aqui - Sistema Catarinense de Telemedicina e Telessaúde

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aqui - Sistema Catarinense de Telemedicina e Telessaúde
edição 23 | julho de 2013
Entrevista sobre o papel da
saúde contra os preconceitos
à diversidade sexual
Reportagem: a
medicalização do
comportamento humano
Saiba como funciona
um parto humanizado e
entenda suas características
páginas 4 e 5
páginas 10 e 11
páginas 6 a 9
destaques
O papel da Atenção Básica
na Rede Cegonha
G
arantia de acesso, acolhimento e resolubilidade.
Esses são os principais objetivos da Rede Cegonha, que se
caracteriza pela discussão da linha de cuidado materno infantil
nas questões de pré-natal, parto,
puerpério e puericultura. A Rede
Cegonha enquanto rede de atenção está em construção em Santa
Catarina desde 2012, quando três
regiões de saúde – Grande Florianópolis, Planalto Norte e Nordeste – tiveram seus planos de ação
regional implantados no estado.
As outras 13 regiões enviaram,
até o dia 30 de junho, seus planos, que foram encaminhados
para aprovação do Ministério da
Saúde (MS). Concluída essa etapa, Santa Catarina terá 100% de
adesão das regiões à Rede.
O financiamento do MS possibilita a inserção de alguns serviços, como os centros de partos
normais, que propõem a mudança na Rede do modelo de atenção ao parto e nascimento nos
hospitais. Esse modelo garante o
parto humanizado com direito à
acompanhante de livre escolha
no momento do nascimento do
filho e a ampliação de serviços, a
fim de que se tenha profissionais
qualificados para realizar o parto
vaginal. Nesses centros, os procedimentos serão feitos por enfermeiras obstetras e devem estar
integrados com um hospital de
referência, para atender as intercorrências, e com a Atenção Básica, para que cumpram o objetivo
de reduzir as taxas atuais de cesarianas, que excedem o preconizado pelas evidências científicas.
Outra implantação da Rede
Cegonha será a casa de gestante,
bebê e puérpera. Uma construção que ficará ao lado do hospital
de referência de alto risco, o qual
contará com
UTI neonatal
charge do mês
e UTI adulto, e
Leia mais sobre saúde mental na reportagem das
terá o acompapáginas 10 e 11
nhamento de
enfermeira e
técnico de enfermagem ao
recém-nascido
e à mãe de risco, que ainda
não
podem
ir para a casa.
É um serviço
intermediário
entre o lar e o
hospital, para
que as equipes consigam
atenção,
Disponível pelo link: http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-59/ dar
questoes-medico-farmacologicas/a-epidemia-de-doenca-mental
reduzir óbitos
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das mulheres resultantes das intercorrências de gestação e diminuir a mortalidade de crianças
menores de um ano. O papel da
Atenção Básica nesses casos é o
de fazer o pré-natal de qualidade
com identificação de algum risco gestacional para dar atenção
adequada à gestante e à criança
no crescimento e desenvolvimento.
O próximo desafio é cada município fazer o seu plano de ação
municipal baseado no plano regional. Logo vocês irão receber
mais informações sobre a segunda etapa, que é feita em um
sistema informatizado, em que
cada cidade vai ter que aderir,
com uma senha de acesso, ao
Sistema de Informação dos Planos de Ação das Redes Temáticas
(SISPART) e disponibilizar o plano
dentro desse sistema.
A partir dessa etapa, virão
novidades importantes para a
Atenção Básica. A primeira é com
relação a testes rápidos de HIV e
sífilis para a Rede Cegonha. Os
enfermeiros precisarão estar capacitados para fazer o aconselhamento e o teste, que será realizado na Unidade Básica de Saúde
com o objetivo de diagnosticar
em tempo oportuno. Além disso,
após a adesão dos municípios, as
Secretarias Municipais de Saúde
irão receber recurso para comprar testes rápidos de gravidez.
Também está sendo preparado um protocolo de urgência e
emergência obstétrica para que
se avaliem possíveis intercorrências na gestação a fim de fazer
um encaminhamento adequado
e rápido.
edição 23 julho 2013
cotidiano
Conselhos Locais de Saúde e a
importância da participação comunitária
Próximos da população, eles debatem demandas locais e dialogam com a esfera municipal
julho 2013 edição 23
mo âmbito), bem como articular e
negociar os interesses locais a nível
municipal”, explica Débora.
Formação
Para a criação de um CLS é necessário consultar se o Conselho
Municipal de Saúde (CMS) possui
alguma resolução sobre isso. Não é
possível usar o regimento do CMS
para formar o Local, pois existem
diferenças entre ambos. Assim, é
necessário uma resolução que especifique a estrutura organizacional do Conselho Local, o papel dos
seus integrantes, etc.
Em Florianópolis, por exemplo,
os conselhos locais são paritários:
50% usuários e 50% profissionais e
prestadores de serviços de saúde.
“O maior desafio é
a articulação entre
Conselhos Locais e
Municipais”
Débora, que participou da criação
do CLS do bairro Trindade, na Ilha,
acredita que a primeira ação é mobilizar a comunidade e os profissionais de saúde para que entendam a importância desse espaço.
“Na Trindade, foram quatro meses
de mobilização, em reunião de
pais e professores, em associações
de moradores, visitando famílias”.
