refinaria do lobito

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refinaria do lobito
Revista trimestral • Informação Geral • Distribuição gratuita • DEZEMBRO 2012 • Nº28
notícias
Destaque
Refinaria
do Lobito
Vice-Presidente, Manuel Vicente,
lança primeira PEDRA na construção do mega-empreendimento
nacional
Sonangol prepara o futuro
Programa de bolsas de estudo atrai jovens angolanos
Cultura
Kiluanji Kia Henda
Retrato do artista Prémio Nacional de Cultura e Artes 2012
revista disponivel nos voos da:
10
06 NACIONAL
Nacional
Breves da Actualidade
REFINARIA
DO LOBITO
Lançada a primeira
pedra na construção
do megaempreendimento.
18
NACIONAL
Sonangol prepara
o futuro
Programa das bolsas
de estudo atrai novos
quadros qualificados.
26
PETRÓLEO
CARACTERIZAÇÃO DA INDÚSTRIA
DO PETRÓLEO E DO GÁS
DESPORTO
Desporto
34 Cultura
40
KILUanji Kia henda
Angola orgulha-se com conquista
do título africano de clubes.
Retrospectiva de um jovem artista consagrado.
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Conselho de Administração
• Presidente – Francisco de Lemos José Maria • Administradores Executivos – Anabela Fonseca, Fernando Roberto,
Mateus de Brito, Baptista Muhongo Sumbe, Sebastião Gaspar Martins e Raquel Vunge.
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Permanentes – José Mota, Beatriz Silva, Sandra Teixeira, Nadiejda Santos, Carlos Guerreiro, Lúcio Santos e
Sarissari Diniz • Interlocutores nas Subsidiárias – Andresa Silva, Ângela Feijó, Ariel Escórcio, Estêvão Félix, Gil
Miguens, José Oliveira, Lúcia Anapaz, Luís Alexandre, Marta Sousa, Miguel Mendonça, Mondlane Boa Morte, Nelson
Silva, Pedro Lima, Rosa Menezes e Sónia Santos • Fotografia – José Quarenta e Henrique Artur • Secretariado
– Helena Tavares e Yolanda Carvalho • Distribuição – Mateus Tavares, Carvalho Neto, Diogo Lino e Ana Victor
• Impressão – Damer Gráficas, S. A. • Tiragem – 5000 exemplares
• Design Gráfico, Apoio Editorial e Produção –
Nota: Os textos assinados não vinculam necessariamente a Sonangol ou a revista, sendo de inteira responsabilidade dos seus autores.
Opinião
O início do fim
palavra dO director
João Rosa Santos
O
dia 10 de Dezembro
de 2012 certamente
já faz parte da história da cidade portuária do Lobito e,
consequentemente, de todos os
angolanos, uma vez que registou o
início das obras de construção da
Refinaria do Lobito, um dos maiores e mais importantes projectos
de Angola independente.
Com o arranque desta imponente
obra vaticina-se o início do fim das
importações de combustíveis no
país, um cancro que durante largos
anos vem corroendo a economia
nacional e desviando recursos que
bem poderiam ser mais úteis a outros sectores da vida social.
Paralelamente, a construção da
Refinaria do Lobito irá agregar
valor ao petróleo bruto produzido em Angola, contribuir para a
criação de mais de dez mil empregos directos e indirectos, bem
como para várias oportunidades
de negócio, factores que poderão
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• Dezembro 2012 - Nº28
ser decisivos e vitais para o desenvolvimento da região.
Ao referir-se à importância e
pertinência do projecto, Manuel
Vicente, vice-presidente da República, considerou tratar-se de
um momento ímpar na indústria
petrolífera angolana, cujos ganhos
vão alavancar o tecido económico
nacional e acelerar o crescimento
multifacético da nação.
Estamos de facto perante uma
obra de vulto, assente em padrões de qualidade e ambiente
nacionais e internacionais, que vai
permitir, talvez a partir de 2018, o
processamento diário de cerca de
200mil barris de petróleo.
O desafio é enorme, sendo maior
a expectativa ao seu redor pois,
como é mister em projectos desta
envergadura, ninguém quer seguir
no último vagão desta viagem em
direcção ao futuro.
Outrossim, a localização centralizada do projecto permite a
facilidade de acesso a todas as
províncias de Angola e a países
vizinhos, constituindo também um
passo de gigante no desenvolvimento dos Caminhos de Ferro de
Benguela no âmbito do transporte
quer doméstico quer regional de
produtos refinados.
A primeira pedra já foi lancada.
Espera-se proximamente o início
da colheita dos frutos.
A gasolina regular Ron 93 e 91,
o jetA1, o gasóleo regular e de
marinha constam do cardápio
sugestivo de futuro da Refinaria
do Lobito.
O caminho ainda é longo mas,
com certeza, mora no fundo do
coração de todos os angolanos
envolvidos na obra a firme determinação de trabalhar com amor
e profissionalismo, porque há
consciência e convicção de que
cada gota de suor é uma semente
de progresso e desenvolvimento
em Angola.
Até breve!
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Ministro espanhol das Relações Exteriores
reúne com PCA da Sonangol E.P.
O ministro das Relações Exteriores do Reino de Espanha, José
Manuel Garcia Margallo, que efectuou uma visita oficial de
alguns dias a Angola, manteve, no Edifício Sede da Sonangol E.P., no dia 12 de Dezembro de 2012, um breve encontro de
trabalho com o Presidente do Conselho de Administração da
petrolífera estatal angolana, Francisco de Lemos José Maria.
Por outro lado, o PCA esteve muito recentemente no Brasil,
onde visitou a empresa do ramo petrolífero Sonangol Starfish.
Durante a visita, Francisco Maria recebeu informações sobre
o funcionamento das diversas áreas da Sonangol Starfish, ao
que se seguiu uma reunião cuja agenda de trabalho incluiu os
seguintes temas: Estrutura Societária, Organograma, Concessões, Aporte de Capital, Necessidade de Capitalização e
a Implementação SAP.
O Plano de Negócio 2013-2017 e o Risco de Exploração no
“Offshore” Versus Outras Estratégias de Sustentabilidade
constituíram igualmente assuntos abordados no decurso do
encontro que decorreu sob orientação do Presidente do Conselho de Administração da concessionária nacional.
Vencedor do Prémio Sonangol
de Literatura-Categoria Revelação
Victor Manuel Flora Amorim,
com a obra “Do Céu e da Terra”,
é o grande vencedor da 3ª edição do Prémio Sonangol de Literatura, na categoria Revelação.
O facto foi dado a conhecer
pelo júri do referido concurso,
em sessão realizada no dia 28
de Novembro de 2012, na capital angolana.
Assim, para além da publicação da sua obra, Victor Amorim
receberá, no dia 25 de Fevereiro
de 2013, data do 37º aniversário da petrolífera estatal angolana, um cheque no valor de 10
mil dólares norte americanos.
O Prémio, ao qual concorreram
na presente edição um total
de 49 obras, é uma organização da Sonangol em parceria
com a União dos Escritores
Angolanos.
Participaram igualmente da reunião as Administradoras da
Sonangol E.P., Anabela Fonseca e Raquel Vunge, enquanto a
Sonangol Starfish esteve representada pelo seu Presidente,
Joaquim Leite da Costa, e pelos Vice-Presidentes, Nazaré
Monteiro e José Castro.
No final da sessão, Francisco Maria deixou importantes orientações visando a sustentabilidade daquele Negócio que tem
a sua sede no Rio de Janeiro (Brasil).
Ainda em Dezembro, o PCA conferiu posse aos Directores
Geral e Adjunto da empresa Luxerviza, respectivamente,
João Simão Manuel da Silva e Rui Pereira do Amaral Gourgel.
Assistiram ao acto, que decorreu no Edifício Sede da Sonangol E.P., Administradores da petrolífera estatal angolana,
membros da Comissão Executiva da Sonangol Gás Natural
– Sonagás, bem como responsáveis da Empresa Nacional de
Electricidade (ENE).
Recorde-se que a Luxerviza é uma sociedade entre a Sonangol Gás Natural e a ENE que tem como finalidade produzir,
distribuir e comercializar energia eléctrica.
francisco maria visita empresa
Sonangol Starfish
O Presidente do Conselho de Administração da Sonangol E.P.,
Francisco de Lemos José Maria, visitou recentemente no Rio de
Janeiro, Brasil, a Sonangol Starfish, empresa adstrita a Sonangol
Hidrocarbonetos Internacional. Francisco Maria, depois de visitar
as instalações da Sonangol Starfish, manteve um encontro de trabalho com o corpo directivo desta empresa durante o qual recebeu informações pertinentes sobre o seu funcionamento, tendo
igualmente baixado orientações visando a sustentabilidade do
negócio. Ainda no decurso da reunião em que participaram as
Administradoras da Sonangol E.P., Anabela Fonseca e Raquel
Vunge, analisou-se o Risco de Exploração no “Offshore” Versus
Outras Estratégias de Sustentabilidade bem como o Plano corporativo de Negócio para o período 2013-2017. De recordar que a
Sonangol Starfish tem como Presidente Joaquim Leite da Costa
e como Vices-Presidente Nazaré Monteiro e José Castro.
SONUSA celebra 15º aniversário
Sob o lema “O Legado Continua”, a Sonangol USA (SONUSA)
celebrou, no passado dia 12 de Novembro, o seu 15° aniversário, tendo cumprido, a propósito, um programa de actividades que culminou com a realização, naquele país do
continente americano, de um jantar comemorativo do qual
participaram colaboradores, clientes e parceiros da referida
Subsidiária da Sonangol E.P.
O programa, bastante participativo, incluiu ainda um jogo
de Futsal entre mistos da Sonangol USA e da Sonangol
Marine Services.
Ao discursar durante o jantar, a Presidente da SONUSA, Elma
Almeida, enalteceu o empenho de todos os trabalhadores
nas suas actividades e responsabilidades diárias e reforçou
a necessidade de se dar continuidade ao fortalecimento da
presença do Grupo Sonangol no mercado americano.
Promoção do gás e petróleo na agenda política
O ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, defendeu que o Executivo continua a promover o desenvolvimento do sector do petróleo
e gás, por se afigurar como catalizador para a diversificação da economia nacional, na perspectiva de contribuir para a redução da pobreza
no país. A aposta no sector prende-se também com a vontade de proporcionar melhor qualidade de vida à população, através do maior
acesso a formas de utilização de energia moderna, mais acessível e
eficiente, disponível em abundância no país. O governante sublinhou
que “O sector do petróleo e gás, no âmbito das suas atribuições emanadas do Executivo, está a desenvolver um conjunto de acções, visando
melhor prestação do serviço público, com total respeito às normas de
funcionamento necessárias ao desempenho das atribuições económicas e sociais de interesse público”. Segundo o governante, o Executivo
Angolano traçou, como objectivos principais a médio prazo, intensificar as actividades de prospecção, pesquisa de petróleo bruto e gás
natural; licitar novas concessões petrolíferas e desenvolver a indústria de gás natural e da petroquímica.
Operação Houston Express completou 12 anos de actividade
A Operação Houston Express, um serviço de transporte
aéreo directo de passageiros e carga entre Luanda e Houston (Estados Unidos da América) e no sentido inverso, oferecido pela SonAir, Subsidiária da Sonangol E.P., completou
no passado dia 06 de Novembro, doze anos de existência.
Na sua primeira década de actividade, a Houston Express
funcionou com uma aeronave do tipo MD11, então operada
pela companhia WorldAirways. Porém, a partir de 2010, o
referido serviço passou a ter como operador a Atlas Air, desta
feita com um Boeing 747-400, facto que fez aumentar significativamente a respectiva taxa de ocupação.
