INTRODUÇÃO - Associação de Andebol de Braga

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INTRODUÇÃO - Associação de Andebol de Braga
Técnica e táctica individual nos períodos
preparatório, competitivo e transitório
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INTRODUÇÃO
Ao longo de uma temporada desportiva procuramos desenvolver, manter e
mesmo prolongar os níveis de alto rendimento dos nossos atletas. O
conhecimento da realidade desportiva onde estamos inseridos torna-se
determinante para o sucesso dos processos de programação e planeamento do
treino. Desta forma o conhecimento do calendário desportivo, do potencial dos
nossos atletas e do modelo de jogo pretendido permitem seleccionar quais os
melhores meios e métodos de treino.
O desenvolvimento e a optimização dos factores técnicos e tácticos no alto
rendimento desportivo estão igualmente relacionados com os diferentes
períodos da época desportiva e naturalmente associados no plano de
desenvolvimento da condição física.
No entanto o pouco tempo que possuímos para preparar as equipas em função
do longo e denso calendário competitivo levam-nos a optar por planos de
preparação mais complexos e desenvolvidos à custa da articulação cuidada
entre os vários factores do treino.
Independentemente dos vários modelos de treino por que se opta ao longo da
temporada existe um aspecto que deverá estar presente na metodologia
seguida e que se torna decisivo no processo do rendimento desportivo.
Referimo-nos à relação existente entre a carga, a recuperação e a competição.
Uma correcta manipulação e ajuste da relação entre estas 3 componentes em
conjunto com uma boa gestão do grupo de trabalho permite a obtenção das
melhores performances em competição, pois no final o objectivo de todas as
equipas é o mesmo – GANHAR.
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1. ENQUADRAMENTO DO TREINO PARA O ALTO RENDIMENTO
DESPORTIVO NO CONTEXTO ACTUAL DA SOCIEDADE
Para se atingir o alto rendimento desportivo segundo F.Bañuelos (2002) há que
possuir um talento natural considerável, o qual isoladamente não é suficiente,
pois há que juntar à aptidão natural do jogador um trabalho duro e persistente
ao longo dos anos e cuidadosamente planeado. Por outro lado está posto de
parte um conceito muito em voga nos últimos anos de que aleatoriamente
entre o elevado número de praticantes surgirá o campeão ou o talento, como
um resultado natural desse trabalho de massificação desportiva.
O desenvolvimento das elites desportivas é um processo que deverá ser
planeado e controlado individualmente. Segundo Matveiev (1991) estima-se o
aparecimento de um talento numa relação de 1 para 10.000 praticantes. Assim,
apenas um pequeno grupo reúne as condições ideais para o alto rendimento.
O acesso ao alto rendimento desportivo implica condições iniciais que logo à
partida afastam muita gente. Desta forma todos aqueles que pretendam
enveredar por este caminho deverão ter bem claros três objectivos:
•
Aspiração ao êxito
•
Dedicação total ao treino
•
Profissionalismo
Por outro lado não se pode ignorar o facto de que o desporto na sua essência é
um espectáculo que deve procurar distrair todos aqueles que o assistem e que
apresenta características especiais e diferentes de outros espectáculos como a
ópera, teatro, etc.
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Hoje em dia quando as pessoas se deslocam para assistir a um espectáculo
desportivo (andebol, futebol, basquetebol, hóquei, etc.) fazem-no porque na
maior parte dos casos se identificam com uma equipa, um atleta ou uma
personagem desse mesmo espectáculo, na maior parte dos casos. Para quem
assiste o importante é que aqueles ou aquele com quem se identificam
afectivamente no final triunfe. No entanto não basta apenas ganhar, pois a
qualidade dos adversários também condiciona o sabor dessa vitória, com isto
queremos dizer que a forma como se ganha é igualmente importante, o que
significa proporcionar um bom espectáculo.
Nada melhor que assistir a um jogo bem disputado do ponto de vista técnico e
táctico a grande velocidade, onde os atletas se empenham ao máximo em cada
acção que executam. Para que tal aconteça é necessário que os atletas se
apresentam em condições de rendimento. O que significa isto?