Depois desse processo, foram
enviados convites para eleição aos
moradores da localidade e às instituições (governamentais ou não),
pois ambas tem espaço nos CLS. A
escolha dos conselheiros foi realizada respeitando as regras especificadas pelo município.
Fonte: IEE
Vivemos um momento único no
século XXI: inúmeros brasileiros, de
diferentes idades e classes sociais,
saem às ruas para gritar contra a
corrupção e por melhores serviços
de transporte, educação, saúde e
outros. As manifestações, que de
norte a sul do Brasil mobilizaram
mais de um milhão de pessoas,
mostram que os cidadãos estão se
organizando e reivindicando sua
participação nos rumos do país.
No Sistema Único de Saúde
(SUS), a participação popular através do controle social é um dos
princípios, e portanto, guia as atividades desenvolvidas na Atenção
Básica. Essa presença da sociedade
civil está prevista através dos conselhos de saúde (obrigatórios nos
âmbitos federal, estadual e municipal), criados pela Lei 8.142 de dezembro de 1990.
Na esfera municipal, também
há a possibilidade de formação de
Conselhos Locais de Saúde (CLS)
(vinculados por bairro ou por unidades de atendimento), que não
são obrigatórios, mas bastante
desejáveis. Diferentes dos Conselhos Municipais de Saúde, que são
deliberativos e formados principalmente por instituições (governamentais e não governamentais),
nos CLS os moradores acabam tendo uma participação mais aberta.
Para Débora Martini, especialista
em Gestão da Saúde Pública e assistente social do Núcleo de Apoio
à Saúde da Família, a importância
dos Conselhos Locais está nessa
proximidade com a comunidade.
“É possível pensar a realidade das
demandas de saúde da localidade
(que, em alguns casos, podem ser
planejadas e resolvidas nesse mes-
Dificuldades
Segundo Débora, uma das primeiras dificuldades para a implantação dos CLS é mobilizar, tanto os
usuários quanto os profissionais
de saúde, a destinarem um tempo
a mais para dedicação ao conselho,
articulando-os através do diálogo,
não da imposição. “Se for um processo de cima para baixo, que você
tem que criar o conselho para ficar
pronto em dois meses, raramente
ele vai funcionar efetivamente no
sentido da comunidade opinando,
dando contribuições”, reforça.
Outra tarefa é informar os conselheiros para que esses saibam
seu papel naquele espaço e entedam as possibilidades e limitações
do órgão, até onde ele pode ir e o
que faz parte de suas atribuições.
Já o terceiro e maior desafio,
para a assistente social, é a articulação com os Conselhos Municipais, que pode ocorrer através da
participação nas reuniões desse,
marcando audiências com o secretário de saúde do município, além
de outras estratégias. “A proposta
é que se tenha esse contato direto,
que eles consigam sempre estar
dialogando sobre as demandas.
Isso para que o Conselho Municipal conheça um pouco a realidade
do município e possa pensar em
formar políticas e propostas, para
auxiliar nesse sentido.”
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entrevista
Os desafios da assistência
à saúde da população LGBT
Murilo Moscheta, doutor em psicologia e professor da Universidade Estadual de Maringá
(UEM), debate a assistência a lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais na saúde
Como o discurso médico científico influenciou na construção
da identidade do público LGBT
(Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros)?
Murilo Moscheta - É uma construção histórica e o discurso médico
científico participa dela de modo
muito importante. A partir do final do século XIX, os cientistas se
prenderam na tarefa de produzir
um conhecimento, uma explicação, sobre os comportamentos sexuais. Até então eles estavam mais
ou menos regulados por regras
morais ou por um discurso religioso que prescrevia aquilo que deveria ser correto. Ao estudar para
dizer o que é uma “sexualidade
normal”, os cientistas constroem
categorias que desde o princípio
apresentam certa polarização entre uma sexualidade chamada de
homossexual e uma suposta sexualidade heterossexual.
A implicação disso é importante, pois significava que qualquer
sexualidade que não fosse procriativa e organizada segundo a
lógica da construção da família era
considerada desviante. No século
XIX se produzia um discurso sobre
o sexo entre pessoas do mesmo
gênero que patologizava essas
identidades. E não só os homossexuais, mas as pessoas que entretinham práticas sexuais não reprodutivas, como a masturbação
e outras possibilidades de expressão sexual. E a sexualidade também não estava relacionada ao
prazer, não tinha nada a ver com a
construção de um bem estar.
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Isso perdurou até a década de
50, 60, quando a gente começou a
produzir outro discurso, o de que
essas sexualidades não são patológicas, mas sim possibilidades
de expressão - e isso fundamenta toda a construção dos direitos
LGBT. Hoje temos, inclusive, uma
Política Nacional de Saúde Integral da população LGBT, que se
destina a combater os efeitos negativos do preconceito e da discriminação. É fundamental destacar
isso porque se há mais de cem
anos a intervenção em saúde se
destinava a corrigir essas pessoas,
hoje ela destina a corrigir modos
sociais de se relacionar com essas
pessoas que produzem seu sofrimento. É um reposicionamento
extremamente importante, que
coloca o profissional de saúde na
tarefa de trabalhar para construir
modos de relação, em um campo
inclusive social, que não perpetuem preconceitos.
