Jornal A Relação nº 3 ano XII - provimp

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Jornal A Relação nº 3 ano XII - provimp
20 de Setembro de 2012, n° 03, ano XII
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Editorial
Exame de avaliação obrigatório para
formandos em Medicina
por
Daniel
Fernandes
Há alguns dias, uma resolução do Conselho de
Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp)
tornou obrigatório que estudantes de medicina
submetam-se a um exame de avaliação. Embora o
resultado do exame não impeça o exercício da
profissão, mesmo que o recém-formado receba
uma nota baixa ou seja reprovado, a medida tem
sido motivos e debates e reflexões no meio
médico.
A decisão, apoiada pela Associação Médica
Brasileira (AMB), foi tomada diante do baixo
nível dos formandos submetidos à avaliação, que
antes era opcional, e da baixa qualidade dos cursos
de medicina oferecidos não só em São Paulo,
como também no restante do Brasil. Os dados
chegam a ser decepcionantes, visto que, nos
últimos seis anos, metade dos formandos que
fizeram o exame foi reprovada. Indo um pouco
mais além da avaliação teórica, a baixa qualidade
das escolas de ensino pode ser notada pelo
aumento superior a 200% na quantidade de
processos judiciais por erro médico de 2001 a
2011.
Como citado anteriormente, o exame não terá
caráter reprobatório, visto que ainda não existe
uma lei específica que proíba o exercício da
profissão daqueles que tiverem um resultado
insatisfatório, como ocorre com o exame da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Porém,
será mais uma ferramenta para avaliar a real
situação da qualidade da formação médica no país,
podendo funcionar como ponto de partida para a
tomada de decisões mais efetivas no que diz
respeito ao atendimento da população por
profissionais
desqualificados
e
suas
consequências.
Provimp 15 anos
por Patrícia de A. Aires
O Projeto de Vivência na Integração
Médico-Paciente completou no dia 13 de
Setembro 15 anos da sua fundação. Em
clima de celebração, o Provimp organizou
várias atividades para agitar a comunidade
acadêmica da Famed durante esse 2º
semestre de 2012. Fique atento as nossas
próximas atividades.
Quer contribuir com A Relação?
Entre em contato com um dos
integrantes do PROVIMP ou acesse o
nosso site para maiores informações:
http://provimp-ufc.webnode.com.br/
Edição: Patrícia de A. Aires (S5).
Revisão:.Patrícia de A. Aires (S5)
Colaboradores: Bruno Gadelha (S4), Dafne Albuquerque (S5), Daniel Fernandes (S5), Lígia Menezes (S3),
Karen Lopes (S2), Maria Tavares (S5), Patrícia de Almeida (S5).
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Saúde Hoje
Argentina aprova lei da “morte digna”.
por Karen Lopes
Em maio deste ano, a Argentina aprovou a lei chamada de “morte digna”, que permite ao paciente em
estado terminal ou em estado irreversível rejeitar tratamentos médicos que possam prolongar seu
sofrimento ou “vida artificial”, conectado a aparelhos.
Essa lei estabelece o direito de aceitar ou rejeitar determinados tratamentos médicos, dando a palavra
final ao paciente, que deve deixar uma autorização por escrito de suspensão de cuidados, ou a um
familiar, quando o paciente hospitalizado estiver inconsciente.
Nesse contexto, surgem inúmeras discussões que abordam a temática da eutanásia. Esse termo foi
proposto em 1923 por Francis Bacon, significando “boa morte” ou “morte apropriada”. Atualmente, a
palavra eutanásia tem sido utilizada de maneira confusa e ambígua e, para evitar tais confusões,
surgiram novas palavras, como distanásia, mistanásia e ortotanásia.
Segundo a resolução 1805/06 do Conselho Federal de Medicina na fase terminal de enfermidades
graves e incuráveis, é permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que
prolonguem a vida do doente, garantindo-lhes os cuidados necessários para aliviar os sintomas que
levam ao sofrimento, na perspectiva de uma assistência integral, respeitada a vontade do paciente ou
de seu representante legal.
Assim, os médicos enfrentam um grande dilema referente ao que devem fazer nessas situações. A
decisão é ainda mais complexa devido à dificuldade de os médicos consentirem a terminalidade de seus
doentes. Nesse cenário, discute-se, então, sobre o papel do médico de curar quando possível, aliviar
quase sempre e consolar sempre, e, também, o papel das universidades na capacitação dos médicos
para enfrentar os dilemas da morte e do morrer.
