Saúde e doença em crianças indígenas Terena.
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Saúde e doença em crianças indígenas Terena.
Slúor r oorruqn EM cRTANQAs r¡role¡rns T¡R¡un Health and disease am0ng Terena indigen0us chtldren Dulce Lopes Barboza Rihasr, José Roberto Zorzatto2, l\ilariane Nogueira de Leles Saad3, Sonia Tucunduva Philippia R¡rr'¡¡t¡ : \ Objctivo. I<lcntificar as condigócs dc nascimcnto) prcscr¡ga dc patologias e a busca da assisténcia d saúdc infantil cm aklcias Tcrcna. Mótodos. Fo¡am avaliadas 354 criangas dc 0 a 59 mcscs dc idadc, corrcspondcntes a 98,901, da populagáo meno¡ dc cinco anos rcsiclc¡rtcs ¡ras ál'cas dc cstudo. Foram ilvcstigadas as coldiqóes dc üascimc¡to, o pcso ao nasccr, cobcrtura vaciual, frcqii¿ncia ¡o scnigo dc acompanhamcnto do crcscirncnto irrfantil, oco¡r6ncia dc dia éia, iDtcrnagócs hospitalarcs c caractcristicas dos scnigos dc saírdc nas alrlcias. Rcsultados. Foram obscrvados l2,5ol¡ de baixo pcso ao nasccr, a prcvalóncia dc 9,9"1, de diarréia no dia da cntrcüsta c 26,{i%' nos quinzc dias antcriorcs i cntrcvista. Com rclagáo ás intcrnagócs hospitala¡cs nos scis mcscs antcriorcs d pcsquisa, 9,6t% foram iltcr¡adas. Destas, 4.1,1"á o foram por diar'¡óia c 41,1"1, pc'r inlccqdcs rcspiratóias. Conclusócs. A clcvada prcval6ncia dc docngas c o baixo nívcl dc utilizaqáo dc scrviqos dc saúdc cüdcncia o accsso dcsigral a bcns c scrvicos essclciais. P^t.AvR,\s-0fl.\\'ti Saúdc infantil, scnigos rle saírcle, indios sul-americanos ABsI R^(il i 1 Olrjcctivc. Idcntil'ing thc bilth co¡ditions, thc prcscncc ofdiscascs antl thc scarclr for child hcalth assistancc arnong Tcrcna Indiaos, Mcth¡rds. Th¡cc hundrcds and fiftylor¡r chil<lrc¡r from 0 to 59 montl)s old wcrc cvaluatcd. This corrcsponds to 98.9'7¡ of dtc populatiol undcr fivc ycals old ür,ing in thc rcsca¡rh arcas. Birth conditions, thc birth ucight, r'accine coveragc, attcnrlancc to thc chikl grcuth ft-rllow-up cür¡ic, diarrhca occl¡¡l'cDcc, hospitalizations a¡¡d hcaltl'¡ scnicc cl¡aracteristics in tl¡e villagc were i¡lvcsti.qatcd. Rcsults. It \'\as obscrvcd that 12.5'%, ofthc child¡cn wcrc u¡dcrwcigl¡t at birtL, a prcvalcncc of 9.917¡ of dia¡rl¡ca o¡r thc intcnicw day and of 26.60Á ñfteen days bclolc thc intcnicw. A¡ouud 10"1, of thcm u'crc hospitalizcd during thc six moDtl$ bcforc tlrc rcscar'ch, among thcm 4.1.1'7¡ wcrc dctc¡mined by diarrhca and De\a anenlo de Saúde C)leliva Ui¡ive$hlade Federal de Mato Gtoss1 d0 Sul Depalanrcnl7 de C)npulaeá) e Eslatística Univerc¡dade Fedenl de lvlata Grassa d0 Sul CeL¡tro de Estt)(lls e Faculdade de Saude PLibl¡ca ! en Populagóes lndigenas Un¡vercidade Federal de Mat1 Pesqu'sas - Gr1sso do Sul Univercidade de Sá0 Paul). CaDc¡r¡os SÁr¡0. CoLETrva, Rro Dt Jai¡Erno,9 (2):139 - 154,2001 - 139 I DúrcE l-. B. B¡sas, JosÉ Ro0¡iro ZoRzarro, ila¡t¡r¡! il. Dr IErEs SaaD, So¡r¡ Tucnnouv¡ P¡lrrc¡l 44,2%' by rcspiratory infcctions. Conclusions. 'Ihc higL ¡l.('\-alcncc of rliscascs anrl thc low lcr,'cl ofutilization r¡fthc hcalth sc¡riccs shot thc lrncqu¡l ¡cccss to l)rr,l)elics and csscntial scn'iccs. Krv tvotus Child hcalth, health scrviccs. South Amcric¿n Indians l. Ir.¡ r'noouq^o De acordo com CoimbraJunior & Santos (2000), existe uma danosa invisibilidade demográfica e epidemiológica de populaq6es indígenas nos bancos de dados oficiais. Ampliar as possibilidades de obsen'agáo e construgáo de indicadores sociais e biológicos de grtpos indígenas sáo medidas necessárias e que podem ser desenvolvidas por instituigóes de ensino e pesquisa próximas de áreas indígenas, favorecendo o compromisso com problemas e as caracteristicas das regióes. A populagáo Terena estndada pertence ao subgm¡ro Guaná-Txoné, remanescentes da famllia Anuk. Há vár'ias i|]di< aq-ix.s solrlc rr olir¡r'rrr rk's- te povo. Neste estt¡d() fi,i arkrt¡r<Lr ¡r irrrlir irq:i,, r'r¡rtr¡ rL. .r'rr.ttr ,'r i,¡irriri,'. do (lh¿rco Palagrurio r()lx'r's. l!ll!1 . ()s oglanras <k' ir(r'lr!