Uma primeira implicação é se perguntar “de que modo eu trabalho
com essa pessoa para não reproduzir preconceitos?”. Isso tem a
ver diretamente com o jeito dele
intervir. E caso ele atenda um pai
ou uma mãe que conta com receio que o filho é gay ou lésbica,
ele também terá que fazer essa
consideração. E imaginemos ainda que o profissional coordene
um grupo de promoção de saúde na comunidade com idosos, e
no meio da conversa apareça um
tema onde o que está em questão é justamente o preconceito
em relação à população LGBT. Ele
precisa construir um tipo de intervenção que promova um modo
de se relacionar com essas categorias de identidade sexual que não
seja discriminatório. E ao fazer isso
ele está construindo saúde (e não
militância) contemplada dentro
do hall de atividades de qualquer
profissional de saúde.
Quais os principais desafios da
saúde dos LGBT no âmbito da
Saúde Pública no Brasil?
Murilo Moscheta - O primeiro
desafio eu diria que é superar os
efeitos negativos que vêm dessa
construção de um discurso médico científico que produziu a noção
de que as pessoas têm identidade
sexual iguais. Essa tendência de
olhar para elas e procurar qual é
De que maneira o profissional a sua etiqueta sexual. Esse é um
de saúde pode fazer isso?
jeito limitante e que produz efeiMurilo Moscheta - No momento tos negativos como, por exemplo,
que o profissional vai atender al- uma certa pressuposição de que
guém, imagine que essa pessoa todas as pessoas são heterossexuseja um paciente homossexual. ais. Imagine um paciente homem
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entrevista
que não disse nada sobre suas relações. O profissional conversa e
pergunta: “Então, você tem uma
esposa ou uma namorada?”. Ao
falar dessa maneira, ele está pressupondo que o paciente é um heterossexual e envia, sem querer,
a mensagem de que é assim que
ele deveria ser. E essa mensagem
vem, inclusive, de um lugar desigual que profissionais ocupam
em relação aos seus usuários,
estando investidos institucionalmente de poder, o que eles dizem
tem valor. Já o homem pode lidar
com isso com certa naturalidade
ou se sentir intimidado. E caso
se intimide, vai passar a regular
a imagem que ele quer produzir
para aquele profissional. O risco que se corre é de que grande
parte de uma história importante
para a compreensão das necessidades de saúde daquela pessoa
pode ficar de fora.
Quando se pressupõe, muito
pode ficar silenciado, inclusive
na organização dos espaços. Por
exemplo, se todos os cartazes da
unidade reproduzem o homem
com a mulher, a expectativa de
que o homem seja assim ou assado, que sinais a gente dá para essas pessoas de que elas também
são reconhecidas ali?
Que outras ações discriminatórias você percebe na prática da
Atenção Básica?
Murilo Moscheta - Por que profissionais de saúde não perguntam à
pessoa “se ela prefere se relacionar
com homens ou com mulheres”
antes de pressupor sobre a sua
identidade sexual? Muitos dizem
não perguntar por medo de ofender. Justamente porque na nossa
cultura, e é importante situar isso
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aqui no contexto brasileiro, temos
a noção de que uma sexualidade, principalmente a masculina,
é revestida de significados como
potência, segurança, força, então
quanto mais inquestionável ela
“A gente deve
intervir no sofrimento
decorrente de processos
estigmatizantes”
for, mais homem ou macho aquela pessoa deve ser também. Neste
caso, perguntar perturba pressuposições que devemos considerar como machistas, patriarcais e
que produzem sofrimento para
o homem, que se sente incomodado com a pergunta, e também
para os homossexuais. Então
também há uma intervenção de
saúde quando você desestabiliza
essas noções rígidas do que é ser
homem, do que é ser mulher, do
que é ser macho, do que é ser gay,
do que é ser hetero. E isso eu vejo
como uma tarefa da atenção básica, principalmente porque ela está
mais inserida na comunidade.
A Política Nacional de Saúde
Integral LGBT tem dois anos.
Como você analisa os resultados
até agora?
Murilo Moscheta - O que posso
dizer é que a partir dela, ou junto
com ela, eu vi algumas mudanças
importantes, como a implantação
do protocolo do processo transexualizador no SUS, em São Paulo.
Mas enquanto você tem algumas
ações que vão transformando
um pouco do cenário que a gente descrevia como inadequado
para essas pessoas, temos um
movimento oposto: a propos-
ta de revogar uma resolução do
Conselho Federal de Psicologia,
de 1999, que “impede” que profissionais psicólogos ofereçam
terapias cognitivas para homossexuais. Se você compara isso com
a Política Nacional, você tem um
choque, porque ela é clara ao dizer que a intervenção em saúde
deve ser no sentido de combater
os determinantes sociais das doenças e de que a intervenção dos
profissionais de saúde deve ser no
sentido de combater os efeitos da
discriminação e preconceito. Não
cabe nessa lógica você propor um
tratamento para homossexuais,
porque ao fazer isso, está recolocando aquele modo de vivência
sexual em uma categoria patológica - algo que não se faz desde o
final da década de 70, quando se
retira a categoria de homossexualidade dos manuais de diagnóstico e não se descreve esse tipo
de prática como doença. Se não é
doença, não tem porque tratar. O
que não significa que esse modo
de ser não produza sofrimento,
produz. Sofrimento que decorre
de processos estigmatizantes, e é
nisso que a gente deve intervir.
Qual a relevância na construção de uma identidade social
de fortalecimento do SUS que
tem uma política integrada para
atender essa população?
