220 francos, porque os merecemos!

Transcrição

220 francos, porque os merecemos!
Todos à
manifestação
salarial!
Paternidade
Salários
Formação
A Migros introduz a partir
de Janeiro 2007 uma licença
de paternidade paga
Objectivo sindical para
o próximo ano: aumentos
salariais, 4 % para todos!
Estão abertas as inscrições
para os cursos do
«Projecto Portugal 2007»
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Nr. 6 | August 2006 | português
Erscheint als Beilage zur Zeitung «work» | Redaktion T +41 31 350 21 11, F +41 31 350 22 11 | [email protected] | www.unia.ch
Construção
220 francos, porque
os merecemos!
Há mais de 15 anos que os salários baixos e médios praticamente não evoluíram. Depois de todos os descontos
feitos e com os prémios das
Caixas de doença a aumentarem sem parar, ficamos hoje com menos no porta-moedas do que em 1990!
No entanto, temos todas as condições para um verdadeiro progresso: a conjuntura e os lucros das empresas estão em franca expansão. Tal
como a Construção e a Industria:
produtividade e stress aumentam
desde há anos, as carteiras de encomendas estão cheias.
Todavia, os patrões continuam forretas: na primeira ronda de negociações, a Associação patronal nem
sequer propôs a compensação do
aumento do custo de vida para todos! E discutem a necessidade de recuperação. Também as Associações
industriais vão querer dar o menos
possível! Devemos, por isso, defendermo-nos com outra atitude!
220 francos
… para todos na construção,
porque os merecemos!
Por isso vamos todos
à manifestação salarial
23. de Setembro 2006
às 13h30, Berna,
Schützenmatte
Agora, todos devem lucrar. Um aumento de 220 francos mensais merecem todos na construção. Por isso, contamos com uma grande força
de trabalhadores na manifestação
salarial Nacional.
Adeus, Mariano!
Mariano Pacheco, secretário nacional do sindicato Unia, faleceu no passado dia 5 de
Agosto, com
a idade de 56
anos, depois de uma longa
doença.
Espanhol, casado e pai de família de
dois filhos, foi um dos estrangeiros
eleitos para tomar parte da direcção
de um sindicato Suíço. Incansável
foi a sua luta para melhorar as condições laborais e de vida na Suíça
dos estrangeiros, em geral, e dos espanhóis em particular. Basta recordar, a título de exemplo, a sua luta
para acabar com o vergonhoso controle médico que muitos de nós tivemos de passar na chegada às fronteiras suíças, assim como o estatuto
de temporário. Especialmente importante foi a sua determinação no
sentido de se encontrarem soluções
para uma melhor formação profissional dos espanhóis na Suíça e conseguir os fundos necessários para o
financiamento dos projectos. Mariano foi, também, no início dos
anos 80 secretário sindical responsável pelas actividades com os trabalhadores portugueses, desenvolvendo um trabalho de pioneiro na
sua defesa.
No decorrer do ano 2000 Mariano
Pacheco renunciou ao seu posto na
direcção do sindicato, mas continuou a consagrar uma boa parte do
seu trabalho na defesa dos direitos
dos trabalhadores imigrantes. Pacheco foi também Presidente da comissão de migração da USS, mem-
bro da Comissão Federal dos Estrangeiros e vice-presidente do Fórum para a Integração dos migrantes.
Nos últimos anos
Mariano Pacheco tinha a responsabilidade de coordenar o trabalho
sindical, junto das grandes obras públicas, como o túnel da construção
da nova transversal Alpina ( NeatAlptransit). Os sindicalistas recordam com satisfação o êxito alcançado com a greve de uma das
obras do túnel Lötschberg. O acordo alcançado por Pacheco obriga a
um grupo de empresas a instalar novos sistemas de ventilação no túnel.
Paralelamente Mariano continuou a
colaborar com as entidades espanholas em todos os temas relacionados coma emigração espanhola na
Suíça, em temas como a formação,
ou com a aplicação do acordo Bilateral entre a Suíça e a União Europeu.
Foi responsável, desde a sua fundação, pela edição espanhola do jornal sindical Horizonte, continuando sempre com a sua colaboração e
os seus comentários, ato ao final do
passado mês de Março do presente
ano, a partir do momento em que a
sua doença se agravou e o impediu
de continuar a colaborar.
