Newsletter - Raríssimas
Transcrição
Newsletter - Raríssimas
Junho N.º 19 Newsletter 5.ª Conferência Europeia de Doenças Raras Cracóvia 2010 RARÍSSIMAS APRESENTA LINHA RARA Novos testes GENÉTICOS 1 Linha Rara Um caso de sucesso R ealizou-se, em Cracóvia, entre 13 e 15 de Maio, a 5ª Conferência Europeia de Doenças Raras. A Raríssimas fez-se representar através da sua Presidente, Paula Brito e Costa e da Coordenadora da nossa helpline, Raquel Castro. Os trabalhos começaram logo no dia 13 no qual a equipa da European Network for Rare Disease Help Lines (ENRDH) apresentou as linhas de apoio que se juntaram à rede recentemente, assim como as estratégias delineadas para o plano de trabalhos a decorrer nos próximos meses. À Raríssimas coube a apresentação da Linha Rara como Case Study no âmbito do tema “Criação de uma linha de apoio nacional. Garantia dos de talhes dos pedidos: questões técnicas, legais, etc.”. Já no dia 14 a Raríssimas foi convidada a juntar-se à sessão aberta do segundo dia da Conferência. A Linha Rara foi então apresentada lado a lado com dois dos serviços mais reputados a nível Europeu: Maladies Rares Info, França, e Center for Små Handicapgrupper, Dinamarca. As três linhas de apoio deram a conhecer o enquadramento dos seus serviços, os seus métodos de trabalho, as boas práticas que seguem, assim como os seus indicadores de desempenho. A Linha Rara, um projecto com menos de um ano e meio de vida, recebeu elogios por parte dos presentes, membros de diversas associações de doentes e de centros de investigação internacionais. Thomas Heuyer, representante da linha de apoio Maladies Rares Info, congratulou a linha de apoio da Raríssimas considerando-a como um trabalho fantástico tendo em conta que se trata de serviço tão jovem. A presidência da mesa, composta por Rosa Sanchez Veja, Federación Española de Enfermedades Raras (FEDER), Espanha, e por Christina Greek-Winald, do Centro de Informação para as Doenças Raras, Suécia, felicitou igualmente a Raríssimas pela qualidade do serviço da Linha Rara. Recorde -se que a Raríssimas submeteu a sua inscrição à Rede Europeia de Linhas de Apoio em Dezembro do ano passado, na sequência da visita do co- 2 ordenador da rede, Shane Lynam, à sede da Associação, a 4 de Novembro de 2009. A Linha Rara conta actualmente com cerca de 600 patologias na sua base de doenças raras, e mais de 1100 pedidos, recebidos desde Fevereiro de 2009, encontrando-se ainda em fase de teste. O serviço será lançado em pleno brevemente. A Linha Rara existe para escutar, informar e aconselhar no que toca a doenças raras e direitos dos seus portadores, respondendo em função das necessidades de todos os utentes quer se trate de doentes, familiares, amigos, profissionais de saúde ou de acção social, professores, estudantes, ou simples curiosos. Poderá entrar em contacto com este serviço através do e -mail: [email protected] Além destas duas sessões de esclarecimento, o congresso debateu ainda, em sessões paralelas e nos dias subsequentes, as prioridades na área da investigação de doenças raras e o acesso aos medicamentos ór fãos. 3 PARTILHAS N a ú l t i m a e d i ç ã o d a N e w s l e t t e r R a r í s s i m a s fo i l a n ç a d o u m r e p t o a t o mação disponibilizada. Deste pedido surgiram inúmeras i d e i a s, s e g u i m e n t o à s s o l i c i t a ç õ e s e nv i a d a s. ObrigadÍSSIMO pelo contributo. A Histiocitose Histiocitose X, ou de células de Langerhans, é uma doença sistémica associada à proliferação e acumulação das células de Langerhans em vários tecidos. Com uma prevalência estimada em 1-2/100000, costuma apresentar os seus primeiros sintomas durante a infância. Os ossos são geralmente os órgãos mais afectados (80% dos casos), seguidos da pele (35%) e da glândula pituitária (25% dos casos). O envolvimento do sistema hematopoiético (citopenia), pulmões e fígado é muito menos comum (15-20% dos casos), mas resulta numa forma mais grave da doença. Apesar dos progressos feitos na compreensão da doença, a sua etiologia permanece desconhecida. O diagnóstico, geralmente, depende de uma análise histológica e imuno-histoquímica dos tecidos afectados. A tomografia computadorizada ao tórax mostra típicos achados radiológicos que podem permitir o diagnóstico. A escolha da abordagem terapêutica depende da extensão da doença, determinada através de exames de rotina (exame clínico, hemograma, provas de função hepática e óssea e RX de tórax). Dirija-se ao seu médico de família e procure ser referenciado para um hematologista/oncologista que o ajudará a obter um acompanha- mento