inovação - Armindo Sousa

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inovação - Armindo Sousa
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Índice
6
Editorial
7 Zantia
Jorge Aguiar fala de altos padrões de qualidade
no sector da climatização e energias alternativas
40 Misericórdias
Percursos de instituições de referência
44 Perspectivas do Direito e da Justiça em Portugal
48 Ensino
57 A indústria do Calçado
Exemplos de qualidade e inovação
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Editorial
Apoio a projectos regionais estruturantes
Ao longo dos seus 41 anos de existência, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) tem vindo a desempenhar um papel
de relevo no desenvolvimento regional do Norte de Portugal, contribuindo para
a competitividade e coesão do território nacional, através do apoio a entidades
públicas e privadas por meio de várias acções, entre as quais é de destacar,
actualmente, o Programa Operacional Regional do Norte 2007/2013 (ON.2 –
O Novo Norte). Este programa integrado no Quadro de Referência Estratégico
Nacional 2007/2013 e no novo ciclo de fundos estruturais da União Europeia
destinados a Portugal é financiado exclusivamente pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), e apresenta a mais relevante dotação financeira global dos programas operacionais regionais – 2,7 mil milhões de euros,
representando 12,5 % do orçamento do QREN. Com este montante de fundo
estrutural, estima-se viabilizar um investimento na Região do Norte de cerca de
4,25 mil milhões de euros.
O ON.2 – O Novo Norte elege cinco prioridades estratégicas correspondentes
aos seus eixos prioritários, aos quais se junta um eixo de natureza experimental, para assistência técnica e financeira à implementação do programa operacional. No âmbito do Eixo Prioritário I, existem, pela primeira vez, os sistemas
de incentivo ao investimento de empresas, visando objectivos de “Qualificação
e internacionalização de PME”, “Inovação” e “Investigação e Desenvolvimento
Tecnológico”, de forma a criar e consolidar clusters emergentes e empresas de
base tecnológica e promover a requalificação, inovação e reforço das cadeias de
valor nos sectores de especialização ao nível regional. O financiamento destes
Sistemas de Incentivo incluídos no PO Norte destina-se a pequenas empresas,
enquanto o Programa Operacional “Factores de Competitividade” está direccionado para as médias e grandes empresas.
As taxas de comparticipação das operações que venham a ser aprovadas serão
fixadas e reguladas por normativos relacionados com as tipologias de projecto,
critérios de selecção, e avaliação de mérito, podendo aplicar-se, em alguns casos, majorações. Se no ON – Operação Norte (2000/2006) a taxa máxima era
de 75%, agora no ON.2 a comparticipação poderá atingir o limite de 85%.
Numa altura em que não só as pessoas, mas também o tecido empresarial passam por grandes limitações, este tipo de financiamentos a par dos conferidos,
por exemplo, directamente pelo QREN, permite às entidades dar seguimento
às suas estratégias, colocar as localidades do interior no mapa do desenvolvimento, e puxar ao mesmo tempo pela economia nacional tanto ao nível das
exportações, como do aumento da competitividade. Por isso é altura de arriscar,
porque mais do que nunca os benefícios serão indubitavelmente maiores que os
prejuízos, se é que estes poderão existir.
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“A Zantia apresenta o que
existe de mais inovador e
disponível no mercado”
A Zantia é uma empresa
que se destaca no mercado
nacional no sector da climatização e das energias
alternativas. Há 11 anos
a trabalhar com uma forte
base de confiança e qualidade para com o fornecedor e cliente, a Zantia tem
o objectivo de ser líder
de mercado na sua área
de acção, estando numa
constante procura de altos
padrões de qualidade. A internacionalização é agora o
objectivo desta empresa de
Viseu
A Zantia é uma empresa sedeada
em Mundão, Viseu, que surgiu
há 11 anos com o objectivo de
apresentar soluções na área da
climatização e energias alternativas. Em conversa com a revista “Portugal Inovador”, Jorge
Aguiar,
director-geral,
refere
que, “a empresa tem vindo a
crescer, paulatinamente, muito
impulsionada pela procura do
mercado e pelo sucesso que
tem obtido dia após dia”.
Missão
da marca
Com uma atitude diferenciadora,
a Zantia distingue-se pela “presença directa junto dos clientes,
pela diversidade de produtos e
pela variedade de soluções em
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climatização e energias alter-
preocupa-se em identificar as
empresa dispõe de um departa-
nativas”. Presente em todo o
necessidades do mercado, con-
mento de pré-venda que presta
mercado nacional através de
tactar os melhores fabricantes
apoio sempre que é necessário.
uma forte rede de comerciais,
de equipamentos e assim co-
Dado que os produtos comer-
“a Zantia oferece de uma forma
locar no mercado nacional os
cializados
global aquilo que existe de mais
mais inovadores produtos nas
conhecimento técnico, a venda
inovador disponível no sector”.
áreas da climatização e das
e a intalação são realizadas
“A empresa oferece soluções de
ener gias alternativas.
por profissionais devidamente
climatização com integridade e
“Como empresa promovemos,
qualificados, que garantem a
credibilidade, de forma a maxi-
frequentemente, acções de for-
assistência pós-venda.
mizar a criação sustentável de
mação internas e externas para
“A Zantia esforça-se por apre-
valor, visando a satisfação das
divulgar esses produtos junto
sentar as várias soluções aos
necessidades
dos
clientes,
dos nossos colaboradores e
seus instaladores para que o
colaboradores
e
accionistas,
junto do mercado, através dos
seu trabalho seja facilitado, ge-
através de uma relação de con-
nossos instaladores. Dadas as
rando-se assim um bom clima
fiança e parceria, tendo como
constantes lacunas na área da
de parceria. Fazemos esse tra-
alicerce a responsabilidade e
formação, com o aparecimento
balho por eles e estamos per-
a excelência”, assegura a di-
de novos produtos e com as
manentemente atentos ao que
recção.
alterações que acontecem em
surge no mercado, prestando
termos de exigência, legisla-
formação de pré-venda e pós-
ção e alterações climatéricas,
-venda”, refere o director-geral.
os clien tes estão cada vez mais
“No que diz respeito ao consumi-
O mercado da Zantia está direc-
atentos às alternativas que sur-
dor final, como marca, já demos
cionado, exclusivamente, para
gem, “para isso precisam de
provas de que vamos continuar
grandes armazéns ou instala-
toda a informação que está dis-
a crescer no mercado. Somos
dores. Assumindo-se como uma
ponível e ainda do trabalho que
uma marca única que garante
marca fabricante que subcon-
é feito durante o momento da
toda a segurança e apoio ao
trata toda a produção, a Zantia
compra”, reforça Jorge Aguiar.
clien te”, afirma.
Marca
de referência
Com vista a apresentar as melhores soluções - personalizadas e adaptadas a cada caso, a
exigem
bastante
Futuro na
internacionalização
A Zantia é uma empresa que
se destaca no mercado nacional, por isso o desafio da internacionalização
revelou-se
natural. “Em termos de futuro,
a internacionalização será um
dos maiores desafios da empresa”, revela Jorge Aguiar. A
empresa abriu, recentemente,
uma filial em França – Zantia
France – numa tentativa de internacionalizar a marca. “Estamos a iniciar-nos em França,
que é um mercado bastante
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o mercado espanhol, que é o
mais lógico pela proximidade,
ou eventualmente outros mercados mais a norte”, refere Jorge
Aguiar.
exigente, com restrições muito
A empresa tem também o ob-
elevadas. Estamos a esforçar-
jectivo de analisar outros mer-
nos ao máximo para conseguir
cados. “Assim que estivermos
ter o maior sucesso possível”,
bem implementados no merca-
afirma o director-geral.
do francês, queremos analisar
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Nasceu o vinho
em Tetra Pak Prisma
A Sarvinhos é um dos exemplos empresariais portugueses de inovação e investimento.
A terceira geração da família quer elevar a empresa a novos patamares, preparando
a apresentação de uma linha premium da embalagem Tetra Pak, de 250ml, com o formato Prisma. Resultado de um investimento superior a dois milhões de euros, em duas
máquinas que vão produzir a nova roupagem do vinho corrente, a inovadora embalagem
começa a ser comercializada já no próximo ano.
Se, em tempos, Pedro Martins
e Afonso Martins, sócios-fundadores da Sarvinhos, conseguiram colocar a empresa nos
PALOP e no “mercado saudosista”, hoje o leme da empresa
está nas mãos dos filhos de
Pedro Martins: Luís Brogueira
Martins e Pedro Brogueira Martins. O caminho pode ser longo
e sinuoso, mas já está traçado.
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Expansão e inovação são as
directrizes.
Abrir asas
A empresa produtora e distribuidora de vinhos e aguardentes
espera com este investimento
em novas linhas de engarrafamento e embalamento, continuar
a crescer anualmente cerca de
10%, média que tem consegui-
do atingir desde 2006.
A tentativa de abranger mais
mercados prende-se com a
consciência de que “os produtos tradicionais portugueses
(vinho, azeite, cortiça e turismo)
são aqueles que têm hipóteses
de vingar no exterior. Estamos
bem implantados no complicado
mercado da China e começamos agora a desenvolver o espaço já conquistado no mercado
da Polónia, através de um parceiro de confiança. Também já
temos contactos nos EUA e na
Nigéria”, revela Pedro Brogueira
Martins.
Quanto à badalada embalagem,
o administrador responsável
pelo mercado internacional exalta a segurança e a qualidade
do novo sistema, assumindo o
investimento realizado como
uma aposta ganha: “Tivemos o
reconhecimento
internacional
pela nossa aposta no sistema
Tetra Pak Prisma e é algo que
nos orgulhamos de apresentar”.
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Vedantes por medida
Para a Hidromarinha não existem segredos na área dos vedantes. A empresa, que em
oito anos se tornou uma referência no sector, possibilita aos seus clientes o fabrico no
momento de vedantes não normalizados. O crescimento médio de 15% ao ano, augura
um futuro auspicioso para a Hidromarinha.
Criada em 2002, em função da política de expansão da Htubo, a Hidromarinha rapidamente conquistou o
seu espaço no comércio de peças e
acessórios para a indústria. Focada
na tubagem para o mercado local e
nos vedantes para o mercado nacional, a Hidromarinha dispõe de um
elevado e diversificado stock para
possibilitar uma rápida resposta ao
cliente. As recentes instalações, na
Marinha Grande, onde está sedeada
desde 2007, são a base de opera-
ções desta empresa com capacidade para produção de produtos
não-normalizados. Através de uma
política de adaptação do seu stock às
necessidades do mercado nacional
e do investimento numa máquina de
produção de vedantes capacitou a
empresa para novos domínios, ajudando a tornar se uma empresa de
referência, na área dos vedantes.
Evolução crescente
mas actualmente somos uma empresa de referência”, assume Henrique
Lisboa, um dos proprietários.
O facto de disponibilizar um serviço
de acompanhamento constante aos
seus clientes faz da Hidromarinha
um parceiro de excelência. Para fortalecer a relação com o cliente, a
empresa investe, neste momento, no
processo de certificação, de forma a
que esteja concluído já no próximo
ano. Na mesma linha, é reconhecida,
por Henrique Lisboa, uma vontade de
estar mais presente no norte do país:
“O nosso projecto é tentar continuar a
crescer, apostando cada vez mais na
zona norte, onde ainda não temos o
mesmo impacto que no sul e centro
do país. Continuamos a munirmos de
várias ferramentas, quer através do
recrutamento de quadros superiores
qualificados quer através da continua
formação da nossa equipa, de forma
a que possamos ajudar o cliente a encontrar soluções para os problemas
que surgem”.
Para além dos vedantes, a Hidromarinha dispõe de todo o tipo soluções
hidráulicas, pneumática, transmissão
e tubagem industrial: “Os primeiros
três anos foram muito complicados.
As empresas estavam servidas, habituadas a trabalhar com outras empresas. Foi difícil mostrar que erramos
capazes de resolver os problemas,
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Uma empresa bem construída
Com um portefólio de obras (públicas e privadas) de relevo, a Tecnorém já conquistou
o seu espaço a nível nacional. Neste momento encontra-se ligada à construção de sete
complexos escolares, alguns dos quais com elaboração do projecto, em que vai recorrer
ao know-how de 22 anos para concluir as obras no prazo estipulado, com a qualidade que
lhe é característica. Para além da construção, a empresa revela uma preocupação social
com a criação de uma unidade de saúde.
Com sede no Moinho da Areia
(Ourém), numas instalações
de 14000m2 com armazéns e
escritórios, a Tecnorém é, nos
dias de hoje, muito mais que uma
empresa. É um grupo de empresas com áreas distintas, onde todos trabalham segundo a mesma
política de trabalho: dar uma garantia de satisfação ao cliente,
superando as suas expectativas;
cumprir a legislação; assegurar
uma cultura de prevenção; optimizar recursos; planear bem as
diferentes fases de obra; e valorizar o desenvolvimento de competências, são alguns dos pontos
cruciais no grupo para que se
alcance a tão almejada satisfação do cliente.
O grupo
Constituído por cinco empresas
(Tecnorém, Imotecnorém, Cobaco, EnergiaHotel, TMG), o grupo
actua em diversas áreas.
A empresa-mãe, a Tecnorém,
vocacionada para a concepção de
obras públicas e privadas, surge
como centro e foco de actividade.
No entanto, recentemente, têm
sido acrescentadas novas vertentes que dinamizaram o grupo
e aumentaram o número de clientes. Desde a vocação para a área
ambiental, com a construção de
saneamento básico, passando
pela saúde, através da TMG,
com componente de lar tradicional e cuidados continuados, ou
ainda pelas recentes energias
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renováveis, através da ENERGIHOTEL, dedicada à climatização
fotovoltaica e ventilação, o grupo
demonstra a sua versatibilidade
em diferentes nichos de mercado.
Além do trabalho, Carlos Batista assume a vontade de fazer
algo pelos outros. Com visitas
periódicas à Guiné, Cabo Verde
e Angola, o administrador da
Tecnorém dá o seu contributo a
projectos sociais: “Temos feito
jantares de empresários e, conjuntamente com instituições religiosas, temos dado apoio a
remodelações de hospitais, escolas, igrejas, entre outras”,.
As ajudas, nos diversos países
africanos, têm levado a convites
governamentais para a Tecnorém
fazer algo mais no país: “Estamos a desenvolver parcerias
bancárias para fazer algo mais
positivo, no entanto ainda não estamos interessados em ir para lá.
Estas são apostas relacionadas
com o fio condutor da empresa
e que nos trazem a simpatia da
população, mas também servem
para desenvolver capacidades
de jovens técnicos, engenheiros
e directores de obra. Os jovens
gostam de ir para fora, por isso
também é importante para eles”,
refere.
Importância
dos colaboradores
Para o administrador Carlos Batista, a aposta em colaboradores
com formação superior, com capacidades desenvolvidas, ou
simplesmente com vontade de
trabalhar, deve ser uma regra de
ouro nas empresas: “Em todos
os sectores há gente muito boa.
Tivemos aqui jovens engenheiros
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Manter
a evolução
que se ofereceram para trabalhar
sem ganhar nada! É claro que,
quando se vê este tipo de vontade, se deve apostar nas pessoas
e dar-lhes todas as condições
para desenvolverem um bom trabalho”.
Por outro lado, o administrador não hesita em assumir que
deve existir polivalência laboral:
“A pessoa deve ter o máximo de
formação, mas não vejo nenhum
inconveniente em que um técnico
superior de segurança e higiene
no trabalho saiba operar uma
grua, ou que um licenciado em
Engenharia Civil esteja disposto a armar ferro. Só demonstra
conhecimento e competência
técnica”, relembra.
se tinham proposto a fazer. Por
isso é que aconselho sempre os
empresários, que enfrentam dificuldades, a preocupar-se com a
redução dos custos internos das
suas empresas, reformulando-as
ou reduzindo as margens de lucro, de forma a não colocar em
causa a sobrevivência da empresa”.
O objectivo principal para este
grupo, que cresceu 40% no ano
passado, é continuar a evoluir
nas diversas áreas. Carlos Batista assume que já tem alguns
projectos pensados, no entanto,
apesar de não revelar pormenores, o facto de esperar “crescer
mais 30% até ao final do ano” indica a ambição da Tecnorém em
reforçar o estatuto alcançado ao
longo dos anos.
Gestão
ponderada
Apesar de parecer, à primeira vista, um contra-senso, a Tecnorém
tem consciência de que perde
alguns concursos públicos não
por falta de competência, mas
por competir com empresas a
viver sérias dificuldades: “Essas
empresas concorrem aos concursos públicos com preços cada
vez mais baixos. A Tecnorém já
assumiu a execução de obras
deixadas a meio porque as empresas que ganharam o concurso
público, ficando à nossa frente,
não conseguiram concluir o que
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A empresa
que perfura e perdura
Vocacionada para as áreas de perfurações horizontais dirigidas, captação de água,
sondagens geológicas, ensaios geotécnicos, construção civil, obras públicas e aluguer
de máquinas, a empresa Sondagens do Oeste é uma pontência nacional no sector onde
actua. Com 25 anos de existência e conhecida pela constante modernização e introdução
de inovações tecnológicas, a empresa estuda agora a hipótese de internacionalização.
cia, a empresa já conseguiu atingir cinco vezes o estatuto de PME
Excelência, depois de ter participado em obras importantes, como
a construção do primeiro gasoduto em solo português, que além
de impulsionarem o investimento,
proporcionaram a diversificação da
actividade.
No ano passado a empresa facturou
nove milhões de euros e teve mesmo que recusar alguns trabalhos no
estrangeiro para conseguir responder, com qualidade, a todas as solicitações de trabalho em Portugal.
A Sondagens do Oeste apresenta
hoje uma variedade de serviços
única no sector, recorrendo sempre
à mais moderna e fiável tecnologia,
proveniente de países como Estados Unidos da América, Finlândia,
França, Inglaterra, entre outros.
Saber gerir
As instalações da Sondagens do
Oeste, com 2,5 hectares, transparecem a capacidade de resposta da
empresa, mas nem sempre foi assim. Fundada em 1985, por Manuel
Duarte, a empresa começou por de-
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senvolver a sua actividade na área
da pesquisa e captação de água,
empregando seis colaboradores
num pequeno armazém de 200m2.
No entanto, a Sondagens do Oeste
não permaneceria nessa condição
por muito tempo. A visão e ousadia
do proprietário levaram à compra
de máquinas hidráulicas de perfuração subterrânea, algo inovador no
distrito, que deram o primeiro passo
naquele que seria um percurso de
sucesso. Durante a sua existên-
Quando se olha ao percurso da
Sondagens do Oeste, Manuel
Duarte parece ter uma aptidão natural para gerir a empresa. Desde
cedo optou pela inovação, como
base de crescimento da sua empresa, sendo que a evolução ditou
que visse na subcontratação uma
mais-valia imprescindível: “Com a
conjuntura do país e uma política
de prevenção, reduzimos margens
e subcontratámos algumas empresas. Não se aumentam cargos, dividem-se responsabilidades, correm-se menos riscos e lucramos todos.
Funcionamos assim nos últimos
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Filipe Duarte. Para já, obras como
um ramal de um gasoduto para a
Petrogal, (com 25 km, de Santo
Tirso para Perafita, e com perfuração de 650m por baixo do Aeroporto
Francisco Sá Carneiro) ou o ramal
dos Emissários do Alvito, mantêm-se como o melhor cartão-de-visita
de uma empresa que não pára de
crescer, inovando de dia para dia.
Ambiente saúdavel
dez anos e temos tido bons resultados”, frisa o administrador.
Parte da gestão passa por uma
forte componente de formação a
nível interno. Pela especificidade do
sector, “não se pode ir buscar gente
ao centro de emprego. Temos de
formar as pessoas na empresa com
pessoas da empresa. Esse trabalho
não existe nos quadros legais, logo
não conta para as estatísticas, mas
é algo que acrescentamos às formações obrigatórias por lei e ao
qual damos muita importância”, assume Filipe Duarte, filho do fundador da Sondagens do Oeste e que
integrou, recentemente, a administração da empresa.
A organização passa também pela
certificação ambiental e de qualidade, que está a ser levada a cabo
no presente ano, com previsão de
conclusão até ao final de 2011.
Manuel Duarte lamenta que “uma
empresa que queira obter uma certificação tenha de lidar com custos
elevados e uma burocracia excessiva. Perde-se tempo e recursos com
uma coisa que devia ser imediata”.
empresa, com Marrocos, Líbia e
Argélia a surgiram como principal
destino: “São países para os quais
já tivemos propostas de trabalho,
mas que tivemos de recusar porque
exigiam muita mão-de-obra e isso
implicava um desleixo no mercado
nacional. Queremos avançar, mas
com segurança e só por isso é
que ainda não o fizemos”, explica
Manuel Duarte.
As obras pontuais da empresa em
Espanha despertam a vontade de
ir mais longe, mas para isso será
necessário encontrar o parceiro
correcto: “A nossa ida padece do
apoio de alguma empresa com
quem já tenhamos trabalhado e que
nos dê algumas garantias”, afirma
Apesar do crescimento constante,
a Sondagens do Oeste mantém
o bom ambiente entre todos os
colaboradores: “Aqui na empresa
não há doutores, nem engenheiros,
há pessoas e são todas tratadas da
mesma forma. Essa é a minha forma
de ser”, confessa Manuel Duarte.
A familiaridade entre todos, cria bom
ambiente, torna o serviço mais fácil e
aumenta produtividade e qualidade:
“Não existe nenhuma empresa a
fazer tudo o que fazemos e, mesmo
assim, a Sondagens do Oeste não
tem nenhum processo em tribunal.
Em 25 anos é algo notável e do qual
poucos colegas se podem gabar”,
corrobora Filipe Duarte, que espera
agora dar continuidade à história de
sucesso da empresa.
Projecto de
internacionalização
A Sondagens do Oeste está a reorganizar-se para que, num prazo de
três a quatro anos, possa avançar
com segurança para o processo
de internacionalização. O mercado árabe é o mais apetecido pela
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Rede reforçada
de consultoria e gestão
Gabriel Silva, Ricardo Jacinto e Cristina Trovão são os rostos de uma empresa inovadora,
orientada para as necessidade do tecido empresarial na área da consultoria e gestão.
Criada em 1991, a TGA – Consultores de Gestão, em Leiria, difere da concorrência pela
crescente diversidade e qualidade dos serviços, orientada para melhoria da capacidade de
gestão dos seus clientes através de um acompanhamento próximo, personalizado e inovador que gere resultados no curto prazo e sustente vantagens competitivas no futuro.
Quando, em 1991, o professor
universitário Gabriel Silva convida Ricardo Jacinto para iniciar
a TGA, o objectivo principal estava bem definido: criar um conjunto de serviços que permitissem melhorar a capacidade de
gestão do tecido empresarial
e ser líder na consultoria em
gestão.
Serviços
especializados
Chamar à TGA empresa de consultoria e formação seria estar a
passar ao lado de todo o conceito
da empresa. A TGA é, acima de
tudo, uma rede especializada
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de consultoria e gestão, que
abrange todo o país, apoiando
empresas através da optimização de recursos, competências,
know-how e uma diversidade
de serviços inovadores, evidenciando e privilegiando sempre
o trabalho em parceria e a concretização dos objectivos dos
seus clientes. Uma rede de 40
consultores independentes, com
elevada formação em diversas
áreas (gestão, gestão financeira, estratégia, recursos humanos, marketing, etc…), está ao
dispôr da TGA para, sob a sua
orientação, lidar e solucionar
os problemas de cada cliente,
através do desenvolvimento e
aplicação das melhores ferramentas de gestão.
“A TGA actua, fundamentalmente, em quatro vertentes:
Gestão Estratégica, ou seja,
ajudando a preparar o futuro;
Gestão Operacional, optimizando as condições actuais
nas diferentes áreas funcionais
(finanças, marketing, recursos humanos, produção/operações, qualidade); Sistemas
de Informação, relacionado
com contabilidade e finanças;
e Formação/Acção, uma área
que, apesar de só existir na
TGA desde 2004, é a de maior
crescimento nos últimos anos”,
afirma Gabriel Silva.
No fundo, mais que um serviço,
a TGA mostra uma nova forma
de as empresas atingirem os
seus objectivos.
Franco
desenvolvimento
A participação no programa
Gerir com o IAPMEI entre 2004
e 2007 permitiu à TGA desenvolver métodos e práticas que
foram reconhecidas como excelentes na consultoria às empresas. Esta experiência permitiu à TGA alargar o seu leque
de clientes relevantes neste
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ma Cristina Trovão.
A sócia-gerente acredita que
a certificação em qualidade foi
uma alavanca importante para
o crescimento: “A certificação
disciplinou-nos. A metodologia
dos nossos serviços está toda
documentada. Ao sistematizar o
conhecimento, criámos um conjunto de regras e procedimentos
que são uma garantia de todas
as nossas acções”.
Para o futuro, a empresa tem
planos
de
transportar
este
mode lo de negócio para Moçambique, algo que poderá ajudar a
cumprir com as expectativas de
domínio: Catim (Porto), Nerlei (Leiria), Nervir (Vila Real) e
Nera (Algarve).
No último ano e meio, a TGA
pode orgulhar-se de ter intervido na melhoria da capacidade
de gestão “em cerca de duas
centenas de empresas”, confir-
crescimento de dois dígitos ao
ano, nos próximos cinco anos
face à facturação de 2009 - 500
mil euros.
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O parceiro ideal
das empresas
Há 12 anos a actuar nas áreas de revenda de tabaco, produtos alimentares, bebidas,
e ainda na comercialização de produtos através de máquinas (vending), a Leirivending
é um nome bem conhecido da zona centro. Com cerca de 1100 clientes, de Coimbra a
Torres Vedras, esta PME Líder certificada apresenta-se como o parceiro ideal para o
mundo empresarial.
A fundação da Leirivending remonta ao ano de 1998, aquando
do falecimento de José António
Marques e posterior entrada do
filho, André Marques, na administração da empresa. O jovem,
na altura com 19 anos, interrompe o seu curso de Marketing e Publicidade para se dedicar em pleno ao negócio do pai.
