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Editorial
M
Medicina personalizada é o assunto de capa desta edição.
que conseguiu identificar pela primeira vez no Brasil a
É para ela que os holofotes estão voltados porque o
ocorrência da carbapenemase New Delhi Metallobeta-
mapeamento genético possibilita determinar a predis-
lactamase (NDM) em espécies bacterianas colonizadas
posição individual a um tratamento médico e isso per-
em pacientes no Rio Grande do Sul.
mite predizer a resposta terapêutica ou informar sobre
a necessidade de um ajuste de doses de medicamentos
específicos.
Na nossa coluna Analogias em Medicina, o médico José de
Souza Andrade Filho remonta à antiguidade para explicar a
origem do nome falange: os ossos dos dedos das mãos e dos
Não restam dúvidas de que o futuro da medicina é este:
pés foram assim denominados por Aristóteles porque são
a personalização. E, sabendo muito bem disso, o Centro
arranjados em fileiras lembrando uma falange militar grega.
de Genomas® se antecipou às tendências científicas
emergentes e já está oferecendo ao mercado uma série de
testes para triagem genética. Confira na matéria de capa.
Já os artigos científicos deste número trazem assuntos de
variados interesses, como “Células Decoy: um Auxílio no Diagnóstico da Infecção por Poliomavírus” e “Relação do Volume
Em nossa coluna de Notícias, trazemos importantes
Plaquetário Médio com Troponina Positiva em Pacientes com
informações sobre o mercado diagnóstico, como uma
Infarto Agudo do Miocárdio Atendidos em um Laboratório
pesquisa da Clínica Mayo que descobriu uma proteína
Particular do Município de Barbalha”, só para citar alguns.
excessivamente ativa em todas as amostras de câncer
de rim examinadas. Ela é produzida pelo gene SCD1, que
também é ativo em outros tipos de câncer. Outro importante trabalho de pesquisa foi conduzido na Fiocruz,
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Conselho Editorial:
Luiz Euribel Prestes Carneiro, farmacêutico-bioquímico, Depto. de Imunologia e de Pós-graduação da Universidade do Oeste Paulista, Mestre e Doutor em Imunologia pela USP/SP • Prof. Dr. Carlos A. C. Sannazzaro - Professor Doutor da Faculdade de Ciências
Farmacêuticas da USP • Dr. Amadeo Saéz-Alquézar - Farmacêutico-Bioquímico • Dr. Marco Antonio Abrahão – Biomédico • Prof.
Dr. Antenor Henrique Pedrazzi - Prof. Titular e Vice-Diretor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP •
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de Análises Clínicas • Dra. Suely Aparecida Corrêa Antonialli - Farmacêutica-bioquímica-sanitarista. Mestre em Saúde Coletiva
• Dra. Gilza Bastos dos Santos - Farmacêutica-bioquímica • Dra. Leda Bassit - Biomédica do Departamento de Diagnóstico e
Pesquisa da Fundação Pró-Sangue
Colaboraram nesta edição:
José de Souza Andrade Filho, Luiz Mário Ramos Janini, Fulvio Facco, Lidiana A. Biasi, Roberta Tremea, Marília Navarini, Aline C.
Baccin, Vanusa Manfredini, Isabel Cristina Gurgel da Silva, Liane Nanci Rotta, José Antonio Tesser Poloni, Samuel Guilerme Fernandes, Marília Ferreira Lacerda, Katia Karina Verolli de Oliveira Moura, Marcella Santos Machado da Silveira, Camila Lucchese
Veronesi, Letícia Silveira Goulart, Jailson Alberto Rodrigues, Wendell Soares Carneiro, Ana Célia Rodrigues Athayde, Amanda Kelly
Ferreira Landim, Alexsandra Laurindo Leite
Impressão: IBEP Gráfica
Editoração: Fmais - Comunicação e Design
NewsLab
A revista do laboratório moderno
ANO XX - Nº 118
(JUNHO/JULHO 2013)
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dirigida a laboratórios, hemocentros e universidades de todo o país. Os artigos assinados
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Leia ainda na Roche News:
Teste de Troponina de alta sensibilidade da Roche
e a eficácia no diagnóstico, exclusão e predição
dos efeitos do infarto agudo do miocárdio
04Editorial
06Índice
10Notícias
32
Nossa Capa – Centro de Genomas® se consolida como referência em Medicina Molecular
40
Informe de Mercado
70
Novos analisadores Sysmex® Série-XN
72 Analogias em Medicina – Falange, por José de Souza Andrade Filho
74
Informe Científico: O Diagnóstico Laboratorial do Vírus da Imunodeficiência
Humana (HIV) – Luiz Mário Ramos Janini
78
Informe Científico: Avaliação da função renal – Fulvio Facco
82
Frequência de Grupos Sanguíneos na Grande Goiânia – Samuel Guilerme Fernandes, Marília Ferreira Lacerda,
Katia Karina Verolli de Oliveira Moura
88
Células Decoy: um Auxílio no Diagnóstico da Infecção por Poliomavírus – Isabel Cristina Gurgel da Silva,
Liane Nanci Rotta, José Antonio Tesser Poloni
100
Análise do Risco Cardiovascular de Mulheres Diagnosticadas com Câncer de Mama que Fazem Terapia
com Tamoxifeno – Lidiana A. Biasi, Roberta Tremea, Marília Navarini, Aline C. Baccin, Vanusa Manfredini
110
Relação do Volume Plaquetário Médio com Troponina Positiva em Pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio Atendidos
em um Laboratório Particular do Município de Barbalha, CE – Amanda Kelly Ferreira Landim, Alexsandra Laurindo Leite
116
Infecção do Trato Urinário em Gestantes: Análise da Frequência de Casos no Centro de Saúde Jardim Guanabara,
Rondonópolis, MT – Marcella Santos Machado da Silveira, Camila Lucchese Veronesi, Letícia Silveira Goulart
122
Risco de infecção da Gripe H1N1 em Gestantes e HIV positivos – Caroline Weber, Gabriela Corrêa, Mariana Haberland,
Ranieri Reichel Martini, Susana Eliane Beck, Gustavo Müller Lara
128
Infecções por Helmintos Gastrintestinais: Perfil de Crianças em Escolas Públicas e Privadas do Sertão
Paraibano – Jailson Alberto Rodrigues, Wendell Soares Carneiro, Ana Célia Rodrigues Athayde
138Agenda
140
Biblioteca NewsLab
144
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MAYO CLINIC DESCOBRE QUE AGENTE EXPERIMENTAL INIBE CRESCIMENTO
DO CÂNCER DE RIM EM TODOS OS SEUS ESTÁGIOS
A proteína identificada é produzida pelo gene SCD1, que também é ativo em outros tipos de câncer
Pesquisadores da Clínica Mayo de JaA SCD1, além de ser ativa em alguns
cksonville, na Flórida, descobriram uma
tipos de câncer, também está sendo pesproteína que se mostrou excessivamente
quisada para se descobrir o seu papel na
ativa em todas as amostras de câncer de
promoção da obesidade e do diabetes,
rim examinadas. Também descobriram que
dizem os pesquisadores. Cientistas estão
um agente experimental, desenvolvido para
testando a A939572 como um antidoto para
bloquear a atividade da proteína, reduziu de
esses problemas de saúde.
forma significativa o crescimento do tumor
Os cientistas da Clínica Mayo realizaram
em animais, quando usada isoladamente.
exames de genoma de amostras de tecidos
Quando combinado com outro agente já
de 150 pacientes com câncer de rim, com
em uso para tratar o câncer, isso melhorou
representação de todos os estágios da proa eficácia de ambos.
gressão do câncer, para identificar genes
A descoberta, publicada na edição onlique apresentaram, significativamente, uma
ne de 30 de abril da revista Clinical Cancer O biólogo molecular John A. Copland expressão excessiva, em comparação com
Research, oferece uma nova direção para o tratamento de amostras de tecidos não cancerosos. A SCD1 foi uma de
carcinomas de células renais de células claras, que respon- suas maiores descobertas.
dem por quase 85% dos casos de câncer de rim nos Estados
Então, eles desativaram a SCD1 em células de câncer
Unidos. Mais de 57 mil diagnósticos de câncer de rim são de rim em laboratório e descobriram que as células dos
feitos nos EUA por ano, com mais de 13 mil mortes.
tumores pararam de crescer e uma grande parte morreu.
“Há uma necessidade clara de novas terapias para esse
A seguir, os pesquisadores testaram a droga A939572
tipo comum de câncer. Com poucas exceções, os pacientes e a temsirolimus, uma droga com aprovação federal para
inevitavelmente se tornam resistentes a todos os tipos de o tratamento de câncer de rim. Descobriram que o uso de
tratamento disponíveis”, diz o pesquisador sênior do estudo, qualquer dos agentes isoladamente reduziu o crescimento
o biólogo molecular John A. Copland.
do tumor em até 25%, em estudos com camundongos. Mas
As descobertas podem ser relevantes para o tratamen- o uso das duas drogas juntas, em doses menores, reduziu
to de outros tipos de câncer, diz Christina von Roemeling, o crescimento dos tumores de 60 a 70%.
principal autora do estudo. A proteína identificada pelos
“A sinergia entre as duas drogas foi surpreendente e isso
pesquisadores é produzida pelo gene estearoil-CoA des- sugere que haverá benefícios clínicos significativos para os
saturase 1 (SCD1), que também é, como se descobriu, pacientes”, diz John Copland.
excessivamente ativo em outros tipos de câncer, como os
Christina von Roemeling diz que a expressão da
de pulmão, estômago, mama, próstata, ovário e cólon.
proteína SCD1 oferece um novo biomarcador molecular
A droga experimental, A939572, é uma inibidora direcio- de prognósticos de câncer de rim, que pode orientar a
nada da proteína SCD1. “Descobrimos que é incrivelmente terapia. “Pacientes, cujos tecidos de câncer expressam
específica para células cancerosas, ao examinar, em labo- altos níveis dessa proteína, provavelmente podem ser
ratório, camundongos tratados com esse agente, de forma tratados com drogas contra a SCD1”, diz.
que não se observou efeitos colaterais perceptíveis”, diz
John Copland. “Mas, apenas estamos iniciando os testes
Para saber mais:
com esse agente para tratamento do câncer”, explicou.
www.mayoclinic.com
10
NewsLab - edição 118 - 2013
CIENTISTAS DESCOBREM QUE CORAÇÃO CONTÉM CÉLULAS-TRONCO
Pesquisadores do Hassadah University Hospital, em
Israel, descobriram acidentalmente células curativas do
coração, que explicam a capacidade de autocura do principal
músculo do corpo humano.
Ao implantar um stent do ventrículo esquerdo do coração
ao apêndice atrial de uma ovelha, os médicos perceberam
que o tecido cresceu dentro do dispositivo. “Esse tecido
tinha uma semelhança estrutural com o tecido que cresce
no apêndice atrial”, diz o professor Ronen Beeri, diretor do
Centro de Pesquisa Cardiovascular do Hassadah.
Depois de acompanhar um experimento realizado no
coração de ratos adultos, os pesquisadores concluíram que o
que eles estavam observando eram células-tronco escondidas no apêndice atrial, que podem estimular o coração a se
autocurar. Essa poderá ser uma descoberta revolucionária,
a de que o coração também contém células-tronco que
ajudam a curar os tecidos doentes.
As conclusões dos pesquisadores também são curiosas porque elas lançam luz sobre a função do misterioso
apêndice atrial esquerdo. A função deste apêndice - uma
espécie de bolso na parte superior do lado esquerdo
do coração, que recebe sangue oxigenado dos pulmões
através da veia pulmonar - há muito tem confundido os
médicos. Mas, se o seu papel é geralmente incerto, o
dano que ele pode causar não é: o sangue se acumula no
apêndice atrial esquerdo e os pacientes que sofrem de
distúrbios arrítmicos, tais como a fibrilação atrial, estão
em risco de formar coágulos sanguíneos fatais.
PARCERIA DA SIEMENS COM A SECRETARIA DE SAÚDE E INSTITUIÇÕES DE SAÚDE PRIVADAS BENEFICIA
PACIENTES DA REDE PÚBLICA
Mais de 3.000 pacientes da rede pública de saúde terão acesso a exames em instituições privadas
Na presença do Secretário Estadual de Saúde de São
Paulo, Prof. Dr. Giovanni Guido Cerri, e dos executivos
representantes dos hospitais Sírio-Libanês, Dr. Paulo
Chapchap, e HCor (Hospital do Coração), Dr. Carlos Alberto Buchpiguel, do centro de ensino CETRUS, Dr. Sebastião
Zanforlin e do grupo DASA, Dr. Romeu Côrtes Domingues,
a Siemens Healthcare anunciou que mais de 3.000 pacientes da rede pública de saúde terão acesso a exames
nessas instituições privadas. A iniciativa foi anunciada
durante a 43ª Jornada Paulista Radiologia (JPR), em São
Paulo, no estande da Siemens.
Como resultado da ação serão oferecidos gratuitamente exames de diagnóstico por imagem, como tomografia
NewsLab - edição 118 - 2013
computadorizada, mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética, que serão realizados pelos parceiros
da Siemens nas instalações das próprias instituições. “A
parceria firmada com a Secretaria de Saúde e as instituições visa proporcionar maior acesso à saúde, diretriz da
qual a Siemens Healthcare vem se dedicando ao longo
de sua história. Buscamos levar equipamentos de última
geração e que aumentem a qualidade e produtividade de
nossos clientes e, assim, estes, por sua vez, conseguem
proporcionar tratamentos mais precisos e menos custosos
à população”, afirmou Armando Lopes, diretor da Siemens
Healthcare no Brasil.
A coordenação do processo e a execução dos exames
ficarão a cargo da Secretaria Estadual, que beneficiará
pacientes que já aguardam o agendamento, seguindo
própria lista do Sistema Único de Saúde. “Por meio de
iniciativas público-privadas, em que há cooperação entre
empresa, instituições e estado, a população é a principal
beneficiária, com acesso facilitado à tecnologia de ponta”,
explicou o secretário Dr. Giovanni Cerri, ao ressaltar a
importância da parceria.
“Iniciativas como essa são o caminho para a evolução
da cadeia de valor de saúde no Brasil, uma forma de
ampliarmos nossa atuação e chegarmos à comunidade”,
expressou Dr. Paulo Chapchap, Superintendente de Estratégia Corporativa do Hospital Sírio-Libanês, também
presente na cerimônia.
13
CÉLULAS-TRONCO PODEM ATIVAR PRODUÇÃO DE SANGUE
Metodologia adotada no estudo foi a reprogramação da célula madura ao estágio de pluripotência induzida
Pesquisa com participação do Hemocentro de Ribeirão
Preto investiga os mecanismos que levam as células-tronco
pluripotentes (iPS) a alongarem seus telômeros para poder
ativar as células hematopoéticas, que produzem sangue. Os
telômeros são pontas de cromossomos que os protegem de
danos ao DNA. As células iPS poderão ser utilizadas como
terapêutica da anemia aplástica (AA), doença hematológica em que a célula-tronco hematopoética praticamente
desaparece e, portanto, a medula óssea para de produzir
células do sangue, como hemácias, glóbulos brancos e
plaquetas. O estudo foi realizado por Rodrigo Calado, do
Centro de Terapia Celular (CTC) do Hemocentro, ligado ao
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto (HCFMRP) da USP, e por pesquisadores do National
Institutes of Health (NIH) dos Estados Unidos.
Quando se deriva células iPS de um paciente com telômeros muito curtos, ela consegue alongá-los, aumentando
a capacidade delas se multiplicarem. O pesquisador explica
que o estudo contribuiu para descobrir fragilidades e verificar em quais os pontos ainda é necessário progredir nas
pesquisas de reprogramação celular e alongamento telomérico em pacientes com anemia aplástica. “Neste artigo
verificamos ser possível estabelecer a reprogramação das
células de pacientes com anemia aplástica e deficiência da
telomerase. Com isso, em um futuro próximo poderemos
utilizá-las no tratamento da doença”, relata Calado.
Entretanto, enquanto as células normais conseguiam
alongar os telômeros durante a reprogramação, ou seja,
rejuvenescer os telômeros destas células, os pacientes que
tinham mutação apresentaram dificuldade no alongamento.
“Se corrigirmos os telômeros ou a enzima que falta, será
possível corrigirmos esta diferenciação?”, esta ainda é uma
dúvida dos pesquisadores.
Os pesquisadores verificaram que fatores ambientais
como, por exemplo, a concentração de oxigênio durante
a cultura da célula pode também modular o alongamento
telomérico destas células. “Quanto menos oxigênio, mais
longos ficam os telômeros. Isso nos mostra que a concentração deste elemento químico pode modular ou contribuir
para este processo celular”, relatou Calado.
Estabilidade - Ainda é necessário entender como a concentração de oxigênio modificou a expressão da telomerase e
a estabilidade dos cromossomos. A partir deste entendimento
será possível tentar as vias teloméricas para tentar melhorar
a função das células do sangue nestes pacientes com anemia
aplásica. Outro aspecto verificado está ligado à contribuição
de fatores genéticos nas alterações cromossômicas.
Foram observados quatro pacientes, dos quais foram
coletados material extraído dos fibroblastos da pele do
paciente, que são células maduras, ou da própria medula
óssea, as células-tronco mesenquimais. Segundo Calado, a
metodologia adotada no estudo foi a reprogramação da célula madura ao estágio de pluripotência induzida, semelhante
ao observado em células-tronco embrionárias. Por meio
deste padrão as células são transformadas em imaturas e
passam a ter capacidade de se transformar em qualquer
tipo de tecido do organismo adulto. “Qualquer célula madura e especializada do organismo pode ser reprogramada
para um estado de pluripotência, ou seja, células-tronco
adultas podem ser “resetadas” para se transformar em uma
célula com as mesmas características de uma célula-tronco
embrionária”, explica Calado.
Este modelo é baseado nas descobertas do cientista
japonês Shinya Yamanaka, que em 2012 recebeu o Nobel
de Medicina por suas descobertas neste campo. Ele criou
o padrão utilizado por pesquisadores em todo mundo de
reprogramação celular por meio do uso das células iPS
(sigla inglesa de “células-tronco pluripotentes induzidas”).
LABORATÓRIO ALVARO ATINGE NÚMERO RECORDE DE EXAMES REALIZADOS EM MARÇO
Foram processados cerca de 3,3 milhões de exames de Análises Clínicas e Imagem somente neste mês
O Laboratório Alvaro, referência nacional em apoio diagnóstico, atingiu recorde de produção no mês de março, processando
3,3 milhões de exames. Este número engloba o processamento
de exames de análises clínicas e diagnóstico por imagem de
cerca de 5 mil laboratórios espalhados por todo o país, que
terceirizam suas operações com o Laboratório Alvaro.
O grande destaque são os marcadores tumorais (MT), que
corresponderam a 10% da produção total no período. Os MTs
são substâncias utilizadas como indicadores de malignidade. Na
maioria dos casos, são produtos normais do metabolismo celular
que apresentam aumento de produção devido à transformação
maligna. Estes testes são solicitados pelos médicos em caso
14
de triagem para casos específicos, como em grupos de alto
risco, avaliações de prognósticos e monitoração de tratamento.
Em segundo lugar como exame mais realizado está o Teste
de PSA, indicado para detecção do câncer de próstata. “Foram
realizados 160 mil testes de PSA somente no mês de março”,
afirma Stenio Alvarenga, diretor do Laboratório Alvaro.
Além destes, os exames de hepatite A, B e C também
se destacam entre os dez mais procurados no Laboratório
Alvaro. No mês de março, foram realizados 250 mil exames desta natureza. Tanto os MTs quando os exames de
Hepatite são procedimentos processados no equipamento
Modular E270 da Roche.
NewsLab - edição 118 - 2013
FIOCRUZ DETECTA, PELA PRIMEIRA VEZ NO BRASIL, CASOS DA BACTÉRIA HOSPITALAR NDM
Semelhante à bactéria Klebsiella pneumoniae, a NDM está associada ao ambiente hospitalar
GUTEMBERG BRITO
Pesquisadores do Instituto Oswaldo
Cruz (IOC/Fiocruz) detectaram a ocorrência da carbapenemase New Delhi
Metallobetalactamase (NDM) em espécies bacterianas colonizadas em cinco
pacientes internados no Rio Grande do
Sul. Esta é a primeira vez que a bactéria
hospitalar é identificada no Brasil. A confirmação foi realizada pelo Laboratório de
Pesquisa em Infecção Hospitalar que atua
junto ao Ministério da Saúde, como Centro Colaborador da
Rede de Monitoramento Resistência Microbiana Hospitalar
(Rede RM), sendo uma Referência em Infecção Hospitalar.
Consideradas altamente resistentes a antibióticos, as bactérias produtoras de NDM foram descritas pela primeira vez
em 2008, na Índia e, desde então, têm sido amplamente
descritas em outros continentes. Na América do Sul, foram
recentemente identificadas na Colômbia, Paraguai e Uruguai.
De acordo com a pesquisadora Ana Paula Assef, do
Laboratório Pesquisa em Infecção Hospitalar do IOC, a presença de NDM no Brasil indica uma possível disseminação
pelo mundo. “A descoberta indica o grande potencial de
disseminação do microrganismo, resistente à maioria dos
antibióticos disponíveis. Por isso, é imprescindível que as
medidas de controle de infecção dentro dos hospitais sejam
reforçadas”, explicou.
Semelhante à bactéria Klebsiella pneumoniae, produtora de carbapenemase (KPC), que está relacionada a casos
no Brasil desde 2010, a NDM está associada ao ambiente
hospitalar, causando infecção especialmente em pacientes com imunidade
baixa, com alguma doença de base ou
que sofreram procedimentos invasivos, como o uso de cateteres, drenos
e ventilação mecânica, por exemplo. É
preciso haver alguma porta de entrada:
por isso, não ocorre infecção em indivíduos saudáveis. A transmissão não
ocorre pelo ar.
Para a pesquisadora, três fatores básicos são necessários
para a prevenção. “Para que não ocorra a disseminação da
bactéria, é imprescindível que os laboratórios clínicos estejam alertas e preparados para o diagnóstico deste novo
mecanismo de resistência e que sejam tomadas medidas
de controle da infecção no ambiente hospitalar. Isso inclui o
uso de equipamentos de proteção individual, luvas e capotes
pela equipe clínica, a manutenção de medidas rigorosas de
vigilância, isolamento do paciente, além da adoção de uma
política de utilização adequada de antibióticos”, destacou.
A especialista recomenda, ainda, o cuidado contínuo com
a higiene. “É preciso prestar atenção como os cuidados
relacionados à higiene, que não se limitam somente à
lavagem das mãos. O ambiente onde está o paciente, o
leito, os equipamentos que são utilizados também devem
ser limpos”, lembrou Ana Paula Assef.
Para saber mais:
www.fiocruz.br
FLEURY JÁ TEM TESTE QUE IDENTIFICA SUPERBACTÉRIA NDM
A superbactéria NDM (New Delhi Metallobetalactamase) chega também ao Brasil. É a primeira vez que a infecção
por este microrganismo considerado altamente resistente
ao tratamento por antibióticos é registrada no Brasil. A sigla
NDM identifica uma enzima, presente em certas bactérias,
capaz de torná-las resistentes à ação de antibióticos. O
Fleury já tem disponível o teste capaz de identificar a NDM.
“O Fleury foi atrás e já tem em seu portfólio o exame
capaz de detectar a superbactéria. Nossa visão foi antecipar o fornecimento do exame, pois, agora que ela chegou
ao país, já estamos prontos para detectá-la rapidamente”,
garante Jorge Luiz Mello Sampaio, responsável pela Microbiologia do Fleury Medicina e Saúde.
O teste foi desenvolvido pelo Fleury, reafirmando o destaque do Grupo no cenário de Pesquisa e Desenvolvimento
nacional por iniciativas de Inovação Aberta, ao promover
o engajamento de múltiplos stakeholders, como agências
de fomento, Universidades e Instituições de pesquisa do
16
Brasil e do exterior, pesquisadores do Grupo Fleury e das
instituições parceiras, entre outros.
Como o teste funciona - Os testes realizados pelo
Fleury utilizam o método de amplificação (PCR - reação em
cadeia pela polimerase). O método permite a detecção em
tempo real da presença dessas bactérias em amostras de
fezes. A vantagem desse teste é a capacidade de identificar a bactéria em indivíduos colonizados, ou seja, que são
hospedeiros, mas ainda não apresentam a doença. No caso
dessa superbactéria, os médicos estão preocupados com as
dificuldades de tratamento dos pacientes que apresentam
infecções hospitalares causadas por ela.
Sampaio explica que a transmissão das bactérias com NDM
pode se dar pelo contato das mãos ou objetos. A gravidade das
doenças causadas por essas bactérias, como infecções abdominais, urinárias e pneumonia, não é diferente ou superior àquelas
causadas por outras bactérias. O desafio, porém, é combatê-la,
devido à sua resistência aos antibióticos mais comuns.
NewsLab - edição 118 - 2013
ABIMO DIVULGA ESTUDO SETORIAL EM PARCERIA COM A FGV
Resultados são otimistas para setor de fabricantes
de equipamentos médicos, mas aponta gargalos
Segundo o levantamento da Abimo – Associação
Brasileira da Indústria de
Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios,
em parceria com a Fundação
Getúlio Vargas, o setor de
fabricantes de equipamentos
para a saúde vem se saindo
bem, apesar de algumas dificuldades competitivas.
Os resultados mostram que a produção setorial atingiu
R$ 4,8 bilhões em 2012. Esse valor divide-se em R$ 2,23
bilhões para os equipamentos médicos, R$ 97 milhões para
implantes, R$ 83 milhões para materiais de consumo e R$
76 milhões para materiais odontológicos. A curva é ascendente, principalmente na área de equipamentos médicos,
que em 2007 era de R$ 1,07 bilhão.
Descontada a variação dos preços, o crescimento real da
produção entre 2005 e 2012 foi de 3,9% ao ano, em média.
O crescimento estimado para o setor foi de 10,6% em 2012.
PIB setorial - Em 2012, a geração de valor no setor
(PIB setorial) atingiu R$ 2,4 bilhões, alcançando um crescimento real em torno de 7%, entre 2007 e 2009, descontada
a variação dos preços. O número médio do país é 3,5%,
ou seja, é um setor que cresce o dobro do PIB nacional.
Para Robson Gonçalves, da FGV, os números consolidados são muito satisfatórios e mostram um setor de muita
valia para a indústria brasileira. As maiores contribuições
vêm dos dois grandes segmentos, que são a área de instrumentos para uso médico e odontológico e artigos óticos,
que alcançaram R$ 2,1 bilhões e aparelhos eletromédicos,
eletroterapêuticos e de irradiação, com R$ 300 milhões.
O estudo da FGV também detalhou outro dado importante: o da produtividade no setor, ou seja, o valor agregado
por trabalhador, entre os anos de 2007 e 2012. Os ganhos
de produtividade têm sido essenciais para sustentar o crescimento do setor e fazer frente à ameaça das importações.
Descontada a variação dos preços, a produtividade setorial
cresceu 5% ao ano em média no período, enquanto que o
mesmo indicador para a indústria de transformação caiu
4% na mesma base de comparação.
O investimento total do setor em 2012 atingiu R$ 307 milhões de reais, o equivalente a 13% do PIB setorial. Em 2007,
esse indicador era 9,9%. Gonçalves explica que esse é o cha-
18
mado taxa de investimento
setorial, ou seja, quanto o
setor investe em relação ao
valor que gera. “Esse dado
mostra que o setor vem
acelerando o investimento”,
explica o representante
da FGV. “Isso mostra uma
crença do industrial no seu
próprio setor”.
O emprego na indústria brasileira não registrou variação em janeiro de 2013 em relação ao mês anterior,
que havia mostrado queda de 0,3%, segundo a Pesquisa
Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada
em março. Já em relação a janeiro de 2012, o emprego
industrial caiu 1,1%. Esse é o 16º resultado negativo
seguido nesse tipo de comparação que a indústria brasileira vem sofrendo. Nos últimos 12 meses, o indicador
mostrou recuo de 1,4%.
Apesar de não ser um setor de altos níveis de empregabilidade, até mesmo pela necessidade de qualificação altamente
especializada, a empregabilidade no setor de equipamentos
vem crescendo em média, 4% ao ano entre 2007 e 2012,
atingindo a marca de 54 mil pessoas, enquanto a indústria
de transformação empregou aproximadamente 7,7 milhões.
Necessidade de isonomia - Mesmo com alguns dados
animadores, o estudo setorial encomendado pela Abimo
deixa evidente que hoje a falta de isonomia tributária configura-se como um dos mais graves problemas enfrentados
pelo setor produtor de equipamentos médicos, hospitalares,
laboratoriais e odontológicos.
O déficit comercial do setor de equipamentos para a
saúde tem crescido continuamente nos anos recentes. Entre 2007 e 2012, passou de US$ 1,7 bilhão para US$ 3,7
bilhões, com crescimento médio anual superior a 16,5%.
O dado mais preocupante refere-se à queda de 5,5% nas
exportações no ano passado: no mesmo período, as importações cresceram 4,7%, ampliando o déficit comercial,
chegando a US$ 4,5 bilhões em 2012. “Sendo um setor voltado para o mercado interno,
conclui-se que existe um crescimento da demanda e que a
importação está roubando essa fatia do mercado”, explica
Robson Gonçalves, da Fundação Getúlio Vargas (FGV),
responsável pelo estudo.
NewsLab - edição 118 - 2013
PESQUISADORES DA UNICAMP DESVENDAM PAPEL DE PROTEÍNA EM METÁSTASE
Os resultados da pesquisa ganharam a capa do The Journal of Biological Chemistry
Assim como os tecidos e órgãos humanos, os tumores
são formados por agrupamentos de células que aderem e
interagem umas com as outras. Se a adesão e a interação
entre as células tumorais eventualmente for fraca, maior é
a probabilidade de elas se soltarem e migrarem para outros
órgãos e tecidos e dar origem à metástase (propagação
de um câncer).
Pesquisadores do Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemocentro) da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia
do Sangue (INCT Sangue), apoiados pela FAPESP, desvendaram o papel desempenhado por uma proteína (ARHGAP21)
nesses processos de adesão e migração celular.
Os resultados da pesquisa ganharam a capa do The
Journal of Biological Chemistry, editado pela Sociedade
Americana de Bioquímica e Biologia Molecular, e podem contribuir para o desenvolvimento de técnicas que possibilitem
inativar essa proteína nas células tumorais para impedir o
surgimento de metástases.
“O grande problema de um tumor é a metástase. Se
conseguirmos bloqueá-la, será possível impedir a propagação de células cancerosas para outros órgãos e aumentar a
chance de cura”, disse Karin Spat Albino Barcellos, primeira
autora do artigo, à Agência FAPESP.
Barcellos conta que a ARHGAP21 foi sequenciada e
descrita pela professora Sara Teresinha Olalla Saad, coordenadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT)
do Sangue, durante o Projeto Genoma Humano do Câncer,
realizado pela FAPESP em parceria com o Instituto Ludwig
e concluído em 2002. Ainda não se sabia, no entanto, qual
era o papel desempenhado pela proteína nas células.
Nos últimos anos, durante um Projeto Temático coordenado por Saad, Barcellos e outros pesquisadores participantes do estudo descobriram que a ARHGAP21 regula o
citoesqueleto (responsável por manter a forma das células
e as junções celulares) e atua nas proteínas Rho-GTPases
– grupo de aproximadamente 20 proteínas que regulam o
movimento, adesão, migração e diferenciação das células.
“Vimos que as Rho-GTPases precisam da ARHGAP21
durante a formação da adesão célula-célula, e que a ARHGAP21 participa desse processo ao ficar entre as junções
celulares e, depois de algumas horas que ele é concluído,
ela vai embora. Por isso, ainda não tínhamos conseguido
ver a presença da ARHGAP21 no processo de adesão célula-célula”, explicou Barcellos.
Para observar o comportamento da ARHGAP21 nos
processos de adesão e migração celular, o grupo fez em
laboratório um experimento que simula o desenvolvimento
de uma metástase.
Denominada transição epitelial-mesenquimal, a técnica
de simulação in vitro de metástase já era explorada por
grupos de pesquisa em outros países, como os do Departamento de Fisiologia e Desenvolvimento Biológico da Brigham
20
Young University em Utah, nos Estados Unidos.
Ao fazer um estágio em Utah com a reserva técnica
de seu projeto de pós-doutorado, realizado com Bolsa da
FAPESP, no âmbito do Projeto Temático coordenado por
Saad, Barcellos conheceu a técnica e decidiu replicá-la para
analisar as funções da ARHGAP21em adesão e migração
celular ao retornar ao Brasil.
Uma das hipóteses dos pesquisadores antes de iniciar
o experimento era de que, como a ARHGAP21 tem um
papel estratégico na adesão celular, ao retirá-la de células
humanas tumorais de câncer de próstata durante os testes
em laboratório, a sua migração e, consequentemente, a
metástase, seria muito maior do que a observada em células
cancerígenas com a proteína.
Ao aplicar nas células cancerígenas sem a ARHGAP21
frações de HGF – um hormônio produzido principalmente
pelo fígado, que faz com que as células se separem uma das
outras para formar os órgãos e tecidos na fase embrionária
–, os pesquisadores constataram, no entanto, que elas nem
se moviam e não ocorria metástase.
“No começo, achamos que estávamos errando em alguma fase do experimento, como esquecer de colocar o
HGF. Porém, repetimos várias vezes o experimento e vimos
que, de fato, sem ARHGAP21 as células cancerígenas não
se soltam e não migram. Esse resultado nos surpreendeu”,
afirmou Barcellos.
Os pesquisadores descobriram que, na realidade, a
ARHGAP21 está localizada na via de sinalização do HGF
das células e regula a transição epitelial-mesenquimal. As
células sem a proteína na via de sinalização do HGF, por
exemplo, sentem a presença do hormônio, mas não conseguem se soltar uma das outras.
“Demonstramos que é possível bloquear metástases
induzidas por HGF por meio da inativação da ARHGAP21 em
testes in vitro”, afirmou Barcellos. “Ainda não sabemos, no
entanto, se é possível inativar essa proteína em humanos,
porque ela deve exercer muitas outras funções, inclusive
benéficas, nas células.”
Por meio de um novo Projeto Temático, também apoiado
pela FAPESP e coordenado pela professora Sara Saad, os
pesquisadores pretendem realizar simulações de diversos
tipos de tumores em camundongos com células cancerígenas sem a ARHGAP21.
“Será muito importante testarmos isso agora em camundongos e ver se funciona para avaliar a possibilidade
de utilizar a técnica em humanos para bloquear metástase”,
disse Barcellos. “Talvez seja preciso tirar a ARHGAP21 só
das células com tumor ou bloquear o sítio da proteína que
sente o HGF, para que a proteína possa desempenhar as
outras funções benéficas”, estima.
Para saber mais:
www.fapesp.br
NewsLab - edição 118 - 2013
BIOMARCADORES SÃO FERRAMENTAS PARA O DIAGNÓSTICO PRECOCE DO ALZHEIMER
Alterações cerebrais têm início décadas antes da manifestação clínica
A demência é um termo geral para várias doenças neurodegenerativas que afetam principalmente as pessoas da
terceira idade. Corresponde a uma síndrome caracterizada
pelo declínio progressivo das funções cognitivas, em especial
a memória, com importante prejuízo progressivo funcional,
social e profissional.
“A Doença de Alzheimer (DA) é a mais comum forma
de demência em pessoas com mais de 60 anos no Brasil e
sua incidência cresce exponencialmente após os 65 anos”,
explica o médico Gustavo Bruniera, consultor científico da
Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica).
Na visão do médico, com o aumento da expectativa de
vida, o mal torna-se um crescente problema socioeconômico
e de saúde pública, especialmente nos países em desenvolvimento com a tendência de inversão da pirâmide etária.
As fases iniciais do Alzheimer confundem-se clinicamente com o distúrbio cognitivo leve (DCL), condição em
que o indivíduo tem algum grau de perda cognitiva quando
comparados a pessoas normais da mesma faixa etária, mas
que não preenchem critérios para demência. Porém, sabe-se
hoje que aproximadamente 50% dos pacientes com DCL
desenvolvem DA nos primeiros cinco anos.
De acordo com Bruniera, atualmente os biomarcadores
para a Doença de Alzheimer em líquido cefalorraquiano
(LCR) são uma importante ferramenta no auxílio do diagnóstico diferencial da Doença de Alzheimer com relação
a outras formas de demência potencialmente tratáveis
e, principalmente, pelo fato de predizer se um indivíduo
com DCL progredirá a Doença de Alzheimer. “O grande
valor dos biomarcadores está no fato de traduzirem as
alterações celulares cerebrais, substrato fisiopatológico da
doença de Alzheimer que sabemos tem seu início décadas
antes dos sintomas clínicos”, avalia.
