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A Farmacovigilância, uma responsabilidade de Todos
Observatório
Farmacovigilância
Cada semana, um boletim destinado ao Profissional de Saúde
N.° 019/ARFA-DRF/2013
06/08/13
maiores taxas de doenças renais, gastrointestinais,
neurológicas,
cardiovasculares,
tiroideias
e complicações oftalmológicas em comparação
com indivíduos sem diabetes. Assim sendo, as interações medicamento-doença e medicamentoIllustraçao: Cartoon&Stock
medicamento e medicamento-nutrientes ganham
cada vez mais expressão em pacientes diabéticos. Ademais, a gestão de diabetes mellitus tipo
II requer geralmente terapia farmacológica combinada, para um maior controlo da glicose e tratamento de patologias concomitantes, pelo que as
interações medicamentosas devem ser cuidadosamente monitorizadas na terapia com antidiabéticos.
Antidiabéticos e as Interações
Medicamentosas
A
abordagem
farmacoterapêutica
da
diabetes
mellitus tipo II, conta com uma variedade de an-
Considerada a 4ª causa de morte em Cabo Verde
tidiabéticos orais. As principais classes utilizadas
em 2011, e projetada como sendo a 7ª causa
incluem agentes que estimulam a secreção da in-
de morte mundial em 2030, a diabetes mellitus
sulina (sulfonilureias e secretagogos de ação ráp-
constitui um dos maiores problemas de saúde,
ida), reduzem a produção de glicose hepática (bi-
pelo que torna-se oportuno continuar a abordar
guanidas), atrasam a digestão e absorção intestinal
nesta edição as principais classes farmacotera-
dos carbohidratos (inibidores α-glucosidade) ou
pêuticas utilizadas no controlo da diabetes mel-
melhoram a ação da insulina (tiazolidinodionas).
litus, com especial destaque para as classes utilizadas no tratamento da diabetes tipo II, por
Assim, considerando o objetivo principal da terapia
esta representar 90% dos casos da diabetes.
antidiabética e a pletora de “possíveis” medicamentos
concomitantes, a consciência dos agentes terapêu-
Aquando do diagnóstico da diabetes, um grande
ticos que o doente está medicado, poderá ajudar na
número de medicamentos tornam-se impereci-
avaliação das possíveis interações medicamentosas.
velmente uma opção terapêutica adequada, isto
porque, muitas doenças de comorbidade podem
Desta
feita,
afetar o metabolismo em pessoas com diabe-
as
tes. Por exemplo, pacientes com diabetes têm
cos utilizados no controlo da diabtetes tipo II.
principais
segue
um
interações
Notifique suspeitas de Reacções Adversas a Medicamentos : [email protected]
quadro-resumo
com
os
com
antidiabéti-
Tel: 2626457 - Fax: 262 49 70
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N.° 019/ARFA-DRF/2013
Medicação
Sulfonilureias
Meglitinidas
Metformina
06/08/13
A Farmacovigilância, uma responsabilidade de Todos
Interação
Medicamento-Medicamento
Interação
MedicamentoNutriente
Inibidores/indutores do CYP2C9
Álcool: 1ª geração
(fluconazol, rifampina e fenobarde sulfonilureias
bital)
pode causar
reação de rubor
facial.
Replaglinida: diminuição do efeito Nenhum
na presença de inibidores CYP2C8
(fluconazol, rifampina e fenobarbital)
Cimetidina pode competir com a Depleção de
metformina para a eliminação re- vitamina B12;
nal, o que pode aumentar os níveis monitorização
de metformina.
periódica se em
risco
Inibidores
α-Glucosidase
Pode diminuir a absorção de
Nenhum
digoxina; pode aumentar o efeito
da varfarina
Pode diminuir a absorção de medi- Nenhum
cações: cuidado se absorção rápida
é necessária (acetominofeno)
Exenatida
Nenhum
Disfunção hepática: cuidado com
ambos os agentes. RAM: perda de
eficácia e hipoglicemia
Acidose láctica: insuficiência renal
e estados hipóxicos (insuficiência
cardíaca congestiva, cirurgia, choque
ou doença hepática, incluindo
ingestão de álcool). RAM: hospitalização/morte
RAM de retenção de fluídos: edema
periférico, insuficiência cardíaca,
edema pulmonar. Não iniciar a terapia se ALT ≥ 3 x LNS
Nenhum
Insuficiência renal: potencial para
aumentar náusea/vómito. Gastroparesia: pode piorar os sintomas.
RAM: reação adversa medicamentosas; ALT: alanina aminotransferase
Tendo em conta a diversidade das possíveis interações medicamentosas que afetam a terapia e a dificuldade na sua memorização, a partilha de responsabilidade entre os profissionais de saúde constitui um
instrumento essencial na salvaguarda do bem-estar do doente.
A notificação de qualquer
suspeita de reação adversa é um
contributo essencial para a
monitorização contínua da segurança
dos medicamentos.
Contamos com a sua colaboração!
Sabia que...
Estudos realizados sugerem que a ingestão de
uma porção de farinha de aveia cozida duas a
quatro vezes por semana está associada a uma
redução de 16% no risco de desenvolvimento da
diabetes do tipo II, e que a ingestão de cinco ou
seis vezes por semana foi associada a uma redução
de 39% no risco.
Referências:
Triplitt C. Drug Interactions of Medications Commonly Used in Diabetes. Diabetes Spectrum Volume 19, Number 4. 2006
African Health Observatory. Cape Verde: Controlo da diabetes mellitus. Disponível em : http://www.aho.afro.who.int/profiles_information/index.php/Cape_
Verde:Diabetes_mellitus_control/pt
PubMed Health.Type 2 diabetes. A.D.A.M. Medical Encyclopedia [Internet]. Atlanta (GA): A.D.A.M. 2013
Scheen AJ. Drug interactions of clinical importance with antihyperglycaemic agents: an update. Drug Saf. 28(7):601-31. 2005
William A. P. Jr., Christine A.The Encyclopedia of Diabetes. Facts on File, Inc.; 2nd edition, May 1, 2011
Notifique suspeitas de Reacções Adversas a Medicamentos : [email protected].
Tel: 2626457 - Fax: 262 49 70
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Inibidores/indutores do CYP2C8.
Efeito clínico desconhecido.
Metabolizado: fígado/rim. Cuidado
se disfunção. RAM: perda de eficácia
e hipoglicemia
tado
Tiazolidinodionas
Interação
Medicamento-Doença