Peregrino

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Peregrino
Peregrino
das Letras
Informação, Cultura e Livre Expressão
IMPRESSO
DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA
PREÇO NAS BANCAS R$1,00
www.jperegrino.com.br
Ribeirão
SP- -NºAno
VII - Nº 82 -- R$
fevereiro/2007
Ribeirão
Preto - Preto
SP - Ano- IV
41 - Setembro/2003
1,00
“Reconhecerás o malvado ao seguinte sinal: ninguém o elogia em segredo, e
ninguém o critica em público”
do livro “As mais bela páginas da literatura árabe” – Mansour Challita
OS DOMINGOS PRECISAM DE
FERIADOS
Imagem Google
Toda sexta-feira à noite começa o Shabat para a tradição judaica. Shabat é o conceito que propõe descanso
ao final do ciclo semanal de produção, inspirado no descanso divino, no sétimo dia da Criação. Muito além de
uma proposta trabalhista, entendemos a pausa como fundamental para a saúde de tudo o que é vivo. A noite é
pausa, o inverno é pausa, mesmo a morte é pausa. Onde não há pausa, a vida lentamente se extingue.
Para um mundo no qual funcionar 24 horas por dia parece não ser suficiente, onde o meio ambiente e a terra
imploram por uma folga, onde nós mesmos não suportamos mais a falta de tempo, descansar se torna uma
necessidade do planeta. Hoje, o tempo de ‘pausa’ é preenchido por diversão e alienação. Lazer não é feito de
descanso, mas de ocupações ‘para não nos ocuparmos’. A própria palavra entretenimento indica o desejo de
não parar. E a incapacidade de parar é uma forma de depressão...
Página 5
Medos e Mitos no Parto Normal
Muito provavelmente não existe assunto mais envolto em medos, tabus e mitos do que o tema “parto”.
Quem está ou já esteve grávida um dia sabe bem o que é ouvir da manicura, da vizinha ou de conhecidos
próximos, histórias tenebrosas sobre bebês que morrem na barriga, dos bebês que ficam com paralisia cerebral
por causa do parto, do líquido que seca, do cordão em volta do pescoço que sufoca o bebê e por aí vai.
A mensagem por detrás das linhas é o de que as mulheres de hoje são mesmo incapazes de parir seus filhos
em segurança e que passar pelo parto normal é algo extremamente perigoso e antiquado. De fato, se fosse
mesmo assim, nossos antepassados seriam todos paraplégicos, teriam cabeças tortas ou a espécie humana
teria simplesmente se extinguido...
Página 7
O Segredo das frutas – Uso medicinal
Aftas, estomatites, feridas, gengivites, sapinhos, sangramento da gengiva, amidalites, faringites, laringites,
etc.
Chá de framboesa
Chá de amora-preta
Chá de romã
Chá de cacau
Página 11
A Audição e o aprendizado
Estudos pedagógicos recentes têm atestado que problemas no
aproveitamento escolar infantil nem sempre se referem à falta de atenção.
Sabemos atualmente que anomalias na visão e na audição tornaramse fatores preponderantes no aproveitamento da criança em início de
fase escolar. É nesta fase que a comunicação dos filhos com os pais, em
relação às dificuldades nestas áreas tornam-se praticamente impossíveis,
pelo fato de que a criança nesta idade, não tem como conhecer ou alertar
seus pais sobre o surgimento de qualquer tipo de patologia referente a
esses dois importantes sentidos.
Dados do Ministério da Saúde comprovam que três em cada grupo
de mil nascimentos, são de crianças que apresentam alterações auditivas,
e que na maioria das vezes, estas, não são diagnosticadas...
Página 9
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Informação, Cultura e Livre Expressão
Editorial
Cá entre nós. Eu não suporto mais ligar a tevê e ver as tomadas de
carnaval. Confesso que talvez seja inveja das curvas saradas das mulatas,
talvez seja porque estou mais velha e barulho demais me deixa irritada.
Não sei bem. Sei que tudo me parece repetitivo. Afinal o carnaval não foi
outro dia? E não foi exatamente igual ao de hoje? Não estão as pessoas
cansadas de ver tantos corpos saracoteando? Reparo: será que não há
harmonia na dança? Não há leveza. Só um tal de virar o traseiro para tela
(aliás, belos traseiros). Os rostos sorriem, mas não há alma nos sorrisos.
São belos e plásticos. Reparo que não posso dizer que os corpos não
são belos, que as fantasias não são belas, que não há muito cuidado com
os enredos das escolas de samba. Fico com remorso ao pensar que aquele
pessoal do morro passa o ano todo esperando para fazer diferença no
carnaval. Para mim, não fazem. Tudo parece igual. Alguma coisa falta.
Alguma coisa está faltando. Lembram-me um livro de ficção científica
que li há muitos anos e que falava de corpos pneumáticos, objetos de
desejo, oferecidos ao prazer, em um mundo onde não havia sentimentos
nem relações afetivas. Talvez seja exatamente o que me incomoda: falta
de afeto. Sim, porque ao olhar para os rostos na tevê, ao encarar os
sorrisos, percebo que aquelas pessoas não estão afetadas umas pelas
outras. Estão sozinhas, tentando preencher um vazio. Estão voltadas
para elas mesmas a exibir-se para a câmara. O Outro é objeto de desejo ou
de competição. Parece-me que até Dioniso, o deus do vinho, afastou-se
em busca de envolvimentos mais profundos. Nem a ele convém discípulos
com tal grau de autocentrismo.
Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz
[email protected]
Curso de Formação de Terapeutas em Florais de
Bach - 2.007 - Início em março.
Objetivo do Curso: Trabalhar as 39 essências dos florais de Bach, através
de teoria, estudos de casos e vivências, de forma a facilitar o
autoconhecimento e a prática terapêutica.
3621 8407 / 9105 0296
Cursos – Oficinas - Palestras – Workshops
Fevereiro
1 e 15 - Grupo de Apoio ao Parto e Maternidade – Gratuito – Ribeirão Preto / SP – Informações:
(16) 3011- 4152.
2 – Workshop “Constelação Sistêmica” – Ribeirão Preto / SP - Informações: Ana Lucia Braga (16)
3021 5490 / 9994 7224.
3 – Workshop “Constelação Sistêmica” – Atibaia / SP - Informações: Ana Lucia Braga (16) 3021
5490 / 9994 7224.
7 e 13 - Curso de Essências – Cristais de Oz – Ribeirão Preto / SP – Informações: Cristais de Oz
(16) 3635 1336 / 3941 6116.
9, 10 e 11 – Workshop “Constelação Sistêmica” – Mococa / SP - Informações: Ana Lucia Braga
(16) 3021 5490 / 9994 7224.
24 – Curso de Reiki Nível I – Ribeirão Preto / SP – Informações: Inês Telma (16) 3630 2236 / 9782
4150.
25 – Curso de Reiki Nível II – Ribeirão Preto / SP – Informações: Inês Telma (16) 3630 2236 / 9782
4150.
Março
1, 15 e 29 - Grupo de Apoio ao Parto e Maternidade – Gratuito – Ribeirão Preto / SP – Informações:
(16) 3011- 4152.
3 – Workshop “Constelação Sistêmica” – Ribeirão Preto / SP - Informações: Ana Lucia Braga (16)
3021 5490 / 9994 7224.
4 – Workshop “Constelação Sistêmica” – Atibaia / SP - Informações: Ana Lucia Braga (16) 3021
5490 / 9994 7224.
9, 10 e 11 – Workshop “Constelação Sistêmica” – Mococa / SP - Informações: Ana Lucia Braga
(16) 3021 5490 / 9994 7224.
10 – Curso de Formação de Terapeutas em Florais de Bach – Ribeirão Preto / SP – Informações:
(16) 3621 8407 / 3621 9225.
10, 17, 24 e 31 – Curso de Preparação para o Parto e Maternidade – Módulo I – Gestação e Parto
– Ribeirão Preto / SP – Informações: (16) 3011- 4152.
18 – Workshop “Constelação Sistêmica” – Jaboticabal / SP - Informações: Ana Lucia Braga (16)
3021 5490 / 9994 7224.
24 – Curso de Reiki Nível I – Ribeirão Preto / SP – Informações: Inês Telma (16) 3630 2236 / 9782
4150.
25 – Curso de Reiki Nível II – Ribeirão Preto / SP – Informações: Inês Telma (16) 3630 2236 / 9782
4150.
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Informação
Cultura e Livre Expressão
Ribeirão Preto - SP -fevereiro/2007
JPeregrino Comunicação Visual Ltda.
Peregrino - 1ª edição - Maio / 2000
José Roberto Ruiz
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WebDesign: Francisco Guilherme R. Ruiz
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Informação, Cultura e Livre Expressão
Os anos passam... Como devo proceder com a “velhice” do meu bichinho??