Recorde-se, a esse propósito, que o MD11 tinha uma capaci-
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dade para 113 lugares, sendo que o Boeing 747-400 actualmente ao serviço da Houston Express transporta um total
de 189 passageiros, dos quais 10 em 1ª Classe, 108 em Executiva, 35 em Económica Plus e 36 em Classe Económica.
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MINISTRO DA ASSISTÊNCIA E REINSERÇÃO SOCIAL
VISITA Zona Económica Especial
O ministro da Assistência e Reinserção Social, João Baptista Kussumua, acompanhado da Secretária de Estado e de Directores
do referido sector governamental, visitou recentemente a Zona
Económica Especial Luanda-Bengo (ZEE), nomeadamente as
Unidades Industriais VEDATELA, PIPELINE, NINHOFLEX, INDUCABOS, MANGOTAL, PIVANGOLA, INDUTIVE, MATELECTRICA,
ANGOLACABOS, INDUTUBO, TRANSPLAS, TELHAFAL, MT/BT,
BOMBAGUA, INDUPLASTIC, INFER e GALVANOPLASTIA.
A visita teve como objectivo constatar os níveis de produção
das várias unidades industriais localizadas na ZEE e analisar
até que ponto os seus produtos podem satisfazer as necessidades do ministério da Assistência e Reinserção Social, no âmbito
das suas responsabilidades relacionadas com o programa de
investimentos públicos, muito particularmente a construção
de estruturas de carácter social.
O presidente da Associação dos Deficientes de Angola, Silva
Etiambulo, também esteve na ZEE, desta feita para tratar,
com a empresa Sonangol Investimentos Industriais (SIIND),
de questões relacionadas com o cumprimento do Decreto Nº
21/82, de 22 de Abril, que determina medidas para a protecção
dos deficientes.
De acordo com o referido Decreto, todos os organismos do
Estado, empresas estatais, mistas, privadas e cooperativas,
bem como organizações de massas e sociais, devem manter uma reserva de pelo menos 2% dos seus postos de trabalho para pessoas deficientes. Refira-se que a MATELECTRICA
é uma das unidades industriais da ZEE que já emprega portadores de deficiência.
Nova descoberta de petróleo
no Bloco 16
A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola – Sonangol E.P., e a Maersk Oil Angola A/S, anunciaram mais uma
descoberta de petróleo no Bloco 16, com perfuração do
poço Caporolo-1, em águas profundas do offshore Angolano.
Trata-se da segunda descoberta feita neste bloco depois do
Chissonga-1. O poço Caporolo-1, foi perfurado numa lâmina
de água de 1 235 metros e atingiu uma profundidade total
de 5 508 metros. Os resultados do teste deste poço indicaram um fluxo máximo de 3.000 barris de petróleo por dia,
através de um estrangulador de fluxo de 36/64 polegadas.
A Sonangol E.P. é a Concessionária Nacional e a Maersk Oil
Angola A/S é o Operador do Bloco16 com 65% de participação, tendo como parceiros a Sonangol P&P (20%) e a Odebrecht Oil & Gas Angola Ltd (15%).
Sonangol a justa estrutura organizacional
O Presidente do Conselho de Administração da Sonangol
E.P., Francisco de Lemos José Maria, defendeu recentemente que é preciso mudar permanentemente para melhorar a empresa e o desempenho dos colaboradores, sendo
que mudar significa ajustar continuamente a organização, melhorar comportamentos e cumprir e fazer cumprir
as orientações superiormente emanadas pelo executivo
angolano. Recentemente, numa cerimónia, assistida por
membros dos Conselhos de Administração e de Direcção
da Sonangol E.P., foram empossados Josina Marília N’gongo
Mendes Baião Magalhães para o cargo de Presidente da
Comissão Executiva da Sonangol Holdings, Ruben Monteiro da Costa para o cargo de Presidente da Comissão
Executiva da Sonagás, Diogo da Silva Manuel para o cargo
de Presidente da Comissão Executiva da MSTelcom e João
António Ramos para o cargo de Presidente da Comissão
Executiva da SONAREF. Foram igualmente empossados,
Ana Joaquina Van-Dúnem Alves da Costa, nos cargos de
Vogal da SONAREF, Gerente Único e Directora Geral da
SONAREL, Ana Maria dos Reis Fançony, Vogal da Comissão
Executiva da SONAREF, Augusto dos Anjos e Costa Pereira
Bravo, Vogal da Comissão Executiva da SONAREF, Vicente
Sebastião Inácio, Vogal da Comissão Executiva da Sonangol Holdings, Jacinto Estêvão, Vogal da Comissão Executiva da Sonangol Holdings, Joaquim da Conceição Mayer,
Vogal da Comissão Executiva da Sonagás, Jaime Campos, Vogal da Comissão Executiva da Sonangol Distribuidora, José Pedro Benge, Vogal da Comissão Executiva da
MSTelcom e Tomás Faria, no cargo de Vogal da Comissão
Executiva da Sonangol Logística.
Tomaram ainda posse Julião Milagre de Assis Bárber no
cargo de Secretário do Conselho de Administração da
Sonangol E.P., Belarmino Emílio Chitangueleca no cargo
de Director de Produção, Jacinto Manuel Veloso no cargo
de Director de Finanças, Natacha Alexandra Ferreira Monteiro Massano no cargo de Directora de Economia de Concessões, Suzel Cardoso Alves Daniel no cargo de Directora
de Negociações, Daniela Baptista Matos no cargo de
Directora do Gabinete de Qualidade, Saúde, Segurança
e Ambiente, André Pitra no cargo de Director do Projecto
Sinco e Rodolfo Aguiar no cargo de Director do Projecto
de Fertilizantes da Sonangol E.P.
Para além destas nomeações, realizou-se no seio da
empresa uma nova distribuição dos pelouros. Assim, em
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• Dezembro 2012 - Nº28
Despacho datado de 5 de Outubro de 2012, o Presidente do
Conselho de Administração da Sonangol E.P., Francisco de
Lemos José Maria, procedeu a um ajustamento na supervisão das Unidades Organizacionais da Sonangol E.P. e
suas Subsidiárias pelos membros do Conselho de Administração. Consequentemente, a referida supervisão ficou
assim definida: Presidente do Conselho de Administração:
Direcção de Planeamento, Direcção de Auditoria e Controlo Interno, Direcção de Serviços Jurídicos, Gabinete para
as Relações com o Estado e Fiscalidade, SONIP-Sonangol Imobiliária e Propriedade, Sonangol Finance Limited,
Fundo Social, Banco de Poupança e Promoção Habitacional, Projectos Institucionais “Bónus Petrolíferos”, Fundos
de Abandono e Fundo de Pensões da Sonangol. Administradora Anabela Soares de Brito da Fonseca: Direcção
de Tecnologias de Informação, Gabinete de Qualidade,
Saúde, Segurança e Ambiente, Sonangol Pesquisa e Produção, Sonangol Hidrocarbonetos Internacional, SONACI-Sonangol Comercialização Internacional, SSHL-Sonangol
Shipping Holding Limited e SONILS.
Administrador Baptista Muhongo Sumbe: Direcção de
Manutenção e Infraestruturas, Direcção de Serviços Sociais,
Sonangol Distribuidora, Sonagás-Sonangol Gás Natural,
Projecto de Produção de Fertilizantes e Luxerviza-Geração de Energia Eléctrica.
Administrador Fernando Joaquim Roberto: Direcção de
Recursos Humanos, Clínica Girassol, MSTelcom, Puaça-Administração e Gestão, UCS-Universidade Corporativa da
Sonangol e Unidades de Gestão dos Bolseiros da Sonangol.
Administrador Mateus Morais de Brito: Direcção de Segurança Empresarial, Gabinete de Comunicação e Imagem,
Sonangol Logística, SIIND -Sonangol Investimentos Industriais, Comissão de Projectos Sociais do Soyo, Cooperativa Cajueiro e Centro Recreativo Paz Flor.
Administradora Raquel Rute da Costa Vunge: Direcção de
Finanças, Direcção de Gestão de Riscos, Direcção Central
de Compras, Sonangol Holdings, SonAir e Projecto Sinco-Sistema de Informação Corporativa.
Administrador Sebastião Pai Querido Gaspar Martins:
Direcção de Exploração, Direcção de Produção, Direcção
de Negociações, Direcção de Economia de Concessões,
Gabinete de Arquivo e Base de Dados, Laboratório Central, Direcção do Comité de Controlo das Concessões e
SONAREF-Sonangol Refinação.
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nacional
Refinaria do Lobito
A HORA DO ARRANQUE
Foi lançada a primeira
pedra na construção do
mega-empreendimento
da Refinaria do Lobito,
cujo objectivo a longo
prazo é contribuir para a
independência energética
nacional.
José Ramos (Texto)
Editora Visão (Fotos)
A
Sonangol anunciou o início formal das obras para a construção da refinaria do Lobito, com
capacidade de processamento diário
de 200 mil barris de petróleo por dia.
O anúncio foi feito pelo Presidente
do Conselho de Administração (PCA)
da empresa, Francisco de Lemos, na
cidade do Lobito, Benguela, durante a
cerimónia de lançamento da primeira
pedra para a construção da refinaria,
pelo vice-presidente da República,
Manuel Vicente.
Durante a cerimónia, Francisco de
Lemos lembrou que o projecto é o
resultado de empenho de centenas de
quadros e responsáveis da empresa,
desde 2000, quando foi proclamada
a visão e a estratégia corporativa do
projecto, cuja conclusão das obras
poderá ocorrer dentro de cinco anos.
Trata-se de um substancial investimento da Sonangol que representa o
princípio do fim de uma longa cami-
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• Dezembro 2012 - Nº28
nhada que culminará, gradualmente,
com a redução e eliminação completa
das importações de combustíveis e
lubrificantes, visando a independência
energética nacional.
“A construção da refinaria do Lobito
também é resultado do esforço abnegado de uma grande paciência e
paixão do Presidente da República,
José Eduardo dos Santos, que com a
sua visão de orientação estratégica
sempre acreditou na capacidade do
país em fornecer combustíveis em
abundância com a qualidade desejada, e principalmente com preços
baixos”, afirmou.
Segundo o gestor, o empreendimento
proporcionará uma unidade industrial
adicional à estrutura económica e
produtiva mais moderna e ambientalmente compatível aos padrões de
qualidade.
Para o ministro dos Petróleos, Botelho
de Vasconcelos, também presente na
cerimónia, o lançamento da primeira
pedra para a construção da refinaria
local constitui um momento singular
para o sector. O governante afirmou
que o projecto é estruturante e faz
falta ao país, “uma vez que somos
deficitários em termos de derivados
de petróleo” e vem dar o sinal que
“todos nós esperámos durante algum tempo, para que possamos ser
auto-suficientes e com capacidade de
exportação para os países vizinhos”.
O projecto, que criará 10 mil postos de
trabalho directos e indirectos, ainda
durante a fase de construção, está localizado no morro da Quileva, ao longo
da linha costeira, a 10 quilómetros da
cidade do Lobito. Situado a 150 metros
acima do nível do mar, numa área de
3.805 hectares, no eixo norte-sul do
país, este empreendimento permitirá o abastecimento em derivados do
"ouro" negro a todas as províncias e
países vizinhos.
11
internacional
As novas tendências da energia
O mapa mundial da energia está a mudar, tanto pelos novos métodos de produção,
o abandono da energia nuclear em alguns países, a adopção das fontes renováveis,
como pela expansão dos recursos não convencionais. O “World Energy Outlook 2012” avaliou
o impacto que estes novos desenvolvimentos poderão ter no futuro da energia no mundo.
Nádia Morais (Texto)
12
• Dezembro 2012 - Nº28
13
internacional
Prevê-se também que os desafios dos
responsáveis políticos se tornem cada
vez mais complexos, um resultado da
intensificação das relações entre os
combustíveis, os mercados e os preços,
enquanto o gás natural liquefeito (GNL)
assume uma presença mais forte e as
energias renováveis, um maior protagonismo na matriz energética.
