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RELAÇÕES ENTRE INVESTIMENTOS EM P&D E RECEITAS DE VENDAS: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO Autoria: Adalberto Ramos, Silvia Zilber 1. Introdução O tempo representa uma dimensão essencial nas estratégias competitivas que as empresas utilizam para superar seus concorrentes e adquirir melhores condições para sobreviver e para crescer no longo prazo. A velocidade com que novos desafios surgem no horizonte das empresas revela que o ambiente de negócios tem adquirido características de descontinuidade e imprevisibilidade em níveis superiores à capacidade de ajustamento das estratégias. Compreender aspectos ligados à velocidade com que empresas conseguem transformar investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) em resultados de vendas pode contribuir para a melhoria do processo de gestão e do conhecimento sobre as relações entre investimento e retorno proporcionado pelas atividades inovativas. O desenvolvimento da empresa no longo prazo passa por decisões estratégicas que considerem o papel da tecnologia na construção de estratégias competitivas. Incluir as atividades inovativas no conjunto das estratégias competitivas tem sido um grande desafio para as empresas. Por um lado, os investimentos em P&D são cada vez mais elevados e, por outro, os benefícios tendem a ser mantidos por prazos cada vez menores. O investimento que as empresas realizam em P&D assume uma caracterização de decisão estratégica, requerendo firme compromisso com o desenvolvimento de longo prazo. Como benefício, a empresa tem robustecida a sua capacidade de responder com a velocidade necessária aos movimentos competitivos em seu mercado de atuação e também tem favorecido o seu processo de aprendizagem, imperativo para que haja acumulação de capacidades tecnológicas duradouras. Considerando-se que os investimentos em atividades inovativas de P&D apresentam relação próxima com receitas de vendas efetuadas pelas empresas, conforme evidenciado por Sbragia (1992, p. 141), Demartini e Mella (2011, pp.136-146), Bahrami e Evans (2011, pp. 21-39), com a variável “tempo” ligada aos eventos de dispêndios com investimentos e resultados com receitas líquidas apropriadas pelas empresas, pode-se verificar que a velocidade dessa transformação representa componente central no conjunto de resultados necessários para a manutenção e para o crescimento dos negócios. Abordando a variável tempo em conjunto com a análise detalhada dos relatórios financeiros, pode-se obter uma visão mais próxima da realidade econômica e competitiva das empresas. A análise mais detalhada dos relatórios financeiros pode contribuir para melhorar a compreensão sobre a contribuição inicial das decisões relacionadas com investimentos em P&D e os consequentes resultados econômicos, financeiros e operacionais das empresas, em conformidade com o que argumentam Iudícibus, Martins e Gelbcke (2000, pp. 295-401). O objetivo deste estudo é apresentar um quadro das relações entre investimentos em P&D e o tempo requerido para a geração de resultados de vendas. Trata-se de uma pesquisa documental, realizada sobre relatórios econômicofinanceiros divulgados pelas empresas em questão, apresentadas em seguida. As variáveis utilizadas neste estudo foram: (a) investimentos em P&D, (b) receitas de vendas, (c) a defasagem temporal e (d) o período de tempo utilizado na verificação de correlações estatísticas. Anais do II SINGEP e I S2IS – São Paulo – SP – Brasil – 07 e 08/11/2013 1/15 Foram levantados os fluxos de investimentos e receitas de vendas de duas empresas, Itautec S/A e Tectoy S/A, ao longo de um determinado período (entre 1997 e 2009), buscando evidenciar os desempenhos comparados de correlações entre as duas citadas variáveis. Estas variáveis, correlacionadas, puderam indicar a defasagem de tempo entre a realização dos investimentos e os resultados em termos de receitas de vendas, em conformidade com os estudos produzidos por Sbragia (1992), Demartini e Mella (2011) e Bahrami e Evans (2011). 2. Referencial Teórico A inovação é estudada pela teoria econômica, sendo considerada como uma fonte de energia da máquina capitalista, com força capaz de transformar realidades de empresas, indústrias e até mesmo de nações. Ao inserir a inovação no conjunto desta teoria, Schumpeter (1961, p. 93) propôs que o desenvolvimento econômico adviria do levar adiante novas combinações de materiais e forças, abrangendo cinco casos por ele descritos e, conforme evidenciados nos estudos de microeconomia de Simonsen (1987, p. 302), apontados como cinco tipos de inovação: (a) introdução no mercado de um novo ou aperfeiçoado produto, (b) adoção de um novo método de produção, (c) abertura de um novo mercado, (d) conquista de uma nova fonte de suprimento de matérias-primas, (e) execução de novo sistema de organização