INstalação da BoavIsta-1

Transcrição

INstalação da BoavIsta-1
Notícias
N.º 39 | Setembro 2015
Revista trimestral • Informação Geral • Distribuição Gratuita
ESPECIAL
ANGOLA RENOVADA
40 ANOS DE INDEPENDÊNCIA
DESENVOLVIMENTO
ENCOSTAS DA BOAVISTA
OBRAS DE REQUALIFICAÇÃO EM CURSO
ACTUALIDADE
lianzi
produção de petróleo à vista
economia
filda 2015
Fóruns marcam diversificação da economia
reportagem
Instalação da Boavista-1
Distribuição de combustível a todos
Índice
NOTÍCIAS
32
ESPECIAL
ANGOLA RENOVADA
N.º 39 | SETEMBRO 2015
Comemorações de 40 anos
de independência
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
6
35
ACTUALIDADE
FIGURA
LIANZI
AGOSTINHO NETO
Produção de petróleo à vista
O herói de toda uma nação
20
38
REPORTAGEM
CULTURA
SONANGOL LOGÍSTICA
ANGOLA 40 ANOS
Em grande no comércio
de combustível
Sonangol patrocinou vários eventos
comemorativos por todo o país
26
43
MARKETING
TURISMO
NGOL
VÁ PARA FORA CÁ DENTRO
Inocência Godinho responde
a perguntas frequentes sobre
lubrificantes
Malanje e Namibe em destaque
46
28
DESPORTO
DESENVOLVIMENTO
12.º TÍTULO
DE BASQUETEBOL
ENTREVISTA
O Presidente da Comissão Executiva
da Sonaref, João Ramos
Propriedade
Sonangol, E.P.
Sede
Rua Rainha Ginga, 29/31
Caixa Postal 1316 Luanda
Tel.: 226 643 342 / 226 643 343
Fax: 226 643 996
www.sonangol.co.ao
Conselho de Administração
Presidente
Francisco de Lemos José Maria
Administradores Executivos
Anabela Soares de Brito Fonseca, Ana
Joaquina Van-Dúnem Alves da Costa,
Fernando Joaquim Roberto, Fernandes
Gaspar Bernardo Mateus, Mateus
Sebastião Francisco Neto, Paulino
Fernando Carvalho Jerónimo
Artur Barros revela o segredo do
sucesso do Atlético Petróleos de Luanda
Administradores Não Executivos
Supervisão
Albina Assis Africano, José Gime,
Nadiejda Santos, Hélder Sirgado,
André Lelo e José Paiva.
Paula Almeida, Kimesso Kissoka
Gabinete de Comunicação
Fotografia
e Imagem
José Ribeiro Quarenta,
[email protected]
Henrique Lima Artur
Director
Distribuição
Mateus Cristóvão Benza
Carvalho Neto, Diogo Lino
Impressão
Damer Gráficas, S. A.
Tiragem 5.000 exemplares
Design Gráfico,
Apoio Editorial
e Produção
Zwela Publishing
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SETEMBRO 2015 | 3
Editorial
Sonangol – Formar para o
crescimento de Angola
E
ncaminhamo-nos para os 40 anos da Independência, e, inevitavelmente, a nossa
memória fixa-se em tempos de angústia, destruição e luto, mas, também, na
imensa alegria que constituiu a quebra dos ferrolhos que, por 500 anos, nos
prenderam ao jugo colonial. De então para cá muitas outras lembranças, agradáveis
algumas, aziagas outras, povoam a nossa memória colectiva. E, de entre elas, sobressaem
as dificuldades que passámos devido à falta de quadros qualificados indispensáveis ao
desenvolvimento harmonioso do País.
Angola livre era ainda imberbe quando se deu o nascimento da Sonangol. Tomadas as
rédeas do País, a necessidade de afirmação e controlo do tecido produtivo assumiu a
urgência de imperioso desígnio nacional. E foi por entre fortes dores de crescimento que
a Nação se viu obrigada a delinear a melhor estratégia para chegar rapidamente a porto seguro, apostando, desde a primeira hora,
na formação dos homens e mulheres, ontem como hoje, o valor primeiro de qualquer País. A enorme responsabilidade que sobre a
petrolífera nacional pesava, impelia o seu urgente crescimento, o que levou ao envio dos primeiros quadros, em busca de capacitação
e proficiência, para suprimento das necessidades mais ingentes.
Em 1991, fruto de pensamento estruturado e direcionado, a Sonangol enviou para o exterior um número de estudantes até então sem
precedentes. Muitos desses jovens são, hoje, pilares importantes da petrolífera e quadros valiosos de outros sectores da vida nacional.
Este movimento de qualificação contínua conheceu, entretanto, alguns hiatos, compensados, com a selecção e envio, em 2005, do
maior número até hoje registado, de estudantes para algumas das mais conceituadas instituições de ensino em diferentes pontos do
mundo.
Mais de dez anos passados, e com vários dos últimos formados devidamente habilitados e inseridos na engrenagem que garante
o crescimento de Angola, o processo de formação de quadros mantém-se entre as prioridades da Sonangol. As premissas desta
estratégia mantêm-se tal qual como na primeira hora:
a) Os homens e mulheres são os principais activos e os obreiros capazes de vencer os enormes desafios que se perfilam no horizonte
da nossa imensa Nação;
b) O
desenvolvimento social e económico do País carece de homens e mulheres especializadas nas mais diversas ciências, com
maior acuidade nos tempos que correm, pois, a questão energética tende a pontificar e capitalizar ainda mais no futuro próximo as
agendas de importantes fóruns mundiais.
A pretensão da Sonangol não está na quantidade nem na aquisição do tão apetecível «canudo». O que se pretende, em correspondência
directa com os interesses do País, é a formação académica superior de quadros com valências de credibilidade universais. Só com
este capital humano será possível construir um futuro em bases sólidas e corporizar a intenção de angolanização do sector petrolífero
sem se perder de vista que, com angolanos competentemente habilitados, ganha a Sonangol e ganha o País, que fortalece o know-how
indispensável para o combate às assimetrias e ao desenvolvimento do todo nacional.
O processo de formação, por bolsas, regista, entretanto, uma pausa, imposta por um preocupante défice de qualificação dos candidatos.
Nos últimos anos, do universo de estudantes enviado para o exterior, apenas um terço tem conseguido o acesso às mais reputadas
instituições de ensino.
É pouco. Muito pouco.
Identificada a deficiência impôs-se nova via, centrada em preparação mais cuidada dos candidatos, consentânea com a essência de
tão nobre propósito.
Só uma selecção criteriosa permitirá, à Sonangol e ao País, a formação de quadros de reconhecida competência, nacional e
internacional, que tanta falta fazem ao projecto de construção de uma Angola pujante e solidária.
Mateus Cristóvão
4 | Sonangol Notícias
A abrir
Sonangol é uma empresa sólida
Durante a conferência de imprensa convocada
pela Sonangol E.P. a 13 de Julho, em Luanda,
o Presidente do Conselho de Administração
da empresa, Francisco de Lemos José
Maria, garantiu à opinião pública nacional e
internacional a operacionalidade do maior
grupo empresarial do país.
As declarações do PCA surgiram após a
publicação de notícias segundo as quais a
petrolífera estaria em “falência técnica”:
“A Sonangol E.P. afirma aos seus clientes,
credores e principalmente aos seus
colaboradores, que é uma empresa estável e
operacionalmente robusta, o que é extensível
ao segmento comercial e financeiro”, referiu.
No dia anterior à conferência, a Sonangol
havia emitido um Comunicado de Imprensa
no qual apresentava os seus resultados
operacionais, comerciais e financeiros
analisados após reunião do Conselho de
Administração da empresa com os principais
bancos credores do país.
Durante a sessão de esclarecimento aos
órgãos de comunicação social, Francisco
Maria não escondeu a reacção de “surpresa”
provocada pelos rumores de “bancarrota”
que circulavam nos media, sublinhando
que: “a empresa possui capitais circulantes
suficientes para satisfazer as suas
obrigações imediatas e de curto prazo”, não
tendo recorrido ao crédito externo mesmo
com o preço do petróleo bastante inferior ao
de 2014. Actualmente, a Sonangol possui um
capital líquido superior a 21,9 mil milhões de
dólares, tendo registado no 1.º semestre de
2015 uma produção nacional de petróleo bruto
de mais 100 mil barris/dia do que no período
homólogo de 2014.
O Presidente da empresa afirmou também
que a Sonangol E.P. tem reservas de
combustíveis e de gás butano acima dos níveis
exigidos pela regulamentação, “garantindo
regularidade no abastecimento, distribuição
e venda de refinados”.
Os investimentos da Sonangol no estrangeiro,
através das suas subsidiárias SONUSA, em
Houston, nos EUA, SONANGOL LIMITED,
em Londres, no Reino Unido, e SONASIA,
em Singapura, irão manter-se, decorrendo
a sua acção dentro da normalidade, assim
como as operações petrolíferas no Brasil e na
Venezuela, ao mesmo tempo que a empresa
irá continuar a desenvolver actividade em
Cuba, com vista à perfuração do primeiro
poço de pesquisa, em 2016.
A Sonangol mantém o seu programa de
investimento estimado em 6,7 mil milhões de
dólares em todos os segmentos programados
para 2015, concentrando-se na exploração de
petróleo bruto com 58%, sendo o restante
investimento em refinação, distribuição e
logística.
No final da sessão, o PCA da Sonangol,
garantiu que face ao período de estabilidade
actual da empresa, a queda do preço do
petróleo não irá ter consequências na
manutenção dos postos de trabalho.
A empresa irá ainda concentrar esforços
na conclusão do processo de licitação de
concessões petrolíferas na plataforma
terrestre, desenvolvendo ao mesmo tempo
iniciativas que permitam ajustar os preços
às suas actividades e à conjuntura actual:
“Temos capacidade para ter uma Sonangol
forte, competente e robusta, para continuar
a vender, produzir e criar rendimento”,
concluiu.
setembro 2015 | 5
Lianzi
Produção de petróleo
à vista
Os ministros de Angola e do Congo decidiram, em Brazzaville, no passado mês
de Agosto, fazer exploração conjunta do jazigo denominado Lianzi. A Zâmbia
também já manifestou interesse em comprar o crude angolano
Texto: Euclides Seia
Foto: Divulgação
6 | Sonangol Notícias
Actualidade
D
e acordo com o anúncio feito pelos ministros dos hidrocarbonetos do Congo, André Raphael Leomba, e pelo seu homólogo,
de Angola, José Maria Botelho de Vasconcelos, a exploração
que começa em Outubro deste ano é fruto das pesquisas efectuadas
pelas petrolíferas estatais Sonangol e Empresa Nacional dos Petróleos do Congo (SNPC).
Os dois governos indicaram a Chevron para explorar o campo de
Lianzi. A petrolífera norte-americana vai investir dois mil milhões
de dólares para alcançar uma produção estimada em 40 mil barris/
dia. O jazigo de Lianzi, com um potencial de 70 milhões de barris,
localiza-se na fronteira dos dois países. A geografia do campo petrolífero destaca os blocos 14, da parte angolana, e Haute Mer, do
lado congolês.
Segundo o ministro dos petróleos de Angola, José Maria Botelho
de Vasconcelos, a produção vai ser repartida em 50 por cento para
cada um dos Estados. Para fazer acompanhamento da exploração e
produção dessa zona fronteiriça, criou-se, de modo harmonioso, a
Comissão de Unitização, que tem à testa os ministros dos petróleos
dos dois países e é suportada por uma estrutura técnica que analisa
e soluciona os problemas daí decorrentes.
São também membros desse órgão intraestatal de gestão, que tem
uma presidência rotativa com a duração de um ano, os presidentes
dos conselhos de administração da Sonangol E.P. e SNPC. Existe
ainda um secretariado executivo situado em Ponta Negra, cujo secretário é angolano. A República do Congo assume a pasta de secretariado adjunto.
Início do processo
e objectivo
ANGOLA-CONCESSÕES
8º0’0”E
10º0’0”E
12º0’0”E
BLOCO-0 ÁREA (A,B)
CHEVRON (OP)
SONANGOL
TOTAL
ENI
39.20%
41.00%
10.00%
09.80%
BLOCO-2 / 85
BLOCO-2 / 05
PETROBRAS
27.50%
SONANGOL P&P (OP) 25.00%
CHEVRON
20.00%
SOMOIL
09.30%
POLIEDRO OIL, CO.
09.10%
KOTOIL, S.A.
09.10%
SONANGOL P&P (OP) 5 0.00%
SOMOIL
30.00%
KOTOIL
10.00%
POLIEDRO OIL CO. S.A. 10.00%
BLOCO - 3 / 05
BLOCO - 3
0m
m
6º0’0”S
15/06
CABINDA SUL
SOMOIL (OP)
SONANGOL
CHEVRON
SONANGOL P&P
15.00%
63.67%
16.33%
05.00%
CON2
SOYO
FST ASSOCIAÇÕES
PLUS PETROL (OP)
55.00%
SONANGOL P&P
20.00%
FORCE PETROLEUM LDTE 20.00%
CUPET
15.00%05.00%
1/06
31
CON3
CON5
CON4
CON1
CON6
47
CON8
2/05
CON7
BACIA DO BAIXO CONGO
CON9
16
FS ASSOCIAÇÕES
3/05-A
00
48
m
32
20
15.00%
80.00%
05.00%
15
SOMOIL (OP)
SONANGOL
SONANGOL P&P
CS
14
46
BLOCO - 4 / 05
SONANGOL P&P (OP) 40.00%
STATOIL
20.00%
SOMOIL
15.00%
ACREP
15.00%
PRODOIL
10.00%
R.D.CONGO
CC
0
50.00%
06.25%
15.00%
12.50%
06.25%
05.00%
05.00%
30 00
TOTAL (OP)
SONANGOL
ENI
AJOCO
SVENSKA
INA-NAFTA
NAFTAGAS
250
6º0’0”S
16º0’0”E
Cabinda
CN
BLOCO - 3 / 91
SONANGOL P&P (OP) 25.00%
CHINA SONANGOL
25.00%
AJOCO
20.00%
ENI
12.00%
SOMOIL
10.00%
NAFTGAS
04.00%
INA-NAFTA
04.00%
CANUKU
SONANGOL P&P (OP) 100.00%
14º0’0”E
CONGO
ACTIVIDADE DE PRODUÇÃO NO ONSHORE E OFFSHORE
CON10
m
17/06
4
ACTIVIDADE DE EXPLORAÇÃO NO ONSHORE E OFFSHORE
CABINDA NORTE
BLOCO-0 ÁREA (A,B)
8º0’0”S
CHEVRON (OP)
SONANGOL
TOTAL
ENI
SONANGOL P&P (OP) 20.00%
TEIKOKU
17.00%
SOCO
17.00%
ACREP S.A.