Em primeiro lugar recordar que o alto rendimento desportivo como
anteriormente foi mencionado implica uma dedicação total ao treino e
naturalmente o profissionalismo como qualquer outra actividade. Desta forma
os atletas deverão apresentar-se no início de cada temporada sem excesso de
peso, com os níveis de força máxima no seu melhor e uma boa capacidade
resistente, pois quando pretendemos contratá-los pensamos sempre no que
rendem quando se encontram nas suas melhores condições e não nas suas
lacunas.
Como qualquer profissional, todo o atleta deverá preocupar-se em cuidar do
seu corpo (alimentação, suplementação nutricional, recuperação funcional de
possíveis lesões, desenvolvimento e manutenção da condição física), no entanto
para que tal aconteça é decisiva a intervenção de todos os agentes que
exercem a sua acção sobre o processo de formação desportiva dos atletas.
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Estes deverão responsabiliza-los e sensibiliza-los para a importância de se
encontrarem sempre (ou quase sempre) aptos do ponto de vista físico, que
como se sabe tem uma interferência directa sobre a optimização das acções
técnicas, a clarividência táctica, a boa recuperação entre cargas e esforços e a
manutenção dos níveis de concentração durante todo o jogo.
2. CONCEITO DE TÉCNICA E TÁCTICA
A técnica representa a forma mecânica como realizamos qualquer gesto
específico de uma modalidade. É um conceito que se encontra mais associado à
eficiência, ou seja à forma correcta de executar qualquer acção.
A táctica segundo F. Sánchez (2002) está relacionada com a execução de um
gesto técnico adequado, num momento oportuno, de forma a se conseguir um
objectivo concreto. Esta acção deverá ser realizada em função das condutas
dos adversários, dos nossos companheiros de equipa e naturalmente da bola.
Para tal a noção e domínio de espaço e tempo, associados a questões
perceptivas, antecipativas e sensoriais são determinantes quanto à análise da
situação, tratamento da informação e selecção adequada de uma resposta
motora eficaz.
O treino em separado da técnica e da táctica no alto rendimento não apresenta
grande significado, com excepção dos momentos de recuperação funcional ou
correcção e construção de novos gestos. A realização de determinados gestos
em jogo e treino só faz sentido quando na realidade os sabemos aplicar no
espaço e no tempo adequados. Como tal o desenvolvimento técnico está
intimamente associado ao desenvolvimento da táctica individual. Sendo este o
nosso ponto de partida na época desportiva.
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O mesmo autor refere ainda que a técnica representa o suporte básico da
actuação táctica, para além da condição física, da preparação psicológica e do
conhecimento teórico.
A construção da táctica colectiva por sua vez está assente na actividade
individual. Este é um dos pontos fulcrais da preparação das equipas.
Quantas vezes treinamos várias acções colectivas até à exaustão e no final o
seu aproveitamento em jogo é diminuto porque se apresentam deficiências ao
nível da tomada de decisão, da qualidade táctica individual ou uma grande
limitação técnica.
Assim a partir de agora sempre que falarmos dos aspectos técnicos e tácticos
passaremos a denomina-los de preparação técnico-táctica.
3. DESENVOLVIMENTO DA PREPARAÇÃO TÉCNICA-TÁCTICA AO
LONGO DA TEMPORADA
O treino em separado dos diferentes factores do treino nos desportos colectivos
apresenta grandes dificuldades quanto à sua aplicação pois o tempo que se
possui para preparar as equipas nunca é muito e por outro lado a
especificidade do gesto desportivo leva a que trabalhemos o mais perto possível
das condições da competição. Com a excepção do treino da força ou de
situações específicas como o recuperação de lesões, o trabalho normalmente
desenvolvido engloba os diferentes factores do treino em simultâneo.
O desenvolvimento conjunto e correctamente articulado e planeado dos
factores físicos, técnicos, tácticos e psicológicos denominou-se de treino
integrado.