¡io in(¡.tr ¡rl ir rrirh. rr, llr ¡r.il lrr¡., .rn l r,.r ir¡rliu;rr ¡rt ' r'ial¡ilizan&¡ (¡t('t(xk,s rr.rrlriur¡ I ' || | ) l)rr\t)ce e de boa qualidade, e possam utilizar. os sen igos senr¡:r.e quc pre(.rsarem, sem impedimentos geográficos, econdmicos ou cr turais. A eqüidade na utilizagáo dos serviqos de saítde, delendida como peqa os seruiEos de saúrde, l r r . r¡ < | i ¡ r ¡ ( I chave no processo de redugáo dos difelenciais de saírde, der.e ser considerada um dos determinantes da saúde e doenga na populagáo, assim conro fatores ambientais e comportamentais (Bustamante, I 996). Com o objetivo de avaliar as condigóes de saírde infantil e a utilizagiio dos serviqos de assisténcia em aldeias 1'erena, essa pesquisa ()l)tcvc inlin! magóes referentes a condigóes de nascimento e im¡rlementaqáo de agócs básicas de saúde, como o acompanhamento do crescimento infantil, con- trole de doengas diarréicas, imunizagáo, internagóes hospitalares e outms alternativas de tratamento em nivel local. 140 - C¡o¡¡¡os S¡rio¡ CoLcrrr , Rto 0¡ Ja¡Er¡o,9 (2):139 - 151,2001 t i I SÁú0r E DoE qa t ¡ i Ef cnüicls t¡olcttts TE[Eta i Estudo transversal, realizado no estado de Mato Grosso do Sul, em quaro aldeias Terena (Buriti, Córrego do Meio, Água Azul e Tereré) pertencentes aos municípios de Dois Irmáos do Buriti e Sidrolándia. Folam avaliadas 35.[ cliangas de 0 a 59 meses de idade, de ambos os sexos, que conespondem a 98,9% da populagáo menor de cinco anos lesidente nas áreas de estudo, pertencente a 212 famílias. A colcta dt: dados lbi eletuada entre.julho e dezembro de 1999, com realizaqáo da entrevista junto aos pais e avós. Todos os domicílios foram indi cado pelo cacique, pala o acompanhamento dos trabalhos. Os guras eram agentes de saírde e contlibuíram pala prestar esclarecimentos sobre a ! dinámica da comuridade, valores culturais, práticas tradicionais de saúde t'auxilial rta adcr¡raq'áo da lingtragem e comportamento da equipe em I ( il llll)( ). ( i ) ¡rrojcto rl, ¡x.r¡rri..r li,i ;rl¡rlil,¡rrl¡r r.rr¡rlor;rrlo pckr Clomité de Ética rl:r lr¡rttlrl.¡tI rh S.rirrh l¡irlrlir¡r ¡l¡r I llirr.r'sirlirtk.<k'S¿io l'aulo c Comis- I '¡ro \.r¡ io¡r.rl t ¡k l.ti,.¡ r'¡rr l'r'.r¡uisrr. Iiri irrrtstig^arhr o til)() dc l)arto e assisténcia recebida no nascimento da clianga. () peso ao ¡rascel liri obtido mediante consulta ao cartáo da cúanEa ou documento fcrlnecido pelo local de nascimento. Foram obtidos os valoles de ¡reso ao nascer de 192 criangas (51,2o/o), náo sendo consideradas infolmaEóes sem comprovaqáo (17,5a/o) e criangas que náo haviam sido pesadas por terem nascido no domicilio (28,30/o). t. T : I I I a Foi identificada a cobertura vacinal das crianqas na faixa etária de l2 59 meses de vida, sendo considerado dados conlirmados através da car.teira de vacina, senha de campanha ou cicatriz vacinal. Na avaliaqá<.r da fi'eqüéncia ao seruigo de acompanhamento do crescimento infarltil, fbram considelados a lealizaqáo da pesagem periódica e o registlo do peso no calráo da crianga. A ocon'éncia de doengas foi avaliada pela molbidade referida pelos pais no período da entrevista, a ocorréncia de diarréia e pelas internagóes hospitalares. A diarréia era lelerente ao dia da entrevista e aos quinze dias anterioles, sendo considerada dian'éia a presenga de trés ou mais episódios com lezes de consisténcia amolecida ou líquida em um período de t ! I 2. I\'Ii]r'onos visitados por dois entlevistadores e um guia indígena, especialmente 1 I C¡oEsx0s S¡úoE CorErv¡, Rro DE JarEr¡o, I (2): 139 - 154, 2001 - 141 I I DutcE [. B, Rr¡¡s, JosÉ Ro¡r¡ro Zo¡zaTTo, Mant¡rir ¡1. 0r lÉrls S^¡0, Soxr¡ luculoúvr PnLtppl 24 horas. A pesquisa de antecedentes de internagóes hospitalares lefetia-se aos últimos seis meses, sendo considerada hospitalizagáo a permanéncia enr ambiente hospitalar por um período igual ou superior a 24 horas. 