INstalação da BoavIsta-1
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INstalação da BoavIsta-1
Notícias N.º 39 | Setembro 2015 Revista trimestral • Informação Geral • Distribuição Gratuita ESPECIAL ANGOLA RENOVADA 40 ANOS DE INDEPENDÊNCIA DESENVOLVIMENTO ENCOSTAS DA BOAVISTA OBRAS DE REQUALIFICAÇÃO EM CURSO ACTUALIDADE lianzi produção de petróleo à vista economia filda 2015 Fóruns marcam diversificação da economia reportagem Instalação da Boavista-1 Distribuição de combustível a todos Índice NOTÍCIAS 32 ESPECIAL ANGOLA RENOVADA N.º 39 | SETEMBRO 2015 Comemorações de 40 anos de independência DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 6 35 ACTUALIDADE FIGURA LIANZI AGOSTINHO NETO Produção de petróleo à vista O herói de toda uma nação 20 38 REPORTAGEM CULTURA SONANGOL LOGÍSTICA ANGOLA 40 ANOS Em grande no comércio de combustível Sonangol patrocinou vários eventos comemorativos por todo o país 26 43 MARKETING TURISMO NGOL VÁ PARA FORA CÁ DENTRO Inocência Godinho responde a perguntas frequentes sobre lubrificantes Malanje e Namibe em destaque 46 28 DESPORTO DESENVOLVIMENTO 12.º TÍTULO DE BASQUETEBOL ENTREVISTA O Presidente da Comissão Executiva da Sonaref, João Ramos Propriedade Sonangol, E.P. Sede Rua Rainha Ginga, 29/31 Caixa Postal 1316 Luanda Tel.: 226 643 342 / 226 643 343 Fax: 226 643 996 www.sonangol.co.ao Conselho de Administração Presidente Francisco de Lemos José Maria Administradores Executivos Anabela Soares de Brito Fonseca, Ana Joaquina Van-Dúnem Alves da Costa, Fernando Joaquim Roberto, Fernandes Gaspar Bernardo Mateus, Mateus Sebastião Francisco Neto, Paulino Fernando Carvalho Jerónimo Artur Barros revela o segredo do sucesso do Atlético Petróleos de Luanda Administradores Não Executivos Supervisão Albina Assis Africano, José Gime, Nadiejda Santos, Hélder Sirgado, André Lelo e José Paiva. Paula Almeida, Kimesso Kissoka Gabinete de Comunicação Fotografia e Imagem José Ribeiro Quarenta, [email protected] Henrique Lima Artur Director Distribuição Mateus Cristóvão Benza Carvalho Neto, Diogo Lino Impressão Damer Gráficas, S. A. Tiragem 5.000 exemplares Design Gráfico, Apoio Editorial e Produção Zwela Publishing Este material está protegido pelos direitos de autor. Todos os direitos estão reservados. Por favor contacte o editor para autorização de cópia, distribuição ou re-impressão. Todos os conteúdos são da responsabilidade da Sonangol. revista disponÍvel nos voos >>> SETEMBRO 2015 | 3 Editorial Sonangol – Formar para o crescimento de Angola E ncaminhamo-nos para os 40 anos da Independência, e, inevitavelmente, a nossa memória fixa-se em tempos de angústia, destruição e luto, mas, também, na imensa alegria que constituiu a quebra dos ferrolhos que, por 500 anos, nos prenderam ao jugo colonial. De então para cá muitas outras lembranças, agradáveis algumas, aziagas outras, povoam a nossa memória colectiva. E, de entre elas, sobressaem as dificuldades que passámos devido à falta de quadros qualificados indispensáveis ao desenvolvimento harmonioso do País. Angola livre era ainda imberbe quando se deu o nascimento da Sonangol. Tomadas as rédeas do País, a necessidade de afirmação e controlo do tecido produtivo assumiu a urgência de imperioso desígnio nacional. E foi por entre fortes dores de crescimento que a Nação se viu obrigada a delinear a melhor estratégia para chegar rapidamente a porto seguro, apostando, desde a primeira hora, na formação dos homens e mulheres, ontem como hoje, o valor primeiro de qualquer País. A enorme responsabilidade que sobre a petrolífera nacional pesava, impelia o seu urgente crescimento, o que levou ao envio dos primeiros quadros, em busca de capacitação e proficiência, para suprimento das necessidades mais ingentes. Em 1991, fruto de pensamento estruturado e direcionado, a Sonangol enviou para o exterior um número de estudantes até então sem precedentes. Muitos desses jovens são, hoje, pilares importantes da petrolífera e quadros valiosos de outros sectores da vida nacional. Este movimento de qualificação contínua conheceu, entretanto, alguns hiatos, compensados, com a selecção e envio, em 2005, do maior número até hoje registado, de estudantes para algumas das mais conceituadas instituições de ensino em diferentes pontos do mundo. Mais de dez anos passados, e com vários dos últimos formados devidamente habilitados e inseridos na engrenagem que garante o crescimento de Angola, o processo de formação de quadros mantém-se entre as prioridades da Sonangol. As premissas desta estratégia mantêm-se tal qual como na primeira hora: a) Os homens e mulheres são os principais activos e os obreiros capazes de vencer os enormes desafios que se perfilam no horizonte da nossa imensa Nação; b) O desenvolvimento social e económico do País carece de homens e mulheres especializadas nas mais diversas ciências, com maior acuidade nos tempos que correm, pois, a questão energética tende a pontificar e capitalizar ainda mais no futuro próximo as agendas de importantes fóruns mundiais. A pretensão da Sonangol não está na quantidade nem na aquisição do tão apetecível «canudo». O que se pretende, em correspondência directa com os interesses do País, é a formação académica superior de quadros com valências de credibilidade universais. Só com este capital humano será possível construir um futuro em bases sólidas e corporizar a intenção de angolanização do sector petrolífero sem se perder de vista que, com angolanos competentemente habilitados, ganha a Sonangol e ganha o País, que fortalece o know-how indispensável para o combate às assimetrias e ao desenvolvimento do todo nacional. O processo de formação, por bolsas, regista, entretanto, uma pausa, imposta por um preocupante défice de qualificação dos candidatos. Nos últimos anos, do universo de estudantes enviado para o exterior, apenas um terço tem conseguido o acesso às mais reputadas instituições de ensino. É pouco. Muito pouco. Identificada a deficiência impôs-se nova via, centrada em preparação mais cuidada dos candidatos, consentânea com a essência de tão nobre propósito. Só uma selecção criteriosa permitirá, à Sonangol e ao País, a formação de quadros de reconhecida competência, nacional e internacional, que tanta falta fazem ao projecto de construção de uma Angola pujante e solidária. Mateus Cristóvão 4 | Sonangol Notícias A abrir Sonangol é uma empresa sólida Durante a conferência de imprensa convocada pela Sonangol E.P. a 13 de Julho, em Luanda, o Presidente do Conselho de Administração da empresa, Francisco de Lemos José Maria, garantiu à opinião pública nacional e internacional a operacionalidade do maior grupo empresarial do país. As declarações do PCA surgiram após a publicação de notícias segundo as quais a petrolífera estaria em “falência técnica”: “A Sonangol E.P. afirma aos seus clientes, credores e principalmente aos seus colaboradores, que é uma empresa estável e operacionalmente robusta, o que é extensível ao segmento comercial e financeiro”, referiu. No dia anterior à conferência, a Sonangol havia emitido um Comunicado de Imprensa no qual apresentava os seus resultados operacionais, comerciais e financeiros analisados após reunião do Conselho de Administração da empresa com os principais bancos credores do país. Durante a sessão de esclarecimento aos órgãos de comunicação social, Francisco Maria não escondeu a reacção de “surpresa” provocada pelos rumores de “bancarrota” que circulavam nos media, sublinhando que: “a empresa possui capitais circulantes suficientes para satisfazer as suas obrigações imediatas e de curto prazo”, não tendo recorrido ao crédito externo mesmo com o preço do petróleo bastante inferior ao de 2014. Actualmente, a Sonangol possui um capital líquido superior a 21,9 mil milhões de dólares, tendo registado no 1.º semestre de 2015 uma produção nacional de petróleo bruto de mais 100 mil barris/dia do que no período homólogo de 2014. O Presidente da empresa afirmou também que a Sonangol E.P. tem reservas de combustíveis e de gás butano acima dos níveis exigidos pela regulamentação, “garantindo regularidade no abastecimento, distribuição e venda de refinados”. Os investimentos da Sonangol no estrangeiro, através das suas subsidiárias SONUSA, em Houston, nos EUA, SONANGOL LIMITED, em Londres, no Reino Unido, e SONASIA, em Singapura, irão manter-se, decorrendo a sua acção dentro da normalidade, assim como as operações petrolíferas no Brasil e na Venezuela, ao mesmo tempo que a empresa irá continuar a desenvolver actividade em Cuba, com vista à perfuração do primeiro poço de pesquisa, em 2016. A Sonangol mantém o seu programa de investimento estimado em 6,7 mil milhões de dólares em todos os segmentos programados para 2015, concentrando-se na exploração de petróleo bruto com 58%, sendo o restante investimento em refinação, distribuição e logística. No final da sessão, o PCA da Sonangol, garantiu que face ao período de estabilidade actual da empresa, a queda do preço do petróleo não irá ter consequências na manutenção dos postos de trabalho. A empresa irá ainda concentrar esforços na conclusão do processo de licitação de concessões petrolíferas na plataforma terrestre, desenvolvendo ao mesmo tempo iniciativas que permitam ajustar os preços às suas actividades e à conjuntura actual: “Temos capacidade para ter uma Sonangol forte, competente e robusta, para continuar a vender, produzir e criar rendimento”, concluiu. setembro 2015 | 5 Lianzi Produção de petróleo à vista Os ministros de Angola e do Congo decidiram, em Brazzaville, no passado mês de Agosto, fazer exploração conjunta do jazigo denominado Lianzi. A Zâmbia também já manifestou interesse em comprar o crude angolano Texto: Euclides Seia Foto: Divulgação 6 | Sonangol Notícias Actualidade D e acordo com o anúncio feito pelos ministros dos hidrocarbonetos do Congo, André Raphael Leomba, e pelo seu homólogo, de Angola, José Maria Botelho de Vasconcelos, a exploração que começa em Outubro deste ano é fruto das pesquisas efectuadas pelas petrolíferas estatais Sonangol e Empresa Nacional dos Petróleos do Congo (SNPC). Os dois governos indicaram a Chevron para explorar o campo de Lianzi. A petrolífera norte-americana vai investir dois mil milhões de dólares para alcançar uma produção estimada em 40 mil barris/ dia. O jazigo de Lianzi, com um potencial de 70 milhões de barris, localiza-se na fronteira dos dois países. A geografia do campo petrolífero destaca os blocos 14, da parte angolana, e Haute Mer, do lado congolês. Segundo o ministro dos petróleos de Angola, José Maria Botelho de Vasconcelos, a produção vai ser repartida em 50 por cento para cada um dos Estados. Para fazer acompanhamento da exploração e produção dessa zona fronteiriça, criou-se, de modo harmonioso, a Comissão de Unitização, que tem à testa os ministros dos petróleos dos dois países e é suportada por uma estrutura técnica que analisa e soluciona os problemas daí decorrentes. São também membros desse órgão intraestatal de gestão, que tem uma presidência rotativa com a duração de um ano, os presidentes dos conselhos de administração da Sonangol E.P. e SNPC. Existe ainda um secretariado executivo situado em Ponta Negra, cujo secretário é angolano. A República do Congo assume a pasta de secretariado adjunto. Início do processo e objectivo ANGOLA-CONCESSÕES 8º0’0”E 10º0’0”E 12º0’0”E BLOCO-0 ÁREA (A,B) CHEVRON (OP) SONANGOL TOTAL ENI 39.20% 41.00% 10.00% 09.80% BLOCO-2 / 85 BLOCO-2 / 05 PETROBRAS 27.50% SONANGOL P&P (OP) 25.00% CHEVRON 20.00% SOMOIL 09.30% POLIEDRO OIL, CO. 09.10% KOTOIL, S.A. 09.10% SONANGOL P&P (OP) 5 0.00% SOMOIL 30.00% KOTOIL 10.00% POLIEDRO OIL CO. S.A. 10.00% BLOCO - 3 / 05 BLOCO - 3 0m m 6º0’0”S 15/06 CABINDA SUL SOMOIL (OP) SONANGOL CHEVRON SONANGOL P&P 15.00% 63.67% 16.33% 05.00% CON2 SOYO FST ASSOCIAÇÕES PLUS PETROL (OP) 55.00% SONANGOL P&P 20.00% FORCE PETROLEUM LDTE 20.00% CUPET 15.00%05.00% 1/06 31 CON3 CON5 CON4 CON1 CON6 47 CON8 2/05 CON7 BACIA DO BAIXO CONGO CON9 16 FS ASSOCIAÇÕES 3/05-A 00 48 m 32 20 15.00% 80.00% 05.00% 15 SOMOIL (OP) SONANGOL SONANGOL P&P CS 14 46 BLOCO - 4 / 05 SONANGOL P&P (OP) 40.00% STATOIL 20.00% SOMOIL 15.00% ACREP 15.00% PRODOIL 10.00% R.D.CONGO CC 0 50.00% 06.25% 15.00% 12.50% 06.25% 05.00% 05.00% 30 00 TOTAL (OP) SONANGOL ENI AJOCO SVENSKA INA-NAFTA NAFTAGAS 250 6º0’0”S 16º0’0”E Cabinda CN BLOCO - 3 / 91 SONANGOL P&P (OP) 25.00% CHINA SONANGOL 25.00% AJOCO 20.00% ENI 12.00% SOMOIL 10.00% NAFTGAS 04.00% INA-NAFTA 04.00% CANUKU SONANGOL P&P (OP) 100.00% 14º0’0”E CONGO ACTIVIDADE DE PRODUÇÃO NO ONSHORE E OFFSHORE CON10 m 17/06 4 ACTIVIDADE DE EXPLORAÇÃO NO ONSHORE E OFFSHORE CABINDA NORTE BLOCO-0 ÁREA (A,B) 8º0’0”S CHEVRON (OP) SONANGOL TOTAL ENI SONANGOL P&P (OP) 20.00% TEIKOKU 17.00% SOCO 17.00% ACREP S.A. 15.00% CHINA SONANGOL 11.00% ENI 10.00% PETROPARS 10.00% 39.20% 41.00% 10.00% 09.80% 49 BLOCO- 3/05A SONANGOL P&P (OP) CHINA SONANGOL AJOCO ENI SOMOIL NAFTGAS INA-NAFTA 33 25.00% 25.00% 20.00% 12.00% 10.00% 04.00% 04.00% 8º0’0”S 18/6 50 ANGOLA 5 34 KON1 BLOCO- 6/06 VAALCO ENERGY SONANGOL P&P PETROBRAS (OP) SONANGOL P&P CHINA SONANGOL FALCON OIL INITIAL OIL & GAS (OP) 40.00% 60.00% 40.00% 20.00% 20.00% 10.00% 10.00% BLOCO - 8 ÁGUA ULTRA PROFUNDAS BLOCO - 5 / 06 MAERSK OIL & GAS (OP) 50.00% SVENSKA 30.00% SONANGOL P&P 20.00% BLOCO - 9/09 COBALT (OP) SONANGOL P&P NAZAKI OIL & GAS 40.00% 45.00% 15.00% BLOCO - 17 BLOCO - 15 BLOCO - 14 CHEVRON (OP) 31.00% SONANGOL P&P 20.00% ENI 20.00% TOTAL ANGOLA 20.00% GALP ENERGIA OVERSEAS 09.00% ESSO (OP) BP ENI STATOIL 40.00% 26.67% 20.00% 13.33% TOTAL (OP) STATOIL ESSO BP KON4 36 KON5 KON6 KON8 KON9 KON11 KON12 KON13 KON15 KON16 KON17 7 KON19 21 40.00% 23.33% 20.00% 16.67% KON14 KON18 10º0’0”S KON20 KON21 KON22 22 KON23 50.00% 50.00% 9 ACTIVIDADE DE EXPLORAÇÃO EM ÁGUAS PROFUNDAS CHEVRON (OP) 31.00% SONANGOL P&P 20.00% ENI 20.00% TOTAL ANGOLA 20.00% GALP ENERGIA OVERSEAS 09.00% ENI (OP) SONANGOL P&P SSI FALCON OIL BLOCO - 17 / 06 TOTAL (OP) SSI SONANGOL P&P SOMOIL FALCON OIL