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Este conceito muito difundido principalmente nos desportos colectivos permite
o desenvolvimento em simultâneo de várias capacidades e habilidades, de
acordo com a especificidade do jogo, permitindo ganhar tempo e adaptar o
treino à especificidade da modalidade.
No entanto o conceito de treino integrado não significa o desenvolvimento
anárquico das capacidades baseado em situações competitivas.
Existem relações que se podem manter entre os vários factores do treino.
Desta forma o desenvolvimento da força está associado ao aperfeiçoamento
técnico e à sua eficácia em jogo. Nesta fase de preparação desportiva, como
anteriormente referimos, o atleta já terá que possuir a sua formação desportiva
praticamente concluída (excepção para os atletas que se encontram nos três
primeiros anos nesta fase).
Em desportos abertos como o Andebol as circunstâncias mudam de forma
contínua e pouco previsível. As dificuldades perceptivas e as decisões que se
tomam são transcendentes pois condicionam o resultado final.
Uma simples acção de intercepção de um passe, implica uma participação de
como já vimos dos mecanismos de percepção, antecipação e tomada de
decisão, ou seja todo um conjunto de mecanismos (receptores, transmissores)
neurofisiológicos e de estados emocionais (ao longo de um jogo são muitas e
variadas as informações que os jogadores recebem. Essas informações são
captadas através dos vários órgãos sensoriais como a visão o tacto, a audições
ou mesmo sensações cinestésicas, que por exemplo permitem antecipar
possíveis desequilíbrios ou lesões).
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Desta forma as acções em jogo para além de terem um objectivo final quando
executadas de forma aberta (sem um momento final claramente definido)
permitem uma capacidade de adaptação às circunstancias do momento, que
lhes acaba por garantir a qualidade.
Por outro lado o desenvolvimento técnico-táctico deverá ser estimulado em
simultâneo com a condição física e em função do período da temporada em que
nos encontramos de forma a podermos ganhar tempo e estarmos mais
próximos da nossa realidade competitiva.
Quando construímos um exercício pretendemos desenvolver em primeiro lugar
a capacidade táctica dos nossos atletas. No entanto não deveremos confundir o
seu objectivo primeiro com questões estratégicas colectivas dos sistemas, em
função das características específicas de hipotéticos adversários. Antes disso há
que estimular os mecanismos de desenvolvimento táctico individual como já
vimos atrás, ou seja o treino do cérebro e dos sistemas nervosos central e
periférico e de todas as estruturas sensoriais que lhe estão associadas.
4. PLANEAMENTO DO TREINO TÉCNICO - TÁCTICO
O planeamento do treino nos desportos colectivos deverá ser aplicado
respeitando os atletas, o calendário desportivo, o modelo de jogo pretendido e
naturalmente as leis do treino.
Para além disso será determinante ter-se um conhecimento aprofundado das
fontes de energia solicitadas e dos principais sistemas de produção de energia,
juntamente com o conhecimento das necessidades motoras específicas
(arrancar, travar, mudar de direcção e ritmo, lançamentos a várias alturas e
com diferentes armações do braço, saltos com projecções verticais e horizontais
tanto no plano frontal como lateral).
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A preparação das equipas e respectivos atletas para além de estar
principalmente voltada para os obstáculos da competição, baseia-se na
intenção de através de distintos métodos directos (treino e repouso) e
indirectos (complementos nutricionais e/o químicos), diminuir ou retardar o
aparecimento dos sintomas de fadiga durante as competições.
A correcta aplicação e relação entre os diferentes tipos de carga permitem
construir os diferentes estados da forma desportiva (Bompa, 1994). As cargas
de treino deverão ser aplicadas o mais perto possível da realidade e dos
objectivos de cada atleta. O conceito de carga pode ser definido segundo
J.Castelo (1998) como o elemento central do treino. Para Matveiev (1991)
representa a quantidade de efeitos que determinados exercícios corporais têm
sobre o estado funcional do organismo. Verjonshanski (1990), refere que a
carga consiste no trabalho muscular que implica em si mesmo o potencial de
treino derivado do estado do desportista, que produz um efeito de treino que
leva a um processo de adaptação.