3. Rrsur.'r ¡nc¡s O sistema de atenEáo á saúde indigena no período de análise corresponde ao inicio das atiüdades cooldenadas diretamente pela FUNASA, caracterizado pela definiEáo de aspectos técnicos para a implantagáo do novo modelo assistencial e também de descontinuidade de agóes de promogáo e assist€ncia á saúde em nível local. O atendimento da populagáo ocorria em dois postos de saúde localizados nas aldeias Buriti e Agua Azul, com sen'iEos de atengáo primária desenvolvidos por plofissionais indigenas (trés agentes de saúde, dois auxiliares de enfermagem e dois atendentes de enfermagem). A aldeia Córlego do Meio náo dispunha de unidade de saúde, apesar de ser uma antiga constante reivindicacáo dos moradores. e As unidades de atendimento encontravam-se em condiqóes precárias, com sinais aparentes de abandono e desgaste da estrutura lisica, insuficiéncia de equipamentos e medicamentos, longos periodos sem visitas de pr ofissionais médicos e dificuldades para remoEáo dos pacientes em casos de emery1€ncia. Os casos graves eram encaminhados ás unidades de saúde do munic! pio mais próximo, localizado aproximadamente a 35 km. A repressáo da demanda náo ocorria somente pela escassez da oferta de servigos em nivel local, mas também por bareiras fisicas, econdmicas e culturais, representadas pela descontinuidade de visitas de profissionais de saúde na área indígena, caréncia de recursos financeiros para o paga- mento de condugáo, taxa cobrada no hospital pírblico, enfrentamento de agóes discriminatórias no atendimento, dificuldades de comunicagáo com os profissionais de saírde c medo da possil:ilidade de intclnaqño (¡r(.pr.o- vocaria o distanciamento do nÍrcleo familiar. Os residentes na aldeia 1'erer.é, localizacla no l)erimetr.() u¡.|¡ano de Sidrolándia, contavam com o atendimento oferecido pela unidade básica de saúde e hospital de pequeno porte. Neste hospital er.a cobr.ada uma taxa como pagamento parcial da consulta médica, apesar. do convénio com o Sistema Unico de Saúde. 142 - C¡or¡nos S¡oo¡ Corrrrvr, 8ro ot JÁ|lerno, 9 {2): 139 . f54, Z00l i ; Sartor r 00t|¡0a Ex cBt¡¡q¡s trDl0r¡^s Trncxa I Com relagáo ao sistema tradicional de cuta de enfermidades, o xamá (Koix:omunell era consultado ao mrsmo tempo que recorriam aos cuidados médicos da unidade de saúde. Como em outros gmpos indigenas, "a busca pela medicina ocidental é r'ista como uma alternativa adicional, complemelltar aos leculsos existentes na comunidade indígena" (Buchillet, l99l). A Tabela I descreve as caracteristicas das 354 cr.iangas estudadas (98,9%), sendo 172 do sexo masculino e l82 dc¡ feminino, estando distribuídas por local de moradia e grupo etário. A Tabela 2 aplesenta as calacterísticas do nascimento nas comunidades Terena, onde a cobertula de assisténcia ao par.to apresen tou 7l,Bo/o assistidos em hospitais, com ñ'eqtiéncia de l5,B% de partos cesáreos. Os partos domiciliares eram auxiliados por parteiras tradicionais, representando recursos humanos de grande valor e credibilidade na comunidade indígena. Essas parteiras náo recebiam treinamento e remuneragáo. Exerciam as atiüdades sem materiais que garantissem condigóes higiénicas no palto, e náo existia vinculo entre os atendimentos realizados e os servigos de saúde. As mulheres residentes na aldeia Tereré obtiveram maior assisténcia hospitalar' (93,,lVo). Considerando as 192 criangas que tinham inlormagóes do peso ao nascer, obserwou-se 12,5% com baixo peso (s 25009), 35,9% igual ou infer-ior a 30009 e 64,1% com peso ao nascer.acima de 30009. É importante observar que este índice pode estar subestimado, considerando que .15,8% das clianqas náo tinham registro do peso ao nascer, representado especialmente pelas criangas nascidas em domicílios, possivelmente as de maior lisco, uma vez que pertencem ao grupo sem assisténcia pré-natal. A Tabela 3 apresenta as agóes básicas do programa de atenqáo integral á saúrde da crianga. No perÍodo de análise os agentes indígenas de saúde aguardavam o treinamento sobre a operacionalízagáo do sistema de vigiláncia do crescimento e os instrumentos necessários para o des€nvoh,imento dos trabalhos. A inlcrrmaqáo da morbidade foi obtida mediante a percepgáo dos pais e avós acerca de sinais e sintomas, indicadores de patologias em seus filhos no peúodo da entrevista. Náo foram investigadas as relagóes de correspondéncia direta da percepqáo da família com diagnósticos biomédicos. Vale enfatizar que muitos pais referiam problemas CaoE¡ios SÁúoE Cor¡r|va, Rto or JaütFo, I (2): 139 - 151. 