Murilo Moscheta - É fundamental porque é justo no contexto da
saúde pública que a gente vai ter a
possibilidade de fazer política. Até
então essa população é dita pelos
discursos da saúde. Na construção
dessa Política, em termos de necessidade de saúde, ela não está sendo
dita, ela é dita pelos seus maiores
interessados.
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Uma alternativa respeitosa
e singular para a gestante dar à luz
Camila escolheu
ter um parto
humanizado. Esse
era um sonho antigo,
que a fez viajar de
Boipeba, na Bahia,
até Florianópolis.
Na madrugada do
dia 13, seu sonho se
realizou: Izu estava
em seus braços
Os pais aproveitam o momento em que o bebê nasceu, pesando 3,4quilos e medindo 50 centímetros
“Humanizar é acreditar na fisiologia da gestação e do parto.
É respeitar esta fisiologia, e apenas acompanhá-la.
É perceber, refletir e respeitar os diversos aspectos culturais,
individuais, psíquicos e emocionais da mulher e de sua família.
Humanizar é devolver o protagonismo do parto à mulher.
É garantir-lhe o direito de conhecimento e escolha.”
texto disponível no
site Despertar do Parto
(http://migre.me/fhvTb)
O parto de Camila foi
acompanhado por três
enfermeiras da Equipe
Hanami: O florescer da
vida - Parto Domiciliar
Planejado. Todas são
enfermeiras obstetras
e neonatais. Somente
mulheres com gestação
de baixo risco podem
ter parto humanizado,
e o bebê só pode nascer em casa a partir
da 37ª semana de
gestação.
Enfermeira verificando os batimentos do bebê
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Camila esteve acompanhada em todos os momentos
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Muitos fatores caracterizam um parto chamado humanizado. No caso de
Camila, a primeira característica foi a
questão de ela ter optado pelo local do
nascimento. O parto não necessariamente é humanizado porque é no domicílio,
ele pode ser em muitos lugares, como no
hospital, por exemplo.Tudo depende do
respeito à vontade da gestante.
Camila também teve as consultas de preparação, importantes para instruir sobre
o momento do nascimento, na própria
casa (envolvendo seu companheiro e
pessoas especiais).
Mas foi principalmente na hora do parto
que a humanização esteve mais presente. Por exemplo, prestar uma assistência de enfermagem de acordo com as
necessidades dela, acreditando no que
ela pensava, nas suas crenças e valores,
no que ela gostaria que fosse feito. Além
de não ter intervenções que não fossem
necessárias, não fazer exames de toque
muito frequentemente, não romper a
bolsa sem que houvesse necessidade
e não usar medicação para acelerar o
trabalho de parto.
Camila escolheu o cenário do parto: na sala, com música ambiente, velas e o calor da lareira.
A piscina foi o local do nascimento de Izu, que veio ao mundo 1h30min da madrugada
“Cada parto é único, eu acho que isso é o mais
importante para um profissional que atende
uma mulher que está ganhando um bebê. São
seres únicos e experiências únicas que a gente
vai passar com aquela família”
Joyce Green Koettker,
enfermeira do Hanami
Também é importante deixar a
gestante na posição que ela optar
durante o trabalho de parto e na
hora do nascimento do bebê.
Camila ficou na posição que se sentia melhor durante o parto
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O apoio e as palavras de incentivo foram fundamentais para ela
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As enfermeiras
mantinham a água
da piscina sempre
quente, assim como
a temperatura do
ambiente
O apoio à gestante é integral e começa muito
antes do trabalho de parto. Após conhecer a Equipe
Hanami, Camila teve sua primeira consulta com
as enfermeiras com trinta semanas de gestação
e as consultas seguintes com 33 e 36 semanas.
Importante ressaltar que é fundamental a gestante continuar realizando o pré-natal, tendo assim,
dois acompanhamentos simultâneos. Depois da
36ª, foram realizadas uma visita por semana, até o
dia do nascimento de Izu. Neste dia, Camila ligou
para uma das enfermeiras da equipe, que foi até
sua casa para confirmar e avaliar o começo do
trabalho de parto, orientando e tranquilizando a
futura mamãe. No momento em que as contrações
evoluíram, as outras enfermeiras foram chamadas
(são geramente três por parto) para acompanhar e
dar segurança à gestante.
Camila optou por ter o bebê na piscina, mas
mudou de posição de acordo com sua vontade,
também ficando sentada e de cócoras
Nos últimos instantes antes do nascimento, a posição do bebê era acompanhada através de um espelho no chão da piscina
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“Eu senti que existia uma
atmosfera de muito amor ”
Márcio Vieira de Souza, pai
“O parto foi como eu sonhei”
Camila Lizie de Freitas, mãe
Depois do parto, é favorecido o contato pele a pele
precoce entre a mãe e o bebê, por um tempo mínimo
necessário. O único procedimento mais invasivo que a
equipe de enfermeiras faz é a administração de vitamina
K (recomendação da OMS e do Ministério da Saúde), que
é feita com o bebê no colo da mãe, para que seja menos
traumático para a criança. Só depois do primeiro contato
e da amamentação, as enfermeiras fazem os exames
físico e neurológico completo do recém-nascido (iguais
aos realizados em hospital pelos profissionais de saúde),
com a mãe acompanhando todas essas etapas.
Normalmente as enfermeiras ficam, em média, de três
a quatro horas na casa da família após o parto. Durante
esse tempo, há um outro controle voltado à mulher: auxiliando a saída da placenta (dequitação), acompanhando o sangramento, sua pressão arterial, frequência cardíaca, altura e consistência do útero. Há uma avaliação se
todos os padrões de pós-parto imediato estão normais
e, se necessário, a assistência com algum procedimento
ou medicação. Também existe todo um cuidado com a
região genital, verificando se há a presença de lacerações que necessitem de sutura.
