientização ambiental. A
unidade local direciona resíduos de madeira provenientes de processos industriais
da unidade, canalizando-os para o plantio
de mudas de hortaliças em viveiros particulares da cidade. Estes repassam parte de
sua produção à Fundação, suprindo 100%
das necessidades anuais do Programa “de
grão em grão”, que tem por objetivo implementar hortas nas escolas municipais,
contribuindo no aprendizado de alunos do
Ensino Fundamental. A iniciativa traduz um
exemplo prático de conectividade entre as
áreas da empresa.
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esquisa. Alunos do curso de
Ciências Biológicas da Universidade do Oeste de Santa
Catarina (UNOESC), em conjunto com a
equipe de EHS de Seara (SC), da Unidade de Negócio Carnes, realizaram uma
visita técnica no Centro de Educação
Ambiental (CEA), em Santa Catarina.
O objetivo da visita, que ocorreu em março,
foi trabalhar na caracterização das espécies
de aracnídeos existentes na região.
Durante 36 horas, os 25 acadêmicos
ficaram acampados no CEA, onde realizaram acompanhamentos diurnos e noturnos do comportamento desses animais,
concluindo sua catalogação.
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Fotos: Arquivo Cargill
A
PAS 2009. Para estreitar o relacionamento com os clientes e
expor o portfólio de produtos, as
Unidades de Negócios Foods e Carnes participaram da 25a edição do Congresso de Gestão
APAS, realizado pela Associação Paulista de
Supermercados, no Expo Center Norte, em São Paulo. De 18 a 21 de maio, supermercadistas do mundo inteiro estiveram presentes no evento cujo tema foi “Pessoas para Pessoas
- Novas Competências para Servir o Consumidor”. As duas Unidades de Negócios da Cargill
dividiram um espaço de 315 m², onde receberam aproximadamente 4 a 5 mil visitantes. A
Unidade Foods expôs com maior destaque as marcas Liza, Maria e Gallo. Já a Unidade de
Negócio Carnes reforçou a imagem da linha de linguiças e carnes suínas, além de apresentar
ao público seus lançamentos para 2009 – Costela e Lombo ao Molho Barbecue, Lasanha de
Frango e de Calabresa, entre outros. O estande amplo, bem decorado e com grande área
de comunicação, demonstrou a proximidade com o tema da feira em painéis gigantes com
imagens de pessoas, juntamente com as vitrines dos produtos. O grande destaque do espaço
foram as três ilhas temáticas montadas: Churrasco, Saudável e Receitas Caseiras, para os
visitantes degustarem os produtos vinculados a cada conceito.
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olidariedade. Com a cheia dos rios em Santarém (PA), colaboradores
do terminal da Cargill realizaram uma campanha de coleta de donativos para famílias da região, desmonstrando, assim, interação com a
comunidade local. Todas as doações, realizadas durante duas semanas, foram entregues à Pastoral Social da Diocese de Santarém, que atende aproximadamente
500 famílias. Entre os donativos estão roupas, sapatos, material de higiene pessoal, colchonetes e alimentos.
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Foto: Anna Carolina Negri/Valor/Folha Imagem
S
xecutivo de Valor. Marcelo Martins, presidente da Cargill no Brasil, recebeu o prêmio Executivo de Valor (na foto, ao centro), concedido pelo
Jornal Valor Econômico, na categoria de Agronegócio. Foi a primeira vez
que um executivo da empresa recebeu esse reconhecimento. A premiação, que ocorreu
em maio, está em sua 9º edição e reconheceu os melhores executivos de 2008 em 24
setores da economia. Como critérios de avaliação, foram levados em consideração os
resultados financeiros da empresa e sua imagem no mercado, aspectos da gestão, capacidade para identificar oportunidades de inovação e de crescimento e a habilidade
na liderança das equipes.
✽ A Cargill desenvolve novos sabores para
rebiana – primeiro adoçante natural com
zero caloria, 200 vezes mais doce que o
açúcar. Essa inovação deverá ser usada em
alimentos como cereais, sorvetes, iogurtes,
refrigerantes e água aromatizada. A Cargill
já demonstrou expertise nessa área com
o desenvolvimento do Truvia™, adoçante
natural com rebiana em sua composição,
já disponível no mercado americano.
✽ A Unidade de Negócio Cacau & Chocolate inaugurou, em maio, uma nova planta
industrial para produção de coberturas e
recheios, em Deventer, na Holanda. Com investimento de 16 milhões de euros, a nova
fábrica dobra a capacidade de produção de
coberturas e amplia a de recheios. Em Deventer, a Cargill faz coberturas e recheios
clássicos e especializados para os setores de
panificação, biscoitos, cereais matinais, sorvete e confeitos. Com o investimento, a empresa passará a produzir também recheios
para o setor de chocolate.
R
eceita Caseira. O consumidor pediu, Liza
atendeu. Após ser lançada como edição limitada, no período de novembro de 2008
a janeiro de 2009, a maionese Liza Receita Caseira voltou para ficar nas prateleiras dos supermercados do
Brasil. A edição limitada superou as estimativas de
vendas e foi muito bem aceita pelo público. Pesquisa mostrou que 98% dos consumidores aprovaram o
novo produto. Em função dos bons resultados, a partir de junho, Liza Receita Caseira passa a fazer parte da
família Liza como item regular de linha. O resgate da
receita original é que faz o sucesso do produto, que
possui o delicioso sabor da maionese feita em casa.
