nº 2 - Febrasgo
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nº 2 - Febrasgo
ISSN 0100-7203 1-6 Contracepção oral com benefícios adicionais DRSP Baixa dose Fevereiro 2013 1-6 Regime 24/4 volume 35 Rigoroso controle de fabricação* e liderança absoluta em controle de fertilidade (IMS Health) Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia O contraceptivo oral com benefícios adicionais e garantia da qualidade Bayer. 24 + 4 *Fonte: entrevista cedida por Joyce Camargo, farmacêutica bioquímica responsável pela área de garantia da qualidade da Bayer. YAZ - DROSPIRENONA E ETINILESTRADIOL. REG. MS – 1.7056.0069. INDICAÇÕES: CONTRACEPTIVO ORAL, COM EFEITOS ANTIMINERALOCORTICOIDE E ANTIANDROGÊNICO QUE BENEFICIAM TAMBÉM AS MULHERES QUE APRESENTAM RETENÇÃO DE LÍQUIDO DE ORIGEM HORMONAL E SEUS SINTOMAS. CONTRAINDICAÇÕES: TROMBOEMBOLISMO ARTERIAL OU VENOSO, ENXAQUECA, DIABETES MEELLITUS, PANCREATITE, HIPERTRIGLICERIDEMIA, DOENÇA HEPÁTICA GRAVE, INSUFICIÊNCIA RENAL, TUMORES HEPÁTICOS, NEOPLASIAS DEPENDENTES DE ESTEROIDES SEXUAIS, SANGRAMENTO VAGINAL NÃO DIAGNOSTICADO, SUSPEITA OU DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ, HIPERSENSIBILIDADE A QUALQUER UM DOS COMPONENTES DO PRODUTO. CUIDADOS E ADVERTÊNCIAS: DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS, TUMORES, HIPERTRIGLICERIDEMIA, HIPERTENSÃO, COLECISTOPATIA, PORFIRIA, LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO, SÍNDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA, COREIA DE SYDENHAM, HERPES GESTACIONAL, PERDA DA AUDIÇÃO RELACIONADA COM OTOSCLEROSE, PATOLOGIA INTESTINAL INFLAMATÓRIA CRÔNICA, ANEMIA FALCIFORME, ENXAQUECAS, ANGIOEDEMA HEREDITÁRIO, DISTÚRBIOS DA FUNÇÃO HEPÁTICA, PODE OCORRER CLOASMA. POTENCIAL TEÓRICO PARA AUMENTO NO POTÁSSIO SÉRICO EM USUÁRIAS DE YAZ QUE ESTEJAM TOMANDO OUTROS MEDICAMENTOS QUE PODEM AUMENTAR OS NÍVEIS SÉRICOS DE POTÁSSIO. A EFICÁCIA DOS COCS PODE SER REDUZIDA NOS CASOS DE ESQUECIMENTO DE TOMADA DOS COMPRIMIDOS, DISTÚRBIOS GASTRINTESTINAIS OU INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA. PODEM SURGIR SANGRAMENTOS IRREGULARES, ESPECIALMENTE DURANTE OS PRIMEIROS MESES DE USO. É POSSÍVEL QUE EM ALGUMAS USUÁRIAS NÃO SE PRODUZA O SANGRAMENTO POR PRIVAÇÃO DURANTE O INTERVALO DE PAUSA. CASO A PACIENTE ENGRAVIDE DURANTE O USO DE YAZ , DEVE-SE DESCONTINUAR O SEU USO. NÃO FORAM VERIFICADOS EFEITOS TERATOGÊNICOS DECORRENTES DA INGESTÃO ACIDENTAL DE COCS NO INÍCIO DA GESTAÇÃO. O MEDICAMENTO NÃO DEVE SER UTILIZADO DURANTE A GRAVIDEZ E A AMAMENTAÇÃO. REAÇÕES ADVERSAS: NÁUSEAS, DOR ABDOMINAL, AUMENTO OU DIMINUIÇÃO DO PESO CORPÓREO, CEFALEIA, ESTADOS DEPRESSIVOS, ALTERAÇÕES DE HUMOR, VÔMITO, DIARREIA, RETENÇÃO DE LÍQUIDO, ENXAQUECA, DIMINUIÇÃO OU AUMENTO DA LIBIDO, INTOLERÂNCIA A LENTES DE CONTATO, HIPERSENSIBILIDADE. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: FENITOÍNAS, BARBITÚRICOS, PRIMIDONA, CARBAMAZEPINA, RIFAMPICINA, OXCARBAZEPINA, TOPIRAMATO, FELBAMATO, GRISEOFULVINA, ERVA-DE-SÃO-JOÃO, RITONAVIR, NEVIRAPINA, PENICILINAS, TETRACICLINAS. CICLOSPORINA, LAMOTRIGINA. POSOLOGIA: OS COMPRIMIDOS DEVEM SER INGERIDOS NA ORDEM INDICADA NA CARTELA, POR 24 DIAS CONSECUTIVOS. CADA NOVA CARTELA É INICIADA APÓS UM INTERVALO DE PAUSA DE 4 DIAS, DURANTE O QUAL DEVE OCORRER SANGRAMENTO POR PRIVAÇÃO HORMONAL. INÍCIO DO USO DE YAZ : NO CASO DA PACIENTE NÃO TER UTILIZADO CONTRACEPTIVO HORMONAL NO MÊS ANTERIOR, A INGESTÃO DEVE SER INICIADA NO 1º DIA DO CICLO (1º DIA DE SANGRAMENTO MENSTRUAL). PARA PROCEDIMENTOS SOBRE MUDANÇA DE CONTRACEPTIVO, CASO DE ESQUECIMENTO DE COMPRIMIDOS OU OCORRÊNCIA DE VÔMITOS E/OU DIARREIA, CONSULTAR A BULA DO PRODUTO. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. ® ® ® ® REFERÊNCIAS: 1. Bachmann G, Sulak PJ, Sampson-Landers C, et al. Effi cacy and safety of a low dose 24-day combined oral contraceptive containing 20 micrograms ethinylestradiol and 3 mg drospirenone. Contraception 2004;70:191-8. 2. Yonkers KA, Brown C, Pearlstein TB, et al. Effi cacy of a new low-dose oral contraceptive with drospirenone in premenstrual dysphoric disorder. Obstet Gynecol 2005; 106(3):492 -501. 3. Pearlstein TB, Bachmann GA, Zacur HA, et al. Treatment of premenstrual dysphoric disorder with a new drospirenone containing oral contraceptive formulation. Contraception 2005;72:414 -21. 4. Lucky A.W, Koltun W, Thiboutot D, et al. Combined Oral Contraceptive Containing 3 mg Drospirenone/20 mcg EE in the Treatment of Acne Vulgaris: A Randomized, Double-blind, Placebo-Controlled Study Evaluating Lesion Counts and Participant Self-assessment. Cutis 2008;82:143-50. 5. Cianci A, De Leo V. Individualization of low-dose oral contraceptives. Pharmacological principles and practical indications for oral contraceptives. Minerva Ginecol 2007;59(4):415-25. 6. Caruso S, Agnello C, Intelisano G, et al. Prospective study on sexual behavior of women using 30 mcg ethinylestradiol and 3 mg drospirenone oral contraceptive. Contraception 2005;72:19-23. Material destinado a profissionais de saúde. L.BR.WH.2012-09-25.0927 número 2 p. 45 - 91 Interação medicamentosa: antibióticos e anticonvulsivantes. Contraindicação: Diabetes mellitus com alterações vasculares. Fevereiro 2013 volume 35 nº 2 Publicação mensal ISSN 0100-7203 Órgão Oficial de Divulgação Científica da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia Rev Bras Ginecol Obstet v. 35, n. 2, p. 45-91, fevereiro 2013 Publicação indexada na Base de Dados LILACS e SciELO. Disponível eletronicamente no SciELO www.scielo.br/rbgo nas versões português e inglês Indexada na Base de Dados Medline Acesso eletrônico através da Scopus: www.scopus.com/scopus/home.url Editor Científico Jurandyr Moreira de Andrade (Ribeirão Preto/SP) Editores Associados Eliana Martorano Amaral (Campinas/SP) Geraldo Duarte (Ribeirão Preto/SP) João Luiz Pinto e Silva (Campinas/SP) José Maria Soares Junior (São Paulo/SP) Marilza Vieira Cunha Rudge (Botucatu/SP) Rosiane Mattar (São Paulo/SP) Rossana Pulcinelli Vieira Francisco (São Paulo/SP) Sophie Françoise Mauricette Derchain (Campinas/SP) Editor Executivo Daniel Guimarães Tiezzi (Ribeirão Preto/SP) Conselho Editorial Antonio Alberto Nogueira (Ribeirão Preto/SP) Antonio Jorge Salomão (São Paulo/SP) Carlos Augusto Alencar Jr. (Fortaleza/CE) Eddie Fernando Candido Murta (Uberaba/MG) Edmund Chada Baracat (São Paulo/SP) Francisco Mauad Filho (Ribeirão Preto/SP) Geraldo Duarte (Ribeirão Preto/SP) Gutemberg Leão de Almeida Filho (Rio de Janeiro/RJ) Haroldo Capurro Alzola (Montevideo, Uruguay) Iracema de Mattos Paranhos Calderon (Botucatu/SP) Ivo Behle (Porto Alegre/RS) Jesus de Paula Carvalho (São Paulo/SP) Jon Oyvind Odland (Tromso, Norway) José Carlos Peraçoli (Botucatu/SP) José Geraldo Lopes Ramos (Porto Alegre/RS) José Guilherme Cecatti (Campinas/SP) José Meirelles Filho (Cuiabá/MT) Joseph A.Spinnato, II (Cincinnati, Ohio) Krikor Boyaciyan (São Paulo/SP) Luiz Carlos Zeferino (Campinas/SP) Luiz Gerk de Azevedo Quadros (São Paulo/SP) Luiz Henrique Gebrim (São Paulo/SP) Manoel J. B. Castello Girão (São Paulo/SP) Manuel de Jesus Simões (São Paulo/SP) Marair Gracio Ferreira Sartori (São Paulo/SP) Marcelo Zugaib (São Paulo/SP) Marcos Felipe Silva de Sá (Ribeirão Preto/SP) Maria de Lourdes Brizot (São Paulo/SP) Marilza Vieira Cunha Rudge (Botucatu/SP) Melania Maria Ramos de Amorim (Campina Grande/PB) Nilma Antas Neves (Salvador/BA) Paulo Traiman (Botucatu/SP) Ricardo Mello Marinho (Belo Horizonte/MG) Roseli Mieko Yamamoto Nomura (Santo André/SP) Ruffo de Freitas Júnior (Goiânia/GO) Rui Alberto Ferriani (Ribeirão Preto/SP) Sebastião Freitas de Medeiros (Cuiabá/MT) Selmo Geber (Belo Horizonte/MG) Sérgio Hofmeister de Almeida Martins Costa (Porto Alegre/RS) Sérgio Mancini Nicolau (São Paulo/SP) Técia Maria de Oliveira Maranhão (Natal/RN) Victor Hugo de Melo (Belo Horizonte/MG) Wagner José Gonçalves (São Paulo/SP) Wellington de Paula Martins (Ribeirão Preto/SP) SECRETÁRIA EXECUTIVA Rosane Aparecida Cunha Casula REVISORA DE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Maria Cristina Manduca Ferreira Órgão Oficial de Divulgação Científica da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia RBGO – EDITORIA Av. Bandeirantes, 3900 – 8º andar – Campus Universitário 14049-900 – Ribeirão Preto/SP Fone (16) 3602-2803 – FAX (16) 3633-0946 Expediente REVISTA BRASILEIRA DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA, ISSN 0100-7203, é uma publicação mensal da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. A responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos é de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial dos artigos, desde que mencionada a fonte. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia Presidente Etelvino de Souza Trindade (DF) Diretora Administrativa Vera Lúcia Mota da Fonseca (RJ) Diretor Financeiro Francisco Eduardo Prota (SP) Diretor Científico Nilson Roberto de Melo (SP) Diretor de Defesa Profissional Hélcio Bertolozzi Soares (PR) Vice-presidente da região Norte Júlio Eduardo Gomes Pereira (AC) Vice-presidente da região Nordeste Olímpio Barbosa Moraes Filho (PE) Vice-presidente da região Centro-Oeste Paulo Roberto Dutra Leão (MT) Vice-presidente da região Sudeste Hugo Miyahira (RJ) Vice-presidente da região Sul Jorge Abi Saab Neto (SC) Assessora Especial de Diretoria Hitomi Miura Nakagava (DF) Presidência e Secretaria Executiva Avenida das Américas, 8445 – sala 711 Barra da Tijuca – Rio de Janeiro – RJ – CEP: 22793-081 Tel.: (21) 2487-6336 – Fax: (21) 2429-5133 www.febrasgo.org.br [email protected] [email protected] RBGO é uma revista mensal com entrega automática para os sócios da FEBRASGO. Remessa com devolução garantida em caso de erro postal. Assinaturas para pessoas jurídicas pelo fax (21) 2429-5133 TIRAGEM: 18.000 exemplares Os pedidos de separatas devem ser feitos pelo telefone: 0800 77 23023. As separatas reproduzirão fielmente o texto publicado, não podendo ser feitos acréscimos ou exclusões no mesmo. Produção Editorial ZEPPELINI EDITORIAL Rua Bela Cintra, 178 Cerqueira César – São Paulo – SP – 01415-000 PABX: (11) 2978-6686 www.zeppelini.com.br [email protected] Publicação mensal ISSN 0100-7203 Órgão Oficial de Divulgação Científica da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia Rev Bras Ginecol Obstet v. 35, n. 2, p. 45-91, fevereiro 2013 Sumário Editorial 45 A diferenciação do cérebro masculino e feminino The differentiation of male and female brain Lucia Alves da Silva Lara Adriana Peterson Mariano Salata Romão Artigos originais 49 Djacyr Magna Cabral Freire José Guilherme Cecatti Cláudio Sérgio Medeiros Paiva 55 Roseli Mieko Yamamoto Nomura Marina Vilela Chagas Ferreira Ibrahim Omar Abdel Latif Rossana Pulcineli Vieira Francisco Marcelo Zugaib 60 Rezvan Aalami-Harandi Maryam Karamali Aida Moeini 66 Rafael Isolani Ferezin Dennis Armando Bertolini Izabel Galhardo Demarchi A altura uterina é capaz de diagnosticar os desvios do volume de líquido amniótico? Is uterine height able to diagnose amniotic fluid volume deviations? Concordância entre a percepção materna dos movimentos fetais e a visualização pela ultrassonografia Agreement between maternal perception of fetal movements and visualization by ultrasound Induction of labor with titrated oral misoprostol solution versus oxytocin in term pregnancy: randomized controlled trial Indução do trabalho de parto por meio de solução oral titulada de misoprostol versus oxitocina em gestação a termo: estudo controlado randomizado Prevalência de sorologia positiva para HIV, hepatite B, toxoplasmose e rubéola em gestantes do noroeste paranaense Prevalence of positive sorology for HIV, hepatitis B, toxoplasmosis and rubella in pregnant women from the northwestern region of the state of Paraná 71 Marta David Rocha de Moura Paulo Roberto Margotto Lígia Maria Suppo de Souza Rugolo 78 Elisabeth Meloni Vieira Gerson Hiroshi Yoshinari Júnior Hayala Cristina Cavenague de Souza Marina Pasquali Marconato Mancini Gleici da Silva Castro Perdoná 84 Lígia Maria Montenegro Lessa Maria Bethânia da Costa Chein Diego Salvador Muniz da Silva Omero Benedicto Poli Neto Antônio Alberto Nogueira Leidyane Silva Caldas Coelho Luciane Maria Oliveira Brito Alterações do fluxo sanguíneo em artéria umbilical na síndrome hipertensiva gestacional e suas implicações nos resultados neonatais Changes of blood flow in the umbilical artery in hypertensive pregnancy and the implications in the neonatal outcomes História reprodutiva e sexual de mulheres tratadas de câncer de mama Reproductive and sexual history of women treated of breast cancer Irritable bowel syndrome in women with chronic pelvic pain in a Northeast Brazilian city Síndrome do intestino irritável em mulheres com dor pélvica crônica em uma cidade do Nordeste Brasileiro Resumo de Tese 90 Sandra de Morais Pereira 90 Tiago Lanfernini Ricardo Coelho A consulta ginecológica na adolescência sob a ótica dos ginecologistas e das adolescentes Gynecological consultation in teens under the view of gynecologists and adolescents Avaliação crítica dos parâmetros atuais de classificação da anemia dos fetos de gestantes aloimunizadas Critical evaluation of current classification parameters of fetal anemia, due rh alloimmunization Agenda 91 Agenda Instruções aos Autores A Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Rev Bras Gincecol as respectivas publicações sobre o tema. Se houver interesse da revista, será enviado convite para apresentação do texto definitivo. Todos os autores devem ter publicações em periódicos regulares, indexados sobre o tema da revisão. O número de autores é limitado a quatro, dependendo do tipo de texto e da metodologia empregada. Devem ser descritos os métodos e procedimentos adotados para a obtenção do texto, que deve ter como base referências recentes, inclusive do ano em curso. Tratando-se de tema ainda sujeito a controvérsias, a revisão deve discutir as tendências e as linhas de investigação em curso. Apresentar, além do texto da revisão, resumo, abstract e conclusões. Ver a seção “Preparo do manuscrito” para informações quanto ao texto principal, página de rosto, resumo e abstract; Obstet., ISSN 0100 7203), publicação mensal de divulgação científica da Federação das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), é dirigida a obstetras, ginecologistas e profissionais de áreas afins, com o propósito de publicar contribuições originais sobre temas relevantes no campo da Ginecologia, Obstetrícia e áreas correlatas. É aberta a contribuições nacionais e internacionais. A revista aceita e publica trabalhos em português, inglês e espanhol. O material enviado para análise não pode ter sido submetido simultaneamente à publicação em outras revistas nem publicado anteriormente. Na seleção dos manuscritos para publicação, são avaliadas originalidade, relevância do tema e qualidade da metodologia utilizada, além da adequação às normas editoriais adotadas pela revista. O material publicado passa a ser propriedade da Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia e da Febrasgo, só podendo ser reproduzido, total ou parcialmente, com a anuência dessas entidades. 5. Comentários Editoriais, solicitados pelo editor; 6. Resumos de Teses apresentadas e aprovadas nos últimos 12 meses, contados da data de envio do resumo. Devem conter, aproximadamente, 300 palavras e, para serem aceitos, devem seguir as normas da revista quanto à estruturação, à forma e ao conteúdo. Incluir título em português e inglês e, no mínimo, três palavras ou expressõeschave. Não há revisão do texto dos Resumos de Teses. No arquivo enviado, informar: nome completo do autor e do orientador; membros da banca; data de apresentação e a identificação do serviço ou departamento onde a tese foi desenvolvida e apresentada. Lembramos que a publicação do resumo não impede a posterior publicação do trabalho completo em qualquer periódico. Os manuscritos submetidos à revista são analisados por pareceristas e o sigilo sobre a autoria e a identidade dos revisores é garantido durante todo o processo de edição. Os pareceres dos revisores e as instruções do editor serão enviados para os autores para que eles tomem conhecimento das alterações a serem introduzidas. Os autores devem reenviar o texto com as modificações solicitadas assim que possível, devendo justificar, na carta de encaminhamento, se for o caso, o motivo do não atendimento de alguma sugestão para modificação. Não havendo retorno do trabalho após três meses, presume-se que os autores não têm mais interesse na publicação. Os autores podem solicitar em qualquer ponto do processo de análise e edição do texto a sustação do processo e a retirada do trabalho. Os conceitos e as declarações contidos nos artigos são de responsabilidade dos autores. A revista publica contribuições nas seguintes categorias: 1. Artigos Originais, trabalhos completos prospectivos, experimentais ou retrospectivos. Manuscritos contendo resultados de pesquisa clínica ou experimental original têm prioridade para publicação. 2. Relatos de Casos, de grande interesse e bem documentados, do ponto de vista clínico e laboratorial. Os autores deverão indicar na carta de encaminhamento os aspectos novos ou inesperados em 7. Cartas dos Leitores para o Editor, versando sobre matéria editorial ou não, mas com apresentação de informações relevantes ao leitor. As cartas podem ser resumidas pela editoria, mas com manutenção dos pontos principais. No caso de críticas a trabalhos publicados, a carta é enviada aos autores para que sua resposta possa ser publicada simultaneamente. Informações gerais 1. A revista não aceita material editorial com objetivos comerciais. 2. Conflito de interesses: devem ser mencionadas as situações que podem influenciar de forma inadequada o desenvolvimento ou as conclusões do trabalho. Entre essas situações, menciona-se a participação societária nas empresas produtoras das drogas ou dos equipamentos citados ou utilizados no trabalho, assim como em concorrentes da mesma. São também consideradas fontes de conflito os auxílios recebidos, as relações de subordinação no trabalho, as consultorias etc. 3. No texto, deve ser mencionada a submissão e a aprovação do estudo por um Comitê de Ética em Pesquisa reconhecido pelo Comitê Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP). 4. Artigo que trate de pesquisa clínica com seres humanos deve incluir a declaração, na seção Métodos, de que os sujeitos do estudo assinaram o termo de consentimento livre e informado. Os autores relação aos casos já publicados. O texto das seções Introdução e Discussão deve ser baseado em revisão bibliográfica atualizada. O número de referências pode ser igual ao dos trabalhos completos. 3. Técnicas e Equipamentos, para apresentação de inovações em diagnóstico, técnicas cirúrgicas e tratamentos, desde que não sejam, clara ou veladamente, propaganda de drogas ou outros produtos. Valem para essa categoria todas as normas aplicadas para trabalhos completos. 4. Artigos de Revisão, incluindo avaliação crítica e sistematizada da literatura, meta-análises ou revisões sistemáticas. A seleção dos temas e o convite aos autores têm como base planejamento estabelecido pela editoria. Contribuições espontâneas podem ser aceitas. Nesse caso, devem ser enviados inicialmente um resumo ou roteiro do texto, a lista de autores e v devem informar, também, que a pesquisa foi conduzida de acordo com a Declaração de Helsinque revisada em 2008. 5. No caso de trabalhos envolvendo experimentação animal, os autores devem indicar na seção Métodos que foram seguidas as normas contidas no CIOMS (Council for International Organization of Medical Sciences) Ethical Code for Animal Experimentation (WHO Chronicle 1985; 39(2):51-6) e os preceitos do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal - COBEA (www.cobea.org.br). 6. Todos os ensaios controlados aleatórios (randomized controlled trials) e clínicos (clinical trials) submetidos à publicação devem ter o registro em uma base de dados de ensaios clínicos. Essa é uma orientação da Plataforma Internacional para Registros de Ensaios Clínicos (ICTRP) da Organização Mundial da Saúde (OMS), e do International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE). As instruções para o registro estão disponíveis no endereço eletrônico do ICMJE (http://www.icmje.org/clin_trialup.htm) e o registro pode ser feito na base de dados de ensaios clínicos da National Library of Medicine, disponível em http://clinicaltrials.gov/ct/gui. Preparo dos manuscritos As normas que seguem foram baseadas no formato proposto pelo ICMJE e publicado no artigo “Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals”, atualizado em Outubro de 2008 e disponível no endereço eletrônico: http://www.icmje.org/. Apresentação do texto 1. Os trabalhos devem ser digitados em espaço 2 em todas as seções, da página de rosto às referências bibliográficas, tabelas e legendas. Cada página deve conter aproximadamente 25 linhas em uma coluna. Usar preferencialmente o processador de texto Microsoft Word® e a fonte Times New Roman 12. Não dar destaque a trechos do texto: não sublinhar ou usar negrito. Numerar todas as páginas, iniciando pela de rosto. Não usar maiúsculas nos nomes próprios (a não ser a primeira letra) no texto ou nas referências bibliográficas. Não utilizar pontos nas siglas (DPP em vez de D.P.P.). Quando usar siglas ou abreviaturas, descrevê-las por extenso na primeira vez que mencionadas no texto. Iniciar cada seção em uma nova página: página de rosto; resumo e palavras ou expressões-chave; abstract e keywords; texto; agradecimentos; referências; tabelas individuais e legendas das figuras. 7. O número de autores de trabalhos completos e relatos de casos é limitado a sete. Trabalhos de autoria coletiva (institucionais) devem ter os responsáveis especificados. Trabalhos e estudos multicêntricos podem ter número de autores compatível com o número de centros (cada situação será avaliada pela editoria e pelos revisores). Os investigadores responsáveis pelos protocolos aplicados devem ser especificados. Todos os autores devem ter conhecimento do texto enviado para a revista. 2. 8. O conceito de coautoria é baseado na contribuição de cada um, para a concepção e planejamento do trabalho, análise e interpretação dos dados, para a redação ou revisão crítica do texto. A inclusão de nomes cuja contribuição não se enquadre nos critérios citados ou que tenham fornecido apenas suporte material não é justificável. Página de rosto 9. Os autores serão informados, por correspondência eletrônica, do recebimento dos trabalhos. Os trabalhos que estiverem de acordo com as Instruções aos Autores e se enquadram na política editorial da revista serão enviados para análise por revisores indicados pelo editor. Os originais em desacordo com os objetivos da revista ou com essas instruções são devolvidos aos autores para as adaptações necessárias antes da avaliação pelo Conselho Editorial ou recusados sem análise por revisores. 10. Junto dos arquivos originais, deve ser enviada uma carta de encaminhamento, na qual deve ficar explícita a concordância com as normas editoriais, com o processo de revisão e com a transferência de copyright para a revista. 11. Para manuscritos originais, não ultrapassar 25 páginas de texto digitado ou aproximadamente 30.000 caracteres. Limitar o número de tabelas e figuras ao necessário para apresentação dos resultados que são discutidos (como norma geral, limitar a cinco). Para manuscritos do tipo Relato de Caso, não ultrapassar 15 páginas de texto ou 18.000 caracteres (ver “Preparo do manuscrito”, “Resultados”). 12. O trabalho deve ser enviado pelo sistema de submissão online no portal SciELO. O endereço eletrônico de todos os autores deve ser fornecido. Desta forma, os coautores receberão informação sobre a submissão do vi trabalho e, assim, não será necessária a assinatura de todos na carta de encaminhamento. O endereço eletrônico para correspondência com a revista é [email protected]. O arquivo correspondente ao trabalho deve ser único e deve conter texto, referências, tabelas e figuras. Apresentar o título do trabalho em português e em inglês; nomes completos dos autores sem abreviaturas; endereços eletrônicos válidos de todos os autores (opcional, em substituição à carta de encaminhamento); nome da instituição onde o trabalho foi desenvolvido; afiliação institucional dos autores; informações sobre auxílios recebidos sob forma de bolsas de estudos, financiamento, fornecimento de drogas, reagentes ou equipamentos. Obrigatoriamente deve ser fornecido o endereço da instituição onde o trabalho foi desenvolvido, o qual é publicado na página inicial do trabalho. Devem ser indicados nome, endereço, telefone/fax e e-mail do autor para o qual a correspondência deve ser enviada. Essas informações pessoais são empregadas apenas para correspondência com a revista e somente são publicadas se houver pedido do(s) autor(es). Resumo O resumo do trabalho deve aparecer na segunda página. Para trabalhos completos, redigir um resumo estruturado, que deve ser dividido em seções identificadas: objetivo, métodos, resultados e conclusões. Deve ter aproximadamente 300 palavras. O resumo deve conter as informações relevantes, permitindo que o leitor tenha uma ideia geral do trabalho. Deve incluir descrição resumida de todos os métodos empregados e da análise estatística efetuada. Expor os resultados numéricos mais relevantes, e não apenas indicação de significância estatística. As conclusões devem ser baseadas nos resultados do trabalho e não da literatura. Evitar o uso de abreviações e símbolos. Não citar referências bibliográficas no resumo. Abaixo do texto do resumo indicar o número de registro e/ou identificação para os ensaios controlados aleatórios e ensaios clínicos (ver item 5 das “Informações Gerais”). Na mesma página do resumo, citar pelo menos três palavras ou expressões-chave que serão empregadas para compor o índice anual da revista. Devem ser baseadas nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) publicado pela Bireme, que é uma tradução do Medical Subject Headings (MeSH) da National Library of Medicine e está disponível no endereço eletrônico: http://decs.bvs.br. O abstract deve ser versão fiel do texto do resumo estruturado (purpose, methods, results e conclusions). Deve ser também acompanhado da versão para o inglês das palavras ou expressões-chave (keywords). O resumo e o abstract dos Relatos de Casos e dos Artigos de Revisão e de Atualização não devem ser estruturados e são limitados a 150 palavras. Introdução Repetir, na primeira página da introdução, o título completo em português e inglês. Nessa seção, mostre a situação atual dos conhecimentos sobre o tópico em estudo, divergências e lacunas que possam eventualmente justificar o desenvolvimento do trabalho, mas sem revisão extensa da literatura. Para Relatos de Casos, apresentar um resumo dos casos já publicados, epidemiologia da condição relatada e uma justificativa para a apresentação como caso isolado. Expor claramente os objetivos do trabalho. Métodos Iniciar essa seção indicando o planejamento do trabalho: se prospectivo ou retrospectivo; ensaio clínico ou experimental; se a distribuição dos casos foi aleatória ou não etc. Descrever os critérios para seleção das pacientes ou Grupo Experimental, inclusive dos Controles. Identificar os equipamentos e reagentes empregados (fabricante, cidade e país). Se a metodologia aplicada já tiver sido empregada, indicar as referências, além da descrição resumida do método. Descrever também os métodos estatísticos empregados e as comparações para as quais cada teste foi empregado. Os trabalhos que apresentam como objetivo a avaliação da eficácia ou a tolerabilidade de tratamentos ou drogas devem, necessariamente, incluir Grupo Controle adequado. Para informações adicionais sobre o desenho de trabalhos desse tipo, consultar ICH Harmonized Tripartite Guideline - Choice of Control Group and Related Issues in Clinical Trials (http://www.hc-sc.gc.ca/hpfb-dgpsa/tpd-dpt/e10_e.html). Ver também itens 4 e 5 das “Informações Gerais”. Resultados Apresentar os resultados em sequência lógica, no texto, nas tabelas e nas figuras. Expor os resultados relevantes para o objetivo do trabalho e que são discutidos. Não repetir no texto dessa seção todos os dados das tabelas e figuras, mas descrever e enfatizar os mais importantes, sem interpretação dos mesmos (ver também “Tabelas”). Nos Relatos de Casos, as seções “Métodos” e “Resultados” são substituídas pela “Descrição do caso”, mantendo-se as demais. Discussão Devem ser realçadas as informações novas e originais obtidas na investigação. Não repetir dados e informações já mencionados nas seções “Introdução” e “Resultados”. Evitar citação de tabelas e figuras. Ressaltar a adequação dos métodos empregados na investigação. Comparar e relacionar suas observações com as de outros autores, comentando e explicando as diferenças. Explicar as implicações dos achados, suas limitações e fazer as recomendações decorrentes. Para Relatos de Casos, basear a discussão em ampla e atualizada revisão da literatura. As informações sobre os casos já publicados podem ser tabuladas e exibidas nessa seção para comparações. Agradecimentos Dirigidos a pessoas que tenham colaborado intelectualmente, mas cuja contribuição não justifica coautoria, ou para aquelas que tenham provido apoio material. Referências Todos os autores e trabalhos citados no texto devem constar dessa seção e vice-versa. Numerar as referências bibliográficas por ordem de entrada no trabalho e usar esses números para as citações no texto. Evitar número excessivo de referências, selecionando as mais relevantes para cada afirmação e dando preferência para os trabalhos mais recentes. Não empregar citações de difícil acesso, como resumos de trabalhos apresentados em congressos, teses ou publicações de circulação restrita (não indexados). Não empregar referências do tipo “observações não publicadas” e “comunicação pessoal”. Artigos aceitos para publicação podem ser citados acompanhados da expressão: “aceito e aguardando publicação” ou “in press”, indicando-se periódico, volume e ano. Trabalhos aceitos por periódicos que estejam disponíveis online, mas sem indicação de fascículos e páginas, devem ser citados como “ahead of print”. Outras publicações dos autores (autocitação) devem ser empregadas apenas se houver necessidade clara e forem relacionadas ao tema. Nesse caso, incluir entre as referências bibliográficas apenas trabalhos originais publicados em periódicos regulares (não citar capítulos ou revisões). O número de referências bibliográficas deve ser aproximadamente 35. Os autores são responsáveis pela exatidão dos dados constantes das referências bibliográficas. Para todas as referências, citar os autores até o sexto. Se houver mais de seis autores, citar os seis primeiros, seguidos da expressão et al., conforme os seguintes modelos: Formato impresso • Artigos em revistas - Ceccarelli F, Barberi S, Pontesilli A, Zancla S, Ranieri E. Ovarian carcinoma presenting with axillary lymph node metastasis: a case report. Eur J Gynaecol Oncol. 2011;32(2):237-9. - Jiang Y, Brassard P, Severini A, Goleski V, Santos M, Leamon A, et al. Type-specific prevalence of Human Papillomavirus infection among women in the Northwest Territories, Canada. J Infect Public Health. 2011;4(5-6):219-27. • Artigos com título em inglês e texto em português ou outra língua Utilizar o titulo em inglês, entre colchetes e no final da referência, indicar a língua na qual o artigo foi publicado. - Prado DS, Santos DL. [Contraception in users of the public and private sectors of health]. Rev Bras Ginecol Obstet. 2011;33(7)143-9. Portuguese. - Taketani Y, Mizuno M. [Application of anti-progesterone agents for contraception]. Rinsho Fujinka Sanka. 1988;42(11):997-1000. Japanese. • Livro - Baggish MS, Karram MM. Atlas of pelvic anatomy and gynecologic surgery. 2nd ed. Philadelphia: WB Saunders; 2006. vii • Capítulos de livro - Picciano MF. Pregnancy and lactation. In: Ziegler EE, Filer LJ, editors. Present knowledge in nutrition. Washington (DC): ILSI Press; 1996. p. 384-95. Formato eletrônico Apenas para informações estatísticas oficiais e citação de referências de periódicos não impressos. Para estatísticas oficiais, indicar a entidade responsável, o endereço eletrônico, o nome do arquivo ou entrada. Incluir o número de tela, data e hora do acesso. Termos como “serial”, “periódico”, “homepage” e “monography”, por exemplo, não são mais utilizados. Todos os documentos devem ser indicados apenas como [Internet]. Para documentos eletrônicos com o identificador DOI (Digital Object Identifier), este deve ser mencionado no final da referência, além das informações que seguem: - Brasil. Ministério da Saúde. DATASUS [Internet]. Informações de Saúde. Estatísticas vitais. Mortalidade e nascidos vivos: nascidos vivos desde 1994. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2008. [citado 2007 Fev 7]. Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/ deftohtm.exe?sinasc/cnv/nvuf.def > Legendas Digitar as legendas usando espaço duplo, acompanhando as respectivas figuras (gráficos, fotografias e ilustrações). Cada legenda deve ser numerada em algarismos arábicos, correspondendo a cada figura, e na ordem em que foram citadas no trabalho. Abreviaturas e siglas Devem ser precedidas do nome completo quando citadas pela primeira vez no texto. Nas legendas das tabelas e figuras, devem ser acompanhadas de seu nome por extenso. As abreviaturas e as siglas não devem ser usadas no título dos artigos e nem no resumo. Empregar o seguinte endereço para correspondências não previstas nas instruções: Jurandyr Moreira de Andrade Editor Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia – Editoria – Avenida Bandeirantes, 3.900, 8º andar – Campus Universitário – CEP 14049-900 – Ribeirão Preto (SP) – Fone: (16) 3602-2803 – Fax: (16) 3633-0946 – E-mail: [email protected]. • Monografia na Internet ou livro eletrônico - Foley KM, Gelband H, editors. Improving palliative care for cancer [Internet]. Washington: National Academy Press; 2001 [cited 2002 Jul 9]. Available from: http://www.nap.edu/books/0309074029/html/. Tabelas Apresentar as tabelas em páginas separadas, com espaço duplo e preferencialmente fonte Arial 8. A numeração deve ser sequencial, em algarismos arábicos, na ordem em que foram citadas no texto. Todas as tabelas devem ter título e todas as colunas da tabela devem ser identificadas com um cabeçalho. A legenda deve conter informações que permitam ao leitor entender o conteúdo das tabelas e figuras, mesmo sem a leitura do texto do trabalho. As linhas horizontais devem ser simples e limitadas a duas no topo e uma no final da tabela. Não empregar linhas verticais. Não usar funções de criação de tabelas, comandos de justificação, tabulações decimais ou centralizadas. Utilizar comandos de tabulação (tab) e não o espaçador para separar as colunas e, para nova linha, a tecla enter. No rodapé da tabela, deve constar legenda para abreviaturas e testes estatísticos utilizados. Figuras (gráficos, fotografias e ilustrações) As figuras devem ser apresentadas em páginas separadas e numeradas sequencialmente, em algarismos arábicos, conforme a ordem de aparecimento no texto. Todas as figuras devem ter qualidade gráfica adequada e apresentar título e legenda. Para evitar problemas que comprometam o padrão da revista, o processo de digitalização de imagens (scan) deve obedecer aos seguintes parâmetros: para gráficos ou esquemas, usar 300 dpi/bitmap para traço; para ilustrações e fotos (preto e branco), usar 300 dpi/RGB ou grayscale. Em todos os casos, os arquivos devem ter extensão .tif e/ou .jpg. Também são aceitos arquivos com extensão .xls (Excel), .eps, .psd para ilustrações em curva (gráficos, desenhos e esquemas). São aceitas, no máximo, cinco figuras. Se as figuras já tiverem sido publicadas, devem vir acompanhadas de autorização por escrito do autor/editor e constando a fonte na legenda da ilustração. viii Itens para a conferência para a submissão do manuscrito Antes de enviar o manuscrito, conferir se as Instruções aos Autores foram seguidas e verificar o atendimento dos itens listados a seguir: 1. carta de encaminhamento assinada por todos os autores (escaneada e anexada como documento suplementar ou enviada pelo correio) ou informação dos endereços eletrônicos válidos de todos os autores na página de rosto; 2. citação da aprovação do projeto do trabalho por Comissão de Ética em Pesquisa, assinatura do termo de consentimento livre e informado (na seção “Métodos”) e informação sobre o atendimento das exigências para pesquisa em animais; 3. número ou código do registro do estudo, se necessário, na página de rosto (item 5 das “Informações Gerais”); 4. conflito de interesses: informar se há ou não. Se houver, explicar sem omissão de informações relevantes; 5. página de rosto com todas as informações solicitadas; 6. resumo e abstract estruturados e compatíveis com o texto do trabalho; 7. três ou mais palavras-chave relacionadas ao texto e respectivas keywords baseadas no Decs; 8. verificar se todas as tabelas e figuras estão corretamente citadas no texto e numeradas, e se as legendas permitem o entendimento das mesmas; 9. referências bibliográficas: numeradas na ordem de aparecimento e corretamente digitadas. Verificar se todos os trabalhos citados estão na lista de referências e se todos os listados estão citados no texto. Lucia Alves da Silva Lara1 Adriana Peterson Mariano Salata Romão2 A diferenciação do cérebro masculino e feminino The differentiation of male and female brain Editorial A diferenciação anatômica, psíquica e emocional entre os gêneros masculino e feminino é bastante complexa e envolve os fenômenos biológicos referentes à genética e à ação dos esteroides sexuais, além dos fenômenos epigenéticos, os quais atuam simultaneamente para promover ou eliminar a diferenciação dos circuitos neurais cerebrais entre os sexos1. Em especial, o conhecimento sobre os aspectos biológicos da formação da identidade de gênero é bastante restrito, uma vez que a maioria dos estudos sobre a anatomia e a influência hormonal nesse processo é baseada em experimentos com animais extrapolados para humanos. Já a influência do componente psíquico, sob o controle do processo de socialização do indivíduo, supostamente, faz parte da definição da identidade de gênero; entretanto, isso ainda é um assunto controverso. Identidade de gênero significa a consciência que a pessoa tem de ser homem ou mulher2, e quando ocorrem alterações nessa diferenciação ocorre o transexualismo, definido como sendo a incongruência entre o fenótipo (masculino ou feminino) e o sentimento de ser um ser masculino ou feminino2. As diferenças sexuais resultam do desequilíbrio inerente aos genes codificados pelos cromossomas sexuais (X,Y). No braço curto do cromossoma Y está localizado o gene SRY, o qual determina a formação da gônada masculina3. Esse gene se expressa especificamente nos neurônios que expressam a enzima tirosina hidroxilase da substância negra cerebral. Em estudo experimental com ratos machos, a supressão do SRY resulta em déficit motor, embora o número de neurônios permaneça o mesmo4, o que sugere o envolvimento desse gene em importantes propriedades bioquímicas dos neurônios dopaminérgicos do sistema nigroestrial no sexo masculino. As células cerebrais da mulher e do homem apresentam diferenças nos padrões de expressão de outros genes que são específicos para o cérebro em desenvolvimento, os quais determinam funções e habilidades específicas para cada gênero1. Do ponto de vista anatômico, as diferenças entre os cérebros masculino e feminino estão relacionadas às dimensões de regiões específicas. Durante o desenvolvimento do concepto, os núcleos do dimorfismo sexual e periventricular anteroventral da área pré-optica inicialmente contêm o mesmo número de neurônios. Entretanto, com o aumento na apoptose celular mediada pelo estradiol na mulher, o núcleo do dimorfismo sexual torna-se menor. Ao contrário, no sexo masculino o estradiol tem efeito antiapoptótico nesse mesmo núcleo, o que Correspondência Lucia Alves da Silva Lara Avenida Bandeirantes, 3.900 – Vista Alegre CEP: 14049-900 Ribeirão Preto (SP), Brasil Recebido 04/10/2012 Aceito com modificações 04/12/2012 Trabalho realizado no Serviço de Obstetrícia e Ginecologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo – USP – Ribeirão Preto (SP), Brasil. 1 Ambulatório de Estudos em Sexualidade Humana, Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo – USP – Ribeirão Preto (SP), Brasil. 2 Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universiade de São Paulo – USP – Ribeirão Preto (SP), Brasil. Lara LAS, Romão APMS. o torna três a cinco vezes maior no sexo masculino5. Já o núcleo paraventricular anteroventral é maior nas mulheres, sendo menor nos homens devido ao efeito pró-apoptótico do estradiol nessa área5. O mesmo ocorre em ratos; entretanto, essas diferenças são reduzidas quando essas ratas são tratadas com testosterona6. O terceiro núcleo intersticial do hipotálamo anterior (INAH-3), considerado o homólogo do núcleo do dimorfismo sexual da área pré-optica é maior em homens do que nas mulheres7. O volume da subdivisão central do núcleo do leito da estria terminal — uma área essencial para o comportamento sexual — é maior nos homens do que nas mulheres8. A influência dos esteroides sexuais principalmente na organização do cérebro masculino é bastante conhecida. Tanto a testosterona como o estrogênio participam da organização do cérebro no sentido masculino. A primeira “onda” da testosterona ocorre entre a sexta e oitava semanas da gestação proveniente da gônada masculina e será responsável pela diferenciação da genitália. Já no cérebro, a testosterona sofre a conversão em dihidrotestosterona, a qual será responsável por organizar as conexões cerebrais no sentido masculino, promovendo uma grande variedade de comportamentos masculinos que diferenciam os dois sexos9. Entretanto, em sua forma original, a testosterona atua também na área pré-optica (APO), uma região do cérebro responsável pelo comportamento sexual masculino e feminino10. A APO é rica em aromatase e em receptores dos esteroides sexuais, possibilitando assim a conversão da testosterona em estrogênio, sendo este crucial para o processo de masculinização do cérebro masculino11. No cérebro masculino, o estrogênio promove a desfeminização, o que leva à supressão das funções cerebrais femininas no homem, induzindo-o a assumir atitudes e exercer funções tipicamente masculinas. O mecanismo pelo qual o estrogênio participa da masculinização do cérebro é bastante complexo. Sabe-se que o estrogênio induz a síntese de prostaglandina E2 (PGE2) em uma proporção sete vezes maior que o normal na área pré-óptica12 e, ao ligar-se aos seus receptores EP2 e EP4, a PGE2 funciona como um elemento indutor do comportamento sexual masculino13,14. Além desse mecanismo, o estrogênio estimula a expressão da enzima decarboxilase glutâmica ácida no núcleo arqueado da área pré-optica, aumentado a síntese do ácido gama-aminobutírico (GABA)15. O GABA atua nos astrócitos para induzir o processo de formação das ramificações dendríticas16. Em relação à mulher, o homem possui densidade maior de ramificações dentríticas na área pré-optica medial e maior concentração da proteína epinofilina. A associação desses dois elementos é essencial para promover o comportamento masculino típico13. O momento certo da ação estrogênica no mecanismo de masculinização cerebral é ainda desconhecido, mas, em experimentos com ratos, ocorre mais para o final da gestação e nos dez primeiros dias de vida extrauterina5,17. A segunda “onda” de esteroides sexuais ocorre na puberdade e é considerada a fase de “refinamento” da diferenciação sexual, quando ocorre a organização dos circuitos neurais sexuais no cérebro do adolescente em desenvolvimento, facilitando a expressão do comportamento sexual típico do adulto dentro do contexto social específico18. A formação da consciência da mulher de ser um ser feminino (identidade de gênero feminino) é um processo também complexo e pouco conhecido. Entretanto, há indícios de que seja este também um processo ativo secundário aos fenômenos mediadores da feminização. Algumas enzimas, em especial a focal adhesion kinase (FAK) e sua proteína associada paxilina, são responsáveis por regular a adesão celular e interagem na matriz extracelular no sentido de promover o crescimento axonal e dendrítico e de suas ramificações. Essas ramificações dendríticas são pequenas protuberâncias que projetam dos dendritos e são os locais onde se formam as sinapses19. Em experimentos animais, os recém-nascidos femininos têm mais FAK e paxilina no hipotálamo do que os masculinos, e isso está associado com a redução do número de ramificações dendríticas20 dos neurônios na área pré-óptica desses animais. A PG2 também controla a formação das ramificações dendríticas e, quando administrada a fetos femininos resulta em masculinização do cérebro e induz estes ao comportamento masculino12. O núcleo ventromedial (NVM), localizado no hipotálamo médio basal, é a região chave para o controle do comportamento sexual feminino21. A ação dos esteroides sexuais perdura até o período pós-natal imediato (1–3 meses) quando ocorre o aumento nos níveis da testosterona22 no sexo masculino. Na menina, durante o primeiro ano de vida, os níveis da testosterona permanecem os mesmos, enquanto nos meninos a testosterona aumenta e reduz rapidamente, mantendo-se em níveis pré-puberais23. Não se sabe ao certo as implicações desse fenômeno na definição da identidade de gênero. Parece que a concentração de testosterona no sangue e líquido amniótico de mães com crianças masculinas normais tem correlação com a identidade de gênero da criança9. Em experimentos animais, a exposição de ratas grávidas à testosterona resulta em alteração de importantes aspectos do comportamento sexual e social da prole desses animais que passam a apresentar, na vida adulta: comportamento mais agressivo, redução da expressão do comportamento feminino (lordose) nas fêmeas com maior tendência ao comportamento masculino para a cópula (monta)24,25, além de retardo na puberdade. Isso aponta para possível alteração dos conceptos de mulheres grávidas expostas a testosterona, as quais podem oferecer um ambiente intrauterino com níveis elevados desse hormônio, podendo potencialmente afetar os padrões de comportamento sexual de seus filhos na idade adulta26. 46 Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):45-8 A diferenciação do cérebro masculino e feminino A influência hormonal na diferenciação e expressão sexual é importante, mas o processo de socialização do individuo é reconhecidamente fundamental para a construção da sua sexualidade e terá implicações na expressão sexual. Nos primeiros anos de vida a construção da sexualidade está vinculada à influência dos pais, cuidadores, professores, colegas de grupo, os quais instigam a criança a assumir o papel e induzem-na às preferências relacionadas a seu gênero27,28. A criança começa a entender que é homem ou mulher e esse conhecimento motiva-a a imitar o seu sexo29,30. Os pais são cruciais para o encorajamento da expressão típica do modo masculino ou feminino de ser. Entretanto, nas meninas sujeitas a ambiente intrauterino hiperandrogênico, o esforço dos pais em fazer com que elas tenham comportamento feminino, principalmente na escolha dos brinquedos é falha27, o que indica ser o imprinting hormonal um determinante do gênero. Entretanto, em meninas com identificação de gênero assegurada é importante o reforço dos pais ou cuidadores para a socialização da criança dentro do seu gênero, para que ela assuma o papel típico do seu gênero31. Referências 1. McCarthy MM, Arnold AP. Reframing sexual differentiation of the brain. Nat Neurosci. 2011;14(6):677-83. 2. Cohen-Kettenis PT, Gooren LJ. Transsexualism: a review of etiology, diagnosis and treatment. J Psychosom Res. 1999;46(4):315-33. 3. Goodfellow PN, Lovell-Badge R. SRY and sex determination in mammals. Annu Rev Genet. 1993;27:71-92. 4. 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Organizing action of prenatally administered testosterone propionate on the tissues mediating mating behavior in the female guinea pig. Endocrinology. 1959;65(3):369-82. Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):45-8 47 Lara LAS, Romão APMS. 26. Dela Cruz C, Pereira OC. Prenatal testosterone supplementation alters puberty onset, aggressive behavior, and partner preference in adult male rats. J Physiol Sci. 2012;62(2): 123-31. 27.Pasterski VL, Geffner ME, Brain C, Hindmarsh P, Brook C, Hines M. Prenatal hormones and postnatal socialization by parents as determinants of male-typical toy play in girls with congenital adrenal hyperplasia. Child Dev. 2005;76(1): 264-78. 48 Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):45-8 28.Fagot BI. Teachers’ reinforcement of sex-preferred behaviors in dutch preschools. Psychol Rep. 1977;41(3 pt 2):1249-50. 29.Martin CL, Ruble DN, Szkrybalo J. Cognitive theories of early gender development. Psychol Bull. 2002;128(6):903-33. 30. Bussey K, Bandura A. 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MÉTODOS: O presente estudo representa um corte transversal no qual foram incluídas 753 gestantes em acompanhamento pré-natal na rede pública de João Pessoa (PB) no período de março a outubro de 2006 e que tiveram um exame de ultrassonografia (US) de rotina agendado para depois da 26ª semana de idade gestacional. Foram excluídos os casos com diagnóstico de gestação gemelar, óbito fetal intrauterino e malformações fetais maiores. Além de informações sociodemográficas, foram coletados também os valores da AU medida de forma padronizada, os valores do peso fetal estimado, do ILA e a idade gestacional pelo exame de US. A capacidade da curva de AU em predizer os desvios do volume de líquido amniótico foi avaliada tendo uma curva brasileira de ILA em função da idade gestacional como padrão-ouro. Para isso, foram estimados a sensibilidade, especificidade e valores preditivos positivo e negativo para diferentes pontos de corte. RESULTADOS: A medida da AU identificou 10,5% das mulheres como AU baixa e possivelmente associada ao oligoâmnio, e 25,2% como AU alta e possivelmente associada ao polidrâmnio. Utilizando uma curva brasileira de referência para ILA, a AU foi capaz de predizer pobremente a ocorrência de oligoâmnio (sensibilidade variando entre 37 a 28%) e de forma razoável a ocorrência de polidrâmnio (sensibilidade variando entre 88 a 69%). CONCLUSÃO: A medida da altura uterina mostrou um desempenho ruim para predizer oligoâmnio e um desempenho razoável para predizer polidrâmnio. Sua utilização para essa finalidade só se justifica, portanto, em situações nas quais o exame ultrassonográfico não esteja fácil e rotineiramente disponível, a fim de ajudar na priorização dos casos que deveriam ter esse exame realizado. Abstract PURPOSE: To evaluate the performance of a Brazilian reference curve of fundal height (FH) regarding its capacity of screening the deviations of volume of amniotic fluid using a Brazilian reference curve of amniotic fluid index (AFI) as gold standard. METHODS: This was a cross-sectional study evaluating 753 pregnant women receiving prenatal care at the public health services of João Pessoa (PB), from March to October 2006, who had a routine ultrasound exam scheduled for after 26 weeks of gestational age. Cases with diagnoses of twin pregnancy, intrauterine fetal death and major fetal malformations were excluded. Besides socio-demographic information, data regarding fundal height measured in a standard way, estimated fetal weight, AFI and gestational age at the time of the ultrasound exam were also collected. The capacity of the FH curve to predict deviations of the amniotic fluid volume was assessed using the Brazilian curve of AFI according to gestational age as the gold standard. For this purpose, sensitivity, specificity, positive and negative predictive values were estimated for different cut-off points. RESULTS: The measurement of FH identified 10.5% of women as having low FH possibly associated with oligohydramnios and 25.2% as having high FH possibly associated with polyhydramnios. Using a Brazilian reference curve of AFI, the FH was able to poorly predict the occurrence of oligohydramnios (sensitivity ranging from 37 to 28%) and to reasonably predict the occurrence of polyhydramnios (sensitivity ranging from 88 to 69%). CONCLUSIONS: The measurement of fundal height showed a poor performance for predicting oligohydramnios and a reasonable performance for predicting polyhydramnios. Its use for this purpose is then only supported in settings where the ultrasound exam is not easily or routinely available in order to help define priorities for cases that should have this exam performed. Correspondência José Guilherme Cecatti DTG/CAISM, UNICAMP Rua Alexandre Fleming, 101 CEP: 13083-881 Campinas (SP), Brasil Recebido 12/09/2012 Aceito com modificações 12/11/2012 Trabalho realizado no Departamento de Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP – Campinas (SP), Brasil. 1 Escola Técnica em Saúde, Universidade Federal da Paraíba – UFPB – João Pessoa (PB), Brasil. 2 Departamento de Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP – Campinas (SP), Brasil. 3 Departamento Materno-Infantil, Universidade Federal da Paraíba – UFPB – João Pessoa (PB), Brasil. Conflito de interesses: não há. Freire DMC, Cecatti JG, Paiva CSM Introdução Vários estudos têm contribuído para a compreensão da regulação do volume de líquido amniótico (VLA) no decorrer da gestação1. Existem evidências estabelecendo a relação do VLA com o bem-estar fetal e apontando aumento da morbidade e mortalidade perinatal nas gestações com desvios no VLA2,3. O oligoâmnio está associado a malformações do trato urinário fetal, rotura prematura das membranas, gravidez pós-termo, insuficiência útero-placentária, restrição de crescimento fetal e parto por cesariana. O polidrâmnio está associado ao diabetes mellitus, hidropsia fetal, doença hemolítica perinatal e a malformações estruturais do feto, especialmente as obstruções altas do tubo digestivo e defeitos de fechamento do tubo neural4-7. Conceituar desvios do VLA era um desafio antes do advento da ultrassonografia (USG) que, posteriormente, revelou-se um método revolucionário não invasivo de avaliação semiquantitativa do VLA8,9. Vários critérios têm sido propostos, como sua avaliação subjetiva ou a utilização de critérios semiquantitativos, tal como as medidas vertical, bidimensional (diâmetro vertical+diâmetro horizontal) do maior bolsão de LA e o índice de líquido amniótico (ILA) obtido pela técnica dos quatro quadrantes9. O ILA é o método mais utilizado atualmente por apresentar pequena variabilidade interobservador10, embora existam controvérsias sobre sua capacidade em predizer o VLA11. Moore e Cayle12 definiram oligoâmnio quando o ILA estava abaixo do percentil 5, e polidrâmnio quando acima do percentil 95. Rutherford et al.13 propuseram um ILA de 5 cm como limiar semiquantitativo para classificar oligoâmnio. Já para Jeng et al.14, o melhor ponto de corte foi 8 cm, pois verificaram que gestações com ILA abaixo desse valor apresentaram maior incidência de líquido amniótico meconial, de cesariana por sofrimento fetal agudo, de cardiotocografia anormal e de escore de Apgar menor que 7 no primeiro minuto. Além da indefinição sobre os pontos de corte, um aspecto importante a se considerar é qual o padrão de referência a ser adotado. Embora existam algumas curvas de normalidade do ILA construídas com populações brasileiras15,16, ainda são utilizadas para gestantes brasileiras curvas de ILA referentes a países desenvolvidos ou a populações com características étnicas e sociais distintas3. Por outro lado, no contexto da assistência pré-natal, é importante considerar quais critérios clínicos indicam a necessidade de avaliação do VLA, já que o ILA parece ser um valioso marcador ultrassonográfico de diversos processos patológicos fetais ou maternos. A medida seriada da altura uterina (AU) no decorrer da gestação representa o principal recurso clínico para avaliar o crescimento fetal, 50 Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):49-54 como também para identificar outras complicações na gravidez, como gemelidade, mola hidatiforme, macrossomia fetal, polidrâmnio e oligoâmnio. As medidas da AU também podem ser usadas para identificação de erros na estimativa da idade da gestação (IG) baseada na data da última menstruação (DUM). Trata-se de um recurso clínico útil e com baixo custo, porém não adequadamente valorizado na rotina de pré-natal. Sabe-se que a medida da AU é resultante da interação de múltiplas variáveis, sendo fortemente correlacionada ao peso fetal e ao volume do líquido amniótico, e que também é frequente a associação entre desvio do crescimento e alteração do VLA. Além disso, muitos casos de restrição do crescimento fetal (RCF) cursam com oligoâmnio, e muitos casos de macrossomia fetal com polidrâmnio. Assim, a utilização durante a assistência pré-natal de curvas de altura uterina em função da idade gestacional para rastrear desvios de crescimento fetal poderia contribuir, também, para rastrear desvios do volume de líquido amniótico. E ainda, por ser procedimento simples, não invasivo e de baixo custo, a medida da AU pode assumir maior importância em países em desenvolvimento, onde recursos tecnológicos mais sofisticados para avaliar a saúde fetal podem não estar disponíveis de rotina ou mesmo estar ausentes. No Brasil, a curva de normalidade de crescimento da altura uterina para a idade gestacional padronizada pelo Ministério da Saúde é uma curva de origem uruguaia, sendo considerados limites de normalidade para o crescimento uterino, respectivamente, o percentil 10 para o limite inferior e o percentil 90, para o limite superior17. São poucos os estudos que relacionam uma curva de crescimento do útero com a idade gestacional no país18,19. Na atenção à gravidez de alto risco a USG já é rotineiramente indicada, porém na atenção à gravidez de baixo risco os critérios clínicos para indicar a realização de USG ainda não estão claramente definidos, ou não foram suficientemente avaliados quanto ao seu desempenho em rastrear os desvios do VLA, ou ainda não estão disponíveis na prática para uma parcela importante das mulheres que engravidam e buscam atenção pré-natal em unidades básicas de saúde. Empiricamente, a medida da AU tem sido referida como um parâmetro para identificar gestantes com suspeita de polidrâmnio ou oligoâmnio; porém, não se encontram referências ao desempenho de curvas de AU de populações brasileiras quanto à capacidade de rastrear desvios do VLA. Por esse motivo, o objetivo deste estudo foi o de avaliar o desempenho de uma curva brasileira de altura uterina quanto à capacidade de rastrear desvios do volume de líquido amniótico (oligoâmnio ou polidrâmnio) utilizando uma curva brasileira de ILA como padrão-ouro. A altura uterina é capaz de diagnosticar os desvios do volume de líquido amniótico? Métodos Esta é uma análise secundária do estudo originalmente realizado para validar a curva de referência de altura uterina por idade gestacional de Freire et al.18 em sua capacidade de predizer os desvios do crescimento fetal, e detalhes adicionais sobre o método empregado podem ser encontrados na publicação original20. Os dados referentes a 753 gestantes que foram acompanhadas durante o pré-natal em um hospital universitário e em uma maternidade pública da cidade de João Pessoa (PB) foram incluídos na presente análise. As gestantes foram originalmente incluídas no estudo pelo Setor de Ultrassonografia de cada uma das instituições participantes, quando tinham agendado um exame de rotina a partir da 26ª semana de gestação, no período de março a outubro de 2006. O cálculo do tamanho amostral para o estudo original foi realizado com base a uma estimativa de prevalência de restrição de crescimento fetal para essa população de 12%, resultando em indicação para inclusão de 750 mulheres. Como a prevalência estimada de alterações do VLA é aproximadamente a mesma, esse número foi considerado suficiente para a presente análise de validação da curva em sua capacidade de predizer os desvios do VLA, utilizando como padrão-ouro a curva de valores de referência do ILA para a idade gestacional de Machado et al.15. Foram incluídas no estudo as mulheres que tinham uma IG de 26 semanas ou mais (calculada pela data da última menstruação conhecida ou confirmada por um exame de ultrassonografia (US) realizado na primeira metade da gestação), independentemente de sua condição de risco. Foram excluídas as que apresentavam gestação gemelar, óbito fetal ou malformações fetais. Para cada mulher foram coletadas informações sobre as seguintes variáveis: idade, índice de massa corporal (IMC, classificado conforme os valores de referência por idade gestacional de Atalah recomendados pelo Ministério da Saúde17), cor da pele, paridade, número de cesáreas anteriores, hábito de fumar. Foram também coletadas outras variáveis principais de interesse sobre medida da AU (de forma padronizada conforme recomendação20), peso fetal estimado pelo US e índice de líquido amniótico (ILA) medido pela técnica dos quatro quadrantes9 e classificado posteriormente em oligoâmnio (abaixo do percentil 10), normoâmnio (entre percentil 10 e 90) e polidrâmnio (acima do percentil 90), utilizando a curva brasileira de valores de referência de ILA por idade gestacional de Machado et al.15 como padrão-ouro. As medidas de AU foram realizadas nas gestantes frequentando as consultas de pré-natal e o US, rotineiramente solicitado. Os dados foram originalmente inseridos em uma ficha padrão pelo examinador. Os exames de ultrassom foram realizados com os equipamentos GE Voluson 730 PRO e GE Logic 500, ambos utilizando transdutores convexos multifrequenciais (2,5–5,0 MHz), por examinadores treinados e experientes. O estudo foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa de ambas as instituições onde as mulheres foram selecionadas. A participação das mulheres era voluntária e sua inclusão no trabalho só ocorria após terem sido apresentadas ao estudo, terem suas dúvidas respondidas pelo pesquisador e o correspondente termo de consentimento livre e esclarecido devidamente lido e assinado. Para a abordagem analítica, inicialmente são descritas as distribuições percentuais das mulheres participantes entre as categorias das variáveis sociodemográficas e de antecedentes obstétricos. Os valores do ILA para cada mulher do estudo foram plotados no gráfico da curva de valores de referência de ILA em função da IG15, utilizando os três possíveis pontos de corte para a determinação tanto do volume de líquido amniótico diminuído — oligoâmnio (ILA abaixo dos percentis 2,5 ou 5 ou 10), quanto do volume de líquido amniótico aumentado — polidrâmnio (ILA acima dos percentis 97,5 ou 95 ou 90). Em seguida, os valores de AU considerados diminuídos (abaixo do percentil 10) ou aumentados (acima do percentil 90) pela curva de valores de referência de altura uterina por IG de Freire et al.18 foram validados como capazes de predizer o diagnóstico de oligoâmnio e polidrâmnio (por três diferentes pontos de corte), segundo a curva brasileira de ILA em função da IG de Machado et al.15 Para isso foi avaliado o desempenho da AU calculando-se a sensibilidade, especificidade e valores preditivos positivo e negativo para cada ponto de corte. Para esses procedimentos foi utilizado o software SPSS. Resultados Foram incluídas no estudo 753 mulheres com idade variando de 14 a 45 anos, com média de 26,5 anos. O fenótipo racial predominante foi a cor branca (46,6%), o índice de massa corporal das mulheres estudadas variou entre 17,8 a 45,5 kg/m2, com média 27 de kg/m2 e proporção elevada de quase 30% de sobrepeso e obesidade. Quanto ao hábito de fumar, a maioria não era tabagista (97,6%). A Tabela 1 mostra que, com relação às características obstétricas, metade das gestantes eram nulíparas e 19,2% tinham antecedentes de cesárea. A IG variou de 29 a 41 semanas e a grande maioria (80,1%) foi incluída com mais de 32 semanas. Pela medida da altura uterina foram diagnosticados 79 casos abaixo do percentil 10, o que corresponde a 10,5% do total de casos com AU diminuída, 484 entre o percentil 10 e 90 (64,3%) e 190 casos acima do percentil 90 (25,2%), com AU elevada. A Figura 1 apresenta a dispersão das medidas do ILA por IG pelos pontos de corte (percentis 2,5 e 97,5; 5 e 95; 10 e 90) Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):49-54 51 Freire DMC, Cecatti JG, Paiva CSM da curva de ILA por idade gestacional. Dos 753 casos, 116 (15,4%) foram classificados abaixo do percentil 10, o que corresponde a oligoâmnio; 575 (76,4%) entre o percentil 10 e 90, e 62 (8,2%) acima do percentil 90, o que corresponde a polidrâmnio. Tabela 1. Distribuição percentual das gestantes segundo algumas características demográficas e obstétricas Características n % 14–19 105 13,9 20–29 405 53,8 ≥30 243 32,3 Branca 351 46,6 Parda 341 45,3 Negra 61 8,1 Baixo peso 142 18,9 Adequado 390 51,8 Sobrepeso 162 21,5 Obesidade 59 7,8 Idade (anos) Fenótipo racial predominante Índice de massa corporal (IMC) Tabela 2. Sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivo e negativo da medida da altura uterina para detecção de oligoâmnio, considerando diferentes pontos de corte da curva de normalidade do índice de líquido aminiótico de Machado et al.15 como padrão-ouro (n=753) Fumo Altura uterina (Curva de Freire et al.)18 Índice de líquido amniótico (Curva de Machado et al.)15 Sim 18 2,4 Não 735 97,6 ≤P2,5 >P2,5 ≤P5 >P5 ≤P10 0 380 50,5 ≤P10 12 67 24 55 33 46 1–2 348 46,2 >P10 20 654 45 629 83 591 ≥3 25 3,3 Total 32 721 69 684 116 637 Percentis Paridade Antecedente de cesárea Sim 145 19,3 Não 608 80,7 26–36 432 57,4 ≥37 321 Total 753 Percentil 2,5 Percentil 5 Percentil 10 Sensibilidade 37,5 34,8 28,5 Especificidade 90,7 92,0 92,8 42,6 Valor preditivo positivo 15,2 30,4 41,8 100,0 Valor preditivo negativo 97,0 93,3 87,7 Tabela 3. Sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivo e negativo da medida da altura uterina para detecção de polidrâmnio, considerando diferentes pontos de corte da curva de normalidade do índice de líquido amniótico de Machado et al.15 como padrão ouro (n=753) 450 ILA (mm) 400 350 Altura uterina (Curva de Freire et al., 2006)18 300 250 P97,5 P95 P90 200 150 100 50 0 Percentis 26 28 30 32 34 36 38 40 42 IG (sem) Figura 1. Distribuição das 753 medidas do índice de líquido amniótico pelos pontos de corte (percentis 2,5; 5; 10; 90; 95 e 97,5) da curva de Machado et al.15. Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):49-54 Índice de líquido amniótico (Curva de Machado et al., 2007)15 ≥P95 <P95 ≥P90 <P90 ≥P90 31 159 35 155 43 147 <P90 4 559 11 552 19 544 Total 35 718 ≥P97,5 <P97,5 46 707 62 691 Desempenho (%) P10 P5 P2,5 24 >P10 Desempenho (%) Idade gestacional 52 O desempenho da curva de altura uterina para o diagnóstico de oligoâmnio tendo a curva de índice de líquido amniótico como padrão-ouro está sumarizado na Tabela 2, e para diagnóstico de polidrâmnio na Tabela 3. Quando se compara o desempenho da curva de altura uterina para o diagnóstico de oligoâmnio nos três pontos de corte da curva de ILA (percentis 2,5, 5 e 10, respectivamente) observa-se que a sensibilidade foi baixa nos três pontos de corte, porém diminuiu de 37,5 para 34,8 e 28,5% em função dos pontos de corte, nessa ordem. Por outro lado, a especificidade foi alta nos três pontos de corte, tendo apresentado um pequeno aumento em função dos pontos de corte. Já para o diagnóstico de polidrâmnio, a sensibilidade foi melhor para os três pontos de corte (percentis 97,5, 95 e 90, respectivamente), diminuindo também em função dos pontos de corte de 88,6 para 76,1 e 69,4%, enquanto a especificidade praticamente não variou, ficando em torno de 78%. Percentil 97,5 Percentil 95 Percentil 90 Sensibilidade 88,6 76,1 69,4 Especificidade 77,9 78,1 78,7 Valor preditivo positivo 16,3 18,4 22,6 Valor preditivo negativo 98,2 98,1 96,6 A altura uterina é capaz de diagnosticar os desvios do volume de líquido amniótico? Discussão Este estudo teve como objetivo avaliar o desempenho da medida da altura uterina no rastreamento de desvios do volume de líquido amniótico em uma população heterogênea de gestantes, dentro de condições de aplicação prática similares à realidade dos serviços públicos de saúde no Brasil. Como a amostra do estudo foi selecionada de acordo com a livre demanda de dois serviços públicos, as características demográficas e obstétricas das gestantes se assemelham às de outros estudos na população brasileira para obtenção de curvas de AU e de ILA. Chama a atenção o fato de que quase um terço da amostra tenha sido classificada como portadora de sobrepeso ou obesidade pelo índice de massa corporal, especialmente em uma população de baixa renda no nordeste do Brasil. Isso pode influenciar a medida da AU e, consequentemente, alterar a avaliação do VLA. Essa característica amostral pode estar relacionada à distribuição do IMC na população, pois se verificou uma associação significativa entre IMC e medida da AU. Entre as gestantes classificadas como acima do P90 na curva de AU, a proporção classificada pelo IMC pelos critérios recomendados pelo Ministério da Saúde17 como sobrepeso ou obesidade (46,3%) foi significativamente maior que entre as abaixo do P90 na curva de AU (23,1%) (χ2=36; p<0,0001; dados não apresentados em tabela). É importante ressaltar que este estudo utilizou como padrão-ouro a curva de ILA por IG construída com um grupo de mulheres brasileiras15, para avaliar a capacidade diagnóstica de oligoâmnio e polidrâmnio pela AU. A opção deste estudo por não utilizar a curva de Moore e Cayle12 como padrão-ouro — o que frequentemente acontece com os estudos que utilizam curvas de ILA — deveu-se ao fato de que uma curva de ILA, construída com dados de uma amostra da população brasileira, provavelmente seria mais adequada para populações de países em desenvolvimento, e que essa hipótese deveria ser averiguada. Este estudo também parece ser o primeiro que teve como objetivo correlacionar a medida da AU com os desvios do VLA. Em uma revisão feita em várias bases bibliográficas sobre o tema, abrangendo os últimos 20 anos, não foram encontradas referências de estudos assim realizados. Por outro lado, são inúmeras as referências ao uso da medida da AU como método clínico para detectar fetos pequenos ou grandes para a idade gestacional. Há uma ampla variação no desempenho da medida da AU como método de rastreamento dos desvios de crescimento fetal. A sensibilidade para detectar fetos PIG tem variado de 26,4 a 86%. Vários estudos têm mostrado discrepância entre as curvas de AU quando aplicadas a outras populações diferentes das que foram parâmetros para sua construção. Como não foram identificados estudos semelhantes a este, não foi possível comparar os resultados. Mesmo assim, supõe-se que a variação do desempenho diagnóstico entre as curvas de crescimento de AU seja influenciada não apenas por características sociodemográficas, mas também por fatores de ordem metodológica entre os estudos, pela padronização da técnica de medida da AU utilizada, população estudada (gestantes de alto ou de baixo risco), e principalmente pelos critérios ultrassonográficos de definição de oligoâmnio e polidrâmnio pelo ILA. Nessa mesma casuística, Freire et al.20 encontraram uma sensibilidade de 51,6% da curva de AU em detectar PIG pelo peso fetal estimado por ultrassonografia (PFE) e sensibilidade de 85,7% para detectar PIG pelo peso neonatal, bem superior à sensibilidade da curva adotado pelo Ministério da Saúde (12,5 e 42,9%). Concluíram que esses resultados já são suficientes para recomendar seu uso na prática clínica do rastreamento pré-natal de desvios de crescimento fetal. Neste estudo, o desempenho da curva de AU para o diagnóstico de oligoâmnio tendo a curva de ILA como padrão-ouro ficou muito abaixo do esperado para um bom método de rastreamento. Quando se compara o desempenho da curva de AU nos três pontos de corte da curva de ILA, observa-se que a sensibilidade diminuiu em função do aumento dos pontos de corte. Por outro lado, a especificidade foi alta nos três pontos de corte, tendo apresentado um pequeno aumento em função dos pontos de corte. Já para o diagnóstico de polidrâmnio, a sensibilidade foi melhor para os três pontos de corte, diminuindo também em função do aumento dos pontos de corte, enquanto a especificidade praticamente não variou. Neste estudo optou-se por calcular o desempenho diagnóstico em três pontos de corte devido à falta de consenso na literatura sobre os percentis limiares da curva de normalidade do ILA3,10, embora se perceba uma tendência em se utilizar os percentis 2,5 e 97,5 ou percentis 5 e 9512,16. Mesmo considerando que uma sensibilidade de 37,5% para detectar oligoâmnio e de 88,6% para detectar polidrâmnio está aquém do desejado para um bom método de rastreamento, é válido supor, então, que a curva de AU de Freire et al.18 provavelmente também apresenta melhor desempenho para essa finalidade do que a curva recomendada pelo Ministério da Saúde. É importante ressaltar que o objetivo deste estudo foi validar a curva de AU para rastreamento dos desvios do VLA no contexto da prática clínica, especialmente visando a sua utilização na assistência pré-natal em nível de atenção básica. Como não são ainda bem definidos os critérios clínicos que indicam a necessidade de avaliação do VLA em gestantes de baixo risco, e que o ILA parece ser um valioso marcador ultrassonográfico de diversos processos patológicos fetais ou maternos21, a medida da AU se apresenta como um critério clínico objetivo, facilmente mensurável e factível em todos os níveis de assistência pré-natal. Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):49-54 53 Freire DMC, Cecatti JG, Paiva CSM Esses dados apontam a necessidade da valorização de métodos de rastreamento viáveis e adequados à realidade brasileira no contexto da assistência à saúde materno-infantil. Assim, a utilização durante a assistência pré-natal de curvas de altura uterina em função da idade gestacional para rastrear também desvios do volume de líquido amniótico, além de rastrear desvios do crescimento fetal, pode contribuir ainda para reduzir a morbidade e mortalidade fetal. É evidente que a comprovação de qualquer suspeita só poderá ter uma avaliação mais detalhada com um exame de ultrassonografia, mas a medida da altura uterina pode ser uma ferramenta de ajuda no estabelecimento de prioridades sobre quem e quando deve ter o exame de imagem realizado. Referências 1. Beall MH, van den Wijngaard JP, van Gemert MJ, Ross MG. Regulation of amniotic fluid volume. 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Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):49-54 Roseli Mieko Yamamoto Nomura1 Marina Vilela Chagas Ferreira2 Ibrahim Omar Abdel Latif2 Rossana Pulcineli Vieira Francisco1 Marcelo Zugaib3 Concordância entre a percepção materna dos movimentos fetais e a visualização pela ultrassonografia Agreement between maternal perception of fetal movements and visualization by ultrasound Artigo Original Resumo Palavras-chave Movimento fetal Gravidez Feto Ultrassonografia pré-natal Keywords Fetal movements Pregnancy Fetus Ultrasonography, prenatal OBJETIVO: Verificar, em gestantes de baixo risco, a concordância entre a percepção materna dos movimentos fetais e os movimentos constatados simultaneamente pela ultrassonografia. MÉTODOS: Foram avaliadas 20 gestantes com os seguintes critérios de inclusão: feto único e vivo; idade materna entre 18 e 35 anos; idade gestacional entre 36 e 40 semanas completas; morfologia fetal normal ao exame ultrassonográfico; ausência de morbidades clínicas ou obstétricas. A gestante foi avaliada por dez minutos, período em que foi monitorada com aparelho de cardiotocografia para registro dos movimentos fetais acionados com o marcador de eventos, com a velocidade do papel ajustada para 3 cm/min. Simultaneamente foi realizada observação dos movimentos fetais pela ultrassonografia. RESULTADOS: A análise de concordância interobservador pela análise de kappa obteve o índice de 0,62, caracterizando boa concordância (IC95% 0,45–0,79). O coeficiente de correlação intraclasse foi de 0,82 (IC95% 0,61–0,92). A análise pelo gráfico de Bland & Altman indicou boa concordância. A análise pela regressão linear demonstrou correlação significativa entre a percepção materna (x) e a observação pela ultrassonografia (y) (r2=0,71; p<0,001; equação: y= 5,31+0,66x). CONCLUSÕES: A concordância da percepção materna e ultrassonográfica dos movimentos fetais é boa, o que permite o uso da contagem de movimentos fetais na avaliação da vitalidade fetal. Abstract PURPOSE: To determine the agreement between maternal perception of fetal movements and the movements recorded simultaneously by ultrasound in low-risk pregnancies. METHODS: Twenty pregnant women were evaluated with the following inclusion criteria: single pregnancy, alive fetus, maternal age between 18 and 35 years; between 36 and 40 weeks gestation; normal fetal morphology at ultrasound, and absence of maternal comorbidities. The pregnant women were evaluated for 10 minutes, during which cardiotocography was used to record fetal movements triggered with the event marker, with the paper speed set at 3 cm/min. At the same time, fetal movements were observed by ultrasonography. RESULTS: The kappa index for interobserver agreement analysis was 0.62, showing good agreement (95%CI 0.45–0.79). The intraclass correlation coefficient was 0.82 (95%CI 0.61–0.92). Analysis by the Bland & Altman graph indicated good agreement. A linear regression analysis showed a significant correlation between maternal perception (x) and ultrasound (y) observation (r2=0.71, p<0.001; equation: y=5.31+0.66x). CONCLUSIONS: The agreement between ultrasound and maternal perception of fetal movement is good, allowing the use of fetal movement counting in the assessment of fetal wellbeing. Correspondência Roseli Mieko Yamamoto Nomura Departamento de Obstetrícia e Ginecologia, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Avenida Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 255, 10º andar, sala 10037 CEP: 05403-000 São Paulo (SP), Brasil Recebido 23/10/2012 Aceito com modificações 26/11/2012 Trabalho realizado na disciplina de Obstetrícia, Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo – USP – São Paulo (SP), Brasil. 1 Disciplina de Obstetrícia, Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo – USP – São Paulo (SP), Brasil. 2 Graduação em Medicina da Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo – USP – São Paulo (SP) – Brasil. 3 Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo – USP – São Paulo (SP), Brasil. Nomura RMY, Ferreira MVC, Latif IOA, Francisco RPV, Zugaib M Introdução Os movimentos fetais (MF) são de grande importância para a vigilância do bem-estar fetal1e constituem um dos métodos mais antigos utilizado na sinalização da condição fetal no período anteparto2. A redução da movimentação fetal associa-se a maior risco de prematuridade, baixo peso do recém-nascido, ou mesmo de morte fetal no período anteparto3-5. Portanto, a queixa de diminuição da movimentação fetal é um dos primeiros sinais clínicos de comprometimento da vitalidade do produto conceptual. A percepção materna dos MF inicia-se por volta da 16ª–20ª semana, mas a frequência de MF não é constante durante toda a gravidez. A gestante pode mensurar regularmente os MF, o que seria uma importante ferramenta para avaliar a vitalidade fetal e detectar precocemente qualquer problema que necessite de intervenção. Kuwata et al.6 relatam estudo sobre o intervalo de tempo que 705 pacientes levam para contabilizar 10 MF (método “count to 10 modificado”), e verificam que isso ocorre em 10 a 15 minutos. Muitos estudos abordam a redução da mortalidade fetal quando são aplicados programas que orientam as gestantes sobre a importância da vigilância dos MF7. Entretanto, há controvérsias na literatura acerca de sua aplicabilidade. Os estudos são conflitantes e alguns não demonstram benefícios quando são aplicados protocolos de contagem de MF8. Frøen et al.9 ressaltam que apesar de a percepção de MF estar associada com melhores resultados perinatais, a busca de um “limite de alarme”, para definir diminuição dos MF, tem sido até agora mal-sucedida. Durante a contagem de movimentos fetais pode ocorrer grande número de falsos-positivos ou falsos-negativos10,11. Nesse sentido, o conhecimento da confidencialidade da percepção materna dos MF torna-se relevante. O presente estudo, realizado em gestantes de baixo risco, sem morbidade, teve como objetivo verificar a concordância entre a percepção materna dos MF e o movimento constatado simultaneamente pela ultrassonografia. Métodos Este trabalho foi realizado em hospital universitário e a população incluída foi selecionada entre gestantes de baixo risco, acompanhadas no Ambulatório da Liga de Pré-natal da Clínica Obstétrica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, no período compreendido entre abril de 2011 e agosto de 2012. Foram convidadas 20 gestantes e todas consentiram em participar da pesquisa. O estudo foi do tipo prospectivo e transversal. O projeto de pesquisa e o 56 Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):55-9 termo de consentimento livre e esclarecido foram aprovados pela Comissão de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – CAPPesq, sob o número 193/11. Foram utilizados os seguintes critérios de inclusão: idade materna entre 18 e 35 anos, gestação única, feto vivo, com idade gestacional entre 36 e 40 semanas completas, ausência de intercorrências clínicas ou obstétricas, ultrassonografia morfológica fetal normal e concordância formal da paciente em participar do estudo. Foi utilizado como critério de exclusão o diagnóstico pós-natal de anomalia fetal. Todas as pacientes incluídas foram submetidas à avaliação sob as mesmas condições. Foram avaliadas na sala de exames de vitalidade fetal, no horário entre 12h00 e 15h00, em posição semissentada e após consulta de rotina no pré-natal. A idade gestacional foi calculada a partir da data da última menstruação (DUM), quando compatível com a idade gestacional estimada pela ultrassonografia realizada, no máximo, até a vigésima semana de gestação. Nos casos em que não foi observada tal concordância, a idade gestacional foi calculada pelos dados da primeira ultrassonografia (USG). A percepção materna dos MF foi avaliada utilizando-se o aparelho de cardiotocografia (marca Philips HP50A). Os transdutores de detecção dos batimentos cardíacos fetais e das contrações uterinas não foram utilizados. Foi empregado apenas o marcador de eventos, que, quando acionado, registra no papel cardiotocográfico uma marca específica. Esse dispositivo foi utilizado para que a gestante pudesse indicar objetivamente o MF percebido, sem que o operador do aparelho de USG tivesse conhecimento. A velocidade do papel de registro da cardiotocografia foi ajustada para 3 cm/min. A observação ultrassonográfica dos MF foi realizada com aparelho da marca Toshiba (modelo Corevision), com transdutor de 3,5 MHz, posicionado na parede abdominal materna de forma a incluir o tronco fetal e pelo menos um dos membros. Durante o período de 10 minutos foi solicitado que a gestante registrasse os MF percebidos, e, simultaneamente, foi realizada a observação pela USG. O horário do início do período de observação foi marcado no papel da cardiotocografia e pelo registro do horário em uma primeira fotografia impressa de USG. A cada MF percebido, a gestante foi instruída a acionar o botão “marcador de eventos”. Posteriormente, essas marcações foram confrontadas com a observação ultrassonográfica dos MF, que foram registrados pelo operador do equipamento de ultrassom na forma de fotografias impressas. Todos os exames foram realizados exclusivamente por uma pesquisadora (M.V.C.F.), sob supervisão de R.M.Y.N. Foram comparados os movimentos observados pela gestante e os detectados pelo operador do aparelho de Concordância entre a percepção materna dos movimentos fetais e a visualização pela ultrassonografia ultrassonografia, cotejando o horário em que ocorreram. Comparou-se o número total de MF indicados pela gestante com os observados com a USG, bem como a concordância da observação dos MF (foram considerados concordantes movimentos indicados com diferença de até 20 segundos). Foram analisados os exames de 20 gestantes. Na Tabela 1 estão apresentadas as informações referentes à caracterização dessas pacientes. Os resultados foram analisados utilizando-se o programa Medcalc versão 11.5.1.0 (Medcalc Software, Bélgica). As variáveis foram analisadas descritivamente, calculando-se frequências absolutas e relativas. A concordância da percepção materna e ultrassonográfica de MF foi avaliada pela análise de concordância interobservador kappa de Cohen, que mede o grau de concordância além do que seria esperado tão somente pelo acaso, e varia entre 0 e 1. Os valores próximos a 0 significam que a medida é atribuível apenas ao acaso, e valores próximos a 1 sugerem maior confiabilidade. A interpretação do grau de concordância da estatística kappa foi feita da seguinte maneira: nenhuma concordância, abaixo de zero; pobre, de 0 a 0,20; fraca, 0,21 a 0,40; satisfatória, de 0,41 a 0,60; boa, de 0,61 a 0,80; muito boa, de 0,81 a 0,92, e excelente, de 0,93 a 1,0012. Foi utilizado também como método de comparação o gráfico de Bland & Altman, usado para mensuração de variáveis clínicas e que permite a avaliação do padrão de concordância ou discordância entre medidas repetidas12. O nível de significância utilizado para os testes foi de p<0,05. Resultados detectados simultaneamente. A análise de concordância interobservador pela análise de kappa obteve o índice de 0,62, caracterizando boa concordância, com desvio padrão de 0,08 e IC95% 0,45–0,79. O coeficiente de correlação intraclasse entre a percepção de movimentos fetais da gestante e a percepção ultrassonográfica foi de 0,82 (IC95% 0,61–0,92). O resultado da análise pelo método de Bland & Altman está apresentado na Figura 1. No eixo das abscissas (x) encontra-se a média dos MF percebidos pela gestante e pela USG, e no eixo das ordenadas (y) exibe-se a diferença entre os movimentos percebidos pela USG e pela gestante. A disposição dos pontos nos valores próximos a zero (0) indica uma boa concordância entre as percepções materna e ultrassonográfica dos MF, sem subestimação ou superestimação de nenhuma delas. A análise de concordância pela regressão demonstrou correlação significativa entre a percepção materna e a observação pela USG. A Figura 2 demonstra a regressão linear do número de movimentos fetais detectados pela percepção materna (x) e pela USG (y), em período de 10 minutos de observação (r2=0,71; p<0,001; equação: y=5,31+0,66x). Tabela 2. Percepção materna e ultrassonográfica dos movimentos fetais em período de 10 minutos de observação (n=20) Características Média DP MF percebidos pela mãe 11,9 11,2 MF verificados na USG 13,2 8,3 MF detectados simultaneamente (mãe e USG) Mediana Min-máx 9 0–38 8,8 9,5 1–32 7,0 6,5 1–25 MF: movimentos fetais; USG: ultrassonografia; DP: desvio padrão; min: mínimo; máx: máximo. Os resultados do número de MF percebidos pela gestante e os observados na USG estão apresentados na Tabela 2. Nota-se que nem todos os movimentos são 20 Parâmetro Resultado Idade materna, anos, média (DP) 27,4 (4,7) Cor, n (%) Branca Não branca 15 (75,0) 5 (25,0) Paridade, n (%) Nulípara ≥1 4 (20,0) 16 (80,0) Ensino Médio Ensino Superior Idade gestacional no exame, semanas, mediana (min–máx) +1,96 DP 13,1 10 5 0 1,3 -5 -1,96 DP -10,6 -10 -15 0 Escolaridade, n (%) Ensino Fundamental 15 Diferença entre USG e Gestante Tabela 1. Características epidemiológicas e obstétricas das gestações em que foi realizada análise da percepção materna dos movimentos fetais em período de 10 minutos (n=20) 8 (40,0) 10 (50,0) 2 (10,0) 37 3/7 (36–38 5/7) 10 20 30 40 Média entre USG e Gestante Figura 1. Gráfico de Bland & Altman para a percepção materna e ultrassonográfica dos movimentos fetais (n=20). Na abscissa (x) tem-se a média e na ordenada (y) a diferença entre a percepção dos movimentos fetais pela ultrassonografia e pela gestante Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):55-9 57 Nomura RMY, Ferreira MVC, Latif IOA, Francisco RPV, Zugaib M 35 35 30 30 USG USG 25 25 20 20 15 15 10 10 55 00 00 10 10 20 20 Gestante GESTANTE 30 30 40 40 Figura 2. Gráfico de regressão linear do número de movimentos fetais detectados pela percepção materna (x) e pela ultrassonografia (y), em período de 10 minutos de observação (r2=0,71; p<0,001; equação: y=5,31+0,66x) Discussão Com os resultados obtidos, o presente estudo sugere que é boa a concordância da percepção materna e ultrassonográfica dos movimentos fetais. Isso dá suporte para o uso do método de contagem materna dos movimentos fetais também em gestantes de baixo risco para avaliação contínua de bem-estar fetal em ambiente domiciliar. A confiabilidade da informação materna é aspecto relevante no cuidado pré-natal e a percepção materna dos movimentos fetais tem sido reconhecida como importante componente da assistência à saúde materno-fetal13. Grande parte dos estudos envolvendo os MF e vitalidade fetal foi efetuada nas décadas de 1970 e 1980, época em que a contagem pela gestante foi muito estudada por ser técnica simples, de baixo custo e com grande aplicabilidade. Em revisão da literatura, foram analisados 24 estudos sobre a contagem de MF e verificou-se que a maioria deles foi realizada até a década de 198014. A partir dessa época, com o desenvolvimento de novas tecnologias para avaliação fetal, tais como a cardiotocografia e perfil biofísico fetal, houve redução do interesse pelo tema. Em estudo randomizado publicado em 19898, foram avaliados 68.654 grávidas e não se demonstrou diferença significativa na prevenção de mortes fetais tardias, potencialmente evitáveis, entre gestantes instruídas a realizar contagem rotineira dos MF em relação ao Grupo Controle. No entanto, nota-se que a média do tempo relatado para contagem de 10 MF foi de 162 minutos, o que difere do tempo relatado em estudo mais recente (10 a 15 minutos)6. Além disso, o protocolo adotado para as mulheres com MF reduzidos não foi bem padronizado, havendo certa 58 Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):55-9 intersecção entre os grupos controle e experimental e não houve coleta de dados de morbidade perinatal. Desde a década de 1970, autores relacionam a parada de movimentos fetais ou período de 12 horas com contagem abaixo de 10 MF com maior incidência de óbito perinatal1,3. Além da mortalidade, a morbidade dos fetos com contagem de MF diminuídos também é maior, com presença de anormalidades na cardiotocografia, oligoâmnio, menores índices de Apgar e presença de mecônio no líquido amniótico15,16. Nos últimos anos esse tema voltou a ser avaliado pela comunidade científica, estando estabelecido atualmente que a contagem de MF pode ser proposta como método de avaliação do bem-estar fetal. Autores concordam que as gestantes devem ser orientadas a respeito da contagem diária de MF2,5,17, para melhor identificação de fetos com crescimento restrito e menor incidência de neonatos com baixo escore de Apgar5. Entretanto, em revisão de literatura, não são encontrados estudos suficientes abordando a diminuição de movimentos fetais percebida pela gestante e suas consequências clínicas18. Apesar de os métodos frequentemente utilizados para a avaliação da vitalidade fetal — cardiotocografia e perfil biofísico fetal — serem mais objetivos e precisos, necessitam de equipamentos de alta tecnologia para sua execução. Considerando-se a simplicidade e o baixo custo da contagem de MF, bem como pelo fato de prescindir de alta tecnologia e por ser acessível a qualquer mulher, sua implementação seria de grande interesse para o desenvolvimento de ações de saúde na área de atenção primária. A Society of Obstetrics and Gynaecologists of Canada19 recomenda, para gestações de alto risco, a monitorização diária dos movimentos fetais, a partir da 26ª semana. Para as gestantes saudáveis sem fatores de risco, a recomendação é de que sejam alertadas sobre a importância da movimentação fetal no terceiro trimestre e orientadas a realizar a contagem dos MF caso percebam redução. No Brasil, o Ministério da Saúde20 sugere método de contagem de MF para gestantes acompanhadas na Atenção Primária, em que, após a 34ª semana gestacional, seis MF devem ser percebidos até uma hora de observação, com repetição da contagem na hora seguinte, se necessário. Por ser de fácil aplicação, trata-se de orientação interessante para gestantes de baixo risco. A avaliação da percepção materna dos MF em estudos anteriores demonstra concordância total de 37% entre o que é efetivamente observado ao exame ultrassonográfico11, com 30% de falsos-positivos causados por contrações uterinas, movimentos respiratórios ou sem motivos aparentes. No entanto, para movimentos grosseiros e vigorosos, a concordância é de 71% e o estudo não identifica associação com fatores como obesidade, localização da placenta ou idade materna. Concordância entre a percepção materna dos movimentos fetais e a visualização pela ultrassonografia Em estudo que avalia a percepção materna dos MF, verifica-se concordância de 33% quando confrontados com a verificação por meio de dois transdutores de ultrassonografia10. Os autores observam que 63% dos movimentos combinados são efetivamente percebidos, sem associação com a parte fetal envolvida (cabeça, tronco ou membros), duração do movimento, paridade, idade gestacional, localização da placenta ou obesidade. Para investigar a influência da duração dos MF na percepção materna, é realizada avaliação com o tocodinamômetro do aparelho de cardiotocografia e com a ultrassonografia, sendo constatada concordância de 71,2% com a ultrassonografia e de 83% para movimentos com mais de três segundos de duração14. Não existe definição sobre o número ideal de movimentos fetais a ser utilizado em métodos de contagem, nem da sua duração para fins de vigilância do bem-estar fetal. No entanto, estudo recente demonstra que informações escritas oferecidas às gestantes sobre a importância da redução da movimentação fetal, e o estímulo ao controle desse parâmetro, promoveram melhor conduta e estão associadas a menor ocorrência de óbito fetal7. Em conclusão, a concordância entre a percepção materna e ultrassonográfica dos MF é boa, o que permite a utilização de ferramentas de controle do bem-estar fetal baseadas nas informações maternas, como, por exemplo, o mobilograma. No Brasil, que apresenta grande demanda da população carente, a validação de um método simples, barato e disponível para todas as gestantes é de extrema importância. A boa confiabilidade da percepção materna dos MF favorece a utilização da contagem dos MF na área da atenção primária à saúde materno-fetal. Agradecimento À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pelas bolsas de iniciação científica concedidas aos alunos Marina Vilela Chagas Ferreira e Ibrahim Omar Abdel Latif. Referências 1. Sadovsky E, Polishuk WZ. Fetal movements in utero: nature, assessment, prognostic value, timing of delivery. Obstet Gynecol. 1977;50(1):49-55. 12. Szklo M, Nieto FJ. Epidemiology: beyond the basics. 2nd ed. Sudbury: Jones and Bartlett; 2007. Chapter 8: Quality assurance and control; p. 297-349. 2. Frøen JF. A kick from within — fetal movement counting and the cancelled progress in antenatal care. J Perinat Med. 2004; 32(1):13-24. 13. Peat AM, Stacey T, Cronin R, McCowan LM. 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Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e Puerpério: atenção qualificada e humanizada. Manual Técnico. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2005. Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):55-9 59 Rezvan Aalami-Harandi1 Maryam Karamali1 Aida Moeini2 Induction of labor with titrated oral misoprostol solution versus oxytocin in term pregnancy: randomized controlled trial Indução do trabalho de parto por meio de solução oral titulada de misoprostol versus oxitocina em gestação a termo: estudo controlado randomizado Artigo Original Abstract Keywords Labor, induced/methods Misoprostol/administration & dosage Oxytocin/administration & dosage Pregnancy Pregnancy outcome Palavras-chave Trabalho de parto induzido/métodos Misoprostol/administração & dosagem Oxitocina/administração & dosagem Gravidez Resultado da gravidez PURPOSE: To evaluate the effectiveness and the safety of orally administered misoprostol in comparison to intravenously infused oxytocin for labor induction in term pregnant women. METHODS: Between 2008 and 2010, a total of 285 term pregnant women whom were candidate for vaginal delivery were assessed for eligibility to enter the study. Twenty five patients were excluded for different reasons; and 260 included women were randomly assigned to one of the two groups according to the method of treatment, misoprostol or oxytocin. The misoprostol group received 25 µg every 2 hours for up to 24 hours for induction. The oxytocin group received an infusion of 10 IU which was gradually increased. The time from induction to delivery and induction to the beginning of the active phase and successful inductions within 12, 18, and 24 hours were recorded. The trial is registered at irct.ir, number IRCT2012061910068N1. RESULTS: Failure of induction, leading to caesarean section was around 38.3% in the oxytocin group and significantly higher than that of the misoprostol group (20.3%) (p<0.001). Despite the more prevalent failure in the oxytocin group, the mean time intervals from induction to active phase and labor of this group were both significantly less than the misoprostol group (10.1±6.1 and 13.2±7.7 versus 12.9±5.4 and 15.6±5.1 hours respectively, both p-values were <0.05). Maternal and fetal complications were comparable between groups except gastrointestinal symptoms which were encountered more frequently in the misoprostol (10.9 versus 3.9%, p=0.03). CONCLUSIONS: Misoprostol is a safe and effective drug with low complications for the induction of labor. Failure is seen less with misoprostol and caesarean sections are less frequently indicated as compared to oxytocin. Clinical trial registered at Iranian Registry of Clinical Trials, number IRCT2012061910068N1. Resumo OBJETIVO: Avaliar a eficácia e segurança do misoprostol administrado por via oral em comparação à infusão de oxitocina para a indução do trabalho de parto em gestantes a termo. MÉTODOS: Entre 2008 e 2010, um total de 285 gestantes a termo candidatas para parto vaginal foram avaliadas quanto à eligibilidade para inclusão no estudo. Vinte e cinco pacientes foram excluídas por várias razões, e as 260 mulheres incluídas foram divididas aleatoriamente em dois grupos de acordo com o método de tratamento, misoprostol ou oxitocina. O grupo tratado com o misoprostol recebeu 25 µg cada 2 horas durante um máximo de 24 horas para indução. O grupo tratado com oxitocina recebeu infusão de 10 UI, que foi aumentada gradativamente. O tempo a partir da indução até o início da fase ativa e as induções bem-sucedidas dentro de 12, 18 e 24 horas foram registrados. O ensaio foi registrado em irct.ir, número IRCT2012061910068N1. RESULTADOS: A falha de indução levando à necessidade de cesariana foi de aproximadamente 38.3% no grupo tratado com oxitocina, sendo significativamente maior em relação ao grupo tratado com misoprostol (20,3%) (p<0,001). Apesar da falha mais prevalente no grupo tratado com oxitocina, os intervalos médios entre indução e fase ativa e trabalho de parto nesse grupo foram ambos significativamente menores em relação ao grupo tratado com misoprostol (10,1±6,1 e 13,2±7,7 versus 12,9±5,4 and 15,6±5,1 horas, respectivamente, sendo ambos os p-valores <0,05). Complicações maternas e fetais foram comparáveis entre grupos, com exceção dos sintomas gastrointestinais, que foram encontrados mais frequentemente no grupo tratado com misoprostol (10,9 versus 3,9%, p=0,03). CONCLUSÕES: O misoprostol é droga segura e eficaz para a indução do parto, com poucas complicações. Falhas são menos observadas e cesáreas são indicadas menos frequentemente com o misoprostol em relação à oxitocina. Ensaio clínico registrado no Iranian Registry of Clinical Trials, number IRCT2012061910068N1. Correspondence Aida Moeini, M.D. Department of Obstetrics and Gynecology, Tajrish Hospital, Tajrish Sq – Tehran, Iran. Received 10/29/2012 Accepted with modifications 12/10/2012 Study carried out at Shahid Beheshti University of Medical Sciences – Tehran, Iran. 1 Department of Obstetrics and Gynecology, Shahid Beheshti University of Medical Sciences – Tehran, Iran. Induction of labor with titrated oral misoprostol solution versus oxytocin in term pregnancy: randomized controlled trial Introduction Labor induction is one of the most common procedures carried out worldwide for delivering mothers1. The goal of labor induction is to stimulate uterine contractions before the spontaneous onset