Uma emotiva cerimónia de despedida a Mariano Pacheco realizou-se
no passado dia 11 de Agosto em Volketwil(ZH), com a presença dos familiares amigos e muitos sindicalistas.
À sua esposa, filhos, familiares e
amigos de Mariano, a redacção do
jornal Horizonte, manifesta sentidas condolências.
Vasco Pedrina, co-presidente Unia
Não à nova Lei de Estrangeiros!
Não à Lei de Asilo!
No início de Setembro, todos
os suíços e emigrantes com
direito de voto, irão receber
os seus respectivos boletins
para se pronunciarem sobre
o referendo relativo à nova
Lei dos Estrangeiros (AUG) e
à Lei sobre o Asilo.
Embora estas duas novas Leis, de 16
de Dezembro 2005, não digam directamente respeito aos cidadãos
oriundos da União Europeia, dado
a existência do acordo bilateral EU-
CH sobre a livre circulação de pessoas, estes, por razões políticas e morais, não podem deixar cair os
braços e afirmar que nada têm a ver
com isso. Se queremos impedir que
os cidadãos estrangeiros na Suíça,
sejam prejudicados, devemos com
toda a convicção dizer - Não! Um
claro e vibrante - Não –a todas as injustiças, à discriminação e ao racismo! Se deixamos passar esta oportunidade, o nosso despertar pode vir
a ser no futuro muito duro! Assim,
apelamos a todos os portugueses
Atenção
Cidadãos estrangeiros
vão ser prejudicados.
O que devemos impedir.
Todos devem votar!
Não à nova Lei
dos Estrangeiros
Não à Lei de Asilo
com direito a votarem no referendo
do dia 24 de Setembro que o façam
dizendo duas vezes – Não - às injustas Leis dos Estrangeiros e de Asilo.
Se tu próprio não tiveres direito de
voto, certamente alguns amigos
teus o têm. Fala com eles! Cada voto conta!
Não esquecer
Pode-se votar também por correio.
Mas o boletim de voto dever ser enviado antes do dia 19 de Setembro.
E não esquecer a assinatura – senão
o voto não conta. Quem não utilize
esta modalidade, poderá entregar
pessoalmente o seu voto, no fim-desemana da votação, na localidade
própria para esse efeito, na sua junta de freguesia.
Todos os cidadãos, nacionais ou estrangeiros, que vivem e trabalham
na Suíça devem ser protegidos pelas
mesmas Leis e não discriminados
por elas. Apelamos ao voto do Não,
contra a Lei dos Estrangeiros e a Lei
de Asilo.
horizonte
Notícias breves
Àgua
Em Portugal, vinte e cinco municípios,
abrangendo 1,8 milhões de habitantes, entregaram a concessão da água
a empresas privadas, debaixo de fortes criticas das populações.
Ataque
O Governo pretende acabar com cinco centros educativos e reduzir as equipas de reinserção social, de 83 para
menos de 60. Serão extintos vários
centros educativos.
Migros introduz a partir de 2007 licença de paternidade paga
Uma raridade na Suíça
Papás de recém-nascidos,
que trabalhem na Migros,
terão futuramente mais tempo para se ocupar da sua família. A empresa, introduz a
partir de 1 de Janeiro de 2007,
para 2500 colaboradores,
uma licença de paternidade
paga de duas semanas.
Crescimento
A CGTP-IN considera fundamental que
haja crescimento económico para que
o País saia da grave situação em que
se encontra mas sublinha que, mesmo que tais previsões de concretizem,
a economia portuguesa continuará a
divergir relativamente à União Europeia (1,1 pontos percentuais em 2006
e 0,7 pontos percentuais em 2007).
Promessas
Quase cem trabalhadores dos centros
culturais de Portugal no Mundo, do Instituto Camões, continuam em situação
de precariedade e «sem quaisquer garantias ou regulamentação das suas
condições de trabalho», denunciou o
Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas.
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Os papás afectados, podem gozar os
dez dias pagos de uma só vez ou parcialmente, confirma a Chefe de Comunicação da Migros, num artigo
publicado num jornal suíço. Além
disso, os colaboradores têm o direito de usufruir até duas semanas de
férias não remuneradas.
estão subordinados ao CNT, dos
quais 59% são mulheres.
