Frecuencia Latinoamérica
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Frecuencia COMUNICAÇÃO SEM FIO NA AMÉRICA LATINA Ano 9 - Nº 63 - Janeiro/Fevereiro 2005 Edição em PORTUGUÊS Latinoamérica www.frecuenciaonline.com ESPECIAL ANUAL SATÉLITES SERVIÇOS IP EM ALTA América Latina é alvo de disputa entre México e Espanha pela hegemonia na comunicação móvel flp_jan05_capa.pmd 1 29/12/2004, 11:56 Frecuencia Latinoamérica EDITORIAL Nº 63 Janeiro/Fevereiro 2005 MATRIZ ITP Editorial 475 Biltmore Way, Suite 203 Coral Gables, FL 33134-5756 Tel: 1 305 567 2492 / Fax: 1 305 448 5067 DIRETORA & EDITORA-CHEFE Ana María Yumiseva [email protected] DIRETORA EDITORIAL Graça Sermoud [email protected] EDITORA EXECUTIVA Ana Paula Lobo [email protected] EDITORA EUA Boa leitura Clara Persand [email protected] EDITORA MÉXICO Fabiola González [email protected] CORRESPONDENTES Argentina - Elías Tarradellas Equador - Jaime Yumiseva Peru - Marco Villacorta U FRECUENCIA LATINOAMÉRICA circula dez vezes no ano e é distribuída às empresas e executivos do mercado de telecomunicações sem fio. Assinatura anual: Latinoamérica, EUA e Canadá: US$ 35. Europa e Ásia: 60 Euros. Brasil R$ 50. Direitos Reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta publicação sem prévia autorização da direção. As opiniões contidas na revista Frecuencia Latinoamérica refletem a posição dos autores e não necessariamente a da ITP Editorial. m novo ano sempre traz o espírito de renovação. Aproveitamos propositalmente esse momento para apresentar uma nova Frecuencia, mais dinâmica, diversificada e atraente. Essa primeira edição de 2005, traz um outro projeto editorial e gráfico. Dividimos o conteúdo em duas grandes áreas: seções fixas e temas relativos ao universo da comunicação sem fio na América Latina. Com isso, mantemos os espaços fixos já tradicionais como Notícias, Perfil e Opinião. Ao mesmo tempo, lançamos duas seções: Case Study, com as melhores práticas no uso da tecnologia Wireless na região; e Produtos, onde apresentamos o que existe de novo, moderno e arrojado no mundo dos dispositivos móveis ou para soluções de suporte à mobilidade. Por outro lado, para imprimir maior dinâmica às reportagens, estamos divididos por temas. E são vários: banda larga, satélites, Wi-Fi, WiMAX, radiocomunicação, política, segurança, convergência... O que demonstra o quanto o segmento está evoluindo e reforça a tese de que o mundo da comunicação será totalmente sem fio em bem pouco tempo. No modelo que imprimimos, com abordagem através de temas, temos também flexibilidade para acompanhar as mudanças que estão em curso e que são próprias de um segmento em processo de consolidação. As mudanças não estão apenas na forma de apresentar o conteúdo, o novo modelo editorial nos permite apresentar maior variedade de matérias, desde as mais noticiosas até as mais abrangentes e analíticas. Tudo isso, margeado por um projeto gráfico moderno, mais leve e arrojado. Inauguramos também o espaço da seção de cartas, onde poderemos apresentar para todos os leitores, o retorno que temos recebido em relação ao nosso trabalho. Vale pontuar que estamos mantendo nosso espaço de reportagens especiais, marca registrada da Frecuencia Latinoamérica e referência no mercado. Nessa edição, o segmento em foco é o de satélite, coincidentemente um setor que entra em nova fase. Depois de amargar um período de letargia, ele dá sinais de recuperação trazendo alternativas em termos de soluções e redução de custos. Os projetos de inclusão digital, iminentes na região, contribuem para ditar o novo ritmo desse mercado. Equipe editorial www.frecuenciaonline.com Janeiro/Fevereiro 2005 CIRCULAÇÃO Carmen Burgos [email protected] WEBMASTER Danilo Bilbao [email protected] TRADUTORAS Ana Cristina Gonçalves Barbara Sipe ADMINISTRAÇÃO & FINANÇAS Carmen Luz Yumiseva ESCRITÓRIOS REGIONAIS REDAÇÃO FRECUENCIA - MÉXICO Calle Once # 102-202 Col. Espartaco Del. Coyoacán - C.P. 04870 - México D.F. Tel: 52 55 53 515302 ITP EDITORIAL - REGIÃO ANDINA Av. Eloy Alfaro 3822 y Gaspar de Villaroel Quito – Ecuador Tel: 593-22-422-568 / Fax: 593-22-424-871 REDAÇÃO FRECUENCIA - BRASIL Av. Ibirapuera, 2907 / conj. 121 Moema - São Paulo – CEP: 04029-200 Telefones: 55-11-5053-9828 / Fax: 55-11-5053-9838 IMPRESSÃO SuperGráfica EDIÇÃO DE ARTE E DIAGRAMAÇÃO PUBLICIDADE Pedro R Costa [email protected] AMÉRICA LATINA, EUA E EUROPA GERENTE de MARKETING & PUBLICIDADE Sara Astoul [email protected] 475 Biltmore Way, Suite 203 - Coral Gables, FL - USA Tel: 305-567-2492 EUA OESTE Jordan Sylvester [email protected] 1715 Mtn. Ridge CT NE - Albuquerque, NM 87112 Tel: 505-480-5109 ARGENTINA Edgardo Muchnik [email protected] Defensa 649 - 4º “D” - C1065 - Capital Federal Buenos Aires Tel: 15-4182-2565 ÁSIA Ben Sanosi [email protected] interAct Group 10 Anson Road - No. 11-17 International Plaza - Singapore Tel/Fax: +65 68770418 flp_jan05_editorial.pmd 3 FRECUENCIA Latinoamérica 29/12/2004, 16:30 3 ÍNDICE NOTÍCIAS NOTÍCIAS CAPA 6 ARGENTINA Operadoras móveis ocupam os sete primeiros lugares da lista no ranking de reclamações 8 COLÔMBIA OLA reforça atendimento ao cliente mas Superintendência da Indústria e Comércio impõe novas sanções à operadora 10 PERU O Ministério dos Transportes e Comunicações promete portabilidade numérica para o segundo semestre PERFIL 36 E O VENCEDOR SERÁ... Nos últimos anos, Roderick Nelson, vice-Presidente Executivo e CTO da AT&T Wireless, esteve à frente dos movimentos ligados ao uso da comunicação sem fio. Agora conduz um desafio pessoal: o processo de integração de sua equipe à da Cingular ESPECIAL ANUAL SATÉLITES 22 OPINIÃO 38 14 Dois gigantes – América Móvil e Telefónica Móviles – prometem disputar, assinante a assinante, a liderança do ranking da região. A tarefa não é simples. Os titãs estarão envolvidos em integração de empresas que prometem ser o calcanhar de Aquiles dos negócios. Quem melhor gerenciar estes processos, terá tudo para sair na frente. Mas a concorrência também pode marcar um tento ao fidelizar usuários Evolução da tecnologia e redução de custos de equipamentos e serviços trazem novas perspectivas para a indústria de satélite. Projetos de inclusão digital abrem frentes de negócios na região CASE STUDY A tecnologia sem fio está mudando a maneira de fazer negócios. As vantagens das aplicações móveis não se restringem à conveniência e à flexibilidade. O maior benefício é o retorno sobre o investimento 28 A brasileira CTBC é um exemplo de que operadoras de menor porte podem construir uma base de clientes fiéis, apesar da forte concorrência com os titãs do setor TECNOLOGIA 32 PRÓXIMA EDIÇÃO PORTABILIDADE NUMÉRICA ESPECIAL SEGURANÇA Frecuencia Latinoamérica faz um balanço das principais novidades na área de segurança para o uso de redes sem fio. Também avalia o nível de confiança dos usuários na tecnologia Wireless. 4 flp_jan05_indice.pmd FRECUENCIA Latinoamérica 4 Fornecedores de cartões SIM Cards apostam na evolução da tecnologia GSM na América Latina O tema é polêmico e está em discussão nas Agências Reguladoras da América Latina. Especialistas avaliam o impacto da adoção da funcionalidade para consumidores e operadoras. LOCALIZAÇÃO Aplicação ganha força no segmento móvel celular. Janeiro/Fevereiro 2005 www.frecuenciaonline.com 29/12/2004, 11:58 NOTÍCIAS NOTÍCIAS Juan Waehner assume Telefónica Ranking de reclamações Operadoras móveis ocupam os sete primeiros lugares da lista A Subsecretaria da Defesa do Consumidor resolveu ficar ao lado do usuário. A instituição anunciou que vai entrar com medidas cautelares para pedir o fim da publicidade considerada enganosa por parte das empresas de telefonia móvel. A Subsecretaria também vai solicitar sanções às operadoras que aparecem no ranking de reclamações dos consumidores no País. No mês de novembro, por exemplo, os sete primeiros lugares do ranking foram ocupados por empresas ligadas ao serviço de telecomunicações. O primeiro lugar ficou com a Telefónica, com 774 queixas (em outubro, a carrier também liderou as reclamações); o segundo lugar coube à arqui-rival CTI Móvel, do megaempresário Carlos Slim, com 531; seguem-se Unifón (operadora móvel da Telefónica), 178; Personal (TIM), 170, e Movicom (ex-BellSouth), 106. Os porta-vozes de CTI Móvel se recusaram a dar declarações. A Telefónica criticou o levantamento. "Dos 900 casos em outubro, apenas 18 chegaram a nós”, reclamou uma fonte da operadora. A expansão da telefonia móvel, que ultrapassou a marca de 12 milhões de linhas em 2004 foi acompanhada de investimentos na atualização das infra-estruturas de redes, mas a Subsecretaria questiona as práticas adotadas pelas operadoras. A entidade observa que as carriers móveis vendem mais linhas do que conseguem atender e terminam por prestar um serviço de qualidade duvidosa para os assinantes. Depois de um período de grandes rumores, a Telefónica da Argentina nomeou Juan Waehner como novo gerente geral. Ele será responsável pela linha de negócios para telefonia básica, pública, acesso à Internet e catálogos de telefone do Grupo Telefónica no País. O executivo, de 44 anos, é engenheiro pela Universidade Nacional de Buenos Aires com pós-graduação nas universidades de Harvard, IESE e INSEAD. Ingressou no Grupo Telefónica em 1995 como diretor comercial da Telefónica Unifón (empresa de telefonia móvel). Em 1997 passou à direção comercial da Unidade de Negócios Residenciais da Telefónica da Argentina, onde alcançou o cargo de diretor geral no ano seguinte. Antes de entrar para a Telefónica, Juan Waehner trabalhou na BGH, à frente da área de comunicações da Motorola e na Siemens na Alemanha e na Espanha em diversas funções comerciais. O executivo substitui Guillermo Ansaldo que, depois de quase cinco anos à frente da operadora, assumiu o cargo de diretor geral responsável pelas áreas de Planejamento, Regulamentação e Desenvolvimento Corporativo em escala regional da Telefónica Internacional. Etapa Móvil amplia base de usuários em Cuenca Com tarifa promocional de 10 centavos e investimentos em infra-estrutura, atendimento e vendas, a Etapa Móvil obteve um recorde de assinantes – 3 mil em um único mês em Cuenca, um dos principais mercados do País. A operadora é o resultado de uma aliança estratégica entre a provedora municipal de telecomunicações Etapa de Cuenca e a Telecsa (Alegro). As duas empresas investiram perto de 14 milhões de