15.00%
CHINA SONANGOL
11.00%
ENI
10.00%
PETROPARS
10.00%
39.20%
41.00%
10.00%
09.80%
49
BLOCO- 3/05A
SONANGOL P&P (OP)
CHINA SONANGOL
AJOCO
ENI
SOMOIL
NAFTGAS
INA-NAFTA
33
25.00%
25.00%
20.00%
12.00%
10.00%
04.00%
04.00%
8º0’0”S
18/6
50
ANGOLA
5
34
KON1
BLOCO- 6/06
VAALCO ENERGY
SONANGOL P&P
PETROBRAS (OP)
SONANGOL P&P
CHINA SONANGOL
FALCON OIL
INITIAL OIL & GAS
(OP) 40.00%
60.00%
40.00%
20.00%
20.00%
10.00%
10.00%
BLOCO - 8
ÁGUA ULTRA PROFUNDAS
BLOCO - 5 / 06
MAERSK OIL & GAS (OP) 50.00%
SVENSKA
30.00%
SONANGOL P&P
20.00%
BLOCO - 9/09
COBALT (OP)
SONANGOL P&P
NAZAKI OIL & GAS
40.00%
45.00%
15.00%
BLOCO - 17
BLOCO - 15
BLOCO - 14
CHEVRON (OP)
31.00%
SONANGOL P&P
20.00%
ENI
20.00%
TOTAL ANGOLA
20.00%
GALP ENERGIA OVERSEAS 09.00%
ESSO (OP)
BP
ENI
STATOIL
40.00%
26.67%
20.00%
13.33%
TOTAL (OP)
STATOIL
ESSO
BP
KON4
36
KON5
KON6
KON8
KON9
KON11
KON12
KON13
KON15
KON16
KON17
7
KON19
21
40.00%
23.33%
20.00%
16.67%
KON14
KON18
10º0’0”S
KON20
KON21
KON22
22
KON23
50.00%
50.00%
9
ACTIVIDADE DE EXPLORAÇÃO EM ÁGUAS PROFUNDAS
CHEVRON (OP)
31.00%
SONANGOL P&P
20.00%
ENI
20.00%
TOTAL ANGOLA
20.00%
GALP ENERGIA OVERSEAS 09.00%
ENI (OP)
SONANGOL P&P
SSI
FALCON OIL
BLOCO - 17 / 06
TOTAL (OP)
SSI
SONANGOL P&P
SOMOIL
FALCON OIL
ACREP 17 S.A.
PARTEX
BLOCO - 16
BLOCO - 15 / 06
35.00%
35.00%
25.00%
05.00%
MAERSK OIL ANGOLA AS (OP)
SONANGOL P&P
30.00%
27.50%
20.00%
10.00%
05.00%
05.00%
02.50%
PETROBRAS (OP)
SSI
SONANGOL P&P
FALCON OIL
GEMINAS
BLOCO - 20/11
BLOCO - 19/11
30.00%
40.00%
20.00%
05.00%
05.00%
BP
(OP)
SONANGOL P&P
CHINA SONANGOL
40.00%
30.00%
30.00%
COBALT (OP)
SONANGOL P&P
NAZAKI OIL & GAS
40.00%
45.00%
15.00%
REPSOL ANGOLA 22 B.V. (OP) 30.00%
SONANGOL P&P
50.00%
STATOIL
20.00%
BLOCO - 25/11
BLOCO - 24/11
BLOCO - 23
MAERSK OIL & GAS (OP) 50.00%
SVENSKA
30.00%
SONANGOL P&P
20.00%
BP
(OP)
SONANGOL P&P
50.00%
40.00%
10.00%
50.00%
50.00%
TOTAL
(OP)
SONANGOL P&P
STATOIL
BP
35.00%
30.00%
20.00%
15.00%
BLOCO - 26/06
PETROBRAS (OP)
BP
SONANGOL P&P
24
40
10
12º0’0”S
BACIA DE BENGUELA
25
41
26
BLOCO - 22/11
BLOCO - 21/09
COBALT
(OP)
SONANGOL P&P
BP
65.00%
20.00%
ODEBRECHT E&P Gmbh(”OE&P”)15.00%
BLOCO - 18 / 06
39
OCEANO
BLOCO- 14
23
ATLÂNTICO
SSI
14º0’0”S
BACIA DO KWANZA
8
38
12º0’0”S
KON10
37
BLOCO - 18
BP (OP)
KON7
20
50m
10º0’0”S
KON3
KON2
6
2000m
ACTIVIDADE DE PRODUÇÃO EM ÁGUAS PROFUNDAS
19
35
40.00%
40.00%
20.00%
42
27
14º0’0”S
11
43
28
ACTIVIDADE DE EXPLORAÇÃO EM ÁGUAS ULTRA PROFUNDAS
BP
(OP)
SONANGOL E.P
SSI 31
STATOIL
26.67%
45.00%
15.00%
13.33%
SONANGOL P&P (OP)
STATOIL HYDRO
BRASPETRO
TOTAL (OP)
SONANGOL P&P
SSI 32
ESSO
30.00%
35.00%
20.00%
15.00%
TOTAL (OP)
SONANGOL P&P
FALCON OIL
GALP
BLOCO - 35/11
BLOCO - 34
16º0’0”S
BLOCO - 33
BLOCO - 32
BLOCO - 31
20.00%
50.00%
30.00%
BLOCO - 37/11
ENI
(OP)
SONANGOL P&P
REPSOL
44
12
BACIA DO NAMIBE
BLOCO - 39/11
STATOIL (OP)
55.00%
SONANGOL P&P
30.00%
WRG Angola Limited 15.00%
STATOIL (OP)
SONANGOL P&P
TOTAL
WRG ANGOLA BLOCO39LIMITED
45
37.50%
30.00%
07.50%
15.00%
30
13
CU
ECOPETROL GERMANY GHBH 10.00%
BLOCO - 40/11
TOTAL (OP)
SONANGOL P&P
STATOIL
PETRONA
6º0’0”E
16º0’0”S
CONOCOPHILLIPS (OP) 50.00%
SONANGOL P&P
50.00%
BLOCO - 38/11
CONOCOPHILLIPS (OP) 30.00%
SONANGOL P&P
50.00%
REPSOL
20.00%
29
58.67%
20.00%
16.00%
05.33%
BLOCO - 36/11
30.00%
45.00%
25.00%
RIO
40.00%
30.00%
20.00%
10.00%
NEN E
LEGEND
ÁREA EM EXPLORAÇÃO
ÁREA EM PRODUÇÃO
CAPITAL
CIDADE
RIO
NAMIBIA
8º0’0”E
10º0’0”E
12º0’0”E
ÁREA LIVRES
FRONTEIRA
LINHAS BATIMÉTRICA
14º0’0”E
16º0’0”E
O início da produção no
campo de Lianzi resulta
de um acordo assinado
entre as Repúblicas de
Angola e do Congo em
2002, com objectivo de
fazer a exploração conjunta de estruturas geológicas transfronteiriças no
Bloco 14 (Angola) e Bloco
Haute Mer (Congo).
Potencial cliente
Anualmente são realizadas duas reuniões
pelo órgão intraestatal
da Comissão de Unitização, alternadamente em
Angola e no Congo. Foram também assinados
acordos de imigração e o
acordo aduaneiro. Todos
os acordos que regem
esta actividade de unitização foram aprovados
pelas assembleias nacionais dos respectivos
países.
A Zâmbia quer importar o petróleo e
seus derivados de Angola. O interesse
na compra do crude angolano foi manifestado por Mulenga Sata, vice-ministro junto da presidência da Zâmbia,
durante uma audiência concedida pelo
Presidente José Eduardo dos Santos.
“Gostaríamos de aproveitar a futura capacidade de Angola em termos
de produtos refinados, porque sabemos que Angola tem três projectos de
construção de refinarias em carteira e
achamos que também podemos tirar
proveito deles”, declarou o dirigente
zambiano.
GAD201501-DMC0001-P
SETEMBRO 2015 | 7
GIMBOA
SEIS ANOS A PRODUZIR SEM ACIDENTES
O FPSO (Unidade Flutuante de Produção,
Armazenamento e Transferência) Gimboa, ao
serviço da Sonangol Pesquisa & Produção,
operador do Bloco 4/05, comemorou a 10
de Junho último, seis anos consecutivos de
produção sem acidentes de trabalho, o que
constitui um desempenho digno de realce.
A data foi assinalada com um programa comemorativo, que incluiu uma visita guiada à unidade petrolífera, com explicações técnicas sobre
o seu funcionamento e demonstrações práticas
dos procedimentos de segurança e do uso correcto de equipamentos.
Nas cerimónias estiveram presentes o Vogal da
Comissão Executiva da Sonangol Pesquisa &
Produção, Ricardo Van-Deste, bem como técnicos das diversas áreas da referida subsidiária,
representantes da SAIPEM (companhia empreiteira responsável pela operação desta FPSO).
O FPSO Gimboa iniciou as suas actividades no
offshore angolano em Abril de 2009, estando a
produzir actualmente cerca de 11 mil barris/dia.
Está posicionado a 85 km da costa e opera a 700
metros de profundidade.
Fazem parte do Bloco 4/05, as empresas Sonangol Pesquisa & Produção, Statoil, Acrep,
Prodoil e a Somoil.
BLOCO 17 ALCANÇA OS DOIS MIL MILHÕES
DE BARRIS EM PRODUÇÃO ACUMULADA
A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) anunciou
ter atingido a significativa marca de produção acumulada de dois mil
milhões de barris de petróleo no Bloco 17 do offshore angolano
De acordo com o comunicado da Sonangol, com a entrada recente em funcionamento da FPSO (Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Descarga) denominado CLOV, o Bloco 17, operado pela companhia francesa Total, passou a produzir 700 mil barris de petróleo
por dia, que, no conjunto, permite atingir a quantidade de dois mil milhões de produção acumulada.
Ao longo dos últimos catorze anos, a sua produção tem registado um crescimento contínuo, facto de referência mundial para a indústria
petrolífera, com quinze descobertas e perspectivas de produção bastante promissoras.
A Sonangol é a concessionária do Bloco 17 e tem como operador a Total, com 40%; Statoil 23,33%; Esso Exploration Angola Block 17 Ltd,
20%; e BP Exploration Angola Ltd., 16,57%.
Em Abril, de acordo com um relatório do Ministério das Finanças de Angola, o bloco 17 garantiu 29,7 mil milhões de kwanzas em receitas
fiscais, com a exportação de 20,4 milhões de barris de petróleo. No mesmo mês, entre um total de dez blocos de produção, a exportação de
53,1 milhões de barris de crude, incluindo o bloco 17, rendeu em receitas fiscais 90,5 mil milhões de kwanzas.
As reservas de petróleo em Angola estão avaliadas entre 3,5 mil milhões de barris (categoria de provada) e 10,8 mil milhões de barris (categoria de provável).
8 | Sonangol Notícias
Notícias
ATLAS DE RADIOLOGIA
APRESENTADO O PRIMEIRO VOLUME
Da autoria dos especialistas Vasco Sabino da
Silva e João Carlos Costa, da Clínica Girassol, o
Volume I, do Atlas de Radiologia, foi apresentado em finais do mês de Junho pela Reitora da
Universidade António Agostinho Neto, Maria do
Rosário Bragança Sambo
A obra, num total de dezoito volumes, editados em
português e inglês, retrata casos clínicos do foro
da Imagiologia e, também, outras especialidades.
O primeiro volume contém 170 páginas e
aborda 115 casos clínicos, incluindo um estudo
anatómico do tórax, casos de Tomografia Axial
Computorizada (TAC) com imagens, diagnósticos e imagens radiológicas do coração.
A apresentação decorreu no mausoléu erguido
em homenagem ao 1.º presidente de Angola,
Dr. Agostinho Neto, e contou com a presença do Ministro e do Secretário de Estado da
Saúde, José Van-Dúnem e Carlos Alberto
Masseca, respectivamente, bem como de administradores da Sonangol E.P., membros da
Comissão Executiva da Clínica Girassol.
A Medicina em Angola ganha, assim, mais um
importante meio de obtenção de conhecimento, de grande utilidade para os profissionais da
área de Imagiologia, mas, também, de outras
especialidades, bem como para técnicos e
estudantes do sector.
Angola preside
ao processo Kimberley
Discutida em Luanda a questão do embargo à exportação de diamantes pela
República Centro-Africana (RCA) e pela Venezuela
A reunião dos membros do Processo Kimberley, em Luanda, no passado mês de Junho,
decorreu sob o signo do impasse em relação
à eleição da vice-presidência da organização,
actualmente sob a égide de Angola.
Bernardo Campos, presidente em exercício,
sublinhou, na sessão de abertura, o facto de
Angola ter sido o berço da ideia estratégica que
deu origem ao Processo Kimberley, quando, em
2000, o Presidente da República, José Eduardo
dos Santos, apresentou ao representante da
Nações Unidas, Robert Fowler, as linhas que,
em seu entender, seriam a chave para o combate eficaz aos diamantes de conflito.
A reunião de Luanda decorreu sob o impasse
que opõe a Austrália e o Dubai na corrida à
vice-presidência. Angola está a envidar todos os
esforços para que a situação seja ultrapassada.
Mais de 200 representantes, dos 46 países que
integram o Processo de Kimberley, entidade
internacional que tenta travar o negócio dos
“diamantes de sangue”, estiveram presentes
na reunião que decorreu de 22 a 27 de Junho.
O Processo de Kimberley representa uma
certificação, criada em 2002 (entrou em
vigor em 2003), com o apoio da Organiza-
ção das Nações Unidas, para impedir que
o comércio internacional de diamantes em
bruto financie guerras. Foram apelidados de
“diamantes de sangue” pelos conflitos que
têm alimentado em África.
O encontro de Luanda serviu, igualmente,
para preparar propostas a apresentar na
reunião plenária que terá lugar em Novembro, na capital angolana.
Angola é o quinto maior produtor de diamantes, com 8,1% do valor a nível mundial.
A mina de Catoca, no interior Norte do país,
é a quarta do género no mundo.
A produção angolana de diamantes está
avaliada em cerca de 8,3 milhões de quilates
por ano, correspondendo a uma receita
bruta anual perspectivada de cerca de 1,1 mil
milhões de dólares.
SETEMBRO 2015 | 9
Congresso
Engenharias ao serviço do
desenvolvimento
Especialistas em ciências da engenharia reflectiram, em Agosto, no Centro
de Convenções de Talatona, sobre a importância das engenharias para o
desenvolvimento de Angola
Os participantes ao 2.º Congresso Internacional da
Ordem dos Engenheiros de Angola, que durou dois
dias, debateram os temas: “O papel da engenharia
no desenvolvimento das nações”, “Projectos de
engenharia em Angola”, “O ensino da engenharia
e o mercado de trabalho” e “A engenharia e a
Sociedade – Experiências Partilhadas”.
Durante o discurso de abertura, o ministro
dos petróleos, Botelho de Vasconcelos, disse
que a engenharia “é imprescindível a todos
os países interessados num desenvolvimento
assente na capacidade criativa e no uso
correcto da força e recursos da natureza em
favor da humanidade.
O bastonário da Ordem dos Engenheiros
de Angola, José Dias, informou que os 2500
engenheiros de que o país dispõe, apesar de
capacitados, é insuficiente para enfrentar os
novos desafios da nossa jovem nação. “Angola
precisa, actualmente, entre 10 a 15 mil novos
engenheiros para suprir todas as deficiências
que o país enfrenta”, mencionou o responsável.
Sob o lema “Engenharia e dinâmicas de
desenvolvimento de Angola”, o evento atribui
ao Presidente da República, José Eduardo dos
Santos, o título de Primeiro Grau da Ordem dos
Engenheiros de Angola, pelo seu contributo
nas obras que colocaram o país na rota do
desenvolvimento socioeconómico. Desidério
10 | Sonangol Notícias
Costa, em representação do Chefe de Estado,
recebeu o prémio e agradeceu o gesto da
Ordem.