1 - Quadro de classificação das diferentes cargas de treino
Intensidade
FC
0” – 7”
7” - 15”
15” – 45”
45” – 2’
2’ – 3’
15’ – 3 h
Muito Alta
Muito Alta
Muito Alta
Alta
Média –
Média –
Alta
Baixa
155-170
140-155
190-220
170-190
170-190
160-190
120 - 140
Sistema
Potência
Capacidade
Potência
Capacidade
Potência
Capacidade
anaeróbia
anaeróbia
anaeróbia
anaeróbia
aeróbia
aeróbia
aláctica
aláctica
láctica
láctica
Fonte
Glicogénio
CP
CP
Glicogénio
Glicogénio Glicogénio
muscular
muscular
muscular
muscular e
hepático
Lípidos
Lactato
14 - 16
10 - 12
8 - 10
8 - 10
6–8
4 -5
5
5
4
3
2
1
(mmol.l.-1)
Nível
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Antes da aplicação de qualquer carga deveremos conhecer com que atletas
iremos trabalhar e qual o seu potencial em termos de progressão. Desta forma
em primeiro lugar deve-se proceder a uma avaliação fisiológica que nos permite
saber o estado actual de cada atleta do ponto de vista físico.
A partir desse momento tanto o desenvolvimento das diferentes manifestações
de força como da resistência, devem ser orientadas individualmente em função
das necessidades de cada atleta, idade e nível de preparação desportiva.
O desenvolvimento da velocidade deverá ser estimulado nas suas duas
componentes: simples (acções motoras) e complexa (domínio táctico ao nível
da tomada de decisões). Neste domínio é necessário o desenvolvimento das
manifestações de velocidade de reacção, execução e deslocamento.
O treino da flexibilidade ao contrário das outras manifestações deverá ser
estimulado isoladamente, devido à especificidade das acções. O seu grau de
transferência directa para a modalidade é baixo, mas no entanto é
extremamente elevado no que diz respeito às transferencias indirectas ao nível
da prevenção de lesões, fortalecimento muscular, principalmente ao nível da
elasticidade e naturalmente na amplitude dos movimentos, característica tão
importante em jogadores como os guarda redes.
O calendário desportivo é outro aspecto extremamente importante para a
construção da forma física. Este irá condicionar a preparação da equipa e dos
atletas para que estejam no seu melhor nos principais momentos...ou seja
quase sempre. Jogar um jogo por semana quando o objectivo final é a
manutenção na divisão é totalmente diferente de se jogar 2 a 3 jogos semanais
quando se disputam todas as provas em que se entra para ganhar.
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A estrutura do calendário competitivo é igualmente decisiva no modelo de
preparação da equipa. Competições onde a fase final é decisiva para a
classificação final (play-offs) são preparadas de forma diferente daquelas que
são disputadas num sistema regular a duas voltas.
O modelo de jogo utilizado tem a sua interferência directa nas opções do plano
elegido. Uma equipa que aposte em sistemas defensivos profundos, que
implicam elevados níveis esforço individual, num contra ataque apoiado e num
ataque continuado, não poderá treinar na perspectiva do desenvolvimento da
capacidade aeróbia. Desta forma o modelo de jogo condiciona ou poderá estar
condicionado pelas opções do treino.
Para Matveiev (1991), ao longo dos diferentes microciclos a intensidade deverá
ser sempre inversamente proporcional ao volume, ou seja, quanto maior for a
intensidade menor o volume, e quanto maior o volume menor a intensidade, de
forma a garantir um equilíbrio entre os momentos de desenvolvimento e
optimização das capacidades. Os diferentes estímulos de treino não se deverão
misturar, pois poderemos cair no erro de não conseguir estimular quase nada
em concreto e cansarmos os atletas.
Por último a construção dos exercícios do treino deveram estar de acordo com
a especificidade da modalidade, com a proximidade das competições e com as
características dos jogadores (idade, experiência, estado de forma e potencial).
