Por que trabalhar com receita - Secretaria Municipal da Educação

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Por que trabalhar com receita - Secretaria Municipal da Educação
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PREFEITURA MUNICIPAL DE SALVADOR
01
Secretaria Municipal de Educação e Cultura – SMEC
Coordenadoria de Ensino e Apoio Pedagógico – CENAP
Elaboração e organização: Vânia Pessoa / e-mail: [email protected]
TEXTOS PRESCRITIVOS
APRESENTAÇÃO
Os textos prescritivos são os que contêm informação acerca do modo de realizar uma
atividade: são instruções. Podem ser simples, como a recomendação de uma atividade
escolar, ou complexos, como uma lei parlamentar. Há instruções nos trabalhos manuais, nos
jogos, no uso de aparelhos e máquinas, nas receitas culinárias, nos regulamentos, etc.
As tarefas escolares estão repletas de instruções sobre como faze-las. Uma das
queixas mais freqüentes dos professores é de que "os alunos não lêem as instruções" ao
realizarem as atividade. Não apenas na Educação Infantil, Mas no Ensino Fundamental
também, Inclusive na universidade! Se não é fácil ler as instruções, tampouco o é escreve-las,
"explicar com palavras" as tarefas envolvidas em qualquer atividade.
Talvez não se tenha dedicado um espaço adequado ao ensino das habilidades
específicas de leitura e de escrita deste tipo de texto. Ou não se tenha dado suficiente
importância à expressão e compreensão precisas das instruções. Os professores, de todos os
níveis, costumam explicar – ou ler – as instruções importantes. Por sua vez, os alunos tendem
a achar que essa explicação é suficiente. Às vezes, acontece que as instruções são repetidas
constantemente em sucessivas tarefas, o que acostuma a pensar que não vale a pena lê-las.
Portanto, qualquer mudança passará despercebida.
Seja como for, os textos prescritivos, instruções, requerem maneiras muitos concretas
para serem escritos e lidos. E é preciso ensinar essas maneiras na escola desde muito cedo.
CARACTERÍSTICAS DOS TEXTOS PRESCRITIVOS OU INSTRUCIONAIS
FUNÇÃO
• regular com precisão o comportamento humano para realização de algum
objetivo.
MODELOS
• Instruções escolares.
• Receitas culinárias.
• Regulamentos, códigos, normas: jogo, de comportamento, etc.
• Instruções de manejo de materiais, aparelhos,etc.
• Instruções para realização de trabalhos manuais, etc.
CONTEÚDOS
• Explicação detalhada de como fazer determinada tarefa.
• Presença de gráficos e sinais para ilustrar o conteúdo.
FORMATO
• Texto em prosa diferenciado graficamente do restante do texto (por exemplo, da
enumeração de materiais necessários).
• Uso de formas de ordenação e esquematização: numeração dos passos a serem
seguidos, roteiros, etc.
GRAMÁTICA
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•
Frases curtas e precisas. Uso léxico específico do tema, especialmente verbos de
ação.
• Uso de formas impessoais no presente ou na 2ª pessoa no imperativo.
• Importância de partículas temporais para ordenar a seqüência de ações.
PROCEDIMENTOS DE LEITURA
• Uso de imagens, gráficos e ilustrações como complemento da informação textual.
• Identificação das etapas do processo temporal (o que é primeiro, o seguinte, etc.)
• Identificação e compreensão dos verbos de ação.
• Procedimentos de consulta no decorrer da realização da tarefa.
Por que trabalhar com receita?
A receita é um gênero que possui forte apelo cultural. Ë comum às pessoas passarem
receitas umas às outras. Se as receitas são passadas oralmente, poderíamos então nos
perguntar: por que trabalhar com receitas escritas? Em primeiro lugar, porque dessa forma
pode-se ampliar ainda mais o repertório de possibilidades culinárias, pois só sabemos de cor
aquelas receitas que fazemos freqüentemente. Além disso, possibilita uma maior autonomia
para as pessoas que cozinham. Mas a justificativa mais importante que sustenta o trabalho
com receitas nos anos iniciais do ensino fundamental é o fato de que se trata de um gênero
que já é trabalhado na escola por apresentar uma estrutura menos complexa que os outros e
que compartilha de certas propriedades de outros gêneros do discurso (como instrução de
jogo, instrução de montagem, bula de remédio, regulamento, leis, etc. e até mesmo a
constituição). A idéia, então, é começar por um gênero que seja menos complexo para que,
nos outros anos escolares, se possa trabalhar com gêneros mais complexos que partilhem de
semelhanças com as receitas.
