Peregrino

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Peregrino
Peregrino
das Letras
Informação, Cultura e Livre Expressão
IMPRESSO
DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA
PREÇO NAS BANCAS R$1,00
www.jperegrino.com.br
Ribeirão
- -SP
VIII - Nº 86
junho/2007
Ribeirão
Preto - SPPreto
- Ano IV
Nº -41Ano
- Setembro/2003
- R$- 1,00
“Todo amor que não tem a amizade como base é como a mansão construída sobre a areia”.
Ella Wheeler Wicox
A relação entre amamentação e pensamento
Um dos primeiros movimentos orais que o bebê realiza é o de
sugar, pois esse é um ato reflexo que garantirá a sua sobrevivência
para, posteriormente, auxiliá-lo na futura mastigação e produção
da fala.
Um dos grandes benefícios da amamentação é adquirir
resistência contra várias doenças, além da afetividade que se instala
entre a mãe e o bebê. No entanto, meu objetivo neste momento
é realizar uma aproximação entre a amamentação, deglutição,
mastigação, respiração, fala e pensamento que se desenvolvem
no ser humano.
A função adequada da cavidade oral pode ser estudada
partindo-se da sucção do neonato. Quando o recém-nascido
apreende o bico do seio, há um vedamento intenso dos lábios e
um movimento deslizante da mandíbula para frente e para trás e,
de acordo com dados de observação, sabe-se que tal movimento
se repete cerca de um milhão de vezes durante o período de
amamentação (Zur Linden, 1983). Esse é um exercício completo
para a cavidade oral, pois lábios, maxila, mandíbula, língua e
bochechas participam ativamente desse processo.
Página 10
Horizontes Mais Amplos no Escotismo Mundial
“Se você deseja escrever uma
mensagem, que seja impossível
que a maioria das pessoas
compreendam, use o còdigo
morse ou semáforas ao invés
do alfabeto comum. Porém, a
mensagem vai ser facilmente
entendida por seus colegas que
saibam sinalização.
Igualmente, se você desejar
usar uma língua secreta na sua patrulha, todos os seus membros
devem iniciar o estudo do “Esperanto”. Ela não é difícil, e é
ensinada em um pequeno livro, que custa um “pence”. Esta língua
está sendo usada em todos os países, de forma que você poderá
usá-la no exterior”. (Escotismo para Rapazes, pág. 202, da
primeira edição original inglesa.) - Baden-Powell
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A Audição e o
aprendizado
O diagnóstico das deficiências auditivas é realizado a
partir da avaliação médica e
audiológica.
Em geral a primeira suspeita
quanto à existência de uma
alteração auditiva em crianças
muito pequenas, é originalmente percebida pela própria
família; a partir da observação
da ausência de reações a sons,
comportamento diferente do
usual (a criança que é muito
quieta dorme muito e em
qualquer ambiente, não se
assusta com sons intensos); e,
à medida que vai crescendo,
não apresenta desenvolvimento
de linguagem.
A busca pelo diagnóstico
também poderá ser originada
a partir...
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Livros
Imagem cedida pela Escola Waldorf Ribeirão
UFO – Os códigos proibidos
– Alfredo Lissoni
Acionamentos Elétricos –
Claiton Moro Franchi
DVD
Gerda Malaperis - La filmo!
- Espernto
Página 15
A importância do brincar na aprendizagem
“Dize-me como brincas e te direi... como tu és”.
Há algum tempo atuando na clínica psicopedagógica, percebo
a necessidade de refletir com os pais, educadores, e outros
interessados a importância do brincar na construção do
conhecimento. As brincadeiras fazem parte do patrimônio lúdicocultural, traduzindo valores, costumes, formas de pensamentos e
aprendizagens. O brincar fornece à criança a possibilidade...
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das Letras
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Informação, Cultura e Livre Expressão
Editorial
Quando nos enamoramos de alguém ou de alguma coisa é
realmente necessário que eles obedeçam aos padrões vigentes
de beleza e de adequação? O dito popular parece não concordar
com isto. É só lembrarmos: “Quem ama o feio, bonito lhe parece”.
Chico Buarque nosso felicíssimo compositor também deixou bem
claro que ao nos sentirmos enfeitiçados por alguém, não é
necessário que ele seja assim digamos uma beleza. É só prestar
atenção à letra do Tanto Amar onde ele diz que “amo tanto e de
tanto amar, acho que ela é bonita”.
Se prestarmos atenção ao que nos cerca, observamos que as
pessoas se enamoram, sentem-se atraídas. São elas de todos os
tipos. Magras, altas, baixas, gordas, bonitas, feias, simpáticas e
antipáticas. Cupido parece não escolher. Ele foca o alvo, envia
sua seta, acerta os corações e não vê caras ou aparência. Ele
não escolhe apenas os maravilhosos e os sarados. Em determinado
ano, em determinado mês, em determinado dia, somos afetados
pelos seus dardos. Estabelece-se de repente a química, aquela
que nos faz perceber o outro, através do batimento cardíaco,
das tremedeiras. Quem não sentiu isto? Independe de narizes
grandes, de espinhas no rosto, de dentes com aparelhos móveis
(hoje em dia, há até um charme nisto). Daí nada mais importa.
Os pequenos defeitos se tornam qualidade. Até que... acordamos.
E aí é um tal de achar defeito, de enxergar o que não havíamos
percebido antes. É que somos seres em busca do amor. Em
princípio talvez seja apenas o amor que estamos buscando através
do outro. Vejamos que a palavra enamorar vem de en + amor +
ar. Uma vontade de mergulhar no amor. O objetivo talvez seja o
de alcançar o amor maior que é aquele que realmente prescinde
da aparência. Enquanto isto vamos nos enamorando. Um dia
chegamos lá. Feliz dia dos En + amor + ados.
Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz
[email protected]
Cursos – Oficinas - Palestras – Workshops
Junho
2 – Workshop “Constelação Sistêmica” – Ribeirão Preto / SP - Informações: (16) 3021 5490 / 9994 7224 / 3931
6140 / 9994 5605.
3 – Curso de Reiki Nível III – Ribeirão Preto / SP – Informações: (16) 3931 5226 / 9962 1976.
3 – Workshop “Constelação Sistêmica” – Atibaia / SP - Informações: (11) 4402 7287 / 9220 3754.
10 – Workshop “Constelação Sistêmica” – Jaboticabal / SP - Informações: (16) 3202 3998 / 9708 0692.
15, 16 e 17 – Workshop “Constelação Sistêmica” – Mococa / SP - Informações: (19) 3665 8618 / 9283 7256.
16 – Curso de Reiki Nível I - Ribeirão Preto / SP – Informações: (16) 3630 2236 / 9782 4150.
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23 e 24 – Workshop “Constelação Sistêmica” – São Paulo / SP - Informações: (11) 7464 4229.
24 – Workshop “Constelação Sistêmica” – Jaboticabal / SP - Informações: (16) 3021 5490 / 9994 7224.
30 – Curso de Reiki Nível I - Ribeirão Preto / SP – Informações: (16) 3630 2236 / 9782 4150.
Caro Leitor
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Ribeirão Preto - SP - junho/2007
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Peregrino - 1ª edição - Maio / 2000
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Gravidez Psicológica
em Cadelas
Também denominada pseudociese, falsa prenhez ou ainda
gravidez psicológica, onde a cadela
passa a apresentar sinais que
simulam o comportamento maternal, como se realmente estivesse
gestante.
É uma patologia relativamente
freqüente e comum nas cadelas e
ocorre geralmente 2 a 3 meses após
o cio, em decorrência de alterações
hormonais.
Durante a ocorrência do
processo, o comportamento da
fêmea torna-se bastante alterado,
onde há inquietação, irritabilidade,
auto-amamentação, começa a fazer
“ninhos” com objetos como
brinquedos, bichinhos de pelúcia
ou ainda outros animais; podem
ainda ocorrer outros sintomas
como vômitos, depressão, anorexia
(diminuição ou total falta de
apetite), aumento de tamanho das
glândulas mamárias com secreção
láctea (galactorréia), secreção
vaginal e raramente sinais de
trabalho de parto.
As alterações hormonais
podem ter diferentes causas, como
o hipotireoidismo, o uso de
anticoncepcionais ou ainda em
fêmeas que foram castradas em
uma fase do ciclo estral não
indicada para tal (denominada
diestro), onde os níveis de
progesterona estão elevados no
sangue.
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Para a confirmação do diagnóstico o animal deverá ser
criteriosamente avaliado por um
médico veterinário, para que
possam ser descartadas outras
patologias que também podem
apresentar sintomas semelhantes
como neoplasias (tumores) das
glândulas mamárias, processos
inflamatórios ou infecciosos
(mastites), hipotireoidismo,
prenhez verdadeira ou ainda
piometrite, que é uma patologia do
útero que pode ser de alto risco
para a fêmea. Radiografia, ultrasonografia ou ainda exames de
esfregaço vaginal podem ter
grande valor ao diagnóstico.
É recomendável o uso de colar
elizabetano para evitar a autoamamentação ou lambedura e
sucção, minimizando estímulos
que promovem a lactação (produção de leite). Também são
indicadas compressas frias e
mornas alternadas sobre as
glândulas mamárias.
A redução de alimentos por 3 a
4 dias pode auxiliar a redução da
lactação.
A pseudociese deve ser
considerada normal a todas as
cadelas que estejam ovulando e
não significa impedimento para o
acasalamento.
Poderão ter novas recorrências
em cios futuros.
Recomenda-se a cirurgia de
castração caso o proprietário opte
definitivamente não mais acasalar
a cadela e o procedimento cirúrgico
deverá ser realizado na fase de
anestro, que em condições normais
ocorre de 2 a 3 meses antes do
próximo cio previsto.
A cirurgia durante a ocorrência
do processo não é indicada, pois
os níveis do hormônio progesterona estarão aumentados e só
iriam prejudicar ainda mais a saúde
da cadela e não aliviariam os
sintomas.
O tratamento deverá ser
instituído pelo médico veterinário
após avaliação clínica.
Dr. Mussi A. de Lacerda
Médico Veterinário - CRMVSP
3065
Arca de Noé Centro Médico
Veterinário
www.arcadenoehv.com.br
Quando fazemos o contato
visual com uma Mandala nossa
energia se altera e essa modificação
é sempre muito positiva. Além
disso, a arte de criação de uma
Mandala implica em voltar a sua
atenção para o mundo interior, trabalhando assim com o autoconhecimento e a auto-estima. A Mandala
existe em um lugar de beleza no
interior de cada pessoa, assim,
cada um pode descobrir as belezas
e potencialidades que estão dentro
de si, por meio do trabalho de
interiorização psíquica proporcionado pelas Mandalas.
O que são mandalas
A palavra Mandala vem do
sânscrito e significa círculo. A
forma é, portanto, uma regra e a
mais importante deste círculo é o
centro. Ao olhar uma Mandala
vemos um desenho circular que
contém em seu interior o centro e
ao redor, formas geométricas
variadas e símbolos.
As Mandalas foram encontradas já nos primórdios da evolução
humana, pois há desenhos de
mandalas nas cavernas préhistóricas, ainda que bastante
simplificados. Ao longo dos séculos diversos tipos de Mandalas
surgiram em diferentes civilizações
e religiões, tais como tribos indígenas, na cultura egípcia, tibetana,
budista, judaica e até cristã, como
as rosáceas das grandes Catedrais,
por exemplo.