dólares na infra-estrutura e na instalação de quatro centros de atendimento ao público na capital. Além disso, con- 6 FRECUENCIA Latinoamérica flp_jan05_noticias.pmd 6 trataram 25 vendedores que percorrem fábricas, empresas e instituições públicas para a oferta dos planos corporativos. Uma das iniciativas de sucesso, lembra, Fernando Pauta, gerente da Etapa, foi a promoção Sócios Fundadores realizada em outubro passado, e que trouxe excelentes resultados comerciais para a operadora. Um mês depois, uma nova promoção foi concedida aos assinantes do programa: uma tarifa de 10 centavos por minuto para comunicar-se entre os sócios da rede. O gerente da Etapa revela que 90% dos assinantes aderiram à novidade. Janeiro/Fevereiro 2005 www.frecuenciaonline.com 29/12/2004, 12:00 NOTÍCIAS Colômbia Móvil/OLA reforça atendimento ao cliente... A operadora de telefonia móvel celular confirmou que, ao longo de 2005, irá instalar 35 centros integrais de atendimento ao assinante, situados nas principais cidades do País. A iniciativa faz parte de um programa de investimentos, responsável pela redução do índice de reclamações dos 9%, registrados em janeiro de 2004, para 2% em julho do mesmo ano. Os centros de atendimento funcionarão em locais próprios e serão encarregados de receber e resolver as queixas dos assinantes da operadora, que já somam 1,16 milhão. A expectativa é que com esta medida a resolução de uma queixa demore menos do que os atuais oito dias. Com relação a 2005, o presidente da empresa, Leon Darío Osorio, diz que os indicadores financeiros e operacionais dos últimos meses de 2004 apontam para um futuro otimista para a Colômbia Móvil-OLA. A empresa ampliará a capacidade da rede para atender a 2,5 milhões de clientes e continuará com os investimentos em soluções de combate às fraudes, um dos principais fatores de prejuízo para a operadora e que já determinou o cancelamento de planos de assinantes que fizeram uso ilegal do serviço. ...mas Superintendência da Indústria e Comércio impõe novas sanções à operadora A Colômbia Móvil-OLA continua pagando pelos erros cometidos no atendimento a clientes durante os primeiros meses de operação. A Superintendência de Indústria e Comércio (SIC) aplicou duas novas multas de 322,2 milhões de pesos à empresa. As sanções foram impostas porque a carrier não solucionou, num tempo hábil, as reclamações feitas pelos assinantes. Estas duas multas somam-se a outras seis que a Superintendência impôs à OLA ao longo de 2004, por diversas razões: faturamento incorreto dos serviços, publicidade enganosa e atendimento de pedidos e reclamações fora dos prazos estabelecidos pelas metas de qualidade do setor. O presidente da Colômbia Móvil-OLA, Leon Darío Osorio, explicou que as novas sanções decorrem de queixas não atendidas no primeiro semestre de 2004, "uma situação que, felizmente, melhorou nos últimos meses", assegurou. O executivo destacou que atualmente as recla- 8 FRECUENCIA Latinoamérica flp_jan05_noticias.pmd 8 mações dos clientes estão sendo atendidas dentro de um período máximo de oito dias. Questionado sobre o desconforto que as mudanças efetuadas pela empresa para o segundo ano do contrato têm gerado entre os usuários do plano Pioneros, Osorio disse que a OLA está analisando se mantém o bloqueio das chamadas para os clientes cujo consumo excedeu em 50% o valor dos encargos fixos determinados pelo pacote. A intenção, antecipa o executivo, é tentar encontrar uma saída que traga rentabilidade para a operadora, sem causar prejuízo para o assinante. “Vamos encontrar uma solução que não cause problemas”, garantiu o presidente da OLA. Ele assegurou que o bloqueio foi uma medida de emergência "para pôr um freio na sangria" gerada pela fraude e a revenda de minutos. Numa primeira ação, o bloqueio deverá ser flexibilizado para os usuários que estejam com o pagamento em dia. Janeiro/Fevereiro 2005 www.frecuenciaonline.com 29/12/2004, 12:00 NOTÍCIAS MTC promete portabilidade numérica GSM supera CDMA País assume sexta posição mundial na venda de celulares O Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC) prevê, para a agosto próximo, a possibilidade dos usuários de telefones fixos e celulares manterem seus números de telefone mesmo se trocarem de operadora. O órgão preparou um documento sobre portabilidade numérica em que estabelece um plano de ajuste para as empresas em um prazo inferior a oito meses, contados a partir de janeiro deste ano. A decisão do órgão regulador desagradou às operadoras e foi contestada pela Telefónica do Peru, BellSouth e Nextel. A filial da TIM foi a única a manter uma posição favorável a adoção comercial da portabilidade numérica. O MTC reconheceu que a execução da medida demandará novos investimentos para as empresas. Os cálculos feitos pelas operadoras fixas revelam que será necessário aportar cerca de US$ 76 milhões na adaptação das atuais plataformas à nova aplicação. Números divulgados pela Agência Nacional de Telecomunicações, órgão regulador brasileiro, mostraram a entrada de 1,52 milhões de celulares em operação no mês de novembro. Com isso, o Brasil alcançou 61,18 milhões de acessos móveis em todo o País. Somados aos 39,36 milhões de fixos registrados, em outubro, também pelo órgão regulador, os números revelam que o Brasil superou a casa dos 100,5 milhões telefones em funcionamento. Com essa marca, O Brasil passa a ocupar a sexta posição mundial em telefonia móvel, ficando atrás apenas de países como China e Estados Unidos. O GSM ultrapassou a tecnologia CDMA. No estudo da Anatel, do total de aparelhos habilitados em novembro, 20,25% são pós-pagos enquanto 79,75% são pré-pagos. Os aparelhos TDMA representam 39,07%, seguidos pelos GSM, com 30,05% e pelos CDMA, com 29,67%. A previsão é de que, dependendo das vendas de Natal, a planta brasileira poderá se aproximar dos 70 milhões de telefones móveis ainda este ano. EPM expandirá TV a cabo e VoIP O presidente da Empresas Públicas de Medellín (EPM), Fernando Panesso, anunciou que os planos da operadora para 2005 são o de expandir o negócio de TV a cabo com a oferta de Internet de banda larga para o mercado de massa e oferecer telefonia com tecnologia IP (VoIP) para o segmento corporativo. Em dezembro, a EPM iniciou o trâmite junto à Comissão Nacional de Televisão (Cntv) para que a licença atual de TV a cabo, concedida apenas para a oferta destes serviços na região Oeste do País, possa ser usada em nível nacional. Na área de atuação, a empresa já soma quase 200.000 clientes e é a segunda operadora nacional de televisão por assinatura. O anúncio dos novos planos foi feito durante a apresentação dos resultados financeiros preliminares de 2004, onde se destaca um crescimento significativo das vendas em função das estratégias comerciais adotadas pela EPM, entre elas, a de prover serviços de telefonia local com tarifa fixa. 10 Janeiro/Fevereiro 2005 flp_jan05_noticias.pmd FRECUENCIA Latinoamérica 10 A EPM Bogotá encerrou 2004 como a empresa-líder em instalação de novas linhas – mais de 32 mil em todo o País. A marca contrasta com os dados apresentados pelos concorrentes. A empresa antecipa ainda vendas de 93.952 milhões de pesos este ano, um crescimento de 20% com relação ao obtido no final de 2003. A EPM fecha dezembro com 185.739 linhas de telefone em serviço. A expectativa da operadora é manter, em 2005, essa taxa de crescimento. www.frecuenciaonline.com 29/12/2004, 12:00 PRODUTOS NOTÍCIAS REDE Certificado de garantia • Os switches Wireless ganham atenção do mercado fornecedor. A 3Com anunciou o lançamento de uma família de produtos dedicadas ao mercado corporativo. A nova linha compreende a oferta de um switch e um controller sem fio, além de software para gerenciamento de mobilidade e pontos de acesso que asseguram segurança, alta disponibilidade e gerenciamento centralizado de ambientes de rede local, que trocam as tradicionais conexões cabeadas pelas baseadas na tecnologia Wireless. • Quem também segue nessa linha é a Extreme Networks. A empresa anunciou a comercialização do Switch Summit 300, que tem como principal característica impedir a ocorrência de gargalos nas transmissões realizadas através de redes sem fio. O produto adota tecnologia Gigabit Ethernet e possibilita a centralização das conexões cabeadas e Wireless numa única plataforma. O Switch Summit 300 possui 24 portas sem fio e capacidade de tráfego de 1GB. CELULAR Múltipla escolha • A Samsung adicionou dois novos modelos de telefones GSM adequados à realidade econômica da região. Para o modelo médio padrão, o X460, a fabricante aposta em tela interna com 65 mil cores para visualização, capacidade de download de jogos e outras aplicações em Java e toques polifônicos Music All de 40 canais. Atenta também ao público jovem, a gigante japonesa apresentou o terminal C200, de custo mais acessível. Pesando 69 gramas e medindo 10,5 por 4,25 cms, o maior destaque do aparelho é a capacidade de envio de mensagens no formato MMS (Multimídia), grande responsável pela adesão de adolescentes aos serviços de dados. Motorola C215 12 flp_jan05_produto.pmd Samsung C200 • A Kyocera Wireless solidifica a presença na América Latina e aposta no CDMA com o terminal SoHo. Com visualizador externo e tela interna com 65 mil cores, o novo terminal da gigante japonesa incorpora características dos modelos tops de linha, entre elas, o acesso rápido à Internet, toques polifônicos, tecnologia Brew 2.0 para download de aplicativos e jogos e software de digitação inteligente. • Com três novos modelos - V265, V262 e C215, a Motorola planeja personalizar o perfil e o estilo do consumidor do serviço móvel celular na tecnologia CDMA. Na carteira, o top de linha, V265, almeja seduzir o assinante de maior poder aquisitivo ao apostar em funcionalidades como câmera VGA integrada com espelho e controle de zoom digital e MP3 para personalizar o toque do telefone. O V265 integra ainda GPS para serviços de localização, a nova onda do momento nas operadoras CDMA. FRECUENCIA Latinoamérica 12 Kyocera SoHo Janeiro/Fevereiro 2005 www.frecuenciaonline.com 29/12/2004, 12:15 CAPA E O VENCEDOR S 14 flp_jan05_mexico.pmd FRECUENCIA Latinoamérica 14 Janeiro/Fevereiro 2005 www.frecuenciaonline.com 29/12/2004, 12:00 M Ana Paula Lobo e Graça Sermoud * R SERÁ... www.frecuenciaonline.com flp_jan05_mexico.pmd ais de 80% do mercado de telefonia móvel celular