2001 - 143 I I DuLcr L. B. B18As, J0sÉ 80DE¡ro Zonzarro, Maf,rail¡ il. DE LErEs Sa¡0, So A Tucur¡ouva PÍruppl dermatológicos e digestivos como eventos normais, náo constituindo uma manifestagáo patológica. As perguntas eram feitas primeiramente ao pai, cabendo a ele a decisáo sobre a participagáo feminina na entrevista, uma vez que entre os Terena a fala é atributo dos homens. Os avós sáo elementos ativos e participantes do cuidado infantil desde o nascimento, além de responsáveis pela transmissáo cultural junto ás novas gelagóes. Tanto os pais, quantos os avós contribuíram com informagóes relevantes, que eram registradas em formulário próprio. O ritmo das entreüstas era estabelecido pela família, podendo durar de I a 4 horas, com internrpgóes para o siléncio ou para a realizagáo de alguma atividade na casa ou fora dela, o que representava maior conhecimento e confianga entre entrevistador e entrevistados. Como o observado por Buchillet (1991) em populaqóes indígenas da Amazónia, o sistema Terena de inte¡?retagáo de uma doenqa inclui um "primeiro diagnóstico que é estabelecido pelo paciente, sua família ou a comunidade, diagnóstico baseado tanto na observagáo das manifestaqóes patológicas da doenga, como na consideragáo de elementos que presidilam sua aparigño" (p.28). Isto tas, onde foi verificado em diversos momentos das entrevis- a equipe identificava indivíduos doentes, que diagnosticados pela família, estavam recebendo tratamento já haviam sido i base de ervas "avó tronco", mas que ainda seriam levados ao sen'igo de saúde do município vizinho, a fim de serem avaliados por um médico. De acordo com a Tabela 4, doenqas loram referidas em,17,5olo das e oragóes de uma criangas estudadas, sendo 56,50lo com doengas respiratórias; 20,8% com doengas digestivas; 6,00lo com patologias dermatológicas; 4,20ó com doengas do sistema nervoso; l,8Vo com doenqas parasitárias; l,2olo com patologias congénitas e 9,5V0 com outras afecgóes. Na distribuigáo da morüidade infantil segundo as comunidades estudadas, a freqüéncia aumenta á medida que se distancia dos recursos de assisténcia á saúde e de melhores condigóes de saneamento básico, repre- sentada pela freqüéncia de 39,3% na aldeia Terelé (urbana), 15,0o/o na Buriti, 47,0% na Córego do Nleio e 60,9% na Agua Azul (mais distante e com piores condiqóes sanitárias). A prevalSncia de diarróia no dia da entrevista foi de 9,9o/o do total estudado. Foi investigada ainda a ocorréncia de diarréia nos quinze dias 144 - C¡¡enros S¡rtor CorErvÁ, R¡o DG J^¡!r¡o,9 (2)r 139 - 154,2001 I SaúDE r ooEIQA Er¡ cnr^rcas r¡oiGrfl¡s TE¡E¡¡ | anteriores ao dia da entrevista) sendo obseruado 26,60/o com maior freqú€ncia nas cliangas de 6 a I I meses e apresentando decréscimo significati\,o após os 35 meses de idade. Com relaEáo ás internaEóes hospitalares nos seis meses anteriores á pesquisa, 9,60á foram internadas, destas, ,14,10lo foram determinadas por diarr'éia e {. {l,l % por infecqóes respiratórias. I)¡st:t.'ss.\0 ()s dadt¡s indicaranr baixo nível de utilizagáo de seruiqos de assisténcia á saúde matelno-infantil. Entre os fatol'es que poderiam estar rest ngindo as possibilidades de utilizagáo, destacam-se os poucos recursos da família e as características dos seruigos de saúde em nível local. Com relaqáo aos lecursos da familia, vel'ificou-se a impossibilidade eco¡rómica dc utilizal sistemas prir.'ados e as dificr-rldades de acesso aos scrvrgos ¡lÍrlrlicos rlos nlu¡li('il)i()s vizinhos. As llmílias náo dis¡runham de recursos ttti¡¡i¡t¡r¡. P;tt¡¡ r¡Jrtir r'...r'. tlit\tr¡\.;tli tiu¡(l() srrirs ¡l rssilrilidadt.s dc rrtilizaqáo. .