Os biomarcadores em LCR definidos são o Peptídeo Beta
Amiloide, a Proteína Tau Total e a Proteína Tau Fosforilada.
“Não há cura, mas sim medicamentos e terapias que
melhoram a qualidade de vida do paciente. Há uma incessante busca de drogas que alterem a história natural
da doença, ou seja, que possam regredir ou bloquear o
processo neurodegenerativo. Além de contribuir para o
diagnóstico, os biomarcadores poderão ser úteis para
o acompanhamento de futuras terapias que alterem a
fisiopatologia da doença”, conclui o médico.
ANVISA ADOTA MEDIDAS PARA ACELERAR ANÁLISE
DE REGISTRO DE MEDICAMENTOS E PRODUTOS ESTRATÉGICOS
Criação de gerências setoriais e implantação de sistema
eletrônico devem reduzir em 40% tempo de análise de produtos
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai analisar os processos
para registro de medicamentos de acordo
com o tipo de produto. A Gerência Geral de
Medicamentos da Anvisa, responsável pela
avaliação dos pedidos, será dividida em três
áreas: medicamentos novos e inovação;
genéricos e similares; e medicamentos
biológicos. A medida deve reduzir o tempo
de análise em até 40%.
Outra novidade é que a Anvisa permitirá que as empresas possam alterar a ordem dos pedidos de registro
apresentados, podendo priorizar o mais relevante economicamente ou o que possui maior grau de inovação. Atualmente, as análises são feitas conforme a ordem cronológica
de apresentação dos pedidos, sem chance de alteração
pelo produtor.
As mudanças dão continuidade a um conjunto de
medidas adotadas pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa
22
para aumentar a agilidade do setor, como
implantação do Sistema de Registro Eletrônico de Medicamentos, que já começou
a funcionar. A ferramenta concentrará os
pedidos de registros de novos medicamentos. Também reduzirá o tempo de análise
de cada pedido. A ideia é que, até o fim
do ano, todos os processos desse grupo
tramitem eletronicamente.
A Anvisa também vai dobrar a capacidade da agência
para a inspeção e registro de medicamentos e produtos,
com a contratação de 314 novos servidores na área de
registro de medicamentos.
O governo estuda ainda alterações na legislação. Entre
as propostas, está a permissão para que a Anvisa reconheça
auditorias e inspeções internacionais realizadas por outras
agências e organismos certificadores. Isso poderia reduzir
em cerca de 70% as 600 inspeções anualmente realizadas
pela agência em outros países, sem criar fragilidade sanitária.
NewsLab - edição 118 - 2013
SETOR DE DIAGNÓSTICO REGISTRA FALTA DE
MÉDICOS PARA ATUAR COM METODOLOGIAS MAIS ACESSÍVEIS
Apenas 50% das vagas para residência em patologia são preenchidas
“Faltam médicos para atuar com
ultrassom, colposcopia, anatomia
patológica e outras metodologias”.
O alerta foi feito pela presidente da
Associação Brasileira de Medicina
Diagnóstica (Abramed), Cláudia
Cohn, durante o 6º Seminário Sindhosp/Grupo Fleury, que aconteceu
em São Paulo, em abril.
A constatação da presidente da Abramed foi feita após
a apresentação da ANS, que mostrava indicadores do setor
saúde e revelava o aumento do uso de novas tecnologias
no sistema de saúde suplementar no ano passado.
De acordo com Cláudia Cohn, o que pode estar ocorrendo
é uma substituição das metodologias mais acessíveis por
outros métodos. “Como as metodologias mais acessíveis
têm baixa remuneração, a escolha dos especialistas recaem
naturalmente em outros métodos”.
Segundo o Dr. Luís Vítor Salomão, consultor técnico da
Abramed, “apenas 50% das vagas para residência em patologia (anatomia patológica) são preenchidas. E daqueles
que optaram pela especialidade,
em torno de 25% mudam de área
no decorrer da residência. E apenas
50% concluem a residência na especialidade”.
Na opinião do presidente do
Colégio Brasileiro de Radiologia
(CBR), Henrique Carrete, “o desinteresse de especialistas mais
jovens em trabalhar com alguns métodos de imagem,
como ultrassom e raios-X é motivo de extrema preocupação. São métodos essenciais na rede de atendimento à
saúde e que, se não valorizados, como vem ocorrendo em
consequência da baixa e vergonhosa remuneração destas
atividades, diagnósticos e tratamentos serão prejudicados
em grande escala”, avisa.
“Um cenário grave se apresenta. A substituição de especialistas por profissionais não habilitados ou minimamente
preparados para atuar nestas tradicionais áreas da medicina
diagnóstica, coloca em risco a saúde dos pacientes”, alerta
e conclui Carrete.
IB INCREMENTA PESQUISAS COM NOVOS LABORATÓRIOS
O investimento ultrapassou R$ 2 milhões, com aportes da Unicamp
e da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo
O Instituto de Biologia (IB) da Unicamp passa a contar
com dois novos laboratórios de pesquisas dedicados às
doenças tropicais e ao estudo da dor. O prédio que abriga
o complexo foi inaugurado na presença de docentes, pesquisadores, alunos e funcionários. Também participou da solenidade, a diretora do IB,
Shirlei Maria Recco-Pimentel. Ela agradeceu o apoio da
reitoria, destacando o alto volume de investimentos em
infraestrutura na Unidade ao longo dos últimos anos. Shirlei
Recco-Pimentel ressaltou a importância dos laboratórios
para a pesquisa básica e consequente geração de conhecimento científico para a sociedade.
O investimento total ultrapassa os R$ 2 milhões, com
aportes da Unicamp e da Secretaria de Saúde do Estado
de São Paulo. A construção do espaço, com cerca de 1.000
metros quadrados, foi gerenciada pela Coordenadoria de
Projetos e Obras (CPO), órgão vinculado à Pró-Reitoria de
Desenvolvimento Universitário (Prdu). 24
Os docentes Carlos Amilcar Parada, Cláudia Herrera
Tambeli, Fábio Trindade Maranhão Costa, Marcelo Brocchi
e Selma Giorgio, que já desenvolvem pesquisas nestas
áreas, irão coordenar os laboratórios. Carlos Parada e
Cláudia Tambeli responderão pela unidade dedicada aos
estudos da dor, ao passo que Fábio Trindade, Selma Giorgio
e Marcelo Brocchi gerenciarão o espaço para as pesquisas
em doenças tropicais.
“O Laboratório de Doenças Tropicais é uma unidade multidisciplinar. Está focado na malária, leishmaniose e doenças
bacterianas, patologias que foram negligenciadas. Até hoje,
não há, por exemplo, uma vacina para a malária”, aponta
o professor Fábio Trindade, destacando a importância do
incremento de pesquisas nesta área.
“O objetivo do Laboratório de Estudos da Dor é envolver
pesquisadores para investigar mecanismos relacionados à
dor em todos os seus aspectos e, consequentemente, à analgesia, que é o seu controle”, explicou Carlos Almicar Parada.
NewsLab - edição 118 - 2013
DEGENERAÇÃO MACULAR X GENES: CIENTISTAS IDENTIFICAM SETE NOVOS FATORES DE RISCO GENÉTICO
Para a degeneração macular todo avanço resultante da pesquisa genômica será muito bem-vindo
Uma nova pesquisa, publicada na revista Nature Genetics, revela com mais clareza o papel que a genética pode
desempenhar no desenvolvimento da degeneração macular
relacionada à idade (DMRI), principal causa de cegueira em
pessoas com 60 anos ou mais.
Os pesquisadores identificaram sete novas regiões do
genoma humano – chamadas loci – que parecem estar
ligadas com a condição de perda de visão. Estes sete loci
estão espalhados por todo o genoma, em muitos cromossomos diferentes. Outros 12 já haviam sido identificados
em estudos anteriores.
Ao todo, os 19 loci que estão associados com a DMRI estão
implicados numa variedade de funções biológicas, incluindo
a regulação do sistema imune, a manutenção da estrutura
celular, o crescimento e a permeabilidade dos vasos sanguíneos, o metabolismo lipídico e a formação da aterosclerose.
Segundo os autores do trabalho, os resultados fornecem
um insight sobre a base molecular da DMRI, o que irá ajudar
outros pesquisadores a buscarem as causas da doença,
além de colaborar no desenvolvimento futuro de novas estratégias de diagnóstico e tratamento. Os resultados finais da pesquisa baseiam-se na análise de dados de 17.100
pessoas com formas graves de degeneração macular e de
60.000 pessoas sem a doença ocular.
Já sabemos que idade, dieta e tabagismo influenciam
no risco de uma pessoa desenvolver DMRI. Mas, segundo
o estudo, a genética também desempenha um papel forte
neste sentido. A degeneração macular relacionada à idade,
muitas vezes, ocorre em vários membros de uma mesma
família e é mais comum entre determinadas etnias, como
entre pessoas de ascendência asiática ou europeia.
“Ao catalogar variações genéticas associadas com a DMRI,
os cientistas estão mais bem equipados para encontrar caminhos biológicos correspondentes e estudar como eles podem
interagir e mudar com a idade ou segundo os outros fatores
de risco da doença, como o tabagismo”, explica o oftalmologista Virgílio, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.
Desde a descoberta, em 2005, que certas variações no
gene para fator de complemento H – um componente do
sistema imunológico – estão associadas com um maior risco
para a DMRI, os grupos de pesquisa ao redor do mundo
têm realizado estudos de associação ampla do genoma para
identificar outros loci que afetam o risco de DMRI.
Estes estudos foram possíveis graças a ferramentas
desenvolvidas através do Projeto Genoma Humano, que
mapeou os genes humanos, e projetos relacionados, como
o Projeto Internacional HapMap, que identificou padrões
comuns de variação genética no genoma humano.
“Ao poder concentrar futuras pesquisas às 19 regiões
genômicas identificadas, os cientistas podem procurar mais
eficientemente genes específicos e mudanças etiológicas
que desempenham um papel importante na DMRI”, diz o
oftalmologista Juan Caballero, que também integra o corpo
clínico do IMO.
“Tal como acontece com outras doenças comuns, como
o diabetes tipo 2, o risco de um indivíduo desenvolver
degeneração macular é provavelmente determinado não
por um, mas muitos genes. A análise de DNA ainda mais
abrangente das áreas em torno dos 19 loci identificados
pode nos fazer avançar na compreensão sobre a patogênese da DMRI, bem como na busca por tratamento e sua
possível prevenção. Como atualmente não existe cura para
a degeneração macular, todo avanço resultante da pesquisa
genômica será muito bem vindo”, explica Juan Caballero.
DESCOBERTOS NOVOS MARCADORES LIGADOS A CÂNCER DE PRÓSTATA, MAMA E OVÁRIO
Foram examinadas 200 mil áreas do genoma humano em 250 mil indivíduos
Pesquisadores de mais de 160 grupos espalhados pelo
mundo fizeram uma varredura no DNA humano e encontraram 74 alterações genéticas ligadas ao maior risco de
desenvolvimento de cânceres de próstata, mama e ovário.
Os artigos, 13 no total, foram publicados nas revistas
Nature Genetics, Nature Communications, PLOS Genetics,
The American Journal of Human Genetics e Human Molecular Genetics. Foram examinadas 200 mil áreas do genoma
humano em 250 mil indivíduos. Os resultados praticamente
dobram o número de alterações genéticas conhecidas associadas àqueles tipos de câncer.
Os estudos compararam os códigos genéticos de
mais de 100 mil pacientes com esses tipos de cânceres
26
a um número igual de pessoas saudáveis. O funcionamento do DNA passa por quatro compostos químicos,
denominados A (adenina), C (citosina), T (timina) e G
(guanina), unidos em diferentes combinações ao longo
de sua dupla hélice. Os cientistas observaram que as
combinações de indivíduos com os tumores diferiam das
de humanos saudáveis.
Equipes de cientistas de institutos de pesquisas de
Europa, Ásia, Austrália e Estados Unidos acreditam que o
trabalho deverá, no futuro, ajudar os médicos a calcular o
risco individual de se desenvolver câncer muito antes do
surgimento de qualquer sintoma. A maioria dos participantes investigados na pesquisa tinha origem europeia.
NewsLab - edição 118 - 2013
ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA LANÇA OBSERVATÓRIO TUBERCULOSE BRASIL
A primeira ação foi organizar um seminário sobre a nova tecnologia GeneXpert e seu impacto na
organização de novos serviços, captação de casos e controle da tuberculose resistente a drogas
Fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e contribuir para o controle da tuberculose, com o monitoramento das políticas públicas de saúde e promoção do
controle social. Com esses objetivos, a Escola Nacional
de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) criou a
coordenação do Observatório Tuberculose Brasil. Integrante da rede FIO-TB, o observatório é composto de diversas unidades da Fiocruz, com a proposta de articular
as ações de pesquisa e serviço da Fundação na área. O
Observatório TB Brasil pretende desenvolver ações em
advocacy communication and social mobilization (ACMS)
e monitorar os indicadores sociais e epidemiológicos relacionados à tuberculose. As ações estão de acordo com
as Metas de Desenvolvimento do Milênio, estabelecidas
pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e contam
com ativa participação de movimentos sociais no que
se refere à execução dos compromissos assumidos oficialmente pelas três esferas de governo.
Para o psicólogo e coordenador-técnico da área de
tecnologia social do Observatório TB Brasil, Carlos Basília, a ancoragem da iniciativa na Ensp busca responder a
demandas do movimento social de luta contra a doença
e a necessidade de promover estudos e desenvolver
estratégias intersetoriais conjuntas articuladas entre os
diversos atores, setores e políticas públicas. Procura,
assim, enfrentar os determinantes sociais relacionados
à tuberculose e às suas associações. Entre eles, em
especial, os que têm relação direta com a pobreza e a
dificuldade de acesso à saúde e a expectativa de maior
participação da academia e, consequentemente, envolvimento mais amplo de pesquisadores, professores e
alunos no enfrentamento da doença.
Segundo o diretor da Ensp, Antônio Ivo de Carvalho,
os movimentos sociais na área da tuberculose são muitos
e de extrema importância para essa luta no país. Ele
destacou a atuação histórica de Basília e afirmou que a
escola, por meio do Centro de Referência Professor Hélio
Fraga (CRPHF), funcionará como um ponto de articulação
entre o observatório e os movimentos sociais. A ideia
é que seja criada uma relação de cooperação mútua.
“Queremos a Escola próxima das ações e reivindicações
desses movimentos, pois, assim, ao mesmo tempo,
poderemos manter os movimentos sociais abastecidos
com as análises e conhecimentos produzidos na Ensp”.
28
Sobre a disseminação da tuberculose no país, Basília
alertou para o desconhecimento da população, gestores
e até dos profissionais de saúde sobre a doença. “As
pessoas que adoecem por TB ainda são fortemente
estigmatizadas, isoladas, discriminadas e comumente
vitimadas por inúmeras violações dos seus direitos
sociais. Existe um imaginário histórico ultrapassado
em relação à abordagem da tuberculose. Infelizmente, ainda prevalecem a visão biomédica e o discurso
higienista focado no controle de doenças e vetores, de
medidas de contenção. Na verdade, o paciente e sua
realidade social deveriam estar no centro das preocupações”, disse Basília.
Entre os principais parceiros envolvidos no projeto,
está o CRPHF/Ensp, cujo chefe, Miguel Aiub, é o coordenador técnico e científico das áreas de pesquisa,
ensino e estratégia de controle do Observatório TB
Brasil. De acordo com Aiub, esta será uma oportunidade ímpar para o fortalecimento de ações de controle
da doença. “Haverá um fomento na participação da
sociedade civil no acompanhamento e na análise das
políticas e ações desenvolvidas em atenção à tuberculose e a coinfecção TB/HIV”, disse ele.
A realização do seminário sobre a nova tecnologia
GeneXpert e seu impacto na organização de novos
serviços, captação de casos e controle da tuberculose
resistente a drogas, ocorrido no Centro de Estudos da
Ensp, foi a primeira ação do observatório. “É preciso,
complementou Basília, desenvolver respostas inovadoras
e articuladas na busca pela qualidade de vida e de um
tratamento adequado para os portadores da doença”.
Carvalho explicou ainda a função da Rede FIO-TB.
Segundo ele, esta é uma iniciativa entre as unidades
da Fundação e sua proposta é ser um ponto de articulação entre ações de pesquisa e serviço oferecidos
pela Fiocruz. “A Ensp participou ativamente da elaboração da Rede FIO-TB e nela tem a responsabilidade
do desenvolvimento de pesquisas clínicas. O Instituto
de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec) também
trabalhará na área de pesquisas clínica e no serviço,
no que se refere ao atendimento da população. Além
disso, ainda contamos com o Instituto Oswaldo Cruz,
que é o responsável pela área da pesquisa básica”,
detalhou o diretor.
NewsLab - edição 118 - 2013
Centro de Genomas®
se consolida como
referência em
Medicina Molecular
Há mais de 10 anos
desenvolvendo testes
avançados de genética,
o Centro de Genomas®
alcança a maturidade e,
mantendo a tradição de
sempre inovar, investe
também no mercado de
Medicina Personalizada
e Preventiva
32
NewsLab - edição 118 - 2013
O mapeamento genético possibilita
determinar a predisposição individual a
um tratamento médico através de estudo
específico de mutações genéticas que
são distintas entre as pessoas
S
ob a direção de Cintia Vilhena e Ricardo Sobhie
Diaz, o Centro de Genomas® é um laboratório de
genética avançada cujo crescimento exponencial é
fruto da inovação que norteia seu negócio. Hoje já
é uma marca reconhecida e solicitada até mesmo
por grandes farmacêuticas que buscam uma parceria para
o desenvolvimento de testes genéticos. Mas esse relativo conforto na trajetória da empresa não
aconteceu à toa. Durante todos esses anos os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação têm sido
uma constante, assim como a incorporação dos melhores
profissionais à equipe de experts da empresa.
Quando começou suas atividades, em 2002, o Centro
de Genomas® realizava apenas testes de paternidade,
mas logo em seguida começou a desenvolver e produzir
testes em biologia molecular (os assim chamados testes
de desenvolvimento próprio) para doenças infecciosas,
sendo pioneiro no desenvolvimento da técnica de PCR em
tempo Real para o HCV, HIV e HBV. Rapidamente o seu
departamento de Pesquisa e Desenvolvimento evoluiu para
Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PDI).
Com o crescimento da demanda, a empresa se adequou
naturalmente às normas da RDC 302 da Anvisa, seguindo
regras rígidas de produção, com desenvolvimento de controles internos e externos, histórico de todos os reagentes
usados no processo, controles positivo e negativo, entre
outros, conferindo rastreabilidade e controle total da produção; tudo isto produzido pelo próprio laboratório.
A marca registrada do Centro de Genomas® certamente
é o desenvolvimento de testes genéticos exclusivos para
o mercado nacional, a exemplo do teste para hepatite
Delta e o teste de resistência aos medicamentos antivirais usados na hepatite C. Essa particularidade em seu
business core foi o que garantiu sua expansão até 2011,
quando seus dirigentes perceberam que o mercado de
genética estava mudando e decidiram ampliar ainda mais
seu portfólio.
Cintia Vilhena, Diretora Geral, explica que a biologia
molecular aplicada às doenças infecciosas já é hoje em dia
a base rotineira de um laboratório de biologia molecular. O
inédito nessa área é escasso. “Como já estávamos consolidados na nossa área de expertise, começamos a perceber
NewsLab - - edição 118 - 2013
uma forte movimentação para a medicina personalizada,
o que chamou nossa atenção. Por isso, em 2012 nós lançamos o 4PGenômica, um produto de nosso departamento
de PDI que atende a esse novo nicho do mercado de medicina genética. Os quatro Ps são na verdade aspectos da
medicina personalizada, ou seja, personalizada, preditiva,
preventiva e participativa”, explica Cintia.
Ainda de acordo com a especialista, os holofotes estão voltados no momento para a medicina personalizada
porque o mapeamento genético possibilita determinar a
predisposição individual a um tratamento médico através
de estudo específico de polimorfismos que são distintas
entre as pessoas. E isso permite ao médico predizer a
resposta terapêutica ou informa sobre a necessidade de
um ajuste de doses de medicamentos específicos. Ou seja,
a expressão do gene pode ser prevista e sobrepujada em
função de um tratamento medicamentoso, sendo este o
futuro da medicina: a personalização.
Segundo um estudo realizado e publicado na “Genetics in Medicine”, em 2012 o mercado de medicina personalizada movimentou 80 bilhões de dólares. Estima-se
que em 2018 este novo segmento da medicina movimentará em torno de 230 bilhões de dólares. Este estudo
mostra que os profissionais de saúde estarão cada vez
mais convencidos da importância da personalização do
tratamento com grandes benefícios ao paciente.
Para Cintia Vilhena, na área de biologia molecular aplicada às
doenças infecciosas o inédito já é escasso
33
Ricardo Sobhie
Diaz acredita que o
mercado de medicina
personalizada ainda vai
crescer muito no Brasil.
Educação Médica
Sequenciador
genético 3.500,
onde são realizados
todos os testes de
genotipagem.
Tudo o que é pioneiro exige um esforço
para sua difusão e implementação. Ciente
disso, O Centro de Genomas® percebeu que
um trabalho adicional junto à classe médica
brasileira deveria ser realizado para a divulgação de conhecimentos envolvendo genética em
medicina preventiva e personalizada, criando
assim um plano de educação médica para dar
suporte a essa nova tecnologia. “Existe ainda
uma ideia de que a medicina personalizada
é apenas aquela ligada à oncologia. Ela vai
muito além disso. Por isso estruturamos os
departamentos médicos do 4PGenômica para
poder personalizar também o atendimento aos
médicos que estão adotando os exames genéticos. Assim, nós criamos os departamentos
de Dermagenética, Dermafarmacogenética,
Nutrigenética, BabyNutri (Nutrigenética Infan-
til), Oncofarmacogenética, Farmacogenética
Geral, Farmacogenética do HIV, Perfil Genético
de Risco Cardiológico, Check Up Genético e
Medicina Esportiva.
Ricardo Sobhie Diaz acredita que o mercado de medicina personalizada ainda vai
crescer muito no Brasil e que dentro de pouco
tempo será uma prática comum no consultório
médico o pedido de uma triagem genética.
Afinal, por que um médico prescreveria, por
exemplo, estatina para seu paciente sem
ter a certeza sobre os riscos de toxicidade
individual com este medicamento? “Quando
o mercado estiver com uma demanda maior,
nós já estaremos estabelecidos porque estamos nos antecipando às tendências científicas
emergentes”, explica o médico.
E para aprimorar o atendimento aos médicos, o Centro de Genomas® criou o Grupo de
Inteligência Genética, composto por especialistas que oferecem o aconselhamento genômico
para o médico que, por conseguinte, estenderá
esse benefício para seu paciente. “Nós temos
hoje em dia um time de nutricionistas e geneticistas preparados para fazer o aconselhamento
genômico dermatológico e o aconselhamento
genômico nutricional, cobrindo desta forma
todas as áreas. Só não precisamos oferecer
esse serviço para Oncologia porque a maioria
dos especialistas já domina o conhecimento
nesta área”, enfatiza.
Os testes genéticos desenvolvidos pelo
Centro de Genomas® têm um aspecto que
os diferencia no mercado. Eles têm como
pano de fundo uma equipe gabaritada e preparada para fazer a correta análise desses
complexos exames. Além disso, é ilimitada a
quantidade de exames que pode ser agregada ao portfólio, especialmente porque existe
um time que está constantemente estudando
as necessidades e a viabilidade de incorporar
novos testes à produção.
Dermagenética - mapeamento
genético relacionado à saúde da pele A Divisão Dermagenética é responsável pelo
estudo dos polimorfismos genéticos (SNPs) que
oferecem riscos à saúde da pele e envelhecimento acelerado. Desta forma, pode-se tratar
e promover o bem-estar ao paciente.
34
NewsLab - edição 118 - 2013
Quando SNPs ocorrem em genes específicos,
estes podem alterar a atividade da proteína
traduzida e esta pode não exercer corretamente sua função. Portanto, essa alteração pode
ocasionar degradação acelerada da pele e a
identificação dessas alterações por meio do teste
genético auxilia a correção do problema.
Produtos personalizados a partir da informação genética auxiliam a compensar qualquer desvantagem ocasionada pela presença
de SNPs. Assim, um nutriente e um dermacosmético específico podem desacelerar ou
reverter as ações deletérias do meio ambiente
e do metabolismo individual, baseando-se
nas necessidades genéticas de cada pessoa
individualmente.
Essa linha analisa 14 SNPs e consegue adicionalmente detectar o risco para melanoma,
queloide e dermatite atópica. Identifica também se o indivíduo está produzindo enzimas
antioxidantes em quantidade suficiente para
proteger o organismo e prevenir uma série
de doenças, ou mesmo se produz processos
inflamatórios anômalos associados à degradação cutânea acelerada ou dos tecidos de
sustentação.
Uma parceria inédita entre o Centro de
Genomas®, a Biotec – representante da fabricante de matérias-primas Exsymol – e farmácias de manipulação garante ao médico e
seu paciente um auxílio para a melhor conduta
de tratamento.
Medicina esportiva
As amplas variações na resposta aos programas de treinamentos específicos determinam
a influência genética no condicionamento físico
humano. Para tanto, o Centro de Genomas®
elaborou a análise dos genes que podem conferir vantagem a certos esportes, possibilitando
aumentar os benefícios advindos do treino e
prática de atividade física, bem como desenvolver o potencial atlético específico, por meio
do delineamento dos programas de prática.
Os testes genéticos aplicados à medicina
esportiva têm a capacidade de analisar, por
exemplo, os genes de resistência ou velocidade. Podem também predizer o risco cardiológico e possibilitar condutas médicas para
redução de riscos.
NewsLab - - edição 118 - 2013
Nutrigenética
Um dos desafios mais intrigantes da nutrição moderna é definir qual dieta melhor se
adapta às necessidades humanas. A divisão
de Genômica Nutricional do Centro de Genomas® visa reduzir o risco de doenças crônicas
como as cardiovasculares, obesidade, diabetes
e hipertensão, além de promover a saúde e
bem-estar do paciente. Nesse sentido, a genômica nutricional é um campo emergente nas
ciências da saúde e é considerada a próxima
fronteira da era pós-genoma.
A genômica nutricional é uma disciplina
moderna, sendo a interface entre a genética,
a nutrição, a biologia molecular, a farmacogenética e a medicina molecular. Sendo assim, o Centro de Genomas® propõe a realização de um exame genético onde
são analisadas variações individuais, propiciando aconselhamento nutricional individualizado. Em suma, dentro das possibilidades já
embasadas na literatura científica, é realizada
Área de pós amplificação
onde o material genético
amplificado é analisado.
Equipamento totalmente
automatizado onde
todas as amostras
são extraídas.
O Centro de Genomas®
é o único laboratório
de Biologia Molecular
e Genética a estar
totalmente interfaceado.
35
QuantiStudio:
equipamento onde
toda a medicina
personalizada é lida
e analisada.
Equipamento
ACCUFILL da Life
Technologies.
Pipetador automático
dedicado ao chip
de medicina
personalizada.
36
uma recomendação nutricional personalizada de
acordo com o mapa genético de cada indivíduo.
BabyNutriTM
O teste Genético BabyNutri é uma nova
ferramenta para a prática clínica que potencializa terapias personalizadas para a prevenção
de doenças desde a mais tenra idade. Utilizando o DNA presente na saliva da criança ou do
recém-nascido, o BabyNutri™ avalia o potencial
de desenvolvimento de doenças crônicas complexas, com o objetivo de promover desde os
primeiros anos de vida da criança uma ação
modificadora do estilo de vida no potencial de
expressão gênica. TM
O teste genético BabyNutri™ foi desenhado para diagnosticar apenas aqueles
polimorfismos presentes no DNA da criança onde se é capaz de obter benefícios com
intervenções modificadoras do potencial de
adoecimento, buscando desenvolvimento de melhor saúde para a vida adulta,
reduzindo riscos de desenvolvimento de
doenças crônicas e o adoecimento precoce.
Entre os genes avaliados para controle
e prevenção de doenças futuras, o Centro
de Genomas® avalia: obesidade, diabetes
do Tipo 2, desregulação do metabolismo de
lipídeos, hipolactasia primária (intolerância
à lactose), doença celíaca, desregulação
do metabolismo do folato e deficiência de
vitamina D.
OncoFarmacogenética
A variabilidade individual na resposta à
terapia medicamentosa e à toxicidade dos
medicamentos é um problema na prática
médica. O conceito de farmacogenética
baseia-se na resposta diferenciada individual à terapia farmacológica, em parte
devido à variação genética que pode levar à
eliminação mais lenta ou mais acelerada de
um medicamento pelo organismo humano.
O Centro de Genomas ® oferece mais
esse importante instrumento na individualização do tratamento medicamentoso na
tentativa de melhorar eficácia e diminuir
toxicidades. O papel da farmacogenética
na terapia de medicamentos usados em
cardiologia, oncologia, psiquiatria, entre
outras áreas, está em mudança progressiva e sendo cada vez mais utilizado na
prática clínica.
Entre as análises de farmacogenética, destacam-se o polimorfismo do gene
UGT1A1 para identificação de indivíduos
com risco aumentado de efeitos adversos
relacionados ao Irinitecano; varfarina, que
identifica o perfil de metabolização relacionado às drogas anticoagulantes permitindo
um ajuste de dose mais rápido; mutações
do gene EGFR que auxiliam na predição de
resposta ao tratamento com inibidores tirosina quinase (EGFR-TKIs), em carcinoma
pulmonar de células não pequenas.
NewsLab - edição 118 - 2013
Farmacogenética do HIV
Os efeitos adversos dos medicamentos
antirretrovirais são notórios. Todos os medicamentos apresentam um potencial de toxicidade
que ocorre em alguns, mas não em todos os
pacientes. A forma individual com que se tolera
um determinado medicamento antirretroviral
relaciona-se ao perfil genético presente em
cada hospedeiro do vírus. Desta forma, consegue-se prever o risco de desenvolvimento de
lipoatrofia com o uso do AZT, hipersensibilidade
grave pela exposição ao abacavir, tubulopatia
renal proximal desencadeada pelo tenofovir ou
osteopenia relacionada também ao tenofovir.
Estas de fato são as toxidades e efeitos adversos mais temidos relacionados aos análogos
aos nucleosídeos. Com relação ao efavirenz, não
análogo aos nucleosídeos, pode-se atualmente
prever o potencial de neurotoxicidade deste
medicamento. O mesmo se aplica aos inibidores
da protease onde se antevê o risco de icterícia
ao atazanavir ou de distúrbios de lipídios ao
lopinavir. Desta forma pode-se individualizar
o tratamento antirretroviral, mitigando danos
aos pacientes e propiciando melhor adesão ao
tratamento. Cada paciente poderá identificar os
seus “melhores medicamentos” antes que os
efeitos indesejáveis possam emergir.
Perfil de Risco Cardiológico
As doenças cardiovasculares são comuns,
mas em muitos casos podem ser evitadas. A
melhor forma de prevenção é o estilo de vida
e o melhor entendimento da predisposição
genética individual.
O Centro de Genomas® avalia 13 genes que
conferem predisposição a risco cardiológico.
“Por meio do grupo de inteligência genética,
conseguimos indicar ao médico responsável o
percentual de risco para que ele possa direcionar, de forma preventiva e individualizada,
o estilo de vida do paciente. Afinal, a doença
é uma conspiração entre o perfil genético individual e as agressões provenientes do meio
ambiente”, diz Cintia Vilhena.
Check Up Genético
A decifração do código genético representa uma das maiores conquistas da
humanidade. Conhecer com detalhes cada
NewsLab - - edição 118 - 2013
função que o gene exerce através do seu DNA
é praticamente descobrir o código da vida de
um ser humano. E este código da vida é distinto
e individual entre as pessoas. Assim, o Centro
de Genomas® avalia a predisposição genética
de cada pessoa a mais de 40 patologias.
Este conhecimento permite oferecer aconselhamentos de forma personalizada quanto ao
estilo de vida e frequência de exames de monitoramento necessários para prevenir e predizer o
aparecimento de doenças como diabetes, Alzheimer, obesidade, envelhecimento prematuro, osteoporose, doenças cardiovasculares, hipertensão
arterial, parto prematuro, neoplasias e outras.
Prevenir é a melhor maneira de se lidar com
qualquer doença. Este é o pilar dos exames
laboratoriais direcionados ao check up médico.
A genética consegue antecipar ainda mais as
possibilidades de prevenção, antes do aparecimento de um sintoma, ou antes mesmo da
alteração de um exame laboratorial convencional usado em check-up.
Dessa forma, agora é possível entender a
intenção do corpo humano em desenvolver uma
determinada patologia – isto somente identificando
os marcadores genéticos de risco para desenvolvimento de doenças. Assim, a intervenção preventiva poderá ser antecipada e personalizada e
a medicina será mais eficaz. Ricardo Diaz explica
por que: “Porque somos diferentes uns dos outros.
Cada um de nós potencialmente é único”, conclui
o diretor médico do Centro de Genomas®.
Uma das três áreas de
pós-amplificação do
Centro de Genomas®.
Em parceria com a Life,
o Centro de Genomas®
desenvolveu um chip
com 48 spots, onde são
analisadas 12 amostras
no equipamento
QuantiStudio
37
A importância da fase pré-analítica no laboratório clínico
A fase pré-analítica compreende uma etapa que se inicia a
partir da solicitação do clínico e inclui a requisição do exame,
a orientação sobre a coleta, a preparação e coleta do material
ou amostra do paciente, o transporte para o laboratório clínico
e o cadastramento. Exemplos de variações pré-analíticas não
fisiológicas estão relacionados à coleta, ao transporte e ao armazenamento das amostras.
O desenvolvimento de sistemas no laboratório clínico para
identificar as áreas onde os erros são mais frequentes torna o
trabalho mais seguro e eficiente. Muitas vezes os erros estão
situados na coleta de amostras, contudo, deve-se ter em mente que outras fases, como a seleção de testes e aceitabilidade
das amostras, podem ter grande importância para a atividade
analítica. Na fase pré-analítica, os materiais ou amostras dos
pacientes devem ser identificados individualmente, de tal maneira que permitam sua rastreabilidade.
A padronização da coleta das amostras minimiza alguns dos
fatores que podem afetar os resultados:
Tempo de estase: a aplicação prolongada do torniquete, antes
da coleta, modifica o nível de componentes tais como enzimas,
proteínas, colesterol, triglicérides, cálcio, ferro e lactato.
Jejum e ingestão de certos alimentos: as amostras para as
determinações laboratoriais devem ser colhidas com o paciente
em jejum. A não observação desta recomendação provoca alterações na concentração de vários constituintes como glicose,
triglicerídeos, colesterol, ferro, lipídios, fosfatase alcalina, amilase, creatino quinase, bilirrubina e proteínas totais.
Efeito de medicamentos: a interferência puramente analítica
do fármaco ou de seu catabólito pode, em alguma etapa analítica, interferir com as substâncias constituintes dos reagentes
utilizados, causando um falso resultado de análise. O uso de
medicamentos deve ser informado ao laboratório clínico.
Uso do anticoagulante correto: a seleção correta do tipo de
anticoagulante, da proporção adequada de anticoagulante +
sangue e o preparo conforme instrução garante uma amostra
homogênea e estável, evitando a formação de hemólise ou coágulo e resultado não conforme.
A Biotécnica disponibiliza anticoagulantes para auxiliar no
desempenho adequado da coleta e nos resultados laboratoriais.
Por Roscelli Maiolini
8: [email protected]
:: www.biotecnica.com.br
Soluções para Gerenciamento de Dados de Controle de Qualidade – Bio-Rad Laboratories
Usar uma linha de produto abrangente de controles de terceira opinião é um passo importante rumo à melhora da confiabilidade de resultados de testes laboratoriais. A capacidade de
gerenciar com sucesso e interpretar os resultados de controle
de qualidade também é essencial para produzir resultados laboratoriais sólidos e de confiança.
A Bio-Rad Laboratories oferece uma visão e um compromisso
com o controle de qualidade que é insuperável na indústria de
laboratório clínico. Hoje, o laboratório pode estar conectado ao
Programa Interlaboratorial Unity™, a maior comunidade mundial de usuários de controle de qualidade. Melhorar o cuidado
com o paciente e o custo-benefício com produtos de controle de
qualidade, soluções de gerenciamento de dados de controle de
qualidade, comparações intralaboratoriais liderando a indústria
e Programa Interlaboratório Unity™.