A Leirivending ganha sangue
novo e ideias novas, divergindo
da simples comercialização de
tabaco para áreas como a dis-
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tribuição de produtos exclusivos
e fornecimento, em regime de
exploração, de máquinas de venda automática.
Vending
de proximidade
Com toda a logística a ser controlada pela Leirivending, a grande
aposta dos últimos anos tem recaído sobre as máquinas vending: “Temos feito algum desenvolvimento de produtos vending
junto de alguns fornecedores,
adaptando máquinas e produtos
face ao que é mais procurado
pelos consumidores. Falamos de
produtos light, sandes vegetarianas, sopas, fruta, etc”, afirma
André Marques.
A certificação ISO 9001, obtida
em 2004, atesta a qualidade
da empresa e dá confiança aos
clientes: “Fomos a primeira
empresa de vending a ser certificada a nível nacional. Apesar de
representar um investimento elevado, não abdicaremos de pontos-chave como a certificação
e a implementação de medidas
preventivas de controlo alimentar
(HACCP)” e inovação de produtos, assegura o administrador.
Neste momento a Leirivending
mantém-se sólida, com uma
estrutura de 29 pessoas, esperando no futuro aumentar a facturação anual, de 32 milhões de
euros, através do alargamento
da gama de produtos e raio de
acção, mas também mantendo a
contínua política de proximidade
ao cliente.
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Entender o produto
A centenária Carlos Baptista, Lda, é especialista nos
produtos que comercializa.
Ferragens, máquinas, ferramentas e equipamentos
de jardim aliam-se à vertente da distribuição de gás
para um serviço completo,
caracterizado pelo acompanhamento personalizado
e pela informação de qualidade ao cliente.
Os habitantes de Pombal testemunharam a evolução gradual
da Carlos Baptista. Quando, em
1982, Francisco Sousa adquire
a empresa opta pela especialização. Deixou de ter um pouco
de tudo (mercearia, mobiliário,
drogaria, etc…) para se tornar
uma autoridade em determinados segmentos. Hoje, faz concorrência às grandes superfícies pela qualidade reconhecida
no atendimento.
Mas nem sempre é fácil: “Apostamos muito no atendimento
presencial. Normalmente quando se vende um produto há um
aconselhamento. A díficuldade
neste negócio é arranjar pessoas formadas ou dispostas a
aprender”, aponta Francisco
Santos, filho de Francisco Sousa.
Marianella Santos, a filha que
agora reparte a administração
da empresa com o irmão, frisa
que a Carlos Baptista deve
muito aos seus funcionários:
“Temos uma política de estabilidade. Sabemos que quanto
mais tempo o funcionário estiver connosco melhor para ele
e melhor para nós”.
Continuar
a crescer
Esta PME Líder, que conseguiu
aumentar as vendas em pleno
ano de crise, planeia manter a
estratégia empresarial desen-
volvida ao longo de décadas:
“Sempre trabalhei com seriedade e honestidade”, assume
Francisco Sousa.
Essa tarefa cabe agora aos dois
filhos que esperam seguir as
pisadas do pai: “Herdámos do
meu pai a segurança de só dar
um passo quando o anterior já
está bem enraizado”.
Os grandes projectos, para além
da contínua fidelização do cliente, passam pelo alargamento
dos segmentos já existentes na
empresa.
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Inovação
na Cosmética Nacional
A Sanosenses, especializada na importação e distribuição de produtos de cosmética,
nasce no ano passado com representação exclusiva de marcas de qualidade reconhecida internacionalmente. Ao fim de um ano de actividade, o balanço é positivo, augurando um futuro próspero, onde cada vez mais portugueses reconhecerão os produtos
da Sanosenses como garantia de qualidade e eficácia comprovadas.
za personalizados), a Sanosenses
fez questão de ter todos os seus
produtos legalmente certificados.
Formação
contínua
Criada em 2009, a marca Sanosenses rapidamente cumpre o
objectivo de captar a atenção dos
portugueses. As quatro marcas de
referência mundial (Leonor Greyl,
Cellulite Rx, Pure Altitude e Anne
Semonin), escolhidas para trazer
algo de novo ao mercado nacional,
receberam a aceitação dos portugueses e começam a destronar
alguns dos gigantes bem conhecidos da cosmética.
Marcas
de renome
Para vingar no mundo da cosmética, a Sanosenses teve o cuidado
de escolher linhas de produtos
únicas, com um elevado nível de
cosmeticidade e uma segurança
e eficácia inigualáveis, de forma
a fazer face às necessidades
demonstradas pelos clientes mais
exigentes.
Página Exclusiva 20
Desde a Cellulite Rx (uma linha
inovadora de cuidados anticelulíticos destinada a refirmar e tonificar
o tecido, diminuindo e prevenindo
o aparecimento de celulite), passando pela Leonor Greyl (uma
linha de cuidados específicos para
os cabelos que utiliza, há mais de
35 anos, os melhores e mais activos ingredientes de origem natural), pela Pure Altitude (pioneira
nos cuidados Dermo-Cosméticos
à base de plantas da montanha e
da Edelweiss e possuidora de uma
linha de cuidados Bio-Orgânica
que está na vanguarda da Dermo-Cosmética vegetal), ou ainda
pela Anne Semonin (precursora
do conceito de cuidados de embelezamento “por medida” desde
1986, é considerada uma linha de
produtos de luxo e requinte a nível
internacional que se especializou
em desenvolver cuidados de bele-
Conquistar o seu espaço através
da formação técnica especializada
tem sido uma das grandes apostas da Sanosenses: “ A Sanosenses aposta numa formação técnica detalhada e qualificada, porque
acreditamos que o sucesso das
nossas representadas depende
fortemente do conhecimento implementado’’, relembra Alexandra
Freitas, jovem licenciada em Ciências Farmacêuticas e pós-gradudada em Ciências Dermocosméticas.
Uma
nova página
Aos 32 anos de idade, as jovens
farmacêuticas Alexandra Freitas e
Margarida Freitas, unem-se num
projecto que tem tanto de ousadia
como de inovação.
Gerado no seio da Propecuária,
uma PME Líder com mais de 30
anos de know-how empresarial, o
projecto Sanosenses surge como
uma oportunidade de negócio,
“mas também como uma marca
de qualidade”, afirma o proprietário, Pedro Freitas. “A grande
vantagem neste projecto é a capacidade de resposta. Seja a nível
da veterinária ou da cosmética (no
Portugal Inovador
caso da Sanosenses), conseguimos garantir que a encomenda é
entregue num prazo de 24h e sem
rupturas de stock”.
Tendo atingido uma facturação
considerável entre Maio (data da
sua criação) e Dezembro de 2009,
a Sanosenses antevê a criação de
mais postos de trabalho: “Temos
consciência que é complicado
vingar no mercado da cosmética,
mas queremos uma representação mais forte. Estamos a entrar
nas ilhas e no mercado externo e
como tal, antevemos um crescimento sustentável nos próximos
anos. É algo que pode levar o seu
tempo, como aconteceu com a
empresa mãe, mas passo a passo
é possível”, conclui Pedro Freitas.
Página Exclusiva 21
Portugal Inovador
8000 kg/hora de pet food
A Rações Avenal, pioneira em Portugal na produção de alimento seco para cães e gatos,
tem apostado na modernização tecnológica e qualidade da produção. Com grande capacidade de armazenagem e uma produção que pode atingir as oito toneladas de ração
por hora, a Rações Avenal planeia, a curto prazo, uma inovação: uma melhoria ao nível
das embalagens, tornando-as mais resistentes e seguras.
Ao longo de meio século de
exis tência, a Rações Avenal
atravessou
diversas
fases,
modernizações e inovações.
Esperou até 2003 para se dedicar ao fabrico exclusivo de alimentos extrudidos para animais
de companhia, concretamente,
cães e gatos.
Desde esse momento, a empre-
Página Exclusiva 22
sa cresceu de uma forma constante, tendo registado, nos últimos cinco anos, crescimentos
na ordem dos 17% por ano.
Saber estar
no mercado
Com três marcas próprias (Avenal, Spike e Fluffy), a Rações
Avenal consegue abranger todo
o país, efectuando também
vendas pontuais no concorrido
mercado espanhol: “Queremos
crescer em Espanha, ainda que
estejamos mais focados em
Portugal, onde temos 90% das
nossas vendas. Aqui a competitividade também é muito
forte porque, apesar de só exis-
tirem duas fábricas de petfood
no país, existem mais de 1000
marcas de ração para cão no
mercado”, frisa Ulisses Mota.
Para alcançar a barreira dos seis
milhões de euros de facturação,
no presente ano, a Rações Avenal tem apostado na formação
(cerca de 200h/ano), no produto
(com as novas embalagens e a
perspectiva de criar uma nova
marca), na quali dade (com inovadores instrumentos de análise, que asseguram o controlo
de pontos críticos no processo
produtivo) e no ambiente (sendo detentora dos licenciamentos industrial e ambiental).
Esta PME Líder, que cumpre todos os requisitos para ser uma
PME Excelência, prepara agora
o processo de certificação, esperando a sua conclusão ainda
em 2010: “É um processo que
está a decorrer e que em breve
estará concluído”, assegura
Ulisses Mota. Mas os projectos
não ficam por aqui, no primeiro
trimestre de 2011, a Rações
Avenal irá dar início à construção de uma nova unidade de
produção com capacidade para
5000 toneladas por mês.
Portugal Inovador
Rigor
no controlo orçamental
A Cobrigás, em Colmeias (Leiria), tem apostado forte nas áreas dos pavimentos climatizados, sistema solares, canalizações de águas domésticas e industriais, executando
ainda serviços nas áreas de aquecimento central, ar-condicionados, redes de incêndio e
gás. Empenhada em manter a sua estrutura através de uma gestão rigorosa, a empresa
conta com uma delegação no Algarve, para estar mais perto dos seus clientes.
Muito antes de Artur Santos ser
presidente da Junta de Freguesia de Colmeias, lugar que ocupa
desde 2009, cria a Cobrigás. A empresa, que conta com 17 colaboradores e facturou no ano transacto um valor de 850 mil euros,
tem inovado de forma constante
desde o seu início, em 1994. Nos
dias de hoje, a aposta na área das
energias renováveis e pavimentos
climatizados, com uma assistência
técnica personalizada em todas as
áreas da sua actividade, revelou-se uma aposta ganha, por parte
da Cobrigás, e uma forma de contornar a conjuntura económica do
país.
Política de gestão
Atento ao mercado, Artur Santos
optou por prevenir-se com uma
selecção rigorosa dos clientes:
“Apostei fortemente no controlo
orçamental da empresa. Ao contrário de alguns concorrentes nossos, não pretendemos trabalho
a qualquer preço. As margens
podem ser reduzidas ao mínimo,
mas não entramos em loucuras. A
empresa vive de lucros e não de
prejuízos”, afirma.
As palavras são fortes, mas são
parte representativa da política
de gestão existente na empresa:
“É uma profissão de risco com
uma responsabilidade social muito
grande, por isso, não gosto de fazer trabalhos sob grande pressão.
Isso obriga-nos a contratualizar
pessoas sem experiência e eu prefiro trabalhar com pessoas que me
dêem confiança”.
O estatuto de PME Líder permite
sonhar com um cenário de expansão para o mercado externo,
no entanto Artur Santos mantém
a confiança e a aposta em Portugal: “Temos uma equipa de sete
pessoas a trabalhar no Algarve
e nunca me vi fora do meu país.
Provavelmente faltam as pessoas
certas, mas nós temos tudo em
Portugal para que os negócios
possam funcionar”, finaliza.
Página Exclusiva 23
Portugal Inovador
Malhas que impulsionam o
sector têxtil
Contrariando estereótipos infundados, a Malhas Martos dá cartas no sector têxtil. A empresa sedeada em Alqueidão da Serra, freguesia do concelho de Porto de Mós, mostra ao
país que é possível manter uma estrutura empresarial baseada na concepção e produção
de malhas. A aposta na inovação tecnológica e numa metodologia de gestão regrada
foram os pontos fulcrais de desenvolvimento desta PME Líder.
Já há alguns anos que se houve
falar na crise do sector têxtil, mas
o que abrange realmente o sector têxtil? Estará condenado à
extinção na sua totalidade?
Carlos Marto e João Paulo Marto, que partilham a gestão da
Malhas Martos com o pai e o
tio, acreditam que é importante
ter em atenção que “as malhas
são um segmento que no sector
têxtil, apresentam algumas particularidades: por exemplo, uma
pequena empresa como esta,
pode apresentar no mercado uma
enorme diversidade de produtos, dado que pode transformar
a matéria-prima nos mais variados tipos de malha, pois esta é
tecida na própria empresa. Mas
por outro lado o equipamento
necessário à tecelagem da malha, que actualmente incorpora
tecnologia de ponta, exige um investimento considerável, conhecimentos técnicos avançados e
Página Exclusiva 24
recursos humanos especializados. São especificidades como
estas que têm permitido a pequenas empresas continuar a laborar
num mercado altamente competitivo como o actual ” explicam.
Integrados na empresa há 14
anos, os dois licenciados em
Gestão de Empresas, fizeram
uso de todo o seu conhecimento
teórico para dar um empurrão
na empresa de família: “Quando
chegamos, a empresa era completamente diferente. Enfrentava
alguns problemas financeiros,
dispunha de pouca tecnologia,
as infra-estruturas físicas eram
reduzidas, e operava com pouco
mais de uma dezena de pessoas”. O desafio de reestruturação da empresa estava lançado.
Exemplo de gestão
A Malhas Martos tornou-se, em
poucos anos, um exemplo de
inovação. À pesquisa por novos
mercados e clientes, seguiu-se um investimento na área da
produção e da confecção, com a
compra de novas máquinas. Mas
o investimento não estaria completo sem uma renovação nas infra-estruturas, nomeadamente na
ampliação da área de produção,
armazenagem e escritórios, investimento este parcialmente
apoiado com recurso a fundos
comunitários provenientes do
Programa Específico de Desenvolvimento da Indústria Portuguesa (PEDIP). Foram também
delineadas novas estratégias empresariais: “nos últimos anos tivemos que acelerar a parte comercial da empresa. Se antes nem
era necessário, porque a procura
era muita, neste momento é indispensável; foi por isto que nos
últimos anos a procura de novos
clientes foi uma prioridade e se
começou a exportar para alguns
países europeus”, considera Car-
Portugal Inovador
los Marto, responsável actual por
esta área.
Já no capítulo dos recursos humanos, a cargo de João Paulo
Marto, foram contratados, nos
últimos anos, elementos importantes que dinamizaram a empresa: “ Recrutamos pessoas de
outras empresas que acrescentaram know-how e isso ajudou-nos muito. Contratámos também
uma designer, uma vez que nas
malhas há sempre algo de novo
a inovar. A entrada de novos colaboradores permitiu-nos fazer
mais coisas, com maior segurança e mais qualidade”, conclui.
No total, foi gasto mais de um
milhão de euros num processo
de renovação que durou mais
de uma década, mas que deu os
seus frutos. A empresa factura
anualmente 650 mil euros, produz uma média de 4000 peças
por mês, que consegue escoar
graças a salutares relações
económicas de parceria com fornecedores, clientes e, até mesmo, com a banca: “A sucursal do
BPI, em Porto de Mós, tem sido
um parceiro muito importante no
crescimento da Malhas Martos”,
assegura Carlos Marto.
Incentivo
às empresas
A Malhas Martos sente-se condicionada pela situação do país:
“Deixou de existir uma classe
média, que absorvia grande parte
do produto de empresas como
a nossa. As pessoas passaram
a ter menos poder de compra e
cabe ao Estado fazer algo para
combater essa perda. Sem poder
de compra para adquirir produto
nacional, o mercado é ocupado
por produtos estrangeiros que
não são forçosamente de melhor
qualidade ”, fazem questão de
alertar.
No entanto, deixam uma mensagem de esperança: “O sector
têxtil não é um sector “pobre”, é
como qualquer outro. É importante divulgar a existência de
empresas que não adormeceram ao longo destes anos. Há
quem invista e consiga continuar
a competir neste mercado cada
vez mais globalizado ”.
Página Exclusiva 25
Portugal Inovador
“Comecei do zero”
A empresa A.Santos, na Benedita, comemora, este ano, três décadas de existência. Com
um balanço muito positivo, a PME Líder, que opera no sector da electricidade, orgulha-se
de apresentar um crescimento de 33% em 2009. Actualmente, tendo atingido o patamar
dos 2.4 milhões de euros de facturação, a A.Santos sente-se preparada para dar o salto
para o, ainda inexistente, Parque Industrial da Benedita.
Na vida, atribuímos sempre
maior valor às coisas que tivemos dificuldade em alcançar.
Este é o sentimento de António
Santos, o fundador e proprietário da A.Santos.
Quando, aos 13 anos, começa a
trabalhar como ajudante de electricista, dificilmente imaginaria
que um dia teria uma empresa.
Mas foi isso que aconteceu. Em
1980, depois de ter trabalhado
quase 20 anos por conta de
outrém, António Santos decide
beneficiar dos contactos com
alguns clientes para começar
a trabalhar por conta própria.
Funda a A.Santos e dá início a
um percurso de dificuldades, ultrapassadas apenas pelo gosto
e empenho aplicado em cada
obra executada: “Come cei do
zero. Cheguei a andar com mais
dois empregados, escadote,
caixa de ferramentas, tudo em
cima de uma motorizada. Fazíamos todo o tipo de montagens
de electricidade, mas trabalhávamos mais em fábricas, vivendas e prédios”, relembra.
País
iluminado
Actualmente, a A.Santos cresceu de tal forma que dos primórdios da empresa restam apenas
as pessoas e os valores. Tudo
o resto ganhou uma dimensão
considerável.
Com dois armazéns, um em
Pi nheiro (com 500m2, destinado
ao material) e um na Benedita
Página Exclusiva 26
(com 297m2 e loja de venda ao
público), a empresa está preparada para responder ao sector público: “Trabalhamos há
muitos anos com a DREL (Lisboa) e com a DREC (Coimbra).
Felizmente, temos tido muito
trabalho”, assume António Santos.
Obras como a Escola Padre
Cruz, inaugurada em Setembro, diversas escolas e creches
em Manique (Sintra) e S. João
da Talha, a Escola Secundária
da Lourinhã, a Unidade de
Serviços
Continuados
(Vila
Franca de Xira), a orla costeira (Santa Cruz), as piscinas
municipais (Carneca da Caparica), o Centro Comunitário
Paroquial (Benedita), a Nobre
Alimentação, S.A., jardins como
o Parque da Cidade de Loures
(Lisboa), o Jardim Rosa Bas-
tos ou o Parque da Portela, são
ape nas alguns dos exemplos da
abrangência e capacidade de
resposta da empresa.
Trabalhar com o sector público
dá alguma segurança, principalmente em obras de relevo,
no entanto tem os seus riscos:
“Temos muito dinheiro a receber das câmaras e isso acaba
por asfixiar muitas empresas.
Quando há prazos excessivamente dilatados torna-se
complicado”, lamenta António
Santos que, apesar de tudo,
mantém a serenidade: “Apesar
das coisas estarem muito más
no país, eu não sou pessimista.
Acredito apenas na necessidade de bons exemplos dos
nossos chefes de Estado para
que os empresários se sintam
incentivados a fazer um bom
trabalho”.
Portugal Inovador
penhada na certificação, sendo
que a respeitante à qualidade
estará concluída ainda este
mês, à qual se seguirá a de segurança.
Com o futuro bem encaminhado, António Santos deixa ainda
no ar o sonho contido de passar
o testemunho da empresa à segunda geração da família.
À espera
de luz verde…
António Santos ambiciona a
reu nião dos seus armazéns
num mesmo espaço. Algo que
até é possível, mas que obriga
a deslocalizar a A.Santos para
fora da Benedita: “Eu pretendia
ter tudo em conjunto, só ainda
não está consumado porque
a Benedita ainda não tem um
parque industrial. É algo de extrema necessidade e importância, não só para a indústria, mas
também para o comércio, que é
o meu caso. Só estou à espera
que os políticos cumpram com o
que prometeram”, relembra.
Enquanto não há avanços nesta
matéria, a A.Santos está em-
Página Exclusiva 27
Portugal Inovador
Crescimento assinalável
A Falrui, sedeada na Nazaré, cimentou o seu sucesso em alicerces como a honestidade
nas relações e seriedade nos compromissos. A empresa, que cresceu 23% em 2009, colocou a fasquia bem alta ao facturar 2.45 milhões de euros, em pleno ano de crise. Está
agora entre as referências nacionais no sector do alumínio, distinguindo-se pela inovação,
na área da tecnologia, e pela certificação, que garante a confiança de clientes e fornecedores.
empresa passou de Lda para SA,
e viu ser-lhe atribuída por duas
vezes a distinção de PME Líder.
Rui Gomes pode orgulhar-se do
risco corrido. Hoje, a empresa é
detentora de um espaço entre as
empresas que, cumprindo a lei,
alcançaram o sucesso.
Inovação
e formação
As instalações da Falrui alojam,
nos seus 1400m2, o know-how
adquirido ao longo de 20 anos.
Operando, desde a sua fundação, no sector da fabricação de
caixilharia, a empresa é responsável por obras públicas como
a remodelação da ESAD (Caldas da Rainha), a renovação
do parque escolar em diversos
concelhos do país, a colocação
de inovadoras lâminas móveis
na Praça de Touros do Redondo,
bem como de inúmeras emprei-
Página Exclusiva 28
tadas particulares, um pouco por
todo o território nacional.
Os pedidos de orçamento regulares revelam que Rui Gomes,
fundador e gerente da Falrui,
tem em mãos um negócio consistente. O empresário, que
começou pelo patamar mais
baixo de uma outra empresa do
ramo, até se tornar sócio, resolve
abandonar o promissor posto de
trabalho e arriscar a criação da
uma empresa em nome próprio:
a FALRUI. Seis anos volvidos, a
O lugar de gestor na anterior
empresa proporcionara inúmeros contactos a Rui Gomes, que
recorreu aos mesmos para alavancar a Falrui. “Inicialmente,
tínhamos o mesmo tipo de mercado que temos hoje: a nível nacional, em obras públicas e particulares. Só fazemos caixilharia em
alumínio sem nos colocarmos em
variantes como o inox ou a serralharia em ferro. Por um lado, só
queremos especializar-nos nesta
área e, por outro, as instalações
não têm espaço físico para essa
diversificação”, revela.
A especialização implica, por
si só, uma busca constante por
soluções e melhoramentos na
qualidade do produto e serviço. A
resposta foi a inovação: “A inovação, assim como a organização,
tem um papel muito importante
na empresa. Neste momento,
temos um técnico de informática
a tempo inteiro a desenvolver
exclusivamente novos produtos
para a empresa”.
Mas para se inovar é preciso que
exista quem saiba colocar pro-
Portugal Inovador
jectos em prática… Rui Gomes
lamenta a ausência de formação
adequada: “Começámos com
menos de dez colaboradores e
hoje somos 45. Infelizmente, é
extremamente complicado encontrar pessoas formadas nesta
área”. A formação dos colaboradores é levada a cabo pela
própria Falrui, sendo os resultados alcançados com a prática.
Certificação
e concorrência
A certificação dinamizou a empresa: “A partir de Fevereiro
passou a ser obrigatória a implementação da marcação CE.
Como o processo de certificação
já englobava parte do controlo de
produção em fábrica que a marcação CE exige, optei por antecipar-me e avançar para a certificação”, menciona Rui Gomes.
No entanto, o investimento
trouxe à Falrui alguns dissabores
ao nível da concorrência: “Faço
uma análise positiva comparativamente com as empresas da
minha dimensão, mas quando se
compara com micro ou pequenas
empresas, algumas delas PME’s,
o cenário piora. Existem algumas
empresas que trabalham sem
qualquer tipo de instalações licenciadas pelo Ministério da Economia e sem condições para os
funcionários. Isso prejudica-nos,
porque os custos de implantação
das instalações são muito inferiores”.
de crescimento desmesurado:
“O objectivo actual na Falrui é
estabilizar, consolidar e melhorar constantemente o serviço
prestado ao cliente. Mesmo que
mantenha a facturação actual já
é muito positivo, tendo em conta
o crescimento de 23% em 2009”,
conclui.
Crescimento
constante
O proprietário confessa que
não esperava uma ascensão
tão elevada da empresa, rejeitando uma hipotética ambição
Página Exclusiva 29
Portugal Inovador
Abastecer de norte a sul
A VMF Petróleos é uma referência, já com 27 anos de experiência, no mercado de comercialização e distribuição de combustíveis e lubrificantes. Em paralelo com a distribuição
e retalho, explora vários postos de combustíveis líquidos e gasosos em Casais Santa
Teresa, Pataias e Boa Vista que brevemente serão alvo de obras de reestruturação. As
melhorias fazem parte de uma renovação da imagem já posta em prática com a adopção
de um novo logótipo melhorado e mais apelativo.
Sendo uma PME Líder desde 2000,
a VMF Petróleos há muito que definiu os parâmetros de uma gestão
equilibrada: rigor, consistência e
seriedade. Os valores da empresa,
como a sua missão (baseada na fidelização de clientes, através da
satisfação pelo serviço prestado,
e na busca pelo crescimento nas
energias renováveis e na área dos
lubrificantes), a cultura (de dedicação, esmero e determinação), bem
como a estratégia (comércio de
combustíveis e lubrificantes através
de diversos canais de distribuição,
tendo em vista a rentabilidade e sustentabilidade) e a certificação (pela
empresa ECI, através da norma ISO
9001, que assegura qualidade de
serviços e produto), são os pilares
determinados pela VMF Petróleos
para manter uma estrutura sólida e
capaz.
Actualmente, a empresa actua a
nível nacional, com um total de 25
trabalhadores, facturando anualmente um valor aproximado de 30
milhões de euros. A aposta no sector dos lubrificantes, que “é um gosto e um saber”, resultou em pleno:
“No ano passado, o mercado dos
lubrificantes baixou 24% e nós aumentámos as vendas 5%. Estamos
entre os maiores e melhores revendedores de lubrificantes da marca
Galp”, assegura o sócio-gerente,
Amílcar Lagoa.