Os objectivos do certame centraram-se
na promoção, estímulo e reflexão sobre o
papel da engenharia no fomento, inovação
e desenvolvimento de Angola, bem como na
discussão sobre o papel do engenheiro, práticas
de engenharia e situação do profissional do
sector face aos novos desafios do país.
Testemunharam o evento, que teve o patrocínio
da Sonangol, membros do Executivo, deputados
à Assembleia Nacional, representantes do
corpo diplomático e académicos.
Notícias
Licitação de blocos
petrolíferos 2014-2015
O processo inclui dez blocos petrolíferos distribuídos regionalmente nas zonas
terrestres das bacias do Kwanza e do Baixo Congo
Texto: Tatiana Baptista
Foto: José Quarenta
U
ma licitação, no caso específico do
sector petrolífero, é um concurso público para adjudicação de concessões
de hidrocarbonetos.
A Sonangol E.P., na qualidade de concessionária nacional dos direitos mineiros para
a pesquisa e produção de hidrocarbonetos
líquidos e gasosos procedeu, com a devida
autorização do Ministério dos Petróleos, a
uma ronda de licitações, desta feita referente a 2014-2015, de blocos petrolíferos nas
Zonas Terrestres das Bacias do Kwanza e do
Baixo Congo.
O processo, iniciado em 2014, tal como já
referido, inclui 10 blocos petrolíferos distribuídos regionalmente, sendo sete na Zona
Terrestre da Bacia do Kwanza, designados
KON3, KON5, KON6, KON7, KON8, KON9
e KON17, e três na Bacia do Baixo Congo
(CON1, CON5 e CON6).
A sísmica recentemente efectuada nos locais
mencionados mostra um grande potencial
remanescente nas três unidades litoestratigráficas que compõem as Bacias de Angola,
nomeadamente a unidade pré-salífera, a
unidade evapo-carbonática e a unidade
terciária. Refira-se, para melhor entendimento desta matéria sobre Licitações, que
a Sísmica 2D, um dos termos de referência
desse concurso, é um método de prospecção Geofísica que se utiliza para obtenção
da imagem das estruturas geológicas em
sub-superfície num só plano. Acrescente-se,
na mesma senda, que unidade litoestratigráfica é um termo usado em Geociências para
representar um conjunto de eventos geológicos ocorridos num determinado tempo e
espaço, (Estratigrafia) associados a tipos de
rochas e/ou estratos (litologia) depositados
numa bacia sedimentar intrinsecamente
ligados ao sistema petrolífero.
Fases da Licitação já realizadas
Desde o início do processo de Licitação dos referidos blocos petrolíferos foram já realizadas
as seguintes etapas: auscultação das empresas concorrentes (Roadshows), lançamento
do concurso, pré-qualificação e a publicação
dos Termos de Referência. Em Outubro do
corrente ano está programada a abertura das
propostas feitas pelas empresas concorrentes,
sendo que, nos 45 dias posteriores, a Sonangol
E.P. deverá concluir a análise das propostas,
proceder à adjudicação das concessões e
realizar a contratualização com os respectivos
Grupos Empreiteiros.
O concurso tem sido executado no estrito
cumprimento da Lei nº 10/04, de 12 de Novembro (Lei das Actividades Petrolíferas), e
do Decreto nº 48/06, de 1 de Setembro.
Refira-se que a Bacia do Baixo Congo é uma
Bacia de margem passiva do oeste africano,
causada pela separação dos continentes
sul-americano e africano no Mesozoico. Está
localizada entre as latitudes 3°20’s e 7°30›s
e limitada a norte pela Bacia do Gabão e a
sul pela Bacia do Kwanza. Tem uma área
geográfica de cerca de 7.190 km2.
A Bacia do Kwanza é uma Bacia igualmente
de margem passiva do oeste africano. Está
situada entre as latitudes 8 ° 00´e 11 °30’s e
limitada a norte pelo Alto do Ambriz e a sul
pela Bacia de Benguela. A porção terrestre
cobre uma área de cerca de 25.000 km2.
SETEMBRO 2015 | 11
VISITA oficial DO PRESIDENTE
DA REPÚBLICA À CHINA
José Eduardo dos Santos assinou importantes acordos de cooperação
estratégica em domínios de interesse comum entre os dois países
Na sua deslocação de cinco dias, a
convite do seu homólogo Xi Jiping,
em meados do mês de Junho, o
Presidente da República, José
Eduardo dos Santos, enalteceu o
desenvolvimento político, económico, social e cultural da República Popular da China, segundo se lê
no comunicado final da visita.
Segundo este comunicado, com
vista à diversificação e desenvolvimento sustentável da economia
angolana, as duas partes assinaram quatro importantes acordos:
1. Acta da primeira sessão da comissão orientadora para a cooperação económica, técnica e comercial;
2. Memorando de funcionamento;
3. Acordo de cooperação económica e técnica;
…e AOS
EMIRADOS ÁRABES UNIDOS
Depois da China, o Presidente da República
realizou uma visita oficial aos Emirados Árabes
Unidos, a convite do Khalifa bin Zayed Al
Nahyan, Presidente daquele país.
Em Abu Dhabi, José Eduardo dos Santos testemunhou a assinatura de um acordo de cooperação económica e técnica, e de um outro que
cria a Comissão Mista entre os dois países.
O ministro angolano das Relações Exteriores,
Georges Chikoti, e o seu homólogo Anwar Gargachi, rubricaram os documentos que representam um importante avanço no âmbito da
cooperação entre os dois países.
Os Emirados Árabes Unidos estão a preparar
a abertura de uma representação diplomática
em Luanda, enquanto Angola mantém a sua,
em Abu Dhabi, e representação consular no
Dubai.
12 | Sonangol Notícias
4. Acordo no domínio da aviação
civil; acordo no domínio financeiro.
Os dois chefes de Estado concordaram, entre outros aspectos, trabalhar no sentido da facilitação da
concessão de vistos entre os dois
países, por forma a incrementar o
fluxo nas trocas comerciais.
A China manifestou disponibilidade em estabelecer, em Angola,
um centro de Tecnologia Agrícola
com o objectivo formar quadros
técnicos no processo de desenvolvimento agro-industrial.
Nesta sua quarta visita oficial à
China, em 27 anos, o Presidente da
República fez-se acompanhar de
nove ministros e de uma delegação de empresários angolanos.
Notícias
Expo Milão 2015
Itália comemora
Dia do Herói Nacional
em grande apoteose
O Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, chefiou a delegação angolana
Texto: Maria João Fernandes
Foto: Divulgação
N
o dia 17 de Setembro, o Pavilhão
de Angola, na Expo Milão, recebeu
centenas de cidadãos angolanos e
estrangeiros durante as comemorações do
Dia do Herói Nacional, em homenagem ao
primeiro presidente angolano, Agostinho
Neto. A cerimónia de abertura teve lugar na
praça Expo Center e contou com a presença
do Secretário de Estado italiano dos Negócios Estrangeiros, Benedetto della Vedova,
que sublinhou o papel que Angola desempenha na resolução dos conflitos em África.
Por seu turno, o Vice-Presidente angolano
destacou o lema da exposição: “Alimentar o
Planeta, Energia para a Vida”, aproveitando
para realçar o compromisso do Governo em
assegurar uma maior produção de alimentos, diversificação de empregos, melhoria
da escolarização e do atendimento médico
e facilidade nos acessos ao abastecimento
de água potável e de distribuição de energia
eléctrica.
Durante todo o dia foram várias as actividades culturais realizadas no âmbito do
Dia Nacional de Angola, com destaque para
mostras de arte de vários artistas plásticos
angolanos, como Etona, Tchivinda e Van. Ao
som de batuques e ritmos africanos, os grupos de dança tradicional Kilandukilo e Kina
Ku Moxi pisaram o Palco Angola captando a
atenção do público através da originalidade
das suas coreografias. As estilistas Nadir
Tati, Carla Silva e Elizabeth Santos também
marcaram presença exibindo as suas mais
recentes criações, como testemunho vivo
da cultura angolana. Os cantores Danny L
e Coréon Dú encerraram a noite com um
espectáculo musical que contagiou todos os
presentes.
O Pavilhão de Angola é, de acordo com o
site Expo Adviser, o mais popular entre os
mais de 100 pavilhões da Expo Milão, tendo
registado um recorde de 20.040 visitas, só no
dia 6 de Setembro.
Presidido por Manuel Vicente, em represen-
tação do Chefe de Estado angolano, José
Eduardo dos Santos, o evento contou com a
presença de vários membros do Executivo,
de entre os quais o Ministro das Relações
Exteriores, George Chikoti, da Comissário-geral de Angola na Expo Milão, Eng.ª Albina
Assis, e do embaixador angolano em Itália,
Florêncio de Almeida.
SETEMBRO 2015 | 13
FILDA 2015 é marca reconhecida por todos
Fóruns marcam
diversificação da economia
A 32.ª Edição da Feira Internacional de Luanda, que decorreu de 21 a 26 de Julho
no espaço da FILDA, foi dominada por três fóruns diferentes de negócios. Ao
cortar a fita, o Ministro da Economia, Abrahão Gourgel, afirmou que o certame
tem despertado o interesse dos empresários nacionais e estrangeiros
Texto: Euclides Seia
Foto: Malocha
N
a atmosfera dos 40 anos de Independência Nacional e contrariamente
às feiras passadas, em que a abertura era normalmente reservada
a visitas guiadas e contactos de parceria entre expositores, este ano,
além de exposição de produtos e serviços, a maior bolsa de negócios do país
promoveu encontros empresariais, que constituíram a novidade da edição de
2015: Fórum Angola-Itália, Luanda Investment Forum 2015 e o Fórum Económico Alemanha-Angola.
Na ocasião, o Ministro da Economia, em representação do Chefe de Estado,
José Eduardo dos Santos, garantiu que a FILDA já é uma marca reconhecida
por todas as partes interessadas no desenvolvimento de Angola.
Abrahão Gourgel considerou que o lema escolhido este ano contém todos os
elementos que no difícil momento da conjuntura económica exige de todos
os angolanos: “dinamismo, criatividade e competência na produção nacional – um pressuposto para a diversificação e industrialização da economia
angolana, um desafio para a juventude empreendedora”.
“Para Angola, a queda abrupta do preço do petróleo é um lembrete das im-
14 | Sonangol Notícias
portantes vulnerabilidades e de gritos estruturais inerentes à actividade económica altamente concentrada, e da necessidade de acelerar o esforço para
a diversificação económica a médio e longo prazo”, reiterou o governante.
O representante do Presidente da República reconheceu que mudar uma
economia baseada num único recurso natural é um desafio gigantesco para
qualquer país fortemente dependente de um só produto. Neste sentido,
Angola não é excepção.
De acordo com o Ministro Abrahão Gourgel, o Executivo angolano inscreveu o
objectivo da diversificação como estratégico no Plano Nacional de Desenvolvimento, no período 2013 a 2017, e desenhou, mais recentemente, o programa
executivo da aceleração da diversificação da economia.
Na opinião do responsável da pasta da economia, o desenvolvimento
de capital humano ajuda a promover o desenvolvimento e a reforçar a
competitividade. “As perspectivas actuais são de retomar o crescimento
sustentado até final de 2015, apesar das incertezas presentes ainda da
economia mundial.”
Especial Notícias
Fóruns de negócios
O Fórum Angola-Itália centrou-se nos
sectores da agricultura e da indústria
alimentar. Por seu turno, o Luanda
Investiment Forum 2015 baseou-se numa
mesa redonda sob o tema “Geminações,
Desenvolvimento e Parcerias
Empresariais”. Durante este fórum,
os participantes puderam conhecer
as oportunidades de investimento no
município de Luanda e a promoção de
pequenas bolsas de negócios entre
os países da CPLP (Comunidade de
Países de Língua Portuguesa). O Fórum
Económico entre Alemanha-Angola,
realizado no Centro de Convenções de
Talatona, esteve focado nos distintos
sectores, com destaque para o produtivo
e o das tecnologias de informação e
telecomunicações.
Várias personalidades acompanharam
o Ministro da Economia, com destaque
para o Ministro da Agricultura, Afonso
Pedro Canga, da Família e Promoção
da Mulher, Maria Filomena Delgado,
da Ciência e Tecnologia, Maria Cândida
Teixeira, o Governador de Luanda,
Graciano Domingos, PCA da FIL, José de
Matos Cardoso, o Ministro da Agricultura,
Alimentação e Florestas da República
da Itália, Maurizio Martina e a Secretária
de Estado Parlamentar do Ministério
Federal da Economia e Energia da
Alemanha, Brigitte Zypries. Além de
secretários de estado, diplomatas, vicegovernadores, autoridades tradicionais e
religiosas e a Miss Angola 2015.
Números da FILDA
Área de feira - 50.000 m2
Empresas expositoras - 1000
Países presentes - 40
Continentes representados - todos
PNFQ
“O Governo lançou o Programa Nacional de Formação de Quadros com a meta de
formar, até 2020, 10.320 dirigentes, gestores e quadros superiores e médios para as empresas angolanas, com um orçamento de três mil milhões de dólares”, informou Abraão
Gourgel.
Setembro 2015 | 15
Petróleos
Os desafios do sector
continuam em curso
No dia 24 de Julho, em Luanda, o ministro dos petróleos, José Maria Botelho
de Vasconcelos, garantiu à imprensa que os projectos de pesquisa e produção,
que contribuem para o desenvolvimento de Angola, continuam em curso
Texto: Euclides Seia
Foto: Shayne
O
Ministro dos Petróleos, José Maria
Botelho de Vasconcelos, visitou o stand
principal da Sonangol, que ocupava uma
área de 432 m2 e no qual se podia ver imagens
representativas de todas as empresas do Grupo,
a Sonangol tinha igualmente espaços colaterais,
num total de 18 m2, onde estavam expostos,
essencialmente, produtos das subsidiárias
Sonangol Gás Natural, Sonangol Distribuidora
e Sonangol Investimentos Industriais. O stand
particularmente vistoso foi reciclado e exibido
na Rio Oil & Gas 2014.
No pavilhão dos petróleos, o ministro garantiu que as empresas do sector dos petróleos
marcam presença em todas as edições da
FILDA com o objectivo de mostrarem ao público
16 | Sonangol Notícias
o que fazem, desde a actividade operativa à
intervenção junto das comunidades. Na opinião
do ministro, a feira é uma oportunidade para a
população contactar com a realidade da indústria petrolífera.
‘‘O período actual é difícil, mas os projectos
estão em curso, pois têm sido actualizados
e adaptados à realidade que vivemos. Estes
projectos darão uma certa garantia para a
manutenção dos níveis de produção previstos
para o Orçamento Geral do Estado”, informou o
titular dos petróleos’’.
Sobre a questão do Angola LNG, o dirigente
disse que o projecto poderá estar finalizado em
Dezembro deste ano, mas a sua consolidação,
em termos de funcionamento regular e perma-
nente, só depois do primeiro trimestre de 2016.
Segundo o visitante Baptista João, a exposição
permitiu-lhe saber mais sobre o mundo do
petróleos. Outro visitante, Domingos Teixeira,
considerou que, este ano, a exposição das
empresas petrolíferas tinha evoluído imenso,
com grande destaque para o stand da Sonangol,
devido à sua estrutura arquitectónica.