\ rr,'. i ¡rr r.r ^ i¡rrlir irlr¡,,' ir uliliz¡rr('nl os scrr.ilos ¡tirblic<ts t'xtcr.jrrrIi,.rr|.r ¡rr'l.r tli't;rrrri:r str¡glirlir¡r, ()s (ust()s clc locomogir.r e Ii.¡rn.ir..-ro <1, ¡rr, lrIirrrt rrtirr,i'ro. l)ilg¡llr('¡11() dt.taxas c as l¡alleilas cultu¡'ais a serem vencidas ¡ro co¡l ivio lila das aldeias. Nos seruigos exte l'nos as relagóes sáo marca- das pelo ¡leconceito, r'esultando muitas vezes na oferta de assist€ncia qualitativamente inferior ao oferecido á populagáo em geral. Langdon (l9BB) r'essalta a fieqüéncia com que profissionais de saúde expressam pr-econceitos, estigmatizando o indio naquelas regióes onde é intenso o contato inteÉtnico. A distáncia e a dificuldade para a remogáo dos pacientes c racterizavam o impedimento geogr'áfico e económico aos senr'igos de assisténcia á saúde. A excegao ocorria na aldeia Tet'eré, Iocalizada no perímetro urba- no, próxima de r-tma unidade de assisténcia. Se forrnos comparar com outlas etnias do N{at<¡ Glosso do Sul, os Terena estáo geograficamente próximos de locais de assisténcia, mesmo assim, o nível de utilizaqáo dos sen'iqos é insuficie¡rte. Com relagáo ás caracterjsticas dos sen'igos de saúde em nível local, verificou-se a plecár'ia organizagáo dos serwiqos, tanto no que diz respeito ás instalagóes fisicas quanto aos recunos materiais e humanos para implementagáo das aEócs. A formagáo de ¡ ecursos humanos para atuar nas comunidades CaoER¡os SaúoE ColrÍva, Rro DE Ja[Ét¡o,9 (21: t39 - 154.2001 - 145 I I OuLc¡ f. B. RrB^$, JosÉ Bo¡EÁro Zo¡z^¡¡0, M¡nra¡! l{, oE [ELES SaaD, Soxr¡ Tucu¡Duva Pxru¡pl indígenas era ineústente, agravada pela caÉncia de disciplinas relativas ás ciéncias sociais e antropologia da saúde nos curliculos dos profissionais atuan- foi obtida através da análise dos programas de reinamento e atualizagáo para profissionais de saúde com atuaqáo nas aldeias tes. Esta inforrnagáo indígenas do estado, rea.lizados nos ultimos cinco anos. Quanto ao gerenciamento do sistema, náo existiam registros adequados sobre o estado de saúde dos individuos. Náo foram identificadas aq6es educativas no periodo estudado, nem mesmo inlormagóes aos pais sobre os principais problemas de saúde das criangas. No caso de pacientes que utilizavam servigos públicos externos á aldeia, náo existia continuidade de tratamento entle os serviqos, náo ocor'rendo mecanismos folmais de referéncia e contra-referéncia. Náo foram verificadas agóes que levassem em conta os problemas de saúde em suas perspectivas histórica, culturai e social. Embora uma grande utilizagáo dos seruigos de saúde náo seja um objetivo em si mesmo, presume-se que deve havel um nivel mínimo de uso e suficiente eqüidade no acesso aos sewiqos, para garantir a saúde de uma populaEáo. A eqüidade na utilizaqáo dos servigos é deGndida como elemento fundamental no processo de redugáo dos diferenciais em saúde entre grupos populacionais. Os resultados observados sugerem que os que recebem os beneficios sáo plincipalmente aqueles que possuem a maror lacilidade de acesso e náo os que correm maiores riscos. Melhoras no servigo público destinado ás populaqóes indígenas minimizariam as conseqü€ncias das más condiqóes de saúde e nutriqáo, na auséncia de mudangas mais profundas, capazes de permitir a garantia da terra, aumento na escolaridade e lenda mensal familiar, compatível com uma qualidade adequada de üda nessas comunidades. Segundo Confalonieri (1993), a caréncia de Lecursos e a instabilidade político-administrativa das instituigóes pírblicas lesponsáveis pcla assisténcia aos povos indígenas geram descontinuidade das aqóes em saírde. O novo modelo de assisténcia ás populagóes indigenas lequel revisáo cútica das experiéncias anteúores, em sintonia com a atual condigáo de saúde dos diGrentes gmpos, ampliando com análise epidemiológica e socia.l, náo ignorando os valores e saberes locais e envolvendo diversos atores sociais. O atual modelo de atengáo á saúde indígena para Mato Grosso do Sul está organizada na forma de um (l) distrito sanitár'io para cobrir a 146 - C¡o¡nnos Srtro¡ CorErva, Rro DE J^tErio,9 (2)r l33 - 151,2001 SaúD[ E 00Etca É cnt¡iots üDlttirs TEnEü¡ | totalidade das comunidades indígenas (54 aldeia$. E importante analisar se um distrito sani¡ário é suficiente para atender a diversidade cultural, epidemiológica e geopolítica dos diversos grupos. Faz-se necessária avaliaEáo das estratégias seguidas, rumo á efetiva palticipaqáo e contlole social dos povos indígenas na consolidagáo do sistema. 