FILME O DIABO VESTE PRADA - Gestão autoritária

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FILME O DIABO VESTE PRADA - Gestão autoritária
FILME O DIABO VESTE PRADA - Gestão autoritária e Ética profissional
Escrito por Administrator
Qua, 21 de Outubro de 2009 00:29 - Última atualização Qua, 05 de Maio de 2010 01:17
O filme O Diabo Veste Prada, dirigido por David Frankel e baseado no livro de Lauren
Weisberger, mostra a história de uma jovem jornalista – Andrea. Recém formada em uma das
melhores universidades dos Estados Unidos, ela se muda para Nova York em busca do sonho
de se tornar uma jornalista reconhecida, trabalhando em uma grande empresa de jornalismo.
Quase por acaso, Andrea acaba indo parar em uma das maiores e mais famosas revistas de
moda do mundo – A Run Way. Após distribuir seu currículo em várias empresas, Andrea é
convocada para trabalhar na revista e quase não passa pela entrevista com a editora chefe,
Miranda Priestly.
Mesmo não sendo ligada ao mundo da moda,
conseguiu com sua esperteza e aparente talento e competência, impressionar a chefe Miranda,
que por sua vez afirmou estar cansada de contratar meninas “lindas, magras e
incompetentes...” e decidiu apostar em Andrea.
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Em seu primeiro dia, antes mesmo de ser contratada, Andy (como Andrea é conhecida) tem
uma demonstração de todo o pavor que sua chefe causa em sua equipe. Ao chegar para o
trabalho, uma verdadeira “operação de guerra” começa e todos, perfeitamente vestidos (afinal,
é o “mundo da moda”), tem que estar perfeitos e garantindo um ambiente com “nada fora do
lugar” para a simples chegada de Miranda.
O acontecimento leva a crer que a operação se repete todos os dias, mas Andrea acredita que
com ela será diferente, afinal ela “ficará apenas por um tempo, até conseguir algo melhor e sair
dali”.
No entanto, Andrea, não muito tempo depois, sente-se atraída por esse mundo, o glamour, os
valores e o estilo de vida. Até porque ela começa a ouvir que deve agradecer por estar em um
lugar onde “milhares de garotas dariam a vida para estar.”
Quando
começa a mudar por fora (sapatos, bolsas e acessórios da moda), na verdade Andrea começa
também a mudar por dentro (substituir amigos e namorado pelo trabalho, valorizar aparência e
futilidades que outrora não faziam parte de sua vida.
Andrea cria para si um discurso de que “não poderia ser diferente, ela não tinha escolha.” É
muito interessante a ênfase que a autora dá a essa questão. É fato que não se adaptando a
uma determinada cultura organizacional, um funcionário teria muito mais dificuldade de realizar
seu trabalho ali.
Essa falta de
adaptação influencia até mesmo em sua qualidade de vida no trabalho.
Mas dizer que não há outra opção, na verdade, é criar uma desculpa para não admitir e
assumir as próprias escolhas, sejam elas profissionais, pessoais ou éticas.
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Ao longo dos dias, Andrea tenta “sobreviver” ao seu trabalho, no início tentando responder ao
que era solicitado. Tudo era corrido, em cima da hora, aparentemente sem planejamento, e
Miranda era extremamente exigente e cercada de caprichos e vontades.
Co
mo se fosse uma chefe mimada... Afinal, quem deixaria de obedecer a alguém tão ameaçador,
grosseiro e autoritário.
Entretanto, onde parece não haver planejamento, na verdade, cria-se um ambiente autocrático,
onde a autoridade absoluta pertence ao chefe, que não aceita jamais ser questionado, não
admite pessoas questionadoras, mas surpreende-se quando Andrea consegue se superar e ter
iniciativa e proatividade na resolução dos problemas.
Qual chefe ou organização não admira essa característica em seus funcionários? Pessoas que
começam a respirar o ar da organização e “vestir a camisa” de tal forma que começam a
antever os problemas e chegar a soluções.
Andrea evoluiu tanto nesse sentido a ponto de ouvir de sua chefe que “Você consegue fazer
tudo.”
E realmente a jornalista começou a “ “correr contra o tempo” e atender a qualquer pedido de
Miranda Priestly.
A ponto de associar-se a outro jornalista que conseguiu atender a um pedido de Miranda para
suas filhas (sem ele Andrea jamais conseguiria, mas ela precisou sacrificar uma parte de seus
valores para “pagar” esse favorzinho).
Por fim, Miranda “determina” que Andrea a acompanhará a Semana de Moda de Paris. Sendo
Andy a segunda assistente, o certo seria que Emily (que decepcionou a chefe com um erro
ligado a sua memória) a acompanhasse nessa viagem.
Com um detalhe – Emily esperava ansiosamente por esse evento e vivia em função dele.
Mais uma vez, Andrea afirma não ter tido opção e aceita acompanhar Miranda no evento de
Paris.
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Nesse momento tão importante de sua carreira, após envolver-se de maneira ainda mais
pessoal com Miranda e preocupar-se com uma conspiração que Andy descobriu para derrubar
sua chefe, Andrea aos poucos vai se decepcionando com o mundo da moda – primeiro a
conspiração, depois a estratégia de Miranda para não permitir que os planos do proprietário da
revista dessem certo. Para que isso ocorresse, ela prejudicou e acabou com um antigo e leal
funcionário da revista, amigo também de Andrea.
Para completar sua decepção, Andrea ouve de Miranda uma comparação que a deixa
tremendamente preocupada: a afirmação de que “Eu vejo muito de mim em você.” Com essa
frase, Andrea percebe o quão próxima ela está de se tornar outra Miranda Priestly e o quão
distante ela ficou de seus valores, suas crenças e seus objetivos de vida.
É um filme bem interessante, que demonstra extremos organizacionais que nem sempre
enxergamos. Analisando teorias da Administração, Miranda é uma chefe que se baseia na
teoria X (Mc Gregor, década de 70), tratando as pessoas sem o mínimo de respeito e
acreditando que elas precisam ser ameaçadas para poder produzir com qualidade.
Miranda buscava também aplicar em sua empresa o sistema autoritário coercitivo (segundo
Likert), com nenhuma comunicação além de ondens e sem incentivar as relações
interpessoais. Na teoria sobre os estilos de liderança, Miranda dá um show na interpretação do
líder autocrático, que fixa diretrizes sem participação (nenhuma) do grupo, determinando qual
tarefa cada um deve executar e sendo dominadora e pessoal em elogios ou críticas (de
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preferência essa última, para valorizar o clima de medo das punições e exposições em
público).
5/5