A médio prazo, os clientes da empresa poderão recorrer a outro tipo
de produtos e serviços. Em 2006, a
empresa adquiriu uma propriedade,
Página Exclusiva 30
destinada à exploração de energia
eólica. O mote já está definido: “ Nós
cedemos o terreno e eles fornecem
os meios”. Para já é algo que está
em estudo e a aguardar melhorias
no mercado.
Postos de
abastecimento
No capítulo dos postos de abastecimento, a VMF Petróleos analisa
constantemente o mercado, de forma a evitar passos em falso: “No
ano passado fecharam à volta de
200 postos em Portugal. Se quiséssemos poderíamos comprar um
posto todos os meses, o problema é
que há por aí muitos elefantes brancos. Postos que foram feitos sem
estudos prévios de mercado e que
vendem muito pouco”, analisa Amílcar Lagoa.
Portugal Inovador
Nesse sentido, a VMF Petróleos
opta pela qualidade, planeando para
o próximo ano a remodelação dos
seus três postos de abastecimento.
A prioridade recai sobre Casais de
Sta. Teresa e Pataias, onde poderá
surgir mais uma loja de venda ao
público, tal como já acontece na Boa
Vista.
Sector
exigente
mo-nos com a concorrência desleal, pois sabemos que há vendas
abaixo do preço de custo. Ora,
isto é o desespero absoluto de alguns operadores. Temos também
que lidar com a burocracia e morosidade das Câmaras. Se antigamente a legalização dos postos era
feita pelo Ministério da Economia,
actualmente a maioria passou para
as Câmaras, que nem sempre estão a par da legislação”. O administrador da empresa lamenta que se
mantenha “o excesso de burocracia
e se peçam coisas sem sentido”.
Com um plano anual de crescimento a atingir todos os objectivos esperados pela VMF Petróleos, Amílcar Lagoa não deixa de expressar
alguma preocupação com o sector:
“Além das dificuldades conhecidas,
inerentes a este sector, depara-
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Manjar dos deuses
O restaurante Manjar do Marquês é uma das referências gastronómicas da zona centro.
Inaugurado em 1986, o espaço com 700 lugares, distribuídos entre duas salas e um salão
de eventos, continua a ser um dos pontos de peregrinação obrigatórios em Pombal. O
famoso arroz de tomate do Manjar do Marquês é o ponto alto de um conjunto de especialidades que seduziram, e continuam a seduzir, clientes de todo o país.
O Manjar do Marquês teve o seu
início num pequeno snack-bar
de um posto de abastecimento,
na EN1. O sucesso das iguarias confeccionadas por Maria
de Lurdes aliadas à simpatia do
trato de Evangelista Nunes, fizeram com que o“bar Shell” se tornasse pequeno para tanta procura. As frequentes romarias ao
arroz de tomate, aos carapaus de
escabeche ou aos torresmos, faziam daquele espaço um ponto de
paragem obrigatório, conhecido
e comentado por todos. O casal
procurou então presentear os
clientes assíduos com uma maior
comodidade nas suas refeições.
Tenta aumentar o espaço mas,
perante a recusa da Shell em
avançar com obras compartilhadas nas instalações onde se encontravam, decide investir numa
propriedade e construir um restaurante à imagem da procura.
Nasce o Manjar do Marquês.
Página Exclusiva 32
O espaço
Projectado e imaginado pelo
casal, o Manjar do Marquês é
dono de um design acolhedor
que tão bem caracteriza a filosofia do restaurante. Duas salas
independentes, com 150 lugares
cada, e um salão de eventos
(para baptizados, casamentos,
reuniões), capacitado para receber 400 pessoas, asseguram
lugares para todos. À entrada,
uma pequena loja com artesanato regional, de todo o país, recebe os clientes com elementos
característicos de Portugal, num
pormenor com o cunho pessoal
de Maria de Lurdes.
O atendimento personalizado
e experiente garante a satisfação dos clientes: “Nós tínhamos
um núcleo duro de pessoas no
“bar Shell” que transitou para o
Manjar do Marquês. Neste momento, a formação fica a nosso
cargo, sendo que, preferencial-
mente, optamos por pessoas
inexperientes. Só têm que ter
duas coisas: uma base sólida de
educação e carácter. A partir daí
trabalha-se a formação”, explica
Paulo Graça, filho de Maria de
Lurdes e Evangelista Nunes.
Equipa que ganha,
não se mexe
Paulo Graça e Maria de Lurdes
Graça, neste momento a gerir o
Manjar do Marquês, confessam
que os receios eram inevitáveis:
“Assustava-nos a passagem de
uma coisa muito pequena, onde
toda a gente conhecia toda a
gente, para uma dimensão destas. Foi um salto complicado
porque sabíamos que íamos
perder alguma da ligação que
existia com os clientes, mas foi
uma escolha que tivemos de assumir”.
Medos iniciais à parte, o Manjar
do Marquês manteve, no novo
Portugal Inovador
pressupõe a liberdade de escolha, com preços diversos.
Nesse tipo de concorrência ou
compensamos o preço que praticamos com elevada qualidade
de serviço e produto, que penso
ser o nosso caso, ou então perdemos clientes. Como não temos
perdido, devemos ter qualidade”.
Pro-actividade
espaço, a razão pela qual se
tornou conhecido nos primeiros
anos. O arroz de tomate, filetes
de pescada, pastéis de bacalhau, petingas de escabeche, torresmos, chamuças, polvo, mantiveram uma clientela fiel: “Temos
clientes fixos, em particular ao
fim-de-semana. Há uma passagem de geração em geração,
uma relação familiar com clientes
que vêm de todo o país”, diz o
gerente.
Actualmente, a capacidade de
gestão do espaço requer outro
tipo de cuidados: “É impossível
tentarmos competir com restauração que pratica preços como
5 ou 6 euros. Ter um preço fixo
onde as pessoas já sabem o que
vão comer, tira o propósito de
um restaurante. Um restaurante
Face à actual conjuntura económica, torna-se imperativo encontrar
soluções: “O grande desafio para
mim, passa por atrair pessoas
para jantar fora de um centro urbano. É algo complicado, mas não
impossível.”, reitera Paulo Graça.
O empresário espera assim manter o sucesso conquistado pelos
pais, num restaurante que atravessa geração atrás de geração sem
perder o charme tão característico
que sempre o caracterizou.
Página Exclusiva 33
Portugal Inovador
De comer e chorar por mais
Os pré-cozinhados produzidos pela empresa Ti Almerinda continuam a fazer as delícias
de muitos portugueses. Pastéis de bacalhau, rissóis, almofadas, rolinhos, croquetes, pataniscas, entre outros seguem a mesma receita caseira criada há décadas atrás em Alfeizerão. A empresa familiar emprega 30 funcionários que, numa coordenação perfeita,
executam 50 a 60 mil peças por dia, para satisfazer as necessidades de armazenistas em
Portugal e no estrangeiro.
Na sala de reuniões, numa
grande foto da equipa, patrões e
colaboradores relembram que na
empresa Ti Almerinda opera uma
grande família. Muito além da
mera estratégia empresarial, e
talvez pelo facto de estar sedeada
num meio pequeno, onde os valores familiares e de coexistência
ainda se mantêm como pilares da
sociedade, a empresa tem nas
relações pessoais uma robustez
extra que faz a diferença.
Nélia Pedro ajudou, desde muito
cedo, a mãe a começar o seu
negócio. Com apenas 12 anos,
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muito antes da empresa ser criada, dava o seu melhor na cozinha
para satisfazer um reduzido
número de clientes a nível regional. Hoje, ao lado de Joaquim
Pedro, o marido, partilha a responsabilidade de administrar um
pequeno gigante na área dos
pré-cozinhados.
50 a 60 mil peças por dia, a
produção actual da Ti Almerinda,
faz tremer a concorrência: “Às
vezes as pessoas interrogam-se
como é que uma empresa tão
pequenina consegue facturar
tanto. O segredo está na quali-
dade do produto, na forma como
é confeccionado e nas matérias-primas de 1ª qualidade que utilizamos”, revela Joaquim Pedro.
Higiene
e qualidade
As reservas em relação a produtos congelados deixam de fazer
sentido quando se conhece todo
o processo de produção na Ti
Almerinda. Um rigoroso controlo
de qualidade e segurança alimentar, respeitando os critérios
do reconhecido sistema Hazard
Analysis and Critical Control
Portugal Inovador
Point (HACCP), é aplicado em
todos os momentos, desde a selecção de fornecedores, à chegada das matérias-primas, passando pelo produto acabado e
pela distribuição.
Para assegurar a manutenção da
qualidade, a Ti Almerinda aposta
fortemente na formação dos seus
trabalhadores, alguns deles com
anos de casa e saber acumulado,
bem como na ausência de conservantes: “Não usamos intensificadores de sabor, nem usamos
conservantes, nem derivados
de bacalhau. O custo pode ser
maior, mas a qualidade também”,
garante Nélia Pedro.
Inovação
e tecnologia
Quando falamos de artes secu-
lares, podemos imaginar dois
cenários: estagnação na evolução
ou uma grande divergência em
relação ao passado. A Ti Almerinda optou pelo meio-termo. Se,
por um lado, a ultracongelação
dotou a empresa de uma capacidade de produção considerável,
dando-lhe a possibilidade de trabalhar com a meia centena de
armazenistas que actualmente
recebem o seu produto, por outro, fez questão de se manter fiel
à receita original que lhe trouxe
o sucesso: “Claro que isto traz
consigo a obrigatoriedade da
existência de uma componente
manual muito forte, pelo simples
facto de algumas máquinas não
se enquadrarem com o nosso
tipo de massa. Comparado com
a concorrência estamos a fazer
um rissol maior a pesar menos”,
explica Joaquim Pedro.
No entanto, a par da ultracongelação (com a particularidade de
manter odores, sabores e textura), a Ti Almerinda detém e vai
manter os sistemas de informação e gestão que agilizam e optimizam a logística associada à
empresa.
Nova casa
em mente
O casal de administradores assume uma vontade de criar novas
instalações, admitindo, por outro
lado, ainda não ser o momento
ideal: “Somos muito cautelosos
porque temos receio da situação
económica do país, mas em 2011
esperamos poder avançar com
os projectos”, finalizam.
Página Exclusiva 35
Portugal Inovador
“O empresário tem
de ter veia competitiva”
A empresa Armindo Sousa - Metalúrgica, com este nome desde 2001, trabalha há 26
anos na área da metalúrgica e metalomecânica. Hoje é uma empresa certificada, com um
crescimento de 23% em 2010, que aposta em alta tecnologia, em parcerias e na internacionalização. Armindo Sousa compete e vence, desde pequeno, no desporto e aqui, neste
mundo empresarial.
Quem sobe as escadas para o
primeiro andar das instalações
da empresa Armindo Sousa, em
Vila Frescaínha, S. Pedro, Barcelos, depara-se com uma grande
fotografia a preto e branco onde
se vê um rapazinho em volta de
máquinas numa unidade fabril. O
rapaz chama-se Armindo, na altura (década de 70) com 12 anos,
e a fábrica é do seu pai. Hoje, esse
rapaz é já um homem experiente,
com 47 anos, e dá passos certos,
e grandes, à frente da empresa
com o seu nome, tendo o apoio de
uma equipa dinâmica (15 colaboradores) e de vários outros parceiros.
Mas, como disse à “Portugal Inovador”, Armindo Sousa preocupa-se mais com o futuro do que
com o passado. “O que está para
trás já lá vai, já vencemos, para a
frente é que interessa”, exclama o
empresário. Mais do que as datas
pretéritas, 2014 é uma data imPágina Exclusiva 36
portante para a empresa. Nessa
altura, o objectivo é duplicar a facturação, continuar a alargar investimentos no mercado externo, e já
contratou um doutorado em design
industrial para criar novos produtos, segredos que serão revelados
no momento certo.
Para a construção desse futuro,
Armindo Sousa considera que a
certificação do Sistema de Gestão
de Qualidade e a aquisição de um
novo pavilhão, que aumentou o
espaço da empresa para 2000 m2,
foram dois passos indispensáveis.
“A certificação foi um passo muito
importante, passámos a trabalhar
com grandes empresas, mostrámos que somos capazes, criámos
bases e confiança”, sublinha o empresário.
A sua empresa, que se apresenta pela “tecnologia, competência e rapidez” e que trata de cuidar da imagem, fabrica, repara e
comercializa peças em pequenas
e grandes dimensões com desenho técnico ou amostra, dispondo para este efeito de máquinas
capazes de desenvolver CNC’s
(Comandos Numéricos Computorizados), por exemplo. Esta equipa
fabrica ainda máquinas encomendadas pelos clientes. E trabalha
internacionalmente com clientes
de vários sectores, desde a indústria automóvel à construção civil e
maquinaria industrial.
Recentemente, a empresa construiu e montou as máquinas da
fábrica de gelo para barcos de
Muros na Galiza. Trata-se de uma
fábrica totalmente computorizada com desenvolvimento a nível
tecnológico próprio desenvolvido
pelo seu próprio laboratório I+D. A
empresa prevê também na Galiza
a instalação de mais três fábricas idênticas, assim como uma
no País Vasco. E tem também
contactos para instalação destes
equipamentos fora da Comunidade Europeia, ainda em fase de
negociação.
Estabelecer
parcerias
Uma das políticas importantes
da empresa Armindo Sousa é o
estabelecimento de parcerias.
Armindo Sousa considera que “no
meio empresarial português são
importantes as parcerias, porque
sem elas não fazemos nada”. A
sua empresa tem, neste momento,
Portugal Inovador
parcerias com um grupo de empresas europeias na área da automatização industrial que lhe dão
uma mais-valia nos trabalhos ao
nível de alta tecnologia. Também
mantém parcerias com duas universidades portuguesas na área
da Nanotecnologia onde está a
desenvolver novos projectos com
aplicações futuras de grande interesse comercial. Armindo Sousa tem igualmente parcerias nos
domínios da electrónica e da comunicação. “Todos vamos crescer
com estas parcerias entre empresas e universidades”, conclui o
empresário.
A lição
do desporto
Além de empresário, Armindo
Sousa é também desportista.
Foi durante muitos anos professor de judo, que praticou desde
a adolescência, e agora, através
do TEAM AS COMPETITION, é
treinador dos filhos, Tiago Sousa,
“Campeão Nacional 2010 F1”, e
Rui Sousa, “Vice campeão Nacional”, que também participam em
campeonatos europeus e mundiais de JetSki. Tiago e Rui são
pilotos da Selecção Nacional e
são Medalhas de Bronze no Campeonato da Europa 2010. Armindo
Sousa e Tiago Sousa participaram
na última prova do Campeonato
do Mundo de JetSki nos dias 13,
14 e 15 de Outubro, em Liuzhou,
na China. Tiago Sousa, inserido
no programa de Alto Rendimento
da Selecção Nacional Portuguesa,
conquistou na China um excelente
terceiro lugar na classe rainha do
Jetski, a classe GP.
O desporto também lhe ensina a
ser empresário, a triunfar. “O empresário para ter sucesso tem de
ter uma veia competitiva, tem que
saber o que é competição, não
pode ser igual, tem de ser melhor”,
realça Armindo Sousa. E acrescenta: “Para ser melhor tenho que
saber qual o caminho que quero
escolher. O desporto e o trabalho
fazem com que uma pessoa não
pare e esteja sempre a pensar: ‘O
que é que hei-de fazer? Como hei-de evoluir? Vou parar ou não vou
parar?’”.
O balanço dos vários “campeonatos” é bom: “Se olharmos para
aquilo que se ganhou, ganhámos
pouco, mas se virmos que temos
um terreno onde já há plantas a
nascer, vemos uma vitória”, sintetiza o gerente.
No desporto e no universo empresarial, o rapaz da fotografia no
cimo das escadas, que tirou e tira
lições de tudo, não quer perder
o comboio: “Como diz um amigo
meu, quando passa o comboio ou
se entra ou se fica”. Armindo Sousa entra. Não fica em terra.
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Portugal Inovador
Entrega ao minuto
A NovaBraga surgiu em 2007 pelas mãos do jovem empreendedor Francisco Costa,
como uma empresa que presta serviços de entregas e recolhas bidiárias de objectos de
pequeno porte.
mos duas entregas diárias, facto
que não acontece com a maioria
da concorrência e trabalhamos ao
minuto”, garante Francisco Costa.
Equipa
experiente
Francisco Costa entrou no negócio das entregas sem qualquer
conhecimento de causa, foi um
risco que tomou a determinado
momento do seu percurso profissional e que, pelos resultados já
obtidos, tem dado bons frutos. “Eu
não tinha experiência neste tipo
de serviços aliás, trabalhava numa
área totalmente diferente, numa
estação de serviços. A hipótese de
criar a NovaBraga surgiu quando
uma empresa da área faliu. Nessa
altura, propus trabalho aos antigos
funcionários, começámos a visitar
os antigos clientes que aceitaram
os nossos serviços e… arrisquei
no negócio”, recorda o gerente.
Apesar das dificuldades que surgiram, nomeadamente em 2008,
com o início da crise económica,
Página Exclusiva 38
aumento do preço das portagens, da gasolina, etc, foi difícil
à NovaBraga manter-se no mercado. “Só com a força do trabalho
de toda a equipa e com a ajuda da
família e amigos, consegui engrenar o negócio e começar a crescer, sem nunca acumular dívidas”,
refere.
Neste momento, a NovaBraga procura evoluir e dar a conhecer os
seus serviços às empresas regionais. Trabalhando na zona norte
e centro do país, a empresa possui 18 viaturas (três suplentes),
tem a capacidade de transportar
cargas até 50Kg – trabalhando essencialmente com peças ligadas à
indústria e às grandes marcas de
automóveis. “Os nossos clientes
são as grandes empresas, faze-
Com a ajuda dos funcionários,
Francisco Costa foi aprendendo
a lidar com as situações do dia-a-dia, foi dando a cara pela empresa e resolvendo os problemas que
surgiam. “Comecei a ganhar gosto
e pulso ao negócio e as coisas
começaram a andar sobre rodas”,
refere orgulhoso.
Dado o volume na procura dos
serviços, a NovaBraga mudou recentemente de instalações, sendo
uma empresa que se distingue
pela qualidade e cumprimento dos
seus compromissos. “Somos uma
empresa credível no mercado,
praticamos um serviço sem falhas.
A meu ver não há nada melhor que
um cliente satisfeito”.
Questionado sobre a hipótese
de a NovaBraga vir a expandir a
sua área de acção a outras zonas
do país, Francisco Costa é peremptório na resposta: “Queremos
trabalhar apenas na zona norte e
centro, porque é a única forma que
temos de, no momento, manter a
qualidade e a garantia das duas
entregas diárias”, conclui.
Portugal Inovador
Página Exclusiva 39
Portugal Inovador
500 anos
ao serviço da comunidade
A Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde está a comemorar 500 anos de existência.
Com vista a fazer um balanço sobre este ano significativo e com a intenção de conhecer
os objectivos de futuro da instituição, a revista “Portugal Inovador” esteve à conversa com
Arlindo Maia, provedor da instituição.
Aproveitando a comemoração
dos 500 anos de história da Santa Misericórdia de Vila do Conde
(SCMVC) a mesa que dirige actualmente a instituição aproveitou
para reflectir sobre o seu percurso.
“Pensando e refletindo sobre o
passado, vendo e examinando o
presente, poderemos lançar estratégias para o futuro”. Em conversa
com a “Portugal Inovador” foram
estas as primeiras palavras do
provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde, Arlindo
Maia.
Com 500 anos de história ao serviço
da comunidade a Misericórdia de
Vila do Conde está alicerçada em
bases sólidas de funcionalidade e
serviço que são postas em prática
tendo como princípios as obras
da Misericórdia. “Os últimos três
anos foram difíceis para o nosso
país. Num futuro próximo vamos
continuar a sofrer consequências
muito desagradáveis e a nossa
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instituição entende que tem um papel fundamental na criação de um
equilíbrio entre os grandes ricos e
os pobres”, refere o provedor.
Defensor do trabalho e da rentabilização dos meios, Arlindo Maia
garante que a SCMVC tem desenvolvido um papel fundamental
neste momento tão complicado.
“Sou apologista de que não devemos andar sempre de mão estendida. Todos temos que preparar,
gerir e produzir riqueza para depois
aplicá-la no dia-a-dia”, salienta. “A
situação está muito dificil, todos os
dias surgem novos pobres a pedir
esmolas, facto que praticamente
já não existia!”, assegura o provedor.
Uma instituição
activa
“As Instituições têm que procurar
responder às necessidades que
lhes são requeridas, foi assim que
entrámos na área da saúde”, re-
corda o provedor. Esta resposta
na área da saúde, assim como
a resposta social – através dos
lares, infantários e creches – têm
servido fielmente a população de
Vila do Conde. Na saúde, “a pedido da própria população, abrimos
os serviços de saúde ao sábado e
ao domingo para corresponder às
necessidades da classe trabalhadora. É importante que haja este
entendimento entre a comunidade
e a instituição”. A SCMVC tem
desenvolvido um trabalho social
amplamente reconhecido e com
actividades bastante abrangentes
que vão desde a doação de livros
às famílias necessitadas até ao
pagamento de contas de bens de
consumo como água, gás, electricidade e oferta de bens alimentares aos mais necessitados.
Para além dos cuidados de saúde
e da área social, a Santa Casa da
Misericórdia de Vila do Conde criou
uma empresa agrícola de inserção.
Esta empresa dá trabalho a um determinado número de pessoas, seleccionadas pelo IEFP e que, com
a colaboração do Estado, produz
bens agrícolas - a maior parte deles adquiridos pela Misericórdia.
Foi criado também um serviço de
pastelaria, inserido nas estruturas da instituição, que funciona
como “chamariz” da população
vila-condense à estrutura social da
Misericórdia. “É importante que a
comunidade conviva com as pessoas que estão debaixo do nosso
apoio. A pastelaria foi criada com
Portugal Inovador
500 anos
em livro
Com a comemoração dos 500
anos de existência, a Santa Casa
da Misericórdia de Vila do Conde
aproveitou o momento para reflectir
sobre o seu passado, pesquisando
toda a sua documentação com o
objectivo de compor um livro com
toda a história da instituição - livro
que, segundo o provedor Arlindo
Maia “vai ser publicado este ano”.
este objectivo, mas também como
forma de obter rendimentos”, explica o provedor. Ainda neste âmbito dinâmico e empreendedor, a
Santa Casa da Misericórdia de Vila
do Conde adquiriu, recentemente,
a “Estalagem do Brasão” - que faz
agora parte do património da instituição. “Com isto, entendemos que
podemos proporcionar aos turistas
condições especiais. Temos excelentes condições de alojamento,
numa zona nobre da cidade, para
além de serviços de saúde permanentes que podem ser requisitados a qualquer hora”, evidencia
Arlindo Maia.
“Com um serviço de saúde de vanguarda”, o provedor pretende que
os turistas venham a Portugal, nomeadamente a Vila do Conde, procurar cuidados médicos, dado que
a instituição tem a possibilidade
de dinamizar todo um processo de
prestação de serviços, principalmente no caso de cirurgias e várias
especialidades. “Temos também
uma estrutura de apoio e internamento”, refere Arlindo Maia.
É esta imagem de serviço de
saúde de qualidade, numa cidade
tranquila e com todo o conforto,
que a Santa Casa da Misericórdia quer passar, através das campanhas que vai desenvolver no
estrangeiro. “Estamos neste mo-
mento a iniciar a publicidade dos
nossos serviços no estrangeiro,
para que os interessados venham
a Vila do Conde realizar os seus
tratamentos. Temos um apoio de
rectaguarda muito bom e estamos
convencidos de que vamos obter
resultados bastante positivos, para
assim podermos continuar a nossa
missão de ajudar as famílias pobres”, sublinha Arlindo Maia.
Página Exclusiva 41
Portugal Inovador
Mais de um século
a construir sorrisos
Há 148 anos que existe a Santa Casa da Misericórdia de Fafe, nasceu com finalidade
de dirigir e administrar o Hospital, mas entretanto houve a sua nacionalização. Alguns
legados, como o Asilo Montenegro, o Lar de D. Joaquina Leite Lage e a construção onde
se insere a Santa Casa, foram herdados. O grande obreiro da Misericórdia de Fafe foi o
cónego Leite de Araújo. “Deu muito à Misericórdia”.
Porto de abrigo
A actual provedora da Santa
Casa da Misericórdia de Fafe é
Maria das Dores Ribeiro João. A
trabalhar desde os 18 anos em
Municípios como Fafe, Santo
Tirso e Cabeceiras de Basto,
etc., foi a convite do presidente
da Assembleia-geral da Misericórdia que, há 30 meses, se
tornou provedora desta Misericórdia.
A Santa Casa tem dois infantários, quatro lares, apoio domiciliário e centro de dia para idosos
- prestado apenas no Lar Cónego Leite de Araújo - apoio domiciliário a deficientes, ATL´s, um
salão de estudos, uma sala de
Página Exclusiva 42
fisioterapia para “não terem que
se deslocar”, explica a provedora, uma sala de música e
leitura, e, recentemente, foram
colocadas portas corta-fogo.
Em relação às crianças, estas
têm creche e pré-primária, portanto “têm de ter sempre retaguarda familiar, pois não temos
forma de ajudar todos, funcionamos como uma IPSS tendo sempre em conta a parte monetária.
Temos muitas pessoas e temos
que seguir as regras impostas
pela Segurança Social. Em alguns casos, analisamos a situação familiar e, se for necessário,
diminuímos o valor”.
É com alguma mágoa que a
provedora refere que “normalmente as famílias de classe média são as que mais trazem os
idosos para os lares, enquanto
que as mais pobres são as que
fazem mais sacrifícios. Mas,
aqui, não aceitamos nenhum
idoso que não queira vir para o
lar”. A Misericórdia de Fafe funciona como um porto de abrigo
para muitos idosos, quase sempre com reformas pequenas, a
Santa Casa assume os encargos com ajuda da Segurança
Social “e com o apoio dos donativos que vamos recebendo”.