latinoamericano está em poder de três empresas: América Móvil, do empresário Carlos Slim; Telefónica Móviles, gigante espanhola que finaliza o processo de aquisição da norte-americana BellSouth; e a Telecom Itália, que permanece a grande incógnita na disputa que se desenha para a região. O duelo de titãs com forte sotaque espanhol sugere que o mercado viverá um período de duopólio, com as empresas mexicana e espanhola ditando as regras do jogo. Mas, na prática, justamente por serem empresas de grande porte, as companhias estarão envolvidas em processos de integração de operações que podem retardar planos e afetar rentabilidades. Uma integração de empresas não é tarefa simples, principalmente quando pressupõe a união de culturas diferentes como é o caso da absorção da norte-americana BellSouth pela espanhola Telefónica. Nos locais onde há redundância de operações, como na Argentina e no Chile, as empresas possuíam estratégias absolutamente distintas para conquistar clientes, inclusive do ponto de vista de tecnológico. A BellSouth sempre foi CDMA, enquanto a Telefónica optou pelo GSM. Janeiro/Fevereiro 2005 15 FRECUENCIA Latinoamérica 29/12/2004, 12:00 15 CAPA Anunciada em março de 2004, a aquisição dos ativos da BellSouth pela Telefónica Móviles por US$ 5,85 bilhões já foi aprovada pelos órgãos reguladores no Equador, Guatemala, Panamá, Venezuela, Colômbia, Peru, Uruguai e Nicarágua. Aguardam decisão os casos da Argentina e Chile. Na Argentina, a aprovação está praticamente definida, com restrições e a necessidade de devolver freqüências para o governo. No Chile, ainda não houve uma decisão oficial. Ultrapassar as etapas legais não significa, no entanto, que os problemas da Telefónica acabaram. A empresa incorporará um número significativo de clientes –10,5 milhões – mas precisará estreitar laços e fidelizar estes novos usuários. No Peru, a autorização da compra causou um racha no órgão regulador. A divisão culminou na demissão de Liliana Ruiz da gerência geral do Osiptel – Organismo Supervisor de Investimentos Privados em Telecomunicações. Os conselheiros afastaram-na após a divulgação de um pare- cer do órgão que sugere a adoção de medidas restritivas à fusão, para evitar a concentração de freqüência – bem cada vez mais escasso – nas mãos de um único provedor de serviços. O relatório, aprovado por Liliana Ruiz, propõe a devolução de parte da banda por parte da Telefônica, como ocorreu na Argentina. ÀS COMPRAS Líder do segmento móvel na AL com 54,1 milhões de assinantes, a América Móvil, da gigante Telmex, investe para se consolidar na região. A empresa comprou várias provedoras ligadas aos serviços de telefonia fixa, de dados e móvel. E vai entrar também em mercados novos, como o Uruguai, onde a O QUE SERÁ DA TELECOM ITÁLIA? Ao vender a venezuelana Digitel para a Cantv, a Tele- posição de ranking e ainda a com Italia estaria dando sinais de que não está mais inte- obrigou a criar estratégias ressada no mercado latino-americano? A gigante italiana para não perder a base de assinantes. passou o controle acionário da Digitel para a Cantv por US$ 450 milhões, no final de outubro de 2004. A saída da Telecom Itália da Venezuela preocupa as e a Telefónica também prepara novos aportes para inte- autoridades do país. Com a aquisição da BellSouth pela grar as operações com a BellSouth. Assim como na Telefónica, já aprovada pelos órgãos reguladores, o mer- Venezuela, o governo argentino não pretende manter o cado de telefonia móvel fica centralizado por um único duopólio no mercado. grande player – a Telefónica da Espanha. flp_jan05_mexico.pmd O governo Kirchner incentivou a união de pequenas A concentração de mercado, aliás, pesará na decisão cooperativas para criar uma nova empresa de telecomuni- da Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel) cações com capital nacional. O Secretário de Comunica- venezuelana de aprovar ou não a venda da Digitel. Os exe- ções, Guillermo Moreno, assegura que não há planos de se cutivos do órgão regulador já deixaram claro que temem formar uma empresa estatal, mas a nova companhia pode- um monopólio e buscam alternativas para que novos con- ria contar com recursos públicos. correntes possam se interessar em atuar no País. 16 Na Argentina, a competição promete lances audaciosos. A América Móvil, da Telmex, investiu na CTI Móvil, No Brasil, os planos da Telecom Itália - apesar da briga Questionada sobre uma possível saída da América Lati- com o sócio Opportunity - permanecem inalterados. O pre- na, a Telecom Itália assegura que não há a menor intenção sidente da operadora celular, Mario César Araújo, assegu- de vender qualquer outra operação na região. Mas a opera- rou que a carrier, única a possuir roaming nacional em dora terá em 2005 um ano de concorrência ainda mais GSM/GPRS, não tem a menor intenção de deixar o mercado. acirrada. No Chile, onde a Entel ocupava a liderança, a Ao contrário, disputa assinante a assinante a liderança do compra da BellSouth pela Telefónica a colocou na segunda segmento GSM com a rival Claro, do grupo América Móvil. FRECUENCIA Latinoamérica 16 Janeiro/Fevereiro 2005 www.frecuenciaonline.com 29/12/2004, 12:00 CAPA briga com a Telefónica promete ser acirrada e beneficiar os usuários do País, dono de um índice de penetração de comunicação móvel muito baixo. Com operações no México, Brasil, Argentina, Colômbia, Equador, El Salvador e Guatemala, a América Móvil adquiriu, em 2004, operadoras na Nicarágua, Honduras e Uruguai. Com as compras, a operadora não está presente apenas na Venezuela e no Peru, mas já negocia a participação efetiva neles, até porque a arqui-rival espanhola detém a liderança absoluta nesses países. No Peru, por exemplo, a carrier vem sendo cortejada pelo Governo, que mantém uma relação delicada com a Telefónica - almeja a entrada de um rival à altura no País, para garantir uma concorrência saudável e preços acessíveis para os usuários. Um fato marcará a atuação das titãs na região. A convergência fixo/móvel será uma realidade tanto para a Telmex quanto para a Telefónica. Em 2005, certamente começará a se delinear uma união mais consistente das atividades de telefonia fixa e móvel e de serviços ligados ao acesso Internet banda larga. Consolidar portfólio de produtos e gerar um modelo unificado de gestão de negócios serão tarefas cruciais para a realização dos projetos regionais dessas operadoras. Em que medida a consolidação do mercado nas mãos de COMPETÊNCIA À PROVA Com controle acionário nas mãos da NII Holding, a Nextel AL está fora da megafusão acertada entre a Nextel norte-americana e a Sprint. FOCADA NO MERCADO EMPRESARIAL, A OPERADORA NÃO TEME A CONCORRÊNCIA DAS GIGANTES MEXICANA E ESPANHOLA A 18 flp_jan05_mexico.pmd s operações da Nextel na região latino-americana são controladas pela NII Holding e estão fora da megafusão Nextel/Sprint, anunciada no último dia 15 de dezembro. A afirmação é do vice-presidente de Relacionamento com Investidores da NII, Tim Perrot, em entrevista à Frecuencia Latinoamérica. O executivo garantiu que a atuação da empresa no Brasil, México, Peru e Argentina está mantida e sem qualquer interferência da sinergia de negócios que acontece nos Estados Unidos. A nova operadora Sprint/Nextel passa a ocupar a terceira posição no ranking do setor norte-americano, com mais de 35 milhões de assinantes. A área de telefonia fixa da Sprint não foi incluída na fusão. Em função do acordo, o valor da nova empresa passou para US$ 70 bilhões. Ao ser questionado sobre uma possível perda de mercado para as gigantes América Móvil e Telefônica na AL, o vicepresidente da NII Holdings admitiu que a concorrência será dura, mas garante que a Nextel desfruta de um grande diferencial: o foco no mercado corporativo. “Nossa atuação é voltada para os serviços pós-paFRECUENCIA Latinoamérica 18 gos e os clientes corporativos são a base da carteira de assinantes”, diz Perrot. “Esse diferencial já nos põe em uma posição favorável em relação às gigantes da telefonia móvel, ainda muito focadas no usuário final e no serviço pré-pago”, complementa o vice-presidente da NII Holdings. O segmento empresarial representa pouco menos de 7% da base de assinantes das operadoras tradicionais móveis, adianta Dennis Burke, analista da Pyramid Research para a AL. As corporações, no entanto, são responsáveis por mais de 50% da receita final dessas mesmas carriers na área de dados. “Não tem como. As operadoras precisam criar mais e mais produtos para atrair o cliente empresarial para aumentar o ARPU (Rentabilidade Média por Assinante)”, observa o analista. “No caso, será uma tarefa difícil conquistar o usuário Nextel, já acostumado com um bom serviço e focado”. Estudos da Pyramid acreditam que, em 2007, o mercado corporativo representará 10% da carteira de assinante, alcançando 15% em 2009. Janeiro/Fevereiro 2005 www.frecuenciaonline.com 29/12/2004, 12:00 duas operadoras poderá afetar o consumidor? Na visão de Eva Benguigui, analista da EMC Cellular para a América Latina, a concentração dos serviços nas mãos de poucos provedores é uma tendência mundial. Na América Latina, diz ela, não seria diferente. SEM PRECONCEITO O grande diferencial da região é que há um grande mercado a ser conquistado. Hoje, ainda existe uma concentração de assinantes no Brasil, México, Argentina, Chile, Colômbia e Venezuela. Ainda assim, os índices de penetração da telefonia celular nesses países estão muito aquém dos registrados no resto do mundo. A exceção é o Chile, único País a superar a casa dos 50%. O Brasil, mesmo com 70 milhões de usuários, não ultrapassa os 35% . Os demais não passam dos 30%. A analista da EMC Cellular não hesita em afirmar que os novos assinantes serão de classe social de menor poder aquisitivo e permanecerão ligados ao serviço prépago, no qual o assinante aprendeu a controlar o gasto com o serviço. “O pré-pago é e será a tendência dos próximos cinco anos na região. Quem não apostar nele, está fora”, avalia Eva Benguinini. Posição compartilhada pelo diretor de Marketing e Planejamento de Mercado da Entel chilena, Jorge Bascur. Ele lembra que no País, com 15,5 milhões de habitantes, já há dois celulares para cada linha fixa ativada. O serviço pré-pago, com a queda constante do preço final dos aparelhos, deve ser encarado como uma peça eficiente de receita. “As operadoras, e incluo a Entel nisso, precisam