Para iniciarmos o nosso trabalho, segue uma descrição sucinta do gênero receita. Essa
descrição inclui os seguintes aspectos:
• contexto de produção- inclui o autor, o leitor (ou ouvinte), objetivo do texto, locais por
onde circulam (ou são publicados) esses textos;
• conteúdo temático – temas que são tratados em textos pertencentes a esse gênero;
• forma composicional e estilo – sua organização geral e marcas lingüísticas e
enunciativas características.
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Descrição de receita culinária
1. contexto de produção
AUTOR/ ENUNCIADOR
DESTINATÁRIO
OBJETIVO
LOCAL DE
PUBLICAÇÃO
2. Conteúdo temático
3. Organização geral
TÍTULO
INGRDIENTES
MODO DE FAZER/
PREPARO
TEMPO DE PREPARO
(OPCIONAL)
RENDIMENTO
(OPCIONAL)
CALORIA (OPCIONAL)
4. Marcas lingüísticas e
enunciativas
MARCAS DE
ENUNCIAÇÃO
USO DE ADVÉRBIO
SELEÇÃO LEXIAL
Algumas vezes não é identificado. Outras vezes é alguém
especialista no assunto que escreve para jornais ou revistas ou
pública livros. Em todos os casos, é alguém que sabe fazer uma
determinada comida e pretende ensinar como fazer.
Leitores de jornal, revistas e livros de culinária. Alguém que
pretende fazer uma determinada comida.
Fazer com que o destinatário possa fazer comidas a partir da
leitura da receita.
Livros de receitas, jornais – suplementos femininos – revista,
caderno de receitas, embalagens de produtos etc.
Comida, etc.
Em geral, nome da comida que será preparada.
Lista de ingredientes que serão utilizados, com a respectiva
quantidade.
Seqüência ordenada de procedimentos que deverão ser
realizados.
Informação sobre o tempo de preparo.
Informação sobre a quantidade que será produzida.
Informações sobre a quantidade de calorias que a comida a ser
produzida possui (essa é uma característica recente desse
gênero e está relacionada a uma preocupação que grande parte
das pessoas, por influência das diferentes mídias, vem
demonstrando com a forma física e a saúde.)
Texto impessoal, uso de 3º pessoa (do ponto de vista
morfológico) com valor de 2º pessoa (do ponto de vista
discursivo)
Uso do imperativo.
Advérbio e locuções de modo (lentamente, levemente, bem
devagar, etc.) e, eventualmente, de tempo (depois, seguida, 20
minutos etc.)
Nomes de alimentos e temperos, adjetivos e locuções adjetivas
específicas (brando, fresca, média, fervente, fria, quente, etc.), e
verbos específicos de atividades culinárias (cortar, picar, lavar,
misturar, bater, despejar, colocar, arrumar, descascar, cozinhar,
preparar, juntar, escorrer, ferver,etc.)
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É a partir dessa descrição que se pode definir o que será abordado no trabalho com o
gênero. Não é necessário trabalhar com todos os aspectos, mas devem-se seleciona-los tendo
em conta os objetivos de trabalho definidos para a série, as possibilidades dos alunos e a
progressão do trabalho nas diferentes séries.
Além do conteúdo propriamente dito, seria interessante trabalhar a escrita das respostas
dos alunos. É importante que as respostas recuperem as perguntas feitas para que possam se
constituir em anotações significativas a respeito do gênero estudado. Assim, diante de uma
pergunta do tipo "O que esses textos possuem em comum?" espera-se como resposta algo como
"Todos os textos ensinam a fazer alguma coisa".