empresarial. Revitalizando a abordagem schumpeteriana, com a defesa da Teoria Evolucionária, Nelson e Winter (2005, pp. 303-304) argumentaram que, muito embora a abordagem neoclássica do crescimento econômico fosse dotada de considerável aceitação, não fornecia suficiente arcabouço para que fossem conciliadas as análises de crescimento realizadas ao nível de setores econômicos com o conhecimento disponível sobre os processos de mudança técnica no nível microeconômico, viabilizando o surgimento de uma nova visão, denominada por eles como a Teoria Evolucionária. Conforme argumentam Nelson e Winter (2005), a Teoria Evolucionária aborda o processo de mudança tecnológica como algo impulsionado pelas próprias rotinas de inovação internalizadas pelas empresas. Nesta argumentação, o ambiente de mercado estabelece uma definição de sucesso para firmas por meio de um processo de seleção, onde as empresas sobreviventes são aquelas que conseguem se ajustar às novas condições do mercado e não as maiores, ou mesmo as mais inteligentes. Nelson e Winter (2005) fundamentam a teoria para que houvesse a possibilidade do lançamento de uma nova análise sobre as reais fontes do desenvolvimento econômico, com a inovação tecnológica tomando lugar central no motor da máquina capitalista e não somente a explicação clássica do equilíbrio entre demanda e oferta com base nos preços relativos. Ao contextualizarem a inovação como riqueza maior da economia industrial, Freeman e Soete (2008, pp. 455-458 e 2009, pp. 583-589) evidenciaram que as empresas poderiam contar com uma série de opções e de estratégias alternativas, podendo utilizar suas habilidades e recursos, científicos e técnicos, em variadas combinações, inovando para não se tornarem economicamente inviáveis, inovando para suplantar os concorrentes, para imitar e progredir em função de seu conhecimento acumulado. Anais do II SINGEP e I S2IS – São Paulo – SP – Brasil – 07 e 08/11/2013 2/15 Nesta mesma linha de pensamento, Tidd, Bessant e Pavitt (2008, pp. 25-27) afirmam que o cenário empresarial está gradativamente mudando com o avanço da ciência e da tecnologia. As vantagens competitivas estão migrando de tamanho ou patrimônio em favor de empresas que possuem capacidade para mobilização de conhecimento e geração de avanços tecnológicos, na forma de novidades em suas ofertas e também nas formas com que criam e lançam estas ofertas no mercado. Consideram importante que as empresas adotem estratégias baseadas no tempo, refletindo uma crescente pressão sobre as empresas, não somente para introduzir novos produtos no mercado, mas essencialmente para fazê-lo mais rapidamente que seus concorrentes. Apontam que a inovação é, antes de tudo, uma oportunidade. Buscando expressar como a inovação tecnológica se move na economia e é utilizada pelas empresas, Dosi (2006, p. 49) afirma que, mesmo dentro de paradigmas tecnológicos definidos, haverá diversidade nas soluções e nos caminhos tecnológicos seguidos pelas empresas, com estratégias diferentes e resultados igualmente variados. Dosi esquematizou os paradigmas e as trajetórias tecnológicas, como as correntes que conduziriam as inovações e orientariam a essência das estratégias tecnológicas das empresas. Conforme argumenta Dosi (2006), conhecer paradigmas e trajetórias tecnológicas e adotar direções compatíveis com os objetivos e capacidades organizacionais representam desafios que poucas empresas conseguem superar. Constituem o alicerce para o êxito empresarial, compõem o núcleo de conhecimento essencial para bem utilizar a inovação tecnológica em benefício das estratégias que possam favorecer o alcance de vantagens competitivas duradouras. Para fins desse artigo, os aspectos da teoria evolucionária que serão utilizados estão relacionados com a capacidade de ajustamento das empresas aos novos determinantes do ambiente de negócios, fazendo com que possam se adaptar, sobreviver e crescer, superando mecanismos de seleção existentes no mercado, com foco na velocidade de adequação de estratégias tecnológicas para contribuir no alcance de vantagem competitiva. A estratégia tecnológica desempenha papel importante para a obtenção de resultados pelas empresas. Estudos de movimentos competitivos, realizados por Prahalad e Hamel (1998, pp. 293-316), Stalk (1998, pp. 43-65), Day (1999, pp. 59-85), Porter e Millar (1999, pp. 83-106), trataram questões para melhorar a compreensão do papel da inovação sobre a formação e aplicação de estratégias empresariais destinadas a proporcionar vantagem competitiva aos negócios que operam em ambientes de concorrência intensiva, além de garantir a renovação e o dinamismo de suas capacidades tecnológicas, como definido por Teece (2005, pp. 147-178). São as estratégias competitivas que dirigem as forças da empresa nos mercados. A partir delas e integradas a elas, as estratégias tecnológicas podem ser definidas