'ñ'ata-se, sobletndo, de cornpr-eender os ploblemas e de encon- \ \ tral solugóes pala resoh'éJos, integrando a visáo dos que estáo diretamente implicados no sistema. O reconhecimento e a valorizagáo das dilerentes práticas e sistemas indígenas de saúde, com a participaqáo comunitár'ia nos diversos níveis de agáo, sáo considerados lundamentais na concepgáo de um sistema de saúde diferenciado. i" I I De acordo com Langdon (1998), os profissionais de saúde que prestam assisténcia ás comunidades indígenas devem conhecer a natureza dos sistemas indígenas de saúde e como as práticas fazem parte da sua cultura I como um sistema simbólico, composto de valores, representagóes e signi- I ficados inter-relacionados, estando preparados e capacitados para atuar t junto ás populaqóes culturalmente diferenciadas. Nesse sentido, deveriam ser executados programas permanentes de folmaqáo e especializagáo de recursos humanos para atuageo junto ás comunidades indígenas. Com lelagáo á cobertura do parto, em instituigáo de saúde, nas comunidades estudadas foram obselvados 7l,B% de partos hospitalares. A exceEáo ocorreu na aldeia TereÉ, onde, 98,4% dos partos tiveram assisténcia hospitalar, mas o que poderia significar um valor ás condiqóes de saÍrde das mulheres que lá r'esidiam, pode ter-se convertido em prejuízo, uma vez que 34,,1V0 desses partos foram cesáreos. De acordo com o Ministério da Saúde (2001), a cobertura no ano i \ 2000 pala I\{ato Grosso do Sul de partos hospitalares era de 990/o , sendo 30olo de paltos cesárcos pagos pelo SUS. Com relagáo ao parto cesáreo, Faundes e Ceccati (1991)estimam que custa o dobro do parto normal, envolvendo riscos adicionais de prematuridade, mortalidade materna e redugáo do aleitamento, devido á intensa dor abdominal. Estes autores sugerem que o primeiro motivo tácito para o parto cesáreo continua sendo a esterilizagáo cirúrgica. O peso ao nascer tem relagáo dileta com a qualidade de vida, crescimento, desenvolvimento e mortalidade infantil (Victora et al., l9B7). CaDEn¡os Saúor I Colrflva, Bro DE Ja¡í¡o, I (2): ,|39 - 154, 2001 - 147 I DuLct L, B. 8t8^s, Jo6É R00€nr0 Zorzlrro, MrnDle l{, oe ltlrs Suo, So¡t¡ Tuc0xDUv¡ p¡tltppl Estudo prospectivo realizado no Rio Grande do Sul indicou quc cnanqas nascidas de baixo peso estavam expostas a um risco onze vezes maior de morrer no primeiro ano de vida e cinco vezes maior de virem a apr-esentar déficit ponderal no segundo ano de vida (Victor.a et al., 1987). Em comparagáo com os dados da PNSN (1989), onde a incidéncia nacional era de 10,0olo, a regional 8,60/o e a rural 12,3o/o, os dados solrre baixo peso ao nascer, obtidos nesse estudo (12,5%) sáo superiores, aproximando-se do nível alto, segundo a classificagáo internacional (Monteiro, 1992). Cabe ressaltar que pode ter ocorrido sub-estimagáo na análise, considerando que náo foram obtidas informagóes de 45,8% das criangas, representadas especialmente por aquelas nascidas nos domicílios (28,2%). De acordo com os dados da PNDS (1996), a incidéncia de recémnascidos de baixo peso estaria em torno de 9,20lo, sendo I l,loó nas áreas rurais e 8,60á nas áreas urbanas (BEMFAM, 1996). Estudo realizado em Campo Gr.ande (MS), identificou a incidéncia de baixo peso ao nascer em torno de 8,7% (Ribas, 1997). De acordo com Pastor et al., (1973), uma prevaléncia de baixo peso ao nascer menor que 7olo indica bom estado de nutrigáo da populagáo, uma vez que esta era a prevaléncia verificada na maioria dos países desenvolüdos. Esses resultados podem estar refietindo a qualidade de vida do grupo materno-infantil, uma vez que o peso ao nascer pode ser determinado por fatores biológicos, socioecon6micos e ambientais, aos quais a mulher está exposta durante a gestaqáo. Considerando o sexo feminino, retardo de crescimento na infáncia pode determinar mulheres adultas de baixa esta- tura, sujeitas a um maior risco de gerar criangas com baixo peso ao nascer (Kramer, 1987). Para Monteiro (1992), uma das causas que provavelmente concorrem para aumentar a incidéncia de baixo peso ao nasce¡.