A Misericórdia de Fafe tem
um autocarro, três veículos de
apoio domiciliário, um de enfermagem, uma carrinha, mais
nove veículos de apoio e a carrinha da provedoria. Contam
também com dois médicos, uma
psicóloga, três enfermeiros,
uma gerontóloga, uma assistente social, um professor de
música para os idosos, “e estamos a pensar colocar um professor de educação física para
dar aulas aos idosos e também
às crianças”.
Em entrevista à “Portugal Inovador”, a provedora mostrou
carinho, dedicação, vontade
de proporcionar a melhor qualidade de vida e de integração
aos utentes da Misericórdia de
Fafe. Prova disso, entre muitas
Portugal Inovador
outras actividades já realizadas, é ter feito o último dia das
vindimas em conjunto com os
idosos, “e sempre que há uma
festa e os idosos queiram ir,
nós transportamo-los”. Uma cabeleireira e um barbeiro trazem
de novo o ideal de juventude e
vaidade aos idosos dos lares da
Santa Casa de Fafe.
Apesar de ser uma carência do
concelho que serve, a Misericórdia de Fafe ainda não conta
com uma Unidade de Cuidados
Continuados, pois para já a renovação de um dos lares onde pretendem construir quartos individuais ou duplos com wc privativo,
wc´s para quem tem menos mobilidade, e a construção de um
novo lar com capacidade para
40 idosos, revela-se um impedimento. Mesmo sem orçamento
para a construção de uma UCC,
aceitam pessoas que necessitem
deste tipo de apoio, “leva-se ao
médico, faz-se o tratamento,
etc.”. Mais uma vez, a provedora
mostrou o seu carácter solidário.
A Misericórdia de Fafe está “plenamente de acordo com a posição
que tem vindo a ser assumida
pela União das Misericórdias Portuguesas (UMP)”. Na base desta
afirmação, está a discórdia que
se gerou devido a um decreto da
CEP, que pretende passar para a
Igreja a tutela destas instituições.
A UMP diz que não aceita as alterações.
idosos, ideia ambiciosa que se
funde com o sonho de conseguir
dar apoio nocturno, “mas luto
com uma dificuldade. Arranjar
funcionários com disponibilidade
para tal”, refere.
Quando deixar de ser provedora
da Santa Casa da Misericórdia
de Fafe, a entrevistada assume
que quer “ir com a consciência
tranquila de quem serviu e não
se serviu”.
Passo a passo
Quanto ao edifício do hospital da
Santa Casa, este ainda existe e
está a funcionar em regime de
ambulatório. É aqui que a provedora pretende “avançar para
a construção de um hotel para
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Portugal Inovador
“A profissionalização da
Federação Portuguesa
de Futebol é crucial”
Jerry Silva é um amante do desporto. Desde a paixão pelo futebol, até à formação em
direito desportivo, o advogado continua a trabalhar em prol de um novo futuro para o
desporto em Portugal.
“O futebol é uma paixão inata.”. É
assim que Jerry Silva começa a conversa com a revista “Portugal Inovador”. O actual advogado seguiu em
termos académicos o curso de Direito, mantendo sempre presente a sua
ligação ao desporto, como formador,
perito da Federação Portuguesa de
Futebol (FPF), docente universitário,
e Mestrado em Direito Desportivo.
O futebol português
Para o especialista em direito desportivo, Jerry Silva, “apesar de termos uma
indústria de futebol que gera milhões,
não temos uma estrutura regulamentada que permita sustentá-la. Há determinadas situações que não são
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geridas de acordo com as exigências
e complexidades inerentes por várias
razões entre as quais a falta de profissionalização/especialização. Casos
sempre surgiram e surgirão; agora
com uma estrutura mais ajustada aos
tempos actuais, o grau de previsão,
de antecipação, de enquadramento e
de decisão são muito maiores, mais
céleres e mais eficazes. Enquanto
não criarmos um “edifício jurídico”,
pensado ao pormenor, mas claro, objectivo e prático, não alcançaremos
um nível de excelência”.
Plano de reestruturação desportiva
Jerry Silva acredita que uma natural,
indispensável, serena mas profunda
alteração na organização do futebol
nacional pode catapultar o sector a
nível internacional, e trazer os sucessos desportivos que os portugueses
tanto ambicionam.
A criação de uma “estrutura regulamentar com regras substantivas e
adjectivas perfeitamente definidas,
com a inerente especificação de procedimentos referentes a cada órgão
para que cada agente desportivo
saiba exactamente a forma como há-de agir, recorrer, bem como os seus
rumos e as suas responsabilidades, é
essencial para limitar e posteriormente
resolver os casos que possam surgir
no futebol português”, refere Jerry Silva. O especialista defende criação de
um Código do Futebol onde todos os
regulamentos estejam devidamente
enquadrados. “É o primeiro passo a
evolução do futebol português”.
Jerry Silva, fruto do seu percurso, tem
uma visão muito concreta do panorama desportivo português. “Portugal tem condições para, entre 2018
a 2022, ser um sério candidato a
vencer um campeonato internacional, se concretizada a estruturação
regulamentar, assente na criação
de gabinete de estudos jurídicos e
desportivos, que sustente um desenvolvimento estratégico de médio/longo prazo.” O especialista acredita que
“dentro da estrutura federativa tem de
ser criado um departamento vocacionado para todas as questões que
resultam do futebol. Pensar, definir,
actuar, é imprescindível”, afirma.
Portugal Inovador
Neste desenvolvimento estratégico
de médio a longo prazo Jerry Silva,
a propósito do doping -financeiro, defende “a criação de um regime de fiscalização, muito similar ao que existe
em França. Com a Direcção Nacional
de Gestão de Controlo cria-se um a
fiscalização das contas dos clubes
profissionais, é feita por uma entidade
externa, supervisionada pelo Governo, na qual cada um dos intervenientes na actividade profissional tem
assento.”
Ideias essenciais
Jerry Silva defende, entre outras, algumas ideias fundamentais para o
desenvolvimento estratégico do futebol nacional.
Iniciação desportiva e o Centro Nacional de Treino: Dada a invasão de jogadores estrangeiros nos campeonatos
nacionais de futebol - até mesmo nos
escalões de formação - Jerry Silva
aposta na iniciação desportiva coincidente com a iniciação escolar. “Se
queremos ter, daqui a dez anos, uma
plataforma de aumento de detecção
de talentos, temos que ter uma base
maior, a partir da iniciação desportiva.
A coordenação com o desporto escolar alarga a base para 1,5 milhões de
praticantes que já beneficiam das infra-estruturas das escolas e de treinadores especializados (professores de
educação física)”, salienta.
Depois da iniciação desportiva, assente no desporto escolar, nos clubes
e no relacionamento entre escolas e
clubes/academias de futebol, Jerry
Silva aposta na criação de um Centro Nacional de Treino que coordene
o desenvolvimento da formação
desportiva, incluindo a vertente de
alto rendimento.
“Os investimentos devem ser, prioritariamente, canalizados para infraestruturas e meios humanos que
privilegiem o desenvolvimento dos talentos e não unicamente a aquisição
de talentos feitos”.
Centro de Formação e Coligação
Universitária: À semelhança do que
já existe em França e em Espanha,
Jerry Silva aponta para a criação de
centros de formação desportiva, na
vertente científica. “Por exemplo, a
Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) tem um centro de formação desportiva e científica (a formação
de agentes desportivos é feita sob a
tutela da RFEF através da sua fundação) inclusive com uma forte componente universitária. Ou seja, a RFEF
através da sua Fundação tem protocolos também com universidades que
oferecem formação universitária”.
Internacionalização da Federação
Portuguesa de Futebol: O especialista defende ainda que a criação do
centro de formação para jogadores,
treinadores, árbitros e dirigentes
desportivos, será o sustento da implementação da internacionalização da
FPF, abrindo as portas para a sua colocação nos mais diversos órgãos da
FIFA e da UEFA.
Comunicação desportiva: Numa indústria profissionalizada impõe-se a
gestão eficiente da comunicação, essencialmente de dentro para fora, facto que, para o especialista, ainda não
existe em Portugal. “A profissionalização da FPF é crucial, também,
para liderar essa mudança. Defendo um modelo presidencialista,
profissional, do qual resulte máxima
competência e responsabilização. A
profissionalização, com a inerente
distribuição e imputação de responsabilidades, diminuirá custos”.
Em termos de comunicação externa
Jerry Silva acredita que a especialização da comunicação social
desportiva será uma realidade irreversível.
Centralização da gestão e marketing das marcas: O especialista em
direito desportivo defende a gestão
e marketing de forma concentrada,
nomeadamente para o desenvolvimento de duas áreas: a marca futebol e o franchising.
Será, também, necessário investir
na vertente do merchandising, direitos de televisão e, como existe em
outros países, em apostas online.
“No país a marca futebol conquistou diversas vezes o titulo Europeu
e Mundial. Nenhum outro sector da
actividade logrou tal feito. Isto constitui uma mais-valia subavaliada”.
Plano de Futuro
Jerry Silva acredita que com diversas medidas, incluindo as acima
expostas, o futebol português pode
conquistar um futuro promissor.
“Para estarmos nas fases finais da
competição europeia ou mundial
não precisamos de trabalhar mais,
temos talento natural. Para vencer,
precisamos de levar a efeito a reestruturação regulamentar, definir
estratégias e assumir responsabilidades com determinação”, conclui.
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Portugal Inovador
A arte do bom,
do justo e do possível
Maria do Rosário Anjos e José Henriques Martins, da Sociedade de Advogados Anjos,
Martins & Associados, criada em 2003, no Porto, falaram à “Portugal Inovador” sobre
Direito da Educação e outras questões do Direito e da Justiça em Portugal. Falaram da
velha arte do bom, do justo, e, hoje, também uma arte do possível.
José Henriques Martins já tem mais
de 20 anos de advocacia. Maria do
Rosário Anjos, advogada e docente
universitária, está neste momento a
doutorar-se em Direito Administrativo, a desenvolver uma tese sobre
Serviços de Interesse Económico
Geral, uma área interdisciplinar que
toca os Direitos Administrativo, da
Concorrência e Comunitário. Tem,
também, quase 20 anos como advogada. Há sete anos, fundaram a
sociedade Anjos, Martins & Associados, que é composta por mais quatro advogados associados, dois dos
quais resultam de uma parceria, recente, com a sociedade de Advogados Mello, Martins & Associados,
com sede no Rio de Janeiro. A sociedade conta ainda com dois advogados estagiários.
Quando decidiram criar a sociedade, houve um período de estudo
em que ponderaram constituir uma
sociedade mais alargada. Contudo,
os dois advogados optaram por
uma estrutura mais personalizada.
Desejaram criar um “conceito de
acompanhamento do cliente muito
individualizado”, que lhes parece ser
pouco “compatível com estruturas
muito grandes”, explica Rosário Anjos. “Um cliente quando nos procura
traz referências, recomendações e
pretende ser acompanhado por um
de nós, estabelecendo uma relação
de confiança muito próxima”, assegura a advogada. “O nosso conceito aposta na qualidade do serviço
prestado e não tanto no efeito proPágina Exclusiva 46
movido pela dimensão da sociedade”, acrescenta. Esta opção foi
determinada, também, pela sensibilidade que puderam colher junto dos
seus principais clientes. A aposta no
crescimento do âmbito de acção da
sociedade é perspectivada a partir
de parcerias com outros escritórios
ou sociedades de advogados.
Direito
da Educação
Apesar de estudarem e integrarem
no seu trabalho várias áreas do Direito, estes advogados têm duas áreas
dominantes de actuação: o Direito
Administrativo e o Direito Fiscal. Dentro da vasta área que o Direito Administrativo representa, a experiência
profissional desenvolvida conduziu a
uma especialização gradual no Direito da Educação, sendo reconhecidos
a nível nacional nesta área específica. Trata-se de uma área pouco vulgar, embora a Faculdade de Direito
de Lisboa disponha já de um Instituto
do Direito da Educação, dedicado à
investigação das questões jurídicas
relacionadas com este novo ramo do
direito, o que evidencia o interesse
desta área jurídica.
A importância do reconhecimento
pelo Estado do ensino privado ou
corporativo, as especificidades de
regimes jurídicos em presença, os
direitos e garantias das famílias poderem optar pela escola pública ou
privada para a educação dos seus
filhos, independentemente das suas
condições financeiras, a questão da
autonomia das universidades e institutos superiores politécnicos, as relações profissionais dos professores
dos ensinos superior e não superior,
são alguns dos problemas em que o
Direito da Educação intervém. Têm
por isso os advogados investido
profissionalmente, ao nível académico e na prática da advocacia, neste
domínio jurídico, que se tem revelado
um desafio muito interessante. Mas
a sociedade desenvolve, ainda, outras áreas do Direito, como o Direito
do Trabalho, o Direito Administrativo
geral, o Direito Fiscal e Penal Fiscal
e, cada vez mais, o Direito Europeu.
Portugal Inovador
José H. Martins ressalva que os Tribunais estão saturados com imensos processos, não conseguem dar
resposta aos inúmeros problemas
que lhes colocam. Esta dificuldade é
visível no que respeita às questões
do Direito da Educação, onde “algumas matérias exigem uma especialização de tal ordem que os Juízes
dos Tribunais Administrativos, assoberbados de processos para decidir,
carecem do tempo e disponibilidade
necessárias à investigação adequada a uma boa decisão”. Por outro
lado, “as especificidades do sector do
ensino exigem uma análise e entendimento próprios, pouco compatíveis
com os parâmetros de análise tradicionais”, explica o advogado. Os litígios na área da Educação, onde se
nota também uma proliferação legislativa e regulamentar avassaladora,
deviam ser resolvidos, pelo menos
numa primeira fase, através de tribunais arbitrais, “meios alternativos de
resolução de litígios”. O advogado
defende que “esta é uma área em
que se devia apostar, colocando lado
a lado árbitros escolhidos por cada
uma das partes em litígio, que, entre si, escolhem um terceiro árbitro,
submetendo-se voluntariamente à
decisão que vier a ser proferida”. Estes árbitros “conhecem bem as instituições e ambiente universitário ou
de escola, os problemas de gestão e
funcionamento de uma instituição de
ensino”.
O advogado
do século XXI
Os advogados falaram ainda à “Por-
tugal Inovador” sobre os grandes
desafios do advogado do século
XXI. Ser advogado exigirá cada vez
mais estudo (valorização do estudo
dos princípios filosóficos e éticos do
Direito), investigação e espírito de
sacrifício. Uma boa formação geral
é fundamental para a especialização
futura, consequência dos desafios
que vão surgindo. E são muitos os
que continuam a esperar o advogado de hoje, como no passado. O
advogado foi sempre um “advogado
resistente” às dificuldades de uma
profissão que nunca foi fácil.
José H. Martins salienta a necessidade do advogado do século XXI
ser mais “especialista” do que “generalista”, pois “o Direito está a crescer
e a sua complexidade é de tal ordem,
que aquela velha ideia do advogado
generalista, que tinha um escritório
que tratava do divórcio, do pequeno
crime, de tudo, já não faz sentido”.
Refere, ainda, a necessidade de
resistência do homem e da mulher
do Direito. Frisa também que o advogado deve recuperar o estatuto e
o reconhecimento social que tinha
antigamente: “O advogado do século
XXI deve ser um exemplo de cidadania”. Antes, “o advogado era alguém
prestigiado, reconhecido e respeitado pela sociedade. O advogado
do século XXI deve voltar a ser “um
profissional reconhecido publicamente como o advogado de causas”,
alguém que pugna pela “realização
da justiça”, conclui.
As referências
Do tempo da Universidade Católica
do Porto, ficam na memória alguns
mestres, como Rogério Soares, Cordeiro Tavares ou Barbosa de Melo. A
estes devem a “paixão” pelo Direito
Administrativo e pelo gosto da defesa do cidadão contra o enorme
poder da Administração. É uma luta
desigual mas fascinante.
Na advocacia há, claro, referências
clássicas, mas citar nomes podia
ser injusto para todos aqueles que
exercem uma advocacia meritória,
sem mediatismo, a dos pequenos/
grandes processos do cidadão comum. Têm menos visibilidade mas
são grandes obreiros da justiça, garantem.
O justo,
o bom e o possível:
o equilíbrio
Continua válida, para ambos, a ideia
de que “o direito é a arte do bom e
do justo”. Mas, hoje, cada vez mais,
a “arte do possível”. Este trinómio
– justo, bom, possível – exige um
certo equilíbrio: “Para a realização
da justiça é necessário alcançar uma
posição de equilíbrio, não há razões
absolutas … ”, sublinha Rosário Anjos. “Mas é importante ponderar e
decidir em tempo útil”, remata. Na
opinião da advogada, “um autêntico
Estado de Direito democrático tem
que dar resposta às pessoas, deve
garantir ao cidadão o justo anseio
de Justiça em tempo útil, sem isso
o cidadão duvidará, cada vez mais,
do modelo de sociedade livre e
democrática, que a nossa Constituição afirma garantir”.
Página Exclusiva 47
Portugal Inovador
Tradição aliada
a uma Educação Inovadora
Num terreno doado pelas famílias do vinho do Porto, na Foz do Douro, nasceu a Oporto
British School em 1894, com o seu reitor, W.S.Picken, e com apenas 11 alunos.
Rumo ao saber
Credenciado em 2005 pelo CIS
(Council of International Schools),
organismo que certifica se os
parâmetros de excelência estão
a ser cumpridos, e se o currículo
está a ser devidamente executado, o Colégio Inglês conta, actualmente, com 65 docentes e 445
alunos com idades compreendidas
entre os 4 e os 18 anos.
David Butcher, director pedagógico e professor de Educação Física
e de História, é o mais novo direcPágina Exclusiva 48
tor na história do colégio. Embora
jovem, o seu percurso é longo e
conta com passagens pelo Reino
Unido, Grécia, Brasil, Jordânia
e agora Portugal, sempre ligado
à educação. David Butcher reconhece ser cada vez mais difícil
fazer parte deste Conselho das
Escolas Internacionais, tendo em
conta que o nível de exigência é
maior à medida que a educação se
transforma. “Muitas escolas estão
a perder este estatuto,” afirma.
Tendo em conta que a escola oferece o currículo britânico, onde
as disciplinas são ministradas em
inglês, sendo o mesmo currículo
adaptado ao nosso país, desde
que entram para a Oporto British
School, os alunos têm a disciplina
de português. Mais tarde, a partir
da 3ª classe, passam a ter também História de Portugal e uma
terceira língua.
David Butcher defende que “quem
está envolvido em educação internacional não pode parar. Para
alunos entre os 14 e os 16 anos,
há um programa (IGCSE – International General Certificate in Secondary Education) implementado
pela Universidade de Cambridge
a nível mundial, que lhes dá uma
excelente base para o futuro. Há
16 anos, introduzimos o programa
do Bacharelato Internacional (IB)
que na altura foi muito ousado. É
um curso de dois anos, 11º e 12º,
que possibilita aos alunos concorrer não só a universidades portuguesas, como às melhores universidades mundiais, como John’s
Hopkins, Cambridge, Oxford, entre
outras”.
As actividades extra-curriculares
são também uma das grandes
componentes do currículo britânico: desporto, música, arte, teatro,
entre outras actividades leccionadas gratuitamente pelos professores, tornam-se uma mais-valia
para a escola. O Colégio promove
várias acções de solidariedade,
não só em Portugal, mas também
Portugal Inovador
Página Exclusiva 49
Portugal Inovador
No entanto, o que é muito importante registar é o facto de incutirmos nos nossos alunos a vontade
de trazerem algo de volta a Portugal após as suas experiências
individuais pelo mundo fora. Isso
verifica-se com frequência quando
antigos alunos vêm inscrever os
seus filhos no OBS quando finalmente regressam a Portugal. É
muito gratificante termos alunos
de terceira geração e mais”.
em conjunto com outras organizações internacionais, levando os
seus alunos a outros continentes
para contactarem directamente
com outras realidades.
Como a par da melhor educação
estão sempre os melhores profissionais, o colégio consegue manter o nível de excelência através
do recrutamento de bons professores. “O facto de contratarmos
professores com muito boas qualificações e experiência a nível mundial reflecte-se nos resultados dos
exames dos nossos alunos, que
são excelentes”, justifica o director
pedagógico.
Porém, uma escola não se mantém apenas pela forma como lecciona os conteúdos programáticos.
Um ambiente familiar e boas instalações são, sem dúvida, critérios
também eles indispensáveis. Desta feita, “o Conselho de Administração tem um plano de Desenvolvimento de Capital que entretanto
foi um pouco alterado devido a um
donativo que tivemos de um antigo
aluno. Daí termos construído um
pavilhão desportivo antes do dito
plano. A inauguração do ginásio
polivalente contou com a presença de um membro da família real
britânica, o Duque de Kent, que
foi verdadeiramente bem recebido
pela comunidade escolar. Ainda a
pensar na melhoria das condições
está em curso a construção o novo
Página Exclusiva 50
Bloco da Secundária que vai ser
um edifício destinado somente ao
departamento secundário. Durante
ano lectivo transacto comprámos o
edifício anexo, acompanhando assim o crescimento natural do colégio, tanto a nível de alunos, como
de staff”.
Valores e tradição
A Oporto British School incute valores de moral e ética, mas é importante frisar que, embora 80%
da população seja composta por
alunos portugueses, “tentamos incutir uma abertura de mentalidade
internacional e os valores do currículo britânico. Somos uma escola com competências proeminentes, que mantém a tradição desde
1894 e que, sendo uma escola
britânica, transmite o típico funcionamento de uma escola britânica.
Horizontes
do futuro
Sendo a Oporto British School,
a escola mais antiga da Europa
Continental, procuram com muita
proactividade “manter o currículo
sempre actual; manter o número
de alunos que temos; introduzir
mais disciplinas no curso (este ano
já introduzimos mais disciplinas
a nível de informática e música)
manter as instalações adequadas
e manter a qualidade da educação
na escola. Uma escola é tão boa
quanto os resultados que obtiveram os alunos no ano lectivo transacto, para isso tenho que me assegurar que o currículo está a ser
implementado na sala de aula”.
Até aos dias de hoje o balanço é
positivo, e proactividade é a palavra de ordem.
Portugal Inovador
Página Exclusiva 51
Portugal Inovador
Agrupamento de
Escolas de Pinheiro
25 Anos a Ensinar e a Aprender
Educar rumo a um futuro de excelência.
Esta Escola iniciou a sua missão há
25 anos, como Escola Preparatória
de Pinheiro leccionando apenas
o Ensino Preparatório. Ao longo
destes 25 anos foi sofrendo profundas alterações em consonância
com as reformas do sistema educativo, procurando dar a resposta
ajustada às necessidades de cada
época. A partir de 2001 constitui-se
como Agrupamento de Escolas de
Pinheiro com uma oferta educativa
que abrange: Ensino pré-escolar,
1º, 2º e 3º ciclos do Ensino Básico,
Cursos de Educação e Formação
de Jovens, Ensino Secundário –
Cursos Cientifico-Humanísticos e
Ensino Profissional, Educação e
Formação de Adultos e no ano de
2007 foi criado o Centro de Novas
Oportunidades do Agrupamento
de Escolas de Pinheiro.
Página Exclusiva 52
Há 16 anos, que Maria Luísa
Coelho lidera uma equipa que dirige os destinos do Agrupamento
de Escolas de Pinheiro, servindo,
actualmente, uma população de
2410, entre alunos e formandos.
Relativamente ao parque escolar,
este tem vindo a ser requalificado
pela intervenção da Câmara Municipal de Penafiel, apesar de existirem, ainda, escolas do primeiro
ciclo em edifícios com características centenárias.
“Ao longo deste percurso a Câmara Municipal de Penafiel têm-se
revelado um parceiro de excelência, manifestando sempre uma total disponibilidade, intervindo sempre com dinamismo e qualidade. A
educação é uma das prioridades
desta autarquia. Já no que toca
às instalações da Escola Sede
do Agrupamento, as mesmas são
exíguas considerando-se mesmo,
sobrelotadas”, como refere Luísa
Coelho, a directora do Agrupamento de Escolas de Pinheiro.
“A missão desta Escola alicerça-se
no primado de valores que visam a
moral e ética, a construção de uma
escola de excelência, que aposta num trabalho pedagógico de
sala de aula de grande qualidade
onde cada aluno tem o seu espaço individual de aprendizagem.
Este trabalho é completado por
uma multiplicidade de actividades
de enriquecimento, projectos e
clubes (Clubes de teatro, de meteorologia e de francês, e os projectos Cientistas de Palmo e Meio,
Desporto Escolar, Tuna Estudantil, Jornal Escolar, AEL (Aprender
Experimentando em Laboratório,
Empreendedorismo
Ambiental,
Educação para a Saúde e Viver a
Escola) que permitem aos alunos
adquirir e trabalhar competências
na área das ciências, da literacia
e das artes.
Ligado à natureza e ao ambiente
está o projecto EcoBrigada, cujo
objectivo principal é a defesa do
planeta Terra alertando os jovens
para a adopção de atitudes de
respeito pela natureza, como, por
exemplo, na reciclagem de materiais e a recolha selectiva de lixos.
Esta visão estratégica de educação intencionalmente implementada visa esbater as desigualdades
sociais, já que os alunos, na sua
maioria, são oriundos de estratos
Portugal Inovador
“estou a pensar lançar um livro”,
adianta.
Visão periférica
sociais desfavorecidos, e para
quem a escola ainda não sentida
como uma instituição onde se podem formar cidadãos preparados
para os desafios do século XXI.”
De volta
ao banco da escola
“O Centro de Novas Oportunidades do Agrupamento de Escolas
de Pinheiro tem razão de existir,
para dar resposta à necessidade
de formação da população adulta
num concelho onde há dez anos,
a maioria dos cidadãos possuía a
escolaridade mínima e não possuía qualquer qualificação profissional.
Tem sido um sucesso numa região
onde não é fácil trazer as pessoas
à escola. É um espaço de liberdade e de elevado crescimento
pessoal e social”, explica a directora Maria Luísa Coelho.