As enfermeiras só deixam a casa quando mamãe e
bebê estão bem. E continuam o acompanhamento no
pós-parto, através de consultas até o 10º dia de nascimento, respeitando a individualidade de cada família.
Logo após o nascimento, Izu se aconchegou no colo da mamãe
Agradecemos muito à família de Camila
e à Equipe Hanami pela oportunidade de
acompanhar este momento tão especial. Aos
interesados em conhecer mais sobre parto
humanizado, há um encontro aberto chamado “Compartilhando a maternidade”. Ele
é realizado pela Equipe Hanami toda terceira
quinta-feira de cada mês, em Florianópolis, e
consiste em famílias contando suas experiências. Mais informações no site:
http://www.equipehanami.com.br
Enfermeiras, amigas e família após o parto
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Primeira foto em família: Izu Francisco Gentil de Souza , e os pais Camila e Márcio
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reportagem
Eu, doente mental?
Os critérios de diagnóstico e classificação de transtornos mentais se tornam cada vez mais
abrangentes e podem impulsionar um sério risco: tornar a normalidade em anormalidade
J
á conheceu um adolescente que usa tanto a internet
a ponto de prejudicar seriamente e frequentemente
mais de uma área da vida? Se sim,
saiba que, de acordo com a 5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
(DSM), esse jovem pode ter uma
doença mental: remédio para ele.
Aquela vontade irresistível e frequente de comer excessivamente
também pode caracterizar uma
doença, não se engane. E se as
mulheres achavam que as alterações hormonais mensais justificavam mudanças de humor bruscas, constantes e que prejudicam
diversas áreas de suas vidas, saibam que se trata de uma doença
e merece ser medicada.
Essas são algumas das mudanças trazidas pelo DSM - 5, referência para a psiquiatria, lançado
no final de maio deste ano pela
Associação Americana de Psiquia-
Disponível pelo link: http://migre.me/fhrmQ
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tria (APA). O documento apresenta mais de 300 patologias, três a
mais que o anterior - de 1994 - distribuídas por 947 páginas.
“Hoje há um crescimento no
consumo de medicamentos,
autorizado por um sistema de
classificação que permite que
muita gente entre nele”, explica Fernanda Lazzari, médica de
“Às vezes o
medicamento vai
ser necessário, mas
a questão é, para
todos?”
família e comunidade que pesquisou o discurso de psiquiatras
de Florianópolis sobre tristeza e
depressão. Ela relata que as duas
doenças citadas são algumas
mais comumente identificadas
na Atenção Básica (AB). “O exemplo da depressão é o que a gente
mais vê, porque os pacientes chegam, ‘doutora, eu tenho depressão’, se autorotulando, incentivados pela mídia, pela rede social, às
vezes até pelo vizinho”, descreve
Fernanda.
Mas nem sempre foi assim.
Marco Aurelio da Ros, médico
sanitarista, conta que na década
de 70 era comum uma doença
de causa emocional, a crise conversiva. Esse quadro, chamado
equivocadamente na época de
histeria, era muito parecido com a
crise convulsiva, que tinha origem
neurológica. A pessoa acometida
pela crise conversiva se debatia
no chão em sofrimento e os médicos tinham a tarefa de identifi-
car qual das duas crises se tratava.
Uma conversa com o paciente, o
acolhimento daquele sujeito, geralmente resolvia o problema, o
que era uma atitude solidária característica dos anos 70. “Em troca, hoje temos um aumento dos
casos de depressão, decorrente
do individualismo, da falta de
solidariedade”. Segundo Marco,
a crise conversiva não desapareceu completamente, mas é muito
rara, sendo identificada com mais
frequência no interior do país.
Era da depressão?
Fernanda Martins tem 27 anos,
é jornalista e em três ocasiões já
fez tratamento com antidepressivos. O primeiro foi quando tinha
17 anos. Era época de vestibular e
o medicamento foi indicado para
controlar a ansiedade excessiva,
que atrapalhava os estudos. Em
2009, já na faculdade, Fernanda
tinha a perspectiva de viajar no
semestre seguinte, então se dedicava também a três estágios
e ao estudo de duas línguas estrangeiras. À noite não conseguia
dormir, acordava chorando, com
o coração disparado e um pouco de falta de ar. Diante disso, a
médica psiquiatra recomendou
novamente um tratamento de
um ano com outro antidepressivo, aliado a um ansiolítico, apenas
para momentos de crise. Fernanda relata que os medicamentos
até ajudavam na ansiedade, mas
ela começou a ter outros sintomas e engordou muito. O terceiro
tratamento realizado com antidepressivos terminou há poucos
meses. Nessa última crise, a jornaedição 23 julho 2013
reportagem
lista aliou o uso de medicamentos
à terapia, que frequentou durante
oito meses. “Aprendi a lidar com
muita coisa que antes eu não sabia, e isso gerava ansiedade”.
Seria o século XXI a “Era da Depressão”? Segundo projeção da
Organização Mundial de Saúde
(OMS), até 2020 a depressão se
tornará a segunda principal doença em escala mundial, atrás apenas de doenças cardíacas, e já é a
principal causa isolada de incapacidade de pessoas na meia-idade
e mulheres de todas as idades. Tal
previsão não pode ser analisada
sem notar que as estatísticas aumentam de acordo com mudanças dos critérios de diagnóstico.