O tempo passa e infelizmente
de maneira muito rápida para todos
os seres vivos, e é por isso que
devemos curtir intensamente cada
dia vivido com nossos animaizinhos; a vida média de um cão é
em torno de 10 a 12 anos, muito
embora temos constatado que essa
longevidade tem aumentado
consideravelmente nos últimos 10
a 15 anos; existem animais que têm
alcançado a idade de 18, 20 e até 21
anos. Acredito que isso se deva a
uma preocupação e conscientização cada vez maior por parte
dos proprietários quanto aos
cuidados com a saúde, com a
atenção mais voltada à prevenção
de doenças através de vacinações
regulares, cuidados com a
alimentação, higiene e estética. È
também incontestável o avanço
tecnológico da indústria veterinária, dos centros de pesquisa, das
universidades, onde não foram
poupados recursos destinados ao
desenvolvimento científico para
melhorar a cada dia a qualidade de
vida dos animais. Além disso, é
também inegável a evolução no
nível dos profissionais clínicos,
com grandes investimentos em
recursos diagnósticos, em diferentes especialidades clínicas e
cirúrgicas. Somados todos estes
parâmetros, fica mais fácil entender
e concluir as razões para o aumento
da longevidade animal.
Com o passar dos anos, o organismo vai sofrendo os desgastes
naturais, as células envelhecem,
têm maior dificuldade em serem
renovadas, o metabolismo fica mais
lento e é onde começam a aparecer
os sinais de desequilíbrio que
serão os geradores das doenças.
Relacionarei a seguir algumas das
principais enfermidades que
podem acometer os diferentes
sistemas do organismo.
. Sistema músculo-esquelético
e articular
. Artrites e artroses, que são
doenças inflamatórias oriundas do
desgaste das cartilagens das
articulações.
. espondilites e espondiloses
(bico de papagaio) que são
formações calcificadas nas
vértebras da coluna vertebral.
. Hérnias de discos intervertebrais.
. Displasias articulares (bacia,
cotovelos e ombros).
. Hepatopatias (doenças do
fígado)
. Fibrose hepática.
. Cirrose hepática.
. Neoplasias hepáticas (tumores).
. Doenças dos canais biliares e
da vesícula biliar.
. Cardiomiopatias (doenças do
coração)
. Alterações do ritmo e força de
contração do coração.
. Insuficiência valvular levando
a sopros cardíacos, que irão levar
a deficiências na circulação de
retorno, acarretando sinais de
cansaço durante exercícios, tosse
que pode ser confundida com
“engasgos”, respiração ofegante,
além de sinais de cianose
(coloração arroxeada da língua e
mucosas) diante de situações de
grande excitação.
. Doenças renais
. Insuficiência renal crônica - é
o resultado da perda de capacidade
de filtração renal, onde substâncias
tóxicas (principalmente uréia e
creatinina) que normalmente seriam
eliminadas através da urina,
continuam a ser acumuladas na
corrente sanguínea, levando a um
quadro de aumento exagerado na
ingestão de água, aumento exagerado do volume urinário, emagrecimento, desidratação, anemia,
vômitos e perda de apetite.
. Doenças metabólicas
. Diabetes.
. Patologias da glândula tireóide
(hipo e hipertireoidismo).
. Insuficiência pancreática.
. Doenças ovarianas, testiculares e da próstata.
Ouriço-cacheiro
A ficha do bicho
Nome popular: ouriço-cacheiro.
Nome científico: Coendou prehensilis.
Quanto mede: meio metro.
Habitat: florestas tropicais, mata atlântica.
Quanto pesa: até 9 quilos.
O que come: frutas, folhas, brotos.
Onde vive: do México ao Brasil, até São Paulo.
Filhotes: um, nasce coberto com pêlos ruivos.
Apesar dos espinhos, o ouriço-cacheiro é um bicho manso, que se adapta a morar dentro de casa. Na selva, vive
sobre as árvores e usa o rabo para se pendurar nos galhos.
É mentira que o ouriço joga os espinhos nas pessoas. Ele só tenta assustar quem o ameaça, arrepiando os
espinhos. Os predadores se machucam é quando tentam morder o ouriço, porque os espetinhos, finos e penetrantes,
fixam-se no inimigo e são difíceis de sair, tanto que é comum encontrar cachorros e mesmo onças com o focinho cheio
de espinhos de ouriço. Os cientistas não entendem por que a onça e os cães não aprendem que o bicho é perigoso e
voltam a se ferir com o ouriço, o que não acontece com relação às cobras, pois instintivamente sabem que é venenosa
e deve ser evitada.
O ouriço às vezes é confundido com o porco-espinho, que vive no chão, mas não existe no Brasil. Ao contrário do
porco-espinho, o ouriço-cacheiro quase nunca desce ao chão, porque seu alimento, frutas e brotinhos, ele encontra na
copa da floresta e, como as frutas são muito hidratadas, esse animal não precisa sequer beber água, retira a que precisa
do próprio alimento.
Fonte: 100 Animais Brasileiros publicados no Estadão
Luiz Roberto de Souza Queiroz.
. Doenças do útero (endometrioses, hiperplasia cística do
endométrio, piometra, etc.), que
ocorrem em decorrência de
desequilíbrios hormonais.
. Doenças oftalmológicas
. Glaucoma.
. Catarata.
. Doenças da retina e da Câmara
anterior.
. Doenças das glândulas
mamáreas em fêmeas
. Neoplasias (tumores) das
glândulas mamárias, que são
formações nodulares que podem
ocorrer em uma ou várias glândulas
e podem ser benignos ou malignos
(cânceres).
Gostaria de salientar que estas
enfermidades aqui relacionadas
podem ter ocorrência em qualquer
idade, muito embora passem a ser
mais freqüentes a partir dos 7 a 8
anos de idade e é desde então que
os proprietários devem prestar
mais atenção e procurar por uma
boa orientação profissional; a
prevenção é o melhor caminho para
que possamos degustar e curtir no
maior tempo possível, as maiores
alegrias e os melhores momentos
proporcionados pela companhia
de quem só tem mensagens e
valores positivos a nos oferecer.
Dr. Mussi A. de Lacerda
Médico Veterinário - CRMVSP
3065
Arca de Noé Centro Médico
Veterinário
www.arcadenoehv.com.br
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Informação, Cultura e Livre Expressão
LA VIE DES BEBES ANIMAUX
L’Autrachon, l’enfant d’une communauté.
L’autrache vit dans les savanes
d’Afrique; elle est semidomestiquée en Afrique du Sud oú
elle a fait la fortune des éleveurs...
de plumes. Animal sociable,
l’Autruche vít en communautés
parfois fort importantes. Les mâles
se distiguent par leurs belles
plumes noires et blanches, alors
que les fernelles se contentent
d’un simple plumage brun. Au
moment de la ponte, mâles et
femelles creusent dans le sable un
vaste nid qui peut atteindre 3 m de
diamètre, de façon à contenir de 20 à 30 oeufs. Il arrive que 4 ou 5 autruches
pondent en effet dans le même nid.
Mâles et fcmelles couvent les oeufs alternativement, pendant an mois
el demi. A leur naissance, les oisillons arrivent à la cheville de leurs
parents! Mais dês la sortie de l’oeeuf, ils courent chercher leur nourriture
en suivant le troupeau.
En grandissant, ils prennent petít à petit l’apparence d’une autruche.
Les pattes et le cou s’allongent. Le duvet, raide comme des piquants
d’hérisson à la naissance, devient plus doux. A deux rnois les femelles
prennent leur couleur brune définitive. Les mâles, eux, devront attendre
deux ans pour arborer leur belle parure. Mais ce n’est qu’à 4 ans qu’ils
atteignent leur taille adulte.
Cet ouvrage a été réalisé sous la direction de Christian Zuber avec la
collaboration du WWF France.
Édité par Prisunic
Ribeirão Preto - SP -fevereiro/2007
UTILIZANDO AS PLANTAS MEDICINAIS
É muito difícil não nos encantarmos com as ervas. Podermos
fazer do nosso alimento o nosso
remédio, é algo ainda mais fascinante!
É uma delícia termos a nossa
própria “farmácia”, só o “cheirinho” que fica no ambiente, já é
uma terapia.
Despertou o meu interesse pelo
assunto, o fato de que utilizando
até mesmo as ervas de tempero,
estava desfrutando das propriedades medicinais que todas elas
apresentam. Quem diria que o
manjericão muito conhecido e
utilizado na culinária também tem
suas propriedades medicinais?!
Pode baixar a febre, melhorar a
digestão e é efetivo contra infecções bacterianas e parasitas intestinais.
As ervas quando cultivadas de
forma mais rústica e orgânica (sem
utilização de defensivos e adubos
químicos), produzem maior
quantidade dos seus princípios
ativos, e para utilizá-las com
eficácia, deve-se ter o cuidado de
fazer a coleta adequadamente, e
saber qual parte da planta é a
indicada, pois em alguns casos
utilizamos raízes, em outros as
folhas, os frutos.