As Mandalas apresentam
diversas utilidades: podem ser
cultuadas, podem ser objeto de
meditação e até mesmo um recurso
psicoterapêutico para tratamento
de pacientes. Elas são utilizadas
também com fins de proporcionar
maior equilíbrio de energias para
as pessoas ou mesmo como uma
obra de decoração artística.
A despeito das diversas utilidades da Mandala, todas elas
apresentam uma vibração, pois elas
emanam energia. Esta vibração não
está só ligada às suas formas ela
tem muito a ver com as cores
usadas, pois desenho e cor são
inseparáveis numa Mandala e as
cores também emanam tipos
específicos de energia. Sendo
assim, uma Mandala pode alterar
as vibrações daquilo que suas
emanações atingem.
Texto elaborado pelo grupo de
estudo, pesquisa e arte ALEN
ANUNCIAR
3621 9225
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NOTA: ESTAMOS REALIZANDO EM NOSSO SITE UMA
PESQUISA COM OS NOSSOS LEITORES. SOLICITAMOS A
TODOS QUE TÊM ACESSO A UM COMPUTADOR QUE
RESPONDAM ÀS PERGUNTAS. O RESULTADO DA PESQUISA
NOS PERMITIRÁ MELHORAR O CONTEÚDO DO JORNAL.
DESDE JÁ AGRADECEMOS A COLABORAÇÃO E ÀS PESSOAS
QUE JÁ NOS ENVIARAM A PESQUISA.
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Informação, Cultura e Livre Expressão
Srs. Pais - A Audição e o aprendizado – Parte III
Vamos continuar com a nossa
discussão sobre os efeitos
“devastadores” da perda auditiva
quando manifestada ainda na
infância.
. Identificação e Diagnóstico
O diagnóstico das deficiências
auditivas é realizado a partir da
avaliação médica e audiológica.
Em geral a primeira suspeita
quanto à existência de uma alteração auditiva em crianças muito
pequenas, é originalmente percebida pela própria família; a partir
da observação da ausência de
reações a sons, comportamento
diferente do usual (a criança que é
muito quieta dorme muito e em
qualquer ambiente, não se assusta
com sons intensos); e, à medida
que vai crescendo, não apresenta
desenvolvimento de linguagem.
A busca pelo diagnóstico
também poderá ser originada a
partir dos programas de prevenção
das deficiências auditivas na
infância como o registro de fatores
de risco e triagens auditivas.
O profissional da saúde
procurado em primeiro lugar é
geralmente o pediatra. Este por sua
vez, em casos possivelmente
positivos, encaminhará a criança ao
otorrinolaringologista, quando se
iniciará o diagnóstico, fazendo um
histórico do caso observando o
comportamento auditivo. Como
conduta padrão, realizará o exame
físico das estruturas do ouvido,
nariz e das diferentes partes da
faringe.
Em casos de diagnósticos
afirmativos, o passo seguinte é o
encaminhamento para a avaliação
audiológica (fonoaudióloga).
No caso dos adultos, geralmente, as queixas de alterações auditivas são do próprio indivíduo, e, no
caso de trabalhadores expostos a
situações de risco para audição
(ruído, produtos químicos, altas
temperaturas, e etc), o encaminhamento poderá advir através
dos Programas de Conservação de
Audição (PCA), da Medicina do
Trabalho.
Devido ao grau de importância
em se detectar a perda auditiva em
crianças, principalmente na fase
escolar, nós desenvolvemos um
projeto muito simples visando à
prevenção e o descobrimento
precoce deste problema, que
podem ser fatores de impedimento
ao bom aprendizado e à comunicação.
Estaremos encaminhando a
várias escolas, um estudo cuja
análise aponta para a necessidade
de se investigar todas e possíveis
causas do baixo rendimento escolar nos primeiros anos de estudo.
Uma análise corriqueira da
percepção frente ao estímulo
sonoro não é precisamente um
diagnóstico claro, mas sim, um
indício de que se faz necessária uma
investigação mais apurada acerca
dos mecanismos fisiológicos da
audição desta criança nesta fase
de sua vida.
O exame de Audiometria Tonal
é o que chamamos de um “diagnóstico presuntivo”.
Uma vez que, através deste
exame, averigüemos que a capa-
cidade auditiva encontra-se dentro
dos chamados “Padrões de Normalidade”, descartamos a perda
auditiva como fator inibitório do
bom rendimento escolar; e, por
conseguinte, indicamos a necessidade de se investigar todos os
demais fatores que possam ser
indícios de prejuízo do aprendizado.
Caso contrário, se detectarmos
uma possível perda na audição,
realizamos uma avaliação mais
detalhada, incluindo no exame de
Audiometria Tonal, outros dois
tipos de emanações sonoras:- a
estimulação por “Via Aérea” (a fim
de analisar a condução mecânica
do som pelos canais auditivos); e,
a estimulação por “Via Óssea”
(através de uma estimulação
sonora na chamada porção
mastóidea do osso temporal), onde
em casos diagnóstico dentro do
“Padrão de Normalidade” temos
reais indícios de tratar-se realmente
de uma perda condutiva (reversível) ou neurossensorial (em
muitos casos, irreversíveis, porém,
com a devida adequação terapêutica).
As perdas auditivas são
classificadas em vários patamares
distintos, que vão desde um Grau
Leve, passando por Moderado,
Severo e até Profundo. Os casos
mais graves são facilmente detetados, pois em perdas profundas, não
há a mínima manifestação positiva
em relação à percepção da estimulação sonora.
Todavia, os casos mais leves,
são passíveis de averiguação, pois
podem originar-se de fatores que
vão desde um simples impedimento da condução do som pelo
conduto auditivo (rolhas de cera,
sinuosidade condutiva, obstrução
por má formações e etc) até o
surgimento de lesões neurológicas
citadas aqui anteriormente (podendo ser medicamentosa, por
excesso de exposição a ruídos
intensos, infecções e etc.)
Informe-se se a escola do seu
filho se preocupa com a audição
infantil.
Dra. Gisele Mary Berbare
Fonoaudióloga – CESAUDIO
“M.V.”
[email protected]
Tel/Fax: (16) 3636 7836
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ANTROPOSOFIANDO
A importância do brincar na aprendizagem
“Dize-me como brincas e te direi... como tu és”.
Há algum tempo atuando na clínica psicopedagógica, percebo a necessidade de refletir com
os pais, educadores, e outros interessados a
importância do brincar na construção do conhecimento. As brincadeiras fazem parte do patrimônio
lúdico-cultural, traduzindo valores, costumes, formas
de pensamentos e aprendizagens. O brincar fornece
à criança a possibilidade de ser um sujeito ativo,
construtor do seu próprio conhecimento, alcançando
progressivos graus de autonomia frente às estimulações
do seu ambiente. É dentro desse contexto, que o lúdico
possibilita o falar, o ouvir, a livre escolha, a criatividade,
a cura, a transformação...
Na Pedagogia Waldorf, criada pelo filósofo
austríaco Rudolf Steiner (1861-1925), o brincar é o
principal conteúdo na pré-escola. Desse modo, a
criança desde pequena vivencia ricamente a sua
imaginação e a fantasia, através das brincadeiras de
roda, bonecas de pano, contos de fada, além de pintar,
modelar, cantar; dentre outras atividades, que são
importantes elementos para a formação das forças
criadoras da personalidade. Para Heydebrand (1996),
“deveríamos evitar nessa idade toda atividade
intelectual; e não-artística, de caráter abstrato e
alheia à vida real’’. Por meio do brincar, as crianças
exploram o mundo com todos os seus sentidos e
desenvolvem as primeiras noções de espaço, tempo,
textura, temperatura, forma e consistência. Alguns
estudos neurofisiológicos relatam que a formação do
cérebro e a ampliação do número de sinapses
(conexões nervosas) são estimuladas pelo processo
natural de brincar.
Segundo Kishimoto (2000), pesquisadora da USP
e autora de diversos livros sobre Jogos e Educação
Infantil, “a criança procura o jogo como uma
necessidade e não como uma distração... (...) É
pelo jogo que a criança se revela. As suas
inclinações boas ou más, a sua vocação, as suas
habilidades, o seu caráter, tudo que ela traz latente
no seu eu em formação, torna-se visível pelo jogo
e pelos brinquedos que ela executa”.
Certo dia lendo a revista Veja, psicólogos e
educadores discutiam sobre o tema, e achei bem
oportuno, algumas questões abordadas por eles.
Pesquisas americanas afirmam que as crianças
educadas precocemente demonstram menos
criatividade e menos entusiasmo pela aprendizagem,
ocasionando muitas vezes, stress e depressão infantil.
Elas alertam ainda, que as crianças precisam ter mais
tempo livre para rir ou mesmo para o ócio, e que
brincadeiras simples como caça ao tesouro, desenvolvem mais o raciocínio e podem aprimorar a alfabetização, a matemática e outros tipos de
conhecimentos.
Por vivermos numa cultura predominantemente
tecnológica, percebemos que a criança está perdendo
a sua capacidade original de brincar, e em
conseqüência disso observo que muitas das
dificuldades de aprendizagens estão associadas a estes
fatores, pois segundo Oliveira (2007), “a atividade
lúdica revela-se como instrumento facilitador da
aprendizagem, possuindo valor educacional
intrínseco, criando condições para que a criança
explore seus movimentos, manipule materiais
diversos, interaja com seus colegas e resolva situações-problema”.
No trabalho psicopedagógico, observo algumas
crianças apáticas e desinteressadas que brincam
pouco e são muito endurecidas tanto física quanto
psiquicamente. Elas apresentam dificuldades em se
expressar de forma criativa, e de se reconhecerem
autoras de suas produções. Outras crianças,
incansavelmente querem brincar, mas não conseguem,
por excesso de tarefas ou pela ausência de
conhecimento dos pais sobre o assunto.
Para que o processo de aprendizagem seja real e
objetivamente eficaz, é imprescindível ampliar nossos
conhecimentos a esse respeito, e esclarecer aos pais,
educadores, e pessoas afins, a importância do brincar
na sua essência, como fator decisivo para o
desenvolvimento humano, e não apenas como mera
discussão intelectual, ou como “coisa do passado”.
Convido você leitor a repensar seus conceitos
sobre o assunto: O que eu entendo sobre o brincar?
Como foi a minha infância? Como é a de meus filhos?
E a escola, tem permitido que os professores
brinquem? E os alunos? O que esperar do futuro, se
as crianças hoje entram para a escola precocemente?
É de fundamental importância, tomarmos
consciência de que a atividade lúdica é uma
necessidade da criança, que propicia o seu
desenvolvimento físico-motor, emocional, cognitivo e
afetivo. Brincando a criança ordena o mundo à sua
volta, assimilando experiências e informações,
incorporando atividades e valores. O brincar permite
que o aprendiz tenha mais liberdade de pensar e de
criar para desenvolver-se plenamente.
Em síntese, brincar é aprender, aprender é brincar
(deveria ser, pelo menos)...
É conectar-se com o prazer de ser autor, é tornarse mais humano...
Lílian de Almeida P. B. Sá
Pedagoga e Psicopedagoga
Formação em Pedagogia Waldorf, ArteEducação e Socioterapia
[email protected]
Quem somos?