aprender a melhorar a rentabilidade desse serviço. E com os preços dos terminais com funcionalidades atrativas caindo, fica mais fácil”, complementa Bascur. Com relação a um possível domínio espanhol ou mexicano na região, o presidente Executivo da Digicel de El Salvador, William Nazaret, diz que a consolidação é um processo natural. Caberá às operadoras de menor porte montarem estratégias eficientes para manter e fidelizar os assinantes. “Nem todo usuário almeja uma grande empresa. Ele pode querer atendimento personalizado, mesmo sendo um usuário de pré-pago”, observa. Nazaret é taxativo ao afirmar que não é possível identificar um perfil ideal de consumidor. Na América Latina, por exemplo, o usuário pré-pago é a realidade. “Quem quiser ser líder aqui terá que apostar nesse segmento”, afirma o presidente da Digicel de El Salvador. * Com a colaboração de Roosevelt Nogueira Hollanda www.frecuenciaonline.com flp_jan05_mexico.pmd Outros Verizon América Móvil 34% TIM 3% 15% Telefónica 32% Fonte: Pyramid Research (dados relativos a setembro de 2004) OPORTUNIDADES Até 2009, está mantida uma TENDÊNCIA MÉDIA DE CRESCIMENTO DE 10% de assinantes móveis na região. Os SERVIÇOS DE DADOS CHEGAM MAIS PRÓXIMOS DOS USUÁRIOS DE MENOR PODER AQUISITIVO COM A REDUÇÃO DO PREÇO DOS TERMINAIS MAIS SOFISTICADOS. Essa tendência amplia a receita de dados das operadoras, de forma gradual e constante. Os usuários de maior poder econômico estão migrando para aparelhos sofisticados e adquirindo novos serviços de dados e navegando na Internet. ESSE USUÁRIO É CONSUMIDOR DE VOZ E AMPLIA O ARPU COM O TEMPO GASTO COM OS PRODUTOS DE DADOS. DESAFIOS AMPLIAR A RENTABILIDADE MÉDIA DO ASSINANTE PRÉ-PAGO na região, que está em torno de US$ 12/ mês. A concorrência provoca um CHURN (TROCA DE OPERADORAS) ACIMA DA MÉDIA. Na AL, o índice sobe para 30%, em 2004, e poderá chegar a 35%, em 2005. Com recursos financeiros em baixa, OPERADORAS E FORNECEDORES TERÃO QUE SENTAR À MESA E COMPARTILHAR RISCOS E GERAR DIVISAS NO SEGMENTO. A união poderá ser traduzida em ampliação da cobertura e da penetração da telefonia móvel em áreas ainda não atendidas pela infra-estrutura convencional de telecom. Fontes: Pyramid Research e EMC Cellular Janeiro/Fevereiro 2005 19 16% FRECUENCIA Latinoamérica 29/12/2004, 12:00 19 CONVERGÊNCIA VIA IP Personalização Telmex investe nas plataformas de Internet para manter a LIDERANÇA SOBRE A CONCORRÊNCIA ‘SANDUÍCHE’ DESTES TEMPOS DE CONVERGÊNCIA Fabíola González Graças a sua estratégia de negócios e cautela nas inovações, a Telmex mantém uma liderança folgada, apesar de todas as recentes mudanças de regras de jogo determinadas pelas crises econômica e tecnológica no setor de telecomunicações na América Latina. A disputa aumentou e a convergência ampliou o número de provedores de serviços e o leque de opções dos assinantes. O setor se encontra em plena vigência do que o gerente de Desenvolvimento de Negócios da operadora, Lorenzo Orozco, chama de “modelo sanduíche” de concorrência. “Os provedores estão invadindo a área de novos serviços, ao explorar as possibilidades que as novas tecnologias oferecem para a venda de serviços tão diversos quanto TV a cabo, Wireless, telefonia e Internet de banda larga”, explica. Na indústria das telecomunicações, acrescenta Orozco, as empresas estão deixando o foco em produtos e tecnologia para se concentrarem nas necessidades dos clientes. As ações passam a girar em torno de quatro eixos: personalização, flexibilidade, benefícios ao usuário e competitividade diante da diversidade de provedores. Neste cenário, o gerente de Desenvolvimento de Negó- Na indústria das telecomunicações, as empresas estão DEIXANDO O FOCO EM PRODUTOS E TECNOLOGIA PARA SE CONCENTRAREM NAS NECESSIDADES DOS CLIENTES 20 flp_jan05_converg.pmd FRECUENCIA Latinoamérica 20 cios da Telmex acredita que a melhor estratégia é investir em plataformas que sustentem a convergência de serviços e buscar alianças que permitam oferecer soluções completas. “Para apresentar ao cliente opções que se ajustem às suas necessidades, o melhor caminho é o IP”, assegura Orozco. “Esta plataforma facilita a oferta de vários serviços e permite ainda que estes sejam personalizados para cada cliente”, complementa o executivo da gigante mexicana. Oferecer soluções personalizadas ao máximo, até o fim de 2005 e o início de 2006, é justamente a meta da Telmex. Para isto, a player vai investir em infra-estrutura e formação de pessoal. No mundo Wireless, a empresa vai aumentar o número de locais públicos de acesso com o serviço, batizado de Prodigy Móvel. Atualmente, a iniciativa possui 400 pontos disponíveis gratuitamente para os mais de 500 mil usuários do serviço Infinitum (ADSL de banda larga). “Desses, no momento”, relata Orozco, “apenas 5% usam a conexão sem fio. O número é baixo em termos de densidade, mas a proporção é a mesma da Coréia, um dos países de ponta no uso das redes sem fio”. Já o WiMAX, tecnologia que permite acesso sem fio à Internet em alta velocidade e tem sido apresentada como a nova estrela comercial, ainda vai precisar de um tempo para ser incluída no portfólio de produtos de uma operadora. “O WiMAX é visto como o padrão para o acesso de última milha, robusto, flexível, de baixo custo e sem necessidade de linha de vista, mas tudo ainda é promessa. Falta a liberação dos produtos finais para comprovar estas promessas e oferecermos a solução”, avalia o gerente da Telmex. Orozco estima que a tecnologia estará “pronta” no fim de 2005 ou no começo de 2006. “O problema de entrar agora nesse mercado sem um padrão definido é o custo elevado de aquisição, que poderia prejudicar qualquer modelo de negócio”, conclui o executivo, justificando a fama cautelosa da Telmex diante das inovações tecnológicas. Janeiro/Fevereiro 2005 www.frecuenciaonline.com 29/12/2004, 11:58 ESPECIAL ANUAL SATÉLITES 22 flp_jan05_satelite.pmd FRECUENCIA Latinoamérica 22 Janeiro/Fevereiro 2005 www.frecuenciaonline.com 29/12/2004, 12:03 Ana Paula Lobo e Graça Sermoud * rovar que os serviços de satélite são viáveis em diversas situações e não apenas nas regiões remotas ou carentes de infra-estrutura. Essa é a lição de casa para os maiores fornecedores do setor. A expansão da oferta de banda KU, tecnologia que permite oferecer banda larga IP, determinou uma revisão dos planos e a perspectiva concreta de redução de custo para o consumidor. O ano de 2004 foi movimentado nas empresas ligadas ao mundo geoestacionário. A Telmex comprou a Star One, da Embratel, e no final de dezembro anunciou um aporte de mais de US$ 600 milhões na operadora brasileira. Em novembro, a Hispamar, controlada pela espanhola Hispasat e pela brasileira Telemar, ativou o satélite Amazonas, que envolveu investimentos de US$ 350 milhões entre construção, lançamento e ativação. A capacidade de atendimento da AL mais do que dobrou com o lançamento de novos satélites. “O grande desafio da nossa indústria é que ela tem de atuar pensando 20 anos na frente”, observa Edson Sofiatti, presidente da Telmex/Star One. A operadora mexicana, nova controladora da empresa, manteve para 2006 o lançamento de um satélite para substituir o B2, que está encerrando sua vida útil, com banda KU e cobertura plena da região latino-americana. “Seremos um elo importante na estratégia da Telmex”, antecipa Sofiatti. P e a expansão dos negócios ligados à área no Brasil, Equador, Venezuela e Chile renovaram o ânimo dos investidores. O executivo destaca as aplicações dedicadas à telemedicina e à telefonia e ao acesso à Internet nas áreas rurais como os principais geradores de receitas. “Acreditamos que há um potencial de crescimento importante, mas temos questões regulatórias no Brasil, no México e na Argentina que podem atrapalhar os projetos”, alerta o vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da Tiba. Zonnenschein lembra que os governos desses países estudam a possibilidade de lançar satélites próprios. Na Argentina, o governo Kirchner suspendeu a concessão da NahuelSat e estuda um projeto próprio. Os BOLA DA VEZ O padrão DVB-RCS (Digital Vídeo Broadcasting – Return Channel via Satellite), endossado pela Comunidade Européia, ganhou um surpreendente aliado. No edital de licitação de um megaprojeto de inclusão digital via satélite, o Ministério das Comunicações do Brasil impôs o padrão como um dos requerimentos para a seleção do fornecedor vitorioso. O programa, batizado de Gesac (Governo Eletrônico - Serviço de Atendimento ao Cidadão), prevê a instalação de 4.400 pontos em áreas carentes de infra-estrutura tradicional de telecomunicações e tinha como fornecedor a Gilat. O resultado da concorrência foi conhecido no RENOVAÇÃO Uma das maiores apostas dos fornecedores de serviços via satélite é a aplicação banda larga IP. Os projetos governamentais e de inclusão digital são considerados uma oportunidade de provar que a tecnologia é viável e não apenas em regiões carentes de infra-estrutura. “Essa comparação do serviço terrestre com o satelital é um erro. Cada um tem uma peculiaridade que precisa ser respeitada”, afirma o presidente da Hispamar, Luiz Perrone. Ele frisa que comparar preços satelitais com os da infra-estrutura terrestre também é um equívoco. “Quem determina o custo/benefício é o usuário, que sabe da sua necessidade. O satélite é e será sempre uma opção real de comunicação”, completa. Dan Zonnenschein, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da Tiba, provedora argentina de serviços de satélite, diz que a retomada da economia no País final de dezembro. A Gilat perdeu o serviço para a Vicom, recém-com- www.frecuenciaonline.com Janeiro/Fevereiro 2005 flp_jan05_satelite.pmd 23 prada pela norte-americana Comsat, que ofereceu o melhor preço e se comprometeu a cumprir todas as exigências técnicas do Ministério. Isso significa que o padrão DVB-RCS, que ainda não integra a plataforma da Vicom/Comsat, será implementado ao longo do período do contrato – 30 meses. Totalmente baseado no protocolo IP, o DVB-RCS tem como principal característica permitir upload (retorno de transmissão de voz e dados dos terminais para os satélites) com alta velocidade de transferência, de até 4 Mbits. De acordo com os defensores deste padrão, a vantagem do DVBRCS é assegurar interoperabilidade entre fornecedores distintos, algo até então impossível nas aplicações satelitais. Os sistemas adotados