CLIPPING SAúDE 19.08.2012

Transcrição

CLIPPING SAúDE 19.08.2012
Diario de Pernambuco - PE
19/08/2012 - 08:18
Diario urbano
Força maior
Diante do protesto, nesta semana, dos ambulantes retirados das imediações dos hospitais
Barão de Lucena e Agamenon Magalhães, a Dircon afirmou que atendia a solicitação do
governo do estado, feita desde 2011. Na tarde de quinta-feira, o candidato a prefeito
apoiado pelo governador Eduardo Campos, Geraldo Júlio, dizia, em um programa de
rádio, que “devolvemos (o governo) as calçadas do Hospital da Restauração às pessoas,
retirando de lá as barracas”. Ou seja, no quesito reordenamento do comércio ambulante,
o órgão de controle urbano da Prefeitura do Recife parece que só se mexeu, digamos,
movido por “motivo de força maior”.
Nada a oferecer
A propósito, pouco vigilantes na tarefa de evitar a degradação do espaço público por
ocupações irregulares e sem políticas de emprego que funcionem como desestímulo a
elas, as gestões sempre partem para o caminho mais fácil – retirar sem oferecer
contrapartida. No caso dos ambulantes afastados das calçadas dos dois hospitais, o HBL
e o HAM, a queixa era de que há um ano a prefeitura não cumpria promessa de oferecer
a eles alternativa de sobrevivência.
Jornal do Commercio - PE
19/08/2012 - 07:57
Repórter JC
Com a palavra, o leitor: Para pegar os infratores
Por que a blitz da Operação Lei Seca costuma ser realizada nos mesmos locais? Se ela
fica sempre no mesmo lugar, evidente que não atuará os infratores.
Jornal do Commercio - PE
19/08/2012 - 08:28
Eu curto doar os órgãos
Campanha do Facebook quer conquistar doadores entre os mais de 37 milhões de
usuários da rede social no Brasil
Os motivos não são bem delineados. Uns se dizem doadores de órgãos por terem
passado algum apuro familiar, outros são solidários à causa mesmo sem saber explicar o
motivo. Prova de que a vontade de ajudar o próximo, mesmo que seja um desconhecido,
ultrapassa as fronteiras da razão. Doadores de carteirinha, três jovens pernambucanos,
todos com menos de 30 anos, usam uma ferramenta recém-lançada pelo Facebook para
expressar publicamente a vontade.
Embora não sirva como documento legal, visto que a decisão ainda passa pelas mãos da
família, o recurso é mais um estímulo para salvar vidas, quebrar preconceitos e apoiar
campanhas de transplante. A funcionalidade tem a missão de agregar e cadastrar
possíveis doadores, entre os mais de 37 milhões de usuários da rede social no Brasil.
Ligada em tecnologia, a estudante de jornalismo Nathália Guimarães, 21 anos,
cascavilhando sites na internet descobriu a função, que começou nos Estados Unidos, e
recentemente, chegou ao Brasil. “Quando soube avisei logo aos amigos mais próximos.
Sempre que alguém insere a escolha e publica que é doador de órgãos, dou uma curtida.
É uma forma de estimular para que mais pessoas participem da corrente”, avalia a
jovem.
“Acho que a doação é uma maneira de auxiliar alguém quando você não está mais
presente, e ajudar é sempre necessário”, opina Nathalia, que vivenciou momentos de
luta e apreensão enquanto esperava um transplante de rim para o tio do namorado. “Só
quem passa por essa necessidade sabe a importância de ser doador.”
Para o estudante de letras Renato Neves, 20, que há duas semanas sinalizou a opção no
Facebook, apesar de não ser oficial, a ferramenta é importante porque registra o desejo
da pessoa. “Essa era uma escolha que poderia ficar no ar e pairar a dúvida, mas a função
cria uma alternativa para deixar tudo registrado”, afirma. Além de deixar marcado na
rede social, o jovem costuma conversar com a mãe sobre a decisão. “Ela também é
totalmente favorável à doação de órgãos”, afirma.
Filha de enfermeira, Hanaty Mendonça, 24, sempre ouviu em casa histórias de pacientes
e de familiares sobre mitos e medos sobre o tema. Receio de mutilar ou desfigurar o
corpo, dificuldade para compreender o diagnóstico de morte encefálica e medo que os
médicos não fizessem o possível para salvar a pessoa só para retirar os órgãos são
algumas das histórias que a também enfermeira ouve até hoje pelos corredores do
hospital onde trabalha.
“Ao mesmo tempo em que muito desses medos, que ouvia quando essa realidade nem
fazia parte do meu dia a dia, ainda perduram, também é notória a forma como as
pessoas estão mais flexíveis. Os discursos estão mudando e isso é bom. Hoje em dia
também existem mais informações e campanhas para estimular a doação de órgãos, e
um acolhimento maior por parte da equipe de saúde, com as famílias que perdem um
ente”, afirma a enfermeira.
Os interessados em ativar a nova função devem acessar a sua linha do tempo, clicar em
“evento cotidiano”, selecionar “saúde e bem-estar”, optar por “doador de órgãos”,
escolher o grau de privacidade e salvar.
Jornal do Commercio - PE
19/08/2012 - 08:30
Uma nova chance de viver
Entre alucinações, perda dos movimentos e meses de desespero, Wellingtânia recorreu à
Justiça, sob orientação do médico Cláudio Lacerda, para tentar realizar um transplante
Quem olha o sorriso largo de Wellingtânia Lima de Oliveira Portela, 44 anos, não
imagina a via-crúcis que a dona de casa percorreu durante quatro anos. Acometida por
síndrome rara, que atinge uma em cada mil mulheres, a mãe de Moacyr, 22, e Luiza, 18,
viu a barriga inchar e o corpo emagrecer. Ao longo dos anos, mudou-se de Maranguape
2, em Paulista, para o Hospital Oswaldo Cruz, em Santo Amaro, área central do Recife.
Apesar da gravidade do problema, amargava um dos últimos lugares na fila por um
transplante de fígado, pois a taxa de sangue indicava que tudo estava dentro da
normalidade.
Entre alucinações, perda dos movimentos e meses de desespero, em que ficou cara a
cara com o fim, Wellingtânia recorreu à Justiça, sob orientação do médico Cláudio
Lacerda, para tentar realizar o transplante. Depois de ter o pedido negado duas vezes,
conseguiu o novo órgão, após liberação do Ministério da Saúde. “Se fosse esperar pela
taxa do sangue eu não estaria nem aqui hoje. Fiquei pele e osso. Só voltava para casa às
sextas-feiras porque o médico tinha medo que eu pegasse uma infecção hospitalar”,
conta a dona de casa.