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5. PERIODIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-TÁCTICO
A periodização do treino consiste na divisão da época desportiva em momentos
de preparação, recuperação ou competição. Em modalidades desportivas como
o andebol cujo calendário competitivo é bastante extenso e denso, o tempo
para a preparação das equipas é curto, daí que todos os momentos de paragem
competitiva são aproveitados para a recuperação dos níveis funcionais e por
vezes quando são muito extensos (1 a 2 meses) para a construção de um novo
estado de forma.
J. Álvaro (2002), apresenta-nos um modelo de desenvolvimento dos factores do
treino baseado no momento da época em que nos encontramos assim como no
objectivo e na forma de desenvolvimento das acções específicas do jogo.
Segundo o autor o treino nos desportos colectivos tem dois grandes objectivos
que são o atraso da fadiga ou a qualidade das acções.
A melhoria da qualidade das acções encontra-se relacionada com a velocidade e
a eficácia enquanto que o atraso da fadiga está relacionado com a capacidade
de manutenção da velocidade e da eficácia durante um período longo de
tempo.
5.1 – Período Preparatório
Com uma duração (normalmente) máxima de 2 meses nos desportos
colectivos,
o
período
preparatório
deverá
valorizar
principalmente
o
desenvolvimento das capacidades associado-o ao atraso do aparecimento da
fadiga. Assim sendo a componente da eficiência (como fazer) é bastante
valorizada. É um período no qual as acções primam pela quantidade, no sentido
de se aumentar a capacidade orgânica e psicológica dos atletas. No entanto o
período mínimo para se atingir níveis aceitáveis de condição física para
competir é de 6 semanas.
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Quando procuramos trabalhar sobre o atraso do aparecimento da fadiga,
procuramos que os nossos jogadores sejam capazes de manter e prolongar os
seus níveis de eficácia e de intensidade durante o maior período de tempo
possível. Desta forma os exercícios que procuram estimular o desenvolvimento
técnico-táctico deverão ser constituídos por um maior número de séries e
repetições com poucas pausas entre as repetições e as séries. A densidade dos
treinos acaba por ser muito maior quando comparada com o objectivo do
aumento da qualidade.
O desenvolvimento da resistência realiza-se num período inicial da temporada
ou durante períodos de interrupções longas (1 a 2 meses). Assim sendo o
treino da resistência (resistência de velocidade, resistência à força explosiva)
deverá estar presente na maior parte das acções que realizamos durante este
período.
Neste período o desenvolvimento táctico está centrado no aperfeiçoamento de
movimentos quando os atletas são praticamente os mesmos de temporadas
anteriores
ou
no
desenvolvimento
de
novas
movimentações.
O
desenvolvimento táctico deverá ser estimulado através da criação de objectivos
específicos por exercício (jogar durante um determinado período realizando
apenas uma única movimentação no ataque com as suas possíveis variantes).
No que diz respeito à técnica, o seu desenvolvimento está associado durante o
período preparatório à elevação dos níveis de condição física e de eficiência e
eficácia motora específica. Durante o período competitivo tentamos aperfeiçoar
e manter os níveis de eficácia das nossas acções técnicas.
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As primeiras 4 semanas da época caracterizam-se por um volume bastante alto
principalmente do ponto de vista físico. O treino da força (explosiva) e da
resistência (potência aeróbia e capacidade anaeróbia láctica) atingem o seu
expoente máximo neste período. Pois nas semanas que restam antes da
competição aprimoram-se as acções tácticas.