são proprietários. Na América Latina, a Hispamar, fornecedora de satélite da espanhola Hispasat e da Telemar, foi a primeira a anunciar a adoção do DVB-RCS em sua plataforma geoestacionária, o Amazonas, que entrou em atividade comercial em novembro. FRECUENCIA Latinoamérica 29/12/2004, 12:03 23 ESPECIAL ANUAL SATÉLITES governos brasileiro e mexicano também acenam com a possibilidade de produtos próprios. Competitividade é a palavra de ordem na Intelsat, mesmo com a empresa em processo de negociação do controle acionário. O vice-presidente da unidade de Dados, Internet e Operadoras para a América Latina e Caribe, Erwin Mercado, endossa a tese de que a tecnologia IP será fundamental na virada de mesa que a área satelital ensaia protagonizar nos próximos anos. Na visão do executivo, a oferta de telefonia IP via satélite para o mercado de massa, apesar de ainda estar em discussão pelos órgãos regulatórios, será uma frente ampla de oportunidades. “Iremos unificar as soluções de dados em alta velocidade com as de voz com qualidade e preço acessível em regiões com ou sem infra-estrutura de telecom”, destaca. O mercado mudou e percebe a telecomunicação via RISCO OPERACIONAL Problemas técnicos são o grande temor da indústria satelital. As falhas causam prejuízos bilionários, além de reduzir o ciclo de vida útil de um equipamento. A norte-americana Intelsat, que seria comprada por US$ 3,1 bilhões pelo fundo de ativos Zeus Holding, corre sério risco de ver o negócio suspenso em função de uma anomalia apresentada por um dos seus satélites – o Américas7, que cobre os Estados Unidos, Canadá, América Central e parte da América do Sul. Lançado em setembro de 1999, o Américas 7 registrou em novembro uma “uma anomalia de distribuição elétrica”, de acordo com a própria Intelsat. A pane suspendeu temporariamente a oferta dos serviços do satélite e, para recuperar o equipamento, a empresa adiou o lançamento do Américas-8, previsto para dezembro de 2004. Como não houve o lançamento do novo satélite, o Zeus Holding avaliava, até o fechamento dessa edição, se manteria ou não o interesse em efetivar a compra da gigante norte-americana. Atualmente, a Intelsat tem 23 satélites em órbita na forma de leasing de capacidade e dois satélites adicionais controlados por operadores asiáticos. O satélite Amazonas, lançado em outubro pela Hispamar, também apresentou falhas técnicas que reduziram o ciclo de vida do equipamento de 15 para 10 anos. Segundo a companhia, os problemas detectados não alteram nenhuma funcionalidade do equipamento, mas para assegurar a qualidade dos serviços, diminuiuse o tempo útil do Amazonas com a conseqüente antecipação do cronograma de lançamento do Amazonas 2. 24 flp_jan05_satelite.pmd FRECUENCIA Latinoamérica 24 satélite de forma diferente, acredita o diretor de Marketing da Comsat, Guilherme Saraiva. A provedora está montando uma infra-estrutura capaz de torna-la uma das líderes na oferta de serviços panregionais. Depois de vencer a concorrência do programa Compartel, iniciativa de inclusão digital do governo colombiano avaliada em US$ 20 milhões e que prevê o acesso à Internet em banda larga para mais de 3.700 locais, a Comsat estruturou um teleporto no País. Inicialmente, essa estrutura que está sendo montada da Colômbia servirá de base para a expansão da oferta de serviços especializados na tecnologia IP para a Argentina, a Colômbia e o Peru, onde há também uma série de iniciativas ligadas à disseminação dos serviços de voz e Internet para regiões mais afastadas. Brasil e México também serão cobertos pelo teleporto colombiano, mas há projetos para criar teleportos dedicados nesses países. "Acreditamos muito nos projetos ligados à inclusão digital", revela o diretor de Marketing da Comsat. ESCALA Peru, Equador, Venezuela e Colômbia ainda são muito carentes de infra-estrutura de telecomunicações e o serviço satelital é uma alternativa viável, principalmente com a expansão dos produtos IP, analisa o diretor da divisão de Dados da Impsat, Plabo Yañes. Ele prevê que os próximos dois anos serão de crescimento. “Os clientes querem soluções que atendam com o melhor custo/benefício. Combinar redes terrestres e satelitais é a grande saída para as corporações e governos”, destaca o executivo da Impsat. O diretor da divisão Espacial da Alcatel, Herbert Cosenza, diz que a evolução da tecnologia satelital permite até a expansão da oferta de serviços para áreas coligadas em telecom. A fabricante vai oferecer às provedoras móveis a possibilidade de interconectar as ERBs (Estações Radio Base) através da comunicação via satélite. “Já estamos fazendo testes com a aplicação no Brasil”, revela. Segundo Cosenza, a iniciativa permite uma significativa redução de custo na interconexão das ERBs. O executivo da Alcatel, no entanto, não adiantou quais operadoras estão fazendo o teste com o produto no País. Na área satelital – onde as aplicações baseadas em IP também convergem para os serviços de voz, dados e imagens – otimizar o consumo da banda contratada passa a ser um desafio para o gestor da rede. Cairo Pádua Ferreira, diretor da Peribit Networks, especializada na oferta de soluções para maximizar a performance de aplicações, observa que há uma demanda crescente por soluções que Janeiro/Fevereiro 2005 www.frecuenciaonline.com 29/12/2004, 12:03 ESPECIAL ANUAL SATÉLITES 70% da receita da indústria de satélite é gerada pelos SERVIÇOS DE BROADCASTING DE IMAGEM (transmissão de televisão) E TELEFONIA O faturamento do setor na América Latina é estimado em US$ 700 MILHÕES, EM 2005 PLATAFORMA IP É O FATOR PREDOMINANTE para o incremento da receita dos fornecedores satelitais Fonte: Pyramid Research, Yankee e Gartner permitam um uso mais adequado da banda contratada. As minas de cobre do Chile, por exemplo. Instaladas em áreas totalmente descobertas pela infra-estrutura convencional, são grandes usuárias de aplicações satelitais. A maior parte das empresas interliga as minas aos escritórios localizados fora do País e o único meio de comunicação é o satélite. “Qualidade de serviço é imperativo. A comunicação tem que estar disponível de forma a não causar prejuízo ao negócio-fim”, relata Ferreira. Com pouco mais de dois anos de atividade na região, a Peribit Networks já soma mais de 40 clientes no Brasil, México, Argentina e Chile. * Com reportagem de Clara Persand SATMEX: DESTINO AINDA INDEFINIDO Falhas técnicas e dívidas financeiras AFETAM O FUTURO DA OPERADORA SATELITAL MEXICANA. Grupo norte-americano pode adquirir controle da operação Fabiola V. González futuro da Satmex será selado ainda no início de 2005. A empresa não tem dinheiro para acertar a dívida de US$ 188 milhões com o governo mexicano, que detém 25% do controle acionário da operadora satelital. Responsável pela condução da negociação, a Secretaria de Comunicações e Transportes prefere manter o silêncio, até que uma decisão definitiva seja selada pelo Poder Executivo. O insucesso marca a trajetória da Satmex. A empresa, ao longo de 2004, viveu graves problemas financeiros que determinaram o adiamento do lançamento do novo satélite, batizado de Satmex VI, considerado crucial para a sobrevivência do negócio. Para completar o Satmex V, já em órbita, apresentou grave problema técnico. Uma pane no computador central resultou na suspensão temporária dos serviços aos clientes. Mais do que isso: determinou a redução do tempo útil de vida do satélite. Diante de tantos problemas, a melhor alternativa para a Satmex passou a ser a venda. O fundo norteamericano Constellation Group é o principal interessado. Ele representa o interesse de pelo menos quatro outras operadoras, entre elas a espanhola Hispasat. Com a aquisição da constelação mexicana, o grupo expandiria sua capacidade e teria condições de ampliar O 26 flp_jan05_satelite.pmd FRECUENCIA Latinoamérica 26 a base de clientes no hemisfério oeste. Os responsáveis pelo Constellation Group negociam a possível compra diretamente com o governo federal mexicano. A última oferta pública conhecida refere-se ao pagamento dos US$ 188 milhões da dívida da empresa com o Poder Executivo, mais um aporte de US$ 30 milhões pela aquisição dos 25% do controle acionário do Estado. Esses recursos permitiriam o lançamento do Satmex VI, ainda não lançado por falta de recursos para o pagamento obrigatório do seguro. Executivos da área de Comunicação Externa do Constellation Group afirmaram que, efetivada a venda, o novo satélite poderá estar em órbita, já em meados de 2005. O grupo assume a responsabilidade de sanear a empresa num prazo de 12 meses, garantindo o pagamento dos mais de US$ 700 milhões perdidos. Promete também alcançar um faturamento que represente um crescimento de 20 a 25%, num período de 30 meses. Os acionistas da Satmex, no entanto, reclamam da proposta e a consideram uma tentativa de “compra hostil”. Eles ainda buscam uma saída que não passe pela venda do controle acionário. A prioridade está em obter recursos financeiros próprios que assegurem o pagamento das dívidas e permitam o lançamento do Satmex VI, onde já foram investidos US$ 250 milhões. Janeiro/Fevereiro 2005 www.frecuenciaonline.com 29/12/2004, 12:03 CASE STUDY QUEM SABE faz a hora Dona de um título invejável – é pioneira na implementação de plataforma convergente de billing na América Latina – A BRASILEIRA CTBC É UM EXEMPLO DE QUE OPERADORAS DE MENOR PORTE PODEM CONSTRUIR UMA BASE DE CLIENTES FIÉIS, APESAR DA FORTE CONCORRÊNCIA COM OS TITÃS DO SETOR STATUS META Unificar a plataforma de billing (tarifação) e de atendimento ao cliente para oferecer serviços convergentes de telefonia celular, fixa, dados e banda larga. Solução suportará mais de 1,2 milhão de clientes empresariais e residenciais, que adquirem o direito de escolher se querem uma conta única ou contas diferenciadas para serviços contratados. Ana Paula Lobo Mais do que falar em convergência, brasileira CTBC decidiu praticar o alinhamento dos processos no dia-adia. A operadora é a primeira na região a implementar uma plataforma única de billing (tarifação) para os serviços de telefonia fixa, móvel, dados e banda larga. Contratada junto à CSG Systems, a solução Kenan FX foi considerada uma opção estratégica para definir o futuro da operadora no acirrado mercado de telecom do Brasil. O diretor de Tecnologia da Informação da CTBC, José Antonio Fecchio, lembra que numa operadora