Recomenda-se fazer a coleta
pela manhã logo que secar o
orvalho das plantas, sendo melhor
quando feita em dias amenos, sem
chuva, em horário de sol fraco,
evitando a coleta de plantas com
manchas, terra, poeira, etc. As
folhas, brotos e talos, devem ser
coletados no início das floradas. A
raiz deve ser coletada após a
floração.
Nunca use água para lavar
folhas e raízes que serão guardadas, pois acarretará o início
imediato da extração do princípio
ativo, além disso, a umidade pode
proporcionar o aparecimento de
fungos.
As folhas, brotos e plantas
inteiras devem ser colocadas para
secar à sombra, em local protegido
de poeira. Se a quantidade for
pequena, podem ser colocadas em
uma assadeira forrada com papel
toalha.
Raízes, caules e cascas podem
ser secos ao sol da manhã.
As formas de preparo variam
de acordo com a planta e a
finalidade.
Formas de preparo:
Cataplasma – as ervas são
socadas e aplicadas no local
desejado.
Compressa – Faz-se um chá
bem forte e aplica-se na parte
afetada.
Decocção – Coloca-se em água
fria e ferve-se de 15 a 30 minutos
(geralmente utilizam-se raízes,
sementes e cascas).
Infusão – Ferver a água,
desligar o fogo, colocar a erva e
deixar descansar por 10 minutos
(geralmente utilizam-se ervas de
folhas e flores moles e com cheiro).
Maceração – deixa-se a erva de
molho em álcool ou vinho por 24
horas.
Tisana – Coloca-se a erva na
água já fervendo e deixa-se em
fervura por 10 minutos com a
vasilha tampada. (Geralmente,
ervas de folhas e flores moles e sem
cheiro).
Ungüento – Aquece-se o óleo
e coloca-se a erva. Massagear o
local com o óleo.
Lembre-se de que para fazer
uso de uma planta como medicamento, trate-a como tal, ou seja,
mantenha sempre em local ao
abrigo do calor, luz e umidade.
Mesmo em se tratando de uma
planta, o consumo com a finalidade
de medicamento deve ser feito
cautelosamente e seguindo as
orientações de um médico.
Susana Emm
Engª Agrônoma
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www.chacararecantodaservas.com.br
A cura pela natureza
Mamão maravilha
Algumas pessoas só comem
mamão quando se hospedam em
hotel e provam aqueles sedutores
cafés da manhã. Mas quem age
assim comete uma grande injustiça, não contra a fruta, mas contra
seu próprio organismo, que se
priva das maravilhosas propriedades do mamão. Nesta página
apresentamos tudo de bom que ele
representa na dieta alimentar na
medicina caseira e até nos
tratamentos de beleza. Use e abuse
do mamão, porque ele é bonito,
gostoso e só faz bem.
Paladar agradável e alto valor
nutritivo são qualidades mais do
que suficientes para fazer a fama
de qualquer fruta. Por isso mesmo,
o prestígio do mamão é mais do que
merecido. Gostoso e saudável, é a
fruta que possui maior quantidade
de vitamina A. Fora isso, é rico
também em vitamina C e várias
outras do complexo B. Tem uma
quantidade relativa de fósforo,
ferro e manganês. E, acima de tudo,
é o produtor da papaína, o fermento
protéico que entra na composição
de vários medicamentos para o
aparelho digestivo. Por tudo isso,
o mamão deve estar presente na
alimentação dos adultos, crianças
e, principalmente, nas dietas de
pessoas que sofrem de problemas
gástricos, disfunções do fígado e
rins, alterações da tiróide, erupções
cutâneas e alergias. Uma boa fatia
de mamão, comida em jejum,
diariamente, garante o bom
funcionamento dos rins, fígado e
intestino, deixa a pele sadia e os
olhos brilhantes. Sendo uma
sobremesa gostosa e muito
apreciada, deve vir depois dos
pratos de difícil digestão, como
feijoada, carne de porco, rabada
etc. Até os efeitos de uma ressaca
desaparecem se, durante a manhã
seguinte, a pessoa se alimentar de
vários pedaços de mamão e
bastante água. Por fim, a beleza:
antes de jogar fora as cascas,
passe-as suavemente (o lado da
polpa) no rosto. Este hábito
mantém a pele macia. E a folha do
mamoeiro amassada deve servir de
base para massagens nas mãos e
pés. Feita com freqüência, essa
massagem deixa pés e mãos macios
e livres de calosidades.
Fonte: Flora – Essencial – Um
guia prático para a saúde e
beleza.
Peregrino
das Letras
Ribeirão Preto - SP - fevereiro/2007
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Informação, Cultura e Livre Expressão
OS DOMINGOS PRECISAM DE FERIADOS
Toda sexta-feira à noite
começa o Shabat para a tradição judaica. Shabat é o conceito
que propõe descanso ao final do
ciclo semanal de produção,
inspirado no descanso divino, no
sétimo dia da Criação. Muito
além de uma proposta trabalhista, entendemos a pausa como
fundamental para a saúde de
tudo o que é vivo. A noite é
pausa, o inverno é pausa, mesmo
a morte é pausa. Onde não há
pausa, a vida lentamente se
extingue.
Para um mundo no qual
funcionar 24 horas por dia
parece não ser suficiente, onde
o meio ambiente e a terra
imploram por uma folga, onde
nós mesmos não suportamos
mais a falta de tempo, descansar se torna uma necessidade
do planeta. Hoje, o tempo de
‘pausa’ é preenchido por
diversão e alienação. Lazer não
é feito de descanso, mas de
ocupações ‘para não nos ocuparmos’. A própria palavra entretenimento indica o desejo de
não parar. E a incapacidade de
parar é uma forma de depressão.
O mundo está deprimido e a
indústria do entretenimento
cresce nessas condições.
Nossas cidades se parecem
cada vez mais com a Disneylândia.
Longas filas para aproveitar
experiências pouco interativas.
Fim de dia com gosto de
vazio. Um divertido que não é
nem bom nem ruim.
Dia pronto para ser esquecido, não fossem as fotos e
a memória de uma expectativa
frustrada que ninguém revela
para não dar o gostinho ao
próximo...
Entramos no milênio num
mundo que é um grande
shopping.
A internet e a televisão não
dormem. Não há mais insônia
solitária; solitário é quem dorme.
As bolsas do Ocidente e do
Oriente se revezam fazendo do
ganhar e perder, das informações e dos rumores, atividade
incessante. A CNN inventou um
tempo linear que só pode parar
no fim.
Mas as paradas estão por
toda a caminhada e por todo o
processo. Sem acostamento, a
vida parece fluir mais rápida e
eficiente, mas ao custo fóbico
de uma paisagem que passa. O
futuro é tão rápido que se
confunde com o presente. As
montanhas estão com olheiras,
os rios precisam de um bom
banho, as cidades de uma
cochilada, o mar de umas férias,
o domingo de um feriado...
Nossos namorados querem
‘ficar’, trocando o ‘ser’ pelo
‘estar’.
Saímos da escravidão do
século XIX para o leasing do
século XXI - um dia seremos
nossos? Quem tem tempo não
é sério, quem não tem tempo é
importante.
Nunca fizemos tanto e
realizamos tão pouco. Nunca
tantos fizeram tanto por tão
poucos... Parar não é interromper. Muitas vezes continuar
é que é uma interrupção. O dia
de não trabalhar não é o dia de
Saudade
Crivo de cravos
A casca da canela
Sinto cheiro de arroz doce
De pudim de pão
De infância
E vontade de raspar
O fundo da panela
Edgar Só
Curso de Formação de
Terapeutas em Florais
de Bach - 2.007 - Início
em março.
Objetivo do Curso: Trabalhar as
39 essências dos florais de Bach,
através de teoria, estudos de casos e
vivências, de forma a facilitar o
autoconhecimento e a prática terapêutica.
3621 8407
9105 0296
se distrair - literalmente, ficar
desatento. É um dia de atenção,
de ser atencioso consigo e com
sua vida.
A pergunta que as pessoas
se fazem no descanso é ‘o que
vamos fazer hoje?’ - já marcada
pela ansiedade. E sonhamos
com uma longevidade de 120
anos, quando não sabemos o
que fazer numa tarde de domingo.
Quem ganha tempo, por
definição, perde. Quem mata
tempo, fere-se mortalmente. É
este o grande ‘radical livre’ que
envelhece nossa alegria - o
sonho de fazer do tempo uma
mercadoria.
Em tempos de novo milênio,
vamos resgatar coisas que são
milenares. A pausa é que traz a
surpresa e não o que vem
depois. A pausa é que dá sentido à caminhada.
A prática espiritual deste
milênio será viver as pausas.
Não haverá maior sábio do que
aquele que souber quando algo
terminou e quando algo vai
começar.
Afinal, por que o Criador
descansou? Talvez porque, mais
difícil do que iniciar um
processo do nada, seja dá-lo
como concluído.
Rabino Nilton Bonder
Lambendo até
o caroço
Fruta madura em pomar alheio:
Pele aveludada, polpa macia,
Sumo escorrendo; doce de doer.