Somos um grupo de profissionais multidisciplinares da área médico / terapêutica, que possui como
orientação comum a antroposofia. Numa das reuniões do grupo nasceu a idéia de iniciarmos este caderno,
o antroposofiando, onde pretendemos divulgar noções básicas sobre os princípios antroposóficos, e também
exprimir idéias a respeito de acontecimentos do nosso dia-a-dia. Gostaríamos também de interagir com os
leitores ouvindo suas opiniões ou esclarecendo possíveis dúvidas.
O grupo é formado por: Annelvira Gabarra, terapeuta artística, Dra. Beatriz Ferriolli, fonoaudióloga,
Elisabeth Martha Tesheiner, musicoterapeuta, Dr.Júlio José Cunha, médico, Marina Fernandes Calache,
pedagoga curativa, Dr. Paulo Neves Junior, médico, Dra. Zélia Beatriz Ligório da Fonseca, médica, Lilian de
Almeida P. B. Sá, pedagoga e psicopedagoga e a Escola Waldorf de Ribeirão Preto.
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ANTROPOSOFIANDO
Peregrino
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Informação, Cultura e Livre Expressão
O Meio Ambiente e três Motivos para
Consumir Verduras
Na semana do meio ambiente, nós
produtores e consumidores de produtos
orgânicos podemos comemorar com
mais satisfação do que os que produzem
e consomem produtos convencionais.
Quando temos visitantes aqui no sítio
para ver a produção de verduras
orgânicas, eu sempre os convido para
comerem cenouras, ervilhas, vagem,
direto da planta. Sinto orgulho em poder
dizer isso, não precisar esconder nada,
sabendo que não tem veneno, nem
adubo químico, mas sim bastantes
minerais e vitaminas e um sabor todo
especial.
Então, ao consumir e produzir
orgânicos, nós ajudamos concreta e
ativamente na eliminação de inseticidas,
fungicidas, herbicidas e adubos
químicos no solo, nos rios e lençóis
freáticos, etc.
O segundo argumento é a questão
da necessidade da terra. Se as pessoas
consumissem quase exclusivamente
vegetais, a necessidade de terra para
produzir seria muito menor. Um hectare
de terra pode alimentar 12
consumidores vegetarianos, mas
somente 3 pessoas consumidoras de
uma “dieta americana”, com muita
carne, leite, manteiga, queijo, etc.
Com isso, a terra que hoje é usada
para alimentar gado com pasto e com
soja e milho para fazer ração, pode ser
usada para diminuir o desmatamento,
recuperar florestas nativas, reflorestamento, produção de energia, etc.
Veja em nosso site o Artigo: “A
agricultura orgânica pode alimentar
o mundo?”
O terceiro argumento é a descoberta
recente da riqueza enorme de verduras
e frutas em fitoquímicos ou fitoterápicos.
São micronutrientes presentes em
plantas com capacidade de maximizar
a defesa do corpo contra doenças,
quase todas descobertas nos últimos 20
anos e são mais de 10.000 até agora.
Elas funcionam melhor se forem
consumidas cruas e em grande
variedade. Então, uma dieta mais
vegetariana fornece ao consumidor
quantidades grandes desses miraculosos
fitoterápicos, além das vitaminas, sais
minerais, antioxidantes e suas baixas
calorias facilitam manter o peso normal,
proporcionando uma vida saudável.
O melhor presente que podemos dar
para o meio ambiente é procurar saúde
plena. Isso começa com a eliminação
do veneno nas refeições. Fazendo isso,
obrigamos os produtores a produzir
orgânicos.
Aumentar bastante o consumo de
vegetais é outra mudança de hábito
necessária para conseguir eliminar
doenças do coração, derrames, câncer,
obesidade, etc, que hoje matam 80%
das pessoas antes do tempo.
Consumindo mais vegetais,
podemos alimentar o mundo com
menos terra que fica disponível para
manter e aumentar as reservas florestais.
Isso traz de volta os pássaros, animais
selvagens, as fontes de água pura e ajuda
a diminuir a temperatura do globo. A
longo prazo, podemos esperar uma
mudança de clima com menos desastres
naturais.
Joop Stoltenborg
Sítio A Boa Terra
Tel.: (19) 3647 1321
www.aboaterra.com.br
Ribeirão Preto - SP - junho/2007
São João, acende a fogueira do meu coração
As festas juninas fulguram no calendário brasileiro com destaque crescente.
São três os santos exaltados nesta época, São Pedro, Santo Antônio e São
João; sendo que este último traz uma íntima ligação com a figura crística desde sua
concepção.
São João foi anunciado pelo arcanjo Gabriel a seu pai Zacarias, que se mostrou
admirado e incrédulo, pois ele e sua mulher Isabel já tinham idade avançada e ela
nunca havia conseguido gerar uma criança por ser estéril.
Porém, a anunciação se cumpriu e Zacarias perdeu o dom da fala, castigo por
sua incredulidade. Sua voz somente foi recuperada quando seu filho nasceu e
recebeu o nome de JOÃO.
Na época o costume seria receber o mesmo nome paterno; o que não se
cumpre.
Maria, ao visitar Isabel, que se encontrava no sexto mês de gravidez, saudoua e no mesmo instante Isabel sente sua criança dar um pulo em seu ventre.
João tornou-se um grande profeta, viveu como eremita no deserto onde recebeu
a revelação da vinda do Messias, também sabia que teria que ajudar as pessoas a
se prepararem e reconhecerem o Messias quando este chegasse.
As pessoas o procuravam para serem batizadas, ele os orientava para a chegada
do grande Messias, no evangelho de Lucas, suas palavras são as seguintes: “Eu
batizo com água, mas já está entre vós aquele que não reconheceis, que virá
depois de mim. Ele irá batizar-vos com o Espírito Santo e o fogo. Não sou digno
de desatar a correia de seu sapato”.
Através destas palavras ele apresentava aos corações humanos toda a
perspectiva do futuro onde algo novo deveria chegar à humanidade, uma nova
possibilidade de evolução carregada pelo ser solar, o Cristo. E ele, digno
representante da cultura lunar teria que diminuir para que o Sol pudesse brilhar.
Quando Jesus foi batizado, também foi reconhecido por João como Messias,
o Filho do Pai.
Logo depois, João Batista é encarcerado e decapitado.
E começam os três anos onde Cristo inscreve com seus atos e palavras todo
ensinamento que nos levam para um caminho de amor, movido pela interiorização
e que o tornou disponível a toda humanidade.
Onde o ego deve diminuir para que o ser crístico cresça em nós.
Nesta época de São João somos lembrados do quanto é possível fazer para
que a generosidade, a gratidão, o perdão e o amor cresçam em nós promovendo
o crescimento da consciência, proporcionando posturas éticas e responsabilidade
desenvolvidas para uma atuação social justa.
São João acenda a fogueira em nossos corações...
Marina Fernandes Calache
Pedagogia Curativa, Terapeuta do Movimento, Visão Ampliada pela
Antroposofia.
Peregrino
ANTROPOSOFIANDO
das Letras
Ribeirão Preto - SP - junho/2007
Informação, Cultura e Livre Expressão
O HOMEM COMO UM SER “ENTRE”
A formação de uma pessoa
advém de pólos e leis bem opostos.
Se pensarmos na união do óvulo e
do espermatozóide, temos de um
lado a maior célula do corpo
humano em número limitado
durante a vida, com forma
arredondada, cheio de substância
vital, sem movimento próprio, e do
outro lado o espermatozóide,
infinitamente maior e numeroso,
radial quanto à forma, ágil em seus
movimentos e, na união dos dois
torna-se possível a concepção de
um ser humano.
Temos na formação de nossos
corpos físicos a impressão dessas
leis opostas, nossa cabeça é
arredondada com ossos soldados
em prol da forma, guardando em
seu interior algo mole, em
contrapartida temos nossos
membros cuja forma é radial,
contendo ossos isolados, e a parte
mole fica para fora, e entre essas
duas polaridades temos o tronco,
que se torna uma terceira lei
porque integra esses dois pólos
opostos, e justamente porque
possui algo das suas leis não é nem
uma, nem outra. Quanto mais perto
da lei da cabeça estivermos, mais
parecido com esta lei estaremos, o
mesmo ocorrendo no pólo oposto,
na parte de baixo do tronco temos
o osso da coluna vertebral e na
frente todos os órgãos estão
expostos, sem proteção óssea.
Agora, se observarmos por
outro ângulo, temos um corpo que
é absolutamente transitório que
possui existência limitada por duas
colunas bem claras: nascimento e
morte. E dentro deste intervalo de
vida e morte o corpo está sujeito a
uma evolução ascendente, onde há
crescimento e amadurecimento, e
uma fase de involução e envelhecimento até seu perecimento. Com
esta corporalidade física estamos
ligados a todas as necessidades e
desejos que a carne possui. Porém,
surge ao lado desse físico algo que
se liga não às próprias neces-
sidades, mas às verdades impregnadas nas coisas do mundo, e na
compreensão do outro, isto traz
uma contrapartida: o autoconhecimento.
Entre este corpo físico que se
une egoisticamente às próprias
necessidades e este, digamos, ser
espiritual, que se liga altruisticamente às leis inerentes ao mundo
circundante, surge algo que une
essas duas necessidades; não
sendo nem uma, nem outra, mas
uma terceira, a que na antroposofia
chamamos de alma, ou mundo
interno, que é aquele âmbito onde
dirigimos nossa atenção ao que
nos interessa, deixamos nosso ser
espiritual reconhecer as leis daquilo
que nos interessa conhecer, e por
outro lado conhecemos aquilo que
nosso corpo suporta conhecer.
No mundo interno transitamos
em três níveis distintos: pensar,
onde “apalpo” as leis com meu ser
espiritual, agir, onde o que o meu
ser espiritual conseguiu apreender
do mundo circundante e transformou em algo próprio que interfere
nesse meio. E entre esses dois
pólos temos o sentir, que não é
pensar, porém possui um pouco
dele, e não é ação, mas tem também
um pouco dela. É como se fosse
um pensar ativo e uma ação
refreada.
É nesse mundo interno intermediário entre o ser espiritual e o
ser material, onde temos nosso
âmbito de liberdade para deixarmos
adentrar o mundo externo,
reconhecer suas verdades, tanto
quanto nosso desenvolvimento
nos permitir, e deixar este mundo
externo tornar-se interno.
Com o passar do tempo e o
amadurecimento, vemos então
surgir algo que ilumina o ser
humano com uma luz própria,
singular. Esta luz que nos ilumina
diariamente tem que nos deixar
entregues à recuperação do
próprio corpo, para que ele tenha
condições de suportar, pois esta
luz desgasta a vitalidade. Para
tanto, diariamente dormimos.
Há então o estágio de consciência onde estamos plenamente
dentro de nós mesmos, estamos
em vigília. Há por outro lado o
momento em que esta consciência
nos abandona e entramos em sono
profundo. Porém, entre vigília e
sono profundo existe um estágio
intermediário, onde não estamos
plenamente despertos nem placidamente adormecidos, mas temos
uma vaga consciência de nós
mesmos, que é o estágio onírico.
Resumindo, o ser humano está
sempre “entre”. Entre pólos na
formação do corpo transformados
em corpo, porque tem o “entre”
que une os pólos formando uma
terceira força que reúne esses pólos
num só organismo. Entre dentro e
fora, com o mundo interno que
escolhe o que do mundo externo
que deixará entrar, transformandoo em algo seu, participante de sua
cognição. Entre vigília e sono
profundo ligando esses dois
mundos nos seus sonhos.