Tal como a directora do Agrupamento, a técnica de diagnóstico
e encaminhamento do Centro de
Novas Oportunidades, Joana
Costa, fala da falta de escolaridade e oportunidades. “As pessoas recorrem aos Centros de
Novas Oportunidades com o fim
de concluírem o 9º ano, pois a
certificação das empresas exige,
que os seus trabalhadores possuam o 9º ano de escolaridade”.
Os Centros de Novas Oportunidades foram uma forma de contrariar as lacunas do sistema educativo. As pessoas ganham uma
nova auto-estima. Neste Centro,
a equipa técnica e de formadores
é bastante exigente”.
A “Portugal Inovador” falou com
duas ex-formandas: Elsa Martins
e Zélia Ramos. Com 37 anos,
Elsa Martins optou por, após o
nascimento do filho, deixar a empresa têxtil onde trabalhava e
“ainda bem que assim aconteceu,
pois pude fazer o curso e mudar completamente a minha vida
profissional”, afirma a ex-formanda de um curso de EFA ministrado
na Escola Básica e Secundária de
Pinheiro. “De costureira passei a
trabalhar em animação infantil.
A ajuda familiar é muito importante”, garante. “O futuro passa
por seguir para a faculdade na
mesma área.”
Já Zélia Ramos, de 43 anos, tem
uma história diferente. Funcionária
nesta escola, foi por incentivo da
directora deste Agrupamento que
decidiu fazer o RVCC. “Aceitei
logo, nem pensei duas vezes. Só
depois de estarmos envolvidos é
que vemos as dificuldades, mas
nunca devemos andar para trás,
mas sim para a frente. Estou feliz
por ter concluído o 12º ano”, mais,
A directora, Maria Luísa Coelho
refere que as reduzidas taxas de
insucesso e abandono escolares
explicam-se com a existência de
uma oferta educativa em rede, a
nível concelhio que permite aos
alunos um leque muito diversificado de opções, motivando-os quer
a permanecerem na escola, quer
a prosseguirem os seus estudos.
É de realçar, ainda, que, no último ano, a taxa de sucesso dos
alunos que terminaram o ensino
secundário profissional foi de
100%. “São resultados que nos
orgulham e que só foram possíveis de alcançar com o trabalho
profícuo e dedicado das equipas
pedagógicas, o forte empenho
dos alunos envolvidos e de uma
boa organização escolar”.
E a Directora conclui com o desejo
de uma profissional que acredita
que “o futuro dos nossos alunos
passará pelo seu sucesso académico, pessoal e profissional.
Que esta Escola lhes tenha permitido estruturar-se como pessoas de bem, em que o ser, o saber estar, o saber fazer e o saber
ser se fundam em cada um como
uma força capaz de despertar a
ambição do conhecimento, um
espírito empreendedor, o respeito
pelas liberdades individuais tão
necessário à construção de uma
sociedade mais justa, porque mais
igualitária onde todos se sintam
realizados e, por isso, felizes.
Página Exclusiva 53
Portugal Inovador
Uma história com futuro
A Nautilus, sedeada em Foz do Sousa, e com uma unidade de produção em Castelo de
Paiva, inaugurada em Junho, um investimento de 5 milhões de euros, produz e comercializa mobiliário escolar para os ensinos superior e não superior com alta tecnologia incorporada. A Nautilus já conquistou por três vezes o maior prémio mundial para inovação
em tecnologias para educação.
Nautilus
Volume de Negócio: 12 milhões
de euros
Mercado externo: Representa
entre 20 e 30% da facturação
Crescimento: Cerca de 50% ao
ano
Investimento em I+D: 500 mil
euros anuais
Colaboradores: Cerca de 80;
Era uma vez um professor de inglês que escrevia no quadro com
giz branco “one, two, three, four,
five, six”. Era uma vez vários alunos que copiavam para os seus
cadernos pautados “one, two…”.
Começa assim esta história, no
passado. No presente e no futuro,
a história é outra: o professor e os
alunos têm computadores, quadros
interactivos e mesas interactivas,
para ensinarem e aprenderem o
inglês, o português e a matemática…
Ora, há uma empresa portuguesa,
reconhecida internacionalmente,
que está a construir esta história.
Chama-se Nautilus, e ela própria
tem uma história intensa: era
uma antiga empresa de mobiliário, conhecida por uma linha
inspirada na náutica, mas que não
naufragou. Renasceu e tornou-se
uma empresa de futuro e vencedora com o desenvolvimento de
tecnologia educativa. Hoje, está
presente, além de Portugal, onde
participou em 80% da renovação
Página Exclusiva 54
do Parque Escolar, em Espanha,
França, Itália e Reino Unido.
A Nautilus ganhou três vezes o
WorldDidac Award, com um júri
liderado pelo presidente do MIT:
em 2006, pela Mesa Interactiva
Uninet; em 2008, pela Estação
Interactiva Netboard; e em 2010,
pela Estação Interactiva Netboard
2.1.. Estes prémios são um reconhecimento internacional e uma
“motivação extra para continuar
a trabalhar”, segundo o CEO da
empresa, Vítor Barbosa. Além de
premiado, este equipamento está
certificado por laboratórios e homologado pelo Ministério da Educação.
30% com formação superior
Investimento em formação: 100
mil euros anuais
Surpreender
É este o objectivo principal da Nautilus: surpreender. “A Nautilus quer
ser reconhecida no âmbito do mercado europeu como uma empresa
inovadora que apresenta soluções
que vão ao encontro das necessidades dos clientes”, diz o administrador. “Tentamos antecipar essas necessidades, surpreender os
clientes pela positiva”, vinca Vítor
Barbosa.
Assim, a Nautilus foi inovadora
Portugal Inovador
Página Exclusiva 55
Portugal Inovador
história com a aposta em produtos
surpreendentes, alguns já em desenvolvimento, mas que ainda não
podem ser revelados.
Dicionário
de Vítor Barbosa
43 anos, engenheiro mecânico,
administrador da Nautilus.
desde logo pela incorporação de
tecnologias no mobiliário escolar,
antecipando o Plano Tecnológico
da Educação, e pela utilização de
materiais recicláveis. A sua linha
de cadeiras Ergos, com quase 1
milhão de unidades vendidas na
Europa, é exemplo dessa inovação através da injecção assistida
por gás, utilizada na indústria automóvel.
Ao nível da I+D, a Nautilus estabelece ainda parcerias com universidades. Em Maio de 2010, a empresa promoveu, com a Faculdade
de Engenharia da Universidade do
Porto, um concurso de I+D. Foram
premiados dois projectos de alunos de pós-graduação que estão
já em execução.
No âmbito do QREN, a Nautilus
recebe incentivos à inovação e
internacionalização. O CEO da
empresa considera importante
também que a Nautilus esteja integrada na rede PME Inovação da
Cotec pois permite-lhe contactos
que doutra forma seriam difíceis
de estabelecer.
Melhorar
a educação
No entanto, não basta inovar nos
materiais. É preciso conhecer a
realidade educativa. “Toda esta
tecnologia só resulta em ligação
com outras componentes importantes: os conteúdos – é preciso
Página Exclusiva 56
prepará-los para serem usados
com estes recursos – e a formação
dos professores”, sublinha Vítor
Barbosa. A equipa da Nautilus está
apostada na inovação dos equipamentos produzidos e na integração
da tecnologia, mas sobretudo na
procura de soluções pedagógicas
adequadas e eficientes que envolvam todos os elementos da sala
aula (professores, alunos, educadores) com o objectivo último de
banir o insucesso escolar das nossas escolas.
Para a Nautilus, todos devem “tirar
proveito na aula do ensino interactivo, de uma forma colaborativa de
trabalhar”. Os professores devem
receber formação na utilização
deste equipamento. Quanto aos
alunos, aceitam bem estas inovações, havendo uma melhoria do
aproveitamento e sucesso educativos com esta tecnologia: “Os
alunos aderem a esta realidade
desde o início, e em termos de
motivação, de atenção e empenho
há grandes resultados, como confirmam estudos de países como a
Inglaterra, Finlândia e Canadá”, indica Vítor Barbosa. O objectivo de
tudo isto é criar ferramentas que
permitam ao professor alcançar
o objectivo primordial: “transmitir
os conhecimentos para os alunos
com eficácia”.
A Nautilus continuará a participar activamente na escrita desta
Empresário:
Cada vez mais para se ser
empresário tem que se ser
inovador, na forma como gere os
recursos materiais, humanos e
financeiros.
Engenharia:
Perdeu o rumo de um conceito
inicial, devia estar muito ligada à
invenção e à inovação.
Escola:
Local onde se preparam as
crianças para serem os homens
de amanhã.
Futuro:
É aquilo que nós construímos no
dia-a-dia.
Inovação:
Antecipar as necessidades das
pessoas, surpreendê-las pela
positiva.
Nautilus:
Pode ter várias interpretações.
Mas esperemos que não tenha
a conotação de submarino que
pode ir ao fundo. Olhamos mais
Nautilus como um foguetão que
vai sempre a subir.
Pessoa:
Recurso mais importante em
tudo isto.
Portugal:
Um país à espera de uma oportunidade.
Portugal Inovador
Saltos Altos
Numa época de grande concorrência internacional, nomeadamente vinda dos mercados asiáticos, os industriais portugueses
tiveram que melhorar as suas condições de
trabalho, apostar na inovação, no equipamento e na formação dos seus colaboradores.
Foi com o intuito de formar profissionais capazes e empreendedores que, em 1995, foi
inaugurado o Centro de Formação Profissional da Indústria de Calçado (CFPIC).
Este Centro proporciona formação técnica
aos seus formandos, tendo como principal
objectivo responder às carências da indústria em termos de formação profissional,
utilizando para o efeito meios formativos
e equipamentos de vanguarda na área do
calçado.
Com uma nova mentalidade virada para
a globalização do mercado, têm surgido
várias marcas portuguesas que, com novas
políticas de marketing e propaganda externa, conseguem chegar, cada vez mais, aos
grandes mercados internacionais.
Ainda no passado mês de Setembro, oito
empresas portuguesas de calçado apresentaram as suas propostas na maior feira de calçado do mundo, em Milão. Este
acontecimento veio comprovar a inversão
na queda das exportações. Em declarações à comunicação social, o presidente
da Associação dos Industriais de Calçado
(APICCAPS) refere que, “a expectativa dos
empresários é grande tendo em conta que
acontece no momento em que as exportações retomaram o crescimento e em que
o volume de encomendas está também a
aumentar”.
A indústria do calçado em Portugal está
em franca expansão e recomenda-se pela
qualidade, inovação e sentido estético que
apresenta. Esse facto muito se deve a uma
nova geração de industriais portugueses
que vêem na internacionalização das suas
marcas uma porta aberta para o sucesso.
Pé ante pé a indústria do calçado desenvolveu-se
em Portugal chegando a atingir patamares de qualidade reconhecidos internacionalmente. Apesar das
“disputas” pela nomeação, são duas as grandes
regiões nacionais que se dedicam a esta arte - São
João da Madeira (distrito de Aveiro) e Felgueiras
(distrito do Porto).
Elsa C. Santos
Página Exclusiva 57
Portugal Inovador
“Know-how de conforto
e mão-de-obra”
A Cindicalfe, empresa de calçado sedeada em Pedorinho, Castelo de Paiva é uma empresa familiar fundada por José Domingos, director-geral, e pela esposa em 1997.
Foi em S. João da Madeira que
um dia José Domingos, um dos
maiores produtores de calçado
em Portugal nasceu. Desde tenra
idade, quando “acabei a escola
e como era dos mais velhos da
família, tive logo de ir trabalhar.
Fui para a indústria dos sapatos
e aos 14 anos fiz algumas formações. Primeiro no Centro de Formação Profissional de Calçado,
como técnico de calçado, mais
tarde como encarregado geral, depois como modelador, etc, sempre
em regime pós-laboral. Já naquele
tempo recebia convites para fazer
estágios e estive na Alemanha
duas vezes para esse efeito”. O director-geral da Cindicalfe formou-se no conforto do calçado, “não é
fácil dar conforto e dar moda, mas
é esta a área em que nos formamos e em que trabalhamos todos
os dias. São duas coisas que estão sempre ligadas”.
Muitas horas de trabalho, muita
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luta e muito empreendedorismo
foram necessários para chegar ao
patamar onde se encontra a empresa. “A grande aposta, depois do
conforto, foi formar todos os que
trabalham connosco desde o corte
à costura”. A contar com 58 colaboradores e “com o trabalho de
uma empresa nacional de costura,
que tem mais de 100 colaboradores” a Cindicalfe “tenta dar-lhes
todo o conforto”. Conforto esse
que se traduz, por exemplo, num
acordo com um banco para prestar
todos os serviços necesssários e
todas as terças-feiras à tarde está
presente um médico para qalquer
problema de saúde que estes tenham.
No início, as linhas de produção
eram compostas por máquinas
manuais. José Domingos, directorgeral, optou “por comprar máquinas electrónicas, onde a informática veio modificar todo o nosso
sistema. Temos apostado em toda
a tecnologia de que o mercado
dispõe. Os investimentos fazem
parte dos resultados operacionais
da empresa, logo, quem não se
actualizar fica para trás”.
Flex & Go e
Doutor Flex
A Flex & Go, marca criada pela
Cindicalfe, nasceu em 2002.
“Numa primeira fase, criámos um
know-how de conforto e mão-de-obra qualificada com marcas de
conforto. Numa segunda fase,
Portugal Inovador
onde se faz a montagem do sapato, a ideia de criar uma marca
já tinha nascido. E foi juntamente
com um cliente grego que criámos
a Flex & Go”. A qualidade desta
nova marca “passa de boca em
boca” e é a sustentabilidade desta
empresa. “Recentemente, desenvolvemos modelos de calçado soft
que constituem as nossas marcas
low cost. Sendo esta indústria sazonal, temos que ter uma marca
para ocupar produções”.
Há dois anos a abertura de uma
loja-piloto da Flex & Go serviu
para “venda e também para ouvir
os nossos clientes relativamente
ao nosso produto. Qualquer sapato especifico que a pessoa precise, seja por ter joanetes ou outro
problema, nós fazemos o sapato à
medida. Aliás, estamos a pensar
comprar um scaner, que permita
fazer uma cópia da forma do pé da
maneira mais fidedigna possível”.
Outra aposta foi a criação da mar-
ca Doctor Flex. Um calçado mais
especifico de venda em farmácias,
mas “ainda não conseguimos trabalhar muito esta marca. Temos a
produção ocupada com a Flex &
Go. A nossa ideia agora é trabalhar
mais na Doctor Flex. Temos uma
dinâmica de produção muito forte.
Preparámos esta fábrica para produzir 350 pares de sapatos por dia.
Com o passar do tempo, passou
para 600 e agora temos necessidade e mercado para fazer 1500
pares por dia”.
A apostar no mercado internacional, a Cindicalfe está neste momento a desenvolver os prototipos
para a feira de Garda (Itália), onde
irá apresentar a coleção de Inverno
2011. Nova Zelandia, Hong Kong,
Espanha e Itália representam 90%
das vendas.
Calçado
do Futuro
Uma segunda linha de montagem
vais ser criada “para que toda a
produção seja feita na Cindicalfe.
Vamos também aumentar o número de colaboradores”. Desta forma,
o sonho de conseguir dar tanta
atenção à Doctor Flex como à Flex
& Go vai ser possível. Quanto à
matéria-prima usada, a sua escolha é muito importante. “Não usamos materiais duros, pois não vao
permitir flexibilidade, todos os materiais têm que ser suficientemente
absorventes. Não usamos pele
sintética, apenas natural”, afirma
José Domingos “Queremos fazer
sapatos cada vez mais ecológicos e quem sabe até recicláveis.
Isto passa por educar as pessoas.
Sempre fizemos a separação dos
resíduos”.
O director-geral da Cindicalfe explica que não têm a ilusão de dominar o mundo do calçado. “A ideia
é manter a estabilidade cá dentro
(Portugal) fazendo o nosso sapato com cerca de 99% de fabrico
português, e posicionarmo-nos no
mercado da melhor forma para solucionar os problemas dos nossos
clientes. Pretendemos também
manter o crescimento de 30% de
facturação anual e vamos desenvolver um show room maior”.
Quanto àqueles que vendem os sapatos da empresa Cindicalfe, quer
seja Flex & Go, Doctor Flex, ou
as marcas mais softs, “queremos
que continuem a apostar no nosso
sapato e a vendê-lo”, afirma José
Domingos, lembrando sempre que
“o essencial é que o cliente final se
sinta bem”.
Página Exclusiva 59
Portugal Inovador
A elegância a seus pés
A revista “Portugal Inovador” teve a oportunidade de visitar as recentes instalações da
fábrica de calçado Zarco, criadas em 2008, em São João da Madeira. Sendo esta uma das
mais avançadas indústrias do calçado em Portugal, fomos conhecer os segredos desta
marca de sucesso.
A Zarco é uma empresa nacional
presente na indústria do calçado
desde 1942. Hoje liderada por Carlos Santos, a Zarco apresenta-se
como uma marca portuguesa de
referência no calçado masculino a
nível internacional.
O segmento a que se dirige não
lhe permite ter uma elevada quota
de venda no mercado nacional; a
empresa aposta na sofisticação,
elegância e tradição na confecção
dos seus produtos, aliando as
aperfeiçoadas técnicas manuais,
adquiridas através de décadas
de trabalho, com tecnologias de
ponta. É com todo este saber e
requinte que a marca Carlos Santos tem conquistado, com muito
trabalho e dedicação, um lugar
de destaque nos mais restritos
mercados internacionais. Falamos
de exigentes nichos de mercado
como o francês, alemão, belga,
holandês, japonês, entre outros.
A Zarco tem uma equipa de 107
Página Exclusiva 60
profissionais que – maioritariamente - acompanha a empresa
há largos anos, contribuindo para
a preservação de um saber, de
um know-how, de décadas de trabalho na área. Para acompanhar
as tendências internacionais e
manter-se ao nível do que melhor
se faz na indústria do calçado, o
departamento de design da Zarco
conta com a colaboração de estilistas internacionais e com a coordenação do gabinete de modelação da empresa, apoiando-se
ainda na sensibilidade de Carlos
Santos e Armando Santos que tão
bem conhecem os mercados.
A dedicação
de Carlos Santos
Carlos Santos é um grande conhecedor da indústria do calçado, tendo já 40 anos de trabalho na área.
“Iniciei-me nesta indústria bastante
cedo, com cerca de 15 anos e
aprendi muito com o meu supe-
rior (antigo sócio), que me passou
todos os seus princípios profissionais e humanos”, recorda o actual
gerente da empresa. Ambicioso
por natureza, Carlos Santos continuou essa paixão, procurando
conhecer novos caminhos na área
e acompanhando as inovações internacionais, sempre com o objectivo de dar continuidade à Zarco.
“Sempre tive vontade de fazer mais
e melhor, daí ter aceite o desafio
de “continuar o percurso de sucesso da Zarco”, existente desde
1942. “Desde que me integrei na
empresa, dediquei-me ainda com
maior paixão e empenho ao seu
desenvolvimento”, revela. Foi fruto
desta entrega e dedicação que,
“decidi associar-me à empresa”.
Aos olhos dos filhos, Carlos Santos é um Líder.
Um percurso
de destaque
Actualmente, a Zarco está representada no mercado internacional,
através de três grandes marcas de
calçado masculino: MackJames,
Star Label e, a referência, Carlos
Santos. A empresa comprova o
requinte do seu trabalho, com a
criação de colecções modernas,
sofisticadas e de extremo bom
gosto no pormenor. Algo conseguido apenas por um capital humano
de valor acrescentado que encara
a profissão como uma arte. A arte
do calçado.
Mantendo um percurso de evolução
e inovação “a dada altura decidimos atingir um patamar superior,
Portugal Inovador
dem apreender novas formas de
actuar nos mercados. E só é possível vencer quando se tem a possibilidade de competir!” – reforça
Ana Santos.
adoptando o sistema GoodYear –
um dos métodos mais antigos e
artesanais para a produção do sapato mais complexo de construção
(produção) do mundo que exige
bastante formação do pessoal”,
explica o administrador. “Este rigor
e cuidado no tratamento das peças
permite-nos estar num segmento
de mercado considerado de luxo
e com reconhecimento internacional”, afirma Carlos Santos.
Recordando os tempos em que
entrou na empresa, Carlos Santos
revela que já nessa altura a Zarco
trabalhava muito para exportação.
“Apenas dei seguimento ao trabalho que vinha sendo realizado.
Esta actividade exige um grande
empenho e dedicação, temos que
estar sempre à procura de mais
conhecimento, principalmente na
área comercial, para se chegar
a esse ponto de grande notoriedade”, salienta o administrador.
“Toda a equipa continua a acordar
com grande ânimo e empenho.
Uma empresa que abraça uma
arte destas não pode adormecer”,
reforça Carlos Santos.
Uma empresa
de sucesso
A Zarco é uma marca que se distingue no mercado nacional e internacional. Não estando preocupada com as grandes escalas
de produtividade, a empresa cria
edições limitadas que garantem
ao cliente um objecto de alto nível
e exclusividade. “Somos uma empresa com cabeça tronco e membros, todos os dias procuramos alcançar um nível mais elevado, daí
termos conquistado este estatuto”,
assegura Carlos Santos. É com
o desejo de continuar a manter a
Zarco como uma empresa familiar
de sucesso que Carlos Santos integrou, na sua equipa de trabalho,
Armando Santos – responsável
pelo departamento comercial, actuando em todos os mercados internacionais e Ana Santos – responsável pelo departamento de
Recursos Humanos, dedicando-se
no entanto, tal como o pai, a todas
as áreas da empresa.
Com grandes planos de futuro, a
empresa está inserida num projecto a dois anos no âmbito do QREN
– cuja responsabilidade e acção
passa por Ana Santos com o apoio
do CTCP - que lhe vai permitir
reforçar e evoluir todo o trabalho
que tem vindo a ser realizado em
termos de inovação e internacionalização. “O grande objectivo do
projecto é o reforço do processo
de internacionalização das marcas
próprias Mackjames, Carlos Santos e Star Label. A competitividade
é vista pela empresa como uma
mais-valia através da qual se poPágina Exclusiva 61
Portugal Inovador
Nome de código: inovação
Há 34 anos que o grupo Sozé, sedeado em Rande, Felgueiras, trabalha na área do calçado. Dez anos depois da sua fundação, criou a Codizo, uma das marcas do grupo e hoje o
nome da sua principal unidade industrial. Há oito anos avançou a internacionalização com
uma marca jovem, hoje o seu grande projecto: a DKODE.
José Sampaio fundou a empresa-mãe Sozé, que hoje trata da área
da comercialização, há mais de
três décadas. Mais tarde nasceu a
Codizo, e em 2002 a DKODE.
Hoje, o grupo tem entre 800 e
1000 clientes e cresce 5 a 10% ao
ano. 90% das vendas da DKODE
são para o exterior. A DKODE participa em feiras internacionais, em
Barcelona, Paris, Dusseldorf, e
Milão, onde recentemente, e pela
segunda vez consecutiva, ganhou
o 1.º Prémio de Inovação, Categoria de Senhora. Esta marca está
ainda presente nas melhores lojas
de França, Alemanha, Holanda e
Canadá, por exemplo. Há também
um crescente peso da DKODE no
mercado nacional, que representa
cerca de 10% das suas vendas,
distribuídas por mais de 100 pontos de venda em Portugal, nomeadamente o El Corte Inglês, Agostini, Marques Soares, Living Light
e sapatarias Valise, entre outros.
Página Exclusiva 62
A Sozé já estava habituada a trabalhar com grandes marcas como
a ECCO, a Clarks, a Façonnable
e a Timberland, quando decidiu
aproveitar o know-how aí adquirido para criar uma marca própria,
solução necessária face aos desafios da globalização e da ascensão dos mercados emergentes, como diz o CEO da empresa
Vasco Sampaio. O nome da jovem
DKODE traduz esse desejo da
empresa mudar e se internacionalizar: foi criado a partir de um jogo
de palavras com Codizo e código
(vocábulo muito ligado a esta era
digital e tecnológica), além de
ser inspirado numa palavra da
língua global, o inglês: “decode”
(“descodificar”).
E o que é que a Sozé
descodificou?
A empresa descodificou duas
coisas: inovação e globalização.
“A empresa descobriu que tem
que ser inovadora, percebeu que
sabe tudo e pouco sabe, que todos os dias tira lições. E que para
perdurar neste negócio com uma
concorrência tão global e forte só
com esta mentalidade é que dos
34 anos haverá de passar para
68 e por aí fora”, afirma o director-geral.
A Sozé sente a necessidade de se
reinventar sempre. Na primeira década do século XXI, reajustou-se
em termos de recursos humanos,
investindo nos departamentos de
Marketing, Estilismo e Técnico,
e criando uma rede de agentes comerciais na Europa. “Nós
passámos a ser pró-activos em
relação ao mercado. Passámos
a apresentar as nossas soluções,
tendências únicas. Temos hoje um
grupo de estilistas portugueses e
não portugueses a desenhar para
a colecção”, sublinha Vasco Sampaio. Isto é também um remédio
contra a crise: “A empresa quer
contrariar a crise exactamente com
novas soluções, com soluções de
design inovador, que são um antídoto usado para contrariar a crise
e uma certa aura depressiva que
paira na cabeça das pessoas”.
Cor e diferença
A DKODE é uma marca “colorida”,
como define Vasco Sampaio, destinada a uma mulher cosmopolita,
madura e exigente, a “uma mulher
que se quer diferenciar, mas que
busca também uma base de conforto extremamente sólida”.
Esta é uma marca que até já é copiada, o que para Vasco Sampaio
Portugal Inovador
significa que apresenta “inovação
e assertividade nas tendências” e
que está na vanguarda.
Uma vez que é uma empresa
que inova e se internacionaliza, a
empresa tem recebido apoios do
QREN. “Vemos o QREN como vimos os fundos comunitários, como
uma forma de alavancar as empresas que já têm estratégia e as
suas necessidades encontradas”,
frisa o CEO da Sozé. “O QREN é
bem-vindo porque apoia iniciativas
inovadoras”, acrescenta.
