Catálogo IX Panorama Internacional Coisa de Cinema

Transcrição

Catálogo IX Panorama Internacional Coisa de Cinema
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
ÍNDICE
04
12
16
22
26
30
34
38
42
44
48
Competitiva Nacional
Competitiva Baiana
Competitiva Internacional de Curtas
Homenagem a Carlos Reichenbach
Homenagem a Roberto Pires
Mostra Bruno Dumont
Mostra Hitchcock
Panorama Brasil
Panorama Internacional
Panorama Alemão
Panorama Mexicano
52 Panorama IndieLisboa
56 Panorama Italiano
58 Sessão Animage
62 Sessão Cinema do Desbunde
64 Sessão Cineclube Mario Gusmão
66 Comissão de Seleção
67Oficineiros
68 Consultores do Laboratório de Roteiros
69Colóquio
70Equipe
70Contatos
No ano em que fomos às ruas…
…insatisfeitos com a democracia ilusória, o Panorama relembra seus compromissos com a
produção independente, exibições de boa qualidade em cinemas de rua localizados em Centros Históricos. Compromisso com o cinema, a cidade e nossa história.
O Panorama acontece simultaneamente em Salvador e Cachoeira. Nosso reconhecimento à Universidade Federal do Recôncavo e ao Cineclube Mário Gusmão, que acolhem o festival, pela segunda vez, na histórica Cachoeira.
Ao longo de oito dias, o Panorama exibe uma produção praticamente inédita no estado.
Nas Competitivas Nacional e Baiana, filmes potentes e com personalidade! Pela primeira vez
realizaremos competição internacional de curtas-metragens. Filmes de vários países, com
distintas abordagens e temas, que traçam um vigoroso painel da produção mundial.
Este ano, firmamos parceria com dois festivais que admiramos: Indielisboa (Portugal) e
ficunam (México). Ambos vão anunciar, ao final do festival, dois filmes brasileiros selecionados para suas próximas edições.
Sempre tratamos, no Panorama, do cinema do presente, mas sem deixar de olhar com carinho para o que já foi realizado. Em 2013, faremos breve retrospectiva de três cineastas de
vital importância: Roberto Pires, Carlos Reichenbach e Alfred Hitchcock. Projeções de cópias
restauradas à altura do cuidado com que esses cineastas confeccionaram seus filmes.
Desenvolvemos parcerias com diversas universidades e escolas públicas estaduais e municipais, pois sabemos que o mais grave dos entraves em nosso país está na educação, ou na falta
dela. Os estudantes terão acesso gratuito às sessões. Gratuitas também serão nossas oficinas:
de Crítica Cinematográfica, Direção e o Laboratório de Roteiros, proposta pioneira no estado e
que consideramos muito importante para o desenvolvimento do cinema na Bahia.
O Panorama foi contemplado em edital estadual para projetos calendarizados, que garante três edições seguidas do festival. Pela primeira vez, começamos uma edição com a certeza de que a próxima acontecerá, algo revolucionário para projetos culturais.
Mas, infelizmente, o governo cortou as verbas da cultura, que já são pequenas, deixando
centenas de artistas e produtores em situação delicada. Ações culturais do próprio estado
foram canceladas, projetos contemplados pelo Fundo de Cultura não receberam recursos e
não existe, ainda, perspectiva para o caso. O mesmo governo que criou a Secretaria de Cultura, a coloca em situação de extrema fragilidade.
Precisamos, urgentemente, que o governo tenha uma política cultural e planejamento rigorosos. E respeito aos compromissos firmados.
Bom Panorama a todos!
Cláudio Marques e Marília Hughes
OS ESTUDANTES TERÃO ACESSO GRATUITO ÀS SESSÕES.
GRATUITAS TAMBÉM SERÃO NOSSAS OFICINAS: DE CRÍTICA
CINEMATOGRÁFICA, DIREÇÃO E O LABORATÓRIO DE ROTEIROS
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IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
Competitiva
Nacional
CURTAS
A que deve a honra da ilustre visita este simples marquês?
Au revoir
Colostro
Contos da maré
Deixem diana em paz
Em trânsito
Fernando que ganhou um pássaro do mar
Jessy
Lição de esqui
Memória da memória
Não estamos sonhando
Pouco mais de um mês
Sanã
Todos esses dias em que sou estrangeiro
Tremor
Verona
LONGAS
Avanti Popolo
Educação sentimental
Exilados do vulcão
Morro dos Prazeres
O homem das multidões
O lobo atrás da porta
Pinta
Tatuagem
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IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
COMPETITIVA
NACIONAL
JÚRI
Eva Sangiorgi
Marcelo Lordello
Nuno Sena
Estudou Ciências da
Comunicação na Universidade
de Bolonha. Desde 2003
produz projetos com artistas
contemporâneos na Cidade
do México. Atuou como
programadora em vários
festivais, entre eles o Festival
de Cine Iberoamericano em
Bolonia, Itália; ficco, do qual
é membro fundadora; Festival
do México e Cine Planeta;
Festival Internacional de
Cine em Baja. Em 2011 fundou
o Festival Internacional de
Cine unam, focado em cinema
de arte e vanguardas das
produções contemporâneas.
O Ficunam já teve entre seus
convidados Apichatpong
Weetrasethakul, Artavazd
Peleshian, Darezhan
Omirbayev, Chantal Akerman,
Jonathan Rosenbaum;
e publicou a primeira
monografia sobre
Masao Adachi e a teoria de
montagem de Peleshian.
Diretor, Diretor de Fotografia
e Montador, integrante da
produtora pernambucana
Trincheira Filmes. Nascido
em Brasília em 1981, graduouse em Comunicação pela
Universidade Federal de
Pernambuco. Em 2007, iniciou
sua carreira de diretor com
o curta-metragem Garotas
de Ponto de Venda, seguido
de Fiz zum zum e pronto
(2008) e No27 (2008). Este
último e seus dois longas
Vigias (Documentário, 2010)
e Eles Voltam (Ficção, 2012)
estrearam no Festival de
Brasília e circularam por
outros importantes festivais
nacionais e internacionais.
Fundador, diretor e
programador do IndieLisboa
desde a criação do festival.
Licenciou-se em Ciências
da Comunicação, com
especialização em
Cinema/Audiovisuais na
Universidade Nova de
Lisboa. Foi assessor de
direção do Instituto do
Cinema e Audiovisual de
Portugal e responsável
pelo departamento de
programação da Cinemateca
Portuguesa-Museu do
Cinema. Atuou como
programador do
doclisboa. Ensina História
e Estética do Cinema e
Cinema Documental no
Curso de Cinema e Vídeo
Documental no Instituto
Politécnico de Tomar.
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IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
COMPETITIVA
NACIONAL
CURTAS
A que deve a honra
da ilustre visita este
simples marquês?
rafael urban e
terence keller, pr, 25’,
cor, digital, 2013
Max Conradt Jr. guarda a
memória de um mundo
em sua casa e recebe cada
visitante com a mesma
indagação: “A que deve a
honra de tão ilustre visita
este simples marquês?”.
contato: tu i tam filmes
[email protected]
41∙9146∙1365
Au revoir
milena times, pe,
20’, cor, digital, 2013
Um corredor estreito
separa e une a vida
de duas vizinhas.
contato: milena times
[email protected]
81∙9782∙6787
Colostro
cainan baladez e
fernanda chicolet, sp,
15’, cor, digital, 2013
Colostro é a primeira secreção
da mama após o parto.
Rita adota uma bebê e tenta
produzir esse leite em
seus seios. Mas o líquido
que sai é vermelho.
contato: arte in vitro filmes
[email protected]
11∙3853∙0434
Contos da maré
douglas soares, rj,
18’, cor, digital, 2013
Lendas urbanas, memórias
de uma família e do local
onde moram. Uma história
de lobos, cobras e porcos para
uma complexa Maré.
contato: 3 moinhos produções
[email protected]
21∙2549∙2704
Deixem Diana em paz
julio cavani, pe, 10’,
p&b, digital, 2013
No auge de sua carreira
profissional e acadêmica, Diana
não tem tempo para descansar
por causa do trabalho e dos
estudos. Quando completa 30
anos de idade, resolve largar
tudo para se dedicar apenas ao
mar e ao sono. Dormir e nadar
se tornam o seu caminho para
a libertação e a realização
pessoal. Esse seu reencontro
com a natureza é levado ao
extremo até chegar a uma
situação-limite. O filme conta
essa história a partir dos traços
do artista Cavani Rosas.
contato: júlio cavani
[email protected]
Em trânsito
marcelo pedroso, pe,
20’, cor, digital, 2013
Elias, em trânsito.
contato: símio filmes
[email protected]
81∙9269∙5942
Fernando que ganhou
um pássaro do mar
felipe bragança e helvécio
marins jr, brasil/ portugal,
20’, cor, digital, 2013
Uma pequena cantiga
luso-brasileira. Fernando divide
seu tempo entre um café da
vizinhança e a pequena casa
em que vive no Porto. Do Brasil,
recebe um pequeno presente
que lhe faz imaginar o Paraíso.
contato: agencia - portuguese
short film agency
[email protected]
+351 252 646683
Jessy
paula Lice, rodrigo Luna
e ronei jorge, ba,
15’, cor, digital, 2013
Jessy é a versão curta do
documentário Jéssica
Cristopherry. Assim se
chamavam todas as
personagens da infância de
Paula Lice. Atriz, dramaturga
e mulher, Paula conta com o
apoio das madrinhas Carolina
Vargas, Ginna d’Mascar,
Mitta Lux, Rainha Loulou e
Valérie O’Harah, para resgatar
Jéssica e realizar o desejo de
ser transformista. O filme
de estreia da Buh!fu Filmes,
parceria entre os artistas
Rodrigo Luna, Ronei Jorge
e Paula Lice, documenta
a construção de Jéssica e
homenageia carinhosamente
a cena transformista
soteropolitana.
contato: movioca content house
[email protected]
71∙9957∙7556
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IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
COMPETITIVA
NACIONAL
CURTAS
A que deve a honra
da ilustre visita este
simples marquês?
Deixem Diana em paz
Fernando que ganhou
um pássaro do mar
Contos da maré
Au revoir
Jessy
Em trânsito
7
Colostro
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
COMPETITIVA
NACIONAL
CURTAS
Lição de esqui
Memória da
memória
Sanã
Pouco mais
de um mês
Lição de esqui
Não estamos sonhando
Pouco mais de um mês
leonardo mouramateus
e samuel brasileiro,
ce, 23’, cor, digital, 2013
luiz pretti, ce, 12’,
p&b, digital, 2012
andré novais, mg,
23’, cor, digital, 2013
Sim, nós faremos um mundo.
Não estamos sonhando.
Luta a luta o faremos, peça
por peça o faremos, pedaço
por pedaço o faremos.
Não estamos sonhando.
André e Élida namoram
há pouco tempo.
Na vida real e na ficção.
contato: alumbramento
produções cinematográficas
[email protected]
85∙3077∙3138
Sanã
Neve é água. Água é água.
contato: praia à noite
[email protected]
85∙8841∙6422
Memória da memória
paula gaitán, rj, 25’,
cor, digital, 2013
Aquele que não tem limites,
pleno de afeto e imaginação.
contato: paula gaitán
[email protected]
contato: filmes de plástico
[email protected]
31∙8705∙5735
marcos pimentel, mg,
18’, cor, digital, 2013
No interior do estado do
Maranhão, um menino
e suas buscas pela
imensidão da paisagem.
contato: marcos pimentel
[email protected]
31∙9166∙2520
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IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
COMPETITIVA
NACIONAL
CURTAS
Tremor
Todos esses dias em
que sou estrangeiro
Verona
Não estamos
sonhando
Todos esses dias em
que sou estrangeiro
eduardo morotó, rj,
20’, p&b, digital, 2013
Antônio chega a baixada
do Rio de Janeiro para
trabalhar em um restaurante
de beira de estrada onde o
irmão trabalha Desconfortável
com esse mundo novo,
ele se envolve em uma
briga e é punido pelo irmão.
Antônio decide dar o troco.
contato: cavideo produções
[email protected]
21∙8825∙1501
Tremor
Verona
ricardo alves jr, mg,
14’, cor, digital, 2013
marcelo caetano, sp,
34’, cor, digital, 2013
Um dia na vida de um
homem. Ele procura por
sua mulher. Ele busca
respostas. Ele busca por vida.
Dez anos após o rompimento
do duo de dance music
Verona, Elias volta ao Brasil
para reencontrar seu antigo
parceiro, Walter, que está
prestes a se casar com Filipe.
Walter mora em uma casa
isolada no meio do mato,
túmulo das ambições da
juventude e território
de outros sonhos incertos.
contato: ricardo alves jr
[email protected]
contato: marcelo caetano
[email protected]
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IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
COMPETITIVA
NACIONAL
LONGAS
Avanti Popolo
Morro dos Prazeres
O homem das multidões
michael wahrmann,
sp, 72’, cor, digital, 2012
maria augusta ramos,
rj, 90’, cor, digital, 2013
Resgatando imagens Super-8
captadas pelo seu irmão nos
anos 70, André tenta reavivar a
memória do seu pai que há 30
anos espera o filho desaparecido.
Crônica documental sobre o
dia-a-dia de uma comunidade
do Rio de Janeiro um ano depois
da instalação de uma Unidade
de Polícia Pacificadora (upp).
Durante 4 meses (abril a julho
de 2012), a cineasta e sua equipe
acompanharam o cotidiano da
favela que dá nome ao filme,
em Santa Teresa, observando
o processo de pacificação a
partir do ponto de vista de seus
protagonistas: de um lado, os
moradores da comunidade,
que experimentam uma nova
rotina a partir da expulsão do
tráfico de drogas, e de outro,
os policiais, que representam
a presença da lei em um
espaço até então marcado
por sua ausência. Depois de
anos de uma história marcada
pelo abandono público e
pela agressão policial, Morro
dos Prazeres testemunha os
esforços para o estabelecimento
de um diálogo entre sociedade
civil e Estado, e a tentativa
de construção de uma nova
noção de cidadania. Ao lado
de Justiça (2004) e Juízo
(2007), trabalhos anteriores
da diretora, o filme forma
uma trilogia em torno dos
sentidos de lei para os cidadãos
e para os sujeitos encarregados
de fazê-la valer.
cao guimarães e
marcelo gomes, mg/ pe,
95’, cor, digital, 2013
contato: vitrine filmes
[email protected]
11·3081·0968
Educação sentimental
julio bressane, rj,
84’, cor, 35mm, 2013
O filme narra a relação entre
Áurea, professora solitária de
40 anos, e o jovem que acaba de
conhecer – um desses encontros
de que a mitologia e a literatura
estão fartas, uma alma sensível
vê-se atraída por uma beleza que
a solicita, perturba. Nos dias que
se seguem, ela irá mostrar seu
sentimento através de aulas em
que ele se deixará levar até que
uma história do passado se
revela e transforma tudo.
contato: república pureza filmes
[email protected]
21·3264·5920
Exilados do vulcão
paula gaitán, rj, 125’,
cor, digital, 2013
Ela conseguiu salvar do incêncio
fotos e um diário com frases
escritas à mão. Estas palavras
e rostos são os únicos rastros
deixados pelo homem que amou.
Cruzando montanhas e estradas,
ela tenta refazer os passos
dele. Os lugares que visita
carregam pessoas, gestos,
lembranças e histórias que se
tornam parte de sua vida.
contato: franco filmes
[email protected]
21·2554·9059
10
contato: no foco filmes
[email protected]
[email protected]
21·8749·2313
Juvenal é um maquinista
de metrô em Belo Horizonte,
Margô controla o fluxo dos
trens. Ambos vivem em um
estado de profunda solidão cada um a sua maneira.
Esse filme é uma reflexão
sobre diferentes formas
de solidão e amizade no
universo urbano brasileiro.
contato: rec produtores
[email protected]
81·3073·1650
O lobo atrás da porta
fernando coimbra, sp,
100’, cor, digital, 2013
Uma criança é raptada.
Na delegacia, Sylvia e
Bernardo, pais da vítima, e
Rosa, principal suspeita e
amante de Bernardo, prestam
depoimentos contraditórios.
Rosa e Bernardo se conheceram
num trem do subúrbio do
Rio de Janeiro. Tornaram-se
amantes. Obsecada, Rosa
desenvolve uma amizade
secreta com Sylvia, sem que
ela saiba da sua relação com o
marido. Sylvia, cansada de sua
rotina de dona de casa, vê sua
amizade com Rosa como um
tempero que dá mais brilho a
sua tediosa rotina. Esse fogo
reaceso em Sylvia vai provocar
o renascimento da paixão
entre ela e Bernardo.