Apesar de tudo, Wellingtânia é exemplo de perseverança e otimismo. Mesmo com todas
as dificuldades, afirma que em nenhum momento perdeu a esperança. “Nunca pensei
que morreria. Me sentia uma mulher bonita, forte e tinha muita fé em Deus, mesmo a
cada dia ficando mais fraca”, conta. “A força da família e o apoio dos médicos também
foram fatores essenciais para lutar contra a doença”, acrescenta ela.
Hoje, ela é modelo nas campanhas de conscientização para transplantes no Estado.
“Antes, tinha medo de doação, não sabia como era feito o processo, ausência de
informação mesmo. Mas hoje, não. Toda minha família é doadora e eu também sou”,
disse. “Eu digo a eles que o que prestar pode doar”, brinca a mulher, que hoje até se
envaidece dos quilinhos a mais.
A dona de casa não conhece a família da pessoa que cedeu o órgão, mas é eternamente
grata ao gesto de solidariedade. “A gente fica pedindo a Deus para que um órgão
chegue, mas às vezes nos esquecemos do outro lado”, ressalta Wellingtânia, com os
olhos já marejados ao recontar a história.
Jornal do Commercio - PE
19/08/2012 - 08:23
Um mundo de fantasias
Associação Viva e Deixe Viver convoca voluntários para contar histórias e dar mais
vida a quem está em salas de hospital
Nathalia Pereira
Quem está do lado de fora nem percebe, mas em quatro unidades públicas de saúde de
Pernambuco existe um mundo em que Pinóquio e Geppetto recebem ajuda dos Powers
Rangers para sair da barriga da baleia e que Cinderela pode até ter joanete. É assim
sempre que a turma da Associação Viva e Deixe Viver visita o Instituto do Fígado de
Pernambuco, a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) e os hospitais
Universitário Oswaldo Cruz e Infantil Maria Lucinda. Voluntários contam história e
levam fantasia e gosto pelos livros às crianças internadas nas instituições. Para ampliar
o trabalho, inscrições estão abertas aos dispostos a estimular criatividade dos pequenos.
Os pré-requisitos são poucos. Basta ter passado dos 18 anos de idade e ter
comprometimento com as visitas, que são agendadas de acordo com a necessidade do
voluntário, e acontecem de domingo a domingo. Uma vez por semana, o contador cede
duas horas do dia escolhido por ele para acrescentar novas histórias à vida das crianças.
Ele também pode eleger a unidade de saúde que prefere visitar. “Hoje, a associação
conta com 56 contadores de história, mas precisamos de mais. Temos planos para
começar a atuar em outras duas instituições”, explica o coordenador da associação no
Recife, Lucas Cruz.
Interessados devem acessar a página na web (www.vivaedeixeviver.org.br), clicar na
aba que diz “seja um voluntário” e depois abrir o link “inscrições abertas”, ao lado da
palavra Recife. O Viva e Deixe viver também atua em Brasília, Fortaleza, Porto Alegre,
Rio de Janeiro e São Paulo. Em Pernambuco, dá mais vida ao ambiente hospitalar desde
2003. Depois do cadastro, basta aguardar o retorno, via e-mail. A seleção seguirá com
reuniões na Escola de Referência Ginásio Pernambucano, na Rua da Aurora, área
central do Recife, a partir do dia 25.
“No primeiro encontro, os candidatos participam de conversa com integrantes da
associação sobre o que é ser voluntário. Explicamos a forma de atuação do Viva e Deixe
Viver para que eles saibam o que estão abraçando.” Lucas Cruz ressalta que não é
necessário ter formação profissional. “A melhor história é a que se aprende contando.”
Jornal do Commercio - PE
19/08/2012 - 08:00
Vacinação vai até sexta-feira
Arquiteta Tatiane Rabelo aproveitou a folga do sábado para levar os filhos Dário e Lara,
de cinco e três anos de idade, ao Albert Sabin
Muitos pais levaram os filhos menores de cinco anos, ontem, à Policlínica Albert Sabin,
na Tamarineira, Zona Norte do Recife, para atualizar a carteira de vacinação, no dia “D”
da campanha nacional que segue até a próxima sexta-feira (24), exceto hoje. Segundo o
Programa Estadual de Imunização, cerca de 10% das crianças do Estado, na faixa etária
de cobertura, estão com doses em atraso. Estão disponíveis 11 vacinas que protegem
contra 15 moléstias, em média, nos 2,3 mil postos de saúde do Estado. O
comparecimento dos pais no primeiro dia atendeu às expectativas da Secretaria de
Saúde do Recife.
A arquiteta Tatiane Rabelo aproveitou a folga do sábado para levar os filhos Dário e
Lara, de cinco e três anos de idade, ao Albert Sabin. “As vacinas deles já estavam
atrasadas”, admite. O menino tomou a DPT (contra difteria, tétano e coqueluche) e a
pequena se imunizou contra a gripe.
Como as demais crianças presentes, nenhum dos dois parecia muito assustado porque
foram devidamente distraídos por um animado grupo de voluntários da ONG Anjos da
Enfermagem, autores de muitas brincadeiras. Bichinhos, balões e algodão doce calaram
o choro dos mais nervosos e facilitaram o trabalho dos técnicos.
Duas novas vacinas estão sendo introduzidas na campanha. A pentavalente substituirá a
tetravalente, reunindo em uma só dose proteção contra difteria, tétano, coqueluche,
Haemophilus influenzae tipo B (meningite e outras doenças bacterianas) e hepatite B.
Outra novidade é a vacina injetável contra a poliomielite.
Quem não conseguir atualizar a carteira de vacinação dos filhos durante a campanha
pode procurar qualquer posto de saúde depois. As doses continuarão a ser oferecidas.
No Recife, informações sobre endereço pelo serviço 0800 2811520.
Jornal do Commercio - PE
19/08/2012 - 09:42
Segurança e saúde no trabalho
Primeiro avanço significativo foi a convocatória da 3ª Conferência Nacional de Saúde
do Trabalhador (III CNST) pelos ministérios da Previdência Social, do Trabalho e
Emprefo e da Saúde
A Convenção nº. 155 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que dispõe
sobre Segurança e Saúde dos Trabalhadores e o Meio Ambiente de Trabalho, de 22 de
junho de 1981, aprovada pelo Congresso Nacional em 18 de maio de 1992 e
incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro através do Decreto nº 1.254, de 29 de
setembro de 1994, estabelece o dever de cada Estado-Membro de, em consulta com as
organizações mais representativas de empregadores e trabalhadores, formular,
implementar e rever periodicamente uma política nacional de segurança e saúde no
trabalho, com o objetivo de prevenir acidentes e doenças relacionados ao trabalho por
meio de redução dos riscos à saúde existentes nos ambientes de trabalho.