of labor, resulting in vaginal delivery2. Uterine contractions and an appropriate cervical ripening cervix are two important factors in labor contributing to good pregnancy outcomes3. The benefits of labor induction must be weighed against the potential maternal and fetal risks associated with this procedure. When the benefits of expeditious delivery are greater than the risks of continuing the pregnancy, inducing labor can be justified as a therapeutic intervention4. Oxytocin and prostaglandins, such as misoprostol, are used for the induction of labor. The worldwide increase in use of this procedure during recent years necessitates a careful review of indications, resulted risks, and also benefits of labor induction especially regarding two main methods including oxytocin and misoprostol (a synthetic prostaglandin E1)5. The usual method for inducing labor in our country is the use of oxytocin (Syntocinon) due to ethical-social concerns about the potential risk of abuse of misoprostol as an abortifacient drug. A number of trials have shown that misoprostol is more effective than oxytocin for labor induction in terms of reducing post-partum hemorrhage and time of induction. However, dosage of misoprostol, administration interval, administration route was different in published series6,7. According to some clinical recommendation, based on limited or inconsistent evidence (level B), misoprostol at a dose of 50 µg every 6 hours, may be appropriate to induce labor8. Higher doses are linked to a greater risk for uterine tachysystole with fetal heart rate (FHR) decelerations and other complications9. Despite numerous reports on this issue, the question remains on efficacy and maternal/neonatal safety of oxytocin and misoprostol. The aim of the present study was, therefore, to evaluate the effectiveness and the safety of orally administered 25 µg of misoprostol every 2 hours in comparison to that of intravenously infused 10 units of oxytocin for labor induction in term pregnant women. Methods Study population Between 2008 and 2010, a total of 285 term pregnant women whom were candidate for vaginal delivery were assessed for eligibility to enter the study. All patients provided an informed written consent; the study was approved by ethical committee of Shahid Beheshti University of Medical Sciences. Women were assured that they had the right to refuse to participate and/or withdraw from the study at any time without being denied the standard clinical care. Twenty-five patients were excluded for different reasons; 260 were included in the study. The inclusion criteria were women aged 18 years or older with a gestational age of 38 to 42 weeks and a singleton pregnancy who had request for elective termination of pregnancy before 42 weeks of gestation or had medical indication for labor induction (hypertension and diabetes). Additional criteria for enrollment were birth weight of maximally 4.000 gram, normal fetal heart rate, cephalic presentation, lack of uterine contractures, and Bishop’s score of 6 or less. The exclusion criteria were lack of satisfaction for incorporation in the study, a positive history of uterine surgery including cesarean, intrauterine growth retardation (IUGR), oligohydramnios, placenta previa, umbilical cord prolapse, active herpes infection, symptoms of chorioamnionitis, hepatic or renal disease, non-reactive contraindications for prostaglandins use, contraindications for labor induction, and idiopathic vaginal bleeding. As soon as the patients presented to delivery ward, baseline demographic and obstetric data including age, parity, body mass index (BMI), and past medical events were recorded and thereafter all the patients were evaluated for Bishop’s score by a senior resident physician. Study design This was a single center balanced randomized parallelgroup study carried out in the Gynecology Department of Tajrish Hospital in Tehran, Iran. Patients were randomly assigned to one of two groups according to the method of treatment: oxytocin or misoprostol. Randomization was carried out using computer-generated simple random tables in a 1:1 ratio. It was not possible to blind the study participants and personnel from knowledge of which intervention a participant received because both methods were clearly different. Sample size was determined after consideration of type1 statistical error <5%; and type2 statistical error <20%. Drug prescription method Initiation of labor induction was the time at which the first misoprostol dose was administered or the oxytocin infusion was started. In the oxytocin group, infusion rate of 2 mIU/min was prescribed for induction and gradually increased by 2 mIU/min every 15 minutes to a maximum dose of 36 mIU/min until adequate uterine contractions were attained. In the misoprostol group, a tablet of 200 µg was dissolved in 200 cc of water and 25 cc was administered every 2 hours until adequate uterine contractions were achieved. If contractions did not occur after 24 hours (twelve doses), no further misoprostol was given10. The maximum dose Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):60-5 61 Aalami-Harandi R, Karamali M, Moeini A was 300 µg. If the ideal pattern of uterine activites (at least 3 contractions per 10 minutes) was reached over 1 hour, misoprostol was no longer administered. The practical strategies common to the administration of intravenous oxytocin or oral misoprostol solution were as follows: monitoring of FHR and intrapartum uterine activity was performed continuously; in the presence of any tachysystole or hypertonus, or changes in FHR associated with tachysystole or hypertonus, infusion rate was decreased or stopped; intravenous magnesium sulfate (4 g over 30 minutes) could be given at the discretion of the physician if uterine hyperstimulation occurred. The active phase was defined as achieving adequate uterine contractions with cervical dilatation greater than 3 cm. Contractions with regular intervals which resulted in progressive cervical dilatation, effacement were considered effective in induction of labor. Failure to progress was defined as the cervical dilation or fetal descent without any progress for 3 hours after entering the active labor phase as augmented by the agent. In the absence of ideal uterine activites pattern after 24 hours of the first drug administration, induction was considered to have failed. Cesarean section was performed if hyperstimulation syndrome or fetal hypoxia (thick meconium and/or fetal monitoring alteration) were present and if induction was failed. Adequate uterine contractions were defined as at least 3 contractions per 10 minutes and lasting 60–90 seconds. Tachysystole was defined as the presence of at least five contractions in a 10-minutes interval. Hyperstimulation was defined as tachysystole or hypertonus with nonreassuring FHR changes. FHR changes considered to be nonreassuring were late deceleration, severe variable deceleration, prolonged deceleration, tachycardia, or reduced FHR variability requiring intervention with either tocolytic or delivery. All women were given standard postpartum care and discharged after 48 hours. Outcome assessment Outcome in terms of mode of delivery, time from induction to delivery and induction to the beginning of the active phase, and successful inductions within 12, 18, and 24 hours were all recorded as the primary parameters used to evaluate efficacy. The primary parameters used to evaluate adverse events were the rate of cesarean section and its indication and serious maternal complications such as uterine hyperstimulation, uterine rupture, and placental abruption. The secondary parameters used to evaluate efficacy or adverse events included postpartum hemorrhage, abnormal changes in maternal vital signs, and gastrointestinal symptoms (such as nausea, vomiting and diarrhea); regarding 62 Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):60-5 to fetal and neonatal status and morbidity Apgar scores, fetal distress or fetal death and admission to the neonatal intensive care unit (NICU) were analysed. Statistical analysis Results were given as mean plus or minus SD. Statistical analysis was performed using the SPSS 16.0 statistical software package (SPSS Inc, Chicago, IL, USA). Time intervals were analyzed with Mann-Whitney U test and other data were analyzed with the χ2 for qualitative and Student’s t-test for quantitative variables. A p-value of 0.05 was considered significant. Results Baseline characteristics Two hundred and sixty consenting patients who fulfilled the entry criteria were enrolled in this study. Two hundred and fifty-six patients were able to complete the study and their data were included in the final analyses. Demographic and clinical characteristics of patients are shown in the Table 1. There was no significant difference between the groups regarding any of the studied parameters including age, nulliparity, gestational age, BMI, Bishop’s score, premature rupture of membranes, and indication for labor induction. Induction results The mean prescribed doses of misoprostol were 7.6±3. Both values of mean time from induction to active phase and induction to delivery were significantly shorter in oxytocin group than in misoprostol group (10.1±6.1 and 13.2±7.7 versus 12.9±5.4 and 15.6±5.1 hours respectively, both p-values were <0.05). The rate of vaginal deliveries within the first 12 hours was comparable between both groups. However, in comparison with the oxytocin group, patients in the misoprostol Table 1. Demographic and clinical characteristics of patients Demographic Misoprostol (n=128) Oxytocin (n=128) p-value n % n % 68 53.1 73 57.1 0.5 3 2.3 5 3.9 0.7 Request for termination of pregnancy 98 76.5 91 71 Hypertension 25 19.5 28 21.8 5 4 9 7.2 Nulliparity Premature rupture of membranes (n) Indication for labor induction Diabetes 0.4 Gestational age (d) 280.6±4.5 282.8±5.3 0.4 BMI (kg/m2) 21.55±1.60 21.41±1.65 0.6 Bishop score 3.12±1.12 2.93±1.14 0.1 Age (y) 25.5±4.3 25.4±4.2 0.9 BMI: body mass index Induction of labor with titrated oral misoprostol solution versus oxytocin in term pregnancy: randomized controlled trial group had significantly higher rate of vaginal deliveries at time intervals of 18 and 24 hours during the study period (67.1, 79.7% versus 53.1, 61.7% respectively; all p-values were <0.05). There was no need for instrumental-assisted delivery in two groups. The most common indication for cesarean was lack of response to induction in both groups. Labor characteristics and delivery outcome data are summarized in Table 2. Maternal complications Except for the gastrointestinal symptoms, there were no statistically significant differences between the oxytocin and misoprostol patients groups in terms of other maternal complications (Table 3). In fact, gastrointestinal symptoms were observed more frequently in the misoprostol than in the oxytocin group (10.9 versus 3.9%, p=0.03); all of them were treated conservatively. Table 2. Labor characteristics and delivery outcome data Variable Vaginal delivery Misoprostol (n=128) Oxytocin (n=128) n % n % p-value 122 79.7 79 61.7 <0.001 Within 12h 41 32.0 36 28.1 0.5 Within 18h 86 67.1 68 53.1 0.02 Within 24h 122 79.7 79 61.7 <0.001 26 20.3 49 38.3 <0.001 Cesarean section Interval from induction to active phase (hr) 12.9±5.4 10.1±6.1 126 114 15.6±5.1 13.2±7.7 122 79 Number of patients Interval from induction to vaginal delivery (hr) Number of patients 0.002 0.01 Table 3. Maternal complications: comparison of labor induction with misoprostol or oxytocin Variable Misoprostol (n=128) Oxytocin (n=128) p-value n % n % Hyperstimulation/tachysystole 18 14.1 13 10.1 0.3 Postpartum hemorrhage 11 8.5 15 11.7 0.4 Blood transfusion 1 0.7 3 2.3 0.6 Placental abruption 1 0.7 1 0.7 1 14 10.9 5 3.9 0.03 Gastrointestinal symptoms Table 4. Neonatal outcomes Variable Misoprostol (n=128) Oxytocin (n=128) n % n % 1-Minute Apgar ≤3 3 2.3 4 3.1 1.0 5-Minute Apgar ≤7 1 0.7 1 0.7 1.0 Neonatal intensive care unit admission 1 0.7 5 3.9 0.2 p-value Meconium staining 0 0 1 0.7 1.0 Fetal tachycardia 14 10.9 16 12.5 0.7 Birth weight (kg) 3375.8±336.7 3304.8±354.6 0.264 Neonatal outcomes As shown in Table 4, the 1 and 5-Minute Apgar scores and birth weight were similar between the two groups (p=0.05). Fourteen patients (10.9%) in misoprostol group and 16 subjects (12.5%) in oxytocin group had fetal tachycardia (p=0.07). Admission in neonatal intensive care unit was seen more frequently in oxytocin group (3.9%) than in misoprostol group (0.7%); however, this difference was not statistically significant (p=0.02). Only one patient (0.7%) in oxytocin group and none of the subjects in misoprostol group had meconium in amniotic fluid (p=1.0). No maternal and neonatal deaths occurred in either group. Discussion Oxytocin and misoprostol are the most common drugs used for the induction of labor2. Many studies have stated the safety and feasibility, efficacy, stability, and low cost of the misoprostol for induction of labor at term with an unfavorable cervix6,7,11. However, reported side effects of this drug in comparison with oxytocin (such as nausea, gastrointestinal symptoms, uterine contraction abnormalities, abnormal heart rate tracing, and uterine rupture) could affect its usage in gynecologic practice12. Optimal dosing of misoprostol that will achieve effective induction without above mentioned side effects has been focused by many studies. For example, Hofmeyr et al. suggest an effective dose of 25 µg of misoprostol every 4 to 6 hours for reduction of complication rate. In our study, a dose of 25 µg which was repeated every 2 hours for up to 24 hours, was orally administered9. It could be one of the limitations of this trial that the dose and administration interval were empirical. Hyperstimulation/tachysystole, fetal tachycardia and gastrointestinal symptoms were reported 18, 11 and 11% respectively in misoprostol group. Percentage of hyperstimulation/tachysystole in Saeed et al.2, Fonseca et al.13, de Aquino et al.14 and Sanchez-Ramos et al.15 were 10, 15, 30 and 35 percent respectively. However, other investigators monitored the intrauterine pressure in misoprostol versus oxytocin groups and found that the average intensity of the contractions and the uterine tonus did not differ between them. The unaffected uterine tonus led to the theory that the tachysystole occurring with the use of misoprostol does not involve alterations in fetal vitality16. The goal of labor induction is to stimulate uterine contractions resulting in vaginal delivery2. Our results showed higher rate of vaginal deliveries in women undergoing labor induction with misoprostol compared with oxytocin (79.7 versus 61.7%). It is noticeable that there is no significant difference between the two Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):60-5 63 Aalami-Harandi R, Karamali M, Moeini A groups in percentage of vaginal deliveries within the first 12 hours. One group of authors in a randomized study among 210 pregnant women compared the effectiveness of orally administered 25 µg of misoprostol every 4 hours and intravenously infused 10 units of oxytocin. The cesarean section rate, latent period and period from induction to vaginal delivery were significantly lower for the misoprostol group14. In another study 120 patients were enrolled in misoprostol (57 cases) and oxytocin (63 cases) groups. Vaginal delivery occurred in 78.9 and 58.7% of misoprostol and oxytocin group respectively (p<0.05)17. Fonseca et al.13, by performing a randomized trial did not show a statistically significant difference between misoprostol and oxytocin group in term of vaginal delivery (87 versus 81%). Also, the total percentage of cesarean deliveries was not significantly different among these methods in Kramer’s study18. The average time interval of drug prescription to vaginal delivery is related to the dose, route and administration interval of misoprostol or oxytocin in concurrence with favorable cervices for induction or previous administration of dinoprostone in pregnant women14. Most of these studies did not demonstrate a difference in the interval from treatment to delivery between groups of misoprostol and oxytocin. However, other investigation is in favor of one method of induction. In a recent research among 240 pregnant women it was revealed that mean induction-to-vaginal delivery time with misoprostol was shorter than Foley catheter and oxytocin (17.3 versus 20.2 hours)19. These findings were also established in two other separate studies15,20. On the other hand, results of Fonseca’s et al.13 study support the finding that the induction-to-delivery interval with oxytocin is shorter compared with misoprostol (13.1 versus 16.3 hours)13. A shorter interval for oxytocin in comparison with misoprostol was also reported in another study (8.4±4.1 hours versus 11.3 ±6.9 hours, p<0.05)17. In our trial, the mean times from induction to active phase and induction to delivery were significantly shorter in oxytocin group than in misoprostol group. Inability to design a double blind clinical trial due to the different rout of drug administration was a major limitation of our study. According to the results obtained in this clinical trial, the orally administered misoprostol could be mentioned as safe and effective as to intravenously infused oxytocin for labor induction in term pregnant women. Vaginal delivery is seen more frequently with misoprostol than oxytocin. However, further studies should be carried out to obtain more definite results especially with longer follow-up period. References 1. Zhang J, Yancey MK, Henderson CE. U.S. national trends in labor induction, 1989-1998. J Reprod Med. 2002;47(2):120-4. 2. 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Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):60-5 65 Rafael Isolani Ferezin1 Dennis Armando Bertolini2 Izabel Galhardo Demarchi2 Prevalência de sorologia positiva para HIV, hepatite B, toxoplasmose e rubéola em gestantes do noroeste paranaense Prevalence of positive sorology for HIV, hepatitis B, toxoplasmosis and rubella in pregnant women from the northwestern region of the state of Paraná Artigo Original Resumo Palavras-chave OBJETIVO: Verificar a soroprevalência do vírus da imunodeficiência humana (HIV), hepatite B (VHB), toxoplasmose e rubéola em gestantes do noroeste paranaense. MÉTODOS: Foi realizado um estudo retrospectivo a partir dos resultados de exames sorológicos de triagem no pré-natal de 1.534 pacientes atendidas durante o primeiro semestre de 2010. Foram incluídos somente resultados do primeiro exame de pré-natal e aqueles com pesquisa simultânea de IgG e IgM para toxoplasmose e rubéola. A sorologia foi realizada por enzimaimunoensaio em micropartículas (MEIA). Para análise estatística foi empregado o teste do χ2, com nível de significância de 5%. RESULTADOS: A positividade para o HIV foi de 0,3%, a sorologia para VHB pelo marcador HBsAg foi positiva em 0,5% das gestantes, enquanto a reatividade para anticorpos IgM anti-Toxoplasma gondii foi de 1,1% e para IgG de 59%. Em relação à rubéola nenhuma sorologia mostrou positividade para IgM, e para IgG a reatividade foi de 99,6%. A análise dos resultados mostrou que não há associação entre as soroprevalências estudadas e a idade das pacientes, exceto quanto à frequência de IgG anti-T. gondii, que foi mais elevada na faixa etária entre 30 e 44 anos. CONCLUSÃO: A soroprevalência dessas doenças infecciosas em gestantes do noroeste do Paraná é compatível com outras regiões do Brasil. Soropositividade para HIV Transmissão vertical de doença infecciosa Hepatite B/congênito Toxoplasmose/congênito Rubéola (sarampo alemão)/congênito Diagnóstico pré-natal Gestantes Keywords HIV soropositivity Infectious diseases transmission, vertical Hepatitis B/congenital Toxoplasmosis, congenital Rubella/congenital Prenatal diagnosis Pregnant woman Correspondência Izabel Galhardo Demarchi Universidade Estadual de Maringá Avenida Colombo, 5790, bloco J-90, sala 3 – Zona 7 CEP: 87020-900 Maringá (PR), Brasil Recebido em 19/07/2012 Aceito com modificações 12/12/2012 Abstract PURPOSE: To ascertain the seroprevalence of human immunodeficiency virus (HIV), hepatitis B (HBV), toxoplasmosis and rubella infections in pregnant women in northwestern Paraná. METHODS: We conducted a retrospective study based on the results of serological screening during prenatal care of 1,534 patients during the first half of 2010. We included only results from the first prenatal exam and with a simultaneous search for IgG and IgM antibodies to rubella and toxoplasmosis. Serology was performed by microparticle enzyme immunoassay (MEIA). Data were analyzed statistically by the χ2 test, with the level of significance set at 5%. RESULTS: HIV positivity was 0.3%, positivity of HBV serology (HbsAg) was 0.5%, reactivity to IgM antibodies to Toxoplasma gondii was 1.1%, and reactivity to IgG antibodies was 59.0%. For rubella, no patient was positive for IgM, and IgG reactivity was 99.6%. Data analysis showed no statistical association between seroprevalence and patient age, except for the frequency of anti-T. gondii IgG, which was higher in the 30 to 44 year age group. CONCLUSION: The prevalence of these infectious diseases in pregnant women from northwestern Paraná is comparable to that observed in other regions of Brazil. Trabalho realizado no Departamento de Análises Clínicas e Biomedicina, Universidade Estadual de Maringá – UEM – Maringá (PR), Brasil. Programa de Pós-graduação de Biociências Aplicadas à Farmácia, Universidade Estadual de Maringá – UEM – Maringá (PR), Brasil. 2 Departamento de Análises Clínicas e Biomedicina, Universidade Estadual de Maringá – UEM – Maringá (PR), Brasil. Conflito de interesses: não há 1 Prevalência de sorologia positiva para HIV, hepatite B, toxoplasmose e rubéola em gestantes do noroeste paranaense Introdução No Brasil, a qualidade e a humanização do atendimento à gestante são enfoques essenciais na atenção obstétrica e neonatal realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS)1. Visando assegurar o nascimento de uma criança saudável e garantir o bem-estar de mãe e filho, estão inclusos na atenção pré-natal exames laboratoriais que detectam os principais agravos e riscos gestacionais1. Os exames sorológicos rotineiramente realizados para diagnóstico de doenças infecciosas de acordo com preconização pelo Ministério da Saúde (MS) incluem o Veneral Diseases Research Laboratory (VDRL) para diagnóstico da sífilis, testagem para o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), pesquisa de IgG e IgM para toxoplasmose e pesquisa do antígeno de superfície do vírus da hepatite B (HBsAg). A pesquisa para rubéola é indicada quando há sintomatologia sugestiva1. A triagem sorológica para essas doenças é de suma importância na gestação, pois possibilita o tratamento precoce, evitando a ocorrência de malformações congênitas e/ou problemas tardios relacionados à hepatite B, toxoplasmose e síndrome da rubéola congênita (SRC)2-5. Quando detectado o HIV em gestante, o tratamento durante a gestação inibe em até 99% a transmissão materno-fetal do vírus. No caso de hepatite B, se a gestante for tratada com imunoglobulina contra o vírus da hepatite B e a criança receber a vacina nas primeiras doze horas após o nascimento, a transmissão congênita pode ser evitada de 85 a 95%4,6. As medidas profiláticas para evitar-se a toxoplasmose congênita incluem a realização da triagem sorológica no pré-natal e, uma vez diagnosticada a doença em fase aguda, submeter a gestante à terapia medicamentosa imediata, a qual pode reduzir significativamente a transmissão vertical7-10. A rubéola congênita pode ser evitada através de vacinação prévia e por medidas de higiene preventiva11. A soroprevalência dessas infecções em gestantes varia nas diferentes regiões do Brasil12-16. Há poucos estudos realizados no Estado do Paraná12,17; no entanto não foram encontradas publicações sobre triagem sorológica em gestantes do noroeste desse Estado. Portanto, o objetivo deste estudo foi verificar a soroprevalência ao HIV, hepatite B, toxoplasmose e rubéola em gestantes nessa região do Estado. Métodos Realizou-se um estudo retrospectivo, no qual foram levantados a idade e os resultados de testes sorológicos utilizados no diagnóstico para HIV, VHB, toxoplasmose e rubéola de 1.534 gestantes provenientes de 29 municípios pertencentes à 15ª Regional de Saúde do Paraná. A idade das gestantes variou entre 14 e 44 anos, com média de 25,1 anos e desvio padrão de 6,5 anos. Das 1.534 pacientes envolvidas neste estudo, 354 (23,0%) enquadraram-se na idade de 14 a 19 anos, 813 (53,0%) de 20 a 29 anos e 367 (24,0%), de 30 a 44 anos. As pacientes foram atendidas no Laboratório de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas (LEPAC), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), entre 1° de janeiro e 31 de junho do ano de 2010. Foram incluídos apenas os resultados de exames realizados no primeiro atendimento pré-natal. As pacientes encaminhadas ao LEPAC são oriundas do SUS, as quais tiveram solicitação médica para exames de pré-natal. No laboratório foi feita a coleta de amostras de sangue para obtenção de soro e realização dos exames solicitados, cujos resultados foram repassados às pacientes para tratamento e/ou orientação médica. A dispensa do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi permitida pelo Comitê Permanente de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (COPEP) da Universidade Estadual de Maringá, n° do parecer 550/11. O diagnóstico das infecções por HIV (triagem), VHB, Toxoplasma gondii e vírus da rubéola foi realizado por sorologia utilizando a tecnologia de enzimaimunoensaio em micropartícula (MEIA), automatizada em equipamento AxSYM (Abbott Laboratories, Abbott Park, Illinois), conforme as recomendações do fabricante. As amostras foram consideradas reativas para anticorpos anti-HIV quando a razão amostra sobre cut-off (S/CO) foi ≥1,00; hepatite B quando S/CO≥2,00; para toxoplasmose IgG, amostras foram consideradas positivas quando S/CO≥3,0 UI/mL e inconclusivas quando entre 2,0 e 2,9 UI/mL, para IgM positivas quando S/CO≥0,600 UI/mL e inconclusivas quando entre 0,500 e 0,599 UI/mL. As amostras identificadas com resultado positivo ou inconclusivo para toxoplasmose foram encaminhadas para o Laboratório Central do Paraná (LACEN-PR) para a realização do teste de avidez de IgG, cujo resultado não tivemos acesso. Para rubéola, os resultados de IgG foram considerados positivos quando ≥10,0 UI/mL e inconclusivos quando entre 5,0 e 9,9 UI/mL. Já IgM, foram positivas as amostras com S/CO≥0,800 UI/mL e inconclusivas quando entre 0,600 e 0,799 UI/mL. Os pacientes com resultado inconclusivo para rubéola não tiveram interpretação laboratorial. Nos testes de toxoplasmose e rubéola, os resultados positivos para IgG acompanhados de resultado negativo para IgM foram considerados indicativos de cicatriz sorológica e imunização à doença: os do tipo IgM foram considerados indicativos de infecção recente independente de o resultado de IgG ser positivo ou negativo. Somente os resultados de sorologia com pesquisa simultânea de IgG ou IgM foram incluídos nesse estudo. Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):66-70 67 Ferezin RI, Bertolini DA, Demarchi IG Discussão Para a comparação da distribuição da variável faixa etária e a soroprevalência, foi utilizado o teste do χ2 ou teste exato de Fisher usando o software STATA 9.1, com intervalo de confiança de 95%. A Odds Ratio (OR) foi utilizada para avaliar a força de associação entre a variável faixa etária e a soroprevalência. Este estudo detectou uma frequência de 0,3% de sorologia positiva para o HIV nas gestantes testadas do noroeste do Paraná. Em Londrina, ainda no Paraná, verificou-se 0,6%12 de positividade para o HIV; Campo Grande (MS), 0,2%13;São José do Rio Preto (SP), 2,1%14; Sergipe 0,1%15; Caxias do Sul (RS) 2,7%16; e na Amazônia ocidental, 0,6%17. Esses estudos referidos realizaram a pesquisa de HIV pela técnica de enzimaimunoensaio (ELISA) e nenhum evidenciou relação entre a frequência do anticorpo e a faixa etária. Devido à eficácia das medidas disponíveis para evitar a infecção pelo HIV, atualmente a Organização Mundial da Saúde considera uma meta realista a total eliminação da ocorrência de novas infecções e mortes relacionadas ao vírus. Portanto, o diagnóstico no pré-natal é imprescindível no intuito de monitorar a existência de gestantes soropositivas e evitar infecções congênitas2. O índice de positividade de 0,5% para hepatite B se assemelha aos relatos da literatura que mostram 0,8% de positividade para VHB em Londrina12, 0,3% em Campo Grande13, 0,5% em Goiânia (GO)18, 0,6% em Recife (PE)19, 1,8% em São José do Rio Preto14 e 0,7% na Amazônia ocidental17, todos esses estudos utilizaram a técnica de ELISA. Como a infecção neonatal por hepatite B gera mais risco de cronificação da doença e evolução para cirrose e hepatocarcinoma3, e diante da persistente prevalência da infecção entre a população, é extremamente importante realizar a sorologia de triagem no pré-natal a fim de iniciar o tratamento precocemente, ou mesmo evitar a transmissão vertical4. Os resultados sorológicos para toxoplasmose demonstraram positividade baixa para anticorpos do tipo IgM e alta para IgG. Em Londrina observou-se 1,8% de positividade para IgM e 67% para IgG12; em Cascavel no Paraná, a prevalência de IgG foi de 54% e IgM de 1,2%20; em Campo Grande de 0,4% para IgM e 91% para IgG13; em Goiânia de 0,7% para IgM e de 67,7% para IgG21; no Estado de Sergipe 0,4% para IgM e 69,3% para IgG15; em São José do Rio Preto 3,4% para IgM e 62% para IgG14 e; em Caxias do Sul verificou-se frequência de IgM de Resultados Do total de gestantes incluídas, 1.508 foram submetidas ao teste anti-HIV e quatro (0,3%) tiveram o resultado reagente, e não se mostrou associação estatística com a idade. A pesquisa de HBsAg foi realizada em 1.483 gestantes e a frequência de positivos foi de 0,5% (oito gestantes), porém em relação à faixa etária não houve diferença significativa na distribuição das pacientes (Tabela 1). Com relação à toxoplasmose, em 97,7% (1.498) das gestantes foi examinado o anticorpo IgG e o IgM, com positividade de 59% (883) e 1,1% (16 casos), respectivamente. Houve diferença significativa entre as faixas etárias quanto à reatividade para IgG a nti-Toxoplasma gondii, que se mostrou mais frequente em pacientes com idade entre 30 e 44 anos (p<0,001) e de 20 a 29 anos (p<0,001). Na faixa etária dos 30 aos 44 anos, a frequência de IgG anti-T. gondii foi de 69,6%, enquanto entre as pacientes de 20 e 29 anos foi de 59,4% e, entre 14 a 19 anos, foi de 46,8%. As gestantes com idade de 30 a 44 anos tiveram uma probabilidade três vezes maior de ter IgG positiva para toxoplasmose em relação às mais jovens. Para IgM anti-T. gondii não houve diferença significativa quanto a esse aspecto (Tabela 1), permanecendo as três faixas etárias com negatividade superior a 97%. Das 16 pacientes IgM positivas, 14 também tinham positividade para IgG, uma apresentou resultado inconclusivo (zona cinza) e outra resultado negativo para essa classe de anticorpo. Quanto à sorologia para rubéola, 223 gestantes foram testadas e a frequência de IgG foi de 99,6% (222) e não houve casos positivos para IgM. Nenhuma faixa etária demonstrou diferença significativa quanto à reatividade dos testes, tanto para IgG quanto para IgM (Tabela 1). Tabela 1. Soroprevalência ao HIV, hepatite B, toxoplasmose e rubéola em gestantes do noroeste do Paraná segundo a faixa etária, testadas no primeiro semestre de 2010 14–19 20–29 30–44 Total % HIV 0,3% (OR: 0,4; IC95% 0,0–6,9) 0,1% (OR: 1,0; IC95% 1,0) 0,1% (OR: 0,2; IC95% 0,0–2,5) 0,3 Hepatite B 0,6% (OR: 0,9; IC95% 0,2–4,8) 0,5% (OR: 1,0; IC95% 1,0) 0,6% (OR: 0,9; IC95% 0,2–4,9) 0,5 Toxo (IgG) 46,8% (OR: 1,0; IC95% 1,0) 59,4% (OR: 1,7; IC95% 1,3–2,2*) 69,6% (OR: 2,6; IC95% 1,9–3,6*) 59 Toxo (IgM) 0,9% (OR: 0,9; IC95% 0,2–3,5) 0,8% (OR: 1,0; IC95% 1,0) 2,0% (OR: 0,4; IC95% 0,1–1,2) 1,1 Rubéola (IgG) 98,3% 100% 100% 99,6 Rubéola (IgM) 0% 0% 0% 0 OR: Odds Ratio; IC95%: intervalo de confiança de 95%. *p<0,001 (teste do χ2). 