Desesperada, Rosa engravida
dele, que num ato de desespero
força-a a um aborto.
contato: gullane entretenimento
[email protected]
11·5084·0996
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
COMPETITIVA
NACIONAL
LONGAS
Pinta
Educação sentimental
Pinta
jorge alencar, ba,
72’, cor, digital, 2013
Tatuagem
Dublagens, dublês,
remixes, covers estéticos.
Difuso, descentralizado,
periférico, embriagado.
Tema: Coreochanchada
extemporânea. Contém:
nu artístico, zoofilia
discreta e dança.
contato: dimenti - ellen mello
[email protected]
71·8711·5304
Exilados do vulcão
Tatuagem
hilton lacerda, pe,
110’, cor, digital, 2013
Avanti Popolo
O Homem
das multidões
Ano de 1978. No Brasil, a
ditadura militar, ainda
atuante, mostrava sinais
de superação. Um teatro/
cabaret de fundo anarquista,
o Chão de Estrelas, que reunia
intelectuais e artistas, junto
a seu tradicional público de
homossexuais, ensaiava a
resistência pelo deboche
e pela anarquia. Clécio, 32
anos é o líder dessa trupe.
Sua personalidade forte
e imperativa garante-lhe
autoridade. Sua vida muda
ao conhecer Fininha, apelido
do soldado Arlindo, 18
anos. Recruta do interior
e que serve ao exército na
capital, é cunhado de um
dos membros da trupe.
Clécio inicia com Fininha um
romance onde as relações
de poder se estabelecem de
forma enviesada. O amor que
germina desse encontro é
pautado pelo conflito entre
os dois mundos.
contato: rec produtores
[email protected]
81·3073·1650
O lobo atrás
da porta
Morro dos Prazeres
11
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
Competitiva
Baiana
28
Braseiro
Hereros Angola
Maria vai ca’s vaca
O menino invisível
Rabeca
Testemunho
Um filme para Michal
Veraneio
12
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
COMPETITIVA
BAIANA
JÚRI
JÚRI OFICIAL
Francis Vogner
Francis Vogner é mestrando em
Meios e Processos Audiovisuais
na eca-usp, crítico de cinema e foi
redator da Revista Cinética por cinco
anos. Também colaborou para a Foco
Revista de Cinema, Filme Cultura,
Teorema, Miradas del Cine (Cuba),
Cahiers du Cinéma España, La Furia
Umana (Itália) e Revista Interlúdio.
É um dos curadores da Mostra de
Cinema de Tiradentes, Cine bh e
Cine Ouro Preto e realizou em 2013 a
Mostra Jacques Rivette - já não somos
inocentes, no ccbb de sp e no do rj.
José Francisco Serafim
Professor adjunto na Faculdade de
Comunicação/ufba e pesquisador
de Cinema junto ao Programa de
Pós-graduação em Comunicação
e Cultura Contemporâneas/ufba.
Entre outros, autor do artigo “Quand
Bahia s’éveillera”, Cahiers du Cinéma
(Suplemento Brasil), Outubro/2005;
dos livros Autor e autoria do cinema e
na televisão, Edufba, 2009 e Godard,
Imagens e Memórias. Reflexões sobre
História(s) do cinema. Edufba, 2011.
Realizador de filmes documentários.
JÚRI ABCV
Francis
Vogner
J. Francisco
Serafim
Marcelo
Ikeda
Marcelo
Matos de
Oliveira
Educador, cineasta e produtor com
graduação em Psicologia e mestrado
em Educação pela ufba. Trabalhou
6 anos com crianças e adolescentes
em situação de rua em Salvador. Foi
coordenador de projetos sociais como
“Projeto Lanterninha” e “Telefone
de Lata”. Foi produtor de Álbum de
Família, dirigido por Wallace Nogueira,
e Curandeiros do Jarê, de Marcelo
Abreu. Escreveu, dirigiu e montou
o curta Menino do Cinco, ganhador
de 15 prêmios, exibido em mais
de 50 festivais em 16 países.
Márcia Nunes
Natural do Rio de Janeiro, com
formação em Ballet Clássico pela
Royal Academy Of London e Ciências
Sociais (unb-Brasília). Iniciou suas
atividades em cinema como assistente
de produção e cenografia; produtora
de campo; pesquisa; trabalhou como
diretora de arte em peças teatrais e
filmes de ficção. É cineclubista, arteeducadora, produtora executiva de
cinema e vídeo. Atualmente Diretora
de Projetos da Associação Baiana de
Cinema e Vídeo (abcv/abd-ba).
Solange Lima
Marcelo Ikeda
Marcelo Ikeda é professor do
Curso de Cinema e Audiovisual da
Universidade Federal do Ceará,
com mestrado em Comunicação
pela Universidade Federal
Fluminense. Trabalhou na ancine
entre 2002 e 2010, exercendo
diversas funções. Realizou diversos
curtas-metragens, entre eles O posto
(2005), Eu te amo (2007) e Carta de
um jovem suicida (2008). Curador da
Mostra do Filme Livre (rj), crítico de
cinema e coautor, com Dellani Lima,
do livro Cinema de Garagem: um
inventário afetivo do jovem cinema
brasileiro do século xxi.
Marcelo Matos de Oliveira
Márcia
Nunes
Solange
Lima
Produtora de cinema, proprietária
da Araçá Azul Cinema e Vídeo,
por onde já produziu mais de
15 curtas. Idealizadora e
produtora das oficinas Orlando
Senna de Roteiro Audiovisual.
Co-produtora dos filmes Jardim das
Folhas Sagradas, de Pola Ribeiro;
Brilhante, de Conceição Senna; e
Capitães da Areia, de Cecília Amado.
Produtora de Estranhos, longa
de Paulo Alcântara, em fase de
distribuição. Foi presidente da abd
Nacional, atual diretora da apc-ba
e do cbdc (Centro Brasileiro pela
Diversidade Cultural).
13
Maria vai ca’s vaca
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
COMPETITIVA
BAIANA
Testemunho
Um filme para Michal
28
Veraneio
Braseiro
14
Hereros Angola
Rabeca
O menino invisível
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
COMPETITIVA
BAIANA
28
Maria vai ca’s vaca
Testemunho
luciana rodrigues,
ba, 24’, cor, digital, 2013
luara de, ba, 7’,
cor, digital, 2013
rafael rauedys, ba,
8’, cor, digital, 2013
Os ciclos do tempo se cumprem
no corpo feminino. Sangue,
pêlos, águas, solidão, compõem
e decompõem o corpo em
cena. Um encontro entre as
inevitabilidades da condição
feminina e as construções sociais
expressas nos cuidados íntimos.
Durante as férias, Maria
questiona a escola.
Um homem assiste a um
filme onde seus conflitos
internos renegam seu espaço
nele, defendendo seu lugar
de resistência no mundo.
contato: luciana rodrigues
[email protected] /
71·8164·2297
Braseiro
thiago gomes, ba,
23’, cor, digital, 2013
No Sertão nordestino, Avó,
Pai, Mãe e Filho buscam uma
maneira de salvar o Filho Mais
Velho, pego roubando nas terras
do vizinho Zé Seco.
contato: kalik produções artísticas
[email protected]
[email protected]
71·8760·6074 / 9132·3265
Hereros Angola
sérgio guerra, ba,
99’, cor, digital, 2012
Habitantes das terras
do sudoeste de Angola e
provenientes dos povos bantos,
os hereros são donos de uma
tradição que é passada oralmente
de pais para filhos. O filme
mostra o conhecimento vivo
destes povos, em constante
movimento: do nascimento à
morte, atravessando os mais
importantes aspectos da
ancestralidade, que mantêm
essa milenar cultura de pé e
ganha novos sentidos através
da câmera cinematográfica.
contato: maianga produções ltda.
[email protected]
71·3616·3250
contato: luara de
[email protected]
71·8632·0971
O menino invisível
murilo deolino, ba,
9’, cor, digital, 2013
Um menino morador de rua é
sistematicamente ignorado
pelos passantes. Mas a pobreza
e o abandono não são capazes
de embotar seu natural desejo
de sonhar. Inspirado nas alegorias
de um super-herói, se investe
de desconcertante fantasia
constituída de despojos artificiais
de consumo, para zombar
dos perfis (des)humanos que
povoam as ruas e da miopia
que assola a sociedade.
contato: rafael rauedys
[email protected]
75·9231·0946
Um filme
para Michal
violeta martinez, ba,
72', cor, digital, 2013
Na relação de convivência
com Michal Bogdanowicz,
passamos a conhecer sua
história, através do olhar
subjetivo e intimista.
Memórias se evidenciam,
traçando o percurso de vida
desse personagem como o
desenho de uma montanha.
contato: murilo deolino
[email protected]
71·3116·8107
contato: violeta martinez
[email protected]
75·9159·2980
Rabeca
Veraneio
caetano dias, ba,
71’, cor, digital, 2013
Eder Fersant, músico radicado
na Bahia, em viagem de Irecê à
Correntina, revela mitos
regionais, personagens, sons
e a riqueza cultural do sertão
nordestino, apresentando o
desaparecimento da tradição
dos mestres rabequeiros.
A Rabeca é utilizada como
elemento de ligação entre os
personagens. A narrativa nos
conduz à história de personagens
como Dona Dominga da Rabeca,
octagenária e mestre rabequeira.
leon sampaio, ba,
12', cor, digital, 2013
Ilha de Itaparica, época de
veraneio. Mário, adolescente
roqueiro, se apaixona por
uma garota que curte pagode.
contato: transe filmes
[email protected]
[email protected]
75·9112·2569
contato: caetano dias
[email protected]
71·8783·5872
15
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
Competitiva
internacional
de curtas
Asunción
Boonrerm
Exil (Exilado)
Gambozinos
Kein porno (Pornô não)
Land of my dreams (Terra dos meus sonhos)
Los animales (Os animais)
More than two hours (Mais de duas horas)
O facínora
Pandy (Pandas)
Sonntag 3 (Domingo 3)
Straight with you (Direto com você)
Tabatô
The mass of men (O peso dos homens)
The veredict (O veredito)
Whale valley (Vale das baleias)
16
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
COMPETITIVA
INTERNACIONAL
DE CURTAS
JÚRI
Adolfo Gomes
Amaranta César
Nara Normande
Mineiro, 39 anos, jornalista,
crítico de cinema (Abraccine)
e cineclubista. Ministrou as
oficinas “Olhar o cinema uma introdução à cinefilia”
(Iphan - Belém-pa), “Cinema
Corsário - uma viagem pelos
filmes de gênero” e “Gostoso
de ver: uma revisão da
pornochanchada brasileira”.
Atualmente é coordenador do
Núcleo de Difusão da Diretoria
de Audiovisual, da Fundação
Cultural da Bahia; responsável
pela organização das três
edições do concurso de Crítica
Cinematográfica “Walter da
Silveira”. Curador de ciclos
de cinema e colaborador
da revista eletrônica
Contracampo.
Professora do curso de Cinema
e Audiovisual da Universidade
Federal do Recôncavo da
Bahia. Doutora em Cinema e
Audiovisual pela Universidade
de Paris 3, Sorbonne Nouvelle.
É idealizadora e curadora do
Cachoeiradoc e coordenadora
do Grupo de Estudos e Práticas
em Documentário da ufrb.
Atuou como curadora para
diversas mostras e festivais,
incluindo o 46º Festival de
Brasília. Tem publicado e
apresentado textos e artigos
sobre cinema documental,
cinema brasileiro, análise
fílmica, cinema e diferença,
cinema africano e da diáspora.
Nara Normande é cineasta.
Diretora/ Roteirista do curta
de animação Dia Estrelado
(2011), selecionado para
importantes festivais
internacionais e vencedor
de mais de 20 prêmios em
festivais brasileiros. Animou
cenas dos filmes Animal
Político (Longa, Tião, em
finalização), Praça Walt Disney
(curta, Renata Pinheiro, 2011),
A Vida Plural de Layka (curta,
Neco Tabosa, 2012). Ministrou
oficinas de animação no
intercom (2011) e em diversas
cidades através do Cine Sesi
Cultural. Desde 2010 é
diretora artística do animage
- Festival Internacional de
Animação de Pernambuco.
17
Whale valley (Vale das Baleias)
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
COMPETITIVA
INTERNACIONAL
DE CURTAS
Exil (Exilado)
O Facínora
Asunción
More than two hours (Mais de duas horas)
Los animales
(Os animais)
Boonrerm
18
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
COMPETITIVA
INTERNACIONAL
DE CURTAS
Tabatô
Straight with you (Direto com você)
Kein porno
(Pornô não)
Land of my dreams
(Terra dos meus sonhos)
Pandy
(Pandas)
Gambozinos
The mass
of men
(O peso
dos homens)
The veredict
(O veredito)
Sonntag 3
(Domingo 3)
19
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
COMPETITIVA
INTERNACIONAL
DE CURTAS
Asunción
Gambozinos
camila luna toledo, chile,
20', cor, digital, 2013
joão nicolau, portugal/
frança, 20', cor, digital, 2013
Asunción (26) é a solitária
recepcionista de uma
residência católica para
estudantes universitários.
A única pessoa com quem
passa seu tempo é Manuel
(20) o jovem segurança da
residência. Asunción nutre
um forte sentimento por
ele, embora saiba que ele
se masturba observando as
meninas da residência. Quando
Carmem, a freira responsável,
pede a Asunción para ficar de
olho em Manuel, ela acoberta
ele e tenta pará-lo, perdendo
lentamente o controle de seus
desejos reprimidos.
Um garoto de 10 anos
enfrenta as dificuldades da
vida em um acampamento
de verão. Não é fácil ser
ignorado pela garota
amada ou ver seu
dormitório vandalizado por
adolescentes marginais.
Felizmente, na floresta, o
Selvagem Haggis insiste em
continuar escondido.
contato: avispa cine
[email protected]
09·8372·1597
Inicialmente, a autora
queria fazer um filme sobre
um produtor pornô. Mas
o projeto está fadado ao
fracasso e, de repente, ela
se vê confrontada pela
desaprovação da família;
mãe, pai, irmã – nenhum
deles se impressiona com sua
idéia inicial: sua irmã mais
nova tem vergonha dela, sua
mãe tenta achar uma ligação
entre a indústria pornô e a
vida pessoal de Jela, e seu
pai está preocupado se ela
vai conseguir encontrar um
trabalho. Apesar dos dois
lados estarem dispostos a se
entender, suas visões sobre a
vida parecem inconciliáveis.
Boonrerm
sorayos prapapan, tailândia,
17’, cor, digital, 2013
Boonrerm é uma empregada
doméstica. Todo dia ela recebe
uma ordem estranha.
contato: minimal animal
[email protected]
+66·81·37·65·083
Exil (Exilado)
vladilen vierny, frança,
16’, cor, digital, 2013
As primeiras horas de
um jovem imigrante africano
numa praia Europeia.
contato: la fémis
[email protected]
+33·01·5341·2116
20
contato: agencia portuguese short film agency
[email protected]
+351·252·64·6683
Kein porno (Pornô não)
jela hasler, suíça,
12', cor, digital, 2013
contato: bachelor of arts
in video, lucerne school of art
and design – chantal molleur
[email protected]
+41·41·248·6125
Land of my dreams
(Terra dos meus sonhos)
yann gonzalez, portugal/
frança, 20', cor, digital, 2012
Bianca e sua mãe se
reencontram em Porto depois
de muitos anos. Juntas, elas
vão pegar a estrada com seu
show de striptease, correndo
atrás do tempo perdido,
amor impossível e estranhas
fantasias.
contato: agencia portuguese short film agency
[email protected]
+351·252·64·6683
Los animales (Os animais)
paola buontempo, argentina,
9', cor, digital, 2012
Os animais desapareceram
da vida cotidiana. Embora
procuremos por eles, o
olhar que nos conectava
desapareceu.
contato: frestifreak produce
[email protected]
+54·92·21·498·5339
More than two hours
(Mais de duas horas)
ali asgari, irã, 15',
cor, digital, 2013
São 3 horas da manhã, um
garoto e uma garota estão
vagando pela cidade. Eles
estão à procura de um hospital
para tratar a garota, mas é
muito mais difícil do que eles
imaginaram.
contato: khaneye 8 film production
[email protected]
[email protected]
+39·38·9877·8337
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
COMPETITIVA
INTERNACIONAL
DE CURTAS
O Facínora
Sonntag 3 (Domingo 3)
paulo abreu, portugal,
26', p&b, digital, 2012
jochen kuhn, alemanha,
14', cor, digital, 2012
Há duas formas de ver o filme.