Existe ainda a polaridade das
leis a que o ser humano se submete,
uma lei, a da gravidade, o prende a
terra, outra lei, a do empuxo, o
suspende da terra, dando-lhe a
condição de ser ereto, que se
liberta, e nesta posição ele se
coloca entre céu e terra.
Ser humano é, portanto um ser
“entre”, e por ser “entre” reúne
polaridades, e por unir polaridades
é trimembrado.
Marina Fernandes Calache
Pedagogia Curativa, Terapeuta
do Movimento, Visão Ampliada
pela Antroposofia.
“Em dias longínquos...
o Espírito de tudo que é terreno
foi ter com o Espírito do Céu,
e foi assim que ele falou:
Eu sei falar
Com o espírito humano,
Mas peço-te dar-me
Aquela língua pela qual
O coração do mundo
Fala ao coração do Homem.
Foi então que o bondoso
Espírito Celeste
Deu ao Espírito Terrestre
A Arte!”
Rudolf Steiner
Criatividade é uma parte
essencial dos homens: uma
força vital sem a qual podemos
existir, mas não podemos
realmente viver.
Ela é um fluxo contínuo
dentro de nós e no nosso
ambiente. Podemos nos abrir
para seu movimento se
superarmos nossas defesas...
Praticar uma arte é explorar
o ato de criação como um
exercício espiritual. É um meio
de acordar para a nossa
realidade íntima e entrar em
7
contato com a beleza e o
mistério da vida.
Em todo processo de
criação acontece o aglutinar e
o dissolver da matéria e da
forma, a dissolução de velhos
padrões, de formas enrijecidas,
de antigos bloqueios, juntando
e aglutinando imagens novas,
vivas e livres.
Rudolf Steiner desvendou à
consciência moderna a função
essencial do criar artístico.
Neste criar artístico, o
homem desenvolve uma consciência processual, aprende a
viver no fluir da vida, aprende
a pôr o vigor da sua ação a
serviço da corrente criadora do
mundo, insere-se no atuar de
leis universais.
No verdadeiro criar artístico
o homem experimenta um
poder abrangente que transcende sua subjetividade, seu
egoísmo. O homem passa a
conhecer o “processo” que une
matéria ao mundo ideal e, uma
vez inserido no fluir dos
processos, ele aprende a
“auscultar” o desenvolvimento
necessário, aprende a “ouvir”
o futuro.
Annelvira Gabarra
Terapia Artística
(16) 3623 3319
Homem, torna-te essencial,
pois, se o mundo parar,
o acaso desaparecerá
e só o essencial
permanecerá.
Angelus Silesius
8
ANTROPOSOFIANDO
Peregrino
das Letras
Informação, Cultura e Livre Expressão
Ribeirão Preto - SP - junho/2007
DEPRESSÃO, EPIDEMIA
CONTEMPORÂNEA
A tristeza é um estado interior que corresponde a
um sentimento normal a todos nós. Há constantes
motivos que nos deixam tristes, situações que nos
devem mobilizar para tratar do conteúdo que nos
entristece, de maneira natural e equilibrada. O estado
depressivo é uma outra situação, pois é algo de maior
intensidade e que nos afeta o cotidiano de maneira mais
prolongada e sintomática. Há uma comum confusão
no uso da terminologia de tristeza e depressão em
nossos dias. É bastante freqüente que as pessoas digam
que estão com depressão quando na realidade estão
tristes. Nem por isso, deixo de perceber em minha
clínica diária, o quanto a depressão acomete um número
grande e expressivo da população. E em níveis
crescentes. Como historicamente as sociedades se
expressam também pelas enfermidades, produzimos
coletivamente nossas depressões. Todos temos um eu
que em estado germinal na criança, ao longo de seu
caminho biográfico, passa pela fase de crescimento
físico-vital de 1 a 21 anos. A partir daí inicia-se um
autêntico processo gradativo de autodesenvolvimento.
Então o eu carrega qualidades inatas que nós podemos
observar na infância e ele detém características
instrumentais em potencial, que cada um como missão
de vida sente que pode trabalhar em um processo de
auto-aperfeiçoamento. Dessa maneira, gradativamente
vamos ao longo dos anos nos percebendo e imprimimos
no mundo nossa individualidade. Sentimos que estamos
aqui para cumprir nossas grandes metas de vida e uma
vez que nos mantemos nesse fio condutor, sentimo-nos
realizados existencialmente. Contudo vivemos riscos
de aplacamentos do eu, que resulta na diminuição de
nossa auto-expressão. Olhando ao nosso redor social
percebemos que a economia é a grande religião do
momento. Seus aspectos conceituais moldam o
ensinamento nas universidades, que representam o seu
templo. Naturalmente as escolas de ensino fundamental
e médio se nutrem dessa hegemonia pensamental e
praticam ações coadunadas. Isso resulta nas escolas
empresas e suas deturpações. A pedagogia convencional
prepara desde cedo as crianças para entrarem em um
“mundo competitivo”, a linguagem de mercado que
culmina na grande competição denominada vestibular.
Porém nem todos os seres humanos nascem para
competir... Assim uma parcela importante dos nossos
jovens é massacrada por esse trator impiedoso e fica
no meio do caminho cheios de cicatrizes e seqüelas,
não aparecendo no “sucesso” da aprovação do
vestibular - ou na não aprovação nas ditas melhores
faculdades (as públicas, habitualmente)... Já que ter
“sucesso” virou meta econômica e de status, muitos
adolescentes, pós adolescentes e eternos adolescentes
vendem suas almas e corpos a qualquer preço para
galgarem esse patamar. Como o mercado cria
constantes ídolos, numa clonagem ou metamorfose da
mesmice para rodar o consumismo, ele também destrói
os velhos sucessos para abrir espaço. De maneira
interessante é que a velocidade de criar e destruir está
cada vez maior, pois a sociedade de consumo está cada
vez mais ávida e apressada em consumir o prazer
seguinte pois o atual não está suprindo a ânsia
imperativa da nossa alma sofrida. Como a lógica do
prazer é ter, já que as empresas estão transformando
tudo em produtos, para quem não tem, a este é levado
um sentimento de inferioridade. Ter conforto está
ficando cada vez mais caro... Mais a gente vai se
gastando para ter... Mais horas vamos trabalhando no
mundo conectado da tecnologia... Nessa esfera, os
alimentos vão ficando progressivamente mais baratos.
Contudo é a proliferação de comida industrializada,
pobre em nutrientes, ricas em carboidratos, cheias de
químicas que poluem nosso corpo e sobrecarregam o
fígado. Órgão desintoxicador visto pela medicina
antroposófica como órgão da vida. Quem está com
depressão sente-se sem vida, desvitalizado. Dessa
maneira vivemos entre o pavor da obesidade mórbida
à ditadura de beleza das modelos esqueléticas e de
cabelos lisos. Por essas trilhas é preciso ter bastante
serenidade para lidar com esses fatores para não
sucumbir a esse discurso, falso, de ‘‘ser alguém”, em
que é embutido em todos nós que a felicidade é ser
rico. Sabiamente diz o meu amigo que a falta de dinheiro
acentua os problemas. É interessante acompanhar
algumas biografias que “se matam” em construir
fortunas e quando as tem, continuam se estressando
em mantê-las. E claro, passam a gastar seu dinheiro
(consigo ou seus familiares), em grande quantidade para
tratar dos males decorrentes desse comportamento. A
imposição de ter dinheiro, segurança (palavra ilusória,
isso não existe), status, entre outros, está levando as
pessoas a irem a direções profissionais completamente
distantes de sua realidade pessoal. Cada um de nós é
diferente dos demais, temos perfis diferentes, nascemos
para determinadas missões das quais ao nos
afastarmos, secamos literalmente nossa alma. Adoecer
por isso é simples decorrência. Quando trabalhamos
por dinheiro (exclusivamente), só nos resta mesmo no
final do dia buscar uma rota de fuga para atenuar o
vazio que provocamos em nós. Não é à toa que somos
uma sociedade consumidora de drogas ou de outros
instrumentos de dependência: televisão, internet, enfim
somos prato cheio para a indústria do entretenimento
que buscamos para nos entorpecer. Estar na profissão
que você adora torna você bem humorado e produtivo
para o bem-comum: é a pessoa certa no lugar certo.
Depressão, tecnicamente falando é distúrbio de humor.
Trabalhar na profissão em que você se realiza não
significa retorno financeiro, mas você não estará
mentindo para si mesmo e adoecendo por causa disso.
Temos que tomar muito cuidado para não cairmos na
tentação de abandonar aquilo que almejamos para nós
mesmos em sentido maior e existencial: nossa realização
estritamente pessoal, o que implica satisfação
profissional. Diga para si mesmo: “pode não ser agora”,
mas amanhã estarei na profissão em que expresso o
tesouro da minha individualidade, meus dons inatos
juntos com os instrumentos pessoais que lapido ao longo
dos anos. Um dos sintomas sociais é a freqüente busca
de ir atrás da segurança e do dinheiro através de prestar
concursos para virar funcionário público. Seara tão
almejada por muitos pelas pretensas condições
favoráveis a uma estabilidade profissional. Como
também sou funcionário público, tenho a oportunidade
diária de exercer minhas observações. Ali observo
uma grande gama de seres humanos que estão
cotidianamente exercendo seu detestável trabalho, sem
que se tenha qualquer afinidade por ele. Qualquer
trabalho sem atividade sentimental minha alma repele
como detestável. O resultado é a indiferença, o mauhumor, mau atendimento, produtos e serviços de máqualidade. Um impacto na alma dos outros e de si próprio
é o que se dá para perceber quando se tem um mínimo
de autocrítica. E mesmo que alguns funcionários
públicos não gostem de suas profissões, mas sejam
pessoas muito responsáveis, acabam virando pessoas
sobrecarregadas, pois carregam os erros dos outros
nas suas costas. Ambas as situações são depressivas,
quando levadas no correr de vários anos. E agora
pensemos na esfera privada, o âmbito das empresas.
Aí é o terreno das inspetorias, das auditorias, dos
controles. Os funcionários são induzidos a trabalharem
o máximo que podem, em diversas funções – são os
chamados funcionários polifuncionais – o que significa
trabalhar por vários, já que muitos são demitidos por
causa disso. Além do mais há a cultura de atingir metas
de vendas dos produtos e serviços. Sobrecarga de
trabalho, aumentos progressivos de metas, jornadas de
trabalho crescentes (levar serviço para casa, e-mails e
uso de celular para a empresa), competição pelos cargos
entre colegas de trabalho, chefes e gerentes autoritários
(ou sádicos, ou paranóicos, entre outros), o fantasma
de ser demitido, enfim temos aí uma cesta de situações
que também criam um estímulo depressivo. E se em
toda essa atmosfera em que se sinta algo deprimido,
você resolver tomar álcool no fim do dia “para dar uma
relaxada”, ele destrói células do fígado, e acaba que
você vai ficar ainda mais deprimido...
Que tal mudarmos essas condições sociais?
A abordagem tomada acima considera a relação
entre o ambiente e o ser humano como interação que
leva à depressão. Existem depressões de caráter
intenso e que a investigação médica não revela maiores
fatores externos que a induzem ou estão agregadas. É
a chamada Depressão Endógena que merece uma
abordagem diferente da tomada aqui. Fica para outros
artigos.
Dr. Paulo Neves Júnior
Clínica Médica e Reumatologia Antroposóficas.