para garantir maior sintonia da empresa com seu ambiente. As estratégias tecnológicas estão inseridas nas formulações estratégicas das empresas globalizadas, conforme salientam Ansoff e McDonnell (1993, pp. 206-232), Queiroz (2007, pp. 79-100), Oliveira (2010, pp. 121-156). As empresas vencedoras em mercados competitivos utilizam a inovação como fonte de vantagem competitiva e promovem resultados econômicos, mercadológicos e atuam intensivamente na construção do conhecimento organizacional, como argumentam Vasconcellos (1992, pp. 97137) e Christensen (2001, pp. 170-192). Ao evidenciar a superação do dilema entre inovar e inovar com competência, Christensen (2001, pp. 236-240) incluiu as tecnologias de ruptura no contexto da inovação tecnológica e orientou os gestores para que suplantassem a tendência das empresas bem administradas à rotina, para que encontrassem meios de renovar estruturas organizacionais já estabilizadas, para que desafiassem a acomodação natural dos vencedores. Anais do II SINGEP e I S2IS – São Paulo – SP – Brasil – 07 e 08/11/2013 3/15 Dimensões importantes, como tempo, passaram a compor visões estratégicas valiosas. A estreita ligação entre tempo e velocidade moldaram novas abordagens, como aquelas propostas por Stalk e Hout (1993, pp. 117-163), argumentando que o tempo representa uma vantagem-chave e as formas pelas quais as empresas gerenciam o tempo, seja na produção, no desenvolvimento e lançamento de novos produtos ou mesmo nas vendas e em distribuição, representam as mais promissoras novas fontes de vantagem competitiva. Reforçando esta percepção do tempo como fator determinante para o êxito estratégico, Hamel e Prahalad (1995, p. 275) afirmam que o mais importante para as empresas é aprender mais rápido do que os concorrentes onde está o centro da demanda futura. Argumentam que, quando várias empresas estão trilhando a mesma oportunidade e buscando desenvolver competências semelhantes para maximizar a participação nas receitas mundiais quando o mercado se consolidar, aquelas que construírem forte capacidade de distribuição e competência para lançar rapidamente novos produtos ou serviços serão as vencedoras. A tecnologia da informação modifica a estrutura dos setores, torna a vantagem cada vez mais dinâmica e, por outro lado, permite a criação de novos negócios, sendo urgente que as empresas compreendam estes impactos e adotem medidas novas para a produção de respostas estratégicas que sejam eficazes neste novo contexto. As duas empresas investigadas neste estudo atuam fortemente com a tecnologia da informação, fazendo com que a abordagem do tempo considerada nesta pesquisa tenha relações diretas entre investimentos financeiros e resultados advindos do uso de tecnologia da informação, representam setores intensivos em tecnologia da informação. Dentro do arcabouço teórico evolucionista e estratégico apresentado, buscou-se em Sbragia (1992, p. 140) a afirmação de que o fenômeno da avaliação dos resultados da atividade de P&D no contexto empresarial desperta cada vez maior interesse, tanto pelo volume e crescimento dos recursos envolvidos quanto pela contribuição desta atividade para as demais. Discute a relação de P&D com vendas e lucros sob o enfoque de técnicas quantitativas e semiquantitativas, propondo possíveis caminhos para a avaliação do desempenho, produtividade e resultados desta relação no contexto da empresa. Interligando esta posição com a concepção de Stalk e Hout (1993, p. 117-163) sobre estratégia baseada no tempo, tem-se que, muito embora o desafio da inovação esteja na criação de novas ideias, seu sucesso está associado à dimensão tempo, ou seja, o prazo de execução da inovação representa elemento crucial para seu êxito. Este prazo compreende, por exemplo, a transformação da criação inicial em receitas de vendas. Figueiredo (2011) argumenta que as empresas acumulam conhecimentos sobre operação e sobre inovação ao desenvolver suas atividades operacionais e com o aprendizado que desenvolvem, alcançam resultados ao longo de sua trajetória. Argumenta que os investimentos realizados em atividades operacionais e inovadoras produzem resultados econômicos para o negócio. Os investimentos para aquisição de novos conhecimentos são fatores determinantes para que os resultados possam ser alcançados ao longo da trajetória da empresa, tanto para operar os seus sistemas com melhorias incrementais, quanto para inovar e liderar mercados, proporcionando condições para um desempenho competitivo. Nos estudos de Sbragia (1992) são abordados aspectos empresariais relacionados com desempenho econômico, com as receitas de vendas, custos e despesas realizadas pelas empresas para obtenção de conhecimento sobre os resultados alcançados ao longo do tempo, em função das medidas adotadas em termos de investimentos em P&D. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE] (2011), a Receita Bruta de Vendas (RBV) das empresas industriais que atuavam no Brasil, em 2009, foi de aproximadamente R$ 1,9 trilhão, correspondendo a cerca de 60,0% do Produto Interno Bruto Anais do II SINGEP e I S2IS – São Paulo – SP – Brasil – 07 e 08/11/2013 4/15 (PIB), em valores nominais, sendo de R$ 132,6 bilhões (6,9% da RBV) o volume de investimentos totais que realizaram em ativos imobilizados (IBGE, 2011, p. 26). Historicamente, a RBV das empresas industriais consideradas naquela pesquisa manteve percentual médio de 60,7% do valor nominal do PIB e os investimentos registraram valor médio de 5,8% da RBV, ambos observados no período entre 1999 e 2009. Estes valores mostram que o volume de recursos envolvidos nas transações realizadas pelas empresas industriais é significativo no contexto da economia brasileira, bem como os níveis de investimentos efetivados no período de 1999 e 2009, requerendo maior atenção dos gestores com relação à defasagem de tempo entre a realização dos investimentos em P&D e a obtenção de receitas de vendas. Observando-se o atual quadro econômico do investimento por parte do setor industrial brasileiro, pode-se visualizar o expressivo investimento em máquinas e equipamentos industriais que, embora registre queda entre 2008 e 2009, apresentam participação relativa importante no total de investimentos. Os investimentos em máquinas e equipamentos são considerados pelas empresas como investimentos em atividades inovativas (IBGE, 2010). Tabela 1: Estrutura dos investimentos realizados para ativo imobilizado no total da indústria, segundo as variáveis selecionadas – Brasil (2008-2009) Variáveis selecionadas Total dos investimentos para o ativo imobilizado Terrenos e edificaçõesa Máquinas e equipamentos industriaisa Meios de transportea Outras aquisições (móveis, microcomputadores, etc.)a Aquisições, produção própria e melhoriasb Estrutura dos investimentos realizados para o ativo imobilizado no total da indústria 2008 2009 Valor Participação Valor Participação (1000 R$) (%) (1000 R$) (%) 137.810.793 16.855.434 70.122.230 4.248.509 100,0 12,2 50,9 3,1 132.632.554 14.492.933 61.374.393 4.564.539 100,0 10,9 46,3 3,4 43.787.518 2.797.102 31,8 2,0 48.907.717 3.292.971 36,9 2,5 Nota. Fonte: IBGE. (2011). Pesquisa Industrial Anual – Empresas 2008-2009. a Valor para o total de empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas. ocupadas. b Valor para o total de empresas com 1 a 29 pessoas Em sua pesquisa sobre inovação tecnológica, o IBGE (2010, p. 37) revela que o país viveu um momento econômico favorável, em 2008, apesar de também sofrer os impactos da crise internacional que afetou principalmente os países desenvolvidos. O crescimento da economia brasileira impulsionou as inovações nas empresas industriais e contribuiu para aumentar a taxa de inovação, o volume de investimentos em atividades inovativas e, em particular, os investimentos industriais em P&D. Das 106,8 mil empresas pesquisadas, 41,3 mil inovaram em produto e/ou processo. O conjunto de iniciativas do setor público para apoiar o investimento inovativo nas empresas e estimular a ciência, a tecnologia e a inovação no país, representam fatores muito positivos para que sejam aperfeiçoadas as fontes do desenvolvimento econômico. Apesar das enormes dificuldades para o enfrentamento de questões importantes, como aquelas relativas à integração da política de Ciência, Tecnologia e Inovação com a Política Industrial e com a Política Macroeconômica, o setor público tem discutido e encaminhado projetos e regulamentações na direção em que muitos países já há muito tempo estão presentes com força. Apesar dos esforços, ainda não existe plena sensibilização por parte das Anais do II SINGEP e I S2IS – São Paulo – SP – Brasil – 07 e 08/11/2013 5/15 empresas, da importância do investimento em P&D, conforme indicam as estatísticas nacionais de participação empresarial nestes movimentos. No campo da microeconomia, iniciativas positivas para a divulgação de informações sobre os resultados das empresas e também incentivos à inovação foram implantadas por instituições governamentais. Agências governamentais, como Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), estão incrementando seus programas de apoio aos investimentos em P&D nas empresas. A análise de resultados considerada nesta pesquisa tem como fundamentos os indicadores econômico-financeiros utilizados para diagnosticar o desempenho de empresas a partir de seus dados apresentados nas demonstrações de resultados (Van Horne, 1979; Ross, Westerfield, Jaffe, 1995; Ross, Westerfield, Jordan, 2000; Gitman, 2002; Gitman, Madura, 2003; Pires, 2008). Gitman (2002) argumenta que a análise de resultados econômico-financeiros traduz os números registrados nas demonstrações financeiras em informações gerenciais úteis para as decisões estratégicas e operacionais das empresas. Por