Como a história do frade
justiceiro, zelador da ordem e
paladino do bem que, por não
ter seu amor correspondido,
se torna o vilão aterrorizador
de uma pacata cidade. Outra,
como o filme perdido de Conrad
Wilhelm Meyersick, engenheiro
e cineasta amador alemão que,
em 1920, esteve em Guimarães,
pequena cidade de Portugal,
para instalar 3 máquinas de
tecelagem e, durante a estadia,
filmou esta história.
Terceira parte de uma série
sobre passeios de domingo. O
protagonista tem um encontro
às cegas com o Chanceler.
contato: agencia portuguese short film agency
[email protected]
+351·252·64·6683
Pandy (Pandas)
matus vizar, eslováquia, 12',
cor, digital, 2013
O mundo se move e os
humanos demandam mais
espaço sem considerar
consequências. Pandas
está no meio de um jogo em
que conceitos de mercado
e entreterimento são
colocados ao lado de noções
de preservação dos animais.
No entanto, os mesmos
“salvadores” estão adulterando
a seleção natural e alterando
a mente do panda, criando
uma hierarquia em termos
de valor da vida. Os pandas
estão existindo pela piedade
do homem, mas de repente
sua existência ameaçada é
alterada por eventos fora do
seu controle.
contato: bfilm
[email protected]
[email protected]
+42·19·4840·0594
contato: jochen kuhn
[email protected]
[email protected]
+49·160·9916·6043)
Straight with you
(Direto com você)
daan bol, holanda,
19', cor, digital, 2012
Documentário sobre o garoto
de 11 anos Melvin, que tem um
segredo: não gosta de garotas.
Embora sua família saiba, ele
teme contar para os colegas da
escola, já que pensa que eles
podem começar a maltratá-lo.
O que ele deve fazer quando a
garota mais legal da turma lhe
manda uma carta de amor?
contato: vossen films
[email protected]
+316·4404·2556
Tabatô
joão viana, portugal,
13', cor, digital, 2013
Tabatô conta a história pessoal
e dramática de Baio (Djidiu e exsoldado mandinga a serviço dos
portugueses) que regressa a
Guiné Bissau, a sua aldeia natal
de Tabatô, 37 anos após o fim
da guerra colonial, para assistir
ao casamento da sua filha
Fatu com o filho do chefe da
aldeia, Idrissa Djabaté, músico
emergente na Guiné Bissau.
contato: papaveronoir filmes
[email protected] /
+351·21·815·3652
The mass of men
(O peso dos homens)
gabriel gauchet, reino unido,
16', cor, digital, 2012
Richard, um desempregado de 55
anos, chega 3 minutos atrasado
para seu compromisso em um
centro de oferta de empregos. Uma
conselheira, sufocada pelos limites
do sistema em que trabalha, não
tem escolha a não ser penalizá-lo
pelo atraso. Para evitar ir ainda
mais fundo na miséria, Richard
toma medidas desesperadas.
contato: gabriel gauchet
[email protected]
+44·74·1113·2632
The veredict (O veredito)
ðuro gavran, croácia,
11’, cor, digital, 2013
Dezesseis anos depois da Guerra,
na principal praça de Zagreb
milhares de pessoas se reunem
para assistir a transmissão ao vivo
da sentença dos generais croatas.
Através de uma série de close-ups,
o filme documenta a erupção de
emoções causada pela sentença
final.
contato: pipser
[email protected]
[email protected]
Whale valley
(Vale das Baleias)
gudmundur arnar
gudmundsson, dinamarca/
islândia, 15', cor, digital, 2013
O filme mostra a forte ligação
entre dois irmãos que vivem em um
remoto vale com seus pais. Vemos
seu mundo através dos olhos do
irmão mais novo e seguimos ele em
uma jornada que marca um ponto
de virada na vida dos dois.
danish film institute –
anne marie kurstein
[email protected]
+45·4041·4697
21
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
Homenagem a
Carlos Reichenbach
ALMA CORSÁRIA/ DOIS CÓRREGOS - VERDADES SUBMERSAS NO TEMPO
FILME DEMÊNCIA/ GAROTAS DO ABC/ LÍLIAN M. RELATÓRIO CONFIDENCIAL
22
Um homem que amava os filmes
e nós que o amávamos tanto
por joão carlos sampaio Carlos Oscar Reichenbach
Filho, ou Carlos Reichenbach, como assinava seus
filmes, ou simplesmente “Carlão”, como era conhecido no meio cinematográfico e entre os amigos, amava o cinema e as pessoas. Com a gente que amava e
que ia abraçando no seu percurso, fazia cinema. Fazendo cinema, espalhava amor, manifesto no profundo respeito pelo outro.
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
HOMENAGEM A
CARLOS REICHENBACH
Filme demência
23
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
HOMENAGEM A
CARLOS REICHENBACH
Talvez seja piegas e desaconselhável apresentar o cineasta assim, mas Carlão também não gostava de formalidades. Seu apetite por cinema e o prazer pela convivência não cabiam nos manuais de etiqueta, embora
fosse extremamente gentil, dócil e amigo do bom papo.
Não há quem milite no cinema que não tenha, ao menos, uma história dele ou com ele para contar.
Este desejo de uma vivência compartilhada de cinema está muito bem impressa nos seus filmes, sempre realizados com uma preocupação imensa com o
processo, pautado pela ética, pelo afeto e por uma
verdade que emerge de gente como ele, devotada às
causas humanas.
Gaúcho, radicado desde a infância em São Paulo,
deu seus primeiros passos com a turma da “Boca do Lixo”, no final dos anos 1960. Nunca escondeu sua admiração por cineastas como Luiz Sérgio Person e Roberto
Santos, nem a influência de “pensadores”, como Paulo
Emílio Salles Gomes e Décio Pignatari.
Suas referências, entretanto, amparavam-se no cinema independente e visceral de todo o mundo. Por anos
à frente das noitadas da Sessão Comodoro - aliás, “Comodoro” é outra alcunha carinhosa, atribuída por seus
amigos mais jovens -, ajudou na formação do olhar das
novas gerações e se manteve sempre contaminado por
novos e “malditos” filmes.
Entre suas obras mais queridas, estão fitas como Lilian M: Relatório Confidencial (1974), Amor, Palavra Prostituta (1980), Filme Demência (1985), Anjos do Arrabalde
(1986), Alma Corsária (1993), Dois Córregos (1999) e Garotas do abc (2004). Nenhuma delas próxima da unanimidade, mas todas igualmente defendidas, por diferentes interlocutores/seguidores.
Carlão é uma instituição do cinema brasileiro, que
deixou a todos entristecidos, morrendo, no ano passado. Menos mal que ele continua e vai continuar durante
muito tempo por aqui.
Garotas
do ABC
CARLÃO É UMA
INSTITUIÇÃO DO
CINEMA BRASILEIRO,
QUE DEIXOU A TODOS
ENTRISTECIDOS,
MORRENDO,
NO ANO PASSADO
Alma corsária
carlos reichenbach,
sp, 111’, 35mm, 1993
A festa de lançamento do livro
“Sentimento Ocidental” reúne
os amigos Rivaldo Torres (Bertrand Duarte) e Teodoro Xavier
(Jandir Ferrari) na Pastelaria
Espiritual. Enquanto uma diversidade de personagens comparece ao evento, incluindo, entre
outros, o executivo editorial
Magalhães (Jorge Fernando), a
sua virginal noiva Verinha (Flôr),
e um suicida (Abrahão Farc)
resgatado por Torres no Viaduto
do Chá, somos levados ao
passado para acompanhar a evolução da amizade entre os dois
protagonistas, acompanhando
o desenvolvimento do subtexto
sociocultural (entre outros,
a São Paulo dos movimentos
contraculturais dos anos 60).
Quando a festa, embalada por
muitos momentos de humor,
termina, um anjo em forma de
mulher aparece para selar o
destino de Torres.
contato: sara silveira
[email protected]
Dois
córregos verdades
submersas
no tempo
Lílian M.
relatório confidencial
24
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
HOMENAGEM A
CARLOS REICHENBACH
Dois córregos - verdades
submersas no tempo
carlos reichenbach,
sp, 112’, 35mm, 1999
Ana Paula (Beth Goulart) viaja
a Dois Córregos, no interior de
São Paulo, para recuperar a
casa de campo que herdou dos
pais, falecidos recentemente, e
que está ocupada por grileiros.
Constrangida com a indiferença
de seu advogado, e com a rispidez
da ação policial, Ana lembra-se da
última vez que esteve ali, no final
dos anos 60, época em conheceu,
acompanhada da colega de
escola Lydia (Luciana Brasil), o tio
Hermes (Carlos Alberto Riccelli),
um ativista de extrema esquerda
que, depois de anos de exílio,
buscava oficializar o seu retorno
ao país. Apesar das tensões e das
diferenças, o relacionamento entre
os três torna-se mais próximo
e emotivo, o que revela, para as
meninas, vários momentos de
descoberta da sensualidade, do
afeto e da melancolia.
contato: sara silveira
[email protected]
Alma
corsária
Filme demência
Garotas do ABC
carlos reichenbach,
sp, 90’, 35mm, 1986
carlos reichenbach,
sp, 125’, 35mm, 2004
Depois que a indústria de
cigarros que herdou da família
vai à falência, Fausto (Ênio
Gonçalves) entra em crise e
passa a confrontar-se com suas
utopias, desejos e pesadelos.
Ele rompe com Doris (Imara
Reis), sua esposa infiel, rouba
um revólver, e vaga pela
noite de São Paulo em busca
de Mira-Celi, seu paraíso
imaginário. Ao longo do trajeto,
Fausto encontra personagens
emblemáticos de sua
existência: o amigo de infância
Wagner (Fernando Benini),
a amante suburbana Mércia
(Maria Pestana), o visionário
guru Honduras (Orlando
Parolini), e, sobretudo, Mefisto
(Emílio Di Biasi), que surge
transvestido de várias formas.
Impulsionado por iluminações,
protagonista ruma a um
caminho de profunda
autodescoberta.
No abc de São Paulo, região de
fábricas têxteis e metalúrgicas,
um grupo de operárias vive seu
cotidiano de intenso trabalho,
sonhos e ilusões. Paula, uma
espécie de madre superiora na
relação que estabelece com as
colegas, é assediada por um líder
sindical; Antuérpia tenta, aos 38,
iniciar-se na profissão de tecelã;
a casta Suzana é apaixonada
pelo patrão. Aurélia, operária
negra, bela e atrevida, fã de
Arnold Schwarzeneger, namora
Fábio, jovem enturmado em um
grupo neonazista liderado pelo
advogado Salesiano.
contato: eder mazini
[email protected]
contato: sara silveira
[email protected]
Lílian M. relatório
confidencial
carlos reichenbach,
sp, 90’, 35mm, 1975
Seduzida por um mascate, Maria
abandona o marido e os filhos
pequenos, e, após um acidente de
carro, segue sozinha para tentar
a vida em São Paulo. Perdida, ela
é presa até que uma assistente
social arruma-lhe emprego na
casa do industrial Braga. Os dois
tornam-se amantes, e Maria é
rebatizada de Lilian, nome da
mãe dele. No trágico caminho da
miséria ao luxo, Lilian envolvese com tipos excêntricos: o
autodestrutivo filho de Braga, um
industrial alemão que financia a
repressão, um grileiro falastrão,
um detetive boçal, uma rumbeira e
cafetina, um bandido tuberculoso,
e um submisso funcionário
público e sua mórbida irmã.
contato: lygia reichbach
[email protected]
25
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
Homenagem a
Roberto Pires
A GRANDE FEIRA/ MEMORANDO A GRANDE FEIRA
REDENÇÃO/ TOCAIA NO ASFALTO
A grande feira
26
Roberto Pires, o artesão dos sonhos
por andré setaro Se o cinema baiano não existisse, Roberto Pires o teria inventado, escreveu Glauber Rocha em
sua Revisão Crítica do Cinema Brasileiro. Cineasta e inventor (a lente anamórfica - semelhante ao cinemascope - com
a qual filmou Redenção foi criada por ele), Pires é, a rigor, o
fundador da cinematografia baiana, ainda que, antes dele, há o pioneirismo de Alexandre Robatto, Filho (Entre o
mar e o tendal, entre outros curtas), mas o longametragismo somente tem início pela persistência, tenacidade,
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
HOMENAGEM A
ROBERTO PIRES
27
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
HOMENAGEM A
ROBERTO PIRES
Redenção
teimosia, de Roberto Pires em realizar o seu sonho: fazer O LONGAMETRAGISMO
um filme de longa metragem na Bahia. Iniciado em 1956, SOMENTE TEM INÍCIO
Redenção passou três anos para ser concluído, dados os PELA PERSISTÊNCIA,
inúmeros obstáculos e a falta de recursos. Mas em 1959, TENACIDADE,TEIMOSIA,
em noite de gala, foi, finalmente apresentado na tela do
DE ROBERTO PIRES
cinema Guarany.
EM REALIZAR O SEU
Artesão de sonhos, como define o título de um documentário de seu filho, Petrus, que o dirigiu em parceria SONHO: FAZER UM
com Paulo Hermida, Pires pode ser considerado um dire- FILME DE LONGA
tor singular do cinema brasileiro, um construtor de nar- METRAGEM NA BAHIA
rativas com eficiência dramática, que soube, como poucos, dar, a elas, uma sólida estrutura, como revelam A
grande feira (1961), Tocaia no asfalto (1962), Crime no Sacopã (1963), A máscara da traição
(1967), entre outros.
Roberto Pires era um grande artesão, um realizador notável, com profundo sentido
do espetáculo cinematográfico, da sua mise en scène. Há dois momentos em A grande
feira que bem provam a sua competência e o seu engenho e arte. Quando o marinheiro interpretado por Geraldo D'El Rey leva, para o quarto, após a briga no cabaré de Zazá, Luiza Maranhão, e, com ela, tem uma relação carnal, que é vista por elipse, com a câmera
sob a cama, e os sapatos dos dois amantes que caem no chão. Um outro momento de cinema mesmo, e neste mesmo filme, é aquele no qual Geraldo e Helena Ignez passeiam
de automóvel pela orla, pelo Dique do Tororó, descem a Ladeira da Montanha e se encontram, finalmente, numa lancha, que, no último plano, se desloca sozinha pelo mar. A partitura, do maestro Remo Usai, muito contribuiu para a criação atmosférica.
Em Tocaia no asfalto, também, temos dois momentos magistrais nas sequências da
Igreja de São Francisco, quando Agildo Ribeiro não consegue cometer o assassinato, e a
do cemitério do Campo Santo. São sequências que demonstram a artesania impecável
de Roberto Pires, que pode ser considerado um dos mais engenhosos artesãos do cinema
brasileiro em todos os tempos.
Pires conhecia tudo de cinema. A cenografia arranjada de Abrigo nuclear é um exemplo perfeito de sua engenhosidade, a aproveitar materiais de sucata para o cenário de
science-fiction, assim como a máscara, construída por ele, de A máscara da traição, um
thriller seguro e dinâmico.
Falar de Roberto Pires é falar de um cinema baiano (e brasileiro) que conseguiu encantar plateias. Um verdadeiro mestre em seu ofício de entreter e sonhar.
28
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
HOMENAGEM A
ROBERTO PIRES
Tocaia no asfalto
A grande feira
roberto pires, ba,
94’, p&b, 35mm, 1961
Uma empresa imobiliária
ameaça de despejo os
feirantes de Água de
Meninos, em Salvador,
que se organizam para
resistir. Um marinheiro
se vê envolvido nessa luta
e se divide entre o amor de
Maria da Feira, uma mulher
que mora na feira, e de Ely,
moça da alta sociedade.
Memorando
a grande feira
paulo hermida, ba, 25’,
cor e p&b, digital, 2013
Quatro personagens que
participaram da equipe do filme
A Grande Feira de 1961, revisitam
suas memórias, nos contando
histórias e detalhes surpreendentes
do longa produzido há mais
de cinco décadas. Ao lado da tela
de projeção, eles se vêem quando
jovens em instantes que ainda
não faziam parte do passado.