O primeiro avanço significativo foi a convocatória da 3ª Conferência Nacional de
Saúde do Trabalhador (III CNST) pelos ministérios da Previdência Social, do Trabalho
e Emprefo e da Saúde, mediante portaria interministerial nº 774, de 28 de abril de 2004
– DOU de 29/04/2004, com o objetivo de implementar a Política Nacional de Saúde do
Trabalhador, bem como de definir novas diretrizes.
No dia 7 de novembro de 2011, foi editado pelo Poder Executivo o Decreto nº 7.602/11,
que dispõe sobre a Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho. A PNSST tem
por princípios: a) universalidade, b) prevenção, c) precedência das ações de promoção,
proteção e prevenção sobre as de assistência, reabilitação e reparação, d) diálogo social
e, e) integralidade.
Para o alcance de seu objetivo a PNSST deverá ser implementada por meio da
articulação continuada das ações de governo no campo das relações de trabalho,
produção, consumo, ambiente e saúde, com a participação voluntária das organizações
representativas de trabalhadores e empregadores. As ações no âmbito da PNSST devem
constar do Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho e desenvolver-se de
acordo com as seguintes diretrizes: a) inclusão de todos trabalhadores brasileiros no
sistema nacional de promoção e proteção da saúde, b) harmonização da legislação e a
articulação das ações de promoção, prevenção, assistência, reabilitação e reparação da
saúde do trabalhador, c) adoção de medidas para atividades laborais de alto risco, d)
estruturação da rede integrada de informações em saúde do trabalhador, e) promoção da
implantação de sistemas e programas de gestão da segurança e saúde nos locais de
trabalho, f) reestruturação da formação em saúde do trabalhador e em segurança do
trabalho e o estímulo à capacitação e à educação continuada de trabalhadores, e, g)
promoção de agenda integrada de estudos e pesquisas em segurança e saúde no
trabalho. Cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego: a) formular e propor as diretrizes
da inspeção do trabalho, bem como supervisionar e coordenar a execução das atividades
relacionadas com a inspeção dos ambientes de trabalho e respectivas condições de
trabalho, b) elaborar e revisar, em modelo tripartite, as Normas Regulamentadoras de
Segurança e Saúde no Trabalho, c) participar da elaboração de programas especiais de
proteção ao trabalho, assim como da formulação de novos procedimentos reguladores
das relações capital-trabalho, d) promover estudos da legislação trabalhista e correlata,
no âmbito de sua competência, propondo o seu aperfeiçoamento, e) acompanhar o
cumprimento, em âmbito nacional, dos acordos e convenções ratificadas pelo Governo
brasileiro junto a organismos internacionais, em especial à Organização Internacional
do Trabalho – OIT, nos assuntos de sua área de competência, f) planejar, coordenar e
orientar a execução do Programa de Alimentação do Trabalhador.
José Almeida de Queiroz, advogado e sócio da Almeida & Advogados Associados
([email protected])
Jornal do Commercio - PE
19/08/2012 - 08:23
JC nas ruas
Penúria na saúde
Morador da Rua 100, em Caetés I, Abreu e Lima, levou o filho de seis anos ao posto de
saúde do Embrião para fazer curativo numa unha infeccionada do pé, mas não havia
material. Antes de ser atendido no posto do Planalto ainda perdeu tempo indo à
Maternidade de Abreu e Lima.
Diario de Pernambuco - PE
19/08/2012 - 08:07
Médicos na berlinda
Tenho certeza que o nosso Cremepe está atento ao problema, pois “já há luz no fim do
túnel”
Mário V. Guimarães
Em 30/6/09 publiquei no nosso Diario um artigo com o mesmo título deste, comentando
a grande agitação no meio médico gaúcho, face a instituição pelo Ministério da
Educação, de um exame de habilitação para médicos recém-formados, semelhante ao
existente para os bacharéis em Direito, exigência da OAB. Estranhei inclusive por que
só o RS protestou.
O movimento contra foi muito intenso, estendendo por todo o Estado, liderado pelo
Cremers, inclusive com passeatas, face ao determinado pela Port.251 do MEC em
16/6/06, afinal revogada em 22/12/08, pela Port. 1153. Nesse ínterim já transitavam
pelo Congresso Nacional três projetos sobre o assunto, o que lhe daria força de lei. Um
do senador Tião Viana (PT-Acre) mandando inclusive que as provas práticas fossem
feitas no SUS. Outro da senadora Seris Slhesarenko, que incluía os dentistas na prova e
o terceiro do Dep. Ribamar Alves (PSB-MA) que teve como relator favorável o
deputado Moury Fernandes (PMDB-PE) Todos três violavam uma tradição do Ensino
Médico Nacional, regulamentada pela Resolução CNE/CES, nº4, de 07/11/01, que
instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina.
Havia ainda suspeitas de uma velha trama contra a sólida reputação da classe médica,
que passaria a integrar o grupo dos “bacharéis em Saúde”, juntamente com todos os
outros profissionais que trabalham na faixa da Atenção à Saúde. Ainda se trabalha nesse
rumo.
Confesso que fui e ainda sou, em principio, contra o tal exame, pois enquanto o curso de
Direito é eminentemente teórico, nós médicos, pisamos no batente logo no início dum
curso de seis anos. Eu mesmo, por exemplo, no 2º ano, já trabalhava diariamente no
Hospital do Centenário (o maior núcleo médico da época 50/60, no Serviço do Prof.
João Alfredo, inclusive nos setores ambulatorial e cirúrgico). Era uma tradição aqui em
Recife, a grande frequência de acadêmicos nos diversos e conceituados Serviços
hospitalares. Passada a tempestade e após longos anos de bonança, eis que o STF em
26/10/11 decide pela legalidade dos exames da OAB. Isto reativou o problema sobre a
área médica, e para maior surpresa nossa, o Cremesp, em 24/7/12, instituiu o exame de
habilitação no seu Estado, no que provavelmente será seguido por seus congêneres, pois
estão sentindo as mesmas conseqüências, ou sejam, a deficiente qualidade do ensino.