A resposta está na eficiência
O
estudo publicado pela Agência Internacional de Energia
(AIE) examinou o impacto destes desenvolvimentos nos desafios
enfrentados pelo sector energético a
nível mundial: satisfazer a crescente
procura, abrir o acesso e cumprir os
objectivos mundiais relativos às alterações climáticas. Segundo o relatório,
estes desenvolvimentos não foram o
suficiente para que o sistema global
de energia se encontre numa trajectória sustentável, pois os combustíveis
fósseis continuam a dominar a matriz
energética.
Foi nos Estados Unidos que ocorreram
as mudanças mais profundas, com
novas tecnologias que dão acesso aos
chamados recursos não convencionais,
como o gás de xisto ou o petróleo comprimido. Prevê-se que, em 2020, os Estados Unidos se tornem o maior produtor
mundial de petróleo e um exportador
líquido dez anos mais tarde.
14
• Dezembro 2012 - Nº28
Segundo o estudo, o elemento fulcral
do desenvolvimento do sector é o investimento na eficiência energética. Este
poderá beneficiar a segurança energética, o crescimento económico e o próprio meio ambiente, com a eliminação
das barreiras que impedem a implementação de medidas de eficiência energética economicamente viáveis.
Para que estas medidas se tornem reais,
o estudo propõe um conjunto de etapas.
Em primeiro lugar, tornar a eficiência
energética mais visível através da avaliação e divulgação dos seus benefícios
económicos. Em segundo lugar, salien-
tar o tema da eficiência energética de
forma a este poder ser integrado nas
decisões dos governos, das indústrias
e da sociedade. Em seguida, os responsáveis políticos deverão tornar esta eficiência mais acessível, criando modelos
de negócio, financiando veículos e incentivos que garantam aos investidores a
retribuição do seu investimento. Por fim,
devem desencorajar-se as abordagens
menos eficientes através da aplicação
de regulamentações e da promoção de
medidas mais eficientes.
Numericamente falando, o relatório
prevê que a procura de energia primária seja reduzida para metade a partir de
2035 e que a procura de petróleo atinja
um pico antes de 2020. Entre as duas
datas, espera-se um declínio na produção correspondente à actual produção conjunta da Rússia e da Noruega.
Gás natural ganha protagonismo
O gás natural será o único combustível fóssil cuja procura de prevê crescer
a todos os níveis. Aqui, o gás não con-
15
internacional
vencional deverá representar quase
metade do aumento da produção mundial em 2035, com a China, os Estados
Unidos e a Austrália como os maiores
produtores. No entanto, o negócio do
gás não convencional ainda se encontra nos seus primórdios e as incertezas
relativas à extensão e qualidade dos
recursos poderão travar o desenvolvimento destes novos recursos.
Segundo o estudo, a confiança nos
recursos não convencionais poderá ser
reforçada com quadros legais sólidos
e um desempenho exemplar da indústria. Além disso, o gás não convencional
poderá acelerar o movimento de fluxos
comerciais e pressionar os fornecedores a alterar os mecanismos de definição dos preços de gás, actualmente
vinculados ao preço do petróleo. No
entanto, isto apenas poderá acontecer com o fortalecimento e a diversificação das fontes de abastecimento,
16
• Dezembro 2012 - Nº28
assim como a mitigação da procura de
importações e a emergência de novos
exportadores de gás.
Já nas energias tradicionais, espera-se
um declínio. A procura do carvão – que
satisfez quase metade do aumento da
procura mundial de energia durante
as últimas décadas – poderá crescer ou diminuir consoante as medidas
políticas direcionadas para a promoção de fontes de energia com menos
emissões nocivas ao meio ambiente,
assim como para a implementação de
tecnologias de combustão de carvão
mais eficientes.
No caso da energia nuclear, temos uma
situação ambígua. Apesar de haver
um gradual abandono em alguns países, como é o caso da França e do
Japão, na sequência do acidente de
Fukushima em 2011, no Japão, espera-se que a produção nuclear continue a
crescer em termos absolutos devido à
sua expansão na China, Coreia, Índia e
Rússia. Isto porque à medida que a procura mundial de electricidade cresce –
duas vezes mais rápido que o consumo
total de energia – será necessário um
aumento da capacidade para substituir estas centrais nucleares em processo de desactivação.
Renováveis assumem papel central
As energias renováveis registaram uma
expansão rápida que levou à consolidação da sua posição na matriz energética global. Calcula-se que representem
um terço da produção total de electricidade em 2035, tornando-se a segunda
fonte mundial de geração de electricidade em 2015 e aproximando-se do
carvão enquanto principal fonte de electricidade em 2035.
O consumo de biomassa e biocombustíveisdeverá quadruplicar, com recursos
17
Os recursos não convencionais
Novos métodos e tecnologias estão
a ser adoptados para aproveitar uma nova
era de recursos, encontrados a grandes
profundidades e com altos riscos de produção.
As fontes não convencionais encontramse submersas em rochas impermeáveis, como
carvão, arenito e xisto. Existem três tipos
de gás não convencional: o gás de xisto,
encontrado em depósitos de xisto, o metano
em camadas de carvão (CBM, coal bed methane),
extraído de depósitos de carvão
e o gás comprimido, encontrado submerso
em formações rochosas impermeáveis.
O gás de xisto tem tido o maior protagonismo
nos últimos anos, tanto pelo seu potencial
como pela polémica associada à sua
produção, nomeadamente ao uso da
fraturação hidráulica. Através deste método,
é feita a perfuração hidráulica de um poço
e são injectados grandes volumes de água,
misturada com areia e químicos, para criar
fendas na rocha e libertar o gás. Alguns
especialistas comprovaram que este método
poderá ter um impacto negativo no meio
ambiente, principalmente no que diz respeito
à utilização de terrenos, água e a potencial
contaminação da água potável e das emissões
de gases nocivos ao meio ambiente.
mundiais para a bioenergia suficientes
para satisfazer os níveis de aprovisionamento de biocombustíveis e biomassa
projectados.
Este aumento nas fontes de energiarenováveis deve-se à baixa dos custos
da tecnologia e ao aumento dos preços
dos combustíveis fósseis e do carbono,
mas deve-se sobretudo aos subsídios
que continuam a ser concedidos. Estes
subsídios, atribuídos com o objectivo de
apoiar novos projectos de energias renováveis, deverão ser ajustados à medida
que a capacidade aumentar e os custos
da tecnologia diminuírem, para evitar
a sobrecarga dos governos e dos consumidores.
Energia para todos
O principal objectivo do sector energético global continuará a ser o acesso
universal à energia. Segundo o estudo,
apesar dos avanços constatados em
2011, cerca de 1300 milhões de pessoas
ainda não têm acesso à electricidade e
2600 milhões não têm acesso a meios
adequados para cozinhar.
Apesar da Cimeira do Rio+20 não ter
resultado num compromisso para o
acesso universal à energia em 2030, o
ano das Nações Unidas da Energia Sustentável para Todos gerou novos compromissos para atingir esse objectivo.
No entanto, o estudo afirma que esses
compromissos não bastam. É preciso
uma acção mais ampla para evitar
que, em 2030, quase mil milhões de
pessoas não tenham electricidade e
2600 milhões continuem sem meios
higiénicos para cozinhar, segundo as
estimativas.
Nacional
Programa de Bolsas de Estudo
Sonangol prepara o futuro
Os grandes desafios que a Sonangol enfrenta no seu futuro exigem quadros devidamente
qualificados. Com o programa de bolsas de estudo, a petrolífera nacional prepara
antecipadamente colaboradores para dar resposta às novas necessidades da empresa.
Ângela Correia (Entrevista)
Malocha (Fotos)
18
• Dezembro 2012 - Nº28
19
Desporto
O
capital humano é unanimemente considerado o bem mais
valioso de qualquer organização. Tendo em conta esta realidade,
faz parte da estratégia de actuação da
Sonangol incentivar a formação dos
seus recursos humanos. O programa
de atribuição de bolsas de estudo
para estudantes angolanos é uma
das faces visíveis do trabalho que a
companhia tem desenvolvido com o
objectivo duplo de encontrar quadros
competentes para integrar a empresa, ao mesmo tempo que contribui
para o desenvolvimento académico
dos jovens mais talentosos do país.
Bastante procurado, o processo das
candidaturas às bolsas de estudo para
o próximo ano está a decorrer a bom
ritmo. A Sonangol Notícias esteve à
conversa com Luísa Gameiro, coordenadora do programa de bolsas de
estudo, que nos deu conta do ponto
da situação. Durante a entrevista,
20
• Dezembro 2012 - Nº28
a responsável apontou as Engenharias
e as Geociências como as áreas onde
existe um maior défice de quadros, não
só ao nível nacional mas também global. Na expectativa “de atenuar este
défice foi criado este Programa com o
objectivo de formar dois mil quadros”,
explicou-nos a coordenadora.
A quem se destina o Programa de Bolsas de Estudo da Sonangol?
O Programa de Bolsas de Estudo da
Sonangol destina-se a todos os cidadãos angolanos com idade compreendida entre os 16 e os 19 anos de idade
que já tenham concluído o Ensino Médio/Pré-Universitário ou que estejam
a frequentar o último ano deste nível
académico.
Quais são as áreas de estudo contempladas no programa?
As áreas de estudo do Programa de
Bolsas de Estudo são essencialmente
orientadas para os cursos de Geociências e Engenharias e Tecnologias.
No entanto, achou-se por bem estender-se também para algumas áreas
das Ciências Sociais.
Explique-nos um pouco como se desenrola exactamente o processo de
candidatura e atribuição da bolsa?
Este ano, o Conselho de Administração
da Sonangol E.P. aprovou um Programa
de Formação, consubstanciado na atribuição de 500 bolsas de estudo anuais
para o exterior do país no período 20122015. O processo de candidatura é um
concurso público composto, em primeiro lugar, por uma fase de inscrição
dos candidatos ao concurso público.
A fase seguinte, a dos testes, que é
eliminatória, começa com testes psicotécnicos. Os candidatos aprovados
são submetidos a posterior a testes de
conhecimentos. Os apurados nestes
testes serão submetidos a testes vo-
21
cacionais e entrevista. Finalmente, os
candidatos são submetidos a exames
médicos. Aos candidatos apurados são
então atribuídas as bolsas de estudo
mediante assinatura de um contrato
de usufruto de uma bolsa de estudo.
Os bolseiros têm direito a um subsídio
ou remuneração?
Considerando a sua responsabilidade pela permanência dos bolseiros no
exterior do país, todos os custos com
a formação, saúde, viagens e estadia
serão assumidos directamente pela
Sonangol. Ao bolseiro será atribuído
um subsídio de bolsa mensalmente
para a sua subsistência.
Onde vão estudar estes bolseiros?
A Sonangol tradicionalmente envia
bolseiros para estudar em Portugal,
Reino Unido, Brasil e Estados Unidos
da América. Mas neste Programa
futuramente prevê-se também enviar
bolseiros para China, Malásia, Índia,
Itália, França, Noruega, Suécia e África
do Sul.
O objectivo é a Sonangol integrar estes
recursos depois de formados no quadro
da empresa?
Sim. Todos aqueles com bom aproveitamento académico e na fase de
estágios de integração na empresa,
serão potenciais candidatos a integrar
os quadros da Sonangol.
Qual a importância destes bolseiros
para a empresa? Que mais-valias possuem e de que forma serão aproveitados para a empresa?
A Sonangol tem grandes desafios para
o futuro, no que respeita a exploração
petrolífera, e só terá capacidade de
resposta se tiver quadros devidamente qualificados. Com este Programa,
a empresa está a preparar antecipadamente quadros para dar resposta
a estes desafios futuros. A mais-valia
é que a maioria destes bolseiros vai
estudar em países com forte pendor
na indústria petrolífera e de expressão inglesa, que é a língua usada na
indústria petrolífera. Esta conjugação
de factores permitirá aos bolseiros
desenvolverem competências durante os estudos e o período de estágio.