Redenção
roberto pires, ba,
56’, p&b, 35mm, 1957
Um psicopata estuprador
é contido por dois jovens
fazendeiros, um dos
quais está envolvido com
a polícia e que, ao proteger
uma jovem ameaçada,
encontra a "redenção".
Tocaia no asfalto
roberto pires, ba,
100’, p&b, digital, 1962
A história de um jovem
político idealista de
Salvador é narrada em
paralelo à de um matador
que chega do interior com
a missão de eliminá-lo. O
coronelismo, a violência e a
política da época são temas
centrais do filme.
Memorando
A grande feira
contato (todos os filmes) :
iglu filmes - petrus pires
[email protected]
71·3494·9209 / 9258·2996
29
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
Mostra
Bruno Dumont
HORS SATAN (FORA DE SATÃ)/ LA VIE DE JÉSUS (A VIDA DE JÉSUS)
L’HUMANITÉ (A HUMANIDADE)/ 29 PALMS (29 PALMOS)
Hors Satan
(Fora de Satã)
30
Bruno Dumont no coração das trevas
por adolfo gomes Como uma via crucis, no sentido laico é bom que se diga. Assim começa a obra de Bruno Dumont. A Vida de Jesus, seu primeiro longa-metragem, não
é um filme religioso, nem se assenta na figura ou trajetória de Cristo. Empresta-lhe o prenome, talvez para realçar que, já a partir dali, antes e hoje, qualquer promessa
de redenção não é do mundo em que vivemos. Portanto, é
uma possibilidade remota na poética do cineasta francês.
Há muitos planos gerais e horizontes na filmografia de
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
MOSTRA
BRUNO DUMONT
31
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
MOSTRA
BRUNO DUMONT
“NADA MAIS EXISTE, NADA MAIS TEM IMPORTÂNCIA, PARA QUEM
VIU AS TREVAS NO INTERVALO DAS COISAS” JORGE DE SENA
Dumont, sequer por isso nos sentimos menos acossados por essa sensação iminente do mal
que, sem aviso, pode irromper daquelas vastas paisagens, da opressiva rotina interiorana (A Vida de Jesus), da mecânica fria de uma investigação criminal (A Humanidade) ou do automatismo
sexual (29 Palms).
O horror do qual se ocupa Dumont nada tem de extraordinário, fantástico. Ao contrário,
ele emerge da natureza dos homens e das coisas, está Fora de Satã. Seus personagens, à semelhança do herói trágico de Kierkegaard em Temor e Tremor, combatem o mal com um mal
ainda maior, de modo a ajustar suas condutas ao mundo que os cerca e com isso nos salvar do
desespero do vazio e da injustiça: “a vida não é importante, o que conta são as razões de viver” (Camus).
Não se trata necessariamente de um cinema pessimista, mas consciencioso. Se o mal prevalece entre nós, cabe reconhecê-lo. E se seus filmes são realistas não lhe resta alternativa senão
filmá-lo através, sobretudo, dos corpos, ora moldados, violados e até transfigurados pelos efeitos dessa vertiginosa propagação do mal. Pode soar muito duro e niilista alguém com essa visão,
mas jamais deliberado, arbitrário. O que a câmera de Dumont capta está aí, sem efeitos visuais
e álibis psicológicos. Às vezes tudo é tão assustadoramente real que parece um documentário.
É claro: sempre podemos olhar para o outro lado, buscarmos a evasão, os desfechos felizes. Mas
será que podemos, o tempo todo, nos poupar disso? Atravessar a vida sem o incômodo de sentir
ou ver o que está ao nosso redor? Para Dumont essa omissão é que é misantropia.
29 palms
(29 palmos)
32
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
MOSTRA
BRUNO DUMONT
29 palms (29 palmos)
Hors Satan
(Fora de Satã)
La vie de Jésus
(A vida de Jésus)
bruno dumont, frança,
ficção, 110’, cor, 35mm, 2011
bruno dumont, frança,
ficção, 96’, cor, 35mm, 1997
David, um fotógrafo
independente, e Katia, uma
jovem desempregada, ao
chegar em Los Angeles, partem
em busca de um deserto para
uma revista de decoração.
Eles vão atravessar o deserto,
nos arredores da cidade de
Twentynine Palms. Vão se
perder na natureza suntuosa,
fazer amor e se odiar, sem
desconfiar que o perigo não
vem apenas deles mesmos.
Selecionado para Leão de Ouro Festival de Veneza 2003.
Na Costa de Opale, perto
do Canal da Mancha,
vive um homem solitário,
miserável, de poucas
palavras. Ele passeia pelas
planícies vazias, rouba,
faz fogo, atira. Um dia
ele conhece uma jovem
adolescente. Nasce uma
relação entre os dois, que
muda completamente a
dinâmica do vilarejo
ao redor. Selecionado
para Un Certain Regard –
Festival de Cannes 2011.
contato: pyramide
internacional - ilaria gomarasca
[email protected]
contato: pyramide
internacional - ilaria gomarasca
[email protected]
Fred vive com a mãe, Yvette,
em Bailleul, na França. Sofre
de epilepsia e é tratado num
hospital especializado. Ainda
novo, abandonou a escola e
passa o tempo vagabundeando
com os amigos. Desempregados
por gosto, só bebem e apostam
corrida com suas motocicletas
roubadas. Fred namora com
Marie e a leva pra transar em
casa, sem que sua mãe diga nada.
Quando Momo, jovem africano,
começa a cortejar Marie, Fred
deixa de lado a aparência de bom
rapaz e demonstra ser capaz de
atos verdadeiramente violentos.
Camera D’Or - Cannes 1997.
bruno dumont, frança/
alemanha/eua, ficção,
130’, cor, 35mm, 2003
L’humanité (A humanidade)
contato: consulat général
de france - thomas sparfel
[email protected]
L’humanité
(A humanidade)
bruno dumont, frança,
ficção, 148’, cor, 35mm, 1999
La vie de Jésus
(A vida de Jésus)
A história de um homem
simples, Pharaon de Winter,
delegado de polícia numa
pequena cidade francesa.
Meticuloso e humilde, assume
o mal dos outros e acaba
sofrendo por esta simpatia.
Durante a investigação de
um crime sórdido ocorrido na
região, revela-se lentamente
seu desespero e o espanto de
sua própria culpabilidade, uma
culpabilidade universal, a de
nossa monstruosa natureza...
Melhor Ator, Melhor Atriz e
Prêmio do Júri – Cannes 1999.
contato: doc & film
hannah horner
[email protected]
33
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
Mostra
Hitchcock
DIAL M FOR MURDER (DISQUE M PARA MATAR)/
REAR WINDOW (JANELA INDISCRETA)/ THE BIRDS (OS PÁSSAROS)
PSYCHO (PSICOSE)/ VERTIGO (UM CORPO QUE CAI)
The birds
(Os pássaros)
34
Cinco vezes Hitchcock
por andré setaro A revisão de cinco filmes de Alfred Hitchcock (Um corpo que cai, Psicose, Janela indiscreta, Disque M para matar, Os pássaros), em cópias restauradas e
luminosas, surge como oportunidade única para aqueles que somente os viram na televisão ou em dvds. Além
do mais, Disque M para matar é exibido no Panorama Coisa de Cinema em Terceira Dimensão, que foi, aliás, projeto inicial do realizador, que não deu certo na época, 1954,
por causa da tecnologia de 3d ainda muio precária.
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
MOSTRA
HITCHCOCK
35
IX Panorama Internacional
Psycho
Coisa de Cinema
(Psicose)
MOSTRA
HITCHCOCK
Psicose (Psycho, 1960) é hoje um clássico indiscutível, cuja estrutura narrativa se articula em três blocos, havendo, em cada um deles, um in crescendo dramático no qual existe uma linha ascendente explorada até o clímax. O que permite dizer que o autor mata a
protagonista no primeiro terço da narrativa e tudo vem a começar de novo até o momento em que o detetive é assassinado na escada e, também aqui, o filme retrocede a sua ascese dramática para retornar a um começo de tudo. A cena do chuveiro é um primor, que
revela uma fragmentação total do espaço fílmico e proclama a total ilusão da arte do filme, que se consubstancia, neste caso, pela montagem criadora. Há mais de cinquenta tomadas para menos de um minuto de duração da cena. Há críticos, inclusive, que a consideram mais importante para a evolução da linguagem cinematográfica do que a Escadaria de Odessa do prestigado O encouraçado Potemkin (1925), de Sergei Eisenstein.
Janela indiscreta (Rear window, 1954) é a própria teoria do espetáculo cinematográfico. A câmera somente vê o que o protagonista interpretado por James Stewart consegue
enxergar de seu cativeiro numa cadeira de rodas por causa de um acidente. É o exemplo
máximo da tela que se dá ao olhar.
Já em Um corpo que cai (Vertigo, 1958), Hitchcock atinge a sua quintessência. Filme
sobre a criação de uma imagem, trata-se de recriar uma mulher a partir da imagem de
uma morta, ou seja: fixar a idéia como fundadora do mundo e o mundo como produto da
imaginação. Hitchcock atinge em Vertigo o apogeu da arte clássica (que implica imitação) e, num mesmo gesto, ultrapassa-a, afirmando a supremacia da construção sobre o
realismo e a verossimilhança. O conteúdo, aqui, se expressa pela forma, numa afirmação
inquestionável de que tout est dans la mise en scène.
Em Os pássaros (The birds, 1963), que no ano em curso completa 50 anos, a ameaça
vem do céu nesta obra apocalíptica, com efeitos especiais surpreendentes para uma época na qual não existiam os truques computadorizados. Os pássaros são reais domados
por um especialista. Algumas sequências são antológicas: a homenagem ao cinema mudo, quando Tippi Hedren conduz um barco para chegar a outra margem, a debandada geral dos alunos após a invasão dos corvos no colégio, o bate-papo pleno de humor negro
no restaurante, o ponto de vista de uma ave, no céu, em suposta câmera subjetiva etc.
Mas, quem são os pássaros? “Os pássaros somos nós”, disse Hitchcock.
Ray Milland e Grace Kelly estão em Disque M para matar (Dial M for murder, 1954). Um
ex-tenista profissional decide matar sua mulher para poder herdar o seu dinheiro. Baseado num peça teatral, Hitchcock não esconde a teatralidade da versão, insinuando, inclusive, os passos dos personagens sobre um tablado. Um filme menor do autor, mas nem
por isso menos importante.
DISQUE M PARA MATAR É EXIBIDO NO PANORAMA COISA DE CINEMA EM
TERCEIRA DIMENSÃO, QUE FOI, ALIÁS, PROJETO INICIAL DO REALIZADOR
36
Rear window
(Janela indiscreta)
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
MOSTRA
HITCHCOCK
Dial M for murder
(Disque M para matar)
The birds
(Os pássaros)
Vertigo
(Um corpo que cai)
alfred hitchcok, eua, ficção,
105’, cor, digital, 1954
alfred hitchcok, eua,
ficção, 119’, cor,
digital, 1963
alfred hitchcok, eua, ficção,
128’, cor, digital, 1958
A versão de Hitchcock para
a famosa peça de Frederick
Knott, “Disque M Para Matar”,
é uma saborosa combinação
de elegância e suspense
estrelada por Grace Kelly, Ray
Milland e Robert Cummings
como protagonistas de um
triângulo amoroso.
Rear window
(Janela indiscreta)
alfred hitchcok, eua, ficção,
112’, cor, digital, 1954
No charmoso bairro de
Greenwich Village, em Nova
York, l.b. Jeffries (James
Stewart) é um fotógrafo
profissional confinado em
seu apartamento após ter
quebrado a perna. Procurando
preencher seu tempo ocioso,
ele passa a vasculhar a vida
de todos os seus vizinhos
através das possantes
lentes de sua câmera.
Dial M for
murder
(Disque M
para matar)
Um verdadeiro ícone do
cinema de suspense e
referência obrigatória no
gênero, Os Pássaros é um
dos filmes mais envolventes
e aterrorizantes de todos
os tempos. Sem aparente
explicação lógica, os
mais variados tipos de
pássaros começam a atacar
mortalmente os habitantes
de uma pequena cidade da
Califórnia.
Grande clássico da história
do cinema, Um Corpo que Cai
marca um dos momentos mais
importantes da carreira de
Hitchcock. A trama mostra o
detetive John Ferguson (James
Stewart), um homem que
acredita ser culpado pela morte
de um colega policial e passa a
sofrer de séria vertigem.
Vertigo
(Um corpo que cai)
Psycho (Psicose)
alfred hitchcok,
eua, ficção, 109’, p&b,
digital, 1960
O clássico Psicose começa
com o desfalque de 40 mil
dólares dado pela secretária
Marion (Janeth Leigh) na
imobiliária onde trabalha.
É uma tarde quente de
sexta-feira. Ela pede licença
ao patrão para sair mais
cedo e leva consigo o pacote
contendo o dinheiro, certa
de que seu crime só seria
percebido após o fim de
semana. Com pouco mais de
dois dias para fugir, Marion
sai dirigindo sem destino
pelas estradas norteamericanas. Cansada, para
no Motel Bates, um lugar
decadente que quase fechou
suas portas após o desvio da
autoestrada.
37
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
Panorama
Brasil
Aprender a ler pra ensinar meus camaradas
Breviário do horror
Cidade de Deus – 10 anos depois
Claun (Cap. 3 – A reunião das máscaras)
Da alegria, do mar e de outras coisas
Depois da chuva
Doce Amianto
É proibido menino calçado entrar na escola
Eles voltam
Em busca de um lugar comum
O exercício do caos
O sol nos meus olhos
Os dias com ele
Procurando Rita
Trabalhar cansa
Via crisis
38
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
PANORAMA
BRASIL
O sol nos meus olhos
Via crisis
Breviário do horror
O exercício do caos
Claun (Cap. 3 – A
reunião das máscaras)
Em busca de
um lugar comum
Da alegria,
do mar e de
outras coisas
Depois da chuva
Cidade
de Deus –
10 anos
depois
Trabalhar cansa
Eles voltam
Doce
Amianto
Aprender a ler pra ensinar meus camaradas
Procurando Rita
39
Os dias com ele
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
PANORAMA
BRASIL
Aprender a ler pra
ensinar meus camaradas
Cidade de Deus –
10 anos depois
joão guerra, ba, 84’,
cor, digital, 2013
cavi borges e luciano vidigal,
rj, 90’, cor, digital, 2012
O filme acompanha a jornada
de dois músicos angolanos
que viajam até a Bahia, Brasil,
em busca de vestígios de
uma ancestralidade perdida.
Além de participar de um
grande show, eles encontram
outros músicos e investigam
elementos de sua própria
identidade, deparando-se com
interessantes descobertas.
Um documentário musical
que aborda traços de uma
herança africana fora da África,
reencontrada através da
música.
O documentário revela o que
aconteceu na vida dos atores
(moradores das favelas) de
um dos filme de maior sucesso
no Brasil e exterior Cidade de
Deus, dirigido por Fernando
Meirelles.
contato: maianga produções
culturais – joão guerra
[email protected]
71·3616·3250
Breviário do horror
fábio rocha, ba, 80’,
cor, digital, 2013
A violência explode nos
grandes centros urbanos.
O medo se apresenta como
uma experiência aguda, neste
contexto, um fenômeno
chama a atenção: a assunção
da cultura do ódio. Esta é
a questão levada a efeito,
na experiência de se deixar
contaminar pela pulsão dos
gritos que emergem das ruas.
contato: dobra produção de filmes
[email protected]
71·9129·7659
contato: cavideo productions
[email protected]
Claun (Cap. 3 – A
reunião das máscaras)
felipe bragança, rj,
26’, cor, digital, 2013
É possível lutar sozinha? Neste
terceiro e último capítulo da
Parte 1 da saga de Ayana, a
menina precisa atravessar para
o mundo dos mortos e aprender
uma última lição sobre seus
medos e a cidade onde vive.