Exceptuando o grupo Globus, que
tem um CCT próprio, todas as firmas suíças da Migros estão subordinadas ao CNT. Entre estas, a agência de viagens Hotelplan, o banco
Migros, a padaria Jowa, Chocolat
Frey ou a petroleira Migrol.
Ao contrário da licença de maternidade (14 semanas com 80% do salário), a pausa para os pais após o
nascimento de um filho, não está legalmente regulamentada. A maioria
das empresas concede aos seus colaboradores, nessa ocasião, só um ou
dois dias livres.
Swisscom dá o exemplo
Para todas as empresas da
Migros, exceptuando Globus
Desta forma, a Migros alarga uma regulamentação da «Migros-Genossenschaft Zürich», a toda a companhia, no âmbito do novo Contrato Nacional de Trabalho L-GAV
(CNT). Devido às negociações em
curso não foram fornececidos mais
detalhes.Um total de 63 000 dos
81 000 colaboradores da Migros
Desde o início deste ano, papás de
recém-nascidos, que trabalhem na
Swisscom, podem igualmente dedicar-se durante duas semanas à sua
família. A companhia Telekom introduziu a regulamentação em Setembro último, para o CNT válido a
partir de 2006.
Escandinávia lidera
Em relação à licença de paternida-
O pai vai ter tempo para se ocupar do seu bebé!
de e maternidade, a Suíça é no entanto, comparada aos países escandinavos, um país subdesenvolvido.
A Dinamarca conhece uma licença
de maternidade paga de 28 semanas, das quais 10 podem ser cedidas
ao pai. Na Finlândia, a licença paga
dura um ano, as primeiras 21 sema-
nas para a mãe, podendo os pais dividir entre si as restantes 31 semanas. A Suécia conhece uma licença
de progenitores paga de 15 meses,
dos quais no mínimo um mês para
o pai.
Pensões
A participação dos beneficiários nos
fundos de pensões ficará enfraquecida, caso se concretize o projecto, do
Instituto de Seguros de Portugal, para
regular as disposições do Decreto-Lei
12/2006.
Precariedade
Na Autoeuropa, continuam a existir
cerca de 400 trabalhadores contratados a prazo, numa situação considerada ilegal pelo Sindicato dos Metalúrgicos do Sul, uma vez que exercem
funções de trabalho permanente
Desigualdades
As desigualdades aprofundam-se em
Portugal em resultado de um “ modelo de desenvolvimento” assente numa
política macro - económica subordinada ao Pacto de Estabilidade, que
aposta nos baixos salários e no emprego precário.
Absurdo
A grande maioria dos funcionários
consulares na Suíça possui uma simples carta de legitimação perante as
autoridades locais, sendo colocados
ao mesmo nível do pessoal de limpeza da Embaixada e dos consulados.
Perante este facto, a reputação do funcionário é regularmente posta em causa. Pergunta-se, quando será que o
Ministério dos Negócios Estrangeiros
português resolve este assunto?
Realidade
A luta em que os portugueses residentes na Suíça estão envolvidos – na
defesa do ensino da língua e da cultura
portuguesa, nos esforços desenvolvidos para uma melhoria dos serviços
consulares, na defesa dos seus postos
de trabalho, na denuncia dos desvios
dos acordos bilaterais – passam despercebidos na comunicação social em
Portugal. Porque?
Reforma antecipada
Actualmente existem centenas de portugueses a beneficiar da reforma antecipada aos 60 anos no ramo da
construção. Foi uma luta difícil e quem
luta consegue vitórias!
Filtros anti-partículas
A luta continua
Graças à campanha do jornal
sindical «work» a favor da
obrigatoriedade de filtros anti-partículas, máquinas de
construção médias e pesadas devem continuar a ser
equipadas com filtros Diesel.
Agora, o Unia reivindica: mais
nenhum Diesel sem filtro.