meio de indicadores de resultados, os gestores podem aperfeiçoar atividades, reduzir determinados riscos, descontinuar determinados projetos ou atividades desnecessárias e não lucrativas para o negócio. Van Horne (1979) afirma que o desempenho das empresas precisa ser avaliado e os indicadores de resultados oferecem condições apropriadas para que os gestores tenham conhecimento dos caminhos pelos quais as empresas se desenvolvem. A análise do desempenho das empresas e dos resultados, consequências de suas decisões gerenciais, contribui para a melhoria da gestão e do enfrentamento de questões empresariais. Conceitos de abatimentos fiscais são definidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil [SRF], sendo utilizados neste estudo para fins de compatibilização de dados. Estes conceitos operacionais, captados junto à SRF e à CVM, tem elevada similaridade com conceitos expressos em artigos e publicações acadêmicas. Para a SRF (2011), conforme inscrito na Instrução Normativa RFB nº 1.187 de 29 de agosto de 2011, a inovação é descrita como sendo a concepção de um novo produto ou processo de fabricação ou de agregação de novas características ou mesmo funcionalidades aos produtos e/ou processos que produzam melhorias incrementais com ganhos de qualidade e/ou produtividade, o que resultaria em maior competitividade das empresas que a adotam. Nesta instrução, a SRF passa a considerar a possibilidade de dedução diretamente do lucro líquido das empresas o valor total dos dispêndios realizados pela empresa com pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica, em linha com uma série de iniciativas governamentais para estimular a prática da inovação pelas empresas. O investimento em P&D compreende os recursos que a empresa aplica em projetos de pesquisa para criação de novos produtos, serviços, processos e no desenvolvimento de novos componentes de seu conjunto colocado à disposição dos clientes. Também é uma variável quantitativa observável em valores numéricos. Iudícibus, Martins e Gelbcke (2000, p. 401) apontam que as empresas podem inserir no relatório da administração dados sobre P&D, como uma breve descrição e estágio atual dos projetos, recursos alocados e montantes aplicados. Ressalvam que o aspecto relativo ao sigilo no caso de P&D reveste-se de relevância, mas a sua divulgação pode propiciar aos usuários um conhecimento geral sobre a filosofia administrativa em termos de busca de novas tecnologias ou seu aperfeiçoamento, oferecendo informações de grande importância em relação a previsões quanto à continuidade futura da empresa em comparação com outras empresas do mesmo ramo de atividade, avançando para além das receitas, custos e despesas como elementos utilizados na análise do desempenho empresarial. Anais do II SINGEP e I S2IS – São Paulo – SP – Brasil – 07 e 08/11/2013 6/15 Conforme argumentam Iudícibus, Martins e Gelbcke (2000), a receita de vendas reflete o desempenho direto da empresa em seu ambiente de negócios. Forma-se pelo produto da quantidade vendida e preços praticados, observando-se componentes de sua política comercial e também da legislação tributária. É uma variável quantitativa e observada em valores numéricos. Iudícibus, Martins e Gelbcke (2000, p. 295) apontam que a contabilização das vendas deverá ser feita por seu valor bruto, inclusive impostos, que serão posteriormente lançados em contas redutoras de vendas, juntamente com devoluções e abatimentos. 3. Procedimentos de pesquisa 3.1.Tipo de pesquisa A pesquisa tem caráter documental e apresenta-se como descritiva para um estudo exploratório da relação entre investimentos em P&D e receitas de vendas. 3.2.Universo estudado Nesse sentido, a pesquisa realizada teve, como procedimentos, a captação das informações sobre decisões tomadas pelas empresas, por meio da análise dos relatórios financeiros divulgados pelas mesmas, buscando averiguar as formas utilizadas na realização dos investimentos em P&D e as consequências desses investimentos na velocidade de resposta aos desafios potenciais dos seus ambientes de negócios, verificados nas receitas de vendas obtidas pelas empresas no período considerado. As duas empresas consideradas nesta pesquisa, Itautec S/A e Tectoy S/A, são caracterizadas como sociedades anônimas de controle brasileiro que operam em setores considerados de alta tecnologia, de capital aberto, com ações negociadas em bolsas de valores, sujeitas à fiscalização por parte da Comissão de Valores Mobiliários [CVM] e normas previstas na legislação que incluem a divulgação aberta ao público de suas informações financeiras. Fato importante é a disponibilização, por parte das empresas, de suas contas de gastos com P&D, o que não é colocado como obrigatório pela CVM, mas de grande importância para a avaliação de seus resultados e para fomentar estudos e pesquisas sobre empresas e inovação. A Tectoy S/A tem sua sede em Manaus e atua na atividade de máquinas, equipamentos, veículos e peças, encontrando-se em situação operacional e seu controle acionário é de natureza privada e nacional. A Itautec S/A tem sua sede em São Paulo e atua na atividade de comunicação e informática, encontrando-se em situação operacional e seu controle acionário também é de natureza privada e nacional. 