Exercício 1 – potência aeróbia
4x4 Em situação de jogo dos passes tentando entrar de forma alternada 4
balizas colocadas em meio campo – 10 ser. 2’
Velocidade máxima possível
Repouso activo em passe e recepção – de 1’ para 30”
Exercício 2 – capacidade anaeróbia láctica
1x1 Defesa do atacante directo e corte da linha de passe para pivot do lado
contrário – 5 rep. 45”
Velocidade máxima possível
Repouso activo em passe e recepção – de 3’ para 2’
Durante o período preparatório o nosso um dos nossos objectivos consiste em
tentar progressivamente aproximar as situações do treino à realidade da
competição. Um exemplo concreto consiste em optar por uma estrutura de
exercício com 3 séries de 10 repetições cada com 2 minutos de recuperação
entre cada série com uma ligeira carga sobre o antebraço. Desta forma
desenvolvemos a manifestação de força explosiva do remate numa perspectiva
resistente e específica, ao mesmo tempo que estimulamos a nossa capacidade
de resistência anaeróbia aláctica. Assim estimulamos a capacidade resistente
das nossas fibras rápidas.
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5.2 - Período Competitivo
O período competitivo está associado ao rendimento, logo o nosso trabalho
deverá incidir sobre a qualidade das acções que os atletas executam. Desta
forma a eficácia dessas mesmas acções é o objectivo principal.
Durante o período competitivo o desenvolvimento dos aspectos técnico-tácticos
(remate, 1x1, contra ataque, defesa - ataque) deverá ser realizado de acordo
com a realidade competitiva, ou seja em função da potência anaeróbia láctica
(15” – 45”) e da força elástica e elástico-reactiva.
Os exercícios para a melhoria da qualidade das acções deveram ser de curta
duração, com pequenas pausas entre as repetições e mais longas entre as
séries. As cargas utilizadas deveram ser pequenas de forma a não modificarem
a estrutura das acção e a sua velocidade normal (no caso da força é comum
utilizar-se cargas que não ultrapassem 10% do peso da extremidade
envolvida). A intensidade com que são realizadas as acções deverá ser igual à
da competição.
De igual forma os exercícios aplicados no treino devem caracterizar-se por um
número reduzido de tentativas, sempre perto das condições da competição.
Segundo J.
Castelo (1998) a criação de situações competitivas durante as
sessões de treino implica uma maior mobilização informacional, energética e
afectiva dos praticantes permitindo assim integrar numa única estrutura um
conjunto de qualidades e capacidades que são fundamentais para se atingir os
objectivos propostos.
Quanto mais próximos nos encontramos do período competitivo, maior carácter
competitivo terão as situações criadas. De igual forma o trabalho colectivo
assume um maior protagonismo sem se descurar o desenvolvimento individual.
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Qualquer acção colectiva baseia-se em movimentos sincronizados de um grupo
de jogadores, que por sua vez através da sua capacidade individual tentarão
terminar com eficácia a situação proposta.
Exercício 1 – capacidade anaeróbia aláctica
1x1 com remate de posto específico. Cada vez que o atacante falhar terá que
fazer recuperação defensiva de forma a parar o adversário ou interceptar o
passe – 2 ser. 10 rep.
Velocidade de competição
Repouso activo em passe e recepção – 1’ (até chegar perto das 120 bpm)
Exercício 2 (circuito 4 estações) – potência anaeróbia láctica
1x1 + 1 passador com remate de posto específico. Cada vez que o atacante
passar a bola ao passador o defesa terá que tocar no pino – 2 ser. 5 rep. 35”
Velocidade óptima (velocidade de competição ou ligeiramente acima)
Repouso activo em passe e recepção – 1’ 30” (até chegar perto das 120 bpm)
5.3 - Período Transitório
Neste período o nosso objectivo consiste em desenvolver a capacidade técnica
e táctica individual dos nossos jogadores. Durante o período transitório
poderemos aperfeiçoar, corrigir erros ou mesmo aprender novas habilidades
técnicas, que mais tarde serão importantes na consecução de objectivos
tácticos numa determinada estratégia definida para um jogo.
Por outro lado procura-se recuperar os níveis físicos através da criação de
situações mais prolongadas no tempo e com um nível de intensidade mais
baixo.