Com duas moções, a Conselheira
Nacional do SVP e vendedora de
máquinas de construção, Jasmin
Hutter, tentou boicotar a obrigatoriedade de filtros anti-partículas para máquinas de construção. Mas
graças ao jornal work, o «escândalo
dos filtros» tornou-se público e os
filtros anti-partículas voltaram a ser
um tema político. Só graças às reportagens do jornal sindical, muitos
membros do Conselho Nacional se
aperceberam a que ponto é tóxica a
fuligem dos motores Diesel.
Alargamento
Máquinas de construção são responsáveis pela emissão de um quinto das micro poeiras tóxicas. Com
filtros anti-partículas, poderiam ser
evitadas 700 mortes prematuras.
Agora, o Conselho Nacional, despachou a moção Jenny/Messmer
em vez da moção Hutter. Esta primeira, exige não só a conservação da
obrigatoriedade de filtros, como até
um alargamento da mesma. E, sobretudo, uma aplicação consequente em todos os cantões.
«Também a Associação dos Empreiteiros não quer a abolição da obrigatoriedade de filtros anti-partículas», diz o Conselheiro Nacional do
FDP e Presidente da Associação,
Muitas mortes podem ser evitadas com a utilização dos filtros.
Werner Messmer, durante a última
sessão do Conselho Nacional.
«Apoiamos até um ligeiro alargamento da actual regulamentação
com o objectivo de harmonizar e
igualar as condições em todos os
cantões.» O que é realmente necessário, pois em alguns cantões a obrigatoriedade de filtros é aplicada
com toda a rigidez, enquanto outros
continuam a tolerar as máquinas de
construção sem filtros.
Reformas à medida? Tentativas para a
O Conselho Federal e a Comissão do Conselho Nacional, espalham insegurança
entre os reformados da AVS:
pretendem abolir com a 11.ª
Revisão da AVS, o ajustamento regular das reformas
à carestia e evolução salarial.
Este só deverá ser concedido, se a
Caixa da AVS estiver numa situação financeira favorável. A USS
rejeita uma tal política de «reformas à medida da situação da Caixa».
As reformas da AVS e IV já hoje não
garantem a existência, apesar de se
tratar de um claro direito constitucional. Já com o actual sistema
de ajustamento das reformas (segundo índice misto, de dois em
dois anos) a quota de compensação dos rendimentos vai baixando lenta mas regularmente.
Qualquer outro agravamento iria
roubar poder de compra aos reformados da AVS, e piorar a sua situação financeira. A existência da
maioria dos aposentados continua
a depender da AVS e IV.
Enquanto o aumento da população representar um encargo para a AVS, que não possa ser compensado só com o crescimento da
economia, deve-se então procurar
equilibrar a AVS por meio das receitas e não reduzindo as reformas
já excessivamente baixas.
USS/Press
redução das reformas
O Conselho Federal confirmou a sua intenção de reduzir a taxa de conversão do
LPP.
Aquilo que há muito não passava de
um simples rumor é, agora, do conhecimento público por via oficial. O
Governo Suíço confirmou a sua intenção de reduzir a taxa de conversão da Lei do LPP para o valor de
6,4 %, durante um espaço de quatro anos, com tendência a baixar
ainda mais nos anos seguintes. Fala-se, também, de valores ainda mais
baixos; à volta dos 6 %, ou mesmo
de 5,9 %. Para melhor se entender a
questão, deixamos aqui a seguinte
explicação:
Taxa de conversão
A taxa de conversão permite calcular o montante das reformas em
função do fundo conseguindo segundo os contributos pagos durante a actividade do trabalhador.
I No momento actual, a taxa de
conversão é de 7,1 % para os homens e de 7,2 % para as mulheres.
Sobre um valor de 100 mil francos
amealhado durante a carreira profissional pensionista fica a receber
uma reforma de 7100 francos por
ano; por mês: 625 francos.
I No futuro, com uma taxa de conversão de 6,4 %, a reforma anual será de 6400 francos; por mês: 533.30
francos. Diferença anual, em prejuízo do pensionista, 1100 francos.
horizonte
Hotelaria e Restaurantes
Pintores e estucadores
Impasse nas
negociações
Por um aumento
decente
As negociações salariais do
ramo da hotelaria e restaurantes foram interrompidas a
partir da quinta reunião.
O vasto inquérito do sindicato Unia junto dos pintores e
estucadores, apresentou um
claro resultado: a estagnação dos salários, é de momento a preocupação central dos trabalhadores!