Depois disso, Ayana finalmente
será coroada rainha?
contato: duas mariola filmes
[email protected]
Da alegria, do mar
e de outras coisas
ceci alves, ba, 13’,
cor, digital, 2012
Baseado em fatos reais, conta
a história de Nem Glamour,
travesti que faz shows na noite
e testemunhou a morte de sua
melhor amiga, a também travesti
Joy, em um crime de ódio. Por
denunciar os algozes, ela se vê
obrigada a fugir do país – não
sem antes se despedir.
contato: ceci alves
[email protected]
71·8822·418
Depois da chuva
cláudio marques e
marília hughes, ba,
90’, cor, digital, 2013
Salvador-ba, 1984. Após
20 anos de ditadura, a
população vai às ruas exigir a
volta das eleições diretas para
Presidente da República. Esse
será um ano de transformação
para o jovem Caio!
contato: coisa de cinema
[email protected]
71·3276·1241/ 8179·1318
Doce Amianto
guto parente e uirá dos
reis, 70’, digital, 2013
Amianto vive num mundo de
fantasia habitado por delírios
de incontida esperança,
onde convivem ingenuidade
e melancolia. Após sentir-se
abandonada por seu amor,
encontra abrigo na presença
da amiga morta, que a protege
de suas dores. Seu universo
interior choca-se com um
mundo que não a aceita, ao
qual não pertence. Torna
a debruçar-se sobre seus
delírios, misturando realidade
e fantasia. Com ajuda de sua
Fada Madrinha, reune forças
para continuar, na esperança de
ser feliz.
contato: alumbramento
[email protected]
85·3077·3138
É proibido menino
calçado entrar na escola
edson bastos e henrique
filho, ba, 5’, cor, digital, 2013
Uma história sobre a evasão
de alunos de uma escola, por
conta de um pé calçado.
contato: voo audiovisual
[email protected]
71·3019·0277
40
IX Panorama Internacional
É proibido
Coisa demenino
Cinema
calçado entrar
PANORAMA
na escola
BRASIL
Eles voltam
O exercício do caos
Procurando Rita
marcelo lordello,
100’, cor, digital, 2012
frederico machado, ma,
71’, cor, digital, 2013
evandro silva de freitas,
ba, 7’, cor, digital, 2013
Cris, 12 anos, e seu irmão mais
velho são deixados na beira
da estrada por seus pais. Em
pouco tempo percebem que
o castigo vem a se tornar um
desafio ainda maior. O filme
acompanha Cris em sua jornada
de retorno ao lar.
Um pai soturno e autoritário
vive com as filhas adolescentes
em uma fazenda no interior
do Maranhão. Compartilham
a ausência da mãe supostamente desaparecida
- e lidam com os ditames de
um capataz que os explora
enquanto espreita a inocência
das meninas, divididas entre
a ilusão da infância e a cruel
realidade. Enquanto o eixo
familiar desmorona, os
personagens situam-se no limiar
entre razão e loucura, caos e fé.
Um ponto de vista e muitos de
escuta. Rita busca a singular
experiência de cinema vivida
por Seu Adilson, projecionista
do antigo Cine Teatro Glória em
Cachoeira-ba.
contato: trincheira filmes
[email protected]
Em busca de
um lugar comum
felippe schultz mussel,
rj, 80’, cor, digital, 2012
Rio de Janeiro, 2011. Anunciadas
mundo afora como principal
cenário das mazelas sociais
brasileiras, as favelas cariocas
se consolidaram como um
dos pontos mais visitados do
Rio, produzindo não só uma
remodelação dos roteiros
turísticos tradicionais, mas
uma mudança nas memórias
que os estrangeiros guardam
da cidade. Imerso nos passeios
pela Favela da Rocinha, o
documentário investiga os
desejos e as imagens envolvidas
na construção deste disputado
destino turístico. Um mercado
que, atento às demandas, não
cessa em projetar seus novos
atrativos.
contato: sobretudo produção
audiovisual e artistica
[email protected]
[email protected]
21·3502·5676
contato: lume filmes
[email protected]
98·3235·4860
O sol nos meus olhos
flora dias e juruna mallon,
sp, 65’, cor, digital, 2013
Um homem chega do trabalho
e encontra sua mulher morta.
Em um surto silencioso toma o
corpo dela e parte em viagem.
contato: flora dias
[email protected]
11·98908·7075
Os dias com ele
maria clara escobar, sp,
107’, cor, digital, 2013
Cineasta mergulha no passado
quase desconhecido do pai.
Descobertas e frustrações
ao acessar a memória de um
homem e de parte da história
que são raramente expostos.
Ele, intelectual, preso e
torturado durante a ditadura,
não fala sobre isso desde a
época. Ela, uma filha em busca
de sua identidade.
contato: evandro silva de freitas
[email protected]
75·9171·2899
Trabalhar cansa
juliana rojas e marco dutra,
sp, 99’, cor, digital, 2011
A jovem dona-de-casa Helena
resolve realizar um desejo
antigo e abrir seu primeiro
empreendimento: um minimercado. Ela contrata a
empregada doméstica Paula
para tomar conta das tarefas
do lar e de Vanessa, sua filha.
Quando seu marido Otávio
perde o emprego como gerente
em uma grande corporação,
as relações pessoais e de
trabalho entre os três
personagens sofrem uma
inversão inesperada, ao mesmo
tempo em que ocorrências
perturbadoras passam a
ameaçar os negócios de Helena.
contato: polifilmes – luiz camara
[email protected]
11·2698·7589
Via crisis
leon sampaio, ba,
9’, p&b, digital, 2013
A crise pode ser profunda.
Dizem que estamos a caminho
de uma ruptura global.
contato: transe filmes
([email protected]
75·3622·5943
41
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
Panorama
internacional
Leviathan (Leviatã)
L’inconnu du lac (Um estranho no lago)
I used to be darker (Quando eu era sombrio)
The act of killing (O ato de matar)
42
IX Panorama
Internacional
The act
of killing
de matar)
Cinema
(OCoisa
ato de
PANORAMA
INTERNACIONAL
Leviathan (Leviatã)
lucien castaing-taylor
e véréna paravel, frança/
eua/ reino unido,
87’, cor, digital, 2012
Um dos filmes mais esperados
do ano, dos diretores de
Sweetgrass e Foreign Parts,
Leviathan é um emocionante,
imersivo documentário que
te leva a fundo no perigoso
mundo da pesca comercial.
Filmado a bordo de um
enorme navio pesqueiro
enquanto ele navega pelas
traiçoeiras águas da costa
da Nova Inglaterra – mesmas
águas que antes inspiraram
Moby Dick – o filme captura
o cruel e impiedoso mundo
dos pescadores em detalhes
assombroso, e ainda assim
belos. Usando de um arsenal de
câmeras que passa livremente
da equipe de filmagem para a
tripulação, e vai do fundo do
mar até surpreendentes vistas
aéreas, Leviathan é diferente
de tudo que você já viu, uma
experiência cinematográfica
puramente visceral.
contato: arrete
[email protected]
L’inconnu du lac
(Um estranho no lago)
I used to be darker
(Quando eu era sombrio)
alain guiraudie, frança,
97', cor, digital, 2013
matt porerfield, eua,
90', cor, digital, 2012
É verão. Estamos à beira de
um lago isolado, cercado por
montanhas e florestas. Este é o
cenário para encontros sexuais
entre homens desconhecidos.
É onde Franck conhece Michel
e se apaixona. Michel é um
homem belo, charmoso e
mortalmente perigoso. Franck
sabe disso, mas decide viver
essa paixão mesmo assim.
Selecionado para a mostra
Um Certo Olhar do Festival de
Cannes 2013, o filme venceu o
prêmio de melhor direção e a
Queer Palm, dedicada a filmes
de temática gay.
Quando Taryn, uma fugitiva da
Irlanda do Norte, se encontra
em problemas em Ocean City,
ela procura refúgio na casa de
seus tios em Baltimore. Mas
Kim e Bill têm seus próprios
problemas: estão tentando
lidar com o fim do casamento
da melhor forma para o bem
de sua filha Abby, que acabou
de voltar do seu primeiro ano
na faculdade. Uma história de
revelações familiares, pessoas
se encontrando e se deixando,
procurando amor onde antes
encontraram e, quando isso
não acontece, descobrindo
onde podem encontra-lo.
contato: les films du losange – t
[email protected]
+33·0·1·4443·8710
contato: new europe film sales
[email protected]
The act of killing
(O ato de matar)
L’inconnu du lac
(Um estranho no lago)
joshua oppenheimer,
dinamarca, 159’,
cor, digital, 2012
Anwar Congo e seus amigos
vêm dançando por números
musicais, torcendo braços em
cenas de filmes de gângster
e galopando por pradarias
como caubóis. Sua incursão
no ramo do cinema vem sendo
celebrado na mídia e debatido
na televisão, apesar de Anwar
Congo e seus amigos serem
assassinos em massa.
contato: final cut for real maria kristensen
[email protected]
+45·4062·6690
I used to
be darker
(Quando eu
era sombrio)
43
Leviathan (Leviatã)
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
Panorama
alemão
Die prinzessin, der prinz und der drache mit den grünen augen
(A princesa, o príncipe e o dragão de olhos verdes)
Erntefaktor null (A central nuclear mais segura do mundo)
Draussen ist sommer (Verão lá fora)
Zu hause (Em casa)
Exit Marrakech (Saída Marrakech)
Finsterworld
Freier fall (Queda livre)
Heute bin ich blond (A garota das nove perucas)
Houston
Meeres stille (Mar silencioso)
Die schaukel des sargmachers (O balanço do fabricante de caixões)
Olgastrasse nº 18
The centrifuge brain project (O projeto da centrífuga de cérebros)
Tore tanzt (Nothing bad can happen)
Zwei leben (Two lives)
Vergiss mein nicht (Não me esqueça)
44
Finsterworld
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
PANORAMA
ALEMÃO
Die prinzessin, der prinz
und der drache mit den
grünen augen (A princesa, o
príncipe e o dragão
de olhos verdes)
jakob schuh, alemanha,
7’, digital, 2011
Príncipe ultrapassado quer ler
jornais. Princesa determinada quer
cortar lenha. Dragão pensativo
procura presente para a avó. No
fim, tudo é diferente do esperado.
contato: ag kurzfilm
[email protected]
Erntefaktor null
(A central nuclear mais
segura do mundo)
helena hufnagel, alemanha, 28’,
digital, 2011
A rotina das pessoas que moram
e trabalham na central nuclear
de Zwentendorf, Áustria. Desde
1978 está pronta, mas antes da
inauguração, uma votação popular
evita o início das atividades.
contato: ag kurzfilm
[email protected]
Draussen ist sommer
(Verão lá fora)
friederike jehn, alemanha/
suíça, 96’, cor, digital, 2012
Wanda muda-se para a Suíça
com a família. Tudo indicava que
seria melhor. A grande casa, o
belo jardim, a idílica cidade. Mas
o recomeço é difícil para todos.
Apesar da tentativa desesperada
de serem uma família íntegra,
feridas antigas são reabertas.
Decide levar a família de volta, mas
isto supera o que pode aguentar.
Um emocionante verão que
encerra-se com cada um chegando
no limite de seus anseios.
contato: zum goldenen
lamm filmproduktion
[email protected]
Zu hause (Em casa)
nenad mikalacki, alemanha,
20’, digital, 2011
Uma senhora viaja em busca da casa
da infância. 2 garotos deportados, de
volta à Sérvia, tentam sobreviver em
condições diferentes de antes. Dizem
poder ajudá-la a encontrar a casa.
contato: ag kurzfilm
[email protected]
Exit Marrakech
(Saída Marrakech)
caroline link, alemanha,
122’, cor, digital, 2013
Quando Ben visita o pai em
Marrakech, é o início de uma
aventura num país onde tudo
parece possível, inclusive que se
percam de vez ou se reencontrem.
Por não estarem acostumados
a tal proximidade, mágoas e
conflitos vem à tona, além de novas
feridas. Enquanto se afastam, Ben
abre-se ao país estrangeiro, tenta
achar seu caminho no mundo
desconhecido, longe do
hotel de luxo onde o pai está.
Freier Fall
(Queda Livre)
stephan lacant, alemanha,
100’, cor, digital, 2013
Promissora carreira na
unidade, filho a caminho,
empréstimo para comprar
um duplex: tudo corre bem
para Marc. É quando Kay,
colega policial, aparece, o que
dá uma golfada de ar fresco
à vida de Marc – que, pela
primeira vez, sente-se atraído
por um homem. Dividido
entre a vida que conhece bem
e a alegria trazida por esta
aventura, perde o controle.
Em queda livre, não pode
trazer felicidade a ninguém.
Muito menos a si mesmo.
contato: kurhaus production
[email protected]
Heute Bin Ich
Blond (A garota das
nove perucas)
marc rothemund, alemanha,
117’, cor, digital, 2013
Vias expressas alemãs: milhões
de pessoas em perfeitos carros,
dirigindo legalmente a 280km/h.
Uma máquina mortífera, de
algum modo associada a outra,
o holocausto. O fato de tudo ser
orgânico hoje, a necessidade
forjada por coisas recicláveis,
um policiamento acerca do que
comemos, da lâmpada que usamos.
As pessoas não se tocam, nem se
abraçam. Criaram carapaças.
Sophie acaba de entrar na
faculdade quando um câncer
é diagnosticado: seu mundo
vira de cabeça para baixo. Mas
é uma batalhadora. Quer viver,
e com tudo que tem direito:
sonhos, festas, risos, flertes
e sexo. 9 perucas tornam-se
seu elixir de vida. Variando
entre extravagante, sensual
ou romântico, dependendo
da cor e do corte, cada peruca
destaca um aspecto de
Sophie. Liberta-se da rotina
do hospital, cai na balada com
a melhor amiga e apaixona-se
por Rob. Com humor, coragem
e um toque de leveza, dá uma
lição à doença.
contato: walker+worm film gmbh & co. kg
[email protected]
contato: beta cinema gmbh
[email protected]
contato: arri worldsales
[email protected]
[email protected]
Finsterworld
frauke finsterwalder, alemanha,
91’, cor, digital, 2013
45
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
PANORAMA
ALEMÃO
The centrifuge
brain project
(O projeto da centrífuga
de cérebros)
Houston
bastian günther, alemanha,
107’, cor, digital, 2013
Clemens Trunschka não vai bem.
Sem emprego, casamento em crise,
não pode proclamar-se "alcoólatra
funcional". Provavelmente seria
melhor "bêbado desprezível".
Surge a oportunidade de ajudar
uma empresa alemã a recrutar
um candidato americano como
presidente, e ele aproveita para
reerguer-se – tanto no aspecto
financeiro quanto familiar.
Mostrando habilidade ao lidar
com esta matéria-prima emocional,
o roteirista e diretor Bastian
Günther transforma o processo
de recrutamento feito por
Trunschka em uma análise
sutil sobre o fracasso.
contato: hanway films ltd.
[email protected]
Heute bin ich blond
(A garota das nove perucas)
Heute bin ich blond
(A garota das nove perucas)
Die prinzessin,
der prinz und der
drache mit den
grünen augen
(a princesa, o
príncipe e o dragão
de olhos verdes)
Erntefaktor null
(A central nuclear
mais segura do
mundo)
Olgastrasse nº 18
Meeres stille
(Mar silencioso)
juliane fezer, alemanha,
142’, cor, digital, 2013
Férias em família numa casa na
praia. Tudo para ser bom. Mas
desde o início algo está diferente.
Confusões sutis. Quando a mãe
morre, o pai cai em depressão.
O garoto quer salvá-lo tocando
piano. 7 anos e 6 dias, 2 famílias
desfazendo-se. Um segredo. O
quebra-cabeça aumenta quando
surge um desconhecido. Helen é
perseguida por imagens, cheiros,
sons que interrompem a realidade.
Uma viagem no subconsciente
para liberar uma perda profunda,
trazendo de volta um trauma.
Ser invisível não é fácil.
Nada desaparece realmente.
Nada é de fato esquecido.
Meeres stille
(mar silencioso)
Vergiss mein nicht
(Não me esqueça)
Zwei leben
(two lives)
Freier fall
(queda livre)
Exit marrakech
(saída marrakech)
contato: julex film
[email protected]
46
Die schaukel des sargmachers
(O balanço do fabricante de caixões)
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
Houston
PANORAMA
ALEMÃO
Die schaukel des
sargmachers (O balanço
do fabricante de caixões)
elmár imánov, alemanha,
29’, digital, 2012
Azerbaijão. Yagub perdeu tudo
mas trabalha duro por Musa,
seu filho deficiente, até que
uma mensagem perturbadora
provoca uma repentina
mudança.
contato: ag kurzfilm
[email protected]
Olgastrasse nº 18
liv scharbatke e jörg
rambaum, alemanha,
4’, digital, 2011
A história de uma família é
contada através das mudanças
ocorridas no seu apartamento,
mas os residentes permanecem
invisíveis.
contato: ag kurzfilm
[email protected]
The centrifuge brain
project (O projeto da
centrífuga de cérebros)
til nowak, alemanha,
7’, digital, 2011
Desde os anos 70 cientistas
estão realizando experimentos
usando estranhas atrações
de parque de diversão, afim
de estudar o efeito no cérebro
humano. Apropriando-se de
um tratamento visual dos
documentários televisivos, o
curta-metragem lança um olhar
irônico na confusa busca da
humanidade por felicidade e
liberdade.
contato: ag kurzfilm
[email protected]
Zu hause
(em casa)
Tore tanzt (Nothing
bad can happen)
Vergiss mein nicht
(Não me esqueça)
katrin gebbe, alemanha,
110’, cor, digital, 2013
david sieveking, alemanha,
88’, cor, digital, 2012
Tore busca vida nova ao integrar o
grupo religioso The Jesus Freaks.