A bem da verdade, a argumentação do CRM-SP que recebi, é bastante razoável, com
estatísticas dramáticas e incontestáveis, revelando pelas suas pesquisas voluntárias que
vêm sendo feitas há cerca de 5 anos, um lamentável desempenho dos seus recémformados. Tinha que ser dado um freio. Apesar de elegantemente não acusar ninguém,
fica no ar a insinuação da facilidade com que têm surgido atualmente novas faculdades,
principalmente privadas. Mostram os dados que SP tem 36 cursos médicos, sendo 11
oficiais, que oferecem anualmente 2461 vagas. Mais 02 cursos estão em processamento
e mais 6 já estão autorizados. Atualmente são 28. Nos últimos 10 anos, o número de
processos ético-profissionais passou de 1028 em 2001 para 3089 em 2011. Tenho
certeza que o nosso Cremepe está atento ao problema, pois “já há luz no fim do túnel”.
Como vemos, a situação é calamitosa e o estabelecimento da prova é o único recurso
ético e legal aceitável. Que venham os “bacharéis em Medicina”, se é para preservar a
reputação da classe e reconstituir a moldura que nos cerca.
Diario de Pernambuco - PE
19/08/2012 - 08:09
Xô depressão! Nós comemos banana
Rica em triptofano, um antidepressivo natural, fruta é uma ótima aliada no combate à
"doença da alma"
Anamaria Nascimento
A procura por remédios contra o “mal do século” aumentou de forma assustadora nos
últimos anos. O consumo de antidepressivos cresceu quase 50% em quatro anos. Entre
janeiro e junho de 2011, foram comercializados, no Brasil, 34,6 milhões de remédios
contra depressão e outros transtornos de humor, um aumento de 49,1% se comparado às
23,2 milhões de cápsulas vendidas ao mesmo período de 2007. O que poucos sabem é
que o combate à “doença da alma” pode ser muito mais simples. A banana pode ser uma
ótima aliada contra a depressão. A fruta é um antidepressivo natural e tem alto teor de
triptofano, um antidepressivo natural que mantém os níveis de serotonina no cérebro.
Como a serotonina é o neurotransmissor responsável pelo bem-estar e alegria, os
sintomas da depressão podem ser combatidos com a ingestão da banana. “O triptofano é
um nutriente encontrado em alimentos ricos em proteínas, como banana, carne, peixe,
peru e laticínios. Sua importância na saúde mental deve-se ao fato de ser o precursor
direto da serotonina. Como suplemento dietético, a banana pode ser eficaz contra a
depressão” explicou a presidente da Associação Pernambucana de Nutrição, Ana Célia
Oliveira.
Além da função antidepressiva, a banana ainda é rica em açúcares e sais minerais e
contém vitaminas A, B1, B2, C, D, E e H. “É um dos alimentos mais completos”,
destacou a nutricionista. A alta concentração de energia é outra característica importante
da banana. “Ela dá disposição e ajuda na concentração. É uma excelente opção para
atletas. O potássio também ajuda a proteger contra cãibras e contrações musculares”,
pontuou Ana Célia.
O historiador Diego Gomes, 23 anos, come a fruta diariamente e sente os efeitos dos
“poderes” da banana no dia a dia. “Geralmente eu como antes de ir treinar na academia.
Ela dá muita energia, tanto é que os jogadores de futebol comem antes das partidas.
Fiquei sabendo do poder antidepressivo. De fato, me sinto muito disposto e animado
após comê-la”, contou.
Previsão
As estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) para os próximos 20 anos
sobre a depressão não são animadoras. Segundo levantamento da agência, ao transtorno
será, em 2020, a segunda doença mais prevalente do mundo, atrás somente do infarto
agudo do miocárdio. Em 2030, o mal ocupará a primeira colocação do ranking, à frente
de doenças como câncer e Aids.
Saiba mais
O Diario pediu para a nutricionista Ana Célia Oliveira preparar um cardápio que
contenha banana todos os dias da semana. Ela deu sete dicas de como comer a fruta de
formas diferentes para potencializar os poderes do antidepressivo natural
Cardápio para a semana inteira
Segunda-feira
Banana in natura (pura)
Comentário da nutricionista: “É uma ótima opção de lanche rápido e fácil de levar para
o trabalho, escola, academia”
Terça-feira
Vitamina de banana
Comentário da nutricionista: “A vitamina pode ser feita com leite e não precisa
adicionar açúcar. Pode colocar aveia também. É uma excelente opção para um
desjejum”
Quarta-feira
Banana caramelada
Comentário da nutricionista: “Esta receita é mais calórica. Não comer exageradamente”
Ingredientes: Para a massa: 2 claras de ovo, meia xícara (chá) de água, meia xícara (chá)
de amido de milho, meia xícara (chá) de farinha de trigo, um quarto de xícara (chá) de
fermento em pó, 3 bananas maduras e firmes, cortadas em rodelas cada uma, óleo para
fritar
Para caramelar as bananas: 2 xícaras (chá) de açúcar, um quarto de xícara (chá) de
glucose de milho, 1 colher (sopa) de vinagre, 6 colheres (sopa) de água, vasilha com
água e gelo
Modo de preparo: Para a massa: Bata as claras com a água. Misture os demais
ingredientes e una às rodelas de banana na massa. Frite em óleo quente (180°C) até
dourar.
Para caramelar as bananas coloque todos os ingredientes numa panela e leve ao fogo,
mexendo somente até dissolver o açúcar. Deixe ferver por 25 minutos, até atingir a cor
caramelo claro. Passe as bananas fritas no caramelo quente e imediatamente mergulhe
na vasilha com água e gelo por 1 minuto. Escorra sobre uma peneira
Quinta-feira
Bananas ao mel
Comentário da nutricionista: “Acrescenta um pouco de caloria à dieta, mas é uma
preparação deliciosa”
Ingredientes: 6 bananas tipo “terra” maduras, 1 xícara de água, 2 lasquinhas de canela,
meia xícara de mel de abelha e 1 colher de manteiga
Modo de preparar: Descasque as bananas e coloque para cozinhar. Corte em fatias e
coloque em uma panela com o mel, duas xícaras de água , a canela e a manteiga.
Quando estiver cozido e dourado, sirva quente.