multidisciplinar. Esta patologia possui já um medicamento cuja autorização de comercialização está confinada a França. Da mesma forma, o centro especializado para esta doença encontra-se no país vizinho – Espanha. www.histio.org P Tourette Versus PANDAS ANDAS é um acrónimo de Pediatric Autoimmune Neuropsychiatric Disorders Associated (Desordens neuropsiquiátricas infantis) e descreve um conjunto de sintomatologias associadas à presença de um estreptococo beta-hemolítico, e a um sub-grupo de crianças com transtorno obsessivo-compulsivo e / ou tiques. A principal característica distintiva de PANDAS é uma associação temporal entre as exacerbações de sintomas neuropsiquiátricos e infecção estreptocócica. Dada a variedade de sintomas, existem alguns cientistas que acreditam que muitas vezes, o diagnóstico de Tourette em crianças, prende-se simplesmente com o PANDAS. Na realidade, alguns investigadores pensam que os anticorpos que reagem às infecções provocadas pelo estreptococo A ß-hemolítico (associado a infecções respiratórias) atacam regiões do cérebro que afectam o movimento, causando um agravamento súbito dos sintomas de Tourette. Actualmente, a investigação centra-se em descobrir o que é que faz com que estes anticorpos ataquem o cérebro das crianças. Salientamos que, nem todas as crianças com Tourette têm PANDAS porém, em alguns casos, foi provado que esta desordem pode agravar a sintomatologia da doença (tiques). http://www.youtubecomwatch?v=imdkbLTEopE 4 que RARAS o d o s o s n o s s o s l e i t o r e s, n o s e n t i d o d e a j u d a r e m a m e l h o r a r a i n fo rdesde já a g r a d e c e m o s, O e algumas s u g e s t õ e s. Nesta página, damos Osteopetrose steopetrose, Doença dos Ossos de Marfim ou Doença de Albers-Schonberg é uma desordem esclerosante do esqueleto, caracterizada pelo aumento da densidade óssea, classicamente exibindo sinal radiográfico de osteoesclerose generalizada ou seja, um aumento da densidade mineral óssea. A prevalência é estimada em 1:20.000. A doença, geralmente, tem início na infância tardia ou na adolescência. As principais manifestações estão confinadas ao esqueleto, incluindo fracturas, escoliose, artrose do quadril e osteomielite, afectando principalmente a mandíbula, em associação com abcesso dentário ou cárie. A compressão do nervo craniano é uma complicação rara, mas importante, com perda auditiva e visual, e afecta cerca de 5% dos indivíduos. A doença é causada por mutações genéticas e transmitida de forma autossómica dominante. O diagnóstico é baseado nos achados clínicos e depende muito da aparência radiográfica do esqueleto. Os testes genéticos estão disponíveis e podem ser usados para confirmar o diagnóstico. Actualmente, não existe nenhum tratamento médico eficaz para Osteopetrose mas a doença pode ser seguida por um reumatologista que vigiará o doente e fará o tratamento sintomático da patologia. http://www.spreumatologia.pt/ E pidermólise Bolhosa refere-se a um conjunto de condições genéticas que provocam afecções da pele. A Epidermólise bolhosa simples (EBS) é uma das principais formas da doença e caracteriza-se por lesões dermatológicas (bolhas) nas mãos e nos pés que, geralmente, desaparecem sem deixar cicatrizes. A forma menos aguda de epidermólise bolhosa simples é a do tipo de Weber-Cockayne. Geralmente inicia-se na infância tardia, com sinais evidentes nas mãos e pés que apresentam bolhas termosensíveis e hiperidrose. Esta doença autossómica dominante deve ser acompanhada por um dermatologista que se encarregará de fazer a gestão da doença para a qual ainda não existe medicamento órfão, apesar de estarem a decorrer alguns ensaios clínicos nesse sentido. Recorde-se que a SNS não comparticipa os cremes que estes doentes usam diariamente por os considerarem, apenas produtos de beleza. De referir que o Serviço de Dermatologia do Hospital Infantil Universitário Niño Jesús, em Madrid, tem uma consulta especializada nesta patologia. Epidermólise bolhosa simplex variante weber cockaine http://www.niams.nih.gov/Health_Info/Epidermolysis_Bullosa/default.asp 5 Síndromas Mielodisplásicas Diagnóstico urgente Os portugueses devem estar atentos ao aumento de nódoas negras, hemorragias nasais e gengivais, cansaço e falta de ar. Este alerta foi lançado no decorrer do 16.