Mas isso depende também do domínio da base alfabética e do conhecimento dos aspectos
convencionais da escrita que os alunos já possuem. Assim, pode-se aceitar, diante da pergunta
anterior, que alguns alunos escrevam apenas "Ensinam a fazer algo" e, aos poucos, pode-se ir
trabalhando a escrita de respostas mais completas. Pode-se também incentivar a resolução das
atividades e a escrita de respostas em dupla e/ou trios heterogêneos quanto aos conhecimentos
relativos à escrita.
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1. Investigando receitas
O objetivo desta etapa é aferir o que os alunos sabem sobre receitas e sobre a escrita
de receitas.
ATIVIDADE 1
LENDO DIFERENTES TIPOS DE TEXTO
O professor deverá ter 3 tipos de textos instrucionais
Caso haja alunos na classe que ainda não saibam ler autonomamente, seria importante
que (a) professor(a) ajudasse na leitura. Após a leitura de cada texto, pode-se fazer a
seguinte exploração oral.
♦ Que tipos de textos são esses?
♦ Para que servem? Converse com seus colegas e responda oralmente as perguntas?
♦ Agora responda no seu caderno: o que esses textos possuem em comum? O que
esses textos possuem de diferente?
Os dois exercícios escritos pedem para que os alunos comparem os três textos.
Atividades de comparação entre iguais e diferentes ajudam os alunos a perceberem as
características dos diferentes gêneros do discurso. A idéia aqui avaliar se já percebem a
especificidade de uma receita.
ATIVIDADE 2
RECONHECENDO RECEITAS
Seria interessante que esta atividade fosse trabalhada em duplas ou trios de alunos
heterogêneos no que diz respeito ao conhecimento da linguagem escrita e às competências
para ler autonomamente. Caso não consigam ler tudo, peça que observem o todo dos textos,
seu formato, suas partes etc. Passe pelas diversas duplas (ou trios) e discuta com eles o que
parecem ser outros textos, qual a finalidade deles etc.
Sugestão de textos para essa atividade: anúncio publicitário, lista de alimentos,
receita.
♦ Apresente aos alunos os três suportes textuais sugeridos acima. Faça o
questionamento: qual dos três textos você acha que é uma receita.
♦ Por que você acha que o texto que você escolheu é uma receita?
ATIVIDADE 3
REESCREVENDO RECEITAS
O objetivo aqui é investigar como os alunos se saem na produção escrita de uma
receita. Ainda que o aluno copie a maior parte da receita, as poucas alterações que fará
obrigam-no a pensar sobre como escrever, o que é importante, sobretudo para os que ainda
não dominam totalmente a base alfabética da escrita. Vale ressaltar que atividade supõe um
certo conhecimento matemático, que se necessário, deverá ser trabalhado coletivamente.
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Pensando nos alunos que dominam a base alfabética, você pode deixar a atividade
mais complexa, pedindo que o aluno diga como seria uma receita de outro doce parecido. Se
houver oportunidade, uma outra atividade possível é a "transcrição"de uma receita
previamente gravada que tenha sido veiculada num programa de rádio ou de TV. Pode-se
ainda pedir para que alguém de casa diga oralmente uma receita de algo simples que sabe
fazer. Essa receita os alunos tentariam escreve-la para trazer na próxima aula ou poderiam
desenha-la.
2. A utilidade da receita e sua forma de organização
O objetivo desta seqüência é focar o contexto de produção de uma receita – finalidade,
características do autor e do leitor de receitas, e portadores de textos nos quais circulam as
receitas - , seu conteúdo temático, as partes que compõem uma receita e sua forma de
organização.
ATIVIDADE 1
PARA QUE SERVE UMA RECEITA?
O objetivo principal da atividade é explorar elementos do contexto de e o conteúdo
temático de uma receita. Para a realização dessa atividade, é necessário pedir que os alunos
tragam receitas para a sala de aula. Podem trazer até receitas que venham em embalagens
de produtos. Seria interessante que ele perguntassem em casa se alguém lê receitas para
cozinhar, se há algum caderno pessoal de receitas manuscritas etc. O quadro de descrição do
gênero nas páginas 56 e 57 deste módulo traz algumas respostas possíveis.