Consultor Biográfico
Peregrino
das Letras
Ribeirão Preto - SP - junho/2007
Informação, Cultura e Livre Expressão
MUSICOTERAPIA
Apresentação
A Musicoterapia é a
utilização controlada do som e
da música em um processo que
possibilita a ampliação da
comunicação, da expressão
dos sentimentos, dos afetos e
das experiências vivenciais do
indivíduo.
A Musicoterapia atende o
ser humano com dificuldades
em diversas áreas como
distúrbios de comportamento,
de aprendizagem, desordens
psiquiátricas, estresse, geriatria,
bloqueios emocionais, busca
do autoconhecimento proporcionando maior integração e
melhoria na qualidade de vida.
A Musicoterapia é conduzida por um musicoterapeuta
habilitado e treinado, que
trabalha num contexto clínico.
O musicoterapeuta é um
profissional inserido na área da
saúde e está apto para atuar
em diversos locais como
consultórios, hospitais, instituições, escolas, creches,
indústrias e fábricas no setor de
Recursos Humanos entre
outros.
Este profissional é preparado durante quatro anos e seu
diploma é de Bacharel em
Musicoterapia. Isto quer dizer
que conhece profundamente a
psique humana, bem como seus
distúrbios e doenças.
Ele faz uma avaliação das
necessidades do cliente, formula um programa e uma
abordagem terapêutica, desenvolvendo atividades específicas
para alcançar os objetivos. O
objetivo do tratamento é
centrado no cliente. Para isso
o profissional utiliza o som, a
música e o movimento para
produzir os efeitos terapêuticos
que permitirão iniciar um
processo de recuperação do
cliente.
Musicoterapia não é aula de
música, portanto, não é
mobilizar o potencial de saúde
do cliente. Tocando, cantando,
improvisando, acompanhando
e ouvindo música a pessoa
partilha a sua experiência em
sessões individuais ou de
grupo.
Da primeira infância à
terceira idade a Musicoterapia
pode significar, para as pessoas
que a buscam, um fator de
crescimento e uma contribuição
para a melhoria da qualidade
de vida.
Um ponto fundamental da
Musicoterapia é permitir o
resgate da confiança e o
desenvolvimento do potencial
interior de cada um, a partir de
uma escuta verdadeira de si
mesmo, do reconhecimento
dos seus ruídos, das desarmonias e desafinações internas.
Serenata ao Luar
Imagem cedida pela
Escola Waldorf Ribeirão
necessário que o cliente saiba
tocar algum instrumento ou
cantar para que possa ser
atendido, pois como já foi dito,
o objetivo principal do
atendimento é a terapia ou a
reabilitação.
As vivências musicais
proporcionadas pela Musicoterapia estimulam a criatividade
e a autoconfiança, ajudando a
Elisabeth Martha
Tesheiner
Musicoterapeuta,
Terapeuta Corporal,
Educadora Musical
Visão Ampliada pela
Antroposofia
[email protected]
Tels.: (16) 3623 0512 /
9725 1503
ANTROPOSOFIANDO
9
Peregrino
10 ANTROPOSOFIANDO
das Letras
Ribeirão Preto - SP - junho/2007
Informação, Cultura e Livre Expressão
A RELAÇÃO ENTRE AMAMENTAÇÃO E
PENSAMENTO
Um dos primeiros movimentos orais que o bebê realiza
é o de sugar, pois esse é um
ato reflexo que garantirá a sua
sobrevivência para, posteriormente, auxiliá-lo na futura
mastigação e produção da fala.
Um dos grandes benefícios
da amamentação é adquirir
resistência contra várias
doenças, além da afetividade
que se instala entre a mãe e o
bebê. No entanto, meu objetivo neste momento é realizar
uma aproximação entre a
amamentação, deglutição,
mastigação, respiração, fala e
pensamento que se desenvolvem no ser humano.
A função adequada da
cavidade oral pode ser estudada partindo-se da sucção
do neonato. Quando o recémnascido apreende o bico do
seio, há um vedamento intenso
dos lábios e um movimento
deslizante da mandíbula para
frente e para trás e, de acordo
com dados de observação,
sabe-se que tal movimento se
repete cerca de um milhão de
vezes durante o período de
amamentação (Zur Linden,
1983). Esse é um exercício
completo para a cavidade oral,
pois lábios, maxila, mandíbula,
língua e bochechas participam
ativamente desse processo.
Além do exercício intenso
sobre essas estruturas, é
realizado um trabalho de
eficiência respiratória, pois
enquanto o bebê suga o ar
entra e sai através da cavidade
nasal propiciando uma
adequação desta função, já que
com o vedamento labial o
pequeno não conseguirá
respirar pela boca.
O esforço exigido aos
músculos da região oral e o
movimento de ordenha que o
bebê realiza durante a sucção,
auxilia no crescimento da
mandíbula, bom posicionamento da língua e equilíbrio
entre as funções da cavidade
oral. Todo esse sistema em
sintonia contribuirá para a
futura mastigação e fala da
criança.
Quando o bebê não é
amamentado no seio e são
utilizados bicos artificiais e não
anatômicos, falta-lhe a oportunidade de desenvolver bem
suas funções orais, inclusive de
crescimento da face, podendo
ocorrer a deglutição de ar ou
aerofagismo que propiciará
problemas gástricos e digestivos, além de predisposição
para problemas de infecções
nas vias aéreas superiores, tal
como as otites. Nesses casos,
toda a musculatura fica
comprometida, a língua adota
uma posição incorreta porque
sua mandíbula não pôde se
desenvolver adequadamente.
Como conseqüência, podemos
encontrar alterações no vedamento labial (boca aberta),
na mastigação (unilateral,
ineficiente ou rápida demais),
na deglutição (invertida e com
interposição de língua) e na fala
(distúrbios articulatórios).
Com relação à função mastigatória, verificamos que hoje
em dia há uma tendência ao
consumo de alimentos não
integrais e com texturas pouco
consistentes, dessa forma, não
há necessidade de se realizar
um trabalho mastigatório ativo.
De acordo com Zur Linden
(op. cit., p.97), “Dentes
sadios, maxilares bem
formados são o cartão de
visitas de uma pessoa sadia
e bela. Destruição dentária e
deformações dos maxilares
revelam o grau de degeneração da saúde de uma
pessoa”. Para retomarmos os
conceitos antroposóficos,
sabemos o quanto os fenômenos degenerativos exercem
influência sobre o pensamento
humano, dificultando sua
lucidez e a atuação do homem
em seu meio.
Uma boa oclusão auxilia a
elaboração correta das expe-
riências anímicas, assim como
a mastigação correta com
movimentos circulares e
verticais colaboram para o
“bem triturar” das vivências e
o equilíbrio na resolução de
seus problemas. Podemos dizer
que ocorre justamente o
contrário com aqueles que, em
função de uma má oclusão e
incompetência mastigatória,
não conseguem resolver seus
conflitos internos e, muitas
vezes, tornam-se superficiais e
alienados diante de muitas
situações da vida e em suas
relações afetivas.
Se a criança não for
trabalhada em seus primeiros
anos de vida, o quadro tende a
se agravar e o comprometimento poderá ser ainda
maior com prejuízo da postura
corporal global (ombros caídos
e tendência a desenvolver uma
cifose - curvamento da coluna).
Além desses aspectos, é
possível notar um embotamento do pensamento,
dispersão e desatenção pela
dificuldade em respirar,
acarretando dificuldades de
aprendizagem escolar pela
pouca concentração.
Para concluir, gostaria de
recomendar a todas as mães
que amamentem seus filhos pelo
menos por seis meses e que
divulguem a importância em
fazê-lo. Caso a amamentação
natural não seja possível,
escolham um bico ortodôntico
adequado à anatomia da boca.
Os bebês agradecem!
Beatriz Ferriolli
Fonoaudióloga clínica e
professora universitária.
Especialista em
Linguagem, Mestre e
Doutora pela FFCLRPUSP. Formação em
Antroposofia: Medicina
Antroposófica,
Quirofonética, Biográfico.
“No objeto de percepção
“homem” existe a possibilidade de transformação,
do mesmo modo como a
semente encerra a possibilidade de transformar-se
numa planta inteira. A
planta se transforma por
causa da lei natural objetiva
que lhe é inerente; o homem permanece em seu
estado imperfeito, a menos
que tome em seu interior o
material para a transformação, e se transforme
por sua própria energia. A
natureza faz do homem um
mero ser natural; a sociedade transforma-o em um
ser que age conforme leis,
só ele pode fazer de si
mesmo um ser livre. A
natureza liberta o homem
em certa fase de sua
evolução; a sociedade conduz esta evolução uns
passos adiante; o último
aperfeiçoamento só o
homem pode dá-lo a si
mesmo.”.
RUDOLF STEINER
Peregrino
das Letras
Ribeirão Preto - SP - junho/2007
Tudo se acerta e se
preenche.
É só saber esperar.
E o advento de sua felicidade
ano e campos irão propiciar.
Até que um dia
você sente o perfume do
grão.
Você se põe a caminhar
para trazer a colheita e a
armazenar.
Informação, Cultura e Livre Expressão
Eu não sou eu.
Eu sou aquele
que caminha ao meu lado, sem
que eu o enxergue,
que eu visito freqüentemente
e que freqüentemente eu
esqueço.
Aquele que cala em silêncio
quando eu falo,
que docilmente perdoa quando
eu odeio,
que fica em pé, quando eu morro.
Juan Ramón Jimenez
Tal qual cada flor fenece
e toda juventude cede à idade,
floresce cada patamar da vida.
Toda sabedoria e toda virtude
também florescem a seu tempo
e não devem durar eternamente.
O coração precisa estar, em cada patamar da
vida,
predisposto à despedida e a novo início
para, na coragem e sem pesar,
entregar-se a novas ligações.
E em todo começo reside uma magia
que nos protege e nos ajuda a viver.
Temos de transpor, dispostos, espaço a
espaço,
e a nenhum nos apegar como a uma pátria.
ANTROPOSOFIANDO 11
O Espírito Universal não nos quer prender e
limitar:
quer erguer-nos degrau a degrau, quer nos
ampliar.
Mal nos habituamos a um ambiente,
sentindo-o familiar, ameaça o acomodar-nos.
Só quem esteja pronto a partir e viajar
talvez escape do hábito paralisante.
Talvez ainda a hora da morte
nos envie, jovens a novos espaços;
o apelo da vida a nós jamais há de findar.
Vamos lá, meu coração: despede-te e
convalesce.
Hermann Hesse
MINHA PEDAGOGIA
BOTÂNICA
Aluna - Lina
Imagem cedida pela
Escola Waldorf Ribeirão
Não ensine a seu filho
que as estrelas
não são do tamanho que parecem ter:
maiores do que a terra!
São lâmpadas
que os anjos acendem todos os dias
assim que o sol
começa a escurecer...
Não diga a seu filho
que as asas dos anjos
só existem na imaginação.
Já vi meu anjo em sonho
e posso jurar
que ele tem asas claras
que até parecem feitas de luz.
Não encha a cabeça de seu filho
ensinando-lhe hipóteses precárias
que amanhã de nada servirão.
Povoe de beleza
o olhar inocente de seu filho.
Dê-lhe uma provisão de bondade
que chegue para a marcha da vida.
Infunda-lhe na alma
o amor de Deus
- e tudo o mais,
por acréscimo,
ele terá.