ACREP 17 S.A. PARTEX BLOCO - 16 BLOCO - 15 / 06 35.00% 35.00% 25.00% 05.00% MAERSK OIL ANGOLA AS (OP) SONANGOL P&P 30.00% 27.50% 20.00% 10.00% 05.00% 05.00% 02.50% PETROBRAS (OP) SSI SONANGOL P&P FALCON OIL GEMINAS BLOCO - 20/11 BLOCO - 19/11 30.00% 40.00% 20.00% 05.00% 05.00% BP (OP) SONANGOL P&P CHINA SONANGOL 40.00% 30.00% 30.00% COBALT (OP) SONANGOL P&P NAZAKI OIL & GAS 40.00% 45.00% 15.00% REPSOL ANGOLA 22 B.V. (OP) 30.00% SONANGOL P&P 50.00% STATOIL 20.00% BLOCO - 25/11 BLOCO - 24/11 BLOCO - 23 MAERSK OIL & GAS (OP) 50.00% SVENSKA 30.00% SONANGOL P&P 20.00% BP (OP) SONANGOL P&P 50.00% 40.00% 10.00% 50.00% 50.00% TOTAL (OP) SONANGOL P&P STATOIL BP 35.00% 30.00% 20.00% 15.00% BLOCO - 26/06 PETROBRAS (OP) BP SONANGOL P&P 24 40 10 12º0’0”S BACIA DE BENGUELA 25 41 26 BLOCO - 22/11 BLOCO - 21/09 COBALT (OP) SONANGOL P&P BP 65.00% 20.00% ODEBRECHT E&P Gmbh(”OE&P”)15.00% BLOCO - 18 / 06 39 OCEANO BLOCO- 14 23 ATLÂNTICO SSI 14º0’0”S BACIA DO KWANZA 8 38 12º0’0”S KON10 37 BLOCO - 18 BP (OP) KON7 20 50m 10º0’0”S KON3 KON2 6 2000m ACTIVIDADE DE PRODUÇÃO EM ÁGUAS PROFUNDAS 19 35 40.00% 40.00% 20.00% 42 27 14º0’0”S 11 43 28 ACTIVIDADE DE EXPLORAÇÃO EM ÁGUAS ULTRA PROFUNDAS BP (OP) SONANGOL E.P SSI 31 STATOIL 26.67% 45.00% 15.00% 13.33% SONANGOL P&P (OP) STATOIL HYDRO BRASPETRO TOTAL (OP) SONANGOL P&P SSI 32 ESSO 30.00% 35.00% 20.00% 15.00% TOTAL (OP) SONANGOL P&P FALCON OIL GALP BLOCO - 35/11 BLOCO - 34 16º0’0”S BLOCO - 33 BLOCO - 32 BLOCO - 31 20.00% 50.00% 30.00% BLOCO - 37/11 ENI (OP) SONANGOL P&P REPSOL 44 12 BACIA DO NAMIBE BLOCO - 39/11 STATOIL (OP) 55.00% SONANGOL P&P 30.00% WRG Angola Limited 15.00% STATOIL (OP) SONANGOL P&P TOTAL WRG ANGOLA BLOCO39LIMITED 45 37.50% 30.00% 07.50% 15.00% 30 13 CU ECOPETROL GERMANY GHBH 10.00% BLOCO - 40/11 TOTAL (OP) SONANGOL P&P STATOIL PETRONA 6º0’0”E 16º0’0”S CONOCOPHILLIPS (OP) 50.00% SONANGOL P&P 50.00% BLOCO - 38/11 CONOCOPHILLIPS (OP) 30.00% SONANGOL P&P 50.00% REPSOL 20.00% 29 58.67% 20.00% 16.00% 05.33% BLOCO - 36/11 30.00% 45.00% 25.00% RIO 40.00% 30.00% 20.00% 10.00% NEN E LEGEND ÁREA EM EXPLORAÇÃO ÁREA EM PRODUÇÃO CAPITAL CIDADE RIO NAMIBIA 8º0’0”E 10º0’0”E 12º0’0”E ÁREA LIVRES FRONTEIRA LINHAS BATIMÉTRICA 14º0’0”E 16º0’0”E O início da produção no campo de Lianzi resulta de um acordo assinado entre as Repúblicas de Angola e do Congo em 2002, com objectivo de fazer a exploração conjunta de estruturas geológicas transfronteiriças no Bloco 14 (Angola) e Bloco Haute Mer (Congo). Potencial cliente Anualmente são realizadas duas reuniões pelo órgão intraestatal da Comissão de Unitização, alternadamente em Angola e no Congo. Foram também assinados acordos de imigração e o acordo aduaneiro. Todos os acordos que regem esta actividade de unitização foram aprovados pelas assembleias nacionais dos respectivos países. A Zâmbia quer importar o petróleo e seus derivados de Angola. O interesse na compra do crude angolano foi manifestado por Mulenga Sata, vice-ministro junto da presidência da Zâmbia, durante uma audiência concedida pelo Presidente José Eduardo dos Santos. “Gostaríamos de aproveitar a futura capacidade de Angola em termos de produtos refinados, porque sabemos que Angola tem três projectos de construção de refinarias em carteira e achamos que também podemos tirar proveito deles”, declarou o dirigente zambiano. GAD201501-DMC0001-P SETEMBRO 2015 | 7 GIMBOA SEIS ANOS A PRODUZIR SEM ACIDENTES O FPSO (Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência) Gimboa, ao serviço da Sonangol Pesquisa & Produção, operador do Bloco 4/05, comemorou a 10 de Junho último, seis anos consecutivos de produção sem acidentes de trabalho, o que constitui um desempenho digno de realce. A data foi assinalada com um programa comemorativo, que incluiu uma visita guiada à unidade petrolífera, com explicações técnicas sobre o seu funcionamento e demonstrações práticas dos procedimentos de segurança e do uso correcto de equipamentos. Nas cerimónias estiveram presentes o Vogal da Comissão Executiva da Sonangol Pesquisa & Produção, Ricardo Van-Deste, bem como técnicos das diversas áreas da referida subsidiária, representantes da SAIPEM (companhia empreiteira responsável pela operação desta FPSO). O FPSO Gimboa iniciou as suas actividades no offshore angolano em Abril de 2009, estando a produzir actualmente cerca de 11 mil barris/dia. Está posicionado a 85 km da costa e opera a 700 metros de profundidade. Fazem parte do Bloco 4/05, as empresas Sonangol Pesquisa & Produção, Statoil, Acrep, Prodoil e a Somoil. BLOCO 17 ALCANÇA OS DOIS MIL MILHÕES DE BARRIS EM PRODUÇÃO ACUMULADA A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) anunciou ter atingido a significativa marca de produção acumulada de dois mil milhões de barris de petróleo no Bloco 17 do offshore angolano De acordo com o comunicado da Sonangol, com a entrada recente em funcionamento da FPSO (Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Descarga) denominado CLOV, o Bloco 17, operado pela companhia francesa Total, passou a produzir 700 mil barris de petróleo por dia, que, no conjunto, permite atingir a quantidade de dois mil milhões de produção acumulada. Ao longo dos últimos catorze anos, a sua produção tem registado um crescimento contínuo, facto de referência mundial para a indústria petrolífera, com quinze descobertas e perspectivas de produção bastante promissoras. A Sonangol é a concessionária do Bloco 17 e tem como operador a Total, com 40%; Statoil 23,33%; Esso Exploration Angola Block 17 Ltd, 20%; e BP Exploration Angola Ltd., 16,57%. Em Abril, de acordo com um relatório do Ministério das Finanças de Angola, o bloco 17 garantiu 29,7 mil milhões de kwanzas em receitas fiscais, com a exportação de 20,4 milhões de barris de petróleo. No mesmo mês, entre um total de dez blocos de produção, a exportação de 53,1 milhões de barris de crude, incluindo o bloco 17, rendeu em receitas fiscais 90,5 mil milhões de kwanzas. As reservas de petróleo em Angola estão avaliadas entre 3,5 mil milhões de barris (categoria de provada) e 10,8 mil milhões de barris (categoria de provável). 8 | Sonangol Notícias Notícias ATLAS DE RADIOLOGIA APRESENTADO O PRIMEIRO VOLUME Da autoria dos especialistas Vasco Sabino da Silva e João Carlos Costa, da Clínica Girassol, o Volume I, do Atlas de Radiologia, foi apresentado em finais do mês de Junho pela Reitora da Universidade António Agostinho Neto, Maria do Rosário Bragança Sambo A obra, num total de dezoito volumes, editados em português e inglês, retrata casos clínicos do foro da Imagiologia e, também, outras especialidades. O primeiro volume contém 170 páginas e aborda 115 casos clínicos, incluindo um estudo anatómico do tórax, casos de Tomografia Axial Computorizada (TAC) com imagens, diagnósticos e imagens radiológicas do coração. A apresentação decorreu no mausoléu erguido em homenagem ao 1.º presidente de Angola, Dr. Agostinho Neto, e contou com a presença do Ministro e do Secretário de Estado da Saúde, José Van-Dúnem e Carlos Alberto Masseca, respectivamente, bem como de administradores da Sonangol E.P., membros da Comissão Executiva da Clínica Girassol. A Medicina em Angola ganha, assim, mais um importante meio de obtenção de conhecimento, de grande utilidade para os profissionais da área de Imagiologia, mas, também, de outras especialidades, bem como para técnicos e estudantes do sector. Angola preside ao processo Kimberley Discutida em Luanda a questão do embargo à exportação de diamantes pela República Centro-Africana (RCA) e pela Venezuela A reunião dos membros do Processo Kimberley, em Luanda, no passado mês de Junho, decorreu sob o signo do impasse em relação à eleição da vice-presidência da organização, actualmente sob a égide de Angola. Bernardo Campos, presidente em exercício, sublinhou, na sessão de abertura, o facto de Angola ter sido o berço da ideia estratégica que deu origem ao Processo Kimberley, quando, em 2000, o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, apresentou ao representante da Nações Unidas, Robert Fowler, as linhas que, em seu entender, seriam a chave para o combate eficaz aos diamantes de conflito. A reunião de Luanda decorreu sob o impasse que opõe a Austrália e o Dubai na corrida à vice-presidência. Angola está a envidar todos os esforços para que a situação seja ultrapassada. Mais de 200 representantes, dos 46 países que integram o Processo de Kimberley, entidade internacional que tenta travar o negócio dos “diamantes de sangue”, estiveram presentes na reunião que decorreu de 22 a 27 de Junho. O Processo de Kimberley representa uma certificação, criada em 2002 (entrou em vigor em 2003), com o apoio da Organiza- ção das Nações Unidas, para impedir que o comércio internacional de diamantes em bruto financie guerras. Foram apelidados de “diamantes de sangue” pelos conflitos que têm alimentado em África. O encontro de Luanda serviu, igualmente, para preparar propostas a apresentar na reunião plenária que terá lugar em Novembro, na capital angolana. Angola é o quinto maior produtor de diamantes, com 8,1% do valor a nível mundial. A mina de Catoca, no interior Norte do país, é a quarta do género no mundo. A produção angolana de diamantes está avaliada em cerca de 8,3 milhões de quilates por ano, correspondendo a uma receita bruta anual perspectivada de cerca de 1,1 mil milhões de dólares. SETEMBRO 2015 | 9 Congresso Engenharias ao serviço do desenvolvimento Especialistas em ciências da engenharia reflectiram, em Agosto, no Centro de Convenções de Talatona, sobre a importância das engenharias para o desenvolvimento de Angola Os participantes ao 2.º Congresso Internacional da Ordem dos Engenheiros de Angola, que durou dois dias, debateram os temas: “O papel da engenharia no desenvolvimento das nações”, “Projectos de engenharia em Angola”, “O ensino da engenharia e o mercado de trabalho” e “A engenharia e a Sociedade – Experiências Partilhadas”. Durante o discurso de abertura, o ministro dos petróleos, Botelho de Vasconcelos, disse que a engenharia “é imprescindível a todos os países interessados num desenvolvimento assente na capacidade criativa e no uso correcto da força e recursos da natureza em favor da humanidade. O bastonário da Ordem dos Engenheiros de Angola, José Dias, informou que os 2500 engenheiros de que o país dispõe, apesar de capacitados, é insuficiente para enfrentar os novos desafios da nossa jovem nação. “Angola precisa, actualmente, entre 10 a 15 mil novos engenheiros para suprir todas as deficiências que o país enfrenta”, mencionou o responsável. Sob o lema “Engenharia e dinâmicas de desenvolvimento de Angola”, o evento atribui ao Presidente da República, José Eduardo dos Santos, o título de Primeiro Grau da Ordem dos Engenheiros de Angola, pelo seu contributo nas obras que colocaram o país na rota do desenvolvimento socioeconómico. Desidério 10 | Sonangol Notícias Costa, em representação do Chefe de Estado, recebeu o prémio e agradeceu o gesto da Ordem. Os objectivos do certame centraram-se na promoção, estímulo e reflexão sobre o papel da engenharia no fomento, inovação e desenvolvimento de Angola, bem como na discussão sobre o papel do engenheiro, práticas de engenharia e situação do profissional do sector face aos novos desafios do país. Testemunharam o evento, que teve o patrocínio da Sonangol, membros do Executivo, deputados à Assembleia Nacional, representantes do corpo diplomático e académicos. Notícias Licitação de blocos petrolíferos 2014-2015 O processo inclui dez blocos petrolíferos distribuídos regionalmente nas zonas terrestres das bacias do Kwanza e do Baixo Congo Texto: Tatiana Baptista Foto: José Quarenta U ma licitação, no caso específico do sector petrolífero, é um concurso público para adjudicação de concessões de hidrocarbonetos. A Sonangol E.P., na qualidade de concessionária nacional dos direitos mineiros para a pesquisa e produção de hidrocarbonetos líquidos e gasosos procedeu, com a devida autorização do Ministério dos Petróleos, a uma ronda de licitações, desta feita referente a 2014-2015, de blocos petrolíferos nas Zonas Terrestres das Bacias do Kwanza e do Baixo Congo. O processo, iniciado em 2014, tal como já referido, inclui 10 blocos petrolíferos distribuídos regionalmente, sendo sete na Zona Terrestre da Bacia do Kwanza, designados KON3, KON5, KON6, KON7, KON8, KON9 e KON17, e três na Bacia do Baixo Congo (CON1, CON5 e CON6). A sísmica recentemente efectuada nos locais mencionados mostra um grande potencial remanescente nas três unidades litoestratigráficas que compõem as Bacias de Angola, nomeadamente a unidade pré-salífera, a unidade evapo-carbonática e a unidade terciária. Refira-se, para melhor entendimento desta matéria sobre Licitações, que a Sísmica 2D, um dos termos de referência desse concurso, é um método de prospecção Geofísica que se utiliza para obtenção da imagem das estruturas geológicas em sub-superfície num só plano. Acrescente-se, na mesma senda, que unidade litoestratigráfica é um termo usado em Geociências para representar um conjunto de eventos geológicos ocorridos num determinado tempo e espaço, (Estratigrafia) associados a tipos de rochas e/ou estratos (litologia) depositados numa bacia sedimentar intrinsecamente ligados ao sistema petrolífero. Fases da Licitação já realizadas Desde o início do processo de Licitação dos referidos blocos petrolíferos foram já realizadas as seguintes etapas: auscultação das empresas concorrentes (Roadshows), lançamento do concurso, pré-qualificação e a publicação dos Termos de Referência. Em Outubro do corrente ano está programada a abertura das propostas feitas pelas empresas concorrentes, sendo que, nos 45 dias posteriores, a Sonangol E.P. deverá concluir a análise das propostas, proceder à adjudicação das concessões e realizar a contratualização com os respectivos Grupos Empreiteiros. O concurso tem sido executado no estrito cumprimento da Lei nº 10/04, de 12 de Novembro (Lei das Actividades Petrolíferas), e do Decreto nº 48/06, de 1 