Se for possível, os alunos poderão fazer uma receita na escola. Uma das mais fáceis é
receita de sanduíches. A idéia é que eles leiam a receita e façam a comida a partir da leitura
feita. Portanto, o professor deverá encaminhar esta atividade com as questões abaixo:
a) com que objetivo alguém escreve uma receita?
b) Quem escreve receitas?
c) Onde podemos encontrar receitas?
d) Do que fala uma receita?
ATIVIDADE 2
EXPLORANDO A ESTRUTURA DE UMA RECEITA
São dois os objetivos desta atividade:
♦ O primeiro é fazer com que os alunos comecem a atentar para as características de
títulos de receitas.
♦ O segundo é possibilitar que eles tenham uma certa autonomia de leitura e leiam
com mais fluência, mesmo aqueles alunos que ainda não conseguem identificar
todas as palavras.
Inicie esta atividade a partir de uma conversa sobre o que é mingau:
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1. Você sabe o que é mingau? Discuta com seus colegas de classe e construam juntos,
uma definição de mingau. Registre no caderno. A sugestão é partir de uma conversa sobre o
que é mingau, espera-se que concluam que mingau devem possuir uma certa textura
cremosa, que é conseguido mais comumente a partir de ingredientes básicos – como: farinha,
leite, açúcar. Escreva essas palavras na lousa para que os alunos possam identificá-las
posteriormente nos textos.
2. Peça que em duplas os alunos leiam os títulos de receitas escritas em tiras de
cartolina (Mingau de milho, Mingau de tapioca e Vitamina de abacate) . Peça que lês analisem
o título e prevejam que palavras encontrarão nessas receitas. Depois de lido os títulos, chame
a atenção deles para o fato de que um deles é de uma receita de vitamina de abacate.
Converse sobre vitaminas e quais os ingredientes que normalmente entram na composição de
vitamina ( leite, açúcar, frutas).
Chame a atenção dos alunos para os títulos, pois na maioria das receitas, são
formados pelo nome do tipo de comida mais o nome do ingrediente principal (há também
títulos que não possuem essa característica: bolinho de chuva, brigadeiro, queijadinha, pé-demoleque, beijinho, etc.)
3. Forneça as receitas para que eles relacionem o título com o conteúdo da mesma.
Espera-se que os alunos possam ler a receita e dar o título. Seria interessante que essa
questão fosse respondida individualmente, após a correção e discussão das questões 1 e 2.
ATIVIDADE 3
EXPLORANDO A ESTRUTURA DE UMA RECEITA
O objetivo desta atividade é levar o aluno a perceber a organização estrutural de uma
receita. Toda receita tem, além do título, Ingredientes (que podem ser apresentados em
qualquer ordem) e Modo de fazer, também chamado de Modo de preparar e Preparo (que
supõe uma certa seqüência de ações) Optativo que seria ainda incluir Tempo de preparo e
rendimento. Pergunte aos alunos:
1. Além do título, quantas partes têm uma receita? Que partes são essas? Que outros
nomes essas partes recebem?
2. Apresente aos alunos uma receita desarrumada e solicite que eles a reescrevam, em
seu caderno, na ordem correta. Primeiro coloquem o título e depois separe os ingredientes
dos itens do Modo de fazer.
3. Pergunte se existe alguma ordem para escrever os itens do Modo de fazer de uma
receita?
Mas do que identificar as partes da receita e sua forma de organização, é importante
levar o aluno a perceber que grande parte dessa organização é devida ao contexto de
produção. Assim, deve-se perguntar aos alunos coisas do tipo "Por que será que em uma
receita a listagem de ingredientes vem separas do restante da receita e é listada em forma de
itens?" (Para facilitar a vida do leitor de receita que deseja preparar alguma comida – ele pode
verificar se tem todos os ingredientes e já separa tudo o que vai usar antes mesmo de
começar a prepará-la). Ou "Por que o título da receita é composto dessa forma?"(Para ajudar
o leitor a localizar a comida que deseja fazer). Etc.
Fonte:BARBOSA, Jaqueline Peixoto.Coleção trabalhando com os gêneros do discurso:
Instruir. FTD. São Paulo.2003.
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ATIVIDADES
Sanduíche da Maricota
A galinha Maricota preparou um sanduíche: Pão, Milho, quirera e ovo.
Mas, quando ia comer, a companhia tocou.