A delegação, liderada pelo Dr. Fernando Roberto,
em representação do Presidente do Conselho de
Administração Francisco de Lemos José Maria,
contou com a companhia dos administradores
Fernandes Mateus e Mateus Neto, bem como,
Presidentes das Comissões Executivas das
empresas Subsidiárias, Gestores, Técnicos, entre
outras individualidades.
levita
Destaque
Segurança a todo o gás
Pegas Ergonómicas
Adaptadas aos contornos das mãos e revestidas
de um material macio e confortável, que permite
um manuseamento da botija mais cómodo
Válvula de segurança com fusível
térmico
Aumenta a segurança da botija, evitando
explosão em caso de temperaturas externas
elevadas
Aço Especial Protegido em Zinco
Depósito de gás
Material Composto (Twintex)
Matrix de polipropileno e fibras de vidro,
triplicando a resistência interior da botija
Cobertura Termoplástica
Construída em polietileno de alta densidade,
um material resistente ao choque, radiação
e corrosão
Bucha de Absorção
Implementada debaixo da botija para
reforçar a protecção do cilindro
Alicerce
Base de polistireno de alta densidade, garantindo
a estabilidade e protecção da botija
DURABILIDADE › SEGURANÇA › COMODIDADE
A Levita, além de mais leve, obedece aos mais rigorosos critérios de segurança.
E agora já a pode encontrar em muitos mais pontos de venda, entre Postos
de Abastecimento, e também em hipermercados e supermercados.
Apoio ao cliente: tel.: 226 692 211 | email:[email protected]
Setembro 2015 | 17
Sonangol reafirma apoio social
POPULAÇÕES DE LUANDA,
BENGUELA E HUÍLA
RECEBEM DOAÇÕES
Texto: Maria João Fernandes
Foto: Divulgação
ESCOLA PRIMÁRIA E ASSOCIAÇÃO
DESPORTIVA GANHAM COMPUTADORES
A Direcção de Responsabilidade Social Corporativa (DRSC) da
Sonangol E.P. procedeu, no passado mês de Junho, à oferta
de 35 computadores de mesa à escola do ensino primário n.º
1247, localizada em Luanda e pertencente à Igreja Evangélica
Baptista de Angola (IEBA).
Na ocasião, o director daquela instituição de ensino, Eduardo
Lusimana, agradeceu o gesto de solidariedade da petrolífera
estatal angolana e garantiu que os computadores serão utilizados para ministrar aulas práticas de informática aos alunos da
escola.
Ainda na senda de acções de Responsabilidade Social, no mesmo mês, a DRSC fez igualmente a entrega de três computadores à Associação Provincial de Jiu-Jitsu de Luanda, representada no acto pelo seu secretário provincial, Marcos Vieira Dias.
CONCURSO ATRIBUI BOLSAS DE ESTUDO
NO EXTERIOR
No âmbito da execução do programa estratégico de aumento de produção e da área de Responsabilidade Social Corporativa, alinhados
com a política de angolanização do sector petrolífero, a Sonangol E.P.
anunciou recentemente a abertura de candidaturas para o preenchimento de 200 vagas destinadas a bolsas de estudo de licenciatura,
nas áreas de Geociências, Engenharia e Ciências Económicas.
A Sonangol, E.P. irá posteriormente enquadrar os candidatos
que venham a ser selecionados, por curso e país de destino, em
função das suas necessidades de força de trabalho de acordo com
o seu Plano Estratégico e de Negócios. Os resultados do concurso deverão ser publicados no Jornal de Angola e nos sites da
Sonangol E.P. e do Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e
Ciências (ISPTEC).
18 | Sonangol Notícias
Responsabilidade
Reportagem
Social
LUANDA ACOLHE 9.ª EDIÇÃO
DO JARDIM DO LIVRO INFANTIL
A 9.ª edição do Jardim do Livro Infantil, evento que tem a Sonangol E.P. como um
dos seus principais patrocinadores, teve a sua abertura oficial no passado dia 25 de
Junho, no Parque da Independência Nacional, em Luanda, no âmbito do programa
comemorativo do 40.º aniversário da República de Angola que se assinala a 11 de
Novembro próximo.
A cerimónia, na qual a petrolífera angolana esteve representada por duas técnicas da
Direcção de Responsabilidade Social Corporativa (DRSC), foi presidida pela ministra
da Cultura, Rosa Cruz e Silva, tendo contado igualmente com a presença do governador provincial de Luanda, Graciano Domingos, e da vice-governadora para os Serviços Técnicos e Infra-Estruturas, Nzila Carvalho. Participaram também do acto, os
escritores Cremilda de Lima, “Pepetela” e Valdemar Sakwesa, este último vencedor
da edição de 2015 do Prémio Literário Jardim do Livro Infantil.
No seu discurso de abertura, Rosa Cruz e Silva realçou o ambiente festivo registado
em todo o país, no mês da criança, no qual o Ministério que dirige assumiu como
meta divulgar a literatura infantil, visando o resgate dos valores morais e culturais.
Referiu-se ainda à importância do livro como instrumento fundamental no processo
de socialização da criança, na perspectiva da sua integração e contribuição para a
prática da cidadania responsável.
Ainda no decorrer da actividade, o escritor “Pepetela” realizou uma sessão de autógrafos da sua obra “As Aventuras de Ngunga”.
APOIO A VÍTIMAS DAS CHUVAS NO LOBITO
A Sonangol E.P., através da sua Direcção de Responsabilidade Social Corporativa (DRSC), procedeu recentemente à entrega, no município do Lobito
(província de Benguela), de materiais de construção para apoio às populações
que sofreram as consequências das fortes chuvas que se registaram naquela
localidade, no mês de Março de 2015.
A referida doação, que incluiu dez mil telhas e igual número de sacos de
cimento, foi entregue, em acto simbólico, pela directora de Responsabilidade
Social Corporativa, Arlete Borges, ao vice-governador para a Esfera Política e
Social da província de Benguela, Victor Sardinha Moita.
O gesto da Sonangol E.P. contribui para a construção, em zonas seguras, de
residências para distribuição às populações sinistradas do Lobito.
De realçar que já aquando da tragédia recentemente vivida naquele município,
que infelizmente provocou vítimas mortais, a Direcção de Responsabilidade
Social Corporativa havia doado cobertas, roupas e géneros alimentares arrecadados em campanhas de solidariedade realizadas na petrolífera angolana.
PROVÍNCIA DA HUÍLA RECEBE
ESCOLA NOVA
O Orfanato da Missão Católica do Sendi, situado no
município do Quipungo, na Huíla, recebeu uma nova
escola primária. O projecto conta com o apoio do
Departamento de Responsabilidade Social Corporativa
(DRSC) da Sonangol E.P. e contempla a construção de
um espaço escolar com seis salas de aula, de modo a
suprimir a necessidade de novas instalações visto as
antigas já se encontrarem bastante degradadas.
Orçamentada em 30.000.000,00 AKZ, a escola do 1.º
ciclo está a contribuir para a educação e formação
de mais de 480 crianças e adolescentes, de forma a
promover uma educação inclusiva. A infraestrutura,
que ainda se encontra em fase de construção, irá
suportar mais de 480 crianças e jovens, para além de
criar 12 postos de trabalho directo, contribuindo para a
promoção das condições psicológicas adequadas que
permitem um bom desempenho académico e social. A
inauguração decorreu a 03 de Setembro de 2015.
SETEMBRO 2015 | 19
Sonangol Logística
Eficiência e eficácia
em articulação
As Instalações da Boavista (IBV-1) armazenam e comercializam gasolina
e gasóleo com eficiência e eficácia. Em articulação com a Sonangol
Distribuidora o combustível chega a todo país
Texto: Euclides Seia
Foto: Malocha
20 | Sonangol Notícias
Reportagem
C
om o objectivo de melhorar o tempo
médio de atendimento, bem como
o índice de satisfação dos clientes,
a IBV-1 tem no seu espaço geográfico
oito tanques para armazenar gasolina e
quatro para gasóleo. Segundo o supervisor
da área de movimentação de produtos,
Edivaldo da Silva, o combustível que
a instituição comercializa é fornecido
pela Refinaria de Luanda e pelos navios
Embondeiro e Welwitschia, através de
tubos condutores.
‘‘Diariamente recebemos três mil metros
cúbicos de gasóleo e mil e quinhentos
metros cúbicos de gasolina. Amostras dos
produtos são enviadas para o laboratório,
a fim de se verificar, e aprovar, a sua qualidade. Os analistas levam três horas para
concluírem a análise e darem luz verde à
área de venda’’,
No dia da nossa visita as entregas foram
feitas a dois grandes clientes: «Sonangol
Distribuidora e Pumangola, que distribuem
aos consumidores”, explicou o supervisor.
A distribuição de derivados do petróleo a
vários pontos do país, com destaque para
os postos de abastecimento, aeroporto,
portos e caminhos-de-ferro, começa com
o carregamento dos camiões-cisternas
na placa do enchimento da IBV-1. Esta
plataforma tem capacidade para atender
dez carros ao mesmo tempo: metade para
gasolina e cinco ilhas (designação da bomba) para o carregamento do gasóleo.
Estas operações comerciais são realizadas
24 horas por dia e a higiene é um ponto de honra, com tolerância zero ao lixo,
sendo o espaço mantido por todos os que
o utilizam. Estas instalações incluem um
refeitório e um conjunto de geradores.
Camiões-cisternas na placa
Feliciano Nenge, funcionário da empresa há 22 anos, explicou-nos que os carros autorizados para o carregamento da cisterna se
dirigem à placa e devem cumprir obrigatoriamente as regras de estacionamento para o enchimento. “Caso contrário, não atendemos o
cliente e pedimos que se retire imediatamente da placa”, sublinhou
este trabalhador.
Das regras obrigatórias destacam-se: desligar o carro, manter a
chave na ignição, accionar o travão de mão, pôr calços nos pneus,
se necessário, não realizar nenhuma actividade mecânica ao veículo, não deixar cair combustível, nem deitar lixo no chão. É obrigatório o uso do capacete e botas de trabalho.
SETEMBRO 2015 | 21
Protecção e segurança
Depois de algumas tragédias registadas há alguns anos, a
direcção da IBV-1 cumpre, e faz cumprir escrupulosamente, as regras de segurança e protecção. O ponto de partida
é a inspeção/revista a indivíduos e automóveis.
Edivaldo da Silva revelou que, de segunda a sexta-feira
técnicos qualificados da instituição dialogam com os trabalhadores, das 7h30 às 8h00, para prevenção e combate a
acidentes, ou incidentes, no local de serviço.
Logo após a recepção, feita pela superintendência, a
equipa da Sonangol Notícias foi encaminhada para a sala
de formação onde recebeu informações sobre as regras
de segurança. Afonso Salumbongo explicou que “é obrigatório o uso de botas fortes, capacete e outros meios, para
protecção de qualquer situação que perigue a integridade
física dos visitantes. Durante a permanência nas instalações as pessoas e os veículos devem obedecer à sinalização rodoviária”.
Combate a incêndios
Há alguns anos a Instalação da Boavista-1 foi alvo de dois
incêndios de grandes dimensões que provocaram prejuízos
incalculáveis à Sonangol Logística, Sonangol Distribuidora,
clientes e automobilistas.
Segundo o responsável do sector de segurança e protecção,
Afonso Salumbongo, há na IBV-1 um sistema automático
contra incêndios, para não se repetirem situações do género, onde é visível a existência de um tanque com água, com
a capacidade de 2.500 metros cúbicos. Além deste recurso,
a Logística conta também com um tanque subterrâneo de
200 metros cúbicos, extintores diversos e um carro de bombeiros. Esses meios são manuseados por grupos de trabalhadores preparados para prevenir e combater acidentes, e
incidentes, nas instalações.
22 | Sonangol Notícias
Reportagem
Saúde no trabalho
Como a saúde física, mental e psicológica é importante, no estaleiro central da
Sonangol Logística há um posto médico
bem apetrechado, com equipamento
semelhante ao de um centro de saúde, e
uma equipa de profissionais qualificados,
integrado por uma médica, um enfermeiro e um motorista de ambulância.
Segundo a médica Daniela Gonçalves, a
hipertensão arterial é o principal motivo
de afluência ao posto: “atendemos 20 a 25
pacientes por semana, com esta e outras
patologias, mas reconhecemos que o
cumprimento rigoroso das normas de segurança, por parte de todos os que utilizam a IBV-1, é o factor que permite evitar
situações graves e diminuir o número de
pacientes”, informou a especialista em
medicina do trabalho.
Localizada na rua Kima Kienda, no
distrito da Ingombota, a Instalação da
Sonangol Logística aposta na modernização tecnológica e investe na melhoria das
condições infraestruturais e de gestão
de stocks, respeitando as normas de
qualidade, saúde, segurança e ambiente.
Tem como função primária armazenar e
transportar os derivados de petróleos.
SETEMBRO 2015 | 23
Gestão de stocks e venda
Tanques - 12
Capacidade - 584 a 6817 m3
Enchimento - 10 lugares/Ilhas
Venda diária - gasóleo: 4000 m3; gasolina: 3000 m3
Fora das instalações
Fora da IBV-1 o comércio do combustível
prossegue de modo ilegal e sem atenção
para os perigos que daí podem resultar.
Alguns jovens do bairro da Boavista, com
residências próximas ao enchimento,
retiram combustível das cisternas dos
camiões, em movimento ou estacionadas.
Segundo um jovem, os derivados do petróleo retirados dos veículos são armazenados em esconderijos, no exterior e interior
das habitações, para, de seguida, serem
comercializados, em bidões de 25 litros
e tambores de 200 litros, a preços que
24 | Sonangol Notícias
variam entre 500 e 6.000 mil kwanzas.
Esta actividade foi baptizada como “desbobar” e o praticante é chamado desbobeiro. Os desbobeiros são jovens entre os
13 e os 30 anos de idade.
Alex, que deixou de frequentar a escola
depois de terminar a 6.ª classe, revelou
que a falta de emprego desmotiva a prossecução dos estudos e conduz a este tipo
de comportamentos.
Os jovens contaram que alguns colegas,
como Vado-Sida, Camudiba e Ngangula,
foram atropelados mortalmente ao fazerem a extracção do combustível. “Caíram
da cisterna e foram esmagados pelas
rodas dos camiões”, recordaram entristecidos.
‘‘Num só ataque ao camião, a cisterna
pode perder mais de 90 litros de gasolina
ou gasóleo”, calculou o camionista João
Sousa, acrescentando que “já tentámos
dialogar com eles para desistirem desta
actividade, mas somos ameaçados’’.
O supervisor da Sonangol Logística,
Edivaldo da Silva, disse-nos que a sua
instituição já informou a Polícia da extracção ilegal que os camiões cisternas têm
sofrido. ‘‘Depois da queixa, a Polícia tem
fiscalizado, mas, os protagonistas não
desistem’’, lamenta.
Reportagem
SETEMBRO 2015 | 25
Linha NGOL – 25 anos (II)
Quando é que se deve mudar o óleo nos veículos motorizados?
Quais as especificidades e o tipo de lubrificantes que devem ser usados?
Como entender a composição e comportamento dos óleos de lubrificação?
Uma viatura bem cuidada prolonga a sua duração.