No futuro, a empresa quer admitir
mão-de-obra qualificada ao nível
de corte e costura, que escasseia em Portugal, apesar da taxa
de desemprego altíssima, como
releva Vasco Sampaio. A Sozé
tenciona ainda alargar a gama de
produtos à marroquinaria e criar
uma linha de calçado de homem
até 2012, para além de, paulati-
namente, criar uma marca de “total look”. Está ainda em aberto a
possibilidade de abertura de lojas
próprias.
“A nossa estratégia passa por
ambição, mas também por uma
enorme consolidação, alicerçada
em mais valor, em resultados, em
internacionalização”, sintetiza Vasco Sampaio.
A Sozé, mantendo um crescimento
sustentado e os pés assentes na
terra, não deixará, no futuro, de se
reinventar continuamente.
Página Exclusiva 63
Portugal Inovador
Sandália Eco
É no alto da terra onde se pensa ter nascido D. Afonso Henriques, Guimarães, que a
Globotrilha, empresa pequenina, mas com grande vontade de se afirmar no mercado ao
inovar, vençe cada passo como um gigante.
Pai e filho são as pessoas que dão
alma ao negócio do fabrico e comercialização de componentes de calçado. Manuel Gonçalves Oliveira, pai
de Pedro Oliveira, é o gerente desta
empresa. A experiência adquirida
no desenvolvimento e fabricação de
solas para calçado e calçado, em
empresas de prestígio internacional,
factores essenciais para despoletar
um projecto ambicioso com estas
características
Amiga do ambiente
Em Junho de 2008 surgiu a Globotrilha. É uma empresa que comercializa componentes de calçado, tais
como “solas de sapatos para os comerciantes de calçado”. A trabalhar
com as melhores marcas do mundo
a nível de sapatos, o acolhimento e
acompanhamento do cliente é muito
Página Exclusiva 64
importante. “O cliente estrangeiro
vem à Globotrilha e começa por desenvolver comigo o projecto de raiz
que é a sola. Daqui vai à fabrica dos
sapatos e desenvolve o restante
projecto. O sapato final”.
A ideia de inovar e sensibilizar a
sociedade para cuidar do ambiente
fez com que o director da empresa
fizesse mais qualquer coisa. “Surgiu a ideia do sapato 100% biodegradável. Uma sandália só nossa,
um modelo inovador em termos de
material e design, exclusivo e registado, e uma marca patenteada pela
Globotrilha, a Sunflower”. Tem um
desgaste normal, como o calçado
que não é biodegradável, e passível
de se poder mudar a cor da tira que
sustenta o peito do pé.
Ao fim de quatro meses, este
modelo totalmente biodegradável é
capaz de se decompor totalmente
em condições deplorativas de oxigénio, na presença de microrganismos e humidade”.
A sustentabilidade
do sapato
A Sunflower revelou-se uma ideia
com um potencial enorme que agora serve de exemplo e apoio ao
desenvolvimento de solas para sapatos com estas mais-valias. “Leva
uma quantidade bastante grande de
resíduos de couro. Antes queimava-se os restos de couro e o tecido
dos sapatos. Uma ideia diferente
que levou a uma parceria com a
Universidade do Minho que traz
mais sustentabilidade e apoio à empresa. Agora, a universidade transforma esses resíduos em pó e eu
incorporo nas nossas solas. Ao fim
Portugal Inovador
e ao cabo são três ideias centrais: a
inovação, a biodegrabilidade e a incorporação de resíduos reciclados”.
Sendo a sola a sustentabilidade do
sapato, pois, “uma boa sola é 50%
do sapato vendido” o design da sola
é fundamental para criar o sapato
que o cliente idealiza.
Caminhar
para o futuro
Um projecto ambicioso é o que
Manuel Gonçalves Oliveira tem em
mãos neste momento. A estratégia
futura da empresa passa por alargar
a gama de produtos. “É um sapato
extremamente confortável, com o
mesmo material da Sunflower e com
cortiça. Esta também degradável e
natural”.
Quanto ao equipamento, este foi
alterado de forma a conseguir obter
a melhor rentabilidade dos componentes de calçado criados.
Ambiciona manter-se em contacto
com o mercado externo que significa
cerca de 90% das vendas. “Após
concluir a sola, esta é enviada para
o cliente português que, depois de
finalizar o sapato, envia para o seu
fornecedor estrangeiro. Aqui entram
os 90% de exportação da nossa sola.
Contudo, ressalva Manuel Gonçalves
Oliveira, “nós também exportamos
directamente, principalmente agora
com a Sunflower que sai da Globotrilha pronta a ir para o pé do cliente”.
Uma empresa com garra, com um
potencial que pode ser despoletado
de uma forma imensa, como “se
despoletam os projectos das multinacionais”.
Página Exclusiva 65
Portugal Inovador
A dar cartas
com marca própria
A Qualishoe, de Vila do Conde, segue a política que faz com que a indústria de calçado
tenha sucesso hoje: a criação de marca própria. Criou duas: a Aces of London, dirigida
para essencialmente para mulher, e a Nevermind, vocacionada para um nicho específico, os góticos. Com isto, factura cerca de 2,5 milhões de euros anuais.
Pedro Cunha, 42 anos, trabalha há 26
anos no ramo do calçado. Em 1996,
decidiu criar a Qualishoe, que está
inserida no grupo Adventure Book/
Sleek, com grande tradição há três
gerações no sector do calçado.
Os nomes das marcas, Aces of London, nome inspirado nas cartas de
jogo e com uma imagem urbana, e
Nevermind, dizem já que a empresa
quer afirmar-se internacionalmente.
A empresa comercializa para várias
lojas no mercado externo, sendo a
Alemanha o mercado mais forte. É
constante a participação da Qualishoe em feiras internacionais, como
a LondonEdge, dedicada ao gótico,
a Riva del Garda, Italmoda, GDS e a
Micam.
A Nevermind, é uma marca direc-
Página Exclusiva 66
cionada para os “punks”, góticos e
“rockers”, tem “uma carteira de clientes interessante”, nas palavras de
Pedro Cunha. Já marca presença em
vários mercados, destacando-se o
europeu. A qualidade dos seus produtos, com solas em borracha e pele
de boa qualidade, marca a diferença
para fazer frente à concorrência dos
países asiáticos.
Diversificar
Uma das vantagens da empresa é
trabalhar com várias fábricas que lhe
permite ter uma colecção mais completa, com vários tipos de produtos. A
Qualishoe procura “fazer um produto
bom, com bom preço, dentro das
tendências de mercado”, frisa Pedro
Cunha. “Temos de estar sempre um
passo à frente para conseguirmos
impor-nos no mercado”, adianta. O
serviço de apoio ao cliente é outra
mais-valia: “Temos uma pessoa só
para fazer telefonemas aos clientes
e o serviço pós-venda”, diz Pedro. A
aposta em marca própria, como explica o gestor, implica um trabalho de
controlo de todo o processo desde o
desenvolvimento das colecções, comercialização, processamento das encomendas, passando pela produção,
até ao momento pós-venda.
No futuro, a empresa quer vincar a
sua presença noutros mercados além
do alemão, e consolidar-se, através
da participação em feiras, na Suíça,
Áustria, França e Itália. E, como sempre, continuará também a apostar no
trabalho com estilistas para a criação
de modelos próprios.
Tudo para a Qualishoe manter a qualidade do nome, afirmar-se no mercado global e vencer a(s) crise(s): “Hoje
é muito importante termos um produto correcto, com um preço correcto,
cumprir com os prazos de entrega
e manter uma boa qualidade, além
do bom serviço ao cliente”, defende
Pedro Cunha. “É muito difícil ganhar
clientes novos, mas podemos perdê-los em dois tempos”, conclui.
Portugal Inovador
Pode parecer complicado, para uma PME, apanhar o grande comboio da inovação, rumo
à sustentabilidade, mas existe no mercado um sem-número de opções que ajudam o
empresário a obter o bilhete para a grande viagem.
Neste pequeno país à beira mar plantado, os obstáculos ao sucesso de
uma PME são muitos. Desde a badalada conjuntura actual, à definição de
uma estratégia empresarial, passando pelo crédito mal-parado ou pela
dificuldade em cumprir a exigente legislação em vigor, o empresário tem
de ter pulso firme e ter a certeza do
que quer para a sua empresa. Não
se resignar ao convencional e instituído, criando, pelo contrário, novas
soluções. O comboio da inovação
passa todos os dias, a todas as horas
e tem bilhetes a preços acessíveis
para os empresários. Porque não
fazer a viagem? A sustentabilidade da
sua empresa está a curtos quilómetros de distância. Entre, sente-se e
disfrute da viagem!
Planear a viagem
De início, pense em arranjar algum
financiamento para a viagem. Até à
sustentabilidade é um longo percurso
que não precisa, necessariamente,
de ser financiado na totalidade pela
empresa. O Quadro de Referência
Estratégico Nacional dá uma ajuda
na compra do bilhete, basta para
isso apresentar uma proposta inovadora nas áreas da indústria, comércio,
serviços, turismo, energia, transportes
e logística ou construção. Projectos
como o investimento tecnológico ou a
criação de sinergias entre empresas
são reconhecidos como relevantes
e mais susceptíveis de receberem
apoio.
Embarque e viaje
Prepare-se neste momento para a
grande travessia. O percurso vai ser
sinuoso, com dificuldades constantes
que apenas compensarão com a chegada à terra prometida da sustentabilidade. A inovação é o meio. Qualifique
a sua empresa, aplique ideias e dê
asas aos seus projectos. Aproveite o
tempo de viagem para criar um gabinete de I&D na sua empresa. Lembre-se que produtos criados por quem
deles precisa e por quem melhor os
conhece têm maior probabilidade de
vingar no mundo empresarial.
A viagem é longa e terá de parar
várias vezes nos apeadeiros para organizar ideias, estudar o mercado e
procurar o que está em falta na oferta
da sua empresa. Abra o leque, não se
limite ao convencional e chegará mais
rápido ao destino.
Chegada
ao destino
Terminou a viagem para os audazes
que até aqui chegaram. A conquista
do mercado, pela surpresa, é agora
uma realidade. Os números aumentam, o prestígio não lhe fica atrás e
todo o esforço financeiro e de logística compensa finalmente. A inovação
deu origem à tão esperada sustentabilidade e trouxe um bónus: abriu novos mercados.
Agora, congratule-se pela aposta na
inovação e benefície de todas as vantagens que daí surgiram. Não caia no
erro de estagnar no tempo… Ainda
há tempo para inovar, e o tempo é
hoje. Faça de novo as malas, arranje apoios, tire o bilhete, e faça-se
de novo à estrada! Próximo destino:
internacionalização!
Tomé Nunes
Página Exclusiva 67
Portugal Inovador
Crescer para ajudar
A Mobilitec investe na proximidade com as pessoas com necessidades especiais que
recorrem aos seus serviços. Tudo o que ganha é para investir nos apoios materiais, técnicos e sociais a estas pessoas. De 3 mil euros anuais de facturação no primeiro ano, a
empresa cresceu para mais de 2 milhões de euros em 2010. “Fazer a diferença” é o seu
lema.
Apoio físico
e social
A Mobilitec, sedeada na Maia, perto do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, dedica-se à comercialização
de material ortopédico e hospitalar. Oferece aos clientes produtos
de várias marcas de gama baixa,
média e alta (alta porque significa
maior qualidade e autonomia, mas
não luxo), mas também dá apoio
técnico e assistência social e psicológica.
A empresa dispõe de um centro
logístico na Maia onde armazena o
stock, presta assistência técnica, e
efectua as tarefas de gestão, além
das duas delegações comerciais:
na Maia e em Lisboa para venda e
assistência ao cliente.
Esta empresa começou quando,
em 2002, Helena Vitorino e Manuel
Ribeiro saíram da fábrica onde trabalhavam e abriram a sua própria
empresa, apresentando um projecto, que na altura rondou os 100 mil
euros, ao Instituto de Emprego e
Formação Profissional. Mais tarde,
Página Exclusiva 68
Helena e Manuel receberam também apoio do projecto MODCOM
(Modernização do Comércio) do
IAPMEI para alargarem o negócio.
De lá para cá, a empresa cresce,
passando de três colaboradores
no início para 24 actualmente, alguns dos quais com deficiência
motora. E recebe muita atenção
da comunicação social como empresa empreendedora e inovadora, apesar de não obter apoios e
reconhecimento do Estado.
A Mobilitec escolhe os melhores
produtos e investe cerca de dez
mil euros por ano em formação
aos seus técnicos em Portugal e
no estrangeiro. Dispõe também de
equipamentos de demonstração e
de um gabinete de terapia ocupacional com técnicos especializados que validam todo o processo
de venda desde a fase de avaliação das necessidades do cliente
até à disponibilização e entrega da
ajuda técnica.
Mas a Mobilitec não se limita a
vender o produto. Além de dar
garantia de satisfação ao cliente,
que poderá receber o dinheiro se
não ficar satisfeito com o serviço,
a empresa faz todo um acompanhamento das pessoas com deficiência, desde a avaliação das
suas reais necessidades até à
reinserção social e profissional.
Dispõe mesmo de um Gabinete de
Acção Social. A empresa foi pioneira neste meio a disponibilizar
este tipo de serviços (terapeutas
ocupacionais e assistentes sociais).
As pessoas com mobilidade reduzida carecem, sim, de apoios do Estado. “Na Europa as ajudas técnicas são dadas pelo Estado, mas,
nisto, Portugal é um pouco terceiro-mundista. Muitas vezes, não
é o Governo que é responsável por
não dar, mas são as pessoas que
não sabem exigir os seus direitos”,
frisa Manuel Ribeiro. “Muitas destas pessoas com deficiência vivem
no limiar da pobreza e são até por
vezes exploradas pelas televisões
e até instituições de caridade à
procura de protagonismo”, denuncia o gerente da empresa.
Aplicar a lei para
ajudar “amigos”
Além do objectivo comercial, há
aqui uma preocupação social, até
porque muitas vezes o pagamento
do equipamento que vendem che-
Portugal Inovador
ga tarde. O que move esta equipa
é aplicar a lei a favor da vida destas pessoas, que se tornam suas
amigas, nas palavras de Manuel
Ribeiro. Move-os o futuro destas pessoas que, após a queda
e a destruição, se levantam e
sonham. Porque nunca desistem
de viver. “Isto é o que me marca
mais: fazer algo de positivo para
alguém melhorar a sua vida”, diz
a responsável comercial, Helena
Vitorino, que muitas vezes se esquece que é responsável “comercial”.
Apesar das dificuldades que enfrentam, lutando contra a deficiência e as faltas de apoios e outros
tipos de barreiras (físicas e psicológicas), Helena Vitorino sente-se orgulhosa do trabalho que
realiza: “Ainda há pouco tempo
fomos ao Algarve e um cliente, tetraplégico, mostrou-nos a sua casa
que está a ser construída. São estas coisas que nos dão satisfação
e força para o futuro”.
“O nosso único objectivo é orientar e esclarecer as pessoas que
vêm ter connosco”, sintetiza Sílvia
Silva, directora administrativa e financeira.
No futuro, a Mobilitec tenciona expandir-se além-fronteiras. Tem já
previsto um projecto de expansão
para Espanha em 2011. E quer fazer história. “Estamos cá para deixar marca e deixar história, apostando numa área desapoiada em
Portugal”, conclui Manuel Ribeiro.
A equipa considera-se empreendedora por dar a estas pessoas “a
dignidade que elas merecem para
viver”. Hoje são essas pessoas,
amanhã podemos ser nós a lutar
por esta dignidade.
Página Exclusiva 69
Portugal Inovador
“Vendemos soluções”
A Bombas Wilo – Salmson Portugal Sistemas Hidráulicos, Lda é a filial portuguesa do
grupo multinacional alemão Wilo, que possui fábricas na Europa e Ásia e filiais um pouco
por todo o mundo. Situada no centro da cidade do Porto e com escritório em Lisboa, a empresa tem ao dispor sistemas de bombagem para aquecimento, abastecimento de águas
e tratamento de águas residuais.
Inicialmente com o nome de
Bonneville Oliveira, a empresa
criada em 1991, tinha apenas
capitais nacionais e começou por
ser representante de uma marca
italiana, passando em 1994 a
representar a Salmson, marca do
grupo Wilo. Passado algum tempo, a Wilo demonstrou interesse
em criar uma estrutura pertencente ao próprio grupo em Portugal,
e depois de chegar a acordo com
os sócios de então, adquiriu a empresa, em vez de criar uma filial de
raiz no nosso país. Na altura a empresa manteve o nome, mas como
o grupo detinha duas marcas, foi
feita a aposta na Wilo, e em 2004
o nome foi alterado para Bombas
Wilo – Salmson Portugal Sistemas
Hidráulicos, Lda. Ao longo destes
anos, o grupo Wilo tem mesmo
crescido significativamente devido
a esta aposta na implantação de
várias filiais pelo mundo inteiro que o faz ter cerca de 6000 funPágina Exclusiva 70
cionários - e na forte dinamização
das mesmas, tendo em vista o seu
desenvolvimento.
Gama vasta
O director comercial ibérico do
grupo Wilo, Paulo Fernandes,
bem como todo o seu staff, considera que a multinacional vende
soluções dentro da sua área de
actuação que são os sistemas
hidráulicos. A gama de produtos
do grupo inclui bombas para AVAC
que podem entrar, por exemplo, no
processo de fabrico da caldeiras, e
outras de maiores dimensões aplicadas só no momento da instalação. Os clientes da Bombas Wilo
e do próprio grupo são, por isso,
os instaladores e fabricantes, ou
então distribuidores que fornecem
os primeiros.
Em termos de aplicação dos
produtos, a empresa apresenta
soluções de aquecimento, abastecimento de águas e tratamento
de águas residuais destinadas a
quatro áreas bem definidas: os
edifícios residenciais e os edifícios
de prestação de serviços, para os
quais, de acordo com Paulo Fernandes, têm “desde a bomba para
fazer a circulação da água quente,
a recirculação das águas quentes
sanitárias, passando pela bomba
para o poço ou furo que por vezes
as pessoas têm em casa, até à
bomba e sistemas para pressurizar
as redes internas de, por exemplo
hotéis e hospitais, e outras para
encaminhar as águas residuais;
o abastecimento e distribuição de
água, tanto ao nível da pressurização como das águas residuais ao
nível municipal; e a área industrial
que requer soluções mais específicas. “Na indústria e também no
abastecimento de águas municipais, as soluções têm de ser variadas porque o líquido pode não
conter apenas água, e nós temos
a flexibilidade exigida para alterar
os materiais do equipamento. Por
exemplo, se temos uma bomba
em ferro fundido a trabalhar com
águas residuais, e estas forem
agressivas para o material temos
outras opções, ou revestimentos
adequados, para que o tempo de
vida útil do equipamento possa ser
prolongado”, explica Paulo Fernandes.
Eficiência
garantida
A gama de produtos é assim
bastante variada, mas o que de
Portugal Inovador
facto distingue os equipamentos da
Bombas Wilo dos da concorrência
é a sua eficiência. “Nós temos uma
série de programas de desenvolvimento de novos produtos, tendo
em conta a eficiência para que os
equipamentos poupem o máximo
de recursos possível, antecipando
a entrada em vigor da directiva europeia Ecodesign que regulará o
nível de eficiência dos produtos.
Em relação às bombas de aquecimento, temos um produto único
no mercado, a Wilo-Stratos-Pico,
que permite a nível residencial,
segundo um estudo alemão independente, uma poupança energética de até 90% em relação a uma
bomba standard. A ideia é que a
bomba tem de consumir a energia que é necessária em determinado momento para o conforto
das instalações, e havendo esta
adaptação quase instantânea conseguimos uma optimização de funcionamento em relação a bombas
mais antigas sem regulação electrónica que trabalhavam quase
sempre no mesmo registo. Além
disso, a eficiência passa também
pelos custos de manutenção”,
conta Paulo Fernandes.
Além da comercialização, a empresa presta assistência técnica
no local da instalação e nas suas
instalações, tanto de prevenção
como para tratar de alguma avaria.
O grupo tem, aliás, investido muito
nesta área em todas as suas filiais.
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Portugal Inovador
“O cliente é que manda”
A Metalva – Sociedade de Construções Metálicas de Valongo, Lda, desde Maio sedeada
em Gandra, Paredes, iniciou o seu percurso de sucesso em 1987, muito devido à aposta
na manutenção que realiza nas maiores empresas industriais do país.
Com certificação de qualidade, um
requisito cada vez mais exigido pelos
clientes, a Metalva fabrica estruturas
soldadas metálicas, em ferro e aço
inoxidável, de pavilhões, escritórios,
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pisos elevados, coberturas, realiza a
montagem e também a manutenção
(reparação e substituição de peças)
desses produtos e de outros dos
mesmo materiais. A manutenção dos
guindastes do porto de Leixões, da
cobertura das instalações da Siderurgia Nacional e de postos de abastecimento da Petrogal, bem como a
produção de estruturas para essas
entidades, são alguns exemplos de
trabalhos da empresa.
Quando questionado sobre os factores que têm contribuído para a
afirmação da empresa no mercado,
o fundador e gerente da Metalva,
Manuel Meireles, prefere que sejam
os clientes a referi-los, embora saliente que “é um óptimo indicador e
um bom retorno o facto de pagarem
a factura, e voltarem a solicitar-nos.
Não temos vendedores na rua, o que
nos faz vender é o nosso trabalho.
O cliente tem de ficar satisfeito, ele é
que manda na nossa empresa”.
No futuro, a Metalva pretende manter
a sua posição no mercado nacional,
não estando nos seus planos a internacionalização, no entanto existe
uma empresa que lhe adquire produtos para comercializar em Marrocos e
França, e já recebeu vários convites
para trabalhar em Angola, Moçambique e no Congo.
Portugal Inovador
Grupo empreendedor
e diligente
O grupo Silgueirense, criado em 1999 por José Henriques e Nazaré Henriques, proprietários do grupo, compreende três empresas: a Silgueirense Construções, Lda a Silgueirense Máquinas e Ferramentas, Lda., e a Silgueirense Granitos, Lda.
O grupo
Câmaras municipais, juntas de
freguesia e diversas empresas
são alguns dos clientes que
constam do vasto currículo da
Silgueirense Construções.
A Silgueirense Construções. foi
fundada em 1999 em Viseu e é
“a mãe da Silgueirense Máquinas e Ferramentas e da Silgueirense Granitos”. Por sua vez, a
Silgueirense Máquinas e Ferramentas, situada em Tondela, foi
criada em 2006. Esta destina-se
a vender “material de construção
civil, máquinas, andaimes, etc.,
dentro e fora do país”. A última
empresa do grupo a ser criada
foi a Silgueirense Granitos, em
Penalva do Castelo em 2007,
que se dedica “à extracção,
exploração e transformação de
granitos, onde os granitos são
para nosso consumo e para
fornecer a Silgueirense Construções. Além disso, exportamos também para França, Alemanha, Itália, etc.”, explicou
José Henriques. Actualmente, a
empresa trabalha em Portugal e
Europa.
História
de sucesso
Foi numa altura em que a construção civil estava em voga, que
a primeira empresa do grupo foi
criada por um casal jovem e empreendedor com dois propósitos. Primeiro “para benefício da
minha vida e da vida de quem
emprego; em segundo, porque
as três empresas chamam-se
uma à outra. Se a Silgueirense
Construções tinha 100 clientes,
hoje tem 200. Tudo porque
chamou clientes para a Silgueirense Máquinas e Ferramentas,
e para a Silgueirense Granitos,
e vice-versa”.
O império que é hoje o grupo
Silgueirense foi “obtido com
muito sacrifício. Posso dizer
que a Silgueirense Construções
foi fundada por mim e pela minha esposa, Nazaré Henriques,
apesar do início da actividade
ter sido cá em Portugal, trabalhei 11 anos na Alemanha.
Contudo, em 1999 arrancou em
Portugal e na Alemanha. Cheguei a ter na Alemanha 179 empregados e 36 em Portugal”.
Concorrência?
Não existe!
O grupo presta vários tipos de
serviços. Desde a “construção
civil; saneamentos; construção
de muros; pavimentações, embora o nosso forte seja calçadas, daí ter feito sentido criar
a Silgueirense Máquinas e
Ferramentas e a Silgueirense
Granitos, pois a Silgueirense
Construções compra um grande
número de máquinas e granitos. Essa foi a minha maneira
de ver o mercado onde me lancei.” Mercado este que faz com
que hoje contem com uma frota
de 74 veículos que circulam por
terras de Portugal.
Durante esta entrevista, José
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Portugal Inovador
Henriques revelou ter carisma
e sentido prático e eficiente no
que à concepção de novos horizontes diz respeito. Embora o
futuro seja ainda uma incógnita,
pois apenas “Deus é que sabe”,
o proprietário do grupo Silgueirense, levantou um pouco o
véu e referiu existir um projecto
que ambiciona para o futuro e
fez questão de evidenciar que
nunca teve receio de se lançar
fosse ao que fosse. “Durante a
noite eu penso, e no outro dia
eu já estou a apostar. Acredito
plenamente nos meus negócios.
Costuma-se dizer que quem tem
medo compra um cão. Esta é a
minha maneira de ver as coisas. Temos de ser positivos e
não negativos, e aquilo que eu
digo a mim próprio, aos meus
clientes, funcionários e fornecedores é que não podemos pensar na crise. Existe a crise, mas
não podemos pensar nela”.
Ideologia que tenta seguir à
risca, e que lhe dá garantias
de não ter concorrência. Pelo
menos, não à altura do grupo
empreendedor que é o grupo
Silgueirense. “Em boa hora o
diga, mas eu não tenho concorrência. Perante a Silgueirense Construções, Silgueirense Máquinas e Ferramentas
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e Silgueirense Granitos, é com
muito orgulho que digo que não
tenho medo da concorrência.