Um marco dessa mudança de
critérios se deu com o lançamento
do DSM III, em 1980, que passou
a classificar as pessoas de acordo
com uma série de sintomas que
elas possam apresentar. “O foco
passa dos sujeitos singulares, inseridos em um contexto de vida,
para ‘portadores de transtornos
universais’”, pontua a médica Fernanda Lazzari. Para a depressão,
por exemplo, com essa nova forma de ver o sofrimento, basta que
o paciente se adeque a cinco de
nove critérios para estar doente.
Nessa mesma época foram criados os medicamentos modernos,
como os antidepressivos, e foi
constituída a indústria farmacêutica. Também é do mesmo período
a teoria de que a depressão seria
uma falta de serotonina - neurotransmissor que atua no cérebro
regulando o humor, sono, apetite,
ritmo cardíaco, funções intelectuais, e outras - no organismo. “Não
há o que comprove a depressão
como déficit de serotonina, e não
há como comprovar cientificamente que a depressão é meramente um evento biológico. Essa
julho 2013
edição 23
Disponível pelo link: http://www.designup.pro.br/pro/fabiomoino
hipótese surgiu porque começou
a se usar medicações que inibem
a recaptação da serotonina e se
observaram algumas melhoras,
mas vários estudos contestam essas hipóteses, que são muito frágeis por serem criadas a partir do
remédio”, argumenta a médica.
Para Fernanda, muitas vezes
os sintomas caracterizados como
depressão estão relacionados a
situações de vida, e se acaba deixando de abordar aspectos importantes, como a situação familiar e social, perdas significativas,
que muitas vezes são importantes para o crescimento pessoal.
“É claro que às vezes o medicamento vai ser necessário, mas a
questão é, para todos?”. A AB é
importante nesse contexto por
ter possibilidade de filtrar, analisar
e individualizar cada caso: o que
se pode acordar com a pessoa
naquele momento, do que ela
precisa. “Acho que essa é a abordagem da AB, de não ver a tristeza
e a depressão unicamente como
um evento biológico, mas como
um acontecimento da vida e ver o
que pode estar relacionado a ele”,
completa Fernanda.
Alternativas ao antidepressivo
Se o problema está em transformar tudo em necessidade de
medicamento, quais seriam então as alternativas ao uso dos antidepressivos?
A reportagem da revista Piauí,
A epidemia de doença mental, de
2007, aponta que “tanto a psicoterapia como os exercícios físicos
têm se mostrado tão eficazes
quanto os medicamentos para
a depressão, e seus efeitos são
mais duradouros”.
A partir de sua experiência na
Atenção Básica, a médica Fernanda Lazzari aponta outras alternativas ao medicamento. “Psicoterapia, atividade física, medicina
alternativa com várias opções,
como acupuntura, são soluções.
Mas eu vejo que as decisões autônomas, do próprio indivíduo
de buscar se cuidar, se olhar, são
as mais interessantes. Esse é o
grande papel da AB, não só dar
o remédio e sim olhar pra tudo o
que envolve o processo de adoecimento e de saúde de cada pessoa”, afirma Fernanda.
telessaúde informa
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teleconsultoria de processo de trabalho
Gincana de Integração e
Motivação das ESFs de Itapoá
O
município de Itapoá tem
uma área de 254 km² e
população de 14.757
habitantes. Porém, por ser uma
cidade litorânea, possui uma
população flutuante o ano inteiro, aumentando na época
de veraneio, em que se chega a
uma estimativa de 150.000 habitantes (IBGE/CENSO 2010).
Itapóa conta com cinco equipes da Estratégia Saúde da Família, com uma cobertura de
100% da população, um NASF 2
SC, um pronto atendimento 24
horas e uma Unidade de Reabilitação.
Tendo em vista que as equipes de atenção básica são compostas por profissionais de diferentes áreas, percebeu-se a
necessidade de desenvolver
um projeto para melhorar o envolvimento e a participação deles, promover o acolhimento de
todos e trabalhar os conflitos
dentro das equipes de forma
lúdica e participativa.
A integração entre as equipes
de atenção básica é de extrema
relevância para que as ações
organizadas possam apresentar
bons resultados. Ou seja, melhorar a qualidade dos serviços
prestados pela equipe. Deste
modo, pensou-se em organizar
uma gincana para promover a
harmonia e a consciência competitiva grupal, independente
das diferentes funções ou áreas
de atuação.
A gincana está sendo realizada pelo NASF, teve início em
março e será finalizada em novembro de 2013. Os encontros
são bimestrais e as provas em
longo prazo, que buscam valorizar as características individuais e coletivas das equipes de
saúde da família de Itapoá.
Além de promover um espaço para descontração, a gincana proporciona o alívio do estresse do profissional da saúde,
contribuindo assim de maneira
positiva para a saúde e bem estar do trabalhador.