Era o Bode Serafim, que olhou o sanduíche e exclamou:
- Vixe! Falta aí um capim.
Aí chegou Kim, o gato, cumprimentou a galinha, e vendo o sanduíche, palpitou: - Falta a
sardinha.
João, o cão, Também veio com seu jeito de bom moço. E com educação sugeriu: - Coloquem
nele um bom osso.
Sempre zumbindo e agitada. Chegou a abelha Isabel. Olhou o esquisito recheio: - melhora se
puser Mel.
Da janela ouvindo o papo, muito metido a bacana, falou, convencido, o macaco:
- Claro que falta banana!
- Banana? Sardinha? Mel? – era o rato Aleixo.
- Milho? Osso? Capim? Argh!!!
- Vocês esqueceram o queijo!
- A brincadeira acabou quando a raposa Celinha olhou bem a Maricota e falou: - Falta
galinha.
Maricota ficou brava:
- Fora daqui, minha gente! Jogou fora o sanduíche e começou novamente.
Pão, milho quirera e ovo. Como era pra ter sido.
Quem quiser que faça o seu com o recheio preferido.
Do livro: Sanduíche da Maricota de Avelino Guedes – Editora Moderna
1. ATIVIDADES COM RECEITA A PARTIR DA HISTÓRIA
FUNCIONALIDADE
DESENVOLVIMENTO DA
ATIVIDADE
Com as atividades desenvolvidas a partir do texto o
professor trabalha a seriação e a seqüência de fatos.
•
•
•
•
O professor conta a história aos alunos.
Após fazer alguns comentários com a turma,
propõe um jogo de compra, no qual cada criança
deverá rodar a roleta que indicará qual o
ingrediente a ser comprado.
Termina o jogo assim que o sanduíche estiver
montado na ordem apresentada na história.
Além desse jogo, o professor pode propor à
turma de alunos que cada um monte o seu
sanduíche, com os ingredientes trazidos por eles
próprios.
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•
CONTEÚDO ESPECÍFICO
MATERIAL
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
Relações entre o oral e o escrito: escolha do que
será escrito a partir de tudo o que foi falado.
• Aprendizagem do sistema alfabético:
diferenciando entre letra, desenhos, números,
etc.; aspectos convencionais, uso das letras,
• Distribuição gráfica vertical da lista.
• Seriação
• Ingredientes do sanduíche confeccionados
(desenhados, pintados e recortados) pela
crianças, em papelão, cartolina ou outro;
• Roleta com os ingredientes, confeccionados
pelo professor com bandeja de papelão, com
desenhos dos ingredientes.
O professor deverá também estimular o reconto da
história dando ênfase a seqüência dos fatos, além de
trabalhar com a escrita da lista dos ingredientes e a
partir dela desenvolver atividades que focalizem a
aquisição da base alfabética.
2. DITADO, DOS ALUNOS AO PROFESSOR, DOS INGREDIENTES DE UMA RECEITA
FUNCIONALIDADE
DESENVOLVIMENTO DA
ATIVIDADE
CONTEÚDO ESPECÍFICO
Elaboração de um produto simples em aula de uma
receita conhecida (salada de frutas, salada, torta, etc.)
• previamente se terá preparado o produto em sala
de aula com a participação dos alunos.
• Recapitulação oral da tarefa realizada na
preparação da receita.
• Os alunos ditam para o professor a lista de
ingredientes utilizados ordenadamente.
• O professor escreve-a no quadro, seguindo a
escrita com a vocalização.
• As crianças podem copiar a lista, posteriormente,
desenhando, ou relacionando as palavras com o
desenho ao ingrediente.
• Relações entre o oral e o escrito: escolha do que
será escrito a partir de tudo o que foi falado.
• Aprendizagem do sistema alfabético:
diferenciando entre letra, desenhos, números,
etc.; aspectos convencionais, uso das letras,
• Distribuição gráfica vertical da lista.
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MATERIAL
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
•
•
Papel
Lousa
Nestas atividades precoces, o professor focaliza a
atenção dos alunos na função da escrita (facilitar a
lembrança neste caso) e nos modos de escrever.