Quando ajuda uma família a
consertar o carro, acredita que a
providência divina o ajudou. Inicia
amizade com o pai da família,
Benno. Muda-se para o jardim
deles, desconhecendo a crueldade
que está para acontecer. Fiel às
suas crenças, permanece com
eles apesar da violência praticada
por Benno lhe torturar. Enfrenta
o suplício com suas armas.
Inicia-se um combate entre atos
libidinosos e abnegação.
Em Vergiss Mein Nicht, David
Sieveking retrata os cuidados
domésticos prestados à sua
mãe que, como muitas pessoas,
é acometida pelo mal de
Alzheimer. Os pais de David
foram manifestantes ativos
nos movimentos estudantis
dos anos 60 e tiveram um
casamento aberto, o qual
encontra-se agora sendo posto
à prova de um modo dramático
em função da doença de sua
mãe. As alterações sofridas
por ela obriga a família a lidar
com seus próprios conflitos
e inclusive ensina-os a lidar
com estes atritos de maneira
mais terna, fazendo com que
eles se unam. Com humor
e sinceridade, a crônica
familiar de David Sieveking
é caracterizada por um
envolvimento constante entre
os personagens e por uma
afeição sensível, colocando o
ser humano, e não a doença, no
centro da trama.
contato: celluloid dreams
[email protected]
Zwei leben (Two lives)
georg mass, alemanha/ noruega,
100’, cor, digital, 2012
Europa 1990, cai o muro de
Berlim. Katrine, criada na
Alemanha Oriental, mas vivendo
na Noruega há anos, é uma
“criança da guerra”: fruto da
relação entre uma norueguesa
e um soldado alemão durante a
II Guerra Mundial. Desfruta de
uma vida satisfatória junto à
mãe, ao marido, filha e neta. Mas
quando pedem a ela e à mãe que
testemunhem no processo contra
o Estado norueguês em prol das
crianças da guerra, opõe-se. Uma
teia de dissimulações e segredos
se desvenda, até que Katrine
encontra-se destituída de tudo e
a família é forçada a posicionarse: o que pesa mais, a vida que
compartilham ou a mentira
sobre a qual foi construída?
contato: autlook filmsales
[email protected]
Draussen ist sommer
(Verão lá fora)
contato: beta cinema gmbh
[email protected]
47
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
Panorama
mexicano
El alcalde (O prefeito)
Fogo
Jean Gentil
Los mejores temas (Os melhores temas)
Los últimos Cristeros (Os últimos Cristeros)
48
IX Panorama Internacional
Fogo
Coisa de Cinema
PANORAMA
MEXICANO
A riqueza de uma geração
por eva sangiorgi O conjunto de filmes selecionados para o ix Panorama Internacional
Coisa de Cinema demonstra uma variedade de talentos e propostas oferecidos pela produção cinematográfica mexicana nos dias de hoje. Não é nenhum segredo que o México
está passando por um momento inspirado e produtivo e o mais interessante é que o discurso tem sido construído por diferentes autores com sensibilidades, tons e narrativas
originais. Trata-se de talentos de uma mesma geração, mas que mantém traços distintos e específicos. Esta seleção quer realmente comemorar esta variedade e peço desculpas desde o inicio se não foi possível ser mais inclusiva, pois se trata justamente de uma
seleção. Pensando o cinema no México, é inevitável a referência aos realizadores presentes há anos no cenário internacional e que tem recebido grande reconhecimento em festivais (em ordem de aparição): Carlos Reygadas, Amat Escalante, Fernando Eimbke. Entre eles, há muitos outros talentos que merecem atenção.
Jean Gentil é o filme mais “antigo” do ciclo. Produto da sinergia dos autores de Cochochi (2007), Laura Amelia Guzmán e Israel Cárdenas, é uma produção do México com a República Dominicana. Trata-se do retrato de um personagem, mas também um conto poético, pleno de humanidade e vida, que explora os tons do documentário e da ficção. É
nessa fronteira que se constrói Fogo, terceiro filme de Yulene Olaizola, realizadora que
se revelou com seu primeiro longa-metragem Intimidades de Shakespeare e Victor Hugo (2008). Um filme que é, ao mesmo tempo, ensaio poético sobre a passagem do tempo e sobre a simbiose dos lugares com a gente que os habita. El Alcalde, uma colaboração de Enrique Osorno com Emiliano Altuna e Carlos Rossini (já anteriormente juntos em
El Ciruelo 2008), é um documentário polêmico e provocador, com uma construção estética muito consistente. Mas que não deixa de jogar com o bom humor do personagem e
de estimular o espectador. Também presente nessa seleção está o último filme de Matías Meyer (Wadley 2008), um recorte minimalista de um pedaço da história mexicana, capaz de contar – e encantar - muito mais do que muitas tentativas nacionais e internacionais conseguiram fazer. Nicolás Pereda é o realizador de maior produtividade desta geração de cineastas. Em Los Mejores Temas exibe sua capacidade de construir personagens
altamente expressivos sem procurar gravidade. Em vez disso, é a ironia sutil que o seduz,
é um roteiro brilhante por sua simplicidade.
O MAIS INTERESSANTE É QUE O DISCURSO TEM
SIDO CONSTRUÍDO POR DIFERENTES AUTORES COM
SENSIBILIDADES, TONS E NARRATIVAS ORIGINAIS
49
Los últimos
Cristeros
(Os últimos
Cristeros)
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
PANORAMA
MEXICANO
El alcalde
(O prefeito)
50
Jean Gentil
Los mejores temas
(Os melhores temas)
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
PANORAMA
MEXICANO
El alcalde (O prefeito)
Jean Gentil
carlos rossini, emiliano
altuna e diego enrique osorno,
méxico, 81’, cor, digital, 2012
laura amelia guzmán e
israel cárdenas,
méxico/ república
dominicana/ alemanha,
87’, cor, digital, 2010
Mauricio Fernandez é o polêmico
prefeito de San Pedro Garza
García, o mais rico e seguro
município da América Latina.
Ele se apresenta como um
governante capaz de livrar sua
cidade da presença dos cartéis
de droga sem questionar os
métodos que usa para conseguir
isso. El Alcade descreve tempos
bárbaros de um país marcado
pela violência e completo
discrédito da classe governante.
contato: carlos rossini, emiliano altuna
[email protected]
+52·55·5536·4156
Fogo
yulene olaizola, méxico/
canadá, 61', cor, digital, 2012
A jovem cineasta mexicana
Yulene Olaizola viajou para Fogo,
no Canadá, para uma residência
artística. Lá ela encontrou,
numa região marginalizada, o
argumento para seu terceiro
longa, que persiste no
cruzamento entre ficção e
documentário que caracteriza
seu trabalho. Filmado com atores
não profissionais, o filme é sobre
uma ilha que está prestes a ser
abandonada por seus habitantes,
por conta de uma ameaça que
ninguém sabe do que se trata.
Embora Fogo tenha se tornado
uma cidade fantasma, dois
homens decidem ficar, se isolar
em uma cabana e beber sua
última garrafa de rum.
contato: yulene olaizola
[email protected]
Começa uma manhã em
Santo Domingo para Jean, um
professor haitiano de meia
idade numa jornada cada
vez mais angustiante em
busca de seu lugar no mundo
ou uma razão para viver. O
homem desaparece dentro
da realidade que lhe rodeia.
O esplendor da paisagem da
ilha não consegue esconder
a preocupação de seus
habitantes.
contato: aurora dominicana
[email protected]
[email protected]
Los mejores temas
(Os melhores temas)
nícolas pereda, méxico/
canadá /holanda,
103’, cor, digital, 2012
Flutuando entre ficção e
documentário, Los Mejores
Temas conta a história de
Emilio, um homem em seus
50 anos que aparece na casa
de sua família depois de 15
anos ausente. Sua mulher e
seu filho de 28 anos recebem
ele confusos e amargurados.
Depois de alguns dias eles
decidem expulsá-lo da
casa, apenas para perceber
que ele já tinha saído por
conta própria. O filho acaba
seguindo Emilio e passa
alguns dias com ele em seu
apartamento.
Los últimos Cristeros
(Os últimos Cristeros)
matías meyer, méxico/
holanda, 90’, cor,
digital, 2012
Ao final dos anos 30, nas
montanhas áridas do México,
um coronel cristeiro e seus
últimos homens resistem a
abandonar as armas. Esses
homens são camponeses,
gente humilde e orgulhosa.
São perseguidos pelo
governo e, para enfrentálo, precisam de munição.
Sem embargo o apoio não
chega e a vida na serra
fica cada vez mais difícil; a
guerra está acabando. Em
sua penitência, os homens
vão sentindo o abandono,
as doenças e a solidão. São
os últimos a cair. Embora o
perdão seja uma opção, seu
compromisso com Deus já
está feito.
contato: axolote cine
[email protected]
52·55·5510·8554
contato: sandra gómez
[email protected]
+52·55·4753·6795
51
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
Panorama
IndieLisboa
Arena
Balaou
Barba
Incêndio
Lacrau
Linha Vermelha
Mupepy Munatim
O barão
Quatro horas descalço
Ruínas
52
IX Panorama
Internacional
Linha
Vermelha
Coisa de Cinema
PANORAMA
INDIELISBOA
Presente e Futuro do Cinema Português
por nuno sena - indielisboa - festival internacional de cinema independente Mais do que
ser uma mera selecção de longas e curtas portuguesas premiadas nas últimas cinco edições
IndieLisboa, o presente programa pretende alargar os horizontes sobre o cinema nacional
para além dos aclamados Manoel de Oliveira, Pedro Costa e Miguel Gomes.
Reflectindo o carácter idiossincrático e autoral que constitui a imagem de marca do
cinema português, o programa mistura as duas gerações mais presentes na actualidade
da nossa cinematografia. Da mesma geração de Pedro Costa e Teresa Villaverde, o programa dá a ver obras de dois realizadores extraordinários e ainda insuficientemente conhecidos fora de Portugal: o expressionista O barão de Edgar Pêra (um caso especial mesmo dentro da singularidade do cinema português) e o filme-ensaio Ruínas de Manuel Mozos (além de realizador, o nosso mais influente montador). São filmes que retomam de
forma inesperada uma filiação oliveiriana/ monteiriana pela sua vontade de mergulhar a
fundo no inconsciente da história portuguesa do século xx. De outra forma e pela cabeça
de uma outra geração mais jovem, é também com episódios e figuras da mitologia lusitana que se confrontam as restantes longas incluídas no programa: Linha Vermelha de José Filipe Costa (revisitação descontruída de utopia da Revolução dos Cravos), Lacrau de
João Vladimiro (elegia por uma ruralidade perdida com ecos do trabalho de António Reis
e Margarida Cordeiro) e Balaou de Gonçalo Tocha (diário de bordo de uma viagem de auto-descoberta num país cada vez menos de navegantes).
Relativamente às curtas metragens, esta proposta de programação do IndieLisboa
passa por dar a ver alguns talentos da geração pós-Abril que ainda aguardam a passagem
à longa, desde o premíadissimo João Salaviza (Arena, Palma de Ouro de Cannes) aos promissores Miguel Seabra Lopes (Incêndio, em co-realização com a brasileira Karen Akerman), Paulo Abreu (Barba), Ico Costa (Quatro horas descalço) e Pedro Peralta (Mupepy munatim). Na multiplicidade das suas abordagens estéticas reside o potencial de renovação
futura do cinema português. Assim o permitam a crise económica e a ausência de visão da
política cultural que neste momento condicionam toda a criação artística em Portugal.
NA MULTIPLICIDADE DAS SUAS ABORDAGENS ESTÉTICAS RESIDE
O POTENCIAL DE RENOVAÇÃO FUTURA DO CINEMA PORTUGUÊS
53
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
PANORAMA
INDIELISBOA
Arena
Incêndio
Linha Vermelha
joão salaviza, portugal,
ficção, 15’, cor, digital, 2009
karen akerman e miguel
seabra lopes, portugal, 23',
cor, digital, 2011
josé filipe costa, portugal,
documentário, 80', cor,
digital, 2011
Através de uma sequência
inicial de rigorosos e
misteriosos planos fixos,
Seabra Lopes e Akerman
introduzem-nos uma deliciosa
comédia cosida com música
clássica. O poeta é Goethe,
o músico é Schubert. Os três
alunos não estão pelos ajustes
com o rigor da professora e vão
mostrar-nos que "a melhor aula
acaba com uma lição". (Miguel
Valverde)
Thomas Harlan filma a
ocupação da Torre Bela,
Portugal. 35 anos depois,
“Linha Vermelha” revisita esse
filme emblemático do período
revolucionário português: de
que maneira Harlan interveio
nos acontecimentos que
parecem naturais frente à
câmera? Qual foi o impacto
na vida dos ocupantes e na
memória sobre o período?
Mauro vive em prisão
domiciliária. As tatuagens
ajudam a passar o tempo. Três
putos do bairro aproximam-se
da janela. Lá fora, o sol bate
com força de meio-dia.
Balaou
gonçalo tocha, portugal,
documentário, 77’, cor,
digital, 2007
Faz 7 meses que minha mãe
morreu. Estou frente ao mar
de S. Miguel-Açores, terra da
família distante. Encontro a tiaavó Maria do Rosário, 91 anos,
à procura do momento para
partir. Fala-me de Deus e morte.
Durante o dia nadamos no mar,
negro, vulcânico. É aqui que
encontro Florence e Beru, casal
francês que todo ano cruza o
Atlântico no Balaou, um barco à
vela. Convidam-me a continuar
a viagem. Jogo fora o bilhete
de avião e faço-me ao mar alto.
“Balaou” é uma viagem para
aceitar o esquecimento das
coisas.
Barba
paulo abreu, portugal,
ficção, 22', p&b, digital, 2011
Um chico-esperto, um
sonhador, um simplório e
um preguiçoso vivem em
comunidade numa era précivilização. Com visão precisa
de cinema, o realizador
mostra com pessimismo e
humor que o homem é um
ser que permanece igual a si,
independente das mudanças
que origina no mundo.
54
Lacrau
joão vladimiro, portugal,
documentário, 99’, cor,
digital, 2013
“Se o Lacrau visse e a víbora
ouvisse não havia quem
escapulisse”. A víbora é surda
e o lacrau não vê, assim é e
assim será, tal como o campo
é calmo e a cidade agitada e
o ser humano impossível de
satisfazer. Lacrau procura
o regresso "à curva onde o
homem se perdeu" numa
viagem que parte da cidade em
direcção à natureza. A fuga do
caos e do vazio emocional a que
chamamos progresso; matéria
sem espírito, sem vontade.
A procura das sensações e
relações mais antigas dos seres
humanos. O espanto, o medo
do desconhecido, a perda dos
confortos básicos, a solidão, o
encontro com o outro, o outro
animal, o outro vegetal. Um
mergulho à procura de uma
conexão com o mundo. Onde
partida e chegada são a mesma,
mas eu não.
Mupepy Munatim
pedro peralta, portugal,
ficção, 18', cor, digital, 2012
Quando descobre que a
mãe morreu, um homem
que tinha partido para
França, regressa a Portugal.
Seguimos suas deambulações.
Sentimos quão estranho se
tornou para os outros. Ele não
sabia que perderia tudo e faz o
luto a seu modo.
O barão
edgar pêra, portugal, ficção,
95’, p&b, digital, 2011
Inspirado na obra de Branquinho
da Fonseca, remake neurogótico de um filme realizado na
II Guerra. Proibido pelo Ditador
por retratar um tiranete que
aterrorizava os habitantes de
uma região montanhosa. A
narrativa conduz o Inspetor
por uma natureza insólita até o
castelo do Barão. O Barão é um
camaleão emocional. Vive um
amor aprisionado. Idalina, criada
aristocrata, esguia e esquiva
paira pelo castelo e lhe perturba.