3.3.Coleta de dados Estas duas empresas divulgaram, em suas demonstrações financeiras, os gastos com P&D, no período entre 1997 e 2009, utilizados neste estudo como variável denominada “investimento em P&D (iP&D)”. Estes investimentos são relacionados com as atividades inovativas, principalmente: (a) atividades internas de P&D; (b) aquisição de P&D externa; (c) treinamento; (d) aquisição de máquinas e equipamentos; (e) aquisição de software. Anais do II SINGEP e I S2IS – São Paulo – SP – Brasil – 07 e 08/11/2013 7/15 A análise dos documentos foi realizada a partir dos relatórios financeiros oferecidos pelas duas empresas à CVM por força de lei, em função das suas características de sociedades anônimas de capital aberto, com negócios e ações registrados em bolsas de valores. De interesse deste estudo, tomaram-se as definições da CMV (2011) para os termos ligados à P&D, visando tornar públicas as informações financeiras das empresas de capital aberto, regidas pela Lei das Sociedades Anônimas. Assim, observa-se que a CVM, por meio de sua deliberação CVM nº 553, de 12/11/2008, define pesquisa como aquela investigação original e planejada que tenha a expectativa de adquirir novo conhecimento e entendimento científico ou técnica. A mesma norma define desenvolvimento como sendo a aplicação dos resultados da pesquisa ou de outros conhecimentos em um plano ou projeto que tenha como alvo a produção de materiais, dispositivos, produtos, processos, sistemas ou serviços novos ou substancialmente aprimorados, antes do início da sua produção comercial ou do seu uso. 3.4.Análise de dados A CVM, nos itens 50 a 58, em sua Deliberação nº 553, de 12/11/2008, define os critérios para o reconhecimento dos gastos com pesquisa e desenvolvimento incorridos pelas empresas submetidas à Lei das S/A (CVM, 2011). O uso de definições da CVM se faz necessário por questão de compatibilização de conceitos, pois os dados contábeis retratados são registrados em padronização estabelecida em legislação federal (Lei nº 6404/1976, das Sociedades Anônimas). Todos os dados das empresas foram obtidos da CVM. Sendo assim, os conceitos inerentes também estão sendo utilizados no padrão disponibilizado pela CVM. Os documentos considerados foram (a) os balanços patrimoniais anuais; (b) as demonstrações de resultados consolidados anuais; (c) os relatórios da administração e (d) os relatórios de notas explicativas, todos no período entre 1997 e 2009. Informações extraídas das demonstrações de resultados anuais consolidados, requeridas para o levantamento, foram (a) receitas brutas de vendas e (b) despesas com P&D, consideradas para efeito da análise de correlações estatísticas ao longo do tempo considerado na pesquisa. Informações extraídas dos relatórios de notas explicativas foram exploradas para melhorar a compreensão das estratégias e decisões em função dos valores registrados em contas específicas das demonstrações de resultados e balanços patrimoniais. Os dados foram trabalhados com apoio em software de planilha de cálculo e em software para análises estatísticas. Os procedimentos utilizados para os cálculos utilizados em estudos de correlações de séries históricas entre despesas com P&D e receitas de vendas foram fundamentados nos trabalhos de Sbragia (1987; 1992), com alinhamento aos estudos de Schwartz, Miller, Plummer e Fusfeld (2011), Chiesa e Frattini (2009), Singarayar (2009), Bigliardi (2013), Asdemir, Baowaidan & Bugshan (2013), Meyers e Hester (2011) e Falk (2012). A construção do plano de observação se inicia com uma análise baseada na abordagem do problema de se relacionar investimentos em P&D com vendas, realizada por Sbragia (1987; 1992), aplicando-se o mesmo entendimento a duas empresas que divulgaram informações relativas aos seus gastos com P&D em um período observável e que permitiu uma verificação da relação entre duas variáveis: gastos com P&D e receita de vendas, no período entre 1997 e 2009. Na relação entre gastos com P&D e vendas, foram observados os coeficientes de correlação entre as duas variáveis, considerando-se uma defasagem temporal, entre 0 e 7 anos, Anais do II SINGEP e I S2IS – São Paulo – SP – Brasil – 07 e 08/11/2013 8/15 em conjuntos de 6 anos, em conformidade com Sbragia (1992, pp. 141-142), que apontou, em estudo realizado por Parasuraman e Zeren (1983), a utilização de defasagem de tempo de 0 a 4 anos, com sugestões de uso de defasagem superior a pelo menos 5 anos para se perceber o efeito da P&D sobre os lucros. 