Sexta-feira
Pudim de Banana
Comentário de nutricionista: “É uma excelente opção de sobremesa”
Ingredientes: Para a calda: 2 xícaras (chá) de açúcar, 1 xícara (chá) de água, 1 colher
(sopa) de essência de baunilha
Para o pudim: 1 lata de leite condensado, 2 vezes a mesma medida de leite, 1 colher
(sopa) de manteiga, 3 ovos inteiros, 6 bananas-nanicas e 1 xícara (chá) de farinha de
rosca
Modo de preparo: Para a calda: leve ao fogo 2 xícaras (chá) de açúcar, 1 xícara (chá) de
água e 1 colher (sopa) de essência de baunilha até formar um caramelo. Despeje na
forma para pudim e reserve. Já para o pudim, misture, em um liquidificador, 1 lata de
leite condensado, 2 vezes a mesma medida de leite, 1 colher (sopa) de manteiga, 3 ovos
inteiros, 6 bananas-nanicas e 1 xícara (chá) de farinha de rosca. Despeje em uma forma
redonda para pudim, caramelizada e
leve ao forno
Sábado
Mingau de Banana
Comentário da nutricionista: “Excelente opção para as crianças e para os idosos
também”
Ingredientes: 300 ml de leite, 3 colheres (sopa) de farinha de
aveia, 2 bananas cortadas em rodelas, 1 colher (sopa) de açúcar
Modo de preparo: Coloque todos os ingredientes na panela e mexa até engrossar
Domingo
Bolo de banana
Comentário da nutricionista: “Esta receita acrescenta ingredientes funcionais, o que a
torna mais saudável!”
Ingredientes: 3 ovos médios, 4 unidades de banana prata, três quartos de xícara de chá
de óleo de canola, 1 xícara de chá de farinha de rosca, 1 xícara de chá de aveia em
flocos, 1 e meia xícara de chá de açúcar mascavo, 1 colher de sopa de fermento, meia
xícara de chá de uvas passas sem caroço.
Modo de preparo: Bata no liquidificador os ovos, as bananas e o óleo. Reserve. Coloque
os demais ingredientes em um panela e misture bem. Acrescente a mistura do
liquidificados, mais uvas passas. Asse em uma firma untada e polvilhada
Diario de Pernambuco - PE
19/08/2012 - 07:43
Rede particular é afetada
Afastamentos são 50% maiores do que na rede pública
Os transtornos psicológicos também têm chamado a atenção na rede privada de ensino.
Dados do Ministério da Previdência Social apontam que, em 2010, 2.711 funcionários
do setor estavam afastados por problemas de depressão, estresse, ansiedade, síndrome
do pânico, entre outros. No ano seguinte, houve um aumento de 112 casos. A pasta só
contabiliza afastamentos médicos superiores a 15 dias. Nos dois anos, o maior número
de doentes estava nas redes privadas de ensino superior — quase 50%. Os funcionários
da educação infantil e fundamental representam o segundo maior grupo, com 700
benefícios concedidos em 2010 e 745 em 2011.
Na avaliação do vice-presidente do Sindicato das Escolas Particulares do DF, Álvaro
Moreira Domingues Júnior, o quadro não é recente, no entanto, se agravou nos últimos
anos. Segundo ele, a profissão é muito exigida e o comportamento dos alunos tem se
modificado bastante. “A escola tem que exercer o trabalho da família. As crianças têm
excessiva permissividade e os limites precisam ser impostos pelos professores”, diz
Domingues. Mesmo na rede privada, os salários também são motivo de desgaste.
“Muitas vezes, o docente precisa trabalhar em mais de um colégio para manter um
padrão de vida”, analisa o vice-presidente do sindicato.
Relação complexa
Estudo recente do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicou que pelo menos 19 tipos
de tumores malignos, como os de pulmão, pele, fígado, laringe, bexiga e leucemias,
podem estar relacionados ao trabalho. No documento, a entidade fez um alerta para a
reavaliação das políticas públicas dos ambientes de trabalho insalubres. De acordo com
a responsável pela área de Vigilância do Câncer Relacionado ao Trabalho e ao
Ambiente do INCA, Ubirani Otero, a determinação da causalidade do câncer com o
ambiente profissional é subdimensionada pela dificuldade de se estabelecer uma relação
entre os dois na consulta médica.
Diario de Pernambuco - PE
19/08/2012 - 08:04
Planos de saúde na mira
Sou médico e já vi de perto o sofrimento de quem precisa de atendimento médico e não
consegue
Inocêncio Oliveira
OBrasil tem atualmente 48 milhões de beneficiários de planos de saúde. Cada vez mais
cidadãos recorrem aos planos privados em busca de assistência médica adequada. Para
se ter ideia do aumento no número de beneficiados, em 2002 eram 31,1 milhões, de
acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Em julho deste ano, a
ANS suspendeu a comercialização de 268 planos de saúde de 37 operadoras. Medida
importante para melhorar o atendimento à população, que sofre com serviço ruim,
embora pague caro pelo plano contratado. Durante o primeiro semestre deste ano, foram
registradas quase oito mil reclamações contra diversas operadoras, por descumprimento
dos prazos máximos estabelecidos pela ANS em atendimentos para consultas, exames e
cirurgias. Os planos suspensos que se adequarem às normas poderão retomar a
comercialização na próxima avaliação trimestral, que será divulgada em setembro. Com
isso, a população espera ser beneficiada com serviços e atendimento de melhor
qualidade. Foi um marco no Brasil essa decisão da ANS, provando que a agência
reguladora do setor e o governo estão de olho na saúde oferecida à população.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar anunciou esses dias que os usuários de
planos de saúde poderão em breve realizar uma comparação online de diferentes
indicadores de qualidade das operadoras por meio de um portal que será lançado ainda
em 2012. Esse portal permitirá também que a população observe a rede de cobertura de
cada plano, favorecendo a escolha na hora da contratação ou migração, aproveitando
inclusive a portabilidade entre operadoras, prevista desde 2009. Dessa maneira, será
possível montar um plano de acordo com os serviços mais interessantes para o
contratante. Sou médico e já vi de perto o sofrimento de quem precisa de atendimento
médico e não consegue. Imagine quando a pessoa está pagando caro! O sentimento mais
comum é o de estar sendo enganado. A ANS tem mesmo de ser rigorosa e punir os
planos de saúde que não oferecem o que vendem.
O Brasil avança bastante ano a ano na área da saúde, mas enquanto não conseguirmos
investimentos suficientes para oferecer atendimento de qualidade a toda a população de
forma gratuita, as operadoras têm cumprir seu papel, até chegar o dia em que não será
preciso mais pagar planos de saúde, pois teremos serviços acessíveis e de qualidade
para todos. Como médico e cidadão brasileiro, sonho com isso. Até lá, a ANS precisa
também controlar os aumentos dos planos de saúde. E é o que será feito. Os planos
coletivos terão um percentual único de reajuste para todos os planos administrados por
uma mesma empresa.