A Gincana de Integração das
A Gincana de Integração está sendo realizada em Itapoá e tem o apoio da teleconsultoria
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telessaúde informa
ESFs de Itapoá teve seu primeiro encontro na tarde do dia 12
de abril de 2013 e reuniu todas
as Equipes de Saúde da Família
do município. Neste primeiro
encontro, buscou-se a união
dentro das equipes com provas que exigiram criatividade,
espírito de equipe, cooperação
entre os integrantes e superação de limites. Foram diversas
provas, entre elas: 1. Apresentação da camiseta e do mascote,
onde contava a criatividade de
todos na elaboração dos itens;
2. Corrida do CAOS: todos correndo juntos (amarrados) cumprindo diversas tarefas. A união,
coordenação e hegemonia foi
fundamental; 3. Lançamento de
Chinelo: arremessando com os
pés e tendo que acertar o chinelo dentro de uma bacia que
era equilibrada na cabeça por
outro integrante da equipe; 4.
Balão d’Agua: dois integrantes
de cada equipe arremessavam
um balão cheio de água e a
cada arremesso a distancia aumentava, sendo eliminados os
que deixavam o balão estourar.
Os vencedores chegaram a uma
distância de 8 metros.
As provas deste dia promoveram o companheirismo, a colaboração e a união, e reforçaram
valores, tais como o respeito e a
solidariedade.
Este primeiro encontro foi um
sucesso e deixou um gostinho
de quero mais. A energia positiva da gincana pode ser observada na expressão de alegria e
descontração dos participantes
nas fotos do evento, disponíveis
no blog: http://www.momentosaudeitapoa.blogspot.com.br.
edição 23 julho 2013
teleconsultoria clínica
A experiência no uso do
serviço de teleconsultoria clínica
O
médico Fabio Fernandes
da Rosa atua na cidade
de Joinville e utiliza os
serviços do Telessaúde desde
2010. Em 2012, ele participou do
projeto piloto da teleconsultoria
clínica. Confira a entrevista com
o profissional sobre a ferramenta, iniciada em abril deste ano.
Qual o formato de Teleconsultoria, síncrono ou assíncrono,
você utiliza mais?
Fabio da Rosa - Eu utilizo mais o
formato assíncrono. Os médicos
de saúde da família não se encontram muito. Por exemplo, no
hospital todo mundo está junto,
se vê no corredor, troca ideias.
Como não trabalho no hospital,
é difícil ter contatos. É legal ter
esses serviços porque você se
sente menos sozinho. Onde eu
trabalho tem só uma Equipe de
Saúde da Família e cada um tem
suas dúvidas de acordo com a
sua competência. Por isso me
interesso pela teleconsultoria. É
um canal de contato.
que não consegui resolver. Às vezes não se trata de um caso clínico, mas sim uma dúvida a partir
de uma leitura. Em um caso, há
um tempo, a paciente me pediu
um medicamento por causa da
amamentação, só que naquele
momento eu não tinha a resposta. Depois fui atrás no tratado de
saúde de família e comunidade,
mas não tinha, por exemplo, as
dosagens, os problemas que poderiam acarretar. Aí tive vontade
de solicitar o serviço. Essa comunicação é mais um canal. A internet tem essa facilidade, mas às
vezes temos que filtrar as informações e perdemos horas para
achar algo legal. Então, é bom
você ter acesso a alguém que trabalhou na saúde da família, que
está ali para isso.
De que forma o serviço foi positivo no seu processo de trabalho e condutas clínicas?
Fabio da Rosa - Em algumas situações evitou encaminhamentos,
em outras deu mais segurança
ou resposta para uma conduta
Em que casos você utiliza o ser- específica. Se pudesse fazer uma
viço na forma assíncrona?
análise do que a teleconsultoria
Fabio da Rosa - Uso para coisas me deu, foram toques e dicas,
cuidados com a família. Se eu
fosse olhar agora, produziu algum efeito em longo prazo.
A oferta das teleconsultorias como apoio institucional e serviço de educação permanente
- cumpre o papel de fortalecer
e capacitar os profissionais e a
Atenção Básica?
Fabio da Rosa - Cumpre sim. Óbvio que é uma questão individual. As pessoas que se interessam
por esse meio podem ser ajudadas. É um canal que possibilita
uma troca, que se bem utilizado
propicia um engrandecimento
do conhecimento, de aprimoramento. No meu caso acrescenta.
Você indicaria ou já indicou o
uso da ferramenta aos colegas?
Fabio da Rosa - Eu indico, já indiquei. Até na unidade fui eu
que incentivei os enfermeiros,
as dentistas. Até as webconferências, quando vejo que tem
um assunto interessante, incentivo eles a participarem. Gosto
do que faço, gosto de saúde da
família e tenho prazer com esse
trabalho. Então tenho uma dedicação para o meu prazer.
A teleconsultoria clínica é uma ferramenta que procura colaborar na prática das Equipes de Saúde da
Família a fim de aumentar a sua resolutividade. Quando há dúvida ou necessidade de discussão de al­
gum caso é possível acessar o serviço de forma assíncrona ou síncrona, ou seja, fazendo uma pergunta
e aguardando a resposta em um prazo de até 72 horas úteis ou agendando um horário para conversar
com um dos profissionais. As duas formas tem objetivos distintos, sendo que a forma síncrona, onde
ambos profissionais podem conversar, está destinada a casos mais complexos onde a pergunta por
escrito pode ser insuficiente, sendo menos frequente.
Ao iniciarem o uso lembrem que as perguntas claras e objetivas contribuem para uma resposta mais
direta e satisfatória, sendo que a avaliação da resposta recebida é parte fundamental do processo, contribuindo para a melhoria contínua do serviço. Convidamos a todos a participar!