Só lamber não sacia.
O jeito é cravar os dentes,
Provar o doce sabor
E dividir,
Oferecer.
É fruta prá mais de um
Sem pertencer a nenhum.
Conheça as plantas
Boca-de-leão (Antirrhinum majus)
Quando apertadas levemente com
a ponta dos dedos, suas flores formam
delicadas bocas de leões, dragões ou
coelhinhos. Rosa, vermelha, laranja,
amarela e branca, há duas variedades:
anãs, para vasos e jardineiras; altas,
para canteiros.
Luz: pleno sol ou local bem
iluminado.
Temperatura: 10 a 29ºC, tolerando
até 0ºC.
Água: espere o solo secar, antes de regar de novo.
Adubação: a cada 3 ou 4 semanas.
Propagação: sementes (germinam entre 1 e 2 semanas).
Cuidados especiais: corte a planta depois da floração, deixando
de 15 a 20 cm a fim de estimular a brotação.
Problemas comuns: se a planta estiver à meia sombra e
florescer pouco, mude para lugar mais iluminado.
O segredo das ervas
Arnica (Arnica montana)
É a matéria prima da popular “receita da
vovó” para ferimentos e contusões. Suas flores
e raízes, preparadas como compressas, tintura,
ungüento, ajudam a descongestionar locais
afetados por batidas e inflamações, diminuindo
as marcas roxas dos hematomas. Ingeri-la,
porém, é perigoso. Venenosa, a erva pode até
matar. Por isso, antes de utilizá-la, converse com
seu médico.
Parte utilizada: folha.
Ajuda a tratar de: aplicações locais em
hematomas, contusões, ferimentos, cortes,
inflamações.
Fonte: Flora – Essencial – Um guia prático para a saúde e beleza.
Peregrino
das Letras
6
Ribeirão Preto - SP -fevereiro/2007
Informação, Cultura e Livre Expressão
Papai Noel existe? Ou o Real é o Ilusório
Será que Papai Noel existe? Sim,
perfeitamente! Papai Noel existe,
ele é real, embora as pessoas achem que tudo não passa de imaginação criada pelas mentes adultas
e inculcada nas mentes infantis.
Crianças somos todos nós que
acreditamos ser REAL o mundo em
que vivemos. Se perguntarmos se
a Terra com tudo que existe nela é
real, naturalmente dirão que sim,
mas a realidade é outra. O mundo
em que vivemos não passa de uma
ilusão criada pelo mental desta
humanidade. Senão vejamos:
Somos emanações divinas
presentes eternamente no infinito
agora. Tudo que observamos são
nossas criações mentais. Tempo e
espaço são conceitos ilusórios que
criamos, formando uma prisão, que
podemos chamar de ‘Matriz’. A
única verdade é o Amor Infinito –
todo o resto é ilusão.
Para exemplificar, dizemos que
vivemos num Holograma. Holograma é uma projeção de energia
ou ‘luz’ que parece, ao observador,
ser uma forma de três dimensões,
mas na realidade é uma série de
códigos e padrões de onda que
apenas geram a ilusão tridimensional quando um laser emite sua
luz sobre o holograma. Toda a
realidade dos cinco sentidos é uma
ilusão holográfica que apenas
existe de forma ‘sólida’ porque o
cérebro/mente humana faz com
que ela aparente desta forma.
O mundo tridimensional de
paisagens, mares, edifícios e corpos humanos, apenas existe nessa
forma quando nós olhamos para
ele. Se não, não passa de massa de
campos vibratórios e códigos.
Todos nós estamos ligados a
um único Ser, única Fonte de Luz.
Somos centelhas divinas e como
tal fazemos parte do TODO. Esse
TODO, que chamamos Deus,
Brahma, Vishnu, é a Fonte
Primordial de tudo que existe.
Isto posto, precisamos compreender primeiro por que tudo não
passa de uma ilusão. Façamos uma
experiência: vamo-nos imaginar
sem cada um de nossos sentidos.
Fechemos os olhos e não veremos
mais o que chamávamos de realidade. Mas ainda poderemos ouvir
barulhos. Batamos na mesa e a
constataremos pelo ruído. Mas
imaginemo-nos surdos, e ainda
assim poderemos lambê-la, ou
sentir o aroma da sala. Imaginemonos agora também sem aqueles
dois sentidos, e finalmente imaginemos que não tenhamos terminação nervosa alguma na pele, a
ponto de não entender a não
interpenetrabilidade da matéria
física. Mesmo assim, nos imaginando completamente sem sentidos,
deixamos de existir? A resposta é
NÃO. Ainda pensamos, imaginamos, raciocinamos... Apenas
foram desligados cinco meros e
limitados sentidos com os quais a
genética humana nos dotou. São
só SENSORES, conectados ao
cérebro por ligações nervosas, ou
seja, impulsos elétricos e químicos
– mas tudo o que chamamos de
realidade (física) se baseia neles.
Estrangule sua coluna, desligue
imaginariamente as ligações dos
plexos nervosos do sistema
nervoso, e você continua existindo
– mas tudo o que as pessoas
chamam de real, não. Resumindo:
tudo que pensamos que existe são
só respostas e imagens cerebrais
para ativações elétricas de nossos
sensores; que estão acontecendo
onde? Fora ou dentro de nossa
mente? Está tudo lá dentro. Mas
se desligarmos os sensores com os
quais por acaso nossa “matriz” foi
equipada, continuamos com
capacidade de criar imagens
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mentais! Mesmo sem os olhos!
Claro, afinal, “imagem” é algo que
só existe na mente, seja ela
produzida por respostas sensoriais à condensação ilusória de
ENERGIA a qual chamamos de
matéria, seja ela criada, creada e
manipulada por sua própria consciência e espírito.
Desligando todos os sentidos,
sua mente e espírito ainda existem.
Logo, o que está nela é real, você
pode garantir, mas nada lhe garante
que o que seus sentidos informam
seja exatamente como você imagina.
Uma mosca tem olhos multifacetados, e enxerga inúmeras
tomadas simultâneas, quase em
180 graus, e sem cores. O morcego
se guia por sonares, guinchos e
ecos; portanto, o conceito deles da
mesma realidade tem que ser
diferente da nossa.
Se nossos sensores fossem
assim como os da mosca, do morcego e de outros animais do mesmo
planeta, a nossa impressão sobre
a realidade que chamamos de ilusão
seria simplesmente OUTRA. Mas
nós continuaríamos a ser reais,
conscientes, eternos.
Você não tem certeza alguma do
que chamam de realidade cientifica,
mas não precisa ser espiritualista
nem cientista para entender isso.
A própria ciência diz que são
impulsos elétricos na mente,
captados pelos sentidos, e nada
mais. Logo, isto pode ser classificado como REAL? Claro que
não!
A única coisa da qual podemos
ter certeza MESMO é de nossa
consciência, que independe dos
sentidos.
E no caso daqueles que já
tiveram experiências projetivas
sabem que independe até mesmo
de seu corpo físico inteiro, e até da
mente, cérebro, que nada mais é
que um “equipamento” localizado
também no físico. Logo, podemos
concluir que realmente só o
3621 9225
PENSAMENTO é REAL – a única
realidade de que se tem certeza.
Ora, como dissemos linhas
atrás, toda realidade física é criada
a nível mental, todas as criações
são mentais, todo o universo é uma
criação mental, que se materializa
quando se plasma, e o que dá a
forma física é o ectoplasma.
E para concluir esta explanação
a respeito do mundo ilusório em
que vivemos, examinemos o
conceito de tempo estabelecido na
superfície de nosso planeta Terra,
segundo o qual todos nós podemos praticar um ato posterior
ANTES de um ato anterior, basta
cruzar o ‘meridiano do tempo’, que
cruza o Oceano Pacífico [oposto
ao meridiano de Greenwich, que
passa pela Inglaterra], de oeste
para leste [atos com diferença de
quase 12 horas!!].
Que absurdo! Nosso conceito
de Tempo é uma tremenda ilusão.
Passado, presente e futuro – mera
ilusão!
Mas aonde queremos chegar
com todos esses conceitos sobre
o que e real e o que é ilusório, se a
nossa proposta inicial foi falar de
Papai-Noel? Bom, tudo está
interligado, o que está embaixo
está em cima, conforme ensinou
Hermes Trimegisto, e como tudo
está interligado um assunto puxa
outro e o outro está no mesmo
nível da nossa prosa, e assim
chegamos à conclusão de que
como vivemos num mundo ilusório, que acreditamos seja real, por
que não acreditar em Papai-Noel se
ele também é uma criação mental
da humanidade?!
Então, para ilustrar este artigo,
vamos nos valer de fato ocorrido
com conhecida irmã nossa. Conta
que certa vez, tinha ela sete anos,
era véspera de Natal, e a família
achava-se reunida aguardando a
meia noite, quando foi até o quintal.