O número de licenciados que a Sonangol tem recrutado tem aumentado nos
últimos anos?
Anualmente a Empresa aprova um
plano de necessidades de pessoal
que é preenchido por recrutamento
local de pessoal. Estes licenciados
têm sido uma das principais fontes
para a empresa como resultado do
desenvolvimento do Ensino Superior
no país. Outra fonte são as bolsas
de estudo externas e internas que a
Sonangol atribui.
Para que áreas a Sonangol mais está
a recrutar e quais as áreas em que se
sente uma maior falta de licenciados
nacionais?
Sem dúvida que são as de Engenharias
e Geociências. É por esta razão que o
Programa de Bolsas de Estudo incide
essencialmente nestas duas áreas.
Mas realçamos que a falta de quadros nestas áreas não é só nacional.
Existe um défice de quadros nestas
áreas a nível global. É na expectativa
de atenuar este défice que foi criado
este Programa com o objectivo de
formar dois mil quadros.
Quais as perspectivas actuais para
um jovem construir uma carreira na
Sonangol?
Foi aprovado recentemente o modelo
de carreira no âmbito do Projecto de
Desenvolvimento do Capital Humano
(HCM) que está a ser divulgado a todos colaboradores começando pelos
gestores. Com a implementação deste
modelo vamos melhorar a gestão de
carreira dos nossos quadros e satisfazer
as expectativas destes, contribuir para a
retenção dos melhores e remunerá-los
de acordo com o desempenho já será
possível fazer carreira na Sonangol.
Nacional
Bons Exemplos
Como é trabalhar na maior empresa
nacional? Dois ex-bolseiros que
hoje fazem parte da Sonangol
mostram-se bastante satisfeitos
com os resultados obtidos depois de
muitos anos a estudar fora do país
e a aprender a viver em realidades
completamente diferentes.
À oportunidade concedida pela
Sonangol, responderam com muito
esforço e determinação e, hoje em
dia, os dois formados estão gratos
ao programa de bolsas de estudo
da Sonangol. Fomos conhecer as
experiências de Suzeth Moate
e Nvunda Ribeiro.
Nvunda Ribeiro
A experiência de Nvunda Ribeiro no processo de
atribuição de bolsas de estudo começou quando
o jovem já estudava no exterior. Concorrer para
a bolsa da Sonangol foi, nas palavras do jovem,
uma excelente opção.
“Na altura eu estudava no exterior, e estava a
terminar o primeiro ano quando me foi dada a
oportunidade de beneficiar de uma Bolsa de Estudo. Conseguir a bolsa foi a melhor coisa que
me aconteceu. Com a bolsa de estudo, as minhas
condições sociais melhoraram muito. E consequentemente os meus resultados académicos
também.”
Nvunda Ribeiro estudou na Escócia, em Glasgow,
e licenciou-se em Gestão de Empresas (Business
Management). Quanto à experiência de viver fora
do País, Nvunda aponta os seus altos e baixos.
Se estudar numa Universidade de boa qualidade,
com um bom ambiente de estudo é algo muito
gratificante, não deixa de ser “doloroso do ponto
vista pessoal, ter sido o único bolseiro angolano
nessa cidade. Contudo, sei que de certa forma esta
situação ajudou a concentrar-me nos estudos para
atingir o objectivo com mais rapidez”, confessa.
Neste momento Nvunda mostra-se satisfeito por
poder corresponder às expectativas da empresa
que um dia resolveu apostar nele. “De momento estou alocado à Universidade Corporativa da
Sonangol. Estou empenhado no recrutamento de
bolseiros para este Programa de Bolsas de Estudo
que formará outros cidadãos, que no seu regresso
22
• Dezembro 2012 - Nº28
ajudarão no engrandecimento da empresa e do
país com o conhecimento adquirido, e é bastante
satisfatório poder corresponder às expectativas
da empresa que nos garantiu a formação”.
Nvunda está confiante no seu futuro como parte do capital humano da Sonangol. “A empresa
tem tido um contínuo progresso, e com as novas
descobertas e novos planos de negócios, os desafios serão ainda maiores. Felizmente existem
oportunidades de capacitação e potencialização
para os quadros recém-admitidos. A experiência
de trabalhar no maior grupo empresarial angolano
tem sido positiva pelo facto de estar exposto a
um ambiente de trabalho muito competitivo com
técnicas de trabalho inovadoras, geralmente encontrado em empresas petrolíferas”.
23
Suzeth Moate
Para Suzeth Moate, conseguir a bolsa atribuída
pelo programa da Sonangol foi uma grande
conquista, e estudar longe dos familiares e
amigos um sacrifício que valeu a pena. “Fazer parte do grupo de bolseiros apurados no
concurso de 2006 para a bolsa de estudo no
exterior do país foi uma grande conquista para
mim. Éramos muitos candidatos para poucas
vagas. Ter sido apurada no final, considero até
hoje ter sido uma das maiores conquistas da
minha vida”. A estudante lembra que estudar
em um país distante e formar-se não foi fácil,
mas hoje agradece à empresa e às pessoas que
acreditaram em si. A jovem estudou no Reino
Unido, na Escócia, e formou-se em Geologia
de Petróleos pela Universidade de Aberdeen.
“Estar distante da família, ter de aprender o
inglês para sobreviver numa terra bastante
fria, foi uma experiência muito marcante. Era
preciso atender às expectativas da empresa
em manter uma boa performance académica,
não importando as circunstâncias, e isso é uma
tarefa complicada. Confesso que houve alturas
em que tive vontade de desistir. Mas, apesar
de tudo, e da saudade da família, o objectivo
final foi cumprido. Hoje com muito orgulho e
com o diploma na mão posso dizer que valeu
a pena o sacrifício desses cinco anos”.
Actualmente, Suzeth faz parte da equipa e da
família Sonangol e garante que é gratificante
poder ajudar também os novos candidatos.
“Estou na Sonangol e faço parte da Universidade Corporativa da Sonangol (UCS), estando encarregue da Coordenação do Programa
de Bolsas de Estudo, que tem como um dos
objectivos definir critérios e estratégias para
o bom andamento do Programa de Bolsas
de Estudo. Um dia fui bolseira e hoje estou a
fazer o trabalho de cuidar dos bolseiros da
Sonangol, o que para mim se traduz num motivo de grande orgulho, poder fazer o mesmo
pelos outros”.
À Sonangol Notícias, Suzeth acrescentou que
corresponder às expectativas da empresa não
foi fácil mais valeu os cinco anos de esforço e
dedicação. “Uma das minhas grandes expectativas como ex-bolseira era poder ser admitida
para trabalhar na Sonangol no final da minha
formação. A outra é poder fazer carreira dentro
da Sonangol. Quando isso acontecer, aí sim,
as minhas expectativas serão correspondidas.
Neste aspecto, já se vê uma luz no fundo do
túnel com a criação do novo modelo de carreiras a ser implementado pelo Projecto HCM.”
OPINIÃO
O CONHECIMENTO COMO
FERRAMENTA IMPRESCÍNDIVEL
Carlos Guerreiro (Texto)
DR (Fotos)
H
oje em dia, temos uma economia
baseada na era do conhecimento
e o único factor de competitividade das empresas chama-se inovação.
Cada vez mais, observa-se um movimento crescente das empresas na
busca de métodos e ferramentas que
possibilitem o florescer de boas ideias
e a criação de grandes inovações. Para
atender esta necessidade, o profissional do século 21 precisa de ter acesso
rápido a informação, interagir por meio
de diversos canais de comunicação e
estabelecer redes de interacção.
A retenção de talentos e a sua capacitação nas empresas são factores
importantes pelo facto do retorno ser
extremamente vantajoso para o sucesso
das companhias. A gestão do conhecimento é necessária e deve-se mesmo
considerar o conhecimento como um
capital intelectual, que é, na verdade,
um activo intangível das empresas, que
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• Dezembro 2012 - Nº28
precisa de ser preservado e formatado.
Assim, quando se fala da gestão do
conhecimento nas empresas, falamos
de capital intelectual e de recursos,
que são importantes para as empresas e para os seus funcionários, de
modo a que haja pessoas mais capacitadas, com trabalho diferenciado,
melhorando os processos do seu dia-dia e percebendo também os da periferia, ou seja, aquelas áreas que fazem
parte da mesma empresa, para que os
produtos e serviços cheguem ao mercado como inovação.
Já dizia o grande guru Peter Drucker,
que os grandes ganhos de produtividade, daqui para a frente, advirão das
melhorias na gestão do conhecimento.
Hoje, mais de 55% daquilo que é gerado
no mundo já é produto da gestão do
conhecimento.
Na gestão do conhecimento encontramos aquilo a que chamamos de
mudança, que é a criatividade e que
se pode traduzir na geração de novas
ideias para se criar um plano inovador
como factor estratégico.
A capacidade de gerar e absorver inovações é, portanto, vista como elemento
chave da competitividade dinâmica
e sustentável. Neste contexto, incrementar o processo de inovação requer
o acesso aos conhecimentos e a capacidade de apreendê-los, acumulá-los
e utilizá-los.
No processo da gestão do conhecimento, os funcionários já reconhecem a importância da capacitação de
estarem melhor preparados para um
mercado extremamente dinâmico, em
que as empresas se unem em grandes
redes geradoras de valor, e em que as
mudanças organizacionais se tornam
cada vez mais frequentes. A adaptação
a este novo contexto é imprescindível, e
isso requer transformações que envol-
25
vem pessoas, locais e mesmo a maneira
como se lida com o próprio trabalho.
As empresas que hoje desejam estar
à frente da concorrência precisam de
enfrentar questões que vão além da
redução dos custos e da melhoria de
produtos e serviços. A sua competitividade passou a ser determinada por
factores como a capacidade de disseminar e compartilhar conhecimento,
inovar e reter equipas altamente qualificadas, de cujos profissionais se exige
flexibilidade, mobilidade e colaboração.
Actualmente, as empresas são pressionadas para responder de maneira
rápida a mudanças imprevisíveis que
afectam constantemente o seu negócio e, para isto, é necessário que os seus
colaboradores assumam valores que
são tidos em conta pelo mercado e pelo
segmento cada vez maior de consumidores que acompanham as novas tendências e se interessam por inovações.
Neste início de século XXI o próprio
trabalhador do conhecimento prefere
estar ao lado das organizações que respeitam a liderança, o conhecimento, a
metodologia e a rentabilidade. Quando
estes quatro conceitos são prejudicados o resultado nas empresas é praticamente zero.
Existem duas maneiras para se atingir
resultados, através da pressão e através da adesão. Sempre que se utiliza
a pressão existe o problema do retrocesso, quando aquela passa da dose. E
quando existe a adesão, as conquistas
são mais duradouras e mais significativas porque a adesão vem de dentro e as
pessoas compreendem, se encantam
com as propostas e a visão dos grandes
líderes, quer seja nas empresas ou não.
Como disse e muito bem o nosso Presidente, “a grandeza de uma Nação não
se mede apenas pelas potencialidades
dos seus recursos naturais, mas também
pela nobreza de carácter, pela atitude e
pelas competências dos seus cidadãos
que se são, de facto, a base dinamizadora desses recursos. Para enfrentarmos os desafios que se prendem com
o desenvolvimento do nosso País no
contexto da globalização, precisamos
de contar com quadros nacionais altamente qualificados e de possuir uma
classe de trabalhadores bem formada
tecnicamente, capaz de se adaptar rapidamente ao ambiente de mudanças e
às necessidades impostas pelos novos
sistemas de produção”.