Os representantes dos patrões recusaram recentemente a proposta reivindicativa formulada pelos sindicatos de um aumento salarial correspondente ao aumento do custo
de vida e um aumento do salário real. Rejeitaram igualmente a aplicação obrigatória do 13° mês de salário para todos os trabalhadores do
sector. As questões conflituosas deverão, agora ser analisadas pelo Departamento Federal de conciliação
em matéria de conflitos de trabalho.
O Contrato Colectivo de Trabalho
da Hotelaria e restaurantes coloca
regras salariais obrigatórias em benefício de mais de 200 mil trabal-
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Nr. 6 | August 2006 | português
hadores. A questão central do 13°
mês para todos e um aumento substancial do salário real são, para eles,
fundamentais. Segundo uma análise relativa aos salários de 2004, o Departamento Federal de Estatística indica que, o valor médio do salário
neste ramo se situa nos 3.825.—
francos sendo, portanto, inferiores
em cerca de 30 por cento dos salários praticados na economia privada. Considerando as previsões optimistas para a hotelaria e restaurantes, as reivindicações apresentadas
pelos sindicatos são de todo realistas.
Entretanto o sindicato Unia continua com a sua campanha a favor de
salários mais elevados e do 13 mês
de salário, a partir do primeiro dia
de trabalho e a todos abrangente.
A conferência nacional do ramo da
pintura e do gesso foi clara em definir a futura luta reivindicativa, perante o aumento constante do custo de vida e após anos de moderação
salarial. Os trabalhadores não podem esperar mais e exigem um aumento salarial geral de 200 francos
mensais.
Por outro lado, foi elaborada uma
lista de prioridades em relação ao
novo Contrato Colectivo de Trabalho a entrar em vigor em Abril de
2007:
Reivindicações!
Hotelaria
13° mês de salário a partir do 1° dia de trabalho e
aumento dos salários reais.
- pagamento integral do tempo de
viagem. Não é correcto, nem está de
acordo com a Lei do Trabalho, que
até agora, os 35 minutos do tempo
de viagem não sejam pagos!
- mais tempo de férias – tal como no
restante sector da construção.
Exigem ao mesmo tempo um rápido recomeço das negociações sobre
a reforma antecipada. Por que razão
não seria possível na Suíça Alemã,
aquilo que desde há anos é um facto na Romandia?
Os pintores e estucadores apoiam a
campanha salarial dos sindicatos e
lutam por condições salariais dignas
e a inclusão de novas garantias no
novo Contrato de trabalho.
Comércio
Aumentos de 120 a 150
francos para todos e a dobrar para as mulheres.
Indústria
4 por cento e mais um aumento especial para as
mulheres.
Transportes públicos
4 por cento para todos e
um novo contrato colectivo com a SBB/CFF (caminhos de ferro), sem perda
de direitos.
Tribunal trava a Associação dos Empreiteiros
A alteração arbitrária dos
seus estatutos, com o objectivo de violar o contrato sobre
a reforma antecipada, é ilegal.
Foi com grande satisfação que o
Unia tomou conhecimento da decisão do Supremo Tribunal sobre a
Reforma Antecipada (FAR). Este
confirmou definitivamente, que a
Associação da Construção de Ma-
deiras com a sua saída da Associação dos Empreiteiros no ano de
2003, cometeu um acto ilegal. A
consequência ligada a este acto, a
violação do contrato assinado em
2002 sobre a reforma antecipada no
sector da construção, é igualmente
considerada ilegítima.
Desta forma, o sumo Tribunal desmascara a Associação dos Empreiteiros e mostra que contratos nego-
ciados entre parceiros sociais, não
podem ser fintados, recorrendo a
truques do direito das federações.
Para o Unia e os marceneiros afectados, que naquela altura lutaram
connosco pela reforma antecipada
a partir dos 60 anos, esta sentença é
uma profunda – se bem que tardia –
satisfação.