3. ESCRITA DA LISTA DE INGREDIENTES DE UMA RECEITA
FUNCIONALIDADE
DESENVOLVIMENTO DA
ATIVIDADE
CONTEÚDO ESPECÍFICO
MATERIAL
O uso da receita culinária na sala de aula é adequado
para o ensino de conteúdos importantes não apenas
de linguagem, mas também conteúdos relacionados
com a alimentação, hábitos familiares,
desenvolvimento de habilidades motoras, etc.
• A lista de ingredientes pode ser escrita antes da
realização da atividade de preparação, para trazer
os ingredientes de casa, ou depois, para lembralos.
• Ver, nesta receita, como se escrevem os
ingredientes.
• Lembrança dos ingredientes necessários.
• Escrita da lista de palavras e revisão, discutindo
os critérios que o aluno utiliza em relação ao
sistema alfabético de escrita.
• Aprendizagem do sistema alfabético em textos
enumerativos.
•
•
Papel
Lousa
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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
Também podem escrever-se os nomes dos utensílios
necessários para executar a receita.
4. ESCRITA DO PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PRODUTO
FUNCIONALIDADE
Pode referir-se a um trabalho manual realizado em sal
de aula, a uma receita culinária, etc.
•
Após ter elaborado o produto em questão, as
etapas principais do processo são lembradas
oralmente.
Elaboração coletiva do pré-texto referente a cada
seqüência.
Escrita por parte dos alunos.
Revisão e correção da escrita em função das
possibilidades de cada um.
Características textuais dos textos prescritivos.
Procedimentos de escrita.
•
DESENVOLVIMENTO DA
ATIVIDADE
•
•
•
•
CONTEÚDO ESPECÍFICO
MATERIAL
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
•
•
Papel
Lousa
A escrita pode ser feita em duplas ou em pequenos
grupos.
Facilita-se a atividade com imagens que podem ser
fornecidas às crianças ordenadas ou desordenadas,
de modo que reconstruam o processo por si mesma.
Podem, também, desenha-las, mas neste caso,
convirá especificar mais as diferentes etapas da
elaboração.
5. ESCRITA DE UMA RECEITA CULINÁRIA
FUNCIONALIDADE
DESENVOLVIMENTO DA
Elaboração de produtos alimentícios na sala de aula.
As receitas escritas podem ser recopiladas num livro
de recitas.
• O produto será elaborado previamente em classe.
• Análise das características textuais das receitas
culinárias prestando atenção ao formato.
• Distinção dos ingredientes do processo de
elaboração.
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ATIVIDADE
CONTEÚDO ESPECÍFICO
MATERIAL
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
•
Elaboração coletiva do pré-texto, salientando as
diferentes fases do processo de elaboração e os
verbos de ação adequados.
• Escrita por parte dos alunos e correção para
garantir a compreensão do destino.
• Características textuais das receitas culinárias.
• Procedimentos de escrita.
Papel com tamanho e formato interno específico,
especialmente se, se pretende a edição de um livro
de culinária infantil.
A escrita de receitas exige que se tenha usado livros
de culinária em sala de aula como modelo. A
participação dos pais na atividade pode ser muito
importante: trazer receitas simples, participar na sua
elaboração na escola com as crianças e prepara-las
em casa por si mesma, etc.
6. LEITURA DE UMA RECEITA CULINÁRIA
FUNCIONALIDADE
DESENVOLVIMENTO DA
ATIVIDADE
CONTEÚDO ESPECÍFICO
MATERIAL
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
Elaborar o produto em aula ou em casa.
• Justificar o interesse da atividade culinária.
• Preparação da leitura: comentário do título,
hipótese sobre a elaboração.
• Leitura e comentário dos ingredientes: são
necessários para quê?
• Leitura e comentário do processo de elaboração.
Utensílios que precisamos, etc.
• Recapitulação da Leitura.
• Elaboração da receita consultando o texto
constantemente.
• Características textuais da recita.
• Procedimentos de leitura em textos prescritivos.
• Receita culinária de fácil elaboração.
Ë interessante que comprovem nas prática (por si
mesmo ou por meio do modelo do professor ou de
casa) que a receita deve estar presente ao longo da
elaboração e ser consultada constantemente para
evitar erros.