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Exercício 1 – capacidade aeróbia
5x5 Jogo de transporte da bola entre os dois lados do campo de forma
consecutiva – 1 ser 2 rep. 15’
Velocidade moderada (sem paragens)
Repouso passivo (alongamentos musculares dos isquiotibiais) – 5’
2 - Quadro resumo das principais manifestações de força a desenvolver ao longo da
época associadas à técnica (adaptado Seirul-lo 1993, Vittori 1992)
Salto
Remate
Choque
Deslocamento
Ritmo de jogo
Potência aeróbia
Preparatório
Força
Força
Explosiva
Explosiva
Máxima
Resistência de
Capacidade
velocidade
anaeróbia
láctica
Força
Capacidade
Elástica
Competitivo
Arranque
Força
Força de
Rápida
competição
Força
(1x1)
Elástico-
aláctica
Velocidade de
Potência
competição
anaeróbia
reactiva
Transitório
Máximo
anaeróbia
láctica
Máximo
Máximo
Resistência de
Capacidade
velocidade
aeróbia
A potência aeróbia irá permitir uma melhor resíntese dos produtos resultantes
da actividade láctica e da recuperação entre esforços. O treino da capacidade
aeróbia estará associado ao período transitório onde prevalece um ligeiro
decréscimo da carga de treino, principalmente relacionado com a intensidade.
Neste período pretende-se diminuir os níveis de fadiga acumulada ao longo da
temporada e recuperar possíveis lesões.
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Segundo Seirul-lo (1993), no treino sobre influência láctica (potência e
capacidade anaeróbia láctica), deverá evitar-se grandes subidas dos níveis de
lactatémia o que pode implicar sensações de entorpecimento motor causadas
pela subida do ácido láctico. De igual forma deverá existir um cuidado sobre
estas acções pois a sua realização sucessiva leva a que o atleta inicie cada
acção sempre em défice.
Os exercícios realizados sobre a potência anaeróbia aláctica são importantes
mas no entanto a maior parte dos comportamentos complexos no Andebol
realizam-se principalmente sobre a capacidade anaeróbia aláctica.
3 - Quadro resumo para o desenvolvimento do ritmo de jogo baseado nas acções
técnico-tácticas
Intensidade
Potência
anaeróbia
aláctica
Capacidade
anaeróbia
máxima
máxima
Maior
anaeróbia
láctica
Periodização
0” – 7”
1–3
1’ – 1’ 30”
Competitivo
8” – 15”
1–3
1’ – 1’30”
Competitivo
15” – 45”
4–8
4’ – 5’
Competitivo
1’ – 2’
2–6
6’
Preparatório
100%
Potência
Capacidade
Pausa
velocidade
velocidade
láctica
Repetições
100%
aláctica
anaeróbia
Duração
velocidade
possível
Velocidade
elevada
Pré
Velocidade
sub-máxima
30” – 45”
3–7
3’
competitivo
Potência
Velocidade
Aumento
Pré
aeróbia
média – alta
progressivo até
competitivo
2’ – 3’
ligeiramente
30” – 1’
acima do
tempo total de
Preparatório
jogo
Capacidade
aeróbia
Velocidade
15’ – 30’
média - baixa
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1 – 2 (ritmo
moderado)
2’ – 5’
Transitório
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6. CONTROLO DO TREINO
Para um correcto planeamento do treino é decisivo conhecer quais os efeitos
provocados pelos exercícios do treino. Desta forma o controlo do treino é
extremamente importante.
Este controlo poderá ser realizado através da observação directa em jogo,
registando as acções individuais e o seu resultado. O controlo do treino poderá
igualmente ser realizado através do recurso a parâmetros fisiológicos
(frequência cardíaca, ácido láctico, ureia, relação entre o cortisol e a
testosterona), assim como das diferentes manifestações de força (défice de
força, altura do salto, tempo de voo, tempo de contacto, potência média).
Também o peso corporal e o índice de massa corporal (IMC), % de massa
gorda e muscular serão úteis para o conhecimento do estado da composição
corporal dos nossos atletas. O cálculo do peso ideal de uma pessoa poderá ser
dado através da fórmula do índice de massa corporal (IMC).