Giovana Bacilieri Soares, médica de família e comunidade e teleconsultora do Telessaúde
julho 2013
edição 23
telessaúde informa
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Eventos
julho/2013
O 4º Seminário Internacional de Atenção Primária à Saúde começa no fim deste mês e
irá discutir o ensino, a pesquisa, a extensão,
a formação de recursos humanos, a capacitação docente e as relações internacionais nas
áreas de Atenção Primária à Saúde, Saúde da
Família e Medicina de Família e Comunidade.
Para quem tem interesse em trabalhar com o
assunto, as inscrições on-line podem ser feitas
até o dia 24 de julho e as taxas variam de acordo com as categorias.
Quando: 31/07 a 02/08 de 2013
Onde: Hospital de Clínicas de Porto Alegre/RS
Mais informações: http://www.fundacaomedicars.com.br
Filmes
Sonhos Tropicais (2001)
Como Estrelas na Terra (2007)
O filme brasileiro retrata a ascensão de Oswaldo
Cruz na medicina local. Mostra também a
pesquisa do sanitarista pela cura de doenças,
como a peste bubônica e a febre amarela. Na
tentativa de extinguir a rubéola, ele propõe que
maiores de seis meses sejam obrigados a se
vacinarem e desencadeia a Revolta da Vacina.
A obra destaca o cenário carioca do início do
século XX, principalmente na questão das várias
doenças que afligiam a população da cidade.
Ishaanm não possui muitos amigos e tem
dificuldades na escola. Sem apresentar avanços
nos estudos, o pai coloca o filho em um colégio
interno para que o garoto seja disciplinado e
obtenha êxitos. Após se sentir cada vez mais triste
e solitário, Ishaan conhece o professor Nikumbh,
que descobre que o menino tem dislexia. O filme
indiano mostra o esforço de todos em ajudar o
garoto a compreender o mundo da leitura e da
escrita.
Livros
O Livro da Parteira Tradicional, publicado pelo Ministério da Saúde, reconhece o
trabalho das parteiras tradicionais e aborda orientações sobre o desenvolvimento
e acompanhamento da gravidez, exames que a parteira pode e deve fazer, além de
posições do parto. Apresenta ainda a experiência de um parto em casa e o acompanhamento do pós-parto e do bebê. O livro é didático, com ilustrações e linguagem
simples e pode ser bem aproveitado pelas equipes de saúde para a assistência ao
parto e nascimento saudáveis.
A publicação está disponível no link: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
livro_parteira_tradicional.pdf
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telessaúde informa
edição
edição 20
23 abril
julho2013
2013
agenda
Programação de webs de Julho
03/07
Manejo de álcool e outras drogas na AB Parte II – Dependência e Abstinência - 15h
Palestrante: Andrea Cunha de Mendonça /
Psiquiatra
Resumo: Aborda o tema do uso de Álcool e outras
drogas e a atuação da Equipe de Saúde da Família
na detecção precoce de padrões do uso, bem como
as possibilidades de intervenção na abstinência e
motivação para tratamento na Atenção Básica.
17/07
AMAQ – Equipes de Atenção Básica - 15h
Palestrante: Gisele Damian Antonio / Farmacêutica
Resumo: Esta webconferência irá abordar conceitos
e a importância da estratégia de autoavaliação na
melhoria da qualidade do acesso e qualidade da
Atenção Básica.
31/07
Manejo da Dor Crônica - 15h
Palestrante: Renato Figueiredo / Médico de Família
e Comunidade
04/07 - médicos
10/07
Grupo de Tratamento de Tabagistas: Relato
da Experiência de uma Equipe de Saúde da
Família de Florianópolis - 15h
Palestrantes: Renato Figueiredo / Médico de
Família e Comunidade / Mateus da Silva Kretzer /
Enfermeiro
Resumo: Conta a experiência na realização do Grupo,
utilizando o protocolo do MS e associando o uso de
Auriculoterapia, Automassagem e Acupuntura.
24/07
Indicadores de segurança alimentar
nutricional aplicados na APS - 15h
e
Palestrante:
Nutricionista
/
18/07 - dentistas
AMAQ – Equipes Saúde Bucal - 16h
Palestrante: Manoela de Leon Nóbrega Reses /
Dentista
Maria
Viçosa
Machado
Importante - PMAQ
O Ministério da Saúde divulgou no dia 20 de junho a
Portaria Nº 1.234, que define o valor mensal integral
do incentivo financeiro do PMAQ-CEO, denominado
Componente de Qualidade da Atenção Especializada
em Saúde Bucal.
Leia a Portaria completa no link:
http://migre.me/fhwIF
WORKSHOP
Problemas de ombro - 16h
Palestrante: Alexandre Borges Fortes / Médico de
Família e Comunidade
Neila
11/07 - enfermeiros e
técnicos de enfermagem
Curativos - 16h
Palestrante: Sandra Joseane F. Garcia / Enfermeira
27/06 - médicos
Doenças respiratórias crônicas – abordagem e
tratamento na APS - 16h
Palestrante: Paula Nascimento / Médica
Expediente: Jornalista Responsável: Marina Veshagem Texto, redação, diagramação e edição: Marina Veshagem,
Thaine Teixeira e Camila Peixer Design e iIustração: Vanessa de Luca Orientação: Luise Lüdke, Luana Gabriele Nilson
e Thaís Titon de Souza Reportagem fotográfica: Thaine Teixeira Revisão: Camila Peixer
julho 2013 edição 23
telessaúde informa
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