O percentual a ser arbitrado pela ANS consistirá no que se chama de pool de risco, que
significa a diluição dos custos entre todos os clientes das operadoras. O objetivo é
garantir que as operadoras não surpreendam seus beneficiários com aumentos abusivos.
A nova regulamentação irá atingir principalmente convênios com até 30 pessoas de
micro e pequenas empresas, donas da maioria dos contratos. Outra medida a ser
implantada aos planos coletivos será a concessão do direito à portabilidade, sem
carência para atendimento, benefício que já é oferecido aos clientes de planos
individuais. O que se espera com essas medidas é alcançar, no setor privado de saúde, a
máxima eficiência, sem sustos no decorrer do contrato, como aumentos que
impossibilitem a manutenção do mesmo.
Diario de Pernambuco - PE
19/08/2012 - 07:36
Segurança e saúde são as principais preocupações
Área da segurança, vista como responsabilidade do governo estado, não está sendo bem
explorada pelos candidatos à Prefeitura do Recife
Entre as seis Regiões Político-Administrativas tão diferentes do Recife, duas
preocupações são unânimes em todas elas. Deficiências na segurança e na saúde são
citadas pelos moradores entrevistados pela pesquisa DiarioData Associaciados, feita
com a consultoria técnica da empresa Giga Consultoria.
A área da segurança, vista como responsabilidade do governo estado, não está sendo
bem explorada pelos candidatos à Prefeitura do Recife. Mas a saúde já recebeu a
atenção dos principais concorrentes a prefeito, especialmente Geraldo Julio (PSB) e
Humberto Costa (PT). O socialista foi o primeiro a lançar um programa para a área que
prevê, por exemplo, a construção de 20 Unidades de Pronto-Atendimento. Humberto,
por sua vez, apresentou suas metas, comprometendo-se a investir 20% do orçamento
municipal na saúde, 5% a mais do que é gasto atualmente.
Depois da saúde e segurança, outro problema citado por quatro das seis RPAs é a
necessidade de maior investimento em saneamento básico. Embora o prefeito do Recife,
João da Costa (PT), tenha priorizado gastos com o setor na sua gestão, a demanda por
melhorias continua. O saneamento afeta diretamenta a saúde das pessoas e os
problemas na área são responsáveis em grande parte pelos alagamentos do Recife.
O tema mobilidade urbana, bastante mencionado pela academia e formadores de
opinião, é citado como preocupação de apenas duas RPAs, a 1 e a 6, justamente as que
são tão diferentes no envolvimento com as questões políticas. Já a RPA 5, que envolve
16 bairros, a exemplo de Afogados, Jardim São Paulo e Curado, é a única que se queixa
pela falta de empregos.
No geral, segundo o cientista político Adriano Cerqueira, 38% da população recifense
ganha de 1 a 2 salários mínimos, o que enquadra a maioria na classe E, segundo
números referenciais do IBGE. De acordo com Adriano, no entanto, o eleitorado é
jovem e está otimista com perspectivas do futuro.
“O eleitorado do Recife tem ensino médio de incompleto a completo (41%), tem renda
familiar de até dois salários mínimos (38%), está no mercado formal de trabalho (38%),
sendo a profissão de assalariado com carteira assinada uma das principais (19%). Mas,
no momento, não fixou bem os nomes dos candidatos à prefeitura”, avaliou Cerqueira.
Folha de Pernambuco - PE
19/08/2012 - 07:43
Escoliose deforma a coluna vertebral
Chamada escoliose é caracterizada pela rotação das vértebras, que ocasiona na
deformidade da coluna para o formato em “S”
Ana Cláudia Farias, 22 anos, tem uma haste de platina e 45 pinos na coluna. Era apenas
uma pré-adolescente de 11 anos quando quebrou o braço esquerdo, correu para a
urgência de um hospital e descobriu, quase despretensiosamente, que tinha algo de
errado com sua postura. O choque maior chegou logo depois, quando um especialista
deu a notícia de que as vértebras, ao invés de estarem eretas, formavam um verdadeiro
“S” e já apresentava 25 graus de curvatura na região toracolombar. Sete meses depois, a
curvatura evoluiu para 50 graus e a cirurgia se tornou inevitável. Ana acabou se
tornando uma das vítimas de escoliose, alteração na coluna que atinge nove meninas
para cada menino e tem 90% dos casos classificados como idiopáticos, ou seja, de causa
desconhecida.
A chamada escoliose é caracterizada pela rotação das vértebras, que ocasiona na
deformidade da coluna para o formato em “S”. Apesar das causas serem 90%
desconhecidas, há uma possível participação genética no surgimento e evolução da
curvatura. “É como torcer uma peça de roupa. É exatamente assim com a coluna, é tirála do próprio eixo”, explicou o médico ortopedista especialista em coluna, Rodrigo
Castro, do Hospital Getúlio Vargas. Outros três fatores podem ocasionar a
deformidade: problema neuromuscular; causa congênita (presente desde nascença) ou
associada a síndromes. Não existe, contudo, relação da escoliose com alguma dor e nem
tão pouco com o uso indevido de bolsas escolares pesadas ou má postura. “Essa é a
falsa escoliose. Costas envergadas para frente ou um ombro mais baixo podem aparecer
por outros fatores, mas não é observada, no raio X, uma rotação da vértebra”, explicou o
especialista.
Segundo ele, na prática, valores abaixo de dez graus de curvatura - calculado com base
no Raio X panorâmico da coluna, utilizando o método de Cobb - não são considerados
como escoliose.
“Observamos os casos que apresentam a cintura com uma cava maior ou um ombro
mais elevado do que o outro. E quando pedimos para o paciente dobrar a coluna, ele
apresenta uma corcunda, sinônimo de grau de escoliose”, revelou Rodrigo Castro.
No caso da escoliose idiopática, a deformidade pode aparecer na fase infantil ou juvenil,
durante a adolescência ou na fase adulta. Entretanto, 90% dos casos aparecem em
adolescentes, momento em que há um crescimento significado do jovem. Nesses casos,
o tratamento não tem muitas saídas. Um acompanhamento será feito para verificar se há
possibilidade de progressão da escoliose. Caso a resposta seja sim, a única solução é a
cirurgia.
Nas crianças que desenvolvem a escoliose, ou seja, cerca de 5% dos casos, o tratamento
é com um colete chamado Milwaukee, que pega toda a parte do pescoço até a bacia,
forçando a coluna cada o posicionamento correto. “Quando temos uma criança com
escoliose, colocamos para usar o colete diariamente. É como pegar uma plantinha torta
que está crescendo e fazer com que ela fique na posição que queremos”, disse ele.