Baú do futuro
Embora existam projectos traçados para o futuro, por enquanto
estão ainda dentro do baú, no
segredo dos Deuses… Mesmo
que se trate ainda de um segredo profissional, José Henriques garante que “vai ser uma
grande surpresa para o distrito
de Viseu. É um bom futuro que
não existe aqui. É uma obra de
arte que trouxe de fora… Ideias
tenho eu, e esta ideia espero
que seja para breve.
Onze anos ao serviço da construção, o proprietário faz questão
de agradecer a si próprio, “à
minha esposa e à Alemanha,
que foi onde ganhei o meu
di nheiro para poder inves tir no
nosso país.”
Por último, mas não menos
importante, José Henriques
frisa o motivo pelo qual o grupo
Silgueirense deve ser prioritário
na mente de quem procura os
serviços de construção que
estes prestam. Antes de mais,
“principalmente pela qualidade
e rapidez dos nossos serviços.
E porquê? Porque eu, como
proprietário das empresas, sou
uma pessoa que acordo todos
os dias às 6h e vou dormir à 1h.
Trabalho para que nada corra
algum risco. É por este motivo
que eu digo que não temo a
concorrência”.
Portugal Inovador
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Portugal Inovador
A força da qualidade
A Vimeork é uma jovem empresa de Viseu que trabalha na área da serralharia civil. Apesar de bastante recente (2007) esta empresa está a dar cartas no mercado francês
A história da Vimeork é idêntica à
de muitas outras empresas espalhadas pelo país. “Eu já trabalhava noutra empresa da mesma
área de negócios que acabou por
fechar. Como este tinha sido o
meu primeiro trabalho, agarrei a
oportunidade e dei continuidade
à empresa, aproveitando o facto
de já conhecer os operários e os
clientes”, refere em conversa à
revista” Portugal Inovador” Hugo
Oliveira, gerente da empresa.
A Vimeork começou a sua
actividade em 2007, na cidade
de Viseu. É uma serralharia civil
que trabalha em três vertentes:
caixilharia de alumínio (janelas,
portas…), estruturas em ferro
(gradeamentos) e, finalmente,
estruturas em inox (elementos de
decoração…).
Com todas as dificuldades inerentes ao início de um novo negócio
e dada a conjuntura económica,
a empresa foi consolidando a sua
posição no mercado. “Como a
nossa actividade está muito ligada ao sector da construção civil,
começamos desde cedo a sofrer
com os reflexos da crise”, relembra o gerente.
Com muita vonta de vingar e
apoiados pelos clientes, o trabalho nunca faltou a esta empresa viseense. Neste momento, a
Vimeork está a investir em maqui-
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naria, viaturas e outros materias
de apoio de forma a fortalecer
ainda mais o trabalho.
Mercado
Internacional
Com uma produção de cerca de
80% para empresas, a Vimeork
começou em 2008 a trabalhar
para o mercado externo.
“Como já referi a o sector da construção civil em Portugal baixou
bastante a produção, por isso
começamos a trabalhar para o
mercado francês, principalmente
através da exportação de caixilharia de alumínio”, refere Hugo
Oliveira. Segundo o gerente “há
alguma diferença de preço entre
o produto português e o francês,
facto que aliado à procura de
muitos emigrantes portugueses
que trabalham em França na área
da construção civil”, aumentou o
sucesso internacional da empresa.
Neste momento cerca de 70% da
facturação da Vimeork é para feita
em França. “O mercado francês é
muito bom, mas tem duas grandes
exigências: uma delas é a qualidade e a outra é o cumprimento
de prazos. Posso diz que um dos
meus actuais grandes contactos
foi realizado por acaso, porque o
cliente teve acesso à qualidade
e ao cuidado do nosso trabalho”,
refere orgulhoso o gerente.
Com um produto de grande qualidade e uma boa relação qualidade/
preço, Hugo Oliveira pretende
“continuar a apostar no mercado
francês e aumentar a produção,
mas de forma sustentada”.
Portugal Inovador
Peças que perduram
INTEMPORAL é o nome de duas Lojas no Porto e em Matosinhos, que têm ao dispor de
quem as procura joalharia e relojoaria de marcas internacionais e de fabrico nacional.
Oferece ainda relógios e complementos mais acessíveis, peças de prata para adorno pessoal e de casa. Artigos que seguem as tendências da moda, mas com um toque clássico,
para homem e mulher de qualquer idade.
Joaquim Novais, gerente da Intemporal, já trabalha no ramo desde
1979, tendo começado muito novo
num escritório de fabrico e comercialização de joalharia durante cerca de 6 anos. Enveredou a seguir
pela parte comercial, trabalhando
como funcionário de balcão, neste
sector, 18 anos. Nesse período,
a ideia do empresário sempre foi
a de iniciar o seu próprio negócio
e, em 2003, ano em que completou 40 anos de idade, abriu uma
pequena loja na Rua 31 de Janeiro
no Porto. Pensou ser um excelente
local devido à dinamização da
Baixa provocada pelo facto de a
cidade ter sido capital europeia da
cultura. “As coisas correram bem
logo desde o início, devido a alguma agilidade comercial da minha
parte, bem como ao apoio desinteressado de pessoas amigas , as
quais ajudaram e muito a publicitar
o estabelecimento”, conta Joaquim
Novais.
Contudo, aquele era um espaço demasiado pequeno, onde
Joaquim Novais não podia acolher
as pessoas com a conveniência
desejada, nem apresentar grandes
marcas internacionais. Então, em
2005 abriu outra loja em Matosinhos, zona nobre e em crescimento, pois a Boavista, outra zona rica
em lojas de charme, não era muito
viável, dado que existiam outras
empresas muito fortes deste sector, com as quais não havia a necessidade de colidir. Em 2007, a
loja da Baixa passou a funcionar
numas instalações bem maiores
na Rua Júlio Dinis (junto à Rotunda
da Boavista), de forma também a
poder disponibilizar produtos para
os mais jovens, nomeadamente
complementos dos relógios de
marcas moda conhecidas, já que
no entender de Joaquim Novais,
“os clientes de hoje poderão ser
os de amanhã”. “Não abrimos as
lojas com a força actual. Este é um
sector onde a necessidade de investimento é enorme e constante,
para além das compras serem
feitas por antecipação, não sabendo se vamos vender”, explica.
Por isso, para estar actualizado,
agradar aos clientes e rentabilizar
o negócio ao máximo, Joaquim
Novais tenta beber um pouco dos
mercados internacionais, deslocando-se frequentemente a feiras
no estrangeiro.
Para todos
os gostos
As peças de joalharia feitas à medida ou segundo ideias de Joaquim
Novais, e fabricadas em Portugal,
são concebidas por joalheiros do
Porto. No seu entender só se deveria dar este nome a peças em
metais e pedras preciosas. Essas
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Portugal Inovador
não são assim tão inacessíveis,
pois ao serem os seus parceiros a
fabricá-las, existe somente um intermediário, e desse modo o preço
será muito mais condizente com o
valor real da peça.
A Intemporal ainda não tem a sua
própria oficina, pois necessitaria
de um espaço próprio certificado e
um registo na Contrastaria de marca fabricante. No entanto, os seus
parceiros locais correspondem em
tudo ao seu projecto, sendo que
neste momento apenas está licenciada para fazer importação, podendo igualmente distribuir esse
produto.
As peças importadas feitas por encomenda vêm geralmente de Espanha e Itália, sem marca, sendo
depois legalizadas com a marca
da Intemporal. Além dessas, a
empresa também importa peças
de marcas conceituadas destes
países. Contudo, a oferta da Intemporal não fica por aqui, existindo igualmente relógios de várias
marcas, esferográficas e peças de
decoração. Na loja da Rua Júlio
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Dinis é prestado ainda o serviço de
relojoeiro a toda e qualquer marca
de relógios. Um serviço que, no
entender de Joaquim Novais, “é
raro encontrar neste tipo de estabelecimentos”.
Clientes
de várias origens
A Intemporal tem já uma carteira
de clientes quase todos fidelizados, e alguns deles estrangeiros
que nem moram em Portugal,
porque a empresa tem, como refere Joaquim Novais, “uma forma
diferente de estar no mercado,
que preza a relação humana com
o cliente, sem uma postura agressiva de vendas”. Uma questão a
que o gerente dá muita atenção e
que passa pelo envio de postais
personalizados de aniversário e
datas festivas.
Crescer
como marca
O futuro não passa por abrir
mais lojas, pois, de acordo com
Joaquim Novais, “este é um sec-
tor onde o aconselhamento é
bastante necessário e em que os
clientes prezam muito o contacto
com o proprietário, apesar das
pessoas nos procurarem independentemente disso”. No entanto,
o gerente da Intemporal sente a
necessidade de estar presente,
e verifica que não se pode desdobrar mais ainda. Criar uma loja
com as características das suas
num centro comercial não passa
pela cabeça de Joaquim Novais,
pois o atendimento deixaria de
ser tão personalizado como pretende, devido à grande afluência
de público que perturbaria muitas
vezes uma conversa relaxada e de
proximidade.
Deste modo, os planos para os
próximos tempos passam pela
conquista da representação de
outras marcas internacionais, e
pela afirmação da marca no mercado, além da homologação desta
associada ao slogan «Momentos
de Sempre». Ainda no que toca a
novidades, em breve a Intemporal comemorará o seu sétimo aniversário e colocará à disposição
dos clientes, durante um determinado período, expositores ainda
mais completos.
Portugal Inovador
Construção transversal
A Compactismo – Decorações e Construções, Lda, criada em 2000, dedica-se não só à
concepção, remodelação e recuperação de espaços interiores de habitações, escritórios e
estabelecimentos comerciais dos mais diversos sectores, mas também à remodelação ou
construção de base de edifícios e moradias. A empresa tem-se destacado desde o início
devido à rápida execução das obras e à seriedade para com os clientes, que lhe garante
a sua fidelização.
A elevada capacidade técnica e a larga
experiência da sua equipa de profissionais fazem com que a Compactismo esteja preparada para responder
a todo o tipo de necessidades do seu
principal mercado, o da construção de
espaços interiores, executando projectos quer de espaços comerciais,
como de estabelecimentos de pronto-a-vestir, calçado, telecomunicações
e alimentação, quer de escritórios e
habitações. No entanto, se ao início
esta era apenas a sua actividade, o
crescimento subjacente e a procura
mais alargada por parte dos clientes
levou a que a empresa, actualmente,
também remodele ou construa edifícios e moradias de raiz.
Neste momento, a Compactismo está
a trabalhar em 12 obras, entre elas a
construção de mais um restaurante
McDonald´s em Braga, contando já
no seu portfólio com outros estabelecimentos da cadeia norte-americana, delegações do BES em várias
cidades e as clínicas Foz e de Gaia,
entre outros. Ainda este ano, e de
acordo com o sócio-gerente Joaquim
Gonçalves, “a empresa começará
a trabalhar em Angola e no início do
próximo ano em Moçambique, onde
irá abrir filiais e trabalhará com parceiros locais”.
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Portugal Inovador
Zona segura
José Manuel, Mário e Marco querem trazer para a segurança privada no Porto a força da
diferença. É isto que desejam, de dia e sobretudo numa noite nem sempre terna. Os três
conversaram com a “Portugal Inovador” sobre o estado da segurança privada e os seus
objectivos.
A segurança privada em Portugal
No dia 15 de Outubro, começou a
equipa da Safezone, sedeada numa
casa nova na Rua do Bonjardim, ao
Marquês, a dar os primeiros passos na segurança privada, mas já
com uma experiência e um conhecimento de anos noutras empresas. A Safezone serve, durante o
dia, essencialmente empresas de
construção, escritórios e empresas
de condomínio, em paralelo com o
serviço prestado às chamadas casas de diversão nocturna.
A equipa conhece bem o terreno
que vai pisar. José Manuel é o
mais experiente dos três sócios
fundadores, um segurança muito
requisitado em Portugal: “Este
homem dava um livro, uma enciclopédia, mas acho que vocês não
têm tempo para isso”, disse-nos
Marco Monteiro.
O que querem trazer de novo os
homens da Safezone? “Duas coisas”, responde Marco Monteiro,
“trazer qualidade à segurança
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diurna e profissionalidade à segurança nocturna, coisa que existe
muito pouco na cidade do Porto”,
onde a ilegalidade, o amadorismo
e a precariedade laboral imperam.
A Safezone quer também fazer a
diferença na vestimenta usada:
substituiu as cores habituais pelo
azul claro. “Decidimos ser diferentes em tudo, fugir da regra, do
habitual, porque as pessoas já
estavam habituadas aos cinzentos, pretos e vermelhos”, salienta
Marco.
A equipa quer ser, sobretudo,
credível e competente. Marco confessa-se um “idealista-romântico”,
mas tenciona aplicar essa postura
de credibilidade: “Acho que as
pessoas podem estar nesta vida
e neste negócio direitos, trabalhar
legalmente. Isto pode não ser
compatível com a vida real, mas
enquanto eu acreditar nisto vou
continuar”, diz com a sua voz firme
e rigorosa.
Marco Monteiro afirma que a legislação sobre segurança privada em
Portugal é “uma grande legislação,
bastante completa”. Para o nosso
entrevistado, é necessário apenas
uma mudança de mentalidades
relativamente ao papel do segurança, assim como é crucial que se
pratique mais a lei e que a polícia e
os seguranças privados interajam
e se ajudem mutuamente: “Isto não
é uma concorrência desleal, os seguranças precisam dos polícias e
os polícias dos seguranças”, frisa
Marco Monteiro. O próprio Estado
de Direito e a liberdade precisam
dos seguranças, que estão subordinados ao Ministério da Administração Interna.
O que é um
bom segurança?
Um bom segurança não vale só
pelo físico, ou pela noção errada
de que “sabe bater”. Aliás, calma
e paciência são duas palavras que
deve ter sempre na cabeça. Marco
Monteiro explica que um vigilante é
“um homem educado, inteligente”,
bom falante. É um “relações-públicas”. E tem autoridade sem ter
autoritarismo. “Queremos para a
nossa equipa um homem de respeito, que se vê, até pelo falar, que
é uma pessoa educada”, acentua
Marco. Um segurança, sobretudo
nos serviços da noite, deve transpirar respeito.
Os três sócios estiveram durante
o mês de Outubro a seleccionar
pessoal que responda a estes
Portugal Inovador
requisitos. E contrataram uma empresa externa para dar legalmente
150 horas de formação a cada
vigilante.
Sem tempos livres
A vida de segurança é uma vida
que exige uma entrega e dedicação muito fortes. A palavra a quem
sabe, Marco Monteiro: “Costumo
dizer que não é qualquer homem
ou qualquer mulher que vai para
esses espaços de diversão nocturna como segurança; tem que se escolher as pessoas a dedo, porque
é uma profissão muito complicada”.
Os seguranças, a quem Marco pede
que sejam altamente profissionais,
pois estão sozinhos a dar a cara
por uma empresa, devem também
ser bem remunerados e usufruir de
contratos de trabalho, uma vez que
isto favorecerá a qualidade do seu
trabalho.
O segurança José Manuel não responde a qualquer pedido: exige das
casas de diversão boa remuneração (que traduz respeito), dignidade, e respeito pela lei, porque
também se empenha bastante.
Não é por acaso que José Manuel
se sente orgulhoso: “Tenho a idade
que tenho e cheguei até aqui, criei
um bom nome porque faço um
serviço de qualidade”.
É sintomática do trabalho destes homens a resposta que nos dão sobre
o que fazem nos tempos livres: “Estamos a abrir uma empresa. Onde
é que há tempos livres? Neste momento não há tempos livres.” Que o
sucesso os segure na zona.
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Portugal Inovador
Ilha do tesouro
A empresa Tesouros Perdidos, sedeada em S. Mamede de Infesta, e com lojas em
quase todo o país, dedica-se à compra e venda de ouro.
A Tesouros Perdidos, criada em
2004, com mais de 200 colaboradores com formação adequada,
compra ouro em segunda mão, recicla-o e comercializa-o em barra,
no país e estrangeiro, sendo a Bélgica o principal mercado de exportação e as bolsas, como a de Antuérpia, um dos principais clientes.
A empresa investirá, em breve, na
abertura de mais sete lojas, três
só no Grande Porto. Além de ouro,
esta empresa também tem para
venda prata e jóias preciosas, algumas de valor incalculável.
A Tesouros Perdidos trabalha em
colaboração com os chamados
afinadores de ouro que avaliam o
toque do metal precioso e o tornam
fino para se criarem as barras. Há
aqui também um rigoroso controlo
dos objectos adquiridos, com um
envio permanente dos mapas das
compras para a Polícia Judiciária,
onde se detectam possíveis peças
roubadas.
Aposta ganha
As incertezas dos mercados levam
a uma aposta no ouro por parte de
várias pessoas. Este mundo está
em expansão, é uma ilha do tesouro num mercado em crise de
confiança. “As pessoas apostam
no ouro porque não têm confiança
na bolsa. O ouro é um bem sempre
seguro. Quem investiu em ouro
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teve um lucro à volta de 60% nos
últimos dois anos”, sustenta Manuel Reis, gerente desta empresa.
O negócio do ouro é também em
Portugal o “negócio do momento”,
diz Manuel Reis. A publicidade nos
jornais é cada vez mais intensa e
agressiva. Mas, segundo Reis, o
sector está a ficar sobrecarregado,
estando a entrar “pessoas que não
percebem nada de ouro”.
Segredo:
honestidade
A Tesouros Perdidos tem bom
nome no mercado. “Procuramos
fazer tudo com seriedade, cumprindo a lei”, afirma Manuel Reis.
“O nome conta muito hoje e quem
não se portar bem neste negócio
não está nele muito tempo”, acres-
centa. “Acima de tudo tem de haver
honestidade. Muitos contratos com
os nossos clientes e fornecedores
são feitos informalmente”, conclui
o líder da empresa. “Este é um
negócio sem grandes segredos.
O maior segredo disto é a honestidade. Quem tiver honestidade
faz vida, quem não a tiver fica pelo
caminho. Neste negócio, não há
hipótese de enganar. Como isto
funciona em circuito fechado, alguém pode enganar uma vez, mas
não engana mais, porque toda a
gente fica a saber”, remata Manuel
Reis.
Manuel Reis sente-se contente
com o seu trabalho: “Estou a fazer aquilo de que gosto. E quando
fazemos aquilo de que gostamos
já não é mau”, confessa.
Portugal Inovador
Saber ouvir os pacientes
O médico-dentista e nutricionista João Almeida Ribeiro dá o nome a um consultório em
Resende e a uma clínica dentária no centro de Matosinhos criados em 1999 e em 2003,
respectivamente, e que têm vindo a crescer a olhos vistos. A disponibilidade, empenho,
simpatia e o atendimento são os factores pelos quais os profissionais que ali trabalham se
tentam diferenciar.
Depois de ter criado o seu próprio
consultório em Resende, onde trabalha sozinho, e de ter exercido
numa clínica em Matosinhos, logo
após a conclusão da licenciatura
em Medicina Dentária, João Almeida Ribeiro decidiu estabelecer-se
por conta própria nesta última. No
princípio eram apenas três médicos-dentistas e uma assistente e,
actualmente, são já seis e mais
quatro assistentes. Um crescimento que, no entender de João Almeida Ribeiro, se tem devido “a uma
dedicação extrema à profissão,
até com prejuízo da vida familiar, a
par da constante actualização técnica, de forma a prestar o melhor
serviço possível”.
Resposta total
Todos os médicos-dentistas que
trabalham na Clínica de Matosinhos são generalistas, embora alguns já possuam especializações
e outros as estejam a frequentar.
Deste modo, ali são prestados
todos os tipos de consultas de
Medicina Dentária, existindo um
médico-dentista encarregado da
área da Ortodontia, uma colega
que se ocupa dos trabalhos de
Endodontia, o director clínico João
Almeida Ribeiro que faz reabilitação oral, abrangendo a Implantologia e a Cirurgia Oral, enquanto os
restantes três se dedicam a tarefas
generalistas, sendo que dois deles
executam também serviços de Implantologia, e de Dentisteria, respectivamente.
Apesar da mudança de instala-
ções em 2009 e de uma remodelação do espaço onde anteriormente
funcionava a clínica, o investimento não tem sido muito avultado. Na
verdade e, de acordo com João
Almeida Ribeiro, “o maior investimento tem sido mesmo nos cursos
que os profissionais têm frequentado”.
Vasto rol
de utentes
Quando questionado sobre os tipos de consultas mais procurados,
João Almeida Ribeiro revela que
hoje em dia, “já existe por parte
das pessoas uma procura muito
grande da clínica por motivos estéticos, embora o número de consultas de reabilitação oral seja o mais
significativo a par das consultas de
urgência para aliviar a dor”.
Neste momento, o número de
utentes da clínica já ultrapassa os
3000, para o que muito contribuem
as convenções com seguros de
saúde de entidades como a Médis,
Multicare,
Advancecare,
PT,
Caixa Geral de Depósitos, SAMS
Quadros e Dentired. A clínica aderiu também aos cheques-dentista,
mas João Almeida Ribeiro queixaPágina Exclusiva 83
Portugal Inovador
-se que “o trabalho é muito, comparado com o retorno que recebem
do Estado”.
Preços abaixo
da média
No que diz respeito aos preços
praticados, João Almeida Ribeiro
refere que esses “são semelhantes
aos habitualmente praticados no
Porto e em Matosinhos, estando
até abaixo da média”. A primeira
consulta tem um custo de 50 euros, onde poderá ser feita qualquer
intervenção incluindo exames de
radiologia, sem que o cliente tenha
de pagar mais por isso.
contudo a maior preocupação do
médico-dentista é estar o mais actualizado possível, tentando prestar
todos os serviços mais recentes
que surgirem na área da Medicina
Dentária, ser muito profissional e
honesto, mostrar boa disposição e
saber ouvir os clientes, e sobretudo não magoar ninguém. “O que
maior satisfação me dá é tratar um
paciente e ele no final dizer que
não sentiu nada. Isso faz com que
as pessoas voltem”, conta João
Almeida Ribeiro. Mesmo a concorrência das clínicas das faculdades
não preocupa muito o médico-dentista, pois pensa que “ é um tipo de
atendimento diferente”.
Preocupação reside
no profissionalismo “Ser diferente
A forte e crescente concorrência é para melhor”
um problema que, no entender de
João Almeida Ribeiro, deve preocupar os profissionais da classe,
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Nos tempos que se avizinham o
objectivo será manter o número de
utentes, e se possível aumentá-
-lo, não sendo necessário para tal,
acrescentar mais elementos ao
corpo clínico, porque, como explica João Almeida Ribeiro, “o actual
poderá dar cobertura ainda a mais
pacientes”. A par desse objectivo
a ideia será continuar a seguir o
lema do director clínico: “Tentar
ser diferente para melhor, de maneira a que as pessoas encontrem
algo de novo quando vierem cá e
saiam daqui satisfeitas”.
Portugal Inovador
A arte de bem viver
Quiroprática – centra-se
na localização, redução
e correcção de irritações
do sistema nervoso – está
disponível há cerca de um
ano, no Porto, na Clínica
Óptima Quiroprática. Shelly
Childers, médica e directora desta clínica, trabalha lá
há um mês.
Shelly Childers foi personal trainer,
o que lhe exigiu um estudo intensivo sobre nutrição e suplementos
alimentares. Especializada em
pediatria e gravidez, é também
certificada na técnica de Webster, desde 2008, e “graduada em
Quiroprática pela escola Palmer
de Qiroprática”. Com apenas 25
anos, a médica da clínica, já passou por Marrocos, Arizona e pelo
Brasil onde divulgou a mensagem
da Quiroprática. “A experiência e
paixão pelo que faço trouxeram-me a Portugal”.
Terapia alternativa
A Quiroprática assenta no facto
de que “todos os seres vivos têm
a capacidade inata para controlar
e regular a sua fisiologia interna,
seja a sua capacidade de adaptação ou a sua capacidade de cura.
A coluna vertebral é como uma
casa ou uma protecção da espinal
medula e dos nervos. O cérebro
transmite mensagens através dos
nervos para todo o corpo. Uma
subluxação vertebral, – quando
os ossos de uma articulação da
coluna vertebral estão desalinhados – que pode ser provocada
por preocupações, stress, pessimismo, ansiedade, má postura,
acidentes, falta de exercício, uma
dieta pobre, tabagismo, ingestão
de bebidas alcoólicas, traumas
no nascimento, etc., vai fazer com
que estas mensagens não sejam
bem transmitidas”. Sem recorrer
a cirurgias, nem a medicamentos,
apenas com as mãos, a médica
consegue rectificar a subluxação
vertebral.
Certificada na técnica de Webster
que ajuda a restaurar o equilíbrio
pélvico, Shelly Shilders ajuda também no parto e pós-parto enquanto
a criança precisar.
Osteoporose, esclerose, Parkinson, autismo, hiperactividade e
ciática são algumas das doenças
que podem encontrar melhorias
com a prática da Quiroprática.
Depois ou antes da intervenção
médica, a terapeuta, Fionnoula
Craft, faz a massagem que complementa o serviço médico.
Quanto aos que recorrem a esta
técnica, estes “vêm de todo lado,
principalmente da região norte”. A
Óptima Quiroprática disponibiliza
uma vasta panóplia de serviços.
“Nutrição, shiatsu, reflexologia,
workshops, aulas de nutrição, de
culinária e de yoga, é o que podemos oferecer”. A grande sessão
de abertura da Óptima Quiroprática decorrerá no dia 13 de Novembro, das 15h00 às 18h00.
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Portugal Inovador
Recuperar vida
Aqui, no SAE, em Espinho, recuperam-se vidas. Recupera-se a casa, a cidade, o trabalho,
o amor. Há custos, não se nega. Mas há ainda exemplos e conselhos gratuitos, histórias
que não se pagam, sorrisos. E vida.
Rui – chamemos-lhe assim – estava com a vida “desfeita num
oito”. Perdera tudo. Tudo o que
importa. Estava contra tudo, revoltado. Perdera o emprego, perdera
a mulher que amava. Os tribunais
bateram-lhe à porta. Quase perdera os pais: a sua confiança. Tudo.