Lá, olhou para o céu, e viu um
rastro de luz e na frente desse
rastro de luz algo como se fosse
uma nuvem com formato de rena e
Papai-Noel. Ela afirma que nunca
acreditou em Papai-Noel, desde
tenra idade, e desse modo, ficou
imóvel por alguns instantes, não
contou pra ninguém, até porque
ninguém iria acreditar e tratou de ir
para o seu quarto.
Ao deitar-se, começou sentir
zumbidos metálicos no ouvido.
Começou a chamar por Jesus e foi
se acalmando. Ficou naquele estado entre acordada e dormindo até
que apareceu no seu quarto um
senhor de barba grisalha, sorrindo
para ela, e telepaticamente disselhe mais ou menos assim:
“Minha criança, você agora
está ocupando este corpo na
terceira dimensão, mas tudo é pura
ilusão. É como um grande cinema
com imagens holográficas. Então,
por que não acreditar em PapaiNoel, se isto lhe trouxer felicidade?
Vocês podem optar no quê
acreditar. As ilusões saudáveis são
necessárias neste mundo. Cada
adulto na Terra traz dentro de si a
criança que já foi um dia.
E concluindo, após longa
explanação sobre a história da
Terra. Naquele momento, ele a
olhou com muita suavidade e
disse: “Agora durma, minha
criança, sonhe com a realidade e
ao acordar, viva seus sonhos.
E concluímos nós, parafraseando as palavras do próprio
“Papai-Noel”: “Se podemos
escolher no quê acreditar, e se
todos nós vivemos num mundo
onde tudo é pura ilusão, por que
não acreditar em Papai-Noel se isto
nos trouxer felicidade?! Afinal, “as
ilusões saudáveis são necessárias
neste mundo e cada adulto na Terra
traz dentro de si a criança que já foi
um dia.”
Adaptação do texto publicado
pelo Grupo de Estudos Ramatis GER
Rio de Janeiro, Dezembro/2006 ANO IX - N.º 118
Ribeirão Preto - SP - fevereiro/2007
Medos e Mitos no Parto Normal
Muito provavelmente não
existe assunto mais envolto em
medos, tabus e mitos do que o
tema “parto”. Quem está ou já
esteve grávida um dia sabe bem o
que é ouvir da manicura, da vizinha
ou de conhecidos próximos,
histórias tenebrosas sobre bebês
que morrem na barriga, dos bebês
que ficam com paralisia cerebral
por causa do parto, do líquido que
seca, do cordão em volta do
pescoço que sufoca o bebê e por
aí vai.
A mensagem por detrás das
linhas é o de que as mulheres de
hoje são mesmo incapazes de parir
seus filhos em segurança e que
passar pelo parto normal é algo
extremamente perigoso e antiquado. De fato, se fosse mesmo assim,
nossos antepassados seriam todos
paraplégicos, teriam cabeças tortas
ou a espécie humana teria simplesmente se extinguido.
Pensando em proteger nossos
ouvidos e nosso coração de
tamanho “ataque” e fortalecer
escolhas conscientes, vamos
desvendar aqui alguns mitos que
cercam o parto normal, tendo como
norte as evidências científicas e
algum conhecimento sobre
fisiologia do parto.
Falta de dilatação – “Meu útero
não dilatou e teve que ser
cesárea.”
Tecnicamente falta de dilatação
não existe. Existem tempos diferentes para cada mulher dilatar. É
muito comum ver mulheres chegando cedo demais no hospital, ainda
em pródromos ou em um falso
trabalho de parto. Pode acontecer
sim uma evolução difícil da
dilatação, ou uma dilatação que
estaciona em alguns cm e não vai
para frente. Provavelmente alguma
“interferência” do ponto de vista
emocional ou até mesmo do
ambiente externo (excesso de luzes
e pessoas observando, ar condicionado forte, clima tenso) pode
estar interferindo negativamente e
caberia à assistência eliminar tais
estímulos e ajudar a mulher a
enfrentar seus medos e ir em frente.
Cordão umbilical enrolado –
“O cordão estava em volta do
pescoço do bebê, se fosse parto
normal ele iria se enforcar e
morreria.”
Pra começo de conversa mais
de 30% dos bebes nascem com
circular de cordão e nascem de
parto normal muito bem, obrigado.
O cordão umbilical é bem comprido
e é preenchido de uma gelatina
elástica e todo torcido, preparado
justamente para não interromper o
fluxo de sangue se for dobrado ou
enrolado. O bebê recebe oxigênio
através do sangue que passa pelo
cordão umbilical e não respira
pelos pulmões justificando que iria
sufocar, enforcado no cordão.
Pode acontecer alguns casos raros
(bem raros mesmo) de haver um
cordão umbilical curto demais, o
que impediria a saída do bebê do
útero se estivesse com circular. Isto
seria detectado durante o trabalho
de parto (pela escuta dos batimentos cardíacos do feto) e aí sim
uma cesárea seria necessária e bem
vinda.
No próximo mês, mais medos e
mitos sobre os nossos partos.
Eleonora de Moraes
Psicóloga, doula (acompanhante
de parto) e educadora perinatal
Coordenadora do Despertar do
Parto
Tel.: 3911 4152 / 9705 8922
www.despertardoparto.com.br
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Peregrino
das Letras
7
Informação, Cultura e Livre Expressão
Constelação Sistêmica
As Constelações Sistêmicas
familiares e de outros tipos de
sistemas, vêm, dia-a-dia, ocupando
um espaço terapêutico em nosso
tempo. Sistematizadas pelo terapeuta alemão Bert Hellinger, tornamse conhecidas especialmente pelas
intervenções grupais.
A orientação é sistêmica e fenomenológica, e a técnica busca soluções para os problemas trazidos
pelos clientes, - problemas pessoais, familiares, de relacionamento
do casal, assim como problemas
organizacionais ou empresariais. O
olhar sistêmico-fenomenológico
pode ser utilizado pelo terapeuta
tanto em atendimentos grupais
como com clientes individuais no
consultório.
Este trabalho ocupa-se de
questões relacionadas a emaranhamentos sistêmicos. Ao pensar
no tipo de questões que são
trazidas pelos clientes, é possível
abranger duas ordens de problemas: os psicológicos e os sistêmicos. Os psicológicos implicam
as dificuldades de uma pessoa na
vida, de um modo geral, e quando
tratados em terapias convencionais, ganham melhoras. Os
sistêmicos são “resistentes” às
terapias, ou seja, mesmo com um
tratamento psicológico de longo
tempo, permanecem sem grandes
melhoras.
Os problemas psicológicos
envolvem traumas na vida, desde
a infância até a idade atual. Por
exemplo, traumas por um acidente,
inadequações no modo de agir, de
pensar e de sentir que causam
sofrimentos individuais, que
podem estar ligados ao mundo
interno do sujeito, perpassados
pela experiência / influencia do
mundo externo, que envolve
também a família, não a tendo,
entretanto, como única fonte de
influência. Dificuldades de
comunicação entre o casal, muitas
causadas por interpretações
equivocadas da realidade, o que
pode ter sua origem no sistema
familiar, ou seja, no modo como a
família de origem vê, nos valores e
na moral ligados ao sistema de
origem. Aí também temos a lealdade
e fidelidade sistêmicas, muitas
vezes vivenciadas pelas pessoas
de modo inconsciente, que trazem
complicações em suas relações.
São problemas que devem ser
tratados em terapias conven-
cionais, de acordo com o que é mais
efetivo, com o que é melhor para
cada pessoa. Não há a melhor
abordagem terapêutica. Um
enfoque cognitivo para alguns
clientes é mais assertivo e curador
que o psicanalítico. A psicanálise
freudiana, para alguns clientes, é a
abordagem que traz realmente a
melhora. A terapia corporal neo
reichiana, para outros, pode ser a
melhor. E assim por diante. Há
muitas psicologias, diversas
abordagens terapêuticas com
técnicas suficientemente diferentes
e adequadas para os diferentes
tipos humanos. As questões sistêmicas, no entanto, resistem a elas.
Essas últimas, sob o olhar
sistêmico, envolvem aspectos
factuais da vida do sistema, em
geral fatos dramáticos, que
causaram desordens, desequilíbrios e que “pedem” reparação.
Elas estão, portanto, ligadas à
consciência maior, que é a
consciência coletiva, diferente da
“pequena consciência”, como diz
Hellinger, que é a consciência
pessoal. Esta determina os emaranhamentos e os tipos de sofrimentos individuais.
A consciência maior é regida
por três grandes forças: a da
Pertinência, a da Hierarquia e a do
Equilíbrio. Quando essas forças
não são respeitadas, cria-se o emaranhamento. E as gerações futuras
pagam por essa nova dinâmica com
sensações de sofrimento, infelicidade, doenças, suicídios, etc. O
sistema (ou parte dele) passa a
viver as conseqüências disso. As
gerações futuras vivem ou passam
a reproduzir o fato ou evento que
criou o desequilíbrio.
Para a Lei da Pertinência todos
têm o direito de pertencer. Quando
há exclusões, há desequilíbrio.