de telefonia, o sistema de tarifação é crucial. “Qualquer falha é crítica. Se é a favor do assinante, afeta a receita do negócio. Se ocorre a favor da operadora, prejudica o bom relacionamento com o assinante. É um serviço que tem de ser imune a falhas”, observa o executivo. Com a decisão da CTBC de migrar para o GSM, tomada no início de 2004, as áreas de Tecnologia da Informação e de Negócios começaram a avaliar a possibilidade de adotar uma solução convergente para os serviços da carrier. Fecchio diz que a medida era inovadora, mas estava alinhada com a evolução do mercado e com a estratégia de crescimento da CTBC. A plataforma Kenan FX, da CSG Systems, já utilizada pela carrier na área fixa desde 1999, foi a selecionada para ser a responsável pela opção de billing convergente. “Avaliamos as oportunidades de mercado e decidimos 28 flp_jan05_case.pmd FRECUENCIA Latinoamérica 28 APLICAÇÃO Ao decidir oferecer o serviço GSM/GPRS para os assinantes, a CTBC trocou a plataforma de tarifação que suportava a infra-estrutura TDMA pela solução Kenan FX da CSG Systems, já utilizada desde 1999 pela carrier na plataforma de serviços fixo. Com a decisão de unificar todos os processos, a solução Kenan FX se mostrou a mais adequada para integrar os aplicativos de negócios, entre eles, os de atendimento ao cliente (CRM) das unidades móvel e fixa. RESULTADO Primeira aplicação de billing convergente da América Latina, o esforço da implementação reuniu uma força-tarefa de mais de 150 funcionários da operadora e da CSG Systems. Contratada em setembro, a solução Kenan FX tinha uma meta: entrar em operação em dezembro, prazo dado pela carrier para o início da oferta GSM. O prazo foi cumprido. A empresa inaugurou o serviço GSM no dia 3 de dezembro, com todos os clientes residenciais e empresariais transferidos para a nova plataforma. Janeiro/Fevereiro 2005 www.frecuenciaonline.com 29/12/2004, 11:57 FORÇA REGIONAL LINHA DE FRENTE Regionalização. Durante os 50 anos de atividade, Sem tempo para comemorar. A força-tarefa convocada para este foi sempre o diferencial da CTBC no setor de executar a etapa inicial da adoção de uma plataforma convergen- telecomunicações do Brasil. A operadora teve como te já está mergulhada em outras missões. Até setembro, o grupo área de concessão original uma das regiões mais ri- tem um desafio que, vencido, colocará a CTBC numa posição cas do agronegócio – Uberlândia e Uberaba, no inte- pioneira na América Latina: a operadora será a primeira a pos- rior de Minas Gerais, além de cidades próximas dos suir, de fato, uma plataforma convergente de tarifação para ser- Estados de São Paulo e Goiás. Foi a única a permane- viços de telefonia fixa, móvel, dados e banda larga. Ao longo de cer no sistema privado durante o período estatal da janeiro, acontecerá a transferência de todos os assinantes fixos Telebras. Resistiu às pressões e cresceu com forte para a plataforma convergente da CSG Systems. Ao mesmo tem- sotaque regional. Atualmente atua em 947 municí- po, os responsáveis pelas áreas de Negócio e de Tecnologia da pios nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Informação têm o desafio de concluir a integração do aplicativo Gerais, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Registrou lucro líquido de R$ 827 milhões, em 2003. seguir em frente com o plano de uma plataforma única. Ela está alinhada aos nossos negócios e reduz custos operacionais”, acrescenta o Diretor de TI da CTBC. Escolhida a solução, começou a corrida contra o tempo. A carrier queria ativar, ainda em dezembro de 2004, a operação comercial GSM. E o novo serviço já deveria estar adequado à nova plataforma. Em setembro, uma força-tarefa formada por funcionários da CTBC e da CSG Systems começou a trabalhar na sede da operadora, em Uberlândia. PRIMEIRO LUGAR Fecchio lembra que a meta da CTBC era iniciar a oferta GSM com todos os sistemas principais – CRM (atendimento ao ciente, fornecido pela PeopleSoft), Financeiro (Oracle); Interconexão(Intec); Provisionamento (SPS) e Fraude (Ecitel) – já adaptados à plataforma Kenan FX. “ Foi um esforço conjunto de todos os fornecedores. Eles se adequaram às necessidades da CTBC e ajudaram no cumprimento dos prazos”, destaca. O esforço rendeu. No início de dezembro, a CTBC ativou as operações GSM já com a nova plataforma em funcionamento. Em fevereiro, entram em funcionamento os módulos ligados aos serviços de SMS, WAP e MMS, também totalmente adequados à nova estrutura convergente. No cronograma da carrier, adianta o diretor de TI, até o final de março todos os clientes da rede TDMA – que será mantida pela operadora – terão migrado para a nova solução. “Não há planos da CTBC de desativar os serviços TDMA, que detêm uma base de clientes significativa. www.frecuenciaonline.com flp_jan05_case.pmd “ de gestão empresarial (ERP) da Oracle, responsável pelo controle financeiro, à nova plataforma da operadora. Avaliamos as oportunidades de mercado e decidimos seguir em frente com o plano de uma plataforma única. ELA ESTÁ ALINHADA AOS NOSSOS NEGÓCIOS E REDUZ CUSTOS OPERACIONAIS. José Antonio Fecchio, diretor de Tecnologia da Informação da CTBC Vamos incentivar a migração deles com a oferta de produtos arrojados e inovadores, que só serão possíveis a partir do uso dessa nova plataforma convergente”, completa José Antonio Fecchio. Os investimentos da operadora na solução são estimados em R$ 8 milhões. Questionado sobre o desafio de uma operadora de menor porte enfrentar a concorrência de gigantes como a mexicana América Móvil e a espanhola Telefónica, o executivo afirma que a fidelização dos assinantes, através de um atendimento especial, personalizado e adequado, é um diferencial que as “grandes” não têm como assegurar. “A CTBC, apesar da concorrência, conseguiu deter 70% da preferência do usuário tradicional. O relacionamento com o cliente foi decisivo para alcançarmos essa marca”, finaliza o executivo de TI. Janeiro/Fevereiro 2005 29 FRECUENCIA Latinoamérica 29/12/2004, 11:57 29 SEGURANÇA UNIÃO FAZ A FORÇA A convergência das operações PERIGO real e imediato móvel e fixa estabelece um novo padrão de relacionamento entre os fornecedores de tecnologia. A mais nova prática de mercado é a aliança comercial entre fabricantes de equipamentos de infra-estrutura e desenvolvedoras de soluções de segurança corporativa. O objetivo é claro: partir para o ataque contra os vírus. Nessa linha de atua- O uso cada vez maior de APLICAÇÕES DE DADOS TORNA A TELEFONIA CELULAR UM VEÍCULO POTENCIAL PARA A DISSEMINAÇÃO DE VÍRUS. Empresas especializadas em segurança já estruturam estratégias focadas nas soluções móveis ção, a Cisco e a Trend Micro anunciaram o conceito de Self Defen- ding Network, no qual as companhias unificam ações contra as invasões. O gerente de negócios de Segurança e Wireless da Cisco para Acabou o sossego. Transformados em dispositivos móa América Latina, Mauveis inteligentes, os telefones celulares passaram a sofrer rício Gaudêncio, explica as ações dos vírus que atormentam, há muito, o dia-a-dia que a iniciativa prevê o de usuários pessoais e corporativos dos PCs. Como, agora desenvolvimento de um também transmitem e recebem dados via Internet, os sistema de segurança handsets móveis passaram a ser o mais novo alvo dos capaz de identificar, disseminadores de pragas. bloquear e paralisar uma Empresas especializadas em segurança corporativa intentativa de ataque. vestem no desenvolvimento de soluções para as aplica“A noção de seguEva Chen, CEO da Trend Micro ções celulares e móveis. É o caso da Trend Micro. A emrança reativa, ou seja, presa promete para julho, o lançamento comercial da solução Trend após a infecção, só funciona em reMicro Mobile Security, a primeira desenhada exclusivamente para o des fechadas”, diz o executivo da mundo da mobilidade. Cisco. “Hoje, com o mundo interli“Com os dispositivos se comunicando através de redes sem fio, os gado, não há como pensar que celulares passam a ser um instrumento de propagação de vírus. Essa é firewalls ou antivírus sejam sufiuma área onde estamos investindo muito em pesquisa”, diz a co-fundacientes para resolver as questões de dora e CEO da empresa, Eva Chen, que veio ao Brasil para anunciar segurança”, alerta Gaudêncio. A aliuma aliança estratégica com a Cisco (leia box “União faz a força”). ança Cisco/Trend Micro não é a úniPragas como Symbos, Skulls.A e Symbos_Cabir.A já são conhecica do mercado. Outras empresas da das dos usuários. Mais do que invadir a privacidade do assinante, área também se movimentam. esses vírus fazem ligações e acionam, de forma indevida, serviços A Nortel anunciou iniciativa semede emergências. “Não podemos nos enganar”, ressalta Eva Chen. lhante com a Symantec e, logo em se“Os vírus programados para os celulares agem tal e qual os para os guida, também com a Microsoft. As giPCs. O objetivo de seus criadores é causar danos aos usuários figantes Computer Associates e Juniper nais ou empresariais”, acrescenta a CEO da Trend Micro. Até o também divulgaram a intenção de crilançamento comercial da solução móvel, a Trend Micro está ar um portfólio de produtos para refordisponibilizando o download gratuito da versão beta através do çar a segurança das redes corporativas. site: http://www.trendmicro.com/en/products/mobile/tmms/evaluate/overview.htm. 30 flp_jan05_seguranca.pmd FRECUENCIA Latinoamérica 30 Janeiro 2005 www.frecuenciaonline.com 29/12/2004, 12:04 TECNOLOGIA Mercado em EXPANSÃO Fornecedores de CARTÕES SIM CARDS apostam na EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA GSM NA REGIÃO Roosevelt Nogueira de Holanda Processadores que permitem a oferta de serviços pelas operadoras GSM/GPRS, os SIM Cards estão diante de um cenário promissor na América Latina: aproximadamente 69 milhões de usuários TDMA deverão migrar para a tecnologia GSM nos próximos 10 anos, ampliando em mais de 100% o número de usuários do produto na região. Estes números animam os fabricantes. Hoje, já existem 43,2 milhões de usuários SIM Cards na AL, proporcionando um faturamento de US$50 milhões anuais. Para aumentar ainda mais o potencial de vendas, operadoras e fornecedores de SIM Cards desenvolvem estratégias conjuntas para incentivar a adoção da tecnologia pelos usuários de menor poder aquisitivo. Uma destas iniciativas já levou para os SIM Cards mais tradicionais funções que permitem a