é a deficiéncia no atendimento pré-natal, pois exatamente os grupos populacionais identihcados como sujeitos a um maior risco de nascimentos de baixo peso sáo os que apresentam maior proporgáo de gestantes que náo recebem adequada atenEáo pré-natal. A incid€ncia de baixo peso ao nascer obser¡¡ada, assim como a importáncia de agóes preventivas, evidenciam a necessidade imediata de aten- 148 - C¡o¡¡¡os S¡¡Jo¡ Co!Írva, Rro DE JarÍno,9 (2):139 - 154,2001 SaúD[ E DoEÍC^ r c¡r¡rgas txDlGE¡¡s TEBE{a I gáo ás máes indígenas durante a graüdez, por meio de um programa que considere os valoles culturais e as peculiaridades que envolverrr conccpgáo, gestagáo e nascimento em uma comunidade indigena. Com lelaqáo á vigiláncia do crescimento e desenvolvimento infantil, os valores encontrados sáo baixos (l4,7oh) e se r.eferem apenas ao crescr- mento, com nenhum aspecto relativo ao desenvolvimento sendo avaliado. Existem desigualdades no acesso ás agóes de acompanhamento de crescimento, uma vez que a cobertura segundo a localizagáo do domicílio indica melhores percentuais na aldeia Tereré e prccariedade da agáo nas demais comunidades. A posse do cartáo com a curva de crescimento justifica-se apenas quarrdo existem pesagens regulares registradas no mesmo. A pesagem periódica intensifica o contato com a família, favorece o aumento da cobertura das agóes de atengáo básica á saúde, permite a identificagáo de desvios e o ratamento precoce ao crescimento inadequado (UNICEF, 1995). A cobertura vacinal média (7 5,7o/o) é menor que os valores do estado de Mato Grosso do Sul (l 15,8%) e dos municípios de Dois Irmáos do Buriti (93%) e Sidrolándia (127 ,5"/") (Ministério da Saúde, 1999). É importante obselval que a cobertura recomendada para impedir a ocorréncia de epidemias é em torno de 950/0. As doengas, de modo geral, prejudicam o crescimento normal de uma crianga, mas em países em desenvolvimento o r.etardo de crescimen¡o nos primeiros anos de vida é causado por dois fatores preveníveis: alimentagáo insuficiente e infecgdes. As infecgóes, em geral, atuam sobre o tamanho do corpo e o crcscimento, com efeito direto sobre o metabolismo e a nutriqáo (OMS, l9B3). As fi'eqüéncias de diarréia aguda obseruadas neste estudo, no dia da entrevista (9,90/o) e no período de quinze dias (26,6%) foram consideradas alarmantes quando comparadas com a freqüéncia global de diarréia nos quinze dias anteriores á entrevista, detectada pela PNSN (1989), para as c anqas brasileiras menores de cinco anos, que foi de 10,0%, sendo B,9olo para a regiáo Centro-Oeste (FIBGE, 1992). Dados da PNDS (1996) apresentam a freqüéncia de 3,2o/o para a dialréia no dia da entrevista e l3.l% para a diarréia nas duas últimas semanas (BENFAM, 1996). C^oEn¡06 S^úoE CorÉÍva, 8r0 DE Ja¡fl¡o, I (2): 139 . 154, 2001 - 149 I Durc¡ L. B, Rr¡as, JosÉ RosrRro Zonlalro, Ma¡tailÉ il. 0r LErrs SaaD, Soilra Tücuilo0va Pxltlppl A diarréia foi responsá\'€l por 44,1% das intelnaqóes hospitalares e as infecgóes respiratórias por 4l,l%, sugerindo a falta de atendimento precoce e reforgando a necessidade da assisténcia adequada em nível local. Dados sobre a ocorréncia de diarréia foram colhidos em noye estados da regiáo Nordeste (1991), sendo obseffado 6,5% de diarréia no dia da entrevista e 16,0%, nas duas semanas anteriores (UNICEF, 1995). De acordo corn Nabarro a al., (l9BB), episódios fi'eqtientes de infecg6es, principalmente a