Nesses casos, apenas 1% do grupo acaba tendo de recorrer à cirurgia no futuro, já que,
depois de 45 graus de curvatura, o colete já não ajuda mais.
Folha de Pernambuco - PE
19/08/2012 - 07:39
Parto em casa gera discussão nacional
Revolta popular contra o conselho foi clara
Marina Falcão
Wagner Ramos
É um direito da mulher e do
profissional capacitado decidir de
que mane ira quer ter o filho
O tema parto domiciliar vem trazendo uma
forte discussão em nível nacional. Isso porque,
há cerca de dois meses, após o depoimento
para a Rede Globo do ginecologista e obstetra
paulistano Jorge Kuhn, ocasião em que ele
defendia partos realizados em casa,
representantes do Conselho Regional de
Medicina do Estado do Rio de Janeiro
(Cremerj) solicitaram à seccional São Paulo,
onde o diploma do médico está registrado, a
abertura de uma investigação por desvio de
conduta.
Pouco tempo depois, a revolta popular contra o conselho foi clara. Mais de cinco mil
defensores do parto domiciliar em 28 cidades brasileiras, incluindo no Recife,
realizaram a Marcha Nacional pelo Parto em Casa, nos dias 16 e 17 de junho, afim de
chamar a atenção da sociedade civil para a questão, e mostrar apoio à declaração de
Kuhn.
Porém, mesmo após esta manifestação, cerca de um mês depois, o Cremerj publicou as
resoluções 265 e 266 que proibiam a participação de médicos obstetras em partos
domiciliares e a presença das obstetrizes (profissionais que acompanham o pré-natal das
gestantes), doulas (acompanhantes) ou parteiras em ambientes hospitalares. Logo após,
no dia 5 de agosto, mais uma mobilização nacional contra o Cremerj foi realizada.
A “Marcha Pelo Parto Humanizado” contou com a participação de moradores de 32
cidades, e mais uma vez com a participação dos recifenses. Hoje, a situação encontra-se
estável, uma vez que o Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (CorenRJ), com o apoio do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), entrou com uma ação
contra as resoluções, e a Justiça Federal no Rio aprovou e as suspendeu.
Ilegal foi o que considerou a presidente do Conselho Regional de Enfermagem de
Pernambuco (Coren-PE), Simone Diniz, a respeito das ações impostas pelo Cremerj. “É
um direito da mulher, um direito do profissional capacitado em assistir essa mulher. Foi
uma medida que coibiu o direito humano de dispor de como a mulher quer ser assistida
durante o parto. A sociedade tem que entender os direitos que ela tem em relação à sua
saúde”, pontuou.
Apesar disso, no último dia 10, o Conselho Federal de Medicina (CFM) recomendou
que, de forma preferencial, os partos fossem feitos em ambientes hospitalares,
considerando a viabilidade e a vitalidade do feto ou recém-nascido, bem como a própria
integridade física e psíquica materna.
Segundo a enfermeira obstetra Tatianne Frank, que atende a partos domiciliares desde
2009, não há diferenças significativas entre partos em casa e hospitalares planejados,
com relação ao risco de morte intraparto. “O Jornal Britânico de Obstetrícia e
Ginecologia divulgou um estudo em 2009 onde eles analisaram a morbimortalidade
perinatal em 529 mil partos domiciliares ou hospitalares, planejados em gestantes de
baixo-risco. Destas, 300 mil mulheres planejaram seu parto em casa enquanto cerca de
160 mil tinham a intenção de dar à luz em hospital. A conclusão do estudo foi que um
parto domiciliar planejado não aumenta os riscos de mortalidade perinatal e morbidade
perinatal grave entre mulheres de baixo-risco”, informou.
Folha de Pernambuco - PE
19/08/2012 - 07:40
Procedimento cada vez mais conhecido
Apesar de durar todo esse tempo, elas mostram-se satisfeitas e ansiosas para o próximo
parto humanizado
Marina Falcão
Mesmo que ainda em pequena taxa, o parto humanizado vem se tornando cada vez mais
conhecido e aprovado pela população feminina brasileira. Seja ele em casa ou em
ambiente hospitalar, as mulheres parecem sentir a necessidade de viver esse momento
tão marcante, de uma forma tanto quanto inesquecível. Nos casos domiciliares, o
processo de parto é acompanhado por uma ou duas doulas, obstetrizes, além da presença
dos familiares que a parturiente indicar.
Geralmente são realizados dentro de pequenas piscinas montadas no domicílio, e o
trabalho de parto chega a durar, em média, 12 horas, para mulheres parindo pela
primeira vez, e em torno de oito horas em mulheres que já pariram anteriormente.
Apesar de durar todo esse tempo, elas mostram-se satisfeitas e ansiosas para o próximo
parto humanizado.
É o caso da doutora em Comunicação e mãe de primeira viagem Simone Jubert, 32
anos, que deu à luz pequeno Heitor Moura e Silva, há quase dois meses. Para ela, esta
foi a melhor forma de garantir que o filho nascesse saudável. “Antes, pesquisei muito.
Procurei o que seria melhor para o meu filho e para mim também. Então, de tudo que li,
percebi que seria melhor para ele o parto mais simples possível. Durou cerca de nove
horas, mas eu sabia que estava proporcionando a ele a compreensão de que ele estava
passando de um tipo de vida para outra, e que eu estava do lado dele pra ajudar”,
explica.
Após essa primeira experiência, Simone já se mostra ansiosa para a próxima e afirma
que o processo de parto domiciliar faz parte do fluxo natural da vida. “Esse tal parto
vicia. É uma dor, mas uma dor de vida. Já estou pensando em ter outro filho, e com
certeza será parto humanizado. Foi a coisa mais intensa e incrível que já vivi. Além de
no outro dia eu já estar andando, meu filho já nasceu esperto porque não levei
anestesia”.
A socióloga, e também mãe, Camilla Melo, 31 anos, já passou pela experiência duas
vezes. A primeira não foi tão triunfante com relação ao parto domiciliar. Porém, ela não
desistiu e pariu humanizadamente no hospital, dando à luz Alice Pimentel, hoje com
dois anos. “Quando estava grávida dela, eu, meu marido e minha mãe estávamos na
Holanda, e minha gravidez era de baixo-risco. Lá é muito diferente do Brasil em relação
a partos. As mulheres só vão ao hospital realizar cesárias caso seja necessário, não é
uma escolha. Observando isso, o parto cesariano nunca foi atrativo para mim. Então,
procurei saber da cultura deles, e quando comentava sobre a taxa de cesárias do Brasil,
eles achavam uma loucura”, conta.