Dom Helder Câmara
Peregrino
12 ANTROPOSOFIANDO
das Letras
Ribeirão Preto - SP - junho/2007
Informação, Cultura e Livre Expressão
CONTO DE SÃO JOÃO
Pelas ruas da grande cidade
andava um homem: calçava
sandálias e vestia uma pele de
camelo segurada por um cinto
de couro. Não era velho, mas
seu rosto enrugado e queimado
mostrava os vestígios que o
calor, o frio e o vento deixavam
de uma vida no deserto. Os seus
olhos brilhavam, seu coração
ardia ansioso de anunciar o que
somente ele sabia: “O Cristo
estava por vir”! Assim, João
andava para achar alguém que
desse ouvido à sua mensagem.
Na janela de uma casa ele
viu uma jovem mulher com um
nenê no colo: “O reino de Deus
está próximo”! Mas a mulher
lhe disse: “Quem deve saber
disso são os sacerdotes, eu
preciso cuidar do alimento do
meu filhinho”.
Na entrada de uma loja ele
viu um homem sentado à mesa:
“O Cristo vai chegar”! “Um dia
sim, daqui a não sei quantos
anos. Deixa-me acabar de
contar meu dinheiro, depois já
vou te atender...”
Um religioso estava
entrando na sinagoga, João
segurou-o pelo manto e disse:
“Está chegando o Messias”. O
homem virou-se: “Deixa-me
primeiro fazer as orações
prescritas pela nossa lei, depois
posso discutir isso contigo”.
À tarde, cansado e desiludido, João saiu da cidade,
sentou-se numa pedra do
deserto. Diante dele só viu
pedras, areia, espinhos secos.
“Os corações dos homens são
pedras, as suas almas, mortas
como o deserto. Já que eles não
querem ouvir a minha mensagem, vou falar às pedras do
deserto, às plantas e aos animais”. Levantou-se e gritou em
voz alta:”O Cristo chegará!”.
O som ecoou pelas rochas
do deserto. Houve depois um
momento de silêncio e logo soou
uma voz como que de dentro da
terra: “Desde a criação do
Mundo estamos à sua espera.
Que seu pé santo nos toque!
Queremos ser o chão firme da
sua caminhada na terra!”.
João viu um carneiro
procurando a grama esparsa
entre as rochas e comendo as
folhas secas dos arbustos. “Já
sabes que o Cristo está para
chegar?” “Minha lã fofa e macia
vai servir de manto para ele”.
E João olhou os ramos secos
e espinhosos dos arbustos. “E
vós, como ides servir ao Cristo
quando ele chegar?” “Ele nos
dará a sua vida, floresceremos
por sua graça”.
João pegou o caminho que
descia para o vale do rio Jordão.
Na paisagem morta de pedras
e penhascos, de repente surgiu
uma faixa de plantas verdes, de
árvores com rica folhagem,
cheias de flores. Ouviu-se o
zumbido de muitos insetos. “O
Cristo está para chegar”. Gritou
João de novo. E de todos os
lados ele ouviu vozes das plantas
mais diversas: “Ele poderá
descansar à minha sombra”.
“Os meus frutos servir-lhe-ão de
alimento”.”Minha seiva ser-lheá refresco”. “Tomara que seu
olhar divino repouse em nós”.
“Que ele respire o nosso
perfume”. “Que ele se alegre
com o nosso florescer”.
João sentou-se à beira do
rio. “Toda criatura está esperando o Cristo”, pensou ele
“somente os corações dos
homens estão endurecidos”.
“Ai se eu pudesse regar o
deserto de suas almas, abrindoas e fazendo-as florescer como
o rio faz com o deserto”.
Aí as ondas do grande rio
murmuraram: “Isso só poderá
ser feito por aquele que é maior
do que tu. Mas traze os homens
aqui e mergulha-os no rio.”.
Nisso, passou uma caravana
perto do rio, João contou-lhes o
que tinha ouvido nas pedras, das
plantas, dos animais e do rio.
Então os homens, um após o
outro quiseram ser batizados por
João. Ao serem mergulhados na
água fresca e pura sentiram a
sua própria impureza. “Somos
como galhos secos de uma
velha árvore. Ajuda-nos rejuvenescer as nossas almas”.
João respondeu: “Eu voz
batizo com a água do rio.
Depois de mim virá aquele que
é mais poderoso do que eu. Ele
vos dará a água da vida e vos
batizará com o Espírito Santo”.
João ficou no vale do rio
Jordão. Cada vez mais pessoas
vinham ao deserto para serem
batizadas por ele. Vinham até
mesmo da grande cidade:
homens, mulheres e crianças.
Entre eles também um sacerdote, um comerciante e uma
jovem mãe... E quando Cristo
chegou, muitos já tinham seus
corações preparados para
receber.
Imagem cedida pela
Escola Waldorf Ribeirão
FRIEDHELM ZIMPEL
AS FASES DE 0 A
21 ANOS
Tu, que iluminas o Universo,
Ilumina também a mim e
tira a venda dos meus olhos
para que eu veja o Sol
verdadeiro.
Está ainda coberto com um
véu;
entretanto, em um mar de
luz dourada
transluz minha alma.
Agora, concede-me vê-lo
na imagem da claridade e
da verdade pura.
Deixa que reconheça em
Sua luz
quais são os meus deveres.
E logo, terminada a viagem,
permite-me chegar ao
Lugar Sagrado.
E Tu, consolo do Universo,
brinda-me a força
para alcançá-lo em
realidade.
E Tu, ó Amor Divino,
acolhe-me em meus
desígnios
e mantém puro o eterno
raio
de minha fiel vontade.
Rudolf Steiner
Ribeirão Preto - SP - junho/2007
A LEI DO EQUILÍBRIO NOS
SISTEMAS FAMILIARES
O Equilíbrio é uma Força, uma
Lei presente em todos os sistemas.
Dentro dos sistemas há uma
necessidade de compensação
entre perdas e ganhos, dar e
receber, e como uma Lei Sistêmica,
ela atua em todos os níveis.
Consciente ou inconscientemente
tem-se a necessidade de compensação, e às vezes isso ocorre
fazendo com que se perca algo, com
que se vivencie algo de ruim,
mesmo sem a aparente necessidade ou sem se perceber de onde isto vem. É como se houvesse um
sentido de equilíbrio. Ele diz se há crédito ou débito com alguém. É quase
matemático: se você deu algo, então você espera receber algo também
(ainda que não seja na mesma moeda). O outro, por sua vez, sente uma
pressão para retribuir, dar também. Deve-se algo, há uma pressão para
pagar, para devolver, para quitar. Se esta troca for efetiva, produtiva,
positiva, a relação será fértil e rica. E isto ocorre tanto no positivo quanto
no negativo. A troca equilibra as relações, tornando possível uma
convivência longa e saudável. Se, em uma negociação há equilíbrio, então
há também liberdade, alegria e portas abertas para próximas negociações.
Os dois lados ficam satisfeitos. Caso contrário, uma das partes não se
sente bem. E quando há dívida, uma das partes fica presa. A dívida funciona
como uma necessidade de pagar algo para que o equilíbrio retorne. Ela
muitas vezes atua como um fantasma, retorna, assombra, pode ser
transformada em sentimentos de culpa, atuando secundariamente, sem
que se perceba sua origem. Os que recebem pouco – injustiçados -,
muitas vezes também ficam presos nesse sentimento, que se secundariza,
fazendo com que a pessoa se sinta uma vítima eterna e transforme sua
vida em verdadeira pobreza.
No negativo, quando há necessidade de troca, então é necessário
que se retribua com menor intensidade: um pouco menos. Isso traz
possibilidades para um novo equilíbrio na relação. Se há revide na mesma
intensidade, ou em maior escala, então esta relação permanece equilibrada
no negativo, o que significa conflito e sofrimento.
Nos sistemas familiares é comum a observação de sentimentos de
vazio ligados a não tomar os pais, o que significa que os filhos querem
receber apenas o que é bom dos pais, e rejeitar o que não é bom. Para
tomar os pais é necessário receber tudo o que eles têm de bom e de ruim.
Não é possível selecionar, separar. Muitas vezes os pais estão disponíveis
– prontos para se relacionar com o filho apenas como são, com o que têm
(não é possível dar aquilo que não se tem). E o filho critica, julga, condena, nega, reclama e simplesmente não recebe, não toma seus pais.
Muitas depressões têm origem nesta dinâmica. O filho acaba sentindose vazio, só. Esta é uma dinâmica relacionada à Lei do Equilíbrio e que
cria outros emaranhamentos.
O que traz solução é o bem, o respeito e o amor. Outros tipos de
compensação que na maioria das vezes estão vinculados ao sofrimento
das pessoas, não trazem solução, apenas causam mais desequilíbrios
sistêmicos.
Ana Lucia Braga
Terapeuta de Constelações Sistêmicas, Terapeuta Corporal Neo
Reichiana, Psicopedagoga
Tel.: (16) 3021.5490 / 9994.7224
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Peregrino
das Letras
13
Informação, Cultura e Livre Expressão
Falando sobre HATHA YOGA
“O segredo da felicidade está
na escolha de nossos pensamentos, ou antes na direção de
nossa atenção, a cada segundo. A
desventura vem do encadeamento
automático e ininterrupto dos
pensamentos infelizes.” Pierre
Levy.
Vivemos hoje o que os
primórdios já viviam, talvez com
outras palavras ou sinônimos.
Desde então a fonte primária do
sofrimento do ser humano, inclusive os problemas morais, religiosos e psicológicos, é decorrência
da perda de contato com o Ser, da
perda de contato do homem com a
base da existência. A nossa busca
pela felicidade em fontes errôneas,
dirigindo nossos pensamentos
para o mundo exterior, gera cada
vez mais incessante busca e
desgaste pessoal. Colocamos
nossos corações e conseqüentemente nossos pensamentos em
direção outra, que não da nossa
felicidade.
Parece-me que o homem se
perde nesta busca, e isso não é
mérito nosso, dos nossos dias, mas
cada vez mais agravamos este
estado de mente. Concentrando
nossa energia onde ela se esvai,
ficamos desolados e enfraquecidos.
Como falar de Hatha Yoga neste
contexto?
Estamos distantes do centro
mais profundo de nosso próprio
ser. Hatha Yoga trata de uma técnica
de integração natural do homem
mediante a progressiva purificação
do corpo, com o desenvolvimento
de suas potencialidades, objetivando a perfeição de seu funcionamento e assim a crescente integração
da mente com este corpo.
Mens sana in corpore sano...
princípio da Hatha Yoga. Uma
melhora constante de nosso físico
e fisiológico vai construir um
estado psicomental mais elevado.
Uma série de correntes nervosas
inativas começam a ser despertas
na prática da Hatha Yoga dando
ao yoguii (a pessoa que pratica
Yoga) uma consciência mais
profunda. Conseqüentemente o
resultado é um adestramento de
nosso corpo para então adquirimos um rendimento físico,
afetivo, mental e espiritual.
Através da prática da Hatha
Yoga começamos a fazer o religar,
a volta do homem com o centro
mais profundo do seu ser, e não
estamos falando aqui de religião.
Yoga não é uma religião, mas uma
ciência.
Na raiz da palavra yoga, o
radical sânscrito de verbo yug,
significa ligar, unir, controlar. Ou
seja, união, controle! União do
homem com Divino, do indivíduo
com a realidade universal, de cada
um com a totalidade existencial.
Controle, autodisciplina adequada,
o que nos beneficia neste controle
da mente, e onde colocar nosso
coração. Assim, o Yoga é um
método ou técnica, programa de
adestramento psicofísico, moral e
espiritual que nos possibilita
cumprir o destino supremo da vida.