A participação em um programa interlaboratório é extremamente importante
para os laboratórios para ajudar a garantir
a confiabilidade e precisão dos sistemas
de teste. Nenhum programa no mundo é
mais poderoso e eficaz em fornecer informações e ajudar a melhorar o desempenho
analítico laboratorial do que o Programa
Interlaboratorial Unity™.
Sem um programa interlaboratório
de alta qualidade, o laboratório pode não
estar ciente das alterações graduais ou repentinas no sistema
de teste que podem ser causadas por eventos tais como reformulações de reagentes ou calibradores, alterações de padronização ou alterações do software de instrumento. Um programa
interlaboratorial pode oferecer ciência prematura de mudanças
e tendências para ajudar a evitar repetições de teste de alto
custo e troubleshooting desnecessário.
Um programa interlaboratório também pode aumentar a
confiança nas pesquisas de proficiência. Se o laboratório se
compara bem com outros laboratórios em um programa interlaboratórios, provavelmente ele se compara bem com outros
laboratórios participando do programa de teste de proficiência.
(: (21) 3237-9400 / (11) 5044-5699
8: [email protected]
:: www.bio-rad.com
40
NewsLab - edição 118 - 2013
Screening para Malária usando o analisador hematológico automatizado BC6800 Mindray
A malária é uma das principais doenças transmitidas por
vetores em países tropicais e subtropicais com alta taxa de
morbidade e mortalidade. Normalmente é utilizada a técnica
gold standard gota-espessa na identificação do parasita. Isso é
um fato estabelecido e conhecido que trata de uma abordagem
que perde muitos casos de infecção por malária.
Devido ao hemograma ser sempre solicitado em casos de
febre e com o aumento da oferta de analisadores hematológicos
nos países em desenvolvimento, diversos estudos reportam os
benefícios em usar dados numéricos e gráficos desses analisadores para a suspeita ou detecção de malária.
Um método confiável na detecção de malária incorporado na
análise da série vermelha, como um alerta ou mensagem podem
ajudar a detectar precocemente e até reduzir potencialmente os
casos relatados como infecção por malária.
O objetivo do estudo* foi analisar através do BC6800 da
Mindray Medical International Co. Ltda. – China, os dados dos
parâmetros de CBC, reticulócitos, eritroblastos e também o flag
dedicado “InfectedRBC?”(InR#), que é um parâmetro somente
para pesquisa, que acusa de acordo com o número de células
vermelhas infectadas pelo parasita, se presente na amostra. O
que nos levou à realização desse estudo, avaliando a utilização
desse método na triagem em áreas endêmicas de malária.
Foram analisadas 497 amostras, sendo 248 positivas e 249 negativas para malária. Essas amostras foram analisadas no BC6800
usando somente reagentes dedicados, calibrador controle do
fabricante. O desempenho do analisador foi monitorado com dois
níveis de controle de qualidade. A sensibilidade e especificidade do
flag “InfectedRBC?” gerado pelo analisador BC6800 foi avaliada.
Das 248 amostras de malária confirmadas, 74% (184) foram
P. vivax e 26% (64) foram P. falciparum. A microscopia revelou
a presença de formas esquizontes em 169 casos e trofozoítas em
79 casos. O número de grumos correlacionou com a parasitemia
estimada na gota espessa desses pacientes.
O analisador BC6800 gerou flags “InfectedRBC?” em 156 de
169 casos confirmados com formas esquizontes, ou seja, 93,7%
dos casos. Com isso é possível monitorar pacientes em tratamento.
Amostras com malária, especialmente com esquizontes e ou
gametócitos, mostraram um grumo distinto e com localização
única no SFCube®. Já as amostras com trofozoítas foram difíceis
de detectar, pois se mostraram altamente dependentes do tamanho e número de parasitas presentes na amostra.
Estabelecer um protocolo de trabalho para examinar as
amostras com flag gota-espessa ou testes de imunocromatografia
reduzirão consideravelmente o tempo na intervenção terapêutica
com grandes chances de melhora desses pacientes.
WBC Diff –
Grumo distinto
InR# (amarelo)
SFCube®
Scatter- outro ângulo
InR# (amarelo)
Célula vermelha
infectada por
malária
*Bhide M¹ e Parekh V²
1. Consultor Patologista, Dr. Bhide Laboratory, Mumbai-India
2. Diretor Científico, Shenzhen Mindray Medical International
Co. LTD., Shenzhen-CHINA
Tradução: Erica Campardo
Este material foi apresentado como pôster na conferência ISLH
– Nice-França
(: (11) 3124-8026
: (11) 3078-8035
8: [email protected]
:: www.mindray.com
Labtest marca presença com estande no CBAC 2013
A Labtest Diagnóstica S/A participará com estande no 40º Congresso Brasileiro de Análises Clínicas, a ser realizado entre os
dias 16 e 19 de junho, no Costão do Santinho, em Florianópolis/SC. Este é mais um ano em que a empresa participa como expositora do evento, possibilitando sempre contatos importantes com fornecedores e clientes.
Neste ano, a maior indústria do segmento de diagnóstico in vitro destacará sua linha de produtos para perfil renal, que conta
com o NGAL, biomarcador ainda novidade no Brasil. A Labtest convida todos a visitarem seu estande (nº 25, Costão do Santinho,
em Florianópolis/SC).
42
NewsLab - edição 118 - 2013
BioSystems S.A. desenvolve importantes testes de diagnóstico
BioSystems S.A., uma empresa comprometida com a
saúde das pessoas, pesquisa, desenvolve, fabrica e comer-
também o padrão de dióxido de carbono e o controle de dióxido de carbono.
cializa sistemas de análise de alto desempenho por mais de
três décadas.
Ácidos biliares totais (TBA): os níveis de ácidos biliares
no soro ou no plasma são um indicador muito sensível da
Oferece um portfólio amplo e extenso de produtos de
função do fígado, que reflete o estado das funções da síntese
diagnóstico clínico por meio de sua rede exclusiva de distri-
hepática, a secreção e reabsorção. Os ácidos biliares totais
buidores e filiais em todo o mundo, sendo presente no Brasil
são aumentados como resultado de uma redução da função
desde 1998.
hepática em doentes com hepatite aguda, hepatite crônica,
Na área de reagentes, a BioSystems S.A. desenvolveu
esclerose hepática e câncer de fígado.
recentemente os melhores reagentes de testes minoritários
que os laboratórios precisam:
O kit de reagente inclui um padrão aquoso e também
é recomendado o uso do soro calibrador bioquímica bovino
Adenosina desaminase (ADA): ADA é um teste colorimé-
(bioquímica calibrador) classificado para este teste.
trico rápido e simples, considerado como uma ferramenta
Alpha1-microglobulina: o alfa1-microglobulina é um ex-
de diagnóstico de grande valor para os laboratórios clínicos.
celente marcador para a detenção de lesões associadas com
Através da medição do ADA em líquido pleural se obtém uma
a função tubular. Quando a função tubular é alterada, a rea-
resposta diagnóstica muito eficaz para a doença de maior
bsorção de α1-microglobulina diminui e provoca um aumento
presença no mundo: a tuberculose.
da sua concentração na urina. Também existem elevadas
O reagente da BioSystems foi melhorado recentemente
concentrações deste parâmetro em intoxicação por metais
com uma nova apresentação líquida, junto ao controle de ADA
pesados​​, após uma cólica renal, em casos de filtração glome-
também é disponibilizado material calibrado de ADA.
rular reduzida e nefropatia associada a diabetes.
Dióxido de carbono (CO2): a análise de dióxido de carbono
O novo reagente usa a imunoturbidimetria baseado em
(CO2) é usada para o seguimento dos transtornos do equilíbrio
partículas de látex, e é fornecido pronto para o seu uso. Junta-
ácido-base (acidose ou alcalose), monitoramento de doenças
mente com o reagente, também está disponível um calibrador
renais (função de reabsorção de bicarbonato) ou para o con-
multiponto específico que assegura os resultados corretos em
trole da hipertensão.
toda a gama de medição.
Todas as apresentações são em reagente líquido e prontas
para uso. Juntamente com o reagente, a empresa oferece
8: [email protected] / : : www.biosystems.es
Lançamento da Cral: esparadrapos Copertina
Com mais de 35 anos de experiência e tradição no segmento, a Cral lança
sua nova linha de esparadrapos Copertina.
Os esparadrapos Copertina são perfeitos para fixação de curativos e
produtos médico-hospitalares. Estão disponíveis nas versões branco, transparente e microporoso, em diversos tamanhos.
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2,5cm x 0,9m; 2,5cm x 4,5m; 5cm x 4,5m; 10cm x 4,5m
Esparadrapo transparente: hipoalergênico e deixa a pele respirar.
Dimensões disponíveis: 1,2cm x 4,5m; 2,5cm x 4,5m; 10cm x 4,5m
Esparadrapo microporoso: hipoalergênico e deixa a pele respirar.
Dimensões disponíveis: 1,2cm x 4,5m; 1,2cm x 10m; 2,5cm x 0,9m; 2,5cm
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44
NewsLab - edição 118 - 2013
Empresa brasileira é destaque em evento internacional de desenvolvimento
Qualquer empresa se sentiria honrada em ser convidada para
um evento internacional sobre desenvolvimento de sistemas.
Ainda mais quando esse convite a coloca em uma posição de
destaque na programação e esse evento acontece nos Estados
Unidos, terra que respira tecnologia. Esse é o caso da Shift –
empresa brasileira que desenvolve software para laboratórios
clínicos –, convidada especial, pela quarta vez, para ministrar
palestra no Intersystems Global Summit –, que foi realizado em
Orlando no início de abril.
O evento é promovido anualmente pela Intersystems, uma
gigante do mundo da tecnologia para a área de saúde, com
atuação em 23 países. Durante o Global Summit, diversas palestras e treinamentos são oferecidos, além de ser fomentado
o relacionamento entre analistas de sistemas e diretores de
empresas de tecnologia de países diversos. “Mais uma vez, estivemos entre os palestrantes convidados para mostrar a evolução
e a maturidade do produto que desenvolvemos”, conta Marcelo
Lorencin, diretor da Shift.
A Shift levou três analistas de sistemas para o evento: Djeniffer Griffin, André Luis Borges e Francisco de Oliveira. Borges
foi o responsável pela palestra realizada pela empresa, intitulada
DeepSee Project – Shift’s Experience, relatando a experiência da
Shift em relação à ferramenta DeepSee, da Intersystems, que
possibilitou a elaboração do produto de Business Intelligence,
responsável por transformar dados em informações e auxiliar
Analistas Shift: Djeniffer, André Luis e Francisco
Joe Gallant (Intersystems), André Luis e Marcelo Lorencin (Shift)
os gestores na tomada de decisão – tudo em uma interface web
bastante clara e intuitiva.
Segundo Borges, o resultado foi imediato: “Após a palestra,
uma empresa da Inglaterra veio nos procurar para conversar sobre o desenvolvimento do produto”, destaca. “Durante o evento,
marcamos também diversas reuniões com empresas europeias
a fim de falar sobre como conseguimos migrar nossos produtos
de uma aplicação legada para uma aplicação web”.
Para os analistas, o interesse das empresas de abordar a
migração dos produtos mostra que a Shift está no caminho
certo ao elaborar softwares com orientação a objetos, que são
próprios para web. “Ficou claro que já conseguimos ultrapassar
barreiras que muitas empresas vêm enfrentando”, avalia Borges.
Logo na abertura do Global Summit, os líderes da Intersystems costumam fazer uma palestra sobre quais devem ser as
tendências do mercado nos próximos anos. Neste ano, todas as
informações indicam o aumento do número de smartphones e
tablets – e, consequentemente, a necessidade do desenvolvimento de aplicativos para esses gadgets. Para Lorencin, diretor da
Shift, isso só confirma a urgência de se transformar os terabytes
de dados em informações relevantes. “Mais uma vez constatamos a validade de nossa estratégia de, em nosso cronograma
de desenvolvimento, dar prioridade tanto à criação de soluções
mobiles quanto a produtos de Business Intelligence”, conclui.
Adaptador de agulha para coleta de sangue a vácuo Vacuplast
O Adaptador de agulha para coleta de sangue a vácuo Vacuplast é fabricado pela Cral,
empresa certificada ISO 9001 e BPF (Boas práticas de Fabricação), seguindo rigorosos
padrões de qualidade, com as seguintes características:
• Apoio para a agulha de coleta múltipla de sangue
• Utilizado como guia para introdução do tubo na agulha
• Formado por um cilindro feito em polipropileno
• Possui adaptação de rosca para encaixe de agulhas
• Produtos cadastrados na Anvisa
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46
NewsLab - edição 118 - 2013
USA Diagnóstica: linha completa de quimioluminescência
A USA Diagnóstica tem uma linha completa de kits com a
metodologia Quimioluninescência (CLIA) e é a única empresa
no mercado nacional com a exclusividade da marca Monobind.
A quimioluminescência é uma metodologia de alta sensibilidade e especificidade. Ideal para rotinas de pequeno e médio portes, pois permite testes manuais, de curto tempo de incubação.
Além dos kits, a USA Diagnóstica possui um equipamento
específico para CLIA, com a marca Monobind, que além da excelente qualidade, possui baixo custo.
Para maior confiabilidade nos resultados, a USA Diagnóstica oferece o Multi-Ligand, um soro controle específico para as
metodologias de quimioluminescência e Elisa.
Anti-TPO
T3 Total
PSA Total
FSH
CKMB
Anti-TG
T4 Livre
TSH
LH
Troponina I
TG
T4 Total
CEA
PRL
Ferritina
T3 Livre
PSA Livre
AFP
HCG
IgE Total
(: (31) 3226-3330
8: [email protected]
:: www.usadiagnostica.com.br
DK Diagnostics: sucesso garantido na 20º Hospitalar 2013
Ações realizadas pela DK Diagnostics durante a feira foram
bem aceitas pelos visitantes e a empresa identificou mudanças
no perfil do público mais interessado em informações e capacitação. Todos que passaram pelo estande da empresa puderam
esclarecer os benefícios dos produtos, metodologias, serviços
disponíveis e as novidades que estão por vir.
Um dos temas mais abordados no estande foi sobre o atual
momento da DK Diagnostics. Além de já contar com filiais nos
Estados Unidos, Espanha e Índia, a empresa se encontra em
processo de franca expansão e aproveitou a 20º Hospitalar, maior
evento do setor, para apresentar sua nova imagem institucional
e seu novo website - mais moderno, dinâmico, fácil de navegar
e preparado para atender o mercado global.
Outra pauta, que atualmente é obrigatória e se fez presente, foi a questão da sustentabilidade, tanto no sentido da
preservação do meio ambiente, como da saúde e perenidade
dos negócios. Através do Paratest®, sistema utilizado para coleta
e procedimento de preparação nas análises de amostras para
diagnóstico de enteroparasitoses e principalmente do Greenfix®, um conservante inovador e biodegradável, que substitui
soluções fixativas perigosas e até cancerígenas, a empresa
contribuiu para conscientizar os visitantes sobre a importância
da preservação do meio ambiente e principalmente da saúde e
eficácia do laboratorista.
O Greenfix® é constituído basicamente por um produto químico ativo que substitui os outros conservantes. Sua formulação
dispensa o uso de solventes orgânicos perigosos. Além do Greenfix®, o Paratest® oferece mais duas opções de conservantes: a
formalina 5% neutra e tamponada e o SAF – Acetato de Sódio,
Ácido Acético e Formol.
O Paratest® não é um simples coletor com conservante. Trata-se de um sistema que facilita todo o processo, pois sintetiza o
exame parasitológico desde a coleta, passando pela conservação, diluição, filtragem e concentração. Por fim, resulta em um
sedimento altamente limpo para a análise microscópica, uma
vez que utiliza um sistema de filtragem de 266 micra. Dessa
forma, em espaço reduzido, é possível realizar com eficiência,
o maior número de exames a um custo mais baixo que os métodos tradicionais.
(: (11) 4013-3500 / Nextel ID 84*6502
:: www.dkdiagnostics.com.br
48
NewsLab - edição 118 - 2013
Sangue oculto: importância diagnóstica
A presença de sangue oculto nas fezes está diretamente
associada com desordens gastrointestinais como hemorroida,
fissura anal, diverticulite, pólipos, doença de Crohn, câncer
colorretal, úlceras gástricas ou duodenais, infecção intestinal,
dentre outras.
Quantidades pequenas de sangue nas fezes ou sangramentos
detectáveis somente após a limpeza do ânus com papel higiênico são as formas mais comuns de sangramento retal. Em 90%
dos casos, a etiologia é benigna e corresponde principalmente
a hemorroidas e fissuras anais.
Quando a quantidade de sangue nas fezes é moderada a grande, ou quando há melenas (fezes com sangue digerido), a origem
do sangramento costuma ser mais interna, geralmente cólon ou
estômago. O câncer colorretal é uma das principais causas.
Testes imunológicos desenvolvidos para detectar hemoglobina humana são mais precisos e dispensam dietas especiais para
os pacientes. Devido ao custo e a praticidade, estes testes têm
sido usados como triagem.
Embora o teste de triagem não seja específico para determinar qual doença está causando o sangramento, ele serve como
um importante alerta para o início de uma pesquisa clínica.
A causa do sangramento é determinada na maioria das
vezes pela colonoscopia e a endoscopia digestiva alta. Quando
não diagnosticado, são necessários exames específicos que vão
variar de acordo com a suspeita médica.
O diagnóstico precoce e o tratamento imediato mostram
significativa redução das complicações e da mortalidade por
câncer colorretal.
Devido à importância diagnóstica, a Bioclin apresenta em
sua linha o kit de Sangue Oculto, pelo método de imunocromatografia, sem necessidade de dieta, com alta sensibilidade
e especificidade.
Sangue Oculto
Teste rápido
Determinação qualitativa
Metodologia: Imunocromatografia
Amostra: Fezes
Sensibilidade metodológica: 100%
Sensibilidade clínica: 50 ng/mL
Especificidade metodológica: 99,67%
Leitura do teste: 5 minutos
(: (31) 3439-5454
:: www.bioclin.com.br
Garrafas para cultura de células Easypath
Com a característica principal de sempre oferecer soluções
ao mercado laboratorial, a EasyPath inova mais uma vez e coloca
à disposição sua linha de materiais plásticos descartáveis para
cultura celular. Com este lançamento, a EasyPath visa oferecer
aos seus clientes e parceiros uma nova opção em qualidade,
destacando nesta linha as garrafas para cultura de células, que
foram testadas e aprovadas por instituições de renome.
• Confeccionadas em poliestireno de alta transparência, permitindo ótima visualização em microscopia nas técnicas de cultura.
• Material esterilizado por radiação gama, livre de componentes
tóxicos que poderiam interferir no desempenho da técnica.
• Possui bocal com inclinação ideal para facilitar a manipulação
das amostras.
• Sua base é lisa, livre de estrias, permitindo a utilização máxima
da sua área útil de tratamento.
• Superfície tratada para o cultivo de uma ampla variedade de
células.
• Tampas com indicação da posição “Vent” ou com filtros com
porosidade de 0.22um, viabilizando o cultivo além de controlar
a esterilidade nas trocas gasosas.
(: (11) 5034.2227
:: www.erviegas.com.br
50
NewsLab - edição 118 - 2013
Werfen Medical realiza visita à fábrica da sua matriz Instrumentation Laboratory
O grupo multinacional espanhol Werfen Group realizou
entre os dias 14 e 16 de abril uma visita à fábrica da sua filial
Instrumentation Laboratory (IL) na cidade de Boston, EUA, para
alguns dos seus principais clientes do Brasil.
O objetivo desta viagem foi mostrar os produtos e soluções
que o grupo oferece: como eles são produzidos, os lançamentos futuros e todas as soluções que o grupo Werfen oferece
no setor de Hemostasia e Gasometria. Aproveitando este
momento os colaboradores Sergi Lloveras, diretor de marketing e contas corporativas e Carter Dutra, gerente de produto
de gasometria, que acompanharam o grupo nesta viagem,
tiveram a oportunidade de mostrar para o departamento de
marketing internacional do grupo o grande potencial do Brasil
e do mercado de diagnósticos no país.
Nesta visita alguns colaboradores dos laboratórios DASA,
DB, Sabin e do Hospital Albert Einstein, além de conhecer
a IL, tiveram a oportunidade de realizar um citytour pela
cidade de Boston.
(: (11) 4154-3337
Progenética Hermes Pardini oferece o painel Câncer de Mama - NGS
O câncer de mama é um dos tipos de câncer mais comuns,
associado a mais de 1.300.000 casos e 450.000 óbitos anuais
no mundo.
De acordo com a literatura científica internacional, existem
diversos fatores de risco bem estabelecidos para o desenvolvimento do câncer de mama: fatores associados ao histórico
Tabela1: Genes de susceTibilidade para o câncer de MaMa
SÍNDROME
GENE OU LOCUS
NEOPLASIA
Genes com mutações de alta penetrância
BRCA1 (17q12-21)
Mama feminino, câncer de ovário
BRCA2 (13q12)
Mama feminino, masculino, ovário, próstata e
pancreático
Síndrome de Li Fraumeni
TP53 (17p13.1)
Mama, sarcomas, leucemias, tumores
cerebrais, carcinoma, adrenocortical e pulmão
Síndrome de Cowden
PTEN (10q23.3)
Mama, tireóide, endometrial, harmatomas
benignos e macroencefalias
Síndrome de Peutz-Jeghers
STK11 (19p13.3)
Mama, ovário, cervical, uterino, testicular e
colon
Câncer Gástrico Hereditário
CDH1 (16q22.1)
Gástrico hereditário difuso, mama lobular e
colorretal
Síndrome Hereditária de Câncer de Mama /
Ovário
Genes com mutações de penetrância moderada
Síndromes relacionadas ao ATM
ATM (11q22.3)
Mama e ovário
Síndromes relacionadas ao CHEK2
CHECK (22q12.1)
Mama, colorretal, ovário e bexiga
Síndromes relacionadas ao PALB2
PALB2 (16p.12.1)
Mama, pancreático, ovário, mama masculino
Risco Moderado Câncer de Mama e Ovário
BARD1 (2q34-q35), BRIP1
(17q22-q24), MRE11A (11q21),
NBN (8q21), RAD50 (5q31),
RAD51C (17q25.1), RAD51D
(17q11), XRCC2 (7q36.1)
Mama e ovário
reprodutivo, hormonal e menstrual das mulheres, além da idade,
nível de atividade física, consumo de álcool, exposição à radiação
ionizante, histórico familiar da doença, alta densidade do tecido
mamário, presença de doença benigna da mama, dentre outros.
Apesar de aproximadamente 10% a 30% de todos os casos
de câncer de mama serem atribuídos a fatores hereditários, somente entre 5% a 10% dos casos são correlacionados com um
fator hereditário de alta de penetrância, enquanto que somente
uma pequena fração destes casos (4% a 5%) é explicada por
mutações em genes de alta penetrância transmitidas de forma
autossômica dominante.
Mutações germinativas nos genes BRCA1 e BRCA2 são responsáveis por, aproximadamente, 50% do total do risco para
o câncer de mama hereditário. As prevalências estimadas para
portadores de mutações em BRCA1/2 são, respectivamente,
0,11% e 0,12% na população geral e entre 12,8% e 16% em
famílias de alto risco com três ou mais casos de câncer de
mama ou ovário. Avanços tecnológicos recentes na área de
sequenciamento paralelo em larga escala identificaram que os
50% restantes dos casos de câncer de mama devem-se a uma
combinação dos efeitos produzidos por mutações em genes de
alta, moderada e baixa penetrância.
Com embasamento nos dados mais recentes publicados
na literatura científica internacional, o Laboratório Progenética
Hermes Pardini desenvolveu dois painéis utilizando a técnica
de sequenciamento de DNA de nova geração (Next Generation
Sequencing) para o completo rastreamento das principais mutações associadas ao câncer de mama.
:: www.hermespardini.com.br
:: www.progenetica.com.br
52
NewsLab - edição 118 - 2013
PapilloCheck® da Greiner Bio-One contribui para a prevenção de câncer no colo do útero
Desenvolvido pela Greiner Bio-One, o PapilloCheck® atende à
necessidade de uma melhor avaliação de risco para infecções por
papilomavírus humano (HPV), uma das causas mais frequentes
do câncer de colo uterino. Como existem os subtipos de baixo e
alto risco, é importante realizar a genotipagem como forma de
prevenção, uma vez que este tipo de câncer é um problema de
saúde pública mundial.
De acordo com pesquisas realizadas pelo INCA (Instituto Nacional do Câncer), para o Brasil, no ano de 2012, eram esperados
17.540 novos casos de câncer no colo do útero, com um risco
estimado de 17 casos a cada 100 mil mulheres, configurando-se o terceiro tipo de câncer mais comum entre elas. O principal
fator de risco para o desenvolvimento de lesões intraepiteliais
de alto grau e do câncer do colo do útero é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV).
Existem hoje 13 tipos de HPV reconhecidos como oncogênicos
pela Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer (IARC).
Desses, os mais comuns são o HPV16 e o HPV18. Dependendo
do subtipo de HPV de alto risco, a probabilidade de desenvolver
câncer aumenta em até 400 vezes. Subtipos de HPV apresentam
diferentes graus de virulência, sendo que 70% dos carcinomas
de colo uterino podem ser atribuídos a infecções persistentes
com HPV dos subtipos 16 e 18, que, em combinação com os de
baixo risco, podem aumentar ainda mais esta estatística. Por
isso, saber qual é o subtipo se torna importante.
Essas informações somente são possíveis com a ajuda da
genotipagem do HPV e a previsão de desenvolver câncer de
colo uterino pode ser mais efetivamente controlada. Portanto,
o teste específico de HPV deveria ser considerado pré-requisito
fundamental e necessário para a avaliação de risco.
Essa detecção pode ser realizada através do PapilloCheck®,
uma ferramenta diagnóstica que utiliza a nova tecnologia de
DNA-Arrays (microarray) para a genotipagem simultânea de 24
subtipos diferentes de HPV. Entre estes, 18 subtipos são agentes
causadores de verrugas genitais benignas.
Outras vantagens atribuídas ao PapilloCheck® são:
Ÿ Detecção rápida (menos de 5 horas) e um monitoramento
de infecções agudas, persistentes e múltiplas;
Ÿ Controles internos avaliam a qualidade da amostra e ajudam
a evitar resultados falsos negativos;
Ÿ Com uma sensibilidade de 98%, ele detecta pacientes
colonizados com subtipos de HPV, mas sem quadros clínicos ou
lesões visíveis;
Ÿ Pode orientar a necessidade de vacinação.
A maioria dos sistemas comerciais de testes de HPV permite apenas uma classificação aproximada entre o grupo de
HPV de alto e baixo risco, enquanto o PapilloCheck® possibilita
a especificação simultânea dos 24 subtipos de HPV, inovando e
melhorando a qualidade dos diagnósticos. Por esse motivo, é
válido dizer que o PapilloCheck® é um grande aliado na prevenção
do câncer no colo do útero.
(: (19) 3468-9613
:: www.gbo.com
AR Sistemas destaca software AR.LAB para melhoria no gerenciamento laboratorial
Criado com base em experiências obtidas na área da saúde, o AR.Lab é um “LIS”
com características inovadoras que permite
grandes melhorias nos procedimentos e
rotinas laboratoriais. Além de disponibilizar
ferramentas de fidelização que hoje são
um diferencial neste concorrido mercado,
todos esses benefícios são possíveis sem a
necessidade de altos investimentos durante
a implantação ou a exigência de grandes
mudanças estruturais no laboratório.
O software AR.Lab dispõe de uma
interface amigável e atende plenamente
todos os processos da análise laboratorial,
54
participando do atendimento ao cliente desde a primeira etapa, apoiando o laboratório
no atendimento, cadastramento, triagem,
monitoramento, faturamento e segurança da
informação, além de permitir o uso de ferramentas para comunicação com o paciente
como a consulta de resultados via internet e
o envio de informações via SMS.
(: (11) 5060-5885
:: www.ar.inf.br
NewsLab - edição 118 - 2013
Medivax oferece diagnóstico de Dengue por PCR em tempo Real
SimplexaTM Dengue é o primeiro kit comercial no mercado
brasileiro, desenvolvido para a detecção qualitativa e discriminação dos sorotipos DENV-1, 2, 3 e 4 por RT-PCR em tempo real
em reações multiplex.
O kit SimplexaTM Dengue foi idealizado para utilização no termociclador integrado 3M*. É o primeiro kit comercial que permite,
através de PCR em tempo real, a detecção e identificação dos
sorotipos do vírus em reações multiplex. A detecção precoce através do teste molecular é importante, pois possibilita o diagnóstico
em fase aguda, tornando o trabalho mais fácil e ágil. O produto
permite ainda a liberação de resultados com maior rapidez e confiabilidade. Os resultados são obtidos em até 1 hora e relatórios
gerados diretamente do programa integrado ao equipamento.
O quadro epidemiológico atual da dengue no país caracteriza-se pela ampla distribuição do Aedes aegypti em todas as regiões, com uma complexa dinâmica de dispersão do seu vírus e
circulação simultânea de três sorotipos virais (DENV1, DENV2 e
DENV3), já com a introdução do sorotipo DENV4.
A detecção precoce para identificação e/ou confirmação da
infecção por DENV é importante, principalmente em períodos
de surto ou epidemia, para o tratamento de pacientes e eficiente implementação de medidas de controle pelos órgãos de
saúde pública. Neste contexto, o RT- PCR em tempo real é um
excelente método para o diagnóstico precoce de infecção por
DENV devido à elevada sensibilidade e especificidade, além da
facilidade do processamento de grande número de reações e da
rápida detecção de quantidades mínimas de material genético
do vírus nas amostras dos pacientes.
Ensaio comparativo entre resultados obtidos com o Simplexa Dengue
e dados do Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC-EUA)
DENV-1
DENV-2
DENV-3
DENV-4
n
%
sensibilidade
32
100%
especificidade
147
92,5%
sensibilidade
30
96,7%
especificidade
149
99,3%
sensibilidade
29
100%
especificidade
150
100%
sensibilidade
38
97,4%
especificidade
141
94,3%
* Termociclador para PCR em Tempo Real que realiza
análises qualitativas e quantitativas de ácidos nucleicos
em amostras biológicas.
(: (21) 2622-4646
8: [email protected]
:: www.medivax.com.br
Frascos e garrafões Plastbio
Soluções e reagentes são indispensáveis para a rotina laboratorial, seja ela
em qualquer área de atuação, desde um
laboratório de análises clínicas até um laboratório industrial, por exemplo.
Além de sua formulação, é de extrema
importância que o armazenamento dessas
substâncias seja feito em local apropriado,
que permita ao responsável fácil acesso e
total segurança no manuseio.
Visando maior comodidade no transporte e armazenamento de produtos
químicos em geral, a Plastbio disponibiliza
uma linha de frascos e garrafões com tamanho e formato variado, se adequando à
necessidade do consumidor.
Os frascos, responsáveis pela armazenagem de produtos
químicos tanto no estado líquido quanto sólido, são produzidos
em material de alta resistência e durabilidade. Podem ser encontrados no formato cilíndrico ou quadrado, nas capacidades
de 2.000 e 4.000 ml.
58
Os garrafões, fabricados em
polipropileno, são destinados exclusivamente ao armazenamento
e transporte de soluções. Possuem
tampa de rosca com anel de vedação, impossibilitando o vazamento.
Com formato cilíndrico, possuem
capacidade de 10.000 e 20.000 ml.
Justamente por se tratar de volumes
grandes, a marca Plastbio conta com
dois modelos diferentes de garrafões,
com ou sem torneira. O primeiro fornece grande comodidade na obtenção
da solução, já que a torneira deixa
o trabalho mais prático e seguro e,
o segundo, sem torneira, disponibiliza alças em sua parte
superior que facilita o transporte e manuseio.
8: [email protected]
:: www.equipar.com.br
NewsLab - edição 118 - 2013
Linha de centrífugas MPW
A Biosystems apresenta a sua linha de centrífugas de bancada para laboratório com e sem refrigeração, muito utilizadas
em laboratórios de processamento de alimentos, bioquímico,
médico e outros.
As centrífugas da linha MPW possuem as seguintes características: estrutura externa em metal revestida com pintura
epóxi impermeável, câmara interna em aço inoxidável para
fácil desinfecção e limpeza; microprocessadas com sistema de
controle simples e ergonômico, capacidade de armazenamento
na memória de até 99 programas com parâmetros de centrifugação configuráveis (velocidade, tempo e temperatura); sistema
de refrigeração eficiente e ecológico (livre de CFC e HCFC) que
possibilita a pré-refrigeração da câmara e garante a manutenção da temperatura antes e depois da centrifugação; sistema
de segurança para identificação de desbalanceamento entre os
frascos de amostras e sistema de autodiagnóstico com indicação
de erros; tampa com trava eletromagnética, evitando abertura
durante a operação; identificação automática do rotor evitando
excesso de velocidade nos rotores; ajuste de velocidade em RPM
(rotações por minuto) e em RCF (força centrífuga relativa); 10
rampas de aceleração e desaceleração (frenagem); função de
centrifugação rápida (Spinning); grande quantidade de acessórios, adaptadores e rotores que podem ser autoclavados.
Este produto é fabricado de acordo com as regras de segurança nacional e internacional (EN-61010-1, EN-61010-2-020
e ISO 9001:2000) e possui registro Anvisa/MS.
(: DDG 0800-7031012
8: [email protected]
:: www.biosystems.com.br
Horiba mira os pequenos e médios laboratórios no CBAC 2013
A Horiba, multinacional japonesa especializada na fabricação
de equipamentos de alta tecnologia para medição e análise, lança
no 40º Congresso Brasileiro de
Análises Clínicas (CBAC) o Pentra ES60, equipamento da linha
hematológica que chega com a
proposta de dinamizar a rotina
dos pequenos e médios laboratórios do País.
O diferencial do analisador é a estação de trabalho integrada
com interface intuitiva, o que torna mais fácil a gestão de todas
as informações dos pacientes e o resultado dos hemogramas. O
Pentra realiza 60 testes por hora e possui tecnologia exclusiva
da companhia franco-japonesa.
“Essa linha é um de nossos carros-chefes justamente pela
versatilidade e segurança na análise. Com a nova versão, pretendemos reduzir os custos dos pequenos e médios laboratórios”,
afirma Rafael Abdel, gerente de marketing da multinacional.
A Horiba reforça a sua presença na quadragésima edição do
CBAC com estande na Tenda Tuguá, nº 59 e 60, contando com
60
a divulgação de outras linhas
importantes como o Micros ES60
da linha hematológica, de tela
sensível ao toque.
Para a área de Coagulação
e Bioquímica, a empresa traz
respectivamente o STA Satellite,
analisador totalmente automatizado, com capacidade para
realizar simultaneamente exames
coagulométricos, cromogênicos e
imunológicos; e o Pentra C200 para análises em laboratórios
com pequenas rotinas.
Neste porte, o Pentra C200 é o único em seu segmento que
combina automação com qualidade de resultados. Além de laboratórios, o equipamento também pode ser usado em clínicas
veterinárias. “A exposição de nossos produtos no congresso
promovido pela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas é importante para melhor posicionamento da marca. Essa área está
cada vez mais forte e, por isso, estamos investindo em trazer
equipamentos diferenciados, altamente tecnológicos e de fácil
manuseio”, finaliza Abdel.
NewsLab - edição 118 - 2013
Abbott participa do VII Encontro
Latino-Americano de Bancos de Sangue
“Salvar vidas com o fornecimento de sangue seguro através de investimento
contínuo em produtos e tecnologias, que permitem deixar a triagem sanguínea o
mais eficiente possível”, este é o compromisso que norteia a Abbott Diagnósticos.
Com este objetivo, a Abbott Diagnostics recebeu seus clientes no VII Encontro
Latino-Americano de Bancos de Sangue na cidade de Buenos Aires, Argentina, no
período de 27 a 29 de maio de 2013. Com uma programação orientada ao cliente, o
programa educacional do evento incluiu temas atuais e relevantes que foram apresentados por especialistas renomados em diferentes áreas no campo da medicina
transfusional. O Brasil, com a participação de 33 clientes, foi o país que mais representantes enviou ao encontro.