A atividade é facilitada se a receita for acompanhada
de imagens do processo.
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7. SELEÇÃO DE UM CARDÁPIO A PARTIR DA LEITURA DE UM LIVRO DE RECEITAS
FUNCIONALIDADE
DESENVOLVIMENTO DA
ATIVIDADE
CONTEÚDO ESPECÍFICO
MATERIAL
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
O cardápio pode ser selecionado para ser elaborado
para festa escolar, ou para excursão ou para o
lanchar na escola, etc.
• Estabelecer claramente os critérios de seleção de
recitas que serão utilizados em função da
finalidade.
• Leitura superficial do livro escolhido: se tem
imagens, se tem muitas receitas, etc.
• Estudo detalhado do sumário do livro: critérios que
foram utilizados para organizar as receitas.
Seleção dos capítulos que nos interessam, etc.
• Leitura dos títulos das receitas, selecionando entre
todos os títulos os possíveis.
• Leitura das receitas e seleção do menu.
• Discussão coletiva das diversas propostas.
• Características dos livros de receitas: organização
interna, etc.
• Procedimentos de consulta e leitura de livros de
culinária. Uso do sumário, seleção do que será
lido, etc.
• Seleção das possibilidades lidas em função dos
critérios previamente estabelecidos (lanche ou
comida, facilidade de elaboração, custos, etc.)
É importante usar livros de culinária editados
comercialmente, inclusive se for preciso limitar a
leitura a partes concretas para facilitá-la.
A tarefa de leitura do livro deve ser feita em grupos
muitos reduzidos. Pode-se prever que os diversos
grupos consultem livros diferentes e comparem os
resultados. Pode ser uma tarefa encomendada a um
grupo concreto de alunos, enquanto os demais fazem
outras atividades similares (decoração da festa,
seleção da música, organização do espaço e dos
móveis, etc.)
8. RELACIONAR RECEITAS CULINÁRIA COM SEUS TÍTULOS OU COM OS
INGREDIENTES
Compor um livro de receitas, um mural, etc.
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•
DESENVOLVIMENTO DA
ATIVIDADE
CONTEÚDO ESPECÍFICO
MATERIAL
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
Leitura de todos os títulos para lembrar os pratos a
que se referem.
• Seleção de um título: antecipação dos
ingredientes necessários e busca dos mesmos
nas receitas, para selecionar as viáveis.
• Leitura completa da receita para confirmar sua
adequação ao título.
• Uso de procedimentos de leitura para selecionar e
discriminar entre vários textos: uso de indicadores
contextuais como critérios de seleção (imagens
dos pratos, se houver; ingredientes necessários,
etc).
• Títulos, ou ingredientes, separados das receitas.
Com a presença de imagens dos pratos, pode-se
adaptar a atividade à Educação Infantil. Outros
critérios de sequenciação e adaptação à diversidade
estão no número de recitas, no grau em que diferem
entre si, etc.
9. CLASSIFICAÇÃO DE RECEITAS CULINÁRIAS EM FUNÇÃO DO INGREDIENTE
PRINCIPAL
Composição final do caderno de receitas da aula,
preparação do sumário e ordenação da receitas.
FUNCIONALIDADE
Organização de um fichário de culinária da turma, etc.
• Previamente se terá consultado sumários de livros
convencionais de culinária para discutir os critérios
de classificação dos ingredientes.
• Os alunos, em pequenos grupos, lerão as diversas
DESENVOLVIMENTO DA
receitas disponíveis e as classificarão, a seu
ATIVIDADE
modo, a partir do ingrediente principal.
• Discussão coletiva dos critérios de classificação e
agrupamento de ingredientes (arroz e massa,
juntos ou separados?). Combina-se um critério
comum de classificação.
• Cada grupo reorganiza suas receitas em função
do critério final estabelecido.
• Critério de classificação dos alimentos.
CONTEÚDO ESPECÍFICO
• Procedimentos de leitura de textos prescritivos.
• Procedimentos de organização da informação e
estabelecimento de índices temáticos.
MATERIAL
• Conjunto de receitas elaboradas em aula. Fichário
comercial com receitas que é preciso ordenar, etc.