oferta de jogos, ringtones e outras aplicações móveis ao cliente que não pode comprar um novo cartão ao trocar de aparelho celular. Esta “robustez” dos SIM Cards, aliás, é uma das grandes apostas da Axalto para as vendas na região. Natalia Fakhri, diretora de Vendas e Marketing para a América Latina, revela que a fabricante desenvolveu uma solu- 32 flp_jan05_simcard.pmd FRECUENCIA Latinoamérica 32 Janeiro/Fevereiro 2005 www.frecuenciaonline.com 29/12/2004, 12:05 ção, batizada de SIM Tool kit, especialmente para atender as operadoras dedicadas a ampliar a base de clientes através da conquista dos assinantes de baixa renda. “Existe um grande potencial a ser explorado nessa área. É possível aumentar a rentabilidade do usuário, sem exigir a troca do SIM Card. É nisso que estamos investindo”, destaca a executiva. Apesar de reconhecerem que os usuários de baixa ren- SINTONIA FINA Os cartões SIM Cards estão cada vez mais sofisticados. Quando um consumidor faz o upgrade de um aparelho GSM tradicional para um dispositivo mais moderno, com tela colorida e aplicações MMS, o SIM Card identi- da são a maioria no mercado latino-americano, os fornecedores de SIM Card investem também na sofisticação do uso da telefonia móvel. A Axalto, por exemplo, apresentou no GSM Américas, em novembro, no Rio de Janeiro, o SIM Card com 256Kb, o primeiro com essa capacidade de armazenamento de informações. O novo SIM Card é comercializado com soluções de conteúdo, entre elas a de backup de agenda. “A proposta é tornar o mercado de pré-pago mais rentável para as operadoras. A personalização das aplicações é uma das opções que o SIM Card viabiliza”, explica Natália Fakhri. fica o novo terminal e automaticamente propõe novos serviços, desenvolvidos para o perfil do novo handset. Em outras palavras, tão logo o usuário insere o novo cartão SIM, o produto reconhece os recursos do terminal móvel e faz o download dos novos parâmetros de serviço, entre os quais as configurações necessárias para a oferta das aplicações de MMS e WAP via canais de dados existentes (SMS, GPRS, por exemplo). Menus dinâmicos no cartão SIM guiam o usuário durante a instalação e ativação/download do serviço. As operadoras ganham com a simplicidade da operação, uma vez que não há a necessidade (nem custo) de suporte técnico ao assinante em call centers. Alternativas para a recarga do pré-pago também devem ser levadas em consideração, explica Natalia Fakhri, da Axalto. A executiva lembra que algumas operadoras perdem até 15% do valor da recarga no canal logístico (administração, distribuição, comissão, taxas). As aplicações baseadas no SIM Card têm reduzido esta perda, ao permitir que o assinante faça a recarga do pré-pago diretamente do SIM card – através de transferência bancária ou cartão de crédito. www.frecuenciaonline.com flp_jan05_simcard.pmd CONTEÚDO Mais da metade da produção de SIM Cards da Gemplus é voltada para o mercado latino-americano. A empresa, que produz cartões com capacidade de 16 a 128 Kb, aposta no potencial do SIM Card de 64 Kb. Segundo o diretor de Wireless Marketing, Guillaume Lafaix, os cartões 64Kb foram os mais vendidos ao longo de 2004 na AL. Esses SIM Cards identificam o usuário na rede, armazenam dados privados, como a agenda pessoal do assinante, e detêm tecnologia capaz de permitir a portabilidade dos dados pessoais. “Na prática”, informa o executivo, “o consumidor pode trocar de aparelho que os dados não serão perdidos. O SIM Card da Gemplus é capaz de armazenar as informações e reter os dados”, completa Lafaix. A fornecedora opera nas cidades do México, Caracas, Buenos Aires, São Paulo e Rio de Janeiro e mantém fábricas no México e no Brasil para atender à demanda das operadoras da América Latina e Caribe. Com mais de 200 clientes, a Gemplus faturou 780 milhões de euros em 2003. Janeiro/Fevereiro 2005 33 FRECUENCIA Latinoamérica 29/12/2004, 12:05 33 TELEFONIA MÓVEL REALIDADE distante Apesar de A TELEFONIA MÓVEL MANTER UMA TENDÊNCIA DE CRESCIMENTO DE 6,2% AO ANO NA AMÉRICA LATINA, a Terceira Geração só acontecerá, de fato, num prazo de cinco anos, segundo os especialistas. O MODELO PRÉ-PAGO CONTINUARÁ COMO O CARRO-CHEFE da comunicação móvel na região Ana Paula Lobo Embora já esteja muito próxima do usuário europeu, asiático e norte-americano, a Terceira Geração – que oferece terminais sofisticados e serviços de voz, dados e imagens de qualidade em alta velocidade – ainda levará pelo menos cinco anos para se disseminar na América Latina. Esta é a estimativa dos principais especialistas do segmento móvel. Para as consultorias Pyramid Research e EMC Cellular, a região mantém uma tendência constante de crescimento no uso da telefonia móvel – muitas vezes até em substituição ao telefone fixo – mas terá que aguardar pelo desembarque oficial da 3G. O serviço pré-pago, na avaliação dos institutos, continuará como carro-chefe do crescimento da telefonia móvel celular na AL. A expectativa é de que a modalidade manterá uma taxa de expansão de 6,2% ao ano na região, mas o pico de adesão ao serviço já passou. Agora, apontam os analistas, chegou a hora de brigar pela fidelização do usuário. Também é o momento para convencê-lo a aderir aos novos aplicativos, principalmente os de dados, uma vez 2,8 BILHÕES DE ASSINANTES MÓVEIS EM 2009, contra os 1,5 bilhão existentes no final de 2003 Na AL, a base de usuários móveis chegará a 212 MILHÕES EM 2009, O QUE REPRESENTA UM ÍNDICE DE PENETRAÇÃO DE 38%. A região somou 157 milhões de usuários, no fim de 2004 A empresa de pesquisa estima que a base mundial de celulares ultrapassará 2,8 BILHÕES DE PESSOAS EM 2009, contra os 1,5 bilhão existentes no fim de 2003. A taxa de penetração global saltará de 28% hoje para 41% EM 2009, segundo projeta a Pyramid 10% DO NÚMERO GLOBAL DE ASSINANTES MÓVEIS, sendo que o Brasil é responsável por mais de 45% do mercado da região (60 milhões de assinantes no fim de 2004). ÁSIA PACÍFICO REPRESENTA 39%, EUROPA, 33% E ESTADOS UNIDOS E CANADÁ SOMAM 12% A América Latina é responsável por cerca de Fonte: EMC Cellular e Pyramid Research 34 flp_jan05_telefmovel.pmd FRECUENCIA Latinoamérica 34 Janeiro/Fevereiro 2005 www.frecuenciaonline.com 29/12/2004, 12:05 que a rentabilidade média de voz por assinante continua caindo e não há previsão para reverter essa tendência. Em evento realizado no final do ano passado pela GSM Américas no Brasil, o consultor da Pyramid Research para a AL, Dennis Burke, ressaltou que as operadoras móveis latino-americanas devem se preparar para enfrentar dois grandes desafios em 2005: a forte concorrência, que pressiona os preços dos serviços para baixo, e a necessidade de criar modelos que permitam expandir a base de assinantes sob um rígido controle de custos. Nessa corrida, acredita Burke, vencerá a operadora que souber criar um portfólio de produtos diferenciado em relação à concorrência. RETORNO Eva Benguigui, analista da EMC Cellular, também defende a tese de que a telefonia móvel tende a crescer na AL, até porque o índice de penetração ainda se encontra muito aquém dos padrões mundiais. Hoje, o País mais avançado na área é o Chile, com 52%. O Brasil, com uma base de assinantes superior a 60 milhões, possui um índice de penetração pouco acima dos 30% . “Há um mercado em recuperação, principalmente na Argentina, e a competição está chegando também ao Uruguai”, destaca a analista da EMC Cellular. Os dois especialistas são unânimes em afirmar que a Terceira Geração é, sim, uma realidade distante do consumidor latino-americano. Menos por disponibilidade de tecnologia e mais pela estratégia de negócio adotada pelas provedoras dominantes na região. Dennis Burke, da Pyramid, observa que as operadoras investiram, e ainda investem, na migração das redes TDMA – predominantes na região – para o GSM/GPRS/EDGE e precisam agora do retorno financeiro desta aposta. Viabilizar uma nova infra-estrutura, baseada em WCDMA (Wideband CDMA), deverá ser uma ação adiada para os próximos cinco anos. operar em dezembro de 2001, na carrier japonesa NTT DoCoMo. Em seguida, houve uma venda bilionária de licenças na Europa, mas os projetos foram engavetados com a crise da economia mundial e estouro da bolha da Internet. Muitas operadoras devolveram as licenças por falta de recursos para investir numa nova infra-estrutura. O primeiro lançamento comercial na Europa aconteceu em março de 2003 e foi feito pela Hutchison, na Itália e no Reino Unido. Segundo dados de mercado, mais de 70 redes 3G estão em operação comercial no mundo. Atualmente, os maiores mercados para a Terceira Geração são o Japão, China, Alemanha, Itália, Reino Unido, França, Espanha, Índia, Coréia do Sul e Austrália. O Instituto Yankee Group prevê que o número de usuários de 3G no mundo passará de 2,1 milhões em 2003 para 361 milhões em 2008. MARCO REGULATÓRIO ADIADO A Agência Nacional de Telecomunicações do Brasil (Anatel) deixou claro que só terá uma posição oficial sobre a disponibilidade das faixas de freqüência para a Terceira Geração no final de 2005. A Agência decidiu analisar o modelo que está sendo implementado nos países mais avançados, principalmente na Europa, para avaliar aspectos importantes como modelo de venda de licença de uso, resultados obtidos e aplicações disponíveis para os assinantes. A decisão brasileira poderá influir no modelo a ser adotado na América Latina, apesar de o Brasil estar mais alinhado com a Europa e Argentina, Chile, Venezuela e outros países seguirem o modelo norte-americano. Como a AL será palco de grandes integrações ao longo de 2005 – América Móvil e Telefónica Móviles estão diante do desafio de criar uma unidade nas subsidiárias que compraram em 2004 –, a regulamentação da 3G poderá ficar um pouco distante dos órgãos regulatórios desses países, uma vez que a fusão determinará uma série de ações preventivas REGULAÇÃO As operadoras CDMA – em processo de implementação da tecnologia EV-DO (Evolution Data Optimized), que permite a transmissão de dados a uma velocidade média de 300-600 Kbps – afirmam não ter necessidade de investir em novas infra-estruturas de rede, mas dependem da liberação da faixa de freqüências por parte dos órgãos reguladores para expandirem os serviços (Leia box Marco regulatório adiado). O primeiro sistema de Terceira Geração começou a de proteção ao consumidor tradicional. www.frecuenciaonline.com Janeiro/Fevereiro 2005 