Durante o Encontro, os clientes puderam ouvir e falar sobre os novos desafios da
gestão de custos de produção em laboratórios; gerenciamento de produtos biológicos; certificação e acreditação de bancos de sangue; logística, entrega, transporte
e gerenciamento dos produtos do sangue.
Líder mundial no diagnóstico de hepatites e retrovírus, a Abbott investe muito em
inovação tecnológica em produtos, equipamentos e pesquisas científicas de vanguarda e
disponibiliza ao mercado brasileiro duas plataformas totalmente automatizadas, com acesso
contínuo e randômico de amostras e gerenciamento total de todo processo de execução
dos ensaios, que podem ser utilizadas na triagem sorológica em Unidades Hemoterápicas
(Prism e Architect), fortalecendo o compromisso no fornecimento de um sangue seguro.
Contando com um menu completo de ensaios para serem utilizados na triagem
sorológica em banco de sangue, incluindo ensaio para Doença de Chagas, HTLV I/II
e Sífilis, as características operacionais da plataforma Architect trazem aos serviços
de Hemoterapia os seguintes benefícios:
Ÿ acesso contínuo de amostras
Ÿ redução do descarte sorológico
Ÿ redução da repetição de testes e ensaios confirmatórios
Ÿ agilidade na liberação dos resultados no mesmo dia
Ÿ realização de testes complementares no mesmo dia
Ÿ agililidade na informação ao doador/paciente soropositivo
Ÿ agilidade na liberação dos resultados de amostras de transplante de órgãos
Ÿ redução de custos
MP15MAI2013
PRISM 10055310707
Architect 10055311134
Ensaio para Doença de Chagas 80146501743
HTLV I/II 80146501605
Sífilis 80146501499
8:[email protected] / : : www.abbottdiagnostics.com
Reação apresenta suas
iniciativas no 40º Congresso
Brasileiro de Análises Clínicas
O Costão do Santinho Resort, em
Florianópolis, SC, é palco para a realização do 40º Congresso Brasileiro
de Análises Clínicas. Tendo em vista a
importância desse encontro, o Reação
Apoio Laboratorial confirma presença,
com a finalidade de contribuir para o
desenvolvimento do segmento.
Em quatro dias de congresso, 16
a 19 de junho, a dinâmica gira em
torno de muita discussão com relação
à ciência, tecnologia e comunicação
laboratorial, o que certamente resultará em um período de produtividade
e crescimento. Para isso, o Reação,
que é referência em apoio laboratorial
em Santa Catarina, marca sua participação apresentando para o público
estratégias e iniciativas que buscam
sempre fortalecer o Grupo e o mercado de análises clínicas em geral.
Entre suas ideias, será exposto a
todos o sistema de Compra Compartilhada, o Reação Business, a ReUNI
e o Reúne, encontro de associados do
Grupo Reação, que realizou sua terceira edição com números expressivos de
participantes e movimentação de negócios. Com o foco de somar ao setor
laboratorial, o Reação também leva ao
Congresso o que tem de mais atual em
conhecimento científico e qualidade
laboratorial, cooperando para que
diversos profissionais possam ter o
contato com tecnologias que facilitam
e aceleram processos, equipamentos,
suprimentos e uma ampla e atualizada
gama de possibilidades de exames.
Lâmina para automação tipo Sysmex e cubeta para aparelho tipo Konelab
A lâmina para automação tipo Sysmex, entre outros, é fosca
lapidada, no tamanho 26 x 76mm, espessura de 1,0 a 1,2mm,
produzida em vidro ótico especial, transparente de alta qualidade
e sem imperfeições.
A caixa vem com 50 unidades revestidas com embalagem
plástica, sem seda entre as lâminas. Encaixe perfeito nos equipamentos de hematologia da marca Sysmex.
A cubeta para aparelho tipo Konelab proporciona encaixe
perfeito nos analisadores de química clínica Konelab 20, Konela
Prime 60 e Thermo Scientific, entre outros.
É comercializada em caixas com 30 racks, contendo em cada
rack 30 cubetas com 12 orifícios.
(/: (11) 3454 7000 ou (11) 2712 7000
8: [email protected]
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62
NewsLab - edição 118 - 2013
bioMérieux lança HCV na Plataforma VIDAS
A bioMérieux confirma seu constante compromisso na luta
contra Doenças Infecciosas com o lançamento do novo parâmetro
da plataforma VIDAS® : VIDAS® anti-HCV.
Com este novo parâmetro, o menu para o Diagnóstico de
Hepatites Virais está completo (Hepatite A, B e C).
Em 2011, a Linha VIDAS® comemorou 20 anos e, desde o
seu lançamento, a inovação e diversidade tem sido os pontos
chaves pelo seu sucesso e consolidação no mercado diagnóstico
mundial. No Brasil, não é diferente. São mais de 600 equipamentos instalados, responsáveis por realizar mais de 3,3 milhões
de testes anuais.
Para acompanhar a transformação do VIDAS®, no final do
ano passado um novo logo foi desenvolvido para humanizar a
marca, demonstrando que o VIDAS® é voltado para o futuro e
para as pessoas. Uma marca que está em constante inovação,
com o compromisso em oferecer produtos de qualidade.
O novo VIDAS® Anti-HCV utiliza um método imunoenzimático
tipo sanduíche com detecção fluorescente no final da reação. O
core recombinante e os antígenos NS3 e NS4 são utilizados para
a detecção dos anticorpos Anti-HCV no soro ou plasma, sendo
indicado para pacientes com sintomas clínicos ou populações de
risco e detecção dos seis genótipos do HCV.
Benefícios do VIDAS®
Ÿ Qualidade que se pode confiar: a performance do VIDAS® Anti-HCV em ensaios clínicos confirmam o alto nível de qualidade,
para tranquilidade do laboratório e do paciente
Ÿ Fácil de usar
Ÿ Sistema robusto e confiável
Ÿ Máxima flexibilidade
Ÿ Custo-benefício: teste individual com embalagem de 60 testes
Produto
Ref
Apresentação
Reg MS
VIDAS® Anti HCV
30308
60 Testes
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(: 0800 0 264848
8: [email protected]
S_Line remodela seu logotipo e identidade visual
Para estar em sintonia com o dinamismo das transfor-
Usa-se o termo redesign quando há uma nova repre-
mações, a empresa deve se reinventar cotidianamente,
sentação gráfica de uma marca existente, sendo o nome
acompanhando a evolução de um mercado cada vez mais
e/ou parte dela mantidos no resultado final do processo,
sedento por novidades, incluindo novidades na marca.
podendo ser considerado nas mais diversas situações, como
Segundo Hélio Moreira, diretor da NewGrowing Design
& Branding, “a marca deve estar sempre atualizada com as
evoluções da empresa, do mercado e do público alvo, não
apenas conceitualmente, mas visualmente também.”.
por exemplo:
Ÿ Quando a aparência está desatualizada
Ÿ Quando a empresa vai abrir seu capital e quer se apresentar ao mercado de uma forma mais estruturada
Através da marca, consumidores, fornecedores e público-alvo se identificam e sabem sobre a atuação da organização. Por
isso, manter uma identidade visual forte pode ser um diferencial
Ÿ Quando a marca torna-se global e o seu nome tem que
ser adaptado para outra língua
na hora de atrair clientes e fazer negócios e, em muitos casos,
Por ser uma empresa especializada na área de tecnologia
é necessária uma revitalização dessa identidade visual, ou até
laboratorial que está há 19 anos no mercado, a S_Line remo-
mesmo a criação de uma nova logomarca.
delou seu logotipo e toda sua identidade visual, reforçando
Existem logomarcas que um simples olhar já se sabe a
sua atualização constante em tecnologias, sem perder suas
qual empresa pertence. Essa fácil identificação tem justi-
qualidades principais: atendimento personalizado e imediato
ficativa, afinal, a marca de uma empresa, muitas vezes, é
aos clientes e credibilidade conquistada no mercado.
quase uma extensão de seu nome e identidade.
A reformulação da logomarca da S_Line levou em conta
a evolução do mercado e o conceito Web 2.0, que garantem
mais tecnologia em relações estabelecidas na internet, que
é o cenário de atuação da empresa.
(: (27) 3207-6733
8: [email protected]
:: www.sline.com.br
64
NewsLab - edição 118 - 2013
Câmaras UV da Elga para controle bacteriano
Os efeitos germicidas da lâmpada UV de baixo comprimento
de onda, também conhecida como UV-C, têm sido usados desde o início de 1900. São necessárias doses consideravelmente
mais elevadas ou a utilização de luz com um comprimento de
onda mais curto para causar danos oxidantes, o que evita o
metabolismo celular.
A eficácia germicida da lâmpada UV é proporcional à exposição e à intensidade, normalmente expressa em μwatt.sec/cm2.
As bactérias são relativamente fáceis de sofrerem danos, sendo
necessárias exposições tipicamente de 3.000 a 1.200 μwatt.
sec/cm2 para inativar 99,9% da população. Todas as lâmpadas
ultravioletas utilizadas em sistemas de água para laboratórios
são lâmpadas de mercúrio de baixa pressão que emitem, principalmente, comprimento de onda de 254 nm.
Todas as câmaras de UV da Elga LabWater são colocadas no
expostas a essa luz, causando danos permanentes e a consequente morte celular.
As câmaras UV da Elga têm sido concebidas de forma a assegurar uma exposição UV muito elevada: com mais de 70 mil
μWseg/cm2 durante a recirculação a taxas de fluxo mais baixas
e entre 27 mil a 80 mil μWseg/cm2 durante a distribuição. Mesmo com desafios bacterianos muito elevados, como 81 milhões
UFC/ml, estas câmaras têm sido indicadas para desativar todas
as bactérias.
percurso do fluxo de recirculação do sistema de água, de forma
a maximizar os efeitos germicidas do UV. A recirculação da água
(: (11) 4617-4388
restringe a ligação bacteriana e o subsequente crescimento
8: [email protected]
nas superfícies e passa repetidamente através de uma luz UV
:: www.veoliawaterst.com.br
de 254 nm, assegurando que as bactérias estão regularmente
:: www.elgalabwater.com/portuguese
Precisão e rapidez do GEM Premier 3500 é comprovada por hospital em Goiânia
Lançado no Brasil em 2012, o equipamento GEM Premier
mente automatizado. Através da parceria entre o grupo DASA
3500 chegou no mercado com boa aceitação como solução em
(Científicalab) e o Instituto Sócrates Guanaes, organização
gasometria point of care e gestão de qualidade (IQM) total-
gestora do Hospital de Doenças Tropicais de Goiânia, foram
disponibilizados ao hospital os mais modernos equipamentos
para realização de análises clínicas na unidade. Isto tudo com
o objetivo de preparar os profissionais para trabalharem no
SUS, pois esta parceria tem em seus conteúdos teóricos e
práticos o foco de qualificá-los de forma competente e criativa
para essa nova realidade.
Um dos principais diferenciais do equipamento GEM 3500 é
o seu sistema de interface de resultados que permite o acesso
rápido e fácil aos exames diretamente do consultório médico e
das UTIs. “Com um laboratório moderno e tecnologia via web,
o médico, mesmo fora do HDT (Hospital de Doenças Tropicais),
pode acessar os exames pelo sistema laboratorial e orientar
a equipe de enfermagem sobre o tratamento do paciente.
Também há mais rapidez na confirmação de diagnósticos, o
que reflete na produtividade do hospital, com impactos na
redução do tempo de permanência do paciente na unidade”
afirma a diretora técnica do HCT, Letícia Aires.
(: (11) 4154-3337
66
NewsLab - edição 118 - 2013
Sysmex anuncia contratação e inicia trabalhos de consultoria médica para
o mercado de hematologia em toda América Latina e Caribe
A renomada profissional da área de hematologia, Dra. Helena Grotto, passa a integrar o time de
profissionais da Sysmex América Latina e Caribe
assumindo a função de consultora médica. Com
formação acadêmica em medicina pela Faculdade
de Medicina de Marília, possui Mestrado e Doutorado em Clínica Médica na área de hematologia
laboratorial pela UNICAMP. Sua trajetória profissional merece destaque. Como docente do Departamento de Patologia Clínica, da Faculdade de
Ciências Médicas da Unicamp, ministrou aulas em
diversos cursos de graduação e pós-graduação,
além de ter sido orientadora de alunos de iniciação
científica, mestrado e doutorado. Foi responsável pela seção de
Dra. Helena Grotto assume a posição de
consultora médica na Sysmex com o desafio de
trazer ao mercado todo conhecimento adquirido
ao longo de sua trajetória profissional: “Assumo
essa posição na Sysmex com a missão de conferir
um diferencial à empresa através de um suporte
médico/científico que auxiliará nas relações com os
usuários dos equipamentos Sysmex, em especial
com a comunidade médica” comenta.
Essa contratação demonstra a preocupação da
Sysmex em fornecer melhores respostas a seus
clientes e distribuidores. A consultoria médica
vem para complementar o trabalho de consultoria
científica já realizada com excelência por Maria Silvia Martinho.
Hematologia da Divisão de Patologia Clínica do HC da Unicamp,
e chefe do Departamento de Patologia Clínica por duas vezes.
:: www.sysmex.com.br
Alka traz ao Brasil kit para diagnóstico de Hepatite E IgG e IgM por Elisa e Immunoblot
O vírus da Hepatite E (HEV) é uma das causas mais comuns
homologia de sequência para o genótipo 3 isolado de suínos.
de hepatite adquirida por transmissão fecal-oral nos países em
A possibilidade de uma infecção zoonótica de porcos ou outros
desenvolvimento em todo o mundo, geralmente resultante de
animais para seres humanos parece desempenhar um papel,
água contaminada.
bem como a transmissão de pessoa para pessoa através de
Nos últimos anos os relatos de infecções esporádicas nos
alimentos contaminados ou de produtos derivados do sangue.
países industrializados sem associação de viagens têm sido
A Hepatite E aguda é uma doença grave, com uma apresen-
mais frequentes, muitas vezes com uma fase subclínica ou as-
tação clínica comparável a sinais de hepatite A. Os sinais típicos
sintomática. Quase todos estes chamados de casos de hepatite
da Hepatite E inclui sintomas similares à gripe, vômitos, diarreia,
E estão associados com o genótipo 2 HEV que mostra uma alta
febre, artralgia e cefaleia geralmente associada a um aumento
nos valores das enzimas hepáticas. A icterícia colestática que
se desenvolve durante a evolução da doença pode persistir por
várias semanas. A infecção pelo HEV é geralmente autolimitada.
Em regiões endêmicas existe uma alta porcentagem de
infecções de casos de HEV durante a gestação seguindo para o
curso fulminante, acompanhado pelo alto range de mortalidade
de aproximadamente 20%. Em homens e mulheres não gestantes o range de mortalidade é de 0,5% a 4%.
Com isso, a Alka trouxe para o Brasil o único kit para diagnóstico de Hepatite E IgG e IgM pelas metodologias Elisa e
Immunoblot do fornecedor alemão Mikrogen. Estes produtos
utilizam antígenos recombinantes purificados para garantir a
reprodutibilidade e alta sensibilidade e especificidade. A seleção
de proteínas homólogas a dois diferentes genótipos (genótipo 1
e genótipo 3) provém a alta sensibilidade e também em regiões
não endêmicas com alta porcentagem de casos de Hepatite E.
:: www.alka.com.br
68
NewsLab - edição 118 - 2013
Novos analisadores Sysmex® Série-XN
Uma revolução na hematologia
C
om design revolucionário e modular os analisadores
hematológicos Sysmex® Série-XN são sofisticados e
oferecem configurações que atendem às demandas
de carga de trabalho e de complexidade de cada
laboratório. Harmoniosamente compactos, os analisadores da
Série-XN otimizam o espaço, fluxos de trabalho e simplificam o
gerenciamento dos reagentes com o exclusivo sistema de identificação por rádio-frequência.
A nova Série-XN:
Soluções ideais para todas as necessidades
No coração de cada configuração está o módulo XN-10TM que
processa 100 amostras por hora e aspira somente 88 µL da amostra
para realizar a contagem diferencial de 7-partes com a análise automática dos eritroblastos em todos os hemogramas e a contagem de
granulócitos imaturos em todas as diferenciais leucocitárias.
A Série-XN utiliza a tecnologia de Citometria de Fluxo Fluorescente que permite uma avaliação detalhada da morfologia celular
e da hematopoiese com os parâmetros:
• Eritroblastos (NRBC): contagem automática em
todos os hemogramas;
• Granulócitos Imaturos (IG): contagem automática
em todas as diferenciais leucocitárias;
• Plaquetas Fluorescentes (PLT-F): nova metodologia
de detecção das plaquetas;
• Fração Imatura das Plaquetas (IPF): auxilia no
diagnóstico diferencial das trombocitopenias;
• Fração Imatura dos Reticulócitos (IRF): monitora
a atividade medular;
• Conteúdo da Hemoglobina nos Reticulócitos (RET-He):
auxilia no diagnóstico diferencial das anemias.
Módulo exclusivo para análise de líquidos biológicos:
7 parâmetros, incluindo a diferencial de 2-partes.
XN-1000TM
100 amostras por hora
70
NewsLab - edição 118 - 2013
XN-2000TM
200 amostras por hora
Solução exclusiva de back-up
na mesma plataforma analítica
Aumento da produtividade com um fluxo
de processo verdadeiramente otimizado
XN-3000TM
Solução integrada dos analisadores
hematológicos com o preparador e
corador de lâminas SP-10TM
XN-9000TM
Velocidade, Flexibilidade e Modularidade
A redução do tempo de liberação dos resultados é um desafio
O XN-9000TM é a solução Sysmex de automatização com
para todos os laboratórios, por isso, a Sysmex oferece analisado-
capacidade de expansão que permite configurações flexíveis
res com regras de decisão clínica “on board” com função rerun/
com possibilidade de até 9 módulos analíticos XN-10TM e
reflex automática que otimiza a análise das amostras, garantindo
SP-10TM em uma linha de automatização, podendo processar
assim maior precisão e confiança logo na primeira análise.
até 900 amostras por hora.
XN-9000-301
Solução integrada dos analisadores hematológicos com o preparador e corador de lâminas SP-10TM
NewsLab - edição 118 - 2013
71
Especial Especial
ESPECIAL
Especial
ESPECIAL ESPECIAL
Especial
Especial ESPECIAL
ESPECIAL
Falange (Gr. phálanx), em
âmbito militar, é uma formação
retangular de infantaria, tipicamente de lanceiros.
Os soldados (ou falangistas)
mantinham uma formação
cerrada, com as armas das
primeiras linhas projetadas
para frente, de modo que seria
impossível atingir qualquer
homem da formação sem ser
perfurado por alguma lança. A
segunda defesa seria a barreira de escudos empunhados pelos soldados, que se protegiam
uns aos outros. Os restantes
membros da formação, aqueles
longe da primeira linha, mantinham as lanças elevadas a uma
média de 45º graus, numa posição de prontidão e anulando
parcialmente um ataque pelo alto, como aquele da cavalaria
que saltasse sobre a primeira linha de lanças. Os homens
posicionados nas últimas fileiras da falange eram usados
como substitutos quando os soldados da frente morriam ou
tombavam, além de constituir uma força de “empurrão” para
toda a formação.
As primeiras falanges aparecem em inscrições sumerianas.
A Suméria, antigo país da Mesopotâmia, meio do terceiro
milênio a.C., dominou, com seus guerreiros, os campos de
batalha por milênios. As falanges tornaram-se famosas, assim
como os soldados que as constituíam (Hoplitas), nas Guerras
Greco-Persas, em batalhas como a de Maratona, Termópilas
ou Plateia. Viriam a alcançar seu apogeu com a falange
macedônica criada pelo rei Filipe II e que seria fundamental
aos exércitos de Alexandre, o Grande e de seus sucessores.
Quando formadas por soldados bem treinados, as falanges
constituíam uma defesa frontal virtualmente inexpugnável,
mas com grandes dificuldades em avançar mantendo a linha.
Além disso, como cada lança estava voltada para frente e
espremida entre os outros homens da formação, as falanges
eram vulneráveis e lentas demais para conter um ataque lateral. Dessa maneira, alguns generais passaram a proteger as
falanges com cavalaria nos flancos e também com apoio de
arqueiros. Estes vinham na frente do exército e, ao observa-
72
rem a vinda do inimigo, corriam para trás das falanges por
corredores estreitos, que eram fechados logo após.
Entretanto, com o surgimento de chefes de batalha mais astutos,
o desenvolvimento da cavalaria e demais formas de manobra
da infantaria, como da legião romana, os pontos fracos das falanges ficaram evidentes e seu uso gradualmente abandonado.
Aristóteles de Estagira (384-322 a.C.) é considerado o mais
influente filósofo natural da História. O materialismo aristotélico é expressão da realidade, mas não é inanimado, pois
toda a ordem do mundo é assegurada por um “Motor Imóvel”
e suas manifestações de vida dependem de alma e vontade,
sempre evidenciadas por uma finalidade. Aristóteles é considerado o maior biologista não só da Antiguidade, mas por
2000 anos, até a emergência de Lineu e Cuvier do séc. XVIII
(Fonte: Dr. Carlos A. M. Gottschall. Do mito ao pensamento
científico, p.58 – Atheneu).
Os ossos dos dedos das mãos e dos pés foram denominados
falanges por Aristóteles porque são arranjados em fileiras
lembrando uma falange militar grega. Sem dúvida uma
analogia das mais antigas, perpetuada até os nossos dias e
consagrada na nomenclatura anatômica aplicada ao homem
e a outros animais. O termo foi revivido pelo anatomista e
médico francês André du Laurens (1558-1609), em 1595.
As falanges são em número de 14 em cada mão e em cada
pé. O polegar e o hálux possuem apenas duas, enquanto os
demais dedos têm três falanges, indicadas como proximal,
média e distal. Antigamente, eram chamadas de falange
propriamente dita, falanginha e falangeta.
Outra aplicação do conceito de falange está no Órgão de
Corti situado no ouvido/orelha interna, onde as células ciliadas
são separadas entre si pelas células de Deiters, com o formato
falângico. Por isso se diz: Falanges das células de Deiters. Ao
nível da placa cuticular, as células ciliadas apresentam da placa cuticular, as células ciliadas apresentam estereocílios, cujo
conjunto forma um W característico com a base voltada para
o ligamento espiral. A estrutura dos estereocílios é importante,
pois quando desorganizada ou indistinta indica precocemente
lesão coclear (Fonte: Dr. Luiz Gonzaga de Carvalho).
José de Souza Andrade Filho - Patologista, membro da Academia
Mineira de Medicina e professor de anatomia patológica
da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.
NewsLab - edição 118 - 2013
Informe Científico
O Diagnóstico Laboratorial do Vírus da
Imunodeficiência Humana (HIV)
Prof. Dr. Luiz Mário Ramos Janini, médico especialista em virologia,
professor livre docente da Universidade Federal de São Paulo e consultor científico
na área de virologia molecular do Diagnósticos do Brasil
O
HIV é o agente etiológico
positivas, utilizam-se testes para
tico deverá ser realizado em duas
da síndrome da imunode-
quantificação da carga viral do
etapas, sendo a etapa 1 referida
ficiência adquirida (Aids).
HIV-1, em função da transferência
como triagem e a etapa 2 repre-
O diagnóstico das infecções pelo HIV
passiva de anticorpos da mãe para
sentando a etapa confirmatória ou
possui destaque na rotina laboratorial
a criança, que pode ocasionar re-
complementar.
das doenças infecciosas. Atualmente
sultados falsos-positivos nos testes
Na etapa 1 deverão ser reali-
existem diferentes ferramentas diag-
para detecção de anticorpos. Desta
zados testes de alta sensibilidade
nósticas para a detecção da presença
forma, testes sorológicos para o
para se evitar a presença de re-
do HIV, incluindo a identificação de
diagnóstico das infecções pelo HIV
sultados falsos-negativos. Nesta
anticorpos específicos contra o vírus,
devem ser preconizados somente
etapa deverão ser utilizados testes
a captura de antígeno viral e a iden-
após 18 meses de vida.
capazes de detecção de anticorpos
tificação e quantificação dos ácidos
Para outras situações como a
contra o HIV-1, incluindo o grupo O
nucleicos virais. Com os constantes
gravidez, testes de detecção mole-
e anticorpos contra o HIV-2. Pode-
avanços, testes de maior sensibili-
cular do HIV também podem ser uti-
rão ainda ser utilizados, testes que
dade e especificidade são continua-
lizados. Porque não existem testes
combinem a detecção simultânea
mente disponibilizados no mercado.
laboratoriais que apresentem 100%
de anticorpos e antígeno viral.
Atualmente ensaios diagnós-
de sensibilidade e 100% de especifi-
As seguintes metodologias são
ticos podem detectar o antígeno
cidade, resultados falsos-negativos,
permitidas, no teste da etapa 1:
p24 do HIV em aproximadamente
falsos-positivos, indeterminados ou
17 dias e o RNA viral em 12 dias
discrepantes podem ocorrer.
a) Ensaio imunoenzimático Elisa
após a infecção. A produção de
Para minimizar tais efeitos a
anticorpos é mais demorada em
Secretaria de Vigilância em Saúde
virtude da cinética de sua produ-
junto ao Ministério da Saúde ela-
c) Ensaio imunológico com re-
ção e da abundância de antígenos
bora fluxogramas atualizados para
velação quimioluminescente e suas
virais em fase aguda. O período de
maximizar a detecção mais precisa
derivações - EQL
tempo necessário para que se inicie
possível das infecções pelo HIV. No
a detecção de anticorpos contra o
Brasil, o diagnóstico laboratorial
HIV é em média de 22 dias, quan-
da infecção pelo HIV é regulamen-
do testes sorológicos de terceira
tado por meio da Portaria Nº 151/
geração são utilizados.
Secretaria de Vigilância em Saúde
f) Testes rápidos: imunocroma-
/Ministério da Saúde, de 14 de ou-
tografia, aglutinação de partículas
tubro de 2009.
em látex ou imunoconcentração
Alternativamente, para a identificação da infecção pelo HIV em
crianças nascidas de mães HIV
74
Segundo a portaria o diagnós-
b) Ensaio imunoenzimático de
micropartículas - Meia
d) Ensaio imunológico fluorescente ligado a enzima - ELFA
e) Ensaio imunológico quimioluminescente magnético - CMIA
g) Novas metodologias regis-
NewsLab - edição 118 - 2013
tradas na Anvisa e validadas pelo
Na etapa 2 confirmatória do flu-
reatividade (bandas) com qualquer
Departamento de Vigilância, Pre-
xograma diagnóstico é permitida a
venção e Controle das Doenças Se-
utilização das seguintes metodologias
b) Amostra positiva: reatividade
xualmente Transmissíveis e Síndro-
objetivando a redução de resultados
(bandas) em pelo menos duas das
me da Imunodeficiência Adquirida.
falsos-positivos obtidos na etapa1:
seguintes proteínas: p24; gp41;
As amostras apresentando resul-
a) Imunofluorescência indireta - IFI
proteína viral utilizada no ensaio
gp120/gp160
tados reagentes na etapa de triagem
b) Imunoblot - IB
c ) A m o s t ra i n d e t e r m i n a d a :
deverão ser encaminhadas para a
c) Imunoblot rápido - IBR
qualquer padrão de reatividade
avaliação da etapa 2 do Fluxograma
d) Western Blot - WB
(bandas) diferente do item anterior
Mínimo para o Diagnóstico Laborato-
e) Outras metodologias regis-
A interpretação dos testes Imu-
rial da Infecção pelo HIV em indiví-
tradas na Anvisa e validadas pelo
noblot e Imunoblot rápido deverão
duos com idade acima de 18 meses.
Departamento de Vigilância, Pre-
seguir as instruções dos fabricantes
As amostras que apresentarem
venção e Controle das Doenças Se-
destes testes diagnósticos.
resultados negativos devem ser
xualmente Transmissíveis e Síndro-
Amostras com resultados inde-
referidas em laudo como amostras
me da Imunodeficiência Adquirida.
terminados ou discordantes entre
não reagentes para infecção pelo
Os resultados obtidos nas etapas
as etapas 1 e 2, como por exemplo
HIV, com uma ressalva enfatizando
1 e 2 deverão ser analisados conjun-
reagente na etapa 1 e não rea-
que em caso de suspeita de infec-
tamente antes da liberação do laudo.
gente ou indeterminada na etapa
ção, uma nova amostra deverá ser
A amostra será considerada
2, deverão ser liberadas como
coletada 30 dias após a data da
positiva para a infecção pelo HIV
«Amostra indeterminada para as
coleta da primeira amostra.
quando os testes realizados em am-
infecções pelo HIV». A liberação
Para amostras com resultados
bas as etapas 1 e 2 forem positivos.
deste resultado é obrigatória e o
indeterminados, uma nova amostra
O resultado deve ser liberado como:
laudo deverá conter a seguinte
deverá ser coletada e submetida ao
“Amostra Reagente para HIV”, com
ressalva: «Persistindo a suspeita
início do fluxograma supracitado.
a seguinte ressalva: “Para compro-
de infecção pelo HIV, uma nova
Em gestantes, além de uma segun-
vação do diagnóstico laboratorial,
amostra deverá ser coletada 30
da amostra solicitada para ser sub-
uma segunda amostra deverá ser
dias após a data da coleta desta
metida ao fluxograma diagnóstico,
coletada e submetida à Etapa 1 do
amostra». A nova amostra deverá
uma outra deve ser coletada para
fluxograma mínimo para o diagnós-
ser colhida e submetida ao início
realização de testes moleculares.
tico laboratorial da infecção pelo
do fluxograma diagnóstico. Caso
HIV em indivíduos com idade acima
o resultado com a nova amostra
de 18 meses”.
permaneça indeterminado, deve-se
Se as novas amostras apresentarem resultado indeterminado o laudo
obrigatoriamente deverá ser liberado
Quando o teste com a segunda
considerar a possibilidade da reali-
como: “Amostra Indeterminada para
amostra for reagente, o resultado
zação de testes moleculares como
HIV” apresentando a ressalva: “Per-
deverá ser liberado como: “Amos-
detecção de RNA e/ou DNA virais.
sistindo a suspeita clínica de infecção
tra reagente para o HIV”, com a
Resultados indeterminados ou
pelo HIV, uma nova amostra deverá
ressalva: “Resultado definido com
falsos-positivos são mais frequen-
ser coletada após 30 dias a data de
a segunda amostra, conforme es-
tes em gestantes, pacientes com
coleta desta amostra, para esclareci-
tabelecido pela Portaria 151 de 14
doenças autoimunes como lúpus
mento do diagnóstico sorológico”. Se
de outubro de 2009 “.
eritematoso sistêmico, doenças do
o resultado da segunda amostra for
A interpretação do teste de Wes-
tecido conectivo, ou portadores de
reagente, esta deverá ser submetida
tern Blot deverá seguir os critérios:
infecções virais agudas, entre outros.
a) Amostra negativa: ausência de
Utilização de testes rápidos
à etapa 2 do fluxograma.
NewsLab - edição 118 - 2013
75
para o diagnóstico das infecções
missíveis e Síndrome da Imuno-
pelo HIV: o diagnóstico rápido da
deficiência Adquirida.
toramento das infecções pelo HIV.
O emprego de testes quantitati-
infecção pelo HIV é feito exclusiva-
Os testes rápidos utilizados
vos para a detecção da carga viral
mente com testes rápidos validados
devem ser capazes de detectar
plasmática como o PCR em Tempo
pelo Departamento de Vigilância,
anticorpos contra o HIV-1, incluin-
Real e o Branched-DNA permitem
Prevenção e Controle das Doenças
do o grupo O e anticorpos contra
obter informações fundamentais
Sexualmente Transmissíveis e Sín-
o HIV 2.
sobre a progressão da doença e
drome da Imunodeficiência Adqui-
A amostra com resultado não
resposta ao tratamento antiviral.
rida. O emprego de testes rápidos
reagente no teste rápido 1 será
Além disso, técnicas moleculares
para o diagnóstico das infecções
definida como: «Amostra não re-
como o sequenciamento de nucle-
pelo HIV poderá ser realizado nas
agente para HIV». O laudo deverá
otídeos permitem a identificação
seguintes situações especiais:
incluir a seguinte ressalva: «Em
no genoma viral de mutações de
a) Rede de serviços de saúde
caso de suspeita de infecção pelo
resistência e suas combinações que
sem infraestrutura laboratorial
HIV, uma nova amostra deverá ser
podem interferir com o tratamento
ou localizada em regiões de difícil
coletada 30 dias após a data da
antiviral. A identificação de muta-
acesso
coleta desta amostra».
ções de resistência auxilia o clínico
b) Centro de Testagem e Aconselhamento - CTA
c) Segmentos populacionais
flutuantes
d) Segmentos populacionais
Amostras com resultados reagentes ao primeiro teste rápido
deverão ser submetidas ao teste
rápido 2.
na decisão de qual o melhor regime
terapêutico para seu paciente.
O Diagnósticos do Brasil, atendendo aos mais rigorosos padrões
Amostras com resultados re-
de qualidade, segue o Fluxograma
agentes nos testes rápidos 1 e 2
Mínimo para o Diagnóstico Laborato-
terão seu resultado definido como:
rial da Infecção pelo HIV preconizado
«Amostras reagentes para HIV».
pela Portaria Nº 151, Secretaria de
f ) Acidentes biológicos ocu-
Amostras com resultados discor-
Vigilância em Saúde, Ministério da
pacionais, para teste no paciente
dantes nos testes rápidos 1 e 2
Saúde, de 14 de outubro de 2009.
fonte
mais vulneráveis
e) Parceiros de pessoas vivendo
com HIV/AIDS
não terão seu resultado definido e
Em complementação aos seus ser-
g) Gestantes que não tenham
uma amostra deverá ser coletada
viços diagnósticos, o DB também
sido testadas durante o pré-natal
por punção venosa e submetida ao
oferece testes moleculares para a
ou cuja idade gestacional não as-
fluxograma mínimo para o diag-
detecção e o monitoramento das
segure o recebimento do resultado
nóstico laboratorial da infecção
infecções pelo HIV como a quantifi-
do teste antes do parto
pelo HIV em indivíduos com idade
cação da carga viral e a identifica-
acima de 18 meses.
ção de mutações de resistência no
h) Parturientes e puérperas que
não tenham sido testadas no pré-
Como visto anteriormente, em-
-natal ou quando não é conhecido
bora o uso de técnicas de Biologia
o resultado do teste no momento
Molecular tenha sua aplicação no
Correspondências para:
do parto
diagnóstico das infecções pelo HIV
DB - Diagnósticos do Brasil
i) Abortamento espontâneo,
em gestantes, em crianças com
independentemente da idade ges-
idade inferior a 18 meses e porta-
tacional
dores de outras condições, seu uso
genoma do HIV.
[email protected]
j) Outras situações especiais
não se limita ao diagnóstico das
Referência:
definidas pelo Departamento de
infecções deste vírus. As técnicas
Vigilância, Prevenção e Controle
de Biologia Molecular prestam in-
das Doenças Sexualmente Trans-
formações valiosas sobre o moni-
Portaria Nº 151/Secretaria de Vigilância
em Saúde /Ministério da Saúde, de 14
de outubro de 2009.
76
NewsLab - edição 118 - 2013
Informe Científico
Avaliação da função renal
Fulvio Facco
Gerente de Inovação Labtest
O
balanço regular da química
o paciente sem sintomas. Com a
autoridades em saúde pública.
interna de nossos corpos se
evolução do dano renal, podem
Como evidenciado, o tratamento
deve, em grande parte, ao
aparecer sinais que nem sempre
medicamentoso e dialítico é muito
trabalho dos rins. Embora pequenos
incomodam tanto, o que dificulta a
oneroso e praticamente priva os
(cada rim tem o tamanho aproximado
percepção da doença por parte do
indivíduos dos seus trabalhos,
de 10 cm), nossa sobrevivência de-
paciente. Anemia leve, pressão alta,
afetando fortemente o sistema de
pende do funcionamento normal des-
edema dos olhos e pés, mudança nos
seguridade social (INSS). Nesse
tes órgãos vitais, responsáveis por:
hábitos de urinar (levantar diversas
sentido, são de suma importância as
vezes à noite para urinar), urina
campanhas que buscam estabelecer
·
Eliminar as toxinas do sangue
por um sistema de filtração
muito clara e sangue na urina são os
o diagnóstico precoce das doenças
Regular a formação do sangue
principais sinais. É possível tratar um
renais. O grande foco está na detecção
e a produção dos glóbulos vermelhos
paciente com medicamentos e dieta
da IRC, especialmente em pacientes
até que seus rins atinjam o limite
com risco aumentado de desenvolver
·
· Regular nossa pressão sanguínea
· Controlar o delicado balanço
de comprometimento de 90% da
a doença, incluindo-se nesse grupo
químico e de líquidos de nosso corpo
função renal. Quando o dano à função
hipertensos, diabéticos, pacientes
Quando seu funcionamento mos-
renal ultrapassa este limite, torna-se
portadores de doença cardiovascular e
tra-se comprometido, configura-se
necessário o uso de outros métodos
pessoas com história familiar de IRC.
um quadro de insuficiência renal,
de tratamento da insuficiência renal:
que pode ser classificada em aguda
diálise ou transplante renal.
ou crônica:
Portanto, o investimento em medicina laboratorial é um dos pilares
Diante da importância da função
da política governamental. Em geral,
renal, sua avaliação é um importante
os exames laboratoriais que avaliam
Insuficiência renal aguda: em al-
desafio da medicina laboratorial. Mui-
a função renal tentam estimar o
guns pacientes com doenças graves,
tos avanços aconteceram desde a pri-
ritmo de filtração glomerular (RFG),
os rins podem parar de funcionar de
meira dosagem de creatinina, feita por
definido como o volume plasmático
maneira rápida, porém, temporária.