O Unia conta agora com a Associação dos Empreiteiros, no assumir
Serviços públicos
Compensação integral do
custo de vida, mais 3 por
cento de aumento dos salários reais, igualdade salarial para as mulheres.
da responsabilidade pelos erros cometidos no passado, e a apresentação a curto prazo, de uma solução
dos problemas que causaram. Sobretudo, são agora também chamados a cumprir o seu dever, os representantes da Associação dos Empreiteiros no Conselho da Fundação
FAR, que organiza a cobrança respectivamente o pagamento das
quotas e reformas FAR.
Tipografia e imprensa
Pelos menos 100 francos
para todos e 200 para as
mulheres.
Campanha por melhores salários!
Carestia na Suíça
Evolução dos aumentos dos
salários reais na Europa
A Suíça está entre os piores a nível internacional. Só os italianos assistiram
a uma evolução salarial ainda mais
fraca. Na Alemanha e França, os salários reais aumentaram mais do que
o dobro em relação à Suíça.
A economia suíça pode, no entanto,
continuarem a pagar a factura da crise enquanto que os patrões anunciam lucros, acima das previsões,
sem nada lhes darem em troca.
Sem margem para dúvidas podemos
afirmar que vamos ter, na altura das
permitir-se a aumentos salariais substanciais sem por em causa a sua competitividade. Esta afirmação é comprovada por vários estudos económicos recentemente divulgados. Queremos com isso dizer que, os trabalhadores vão estar activos nas suas
exigências salariais e prontos para
agir em conformidade.
negociações contratuais um Outono muito, muito, quente! As primeiras acções de informação promovidas pelos sindicatos e realizadas em todas as regiões da Suíça, indicam o aproximar de uma situação
de conflito entre patrões e trabalhadores de vários sectores da economia. Os dois quadros do Departamento Federal de Estatísticas e da
Eurostat, que abaixo se publica,
mostra um aumento do custo de vi-
Itália
Suíça
Austria
Alemanha
Holanda
França
EUA
Evolução dos salários reais: 1995–2005 comparação internacional
Irlanda
O nível dos preços aumentou em Junho de 2006. A carestia anual acelerada, deve-se sobretudo a dois motores: os preços dos combustíveis (+
15.7% em comparação ao ano anterior) e as rendas de casa. No entanto,
a longo prazo, o risco da carestia man-
tém-se baixo.
A carestia (o índice nacional dos
preços no consumidor) descreve a
evolução dos preços de artigos de
consumo importantes, isto é, praticamente todos: produtos alimentares,
vestuário, habitação etc.; de fora, ficam por exemplo os prémios do seguro de doença.
Reino Unido
Estamos perante uma situação que
exige um aumento substancial dos
salários. A retoma económica está
em andamento e não é possível,
nem aceitável, que o patronato continue a meter nos bolsos os lucros fabulosos das empresas, em prejuízo
daqueles que produzem. Tudo tem
aumentado e, nos últimos 15 anos,
os aumentos salariais tiveram apenas em conta o aumento da carestia, em detrimento do salário real.
A arrogância dos administradores é
bem conhecida; para eles, salários a
rondar os milhões de francos
anuais, para os trabalhadores a distribuição das migalhas do que resta.
O cenário actual indica precisamente isso, os patrões só querem pagar o correspondente ao aumento
do custo de vida, ficando com os lucros alcançados com o trabalho dos
seus empregados. Grave, também,
as tentativas do aumento do tempo
de salário, o corte da protecção em
caso de despedimento e outros direitos sociais e laborais.
Os trabalhadores estão fartos de
Evolução do custo de vida
na Suíça
Suécia
De momento é apenas um
objectivo dos sindicatos: 4
por cento mais de salário para todos. A proposta vai ser
submetida à apreciação nas
reuniões programadas entre
os sindicatos com os representantes dos patrões.
da, em Abril de 2006, de 1,6 por cento.. Quanto à evolução dos salários
reais, a Suíça está na cauda da Europa. Pior só a Itália, Grécia e Portugal.
horizonte
Nr. 6 | August 2006 | português
Cursos de formação para portugueses
Projecto «Portugal 2007»
Os trabalhadores do ramo da construção suíço que se encontrem em Portugal, podem, inscreverem-se nos cursos de aperfeiçoamento a realizar,
entre os dias 8 de Janeiro e 2 de Março, no Porto, no Centro de formação
profissional de Avioso e, em Lisboa, no Centro de formação profissional
do Prior Velho.