Neste tipo de emaranhamento
encontramos dinâmicas como as
seguintes: “Eu sigo você no seu
destino”, que mostra a fidelidade e
a lealdade à pessoa excluída. Fatos
como morte ou esquecimento
precoce, pais que morreram cedo,
suicídios na família, geram esse
tipo de identificação com a morte,
trazendo profundos sofrimentos ao
indivíduo.
A Força do Equilíbrio implica o
equilíbrio de trocas nas relações.
Quando há situações de injustiças
no sistema, desrespeito pelos pais,
situações de adoção, entre outros
fatos, há desequilíbrio. Uma
dinâmica comum relacionada a esta
Força é: “Eu sofro em seu lugar”.
A Força da Hierarquia implica a
prevalência, a precedência e a
procedência. Por exemplo, que
casamento vem primeiro, em um
sistema familiar misto, onde um
dos parceiros está casado pela terceira vez. Se isso não é respeitado,
há a desordem, portanto, possivelmente também um emaranhamento.
Nas Constelações Sistêmicas
busca-se encontrar a força que
permeia a dinâmica presente e
restabelecer os fluxos de energia
dentro do sistema. A reconciliação,
o restabelecimento do fluxo
amoroso no sistema, o respeito à
consciência coletiva e ao mesmo
tempo a possibilidade de seu
afastamento são os objetivos deste
trabalho.
Ana Lucia Braga
Terapeuta de Constelações
Sistêmicas, Terapeuta Corporal
Neo Reichiana, Psicopedagoga
Tel.: (16) 3021.5490 /
9994.7224
Peregrino
das Letras
8
Informação, Cultura e Livre Expressão
Impaciência ou Tolerância?
MESTRE GRAÇA
Acabo de receber a revista de
dezembro da U.B.E. (União
Brasileira de Escritores), com uma
capa muito especial: o retrato de
Graciliano Ramos, feito em 1937,
por Portinari, de quem era amigo.
Perfeito. Lindo. E me deu vontade
de escrever sobre Mestre Graça,
como o chamavam os próprios
escritores amigos de sua época.
Simples, de origem humilde,
“instrução quase nenhuma (...)
cultura moderada, obtida em
almanaques”, assim se define o
grande escritor que fala de seus
livros coisas como “um desastre”
(Caetés), “história mesquinha - um
casal de vagabundos, uma
cachorra e dois meninos” (Vidas
Secas), “foi bem recebido, não pelo
que vale, mas porque me tornei
conhecido de algum modo,
infelizmente” (Angústia).Aqui se
refere ao fato de ter sido preso,
como comunista, fato que lhe
inspirou Memórias do Cárcere.
Essas frases, como diz o
comentarista do depoimento de
Graciliano, de l942, que o antigo
caderno Leitura do D.O. publicou
em l994, revelam bem sua baixa
auto-estima; por isso ainda
acrescenta. “Projetos não tenho.
Estou no fim da vida, se é que a
isso se pode dar o nome de
vida.”Graciliano faleceu em l953.
Vidas Secas talvez seja a obra
mais conhecida do Mestre Graça;
retrata muito de sua vida de menino
pobre, retirante em Buíque, no
interior de Pernambuco, para onde
o pai levou a família, com esperança
de enriquecer, mas empobreceu
mais ainda; o menino Graciliano
teve de experenciar a vida que
retrata tão bem nas páginas dessa
novela circular, que começa e
acaba com uma fuga. Não há heróis
na obra, como também em nenhuma outra, mas também não se
registra egoísmo no pequeno
grupo humano que se conserva
puro.
O primeiro livro de Graciliano
foi, contudo, Caetés, e foi publicado por influência de Augusto
Frederico Schmidt, poeta e editor,
que leu os relatórios que Graciliano,
então prefeito de Palmeira dos
Índios, enviara ao governador. A
sensibilidade do poeta adivinhou
no estilo do prefeito um grande
escritor e pediu um romance para
publicar. Saiu em 1933.
Daí para a frente, Graciliano não
pára mais. De vez em quando
colaborava com jornais, havia
algum, tempo; eram crônicas,
artigos, poesia e um ou outro
conto. Neste se tornou um mestre
também, conseguindo o que
poucos escritores conseguem, ser
mestre no conto e no romance.
Uma novela iniciada e não
terminada,”A Carta”, deu origem ao
romance São Bernardo (para mim,
o melhor de tudo o que escreveu).
A crítica especializada considera
ora esse, ora Vidas Secas, ora
Angústia com sua obra prima. São
Bernardo é um drama cruel, porém
muito humano. É a análise profunda
e angustiada de um ser humano
embrutecido pela vida e pela
profissão e dominado pela paixão
Ribeirão Preto - SP -fevereiro/2007
da propriedade, paixão que o
transcende e que ele acaba
transferindo, sem o saber, para a
mulher com quem se casa, apenas
para ter um herdeiro para suas
terras.
Angústia também desenvolve
outro trabalho que também não
publicou - “Entre Grades” - Numa
atmosfera opressiva, plena de
frustrações e reminiscências
dolorosas de uma infância cheia de
castigos corporais, de desejos
nunca realizados, de devaneios,
corporificam-se em Luís da Silva,
uma das personagens mais
dramáticas da literatura brasileira.
Infância é de cunho autobiográfico, focalizando diferentes
etapas de sua vida; e Insônia são
contos em que o drama da solidão
e da luta são uma constante.
Memórias do Cárcere nos
oferece um depoimento da realidade brasileira da época, o problema
político-administrativo do Brasil ao
lado do cunho autobiográfico, embora o universo da obra seja outro.
Para completar sua bibliografia,
resta lembrar que Graciliano
escreveu também várias obras
infantis, recebendo prêmio do Ministério de Educação e Cultura.
Alguns críticos o consideram
niilista, pessimista, mas muita
solidão e angústia de suas personagens marcaram sua vida desde
sempre, daí sua cosmovisão traduzida num estilo seco, enxuto,
preciso, direto, revelando a vida
profunda do espírito. É uma obra
que se impõe no quadro de nossa
literatura, por ser arte legítima, que
ultrapassa as fronteiras do regional,
para atingir o nível universal, e por
ser testemunho do ser humano com
seus dramas abissais e sua luta pela
existência afora.
Colaboração: Nilva Mariani
UBE, ALCA da AFPESP
Confundimos freqüentemente intolerância com impaciência. À
primeira vista as duas coisas realmente se confundem. Impacientes e
tolerantes, implicam com os outros. São irritadiços. Não têm paciência
para com os defeitos de seus semelhantes. Se olhamos de perto há
muitas diferenças. A impaciência, segundo a conceituação de Edward
Bach, diz respeito à dificuldade de lidar com o tempo. Impacientes não
suportam lentidão. Tudo deve ser feito às pressas. Não dá para esperar
nada. Tornam-se escravos do tempo. Aliás, tempo é a palavra-chave de
Impatiens. Dá para lembrar aqui do coelho de Alice, personagem de Alice
no País das Maravilhas, de Lewis Carroll. Para quem não conhece, o
coelho aparece para Alice no jardim e ele tem um relógio de bolso, que ele
consulta todo tempo. Ele diz sem parar “Estou atrasado, estou atrasado.”
Impatiens jamais querem estar atrasados. Eles têm por meta realizar coisas
o mais rapidamente possível. Tudo deve ser transformado em ação rápida
e eficaz. As pessoas que os cercam, se não forem rápidas como eles,
atrapalham. Devem ser afastados aqueles que podem prejudicar o
desempenho das criaturas “Impatiens”. Se ficam doentes não querem
ficar de cama. Não há tempo para tratar das mazelas. O tempo deve ser
bem aproveitado. O tempo deve ser manipulado. É por essa razão que os
que têm características de Impatiens gostam de trabalhar sozinhos,
evitando delegar tarefas. Não é à toa que a essência pertence ao Grupo
da Solidão ou Grupo dos Solitários. Naturalmente estamos falando aqui
de um impaciente em desequilíbrio. É que existe sim impaciente
equilibrado: alguém com tendência à impaciência que se mantém em
equilíbrio. Claro que esse indivíduo nunca vai ser lerdo, sempre vai querer
cumprir horários, vai terminar o que se propõe a fazer, vai aprender a
aceitar a ajuda de outras pessoas.
Agora vamos falar um pouco da intolerância. O floral que diz respeito
a ela chama-se Beech e pertence ao Grupo dos Dominadores. A palavrachave de Beech é crítica. Intolerantes em ação criticam demasiadamente
as pessoas porque acreditam que estão sempre certos. Ao olhar de um
Beech em desequilíbrio o mundo se descortina cheio de falhas. O dedo
indicador de um Beech está sempre apontando para o que ele não
considera certo. Seu domínio é exercido através da palavra ferina que se
instala porque ele não consegue aceitar as diferenças entre as pessoas.
Pensa que as está ajudando a encontrar um modo melhor de ser porque,
afinal de contas, ele não comete erros. “Beechs” vivem dizendo que as
pessoas são burras. Apegam-se a detalhes. Focam apenas o negativo.