Jaffe, no século 19. Sabe-se que ainda
de uma substância que pode ser
Rápida porque a função renal é per-
há espaço para o desenvolvimento
completamente filtrada pelos rins em
dida em algumas horas e temporária
de novos marcadores laboratoriais
uma determinada unidade de tempo.
porque os rins podem voltar a fun-
relacionados às patologias renais. Os
cionar após algumas semanas. Essa
impactos que tais patologias trazem
situação é denominada pelos médicos
à saúde da população justifica todo o
como “insuficiência renal aguda”. Em
investimento feito no desenvolvimen-
muitas ocasiões, o paciente precisa
to desses marcadores. No Brasil,
ser mantido em tratamento por diálise
fontes oficiais mostram que
até que os rins voltem a funcionar.
o governo gastou, em
2012, aproximadamente
Insuficiência renal crônica (IRC): é a
R$ 2 bilhões com sessões
perda lenta, progressiva e irreversível
de hemodiálise em seus 672
das funções renais. Dessa forma,
postos de atendimento credencia-
resulta em processos adaptativos
dos pelo SUS.
que, até certo ponto (cerca de 50%
O impacto econômico dessa pa-
da perda da função renal), mantêm
tologia é uma preocupação das
78
NewsLab - edição 118 - 2013
O RFG é uma das mais importantes
de urina colhidas em intervalo entre
NGAL: mais recente marcador renal,
ferramentas na análise da função re-
um e seis meses. Sua determinação
o neutrophil gelatinase-associated
nal, sendo também um indicador do
tem sido proposta em pacientes com
lipocalin, lipocalin-2, siderocalin é
número de néfrons funcionais. Como
diabetes mellitus, hipertensão, pré-
uma pequena proteína expressa pelos
medida fisiológica, ele já provou ser
-eclâmpsia e lúpus eritematoso.
neutrófilos e alguns epitélios, incluindo
os túbulos renais. A produção de NGAL
o mais sensível e específico marcador
Proteinúria: em condições normais,
aumenta em casos de lesão renal
A seguir, estão relacionados os
ocorre uma pequena excreção de pro-
provocadas por diferentes causas,
principais marcadores da função
teínas na urina. A detecção de uma
sendo liberada tanto na urina quanto
renal e suas aplicações na medicina
quantidade anormal de proteínas na
no plasma sanguíneo. Sua concentra-
laboratorial.
urina é um indicador confiável de doen-
de mudanças na função renal.
ça renal, devendo-se realizar a medida
ção aumenta drasticamente em um
curto intervalo de tempo (após duas
quantitativa da excreção em 24 horas.
horas do evento causador da lesão),
marcador extremamente útil da fun-
Cistatina-C: trata-se de uma proteína
mais precoce e sensível para lesões
ção renal, principalmente da filtração
de baixo peso molecular, produzida
glomerular, em virtude de sua relativa
em todas as células nucleadas sem
independência de fatores, como dieta,
sofrer alteração em processos infla-
grau de hidratação e metabolismo
matórios, e que aparece em plasma e
proteico. Assim, a determinação da
soro humanos. A Cistatina-C é livre-
creatinina plasmática funciona como
mente filtrada pelos glomérulos, não é
um marcador de função renal mais
secretada pelos túbulos ou eliminada
seguro do que a ureia. A creatinina
por qualquer via extrarrenal, sendo
não deve ser usada isoladamente para
absorvida praticamente por inteiro e
avaliar o ritmo de filtração glomerular
metabolizada pelas células dos túbulos
ou detectar a presença de doença re-
proximais. Assim, a concentração de
nal crônica. Isso porque é afetada pela
Cistatina-C no plasma é determinada
taxa de filtração glomerular e por fato-
quase que exclusivamente pelo Ritmo
res independentes, como idade, sexo,
de Filtração Glomerular (RFG), fazendo
raça, dieta, massa muscular, drogas e
dela um excelente indicador do RFG. O
Para saber mais:
métodos analíticos laboratoriais.
exame laboratorial para determinação
[email protected]
Creatinina: a constância na formação
e na excreção faz da creatinina um
o que coloca esse marcador como o
renais. Estudos clínicos comprovam
que a elevação da concentração de
NGAL no plasma ou na urina indica
um grau significativo de lesão renal
aguda, mesmo antes da elevação dos
níveis séricos da creatinina.
A Labtest dispõe de todos os
marcadores mencionados acima para
auxílio na prevenção e tratamento
de doenças renais, inclusive o NGAL,
novidade no Brasil.
dessa proteína possui vantagens em
Ureia: elevações da ureia são indi-
relação à avaliação clínica de rotina
cativos de nefrites, pielonefrites e
da função renal. Ela é mais exata que
insuficiência renal aguda ou crônica.
a creatinina plasmática e que a esti-
Sua concentração é afetada pela dieta
mativa de depuração de creatinina de
e pela idade.
Crockcroft-Gault, além de ser mais
confiável que a depuração de creati-
Referências Bibliográficas
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nina por 24 horas. Há um crescente
buminúria” não se refere a uma nova
grupo de evidências de que a Cistati-
2. www.sbn.org.br.
substância, e sim à excreção urinária
na-C pode ser utilizada para detectar
3. http://portalsaude.sau-
de pequena quantidade de albumina,
doenças renais mais precocemente do
de.gov.br/portalsaude/noti-
entre 30 e 300mg/24 horas ou entre
que a creatinina sérica, facilitando os
cia/4458/162/recursos-para-
20 a 200μg/min. Deve-se suspeitar de
esforços de prevenção em idosos e em
albuminúria quando esses valores são
pacientes com diabetes, hipertensão e
encontrados em duas de três amostras
doenças cardiovasculares.
NewsLab - edição 118 - 2013
-hemodialise-aumentam-em-r$-1816-mi.html.
79
Artigo
Frequência de Grupos Sanguíneos na Grande Goiânia
Samuel Guilerme Fernandes, Marília Ferreira Lacerda, Katia Karina Verolli de Oliveira Moura
Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC, Goiás
Summary
Resumo
Frequência de grupos sanguíneos na Grande Goiânia
Frequency of blood groups in metropolitan Goiânia
O estudo teve a finalidade de analisar a frequência com que
The study aimed to analyze the frequency of blood groups
os grupos sanguíneos e o fator Rh estão presentes em uma parcela
and Rh factor in a portion of the population of metropolitan
da população da região metropolitana de Goiânia, GO, da qual
Goiânia, GO, of which 2,161 people were evaluated during
2.161 pessoas foram avaliadas no período de 2010 a 2011. As
the period 2010 to 2011. Samples were obtained during the
amostras foram obtidas na Sétima Semana de Cultura e Cidadania
Seventh Week of Culture and Citizenship of PUC-Goias, at LAS
da PUC-Goiás, no LAS (Laboratório da Área da Saude) e no Colégio
(Laboratory of Health) and at College Village Garavelo. The
Village Garavelo. Os resultados evidenciaram a prevalência do
results showed the prevalence of group O (46.58%), and Rh
grupo O (46,58%) e do fator Rh positivo (88,47%).
positive (88.47%).
Palavras-chave: Grupos sanguíneos, sistema ABO, fator Rh
Introdução
Keywords: Blood groups, ABO system, Rh factor
dutos do gene ABO (2). O lócus
-L-fucosiltransferase codificada no
ABO encontra-se no braço longo
lócus FUT1 do cromossomo 19, na
o sangue humano, o sistema
do cromossoma 9 (3), na posição
posição q13.3, sendo, portanto, ge-
de determinação do tipo san-
9q34.1-q34.2 (4), e possui diversos
neticamente independente do lócus
guíneo é chamado de siste-
alelos, os quais os mais importantes
ABO (5, 6). Por isso, é considerado
ma ABO. Nesse sistema, as hemácias
são: A1, A2, B e O. Os genes ABO
um gene silencioso ou amorfo, uma
podem ou não apresentar na superfí-
possuem uma sequência de mais de
vez que não produz um antígeno
cie externa de suas membranas dois
1.000 nucleotídeos do DNA, sendo
específico (3).
tipos de antígenos, denominados,
que A e B diferem em si em sete
Os grupos sanguíneos do sistema
respectivamente, de aglutinogênios
bases nas posições 297, 526, 657,
ABO, descobertos em 1900 por Karl
A e B. Podemos encontrar quatro
703, 796, 803 e 930. Entretanto,
Landsteiner, marcaram o início da
tipos de hemácias. Tipo A: são
somente quatro posições (526, 703,
grande individualidade dos antígenos
aquelas que apresentam somente o
796 e 803) apresentam substituições
eritrocitários presentes na mem-
aglutinogênio A. Tipo B: são aquelas
de nucleotídeos que resultam em
brana do eritrócito, e até hoje per-
que apresentam somente o aglutino-
quatro aminoácidos diferentes nas
manecem como sendo os sistemas
gênio B. Tipo AB: são aquelas que
transferases A e B (3).
mais importantes dentro da prática
N
apresentam os dois aglutinogênios
O gene O apresenta uma sequên-
clínica, uma vez que os epítopos A e
A e B. Tipo O: são aquelas que não
cia de nucleotídeos quase idêntica à
B podem provocar uma forte reação
apresentam nenhum aglutinogênio
do gene A, exceto pela simples dele-
imunológica (7).
(1). Nos grupos sanguíneos os an-
ção da base Guanina na posição 261,
Com a introdução da tipagem
tígenos são a expressão de genes
levando à síntese de uma proteína
sanguínea e das técnicas de reação
herdados da geração anterior (2, 3).
inteiramente diferente das transfera-
cruzada, a transfusão de sangue tor-
Essas estruturas antígenas de-
ses de A e B e incapaz de modificar
nou-se não apenas um procedimento
pendem da atividade de enzimas,
o antígeno H, que é um carboidrato
simples, mas também muito seguro.
glicosiltransferases, que são pro-
produzido pela ação da enzima a-2-
No entanto, a transfusão continua a
82
NewsLab - edição 118 - 2013
ser associada a riscos, notadamente
às doenças infecciosas transmitidas
a classificação do respectivo grupo
Materiais e Métodos
sanguíneo (10).
por sangue, como a sífilis, hepatite
Foram realizadas 2.161 tipagens
viral e o vírus da imunodeficiência
sanguíneas, das quais 1.164 referem
humana (HIV). Além disso, embora a
à Sétima Semana de Cultura e Cida-
tipagem ABO tenha reduzido a ocor-
dania da PUC, Goiás, 924 às amos-
rência de reações transfusionais, elas
tras realizadas no LAS (Laboratório
Os resultados expressos no Gráfico
ainda ocorreram, indicando a presença
da Área da Saúde da PUC, Goiás) e
1 demonstram em polos extremos,
de outras diferenças genéticas nos
73 ao Colégio Village Garavelo loca-
o tipo “O +” com maior incidência,
grupos sanguíneos de importância na
lizado no município de Aparecida de
41,36% (894 pessoas), e “AB -” o
medicina transfusional, bem como,
Goiânia, GO.
representante da menor incidência:
Resultados
Para o procedimento três gotas
0,46% (10 pessoas). Sendo que o
de sangue foram transferidas para
intermédio denota “A+” 33,22% (718
O fator Rh foi descoberto por
lâminas de microscopia e foram acres-
pessoas); “B+” 10,55% (228 pesso-
Landsteiner e Wiener, onde observa-
centados os anticorpos anti-A, anti-B
as); “O-” 5,22% (113 pessoas); “A-”
ram que o soro de coelho que tinha
e anti-D (PROTHEMO). As amostras
4,25% (92 pessoas); “AB+” 3,33% (72
sido injetado com eritrócitos de
foram homogeneizadas e processa-
pessoas); “B-” 1,57% (34 pessoas) e
macaco Rhesus causava aglutinação
das sob condições de aquecimento
“AB-” 0,46% (10 pessoas).
em hemácias de cerca de 85% de
para a verificação de aglutinação e
mais tarde, no campo emergente de
transplante de órgãos (8).
No Gráfico 2 observa-se a porcen-
indivíduos, sendo estes compatíveis
pelo sistema ABO. Esses indivíduos
foram chamados “Rh positivos” e
A+
aqueles cujos glóbulos vermelhos
33,22%
não eram aglutinados chamavam
“Rh negativos” (2).
AB+
41,36%
B-
O sistema Rh é caracterizado
pela expressão do antígeno D na
10,55%
AB+
superfície das células sanguíneas.
4,25%
Entretanto, uma parcela significativa
O+
da população que não desenvolve
reação de aglutinação nos testes normalmente utilizados pode expressar
o antígeno D em níveis diminuídos
sendo então classificadas, erronea-
AB-
3,33% 1,57%
0,46%
O-
Fonte: LiGeM - 2010/2011
Gráfico 1. Frequência de grupos sanguíneos e fator Rh – Goiânia
mente, como pessoas do tipo Rh- (9).
Dessa forma, há necessidade do
conhecimento e da classificação correta deste sistema, a fim de se evitar
37,46%
46,58%
tipagens sanguíneas errôneas e, consequentemente, expor o paciente a
12,12%
riscos desnecessários (10).
Neste estudo analisamos a fre-
3,79%
quência com que os grupos sanguíneos e o fator Rh estão presentes
em uma parcela da população da
região metropolitana de Goiânia,
GO, tendo em vista os extremos
dos resultados obtidos.
NewsLab - edição 118 - 2013
A
B
AB
O
Fonte: LiGeM - 2010/2011
Gráfico 2. Frequência de grupos sanguíneos na Grande Goiânia
83
ramo asiático, com predomínio de B
(15, 16).
A partir dessa premissa, Moreira
11,52%
(17) relata:
O gene A determina a presença da
substância ou antígeno A nos eritróci88,47%
tos, quer A esteja presente em ambos
os cromossomos, quer se encontre
em um. Mutatis mutandi, o mesmo
acontece com o gen B.
O gene O não pode dar origem a
Positivo
Negativo
Fonte: LiGeM - 2010/2011
Gráfico 3. Frequência de fator Rh na Grande Goiânia
qualquer destes antígenos.
Deste modo, o genótipo para o
sangue do grupo A pode ser AA ou AO;
para o grupo B, BB ou BO; para o do
grupo AB, só pode ser AB; e para o
do grupo O, só pode ser OO.
tagem de cada fenótipo que obtivemos
compartilham significativas sequên-
em relação ao grupo sanguíneo sendo
cias homólogas com os primatas (13).
De acordo com esta teoria [que
o tipo “O” o mais comum, 46,58%
E apesar de que a base genética de
hoje já está comprovada] (18), os
(1.007 pessoas) e o tipo “AB” o menos
muitos subgrupos já ter sido ma-
genes A e B dominam O que, por
comum: 3,79% (82 pessoas). Partindo
peada ao nível molecular, amostras
conseguinte, é recessivo.
do “O”, em segundo e terceiro lugares,
com estruturas não resolvidas ainda
Os aglutinogênios A e B se transmi-
respectivamente, “A” com 37,46%
são encontradas em laboratórios de
tem de pais a filhos como caracteres
(810 pessoas) e “B” com 12,12% (262
referência.
dominantes e só aparecem, no sangue
pessoas).
Numerosas mutações pontuais,
dos filhos, se existentes nos pais.
De maneira similar ao Gráfico
resultando em mudanças no número
Se os pais são do tipo AB, as célu-
2, porém se tratando do fator Rh,
de aminoácidos, suprem ou enfra-
las germinais se bipartem, igualmen-
o Gráfico 3 revela a prevalência da
quecem a atividade enzimática das
te, em A e B, herdando cada filho um
fenotipagem
glicosiltransferases ABO (11).
gene para A ou para B, sem jamais
positiva com 88,74%
poder, entretanto, herdar o genótipo
(1.912 pessoas) e a ocorrência de
A esse respeito Lahovary (1954)
apenas 11,52% (1.079 pessoas) do
propõe que o tipo mais primitivo e
fenótipo negativo.
arcaico seja o antígeno B ou similar,
Se os pais são OO, os filhos só
pois se observa já em grande número
podem ser OO e nunca AB, donde a
de espécies de mamíferos e de peixes,
concepção de Bernstein, confirmada
e porque é ainda predominante em
pelas leis da hereditariedade, de que
certas regiões geoantropologicamente
pais AB e filhos O e vice-versa são
consideradas centros de difusão da
incompatíveis.
Discussão
O polimorfismo ABO é um evento evolutivo relativamente recente.
espécie humana (14).
OO ou a ele pertencer.
Quando os genótipos incluem
Provavelmente desenvolveu-se há 13
Por outro lado, segundo Lessa (17)
aglutinógenos homólogos, como, por
milhões de anos atrás a partir de um
e Boyd (16) pensam, os dois antígenos
exemplo, AA, BB ou OO, eles são
gene ancestral (11). Tem sido pro-
de base (A e B) existem desde o iní-
ditos homozigotos, chamando-se
posto que os antígenos A e B foram
cio da humanidade, embora se possa
heterozigotos se não se verifica esta
estabelecidos bem antes dos humanos
admitir logo no princípio duas grandes
circunstância, tal como se passa com
e primatas se divergirem (12).
divisões: um ramo euro-africano, com
AB, AO ou BO.
Uma elevada homologia entre as
predominância de A e mais raramente
Destas características de probabi-
sequências de nucleotídeos e amino-
de O (os negros, como os austro-
lidades e combinações cujas leis res-
ácidos foi detectada nos genes ABO de
-oceânicos, estando mais próximos
peitam a hereditariedade mendeliana,
primatas e, além disso, os humanos
dos brancos que dos amarelos) e um
os grupos sanguíneos do sistema ABO
84
NewsLab - edição 118 - 2013
são utilizados em larga escala nos
te, no início do século 20, de ita-
processos de reconhecimento de
lianos, alemães e japoneses (25).
paternidade e maternidade, assim
Além da migração externa,
como na medicina legal (15, 17),
existiu e existe significativa mi-
além dos serviços de doação e
gração interna. Estas migrações ao
transfusão de sangue (19), cuja
longo do tempo contribuíram para
finalidade é manter um estoque
um alto percentual de miscigena-
de sangue para transfusões com-
ção (26) fazendo da população
patíveis que salvam inúmeras vidas
brasileira única do ponto de vista
diariamente (20).
antropológico (24).
O sistema AB é formado por
Apesar da miscigenação do
quatro tipos sanguíneos: A, B, O
povo brasileiro (24, 26), a alta
e AB. Sua determinação genética
incidência de sangue tipo “O”
ocorre através de alelos múltiplos
encontrada em nossa pesquisa
(A, B, e i). O gene A determina
corrobora com a que Novaretti e
a formação da glicoproteína “A”,
colaboradores (24) encontraram
o gene B determina a formação
em seus estudos na cidade de São
da glicoproteína “B” e o gene i a
Paulo, onde a frequência do grupo
ausência destas glicoproteínas na
“O” em indivíduos caucasoides foi
hemácia (21). Como supracitado,
46,52%, e em negroides 47,94%,
a tipagem sanguínea tem impor-
assim como o Rh negativo, foi en-
tante papel nas transfusões de
contrada semelhante frequência
sangue, pois os grupos ABO e Rh
por Coelho et al. (10), quando 7%
podem desencadear incompatibi-
dos indivíduos possuíam fator Rh
lidade e levar o paciente a óbito.
negativos. O mesmo vale para os
A reação imunológica na questão
nossos resultados “AB” 3,79 e fator
transfusional ABO é dependente de
Rh positivo 88,47% se comparados
anticorpos formados naturalmente
aos de Lorenzo del Peón-Hidalgo e
pelo indivíduo contra seus grupos
colaboradores (27) em estudos re-
não compatíveis, no caso do fator
alizados em La Paz, Baja California
Rh, a formação desses anticorpos
Sur, México; “AB”, 1,71%; e fator
depende de prévia sensibilização
Rh positivo, RhD, 95,36%.
(22, 23).
Enfatizando assim a similarida-
Assim o conhecimento da fre-
de entre os dados adquiridos (na
quência fenotípica dos vários
Sétima Semana de Cultura e Cida-
grupos sanguíneos na nossa po-
dania, no LAS e no Colégio Village
pulação é essencial para estimar a
Garavelo) em ordem decrescente
disponibilidade de sangue compa-
a maior incidência de indivíduos
tível para pacientes que apresen-
do tipo O, A, B e AB e do fator Rh
tem anticorpos antieritrocitários.
positivo e negativo.
Permite ainda conhecimento sobre
a influência indígena, oriental e
negra na expressão dos antígenos
eritrocitários (24).
Conclusão
A partir de 1500, com a desco-
Pela apresentação dos resulta-
berta do Brasil, tivemos expressiva
dos demonstramos que dentro da
migração de portugueses, espa-
população goianiense prevalece
nhóis, negros e, mais recentemen-
o grupo “O” (46,58%), sendo o
NewsLab - edição 118 - 2013
85
grupo “AB” (3,79%) representante
Agradecimentos
Karina Verolli O. Moura, pois sem
do tipo sanguíneo mais raro. Já no
Agradecemos a todos que cola-
usas instruções, dicas e diálogos
que diz respeito ao fator Rh, foi
boram direta ou indiretamente com
este trabalho certamente não seria
observada a prevalência de RhD,
a realização deste trabalho: aos
concretizado.
positivo, (88,47%).
membros da LIGEM (Liga Acadê-
É interessante salientar que a
mica de Genética Molecular), aos
maioria dos participantes não tinha
colaboradores do LAS (da Área da
Correspondências para:
conhecimento de qual grupo perten-
Saúde da PUC, Goiás), pela recepti-
Katia Karina Verolli de Oliveira Moura
ciam tanto no que se diz respeito ao
vidade e pela atenção, e sobretudo à
[email protected]
sistema ABO quanto ao fator Rh.
nossa orientadora, Prof.ª Dra. Kátia
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NewsLab - edição 118 - 2013
Artigo
Células Decoy: um Auxílio no
Diagnóstico da Infecção por Poliomavírus
Isabel Cristina Gurgel da Silva1, Liane Nanci Rotta2, José Antonio Tesser Poloni3
1 – Acadêmica do Curso de Biomedicina na Universidade Luterana do Brasil, Canoas, RS
2 – Professora do Curso de Biomedicina na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Porto Alegre, RS
3 – Farmacêutico-Bioquímico, responsável pelo setor de Uroanálise do Laboratório Central de Análises Clínicas
da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (ISCMPA)
Universidade Luterana do Brasil / ULBRA. Canoas, RS
Summary
Resumo
Células decoy: um auxílio no diagnóstico da infecção
por poliomavírus
Decoy cells: an aid in the diagnosis of polyomavirus
infection
O poliomavírus BK tem sido associado à nefropatia pós-transplan-
The BK polyomavirus has been associated with nephropathy
te renal. A nefropatia por poliomavírus tem apresentado prevalência
after renal transplantation. The polyomavirus nephropathy has
elevada em receptores de transplante renal e pode levar à perda
shown high prevalence in renal transplant recipients and may
do enxerto com grande morbi-mortalidade. Este trabalho objetiva
lead to graft loss with high morbidity and mortality. This paper
realizar uma revisão bibliográfica sobre poliomavírus, em especial o
aims to review literature on polyomaviruses, BK virus in particular,
vírus BK, sua associação à nefropatia e suas formas de diagnóstico
its association with nephropathy and its forms of laboratory diag-
laboratorial. Atualmente, estão disponíveis para diagnóstico alguns
nosis. Currently, there are few methods available for laboratory
métodos laboratoriais como histopatologia ou imunohistoquímica de
diagnosis as histopathology or immunohistochemistry of kidney
biópsias renais, técnicas de biologia molecular, citologia urinária,
biopsies, molecular biology techniques, urine cytology among
dentre outros. A detecção de células decoy, células tubulares renais
others. The detection of decoy cells, renal tubular cells or urotelial
ou do urotélio liberadas na urina, com inclusões nucleares virais que
cells released into urine, with nuclear viral inclusions that may
podem sinalizar uma possível nefropatia, é extremamente importante
signal a possible kidney disease, is extremely important for early
para um diagnóstico precoce. O laboratório, nesse âmbito, é funda-
diagnosis. The laboratory, in this context, it is essencial, and the
mental, e a detecção de células decoy torna-se de muito interesse na
detection of decoy cells becomes of great interest in screening
triagem de transplantados com potencial risco de desenvolvimento
potential transplant risk of developing the disease. Furthermore, it
da doença. Além disso, parece promissor ter a possibilidade de
seems promising to be able to evaluate the polyomavirus infection
avaliação da infecção por poliomavírus através do EQU.
by urinary sediment analysis.
Palavras-chave: Poliomavírus, vírus BK, nefropatia, células
Keywords: Polyomavirus, BK virus, nephropathy, decoy cells
decoy
lhante, medindo 40 nm de diâmetro
JCV, assim denominado por ter sido
e que possuem genoma circular de
descoberto em paciente com estas
família Polyomaviridae é
5,1- kb (4), composto de DNA dupla
iniciais em seus nomes (7), é um
constituída de 16 espécies
fita (4,5). O SV40 (simian vacuolating
importante causador de doença neu-
virais e oito espécies infec-
virus) possui potencial patogênico
rológica em pacientes infectados pelo
tam diferentes mamíferos (1). A fa-
em macacos Rhesus e foi o primeiro
vírus da imunodeficiência humana
mília inclui três membros: o JC Vírus
vírus desta família a ser identificado
(HIV), agente de leucoencefalopatia
(JCV), o Simian Virus 40 (SV40) e o BK
como um contaminante das vacinas
progressiva multifocal, uma desordem
Vírus (BKV) (2, 3). Tratam-se de vírus
contra a poliomielite, sendo de pouco
fatal do sistema nervoso central (4,
com estrutura molecular muito seme-
significado em humanos (1, 4, 6). O
6). Diferentemente do BKV, nenhum
Introdução
A
88
NewsLab - edição 118 - 2013
dos demais poliomavírus têm sido
(BKN) é certamente a doença viral mais
O curso típico da PVN é caracte-
associado de modo consistente com
comum que afeta o parênquima do en-
rizado por um período assintomático
nefropatia pós-transplante renal.
xerto renal (8 a 20 vezes mais freqüente
de virúria seguido, dentro de algumas
Os poliomavírus BK e JC foram
que o citomegalovírus), podendo ser
semanas, pelo desenvolvimento de
coincidentemente isolados em 1971
observada também em rins nativos de
viremia no contexto da função renal
por dois grupos independentes: o BKV
receptores de outros órgãos (1).
estável (23). Nas células humanas
em urina de um paciente transplantado renal e o JCV do tecido cerebral de
susceptíveis, a expressão das proteVírus BK e nefropatia
ínas do capsídeo viral é seguida pela
um paciente com linfoma de Hodking
Classicamente, a infecção primária
(8). O primeiro relato do isolamento
por BKV acontece na infância, fato
Quando o vírus BK latente é rea-
de BKV na urina de um receptor, cujas
considerado muito comum, varian-
tivado, ocorre uma infecção ascen-
iniciais do nome eram B e K, ocorreu
do desde casos assintomáticos até
dente via célula-célula (24-26). Sem
em 1971 (7, 9), mas apenas em 1995
sintomas sugestivos de um simples
um controle imunológico apropriado,
foi descrito o primeiro caso de nefrite
resfriado (6, 18, 19). A transmissão
a infecção lítica progressiva segue
associada ao poliomavírus (10).
ocorre primariamente por via oral ou
(27), ou seja, cada acontecimento
respiratória, sendo também possível
resulta eventualmente na lise da cé-
Epidemiologia
montagem do vírus no núcleo (1).
adquirir o vírus através de transfusões
lula hospedeira para a liberação do
A soroprevalência para o BKV e
sanguíneas, transplantes ou mesmo
produto infeccioso, caracterizando
para o JCV nos adultos é muito alta:
por via transplacentária (20). Após
o efeito citopático da replicação do
mais de 90% da população adulta é
a infecção primária, em indivíduos
BKV (1). Nesse momento, surgem
soropositiva para o BKV, enquanto que
imunocompetentes, o vírus entra em
as inclusões virais nucleares e peri-
50 a 80% dos adultos têm anticorpos
um período de latência com tropismo
nucleares nas células dos túbulos. A
para o JCV. Em indivíduos imuno-
pelo trato urinário (células tubulares
lise destas células infectadas resulta
competentes não causam patologia,
renais, cápsula de Bowman e células
em infiltração viral no lúmen dos tú-
porém, em indivíduos imunocompro-
uroteliais) (5, 18, 19, 21).
bulos e na urina, mas também para
metidos as poliomaviroses humanas
A reativação tem sido observada
o interstício e propagação de células
causam doença primária significante,
em indivíduos com condições imunes
vizinhas. A subsequente necrose das
permitindo a reativação de um esta-
alteradas incluindo transplantados de
células tubulares leva à desnudação
do subclínico persistente para uma
órgãos sólidos, doenças autoimunes
da membrana basal e a destruição da
infecção lítica, resultando em virúria
como lúpus eritematoso sistêmico e
parede dos capilares tubulares resulta
e viremia, potencialmente podendo
pacientes com a síndrome da imu-
em uma disseminação vascular do
conduzir à doença severa ou fatal (8).
nodeficiência adquirida (SIDA) (8),
vírus (28). A partir daí, a PVN pode
A prevalência de nefropatia as-
mas o mais comum é a reativação
se desenvolver dentro de meses e,
sociada ao BKV está em torno de
em pacientes que receberam trans-
consequentemente, levar à dete-
2-8% (11-15). Após o diagnóstico da
plante de medula e em pacientes que
rioração da função do enxerto (23).
nefropatia por poliomavírus (PVN),
receberam transplante renal, onde
Esta sequência de acontecimentos
cerca de 50% dos pacientes evoluem
a infecção lítica do BKV resulta em
não inclui hospedeiros imunocom-
para perda progressiva da função do
cistite hemorrágica e em nefropatia
petentes, onde a liberação do vírus
enxerto renal em dois anos (12, 14-
por poliomavírus, respectivamente (5,
e seus constituintes celulares ativa
16), com necessidade de retorno à
8). Indivíduos saudáveis podem ter
uma reação inflamatória não espe-
terapia renal substitutiva (15). A ne-
as células infectadas com o vírus es-
cífica, seguida por respostas imunes
fropatia desenvolve-se, em geral, no
poradicamente, por isso a reativação
celulares e humorais específicas (1).
final do primeiro ano do transplante,
assintomática do vírus BK também é
A suspeita clínica de doença por
com média entre 10-16 meses (11,
geralmente detectada nos receptores
poliomavírus é estabelecida pela pre-
15, 17). Este período de risco deve
de transplantes renais saudáveis.
sença de deterioração da função renal
ser considerado no monitoramento
Esses pacientes podem ou não de-
com elevação dos níveis de creatinina
dos pacientes transplantados renais.
senvolver a nefropatia causada pelo
sem causa aparente, além de eventual
poliomavírus mais tarde (22).
hematúria macroscópica e obstrução
A nefropatia causada por vírus BK
NewsLab - edição 118 - 2013
89
do trato urinário (29). A elevação na
pacientes com nefropatia por BKV
nefropatia por BKV envolve o uso de
creatinina sérica e a diminuição da
apresentavam sorologia positiva pré-
drogas que reduzam a carga viral do
função renal, de uma forma geral,
-transplante (11).
BKV, inibindo a replicação do DNA do
podem ser devidas às complicações
Um estudo afirmou que pacientes
poliomavírus, como por exemplo: de-
cirúrgicas, urológicas, farmacológicas
do sexo masculino com idade avan-
rivados de ácido retinoico, inibidores
ou imunológicas, mas atualmente,
çada apresentam maior incidência de
da DNA girase, arabinoside citosine e
além de algumas causas usuais bem
nefropatia por BKV (15), mas o que se
o cidofovir (6). A utilização de imuno-
avaliadas de insuficiência renal aguda,
tem relatado de forma mais frequente
globulinas é outra possibilidade que
novos potenciais de causa tem emer-
é que o aumento acentuado na inci-
tem sido relatada como opção no
gido e a função das infecções virais é
dência de PVN está claramente asso-
tratamento de pacientes com BKN (1).
mais aparente (23).
ciado à introdução de novas e mais
Diagnóstico laboratorial
O poliomavírus BK tem também
potentes drogas imunossupressoras,
um importante papel no desenvol-
usadas com sucesso para a preven-
Existem diversos métodos para
vimento de malignidade. Tumores
ção e tratamento de rejeição aguda
identificação de uma infecção por BKV,
renais e urogenitais são cada vez mais
de transplante (8, 32). Isso indica
seja ela latente ou ativa. Os diferen-
reconhecidos como complicações de
uma relação entre o rompimento do
tes testes podem ser aplicados em
nefropatia por poliomavírus BK (22). O
sistema imune e a reativação do BKV.
diversos materiais biológicos e cada
vírus BK codifica um antígeno T gran-
Dentre os imunossupressores utiliza-
um deles pode identificar estágios
de, também referido como LTag, para
dos estão: micofenolato mofetil (MMF)
diferentes de uma mesma infecção
induzir a divisão celular nas células
e tracolimus (1, 23). Este último, um
nos diversos sítios (7, 29). Além disso,
hospedeiras (1, 22, 30). O LTag só é
potente inibidor da calcineurina, uti-
por possuírem acurácia distinta, sua
expresso em abundância durante a
lizado como profilaxia em tratamento
informação, muitas vezes, dificulta a
fase inicial de replicação viral (30). O
de episódios de rejeição aguda gra-
interpretação clínica (7).
antígeno inativa as proteínas supres-
ve, tem sido fortemente associado
O padrão atual de diagnóstico da
soras tumorais p53 e pRb (proteína
ao desenvolvimento de doença por
BKN, apesar de depender de proce-
retinoblastoma), recrutando fatores
poliomavírus, figurando no esquema
dimento invasivo, inclui a análise de
para a replicação do DNA viral (1, 22).
imunossupressor de até 70% dos ca-
biópsias renais. Ela detecta mudanças
Quando o LTag inativa a proteína p53 e
sos de pacientes com BKN (6).
citopáticas como resultado de injúria
liga-se ao gene da proteína Rb, ocorre
hiperplasia celular progressiva e atipia
ou de lise das células epiteliais tubuTratamento
lares renais, e também a expressão
nuclear, que regride quando a função
Atualmente não foram estabele-
genética do vírus através de técnicas
da p53 é restaurada. No entanto, se
cidas diretrizes para o tratamento de
histopatológicas e imunohistoquími-
p53 permanecer inativa por um pe-
BKN. Hoje em dia, o mais importante
cas, respectivamente (8). Na histopa-
ríodo muito longo, essas mudanças
passo parece ser a redução de tera-
tologia, a detecção de inclusões virais
evoluem para tumores malignos ou
pia de imunossupressão (23, 32-34).
nas células epiteliais tubulares indica
persistem mesmo quando a atividade
Alguns estudos defendem que recep-
a presença de infecção viral ativa no
de p53 é restaurada (30).
tores de transplante renal devem ser
parênquima renal (29).
Fatores predisponentes
rastreados e os que apresentam risco
Histologicamente, a replicação
de desenvolver a BKN, definido por
viral resulta no aumento do tama-
Os fatores de risco para desenvol-
níveis elevados de viremia, devem
nho da célula à custa de aumento do
vimento de infecção por BKV não são
ter a sua imunossupressão reduzida
volume nuclear onde o vírus está se
totalmente compreendidos. Enquanto
preventivamente (35).
multiplicando (7). Por isso a princi-
um estudo envolvendo crianças de-
A substituição dos imunossupres-
pal característica dessas células é a
monstrou maior risco de nefropatia
sores de maior risco por sirolimus
presença de núcleos ampliados, com
por BKV em receptores soronegati-
também parece ser uma das alterna-
inclusões basofílicas, que substituem
vos que receberam rins de doadores
tivas, pois ele possui atividade anti-
a cromatina nuclear. O interstício é
soropositivos (31), Hirsh e colabora-
proliferativa, controlando a replicação
geralmente infiltrado por leucócitos
dores demonstraram que 85% dos
viral. O tratamento farmacológico da
mononucleares, com tubulite ativa.