de Setembro. Refira-se que a Bacia do Baixo Congo é uma Bacia de margem passiva do oeste africano, causada pela separação dos continentes sul-americano e africano no Mesozoico. Está localizada entre as latitudes 3°20’s e 7°30›s e limitada a norte pela Bacia do Gabão e a sul pela Bacia do Kwanza. Tem uma área geográfica de cerca de 7.190 km2. A Bacia do Kwanza é uma Bacia igualmente de margem passiva do oeste africano. Está situada entre as latitudes 8 ° 00´e 11 °30’s e limitada a norte pelo Alto do Ambriz e a sul pela Bacia de Benguela. A porção terrestre cobre uma área de cerca de 25.000 km2. SETEMBRO 2015 | 11 VISITA oficial DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA À CHINA José Eduardo dos Santos assinou importantes acordos de cooperação estratégica em domínios de interesse comum entre os dois países Na sua deslocação de cinco dias, a convite do seu homólogo Xi Jiping, em meados do mês de Junho, o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, enalteceu o desenvolvimento político, económico, social e cultural da República Popular da China, segundo se lê no comunicado final da visita. Segundo este comunicado, com vista à diversificação e desenvolvimento sustentável da economia angolana, as duas partes assinaram quatro importantes acordos: 1. Acta da primeira sessão da comissão orientadora para a cooperação económica, técnica e comercial; 2. Memorando de funcionamento; 3. Acordo de cooperação económica e técnica; …e AOS EMIRADOS ÁRABES UNIDOS Depois da China, o Presidente da República realizou uma visita oficial aos Emirados Árabes Unidos, a convite do Khalifa bin Zayed Al Nahyan, Presidente daquele país. Em Abu Dhabi, José Eduardo dos Santos testemunhou a assinatura de um acordo de cooperação económica e técnica, e de um outro que cria a Comissão Mista entre os dois países. O ministro angolano das Relações Exteriores, Georges Chikoti, e o seu homólogo Anwar Gargachi, rubricaram os documentos que representam um importante avanço no âmbito da cooperação entre os dois países. Os Emirados Árabes Unidos estão a preparar a abertura de uma representação diplomática em Luanda, enquanto Angola mantém a sua, em Abu Dhabi, e representação consular no Dubai. 12 | Sonangol Notícias 4. Acordo no domínio da aviação civil; acordo no domínio financeiro. Os dois chefes de Estado concordaram, entre outros aspectos, trabalhar no sentido da facilitação da concessão de vistos entre os dois países, por forma a incrementar o fluxo nas trocas comerciais. A China manifestou disponibilidade em estabelecer, em Angola, um centro de Tecnologia Agrícola com o objectivo formar quadros técnicos no processo de desenvolvimento agro-industrial. Nesta sua quarta visita oficial à China, em 27 anos, o Presidente da República fez-se acompanhar de nove ministros e de uma delegação de empresários angolanos. Notícias Expo Milão 2015 Itália comemora Dia do Herói Nacional em grande apoteose O Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, chefiou a delegação angolana Texto: Maria João Fernandes Foto: Divulgação N o dia 17 de Setembro, o Pavilhão de Angola, na Expo Milão, recebeu centenas de cidadãos angolanos e estrangeiros durante as comemorações do Dia do Herói Nacional, em homenagem ao primeiro presidente angolano, Agostinho Neto. A cerimónia de abertura teve lugar na praça Expo Center e contou com a presença do Secretário de Estado italiano dos Negócios Estrangeiros, Benedetto della Vedova, que sublinhou o papel que Angola desempenha na resolução dos conflitos em África. Por seu turno, o Vice-Presidente angolano destacou o lema da exposição: “Alimentar o Planeta, Energia para a Vida”, aproveitando para realçar o compromisso do Governo em assegurar uma maior produção de alimentos, diversificação de empregos, melhoria da escolarização e do atendimento médico e facilidade nos acessos ao abastecimento de água potável e de distribuição de energia eléctrica. Durante todo o dia foram várias as actividades culturais realizadas no âmbito do Dia Nacional de Angola, com destaque para mostras de arte de vários artistas plásticos angolanos, como Etona, Tchivinda e Van. Ao som de batuques e ritmos africanos, os grupos de dança tradicional Kilandukilo e Kina Ku Moxi pisaram o Palco Angola captando a atenção do público através da originalidade das suas coreografias. As estilistas Nadir Tati, Carla Silva e Elizabeth Santos também marcaram presença exibindo as suas mais recentes criações, como testemunho vivo da cultura angolana. Os cantores Danny L e Coréon Dú encerraram a noite com um espectáculo musical que contagiou todos os presentes. O Pavilhão de Angola é, de acordo com o site Expo Adviser, o mais popular entre os mais de 100 pavilhões da Expo Milão, tendo registado um recorde de 20.040 visitas, só no dia 6 de Setembro. Presidido por Manuel Vicente, em represen- tação do Chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, o evento contou com a presença de vários membros do Executivo, de entre os quais o Ministro das Relações Exteriores, George Chikoti, da Comissário-geral de Angola na Expo Milão, Eng.ª Albina Assis, e do embaixador angolano em Itália, Florêncio de Almeida. SETEMBRO 2015 | 13 FILDA 2015 é marca reconhecida por todos Fóruns marcam diversificação da economia A 32.ª Edição da Feira Internacional de Luanda, que decorreu de 21 a 26 de Julho no espaço da FILDA, foi dominada por três fóruns diferentes de negócios. Ao cortar a fita, o Ministro da Economia, Abrahão Gourgel, afirmou que o certame tem despertado o interesse dos empresários nacionais e estrangeiros Texto: Euclides Seia Foto: Malocha N a atmosfera dos 40 anos de Independência Nacional e contrariamente às feiras passadas, em que a abertura era normalmente reservada a visitas guiadas e contactos de parceria entre expositores, este ano, além de exposição de produtos e serviços, a maior bolsa de negócios do país promoveu encontros empresariais, que constituíram a novidade da edição de 2015: Fórum Angola-Itália, Luanda Investment Forum 2015 e o Fórum Económico Alemanha-Angola. Na ocasião, o Ministro da Economia, em representação do Chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, garantiu que a FILDA já é uma marca reconhecida por todas as partes interessadas no desenvolvimento de Angola. Abrahão Gourgel considerou que o lema escolhido este ano contém todos os elementos que no difícil momento da conjuntura económica exige de todos os angolanos: “dinamismo, criatividade e competência na produção nacional – um pressuposto para a diversificação e industrialização da economia angolana, um desafio para a juventude empreendedora”. “Para Angola, a queda abrupta do preço do petróleo é um lembrete das im- 14 | Sonangol Notícias portantes vulnerabilidades e de gritos estruturais inerentes à actividade económica altamente concentrada, e da necessidade de acelerar o esforço para a diversificação económica a médio e longo prazo”, reiterou o governante. O representante do Presidente da República reconheceu que mudar uma economia baseada num único recurso natural é um desafio gigantesco para qualquer país fortemente dependente de um só produto. Neste sentido, Angola não é excepção. De acordo com o Ministro Abrahão Gourgel, o Executivo angolano inscreveu o objectivo da diversificação como estratégico no Plano Nacional de Desenvolvimento, no período 2013 a 2017, e desenhou, mais recentemente, o programa executivo da aceleração da diversificação da economia. Na opinião do responsável da pasta da economia, o desenvolvimento de capital humano ajuda a promover o desenvolvimento e a reforçar a competitividade. “As perspectivas actuais são de retomar o crescimento sustentado até final de 2015, apesar das incertezas presentes ainda da economia mundial.” Especial Notícias Fóruns de negócios O Fórum Angola-Itália centrou-se nos sectores da agricultura e da indústria alimentar. Por seu turno, o Luanda Investiment Forum 2015 baseou-se numa mesa redonda sob o tema “Geminações, Desenvolvimento e Parcerias Empresariais”. Durante este fórum, os participantes puderam conhecer as oportunidades de investimento no município de Luanda e a promoção de pequenas bolsas de negócios entre os países da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa). O Fórum Económico entre Alemanha-Angola, realizado no Centro de Convenções de Talatona, esteve focado nos distintos sectores, com destaque para o produtivo e o das tecnologias de informação e telecomunicações. Várias personalidades acompanharam o Ministro da Economia, com destaque para o Ministro da Agricultura, Afonso Pedro Canga, da Família e Promoção da Mulher, Maria Filomena Delgado, da Ciência e Tecnologia, Maria Cândida Teixeira, o Governador de Luanda, Graciano Domingos, PCA da FIL, José de Matos Cardoso, o Ministro da Agricultura, Alimentação e Florestas da República da Itália, Maurizio Martina e a Secretária de Estado Parlamentar do Ministério Federal da Economia e Energia da Alemanha, Brigitte Zypries. Além de secretários de estado, diplomatas, vicegovernadores, autoridades tradicionais e religiosas e a Miss Angola 2015. Números da FILDA Área de feira - 50.000 m2 Empresas expositoras - 1000 Países presentes - 40 Continentes representados - todos PNFQ “O Governo lançou o Programa Nacional de Formação de Quadros com a meta de formar, até 2020, 10.320 dirigentes, gestores e quadros superiores e médios para as empresas angolanas, com um orçamento de três mil milhões de dólares”, informou Abraão Gourgel. Setembro 2015 | 15 Petróleos Os desafios do sector continuam em curso No dia 24 de Julho, em Luanda, o ministro dos petróleos, José Maria Botelho de Vasconcelos, garantiu à imprensa que os projectos de pesquisa e produção, que contribuem para o desenvolvimento de Angola, continuam em curso Texto: Euclides Seia Foto: Shayne O Ministro dos Petróleos, José Maria Botelho de Vasconcelos, visitou o stand principal da Sonangol, que ocupava uma área de 432 m2 e no qual se podia ver imagens representativas de todas as empresas do Grupo, a Sonangol tinha igualmente espaços colaterais, num total de 18 m2, onde estavam expostos, essencialmente, produtos das subsidiárias Sonangol Gás Natural, Sonangol Distribuidora e Sonangol Investimentos Industriais. O stand particularmente vistoso foi reciclado e exibido na Rio Oil & Gas 2014. No pavilhão dos petróleos, o ministro garantiu que as empresas do sector dos petróleos marcam presença em todas as edições da FILDA com o objectivo de mostrarem ao público 16 | Sonangol Notícias o que fazem, desde a actividade operativa à intervenção junto das comunidades. Na opinião do ministro, a feira é uma oportunidade para a população contactar com a realidade da indústria petrolífera. ‘‘O período actual é difícil, mas os projectos estão em curso, pois têm sido actualizados e adaptados à realidade que vivemos. Estes projectos darão uma certa garantia para a manutenção dos níveis de produção previstos para o Orçamento Geral do Estado”, informou o titular dos petróleos’’. Sobre a questão do Angola LNG, o dirigente disse que o projecto poderá estar finalizado em Dezembro deste ano, mas a sua consolidação, em termos de funcionamento regular e perma- nente, só depois do primeiro trimestre de 2016. Segundo o visitante Baptista João, a exposição permitiu-lhe saber mais sobre o mundo do petróleos. Outro visitante, Domingos Teixeira, considerou que, este ano, a exposição das empresas petrolíferas tinha evoluído imenso, com grande destaque para o stand da Sonangol, devido à sua estrutura arquitectónica. A delegação, liderada pelo Dr. Fernando Roberto, em representação do Presidente do Conselho de Administração Francisco de Lemos José Maria, contou com a companhia dos administradores Fernandes Mateus e Mateus Neto, bem como, Presidentes das Comissões Executivas das empresas Subsidiárias, Gestores, Técnicos, entre outras individualidades. levita Destaque Segurança a todo o gás Pegas Ergonómicas Adaptadas aos contornos das mãos e revestidas de um material macio e confortável, que permite um manuseamento da botija mais cómodo Válvula de segurança com fusível térmico Aumenta a segurança da botija, evitando explosão em caso de temperaturas externas elevadas Aço Especial Protegido em Zinco Depósito de gás Material Composto (Twintex) Matrix de polipropileno e fibras de vidro, triplicando a resistência interior da botija Cobertura Termoplástica Construída em polietileno de alta densidade, um material resistente ao choque, radiação e corrosão Bucha de Absorção Implementada debaixo da botija para reforçar a protecção do cilindro Alicerce Base de polistireno de alta densidade, garantindo a estabilidade e protecção da botija DURABILIDADE › SEGURANÇA › COMODIDADE A Levita, além de mais leve, obedece aos mais rigorosos critérios de segurança. E agora já a pode encontrar em muitos mais pontos de venda, entre Postos de Abastecimento, e também em hipermercados e supermercados. Apoio ao cliente: tel.: 226 692 211 | email:[email protected] Setembro 2015 | 17 Sonangol reafirma apoio social POPULAÇÕES DE LUANDA, BENGUELA E HUÍLA RECEBEM DOAÇÕES Texto: Maria João Fernandes Foto: Divulgação ESCOLA PRIMÁRIA E ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA GANHAM COMPUTADORES A Direcção de Responsabilidade Social Corporativa (DRSC) da Sonangol E.P. procedeu, no passado mês de Junho, à oferta de 35 computadores de mesa à escola do ensino primário n.