Maravilhosamente Yoga não só é
a finalidade, mas o caminho para
esta realização.
A essência do Yoga é a união
existencial.
Constantino Sarantopoulos
Instrutor Hatha Yoga
Espaço Benoni Gabarra
Tels.: (16) 3620 0637 / 9713
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Peregrino
das Letras
14
Ribeirão Preto - SP - junho/2007
Informação, Cultura e Livre Expressão
Aves sem teto
Não faço parte de nenhuma ONG
ambientalista, nem sou ativista em prol
da ecologia, mas, tenho consciência
ecológica e busco exercitar a cidadania,
fazendo a minha parte: seleciono meu
lixo, economizo água, energia elétrica
e arborizo meu espaço. Preocupo-me
com o futuro do planeta.
Atualmente, moro no centro da
cidade, perto da Catedral. Gostaria que
os sinos dela tocassem como na cidade
da minha mãe – S. S. do Paraíso:
escandalosamente maravilhoso e
inesquecível! Aqui, não escuto sinos
ou carrilhões (acho que não têm) e o
relógio marca as horas em som quase
inaudível. Às 18 horas, gostaria de me
emocionar com o som da Ave Maria,
porém, fico impressionada e horrorizada com o som ensurdecedor dos
fogos para afugentar os pássaros! Eu
os vejo do alto de meu apartamento,
como loucos, voando de um lado para
o outro, procurando uma árvore, um
abrigo... Que culpa têm eles, se a
cidade é carente de árvores? Eu os
comparo com os sem-teto: para onde
ir? Onde viver? Vamos invadir...
Muitos condomínios fechados em
Ribeirão Preto, estão com problemas
para serem regularizados, porque a
Legislação Estadual e Municipal, exige
que todos tenham 20% de área verde,
ou então, o terreno onde se localiza o
imóvel tenha essa porcentagem. Quem
não tem essa área verde, deve comprar
um lote equivalente a 20% da área da
propriedade, arborizar, cuidar por
cinco anos e depois, doá-lo à
Prefeitura. Acho correto e louvável,
mas, me pergunto: Só isso? As
autoridades não percebem que
precisamos de árvores ao redor da
cidade? Nas avenidas? Que deveria ter
no mínimo uma árvore em frente de
cada residência? Além da sombra
refrescante em uma cidade tão quente,
haveria a captura do gás carbônico,
embelezaria e ainda serviria de abrigo
para algumas aves. E, é claro, que com
um maior número de árvores, a
concentração de aves não se daria em
pontos únicos. O que me deixa feliz, é
que percebo, que algumas pessoas,
mesmo morando em apartamentos,
deixam o verde embelezar as sacadas e
floreiras: parabéns!
Morei dois anos em Maringá – PR
e, o que mais me encantava, era olhar
as ruas arborizadas dos dois lados,
árvores grandes, copas que se
abraçavam no alto, formando um túnel
longo, refrescante, charmoso e
romântico... e, no outono, todas as
calçadas ficavam forradas de flores
amarelas, formando um tapete doado
pela natureza!
Com raras exceções, nossas praças
estão abandonadas, principalmente as
dos bairros. O mato assola e as árvores
não são tratadas com consideração:
falta poda, ficam doentes e secas, ao
menor vento se quebram e ficam lá,
estiradas, esperando que o caminhão
da Prefeitura faça seu enterro. Será que
vai aparecer uma autoridade competente e exigir que alguma coisa seja
feita? Ribeirão Preto transformou-se
numa Selva de Pedras envolvida por
Canaviais!!! Ninguém merece!!!
A praça das Bandeiras, onde fica a
feira do artesanato, precisa ser alvo de
uma Campanha de Limpeza. O
Homem joga ali, todo tipo de Lixo,
claro, os pombos também ficam ali...
Que tal uma Campanha Pública e
Eclesiástica (fica em frente a Catedral)
para Conscientizar a População de
modo que as pessoas se envergonhem
de jogar o lixo no chão? Uma campanha
nos moldes daquela de anos atrás, para
não jogar lixo nas estradas, a do
Sugismundo? O odor desagradável
que exala não é culpa só das aves, mas
também do Homem...
Os pombos e as andorinhas adorariam ir para um lugar, onde pudessem
comer insetos e frutos silvestres, e não,
pipoca, pão, arroz, feijão e macarrão
que ali são jogados. Amariam dormir
em paz, protegidos por galhos firmes,
ao som de grilos e cigarras e não do
espocar Terrorista dos rojões. Mas, eu,
gostaria, de coração, que ficassem por
aqui alguns bem-te-vis. Adoro o canto
deles e, é tão alto e lindo, que um dia,
durante um telefonema internacional,
minha filha ouviu e disse: mamãe, esse
bem-te-vi é falso ou verdadeiro? (tenho
um relógio que a cada hora é um tipo
de pássaro que canta) e eu disse:
verdadeiro e está na sacada! E ela
respondeu: Ah! Quero um para mim,
na minha janela!
Se essas aves invadem e sujam os
nossos espaços e transmitem doenças,
a culpa é do homem. Ele que as
expulsou de seu habitat, destruiu o
ecossistema com as queimadas e o
desmatamento. Elas não têm onde
morar e o que comer, são aves-semteto e é responsabilidade do homem
reverter com urgência essa situação.
Lembro-me de uma história que um rei
quis premiar um artista que melhor
captasse, em uma pintura, a paz
perfeita. Ele viu muitas, mas só gostou
de duas. A primeira era um lago calmo
e cristalino e o céu de um azul perfeito.
A segunda tinha um quebra-mar sobre
rochas escuras. O céu enegrecido e
pontilhado por raios e relâmpagos. O
rei observou atentamente e verificou
que no alto das rochas, havia um
pequeno arbusto crescendo em uma
fenda e nele um pequeno ninho e, ali,
no meio do mar revolto e céu
tempestuoso, um pequeno passarinho
descansava calmamente. O rei escolheu
a segunda e explicou que a Paz não é
estar em um lugar calmo e tranqüilo,
sem trabalho árduo ou sem dor. Paz
significa que, apesar de estarmos no
meio da adversidade e das turbulências
da vida, permanecemos calmos em
nossos corações.
Estamos diante de problemas
aparentemente insolúveis, onde um
joga a culpa e a responsabilidade no
outro, mas com boa vontade, bom
senso, união e em paz, teremos que
achar a solução, caso contrário, o preço
que pagaremos no futuro, pela atual
negligência, será alto demais!
Angela Borelli
Astrologia Karmica
Tels.: (16) 3421 4277 / 3021 1727
FIAT
Nilva Mariani
I
Uma semente madura,
uma terra fértil.
Uma ansiosa de germinar,
outra de acolher,
produzir.
Um sêmen impetuoso,
um útero apaixonado
e aconchegante.
E o milagre da vida se produz.
E o milagre do amor se faz
sentir.
Uma parte de cada um
e a terceira ponta do
triângulo...
II
Um vaso arredondado,
úmido,
cheio de terra fértil
à espera do plantio, da
semente.
Quando ela aparece,
mil cuidados a envolvem
e ela cresce devagarinho,
enchendo todo o receptáculo
e enfim brota!
- Que mistério lindo, Senhor,
o da concepção
e do nascimento!
Peregrino
das Letras
Ribeirão Preto - SP - junho/2007
15
Informação, Cultura e Livre Expressão
Acionamentos Elétricos –
Claiton Moro Franchi
UFO – Os códigos proibidos
– Alfredo Lissoni
Gerda Malaperis - La filmo!
- DVD
Composto de seis capítulos e
dois apêndices, descreve de
maneira dinâmica e didática os
conhecimentos fundamentais
relativos a acionamento de
máquinas elétricas. Aborda
motores elétricos de indução
monofásicos, trifásicos e
síncronos, assim como conceitos relativos à potência e
fator de potência. Detalha de
maneira clara e técnica os
dispositivos utilizados em
acionamentos elétricos. Ao
final de cada capítulo há um
conjunto de exercícios para facilitar a fixação do conteúdo. Destinado
a técnicos, tecnólogos e engenheiros que atuam nas áreas de
automação, mecatrônica e eletrotécnica.
Editora Érica Ltda.
Tel.: (11) 2295 3066 – Fax: (11) 6197 4060
www.editoraerica.com.br
O autor apresenta uma análise
aprofundada dos mais secretos
códigos da Bíblia, com os textos
cátaros que a Igreja tentou
ocultar, encontrando provas de
antigas visitas de seres de outros
mundos que, desde tempos
imemoráveis, disputam a Terra
entre si. Desse modo, são
redefinidos os papéis de alguns
dos personagens mais importantes da teologia cristã.
Para demonstrar isso, o autor
examina as diversas versões da
Bíblia católica e protestante, os
livros gnósticos e apócrifos de Basílides e Valentim (que tratam
dos enigmáticos “Anjos da face”, observadores do Universo) e os
confronta com o Gênesis indígena e os escritos proto-sumérios e
pré-rabínicos.
Grupo Editorial Madras
Tel.: (11) 6959 1127 – Fax: (11) 6959 3090
www.madras.com.br
Baseado no livro de mesmo
nome, do conhecido escritor
franco-suíço, Claude Piron.
Ótimo material para o curso de
aperfeiçoamento, o DVD inclui
ainda, making off, cenas
descartadas, e legenda em 7
línguas. A Imagu Filmes abriu
com chave de ouro com Gerda
Malaperis, o primeiro longa
metragem em esperanto da
história, feito inteiramente por
esperantistas! . Gerda Malaperis
é o livro mais usado pelos alunos
de Esperanto, para se iniciarem
na conversação. O filme segue a
idéia do livro: ser didático. Tem como prioridade a pronúncia,
permitindo ao espectador aprender, se emocionar, se divertir e curtir
cenas extras muito engraçadas!
Imagu Filmes
Tel.: (37) 3351 4838
www.imagu.com.br
Representante em Ribeirão Preto:
APERP – Associação Pró-Esperanto de Ribeirão Preto
Tel.: (16) 3633 2784
Alimento Orgânico
Melhor pra você. Bom pra todo mundo.
Vocês já perceberam como nós
seres humanos, tendemos talvez por
conveniência ou por autoproteção a
achar que tudo que acontece não nos
atinge.
Eu mesmo passei por uma situação
desta. Quando alguém descobria que
tinha câncer a notícia era muito triste.
Mas eu não conhecia nenhum caso e
achava que aquilo estava muito longe
do meu mundo, amigos, parentes e até
de mim mesmo. Até que tive o primeiro
caso na família, uma tia. Comecei a
acompanhá-la no hospital para os
tratamentos. A quantidade de pessoas
que já existiam com esta doença me
surpreendeu! Por não escolher idade,
sexo ou posição social. Hoje ouvimos
falar do Efeito Estufa, provocando o
Aquecimento Global. Esta questão já
vem sendo levantada há tempos e nós,
mais uma vez, não tomamos nenhuma
providência. Resultado: enchentes,
secas, temperatura alta, aumentando o
risco de câncer de pele, água potável
diminuindo, geleiras derretendo,
oceano aumentando o nível e a
temperatura trazendo uma série de
inconvenientes para o nosso equilíbrio.
Olha onde já chegamos! Poderia
completar esta página somente com os
efeitos do aquecimento do planeta.
Chorar o leite derramado nós podemos,
mas não vai resolver. O que está feito
está feito. Vamos pensar daqui pra
frente o que podemos colaborar, o que
podemos evitar, no que podemos
contribuir, para não piorar a situação
ou pelo menos minimizar o máximo
possível.