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Secretaria Municipal de Educação e Cultura – SMEC
Coordenadoria de Ensino e Apoio Pedagógico – CENAP
Elaboração e organização: Vânia Pessoa / e-mail: [email protected]
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
Fontes:
O professor se preocupará em adaptar a dificuldade
da tarefa às características do grupo.
CPOEC Editora. Revista Do Professor., Porto Alegre, 15 (57): 5-10, jan./mar. 1999.
CURTO, Lluís Maruny. MORILLO, Maribel Ministral. TEIXIDÓ, Manuel Miralles. Escrever e Ler: Materiais e
recursos para a sala de aula. VOL 2. ARTMED: Porto Alegre. 2000.
GLOBO Editora Manual de receitas da Magali
JOLIBERT, Josette. Formando Crianças produtoras de textos. Vol II.Artes Médicas.Porto Alegre. 1994.
LIBANIO, Maria Stela Christo, Frei Betto. Fogãozinho: culinária infantil em histórias. Editora Mercuryo.
Sites:
Receitas da Aninha: http://www.uol.com.br/aninha/receitin.htm
Mestre Cuquinha: http://www.uol.com.br/claudiacozinha/portal/mestrecuquinha
Receitas Kids: http://www.netds.com.br/kids/
Nestlé- Meus primeiros pratos: as receitas de João e Maria: http://www.nestle.com.br/cozinha.asp?pg=751
Ciclo I- Desempenho em Língua Portuguesa
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Expressar-se oralmente, com clareza.
Reconhecer que as letras representam os sons da sua língua.
Ouvir e discriminar sons (letras, silabas e palavras)
Representar a escrita ainda que com desenhos, sinais ou rabiscos, sem fazer relação
entre a fala e a escrita.
Reconhecer as formas e os nomes das letras.
Recontar historias, noticias, lidas em voz alta.
Juntar e separar sons para formar palavras.
Trans formar sons e palavras impressas, ainda que utilizando pseodo-palavras.
Escrever palavras utilizando uma, outras vezes todas as letras, para representar cada
unidade sonora.
Utilizar a linguagem oral e vocabulário adequado para descrever experiências vividas.
Ler texto com vocabulário simples, palavras curtas e estrutura fonética compatível com as
competências fônicas já adquiridas.
Utilizar diferentes estratégias de leitura (antecipação, seleção, inferência e verificação).
Identificar características peculiares de textos com estruturas simples (listas, avisos,
bilhetes e convites). Utilizando-os como modelos para novas produções.
Ler atribuindo sentido a leitura.
Narrar acontecimentos e historias deixando claro onde, como aconteceu e quando.
CEB 2 – Desempenho em língua portuguesa
♦ Utilizar hábitos adequados de estudo e participação em classe.
♦ Utilizar diferentes estratégias de leitura: antecipação, inferência, seleção e verificação.
♦ Identificar a função social da escrita em diferentes portadores: livros, jornais, revistas,
cartazes, convites, etc.
♦ Escrever textos alfabéticos.
♦ Escrever com clareza, mantendo coerência na escrita.
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Secretaria Municipal de Educação e Cultura – SMEC
Coordenadoria de Ensino e Apoio Pedagógico – CENAP
Elaboração e organização: Vânia Pessoa / e-mail: [email protected]
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Elaborar questões escritas após leituras ouvidas.
Realizar leitura fluente com compreensão.
Elaborar modelos e padrões aceitáveis e adequados.
Demonstrar conhecimentos básicos sobre as regras ortográficas na escrita de textos.
Identificar informações relevantes para a compreensão do sentido do texto.
Segmentar o texto utilizando adequadamente a pontuação de final (.!?).
Utilizar na produção escrita: titulo, maiúscula inicial, parágrafo.
Revisar e reescrever, com o apoio, o próprio texto.
Ler convencionalmente atribuindo sentido ao que ler.
Adequar a fala a diferentes interlocutores e situações sociais
Reconhecer que diferentes estratégias de leitura devem ser usadas para diferentes objetivos.
Produzir textos narrativos (historias em quadrinhos e noticias)
FONTE: Caderneta do Ciclo Básico da Rede Municipal de Salvador

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