Poupe a sua viatura e atente aos conselhos que se seguem
Texto: Inocência Godinho
Fotos: José Quarenta
Inocência Godinho, Directora da Unidade de Negócios de Lubrificantes
26 | Sonangol Notícias
Marketing
PERGUNTAS FREQUENTES SOBRE LUBRIFICAÇÃO
Como escolher o
lubrificante mais
adequado?
Para saber qual é o lubrificante correcto
para o seu veículo é necessário consultar,
e seguir, as recomendações do fabricante
contidas no manual que acompanha a
viatura, pois, é o fabricante quem melhor
conhece a viatura e pode definir, por meio
de testes, as condições operacionais
e a especificação mais adequada do
lubrificante.
Os lubrificantes caracterizam-se pelas
especificações da sua viscosidade e pela
performance ou desempenho. É com
base nelas que se define o lubrificante
adequado.
A classificação de viscosidade para
os lubrificantes aplicados ao ramo
automóvel é definida pela SAE (Sociedade
de Engenheiros de Automóveis), que
apresenta uma classificação para óleos de
motores e outra para as transmissões.
A classificação SAE apresenta duas
graduações: uma de baixa temperatura
(0 W, 5W, 10W, 15W, 20W e 25W) e outra
de alta temperatura (20, 30, 40, 50 e 60),
no caso de óleo de motores. No caso de
transmissões são 70W, 75W, 80W e 85W,
para baixas temperaturas e 90, 140 e 250
para altas temperaturas.
Quanto maior o número, maior a
viscosidade indispensável para o óleo
suportar maiores temperaturas. Graus
menores suportam baixas temperaturas
sem se solidificar ou prejudicar a
bombeabilidade.
Um óleo do tipo monograduado só é
classificado em uma graduação. Por
exemplo, o NGOL DIESEL apresenta os
graus 10W, 30, 40 e 50. Já um óleo do
tipo multigraduado enquadra-se em
duas classificações, por apresentar
menor variação da viscosidade com a
temperatura.
Por exemplo, o NGOL MULTIDIESEL
15W40 comporta-se como um óleo SAE
15W a baixa temperatura, reduzindo o
desgaste no arranque do motor, ainda
frio, e em alta temperatura comporta-se
como um óleo SAE 40, tendo por isso,
uma ampla faixa de utilização.
A classificação de performance é definida
por entidades como o API (American
Petroleum Institute), ACEA (Association
des Constructeus Européens de
Automobile), JASO (Japanese Automobile
Standards Organization), e, também, por
alguns construtores de equipamentos, por
exemplo, a Mercedes, a Volkswagen, etc.
Estas classificações indicam os níveis de
desempenho que os óleos lubrificantes
devem atender.
No caso do API, classificação mais
comum, existem categorias para motores
a gasolina, nomeadamente API SA, SB,
SD, SE, SF, SG, SH, SJ, SL, SM e, a mais
recente, SN. As categorias SA, SB, SC, SD
e SE já se encontram obsoletas.
Para motores diesel, as categorias actuais são
API CE, CF, CF-4, CG-4, CH-4, CI-4 e CJ-4.
Um mesmo óleo pode atender a uma
categoria “S” e, simultaneamente, à
categoria “C”.
Para transmissões são API GL-4 e API
GL-5.
Como saber qual a
quilometragem indicada
para a troca de óleo?
Por que é que o óleo de
motor fica mais escuro?
Para realizar a função de manter o motor
limpo, o óleo deve manter em suspensão
as impurezas que não ficam retidas
no filtro de óleo, para que elas não se
depositem no motor. Desta forma, o óleo
fica escuro e o motor fica limpo.
O óleo mais escuro é
também mais espesso?
Este é um conceito errado. O óleo mais
claro pode ser mais viscoso (espesso) do
que um óleo mais escuro e vice-versa.
Os óleos são formulados misturando-se
óleos base e aditivos e a sua cor final
dependerá da cor das matérias-primas
(óleos base e aditivos) que forem usadas
na sua formulação.
A cor não tem nenhuma influência
no desempenho do óleo. (continua na
próxima edição)
Esta informação pode ser encontrada no
manual do veículo e varia de acordo com o
seu modelo. Os intervalos entre as trocas
devem ser diminuídos quando o veículo
circula constantemente em condições
desfavoráveis (estradas de terra batida
e congestionamento do tráfego). Se o
veículo circula pouco, recomenda-se
trocar o óleo a cada seis meses. A cada
troca de óleo recomenda-se a troca do
respectivo filtro.
O que acontece quando
o óleo ultrapassa
a quilometragem
recomendada?
Durante o processo de lubrificação o
óleo é submetido a altas temperaturas
e a contaminações inerentes ao uso.
Estes dois factores fazem o óleo perder
as suas propriedades originais e,
consequentemente, a capacidade de
lubrificação. Isto desgasta as peças do
motor que terá sua vida útil reduzida.
SETEMBRO 2015 | 27
ENTREVISTA DO PCE À
REVISTA UNIVERSO
O Presidente da Comissão Executiva da Sonaref, João Ramos, considerou que
a futura refinaria do Lobito constitui um mega projecto, não só pelo seu volume
de investimentos e complexidade tecnológica, mas também pelo impacto
económico e social que terá para Angola
Texto: Sonangol
Fotos: Sonangol
28 | Sonangol Notícias
Desenvolvimento
Sonangol: Qual é a importância deste ambicioso Projecto para a Sonangol e para Angola?
João Ramos: A importância deste projecto
para a Sonangol e para Angola é de grandeza
ímpar. É um projecto estratégico, considerado
mega projecto pelo volume de investimentos,
pela complexidade tecnológica e pelo impacto
económico e social para o país e para a província de Benguela, em particular.
Como sabemos, a economia de Angola
cresceu vertiginosamente nos últimos anos,
incluindo o crescimento dos parques, industrial e automóvel.
A única refinaria que possuímos, localizada
em Luanda, cobre em apenas 20% os consumos do mercado nacional. O País faz um
esforço grande com a importação suplementar de produtos refinados, para suprir os
consumos actuais.
Como orientação do plano nacional de
desenvolvimento do Executivo Angolano, a
Sonangol, através da Sonaref, foi mandatada
para implementar este projecto estruturante
que visa diminuir a dependência energética
e agregar valor acrescentado aos crudes angolanos, transformando-os em combustíveis
de alto valor comercial.
Esta refinaria foi dimensionada para processar 200,000 bbl/dia e irá suprir as necessidades do país com a produção de combustíveis de alta qualidade e valor comercial,
nomeadamente LPG,Gasolina,Jeta1,Petróleo
Iluminante e Gasóleo.
Será uma refinaria moderna, de alta complexidade e eficiência.
A implementação do projecto aumentará a
oferta nacional e fortalecerá a cadeia logística da Sonangol em matéria de refinação e
comercialização de combustíveis e outros
derivados de petróleo para o mercado interno e para a região.
A capacidade de produção projectada na
refinaria do Lobito, adicionada à produção
actual da refinaria de Luanda, vai permitir
satisfazer uma parte significativa da demanda do mercado nacional. Nesta fase crucial
de desenvolvimento de Angola, a diversificação da economia está na pauta do dia e,
a transformação da matéria-prima que são
os crudes angolanos, vai concorrer para a
industrialização do país e contribuir para
uma maior arrecadação de receitas para o
Orçamento Geral do Estado.
S: Em que fase e estado se encontram as
obras da refinaria?
JR: As obras que tiveram início em Janeiro
de 2012, estão relacionadas com as infra-estruturas de suporte à construção da refinaria
do Lobito, nomeadamente:
O Terminal Petroleiro que servirá para a descarga dos materiais e equipamentos pesados
durante a fase da construção da refinaria e
mais tarde para a expedição dos combustíveis;
A Estrada especializada (LHHR ) preparada
para suportar e transportar equipamentos de
grande tonelagem e dimensão;
A estrada de serventia a passagem dos pipelines (CARB) entre a refinaria e o Terminal
Petroleiro;
Terraços (Terracing),local onde será erguida
a refinaria.
O nível de execução das obras ronda em
média os 95%. Têm decorrido satisfatoriamente, no que toca as boas práticas de
engenharia, segurança, ambiente, qualidade, assim como o cumprimento dos prazos
estabelecidos.
S: Sabemos que o alicerce e base já estão
prontos; qual será o próximo passo ?
JR: Uma vez completados os estudos da configuração da refinaria pela empresa americana KBR, decorre o processo de revisão final
dos mesmos pela Sonangol e EIL (Engenharia
Indian Limited) a fim de adaptar a sua flexibilidade às características das novas ramas de
petróleo bruto, descobertas em Angola.
Seguir-se-á a contratação do empreiteiro
geral (EPC) responsável pela construção da
refinaria, que comportará as unidades de
processo, utilidades, armazenagem e sistemas de importação e expedição de produtos
no terminal marítimo.
• Ao mesmo tempo iniciaremos o segundo
pacote de trabalhos que permitirão acelerar a mobilização futura na refinaria. Este
pacote incluirá:
• Acampamentos para o pessoal da empresa
e das empreiteiras;
• Edifícios de administração e apoio;
• Tanques dedicados à importação temporária de produtos refinados;
• Estruturas de apoio às actividades de importação e expedição;
• Utilidades.
S: Quais são as companhias/parceiros para
este projecto?
JR: A Sonangol é única investidora até ao
momento no projecto, representada pelas
suas subsidiárias Sonaref, através da SIP
(Sonaref Investimentos e Participações)
com 51%, Sonangol Gás Natural com 39% e
Sonangol Holdings com 10%.
Por outro lado, a captação de investidores
que queiram formar parceria para desenvolver o projecto refinaria do Lobito, revela-se de significante importância, no sentido
em que irá reduzir o esforço financeiro
da Sonangol e contribuir com know how
tecnológico e comercial. Nesta vertente
continuam os esforços para atracção de
potenciais parceiros.
SETEMBRO 2015 | 29
S: A Sonaref tem algum envolvimento na
refinaria do Soyo?
JR: A Sonaref através da sua subsidiária
SIP - Sonaref Investimentos e Participações,
já formalizou a sua intenção de adquirir
participação no projecto refinaria do Soyo no
valor de 20%. A iniciativa resulta da estratégia corporativa de aumentar a capacidade de
processamento, assim como manter a liderança no fornecimento de produtos a nível
local e posteriormente a nível regional.
S: A linha de transporte de energia eléctrica de Cambambe até ao Lobito já está
operacional?
Mineiro e eventualmente ao Terminal Petroleiro da Sonaref.
JR: Este projecto não é da tutela da Sonangol. O seu executante é o Ministério da Energia e Águas. De qualquer maneira, uma vez
concluído será certamente uma mais-valia
para aumentar a rentabilidade da operação
da refinaria, pois, a utilização de energia da
rede pública poderá representar uma forma
de redução dos custos de produção.
S: Futuramente a refinaria vai produzir
petroquímicos?
S: Existem alguns projectos de construção
de pipelines entre a refinaria e os seus
mercados principais, por exemplo, Lobito-Huambo ou até mesmo a Zâmbia?
JR: A Sonangol-EP como parte do seu
mandato tem sido chamada a desenvolver
projectos de infra-estruturas para apoiar os
esforços do executivo para o desenvolvimento sustentável do país no todo e para apoiar
os esforços de diversificação da economia.
É neste âmbito que novos projectos poderão
ser considerados.
S: Como está a ser vista a possibilidade de
construir uma extensão ferroviária entre a
refinaria e o Caminho de Ferro de Benguela?
JR: Está em fase de estudo a possibilidade
de se construir um novo ramal ferroviário
que interligue o Caminho de Ferro de Benguela (CFB) ao Terminal Oceânico do Lobito
(TOL), propriedade da Sonangol Logística,
à fábrica de cimento da Secil, ao Terminal
30 | Sonangol Notícias
JR: A configuração da refinaria não prevê
produtos petroquímicos nesta fase. O projecto do Lobito está atento à dinâmica das
necessidades do mercado local, que acreditamos ser um sector em rápido crescimento,
factor de oportunidade para implementação
de políticas que garantam a sustentabilidade do mesmo. É com este objectivo que
o projecto prevê incluir no futuro a componente petroquímica,de forma a responder às
necessidades internas.
S: Como está o processo de captação e
formação de novos quadros para operar e
trabalhar no Lobito?
JR: Seguindo a estratégia de construção da
refinaria do Lobito, a Sonangol recrutou e
formou dezenas de engenheiros e técnicos
que estão funcionar no projecto. Outros
quadros serão capacitados para integrar as
equipas do projecto, acompanhar a obra,
aumentar a sua capacidade técnica e no
futuro integrar os quadros de operação da
refinaria.
Também no âmbito do conteúdo local, os
empreiteiros vão recrutar e formar muitos
jovens, preferencialmente da província de
Benguela, que vão participar na construção
da refinaria.
desenvolvimento
SETEMBRO 2015 | 31
Especial 40 Anos de Independência
Angola renovada
No dia 11 de Novembro Angola comemora mais uma vitória da liberdade. O
povo recorda os heróis do 4 de Fevereiro e revive a alegria da fundação da
nação angolana. Há 13 anos que a paz chegou. Angola reergueu-se, supera-se
e transforma-se a cada minuto. Quarenta anos dão para mudar muita coisa
Texto: Maria João Fernandes
Fotos: Divulgação
A Luta de um Povo
D
epois de quase 500 anos de colonização, o povo assistiu ao surgimento
de uma nova nação. A fundação
da República Popular de Angola,
antiga colónia portuguesa, marcou a história
da luta pela liberdade. Antes disso, a 4 de
Fevereiro de 1961, os três principais Movimentos de Libertação Angolanos: FNLA
(Frente Nacional de Libertação de Angola),
MPLA (Movimento Popular de Libertação
de Angola) e a UNITA (União Nacional para
a Independência Total de Angola) já tinham
iniciado a luta armada contra o colonialismo
32 | Sonangol Notícias
português. Posteriormente, iniciaram uma
luta entre si pelo controlo da capital, Luanda,
e das restantes províncias. Eram apoiados
por grandes potências estrangeiras: o MPLA
contava com o apoio militar de Cuba e da
antiga União Soviética (URSS), a UNITA era
apoiada pela África do Sul, e a FNLA pelo
Zaire. Estava-se em plena guerra fria, entre
dois blocos liderados pelos EUA e pela
União Soviética, divididos pelo socialismo e o
capitalismo. O MPLA, presidido por António
Agostinho Neto, formou um governo socialista assente num partido único. Contudo,
só depois da queda do regime de ditadura
português, com a Revolução dos Cravos a 25
de Abril de 1974, é que se abriram as portas
para a independência de Angola. Ao mesmo tempo, as antigas ex-colónias de Cabo
Verde, São Tomé e Príncipe e Moçambique
tornavam-se independentes. Era tempo de
mudança. A palavra “liberdade” começava
a ouvir-se pelas ruas de Luanda. Durante
várias noites trabalhavam-se os símbolos da
futura República: o hino “Angola Avante”, a
bandeira e a insígnia. Angola estava prestes
a fazer história.