90
NewsLab - edição 118 - 2013
Todavia, essa apresentação sob a for-
comum para JCV, BKV e SV40 (30,
destacam-se os testes moleculares,
ma de nefrite túbulo-intersticial é se-
40). A coloração por imunoperoxidase
que são cada vez mais aplicados para
melhante ao que caracteriza a rejeição
permite detectar o LTag, a expressão
diagnóstico e monitoramento do tra-
celular aguda (36). O diagnóstico ba-
de antígeno nuclear de células em
tamento de infecções virais devido à
seado somente na evidência anátomo-
proliferação (PCNA) e os genes p53 e
sua alta sensibilidade. Estes testes
-patológica pode ser difícil, uma vez
pRb na biópsia renal (30). A coloração
possibilitam o diagnóstico precoce
que ambos os achados característicos
marrom indica sinais de que o núcleo
da infecção, a avaliação da resposta
(células tubulares com inclusões virais
da célula está infectado (23). Um fator
a terapias antivirais e a monitoriza-
e infiltrado inflamatório intersticial)
agravante da imunohistoquímica é
ção de recidivas (7). Infelizmente os
podem ser falsamente interpretados
que a pesquisa do antígeno viral não
testes qualitativos baseados em DNA
como rejeição aguda (37), ou as célu-
é sensível o suficiente para detectar
são altamente susceptíveis a conta-
las com inclusões estarem infectadas
infecção viral latente. Enfim, o estudo
minações cruzadas (29) e acima disso
por outro vírus que não o BKV.
histológico, seja anátomo-patológico
não podem distinguir entre infecção
latente e reativação (45).
Os achados histológicos são clas-
ou imunohistoquímica, deve sempre
sificados em padrões A, B, B1, B2, B3
ser considerado juntamente com os
Opondo-se a essa limitação, a re-
e C. O padrão A representa somente
resultados de virúria e viremia, pois
ação em cadeia da polimerase (PCR)
efeito citopático no parênquima re-
o fragmento pode não ser represen-
detecta o genoma viral e também
nal, semelhante ao normal. Não há
tativo das áreas mais afetadas pela
quantifica a liberação viral nas amos-
atrofia tubular, fibrose intersticial e
infecção viral (7).
tras de sangue, soro, plasma, urina
inflamação. O padrão B é constituído
Com vistas à agregação na pesqui-
ou biópsia renal (8, 7), permitindo
de combinação de efeito citopático
sa laboratorial para chegar ao diag-
diferenciar entre infecção latente e
e áreas focais/multifocais de atrofia
nóstico, também é utilizada a avalia-
reativação. As técnicas de PCR que
tubular/fibrose intersticial/inflama-
ção da citologia urinária para detectar
podem ser utilizadas neste processo
ção. Quando menos de 25% do corte
a presença de células decoy, que são
são a nested, a semi-nested-PCR e a
histológico apresenta atrofia tubular/
células epiteliais urinárias com corpos
PCR em tempo real (46-49). A PCR é
fibrose intersticial/inflamação, o pa-
de inclusão viral intranuclear (8). As
baseada no seguinte: oligonucleotíde-
drão é considerado B1. O padrão B2 é
células decoy são vistas em microscó-
os complementares a determinadas
detectado quando essa porcentagem
pio ótico quando a urina está corada
regiões do DNA viral são usados para
está entre 26%-50%, e o padrão B3,
pelo método de Papanicolaou (29),
amplificar parte do genoma do polio-
acima de 50%. Finalmente o padrão
ou em microscopia com contraste de
mavírus. Existe também a possibilida-
C, estágio final da BKN, apresenta rara
fase, com urina fresca (41). As células
de de diagnosticar apenas infecções
alteração citopática em tecido renal
decoy na urina podem indicar ativação
em atividade quando se selecionam
difusamente lesado, com uma exten-
de poliomavírus no trato urogenital, a
mRNA de antígenos tardios do BKV
sa atrofia tubular/fibrose intersticial/
qual constitui um pré-requisito para a
(VP1 e VP2), somente detectados em
inflamação envolvendo todo o tecido,
doença viral parenquimatosa. Todos
células infectadas com replicação viral
sem área residual livre de atrofia (7).
os casos de BKN apresentam células
(7). A determinação quantitativa de
Considerando a inespecificidade
decoy na urina no momento do diag-
BKV por técnicas de PCR é muito útil
dos achados histológicos, a detecção
nóstico inicial e após a BKN ter sido
no diagnóstico da infecção, preceden-
do antígeno ou do DNA do BKV no
resolvida, as células decoy desapare-
do a ocorrência de nefropatia associa-
parênquima renal, através da imu-
cem do sedimento urinário (40). Mas
da a esse vírus (3,20). Utilizando-se
nohistoquímica, é necessária para a
é importante salientar que células
um PCR quantitativo é possível esti-
definição do diagnóstico de BKN (38,
epiteliais infectadas por vírus não são
mar a carga viral de cada paciente,
39). A análise por imunohistoquímica
exclusivas de infecção por poliomaví-
identificando os que apresentam
pode ser realizada em secções de
rus (42, 43). Também a identificação
maior risco de BKN e monitorando a
tecido fixados em formalina e con-
dessas células não permite distinguir
resposta à terapia através do aumento
servados em parafina, usando anti-
entre os membros JCV, BKV e SV40 da
ou decréscimo da carga viral do BKV
corpos comercialmente disponíveis
família dos poliomavírus (44).
(7). Além disso, estudos indicam que
para detecção de antígenos T (LTag)
92
Entre os métodos laboratoriais,
a viremia costuma ser demonstrada
NewsLab - edição 118 - 2013
por PCR em 100% dos pacientes
e do ducto coletor, especialmente)
As células decoy, com corpos intra-
com diagnóstico de nefropatia por
e do urotélio, e contêm partículas
nucleares de inclusões virais, podem
BKV (11, 19, 20, 24). O problema é
virais nucleares ou até mesmo todo
ter diferentes fenótipos numerados
que ainda hoje, a PCR possui custo
o capsídeo viral (1). A presença de
de 1 a 4, dependendo do estado da
elevado para sua inserção em massa
células decoy pode ser um importante
replicação viral e maturação da célula,
como rotina diagnóstica na suspeita
achado para indicar a reativação do
bem como o seu estado de preserva-
de infecção por BKV. Mas a PCR e a
poliomavírus. Usualmente as mesmas
ção. As células decoy mais comuns,
citologia urinária são especialmente
são identificadas por coloração de Pa-
ou clássicas, são as de fenótipo 1, que
úteis para detectar os estágios iniciais
panicolaou em urina fixada, tanto em
apresentam um núcleo bem alargado,
de reativação e PVN, pois permitem
esfregaços de amostra total quanto
ocupado por uma inclusão basofílica
diagnóstico e intervenções rápidas,
em amostras citocentrifugadas (13,
rodeada por cromatina que a confere
com um consequente aumento da
41). Pela coloração de Papanicolaou,
uma aparência vítrea ou gelatinosa. O
sobrevida do transplantado (8).
muitas células decoy mostram um
fenótipo 2 revela uma inclusão intra-
O teste sorológico foi a primeira
núcleo aumentado, que é ocupado
nuclear circundada por um halo claro,
ferramenta utilizada para avaliar a
por uma inclusão viral basofílica (13,
semelhantemente ao Citomegalovírus
prevalência do BKV na população
30, 41), rodeada pela cromatina, que
(CMV). Células multinucleadas são as
humana (18). Mas hoje, devido à alta
a confere uma aparência de campo
de fenótipo 3. Quando apresentam
prevalência de sorologia positiva para
vítreo ou gelatinosa. Algumas vezes
núcleos vesiculares com cromatina
anticorpos IgG anti-BKV na população
a inclusão tem um aspecto vesicular,
agregada e nucléolos, são células
geral (superior a 80%), o uso de so-
ou pode ser rodeada por um halo, e a
decoy do fenótipo 4 (22).
rologia viral é de pouca utilidade na
cromatina estar aderida a ele (13, 41).
Uma atenção especial tem de ser
avaliação de risco de nefropatia por
As células decoy são caracterizadas
dada na distinção de células decoy e
BKV. Além disso, o estado de imunos-
por grandes células atípicas, redondas
células malignas (22, 30). Quando as
supressão profilática e/ou terapêutica
ou alongadas, com uma razão núcleo/
células decoy derivam do uroepitélio,
compromete a identificação de IgM
citoplasma elevada e de moderada a
um núcleo muito aumentado e a for-
específica nos casos de primoinfecção
abundante basofilia citoplasmática,
ma irregular do corpo da célula podem
pós-transplante (29).
podendo ser encontradas juntamen-
mimetizar as mudanças observadas em
O isolamento do vírus em cultivo
te com células inflamatórias. Podem
células neoplásicas (13, 41). O fenótipos
celular in vitro não tem sido utilizado
apresentar um halo condensado de
3 e 4 são especialmente propensos a se-
devido ao seu rendimento demasia-
cromatina na periferia da membrana
rem confundidos com células malignas
damente baixo, com perspectiva de
celular (30). A mais típica mudança
(22). As células decoy são encontradas
isolamento viral variando de 0 a 1%
nuclear da maioria das células decoy
isoladas e os núcleos são arredondados,
(7). A grande quantidade de resulta-
mostra uma característica excêntrica
em contraste com as células tumorais,
dos falso-negativos ocorre em função
do citoplasma: uma forma de cometa
que têm núcleos irregulares e podem
da neutralização viral por anticorpos
ou gotícula (Figuras 1 e 2) (22).
formar grupos com apinhamento ou
presentes na urina e porque algumas
formas variantes de regiões genômicas do BKV não são passíveis de
crescimento em cultivo celular empregando os substratos tradicionais (18).
Células decoy
As células epiteliais renais e do
urotélio infectadas pelo BKV, que
após a ocorrência de apoptose celular
aparecem na urina, são chamadas
células decoy. Elas se originam de
células tubulares (do segmento distal
NewsLab - edição 118 - 2013
Figuras 1 e 2: Células decoy indicadas por setas
93
sobreposição nuclear (22, 30). As
transplantado. A prevalência de perda
ano a Irmandade da Santa Casa de
células malignas possuem materiais
do enxerto em pacientes com diagnós-
Misericórdia de Porto Alegre (ISCMPA)
hipercromáticos escuros, grosseiros e
tico de BKN varia de 45% a 70% (6).
comprovou a possibilidade de identifi-
distribuídos aleatoriamente, com nuc-
A análise de amostras de urina
cação das células decoy no sedimento
parece ser o método de triagem mais
urinário de amostras de pacientes que
Os efeitos citopáticos do vírus BK
sensível e de melhor custo para infec-
realizam exames no setor de Uroaná-
também podem ser difíceis de distin-
ções por poliomavírus. Em pacientes
lise do Laboratório Central de Análises
guir daqueles causados por outras in-
transplantados renais, a aplicação da
Clínicas, e isso foi feito através de mi-
fecções virais, como por exemplo, o ci-
análise por imunohistoquímica para
croscopia ótica convencional e com a
tomegalovírus (22). Células infectadas
procurar genoma de poliomavírus deve
utilização de uma ferramenta simples,
por CMV são geralmente menores, com
ser feita somente após a detecção de
como uma câmera digital comum (50).
inclusões basofílicas ou eosinofílicas
células decoy na urina (30). Embora a
Considerando o que foi discutido
rodeadas por um halo, mas além disso
biópsia renal possua importância ine-
acima, conclui-se que a análise do
contêm inclusões intracitoplasmáticas
quívoca no diagnóstico da nefropatia
sedimento urinário, importante ferra-
(7). Porém, na dúvida, técnicas auxi-
por BKV, métodos não invasivos têm
menta para o diagnóstico e tratamento
liares são necessárias para diferenciar
sido buscados de modo crescente para
de doenças renais e geniturinárias (51),
células decoy de fenótipo 2, de células
este fim, no intuito de se obter um
pode fornecer em poucos minutos uma
com inclusões de CMV (22).
diagnóstico rápido, precoce e preciso
pista importante sobre uma possível
desta condição e, desta forma, permitir
reativação da infecção por poliomaví-
que intervenções terapêuticas possam
rus na população de pacientes trans-
ser instituídas visando à manutenção
plantados renais (50). A possibilidade
léolo proeminente (22).
Discussão
da função do enxerto. Neste contexto,
de fornecer a informação da presença
A nefropatia por poliomavírus tem
a sorologia para BKV é considerada um
das células decoy em um exame sim-
se tornado um problema emergente
método diagnóstico limitado, sendo
ples, pouco oneroso financeiramente, e
na população de receptores de trans-
pouco indicado em virtude da alta pre-
com amostra de fácil obtenção faz com
plante renal. Com prevalência elevada
valência de anticorpos contra o vírus
que este novo parâmetro agregue um
(1) e sem tratamento específico (29),
na população em geral (3).
valor inestimável ao (E.Q.U.), um exa-
pode levar à perda precoce do enxerto
A escolha dos testes diagnósticos
me muito utilizado em todos os países
com grande morbidade e mortalidade,
ainda deve contemplar a preocupa-
para triagem de pacientes, mas, que é
fazendo com que o paciente retorne a
ção com o risco e o custo-benefício
muito subestimado quanto à relevância
programas de terapia de substituição
com vistas à garantia da alta eficácia
de seus resultados. Permite também
renal, o que eleva os custos do trata-
diagnóstica e viabilidade econômica
que se crie uma pesquisa específica
mento. Isto tem sido motivo de estudo
em cada centro (6). Refletindo nessa
para células decoy, se esta for a neces-
em centros transplantadores de todo
ideia, Fogazzi mostrou em 2001 (41)
sidade julgada pelo médico assistente.
o mundo (8). Por isso, métodos de
a possibilidade das células decoy se-
Devido à possibilidade de se conseguir
triagem para prevenir a doença têm
rem identificadas por microscopia de
um dado precoce sobre a infecção pelo
sido defendidos (35).
contraste de fase sem necessidade de
BKV, esta análise pode atuar como uma
A suspeita clínica e a possibilidade
colorações. As imagens que o autor
fonte de informação útil para auxiliar
de se realizar o diagnóstico definitivo e
publicou haviam sido visualizadas na
na prevenção do desenvolvimento da
precoce de uma infecção por polioma-
urina de um paciente. Esse achado
PVN, e em pacientes transplantados,
vírus é fundamental para definir a sua
foi posteriormente confirmado por
atuar precocemente na prevenção da
terapêutica e prognóstico. Pacientes
biópsia renal e PCR. Na microscopia
rejeição ao enxerto. Mas é necessário
diagnosticados em estágio precoce da
por contraste de fase, foi visto célu-
salientar a importância do conheci-
infecção e adequadamente maneja-
las decoy que mostraram as mesmas
mento das características morfológicas
dos resultam em boa recuperação da
anomalias descritas nas amostras
destas células e o desenvolvimento de
função do enxerto, porém, pacientes
coradas (41). Com base nesse acha-
habilidade visual do analista, que pode
diagnosticados tardiamente tem possi-
do, pela primeira vez no Brasil e de
ser adquirida através de treinamentos.
bilidade aumentada de perda do órgão
maneira inédita na literatura, neste
Em suma, o diagnóstico precoce da
94
NewsLab - edição 118 - 2013
nefropatia associada ao poliomavirus é
A presença de células decoy não
de outras técnicas auxiliares e confirma-
extremamente importante, visto que
constitui um marcador específico de
tórias. Quanto mais cedo o diagnóstico
possibilita um tratamento antes da
BKN, já que o vírus pode estar presen-
for estabelecido, maior a possibilidade
nefropatia se estabelecer. As células
te no trato urinário sem causar dano
de reversão do quadro de infecção,
decoy desempenham um papel impor-
parenquimatoso, porém, possui valor
trazendo benefícios tanto para o médico
tante nessa conclusão, pois podem ser
preditivo negativo de 100% para o
quanto para o paciente.
consideradas também como um auxílio
dano renal irreversível e, uma vez es-
no diagnóstico da infecção, visto que o
tabelecida, dificilmente a BKN poderá
local inicial da reativação viral é o tra-
ser revertida com sucesso (29). A de-
Correspondências para:
to urinário e a primeira manifestação
tecção no sedimento de células decoy,
Liane Nanci Rotta
clínica é a excreção assintomática do
juntamente com o histórico clínico do
[email protected]
vírus na urina (29).
paciente, pode direcionar a realização
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98
NewsLab - edição 118 - 2013
Artigo
Análise do Risco Cardiovascular de Mulheres Diagnosticadas
com Câncer de Mama que Fazem Terapia com Tamoxifeno
Lidiana A. Biasi1, Roberta Tremea1, Marília Navarini1, Aline C. Baccin2, Vanusa Manfredini3
1 – Acadêmica do curso de Farmácia da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Campus de Erechim, RS
2 – Farmacêutica Bioquímica, Mestre em Biologia Celular e Molecular pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
3 – Farmacêutica Bioquímica, Professora Doutora do Curso de Farmácia da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Campus Uruguaiana
Resumo
Summary
Análise do risco cardiovascular de mulheres diag-
Analysis of cardiovascular risk in women
nosticadas com câncer de mama que fazem terapia
diagnose with breast cancer receiving therapy with
com tamoxifeno
tamoxifen
O tamoxifeno, um fármaco antiestrogênico amplamente utili-
Tamoxifen, a antiestrogen drug, has been used extensively
zado no tratamento adjuvante de câncer de mama, tem sido alvo
for the treatment of breast cancer, has been the target of
de vários estudos devido aos possíveis efeitos adversos produzidos
several studies due to possible adverse effects produced by
pelo fármaco, especialmente por aumentar os níveis de lipoprote-
drug, especially by increasing the levels of plasma lipoprotein.
ínas plasmáticas. O objetivo deste trabalho foi avaliar o possível
The objective of this work was to evaluate the possible
risco cardiovascular de mulheres com câncer de mama, traçando o
cardiovascular risk in women with breast cancer, tracing the
perfil lipídico combinado a biomarcadores cardiovasculares antes,
lipid profile combined with biomarkers before, six and twelve
seis e doze meses após a utilização do fármaco. Os resultados
months after the use of the drug. The results were favorable and
encontrados foram favoráveis e mostraram que no primeiro ano de
showed that in the first year of use tamoxifen cardiac function
uso do tamoxifeno a função cardíaca esteve preservada.
was preserved.
Palavras-chave: Marcadores cardíacos, câncer de mama,
Keywords: Heart marker, breast cancer, tamoxifen
tamoxifeno
histórico familiar, ou seja, parentes de
exames de monitoramento como o
primeiro grau acometidos pela doença
autoexame e a mamografia, faz au-
câncer de mama é o tumor
antes dos 50 anos; idade precoce da
mentar as taxas de mortalidade pela
maligno mais comum entre
primeira menstruação; nuliparidade
doença por consequência do diagnós-
as mulheres e o segundo
ou gravidez tardia (após os 30 anos);
tico tardio, uma vez que inicialmente
mais frequente no mundo, respon-
fatores nutricionais como obesidade e
o câncer de mama é praticamente
dendo por 22% dos novos casos da
ingestão de álcool (3), e a exposição
assintomático e passa despercebido
doença a cada ano no Brasil. Segundo
aos estrógenos principalmente atra-
pela portadora (13, 20).
o Instituto Nacional do Câncer (2010)
vés do uso de contraceptivos orais
(13), a estimativa para 2010 foi de
(10, 19).
Introdução
O
49.240 novos casos.
Após a detecção de um nódulo
mamário pela mamografia, os pro-
O diagnóstico precoce do câncer
cedimentos subsequentes incluem
A incidência de câncer de mama
de mama é de muita importância para
o exame citológico que consiste em
tem aumentado significativamente
o prognóstico da doença, que tem se
uma punção aspirativa com agulha
nos últimos anos, sobretudo na faixa
mostrado satisfatório quando a in-
fina (AAF) de células oriundas da
etária acima de 35 anos. São diversos
tervenção médica ocorre de maneira
lesão, para avaliação de sua mor-
os fatores de risco relacionados com
oportuna. A falta de regularidade, por
fologia, quantidade e diferenciação
a doença, entretanto, destaca-se o
parte das mulheres, na realização de
(10). Em seguida, para pesquisa de
100
NewsLab - edição 118 - 2013
fatores prognósticos, é realizada a
as células normais, nos últimos anos
de ateroma (4, 15, 17), devido ao
imunohistoquímica, englobando a
foram introduzidos nos esquemas de
aumento do clearance do LDL e, con-
dosagem de marcadores tumorais
tratamento os anticorpos monoclonais,
sequentemente, diminuição de seus
como a superexpressão de receptores
que direcionam e potencializam a te-
níveis séricos (17). Entretanto, alguns
hormonais (estrógeno e progesterona)
rapia antitumoral (7).
relatos demonstram que o fármaco é
e do oncogene Her-2 ou C-erb, sendo
Para completar o conjunto terapêu-
capaz de induzir a hipertrigliceridemia
este último relacionado com tumores
tico de combate ao câncer de mama,
em portadoras de câncer de mama
de alto grau, recorrência precoce e
existe uma alternativa bastante
por aumentar a síntese hepática de
maior índice de mortalidade (19).
utilizada chamada hormonioterapia
lipoproteína de muito baixa densidade
As opções atuais de tratamento
adjuvante, que desempenha sua ação
– VLDL (15, 17).
do câncer de mama incluem cirurgia,
inibindo os efeitos do estrógeno e o
radioterapia, quimioterapia e hor-
crescimento de células neoplásicas. O
monioterapia, sendo que a conduta
estrógeno promove o crescimento de
médica varia conforme o estadiamento
muitos tumores de mama e a terapia
da doença. A cirurgia continua sendo
hormonal baseia-se na retirada de
O objetivo deste trabalho foi ava-
umas das principais modalidades de
circulação dos hormônios que induzem
liar o perfil lipídico e marcadores de
tratamento para a maioria dos tumo-
a multiplicação de células neoplásicas.
processo inflamatório e cardíaco de
res sólidos de mama, podendo ser
Aproximadamente 75% dos cânceres
pacientes com diagnóstico de câncer
conservadora ou radical (1).
de mama é receptor estrógeno ou
de mama que fazem terapia endócri-
progesterona positivo e, portanto,
na com tamoxifeno, a fim de melhor
elegíveis para terapia endócrina (2).
elucidar o efeito do fármaco sobre este
A radioterapia é um método fundamentado na destruição de células
Objetivo
através da radiação ionizante, poden-
O principal fármaco utilizado na
do ser utilizada no período que antece-
terapia hormonal é tamoxifeno, apro-
de a cirurgia para diminuir o tamanho
vado pelo Food and Drug Administra-
do tumor ou no pós-operatório com o
tion, em 1998, após a realização do
intuito de destruir células neoplásicas
estudo NSABP P-1 (National Surgical
remanescentes, além disso, pode
Adjuvant Breast and Bowel Project P-1
atuar sobre outros sinais e sintomas
Study). Os autores concluíram que o
O presente trabalho foi aprovado
como dor e hemorragia (1).
grupo de pacientes.
Material e Métodos
Pacientes e Amostras
fármaco utilizado em mulheres de alto
pelo Comitê de Ética e Pesquisa da
A quimioterapia antineoplásica
risco para a doença diminuiu signifi-
URI – Erechim. Trata-se de um estudo
tem assumido um papel primordial no
cativamente a incidência de câncer
de corte transversal e prospectivo. Fo-
tratamento de muitos tipos de tumo-
invasivo e que o tempo de duração da
ram acompanhadas 10 mulheres com
res, pois tem a finalidade de reduzir a
terapia é de cinco anos (9).
média de idade de 50 ± 7 anos, com
população de células tumorais a zero,
O tamoxifeno é uma fármaco an-
diagnóstico de câncer de mama pré e
com a desvantagem de destruir todas
tiestrogênico e segundo Cameron et
pós-menopáusicas, com receptor para
as células que estão se multiplicando
al (5), a hormonioterapia com tamo-
estrógeno positivo, que realizaram
rapidamente no organismo, inclusive
xifeno promove a regressão do tumor
mastectomia total, quimioterapia e
as sadias, acarretando em diversos
por dois mecanismos: primeiro pelo
radioterapia, e todas iniciando hormo-
efeitos colaterais (1). A maioria das ne-
aumento da apoptose e, segundo, pela
nioterapia com tamoxifeno.
oplasias não pode ser curada com um
diminuição da frequência de prolifera-
As pacientes foram recrutadas
único agente quimioterápico, em vir-
ção das células mamárias, ao cessar a
no Centro de Oncologia Clínica do
tude disso, o tratamento curativo com
ligação do hormônio ao seu receptor
Hospital de Clínicas de Porto Ale-
sucesso inclui uma associação de agen-
no tecido mamário.
gre (COCHCPA). Foram obtidas três
tes terapêuticos, com mecanismos de
Além do benefício no tratamento
amostras de sangue total venoso,
ação distintos (poliquimioterapia) (21).
do câncer de mama, é atribuída ao
coletadas pela equipe do COCHCPA e
Com o propósito de aumentar a seleti-
tamoxifeno a característica de car-
enviadas ao Laboratório Universitário
vidade dos agentes antineoplásicos e,
dioproteção, graças a sua capacidade
da URI – Erechim. A primeira amostra
portanto, diminuir a toxicidade sobre
de impedir a formação das placas
foi coletada no início do tratamento,
102
NewsLab - edição 118 - 2013
a segunda após seis meses de trata-
leucócitos após o uso de tamoxifeno.
maco. As Figuras 1, 2 e 3 mostram,
mento e a terceira após 12 meses de
Entretanto, houve um aumento signi-
respectivamente, os níveis médios
tratamento com tamoxifeno 20mg/
ficativo no percentual de linfócitos e
de colesterol total, colesterol HDL e
dia, após assinatura de “Termo de
granulócitos. Outra alteração signifi-
colesterol LDL das pacientes antes
Compromisso Livre e Esclarecido”
cativa foi o aumento da concentração
do tratamento, seis e doze meses de
pelas participantes.
de hemoglobina corpuscular média
tratamento com o tamoxifeno.
(CHCM) e no RDW (variação no ta-
A Figura 1 mostra os níveis de
Determinação do perfil
manho das hemácias) após o uso do
colesterol total das pacientes neste
Hematológico
medicamento.
estudo. Observou-se uma diminui-
Para os hemogramas foram utili-
Foram traçados, através de exa-
ção estatisticamente significativa
zados o equipamento ABX Micros 60,
mes bioquímicos e imunológicos, o
(p<0,05) dos níveis de colesterol total
e contagem eletrônica das células, o
perfil lipídico e o risco cardiovascular
após 12 meses de tratamento com a
exame diferencial foi feito através de
destas mulheres no decorrer do tra-
hormonioterapia.
extensão sanguínea com coloração de
tamento, com o objetivo de fazer uma
Na Figura 2 têm-se os níveis de
May Grunwald – Giensa e visualizado
comparação temporal entre o período
HDL das pacientes. Foi observado um
ao microscópio ótico com aumento de
anterior à utilização do tamoxifeno,
aumento estatisticamente significativo
1.000 vezes.
seis e doze meses de uso deste fár-
nos níveis dessa lipoproteína nas mu-
Determinação do perfil
300
lipídico e dos marcadores
270
inflamatório e cardíaco
240
210
total, colesterol HDL e colesterol LDL;
180
triglicerídeos; proteína C reativa (PCR)
e creatina quinase MB (CK-MB) foram
mg/dL
Para quantificação do colesterol
150
120
90
utilizados kits comerciais da marca
60
Labtest® e as determinações foram
30
realizadas pelo aparelho Labquest.
0
Sem Tratamento com
Tamoxifeno
Análise estatística
Os dados do estudo foram analisados como média ± desvio padrão pelo
ANOVA e posterior teste de Duncan.
Seis meses de
Tratamento com
Tamoxifeno
Doze meses de
Tratamento com
Tamoxifeno
Figura 1. Níveis de colesterol total das pacientes antes e após seis e doze meses de tratamento
com tamoxifeno. *p<0,05 em relação ao controle
Os resultados foram considerados
estatisticamente significativos para
45
p<0,05. Foi utilizado o programa SPSS
40
versão 16.0 em um PC compatível.
35
Resultados
Dado clínico e perfil hematológico
das pacientes antes e após tratamento
com tamoxifeno são mostrados na
Tabela 1. Observa-se um aumento
estatisticamente significativo no número de eritrócitos (p<0,05) e uma
diminuição significativa no número
NewsLab - edição 118 - 2013
mg/dL
30
25
20
15
5
0
Sem Tratamento com
Tamoxifeno
Seis meses de
Tratamento com
Tamoxifeno
Doze meses de
Tratamento com
Tamoxifeno
Figura 2. Níveis de colesterol HDL das pacientes antes e após seis e doze meses de tratamento
com tamoxifeno. *p<0,05 em relação ao controle
103
mg/dL
lheres após 12 meses de tratamento
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
com tamoxifeno. Isso reflete a cardioproteção promovida pelo fármaco ao
longo do tratamento.
A Figura 3 mostra o efeito do tamoxifeno sobre os níveis de lipoproteína
de baixa densidade (LDL) durante o
tratamento. Verifica-se uma diminuição dos níveis de LDL após 12 meses
Sem Tratamento com
Tamoxifeno
Seis meses de
Tratamento com
Tamoxifeno
de utilização do medicamento.
Doze meses de
Tratamento com
Tamoxifeno
A Figura 4 mostra os níveis de
Figura 3. Níveis de colesterol LDL das pacientes antes e após seis e doze meses de tratamento
com tamoxifeno. *p<0,05 em relação ao controle
tamoxifeno, onde se observa uma
redução significativa após o uso do
medicamento (p<0,05).
185
Em relação aos níveis de proteína
180
C reativa das pacientes antes e após
175
o tratamento com tamoxifeno, não fo-
170
mg/dL
triglicerídeos antes e após o uso de
ram observadas alterações importan-
165
tes, uma vez que todas as pacientes
160
tiveram valores inferiores a 6 mg/L.
155
O mesmo foi demonstrado em relação
150
aos valores de creatina quinase-MB,
145
Sem Tratamento com
Tamoxifeno
Seis meses de
Tratamento com
Tamoxifeno
enzima que caracteriza risco cardio-
Doze meses de
Tratamento com
Tamoxifeno
vascular em caso de valores superiores a 25 U/L. A Tabela 2 apresenta os
Figura 4. Níveis de triglicerídeos das pacientes antes e após seis e doze meses de tratamento
com tamoxifeno. *p<0,05 em relação ao controle
resultados para as pacientes antes e
após o tratamento com o tamoxifeno.
Tabela 1. Dado clínico e perfil hematológico das pacientes antes e após tratamento com o tamoxifeno
Antes do início do tratamento
com tamoxifeno
N
Seis meses de tratamento com
tamoxifeno
Doze meses de tratamento
com tamoxifeno
10
10
10
50 ± 7
50 ± 7
50 ± 7
Eritrócitos (x 106/mm3)
3.8 ± 0.4
4.4 ± 0.2*
4.7 ± 0.3*
Leucócitos (x 103/mm3)
7.1 ± 1.9
6.9 ± 0.8*
6.2 ± 0.8*
Hemoglobina (g/dL)
12.3 ± 1.3
12.7 ± 0.6
13 ± 0.6
Hematócrito (%)
35.8 ± 1.2
37 ± 2
37.4 ± 2
VCM (fl)
81.5 ± 4.7
85 ± 2.1
85 ± 1,5
CHCM (g/dL)
31.7 ± 1.1
34.2 ± 0.8*
34.5 ± 0.8*
RDW (%)
12.63 ± 0.5
14.7 ± 0.8*
14.3 ± 0.9*
Linfócitos (%)
24.8 ± 8.1
63.7 ± 6.3*
64 ± 6.6*
Monócitos (%)
11.6 ± 4.1
11.5 ± 1.4
10.5± 1.5
Granulócitos (%)
63.7 ± 11.4
24.8 ± 5.2*
26 ± 5*
Plaquetas (x 103/mm3)
195.5 ± 46.6
279 ± 20.5
279 ± 20.8
Idade (anos)
Os valores são expressos como média ± desvio padrão e analisados segundo ANOVA e posterior teste de Duncan. VCM: volume corpuscular médio; CHCM:
concentração de hemoglobina corpuscular média; RDW: coeficiente de variação ao redor da média do volume dos eritrócitos. *p<0,05 em relação a antes
do início do tratamento com tamoxifeno
104
NewsLab - edição 118 - 2013
Tabela 2. Níveis de creatina quinase-MB (CK-MB) e proteína C reativa (PCR) das pacientes antes, seis e doze meses após o tratamento com
tamoxifeno
Antes do início do tratamento
com tamoxifeno
Seis meses de tratamento
com tamoxifeno
Doze meses de tratamento
com tamoxifeno
10
10
10
CK-MB (U/L)
4,52
4,66
3,99
<25
PCR (mg/L)
<6
<6
<6
<6
N
Valores
de Referência
e triglicerídeos após 12 meses de tra-
marcadores de risco cardiovascular,
tamento com tamoxifeno, ao passo
como a proteína C reativa (PCR) e
que a lipoproteína de alta densidade
a enzima creatina quinase-MB (CK-
O tamoxifeno é um fármaco am-
(HDL) mostrou-se significativamente
-MB), com o intuito de avaliar minu-
plamente utilizado como terapia ad-
elevada. A queda dos níveis de trigli-
ciosamente o efeito do tamoxifeno
juvante em mulheres com carcinoma
cerídeos, segundo Chang et al (6) é
sobre o sistema cardiovascular das
de mama e também em mulheres
justificada pelo tamoxifeno estimular
participantes.
saudáveis como profilaxia da doença.
o receptor para LDL, acelerando o
Embora muitos autores conside-
Bloqueando a ação do estrogênio no
clearance de lipoproteínas remanes-
ram-na um marcador inespecífico,
tecido mamário, o tamoxifeno inibe
centes no fígado, diminuindo assim
a PCR é apontada por participar da
a multiplicação de células tumorais
os níveis séricos da lipoproteína.
aterogênese através do aumento da
estrogênio dependentes e, portanto,
A redução nos níveis de colesterol
expressão de moléculas de adesão
produz um ótimo efeito na remissão
total e colesterol LDL pode ser ex-
e a migração de células musculares
da doença (1).
plicada, em parte, pelo tamoxifeno
lisas; e por promover disfunção en-
Discussão
A hormonioterapia adjuvante
ser um inibidor das enzimas esterol
dotelial in vivo. A partir de estudos
com tamoxifeno, geralmente, é bem
δ-8,7-isomerase e acil-colesterol
clínicos que demonstraram seu papel
tolerada, pois os efeitos adversos
acil-transferase, responsáveis pela
como marcador de risco cardiovas-
produzidos pelo fármaco são discre-
conversão de zimosterol em coleste-
cular, a PCR foi incorporada na IV
tos mesmo após longos períodos de
rol e pela esterificação do colesterol,
Diretriz Brasileira de Prevenção da
administração. Entretanto, existem
respectivamente (11).
Aterosclerose como fator de risco
muitas discrepâncias envolvendo
Os resultados aqui mostrados
agravante, ou seja, quando elevada
a atividade do tamoxifeno sobre o
assemelham-se com dados de Mas-
teria poder suficiente para aumentar
metabolismo de lipoproteínas sé-
troianni et al (16) que revelou em seu
o risco de desenvolver eventos car-
ricas. Segundo alguns autores, o
estudo que pacientes que receberam
diovasculares (18).
tamoxifeno promove o aumento de
tamoxifeno apresentaram níveis de
A creatina quinase-MB, isoen-
lipoproteínas plasmáticas, como LDL
colesterol total e colesterol LDL dimi-
zima com papel predominante no
e triglicerídeos, favorecendo o risco
nuídos e colesterol HDL aumentados
miocárdio, tem importância bem
para doenças cardiovasculares, ao
em comparação ao grupo controle e
estabelecida no diagnóstico de mio-
passo que outros não encontraram
às pacientes que não foram tratadas
cardiopatias, especialmente o infarto
modificações significativas (6, 8, 12).
com o fármaco. Assim, parece que o
agudo do miocárdio (IAM), onde sua
Os resultados obtidos nesse es-
tamoxifeno oferece proteção adicional
atividade começa a se elevar cerca
às pacientes.
de 6 horas após o episódio de IAM,
tudo revelaram uma diminuição nos
níveis séricos de colesterol total, li-
No presente estudo, além de pa-
poproteína de baixa densidade (LDL)
râmetros bioquímicos, utilizaram-se
106
atingindo o pico entre 12 e 24 horas
subsequentes (14).