Dica de filme: “Mar a dentro”
Parto humanizado: direito da mãe e do bebê.
por Dafne Albuquerque
O Cremerj publicou no dia 19 de julho de 2012 a resolução de nº 265/12, que visa
punir os médicos cariocas que prestarem assistência a partos domiciliares assim
como aqueles que fizerem parte de equipes de retaguarda caso a mulher que opte
por um parto domiciliar necessite de remoção a um hospital; e a resolução nº
266/12 que proíbe a participação de “doulas, obstetrizes, parteiras, etc” em partos
hospitalares. Assim, as mães que optarem por ter seus filhos em casa não podem
mais contar com a ajuda de um médico obstetra. O parto domiciliar continua
sendo permitido no Estado, mas o médico que realizá-los pode ser processado
disciplinarmente e até mesmo ter o registro cassado.
Mulheres, mães e gestantes se manifestaram defendendo o direito de escolher como, com quem e onde
parir, realizando uma Marcha pela Humanização do Parto no dia 5 de agosto, reivindicando, dentre
outras bandeiras, que a mulher, sendo gestante de baixo risco, tenha o direito de optar por um parto
domiciliar planejado e seguro, com equipe médica em retaguarda caso necessite ou deseje assistência
hospitalar durante o Trabalho de Parto e que a mulher possa ter acesso a métodos naturais de alívio de
dor durante o trabalho de parto (massagens, banho quente, compressa, etc).
O Cremec, apesar de não proibir, não aconselha o parto domiciliar.
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Saúde Hoje
Novos médicos para o interior.
por:Bruno Gadelha
Unidades de Pronto Atendimento no
Ceará
por Maria Tavares
O Governo anunciou medidas, como criar
2415 vagas em faculdades de medicina, em
universidades públicas e federais, a fim de
atrair médicos para o interior do país, onde há
baixa disponibilidade deles.
Paralelo à criação de novas vagas, o que
necessita da expansão da infraestrutura,
observa-se o sucateamento da estrutura de
ensino médica já existente, por exemplo, dos
hospitais
universitários
e
da
baixa
valorização/remuneração dos professores.
Entretanto, sabe-se que o número de médicos
por mil habitantes no Brasil já é o
recomendado pela ONU. Isso mostra que não
precisamos de um número maior de cursos de
medicina, mas de uma melhor redistribuição
dos médicos, que estão muito concentrados
nas capitais.
O governo mesmo assim estuda criar um plano
de carreira nos mesmos moldes de
procuradores, auditores fiscais e juízes que
conseguiu levar tais profissionais para áreas
remotas do país. Segundo o Conselho Federal
de Medicina, que apoia a medida, isso
estimula os profissionais a enfrentarem
problemas do interior, como a falta de
infraestrutura nos hospitais.
Recentemente, um médico do PSF na cidade
do Cedro-CE teve que improvisar sala de
atendimento do lado de fora do posto, pelas
más condições da infraestrutura do posto. Com
essas péssimas condições de trabalho, em que
o profissional não tem uma sala ou sequer
mesa para atender, dificilmente se conseguirá
incentivar os médicos a se fixarem no interior,
mesmo com um bom plano de carreira e
salário.
As Unidades de Pronto Atendimento - UPA 24h são estruturas de complexidade
intermediária entre as Unidades Básicas de
Saúde e as portas de urgência hospitalares,
onde em conjunto com estas compõe uma rede
organizada de Atenção às Urgências. São
integrantes do componente pré-hospitalar fixo
e devem ser implantadas em locais
estratégicos para a configuração das redes de
atenção à urgência, com acolhimento e
classificação de risco em todas as unidades,
em conformidade com a Política Nacional de
Atenção às Urgências.
A estratégia de atendimento das UPAs está
diretamente relacionada ao trabalho do
Serviço Móvel de Urgência – SAMU que
organiza o fluxo de atendimento e encaminha
o paciente ao serviço de saúde adequado à
situação. Funcionam 24 horas por dia, nos sete
dias por semana e podem resolver grande parte
das urgências e emergências, como pressão e
febre alta, fraturas, cortes, infarto e derrame.
Em Fortaleza já existem quatro UPAs em
funcionamento: uma na Praia do Futuro, desde
22 de março; no bairro Autran Nunes, desde
19 de abril; em Messejana, desde 10 de maio;
e em Canindezinho, desde 27 de junho. No
interior do Estado, existem ainda nove
unidades com as instalações concluídas e
sendo equipadas para inauguração nos
municípios de Aracoiaba, Canindé, Caucaia,
Crateús, Horizonte, Eusébio, Pecém – em São
Gonçalo do Amarante, Pentecoste e São
Benedito. Até o fim de 2012, são esperadas
outras 22 UPAs no Estado.