Especial
A conquista de uma Nação
N
a praça do 1.º de Maio, no centro de
Luanda, às 00h do dia 11 de Novembro
de 1975, ao som de tiros, cânticos e
palavras de ordem difundidas por altifalantes, o primeiro Presidente da República
Angolano, Agostinho Neto, rodeado por combatentes, entre os quais se encontrava José
Eduardo dos Santos, proclama a independência de Angola: “correspondendo aos anseios
mais sentidos pelo Povo, o MPLA declara o
nosso país constituído em República Popular
de Angola”. A bandeira da nova República foi
içada pelo pioneiro Dinis Kanhanga e pelo
Comandante do 4 de Fevereiro, Imperial Santana. O hino “Angola, Avante” foi entoado pela
primeira vez. O povo, em euforia, experimentava a liberdade. Angola é um país soberano,
nasce um novo estado político africano. No
rescaldo da independência, uma nova realidade. Nas ruas e nos bairros, o povo apoiante do
MPLA assumia a histórica responsabilidade
da proclamação da independência mas os
dois partidos da oposição declararam guerra
aberta ao partido de Agostinho Neto. Na
mesma data, a aliança FNLA / UNITA declarava a independência no Huambo, formando
um governo alternativo com sede na capital
da província. Entretanto, a FNLA de Holden
Roberto desiste da aliança com a UNITA, mas
inconformado o líder Jonas Savimbi dá início a
uma guerra armada contra o MPLA, desencadeando uma sucessão de ataques por todo
o todo o país. Angola era finalmente independente mas caminhava para uma guerra civil
sem precedentes.
A Paz – A Mudança
A
10 de Setembro de 1979 o fundador da Nação angolana, Agostinho Neto, morre em Moscovo,
vítima de doença prolongada.
O cargo da Presidência da República é
concedido ao então Ministro da Planificação, o Engenheiro José Eduardo dos
Santos. Vive-se o início da década de 80
e os ataques da África do Sul em apoio
à UNITA sucedem-se. Estes conflitos só
terminaram em 1988 após a independência da Namíbia e da retirada dos Cubanos
de Angola. Com a queda do bloco da
ex-União Soviética surgem os primeiros
acordos de paz entre o MPLA e a UNITA
com vista ao cessar-fogo. A 11 de Maio de
1991 o governo põe fim ao mono-partidarismo vigente desde a Independência,
vencendo no ano seguinte as primeiras
eleições democráticas multipartidárias com 50% dos votos. Jonas Savimbi
04/02/1961 - Início da luta armada pela
independência de Angola.
não aceitou a derrota da UNITA dando
novamente início ao conflito armado. Em
Novembro de 1994 o governo assina o
Protocolo de Lusaka com vista à desmobilização das tropas do MPLA e da UNITA.
Contudo, ainda não havia paz. Entretanto,
o governo do MPLA conseguiu reunir o
apoio político do Ocidente marcando o
declínio militar da UNITA que passou a
ter dificuldades em financiar a compra de
armamento perante a presença cada vez
mais eminente das FAA (Forças Armadas
Angolanas). A 22 de Fevereiro de 2002
Jonas Savimbi é morto em combate após
uma longa perseguição pelas FAA. Só
após a morte do líder é que a UNITA iniciou negociações com o governo de José
Eduardo dos Santos, depositando todo
o seu armamento e passando a existir
apenas como força política. A paz tinha
finalmente chegado a Angola.
11/11/1975 - Agostinho Neto proclama
a Independência de Angola.
21/09/1979 - José Eduardo dos Santos
assume a Presidência da República.
setembro 2015 | 33
A Prosperidade – O Futuro
C
om a consolidação da paz a 4 de Abril
de 2002, inicia-se uma vida nova para
o povo angolano. O país começou a
trabalhar arduamente na construção
do futuro da nação angolana. Depois de 23
anos ao comando do país, o governo de José
Eduardo dos Santos, através do Gabinete de
Reconstrução Nacional (GRN), traçou um
plano estratégico de desenvolvimento, para o
qual conta com o apoio da República Popular
da China como aliado. Rapidamente a China
tornou-se o principal importador de petróleo
angolano. Construíram-se novas infraestruturas na capital e nas províncias: recuperaram-se os Caminhos-de-Ferro de Luanda,
aperfeiçoaram-se estradas, construíram-se
novas centralidades habitacionais, escolas e
serviços de saúde para a população. África e
o mundo assistem à recuperação económica
do país. Como membro da Organização dos
Países Exportadores de Petróleo (OPEP),
Angola tornou-se o segundo maior produtor de
petróleo de África, depois da Nigéria.
Os 40 anos de independência e o alcance da
paz permitiram um maior crescimento em
todos os sectores. Na última década, o país
chegou a registar um crescimento económico
anual superior a 20% graças à sua riqueza
30/09/1992 - MPLA vence as primeiras
eleições gerais.
34 | Sonangol Notícias
petrolífera. O sucesso da política económica do
Presidente José Eduardo dos Santos tem passado pela adopção de medidas como a consolidação fiscal, que começou a ser implementada
em 2009. A gestão cuidadosa das despesas
públicas e o investimento nas infraestruturas
têm funcionado como alavanca para o aumento
da competitividade da produção não petrolífera
e para o desenvolvimento do sector nacional
privado. Hoje, é importante manter viva a chama que alimentou o desejo de independência
do povo angolano e acreditar que a libertação
de Angola foi a manifestação da identidade de
uma pátria que se constrói traçando com determinação o presente, procurando atingir um
futuro que corresponda aos anseios de todos
os angolanos que lutaram para conseguir um
país mais justo e livre.
20/11/1994 – Governo assina acordos de
paz de Lusaka.
04/04/2002 - Dia da Paz e Reconciliação
Nacional.
Cultura
O Herói de toda uma Nação
Foi pioneiro, revolucionário. Lutou pela Pátria e pela terra que
o viu nascer. Foi preso, por diversas vezes, mas nunca desistiu
de lutar pela independência do seu povo. O primeiro Presidente
da República Angolano fez história, é símbolo da libertação.
Quarenta anos depois, o país recorda-o.
Na verdade, Angola nunca o esqueceu
A
17 de Setembro de 1922 nasceu António
Agostinho Neto, na localidade de
Kaxicane, município de Icolo e Bengo, em
Luanda. Ainda pequeno foi morar para a capital,
onde prosseguiu os estudos, até embarcar para
Portugal, em 1947, para frequentar a Faculdade
de Medicina em Coimbra. Ao longo do percurso
académico, o seu espírito interventivo levou-o
a participar em diversas actividades sociais e
políticas, fundando o Movimento dos Jovens
Intelectuais de Angola e criando publicações
como veículo da sua ideologia. Foi preso em
1951, em Lisboa, pela Polícia de Intervenção
e Defesa do Estado (PIDE), enquanto recolhia
assinaturas para a Conferência Mundial da
Paz, a realizar em Estocolmo. Em Lisboa,
fundou clandestinamente o Centro de Estudos
Africanos com o objectivo de promover políticas
orientadas para a afirmação da nacionalidade
africana, mas, em 1955, regressou à prisão.
Durante os 18 meses em que esteve preso
desenvolveu os seus dotes literários,
escrevendo poemas que denunciavam as
condições de vida precárias do povo angolano.
Homem de cultura denunciava as injustiças
através da escrita, dando voz aos oprimidos,
como instrumento de libertação. Em Julho
de 1958 foi posto em liberdade, concluindo a
licenciatura em Medicina pela Universidade
de Lisboa. O seu espírito patriota levou-o
a ser um dos fundadores do clandestino
Movimento Anticolonialista (MAC) que
defendia a independência das cinco colónias
portuguesas. Em 1959 regressa a Luanda
onde abriu um consultório médico, mas não
tardou a ser novamente detido pela PIDE. Foi
deportado para a prisão do Tarrafal, em Cabo
Vede, e passou mais 3 anos preso, em Lisboa.
Várias individualidades do cenário cultural e
político internacional demonstraram o seu
apoio ao líder angolano, e, perante grande
pressão, as autoridades fascistas decidiram
libertá-lo. Regressa à capital angolana
numa altura em que os outros dois partidos
angolanos, a Frente Nacional de Libertação
de Angola (FNLA) e a União Nacional para a
Independência de Angola (UNITA) declaram
guerra ao MPLA, dando início à luta armada
no país. É então eleito Presidente do MPLA e
apela à mobilização do povo para que este se
oponha às forças que impedem o seu Partido
de proclamar a independência do país. Com a
queda do regime fascista de Salazar, assina
um acordo de cessar-fogo com o governo
português. É, assim, transferida a soberania
de Portugal para o povo angolano. No dia 11 de
Novembro de 1975 o país parou para ouvir as
palavras do primeiro Presidente da República
angolano: “perante África e o mundo proclamo
a Independência de Angola”. Faleceu aos 56
anos de idade, vítima de doença, mas o legado
permanece: 17 de Setembro é dia do Herói
Nacional.
setembro 2015 | 35
DESCOBRE CUANDO CUBANGO
36 | Sonangol Notícias
Opinião
Texto: Carlos Guerreiro
C
om as descobertas feitas pelos vários
pesquisadores desta importante
expedição, Angola passa a estar na
rota dos países africanos com biodiversidade
única e sui generis, contribuindo, desta
forma, para estudos mais aprofundados,
tendo em vista um melhor aproveitamento de
espécies raras, desde aves, peixes, plantas,
répteis a pequenos anfíbios.
Sendo o Delta do Okavango património
Cultural da Unesco, o National Geographic
pretende, depois desta importante descoberta, enriquecê-lo com a inclusão dos rios
Cuito e Cubango, que o alimentam.
Aqui está uma grande oportunidade para
que as Universidades do nosso país, principalmente desta zona do território, possam
incluir no seu currículo o estudo das mais
variadas espécies descobertas pelos pesqui-
Desde há algum tempo a esta
parte que os rios Cuíto e Cubango,
a partir da sua nascente, na
província do Cuando Cubango, têm
estado a ser pesquisados por uma
equipa do canal norte-americano,
National Geographic
sadores norte-americanos. E, quem sabe,
num futuro não muito longínquo, possamos
orgulhar-nos de sermos os descobridores de
remédios naturais de utilidade global.
A descoberta dos pesquisadores da National
Geographic pode ser o ponto de partida para
que a nossa diversidade de espécies, existente neste ecossistema, esteja disponível
para que os futuros estudantes de Biologia,
Ecologia e Geografia, com a ajuda de professores e cientistas, angolanos e estrangeiros,
possuidores de grande experiência, possam
dar os primeiros passos na Biomedecina,
entre outras áreas das ciências da Natureza.
Com esta descoberta, que permite a inclusão
de um novo itinerário no turismo angolano, enriquecendo-o e valorizando-o, onde
os homens de negócios, ligados à área do
Ecoturismo, podem desfrutar de maior cam-
po de escolha no que concerne aos sítios
catalogados como de preservação ambiental
ao dispor dos visitantes.
O Ministério do Ambiente, enquanto instituição responsável pela preservação do nosso
ecossistema, tem colaborado activamente
desde o início do projecto, colocando todo o
empenho na prevenção e levantamento das
espécies animais e da flora, bem como da
preservação de elefantes e leões, outrora
objecto de caça furtiva, para abastecimento
do mercado negro.
É urgente que as nossas instituições cooperem com países que têm estabelecimentos
científicos de renome mundial, como é o
caso do Brasil, que tem uma fauna parecida com a nossa e vasta experiência na
descoberta, reprodução e preservação das
espécies.
setembro 2015 | 37
Independência nacional
ANGOLA 40 ANOS
Sonangol patrocinou vários eventos comemorativos por todo o país
Texto: Tatiana Baptista
Fotos: Sonangol
A
propósito do programa
comemorativo dos 40 anos da
independência de Angola, estão
a ser realizadas em todo o país
diversas actividades patrocinadas pela
Sonangol. Nesta senda, de 15 de Agosto
a 12 de Setembro teve lugar o Road Show
musical Angola 40 anos, que incluiu diversos
eventos gratuitos produzidos pela “Arca
Velha Entretenimentos” e que, com o apoio
dos governos provinciais, abrangeu várias
localidades do país, nomeadamente Soyo
(Zaire), Luena (Moxico), Malanje, Huambo,
Lubango (Huíla) e Benguela.
O Road Show juntou um grande número de
cantores com grande projecção nacional e
internacional, assim como novos talentos.
A província do Zaire foi o local escolhido
38 | Sonangol Notícias
para a abertura da tournée e a de Benguela
para o encerramento. Participaram dos
espectáculos nomes sonantes da música
angolana, como Yuri da Cunha, Pérola, Ary,
Yannick Afroman, Yola Araújo, Eddy Tussa,
Heavy C, Titica, Gabriel Tchiema, Kueno
Aionda, Euclides da Lomba, Kyaku Kyadaff,
Big Nelo, e os grupos Kalibrados e Zona 5.
Os Tunezas também marcaram presença,
proporcionando uma perfeita aliança entre
o humor e a música. Com um balanço
bastante positivo, o Road Show movimentou
mais de 30 mil pessoas.
E por cá, Luanda foi a capital do teatro
durante 25 dias, com a exibição inédita
de 29 peças, em 4 salas distintas, numa
organização da empresa cultural Cena
Livre. A temporada de teatro Angola 40 anos
levou actores e público às salas de teatro
da LAASP, Auditório Njinga Mbandi, Elinga
Teatro e Complexo IGCA. As sessões tiveram
início na Casa 70, numa gala onde foi exibida
a peça “Discursos do Presidente”, pela
Associação de Teatro do Sambizanga, que
colocou em cena a síntese de mais de 20
discursos de José Eduardo dos Santos.
O ciclo encerrou com uma homenagem ao
primeiro Presidente de Angola, Agostinho
Neto, com o grupo Catarcis Teatro que
apresentou a peça “Neto Presente”, da
qual participaram mais de 30 crianças com
idades dos 7 aos 14 anos.
O elevado número de grupos envolvidos e de
salas utilizadas e a presença massiva de actores
entre a plateia, fez desta a maior temporada de
teatro jamais realizada em Angola.
Cultura
Outras actividades
O programa dos 40 anos da
independência inclui também a
realização, de 07 a 18 de Outubro de 2015,
de uma prova de ciclismo denominada
Volta a Angola em Bicicleta, que conta
com a participação de cerca de 98
ciclistas, entre nacionais e estrangeiros,
estes últimos em representação de
Cabo Verde, Moçambique, São Tomé
e Príncipe, República Democrática do
Congo, África do Sul, Portugal e França.
Com 10 etapas e um percurso de 1.177
quilómetros, a competição parte do
Bié com destino a Luanda, passando
pelas localidades do Huambo, Ganda,
Benguela, Lobito, Sumbe, Gabela, Dondo,
N’Dalatando, Malanje, Camabatela, Uíge,
Quibaxe e Caxito. A cerimónia oficial
de apresentação dos meios técnicos e
humanos de apoio à Volta a Angola em
Bicicleta teve lugar no dia 30 de Setembro
do ano corrente, em Luanda.
Estão ainda previstas outras
actividades, entre as quais: um festival
gimnodesportivo, a produção de uma obra
em banda desenhada e animação sobre a
história de Angola, um passeio com idosos
ao Memorial Dr. António Agostinho Neto
e ao Museu das Forças Armadas, uma
Olimpíada Caça Talentos de Matemática,
Física e Química, um torneio nacional de
futebol onze (juniores), um quadrangular
internacional igualmente em futebol onze
(seniores), com a participação de equipas
de Angola, Brasil, Portugal e Moçambique,
a gravação de um disco de músicas e
vozes do passado e uma antologia literária
intitulada “Angola 40 Contos”.