Lembrei-me daquele personagem da tevê que detestava perguntas óbvias.
Se alguém lhe perguntava: Nossa, o senhor está aqui? Ele respondia.
Não. Estou lá, o senhor não está vendo? Pois é, esse homem ficava
extremamente irritado por nada!
A esta altura você deve estar pensando que não há coisas boas a
dizer das pessoas realmente intolerantes. Pois há. Beechs equilibrados
conseguem apontar o lado positivo das coisas, possuem altos ideais,
conseguem vencer a rigidez e passar conhecimento com sabedoria e
retidão. São capazes de julgar com discernimento o que é a forma de
criticar positivamente. São excelentes orientadores. Segundo Edward
Bach, Cristo seria um grande exemplo de um Beech em equilíbrio. Quem
diria!
Aí está. Dá para perceber pelo pouco que foi escrito que um intolerante
não é um impaciente, não é? Agora, se alguém ao mesmo tempo estiver
vivenciando a impaciência e a intolerância em desequilíbrio a coisa vai se
tornar realmente intolerável. É hora de dar a eles muito Beech e muito
Impatiens. E sair de perto.
Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz
Terapeuta Floral, Practitioner pela Edward Bach Foundation,
Escritora e membro da UBE.
[email protected]
Ribeirão Preto - SP - fevereiro/2007
Peregrino
das Letras
Informação, Cultura e Livre Expressão
Srs. Pais - A Audição e o aprendizado
Estudos pedagógicos recentes
têm atestado que problemas no
aproveitamento escolar infantil
nem sempre se referem à falta de
atenção.
Sabemos atualmente que
anomalias na visão e na audição
tornaram-se fatores preponderantes no aproveitamento da
criança em início de fase escolar.
É nesta fase que a comunicação
dos filhos com os pais, em relação
às dificuldades nestas áreas
tornam-se praticamente impossíveis, pelo fato de que a criança
nesta idade, não tem como
conhecer ou alertar seus pais sobre
o surgimento de qualquer tipo de
patologia referente a esses dois
importantes sentidos.
Dados do Ministério da Saúde
comprovam que três em cada
grupo de mil nascimentos, são de
crianças que apresentam alterações auditivas, e que na maioria das
vezes, estas, não são diagnosticadas precocemente.
Os efeitos das perdas auditivas
dependem de sua gravidade, da
idade em que se manifesta e do
tratamento adotado. Nesse momento, é importante salientar que
a perda auditiva no início da vida
afeta o desenvolvimento da linguagem e até mesmo o desenvolvimento intelectual.
Quanto mais precocemente a
perda for identificada, melhor será
para o futuro da criança; uma vez
que, quando o problema é descoberto e o seu tratamento ocorre nos
primeiros 6 meses de vida (exceto
nas crianças com perda grave em
ambos os ouvidos), o desenvolvimento da linguagem não será
afetado.
Atualmente, não existe ainda
um consenso a respeito de protocolos para triagem da audição em
recém-nascidos. Apesar da maioria
dos autores concordar que a
realização de exames complemen-
tares em todas as crianças seria
benéfica, a maioria dos Centros de
Saúde, inclusive nos países
desenvolvidos, só realizam tais
exames nas crianças que se
enquadram no chamado grupo de
risco, determinado por estudos
estatísticos.
Mesmo nos infantes mais
velhos, que já passaram pela
triagem, deve ser realizada nova
avaliação caso surjam sinais possivelmente associados à deficiência
de audição, já que ela também pode
se instalar tardia-mente.
- Tipos de Perda Auditiva
A perda auditiva severa e
profunda é a segunda deficiência
de origem congênita mais freqüente nos países considerados
desenvolvidos. Quando se incluem
as perdas auditivas classificadas
como de graus leve e moderados,
a deficiência ocorrente passa
então a ser ainda mais comum em
recém-nascidos, ou seja, estão
presentes em 1 a 3 de cada 1.000
(mil) nascimentos, e em 2 a 4 bebês
que permanecem em UTI’s NeoNatais.
Hoje em dia, tem-se como
objetivo detectar qualquer uma das
deficiências de audição antes dos
3 meses e que os procedimentos
de reabilitação, orientação familiar
e colocação de próteses auditivas
(aparelhos) não ultrapassem os 6
meses; pois, em 1999, a idade
média de detecção de perdas
auditivas significativas eram de 14
meses.
- Porque é tão crítico este
período?
Por motivos orgânicos, funcionais e cognitivos, o ser humano
é programado para desenvolver a
fala e a linguagem entre o
nascimento e a idade de 2 anos.
Mesmo as perdas moderadas
produzem sérios efeitos negativos
no processo de desenvolvimento
nestes processos, ou seja, a fala, a
linguagem e a cognição (sendo
que esta está presente desde o
berço).
O fracasso em identificar as
crianças com perdas auditivas
resulta em diagnósticos e intervenções muito tardias.
No Brasil, a idade média do
diagnóstico varia em torno de 3 a 4
anos de idade, podendo levar até 2
anos para ser concluído.
A audição normal é essencial
para o desenvolvimento da fala e
da linguagem oral. Os Comitês
recomendam a opção de avaliá-las
antes da alta da maternidade.
Como isso raramente acontece, o
importante seria a implantação de
programas de orientação e acompanhamento já nas escolinhas
maternais.
Além destes, incluir projetos de
capacitação dos professores e
responsáveis pelas crianças a fim
de orientar na detecção de sinais
que indiquem a manifestação de
qualquer tipo de patologia auditiva
nesta fase da infância; sem contar
ainda, a necessidade de se observar mais de perto o motivo real
na grande maioria dos casos em
que existam dificuldades de
aprendizado.
Como fonoaudióloga, faço
trabalhos junto a estabelecimentos
de ensino objetivando identificar
o quanto antes, qualquer evidência
de manifestação de sintomas que
indiquem a possibilidade de
incapacitação escolar por perdas
auditivas. Não devemos nos
alarmar, mas sim, nos conscientizar
de que o problema existe e com a
devida orientação profissional nos
certificarmos de que nada venha
atrapalhar a vida dos nossos filhos.
Dra. Gisele Mary Berbare
Fonoaudióloga – CESAUDIO
“M.V.”
[email protected]
Tel/Fax: (16) 3636 7836
9
Peregrino
das Letras
10
Ribeirão Preto - SP -fevereiro/2007
Informação, Cultura e Livre Expressão
A vida sexual conjugal
MENTIRAS SIMBÓLICAS
Carta resposta
Quando não temos referências políticas e culturais que nos inspirem confiança, nossa visão da realidade
passa a ser determinada pelos profissionais de vendas. A maioria deles focada em técnicas para trocar produtos
pelo nosso dinheiro sem preocupar-se com as questões morais que envolvem essa troca. Sem referências,
ouvimos a música que o vendedor quer.
Usamos a roupa que o vendedor quer. Lemos o livro que o vendedor quer.
Elegemos o político que o vendedor quer... Pois reproduzo a seguir um trecho de uma entrevista que a Folha
de São Paulo fez com João Santana, o marqueteiro que cuidou da campanha de Lula. É uma ótima oportunidade
para refletir como essa turma manipula as informações e usa a imprensa como ferramenta para seus objetivos
eleitorais:
Esta carta é a resposta para o padre, publicada em nossa edição
anterior. A partir de março publicaremos as duas cartas na mesma
edição.
Querido amigo
Não estou nada surpresa. Estou feliz por saber que existem
representantes da Igreja que estão interessados em seus pobres pecadores
tão carentes de serem, mais que esclarecidos, ouvidos! E quão difícil é
tratar de questões relativas a sexo. Em primeiro lugar porque em sua
maioria, os representantes de Deus não estão abertos a elas, quando não
as criticam abertamente.
A Igreja durante muito tempo tratou da relação entre casais e do ato
sexual particularmente, de forma a ligá-lo à concepção, esquecendo-se
de que seres humanos são feitos de corpos e espíritos e que, o primeiro
deles pede satisfação física. Durante tanto tempo reforçou-se esta idéia
que, dentro de nós, sub existe a sensação de que há algo de podre no
reino da sexualidade. A concepção de amor esteve afastada deste campo.
Cristãos eram incitados apenas a amar a Deus, não havia espaço para
coisas humanas, terrenas. A expressão sexual não era absolutamente
cogitada como expressão de amor cristão. Como você colocou, se Deus
é amor, porque não acolheria o relacionamento entre homem e mulher na
cama conjugal, lugar onde ambos estão nus, não só corporalmente, mas
alma a alma?
Estou feliz porque você me escolheu para ajudá-lo nesta empreitada.
Não sei se estarei á altura, mas sei que este é um assunto que têm ocupado
muito meus pensamentos. Não só a questão sexual em si, mas a questão
homem/mulher. Acho fundamental que cada um de nós reveja estas
questões para que nos entendamos melhor. Acredito que as coisas podem
ser melhoradas se discutidas e conscientizadas. Acredito que podemos
fazê-lo juntos. Você o representante das coisas espirituais. Eu, a
representante das coisas terrenas, quem sabe não poderemos juntar as
duas, fazer uma conjunção e provar que há esperança?