Estes cursos são organizados pelas instituições suíças do sector da construção,
Direcção Geral dos Assuntos Consulares e Instituto de Emprego e Formação Profissional, com o financiamento do Fundo paritário suíço da construção.
As empresas têm a possibilidade de inscrever os trabalhadores que desejem aperfeiçoar-se. As vantagens são várias: maiores conhecimentos técnicos, prolongamento do contrato de trabalho para o próximo ano, subida de categoria profissional com correspondente aumento salarial, reconhecido pela empresa, mediante
a apresentação do certificado obtido no final do curso. Todos os participantes no
Projecto receberão, depois de obterem o diploma, 80 por cento do seu salário suíço.
As despesas de deslocação e estadia serão igualmente compensadas.
A inscrição é feita através da empresa. Os candidatos devem utilizar o talão que
a seguir publicamos e entregá-lo no escritório da empresa.
Anmeldetalon Projekt «Portugal 2007»
Bulletin d’inscription Projet «Portugal 2007»
As inscrições deverão ser efectuadas, o mais tardar,
até ao próximo dia 15 de Novembro de 2006.
Pergunte, que
nós respondemos!
Posso receber também antecipadamente a reforma da AVS?
Férias durante o desemprego:
Posso viajar para fora do país?
No próximo ano, vou-me aposentar antecipadamente com 64 anos de idade. Já regularizei tudo com a minha instituição de previdência e passo a receber uma reforma
mensal da Caixa de Pensões a partir de Fevereiro de 2007, altura em que termina a relação laboral, e até atingir a idade regular
da reforma da AVS. Posso receber também
antecipadamente a reforma da AVS? E fico
também isento de pagar as cotizações da
AVS?
Estou desempregado e gostaria de fazer férias no estrangeiro. Como devo apresentar
mensalmente a prova da procura de emprego e também participar regularmente
nas reuniões de orientação profissional,
não sei se tenho direito a férias no estrangeiro.
Sim, o início da reforma da AVS pode ser antecipado. Mas, quem optar pela reforma de
velhice um ou dois anos antes de atingir a
idade regular da reforma, deve contar com
uma redução vitalícia da mesma. A redução
difere conforme o sexo e o ano do nascimento. No seu caso, em consequência do pagamento antecipado de um ano, a reforma
sofrerá uma redução vitalícia de 6,8 por cento. Deve-se comunicar à AVS o desejo de receber a reforma antecipada, três ou quatro
meses antes da data prevista. Informe-se junto da sua caixa da AVS e peça o respectivo impresso.
Quem opta pela reforma antecipada, deve no
entanto continuar a descontar para a AVS até
atingir a idade regular da reforma. Esta obrigatoriedade de cotização é anulada, quando
o cônjuge, graças a rendimentos provenientes da sua actividade laboral, paga no mínimo o dobro da cotização mínima. Actualmente o dobro da cotização mínima é 850
francos.
Sim, você tem direito a férias. Por cada bloco de 60 dias de desemprego controlado, os
segurados têm direito a cinco dias consecutivos sem controlo. O que corresponde a um
direito de quatro semanas de férias por ano.
Durante esses dias, você não precisa de procurar emprego, participar nas reuniões de
orientação profissional – e também não precisa de estar apto a ser colocado. Também se
pode acumular o direito a férias, para as gozar mais tarde de uma só vez. Quem tenha
por exemplo 120 dias controlados, pode tirar duas semanas de férias. O que não é possível, é o gozo antecipado de dias livres de
controlo. Os dias sem controlo, só podem ser
gozados semanalmente. O gozo de um só dia
de férias é proibido. Também não se pode
«economizar» o direito a férias, e pedir o pagamento das mesmas ao encontrar um emprego. Também são abonados dias de suspensão e espera. Alguém que, após a perda
de um emprego por culpa própria, for punido com um desconto de 50 diárias, tem no
entanto muito em breve direito a uma semana da férias. Você é obrigado a informar
a sua orientadora profissional com duas semanas de antecedência, sobre a sua intenção
de gozar férias.
Die Bauunternehmung meldet _________ (Anzahl eintragen) portugiesesche
Saisonarbeiter für den im Januar /Februar 2007 in Portugal stadttfindenden
Ausbildungskurs an.