SETEMBRO 2015 | 39
Homenagem a Bangão (1962-2015)
O até já do Rei do Semba
No ano em que o país completa 40 anos de independência, a voz de Bernardo
Jorge Correia, “Bangão”, deixou de se fazer ouvir, mas as suas músicas vão
perpetuar-se na memória de todos os angolanos que o acompanharam ao
longo de 36 anos de carreira
Texto: Maria João Fernandes
Fotos: Divulgação
A
humildade e simplicidade sempre
lhe foram reconhecidas pelo público
que o admirava. Desde cedo, o rapaz
nascido no bairro Brás, no Sambizanga,
mostrou inclinação natural para a música.
Subiu pela primeira vez a um palco
aos 10 anos de idade, como artista Pió,
interpretando temas de vários artistas
nacionais. Venceu duas vezes e terminou
outras duas em último lugar. Ainda assim,
Bernardo Jorge Correia nunca desistiu e,
incentivado pela família e amigos, começou
a escrever as suas próprias canções,
levando a sério uma promissora carreira
40 | Sonangol Notícias
musical. Chamavam-lhe Bangão, pelo facto
de se apresentar sempre de gravata para ir
à escola ou à igreja, apesar de não apreciar
o termo utilizado pelos colegas. Começou
a carreira no agrupamento ‘‘Tradição’’, em
1974, e foi vocalista do grupo ‘‘Processo de
África’’, de 1976 a 1977.
Em Outubro de 1978 subiu novamente
ao palco, desta vez profissionalmente,
como membro do grupo Gingas de Kakulo
Kalunga. Na altura, os amigos continuavam
a tratá-lo por Bangão. Foi aconselhado
a manter a alcunha. Fez parte de vários
grupos musicais, de entre os quais os Super
Musa, 21 de Janeiro e Nzimbo, conquistando
cada vez maior reconhecimento público.
Em 1992 gravou o CD Sembele,que
popularizou temas como ‘‘Emoção’’,
‘‘Mucongo’’ e ‘‘Sambito’’. Em 1996 foi-lhe
atribuído o prémio Liceu Vieira Dias, com
o tema ‘‘Kibuikila – Peste’’, acompanhado
pela Banda Movimento, da qual passaria a
ser vocalista, em 1999. No mesmo ano saiu
vencedor da primeira edição do ‘‘Semba de
Ouro’’, com a música ‘‘Kangila – Pássaro
Agoirento’’, mas, foi só em 2000 que decidiu,
finalmente, lançar-se numa carreira a solo.
Somou sucessos de bilheteira, sagrou-se
um dos maiores intérpretes da música
popular angolana e, em 2003, ganhou o
prémio ‘‘Música do Ano’’, com o tema
‘‘Fofucho’’, sendo reconhecido como Voz
Masculina do Ano e distinguido com o
prémio ‘‘Preservação’’, pelo seu contributo
em defesa da música popular angolana.
Doze anos depois de ter gravado o primeiro
álbum, Bangão lança o segundo disco, com
o título ‘‘Cuidado’’, que lhe valeu o primeiro
lugar no ‘‘Top dos Mais Queridos’’, da
Rádio Nacional de Angola (RNA). O sucesso
musical que ganhou no estilo Semba vem
das suas músicas e das letras que contam
histórias do quotidiano angolano, a maior
parte delas em Kimbundu, e com as quais
o público se identifica. Deu espectáculos
em Portugal, Argentina, Namíbia e Brasil,
onde dividiu o palco com o cantor brasileiro
Gilberto Gil. O músico, compositor e
intérprete, que foi convidado para cantar na
festa de aniversário do Presidente angolano,
José Eduardo dos Santos, deixou de cantar
aos 53 anos de idade, a 17 de Maio de 2015. O
corpo sucumbiu, vítima de doença. O adeus
foi inevitável, mas a música do Rei do Semba
vai continuar a tocar.
Saúde
Doe sangue e dê vida
A vida corre-nos nas veias” é o nome da campanha que arrancou no passado
dia 14 de Junho, Dia Internacional do Dador de Sangue, na Clínica Girassol.
As portas do Centro de Hemoterapia estarão abertas até ao final do ano e
aguardam por potenciais dadores. Bastam apenas cinco minutos do seu dia
para salvar uma vida
Texto: Maria João Fernandes
Foto: Shayne
D
oar sangue é ainda um tema ‘‘tabu’’ para
muitos angolanos. ‘‘Falta informação por
parte dos órgãos de Comunicação Social,
educação nas escolas sobre o tema, e, acima de
tudo, falta desmistificar os mitos relacionados
com a doação’’, afirma a Dra. Maria de Brito,
médica responsável pelo Centro de Hemoterapia e Banco de Sangue da Clínica Girassol.
Segundo a especialista, a solução para
existirem mais doadores passa por haver,
sobretudo, ‘‘maior esclarecimento junto da
população, e quebrar com a ideia generalizada
de que tirar sangue vai doer’’.
O processo é simples. Na fase inicial é feito o
registo (cadastramento) do potencial doador, do
qual constam os seus dados pessoais; seguese a colheita de sangue, através de pré-testes,
que identificam o grupo sanguíneo, além de
detectarem possíveis enfermidades de que o
doador possa padecer; por último, e, depois de
recolhido o sangue, é feita a análise de todos os
seus componentes, de forma a saber-se se o
doador está clinicamente. apto para a doação.
O primeiro passo consiste em saber qual o
grupo sanguíneo a que o doador pertence.
‘‘Muitos doadores desconhecem o seu grupo
sanguíneo, entre outros, que padecem de
doenças transmissíveis pelo sangue sem
sequer o suspeitarem’’, afirma a Dra. Adis
Gogle, médica residente do serviço. Afirmar
que o exemplo ‘‘vem de cima’’ pode parecer
um lugar-comum mas, numa primeira fase,
a Clínica Girassol lançou, internamente, a
Campanha ‘‘A vida corre-nos nas veias’’, de
forma a consciencializar os funcionários para a
importância da doação de sangue.
SETEMBRO 2015 | 41
Doadores voluntários
não são suficientes
O Centro de Hemoterapia e o Banco de Sangue foram criados
em 2011 e contam com uma equipa de 14 profissionais de saúde,
entre os quais duas médicas e técnicos de hemoterapia. Surgiu
da necessidade de a Clínica Girassol ter começado a receber
pacientes que iriam ser submetidos a cirurgias cardiotorácicas,
procedimento médico em que a taxa de transfusão é elevada.
Desde então, a equipa tem trabalhado no sentido de fomentar
a cultura da doação de sangue, através de campanhas
direccionadas à população. No entanto, e apesar dos esforços,
cerca de 95% das suas doações são dirigidas, isto é, são
agendadas através de contactos efectuados pelo próprio centro
a grupos de potenciais doadores, e, por isso, mais susceptíveis a
uma baixa taxa de adesão por parte dos candidatos.
Como consequência, apenas 5% das doações provêm de
voluntários. De acordo com a Dra. Adis ‘‘este é um problema
mundial’’, sendo que o doador voluntário ‘‘será sempre o doador
ideal, pressupondo-se que tenha informação sobre a doação de
sangue e que se encontre saudável’’.
Depois de se conhecerem os resultados dos pré-testes, e
partindo do princípio de que o doador cumpre todos os requisitos
necessários, é feito um questionário na sala de triagem sobre
questões relacionadas com a doação. Segue-se um pequeno
lanche antes de o doador entrar na sala de colheitas, ‘‘Muitas
Sangue ‘‘0 negativo’’
é o mais raro
Depois da colheita, as bolsas de sangue
passam por um processo onde este é
dividido em glóbulos vermelhos, glóbulos
brancos, plasma e plaquetas. Segue-se um
teste de serologia para verificar se o sangue
é positivo, para doenças transmissíveis,
como a Hepatite B e C, o HIV e a Sífilis. O
sangue que der positivo é descartado.
Dividido em quatro grupos sanguíneos (A, B,
AB e O), o tipo de sangue mais raro é o ‘‘O
negativo’’, cujo stock da Girassol se encontra
abaixo dos restantes. Os grupos negativos
são os que têm menos doadores.
Calcula-se que, em África, a taxa de
pacientes “O negativo” esteja abaixo de
1,2%. O tipo de sangue predominante
42 | Sonangol Notícias
pessoas confundem a doação de sangue com as análises clínicas
e pensam que têm de estar em jejum, quando, é exactamente o
contrário’’, esclarece a Dr.ª Adis.
Cerca de cinco a sete minutos são suficientes para concluir a
colheita. Dez minutos depois, o paciente está livre. Segue-se
o estudo do sangue e dos seus componentes, um processo
complexo, porém, decisivo.
‘‘O sangue do doador não é transferido na totalidade, porque,
o paciente receptor, só irá receber os componentes de que
necessita, consoante a patologia de que padece’’, completa a
especialista.
no continente africano é o ‘‘O positivo’’.
Acredita-se que esta incidência possa
estar relacionada com a predominância da
malária, pressupondo-se que os pacientes
do grupo “O positivo” sejam mais resistentes
a determinadas complicações da doença.
Depois da divisão dos componentes, as
bolsas de sangue passam por um processo
de repouso e centrifugação e, só depois,
é retirado o plasma. De acordo com a
responsável pelo serviço, Dra. Maria de
Brito, “muitas vezes esse plasma é enviado
para unidades de queimados”, salientando
que a Clínica Girassol segue o protocolo da
doação ‘‘e trabalha com as instituições do
Estado e outras clínicas, porque, dar sangue
é salvar uma vida’’, conclui.
Na Clínica Girassol o doador tem direitos.
Quanto mais raro o tipo de sangue maiores
os seus benefícios: atendimento de urgência,
consultas, análises e exames na clínica
gratuitos.
Como prova das imensas dificuldades
sentidas por esta unidade hospitalar em
fortalecer o seu stock de sangue, um grupo
de 25 dadores, dirigidos, faltou, num sábado,
ao compromisso agendado, não se tendo
registado, também, a comparência de
voluntários.
Hoje, pode parecer-lhe indiferente, mas
amanhã o seu sangue pode fazer toda a
diferença.
Turismo
Malanje
A Terra DA PALANCA NEGRA GIGANTE
bacias hidrográficas, a do rio Zaire e a do rio
Cuanza. Conhecida como a terra da Palanca
Negra Gigante, Malanje é o território deste
animal que habita exclusivamente em Angola,
com maior incidência na Reserva Natural do
Luando, situada nesta província. Com uma
vegetação composta por florestas e savanas,
a província possui uma vasta fauna, dispondo
de várias reservas e parques naturais que
albergam diferentes espécies de animais
selvagens, com destaque para a palanca
negra gigante, hiena, leopardo, elefante,
crocodilo, leão e várias espécies de aves.
Lazer
S
ituada a 423 km da capital, Luanda, a
província de Malanje está localizada no
planalto Norte de Angola e conta com
uma população de aproximadamente 998.000
habitantes. Composta por uma área de
cerca de 98.302 km², a cidade de Malanje é a
capital desta província, que está rodeada pela
República Democrática do Congo e províncias
do Uíge, Cuanza Norte, Lunda Norte, Lunda
Sul, Bié e Cuanza Sul.
A província é composta pelos municípios
de Cacuso, Caombo, Kalandula, CambundiCatembo, Cangandala, Cuaba Nzogo, CundaDia-Baze, Luquembo, Malanje, Marimba,
Massango, Mucari, Quela e Quirima. A população
tem origens diversas e está distribuída em
três grupos linguísticos: Kimbundu, Kikongo e
Ambundo, sendo o Kimbundu o dialecto mais
falado pelo povo local.
História
A origem do nome Malanje surge do
Kimbundu antigo e significa “as pedras”
(Ma-lanji). Existem, no entanto, várias versões
para a explicação do nome atribuído pelos
exploradores portugueses a esta província,
a maioria com base em interpretações
linguísticas do Kimbundo por parte dos
colonos. A cidade de Malanje foi fundada na
margem do rio com o mesmo nome e era
um importante centro entre as regiões de
Cassanje e Lunda. Outrora dividida entre
a cidade “branca” e a cidade “africana”, a
capital da província passou a ser considerada
após a independência de Angola, em 1975,
como única cidade. A independência permitiu
aos africanos residirem no território antes
reservado aos europeus.
Fundada em 1852, a cidade de Malanje
possui uma linha férrea desde 1909, que a
liga a Luanda, o que contribuiu em grande
escala para o desenvolvimento da capital da
província.
Economia
Dividida em três zonas geoeconómicas:
planalto de Malanje, a Baixa de Kassanji e a
Zona do Luando, a província de Malanje vive
essencialmente da agricultura. As principais
culturas são a mandioca, arroz, algodão,
milho, ginguba, girassol e feijão. A província
também dispõe de recursos minerais como
diamantes, calcário, urânio e fosfatos.
Malanje possui ainda uma pequena indústria
na área da produção de materiais de
construção, produtos alimentares e tabaco.
Natureza
Localizada a uma altura que varia de 500
m a 1500 m em relação ao nível do mar, a
província de Malanje é constituída por duas
Quedas de Kalandula - As segundas quedas
de água mais altas de África, as Quedas de
Kalandula estão localizadas no rio Lucala,
no município de Kalandula, e são uma das
principais atracções turísticas da região.
Parque Nacional de Kangandala – Alberga o
animal símbolo de Angola, a Palanca Negra
Gigante. Com uma área de 600 km² é também
habitat de vários tipos de aves como a capota,
patos bravos e perdizes, entre outros.
Pedras Gigantes de Pungo Andongo –
Localizadas no município de Cacuso, na
localidade de Pungu-a-Ndongo, as grandes
formações rochosas escondem as pegadas
da rainha Nzinga Mbandi e do rei Ngola
Kiluanje, cuja fortaleza estava localizada
nesta mesma localidade.
Túmulo da Rainha Nginga Mbandi e do Rei
Ngola Mbandi – Os túmulos dos reis, e do
irmão da rainha, Mbingi a Mbandi, estão
localizados na aldeia de Mukulo a Ngola,
município da Marimba. As visitas são
organizadas por membros pertencentes à
família real. Os visitantes têm de vestir-se
com um traje especial.
A Fixar
As festas da cidade de Malanje acontecem
a 13 de Fevereiro.O dia 4 de Fevereiro
também é celebrado, em memória das
vítimas do massacre da Baixa de Kassange.
Nas festas tradicionais as danças típicas
são a massemba e a nbuenzena, ao som de
instrumentos como a marimba de Kalandula
e batuques.
setembro 2015 | 43
Namibe
Terra da Felicidade
desagua no litoral da capital da província e
encontra-se seco a maior parte do ano.
Maioritariamente deserto, e com um clima
seco e fresco, o Namibe dispõe de uma
vasta diversidade ecológica, presente nas
montanhas, cascatas, praias, lagoas e
reservas naturais, que lhe conferem um
forte potencial turístico.
Lazer
L
ocalizada a 1.234 km de Luanda e a 225
km do Lubango, a província do Namibe é
composta por uma área de 57.091 km² e
possui aproximadamente 1.195.779 habitantes
(dados de 2006). A província, cuja capital é
a cidade do Namibe, é composta por cinco
municípios: Namibe, Bibala, Virei, Camucuio e
Tômbua. O povo local pertence maioritariamente
à etnia Herero, sendo os Cuvales o subgrupo
predominante, que se dedicam sobretudo à
pesca e à pecuária. A província do Namibe faz
fronteira com Benguela, Huíla, Cunene e com
a República da Namíbia. O Slogan “Terra da
Felicidade” é a marca identificativa do Namibe
no que respeita a campanhas de promoção da
província, tendo sido aprovado por membros do
Conselho Nacional de Concertação Social, em
Agosto de 2013.