68 Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):66-70 Prevalência de sorologia positiva para HIV, hepatite B, toxoplasmose e rubéola em gestantes do noroeste paranaense 1,8%16. Isso demonstra que entre as gestantes incluídas neste estudo há uma menor frequência de contato prévio com o T. gondii em relação a algumas regiões do país, como Sergipe e Campo Grande. Além disso, vale ressaltar que esses estudos utilizaram a técnica de ELISA. Em relação à faixa etária, semelhante ao estudo atual, em Sergipe foi relatado um aumento da prevalência do anticorpo IgG anti-T.gondii com o aumento da idade15. A toxoplasmose congênita pode ser evitada com terapia medicamentosa específica durante a gestação, o que previne as graves consequências para a criança5. No presente estudo, a sorologia para rubéola não detectou nenhuma paciente positiva para IgM e a maioria possuía anticorpos IgG contra o vírus. No município de Londrina, a frequência encontrada de IgM foi 1,2% e de IgG 89%12, em São José do Rio Preto o IgM chegou a 0,6% e IgG, 93,1%14; Campo Grande 0,1% para IgM e 87,9% para IgG13, no Estado de Sergipe 0,1% para IgM e 71,6% para IgG15 e em Caxias do Sul a frequência de IgM encontrada foi de 1%16, esses estudos utilizaram o método de ELISA para dosagem de anticorpos. No estudo realizado em Campo Grande a frequência de positividade para rubéola IgG mostrou relação com a faixa etária. O estudo aponta menor susceptibilidade à doença em pacientes com mais de 31 anos13. A alta taxa de gestantes com IgG positivo contra o vírus da rubéola no presente trabalho demonstra uma boa imunização nas mulheres do noroeste paranaense. Sugere-se que uma contínua e abrangente cobertura vacinal poderá resultar em baixa incidência dessa infecção em gestantes e, consequentemente, da síndrome da rubéola congênita (SRC) que ainda vem ocorrendo em algumas regiões do Brasil. Em 2008, 48 novos casos de SRC foram notificados no país e, em 2009, 15 casos11. Isso pode ser alcançado a partir de campanhas de vacinação, efetivas estratégias para conscientização da população e monitoramento da rubéola através de um programa abrangente de triagem diagnóstica. Diante dos resultados obtidos, é possível sugerir que se mantenha a preconização do MS de sorologia para rubéola no pré-natal somente quando houver suspeita clínica. Este estudo possui algumas limitações importantes, as quais incluem o curto período de coleta de dados, a ausência da informação do período gestacional da paciente e o delineamento do estudo, pois os estudos transversais não são os mais adequados para se investigar fatores de risco. A frequência dessas doenças infecciosas em gestantes do noroeste do Paraná se mostrou compatível com outros estudos realizados no Brasil. Sugere-se que pesquisas sobre a prevalência e incidência destas doenças em gestantes sejam incentivadas, para possibilitar o planejamento de estratégias em prevenção, profilaxia e tratamento dessas infecções, evitando a sua transmissão vertical e os possíveis danos à saúde dos recém-nascidos, que, na maioria das vezes, provocam sequelas irreparáveis com consequente elevação de custos para o sistema de saúde. Referências 1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada: manual técnico. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2006. 2. UNAIDS World AIDS Day Report. Geneva: UNAIDS; 2011. 3. Xiao XM, Li AZ, Chen X, Zhu YK, Miao J. Prevention of vertical hepatitis B transmission by hepatitis B immunoglobulin in the third trimester of pregnancy. Int J Gynaecol Obstet. 2007;96(3):167-70. 4. Piazza MJ, Urbanetz AA, Carvalho NS, Nascimento DJ. 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Acute toxoplasmosis: study of the frequency, vertical tansmission rate and the relationship between maternal-fetal diagnostic tests during pregnancy in a Central-Western state of Brazil. Rev Bras Ginecol Obstet. 2005;27(8):442-9. 11. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de vigilância epidemiológica. 7a ed. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2009. Caderno 2: Rubéola; p.1-17. 12. Reiche EMV, Morimoto HK, Farias GN, Hisatsugu KR, Geller L, Gomes ACLF, et al. Prevalência de tripanossomíase americana, sífilis, toxoplasmose, rubéola, hepatite B, hepatite C e da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, avaliada por intermédio de testes sorológicos, em gestantes atendidas no período de 1996 a 1998 no Hospital Universitário Regional Norte do Paraná (Universidade Estadual de Londrina, Paraná, Brasil). Rev Soc Bras Med Trop. 2000;33(6):519-27. 13. Figueiró-Filho EA, Senefonte FRA, Lopes AHA, Morais OO, Souza Júnior VG, Maia TL, et al. Frequência das infecções pelo HIV-1, rubéola, sífilis, toxoplasmose, citomegalovírus, herpes simples, hepatite B, hepatite C, doença de Chagas e HTLV I/II em gestantes, do Estado de Mato Grosso do Sul. Rev Soc Bras Med Trop. 2007;40(2):181-7. 14. Gonçalves MAS, Matos CCB, Spegiorin LCJF, Oliani DCMV, Oliani AH, Mattos LC. Seropositivity rates for toxoplasmosis, rubella, syphilis, cytomegalovirus, hepatitis and HIV among pregnant women receiving care at a public health service, São Paulo State, Brazil. Braz J Infect Dis. 2010;14(6):601-5. Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):66-70 69 Ferezin RI, Bertolini DA, Demarchi IG 15. Inagaki ADM, Oliveira LAR, Oliveira MFB, Santos RCS, Araújo RM, Alves JAB, et al. Soroprevalência de anticorpos para toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, sífilis e HIV em gestantes sergipanas. 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Marta David Rocha de Moura1 Paulo Roberto Margotto1 Lígia Maria Suppo de Souza Rugolo2 Alterações do fluxo sanguíneo em artéria umbilical na síndrome hipertensiva gestacional e suas implicações nos resultados neonatais Changes of blood flow in the umbilical artery in hypertensive pregnancy and the implications in the neonatal outcomes Artigo Original Resumo Palavras-chave OBJETIVO: Avaliar as características antropométricas, a morbidade e mortalidade de recém-nascidos (RN) prematuros nascidos vivos de mães hipertensas em função da presença ou não de diástole zero (DZ) ou reversa (DR) na doplervelocimetria arterial umbilical. MÉTODOS: Estudo prospectivo, envolvendo RN prematuros nascidos vivos de gestantes hipertensas, com idade gestacional entre 25 e 33 semanas, submetidas à doplervelocimetria da artéria umbilical nos 5 dias que antecederam o parto, realizado no Hospital do Distrito Federal, entre 1º de novembro de 2009 e 31 de outubro de 2010. Os RN foram estratificados em dois grupos, conforme o resultado da doplervelocimetria da artéria umbilical: Gdz/dr=presença de diástole zero (DZ) ou diástole reversa (DR) e Gn=doplervelocimetria normal. Medidas antropométricas ao nascimento, morbidades e mortalidade neonatal foram comparadas entre os dois grupos. RESULTADOS: Foram incluídos 92 RN, assim distribuídos: Gdz/dr=52 RN e Gn=40 RN. No Gdz/dr a incidência de RN pequenos para idade gestacional foi significativamente maior, com risco relativo de 2,5 (IC95% 1,7‒3,7). No grupo Gdz/dr os RN permaneceram mais tempo em ventilação mecânica mediana 2 (0‒28) e no Gn mediana 0,5 (0‒25), p=0,03. A necessidade de oxigênio aos 28 dias de vida foi maior no Gdz/dr do que no Gn (33 versus10%; p=0,01). A mortalidade neonatal foi maior em Gdz/dr do que em Gn (36 versus 10%; p=0,03; com risco relativo de 1,6; IC95% 1,2 – 2,2). Nessa amostra a regressão logística mostrou que a cada 100 gramas a menos de peso ao nascer no Gdz/dr a chance de óbito aumentou 6,7 vezes (IC95% 2,0 – 11,3; p<0,01). CONCLUSÃO: Em RN prematuros de mães hipertensas com alteração na doplervelocimetria da artéria umbilical a restrição do crescimento intrauterino é frequente e o prognóstico neonatal pior, sendo elevado o risco de óbito relacionado ao peso ao nascimento. Artérias umbilicais/ultrassonografia Velocidade do fluxo sanguíneo Fluxometria por laser-doppler Ultrassonografia doppler/métodos Hipertensão induzida pela gravidez Resultado da gravidez Mortalidade fetal Recém-nascido Prematuro Keywords Umbilical arteries/ultrasonography Blood flow velocity Laser-doppler fluxometry Ultrasonography, doppler/methods Hypertension, pregnancy induced Pregnancy outcome Fetal mortality Infant, newborn Infant, premature Abstract PURPOSE: To evaluate the anthropometric characteristics of morbidity and mortality of premature newborns (NB) of hypertensive mothers according to the presence or absence of flow (DZ) or reverse (DR) diastolic flow in the dopplervelocimetry of the umbilical artery. METHODS: A prospective study was conducted on preterm newborns of pregnant women with hypertension between 25 and 33 weeks of gestational age, submitted to umbilical artery Doppler study during the five days before delivery. Delivery occurred at Hospital Regional da Asa Sul, Brasília – Federal District, between November 1st, 2009 and October 31st, 2010. The infants were stratified into two groups according to the results of Doppler velocimetry: Gdz/dr=absent end-diastolic velocity waveform or reversed end-diastolic velocity waveform, and Gn=normal Doppler velocimetry. Anthropometric measurements at birth, neonatal morbidity, and mortality were compared between the two groups. RESULTS: We studied 92 infants, as follows: Gdz/dr=52 infants and Gn=40 infants. In Gdz/dr, the incidence of infants small for gestational age was significantly greater, with a relative risk of 2.5 (95%CI 1.7 – 3.7). In Gdz/dr, infants remained on mechanical ventilation for a longer time: median 2 (0‒28) and Gn median 0.5 (0‒25) p=0.03. The need for oxygen at 28 days was higher in G dz/dr comparing to Gn (33 versus 10%; p=0.01). Neonatal mortality was higher in Gdz/dr compared to Gn (36 versus 10%; p=0.03; relative risk of 1.6; 95%CI 1.2‒2.2). Logistic regression showed that, with each 100 grams lower birth weight, the chance of death increased 6.7 times in G dz/dr (95%CI 2.0 – 11.3; p<0.01). CONCLUSION: In preterm infants of mothers with hypertensive changes in Doppler velocimetry of the umbilical artery, intrauterine growth restriction and neonatal prognosis are often worse, with a high risk of death related to birth weight. Correspondência Marta David Rocha de Moura SGAS 608/609 Módulo A UTI Neonatal CEP: 70603-900 Brasília (DF), Brasil Recebido 03/05/2012 Aceito com modificações 13/12/2012 Trabalho realizado no Serviço de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul Brasília – Brasília (DF), Brasil. Faculdade de Medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde, Brasília, DF, Brasil; Hospital Regional da Asa Sul – Brasília (DF), Brasil. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP – Botucatu (SP), Brasil. 1 2 Moura MDR, Margotto PR, Rugolo LMSS Introdução A avaliação hemodinâmica da circulação placentária a partir das artérias umbilicais foi descrita pela primeira vez em estudo de Fitzgerald e Drumm1, de 1977. Desde então, a doplervelocimetria das artérias umbilicais tem sido apontada como um exame relevante nos cuidados pré-natais em gestações de alto risco, e tem sido associada a uma tendência para redução de óbitos perinatais2-4. Esse exame não invasivo permite verificar, nos casos de insuficiência placentária, o aumento da resistência ao fluxo sanguíneo na placenta, evidenciado pela redução da velocidade diastólica nas artérias umbilicais. Os resultados descritos como comprometimento extremo da circulação feto-placentária são a ausência (diástole zero – DZ) ou fluxo reverso (diástole reversa – DR) durante a diástole e relacionam-se com altas taxas de morbidade e mortalidade perinatal2-6. Uma vez definido o diagnóstico de insuficiência placentária não existe até o momento medida terapêutica capaz de reverter esse quadro. A interrupção da gestação parece ser a opção para recém-nascidos com um prognóstico fetal tão reservado2-7. Entretanto, essa decisão não é fácil, uma vez que a redução do risco de óbito intraútero resulta no aumento do risco de complicações graves e óbito no período neonatal, especialmente em gestações com menos de 34 semanas2-7. A síndrome hipertensiva é a complicação clínica mais frequente na gestação, ocorrendo entre a 10 e 22% das gestantes, manifesta-se predominantemente pela pré-eclâmpsia e tem importante participação na etiologia da insuficiência placentária grave que leva à DZ ou DR7,8. O presente estudo visa avaliar as medidas antropométricas, a morbidade e mortalidade de recém-nascidos (RN) prematuros entre a 25a e a 33a semanas, nascidos vivos de mães hipertensas em função da presença ou não de DZ ou DR na doplervelocimetria na artéria umbilical. Métodos Trata-se de estudo longitudinal e prospectivo, envolvendo RN prematuros, nascidos vivos entre a 25ª e 33ª semanas gestacionais de mães com diagnóstico de síndrome hipertensiva. A ecografia com doplervelocimetria de artéria umbilical foi realizada no Serviço de Obstetrícia do Hospital Regional da Asa Sul, Brasília, Distrito Federal, no período compreendido entre 1º de novembro de 2009 e 31 de outubro de 2010. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria de Estado de Saúde, sob o protocolo nº 359/09. Foram excluídos os RN portadores de malformações múltiplas, os filhos de mães com doenças crônicas autoimunes e os transferidos da sala de parto para outros serviços. 72 Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):71-7 A síndrome hipertensiva gestacional foi definida pela presença de pressão arterial ≥140x90 mmHg e classificada em: hipertensão gestacional quando a manifestação ocorreu após a 20a semana de gestação; pré-eclâmpsia se a hipertensão foi diagnosticada após esse período e estava associada à proteinúria (≥0,3 g de proteína em urina de 24 horas ou ≥2 cruzes em uma amostra urinária); hipertensão arterial crônica quando identificada antes da gestação ou antes da 20a semana de gestação; pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão crônica quando a paciente previamente hipertensa desenvolveu proteinúria após a 20a semana de gestação7,8. Em todas as gestantes com diagnóstico de síndrome hipertensiva a ecografia gestacional com doplervelocimetria das artérias umbilicais foi realizada até cinco dias antes do parto. Seguindo a rotina do serviço, o exame foi executado via abdominal com a gestante em posição semissentada. Utilizou-se um aparelho Aloka modelo SSD 5500 Pro Sound sonda convexa de 3,5 Mhz, que dispunha de dispositivo Doppler (com mapeamento colorido do fluxo sanguíneo). Foram utilizados filtros de baixa frequência (24 hertz). Foram analisadas no mínimo cinco ondas uniformes e consecutivas do sonograma obtido com ângulo de incidência inferior a 30º e a imagem foi captada na região próxima à inserção do cordão umbilical na placenta. A ausência de fluxo diastólico final (DZ) foi confirmada em pelo menos 90% dos ciclos avaliados. A diástole foi caracterizada como reversa (DR) quando se observou fluxo diastólico reverso na maioria dos sonogramas analisados. Conforme o resultado da doplervelocimetria, foram constituídos os dois grupos de estudo: G dz/dr=presença de DZ ou DR e Gn=doplervelocimetria normal. Para a caracterização da população foram estudados os seguintes parâmetros: idade materna, paridade, idade gestacional, classificação das síndromes hipertensivas, doenças prévias e intercorrências gestacionais, corticoterapia antenatal (definido pelo uso de pelo menos uma dose de betametasona ou dexametasona) e a via de parto. Os desfechos neonatais foram estudados desde o nascimento até o 28o dia de vida ou óbito, sendo considerados: índice de Apgar no 1º e 5º minutos, necessidade de reanimação definida pelo uso de suporte ventilatório e/ou medicamentoso para manutenção da respiração e da frequência cardíaca (FC), medidas antropométricas: peso (g), comprimento (cm) e perímetro cefálico (cm); classificação do peso à idade gestacional seguindo o protocolo instituído pelo serviço, sendo considerados pequenos para idade gestacional (PIG) quando o peso esteve abaixo do percentil 10, conforme critério de Lubchenco et al.9 para os RN entre 25 e 29 semanas de idade gestacional (IG) e a Curva de Margotto10, para aqueles com IG entre 29 e 33 semanas. Alterações do fluxo sanguíneo em artéria umbilical na síndrome hipertensiva gestacional e suas implicações nos resultados neonatais É rotina do serviço o uso do surfactante profilático para todos os RN nascidos com peso inferior a 1250 g. Sendo assim, todos os RN incluídos nesta faixa de peso foram entubados em sala de parto e administrada, por via tubo orotraqueal, dose profilática de surfactante (Survanta® 100 mg/kg/dose). Foi então considerada falha da profilaxia a necessidade de uma nova dose de surfactante para os RN menores de 1250 g. O diagnóstico de síndrome da angústia respiratória foi definido como a necessidade de oxigênio inalatório e/ou suporte ventilatório não invasivo ou invasivo por mais de 24 horas para manter níveis de saturação entre 90 e 95% e PaO2 acima de 60 mmHg ou sinais radiológicos de parênquima pulmonar com velamento reticulogranular difuso e broncogramas aéreos entre 6 e 24 horas de vida. Outras variáveis estudadas foram: hemorragia pulmonar (sangue vivo em tubo orotraqueal durante ou após atendimento fisioterápico; sepse neonatal precoce (diagnóstico clínico ou sinais de choque infeccioso iniciado até as primeiras 72 horas de vida). A enterocolite necrosante foi definida pelo surgimento de distensão abdominal, aumento de resíduos gástricos, vômitos biliosos, queda do estado geral, sinais toxêmicos e presença de sangue nas fezes, ou de fleimão periumbilical, sinais clínicos de sepse de foco abdominal, coagulação intravascular disseminada, choque séptico e acidose metabólica persistente, imagem radiológica de pneumatose sendo classificadas de acordo como os critérios de Bell et al.11. A displasia broncopulmonar foi definida pela dependência de oxigênio aos 28 dias de vida e alterações na ecografia transfontanelar, sendo considerados dois momentos: alterações na primeira semana de vida e a pior imagem ecográfica detectada até 28 dias nos RN que permaneceram internados nesse período. Foram valorizadas as alterações com possíveis repercussões no prognóstico futuro dos pacientes, como leucomalácia cística (presença de pequenas cavidades próximas aos ventrículos laterais) e hemorragia intraventricular, classificada conforme os critérios de Papile et al.12 modificadas por Volpe13 e considerada grave quando atingiu os graus III ou IV. O exame foi realizado com equipamento Aloka SSD 2000 com transdutor de 5,5 Hertz por dois neonatologistas especializados em diagnóstico por imagem, que são responsáveis pela avaliação rotineira dos RN pré-termo menores do que 34 semanas de gestação internados na unidade neonatal. A análise estatística foi realizada utilizando-se o software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) 16. As variáveis contínuas estão descritas na forma de mediana e quartis. Variáveis categóricas estão expressas em número e proporção de eventos. Para a comparação entre os grupos foi utilizado o Teste de Mann-Whitney (para variáveis contínuas com distribuição assimétrica), χ2 ou o teste exato de Fisher (para variáveis categóricas). A regressão logística foi utilizada para avaliar a influência do peso ao nascer no desfecho de óbito neonatal no grupo Gdz/dr. Medidas de associação como risco relativo com seus respectivos intervalos de confiança foram calculadas para avaliar a contribuição das alterações de fluxo na morbidade e mortalidade neonatal. Adotou-se como nível de significância o valor p<0,05 e o intervalo de confiança de 95%, sendo significativo aquele intervalo que não contivesse a unidade. Resultados No período de um ano, 108 RN prematuros com idade gestacional menor que 34 semanas nasceram vivos de mães hipertensas. Desses, 92 preencheram os critérios de inclusão e 16 foram excluídos pelos seguintes motivos: malformações múltiplas (três); seis mães não haviam sido submetidas ao exame de doplervelocimetria das artérias umbilicais; duas eram portadoras de lúpus eritematoso sistêmico e cinco recém-nascidos foram transferidos para outros hospitais por falta de vaga na unidade neonatal. Dos 92 RN incluídos no estudo, 52 eram pertencentes ao Gdz/dr e 40 ao Gn (doplervelocimetria normal). Dentre as alterações na doplervelocimetria, DZ ocorreu em 81% (42 casos) e DR em 19% (10 casos). Na Tabela 1 estão descritas as características clínicas e as morbidades apresentadas pelas gestantes. A pré-eclampsia foi significativamente mais frequente em G dz/dr e a hipertensão crônica mais frequente em Gn. Parto cesáreo foi a principal via de nascimento nos dois grupos. Não houve diferença entre os grupos quanto à idade gestacional e ao uso de corticoide antenatal. Tabela 1. Características das gestantes com síndrome hipertensiva nos grupos Gdz/dr (DZ ou DR na artéria umbilical) e Gn (Doppler normal na artéria umbilical) Características Idade materna (anos) Gdz/dr Gn (n=51) (n=33) Valor p 29 (25‒32) 28 (26‒32) 0,9 Paridade 2 (1‒3) 1 (1‒3) 0,8 No de consultas pré-natal 5 ( 3‒6) 4 (2‒5,5) 0,09 30 (28‒32) 31 (30‒33) 0,2 Parto cesáreo (%) 48 31 1,00 Gemelaridade (%) 3 13 0,01 Pré-eclampsia (%) 43 21 0,03 Hipertensão arterial crônica (%) 6 11 0,01 Pré-eclâmpsia sobreposta (%) 2 1 0,7 Diabetes gestacional (%) 3 2 0,9 Infecção urinária (%) 1 5 0,01 Corioamnionite (%) 1 3 0,2 39 33 0,7 Idade gestacional ao parto (semanas) Uso de corticoide pré-natal Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):71-7 73 Moura MDR, Margotto PR, Rugolo LMSS Tabela 2. Características dos recém-nascidos nos grupos Gdz/dr (DZ ou DR na artéria umbilical) e Gn (doppler normal na artéria umbilical) de gestações com síndrome hipertensiva Características G1 (n=52) G2 (n = 40) Valor p RR IC95% Peso ao nascer (g) (média e intervalo) 1005 (789–1256) 1357 (1169–1660) <0,001* – – Comprimento (cm) (média e intervalo) 36 (33–39,6) 40 (36,5–41) <0,001* – – 26,2 (24,5–28,0) 28,5 ( 26,3–29,1) <0,001* – – Perímetro cefálico (cm) (média e intervalo) Tempo de VM (dias) (média e intervalo) 2 (0–28) Apgar 1 min <7 (%) Apgar 5 min <7 (%) 0,5 (0–25) 0,03*** – – 27 23 0,5** 1,3 0,8–2,0 7 3 0,05** 1,6 1,2–2,2 Classificação de PIG (%) 34 6 0,00** 2,5 1,7–3,7 Sexo masculino (%) 24 25 0,1** 1,9 0,8–4,5 Reanimação ao nascer 40 25 0,1** 0,7 0,4–1,1 2ª dose de surfactante (%) 10 6 0,7** 1,4 0,4–4,1 SAR (%) 29 20 0,6** 0,7 0,3–1,9 Sepse precoce (%) 20 10 0,1** 1,9 0,8–4,7 O2 aos 28 dias (%) 17 4 0,01** 4,4 1,3–14,3 Enterocolite necrosante(%) 9 3 0,1** 1,4 0,9–2,0 Hemorragia pulmonar(%) 9 5 0,5** 1,5 0,4–4,8 19 4 0,01** 1,6 1,2–2,2 Óbito(%) PIG: Pequeno para a Idade Gestacional; SAR: Síndrome da Angústia Respiratória; Mediana (quartis) ou (%); *Teste de Mann-Whitney; **χ2; ***Teste exato de Fisher. Tabela 3. Achados a ultrassonografia cerebral dos recém-nascidos nos grupos G dz/dr (DZ ou DR na artéria umbilical) e Gn (Doppler normal na artéria umbilical) de gestações com síndrome hipertensiva Gdz/dr Gn Normal (%) 10 17 0,1 Hiperecogenicidade (%) Primeira semana de vida* Valor p 25 17 0,1 HIV grau 1 e 2 (%) 1 3 0,6 HIV grau 3 e 4 (%) 2 1 1,00 Entre a primeira semana e 28 dias de vida** Normal (%) 13 11 1,00 Hiperecogenicidade (%) 9 15 0,1 HIV grau 1 e 2 (%) 8 3 0,2 HIV grau 3 e 4 (%) 4 3 1,00 DV + hiperecogenicidade (%) 8 5 0,7 HIV: Hemorragia intraventricular; DV: Dilatação ventricular; *Gdz/dr=38; Gn=38; **Gdz/dr=42; G n=37. As medidas antropométricas dos RN foram significativamente menores no G dz/dr e nesse grupo houve maior risco de RN PIG, com risco relativo de 2,5 IC 95% 1,7–3,7; p<0,01). A reanimação em sala de parto, a necessidade de segunda dose do surfactante, e a morbidade neonatal não diferiram entre os grupos (Tabela 2). Os recém-nascidos do Gdz/dr permaneceram mais tempo em ventilação mecânica, tiveram maior frequência de uso de oxigênio aos 28 dias de vida e maior mortalidade no período neonatal com risco de óbito de 1,6; IC95% 1,2–2,2; p<0,03. (Tabela 2). Todos os RN menores que 600 g nasceram de mães com alteração de fluxo sanguíneo em artéria umbilical e foram a óbito até o 28º dia de vida. 74 Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):71-7 Nesta amostra o peso ao nascer revelou-se a variável significativamente relacionada ao óbito neonatal. Assim sendo, foi a variável selecionada para o ajuste de modelo de regressão logística que apontou que, RN com a presença de DZ ou DR, para cada 100 gramas a menos de peso ao nascer, a chance de óbito aumentou 6,7 vezes (IC95% 2,0–11,3; p<0, 01). As alterações na ecografia transfontanelar até a primeira semana de vida bem como a pior imagem ecográfica descrita antes da alta ou óbito, não diferiram entre os grupos (Tabela 3). Discussão Este estudo mostra como são graves os desfechos neonatais na presença de DZ ou DR na doplervelocimetria das artérias umbilicais, em prematuros menores que 34 semanas de idade gestacional, nascidos de mães hipertensas. No Gdz/dr (presença de DZ ou DR) a maioria das gestantes apresentava pré-eclâmpsia e no Gn a hipertensão crônica foi a síndrome hipertensiva mais prevalente. Estudos clínicos e experimentais sugerem que a pré-eclampsia precoce é uma doença placentária, enquanto a tardia é uma doença sistêmica materna, o que pode explicar o pior prognóstico fetal e neonatal na manifestação precoce (antes da 32ª semana) da pré-eclampsia14. Chappell et al.15, avaliando os desfechos perinatais e fatores de risco para pré-eclâmpsia em mulheres com hipertensão crônica, documentaram maior risco de prematuridade e restrição do crescimento em gestantes hipertensas crônicas com pré-eclâmpsia sobreposta. No Alterações do fluxo sanguíneo em artéria umbilical na síndrome hipertensiva gestacional e suas implicações nos resultados neonatais presente estudo não observamos esses achados e, tampouco em casos de hipertensão gestacional, provavelmente devido ao critério de seleção dos pacientes, que se baseou na realização da ecografia com doplerfluxometria. Esse exame está indicado na monitorização de gestações de alto risco com comprometimento fetal, seja pela pré-eclâmpsia ou sinais ecográficos de restrição do crescimento intrauterino2. Os resultados deste estudo confirmam os achados relatados. O desfecho gestacional nas síndromes hipertensivas que cursam com DZ ou DR é o nascimento de pré-termo com menor peso14-16. A restrição do crescimento intrauterino é uma das complicações mais frequentes, conforme demonstrado neste estudo, em que 2/3 dos RN no Gdz/dr foram classificados como pequenos para idade gestacional. A síndrome hipertensiva, em especial a pré-eclampsia grave, promove insuficiência placentária com risco elevado de restrição do crescimento intrauterino7. A avaliação da circulação feto-placentária pela doplervelocimetria das artérias umbilicais torna-se um exame importante nessas gestações de risco, uma vez que a detecção de DZ ou DR está fortemente relacionada à hipóxia intrauterina e elevadas taxas de morbidade e mortalidade perinatais2-6. Há que se destacar a adequação da conduta obstétrica na indicação da interrupção da gestação, predominantemente por cesárea, bem como o elevado percentual de uso de corticoide antenatal, denotando a preocupação do obstetra em melhorar o prognóstico neonatal dos prematuros. Martins Neto et al.17 avaliando fatores preditores para o óbito neonatal em gestações com DZ e DR observou, após ajuste de regressão logística, que o índice de Apgar menor que sete no primeiro minuto foi capaz de predizer o óbito neonatal. Na amostra analisada não observamos diferença entre os grupos quanto ao índice de Apgar no primeiro minuto, mas no quinto minuto observamos um número maior de RN com Apgar menor que sete. Outro achado interessante observado foi o efeito das alterações na doplervelocimetria e a morbidade pulmonar. A ocorrência de DZ ou DR parece não estar relacionada ao aumento do grau de imaturidade pulmonar, pois não houve maior necessidade de surfactante, nem incidência mais elevada de SAR neste grupo. Porém, os RN do Gdz/dr permaneceram mais tempo sob ventilação mecânica e tiveram maior dependência de oxigênio aos 28 dias de vida, sugerindo que o achado de alterações do fluxo sanguíneo em artéria umbilical levaria a um maior risco de lesão pulmonar.. No entanto, a presença de DZ ou DR está intimamente ligada a RN pré-termos e baixo peso que, independente da presença dessas alterações na doplervelocimetria, já são mais susceptíveis a ventilação mecânica prolongada e, consequentemente, maior risco de displasia broncopulmonar. Essa associação está bem definida em literatura: quanto menor o RN maior o risco de lesão pulmonar18,19. A associação entre as alterações de fluxo à doplervelocimetria da artéria umbilical e a restrição do crescimento intrauterino, o risco aumentado de enterocolite necrosante tem sido classicamente descrita na literatura20,21, assim como ocorre com a presença de pré-eclampsia. No entanto, tal associação não se confirmou neste estudo, uma vez que a morbidade neonatal não diferiu entre os grupos. Entretanto, este achado deve ser interpretado com cautela devido ao número amostral, que pode ter sido insuficiente para avaliar um desfecho pouco frequente. Os achados de ecografia transfontanelar não mostraram diferenças entre os dois grupos; porém, no grupo com DZ/DR merece destaque o baixo percentual de exames normais e a elevada incidência de hiperecogenicidade na primeira semana de vida, bem como a maior incidência de dilatação ventricular associada à hiperecogenicidade após a primeira semana. A hiperecogenicidade pode expressar congestão vascular ou infarto hemorrágico subsequente às lesões isquêmicas, achados esses que podem desaparecer em dias ou semanas 22. É importante considerar que a hiperecogenicidade durante a primeira semana de vida pode ser normal. As lesões que perduram após o 14o dia de vida são as que parecem estar mais ligadas à lesão permanente de substância branca. Vários estudos demonstraram que as hiperecogenicidades transitórias periventriculares são menos preditivas para lesão cerebral, mas não devem ser tratadas com indiferença, pois podem representar uma leve leucomalácia periventricular22. Vem se observando de modo consistente os altos índices de morbidade e mortalidade em casos de DZ ou DR chegando a valores de 40% de mortalidade perinatal em gestações complicadas por restrição do crescimento fetal23. Os fetos com DZ ou DR que não tiveram suas gestações interrompidas foram a óbito intraútero em até três semanas (mediana de sete dias). Estudos nacionais também alertam para o mau prognóstico perinatal em gestações com alterações na doplervelocimetria das artérias umbilicais com cifras de 63,8 e 64,6%17,24. A mortalidade neonatal precoce neste último estudo foi de 32,6% (14/43) e a tardia de 27,9% (12/43). Sendo assim, gestações que cursam com estas graves alterações de fluxo devem ser avaliadas com rigor, sendo geralmente necessária a internação das gestantes para criterioso monitoramento, na tentativa Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):71-7 75 Moura MDR, Margotto PR, Rugolo LMSS de definir o melhor momento para indicar a interrupção da gestação, evitando-se assim o óbito intraútero. Não há consenso a respeito da melhor conduta obstétrica na síndrome hipertensiva complicada com DZ ou DR antes da 34a semana de gestação, pois a conduta expectante pode melhorar o prognóstico neonatal, mas pode não ser segura para a gestante. A idade gestacional, a gravidade da doença materna e a condição de risco fetal são fatores que devem ser considerados na tomada de decisão quanto ao nascimento. O achado mais marcante no presente estudo foi o elevado risco de óbito nos prematuros de gestantes hipertensas com alterações de DZ ou DR. Apesar dos elevados índices de mortalidade fetal e neonatal associados ao diagnóstico de DZ e DR, a indicação da interrupção da gestação deve ser definida com cautela. É preciso sempre considerar os riscos maternos e fetais. É importante que cada serviço seja capaz de definir qual o melhor momento para a interrupção da gestação. No presente estudo, o peso ao nascer de RN provenientes de gestação com DZ ou DR mostrou-se um fator determinante para o óbito, uma vez que a cada 100 gramas a menos de peso a chance de óbito neonatal aumentou 6,7 vezes. Devido à magnitude do problema, há que se ter a garantia de que, quando a interrupção prematura da gestação for a única alternativa possível, deve acontecer em situação ideal para que a equipe da UTI Neonatal possa oferecer assistência terciária a esses RN que, além de prematuros, frequentemente apresentam restrição importante do crescimento intrauterino. O atendimento multiprofissional que permita diagnóstico e tratamento das mais variadas complicações, bem como disponibilidade de recursos tecnológicos avançados são fundamentais para a melhoria dos resultados neonatais, tanto na sobrevivência, como na qualidade de vida. Este estudo apresenta algumas limitações, como: pequeno tamanho amostral, a não utilização de padrões de avaliação fetal como a doplervelocimetria da artéria cerebral, a avaliação do ducto venoso e a dosagem do PH do cordão umbilical. Entretanto, os resultados encontrados podem ser úteis para balizar as decisões obstétricas, os cuidados neonatais e as expectativas dos familiares ante ao cenário ainda tão sombrio de gestações complicadas pelas síndromes hipertensivas. Este estudo também demonstra que prematuros menores que 34 semanas, nascidos de mães hipertensas com diástole zero ou reversa em artéria umbilical apresentam grave restrição do crescimento intrauterino o que leva a um prognóstico neonatal reservado com elevado risco de morte. Referências 1. FitzGerald DE, Drumm JE. Non-invasive measurement of human fetal circulation using ultrasound: a new method. Br Med J. 1977;2(6100):1450-1. 9. Lubchenco LO, Hansman C, Dressler M, Boyd E. Intrauterine growth as estimated from liveborn birth-weight data at 24 to 42 weeks of gestation. Pediatrics. 1963;32(5):793-800. 2. Alfirevic Z, Neilson JP. Doppler ultrasound for fetal assessment in high risk pregnancies. Cochrane Database Syst Rev. 2010;(2):CD000073. 10. Margotto PR. Curvas de crescimento intra-uterino: estudo de 4413 recém-nascidos únicos de gestações normais. J Pediatr (Rio J). 1995;71(1):11-21. 3. Society for Maternal-Fetal Medicine Publications Committee, Berkley E, Chauhan SP, Abuhamad A. 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Rev Bras Ginecol Obstet. 2000;22(6):353-63. Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):71-7 77 Elisabeth Meloni Vieira1 Gerson Hiroshi Yoshinari Júnior2 Hayala Cristina Cavenague de Souza3 Marina Pasquali Marconato Mancini4 Gleici da Silva Castro Perdoná1 História reprodutiva e sexual de mulheres tratadas de câncer de mama Reproductive and sexual history of women treated of breast cancer Artigo Original Resumo Palavras-chave Neoplasias da mama Sexualidade Comportamento sexual Gravidez Preservação da fertilidade Keywords Breast neoplasms Sexuality Sexual behavior Pregnancy Fertility preservation OBJETIVO: Compreender a vida sexual e reprodutiva de mulheres tratadas de câncer de mama. MÉTODOS: Foram entrevistadas 139 mulheres com diagnóstico há pelo menos seis meses, selecionadas aleatoriamente em um serviço de reabilitação. As entrevistas foram feitas entre 2006 e 2010. Todas eram usuárias do SUS, pacientes de um hospital regional e moradoras da região DRS XIII-Ribeirão Preto, Estado de São Paulo. As entrevistadas foram visitadas em seu domicílio onde foi aplicado um questionário face a face que abordava questões relativas às características sociodemográficas, da doença e da vida reprodutiva e sexual, para esta última aplicou-se o instrumento Índice de Função Sexual Feminina (IFSF). A análise estatística incluiu o teste do χ2, o teste exato de Fisher e o teste t de Student, análise multivariada por regressão logística e análise fatorial e alfa de Cronbach. RESULTADOS: A maioria teve entre 2 e 3 filhos e 80% utilizaram algum método anticoncepcional. Cerca de metade das mulheres tiveram relação sexual no último mês, 45,3% interromperam as relações sexuais durante o tratamento e 25,9% não interromperam. Houve relato de diminuição da frequência sexual, embora metade das entrevistadas tenha retomado a vida sexual nos primeiros seis meses após o tratamento. Pouco mais de metade apresentou insatisfação sexual. Encontrou-se vida sexual ativa associada à idade menor que 40 anos e a ter parceiro. Não foi encontrada associação entre vida sexual ativa e ao diagnóstico e tipos de tratamento. CONCLUSÃO: A atividade sexual de mulheres tratadas para câncer de mama não está associada aos tratamentos, mas à idade e à oportunidade de ter sexo. Abstract PURPOSE: To understand the reproductive and sexual life of women treated for breast cancer. METHODS: A total of 139 women with a diagnosis made at least 6 months ago were interviewed after being randomly selected in a rehabilitation service. The interviews were carried out between 2006 and 2010. The inclusion criteria were: to have used a rehabilitation service between 2006 and 2010, to be a Unified Health System user, to have been a patient at a regional hospital and to be resident in the area of DRS XIII-Ribeirão Preto, state of São Paulo. The interviewees were visited at home where a face to face questionnaire regarding sociodemographic features and questions about the disease and reproductive and sexual life was administered. For the last one, the Female Sexual Function Index instrument was used. Data were analyzed statistically by the χ2 test, Fisher exact test, Student’s t test, multivariate analysis by logistic regression, factorial analysis and the Cronbach’s alpha. RESULTS: Most patients had between 2 to 3 children and 80% used some contraceptive. About half of them had had sexual intercourse in the last month, 45.3% had interrupted sexual intercourse during treatment and 25.9% did not. There were reports of decreasing sexual activity, although half of the interviewees had re-started sexual life during the first six months after treatment. About half presented sexual dissatisfaction. An active sexual life is associated with being younger than 40 years of age and to have a partner. No association was found between active sexual life and diagnosis and types of treatment. CONCLUSION: Sexual activity of women treated for breast cancer is not associated with the treatments, but with age and with the opportunity of having sex. Correspondência Elisabeth Meloni Vieira Departamento de Medicina Social – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo Avenida Bandeirantes 3.900 – Monte Alegre CEP: 14049-900 Ribeirão Preto (SP), Brasil Recebido 29/10/2012 Aceito com modificações 19/12/2012 Trabalho realizado no Departamento de Medicina Social, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo – USP – Ribeirão Preto (SP), Brasil. 1 Departamento de Medicina Social, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo – USP – Ribeirão Preto (SP), Brasil. 2 Graduação em Medicina da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo – USP – Ribeirão Preto (SP), Brasil. 3 Programa de Mestrado Saúde na Comunidade, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo – USP – Ribeirão Preto (SP), Brasil. 4 Graduação em Estatística do Departamento de Estatística, Universidade Federal de São Carlos – UFSCar – São Carlos (SP), Brasil. Fonte de financiamento: FAPESP, processo nº 2009/50319-8. Conflito de interesses: não há. História reprodutiva e sexual de mulheres tratadas de câncer de mama Introdução O câncer de mama, além de ser a segunda neoplasia mais frequente no mundo, é a principal causa de morte por câncer entre as mulheres1. Registra-se no país aumento com taxas de mortalidade que se elevaram no período de 1979 a 2000 de 5,7/100.000 mulheres para 9,7/100.000. Esse aumento foi constante entre os anos de 2000 e 2006 e atingiu 12,6 mortes por 100.000 mulheres, apesar de discreta diminuição para 11,0 mortes em 20072,3. Não obstante ao aumento da incidência, observa-se queda nas taxas de mortalidade, especialmente em países desenvolvidos, com aumento da sobrevida, provavelmente por maior eficácia no processo de diagnóstico precoce e oferta de tratamento adequado1. Em função da significativa prevalência da neoplasia maligna de mama, seja no cenário mundial ou brasileiro, destaca-se a necessidade de compreender quem são essas mulheres e como a doença as afeta, na tentativa de propor intervenções que melhorem sua qualidade de vida (QV). Um dos importantes aspectos da QV é a sexualidade, que pode ficar comprometida pela doença ou por seu tratamento4. Vários estudos mostram a importância da vida sexual e dos aspectos emocionais na qualidade de vida da mulher com câncer de mama, principalmente em sua resiliência e sobrevivência5,6. Além disso, a incidência do câncer de mama em mulheres mais jovens traz a preocupação com a saúde reprodutiva e a maternidade, que deve ser pensada e planejada antes do tratamento, pois este pode provocar menopausa precoce e infertilidade7,8. Devido a essas implicações, espera-se que a paciente seja orientada sobre sexualidade e reprodução por um profissional de saúde, médico ou enfermeiro. Mas as pesquisas mostram que, mesmo quando a paciente deseja falar abordando o assunto para tirar dúvidas ou formular questões sobre as mudanças corporais e sexuais, os profissionais evitam o tema por vergonha, não saber como orientar, por falta de experiência ou tempo9. Este trabalho visa descrever as características sociodemográficas, bem como a história reprodutiva e sexual das mulheres sobreviventes ao câncer de mama, objetivando fornecer subsídios para que os profissionais de saúde possam compreender melhor essas necessidades de saúde. Métodos No período de setembro de 2010 a janeiro de 2011, foram entrevistadas 139 mulheres, que haviam recebido o diagnóstico de câncer há pelo menos seis meses (entre 2006 e 2010). Utilizou-se um questionário aplicado face a face por entrevistadoras treinadas. Todas as entrevistadas frequentavam ou haviam frequentado um programa de reabilitação para mulheres mastectomizadas que se desenvolve no REMA, sigla do serviço nomeado Núcleo de Ensino, Pesquisa e Assistência na Reabilitação de Mastectomizadas da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Este serviço de reabilitação é público e também atua como serviço-escola que atende gratuitamente as mulheres, em sua maioria usuárias do SUS. As mulheres matriculadas podem frequentá-lo indefinidamente participando de programas sociais, fisioterápicos, orientação em psicologia e enfermagem tanto individual como em grupo. Do total de mulheres atendidas pelo REMA no período de 2006 a 2010, duzentas (200) eram usuárias do Hospital das Clínicas e residiam em Ribeirão Preto ou região (Diretoria Regional de Saúde (DRS-XIII)). O tamanho amostral foi calculado para uma população finita, prevalência de 50% em relação à atividade sexual no último mês, erro de 5% e nível de significância de 5%, resultando em recomendações de inclusão de pelo menos 132 indivíduos. As entrevistadoras receberam uma lista com os nomes de mulheres inscritas no REMA e sortearam 184 mulheres (considerando possíveis perdas), que foram contatadas por telefone ou pessoalmente. Destas, 14 eram falecidas, 17 se recusaram a ser entrevistadas e 14 não foram localizadas. As entrevistas ocorreram durante todos os dias da semana, inclusive aos fins de semana e feriados, nos períodos da manhã, tarde e noite, dependendo da disponibilidade da entrevistada. Quando não era obtido o contato telefônico, as entrevistadoras fizeram até três visitas ao endereço indicado, e se a paciente não fosse encontrada era excluída do estudo. Outras informações médicas foram obtidas por meio de busca ativa dos prontuários arquivados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP/USP). A pesquisa foi conduzida dentro dos padrões exigidos pela Declaração de Helsinque e aprovada pela Comissão de Ética da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, parecer nº 193/2009, e todas as entrevistadas assinaram o Termo de Consentimento e Esclarecido. Em relação às características sociodemográficas as variáveis analisadas foram: a idade em anos completos no momento da entrevista; raça/cor de acordo com a classificação autorreferida do IBGE (branca, preta, parda, amarela e indígena); estado marital; anos completos de escolaridade; ocupação; e o Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB), com o objetivo de definir a qual classe econômica pertenciam10, a posse de casa própria e a religião. Quanto às características da doença, as variáveis estudadas foram: o tempo de diagnóstico no momento da entrevista; a idade da entrevistada no momento do diagnóstico; se havia ocorrido recidiva ou metástase e os tipos de tratamentos (cirúrgico, hormonioterapia, quimioterapia e radioterapia). Embora a sexualidade seja um termo abrangente na integração das várias dimensões Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):78-83 79 Vieira EM, Júnior GHY, Souza HCC, Mancini MPM, Perdoná GSC humanas, como a física, psicológica e social, neste artigo nos limitamos a investigar algumas variáveis da vida sexual e reprodutiva atual e pregressa da mulher, como a idade na primeira relação sexual; a paridade (sim ou não; número de filhos); se amamentou (sim ou não); se teve aborto (sim ou não); o uso de método anticoncepcional (sim ou não); a frequência das relações sexuais; a data da última relação sexual; interrupção das atividades sexuais durante o tratamento e a retomada da vida sexual após tratamento e os resultados da aplicação do Índice de Função Sexual Feminina (IFSF)11. Este instrumento é um questionário com 19 questões que avalia seis domínios da sexualidade feminina: desejo, excitação, lubrificação vaginal, orgasmo, satisfação e dor. As questões referem-se ao desempenho sexual da mulher nas quatro semanas anteriores à aplicação do questionário. Todas as questões são de múltipla escolha e uma escala é utilizada para possibilitar a detecção de sutis diferenças nos níveis de medida. As opções de resposta recebem uma pontuação de zero (ou um) a cinco. O escore igual a zero corresponde à inexistência de prática sexual nas últimas quatro semanas pela respondente, o um se refere à presença pouco significante da função questionada, e o cinco, à presença com significância da função questionada. Para a análise utilizamos a estatística descritiva e testes de associação entre as variáveis como o χ2 de Pearson, o teste exato de Fischer e o teste de t-de Student. A hipótese de associação foi aceita quando se encontrou p<0,05. Também realizamos análise multivariada por regressão logística para verificar qual a chance de ter vida sexual ativa de acordo com a idade na presença ou não de um relacionamento. Para o estudo do FSFI aplicou-se análise fatorial e o α de Cronbach. 80 foi classificada como pertencente à categoria C e a maioria (103; 74,1%) referiu possuir moradia própria. Mais detalhes sobre as características da distribuição de frequência dessas variáveis podem ser observados na Tabela 1. O tempo entre o diagnóstico e a entrevista foi no mínimo seis meses e no máximo 116 meses (mais de nove anos), e em média 35,6 meses. A maioria das mulheres (55/42,9%) haviam recebido o diagnóstico entre dois e quatro anos antes, 11 (8,5%) há menos de um ano e a mesma proporção, 24,2% (31 mulheres), entre um e dois anos e mais de quatro anos. A idade no momento do diagnóstico variou de 23 a 77 anos, com média de 53,9 anos. Cerca de um terço das entrevistadas, 31,2% (41), tinha entre 41 e 50 anos de idade no momento do diagnóstico, 24,2% (31) entre 51 e 60 anos, 26,5% entre 61 e 73 Tabela 1. Aspectos sociodemográficos das mulheres com diagnóstico de câncer de mama Aspectos sociodemográficos n (%) 24 a 40 anos 14 (10,7) 41 a 50 anos 35 (21,2) 51 a 60 anos 47 (33,8) >60 anos 43 (31,0) Branca 88 (63,3) Parda 39 (29,1) Preta 10 (7,2) Oriental/Indígena 2 (1,4) Casadas 61 (43,8) Coabitavam 16 (11,5) Solteiras,viúvas, separadas 62 (45,0) Idade Raça/cor Estado marital Escolaridade Resultados Menos de 4 anos 28 (20,1) 4 série Ensino Fundamental 41 (29,5) Em relação às características sociodemográficas no momento da entrevista a mulher mais jovem tinha 24 anos e a mais velha 78 anos de idade. A média da idade encontrada foi 54,6 anos e a mediana, 54 anos. A maioria das entrevistadas se autorreferiu como branca (63,3%) ou parda (29,1%) e estava casada (43,9%) ou coabitando com um companheiro (11,5%). A média de idade dos companheiros dessas pacientes foi de 52,5. Entre as 62 mulheres solteiras, viúvas ou separadas (45%), apenas sete (5,3%) tinham parceiro sexual, mas não coabitavam. Mais da metade delas tinha escolaridade superior ao ensino fundamental e o tempo médio de escolaridade foi igual a 7,3 anos. A maioria trabalhava e exercia profissões que exigem nível médio como vendedora, auxiliar administrativo ou professora. Um terço afirmou ser dona de casa e um quinto, aposentada. Em relação ao CCEB quase metade (69; 49,6%) 8a série Ensino Fundamental 21 (15,1) Ensino Médio 31 (22,3) Trabalha fora 52 (37,4) Dona de casa 47 (33,8) Aposentada 33 (23,7) Doméstica 7 (5,0) Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):78-83 a Ocupação Critério Brasil de Classificação socioeconômica* Classe A 5 (3,6) Classe B 46 (33,0) Classe C 69 (49,6) Classe D/E 19 (13,7) Católica 79 (56,8) Evangélica 28 (20,1) Outra 32 (23,1) Religião *Critério Brasil avalia o nível de consumo baseado na escolaridade do chefe. da família e dos bens de consumo presentes no domicílio10. História reprodutiva e sexual de mulheres tratadas de câncer de mama vida sexual após o tratamento a maioria (46/68%) o fez dentro de um período de seis meses. Não houve tendência à interrupção de relações sexuais de acordo com o tipo de tratamento realizado, nem com a situação do tratamento, (concluído ou não). Após o adoecimento as mulheres apresentaram diminuição na frequência de relações sexuais (Tabela 2). Encontrou-se associação significante entre vida sexual ativa e idade menor que 40 anos. A maioria das mulheres que teve relação sexual no último mês tinha menos de 50 anos (Tabela 3). Também se observou associação estatisticamente significante entre vida sexual ativa e morar com marido ou companheiro (p<0,000). A maioria que não teve relação sexual no último mês não tinha parceiro. Encontrou-se diferença significante (p<0,001) entre a idade das mulheres com parceiros (média de 50,7 anos) e sem parceiros (média de 60,4 anos). A regressão logística mostrou que a chance de uma mulher ter vida sexual ativa é menor, quanto maior a sua idade (OR=0,9; p=0,05) e o fato de uma mulher ter um relacionamento estável aumenta em 63 vezes a chance de ela ter vida sexual ativa (p<0,05). Não foi encontrada associação entre ter ou não vida sexual ativa e os tipos de tratamentos realizados, tal como hormonioterapia, radioterapia, quimioterapia e a cirurgia. O instrumento IFSF (Índice da Função Sexual Feminina) para avaliar a função sexual foi administrado nesta amostra e apresentou coeficiente α de Cronbach 0,98, que significa alta consistência interna. De um escore possível entre 0 e 6 quase metade da amostra selecionada (44%) apresentou dificuldades (escores entre 0 e 1) com os anos e 17,9% (23) menos de 40 anos. As mulheres foram submetidas a vários tipos de tratamento: 104 (74,8%) receberam quimioterapia, 103 (74,1%) radioterapia, 103 (74,1%) hormonioterapia e 132 foram submetidas a 151 procedimentos cirúrgicos. Desses procedimentos, 8 (5,7%) foram mastectomia radical, 58 (41,7%) mastectomia simples, 17 (12,2%) quadrantectomia e 68 (48,9%) nodulectomia. Entre as entrevistadas 12 (8,6%) relataram recidivas da doença e 19 (13,6%) relataram metástases. Vida reprodutiva Apenas 15 pacientes (10,8%) são nulíparas; a maioria teve entre 2 e 3 filhos (em média 2,3 filhos). Em relação ao número nascidos vivos, 13 pacientes (9,3%) tiveram 1 filho, 27 pacientes (19,4%) 2 filhos, 30 pacientes (21,5%) 3 filhos, 17 pacientes (12,2%) 4 filhos, 12 pacientes (8,6%) 5 filhos e 8 pacientes (5,7%) 6 ou mais; 86,3% referiam ter amamentado. As entrevistadas referiram 369 gestações e a ocorrência de 29 abortos, dos quais 4 foram provocados. Oitenta por cento das mulheres (112) usaram algum método anticoncepcional em algum momento da vida reprodutiva, mas menos da metade (53/37,9%) utilizou algum contraceptivo antes da primeira gestação. Vida sexual Apenas cinco mulheres nunca tiveram relação sexual. A média de idade na primeira relação foi 20 anos e a mediana, 19 anos. Para 68 (48,9%) mulheres a última relação sexual ocorreu no período do último mês (4 semanas), e para a maioria destas (47/69,1%), na semana em que foi entrevistada. Uma proporção semelhante (47,5%) referiu que teve o último intercurso sexual há mais de um mês. Dentre estas, a maioria 54 (81,8%) relatava que havia ocorrido há mais de um ano. A média de relações mensais foi de 6,3 para aquelas que tiveram relação sexual no último mês. Durante o tratamento do câncer interromperam as relações sexuais 45,3% (63) delas, 25,9% (36) não interromperam e 28,7% (40) estavam sem parceiro. Das 63 mulheres que concluíram o tratamento de câncer apenas 10 ainda não haviam retomado as relações sexuais. Das 53 mulheres que haviam retomado a Tabela 2. Distribuição percentual das mulheres com diagnóstico de câncer de mama segundo a frequência de relações sexuais antes de ter adoecido e atualmente Frequência das relações sexuais Antes de ter adoecido (%) Atualmente (%) 0 32 48 1–4 vezes/mês 26 32 5–9 vezes/mês 16 8 10–14 vezes/mês 16 6 15–19 vezes/mês 6 4 Mais de 20 vezes/mês 4 2 100 100 Total Tabela 3. Distribuição das mulheres com diagnóstico de câncer de mama segundo idade e momento da última relação sexual Idade Relação no último mês Relação há mais de um mês Total n % n % n % <40 11 (84,6) 2 (15,3) 13 (9,7) Entre 41 e 50 27 (77,1) 8 (22,8) 35 (26,1) Entre 51 e 60 21 (45,6) 25 (54,3) 46 (34,3) >60 9 (22,5) 31 (77,5) 40 (29,8) Total 68 (50,7) 66 (49,2) 134 (100) Teste do χ2, valor p=0,0001. Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):78-83 81 Vieira EM, Júnior GHY, Souza HCC, Mancini MPM, Perdoná GSC domínios excitação, lubrificação e orgasmo. Quase metade (48%) foi diagnosticada com relevância para o domínio dor e pouca relevância para o domínio desejo (46%). A maior parte (56%) classificou o domínio satisfação com escore variando de zero a três, o que também indica a insatisfação de pouco mais da metade das mulheres com a função sexual atual. Discussão As mulheres incluídas neste estudo são usuárias do SUS e sua classificação socioeconômica, assim como sua escolaridade e renda, é compatível com outros estudos realizados no município12,13. Embora a média de idade encontrada seja maior do que 50 anos, quase 40% das mulheres encontravam-se abaixo dessa idade. Além disso, observamos que muitas entrevistadas eram jovens quando apresentaram o câncer de mama. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) para a cidade de São Paulo mostram que a incidência nessa proporção de mulheres abaixo dos 50 anos não é tão elevada e vem se mantendo estável na última década, com ligeira tendência de queda. Entre 1997 e 1998 a incidência de câncer de mama na mulher com menos de 50 anos foi de 31,8 e 30,3% no período 2001–200514,15. Observa-se, então, que cerca de um terço à metade da população feminina afetada pela doença tem menos de 50 anos, e aproximadamente 10% tem menos de 40 anos14,15. O acometimento de mulheres mais jovens pelo câncer de mama parece ser, isoladamente, um fator de mau prognóstico (elevando a chance de recidiva loco regional16), trazendo para essas mulheres uma nova necessidade de planejamento de vida, como a preocupação com a preservação da fertilidade (que pode ser afetada pela doença e pelos tratamentos)14,15. A cirurgia de remoção da mama pode trazer, dentre tantos outros sintomas, depressão e baixa autoestima ocasionados pela retirada de um dos mais significativos símbolos sexuais4,6. Todos os tipos de tratamento para o câncer de mama causam alterações psicológicas ou físicas que afetam diretamente a sexualidade feminina e interferem em muitos domínios da função sexual4. A literatura científica é rica em apresentar estudos qualitativos e quantitativos que mostram essas alterações na vida sexual das mulheres4,5,6,17. Mulheres em hormonioterapia referiram disfunção sexual e aversão ao sexo, bem como dificuldade de atingir orgasmo, com piora progressiva ao longo do tratamento, porém com remissão dos sintomas após a conclusão18. O ressecamento severo da vagina associado à menopausa precoce induzida pelo tratamento pode produzir dor à relação sexual4. Há relatos na literatura de interrupção da vida sexual por pelo menos um ano, com a avaliação de que mesmo cinco anos após a cirurgia a vida sexual não volta a ser a mesma19. Entretanto, no presente estudo, observamos que metade das mulheres retornaram à atividade sexual dentro de seis meses após o diagnóstico. Cerca de meta de das mulheres apresentaram vida sexual ativa, com o número médio de seis relações sexuais mensais, embora menor que a média do brasileiro20. Além disso, estudos apresentam resultados da aplicação do IFSF na população geral, similares àqueles encontrados neste estudo, como a pesquisa conduzida no Chile, que mostrou 40% das mulheres com disfunção sexual21 enquanto o estudo realizado nos Estados Unidos mostrou 43% das mulheres com disfunção sexual22. Uma revisão da literatura realizada por Lewis et al.23 constata prevalência de disfunção sexual em mulheres de 40 a 45%, enquanto estudo realizado no Brasil mostra que metade das mulheres referiram algum tipo de dificuldade sexual20. Apesar da diminuição da frequência da atividade sexual após o diagnóstico do câncer e cerca de metade das mulheres terem relatado dificuldades sexuais, constatamos que a atividade sexual das mulheres sobreviventes ao câncer de mama não estão associadas aos tratamentos, mas à idade e à oportunidade de ter sexo — no caso, definida pela presença de um parceiro sexual, variáveis estas que se apresentaram associadas. Essas informações são cruciais, pois os profissionais de saúde não devem ignorar este tema, mas sim podem e devem orientar em relação à vida sexual, a interrupção e aos sintomas provocados pelos tratamentos que interferem na vida sexual. Agradecimentos Este estudo recebeu financiamento FAPESP, processo nº 2009/50319-8. Gerson Hiroshi Yoshinari Júnior recebeu bolsa PIBIC-CNPq durante a elaboração deste trabalho. Referências 1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Controle do câncer de mama: documento de consenso. 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Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):78-83 83 Lígia Maria Montenegro Lessa1 Maria Bethânia da Costa Chein2 Diego Salvador Muniz da Silva³ Omero Benedicto Poli Neto4 Antônio Alberto Nogueira5 Leidyane Silva Caldas Coelho6 Luciane Maria Oliveira Brito7 Irritable bowel syndrome in women with chronic pelvic pain in a Northeast Brazilian city Síndrome do intestino irritável em mulheres com dor pélvica crônica em uma cidade do Nordeste Brasileiro Artigo Original Abstract Keywords Pain Chronic pain Pelvic pain Irritable bowel syndrome Women’s health Palavras-chave Dor Dor crônica Dor pelvica Síndrome do intestino irritável Saúde da mulher PURPOSES: To determine the prevalence of irritable bowel syndrome (IBS) in women with chronic pelvic pain (CPP) and its associated features; to determine whether IBS and CPP constitute the same syndrome. METHODS: Cross-sectional population survey with systematic sequential sampling according to census districts in which 1470 women were interviewed with respect to the sample calculation. The participants resided in their own homes, were at least 14 years of age, experienced menarche and presented CPP according to the American College of Obstetrics and Gynaecology. The dependent variable was IBS based on Rome III criteria in women with CPP, and the following independent variables were possibly associated with IBS: age, schooling, duration of pain, sedentary lifestyle, migraine, depression, insomnia, back pain, dysmenorrhea, dyspareunia, depression, history of violence, and intestinal symptoms. The sample was subdivided into groups with and without IBS. After the descriptive analysis of the variables was performed, the respective frequencies were evaluated using GraphPad Prism 5 software. To evaluate the association between the dependent variable and the independent variables, the c2 test was used with a significance level of 5%. RESULTS: The prevalence of IBS in women with CPP was 19,5%. Pain duration (p=0.03), back pain (p=0.002), history of physical or sexual abuse (p=0.002), and intestinal complaints were more prevalent in the group with IBS and CPP. There was no difference between the groups regarding other criteria. CONCLUSION: The data confirmed the literature, identified several aspects that were shared between the pathologies and supported the hypothesis that both pathologies can constitute the same syndrome. Resumo OBJETIVOS: Verificar a prevalência da síndrome do intestino irritável (SII) em mulheres com dor pélvica crônica (DPC) e as características associadas; analisar se SII e DPC constituem a mesma síndrome. MÉTODOS: Estudo transversal do tipo inquérito populacional com amostragem sistemática sequencial de acordo com os distritos censitários, no qual 1470 mulheres foram entrevistadas conforme o cálculo amostral. Foram selecionadas aquelas residentes no respectivo domicílio, com pelo menos 14 anos de idade, que já haviam tido a menarca e apresentavam DPC de acordo com o Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia. A variável considerada dependente foi a SII baseando-se nos Critérios de Roma III em mulheres com DPC, e as independentes, possivelmente associadas com a SII foram: idade, escolaridade, tempo de dor, sedentarismo, enxaqueca, depressão, insônia, lombalgia, dismenorreia, dispareunia, depressão, passado de violência e sintomas intestinais. A amostra foi subdividida nos grupos com e sem SII. Após a análise descritiva das variáveis, as respectivas frequências foram avaliadas utilizando GraphPad Prism 5. Para determinação da presença de associação entre a variável dependente e as independentes, utilizou-se o teste do c2 com nível de significância a 5%. RESULTADOS: A prevalência de SII em mulheres com DPC foi de 19,5%. O tempo de dor (p=0,03), a lombalgia (p=0,002), história de abuso físico ou sexual (p=0,002) e as queixas intestinais foram maiores no grupo com SII e DPC. Não houve diferença entre os grupos quanto aos demais critérios. CONCLUSÃO: Os dados confirmam a literatura, demonstrando muitos aspectos comuns entre as duas condições e valorizando a hipótese de que elas possam compor a mesma síndrome. Correspondence Luciane Maria Oliveira Brito Praça Gonçalves Dias nº 21, 2º andar – Centro CEP: 65020-240 São Luís (MA), Brazil. Received 09/14/2012 Accepted with modifications 12/20/2012 Study carried out at the Post Graduate Programme on Maternal and Child Health, Universidade Federal do Maranhão – São Luís (MA), Brazil. 1 Hospital Antônio Prudente – Fortaleza (CE), Brazil. 2 Post Graduate Program on Maternal and Child Health, Universidade Federal do Maranhão – UFMA – São Luís (MA), Brazil. 3 Universidade Federal do Maranhão – UFMA – São Luís (MA), Brazil. 4 Department of Anatomy and Surgery of the Faculty of Medicine, Universidade de São Paulo – USP – Ribeirão Preto (SP), Brazil. 5 Department of Gynaecology and Obstetrics of the Faculty of Medicine, Universidade de São Paulo – USP – Ribeirão Preto (SP), Brazil. 6 Master’s Degree on Maternal and Child Health, Universidade Federal do Maranhão – UFMA – São Luís (MA), Brazil. 7 Program on Maternal and Child Health, Universidade Federal do Maranhão – UFMA – São Luís (MA), Brazil. Financial support: Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (Procad), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) and Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) of Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Irritable bowel syndrome in women with chronic pelvic pain in a Northeast Brazilian city Introduction Chronic pelvic pain (CPP) is a debilitating disease that causes major impacts on the quality of life of women1. It is defined as non-menstrual, non-cyclical pain over a period of six months or longer of sufficient severity to cause functional disability or lead to the need for medical assistance, located on the pelvis on the anterior abdominal wall or hypogastrium, on the lumbosacral region or in the buttocks2-3. Its prevalence varies between 2 to 25%, and its aetiology is often undefined, but usually results from a complex interaction among gastrointestinal, urinary, gynaecological, musculoskeletal, neurological, psychological and endocrine systems and could also be influenced by sociocultural factors4-6. All abdominal-pelvic structures may be involved in the etiology of CPP. In a UK study, gastrointestinal diseases have been identified as the major cause of CPP (37%), followed by urological (31%), gynaecological (20%) and myofascial (12%) disorders7. Among the gastrointestinal tract lesions associated with CPP, irritable bowel syndrome (IBS) is the most frequent2. Suggestive symptoms of IBS are present in 35% of women with CPP8,9. In a study by Longstreth et al.10, almost half of the patients who underwent laparoscopy for CPP and 40% of the patients who underwent elective hysterectomy for the same reason exhibited symptoms compatible with IBS. IBS is a recurrent gastrointestinal disorder with symptomatology that begins at least six months prior to diagnosis. According to diagnostic criteria (Rome III), IBS is characterised by abdominal pain or discomfort (at least three days per month over the last three months) associated with at least two of the following: improvement with defecation, change in frequency of evacuations and variations in the form (appearance) of stool (criteria)11. IBS belongs to a group of functional digestive disorders in which there are no observed morphophysiological, metabolic or infectious alterations7,8. IBS often exhibits the following subgroups: IBS with diarrhoea, which is more common in males and is characterised by alternating between loose (>25%) and hardened stools (<25%); IBS with constipation, which is more frequent in females and is characterised by alternating between hard (>25%) and soft stools (<25%), and IBS with mixed habits or a cyclical pattern in which there is hardened and softened stools >25% of the time11. IBS and CPP are very common disorders in the general population. Both are similar in prevalence, are more common in the female population and coincide with mental disorders and with a history of physical or sexual abuse9. Researchers have questioned the differentiation of these two conditions and suggest that they may be the same syndrome; however, further studies are needed to for evidence12,13. Most gynaecologists have difficulty recognising bowel symptoms and, therefore, do not establish a diagnosis of IBS8,12-14. In contrast with other syndromes that are usually based on clinical and pathological models, the symptoms of IBS are based on subjective accounts of patients and lack organic explanations, which increases the difficulty of the diagnosis. This research aims to identify the prevalence of IBS in women with CPP in a sample population of a large city in Northeast Brazil, by characterising women with IBS and comparing women with IBS with carriers of CPP without IBS. Methods The population survey was conducted among women living in the city of São Luís, from March 2009 to May 2010. The investigation is a component of a larger study titled “Prevalence and factors associated with chronic pelvic pain in women of São Luís, Maranhão”. All the women in the study spontaneously agreed to participate by signing the consent form, which was previously approved by the Research Ethics Committee of the University Hospital of Universidade Federal do Maranhão (UFMA). A formula for finite populations was applied to calculate the sample size. The formula estimated the population of women in a year15 with a confidence level of 95%. The relative error of the estimate did not exceed 25% (±1%) of the estimated prevalence rate of CPP in 4%, with a possible 15% loss for the calculus effect16, which resulted in a sample size of 1470 women. Data collection was performed using a systematic sampling sequence. Neighbourhoods were allocated alphabetically in all seven census districts that make up the city, and an interval withdrawal of three was selected. In each census district, 210 women were selected. In each neighbourhood, the houses selected for the survey also obeyed the interval range of three (for example, in house one, the women were interviewed, in houses two and three, the women were not interviewed, and the women in the next house were interviewed). Houses without women to be interviewed were skipped, and the survey was continued at the next house according to the number of the house. The participants resided in their own homes, were at least 