NewsLab - edição 118 - 2013
Conforme resultados obtidos, os
meses iniciais de tratamento. Além
nível de segurança relevante du-
níveis de PCR e CK-MB antes e após
disso, outra limitação do presente
rante o período estudado. O uso
seis e 12 meses de tratamento com
estudo foi que o estilo de vida das
do tamoxifeno 20mg/dia promoveu
tamoxifeno estão dentro dos valores
pacientes, como hábitos alimentares
importante diminuição dos níveis
de referência; e assim, prediz-se que o
e prática de atividade física, não
de triglicerídeos, colesterol total e
tamoxifeno não oferece maiores riscos
foram considerados.
colesterol LDL, e produziu aumento
à saúde da mulher.
Cabe salientar a importância de
extrapolar este trabalho por um
do colesterol HDL, considerado im-
Conclusão
portante cardioprotetor.
período de tempo maior, a fim de
predizer os efeitos do tamoxifeno
Sugere-se, portanto, que a hor-
em longo prazo, pois os dados aqui
monioterapia com tamoxifeno, em
Vanusa Manfredini
mostrados refletem apenas os doze
relação à função cardíaca, possui
[email protected]
Correspondências para:
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108
NewsLab - edição 118 - 2013
Artigo
Relação do Volume Plaquetário Médio com Troponina Positiva
em Pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio Atendidos em um
Laboratório Particular do Município de Barbalha, CE
Amanda Kelly Ferreira Landim1, Alexsandra Laurindo Leite2
1 – Estudante de Biomedicina, Faculdade Leão Sampaio, CE
2 – Professora Especialista, Faculdade Leão Sampaio, CE
Summary
Resumo
Relação do volume plaquetário médio com troponina
positiva em pacientes com infarto agudo do miocárdio
atendidos em um laboratório particular do município
de Barbalha, CE
O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) consiste na morte do músculo do coração resultando de uma isquemia. A avaliação laboratorial
do IAM baseia-se na quantificação de macromoléculas que são
extravasadas das células lesadas do coração, dentre estas se incluem
as troponinas cardíacas. As plaquetas desempenham importante
função no desenvolvimento de trombo intravascular. Após ruptura de
uma placa aterosclerótica há ativação de eventos pró- trombóticos,
levando ao infarto do miocárdio. Sendo assim, o Volume Plaquetário
Médio (VPM) é um índice de avaliação importante no diagnóstico do
IAM. O objetivo deste estudo foi relacionar o VPM com a troponina
positiva em pacientes com IAM. A metodologia consiste no estudo
retrospectivo, descritivo de caráter quantitativo. Realizou-se em um
laboratório particular, no município de Barbalha, Ceará, situado
em um hospital de referência em patologia cardíaca. Obedeceu às
normas da resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. O
grupo de estudo foi composto por 40 prontuários do ano de 2011.
Os dados fornecidos foram analisados no programa SPSS 17.0,
quando se observou alteração do tamanho das plaquetas em 41%
dos prontuários analisados dos pacientes que sofreram IAM, com
troponina positiva, a partir da avaliação do VPM.
Palavras-chave: Infarto agudo do miocárdio, troponina,
volume plaquetário médio
Introdução
O
infarto agudo do miocárdio,
t ambém co nhecido co mo
ataque cardíaco, consiste na
morte do músculo cardíaco resultante
de uma isquemia. Nos Estados Unidos, cerca de 1,5 milhões de pessoas
sofrem infarto anualmente e aproximadamente um terço delas morre (1).
No Brasil, segundo dados do Mi-
110
Relation of medium platelet volume with
positive troponin in patients with acute myocardial
infarction treated in a private laboratory at
Barbalha City, CE
The Acute Myocardial Infarction (AMI) is the death of heart
muscle resulting from a stroke. Laboratory evaluation of AMI
is based on the quantification of poured out macromolecules
that are damaged heart cells, among them includes the cardiac
Troponins. Platelets play an important role in the development
of intravascular thrombus after rupture of an atherosclerotic
plaque for activation of prothrombotic events leading to
myocardial infarction. Thus, the mean platelet volume (MPV) is
an important indicator for evaluating the diagnosis of AMI. The
objective of this study was to compare the MPV with positive
troponin in patients with AMI. The methodology consists of
retrospective, descriptive quantitative character. Held in a
private laboratory in the city of Barbalha, Ceará, located in
a referral hospital for heart disease. It obeys the rules of the
resolution 196/96 of the National Health Council. The study
group consisted of 40 medical records of 2011. The data
provided were analyzed using SPSS 17.0 was observed that
changing the size of platelets in 41% of records reviewed of
patients who suffered AMI, with troponin positive, based on
the evaluation of the MPV.
Keywords: Acute myocardial infarction, troponin, volume
platelet east
nistério da Saúde (2005), o aparelho
circulatório foi responsável por 31,46%
dos óbitos, sendo que a maior das causas é superior à soma das duas seguintes (neoplasias e causas externas) (2).
Atualmente, por critérios definidos
pela Organização Mundial de Saúde
(OMS), os testes bioquímicos são parte
da investigação para análise diferencial
do Infarto Agudo do Miocárdio (3).
Os marcadores cardíacos de lesão
miocárdica são proteínas liberadas
na circulação pelo músculo cardíaco
lesionado. A troponina é o marcador
cardíaco mais importante atualmente,
pois ela é proveniente unicamente do
músculo cardíaco. Apesar da CK total,
a CK-MB atividade, AST e a desidrogenase láctica possuírem seu significado
histórico, não devem ser usados como
marcadores de diagnóstico do infarto
do miocárdio por terem baixa especi-
NewsLab - edição 118 - 2013
ficidade para lesão cardíaca, uma vez
que já estão disponíveis marcadores
de necrose mais específicos (4).
Por isto a comissão conjunta para
a redefinição do IAM formada pela Sociedade Europeia de Cardiologia e pelo
Colégio Americano da Cardiologia, em
2000, determinou as troponinas como
os marcadores de escolha na Avaliação da Síndrome Coronariana Aguda,
devido a sua maior sensibilidade e
especificidade quando comparados
com outros marcadores (5).
Os eventos isquêmicos agudos estão
em geral associados à ruptura de placas fibrolipídicas, que origina reações
que, ao tentarem bloqueá-las, acabam
induzindo a formação de trombos no
local lesado. Esse acontecimento leva à
obstrução total do vaso, com interrupção do fluxo sanguíneo e consequente
manifestação aguda da doença, de
acordo com território atingido (6).
Por este fato, quando o vaso sofre agravo por forças mecânicas ou
devido a placas ateroscleróticas, as
plaquetas são acionadas e aderem a
estes sítios danificados. A ativação das
plaquetas mais a exibição dos tecidos
subendoteliais procedem na ativação
da cascata de coagulação, levando
ao convertimento do fibrinogênio em
fibrina. Forma-se o coágulo sanguíneo
composto de plaquetas, células do
sangue e fibrina, podendo ocupar o
lúmen do vaso. Este processo é conhecido como trombose (7).
Assim sendo, admite-se que o
volume plaquetário seja um indicador
sensível de patogenias coronarianas
agudas e que seu tamanho é determinante na formação do trombo intracoronariano em presença de extrusão
da placa aterosclerótica (8).
As plaquetas são definidas como
fragmentos citoplasmáticos dos megacariócitos, originados na medula óssea
a partir da stem cell. Esta não apresenta
núcleo e a sua morfologia consiste em
uma forma discoide, com diâmetro variando de 1,5 a 3 mm, espessura em
média de 1.0 mm e volume de 8.0 fl (9).
NewsLab - edição 118 - 2013
Em condições fisiológicas normais,
a sua concentração no sangue periférico pode ser de 150.000 a 450.000/
mm3, já que da quantidade total no
organismo, 70% estão na circulação
sanguínea e 30% no baço (10).
Antes da automação o plaquetograma era composto, através da microscopia, por contagem de plaquetas
e avaliação morfológica das mesmas.
A contagem das plaquetas era feita
por duas metodologias, o método
direto ou Rees-Ecker, que empregava
a câmara de Neubauer e visualização
microscópica para a contagem de plaquetas. Ou método indireto, de Fônio,
que utilizava esfregaço corado com
panótico e obtinha a contagem em
relação ao número de hemácias. Em
cada campo microscópico com 1.000
eritrócitos calculava as plaquetas e
realiza-se uma regra de três em relação ao número global de hemácias (7).
Com o aparecimento dos analisadores hematológicos de segunda geração,
na década de 1980 foi possível a avaliação automática de diversos parâmetros, entre eles o volume plaquetário
médio (VPM), o índice de amplitude de
distribuição do tamanho das plaquetas
(PDW), do inglês platelet distribution
width e o plaquetócrito (PCT) (11).
Entre os novos parâmetros, o VPM
vem merecendo destaque, por se tratar de uma variável biológica que define a função e a atividade plaquetária.
Além de estar comumente disponível
na maioria dos laboratórios modernos
e poder ser medido rapidamente a
baixos custos (10).
Em virtude do aumento no índice de
ocorrências de infarto agudo do miocárdio (IAM) e das informações citadas
sobre a importância das plaquetas na
formação de trombos intravascular, ocasionando isquemia cardíaca, foi realizado
o estudo de prontuários de pacientes que
tiveram infarto agudo, para análise do
VPM e contagem de plaquetas.
O objetivo deste estudo foi relacionar o volume plaquetário médio com a
troponina positiva em pacientes com
infarto agudo do miocárdio atendidos
em um laboratório particular do município de Barbalha, Ceará.
Metodologia
Foi realizado um estudo retrospectivo, descritivo, de caráter quantitativo,
o qual se desenvolveu em um laboratório particular, no município de Barbalha, Ceará, situado em um hospital
de referência em patologia cardíaca.
O grupo de estudo foi composto
por 40 prontuários do ano de 2011,
que incluiu todos os cadastros de
pacientes que obtiverem solicitação
do exame de troponina e hemograma
completo, com resultado positivo para
o exame de troponina, realizados entre janeiro a novembro de 2011.
A coleta de dados foi realizada
através do programa de cadastro de
exames do laboratório, que pode ser
obtido de todos os exames realizados
no período de janeiro a novembro de
2011, dos quais foram extraídos todos
os registros que obtinham solicitação
de troponina mais o hemograma
completo. Destes, foram excluídos
todos os cadastros onde o resultado
da troponina foi negativo.
Para a obtenção dos valores do VPM
e contagem de plaquetas, foi necessário utilizar as planilhas arquivadas
no laboratório, dos resultados obtidos
pelo aparelho Penta 120 (ABX), das
quais também se pode avaliar o sexo
e idade dos pacientes que sofreram o
infarto agudo do miocárdio.
Na análise estatística, por se tratar de um trabalho descritivo, foram
utilizados gráficos e tabelas, além de
alguns parâmetros como: média, desvio padrão e porcentagem, realizados
no programa SPSS 17.0.
Para classificação do VPM (µm³)
foram utilizados os seguintes valores,
segundo Santos, Galvão & Oliveira (7):
Ÿ Microcitose plaquetária = VPM <
7.9 µm³, grupo MICRO
Ÿ Volume plaquetário de Referência
111
= VPM de 8.0 a 9.6 µm³, grupo REFER
Ÿ Macrocitose plaquetária = VPM >
9.7 µm³, grupo MACRO
Tabela 1. Frequência de casos nos grupos de macroplaquetas (MACRO), microplaquetas
(MICRO) e plaquetas de volume normal (REFER), nos prontuários de pacientes que
sofreram infarto agudo do miocárdio, analisados em um laboratório particular no município
de Barbalha, CE, no período de janeiro a novembro de 2011
Resultados
Das 40 amostras analisadas, 22
foram do sexo masculino e 18 do
feminino. Destas, observou-se que a
média geral de idade em que ocorreu
o infarto agudo do miocárdio é de 75
anos. No entanto, a média de idade
em que ocorreu o evento nas mulheres
era de 78 anos e, nos homens, de 73
anos (Figura 1).
O estudo da distribuição do VPM,
em relação ao valor de referência
da literatura, apresentou alteração
em 42% dos prontuários estudados,
sendo uma amostra com macrocitose plaquetária, 16 com microcitose
plaquetária e 23 com plaquetas de
volume normal (Tabela 1 e Figura 2).
O grupo de pacientes com microplaquetas apresentou uma média do
VPM de 7,45 e desvio padrão 0,4. No
grupo com plaquetas normais foi observada uma média do VMP de 8,71
e desvio padrão de 0,3. O grupo de
macroplaquetas apresentou uma média do VPM de 10 µm3 e desvio padrão
0,0 (Tabela 2).
A média geral do VPM apresentou
8,1 µm3 e da contagem de plaquetas
foi de 233.000/mm³. A relação da contagem de plaquetas e o VPM apresentaram-se inversamente proporcional,
tendo um maior pico de VPM entre 7,0
– 7,5 µm3 com número de contagem de
plaquetas em torno de 470 x103/mm3.
E sendo o menor pico com VPM de 10
µm3 e contagem de plaquetas de 130
x103/mm3 (Figura 3).
Discussão
As troponinas cardíacas são consideradas como indicadores maiores
de lesão miocárdica, devido a sua
sequência única de aminoácidos, altas
112
Pacientes
(n)
Volume Plaquetário Médio
(µm3)
1
MACRO
16
MICRO
23
REFER
IDADE E SEXO DOS PACIENTES QUE SOFRERAM IAM
Figura 1. Número de pacientes do sexo feminino e masculino, com a média da idade
em que ocorreu o infarto agudo do miocárdio em ambos os sexos, analisados nos
prontuários de um laboratório particular no município de Barbalha, CE, no período de
janeiro a novembro de 2011
Figura 2. Frequência relativa (%) de casos dos grupos de macroplaquetas (MACRO),
microplaquetas (MICRO) e plaquetas de volume normal (REFER), dos prontuários de pacientes
que sofreram infarto agudo do miocárdio, analisados em um laboratório particular no
município de Barbalha, CE, no período de janeiro a novembro de 2011.
Tabela 2. Média e desvio padrão dos grupos de macroplaquetas (MACRO), microplaquetas
(MICRO) e plaquetas de volume normal (REFER) dos prontuários de pacientes que sofreram
infarto agudo do miocárdio, analisados em um laboratório particular no município de
Barbalha, CE, no período de janeiro a novembro de 2011
VPM (µm3)
Média (µm3)
Desvio Padrão
Micro
7,45
0,4
Referência
8,71
0,3
Macro
10
0,05
NewsLab - edição 118 - 2013
500
Plaquetas
450
400
350
300
250
200
150
100
6,5 7,0 7,58,08,59,09,510,0
10,5
VPM
Figura 3. Relação do VPM com a contagem
de plaquetas obser vados nos prontuários
dos pacientes que sofreram infarto agudo
do miocárdio, analisados em um laboratório
particular no município de Barbalha, CE, no
período de janeiro a novembro de 2011
concentrações intracelulares e liberação contínua pelo miocárdio lesionado
(12), assegurando que os prontuários
analisados eram de pacientes que
sofreram infarto agudo do miocárdio.
Considerando que os resultados
obtidos dos pacientes que sofreram
infarto agudo do miocárdio possuíam
média de idade de 75 anos e uma prevalência maior em homens, pode-se
corroborar com o estudo de Brunner
et al. (13), que indica que os fatores
de risco irreversíveis se referem à
idade avançada e o sexo, uma vez
que ocorre com frequência três vezes
maior em homens do que mulher (13).
No entanto, pode-se perceber que
no sexo feminino, apesar de menor
frequência, o IAM acontece em idade
mais precoce, em relação à idade do
sexo masculino, nos quais os eventos
são mais frequentes.
Em virtude de o VPM ser uma
variável biológica que representa o
volume e a atividade plaquetária, e
os trombócitos estarem envolvidos
no evento de isquemia coronariana, o estudo identificou alteração
no tamanho das plaquetas em uma
significativa parcela do grupo estudado. Salienta-se que os valores de
referências foram divididos em grupos de acordo com Santos, Galvão
& Oliveira (7), pois a padronização
de valor de referência para o volume
plaquetário médio não é um fato definido, existindo variações nas citações
científicas (7).
Mostra-se assim que a prevalência
dos pacientes que sofreram infarto
agudo do miocárdio apresentava microcitose plaquetária, com uma média
de contagem de plaquetas dentro dos
valores de referências de pacientes
com condições fisiológicas normais.
O VPM apresentou correlação inversamente proporcional à contagem
plaquetária, exibindo um perfil de
plaquetas com tamanhos menores,
porém em maior quantidade.
Conclusão
A identificação de uma quantidade
expressiva de alteração no tamanho das
plaquetas nos prontuários analisados dos
pacientes que sofreram infarto agudo do
miocárdio sugere que esta variável biológica pode ser utilizada como uma fonte
de correlação entre parâmetros hematológicos e o infarto agudo do miocárdio.
Porém, pesquisas mais aprofundada são necessárias para explanar a importância clínica do volume plaquetário
médio, já que esta variável biológica
não possui um valor de referência
definido. E caso aumente a utilização
deste parâmetro pelos profissionais de
saúde, é imprescindível que haja uma
maior determinação destes valores.
E a sua utilização na clínica médica, além de favorecer um diagnóstico
rápido, por ser um marcador biológico
precoce em doenças cardiovasculares,
não implicaria em custos adicionais
aos laboratórios, por se tratar de um
método simples e barato, já que este
resultado é obtido nos analisadores
hematológicos automatizados.
Correspondências para:
Amanda Kelly Ferreira Landim
[email protected]
Referências Bibliográficas
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114
NewsLab - edição 118 - 2013
Artigo
Infecção do Trato Urinário em Gestantes: Análise
da Frequência de Casos no Centro de Saúde Jardim
Guanabara, Rondonópolis, MT
Marcella Santos Machado da Silveira1, Camila Lucchese Veronesi1, Letícia Silveira Goulart2
1 – Curso de Enfermagem, Instituto de Ciências Exatas e Naturais,
Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis
2 – Curso de Enfermagem, Instituto de Ciências Exatas e Naturais,
Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis
Resumo
Summary
Infecção do trato urinário em gestantes: análise da
Urinary tract infection in pregnant women: analy-
frequência de casos no Centro de Saúde Jardim Gua-
sis of the frequency of cases in the Health Center of
nabara, Rondonópolis, MT
Guanabara Garden, Rondonópolis, MT
A infecção do trato urinário (ITU) é uma das principais compli-
The urinary tract infection (UTI) is one of the main com-
cações presentes na gestação e que oferece riscos para o binômio
plications in pregnancy and presents risks to both mother
mãe-feto. A caracterização da ITU permite elucidar os fatores predis-
and fetus. The characterization of UTI helps to identify the
ponentes e os principais microrganismos causadores desta infecção.
predisposing factors and the main microorganisms that cause
O presente trabalho visa avaliar os casos de ITU em gestantes
this infection. This study aims to evaluate the cases of UTI in
atendidas no Centro de Saúde Jardim Guanabara do Município
pregnant women attending the Health Centre Jardim Guana-
de Rondonópolis, MT. Os dados foram coletados dos prontuários
bara, Rondonópolis, MT. Data were collected from medical
médicos armazenados no Centro de Saúde. Foram coletadas in-
records stored at the Center for Health. Information was
formações referentes aos laudos laboratoriais de exames de urina
collected concerning the reports of laboratory tests such as
tipo I, ITU confirmada por bacteriúria intensa, idade da gestante,
urinalysis, UTI bacteriuria confirmed by intense, current age,
idade gestacional, sintomas de ITU, bacteriúria assintomática,
gestational age, symptoms of UTI, asymptomatic bacteriuria,
intercorrências durante a gestação, número de infecções urinárias
complications during pregnancy, number of urinary tract infec-
durante o período não gestacional e gestacional e complicações
tions during pregnancy and non-pregnancy and complications
decorrentes de ITU. Foram estudadas 234 gestantes com idade de
of UTI. We studied 234 pregnant women aged 13-49 years
13 a 49 anos (média de 31 anos), sendo que destas, 40 (17%)
(mean 31 years) and of these, 40 (17%) had UTI confirmed by
apresentaram ITU confirmada por presença de bacteriúria intensa
detection of bacteriuria in the intense examination of urinaly-
no exame de urina tipo I, 104 (44,4%) possuíram sintomatologia
sis, 104 (44.4%) patients had symptoms UTI and 10 (4.27%)
de ITU e 10 (4,27%) apresentaram bacteriúria assintomática.
had asymptomatic bacteriuria. The pregnancy was achieved
O período gestacional mais atingido foi de cinco meses. Duas
more than 5 months. Two (0.85%) had complications of UTI
(0,85%) apresentaram complicações decorrentes de ITU no período
during the study period, 33 (14%) had UTI before pregnancy,
pesquisado, 33 (14%) apresentaram ITU antes da gestação, nove
9 (3.8%) in a previous pregnancy and 3 (1.2%) presented a
(3,8%) em uma gestação prévia e três (1,2%) apresentaram um
framework for abortion-related infection. From the data that
quadro de aborto relacionado à infecção. A partir dos dados que
was collected, it is expected to promote more information
foram coletados, espera-se promover mais informações acerca da
about the epidemiology of UTI in pregnant women.
epidemiologia da ITU em gestantes.
Palavras-chave: Infecção urinária, gestantes, bacteriúria
116
Keywords: Urinary infection, pregnant women, bacteriuria
NewsLab - edição 118 - 2013
Introdução
A
infecção do trato urinário
(ITU) é definida pela presença e replicação de uropatógenos, principalmente bactérias
gram-negativas, em qualquer parte
do trato urinário, entre o córtex renal
e o meato uretral, causando assim
agressão tecidual. É uma afecção
muito comum, sendo o quarto tipo
mais frequente das infecções hospitalares (1-5).
Os microrganismos podem chegar
ao trato urinário por três tipos de vias:
ascendente, hematogênica e linfática.
Destas, a principal via de contaminação do trato urinário é a ascendente
(3), podendo ocorrer em diversas localizações como bexiga, rins, ureteres
e uretra, causando complicações como
bacteriúria assintomática, cistite, síndrome uretral aguda e pielonefrite (1,
6). Os principais uropatógenos causadores de ITU são a Escherichia coli
(70 a 95% dos casos), Staphylococcus
saprophyticus, Proteus spp, Klebsiella
spp, Pseudomonas spp, Serratia spp,
Enterobacter spp e Enterococos (1, 3).
A ITU é a mais comum das infecções bacterianas, sendo responsável
por um total de 80% das consultas
clínicas no Brasil, variando de acordo
com a faixa etária e ocorrendo em
todas as populações, desde o neonato até ao idoso (7). Os fatores predisponentes incluem sexo feminino,
sexo masculino com idade avançada,
diabetes mellitus, cateterismo vesical,
litíase e gravidez (1, 5, 6).
As mudanças morfofisiológicas e
funcionais que ocorrem no trato urinário da gestante fazem com que a
infecção do trato urinário (ITU) seja
a segunda patologia médica mais frequente da gravidez, sendo precedida
apenas pela anemia e ocorrendo com
uma frequência que varia de 5 a 10%.
Essa infecção pode ser sintomática ou
assintomática, notando-se na gravidez
NewsLab - edição 118 - 2013
a ocorrência de fatores que facilitam a
mudança de infecções assintomáticas
para sintomáticas. Além da incidência
aumentada dessas infecções entre grávidas, é justamente neste período que
o arsenal terapêutico antimicrobiano e
as possibilidades profiláticas são mais
restritos, considerando-se a toxicidade
das drogas para o feto (8, 9).
Vários fatores tornam a ITU uma
relevante complicação do período gestacional, agravando tanto o prognóstico materno quanto o perinatal. Por
estes motivos, o conjunto do diagnóstico precoce, seguido de terapêutica
adequada e imediata, é imprescindível durante a assistência pré-natal,
evitando comprometer o prognóstico
materno e gestacional (5).
Avaliar a frequência de ITU em gestantes é importante para melhor compreender a epidemiologia da doença e,
desta forma, propor medidas preventivas que visem reduzir os casos da infecção, bem como suas complicações para
a mãe e para o feto. Neste contexto, o
objetivo do presente trabalho foi avaliar
os casos de ITU em gestantes atendidas
no Centro de Saúde Jardim Guanabara
do Município de Rondonópolis, MT.
Métodos
Foi realizado um estudo retrospectivo e transversal de caráter quantitativo. Foram analisados os prontuários
médicos das gestantes atendidas no
Centro de Saúde Jardim Guanabara no
período de janeiro a junho de 2010.
As informações foram fornecidas pelo
enfermeiro responsável pelo serviço
e pela coordenadora da unidade. Foi
considerada como portadora de ITU
toda gestante com presença de bacteriúria intensa no exame de urina tipo
I. Foi utilizada a estatística descritiva.
Os dados coletados foram digitados
e armazenados em um banco de dados
no programa Microsoft Excel versão
2000. O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
do Hospital Júlio Muller sob o número
894/CEP- HUJM/2010, sendo garantida a confidencialidade dos dados,
respeitando-se os princípios éticos e
legais da Resolução 196/96 no que se
refere à pesquisa com seres humanos.
Resultados e Discussão
No período estudado foram atendidas 234 gestantes. Destas, 104
(44,4%) referiram apresentar sintomas de ITU, como desconforto em
região suprapúbica, odor fétido, disúria, polaciúria, urgência miccional, dor
lombar, hematúria e até mesmo febre.
Entretanto, somente 40 (17%) gestantes tiveram o quadro confirmado
por exame laboratorial de urina tipo I.
No presente estudo foram considerados como quadros de ITU somente
os casos confirmados por exame de
Urina Tipo I mediante diagnóstico de
bacteriúria intensa. A idade das gestantes com ITU variou de 13 a 49 anos,
com média de 31 anos. As infecções
vaginais podem causar ou simular ITU,
que são comuns em mulheres em idade
reprodutiva, afetando 25-35% das mulheres com idade entre 20-40 anos. A
prevalência de ITU durante a gravidez
aumenta com a idade (10). Segundo
Jacociunas & Picoli (11), a infecção do
trato urinário é a terceira patologia
mais comum na gestação, acometendo
de 10 a 12% das grávidas. Duarte et al.
(8) e Coelho et. al. (12) referem uma
frequência que varia de 5% a 10% de
ITU em gestantes.
No grupo de gestantes com
diagnóstico laboratorial de ITU, 10
(4,27%) destas não apresentavam
sintomatologia clínica da doença,
caracterizando ITU assintomática. A
bacteriúria assintomática é uma condição clínica relativamente comum entre
mulheres saudáveis, é caracterizada
117
pela presença de 100.000 UFC/ml
ou mais (preferencialmente em duas
culturas sucessivas) de uropatógenos
em uma amostra de urina colhida
de paciente sem qualquer sintoma
urinário, como disúria, polaciúria ou
urgência (1, 5, 6, 13).
A bacteriúria assintomática acomete entre 2 e 10% de todas as
gestantes (5, 13, 14). Em um estudo
desenvolvido por Jacociunas & Picoli
(11), 16% das gestantes apresentaram bacteriúria assintomática no primeiro trimestre de gestação. Em uma
pesquisa com gestantes atendidas no
Laboratório Municipal de Blumenau
– SC, foram colhidas 233 amostras
de urina em gestantes assintomáticas, sendo que destas, 18 (7,72%)
apresentaram crescimento bacteriano
superior a 100.000 UFC/ml, caracterizando bacteriúria assintomática (15).
Nota-se na gravidez a ocorrência de
fatores que facilitam a transformação
de infecções assintomáticas para sintomáticas, como as transformações
anatômicas e fisiológicas que ocorrem
no trato urinário (16). É de extrema
importância a confirmação do diagnóstico, pois se não tratada, pode
evoluir até mesmo para uma pielonefrite, o que se observa em 25 a 57%
dos casos (6, 17). Uma frequência de
40% das pacientes com bacteriúria
assintomática desenvolve pielonefrite,
evidenciado a importância do diagnóstico precoce deste tipo de ITU (18).
No presente estudo, o período
gestacional onde se observou o maior
número de casos de ITU foi aos cinco
meses (27,5%), seguido dos 7 (20%)
e 8 meses (15%). Conforme aumenta o
período gestacional, principalmente no
terceiro trimestre, é maior a frequência
de casos de ITU devido às mudanças
anátomo-fisiológicas que ocorrem na
gestação. Nesta fase que a mulher
se encontra, acontece a compressão
dos ureteres, redução da atividade
peristáltica decorrente do aumento
118
nos níveis de progesterona, aumento
do débito urinário, diminuição do tônus
vesical, fatores esses que somados ao
aumento da capacidade da bexiga e
seu esvaziamento incompleto, facilitam
o refluxo vesicoureteral e pielonefrites.
O rim, na fisiopatologia, perde sua
capacidade máxima de concentração
da urina e fornece um meio ideal para
proliferação bacteriana, ao excretar
glicose e aminoácidos (5, 6, 8). A dilatação das pelves renais e ureteres é
detectável a partir da sétima semana
de gravidez. Essa dilatação progride
até o momento do parto e retorna às
condições normais até o segundo mês
do puerpério (19).
A ocorrência de pielonefrites é comum durante a gravidez, em 2% dos
casos ocorre no primeiro trimestre de
gravidez, 52% no segundo trimestre
e 46% no terceiro trimestre. As diretrizes atuais recomendam a triagem
vaginal e retal em todas as mulheres
grávidas em uma gestação de 35-37
semanas, ao invés de tratamento com
base em fatores de risco (10).
Dentre as gestantes estudadas,
duas (0,85%) apresentaram complicações decorrentes de ITU, sendo
que uma apresentou descolamento
de placenta e outra um quadro de
aborto no período pesquisado. A ITU
na gestante tem sido responsabilizada
por um índice maior de prematuridade,
como também parece estar relacionada
com o aborto e perda ponderal do feto
(13). Como complicações maternas
associadas à ITU, temos: hipertensão
e pré-eclâmpsia, anemia, pielonefrite, edema pulmonar, corioamnionite,
endometrite e septicemias. Dentre
as complicações perinatais das ITU,
destacam-se o trabalho de parto prematuro, recém-nascidos de baixo peso,
ruptura prematura de membranas
aminióticas, restrição de crescimento
intrauterino, paralisia cerebral/retardo
mental e óbito perinatal (5, 8, 19, 21).
Dentre as participantes do estudo,
33 (14%) apresentaram ITU confirmada por exame laboratorial antes da gestação. Um total de 9 (3,8%) gestantes
informou ter desenvolvido uma ITU em
uma gestação prévia e, destas, 3 (1,2
%) apresentaram um quadro de aborto
relacionado à infecção. Em um estudo
realizado com 136 gestantes internadas
na enfermaria de gestação de alto risco
do Hospital das Clínicas da Faculdade
de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP),
29,3% das gestantes apresentaram
história prévia de ITU (8).
A baixa frequência de casos de ITU
em gestação prévia observada em
nosso estudo pode ser decorrente da
insuficiência de informações anotadas
nos prontuários médicos pesquisados.
A análise dos registros dos prontuários
pode ser utilizada na avaliação da
qualidade da assistência pré-natal.
Em instituições de atendimento que
funcionam também como locais de
prática para formação discente na
área de saúde, espera-se que esses
registros sejam ainda mais completos
do que aqueles operacionais preconizados pelo Ministério da Saúde (21).
Conhecendo a realidade da ITU,
pode-se afirmar através deste estudo
que a presença da mesma é frequente
no período gestacional. Após a realização do presente trabalho, percebeu-se
a necessidade de uma melhor anotação das informações das pacientes nos
prontuários, o que permitiria conhecer
melhor estas gestantes e oportunizar o desenvolvimento de ações que
visem prevenir as ITU, bem como
fornecer dados para um tratamento
adequado, o que poderia contribuir
para uma assistência qualificada e responsável prestada pelos profissionais
atuantes nesta área.
Correspondências para:
Letícia Silveira Goulart
[email protected]
NewsLab - edição 118 - 2013
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120
NewsLab - edição 118 - 2013
Artigo
Risco de Infecção da Gripe H1N1 em Gestantes e HIV Positivos
Caroline Weber1, Gabriela Corrêa1, Mariana Haberland1, Ranieri Reichel Martini1, Susana Eliane Beck1, Gustavo Müller Lara2
1 - Acadêmicos do Curso de Biomedicina, Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Feevale
2 - Professor do Curso de Biomedicina, Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Feevale
Summary
Resumo
Risco de infecção da gripe H1N1 em gestantes e
HIV Positivos
Risk of H1N1 Flu infection in pregnant women and
HIV positive
A descoberta de uma nova cepa de influenza A (H1N1) colocou
The discovery of a new strain of influenza A (H1N1) put
o mundo inteiro em alerta. Por ser um vírus com desconhecimento de
the world on alert. Because it is a virus with lack of transmis-
capacidade de transmissão, virulência, sensibilidade a antivirais e
sion capacity, virulence, sensitivity to antiviral and ability to
capacidade de virar pandemia, trouxe de volta em 2009 o medo de
turn pandemic, brought back in 2009 the fear of a reissue
uma reedição epidêmica similar à gripe espanhola de 1918. A gripe
similar to the Spanish flu epidemic of 1918. Swine flu, as
suína, como ficou conhecida a infecção de Influenza A (H1N1), tem
Influenza A (H1N1) infection became known, has as main risk
como principais grupos de riscos crianças, gestantes com alterações
groups children, pregnant women and immunosuppressed with
fisiológicas e imunodeprimidos. Os sintomas são semelhantes aos de
physiological changes. The symptoms are similar to those of
uma gripe comum e é necessário um acompanhamento dos mesmos
seasonal flu and monitoring is needed of these and previous
e contatos prévios do paciente. O tratamento é feito com antivirais e
contacts of the patient. Treatment is with antiviral drugs, and
como há quatro drogas utilizadas no tratamento de infecções pelo
being four drugs used to treat influenza virus infections, the
vírus influenza, o uso de cada uma vai depender do tempo e da
use of each will depend on the time and the symptoms of the
sintomatologia da doença. A prevenção inclui cuidados higiênicos
disease. Prevention includes basic hygienic care and avoids
básicos e evitar aglomerações para diminuir a disseminação do vírus.
crowds to decrease the spread of the virus, inactivated virus
As vacinas de vírus inativados produzidas em ovos embrionados
vaccines produced in embryonated eggs are also a method of
também são um método de prevenção e controle para Influenza A.
prevention and control for Influenza A.
Palavras-chave: H1N1, tratamento, prevenção
Introdução
E
Keywords: H1N1, treatment, prevention
de vírus suíno, aviário e humano (4).
complicações da gripe (8). Segundo
Os vírus Influenza A são patógenos
Bermejo-Martin et al, o aumento de
m março de 2009, uma nova
de humanos, suínos, aves, cavalos,
níveis sistêmicos de citocinas pró-
cepa de influenza A (H1N1)
baleias e focas (5).
-inflamatórias constitui efeitos mais
foi identificada no México,
Este vírus foi descrito como um
graves dessa pandemia de 2009 (9).
com desconhecimento da capacidade
importante patógeno em crianças
As manifestações clínicas da in-
de transmissão, virulência, sensibi-
pequenas, com uma maior morbi-
fecção pelo vírus influenza A (H1N1)
lidade aos antivirais disponíveis e
dade e hospitalização em lactantes,
são semelhantes às da gripe comum,
capacidade de causar uma pande-
especialmente nos menores de seis
com febre, tosse, mialgia, fadiga,
mia (1, 2). A classificação dos vírus
meses (6), pacientes infectados pelo
cefaleia, rinorreia, vômitos e diarreia
influenza é feita com base em seus
vírus HIV – nos quais a influenza é
(10). Uma vez que há a descrição
constituintes H (hemaglutinina) e
a principal causa de doença respira-
de casos de diarreia e vômitos, a
(neuraminidase) (3). O evento ge-
tória febril (7) – e grávidas, devido
potencial transmissão viral pelas
nético que propiciou a emergência
a alterações dos sistemas cardiovas-
fezes, e subsequente transmissão
do novo subtipo pandêmico foi re-
cular, respiratório e imunológico da
fecal oral, deve ser considerada e
sultante da recombinação genética
mulher, deixando-a mais suscetível a
investigada (11).