Beijo
A Professora
FELIÎO
La feliîo ne troviûas en la mono.
En juvelaro aö eî en ora krono.
La feliîo ne estas aîetaëo.
Ûi ne aperas per iu posedaëo.
Ûi ne veturas ne en luksa aötomobilo.
Kaj ne flugas en privata aviadilo.
Ûi ne vivas en grandegaj riîaj domoj.
Aö en la agoj de festemantaj homoj.
Sed la feliîo kiel simpla bela floro.
Unue kresku en nia propra koro.
La feliîo povas kuïi en rideto.
Aö en ûojkrio de gaja infano.
La feliîo povas kuïi en fideleco.
Aö en kompreno de sincera amikeco.
Ûi troviûas ofte nur en simpla gesto.
Pro kio tago povas aspekti kiel festo.
Ûi malsama estas ja por îiu homo.
Îiu li loûas en domaîo, aö luksa domo?
Unue kresku en nia propra koro.
Nekonata aötoro
FOLHA - Como foi definida a abordagem a respeito do tema das privatizações?
JOÃO SANTANA - (...) Nós tínhamos alinhado alguns dos temas de intensa fragilidade e de imensa
comoção política. Estava em primeiro lugar a privatização. Não usamos no primeiro turno porque não houve
necessidade.
FOLHA - A forma como o assunto foi usado não se prestou a deseducar o eleitor? Propagou-se a noção de
que a privatização em si é algo ruim...
SANTANA - Foi deseducativo de acordo com determinado ideário. Para o “consenso de Washington”, sim.
No Brasil, para alguns setores, revigorou-se um sentimento cívico. Não faço juízo de valor, mas o fato é que a
privatização se apresenta no imaginário brasileiro com uma série de emoções políticas. (...) Primeiro, há um eixo
cívico-épico-estatizante que vem de Getúlio Vargas, com a campanha “o petróleo é nosso”. O outro eixo são as
“tramas obscuras”. Não quero questionar como foram feitas as privatizações no governo FHC, mas o fato é que
ficou, na cabeça das pessoas, como se algo obscuro tivesse ocorrido. Foi erro de comunicação do governo
FHC, que poderia ter vendido o benefício das privatizações de maneira mais clara. No caso da telefonia, teve um
sucesso fabuloso. As pessoas estão aí usando os telefones.
FOLHA - Não é desonesto se beneficiar de uma idéia geral que vigora na sociedade? Algo que possivelmente
o próprio presidente da República sabe que não é a verdade completa?
SANTANA - Não. Eu trabalho com o imaginário da população. Em uma campanha, nós trabalhamos com
produções simbólicas. Não considero que exista aí desonestidade, pois o tema foi, pelo menos, discutido. É
bom que a população fale e reflita sobre esses temas. No primeiro turno, analisando as pesquisas, eu vi que
essa discussão poderia ser retomada. Enxerguei ali um “monstro vivo” que poderia ser jogado.
FOLHA - Mas, se foi apenas uma tática para encurralar o adversário, fica então reforçada a tese de que
houve certa desonestidade intelectual. Ou, para usar a expressão do candidato do PSDB, uma “mentirobrás”?
SANTANA - Não é bem assim. O presidente não foi reeleito por causa da polêmica sobre privatização. O
fato é que o adversário teve a chance de responder, mas não o fez. Tivesse ele uma resposta pronta, objetiva,
o impacto teria sido reduzido. Alckmin poderia mostrar objetivamente o uso de telefones, de computadores, de
internet.
Viu só? Como é fácil trabalhar as palavras e dar outro nome às “mentiras”? Pois essa cara de pau me
assusta... Essa estratégia funciona, pois seu alvo - o povo - não tem repertório para compreender como, quando
e onde está sendo manipulado. Desculpem a insistência, mas não tenho como não trazer mais uma vez a
definição que José Ingenieros escreveu para o “Homem Medíocre”, em seu livro homônimo: “O homem medíocre
é, por essência, imitativo e está perfeitamente adaptado para viver em rebanho, refletindo as rotinas, preconceitos
e dogmatismos reconhecidamente úteis para a domesticidade”.
“Imitativo”... “rebanho”... “domesticidade”... Imaginário da população”... “produções simbólicas”...
Nada mais conveniente que Carlito Maia para encerrar esta reflexão:
- Acordem! E progresso.
Luciano Pires
www.lucianopires.com.br
Curso de Formação de Terapeutas em Florais de Bach - 2.007
Início em março.
Objetivo do Curso: Trabalhar as 39 essências dos florais de Bach, através de teoria, estudos de casos e vivências, de
forma a facilitar o autoconhecimento e a prática terapêutica.
3621 8407 / 9105 0296
Ribeirão Preto - SP - fevereiro/2007
Peregrino
das Letras
11
Informação, Cultura e Livre Expressão
O Segredo das frutas – Uso medicinal
Aftas, estomatites, feridas, gengivites, sapinhos, sangramento da
gengiva, amidalites, faringites, laringites, etc.
Chá de amora-preta
Coloque, em uma panela, meio litro de água.
Junte 10 frutas (ou cinco folhas) e deixe ferver.
Espere esfriar, coe e faça gargarejos várias
vezes ao dia.
Chá de cacau
Leve ao fogo, em uma panela, meio litro de
água. Acrescente 10 caroços da fruta (ou
cinco folhas). Espere esfriar, coe e faça
gargarejos várias vezes ao dia.
Chá de romã
Descasque ma romã e coloque a casca em
uma panela. Leve ao fogo com o
equivalente a um copo de água. Espere
amornar. Faça gargarejos várias vezes ao
dia.
A vida secreta de Antoine de Saint-Exupéry – A
parábola do Pequeno Príncipe - Renée Zeller
Antoine de Saint-Exupéry é bastante conhecido por
seu clássico O Pequeno Príncipe, rico pelo conteúdo
repleto de magia e que, ainda hoje, permeia o
imaginário de seus leitores. Mas poucos são os que
sabem a respeito da vida desse gênio da literatura.
Nesta obra a autora apresenta muito mais que uma
biografia; ela mostra a grandeza da alma, a genialidade
do verdadeiro Pequeno Príncipe. Foi na considerada
“Terra das Oportunidades” que Exupéry deu asas à
imaginação e despertou o seu talento para a literatura.
Viaje por estas páginas; conheça o mundo real do pai
de O Pequeno Príncipe e a parábola oculta de sua
obra.
Grupo Editorial Madras
Tel.: (11) 6959 1127 – Fax: (11) 6959 3090
www.madras.com.br
Olhar Magnético – Heitor Durville
Com a preocupação constante de que o homem vença
sempre o destino e tenha o domínio de si mesmo como
fator primordial para uma vida feliz, este livro trata,
principalmente, do desenvolvimento das qualidades
intelectuais e espirituais como forma de elevar a moral,
isto é, os preceitos sociais que fazem parte da
sociedade, mas que nos caracterizam como seres
humanos. O autor ensina que as pessoas que nos
rodeiam fazem parte da nossa própria projeção mental
e que somos felizes na medida em que temos tudo na
proporção de nossa necessidade. Quando você
terminar a leitura deste livro, terá a capacidade de se
sentir mais forte.
Grupo Editorial Madras
Tel.: (11) 6959 1127 – Fax: (11) 6959 3090
www.madras.com.br
Pintor
El Greco (Domenikos Theotokopoulos, 1541 – 1614), pintor,
escultor e arquiteto nascido na ilha
de Creta, na Grécia, e conhecido por
seu apelido espanhol. Em Creta, foi
educado a partir das tradições
locais de pintura de ícones, mas
pouco se sabe sobre o trabalho que
produziu antes de sua mudança
Vista de Toledo - 1597
para a Itália, por volta de 1560. Em
1577, fixou-se em Toledo, na
Espanha, onde permaneceu pelo resto de sua vida, pintando uma série
de retábulos. Seu estilo bastante pessoal retrata figuras alongadas
extáticas, como se fossem chamas; através delas expressou seu enlevado
respeito pelos grandes acontecimentos espirituais. Também foi excelente
retratista, e pintou duas fantásticas vistas de Toledo. Além disso, projetou
composições completas para altares, como O Enterro do Conde de Orgaz,
e trabalhou como arquiteto e escultor.
A madona com o menino - 1597
Chá de framboesa
Leve ao fogo, em uma panela, uma xícara e meia e
água. Acrescente um punhado de folhas de
framboesa e deixe ferver por alguns minutos. Filtre,
espere amornar e faça bochechos várias vezes ao
dia.
Fonte: Flora – Essencial – Um guia prático para a saúde e beleza.
12
Peregrino
das Letras
Informação, Cultura e Livre Expressão
Ribeirão Preto - SP -fevereiro/2007

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