IMC = Peso(Kg) / Altura(m)²
O coeficiente obtido da divisão do peso pelo quadrado da sua altura
proporciona-nos um valor que poderá ser analisado em função da seguinte
tabela:
Inferior a 18
Inferior a 20
Entre 20 – 24
Entre 25 – 29
Superior a 30
Superior a 40
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Anorexia
Magro
Peso Normal
Peso a mais
Obeso
Obesidade mórbida
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No que diz respeito à frequência cardíaca, Korcek (1980), citado por Zaragoza
(1996), sabemos que esta é um indicador de validade nos desportos de equipa
como forma de medição e controlo das adaptações imediatas ao treino. A
utilização da F.C. como indicador de intensidade, baseia-se na correlação que
existe com o nível de esforço, uma relação linear até valores perto das 170
bpm. Desta forma, através dos dados da FC poderemos prever qual o
metabolismo que prevalece durante a competição e os exercícios do treino,
sendo a FC um indicador da intensidade dos esforços.
A análise da curva do ácido láctico é bastante importante no que diz respeito
ao desenvolvimento da capacidade orgânica da resistência. A oscilação da
curva permite avaliar os efeitos do treino sobre os atletas na perspectiva da
capacidade aeróbia ou anaeróbia.
Análise da curva de acido láctico de 2 atletas do programa de treino e estudo
14
12
mM/l
10
8
6
4
2
0
1
2
3
4
5
6
Intensidade
O atleta 1 (azul) possuí uma melhor capacidade aeróbia pois ultrapassa o limiar
anaeróbio (4mM) mais tarde em comparação com o atleta 2 (vermelho).
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20
A avaliação das diferentes manifestações de força permitem-nos controlar com
rigor o desenvolvimento desta capacidade
Análise da curva da força máxima de 1 atleta do programa de treino e estudo em
dois momentos diferentes da época
Força Máxima
1400
1200
1000
N
800
600
400
200
0
0,2
20
30
40
50
60
70
80
85
90
Kg
Observa-se um aumento do valor absoluto da força máxima e dos níveis de
aplicação de força principalmente sobre cargas médias.
Análise da curva força - tempo de 1 atleta do programa de treino e estudo em dois
momentos diferentes da época
N
Curva F-T
900
800
700
600
500
400
300
200
100
0
0
0,5
1
1,5
2
2,5
s
Observa-se uma maior capacidade de produção de força contra cargas médias
e ligeiras.
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Análise da curva de fadiga da velocidade de 1 atleta do programa de treino e estudo
em dois momentos diferentes da época
m/s
Curva de fadiga da velocidad
1
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
1
2
Observa-se uma melhoria na capacidade de resistência à velocidade, a qual é
mais acentuada na segunda parte do jogo.
Análise do tempo de contacto de 1 atleta do programa de treino e estudo em dois
momentos diferentes da época
Tempo de contacto
700
600
ms
500
400
300
200
100
31
29
27
25
23
21
19
17
15
13
11
9
7
5
3
1
0
saltos
Observa-se uma ligeira melhoria sobre os valores do tempo de contacto.
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CONCLUSÃO
A qualidade do treino torna-se decisiva juntamente com a dos próprios atletas
quando nos encontramos no alto rendimento desportivo.
O sucesso da construção da forma física está no conhecimento das cargas
aplicadas assim como no respeito pelo tempo de recuperação orgânica e tempo
de adaptação para níveis superiores ao anterior.
Segundo A. Viru (1990) os microciclos são responsáveis pela coordenação das
cargas de treino para se estabelecer um regime eficaz entre o trabalho e a
recuperação. Num microciclo devemos planear não somente o trabalho mas
igualmente o tempo de recuperação para o organismo adaptar-se às cargas
aplicadas.
O treino deverá associar-se ou estar perto dos níveis da competição, no entanto
sempre por cima desta, pois o nosso objectivo está igualmente em tentar
superar e partir para níveis mais exigentes e ambiciosas de preparação
desportiva.
Desta forma as sessões tendem a diminuir quanto à sua duração, para uma
duração ligeiramente superior à da competição, com uma intensidade submáxima ou máxima e com altos níveis de densidade.
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