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Cultura e Arte
Dica de Leitura
O doente imaginário
por Lígia Menezes Cavalcante
A última peça escrita por Molière, o doente
imaginário (Le Malade Imaginaire), é
considerada uma de suas obras primas.
Teve sua primeira representação no início
de 1673. Pouco tempo depois, o autor e
também ator da peça faleceu após a uma
apresentação. A peça, dividida em três atos,
conta a história de Argan, um senhor rico,
avarento e hipocondríaco, que vive sobre
uma cama recebendo a visita de médicos.
Para não ter que pagar as consultas
médicas, Argan decide casar sua filha,
Angélique, com o jovem médico Thomas
Diafoirus. Entretanto, sua filha já está
apaixonada por outro rapaz, fato que de
forma alguma agrada Argan.
Mesmo escrita há tanto tempo, a obra
aborda questões que são universais. Expõe
a cobiça, a arrogância e a charlatanice
humana. A obra também aborda a relação
médico-paciente, marcada pela frieza e
pelo descaso, e a ciência precária da época.
Airton Monte
por Lígia Menezes Cavalcante
Se você passou pelo vestibular tradicional da UFC
provavelmente vai lembrar-se dele. O livro Moça com flor na
boca esteve na lista de livros do vestibular da UFC por algum
tempo. Airton Monte era médico psiquiatra formado pela
UFC, cronista do jornal O Povo, poeta, contista, teatrólogo,
letrista, comentarista de rádio e redator de televisão.
Casado e com dois filhos, nasceu em Fortaleza em 1949. Começou a vida literária na revista O
Saco, na qual publicou contos. Foi um dos fundadores do Grupo Siriará de Literatura. Escreveu O
Grande Pânico (1979), Memória de Botequim (1980), Homem Não Chora (1981), Alba Sanguínea
(1983), Moça com flor na boca (2005) e Bailarinos (2010).
Escreveu, também, a biografia de seu amigo, jornalista e poeta Rogaciano Leite Filho. Era membro
da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – Regional Ceará. Participou de antologias, dentre
elas estão Antologia da Nova Poesia Cearense e Verdeversos. Airton Monte morreu na noite do dia
10 vítima de câncer.
Tirinha de Carlos Ruas de
www.umsabadoqualquer.com
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Diversão
TIRINHA
SUDOKU
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Sessão Pipoca
Saving Hope
por Patrícia de A. Aires
A próxima Sessão Pipoca do Provimp irá exibir o primeiro episódio do mais novo seriado
médico lançado pelos canais CTV e NBC, Saving Hope.
A história começa com dois cirurgiões, Alex Reid e Charlie Harris, a caminho do
casamento deles. Um acidente de carro. Charlie entra em coma e passa a vagar pelos
corredores do Hospital Hope Zion no smoking do seu casamento sem saber se está
morto ou alucinando.
Sem saber o que fazer, Charlie passa a observar seus colegas de trabalho, inclusive sua
noiva, que tenta não perder as esperanças na sua recuperação e Joel Goran, cirurgião
ortopédico que acaba de ser transferido para o Hope Zion, ex-namorado de Reid. As
únicas pessoas com quem ele consegue se comunicar são os pacientes que morrem e
os que conseguem retornar.
Estrelado por Erica Durance (Smallvile) como Reid, Daniel
Gillies (The Vampire Diaries) como Goran e Michael
Shanks (CSI: Miami, Eureka) como Charlie, Saving Hope já
teve a segunda temporada confirmada.
Não perca a Sessão Pipoca com Saving Hope no dia 2 de
outubro (terça), às 12:40 h, na sala 209 do Bloco Didático (2º
andar). Pipoca e refrigerante liberados.
Todas as imagens utilizadas são reproduções
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Provimp Hoje
Válter – S8
Patrícia – S5
Tarcísio – S8
Lígia – S3
Bruno – S4
Pedro – S4
Crisanto – S5
Karen – S2
Dafne – S5
Daniel – S5
Moisés – I1
(ex membro)
Larissa – S8
(ex membro)
Maria – S5
Não Perca !!!
Sessão Pipoca
Seriado: Saving Hope
Dia 02/10/2012
Sala 209 (bloco didático – 2º andar) 12:40
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