O Medo de voar (Traduzido do livro Performance Flying de Dennis

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O Medo de voar (Traduzido do livro Performance Flying de Dennis
O Medo de voar (Traduzido do livro Performance Flying de Dennis Pagen por Sivuca)
O medo é uma parte natural do ato de voar porque é um mecanismo de defesa natural.
Lá pelo seu primeiro ano de vida, (no segundo se você for muito lento) você percebe que dói
cair no chão.
O fato que podemos cair com nossas asas é óbvio para qualquer um que passou pelos
primeiros momentos do aprendizado do vôo livre. Assim, um razoável percentual de medo
pode nos manter seguros funcionando como um alarme diante de situações que
potencialmente possam ameaçar nossa integridade física.
Isto pode ser bastante útil para ajudar a prolongar a vida e a saúde de um piloto. Entretanto,
medo excessivo pode ser prejudicial. Qualquer pessoa que já está voando a algum tempo é
capaz de citar casos onde um piloto pôs os pés pelas mãos e acabou se assustando com
algum acidente ou algo próximo disto e terminou ralentizando seu progresso por algum medo
incontrolável. Use o medo natural para ajudar você a continuar voando seguro, veja como:
1. Escute quando ele lhe fala. Ignorar o medo é provavelmente patológico, afinal ele está lá
justamente para chamar sua atenção. Vá então para o segundo passo.
2. Procure quantificar exatamente quanto de medo está presente. É a decolagem mais
assustadora do que costumava ser? As condições estão mais difíceis que o normal? Existem
fatores desconhecidos na situação? (novo equipamento, novo local de vôo). Procure
determinar exatamente o que está causando sua ansiedade e então:
3. Concentre-se apenas neste ponto chave colocando todo o resto (ex: equipamento em
ordem, condições de pouso em ordem, ventos ok, etc).
4. Procure determinar se seu medo realmente é razoável. Você está mordendo mais do que
pode mastigar? Esta é a pergunta básica. É claro que durante o processo de aprendizado,
temos de explorar um pouco nossos limites, porém esta exploração deverá estar mais para
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O Medo de voar (Traduzido do livro Performance Flying de Dennis Pagen por Sivuca)
passos de bebê do que de gigante. Por exemplo, limite-se a ventos de 5 km/h a menos do que
aqueles que você praticava antes de sua experiência negativa e vá aumentando bem
progressivamente. Se você está dando um passo maior que as pernas é razoável esperar pela
próxima oportunidade. Se as coisas não estão tão graves, então vá para o próximo passo.
5. Suavize seu medo acessando a situação de forma lógica. Examine se o que você pretende
fazer está além de sua capacidade técnica. Outros pilotos e (principalmente seu instrutor)
podem lhe dar um feed back. É uma coisa boa se alguém decola antes de você e pode lhe
informar sobre a condição e outros fatores. Procure encontrar um equilíbrio entre seu desejo de
voar e a necessidade de adicionar novas experiências de forma gradua a sua vida. Se você
decidir por voar, faça-o consciente de que tomou a decisão correta. Reconheça seu medo
como um mero cão de guarda e voe com confiança. E sabe o que mais? Conquistar o medo é
uma recompensa em si e aumenta o seu bem estar pós-vôo.
6. O último passo no processo de controle do medo é praticar o vôo dentro de seus limites com
freqüência. Não tente conseguir o máximo a cada vôo, você perceberá que seu medo vai se
manter em um patamar baixo se você usar o tempo aperfeiçoando suas habilidades durante
cada etapa de seu desenvolvimento.
O medo tem estado conosco desde quando caíamos de árvores ou caçávamos mamutes
senão antes. Temos medo de altura, do desconhecido, medo de errar em frente aos outros
pilotos. O medo sempre estará conosco enquanto nos proporcionarmos novos desafios.
Entretanto, aprender e adquirir experiência irá eliminar a maior parte dele.
Se você voar tempo suficiente, você não sentirá mais medo durante um vôo normal, podemos
lhe garantir isto. O problema será apenas manter a consciência de segurança sem ter o Grilo
Falante sussurrando no seu ouvido. Assim, qualquer medo que você sentir será apenas uma
parte do ritual de passagem, use-o para guiá-lo para um nível maior de competência.
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