diarréia e doenEas respiratórias, i¡rfluenciam o crescimento inhntil, Ievando á perda aguda de peso e prejudicando o crescimento linear. O acesso ao xamá é facilitado pela proximidade, pela ligagáo afetiva pela e confianga, sendo líder espilitual da comunidade, desde sua implantagáo. Sua terapéutica é considerada sempre benélica, náo existindo incompatibilidade entre o tratamento xamenico e o prescrito pela medicina ocidental, uma vez qlle o primeiro atua no nivel das causas e nác¡ nos efeitos (Buchillet, 2000). A procura do tratamento xamánico é euiada pela necessidade de descobrir a "causa írltima" da drx'nq'a. isto í'. "irr¡rrclrr r¡rrc vai relacional ¿ doettqit ¡raltirrrl:rr'<kr ¡rirlicrrIr';rrr rcr¡ nrcio li.irrr l vx i:rl" e cxpli<'at'sctt sigrrilitirrhr lirr'lrilh.t.2tll)ll. ¡r. l. \i,ri ¡r'r¡tr.rrlit,rror'rr \l e nenl tradttz illrrlt'r'i'ttci¡t <lits It ¡rrtrlrrt:rr,rir'\. rrr.r \r'r (lr' . r.ri. .rlt{ r t¡¡r¡tvas tempeuticas hctcroa0trczrs agcnr sollt'r'sli'r'irr <k lrqi-ur rlistirrt:rs lh¡r'lrilkr. l99l; t angdon, 1998). Verifica-se a necessidade do reconhecimento e valo¡'izacáo dc um outro sistema de interpretagáo de doengas, ajustando a medicina ocidental aos recursos terapéuticos já existentes nas comunidades indígenas (Buchillet, l99l; Langdon, l99B). Os achados desse estudo slrgerem acesso dcsig:al a lrns c scrr igos essenciais e a necessidade de elbtiva implantaqáo e consolidagño do modelo de assisténcia á sairde indígena, adequado á realidacle lrx al. 150 - C¡¡rn¡os S¡rJo¡ CoLE¡¡va, Br0 oÉ JaflErBo, 9 (2): 139. 154, 2001 S¡r¡Dr E 00E¡Ql ns c¡r¡r0r8 r¡oleÉ¡^s Tr¡r[^ Tabela I Distribuiqáo das criangas scguodo local dc momdia, scxo e idadc. Comunidades Tcrcna, Brasil, 1999. I\.1S, VAEIAVEIS Local do moradh (Aldeh) Tereré 6t 17,2 Buriti 129 36,4 Córngo do Meio '| n,3 Agua Azul 00 64 18,1 M6cuIno 172 ,|8,6 fumlnino '182 51,4 44 '12,1 42 '| -18 36 10,2 18-24 24-36 36-48 44 12,4 66 18,6 71 m,1 Soro ldade (m$es) 0-6 12 48-m 1,9 14.4 Tabela 2 Distribuigáo das caractclisticas das condigócs dc nascimcnto. Comulidadcs Terena, MS, Brasil, 1999. Locrl do Darb 0omicílb I00 28,2 Hospital 254 71,8 Nonml 298 84,2 Cesáreo 56 15,8 T|podo pa o Poso ao noscor {gramas) 2500 3001 3501 - 2501 24 12,5 3000 {5 23,4 3500 75 3f,,1 4000 4l 21,4 7 3,6 > 4000 C¡DEs¡os S¡úoE CorcÍy¡, nro D¡ Ja¡Et¡0, I (2): 139. 154,2001 - 151 | I Durcr [. B. RrBAs, JosÉ R0BEBI0 Z0¡¡A¡¡0, Ma¡ta¡E l\1. Dr LrLÉs SaÁo, So¡¡¡ Tucu¡ouv¡ Pr¡rrr¡r Tabela 3 Distribuigño das agócs básicas do programa de atcnqio intcgrnl i s"eridc da crianga. Comunidadcs Tcrcna, MS, Brasil, 1999. VARIAVE6 Vlgllánde do crescirtot|to Sim 52 14,7 Neo n2 85,3 132 37,3 Coffi{fta nédic¿ (últinos 6 meses) S¡m tláo 62,7 lmun¡zag¡o Calendário de vacinaeáo completo 268 75,7 Cal€ndtuio de vacina0áo com atraso Náo recebeü nenhüma vacina 20,3 14 4,0 Tabela 4 Distribuigáo proporcional dc cnfcrmidadcs cm criarrgas irdigcnas. Tcrcna, I\{S, Br¡sil. 1999. VARIAVEIS Presenqa d€ onffirhrh8 S¡m 168 47,5 Náo 186 52,5 Enú8ínirtados Doenqas rrMrhs respiratiias 95 56,5 Doen0as dige€t¡Ya6 35 20,8 Doencas demalológ¡cas 10 6,0 ooenc¿s do s¡sbma nervGo 7 lt2 3 1,8 Doencas par6iltias Do€n0as congénitas 2 1,2 I I I O¡fas afecóes I ocorénc¡a de darlÉi¡ o¡aréia no dla da entevirta D¡üréia nos últimos guinze d¡as 9,9 94 26,6 ! I 152 - I C¡o¡nr¡os S¡rlo¡ ColrTrvÁ, Rro 0E J^rÉr80,9 (2): 139 - 154,2001 1 I I c¡rrxc¡s ¡¡Drcrr¡s TÉ¡rx¡ saúDE E 0oE¡c¡ Er¡ Rr¡rnÉucr¡s BEMFAM. BtBuoGRÁFtcAs Pe¡quim nacional sobe tlanogrqfa e smldz- Relatório Preliminar. Rio deJaneiro: BEMFAM, 1996. Buc:utt.t.tlr; D. A questáo da integra@o dos sistemas médicos: problema e D, org. Medúirus hadbimais Belém: Cejup. UEP. MPEG, 1991. p. 243-6. pelspectivas. Uma intlodngáo. In: BucH¡l.r.ul. nalirina oci¡lnúal ru Ama",6nio. BucruttLlt, D. do no I e AlgLmas rfu.xdes sobre Ubercubx, cultura e atholnlagia. [Apresenta- Seminá'io de Saírde Indígena; 2000 maio l0; Campo Grande, MS Brzsill. 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