flp_jan05_telefmovel.pmd 35 Consultores acreditam que o País que poderá dar a largada na região será o Chile, que ostenta o maior índice de penetração de celular na AL. No entanto, essa iniciativa dependerá da disposição da Telecom Itália de ampliar os investimentos na rede e criar uma infra-estrutura baseada em WCDMA (Wideband CDMA), a 3G do GSM. Hoje, os planos das operadoras ainda são o de aumentar a cobertura das redes EDGE e GPRS, que permitem a oferta de voz, dados e imagens em velocidade acima de 70Kbps. FRECUENCIA Latinoamérica 29/12/2004, 12:05 35 PERFIL Qualidade acima de tudo Nos últimos anos, RODERICK NELSON, VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO E CTO (CHIEF TECHNOLOGY OFFICER) DA AT&T WIRELESS, esteve à frente dos movimentos ligados ao uso da comunicação sem fio. Agora conduz um desafio pessoal: O PROCESSO DE INTEGRAÇÃO DE SUA EQUIPE À DA CINGULAR, QUE COMPROU AS OPERAÇÕES DA AT&T WIRELESS, POR US$ 41 BILHÕES. Em entrevista exclusiva à Frecuencia Latinoamérica, Rod Nelson, como é mais conhecido, diz que a convergência é o caminho natural na telefonia Ana Paula Lobo Os processos de integração de equipe em grandes fusões são delicados e exigem muita cautela por parte dos gestores. Como o senhor está atuando junto à área de Tecnologia da Cingular? A AT&T Wireless foi comprada. Esse é um fato consumado e temos, como funcionários da operadora, que lidar com essa realidade. O processo de integração não é simples. Há superposições de pessoas e de cargos. Nesse momento, as operadoras ainda estão definindo o cronograma de integração. Na área de Tecnologia posso afirmar que a equipe da AT&T Wireless tem muito a oferecer à Cingular. Sempre acreditamos nas inovações. Apostamos na Terceira Geração e criamos um bom portfólio de produtos. No mundo da comunicação sem fio, há quem diga que a tecnologia WiMAX veio para disputar espaço com a Terceira Geração, que sofreu com os percalços da economia mundial e a dificuldade dos fornecedores em desenvolver equipamentos e aparelhos celu- 36 FRECUENCIA Latinoamérica flp_jan05_perfil-eventos.pmd 36 “ RODERICK NELSON das operadoras tradicionais de telefonia móvel. WiMAX, 3G e Wi-Fi serão complementares e cada uma terá o seu espaço. lares acessíveis. O senhor vislumbra uma guerra de padrões? Sinceramente não enxergo o WiMAX como um concorrente da Terceira Geração. É uma tecnologia inovadora, mas tem restrições e ainda está em fase de desenvolvimento, apesar dos projetos em andamento em vários países do mundo. É claro que o fato de o WiMAX estar sendo apoiado por uma empresa tão poderosa quanto a Intel o coloca como forte tendência e terá, certamente, um espaço no portfólio da comunicação Wireless.Mas há um longo caminho a ser percorrido e muito para se negociar entre fornecedores e operadores para que os produtos possam chegar aos assinantes. O Wi-Fi me preocupa menos ainda. É uma tecnologia totalmente complementar à celular. Está restrita a locais como aeroportos, hotéis, shopping centers. Na prática, o Wi-Fi poderá ser um caminho natural Nos Estados Unidos, a portabilidade numérica é obrigatória. Na América Latina, as operadoras resistem a adotar o modelo e os órgãos reguladores preferem adiar a discussão. Quais foram os efeitos práticos da medida no dia-a-dia da AT&Wireless? A portabilidade numérica foi determinada em novembro de 2003. É claro que num primeiro momento, demandou recursos por parte das operadoras. Foi preciso investir em atualização de sistemas e, claro, houve um churn (perda de assinantes) natural em função das ofertas e da concorrência. Mas, logo depois, ocorreu uma estabilização. Os assinantes perceberam que nem sempre vale a pena ficar trocando de operadora. Sinceramente, a portabilidade numérica é um direito do usuário e deverá chegar às operadoras da América Latina. Não há o que temer. Se há qualidade no serviço prestado, o assinante não muda de prestador. “ Não enxergo o WiMAX como um concorrente da 3G. Serão tecnologias complementares e cada uma terá o seu espaço Janeiro/Fevereiro 2005 www.frecuenciaonline.com 29/12/2004, 12:01 EVENTOS ANUNCIANTES PÁGINA COMPANHIA WEBSITE Nokia www.nokia.com Loral Skynet www.loralskynet.com Página 5 Siemens Mobile www.siemensmobile.com Página 7 Tekelec www.tekelec.com Frecuencia Corporativo www.frecuenciaonline.com Página 11 Expocomm Mexico Daily www.expocomm.com.mx Página 13 Frecuencia www.frecuenciaonline.com Página 17 Capacity Latam 2005 www.telcap.co.uk Página 21 CTIA www.ctia.org Página 25 AHCIET www.ahciet.net Página 27 FEVEREIRO Telexpo 2005 www.telexpo.com.br Página 31 Axalto www.axalto.com Capa 3 ZTE www.zte.com.cn Capa 4 Expo Comm Mexico 2005 Fevereiro 08-11 Centro Banamex Cidade do México - México Capa 2 Página 9 JANEIRO Simpósio Anual e Expo Negócios da WCA Janeiro 12-14 Hotel Fairmont San José, CA, EUA www.wca.org The Use of Unlicensed Wireless Spectrum Meeting Janeiro La Jolla, Califórnia, EUA 3GSM World Congress Fevereiro 14-17 Cannes, França www.3gsmworldcongress.com/2005 Assine e gerencie sua assinatura 8th ICT Mexico Roundtable Fevereiro Cidade do México, México em tempo real MARÇO Para servir melhor aos leitores, Frecuencia Latinoamérica simplifica o modelo de assinatura. O cupom impresso foi extinto. A partir de agora, o processo é on-line se baseia em três itens: Rapidez Simplicidade Objetividade TELEXPO 2005 Março 01-04 Expo Center Norte - SP/Brasil www.telexpo.com.br Conferencia Latinoamericana de CTIA - Wireless 2005 Março 16 Nueva Orleans, USA www.ctiawireless.com Capacity Latam 2005 Março 16-17 San Pablo, Brasil VOIP Latin America 2005 Março 30-31 San Pablo, Brasil As assinaturas para a revista impressa podem ser feitas através do site: www.frecuenciaonline.com 2nd Connectivity Access Roundtable Santiago, Chile Se voce já é leitor registrado no FrecuenciaOnline, basta clicar em "minha conta" e, em tempo real, gerencie e administre todo o processo de inscrição para receber a revista impressa. ABRIL Se ainda não está registrado, aproveite o novo modelo! Ingresse em www.frecuenciaonline.com/subscribe Forneça os dados solicitados e faça uma assinatura de forma simples, ágil e objetiva. www.frecuenciaonline.com flp_jan05_perfil-eventos.pmd XVII Reunión Iberoamericana de Tráfico Internacional AHCIET Punta Cana, República Dominicana Cable Value Added Services Conference Guadalajara, México Janeiro/Fevereiro 2005 37 FRECUENCIA Latinoamérica 29/12/2004, 16:29 37 OPINIÃO Em qualquer lugar e com lucro A tecnologia sem fio está mudando a maneira de se fazer negócios. MAS AS VANTAGENS DAS APLICAÇÕES MÓVEIS NÃO SE RESTRINGEM À CONVENIÊNCIA E À FLEXIBILIDADE. O maior benefício é o retorno sobre o investimento Por Manfred Muecke A maioria de nós já trabalhou em movimento, fora do escritório, por telefone ou com um laptop. O conceito de negócios móveis vem sendo adotado em todo o mundo por diversas organizações, com ganhos em produtividade, processos e comunicação e também para a consolidação da empresa. Apesar destas vantagens, muitas empresas ainda relutam em adotar serviços sem-fio. Alegam, com razão, que sobreviveram satisfatoriamente até hoje sem contar com tais serviços. Estas empresas só investirão em soluções Wireless quando perceberem que estas são uma oportunidade segura para aumentar rapidamente o retorno sobre o investimento (ROI). Um dos argumentos mais consistentes das vantagens dos serviços Wireless é a possibilidade de se abrirem os aplicativos das empresas tanto para o público estático quanto para o móvel da organização. Organizações que operam em tempo real usarão os computadores de mão (PDAs, de personal digital assistant) e outros dispositivos móveis, quando convencidas de que esses equipamentos permitem capturar dados de uma mesma fonte e enviá-los aos bancos de dados corporativos. O Programa de Alimentação Mun- 38 flp_jan05_opiniao.pmd FRECUENCIA Latinoamérica 38 dial das Nações Unidas (FAO), por exemplo, conecta via satélite, seus técnicos de campo baseados em diversos países ao sistema central de logística, localizado em Roma, e ao software de planejamento de recursos empresariais (ERP), desenvolvido pela SAP para as Nações Unidas. A flexibilidade é outro argumento forte. Muitas empresas vêem nas soluções sem fio o único vínculo possível com uma força de traba- nistrar a infra-estrutura de TI necessária ao suporte a uma força de trabalho móvel. De fato, não é fácil: as tecnologias sem fio são complexas, faltam referências de sucesso e para muitos clientes destes provedores, projetos Wireless são um caminho rumo ao desconhecido. Superar esse desafio é responsabilidade tanto da empresa que contrata a tecnologia, quanto do provedor encarregado de implementá-la. Os provedores de soluções wireless se vêem diante de desafios muito semelhantes aos superados há dois anos pelos provedores de soluções baseadas em Internet. Quando surgiu, a Web foi vista unicamente como um mercado de consumo. Só depois foi percebida como ferramenta de negócios entre empresas (B2B), de gestão da cadeia de abastecimento (SCM) e de relacionamento com os clientes (CRM), além das inúmeras aplicações corporativas. O futuro sem fio é um universo de milhões de consumidores, individuais e As tecnologias sem fio são complexas, faltam referências de sucesso e, para muitos, projetos Wireless são um caminho rumo ao desconhecido. SUPERAR ESSE DESAFIO É RESPONSABILIDADE TANTO DA EMPRESA QUE CONTRATA A TECNOLOGIA, QUANTO DO PROVEDOR ENCARREGADO DE IMPLEMENTÁ-LA. lho que necessita estar em movimento, mas conectada permanentemente. Um exemplo: os caminhoneiros, que transmitem dados de localização para seus para seus escritórios, emergências e reparos necessários. Fala-se muito sobre o suporte necessário às atividades Wireless, mas poucos provedores o oferecem na prática. A maioria percebe o universo móvel como inseguro e se intimida com o desafio de admi- corporativos. Mas é importante que as pessoas, em vez de se encantarem pela tecnologia, se concentrem nos negócios: onde a tecnologia se faz necessária? O que faremos? Como tirar o melhor proveito? Os negócios móveis já um fenômeno do presente e provocarão uma revolução de grande magnitude no século XXI. Manfred Muecke, é Vice-Presidente Global da Área de Negócios Móveis da SAP [email protected] Janeiro/Fevereiro 2005 www.frecuenciaonline.com 29/12/2004, 12:01
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