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Fotos: Arquivo Cargill
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ovo visual. Para valorizar a marca e ampliar ainda mais a sua visibilidade, a Seara inicia uma nova emblemagem para os veículos maiores e de longo percurso, caminhões que transportam os produtos
entre estados. Nesse trabalho – que faz parte do Programa de Excelência de Entrega Nota 10 (PEEN10), foram emblemados 5 caminhões utilizados em trajetos
interestaduais. Anteriormente, a emblemagem da marca já tinha sido realizada
em 80 veículos menores, utilizados na distribuição urbana (regional).
✽ A empresa lança o Clear Valley®, óleo de
canola de baixa saturação. Trata-se de um
produto com menos 25% de gordura saturada, o menor índice encontrado nos óleos
convencionais. Além disso, oferece o sabor
e a performance de que os profissionais da
área de alimentos necessitam e os benefícios
nutricionais que os consumidores esperam.
Em 2010, o Clear Valley® estará disponível
na América do Norte, mas deverá ser comercializado para outras regiões no futuro.
E
bertura de chocolate – fornecida
pela fábrica da Cargill, em São José
do Rio Pardo (SP).
P
✽ Foi inaugurada a nova refinaria de glicerina da Cargill no Parque Industrial de
Höchst, em Frankfurt, na Alemanha. A
planta foi construída ao lado da fábrica
de biodiesel da empresa, que fornecerá a
maior parte dos suprimentos de glicerina
pura da nova refinaria. Essa integração e
o uso de tecnologia de ponta resultam
em um produto consistente, confiável
e de alta qualidade. Nos últimos anos, a
demanda por glicerina refinada cresceu, e
esse investimento da Cargill visa o atendimento de vários setores industriais, como
alimentos e bebidas, farmacêutico, higiene pessoal e aplicações técnicas.
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onectividade. O trabalho
da área de Food Service da Cargill, que atuou
de forma integrada com a gestão
da conta McDonald’s, resultou na
mais nova e saborosa sobremesa da
rede: o Novo McFlurry Ovomaltine
– como você nunca viu.
A receita exclusiva do McDonald’s
está presente nos restaurantes e
quiosques da rede desde maio e
é feita com sorvete de baunilha,
Ovomaltine, distribuído no Brasil
pelo Food Service da Cargill, e co-
Definir os objetivos, adquirir
experiência e perceber a melhor
hora para arriscar são ingredientes
para uma ótima carreira. Foi isso
que Letícia Raupp fez na Cargill.
Começou como estagiária e hoje
é supervisora na produção do
envase de óleo Liza
Há vários exemplos bemsucedidos, e um deles é Letícia
Raupp, engenheira de produção elétrica. Ela participou do Programa de
Estágio da Unidade de
Negócio Complexo Soja
em 2007, virou trainee
em janeiro de 2008, e foi
efetivada um ano depois
no cargo de Supervisora
de Envase da fábrica de Rio
Verde, em Goiás.
Durante os cinco meses
como estagiária, acompanhei
o Projeto de Ampliação de
Suprimentos de Soja na indústria. Eu trabalhava diretamente
com o gerente de manutenção, acompanhei pessoas, prazos, datas, chegada de
matéria-prima, execução de obras, compras, entre outras atividades. Após o estágio,
participei do Programa de Trainees, no qual
passei 6 meses em Barreiras e outros 6 meses
em Rio Verde (GO).
“
Em agosto de 2007, para
o último semestre da faculdade de
Engenharia da Universidade Federal de Santa Catarina,
em Florianópolis (SC), eu precisava fazer o estágio obrigatório. O meu objetivo era ter crescimento profissional,
cultural e pessoal. Por isso, saí de minha cidade e fui estagiar na Unidade de Negócio Complexo Soja, na fábrica
de Barreiras (BA).
Depois de quase um ano e meio de experiência
na Cargill, fui efetivada em Rio Verde. Foi uma forma de
reconhecimento e um exemplo de como a empresa oferece a oportunidade aos jovens profissionais. Hoje faço
supervisão de uma área com 50 funcionários que atuam
no envase da garrafa de óleo Liza. Com apenas um ano
de formada, tenho um ótimo cargo dentro da empresa.
●
A Cargill realmente acreditou em mim.
Tive a oportunidade de mudar de um lado do
País para o outro. Não foi um processo fácil sair do lito-
”
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Profissionalmente, o estágio é fundamental para
adquirir experiência. Existe uma troca muito sadia entre
o jovem e os funcionários da
empresa. O estudante tem a parte técnica muito incorporada e
o funcionário da empresa tem
o conhecimento do dia-a-dia. E
nesse encontro todos ganham.
No meu caso, quem me proporcionou tudo isso foi a Cargill.
E
ral, ir para o centro-oeste baiano e pela primeira vez ficar
muito tempo longe da família. Mas acredito que essa foi
uma das mais importantes decisões da minha vida. Além
do crescimento pessoal, enriqueci minha bagagem cultural e compreendi melhor a realidade brasileira.
P
V
ários executivos iniciaram suas carreiras
como estagiários e trainees. Passaram
por diversos setores, entenderam o jeito
de fazer negócio da empresa, investiram
na formação e aos poucos alcançaram reconhecimento
e cargos de liderança. Essas histórias de sucesso promoveram o aumento do número de programas para estagiários, nos quais são beneficiados tanto o empregador
quanto o estudante. De um lado, o jovem adquire experiência; de outro, a empresa descobre novos
talentos e forma o profissional de acordo
com os seus princípios.
A
G
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N
S
Letícia Raupp
Estágio:
primeiro passo
na carreira
ANÚNCIO

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