ANÁLISE
CARACTERIZAÇÃO DA INDúSTRIA
DO PETRÓLEO E DO GÁS
Dr. André Jimbe (Texto)
1 Desenvolvimento da indústria
do petróleo
Estruturalmente a industria petrolífera emergiu na segunda metade do
século XIX, através das iniciativas da
Vacuum Oil Co. e da Standard Oil Co.
que, entre outras, estiveram na origem
da Socony, de Rockefeller. Em 1911 o
Supremo Tribunal dos EUA estipulou
legislação antimonopólio, com base
na qual a Socony foi obrigada a dissolver-se em 33 entidades não integradas verticalmente, formando assim
empresas com actividades distintas
desde a pesquisa até à distribuição.
Em resultado, a industria evoluiu para
uma industria fragmentada. Contudo,
face à relevância económica de factores como as elevadas economias
de escala e a baixa diferenciação do
produto, os anos seguintes caracterizaram-se pela retoma de uma estrutura mais concentrada. Este ciclo de
concentração culminou no início dos
anos 70, com a crise de 1973. Na realidade, a primeira grande crise petrolífera surgiu na sequência de um conjunto
de acontecimentos interligados que
importa compreender:
Tabela 1.1 As Dez Maiores Empresas Produtoras de Crude em 1972 e 2006
1972
2006
Exploração
(MBD)
Quota de
Mercado
Empresa
Exploração
(MBD)
Quota de
Mercado
Exxon Corp.
4,968
10,8%
Saudi Arabian Oil
8,585
13,8%
British Petroleum
4,664
10,1%
National Iranian Oil Co.
3,720
6,0%
Royal Dutch/Shell
4,169
9,0%
Petroleos de Venezuela
2,885
4,6%
Texaco Inc.
3,777
8,2%
China National Petroleum
2,796
4,5%
Chevron Corp.
3,232
7,0%
Petroleos Mexicanos
2,722
4,4%
Gulf Oil
3,214
7,0%
Royal Dutch/Shell
2,254
3,6%
Mobil Corp.
2,316
5,0%
Kuwait Petroleum Corp.
2,070
3,3%
Communist Bloc
1,301
2,8%
Exxon Corp.
1,726
2,8%
CFP (Total France)
977
2,1%
Lybia National Oil Corp.
1,345
2,2%
Sonatrach (Algeria)
925
2,0%
Abu Dhabi National Oil Co.
1,300
2,1%
TOP 10 TOTAL
29,543
64,0%
TOP 10 TOTAL
29,403
47,1%
Total Mundial
46,170
100%
Total Mundial
62,446
100%
Empresa
Nota: MBD: milhões de barris
Fonte: Adaptado de Energy Information Administration (2007), Petroleum 2006 – Issues and Trends
26
• Dezembro 2012 - Nº28
27
ANÁLISE
- A existência do cartel The Seven Sisters, Exxon, Texaco, Mobil, Gulf, Socal
(as duas últimas fundiram-se na Chevron), BP e Shell com acordos secretos quanto às formas de actuação nos
mercados;
ços muito inferiores aos do petróleo
para um valor energético equivalente;
- O fecho do Canal do Suez, consequência da «Guerra dos 6 Dias» em
1967, que obrigou à criação de novas
rotas para o transporte de 3,5 milhões e
barris de crude por dia, recorrendo-se à
produção de mais e maiores petroleiros;
- A crise petrolífera de 1973 resultou
assim numa fragmentação da estrutura empresarial ao nível da exploração
e refinação, surgindo um novo grupo de
empresas com capital público pertencente aos países produtores de petróleo que nacionalizaram as anteriores
concessionárias estrangeiras.
- A escala de preços por parte dos países produtores de petróleo: o custo do
crude duplicou entre 1970 e 1973;
- O incentivo do Governo americano à
utilização de gás natural, impondo pre-
de 57,15 mas em 1995 possuíam apenas uma quota de 12,5% da exploração global; por outro lado as 10 maiores
empresas produtoras a nível mundial
detinham, em 1972, 64% da exploração global e em 1995 somente 47,1%
(Tabela 1.1).
- O embargo por parte dos países produtores de petróleo aos EUA e outras
nações Consumidoras.
1.2 Atractividade da indústria
do petróleo
A longo prazo, a atractividade da indústria do petróleo nos vários segmentos
de mercado do downstream, transporte, indústria, doméstico e químicos
é média-alta conforme se pode observar na análise conjunta dos factores
que compõem o modelo das cinco forças (Tabela 1.2).
Estas duas fases, concentração até 1973
e posterior fragmentação, são reflectidas ao nível da exploração: em 1972,
as Seven Sisters detinham uma quota
Tabela 1.2 Aplicação do Modelo das Cinco Forças ao Dowstream na Industria Petrolífera
Segmentos do Downstream
Transporte
Indústria
Doméstico
Químico
Elevadas barreiras à entrada devido a economias de escala e de experiência,
Potencial
de
Novas
entradas
Necessidade de capital, elevado volume de operações, acesso aos canais de distribuição, elevados custos
e mudança.
Conclusão: Baixo
Pressão
de Produtos Substitutos
O substituto de eleição
é a energia Eléctrica dado que
os Produtores de automóveis
estão a desenvolver sistemas
sob essa forma de energia.
Conclusão: Alta
No curto prazo os substitutos incluem o carvão
e o gás natural. O carvão porque existem novas
tecnologias em desenvolvimento que farão
com que seja economicamente e ambientalmente competitivo com o gás. O gás natural
devido à maior quantidade de reservas nos
países industrializados, relativamente ao
petróleo, e à origens. A médio prazo, as energias
renováveis – vento, biomassa e solar – serão
competitivas face aos combustíveis fósseis.
Com o surgir de novas tecnologias cada vez haverá mais
possibilidade de gerar matérias
sintetizadas alternativas.
Conclusão: Alta
Conclusão: Alta
Poder negocial
dos fornecedores
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• Dezembro 2012 - Nº28
Médio poder dos fornecedores e crude devido ao nível de reservas de petróleo, por falta de credibilidade
nas políticas e informações do Médio
29
Tabela 1.3 Aplicação do Modelo das Cinco Forças ao Dowstream na Indústria Petrolífera (continuação)
Segmentos do Downstream
Transporte
Poder negocial
dos clientes
Crescente poder das
estações de serviço
(actividade integrada nas
empresas petrolíferas)
devido à pressão exercida
pelas grandes superficies em países europeus
(França e Reino Unido);
Médio poder dos particulares devido aos baixos
custos de mudança e à
importância da Qualidade.
Indústria
Doméstico
Elevado poder negocial
dos clientes industriais
devido ao grande peso
do bem nas compras
totais de qualquer das
indústrias e por o produto
ter baixa diferenciação e
não existirem custos de
mudança.
Elevado número de distribuidores e de particulares,
que provoca um poder
negocial.
Conclusão: Alto
Conclusão: Alto
Elevado poder negocial
dos clientes petroquímicos uma vez que o sector
é dominado por um conjunto restrito de empresas.
Os produtos tém um
elevado peso nas compra
se a rentabilidade estrutural do sector é muito
superior à do petróleo.
Conclusão: Alto
Conclusão: Médio
Rivalidade
entre
concorrentes
actuais
Químico
Intensa rivalidade entre as multinacionais que operam à escala mundial dado que utilizam o mesmo tipo de
recursos e jogam nos mesmos segmentos. O mercado em geral apresenta crescimentos pouco acentuados.
As grandes empresas têm dimensões semelhantes. Há elevados custos fixos dado ser um sector que necessita
de grandes unidades para tirar partido das economias de escala. Elevadas barreiras à saída em consequência
de tecnologias específicas, existência de sinergias com que a indústria química e de dependências vitais de todo
o tipo de actividade humana que fazem com que a indústria apresente uma importância estratégia tanto
ao nível da competitividade empresarial como ao nível das trocas entre países.
Conclusão: Alta
Conclusão final
Atractividade:
Média-alta
1.3 Factores críticos do sucesso
Para a análise dos factores críticos de
sucesso do sector petrólifero é conveniente efectuar o seu enquadramento
com outros dois sectores energéticos,
o carvão e o gás natural, uma vez que
estes três sectores representam as principais fontes de combustíveis fósseis
utilizadas a nível mundial (Tabela 4.3).
Para a indústria petrolífera [Adr98] consideram, normalmente como principais
factores críticos de sucesso à escala
global os seguintes elementos:
- Integração vertical: Ambiente, segu-
Atractividade:
Alta
Atractividade:
Média-alta
rança, relações com os parceiros locais
e redução de custos são algumas das
áreas onde é possível melhorar o desempenho através da integração ao longo
de toda a cadeia operacional. Neste
contexto incluem-se, entre outras, as
sinergias e economias de escala resultantes da integração das operações
de refinação e petroquímica, onde a
refinação apresenta margens reduzidas e a petroquímica uma volatilidade
reduzida, que conduzem à melhoria
dos resultados de ambos os negócios.
Por exemplo, a Exxon possui complexos integrados concebidos e geridos de
forma a optimizar a produção de com-
Atractividade:
Média-alta
bustíveis, lubricantes e petroquímicos
de elevado valor acrescentado.
- Custos operacionais: Considerando as
actuais condições no sector do petróleo, com margens reduzidas principalmente nas operações de refinação e uma
crescente concorrência a nível mundial,
é crucial para as companhias do sector reduzir os custos operacionais. Por
exemplo, desde 1992 a Chevron conseguiu reduzir os seus custos em 1,5 mil
milhões de dólares, o que é bastante
significativo se considerarmos que os
seus resultados operacionais em 1995
se cifraram em 2 mil milhões de dóla-
Tabela 4.3 Factores Críticos de Sucesso nas Indústrias Energéticas
Industria
Factores-chave de compra
Factores de competição
Factores críticos de sucesso
Preço
Preço
Custos operacionais
Poder energético
Stocks
Disponibilidade de recursos
Acessibilidade
Distribuição geográfica
Acessibilidade
Carvão
Integração vertical
Preço
Poder energético
Petróleo
Acessibilidade
Acesso aos mercados
Custos operacionais
Acesso aos mercados
Gestão das tecnologias
Rede de distribuição
Geográfica
Infra-estrutura de transporte e de
abastecimento
Impacto ambiental
Recursos e tecnologia
Recursos e tecnologia
Preço
Preço
Custos operacionais
res. Também a BP e a Mobil tomaram
a iniciativa inédita de fundir as suas
operações de refinação e distribuição
na Europa, com vista a obter economias nos custos comuns. Em paralelo,
tem-se assistido a numerosos despedimentos no sector no intuito de reduzir os encargos salariais.
Estimativas conservadoras apontam
para a eliminação de cerca e 20 mil
postos de trabalho na indústria petrolífera apenas nos últimos 2-3 anos.
Desta forma, quanto menores forem
os custos fixos de estrutura, maior será
a capacidade para resistir à inevitável
pressão sobre as margens e para sustentar ataques nos preços de venda.
- Acesso aos mercados: Através de
uma eficiente gestão da informação
e da logística, é possível fornecer os
clientes finais com reduzidos custos
de stockagem e de ruptura e elevados níveis de serviços. Por exemplo a
Exxon reduziu 19 dos seus pontos de
distribuição na Europa, Japão e América Latina através de operações de
racionalização de custos ou da participação em joint ventures, melhorando ainda assim o seu serviço final.
• Dezembro 2012 - Nº28
Gestão das tecnologias
Infra-estrutura de transporte e
abastecimento
Gás natural
30
Economias de escala
- Gestão das tecnologias: A evolução e
crescimento do sector encontra-se cada
vez mais interligado à inovação tecnológica numa altura em que a redução de
custos é um imperativo para todas as
companhias. Por exemplo o DeepStar
Project, patrocinado por companhias
como a Agip, Amoco, Arco, Chevron,
Elf, Exxon, Mobil, Petronas, Shell, Statoil e Texaco, entre outras, visa promover o desenvolvimento da tecnologia
necessária à pesquisa das águas profundas do golfo dos EUA, minimizando
assim os custos e riscos associados às
iniciativas isoladas de cada parceiro.