4. Análise das defasagens temporais das empresas na P&D Os resultados desta análise indicaram que as maiores correlações entre séries históricas de investimentos em P&D (variável iP&D) e receitas de vendas (RBV) (coeficientes de correlação direta e positiva) ficaram em 2 e 4 anos, para Itautec e Tectoy, respectivamente. No caso da Itautec, o maior coeficiente observado foi de 0,64 com o uso de defasagem de 2 anos. Isso quer dizer que existe correlação direta e positiva (coeficiente 0,64) entre o investimento realizado e a receita obtida, com intervalo de 2 anos entre a ocorrência dos valores. Para a Tectoy, este coeficiente foi de 0,78 com defasagem de 4 anos entre gastos com P&D e Vendas. Somente com a distância de 4 anos houve correlação positiva e direta (coeficiente 0,78) entre a ocorrência dos investimentos e a ocorrência das receitas. Há, portanto, correlações significativas entre séries de investimentos e de receitas que podem ser utilizadas como base para análises mais aprofundadas sobre fatores determinantes para o desempenho das empresas nos perfis evidenciados. A análise das relações entre as variáveis definidas nesta abordagem considera o impacto dos Investimentos em P&D (iP&D) sobre a Receita Bruta de Vendas (RBV). Assim, na Tabela 2, tem-se os valores monetários de RBV e iP&D entre 1997 e 2009. Tabela 2: Indicadores de resultados anuais – Tectoy Variáveis 1997 RBVa 57,68 b iP&D 1,09 1998 30,70 1,83 Indicadores de resultados anuais (R$ milhões) 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 25,61 30,03 40,72 48,58 38,05 51,06 58,25 45,11 45,57 46,79 51,22 1,53 1,52 2,15 1,48 1,52 0,91 0,74 0,63 0,69 0,59 0,15 Nota: Fonte: CVM, 2011. a RBV=Receita Bruta de Vendas. b iP&D=Investimento em Pesquisa & Desenvolvimento. Na Tabela 3, são apresentados os coeficientes de correlação para períodos compostos de 6 anos, onde a defasagem de 4 anos representa o conjunto com maior coeficiente, para a Tectoy S/A. Os dados revelam a existência de correlação positiva em vários períodos de defasagem, mas o período que ofereceu maior correlação positiva foi o quarto ano, observando-se que, neste momento, são tomados apenas valores estatísticos temporais, sem aprofundamento nos motivos, causas e variáveis de impacto neste comportamento, que não a relação entre investimentos e receitas. Tabela 3: Coeficientes de correlação entre investimentos em P&D e receita de vendas - Tectoy Variáveis Defasagemc Coeficiente Coeficientes de correlação entre iP&Da e RBVb por número de anos de defasagem 0 1 2 3 4 5 6 7 -0,45 0,47 0,48 0,48 0,78 -0,41 0,34 0,01 Nota: Fonte: Elaborado pelo autor, 2011. Anais do II SINGEP e I S2IS – São Paulo – SP – Brasil – 07 e 08/11/2013 9/15 a RBV=Receita Bruta de Vendas. b iP&D=Investimento em Pesquisa & Desenvolvimento. c Número de anos entre a ocorrência considerada para o Investimento em Pesquisa & Desenvolvimento e a Receita Bruta de Vendas. A Tectoy apresentou redução nos níveis de investimento em P&D ao longo do período considerado, sugerindo dificuldades financeiras ou alterações em suas políticas e estratégias, reduzindo a ênfase nas estratégicas tecnológicas como suporte às estratégias competitivas. Em um ambiente de mudanças muito velozes, com concorrentes internacionais de alto poder competitivo, a empresa optou por reduzir os recursos destinados aos projetos de inovação, trazendo complicações futuras para sua atuação no setor industrial de altos níveis de exigência em termos de conhecimento tecnológico. O mesmo procedimento de pesquisa foi aplicado ao caso da empresa Itautec S/A. Assim, na Tabela 4, tem-se os valores monetários de RBV e iP&D entre 1997 e 2009. Tabela 4: Indicadores de resultados anuais – Itautec Variáveis 1997 a RBV iP&Db 938 34 1998 1999 Indicadores de resultados anuais (R$ milhões) 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 728 32 680 34 960 37 994 29 1175 45 1082 50 1383 56 1419 48 1339 45 2007 2008 2009 1254 53 1375 54 1436 54 Nota: Fonte: CVM, 2011. a RBV=Receita Bruta de Vendas. b iP&D=Investimento em Pesquisa & Desenvolvimento. Na Tabela 5, são apresentados os coeficientes de correlação para períodos compostos de 6 anos, onde a defasagem de 2 anos representa o conjunto com maior coeficiente. Tabela 5: Coeficientes de correlação com defasagem por ano dos investimentos em P&D - Itautec Variáveis Defasagemc Coeficiente Coeficientes de correlação entre iP&Da e RBVb por número de anos de defasagem 0 0,61 1 0,22 2 0,64 3 0,33 4 0,19 5 0,09 6 0,26 7 0,13 Nota: Fonte: Elaborado pelo autor, 2011. a RBV=Receita Bruta de Vendas. b iP&D=Investimento em Pesquisa & Desenvolvimento. c Número de anos entre a ocorrência considerada para o Investimento em Pesquisa & Desenvolvimento e a Receita Bruta de Vendas. A Itautec demonstrou determinação em manter investimentos em P&D, com valores crescentes ao longo do período considerado na pesquisa. A relação