º 1247, localizada em Luanda e pertencente à Igreja Evangélica Baptista de Angola (IEBA). Na ocasião, o director daquela instituição de ensino, Eduardo Lusimana, agradeceu o gesto de solidariedade da petrolífera estatal angolana e garantiu que os computadores serão utilizados para ministrar aulas práticas de informática aos alunos da escola. Ainda na senda de acções de Responsabilidade Social, no mesmo mês, a DRSC fez igualmente a entrega de três computadores à Associação Provincial de Jiu-Jitsu de Luanda, representada no acto pelo seu secretário provincial, Marcos Vieira Dias. CONCURSO ATRIBUI BOLSAS DE ESTUDO NO EXTERIOR No âmbito da execução do programa estratégico de aumento de produção e da área de Responsabilidade Social Corporativa, alinhados com a política de angolanização do sector petrolífero, a Sonangol E.P. anunciou recentemente a abertura de candidaturas para o preenchimento de 200 vagas destinadas a bolsas de estudo de licenciatura, nas áreas de Geociências, Engenharia e Ciências Económicas. A Sonangol, E.P. irá posteriormente enquadrar os candidatos que venham a ser selecionados, por curso e país de destino, em função das suas necessidades de força de trabalho de acordo com o seu Plano Estratégico e de Negócios. Os resultados do concurso deverão ser publicados no Jornal de Angola e nos sites da Sonangol E.P. e do Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências (ISPTEC). 18 | Sonangol Notícias Responsabilidade Reportagem Social LUANDA ACOLHE 9.ª EDIÇÃO DO JARDIM DO LIVRO INFANTIL A 9.ª edição do Jardim do Livro Infantil, evento que tem a Sonangol E.P. como um dos seus principais patrocinadores, teve a sua abertura oficial no passado dia 25 de Junho, no Parque da Independência Nacional, em Luanda, no âmbito do programa comemorativo do 40.º aniversário da República de Angola que se assinala a 11 de Novembro próximo. A cerimónia, na qual a petrolífera angolana esteve representada por duas técnicas da Direcção de Responsabilidade Social Corporativa (DRSC), foi presidida pela ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva, tendo contado igualmente com a presença do governador provincial de Luanda, Graciano Domingos, e da vice-governadora para os Serviços Técnicos e Infra-Estruturas, Nzila Carvalho. Participaram também do acto, os escritores Cremilda de Lima, “Pepetela” e Valdemar Sakwesa, este último vencedor da edição de 2015 do Prémio Literário Jardim do Livro Infantil. No seu discurso de abertura, Rosa Cruz e Silva realçou o ambiente festivo registado em todo o país, no mês da criança, no qual o Ministério que dirige assumiu como meta divulgar a literatura infantil, visando o resgate dos valores morais e culturais. Referiu-se ainda à importância do livro como instrumento fundamental no processo de socialização da criança, na perspectiva da sua integração e contribuição para a prática da cidadania responsável. Ainda no decorrer da actividade, o escritor “Pepetela” realizou uma sessão de autógrafos da sua obra “As Aventuras de Ngunga”. APOIO A VÍTIMAS DAS CHUVAS NO LOBITO A Sonangol E.P., através da sua Direcção de Responsabilidade Social Corporativa (DRSC), procedeu recentemente à entrega, no município do Lobito (província de Benguela), de materiais de construção para apoio às populações que sofreram as consequências das fortes chuvas que se registaram naquela localidade, no mês de Março de 2015. A referida doação, que incluiu dez mil telhas e igual número de sacos de cimento, foi entregue, em acto simbólico, pela directora de Responsabilidade Social Corporativa, Arlete Borges, ao vice-governador para a Esfera Política e Social da província de Benguela, Victor Sardinha Moita. O gesto da Sonangol E.P. contribui para a construção, em zonas seguras, de residências para distribuição às populações sinistradas do Lobito. De realçar que já aquando da tragédia recentemente vivida naquele município, que infelizmente provocou vítimas mortais, a Direcção de Responsabilidade Social Corporativa havia doado cobertas, roupas e géneros alimentares arrecadados em campanhas de solidariedade realizadas na petrolífera angolana. PROVÍNCIA DA HUÍLA RECEBE ESCOLA NOVA O Orfanato da Missão Católica do Sendi, situado no município do Quipungo, na Huíla, recebeu uma nova escola primária. O projecto conta com o apoio do Departamento de Responsabilidade Social Corporativa (DRSC) da Sonangol E.P. e contempla a construção de um espaço escolar com seis salas de aula, de modo a suprimir a necessidade de novas instalações visto as antigas já se encontrarem bastante degradadas. Orçamentada em 30.000.000,00 AKZ, a escola do 1.º ciclo está a contribuir para a educação e formação de mais de 480 crianças e adolescentes, de forma a promover uma educação inclusiva. A infraestrutura, que ainda se encontra em fase de construção, irá suportar mais de 480 crianças e jovens, para além de criar 12 postos de trabalho directo, contribuindo para a promoção das condições psicológicas adequadas que permitem um bom desempenho académico e social. A inauguração decorreu a 03 de Setembro de 2015. SETEMBRO 2015 | 19 Sonangol Logística Eficiência e eficácia em articulação As Instalações da Boavista (IBV-1) armazenam e comercializam gasolina e gasóleo com eficiência e eficácia. Em articulação com a Sonangol Distribuidora o combustível chega a todo país Texto: Euclides Seia Foto: Malocha 20 | Sonangol Notícias Reportagem C om o objectivo de melhorar o tempo médio de atendimento, bem como o índice de satisfação dos clientes, a IBV-1 tem no seu espaço geográfico oito tanques para armazenar gasolina e quatro para gasóleo. Segundo o supervisor da área de movimentação de produtos, Edivaldo da Silva, o combustível que a instituição comercializa é fornecido pela Refinaria de Luanda e pelos navios Embondeiro e Welwitschia, através de tubos condutores. ‘‘Diariamente recebemos três mil metros cúbicos de gasóleo e mil e quinhentos metros cúbicos de gasolina. Amostras dos produtos são enviadas para o laboratório, a fim de se verificar, e aprovar, a sua qualidade. Os analistas levam três horas para concluírem a análise e darem luz verde à área de venda’’, No dia da nossa visita as entregas foram feitas a dois grandes clientes: «Sonangol Distribuidora e Pumangola, que distribuem aos consumidores”, explicou o supervisor. A distribuição de derivados do petróleo a vários pontos do país, com destaque para os postos de abastecimento, aeroporto, portos e caminhos-de-ferro, começa com o carregamento dos camiões-cisternas na placa do enchimento da IBV-1. Esta plataforma tem capacidade para atender dez carros ao mesmo tempo: metade para gasolina e cinco ilhas (designação da bomba) para o carregamento do gasóleo. Estas operações comerciais são realizadas 24 horas por dia e a higiene é um ponto de honra, com tolerância zero ao lixo, sendo o espaço mantido por todos os que o utilizam. Estas instalações incluem um refeitório e um conjunto de geradores. Camiões-cisternas na placa Feliciano Nenge, funcionário da empresa há 22 anos, explicou-nos que os carros autorizados para o carregamento da cisterna se dirigem à placa e devem cumprir obrigatoriamente as regras de estacionamento para o enchimento. “Caso contrário, não atendemos o cliente e pedimos que se retire imediatamente da placa”, sublinhou este trabalhador. Das regras obrigatórias destacam-se: desligar o carro, manter a chave na ignição, accionar o travão de mão, pôr calços nos pneus, se necessário, não realizar nenhuma actividade mecânica ao veículo, não deixar cair combustível, nem deitar lixo no chão. É obrigatório o uso do capacete e botas de trabalho. SETEMBRO 2015 | 21 Protecção e segurança Depois de algumas tragédias registadas há alguns anos, a direcção da IBV-1 cumpre, e faz cumprir escrupulosamente, as regras de segurança e protecção. O ponto de partida é a inspeção/revista a indivíduos e automóveis. Edivaldo da Silva revelou que, de segunda a sexta-feira técnicos qualificados da instituição dialogam com os trabalhadores, das 7h30 às 8h00, para prevenção e combate a acidentes, ou incidentes, no local de serviço. Logo após a recepção, feita pela superintendência, a equipa da Sonangol Notícias foi encaminhada para a sala de formação onde recebeu informações sobre as regras de segurança. Afonso Salumbongo explicou que “é obrigatório o uso de botas fortes, capacete e outros meios, para protecção de qualquer situação que perigue a integridade física dos visitantes. Durante a permanência nas instalações as pessoas e os veículos devem obedecer à sinalização rodoviária”. Combate a incêndios Há alguns anos a Instalação da Boavista-1 foi alvo de dois incêndios de grandes dimensões que provocaram prejuízos incalculáveis à Sonangol Logística, Sonangol Distribuidora, clientes e automobilistas. Segundo o responsável do sector de segurança e protecção, Afonso Salumbongo, há na IBV-1 um sistema automático contra incêndios, para não se repetirem situações do género, onde é visível a existência de um tanque com água, com a capacidade de 2.500 metros cúbicos. Além deste recurso, a Logística conta também com um tanque subterrâneo de 200 metros cúbicos, extintores diversos e um carro de bombeiros. Esses meios são manuseados por grupos de trabalhadores preparados para prevenir e combater acidentes, e incidentes, nas instalações. 22 | Sonangol Notícias Reportagem Saúde no trabalho Como a saúde física, mental e psicológica é importante, no estaleiro central da Sonangol Logística há um posto médico bem apetrechado, com equipamento semelhante ao de um centro de saúde, e uma equipa de profissionais qualificados, integrado por uma médica, um enfermeiro e um motorista de ambulância. Segundo a médica Daniela Gonçalves, a hipertensão arterial é o principal motivo de afluência ao posto: “atendemos 20 a 25 pacientes por semana, com esta e outras patologias, mas reconhecemos que o cumprimento rigoroso das normas de segurança, por parte de todos os que utilizam a IBV-1, é o factor que permite evitar situações graves e diminuir o número de pacientes”, informou a especialista em medicina do trabalho. Localizada na rua Kima Kienda, no distrito da Ingombota, a Instalação da Sonangol Logística aposta na modernização tecnológica e investe na melhoria das condições infraestruturais e de gestão de stocks, respeitando as normas de qualidade, saúde, segurança e ambiente. Tem como função primária armazenar e transportar os derivados de petróleos. SETEMBRO 2015 | 23 Gestão de stocks e venda Tanques - 12 Capacidade - 584 a 6817 m3 Enchimento - 10 lugares/Ilhas Venda diária - gasóleo: 4000 m3; gasolina: 3000 m3 Fora das instalações Fora da IBV-1 o comércio do combustível prossegue de modo ilegal e sem atenção para os perigos que daí podem resultar. Alguns jovens do bairro da Boavista, com residências próximas ao enchimento, retiram combustível das cisternas dos camiões, em movimento ou estacionadas. Segundo um jovem, os derivados do petróleo retirados dos veículos são armazenados em esconderijos, no exterior e interior das habitações, para, de seguida, serem comercializados, em bidões de 25 litros e tambores de 200 litros, a preços que 24 | Sonangol Notícias variam entre 500 e 6.000 mil kwanzas. Esta actividade foi baptizada como “desbobar” e o praticante é chamado desbobeiro. Os desbobeiros são jovens entre os 13 e os 30 anos de idade. Alex, que deixou de frequentar a escola depois de terminar a 6.ª classe, revelou que a falta de emprego desmotiva a prossecução dos estudos e conduz a este tipo de comportamentos. Os jovens contaram que alguns colegas, como Vado-Sida, Camudiba e Ngangula, foram atropelados mortalmente ao fazerem a extracção do combustível. “Caíram da cisterna e foram esmagados pelas rodas dos camiões”, recordaram entristecidos. ‘‘Num só ataque ao camião, a cisterna pode perder mais de 90 litros de gasolina ou gasóleo”, calculou o camionista João Sousa, acrescentando que “já tentámos dialogar com eles para desistirem desta actividade, mas somos ameaçados’’. O supervisor da Sonangol Logística, Edivaldo da Silva, disse-nos que a sua instituição já informou a Polícia da extracção ilegal que os camiões cisternas têm sofrido. ‘‘Depois da queixa, a Polícia tem fiscalizado, mas, os protagonistas não desistem’’, lamenta. Reportagem SETEMBRO 2015 | 25 Linha NGOL – 25 anos (II) Quando é que se deve mudar o óleo nos veículos motorizados? Quais as especificidades e o tipo de lubrificantes que devem ser usados? Como entender a composição e comportamento dos óleos de lubrificação? Uma viatura bem cuidada prolonga a sua duração. Poupe a sua viatura e atente aos conselhos que se seguem Texto: Inocência Godinho Fotos: José Quarenta Inocência Godinho, Directora da Unidade de Negócios de Lubrificantes 26 | Sonangol Notícias Marketing PERGUNTAS FREQUENTES SOBRE LUBRIFICAÇÃO Como escolher o lubrificante mais adequado? Para saber qual é o lubrificante correcto para o seu veículo é necessário consultar, e seguir, as recomendações do fabricante contidas no manual que acompanha a viatura, pois, é o fabricante quem melhor conhece a viatura e pode definir, por meio de testes, as condições operacionais e a especificação mais adequada do lubrificante. Os lubrificantes caracterizam-se pelas especificações da sua viscosidade e pela performance ou desempenho. É com base nelas que se define o lubrificante adequado. A classificação de viscosidade para os lubrificantes aplicados ao ramo automóvel é definida pela SAE (Sociedade de Engenheiros de Automóveis), que apresenta uma classificação para óleos de motores e outra para as transmissões. A classificação SAE apresenta duas graduações: uma de baixa temperatura (0 W, 5W, 10W, 15W, 20W e 25W) e outra de alta temperatura (20, 30, 40, 50 e 60), no caso de óleo de motores. No caso de transmissões são 70W, 75W, 80W e 85W, para baixas temperaturas e 90, 140 e 250 para altas temperaturas. Quanto maior o número, maior a viscosidade indispensável para o óleo suportar maiores temperaturas. Graus menores suportam baixas temperaturas sem se solidificar ou prejudicar a bombeabilidade. Um óleo do tipo monograduado só é classificado em uma graduação. Por exemplo, o NGOL DIESEL apresenta os graus 10W, 30, 40 e 50. Já um óleo do tipo multigraduado enquadra-se em duas classificações, por apresentar menor variação da viscosidade com a temperatura. Por exemplo, o NGOL MULTIDIESEL 15W40 comporta-se como um óleo SAE 15W a baixa temperatura, reduzindo o desgaste no arranque do motor, ainda frio, e em alta temperatura comporta-se como um óleo SAE 40, tendo por isso, uma ampla faixa de utilização. A classificação de