As tecnologias também têm contribuído para a resolução das questões
ambientais que preocupam o sector,
resultando em operações mais limpas
e seguras em todo o mundo. Por exemplo, a gasolina reformulada, introduzida em dez dos Estados mais poluídos
dos EUA em 1996 por imposição legislativa, é actualmente a gasolina mais
limpa, com baixos níveis de emissões,
encontrando-se por isso já em divulgação com resultados positivos em
alguns países europeus como a Itália.
Em contraste com o petróleo, o gás
natural é mais caro de transportar e
difícil de armazenar. Consequentemente os mercados do gás tendem a
ser mais regionais do que locais, sendo
a distribuição normalmente efectuada por pipeline. O gás natural liquefeito (LNG) fornece outra alternativa
de transporte, mas actualmente apenas satisfaz uma pequena fracção da
procura mundial, pois o seu processamento e transporte é ainda bastante
dispendioso, necessitando de avultados investimentos. Prevê-se que num
futuro a médio prazo a tecnologia GTL
(Gas to Liquids) possibilite a expansão
da comercialização do gás natural. Em
particular, esta tecnologia irá permitir
a utilização dos actuais pipelines reduzindo assim substancialmente os custos associados ao desenvolvimento
do gás natural. Por exemplo, em breve
companhias como a Exxon e a Sasol
poderão explorar novas oportunidades através do gás natural. Embora os
custos e a tecnologia existente favoreçam o petróleo, caso se consigam
obter suficientes vantagens economicas e técnicas graças à tecnologia
GTL, o gás natural poderá passar a
ser uma alternativa muito mais forte
ao petróleo.
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• Dezembro 2012 - Nº28
33
1.4 Grupos estratégicos
Em termos de grupos estratégicos, a
industria petrolífera é constituída essencialmente por três conjuntos de empresas,
caracterizados pelos seguintes atributos:
- Empresas privadas, representadas
pelas Seven Sisters e pelos independentes da Sonatrach, Amoco, Arco Coastal,
Valvoline, AstraCaspa, Berry Petroleum
ou Schlumberger, operam geralmente à
de forma a racionalizar os custos e poder
oferecer um serviço completo aos clientes. É também de referir que estas companhias possuem uma sobre capacidade
nas actividades de downstream relativamente ao upstream, em consequência
das nacionalizações das suas concessionárias, ocorridas nos anos 70. Por outro
lado, as empresas privadas que funcionam
apenas à escala local e regional diferenciam-se pelo facto de serem entidades
com competências mais específicas e
limitadas, nomeadamente as que têm
por objectivo determinadas actividades
da cadeia de valor, como por exemplo a
Valvoline, distribuidora de lubrificantes,
ou a Schlumberger, especialista em tecnologias de prospecção;
- Empresas estatais dos países produtores, representadas pela Sonangol,
Saudi Aramco, NIOC (Nacional Iranian
Oil Co.), KPC (Kuwait Petroleum Corporation), PDVSA (Petróleos de Venezuela) ou Pemex (Petróleos Mexicanos),
surgiram na sequência da primeira crise
do petróleo e das tensões exercidas no
início dos anos 80, substituindo as antigas entidades concessionárias pela via
da nacionalização;
› Adriano F. (1998), “Internacionalização
– Desafios para Portugal”, Lisboa, Verbo/
São Paulo.
› D. J. Gielen, H. Yagita, 2002, “The long-term
impact of GHG reduction policies on global
trade : A case study for the petrochemical
industry ”, European Journal of Operational
Research, Vol. 139, p. 665-681.
› Lasschuit, W., Thijssen, N., Supporting Sup-
- Estas empresas caracterizam-se por
estar essencialmente concentradas no
upstream com tendência a evoluir para
as restantes actividades do downstream,
como forma de balancear os seus negócios e garantir o escoamento do petróleo bruto;
ply Chain Planning And Scheduling Decisions
in the Oil and Chemical Industry, Proceedings
FOCAPO 2003 (Eds. I.E. Grossmann and C.M.
McDonald), pp. 37_/44, CACHE.
› Plano Energético Nacional, (1989), “Cenários de Desenvolvimento a longo Prazo da
Industria Portuguesa, 1990-2010”, Vol. II.4,
Lisboa.
- Empresas estatais dos países consumidores, representadas pela Agip, ELF,
Total, Repsol, Cespa ou Petrogal, constituem um conjunto de entidades que
emergiram após a Segunda Guerra Mundial e que tinham por objectivo servir os
respectivos países e gerir os monopólios
nacionais. Estas companhias caracterizam-se por estar essencialmente limitadas ao douwnstream e a actividades
petroquímicas, possuindo uma dimensão modesta quando comparadas com
as principais empresas dos outros grupos estratégicos.
EMPRESAS PRIVADAS
Seven sisters
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
› Machado, V.C. (1998), “Gestão de Stocks
para Sistemas de Distribuição de Gases de
Petróleo Liquefeitos”, Dissertação de Doutoramento em Engenharia Industrial, Universidade nova de Lisboa.
› Jimbe, A. (2008), “CARACTERIZAÇÃO DA
INDUSTRIA DO PETRÓLEO E DO GÁS ”, Tese
de Doutoramento em Engenharia Industrial,
Universidade Nova de Lisboa.
› Van Meurs P. H., (1981), “Modern Petroleum Economics”.
EMPRESAS ESTATAIS
independentes
R
AstraCaspa
PAÍSES PRODUTORES
PAÍSES CONSUMIDORES
CULTURA
KILUANJI KIA HENDA,
um percurso internacional
e sólido
Vencedor do Prémio Nacional de Artes e Cultura 2012, Kiluanji Kia Henda é um artista já consagrado
no panorama das artes ao nível nacional e internacional.
Marta Lança (Texto)
Cedidas (Fotos)
Kiluanji Kia Henda foi o artista mais
novo a ganhar o Prémio Nacional de
Artes e Cultura, na área de artes plásticas e sente-se feliz com a congratulação, valorizando o meio da fotografia e
a internacionalização da sua carreira,
“com muitos desafios que reflectem a
minha identidade espalhada por vários
sítios, mas com base em Luanda, claro,
onde tudo começou.” O prémio representa o fechar de um ciclo, serve como
motivação mas Kiluanji lembra que “há
muito trabalho por fazer a nível cultural em Angola” e se este tipo de reconhecimentos contribuírem vale a pena.
Nascido em 1979, passou a infância no
Bairro Popular. Coisa de família, já o avô
fotografava e havia uma polaroid lá em
casa. O irmão Cassiano Bamba montou um estúdio de fotografia improvisado. A admiração pelo trabalho do
fotojornalista Carlos Lousada, no que
toca à espontaneidade das pessoas
retratadas e ao apelo da viagem, também ajudou a ganhar curiosidade. Mas
foi em Joanesburgo, onde passou uns
tempos na casa do fotógrafo John Liebenberg, que comunicou com um universo de imagens fortes e percebeu o
poder político da imagem. Ali contactou com um grande arquivo de fotografias sobre situações do apartheid e da
própria Guerra Civil angolana (que Liebenberg cobrira para a agência Reu-
34
• Dezembro 2012 - Nº28
ters). Naquela lente, era ver a História
a acontecer na captura de momentos
emblemáticos para a contar.
Regressa a Luanda em 1998, e chega a
tocar num grupo pop-rock, ao mesmo
tempo que frequenta o Teatro Elinga,
epicentro da vida artística na baixa de
Luanda. Chegou a envolver-se em produção e luminotecnia para teatro, conhece o
Colectivo Nacionalistas e o mestre Paulo
Kapela e a sua obra criativa e original.
Foi o regresso à fotografia, enturmado,
entre outros, com os artistas visuais
Marcos Kabenda e Yonamine, e já instalado entre eles um espírito de grupo.
Havia tudo por experimentar e dali sairiam carreiras internacionais.
O LUGAR DA FOTOGRAFIA
No embalo da primeira Trienal de Luanda
(2005-7), dirigida pelo artista Fernando
Alvim, um acontecimento fundador no
contexto artístico angolano, não havia
dúvida de que a experimentação artística era o caminho escolhido. Participou
na primeira exposição “Angola Combatente” (2005); entretanto seguiram-se
outras nos diversos espaços restaurados da cidade. A produção fotográfica ganhou um novo ritmo. As viagens
pelas províncias angolanas - a amplitude do deserto do Namibe, a floresta
de Cabinda, a mina da Lunda - seriam
a descoberta do seu país. “Descobrir
o deserto, o espaço, as dimensões, a
ausência de tudo, foi muito forte”, relembra Kiluanji.
A carreira começou a abrir-se ao mundo e
as solicitações vinham de todos os lados.
A sua fotografia vive de uma estreita
comunicação com o lugar que lhe compete. Em Luanda, a criatividade da vivência urbana e a improvisação na qual as
pessoas se foram organizando, revelava um pulsar artístico, sendo os edifícios os narradores da história do país,
no escrito solto de alguém que passou.
Apercebia-se a potencialidade fotogénica, em constante “reinvenção na
maneira como a cidade se move, circula,
cria.” Procurou espaços abandonados
como a Feira Popular, as personagens
fora do contexto - como um cowboy no
musseque do tríptico Ngola Bar.
Trabalha sobre diferentes contextos e
o seu corpus de imagens pertence ao
mundo, que bebe na hibridez cultural
de Angola e numa história influenciada
por factores externos. “Vivo num constante movimento, a minha identidade é
como um puzzle disperso, aquilo de que
sou feito e penso, está espalhado por
vários lugares a importância da deslocação, faz parte da cultura em que fui
educado.” Então as viagens para fora
do país também foram direccionando
a escrita narrativa e um imaginário em
35
Cultura
construção. Um mapa da deslocação
do artista vai influenciando a sua obra.
“Saber que temas quero questionar,
ver de perto novos contextos emergentes, não é só uma ideia abstracta.
Encontro uma forma horizontal de pensamento. Há sítios onde me considero
muito mais próximo.”
Um projecto de ficção científica de astronautas navegam no Icarus 13, o Mercador de Veneza incorporado no vendedor
da recente imigração africana, um pipeline em Sines e uma central nuclear em
Cape Town com barbecue, os monumentos históricos de Luanda com um actor
extravagante num pedestal (instalação
fotográfica com o título Homem Novo)
são alguns exemplos de narrativas que
recriam a História, receptiva à pluralidade de perspectivas pela sua manipulação que consegue em extravasar a
questão temporal, e revestir-se de ironia, e leituras mais ou menos politizadas. Essa a liberdade do artista. “Aquilo
36
• Dezembro 2012 - Nº28
que absorvo da história são momentos
levados por aquilo que vivemos hoje”.
Por exemplo, ao trabalhar em Veneza
sobre um tema ligado a presença africana na europa, foi todo um processo de
conhecimento: “Itália vivia uma crise de
imigração no sul e ver a representação
do mouro nas catedrais, os negros africanos que construíram Veneza há 400
anos atrás, com o sofrimento em paralelo com os telejornais foi sufocante. E
também uma espécie de leitura sobre
mim próprio, também na questão da
história religiosa, o termos vindo de uma
educação cristã."