entre o aumento nas vendas e o aumento nos investimentos em P&D foi aspecto importante na identificação das decisões estratégicas tomadas pela empresa. Atua em ambiente extremamente competitivo, onde operam grandes players internacionais com elevado poder de mercado, como Samsung, LG, Dell, Acer, HP e Sony, além de empresas nacionais, como Positivo, CCE e Philco. Neste setor em que a Itautec está inserida, os níveis de obsoletismo são muito altos, os novos produtos são lançados em curto espaço de tempo e rapidamente são substituídos por outros com maior capacidade e funcionalidades admiradas pelos consumidores. Na Itautec S/A, observa-se elevado grau de organização do trabalho, esmerado processo de planejamento e controle das atividades relacionadas com P&D. A existência de setores especificamente dedicados ao preparo do ambiente de P&D, planejamento coordenado das atividades e controle padronizado das etapas de pesquisa e desenvolvimento de produtos, adoção de inovações, desenho e implantação de projetos resultou na formação de equipes integradas, capacitadas e disponíveis para apoiar os processos inovativos na empresa. O impacto na velocidade de transformação de investimentos em receitas é evidenciado pelo Anais do II SINGEP e I S2IS – São Paulo – SP – Brasil – 07 e 08/11/2013 10/15 volume de recursos investidos, pela manutenção dos investimentos ao longo do tempo e pelos expressivos resultados apresentados pela empresa em termos de lançamento, em mercado, de novos produtos e serviços tecnológicos. Na Tectoy S/A várias medidas foram tomadas nos últimos anos para reverter período com desempenho insuficiente e buscar novos espaços nos mercados de atuação da empresa, inclusive com a entrada em novas frentes de negócios. A velocidade de transformação de investimentos em receitas de vendas diminuiu ao longo dos últimos anos em função das restrições mercadológicas enfrentadas pela empresa, com reflexos importantes em seu desempenho econômico. Busca retomar níveis mais elevados de faturamento com o lançamento de novos produtos e serviços, com retomada gradual de investimentos em P&D para garantir novos produtos em seu portfólio. 5. Considerações finais O objetivo do estudo foi apresentar um quadro das relações entre investimentos em P&D e o tempo requerido para a geração de resultados de vendas A pesquisa documental foi realizada contando com duas empresas S/A, de capital aberto e controle nacional, Itautec e Tectoy, tendo em vista sua atuação em mercados competitivos e disponibilidade de informações sobre investimentos em P&D que pudessem ser relacionados com resultados de vendas, dentro de um determinado período. Os dados financeiros foram trabalhados com apoio em métodos estatísticos, embasados em estudos relacionados com investimentos, receitas de vendas e defasagens temporais nas séries históricas. Os resultados obtidos a partir dos dados estatísticos evidenciam correlações diretas e positivas entre investimentos em P&D e receitas de vendas, com diferenças nas defasagens temporais das empresas examinadas, justificadas, à priori, por diferenças em volumes de recursos alocados em P&D, manutenção dos investimentos ao longo do período examinado e gestão do processo inovativo por parte das empresas. O aprofundamento dos estudos nas empresas abordadas permitiu evidenciar fatores administrativos e operacionais promotores de desempenho diferenciado, além de fatores comerciais que apresentam relações com os investimentos em P&D. Estratégias tecnológicas, alinhadas com as estratégias competitivas formuladas e conduzidas pelas empresas estudadas, podem representar fontes de energia para o desempenho de atividades operacionais. O desenvolvimento destas atividades operacionais é efetivado em períodos que tendem a manter compatibilidade com capacidades tecnológicas acumuladas pelas empresas. Assim, o tempo para a transformação de investimentos em P&D em receitas de vendas pode revelar a aptidão para o enfrentamento da concorrência e a real capacidade das empresas para inovar no relacionamento com o ambiente de negócios em que estejam inseridas. Este estudo representa um passo inicial para a compreensão do desempenho empresarial realizado com apoio nos projetos inovadores que derivam dos investimentos em P&D. Pesquisas mais abrangentes das estratégias tecnológicas e dos resultados operacionais podem melhorar a compreensão dos fatores críticos para o êxito na implantação de medidas destinadas a impulsionar a inovação nas empresas. A ampliação do conjunto de empresas examinadas também pode proporcionar maior consistência aos resultados de pesquisas sobre relações entre investimentos e receitas de vendas, em termos quantitativos. Anais do II SINGEP e I S2IS – São Paulo – SP – Brasil – 07 e 08/11/2013 11/15 Referências Ansoff, H. I., & Mcdonnell, E. J. (1993). 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