º Congresso Nacional de Medicina Interna, que teve lugar no passado dia 28, em Vilamoura. As Síndromas Mielodisplásicas são mais agressivas que o cancro do pulmão e afectam mais de 1000 portugueses, sobretudo indivíduos acima dos 70 anos. Graças à evolução da Medicina, existem actualmente tratamentos para as mielodisplasias que melhoram a qualidade de vida, diminuem o risco de infecções e internamento, reduzem a dependência de transfusões de sangue e prolongam a sobrevivência dos doentes Tabaco afecta Esclerose Múltipla O tabaco retira a eficácia dos medicamentos que tratam a Esclerose Múltipla, uma patologia que afecta o sistema nervoso central de cerca de dez mil portugueses, com 300 novos casos a surgirem todos os anos. Esta foi a conclusão a que chegou a equipa de investigadores do Hospital dos Capuchos, coordenada pelo neurologista Armando Sena. “O fumo pode estimular a produção de anticorpos que podem anular o efeito dos medicamentos”, referiu o especialista que adianta que a equipa se encontra agora a investigar possíveis correlações com o uso da pílula anticoncepcional. Recorde-se que a consulta de Esclerose Múltipla do Hospital dos Capuchos já tratou cerca de 800 doentes e, segundo palavras do responsável Armando Sena, “num futuro próximo temos esperança de tratar a doença nas suas bases, na sua origem e não apenas na óptica de prevenir os surtos, que podem levar à paralisia ou à perda de visão, consequências da deterioração da parte dos neurónios que transmite os impulsos nervosos de célula em célula no cérebro e na medula espinal”. 6 Tratamento de Pé Boto indolor O Hospital Pediátrico de Coimbra trata, deste 2002, e de forma completamente indolor uma deformidade congénita que afecta um em cada mil recém-nascidos, em Portugal – o Pé Boto. Utilizando o método de Ponseti, uma técnica que consiste na manipulação do pé, recorrendo a gessos sucessivos, com posterior uso de talas, o método é eficaz em 95% dos casos, tendo já auxiliado 200 crianças. O método concebido pelo espanhol Ignacio Ponseti não é novo. A sua eficácia é que foi aumentando. “Não se pode dizer que os métodos antigos eram cirúrgicos. Houve, sim, uma melhoria significativa nos resultados obtidos e a cirurgia passou a ser muito rara”, esclarece Jorge Seabra, director do Serviço de Ortopedia do Pediátrico de Coimbra. Apesar do sucesso da intervenção, o especialista alerta que se o tratamento não for seguido cuidadosamente, o pé pode readquirir a deformação. “Em alguns casos, o miúdo chora e os pais tiram as talas. Se não houver negociação, as crianças habituam-se”, conclui Jorge Seabra. O Laboratório de Genética do Departamento de Genética Humana da Emory University School of Medicine acaba de desenvolver novos painéis de testes genéticos, baseados na próxima geração de equipamentos de software de sequenciação de genes. Estes testes permitirão um aumento significativo de diagnósticos em recém-nascidos, crianças e adultos com graves deficiências de desenvolvimento e/ou doenças neurológicas degenerativas. “A avaliação de um recém-nascido, criança ou adulto com deficiência de desenvolvimento ou doença neurológica degenerativa é um desafio, até mesmo para os melhores geneticistas “, alerta Paul Fernhoff, professor adjunto de genética humana da Emory University School of Medicine. Para o geneticista, estes novos painéis permitem melhorar muito a “nossa capacidade de diagnosticar doenças raras e evitam desperdício de tempo e dinheiro, a odisseia actual das famílias que aguardam o diagnóstico de uma doença rara”. Os três painéis de teste permitem diagnosticar as seguintes patologias: Distúrbios Congénitos de Glicosilação; Distrofias Musculares Congénitas; Deficiência Intelectual Relacionada com o Cromossoma X. Mais informações em: http://genetics.emory.edu/egl/ 7 Novos testes genéticos de diagnóstico Ficha Técnica: Design | Paginação Mariana Trigo © Raríssimas | Gabinete de Comunicação e Imagem | Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução na totalidade ou em parte, em qualquer tipo de suporte, sem prévia permissão, por escrito, da Raríssimas. 8
Documentos relacionados
raras - marcos` centre
às pessoas com deficiência. Importa ter em consideração que, em Portugal, a discriminação das pessoas com base na deficiência e no risco agravado de saúde é proibida e punida nos termos da Lei n.o ...
Leia maisO refúgio - Raríssimas
Com vista a partilhar conhecimento e experiência no que se refere às doenças raras e, em particular, ao acompanhamento destes doentes, deslocou-se a Portugal uma comitiva da Associação Paulista de ...
Leia maisflash flash flash flash flash flash flash flash flash flash
até Santiago... de Compostela. Simbolismos biblícos à parte, Jesús converte-se à ciência e passa a honrar Hipócrates. Em 1970 concluiu o curso de Medicina e três anos volvidos é doutorado Cum Laude...
Leia mais