Na certeza de que existe um grande
desconhecimento sobre o que é a história angolana, contribuir para ampliar
a urgente reflexão da História em África,
é um dos objectivos do artista, dar a
conhecer a complexidade de mudanças
de períodos históricos sobre os quais não
houve sequer tempo, nem interesse, em
pensar a fundo. “Fala-se tanto de pós-
37
38
• Dezembro 2012 - Nº28
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-colonialismo, mas e quando comparamos com o que se falou ou criou sobre
o pós-escravatura? E depois passámos a independência, e ainda há tanto
a reflectir. Tudo influenciou o que é o país
hoje, nessa linha de continuidade como
o ciclo da água.” Episódios como o tráfico de escravos angolanos, a influência
que Angola teve no apartheid, a guerra
civil mais longa, têm implicações em
processos mundiais. Por exemplo para
perceber o que Portugal é hoje é preciso saber mais sobre Angola. Por estes
e outros factores os temas da obra de
Kiluanji Kia Henda têm despertado o
interesse por vários lados, tal como diz
“o meu Discurso pretende ser global,
não aflige só o meu quintal.” Entretanto
está a escrever um livro com textos seus
e curatoriais porque lhe interessa pensar o processo das obras.
INTERNACIONALIZAÇÃO
Na sequência da 1º Trienal, participou
no SD Observátorio no Instituto Valenciano de Arte Moderna (IVAM), e na 52ª
Bienal de Veneza, para a mostra Check
List_Luanda Pop. Viveu em Lisboa em
2007, tendo participado no programa de
residência artística da ZDB, onde realizou o projecto Blood Business Corporation, uma invasão do Iraque simulada na
zona de oleodutos em Sines. Começaram viagens e mais viagens, residências
artísticas em todos os cantos do mundo.
Em 2008 criou, na Cidade do Cabo,
o projecto Expired Trading Produts relacionado com a crise de xenofobia que
se vivia por lá e a única estação nuclear
em África, numa residência artística de
3 meses com a ProHelvetia – Swiss Art
Council, e o colectivo do qual é co-fundador, International Assossiation for
a Happy Artist. Participa na 3ª Trienal
de Guangzhou intitulada Farewell to
Post-Colonialism, onde ficou por dois
meses, a convite da Fundação Sindika
Dokolo para produção de Icarus13, um
projecto utópico que retrata a estória
da primeira missão espacial em África
em direcção ao Sol.
Regressa a Angola em 2009, e apresentou a sua primeira exposição individual em Luanda, intitulada Estórias e
Diligências, depois nas mostras colectivas em São Paulo, na Galeria SOSO e na
exposição, Luanda: Smooth and Rave I,
Museu Solar do Ferrão, Bahia, Brasil. No
mesmo ano realiza o projeto Trans It que
foi apresentado numa exposição individual em São Paulo e em várias mostras coletivas em cidades como Lisboa,
Bordéus, Bahia, Luanda e Lumumbashi.
Em 2010 reside quatro meses em Veneza
no âmbito do programa de residência
artística com a Fondazione di Venezia e
Fondazione Bevilacqua La Masa, onde
realizou o projeto Self Portrait As A White
Man, que aborda a diáspora, imigração e identidade, apresentado também
na galeria Fonti, Nápoles e na II Trienal
de Luanda. Em 2011 passou uma temporada em Paris onde criou o projecto
para reflector sobre as relações com
o Ocidente, O.R.G.A.S.M.(Organização
dos Estados Africanos para a Melancolia na Europa).
Actualmente anda em trânsito entre
Europa e Angola. Finaliza um projecto
para o Próximo Futuro na Fundação
Calouste Gulbenkian. Em 2013 vai participar na exposição colectiva de artistas angolanos No Fly Zone no museu
Berardo e terá uma exposição individual na Áustria com um novo projecto já
apresentado na feira de Arte de Basel.
DESPORTO
Angola prepara o CAN 2013
Amadeu Neto (Texto)
Cedidas (Fotos)
Enquanto a selecção nacional prepara o CAN 2013 na província da Huíla, o ambicionado
troféu visitou a capital angolana deixando todos a torcer para que o regresso da taça
aconteça no final do campeonato.
A
Taça do Campeonato Africano das Nações de Futebol
(CAN2013), a disputar-se nos
próximos meses de Janeiro e
Fevereiro, na África do Sul, esteve em
Angola. Desta vez veio apenas para
ser observada pelos adeptos angolanos durante três dias. A questão que
ficou no ar é se, ao apito final do último
jogo, o destino do troféu será voltar a
solo nacional. Para que tal feito aconteça, ao comando da armada angolana
está o seleccionador nacional de futebol,
Gustavo Ferrín, que convocou os atletas que actuam no Campeonato Nacional (Girabola) para preparar a Taça de
África das Nações (CAN2013) na província da Huíla. Geraldo, que actua no
Paraná do Brasil, é o único “estrangeiro”
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• Dezembro 2012 - Nº28
que já está em estágio uma vez que a
competição naquele país já terminou.
A preparação, só com girabolistas, começou no dia 4 de Dezembro na província
da Huíla e estendeu-se até ao dia 23. A
afinação da equipa, completa com os
jogadores provenientes dos campeonatos europeus, começa em Janeiro. Os 24
jogadores, comparativamente aos que
jogam na Europa, começaram mais cedo
a disputar um lugar entre os eleitos para
o africano, a ter lugar na África do Sul de
19 de Janeiro a 10 de Fevereiro. O lateral do Petro de Luanda, Mabiná, foi um
dos destaques da convocatória depois
de falhar as últimas quatro. Melhor jogador do CAN2010 na sua posição, o futebolista passou por maus momentos na
carreira, depois de perder a titularidade
na equipa com a entrada de um novo
técnico. Depois da brilhante campanha que efectuou no final do Girabola,
mereceu a confiança de Gustavo Ferrín.
Resta-lhe “lutar” para estar entre os 23
para o CAN.
Arranque contra Marrocos
Para defrontar o desafio que se adivinha,
Angola foi incluída no grupo A, ao lado
da África do Sul (país organizador), Marrocos e Cabo Verde. Os Palancas Negras
vão jogar nas cidades de Joanesburgo,
diante de Marrocos a 19 de Janeiro no
estádio Soccer City, com a África do Sul
no Moses Mabhiba Stadium, em Durban
no dia 23 e no Nelson Mandela Bay, em
Port Elizabeth, frente ao Cabo Verde,
41
no dia 27 de Janeiro.
Do calendário para a preparação da
equipa nacional constaram vários jogos
disputados na cidade do Lubango, província da Huila, com as congéneres da
Gâmbia (dia 15), Camarões (19) e Rwanda
(22). Além destes desafios, e de acordo
com uma fonte da Federação Angolana
de Futebol (FAF), está ainda agendado
mais um encontro, já na África do Sul em
Janeiro, com adversário a indicar.
Taça em Angola
Entretanto, em Luanda, o ambicionado
troféu veio até à capital angolana numa
actividade promovida pelo Standard
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• Dezembro 2012 - Nº28
Bank África. Para a recepção do troféu,
estiveram no Aeroporto Internacional
4 de Fevereiro, o director provincial da
Juventude e Desportos, António Rosa, o
presidente da Federação Angolana de
Futebol (FAF), general Pedro Neto, responsáveis do Standard Bank no país, os
três embaixadores eleitos para a actividade e representantes do Ministério da
Juventude e Desportos.
No aeroporto, a taça foi exibida aos
presentes durante cerca de 15 minutos para ser filmada e fotografada pela
imprensa, tendo na ocasião Angie Burton, responsável da instituição bancária, anunciado que apenas o Chefe de
Estado pode toca-la antes de ser con-
quistada ou depois de alguma selecção
vencer a prova.
O programa elaborado reservou um
cortejo automóvel, nos principais bairros de Luanda, com a participação de
Joaquim Dinis, Fabrice Maieco “Akwa”
e Love Kabungula, três “embaixadores”
escolhidos pelo referido banco e que
estiveram igualmente no aeroporto na
cerimónia de recepção da taça.
A Taça que já esteve no país por altura
da realização do CAN-2010, organizado
por Angola e ganho pelo Egipto, passará ainda por cidades africanas como
Kitwe, Ndola e Lusaka (Zâmbia), Mbabane e Piggs Pico (Suazilândia), Walvis
Bay e Swakopmund (Namíbia).
43
“Embaixadores” acreditam na vitória
A vinda do troféu do CAN-2013 a Angola
neste período de preparação da selecção nacional, “Palancas negras”, estimula os atletas angolanos para obterem
um bom resultado na prova a decorrer na África do Sul, afirmou o antigo
futebolista Fabrice Maieco “Akwa”, a
aquando da chegada ao país da referida
taça, o “embaixador” eleito para actividade da sua apresentação na capital angolana disse que o gesto serve
igualmente para incentivar a população para dar o seu apoio aos jogadores.
O ex-atleta referiu ainda que a iniciativa do Standard Bank África demonstra
que “a taça não pertence apenas aos
praticantes de futebol, mas a toda a
população e por isso é que se vai fazer
uma passeata com a mesma nas ruas
da cidade de Luanda, acrescentou.
Por sua vez, Joaquim Dinis, outra
“estrela” eleita para a cerimónia, defendeu a mesma posição, afirmando que
“isto demonstra que Angola está na
cúpula do futebol africano e não só,
porque nós já estivemos num mundial”. Neste contexto, disse acreditar
que a equipa nacional vai realizar um
bom CAN-2013, esperando que o avançado Manucho Gonçalves se mantenha na mesma forma desportiva até
a prova, visto que o atleta poderá ser
muito importante para a selecção
nacional que se encontra a preparar
na província da Huíla.
Já Love Cabungula afirmou também
que a vinda da taça a Angola “é estimulante para todos, na medida em
que enquanto praticante de futebol
gostaria de ver o troféu em Angola na
qualidade de campeão”. Na ocasião,
manifestou o desejo de ver regressar a
taça a Angola, esperando igualmente
que os “Palancas negras” vençam o
CAN-2013 a ter lugar na África do Sul.
Os três “embaixadores” lamentaram
o facto de os atletas se encontrarem
na cidade do Lubango (Huíla) em preparação o que os impossibilitará de
observar a taça neste momento mas
aproveitaram para desejar que “os
palancas negras” tenham uma preparação à altura para poderem trazer o troféu de volta ao país. Tal como
os “embaixadores”, toda Angola ficou
a torcer para que seja assim escrita
esta página da história desportiva
nacional.
Desporto
Estrelas Angolanas
O desporto angolano tem razões para estar orgulhoso dos seus valores. Na Taça de
África dos Clubes Campeões em basquetebol, os jogadores angolanos fizeram bonito.no
panorama das artes ao nível nacional e internacional.
Ângela Correia (Texto)
DR (Fotos)
A
ngola voltou a marcar pontos
na história do Basquetebol
em África com a vitória do 1°
de Agosto, novo vencedor da
Taça dos Clubes Campeões Africanos de
Basquetebol e a consagração do Petro
de Luanda como vice-campeão, em
Malabo, na capital da Guiné Equatorial.
O resultado foi uma vitória por 80 cestos do 1°de Agosto contra 69 do Petro
de Luanda, que ficou assim com o título
de vice-campeão. Angola, levou para a
casa, os dois títulos de campeão e vice-campeão da Taça dos Clubes Campeões Africanos da modalidade.
Para além dos clubes, em destaque estiveram os jogadores angolanos. O base
Armando Costa (1º de Agosto), os extremos Carlos Morais (Petro de Luanda) e
Olímpio Cipriano (Libolo) fizeram parte
do cinco ideal na Taça de África dos Clubes Campeões em basquetebol sénior
masculino. Carlos Morais foi também
premiado como melhor marcador (171
pontos) e triplista (30), além de ter sido
o Jogador Mais Valioso (MVP). Wallace
Cox (Ettehad do Egipto) e Tarek El-Ghanem (Al Ahly do Egipto) completaram a
equipa ideal da competição. Traçamos
agora um perfil de cada um dos talentosos jogadores.