Sabemos o que é tudo. “Chegou
aqui no fundo do poço, com uma
depressão enorme, muito débil,
não conseguia articular uma frase
em condições, manter um diálogo,
isolava-se”. E tudo isto demorou
mais do que este parágrafo, que
termina já, tentamos resumi-lo
com as nossas palavras, poucas
para a vida do Rui. Hoje, o Rui é
outro. Trabalha numa fábrica conceituada. Tem uma casa, sabemos
o que é uma casa, onde vive com
a companheira, que reconquistou, sabemos o que é o amor.
“Ele tinha alguma dificuldade em
pedir ajuda e confiar, conseguimos
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manter uma relação de confiança
com ele que se mantém até hoje”.
Sofreu ainda um revés: um tumor
no pâncreas. Mas deu ele, desta
feita, confiança à família. Partilha
já alegrias, também. Continua. É
uma vida, recuperada. Sabemos o
que é uma vida.
São histórias como a do Rui, contada por Margarida Monteiro, assistente social e terapeuta do SAE,
e aqui muito resumida e pontuada,
que passam pelo Serviço de Aconselhamento de Espinho. Nem todas podem ter um final como a do
Rui, mas quase todas têm-no.
Entramos
O SAE é um centro, criado em 1998,
por Luís Gonzaga, adicto em recuperação, já falecido, e inspirador
da equipa que cá trabalha, com o
objectivo de tratar e recuperar pessoas com dependência química,
alcoolismo ou outras dependên-
cias, adições. “É um desespero
horrível viver nos meandros deste
mundo de dependência”, diz-nos
Margarida. Sabemos?
A bela Espinho foi escolhida por
ser cidade, mas também por estar
perto do mar, ser pacata e aprazível. Luís Gonzaga quis “fazer uma
coisa diferente, pois as comunidades terapêuticas em Portugal
eram sítios fechados, localizados
em zonas isoladas, e ele tinha o
sonho de fazer um centro citadino”, onde o adicto não fosse mais
estigmatizado e marginalizado do
que já é e se inserisse na comunidade, não fugindo à realidade.
O SAE aplica o modelo Minnesota, criado nesta cidade norteamericana depois da chamada Lei
Seca, “modelo espiritual que serve
a qualquer pessoa, crente ou
não”, explica Margarida Monteiro.
Trata-se de 12 passos para a recuperação de dependentes, baseados numa estrutura de confiança,
vontade, auto-análise, com um
processo de anamnese (recordar
a história familiar e de vida, oralmente e através da escrita), com o
objectivo da reinserção social.
Estes passos do Minnesota são
acompanhados por um conselheiro, que tradicionalmente é um
adicto em recuperação, com experiência, mas também por um
assistente social, um psicólogo,
um psiquiatra, e três monitores,
que constituem a equipa do SAE.
O médico psiquiatra do SAE, Rui
Moreira, acredita no modelo Minne-
Portugal Inovador
sota enquanto abordagem holística, orientada para a abstinência
completa, que trata o dependente
no seu todo e não apenas na sua
componente física.
O SAE, certificado pelo Ministério
da Saúde, aplica vários programas
de tratamento, consoante o caso
do doente, e dispõe de um centro
de dia, mas também de residência,
onde alguns adictos podem morar.
O centro aconselha ainda os adic-
tos a frequentarem as reuniões de
Narcóticos e Alcoólicos Anónimos,
momentos importantes no processo de recuperação.
“O objectivo é que a pessoa saia
daqui com capacidade para perceber a doença (crónica) que tem,
o que fazer para lidar com ela de
forma construtiva, e ter uma vida
perfeitamente normal”, resume a
terapeuta.
No futuro, Margarida Monteiro
sonha “ter, além deste centro, uma
casa rural, porque as pessoas não
são todas iguais: há quem goste
da cidade, mas há pessoas que
preferem o silêncio, um ambiente
recatado, a natureza”.
cadas, em direcção à rua. Há uma
cidade lá fora, onde Rui trabalha e
ama. Há o mar de Espinho perto.
Há uma vida que não acaba. E
haverá mais. Amanhã será outro
dia. Continua. Tudo.
Saímos
Depois da entrevista com Margarida Monteiro, visitamos a casa,
tiramos fotos. E descemos as es-
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Portugal Inovador
Um novo amanhã
As Casas de Santiago – Entre Pontes, Lda são um centro de reabilitação situado em Belmonte que através de um aperfeiçoamento do Modelo Minnesota, com provas dadas em
todo o mundo, trata praticamente todos os tipos de dependências. Após três meses, são
poucos os que voltam a desviar-se do melhor caminho, e mesmo esses não têm dúvidas
em voltar à comunidade.
Modelo
transversal
A instituição, inaugurada em 2006
e edificada com a ideia de ser um
espaço de tratamento numa quinta
sossegada e prazenteira da Beira
Baixa, é o resultado da determinação da sua fundadora e directora
Alexandra Tracana que teve de ultrapassar várias dificuldades relacionadas com questões burocráticas e preconceito das entidades
políticas até fazer arrancar o Centro. Com um projecto alternativo
ao modelo de intervenção Minnesota implementado em vários centros do país, e que, no entender de
Alexandra Tracana, “se estrangula
a ele próprio devido à sua enorme
rigidez”, as Casas de Santiago
pertencem à Associação Europeia
do Tratamento da Adicção, EATA,
desde 2007, e receberam a certificação de qualidade da APCER no
passado dia 21 de Outubro, sendo
a primeira entidade privada do género em Portugal a consegui-la,
o que “foi o culminar de todo um
Página Exclusiva 88
esforço que é gratificante quando
significa conseguir a abstinência e
a integração social de alguém”.
Tratar
e encaminhar
Porque o sucesso destes tratamentos passa também por devolver as
pessoas a uma vida normal, sendo
que para isso o centro disponibiliza
programas de apoio à reinserção
como a procura activa de emprego
e a procura de alojamento, quando
necessário, em cooperação com
os centros de emprego, centros
de formação, e empresas. Estas
parcerias estendem-se também
às juntas de freguesia, autarquias,
centros de saúde e hospitais, permitindo estas últimas elaborar
um processo clínico ao final da
primeira semana, fornecer meios
complementares de diagnóstico e
consultas médicas, de maneira a
conciliar a reabilitação psicológica
e física.
Nas Casas de Santiago, a equipa
clínica é constituída por terapeutas, neuropsicólogos, psiquiatras
que aplicam uma variante personalizada do método Minnesota
destinada a tratar quase todo o tipo
de adicções: álcool, drogas, desordens alimentares, co-dependência, auto-medicação, sobreendividamento e compra compulsiva,
porque, como explica Alexandra
Tracana, “não se é dependente
devido à substância ou ao comportamento em si”, por isso, o que
se pretende ali tratar “é a relação
patológica que se estabelece com
essa substância ou comportamento, que é igual com todos eles”.
O Modelo Minnesota, trazido para
Portugal há mais de 20 anos, é o
de maior sucesso em todo o mundo, e de acordo com Alexandra
Tracana “é sobretudo um modelo
de mudança, de querer um novo
modo de vida. Numa primeira fase
o Modelo acaba por criar uma vontade de mudar, apesar de o utente
não saber o quê, nem como, contudo depois ele vai perceber o que
deve fazer. É um modelo oportuno
em termos de respostas de psicoterapia conferidas por quem de
competência. E porque a ajuda entre adictos é relevante, temos também na nossa equipa técnicos em
fase de recuperação, o que acaba
por facilitar a aproximação entre a
comunidade e a identificação de
processos”. Na prática, o Modelo
Portugal Inovador
comunidade. “Isto comprova que
essas pessoas, embora sabendo
que algo falhou, verificam que a
responsabilidade da recaída é sua
e não da nossa instituição”, constata.
No futuro
a formação
Minnesota, aplicado nas Casas de
Santiago com os devidos ajustes,
e com a duração de três meses,
consiste em terapias individuais,
de grupo, palestras, actividades
de outdoor, desporto orientado, de
forma que o utente perceba que
“recuperar é ganhar, pois só entra
em recuperação quem vir ganhos”,
sublinha a directora. Estas acções
são complementadas, por exemplo, com serviços de mediação
familiar, pós-tratamento e apoio à
gestão financeira.
Um virar
de página real
Desde 2008, as Casas de Santiago
têm todas as suas vagas preenchidas, albergando 20 utentes que
despendem uma mensalidade de
2200 euros, um valor que Alexandra Tracana considera ser “o mais
baixo dos centros que utilizam o
método Minnesota”. Mas, o que
mais satisfaz a directora é o facto
não só de que apenas 30% dos ali
tratados recaem, mas também que
desse número, 21% regressam à
No entanto, a ideia não é ficar por
aqui, e um dos objectivos agora é
obter a acreditação do bastante
avançado método inglês que permitirá tornar as Casas de Santiago
num centro-escola, começando
a formar técnicos de aconselhamento, já que essa profissão não
é reconhecida no nosso país.
Página Exclusiva 89
Portugal Inovador
O empresário Manuel
Teixeira Gomes
(1860-1941)
No ano em que se comemoram o centenário da República
Portuguesa e os 150 anos do nascimento de Teixeira Gomes,
Presidente da República, a “Portugal Inovador” recorda a sua
faceta de empresário antes de entrar na vida política activa.
Jorge Sampaio já enalteceu o seu cosmopolitismo.
Manuel Teixeira Gomes nasceu a 27 de Maio de 1860, em Portimão, Algarve, e morreu em Bougie, na Argélia, a 18 de Outubro de 1941. Ficou
para a história como um importante político da Primeira República, onde
chegou a ser embaixador em Londres e Madrid e Presidente da República
entre 1923 e 1925. Teixeira Gomes é também um nome relevante da literatura portuguesa, reconhecido por Agosto Azul, Inventário de Junho, Gente
Singular, Maria Adelaide, Sabina Freire e as famosas Novelas Eróticas.
Em jovem, Manuel Teixeira Gomes estuda em Portimão e Coimbra. Matricula-se no curso de Medicina, do qual desistirá. Vive em Lisboa. Cumpre
o serviço militar. E, depois, instala-se no Porto. Nesta cidade, frequenta os
círculos republicanos, convive com Basílio Teles e Sampaio Bruno, leva
uma vida de boémia e escreve em jornais, como O Primeiro de Janeiro.
Continuará a escrever até ao fim da vida, vivendo entre a política, as viagens e a literatura.
O negócio dos figos do Algarve
O que pouca gente saberá é que Manuel Teixeira Gomes, entre os 30 e 50
anos, dedicou-se também à actividade empresarial, seguindo os negócios
da família na área dos frutos secos, viajando para estudar mercados com
vista à exportação.
Importa dizer, antes do mais, que a indústria e comércio do figo eram
actividades de enorme importância no Algarve e em Lisboa, no século XIX
e inícios do século XX, com distribuição nacional e exportação. Um autor
da época, Simões da Cunha, escreve: “Ninguém ignora que a produção
de figo representa inegavelmente a maior verba da riqueza do Algarve. A
aceitação que, hoje mesmo, este produto tem nos mercados de Inglaterra,
Holanda, Bélgica, Alemanha, França e Brasil demonstra não só a vastidão
deste comércio, como as grandes proporções de um desenvolvimento.”
“Fiz-me negociante,
ganhei bastante dinheiro”
Com 30 anos, Teixeira Gomes acatou a decisão do pai, José Libânio Gomes,
para que fosse gerir os negócios no Norte da Europa. Desde 1845 que o
pai trabalhava no ramo dos frutos secos algarvios, com fama e sucesso.
Graça Mateus Ventura descreve-o, no livro Manuel Teixeira Gomes – Ofício
de Viver, como um “negociante multifacetado e empreendedor”que acumulou “assinalável fortuna reconhecida pelos seus parceiros estrangeiros”,
relacionando-se com grandes diplomatas e banqueiros. Um holandês dirá
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Portugal Inovador
ao filho que José Libânio é “um proprietário opulento, de crédito
inabalável no seu país”. Em 1851, na Exposição Internacional de
Londres, Libânio recebeu uma medalha pela qualidade dos seus
produtos. Em 1855, ganha outro prémio na Exposição Internacional de Paris. Em 1894, fará parte da Comissão da Secção Portuguesa da Exposição Universal de Antuérpia. Em 1891, cria a sociedade denominada Sindicato de Exportadores de Figos do Algarve
e por essa altura entrega ao filho Manuel a gestão dos negócios
no estrangeiro.
Teixeira Gomes aproveitou para viajar e se cultivar, mas não descurou os negócios, procurando novos clientes para o pai ou para si,
quando a sociedade se dissolve. Passava um período na Europa
para negociar e outro em Portimão para prestar contas e assistir à
Campanha do Figo (colheita, seca e embalagem). “Fiz-me negociante, ganhei bastante dinheiro e durante quase vinte anos viajei,
passando em Portugal poucos meses. Montei a vida de forma que
na região compreendida pelo norte da França, a Bélgica e a Holanda, onde vendia os produtos do Algarve, levava quatro ou cinco
meses; ia a casa liquidar contas, e depois nos cinco ou seis meses restantes, livre e despreocupado, metia-me no Mediterrâneo,
cujas costas visitei por assim dizer passo a passo”, conta Teixeira
Gomes em entrevista a Norberto Lopes.
Em 1911, abandonará, então, este trabalho, mas deixa instruções
ao irmão, José, que continuará a gerir o negócio familiar: “É indubitável que o ponto principal deste negócio consiste na boa qualidade
e preparação do figo”, escreve numa carta ao irmão, dando indicações precisas sobre os cuidados a ter no transporte do produto:
“Os figos devem ser bem espalmados e postos nas ceiras de modo
que nunca fiquem soltos, assentando um em cima dos outros” de
uma maneira especial.
Cosmopolita
Deixando os negócios, Teixeira Gomes viverá então uma intensa actividade de político e escritor, terminando os seus dias em
Bougie, na Argélia, sendo os seus restos mortais trasladados, em
1950, para Portugal. Foi sempre recordado e admirado por outros
presidentes, como Jorge Sampaio, que o homenageou, na Argélia,
com a inauguração de um busto e de uma escola com o seu nome,
aquando da última visita ao estrangeiro enquanto Presidente da
República, em 2006. “Os ideais de Manuel Teixeira Gomes continuam válidos para o nosso tempo, pois actuais continuam a ser o
seu cosmopolitismo, o seu sentido de convivência enriquecedora
entre culturas e civilizações, a sua devoção à paz como bem essencial para a Humanidade”, disse na altura Sampaio.
Nelson Bandeira
Desenho de Alberto Péssimo
Bibliografia: Manuel Teixeira Gomes – Fotobiografia, de Manuel Canaveira, 2006;
O Exilado de Bougie, de Norberto Lopes, 1942; Manuel Teixeira Gomes – Ofício
de Viver, de M.ª da Graça Mateus Ventura, 2010.
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Portugal Inovador
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Portugal Inovador
Talento com sabor a mar
Começou quase por brincadeira, mas hoje já é conhecido em todo o país. O restaurante
Noélia e Jerónimo é hoje uma referência e paragem obrigatória para quem passa por
Cabanas, em Tavira.
É em Cabanas de Tavira, na marginal, com vista para a Ria Formosa, que fica um restaurante denominado Noélia e Jerónimo, mas
mais conhecido pelo nome da autora dos deliciosos pratos - a Noélia. A fama dos pratos preparados
por esta mulher de trato simples já
não está contida em Tavira. Talvez
por isso encontremos uma clientela
habitual e até conhecida do grande
público, como Vitorino, Margarida
Marinho e Ruy de Carvalho.
Com 39 anos, Noélia começou
neste espaço enquanto empregada, tinha apenas 14 anos. Quis o
destino que casasse com “o filho
do patrão”, como conta. Na altura,
o casal decide transformar a então pastelaria em pizzaria, até que
”comecei a fazer umas coisinhas”.
Os petiscos preparados por Noélia
começaram a estar presentes e
as pizzas começaram a ficar para
segundo plano. Entretanto, o espaço, que já tinha sido pastelaria
e depois pizzaria, passa a restaurante.
O melhor restaurante
de Cabanas
Além das vistas para a ria, aqui
pode-se ver também a essência de
uma cozinha de bom gosto, temperada com carinho. “Gosto muito
do que faço”. E é bem notório
quando se saboreia qualquer uma
das iguarias. “Eu vivo para isto”,
afirma Noélia.
É difícil falar de todos os pratos à
disposição, no fundo, são quase
todos especialidades. Nesta carta
extensa, sobressaem os espinhaços de atum de cebolada ou
de caldeirada com batata-doce, a
raia de alhada ou à francesa, as
pataniscas de polvo com arroz de
coentros, o arroz cremoso de ga-
roupa com amêijoas, o lingueirão
com batata-doce, arroz de lingueirão, a tapa de boquerones à
espanhola, os famosos filetes de
peixe-galo com arroz de coentros,
biqueirões fritos com migas de
tomate, a açorda de conquilhas,
entre muitos outros. O melhor é
mesmo ir até lá e degustar algumas destas sugestões.
Uma cozinha ancorada em produtos frescos, no peixe e marisco da
nossa costa. É a própria Noélia
que, numa base diária, faz as
compras para o restaurante: “Escolho tudo a dedo”.
Mas se alguns pensam que o
segredo do sucesso reside somente no talento de Noélia enquanto maestrina daquela cozinha, há que divulgar mais um
ingrediente – a simpatia da anfitriã.
“Adoro falar com as pessoas. As
pessoas quando vão comer fora
têm que ser felizes, têm que ser
bem tratadas”, sublinha Noélia,
referindo que, acima de tudo, “temos que fazer os outros felizes”.
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Portugal Inovador
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Portugal Inovador
Qualidade e requinte
É no coração do Vale de Ave, em Vila Nova de Famalicão que, com conclusão prevista para Agosto/Dezembro de 2012, o Hotel Rural da Azenha começa a ganhar o seu
carácter imponente.
Agricultura, desporto, parque
exterior, hotel, restauração,
cultura, lazer... tudo separado,
mas tudo em perfeita sinergia.
O Hotel Rural da Azenha vai
contar com uma pista de manutenção à volta da Quinta;
SPA com sauna, jacuzzi, piscina interior, sala de massagens;
cabeleireiro; um campo de futebol apto para receber equipas
de futebol; uma piscina natural
“transformada de um tanque,
mas mantendo um pouco o que
é o tanque antigo existente nas
quintas”, explica, João Monteiro, administrador do Hotel
Rural da Azenha; salão de eventos; salão de jogos; uma sala
de apoio para dar “aos menos
afortunados comida e uma palavra de carinho, é uma parte
feita com muito gosto”; uma
sala que vende produtos típicos
da região e garagem privativa
com serviço personalizado para
cerca de 50 carros. Uma vinha
imensa vai dar origem ao vinho
que é tratado de forma artesanal criando assim o nectar dos
Deuses com máxima qualidade.
Integrado no Instituto de Turismo de Portugal, o Hotel Rural da
Azenha tem também parcerias
com a Escola Agrícola de Santo
Tirso, a Universidade Católica,
a Escola de Hotelaria do Porto
e de Viana do Castelo.
Uma semana por mês a possibilidade de praticar uma actividade no exterior ou interior, de
interagirem com a agricultura,
é uma mais-valia para a atractividade, ruralismo e serenidade
que o Hotel pretende transmitir.
“Vamos ser um hotel que prima
pela qualidade. As pessoas vão
poder desfrutar daquilo que é
bom na nossa região”, salienta
João Monteiro, em entrevista à
“Portugal Inovador”.
Para o futuro a médio longo
prazo, a missão está em “dar
a conhecer o que é o nosso
povo... ser um pólo de atracção,
dinamismo, força de vontade e
garra”, finaliza o administrador
do Hotel.
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Portugal Inovador
Filosofia de negócio
Dar o máximo de qualidade ao mínimo de preço possível é a filosofia
de negócio de Ivo Couto e Cristina
Pereira, sócios-gerentes dos três
restaurantes “Papa Misto”.
Foi no E’Leclerc de Lordelo Guimarães que surgiu o primeiro
restaurante Papa Misto “a convite
de um amigo que desistiu do negócio antes de fazermos a sociedade.
Surgiu de uma brincadeira que se
tornou muito séria. Aprendemos
muito com os erros e hoje temos o
que temos”, explica a sócio-gerente,
Cristina Pereira.
Mesmo sem experiência no ramo da
hotelaria, começaram a trabalhar no
“sentido de vencer”. Foram surgindo
novos convites para outros locais e
foram “saltando em busca de uma
carreira futura”. Ferrara Plaza, em
Paços de Ferreira, foi o investimen-
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to seguinte. Daqui, “foi sempre a
crescer e com preços competitivos”.
Não tardava a surgir outro convite e
o negócio já dava frutos de um bom
investimento. Cada vez mais perto
do umbigo do Porto, o terceiro Papa
Misto aparece no Centro Comercial
Vivacci, na Maia. Com “um passo de
cada vez, chegámos ao Porto Gran
Plaza”. Tudo graças a objectivos
bem firmes, pois “começámos num
negócio de aldeia, mas a nossa ambição sempre foi bem maior!”, exclama Ivo Couto.
Uma imensa panóplia de refeições
é o que os clientes dos restaurantes
Papa Misto podem encontrar. Desde
as “refeições caseiras, à tradicional
comida portuguesa, por exemplo o
arroz de pato, o bacalhau à lagareiro, o bacalhau à Zé do pipo, ao
fast food. Refeições estas que estão
disponibilizadas em serviço de self
service, “onde o cliente tem possibilidade de escolher pelo menos cinco
pratos”, e serviço de mesa.
Ao todo, os restaurantes Papa Misto
têm 34 funcionários, os cozinheiros
mais competentes e as tecnologias
mais actuais. Para o futuro, “convites não faltam. Queremos respirar
e crescer e depois, sim, avançar
para novos projectos. “Interessamo-nos muito pelos clientes. Todos os
dias têm alimentos frescos, pois
queremos o máximo de qualidade
ao mínimo de preço possível”.
Portugal Inovador
Soluções
Integradas de Hotelaria
A Solidotel dedica-se à comercialização de equipamentos hoteleiros, incluindo a sua
implantação e montagem. Fernando Ribeiro, sócio da Solidotel, garante não existirem
clientes, mas sim investidores.
Solucionar
e certificar
Com o intuito de sair da província, a
Solidotel tornou-se numa “empresa
que vai às lutas todas, aos projectos
todos, mas olhando sempre para o
investidor como alguém que está ali
e que tem de ser acompanhado do
ponto de vista técnico com as melhores soluções para aquilo que pretende”, assegura Fernando Ribeiro,
sócio da Solidotel.
A Solidotel destaca-se pela diferença, afinal, “não avançamos para
mais uma empresa de equipamentos
hoteleiros, mas para uma empresa
que competisse em pé de igualdade
junto dos grandes projectos nacionais e não como mais alguém que
vai fazer um fornecimento de material hoteleiro”, explica.
Foi de uma forma gradual e sustentada que a empresa se desenvolveu
no mercado. Começou com um escritório de representação e hoje já
possui o maior showroom de equipamentos de hotelaria, sobretudo
em termos de soluções para que “o
investidor chegue e perceba porquê
que o equipamento tem o preço que
tem e qual a sua funcionalidade”.
Com garra, a Solidotel envolve-se
em trabalhos a nível nacional e internacional não fazendo distinção do
mercado, “onde houver trabalho nós
vamos”.
“A nossa casa trabalha com investidores e não clientes. Um cliente é
alguém que vem comprar algo e eu
tenho que lhe vender a qualquer custo, mas, se eu lido com um investidor,
que tem um projecto, tem capital ou
não, mas tem uma ideia de negócio,
então aí eu tenho que ser o seu conselheiro. Resumindo, numa primeira
fase, a nossa empresa tem que ser
mais de consultadoria do investidor e
depois, sim, fazer o fornecimento de
equipamentos”, sustenta Fernando
Ribeiro.
A empresa tem soluções desde “a
armazenagem, frigorífica ou não,
a transformação e confecção de
alimentos, a distribuição, a parte
de lavandaria, e em função das necessidades fazemos alteração de
equipamentos”. É aqui que entra a
Solidotel Inovação que procura disponibilizar equipamentos de vanguarda e soluções tecnologicamente
mais evoluídas, que resolvam necessidades muito específicas.
Os produtos comercializados pela
Solidotel obedecem às normas
europeias de Certificação de Segurança Eléctrica; Certificação de
Segurança Alimentar; Certificação
Energética; Certificação de Poluição
Sonora. Uma empresa certificada
que engloba uma equipa de profissionais de áreas tão distintas como
a refrigeração, material de queima,
turismo, marketing, economia e até
engenharia alimentar, mecânica e
electrónica.
Pastelarias, restaurantes/snack-bares, IPSS, cozinhas industriais, residências-sénior, superfícies comerciais, entre outras, são
algumas das valências do vasto
Página Exclusiva 97
Portugal Inovador
portefólio da empresa. Na área
de refeições ao domicílio têm um
produto inovador e único. Este assegura o transporte da alimentação
até ao utente, garantindo a temperatura do alimento, a quantidade
certa, e a facilidade de transporte e
de limpeza.
Fiscalização
preventiva
A Solidotel garante um serviço
pós-venda de duas maneiras: assistência durante o período de ga-
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rantia, que é de “dois anos e não
de um ano como a generalidade do
mercado”; e através do projecto SIM
(Sistema Integrado de Manutenção).
“Sempre que o cliente precisa de alguma intervenção, nós vamos. Fazemos também algo que ninguém faz a prevenção. Ou seja, quer o cliente
nos contacte ou não, ao fim de 30,
90, 180 e 365 dias, fazemos uma revisão geral gratuita aos equipamentos. Ainda no pós-venda, temos um
stock de acessórios tremendo que
impede que tenhamos de esperar
que venha algo do fabricante. O SIM
faz uma auditoria aos equipamentos
que o cliente tem, sugere algumas
correcções que possam melhorar a
sua eficiência. Assim surge o Ecotek,
projecto que vem criar soluções para
a hotelaria com vista à sustentabilidade ambiental.
Novas oportunidades de negócio
fazem parte do futuro, pois “Portugal ainda tem muito por descobrir
na área de investimento das IPSS,
hotelaria, etc.”, finaliza Fernando Ribeiro.
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