122
NewsLab - edição 118 - 2013
O vírus H1N1
do H1N1 tem a mesma aparência
Pacientes HIV Positivos
O vírus Influenza é também de-
que o da gripe sazonal: espalha-se
O HIV é um retrovírus, da família
nominado de Myxovirusinfluenzae,
através de gotículas ao tossir ou
Lentiviridae, que causa no organismo
pertence à família Orthomyxoviridae
espirrar (16).
disfunção imunológica crônica e pro-
e, de acordo com seu material ge-
O período de incubação do vírus
gressiva devido ao declínio dos níveis
nético, é classificado em tipos A, B
triplo recombinante (H1N1) parece ser
de linfócitos CD4, sendo que quanto
e C (12, 13). O mesmo é o principal
entre dois e sete dias, mas ainda são
mais baixo for o índice desses, maior
patógeno humano e são os únicos
necessárias mais informações (11).
o risco do indivíduo desenvolver AIDS
membros da família ortomixovírus.
(23). Tal vírus penetra no organismo
São compostos por um genoma de
RNA de fita simples segmentado,
do hospedeiro e por características
Grupos de Risco
linear e polaridade negativa, um
núcleo capsídeo helicoidal e um
muito particulares incorpora-se ao
seu DNA (24).
Gestantes
Os vírus costumam passar por um
envelope lipoproteico externo, com
A diminuição da pressão oncótica
ciclo vital, no qual ocorre a multipli-
aspecto pleomórfico com partículas
predispõe as mulheres grávidas a
cação e liberação de novos vírus. As
de diâmetro de 80-120nm. O termo
desenvolver edema pulmonar (17).
drogas antirretrovirais surgem como
“mixo” refere-se à afinidade destes
A gestação, especialmente no ter-
mecanismos de interferência desses
vírus por mucinas, (glicoproteínas
ceiro trimestre, é um fator de risco
ciclos (25).
da superfície das células); e “orto” é
para complicações respiratórias
Por se tratar de um vírus bastante
acrescentado para distingui-los dos
e de admissão pela infecção pelo
lábil ao meio externo, pode ser inati-
paramixovírus (5, 12).
influenza sazonal (18). Entre os
vado por uma variedade de agentes
O subtipo A, causador da gripe A,
fatores que justificam a alta inci-
químicos e físicos, por exemplo, o
é baseado em duas glicoproteínas de
dência neste grupo, destacam-se as
calor (25).
superfície, a hemaglutinina (HA) e
alterações fisiológicas próprias da
As infecções respiratórias repre-
neuraminidase (NA) (14).
gestação, como a redução da capa-
sentam uma preocupação constante
A função da HA é ligar-se ao re-
cidade residual funcional pulmonar
para os pacientes portadores de
ceptor da superfície celular (ácido
e comprometimento imunológico da
enfermidades imunodepressoras,
neuramínico, ácido siálico) para iniciar
imunidade mediada por células (19).
sendo frequentes em portadores de
a infecção. A NA cliva o ácido neura-
O centro de controle e prevenção
Aids (26).
mínico a fim de liberar a progênie viral
de doenças (CCD) recomenda que
Sabe-se que a infecção pelo H1N1
da célula infectada, atuando, portanto,
mulheres grávidas com confirmação
em pacientes com HIV é potencialmente
no final da infecção (12).
ou suspeita de H1N1 recebam tra-
mais grave, porque ambos os anticorpos
tamento antiviral empírico imediato
e células T desempenham um papel
com oseltamivir (20).
crucial na resposta imune viral, mas,
No trato respiratório, o vírus
influenza pode se ligar a mucoproteínas ou anticorpos IgA da mucosa,
Efeitos indiretos da gripe, parti-
apesar da informação cada vez mais
ser varrido pelo sistema mucociliar
cularmente hipertermia materna no
emergente sobre a patogênese e curso
ou se ligar a uma célula do epitélio
primeiro trimestre, estão relacio-
clínico da infecção causada pelo H1N1,
colunar. Esta se dá entre o sítio de
nados com defeitos do tubo neural,
ainda existem poucos dados disponíveis
ligação da H ao ácido siálico na su-
anomalias no nascimento e defeitos
sobre o curso da infecção em pacientes
perfície da célula (2).
cardíacos congênitos. A febre duran-
HIV (27, 28).
É um vírus citolítico que induz a
te o parto pode causar convulsões
Pacientes imunossuprimidos po-
apoptose em muitos tipos de células.
neonatais, encefalopatia, paralisia
dem disseminar o vírus por períodos
O vírus (H1N1) induz a parada do ciclo
cerebral e até a morte neonatal.
maiores, por até 14 dias após o início
celular em G0/G1 fase, produzindo
Sendo assim, o tratamento com
dos sintomas (29).
condições favoráveis para a expressão
paracetamol para baixar a febre
Adultos infectados pelo HIV são
da proteína viral e para a produção de
é o mais recomendado (17, 21).
significativamente menos propensos
Influenza A (15).
Doença materna grave pode resultar
a gerar e manter respostas de anti-
em sofrimento fetal (22). corpos após a vacina da gripe A (30).
O mecanismo de transmissão
NewsLab - edição 118 - 2013
123
Prevenção
doentes, cobrir o nariz e a boca com
globular da hemaglutinina (HA) do vírus
Influenza A expressa em E. coli (36).
O surgimento da pandemia de
um lenço de papel quando tossir ou
gripe ocasionada por um novo subtipo
espirrar, evitar aglomerações de pes-
de vírus influenza A (H1N1) fez com
soas em locais fechados são medidas
que as populações e os profissionais
práticas e eficazes (2).
de saúde se deparassem com novos
desafios, no sentido de conter a rápida
A prevenção das infecções virais
que causam pneumonia comunitária
Quatro drogas antivirais podem ser
utilizadas no tratamento das infecções
Diagnóstico laboratorial
disseminação e realizar o tratamento
adequado dos doentes (31).
Tratamento
por vírus influenza (amantadina, ri-
O diagnóstico rápido da gripe é
mantadina, zanamivir e oseltamivir).
importante tanto para a intervenção
Amantadina e rimantadina são ativas
clínica como para redução da trans-
contra vírus influenza A. Zanamivir e
missão do influenza (33).
oseltamivir são ativos contra influenza A
inclui, dependendo do vírus, vacinas e
Atualmente o PCR em tempo real é
e B. Essas drogas reduzem a gravidade
imunização passiva. Para a prevenção
o teste mais sensível e específico, pre-
da doença e a sintomatologia quando
das infecções por Influenza A, existem
conizado pela OMS para confirmação
iniciado o seu uso nas primeiras 48
vacinas de vírus inativado produzidas
laboratorial de Influenza A (H1N1),
horas de doença (32).
em ovos embrionados e que possuem
com resultados disponíveis dentro
um painel desses vírus com circulação
de 6 horas após a apresentação da
na região (32).
amostra. No entanto, o PCR é limita-
Mesmo com o desenvolvimento e a
Considerações Finais
Elas são a melhor estratégia dispo-
do na prática clínica, porque é caro
utilização de uma vacina específica para
nível para a prevenção da influenza e
e requer equipamento especializado
a influenza A, ainda estão em andamen-
suas consequências, proporcionando
(33, 34). Para detecção de anticorpos
to muitos estudos para se saber mais so-
impacto indireto na diminuição
são usadas técnicas de inibição por
bre o comportamento deste vírus, a fim
do absenteísmo no trabalho e dos
hemaglutinação e Elisa.
de desenvolver métodos cada vez mais
gastos com medicamentos para
A hemaglutinina é uma glicoproteí-
tratamento de infecções secundárias,
na antigênica encontrada na superfície
eficazes para a prevenção da população.
Se juntarmos o trabalho dos pes-
das internações hospitalares e da
do vírus da gripe. Seu nome vem da
quisadores com a conscientização da
mortalidade evitável (29).
habilidade da proteína de aglutinar in
população para com os principais mo-
Estudos têm mostrado que uma
vitro as hemácias. A sensibilidade do
dos de evitar a contaminação e com
dose única de vacina contra a influen-
teste hemaglutinina poderia melhorar
isso evitar a disseminação do vírus
za A (H1N1) de 2009 monovalente é
se o teste fosse realizado dentro de 72
(H1N1), é provável que em pouco
altamente imunogênica entre adultos
horas do início dos sintomas (35, 33).
tempo possamos erradicar de uma vez
saudáveis (30).
O método Elisa avalia a presença
este problema mundial.
Para evitar a propagação de infec-
e concentração relativa de anticorpos
ções, a higienização das mãos (com
H1N1 em amostras de soro humano,
Correspondências para:
água e sabão ou à base de álcool),
baseado no uso de um fragmento de
Gabriela Corrêa
evitar o contato próximo com pessoas
histidina-tag recombinante da região
[email protected]
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126
NewsLab - edição 118 - 2013
Artigo
Infecções por Helmintos Gastrintestinais: Perfil
de Crianças em Escolas Públicas e
Privadas do Sertão Paraibano
Jailson Alberto Rodrigues1, Wendell Soares Carneiro2, Ana Célia Rodrigues Athayde3
1 – Mestrando em Modelos de Decisão e Saúde pela Universidade Federal da Paraíba
2 – Mestrando em Modelos de Decisão e Saúde pela Universidade Federal da Paraíba
3 – Professora Adjunta da Unidade Acadêmica de Ciências Biológicas/CSTR da Universidade Federal de Campina Grande
Resumo
Summary
Infecções por helmintos gastrintestinais: perfil de
Infections for gastrointestinal helminthes: profile
crianças em escolas públicas e privadas do sertão
of the of children in public and private schools of
paraibano
interior of Paraíba
Objetivos: Descrever o perfil das infecções por helmintos gas-
Objectives: Describe the profile of infections for gastroin-
trintestinais em crianças que frequentam o ensino fundamental na
testinal helminthes in children who frequent the basic teaching
cidade de Patos, PB e promover saúde infantil de forma integrada
in Patos, PB, promoting the children health integrated with
com a escola e famílias. Material e métodos: O estudo é descritivo
the school and the families. Material e methods: This is a
e exploratório, quantitativo, com uma amostra composta por 80
descriptive and exploratory quantitative study, with a sample
crianças entre cinco e doze anos, que estudam em quatro escolas,
of 80 children aged between five and twelve years-old, stu-
sendo que destas crianças 40 são de escolas públicas e as outras de
dying in four schools, and from these children 40 are from
duas escolas particulares. Estas crianças foram selecionadas pelas
public schools and two other private schools. These children
direções das escolas, de acordo com o desempenho das mesmas
were selected by the directions of the schools, according to
em sala de aula. Para a coleta dos dados foram realizados exames
their performance in the classroom.To gather the data it was
de fezes pelos métodos de Hoffman e Willis-Mollay. Receberam
performed stool examinations using the methods of Hoffman
palestras educativas para pais e professores sobre a abordagem
and Willis-Mollay. It was given educational lectures for parents
do controle de helmintos, bem como questionários para avaliar o
and teachers to approach regarding the control of helminthes,
conhecimento sobre estes helmintos. A pesquisa foi autorizada pelo
as well as questionnaires to assess knowledge about these
Comitê de Ética em Pesquisa da UFCG.
helminthes. The research was authorized by the Ethics in
Resultados: As crianças do ensino fundamental público apresen-
Research UFCG.
taram infecção severa por Taenia ssp (C e D 38%) e A. lumbricoides
Results: The children of the basic public teaching presented
(C- 54,7% e D- 43%). As crianças do ensino fundamental privado
severe infection for ssp (C and D 38%)and (C- 54.7% and D-
apresentaram infecção por G. lambia (A- 46,6% e B- 38,5%), Taenia
43%). The children of the basic privative teaching presented
ssp (A- 44,1% e B- 40%) e Trichuris trichiura (A- 44% e B- 43,9%).
infection for (A- 46.6% and B- 38.5%), ssp (A- 44.1% and B-
Os professores demonstraram ter conhecimento científico acerca
40%) and (A- 44% and B- 43.9%). The teachers demonstrated
do tema, com rendimento que variou de 71,5 a 80%. Conclusão:
scientific knowledge about the theme, with profit that varied
Os pais desconhecem o problema e sua gravidade. O estudo da
from 71.5 to 80 %. Conclusion: The parents do not know the
ocorrência de helmintoses gastrintestinais em escolares também é
problem and its gravity. The study of the incident of gastroin-
indicador adequado para avaliar as condições socioeconômicas
testinal helmintiases in schoolboys also is adjusted indicator
de uma comunidade.
to evaluate the economical-partner conditions of a community.
Palavras-chaves: Helmintos, perfil de saúde, saúde infantil
128
Keywords: Helminthes, health profile, children health
NewsLab - edição 118 - 2013
Introdução
O
redução da incidência das enteropa-
a consolidação de seus cursos e dis-
rasitoses (3, 4).
ciplinas, junto às reais necessidades
mundo é um complexo ecos-
No Brasil, em decorrência da
sistema onde os padrões de
diversidade geográfica do país e da
Inúmeras são as contribuições que
doenças variam grandemen-
existência de diferentes classes socio-
poderão ser oferecidas para minimizar
te de um país para outro. Os tipos e
econômicos e culturais na população
problemas de saúde da coletividade,
taxas de doenças em um país são uma
de uma mesma cidade, é importante
no entanto, para serem mais eficien-
forma de impressão digital, que geral-
que se conheça a prevalência de ente-
tes, estas deverão ser apontadas de
mente tem relação com a renda per
roparasitoses e as principais espécies
forma estratégica na resolução de
capita, o estilo de vida, as ocupações
encontradas em cada região, para que
problemas pontuais. Frequentemente,
predominantes e o clima (1).
se possam estabelecer as medidas
o surgimento de surtos de verminoses
da comunidade onde estão inseridas.
As doenças parasitárias constituem
curativas e profiláticas necessárias
na população menos favorecida, espe-
um importante problema de saúde
para a diminuição do número de pes-
cificamente em crianças, caracteriza
pública, principalmente em países
soas infectadas (5).
o modelo inadequado de tratamento
subdesenvolvidos e em desenvolvi-
Em países tropicais, o clima, as-
e controle que vem sendo disponibi-
mento. Dentro deste contexto, as
sociado à falta de conhecimento e
lizado, efetivamente no seu aspecto
crianças, principalmente as de baixa
condições sanitárias, favorece a dis-
econômico, mais especificamente a
idade, representam uma população
seminação das enteroparasitoses que
compra de medicamentos alopáticos
onde o problema se agrava. Apesar
acometem grande parte da população.
prescritos e acesso à água de boa
de isoladamente não apresentarem
Esse quadro, além de mostrar um
qualidade e sistema de esgotos.
alta letalidade, as enteroparasitoses
grande problema de saúde pública,
No nordeste, as crianças apre-
podem ser analisadas como cofato-
caracteriza o subdesenvolvimento das
sentam uma expressiva positividade
res da mortalidade infantil e, ainda,
populações com condições precárias
pelos helmintos, representando um
afetar o equilíbrio nutricional, induzir
de higiene, dificuldades econômicas,
problema de saúde inigualável e estas
sangramento intestinal e má-absorção
desconhecimento de medidas preven-
quando em idade escolar, vivendo em
de nutrientes, competirem pela absor-
tivas, desnutrição e outras variáveis
áreas pobres dos centros urbanos,
ção de micronutrientes, reduzirem a
agravantes do problema, como a falta
são o principal alvo das infecções
ingestão alimentar e o crescimento
de ações na área de saúde por parte
parasitárias (7). As enteroparasitoses
do indivíduo, causar complicações
das autoridades (6).
prejudicam o desenvolvimento físi-
cirúrgicas como prolapso retal, obs-
Muitas doenças prevalentes na
co e mental e contribuem de forma
trução e abscesso intestinal, além de
infância, tais como diarreia aguda,
significativa. Confirmando assim a
afetar o desenvolvimento cognitivo da
sarampo e parasitoses intestinais,
necessidade do delineamento espacial
criança (2).
tendem a registrar maior incidência
das infecções parasitárias, pela rea-
durante esta etapa de vida e destroem
lização de estudos como este, além
milhões de vidas a cada ano.
da descrição dos perfis econômico,
A elevada prevalência destas parasitoses está relacionada, na maioria
das vezes, com as condições socioeco-
Os programas de educação em
social, biológico e ambiental, para que
nômicas, sanitárias e educacionais da
saúde disponíveis para a sociedade,
se possam instituir medidas efetivas
população. A contaminação da água,
principalmente no Nordeste do Brasil,
de saúde coletiva para a promoção
solo e alimentos pelos ovos, cistos ou
vêm contribuindo de forma primária
da saúde, contribuindo dessa forma
larvas destes parasitos tornam fácil
no tocante à assistência básica em
para uma melhor qualidade de vida
a disseminação dessas patologias.
saúde. As universidades, com seu
da população e prática de cidadania.
Dessa maneira, a implantação de sis-
perfil extensionista, vêm tentando
Objetivou-se descrever o perfil
temas adequados para o tratamento
contribuir com a sociedade principal-
das infecções por helmintos gastrin-
de esgoto e encanamento de água
mente com a difusão de técnicas que
testinais em crianças que frequentam
potável, juntamente com a educação
minimizem os agravos em saúde.
o ensino fundamental na cidade de
sanitária da população, o diagnóstico
Além de contribuir com o aspecto
Patos, PB e promover a saúde infantil
e o tratamento de indivíduos infecta-
socioeconômico, favorece a docentes
de forma integrada com a escola e
dos, contribui decisivamente para a
e discentes o campo de prática para
com as famílias.
NewsLab - edição 118 - 2013
129
Material e Métodos
I, a fim de que estes assinassem um
Unidade de Saúde da Família (USF)
Termo de Consentimento Livre e Es-
mais próxima.
O estudo é descritivo e explora-
clarecido (TCLE), e intermediassem o
O processo de análise foi iniciado
tório, quantitativo. A pesquisa foi
contato com os pais, os quais também
com a identificação e codificação das
realizada no Município de Patos, PB,
assinaram um TCLE, cientes dos mé-
amostras em fichas individuais. Com
localizado à margem esquerda do rio
todos e objetivos da pesquisa. a utilização de luvas descartáveis de
Espinharas, distante 301 quilômetros
Para a coleta de dados procede-se
látex e equipamentos de proteção
de João Pessoa. Altitude de 242 m, de
uma captação de amostras fecais,
individuais (EPI) para os realizadores
clima semi-árido. Com uma população
além disso, foram ministradas pales-
dos métodos de análise e utensílios
média de 100.674 habitantes (8).
tras técnico-educativas nas escolas,
estéreis, elas foram fragmentadas
A rede física de atenção primária à
sobre as helmintoses gastrintestinais
e então introduzidas com o auxílio
saúde dispõe de 38 Unidades Básicas
em crianças (a doença e as medidas
de uma pinça em um Becker de 500
de Saúde desenvolvendo estratégia
higiênico-sanitárias para seu con-
mL contendo 100 mL de solução de
saúde da família - ESF.
trole). Os professores, as crianças e
hipoclorito de sódio (NaClO) e, em
O trabalho desenvolveu-se em
seus responsáveis receberam orien-
seguida, agitadas mecanicamente.
escolas públicas e privadas de en-
tações sobre as medidas profiláticas
Passado esse processo, a água re-
sino fundamental do município, no
que deveriam adotar para evitar as
sultante foi coada por uma peneira
período de abril de 2010 a janeiro de
infecções e reinfecções parasitárias.
plástica descartável própria para o
2011, tendo sido realizados exames
Os professores de cada escola respon-
exame parasitológico em cálices para
coproparasitológicos no Laboratório
deram um questionário para medir o
sedimentação e outros para flutuação,
de Doenças Parasitárias dos Animais
nível de conhecimento acerca dessas
ficando, em seguida, em repouso para
Domésticos (LDPAD) da Unidade
endoparasitoses.
a técnica de sedimentação por, no
Acadêmica de Medicina Veterinária do
Posteriormente, avaliaram-se as
mínimo 20 minutos na primeira lava-
Centro de Saúde e Tecnologia Rural
crianças denominando as quatro es-
gem, seguida de outras lavagens até
da Universidade Federal de Campina
colas da seguinte maneira: as duas de
obter-se o clareamento das amostras,
Grande (UAMV/CSTR/UFCG) e no La-
administração privada (A e B) e outras
para o método, enquanto que para a
boratório Acadêmico de Parasitologia
duas de administração pública (C e D).
flutuação esperou-se o mesmo tempo,
do curso de Enfermagem das Faculda-
Em cada uma das escolas foram cole-
porém não houve outras lavagens.
des Integradas de Patos (FIP).
tadas (em coletores estéreis) amos-
Após a espera, com a utilização de
O mesmo foi realizado com uma
tras de fezes de 20 crianças, amostras
uma pipeta de Pasteur, transferiu-se
amostra composta por 80 crianças
estas que foram acondicionadas em
aproximadamente 0,05 ml da porção
entre cinco e doze anos, em quatro
gelo e encaminhadas para laboratório
do sedimento sobre uma lâmina de
escolas, sendo que em duas delas,
de processamento das análises.
vidro, adicionando-se uma gota de
que eram de administração pública
Todas as amostras foram anali-
lugol a 2%. Em seguida, a lâmina foi
municipal, foram selecionadas 40
sadas em triplicata pelos alunos e
coberta com uma lamínula para pos-
crianças e nas outras duas escolas, de
docentes envolvidos no projeto. Os
terior análise em microscópio biocular
administração particular, selecionou-
80 exames coproparasitológicos fo-
Nikon. A identificação dos parasitos e
-se a outra metade da amostra. Estas
ram realizados através dos métodos
a análise estatística foram realizadas
crianças foram selecionadas pelas
de Hoffmann (sedimentação simples)
com o auxílio de atlas parasitológicos.
direções das escolas, de acordo com
e Willis-Mollay (flutuação simples),
Nas escolas trabalhadas, foram
o desempenho das mesmas na sala
observados em microscópio ótico
ministradas palestras educativas para
de aula.
com objetivas de 10 e 40 vezes (9,
os pais, professores e crianças, com
Antes da sua execução, o projeto
10). Com posterior avaliação dos re-
abordagem construtivista a cerca do
foi submetido ao Comitê de Bioética
sultados pelos docentes, os mesmos
controle das helmintoses gastrintes-
do CSTR/UFCG. Após ter sido aprova-
foram disponibilizados às institui-
tinais; e aplicados questionários aos
do, com protocolo número 081/2008,
ções envolvidas para depois serem
professores, pais e crianças, no início
procurou-se os responsáveis pelas
passados aos pais e estes, caso ne-
e ao fim do trabalho, para medir o
instituições de ensino fundamental
cessário, procurassem o médico da
nível de conhecimento sobre essas
130
NewsLab - edição 118 - 2013
endoparasitoses. Respeitaram-se
como as peculiaridades de cada cidade
(C - 54,7% e D- 43%) como as mais
os preceitos da bioética, conforme
e as características das populações
frequentes nas escolas públicas, ao
a resolução 196/96, que norteia as
selecionadas e, ainda ratifica-se a
mesmo tempo, nas particulares hou-
pesquisas com seres humanos (11).
eficácia econômica e eficiência, além
ve maior frequência dos parasitos G.
Os dados coletados foram analisados
da facilidade utilizando-se o Método
lambia (A- 46,6% e B- 38,5%), Taenia
à luz da literatura pertinente, após
de Hoffman (9-10, 15).
ssp (A- 44,1% e B- 40%) e Trichuris
serem apresentados os valores abso-
Os parasitos encontrados nas
trichiura (A- 44% e B- 43,9%), ver-
lutos e frequências relativas, conforme
amostras das escolas participantes
minoses estas já citadas por alguns
a estatística descritiva.
estão relacionados na Figura 2, sendo
autores como as mais singulares em
que a distribuição das enteropara-
crianças (16-19). O A. lumbricoides
sitoses mostrou a Taenia sp (C e D
é o enteroparasito mais encontrado,
com 38% cada) e A. lumbricoides
como mostra a Figura 2, o que se
Resultados e Discussão
As endoparasitoses são importantes indicadores das condições de saneamento em que vive uma dada população, sobretudo no Nordeste do Brasil
onde a disseminação das helmintíases
61,25%
está em estreita dependência com a
umidade do solo (12). A população
menor de cinco anos reflete bem o
grau de contaminação de uma região,
47,5%
52,5%
38,75%
por tratar-se de indivíduos com pouca
capacidade de deslocamento e maior
vulnerabilidade, espelhando assim, as
condições sociais da comunidade onde
habitam e, além disso, mantém um
maior contato com o ambiente, o solo
e as condições sanitárias deficientes
por não terem se adaptado ainda às
Figura 1. Resultado parasitológico do grau de infecção nas escolas de ensino
fundamental I do município de Patos, PB
práticas de higiene totalmente. Ascaris lumbricoides e Thichuris trichiura
são os helmintos mais comuns em
crianças abaixo de seis anos de idade,
além de estarem mais suscetíveis ao
complexo teníase-cisticercose, por
exemplo (13, 14).
Os resultados da análise de amostras fecais de crianças em idade escolar por dois métodos laboratoriais
(Figura 1) apontam para um alto
índice de parasitoses intestinais em
ambos os métodos, corroborando com
alguns estudos, os quais afirmaram
a dificuldade em se realizar estudos
dessa natureza, devido à grande
variedade de métodos de coleta,
conservação e análise das fezes, bem
132
Figura 2. Distribuição dos enteroparasitos nas escolas particulares (A e B) e nas
escolas públicas (C e D)
NewsLab - edição 118 - 2013
agrava mediante a condição de es-
Não houve diferença estatística
condizendo com estudos anteriores
tes parasitos serem os de mais fácil
entre os parasitos Taenia sp. e T.
que verificaram casos positivos de
transmissão (sobretudo por via oral)
trichiura com relação às escolas, no
enteroparasitoses 63,7% de monopa-
e mais encontrados nas investigações
entanto, obteve-se uma média sig-
rasitismo, sobretudo pelo método de
de populações urbanas residentes em
nificativa em relação a G. lambia de
Hoffman (19, 24-25). Identificando
áreas pobres ou faveladas (20, 21).
46% na escola privada e A. lumbricoi-
ainda não ser o poliparasitismo fre-
Observou-se também, que as
des de 54% na escola pública, o que
quente e divergindo então de alguns
escolas públicas possuem uma maior
condiz com estudos anteriormente
estudos (16).
incidência de infecção por A. lumbri-
realizados, confirmando então as
As instalações sanitárias na circun-
coides, refletindo adequadamente o
altas prevalências de A. lumbricoides
vizinhança das escolas são precárias,
grau de relação saneamento-infecção
observadas entre crianças de 2 a 12
o que dificulta o controle das ente-
de uma região (21). Além de outros
anos de idade (15, 22-23).
roparasitoses. Salienta-se, portanto,
estudos realizados na região nordeste
Em relação ao grau de parasitismo
que as escolas públicas são instaladas
que demonstraram altos índices de
nas crianças das referidas escolas,
em bairros ou ruas consideradas cen-
positividade dos parasitos em geral,
encontrou-se uma maior frequência
trais no município, porém o descaso
em escolares (15, 16).
de monoparasitismo (Figuras 3 e 4),
não as preserva, enquanto as privadas
situam-se na periferia. Todavia, outros
fatores também são determinantes
para o desenvolvimento das verminoses, assim como as condições de
moradia e de saneamento, cuidados
de higiene e de saúde e determinantes
distais como poder aquisitivo, educação materna são também condicionantes desta situação (17, 18).
Em algumas das ruas circunvizinhas não existiam fossas sépticas,
com circulação de esgoto a céu aberto
e concentração de fezes humanas e de
animais, havendo ainda a criação dos
mesmos animais, soltos pela região. O
Figura 3. Frequência de coinfecção nas escolas particulares (A e B) e públicas (C e D) pelo
método de Willis
ambiente dentro da escola é de total
preocupação com a saúde e integridade de seus estudantes, havendo
uma constante higienização, tanto
do ambiente quanto das refeições,
podendo ser uma das limitações às
quais estão submetidas. Observa-se
que nenhuma das escolas apresenta
condições adequadas para desenvolver o convívio domiciliar, existente no
peridomicílio das mesmas, principalmente das públicas.
Os professores demonstraram ter
conhecimento acerca do problema,
denotando, quando avaliados, um
Figura 4. Frequência de coinfecção nas escolas particulares (A e B) e públicas (C e D) pelo
método de Hoffman
134
rendimento que variou de 71,5 a 80%,
ao passo que os pais desconhecem o
NewsLab - edição 118 - 2013
problema e sua gravidade, contudo,
condicionados pelo poder aquisitivo
estudo da ocorrência de enteroparasi-
demonstram reconhecer sinais de
da família da criança em alocar ra-
toses em escolares também é um dos
infecção parasitária e, evidenciou-se,
cionalmente os recursos que possuir
indicadores adequados para avaliar as
portanto, a necessidade de educação,
para profilaxia desse problema de
condições socioeconômicas de uma
sobretudo sanitária urgentemente,
saúde pública, contudo isso não tem
comunidade. Portanto, sugere-se que
visto que a infância é um período ex-
sido um fato concretizado na região
essas infecções devam ser conside-
traordinário para o aprendizado, sendo
em estudo (29, 30).
radas alvos de controle, com o trata-
a criança um ser com peculiaridades
que demanda cuidados corriqueiros
(20, 26-27).
mento das crianças parasitadas e com
Conclusão
Em momento algum, quando da
mudanças nas condições ambientais
nestas áreas negligenciadas, para que
haja melhoria da qualidade de vida
aplicação dos questionários e dos
As crianças do ensino fundamental
encontros com os pais ou responsá-
do município de Patos, PB apresen-
veis, citou-se o uso de fitoterápicos,
taram um quadro de infecção parasi-
Neste sentido, acrescenta-se que
por exemplo, para o tratamento dos
tária relevante, onde a Ascaríase foi
a enfermagem, enquanto profissão
vermes, por ser uma forma acessível
detectada como infecção severa nas
envolvida com o cuidado, tem muito
e barata, tão pouco os mesmos e os
escolas públicas e a teníase como
a contribuir, desenvolvendo junto a
professores demonstraram conhe-
prevalente nas escolas privadas.
esses indivíduos, bem como na sua
cimento a respeito do uso desses,
Quanto ao nível de conhecimento dos
família e ambiente domiciliar/perido-
reafirmando-se, por conseguinte a
mestres e pais, estes são suficiente-
miciliar e de convívio social em geral,
existência de muita desinformação
mente informados sobre helmintíases
estratégias que contemplem o manejo
no campo da fitoterapia mesmo nos
infantis ou as desconhecem.
com o tratamento das enteroparasito-
saberes populares (28).
dos habitantes das comunidades onde
estas escolas estão inseridas.
É preciso educação sanitária,
ses, como também com seu cuidado
Há necessidade de dedicar mais
tendo em vista o grau de infecção
de modo geral, na busca do bem-estar
atenção e planejamento estratégico
das crianças e a conjuntara familiar e
e de uma vida saudável. Para tanto
na escola, por parte dos gestores
escolar onde elas estão inseridas. Aos
se faz necessária a efetivação das
para formação dos mestres e capta-
professores, mesmo eles estando ins-
práticas de promoção e prevenção da
ção de recursos financeiros a fim de
truídos, é necessária uma constante
saúde, as quais são também atribui-
implementar as ações que viabilizem o
construção de conhecimento partici-
ções da enfermagem.
controle das parasitoses, pois a forma
pativo, juntando os saberes didáticos,
que a escola conduz as discussões a
empíricos e individuais para que a
Correspondências para:
respeito do tema é carente. Cuidados
escola possa sair dos muros.
Jailson Alberto Rodrigues
com saneamento e moradia seriam
Finalmente, constatou-se que o
[email protected]
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136
NewsLab - edição 118 - 2013
AGENDA
39º CONGRESSO BRASILEIRO DE
ANÁLISES CLÍNICAS
VIII CONGRESSO BRASILEIRO DE
BIOSSEGURANÇA
Data: 16 a 19 de junho
Local: Costão do Santinho. Florianópolis. SC
Realização: Sociedade Brasileira de
Análises Clínicas
Informações: www.sbac.org.br
Data: 23 a 27 de setembro
Local: Bahia Othon Hotel, Salvador, Bahia
Realização: Associação Nacional de
Biossegurança (ANBio)
Informações: www.anbio.org.br / (21) 2220-8678
II CURSO EM ONCOLOGIA MOLECULAR
ANALITICA LATIN AMERICA
Data: 22 a 27 de julho
Local: ICESP - Av. Dr. Arnaldo, 251,
São Paulo, SP
Realização: Faculdade de Medicina da
USP (FMUSP) e Instituto do Câncer do
Estado de São Paulo (ICESP)
Informações: www.cursooncologia.com.br
Feira Internacional de Tecnologia para
Laboratórios, Análises, Biotecnologia e
Controle de Qualidade
Data: 24 a 26 de setembro
Local: Transamerica ExpoCenter.
São Paulo. SP
Informações: www.analiticanet.com.br
AACC 2013
XVII CONGRESSO PAULISTA DE
FARMACÊUTICOS
Data: 28 de julho a 1 de agosto
Local: Houston. EUA
Realização: American Association for
Clinical Chemistry
Informações: www.aacc.org
2013 ASCP ANNUAL MEETING
Data: 18 a 21 de setembro
Local: Chicago (EUA)
Realização: American Society
for Clinical Pathology
Informações: www.ascp.org
47º CONGRESSO BRASILEIRO DE
PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA
LABORATORIAL
Data: 22 a 25 de setembro
Local: Parque Anhembi. São Paulo. SP
Realização: Sociedade Brasileira de Patologia
Clínica/Medicina Laboratorial
Informações: www.cbpcml.org.br
138
IX Seminário Internacional de Farmacêuticos Data: 5 a 8 de outubro de 2013
Local: Transamérica Expo Center.
São Paulo.SP
Realização: Conselho Regional
de Farmácia de São Paulo (CRF-SP)
Informações: http://portal.crfsp.org.br/congresso
HEMO 2013
CONGRESSO BRASILEIRO DE HEMOTERAPIA
E HEMATOLOGIA E TERAPIA CELULAR
Data: 07 a 10 de novembro
Local: Centro de Convenções Ulysses
Guimarães. Brasília. DF
Realização: Associação Brasileira de Hematologia e
Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH)
Informações: www.hemo.org.br
NewsLab - edição 118 - 2013
A revista NewsLab, em parceria com as melhores editoras médicas do país,
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Campos Guerra, Carlos
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Doenças Infecciosas
e Auto-Imunes
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Laboratório
para o Clínico
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Laboratórios Clínicos
Autores: Humberto Façanha
da Costa Filho e Rosa Mayr
Preço: R$ 148,00
Prestes da Costa
487 páginas
Preço: R$ 150,00
Citologia Clínica
do Trato Genital
Feminino
Autor: Jacinto da
Costa Silva
168 páginas
Preço: R$ 159,00
Abordagem Interdisciplinar em Análises
Clínicas - 2ª Edição
Autores: Edna Maria Vissoci
Reiche, Leda Mezzaroba,
José Wander Breganó, Marsileni Pelisson e Egídio Tesser
428 páginas
Preço: R$ 50,00
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Medicina
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Laboratório
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da Costa Filho e Rosa Mayr
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144 páginas
Preço: R$ 40,00
É uma grande honra apresentar a se-
gunda edição do livro do Dr. Humberto Façanha! Quantos laboratórios já
se beneficiaram com a ajuda fantástica
que este brilhante profissional lhes pro-
porcionou? Dezenas! E posso afirmar
que estão todos muito felizes. Por quê?
Porque eles sabem que com o negócio de laboratório de análises clínicas
pode-se obter lucratividade, desde que
haja uma gestão financeira profissional.
O meu respeito pelo Dr. Humberto
continua crescendo pela forma como
ele se coloca sempre disponível e dar
a seu profissionalismo a uma humanidade marcada e tratar seu interlocutor
com profundo respeito.
Na Assembléia Francesa uma vez me
deparei com esta frase: “Os homens
procuram a luz em um jardim frágil,
onde fervilham as cores”.
Desejo que Dr. Humberto traga a luz
para que alguns possam encontrar sua
própria luz...
2a edição
Sylvain Kernbaum
Editora Eskalab
Microbiologia – 5°
edição
Autores: Flávio
Alterthum & Luiz Rachid
Trabulsi
780 páginas
Preço: R$ 227,00
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Laboratório Clínico –
5ª edição
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800 páginas
Preço: R$ 248,00
Tratado de
Infectologia –
4°edição – 2 volumes
Autores: Roberto Focaccia
& Ricardo Veronesi
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NewsLab - edição 118 - 2013