performance é definida por entidades como o API (American Petroleum Institute), ACEA (Association des Constructeus Européens de Automobile), JASO (Japanese Automobile Standards Organization), e, também, por alguns construtores de equipamentos, por exemplo, a Mercedes, a Volkswagen, etc. Estas classificações indicam os níveis de desempenho que os óleos lubrificantes devem atender. No caso do API, classificação mais comum, existem categorias para motores a gasolina, nomeadamente API SA, SB, SD, SE, SF, SG, SH, SJ, SL, SM e, a mais recente, SN. As categorias SA, SB, SC, SD e SE já se encontram obsoletas. Para motores diesel, as categorias actuais são API CE, CF, CF-4, CG-4, CH-4, CI-4 e CJ-4. Um mesmo óleo pode atender a uma categoria “S” e, simultaneamente, à categoria “C”. Para transmissões são API GL-4 e API GL-5. Como saber qual a quilometragem indicada para a troca de óleo? Por que é que o óleo de motor fica mais escuro? Para realizar a função de manter o motor limpo, o óleo deve manter em suspensão as impurezas que não ficam retidas no filtro de óleo, para que elas não se depositem no motor. Desta forma, o óleo fica escuro e o motor fica limpo. O óleo mais escuro é também mais espesso? Este é um conceito errado. O óleo mais claro pode ser mais viscoso (espesso) do que um óleo mais escuro e vice-versa. Os óleos são formulados misturando-se óleos base e aditivos e a sua cor final dependerá da cor das matérias-primas (óleos base e aditivos) que forem usadas na sua formulação. A cor não tem nenhuma influência no desempenho do óleo. (continua na próxima edição) Esta informação pode ser encontrada no manual do veículo e varia de acordo com o seu modelo. Os intervalos entre as trocas devem ser diminuídos quando o veículo circula constantemente em condições desfavoráveis (estradas de terra batida e congestionamento do tráfego). Se o veículo circula pouco, recomenda-se trocar o óleo a cada seis meses. A cada troca de óleo recomenda-se a troca do respectivo filtro. O que acontece quando o óleo ultrapassa a quilometragem recomendada? Durante o processo de lubrificação o óleo é submetido a altas temperaturas e a contaminações inerentes ao uso. Estes dois factores fazem o óleo perder as suas propriedades originais e, consequentemente, a capacidade de lubrificação. Isto desgasta as peças do motor que terá sua vida útil reduzida. SETEMBRO 2015 | 27 ENTREVISTA DO PCE À REVISTA UNIVERSO O Presidente da Comissão Executiva da Sonaref, João Ramos, considerou que a futura refinaria do Lobito constitui um mega projecto, não só pelo seu volume de investimentos e complexidade tecnológica, mas também pelo impacto económico e social que terá para Angola Texto: Sonangol Fotos: Sonangol 28 | Sonangol Notícias Desenvolvimento Sonangol: Qual é a importância deste ambicioso Projecto para a Sonangol e para Angola? João Ramos: A importância deste projecto para a Sonangol e para Angola é de grandeza ímpar. É um projecto estratégico, considerado mega projecto pelo volume de investimentos, pela complexidade tecnológica e pelo impacto económico e social para o país e para a província de Benguela, em particular. Como sabemos, a economia de Angola cresceu vertiginosamente nos últimos anos, incluindo o crescimento dos parques, industrial e automóvel. A única refinaria que possuímos, localizada em Luanda, cobre em apenas 20% os consumos do mercado nacional. O País faz um esforço grande com a importação suplementar de produtos refinados, para suprir os consumos actuais. Como orientação do plano nacional de desenvolvimento do Executivo Angolano, a Sonangol, através da Sonaref, foi mandatada para implementar este projecto estruturante que visa diminuir a dependência energética e agregar valor acrescentado aos crudes angolanos, transformando-os em combustíveis de alto valor comercial. Esta refinaria foi dimensionada para processar 200,000 bbl/dia e irá suprir as necessidades do país com a produção de combustíveis de alta qualidade e valor comercial, nomeadamente LPG,Gasolina,Jeta1,Petróleo Iluminante e Gasóleo. Será uma refinaria moderna, de alta complexidade e eficiência. A implementação do projecto aumentará a oferta nacional e fortalecerá a cadeia logística da Sonangol em matéria de refinação e comercialização de combustíveis e outros derivados de petróleo para o mercado interno e para a região. A capacidade de produção projectada na refinaria do Lobito, adicionada à produção actual da refinaria de Luanda, vai permitir satisfazer uma parte significativa da demanda do mercado nacional. Nesta fase crucial de desenvolvimento de Angola, a diversificação da economia está na pauta do dia e, a transformação da matéria-prima que são os crudes angolanos, vai concorrer para a industrialização do país e contribuir para uma maior arrecadação de receitas para o Orçamento Geral do Estado. S: Em que fase e estado se encontram as obras da refinaria? JR: As obras que tiveram início em Janeiro de 2012, estão relacionadas com as infra-estruturas de suporte à construção da refinaria do Lobito, nomeadamente: O Terminal Petroleiro que servirá para a descarga dos materiais e equipamentos pesados durante a fase da construção da refinaria e mais tarde para a expedição dos combustíveis; A Estrada especializada (LHHR ) preparada para suportar e transportar equipamentos de grande tonelagem e dimensão; A estrada de serventia a passagem dos pipelines (CARB) entre a refinaria e o Terminal Petroleiro; Terraços (Terracing),local onde será erguida a refinaria. O nível de execução das obras ronda em média os 95%. Têm decorrido satisfatoriamente, no que toca as boas práticas de engenharia, segurança, ambiente, qualidade, assim como o cumprimento dos prazos estabelecidos. S: Sabemos que o alicerce e base já estão prontos; qual será o próximo passo ? JR: Uma vez completados os estudos da configuração da refinaria pela empresa americana KBR, decorre o processo de revisão final dos mesmos pela Sonangol e EIL (Engenharia Indian Limited) a fim de adaptar a sua flexibilidade às características das novas ramas de petróleo bruto, descobertas em Angola. Seguir-se-á a contratação do empreiteiro geral (EPC) responsável pela construção da refinaria, que comportará as unidades de processo, utilidades, armazenagem e sistemas de importação e expedição de produtos no terminal marítimo. • Ao mesmo tempo iniciaremos o segundo pacote de trabalhos que permitirão acelerar a mobilização futura na refinaria. Este pacote incluirá: • Acampamentos para o pessoal da empresa e das empreiteiras; • Edifícios de administração e apoio; • Tanques dedicados à importação temporária de produtos refinados; • Estruturas de apoio às actividades de importação e expedição; • Utilidades. S: Quais são as companhias/parceiros para este projecto? JR: A Sonangol é única investidora até ao momento no projecto, representada pelas suas subsidiárias Sonaref, através da SIP (Sonaref Investimentos e Participações) com 51%, Sonangol Gás Natural com 39% e Sonangol Holdings com 10%. Por outro lado, a captação de investidores que queiram formar parceria para desenvolver o projecto refinaria do Lobito, revela-se de significante importância, no sentido em que irá reduzir o esforço financeiro da Sonangol e contribuir com know how tecnológico e comercial. Nesta vertente continuam os esforços para atracção de potenciais parceiros. SETEMBRO 2015 | 29 S: A Sonaref tem algum envolvimento na refinaria do Soyo? JR: A Sonaref através da sua subsidiária SIP - Sonaref Investimentos e Participações, já formalizou a sua intenção de adquirir participação no projecto refinaria do Soyo no valor de 20%. A iniciativa resulta da estratégia corporativa de aumentar a capacidade de processamento, assim como manter a liderança no fornecimento de produtos a nível local e posteriormente a nível regional. S: A linha de transporte de energia eléctrica de Cambambe até ao Lobito já está operacional? Mineiro e eventualmente ao Terminal Petroleiro da Sonaref. JR: Este projecto não é da tutela da Sonangol. O seu executante é o Ministério da Energia e Águas. De qualquer maneira, uma vez concluído será certamente uma mais-valia para aumentar a rentabilidade da operação da refinaria, pois, a utilização de energia da rede pública poderá representar uma forma de redução dos custos de produção. S: Futuramente a refinaria vai produzir petroquímicos? S: Existem alguns projectos de construção de pipelines entre a refinaria e os seus mercados principais, por exemplo, Lobito-Huambo ou até mesmo a Zâmbia? JR: A Sonangol-EP como parte do seu mandato tem sido chamada a desenvolver projectos de infra-estruturas para apoiar os esforços do executivo para o desenvolvimento sustentável do país no todo e para apoiar os esforços de diversificação da economia. É neste âmbito que novos projectos poderão ser considerados. S: Como está a ser vista a possibilidade de construir uma extensão ferroviária entre a refinaria e o Caminho de Ferro de Benguela? JR: Está em fase de estudo a possibilidade de se construir um novo ramal ferroviário que interligue o Caminho de Ferro de Benguela (CFB) ao Terminal Oceânico do Lobito (TOL), propriedade da Sonangol Logística, à fábrica de cimento da Secil, ao Terminal 30 | Sonangol Notícias JR: A configuração da refinaria não prevê produtos petroquímicos nesta fase. O projecto do Lobito está atento à dinâmica das necessidades do mercado local, que acreditamos ser um sector em rápido crescimento, factor de oportunidade para implementação de políticas que garantam a sustentabilidade do mesmo. É com este objectivo que o projecto prevê incluir no futuro a componente petroquímica,de forma a responder às necessidades internas. S: Como está o processo de captação e formação de novos quadros para operar e trabalhar no Lobito? JR: Seguindo a estratégia de construção da refinaria do Lobito, a Sonangol recrutou e formou dezenas de engenheiros e técnicos que estão funcionar no projecto. Outros quadros serão capacitados para integrar as equipas do projecto, acompanhar a obra, aumentar a sua capacidade técnica e no futuro integrar os quadros de operação da refinaria. Também no âmbito do conteúdo local, os empreiteiros vão recrutar e formar muitos jovens, preferencialmente da província de Benguela, que vão participar na construção da refinaria. desenvolvimento SETEMBRO 2015 | 31 Especial 40 Anos de Independência Angola renovada No dia 11 de Novembro Angola comemora mais uma vitória da liberdade. O povo recorda os heróis do 4 de Fevereiro e revive a alegria da fundação da nação angolana. Há 13 anos que a paz chegou. Angola reergueu-se, supera-se e transforma-se a cada minuto. Quarenta anos dão para mudar muita coisa Texto: Maria João Fernandes Fotos: Divulgação A Luta de um Povo D epois de quase 500 anos de colonização, o povo assistiu ao surgimento de uma nova nação. A fundação da República Popular de Angola, antiga colónia portuguesa, marcou a história da luta pela liberdade. Antes disso, a 4 de Fevereiro de 1961, os três principais Movimentos de Libertação Angolanos: FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola), MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) e a UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola) já tinham iniciado a luta armada contra o colonialismo 32 | Sonangol Notícias português. Posteriormente, iniciaram uma luta entre si pelo controlo da capital, Luanda, e das restantes províncias. Eram apoiados por grandes potências estrangeiras: o MPLA contava com o apoio militar de Cuba e da antiga União Soviética (URSS), a UNITA era apoiada pela África do Sul, e a FNLA pelo Zaire. Estava-se em plena guerra fria, entre dois blocos liderados pelos EUA e pela União Soviética, divididos pelo socialismo e o capitalismo. O MPLA, presidido por António Agostinho Neto, formou um governo socialista assente num partido único. Contudo, só depois da queda do regime de ditadura português, com a Revolução dos Cravos a 25 de Abril de 1974, é que se abriram as portas para a independência de Angola. Ao mesmo tempo, as antigas ex-colónias de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Moçambique tornavam-se independentes. Era tempo de mudança. A palavra “liberdade” começava a ouvir-se pelas ruas de Luanda. Durante várias noites trabalhavam-se os símbolos da futura República: o hino “Angola Avante”, a bandeira e a insígnia. Angola estava prestes a fazer história. Especial A conquista de uma Nação N a praça do 1.º de Maio, no centro de Luanda, às 00h do dia 11 de Novembro de 1975, ao som de tiros, cânticos e palavras de ordem difundidas por altifalantes, o primeiro Presidente da República Angolano, Agostinho Neto, rodeado por combatentes, entre os quais se encontrava José Eduardo dos Santos, proclama a independência de Angola: “correspondendo aos anseios mais sentidos pelo Povo, o MPLA declara o nosso país constituído em República Popular de Angola”. A bandeira da nova República foi içada pelo pioneiro Dinis Kanhanga e pelo Comandante do 4 de Fevereiro, Imperial Santana. O hino “Angola, Avante” foi entoado pela primeira vez. O povo, em euforia, experimentava a liberdade. Angola é um país soberano, nasce um novo estado político africano. No rescaldo da independência, uma nova realidade. Nas ruas e nos bairros, o povo apoiante do MPLA assumia a histórica responsabilidade da proclamação da independência mas os dois partidos da oposição declararam guerra aberta ao partido de Agostinho Neto. Na mesma data, a aliança FNLA / UNITA declarava a independência no Huambo, formando um governo alternativo com sede na capital da província. Entretanto, a FNLA de Holden Roberto desiste da aliança com a UNITA, mas inconformado o líder Jonas Savimbi dá início a uma guerra armada contra o MPLA, desencadeando uma sucessão de ataques por todo o todo o país. Angola era finalmente independente mas caminhava para uma guerra civil sem precedentes. A Paz – A Mudança A 10 de Setembro de 1979 o fundador da Nação angolana, Agostinho Neto, morre em Moscovo, vítima de doença prolongada. O cargo da Presidência da República é concedido ao então Ministro da Planificação, o Engenheiro José Eduardo dos Santos. Vive-se o início da década de 80 e os ataques da África do Sul em apoio à UNITA sucedem-se. Estes conflitos só terminaram em 1988 após a independência da Namíbia e da retirada dos Cubanos de Angola. Com a queda do bloco da ex-União Soviética surgem os primeiros acordos de paz entre o MPLA e a UNITA com vista ao cessar-fogo. A 11 de Maio de 1991 o governo põe fim ao mono-partidarismo vigente desde a Independência, vencendo no ano seguinte as primeiras eleições democráticas multipartidárias com 50% dos votos. Jonas Savimbi 04/02/1961 - Início da luta armada pela independência de Angola. não aceitou a derrota da UNITA dando novamente início ao conflito armado. Em Novembro de 1994 o governo assina o Protocolo de Lusaka com vista à desmobilização das tropas do MPLA e da UNITA. Contudo, ainda não havia paz. Entretanto, o governo do MPLA conseguiu reunir o apoio político do Ocidente marcando o declínio militar da UNITA que passou a ter dificuldades em financiar a compra de armamento perante a presença cada vez mais eminente das FAA (Forças Armadas Angolanas). A 22 de Fevereiro de 2002 Jonas Savimbi é morto em combate após uma longa perseguição pelas FAA. Só após a morte do líder é que a UNITA iniciou negociações com o governo de José Eduardo dos Santos, depositando todo o seu armamento e passando a existir apenas como força política. A paz tinha finalmente chegado a Angola. 