L’entreprise de construction annoce _________ saisonniers portugais
(indiquer le nombre ) pour le cours de Javier/Février 2007 à Portugal.
Genaue Adresse/L’adresse exacte:
CONSULADO GERAL DE PORTUGAL EM GENEBRA
Passaporte electrónico português (PEP)
Datum/Date:
1. O Consulado-Geral de Portugal em Genebra apresenta os seus atenciosos
cumprimentos e tem a honra de levar ao conhecimento da comunidade portuguesa
residente nesta área consular que, a partir do próximo dia 28 de Agosto, deixa
de poder emitir o actual passaporte português em virtude da entrada em vigor do
novo modelo de Passaporte Electrónico (PEP).
Firmenstempel und Unterschrift
Timbre e singature:
Enviar para a: Schweizerischer Baumeisterverband, Abt. Arbeitgeberpolitik,
Postfach, 8035 Zürich
Comentários, para quê?
Os factos são evidentes. Nos últimos
dias um importante semanário económico divulgava a seguinte noticia:
Recorde! Todos os dias mais 13 novos milionários.Na Suíça existem
actualmente mais de 160.000 milionários. Um deles é o senhor Jürg
Maurer, administrador do Banco
Swissfirst.
Em 1995 declarou aos impostos uma fortuna de 274.mil francos, 10 anos depois, a fortuna declarada ultrapassa os 68 milhões de
francos: uma super vila no Cantão de Thurgau, no valor de 20 milhões, um apartamento de luxo em Arosa, uma casa agrícola
em Espanha, Jet privado, etc.
Para a operação de fusão dos Bancos Swissfirst e Bellevue, utilizou milhares de acções
de seis importantes caixas de pensão. Dias
depois de ser divulgada a fusão a acções sobem na Bolsa de forma galopante garantin-
do um lucro de cerca de 50 por cento. Estúpidos foram aqueles que venderam as acções
cedo de mais. A operação correu bem e, com
isso, mais uns milhões foram cair nas suas
contas bancárias.
Depois do escândalo, cujos episódios vão
sendo pouco a pouco conhecidos pela imprensa, temos muito seriamente de nos
questionar sobre esta importante questão; a
quem pertence os fundos das caixas de
pensões? Aos especialistas do «conto de vigário», ou aos trabalhadores e às empresas
que todos os meses «heroicamente» vão pagando os seus contributos?
Que fazem as administrações das caixas de
pensão com o nosso dinheiro – 660 mil
milhões de francos em cerca de 8 mil caixas
de pensão? Quem tem interesse em enfraquecer o sistema do 2° pilar?
4
2. O novo passaporte será apenas emitido na Imprensa Nacional – Casa da
Moeda, podendo os cidadãos nacionais formular os respectivos pedidos de passaporte
junto do Consulado Geral logo que se encontre instalado o equipamento necessário
para o efeito, devendo apresentar-se pessoalmente, munidos obrigatoriamente do
respectivo bilhete de identidade válido.
3. O Consulado Geral informa igualmente que os actuais modelos de passaporte
já na posse dos utentes e que se encontram válidos, continuam a poder ser usados pelo
seu titular após o dia 28 de Agosto e até caducarem.
4. Recorda-se igualmente que os cidadãos portugueses residentes na Suíça,
podem viajar no espaço da União Europeia com o bilhete de identidade válido, não
carecendo de passaporte.
Beilage zu den Gewerkschaftszeitungen work, area, Événement syndical | Herausgeber Verlagsesellschaft work AG, Zürich, Chefredaktion: Marie-José Kuhn; Événement
syndical SA, Lausanne, Chefredaktion: Serge Baehler; Edizioni Sociali SA, Lugano,
Chefredaktion: Françoise Gehring Amato | Redaktionskommission M. Akyol, M. Beja,
S. Di Concilio, H. Gashi, M. Komaromi, M. Martín | Sprachverantwortlicher Manuel Beja,
Dora Bueler | Koordination Mira Komaromi | Layout Simone Rolli, Unia | Druck
Solprint, Solothurn | Adresse Redaktion «Horizonte», Strassburgstr. 11, 8021 Zürich,
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Manuel Beja
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