14 years old, experienced menarche and presented CPP according to the American College of Obstetrics and Gynaecology in 20042. Data were collected and recorded on a questionnaire completed by a team of 15 previously trained university students from UFMA who evaluated the questions and possible answers. To evaluate the method, Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):84-9 85 Lessa LMM, Chein MBC, Silva DSM, Poli Neto OB , Nogueira AA, Coelho LSC, Brito LMO we performed a pilot test with the questionnaire with 50 women in the coverage area of the research. IBS was analysed as the dependent variable based on Rome III11 criteria in women with CPP. The independent variables possibly associated with IBS were age, education, duration of pain, sedentary lifestyle, migraine, depression, insomnia, back pain, dysmenorrhea, dyspareunia, depression, history of sexual or physical violence, more frequent bowel complaints, stool characteristics and frequency of bowel movements. The ages in years were grouped into age groups. Education was classified according to the full years of study with approval. The duration of pain complaints was classified as up to 6 months, longer than 6 months and under 12 months or longer than 12 months. Participants who did not perform regular physical activities at least three times a week were considered sedentary. The presence of migraines was defined when the participants reported that migraine pain limited their ability to perform normal activities at least once a month. Depression was defined when the participant wanted to do nothing and experienced spontaneous crying, a desire to isolate themselves or lonely feelings at least once in the last 30 days. Insomnia was considered as the presence of a sleep disorder with difficulty falling asleep or waking up with a feeling that the individual would need sleep more. Low back pain was considered as the presence of pain in the lumbosacral region with or without radiating pain that improved with rest, analgesics or nonhormonal antiinflammatory drugs. The presence of dysmenorrhea was defined as effects on the premenstrual period with variable intensity between menstrual cycles, not including progressive pain, with spontaneous resolution within 2 days after the cessation of menstruation. Dyspareunia, regardless of intensity, was defined as tolerable pain that interferes with intercourse, with an intensity strong enough to prevent intercourse. Violence was defined as any attitude or behaviour suffered by a person or a group of people that somehow provoked physical or emotional damage (loss) and occurred inside the home, with family members or in the work environment. Violence was characterised as physical (physical strength, weapon or repetitive punishment) or sexual (fondling or penetration). Abdominal symptoms were characterised by the number of stools with a minimum of two to three times per week and a maximum of three times a day. Faeces were characterised as liquid (elimination without control), pasty (with control and without difficulty in elimination) and hard (with great difficulty and sometimes hurting the anus). Other intestinal complaints included the presence or absence of constipation (longer than two days without 86 Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):84-9 a bowel movement), diarrhoea (uncontrolled disposal or urgency), bloating, mucus/blood in stool and daily elimination of flatus. The group with CPP was grouped into two categories: participants with IBS and participants without IBS. After descriptive analysis of the variables and their respective frequencies (absolute and relative), the sample with CPP (16.7% prevalence) was grouped in relation to the groups with and without IBS using the GraphPad Prism 5 program. To determine the presence of an association between the dependent variable and the independent variables, we used the nonparametric χ2 test of independence and Fisher’s exact test with a significance level of 5% (α≤0.05). Results We selected 246 women diagnosed with CPP after considering the inclusion criteria. The prevalence of IBS was 19.5% (48) in women with CPP. Table 1 shows the distribution and statistical analysis of women with CPP associated or not associated with IBS. In both groups, the majority of women were between 30 and 40 years of age, with higher education backgrounds and complaints of pain longer than 12 months. Variables including physical inactivity (81.2%), migraine (54.2%), depression (58.3%), insomnia (43.7%), back pain (60.4%), dysmenorrhea (85.4%) and previous history of violence (27.1%) were more prevalent in the group with IBS, except for dyspareunia (51%), which was more prevalent in the group without IBS (Table 1). The most common frequency of bowel movements was three or more times a week in both groups. Hard (60.4%) stools were more common in the group with IBS, and pasty (56.1%) stools were more common in the group without IBS. The most prevalent intestinal complaint in both groups was constipation (Table 2). Discussion The worldwide prevalence of IBS is between 10 to 20% among adolescents and adults17. The prevalence of IBS associated with CPP varies from 35 to 80%8,9,11, which is higher than the prevalence observed in the present study (19.5%). The difference may be attributed to the fact that the present study was a population-based survey, in contrast to other studies. In studies conducted in hospitals, gynaecology clinics or primary care, it is assumed that women with CPP seek medical care because they present a more pronounced symptomatology likely associated with comorbidities. Carriers of CPP and IBS are more often subjected to extensive diagnostic investigations and may present Irritable bowel syndrome in women with chronic pelvic pain in a Northeast Brazilian city Table 1. Socio-demographic and behavioural characteristics of women with chronic pelvic pain with or without irritable bowel syndrome CPP Variables With IBS (n=48) Without IBS (n=198) n % n % p-value Age (years) <21 5 10.4 50 25.2 NS 21–30 25 52.1 81 40.9 NS 31–40 11 22.9 36 18.38 NS 41–49 7 14.6 31 15.6 NS Middle school 10 20.8 49 24.7 NS High school 31 64.6 115 58.1 NS Higher education 4 8.3 31 15.7 NS Post graduation 3 6.3 3 1.5 NS NS Schooling Pain duration (months) 6 3 6.2 16 8.1 12 13 27.1 84 42.4 NS >12 32 66.7 98 49.5 0.03 Sedentary lifestyle 39 81.2 143 72.2 NS Migraine 26 54.2 82 41.4 NS Depression 28 58.3 90 45.4 NS Insomnia 21 43.7 80 40.4 NS Low back pain 29 60.4 71 35.8 0.002 Dysmenorrhea 41 85.4 149 72.2 NS Dyspareunia 21 43.7 101 51.0 NS Violence 13 27.1 18 9.1 0.002 CPP: Chronic Pelvic Pain; IBS: Irritable Bowel Syndrome; NS: not significant. Table 2. Characteristics of women with chronic pelvic pain with or without irritable bowel syndrome in terms of abdominal symptoms CPP Variables With IBS (n=48) Without IBS (n=198) p-value n % n % 3 times a week 30 62.5 125 63.1 NS 2 times a week 15 31.2 63 31.8 NS 3 6.2 10 5.0 NS Nº of evacuations 3 times a day Characteristic of faeces Liquid 0 0 2 1.0 NS Pasty 19 39.6 111 56.1 NS Hard 29 60.4 85 42.9 0.02 30 62.5 58 29.3 <0.0001 5 10.4 5 2.5 0.02 17 35.4 24 12.1 0.0003 Mucus and blood in stool 5 10.4 6 3.0 0.04 Excessive flatulence 8 16.7 14 7.1 0.04 8 16.7 112 56.6 <0.0001 Intestinal complaints Yes Constipation Diarrhoea Abdominal distention No CPP: Chronic Pelvic Pain; IBS: Irritable Bowel Syndrome; NS: not significant. more severe pain than participants without IBS 2. These carriers may belong to a group of less severe cases of CPP. Investigations of IBS in participants with CPP diagnosed in care centres may present a selection bias. A study based on a population survey conducted in the state of Minnesota in the United States found a prevalence of IBS of 26% in women with CPP. However, the definition criteria of IBS were more comprehensive and encompassed Manning, Rome I and Rome III Criteria. When the definition of IBS was confined to the Rome III criteria, the prevalence was only 7%13. IBS affects the greatest number of people between 30 and 40 years of age13,18 but can occur in all age groups including children and individuals older than 50 years of age19. IBS was also prevalent in women between 20 and 30 years of age, but there was no significant difference between the two groups. Women aged greater than 50 years were excluded from the study because the warning signs of IBS patients in this age group often warrant a colonoscopy to rule out other organic causes such as colon cancer19,20, which would be unviable in the present study. The lack of research of other warning signs of IBS (hematochezia, persistent diarrhoea, nocturnal symptoms, considerable weight loss, fever and a family history of organic digestive diseases) could be a negative factor in this work. However, the lack of other research does not invalidate the findings because establishing the diagnosis of IBS after extensive testing negative for organic diseases is considered to be an outdated practice11,14-19. Most women had an incomplete or complete high school degree (64.6%). In a study conducted in North Carolina, USA, 53% of IBS patients had higher education or post-graduate education8. Although the prevalence of CPP is estimated to be higher in developing countries compared with developed countries4, socioeconomic status, which is expressed in schooling, appears to be the determining factor in Northeast Brazil compared with other factors. The duration of pain was longer in women with CPP and IBS (66.7% reported more than 12 months of evolution). This finding may result from the difficulties experienced by many experts in the identification of IBS as a cause of CPP and delayed diagnosis and initiation of appropriate treatments for the disease8,12-14. Sedentary lifestyle was reported by more than 80% of women. Physical inactivity is directly associated with pain because it is related to weight gain, increasing pressure and injuries of the pelvis, ligaments, muscles and tendons, which may perpetuate visceral pain. A sedentary lifestyle may also cause atrophy of muscle elements in individuals subjected to poor posture activities, including prolonged sitting, which may contribute to increased pain21. In this study, high prevalence of physical inactivity Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):84-9 87 Lessa LMM, Chein MBC, Silva DSM, Poli Neto OB , Nogueira AA, Coelho LSC, Brito LMO was observed in women with CPP regardless of the presence or absence of IBS. Migraine was a common finding among women with IBS (54.2%). A large body of evidence supports a common pathophysiology between IBS, migraines and fibromyalgia, such as a deficiency of endogenous endocannabinoids. Endocannabinoids interfere with abdominal peristalsis, the release of secretions into the intestinal lumen, pain, headache intensity and afferent impulses on the spinal cord22. In a study conducted in a large health care organisation, migraines were present in 51.88% of cases of IBS18. In this study, there was no significant difference between the groups. Studies have shown a high incidence of physical and sexual abuse among women with CPP and IBS2,5,11,12,14, but the exact mechanism underlying the development of pain after abuse continues to be investigated. Some authors have suggested that somatic memory of pain results in visceral hypersensitivity23. British researchers found a higher frequency of physical and sexual abuse, mood disorders and anxiety among patients with CPP and IBS compared with a group with only IBS17. In this study, 27.4% of women with CPP and IBS reported past abuse, which was significantly higher compared with the group of women with CPP and without IBS. Depression and physical and sexual violence are interacting factors between the two pathologies12. In the present study, the prevalence of depression was higher in the women with IBS (58.3%) compared with the women without IBS (45.4%). A study that investigated the characteristics of IBS in health centres in California reported the prevalence of depression as 55,1%18. The prevalence of psychiatric disorders in IBS patients in tertiary care centres in the U.S. was similar to the prevalence observed in this study, which ranged from 40 to 90%24. Functional Gastrointestinal Disorders (FGDs) represent the only subset of digestive changes with strong psychiatric implications beyond simple psychic comorbidities or psychosocial distress, which are concomitant with these disorders. There is increasing evidence that the psychopharmacological and psychotherapeutic treatments are very effective for treating FGDs and, in many cases, exceed the standard medical treatment11. The frequency of low back pain was higher in the group of women with IBS and CPP. The coexistence of IBS and back pain has been reported in the literature25,26 and may be related to mood states or can be a presentation of fibromyalgia. 88 Rev Bras Ginecol Obstet. 2013; 35(2):84-9 Dysmenorrhea and dyspareunia are more prevalent in patients with CPP and gastrointestinal or urological complaints2. However, in this study, no significant differences were observed between the groups of women with CPP with and without IBS. The most common intestinal complaints were constipation (62.5%) and abdominal distension (35.4%). Mazur et al.27 suggest that the influence of the sympathetic system in the brain-gut axis is probably responsible for the disturbances in myoelectric activity in patients with IBS, and may cause constipation and bowel symptoms in this population. It appears that the most prevalent subtype of IBS was related to constipation. This corroborates the literature, which states that constipated IBS is more prevalent among women11. The definition of the subtype based solely on symptoms without establishing a temporal issue, such as the percentage of constipated bowel movements, is a simplistic approach. However, the predominance of hard stool in the population of IBS is an additional factor that confirms the above hypothesis. A positive aspect of this study was the design as a population-based investigation rather than a sample of women seeking gynaecologic or gastrointestinal care, which minimised the selection bias. These findings suggest that CPP and IBS share a common pathophysiology. Few variables expressed any significant difference between the groups. The variables that were different between the groups (e.g., intestinal complaints) did not exclude the possibility that both conditions may constitute the same syndrome. These results remain speculative, and further studies are needed for proof. IBS should be recognised as an important cause of CPP, and proper identification of comorbidities associated with CPP is important for early diagnosis and treatment to reduce the costs of health services and improve the quality of life and well-being of women. Acknowledgements To Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (Procad), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) and Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) of Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) for financial support. Irritable bowel syndrome in women with chronic pelvic pain in a Northeast Brazilian city Referências 1. 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OBJETIVO: avaliar a consulta ginecológica prestada ao público adolescente sob a ótica de médicos e adolescentes. MÉTODO: realizou-se estudo de corte transversal através de questionário estruturado aplicado a 191 ginecologistas filiados à SGORJ e a 418 estudantes do ensino médio de escolas estadual, federal e privada da cidade do Rio de Janeiro. Os médicos responderam sobre dados pessoais, qualificação, condutas e a necessidade de capacitação para o atendimento de adolescentes. As colegiais questionaram-se aspectos sócio-demográficos, comportamento sexual e avaliação da consulta. Na análise dos dados utilizaram-se o teste qui-quadrado e o t de student. RESULTADOS: não houve diferenças significativas entre escolares das instituições privada e pública federal que, porém, apresentaram características distintas quando comparadas às estudantes estaduais. Estas eram predominantemente da raça negra, com responsáveis de menor escolaridade e tinham piores condições de moradia. Apesar do maior número de parceiros, gestações, abortamentos e histórico de violência sexual, foram à consulta ginecológica em idade mais tardia, devido à dificuldade de acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva. Os três grupos manifestaram, em comum, o desejo de que o profissional investisse mais tempo, paciência e disponibilidade neste atendimento. Quanto aos profissionais, verificou-se que os mais jovens e as do sexo feminino apresentaram atitudes menos conservadoras na conduta médica. Estes informaram a maior duração da consulta como o principal obstáculo para este atendimento e ressaltaram a importância de treinamento específico e da realização rotineira do exame colpocitológico. CONCLUSÃO: concluiu-se que há necessidade de criação de estratégias que facilitem o acesso e a adesão deste grupo etário à rotina preventiva ginecológica e à capacitação profissional específica. Autor: Tiago Lanfernini Ricardo Coelho Orientadora: Profa. Dra. Zilma Silveira Nogueira Reis Co-orientador: Prof. Dr. Cézar Alencar de Lima Rezende Avaliação crítica dos parâmetros atuais de classificação da anemia dos fetos de gestantes aloimunizadas Critical evaluation of current classification parameters of fetal anemia, due rh alloimmunization Resumo de Tese Palavras-chave Anemia fetal Aloimunização materno-fetal Fator rh Morbimortalidade fetal Keywords Fetal anemia Materno fetal aloimmunization Rh-Hr blood-group system Fetal morbidity Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde da Mulher da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial para a obtenção de título de Mestre em Saúde da Mulher. Área de concentração: Perinatologia, em 31 de outubro de 2011. A anemia fetal, embora rara, é considerada uma condição que se associa a uma elevada morbidade e mortalidade perinatal, sendo a aloimunização materno-fetal sua principal causa. Na atualidade, há recomendações diferentes para o diagnóstico e classificação, cuja avaliação comparativa ainda não foi estudada. OBJETIVOS: analisar comparativamente os parâmetros atuais de diagnóstico e classificação da anemia fetal, destacando suas discordâncias. Discutir e apontar o critério mais adequado para a identificação de fetos gravemente anêmicos, baseado na evolução perinatal. METODOLOGIA: estudo retrospectivo de uma coorte de gestantes aloimunizadas pelo fator Rh, cujos fetos foram submetidos à cordocentese por apresentarem risco de anemia intra-uterina, em serviço universitário de referência, entre 1999 a 2009. Foram avaliados os registros médicos, sendo selecionados aqueles que possuíam os valores da concentração de hemoglobina e idade gestacional confiável. O grau de concordância no diagnóstico de anemia grave, a partir dos três critérios recomendados, foi analisado pelo índice Kappa de Cohen. Avaliou-se as diferenças entre o resultado perinatal entre grupos de concordância/discordância na classificação da anemia fetal grave através dos testes de Kruskall-Wallis e qui-quadrado de Pearson. RESULTADOS: observou-se maior índice de concordância no diagnóstico de anemia (Kappa 0,80) quando foram comparados os critérios propostos por Nicolaides et al. (1988) e Mari et al. (2000). Observou-se que todos os fetos considerados anêmicos graves por Mari et al., (2000) (30) o eram também segundo Bahado-Singh et al. (1998). Avaliando-se de forma integrada as três recomendações propostas para diagnóstico e classificação da anemia fetal e comparando com o resultado perinatal observou-se que a presença de hidropisia fetal (p<0,001) e a mortalidade perinatal (p<0,001) foram estatisticamente diferentes entre os grupos analisados sendo, portanto relevantes para comparação entre eles. Entre as três recomendações, acreditamos que a mais conservadora delas, proposta por Bahado-Singh et al. (1998) seja, até o momento, aquela mais adequada uma vez que compreende todos os casos divergentes entre as três recomendações. CONCLUSÕES: os critérios atuais de diagnóstico apontam discordâncias na detecção da anemia fetal, assim como na classificação de sua forma grave. Nessa última, há divergências importantes, com um potencial de modificar o resultado perinatal, em termos de ocorrência de hidropisia e mortalidade. O ponto de corte de 5g para o déficit de hemoglobina fetal, em relação ao esperado para uma dada idade gestacional apresenta vantagens na identificação de um maior número de fetos com elevada morbimortalidade, em relação às demais propostas. 2013 ABRIL de 11 a 13 de abril de 2013 XXXVII Congresso de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro Local: Centro de Convenções Sul América Tel.: (21) 2285-0892 / 2265-1525 [email protected] de 19 a 20 de abril de 2013 XVII Congresso Sul - Rio- Grandense de Ginecologia e Obstetrícia – SOGIRGS Local:Centro de Eventos do Hotel Serrano – Gramado/RS Plenarium Organização de Congressos Tel.: (51) 3311-8969 / 3311-9456 / 3311-2578 [email protected] www.plenariumcongressos.com.br de 24 a 26 de abril de 2013 46º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia do DF e 7º Congresso Internacional de Ginecologia e Obstetrícia do DF Local: Centro de Convenções Ulysses Guimarães – Brasília-DF Informações: Secretaria Executiva da SGOB Tel.: (61) 3245-3681 / 3245-4530 / 9622-1215 [email protected] / [email protected] www.sgob.com.br MAIO de 1º a 04 de maio de 2013 VI Congresso Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia / 37º Encontro Mineiro de Ginecologistas e Obstetras Local: Minascentro – Belo Horizonte/MG Realização: SOGIMIG Organização: (31) 3291-9899 – Consult Eventos http://cmgo2013.com.br Na endometriose noTa de esclarecImenTo Para ProfIssIonaIs da saÚde sobre dIane®35 (acetato de ciproterona e etinilestradiol, Bayer) A combinação de acetato de ciproterona 2 mg e etinilestradiol 35 mcg é comercializada no Brasil sob diversas marcas. Diane®35, é a marca mais conhecida e está no mercado mundial em mais de 116 países há 35 anos e, no Brasil, há 23 anos. Diane®35 por ser marca de referência tem sua eficácia e segurança comprovadas através de estudos clínicos e incluindo milhões de usuárias em todo o mundo. Esta categoria de medicamentos é indicada para o tratamento de Síndrome do Ovário Policístico, acne de graus moderado à grave, hirsutismo e alopécia androgênica. Por também possuir ação contraceptiva comprovada somente deverá ser utilizada por mulheres em idade reprodutiva e deverá ser utilizada por mulheres em idade reprodutiva que não tenham o desejo de engravidar no decorrer do tratamento.1 Recentemente, tem-se observado uma preocupação com relação à ocorrência de eventos tromboembólicos com o uso destes medicamentos contendo ciproterona e etinilestradiol. Essa preocupação levou a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) no início de 2013 a reavaliar o perfil de segurança desta medicação, e a conclusão foi de que os benefícios de Diane®35 superam seus eventuais riscos2, uma vez que o risco de tromboembolismo venoso em usuárias de medicamentos hormonais orais é muito baixo. Informações geraIs sobre TromboembolIsmo Venoso e medIcamenTos hormonaIs Todos os medicamentos, em especial os compostos de hormônios, requerem prescrição criteriosa, seguindo os Critérios de Elegibilidade da Organização Mundial da Saúde (OMS)3. Para colocar em perspectiva os números sobre a incidência de tromboembolismo venoso temos: Destaca-se ainda que, por reduzir o índice de gestações não planejadas, os contraceptivos hormonais acabam por diminuir o risco global de tromboembolismo venoso na população, em comparação com populações que não têm acesso à contracepção efetiva7,8. • Esta ocorrência é mais frequente em mulheres durante a gravidez do que nas usuárias de contraceptivos.4,5 É importante mencionar que os eventos tromboembólicos são raros, porém, jamais devem ser menosprezados. Por isso a importância de uma avaliação médica criteriosa, antes da utilização destes medicamentos por pacientes. • Segundo estudos publicados na literatura médica4,6, temos os seguintes índices, calculados por 10.000 mulheres-ano: - 30 casos durante a gravidez - 9 casos em usuárias de pílulas - 5 casos em não usuárias de pílulas A trombose venosa profunda resulta de múltiplas causas, e frequentemente requer a combinação de diversos fatores de risco para se manifestar. Exemplos de tais fatores são: idade avançada, história familiar de eventos tromboembólicos, imobilizações prolongadas, tabagismo, obesidade, entre outros.9 a comercIalIzação de dIane®35 manTém-se normalmenTe no brasIl. A Bayer, como empresa de pesquisa e inovação, reafirma seu compromisso com a qualidade e a segurança de Diane®35, reavaliando continuamente o perfil de segurança deste medicamento. Reiteramos assim nosso compromisso quanto à transparência na investigação minuciosa de relatos de efeitos colaterais possivelmente relacionados a este medicamento. Reduz lesões 1 Reduz de forma eficaz a dor Bayer Healthcare DIANE® 35. AcetAto de ciproteronA e etinilestrAdiol. reg. Ms – 1.0020.0111. INDIcAçõEs: pArA o trAtAMento de distúrbios Andrógeno-dependentes nA Mulher: Acne (pApulopustulosA, nodulocísticA) e seborreiA, AlopeciA AndrogênicA, cAsos leves de hirsutisMo, síndroMe de ovários policísticos (sop). coNtrAINDIcAçõEs: presençA ou históriA de processos troMboeMbólicos ArteriAis ou venosos; históriA de enxAquecA coM sintoMAs neurológicos focAis; diAbetes Mellitus coM AlterAções vAsculAres; A presençA de fAtor de risco grAve pArA A troMbose ArteriAl ou venosA; presençA ou históriA de pAncreAtite AssociAdA à hipertriglicerideMiA grAve; presençA ou históriA de doençA hepáticA grAve, enquAnto os vAlores dA função hepáticA não retornAreM Ao norMAl; presençA ou históriA de tuMores hepáticos (benignos ou MAlignos); diAgnóstico ou suspeitA de neoplAsiAs dependentes de esteroides sexuAis; sAngrAMento vAginAl não diAgnosticAdo; suspeitA ou diAgnóstico de grAvidez; lActAção; hipersensibilidAde às substânciAs AtivAs ou A quAlquer uM dos coMponentes do produto. PrEcAuçõEs E ADvErtêNcIAs: os benefícios dA utilizAção de diAne® 35 deveM ser AvAliAdos pArA cAdA pAciente individuAlMente e discutidos coM A MesMA Antes de optAr pelo início ou continuAção de suA utilizAção, nos cAsos de: dor e/ou inchAço unilAterAl eM MeMbro inferior; dor torácicA AgudA e intensA, coM ou seM irrAdiAção pArA o brAço esquerdo; dispneiA AgudA; tosse de início Abrupto; cefAleiA não hAbituAl, intensA e prolongAdA; perdA repentinA dA visão, pArciAl ou totAl; diplopiA; distorções nA fAlA ou AfAsiA; vertigeM; colApso, coM ou seM convulsão focAl; frAquezA; distúrbios Motores; AbdoMe Agudo; dislipoproteineMiA; hipertensão; enxAquecA; vAlvopAtiA; fibrilAção AtriAl; iMobilizAção prolongAdA, cirurgiA de grAnde porte, quAlquer intervenção cirúrgicA eM MeMbros inferiores ou trAuMA extenso; hipertriglicerideMiA; icteríciA e/ou prurido; forMAção de cálculos biliAres; porfiriA; lúpus eriteMAtoso sistêMico; síndroMe heMolítico-urêMicA; coreiA de sydenhAM; herpes gestAcionAl; perdA dA Audição por otosclerose; AngioedeMA hereditário; doençA de crohn e colite ulcerAtivA. podeM surgir sAngrAMentos irregulAres (gotejAMento ou sAngrAMento de escApe), especiAlMente durAnte os priMeiros Meses de uso. forAM observAdos, eM cAsos rAros, tuMores hepáticos benignos e, MAis rArAMente, MAlignos eM usuáriAs de cocs. diAne® 35 não protege contrA doençAs sexuAlMente trAnsMissíveis. rEAçõEs ADvErsAs: náuseAs, dor AbdoMinAl, AuMento de peso corporAl, cefAleiA, estAdos depressivos, AlterAções de huMor, dor e hipersensibilidAde dolorosA nAs MAMAs, vôMitos, diArreiA, retenção de líquido, enxAquecA, diMinuição dA libido, hipertrofiA MAMáriA, erupção cutâneA, urticáriA, intolerânciA A lentes de contAto, hipersensibilidAde, diMinuição de peso corporAl, AuMento dA libido, secreção vAginAl, secreção dAs MAMAs, eriteMA nodoso, eriteMA MultiforMe. INtErAçõEs mEDIcAmENtosAs: podeM ocorrer interAções coM fárMAcos: que induzeM As enziMAs MicrossoMAis hepáticAs (fenitoínA, bArbitúricos, priMidonA, cArbAMAzepinA, rifAMpicinA e tAMbéM possivelMente coM oxcArbAzepinA, topirAMAto, felbAMAto, griseofulvinA e produtos contendo ervA-de-são-joão); ritonAvir; nevirApinA; trAtAMento de infecção por hiv; certos Antibióticos (penicilinAs e tetrAciclinAs). diAne® 35 pode AfetAr o MetAbolisMo de Alguns outros fárMAcos coMo ciclosporinA e iAMotriginA. PosologIA: o regiMe posológico de diAne® 35 é siMilAr Ao dA MAioriA dos contrAceptivos orAis coMbinAdos. As drágeAs deveM ser ingeridAs nA ordeM indicAdA nA cArtelA, por 21 diAs consecutivos. cAdA novA cArtelA é iniciAdA Após uM intervAlo de pAusA de 7 diAs seM A ingestão de drágeAs, durAnte o quAl deve ocorrer sAngrAMento por privAção horMonAl. este sAngrAMento pode não hAver cessAdo Antes do início de uMA novA cArtelA. são necessários 7 diAs de ingestão contínuA dAs drágeAs pArA conseguir supressão AdequAdA do eixo hipotálAMo-hipófise-ovário. A durAção do trAtAMento depende dA grAvidAde dos sintoMAs de AndrogenizAção e dA respostA Ao trAtAMento. frequenteMente, o trAtAMento deve ser reAlizAdo por vários Meses. vENDA soB PrEscrIçÃo mÉDIcA. coNtrAINDIcAçÃo: sAngrAMento vAginAl não diAgnosticAdo. INtErAçõEs mEDIcAmENtosAs: fárMAcos que induzAM As enziMAs MicrossoMAis hepáticAs. L.BR.06.2013.0797 0800 7021241 MATERIAL DESTINADO AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE. 0800 7021241 2,4 a longo prazo Adequada tolerabilidade Atenciosamente, rEfErêNcIAs BIBlIográfIcAs: Indicado especificamente para o tratamento da endometriose Indicado para uso Colocamo-nos à disposição para quaisquer informações relacionadas a nossos produtos via telefone gratuito do Serviço de Atendimento ao Consumidor Bayer 0800 7021241 ou pelo e-mail [email protected]. 1. bulA diAne®35 (AcetAto de ciproteronA e etinilestrAdiol, bAyer). 2. europeAn Medicines Agency. press releAse: benefits of diAne®35 And its generics outweigh risks in certAin pAtient groups - prAc recoMMendAtion endorsed by cMdh. disponível eM: http://www.eMA.europA.eu/eMA/index.jsp?curl=pAges/ news_And_events/news/2013/05/news_detAil_001801.jsp&Mid=wc0b01Ac058004d5c1. AcessAdo eM 10.jun.2013. 3. world heAlth orgAnizAtion. MedicAl eligibility criteriA for contrAceptive use – 4th ed. disponível eM: http://whqlibdoc.who.int/publicAtions/2010/9789241563888_eng.pdf. AcessAdo eM 19.jun.2013. 4. dinger jc. the sAfety of A drospirenone contAining orAl contrAceptive: finAl results froM the europeAn Active surveillAnce study on orAl contrAceptives bAsed on 142,475 woMen-yeArs of observAtion. contrAception. 2007;75(5):344–54. 5. europeAn Medicines Agency. coMbined orAl contrAceptives And venous throMboeMbolisM. the europeAn Agency for the evAluAtion of MedicinAl products coMMittee for proprietAry MedicinAl products (cpMp); public AssessMent report. london, 28 septeMber 2001 [online]. disponível eM: http://www.eMA.europA.eu/docs/en_gb/docuMent_ librAry/report/2009/12/wc500017870.pdf. AcessAdo eM 19.jun.2013.6. heineMAnn lA, dinger jc. rAnge of published estiMAtes of venous throMboeMbolisM incidence in young woMen. contrAception. 2007 MAy;75(5):328-36. epub 2007 feb 20. 7. the society of obstetriciAns And gynAecologists of cAnAdA. position stAteMent: horMonAl contrAception And risk of venous throMboeMbolisM (vte). disponível eM: http://sogc.org/MediA_updAtes/position-stAteMent-horMonAl-contrAception-And-risk-of-venous-throMboeMbolisM-vte/. AcessAdo eM 20.06.2013. 8. ory hw. MortAlity AssociAted with fertility And fertility control: 1983. fAMily plAnning perspectives 1983; 15:57-63. 9. cAnnegieter sc et Al. pregnAncy And trAvel relAted throMboeMbolisM. throMbosis reseArch. 2013;1(131):s55-s58. Tratamento simples e eficaz 3 e segurança 2 ALLURENE® (DIENOGESTE) RG MS-1.7056.0088 INDICAÇÃO: TRATAMENTO DA ENDOMETRIOSE. CONTRA-INDICAÇÕES: DISTÚRBIO TROMBOEMBÓLICO VENOSO EM ATIVIDADE, PRESENÇA OU HISTÓRICO DE DOENÇA CARDIOVASCULAR E ARTERIAL, DIABETES MELITUS COM ENVOLVIMENTO VASCULAR, PRESENÇA OU HISTÓRICO DE DOENÇA HEPÁTICA GRAVE ENQUANTO OS VALORES DA FUNÇÃO HEPÁTICA NÃO RETORNAREM AO NORMAL, PRESENÇA OU HISTÓRICO DE TUMOR HEPÁTICO (BENIGNO OU MALIGNO), SUSPEITA OU DIAGNÓSTICO DE NEOPLASIAS DEPENDENTES DE HORMÔNIOS SEXUAIS, SANGRAMENTO VAGINAL NÃO DIAGNOSTICADO, HIPERSENSIBILIDADE À SUBSTÂNCIA ATIVA OU A QUALQUER UM DOS COMPONENTES DA FORMULAÇÃO. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES: ANTES DE INICIAR O TRATAMENTO COM ALLURENE®, DEVE-SE EXCLUIR A POSSIBILIDADE DE GRAVIDEZ. DURANTE O TRATAMENTO COM ALLURENE® A OVULAÇÃO É INIBIDA NA MAIORIA DAS PACIENTES. ENTRETANTO, ALLURENE® NÃO É UM CONTRACEPTIVO E CASO SEJA NECESSÁRIO PREVENIR A GRAVIDEZ, AS PACIENTES DEVEM SER ORIENTADAS A UTILIZAR MÉTODOS CONTRACEPTIVOS NÃO HORMONAIS (POR EXEMPLO, MÉTODO DE BARREIRA). COM BASE NOS DADOS DISPONÍVEIS, O CICLO MENSTRUAL RETORNA AO NORMAL DENTRO DE 2 MESES APÓS O TÉRMINO DO TRATAMENTO COM ALLURENE®. EM MULHERES COM HISTÓRICO DE GRAVIDEZ EXTRAUTERINA OU DE ALTERAÇÃO DA FUNÇÃO DAS TROMPAS, O USO DE ALLURENE® DEVE SER DECIDIDO APENAS APÓS CUIDADOSA AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO RISCO/BENEFÍCIO. COMO ALLURENE® É UM MEDICAMENTO QUE CONTÉM SOMENTE PROGESTÓGENO, DEVEM SER CONSIDERADAS AS PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS DE TODOS OS MEDICAMENTOS QUE CONTEM SOMENTE PROGESTÓGENO, EMBORA NEM TODAS ESTEJAM BASEADAS EM ACHADOS DOS ESTUDOS CLÍNICOS REALIZADOS COM ALLURENE®. CASO QUALQUER UMA DAS CONDIÇÕES/FATORES DE RISCO DESCRITAS A SEGUIR ESTEJA PRESENTE OU SE AGRAVE, DEVE-SE REALIZAR UMA ANÁLISE INDIVIDUAL DA RELAÇÃO RISCO/BENEFÍCIO ANTES DE INICIAR OU CONTINUAR O USO DE ALLURENE®: DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS; TUMORES; ALTERAÇÕES NO PADRÃO DE SANGRAMENTO; HISTÓRICO DE DEPRESSÃO; DESENVOLVIMENTO DE HIPERTENSÃO CLINICAMENTE SIGNIFICATIVA DIABETES MELITUS (SOBRETUDO HISTÓRICO DE DIABETES MELITUS GESTACIONAL); E OCORRÊNCIA FOLÍCULOS OVARIANOS PERSISTENTES (CISTOS OVARIANOS FUNCIONAIS). RECORRÊNCIA DE ICTERÍCIA COLESTÁTICA E/OU PRURIDO OCORRIDO ANTERIORMENTE DURANTE UMA GRAVIDEZ OU DURANTE O USO ANTERIOR DE ESTEROIDES SEXUAIS REQUER A DESCONTINUAÇÃO DE ALLURENE®. MULHERES COM TENDÊNCIA A MELASMA/CLOASMA DEVEM EVITAR EXPOSIÇÃO AO SOL OU RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA DURANTE O TRATAMENTO COM ALLURENE®. RECOMENDA-SE ACOMPANHAMENTO REGULAR, COM ATENÇÃO ESPECIAL À PRESSÃO ARTERIAL, MAMAS, ABDOME E ÓRGÃOS PÉLVICOS, INCLUINDO CITOLOGIA CERVICAL. ALLURENE® NÃO DEVE SER ADMINISTRADO A MULHERES GRÁVIDAS UMA VEZ QUE NÃO HÁ NECESSIDADE DE TRATAR A ENDOMETRIOSE DURANTE A GRAVIDEZ - CATEGORIA B – “ESTE MEDICAMENTO NÃO DEVE SER UTILIZADO POR MULHERES GRÁVIDAS SEM ORIENTAÇÃO MÉDICA OU DO CIRURGIÃO-DENTISTA”. A ADMINISTRAÇÃO DE ALLURENE® DURANTE A LACTAÇÃO NÃO É RECOMENDADA. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: INDUTORES OU INIBIDORES ENZIMÁTICOS INDIVIDUAIS (CITOCROMO P450); SUBSTÂNCIAS COM PROPRIEDADES DE INDUÇÃO ENZIMÁTICA (FENITOÍNA, BARBITÚRICOS, PRIMIDONA, CARBAMAZEPINA, RIFAMPICINA E POSSIVELMENTE TAMBÉM OXCARBAZEPINA, TOPIRAMATO, FELBAMATO, GRISEOFULVINA, NEVIRAPINA E ERVA-DE-SÃO JOÃO); SUBSTÂNCIAS COM PROPRIEDADES DE INIBIÇÃO ENZIMÁTICA (ANTIFÚNGICOS AZÓLICOS, CIMETIDINA, VERAPAMIL, MACROLÍDEOS, DILTIAZEM, INIBIDORES DA PROTEASE, ANTI-DEPRESSIVOS E SUCO DE TORONJA). COM BASE EM ESTUDOS DE INIBIÇÃO IN VITRO, É IMPROVÁVEL QUE HAJA INTERAÇÃO CLINICAMENTE RELEVANTE ENTRE ALLURENE® E O METABOLISMO DE OUTROS MEDICAMENTOS MEDIADO PELA ENZIMA DO CITOCROMO P450. O USO DE PROGESTÓGENOS PODE INFLUENCIAR OS RESULTADOS DE CERTOS EXAMES LABORATORIAIS, INCLUINDO PARÂMETROS BIOQUÍMICOS DO FÍGADO, TIREÓIDE, FUNÇÃO RENAL E ADRENAL, NÍVEIS PLASMÁTICOS DE PROTEÍNAS (CARREADORAS), POR EXEMPLO, FRAÇÕES LIPOPROTEICAS/LIPÍDICAS, PARÂMETROS DO METABOLISMO DE CARBOIDRATADOS E PARÂMETROS DA COAGULAÇÃO E FIBRINÓLISE. DE MODO GERAL, AS ALTERAÇÕES PERMANECEM DENTRO DA FAIXA LABORATORIAL NORMAL. POSOLOGIA: UM COMPRIMIDO POR DIA SEM INTERVALO DE PAUSA, TOMADO, PREFERENCIALMENTE, NO MESMO HORÁRIO TODOS OS DIAS, COM UM POUCO DE LÍQUIDO, SE NECESSÁRIO, INDEPENDENTEMENTE DE SANGRAMENTO VAGINAL. AO TÉRMINO DE UMA CARTELA, A PRÓXIMA DEVE SER INICIADA, SEM INTERRUPÇÃO. A INGESTÃO DOS COMPRIMIDOS PODE SER INICIADA EM QUALQUER DIA DO CICLO MENSTRUAL. REAÇÕES ADVERSAS: FREQUENTES: CEFALEIA, DESCONFORTO NAS MAMAS, HUMOR DEPRIMIDO, ACNE, NÁUSEA, AUMENTO DE PESO, DOR ABDOMINAL, CISTO OVARIANO, CONDIÇÕES ASTÊNICAS, FLATULÊNCIA, FOGACHOS, DISTÚRBIOS DO SONO, IRRITABILIDADE, SANGRAMENTO UTERINO/VAGINAL INCLUINDO GOTEJAMENTO, NERVOSISMO, PERDA DE LIBIDO, ALOPECIA, DOR NAS COSTAS, DISTENSÃO ABDOMINAL, VÔMITO, ENXAQUECA, HUMOR ALTERADO. POUCO FREQÜENTES: RESSECAMENTO VULVOVAGINAL, DESEQUILÍBRIO DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO, CANDIDÍASE VAGINAL, PELE SECA, ANSIEDADE, DEPRESSÃO, DISTÚRBIO DA ATENÇÃO, CONSTIPAÇÃO, DESCONFORTO ABDOMINAL, INFLAMAÇÃO GASTRINTESTINAL, HIPERIDROSE, PRURIDO, DIARRÉIA, INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO, CORRIMENTO GENITAL, DOR PÉLVICA, EDEMA, ANEMIA, DIMINUIÇÃO DE PESO, AUMENTO DE APETITE, OLHO SECO, ZUMBIDO, DISTÚRBIOS INESPECÍFICOS DO SISTEMA CIRCULATÓRIO, PALPITAÇÕES, HIPOTENSÃO, DISPNÉIA, HUMOR ALTERADO, GENGIVITE, HIRSUTISMO, ONICÓLISE, CASPA, DERMATITE, CRESCIMENTO ANORMAL DE PÊLOS, REAÇÃO DE FOTOSSENSIBILIDADE, DISTÚRBIO DE PIGMENTAÇÃO, DOR NOS OSSOS, ESPASMOS MUSCULARES, DOR NA EXTREMIDADE, PESO NAS EXTREMIDADES, VULVOVAGINITE ATRÓFICA, MASSA MAMÁRIA, DOENÇA FIBROCÍSTICA DA MAMA, ENDURECIMENTO DA MAMA. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. SAC 0800 7021241. VE0211-CCDS4. REFERÊNCIAS: 1. KÖHLER G, FAUSTMANN TA, GERLINGER C, SEITZ C, MUECK AO. A DOSE-RANGING STUDY TO DETERMINE THE EFFICACY AND SAFETY OF 1, 2, AND 4MG OF DIENOGEST DAILY FOR ENDOMETRIOSIS. INT J GYNAECOL OBSTET 2010; 108: 21 -25. 2. KÖHLER G, GORETZLEHNER G, BRACHMANN K. LIPID METABOLISM DURING TREATMENT OF ENDOMETRIOSIS WITH THE PROGESTIN DIENOGEST. ACTA OBSTET GYNECOL SCAND 1989; 68. 3. PETRAGLIA F, ET AL. REDUCED PELVIC PAIN IN WOMEN WITH ENDOMETRIOSIS: EFICACY OF LONG-TERM DIENOGEST TREATMENT. ARCH GYNECOL OBSTET (2012) 285:167 -173 . 4. STROWITZKI T, FAUSTMANN T,GERLINGER C, SEITZ C. DIENOGESTE IN THE TREATMENT OF ENDOMETRIOSIS- ASSOCIATED PELVIC PAIN: A 12-WEEK, RANDOMIZED, DOUBLE-BLIND, PLACEBO-CONTROLLED STUDY. EUR J OBST GYNECOL REPROD BIOL 2010. CONTRAINDICAÇÕES: DISTURBIOS CARDIOVASCULARES, DIABETES MELLITUS COM ENVOLVIMENTO VASCULAR. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: ANTICONVULSIVANTES, ANTIFÚNGICOS AZÓLICOS, ANTIDEPRESSIVOS. Material destinado exclusivamente aos profissionais da saúde www.bayerpharma.com.br L.BR.WH.2012-07-30.0837 Na endometriose noTa de esclarecImenTo Para ProfIssIonaIs da saÚde sobre dIane®35 (acetato de ciproterona e etinilestradiol, Bayer) A combinação de acetato de ciproterona 2 mg e etinilestradiol 35 mcg é comercializada no Brasil sob diversas marcas. Diane®35, é a marca mais conhecida e está no mercado mundial em mais de 116 países há 35 anos e, no Brasil, há 23 anos. Diane®35 por ser marca de referência tem sua eficácia e segurança comprovadas através de estudos clínicos e incluindo milhões de usuárias em todo o mundo. Esta categoria de medicamentos é indicada para o tratamento de Síndrome do Ovário Policístico, acne de graus moderado à grave, hirsutismo e alopécia androgênica. Por também possuir ação contraceptiva comprovada somente deverá ser utilizada por mulheres em idade reprodutiva e deverá ser utilizada por mulheres em idade reprodutiva que não tenham o desejo de engravidar no decorrer do tratamento.1 Recentemente, tem-se observado uma preocupação com relação à ocorrência de eventos tromboembólicos com o uso destes medicamentos contendo ciproterona e etinilestradiol. Essa preocupação levou a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) no início de 2013 a reavaliar o perfil de segurança desta medicação, e a conclusão foi de que os benefícios de Diane®35 superam seus eventuais riscos2, uma vez que o risco de tromboembolismo venoso em usuárias de medicamentos hormonais orais é muito baixo. Informações geraIs sobre TromboembolIsmo Venoso e medIcamenTos hormonaIs Todos os medicamentos, em especial os compostos de hormônios, requerem prescrição criteriosa, seguindo os Critérios de Elegibilidade da Organização Mundial da Saúde (OMS)3. Para colocar em perspectiva os números sobre a incidência de tromboembolismo venoso temos: Destaca-se ainda que, por reduzir o índice de gestações não planejadas, os contraceptivos hormonais acabam por diminuir o risco global de tromboembolismo venoso na população, em comparação com populações que não têm acesso à contracepção efetiva7,8. • Esta ocorrência é mais frequente em mulheres durante a gravidez do que nas usuárias de contraceptivos.4,5 É importante mencionar que os eventos tromboembólicos são raros, porém, jamais devem ser menosprezados. Por isso a importância de uma avaliação médica criteriosa, antes da utilização destes medicamentos por pacientes. • Segundo estudos publicados na literatura médica4,6, temos os seguintes índices, calculados por 10.000 mulheres-ano: - 30 casos durante a gravidez - 9 casos em usuárias de pílulas - 5 casos em não usuárias de pílulas A trombose venosa profunda resulta de múltiplas causas, e frequentemente requer a combinação de diversos fatores de risco para se manifestar. Exemplos de tais fatores são: idade avançada, história familiar de eventos tromboembólicos, imobilizações prolongadas, tabagismo, obesidade, entre outros.9 a comercIalIzação de dIane®35 manTém-se normalmenTe no brasIl. A Bayer, como empresa de pesquisa e inovação, reafirma seu compromisso com a qualidade e a segurança de Diane®35, reavaliando continuamente o perfil de segurança deste medicamento. Reiteramos assim nosso compromisso quanto à transparência na investigação minuciosa de relatos de efeitos colaterais possivelmente relacionados a este medicamento. Reduz lesões 1 Reduz de forma eficaz a dor Bayer Healthcare DIANE® 35. AcetAto de ciproteronA e etinilestrAdiol. reg. Ms – 1.0020.0111. INDIcAçõEs: pArA o trAtAMento de distúrbios Andrógeno-dependentes nA Mulher: Acne (pApulopustulosA, nodulocísticA) e seborreiA, AlopeciA AndrogênicA, cAsos leves de hirsutisMo, síndroMe de ovários policísticos (sop). coNtrAINDIcAçõEs: presençA ou históriA de processos troMboeMbólicos ArteriAis ou venosos; históriA de enxAquecA coM sintoMAs neurológicos focAis; diAbetes Mellitus coM AlterAções vAsculAres; A presençA de fAtor de risco grAve pArA A troMbose ArteriAl ou venosA; presençA ou históriA de pAncreAtite AssociAdA à hipertriglicerideMiA grAve; presençA ou históriA de doençA hepáticA grAve, enquAnto os vAlores dA função hepáticA não retornAreM Ao norMAl; presençA ou históriA de tuMores hepáticos (benignos ou MAlignos); diAgnóstico ou suspeitA de neoplAsiAs dependentes de esteroides sexuAis; sAngrAMento vAginAl não diAgnosticAdo; suspeitA ou diAgnóstico de grAvidez; lActAção; hipersensibilidAde às substânciAs AtivAs ou A quAlquer uM dos coMponentes do produto. PrEcAuçõEs E ADvErtêNcIAs: os benefícios dA utilizAção de diAne® 35 deveM ser AvAliAdos pArA cAdA pAciente individuAlMente e discutidos coM A MesMA Antes de optAr pelo início ou continuAção de suA utilizAção, nos cAsos de: dor e/ou inchAço unilAterAl eM MeMbro inferior; dor torácicA AgudA e intensA, coM ou seM irrAdiAção pArA o brAço esquerdo; dispneiA AgudA; tosse de início Abrupto; cefAleiA não hAbituAl, intensA e prolongAdA; perdA repentinA dA visão, pArciAl ou totAl; diplopiA; distorções nA fAlA ou AfAsiA; vertigeM; colApso, coM ou seM convulsão focAl; frAquezA; distúrbios Motores; AbdoMe Agudo; dislipoproteineMiA; hipertensão; enxAquecA; vAlvopAtiA; fibrilAção AtriAl; iMobilizAção prolongAdA, cirurgiA de grAnde porte, quAlquer intervenção cirúrgicA eM MeMbros inferiores ou trAuMA extenso; hipertriglicerideMiA; icteríciA e/ou prurido; forMAção de cálculos biliAres; porfiriA; lúpus eriteMAtoso sistêMico; síndroMe heMolítico-urêMicA; coreiA de sydenhAM; herpes gestAcionAl; perdA dA Audição por otosclerose; AngioedeMA hereditário; doençA de crohn e colite ulcerAtivA. podeM surgir sAngrAMentos irregulAres (gotejAMento ou sAngrAMento de escApe), especiAlMente durAnte os priMeiros Meses de uso. forAM observAdos, eM cAsos rAros, tuMores hepáticos benignos e, MAis rArAMente, MAlignos eM usuáriAs de cocs. diAne® 35 não protege contrA doençAs sexuAlMente trAnsMissíveis. rEAçõEs ADvErsAs: náuseAs, dor AbdoMinAl, AuMento de peso corporAl, cefAleiA, estAdos depressivos, AlterAções de huMor, dor e hipersensibilidAde dolorosA nAs MAMAs, vôMitos, diArreiA, retenção de líquido, enxAquecA, diMinuição dA libido, hipertrofiA MAMáriA, erupção cutâneA, urticáriA, intolerânciA A lentes de contAto, hipersensibilidAde, diMinuição de peso corporAl, AuMento dA libido, secreção vAginAl, secreção dAs MAMAs, eriteMA nodoso, eriteMA MultiforMe. INtErAçõEs mEDIcAmENtosAs: podeM ocorrer interAções coM fárMAcos: que induzeM As enziMAs MicrossoMAis hepáticAs (fenitoínA, bArbitúricos, priMidonA, cArbAMAzepinA, rifAMpicinA e tAMbéM possivelMente coM oxcArbAzepinA, topirAMAto, felbAMAto, griseofulvinA e produtos contendo ervA-de-são-joão); ritonAvir; nevirApinA; trAtAMento de infecção por hiv; certos Antibióticos (penicilinAs e tetrAciclinAs). diAne® 35 pode AfetAr o MetAbolisMo de Alguns outros fárMAcos coMo ciclosporinA e iAMotriginA. PosologIA: o regiMe posológico de diAne® 35 é siMilAr Ao dA MAioriA dos contrAceptivos orAis coMbinAdos. As drágeAs deveM ser ingeridAs nA ordeM indicAdA nA cArtelA, por 21 diAs consecutivos. cAdA novA cArtelA é iniciAdA Após uM intervAlo de pAusA de 7 diAs seM A ingestão de drágeAs, durAnte o quAl deve ocorrer sAngrAMento por privAção horMonAl. este sAngrAMento pode não hAver cessAdo Antes do início de uMA novA cArtelA. são necessários 7 diAs de ingestão contínuA dAs drágeAs pArA conseguir supressão AdequAdA do eixo hipotálAMo-hipófise-ovário. A durAção do trAtAMento depende dA grAvidAde dos sintoMAs de AndrogenizAção e dA respostA Ao trAtAMento. frequenteMente, o trAtAMento deve ser reAlizAdo por vários Meses. vENDA soB PrEscrIçÃo mÉDIcA. coNtrAINDIcAçÃo: sAngrAMento vAginAl não diAgnosticAdo. INtErAçõEs mEDIcAmENtosAs: fárMAcos que induzAM As enziMAs MicrossoMAis hepáticAs. L.BR.06.2013.0797 0800 7021241 MATERIAL DESTINADO AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE. 0800 7021241 2,4 a longo prazo Adequada tolerabilidade Atenciosamente, rEfErêNcIAs BIBlIográfIcAs: Indicado especificamente para o tratamento da endometriose Indicado para uso Colocamo-nos à disposição para quaisquer informações relacionadas a nossos produtos via telefone gratuito do Serviço de Atendimento ao Consumidor Bayer 0800 7021241 ou pelo e-mail [email protected]. 1. bulA diAne®35 (AcetAto de ciproteronA e etinilestrAdiol, bAyer). 2. europeAn Medicines Agency. press releAse: benefits of diAne®35 And its generics outweigh risks in certAin pAtient groups - prAc recoMMendAtion endorsed by cMdh. disponível eM: http://www.eMA.europA.eu/eMA/index.jsp?curl=pAges/ news_And_events/news/2013/05/news_detAil_001801.jsp&Mid=wc0b01Ac058004d5c1. AcessAdo eM 10.jun.2013. 3. world heAlth orgAnizAtion. MedicAl eligibility criteriA for contrAceptive use – 4th ed. disponível eM: http://whqlibdoc.who.int/publicAtions/2010/9789241563888_eng.pdf. AcessAdo eM 19.jun.2013. 4. dinger jc. the sAfety of A drospirenone contAining orAl contrAceptive: finAl results froM the europeAn Active surveillAnce study on orAl contrAceptives bAsed on 142,475 woMen-yeArs of observAtion. contrAception. 2007;75(5):344–54. 5. europeAn Medicines Agency. coMbined orAl contrAceptives And venous throMboeMbolisM. the europeAn Agency for the evAluAtion of MedicinAl products coMMittee for proprietAry MedicinAl products (cpMp); public AssessMent report. london, 28 septeMber 2001 [online]. disponível eM: http://www.eMA.europA.eu/docs/en_gb/docuMent_ librAry/report/2009/12/wc500017870.pdf. AcessAdo eM 19.jun.2013.6. heineMAnn lA, dinger jc. rAnge of published estiMAtes of venous throMboeMbolisM incidence in young woMen. contrAception. 2007 MAy;75(5):328-36. epub 2007 feb 20. 7. the society of obstetriciAns And gynAecologists of cAnAdA. position stAteMent: horMonAl contrAception And risk of venous throMboeMbolisM (vte). disponível eM: http://sogc.org/MediA_updAtes/position-stAteMent-horMonAl-contrAception-And-risk-of-venous-throMboeMbolisM-vte/. AcessAdo eM 20.06.2013. 8. ory hw. MortAlity AssociAted with fertility And fertility control: 1983. fAMily plAnning perspectives 1983; 15:57-63. 9. cAnnegieter sc et Al. pregnAncy And trAvel relAted throMboeMbolisM. throMbosis reseArch. 2013;1(131):s55-s58. Tratamento simples e eficaz 3 e segurança 2 ALLURENE® (DIENOGESTE) RG MS-1.7056.0088 INDICAÇÃO: TRATAMENTO DA ENDOMETRIOSE. CONTRA-INDICAÇÕES: DISTÚRBIO TROMBOEMBÓLICO VENOSO EM ATIVIDADE, PRESENÇA OU HISTÓRICO DE DOENÇA CARDIOVASCULAR E ARTERIAL, DIABETES MELITUS COM ENVOLVIMENTO VASCULAR, PRESENÇA OU HISTÓRICO DE DOENÇA HEPÁTICA GRAVE ENQUANTO OS VALORES DA FUNÇÃO HEPÁTICA NÃO RETORNAREM AO NORMAL, PRESENÇA OU HISTÓRICO DE TUMOR HEPÁTICO (BENIGNO OU MALIGNO), SUSPEITA OU DIAGNÓSTICO DE NEOPLASIAS DEPENDENTES DE HORMÔNIOS SEXUAIS, SANGRAMENTO VAGINAL NÃO DIAGNOSTICADO, HIPERSENSIBILIDADE À SUBSTÂNCIA ATIVA OU A QUALQUER UM DOS COMPONENTES DA FORMULAÇÃO. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES: ANTES DE INICIAR O TRATAMENTO COM ALLURENE®, DEVE-SE EXCLUIR A POSSIBILIDADE DE GRAVIDEZ. DURANTE O TRATAMENTO COM ALLURENE® A OVULAÇÃO É INIBIDA NA MAIORIA DAS PACIENTES. ENTRETANTO, ALLURENE® NÃO É UM CONTRACEPTIVO E CASO SEJA NECESSÁRIO PREVENIR A GRAVIDEZ, AS PACIENTES DEVEM SER ORIENTADAS A UTILIZAR MÉTODOS CONTRACEPTIVOS NÃO HORMONAIS (POR EXEMPLO, MÉTODO DE BARREIRA). COM BASE NOS DADOS DISPONÍVEIS, O CICLO MENSTRUAL RETORNA AO NORMAL DENTRO DE 2 MESES APÓS O TÉRMINO DO TRATAMENTO COM ALLURENE®. EM MULHERES COM HISTÓRICO DE GRAVIDEZ EXTRAUTERINA OU DE ALTERAÇÃO DA FUNÇÃO DAS TROMPAS, O USO DE ALLURENE® DEVE SER DECIDIDO APENAS APÓS CUIDADOSA AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO RISCO/BENEFÍCIO. COMO ALLURENE® É UM MEDICAMENTO QUE CONTÉM SOMENTE PROGESTÓGENO, DEVEM SER CONSIDERADAS AS PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS DE TODOS OS MEDICAMENTOS QUE CONTEM SOMENTE PROGESTÓGENO, EMBORA NEM TODAS ESTEJAM BASEADAS EM ACHADOS DOS ESTUDOS CLÍNICOS REALIZADOS COM ALLURENE®. CASO QUALQUER UMA DAS CONDIÇÕES/FATORES DE RISCO DESCRITAS A SEGUIR ESTEJA PRESENTE OU SE AGRAVE, DEVE-SE REALIZAR UMA ANÁLISE INDIVIDUAL DA RELAÇÃO RISCO/BENEFÍCIO ANTES DE INICIAR OU CONTINUAR O USO DE ALLURENE®: DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS; TUMORES; ALTERAÇÕES NO PADRÃO DE SANGRAMENTO; HISTÓRICO DE DEPRESSÃO; DESENVOLVIMENTO DE HIPERTENSÃO CLINICAMENTE SIGNIFICATIVA DIABETES MELITUS (SOBRETUDO HISTÓRICO DE DIABETES MELITUS GESTACIONAL); E OCORRÊNCIA FOLÍCULOS OVARIANOS PERSISTENTES (CISTOS OVARIANOS FUNCIONAIS). RECORRÊNCIA DE ICTERÍCIA COLESTÁTICA E/OU PRURIDO OCORRIDO ANTERIORMENTE DURANTE UMA GRAVIDEZ OU DURANTE O USO ANTERIOR DE ESTEROIDES SEXUAIS REQUER A DESCONTINUAÇÃO DE ALLURENE®. MULHERES COM TENDÊNCIA A MELASMA/CLOASMA DEVEM EVITAR EXPOSIÇÃO AO SOL OU RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA DURANTE O TRATAMENTO COM ALLURENE®. RECOMENDA-SE ACOMPANHAMENTO REGULAR, COM ATENÇÃO ESPECIAL À PRESSÃO ARTERIAL, MAMAS, ABDOME E ÓRGÃOS PÉLVICOS, INCLUINDO CITOLOGIA CERVICAL. ALLURENE® NÃO DEVE SER ADMINISTRADO A MULHERES GRÁVIDAS UMA VEZ QUE NÃO HÁ NECESSIDADE DE TRATAR A ENDOMETRIOSE DURANTE A GRAVIDEZ - CATEGORIA B – “ESTE MEDICAMENTO NÃO DEVE SER UTILIZADO POR MULHERES GRÁVIDAS SEM ORIENTAÇÃO MÉDICA OU DO CIRURGIÃO-DENTISTA”. A ADMINISTRAÇÃO DE ALLURENE® DURANTE A LACTAÇÃO NÃO É RECOMENDADA. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: INDUTORES OU INIBIDORES ENZIMÁTICOS INDIVIDUAIS (CITOCROMO P450); SUBSTÂNCIAS COM PROPRIEDADES DE INDUÇÃO ENZIMÁTICA (FENITOÍNA, BARBITÚRICOS, PRIMIDONA, CARBAMAZEPINA, RIFAMPICINA E POSSIVELMENTE TAMBÉM OXCARBAZEPINA, TOPIRAMATO, FELBAMATO, GRISEOFULVINA, NEVIRAPINA E ERVA-DE-SÃO JOÃO); SUBSTÂNCIAS COM PROPRIEDADES DE INIBIÇÃO ENZIMÁTICA (ANTIFÚNGICOS AZÓLICOS, CIMETIDINA, VERAPAMIL, MACROLÍDEOS, DILTIAZEM, INIBIDORES DA PROTEASE, ANTI-DEPRESSIVOS E SUCO DE TORONJA). COM BASE EM ESTUDOS DE INIBIÇÃO IN VITRO, É IMPROVÁVEL QUE HAJA INTERAÇÃO CLINICAMENTE RELEVANTE ENTRE ALLURENE® E O METABOLISMO DE OUTROS MEDICAMENTOS MEDIADO PELA ENZIMA DO CITOCROMO P450. O USO DE PROGESTÓGENOS PODE INFLUENCIAR OS RESULTADOS DE CERTOS EXAMES LABORATORIAIS, INCLUINDO PARÂMETROS BIOQUÍMICOS DO FÍGADO, TIREÓIDE, FUNÇÃO RENAL E ADRENAL, NÍVEIS PLASMÁTICOS DE PROTEÍNAS (CARREADORAS), POR EXEMPLO, FRAÇÕES LIPOPROTEICAS/LIPÍDICAS, PARÂMETROS DO METABOLISMO DE CARBOIDRATADOS E PARÂMETROS DA COAGULAÇÃO E FIBRINÓLISE. DE MODO GERAL, AS ALTERAÇÕES PERMANECEM DENTRO DA FAIXA LABORATORIAL NORMAL. POSOLOGIA: UM COMPRIMIDO POR DIA SEM INTERVALO DE PAUSA, TOMADO, PREFERENCIALMENTE, NO MESMO HORÁRIO TODOS OS DIAS, COM UM POUCO DE LÍQUIDO, SE NECESSÁRIO, INDEPENDENTEMENTE DE SANGRAMENTO VAGINAL. AO TÉRMINO DE UMA CARTELA, A PRÓXIMA DEVE SER INICIADA, SEM INTERRUPÇÃO. A INGESTÃO DOS COMPRIMIDOS PODE SER INICIADA EM QUALQUER DIA DO CICLO MENSTRUAL. REAÇÕES ADVERSAS: FREQUENTES: CEFALEIA, DESCONFORTO NAS MAMAS, HUMOR DEPRIMIDO, ACNE, NÁUSEA, AUMENTO DE PESO, DOR ABDOMINAL, CISTO OVARIANO, CONDIÇÕES ASTÊNICAS, FLATULÊNCIA, FOGACHOS, DISTÚRBIOS DO SONO, IRRITABILIDADE, SANGRAMENTO UTERINO/VAGINAL INCLUINDO GOTEJAMENTO, NERVOSISMO, PERDA DE LIBIDO, ALOPECIA, DOR NAS COSTAS, DISTENSÃO ABDOMINAL, VÔMITO, ENXAQUECA, HUMOR ALTERADO. POUCO FREQÜENTES: RESSECAMENTO VULVOVAGINAL, DESEQUILÍBRIO DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO, CANDIDÍASE VAGINAL, PELE SECA, ANSIEDADE, DEPRESSÃO, DISTÚRBIO DA ATENÇÃO, CONSTIPAÇÃO, DESCONFORTO ABDOMINAL, INFLAMAÇÃO GASTRINTESTINAL, HIPERIDROSE, PRURIDO, DIARRÉIA, INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO, CORRIMENTO GENITAL, DOR PÉLVICA, EDEMA, ANEMIA, DIMINUIÇÃO DE PESO, AUMENTO DE APETITE, OLHO SECO, ZUMBIDO, DISTÚRBIOS INESPECÍFICOS DO SISTEMA CIRCULATÓRIO, PALPITAÇÕES, HIPOTENSÃO, DISPNÉIA, HUMOR ALTERADO, GENGIVITE, HIRSUTISMO, ONICÓLISE, CASPA, DERMATITE, CRESCIMENTO ANORMAL DE PÊLOS, REAÇÃO DE FOTOSSENSIBILIDADE, DISTÚRBIO DE PIGMENTAÇÃO, DOR NOS OSSOS, ESPASMOS MUSCULARES, DOR NA EXTREMIDADE, PESO NAS EXTREMIDADES, VULVOVAGINITE ATRÓFICA, MASSA MAMÁRIA, DOENÇA FIBROCÍSTICA DA MAMA, ENDURECIMENTO DA MAMA. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. SAC 0800 7021241. VE0211-CCDS4. REFERÊNCIAS: 1. KÖHLER G, FAUSTMANN TA, GERLINGER C, SEITZ C, MUECK AO. A DOSE-RANGING STUDY TO DETERMINE THE EFFICACY AND SAFETY OF 1, 2, AND 4MG OF DIENOGEST DAILY FOR ENDOMETRIOSIS. INT J GYNAECOL OBSTET 2010; 108: 21 -25. 2. KÖHLER G, GORETZLEHNER G, BRACHMANN K. LIPID METABOLISM DURING TREATMENT OF ENDOMETRIOSIS WITH THE PROGESTIN DIENOGEST. ACTA OBSTET GYNECOL SCAND 1989; 68. 3. PETRAGLIA F, ET AL. REDUCED PELVIC PAIN IN WOMEN WITH ENDOMETRIOSIS: EFICACY OF LONG-TERM DIENOGEST TREATMENT. ARCH GYNECOL OBSTET (2012) 285:167 -173 . 4. STROWITZKI T, FAUSTMANN T,GERLINGER C, SEITZ C. DIENOGESTE IN THE TREATMENT OF ENDOMETRIOSIS- ASSOCIATED PELVIC PAIN: A 12-WEEK, RANDOMIZED, DOUBLE-BLIND, PLACEBO-CONTROLLED STUDY. EUR J OBST GYNECOL REPROD BIOL 2010. CONTRAINDICAÇÕES: DISTURBIOS CARDIOVASCULARES, DIABETES MELLITUS COM ENVOLVIMENTO VASCULAR. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: ANTICONVULSIVANTES, ANTIFÚNGICOS AZÓLICOS, ANTIDEPRESSIVOS. Material destinado exclusivamente aos profissionais da saúde www.bayerpharma.com.br L.BR.WH.2012-07-30.0837 ISSN 0100-7203 1-6 Contracepção oral com benefícios adicionais DRSP Baixa dose Fevereiro 2013 1-6 Regime 24/4 volume 35 Rigoroso controle de fabricação* e liderança absoluta em controle de fertilidade (IMS Health) Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia O contraceptivo oral com benefícios adicionais e garantia da qualidade Bayer. 24 + 4 *Fonte: entrevista cedida por Joyce Camargo, farmacêutica bioquímica responsável pela área de garantia da qualidade da Bayer. YAZ - DROSPIRENONA E ETINILESTRADIOL. REG. MS – 1.7056.0069. INDICAÇÕES: CONTRACEPTIVO ORAL, COM EFEITOS ANTIMINERALOCORTICOIDE E ANTIANDROGÊNICO QUE BENEFICIAM TAMBÉM AS MULHERES QUE APRESENTAM RETENÇÃO DE LÍQUIDO DE ORIGEM HORMONAL E SEUS SINTOMAS. CONTRAINDICAÇÕES: TROMBOEMBOLISMO ARTERIAL OU VENOSO, ENXAQUECA, DIABETES MEELLITUS, PANCREATITE, HIPERTRIGLICERIDEMIA, DOENÇA HEPÁTICA GRAVE, INSUFICIÊNCIA RENAL, TUMORES HEPÁTICOS, NEOPLASIAS DEPENDENTES DE ESTEROIDES SEXUAIS, SANGRAMENTO VAGINAL NÃO DIAGNOSTICADO, SUSPEITA OU DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ, HIPERSENSIBILIDADE A QUALQUER UM DOS COMPONENTES DO PRODUTO. CUIDADOS E ADVERTÊNCIAS: DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS, TUMORES, HIPERTRIGLICERIDEMIA, HIPERTENSÃO, COLECISTOPATIA, PORFIRIA, LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO, SÍNDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA, COREIA DE SYDENHAM, HERPES GESTACIONAL, PERDA DA AUDIÇÃO RELACIONADA COM OTOSCLEROSE, PATOLOGIA INTESTINAL INFLAMATÓRIA CRÔNICA, ANEMIA FALCIFORME, ENXAQUECAS, ANGIOEDEMA HEREDITÁRIO, DISTÚRBIOS DA FUNÇÃO HEPÁTICA, PODE OCORRER CLOASMA. POTENCIAL TEÓRICO PARA AUMENTO NO POTÁSSIO SÉRICO EM USUÁRIAS DE YAZ QUE ESTEJAM TOMANDO OUTROS MEDICAMENTOS QUE PODEM AUMENTAR OS NÍVEIS SÉRICOS DE POTÁSSIO. A EFICÁCIA DOS COCS PODE SER REDUZIDA NOS CASOS DE ESQUECIMENTO DE TOMADA DOS COMPRIMIDOS, DISTÚRBIOS GASTRINTESTINAIS OU INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA. PODEM SURGIR SANGRAMENTOS IRREGULARES, ESPECIALMENTE DURANTE OS PRIMEIROS MESES DE USO. É POSSÍVEL QUE EM ALGUMAS USUÁRIAS NÃO SE PRODUZA O SANGRAMENTO POR PRIVAÇÃO DURANTE O INTERVALO DE PAUSA. CASO A PACIENTE ENGRAVIDE DURANTE O USO DE YAZ , DEVE-SE DESCONTINUAR O SEU USO. NÃO FORAM VERIFICADOS EFEITOS TERATOGÊNICOS DECORRENTES DA INGESTÃO ACIDENTAL DE COCS NO INÍCIO DA GESTAÇÃO. O MEDICAMENTO NÃO DEVE SER UTILIZADO DURANTE A GRAVIDEZ E A AMAMENTAÇÃO. REAÇÕES ADVERSAS: NÁUSEAS, DOR ABDOMINAL, AUMENTO OU DIMINUIÇÃO DO PESO CORPÓREO, CEFALEIA, ESTADOS DEPRESSIVOS, ALTERAÇÕES DE HUMOR, VÔMITO, DIARREIA, RETENÇÃO DE LÍQUIDO, ENXAQUECA, DIMINUIÇÃO OU AUMENTO DA LIBIDO, INTOLERÂNCIA A LENTES DE CONTATO, HIPERSENSIBILIDADE. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: FENITOÍNAS, BARBITÚRICOS, PRIMIDONA, CARBAMAZEPINA, RIFAMPICINA, OXCARBAZEPINA, TOPIRAMATO, FELBAMATO, GRISEOFULVINA, ERVA-DE-SÃO-JOÃO, RITONAVIR, NEVIRAPINA, PENICILINAS, TETRACICLINAS. CICLOSPORINA, LAMOTRIGINA. POSOLOGIA: OS COMPRIMIDOS DEVEM SER INGERIDOS NA ORDEM INDICADA NA CARTELA, POR 24 DIAS CONSECUTIVOS. CADA NOVA CARTELA É INICIADA APÓS UM INTERVALO DE PAUSA DE 4 DIAS, DURANTE O QUAL DEVE OCORRER SANGRAMENTO POR PRIVAÇÃO HORMONAL. INÍCIO DO USO DE YAZ : NO CASO DA PACIENTE NÃO TER UTILIZADO CONTRACEPTIVO HORMONAL NO MÊS ANTERIOR, A INGESTÃO DEVE SER INICIADA NO 1º DIA DO CICLO (1º DIA DE SANGRAMENTO MENSTRUAL). PARA PROCEDIMENTOS SOBRE MUDANÇA DE CONTRACEPTIVO, CASO DE ESQUECIMENTO DE COMPRIMIDOS OU OCORRÊNCIA DE VÔMITOS E/OU DIARREIA, CONSULTAR A BULA DO PRODUTO. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. ® ® ® ® REFERÊNCIAS: 1. Bachmann G, Sulak PJ, Sampson-Landers C, et al. Effi cacy and safety of a low dose 24-day combined oral contraceptive containing 20 micrograms ethinylestradiol and 3 mg drospirenone. Contraception 2004;70:191-8. 2. Yonkers KA, Brown C, Pearlstein TB, et al. Effi cacy of a new low-dose oral contraceptive with drospirenone in premenstrual dysphoric disorder. Obstet Gynecol 2005; 106(3):492 -501. 3. Pearlstein TB, Bachmann GA, Zacur HA, et al. Treatment of premenstrual dysphoric disorder with a new drospirenone containing oral contraceptive formulation. Contraception 2005;72:414 -21. 4. Lucky A.W, Koltun W, Thiboutot D, et al. Combined Oral Contraceptive Containing 3 mg Drospirenone/20 mcg EE in the Treatment of Acne Vulgaris: A Randomized, Double-blind, Placebo-Controlled Study Evaluating Lesion Counts and Participant Self-assessment. Cutis 2008;82:143-50. 5. Cianci A, De Leo V. Individualization of low-dose oral contraceptives. Pharmacological principles and practical indications for oral contraceptives. Minerva Ginecol 2007;59(4):415-25. 6. Caruso S, Agnello C, Intelisano G, et al. Prospective study on sexual behavior of women using 30 mcg ethinylestradiol and 3 mg drospirenone oral contraceptive. Contraception 2005;72:19-23. Material destinado a profissionais de saúde. L.BR.WH.2012-09-25.0927 número 2 p. 45 - 91 Interação medicamentosa: antibióticos e anticonvulsivantes. Contraindicação: Diabetes mellitus com alterações vasculares. Fevereiro 2013 volume 35 nº 2 VA NO CERAZETTE®, Desogestrel. APRESENTAÇÃO: cartucho com 1 cartela com 28 comprimidos. Cada comprimido contém: Desogestrel 75 mcg. INDICAÇÕES: contracepção. CONTRAINDICAÇÕES: CERAZETTE® não deve ser usado na presença de qualquer das condições abaixo ou se as mesmas ocorrerem pela primeira vez, o produto deve ser descontinuado imediatamente: gravidez ou suspeita de gravidez; distúrbio tromboembólico venoso ativo; presença ou história de doença hepática grave enquanto os valores de função hepática não tenham retornado ao normal; tumores progestagênio-dependentes; sangramento vaginal não diagnosticado; hipersensibilidade a qualquer componente do CERAZETTE®. PRECAUÇÕES e ADVERTÊNCIAS: durante o uso de contraceptivos orais (COs) o risco de ter câncer de mama diagnosticado está levemente aumentado. Entretanto, para esses contraceptivos de progestagênio isolado, a evidência é menos conclusiva. Avaliar risco-benefício no caso de câncer hepático. Investigações epidemiológicas associaram o uso de COC a uma maior incidência de tromboembolismo venoso (TEV, trombose venosa profunda e embolismo pulmonar). Embora a relevância clínica deste achado para Desogestrel usado como contraceptivo na ausência de um componente estrogênico seja desconhecida, CERAZETTE® deve ser descontinuado em caso de trombose. A descontinuação de CERAZETTE® deve também ser considerada e caso de imobilização prolongada devida à cirurgia ou doença. Mulheres com história de distúrbios tromboembólicos devem ser alertadas sobre a possibilidade de recorrência. Embora os progestagênios possam apresentar efeito sobre a resistência à insulina e sobre a tolerância à glicose, não há evidência da necessidade de alterar o regime terapêutico em diabéticas usando contraceptivos de progestagênio isolado. Entretanto, mulheres diabéticas devem ser cuidadosamente observadas enquanto usarem CERAZETTE®. O tratamento com CERAZETTE® leva à redução dos níveis séricos de estradiol para um nível correspondente à fase folicular inicial. Apesar do fato de CERAZETTE® inibir a ovulação, a gravidez ectópica deve ser considerada no diagnóstico diferencial se a mulher tem amenorréia ou dor abdominal. Cloasma pode ocorrer ocasionalmente. As seguintes condições foram relatadas durante a gravidez e durante uso de esteróide sexual, mas a associação com o uso de progestagênios não foi estabelecida: icterícia e/ou prurido relacionado a colestase; formação de cálculo de vesícula; porfiria; lúpus eritematoso sistêmico; síndrome urêmica hemolítica; corea de Sydenham; herpes gestacional; perda da audição relacionada a otosclerose. Mesmo quando CERAZETTE® é tomado regularmente, podem ocorrer distúrbios de sangramento. As mulheres devem ser informadas de que CERAZETTE® não protege contra HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis. Com todos os contraceptivos hormonais de baixa dosagem, o desenvolvimento folicular ocorre e ocasionalmente o folículo pode continuar o desenvolvimento além do tamanho que poderia atingir num ciclo normal. Geralmente, esses folículos aumentados desaparecem espontaneamente. A eficácia dos contraceptivos de progestagênio isolado pode ser reduzida no caso de esquecimento de tomar os comprimidos, distúrbios gastrintestinais ou de utilização de medicação concomitante. Estudos epidemiológicos extensos mostraram que não há risco aumentado de malformações nas crianças de mães que utilizaram contraceptivos orais antes da gravidez, nem efeitos teratogênicos quando os contraceptivos orais forem administrados inadvertidamente no início da gestação. Dados de farmacovigilância coletados com vários COCs contendo desogestrel também não indicam um risco aumentado. CERAZETTE® não influencia a produção ou a qualidade do leite materno, mas uma pequena quantidade de etonogestrel é excretada no leite. REAÇÕES ADVERSAS: as reações adversas relatadas com maior freqüência nos estudos clínicos com CERAZETTE® (>2,5%) foram sangramento irregular, acne, alterações de humor, dor nas mamas, náusea e aumento de peso. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: podem ocorrer interações com fármacos indutores de enzimas microsomais, resultando em aumento da depuração dos hormônios sexuais. Foram estabelecidas interações com hidantoínas, barbitúricos, primidona, carbamazepina, rifampicina, oxcarbazepina, topiramato, rifabutina, felbamato, ritonavir, griseofulvina e produtos fitoterápicos contendo Hypericum perforatum. Durante o tratamento com carvão medicinal, a absorção do esteróide do comprimido pode ser reduzida bem como sua eficácia contraceptiva. Contraceptivos orais podem interferir com o metabolismo de outros fármacos (por ex., ciclosporina), consequentemente concentrações plasmáticas e tissulares podem ser afetadas. Dados obtidos com contraceptivos orais combinados mostraram que os esteróides contraceptivos podem influenciar os resultados de certos testes de laboratório, incluindo parâmetros bioquímicos do fígado, tireóide, adrenal e de função renal, níveis séricos de proteínas (carregadoras). POSOLOGIA: deve-se tomar um comprimido ao dia durante 28 dias consecutivos na ordem indicada pelas setas impressas na cartela, com pequena quantidade de líquido, aproximadamente no mesmo horário. Cada cartela subseqüente deve ser iniciada imediatamente após o término da anterior. Superdosagem: não há relatos de reações adversas graves em decorrência de superdose. Nesta situação os sintomas que podem ocorrer são: náuseas, vômitos e, em meninas e adolescentes, discreto sangramento vaginal. Não há antídotos e o tratamento deve ser sintomático. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. Reg. MS: 1.0171.0089 CERAZETTE® não deve ser usado em casos de gravidez ou suspeita de gravidez e tumores progestagênio dependentes. Pode-se esperar interações durante o uso concomitante de CERAZETTE® com hidantoínas, barbituratos, primidona, carbamazepina, rifampicina. Antes de prescrever, recomendamos a leitura da Circular aos Médicos (bula) completa para informações detalhadas sobre o produto. A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVE SER CONSULTADO. Referência Bibliográfica: 1. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Lista de medicamentos de referência. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/7b8223004db4095facf9bcd6059e5711/ Lista+A+Isolados_05_12.pdf?MOD=AJPERES. Acessado em 04 de janeiro de 2013. Copyright © 2010 Merck Sharp & Dohme Corp., subsidiária de Merck & Co., Inc., Whitehouse Station, NJ, EUA. Todos os direitos reservados. MC 1150/12 01-2015-CER-13-BR-1150-J WOMN-1067094-0000 IMPRESSO EM JANEIRO/2013 CERAZETTE, CONSIDERADO REfERêNCIA NO mERCADO DE CONtRACEpçãO, AGORA VEm COm 3 blíStERES NA mESmA CAIxA!1