11/11/1975 - Agostinho Neto proclama a Independência de Angola. 21/09/1979 - José Eduardo dos Santos assume a Presidência da República. setembro 2015 | 33 A Prosperidade – O Futuro C om a consolidação da paz a 4 de Abril de 2002, inicia-se uma vida nova para o povo angolano. O país começou a trabalhar arduamente na construção do futuro da nação angolana. Depois de 23 anos ao comando do país, o governo de José Eduardo dos Santos, através do Gabinete de Reconstrução Nacional (GRN), traçou um plano estratégico de desenvolvimento, para o qual conta com o apoio da República Popular da China como aliado. Rapidamente a China tornou-se o principal importador de petróleo angolano. Construíram-se novas infraestruturas na capital e nas províncias: recuperaram-se os Caminhos-de-Ferro de Luanda, aperfeiçoaram-se estradas, construíram-se novas centralidades habitacionais, escolas e serviços de saúde para a população. África e o mundo assistem à recuperação económica do país. Como membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), Angola tornou-se o segundo maior produtor de petróleo de África, depois da Nigéria. Os 40 anos de independência e o alcance da paz permitiram um maior crescimento em todos os sectores. Na última década, o país chegou a registar um crescimento económico anual superior a 20% graças à sua riqueza 30/09/1992 - MPLA vence as primeiras eleições gerais. 34 | Sonangol Notícias petrolífera. O sucesso da política económica do Presidente José Eduardo dos Santos tem passado pela adopção de medidas como a consolidação fiscal, que começou a ser implementada em 2009. A gestão cuidadosa das despesas públicas e o investimento nas infraestruturas têm funcionado como alavanca para o aumento da competitividade da produção não petrolífera e para o desenvolvimento do sector nacional privado. Hoje, é importante manter viva a chama que alimentou o desejo de independência do povo angolano e acreditar que a libertação de Angola foi a manifestação da identidade de uma pátria que se constrói traçando com determinação o presente, procurando atingir um futuro que corresponda aos anseios de todos os angolanos que lutaram para conseguir um país mais justo e livre. 20/11/1994 – Governo assina acordos de paz de Lusaka. 04/04/2002 - Dia da Paz e Reconciliação Nacional. Cultura O Herói de toda uma Nação Foi pioneiro, revolucionário. Lutou pela Pátria e pela terra que o viu nascer. Foi preso, por diversas vezes, mas nunca desistiu de lutar pela independência do seu povo. O primeiro Presidente da República Angolano fez história, é símbolo da libertação. Quarenta anos depois, o país recorda-o. Na verdade, Angola nunca o esqueceu A 17 de Setembro de 1922 nasceu António Agostinho Neto, na localidade de Kaxicane, município de Icolo e Bengo, em Luanda. Ainda pequeno foi morar para a capital, onde prosseguiu os estudos, até embarcar para Portugal, em 1947, para frequentar a Faculdade de Medicina em Coimbra. Ao longo do percurso académico, o seu espírito interventivo levou-o a participar em diversas actividades sociais e políticas, fundando o Movimento dos Jovens Intelectuais de Angola e criando publicações como veículo da sua ideologia. Foi preso em 1951, em Lisboa, pela Polícia de Intervenção e Defesa do Estado (PIDE), enquanto recolhia assinaturas para a Conferência Mundial da Paz, a realizar em Estocolmo. Em Lisboa, fundou clandestinamente o Centro de Estudos Africanos com o objectivo de promover políticas orientadas para a afirmação da nacionalidade africana, mas, em 1955, regressou à prisão. Durante os 18 meses em que esteve preso desenvolveu os seus dotes literários, escrevendo poemas que denunciavam as condições de vida precárias do povo angolano. Homem de cultura denunciava as injustiças através da escrita, dando voz aos oprimidos, como instrumento de libertação. Em Julho de 1958 foi posto em liberdade, concluindo a licenciatura em Medicina pela Universidade de Lisboa. O seu espírito patriota levou-o a ser um dos fundadores do clandestino Movimento Anticolonialista (MAC) que defendia a independência das cinco colónias portuguesas. Em 1959 regressa a Luanda onde abriu um consultório médico, mas não tardou a ser novamente detido pela PIDE. Foi deportado para a prisão do Tarrafal, em Cabo Vede, e passou mais 3 anos preso, em Lisboa. Várias individualidades do cenário cultural e político internacional demonstraram o seu apoio ao líder angolano, e, perante grande pressão, as autoridades fascistas decidiram libertá-lo. Regressa à capital angolana numa altura em que os outros dois partidos angolanos, a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e a União Nacional para a Independência de Angola (UNITA) declaram guerra ao MPLA, dando início à luta armada no país. É então eleito Presidente do MPLA e apela à mobilização do povo para que este se oponha às forças que impedem o seu Partido de proclamar a independência do país. Com a queda do regime fascista de Salazar, assina um acordo de cessar-fogo com o governo português. É, assim, transferida a soberania de Portugal para o povo angolano. No dia 11 de Novembro de 1975 o país parou para ouvir as palavras do primeiro Presidente da República angolano: “perante África e o mundo proclamo a Independência de Angola”. Faleceu aos 56 anos de idade, vítima de doença, mas o legado permanece: 17 de Setembro é dia do Herói Nacional. setembro 2015 | 35 DESCOBRE CUANDO CUBANGO 36 | Sonangol Notícias Opinião Texto: Carlos Guerreiro C om as descobertas feitas pelos vários pesquisadores desta importante expedição, Angola passa a estar na rota dos países africanos com biodiversidade única e sui generis, contribuindo, desta forma, para estudos mais aprofundados, tendo em vista um melhor aproveitamento de espécies raras, desde aves, peixes, plantas, répteis a pequenos anfíbios. Sendo o Delta do Okavango património Cultural da Unesco, o National Geographic pretende, depois desta importante descoberta, enriquecê-lo com a inclusão dos rios Cuito e Cubango, que o alimentam. Aqui está uma grande oportunidade para que as Universidades do nosso país, principalmente desta zona do território, possam incluir no seu currículo o estudo das mais variadas espécies descobertas pelos pesqui- Desde há algum tempo a esta parte que os rios Cuíto e Cubango, a partir da sua nascente, na província do Cuando Cubango, têm estado a ser pesquisados por uma equipa do canal norte-americano, National Geographic sadores norte-americanos. E, quem sabe, num futuro não muito longínquo, possamos orgulhar-nos de sermos os descobridores de remédios naturais de utilidade global. A descoberta dos pesquisadores da National Geographic pode ser o ponto de partida para que a nossa diversidade de espécies, existente neste ecossistema, esteja disponível para que os futuros estudantes de Biologia, Ecologia e Geografia, com a ajuda de professores e cientistas, angolanos e estrangeiros, possuidores de grande experiência, possam dar os primeiros passos na Biomedecina, entre outras áreas das ciências da Natureza. Com esta descoberta, que permite a inclusão de um novo itinerário no turismo angolano, enriquecendo-o e valorizando-o, onde os homens de negócios, ligados à área do Ecoturismo, podem desfrutar de maior cam- po de escolha no que concerne aos sítios catalogados como de preservação ambiental ao dispor dos visitantes. O Ministério do Ambiente, enquanto instituição responsável pela preservação do nosso ecossistema, tem colaborado activamente desde o início do projecto, colocando todo o empenho na prevenção e levantamento das espécies animais e da flora, bem como da preservação de elefantes e leões, outrora objecto de caça furtiva, para abastecimento do mercado negro. É urgente que as nossas instituições cooperem com países que têm estabelecimentos científicos de renome mundial, como é o caso do Brasil, que tem uma fauna parecida com a nossa e vasta experiência na descoberta, reprodução e preservação das espécies. setembro 2015 | 37 Independência nacional ANGOLA 40 ANOS Sonangol patrocinou vários eventos comemorativos por todo o país Texto: Tatiana Baptista Fotos: Sonangol A propósito do programa comemorativo dos 40 anos da independência de Angola, estão a ser realizadas em todo o país diversas actividades patrocinadas pela Sonangol. Nesta senda, de 15 de Agosto a 12 de Setembro teve lugar o Road Show musical Angola 40 anos, que incluiu diversos eventos gratuitos produzidos pela “Arca Velha Entretenimentos” e que, com o apoio dos governos provinciais, abrangeu várias localidades do país, nomeadamente Soyo (Zaire), Luena (Moxico), Malanje, Huambo, Lubango (Huíla) e Benguela. O Road Show juntou um grande número de cantores com grande projecção nacional e internacional, assim como novos talentos. A província do Zaire foi o local escolhido 38 | Sonangol Notícias para a abertura da tournée e a de Benguela para o encerramento. Participaram dos espectáculos nomes sonantes da música angolana, como Yuri da Cunha, Pérola, Ary, Yannick Afroman, Yola Araújo, Eddy Tussa, Heavy C, Titica, Gabriel Tchiema, Kueno Aionda, Euclides da Lomba, Kyaku Kyadaff, Big Nelo, e os grupos Kalibrados e Zona 5. Os Tunezas também marcaram presença, proporcionando uma perfeita aliança entre o humor e a música. Com um balanço bastante positivo, o Road Show movimentou mais de 30 mil pessoas. E por cá, Luanda foi a capital do teatro durante 25 dias, com a exibição inédita de 29 peças, em 4 salas distintas, numa organização da empresa cultural Cena Livre. A temporada de teatro Angola 40 anos levou actores e público às salas de teatro da LAASP, Auditório Njinga Mbandi, Elinga Teatro e Complexo IGCA. As sessões tiveram início na Casa 70, numa gala onde foi exibida a peça “Discursos do Presidente”, pela Associação de Teatro do Sambizanga, que colocou em cena a síntese de mais de 20 discursos de José Eduardo dos Santos. O ciclo encerrou com uma homenagem ao primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto, com o grupo Catarcis Teatro que apresentou a peça “Neto Presente”, da qual participaram mais de 30 crianças com idades dos 7 aos 14 anos. O elevado número de grupos envolvidos e de salas utilizadas e a presença massiva de actores entre a plateia, fez desta a maior temporada de teatro jamais realizada em Angola. Cultura Outras actividades O programa dos 40 anos da independência inclui também a realização, de 07 a 18 de Outubro de 2015, de uma prova de ciclismo denominada Volta a Angola em Bicicleta, que conta com a participação de cerca de 98 ciclistas, entre nacionais e estrangeiros, estes últimos em representação de Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe, República Democrática do Congo, África do Sul, Portugal e França. Com 10 etapas e um percurso de 1.177 quilómetros, a competição parte do Bié com destino a Luanda, passando pelas localidades do Huambo, Ganda, Benguela, Lobito, Sumbe, Gabela, Dondo, N’Dalatando, Malanje, Camabatela, Uíge, Quibaxe e Caxito. A cerimónia oficial de apresentação dos meios técnicos e humanos de apoio à Volta a Angola em Bicicleta teve lugar no dia 30 de Setembro do ano corrente, em Luanda. Estão ainda previstas outras actividades, entre as quais: um festival gimnodesportivo, a produção de uma obra em banda desenhada e animação sobre a história de Angola, um passeio com idosos ao Memorial Dr. António Agostinho Neto e ao Museu das Forças Armadas, uma Olimpíada Caça Talentos de Matemática, Física e Química, um torneio nacional de futebol onze (juniores), um quadrangular internacional igualmente em futebol onze (seniores), com a participação de equipas de Angola, Brasil, Portugal e Moçambique, a gravação de um disco de músicas e vozes do passado e uma antologia literária intitulada “Angola 40 Contos”. SETEMBRO 2015 | 39 Homenagem a Bangão (1962-2015) O até já do Rei do Semba No ano em que o país completa 40 anos de independência, a voz de Bernardo Jorge Correia, “Bangão”, deixou de se fazer ouvir, mas as suas músicas vão perpetuar-se na memória de todos os angolanos que o acompanharam ao longo de 36 anos de carreira Texto: Maria João Fernandes Fotos: Divulgação A humildade e simplicidade sempre lhe foram reconhecidas pelo público que o admirava. Desde cedo, o rapaz nascido no bairro Brás, no Sambizanga, mostrou inclinação natural para a música. Subiu pela primeira vez a um palco aos 10 anos de idade, como artista Pió, interpretando temas de vários artistas nacionais. Venceu duas vezes e terminou outras duas em último