História
A cidade do Namibe foi fundada em 1840 e
até 1975 era conhecida como Moçâmedes.
O nome foi atribuído durante a época da
colonização portuguesa e apesar de o
território ter sido oficialmente descoberto
pelo navegador português, Diogo Cão, já
teria sido colonizado anteriormente pelo
povo brasileiro. Antes apelidada pelos
marinheiros de “Angra do Negro”, a partir de
1849 passou a chamar-se Moçâmedes, em
homenagem a um barão general do exército
colonial português. Após a independência
de Angola, em 1975, a província passou a
ser apelidada oficialmente de “Namibe”,
adoptando o nome do deserto que a compõe.
Economia
A província do Namibe alberga o terceiro maior
porto comercial de Angola, depois de Luanda
e do Lobito, tornando-se, assim, na principal
44 | Sonangol Notícias
porta de entrada de mercadorias provenientes
do sul de Angola. A província dispõe de uma
linha de caminhos-de-ferro que liga a cidade
do Namibe às capitais das províncias da Huíla
e do Cuando Cubango, estendendo-se até ao
porto, de forma a facilitar as trocas comerciais
para dentro e fora do Namibe. É igualmente um
importante centro piscatório, com cerca 480
km de costa, representando mais de 65% de
toda a actividade piscatória do país. A indústria
existente baseia-se, em grande parte, na
produção de peixe congelado, conservas e óleo
de peixe. Para além dos recursos piscatórios
o Namibe é também rico em minerais como o
ouro, o cobre, o ferro e o mármore.
Natureza
O deserto do Namibe alberga uma das plantas
mais raras do mundo, a Welwitschia Mirabilis,
espécie vegetal endémica que só existe nesta
região. Conhecida por ter uma aparência
semelhante à de um polvo gigante, pelas suas
folhas largas, é um símbolo da sobrevivência
da vida vegetal e animal no deserto.
Os principais rios da região são o Cunene,
Curoca, Bero e Carujamba. O rio Bero
Deserto do Namibe – A maior atracção
turística da província estende-se ao longo
de 310.000 km², numa paisagem típica desta
região. É no deserto, entre o Namibe e o
município do Tômbua, que se encontra a
planta Welwitschia Mirabilis.
Reserva Especial do Namibe – Com uma área
de 4.450 km2 alberga avestruzes, rinocerontes,
zebras, leões, elefantes e suricatas.
Parque Nacional do Iona – Constituído em
1937, dispõe de uma área de 15.150 km2 onde
se podem observar as pinturas rupestres
do Monte Negro, junto às quedas com o
mesmo nome, no rio Cunene. As zebras
e guelengues (órix do deserto) são as
principais espécies animais.
Furnas do Kapangumbe – Localizadas
no Parque Nacional do Iona, em áreas do
Salojamba, próximo do Porto de Namibe,
escondem-se grutas e cavernas onde,
outrora, viveram os povos Bosquímanos.
A Fixar
As Festas do Mar têm lugar durante todo
o mês de Março e são o principal evento
social, económico e cultural do Namibe,
atraindo todos os anos visitantes de várias
províncias. Com uma tradição de mais de
50 anos, funcionam como uma mostra dos
costumes locais, gastronomia e potencial
turístico da região.
Desporto
Petro de Luanda
Direcção faz
balanço positivo
A direcção do Petro de Luanda apresentou os resultados de nove meses de
mandato, completados em finais do passado mês de Junho, na sede do clube.
Em conferência de imprensa, o presidente do clube mais titulado de Angola
reiterou a política de estabilização administrativa e financeira
T
omás Faria informou os órgãos de
Comunicação Social presentes, nacionais e estrangeiros, que o Atlético
Petróleos de Luanda mantém a
mesma metodologia para estabilizar o seu
sector administrativo e financeiro.
O líder do histórico do desporto nacional explicou que, na Assembleia de Maio, os sócios
aprovaram as contas referentes ao exercício
económico de 2014, que foram certificadas
pela empresa de auditoria KPMG. Tomás
Faria sublinhou que a aprovação das contas
constitui o primeiro passo que culminará em
bons resultados desportivos.
Texto: Euclides Seia
Fotos: Shayne
A direcção aponta como prioridade desportiva o futebol, o basquetebol e o andebol.
“No andebol feminino o clube conquistou,
nesta época, a supertaça e o provincial; no
basquetebol, não participou na taça dos
clubes campeões africanos, mas, conquistou
a Supertaça, o provincial e o campeonato
nacional. No futebol, comparativamente à
época de 2014, em que o Petro ocupava a 7.ª
posição, em 2015 terminou a primeira etapa
do Girabola no 8.º lugar.
“Estamos a fazer a reestruturação dos recursos
humanos do clube até ao fim de 2015. Antes
do ano terminar veremos os resultados deste
processo, que, estou convicto, nos permitirão
ter a nossa estrutura bem definida e o pessoal
redimensionado em função daquilo que precisamos”, garantiu o presidente da agremiação
do eixo-viário.
Por outro lado, para a comunicação do clube
fluir melhor, tanto pela via do site, como do
facebook, e outros meios, o clube, patrocinado
pela Sonangol, contratou profissionais qualificados para criarem a área de marketing de forma a reduzir especulações sobre a organização.
Reforços e Saídas
A equipa de futebol reforçou o seu sector atacante com a contratação de
Mawiya Tutona Jiresse, proveniente do Sporting de Cabinda. O atleta, natural da
República Democrática do Congo, que foi o melhor marcador da primeira metade
do Girabola 2015 com oito golos, vestirá a camisola número 28 e ficará no Catetão
até ao fim de 2016.
Por outro lado, as andebolistas Magda Cazanga e Maria Pedro desfalcaram a
equipa. A primeira, em fase de recuperação, e, a segunda com uma lesão que a
manterá afastada por um período de seis meses.
setembro 2015 | 45
Basquetebol
ESTRATÉGIA DE GESTÃO
DÁ 12.º TÍTULO
O vogal de direcção do histórico Atlético Petróleos de Luanda,
Artur Barros, revelou à Sonangol Notícias o segredo do sucesso
da época 2015. A estratégia de boa gestão administrativa, o
conhecimento do mercado desportivo e a vontade de vencer dos
atletas foi a táctica aplicada em cada jogo
Texto: Euclides Seia
Foto: Shayne
até 2025. A redefinição da estratégia de boa
gestão administrativa, de 2015 a 2018, e os
conhecimentos que temos sobre o mercado
desportivo, aliado ao real valor dos atletas/
referências das equipas adversárias, foram
factores que nos levaram a formar um grupo
forte e coeso. Mas sem definir o título como
meta para a época que terminou.
Só que, no decorrer da época, constatámos
que, se trabalhássemos bem, era possível
ganharmos alguma coisa. E juntou-se a esta
previsão a grande vontade de vencer dos
próprios atletas e técnicos que, na primeira
reunião da época de 2015, me disseram “o
vogal terá, este ano, muitas surpresas boas
connosco”.
Face às dificuldades financeiras, e saída
de alguns atletas influentes, o Atlético
Petróleos de Luanda abdicou de lutar por
títulos até 2018, mas, sagrou-se campeão
este ano. Para este sucesso, onde é que a
equipa foi buscar forças para suplantar os
adversários no BIC Basket2015?
46 | Sonangol Notícias
Em função do baixo orçamento e da reestruturação em curso, não estávamos em condições de nos bater de igual para igual com as
outras equipas candidatas ao título.
Tínhamos de estar bem do ponto de vista
administrativo e desportivo, a fim de transformarmos o Petro no maior clube africano
Como reagiu o Petro à saída de alguns jogadores influentes, como o Carlos Morais?
A vida é assim. As pessoas procuram
sempre o melhor. Entristeceu-nos, mas não
podíamos impedir a sua saída. Até porque
os atletas Carlos Morais, Braulio Morais e
Valdelício Joaquim, já tinham terminado o
vínculo contratual com o clube.
O que mais nos abalou foi a saída, a meio da
época e sem prévio aviso, de Miguel Kiala,
porque nós contávamos com ele para o projecto de reestruturação do plantel.
Para colmatar essas saídas procurámos
valorizar, em primeiro lugar, quem está
Desporto
tratação de um atleta e, assim, os que têm
maiores capacidades financeiras superam os
outros. Deve haver fair-play financeiro num
mercado que é livre. Os Ministérios da Juventude e Desporto e das Finanças devem determinar as regras, começando por estipular o
valor máximo para contratar um jogador. E as
equipas devem limitar-se a cumpri-lo.
presente. Depois, fomos ao mercado buscar
um “matador”, um jogador que fizesse muita
diferença e que marcasse muitos pontos por
jogo. Qualidades encontradas em Emanuel
Quezada, o MVP (jogador mais valioso) do
nosso 37.º campeonato que, na temporada
passada, representou o clube brasileiro
Sanjoanense.
Muitos atletas do nosso mercado rejeitaram
o Petro por receberem ofertas de contratos
exorbitantes de outros clubes. Nós só damos
o que podemos, de acordo com as condições
reais da nossa agremiação. Esta diferença
mostra desorganização do mercado nacional.
O que se passa com o mercado de contratações que afirma estar desorganizado ?
Cada clube define o seu tecto máximo na con-
O que é que o clube tem vindo a fazer para
colmatar as dificuldades financeiras?
Além da boa gestão e aplicabilidade correcta do
dinheiro que o clube recebe da Sonangol, estamos, também, a contactar pessoas singulares
para ajudarem o Petro a ter uma boa saúde
financeira, bem como a incentivar os sócios a
pagarem as suas quotas regularmente. Junta-se a esta metodologia a realização de negócios
de material desportivo através da nossa loja.
Como está o clube a tratar do castigo imposto pela Federação Angolana de Basquetebol (FAB) ao treinador Lazare Adingono?
Após a recepção do documento relativo à suspensão do técnico, o gabinete jurídico do clube
começou a trabalhar no processo para, em
tempo oportuno, responder ou impor recurso.
Em final de entrevista, Artur Barros solicitou
paciência a todos os petrolíferos e explicou
que há muito ainda por se fazer para se
alcançarem os objectivos traçados dentro
do horizonte temporal definido pela direcção
liderada por Tomás Faria.
Perfil
Artur Casimiro Barros
Local e data de nascimento: Huambo, aos 22 de Agosto de 1962
Estado civil: Solteiro
Filhos (5): Jorge, 29 anos; Erica, 15; Miriam, 13; Artur, 10; e Gerson de 27
(guarda-redes da equipa principal de futebol do Petro).
Habilitações literárias: Licenciatura em Cultura Física e Desporto e mestrado
em Ciências Pedagógicas de Educação Física pela Universidade de Estado de
Educação Física, Desportos e Turismo de Moscovo.
Estatuto no Petro: Quadro fundador. Fez parte da equipa que conquistou o
primeiro troféu da história do clube, quando júnior, em 1980.
Modalidades que praticou: Futebol (Progresso e F.C. de Luanda), Andebol (Clube
Ferroviário de Angola) e Basquetebol (Petro).
Selecção de basquetebol: Integrou o cinco inicial que se sagrou campeão
africano pela primeira vez na categoria de júnior, em 1980, e pan-africano, em
sénior, no ano de 1986.
Afro-Basket: Jogou em três campeonatos africanos, onde somou duas
medalhas de prata e o 9.º lugar.
Experiência desportiva: Professor de educação física e de basquetebol,
preparador físico e técnico adjunto do Petro e das selecções nacionais de hóquei
em patins, andebol e basquetebol.
SETEMBRO 2015 | 47
E se pensássemos
qualidade?
48 | Sonangol Notícias
Crónica
Texto: Emanuel Chindecasse
Foto: Arquivo
D
entre inúmeras variáveis que
compõem o nosso sistema que se
chama vida, destacamos a saúde
com a famosa frase: “A saúde está em
primeiro lugar”. O dinheiro, que, em teoria, para não sermos mal interpretados
consideramos não ser muito importante,
na prática sabemos que é indiscutivelmente indispensável e o amor, de que
alguns falam, poucos sentem, apesar de
muitos dizerem ter sentido ou quererem
experimentar.
Poderíamos destacar outras variáveis,
não menos importantes, e, até, utilizadas por muitos como verdadeira filosofia
de vida. Porém, e se destacássemos a
qualidade? Variável «si», importante
nos tempos modernos, que, para muitos
consumidores, clientes e interessados, é
mais valiosa do que o valor propriamente
atribuído ao bem ou serviço a adquirir.
Esta variável de consenso (afinal de
A qualidade que nos é tão exigida
nos nossos locais de trabalho,
nas nossas casas, nos nossos
relacionamentos, só estará
efectivamente presente e com
impacto positivo na nossa vida,
quando for culturalmente aceite
contas todos a queremos), que nos é tão
exigida nos nossos locais de trabalho,
nas nossas casas, nos nossos relacionamentos, só estará efectivamente presente e com impacto positivo na nossa
vida, quando for culturalmente aceite.
Ao invés de ser um mero gesto, um acto,
ou mesmo uma prática esporádica, a
qualidade tem de ultrapassar a moral e
os bons costumes e cair em nós como
traço cultural indispensável. A cultura da
qualidade, quando madura e interiorizada
(implementada e utilizada 24 horas sobre
24 horas por dia), permite compreender,
ou descobrir que não é só nossa, nem
só para nós, mas também a satisfação
de quem nos solicita algo. Afinal, não
nos esqueçamos, aquele que nos solicita
alguma coisa é o nosso principal cliente
directo.
Se, de algum modo, vivemos, trabalhamos, movimentamo-nos sete dias por
semana para satisfazer o requisito daquele que nos pede, precisamos de estar
mais atentos ao seu nível de satisfação,
reclamações e, sobretudo, sugestões.
E agora... Se pensássemos nessa
qualidade (de satisfazer o outro) quotidianamente nos nossos processos e
nas nossas actividades? Se a busca pela
satisfação alheia fosse a nossa maior
preocupação? Será que a plena satisfação de outrem nos traria reciprocamente
satisfação individual?
Na realidade, não o conseguiremos comprovar se não abandonarmos os simples
pensamentos, deixarmos as teorias de
lado, pararmos aqui esta leitura e nos
lançarmos para uma verdadeira cultura
de prática de qualidade.
Lamentamos o título não enquadrado ao
conteúdo mas… Apresentamos a seguinte
proposta de melhoria: E se praticássemos a qualidade?
SETEMBRO 2015 | 49
A fechar
Havemos de Voltar
Às casas, às nossas lavras
às praias, aos nossos campos
havemos de voltar.
Às nossas terras
vermelhas do café
brancas de algodão
verdes dos milharais
havemos de voltar.
Às nossas minas de diamantes
ouro, cobre, de petróleo
havemos de voltar.
Aos nossos rios, nossos lagos
às montanhas, às florestas
havemos de voltar.
À frescura da mulemba
às nossas tradições
aos ritmos e às fogueiras
havemos de voltar.
À marimba e ao quissange
ao nosso carnaval
havemos de voltar.
À bela pátria angolana
nossa terra, nossa mãe
havemos de voltar.
Havemos de voltar
À Angola libertada
Angola independente.
(Agostinho Neto)
50 | Sonangol Notícias
Terminal Oceânico da
Barra do Dande
Painel 15/07/06 17:35 Page 1
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