Hoje no mundo corporativo está
havendo uma revolução para a
adaptação das empresas como a nova
exigência do mercado mundial.
Empresas que não poluam. Empresas
Verdes! Empresas preocupadas com
as suas emissões e seqüestro do
carbono. Devemos realmente exigir,
apoiar estas empresas e atitudes de
pessoas. Uma das recomendações da
Organização das Nações Unidas
(ONU) é que se consuma alimentos
orgânicos. Você sabia que a agricultura
orgânica além de produzir um alimento
sem agrotóxico e produtos químicos
se preocupa com o meio ambiente?
Preservando nascentes, rios, florestas,
fauna, solo e etc. Veja a seguir 10
motivos pra você consumir um
alimento orgânico, segundo reportagem
publicada na revista “Em Ecologia”:
1. Alimentos mais nutritivos e
saborosos: com solos equilibrados
produzem um alimento mais completo
e mais nutritivos, agora quanto ao sabor
não adianta falar, tem que experimentar.
2. Saúde: com alimentos mais ricos
em vitaminas e sais minerais. O
relatório da Academia Americana de
Ciências, publicado em 1982, calculou
em 1,4 milhão/ano o número de novos
casos de câncer provocados por
agrotóxicos.
3. Proteção às futuras gerações:
crianças são mais vulneráveis da
agricultura com agrotóxicos. De acordo
com o relatório do Environmental
Working Group (Grupo de Trabalho
Ambiental), quando uma criança
completa um ano de idade, já recebeu
a dose máxima de agrotóxicos que seria
permitida para uma vida inteira.
4. Amparo ao pequeno produtor:
ao comprar produtos orgânicos,
contribuímos para a redução da
migração de famílias para as cidades
evitamos o êxodo rural.
5. Solos férteis: uma das principais
preocupações da agricultura orgânica
é com a preservação e equilíbrio do
solo.
6. Água pura: os agrotóxicos
utilizados nas plantações atravessam
o solo, alcançam o lençol freático e
poluem rios e lagos. Dados da Agência
de Proteção Ambiental Americana
revelam que a ação dos pesticidas
causadores de câncer já está presente
em mais de 50% da água dos Estados
Unidos.
7. Biodiversidade: a agricultura
orgânica preserva sementes por muitos
anos e impede o desaparecimento de
numerosas espécies, incentivando as
culturas mistas e fortalecendo o
ecossistema.
8. Redução do aquecimento global
e economia de energia: o solo tratado
com substâncias químicas libera uma
quantidade enorme de gás carbônico,
gás metano e óxido nitroso. A agricultura orgânica e administração
florestal sustentáveis podem eliminar
25 % do aquecimento global.
9. Custo social e ambiental: o
alimento orgânico não é, na realidade,
mais caro que o alimento convencional
se considerarmos que, indiretamente,
estaremos reduzindo nossas despesas
com médicos e medicamentos e os
custos com a recuperação ambiental.
10. Cidadania e responsabilidade
social: consumindo produtos orgânicos, você exercita seu papel social,
contribuindo para a conservação e
preservação do meio ambiente.
Você já pensou quantas coisas você
pode fazer pra ajudar o meio ambiente?
Uma delas eu posso afirmar:
“Alimento Orgânico – Melhor pra
você. Bom pra todo mundo”.
Egberto L. da Silva
Armazém Orgânico
Tel.: (16) 3931 5163
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Essência do ser Mandalas
Mandala, do Uno à perfeição, à
unidade, à individualidade, à
concentração de energia à
essência do ser. Trabalhar com a
mandala é tocar no sagrado interno
é ir de encontro às próprias origens,
tudo isso já sabemos.
O que precisamos agora é
trabalhar, começarmos então a usar
a arte como base de uma terapia do
“eu”, criando nosso momento
particular de liberação do stress
diário a procura do espaço
sagrado. O que vamos fazer é nos
preparar para entender esse objeto
que não pode e não deve ser
decorativo.
O primeiro passo – o silêncio,
a busca do eu, a conexão reflete
exatamente a sua necessidade no
momento, faça perguntas a esse ser
tão conhecido seu.
- o que quer?
- o que deseja saber dessa
pessoa que é tão íntima e ao mesmo
tempo tão desconhecida?
Talvez não saiba desenhar, mas
comece a pensar na possibilidade
de passar alguns minutos detalhando figuras e colorindo – as em
benefício próprio.
O segundo passo - Faça
círculos, quadrados, triângulos
sobrepostos, esta é uma forma de
expressar e exteriorizar sentimentos
e frustrações que não se consegue
normalmente, provavelmente
escondidos em hábitos ou vícios.
Quando você cria algo expõe a
linguagem da alma, e acima de tudo
fortalece a confiança e segurança
em si próprio.
O terceiro passo – Colorir,
escolha as cores, deixe fluir, sentese como fazia em sua infância.
Espalhe vários lápis ou tintas e
pinte. As cores também dizem o que
sua alma precisa naquele momento.
E para finalizar.
O quarto passo – Observe o
seu trabalho, tranqüilize-se, acalme
sua respiração e entre, navegue no
seu desenho, saiba se entender
através da sua linguagem procure
mudar o que precisa e conservar o
que é bom dentro e fora do seu ser.
E se depois disso se ainda
precisar, repita quantas vezes for
necessário, porque a procura de si
mesmo não tem contra-indicação.
Com o tempo esse processo se
tornará um hábito e você estará
pronto para o silêncio que o fará
encontrar com o seu tão esperado
Espaço Sagrado.
Cássia Maria Beletti Del Vechio
[email protected]
Tels. : 3615 2010 / 9153 6416 /
9168 7128
Peregrino
das Letras
16
Ribeirão Preto - SP - junho/2007
Informação, Cultura e Livre Expressão
Horizontes Mais Amplos no Escotismo Mundial
Fonte: Skolta Esperanto-Ligo.
uando Lorde Baden-Powell
fundou o Escotismo, ele foi
o pioneiro na “educação
extra-escolar”. A grande importância disto só foi compreendida mais
tarde. Os princípios fundamentais
do Escotismo são imutáveis e
universais. Na firmeza e solidez de
princípios e, flexibilidade na sua
aplicação prática, residem a força,
dinâmica e grande valor do
Escotismo. O Escotismo permite o
intercâmbio de experiências e
idéias, a construção da amizade e
da compreensão. O Escotismo faz
crescer o amor ao serviço social e
ao desenvolvimento da sociedade.
Em 1957 nasceu o “Jamborée
do Ar” (JOTA) para unir escoteiro(a)s de todo o mundo por meio
do radioamador. Da mesma forma,
foram criados os “Jamborees
Gêmeos” (“Join in Jamboree”).
Atualmente, a internet JOTI
(Jamboree na Internet) é uma
grande aliada nesta união, através
da qual bandeirantes e escoteiro(a)s de todo o mundo podem
se encontrar. Para a maioria que não
tem a oportunidade de trocar um
aperto de mão com seus colegas
estrangeiros, a correspondência,
troca de postais e, os e-mail são
práticas de grande êxito. Muitas
coisas podem ser trocadas, apesar
das distâncias.
Por causa dos problemas
lingüísticos, você pode ter uma
limitação no contato com escoteiro(a)s estrangeiro(a)s, porque
só aqueles que estudaram línguas
poderão fazê-lo. O estudo de
outros idiomas é preciso. Este
problema pode ser resolvido de
uma maneira fácil através do
estudo de uma única língua - o
Esperanto, fácil de se aprender, dá
resultados rápidos e, deixa todos
em condições de igualdade.
Baden Powell escreveu, há
cerca de cem anos, o manual
“Escotismo para Rapazes”
(Scouting for Boys) e, no terceiro
caderno, aconselha aos escoteiros
o uso da Língua Internacional
Esperanto como “língua secreta da
patrulha”, uma única frase que
desapareceu nas edições seguintes.
O Comitê Escoteiro Internacional, do ano de 1964, na sua
reunião em Luxemburgo, declarou:
“O Esperanto conseguiu provar
suas possibilidades em muitos
meios e campos, e em algumas
associações nacionais já se permite
conquistar a especialidade de
intérprete por meio dele.”
Através do Esperanto você
poderá falar com pessoas de outros
países cujos costumes sejam muito
diferentes dos nossos, trocando
informações sobre o país e o povo,
canções, jogos, proteção ambiental, recursos naturais, temas estes
comuns a todos os países.
Se viajarem para o exterior, uma
possibilidade muito interessante é
o “Pasporta Servo” (“Serviço
Passaporte”) para bandeirantes e
escoteiro(a)s que falam a língua
internacional Esperanto. Muitas
pessoas em diversos países oferecem hospedagem. Normalmente, a
única recompensa esperada é que
você retribua a hospedagem em
sua casa, ou tão somente que você
fale na língua Esperanto com seu
anfitrião.
Bandeirantes e escoteiro(a)s
que sabem, estudam ou simplesmente simpatizam com a língua
Esperanto, podem tornar-se
membros da Liga de Escoteiros e
Bandeirantes Esperantistas, e
assinar sua revista, que aceita
anúncios gratuitos de quem
procura correspondentes. Existem
insígnias de “Amizade Internacional” ou “Fraternidade Internacional”. Outra especialidade muito
interessante é a de “Intérprete”, ou
“Tradutor”, ou “Línguas”. Você
pode escolher entre muitos
idiomas, até Esperanto. Em alguns
países existe mesmo um distintivo
especial para esta língua.
A Liga Escoteira Esperantistas
- Skolta Esperanto-Ligo (SEL) é
uma organização mundial de
Bandeirantes e Escoteiro(a)s,
fundada em 1918, cujos membros
falam ou têm simpatia pela língua
internacional Esperanto. Edita
livros para ensinar Esperanto,
especialmente planejados para
bandeirantes/escoteiros, que se
chama “Ëamborea Lingvo” (“A
Língua dos Jamborees”), apresentado oficialmente em 22 de agosto
de 1969, aos membros da Conferência Escoteira, reunida em Helsinki,
Finlândia. Este livro foi especialmente planejado para a Fraternidade Mundial Escoteira e já
contribuiu para a divulgação da
Língua Internacional Esperanto por
todo o mundo. Existe também um
manual, semelhante a um dicionário, com os termos escoteiros e
palavras úteis em acampamentos,
etc. Este vocabulário é chamado
“Skolta kaj Tenduma Terminaro”
(“Nomenclatura Escoteira e de
Acampamento”).
Encontramos ainda, a revista
“La Skolta Mondo” - (“O Mundo
Escoteiro”), editada na Língua
Internacional Esperanto, que tem
um enfoque voltado para
Bandeirantes e Escoteiro(a)s e sua
relação de amizade com o
Esperanto, possibilitando o
intercâmbio pessoal, de jogos,
técnicas e culturas.
JOTI (Jamboree na Internet):
h t t p : / / w w w. j o t i . o r g / p t /
index.html
Liga Escoteira Esperantistas Skolta Esperanto-Ligo (SEL):
http://www.esperanto.org/
skolta/index.html
La Skolta Mondo” - (O Mundo
Escoteiro):
http://www.esperanto.org/
skolta/eo/eldonajxoj/la-skoltamondo/index.htm
“Pasporta Servo” (“Serviço
Passaporte”):
h t t p : / / w w w. t e j o . o r g / p s /
ps_lingv/ps_pt.htm

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