Então, ela programou dar à luz da maneira mais natural possível. “Programamos o parto
domiciliar. Mas no momento em que entrei em trabalho de parto ativo que minha bolsa
estourou, vimos que tinha mecônio (primeiras fezes eliminadas pelo recém-nascido).
Tive que ir ao hospital, mas foi tranquilo. Fui de carro, tive parto normal lá, e não
houve problemas”.
Já a segunda experiência de Camilla não apresentou complicações, e Benjamin
Pimentel, de quase dois meses de vida, nasceu já sendo levado direto aos braços da mãe.
“Quando fiquei grávida dele já pensei em tentar de novo. Informamos desde o começo à
minha obstetra sobre nossos planos. Foram quatro horas e meia de parto ativo, e eu
sempre variando entre a piscina e a bola de pilates, procurando a melhor posição”,
relembrou. Para Camilla, quando as mulheres têm suas vontades respeitadas e bem
acolhidas, elas se sentem melhor e realizam o trabalho de parto da melhor forma
possível.
Jornal do Commercio - PE
19/08/2012 - 08:04
Mulher pobre tem menos filhos
Recorte do Censo 2010 mostra que taxa de fecundidade de mulheres abaixo da linha da
miséria caiu de 5,1 filhos para 3,6 em dez anos
Antônio Gois e Bruno Góes
A distância no número médio de filhos entre as mulheres mais pobres e mais ricas no
Brasil caiu significativamente na década passada. Dados do Censo 2010 do IBGE
tabulados pelo Ministério do Desenvolvimento Social revelam que a maior redução da
fecundidade aconteceu entre a população que vive abaixo da linha de miséria, com
menos de R$ 70 per capita mensais. Enquanto isso, entre a população mais rica, a taxa
média de filhos por mulher praticamente se estabilizou próximo do patamar de apenas
um.
Em 2000, o número médio de filhos entre as brasileiras mais pobres ainda seguia um
padrão africano de fecundidade: 5,1 filhos por mulher. Dez anos depois, caiu para 3,6.
A continuar nesse ritmo, o País chegará ao patamar considerado de mera reposição
populacional (inferior a 2,1 filhos por mulher) mesmo entre a população mais pobre.
Tabulações feitas pela Agência O Globo no Censo 2010 mostram também que, mesmo
neste grupo mais pobre, famílias numerosas passaram a ser exceção, não mais a regra.
Do total de mulheres abaixo da linha da miséria, 57% tinham dois filhos ou menos, e só
18% ainda haviam tido cinco ou mais filhos.
A queda da fecundidade em todas as faixas de renda tem impactos significativos em
políticas públicas. Analisando a série histórica do Censo, percebe-se que, a depender só
da população de crianças de 0 a 4 anos, o País já estaria em ritmo acelerado de
encolhimento populacional. Em 2010, o Censo do IBGE contou 13,8 milhões de
crianças nessa faixa etária. É exatamente o mesmo número verificado em 1970 e
representa 2,5 milhões de crianças a menos em relação a 2000.
Esta queda de 0 a 4 anos foi verificada mesmo em algumas áreas mais pobres de
grandes cidades, caso das favelas do Complexo do Alemão (-22%), da Maré (-17%) e
da Rocinha (-6%), no Rio.
Um número menor de crianças facilita a tarefa do poder público de aumentar os
investimentos per capita na infância, mas traz também desafios futuros de
sustentabilidade da Previdência, já que haverá cada vez menos jovens e adultos para
sustentar uma população crescente de idosos.
A queda da fecundidade na década passada se deu também, como mostra um trabalho
dos demógrafos Suzana Cavenaghi e José Eustáquio Diniz Alves, entre as mulheres
mais jovens, de 15 a 19 anos, revertendo tendência de crescimento da década de 90.
Apesar disso, os pesquisadores alertam que ainda há diferenciais significativos de
fecundidade por renda neste grupo etário, com uma jovem com baixa escolaridade e
morando em domicílio de menor renda tendo até 10 vezes mais chance de ter tido filho
quando comparada com uma adolescente de alta renda e escolaridade.
Cavenaghi e Alves chamam atenção também para outro ponto: mesmo o Brasil já tendo
chegado a uma taxa média de 1,9 filho por mulher (mesmo patamar da Finlândia, por
exemplo), especificamente na faixa de 15 a 19 anos nosso padrão ainda é destoante.
Nesse grupo etário, o Censo de 2010 registrou 70 nascimentos para cada grupo de 100
mil mulheres. Na Coreia do Sul, essa relação é de apenas 2,3 por mil, na China, chega a
29,5 por mil, e nos Estados Unidos, 34 por mil.
“O que se percebe na Europa é que as mulheres têm menos filhos e adiam a primeira
gravidez. No Brasil, elas também têm cada vez menos filhos, porém, entre as mais
pobres, ocorre com frequência que o primeiro nascimento acontece ainda na
adolescência, e só depois daí elas passam a evitar a gravidez”, diz Alves.
Jornal do Commercio - PE
19/08/2012 - 08:05
Casos opostos na mesma comunidade
Lívia mora com o marido, pai também de uma menina de 6 anos, de outro casamento.
Para que Lavínia viesse ao mundo, o casal começou a se preparar oito meses antes da
gravidez
Moradora da Rocinha, favela da Zona Sul do Rio, a comerciante Lívia Barbosa, 26
anos, teve sua primeira filha há um ano. A pequena Lavínia será a única que ela
pretende criar: “Prefiro ter uma só para poder dar toda a assistência. Ajudar nos estudos,
dar a ela uma vida confortável para que cresça com mais possibilidades de arranjar um
bom emprego”.
Lívia mora com o marido, pai também de uma menina de 6 anos, de outro casamento.
Para que Lavínia viesse ao mundo, o casal começou a se preparar oito meses antes da
gravidez. “Hoje a mulher se previne muito mais. Tive minha única filha na idade que
queria. Tenho amigas que não se preveniram e tiveram filhos mais cedo. Hoje, elas
falam para mim que queriam ter o planejamento que eu tive”, diz ela.
Já Rosicléia de Paiva Souza, 25, não planejou a gravidez da filha, também chamada
Lavínia. O bebê de 4 meses foi uma surpresa, assim como seu outro filho, Lucas, de 8
anos. Ela pretende ter mais um e “fechar a conta”: “Meu marido tem uma filha de outro
casamento e eu, também. Acho que podemos ter quatro crianças em casa. Ainda penso
em ter mais um. Mais do que isso é loucura”.