lugar. Ainda assim, Bernardo Jorge Correia nunca desistiu e, incentivado pela família e amigos, começou a escrever as suas próprias canções, levando a sério uma promissora carreira 40 | Sonangol Notícias musical. Chamavam-lhe Bangão, pelo facto de se apresentar sempre de gravata para ir à escola ou à igreja, apesar de não apreciar o termo utilizado pelos colegas. Começou a carreira no agrupamento ‘‘Tradição’’, em 1974, e foi vocalista do grupo ‘‘Processo de África’’, de 1976 a 1977. Em Outubro de 1978 subiu novamente ao palco, desta vez profissionalmente, como membro do grupo Gingas de Kakulo Kalunga. Na altura, os amigos continuavam a tratá-lo por Bangão. Foi aconselhado a manter a alcunha. Fez parte de vários grupos musicais, de entre os quais os Super Musa, 21 de Janeiro e Nzimbo, conquistando cada vez maior reconhecimento público. Em 1992 gravou o CD Sembele,que popularizou temas como ‘‘Emoção’’, ‘‘Mucongo’’ e ‘‘Sambito’’. Em 1996 foi-lhe atribuído o prémio Liceu Vieira Dias, com o tema ‘‘Kibuikila – Peste’’, acompanhado pela Banda Movimento, da qual passaria a ser vocalista, em 1999. No mesmo ano saiu vencedor da primeira edição do ‘‘Semba de Ouro’’, com a música ‘‘Kangila – Pássaro Agoirento’’, mas, foi só em 2000 que decidiu, finalmente, lançar-se numa carreira a solo. Somou sucessos de bilheteira, sagrou-se um dos maiores intérpretes da música popular angolana e, em 2003, ganhou o prémio ‘‘Música do Ano’’, com o tema ‘‘Fofucho’’, sendo reconhecido como Voz Masculina do Ano e distinguido com o prémio ‘‘Preservação’’, pelo seu contributo em defesa da música popular angolana. Doze anos depois de ter gravado o primeiro álbum, Bangão lança o segundo disco, com o título ‘‘Cuidado’’, que lhe valeu o primeiro lugar no ‘‘Top dos Mais Queridos’’, da Rádio Nacional de Angola (RNA). O sucesso musical que ganhou no estilo Semba vem das suas músicas e das letras que contam histórias do quotidiano angolano, a maior parte delas em Kimbundu, e com as quais o público se identifica. Deu espectáculos em Portugal, Argentina, Namíbia e Brasil, onde dividiu o palco com o cantor brasileiro Gilberto Gil. O músico, compositor e intérprete, que foi convidado para cantar na festa de aniversário do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, deixou de cantar aos 53 anos de idade, a 17 de Maio de 2015. O corpo sucumbiu, vítima de doença. O adeus foi inevitável, mas a música do Rei do Semba vai continuar a tocar. Saúde Doe sangue e dê vida A vida corre-nos nas veias” é o nome da campanha que arrancou no passado dia 14 de Junho, Dia Internacional do Dador de Sangue, na Clínica Girassol. As portas do Centro de Hemoterapia estarão abertas até ao final do ano e aguardam por potenciais dadores. Bastam apenas cinco minutos do seu dia para salvar uma vida Texto: Maria João Fernandes Foto: Shayne D oar sangue é ainda um tema ‘‘tabu’’ para muitos angolanos. ‘‘Falta informação por parte dos órgãos de Comunicação Social, educação nas escolas sobre o tema, e, acima de tudo, falta desmistificar os mitos relacionados com a doação’’, afirma a Dra. Maria de Brito, médica responsável pelo Centro de Hemoterapia e Banco de Sangue da Clínica Girassol. Segundo a especialista, a solução para existirem mais doadores passa por haver, sobretudo, ‘‘maior esclarecimento junto da população, e quebrar com a ideia generalizada de que tirar sangue vai doer’’. O processo é simples. Na fase inicial é feito o registo (cadastramento) do potencial doador, do qual constam os seus dados pessoais; seguese a colheita de sangue, através de pré-testes, que identificam o grupo sanguíneo, além de detectarem possíveis enfermidades de que o doador possa padecer; por último, e, depois de recolhido o sangue, é feita a análise de todos os seus componentes, de forma a saber-se se o doador está clinicamente. apto para a doação. O primeiro passo consiste em saber qual o grupo sanguíneo a que o doador pertence. ‘‘Muitos doadores desconhecem o seu grupo sanguíneo, entre outros, que padecem de doenças transmissíveis pelo sangue sem sequer o suspeitarem’’, afirma a Dra. Adis Gogle, médica residente do serviço. Afirmar que o exemplo ‘‘vem de cima’’ pode parecer um lugar-comum mas, numa primeira fase, a Clínica Girassol lançou, internamente, a Campanha ‘‘A vida corre-nos nas veias’’, de forma a consciencializar os funcionários para a importância da doação de sangue. SETEMBRO 2015 | 41 Doadores voluntários não são suficientes O Centro de Hemoterapia e o Banco de Sangue foram criados em 2011 e contam com uma equipa de 14 profissionais de saúde, entre os quais duas médicas e técnicos de hemoterapia. Surgiu da necessidade de a Clínica Girassol ter começado a receber pacientes que iriam ser submetidos a cirurgias cardiotorácicas, procedimento médico em que a taxa de transfusão é elevada. Desde então, a equipa tem trabalhado no sentido de fomentar a cultura da doação de sangue, através de campanhas direccionadas à população. No entanto, e apesar dos esforços, cerca de 95% das suas doações são dirigidas, isto é, são agendadas através de contactos efectuados pelo próprio centro a grupos de potenciais doadores, e, por isso, mais susceptíveis a uma baixa taxa de adesão por parte dos candidatos. Como consequência, apenas 5% das doações provêm de voluntários. De acordo com a Dra. Adis ‘‘este é um problema mundial’’, sendo que o doador voluntário ‘‘será sempre o doador ideal, pressupondo-se que tenha informação sobre a doação de sangue e que se encontre saudável’’. Depois de se conhecerem os resultados dos pré-testes, e partindo do princípio de que o doador cumpre todos os requisitos necessários, é feito um questionário na sala de triagem sobre questões relacionadas com a doação. Segue-se um pequeno lanche antes de o doador entrar na sala de colheitas, ‘‘Muitas Sangue ‘‘0 negativo’’ é o mais raro Depois da colheita, as bolsas de sangue passam por um processo onde este é dividido em glóbulos vermelhos, glóbulos brancos, plasma e plaquetas. Segue-se um teste de serologia para verificar se o sangue é positivo, para doenças transmissíveis, como a Hepatite B e C, o HIV e a Sífilis. O sangue que der positivo é descartado. Dividido em quatro grupos sanguíneos (A, B, AB e O), o tipo de sangue mais raro é o ‘‘O negativo’’, cujo stock da Girassol se encontra abaixo dos restantes. Os grupos negativos são os que têm menos doadores. Calcula-se que, em África, a taxa de pacientes “O negativo” esteja abaixo de 1,2%. O tipo de sangue predominante 42 | Sonangol Notícias pessoas confundem a doação de sangue com as análises clínicas e pensam que têm de estar em jejum, quando, é exactamente o contrário’’, esclarece a Dr.ª Adis. Cerca de cinco a sete minutos são suficientes para concluir a colheita. Dez minutos depois, o paciente está livre. Segue-se o estudo do sangue e dos seus componentes, um processo complexo, porém, decisivo. ‘‘O sangue do doador não é transferido na totalidade, porque, o paciente receptor, só irá receber os componentes de que necessita, consoante a patologia de que padece’’, completa a especialista. no continente africano é o ‘‘O positivo’’. Acredita-se que esta incidência possa estar relacionada com a predominância da malária, pressupondo-se que os pacientes do grupo “O positivo” sejam mais resistentes a determinadas complicações da doença. Depois da divisão dos componentes, as bolsas de sangue passam por um processo de repouso e centrifugação e, só depois, é retirado o plasma. De acordo com a responsável pelo serviço, Dra. Maria de Brito, “muitas vezes esse plasma é enviado para unidades de queimados”, salientando que a Clínica Girassol segue o protocolo da doação ‘‘e trabalha com as instituições do Estado e outras clínicas, porque, dar sangue é salvar uma vida’’, conclui. Na Clínica Girassol o doador tem direitos. Quanto mais raro o tipo de sangue maiores os seus benefícios: atendimento de urgência, consultas, análises e exames na clínica gratuitos. Como prova das imensas dificuldades sentidas por esta unidade hospitalar em fortalecer o seu stock de sangue, um grupo de 25 dadores, dirigidos, faltou, num sábado, ao compromisso agendado, não se tendo registado, também, a comparência de voluntários. Hoje, pode parecer-lhe indiferente, mas amanhã o seu sangue pode fazer toda a diferença. Turismo Malanje A Terra DA PALANCA NEGRA GIGANTE bacias hidrográficas, a do rio Zaire e a do rio Cuanza. Conhecida como a terra da Palanca Negra Gigante, Malanje é o território deste animal que habita exclusivamente em Angola, com maior incidência na Reserva Natural do Luando, situada nesta província. Com uma vegetação composta por florestas e savanas, a província possui uma vasta fauna, dispondo de várias reservas e parques naturais que albergam diferentes espécies de animais selvagens, com destaque para a palanca negra gigante, hiena, leopardo, elefante, crocodilo, leão e várias espécies de aves. Lazer S ituada a 423 km da capital, Luanda, a província de Malanje está localizada no planalto Norte de Angola e conta com uma população de aproximadamente 998.000 habitantes. Composta por uma área de cerca de 98.302 km², a cidade de Malanje é a capital desta província, que está rodeada pela República Democrática do Congo e províncias do Uíge, Cuanza Norte, Lunda Norte, Lunda Sul, Bié e Cuanza Sul. A província é composta pelos municípios de Cacuso, Caombo, Kalandula, CambundiCatembo, Cangandala, Cuaba Nzogo, CundaDia-Baze, Luquembo, Malanje, Marimba, Massango, Mucari, Quela e Quirima. A população tem origens diversas e está distribuída em três grupos linguísticos: Kimbundu, Kikongo e Ambundo, sendo o Kimbundu o dialecto mais falado pelo povo local. História A origem do nome Malanje surge do Kimbundu antigo e significa “as pedras” (Ma-lanji). Existem, no entanto, várias versões para a explicação do nome atribuído pelos exploradores portugueses a esta província, a maioria com base em interpretações linguísticas do Kimbundo por parte dos colonos. A cidade de Malanje foi fundada na margem do rio com o mesmo nome e era um importante centro entre as regiões de Cassanje e Lunda. Outrora dividida entre a cidade “branca” e a cidade “africana”, a capital da província passou a ser considerada após a independência de Angola, em 1975, como única cidade. A independência permitiu aos africanos residirem no território antes reservado aos europeus. Fundada em 1852, a cidade de Malanje possui uma linha férrea desde 1909, que a liga a Luanda, o que contribuiu em grande escala para o desenvolvimento da capital da província. Economia Dividida em três zonas geoeconómicas: planalto de Malanje, a Baixa de Kassanji e a Zona do Luando, a província de Malanje vive essencialmente da agricultura. As principais culturas são a mandioca, arroz, algodão, milho, ginguba, girassol e feijão. A província também dispõe de recursos minerais como diamantes, calcário, urânio e fosfatos. Malanje possui ainda uma pequena indústria na área da produção de materiais de construção, produtos alimentares e tabaco. Natureza Localizada a uma altura que varia de 500 m a 1500 m em relação ao nível do mar, a província de Malanje é constituída por duas Quedas de Kalandula - As segundas quedas de água mais altas de África, as Quedas de Kalandula estão localizadas no rio Lucala, no município de Kalandula, e são uma das principais atracções turísticas da região. Parque Nacional de Kangandala – Alberga o animal símbolo de Angola, a Palanca Negra Gigante. Com uma área de 600 km² é também habitat de vários tipos de aves como a capota, patos bravos e perdizes, entre outros. Pedras Gigantes de Pungo Andongo – Localizadas no município de Cacuso, na localidade de Pungu-a-Ndongo, as grandes formações rochosas escondem as pegadas da rainha Nzinga Mbandi e do rei Ngola Kiluanje, cuja fortaleza estava localizada nesta mesma localidade. Túmulo da Rainha Nginga Mbandi e do Rei Ngola Mbandi – Os túmulos dos reis, e do irmão da rainha, Mbingi a Mbandi, estão localizados na aldeia de Mukulo a Ngola, município da Marimba. As visitas são organizadas por membros pertencentes à família real. Os visitantes têm de vestir-se com um traje especial. A Fixar As festas da cidade de Malanje acontecem a 13 de Fevereiro.O dia 4 de Fevereiro também é celebrado, em memória das vítimas do massacre da Baixa de Kassange. Nas festas tradicionais as danças típicas são a massemba e a nbuenzena, ao som de instrumentos como a marimba de Kalandula e batuques. setembro 2015 | 43 Namibe Terra da Felicidade desagua no litoral da capital da província e encontra-se seco a maior parte do ano. Maioritariamente deserto, e com um clima seco e fresco, o Namibe dispõe de uma vasta diversidade ecológica, presente nas montanhas, cascatas, praias, lagoas e reservas naturais, que lhe conferem um forte potencial turístico. Lazer L ocalizada a 1.234 km de Luanda e a 225 km do Lubango, a província do Namibe é composta por uma área de 57.091 km² e possui aproximadamente 1.195.779 habitantes (dados de 2006). A província, cuja capital é a cidade do Namibe, é composta por cinco municípios: Namibe, Bibala, Virei, Camucuio e Tômbua. O povo local pertence maioritariamente à etnia Herero, sendo os Cuvales o subgrupo predominante, que se dedicam sobretudo à pesca e à pecuária. A província do Namibe faz fronteira com Benguela, Huíla, Cunene e com a República da Namíbia. O Slogan “Terra da Felicidade” é a marca identificativa do Namibe no que respeita a campanhas de promoção da província, tendo sido aprovado por membros do Conselho Nacional de Concertação Social, em Agosto de 2013. História A cidade do Namibe foi fundada em 1840 e até 1975 era conhecida como Moçâmedes. O nome foi atribuído durante a época da colonização portuguesa e apesar de o território ter sido oficialmente descoberto pelo navegador português, Diogo Cão, já teria sido colonizado anteriormente pelo povo brasileiro. Antes apelidada pelos marinheiros de “Angra do Negro”, a partir de 1849 passou a chamar-se Moçâmedes, em homenagem a um barão general do exército