44
• Dezembro 2012 - Nº28
CARLOS MORAIS
Carlos Morais nasceu em Luanda, 16 de Outubro
de 1985, veio das escolas do Petro de Luanda, foi
considerado o melhor lançador do campeonato
africano de 2009. Do seu currículo constam vários
anos a jogar pelo Petro de Luanda, e em 2010
assinou pelo Recreativo de Libolo onde jogou
por uma temporada. Carlos Morais é tido como
sendo um jogador com bom poder de penetração, e um grande poder de lançamento de três
pontos. Actualmente joga pelo Petro de Luanda.
Perfil
Nome: Carlos Edilson de Alcântara Morais
Idade: 28 anos
Altura: 1,91 m
Peso: 96kg
Calçado: 48
Música: Rap
Bebida: Fanta ou qualquer refrigerante
Jogador favorito: Kobe Bryant
Carreira: Joga desde os 12 anos de idade. Conta
com 4 anos a jogar na rua, 2 nos júniores
e 5 como profissional no Petro Atlético
Jogo da sua vida: Angola vs Nigéria no Campeonato Africano de 2005, na Argélia
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OLÍMPIO CIPRIANO
Olímpio Cipriano nasceu em Luanda aos 9 de Abril
de 1982. Ex-atleta do 1º de Agosto em Luanda,
na posição de extremo, tem 1,92m de altura . Foi
considerado o extremo mais valioso no Afrobasket
de 2007. É um jogador de qualidades singulares
cujo estilo de jogo é marcado pela simplicidade
combinada com movimentos de puro espectáculo apenas ao alcance dos mais capazes. Foi
o melhor marcador, atirador de lances livres, e
recuperador no campeonato nacional de 2007. Já
testou nos Detroit Pistons da NBA mas não teve
a sorte de aprovar. Na temporada do campeonato de Basquetebol, em 2012, vestiu a camisola
do Recreativo do Libolo e foi o melhor jogador,
melhor marcador, melhor nos lances livres e na
marcação dos dois pontos.
Perfil
Nome: Olímpio Cipriano
Data de nascimento: 9 de Abril de 1982
Local de nascimento: Luanda
Altura: 1,92m
Peso: 93kg
ARMANDO COSTA
Armando Costa, actualmente joga no Clube Desportivo Primeiro de Agosto, e é considerado um
atleta dedicado, lutador e muito forte, que acrescentou agora ao seu currículo o título continental.
Armando Costa estreou-se na Selecção Nacional
em 2005. Nesse ano, o jogador conquistou o seu
primeiro Afrobasket, tendo repetido o feito em
2007 e 2009. Em 2010, viveu uma fase menos boa
na sua carreira ao ter ficado seis meses lesionado
no joelho direito. Após a intervenção cirúrgica e
o repouso necessário, o internacional angolano
voltou em força para ajudar o seu clube.
Perfil
Data de Nascimento: 03.06.1983
Lugar de nascimento: Luanda (Angola)
Altura: 192cm
Principais estatísticas (Fonte: FIBA)
Pontos por jogo: 1.5
Recuperações por jogo: 0.5
Assistências por jogo: 0.5
Desporto
Angola orgulha-se
com conquista do título
africano de clubes
Ângela Correia (Texto)
Cedidas (Fotos)
A
conquista do 16º título da Taça de
África dos Clubes Campeões africanos em seniores femininos pelo
Petro de Luanda, na prova disputada em
Tânger (Marrocos), encheu de "enorme
satisfação e emoção" o Ministério da Juventude e Desportos que anunciou em
comunicado, o sentimento pelos feitos
das vencedoras tricolores.
O ministro da Juventude e Desportos,
Gonçalves Muandumba, disse que tal feito orgulha o país e é ainda mais realçável,
pelo facto de duas equipas angolanas (o
Petro e o 1º de Agosto) terem disputado
a final, à semelhança da edição anterior.
Segundo o governante, a excelente exibição e inquestionável vitória do Petro de
Luanda volta a confirmar a hegemonia
do andebol angolano, pela grande qualidade técnica demonstrada nos jogos
disputados com formações campeãs de
outros países.
"O título ora conquistado premeia, à
toda dimensão, os atletas, técnicos e a
direcção do clube, por tudo que têm feito
para dignificar o andebol angolano, em
particular, e africano, em geral, pelo que,
em nome da direcção do Ministério da
Juventude e Desportos, e no meu próprio, endereço as nossas mais sinceras
felicitações", disse.
O Petro de Luanda conservou o título de
campeã africana de andebol feminino,
ao derrotar na final o 1º de Agosto por
29-23, num torneio que decorreu na localidade marroquina de Tânger. Em 2011,
as petrolíferas arrebataram o troféu ao
baterem em Kaduma (Nigéria) as militares por 32-30.
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• Dezembro 2012 - Nº28
© Corbis/VMI
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turismo & lazer
BAÍAS DO MUNDO
A nova baía de Luanda é um exemplo mundial da conjunção de infraestruturas e beleza
natural, assim como da criação de um espaço público à beira-mar. Será esta a baía mais
bonita do mundo? Visitámos algumas baías mundialmente reconhecidas que ajudam
a confirmar o potencial do marco que nasceu em Luanda.
Nádia Morais (Texto)
Malocha e Arquivo (Fotos)
Foram trinta meses de trabalho intensivo para que os habitantes de Luanda
pudessem aproveitar a arquitectura e
beleza natural deste novo espaço. Mas
desde Agosto que a nova marginal tem
sido a grande atracção da cidade. Não
é por menos: os habitantes de Luanda
podem agora desfrutar de uma zona
completamente renovada para actividades de lazer, eventos culturais, espaços verdes e de comércio. O projecto,
iniciado em 2009 e desenvolvido pela
Sociedade Baía de Luanda, foi aberto ao
público em Agosto num acto presidido
pelo Presidente José Eduardo dos Santos, com o objectivo de integrar a intervenção humana e a beleza natural num
só espaço.
No total, são 63 mil metros quadrados
de espaços verdes, com 147 mil metros
quadrados de espaço para pedestres, 3,1
quilómetros de passeio marítimo, cinco
campos de basquetebol, três parques
de desportos, dez novas praças públicas, dois quilómetros de ciclovia, quatro
parques infantis, quatro mil palmeiras e
acácias rubras e vários parques de estacionamento.
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• Dezembro 2012 - Nº28
Esta grande obra de requalificação representa um investimento de 36 mil milhões
de Kwanzas e não se fica pela requalificação da área. A marginal é também o
local escolhido para a apresentação dos
grupos carnavalescos de Luanda e da
edição de 2013 do Carnaval de Luanda.
Espaço urbano
É também aqui que estão a ser criados
novos espaços imobiliários urbanos. No
total, serão construídos mais de 80 lotes
de terreno para responder às necessidades empresariais e residenciais da capital.
Segundo a gestora do empreendimento,
as áreas urbanas serão divididas em três
parcelas, num total de 39 mil hectares:
a parcela A, no extremo norte da Avenida 4 de Fevereiro, com uma área de
nove hectares para o estabelecimento
de um novo centro de negócios, a parcela B, com três hectares, entre a Avenida Dr. Agostinho Neto e a entrada da
Ilha do Cabo, para assegurar a continuidade com o renovado espaço público
da marginal, e a zona C, com 27 hectares, que deverá ser transformada numa
zona de habitação e serviços.
Já o projecto de requalificação da baía
foi dividido em duas partes. A primeira
intervenção envolveu a área marítima da
baía, com a limpeza e o alargamento da
drenagem da marginal. A segunda fase
teve lugar na área terrestre e incluiu a
construção de vias e espaços de lazer. A
nova estrada, paralela à marginal pedestre, vai contar com seis faixas de rodagem
de cada lado, com a actual estrada que
liga a entrada da Ilha ao Porto de Luanda
transformada em espaço de estacionamento, praça, campos de basquetebol,
pistas para jogging e espaços infantis.
Trata-se de um projecto verdadeiramente
internacional, com a colaboração de países como a África do Sul, Botswana, Portugal, Cuba, Líbano, Bélgica, Inglaterra e
Holanda. Segundo um dos responsáveis
do projecto, “os melhores do mundo”.
O projecto ambicioso que se revelou uma
obra notável e dignifica uma área de localização e beleza privilegiadas que nada
fica a dever a outras baías reconhecidas
mundialmente. Poderá a baía de Luanda
atingir este patamar? Agora parece que
possui tudo para tal.
49
turismo & lazer
As baías do mundo
Fomos descobrir quais as baías mais emblemáticas em todo o mundo,
comparáveis à nova baía de Luanda pela sua beleza natural, infraestruturas
ao longo da Marginal e longa extensão de espaço público à beira-mar.
Baía de Vitória, Hong Kong
Guanabara, Brasil
Esta é a maior baía da China e a terceira
maior do mundo, logo após São Francisco
e o Rio de Janeiro. Famosa pela visão panorâmica sobre os arranha-céus da ilha de
Hong Kong, é um dos pontos de encontro
preferidos dos residentes. O seu nome vem
da rainha britânica Vitória, a monarca recordista da ocupação do trono na história do
Reino Unido. Uma das principais atracções
desta baía é o Pico Vitória e a avenida das
estrelas, construída para honrar as pessoas
mais ilustres da indústria cinematográfica de
Hong Kong.
É também aqui que se celebra o ano novo
lunar, com um espectáculo de fogo-de-artifício
mundialmente reconhecido, com todos os edifícios em volta ornamentados com decorações
relativas à celebração.
O calçadão de Copacabana dispensa apresentações. Imortalizado na canção “A Garota
de Ipanema”, de Tom Jobim, é um símbolo
indubitável do país, com cerca de 4,15 quilómetros que percorrem as praias do Leme
e de Copacabana. O que poucos sabem é
que esta infraestrutura, construída em 1906,
repete o traçado da Praça do Rossio, em Lisboa, e foi construída com pedras importadas
de Portugal, assim como uma grande equipa
de calceteiros. Infelizmente para os bolsos do
país, logo após a importação de uma grande
quantidade de pedras da calçada para a sua
construção, foram descobertas enormes jazidas
desta pedra por todo o país.
Alguns dos eventos mais notáveis que tiveram
lugar nesta baía incluem os concertos “Live
Earth”, que levaram ao local cerca de 400 mil
pessoas, assim como a celebração do acolhimento dos Jogos Olímpicos de 2016, que levou
100 mil pessoas à praia de Copacabana em
2009. É também aqui que são organizadas
muitas das taças mundiais de futebol de praia
da FIFA.
Baía de São Francisco,
Estados Unidos
O “Embarcadero” de São Francisco, na Califórnia,
é outro dos grandes pontos à beira-mar plantados.
A baía, um centro logístico militar durante a segunda guerra mundial, e também o ponto onde foram
“depositados” os últimos prisioneiros de Alcatraz por
ordem do General Robert F. Kennedy, é agora uma
avenida repleta de palmeiras, praças, jardins e pontos
de entretenimento. Uma grande escultura de Cupido
foi instalada em 2002, inspirada na alcunha de São
Francisco – o Porto de Eros, o deus grego do amor.
Esta é a meca dos amantes dos desportos aquáticos,
desde vela a windsurf, devido aos fortes ventos que de
oeste e noroeste e à proteção da zona de ondulações
fortes. Uma ciclovia conhecida como a San Francisco
Bay Trail (percurso da baía de São Francisco) circula
a extremidade da baía, que também envolve vários
parques naturais e áreas protegidas.
Baía de Sydney, Austrália
A baía de Sydney, também chamada de Port Jackson, é um porto
natural que se estende por 19 quilómetros do mar da Tasmânia, em
volta do qual se situa a maior cidade do país.
É nesta baía que se encontram dois dos símbolos mais famosos da
cidade – a Ópera de Sydney e a Ponte do Porto de Sydney – sempre
presentes nos postais da cidade. Foi também esta baía o primeiro local
a ser avistado pelo Capitão James Cook, tendo depois aí atracado
os colonizadores britânicos em 1788.
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• Dezembro 2012 - Nº28
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