Mupepy Munatim
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
PANORAMA
INDIELISBOA
Quatro horas
descalço
ico costa, frança/
portugal, ficção,
15', cor, digital, 2012
Balaou
Incêndio
Lacrau
Quatro
horas
descalço
Barba
Uma casa silenciosa, de
porta aberta no meio da
noite. Mas a paz é uma
ilusão – um filho mata o pai
com as suas próprias mãos
e caminha as quatro horas
seguintes até a esquadra,
os pés descalços em contato
cruel com o chão, para se
denunciar. Um crime numa
aldeia numa montanha no
interior de Portugal e no
centro de uma família. (ap)
Ruínas
manuel mozos, portugal,
documentário, 60',
cor, digital, 2009
O barão
Arena
Ruínas
Fragmentos de espaços e
tempos, restos de épocas
e locais onde apenas habitam
memórias e fantasmas.
Vestígios de coisas sobre as
quais o tempo, os elementos,
a natureza, e a própria ação
humana modificaram e
modificam. Com o tempo tudo
deixa de ser, transformandose eventualmente numa
outra coisa. Lugares que
deixaram de fazer sentido, de
ser necessários, de estar na
moda. Lugares esquecidos,
obsoletos, inóspitos, vazios.
Não interessa aqui explicar
porque foram criados e
existiram, nem as razões
porque se abandonaram
ou foram transformados.
Apenas se promove uma
ideia, talvez poética, sobre
algo que foi e é parte da(s)
história(s) deste País.
55
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
Panorama
italiano
Hotel Transeuropa
Io e te
Salvo
56
IX Panorama Internacional
Io e te
Coisa de Cinema
PANORAMA
ITALIANO
Hotel Transeuropa
Io e te
Salvo
luigi cinque, itália/ brasil,
100’, cor, digital, 2012
bernardo bertolucci, itália,
103’, cor, 35mm, 2012
Em um hotel na Costa Oeste da
Sicília, um grupo de artistas de
jazz se prepara para uma nova
turnê. Durante os ensaios, duas
brasileiras surgem com notícias:
Darcy, um percussionista
famoso, desapareceu,
provavelmente por causa de
um feiticeiro que agiu a mando
de traficantes de drogas. Para
encontrá-lo, os músicos têm
apenas uma opção: descobrir
sua fórmula musical. O filme
conta com importantes nomes
da música italiana, como Pippo
Delbono, Peppe Servillo, Patrizio
Fariselli e Gianluigi Trovesi.
Lorenzo é um jovem solitário
de 14 anos, diferente dos
outros. Vai enganar os pais e
faltar a uma viagem escolar
de esqui para realizar o sonho
de se esconder numa cave
abandonada do prédio onde
mora. Durante toda uma
semana, poderá finalmente
evitar todos os conflitos e as
pressões e comportar-se como
um adolescente "normal".
Quer viver no isolamento
total com a sua música e livros
preferidos. Mas a chegada
inesperada da meia-irmã
Olivia vai mudar tudo. Ela é
mais velha e tem a experiência
do mundo. O tempo que vão
passar juntos vai inspirar
Lorenzo, que um dia poderá
dizer adeus à sua vida de
miúdo e lançar-se na confusão
da vida dos adultos.
fabio grassadonia e
antonio piazza, itália/
frança, 104, digital, 2013
contato: off med -mrf5
[email protected]
+39·06·482·5761
Assassino profissional da máfia
siciliana, Salvo é um homem
solitário, frio e implacável. Ele
invade uma casa para executar
um assassinato encomendado.
É quando conhece Rita, uma
menina cega que presencia
impotente o assassinato de seu
irmão. Salvo tenta fechar seus
olhos perturbadores que, fixos
nele, não conseguem vê-lo.
Mas algo impossível acontece:
Rita vê pela primeira vez. Salvo
decide então deixá-la viver.
Agora, assombrados pelos
mundos a que pertencem, eles
estão ligados para sempre.
Grande prêmio e troféu
revelação na Semana da Crítica
do Festival de Cannes 2013.
contato: h2o films – marcos
[email protected]
21·2205·2413
contato: california filmes – jairo
[email protected]
11·3048·8444
Salvo
Hotel Transeuropa
57
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
Animage
O animage - Festival Internacional de Animação de Pernambuco, é um
evento que acontece anualmente nas cidades de Recife e Olinda. Em
sua quintaedição, o animage exibiu em 2013 um vasto panorama da
animação mundial, com foco em produções independentes e autorais,
apostando na qualidade artística de cada filme. No segundo ano de
parceria com o Panorama Internacional Coisa de Cinema, uma seleção
especial de filmes exibidos no Animage chega a Salvador.
The kiosk
Sangre de unicornio
Fight
Choir tour
Plug & play
Rabbitland
Faroeste, um autêntico western
Autor du lac
Moya mama samolet
Drifters
Hammam
Laska
Crow’s nest
How to make love to a woman
Teat beat of sex – hair
Deu no jornal
Im rahmen
La vie sexuelle des dinossaures
Teat beat of sex – trouble
Peach juice
Rosette
Tram
58
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
Drifters
ANIMAGE 1
The kiosk
Choir tour
anete melece, suiça,
7’, digital, 2013
edmunds jansons,
letônia, 5’, digital, 2012
Durante anos, o quiosque onde
Olga trabalha tem sido seu
pequeno lar. Seu vício em doces
e sua vida monótona a fizeram
ficar maior do que a porta de
saída. Para se distrair, ela lê
revistas sobre viagens e sonha
em estar bem longe dali. Um
incidente absurdo faz com que
Olga inicie sua jornada.
Um coral de garotos
mundialmente famoso
está em turnê. Nas mãos
de seu severo maestro,
eles são um instrumento
musical obediente, mas
quando ficam sem supervisão
são apenas crianças
brincalhonas. Em uma visita
à Seul, na Coréia, o maestro
fica preso no elevador e
os garotos são deixados
sozinhos.
Sangre de unicornio
alberto vasquez, espanha,
9’, digital, 2013
Dois ursinhos de pelúcia vão
caçar unicórnios, sua caça
favorita. Unicórnios têm carne
macia e um sangue delicioso
com gosto de blueberry, que
os ursinhos precisam para
continuarem fofinhos.
Fight
steven subtonick,
eua, 4’, digital, 2012
Um duelo entre dois
personagens multifacetados.
Plug & play
Plug & play
michel frei, suiça,
6’, digital, 2013
Criaturas antropóides com
plugs no lugar das cabeças
estão afim de travessuras.
No lugar de se entregar
aos ditames de um dedo
levantado, eles logo se
submetem a eles mesmos.
Mas os dedos também põem
os dedos ao redor. Isso é
amor? Plug & Play, um filme
animado inteiramente feito
com dedos.
Rabbitland
ana nedeljkovic
e nikola majdak jr.,
sérvia, 7’, digital, 2013
Faroeste, um
autêntico western
Os coelhos são muito felizes.
Moram nas ruínas da Terra
dos Coelhos – a perfeita
democracia. Todos os dias,
seus habitantes saem pra
votar, e votam nos mesmos
representantes.
Faroeste, um
autêntico western
wesley rodrigues,
brasil, 19’, digital, 2013
Maverick é um urubu que,
logo ao nascer, vê sua família
ser vítima da violência.
Habituado a ela desde o
princípio de sua vida, na idade
adulta se torna líder de uma
gangue criminosa, espalhando
terror por onde passa.
Autor du lac
carlos roosens,
bélgica, 6’, digital, 2013
A respiração de um atleta, um
formigueiro demolido, uma
poça d’água, um sanduíche
deixado em um banco, um
esquilo.... Fragmentos de vidas
que nos levam a andar ao redor
do lago, com palavras e música
de “Carl & les hommes-boîtes”.
Moya mama samolet
julia aronova, rússia,
7’, digital, 2012
Minha mãe é um avião...
Drifters
ethan clarke, eua,
8’, digital, 2012
Um a um, três estranhos
acordam em um trem onde
não se lembram de terem
embarcado. Eles são os únicos
passageiros.
59
Choir tour
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
ANIMAGE 2
Crow’s nest
Autor du lac
Rosette
Teat beat of sex – hair
Teat beat of
sex – trouble
Im rahmen
Peach juice
Tram
La vie sexuelle des
dinossaures
Rabbitland
Moya mama samolet
Hammam
Laska
60
Fight
How to make love to a woman
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
ANIMAGE 2
Deu no jornal
Hammam
Teat beat of sex – hair
Teat beat of sex – trouble
florence miailhe,
frança, 8’, digital, 1992
signe baumane, rússia,
2’, digital, 2008
signe baumane, rússia,
2’, digital, 2008
Duas jovens que visitam pela
primeira vez um banho turco um hamman -, nos conduzem
por um labirinto de saunas,
chuveiros e fontes.
Uma opinião sobre
sexo do ponto de vista de
uma mulher. Chocante!
Uma opinião sobre sexo
do ponto de vista de uma
mulher. Chocante!
Deu no jornal
Peach juice
Laska
michel socha, polônia,
5’, digital, 2008
“Chick” é uma história
engraçada da vida real
sobre as relações entre
homem e mulher. A paixão
e suas consequências são
retratadas de um jeito
irônico: conhecer um cara,
dançar, se divertir e transar.
Crow’s nest
robert milne, reino
unido, 2’, digital, 2013
O corvo está ocupado
construindo seu ninho,
mas ele tem um rival.
How to make love
to a woman
bill plympton, eua,
5’, digital, 1995
Um olhar animado sob as
etapas essenciais de um
relacionamento, desde
encontrar uma mulher, até
fazer amor com ela.
yanko del pino,
brasil, 3’, digital, 2005
brian lye, canadá,
8’, digital, 2012
Um desenho animado
para adultos que narra
a saga de um solitário e
suas fantasias. Traços de
esferográfica no jornal velho
desvendam as suas relações
mais íntimas.
Durante as férias na
praia, um jovem
se atrai por sua tia.
Im rahmen
evgenia gostrer,
alemanha, 5’,
digital, 2013
Quanto eu amo a mim
mesmo? Do que sinto
orgulho? Como me
apresento? Como eu
gostaria de ser visto?
Onde estão meus limites
pessoais e com o que eles
se parecem? Quão longe
eu posso ir?
La vie sexuelle
des dinossaures
delphine hermans,
bélgica, 3’, digital, 2012
É primavera…
Rosette
romain borrel,
gaël falzowski,
benjamin rabaste e
vincent tonelli,
frança, 5’, digital, 2011
Em uma delicatessen de
carnes, uma cliente começa
a fantasiar com o açougueiro.
Ela nos leva até uma visão
clichê de suingue, transcrita,
para melhor ou pior, dentro
de um universo de produtos
de carne de porco.
Tram
michaela pavlatova,
frança, 7’, digital, 2012
É um dia rotineiro para
a condutora do Bonde. Como
em todas as manhãs, os
homens entram e saem para
trabalhar, um após o outro,
todos parecidos
Sangre de unicornio
The kiosk
61
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
Sessão
Desbunde
Amor e outras construções ou uma boca/ Que abarcasse/ Tanto cu
Delete deleite
Falos e badalos
Lagoa remix
Mata adentro
O sangue de Jesus tem dendê
Sem título
Y
62
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
Y
Mata adentro
O sangue de Jesus tem dendê
Sem título
SESSÃO
DESBUNDE
Delete deleite
Cinema do Desbunde - tomada única
por marcelo caetano O Desbunde está em não voltar no tempo nem morrer de saudades.
Está na possibilidade de fazer outra vez, de outra maneira, com outros olhos. Convidar
as velhas orgias do passado para a volúpia de mais noites regadas a situações melosas,
posições incômodas e intensas, alongamentos de partes íntimas e gostosas. Desbunde é
ver, deseducar-se e pedir mais. Queremos mais. Os diretores Hilton Lacerda e Marcelo Caetano convidaram o Festival Curta Oito para produzir em parceria com o Festival de Curta de São Paulo, uma sessão com o tema Desbunde em Tomada Única - proposta em que
os filmes são rodados em super-8, montados diretamente no gatilho da câmera, sem edição posterior. Com parceria do curador Fabio Allon, cineastas e artistas foram convidados para produzir releituras e significações contemporâneas do cinema em super-8 dos
anos 70. Para ver e produzir novos entendimentos.
Amor e outras
construções ou uma boca/
que abarcasse/ tanto cu
gustavo vinagre, brasil,
3’, cor, digital, 2013
Em uma cidade em
construção, um grupo de
rapazes busca o amor.
Delete deleite
karen black e ana
izabel aguiar, brasil,
3’, cor, digital, 2013
Mata adentro
claudia priscilla, hilton
lacerda e rodrigo bueno,
brasil, 3’, cor, digital, 2013
Personagens transitam na
subjetividade do desejo.
O sangue de Jesus
tem dendê
daniel lisboa, brasil,
3’, cor, digital, 2013
Sorria você está na Bahia.
Deletar é preciso.
Sem título
Falos e badalos
nino cais, brasil, 3’,
cor, digital, 2013
anita rocha da silveira,
brasil, 3’, cor, digital, 2013
Y
Rio de Janeiro: o local ideal
para um amor monumental.
dácio pinheiro e
stefan fähler, brasil,
3’, cor, digital, 2013
Lagoa remix
O filme é uma colaboração
entre artistas de várias
nacionalidades, um manifesto
contra a energia nuclear
e a repressão sexual das
grandes potências. Com trilha
composta pela vocalista da
banda alemã 'Crime'.
leonardo mouramateus,
brasil, 3’, cor, digital, 2013
Não vou negar. Sofri demais
quando você me deu o fora.
Mas o tempo passa. O mundo
gira. O mundo é uma bola.
Falos e
badalos
Amor e outras construções
ou uma boca/ Que abarcasse/
Tanto cu
Lagoa
remix
63
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
Sessão Cineclube
Mário Gusmão
Agosto
Anil
Brabeza
O pátio
Sensações contrárias
Silent star
64
O pátio
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
Silent star
Anil
Brabeza
Sensações contrárias
SESSÃO CINECLUBE
MÁRIO GUSMÃO
Agosto
Caixa Anjo Negro: um panorama do curta-metragem na Bahia
por cyntia nogueira O Cineclube Mário Gusmão surgiu na cidade de Cachoeira em 2010, tendo
como objetivo ampliar a difusão e reflexão crítica sobre o cinema baiano e brasileiro. A
seleção de curtas apresentados aqui marca o lançamento da Caixa Anjo Negro, um box com
4 dvds contendo 42 filmes de curta-metragem baianos, encarte educativo e um catálogo
com 27 críticas cinematográficas, além de Extras sobre o ator negro, cachoeirano, Mário
Gusmão, ícone do teatro e do cinema baianos dos anos 1960 e 1970, a quem prestamos
homenagem com o nome do cineclube.
Os oito programas de exibição que passamos agora a distribuir integraram a mostra Curtas Baianos – um panorama (1954-2010) e propõem um olhar crítico sobre essa produção. Em
um momento de revigoramento do cineclubismo e do interesse pelos formatos curtos, buscamos identificar tendências e estabelecer elos entre realizações às vezes distantes do tempo, mas próximas em suas propostas estéticas, modos de produção ou na abordagem de determinados temas. É o que revela o programa Cinema de Sensações, que escolhemos para esta mostra, tendo como referência o curta experimental O Pátio (1959), de Glauber Rocha.
O Cineclube Mário Gusmão é um projeto de pesquisa e extensão do curso de Cinema e
Audiovisual da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – ufrb. Com o acervo bibliográfico e filmográfico reunido na Caixa Anjo Negro, pretendemos contribuir para o acesso e a
reflexão acerca de nossa cinematografia, ampliando também o conhecimento sobre a impressionante trajetória artística, política e formativa de Mário Gusmão.
Agosto
Brabeza
Sensações contrárias
wallace nogueira,
ba, 13’, digital, 2011
josé umberto dias e
robinson roberto sales
barreto, 22 min, digital, 1978
amadeu alban, jorge
alencar e matheus rocha,
ba, 5’, digital, 2007
Ecos cinemanovistas
estilizados em experimentos
compositivos fotográficos e
de montagem, no encontro de
uma retirante com um homem
que carrega um fuzil nas ruas
da cidade grande.
Sensações Contrárias é
ambientado no Recôncavo
Baiano, região de passado
coronelista. Dentro de um
ambiente provincianodecadente, desenvolve-se
a noção de borrão, em que
os eventos coreográficos
e imagéticos se dão por
aparentes acidentes, falhas e
descontinuidades, num limite
entre realismo cotidiano e
surrealismo.