colonial português. Após a independência de Angola, em 1975, a província passou a ser apelidada oficialmente de “Namibe”, adoptando o nome do deserto que a compõe. Economia A província do Namibe alberga o terceiro maior porto comercial de Angola, depois de Luanda e do Lobito, tornando-se, assim, na principal 44 | Sonangol Notícias porta de entrada de mercadorias provenientes do sul de Angola. A província dispõe de uma linha de caminhos-de-ferro que liga a cidade do Namibe às capitais das províncias da Huíla e do Cuando Cubango, estendendo-se até ao porto, de forma a facilitar as trocas comerciais para dentro e fora do Namibe. É igualmente um importante centro piscatório, com cerca 480 km de costa, representando mais de 65% de toda a actividade piscatória do país. A indústria existente baseia-se, em grande parte, na produção de peixe congelado, conservas e óleo de peixe. Para além dos recursos piscatórios o Namibe é também rico em minerais como o ouro, o cobre, o ferro e o mármore. Natureza O deserto do Namibe alberga uma das plantas mais raras do mundo, a Welwitschia Mirabilis, espécie vegetal endémica que só existe nesta região. Conhecida por ter uma aparência semelhante à de um polvo gigante, pelas suas folhas largas, é um símbolo da sobrevivência da vida vegetal e animal no deserto. Os principais rios da região são o Cunene, Curoca, Bero e Carujamba. O rio Bero Deserto do Namibe – A maior atracção turística da província estende-se ao longo de 310.000 km², numa paisagem típica desta região. É no deserto, entre o Namibe e o município do Tômbua, que se encontra a planta Welwitschia Mirabilis. Reserva Especial do Namibe – Com uma área de 4.450 km2 alberga avestruzes, rinocerontes, zebras, leões, elefantes e suricatas. Parque Nacional do Iona – Constituído em 1937, dispõe de uma área de 15.150 km2 onde se podem observar as pinturas rupestres do Monte Negro, junto às quedas com o mesmo nome, no rio Cunene. As zebras e guelengues (órix do deserto) são as principais espécies animais. Furnas do Kapangumbe – Localizadas no Parque Nacional do Iona, em áreas do Salojamba, próximo do Porto de Namibe, escondem-se grutas e cavernas onde, outrora, viveram os povos Bosquímanos. A Fixar As Festas do Mar têm lugar durante todo o mês de Março e são o principal evento social, económico e cultural do Namibe, atraindo todos os anos visitantes de várias províncias. Com uma tradição de mais de 50 anos, funcionam como uma mostra dos costumes locais, gastronomia e potencial turístico da região. Desporto Petro de Luanda Direcção faz balanço positivo A direcção do Petro de Luanda apresentou os resultados de nove meses de mandato, completados em finais do passado mês de Junho, na sede do clube. Em conferência de imprensa, o presidente do clube mais titulado de Angola reiterou a política de estabilização administrativa e financeira T omás Faria informou os órgãos de Comunicação Social presentes, nacionais e estrangeiros, que o Atlético Petróleos de Luanda mantém a mesma metodologia para estabilizar o seu sector administrativo e financeiro. O líder do histórico do desporto nacional explicou que, na Assembleia de Maio, os sócios aprovaram as contas referentes ao exercício económico de 2014, que foram certificadas pela empresa de auditoria KPMG. Tomás Faria sublinhou que a aprovação das contas constitui o primeiro passo que culminará em bons resultados desportivos. Texto: Euclides Seia Fotos: Shayne A direcção aponta como prioridade desportiva o futebol, o basquetebol e o andebol. “No andebol feminino o clube conquistou, nesta época, a supertaça e o provincial; no basquetebol, não participou na taça dos clubes campeões africanos, mas, conquistou a Supertaça, o provincial e o campeonato nacional. No futebol, comparativamente à época de 2014, em que o Petro ocupava a 7.ª posição, em 2015 terminou a primeira etapa do Girabola no 8.º lugar. “Estamos a fazer a reestruturação dos recursos humanos do clube até ao fim de 2015. Antes do ano terminar veremos os resultados deste processo, que, estou convicto, nos permitirão ter a nossa estrutura bem definida e o pessoal redimensionado em função daquilo que precisamos”, garantiu o presidente da agremiação do eixo-viário. Por outro lado, para a comunicação do clube fluir melhor, tanto pela via do site, como do facebook, e outros meios, o clube, patrocinado pela Sonangol, contratou profissionais qualificados para criarem a área de marketing de forma a reduzir especulações sobre a organização. Reforços e Saídas A equipa de futebol reforçou o seu sector atacante com a contratação de Mawiya Tutona Jiresse, proveniente do Sporting de Cabinda. O atleta, natural da República Democrática do Congo, que foi o melhor marcador da primeira metade do Girabola 2015 com oito golos, vestirá a camisola número 28 e ficará no Catetão até ao fim de 2016. Por outro lado, as andebolistas Magda Cazanga e Maria Pedro desfalcaram a equipa. A primeira, em fase de recuperação, e, a segunda com uma lesão que a manterá afastada por um período de seis meses. setembro 2015 | 45 Basquetebol ESTRATÉGIA DE GESTÃO DÁ 12.º TÍTULO O vogal de direcção do histórico Atlético Petróleos de Luanda, Artur Barros, revelou à Sonangol Notícias o segredo do sucesso da época 2015. A estratégia de boa gestão administrativa, o conhecimento do mercado desportivo e a vontade de vencer dos atletas foi a táctica aplicada em cada jogo Texto: Euclides Seia Foto: Shayne até 2025. A redefinição da estratégia de boa gestão administrativa, de 2015 a 2018, e os conhecimentos que temos sobre o mercado desportivo, aliado ao real valor dos atletas/ referências das equipas adversárias, foram factores que nos levaram a formar um grupo forte e coeso. Mas sem definir o título como meta para a época que terminou. Só que, no decorrer da época, constatámos que, se trabalhássemos bem, era possível ganharmos alguma coisa. E juntou-se a esta previsão a grande vontade de vencer dos próprios atletas e técnicos que, na primeira reunião da época de 2015, me disseram “o vogal terá, este ano, muitas surpresas boas connosco”. Face às dificuldades financeiras, e saída de alguns atletas influentes, o Atlético Petróleos de Luanda abdicou de lutar por títulos até 2018, mas, sagrou-se campeão este ano. Para este sucesso, onde é que a equipa foi buscar forças para suplantar os adversários no BIC Basket2015? 46 | Sonangol Notícias Em função do baixo orçamento e da reestruturação em curso, não estávamos em condições de nos bater de igual para igual com as outras equipas candidatas ao título. Tínhamos de estar bem do ponto de vista administrativo e desportivo, a fim de transformarmos o Petro no maior clube africano Como reagiu o Petro à saída de alguns jogadores influentes, como o Carlos Morais? A vida é assim. As pessoas procuram sempre o melhor. Entristeceu-nos, mas não podíamos impedir a sua saída. Até porque os atletas Carlos Morais, Braulio Morais e Valdelício Joaquim, já tinham terminado o vínculo contratual com o clube. O que mais nos abalou foi a saída, a meio da época e sem prévio aviso, de Miguel Kiala, porque nós contávamos com ele para o projecto de reestruturação do plantel. Para colmatar essas saídas procurámos valorizar, em primeiro lugar, quem está Desporto tratação de um atleta e, assim, os que têm maiores capacidades financeiras superam os outros. Deve haver fair-play financeiro num mercado que é livre. Os Ministérios da Juventude e Desporto e das Finanças devem determinar as regras, começando por estipular o valor máximo para contratar um jogador. E as equipas devem limitar-se a cumpri-lo. presente. Depois, fomos ao mercado buscar um “matador”, um jogador que fizesse muita diferença e que marcasse muitos pontos por jogo. Qualidades encontradas em Emanuel Quezada, o MVP (jogador mais valioso) do nosso 37.º campeonato que, na temporada passada, representou o clube brasileiro Sanjoanense. Muitos atletas do nosso mercado rejeitaram o Petro por receberem ofertas de contratos exorbitantes de outros clubes. Nós só damos o que podemos, de acordo com as condições reais da nossa agremiação. Esta diferença mostra desorganização do mercado nacional. O que se passa com o mercado de contratações que afirma estar desorganizado ? Cada clube define o seu tecto máximo na con- O que é que o clube tem vindo a fazer para colmatar as dificuldades financeiras? Além da boa gestão e aplicabilidade correcta do dinheiro que o clube recebe da Sonangol, estamos, também, a contactar pessoas singulares para ajudarem o Petro a ter uma boa saúde financeira, bem como a incentivar os sócios a pagarem as suas quotas regularmente. Junta-se a esta metodologia a realização de negócios de material desportivo através da nossa loja. Como está o clube a tratar do castigo imposto pela Federação Angolana de Basquetebol (FAB) ao treinador Lazare Adingono? Após a recepção do documento relativo à suspensão do técnico, o gabinete jurídico do clube começou a trabalhar no processo para, em tempo oportuno, responder ou impor recurso. Em final de entrevista, Artur Barros solicitou paciência a todos os petrolíferos e explicou que há muito ainda por se fazer para se alcançarem os objectivos traçados dentro do horizonte temporal definido pela direcção liderada por Tomás Faria. Perfil Artur Casimiro Barros Local e data de nascimento: Huambo, aos 22 de Agosto de 1962 Estado civil: Solteiro Filhos (5): Jorge, 29 anos; Erica, 15; Miriam, 13; Artur, 10; e Gerson de 27 (guarda-redes da equipa principal de futebol do Petro). Habilitações literárias: Licenciatura em Cultura Física e Desporto e mestrado em Ciências Pedagógicas de Educação Física pela Universidade de Estado de Educação Física, Desportos e Turismo de Moscovo. Estatuto no Petro: Quadro fundador. Fez parte da equipa que conquistou o primeiro troféu da história do clube, quando júnior, em 1980. Modalidades que praticou: Futebol (Progresso e F.C. de Luanda), Andebol (Clube Ferroviário de Angola) e Basquetebol (Petro). Selecção de basquetebol: Integrou o cinco inicial que se sagrou campeão africano pela primeira vez na categoria de júnior, em 1980, e pan-africano, em sénior, no ano de 1986. Afro-Basket: Jogou em três campeonatos africanos, onde somou duas medalhas de prata e o 9.º lugar. Experiência desportiva: Professor de educação física e de basquetebol, preparador físico e técnico adjunto do Petro e das selecções nacionais de hóquei em patins, andebol e basquetebol. SETEMBRO 2015 | 47 E se pensássemos qualidade? 48 | Sonangol Notícias Crónica Texto: Emanuel Chindecasse Foto: Arquivo D entre inúmeras variáveis que compõem o nosso sistema que se chama vida, destacamos a saúde com a famosa frase: “A saúde está em primeiro lugar”. O dinheiro, que, em teoria, para não sermos mal interpretados consideramos não ser muito importante, na prática sabemos que é indiscutivelmente indispensável e o amor, de que alguns falam, poucos sentem, apesar de muitos dizerem ter sentido ou quererem experimentar. Poderíamos destacar outras variáveis, não menos importantes, e, até, utilizadas por muitos como verdadeira filosofia de vida. Porém, e se destacássemos a qualidade? Variável «si», importante nos tempos modernos, que, para muitos consumidores, clientes e interessados, é mais valiosa do que o valor propriamente atribuído ao bem ou serviço a adquirir. Esta variável de consenso (afinal de A qualidade que nos é tão exigida nos nossos locais de trabalho, nas nossas casas, nos nossos relacionamentos, só estará efectivamente presente e com impacto positivo na nossa vida, quando for culturalmente aceite contas todos a queremos), que nos é tão exigida nos nossos locais de trabalho, nas nossas casas, nos nossos relacionamentos, só estará efectivamente presente e com impacto positivo na nossa vida, quando for culturalmente aceite. Ao invés de ser um mero gesto, um acto, ou mesmo uma prática esporádica, a qualidade tem de ultrapassar a moral e os bons costumes e cair em nós como traço cultural indispensável. A cultura da qualidade, quando madura e interiorizada (implementada e utilizada 24 horas sobre 24 horas por dia), permite compreender, ou descobrir que não é só nossa, nem só para nós, mas também a satisfação de quem nos solicita algo. Afinal, não nos esqueçamos, aquele que nos solicita alguma coisa é o nosso principal cliente directo. Se, de algum modo, vivemos, trabalhamos, movimentamo-nos sete dias por semana para satisfazer o requisito daquele que nos pede, precisamos de estar mais atentos ao seu nível de satisfação, reclamações e, sobretudo, sugestões. E agora... Se pensássemos nessa qualidade (de satisfazer o outro) quotidianamente nos nossos processos e nas nossas actividades? Se a busca pela satisfação alheia fosse a nossa maior preocupação? Será que a plena satisfação de outrem nos traria reciprocamente satisfação individual? Na realidade, não o conseguiremos comprovar se não abandonarmos os simples pensamentos, deixarmos as teorias de lado, pararmos aqui esta leitura e nos lançarmos para uma verdadeira cultura de prática de qualidade. Lamentamos o título não enquadrado ao conteúdo mas… Apresentamos a seguinte proposta de melhoria: E se praticássemos a qualidade? SETEMBRO 2015 | 49 A fechar Havemos de Voltar Às casas, às nossas lavras às praias, aos nossos campos havemos de voltar. Às nossas terras vermelhas do café brancas de algodão verdes dos milharais havemos de voltar. Às nossas minas de diamantes ouro, cobre, de petróleo havemos de voltar. Aos nossos rios, nossos lagos às montanhas, às florestas havemos de voltar. À frescura da mulemba às nossas tradições aos ritmos e às fogueiras havemos de voltar. À marimba e ao quissange ao nosso carnaval havemos de voltar. À bela pátria angolana nossa terra, nossa mãe havemos de voltar. Havemos de voltar À Angola libertada Angola independente. (Agostinho Neto) 50 | Sonangol Notícias Terminal Oceânico da Barra do Dande Painel 15/07/06 17:35 Page 1 C Composite M Y CM MY CY CMY K
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