A existência rompida pelas
gotas de um coração seco.
Anil
fernando bélens,
ba, 8’, digital, 1990
Durante uma semana,
regidos pelos signos negros
da cultura bahiana, os varais
contam histórias
de exploração. O trabalho
da mulher, cânticos e cores
se reúnem delicadamente
para denunciar.
O pátio
glauber rocha, ba,
13’, digital, 1959
Primeiro filme de Glauber. Num
terraço de azulejos em forma
de xadrez, um rapaz e uma
moça. Esses dois personagens
evoluem lentamente: se tocam,
rolam no chão, se distanciam,
se olham.
Silent star
alexandre guena,
ba, 13’, digital, 2009
Sozinha novamente ou.
65
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
COMISSÃO DE SELEÇÃO
Cláudio Marques
Cláudio Marques nasceu em
Campinas, São Paulo, em 1970,
e mora em Salvador desde 1982.
Cláudio foi editor e crítico do
jornal Coisa de Cinema durante
oito anos (1995-2003). Colaborou
para os jornais Tribuna da Bahia
e A Tarde. Responsável pela
programação da Sala Walter da
Silveira (2007-2009), idealizou e
hoje é o principal coordenador do
Espaço Itaú de Cinema – Glauber
Rocha. Cláudio é o idealizador
e coordenador do Panorama
Internacional Coisa de Cinema.
Depois da Chuva, seu primeiro
longa-metragem, estreou no 46º
Festival de Brasília do Cinema
Brasileiro, onde recebeu os
prêmios de melhor, ator, roteiro e
trilha sonora.
João Paulo Barreto
Formado em Jornalismo pela
Faculdade Social da Bahia,
João Paulo Barreto teve sua
graduação voltada para a
análise cinematográfica com
pesquisa da filmografia dos
diretores Martin Scorsese e
Fernando Meirelles. Participou,
em 2009, do curso de direção
e roteirização ministrado pelo
cineasta Rubens Shinkai; em
2009, 2011 e 2012, participou
66
dos cursos de Teoria, Crítica e
Linguagem Cinematográfica, e,
em 2013, do Forma e Estilo, todos
ministrados pelo crítico Pablo
Villaça. Em 2011, fez parte do
Júri Jovem da sétima edição do
Panorama Internacional Coisa
de Cinema e, nas edições de 2012
e 2013, integra a curadoria do
festival. Ainda em 2012, trabalhou
como assessor de imprensa na
produção do longa de estreia
dos cineastas Cláudio Marques e
Marília Hughes, Depois da Chuva.
Escreve sobre cinema para o blog
Película Virtual e para o site Coisa
de Cinema.
Marília Hughes
Marília Hughes nasceu em Vitória
da Conquista, Bahia, em 1978, e
mora em Salvador, Bahia, desde
1991. É graduada em Psicologia
(1996-2002) pela Universidade
Federal da Bahia e mestre
em Comunicação e Cultura
Contemporâneas (2007-2009)
pela ufba/PósCom. Sócia da
empresa Coisa de Cinema onde
trabalha, desde 2006, como
diretora, produtora e editora.
Marília realizou diversos curtas
premiados e, desde 2007, é
produtora geral do Panorama
Internacional Coisa de Cinema,
um festival internacional
de cinema que acontece em
Salvador desde 2002. Depois
da Chuva, seu primeiro longametragem, estreou no 46º
Festival de Brasília do Cinema
Brasileiro, onde recebeu os
prêmios de melhor, ator, roteiro e
trilha sonora.
Rafael Carvalho
Doutorando do Programa de
Pós-Graduação em Comunicação
e Cultura Contemporâneas da
Universidade Federal da Bahia,
realiza pesquisa no campo
da crítica cinematográfica.
Também escreve críticas para o
weblog Moviola Digital (www.
movioladigital.blogspot.com)
e colabora para o site Coisa de
Cinema (www.coisadecinema.
com). É membro da Associação
Brasileira de Críticos de Cinema
(Abraccine). Em 2011, venceu o
Concurso Estadual de Estímulo
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
OFICINA DE CRÍTICA
CINEMATOGRÁFICA
OFICINA DE DIREÇÃO
CINEMATOGRÁFICA
João Carlos Sampaio
Juliana Rojas
Jornalista e Crítico de cinema
(membro da Abraccine),
colabora com diversas
revistas e jornais de circulação
nacional. Curadoria para
o Cine pe – Festival do
Audiovisual e Mostra Cinema
Conquista. Manteve coluna
no Jornal Bahia Hoje, entre
1993 e 1995, quando passou
a escrever regularmente
para o jornal A Tarde. Um
dos fundadores do Projeto
Lanterninha, principal
atividade cineclubista da
Bahia. Em 2005 integrou o júri
constituído pelo MinC para
escolha do filme brasileiro
pré-candidato ao Oscar.
Como consultor, atua em
júri de seleção de roteiros
e similares para diversos
projetos, a serviço de órgãos
públicos como Minc, Sesc
São Paulo e Dimas (ba). Atua
ainda como consultor na
seleção de filmes e membro
de júri em festivais, já tendo
participado como jurado dos
principais eventos de cinema
do país. Ministra palestras,
oficinas e integra seminários
em diversos eventos, inclusive
os minicursos de “Fruição e
Crítica de Cinema”, em vários
estados brasileiros.
Nasceu em 1981 e cursou
cinema na Universidade
de São Paulo, onde se
especializou em roteiro,
montagem e som. Escreveu
e dirigiu, em parceria
com Marco Dutra, os
curta-metragens O Lençol
Branco (Seleção Oficial –
Cinéfondation – Cannes
2005), Um Ramo (Melhor
Curta – Semana da Crítica –
Cannes 2007) e As Sombras.
Também escreveu e dirigiu
os curtas Vestida, Pra Eu
Dormir Tranquilo (Prêmio
Court Toujours – Festival
de Toulouse 2012 e Melhor
Curta-metragem de ficção
- Grande Prêmio do Cinema
Brasileiro) e O Duplo
(Menção Especial - Semana
da Crítica - Cannes 2012 e
Prêmio Court Toujours Festival de Toulouse 2013).
O primeiro longa de Juliana
e Marco – Trabalhar Cansa –
estreou dentro da seleção
oficial do Festival de Cannes
2011 – Seção Un Certain
Regard. Trabalha também
como montadora. Faz parte
do Filmes do Caixote, um
grupo de realizadores que
trabalha em colaboração
constante.
à Crítica de Artes, na categoria
audiovisual, e fez parte do
Júri Jovem do vii Panorama
Internacional Coisa de Cinema.
Foi comentarista do projeto
Janela Indiscreta Cinema: Eis a
Questão e um dos organizadores
do Cineclube Segundo o Cinema,
em Vitória da Conquista.
Rafael Saraiva
Mesmo sendo graduado em
Bacharelado em Ciência da
Computação, sempre teve uma
paixão maior pelo cinema, o que
o motivou a seguir seu sonho na
área do audiovisual. Participou
de workshops e oficinas
relacionadas a mídias móveis,
roteiros e produção de vídeos
utilizando ferramentas livres. Se
especializando na área da crítica
cinematográfica, fez cursos com
os críticos Pablo Villaça (portal
Cinema em Cena) e João Carlos
Sampaio (jornal A Tarde), este
último ocorrido durante o vii
Panorama Internacional Coisa
de Cinema, onde teve também a
oportunidade de integrar o Júri
Jovem da Mostra Competitiva.
Desde sua oitava edição, integra
a equipe de curadoria do festival
e colabora com textos para o site
Coisa de Cinema (http://www.
coisadecinema.com.br).
67
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
CONSULTORES DO
LABORATÓRIO DE ROTEIROS
Aleksei Wrobel
Fabio Meira
Marcelo Lordello
Mestre em Literatura, com
especialização na Universidade
Livre de Berlim. Autor,
produtor de cinema, consultor
e instrutor de roteiros. Entre
os principais trabalhos na
escrita audiovisual estão o
longa de ficção A Via Láctea,
o documentário O Último
Kwarup Branco e a novela Água
na Boca, da Band. Escreveu
séries documentais e ficcionais
para os canais de tv Futura,
rbs e cnt. Script-doctor para os
filmes Elena, de Petra Costa; De
Menor, de Caru Alves de Souza;
Hoje, de Tata Amaral; e filmes
em regime de co-produção
internacional do antigo Depto.
Internacional da O2 filmes.
Colaborador do Laboratório
de Roteiros do Sesc (antigo
Sundance) desde 2009, tendo
sido consultor nas edições de
2009 (Adulto), 2010 (Infantil),
2011 e 2012 (Adulto).
Roteirista e diretor, nascido
em Goiânia em 1979, formado
pela Escola de Cinema de
Cuba com Pós em Roteiro de
longa-metragem ficção pela
escac em Barcelona e Mestrado
pela eca-usp. Trabalhou como
assistente de Ruy Guerra e
Fernando Trueba e realizou os
curtas Atlântico (Melhor curta
no Festival de Toulouse) e Hoje
tem alegria (Prêmio abd-sp no
É Tudo Verdade). Foi roteirista
de The Illusion, premiado nos
festivais de Berlim, Chicago e
Havana e do longa De Menor
de Caru Alves de Souza, que
estreia esse ano em San
Sebastian, Biarritz e Rio. Em
fase de captação para As duas
Irenes, seu primeiro longa como
diretor.
Diretor, Diretor de Fotografia
e Montador. Integrante da
produtora pernambucana
cinematográfica Trincheira
Filmes. Nascido em
Brasília em 1981, graduouse em Comunicação pela
Universidade Federal de
Pernambuco, onde iniciou sua
carreira realizando curtas e
outros projetos audiovisuais
seus e de parceiros. Em
2007, iniciou sua carreira de
diretor com o curta Garotas
de Ponto de Venda, seguido
de Fiz zum zum e pronto
(2008) e No27 (2008). Este
último e seu primeiro longa
documental Vigias (2010)
estrearam no Festival de
Brasília e circularam por outros
importantes festivais nacionais
e internacionais. Seu primeiro
longa ficcional Eles Voltam
(2012) foi premiado, também
no Festival de Brasília, como
Melhor Filme pelo Júri e pela
Crítica, Melhor Atriz e Atriz
Coadjuvante.
68
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
COLÓQUIO: CARLÃO, CINEMA NO CORAÇÃO!
Promoção: ix Panorama Internacional Coisa de Cinema
e Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine)
Bertrand Duarte
Francis Vogner
Luiz Zanin
Iniciou a carreira no
teatro, pela ufba, em 1980.
Protagonizou o filme
Superoutro dirigido por
Edgard Navarro e vencedor
dos prêmios de Melhor Filme,
Melhor Diretor e Melhor
Ator (Bertrand Duarte)
no Festival de Gramado.
Também foi premiado pelos
filmes Alma Corsária e Pau
Brasil como protagonista e
atuou em outras produções
cinematográficas e para tv.
Francis Vogner é mestrando em
Meios e Processos Audiovisuais
na eca-usp e crítico de cinema.
Foi redator da Revista Cinética
por 5 anos e colaborou para a
Foco Revista de Cinema, Filme
Cultura, Teorema, Miradas del
Cine (Cuba), Cahiers du Cinéma
España, La Furia Umana (Itália)
e Revista Interlúdio. É curador
da Mostra de Cinema de
Tiradentes, Cine bh e Cine op e
atuou como Júri em festivais.
Crítico de cinema, repórter
especial de cultura e colunista
d’O Estado de S. Paulo.
Presidente da Abraccine
(Associação Brasileira de
Críticos de Cinema). De 2000
a 2009 foi editor do
suplemento Cultura, do
Estadão. Autor dos livros
“Cinema de Novo - Um Balanço
Crítico da Retomada” (2003),
“Guilherme de Almeida Prado
- um Cineasta Cinéfilo” (2005)
e “Fome de Bola - Futebol e
Cinema no Brasil” (2006).
Fábio Andrade
Formado em Jornalismo e
Cinema pela puc-Rio, com
extensão em roteiro pela
School of Visual Arts de Nova
York. É crítico de cinema,
roteirista, montador e editor
de som. Escreve na revista
Cinética desde 2007 e em 2010
assumiu sua editoria. Publicou
textos na revista Filme Cultura
e em catálogos de festivais
no Brasil e exterior, como
Festival de Berlim e o livro
comemorativo dos 45 anos do
Festival de Brasília.
João Carlos Sampaio
Jornalista e Crítico (membro
da Abraccine), colabora com
revistas e jornais de circulação
nacional. Manteve coluna no
Jornal Bahia Hoje, entre 1993 e
1995, quando passou a escrever
regularmente para o jornal A
Tarde. Curadoria para o Cine pe
e Mostra Cinema Conquista.
Já atuou como jurado nos
principais eventos de cinema do
país. Ministra palestras, oficinas
e integra seminários em diversos
eventos, inclusive minicursos de
“Fruição e Crítica de Cinema”, em
vários estados brasileiros.
Marcelo Miranda
Jornalista e crítico de cinema
em Belo Horizonte. Foi repórter
do jornal O Tempo (2006-2012).
Coeditor da revista eletrônica
Filmes Polvo e colaborador
da Interlúdio. Escreveu nas
impressas Teorema, Filme
Cultura e Monet e nos jornais
Estado de Minas, Estado de
S. Paulo, Valor Econômico,
Zero Hora e Folha de S.Paulo.
Publicou textos em catálogos
de retrospectivas, festivais e no
livro Os Filmes que Sonhamos.
69
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
EQUIPE
CONTATO
Coordenação Geral: Cláudio Marques e Marília Hughes
COISA DE CINEMA
Curadoria: Cláudio Marques, João Paulo Barreto,
Marília Hughes, Rafael Carvalho e Rafael Saraiva
Endereço: Rua Direita de Santo
Antonio, 84, Santo Antonio
Tel: 71·3276·1241 / 8104·9656 /
8101·6004
Produção e Coordenação de Logística: Joana Giron
Produtora de Tráfego: Flávia Santana
Produção, Oficinas e Colóquio: Tais Bichara
Mobilização de Público: Júlia Salgado
Produção de Campo e Transportes: Michele Perroni
Projeção: Jeronimo Soffer
Produção de Festas e Lounge: Carol Morena
Design Gráfico: Pierre Themotheo
Legendagem Eletrônica e Tradução: Bernardo Machado
Assessoria de Imprensa: Jane Fernandes
(Quarta Via - Assessoria de Comunicação)
Vinheta e Cobertura de Video: Anouk Dominguez-Degen
Hot Site: Fábio Farani (Dois! Mídia e Arte)
Administração de Conteúdo do Site: Rafael Saraiva
Cobertura Fotográfica: Agnes Cajaiba
Coordenação e Debates (Cachoeira): Cyntia Nogueira
Produção e Receptivo (Cachoeira): Thamires Vieira
Mobilização de Público (Cachoeira): Leandro Rodrigues
e Emerson Almeida
Divulgação (Cachoeira): Wendell Coelho
Projeção (Cachoeira): Evandro de Freitas
Produção de Festas (Cachoeira): Manuela Muniz
Registro Fotográfico (Cachoeira): Carina Rosa, Wesley Proença
Coordenação – Revista CineCachoeira: Guilherme Sarmiento
Redatores – Revista CineCachoeira: João Marciano, Thacle Souza
70
Email: producao.
panoramacoisadecinema@
gmail.com
www.facebook.com/panorama.
coisadecinema
ESPAÇO ITAÚ DE CINEMA
GLAUBER ROCHA
Endereço: Praça Castro
Alves, s/n – Centro
Tel: 3011·4706 (Bilheteria)/
3322·0302
SALA WALTER
DA SILVEIRA
Rua General Labatut,
27, Barris (Prédio da
Biblioteca Pública Estadual)
Tel: 3116·8100
CAHL - CENTRO DE
ARTES, HUMANIDADES
E LETRAS/ UFRB
Rua Maestro Irineu
Sacramento, s/n, Centro,
Cachoeira, Bahia
Tel: 75·3425·2729/ 3425·2551
IX Panorama Internacional
Coisa de Cinema
Todas as peças do seu projeto
ANIMAGE 1
Equipamentos e soluções em
www.ciario.com.br
em um só lugar
todo o território nacional
Locação de Câmera, Iluminação, Acessórios de Produção,
Maquinária, Grua, Dolly, Trailer, Unidade Geradora. Projetos
de Figurino e Design. Transporte, Soluções em TI,
Produção e Pós Produção de Áudio, Venda
de Suprimentos para Produções e outros.
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